ELIZABETH TEIXEIRA Amanda Martins Bastos Elizabeth Gomes da Rocha Shirley Aviz de Miranda DIGA SIM À PREVENÇÃO, DIGA NÃO À DEGRADAÇÃO: uma experiência de educação popular em saúde INTRODUÇÃO Em abril de 2003 foi implantado um Programa de Educação Popular em Saúde e Ambiente para contribuir com a qualidade de vida da comunidade de Itaiteua, Ilha de Caratateua, denominado Quartas Saudáveis, sob a coordenação de uma docente-enfermeira, duas acadêmicas de enfermagem da UEPA e um acadêmico de pedagogia da UNAMA. O programa foi criado para sustentar o tripé educativo da ONG Instituto Saber Ser Amazônia Ribeirinha (ISSAR). Ao longo de 2003, constatouse um saber local à explorar, sobre práticas cotidianas de cuidar, bem como a necessidade de fortalecimento, sensibilização e potencialização de saberes sobre prevenção de doenças e proteção do ambiente. OBJETIVO Socializar a experiência com vistas a fomentar projetos similares no campo da enfermagem comunitária. PISTAS TEÓRICAS A proposição de educação popular em saúde de Vasconcelos (2001) Idéias pedagógicas de Freire (2001) A concepção de conhecimento em rede de Machado (2002) O conceito de representação social de Moscovici (1978) TRILHAS METODOLÓGICAS Os sujeitos: 40 mulheres, na faixa etária de 19 a 62 anos, moradoras da ilha de Caratateua, e 60 crianças e adolescentes, na faixa etária de 3 a 16 anos. As atividades: foram desenvolvidas com base na técnica de associação livre de idéias e pautadas em dinâmicas expositivas, de grupo, de sensibilização, de colagem, dentre outras. O PROGRAMA Abril: Diga Não à violência doméstica, abuso sexual e acidentes domésticos; Maio: Diga Sim à prevenção do câncer, da cárie e ao planejamento familiar; Junho: Diga Não à degradação e à poluição do solo, das águas, das encostas e ao desmatamento; Agosto: Diga Sim aos direitos e deveres da família, à cidadania e ao ECA; Setembro: Diga Sim aos hábitos saudáveis e aos cuidados com o corpo e a mente; Outubro: Diga Não às drogas e ao stress, à gravidez na adolescência e às DST; Novembro: Diga Sim à coleta seletiva e tratamento do lixo, ao tratamento da água e dos esgotos. CONVIVÊNCIAS EDUCATIVAS Vislumbrou-se uma construção coletiva de saberes e alianças, que reforçou a força emancipatória e libertadora dos espaços de educação popular em saúde. Acreditamos ter efetivado TRAVESSIAS DE SABERES E REDES DE AFETO. REFLEXÕES FINAIS Acreditamos como Jardim & Heck (1998), que a educação e a saúde são caminhos para a cidadania e o processo educativo com vistas à autonomia, transforma os envolvidos, as mulheres da comunidade, como também os próprios profissionais e acadêmicos em “um ser profissional, sujeito político, mais cidadão, no sentido humanístico, voltado para o coletivo sem perder a especificidade do particular, isto é, de sair da atribuição do cuidar autoritário, para o cuidar da autonomia” (p.276). As ONGs, entidades alternativas ao Estado, emergem como espaços de possibilidades de transformação, em que as ações de saúde e ambiente não se caracterizam como modelos prescritivos e normativos, mas como potencializadoras da comunidade e seus saberes. (CENPEC, 1999). REFERÊNCIAS FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 17ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001. CENPEC. ONG: parceira da família. São Paulo: CENPEC/UNICEF, 1999. JARDIM, V.M. da R.; HECK, R.M. A experiência de ação das Organizações Não Governamentais–ONGs. In: SAUPE, R. (org). Educação em enfermagem. Florianópolis: UFSC, 1998. MACHADO, N. J. Epistemologia e didática. 5ed. São Paulo: Cortez, 2002. MOSCOVICI, Serge. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. SÁ, C. P. Núcleo central das representações sociais. Petrópolis: Vozes, 1996. VASCONCELOS, Eymard Mourão. Educação Popular e a atenção à saúde da família. 2 ed. São Paulo: Hucitec, Sobral: Edições UVA, 2001.