ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 361 ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL REVISTA DA LITERATURA * GIVERS AREAS OF AUTOGENOUS BONE GRAFTS PROCEEDING FROM THE BUCCAL WAY LITERATURE REVIEW João Lopes TOLEDO-FILHO ** Clóvis MARZOLA *** Gustavo Henrique ROSSITTO-MARTINS **** Cássia Takako OMAGARI ***** Cláudio Maldonado PASTORI ****** __________________________________________ * Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia BMF de Bauru, Associação Hospitalar de Bauru e Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas, como parte dos requisitos para obtenção do título de especialista em Cirurgia e Traumatologia BMF, pelo CFO. ** Professor Titular de Anatomia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia BMF. *** Professor Titular Cirurgia, aposentado, da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia BMF. **** Especialista em Cirurgia e Traumatologia BMF pelo CFO e autor da monografia. ***** Cirurgiã BMF. Especialista pelo CFO e orientadora da monografia. ****** Professor Mestre e Doutor em Cirurgia pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba da UNESP. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia BMF e Coordenador desse Curso. ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 362 RESUMO Embora alguns tipos de enxertos ósseos sejam viáveis para o uso na cirurgia reconstrutiva, osso autógeno é o tipo mais freqüentemente usado e com melhores resultados. Ele pode ser obtido de sítios doadores diferentes do próprio corpo e pode ser de diferentes morfologias. A região intra bucal consiste em excelente fonte doadora de enxertos, por apresentar ossos de mesma origem, sendo de boa qualidade e quantidade razoável, além de ser uma cirurgia realizada em ambiente de consultório, sob anestesia local. Também diminui custos e é mais estético que os demais enxertos. A recuperação e áreas desdentadas através de enxertos autógenos provenientes do meio intra bucal, assume atualmente papel importantíssimo na Odontologia, apresentando prognóstico extremamente favorável desde que o tratamento seja cuidadosamente planejado e realizado em condições ideais de quantidade e qualidade óssea. ABSTRACT The success of dental implant therapy is closely related to the remaining bony tissue quantity which is not ever found. Therefore, alveolar bridge augmentation and maxillary sinus lift techniques have been developed in order to make possible the viability of the implant uses. For the bridge augmentation techniques, there is a consensus for the use of intra-oral autogenously bone in small flaws or extra-oral bone from autogenously iliac crest, which is used when there is the necessity sinus lift, several materials are used, being the aloplast graft (tricalcium phosphate, hidroxyapatite), allogenies (desmineralized freeze-dried bone), xenogenies (deprotenized bovine bone mineral) and autogenous bone, the most common ones. There is no consensus for the use of such materials with high success rate for all; just in case when the remaing bone makes itself essential. Moreover, allogenic grafts are rather very slowly reabsorbed and make up bone of low quality as well. Unitermos: Áreas doadoras; Enxertos ósseos; Tipos de enxertos; Técnicas para obtenção. Uniterms: Givers areas; Bone grafts; grafts types; Obtain techniques. INTRODUÇÃO A despeito dos grandes avanços da prótese dentária e do advento de novos materiais, ainda há um número muito grande de pacientes que nunca obtêm o conforto e a eficiência desejada de seus aparelhos protéticos. O fracasso ou sucesso de uma prótese estará na dependência de uma variedade de causas locais e gerais. Enquanto a maioria dos fatores gerais não se esquiva à alteração, muitos fatores locais podem ser prevenidos ou remediados por tratamento cirúrgico (KUSIAK; WHITAKER, 1985; SMILLER, 1992 e MARZOLA, 2005). Após a perda dos dentes naturais, tem-se o início de uma série de alterações nos maxilares, uma vez que o osso alveolar não sofre mais os estímulos locais fornecidos pelos dentes e pelo ligamento periodontal, iniciando-se então o ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 363 processo de reabsorção do tecido ósseo. O padrão deste processo é individual, sendo que em alguns pacientes a reabsorção do tecido tende a estabilizar, enquanto que em outros, é ininterrupta, resultando em perda total do osso alveolar e do osso basal subjacente, sendo este processo mais evidente na mandíbula (CARRANZA Jr., 1992 e MARZOLA, 2005). O desafio da reabilitação protética do paciente inclui a restauração da melhor função mastigatória possível, e dentro deste contexto se enquadram os enxertos, que são tecidos transplantados com finalidade de se tornar parte de um hospedeiro. Os enxertos ósseos disponíveis para cirurgia reconstrutiva, de acordo com sua origem podem ser classificados em: 1. Enxertos autógenos, também conhecidos como auto-enxertos ou enxertos próprios, são obtidos do próprio indivíduo para o qual se destina, constituindo-se no material ideal visto que é o único a fornecer células ósseas essenciais à fase I da osteogênese. Assim, a formação de osso inicial ocorre a partir dos osteoblastos do endósteo que penetram na superfície do osso cortical e, estas células sobrevivem à implantação por sua localização na superfície, permitindo absorver nutrientes diretamente antes que a revascularização se produza. Como são osteoblastos já diferenciados iniciam a formação de osteóide diretamente da superfície óssea cortical. No entanto as células do enxerto, steam cell, sofrem mitose direta dos PDGF, TGF-ß1 N que regula a mitose e a diferenciação osteoblástica. O osso inicial é desorganizado, embrionário, não apresentando sistema de Havers e, possuindo pouca integridade estrutural. Esta é a fase I óssea, que se desenvolve nas primeiras semanas dos enxertos e, pela quarta semana a revascularização elimina o gradiente de oxigênio necessário para manter a atividade dos macrófagos (MARX; SAUNDERS, 2001). Na fase I começa agora uma reabsorção obrigatória, com uma seqüência de substituições que deixará eventualmente um osso maduro com arquitetura lamelar, além de sistema haversiano, chamado fase II. Este osso é maduro com endósteo e periósteo desenvolvido e, sustentado pela sua própria integridade estrutural (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995). Basicamente, podem ser de dois tipos, em bloco ou esponjosomedulares em partículas. Os primeiros constituem peças sólidas, cujas fontes são, por exemplo, a crista ilíaca, costela, tíbia ou outro osso adequado. Os enxertos esponjo - medulares são obtidos pela curetagem do osso medular, da medula hematopoiética e do endósteo associado. O ilíaco é a localização mais comum para a sua obtenção. A principal desvantagem deste tipo de enxerto é a necessidade de outro local cirúrgico para a área doadora, além dos riscos de morbidade com o local doador (MISCH; MISCH; RESNIK, 1992; MISCH, 1997; MISCH, 2000 e MARZOLA, 2005). 2. Enxertos alógenos, também denominados aloenxertos ou homoenxertos, são obtidos de outro indivíduo da mesma espécie. Com a finalidade de se reduzir sua antigênicidade, faz-se o tratamento da peça, promovendo a destruição das células osteogênicas, sendo necessário que o receptor produza esses elementos, tornando-se indispensável, portanto, a boa saúde do indivíduo. Elimina assim, a necessidade de outro local cirúrgico no hospedeiro, porém não fornece células viáveis para osteogênese (MARZOLA, 2005). ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 364 3. Enxertos xenógenos, conhecidos também como xenoenxertos ou heteroenxertos, são retirados espécies diferentes e transplantados a outra. As diferenças antigênicas são bastante pronunciadas, implicando num tratamento mais acurado do enxerto para ser evitada a rejeição, sendo muito utilizados na cirurgia maxilo-facial. Não exige um segundo local de intervenção no receptor, porém não fornece células viáveis para a fase I da osteogênese, além de ser tratado para a redução da antigênicidade (SMILLER, 1992). Em se tratando de uma reabsorção óssea severa em mandíbula, os enxertos de aumento proporcionam resistência às mandíbulas extremamente deficientes, além de altura e contorno de ossos adequados para a colocação de implantes e/ou próteses. Os tipos de materiais disponíveis para enxertia incluem o osso autógeno ou alógeno, além de materiais aloplásticos. O enxerto de osso autógeno tem sido biologicamente mais aceitável apesar de ser necessária uma cirurgia em área doadora, além da possibilidade de extensa reabsorção do enxerto. O uso de osso alógeno tem a vantagem de eliminar a necessidade de cirurgia na área doadora, todavia, quando usado em grandes quantidades, freqüentemente causa deiscência, com reabsorção similar àquela do osso autógeno. Dentro do grupo de materiais aloplásticos, encontra-se hidroxiapatita, cujo uso tem se tornado popular para aumento ósseo de maxila e mandíbula. O aumento do bordo superior da mandíbula com enxertos ósseos é indicado nos casos de grave atrofia, com altura e contorno inadequados para reabilitação, além de risco potencial de fraturas. Nesta técnica são empregados enxertos de crista ilíaca, costela ou ainda pequenas partículas de osso desidratado e liofilizado. Entretanto, devido aos casos de reabsorção, morbidade na área doadora e necessidade de hospitalização, têm-se empregado materiais aloplásticos para a correção de mandíbula atrófica, sendo a hidroxiapatita o material de escolha e, por ser biocompatível quase se une física e quimicamente ao osso (MARX; SAUNDERS, 2001). Esta técnica dispensa a cirurgia complementar em área doadora, não ocorrendo a reabsorção do enxerto, podendo a cirurgia ser feita a nível ambulatorial. No entanto, às vezes é difícil conter o material no local prédeterminado e obter a altura desejada do rebordo. Com a evolução dos estudos, observou-se que o osso autógeno é superior a qualquer outro material, quanto à osteogênese inicial, osteoindução, osteocondução e reabsorção com remodelamento ósseo, além de oferecer resultados mais previsíveis (MARZOLA, 2005). Dentre as fontes de osso autógeno deve-se fazer distinção entre a origem embriológica da fonte doadora, pois o osso de origem mesenquimal oferece resultados inferiores quando comparados com osso de origem ectomesenquimal. Quando se considera osso de origem ectomesenquimal, como a calvária, a tuberosidade maxilar, o ramo e a sínfise da mandíbula, obtém-se algumas vantagens como a menor reabsorção, um maior potencial de incorporação, além da revascularização ser mais rapidamente restabelecida (VASCONCELOS; LIMA; TAKAGUI et al., 1998). A forma direta do osso intramembranoso nas áreas da clavícula e no complexo craniofacial não tem sido explicado satisfatoriamente, entretanto se aceita a idéia de que as proteínas morfogenéticas do osso venham a promover uma diferenciação osteoblástica a partir de células pluripotenciais (HOGAN, 1996). ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 365 No entanto existe um gradiente de concentração de BMPs (proteínas morfogenéticas ósseas) no embrião em desenvolvimento e, esta concentração nas áreas da clavícula vem a favorecer a formação intramembranosa (GRANJEIRO; BUZALAF; TAGA, 2003). A mandíbula, o osso parietal, porção escamosa do occipital, frontal, parte da asa maior do esfenóide, escápula e clavícula desenvolve-se pela via intramembranosa e, dessa forma não ocorre o aparecimento prévio de tecido cartilaginoso. Na região apedicular, membros e vértebras, as células participam no fenótipo endocondral, promovendo a ossificação condrogênica antes da osteogênica (KRUGER, 1985). Além da origem embriológica deve-se avaliar a necessidade do local a ser enxertado, ou seja, as dimensões do defeito a ser recuperado para se determinar qual área doadora oferece uma quantidade óssea suficiente para esse local. As fontes bucais apresentam como vantagens o fato de serem eficientes, seguras e de fácil obtenção (TAGA ; CESTARI ; TAGA et al., 2000). A revascularização de um enxerto é de fundamental importância para o sucesso do tratamento, sendo influenciada, entre outros fatores, pela presença de osso medular no enxerto. Com isso pode-se concluir que dentre as fontes bucais o mento possui a vantagem de apresentar maior quantidade de osso medular, podendo explicar até mesmo o fato de apresentar menor índice de reabsorção que os demais (CHEN, 1992 e CHEN; WANG; SMITH, 1995). Os enxertos ósseos autógenos têm sido usados em cirurgia reconstrutiva por mais de cem anos, sendo que seu uso em reconstrução facial desenvolveu-se a partir de experiências realizadas durante a Segunda Guerra Mundial e, modernamente relatadas (TRIPLETT; SCHOW, 1996). Diversos tipos de enxertos têm sido utilizados ao longo dos anos, com finalidade de aumento de rebordo para a colocação de implantes osteointegrados: 1. Enxerto inlay, geralmente empregado para a correção de pequenos defeitos ósseos na crista alveolar, para restaurar o contorno e o volume ósseo necessários para a colocação de um implante, além do estabelecimento de um bom perfil de emergência. O defeito é exposto através de uma incisão na crista que se estende ao redor dos dentes, até um ou dois dentes adjacentes. A parte doadora é normalmente a sínfise da mandíbula, de onde é removido o enxerto, sendo rigidamente fixado através de parafusos de titânio. 2. Enxerto em Sela, indicado nos casos de reabsorção da cortical óssea alveolar na parte posterior da mandíbula. Um bloco em forma de sela é obtido da região do mento, sendo posicionado e fixado no local pré-determinado por no mínimo dois finos parafusos de titânio de 1,5mm. 3. Enxertos Veneer, são indicados quando há uma altura de rebordo suficiente para a colocação de implantes, porém a largura não é adequada. Por causa do tamanho da deficiência, lugares alternativos são pesquisados para se retirar osso, incluindo-se a área temporal do crânio e o íleo. Uma vez adaptado ao local, o enxerto deve ser fixado com, no mínimo, dois parafusos de titânio. 4. Enxertos Onlay, são indicados nos casos de alvéolo residual inadequado em altura e largura para suportar uma prótese funcional, defeitos de contorno, podendo comprometer o suporte, função ou estética, além da perda do osso alveolar. Podem ser de forma segmentária ou em forma de arco, sendo que o local ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 366 doador do enxerto é normalmente o íleo, mas para aumento segmentado o osso pode ser removido também do crânio. 5. Enxertos de Seio maxilar podem ser utilizados quando se tem menos de oito a dez milímetros de osso alveolar. Faz-se um retalho mucoperiostal através de uma incisão vertical no rebordo alveolar, expondo-se a superfície lateral da maxila, onde é executada uma janela retangular de osso, que é movimentada para o local do enxerto. O bloco de enxerto poderá ser fixado com parafusos de titânio (TRIPLETT; SCHOW, 1996). A costela humana também pode ser um doador e, uma ou mais costelas, normalmente a quinta, sexta ou sétima, podem ser retiradas de qualquer lado da caixa torácica, podendo ser retirados até 10 cm do osso. As complicações para esta cirurgia podem ser a deiscência da ferida cirúrgica ou ainda um pneumotórax (MARZOLA, 2005). Este trabalho tem a finalidade de dissertar sobre algumas áreas doadoras de enxertos ósseos bucais, utilizados nas reconstruções cirúrgico-protéticas de rebordos alveolares reabsorvidos após as extrações dentárias. Também nos casos de pacientes que tiveram partes de seus maxilares removidos devidos a tumores, discrepâncias congênitas, além de desenvolvimento, ou acidentes de modo geral. A reabilitação estética e funcional despertou interesse para esclarecer métodos quantitativos de aumento de espessura dos rebordos maxilares após a realização de enxerto de osso autógeno, para uma futura reabilitação protética com implantes. Deste modo foi realizada uma revista da literatura, para auxiliar na escolha de fontes doadoras bucais, para cada necessidade levando-se em consideração suas vantagens e desvantagens. A alta demanda por este tipo de tratamento e a necessidade de avaliação de áreas doadoras bucais parece justificar a necessidade deste trabalho. REVISÃO DE LITERATURA O material utilizado para substituir a porção óssea alveolar de rebordos edêntulos pode atuar no osso receptor por meio de três mecanismos biológicos, dependendo de sua origem e composição, através da osteocondução, da osteoindução e da osteogênese (MISCH; MISCH; RESNIK, 1992; LINDE; THOREN; DAHLIN, 1993; MISCH, 1993; MARX, 1994; RABIE; DAN; SAMMAN, 1996; RABIE; SAMMAN; HAGG, 1996; MISCH, 1997; MISCH, 2000 e MARZOLA, 2005). A osteocondução caracteriza-se pela formação de novo osso sobre um arcabouço de substância biológica ou aloplástica, a partir de células osteogênicas do osso já existente (RABIE; DAN; SAMMAN, 1996; RABIE; SAMMAN; HAGG, 1996 e MARX; SAUNDERS, 2001 e MARZOLA, 2005). Exemplos de materiais osteocondutores são a hidroxiapatita, o osso congelado, o óxido de alumínio e o óxido de titânio (MARZOLA, 2005). A capacidade de um material induzir a transformação de células indiferenciadas mesenquimais em osteoblastos ou condroblastos, numa região onde espontaneamente isto não ocorreria, denomina-se osteoindução (MARX; SAUNDERS, 2001; MISCH; MISCH; RESNIK, 1992; MISCH, 1997; MISCH, 2000 e MARZOLA, 2005), cuja maior contribuição para a formação óssea ocorre durante o processo de remodelação. Os aloenxertos são os mais representativos. ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 367 O mecanismo de reparação dos enxertos ósseos inclui estes três processos. As células osteobláticas e mesequimais presentes no fragmento ósseo transferido conseguem sobreviver nos 3 a 5 primeiros dias, produzindo, neste período, pequena quantidade de tecido osteóide na superfície das trabéculas do osso enxertado e, além disso, ilhas de osso medular mineralizado, fibrina e plaquetas, também são transportados (MARX; SAUNDERS, 2001; MISCH; MISCH; RESNIK, 1992; MISCH, 1997; GARG; MORALES; NAVARRO, 1998 e MISCH, 2000). Um caso de mordida aberta anterior corrigida cirurgicamente através de enxerto removido da sínfise mandibular, foi relatado. Um paciente do gênero masculino, com 18 anos de idade, foi encaminhado após tratamento ortodôntico para correção cirúrgica de mordida aberta anterior. A cirurgia foi realizada sob anestesia geral e no pós-operatório imediato o paciente relatou parestesia do lábio inferior, mas na décima semana já comentava alguma sensibilidade. Após um ano, a sensibilidade do lábio inferior apresentava-se normal e todos os dentes apresentavam-se vitais. O autor concluiu que a região da sínfise mandibular é mais facilmente acessada, além de oferecer menor morbidade quando comparada com costela ou crista ilíaca (MEYER, 1997). Uma investigação sobre fatores variáveis no corte do osso foi realizada, observando-se a pressão que era exercida em diferentes brocas em alta e baixa velocidade, para a confecção de fendas e perfurações padronizados em osso removido da mandíbula de bois. Quando foi avaliado o tempo em que foi exercida a força, broca de aço em forma de lança e em forma de morse, demonstraram valores menores do que as brocas esféricas, demonstrando serem essas as melhores brocas. As conclusões relataram que a diferença entre os operadores foi a maior variável no preparo do osso com instrumentos rotatórios (WILLIAMSON, 1996). Um estudo sobre microcirculação em osso enxertado foi efetuado. Foram utilizadas câmaras para o transplante ósseo revestidas por cilindro de titânio com diâmetro externo de 4 mm, contendo duas hastes de vidro de quartzo separadas por um espaço de 70-140 µm. Uma segunda câmara tinha, ao invés da haste de vidro superior, uma tampa de vidro colocada em uma estrutura removível, que permitia o uso de objetivas de grande aumento (X23 e X55). Os resultados mostraram que durante a primeira semana após a realização do enxerto era possível observar movimentação de corpúsculos sangüíneos no interior dos vasos sanguinários préexistentes no enxerto, porém, não foi observada circulação verdadeira nesses canais. Quatro (4) ou cinco (5) dias após o transplante foi observada circulação em novos vasos desenvolvidos no interior da câmara. Na segunda semana pequenos vasos eram observados perfurando o trabeculado ósseo. Após a revascularização, algumas áreas permaneceram estruturalmente sem alterações por vários meses de observação, enquanto outras sofreram reabsorção. Não foi observada a reutilização de vasos sangüíneos pré-existentes no enxerto (ALBREKSTON, 1980). Observaram alguns autores que enquanto o material fresco do alvéolo pode ser transplantado imediatamente numa falha óssea periodontal, com grande força regenerativa, o enxerto sobrevive no mesmo grau sendo incorporado no leito receptor da mesma maneira. O potencial regenerativo de ossos específicos parece variar de acordo com a origem embriológica, pois ossos de origem membranosa parecem ter menor potencial regenerativo que aqueles de origem cartilaginosa e, para estes autores, os enxertos ósseos autógenos são o tratamento de escolha para ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 368 estimular a regeneração de defeitos ósseos. Durante as primeiras 6 semanas, após a extração, retração e reorganização dos tecidos e ossificação primária ocorre no alvéolo. O tempo ideal para obtenção do osso em regeneração no alvéolo para utilização como material de enxerto varia de 6 a 14 semanas. O tempo exato é de 8 semanas, mas pode ser aumentado se houver infecção pós-operatória, alveolite seca ou grandes seqüestros, necessitando de reavaliação individual (SOEHREN; VAN SWOL, 1979). Foi também apresentado um estudo microscópio e histoquímico sobre o reparo do enxerto ósseo autógeno após graus variados de trauma cirúrgico. Foram utilizados para o estudo 45 coelhos com idades entre 10 e 15 meses. Para o exame do tecido ósseo foi construída uma câmara de titânio, que consistia num parafuso oco, no interior do qual deixado um espaço de 100 µm para que houvesse crescimento de tecido ósseo e vascular após a implantação da câmara em osso longos dos coelhos. Os animais foram divididos em seis grupos e, a análise microscópica dos grupos I, II e III foi realizada antes do enxerto e, a cada 10 dias após o enxerto até que os animais fossem sacrificados, o que permitiu 5 análises de cada grupo. Para realização de técnica cirúrgica foram utilizadas as câmaras e trefinas de titânio, além de instrumentos construídos exclusivamente para o estudo. Os enxertos foram mantidos fora de seus leitos somente pelo tempo necessário para movê-los até os leitos receptores. O conjunto câmara/osso era estabilizado ao leito receptor por uma lâmina de titânio. Dentre as conclusões o autor descreveu que a osteogênese é raramente observada em enxertos que demoraram mais de 10 dias para tornarem-se revascularizados, sendo que a osteogênese inicia-se na interface entre o enxerto e o leito receptor (ALBREKSTON, 1980). Foi constatado que alguns autores baseados em observações clínicas sugeriam a menor reabsorção dos enxertos ósseos intramembranosos em comparação aos endocondrais. Foi realizado estudo comparativo entre esses dois tipos de enxertos em coelho e macacos, utilizando microscopia de fluorescência e técnicas de contagem de pontos. Foram escolhidos 15 coelhos Nova Zelândia adultos e sete macacos, que receberam enxertos ósseo autógeno nas regiões de ossos nasais e crânio, respectivamente. Em todos os animais administraram-se corantes vitais. Os coelhos foram sacrificados nos períodos pós operatórios de 5, 10 e 2 semanas e, os macacos após 8 e 12 semanas. Em ambos os grupos, o osso intramembranoso manteve seu volume de maneira muito mais satisfatória. Ao final do experimento, a perda de volume dos enxertos endocondrais foi três vezes maior que a dos intramembranosos nos coelhos e, quatro vezes maior no grupo dos macacos. Observou-se maior evidência dos corantes nos ossos intramenbranosos. A técnica de contagem de pontos também mostrou maior quantidade de tecido ósseo viável neste grupo. Este trabalho confirmou a crescente reabsorção óssea dos enxertos endocondrais quando comparados com os intramembranosos e, ainda confirmou as impressões clínicas de que áreas doadoras do crânio são preferíveis para áreas receptoras na região craniofacial (ZINS; WHITAKER, 1983). Em outra pesquisa foi comparada a vascularização dos enxertos ósseos onlay de origem endocondral e intramembranosa, sugerindo assim, que este poderia ser um dos fatores que justificasse tal comportamento. Uma vascularização mais rápida deste osso foi evidente no terceiro dia pós-operatório, por meio do crescimento de vasos a partir do periósteo e do osso subjacente, embora nas primeiras fases da vascularização predominassem os componentes do tecido mole, ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 369 também vista no sétimo dia. No 14º dia, ambos os enxertos apresentavam-se extensivamente vascularizados, apesar do enxerto endocondral ainda mostrar uma área central não vascularizada, persistindo no 21º dia. Estes resultados demonstraram que a morfologia do osso intramembranoso, composto por uma densa superfície cortical, não representou uma barreira física ao rápido crescimento dos vasos locais. Porém, a explicação para esta vascularização precoce permaneceu obscura para os autores. A conseqüência desta rápida revascularização ocorrida nos enxertos ósseos intramembranosos levaria a um processo osteogênico aumentado, atribuindo-se a estes fatores a melhor manutenção do volume ósseo nestes tipos de enxertos (ZINS; WHITAKER, 1983 e KUSIAK; WHITAKER, 1985). Propuseram-se a investigar quantitativamente a formação de novo osso em enxertos ósseos frescos da calvária, mandíbula, tíbia e íleo, implantados heterotopicamente nos músculos dorsais de ratos, por meio de análise de recuperação com estrôncio 85. Foram utilizados 107 ratos, que tiveram enxertos ósseos provenientes de outros sete ratos implantados em seus dorsos. Verificou-se assim, que a nova formação óssea, analisada pelo índice osteogênico do estrôncio 85 foi maior nos enxertos de calvária e mandibulares, quando comparados com os de tíbia, mas semelhante entre calvária, mandíbula e íleo (KRUGER, 1985). Apesar deste e de outros autores favorecerem os enxertos intramembranosos atribuindo a origem dos mesmos a este fato, existem aqueles que contradizem tal teoria e resultados, dando ênfase a diferentes observações (GARG; MORALES; NAVARRO, 1998). Foi, além disso, avaliado o efeito de enxerto de osso mandibular para reconstrução de fissuras alveolares. Vinte e oito pacientes com fissura labial e alveolar e três com fissura labial e palatina unilateral, com idades médias de 10 anos (variações de 8 e 15 anos), foram tratadas com enxerto proveniente da sínfise mandibular, através de acesso oral, sob anestesia geral. A área doadora apresentou evidencias radiográficas de cicatrização em 6 meses após a cirurgia. As vantagens apresentadas pelos autores para o uso da sínfise mandibular como área doadora foram morbidade reduzida, tempo reduzido de hospitalização, tempo operatório diminuído, facilidade de acesso e, a diminuição de dano a área doadora (SINDETPEDERSEN; ENEMARK, 1990 e 1998). Em outra pesquisa foi comparado o osso de origem mesenquimal (crista ilíaca) e de origem ectomesenquimal (sínfise mandibular), utilizados para enxerto secundário de 25 pacientes portadores de fissuras labiopalatais. O grupo que recebeu enxerto de origem mesenquimal (grupo A) apresentou uma reabsorção de 50 a 100% do enxerto em 44% dos pacientes, enquanto que o grupo que recebeu enxerto de origem ectomesenquimal (grupo B), 52% dos pacientes não apresentou reabsorção sendo que a máxima foi de 37%. Os autores concluíram que a sínfise mandibular é uma área doadora confiável, o enxerto de origem ectomesenquimal é mais bem incorporado, sofrendo menor reabsorção e, o tratamento ortodôntico pós-operatório não foi alterado nos diferentes tipos de enxerto (KOOLE; BOSKER; DUSSEM, 1989). Foi apresentado a seguir um relato sobre as conseqüências da perda de suporte do músculo mentual, denominadas de ptose de mento e incompetência labial. O músculo mentual é essencial para o suporte vertical do mento, sendo que as maiores alterações no perfil mole dos pacientes são evidenciadas mais com procedimentos de aumento do que de redução do mento. Para evitar-se a ptose do mento, recomenda-se a manutenção da inserção do par de músculos genioglosso, ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 370 geniohíoide e ramos anteriores do músculo digástrico ao segmento interno do osso mandibular e, assim, o descolamento da base do mento deve ser evitado. Para o fechamento da área, a sutura deve ser realizada por planos e, a área mantida sob pressão por esparadrapo, que promove um suporte inicial à área e diminui o edema (DAHLIN; SENNERBY; LEKHOLM, 1989). Foram comparados em outra pesquisa os resultados obtidos com enxertos de mento e de costela, quando colocados em defeitos de fissura alveolar. Foram pesquisados 61 pacientes com idade média de 9,5 anos, apresentando fenda completa unilateral, que foram secundariamente reconstruídas. As áreas doadoras foram costela em 39 casos e mento em 22. Os resultados foram comparados clínica e radiograficamente, avaliando-se altura óssea no local enxertado em relação aos dentes vizinhos à fenda. O período mínimo de acompanhamento foi de 1 ano. Os resultados deixam evidente que o enxerto do mento é preferível em relação ao de costela. Os autores enumeraram como vantagens do uso do mento: 1. Mesmo campo operatório; 2. Área doadora facilmente acessada; 3. Tempo operatório reduzido, quando comparado com ilíaco ou costela; 4. Complicações pós operatórias mínimas e, 5. Ausência de cicatriz cutânea. Porém, citam como desvantagens: 1. Quantidade de osso limitada; 2. Possibilidade de danos aos incisivos e, 3. Possibilidade de dano ao nervo mentual (BORSLAP, 1990). Nessa mesma época foi efetuado um estudo sobre regeneração de rebordos alveolares através de regeneração tecidual guiada. Para isso foram incluídos no estudo 12 pacientes, 6 do gênero masculino e 6 do feminino, com ausência de 1 ou 2 dentes na mandíbula ou maxila. Do total dos pacientes, 10 apresentavam deficiência de espessura (menor que 5,5mm), mas altura suficiente, enquanto que 2 apresentavam altura e espessura suficientes, mas tinham falhas na porção apical do rebordo alveolar. Os dois primeiros pacientes foram submetidos à cirurgia com retalho total incisado na crista do rebordo, mas o primeiro paciente mostrou complicações pós-operatórias. Com isso as incisões passaram a ser descoladas para palatino na maxila, com descolamento de um retalho inicialmente dividido e depois total e, vestibularizadas na mandíbula. Os autores concluíram que a técnica apresenta bons resultados desde que não existam complicações durante o período de cicatrização (BUSER, 1990; BUSER; DAHLIN; SCHENK, 1996; BUSER; DULA; BELSER, 1996 e CRUZ, 2006). Uma pesquisa comparativa entre as formas de fixação de enxertos do tipo onlay foi realizada. Para este estudo foram realizados enxertos onlay de origem endocondral e intramembranosa, em locais de baixa e alta movimentação em coelhos adultos. Os enxertos foram colocados por meio de fixação rígida (parafuso) e semirígida (fio de aço) com objetivo de avaliar se estas diferentes formas de fixação poderiam interferir no sucesso dos enxertos. Os resultados obtidos em locais de baixa movimentação não se mostraram diferentes entre si, mas nos locais com alta movimentação os enxertos realizados com fixação rígida apresentaram melhores resultados, sugerindo que esse tipo de fixação deva ser utilizado para enxertos onlay colocados em locais susceptíveis a movimentação (LIN; BARLETT; YAREMCHUK, 1990). Em outra pesquisa foram comparados os enxertos de crista ilíaca e sínfise mandibular para reconstrução de fendas alveolares. Foram incluídos no estudo comparativo 40 pacientes com fenda alveolar unilateral, sendo 20 tratados com enxerto de crista ilíaca e, 20 cm enxerto de sínfise mandibular, todos sob ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 371 anestesia geral por se tratarem de crianças com idade entre 8 e 13 anos. Os resultados mostraram que o prognóstico da cirurgia de reconstrução de rebordo fendido é semelhante para os dois grupos, mas o grupo tratado com enxerto de mento apresentou as seguintes vantagens: 1. Tempo operacional reduzido; 2. Morbidez reduzida; 3. Tempo de hospitalização reduzido e, 4. Ausência de cicatriz cutânea (SINDET-PEDERSEN; ENEMARK, 1990). A revascularização de enxertos oriundos da crista ilíaca e da calvária, autoclavados, desmineralizados e frescos, foi comparada em 30 ratos SpragueDawley. Os enxertos foram posicionados nos ossos nasais e tíbia dos animais, divididos em 3 grupos. Foi notado que aos 7 e 14 dias no osso nasal e aos 14 dias na tíbia, a revascularização apresentou-se estatisticamente maior nos enxertos de crista ilíaca que nos de calvária, tanto no grupo dos enxertos frescos como nos desmineralizados e autoclavados (LOZANO; CESTERO; SALYER, 1991). Outro estudo comparativo foi realizado entre implantes colocados em locais de diferentes qualidades ósseas. Foram colocados 1054 implantes, dos quais 90% em osso de qualidade tipo I, II, III e 10% em qualidade tipo IV. Os resultados observados demonstraram um índice de falha de 3% para os implantes colocados em osso tipo I, II e III e, de 35 % de falha para os colocados em osso tipo IV, indicando que o prognóstico dos implantes inseridos em osso tipo IV é bastante reduzido (BECKER; BECKER; HANDLESMAN, 1991). Foi também demonstrado o uso de enxerto ósseo mandibular e implantes osseointegrados para reconstrução de maxila severamente atrófica, estudo no qual foram inseridos 107 implantes em regiões enxertadas com blocos formados por cortical e medular da sínfise mandibular de 26 pacientes, com acompanhamento de 6 a 32 meses. Dos 26 pacientes tratados, 9 eram edentulos e, 17 parcialmente desdentados, todos de maxila, com severa perda de osso alveolar e/ou pneumatização do seio maxilar. A idade média dos pacientes era de 49 anos variando de 17 a 76 anos. O tempo médio de controle pós-operatório foi de 16 meses, variando de 6 a 32 meses. Os enxertos foram fixados com os próprios implantes ao osso residual como: 1. Enxerto onlay; 2. Enxerto no assoalho da fossa nasal e/ou seio maxilar; 3. Uma combinação dos dois casos. Houve uma perda de 7 implantes em 4 pacientes (6,5%) antes da colocação da carga sobre os implantes e, uma reabsorção marginal pós operatória do enxerto de 15%, mostrando-se estabilizada após 1 ano de controle. Na área doadora não foram observadas complicações com os dentes inferiores, mas apenas um pequeno distúrbio sensorial relatado por 5 pacientes que mostrou regressão espontânea em 6 meses. Em pacientes com mais de 60 anos o exame radiográfico evidenciou que somente dois terços da área doadora havia regenerado depois de 1 ano, porém não houveram alterações no perfil mole desses pacientes. Os resultados demostraram a reabsorção do enxerto e perda de implantes pode ser bastante reduzida com enxerto autógeno intramembranoso da sínfise mandibular, quando comparado com o endocondral da crista ilíaca (JENSEN; KRANTS; SINDET-PEDERSEN, 1991). Foi descrita a utilização do enxerto autógeno da sínfise mandibular para reconstrução de defeitos alveolares maxilares. Onze pacientes parcialmente desdentados, envolvendo locais com deficiência em espessura em dois a quatro dentes e, altura e espessura em um ou dois dentes, os quais foram submetidos a exames clínicos e radiográficos para determinar se havia quantidade suficiente de osso na sínfise mandibular para reconstrução das falhas. Todos os pacientes foram ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 372 tratados sob anestesia local e sedação. Os resultados mostraram completa incorporação dos enxertos, todos rodeados por osso alveolar, com suficiente volume para a colocação de implantes. Uma reabsorção de 0 a 25% foi detectada comparando-se medidas iniciais com as realizadas no momento da colocação dos implantes. Durante o preparo do leito receptor dos implantes, notou-se que a porção correspondente ao osso enxertado apresentava densidade maior que a vizinhança, sendo similar a sínfise mandibular. Nenhum paciente apresentou complicações nos dentes inferiores ou alterações no perfil mole do mento (MISCH; MISCH; RESNIK, 1992). Outra pesquisa foi apresentada avaliando clínica e radiograficamente o mento como área doadora em osteoplastias secundárias em crianças. Dentre os objetivos, buscaram-se verificar a morbidade causada após a remoção dos enxertos, as falhas nos dentes incisivos e caninos inferiores, além do crescimento ósseo na área doadora. Vinte e seis pacientes com idade variando de 8,5 a 11,9 anos submetidos a enxertos ósseos autógenos oriundos da região mentual para reconstrução secundária do processo alveolar foram observados. Estes pacientes foram examinados em consultas de retorno que variavam entre 1 a 45 anos, após a cirurgia, para analise clínica e radiográfica. Clinicamente, observou-se a condição periodontal, condições do esmalte dos dentes iruídos e sensibilidade pulpar. Radiograficamente buscava-se na região doadora a presença de lesões periapicais, obliterações pulpares, reabsorções radiculares e distúrbios do desenvolvimento. Durante as avaliações não se observou retração gengival ou presença de bolsa periodontal. Negatividade de resposta pulpar foi encontrada em 23 dentes, num total de 146 dentes presentes para avaliação (HOPPENREIJS; NIJDAM; FREIHOFER, 1992). Em um incisivo notou-se a presença de radiolucência periapical. Dezoito dentes mostraram obliteração pulpar. Dois dentes apresentaram defeitos no esmalte e, um dente mostrou rizogênese incompleta. Em 21 pacientes, a área doadora apresentou-se completamente recuperada (MENEGUINE, 1998). A mesma zona doadora foi avaliada em 11 pacientes parcialmente edêntulos na maxila, apresentando osso inadequado para futura instalação de implantes osteointegrados. Para o restabelecimento destas áreas, todos estes pacientes receberam enxertos ósseos em blocos, provenientes da região mentual. Decorridos quatros meses da enxertia, as respectivas áreas foram então expostas para a colocação dos implantes, revelando uma densidade maior que o do osso circunjacente e, semelhante à região da sínfise mandibular (MISCH; MISCH; RESNIK, 1992). Vantagens e desvantagens da utilização desta área doadora em comparação a outras já foram demonstradas, quando foram apresentados os estudos de defeitos ósseos alveolares localizados reabilitados com enxertos ósseos autógenos mandibulares da região mentual para fins de colocação de implantes osteointegrados (MISCH, 1997 e GARG; MORALES; NAVARRO, 1998). Nestes trabalhos, são enfatizados os aspectos positivos do mento como sua origem, o índice de reabsorção reduzido e a facilidade cirúrgica. Destaca-se também desvantagens como quantidade de osso que pode ser removido da região e, a possibilidade de injúrias aos ramos nervosos e aos dentes relacionados. Prejuízos com relação à estética não foram encontrados, como ptose do mento, evitando-se demasiado afastamento dos tecidos moles. O tipo de incisão deve ser cuidadosamente selecionado levando-se em conta a condição periodontal dos dentes relacionados, assim como a área a sofrer a ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 373 osteotomia. Apesar destes cuidados, podem acontecer alterações na sensibilidade dos dentes, além de outras alterações (HOPPENREIJS; NIJDAM; FREIHOFER, 1992). A técnica para realização do enxerto em bloco para melhorar a estética e, permitir a colocação de implantes osseointegrados na região anterior da maxila foi descrita. Na publicação foi descrito um caso de uma paciente de 19 anos, gênero feminino, a qual sofreu um acidente que levou à perda dos 4 incisivos superiores, além do osso alveolar vestibular. O planejamento foi realizado através do enceramento da futura prótese em modelo de estudo, onde foi confeccionado o guia cirúrgico para então realizar a cirurgia de enxerto em bloco removido da região de mento e, a colocação de implantes na mesma sessão, pois havia osso residual suficiente para ancoragem dos implantes. Após um período de cicatrização de 6 meses foi realizada a cirurgia para colocação dos intermediários e, remoção dos parafusos de titânio. Após cicatrização da área foi confeccionada prótese provisória para avaliação da estética e, após a obtenção do resultado esperado, foi instalada a prótese final em metalocerâmica. A paciente foi acompanhada por um período de 18 meses, não demonstrando alterações funcionais ou estéticas. Segundo os autores, o enxerto em bloco e implantes pode promover resultados estéticos e funcionais favoráveis, repondo dentes e rebordo alveolar perdido (COLLINS; SMALL; SHEPARD et al., 1994). A partir desse fato, outros trabalhos compararam a quantidade de osso medular e a revascularização de enxertos de mandíbula, calvária, tíbia e ilíaco, retirados de ratas com idades de 7 semanas . Os enxertos, removidos com duas corticais e com peso aproximadamente de 100 mg, foram colocados no interior do músculo costal dos animais, sendo avaliados após um período de 3 semanas. Os enxertos provenientes da mandíbula e do ilíaco apresentaram maior revasculaização e, menor reabsorção nesse período, a despeito de possuírem origens embriológicas diferentes. O resultado foi atribuído a maior quantidade de osso medular desses enxertos, quando comparados com ossos da calvária e tíbia. Assim, a revascularização do osso medular se inicia após algumas horas por anastomoses dos vasos sangüineos do leito receptor com os vasos do enxerto, o que vem a ocorrer de forma gradual (PINHOLT, 1994; REYCHLER; ORTABE, 1994 e CASANOVA; CAVALCANTE; GROTTING, 1994). O uso de osso autógeno e membrana de politetrafluoretileno expandido para aumento lateral de rebordo de 40 pacientes parcialmente desdentados, com idade média de 40 anos (variando de 16 a 73 anos) foi avaliado. Todos apresentavam crista alveolar com espessuras menores que 5 mm. Foi enfatizado no estudo o uso de incisões deslocadas para palatina na maxila e, por vestibular na mandíbula para garantir o fechamento da área sem tensões do retalho. Também, perfuração da cortical óssea para exposição de células osteogênicas e, nutrição inicial do material enxertado. Colocação de enxerto cortical/medular estável e, partículas de osso medular provenientes do ramo ou sínfise mandibular, adaptação precisa da membrana e sua estabilização com mini parafusos com o fechamento primário do tecido mole, livre de tensão. Como conclusão notou-se que enxerto ósseo suportava a membrana e ativava a formação óssea com suas propriedades osteocondutoras e, a membrana atuando como uma barreira física para células do tecido mole não osteogênicas e, protegendo o enxerto da reabsorção durante a cicatrização (BUSER; DULA; BELSER, 1996). ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 374 A morbidade do osso colhido da porção anterior da crista ilíaca, também, foi avaliada. Foram acompanhados 65 pacientes por um período de 1 a 4 anos, que foram divididos em 2 grupos: grupo A formado por 43 pacientes (15 do gênero masculino e 28 do feminino, com idades de 21 a 65 anos, média de 48 anos) que receberam aumento de maxila ou mandíbula e, o grupo B formado por 22 pacientes (18 do gênero masculino e 4 do feminino com idades entre 9 e 26 anos, média de 14 anos) com fissura labial e palatina. Em três pacientes os dois lados da crista ilíaca foram utilizados, em sessões separadas. Os resultados subjetivos mostraram que 13% dos pacientes tiveram um pós-operatório de acordo com suas expectativas (A: 18% e B: 4%); 71% relataram um pós-operatório melhor do que o esperado (A: 64% e B: 83%); 16% apresentaram um pós-operatório pior que o esperado (A: 18% e B: 13%). O período de reabilitação subjetiva completa dos pacientes foi menor que 1 mês em 52% dos pacientes; de 1 a 3 meses em 31%; 3 a 6 meses em 9%; 6 a 12 meses em 1% e, maior de 1 ano em 7% dos pacientes (RABIE; DAN; SAMMAN, 1996 e RABIE; SAMMAN; HAGG, 1996). Estudo histológico e histomorfométrico de levantamento do seio maxilar com osso particulado obtido da sínfise mandibular foi realizado. Foi apresentada a técnica em 10 pacientes, sendo 6 do gênero masculino e 4 do feminino, com idades de 39 a 69 anos, média de 53 anos, que necessitavam de levantamento do seio unilateral. O osso foi obtido da sínfise mandibular, que foi acessada através de uma incisão em duas camadas, realizada a meia distância entre o lábio e o vestíbulo. A osteotomia, realizada com serra micro oscilante, preservou uma faixa de 5 mm abaixo dos incisivos inferiores e, 4 mm acima da borda inferior da mandíbula, permitindo a remoção de um bloco unicortical. O bloco removido foi dividido na linha média e colocado num triturador de osso que foi, assim, colocado no seio maxilar, após elevação cuidadosa da membrana. Os resultados mostraram todos os implantes ósseointegrados no momento da segunda cirurgia e, após um período médio de 26 meses de acompanhamento (de 12 a 46 meses). Foram removidas 31 biópsias, sendo 6 da área doadora, 7 do rebordo alveolar remanescente, 6 da área enxertada após 6 meses de evolução e, 10 da área enxertada após 12 meses da evolução. A análise histológica realizada aos 6 meses mostrou estrutura lamelar madura e lacunas contendo células indicando osso viável. Grandes vasos puderam ser vistos ao longo do osso trabecular, indicando a viabilidade do enxerto. Aos 12 meses observou-se completa maturação do enxerto, com completa incorporação dos fragmentos. Ao comparar as biópsias, observou-se que o volume do osso do mento no momento de sua retirada era de 58 ± 19% e, aos seis meses de cicatrização no interior do seio maxilar era de 40 ± 12% e, aos 12 meses era de 48 ± 10% demonstrando que houve um aumento significante no volume do enxerto (LUDGREN; RASMUSSON; SJOSTROM, 1999). Outros autores evidenciaram as vantagens do uso do osso autógeno em relação aos materiais alógenos. Em relação ao osso da crista ilíaca, ressaltou grande atividade das células progenitoras em produzir novo osso em curto período de tempo, mas apresentando desvantagem de sofrer reabsorção rapidamente. Quanto à área do mento, enumerou as seguintes vantagens: 1. Contém grande quantidade de osso cortical, que teoricamente contém mais proteína morfogenética; 2. Devido sua grande densidade, não sofre rápida reabsorção, mantendo sua forma por um longo período de tempo quando comparado com crista ilíaca; 3. Osso do mento é muito acessível, não requerendo hospitalização. De acordo com esses autores, para enxertos ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 375 tipo onlay deve-se aguardar 4 meses para colocação de implantes, quando for utilizada a crista ilíaca e, 5 meses quando for da região mentual (WOLFE; BERKOWITZ, 1989 e MOY; LUDGREN; HOMES, 1993). Ainda, foram feitos comentários sobre a sínfise mandibular como área doadora de enxertos. Esta área pode ser indicada para recuperação de defeitos ósseos em espessura e altura, correspondentes a no máximo 3 dentes ausentes. Quando a indicação for recuperação de espessura consegue-se um aumento de 4 a 5 mm, enquanto que um aumento de 2 a 3 mm pode ser obtido em altura. Para acessar a área doadora o autor preconiza dois tipos de incisão: 1. A incisão vestibular também utilizada para procedimentos de mentoplastias, que exige cuidados para evitar injúrias as terminações nervosas; 2. Incisão papilar preferida pelo autor, citando como vantagens à mínima injúria ao nervo mentual, fácil acesso à área doadora com a eliminação de sangramentos trans-cirúrgicos. O autor conclui o trabalho enumerando as possíveis complicações ocorridas quando essa manobra cirúrgica é realizada, como: 1. Infecção, sendo mais freqüente em pacientes fumantes; 2. Parestesia, observada em 16% em mais de 60 cirurgias realizadas pelo autor. Porém, em todos os casos houve regressão espontânea; 3. Deiscência de sutura, podendo ser evitada ou minimizada com sutura de retalho livre de tensões e, quando ocorrer a deiscência de sutura, os casos devem ser tratados com aplicação tópica de clorexidina sobre a exposição, não havendo nenhuma perda de enxerto por esse motivo; 4. Exposição da cabeça do parafuso de fixação do enxerto, que foi tratado da mesma forma proposta para a deiscência, não levando a perda de nenhum enxerto (PIKOS, 1996). A aplicação de osso autógeno para aumento de espessura de osso alveolar e posterior colocação de implantes para recuperação de dentes unitários, foi avaliada. Vinte e sete (27) pacientes, sendo 9 do gênero masculino e 28 do feminino, com idade média de 36 anos (variando de 16 a 65 anos), todos com defeitos localizados na região anterior superior. Esses pacientes deveriam apresentar altura óssea mínima de 10 mm e espessura menor que 2 mm tendo recebido enxertos autógenos provenientes da sínfise mandibular (12), tuberosidade maxilar (8) ou região retromolar da mandíbula (7). Foram divididos em dois grupos, o Grupo A para os casos com implantes colocados com absoluta estabilidade inicial (23 pacientes) e, o Grupo B para casos em que foi realizada extração do dente no momento da realização do enxerto (4 pacientes). A reabsorção foi avaliada no momento da colocação dos implantes, onde se notou a maior reabsorção em enxertos da tuberosidade (de 5% a 20%) e, a menor para enxertos de mandíbula (de 0% a 10%). Os casos de enxerto de mandíbula mostram maior densidade que o osso vizinho no momento da colocação dos implantes. Nos pacientes do Grupo B nenhuma reabsorção foi notada no momento da colocação dos implantes. No momento da colocação dos intermediários nova medida de reabsorção foi realizada, mas nenhuma reabsorção extra foi realizada. O período de avaliação foi de 24 a 68 meses, período em que todos os implantes permaneceram em função, sendo que uma reabsorção foi notada no primeiro ano em 3 implantes, mas que não excedeu 4/5 do comprimento dos implantes dos implantes, não progredindo com o passar do tempo (RAGHOEBAR; BATENBURG, 1996). Uma avaliação de 4 pacientes, sendo 1 do gênero feminino e 3 do masculino, com idades entre 26 e 45 anos, que buscaram tratamento com implantes osseointegrados no NAPIO. Os pacientes não apresentavam espessura óssea ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 376 suficiente para colocação imediata de implantes, sendo submetidos a enxertos de sínfise mandibular, para 4 meses após a primeira cirurgia, colocar os implantes. Foram realizadas medidas de espessura antes e após a colocação dos enxertos para avaliar o ganho de espessura obtido e, novas medidas na reabertura dos enxertos para colocação dos implantes para determinação do percentual de reabsorção dos enxertos. Os resultados demonstraram um ganho médio de 5,1 mm na espessura e, uma reabsorção média de 1 mm ou 14,2%. Os autores concluíram que o procedimento cirúrgico é perfeitamente realizado sob anestesia local (BASTOS NETO; MATTE; CAMPOS JR. et al., 1997). As áreas doadoras intra-orais para enxerto prévio à colocação de implantes foram comparadas. Neste estudo foram incluídos 50 pacientes com volume ósseo inadequado para colocação de implantes, que seriam submetidos à cirurgia de enxerto ósseo em bloco, removido da região de sínfise ou ramo mandibular, que foram avaliadas clínica e radiograficamente e, escolhidas de acordo com a morfologia e localização do defeito. Foram utilizadas radiografias panorâmicas para determinar o curso do canal mandibular, radiografias cefalométricas para avaliar a projeção antero-posterior e periapicais quando necessário. Os dentes presentes nas áreas a serem enxertadas foram extraídos pelo menos 8 semanas antes da realização do enxerto. No total foram realizados 61 enxertos de sínfise e 24 do ramo mandibular. Quando a área escolhida era a sínfise mandibular, a osteotomia superior preservava pelo menos 5 mm de osso abaixo dos ápices dos dentes inferiores, enquanto que a osteotomia inferior preservava intacta a base da mandíbula. Após a remoção do bloco cortical/medular a área doadora era preenchida com esponja de gelatina ou colágeno para promover hemostasia, além de hidroxiapatita. A área receptora foi perfurada com pequena broca esférica ou desgastada previamente à colocação do enxerto em todos os casos, para garantir a boa adaptação do bloco ao leito e nutrição do enxerto, que foi fixado com parafusos de titânio de pequeno diâmetro. Um período de cicatrização de 4 a 6 meses foi aguardado em todos os casos, quando foram colocados os implantes e realizadas novas medidas para avaliar a reabsorção sofrida pelos enxertos na área da cabeça do parafuso de fixação dos enxertos e na crista alveolar. Além disso, neste momento foram avaliados a incorporação dos enxertos aos leitos receptores e a qualidade óssea do local através das perfurações para colocação dos implantes. Os resultados mostraram que o volume ósseo obtido da sínfise mandibular era maior, sendo de 1,74 cm contra 0,9 cm em média para o ramo. A morfologia do enxerto de sínfise era cortical/medular, enquanto que o ramo era mais cortical. Nos casos de enxerto de sínfise houve parestesia do nervo mentual em 9,6% e, alteração da sensibilidade dos dentes inferiores anteriores em 29% contra 0% de parestesia ou alteração de sensibilidade nos molares para os casos de ramo. Todos os enxertos estavam incorporados aos leitos receptores e a reabsorção dos enxertos de ramo ou sínfise não mostrou diferenças entre si, variando de 0 a 25% em todos os casos. A qualidade óssea encontrada durante a colocação dos implantes foi do tipo I para enxertos de ramo e do tipo II para enxertos de sínfise mandibular (MISCH, 1997). Como conclusões os autores demonstraram que os enxertos ósseos removidos da mandíbula podem oferecer grandes vantagens, pois exigem curto período de cicatrização, exibem mínima reabsorção e, mantêm sua densa qualidade. Comparando as duas áreas, considerou-se que os enxertos removidos do ramo mandibular têm as vantagens de oferecer menor risco de alteração do contorno facial, ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 377 baixa incidência de deiscência de sutura, diminuição da incidência de distúrbios sensoriais e, proximidade de áreas receptoras em posterior de mandíbula. Enquanto isso, a região de sínfise mandibular oferece as vantagens de fornecer um bloco ósseo mais espesso e, uma maior quantidade de osso medular disponível (MISCH, 1997). A tabela abaixo ilustra os resultados obtidos a partir de enxertos de mento e ramo mandibular: Tabela 1 - Avaliação de enxertos de mento e ramo mandibular (MISCH, 1997). Origem do enxerto Mento Ramo Volume ósseo obtido Reabsorção Tipo de osso formado 1,74cm 0,9cm 0 a 25% 0 a 25 % Tipo II Tipo I Nesse mesmo ano foi apresentado por método cirúrgico para colocação de enxerto ósseo mandibular na região anterior de maxila, para posterior colocação de implante unitário foi exibido. Foram incluídos no estudo 9 pacientes (8 do gênero masculino e 1 do feminino), com idade média de 27 anos, variando de 18 a 46 anos, com 10 áreas correspondentes aos incisivos centrais superiores para colocação de implantes, onde foram realizados enxertos em bloco da região da sínfise mandibular 4 meses antes da colocação dos implantes. Todas as extrações dos dentes perdidos haviam sido realizadas pelo menos 1 ano antes do tratamento proposto. O aumento ósseo foi realizado sob anestesia local, sob ampla exposição da área receptora. Um implante foi perdido no momento da conexão do intermediário, a cicatrização da área receptora e doadora não demonstrou problemas, exceto em dois pacientes que relataram distúrbios sensoriais na região do mento por 1 mês. Os resultados comprovaram a aplicação da técnica em pacientes com osso remanescente fino, mesmo com uma reabsorção acentuada do enxerto (WIDMARK; ANDERSON; IVANOFF, 1997). A utilização de enxertos ósseos autógenos mandibulares removidos da região do mento e do ramo mediante avaliações clínicas foi comparada. Enxertos ósseos autógenos em bloco foram utilizados em 55 pacientes, sendo os oriundos do mento apresentando-se como cortico-medulares e os oriundos do ramo mandibular, corticais. Após período de 4 a 6 meses, procedeu-se à colocação dos implantes. A quantidade de reabsorção foi medida nas cabeças dos parafusos de fixação e na crista alveolar. A incorporação do enxerto foi avaliada seguida da remoção dos parafusos de fixação e a quantidade óssea durante a realização das perfurações no preparo para colocação dos implantes. O sucesso da técnica de aumento de rebordo foi determinado pela colocação dos implantes. Todos os enxertos onlay foram incorporados, não havendo diferença clínica significativa de reabsorção entre os tipos de enxerto. A área de ramo mandibular forneceu um enxerto essencialmente cortical, ajustando-se satisfatoriamente em deficiências veneer. A qualidade óssea foi graduada, em média, como osso tipo I para os enxertos de ramo e tipo II para os enxertos de sínfise, sendo que nenhum deles apresentou-se do tipo III ou IV. Os implantes foram colocados com sucesso em todos os locais planejados. Estudos clínicos comparativos utilizando enxertos endocondrais e intramembranosos também vêm sendo extensivamente desenvolvidos (MISCH, 1997). ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 378 Um estudo sobre reconstrução de defeito de fissura alveolar com enxerto ósseo da sínfise mandibular e colocação simultânea de implantes foi efetuado. Foram incluídos no estudo 16 pacientes, sendo que 5 do gênero feminino e 11 do masculino, com idade média de 19 anos. Do total, 14 pacientes apresentavam fissura unilateral e 2 com fissura bilateral, que receberam 20 implantes com comprimentos de 10 a 20 mm. O procedimento cirúrgico, realizado sob anestesia geral, constitui de exposição da área receptora através de incisões oblíquas iniciadas 1 cm acima da união mucogengival, estendendo-se ate a área palatina, com cuidado para preservar um colar de gengiva inserida ao redor dos dois dentes vizinhos para reduzir o risco de recessão pós-cirúrgica desses dentes. Todos os espaços existentes entre o enxerto e a área receptora foram preenchidos com osso medular particulado e o retalho suturado sem tensões. Os resultados mostraram deiscência de sutura em 5 pacientes (25%) sendo que 2 pacientes apresentaram perda total dos enxertos e os demais perda parcial. No total dois implantes foram perdidos ate a segunda cirurgia. Todos os pacientes mostraram reabsorção no primeiro ano de controle, mas não houve diferença entre o primeiro e o segundo ano. Os autores concluíram que o procedimento realizado num único estágio poderia não ser adequado para a reconstrução secundária de fissura alveolar. Nessa mesma época, os materiais implantares e a cirurgia préprotética foram avaliados, observando que alguns materiais sintéticos já foram e estão sendo desenvolvidos, com vários graus de sucesso e insucesso (MARZOLA; TOLEDO-FILHO; PASTORI et al., 1998). Surgiram derivados anorgânicos como compostos de cálcio (sulfato de cálcio e o de tricálcio), as hidroxiapatitas, além de vários polímeros e plásticos. A hidroxiapatita obteve resultados bastante aceitáveis para um biomaterial, podendo ser não reabsorvível e reabsorvível (está sendo utilizada a Biohapatita como hidroxiapatita reabsorvível, associada ou não á matriz orgânica de Osso Bovino Liofilizado - OsseoBond). O sulfato de Cálcio-Gesso Paris, após 24 meses de proservação, mostrou total absorção das partículas de gesso convencional, sem manifestações de complicações pós operatórias. Contudo, naqueles casos em que foi implantado o gesso modificado, constatou-se alto índice de complicações, com casos de infecção, perda de material e, casos de recidiva da lesão primaria (MARZOLA, 2005). Por estas razões, por existirem materiais economicamente mais acessíveis, abandonou-se o uso deste material. O material “Hard Tissue Replacement”- H.T.R. pode tratar-se de um excelente material, biocompatível, radiopaco e, de fácil manuseio, constituindo um valioso recurso terapêutico na cirurgia bucomaxilofacial (MARZOLA; TOLEDO-FILHO; PASTORI et al., 1992 e MARZOLA, 2005). O osso sintético pode trata-se de um material que ainda merece muitos estudos (MARZOLA, 1988, 1995 e 2005). A matriz orgânica de osso bovino liofilizado trata-se de um material de fácil manipulação, devendo sua indicação ser correta, sempre com três superfícies duras em contato com o material, além da ausência de contaminação purulenta ou de saliva no local. Muito importante ainda é a técnica cirúrgica correta que deverá ser levada a efeito pelo cirurgião, desde uma incisão perfeita distante da região a ser implantada, correto deslocamento mucoperiostal, até a sutura final, se possível utilizando-se as membranas biológicas (MARZOLA; TOLEDO-FILHO; ZORZETTO et al., 1996). ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 379 Membranas biológicas representam um grande avanço no que diz respeito ao implante de materiais aloplásticos, pois impedem que as células do epitélio bucal e do tecido conjuntivo participem da cicatrização da ferida. Estas membranas, ou ainda outro tipo de material semelhante, vão agir como barreira física, facilitando o processo de regeneração (PIETTE; ALBERIUS; SAMMAN, 1995; TAGA; HASSUMUNA; CESTARI, 1997; AGOSTINI; PILATTI, 2000 e CRUZ, 2005). Um estudo com 5 pacientes, com idades entre 30 e 45 anos, foi realizado, sendo submetidos a cirurgias para aumento de espessura. Todos os pacientes receberam enxertos de mento em bloco, acompanhados de medidas de espessura manuais em dois pontos para cada dente ausente, o ganho de espessura inicial, registrado imediatamente após a colocação dos enxertos foi de 95,93%. Após um período de cicatrização de 3 meses as áreas foram reabertas, implantes NAPIO colocados e, novamente medidas nos mesmos pontos, observando-se um índice de reabsorção de 5,95%, sendo que apenas 2 pacientes não apresentaram reabsorção. O trabalho mostrou que enxerto de mento torna possível a colocação de implantes em posições favoráveis para reabilitação protética (MATTE, 2000). O uso de enxerto de osso autógeno foi discutido inicialmente por Branemark e colaboradores sendo agora um procedimento bem aceito na reabilitação bucal e maxilofacial. Apesar da crista ilíaca ser geralmente usada nas principais reconstruções da mandíbula para implante, ela tem as desvantagens do custo mais alto, alterações na locomoção do paciente, a necessidade de hospitalização e anestesia geral. No reparo dos defeitos alveolares mais localizados, o enxerto ósseo da maxila e da mandíbula oferece vários benefícios. Uma vantagem óbvia dos enxertos locais é o seu conveniente acesso cirúrgico. A proximidade do local doador com o receptor pode reduzir o tempo de operação e de anestesia, tornando-se ideal para a cirurgia para o implante no ambulatório. Não há nenhuma cicatriz cutânea associada ao local doador extrabucal. Além disso, os pacientes relatam desconforto mínimo e estas áreas podem oferecer morbidez reduzida na coleta do enxerto, comparadas com locais extrabucais. Os enxertos em bloco podem ser coletados da sínfise mandibular, do corpo mandibular ou da área do ramo mandibular. Quantidades menores de osso autógeno particulado podem ser coletadas da tuberosidade maxilar, zigoma, torus extra-ósseos, osteoplastias do rebordo residual, local da exodontia, osteotomia para implante e dispositivos para coleção óssea. A quantidade de osso disponível, em muitos casos, é limitada apenas pela imaginação do cirurgião. No entanto, um erro comum num plano de tratamento abrangente é superestimar o volume do enxerto ósseo possível de obter do local doador intrabucal. É prudente considerar um local doador extrabucal para enxerto dos defeitos alveolares que cobrem uma extensão de mais de quatro dentes (MISCH, 2000). A reabsorção associada aos enxertos corticoesponjosos em bloco, dos locais doadores endocondrais, deixaram de ser utilizados no tratamento dos defeitos mandibulares de continuidade e, no aumento do rebordo para as próteses suportadas por tecido mole (RABIE; DAN; SAMMAN, 1996). Foi dada ênfase ao transplante de células osteoprogenitoras viáveis do enxerto esponjoso da medula. No entanto, os enxertos corticoesponjoso em blocos podem oferecer benefícios específicos na reconstrução alveolar do implante endósseo. Um estudo sobre métodos quantitativos de aumento em espessura dos rebordos na maxila, após realização de enxerto de osso autógeno de mandíbula ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 380 associado foi realizado. Foi utilizado o osso autógeno com “GEMPRO” (BMP) + “GENOX – ORGÂNICO” (Osso liofilizado) + “GEN-DERME” (Membrana de osso bovino liofilizado) + “GEN – COL” (Aglutinante) para futura reabilitação com implantes. Obtiveram como resultados que o “GENPRO” + “GENOX – ORGÂNICO” + “GEN-DERM” associado à “GEN-COL” apresentou bons resultados nas cirurgias corretivas da maxila, permitindo o planejamento para uma reabilitação protética. O aumento na formação óssea pode ser devido à potencialização dos efeitos osteoindutores do osso autógeno, às BMPs a matriz de osso bovino liofilizado e à capacidade osteopromotora da membrana, notando-se sua completa biodegradação. Notou-se total biocompatibilidade dos materiais utilizados, porem a membrana de osso liofilizado não apresenta suficiente rigidez estrutural, sendo susceptível a um colapso (MARZOLA; TOLEDO FILHO; RODRIGUES SANCHES, 2001). BUSER; DULA; HIRT (2002) apresentaram um trabalho sobre ossificação com os enxertos ósseos do leito doador mandibular, que é um osso principalmente cortical, exibem pouca perda de volume e, uma incorporação satisfatória, em períodos de cicatrização curtos. A inserção do implante logo após a incorporação do enxerto tem um efeito estimulante sobre o osso, mantendo o volume ósseo elevado, além de prevenir a perda óssea. Além disso, a estrutura densa da porção cortical do enxerto oferece o benefício de melhorar a estabilidade do implante durante a inserção e a cicatrização, podendo até melhorar a transmissão interfacial da tensão durante o carregamento do implante. Comparando com a região da sínfise, o local doador do ramo é associado a menos complicações pós-operatórias, os pacientes também mostraram menos preocupações com a remoção do osso na região do ramo. Uma mistura de plasma rico em plaquetas, por meio de centrifugação do sangue do paciente e, também o autoenxerto de partículas finas, pode ser utilizada como um aglutinante que fornece uma fonte adicional de fator de crescimento derivados das plaquetas (FCDP) e fator beta transformador do crescimento (FBTC). Apesar de o FBTC e o FCDP não serem osseoindutores, são capazes de promover a regeneração óssea. Além das vantagens biológicas da amplificação do fator de crescimento, o plasma rico em plaquetas age como uma cola de fibrina, que fornece uma aderência das partículas de enxerto. Apesar de parecer que as membranas de politetrafluoretileno ampliadas (PTFE-a) possam ajudar a minimizar a reabsorção do autoenxerto, elas não são necessárias nos enxertos ósseos membranosos, que já demonstram uma perda mínima de volume. Além do uso rotineiro de uma membrana de PTFE-a ser questionável, ela tem custos adicionais, podendo levar a complicações se uma exposição prematura ocorrer. DISCUSSÃO O uso de enxertos ósseos em humanos não é recente, datando dos séculos dezessete e dezoito, contudo as primeiras pesquisas sistemáticas com transplante ósseo foram realizadas por HEINE (1836). A maioria dos autores concorda que os enxertos autógenos são a melhor opção para a realização das reconstruções faciais (GRÄTZ; SAILER; HAERS, 1996; WILLIAMSOM, 1996; MISCH, 1997; WATANABE; NIIMI; UEDA, 1999; MULLINS; OGLE, 2001; PINTO; DONÁ, 2001; MARZOLA, 2005 e CRUZ, 2006), pois são inertes, não produzem reação imunológica sendo remodelados pela reação osteoclástica e ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 381 formação óssea, apesar de suas limitações e do grande desenvolvimento tecnológico em relação aos materiais aloplásticos (BARBOSA, 2003). Nos últimos anos o uso do osso mandibular como enxerto para a reconstrução estético funcional de rebordos edêntulos está aumentando (JENSEN; KRANTS; SINDET-PEDERSEN, 1990; RAGHOEBAR; BATENBURG; VISSINK, 1996 e MARZOLA, 2005) e, evidências experimentais relatam que o osso mandibular aparenta ter efeitos benéficos biológicos inerentes atribuídos a sua origem embriológica (MISCH; MISCH; RESNIK, 1992 e RABIE; DAN; SAMMAN, 1996). A mandíbula é um osso de origem intramembranosa com exceção dos côndilos, apresentando pouca perda de volume, além de boa incorporação em períodos curtos de cicatrização (BORSLAP, 1990; LIN; BARLETT; YAREMCHUK, 1990; SINDET-PEDERSEN; ENEMARK, 1990; MISCH; MISCH; RESNIK, 1992; JENSEN; SINDET-PEDERSEN; OLIVEIRA, 1994; WILLIAMSON, 1996 e MARZOLA, 2005) e, o osso medular vasculariza-se mais rápido por substituição, sendo o reparo ósseo cortical mais lento, ocorrendo através dos canais haversianos existentes (HOGAN, 1996; BUSER; DULA; BELSER, 1996; WINDMARK; ANDERSON; IVANOFF, 1997; FREITAS; FERREIRA DA SILVA; BORBA, 2000). O osso cortical com pouco componente medular de origem intramembranosa como é o caso da sínfise mandibular, apresenta uma vascularização mais rápida, sugerindo esta explicação na manutenção do volume do enxerto (LOZANO; CESTERO; SALYER, 1991). Sendo o mento uma estrutura compacta e, provavelmente, um alto nível de BMPs, poder-se-ia explicar sua pouca reabsorção (LUDGREN; RASMUSSON; SJOSTROM, 1999). A ossificação intramembranosa é processo formador dos ossos frontal, parietal, partes do occipital, temporal, ossos da face, clavícula, contribuindo também para o crescimento dos ossos curtos e, em espessura dos ossos longos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995). Dentre estes ossos de origem de origem intramembranosa, alguns ossos faciais ainda permitem sua obtenção pela via intrabucal, não causando cicatriz cutânea e sendo, portanto, mais estética, proporcionando um desconforto mínimo, morbidez reduzida e, diminuição do tempo cirúrgico pela proximidade do local doador com o receptor e, sendo um conveniente acesso cirúrgico (MISCH; MISCH; RESNIK, 1992). Nos enxertos de origem intramembranosa o tempo de espera é de aproximadamente 4 meses, enquanto para os ossos de origem endocondral, aproximadamente 6 meses (MISCH; MISCH; RESNIK, 1992). O volume ósseo proveniente da sínfise é maior que do ramo mandibular e a morfologia da sínfise é corticomedular enquanto a do ramo predominantemente cortical (MISCH, 1997). Alguns autores realizam procedimento para aumentar a regeneração óssea como a perfuração da cortical no local receptor estimulando o sangramento local, bem como as PDGF, sendo também, realizadas injeções de osso medular aspirado ou compressão de osso medular (BORSLAP, 1990 e BUSER; DULA; BELSER, 1996). Nesta pesquisa considerou-se a realização da decorticação da superfície receptora, para estimular a integração do enxerto e, no entanto outros autores não concordam, afirmando que estes procedimentos são desnecessários (JENSEN; SINDET-PEDERSEN; OLIVEIRA, 1994). ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 382 A estrutura densa da superfície cortical oferece uma estabilidade mecânica durante a colocação dos implantes e, mesmo na cicatrização aumentam o estresse entre as superfícies doadoras e receptoras, quando há transmissão de forças no implante (BUSER; DULA; BELSER, 1996 e MISCH, 1997). Pode atuar, além disso, como uma barreira física imediata após a cirurgia ou como mantenedora de espaço. Observou-se uma densidade óssea no local do enxerto maior do que osso ao redor, parecida com a densidade do osso da sínfise, sendo, também, observada pouca reabsorção ao redor, parecida com a densidade do osso da sínfise. Foi também, observada pouca reabsorção das partículas do osso autógeno e osso desmineralizado seco congelado, após 4 meses de pós-operatório (MISCH; MISCH; RESNIK, 1992). Observou-se, neste trabalho, um osso de boa qualidade quando avaliado clinicamente prévio à colocação de implantes. O objetivo deste trabalho foi determinar métodos quantitativos clínicos de aumento em espessura dos rebordos na maxila, nas reconstruções estético funcionais e, avaliar seus resultados com outros trabalhos, contudo a literatura não mostra reporte da utilização de uma combinação como aquelas aqui realizadas com osso autógeno. Algumas pesquisas mostraram que naqueles pacientes em que foram realizados enxertos, sendo colocados os implantes em segundo tempo cirúrgico, sendo este muito prolongado, observou-se perda de altura óssea significativa (DAHLIN; SENNERBY; LEKHOLM, 1989; BORSLAP, 1990 e MARZOLA, 2005). Esta afirmação não foi realizada nesta pesquisa, sendo que em um dos pacientes foi realizada a colocação do implante após 9 meses, sendo avaliada a remodelação sem reabsorção. Recomenda-se ainda a colocação dos implantes num período de 4 meses pós-operatório, baseado nas características biológicas do osso sendo um período de seis meses escolhido para esta pesquisa (LISTROM; SYMINGTON 1988; BORSLAP, 1990, MISCH; MISCH; RESNIK, 1992; JENSEN; SINDETPEDERSEN; OLIVEIRA, 1994; WILLIAMSON, 1996; SINDET-PEDERSEN; ENEMARK, 1998 e MARZOLA, 2005). Observou-se a quantidade de osso suficiente para o planejamento protético, contudo em alguns casos não se alcançou a cobertura completa do implante principalmente na parede palatina, sendo necessária a colocação de uma membrana de cortical de osso bovino no momento da colocação do implante dos dois casos. Notou-se leve movimentação do enxerto no momento da colocação do implante, dado importante a considerar-se em futuras cirurgias, sendo cuidadosamente acompanhando o período de cicatrização, não permitindo que alguma força pudesse ser aplicada no local do enxerto, prevenindo a reabsorção do enxerto (RAGHOEBAR; BATENBURG; VISSINK, 1996). Outro fato a ser avaliado foi a capacidade regenerativa que varia de indivíduo para indivíduo e, a capacidade regenerativa com a idade vai diminuindo, devido as alterações metabólicas que acontecem com o passar dos anos (BECKER; BECKER; HANDLESMAN, 1994). MISCH; MISCH; RESNIK (1992) observaram radiograficamente após 4 meses uma arquitetura óssea normal e, uma excelente morfologia clínica com mínima reabsorção de 0% a 25%, sendo este achado também confirmado (SINDETPEDERSEN et al., 1998; SOEHREN et al., 1989; BORSTLAP et al., 1990), entretanto WIDMARK; ANDERSON; IVANOFF (1997) observaram uma ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 383 reabsorção de 25% do enxerto após 4 meses de pós-operatório e, 60% no momento da colocação dos conectores, sendo esta uma reabsorção significativa. Atualmente tem-se despertado um interesse por propiciar métodos alternativos a enxertos autógenos para evitar desconforto aos pacientes realizando-se muitas pesquisas para obtenção de substitutos ósseos que venham apresentar propriedade de crescimento ósseo e reparo sem limitações e riscos. DAHLIN; LINDE; GOTTOLOW (1988) não observaram nenhum potencial indutor nos fragmentos de osso autógeno, enquanto que MATTE (2000) obteve os melhores resultados quando utilizou a membrana não associada ao osso autógeno. Nesta pesquisa observou-se, também, em alguns casos a preservação do volume do enxerto ósseo, ou ainda a formação de osso, quando avaliadas as medidas pós operatórias imediatas com aquelas medidas pré-operatórias de implante. Algumas pesquisas mostraram um retardo na regeneração óssea quando utilizado osso homogêneo liofilizado (PASTORI, 1998) e, quando usado osso xenógeno, osso seco desmineralizado ou autógeno, houve uma interferência na cicatrização dos alvéolos após a extração (BECKER; BECKER; HANDLESMAN et al., 1990). ASPENBERG (1998) obteve 65% menos de formação óssea quando utilizada a matriz óssea liofilizada, contudo PIKOS (1996) conseguiu maior formação óssea quando foi utilizado o FDBA. Apesar disso tudo, entretanto GRATZ; SAILER; HAERS (1996) sugerem que os resultados obtidos com o uso da matriz óssea desmineralizada alogênica têm sido exageradamente destacados. De acordo com artigos recentes, enxerto ósseo da sínfise mandibular proporciona melhores resultados em reconstruções cirúrgicas de defeitos alvéolospalatinos (BORSLAP, 1990). Entretanto, osso da crista ilíaca deve ser preferido em enxerto de reparo de grandes falhas residuais onde a quantidade de osso da sínfise mandibular disponível é insuficiente. Ainda em relação á locais fissurados o uso de osso craniano é bastante defendido (WOLFE; BERKOWITZ, 1989 e MOY; LUDGREN; HOMES, 1993). Algumas pesquisas indicam que enxerto ósseo intramembranoso mantém o volume, sendo mais viável para grandes extensões que enxertos endocondrais (ZINS; WITAKER, 1983; KUSIAK; WHITAKER, 1985 e WILLIANSON, 1996). Com tudo isso, parece ser o osso autógeno o único material disponível com comportamento osteogênico. Sua capacidade de formar células mesenquimais indiferenciadas caracteriza esta qualidade, pois é composto de células viáveis, que produzem grandes quantidades de fatores de crescimento para a formação de tecido ósseo (MISCH, 2000 e VASCONCELOS; LIMA; TAKAGUI et al., 1998). Estas por sua vez encontram-se em maior concentração nas porções do trabeculado ósseo, favorecendo a utilização de ossos predominantemente medulares como o íleo e a costela (PINHOLT, 1994). Por outro lado, as porções corticais constituem a fonte primária das proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs), (KRUGER, 1985), predominando em ossos como a sínfise mandibular e a calvária. CONCLUSÕES 1. A vantagem inerente ao enxerto de mento é a sua localização. Com os sítios doadores e receptores num mesmo campo operatório, o tempo de cirurgia pode ser reduzido, além de não precisar de hospitalização. ÁREAS DOADORAS DE ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS PROVENIENTES DO MEIO BUCAL - REVISTA DA LITERATURA 384 2. A reabsorção do enxerto de mento é significantemente menor comparado a da crista ilíaca. Há possibilidade de injúrias as raízes dos dentes e ao nervo mentual. 3. Nenhuma alteração de contorno do mento foi observada; porém, a falha na fixação do músculo mentual pode resultar em ptose do mento. 4. Os enxertos autógenos são a melhor opção para a realização de reconstruções faciais, pois são inertes, não produzem reação imunológica e são remodelados pela reação osteoclástica e formação óssea. 5. Quanto à qualidade, os enxertos de origem intramembranosa apresentam as melhores características quando comparados aos enxertos de origem endocondral, por apresentarem menor índice de reabsorção e promover mais rapidamente a revascularização deste enxerto. 6. Para a área doadora bucal, a sínfise mandibular proporciona um volume ósseo maior, e a sua morfologia é cortiço medular, enquanto a do ramo é predominantemente cortical. 7. A mandíbula proporciona uma boa qualidade óssea para o enxerto, tanto da região de confluência entre ângulo e ramo, quanto da sínfise, além de vantagens como apenas uma área operatória, facilidade de acesso, desconforto mínimo, boa qualidade para reparos localizados, morfologia do enxerto corticomedular, baixa morbidade, reabsorção mínima do enxerto, ausência de cicatrizes cutâneas, custo reduzido quando comparados a outros tipos de enxertos. REFERÊNCIAS * AGOSTINI, M.; PILATTI, G. L. Uso de biomateriais em periodontia. Rev. Ass. brasil. Odont., v. 8, n. 2, p. 116-21, abr.,/mai., 2000. ALBERTS, B., Células diferenciadas e a manutenção dos tecidos - Biologia Molecular da Célula, Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 3a ed., cap. 22, 1997, p.113993. ALBREKTSSON, T. Repair of bone grafts. A vital microscopic and histological investigation in the rabbit. Scand. J. Plast. Reconstr. Surg. Hand. Surg., v. 14, n. 1, 1980. ASPENBERG, P. Rapid bone healing delayed by bone matrix implantation. Int. 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