SUMÁRIO
PROPOSTA PEDAGÓGICA .............................................................................................................. 03
Maria Cordélia Soares Machado
ESPECIAL-CIÊNCIA NA ANTÁRTICA: A PESQUISA BRASILEIRA E O ANO POLAR INTERNACIONAL.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA
ESPECIAL - CIÊNCIA NA ANTÁRTICA: A PESQUISA BRASILEIRA E
O ANO POLAR INTERNACIONAL
Maria Cordélia Soares Machado 1
1. Introdução
A região antártica, compreendendo aproximadamente 14 milhões de quilômetros quadrados,
exerce profunda influência no clima global e, por conseqüência, nos ecossistemas e na
sociedade, em especial, na América do Sul.
A questão das mudanças globais trouxe a Antártica para nosso cotidiano, com temas
relevantes como, por exemplo, a constatação da destruição da camada de ozônio, ou do
derretimento do gelo, ou da existência de climas temperados num passado geológico mais
remoto. Em suma, os estudos relativos às mudanças climáticas e influências do ser humano no
ambiente antártico são críticos para se compreender a evolução e o estado atual do sistema
atmosfera-crosta-gelo-oceano, as conseqüências para os organismos vivos e as conexões com
o resto do planeta. Hoje, sabe-se que a Antártica é tão importante quanto a Amazônia para o
clima sul-americano.
A comunidade científica internacional prepara-se intensamente para o IV Ano Polar
Internacional (2007–2009), o qual integrará mais de 60 países, para entender o papel do
Ártico e da Antártica no meio ambiente global.
O Programa Antártico brasileiro – PROANTAR tem como propósito a realização de
substancial pesquisa científica na região antártica, com a finalidade de compreender os
fenômenos ali ocorrentes e sua influência sobre o território brasileiro.
O PROANTAR possui, basicamente, três segmentos:
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1. Logístico: sob a responsabilidade da Secretaria da Comissão Interministerial para os
Recursos do Mar – SECIRM, que implementa o apoio logístico às Operações Antárticas.
2. Científico: constituído pelo Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas – CONAPA, órgão
assessor do MCT para assuntos científicos antárticos e responsável pelo relacionamento
interinstitucional com o Comitê Científico da Pesquisa Antártica - Scientific Committee on
Antarctic Research (SCAR), e pelo CNPq, órgão responsável pelo fomento e pela
coordenação da execução das pesquisas científicas realizadas por universidades e demais
instituições de pesquisa.
3. Ambiental: sob a responsabilidade do Grupo de Avaliação Ambiental do Proantar
(GAAM), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente
O Programa promove, de forma interdisciplinar e interinstitucional, pesquisa na área de
Ciências da Terra, Ciências da Atmosfera e Ciências da Vida.
Várias disciplinas estão envolvidas na pesquisa antártica, de modo a englobar todos os
conhecimentos necessários. Entre elas: Matemática, Química, Física, Biologia, Português,
Inglês,
Direito
e
Diplomacia,
Geografia,
Medicina,
Glaciologia,
Meteorologia,
Telecomunicações, Meteorologia, Astronomia e Astrofísica, Computação, Modelagem e
Oceanografia.
2. Ano Polar Internacional
O ano de 2007 marcará o 125º aniversário do 1º Ano Polar Internacional (1882-83), 75º
aniversário do 2º Ano Polar Internacional (1932-33) e 50º aniversário do Ano Geofísico
Internacional (1957-58). As três iniciativas científicas contribuíram, de maneira significativa,
para o entendimento de processos globais e estimularam a cooperação científica internacional
voltada para a pesquisa das regiões polares da Terra.
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O Conselho Internacional para Ciências (ICSU), co-apoiado pela Organização Meteorológica
Mundial, decidiu, em sua 28ª Assembléia Geral, liderar a organização do IV Ano Polar
Internacional (API). O API deverá ocorrer durante o biênio 2007-2008, começando em 01 de
março de 2007 e indo até 01 de março de 2009. O Grupo de Planejamento do Ano Polar
Internacional foi formado para estabelecer o Plano Científico e reuniu as pesquisas
coordenadas internacionalmente, que irão focar as mudanças que estão ocorrendo nas regiões
polares e analisar sua importância ambiental e econômica para o planeta.
O API está funcionando como um ponto focal e organizando instrumentos para novos
projetos de pesquisa polar e contará com uma extensa programação de palestras e
investigações laboratoriais até 2011. Reunirá pesquisadores de diversos países para a
realização de estudos multidisciplinares nas regiões do Ártico e da Antártica. Pode-se obter
mais detalhes de trabalhos propostos através de um site espacial para o API (www.ipy.org).
Os países também estão começando a comprometer recursos.
O API, portanto, objetiva expandir os limites da pesquisa polar. Junto com estudos como a
redução da camada de ozônio e débitos do subsolo permanentemente congelado, existem
projetos procurando conhecimentos extensivos dos ecossistemas marinhos e da vida polar. As
regiões polares são também regiões ideais para conduzir estudos que desvendem os mistérios
do interior da Terra e olhem para o sol e o cosmo, além de explorar avanços tecnológicos
modernos, indo de capacidades de sensoriamento remoto por satélite a análises genômicas.
Os projetos do API podem mostrar ao mundo porque o que acontece nessas localidades
remotas está intimamente ligado ao nosso passado, presente e futuro e eles podem atrair uma
nova geração de cientistas para o campo das pesquisas polares.
3. O contexto brasileiro
Ao ratificar o Tratado da Antártica, em 1975, o Brasil assumiu compromissos internacionais
de realizar substancial pesquisa científica e zelar pela preservação do meio ambiente antártico.
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O Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) foi criado pelo Decreto n.º 86.830, de
12.01.1982. As pesquisas brasileiras no âmbito do PROANTAR tiveram início no verão
austral de 1982-83, com a Operação Antártica I. A primeira expedição teve um caráter
essencialmente exploratório, em especial na região da península Antártica e ilhas adjacentes.
A partir do verão de 1983-84 e, em especial, depois do estabelecimento da Estação Antártica
Comandante Ferraz (EACF) na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, em 1984, e sua
posterior ampliação, intenso programa de pesquisas antárticas passou a ser desenvolvido.
As atividades científicas brasileiras na Antártica qualificaram o Brasil como membro
consultivo do Tratado Antártico, a partir de 1993, e como membro do SCAR.
Além destas pesquisas iniciais, novas pesquisas foram implementadas por meio de duas
grandes redes, voltadas para:
1. O impacto das mudanças ambientais globais na Antártica e suas conseqüências para o
Brasil;
2. A avaliação do impacto ambiental das próprias atividades brasileiras naquela região.
Em novembro de 2004, o Grupo de Planejamento do Ano Polar Internacional abriu chamada
aos pesquisadores para que enviassem cartas de intenções, nas quais deveriam abordar o tema
da pesquisa, os grupos de cooperação e o local de realização.
Todas as cartas de intenções recomendadas foram convidadas pelo Grupo a apresentar os
projetos de pesquisa detalhados para análise e julgamento. O Brasil conseguiu a
recomendação de todos os projetos enviados. Assim, temos hoje vinte e nove propostas
brasileiras recomendadas.
É importante deixar claro que a participação brasileira efetiva no API ampliará o papel da
nação no cenário mundial e poderá aumentar o status do país no sistema jurídico que rege as
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atividades na região antártica, ou seja, o Sistema do Tratado Antártico, ampliando, inclusive,
o acesso a dados estratégicos a serem coletados na região. Para isto, a participação brasileira
no Ano Polar Internacional necessita de apoio significativo, político e estratégico dos órgãos
governamentais para as atividades científicas.
4. Os objetivos do programa
O maior objetivo é o envolvimento do sistema educacional brasileiro, para que informe
nossos estudantes e a sociedade sobre o que já foi realizado e o estágio atual das pesquisas
antárticas brasileiras, e contextualize a importância das atividades e pesquisas antárticas para
a vida e a economia do Brasil.
Pretende-se ressaltar a necessidade de formação de novas gerações de técnicos e cientistas,
mostrar o papel da região polar antártica no meio ambiente brasileiro e, ainda, pesquisar a
evolução dos seres vivos naquela região e seu papel para a América do Sul.
Objetiva-se, também, mostrar a importância do Ano Polar Internacional e da participação do
Brasil neste megaesforço internacional, multiinstitucional e interdisciplinar que aumentará
nossa habilidade para detectar mudanças ambientais globais e avaliar suas conseqüências
sobre o homem, incluindo as conseqüências socioeconômicas.
Temas que serão debatidos no Programa Especial - Ciência na Antártica: a pesquisa
brasileira e o Ano Polar Internacional, que será apresentada no programa Salto para o
Futuro /TV Escola/SEED/MEC no dia 25 de setembro de 2006:
•
as interações atmosfera-espaço-gelo-oceano controladoras da variabilidade climática no
Brasil;
•
o oceano austral e seu papel no clima e na previsão meteorológica e no Brasil;
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•
o impacto das mudanças globais na Antártica e as conseqüências para o Brasil, em
particular sobre o aquecimento global e o conseqüente derretimento do gelo;
•
a diversidade, a abundância e a distribuição da vida marinha, de microorganismos a
mamíferos;
•
a evolução da vida no ambiente marinho da Antártica;
•
as adaptações fisiológicas ao frio importantes para a medicina e no desenvolvimento de
bioprodutos;
•
as investigações geofísicas e geológicas visando ao entendimento da sua influência atual
na margem continental brasileira e no passado geológico;
•
a relevância da Antártica no planeta, em especial para a América do Sul e no cotidiano
socioeconômico brasileiro.
Nota:
1
Doutora em Oceanografia Biológica pela Universidade de Paris VI. Analista
de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). É
Coordenadora para Mar e Antártica da Secretaria de Políticas e Programas
de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED/MCT). Consultora deste programa
especial.
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Presidência da República
Ministério da Educação - MEC
Secretaria de Educação a Distância - SEED
TV ESCOLA SALTO/PARA O FUTURO
Diretoria do Departamento de Produção e Capacitação em Educação a Distância
Coordenação Geral de Produção e Programação
Coordenação Geral de Capacitação
Supervisora Pedagógica
Rosa Helena Mendonça
Coordenadora de Utilização e Avaliação
Mônica Mufarrej
Copidesque e Revisão
Magda Frediani Martins
Diagramação e Editoração
Equipe do Núcleo de Produção Gráfica de Mídia Impressa
Gerência de Criação e Produção de Arte
Consultora especialmente convidada
Maria Cordélia Soares Machado
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Home page: www.tvebrasil.com.br/salto
Rua da Relação, 18, 4º andar. Centro.
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Setembro 2006
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Especial: Ciência na Antártica - Base Integradora da TV Escola