AILTON FRANCISCO DA ROCHA
HISTÓRIA POLÍTICA, SÓCIO- ECONÔMICA E AMBIENTAL
DE CEDRO DE SÃO JOÃO
Biografia
Ailton Francisco da Rocha é Engenheiro Agrônomo,
formado
pela
Universidade Federal
Rural
de
Pernambuco. Nasceu no bairro Oiterinhos, em Cedro
de São João SE, no dia 15 de maio de 1960. Filho de
José Francisco da Rocha e Carmelita Souza.
Especializou-se em Irrigação e Recursos Hídricos pela
Utah State University, nos Estados Unidos e
representou o Brasil como Jovem Liderança da
América Latina em Meio Ambiente, em Tokyo, no
Japão. Foi professor de Matemática no Colégio Cenecista São João
Batista e da disciplina Economia Agrícola na Universidade Tiradentes.
Ocupou o cargo de Superintendente de Recursos Hídricos do Estado de
Sergipe, no período de setembro /1997 a março /2003. Foi presidente
do comitê técnico e coordenador geral do Estudo de Desenvolvimento
dos Recursos Hídricos do Estado Sergipe através do acordo de
cooperação técnica com a Agência de Cooperação Internacional do
Japão
JICA. Exerceu o cargo de secretário
executivo do Comitê da
Bacia Hidrográfica do rio Sergipe e do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos. Representou o Estado de Sergipe no Comitê da Bacia
Hidrográfica do rio São Francisco. É Diretor Regional da Associação
Brasileira de Recursos Hídricos
ABRH e membro do Conselho
Consultivo da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe
AEASE. Atuou como consultor na elaboração do Programa de Ações
Estratégicas para o Gerenciamento da Bacia do rio São Francisco e da
sua Zona Costeira e no Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco(2004-2013). Doutorando do Curso
Gestão Empresarial: Nuevas Tendências en Dirección de Empresas ,
pela Universidad de Valladolid na Espanha. Recebeu do Jornal Cinform a
homenagem de filho ilustre de Cedro de São João.
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HISTÓRIA POLÍTICA, SÓCIO- ECONÔMICA E AMBIENTAL
DE CEDRO DE SÃO JOÃO
Foto1. Vista panorâmica da Lagoa Salomé
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Copyright© by Ailton Francisco da Rocha
Todos os direitos reservados ao autor
Revisão: Verônica Maria Freire Rocha
Editoração Eletrônica:
Capa: Ailton Francisco da Rocha
Impressão:
Rocha, Ailton Francisco da
História Política, Sócio-Econômica e Ambiental de Cedro de São João
Cedro de São João - Sergipe
_______________
2004
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HISTÓRIA POLÍTICA, SÓCIO- ECONÔMICA E AMBIENTAL
DE CEDRO DE SÃO JOÃO
AILTON FRANCISCO DA ROCHA
Foto 2. Praça Miguel Seixas
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HISTÓRIA POLÍTICA, SÓCIO- ECONÔMICA E AMBIENTAL
DE CEDRO DE SÃO JOÃO
1. História
Cedro formou-se de ciganos vindos de Minas Gerais. Depois de
passarem pela Bahia e entrarem em Sergipe, um pequeno grupo se
separou e foi viver em barracas armadas em Capela, comercializando
produtos do Vale do Japaratuba (açúcar e mel) e do Vale do São
Francisco (arroz, animais e peixe).
O grupo adquiria animais na fazenda Cemitério (hoje Aquidabã), e com
esses animais descansavam em um terreno, onde hoje é a Praça Jonas
Trindade, em Cedro. Na época da cheia do rio São Francisco, as terras
rodeadas pelas águas, formavam quase uma ilha. Como se tratava de
um lugar seguro, o líder do grupo Antônio Nunes, construiu um curral
com a madeira Cedro.
Na Fazenda Cedro, nome originado de madeira abundante na região,
existia em 1834 vinte casas de taipa, construídas para os vaqueiros.
Pela Lei Provincial de 05 de março de 1835, o proprietário da Fazenda,
Antônio Nunes, criou uma escola, posteriormente fechada, e que voltou
a funcionar em 09 de Julho de 1872, sob a direção da professora
Carolina Leopoldina Regina de Sá. A construção da capela de São João
Batista, atual Matriz, tornou independente a povoação, da Freguesia de
Santo Antônio de Propriá. A Lei Estadual nº 83, de 23 de Outubro de
1894 elevou o Povoado à categoria de Vila.
A partir do ano de 1894, passou a haver uma organização para
separação política de Própria. Surgiram três engenhos no Vale do rio
jacaré: Imbira, de Antônio Santana ; Poço dos Bois , de Antônio Soares,
e o da Lagoa Seca de Antônio Baptista Nascimento, que colaboraram na
formação da estrutura econômica.
Em 29 de outubro de 1901, Cedro retornou à condição de Povoado, pela
Lei nº 422. Pouco depois, iniciava-se um movimento pela restauração do
Município, tendo como principais líderes, Antônio Batista do Nascimento,
João de Deus da Rocha, Manoel da Rocha e Antônio Santana.
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A Lei nº 1.015 de 04 de outubro de 1928, sancionada pelo Governador
Manoel Dantas, elevou Cedro à Categoria de Vila e Sede do Município,
desmembrado de Propriá, sendo instalada a Vila à 1º de Janeiro de
1929. O decreto nº 69 de 26 de março de 1938, anexou o termo à
Comarca de Propriá. Pelo Decreto-Lei nº 533, de 7 de dezembro de
1944, o Município passa a ter o nome de Darcilena, mudando para
Ce dr o de Sã o Joã o e m 0 6 de Fe ve r e ir o de 1 9 5 4 , pela Lei Estadual
nº 554, passando a contar com mais um Distrito de Paz, o de São
Francisco. Depois, o Distrito de São Francisco foi desmembrado,
tornando-se Município.
Atualmente, o município pertence judicialmente a sua própria comarca,
formado pelos povoados Bananeiras, Batinga, Piçarreira, Cruzes e Poço
dos Bois.
As principais fontes de renda são: o artesanato, a carne do sol, o arroz,
a piscicultura e a pecuária.
Os principais eventos são: a Festa do Padroeiro São João Batista, Festa
da Carne do Sol e de Penitentes.
2. Caracterização do Município
2.1. Localização e Acesso
O município de Cedro de São João está localizado na região nordeste do
Estado de Sergipe, limitando-se a norte com o município de Telha, a
oeste com Malhada dos Bois e Aquidabã, ao sul com São Francisco e a
leste com Propriá. A área municipal ocupa 73 km2, inseridos na folha
SC-24-Z-B-II (Propriá), escala 1:100.000, editada pelo DSG em 1974.
Os limites do município, podem ser observados no Mapa Rodoviário do
Estado de Sergipe, escala 1:400.000 (DER-SE, 2001). A sede municipal
tem uma altitude de 20,0 metros e coordenadas geográficas de
10°15'00" latitude sul e 36°53'00" longitude oeste.
O acesso a partir de Aracaju é feito por rodovias pavimentadas: BR-235
e BR-101, num percurso total de 94km (Figura 1).
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2.2. Aspectos Socioeconômicos
Os dados socioeconômicos relativos ao município, foram obtidos a partir
de publicações recentes do Governo do Estado de Sergipe
(SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).
O município foi criado pela Lei Estadual nº 1.015 de 04/10/1928 e Lei
Estadual nº 554 de 06/02/1954.
A população total é de 5.376 habitantes, sendo 4.648 na zona urbana e
728 na zona rural, com uma densidade demográfica de 73,64hab/km².
Em termos de infra-estrutura de serviços, a população dispõe de serviço
de telefonia da TELEMAR, com acesso DDI e DDD, agência postal e
posto telegráfico da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos EBCT,
8
biblioteca e quadra polivalente de esportes. A energia elétrica é
fornecida pela Empresa Energética de Sergipe - ENERGIPE.
O abastecimento de água é de responsabilidade da Companhia de
Saneamento de Sergipe
DESO, existindo 1.294 estabelecimentos
ligados a rede de abastecimento, sendo 1.246 residenciais, 23
comerciais, 1 industrial e 24 pertencentes ao poder público. A sede
possui escoamento pluvial e esgotamento sanitário efetuado através de
fossas sépticas e comuns. O lixo urbano coletado é transportado em
caminhões e depositado em lixeiras a céu aberto.
A economia do município tem como base a agricultura (arroz, mandioca
e milho), pecuária (bovinos, suínos, ovinos e eqüinos), avicultura
(galináceos). Na área mineral, é explorada argila para cerâmica.
O sistema educacional do município conta com 12 estabelecimentos de
ensino, sendo 6 de educação infantil, 5 de educação fundamental e 1 de
ensino médio, com 1.584 alunos matriculados, e taxa de alfabetização
de 63,49%.
Na área da saúde, a população dispõe de 02 (duas) unidades de saúde.
2.3. Aspectos Fisiográficos
Possui clima megatérmico semi-árido, temperatura média no ano de
26,0°C, precipitação pluviométrica média anual de 800,0mm e período
chuvoso de março a agosto. O relevo é característico, com feições
dissecadas na forma de colinas e cristas. Os solos são Litólico Eutrófico,
Podzólico vermelho amarelo equivalente Eutrófico, Regosol Eutrófico e
Aluviais, com uma vegetação de Campos Sujos e Limpos
(SERGIPE.SEPLANTEC/SUPES, 1997/2000).
2.4. Geologia
O contexto geológico do município (Figura 2), está representado por
sedimentos cenozóicos das Formações Superficiais Continentais
(depósitos aluvionares e coluvionares) e do Grupo Barreiras (areias finas
e grossas com níveis argilosos a conglomeráticos), que se distribuem a
norte e a sul da área. Na região sudoeste, afloram sedimentos
mesozóicos da Bacia de Sergipe, relacionados ao Grupo Coruripe
(Formação Penedo - arcóseos com intercalações de folhelhos e siltitos e
Formação Barra de Itiúba - folhelhos com intercalações delgadas de
arenitos muito finos e calcilutitos); Grupo Perucaba (Formação Serraria arcóseos e arenitos e Formação Bananeiras - folhelhos e argilitos);
9
Grupo Igreja Nova (Formação Aracaré - intercalações de arenitos,
folhelhos e calcários associados a sílex) e a Formação Batinga - siltitos
laminados, arenitos e folhelhos. Rochas do domínio neo a
mesoproterozóico da Faixa de Dobramentos Sergipana, pertencentes ao
Grupo Macururé (micaxistos granatíferos e metarritmitos finos com
lentes de metavulcanitos), ocupam cerca de 60% da área do município,
nas suas porções centro e norte.
10
3. Recursos Hídricos
3.1. Águas Superficiais
O município está totalmente inserido na bacia hidrográfica do rio São
Francisco. O riacho Jacaré constitui a drenagem principal.
3.2. Águas Subterrâneas
3.2.1. Domínios Hidrogeológicos
No município de Cedro de São João pode-se distinguir três domínios
hidrogeológicos: Metasedimentos/Metavulcanitos, Bacias Sedimentares
e Formações Superficiais Cenozóicas (Figuras 3 e 4). O primeiro ocupa
aproximadamente 60% do território municipal.
Os Metasedimentos/Metavulcanitos tem comportamento de aqüífero
fissural . Como basicamente não existe uma porosidade primária nesse
tipo de rocha, a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma
porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se
traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena
extensão. Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por
poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos
efeitos do clima semi-árido e do tipo de rocha, é, na maior parte das
vezes, salinizada. Essas condições definem um potencial hidrogeológico
baixo para as rochas cristalinas sem, no entanto, diminuir sua
importância como alternativa de abastecimento nos casos de pequenas
comunidades ou como reserva estratégica em períodos prolongados de
estiagem. As Bacias Sedimentares são constituídas por rochas
sedimentares bastante diversificadas, e representam os mais
importantes reservatórios de água subterrânea, formando o denominado
aqüífero do tipo granular. Em termos hidrogeológicos, estas bacias têm
alto potencial, em decorrência da grande espessura de sedimentos e da
alta permeabilidade de suas litologias, que permite a explotação de
vazões significativas. Em regiões semi-áridas, a perfuração de poços
profundos nestas áreas, com expectativas de grandes vazões, pode ser
a alternativa para viabilizar o abastecimento de água das comunidades
assentadas tanto no seu interior quanto no seu entorno.
As Formações Superficiais Cenozóicas, são constituídas por pacotes de
rochas sedimentares que recobrem as rochas mais antigas das Bacias
Sedimentares, da Faixa de Dobramentos Sergipana e do Embasamento
Gnáissico. Em termos hidrogeológicos, tem um comportamento de
aqüífero granular , caracterizado por possuir uma porosidade primária,
11
e nos terrenos arenosos uma elevada permeabilidade, o que lhe confere,
no geral, excelentes condições de armazenamento e fornecimento
d água. Na área do município este domínio está representado pelo
Grupo Barreiras e por aluviões e coluviões mais recentes, que a
depender da espessura e da razão areia/argila das suas litologias, pode
produzir vazões significativas. Em grande parte dos casos, poços
tubulares perfurados neste domínio, vão captar água do aqüífero
subjacente.
12
13
3.2.2. Diagnóstico dos Poços Cadastrados
O levantamento realizado no município de Cedro de São João registrou a
presença de 15 pontos d água, sendo 1 do tipo fonte natural e 14 poços
tubulares. A Figura 5 mostra, em percentagem, essa relação.
Figura 5
Tipos de pontos d água cadastrados
Como os poços tubulares representam a grande maioria dos pontos
cadastrados, toda a análise a seguir apresentada ficará restrita a essa
categoria.
Quanto à propriedade do terreno onde se encontram os poços tubulares,
1 é público e 13são particulares (Figura 6).
14
A Figura 7 mostra, em percentagem, a situação dos poços tubulares na
data do cadastramento, quando foi observado que, 2 poços
encontravam-se em operação, 2 paralisados, 1 não instalado e 9
abandonados .
O registro da situação da captação indicou, na data da coleta da
informação no campo, 4 situações diferenciadas. Poços em operação,
paralisados, não instalados e abandonados. Os poços em operação são
aqueles que funcionavam normalmente. Os paralisados estavam sem
funcionar temporariamente devido a problemas relacionados a
manutenção ou quebra de equipamentos. Os não instalados
representam aqueles poços que foram perfurados, tiveram um resultado
positivo, no entanto, ainda não foram equipados com sistemas de
bombeamento e distribuição. E, por fim, os abandonados representam
os poços que não apresentam possibilidades de produção de água.
Geralmente esses últimos abrangem poços secos e obstruídos.
No Quadro 1 pode-se observar o caráter público ou particular dessas
obras, em relação à situação na data do cadastramento. A Figura 8
mostra a situação dos poços de caráter particular, de forma percentual.
15
Quanto à distribuição dos poços tubulares em relação aos domínios
hidrogeológicos de superfície, verificou-se que os 14 poços estão
locados sobre aqüífero do tipo fissural.
Quanto à natureza do abastecimento, 29% dos poços tubulares são
destinados ao abastecimento comunitário e 71% ao uso particular
(Figura 9).
Em relação à finalidade do uso desta água, 21% é destinada ao uso
doméstico primário, 21% a uso múltiplo e em 58% dos poços, não se
obteve essa informação (Figura 10).
A Figura 11 mostra a relação entre os poços tubulares atualmente em
operação, e os poços passíveis de entrarem em funcionamento
16
(paralisados e não instalados). Para os poços tubulares particulares,
verifica-se que 2 poços estão em operação, enquanto que 3 encontramse paralisados ou não instalados, mas passíveis de entrarem em
funcionamento.
3.2.3. Aspectos Qualitativos
Do ponto de vista qualitativo, foram considerados para classificação das
águas, os seguintes intervalos de STD (Sólidos Totais Dissolvidos):
0 a 500mg/l - água doce
501 a 1.500mg/l - água salobra
> 1.501mg/l - água salgada
A Figura 12 ilustra a classificação das águas do município,
correspondente a poços tubulares, considerando as seguintes situações:
em operação, paralisados e não instalados.
Deve-se ressaltar, que só foram analisados os poços onde foi possível
realizar coleta de água.
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Os resultados obtidos para os poços tubulares em aqüíferos do tipo
fissural mostraram o seguinte:
No grupo dos poços passíveis de entrar em funcionamento
(paralisados + não instalados) em 2 poços, ou seja, 100% do
universo amostrado, a água é salobra.
3.2.4. Análise dos dados de poços
A análise dos dados referentes ao cadastramento de poços executado no
município permitiu estabelecer as seguintes conclusões:
A situação atual dos poços existentes no município é a seguinte:
Levando-se em conta os percentuais de poços tubulares
paralisados passíveis de entrar em funcionamento (23% dos poços
privados), pode-se prever um expressivo aumento da oferta de
água no município, com ações de recuperação.
Com base nas conclusões acima estabelecidas, pode-se tecer as
seguintes recomendações:
Os poços desativados e não instalados deveriam entrar em
programas de recuperação e instalação de poços, para aumentar a
oferta de água da região;
18
Poços paralisados em virtude de média salinidade, deveriam ser
analisados com detalhe (vazão, análise físico-química, nº de
famílias atendidas pelo poço, etc.), para verificação da viabilidade
da instalação de equipamentos de dessalinização;
Todos os poços deveriam sofrer manutenção periódica para
assegurar o seu funcionamento;
Para assegurar a boa qualidade da água, do ponto de vista
bacteriológico, devem ser implantadas em todos os poços medidas
de proteção sanitária: cercado, tampa e laje de proteção;
Não foram abordados aspectos quantitativos da água em virtude
de ausência de valores referenciais das vazões das formações
geológicas, do caráter impreciso das informações coletadas junto
aos moradores/usuários e da carência de perfis geológicos dos
poços perfurados. Não foram realizados poços de pesquisa ou
testes e bombeamento, por fugir aos objetivos desse
levantamento, recomendando-se esses estudos para próximas
etapas.
3.2.5. Estudo da Qualidade da Água do Riacho Jacaré
Foto 3. Riacho Jacaré
Descrição:
O riacho Jacaré até a sua confluência com o rio São Francisco.
Sub- bacia:
Riacho Jacaré
Regime de Escoamento:
Intermitente
Pontos de Análise:
SF30
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Usos da Água:
Múltiplos usos (irrigação, dessedentação de animais e abastecimento
público).
Comentários:
O ponto SF30 está localizado no riacho Jacaré.
Os resultados de salinidade, obtidos nas campanhas de amostragem
efetuadas, indicaram que se trata de um trecho onde a água sofreu
alteração da classificação de doce para salobra (SF30).
Tomando-se como referência a Classe 2, para os parâmetros
determinados, observa-se que os resultados de cor, coliformes
termotolerantes, alumínio e ferro para o ponto SF30 obtidos nas
campanhas de amostragem são incompatíveis com a classe 2.
A presença de coliformes termotolerantes associada aos altos teores de
Nitrogênio Total e nitrato, indica a contaminação recente desse trecho
por microorganismos de origem fecal e leva à comprovação de
contaminação das águas por esgotos domésticos.
No que se refere às outras fontes de poluição, ressalta-se a presença de
alumínio e ferro associada à composição química do solo presente na
bacia de drenagem.
Durante as coletas foi registrada a presença de matéria orgânica e
plantas aquáticas no ponto SF30.
4. Perfil do Município
4.1. Informações Gerais
Distância para Aracaju: rodovia: 94 km; em linha reta: 75 km
Área: 77,3 km²; participação na área do Estado: 0,35 %
Municípios limítrofes: Própria, São Francisco, Malhada dos Bois,
Aquidabã e Telha
Clima: precipitação média anual: 800,0 mm; temperatura média
anual: 26,0 °C
Vegetação: campos limpos e sujos
Divisão por bacia hidrográfica: rio São Francisco 77,3 km²
(100,0 %)
Área pertencente ao polígono das secas: 90,6 %
20
4.2. Principais Recursos Hídricos Existentes
Foto 4. Lagoa Salomé
Várzeas: Cedro e Saco do Coxo
Lagoas: Salomé e Algodão
Açude Público
Poços tubulares: Veja item 4.4.
Riachos: Jacaré, Baixo do Cipó, Buri, Candinha
Fontes: Minadouro I e II, Bananeiras
4.3.Fontes de Abastecimento dos Principais Núcleos Residenciais
A sede do município é abastecida pela DESO, através da adutora
de Propriá, que capta água do rio São Francisco.
O Povoado Poço dos Bois se abastece através de captações em
poços tubulares profundos.
A comunidade Bananeiras faz seu abastecimento captando água
da Fonte Bananeira.
4.4. Pontos d água (2002)
Pontos d água: 15
poço natural: 1
( 6,7 %)
poço tubular: 14
( 93,3 %)
Propriedade dos poços tubulares
pública: 1
( 7,1 %)
particular: 13
( 92,9 %)
Situação dos poços tubulares
21
em operação: 2
( 14,3 %)
paralisado: 2
( 14,3 %)
não instalado: 1
( 7,1 %)
abandonado: 9
( 64,3 %)
Finalidade do uso dos poços tubulares
doméstico primário: 3
( 21,4 %)
uso múltiplo: 3
( 21,4 %)
sem informação: 8
( 57,2 %)
Natureza do abastecimento dos poços tubulares
abastecimento comunitário: 4
( 28,6 %)
abastecimento particular: 10
( 71,4 %)
Aspectos qualitativos dos poços tubulares
água salobra: 2
( 14,3 %)
sem informação: 12
( 85,7 %)
4.5. Principais Problemas Ambientais e de Recursos Hídricos
Foto 5. Saco do Coxo
Falta coleta seletiva e tratamento do lixo.
A Lagoa Salomé recebe parte do esgoto da cidade, além de
despejos provenientes de pocilgas instaladas em seu entorno.
O riacho Jacaré apresenta erosão e assoreamento, em função do
desmatamento ciliar e recebe cargas de poluentes, esgotos,
resíduos sólidos, agrotóxicos.
As Várzeas em geral, estão tomadas por plantas invasoras:
aguapés.
Falta esgotamento sanitário.
Falta política de gestão municipal das águas.
Não existe unidade de conservação e preservação ambiental.
22
4.6. População (2000)
População residente: 5.378
variação (2000/1991): 5,00 %
crescimento anual (2000/1991): 0,54 %
População por gênero
homens: 2.707
( 50,3 %)
mulheres: 2.671 ( 49,7 %)
População por situação do domicílio
urbana: 4.650
( 86,5 %)
rural: 728
( 13,5 %)
Variação populacional (2000/1991)
urbana: 15,6 %
rural: - 33,9 %
População por grupos de idade
0 a 4 anos: 528
( 9,8 %)
5 a 9 anos: 496
( 9,2 %)
10 a 19 anos: 1.089 ( 20,2 %)
20 a 29 anos: 946
( 17,6 %)
30 a 39 anos: 795
( 14,8 %)
40 a 49 anos: 510
( 9,5 %)
50 a 59 anos: 445
( 8,3 %)
60 ou mais: 569
( 10,6 %)
Densidade demográfica: 69,6 hab/ km²
4.7. Domicílios (2000)
Total de domicílios: 1.416
Domicílios por situação de domicílio
urbana: 1.219
( 86,1 %)
rural: 197
( 13,9 %)
Média de moradores por domicílio
total: 3,74
urbano: 3,75
rural: 3,67
Condição de ocupação por domicílio
próprio: 1.169
( 82,6 %)
alugado: 146
( 10,3 %)
cedido: 98
( 6,9 %)
outra condição: 3
( 0,2 %)
Ligações residenciais de energia elétrica
consumidores: 1.421
variação (2000/1990): 18,0
23
4.8. Saneamento Básico nos Domicílios (2000)
Abastecimento de água
rede geral: 1.245
( 87,9 %)
poço ou nascente: 14
( 1,0 %)
outras formas: 157
( 11,1 %)
Destino do lixo
lixo coletado: 1.181
( 83,4 %)
outro destino: 235
( 16,6 %)
Situação de higiene
com banheiro / sanitário: 1.347
ligado à rede geral de esgoto: 232
( 95,1 %)
( 16,4 %)
4.9. Educação (2000)
Educação infantil
escolas: 6
matrícula inicial 2000: 381
variação da matrícula 2000/1990 : - 11,4 %
Ensino fundamental
escolas: 5
matrícula inicial: 1.019
variação da matrícula 2000/1990: - 7,6 %
Ensino médio
escolas: 2
matrícula inicial: 141
variação da matrícula 2000/1990: 4,4 %
População escolar / população residente: 28,7 %
Índice de Desenvolvimento Infantil IDI: 0,602
Classificação municipal: 5°
Pessoas responsáveis pelos domicílios por grupo de anos de
estudo: 1.416
Sem instrução e menos de 1 ano: 339
( 23,9 %)
1 a 3 anos: 415
( 29,3 %)
4 a 7 anos: 294
( 20,8 %)
8 a 10 anos: 146
( 10,3 %)
11 a 14 anos: 202
( 14,3 %)
15 anos ou mais: 18
( 1,3 %)
sem informação: 2
( 0,1 %)
Taxa de alfabetização da população de 10 anos ou mais de idade:
77,4 %
24
4.10. Renda (2000)
Moradores dependentes do rendimento da pessoa responsável
pelo domicílio: 5.297
sem rendimento: 584
( 11,0 %)
até 1s.m: 2.464
( 46,5 %)
mais de 1 a 2 s.m: 1.338
( 25,3 %)
mais de 2 a 5 s.m: 702
( 13,3 %)
mais de 5 a 10 s.m: 153
( 2,9 %)
mais de 10 a 20 s.m: 49
( 0,9 %)
mais de 20 a 30 s.m: 5
( 0,1 %)
mais de 30 s.m : 2
( 0,0 %)
Rendimento médio mensal dos responsáveis pelo domicílio (julho
2000): R$ 266,45
Renda per capita média mensal (julho 2000) : R$ 71,24
4.11. Setor Agrícola (1999)
Área colhida das principais culturas
arroz: 318
ha
milho: 70
ha
mandioca: 70
ha
feijão: 64 ha
Pecuária: principais efetivos
bovinos: 5.000
ovinos: 150
galináceos: 2.500
eqüinos: 480
suínos: 150
Número de estabelecimentos: 337
Área total dos estabelecimentos: 6.072 ha
Forma de utilização das terras
lavoura: 147 ha
( 2,4 %)
pastagens: 5.525 ha
( 91,0 %)
matas e florestas: 214 ha
( 3,5 %)
produtivas não utilizadas: 42 ha ( 0,7 %)
terras inaproveitáveis: 144 ha
( 2,4 %)
25
4.12. Capacidade Organizacional
Organizações Sociais
Ordem
1
Levantamento Preliminar - 2002
Localização
Organizações Sociais
Cruzeiro redondo Associação dos Moradores
Cruzeiro Redondo
do
Povoado
2
Poço dos Bois
Associação
de
Desenvolvimento
Comunitário de Poço dos Bois
3
São Sebastião
Associação dos Moradores do Povoado São
Sebastião
4
Sede
Associação Comunitária Maria Francisca de
Aquino
5
Associação Comunitária das Bordadeiras de
Cedro
6
Associação Comunitária das Bordadeiras e
Costureiras do Município de Cedro de São
João
7
Associação Comunitária de Artesãos
Praça Padre Manoel Guimarães
8
Associação Comunitária Gouveia Lima
9
Associação de Proteção à Maternidade e
Infância de Cedro de São João
10
Associação de Vigilância Comunitário de
Cedro de São João
11
Associação dos Artesãos de Cedro de São
João
12
Associação Comunitária dos Peixeiros de
Cedro de São João
13
Sindicato dos Trabalhadores Rurais
26
STR
da
5 . Pr opost a de Pla n o de Tr a ba lh o pa r a r e sga t a r a a u t oestima do município
5.1. Geração de Emprego e Renda
Criar cooperativa voltada para o desenvolvimento da pesca e
aqüicultura, com instalações modernas que possibilitem a
produção do filé, extração da pele e até aproveitamento das
sobras.
Estruturar o matadouro municipal, transformando-o em
matadouro regional, possibilitando a criação de uma agroindústria,
que possa aproveitar e transformar todas as partes do boi.
Industrialização da fonte de água mineral existente no povoado
Bananeiras.
Criar o centro de artesanato municipal.
Criar a cooperativa de técnicos agrícolas, voltada principalmente
para a produção de mudas, a serem utilizadas no paisagismo do
município e da região e na recuperação de áreas degradadas.
Fazer coleta seletiva do lixo, para comercializar o lixo reciclado e
produção de compostagem.
Estimular pequenas agroindústrias: queijo e manteiga, olarias,
marcenaria, produtos de limpeza, etc.
Incentivar e apoiar o comércio local, adquirindo no Município os
produtos de consumo público (merenda escolar, móveis, uniforme,
material de limpeza) e acesso ao micro-crédito.
5.2. Educação, Esporte e Cultura
Implantar cursos preparatórios para concursos.
Construir uma biblioteca municipal, dotando-a de computadores
interligados a Internet.
Construir um cine-teatro, para incentivar as artes cênicas e os
recursos áudios-visuais.
Criar a Casa do Estudante de Cedro em Aracaju para estudantes
universitários carentes.
Estruturar o atendimento do transporte escolar para estudantes da
zona rural.
Implantar a educação patrimonial.
Ampliar o acesso à escola.
Valorizar o profissional da educação.
Realizar campanhas educativas.
27
Comemorar as datas alusivas: padroeiro, independência do
município e outras.
Incentivar o folclore e a música.
Publicar mensalmente um jornal com notícias da administração e
da sociedade.
Implantar uma rádio educativa comunitária.
Criar o serviço de educação especial para portadores de
deficiência.
Criar os barracões culturais de cidadania.
Construir campos de futebol (pelada) nos bairros.
Revitalizar o estádio municipal para promover torneios de bairros,
intermunicipal e estadual.
Construir um ginásio de esportes com quadra poliesportiva.
Incentivar a estruturação dos dois clubes tradicionais do
município: Cedro E.C. e Botafogo E.C.
5.3. Saúde
Fortalecer a GPAB-A (Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada),
aumentando o número de ESF (Equipes de Saúde da Família).
Estruturar e ampliar o atendimento com a contratação de:
médicos, odontólogos, assistente social, psicólogo, etc.
Inserir o município nos programas de saúde do governo federal
através do governo estadual e iniciativas do governo municipal,
fazendo uma tripartite, para atingir as metas de saúde do plano
municipal.
Universalizar o tratamento preventivo.
Reduzir a taxa de mortalidade infantil e materna e a incidência da
cárie dentária.
Estruturar os serviços de primeiros socorros e de maternidade.
Propor ou aderir à criação de um consórcio intermunicipal.
Capacitar os profissionais para atender aos princípios básicos do
SUS (Sistema Único de Saúde).
5.4. Infra- estrutura
Construir uma área coberta para acomodar a feira-livre,
padronizando e higienizando os pontos de comercialização.
Ampliar a pavimentação asfáltica do acesso da BR-101 até os
limites com o município da Telha, interligando o Alto da Boa Vista
e a Av. Manoel Dantas.
Iluminar o acesso da BR-101 até o matadouro municipal.
28
Fazer a coleta e tratamento de esgoto e construir fossas sépticas.
Recuperar e interligar as estradas vicinais.
Recuperar o calçamento das ruas e urbanizar as áreas livres com
a construção de praças.
Incentivar a implantação, através da iniciativa privada, de um
clube social, dotado de parque infantil e práticas esportivas.
Revitalizar e urbanizar a Lagoa Salomé.
5.5. Agricultura e Meio Ambiente
Melhorar o rebanho bovino com inseminação artificial.
Construir aterro sanitário, através de um consórcio intermunicipal
entre: Cedro, Telha e Própria.
Incentivar a agricultura familiar: hortas comerciais, produção de
legumes e cereais.
Estruturar o sistema de vigilância sanitária do município.
Reflorestar em parceria com os proprietários as margens da Lagoa
Salomé, Riacho do Jacaré e nascentes.
Fomentar a pesca e a aqüicultura.
Distribuir mudas frutíferas.
Implantar um horto florestal para produção de mudas, instalar a
farmácia viva e implantar um bosque de cedro.
Combater o uso de pesticidas.
5.6. Combate a Pobreza
Estender os programas sociais do governo a toda família carente
(Fome-Zero, Bolsa-Família, Bolsa Escola, Luz para Todos,
Erradicação do trabalho infantil).
Recuperar casas de famílias carentes
Distribuição de leite para as famílias carentes.
5.7. Inclusão Social
Erradicação do analfabetismo
Uniforme escolar
Criar o clube da terceira idade
Implantar o serviço de tratamento para recuperação dos viciados
em drogas.
29
5.8. Administração
Informatizar os serviços.
Criar a gerência de recursos humanos para capacitação dos
funcionários.
Humanizar o atendimento ao público.
Melhorar a qualidade institucional, estruturando e ampliando a
participação das associações comunitárias, sindicato e conselhos:
educação, saúde, menor e adolescente, assistência social, cultura
e outros.
Criar a casa dos direitos.
Discutir a Agenda 21, elaborar o Plano Diretor e implantar a
legislação de uso e ocupação do solo.
5.9. Democracia e Diálogo
Implantar o sistema de participação social na definição das
políticas públicas e fiscalização das contas públicas.
5.10. Metas (2005
2008)
Indicadores
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
Índice de Longevidade (anos)
Taxa de alfabetização (%)
Taxa bruta de freqüência escolar (%)
Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos)
Domicílios com instalação sanitária (%)
Domicílios ligados à rede geral de água (%)
Domicílios ligados à rede geral de esgoto (%)
Renda per capta (R$)*
* Corrigir pelo dólar de US$1,00 = R$3,00
30
Atual
0,684
68,33
76,8
80,0
31,65
35,1
87,9
16,4
105,69
2008
0,790
70,00
90,00
93,00
20,00
80,00
95,00
70,00
180,00
5.11. Estratégias e dimensões
Dimensão
Regional
Dimensão
Social
Criação
de
emprego
e
de
desconcentração da renda por via de
inclusão social e de vigoroso
crescimento ambientalmente sustentável
e de redutor de desigualdades,
dinamizado pelo mercado de consumo
de massa e viabilizado pela expansão
competitiva das atividades superadoras
da vulnerabilidade externa.
Dimensão
Econômica
Dimensão
Ambiental
Dimensão
Democrática
31
5.12. Etapas do Processo de Desenvolvimento
Potencialidades
não mobilizadas
inconformismo
Problemas
socioeconômicos
Informações
Técnicas
diagnose
Fórum de
debates
Instrumentos
disponíveis
agenda de
mudanças
Consultas às
lideranças
Consistência
técnica
plano de
mudanças
Processo de
negociação
implementação
32
6. Filhos ilustres (segundo o CINFORM MUNICÍPIOS)
Ant ônio Ba pt ist a N a scim e nt o: responsável pela emancipação
do município
Maria do Carmo Nascimento Alves: senadora
José Alves Nascimento: ex-senador
Olegária Nascimento: otorrinolaringologista
Antônio Prudente: juiz federal em Brasília
Ailton Rocha: engenheiro agrônomo
Francisco de Assis Soares da Costa: matemático
Padre Félix: latinista
José Álvares da Rocha: poeta de cordel
Antônio Coca: poeta de cordel
João Costa: professor de Português
Jessé Trindade: cirurgião dentista, poeta e professor
Milton Alves: jornalista
Francisco Melo Novaes: juiz aposentado
Nunes: jogador de futebol
33
7. Vida e Morte de São João Batista
Anunciação do nascimento do precursor João Batista
Lc, 1:5- 25. Nos tempos de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote
por nome de Zacarias, da classe de Abias; sua mulher, descendente de
Aarão, chamava-se Isabel. Ambos eram justos diante de Deus e
observavam irrepreensivelmente todos os mandamentos e preceitos do
Senhor. Mas não tinham filho, por que Isabel era estéril e ambos de
idade avançada. Ora, exercendo Zacarias diante de Deus a função de
sacerdote, na ordem de sua classe, coube-lhe por sorte, segundo o
costume em uso entre os sacerdotes, entrar no santuário do Senhor e aí
oferecer perfume. Todo o povo estava de fora, à hora da oferenda do
perfume. Apareceu-lhe então um anjo do senhor, em pé, à direita do
altar do perfume. Vendo-o, Zacarias ficou perturbado, e o temor
assaltou-o. Mas o anjo disse-lhe: Não temas Zacarias, porque foi
ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e chama-loás João. Ele será para ti motivo de gozo e alegria, e muitos se alegrarão
com o seu nascimento; porque será grande diante do Senhor e não
beberá vinho nem cerveja, e desde o ventre de sua mãe será cheio do
Espírito Santo; ele converterá muitos dos filhos de Israel ao senhor, seu
Deus, e irá adiante de Deus com o espírito e poder de Elias para
reconduzir os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos
justos, para preparar ao Senhor um povo bem disposto . Zacarias
perguntou ao anjo: Donde terei certeza disto? Pois sou velho e minha
mulher é de idade avançada. O anjo respondeu-lhe: Eu sou Gabriel,
que assisto diante de Deus, e fui enviado para te falar e te trazer esta
feliz nova. Eis que ficarás mudo e não poderás falar até o dia em que
estas coisas acontecerem, visto que não deste crédito às minhas
palavras, que se hão de cumprir a seu tempo. No entanto, o povo
estava esperando Zacarias; e admirava-se dele se demorar tanto tempo
no santuário. Ao sair, não lhes podia falar, e compreenderam que tivera
no santuário uma visão. Ele lhes explicava isto por acenos; e
permaneceu mudo. Decorridos os dias do seu ministério, retirou-se para
sua casa. Algum tempo depois Isabel, sua mulher, concebeu; e por
cinco meses se ocultava, dizendo: Eis a graça que o Senhor me fez,
quando lançou os olhos sobre mim para tirar o meu opróbrio dentre os
homens.
34
Nascimento de João Batista
Lc, 1 : 5 7
6 7 / 8 0 . Completando- se para I sabel o t em po de dar à luz,
t eve um filho. Os seus vizinhos e parent es souberam que o Senhor lhe
m anifest ara a sua m isericórdia, e congrat ulavam - se com ela. No oit avo
dia, foram circuncidar o m enino e o queriam cham ar pelo nom e de seu
pai, Zacarias. Mas sua m ãe int erveio: Não, disse ela, ele se cham ará
João. Replicaram - lhe:
Não há ninguém na t ua fam ília que se cham e
por est e nom e. E pergunt avam por acenos ao seu pai com o queria que
se cham asse. Ele, pedindo um a t abuinha, escreveu nela as palavras:
João é o seu nom e. Todos ficaram pasm ados. E logo se lhe abriu a
boca e solt ou- se- lhe a língua e ele falou, bendizendo a Deus. O t em or
apoderou- se de t odos os seus vizinhos; o fat o divulgou- se por t odas as
m ont anhas da Judéia. Todos os que o ouviam conservavam - no no
coração, dizendo: Que será est e m enino? Porque a m ão do Senhor
est ava com ele . O m enino foi crescendo e fort ificava- se em espírit o, e
viveu nos desertos até o dia em que se apresentou diante de Israel.
Missão de João Batista
João foi enviado a fim de preparar o povo para receber o Messias (Jo.
1:19-27
Quem és tu? Ele respondeu: Eu sou a voz que clama no
deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías
40,3. Uma voz exclama: Abri no deserto um caminho para o senhor,
traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus. Este aviso da volta do
cativeiro foi o tipo da libertação messiânica anunciada por João Batista.
Ele possuía as chaves do Sacerdócio Aarônico (O sacerdócio menor.
Seus ofícios são: bispo,sacerdote, mestre e diácono). O Sacerdócio
Aarônico foi revelado a Moisés porque os israelitas antigos se
revoltavam contra Deus. Eles recusaram-se a ser santificados e a
receber o Sacerdócio de Melquisedeque (sacerdote, sumo sacerdote e
levitas) e suas ordenanças. O Sacerdócio Aarônico encarrega-se das
ordenanças exteriores da lei e do evangelho. Possui as chaves do
ministério dos anjos, do evangelho do arrependimento e do batismo.
Por esta função, batizou Jesus Cristo. A bem da verdade, Sacerdócio é
a autoridade e poder concedidos por Deus ao homem para agir em
todas as coisas relacionadas com a salvação da humanidade.
Não confundir com João, filho de Zebedeu. Um dos Doze apóstolos do
Novo testamento, irmão de Tiago. No começo da sua vida era pescador
(Mc. 1:17-20). Provavelmente é ele o discípulo
de João Batista
mencionado em Jo. 1:40. Mais tarde ele recebeu o chamado para ser
35
discípulo de Jesus Cristo (Mt. 4:21-22; Lc. 5:1-11). Foi quem escreveu o
evangelho de João, três epístolas e o livro de Apocalipse.
Pregação de João Batista
Mt. 3 , 1
1 2 = Lc. 3 , 3 - 2 0 . Naqueles dias, apareceu João Batista,
pregando no deserto da Judéia. Dizia ele: Fazei penitência porque está
próximo o Reino dos Céus. Este é aquele de quem falou o profeta
Isaías(Is 40,3). João usava uma vestimenta de pêlos de camelo e um
cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e mel
silvestre. Pessoas de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda
circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus pecados e
eram batizados por ele nas águas do Jordão. Ao ver, porém, que muitos
dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça
de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? Daí, pois,
frutos de verdadeira penitência. Não digais dentro de vós: Nós temos a
Abraão por pai! Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas
pedras filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores:
toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao
fogo. Perguntava-lhe a multidão: Que devemos fazer? Ele respondia:
Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem, e quem tem o que
comer, faça o mesmo. Também publicanos vieram ser batizados, e
perguntaram-lhe: Mestre, que devemos fazer? Ele lhes respondeu: Não
exijais mais do que vos foi ordenado. Do mesmo modo os soldados lhes
perguntavam:
E nós, que devemos fazer? Respondeu-lhes:
não
pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o
vosso soldo. Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos
perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo, ele tomou
a palavra dizendo a todos: Eu vos batizo com água, em sinal de
penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que
eu e nem sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos
batizará no Espírito Santo e no fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira
e recolherá o trigo ao celeiro, mas queimará as palhas, num fogo
inextinguível.
Batismo de Jesus
M t . 3 , 1 3 - 17. Da Galiléia foi Jesus ao Jordão ter com João, a fim de ser
batizado por ele. João recusava-se: Eu devo ser batizado por ti e tu
vens a mim! mas Jesus lhe respondeu: deixa por agora, pois convém
cumpramos a justiça completa. Então João cedeu. Depois que Jesus foi
batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer
36
sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma
voz: Eis meu filho muito amado em quem ponho minha afeição.
Jesus e João Batista
Lc. 7 : 1 4
2 8 . E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o
levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te.
Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à
sua mãe. Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus,
dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos
para o seu povo. A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda
a circunvizinhança. Os discípulos de João referiram-lhe todas estas
coisas. E João chamou dois dos seus discípulos e enviou-os a Jesus,
perguntando: És tu o que há de vir ou devemos esperar por outro?
Chegando estes homens a ele, disseram: João Batista enviou-nos a ti,
perguntando: és tu o que há de vir ou devemos esperar por outro? Ora,
naquele momento Jesus havia curado muitas pessoas de enfermidades,
de doenças e de espíritos malignos, e dado a vista a muitos cegos.
Respondeu-lhes ele: Ide anunciar a João o que tendes visto e ouvido:
os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos
ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciado o Evangelho; e
bem aventurado é aquele para quem eu não for ocasião de queda.!
Depois que se retiraram os mensageiros de João, ele começou a falar de
João ao povo:
Que fostes ver no deserto um caniço agitado pelo
vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas os
que vestem roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos
reis. Mas, enfim, que fostes ver? Um profeta?. Este é aquele de quem
está escrito: Eis que envio o meu mensageiro ante a tua fase; ele
prepara o teu caminho diante de ti ( M1 3,1). Pois vos digo: entre os
nascidos de mulher não há maior que João. Entretanto, o menor no
Reino de Deus é maior do que ele.
Morte de João Batista
M t . 1 4 :3 - 12 . Por aquela mesma época, o tetrarca Herodes ouviu falar
de Jesus. E disse aos seus cortesãos: É João batista que ressuscitou. É
por isso que ele faz tantos milagres . Com efeito, Herodes havia
mandado prender e acorrentar João, e o tinha mandado meter na prisão
por causa de Herodíades, esposa de seu irmão Felipe. João lhe tinha
dito: Não te é permitido toma-la por mulher! de boa mente o
mandaria matar; temia porém, o povo que considerava João um
profeta. Mas na festa de aniversário de nascimento de Herodes, a filha
37
de Herodíades dançou no meio dos convidados e agradou a Herodes. Por
isso, ele prometeu com juramento dar-lhe tudo o que lhe pedisse. Por
instigação de sua mãe, ela respondeu: Dá-me aqui, neste prato, a
cabeça de João Batista. O rei entristeceu-se, mas como havia jurado
diante dos convidados, ordenou que lhe dessem; e mandou decapitar
João na sua prisão. A cabeça foi trazida num prato e dada à moça, que
à entregou à sua mãe. Viera, então, os discípulos de João transladar seu
corpo, e o enterraram. Depois foram dar a notícia a Jesus. A essa
notícia, Jesus partiu dali numa barca para se retirar a um lugar deserto,
mas o povo soube e a multidão das cidades o seguiu a pé. Quando
desembarcou, vendo Jesus essa numerosa multidão, moveu-se de
compaixão para ela e curou seus doentes. E ao cair da tarde, realizou a
multiplicação dos pães.
38
8. Referências Bibliográficas
CINFORM MUNICÍPIOS (2002): História dos municípios. Aracaju, 278 p.
CONTÉCNICA/BRL(2003). Enquadramento
Sergipe. Aracaju , CD- Room.
dos
Cursos
D´Água
de
CPRM(1998):il. Mapa colorido, escala 1:250.000. Convênio CPRM
CODISE. Brasília, 156 p.
CPRM/SEPLANTEC/SRH(2002): Projeto Cadastro
Hídrica do Nordeste - Sergipe. CD - Room.
da
Infra-Estrutura
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
IBGE(2001): Mapas Base os municípios do Estado de Sergipe. 72 Mapas.
Escalas variadas.
FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
IBGE (2001):Mapa do Estado de Sergipe com limites municipais. 1 CD.
Autocad. Convênio IBGE/SEPLANTEC.
SERGIPE.DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DER(2001):
Mapa Rodoviário. Mapa colorido, escala 1:400.000.
SERGIPE.SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E DA CIÊNCIA E
TECNOLOGIA/SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS E PESQUISAS (1997):
Perfis Municipais, Aracaju, 75v.
SERGIPE.SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E DA CIÊNCIA E
TECNOLOGIA /SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS PESQUISAS(2000):
Informes Municipais, Aracaju, 2000. 75v.
SERGIPE.SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E DA CIÊNCIA E
TECNOLOGIA/SUPERINTENDÊNCIA DE RECURSOS HÍDRICOS(2003):
Perfil dos Municípios. Composição e Organização: Hendrikus Johanes
Maria Sprakel. Aracaju. CD - Room.
39
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História de Cedro