CROP BIOTECH UPDATE Agosto de 2013 NOTÍCIAS Mundiais RECÉM-DESCOBERTO GENE DO ARROZ RESISTENTE À SECA Uma equipe internacional de cientistas agrícolas do Instituto Nacional de Ciências Agrobiológicas do Japão (NIAS, sigla em inglês) e o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) identificaram um gene no arroz chamado de Deeper Rooting 1 (DRO1) que confere raízes mais profundas para as plantas, o que triplica a produção durante as secas. O arroz é altamente suscetível à seca por causa da sua raiz curta, mas novos estudos mostram que apontar as raízes para baixo em vez de para os lados faz com que o gene DRO1 desenvolva raízes quase duas vezes mais profundas do que aquelas nas variedades padrão de arroz. O principal autor do estudo, Yusaku Uga, um pesquisador do NIAS, disse: “Se o arroz se adaptar ou evitar condições de seca usando raízes mais profundas, ele poderá obter água e nutrientes de camadas de solo profundas.” A equipe fez um entrecruzamento de 3 variações de arroz: o IR64, uma variedade altamente produtiva, mas de raízes curtas, uma variedade de arroz comercial suscetível à seca e uma variedade de arroz de raízes profundas das regiões altas das Filipinas, chamada de Kinandang Patong. Embora o IR64 já tenha o gene DRO1, ele não consegue produzir as proteínas necessárias que permitem que o gene funcione de maneira eficaz. Os cientistas então combinaram as altas produções do IR64 com o gene DRO1 totalmente funcional no Kinandang Patong. As plantas resultantes tinham raízes capazes de alcançar mais do que o dobro de profundidade do que as do IR64. Ao serem testadas em condições simuladas de seca moderada, as produções do IR64 foram reduzidas em quase 60%, enquanto as plantas híbridas sofreram somente uma perda de produção de 10%. Em seca extrema, o IR64 falhou completamente, mas as novas plantas continuaram a produzir grãos – cerca de 30% da produção de arroz que não sofreu estresse crescendo em condições normais. Segundo Manabu Ishitani do CIAT: “É uma descoberta muito animadora. Sabemos há algum tempo que raízes mais profundas economizam tempo dos produtores rurais durante os períodos de seca, mas até agora não tínhamos conhecimento de qual gene no arroz é responsável pela arquitetura radicular, ou pela função de controlá-la.”. Os resultados deste estudo foram publicados na revista Nature Genetics disponíveis em: http://www.nature.com/ng/journal/vaop/ncurrent/full/ng.2725.html (doi:10.1038/ng.2725). A nota à imprensa do CIAT pode ser lida em: http://www.ciatnews.cgiar.org/2013/08/06/newly-discovered-rice-gene-goes-to-the-rootof-drought-resistance/. INICIATIVA GLOBAL DEVE FORTALECER A AGRICULTURA SUSTENTÁVEL Reafirmando a importância crítica de agricultura sustentável, uma aliança de 16 líderes agrícolas e conservacionistas globais se reuniu no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013 para lançar uma nova iniciativa que visa aproximar as agendas de agricultura e de conservação. O programa será conduzido por meio da expansão do diálogo, construção da base de evidências científicas e da pavimentação de um caminho claro de colaboração rumo aos objetivos de desenvolvimento sustentável pós 2015. O programa de Iniciativa de Aproximação entre a Agricultura e a Conservação – (Bridging Agriculture and Conservation Initiative) liderado pela Bioversity International visa construir e alavancar a ciência existente para assegurar o avanço crítico baseado em evidência de abordagens práticas e sinergéticas que funcionam em todos os níveis. Desta forma, os 16 líderes globais redigiram uma declaração que concorda com a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento agrícola que aborde as necessidades atuais e futuras da sociedade no que diz respeito a sistemas agrícolas e de alimentos mais produtivos, mais sustentáveis, socialmente equitativos, resistentes, nutritivos e adaptáveis. Para mais informações, visite http://www.cbd.int/doc/press/2013/pr-2013-08-13agriculture-en.pdf. ISAAA PUBLICA ARTIGO ESPECIAL SOBRE A TOLERÂNCIA À SECA NO MILHO ISAAA publicou "Progress in Achieving and Delivering Drought Tolerance in Maize - An Update", como um artigo especial para destacar a enorme importância global da característica de tolerância à seca, que praticamente nenhuma cultura ou produtor rural no mundo pode se dar ao luxo de não ter. O autor, Dr. Greg O. Edmeades contribuiu com esta revisão global oportuna, originalmente publicado no Brief 44 do ISAAA, que se concentra no status da tolerância à seca no milho, tanto nas abordagens convencionais e geneticamente modificadas, no setor público e privado, e discute as perspectivas futuras no curto, médio e longo prazo. Dada a falta de água e seu papel cardinal na produção agrícola, o artigo especial enfatizou que a tolerância à seca e o uso eficiente de água deveriam receber a mais alta prioridade no desenvolvimento de culturas futuras. A tolerância à seca no milho conferida pelas culturas geneticamente modificadas é vista como a característica mais importante que será comercializada a partir da segunda década de comercialização, porque é de longe a restrição mais importante que impede o aumento da produtividade em cultivares em todo mundo. "A análise do milho tolerante à seca é particularmente relevante na África subsaariana, por causa da urgente necessidade humanitária de incrementar a produção de milho, que é o alimento básico para mais de 300 milhões de pessoas, sendo que uma proporção significativa delas está sofrendo de fome e desnutrição", observou Dr. Clive James, Presidente do Conselho Executivo do ISAAA. Notadamente, o artigo especial destaca os avanços feitos quanto à tolerância à seca no milho, a medida que a seca continua a desestabilizar a produção do milho e as produções de milho, especificamente nas principais regiões da África subsaariana onde a irrigação não é viável e implica um custo humano direto. O artigo especial apoiado pelas principais referências foi tirado do Status Global de Culturas Geneticamente Modificadas Comercializadas: 2012, Brief 44 do ISAAA. Para mais informações, envie um e-mail para [email protected] e para obter uma cópia da edição especial sobre a seca, baixe http://www.isaaa.org/resources/publications/briefs/44/specialfeature/Progress%20in% 20Achieving%20and%20Delivering%20Drought%20Tolerance%20in%20Maize.pdf. CIENTISTAS DOS EUA E REINO UNIDO TRABALHAM PARA CRIAR CULTURAS DO FUTURO Quatro equipes de pesquisadores dos Estados Unidos e do Reino Unido receberam mais de $12 milhões para mudar os métodos agrícolas atuais e criar culturas que irão vicejar sem fertilizantes artificiais dispendiosos e poluentes. A Fundação Nacional da Ciência (National Science Foundation -NSF) nos EUA e o Conselho de Pesquisa em Biotecnologia e Ciências Biológicas do Reino Unido (Biotechnology and Biological Sciences Research Council - BBSRC) criaram as bolsas seguindo um “Laboratório de Ideias” que se concentra em novas abordagens para lidar com os desafios do nitrogênio na crescente demanda global por alimentos. Até 2015, mais de 190,4 milhões de toneladas de nitrogênio serão necessárias para suprir os alimentos do mundo. As propriedades rurais dependem de grandes quantidades de fertilizante produzidos industrialmente ricos em nitrogênio para assegurar as produção agrícolas, mas a prática vem com compensações, já que são dispendiosos e usam grandes quantias de combustível fóssil. Eles também geram problemas ambientais, degradam os solos e produzem afluentes que escorrem para os rios poluindo as águas doces e as zonas costais. "A dependência de fertilizantes artificiais nitrogenados para a produção de culturas alimentares e seus efeitos ambientais prejudiciais são subestimados de muitas formas. Felizmente, há cientistas prestando atenção em como estes fertilizantes artificiais podem ser substituídos pelo abundante nitrogênio atmosférico," disse John Wingfield, o diretor adjunto da NSF para Ciências Biológicas. Os quatro projetos do Laboratório de Ideias são: Nitroplast: Uma organela sintética operada por luz e fixadora de nitrogênio Nitrogenase tolerante a oxigênio Desenvolvimento de simbiose sintética entre plantas e bactérias para suprir o nitrogênio às culturas Desenvolver a habilidade de fixação de nitrogênio nas células fotossintéticas de produção de oxigênio e matéria orgânica Para mais detalhes sobre estes projetos, leia a nota à imprensa da NSF disponível em: http://www.nsf.gov/news/news_summ.jsp?cntn_id=128878. África MANDIOCA COM VITAMINA A É LANÇADA NA NIGÉRIA A mandioca com vitamina A foi formalmente lançada na Nigéria em 31 de julho sob a Agenda de Transformação Agrícola do governo federal. O Ministro de Agricultura Dr. Akin Adesina e representantes do Ministério da Saúde lideraram o evento no estado de Akwa-Ibom, do qual participaram mais de 2.000 produtores rurais e outros colaboradores da área de agricultura, nutrição e desenvolvimento. As três variedades de mandioca lançadas foram o produto de um trabalho colaborativo empreendido pelo Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA) e o Instituto Nacional de Pesquisas de Variedades de Raízes da Nigéria (NRCRI), sob o programa HarvestPlus. Paul Ilona, o Diretor da HarvestPlus para a Nigéria estava presente no lançamento, e afirmou: O lançamento nacional é um reconhecimento de que os alimentos básicos biofortificados assim como a mandioca com vitamina A podem constituir um componente importante na estratégia de melhorar os resultados nutricionais e de saúde pública na Nigéria." Nos próximos cinco anos, a HarvestPlus irá continuar a trabalhar com o governo, produtores agrícolas, e com setor privado para incrementar substancialmente a disseminação da mandioca com vitamina A na Nigéria. A meta é que 10 milhões de nigerianos cultivem e consumam mandioca com vitamina A até 2018. Para mais detalhes, leia a nota à imprensa da HarvestPlus disponível em: http://www.harvestplus.org/content/vitamin-cassava-dissemination-officially-launchednigeria. NIGÉRIA LANÇA DOIS HÍBRIDOS DE MILHO BRANCO COM MATURAÇÃO EXTRA PRECOCE A Nigéria lançou dois híbridos de milho com maturação extra precoce combinados com resistência/tolerância à Striga, à seca e ao baixo consumo de nitrogênio do solo. Os híbridos de milho, desenvolvidos pelo International Institute of Tropical Agriculture (IITA), eram originalmente conhecidos como IITA Hybrid EEWH-21 e IITA Hybrid EEWH-26, agora designados Ife Maizehyb-5 e Ife Maizehyb-6. As linhagens foram amplamente testadas na Nigéria em parceria com o Instituto de Treinamento e Pesquisa Agrícola (Institute of Agricultural Research and Training - IAR&T) com apoio do Projeto Milho Tolerante à Seca para a África (Drought Tolerant Maize for Africa - DTMA). A produção potencial do Ife Maizehyb-5 é 6,0 t/ha e o Ife Maizehyb-6 gera 5,5 t/ha. As variedades locais geram cerca de 1,5 t/ha. "O lançamento dos dois híbridos extra precoces deve contribuir para a redução significativa da instabilidade das produções de milho na Nigéria, bem como em outros países na África ocidental e central," segundo Baffour Badu-Apraku, o melhorador de milho do IITA e membro da equipe que desenvolveu os híbridos. Para mais informações, leia a matéria em: http://allafrica.com/stories/201308230345.html. Américas ESTUDO SOBRE MECANISMO VEGETAL OFERECE NOVA PERSPECTIVA SOBRE PESQUISAS CLIMÁTICAS Um estudo conduzido na Stony Brook University revelou como as plantas respondem e se adaptam a níveis elevados de dióxido de carbono (CO2) e temperaturas mais altas. O estudo, que abriu uma nova perspectiva em pesquisas climáticas, foi liderado pela pesquisadora Qiong A. Liu, que descobriu que níveis elevados de CO2 e temperaturas mais altas afetam o aspecto de expressão genética que controla a época de floração e a reprodução celular nas plantas. Usando o sequenciamento de próxima geração em combinação com análises estatísticas e computacionais, Liu e sua equipe de pesquisas proveram o primeiro perfil de amplitude genômica que mostra que a crescente concentração atmosférica de CO2 e de temperaturas que irão ocorrer neste século podem alterar a expressão de quatro grupos funcionais de miRNAs. Liu disse: “Estes resultados indicam que sob as condições de aquecimento global, a produção de grãos e biomassa vegetal poderá ser mudada em virtude da alteração da expressão destes miRNAs.” Ela acrescentou que a identificação destes miRNAs prove o ponto inicial para melhorar a produção das plantas, para satisfazer os desafios vindouros do aquecimento global. Para mais detalhes sobre este estudo, leia a nota à imprensa disponível em: http://commcgi.cc.stonybrook.edu/am2/publish/General_University_News_2/ Planting_a_New_Perspective_on_Climate_Research.shtml?=marquee1. CIENTISTAS ARGENTINOS DESENVOLVEM BATATA GENETICAMENTE MODIFICADA RESISTENTE A VÍRUS Os cientistas argentinos desenvolveram batatas resistentes ao Vírus Y da Batata (PVY, em inglês), uma doença que reduz as produções da cultura de 20 a 80 por cento. A equipe é liderada por Fernando Bravo Almonacid do Conselho Nacional de Pesquisas da Argentina, CONICET no Instituto para Pesquisa em Engenharia Genética e Biologia Molecular (INGEBI, CONICET-UBA). Por seis anos, os pesquisadores testaram 2.000 plantas de duas linhagens diferentes das províncias de Córdova, Mendoza e Buenos Aires. Os resultados mostraram que as plantas geneticamente modificadas (GM) não foram infectadas, enquanto a taxa de infecção era de 60 a 80 por cento nas plantas não geneticamente modificadas. A pesquisa foi feita sob a supervisão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina. Para saber mais, leia a nota à imprensa disponível em espanhol no site da Agro-Bio: http://www.agrobio.org/fend/index.php?op=YXA9I2NIVmliR2xqWVdOcGIyND0maW09I0 5UQT0maT0jTmpNMw. NOVA PESQUISA PODERÁ LEVAR AO DESENVOLVIMENTO DE TOMATES MAIS SABOROSOS E RESISTENTE A DOENÇAS Uma pesquisa realizada na Purdue University descobriu que os compostos que determinam as características das plantas, tais como o sabor do tomate, podem ser modificados para controlar a produção destes compostos nas plantas. Os pesquisadores estudaram os terpenos, uma classe importante de compostos voláteis que influenciam o sabor das frutas e o odor das flores das plantas, com o objetivo de produzir grandes quantias de monoterpenos. Os monoterpenos determinam o sabor da fruta e o odor da flor, eles desempenham a função de atrair os polinizadores e as características que as plantas podem ter de repelir ou se defenderem de pragas. Natalia Dudareva, professora de bioquímica da Purdue University disse: “A pesquisa poderia propor uma variedade de usos, tais como a melhoria do sabor das frutas, inclusive de tomates frescos de mercados, o aumento da resistência das plantas contra pragas ou doenças, ou a produção de determinados sabores, fragrâncias e produtos farmacêuticos." Para mais informações sobre esta pesquisa, leia a nota à imprensa em: http://www.purdue.edu/newsroom/releases/2013/Q3/research-could-lead-to-bettertasting-tomatoes,-other-benefits.html. PESQUISADORES DESCOBREM COMO PLANTAS EVITAM QUEIMADURAS SOLARES Os pesquisadores de Dartmouth College, o Instituto Salk de Estudos Biológicos (Salk Institute for Biological Studies), e a Australian National University descobriram um grupo de proteínas relacionadas ao estresse que explica como as plantas evitam ser queimadas sob luz intensa, uma descoberta que poderá ajudar biotecnólogos a desenvolver culturas que podem lidar melhor com condições mais quentes e secas. No estudo, o Professor de Dartmouth Hou-Sung Jung e seus colegas mostraram que um grupo de fatores de transcrição chamados de Fatores de Transcrição de Choque Térmico (Heat Shock Transcription Factors) são responsáveis pelas respostas rápidas de plantas a mudanças de intensidade da luz – partindo de emissão de luz adequadas para fotossíntese até uma luz intensa que causa queimadura. Os fatores de transcrição, que são proteínas que controlam o fluxo de informações genéticas, geram uma enzima que é responsável por desintoxicar moléculas prejudiciais, que se acumulam sob luz muito intensa. Jung agora está estudando os fatores envolvidos nas respostas das plantas à exposição prolongada à luz intensa. Estudar estes fatores de resposta de curto e longo prazo pode possibilitar a criação de plantas com maior proteção à luz intensa com taxas maiores de fotossíntese. Os resultados desta pesquisa foram resumidos em um artigo na revista PNAS disponível em: http://www.pnas.org/content/early/2013/07/31/1311632110.abstract (DOI: 10.1073/pnas.1311632110). PERU RECEBE APOIO DE PESQUISA AGRÍCOLA DA COREIA DO SUL O Ministério da Agricultura e Irrigação (MINAGRI) do Peru divulgou que a Coreia do Sul irá apoiar o Peru em atividades de pesquisas relacionadas à agricultura e pecuária que estão sendo conduzidas pelo Instituto Nacional de Inovação Agrária (INIA) da Coreia. A cooperação será feita através da próxima instalação de um centro permanente de pesquisas do Projeto Coreia de Agricultura Internacional (KOPIA) no Peru. O KOPIA irá assim prover cooperação técnica, financeira e material para executar uma gama de atividades, desde projetos de desenvolvimento agrícola a treinamento de pesquisadores peruanos por especialistas e pesquisadores coreanos. A construção do centro agrícola de alta tecnologia será realizada de acordo com o modelo estrutural do memorando de entendimento assinado pelo INIA e a Administração de Desenvolvimento Rural da Coreia (Rural Development Administration of Korea - RDA) em julho de 2012. Vide a nota à imprensa da Agência de Notícias peruana em http://www.andina.com.pe/Ingles/noticia-peru-s-korea-to-conduct-agricultural-researchprojects-469992.aspx. CIENTISTAS DE SASKATCHEWAN SEQUENCIARAM O GENOMA DA CAMELINA Os cientistas do grupo Genome Prairie de Saskatchewan divulgaram a sequência de DNA da Camelina, uma cultura de sementes oleaginosas popular na Europa e que está sendo cada vez mais reconhecida como uma plataforma industrial de óleo valiosa. Reno Pontarollo, CEO da Genome Prairie disse: “A conclusão da sequência do genoma da Camelina é um marco importante que possibilitará que empresas locais sejam mais inovadoras ao desenvolver de bioprodutos à base de camelina com valor industrial agregado.” Uma característica interessante apontada pelos cientistas é que o complemento do gene parece ser quase três vezes maior do que o da Arabidopsis thaliana, a espécie mais próxima amplamente usada como um modelo nos ambientes de laboratório. O uso mais importante da sequência genômica será para aplicações de cruzamento atuais e futuros. A sequência do genoma e sua anotação estão disponíveis em www.camelinadb.ca em um formato de visualizador de genoma, habilitado para pesquisa e alinhamento de sequência. Mais detalhes sobre esta pesquisa estão disponíveis em: http://www.genomeprairie.ca/news/prairie-team-first-sequence-camelina-genome. US APHIS DETERMINA O STATUS NÃO-REGULADO DO EVENTO FG72 DA SOJA O Serviço norte-americano de Inspeção e Saúde Vegetal (APHIS, sigla em inglês) recentemente analisou e conduziu uma avaliação de risco de pragas em plantas no Evento BCS FG72 da soja. O evento de soja geneticamente modificada FG72 (Glycine max cultivar Jack) da Bayer CropScience expressa duas proteínas que oferecem tolerância a herbicidas, 2mEPSPS do milho (Zea mays) e 4-hidroxifenilpiruvato dioxigenase (HPPD) da Pseudomonas fluorescens (estirpe A32). As proteínas 2mEPSPS e HPPD expressas na soja protegem a planta da aplicação de herbicidas de glifosato e isoxaflutole (IFT), respectivamente. Segundo o APHIS, é improvável que o Evento BCS FG72 da soja ofereça um risco de pragas em plantas. Isto se deve à sua ausência das seguintes características: o risco de pragas em plantas proveniente de materiais genéticos inseridos, as características de redução de ervas daninhas do Evento BCS FG72 da soja, respostas atípicas a doenças ou pragas em plantas no campo, efeitos de eliminação de organismos não alvos ou benéficos nos agroecossistema, e transferência horizontal de genes. Confira o artigo original em http://www.aphis.usda.gov/brs/aphisdocs/09_32801p_fpra.pdf. PESQUISADORES DESCOBREM ELEMENTO GENÉTICO MÓVEL BENÉFICO Os geneticistas da Universidade da Califórnia, em Riverside (UCR) descobriram um transposon que beneficia seu organismo hospedeiro. Os transposons, também chamados de elementos genéticos móveis, são elementos de DNA que se multiplicam e mudam de lugar dentro do genoma de um organismo. Os pesquisadores trabalharam com a Arabidopsis, e descobriram que o transposon COPIA-R7, que tinha se movido para o gene RPP7 relacionado à resistência a doenças, aumenta a imunidade do hospedeiro a microorganismos patogênicos de um grupo grande de parasitas semelhantes a fungos que causam inúmeras doenças nas plantas. "Nós oferecemos um novo exemplo para um evento de 'inserção adaptável de transposon” – inserções de transposons que podem ter efeitos benéficos para seus respectivos organismos hospedeiros – e descobrir as bases mecânicas dos seus efeitos benéficos para as plantas," diz Thomas Eulgem, professor adjunto da UCR e autor sênior da pesquisa. O trabalho de pesquisa publicado pela Proceedings of the National Academy of Sciences está disponível em: http://www.pnas.org/content/early/2013/08/09/1312545110.abstract. Mais detalhes estão disponíveis na nota à imprensa da UCR em: http://ucrtoday.ucr.edu/16990. CIENTISTAS DA CORNELL DESCOBREM 'FONTE DA JUVENTUDE' PARA AS FOLHAS Uma equipe de pesquisa da Universidade de Cornell liderada pelo Prof. Su-Sheng Gan identificou uma fonte enzimática de juventude que reduz a velocidade do processo de morte da folha. Em uma série de experiências usando a Arabidopsis thaliana, a equipe descobriu um regulador chave, o S3H, que age como um freio na morte da folha. Eles observaram que quando os níveis de S3H estão baixos, as folhas murcham precocemente, mas quando eles estão presentes em altos níveis, o resultado é maior longevidade da folha. O estudo apresenta mais detalhes sobre um processo altamente regulado com muitas etapas moleculares. Segundo Gan, calcula-se que a senescência das plantas ou envelhecimento biológico, envolva 10 por cento dos genes no genoma. As plantas usam um rápido processo ‘hipersensitivo' para bloquear os patógenos sacrificando as células infectadas para proteger os tecidos saudáveis no entorno. Gan disse: “Muitos dos avanços feitos pelos melhoradores de plantas na área de melhoria de produções são na verdade devido ao retardamento na senescência das folhas. É necessário que haja tecidos verdes de longa duração para dar suporte a produção de frutas, verduras, legumes e sementes. Portanto, a senescência limita a produção de muitas culturas." Leia mais sobre esta pesquisa em: http://www.news.cornell.edu/stories/2013/08/fountain-youth-leaves-discovered. CIENTISTAS CRIAM PLANTAS QUE PRODUZEM SEU PRÓPRIO FERTILIZANTE Os biólogos da Universidade de Washington, sob a direção de Himadri Pakrasi estão trabalhando em um projeto que modificará minúsculos mecanismos de fixação de nitrogênio dentro das células fotossintéticas. Trabalhando com uma bolsa concedida pelo “Ideas Lab”, projeto conjunto entre o National Science Foundation e o Biotechnology e o Biological Sciences Research Council do Reino Unido, a equipe planeja desenvolver as ferramentas biológicas sintéticas necessárias para remover o sistema de fixação de nitrogênio em uma espécie de cianobactéria (um filo de bactéria verde antigamente considerada uma alga) e colá-la em uma segunda cianobactéria que não fixa nitrogênio. Pakrasi disse: “No final, o que queremos fazer é remover todo este aparato de fixação de nitrogênio – que evoluiu uma vez e somente uma vez – e colocá-lo nas plantas. Por causa das exigências energéticas de fixação de nitrogênio, queremos colocá-lo nos cloroplastos, porque este é o lugar onde as moléculas de armazenamento de energia, as ATP, são produzidas. O objetivo geral, na verdade, é converter todas as cultivares, não somente legumes, em fixadores de nitrogênio. Para mais detalhes sobre este projeto, leia a nota à imprensa disponível em: http://news.wustl.edu/news/Pages/25585.aspx. Ásia e Pacífico PESQUISA SOBRE ARROZ DOURADO DEVE CONTINUAR INDEPENDENTEMENTE DE VANDALISMO NOS CAMPOS DE TESTE O Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI, em inglês) e o Instituto Filipino de Pesquisa do Arroz (PhilRice) não foram intimidados pela destruição do Arroz Dourado no teste em campo já que eles continuarão a pesquisa sobre a cultura enxergando a tecnologia como uma possível maneira de reduzir a deficiência de vitamina A. O Diretor Adjunto Geral do IRRI de Comunicações e Parcerias, Bruce Tolentino, disse que as pesquisas sobre o Arroz Dourado são parte do trabalho humanitário do instituto que visa reduzir a deficiência de vitamina A que afeta na maioria mulheres e crianças – e causa doenças, perda da visão e até a morte. Nas Filipinas, a deficiência de vitamina A afeta cerca de 1,7 milhão de crianças (15,2%) entre seis meses a cinco anos de idade. A deficiência subclínica de vitamina A afeta uma de cada dez mulheres grávidas. Os testes de campo do Arroz Dourado estão sendo conduzidos nas Filipinas pelo PhilRice e pelo IRRI. Os testes de campo foram liberados pelo DA-BPI, a autoridade reguladora nacional nas Filipinas para pesquisas e desenvolvimento em biotecnologia, após definir que os testes não oferecerão nenhum risco significativo ao meio ambiente e à saúde humana. Vide a nota à imprensa do IRRI em http://www.irri.org/index.php?option=com_k2&view=item&id=12638:malnutrition-fightnot-over-golden-rice-research-continues&lang=en. ARROZ TOLERANTE AO CALOR DESENVOLVIDO NA MALÁSIA O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola da Malásia (Malaysian Agricultural Research and Development Institute - MARDI) lançou uma variedade de arroz chamada de MRIA 1 que é resistente ao calor, não requer muita água e pode ser plantada fora da estação. Desenvolvida através da colaboração com o Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz, o MRIA 1 amadurece em 90 dias e é também mais resistente a doenças. O Ministro da Agricultura com Base Agrícola da Malásia, Datuk Seri Ismail Sabri Yaakob, que liderou o lançamento da nova cultivar, disse que a variedade de arroz ajudaria a aumentar a produção de arroz do país, ao mesmo tempo em que se adapta às mudanças climáticas. Anualmente, a Malásia importa pelo menos 30 por cento de arroz dos seus vizinhos, como a Tailândia e o Vietnã. Confira a nota à imprensa do MARDI em Bahasa no http://www.mardi.gov.my/documents/10138/daf551e7-ef3d-41cb-800a-cde088e32be6. Europa CIENTISTAS IDENTIFICAM COMPOSTO VEGETAL NATURAL QUE PROTEGE O MILHO DE CIGARRINHAS Um estudo recente realizado pelos cientistas da Rothamsted Research mostrou que expor o milho a um produto vegetal natural conhecido como cis-Jasmona (CJ) pode aumentar sua primeira defesa contra a cigarrinha Cicadulina storeyi. O estudo foi publicado na revista científica PLOS 1. Os pesquisadores da Rothamsted testaram o potencial do CJ para induzir uma resposta de defesa no milho. Quando os milhos jovens foram tratados previamente com CJ e depois infestados com cigarrinhas, eles liberaram compostos orgânicos voláteis (VOCs) que repeliram a praga. O efeito desta resposta foi maior dentro das primeiras poucas horas de infestação, ou seja, antes que as próprias pragas tivessem causado tal resposta. Quando a mistura de VOCs foi analisada em termos da sua composição química, descobriu-se que as plantas tratadas previamente com CJ emitiram quantias maiores de substâncias químicas que são repelentes naturais de insetos. Confira a nota à imprensa da Rothamsted Research em http://www.rothamsted.ac.uk/PressReleases-PRID=235.html. PESQUISA INDICA MUDANÇA DE OPINIÃO PÚBLICA NA ALEMANHA NO QUE DIZ RESPEITO À BIOTECNOLOGIA AGRÍCOLA A geração mais nova de alemães é mais aberta à biotecnologia agrícola do que a população em geral, de acordo com uma pesquisa da instituto de pesquisa de mercado Dimap. A pesquisa mostrou que pessoas entre 18 e 29 anos são mais liberais com relação à biotecnologia agrícola do que outras faixas etárias. Em termos de biotecnologia na agricultura, também há mais feedback positivo dos mais jovens em relação à população em geral. Mesmo entre os jovens, somente 33% são a favor de usar a engenharia genética na agricultura, enquanto 65% são contra. No entanto, após descobrir que 10% da área agrícola mundial já é plantada com culturas geneticamente modificadas, foi perguntado se os agricultores alemães deveriam ter livre escolha para plantar variedades geneticamente modificadas ou não. 54% dos jovens disseram que deveria ser escolha dos agricultores. Cerca de 46% dos jovens foram contra a liberdade de escolha do produtor rural, em comparação aos 62% da população em geral. Para mais informações, leia o GAIN Report disponível pelo USDA FAS em: http://gain.fas.usda.gov/Recent%20GAIN%20Publications/Survey%20indicates%20chan ge%20in%20public%20opinion%20_Berlin_Germany_8-1-2013.pdf. ARROZ TRANSGÊNICO OFERECE ANTICORPOS CONTRA O MORTAL ROTAVÍRUS Segundo um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Investigation, uma estirpe de arroz modificado geneticamente para proteger contra doenças relacionadas à diarreia poderia oferecer uma maneira economicamente rentável de proteger crianças em países em desenvolvimento. Os pesquisadores desenvolveram o arroz, chamado de MucoRice-ARP1, acrescentando ao genoma do arroz um anticorpo originalmente encontrado em lhamas para combater o rotavírus. O rotavírus é a principal causa de diarreia severa em crianças de todas as idades, e mata mais de 520.000 pessoas por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde. Mais de 85 por cento dessas mortes ocorrem em países pobres na África e na Ásia. O MucoRice-ARP1 foi dado a camundongos posteriormente infectados com rotavírus, e a equipe descobriu que esses camundongos tinham significativamente menos vírus do que os camundongos que se alimentaram com arroz comum. O arroz poderia ser usado para complementar as vacinas dadas às crianças, mas ele ainda será testado em humanos. Poderá levar uma década antes de um produto final estar pronto para distribuição, segundo Yoshikazu Yuki, um dos autores do estudo da Universidade de Tóquio no Japão. A equipe de pesquisas descobriu que o MucoRice-ARP1 é mais eficaz quando consumido como pó diluído em água, embora os anticorpos também possam ser ingeridos na forma de arroz cozido ou da ingestão da água na qual o MucoRice-ARP1 for fervido. O artigo completo no Journal of Clinical Investigation está disponível em: http://www.jci.org/articles/view/70266#sd (DOI:10.1172/JCI70266). Mais detalhes sobre a pesquisa estão disponíveis em: http://www.nature.com/news/gmrice-delivers-antibodies-against-deadly-rotavirus-1.13541?WT.ec_id=NEWS-20130813 e http://www.scidev.net/global/genomics/news/gm-rice-delivers-antibodies-against-deadlyrotavirus.html. A REGIÃO DE MILHO GENETICAMENTE MODIFICADO NA ESPANHA AUMENTA EM 20% O Ministério de Agricultura da Espanha reportou que 138.543,05 hectares foram plantados com milho geneticamente modificado, particularmente o Mon 810 da Monsanto registrando um aumento de quase 20 por cento a partir de 2012. A área plantada com a variedade resistente a pragas é responsável por quase um terço da área total cultivada com milho da Espanha. Apesar de a Espanha estar vivenciando um aumento no plantio de variedades geneticamente modificadas, a Monsanto disse que não irá buscar a aprovação para o cultivo de novas variedades agrícolas geneticamente modificadas por causa da posição negativa da União Europeia (UE) com relação à biotecnologia. Em uma declaração da empresa, a Monsanto declarou que: “Como a UE hoje é efetivamente um mercado de sementes convencional, nós temos progressivamente tirado a ênfase do cultivo de espécies agrícolas geneticamente modificadas na Europa.” Confira a matéria em http://www.fwi.co.uk/articles/16/08/2013/140574/spanish-gmmaize-area-increases-by-20.htm. PESQUISAS META-ANÁLISE: MILHO GENETICAMENTE MODIFICADO NÃO TEM EFEITO SOBRE 26 ORGANISMOS NÃO ALVOS NA ESPANHA Na Europa, é plantado milho geneticamente modificado desde 1998. Os regulamentos da Europa e da Espanha exigem que sejam feitos testes de laboratório e de campo para analisar possíveis riscos de culturas geneticamente modificada causados a organismos não alvos. Diversos testes de campo foram conduzidos na Espanha para medir os efeitos do milho geneticamente modificado em 26 classes de artrópodes e os registros escritos destes testes mostraram que o milho geneticamente modificado não causou nenhum efeito nos organismos não alvo. Os cientistas da Universitat de Lleida conduziram uma meta-análise combinando os resultados de 13 testes de campo independentes realizados na Espanha para melhorar o poder estatístico da análise. Em comparação com a análise de um único teste, a meta-análise mostrou maior detectabilidade de efeitos de tratamento para a maioria das classes, independentemente da técnica das amostras. Das 26 classes de artrópodes estudadas, somente três tiveram uma detectabilidade pior na meta-análise do que aquelas com melhores registros nos 13 testes únicos. Com base nas descobertas da meta-análise, o milho geneticamente modificado não teve nenhum efeito nos artrópodes herbívoros, predatórios e parasitoides mais comuns presentes nos ecossistemas de milho na Espanha. Leia o resumo em http://link.springer.com/article/10.1007/s11248-013-9737-0. ALÉM DA TRANSGENIA JOGO NO FACEBOOK DEVE SALVAR FREIXOS QUE ESTÃO MORRENDO Para ajudar a salvar os freixos que estão morrendo, os cientistas do Laboratório de Sainsbury contrataram uma empresa de jogos para desenvolver o "Fraxinus", um jogo do Facebook que usa dados genéticos reais do fungo que causa a murchidão do freixo, e do freixo comum, o Fraxinus excelsior. O Fraxinus envolve a combinação e o rearranjo de padrões de formas de folhas coloridas que representam nucleotídeos. Os cientistas acreditam que pessoas são melhores com isso do que os computadores, já o olho humano pode reconhecer padrões que os computadores não reconhecem. Ao jogar Fraxinus, o público ajuda a encontrar dicas sobre a diversidade do fungo da murchidão do freixo e como esse fungo causa essa doença devastadora. Dan MacLean, um cientista do Laboratório de Sainsbury que concebeu a ideia disse: “A cada jogada, obtemos uma análise pequena, mas muito útil. Quanto mais as pessoas o jogarem, mais precisos serão os resultados para nós e mais rapidamente poderemos gerar as informações necessárias para ajudar nossas florestas a se recuperar da epidemia atual. Para mais informações sobre o Fraxinus, leia a nota à imprensa disponível em: http://news.jic.ac.uk/2013/08/gamers-to-join-ash-dieback-fight-back/. ANÚNCIOS CURSO A DISTÂNCIA SOBRE BIOSSEGURANÇA EM BIOTECNOLOGIA VEGETAL O Que é: Ensino on-line – Nível 1 – Mestrado Internacional em Biossegurança em Biotecnologia Vegetal Onde: Departamento de Agricultura, Alimentos e Ciências Ambientais da Università Politecnica delle Marche (Universidade Politécnica de Marche) – Ancona, Itália Quando: O curso começa em 4 de novembro de 2013. Inscrições abertas até 7 de outubro de 2013. Para mais informações, visite o site da Universidade: http://www.univpm.it/Entra/Engine/RAServePG.php/P/894810013400/M/253510013478/ T/Documentazione. LEMBRETES DE DOCUMENTOS ATUALIZAÇÕES ANUAIS SOBRE CULTURAS GENETICAMENTE MODIFICADAS O ISAAA (Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia) publicou o Biotech Crop Annual Updates. A série inclui cinco documentos pequenos sobre culturas geneticamente modificadas, a saber: soja, milho, algodão, canola e alfafa. As informações incluídas na série incluem dados sobre adoção, países adotantes, características e os benefícios de cada cultura geneticamente modificada. Os conteúdos foram todos baseados no Relatório 44 do ISAAA: Status Global de Culturas Geneticamente Modificadas Comercializadas em 2012, de autoria de Clive James. Os documentos estão disponíveis para serem baixados no site: http://www.isaaa.org/resources/publications/biotech_crop_annual_update/default.asp. JOGOS SOBRE BIOTECNOLOGIA (NÃO SÓ PARA CRIANÇAS) O ISAAA lança a nova versão do Biotech sQuizBox (Not Just for Kids), uma cartilha de atividades relacionadas a biotecnologia. A publicação foi criada para informar o público sobre a biotecnologia através de jogos e quebra-cabeças em desenhos. Ele também oferece códigos URLs e QR, direcionando para mais informações sobre biotecnologia online. Baixe uma cópia agora em http://www.isaaa.org/resources/publications/biotech_squizbox/2013/download/default.as p. RELATÓRIO ANUAL DE BIOTECNOLOGIA AGRÍCOLA DA UNIÃO EUROPEIA Um relatório da Global Agricultural Information Network (Rede Global de Informações Agrícolas) sobre a Biotecnologia Agrícola na União Europeia (UE) foi recentemente publicado pelo Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O documento descreve como diversas partes interessadas continuam debatendo o uso da biotecnologia agrícola, de tal forma que a aceitação varia muito entre os adotantes, os de opiniões divergentes e os Estados Membros em oposição (EM). A política governamental na UE e nos EM sobre biotecnologia vegetal e animal é tão complexa e longa que retarda e restringe as pesquisas, o desenvolvimento, a produção e as importações. Há, no entanto, cinco EM que aumentaram a plantação de milho geneticamente modificado, e a UE tem sido uma consumidora importante de milhões de toneladas de produtos de soja e milho geneticamente modificados todo ano. Tem sido cada vez mais difícil e dispendioso para as empresas da UE obter produtos e ingredientes não modificados geneticamente para produtos alimentares que são rotulados como não sendo OGM. Confira o relatório completo em http://gain.fas.usda.gov/Recent%20GAIN%20Publications/Agricultural%20Biotechnology %20Annual_Paris_EU-27_7-12-2013.pdf. SUPLEMENTO DE BIOCOMBUSTÍVEIS PESQUISADORES DINAMARQUESES PROCESSAM PALHA DE TRIGO COM MENOS ENERGIA Referência da Revista Científica: http://www.biotechnologyforbiofuels.com/content/pdf/1754-6834-6-116.pdf Os pesquisadores de engenharia de bioprocessos da Universidade Técnica da Dinamarca reduziram a temperatura exigida para o pré-tratamento hidrotérmico da palha de trigo usando um processo de pré-etapas que permite a produção dos ácidos orgânicos para preservar os resíduos da palha. A produção de biocombustíveis a partir de biomassa lignocelulósica como a palha de trigo exige um processo de pré-tratamento baseado em princípios hidrotérmicos de altas temperaturas (170 a 220 graus Celsius) em solução aquosa, que é a etapa mais cara e que mais consome energia na conversão de biomassa. O grupo de pesquisa dinamarquês divulgou na revista científica Biotechnology for Biofuels o efeito benéfico da ensilagem da palha de trigo, um método bem conhecido de conservação de forragem através da produção de ácidos orgânicos, como um processo de pré-etapas ao pré-tratamento. O estudo do grupo buscou sujeitar a palha de trigo para fazer uma ensilagem de 4 semanas facilitada pelo acréscimo de xilose e bactérias de ácido láctico para a produção de ácidos orgânicos antes do pré-tratamento hidrotérmico. Os resultados mostraram evidências de conservação de polissacarídeos com ensilagem. Os dados sobre o rendimento de açúcar após a degradação enzimática das frações sólidas da palha de trigo ensilada e não ensilada mostrou um efeito positivo significante de ensilagem, especialmente em temperaturas abaixo de 170 e 180 graus Celsius. O grupo concluiu que a ensilagem permite potencialmente uma redução considerável no consumo de energia durante o pré-tratamento hidrotérmico da palha de trigo, tornando, desta forma, a produção de biocombustíveis desses materiais mais viável economicamente. PARCERIA PARA OTIMIZAR A CONVERSÃO DO BAGAÇO DA CANA-DE-AÇÚCAR EM ETANOL Nota à imprensa: http://www.nrel.gov/news/press/2013/2272.html O Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL, sigla em inglês) do Departamento Norte-Americano de Energia firmou um acordo de colaboração com a Ecopetrol, a maior empresa de petróleo da Colômbia, para converter o resíduo de cana-de-açúcar em combustível de etanol. No referido acordo, a Ecopetrol irá utilizar a capacidade do NREL de conversão de biomassa e a análise técnico-econômica, bem como suas instalações de última geração, para otimizar o processo de conversão para bagaço, os resíduos que sobram após os açúcares serem extraídos da cana. A cana-de-açúcar é uma das fontes de biomassa mais abundantes na Colômbia. O subproduto do bagaço é geralmente queimado para produzir vapor para a geração de energia. A Ecopetrol está atualmente considerando a produção comercial de etanol a partir do bagaço porque, desta forma, os trabalhadores com a cana-de-açúcar poderão aproveitar a estação não produtiva de chuvas para processar o bagaço armazenado na sua instalação. A Ecopetrol tem um centro de fermentação para converter o suco da cana-de-açúcar em etanol para combustível que também pode ser usado para a hidrólise do bagaço e fermentar os açúcares resultantes em etanol adicional. O desafio está na conversão da celulose presa dentro do material do bagaço em etanol. O NREL irá ajudar na otimização do processo de pré-tratamento a fim de desconstruir eficientemente o bagaço e deixar o produto pronto para os processos enzimáticos. ESTUDO: PLANTAÇÕES DE JATROFA NOS DESERTOS PODEM MITIGAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS Nota à imprensa: http://www.egu.eu/news/67/ Referência da revista científica: http://www.earth-syst-dynam.net/4/237/2013/esd-4-2372013.pdf A plantação em larga escala da Jatropha curcas em áreas costeiras quentes e secas em todo o mundo poderia ajudar a reduzir os níveis atmosféricos de dióxido de carbono, segundo um estudo publicado na revista científica Earth System Dynamics por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores alemães. Usando modelos computacionais e dados de plantações no Egito, Índia e Madagascar, a equipe avaliou que o cultivo disseminado da resistente Jatropha, que também pode ser usada na produção de biocombustíveis, poderia capturar de 17 a 25 toneladas de dióxido de carbono por hectare da atmosfera anualmente. Uma plantação ocupando somente 3 por cento do Deserto Árabe, por exemplo, poderia absorver em um período de 20 anos todo o dióxido de carbono gerado pelos veículos automotores na Alemanha ao longo do mesmo período. Segundo os pesquisadores, esta chamada abordagem de agricultura de carbono é muito adequada para a Jatropha pela sua habilidade de crescer em regiões quentes e secas que são inapropriadas para espécies agrícolas alimentares. Com cerca de um bilhão de hectares adequados para a agricultura de carbono, o método tem o potencial de capturar uma porção significativa de dióxido de carbono responsável pelo aquecimento global que é descartado na atmosfera desde a revolução industrial. Em termos de custo, descobriu-se que a agricultura de carbono era competitiva em comparação com a técnica de captura e armazenamento de carbono (CCS, em inglês). Os pré-requisitos de desalinhamento e irrigação após alguns anos de implantação podem ser corroborados pela bioenergia produzida pelas plantas (na forma de podas de árvores). A colheita dos frutos da Jatropha para a produção de biocombustíveis reduziria a quantia de carbono capturada pela plantação como um todo, mas valeria a pena como meio de abrir frente de trabalho local e como uma fonte extra de renda para os agricultores. PESQUISADORES TRANSFORMAM RESÍDUOS DE PAPEL EM BIOCOMBUSTÍVEL Nota à imprensa: http://news.ifr.ac.uk/2013/07/waste-paper-biofuels/ Referência da revista científica: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960852413001077 Os pesquisadores do Instituto para Pesquisas Alimentares (IFR) com sede no Reino Unido conseguiram produzir uma alta concentração de etanol a partir de resíduos de papel pela primeira vez, correspondendo aos resultados obtidos a partir de fontes tradicionais baseadas em alimentos. A conversão de etanol normalmente envolve a quebra de carboidratos em açúcares simples, chamada de sacarificação, e o uso de fermentação microbiana para transformar açúcares em etanol. Os cientistas do IFR otimizaram o processo conhecido como sacarificação e fermentação semissimultâneas (SSSF, em inglês) com acréscimos de lotes de resíduos de papel picado como substrato. O sucesso da estratégia dependeu de um biorreator especializado capaz de misturar e digerir a matéria-prima quando alimentado em lotes. O acréscimo precoce das enzimas seguido pelo acréscimo de lotes de substrato de papel resultou na produção de etanol em uma concentração de até 11,6 por cento, o que correspondeu aos resultados obtidos das matérias-primas de biocombustíveis de primeira geração, como a cana-deaçúcar, o milho e o trigo. Espera-se que essas descobertas iniciais aumentem ainda mais para mostrar a viabilidade econômica do processo, que tem um grande potencial para a produção sustentável de biocombustíveis, considerando o fato de que mais de 12 milhões de toneladas de resíduos de papel são gerados anualmente só no Reino Unido.