ESTUDO DE MERCADO REGIONAL DO PARÁ Março de 2013 CARRERA RAMOS Organizacional Consultores: Kleber José Carrera Ramos. Eneida Macedo da Silva Ramos. E-mail: [email protected] Organização: GIZ do Brasil Programa Ano da Alemanha no Brasil 2013/2014, Inovação e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável. Março/2013 2 CARRERA RAMOS Organizacional Sumário 1 Apresentação ........................................................................................................ 5 2 Introdução.............................................................................................................. 7 3 Tema 1- Gestão Integrada de Resíduos Líquidos e Sólidos .................................. 8 4 3.1 Cenário Atual .............................................................................................. 8 3.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro................................................ 9 3.2.1 Desafios Tecnológicos ................................................................................ 9 3.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 10 3.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 10 - Tema 2 - Energias Renováveis e Eficiência Energética ..................................... 10 4.1 Cenário Atual ............................................................................................ 10 4.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro.............................................. 11 4.2.1 Desafios Tecnológicos: ............................................................................. 11 4.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 11 4.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 12 5 Tema 3.1 - Produção Florestal, Uso Sustentável e Preservação da Floresta – Produtos Madeireiros .................................................................................................. 13 5.1 Cenário Atual ............................................................................................ 13 5.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro.............................................. 14 5.2.1 Desafios Tecnológicos .............................................................................. 15 5.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 15 5.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 15 6 Tema 3.2 - Produção Florestal, Uso Sustentável e Preservação da Floresta – Produtos Não Madeireiros .......................................................................................... 16 7 6.1 Cenário Atual ............................................................................................ 16 6.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro.............................................. 17 6.2.1 Desafios Tecnológicos .............................................................................. 18 6.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 18 6.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 18 Tema 4.1 - Desenvolvimento Industrial sustentável no Pará no segmento Naval 19 7.1 Cenário Atual ............................................................................................ 19 7.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro.............................................. 20 7.2.1 Desafios Tecnológicos .............................................................................. 20 7.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 20 7.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 20 8 Tema 4.2 - Desenvolvimento Industrial sustentável no Pará no segmento Siderurgia ................................................................................................................... 21 3 CARRERA RAMOS Organizacional 8.1 Cenário Atual ............................................................................................ 21 8.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro.............................................. 21 8.2.1 Desafios Tecnológicos .............................................................................. 21 8.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 22 8.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 22 9 Tema 4.3 - Desenvolvimento Industrial sustentável no Pará no segmento Alimentos .................................................................................................................... 22 9.1 Cenário Atual ............................................................................................ 22 9.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro.............................................. 24 9.2.1 Desafios Tecnológicos .............................................................................. 24 9.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 24 9.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 25 10 Tema 5 - Mobilidade e Infraestrutura ................................................................... 25 10.1 Cenário Atual ............................................................................................ 25 10.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro.............................................. 26 10.2.1 Desafios Tecnológicos .............................................................................. 26 10.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 26 10.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 27 11 Tema 6 – Turismo Sustentável ............................................................................ 27 11.1 Cenário Atual ............................................................................................ 27 11.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro.............................................. 28 11.2.1 Desafios Tecnológicos .............................................................................. 28 11.2.2 Oportunidades para os empresários alemães ........................................... 28 11.3 Regulamentos e arcabouço legal .............................................................. 29 12 Conclusão............................................................................................................ 29 13 Bibliografia: .......................................................................................................... 30 14 Anexos ................................................................................................................ 32 4 CARRERA RAMOS Organizacional 1 Apresentação Para subsidiar as atividades preparatórias para a realização da EcoGerma Regional do Pará em novembro de 2013, o presente estudo pretende expressar o “Estado da Arte” do Mercado Regional do Estado do Pará com um foco especial nos desafios tecnológicos e oportunidades de investimento para o desenvolvimento sustentável do estado do Pará nos seguintes eixos temáticos: i. ii. iii. iv. v. vi. Gestão Integrada de Resíduos Líquidos e Sólidos; Energias Renováveis e Eficiência Energética; Produção Florestal, Uso Sustentável e Preservação da Floresta; Desenvolvimento Sustentável das Indústrias: naval, siderúrgicas e alimentos; Mobilidade Urbana; e Turismo Sustentável. Baseado em entrevistas com representantes de cada setor, tanto no governo quanto no setor empresarial, e em pesquisas bibliográficas, foi realizado para cada eixo temático uma análise comparativa entre os cenários atual e a projeção do cenário tendencial de futuro e nele a localização das principais restrições e/ou entraves identificados à luz de três abordagens: i) a lógica de obtenção de produtos inerentes a cada macro cadeia de produção; ii) a lógica de prestação de serviços necessários e suficientes a cada macro cadeia de produção; e iii) os regulamentos ( arcabouço legal) relativos a cada macro cadeia de produção. A abordagem adotada a partir da análise situacional dos eixos temáticos selecionados tem como premissa a identificação de aspectos relevantes para a construção de uma apreciação situacional quase estruturada 1 da realidade atual paraense delineada a partir de: (i) pontos fortes que ilustram as vantagens comparativas e competitivas existentes; (ii) fragilidades que descrevem os “gargalos” e restrições experimentadas; (iii) projeções do cenário futuro para identificação de circunstâncias previsíveis2, que se constituem enquanto apostas para o futuro breve; (iv) desafios tecnológicos relacionados as projeções do cenário que pretendem orientar os caminhos a serem seguidos pelo avanço das tecnologias; (v) oportunidades de negócios e intercâmbio acadêmico entre empresas e instituições de ensino e pesquisa alemães e paraenses; (vi) alguns aspectos normativos, legais e/ou formais que interferem de forma positiva ou negativa na ambiência atual de negócios ou mesmo no estabelecimento de intercâmbio comercial e acadêmico futuros. Para a elaboração do Estudo foram realizadas entrevistas com representantes de instituições e personalidades de destaque, e para tanto foi elaborada a sequência de seis perguntas encadeadas: 1ª Pergunta: Ante a importância do TEMA e à luz do Desenvolvimento Sustentável quais os aspectos atuais que se caracterizam como pontos fortes no Pará? 2ª Pergunta: Ante a importância do TEMA e à luz do Desenvolvimento Sustentável quais os aspectos atuais que se caracterizam como fragilidades no Pará? 1 A abordagem quase estruturada pretende diferenciar-se da busca pela objetividade plena e absoluta, na medida em que traz em seu conteúdo as considerações e valores inerentes aos atores sociais em suas visões fundamentalmente parciais sobre a realidade em que estão inseridos. 2 Diferenciadas das circunstâncias predizíveis, que em via de regra, são muito próximas das declarações de cunho deterministas. 5 CARRERA RAMOS Organizacional 3ª Pergunta: Ante o cenário atual, considerando seus pontos fortes e fragilidades, quais os setores que possuem um potencial de desenvolvimento sustentável forte no futuro próximo? 4ª Pergunta: À luz do cenário tendencial de futuro quais são os desafios tecnológicos colocados às instituições de pesquisa e empresas? 5ª Pergunta: Quais as demandas por produtos e serviços que o desenvolvimento deste setor (ou desta cadeia produtiva) são demandadas pelo Pará aos empresários e cientistas da Alemanha? 6ª Pergunta: Quais os principais aspectos legais a serem observados para a consolidação de intercâmbio acadêmico e/ou comercial entre o Pará e a Alemanha? O estudo é dividido em três partes a primeira introdutória, constituída de uma abordagem do contexto estadual e de suas macroprojeções para o futuro, a segunda parte constitui-se do conjunto de informações relativas aos temas abordados e as dimensões de cada tema, e por fim, uma abordagem dos aspectos observados para o conjunto dos temas abordados. 6 CARRERA RAMOS Organizacional 2 Introdução O Pará, estado pertencente à região norte do Brasil, possui cerca de 7,5 milhões de habitantes, o equivalente a 3,9% da população brasileira e 48,1% da Amazônia Legal, com uma sociobiodiversidade singular, de dimensão territorial colossal e de cenários naturais exuberantes, desponta no contexto nacional e internacional como peça importante no mosaico de territórios em que as iniciativas de investimentos encontram ambientes favoráveis para a conversão ecologicamente sustentável de investimentos em riquezas socioeconômicas. Na historiografia tem-se registrado os distintos ciclos econômicos nos quais o Pará tem vivido, desde a exploração das especiarias, passando pela borracha, madeira, energia e atualmente no minério, que, em via de regra, se caracterizam como commodities. Contudo, a dinamização da sociedade dos dias contemporâneos acena para a transposição da lógica de exploração e exportação dessas commodities para a lógica de incorporação de ciência e tecnologia, orientada a verticalização da produção, quer seja, para o atendimento das necessidades e demandas do mercado interno, quer seja, no atendimento das demandas do comercio exterior. O cenário paraense de acumulações: de conhecimentos científicos e tecnológicos, do complexo infraestrutural e de capitais humano e financeiro, colocam o Pará em condições de contribuir para a ampliação da capacidade de produção brasileira, tanto em cadeias produtivas localizadas integralmente no território paraense, quanto na inclusão de seus produtos em cadeias produtivas globais. Este cenário foi muito bem abordado pela Eletronorte em 2006 através da elaboração do estudo de Cenários Macroeconômicos para a Amazônia que apresenta considerável alinhamento à perspectiva vislumbrada para o Pará. Cenas da Trajetória de Referência INCERTEZAS CENA 1 (2006-2008) Política Regional Em implantação Política Fiscal Manutenção dos incentivos fiscais Investimentos Públicos e Privados Articulação Política e Institucional Questão Socioambiental Questão Fundiária Pesquisa, C & T Dinâmica Econômica CENA 3 (2017-2025) Manutenção do nível atual, com pouca participação privada CENA 2 (2009-2016) Parcialmente implantada Ampliação e diversificação dos incentivos fiscais Moderado, com participação pública e privada Pouca capacidade Média capacidade Forte capacidade Moderada prioridade Alta prioridade Alta prioridade Solução parcial, com amenização dos conflitos. Desenvolvimento moderado Moderada Solução parcial, com amenização dos conflitos. Desenvolvimento acelerado Acelerada Sem solução, com conflitos Desenvolvimento lento Moderada Efetiva Diversificação dos incentivos fiscais Acelerado, com participação pública e privada Fonte Eletronorte EPEM/2006. De fato, nos é evidente a necessidade de percorrermos o caminho favorável ao salto de qualidade que combine nossa disponibilidade de recursos naturais, materiais, humanos e de conhecimentos, a uma vigorosa capacidade de geração de riquezas socioeconômicas. Nessa perspectiva, a coalizão de esforços nacionais e internacionais surge como uma janela de oportunidades para a consecução de alternativas direcionadas ao atendimento de necessidades distintas, todavia, de propósito único: o desenvolvimento sustentável. 7 CARRERA RAMOS Organizacional 3 Tema 1- Gestão Integrada de Resíduos Líquidos e Sólidos 3.1 Cenário Atual O destino a ser dado para os resíduos sólidos e líquidos é um tema extremamente atual quando se fala em buscar um desenvolvimento sustentável. Neste contexto encontramos o estado do Pará envolvido neste debate e buscando alternativas adequadas para o tratamento destes resíduos que, por existirem em grande quantidade, cuja produção diária é de aproximadamente 1,3Kg/dia por habitante (IBGE, 2008), apresentam um grande potencial, tanto para a geração de energia como para a reciclagem, aproveitando o fato estimulante de conscientização, onde a cultura popular já reconhece a reciclagem do alumínio como uma fonte de renda. Em 2011, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade, o Brasil reciclou 98,3% das latinhas de alumínio do total produzido no Brasil em 2011. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal 10.305/10 3 traz uma abordagem atual sobre a questão e estabelece uma série de atribuições para os gestores públicos nas esferas federal, estadual e municipal, bem como, a imputação de atribuições junto às empresas para reversão do quadro atual de inadequação dos resíduos sólidos no Brasil. Porém, ainda percebemos que os esforços estaduais para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos são fragmentados entre as secretarias estaduais, tornando este processo mais lento e pouco eficaz. Este fato evidencia a baixa capacidade do Governo do Estado em promover a integração da organização, do planejamento e da execução das funções públicas referentes a esta gestão dos resíduos, evidenciando, entre outros fatores, a baixa capacidade de controle e fiscalização das atividades dos empreendimentos geradores de resíduos sujeitos ao licenciamento ambiental pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA. O parque industrial do Pará ainda é incipiente para a conversão de resíduos sólidos domésticos em matéria prima de produtos reciclados, devido à insuficiência, e em alguns casos inexistência, de indústrias de coleta e reciclagem de vidros, papel derivados de petróleo, etc. Segundo o IBGE em 2008 das entidades prestadoras de serviços de manejo de resíduos sólidos 481 localizavam-se na região Norte (157 estavam situadas no Pará - 136 públicas e 19 privadas), enquanto que em Minas Gerais, por exemplo, este número chega a 1.191 entidades (819 públicas e 284 privadas). Esse déficit está relacionado também ao fato do insuficiente apoio político e financeiro de incentivos às indústrias de reciclagem e o fato do Estado possuir uma infraestrutura de transporte multimodal inadequada para a operação de transporte de resíduo com destino a reciclagem. Outro fator crítico é que o parque siderúrgico de médio porte que absorvia parte da oferta de metais enfrenta situação de fechamento da maioria das siderúrgicas devido ao alto custo do insumo energia e de situações de queda do mercado de aço. Na escala municipal temos atualmente um modelo inadequado de gestão de resíduos sólidos e líquidos, entre outros fatores, pelo fato da maioria dos municípios disporem de recursos tecnológicos insuficientes para a gestão integrada destes resíduos. Em função disso verificamos: um desperdício de fontes de energia renováveis próximo a 100%; áreas contaminadas e áreas órfãs contaminadas ocorrendo em todos os 144 municípios do Estado; o tratamento de efluentes líquidos é praticamente inexistente, muito provavelmente pela inexistência de Controle Ambiental, e também pelo fato de que as tecnologias existentes não foram testadas para as realidades locais; entre outros sintomas que demonstram que a legislação municipal em sua maioria é omissa e pouco efetiva no que concerne à gestão integrada de resíduos sólidos e líquidos. 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm 8 CARRERA RAMOS Organizacional Outra dimensão importante é que a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos não é compartilhada4, impactando no pouco interesse das empresas privadas em constituir suas cadeias de logística reversa. De uma forma geral, verifica-se ainda, que ocorre um desconhecimento das informações sobre as cadeias de produção, transporte, condicionamento, reciclagem e destinação final dos resíduos sólidos e líquidos doméstico, industrial e institucional, muito provavelmente em função do lento processo de implantação do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR) pertencente a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 10.305/10. Inadvertidamente, os cidadãos paraenses, em sua grande maioria, ainda consideram que a gestão de resíduos sólidos e líquidos é responsabilidade exclusiva do poder público, o que interfere diretamente nos padrões de consumo não sustentáveis desta população. Além, dos padrões de produção sustentável, por parte das empresas apresentarem um estágio de admissão lenta, em função de que o modelo predominante de produção industrial desconsidera a potencialidade destes resíduos, sobretudo como fonte de energias renováveis. 3.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro A provável ampliação da capacidade do setor produtivo, que poderá gerar um aumento na geração de resíduos sólidos e líquidos, e por sua vez, o crescimento natural da geração de resíduos pela população, que deverá propiciar um aumento de investimentos em políticas de educação ambiental para o consumo consciente, com consequente aumento da produção acadêmica com foco na adoção de tecnologias limpas para o setor produtivo, na adoção de tecnologia para a recuperação de áreas contaminadas e áreas órfãs contaminadas, etc. A atualidade do tema Gestão de Resíduos Sólidos e Líquidos e a necessidade de cumprimento de uma lei federal já existente nos remetem a um provável aumento da pressão da opinião pública por soluções eficientes relativas ao crescente volume destes resíduos, a um crescimento de linhas de financiamento de empresas do setor de reciclagem, e, a um aumento de ações de comando e controle sobre as empresas para a elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. 3.2.1 Desafios Tecnológicos Nesta busca pelo tratamento e aproveitamento correto destes resíduos encontramos alguns desafios a serem superados, tais como: Conversão de resíduos industriais de processos produtivos, das indústrias madeireiras, considerados como rejeito em matéria prima destinada a outras cadeias de produção, a exemplos de pellets e briquettes; Desenvolvimento de tecnologias visando à produção de energia a partir dos resíduos sólidos, pastosos, líquidos e gasosos provenientes de centros urbanos; Desenvolvimento de tecnologias para o aproveitamento energético de resíduos da produção agrícola e da agroindústria e da siderurgia (escória de aciaria); Desenvolvimento de tecnologias para a utilização de compostos orgânicos resultantes da produção agropecuária, com risco sanitário, na produção de agroenergia; 4 Responsabilidade compartilhada: É um conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados e para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos da Lei 10.305/10. http://www.mma.gov.br/informma/item/8531res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos-prazo-acaba-dia-2. 9 CARRERA RAMOS Organizacional 3.2.2 Desenvolvimento de tecnologias para a utilização dos resíduos pós obtenção de energia para outras finalidades, como correção de acidez ou fertilidade do solo; Identificação de parâmetros e procedimentos técnicos para o licenciamento de empreendimentos relacionados a reciclagem de resíduos sólidos e líquidos. Oportunidades para os empresários alemães Neste campo fértil em oportunidades destacamos algumas, são elas: Fornecimento de equipamentos e serviços especializados a recuperação de passivos ambientais em áreas contaminadas e áreas órfãs contaminadas; Fornecimento de equipamentos e serviços especializados a geração de energias renováveis: Vapor, Eletricidade, Água quente, Ar quente, Frio industrial ou ar-condicionado, e Óleo térmico decorrentes da operação de áreas de destinação adequada de resíduos sólidos, a partir de sistemas de recuperação energética. Investimentos na indústria da construção de infraestrutura física e logística de gestão dos resíduos sólidos e líquidos; Investimentos na indústria da construção e reformulação dos parques industriais, seus equipamentos e veículos existentes para a gestão de resíduos sólidos e líquidos; Implantação de empresas prestadoras de serviço de suporte a implantação e operação de cadeia de logística reversa para cumprimento da legislação federal; e Fornecimento de equipamentos e serviços especializados a implantação de operações municipais consorciadas para tratamentos de resíduos. 3.3 Regulamentos e arcabouço legal A Lei federal 12.305/20105 que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina a eliminação dos lixões à céu aberto até 2014 e a obrigatoriedade de implantação de sistema integrado de gestão de resíduos sólidos em escala municipal. Porém há uma necessidade urgente de adequação do arcabouço legal estadual para o atendimento das necessidades e demandas da sociedade neste tema. 4 - Tema 2 - Energias Renováveis e Eficiência Energética 4.1 Cenário Atual A utilização racional da energia, incluindo o aproveitamento das várias formas de energias renováveis, é essencial para o desenvolvimento sustentável. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME) entre 2010 e 2019 há uma expectativa de acréscimo no consumo residencial de 11,7%. Neste contexto o estado do Pará destaca-se por suas condições naturais favoráveis para a produção de energia renováveis, entre elas: solar, eólica e hídrica. Aproveitando essas condições favoráveis o estado se destaca pelo investimento em centros de pesquisa como: o Centro de Eficiência Energética (CEAMAZON)Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá; o Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós e o Parque de Ciência e Tecnologia de Marabá, que com sua evolução tecnológica, perseguem a diminuição de custos de geração, de equipamentos de energias renováveis. Porém, mesmo com estas condições favoráveis e com necessidade de otimização e consumo inteligente de energia, e, com dados como o do IPEA de 2012 que registra que 19% da população do Pará ainda não tem acesso à energia elétrica, 5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm 10 CARRERA RAMOS Organizacional verifica-se a escassez de financiamentos de projetos voltados a esse tema, desconsiderando alternativas viáveis de geração e economia de energia. Além da falta de incentivo, por parte do poder público, por um consumo consciente, voltado à disponibilização de excedentes de energia, que, em tese, implicaria, por um lado, em menores investimentos por parte das concessionárias, e, por outro lado, em prováveis reduções dos custos. Outro fator importante, que dificulta o aproveitamento destas oportunidades, é que os padrões de produção sustentável apresentam um estágio de admissão lenta pelas empresas, que abrem mão de formas alternativas de energia complementar, como a gerada a partir de resíduos, por exemplo. 4.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro Em um cenário mundial onde a energia passa a ter influência crescente em termos econômicos é provável que ocorra uma ampliação da demanda por eficiência energética em empresas privadas para garantir competitividade em suas edificações e seus sistemas prediais e uma consequente demanda por energia firme. Além de uma ampliação semelhante da demanda por eficiência energética em instituições públicas em suas edificações e seus sistemas prediais. Porém na contramão, podemos prever uma possível manutenção de tarifas elevadas de energia, devido a necessidade de recuperação e/ou manutenção dos sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica. 4.2.1 Desafios Tecnológicos: O crescimento acelerado do preço da energia elétrica é hoje um grande desafio para a manutenção de uma matriz energética limpa e buscando reduzir este impacto em uma sociedade onde a energia é uma das mais caras do mundo, citamos alguns desafios tecnológicos, são eles: Adequação da tecnologia (ferramentas, instrumentos e técnicas) de eficiência energética à realidade amazônica em parceira com as universidades locais abrangendo as realidades de: (i) Belém (grandes centros urbanos) e (ii) sistemas isolados na Amazônia. Desenvolvimento de projetos de energias renováveis complementares (energia solar), para obter valor mais acessível, a fim de que os mesmos se tornem economicamente viáveis para as construtoras; Ampliação do potencial de sistemas de geração de energia a partir das placas fotovoltaicas; Ampliação da capacidade de geração de energia (potência) e armazenamento a partir dos equipamentos de geração de energia eólica; e Adequação de protocolos de pesquisa a realidade local equatorial e superúmida, em cooperação com instituições de pesquisa. 4.2.2 Oportunidades para os empresários alemães Vislumbrando a importância da busca pela eficiência energética e a premente necessidade do investimento em energias renováveis, devido seu grande potencial de contribuição para o desenvolvimento sustentável, em razão dos amplos benefícios sociais e ambientais, que, em geral, resultam da sua disseminação, pontuamos algumas oportunidades de investimentos e negócios, são elas: 11 CARRERA RAMOS Organizacional Fornecimento de equipamentos e serviços especializados ao mercado de retrofit6 com potencial significativo para atuação junto a consumidores: condominiais, industriais, público institucional e comercial; Investimentos na ampliação da produção de energia a partir de derivados do petróleo - PRÉ SAL, podendo contemplar a demanda reprimida para atendimento às comunidades isoladas; Fornecimento de equipamentos e serviços especializados ao mercado de atendimento complementar ao abastecimento elétrico convencional nos segmentos de: Consumo; Condominial; Consumo Industrial; Consumo institucional público; e Consumo comercial, com ênfase na complementação de atendimento via fontes renováveis, em especial eólica e solar; Implantação de fundos de investimentos públicos e privados a partir do estabelecimento de linhas de fomento e pesquisa para delineamento de oportunidades para as ações de eficientização energética e sustentabilidade. Cooperação internacional para intercâmbio de experiências, no sentido de: (i) entender as dificuldades conjunturais; e desenvolvimento de tecnologias de análise ambiental do espaço construído, voltado à sustentabilidade tanto na escala da edificação para trocas luminosas, térmicas, ventilação, como também, na escala urbana em bairros. (ii) Iniciar a realização de projetos pilotos de intervenções reais em conjunto com equipes locais; e Investimentos na produção de placas fotovoltaicas e demais equipamentos referentes a energias renováveis no estado do Pará; Implantação de Parques Eólicos na região da Amazônia Atlântica (costa do Pará). 4.3 Regulamentos e arcabouço legal Atualmente no Brasil temos que a Resolução Normativa N° 300, de 12 de Fevereiro de 20087, que tem a finalidade estabelecer critérios para a aplicação de recursos dos Programas de Eficiência Energéticas (PEE), onde está previsto que os recursos destinados aos projetos de conservação de energia em prédios públicos devem estar disponíveis em Programas Anuais de Eficiência Energética das concessionárias de energia elétrica. Além de determinar que estas concessionárias devem destinar 0,5% da receita operacional líquida no desenvolvimento de ações que visem incrementar a eficiência energética. Já a Lei 12.212 de 2010 determina que 60% deste montante seja direcionado a unidades consumidoras (UCs) contempladas com tarifa social e o restante pode ser aplicado nos PEEs. Outros instrumentos legais relacionados que ainda se encontram em vigor são: Decreto 4.131/20028 (dispõe sobre medidas emergenciais de redução de consumo de energia elétrica); Decreto 99.656/19909 (cria a Comissão Interna de Conservação de Energia – CICE); Decreto de 21 de setembro de 199310 (dispõe sobre o Programa Nacional de Racionalização da Produção e do uso de Energia); Lei 9.991/200011 (Dispõe sobre realização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em 6 O conceito de retrofit está ligado à modernização de estruturas edificadas e atualmente tem sido aplicado levando em conta as demandas de sustentabilidade em relação aos espaços construídos, na medida em que busca preservar os elementos que caracterizam a edificação, sendo modificadas características que melhorem o desempenho energético, aumentem sua eficiência funcional e valorizem sua estética. 7 http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2008300.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4131.htm 9 http://www.aneel.gov.br/cedoc/bdec199099656.pdf 10 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/123971/decreto-93 11 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9991.htm 8 12 CARRERA RAMOS Organizacional eficiência energética por parte das empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica); Resolução 492/2002-ANEEL12 (estabelece critérios para a aplicação de recursos no PEE). Tema 3.1 - Produção Florestal, Uso Sustentável e Preservação da Floresta – Produtos Madeireiros 5.1 Cenário Atual O estado do Pará, habitado por aproximadamente 7,5 milhões de habitantes, está situado na Amazônia, região de floresta pujante, onde está localizada uma das mais importantes províncias minerais do mundo em plena fase de crescimento vertical de suas cadeias e detentora de patrimônio natural real, com volume significativo de madeira a ser explorada com manejo florestal sustentável. Segundo dados da AIMEX 13 (Associação de Indústrias Exportadoras de Madeira) são 33 pólos madeireiros com 1.592 indústrias, que juntas exploram por ano o volume de 11.150.000m³ de toras. O Pará é o principal produtor de madeira nativa do Brasil, dispõe de localização estratégica de portos em relação aos destinos da América do Norte e União Europeia (maiores compradores), sua logística de produção e beneficiamento com proximidade aos portos, e, possuí ainda, uma infraestrutura rodoviária de acesso ao recurso florestal já instalada. O setor florestal internalizou os conceitos de manejo e exploração florestal sustentáveis em função dos dados de exploração manejada, em que o volume de madeira explorada com manejo sustentável é em torno de 30% maior que na exploração sem manejo florestal, segundo o IMAZON (1998)14. O Pará ainda possui como vantagem a existência de 25 milhões de Ha de áreas abertas que propiciam o aproveitamento de diversas práticas produtivas de maneira sustentável, incluindo o reflorestamento. A marca Amazônia possui um grande apelo no mercado internacional, trazendo consigo a esperança mundial de atenuar os impactos ambientais do planeta. Figurando, então, como região estratégica para o Brasil e para o mundo. Todavia, verifica-se que persiste a deficiente infraestrutura do órgão ambiental para o licenciamento, não somente, de projetos de manejo florestal, mas também de licenciamento dos projetos de plantio de madeira em tempo hábil, ambos decorrentes, entre outros fatores, da escassez de recursos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) para a estruturação de seu aparato técnico e administrativo para estas atividades. Um fato crítico é que 60 % do quadro de profissionais da SEMA 15 é preenchido por funcionários temporários (cujos contratos vigoram em média dois anos) e que cumprem jornada diária apenas 6 horas e que após decorridos seu tempo de contrato desocupam o cargo, que será então ocupado por um novo temporário que terá que reiniciar o seu processo de aprendizagem. Em função desta circunstância deparamos com a dicotomia entre o rigor nos instrumentos dos órgãos federais de fiscalização em detrimento a lentidão do órgão estadual para o licenciamento em tempo hábil, contribuindo para que as empresas sem a rapidez do processo de licenciamento ambiental tendam a atuar de forma clandestina, na tentativa de manter-se operando, e, assim, viabilizar seus custos de manutenção e operacionais. Nessas circunstancias as grandes empresas, sentem-se submetidas a um ambiente de insegurança jurídica, sobretudo as multinacionais, que 5 12 http://www.aneel.gov.br/cedoc/res2002492.pdf http://www.aimex.com.br/ 14 http://www.imazon.org.br/publicacoes/serie-amazonia/custos-e-beneficios-do-manejoflorestal-para-a 15 Secretaria de Estado de Meio Ambiente 13 13 CARRERA RAMOS Organizacional com muita frequência evadem-se da atividade florestal no Pará, fato este que ocorreu recentemente com as empresas: Nordisk, Madenorte, Peracchi, Eidai, Eldorado, etc. Além destas fragilidades ainda vivemos tempos de frágil relação de confiança entre as instituições, gerando um ambiente desfavorável para negócios de longo prazo, em função de que há uma constante mudança nas regras e normas que determinam o modus operandi dos projetos florestais. Um aspecto importante, que desmotivou empresários do setor florestal, foi a lentidão na implantação do PAMFLOR (Plano de Apoio ao Manejo Florestal), que é destinado a promover e apoiar o desenvolvimento do manejo florestal sustentável no Estado do Pará, bem como ampliar a transparência, eficiência e agilidade no processo de licenciamento ambiental florestal, no âmbito da Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA. Verifica-se também a lentidão do processo de reestruturação organizacional da SEMA que pretende, entre outras ações, criar o Instituto Gestão e Regularização Ambiental (IGRAM), instituição que tem por propósito ampliar da capacidade de emissão de licenças ambientais do Estado. A reestruturação organizacional data do primeiro semestre de 2011, e tem previsão de encaminhamento do projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado, para análise e votação, ainda no primeiro semestre de 2013. O segmento ainda enfrenta a repercussão da lentidão nos processos de regularização fundiária, sobretudo, para projetos manejo florestal, dificultando a obtenção da legalidade fundiária dos empreendimentos. As concessões florestais16 federais e estaduais ainda em fase inicial de implantação oferecem resultados inseguros para a adoção das mesmas como alternativa à exploração de recursos florestais madeireiros, não madeireiros e de serviços. A logística de transporte multimodal é inadequada para a ampliação da produção florestal, carecendo de instalações e equipamentos compatíveis com a eficiência e menores custos que o segmento demanda. Conforme se verifica, o setor madeireiro encontra-se fragilizado, a crise internacional castiga o setor, desde 2008, o baixo preço do dólar – menos de dois reais - descapitalizou o setor madeireiro paraense e as restrições e excesso de burocracia dificultam a atração de investidores no setor madeireiro no Pará, que registra queda de 42,2% da produção de madeira serrada e compensada segundo o IBGE (2012). 5.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro A mirada no futuro nos sinaliza que ocorrerá uma ampliação do rigor para as exportações para a Europa a partir da EUROPE UNION TIMBER REGULATIONS, fato este que se tornará um desafio a mais para a comercialização do setor, além do fato de que a crise das economias Americana e Europeia, que interfere diretamente nestas exportações, indica que terá uma recuperação lenta. Contudo, muito provavelmente haverá a ampliação da demanda interna por madeira legalizada, seja no desenvolvimento vertical desta produção ou como fonte de energia, com destaque para o polo siderúrgico de Marabá, ou em diversos outros centros de demanda. Gerando, assim, uma demanda pela requisição de áreas degradadas, com a finalidade de implantar florestas energéticas e projetos de sistemas agroflorestais. 16 Concessão florestal é a delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exig ências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1045 14 CARRERA RAMOS Organizacional 5.2.1 Desafios Tecnológicos Buscando contemplar a utilização sustentável da floresta amazônica e um aproveitamento completo dos recursos extraídos desta imensa fonte de riquezas, citamos a seguir alguns dos desafios tecnológicos demandados pelo setor florestal madeireiro, são eles: Aproveitamento de resíduos de madeira como fonte para cogeração de energia; o Estudos específicos sobre o teor de umidade da biomassa da madeira apropriado para seus diferentes fins; o Sistemas de carbonização com melhor aproveitamento da matéria prima e de seus resíduos, gerando produtos de maior qualidade; o Estudo aplicado sobre a gaseificação de biomassa da madeira, ainda pouco difundida e com custos bastante elevados; o Procedimentos para a descontaminação de resíduos de madeira da construção civil. Proporcionar a eficientização energética do parque madeireiro, sobretudo, na geração de energia a partir dos resíduos das indústrias. o Pesquisa em logística de movimentação de resíduos em função de localização da fonte geradora, bem como, movimentação de produtos do aproveitamento dos resíduos em função de mercado consumidor; o Estudo sobre a utilização e custos de mini turbinas (menor que 1 MW/h) para geração de energia em sistemas/comunidades isoladas a partir da queima de biomassa; o Desenvolvimento de motores a vapor mais eficientes; o Transferência de conhecimento a respeito de técnicas de modelo de gestão dos empreendimentos madeireiros no aproveitamento e eficientização, sobretudo, no dimensionamento da viabilidade econômica do aproveitamento dos resíduos: galhadas, tocos, aparas, sobra e serragem; Soluções técnicas para a rastreabilidade de produtos florestais na cadeia do carvão vegetal. 5.2.2 Oportunidades para os empresários alemães A fim de aproveitar de maneira sustentável esta região tão rica de recursos naturais, indicamos a seguir algumas sugestões de oportunidades no setor florestal madeireiro: Aquisição de madeira certificada incorporando e incentivando a produção florestal madeireira em bases sustentáveis; Fornecimento de tecnologias mais acessíveis para tratar a biomassa como fonte de energia gerada do resíduo do setor madeireiro; Fornecimento de tecnologia para ampliar a capacidade de rastreabilidade da produção de carvão vegetal; Investimento no desenvolvimento vertical da cadeia produtiva da madeira; Fornecimento de ciência e tecnologia para ampliar a produtividade na gestão dos resíduos na indústria madeireira. 5.3 Regulamentos e arcabouço legal Revisão da infraestrutura normativa do órgão ambiental deverá ser realizada a partir do novo código florestal brasileiro. Base normativa estadual de manejo florestal comunitário em “compasso de espera” da aplicação das leis. As bases do desenvolvimento do setor florestal no Pará por vezes estão distantes dos debates políticos no legislativo estadual. Algumas das leis relevantes para este setor são: 15 CARRERA RAMOS Organizacional O Novo Código Florestal Lei 12.651/201217 que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. O Decreto Estadual 1.976/200918 que cria o PAMFLOR (Plano de Apoio ao Manejo Florestal), que é destinado a promover e apoiar o desenvolvimento do manejo florestal sustentável no Estado do Pará, bem como ampliar a transparência, eficiência e agilidade no processo de licenciamento ambiental florestal, no âmbito da Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA. Instrução Normativa no. 15/2011 de 07/11/201119 que institui o modelo da Declaração de Corte e Colheita – DCC e estabelece os procedimentos administrativos para a colheita, transporte e industrialização dos produtos oriundos de florestas plantadas no Estado do Pará. Tema 3.2 - Produção Florestal, Uso Sustentável e Preservação da Floresta – Produtos Não Madeireiros 6.1 Cenário Atual A floresta amazônica em conjunto com os oceanos é guardiã da maior reserva de biodiversidade do planeta Terra, “... credenciando a Região como o mais exuberante laboratório natural para experimentos revolucionários no campo da biotecnologia, da engenharia genética,...” (Plano Diretor SECTI20 2011/2015), além de possuir a maior reserva de água doce do planeta, em um cenário onde a escassez de água potável já desponta como um dos grandes problemas mundiais. Esta natureza pujante, com comunidades tradicionais inseridas nos processos artesanais e/ou semi artesanais de produção fazem com que os produtos com a marca “Amazônia” possuam um grande apelo no mercado internacional. O patrimônio natural de produtos não madeireiros (essências, cipós, sementes, fibras, óleos, etc.) e a biodiversidade paraense despontam, então, como universo a ser plenamente conhecido, estudado e catalogado. Atualmente o Governo do Estado do Pará já visualiza a necessidade da mudança da economia – majoritariamente baseada em commodities - para mercadorias com o maior valor agregado como: Óleos essenciais; Plantas medicinais e Resinas. Alinhado a essa iniciativa o Governo do Estado elaborou o Plano Diretor de Ciência Tecnologia e Inovação do Pará e para tanto vem firmando parcerias entre órgãos como SECTI, SAGRI21, SEICOM22, SESPA23 e SEDUC24, buscando construir um modelo de desenvolvimento baseado no conhecimento. Empenhado nesta busca pela mudança, o Governo do Estado do Pará, por meio da SECTI, formalizaram dois convênios, totalizando aproximadamente R$1,9 milhões, com o Ministério da Saúde a fim de contribuir com a implantação e fortalecimento do Programa Paraense de Incentivo ao Uso Sustentável da Biodiversidade – BIOPARÁ, que planeja a construção de três Farmácias Vivas (Belém, Santarém e Paragominas) e de seis hortos para a produção de mudas certificadas (Revista Ver-a-Ciência N°01/2012). 6 17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm 18 http://www.sema.pa.gov.br/interna.php?idconteudocoluna=5049&idcoluna=7&titulo_conteudoco luna=1.976 19 http://www.sema.pa.gov.br/legislacao.php?idcoluna=14&funcao=listar&ano=&pagina=1 20 SECTI: Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pará. 21 SAGRI: Secretaria de Estado de Agricultura do Pará 22 SEICOM: Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração do Pará. 23 SESPA: Secretaria de Estado de Saúde do Pará 24 SEDUC: Secretaria de Estado de Educação do Pará 16 CARRERA RAMOS Organizacional O Pará prevê ainda com a criação e consolidação de 03 parques tecnológicos em biotecnologias até 2015, entre os 74 projetos em todo Brasil, tais como: o Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (já na fase de implantação); o Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós e o Parque de Ciência e Tecnologia de Marabá, que despontam como alternativas para a economia verde na Amazônia, através do desenvolvimento de cadeias produtivas e a busca pelo desenvolvimento sustentável da região (Revista Ver-a-Ciência N°02/2012). O Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá contará com as áreas prioritárias de: biotecnologia, Tecnologia da Informação e Comunicação, Energia, Tecnologia Ambiental e Tecnologia Mineral. Muito embora, nosso capital natural seja significativo, o conhecimento acumulado pelo segmento científico e tecnológico não é plenamente traduzido em riqueza para a sociedade através da geração de oportunidades de negócios, essa circunstância é ilustrada pelo fato da Região Norte ocupar a última posição no ranking de concessão de patentes em 2010, o Pará realizou apenas 17 pedidos de concessão de patentes contra 5.992 pedidos em São Paulo, (Revista Ver-a-Ciência N°01/2012). O Pará possui um baixo orçamento destinado à pesquisa e o Governo do Estado enfrenta dificuldade de lançar editais com volumes maiores para desenvolver cadeias produtivas específicas (cacau, açaí, cupuaçu, etc.). O ambiente de parcerias enfrenta restrições dado a frágil relação de confiança entre as instituições parceiras, em função muitas vezes das falhas e dos atrasos no processo burocrático que dificultam a implantação e o andamento dos projetos impactando diretamente no desenvolvimento das ações pactuadas, um exemplo é a implantação do PARÁ FARMA que está a mais de 18 meses na Assembleia Legislativa aguardando aprovação. O Pará já perdeu 50% do conhecimento tradicional por impossibilidade legal de estudá-lo, mostrando a necessidade de adequação das leis em benefício do conhecimento, as empresas enfrentam dificuldades de conseguir licenças para iniciar sua implantação pela lentidão do órgão estadual de licenciamento ambiental. Os avanços no Pará são efetuados de forma assistemática, em função, entre outros fatores, da insuficiente base de dados estatísticos atualizados dos diversos setores das cadeias de produção dos produtos florestais não madeireiros, bem como, da necessidade de formar mão de obra especializada para atender a grandes projetos de utilização dos recursos florestais. Os governos federal, estadual e municipal avançam de forma tímida no debate sobre os instrumentos se institucionalização e operação dos serviços ambientais, essa timidez reside na dificuldade de em precificar os danos ambientais e as externalidades econômicas, haja vista, que não existe ainda, um valor monetário para os elementos naturais ligados ao processo produtivo, inerente à lógica dos serviços ambientais. Temos ainda, o debate sobre o mercado de carbono que conta na atualidade com experiências incipientes e enfrenta o estigma da insegurança jurídica junto aos grupos de atores inseridos no segmento florestal. 6.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro Ao especular a respeito do comportamento das variáveis do cenário tendencial poderemos prever que se mantém a ampliação da demanda por produtos biotecnológicos originários da floresta amazônica, bem como, a ampliação da capacidade de produção de indústrias de base tecnológica em território paraense, tendo como suporte especial os três parques tecnológicos (Guamá, Tapajós e Marabá). As políticas de salvaguardas de conhecimentos tradicionais devem ser aprimoradas pelas esferas estadual e federal, inclusive com a Lei de Acesso a biodiversidade aprovada à serviço do conhecimento. Assim como, muito provavelmente manter-se-á a tendência à ampliação do Valor Adicional Bruto às cadeias de produtos florestais não madeireiros. 17 CARRERA RAMOS Organizacional 6.2.1 Desafios Tecnológicos Nessa perspectiva de avanços de ciência e tecnologia, surgem inevitavelmente, desafios a serem enfrentados, abaixo citamos alguns deles: Ampliação de redes interdisciplinares de excelência em pesquisa em áreas estratégicas: Biotecnologia e uso sustentável da biodiversidade; Sociobiodiversidade; Recursos energéticos e hídricos; Recursos minerais; Agricultura, Pecuária e Pesca; Economia Florestal; Saúde, fármacos e fitomedicamentos; Tecnologia da informação e comunicação; e Multimodalidade de transporte; Desenvolvimento de técnicas que aumentem a produção de óleos essenciais; Desenvolvimento das cadeias produtivas dos recursos florestais de forma vertical; Desenvolvimento de pesquisas de fármacos a partir de produtos da floresta; Aproveitamento pleno dos três parques tecnológicos para realização de pesquisas, implantação de empresas, etc ; e Transformar conhecimento em riqueza para a sociedade. 6.2.2 Oportunidades para os empresários alemães Nesta perspectiva de aproveitar de forma sustentável os recursos da floresta e de gerar riquezas para as comunidades tradicionais, surgem oportunidades, abaixo citamos algumas delas: Investimentos na verticalização da cadeia produtiva dos recursos florestais não madeireiros para seguir com a matéria prima até o estado de produto pronto para o consumo: Plantas medicinais; Extratos; Frutas; Sementes; Fibras; Resinas; Taninos; e Óleos; Investimentos na ampliação do mercado de produção e consumo de cosméticos e fármacos oriundos dos recursos florestais; Investimentos na implantação de infraestrutura de beneficiamento, armazenamento, transporte e comercialização de produtos florestais não madeireiros; Investimentos na implantação de laboratórios de análise e controle de qualidade, focados na produção local e certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI); e Investimentos em desenvolvimento de instrumentos biotecnologicamente avançados - BIOFÁBRICAS orientadas ao atendimento de demandas por matérias primas em todos os segmentos produtivos. 6.3 Regulamentos e arcabouço legal. A Legislação ainda é restritiva a respeito do acesso a biodiversidade, contribuindo para a incidência de dificuldades em lançar mão dos recursos florestais para pesquisas, dentre elas a MP 2186-16/200125 e o Decreto 3945/200126, que dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, à proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado, a repartição de benefícios e o acesso à tecnologia e transferência de tecnologia para sua conservação e utilização, e dá outras providências. A Lei n° 8666/9327, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. 25 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/2186-16.htm http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/100709/decreto-3945-01 27 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666compilado.htm 26 18 CARRERA RAMOS Organizacional A Lei 6.462/200228 que dispõe sobre a Política Estadual de Florestas e demais Formas de Vegetação e dá outras providências. A Lei Paraense de Inovação está atualmente em trâmite na ALEPA e ainda inexiste uma base normativa estadual para regulamentar os Serviços Ambientais. 7 Tema 4.1 - Desenvolvimento Industrial sustentável no Pará no segmento Naval 7.1 Cenário Atual A Navegação na Amazônia mais do que uma necessidade, é uma fatalidade, facilmente verificada no fato de que dos 144 municípios existentes no Pará, 73 possuem ligações por rios. Vive-se um momento de aquecimento da indústria naval, que tem elevado a capacidade de produção da indústria naval paraense, notadamente na intensa produção de barcaças (balsas), outro fato importante é que a construção naval paraense incorporou a preocupação ambiental com a operação sustentável das embarcações. Segundo dados da SINAVAL (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore) em Dezembro de 2012 o Estaleiro Rio Maguari localizado no Pará, possuía uma cartela de encomendas de 31 balsas e 06 rebocadores. No estado o Curso de Engenharia Naval da Universidade Federal do Pará UFPA oferece suporte de formação de Engenheiros Navais e o Centro de Estudos Almirante Braz de Aguiar - CIABA da Marinha do Brasil oferece suporte de formação de pessoal técnico embarcado. Essa situação atual favorável é reflexo da expansão do transporte fluvial em função da comparação de eficiência com o transporte rodoviário, que muito embora seja mais utilizado no país é bem menos eficiente e muito mais oneroso comparado ao transporte hidroviário. Segundo dados PEREIRA e BRINATI29, o transporte fluvial mais vantajoso em dois aspectos o econômico e o ambiental, onde o custo econômico do transporte fluvial é aproximadamente 8 vezes menor que o rodoviário e o impacto ambiental é aproximadamente 3 vezes maior no transporte rodoviário. Contudo, o Pará ainda experimenta uma escassez de infraestrutura de suporte ao transporte hidroviário (portos, armazenagem, terminais de passageiros e de cargas), e conta ainda com um limitado parque industrial naval, com cerca de 10 empresas de médio e grande porte, O mercado fornecedor de matéria prima para construção naval está localizado no Sudeste do País, e esse fator condiciona a indústria naval a depender do transporte rodoviário. Uma dificuldade adicional corresponde a operação nos portos em função da logística ultrapassada para operação de cargas. No Pará as médias e pequenas indústrias de produção de artefatos de metal, em tese, responsáveis ao atendimento das demandas das indústrias maiores, são insuficientes para atender a demanda por prestação de serviços da indústria naval paraense. Por outro lado, as obras de infraestrutura de hidrovias planejadas pelos governos estadual e federal, são implantadas de forma lenta e com custos altos, como exemplo temos: as obras da Hidrovia Araguaia Tocantins, que não está em pleno funcionamento devido a necessidade de derrocamento do pedral do “Lorenção” em Itupiranga - PA, e o desassoreamento do Rio Tocantins em Nazaré dos Patos no município de Breu Branco - PA. 28 http://www.sema.pa.gov.br/interna.php?idconteudocoluna=2089&idcoluna=8&titulo_conteudo coluna=6462 29 http://www.fontem.com/archivos/271.pdf 19 CARRERA RAMOS Organizacional 7.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro Entre 2012-2016 a previsão de investimentos públicos e privados somados chegam a R$ 130 bi no setor produtivo, segundo as estimativas da Federação das Indústrias do Estado do Pará, FIEPA (2012). Estes investimentos em andamento pressionam para a concretização do transporte hidroviário como alternativa real para o estado do Pará. A revisão da frota pesqueira das indústrias da região deve incrementar a produção de embarcações de pesca industrial. Especificamente em Belém está prevista a concretização do transporte hidroviário como alternativa para eficientização da mobilidade na Região Metropolitana de Belém – RMB. 7.2.1 7.2.2 Desafios Tecnológicos Suporte à indústria metalúrgica de ponta, em: solda, hidrodinâmica, entre outros; Desenvolvimento de novos materiais com maior resistência e menor custo para construção naval; Produzir a matéria prima necessária para a construção naval; e Desenvolvimento de equipamentos de movimentação carga adequados aos portos amazônicos. Oportunidades para os empresários alemães Fornecimento de guindastes e equipamentos de logística de cargas no segmento portuário; Investimento na implantação de laboratórios de suporte à indústria metalúrgica de ponta, em: solda, hidrodinâmica, entre outros; Fornecimento de equipamentos navais relacionados aos sistemas propulsivos e a eficiência energética; e 7.3 Regulamentos e arcabouço legal Segundo a SINAVAL, Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore, algumas leis que beneficiam o setor são: O Registro Especial Brasileiro - REB foi instituído pela Lei nº 9.432/9730e foi regulamentado pelo Decreto n°. 2.256/9731. O principal objetivo deste registro especial foi incentivar os armadores brasileiros a usarem em seus navios a bandeira Brasileira em substituição às bandeiras de conveniência, constitui como um importante incentivo a indústria naval. O Decreto n° 6.704/200832 que regulamenta o art. 10 da Lei nº 9.493, de 10 de setembro de 1997, que institui a suspensão do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI na aquisição, realizada por estaleiros navais brasileiros, de materiais e equipamentos, incluindo partes, peças e componentes, destinados ao emprego na construção, conservação, modernização, conversão ou reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro - REB. A Lei 11.774/200833 trata da desoneração fiscal nos fornecimentos para a construção naval. A Lei 11.786/200834 complementada pela Lei 12.058/200935, que autoriza a União a participar em Fundo de Garantia para a Construção Naval - FGCN para a formação de seu patrimônio. 30 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9432.htm http://www.antaq.gov.br/portal/pdf/Decreto2256.pdf 32 http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Decretos/2008/dec6704.htm 33 http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/leis/2008/lei11774.htm 34 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/Lei/L11786.htm 35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12058.htm 31 20 CARRERA RAMOS Organizacional 8 Tema 4.2 - Desenvolvimento Industrial sustentável no Pará no segmento Siderurgia 8.1 Cenário Atual O setor siderúrgico no Pará iniciou sua busca pela sustentabilidade socioambiental, após a vinculação de suas atividades a produção clandestina de carvão vegetal, a superação desta situação está vinculada a iniciativas de consumo de carvão, exclusivamente oriundos de carvão licenciado, a partir da ampliação de projetos de reflorestamento; da adoção de novas tecnologias de performance para o setor siderúrgico, e sobretudo pelas parcerias com o poder público na fiscalização da cadeia produtiva. A disponibilidade de matéria-prima suficiente e de excelente qualidade para abastecer as indústrias siderúrgicas e metalúrgicas no longo prazo no estado do Pará - a exemplo das reservas de minério de ferro do Pará que possuem mais de 160 anos de disponibilidade para a exploração, e no setor metalúrgico onde o mineral alumínio, níquel e cobre, possuem mais de 40 anos de disponibilidade para a exploração – é outro fator importante para a manutenção deste setor em nível crescente de desenvolvimento. Além de possuir matéria-prima mineral sem presença de contaminantes expressivos (exceto no cobre que aparecem minerais radioativos e de flúor) e um baixo custo de lavra das matérias primas mineral quando de mina própria. Outros fatores de sucesso do Pará são: a potencialidade de produção de energia elétrica para viabilizar o processo de transformação industrial e a estrutura logística em implantação (obras do PAC) com futura disponibilidade de portos, rodovias e ferrovias, integrando a região aos mercados nacional e internacional. Apesar do bioma amazônico possuir uma das mais importantes reservas minerais do planeta ainda encontramos entraves para um desenvolvimento sustentável pleno, entre eles está o fato da indústria siderúrgica depender excessivamente de carvão vegetal na produção do ferro-gusa e a tarifa da energia elétrica está acima do preço médio internacional, chegando a exorbitantes US170.00/Mwh. Os custos de produção do cobre metálico se situam nos níveis mais altos do mundo. Em torno de US$3,00/lb, 06 vezes mais custoso do que os mais baixos (US$0,50/lb). Além disso, o estado do Pará ainda possui dificuldade em dispor de mão de obra especializada, a logística de transporte ainda é pouco diversificada, e, há uma insuficiência de fornecedores locais de bens e serviços com a devida qualificação gerencial e operacional. Temos também uma baixa capacidade de articulação entre as redes de pequenas e médias empresas e as instituições de ensino e pesquisa, dificultando a geração e a adoção de inovações tecnológicas de produto e de processo. Outros fatores que norteiam a realidade do setor são: a dificuldade da legalização da propriedade da terra (Regularização Fundiária) e as dificuldades burocráticas para a realização de licenciamento ambiental. 8.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro A reserva mineral amazônica ainda se encontra em plena fase de expansão, diversificação e verticalização (Plano Diretor SECTI 2011/2015), portanto podemos projetar um crescimento da indústria siderúrgica, com o desenvolvimento vertical das cadeias produtivas, com ênfase no crescimento da indústria de metais não ferrosos, com o desenvolvimento vertical das cadeias produtivas. 8.2.1 Desafios Tecnológicos A fim de aproveitar este imenso potencial das reservas minerais do estado do Pará necessitamos de estratégias de enfrentamento para alguns desafios que, atualmente, dificultam o desenvolvimento sustentável deste setor, são eles: 21 CARRERA RAMOS Organizacional Aperfeiçoar o processo hidrometalúrgico do cobre e níquel metálico; Inovação de tecnológica para ganhos de produtividade do alumínio e alumina; Substituição do carvão vegetal para a indústria do ferro gusa; Desenvolver um processo de produção de cobre metálico, em pequena escala, para viabilizar economicamente a lavra de depósitos pequenos e médios de cobre; e Pesquisas de fontes alternativas de geração de energia, Aproveitamento do gás proveniente do campo de Urucu no Amazonas 8.2.2 Oportunidades para os empresários alemães “A Amazônia vive enorme contradição: ao mesmo tempo, centro das atenções do mundo e periferia dos interesses do Brasil” (Plano Diretor SECTI 2011/2015), esta dicotomia abre um leque de oportunidades para investimentos estrangeiros, entre eles: Investimento nas cadeias produtivas a partir de projetos integrados mina-usina hidrometalúrgica para produção de cobre metálico, Níquel, Manganês e Alumínio; Investimento nas cadeias produtivas de não metálicos como: Caulim e Fosfato; Investimentos em logística de transporte multimodal através da construção de portos, determinação de logística de transporte de cargas, investimentos na indústria de construção naval, etc.; Investimento nas cadeias produtivas dos minerais ferrosos: Aço, Ferro-níquel, Níquel metálico, Alumina e Alumínio; Investimento na implantação de empresas no pólo metal-mecânico em Marabá; Investimentos em florestas plantadas para a geração de carvão com um custo menor; Fornecimento de máquinas e equipamentos mais tecnologicamente avançados às indústria de alumina-alumínio; Fornecimento de carvão coqueificável (coque) para indústria de ferro-gusa em substituição a utilização de carvão vegetal; 8.3 Regulamentos e arcabouço legal A base normativa de financiamentos bem definidas e disponíveis, com apoio do BNDES, e a revisão da infraestrutura normativa do órgão ambiental deverá ser realizado a partir do novo código florestal brasileiro Lei 12.651/201236. Algumas outras legislações são: Instrução Normativa no 01/2012 de 29/03/201237 que estabelece a necessidade de apresentação de comprovação da reposição florestal e do Plano de Suprimento Sustentável para os consumidores de carvão vegetal produzido no Estado do Pará Instrução Normativa no. 12/2011 e 13/201138, que regulamenta o licenciamento ambiental do transporte de minério no estado do Pará. 9 Tema 4.3 - Desenvolvimento Industrial sustentável no Pará no segmento Alimentos 9.1 Cenário Atual O estado do Pará possui clima propício, luminosidade e umidade adequadas e grande proporção territorial, fatos que facilitam o desenvolvimento da pecuária. Esses aspectos promoveram a atração de grande contingente de empresários dispostos a investir nesta região, muitos deles já com tecnologia bem consolidada na pecuária. Segundo dados da SAGRI (Secretaria de Agricultura) entre os municípios, São Felix 36 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm 37 http://www.sema.pa.gov.br/legislacao.php?idcoluna=14&funcao=listar http://www.sema.pa.gov.br/legislacao.php?idcoluna=14&funcao=listar 38 22 CARRERA RAMOS Organizacional do Xingu (PA) continuou tendo o maior rebanho bovino do país, com 1% do total nacional. Em 2010, segundo o IBGE, o Pará é 5° maior produtor bovino, com um rebanho em torno de 18 milhões de bovinos. O Projeto “Pecuária Verde” no município de Paragominas, que busca promover um aumento de produtividade de maneira sustentável. Além do fato do Pará possuir 25 milhões de Ha de áreas abertas que propiciam o aproveitamento de diversas práticas produtivas, dentre elas o plantio do dendê e da cana de açúcar sem a agressão de novas áreas. A indústria de alimentos e bebidas no Pará teve um índice acumulado entre Janeiro/2012 e Janeiro/2013 de 0,45 (IBGE, 2013)39, diferentemente da maioria dos estados do Brasil. O Governo do Estado incentiva a produção através de iniciativas, como por exemplo, o Programa Estadual de Qualidade do Açaí. Verifica-se o crescimento e valorização de alimentos produzidos no Pará, dentre eles: crescimento expressivo do cultivo de soja no Pará de 2.225 hectares em 2000 para 71.410 hectares em 2010; valorização da mandioca em mais de 400% entre 2000 e 2010; a fruticultura é a 4° atividade econômica mais importante no Pará; o Pará está em 2° lugar em produção de abacaxi e cacau; e o Pará está em 1° lugar no ranking de produção de açaí e cupuaçu (SAGRI 2012)40. “Estima-se que o agronegócio paraense tem participação superior a 30% na geração do PIB estadual, constituindo o setor agropecuário a atividade econômica mais importante em 34% dos municípios, e a principal fonte de trabalho em 57 municípios, absorvendo mais de 50% da população ocupada” (SAGRI 2012)41. Apesar de todo este potencial, as indústrias de alimentos enfrentam restrições na produção, na logística de transporte, armazenagem, e distribuição em função da infraestrutura inadequada. O Governo do Estado não dispõem de uma linha clara de fomento industrial para o segmento alimentos, verificado no fato de que o parque industrial de alimentos está excessivamente disperso no território, essa circunstância deve-se entre outros fatores a postura institucional da Cia. de Desenvolvimento Industrial do Pará, que nos Distritos Industriais de Ananindeua, Icoaraci, Barcarena, Marabá e Santarém não oportuniza ao segmento de alimentos uma estratégia de fomento econômico e tecnológico adequado às indústrias paraenses. O clima impossibilita a produção de trigo no estado do Pará, em decorrência desse fato as indústrias alimentícias de panificação (e correlatas) enfrentam os altos custos de importação do trigo, em sua maioria, oriundos do Paraná e da Argentina. Dada os elevados custos da cadeia de produção da carne os frigoríficos locais praticam preços baixos na aquisição de matéria primados pecuaristas paraenses. Nessa competição por melhores preços os pecuaristas comercializam grande parte do rebanho do Pará é comercializado como vivo, fato este que traz pouca vantagem para o estado, acarretando, entro outros consequências a estagnação da cadeia produtiva. Aproximadamente 20 frigoríficos em dificuldade financeira devido, dentre outros fatores, ao comércio do boi vivo. O Pará possui incidência tributária maior que em outros estados que desenvolvem pecuária. Dos estados brasileiros que desenvolvem a pecuária o Pará tem a maior área, porém é o 5° rebanho, e é o 9° em abate. O valor do boi no Pará não consegue ser competitivo com o do sudeste. 39 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/pimpfbr/pim-pfbr_201301caderno.pdf 40 http://www.sagri.pa.gov.br/publicacoes/view/77/a_fruticultura_no_estado_do_para 41 http://www.sagri.pa.gov.br/publicacoes/view/82/agricultura_e_inovacao_rota_para_o_desenvolv imento_sustentavel 23 CARRERA RAMOS Organizacional Na Amazônia, em regra geral, a propriedade só pode ter 20% de sua área explorada para pecuária extensiva. Grande parte dos empresários rurais não possuem os documentos de suas terras, impossibilitando o acesso ao crédito para investimentos em infraestrutura e capital de giro. O Pará foi o último estado brasileiro a conseguir certificação sanitária para exportação de carne bovina e apenas metade da região sul do estado possui esta certificação. 9.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro Observando o cenário atual e suas diversas possibilidades, a tendência é que a indústria de alimentos continue crescendo, porém com o diferencial da sustentabilidade, provavelmente com experiências como da “Pecuária Verde” de Paragominas sendo replicadas em outros municípios; e com a demanda crescente de alimentos da região amazônica, como o açaí e o cupuaçu, do mercado interno e externo. Além, de forma geral, da economia brasileira e paraense fortes com um ambiente de negócios propício para crescimento. 9.2.1 Desafios Tecnológicos “A sustentabilidade das cadeias produtivas supõe a aplicação contínua de conhecimento” (Plano Diretor SECTI 2011/2015) e para isso precisamos superar os desafios tecnológicos constantemente. Atualmente alguns se apresentam como prioritários, são eles: Desenvolvimento de tecnologia para beneficiamento das frutas: Açaí, Cupuaçu, Bacuri, Castanha do Pará, Buriti, Cacau, Taperebá, Tucumã, Dendê, Abacaxi, entre outros. Desenvolvimento de tecnologia para indústria da carne 42 em: melhoramento genético; adequação a qualidade exigida pelo importador; controle de qualidade; produção sustentável e beneficiamento do couro43; Desenvolvimento de tecnologia para piscicultura em cativeiro; e Implantação de laboratórios de larvinicultura para a criação de camarões em cativeiro (carcinicultura). 9.2.2 Oportunidades para os empresários alemães “O crescimento agrícola pode se constituir em importante vetor para redução da pobreza no Pará, já que o crescimento proveniente da agricultura é pelo menos duas vezes mais eficaz na redução da pobreza do que o crescimento do PIB gerado fora da agricultura, segundo estimativas realizadas em vários países, além de seu inquestionável papel para a segurança alimentar da população” (SAGRI 2012) 44. A fim de estimular estas potencialidades surgem, então, algumas oportunidades, são elas: Investimentos na verticalização das cadeias produtivas das frutas: Açaí, Cupuaçu, Bacuri, Castanha do Pará, Buriti, Cacau, Taperebá, Tucumã, Dendê, Abacaxi, entre outros; Investimentos na verticalização das cadeias produtivas da pecuária consorciada com a agricultura. 42 Entende-se por indústria da carne: pecuária bovina, pecuária bubalina, pecuária caprina, pecuária ovina, piscicultura e produção de carnes de aves. 43 Muito embora a indústria de beneficiamento do couro não faça parte do segmento das indústrias de alimento, nas entrevistas fica evidente que esse segmento é de importância significativa na verticalização dos produtos derivados da cadeia da carne. 44 http://www.sagri.pa.gov.br/publicacoes/view/82/agricultura_e_inovacao_rota_para_o_desenvolv imento_sustentavel 24 CARRERA RAMOS Organizacional Investimentos na verticalização das cadeias produtivas dos grãos: soja, milho, arroz; Investimentos na verticalização das cadeias produtivas da carne; Investimento em laboratórios de controle de qualidade em processos produtivos; Investimento de pesca em cativeiro: Pirarucu, Dourada e Tucunaré; Investimento na cadeia de produção da Malacocultura (ostras); Investimento na cadeia de produção da Carcinicultura (camarões); Fornecer equipamentos que aumentem a produção e adequem a qualidade do queijo do marajó para exportação;e Investimento na verticalização da produção da mandioca (ex. resina da fécula da mandioca). 9.3 Regulamentos e arcabouço legal O Novo Código Florestal Lei 12.651/2012 que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Incentivos à exportação, descritos nas normativas: CF/88, art. 155, § 2º, X, a; e a exportação de produtos industrializados é imune ao ICMS. A Lei Complementar 87/96 (art. 3), que descreve que os produtos primários e semi elaborados constituirá hipótese de não incidência de ICMS. Porém ainda há necessidade de adequação do arcabouço legal estadual sobre gestão ambiental. 10 Tema 5 - Mobilidade e Infraestrutura 10.1 Cenário Atual O estado do Pará, devido sua extensão e o conjunto de características de seu meio físico, possui disponibilidade e potencialidade na ampliação de transporte em diferentes modais: implantação da Hidrovia Araguaia Tocantins, pavimentação da Transamazônica, construção do Porto de Miritituba em Itaituba, etc. Além de condições favoráveis para a ampliação da infraestrutura aeroportuária para movimentação de cargas nas principais cidades do Estado: Belém, Tucuruí, Santarém, Marabá, Itaituba, São Félix do Xingu e Altamira. Outra potencialidade vislumbrada é a viabilidade operacional para um porto de grande calado localizado no município de Curuçá denominado Espadarte. A ampliação da Rede Ferroviária no trecho Barcarena (Vila do Conde) a Parauapebas via terminal ferroviário de Açailândia (MA) cria as condições favoráveis para posterior conexão da malha Norte Sul com o Porto de Curuçá (PA). Outro empreendimento importante é a construção do porto e de terminal de cargas em Inhangapí que pretende criar agilidade a rota de transporte de carga pelo modal rodoviário conctando-a ao modal hidroviário, esse complexo pretende dar agilidade a região metropolitana de Belém. Além das obras de modernização do Porto de Belém - Projeto TECNOBEL e a construção do PIER 401 e 402 e ampliação do PIER 302 em Vila do Conde – Barcarena. O Pará também oferece alternativas ao Centro Oeste que enfrenta dificuldades de escoar sua safra de grãos pela Rota Sudeste a partir da modernização do Porto de Santarém, bem como, da pavimentação da Rodovia Santarém Cuiabá (BR 163). Os R$ 129,61 Bilhões em Investimentos atuais do setor privado em distintos segmentos faz com que ocorra um acréscimo na capacidade de movimentação de cargas e passageiros, respectivamente: na Região Grande Belém R$ 29,53 Bilhões; Região Carajás R$ 68,28 Bilhões; e Região Tapajós R$ 31,80 Bilhões. Mesmo com todo este potencial de mobilidade ainda observamos uma frágil política de longo prazo para o desenvolvimento do setor de transporte de cargas e passageiros, em que, os investimentos privados são em sua maioria destinados para a operação dedicada unicamente ao proprietário da infraestrutura, onde verifica-se a 25 CARRERA RAMOS Organizacional baixa capacidade de investimentos governamentais estaduais em infraestrutura de transporte, que por outro lado, decorre da escassez de investimentos na modernização dos equipamentos de movimentação de cargas no portos - de médio e pequeno porte - privados existentes, e também do fato de que os equipamentos e infraestrutura de transporte de cargas e passageiros de grandes proporções possuem pouca interação com a infraestrutura destinada a movimentação de carga e passageiros de proporções menores. Observa-se também a ineficiente mobilidade urbana na Região Metropolitana de Belém – RMB, perceptiva na escassez de investimentos em transporte de passageiros na área urbana através do modal hidroviário; no desconhecimento do volume de transporte de passageiros e cargas nos principais destinos e origens da Região Metropolitana de Belém – RMB; na logística de movimentação de carga com foco no acesso à Belém em detrimento a dinâmica de movimentação dos demais municípios da RMB, e por fim e não menos importante a intensificação do uso de transporte individual em detrimento ao transporte público de massa na RMB, em que segundo o IPEA (2012), o gasto médio mensal das famílias no Brasil nas regiões metropolitanas é cinco vezes maior com transporte privado do que com transporte público. 10.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro Observando-se o cenário atual podemos prever um possível aumento da pressão do setor produtivo para a ampliação de investimentos públicos em infraestrutura de transporte de cargas. Além da ampliação de investimentos privados em soluções específicas para o atendimento de demandas por transporte de cargas. Há possibilidades reais de se concretizar uma sobrecarga na infraestrutura atual de transporte de cargas e passageiros e uma sobrecarga nos órgãos de licenciamento para agilizar o processo da implantação e operação de projetos de infraestrutura pesada. Espera-se também um aumento da transferência do volume de transporte de cargas da modalidade rodoviária para a hidroviária. E um aumento da pressão sobre a adoção de soluções rápidas para a eficientização das operações de transporte de cargas. 10.2.1 Desafios Tecnológicos A fim de otimizar a utilização, potencializar a eficiência e reduzir custos dos diferentes meios de transporte no estado do Pará, é necessário enfrentar alguns desafios, entre eles: Proporcionar a eficiência energética dos equipamentos de movimentação de carga existentes; Adequação das plantas de operação (layout) de portos às necessidades de operação conjunta com outras modalidades de transporte; Proporcionar a eficiência energética nos veículos, embarcações e aeronaves destinadas ao transporte de cargas e passageiros; e Gestão de empreendimentos de grande porte de logística de cargas. 10.2.2 Oportunidades para os empresários alemães As novas expectativas de crescimento neste setor de mobilidade urbana no Estado do Pará abrem um leque de oportunidades, entre elas: Investimento no segmento de transporte de cargas em Aeroportos: Belém, Tucuruí, Santarém, Marabá, Itaituba, São Félix do Xingu e Altamira; Investimentos na implantação de infraestrutura de operação de hidrovias: Tucuruí, Itupiranga, Marabá e Barcarena; Investimentos na implantação de terminais de logística de transporte rodoviário: Belém, Inhangapí, Marabá, Santarém, Itaituba e Tucuruí; 26 CARRERA RAMOS Organizacional Investimentos na implantação de terminais de logística de transporte ferroviário: Marabá, Barcarena e Curuçá; Investimentos na ampliação de infraestrutura de armazenamento de grãos: Santarém, Belém, Tucuruí, Barcarena e Itaituba; Investimentos na eficientização das operações portuárias: reformas de portos e construção de portos; e Investimentos na eficientização dos serviços de transporte urbano: Região Metropolitana de Belém, Marabá, Santarém e Itaituba. 10.3 Regulamentos e arcabouço legal A Legislação é favorável para a importação de equipamentos inexistentes no país. O arcabouço legal estadual é pouco preciso no que se refere aos incentivos ao desenvolvimento do segmento de transporte de cargas e passageiros. 11 Tema 6 – Turismo Sustentável 11.1 Cenário Atual O Pará possui 1.247.689 km² destes 403.003 km² estão em Unidades de Conservação de Uso Sustentável (federais e estaduais) onde o turismo de natureza surge como atividade econômica compatível com as comunidades locais. O Ministério do Meio Ambiente (2008) registra que 45,4% do total de turistas estrangeiros apresentam um potencial elevado para o turismo de férias na Amazônia Brasileira. O Volume total de turistas que desembarcam no Pará é de aproximadamente 655 mil/ano, sendo 9% de turista internacional. O Governo do Estado definiu como prioridade o incentivo ao turismo como estratégia de desenvolvimento econômico, destacando-se a parceria entre o Governo do Estado e a Confederação Nacional do Turismo (CNTUR) para investimentos em organização de pólos selecionados por atrativos turísticos, o Plano VER-O-PARÁ é elaborado como instrumento de diretrizes e estratégias de investimentos públicos e privados no turismo. O Pará atualmente encontra-se em evidência favorável nacionalmente sobre o seu patrimônio natural, cultural, científico, mineral, hídrico, cênico, artístico e econômico, com repercussão constante nos meios de comunicação. Porém, apesar da quantidade, muitos atrativos turísticos apresentam características semelhantes e destes 50% são recursos turísticos que ainda não estão acessíveis para uso dos turistas. Ocorre com frequência uma escassez de informação confiável sobre a oferta de leitos em destinos, bem como, sobre as categorias e tipos de hospedagem existentes. Além disso em sua maioria a estrutura e os serviços não são compatíveis com as necessidades e expectativas do turista de lazer, em especial o público de natureza, e muitos dos projetos de empreendimentos têm dificuldades em se concretizar enquanto empresa em operação. Observa-se também um inadequado serviço de transporte interestadual, na oferta de rotas e horários, no tempo de deslocamento, na qualidade, no conforto e na segurança. Outra ocorrência frequente é que a maioria dos empreendimentos enfrentam dificuldades de obter a condição de regularidade ambiental e fundiária. Das 14 Unidades de Conservação (UC) de uso sustentável estaduais, 13 UC não dispõem de Plano de Manejo que esteja alinhado a atividade turística (Exceção UC Algodoal Maiandeua). Ocorre também dificuldades de acesso a infraestrutura de energia e comunicações em comunidades em que é favorável o turismo de natureza. Dicotomia entre as visões produtivas e protecionistas interferem na formatação dos empreendimentos turísticos. 27 CARRERA RAMOS Organizacional 11.2 Projeções do Cenário Tendencial de Futuro Em um futuro próximo podemos prever um reposicionamento do turismo do Pará como referência de Turismo de Natureza. Este cenário impulsionará investimentos em políticas públicas que reduzam as restrições de transporte, segurança, qualidade na prestação de serviços e na retaguarda de saúde ao turista. Outros investimentos privados elevados do setor produtivo intensificarão as demandas por melhorias na qualidade na prestação de serviços turísticos. Portanto haverá provavelmente uma manutenção dos índices de crescimento da demanda do turismo internacional por turismo de natureza; manutenção dos índices de crescimentos de turismo de negócios na Região Metropolitana de Belém; ampliação da demanda por turismo tecnológico e de conhecimento e ampliação pelo apelo ao turismo rural. 11.2.1 Desafios Tecnológicos A fim de aproveitar o potencial turístico do Pará, ainda precisamos superar alguns desafios, entre eles encontramos: Abastecimento de energia através de fontes renováveis em comunidades isoladas em que o turismo de natureza é favorável; Melhoria da tecnologia dos veículos de transporte destinados ao atendimento do turismo; Proporcionar a eficiência energética nos veículos, embarcações e aeronaves destinadas ao transporte de turistas; Proporcionar a eficiência energética nas edificações destinadas ao atendimento à turistas; e Mapeamento e Monitoramento das áreas em que o patrimônio natural seja favorável ao turismo de natureza. 11.2.2 Oportunidades para os empresários alemães O estado do Pará - com toda a sua exuberante natureza, praias paradisíacas, áreas de florestas preservadas, e centro urbano bem estruturado para turismo de aventura, lazer, negócios, etc. – apresenta uma gama de oportunidades, entre ela encontramos: Investimento em empresas do trade turístico45 no Pará; Investimentos no segmento de prestação de serviços de transporte interestadual; Investimentos no segmento de serviços de gastronomia; Investimentos em infraestrutura hoteleira nas cidades pólos: Belém, Marabá, Santarém, Altamira, Tucuruí e Bragança; Investimentos no segmento de oferta e da qualidade dos serviços de entretenimento; Investimentos no segmento de marketing e propaganda para ampliação da capacidade de atração de novos turistas brasileiros e/ou estrangeiros no segmento turismo de natureza; Investimentos no segmento de turismo de negócios no Pará; Desenvolvimento de um novo sistema de informações e estatística sobre o turismo no Pará; e Contribuir com a sustentabilidade em comunidades locais das Unidades de Conservação de Uso Sustentável através do turismo de natureza. 45 São organizações privadas e governamentais atuantes no setor de "Turismo e Eventos" como os Hotéis, Agências de Viagens especializadas em Congressos, Transportadoras Aéreas, Marítimas e Terrestres, além de Promotores de Feiras, Montadoras e Serviços Auxiliares (tradução simultânea, decoração, equipamentos de áudio visuais, etc.) (EMBRATUR, 1995). 28 CARRERA RAMOS Organizacional 11.3 Regulamentos e arcabouço legal Arcabouço estadual inexistente para a salvaguarda de conhecimento tradicional e Científico. Os investimentos financeiros no setor turístico dispõem de regras claras e de volume de recursos disponíveis nos Bancos da Amazônia e do Pará. A legislação existente é rigorosa na concessão de vistos de trabalho e vistos de permanência para estudantes estrangeiros. 12 Conclusão O cenário internacional de desenvolvimento dos países emergentes, do qual o Brasil está inserido, favorece o ambiente de investimentos na Amazônia, e o Pará desfruta de amplas vantagens comparativas junto aos demais estados da região. Contudo o desempenho de nossas instituições públicas e privadas necessita de aprimoramento em distintas dimensões, dentre elas se destaca a dimensão organizacional, para que sejam aproveitadas plenamente as oportunidades socioprodutivas descritas pelo estudo. Nessa perspectiva, o distanciamento entre três atores paraenses fundamentais: Poder Legislativo, Setor Produtivo e a Academia, e a respectiva desconexão e contradições contidas em seus discursos relativos às condições favoráveis e as restrições existentes, concorrem em seu turno, a um consenso sobre o Ineficiente Arcabouço Legal Estadual existente, que se apresenta como um empecilho a construção de uma estratégia de desenvolvimento sustentável paraense, alicerçada na coalizão entre ações compartilhadas (governamentais e privadas) de caráter estruturante. Tal consenso se verificada no decorrer das entrevistas realizadas como os representantes das instituições públicas e privadas. Muito além de oferecer um espaço favorável para a consolidação de transações comerciais e intercâmbio acadêmico, O ECOGERMA Pará, pode, e, deve, constituir-se em esforço de discussões entre os atores sociais, estimulando a manutenção de um locus de proposições assertivas, muitas delas a serem incorporadas pelos esforços de cooperação bilateral paradiplomáticos. Esse locus de proposição poderá ser aproveitado, inicialmente no decorrer das reuniões preparatórias do ECOGERMA, e, posteriormente nas reuniões de trabalho que poderão ser realizadas a partir dos encaminhamentos pactuados. 29 CARRERA RAMOS Organizacional 13 Bibliografia: DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO, Brasília, Ipea, 2012, ano 09, nº 74 DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO, Brasília, Ipea, 2012, ano 10, nº 76PARÁ ESTRATÉGICA GESTÃO E NEGÓCIOS, Belém, Fiepa 2011, edição nº06 http://www.mme.gov.br/mme acesso em 09:23h 26/03/2013 http://www.sema.pa.gov.br acesso em 11:36h 26/03/2013 http://seicom.pa.gov.br/category/galeria/ acesso em 14:13h 26/03/2013 http://www.sagri.pa.gov.br/publicacoes/view/77/a_fruticultura_no_estado_do_para acesso em 10:03h 26/03/2013 http://www.sagri.pa.gov.br/publicacoes/view/82/agricultura_e_inovacao_rota_para_o_d esenvolvimento_sustentavel acesso em 14:06h 26/03/2013 http://www.idesp.pa.gov.br/paginas/PFNM/produtosFlorestaisNaoMadeireiros.php acesso em 10:06h 27/03/2013 http://www.setran.pa.gov.br/PELT/arquivos/cap03_com_fichas.pdf acesso em 11:11h 27/03/2013 http://www.mma.gov.br/informma/item/8531-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos-prazoacaba-dia-2 acesso em 08:31h 28/03/2013 http://www.abralatas.com.br/common/html/noticia.php?o=573 acesso em 21:11 27/03/2013 http://www.sinobras.com.br/index2.php?p=siderurgia.php acesso em 23:15h 27/03/2013 http://www.mme.gov.br/mme/galerias/arquivos/PlanoNacEfiEnergetica.pdf acesso em 11:25h 28/03/2013 http://www.aimex.com.br/ acesso em 19:16h 28/03/2013 http://www.setran.pa.gov.br/projetos/projetos.php acesso em 20:13h 28/03/2013 http://www.setran.pa.gov.br/img/para_rodovias.pdf acesso em 20:29h 28/03/2013 http://www.setran.pa.gov.br/PELT/default.htm acesso em 21:01h 28/03/2013 http://www.setur.pa.gov.br/sites/default/files/pdf/demanda_turistica_internacional_2005 -2011.pdf acesso 21:44h 28/03/2013 http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1045 acesso em 22:04h 28/03/2012 http://www.fontem.com/archivos/271.pdf acesso em 23:01h 28//03/2013 http://www.sinaval.org.br/docs/IndNaval-DesBrasil-2011.pdf acesso em 23:33h 28/03/2013 30 CARRERA RAMOS Organizacional http://www.sagri.pa.gov.br/files/pdfs/Apresenta%C3%A7%C3%A3o_Embrapa_-_2709.pdf acesso em 08:11h 29/03/2013 INDUSTRIAL, Belém, Fiepa 2012, Ano 5º, edição 21. PARÁ INDUSTRIAL, Belém, Fiepa 2012, Ano 5º, edição 22. PARÁ INDUSTRIAL, Belém, Fiepa 2012, Ano 6º, edição 23. PLANO AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL, Brasília, Ministério da Integração Nacional, 2006. Situação dos Social nos Estados - Pará, Brasilia, Ipea, 2012. VER-A-CIÊNCIA, Belém, Governo do Pará, 2012, Nº 01, ISSN 2238-8966 VER-A-CIÊNCIA, Belém, Governo do Pará, 2012, Nº 02, out/jan ISSN 2238-8966 VER-A-CIÊNCIA, Belém, Governo do Pará, 2013, Nº 03, ISSN 2238-8966 VER-O-PARÁ, PLANO ESTRATÉGICO DE TURISMO, Relatório Executivo, Belém, Governo do Pará, 2011. VISÃO ESTRATÉGICA PLANO DIRETOR DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 2011/2015, Belém, Governo do Pará, 2011 31 CARRERA RAMOS Organizacional 14 Anexos 32