TD DE FÉRIAS – LITERATURA - 2º trimestre 2013 Ensino Médio – 1º ano – Turma: M1 PROFº (a). : JJ Nome: ________________________________________________________________ Data:___/___/___ 1. (G1 - ifsp 2013) O culto exagerado da forma, o rebuscamento, a riqueza de pormenores, o conflito entre o profano e o sagrado são características a) do Renascimento. b) da Ilustração. c) do Realismo. d) do Barroco. e) do Simbolismo. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; Com sua língua, ao nobre o vil decepa: O Velhaco maior sempre tem capa. Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. A flor baixa se inculca por tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa, Mais isento se mostra o que mais chupa. Para a tropa do trapo vazo a tripa E mais não digo, porque a Musa topa Em apa, epa, ipa, opa, upa. MATOS, Gregório de. Poemas. Belo Horizonte: Autêntica Ed., 1998. p. 56. (...) (Álvares de Azevedo) A visão de mundo expressa pelo eu lírico nos versos de Álvares de Azevedo revela o(a) a) desequilíbrio do poeta adolescente e indeciso, que não é capaz de amar uma mulher nem a si próprio. b) valorização da vida boêmia que proporciona um outro tipo felicidade, desvinculada de valores materiais. c) postura acrítica que o poeta tem diante da realidade, seja em relação ao amor, seja em relação à vida social. d) lamento do poeta que leva a vida peregrina e pobre, sem bens materiais e nenhuma forma de felicidade. e) constatação de que a música é o único expediente capaz de levá-lo à obtenção de recursos materiais. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, de expressões grosseiro, Dos frios gelo e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha estrela! (fredb.sites.uol.com.br/lusdecam.htm, adaptado) Glossário: carepa: caspa, sujeira. galorpa: instrumento utilizado pelos carpinteiros para aplainar madeira. increpar: censurar 2. (G1 - cftmg 2013) NÃO se identificou corretamente o recurso empregado na construção do verso em: a) “Para a tropa do trapo vazo a tripa” – aliteração. b) “Quem menos falar pode, mais increpa:” – paradoxo. c) “Bengala hoje na mão, ontem garlopa,” – metonímia. d) “E mais não digo, porque a Musa topa” – metalinguagem. 3. (G1 - cftmg 2013) O poema pode ser considerado exemplar da estética barroca porque a) explora o conflito entre fé e razão. b) estrutura-se sob a forma do soneto. c) satiriza autoridades governamentais da época. d) manifesta o rebuscamento próprio do Cultismo. 5. (G1 - ifsp 2012) A análise do trecho permite afirmar que o eu lírico a) valoriza os trajes ricos da cidade. b) despreza a vida humilde. c) manifesta preocupação religiosa. d) valoriza os benefícios de sua vida no campo. e) apresenta a vida na cidade como mais desejável do que a vida no campo. 6. (G1 - ifsp 2012) Pode-se afirmar que se destaca no poema a) o racionalismo, característica do Barroco. b) o conceptismo, característica do Arcadismo. c) o cultismo, característica do Barroco. d) o teocentrismo, característica do Barroco. e) o pastoralismo, característica do Arcadismo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810). Eu durmo e vivo ao sol como um cigano, Fumando meu cigarro vaporoso; Nas noites de verão namoro estrelas; Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso! 18 Não vês aquele velho respeitável, que à muleta encostado, apenas mal se move e mal se arrasta? Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo, o tempo arrebatado, que o mesmo bronze gasta! Ando roto, sem bolsos nem dinheiro; Mas tenho na viola uma riqueza: Canto à lua de noite serenatas, E quem vive de amor não tem pobrezas. Enrugaram-se as faces e perderam seus olhos a viveza: voltou-se o seu cabelo em branca neve; já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, 4. (Insper 2012) Vagabundo nem tem uma beleza das belezas que teve. Assim também serei, minha Marília, daqui a poucos anos, que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão e os meus cabelos. Ah! sentirei os danos, que evita só quem morre. Mas sempre passarei uma velhice muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada, descansarei o já vergado corpo na tua mão piedosa, na tua mão nevada. As frias tardes, em que negra nuvem os chuveiros não lance, irei contigo ao prado florescente: aqui me buscarás um sítio ameno, onde os membros descanse, e ao brando sol me aquente. Apenas me sentar, então, movendo os olhos por aquela vistosa parte, que ficar fronteira, apontando direi: — Ali falamos, ali, ó minha bela, te vi a vez primeira. Verterão os meus olhos duas fontes, nascidas de alegria; farão teus olhos ternos outro tanto; então darei, Marília, frios beijos na mão formosa e pia, que me limpar o pranto. Assim irá, Marília, docemente meu corpo suportando do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marília quem, sentida, chorando meus baços olhos cerra. (Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.) 7. (Unesp 2012) No conteúdo da quinta estrofe do poema encontramos uma das características mais marcantes do Arcadismo: a) paisagem bucólica. b) pessimismo irônico. c) conflito dos elementos naturais. d) filosofia moral. e) desencanto com o amor. 8. (G1 - cftmg 2010) No meio das tabas de amenos verdores, Cercados de troncos - cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d'altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. FONTE: DIAS, Antonio Gonçalves. I-Juca-Pirama seguido de Os Timbiras. Porto Alegre: L&PM, 1999. No fragmento acima, NÃO se encontra a seguinte característica romântica: a) ufanismo. b) indianismo. c) ritmo melódico. d) lirismo amoroso. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 7 O tigre tinha-se voltado ameaçador e terrível, 5 aguçando os dentes uns nos outros, rugindo de fúria e 10 vingança: de dois saltos aproximou-se novamente. 20 4 12 Era uma luta de morte a que ia se travar; o 19 6 índio o sabia, e esperou tranquilamente, como da 3 18 primeira vez; a inquietação que sentira um momento 17 8 de que a presa lhe escapasse, desaparecera: estava satisfeito. 11 1 Assim esses dois selvagens das matas do 13 16 Brasil, cada um com as suas armas, cada um com a consciência de sua força e de sua coragem, 15 2 consideravam-se mutuamente como vítimas que iam ser imoladas. 9 José de Alencar, O guarani 9. (Mackenzie 2010) Assinale a alternativa correta. a) Ao fazer referência aos dois selvagens das matas do Brasil (ref. 1), o narrador explicita seu repúdio à cena violenta que ocorreria. b) O contraste entre o comportamento do animal (1º parágrafo) e o do índio (2º parágrafo) revela a superioridade deste com relação àquele. c) A certeza do narrador de que nessa luta não haveria nem vencedor nem vencido explicita-se com a expressão vítimas que iam ser imoladas (ref. 2). d) A inquietação momentânea do índio (ref. 3) tem como consequência o fato de ser uma luta de morte a que ia se travar (ref. 4). e) Os segmentos rugindo de fúria e vingança (ref. 5) e como da primeira vez (ref. 6) sugerem que o animal já fora anteriormente atacado. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto IV Lira XV Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, Fui honrado Pastor da tua aldeia; Vestia finas lãs, e tinha sempre A minha choça do preciso cheia. Tiraram-me o casal, e o manso gado, Nem tenho, a que me encoste, um só cajado. (...) Se não tivermos lãs, e peles finas, Podem mui bem cobrir as carnes nossas As peles dos cordeiros mal curtidas, E os panos feitos com as lãs mais grossas. Mas ao menos será o teu vestido Por mãos do amor, por minhas mãos cosido. Nós iremos pescar na quente sesta Com canas, e com cestos os peixinhos: Nós iremos caçar nas manhãs frias Com a vara envisgada os passarinhos. Para nos divertir faremos quanto Reputa o varão sábio, honesto e santo. (...) FONTE: GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d. Texto V Amor de Índio Tudo o que move é sagrado E remove as montanhas Com todo cuidado, meu amor (...) Sim, todo amor é sagrado E o fruto do trabalho É mais que sagrado, meu amor A massa que faz o pão Vale a luz do seu suor Lembra que o sono é sagrado E alimenta de horizontes O tempo acordado de viver No inverno te proteger No verão sair pra pescar No outono te conhecer Primavera poder gostar No estio me derreter Pra na chuva dançar e andar junto O destino que se cumpriu De sentir seu calor e ser tudo FONTE: GUEDES, Beto & BASTOS, Ronaldo. In GUEDES, Beto. Amor de Índio. EMI Music, 1978. 10. (G1 - cftmg 2010) São temas presentes nos textos, EXCETO a) bucolismo. b) amor idealizado. c) simplicidade existencial. d) desprezo ao trabalho urbano.