Relatório de Gestão Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 2013 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa ÍNDICE 1. Enquadramento Geral 4 2. Missão, Valores e Visão 5 2.1 Código de Ética 6 Caracterização da Instituição 7 3.1 Área de Influência 7 3.2 Modelo Organizacional 9 3.3 Estruturas Comunitárias do CHPL 14 3.4 Projectos Inovadores de Saúde Mental 18 3.5 Parcerias 20 3.6 Recursos Humanos 24 Evolução da Principal Actividade Desenvolvida 25 4.1 Actividade Assistencial Global 25 4.2 Internamento 26 4.3 Ambulatório 27 4.4 Serviços de Apoio à Acção Clínica 31 3. 4. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 2 5. Análise Económica e Financeira 36 5.1 Análise Económica 37 5.2 Análise Patrimonial e Financeira 51 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 3 1. Enquadramento Geral O Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa criado pela Portaria nº 1373/2007 de 19 de Outubro, integrou os Hospitais Júlio de Matos e Miguel Bombarda. Sendo um estabelecimento público do Serviço Nacional de Saúde, enquadrado no sector público administrativo, é dotado de personalidade jurídica e de autonomia administrativa, financeira e patrimonial, regendo-se pelo Decreto-Lei n.º 188/2003 de 20 de Agosto e pelas normas em vigor para o Serviço Nacional de Saúde. Tem sede na Avenida do Brasil, nº 53, no Parque de Saúde de Lisboa, onde aproximadamente 40% das estruturas edificadas se encontram ocupadas por outras entidades do Ministério da Saúde ou com ele relacionadas. Tendo como missão a prestação de cuidados especializados de psiquiatria e saúde mental a todos os cidadãos adultos, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, no âmbito da responsabilidade e capacidade das estruturas que o integram, visa promover a execução das políticas de saúde mental a nível local e regional, vertidas em plano de desempenho e decisões superiormente aprovadas. A organização da prestação de cuidados do Centro Hospitalar visa assegurar a disponibilização e a prestação de cuidados de saúde mental baseados na comunidade, a nível local, embora dispondo de uma coordenação comum, assente em dispositivos e programas de saúde mental comunitária, articulando-se com os cuidados primários de saúde, serviços de apoio social e outros agentes na comunidade. Nesse sentido, o Centro Hospitalar dispõe de estruturas comunitárias em Sintra, Vila Franca de Xira, Torres Vedras, Graça e Olivais em Lisboa e ainda em Odivelas, onde presta cuidados médicos e não médicos, para além da atividade de internamento, ambulatório e meios complementares de diagnóstico que realiza na sede localizada no Parque de Saúde de Lisboa. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 4 2. Missão, Valores e Visão O Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa tem como missão a prestação de cuidados especializados de psiquiatria e saúde mental a todos os cidadãos adultos, no âmbito das responsabilidades e capacidades das unidades hospitalares que o integram, de acordo com os princípios definidos na Lei 36/98 de 24 de Julho (Lei de Saúde Mental) e no Decreto-lei 304/2009 de 22 de Outubro (Estabelece os princípios orientadores da organização, gestão e avaliação dos serviços de psiquiatria e saúde mental), dando execução às orientações de política de saúde mental a nível nacional e regional, aos planos estratégicos e decisões superiormente aprovadas, designadamente as previstas no Plano de Acção para Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental. O Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa responde de acordo com as áreas de influência e redes de referenciação, cumprindo os contratos-programa celebrados, em articulação com as demais instituições integradas na rede de prestação de cuidados de saúde, desenvolvendo ainda actividades complementares como as de ensino pós-graduado, investigação e formação. Na sua atuação, o Centro Hospitalar pauta-se pela prossecução de objetivos estratégicos como a prestação de cuidados de saúde humanizados, de qualidade e em tempo oportuno, o aumento da eficiência e eficácia, num quadro de equilíbrio económico e financeiro sustentável, bem como, a implementação de medidas que visem a melhoria e humanização na prestação de cuidados aos doentes residentes e desenvolvimento de programas de reabilitação adaptados às necessidades específicas dos mesmos, com vista a promover a respetiva reinserção sócio-familiar e na comunidade. No desenvolvimento da sua atividade, o Centro Hospitalar rege-se, pelos seguintes valores: Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 5 Respeito pela dignidade individual da cada doente; Respeito pelas condições culturais e convicções filosóficas e religiosas de cada doente; Direito dos doentes e familiares à informação sobre o estado de saúde, bem como a natureza e continuidade dos tratamentos; Promoção da saúde mental na comunidade, com organização de respostas adequadas e articuladas com as redes dos cuidados locais de saúde e da Segurança Social, autarquias e outras estruturas comunitárias; Equidade no acesso; Estimulo à investigação, inovação, atualização científica e desenvolvimento pessoal, centrado nas necessidades das populações a assistir; Excelência na intervenção técnica; Eficiência na gestão dos recursos; Ética profissional; Promoção da multidisciplinaridade; Respeito pelo ambiente e responsabilidade social. 2.1 CÓDIGO DE ÉTICA O Código de Ética do CHPL foi homologado em Maio de 2009, pelo Conselho de Administração e encontra-se disponível para consulta no site do Hospital. É um instrumento que procura enquadrar os princípios, visão e missão da instituição, servindo assim para orientar as ações dos seus colaboradores e explicitar de modo mais evidente a postura social da instituição face aos diferentes públicos com os quais interage. Desse modo, o CHPL promove ativamente, a adoção de comportamentos pelos seus colaboradores, que assegurem o respeito pelos princípios expressos no Relatório OMS sobre a Saúde no Mundo – Saúde Mental, Nova Conceção e Nova Esperança, os quais defendem a ausência de discriminação em caso de doença mental ou a prestação de cuidados a que todo o paciente tem direito, deve ser disponibilizada na medida do possível na respetiva comunidade, preconizando-se que todo o paciente tem o direito a ser tratado num ambiente o menos restritivo ou intrusivo. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 6 3. Caracterização da Instituição 3.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA Na área de influência direta do Centro Hospitalar residem 815.580 habitantes (Censos 2011- Definitivo) encontrando-se identificada nas alíneas a) e b) do nº 1 do Despacho nº 7527/99 de 26 de Março de 1999, da Ministra da Saúde, publicado no DR nº 88 – II Série de 15/04/1999, excetuando-se as freguesias do Concelho de Almada e Concelhos do Médio Tejo, com uma população de 401.067 habitantes, entretanto integradas nas áreas geodemográficas do Hospital Garcia de Orta e do Centro Hospitalar Médio Tejo. A área entretanto transferida para o Hospital Beatriz Ângelo (287.119 habitantes, Censos de 2011- Definitivo) em 2012 e a área transferida para o Serviço de Psiquiatria do Hospital de vila Franca de Xira, em Maio de 2013, traduziu-se em menos 244.377 habitantes (Censos 2011- Definitivo). A área de influência indireta compreende os distritos de Beja, Évora e Portalegre onde residem 748.699 habitantes (Censos 2011, Estimativas Provisórias de População), sendo o CHPL responsável pela resposta aos pedidos de referenciação para internamento de doentes provenientes dessas áreas. Distrito Portalegre / Évora / Beja Pop. 748.699 Portalegre Évora Beja Fig. 1 – Área de Influência – Directa 815.580 habitantes. Fig. 2 – Área de Influência – Indirecta Portalegre / Évora / Beja – 748.699 habitantes. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 7 Na Área de Influência Direta no Distrito de Lisboa, a percentagem da população entre os 18 e os 64 anos situa-se nos 65,7 %. Por sua vez, a percentagem de população superior a 64 anos é de 19,1%. A Região do Alentejo (Distrito Portalegre/ Évora/ Beja), caracteriza-se por ter uma taxa de população com idade superior a 64 anos, de 23,9% e uma taxa da população entre os 18 e os 64 anos de 62,6%. GRÁFICO I DISTRIBUIÇÃO DE HABITANTE POR DISTRITO / FAIXA ETÁRIA (ÁREA DIRECTA/ÁREA INDIRECTA) 0,7 %0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 65,7% 15,2% 62,6% 19,1% 13,5% < 18 18 – 64 23,9% > 64 Grupo Etário Distrito de Lisboa (Área de Influência Directa) Distrito de Portalegre/ Evora /Beja (Área de Influência Directa-Internamento/ Indirecta- Ambulatório) Em termos gerais pode‐se dizer que a população da Área de Influência Direta/Indireta, caracteriza‐se da seguinte forma: 64,2% têm idades compreendidas entre os 18 a 64 anos, 21,4% têm idade superior a 64 anos e 14,4% têm idade inferior a 18 anos (Gráfico II). GRÁFICO II DISTRIBUIÇÃO DE HABITANTES POR FAIXA ETÁRIA (ÁREA DIRETA/ÁREA INDIRETA) > 64; 21,42% < 18; 14,38% 18 – 64; 64,21% < 18 18 – 64 > 64 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 8 3.2 MODELO ORGANIZACIONAL 3.2.1 Organograma No ano de 2013, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, encontrava-se estruturalmente organizado de acordo com o seu Regulamento Interno e Organograma aprovados pelo Conselho de Administração, apresentado em seguida: Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 9 3.2.2 Estrutura Orgânica São órgãos do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa: O Conselho de Administração (C.A): Nomeado pelo Despacho 2741/2011, de 8 de Fevereiro de 2011, com efeitos a 1 de Janeiro de 2011, o Conselho de Administração é constituído pelos seguintes membros: Dra. Isabel Paixão Presidente do Conselho de Administração Dra. Sandra Silveira Vogal Executiva Dr. José Salgado Diretor Clínico Enf. Caetano Luís Galhanas Enfermeiro Diretor Diretores e Responsáveis dos Serviços e Unidades de Acão Clínica e de Apoio Clinico: Dr. José Salgado Clínica 1 (SETA) Dra. Inês Cunha Clinica 2 (NDP) Dr. António Bento Clínica 3 (PGT) Dra. Teresa Mota Clínica 4 (AND) Dra. Alice Nobre Clínica 5 (PA e POC) Dra. Maria João Carnot Clínica 6 (PE) Dr. Manuel Cruz Psiquiatria Forense Dra. Ana Caixeiro Reabilitação e Residentes Dra. Ercília Duarte Psicologia e Psicoterapia Comportamental Dra. Isabel Tinoco Patologia Clinica Dr. Santana Leite Radiologia Dra. Sara Alexandre Farmácia Dra. Inês Cunha Eletroconvulsivoterapia Dr. Alberto Leal Eletroencefalografia Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 10 Com a atual realidade, decorrente da alteração da rede de referenciação em Psiquiatria e Saúde Mental da região de Lisboa e Vale do tejo e da Zona Sul do País, nomeadamente com a abertura de serviços locais de Psiquiatria e Saúde Mental em Hospitais Gerais, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, instituição psiquiátrica com um longo e rico historial no tratamento de cidadão adultos com patologia do foro mental, assume um papel de maior relevância na prestação de cuidados diferenciados e integrados. Como estrutura monovalente, vocacionada para a prevenção em vários níveis, principalmente secundaria e terciária, mas também, primária, foi sentida a necessidade de adaptar a sua organização, de forma a continuar a sua missão; tratar, de forma cada vez mais eficiente e integrada, as pessoas adultas que sofrem de patologia psiquiátrica. Após um processo de ampla discussão interna sobre a reorganização dos serviços assistenciais, que contou com a participação de um número alargado de profissionais, foi consensualizado, que essa reorganização iniciar-se-ia nos serviços de internamento de doentes agudos. Nesse sentido, em 10 de Outubro de 2013, teve inicio o funcionamento do SETA – Serviço de Estabilização e Triagem de Agudos de 1º Surto Psicótico (Pav. 24 r/c), com lotação de 20 camas. O processo completou-se no decorrer do mês de Outubro, sendo criados os seguintes serviços, que substituíram os existentes anteriormente, visando uma resposta mais adequada às necessidades específicas de cada doente: Clínica 1 (SETA – Serviço de Estabilização e Triagem de Agudos de 1º Surto Psicótico); Clínica 2 (NPD – Neuropsiquiatria e Demências); Clínica 3 (PGT- Psiquiatria Geral e Transcultural); Clínica 4 (AND – Alcoologia e Novas Dependências Coordenadora); Clínica 5 (PA e POC – Patologia Afetiva e Perturbação Obsessiva Compulsiva); Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 11 Clínica 6 (PE – Patologia Esquizofrénica). No que concerne a serviços de internamento de outras tipologias destinados a doentes com quadros clínicos diferenciados, o Centro Hospitalar dispõe de um Serviço de Doentes de Evolução Prolongada, um Serviço de Reabilitação Psicossocial e um Serviço de Psiquiatria Forense, bem como, na vertente de ambulatório, de um Serviço de Psicologia e Psicoterapias, além de Unidades de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, designadamente, de Neurofisiologia, de Eletroconvulsivoterapia, Patologia Clínica e de Radiologia. O atendimento psiquiátrico de urgência é realizado no Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital de S. José, continuando a ser assegurado quase exclusivamente por recursos humanos do CHPL, 24h x 7 dias/sem., nomeadamente, através de médicos, enfermeiros e assistentes operacionais. O Serviço de Doentes de Evolução Prolongada, atendendo às alterações registadas nos últimos anos no perfil dos doentes internados, fruto de fatores ligados ao envelhecimento, com manifestações ao nível do grau de autonomia, autocuidado, características comportamentais/funcionais e evolução do quadro psicopatológico, encontra-se organizado por graus de dependência e comorbilidades associadas. Nesse sentido, tem vindo a ser implementada uma reorganização, no âmbito da qual houve necessidade de efetuar uma avaliação criteriosa, multifactorial e multidisciplinar de todos os doentes internados nos serviços acima referidos, de forma a estabelecer-se um plano de cuidados e a identificar-se a infraestrutura mais adequada às reais necessidades destes doentes. Na sequência do processo de ajustamento e reorganização do serviço, foi dimensionada a lotação da Residência Psiquiátrica III, passando de 48 para 20 camas. O Serviço de Reabilitação Psicossocial integra uma Unidade de Convalescença, uma Unidade de Treino Residencial, cinco Unidades de Vida Apoiada e três Unidades de Vida Autónoma, sendo que estas últimas consistem em três apartamentos localizados fora do Centro Hospitalar, em bairros Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 12 residenciais de Alvalade e Marvila. Por forma a dotar o serviço de maior capacidade foi inaugurada a 20 de Fevereiro de 2013 uma nova unidade de Vida Autónoma na instituição, com uma lotação de 14 camas. O Serviço desenvolve programas de Reabilitação Psicossocial, designadamente de Treino de Atividades de Vida Diária, Terapia Ocupacional, Formação Profissional e de Emprego Protegido, promovendo a realização de atividades terapêuticas de teatro, atividades enquadradas na dinamização de programas de Rádio, de participação em exposições, para doentes em diferentes fases do processo de reabilitação. O Serviço de Psiquiatria Forense dispõe de 32 camas, para tratamento, sob custódia, de doentes inimputáveis, a cumprir medidas de segurança por sentença judicial. Cabe ainda a este serviço, a realização de exames e perícias médico-legais solicitadas pelos Serviços Judiciais. No cumprimento ao PNSM, 2007-2016, aprovado pela tutela, foi concluído o processo de remodelação de um dos edifícios situado no PSL, concretamente o designado (Pav. 28), tendo as obras de beneficiação operadas visado a instalação de um Serviço de âmbito Regional, quer para o internamento de doentes inimputáveis para toda a Região sul do País, quer para respostas em reabilitação. O Hospital de Dia sendo uma unidade de internamento parcial para o tratamento, integração e socialização de doentes com patologia do foro psiquiátrico e mental, presta, maioritariamente, cuidados após o internamento. Na consulta Externa, dando cumprimento ao Despacho nº 3052/2013 do Gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, datado de 26 de Fevereiro, o Conselho de Administração do CHPL criou a 26 de Setembro de 2013 a Unidade Integrada da Diabetes (UID) que realiza consultas de diabetes, com uma estrutura organizativa multidisciplinar autónoma que garante que a informação é inserida no processo individual de forma a possibilitar o diagnóstico, a monitorização, a avaliação e Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 13 tratamento de complicações. Esta Unidade tem igualmente a responsabilidade de estabelecer um plano educativo e terapêutico individualizado em estreita articulação as famílias e com quem detêm a responsabilidade tutelar dos doentes internados neste Centro Hospitalar. Dando continuidade ao processo de reformulação e ampliação da capacidade de resposta do ponto de vista clinico assegurada pelo CHPL, passou este centro hospitalar a dispor, a partir de 03 de Dezembro de 2013, de uma Unidade de Medicina do Sono Psiquiátrica (UMSP). A UMSP é uma unidade clínica multidisciplinar, tendo em vista a prática da medicina do sono. 3.3 ESTRUTURAS COMUNITÁRIAS DO CENTRO HOSPITALAR PSIQUIÁTRICO DE LISBOA O Centro Hospitalar dispõe de 5 Estruturas na comunidade destinadas à prestação de cuidados médicos e não médicos em ambulatório e ainda um Fórum, localizado no Bairro da Graça em Lisboa orientado para doentes internos e externos. Estas estruturas comunitárias possuem, entre outras, as seguintes finalidades: Garantir respostas integradas e especializadas de proximidade; Assegurar a Integração da Psiquiatria e Saúde Mental nas estruturas locais de saúde; Promover e facilitar o acesso a informação da situação social e clínica do utente, alcançada através da maior proximidade dos utentes inseridos no seu contexto sócio-cultural; Promover a redução do número de internamentos e facilitar o procedimento da alta psiquiátrica bem como o acompanhamento do utente em fase posterior; Intervir por forma a fomentar a prevenção da estigmatização do doente mental, entre os técnicos de saúde, doente, famílias e da comunidade no seu conjunto; Assegurar a melhoria da adesão terapêutica, nomeadamente à terapêutica DEPOT; Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 14 Assegurar o aumento da realização de consultas de triagem com supervisão médica; Promover a humanização dos cuidados prestados em Psiquiatria e Saúde Mental. As Unidades Comunitárias, tendo como objetivo a prestação de cuidados de psiquiatria e saúde mental em regime de ambulatório na área assistencial compreendida pelos concelhos abrangidos pela área de referenciação direta, possuem as seguintes localizações: UCCPO - Unidade Comunitária de Cuidados Psiquiátricos de Odivelas (912m2), disponibiliza as seguintes atividades: Consulta Externa: Cessação Psiquiatria, Tabágica, Alcoologia e Atendimentos Complementares (Enfermagem, Psicologia e Serviço Social); As visitas domiciliárias são desenvolvidas por Fig. 3 - UCCPO uma equipa multidisciplinar; Reuniões com parceiros, Intervenções em estruturas sediadas na comunidade; Área de Dia. CINTRA - Centro Integrado de Tratamento e Reabilitação em Ambulatório Equipa de Saúde Mental de Sintra do CHPL (780,7m2), disponibiliza atendimento nas seguintes áreas: Consulta Externa: Psiquiatria/Psicologia, Atendimentos Complementares (Enfermagem e Serviço Social); Fig. 4 – CINTRA Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 15 Visitas domiciliárias desenvolvidas por equipa multidisciplinar; Área de Dia ETC – Espaço Terapêutico Comunitário de Vila Franca de Xira (215m2), disponibiliza as seguintes áreas de atividade: Consulta Externa: Psiquiatria/Psicologia, Atendimentos Complementares (Enfermagem e Serviço Social); Visitas domiciliárias desenvolvidas por Fig. 5 - ETC de V.F. de Xira equipa multidisciplinar; ETC Área de Dia. Unidade Comunitária de Cuidados Psiquiátricos dos Olivais (81,77m2), identificam-se as seguintes áreas de atividade: Consulta Externa: Psiquiatria/ Psicologia, Atendimentos Complementares (Enfermagem e Serviço Social); As Visitas domiciliárias são desenvolvidas pela equipa multidisciplinar; Fig. 6 – Unidade Comunitária dos Olivais Área de Dia. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 16 Unidade Comunitária de Cuidados Psiquiátricos de Torres Vedras (106 m2), disponibiliza aos utentes desta área as seguintes valências: Consulta Externa: Psiquiatria/Psicologia, Atendimentos Complementares (Enfermagem e Serviço Social); Visitas domiciliárias desenvolvidas por equipa multidisciplinar; Fig. 7 – Unidade de Torres Vedras Área de Dia. Fórum Sócio Ocupacional - Casa da Graça A unidade sócio – ocupacional Casa da Graça, promove a prevenção da institucionalização e cronicidade dos doentes, mediante intervenções que visam a reabilitação do utente. Fig. 8 – Casa da Graça Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 17 3.4 PROJETOS INOVADORES DE SAÚDE MENTAL- INTERVENÇÃO DOMICILIÁRIA ARTICULADA Na área dos Programas Inovadores do Plano Nacional de Saúde Mental (PISM) deu-se continuidade no ano de 2013, a dois projetos iniciados em 2010, cuja linha de financiamento específico terminara no final do 1º semestre de 2012, tendo continuado a decorrer as respetivas atividades tal como planeado, a que acresceu no último trimestre, a atividade desenvolvida pelo projeto proveniente do Centro Hospitalar Oeste Norte. O Projeto designado “Pro-Actus – Projeto de articulação da UCCPO com os cuidados de Saúde Primários de Odivelas – criação de Rede Pró-Ativa” presta cuidados de psiquiatria e saúde mental na comunidade (concelho de Odivelas) a pessoas com doença mental grave, de que resulte incapacidade psicossocial e que se encontrem em situação de dependência, numa perspetiva de próatividade. Assegura a continuidade da prestação de cuidados às pessoas cuja adesão ao projeto terapêutico se encontre comprometida e intervêm, precocemente, na suspeita de Patologia Psiquiátrica Grave (incapacidade psicossocial/ situação de dependência). O termo de Aceitação foi outorgado pelo CHPL em Janeiro de 2010, sendo que, a execução do projeto teve início em Março de 2010 e o seu financiamento terminou a Janeiro 2012. O CHPL tem vindo, tal como contratualizado, a assegurar a continuidade ao projeto, sendo previsível no futuro o alargamento a outras áreas de referenciação do Centro Hospitalar. Na sequência da implementação de projetos promovidos no âmbito dos Programas Inovadores do Plano Nacional de Saúde Mental (PISM), a equipa do “Pró-Actus” realizou 2.988 visitas domiciliárias em 2013. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 18 Fig. 9 – Viaturas de Apoio aos Projeto Projeto “Pretrarca – Prevenir e tratar em casa” dinamizado através dos serviços locais de psiquiatria dos Sectores C e L. O projeto PETRARCA - Prevenir e tratar em Casa é constituído por uma equipa móvel, que garante o tratamento e prevenção de recaídas dos doentes, numa perspetiva que associa o tratamento farmacológico a uma vertente terapêutica psicossocial, realizada na residência dos doentes, sendo os técnicos que procuram os doentes. Aos enfermeiros, associam-se outros técnicos, médicos, assistentes sociais e psicólogos, de acordo com as necessidades dos doentes, sendo que, a execução do projeto teve início em Abril de 2010 e o seu financiamento terminou a Janeiro 2012. Também neste caso o CHPL deu continuidade ao projeto, tal como estava contratualmente previsto. A Equipa de Domiciliária PRETRARCA, efetuou 3.210 visitas domiciliárias em 2013. Na sequência da decisão proferida pelo Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo ARSLVT, em responsabilizar o Centro hospitalar Psiquiátrico de Lisboa pela continuidade do Projeto de Intervenção em Saúde Mental anteriormente desenvolvido no Centro Hospitalar Oeste Norte, teve continuidade a execução do respetivo projeto no CHPL que tem como principal objetivo prevenir, detetar precocemente e tratar a doença mental nas pessoas, famílias e grupos da comunidade, diminuindo o impacto das perturbações mentais. Aumentando a acessibilidade a cuidados de saúde mental, através de uma maior proximidade geográfica e acessibilidade, na ótica do utente; intervindo na promoção de um maior envolvimento do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 19 utente/família no plano terapêutico, fator promotor da adesão terapêutica e da prevenção de recaídas; na articulação dos serviços existentes na comunidade, numa ótica de co-responsabilização dos técnicos envolvidos; na transdisciplinaridade, como garantia de coerência e de acompanhamento do plano terapêutico do doente. 3.5 PARCERIAS 3.5.1 Parcerias Internas Tílias Cooperativa A Cooperativa Tílias-Coop, constituída inicialmente por profissionais do HJM, é uma empresa de inserção profissional que opera nas áreas da Formação e Profissionalização em Manutenção e Conservação de Espaços Verdes. Sedeada no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, a Tílias-coop tem como principal objetivo a inserção de doentes mentais na sociedade, um processo complexo para o qual esta cooperativa contribui de forma consolidada desde 1999, através da criação e manutenção de emprego. ARIA A ARIA – Associação de Reabilitação e Integração Ajuda é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem fins lucrativos, tem com missão principal ajudar a pessoa com problemas de saúde mental a adquirir os recursos necessários à sua reabilitação psicossocial e integração socioprofissional. A ARIA exerce a sua atividade empenhada em contribuir para um futuro melhor para as pessoas que apresentam situações clinicas enquadráveis na psiquiatria e saúde mental e que se encontrem em contexto precário do ponto de vista psicossocial, fomentando a oferta de serviços especializados e Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 20 qualificados que possam traduzir-se numa melhoria de qualidade de vida dos que precisem dos seus serviços. 3.5.2 Parcerias Externas A Arte Bruta Portuguesa e Doença Mental Na sequência do convite endereçado pela Diretora do Kunsthaus Kannen Museum de arte bruta (Hospital Psiquiátrico Alexianer-Krakenhaus) ao Atelier de Artes Plásticas do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), em parceria com a P28 – Associação para o Desenvolvimento Criativo e Artístico para representar a arte outsider nacional no 2x2 Forum European Outsider Art, que decorreu na Alemanha, surgiram diversas propostas em resultado dessa participação para expor o trabalho de artistas-doentes portugueses noutras instituições e eventos culturais, resultando numa programação que se estende até 2017. O Atelier d’Artes Plásticas tem desenvolvido um trabalho a nível artístico com alguns doentes que frequentam a U.T.O. de que resulta a organização e promoção de mostras temáticas e exposições dos seus trabalhos, mas também de outros artistas, por forma a assegurar um intercâmbio criativo ao juntar artistas consagrados e premiados com “artistas doentes”. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 21 Camara Municipal de Lisboa - “ Pintura do Muro” (muro CHPL) Com vista ao desenvolvimento de um projeto de natureza artística e social, que contempla a realização de intervenções de arte urbana, ao longo da zona exterior do muro que delimita o Parque de Saúde de lisboa, na sequência da parceria celebrada com Câmara Municipal de Lisboa, através do Departamento de Património Cultural, da Direção Municipal de Cultura, que tem vindo a desenvolver uma estratégia para a área do graffiti e da street art, contando naturalmente com autores de prestígio no domínio das artes visuais e street Fig. 10 e 11 - Local: Rua das Murtas (muro CHPL). art, envolvendo também funcionários e utentes do CHPL, deu-se continuidade ao projeto que procura contribuir de forma exemplar enriquecendo e diversificando o património artístico e cultural da cidade de Lisboa, contribuindo também para o conhecimento da riqueza e diversidade das diversas manifestações de arte que são promovidas no âmbito do grafiti e street art através de uma prática conscienciosa em espaço autorizados. Evocando o dia mundial da saúde mental, 10 de Outubro 2012, deu-se inicio as intervenções artísticas no muro do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, à Rua das Murtas. Estas intervenções artísticas prolongaram-se ao longo de 2013. No âmbito da parceria estabelecida entre a Galeria de Arte Urbana e o Conselho de Administração do CHPL, formularam-se convites aos criadores Aspen, Eime, José Carvalho, Mar, Miguel Ayako, Nark, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 22 Nomen, Odeith, Robô, Slap, Smile, a produzirem algo do que de melhor sabem fazer centrado na temática do rosto. Fig. 12 e 13 - Local: Rua das Murtas (muro CHPL). Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 23 Comunidade Vida e Paz O CHPL coopera com a Comunidade Vida e Paz que tem como missão principal prestar auxilio a cidadãos sem-abrigo por forma a que recuperem a respetiva dignidade e que reconstruam o seu projeto de vida, através de uma ação integrada de prevenção, reabilitação e reinserção. 3.6 RECURSOS HUMANOS Em 31 de Dezembro de 2013, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa dispunha de um total de 691 profissionais, dos quais 77% na modalidade de relação jurídica de emprego público de Contrato de Trabalho em Exercício de Funções Públicas por Tempo Indeterminado, distribuídos por grupo profissional e tipo de relação jurídica de emprego da seguinte forma: QUADRO I Nº DE EFECTIVOS POR GRUPO PROFISSIONAL E TIPO DE VÍNCULO 31.12.2013 Grupo Prof is s ional Dirigent es CTF t empo Indet erminado CT Termo Pres t aç ão Serv iç os 9 Tot al 9 Médic o 51 43 6 100 Téc nic o Superior Saúde 22 29 13 64 Téc nic o Superior 22 1 6 29 2 5 3 175 Inf ormát ic a 3 Enf ermeiros 171 1 Téc nic o 0 Téc nic o Diagnós t ic o e Terapeut ic a 26 1 12 39 As s is t ent es Téc nic os 56 9 3 68 As s is t ent es Operac ionais 166 19 3 188 11 14 59 691 Out ros 3 Tot al 529 103 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 24 4. Evolução da Principal Atividade Desenvolvida Na sequência da entrada em funcionamento do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Vila Franca de Xira e da consequente transferência de responsabilidade assistencial ocorrida em Maio de 2013, verificou-se uma redução da área assistencial em menos 244.377 habitantes. Todavia, a diminuição da área geodemográfica entretanto ocorrida em 2012, com a abertura do Hospital Beatriz Ângelo, não correspondeu a uma redução da procura de cuidados prestados pelo CHPL, registando-se inclusivamente um aumento sustentado de atividade no ambulatório, designadamente, nas consultas externas, sessões de hospital/áreas de dia e visitas domiciliárias, o qual se encontra refletido na informação agregada da atividade assistencial. 4.1. ATIVIDADE ASSISTENCIAL GLOBAL No período em análise, o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa assistiu 19.735 utentes, independentemente da diversidade e modalidade de serviços clínicos que lhes foram prestados, tendo registado um crescimento de 1,2% no n.º de utentes do Hospital de Dia/Áreas de Dia, tendo-se verificado uma diminuição no número de utentes assistidos no internamento e na consulta externa como resultado da diminuição da área de influência. No entanto, quando comparado o número de utilizadores com a população da área de influência do CHPL verifica-se um incremento do rácio em 0,02 pontos percentuais, reveledor da melhoria de acessibilidade. O crescimento significativo de utilizadores provenientes de fora da área de influência, justifica-se pela continuidade de prestação de cuidados que foi necessária assegurar a utilizadores que anteriormente pertenciam à área de influência. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 25 QUADRO II Nº DE UTILIZADORES DO HOSPITAL/ACESSIBILIDADE 2012/2013 Populaç ão > 18 anos N. º de Ut iliz adores do CHPL Área de Influência 2012 894.657 Fora da Área de Influência TOTAL - 2013 Var % 691.745 -22,7% - - 894. 657 691. 745 -22, 7% Hos pit al de Dia Int ernament o Cons ult a Ex t erna TOTAL 2012 2013 Var % 2012 2013 Var % 310 271 -12,6% 1.741 1.426 -18,1% 14.871 11.637 -21,7% 15.485 12.122 -21,7% 119 163 37,0% 411 591 429 434 1, 2% 2. 152 2. 017 43,8% 2012 4.474 2013 7.161 Var % 60,1% 2012 4.854 2013 Var % 7.613 56,8% -6, 3% 19. 345 18. 798 -2, 8% 20. 339 19. 735 -3, 0% 4.2 INTERNAMENTO O Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa iniciou o ano de 2013 com a lotação de 420 camas, tendo desenvolvido a sua atividade nesse período com uma lotação média praticada de 404 camas, o que significa menos 5,6% relativamente ao ano de 2012, traduzindo-se em menos 24 camas. QUADRO III INTERNAMENTO – DADOS ACUMULADOS 2012 /2013 L o ta çã o Fi n a l Pra ti ca d a Se rvi ço s D i a s In te rn a m e n to D o e n te s Tra ta d o s D e m o ra Mé d i a Ta xa d e Ocu p a çã o Va r 2012 2013 Va r % 2012 2013 Va r % 2012 2013 Va r % 2011 2012 Va r % 2012 2013 Se rvi ço d e Ag u d o s 140 121 -1 3 ,6 % 36.937 36.435 -1 ,4 % 2.310 2.147 -7 ,1 % 16,7 17,7 5 ,8 % 67,2% 76,1% 8 ,9 % Se rvi ço d e Evo l u çã o Pro l o n g a d a 164 136 -1 7 ,1 % 55.008 52.261 -5 ,0 % 216 227 5 ,1 % 887,2 593,9 -3 3 ,1 % 92,7% 99,0% 6 ,3 % Se rvi ço d e R e a b i l i ta çã o 84 98 1 6 ,7 % 27.290 30.611 1 2 ,2 % 121 123 1 ,7 % 649,8 784,9 2 0 ,8 % 88,8% 87,3% -1 ,5 % Se rvi ço d e Fo re n se 32 32 0 ,0 % 11.018 11.473 4 ,1 % 41 43 4 ,9 % 1.001,6 1.043,0 4 ,1 % 94,1% 98,2% 4 ,1 % 420 387 -7 ,9 % 1 3 0 .2 5 3 1 3 0 .7 8 0 0 ,4 % 2 .6 7 6 2 .5 2 1 -5 ,8 % 5 6 ,3 5 9 ,9 6 ,5 % 8 3 ,1 % 8 8 ,7 % 5 ,6 % To ta l d o H o sp i ta l Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 26 Ab s. 4.3 AMBULATÓRIO 4.3.1 Consulta Externa A Consulta Externa registou um aumento de 8,9% no número global de consultas realizadas, que associada à redução da área de influência direta do CHPL, revela que a transferência de área assistencial operada, não se traduziu na correspondente redução da atividade. O número total de consultas médicas de psiquiatria realizadas manteve-se em 2013. Nas primeiras consultas médicas de psiquiatria, registou-se uma diminuição de 12%, que surge em consequência da UCCPO ter cessado a realização de primeiras consultas, passando estas a ser da exclusiva responsabilidade do Hospital Beatriz Ângelo na área geodemográfica anteriormente pertencente àquele sector, assim como as primeiras consultas realizadas a utentes provenientes de Vila Franca de Xira passaram progressivamente a ser realizadas nesse hospital. Relativamente às consultas não médicas, verificou-se que as consultas realizadas em estruturas na comunidade registaram um crescimento significativo, conforme se demonstra no Quadro seguinte: Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 27 QUADRO IV TOTAL DE CONSULTAS POR ESPECIALIDADES 2012 / 2013 Pri m e i ra s C ON SU L TAS 2012 2013 Su b se q u e n te s % Va r. 2012 2013 % d a s p ri m e i ra s co n su l ta s n o to ta l TOTAL % Va r. 2012 2013 % Va r. 2012 2013 C ON SU L TAS MÉD IC AS PSIQU IATR IA Hospital 2.575 2.424 -5,9% 25.839 27.615 6,9% 28.414 30.039 5,7% 9,1% 8,1% Estruturas na Comunidade 1.581 1.176 -25,6% 23.080 20.731 -10,2% 24.661 21.907 -11,2% 6,4% 5,4% 25 21 -16,0% 531 498 -6,2% 556 519 -6,7% 4,5% 4,0% Neuropsiquiatria 0 8 #DIV/0! 130 105 -19,2% 130 113 -13,1% 0,0% 7,1% Risco Tabágico 89 69 -22,5% 435 697 60,2% 524 766 46,2% 17,0% 9,0% UTRA 189 214 13,2% 2.881 3.582 24,3% 3.070 3.796 23,6% 6,2% 5,6% Psicoterapia de Grupo 13 3 -76,9% 1.067 1.022 -4,2% 1.080 1.025 -5,1% 1,2% 0,3% Stress Traumático 21 29 38,1% 383 367 -4,2% 404 396 -2,0% 5,2% 7,3% Hiperactividade 15 24 60,0% 165 281 70,3% 180 305 69,4% 8,3% 7,9% 0 3 - 32 209 - 32 212 - - 1,4% 4.508 3.971 -11,9% 54.543 55.107 1,0% 59.051 59.078 0,0% 7,6% 6,7% Endocrinologia 89 78 -12,4% 659 676 2,6% 748 754 0,8% 11,9% 10,3% Neurologia 62 65 4,8% 532 423 -20,5% 594 488 -17,8% 10,4% 13,3% Sexologia 180 210 16,7% 1.876 1.866 -0,5% 2.056 2.076 1,0% 8,8% 10,1% Anestesiologia 27 34 25,9% 0 0 - 27 34 25,9% 100,0% 100,0% 358 387 8,1% 3.067 2.965 -3,3% 3.425 3.352 -2,1% 10,5% 11,5% Psiquiatria Geriátrica Gestão do Stress Socio-Laboral Su b -To ta l OU TR AS C ON SU L TAS MÉD IC AS Su b -To ta l C ON SU L TAS N ÃO MÉD IC AS Psicologia no Hospital 1.914 1.858 -2,9% 16.859 18.139 7,6% 18.773 19.997 6,5% 10,2% 9,3% Psicologia em Estruturas na Comun. 786 838 6,6% 8.358 12.888 54,2% 9.144 13.726 50,1% 8,6% 6,1% Enfermagem 167 210 - 13.944 17.351 24,4% 14.111 17.561 24,4% 1,2% 1,2% Dietética / Nutrição 96 132 37,5% 1.117 1.236 10,7% 1.213 1.368 12,8% 7,9% 9,6% Su b -To ta l 2.963 3.038 2,5% 40.278 49.614 23,2% 43.241 52.652 21,8% 6,9% 5,8% TOTAL GER AL 7 .8 2 9 7 .3 9 6 -5 ,5 % 9 7 .8 8 8 1 0 7 .6 8 6 1 0 ,0 % 8 ,9 % 7 ,4 % 6 ,4 % 1 0 5 .7 1 7 1 1 5 .0 8 2 4.3.2 Hospital de Dia / Área de Dia O Hospital de Dia sendo uma unidade de internamento parcial para tratamento, integração e socialização de doentes com patologia do foro psiquiátrico e mental, centra a sua atividade na prestação de cuidados após o internamento, designadamente, tratamentos por via endovenosa, atividades psicoterapêuticas abertas ao exterior, psicologia clínica, grupos de apoio a familiares de doentes, grupo de treino de aptidões sociais e outras psicoterapias de grupo e individuais, integração Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 28 sensorial, psicodrama e psicodança. Está especialmente indicado para doentes em fase de recuperação de episódio agudo que determinou internamento completo, mas ainda a necessitar de cuidados diários. Também é útil no controlo de crises ou episódios em início ou que não tenham critérios para internamento completo, ou de doentes de controlo difícil ou com resistência ao tratamento. A adesão é voluntária regendo-se por um contrato previamente subscrito, onde estão definidas as condições, duração e objetivos do tratamento. As Áreas de Dia desenvolvem atividades em várias áreas, nomeadamente, através de grupos de apoio a doentes e familiares, grupos de auto-ajuda, grupos de treino de aptidões, organização e dinamização de diversos ateliers sendo todas as atividades acompanhadas por profissionais que promovem e orientam as diversas tarefas no conjunto das 7 Áreas de Dia que o CHPL disponibiliza, das quais 5 funcionam em estruturas autónomas e distantes da sede (Odivelas, Graça e Olivais em Lisboa, Sintra e Vila Franca de Xira). QUADRO V EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE DO H. DIA / ÁREA DE DIA 2012 / 2013 Se ssõ e s H o sp i ta l d e D i a / Áre a d e Dia D o e n te s Se ssõ e s/D o e n te 2012 1013 % VAR . 2012 1013 % VAR . 2012 1013 % VAR . Sector A 3.228 3.753 1 6 ,3 41 42 2 ,4 78,7 89,4 1 3 ,5 Sector C 1.972 1.184 -4 0 ,0 33 29 -1 2 ,1 59,8 40,8 -3 1 ,7 Sector L 2.214 2.684 2 1 ,2 62 84 3 5 ,5 35,7 32,0 -1 0 ,5 Sector S 3.894 3.244 -1 6 ,7 113 79 -3 0 ,1 34,5 41,1 1 9 ,2 Psicogeriatria 1.310 1.024 -2 1 ,8 29 17 -4 1 ,4 45,2 60,2 3 3 ,3 Alcoologia 2.396 3.635 5 1 ,7 84 109 2 9 ,8 28,5 33,3 1 6 ,9 412 538 3 0 ,6 4 4 0 ,0 103,0 134,5 3 0 ,6 Formação Profissional 4.287 4.298 0 ,3 33 32 -3 ,0 129,9 134,3 3 ,4 Grupo Teatro Terapêutico 1.059 1.125 6 ,2 17 17 0 ,0 62,3 66,2 6 ,2 Terapia Ocupacional 5.340 6.139 1 5 ,0 74 79 6 ,8 72,2 77,7 7 ,7 84 450 4 3 5 ,7 5 9 8 0 ,0 16,8 50,0 1 9 7 ,6 2 6 .1 9 6 2 8 .0 7 4 7 ,2 495 501 1 ,2 5 2 ,9 5 6 ,0 5 ,9 Casa da Graça Rádio Aurora TOTAL Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 29 4.3.3 Intervenção Domiciliária As Equipas de Serviço Domiciliário caracterizam-se por serem equipas de intervenção multidisciplinar, tendo como principal objetivo contribuir para a promoção da saúde mental da população residente nas freguesias abrangidas, assegurando a prestação de cuidados mais próximos das pessoas e encontrando mecanismos de agilização os quais visam uma maior participação da comunidade, dos utentes e das suas famílias. O apoio no domicílio visa a promoção de uma relação terapêutica entre utente/família e os profissionais prestadores de cuidados, através da avaliação de situações que possam comprometer ou alterar o estado de saúde mental da pessoa/família, realizando intervenções psico-educativas no âmbito do reconhecimento precoce de sinais e sintomas de descompensação. Contribui deste modo para melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde mental na comunidade. Durante o ano de 2013, foram realizadas 7.922 visitas (4.337 deslocações) pelas diferentes Equipas de Apoio Domiciliário, verificando-se um aumento de 11,5 % face ao período homólogo. 4.3.4 Urgência O Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa assegurou, em 2013, a Urgência da especialidade de Psiquiatria no serviço de Urgência do Centro Hospitalar Lisboa Central (Hospital de S. José), sendo as equipas constituídas por recursos humanos do CHPL. Neste sentido, o Serviço de Urgência do CHLC contou nos dois períodos diários de 12 horas na especialidade de Psiquiatria com a afetação de 2 médicos, 2 enfermeiros e 1 assistente operacional. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 30 4.4 SERVIÇOS DE APOIO À AÇÃO CLÍNICA 4.4.1 Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica A Unidade de Neurofisiologia continuou a diversificação e atualização técnica na área da Neurofisiologia Clínica, procurando não só dar resposta às solicitações internas do hospital mas também situá-lo como uma Unidade de referência no panorama do Serviço Nacional de Saúde. Conforme se verifica no Quadro VI, os exames realizados de electroencefalografia, Estudo do Sono e Electroconvulsivoterapia registaram um aumento de 0,5%, 15,5% e 8,2% respetivamente QUADRO VI EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EXAMES REALIZADOS 2012 / 2013 D e si g n a çã o Electroencefalografia Estudo do Sono Exa m e s re a l i za d o s p a ra C H PL Exa m e s re a l i za d o s p a ra Exte ri o r 2012 2013 % VAR . 2012 2013 699 810 15,9 1.095 70 89 27,1 14 To ta l Exa m e s R e a l i za d o s % VAR . 2012 2013 995 -9,1 1.794 1.805 0,6 8 -42,9 84 97 15,5 8,2 % VAR . Electroconvulsivoterapia 217 391 80,2 850 763 -10,2 1.067 1.154 Patologia Clínica 57.456 55.858 -2,8 14.210 18.634 31,1 71.666 74.492 3,9 Radiologia 370 423 14,3 1.812 1.565 -13,6 2.182 1.988 -8,9 A Unidade de Patologia Clínica registou um aumento de 3,9% face ao período homólogo. Os exames realizados aos utentes referenciados do exterior registaram um aumento de 31%. O CHPL dispõe de uma Unidade de Radiologia, apetrechada com equipamento destinado à realização de exames de radiologia convencional, permitindo dar uma resposta adequada às necessidades do Hospital, bem como às solicitações do exterior. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 31 Foram realizados 1.988 exames, a que correspondeu uma variação negativa de 8,9%, comparativamente com o ano de 2012. À semelhança do anterior período homólogo, a produção do serviço foi dirigida maioritariamente para o exterior, representando as solicitações internas apenas 21% do total de exames realizados e as solicitações externas 79%. 4.4.2 Serviços Farmacêuticos (SF) A missão dos Serviços Farmacêuticos (SF) é garantir o controlo integral do circuito de utilização do medicamento no CHPL, enquadrando a respetiva atividade com a missão da instituição. Para tal, os Serviços Farmacêuticos asseguram as terapêuticas instituídas aos utentes do CHPL, com garantia de qualidade, eficiência e segurança. Integrando as equipas multidisciplinares, os Serviços Farmacêuticos colaboram na reflexão sobre as necessidades de cada doente, promovem a utilização racional de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, sempre com o objetivo de assegurar cuidados de excelência aos utentes. 4.4.2.1 Análise ABC A análise ABC revela a manutenção do padrão de distribuição dos artigos e dos custos pelas 3 classes: aproximadamente 80% do valor do consumo global de medicamentos e produtos farmacêuticos é representado por aproximadamente 6% dos artigos movimentados. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 32 QUADRO VII Clas s e ANÁLISE ABC 2012 / 2013 A no 2012 N. º A rt igos V alor das s aídas (€) A no 2013 % N. º A rt igos V alor das s aídas (€) % A 51 581.512,7 80, 0% 77 438.002,7 80, 0% B 132 108.984,3 15, 0% 153 82.470,9 15, 0% C 664 36.212,2 5, 0% 591 27.415,9 5, 0% 847 726. 709, 2 821 547. 889, 5 4.4.2.2 Análise por Grupo Farmacoterapêutico Em 2013, o Grupo Farmacoterapêutico com maior impacto financeiro continua a ser, como seria de aguardar, o dos medicamentos do Sistema Nervoso Central, representando aproximadamente 78,9% da totalidade do custo. Registe-se o facto do valor total de consumo de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, expresso no seguinte quadro VIII, ter alcançado em 2013 o montante de 547.889,5 euros, significando comparativamente ao anterior período comparativo uma diminuição de 24,59% dos custos anuais com a aquisição de medicamentos e outros produtos farmacêuticos Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 33 QUADRO VIII GRUPOS FARMACOTERAPÊUTICOS COM MAIOR IMPACTO FINANCEIRO 2012 / 2013 (Euros) % do v alor Grupo Farmac ot erapêut ic o (Clas s if ic aç ão do FHNM) 2012 2013 t ot al do % VAR c ons umo Sistema Nervoso Central 617.712,1 432.497,0 78,94% -30, 0% Anti-infecciososos 17.729,5 13.097,9 2,39% -26, 1% Nutrição 13.113,5 12.416,5 2,27% -5, 3% Aparelho digestivo 18.572,0 19.472,1 3,55% 4, 8% Medicamentos usados em afecções cutâneas 13.176,5 12.125,4 2,21% -8, 0% 9.356,2 15.730,1 2,87% 68, 1% 11.481,1 12.507,9 2,28% 8, 9% Correctivos da Volémia e das alterações electrolíticas 5.014,2 4.449,1 0,81% -11, 3% Sangue 3.865,7 5.568,6 1,02% 44, 1% Aparelho Respiratório 4.663,3 5.232,1 0,95% 12, 2% 3.424,8 4.391,4 0,80% 28, 2% Medicação antialergica 1.582,0 1.421,8 0,26% -10, 1% Meios de diagnóstico 2.150,6 2.828,4 0,52% 31, 5% Aparelho Genitourinário 1.809,0 2.302,7 0,42% 27, 3% Aparelho locomotor 1.457,1 1.490,8 0,27% 2, 3% 46,8 52,0 0,01% 11, 2% Medicamentos usados em afecções oculares 695,1 894,3 0,16% 28, 6% Medicamentos Antineoplásicos e imunomoduladores 690,1 1.354,9 0,25% 96, 3% Medicamentos usados no tratamento de intoxicações 60,6 37,4 0,01% -38, 4% Medicamentos usados em afeccções otorrinolaringológicas 31,3 19,2 0,00% -38, 5% 7 2 6 .6 3 1 ,4 5 4 7 .8 8 9 ,5 Material de penso, gases medicinais e outros produtos Aparelho Cardiovascular Hormonas e medicamentos usados no tratamento de doenças endócrinas Vacinas e imunoglobulinas V alor t ot al do c ons umo de medic ament os e out ros produt os f armac êut ic os Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 34 GRÁFICO III ENCARGOS POR GRUPOS FARMACOTERAPEUTICOS 2013 2,4% 2,3% 3,6% 2,2% 78,9% 2,9% 2,3% 5,5% Sistema Nervoso Central Anti-infecciososos Nutrição Aparelho digestivo Relativamente aos medicamentos do Sistema Nervoso Central, destaca-se pelo peso relativo o subgrupo dos Antipsicóticos com mais de 60% do custo total daquele grupo de medicamentos. QUADRO IX GRUPOS FARMACOTERAPÊUTICOS - MEDICAMENTOS COM ACÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 2012 / 2013 Medic ament os c om Ac ç ão no Sis t ema Nerv os o Cent ral % 2012 Cons umo % 2013 Tot al Antipsicoticos Cons umo Tot al 525.773,0 72, 3% 347.613,1 63, 4% 43.751,1 6, 0% 40.461,1 7, 4% Antidepressores e lítio 12.736,0 1, 8% 11.451,2 2, 1% Ansioliticos, sedativos e hipnoticos 11.101,1 1, 5% 9.894,2 1, 8% 9.364,1 1, 3% 9.101,5 1, 7% 6.840,4 0, 9% 5.563,1 1, 0% 8.146,5 1, 1% 8.412,9 0, 02 617.712,1 85, 0% 432.497,0 78, 9% Antiepilepticos e Anticonvulsivantes e Estabilizadores do Humor Antiparkinsónicos Medicamento usados nos tratamentos das alterações das f. cognitivas Outros Sub grupos SNC Total grupo SNC Tot al de Grupos Farmac ot erapêut ic os 726. 709, 2 547. 889, 5 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 35 5. Análise Económica e Financeira Como já foi referido anteriormente, a estratégia desenvolvida, esteve alinhada com o Plano de Desempenho e Contrato Programa que, foram aprovados pela tutela, e deu-se continuidade a um conjunto de respostas integradas, preconizadas no Plano de Ação para a Restruturação e o Desenvolvimento dos Serviços de Saúde Mental em Portugal (Plano Nacional de Saúde Mental 20072016). A gestão criteriosa dos recursos alocados tem sido uma preocupação constante desde que iniciámos a nossa gestão em Fevereiro de 2007, aliás comprovada pelas atividades, objetivos e resultados alcançados ao longo dos anos, não obstante a redução no financiamento, que nos foi sucessivamente acompanhando ao longo dos anos (e que em 2013 e 2014 foi respetivamente de 17% e -12%), não espelhada na evolução da atividade assistencial. No que toca a constrangimentos, para além do que foi anteriormente referido, salientamos mais uma vez que durante o ano de 2013 continuámos a garantir, a expensas próprias, a manutenção do funcionamento da urgência psiquiátrica no Centro Hospitalar de Lisboa Central, disponibilizando a totalidade de recursos humanos, com a afetação nas 24h de 2 médicos, 2 enfermeiros e 2 assistentes operacionais, sem que aquela instituição nos reembolse dos montantes despendidos para essa atividade. Não podemos facturar a produção, nem sequer registá-la, uma vez que é efetuada, contabilizada e faturada pelo CHLC. Registo também para a baixa taxa de cobrança quer do próprio ano como de anos anteriores, sendo evidente nos casos da ADSE e, sobretudo, no caso do Ministério da Justiça/Serviços Prisionais. Debatemo-nos também, com pesados encargos com a aquisição de serviços e de manutenção do Parque Saúde de Lisboa, nomeadamente, segurança, manutenção das suas zonas verdes, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 36 tratamento de resíduos, arruamentos, muros, calçadas, iluminação e taxas, sem que algumas Entidades que aqui se encontram sedeadas nos reembolsem dessas despesas necessárias à sua segurança e conservação. Não podemos deixar de referir ainda, que a especificidade e especialização dos cuidados que prestamos, não estão reflectidas num modelo de pagamento próprio. O sistema de financiamento dos Hospitais Psiquiátricos deverá ser revisto, contemplando a especificidade das respectivas linhas de produção, claramente mais direccionada para os cuidados de proximidade, mais onerosos e menos “rentáveis” pelos tempos de resposta mais lentos que lhe estão associados, devem ser objecto de análise cuidada e reflectidos no modelo que vier a ser implementado. A análise económica e financeira que de seguida retratamos, espelha os resultados obtidos pelo Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL) no exercício de 2013, após o sexto ano completo à sua constituição, bem como uma análise comparativa com o exercício económico do ano anterior. 5.1 ANÁLISE ECONÓMICA 5.1.1 Decomposição dos Resultados A análise do quadro X permite-nos concluir que os resultados extraordinários do ano de 2013 atingiram um valor negativo de -168.678 euros. Os resultados financeiros aumentam de 53 mil euros para 178 mil euros. Os resultados correntes foram negativos, atingindo no final do ano de 2013 -3,758 milhões de euros, bem como o resultado líquido do exercício de 2013 em -3,927 milhões de euros. Os proveitos operacionais registam uma quebra de 9,80% relativamente ao ano anterior, alinhados com os custos operacionais que tiveram uma redução de 7,75%. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 37 O EBITDA “Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization”, que compreende a correção dos resultados operacionais pelas Amortizações e Provisões, embora positivo, sofre um decréscimo de 21,21% em relação ao ano de 2012. QUADRO X 2012 / 2013 RESULTADOS 2012 Resultados Operacionais -3.696.392 -3.936.857 6,51% 53.426 178.457 234,03% -3.642.966 -3.758.400 3,17% -295.491 -168.678 -42,92% -3.938.458 -3.927.079 -0,29% 564.965 445.143 -21,21% Resultados financeiros Resultados correntes Resultados Extraordinários Resultados Liquido do Exercício ∆% 2013 EBITDA Valores em euros O gráfico IV espelha claramente o que acabamos de referir: GRÁFICO IV RESULTADOS 500.000 0 -500.000 Res. Oper. Res. Finan. Res. Corrent. Res. Extra. Res. Liq. Exer. -1.000.000 -1.500.000 -2.000.000 2012 2013 -2.500.000 -3.000.000 -3.500.000 -4.000.000 -4.500.000 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 38 Res -1000000 Oper. Finan. Corrent. Extra. Exer. -2000000 -3000000 -4000000 -5000000 2011 2012 5.1.2 Análise Proveitos e Ganhos A análise dos quadros XI e XII, revelam que os proveitos totais foram de 24,106 milhões euros em 2013 e decrescem em valor absoluto 3.016 mil euros relativamente a 2012, e em termos percentuais em cerca de menos 11,12%. Refira-se que o decréscimo registado nos proveitos deve-se fundamentalmente à diminuição de 3.859 mil euros no montante de verbas transferidas através da DGO relativamente ao “plafond” de receitas atribuído para o ano de 2013, e que representou em termos percentuais -17,20% em relação ao ano de 2012: QUADRO XI 2012 / 2013 PROVEITOS 2012 ∆% 2013 Proveitos Totais 27.121.706 24.106.308 -11,12% Proveitos Operacionais 25.693.558 23.176.837 -9,80% Proveitos Financeiros Proveitos Correntes 54.581 179.488 228,85% 25.748.140 23.356.325 -9,29% 1.373.566 749.983 -45,40% Proveitos Extraordinários Valores em euros QUADRO XII 2012 / 2013 PROVEITOS 2012 ∆% 2013 1. Proveitos Totais 27.121.706 24.106.309 -11,12% 2. Transferências OE 22.442.396 18.583.138 -17,20% 3. Prestação de Serviços 1.441.902 1.571.699 9,00% 4. 2 / 1 83% 77% -7,23% 5. 3 / 1 5% 6% 20,00% Valores em euro Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 39 No gráfico V, encontra-se espelhada a decomposição dos proveitos: GRÁFICO V PROVEITOS 2012/2013 30.000.000 25.000.000 20.000.000 15.000.000 2012 10.000.000 2013 5.000.000 0 Proveitos Totais Transferências Prestação de OE Serviços 5.1.2.1 Proveitos Os proveitos totais baixaram 11,12% em 2013. Em 2013 as prestações de serviços totalizaram 1.571.699 mil euros e representaram 6% do total dos proveitos. As transferências provenientes do OE, principal fonte de financiamento, representaram 77% do total de proveitos. Relativamente a 2012 as transferências do OE sofrem um decréscimo em termos absolutos de 3.859.258 mil euros e em termos percentuais cerca de -17,20%. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 40 O internamento, com uma faturação de 1,238 milhões de euros, tem o maior peso no total das prestações de serviços, seguindo-se os MCDT com 276 mil euros faturados em 2013. As taxas moderadoras com uma faturação de 7.699 mil euros representam apenas 0,5% do total das prestações de serviços. Verifica-se um decréscimo de cerca de 73,30% em relação a 2012, devido à dispensa desse pagamento, conforme previsto na alínea b) do Artº. 8º. Do Decreto-Lei nº. 113/2011 de 29 de Novembro. O quadro XIII e o gráfico VI, permite-nos perceber melhor esta evolução: QUADRO XIII 2012 / 2013 PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS Internamento Consulta Externa Hospital de Dia 2012 ∆% 2013 1.180.903 1.238.376 4,87% 4.481 40.474 803,24% 0 9046 227.678 276.101 21,27% 28.840 7.699 -73,30% 1.441.902 1.571.696 9,00% Urgência Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica Taxas Moderadoras Outras Total Valores em euros Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 41 GRAFICO VI PROVEITOS 2012/2013 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 2012 600.000 2013 400.000 200.000 0 Internamento Consulta Externa MCDT Taxas Moderadoras 5.1.3 Análise Custos e Perdas O quadro XIV elucida-nos sobre a evolução global de custos verificada nos dois últimos anos, refletindo um decréscimo de cerca de 9,74%, em relação ao ano anterior. Os responsáveis por estes decréscimos foram as rubricas da despesa CMVMC e fornecimentos e serviços/subcontratos, que registaram respetivamente decréscimos de 22,87 % e 14,01%. QUADRO XIV 2012 / 2013 CUSTOS 2012 ∆% 2013 Custos Totais 31.060.164 28.033.388 -9,74% Custos Operacionais 29.389.951 27.113.694 -7,75% Custos Financeiros Custos Correntes Custos Extraordinários 1.156 1.031 -10,81% 29.391.107 27.114.726 -7,75% 1.669.057 918.662 -44,96% Valores em euros Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 42 Analisada a decomposição de custos, no quadro XV e gráfico VII, concluímos que os Custos com Pessoal representam 51% dos Custos Totais. Salienta-se, que os custos com pessoal foram os que sofreram a terceira maior redução percentual, cerca de 5,65%, a seguir aos CMVMC que registam uma redução de 22,87% e aos FSE e Subcontratos (-14,01%). Este resultado deveu-se fundamentalmente à não substituição dos trabalhadores que saíram, por aposentação e que não foram substituídos. QUADRO XV 2012 / 2013 CUSTOS 2013 ∆% 31.060.164 14.909.746 1.141.090 28.033.388 14.067.253 880.174 -9,74% -5,65% -22,87% 8.953.447 4.261.358 48% 4% 29% 13% 7.699.114 4.382.002 51% 3% 27% 16% -14,01% 2,83% 6,25% -25,00% -6,90% 23,08% 2012 1. Custos Totais 2. Custos com o Pessoal 3. CMVMC 4. Fornecimentos e Serviços Externos e Subcontratos 5. Amortizações do exercício 6. 2 / 1 7. 3 / 1 8. 4 / 1 9. 5 / 1 Valores em euros GRÁFICO VII EVOLUÇÃO GLOBAL DE CUSTOS 2012 / 2013 35.000.000 30.000.000 25.000.000 20.000.000 2012 15.000.000 2013 10.000.000 5.000.000 0 Custos Totais Custos com CMVMC o Pessoal FSE Amortiz. Exercício Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 43 Vejamos com mais pormenor a decomposição da estrutura de custos do CHPL por cada rubrica nos anos de 2012 e 2013: 5.1.3.1 Custos das mercadorias vendidas e das matérias consumidas Em 2013 os CMVMC decresceram 22,87%, comparativamente com o ano anterior. Os produtos farmacêuticos representaram 73% do total dos CMVMC e destes mais de 59% foram consumidos com medicamentos. O quadro XVI, revela que se registou uma diminuição em todas as rubricas com maior expressão financeira, à excepção Material de Manutenção e Conservação, que se deve ao facto de praticamente todos os trabalhos de manutenção das instalações elétricas e de pinturas interiores dos edifícios serem executados directamente pelo CHPL. QUADRO XVI 2012 / 2013 CUSTOS MERC. VEND. E MAT. CONSUMIDAS 1. Produtos Farmacêuticos 2012 ∆% 2013 835.841 646.793 -22,62% 87.349 75.831 -13,19% 449 320 -28,73% 4. Material de Consumo Hoteleiro 79.843 54.403 -31,86% 5. Material de Consumo Administrativo 64.335 46.564 -27,62% 6. Material de Manutenção e Conservação 66.896 53.740 -19,67% 6.376 2.523 -60,43% 8. Total 1.141.090 880.174 -22,87% 9. 1 / 8 73% 73% 0,32% 2. Material de Consumo Clínico 3. Produtos Alimentares 7. Outro Material de Consumo Valores em euros O gráfico VIII que agora se apresenta, espelha a evolução percentual verificada, em cada uma das rubricas. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 44 GRAFICO VIII EVOLUÇÃO DE CUSTOS MERCADORIAS VENDIDAS E MATÉRIAS CONSUMIDAS 2012/2013 900.000 800.000 700.000 600.000 500.000 400.000 2012 300.000 2013 200.000 100.000 0 Prod. Mat. de Farmac. Cons. Clínico Prod. Alim. Mat. Mat. de Mat. Outro Cons. Cons. Manut. Mat. Hotel. Adm. Conser. Cons. Os produtos farmacêuticos, registaram uma variação negativa de 22,62%, como se constata da análise do quadro XVII: QUADRO XVII 2012 / 2013 PRODUTOS FARMACÊUTICOS 2012 ∆% 2013 1.Medicamentos 709.794 525.185 -26,01% 2.Reagentes 109.131 12.002 98.903 13.351 11,24% 4.913 9.353 90,37% 5.Total 835.841 646.792 -22,62% 6. 1 / 5 85% 81% -4,38% 3.Outros materiais de consumo clínico 4.Outros -9,37% Valores em euros Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 45 Este resultado, foi possível à custa de vários fatores conjugados nomeadamente, redução do preço dos medicamentos, generalização da prescrição electrónica no Centro Hospitalar, obrigatoriedade da prescrição através do Formulário Interno, devendo as excepções serem devidamente justificadas e autorizadas pelo Conselho de Administração e ainda pela diminuição do número de doentes tratados no internamento, -5,8 %, comparativamente com o mesmo período do ano anterior. No quadro XVIII, encontra-se registada a variação do Material de Consumo Clínico, por tipo de artigos mais consumidos. Não obstante terem sido tratados mais doentes com patologia do foro médico, fruto de termos uma população de doentes de evolução prolongada com uma faixa etária elevada e com comorbilidades e que originam consumos significativos de material de penso e tratamento, houve uma diminuição global do número de doentes tratados, como anteriormente se referiu. Salientamos, no entanto, que o decréscimo registado de cerca de 13,19% no consumo clinico, não se deveu somente à redução do número de doentes, mas sobretudo a uma maior eficiência na gestão de stocks nos serviços e no armazém, da revisão sistemática de níveis ajustados às alterações das lotações dos serviços e do perfil de consumo dos doentes. QUADRO XVIII 2012 / 2013 MATERIAL DE CONSUMO CLÍNICO Penso 2012 ∆% 2013 4.764 2.991 -37,22% 417 503 20,62% Tratamento 13.361 13.330 -0,23% Electromedicina 10.801 9.538 -11,69% 5.043 4.550 -9,78% 52.963 44.919 -15,19% 87.349 75.831 -13,19% Artigos Cirúrgicos Laboratório Próteses Osteosintese Outro Total Valores em euros Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 46 QUADRO XIX 2012 / 2013 INTERNAMENTO Doentes Agudos Unidades de Reabilitação Unidades de Residentes Forense Total Ano 2012 Ano 2013 Ano 2012 Ano 2013 Cons. Cons.Medic. Produtos Farm. Cons. Cons.Medic. Produtos Farm. Consumo Consumo de Medic. de Medic. / D.I / D.I 144.332 100.880 301.047 55.763 602.022 5.458 1.959 10.579 1.357 19.353 106.795 81.009 200.058 38.658 426.520 5.601 738 13.354 1.543 21.236 3,90 3,70 5,50 5,10 4,60 2,90 2,60 3,80 3,40 3,30 Ano 2012 ∆% -25,00% -28,40% -30,10% -33,40% -29,40% Ano 2013 Consumo de Consumo de Medic. / D.T Medic. / D.T 62,50 833,70 1393,70 1360,10 225,0 49,70 658,60 881,30 899,00 169,2 Valores em euros D.I – Dias de Internamento D.T - Doente Tratado 5.1.3.2 Custos com pessoal No quadro XX e gráfico IX, e como já foi referido anteriormente as despesas com pessoal atingiram 14.067.253 euros em 2013 e foram inferiores em 842.492 mil euros ao valor registado neste agrupamento no ano de 2012, representando um decréscimo de 5,65%. As remunerações base de pessoal totalizaram 8.942 mil euros, representando um decréscimo de 8,58% comparativamente a 2012. Os encargos sobre remunerações representaram 2.400 mil euros, não sendo expressiva a variação registada. Os subsídios de férias e natal representaram 1.299.916 mil euros e cresceram 41,66%, resultante da aplicação do disposto no Artº. 28º. da Lei 66-B/2012 de 31/12/2012 (Orçamento de Estado 2013) e ainda da Lei 39/2013 de 21 de Junho. Os suplementos de remunerações com um montante de 1.031 mil euros que decresceram numa percentagem de 34,01%. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 47 ∆% -20,40% -21,00% -36,80% -33,40% -24,80% QUADRO XX 2012 / 2013 CUSTOS COM PESSOAL 2012 ∆% 2013 157.439 168.344 6,93% Remunerações Base do Pessoal 9.781.451 8.942.598 -8,58% Suplementos de Remunerações 1.561.811 1.030.702 -34,01% Remunerações dos Órgãos Diretivos 69.161 68.354 -1,17% 120.925 108.909 -9,94% 2.223.698 2.399.885 7,92% 3.001 956 -68,14% 74.622 47.589 -36,23% 13.992.108 12.767.337 -8,75% Prestações Sociais Diretas Pensões Encargos sobre Remunerações Seguros e Acidentes de Trabalho Outros Custos com Pessoal Total Valores em euros QUADRO XX A 2012 ∆% 2013 Custo com Pessoal 14.909.745 14.067.253 -5,65% Remunerações. S/ Subs. Natal e Férias 13.992.108 12767.337 -8,75% 917.637 1.299.916 41,66% Subsídio de Férias e Natal Valores em euros GRAFICO IX EVOLUÇÃO DOS CUSTOS - PESSOAL 2012/2013 12.000.000 10.000.000 8.000.000 6.000.000 4.000.000 2.000.000 0 2012 2013 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 48 As horas extraordinárias representaram 20.759 mil euros no ano de 2013, tendo havido um decréscimo em valores absolutos de 9.445 mil euros, o que se traduziu em termos percentuais em 31,27% relativamente ao ano de 2012. Esta redução foi conseguida devido à reorganização das escalas de urgência e a uma criteriosa afetação de recursos aos serviços. As noites e suplementos representaram 359.449 mil euros e decrescem 465.564 mil euros em termos absolutos, e 56,43% em termos percentuais, relativamente ao ano de 2012, resultado da variação negativa do valor hora de qualidade, mas também de uma racionalização dos Recursos Humanos. O quadro XXI permite-nos comparar a evolução verificada nos últimos dois anos: QUADRO XXI 2012 / 2013 SUPLEMENTOS DE REMUNERAÇÕES 2012 ∆% 2013 9.781.451 8.942.598 -8,58% 2 – Horas Extraordinárias 30.204 20.759 -31,27% 3 – Noites e Suplementos 825.013 359.449 -56,43% 4 – Decreto Lei 62/79 - (2)+(3) 855.217 380.208 -55,54% 8,74% 4,25% -51,35% 1 – Remunerações Base de Pessoal % (4) / (1) Valores em euros 5.1.3.3 Custos com fornecimentos e serviços externos Os custos com fornecimentos e serviços externos sofrem um decréscimo de 15,74 %, traduzindo-se numa diminuição em valores absolutos de 1.112.968 mil euros. O maior decréscimo registou-se na rubrica fornecimentos e serviços III que sofreu uma diminuição de 23,25 %, Os fornecimentos e Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 49 serviços externos conjuntamente com os subcontratos representam, na sua globalidade, 27,46% do total dos custos da instituição e variaram negativamente, de 2012 para 2013, em -14,01%. O quadro XXII espelha claramente o que acabamos de referir: QUADRO XXII 2012 / 2013 FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS 2012 Fornecimentos e serviços I Fornecimentos e Serviços II Fornecimentos e Serviços III Outros Fornecimentos e Serviços Total ∆% 2013 -11,41% 2.159.337 1.912.972 282.353 472.002 67,17% 4.609.890 19.810 3.538.008 35.441 -23,25% 7.071.391 5.958.423 -15,74% 78,90% Valores em euros Analisando o quadro XXIII, constata-se que os subcontratos, registam um decréscimo de -7,37%, tendo sido a rubrica “Outros Subcontratos” que contribuiu para o mesmo, QUADRO XXIII 2012 / 2013 SUBCONTRATOS 2012 2013 ∆% Mei os Compl ementa res de Di a gnós ti co 24.411 21.949 -10,09% Mei os Compl ementa res de Tera pêuti ca 1.620 2.124 31,11% 1.840.550 1.704.734 -7,38% Tra ns porte de Doentes 7.828 10.380 32,60% Outros Subcontra tos 4.807 1.504 -68,71% 1.879.216 1.740.691 Interna mentos Total -7,37% Valores em euros O quadro seguinte traduz de modo inequívoco a evolução muito positiva de alguns dos principais indicadores de atividade do CHPL nos últimos 5 anos. Merece particular destaque as melhorias obtidas em produtividade, em acessibilidade e na redução de custos que espelham em termos globais os ganhos de eficiência alcançados. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 50 QUADRO XXIV 2009 a 2013 Sintese últimos 5 anos 2009 2010 2011 2012 2013 1.273.846 1.273.846 1.343.950 1.057.406 815.580 19.272 19.180 19.780 20.339 19.735 860 836 748 712 691 Nº Doentes Tratados 3.370 3.193 3.028 2.676 2.521 Nº Consultas 82.630 87.704 89.602 105.717 115.082 Nº Sessões H. Dia/A. Dia 13.406 14.627 13.455 26.196 28.074 Nº Visitas Domiciliárias 712 2.200 4.697 7.106 7.922 56.500,69 € 79.246,11 € 67.940,43 € 122.619,99 € 84.150,98 € 532.434,28 € 392.449,11 € 579.631,71 € 504.952,40 € 781.164,88 € Total Receita Cobrada 34.259.746,00 € 34.320.309,22 € 29.654.425,51 € 24.703.560,64 € 21.968.583,25 € Total Despesa Paga 34.229.984,12 € 31.315.069,60 € 28.531.055,15 € 27.200.206,74 € 23.964.260,59 € Área de Influência Utilizadores Nº Colaboradores Custos Operacionais Pagos Proveitos Operacionais Cobrados 5.2 ANÁLISE PATRIMONIAL E FINANCEIRA 5.2.1 Balanço e estrutura patrimonial O Ativo Líquido ascendeu a 61.735 mil euros no final de 2013, apresentando assim uma variação negativa de -4,37 % relativamente ao valor apresentado em 31 de Dezembro de 2012. À mesma data, o Ativo Circulante representou 2.409 mil euros dos quais 1.243 euros estavam contabilizados sobre a forma de disponibilidades. Não estando evidenciados nos mapas transcritos, não podemos deixar de referir que a instituição apresentava à data de 31 de Dezembro de 2013 um saldo de fundos alheios de 2.408 mil euros. Este saldo, resulta da movimentação de diversas contas de Fundos Alheios a débito e a crédito, de que destacamos a conta 26891991 – “Conta Particular de Doentes”, com um saldo credor de 2.216 mil euros. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 51 Quanto ao Passivo, as Dívidas de Curto Prazo representavam 71,70% do total, de referir que no montante dos outros credores está incluído o valor correspondente à Conta Particular de Doentes, que comparativamente com o ano de 2012 sofreu um acréscimo de 34,42%. Em acréscimos de custos foram contabilizados 1.603 milhões de euros, que inclui 1.279 milhões de euros resultantes da especialização do encargo com subsídios de férias e segurança social do pessoal do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Em proveitos diferidos estavam contabilizados, no final deste exercício, o montante de 324.079 mil euros, que provêm de subsídios de investimento. O quadro XXV permite-nos comparar a evolução verificada nos últimos dois anos: QUADRO XXV 2012 / 2013 BALANÇO 2012 ∆% 2013 Ativo Imobilizado Líquido 53.696.866 51.000.290 -5,02% Circulante 10.853.166 10.714.882 -1,27% Acréscimos e Diferimentos 7.959 20.215 153,99% 64.557.991 61.735.387 -4,37% 60.077.295 56.078.552 -6,66% Curto Prazo 2.089.830 4.053.551 93,97% Acréscimos e Diferimentos 2.390.867 1.603.284 -32,94% Sub -Total 4.480.697 5.656.835 26,25% Total 64.557.991 61.735.387 -4,37% Total Capital Próprio e Passivo Capital Próprio Passivo Valores em euros Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 52 5.2.2 Fluxos Financeiros No exercício de 2013 registaram-se pagamentos no montante 29 milhões de euros e recebimentos na ordem dos 28 milhões de euros. Sendo que o saldo inicial das disponibilidades foi de 3,62 milhões de euros e o saldo final foi de 2,40 milhões de euros, verificando-se assim uma diminuição das disponibilidades na presente gerência, como nos elucidam os gráficos X e XI: GRÁFICO X GRÁFICO XI 2,4 ME 3,62 ME 29 ME 28 ME Pagamentos Recebimentos Saldo Final Saldo Inicial Transitou de 2012 para 2013 o montante de 3,627 milhões de euros, onde estavam incluídos 1,997 ME de Fundos Próprios, que se destinavam ao pagamento da empreitada de reconstrução de um Pavilhão destinado ao funcionamento de um serviço Regional de Psiquiatria Forense. Nesse sentido, na gerência de 2013 verificou-se a conclusão da empreitada de remodelação desse pavilhão tendo sido efetuados pagamentos por conta do referido saldo. O saldo final de 2013 no valor de 2,409 ME inclui 1,133 euros de Fundos Próprios, e ainda 2,408 ME de Fundos Alheios. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 53 5.2.3 Análise de Indicadores A análise dos rácios transcritos no quadro XXVI, revela uma instabilidade financeira, contrariamente ao conseguido ao longo dos últimos anos, atendendo á redução no financiamento atribuído a este Centro Hospitalar: QUADRO XXVI 2012 / 2013 RACIOS Autonomia Financeira Liquidez Geral Liquidez Imediata Solvabilidade 2012 2013 0,95 4,55 1,10 14,11 0,94 2,09 0,04 11,17 O rácio de autonomia financeira, não registou uma alteração significativa relativamente ao ano de 2012, garantindo quase uma total cobertura do Passivo Exigível, uma vez que o nosso ativo liquido reflete as faturas por cobrar, onde estão ainda por cobrar o montante de 4.399.074 euros à Direção Geral dos Serviços Prisionais. O rácio de liquidez imediata passa de 1,10 em 2012 para 0,04 em 2013, revelando um decréscimo na capacidade de serem satisfeitas as dívidas a curto prazo apenas com as disponibilidades. O rácio de liquidez geral tem um decréscimo de 4,55 em 2012 para 2,09 em 2013 devido a um aumento do passivo a curto prazo, uma vez que houve um aumento significativo das dívidas a fornecedores e outros credores. O rácio da solvabilidade comparativamente com o ano 2012 tem um decréscimo atendendo ao aumento do passivo total, cobrindo apenas 11,17% das responsabilidades deste Centro Hospitalar. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 54 O quadro XXVII elucida-nos relativamente a alguns rácios económicos: QUADRO XXVII 2012 / 2013 INDICADORES 2012 Prazo Médio de Pagamento Prazo Médio de Recebimento Duração Média das Existências 2013 7 54 1.202 1.426 131 101 O prazo médio de recebimento passa de 1 202 dias em 2012 para 1 426 dias em 2013. Para este aumento contribuiu essencialmente, o facto do atraso que se verifica no pagamento da dívida por parte da Direção Geral dos Serviços Prisionais que remonta a Maio de 2010. O prazo médio de pagamento de 2012 para 2013 registou alteração significativa, passando para 54 dias no final do ano de 2013 resultante do aumento das dívidas a fornecedores. O aumento deste indicador deve-se a uma incapacidade de solver as dívidas de aquisição de bens e serviços e de investimento com as nossas disponibilidades financeiras. As existências em armazém no final de 2012 cobriam 131 dias de consumo, enquanto no final de 2013 passaram a cobrir 101 dias. Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 55 5.2.4 Investimentos Em 2013 o CHPL investiu 1.686 mil euros, dos quais 1.611 mil euros foram em Edifícios e Outras Construções e 39.754 mil euros em Equipamento Administrativo e Informático. A variação nas imobilizações incorpóreas, deve-se fundamentalmente à conclusão da obra de remodelação do Pavilhão 28, destinado ao funcionamento de um Serviço de Psiquiatria Forense de Âmbito Regional. O quadro XXVIII permite-nos comparar a evolução verificada nos últimos dois anos: QUADRO XXVIII 2012 / 2013 INVESTIMENTO 2012 ∆% 2013 Imobilizações corpóreas Edifícios e outras construções 2.329.941 1.611.773 -30,82% 236.647 31.059 -86,88% Equipamento de transporte 8.257 2.968 -64,05% Ferramentas e utensílios 2.843 215 -92,44% 221.853 39.754 -82,08% 8.186 0 2.807.726 1.685.770 42.561 0 2.850.287 1.685.770 Equipamento básico Equipamentos Administrativo e Informático Outras imobilizações corpóreas Sub - total -39,96% Imobilizações em curso Imobilizações incorpóreas Despesas de Instalação Total -40,86% Valores em euros Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 56 O gráfico XII espelha a evolução verificada nos últimos dois anos: GRAFICO XII INVESTIMENTO 2012/2013 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 2012 500.000 2013 0 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa em, 10 Julho de 2014 O Conselho de Administração Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa 57