MatériadeCapa Capa Geotecn Imagem do satélite Landsat 7 – Reservatório de Furnas – Minas Gerais – 2001. No círculo, em detalhe, a Usina Hidrelétrica de Furnas Os departamentos de Engenharia Ambiental (DEA. T), de Engenharia Civil (DEC. T) e de Patrimônio Imobiliário (DPI. T) utilizam um conjunto de tecnologias para a identificação de flora, fauna, espelhos d’água, recursos minerais, locais de influência dos reservatórios, traçados de linhas de transmissão, bens das populações atingidas etc. Os técnicos contam com o auxílio do CAD (desenhos auxiliados por computador), Sistemas de Informação Geográfica (SIG), sensoriamento remoto (imagens de satélites e fotografias aéreas), além do Sistema de Posicionamento Global (GPS). 8 • julho 2004 • Linha Direta nº 310 Todas estas atividades, executadas por sistemas específicos, são voltadas à coleta e tratamento de informações espaciais, definidas como geoprocessamento e realizadas por especialistas das Divisões de Suporte a Projetos de Meio Ambiente (DSPP.T), de Geotecnia e Segurança de Barragens (DGSB.T) e Técnica de Patrimônio Imobiliário (DTPI.T). A importância destas ferramentas para empresas que atuam no segmento de geração e transmissão de energia elétrica é fundamental no desenvolvimento de diversos projetos. Meio Ambiente A área de meio ambiente tem utilizado largamente geotecno- logias. Segundo Marcos José Cavalcanti, da DSPP.T, a versatilidade do SIG permite a entrada de dados, exibição, visualização em duas dimensões (2D) e três dimensões (3D), manipulação e representação de objetos gráficos e não gráficos. Com o SIG os especialistas da Divisão de Suporte a Projetos de Meio Ambiente de FURNAS, podem, entre outras atividades, realizar a demarcação de unidades de conservação e de corredores para delimitação de estudos de viabilidade, simulação de enchimento de reservatório, determinação de pontos de áreas arqueológicas e de pontos de campanhas para área limnológica, além de análises estatísticas. As imagens de satélites são utilizadas para identificação da vegetação, espelhos d’água, plantações, áreas urbanas, estradas etc. “Utilizamos os satélites Landsat 5, Landsat 7 e Ikonos. A diferença entre os três é que no Landsat 5 temos uma resolução de 30 por 30 metros do pixel, no Landsat 7, de 15 por 15 metros na banda pancromática e, no Ikonos, com uma resolução de 1 por 1 metro, temos imagens bem definidas de tipologias vegetais, indicando com precisão se o local é uma área desmatada ou reflorestada”, ressaltou Marcos Cavalcanti. Geotecnia Ademar de Brito Filho, da Divisão de Geotecnia e Segurança de Barra- ologias aproximam a realidade gens, trabalha com cartografia há mais de 30 anos. Em suas atividades ele utiliza imagens de satélites Landsat 7, Ikonos, Quick-Bird, Sopt, Jers-1 e Radsat, além do GPS de alta precisão com georeferenciamento de centímetros, ou seja, as variações das coordenadas plotadas pelo equipamento são de 1 centímetro por 1 centímetro. Com isto, a margem de erro nas atividades de campo ficam bastante reduzidas. Entre os diversos trabalhos realizados pela DGSB.T, ele cita o levantamento topográfico de sítio de barragens para se fazer os projetos de engenharia civil, a batimetria rastreada, cujo objetivo é o levantamento do nível de assoreamento dos reservatórios e, traçados de linhas de transmissão. “Nossas atividades estão presentes nos estudos de viabilidade dos aproveitamentos de Jirau e Santo Antônio (RO), Butiri Queimado e Maranhão (GO), Paulistas (MG/GO) e Água Limpa (MT)”, ressaltou Ademar Filho. A Divisão de Geotecnia e Segurança de Barragens também atua no desenvolvimento de estudos de inventário e, atualmente, trabalha nos levantamentos de dados da bacia do rio Teles Pires, no estado de Mato Grosso. As ortofotografias complementam as ações levantadas através do GPS, na identificação de áreas e benfeitorias. Todas as informações coletadas são transportadas para o CAD, que identifica e calcula as áreas comprometidas pelos projetos de construção de reservatórios e de linhas de transmissão em estudo por FURNAS. A partir daí é construido um banco de dados para que se possa fazer, com precisão, a valoração das posteriores indenizações. Maria da Conceição Costa de Almeida trabalha com cartografia des- de 1978. Para ela, um dos maiores desafios enfrentados pela Divisão Técnica de Patrimônio Imobiliário foi a da implantação dos cinco assentamentos ao redor do reservatório da Usina de Manso. “Para a criação dos assentamentos, utilizamos ortofotografias e, também, a restituição digital que permite a identificação da elevação dos terrenos, da hidrografia local e a divisa das propriedades. Este trabalho foi pioneiro em FURNAS. Lá nos assentamentos relocamos mais de 300 famílias”, lembrou Conceição Almeida. Ortofoto com restituição, utilizada no levantamento das propriedades vizinhas à Usina de Manso (MT) Propriedades A DTPI.T utiliza como ferramentas o GPS de alta precisão e ortofotografias (fotografias aéreas). O GPS, usado para delimitar propriedades que venham a ser atingidas pelos empreendimentos, segue a normatização do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) cuja margem de erro permitida para as medições é de 50 cm. Linha Direta nº 310 • julho 2004 • 9