CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-13.
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM – ES: PARA ALÉM DO BAIRRISMO
Joana D’Arck Caetano
Sílvia de Souza Dias
Resumo
O presente trabalho propõe a reflexão no que tange ao sentimento conhecido como bairrismo,
expresso no discurso e atitudes de um grupo da sociedade na cidade de Cachoeiro de
Itapemirim – ES. O discurso é caracterizado pela defesa da cidade, privilegiando a “terra
natal”, e encontra presente nos espaços tradicionais na cidade, nas rodas de conversa e pontos
de encontros. Conhecido como epicentro econômico em meados do século XIX, sendo
responsável pela dinâmica econômica da província de todo o Espírito Santo, no contexto da
produção cafeeira, o sul do Espírito Santo, teve até meados do século XX a presença de uma
oligarquia que atuou no âmbito estadual. Paralelo a questão econômica, uma intensa atividade
cultural se destacou no cenário nacional, expressadas na literatura, teatro, cinema, música e
política que se perpetuou até os anos sessenta. Cachoeiro de Itapemirim foi palco de muitas
atividades culturais e a vida social se enchia de encantos e viveu uma época de glória não só
no campo econômico, mas também no político e cultural. A música também se fez presente
através da Escola de Música de Cachoeiro de Itapemirim, que oferecia aulas de solfejo,
violino, piano, violoncelo, cornetim trombone, flauta, saxofone e canto e no que se refere às
bandas de música, ainda é mais longínquo os registro, pois datam de 1880, 1900, 1917, 1922
e 1931, sendo que duas delas ainda existem na atualidade, a banda Lira de Ouro (1922) e a
banda 26 de julho (1931). São de Cachoeiro personalidades artísticas conhecidas
nacionalmente e algumas obras que também expressam o sentimento pela cidade. Talvez este
grupo, que possui esse sentimento de bairrismo, vê a cidade com os olhos do passado e revela
uma saudade dos tempos de glória que muitos não conheceram. A história tem buscado se
relacionar com diversas áreas do conhecimento, sendo o estudo do sentimento, entendido
como importante para a compreensão da dinâmica social. O bairrismo em Cachoeiro de
Itapemirim – é bastante oportuno, uma vez que não há outro trabalho em termos acadêmicos
que tenha se debruçado sobre o assunto. É salutar o "amor" à terra, a sua defesa frente a
atitudes que tentam reduzir, desclassificar ou macular a sua imagem. É a defesa do ninho e de
seu ambiente. Mas a extremada condição do bairrismo pode ser também um comportamento
alienante, incapaz de ver o que existe de bom além do muro imposto por esse sentimento. A
questão é: até onde o sentimento de bairrismo é salutar para a cidade e até onde é prejudicial
em relação à imagem que podemos passar? Objetiva-se refletir se o bairrismo pertence a toda
população cachoeirense e se está relacionado ao período econômico e cultural citado. A
pesquisa foi feita através de entrevista matérias de jornais, literatura diversificada e revisão
bibliográfica.
Palavras-chave: Cachoeiro de Itapemirim; Bairrismo; Sentimento.

Mestranda em História do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Espírito SantoUFES

Mestranda em História do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Espírito SantoUFES
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
Resumen
El presente trabajo propone la reflexión en el que se refere al sentimiento conocido como
‘bairrismo’, expresoen emel discurso y actitudes de uma reunión de la sociedad en la ciudad
de Cachoeiro de Itapemirim – ES. El discurso es caracterizado por la defensa de la ciudad,
privilegiando la “tierra natal”, y encontra presente en los espacios tradicionales en la ciudad,
en las rodas de conversa y puntos de encontros tradicionales.Conocido como ‘epicentro’
economico a mediados del siglo XIX, siendo responsable por la dinámica economica de la
provincia de todo el Espírito Santo, en el contexto de la produción ‘cafeeira’, al sur del
Espírito Santo, tuve hasta a mediados del siglo XX la presencia de una oligarquia que atuó en
el ámbito estatal. Paralelo a la cuestión economica, una intensa actividad cultural se destacó
en el escenario nacional, expresadas na literatura, en la cinema, música y política que se
perpetuó hastam los años sesenta. Cachoeiro de Itapemirim fue tablado de muchas actividades
culturales y la vida social se llenia de encantos y vivió una época de gloria no solo en el
escenario economico, pero también em el político y cultural.La música también se ha hecho
presente a través de la Escuela de Música de Cachoeiro de Itapemirim, que ofrecia clases de
solfeo, violín, piano, violochelo, cornetin, trombón, flauta, saxofón y canto y em el que se
refere a las bandas de música, aun es más remoto los registro, pues fechan de 1880, 1900,
1917, 1922 e 1931, siendo que dos de ellas aun existen em la actualidad, la banda Lira de Oro
(1922) y la banda 26 de julio (1931).Son de Cachoeiro personalidades artísticas conocidas
nacionalmiente y algunas obras que también expresan el sentimiento por la ciudad. Tal vez
esta reunión, que posee ese sentimiento de ‘bairrismo’, ve la ciudad con los ojos del pasado y
revela una nostalgia de los tiempos de gloria que muchos no conoceran. La historia tienen
buscado se relacionar con diversas áreas del conocimiento, sendo el estudio del sentimiento,
entendido como importante para la comprensión de la dinámica social. Debatir ese tema – el
‘bairrismo’ en Cachoeiro de Itapemirim – es mucho oportuno, una vez que no hay otros
trabajos académicos que tenga se inclinado sobre el asunto. Es saludable el "amor" a la tierra,
la su defensa frente la actitudes que intentan reducir, desclasificar o macular la su imagen. Es
la defensa del niño y de su ambiente. Pero la extremada condición del ‘bairrismo’ puede ser
también un comportamiento alienante, incapaz de ver el que existe de bueno alá del muro
impuesto por ese sentimiento. La cuestión es: hasta donde el sentimiento de ‘bairrismo’ es
saludable para la ciudad y hasta donde es perjudicial en relación a la imagen que podemos
pasar? Reflejar se el ‘bairrismo’ pertenence la toda poplación cachoeirense y se está
relacionado al período economico y cultural citado. La pesquisa fue hecha a través de
entrevista materias de periodicos, literatura diversificada y revisión bibliografica.
Palabras-llave: Cachoeiro de Itapemirim; Bairrismo; Sentimento.
Cachoeiro De Itapemirim – quadros do passado e do presente
O município de Cachoeiro de Itapemirim surgiu às margens do rio Itapemirim, localizado no
sul da Província do Espírito Santo. No entanto, antes de sua emancipação, foi
Freguesia,(1856) com o nome de Parochia de S. Pedro das Cachoeiras de Itapemirim, Vila
(1867) Comarca (1876) e Cidade e o primeiro Prefeito foi o Coronel Francisco de Carvalho
Braga,
2
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
Habitações ribeirinhas, disseminadas rio abaixo; ás vezes rodeadas de
palissadas protectoras, habitadas por caboclos e mestiços. Pequenas roças em
volta, onde por egual se cultivava a mandioca as bananeiras e algumas
touceiras de canna de assucar. A pesca e a caça provião fartamente á vida.
Raizes e benzeduras, curavão os males do corpo (MARINS, 1918, p.135).
O nome do município é alvo de curiosidade devido à utilização do substantivo masculino
“Cachoeiro” ao invés de “Cachoeira”. “Existem várias versões como: que veio da
simplificação popular de encachoeirado”, que existia na margem esquerda do rio um Cajueiro
e os navegantes do rio a chamavam de “Cajueiro do Itapemirim” e outros afirmam que uma
maneira própria dos brasileiros, principalmente dos habitantes do Espírito Santo e ainda há as
fontes que afirmam que seria um fenômeno lingüístico, uma variação verbal de cachoar ou
cachoeirar,1 passando a receber várias denominações até ser que foi grafado definitivamente
“Cachoeiro de Itapemirim”, no ato da instalação da comarca, em 1877, na regência da
Princesa Izabel e também em 1884, quando a Câmara Municipal informou para o Dicionário
Geográfico do Brasil que “A sede do município é Cachoeiro de Itapemirim”.
Atualmente o rio Itapemirim que originou a cidade não é utilizado como meio de transporte,
suas águas diminuíram bastante e seu leito foram estreitados com construções de casas,
prédios e uma parte aterrada para a construção da Avenida Beira-Rio. Foram construídas
barragens em partes dentro do rio na tentativa de bloquear a passagem da água em um período
que parecia ser o fim do rio Itapemirim, que estava seco, com as pedras à mostra e muito
poluídas.
No entanto, a partir de algumas ações de preservação da cabeceira por parte do Comitê da
Bacia do Rio Itapemirim, que tem por objetivo promover a mobilização da sociedade,
usuários, poder público e entidades não governamentais e de ações da Concessionária de
Serviços de Água e Esgoto (antes Citágua e hoje Foz do Brasil) e ainda da Agersa (Agência
Reguladora de Serviços de Saneamento) o rio Itapemirim tem demonstrado recuperação e
uma das comprovações é o retorno do biguá, um pássaro que é o considerado pelos
ambientalistas um sinal de que as águas de um rio está limpa.
A sede do município nasceu às margens do rio e é cercada de colinas que no passado eram
lavouras de café, depois passaram a ser campos de criação e pequenas culturas que abasteciam
a cidade e posteriormente loteados para dar lugar aos bairros residenciais, e mais ao longe é
1
Ver em Maciel, 1992.
3
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
toda rodeada de uma cadeia de montanhas rochosas, sendo uma delas o símbolo do município,
o Pico do Itabira ou Pedra do Itabira, tombada como Patrimônio natural,
Para além da zona urbana começam as grandes montanhas rochosas, que
emergem de valles profundos, talhados em socalcos e alcantis em cujas
bases serpeam em rápidos declives e correm amortecidas nas planuras
alagadas onde vicejam gramíneas densas, as aguas dos innumeros ribeirões,
que cruzam por todas as terras dos districtos, banhando-as fartamente.De
toda cidade avista-se, como vedetta mudo das gerações que passam, a rocha
Itabira de bizarra estructura (1), destacando-se no azul do firmamento
(MARINS, 1918, p.47).
O desenvolvimento do vale do Itapemirim foi fundamental para a formação do município de
Cachoeiro de Itapemirim, que se tornou um importante pólo da economia da província do
Espírito Santo. Sobre o novo cenário da região sul o
Grande entusiasta do desenvolvimento do vale do Itapemirim, o governador
Francisco Alberto Rubim falou da existência de um “caxoeiro” a seis léguas
de distância (hoje Cachoeiro de Itapemirim), onde mandou estabelecer, para
proteção e apoio ao desenvolvimento da região, dois quartéis, um na parte
norte, guarnecido por tropas da capitania do Espírito Santo, e outro no lado
sul do rio, construído e guarnecido, estranhamente por soldados da Segunda
Divisão de Minas Gerais. Esses quartéis, com a denominação de quartel da
Barca, em homenagem ao conde da Barca, deram origem a Cachoeiro de
Itapemirim e estavam situados próximos de onde é hoje o Cemitério
Municipal (lado norte) e início do bairro Baiminas (lado sul) (OLIVEIRA,
2008.p.527-528).
O município de Cachoeiro de Itapemirim tinha os dois lados ligados por intermédio de uma
canoa, serviço de transporte contratado através da Câmara Municipal com determinada pessoa
que cobrava a passagem de travessia de uma margem a outra. Cada embarcação comportava
oito passageiros e cada um deles pagava oitenta réis. O último contratante do serviço de
transporte fluvial foi o negro Felipe da Silva Costa, em 1887. No mesmo ano, essa travessia
passou a ser através da Ponte Municipal, inaugurada em 11 de junho de 1887, com pedágio
cobrado até o ano de 1920, quando as despesas com a construção foi totalmente pago e então
foi liberada a passagem gratuita. Até então, a Câmara a alugava a um particular para explorála. A passagem era cobrada através de uma tabela de preços que adotava critérios como
pessoa calçada, carro com carga ou sem carga, café ou outro produto transportado por
4
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
pedestres era cobrado por quilo, litro ou fracionado. A cobrança era efetuada de um lado e do
outro da ponte.2
O lugarejo foi se desenvolvendo às margens das águas do Itapemirim, com a colonização
vindo rio acima e as embarcações sendo obrigadas a parar, devido as corredeiras que
dificultavam a navegação, na altura do Baiminas e do lado norte, em frente, onde depois
seria,a Fábrica de Cimento, atualmente desativada. Nesta região foram construídas as
primeiras casas do município. Posteriormente foi importante pólo econômico devido à
utilidade do rio Itapemirim como transporte fluvial para passageiros e escoamento de
produtos como madeira, café, cana-de-açúcar, que eram transportados até o porto da Barra.
Grandes extensões de terras foram dominadas por plantadores de café que formavam o
latifúndio na região, quando as amplas negociações comerciais no século XIX, eram
realizadas pela elite cafeeira. Desde a colonização, quando aqui chegou a elite portuguesa,
bem como os degredados, que eram as pessoas rejeitadas para a convivência social na
Metrópole por algum motivo. Depois vieram os negros africanos como escravos para
trabalharem nas minas de ouro, nas lavouras de cana-de-açúcar, café e nas zonas urbanas
como domésticos. Em 1856, viviam em Cachoeiro e nas grandes fazendas ao redor, 3.561
pessoas, sendo que 2.141 eram escravas3, havendo, desta forma mais escravos que pessoas
livres. Com a abolição da escravatura em 1888, quando os libertos foram entregues à própria
sorte (Em Cachoeiro estava concentrado o número de 6.965, dos 13.403 escravos que havia
no estado no dia da abolição, sendo considerando o maior contingente do Império)4, dá-se o
início à favelização e, por conseguinte a desigualdade social no Brasil, refletia até nos dias
atuais, processo que foi agravado ainda mais com o desenvolvimento industrial nos grandes
centros urbanos e pela desvalorização do trabalhador rural neste período, as habitações foram
sendo construídas à margem dos centros urbanos sem nenhum acompanhamento profissional,
sem infra-estrutura e sem o olhar criteriosos e cuidadoso do Poder Público. Sobre o tema,
Gabriel Bittencourt discorre,
a industrialização engendra um efeito social bastante adverso, sobretudo em
países de grandes desigualdades sociais e em vias de desenvolvimento. Ela
eleva os índices de favelização nas áreas urbanas, atrai trabalhadores das
regiões vizinhas e eleva o preço da terra urbana, desorganizando o seu
2
Ver: BRAGA, Newton. Histórias de Cachoeiro. 1ª Ed. Vitória-ES, Ed. Fundação Ceciliano Abel de
Almeida/UFES, 1986, p. 31-35.
3
Ver: BRAGA, 1986, p. 25.
4
Ver BITTENCOURT, Gabriel Augusto de Mello. História Geral e Econômica do Espírito Santo. Do engenho
colonial ao complexo fabril-portuário. 1ª Ed. Vitória-ES, Ed. Multiplicidade. 2006, p. 548.
5
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
espaço. Enfim, promove a poluição urbana, degradando o nível de vida nas
grandes cidades [...] (BITTENCOURT, 2006, p.426).
Devido a grande demanda de transporte de café, o rio Itapemirim passou a ser insuficiente, e
para atender esta necessidade, foram sendo construídas as ferrovias Caravelas (1887),
Leopoldina Railway (1903) e Estrada de Ferro Itapemirim (1926), não só contribuíram como
também transformou a paisagem natural do município,
(...) mesmo a zona cafeeira de Cachoeiro de Itapemirim era considerada mal
servida de meios de transportes. Até a chegada dos trilhos da Leopoldina
Railway (1903). O sistema integrado pela Estrada de Ferro Caravelas
(inaugurada em 1887), era tido como insuficiente: uma ferrovia acanhada,
mal construída e encravada num porto fluvial sem boas condições à
navegabilidade. Daí a criação posteriormente, da Estrada de Ferro de
Itapemirim (1926), cujo leito acompanhava parte do curso do rio do mesmo
nome e visava beneficiar a produção do baixo Itapemirim, particularmente
da Usina Paineiras (BITTENCOURT, 2006, p.306).
A construção das ferrovias foi de grande importância para o desenvolvimento econômico do
município que, geograficamente, se posicionava em local estratégico,
Cachoeiro de Itapemirim constituía um entroncamento ferroviário; além das
linhas para o Rio de Janeiro e para Vitória, possuía outras para o litoral (até
Barra do Itapemirim e Marataízes, ferrovia construídas nos anos 1920 pelo
governo estadual), para Castelo e uma ainda que, passando por Alegre e
Guaçuí, chegava a Carangola, já em Minas Gerais (ACHIAMÉ, 2010 p.58).
Embora a principal atividade econômica fosse a lavoura de café, outras vocações econômicas
foram surgindo, e com o fornecimento de energia elétrica e de cursos de água que
possibilitavam sua geração (Cachoeiro foi a décima cidade do país e a primeira do estado a
adquirir luz elétrica), passou a ser atrativo para investimentos dos governantes estaduais e
empreendedores particulares.
Em relação a importância política do município, Cachoeiro de Itapemirim foi berço do
nascimento de quatro presidentes do Estado, quais foram: Jerônimo de Sousa Monteiro (19081912), Marcondes Alves de Souza (1912-1916), Bernardino de Sousa (1916-1920) e
Florentino Avidos (1924-1928). No que tange à cultura, o teatro remonta à segunda metade do
século XIX, precisamente em 1866, quando surgiu o “S.P. ENSAIOS DRMAMÁTICOS”,
posteriormente foi fundada a Sociedade de Recreio Dramático Cachoeirense, que
apresentavam pacas e atraía muitas pessoas ao espetáculo. No início do século XX, as
apresentações aconteciam Caçadores Carnavalesco Clube e depois no Cine Teatro Central.
6
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
Havia ainda o Cine Teatro Santo Antônio e o Cine Guandu. A música também se fez presente
através da Escola de Música de Cachoeiro de Itapemirim, criada em 1930 pelo professor
Alfredo Herkenhoff, que oferecia aulas de solfejo, violino, piano, violoncelo, cornetin,
trombone, flauta, saxofone e canto e no que se refere à bandas de música, ainda é mais
longínquo os registro, pois datam de 1880, 1900, 1917, 1922 e 1931, sendo que duas delas
ainda existem na atualidade, a banda Lira de Ouro (1922) e a
banda 26 de julho (1931).
Outras atividades culturais como festejos carnavalescos, temporadas de jantares dançantes no
Hotel Itabira,incentivo à cultura através de concurso promovido pela loja Nova Síria, com
prêmio que ia de boneca à caminhão para quem respondesse às perguntas de conhecimento
geral, construções de coretos em praças públicas, que era utilizado pelas bandas musicais, que
atraíam o público infantil e adulto. No campo das letras também havia os atrativos como os
poetas Dr. Frederico Codeceira e Newton Braga, o cronista Rubem Braga que em 1936
escreveu e publicou “O Conde e o Pasarinho” que bateu recorde de vendas na cidade. A venda
de livros em Cachoeiro era considerada um bom negócio pelos negociantes do ramo, já que os
cachoeirenses eram ávidos por leitura e lis de tudo um pouco. O gosto literário variava de
autores estrangeiros como Eça de Queiroz, Delly e Ardel a autores nacionais como José de
Alencar, Castro Alves, Casimiro de Abreu e outros.
Cachoeiro de Itapemirim foi palco de muitas atividades culturais e a vida social se enchia de
encantos. Já teve momento de glória não só no campo econômico, mas também no político e
cultural,5
nós estamos falando com os olhos do passado, quando Cachoeiro subiu,
elevou-se e ocupou a posição de capital da indústria do Estado, conceito que,
aliás, também chegou a alcançar na área concernente à política, bem como,
no espaço cultural [...] (MACIEL, 2003, p.37-38).
Nesse período, Cachoeiro de Itapemirim atraía os olhares de políticos influentes, investidores,
empresários da indústria e do comércio e trabalhadores de outros lugares para estabelecerem
na sede do município e isso abriram as portas do desenvolvimento econômico,
principalmente, do município.
No final do século XIX, ocorreu na cidade um importante movimento político, através do
movimento republicano, que teve nos jornais a presença de debates e idéias, a exemplo o
jornal “O Cachoeirano”. São de Cachoeiro diversos políticos que exerceram enorme
5
Ver Maciel, 2003.
7
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
influência no campo político como: Jerônimo Monteiro, Bernardino Monteiro, o republicano
Bernardo Horta, sendo até a década de trinta a oligarquia do sul do Espírito Santo, que
predominou todo o espírito Santo.O coronel Monteiro, um dos pioneiros nas terras
cachoeirenses, foi dono de uma fazenda extremamente sinuosa na região.A descrição de sua
fazenda em Cachoeiro de Itapemirim impressiona:
O cafezal possuía mais de 200 mil pés, sendo um dos maiores da província. “tudo ali
se encontrava com fartura”. O gado fornecia o leite, a carne e o couro, além de
assegurar o transporte; fabricava se queijo, com sebo fazia se sabão. Cultivava se
algodão, que era fiado e tecido por escravas. Criavam se carneiros, com cuja lã
faziam se cobertores e agasalhos. Produzia se açúcar barnco e mascavo para
consumo, melado e aguardente. Colmeia forneciam mel e cera. O aviário possuía
galinhas, patos, perus e marrecos. Telhas e tijolos eram produzidos na olaria, jazidas
de calcário forneciam cal. A madeira era preparada na serraria. Funcionavam ali
diversos maquinismos,desenhados e montados pelo proprietário e cujos resultados
eram: arroz pilado, fubá, canjiquinha, café pilado para exportação e moído para o
consumo interno, aguardente,álcool, açúcar farinha, maisena, araruta, polvilho, velas
de carnaúba, doces, fumo, rapé etc (SALETTO, 1996, p. 36).
Seus filhos Bernardino, Jerônimo e Fernando obtiveram extremo prestígio político, atuando
em partidos políticos, como Governador do estado do Espírito Santo, e bispo da Igreja
Católica .O cenário no sul do Espírito Santo, nessa ocasião,caracterizava se por fazendas e
políticos importantes:
A região sul do Espírito Santo caracterizou-se pela existência de grandes fazendas
produtoras de café, dentre as quais se destacava a fazenda Monte Líbano 1, de
propriedade do Cel. Francisco de Souza Monteiro, patriarca de uma família de
importantes políticos que tiveram projeção municipal, estadual e até federal, como
por exemplo, Jerônimo e Bernardino Monteiro, ambos presidentes do estado em
1908-1912 e 1916-1920 respectivamente (SANTOS, 2012, p. 155).
Os espaços nas cidades atualmente ainda carregam a memória dos Monteiros, cabendo à eles
homenagens como nome de Avenida (capital do Espírito Santo, Vitória), além do palácio da
prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim conhecido como “Bernardino Monteiro” (casarão
antigo no centro da cidade), símbolo ainda de poder do passado.
No início do século XX, Cachoeiro foi uma das primeiras do Brasil a receber energia elétrica
o que demonstra o pioneirismo político da cidade. Junto ao desenvolvimento econômico, o
movimento cultural se fez presente, sendo nascidos na cidade, diversas personalidades e
artistas que ficaram conhecido nacionalmente e internacionalmente.
Rubem Braga é considerado o pai da crônica, possuidor de um estilo de texto que privilegia o
cotidiano, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim em 1913. Filho do coronel Francisco Braga,
primeiro prefeito de Cachoeiro, começou seus estudos na cidade, indo estudar mais tarde no
8
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
Estado do Rio de Janeiro, se tornando cronista, poeta, escrevendo sobre o cotidiano. Foi
corresponde na Itália durante a Segunda Guerra Mundial, embaixador do Brasil no Marrocos
na década de sessenta, e correspondente em Paris. Com milhares de crônicas publicadas,
muitas delas relatam o amor pela “cidade natal”:
É extraordinário que eu esteja aqui, nesta casa, nesta janela e ao mesmo
tempo completamente natural e parece que toda a minha vida fora daqui foi
apenas uma excursão confusa e longa, moro aqui. Na verdade onde posso
morar senão em minha casa?6
Entretanto, existe uma frase muito conhecida do autor, que demonstra seu amor à “terra
natal”:
Sempre tive confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo
que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso
quando eu lhe disser em voz baixa: Eu sou lá de Cachoeiro”7
Irmão de Rubem Braga, Newton Braga, que atuou como advogado e poeta também
demonstrou seu amor à cidade “existem poucas cidades no Brasil de um cabotinismo o tão
bom quanto como o de Cachoeiro. Você esbarra com um cachoeirense fora daqui, o bicho é
só saudade.
O amor de Rubem Braga por Cachoeiro foi tão pungente, que um pedido foi feito por ele
antes de morrer: Queria que as suas cinzas fossem jogadas no rio Itapemirim, que corre a
cidade.Mas não foi somente Rubem Braga que se apaixonou pelo seu rio, foi também um rio
que provocou amor no poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), com o poema
emblemático acerca do rio Tejo.
Em meio ao amor à “terra natal”, um sentimento declarado por um grupo na sociedade
cachoeirense é o bairrismo. Esse discurso de acordo com Diego Scarparo, designer gráfico,
8
se encontra presente no campo midiático. Diversas revistas de Cachoeiro se propuseram a
exaltar a cidade de e seus artistas e personagens políticos.
A revista Natural9 se dedicou enormes espaços para matérias que exaltassem os feitos
políticos de personagens históricos na cidade como o Republicano Bernardo Horta, o coronel
Gilberto Machado e diversos outros homenageados oficialmente. Outra revista “Cachoeiro
Cult10”, em Outubro de 2013, homenageou outro artista cachoeirense: Sérgio Sampaio.
Compositor, músico foi para o Rio de Janeiro sua música “Eu quero botar meu bloco na rua”,
6
Crônica intitulada “Em Cachoeiro”, publicada em fevereiro de 1947.
Disponível online: http://www.releituras.com/rubembraga_bio.asp.
8
Produtor cultural na cidade de Cachoeiro de Itapemirim.
9
Revista da cidade Roberto.
10
Revista Cult.
7
9
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
foi seu grande sucesso. Cantou com Raul Seixas e diferentemente dos outros personagens de
Cachoeiro, Sérgio Sampaio é considerado marginal, underground, fazendo parte da contra
cultura de Cachoeiro de Itapemirim. Junto à figura de Sérgio Sampaio, outra artista
cachoeirense a abalar foi a Luz Del Fuego, bailarina, praticante do nudismo, trabalhou em um
circo com duas serpentes pendurada no pescoço, irmã de um influente político na cidade de
Cachoeiro da família conhecida como Vivácqua. Interessante como o bairrismo que muito se
assemelha do “tradicional” discorre também dos marginais em seus discursos atuais.
Há ainda a presença de outros artistas como, por exemplo, o músico Roberto Carlos,11 seria
ele o responsável por levar o nome de Cachoeiro para o Brasil. É comum quando um
cachoeirense se refere à sua cidade, ouvirem: Terra de Roberto Carlos!
A origem do bairrismo na cidade ainda é incerta, e nada se tem no meio cientifico acerca da
temática, porém são diversas as indagações, dentre elas: a cidade que recebeu imigrantes, de
diversas regiões da Europa além de outros grupos que aqui chegaram no século XX de outros
estados,poderia ser o motivo de tal fenômeno?
Seria uma tentativa dos que aqui, já se encontravam estabelecidos, prenderem se à uma
tradição de seu passado político e econômico glorioso, gerando um sentimento de pertença ao
lugar?
Exemplo máximo do bairrismo na cidade de Cachoeiro se encontra em um evento conhecido
como “baile de gala”. De acordo com a revista Leia 6/07/201312, o Baile de gala é uma noite
glamorosa, que conta com a presença do famoso bairrismo. O bairrismo ficaria mais evidente
na cidade através dessa festa que ocorre há 68 anos, em um clube tradicional da cidade
conhecido como “Caçadores Carnavalescos Clube.”
De acordo com a matéria, no ano de 2013 se comemorou o centenário de Rubem Braga,
cantou-se o hino conhecido como “Meu pequeno Cachoeiro” de autoria do músico
cachoeirense Raul Sampaio, além de se comemorar o dia do “Cachoeiro Ausente”13, tudo ao
som da Orquestra “tupy” da cidade do Rio de janeiro.Interessante lembrar que a cidade de
Cachoeiro sempre teve uma relação muito próxima com o Rio de Janeiro, sendo o
desenvolvimento cafeeiro no sul, feito por fluminenses, a atividade econômica da cidade
ligada ao Estado do Rio de Janeiro, além da presença da ferrovia ligando esses dois Estados.
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Cantor cachoeirense, conhecido pelo movimento Jovem Guarda nos anos sessenta.
Disponível online: http://www.revistaleia.com/site/pagina_interna.asp?nID=8009&tp=1
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Evento criado por Newton Braga para homenagear os cachoeirenses importantes que não se encontram na
cidade.
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CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
Em meados do século XX era comum os filhos de famílias favorecidas economicamente irem
estudar no Estado do Rio. O Rio de Janeiro era capital do país, e o sul do Espírito Santo se
ligava a ela.
Problematizando o bairrismo na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, propomos uma reflexão,
o bairrismo não tende a privilegiar somente um grupo na cidade de Cachoeiro? Qual o
sentimento das pessoas que vivem nas periferias, da população afro descendente e outros que
não se encontram relacionados ao poder político do passado?
O sul do Espírito Santo, com o desenvolvimento da cafeicultura no século XIX, foi
responsável por toda a dinâmica econômica no Estado, e apresentou enorme prestígio político
até as primeiras décadas do século XX.
Em meados do século XIX, ocorria no Brasil a implantação de leis abolicionistas, ideias
republicanas, e preocupação com a substituição de mão de obra, entretanto no auge do
desenvolvimento cafeeiro a mão de obra utilizada, era escrava. Mesmo com a proibição do
tráfico negreiro, a região sudeste continuava o comércio intenso de escravos,e após a
escravidão a situação do ex-escravo na sociedade, principalmente no que concerne à política
destinada aos negros foi de total degradação,
o negro passou para o trabalho livre sem a menor condição, pois se encontraram
totalmente desfavorecidos, pois houve uma mudança na organização do trabalho,
substituído pelo branco (imigrante), ficou responsável pela sua própria sorte e de
seus descendentes, sem possuir bens materiais, nem morais (ANDRÉ, 2010).
Vagando, permanecendo com seus senhores em troca de alimento, a política, de acordo com o
artigo escrito pelo republicano cachoeirense Bernardo Horta, não beneficiava o trabalhador
nacional, agora livre, expresso em no jornal “O Cachoeirano”, em Cachoeiro de Itapemirim:
(...) existindo o trabalhador nacional, não fora de bom aviso incentivar com
igualdade de proteção o agricultor brasileiro, que também precisa de terras?... Parece
que nada autoriza legitimar menosprezo com que se quer tratar o filho do país,
colocando o em posição de julgá-lo incapaz de lavrar a terra ao lado de estrangeiros
(ALMADA, 1984, p. 211).
No Brasil, criou se um mito de democracia visando dentre outros fatores a negação do
racismo, justificados pela miscigenação do povo brasileiro, porém as diferenças econômicas,
e políticas continuavam existindo:
A democracia racial enquanto política e ideologia racista acentua a diversidade de
interesses entre os vários segmentos dominados. O privilégio econômico, político,
ideológico e sócio cultural do branco está imbricado com a divisão social e
funcional que dá acesso ao trabalho, a educação, a saúde, ao lazer, o que torna
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CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
mudanças ou transformações no plano estrutural da sociedade e no plano de
distribuição de renda e de recursos, processos que possivelmente darão, em sua
maior parte, conquistas ao segmento branco (ANDRÉ, 2010, p. 152).
Refletir acerca do processo de desenvolvimento econômico no século XIX, se faz necessária
uma análise histórica, econômica e social, para definirmos como se compôs a sociedade
cachoeirense e quais sentimentos a ela se inserem.
Até que ponto o bairrismo exacerbado, promove a estratificação de uma hierarquia social,
onde somente os de família tradicionais, de maioria branca e economicamente favorecidos
foram enaltecidos? São por eles utilizados os espaços, associações, clubes, tradicionais na
cidade, que certamente não participam grande parte da população, como por exemplo, a que
mora na periferia. O sentimento do bairrismo é salutar, o "amor" à terra, a sua defesa frente a
atitudes que tentam reduzir, desclassificar ou macular a sua imagem. É a defesa do ninho e de
seu ambiente. Mas a extremada condição do bairrismo pode ser também um comportamento
alienante, incapaz de ver o que existe de bom além do muro imposto por esse sentimento.
Não somente ver além dos muros, mas olhar na essência de sua história, levando em
consideração todos os grupos que fizeram e compuseram a história da cidade. Acreditamos
que o bairrismo seja maior tanto quanto maior seja o afastamento do indivíduo ao papel de
cidadão do mundo.
Referências
ALMADA, Vilma P. E. de. Escravismo e transição: O Espírito Santo, 1850-1888. Rio de
Janeiro: Edições Graal, 1984.
ANDRÉ, Maria da Consolação. O ser Negro, A construção de subjetividades em afrobrasileiros. Brasília: LGE Editora, 2008.
BITTENCOURT, Gabriel Augusto de Mello. História Geral e Econômica do Espírito Santo.
Do engenho colonial ao complexo fabril-portuário. 1ª Ed. Vitória-ES, Ed. Multiplicidade.
2006.
MACIEL, Manoel Gonçalves, Voltando ao Cachoeiro Antigo, 1ª Ed. Vol. I, Cachoeiro de
Itapemirim-ES, Ed. Gracal, 1992.
OLIVEIRA, José Teixeira de. História do Estado do Espírito Santo. 3ª Ed. Vol.8, Vitória-ES,
Ed. GSA, 2008.
MARINS, Antônio. Minha terra e meu município. 1918.
SCHWARCZ, Lilia Mortiz. O espetáculo das Raças, São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
12
CAMPOS, A. P.; VIANNA, K. S. S; MOTTA, K. S. da; LAGO, R. D. (Org.). Memórias, traumas e
rupturas. Vitória: LHPL/UFES, 2013, p. 1-14.
SALETTO, Nara. Transição para o trabalho livre e pequena propriedade no Espírito Santo
(1888-1930).
SILVA, Igor Vitoriano da. O Espírito Santo da Primeira Republica, Vitória: Flor e Cultura,
2012.
ACHIAMÉ, Fernando. O Espírito Santo na Era Vargas (1930-1937)- Elites Políticas e
Reformismo autoritário. 1ª Ed. Rio de Janeiro – RJ, Editora FGV, 2010.
Baile
de
gala
em
noite
glamourosa.
Disponível
em:
<http://www.revistaleia.com/site/pagina_interna.asp?nID=8009&tp=1>. Acesso em: 05 nov.
2013.
Rubem Braga. Disponível em: <http://www.releituras.com/rubembraga_bio.asp>. Acesso em
05 nov. 2013.
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CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM – ES: PARA ALÉM DO BAIRRISMO