VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 IMPACTO DA SETORIZAÇÃO NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ÁREAS URBANAS Gilberto Caldeira Barreto1; Daniel Mescoito Gomes; Lucy Anne Cardoso Lobão Gutierrez; José Almir Rodrigues Pereira; Resumo - Avaliação hidráulica dos impactos da setorização na distribuição de água em sistemas de abastecimento em áreas urbanas, com utilização do software EPANET. Inicialmente foram obtidos dados e informações do 3º setor de abastecimento da Região Metropolitana de Belém. A simulação do abastecimento de água foi realizada nos Cenário 01 e 02 que tiveram setor interligado e setor isolado, respectivamente. Com os resultados das variações de pressão foi possível concluir que a setorização produz impactos positivos expressivos no desempenho hidráulico do sistema estudado. Abstract - Hydraulic evaluation of the impacts of the limitation in the distribution of water in systems of provisioning in urban areas, with use of the software EPANET. Initially they were obtained data and information of the 3rd section of provisioning of the Metropolitan Area of Belém. The simulation of the provisioning of water was accomplished us respectively Scenery 01 and 02 that you/they had interlinked section and isolated section. With the results of the pressure variations it was possible to conclude that the limitation produces expressive positive impacts in the hydraulic acting of the studied system. Palavras-Chave: Abastecimento de água, setorização, simulação, epanet. 1 Universidade Federal do Pará – UFPA. Setor Profissional do Campus Guamá. Laboratório de Controle de Resíduos LCR. Av. Augusto Correa n° 01 CEP: 66075-900, [email protected] (91) 3201-8073 VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 INTRODUÇÃO De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, no ano de 2004 foi observado atendimento urbano com abastecimento de água da ordem de 95,4% no território nacional (BRASIL, 2004). Apesar desse elevado percentual, ainda é precária a qualidade da prestação dos serviços ofertados pelas concessionárias, o que pode ser facilmente confirmado pelos usuários que sofrem diariamente com intermitência do fornecimento da água e com o consumo de água com qualidade duvidosa. A precariedade da qualidade dos serviços de abastecimento público de água hoje pode ocorrer pela ampliação de rede de distribuição sem respeito a qualquer critério técnico (BRASIL, 1999). O aumento indiscriminado de extensões das redes de distribuição dos sistemas de abastecimento de água tem tornado, cada vez mais, complexo e empírico o controle operacional dos sistemas de abastecimento, porque, além de exceder a área original de abrangência do sistema, prejudica a eficiência hidráulica da distribuição da água, a elaboração do balanço hidráulico da rede e a identificação e caracterização dos pontos de fugas (vazamentos e ligações clandestinas). Gomes (2004) afirma que o controle operacional é a principal ação na gestão das empresas prestadoras de serviços de saneamento, por influenciar diretamente na qualidade do abastecimento em relação aos aspectos sanitário, ambiental, econômico e social. Em Brasil (1999), a setorização é citada como requisito básico para o controle de sistemas de abastecimento de água. Tsutiya (2004) reforça essa necessidade quando sugere os distritos pitométricos como unidade de controle operacional, enfatizando, entre outros, a necessidade de isolamento da rede. Contudo, apesar do bom desempenho com a setorização do abastecimento de água, alguns gestores ainda resistem à limitação da área de atendimento, pois isso requer estudos e demanda novos investimentos. Essa situação resulta em opiniões divergentes. Alguns técnicos defendem o imediato isolamento da rede na área destinada ao setor, seguindo a concepção original do projeto, o que, em muitos casos, pode ocasionar alterações na pressão e vazão de água nas áreas limites. Em contrapartida, outros técnicos, especialmente os responsáveis pela operação do sistema, entendem ser o aumento da produção a prioridade, já que o crescimento constante da população exige atendimento imediato, o que torna a setorização uma ação secundária. Independentemente da setorização ou não, é indispensável a realização de estudos de desempenho hidráulico da rede de distribuição, pois isso permite a previsão das alterações de vazão e pressão da água na área de atendimento. Nesses estudos podem ser utilizados softwares como ferramenta na gestão operacional e comercial de sistemas de distribuição de água, para possibilitar a visão sistêmica do abastecimento de água e o acompanhamento contínuo dos parâmetros hidráulicos, elétricos e comerciais, complementando o conhecimento e experiência dos técnicos envolvidos no planejamento do projeto e do diagnóstico de funcionamento de tais sistemas. Dentre os modelos de simulação hidráulica já desenvolvidos, o EPANET pode ser destacado pela confiabilidade e quantidade de usuários existentes em muitos países. Esse programa é um software VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 de domínio público, desenvolvido pela U.S. Environmental Protection Agency – EPA, com acesso livre por qualquer usuário. O EPANET tem um ambiente gráfico integrado para editar os dados descritivos da rede e dos cenários a modelar, executar simulações hidráulicas e de qualidade da água, aferir o modelo e visualizar os resultados em vários formatos. Estes incluem a possibilidade de examinar mapas da rede de acordo com códigos de cores, organizar tabelas de dados, desenhar gráficos em séries temporais, perfis de condutas, isolinhas, frequências e outros, e ainda produzir relatórios específicos (energia, calibração e reação). Assim, este trabalho tem como objetivo avaliar hidraulicamente os impactos da setorização na distribuição de água na área urbana, com a utilização do software EPANET, tendo como exemplo de aplicação prática em setor de abastecimento de água da Região Metropolitana de Belém. METODOLOGIA ÁREA DE ESTUDO A pesquisa foi desenvolvida no 3º setor de abastecimento de água, gerenciado pela Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA e localizado na zona Central da Região Metropolitana de Belém – RMB, conforme mostrado na Figura 1. Figura 1: Localização do 3º setor de abastecimento de água da Região Metropolitana de Belém. Segundo o Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Belém, o 3º setor atende população de aproximadamente 89.484 habitantes, com per capita de 386 L/hab.dia, ocupa uma área de 4,74 ha, apresenta 10.093 ligações e 233.175 m de rede. Atualmente, um dos maiores problemas operacionais da companhia é a falta de delimitação física entre os setores de abastecimento de água. Na figura 2 e no Quadro 1 são mostradas as interligações do 3º setor com o 1º, 2º e 8º setores da Zona Central da RMB. VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 Figura 2: Interligações do 3º setor com o 1º, 2º e 8º setores de abastecimento da Zona Central da RMB Quadro 1: Trechos de interligação do 3º setor com o 1º, 2º e 8º setores de abastecimento da Zona Central da RMB. DIÂMETRO SETOR LOCALIZAÇÃO (mm) INTERLIGADO Avenida Conselheiro Furtado com Trav. Dr. 300 1º setor Moraes. Av. Gentil Bittencourt com Dr. Moraes. 75 1º setor 75 Trav. Dr. Moraes com Av. Braz de Aguiar. 8º setor 75 75 Trav. Dr. Moraes com Av. Nazaré. 2º setor 200 Av. Governador José Malcher com Trav. Piedade 200 2º setor 75 Rua Aristide Lobo com Trav. Benjamim Constant. 2º setor 100 Trav. Benjamim Constant com Trav. Ó de 250 2º setor Almeira. Trav. Benjamim Constant com Rua Manoel Barata 75 2º setor Trav. Benjamim Constant com Rua 28 de 200 2º setor Setembro SIMULAÇÃO HIDRÁULICA VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 Para avaliar o funcionamento hidráulico da rede de distribuição do 3º setor de abastecimento foi utilizado o software EPANET. Foram simulados dois cenários hidráulicos: Cenário 01 – Sistema de abastecimento do 3º setor funcionando com a rede interligada ao 1º, 2º e 8º setores da Zona Central; Cenário 02 – Sistema de abastecimento do 3º setor funcionando com a rede isolada do 1º, 2º e 8º setores da Zona Central; Nas simulações, foram consideradas as seguintes etapas: • Etapa 1 - obtenção e tratamento de dados e informações do sistema de abastecimento. Nesta etapa foram definidos os dados necessários para as simulações estáticas e dinâmicas do 3º setor de abastecimento de água, bem como realizada a sistematização dos dados. No Quadro 2 são apresentados os dados e informações obtidos na COSANPA. Quadro 2: Dados obtidos para simulações estáticas e dinâmicas do sistema de abastecimento de água do 3º setor da COSANPA. UNIDADE DO SAA DADOS E INFORMAÇOES PARA SIMULAÇÃO Dimensões do poço de sucção: volume (m3), profundidade útil (m), níveis operacionais, variação dos níveis operacionais. Elevatória Especificação dos CMBs: quantidade, potência, Curva vazão x Hman. Dimensões do reservatório elevado: volume (m3), profundidade Reservação útil (m), níveis operacionais, variação dos níveis operacionais. Hidrograma de vazão (saída do reservatório elevado). Traçado e dimensões de todos os trechos da rede (extensão, Rede de distribuição diâmetro e tipo de material). Topografia da área de abrangência da rede. • Etapa 2 – Simulação hidráulica do setor Para a realização desta etapa foram adotadas as seguintes considerações: a) A vazão adotada foi obtida por meio de macromedidor do tipo tubo de Pitot ligado a um Data Logger, instalados na saída da distribuição no período de outubro de 2004 a novembro de 2005, sendo adotado a vazão médio no período; b) Foi adotado o mesmo hidrograma de vazão para os Cenários 01 e 02; c) Para a distribuição do consumo de água nos nós foi utilizada planilha do software Excel, considerando as variáveis: vazão específica e comprimento do trecho; d) O nível da lâmina d’água no reservatório elevado de distribuição foi considerado constante, com pressão de saída de 18 mca, que é o valor médio atualmente utilizado na rotina operacional; e) A vazão nas tubulações que interligam os setores foram consideradas a partir do 5 Quadro 3: Valores de vazão para pré-dimensionamento de rede de distribuição de sistemas de abastecimento de água. VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 LIMITES DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO DN hf máx. ou V máx. Q (l/s) 75 100 200 300 8m/Km 8m/Km 8m/Km 8m/Km 3,14 6,77 41,00 119,30 f) Em função das características do 1º, 2º e 8º setores, como baixa pressão e intermitência do abastecimento, foi adotado o fluxo água saindo do 3º setor para os demais. RESULTADOS DADOS E INFORMAÇÕES OBTIDOS Na Tabela 1 são apresentados os dados e informações obtidos na COSANPA. Tabela 1: Caracterização das unidades constituintes do 3º Setor de abastecimento de água Características Operacionais Volume útil (m³) 8.600 Reservatório apoiado Área útil (m²) 1.792 Volume útil (m³) 320 Reservatório elevado Área útil (m²) 49 Potência (cv) 150, 150 e 150 Vazão nominal (l/s) 242, 242 e 242 Estação Elevatória – CMB Altura manométrica 35, 35 e 35 (m) Diâmentro (mm) 500 Tubulação de chegada Material C Diâmetro (mm) 350 Tubulação de recalque Material fofo Diâmetro (mm) 400 6. Tubulação de distribuição Material fofo Vazão distribuída 42.189 Fonte: COSANPA (2004). Na simulação foi adotado reservatório apoiado com nível constante. A curva da bomba foi gerada por meio da utilização software EPANET, entrando com os dados da altura manométrica e vazão nominal da bomba, conforme pode ser verificado na Figura 3. VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 Figura 3: Curva da bomba utilizada na simulação do 3º setor de abastecimento de água da Região Metropolitana de Belém. Os dados do reservatório elevado foram obtidos diretamente da gerência de projetos da Companhia de Saneamento do Pará. E podem ser visualizados na Tabela 2. Tabela 2: Dados do reservatório elevado de distribuição do 3º setor de abastecimento da Região Metropolitana de Belém. DADOS E INFORMAÇÕES Cota do terreno 14,50 Cota do fundo 34,95 Cota do nivel de água médio 38,70 Cota do nivel de água maximo 42,45 Altura do reservatório 20,40 Altura útil do reservatório 7,50 Altura manometrica máxima 27,90 Altura manometrica mínima 20,40 Diâmetro do reservatório 7,37 Na Figura 4 é mostrado o hidrograma de vazão obtido na saída do reservatório elevado de distribuição do 3º setor de abastecimento. VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 Figura 4: Hidrograma de vazão da saída do reservatório elevado do 3º setor de abastecimento de água da Região Metropolitana de Belém. Como pode ser observado na figura 4, nos horário de 00h00min a 03h00min o consumo de água na rede é da ordem de 30% do consumo médio. Enquanto que nos às 07h00min, 12h00min e 18h00min os consumos variam entre 120% a 130% de vazão média. A rede de distribuição teve comprimento total de 115.151,00 m, com diâmetros variando de 32 mm a 800 mm, com predominância do diâmetro de 75 mm (50,63%), conforme pode ser observado no Tabela 3. Tabela 3 – Dados da rede de distribuição do 3º setor de abastecimento da Região Metropolitana de Belém. DIAMETRO COMPRIMENTO (m) COMPRIMENTO (%) 32 40 0,03% 50 11.634 10,10% 75 58.300 50,63% 100 12.641 10,98% 125 1.194 1,04% 150 9.371 8,14% 200 8.591 7,46% 250 4.446 3,86% 300 6.449 5,60% 350 158 0,14% 400 1.258 1,09% 450 308 0,27% 500 409 0,36% 600 304 0,26% 800 48 0,04% TOTAL 115.151 100% Na Figura 5 é mostrado o gráfico de isolinhas com a representação em diferentes cores dos valores de cotas do terreno, com valores mínimo e máximo de 2,89 m e 14,76 m, respectivamente. VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 Figura 5: Isometria topográfica do 3º setor de abastecimento de água da Região Metropolitana de Belém. SIMULAÇÃO HIDRÁULICA A fim de comparar a eficiência hidráulica dos cenário 01 (sistema interligado) e cenário 02 (sistema setorizado) foram gerados relatórios de pressão para os horários de maior e menor consumo. Análises das pressões às 00h00min. Às 00h00min não foi observada diferença significativa nos valores de pressões entre o sistema interligado (cenário 01) e o sistema setorizado (cenário 02). Isso deve ter ocorrido por ser reduzido o consumo neste horário, conforme pode ser observado a Figura 6. SISTEMA INTERLIGADO SISTEMA SETORIZADO Pressão 10.00 15.00 15.00 20.00 20.00 25.00 25.00 m m Distribuição de Pressão às 0:00 Horas Distribuição de Pressão às 0:00 Horas 95.0 90.0 85.0 95.0 90.0 85.0 80.0 75.0 70.0 65.0 60.0 80.0 75.0 70.0 65.0 60.0 Percentagem Inferior a Percentagem Inferior a Pressão 10.00 55.0 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 55.0 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Pressão (m) 28 29 30 31 32 33 34 35 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Pressão (m) 28 29 30 31 32 33 34 35 Figura 6: Desempenho das pressões às 00h00min nos cenários 01 e cenários 02. No entanto, mesmo nesse horário, o sistema setorizado apresentou melhor resultado, pois a pressão máxima foi de 32,53 mca, superior à pressão do sistema interligado (28,82 mca). VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 Análises das pressões às 07h00min. Neste horário, ao contrário do que foi observado às 00h00min, a diferença do desempenho hidráulico entre os dois cenários considerados foi bastante relevante. Conforme pode ser verificado na Figura 7, e na Tabela 4, o comportamento hidráulico do sistema setorizado teve melhores resultados de distribuição das pressões na rede. Com a setorização a ocorrência de pressões abaixo do estabelecido na norma ABNT – NBR 12218/1994 reduziu de 15 % para 0%. O mesmo ocorreu para as pressões de 10 a 15 mca, cuja ocorrência diminuiu de 35% para 10%. A setorização, ao mesmo tempo em que tornou menor a incidência das pressões baixas, aumentou sensivelmente a ocorrência das pressões entre 15 e 32 mca. Pressão SISTEMA INTERLIGADO Pressão SISTEMA SETORIZADO 10.00 10.00 15.00 15.00 20.00 20.00 25.00 25.00 m m Distribuição de Pressão às 7:00 Horas 95.0 90.0 85.0 80.0 75.0 70.0 65.0 60.0 80.0 75.0 70.0 65.0 60.0 Percentagem Inferior a Percentagem Inferior a Distribuição de Pressão às 7:00 Horas 95.0 90.0 85.0 55.0 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 55.0 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Pressão (m) 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Pressão (m) 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Figura 7: Desempenho das pressões às 07:00 horas nos sistema interligado e sistema setorizado. Tabela 4: Pressões na rede de distribuição para os cenários 01 e 02 do 3º setor de abastecimento de água na Região Metropolitana de Belém, para o horário 07h00min. PRESSÕES CENÁRIO 01 (INTERLIGADO) CENÁRIO 01 (SETORIZADO) < 10 mca 15% 0% 10 -15 mca 35% 10% 15 - 20mca 40% 58% >20 mca 10% 32% TOTAL 100% 100% Análises das pressões às 12h00min e 18h00min. Nestes horários foram observadas diferenças relevantes no desempenho hidráulico entre os dois cenários considerados para o 3º setor de abastecimento, semelhantemente ao que ocorreu às 07h00min, conforme pode ser verificado na Figura 8 e na Tabela 5. VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 Pressão SISTEMA Pressão SISTEMA SETORIZADO 10.00 10.00 15.00 15.00 20.00 20.00 25.00 25.00 m m Distribuição de Pressão às 12:00 Horas Percentagem Inferior a Percentagem Inferior a Distribuição de Pressão às 12:00 Horas 95.0 90.0 85.0 80.0 75.0 70.0 65.0 60.0 55.0 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Pressão (m) 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 95.0 90.0 85.0 80.0 75.0 70.0 65.0 60.0 55.0 50.0 45.0 40.0 35.0 30.0 25.0 20.0 15.0 10.0 5.0 0.0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Pressão (m) 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Figura 8: Desempenho das pressões para os horários: 12h00min e 18h00min no sistema interligado e sistema setorizado. Tabela 5: Pressões na rede de distribuição para os cenários 01 e 02 do 3º setor de abastecimento de água na Região Metropolitana de Belém, para os horários 12h00min e 18h00min. PRESSÕES CENÁRIO 01 (INTERLIGADO) CENÁRIO 01 (SETORIZADO) < 10 mca 12% 0,50% 10 -15 mca 28% 12,50% 15 - 20mca 43% 60% >20 mca 29% 27% TOTAL 100% 100% CONCLUSÃO Com o trabalho foi constatado que a setorização apresenta impacto positivo na distribuição de água, já que os maiores valores de pressão ocorreram na simulação em não existe saída de água para outros setores. No caso da ocorrência de valores de pressão abaixo de 10 mca, que é o mínimo recomendado pela norma da ABNT NBR 12218/1994, foi verificado 15% a 0% de ocorrência nas simulações sem e com setorização, respectivamente. Portanto, com a realização deste trabalho é possível recomendar a setorização do 3º setor de abastecimento de água da Região Metropolitana de Belém, pois tal procedimento produzirá impactos positivos expressivos no desempenho hidráulico da rede de distribuição, o que naturalmente, irá melhorar o atendimento ao usuário. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO. R. & NETTO. A. Manual de hidráulica. 8. Ed. São Paulo: EDGARD BLÜCHER LTDA. 1998; 29 VI SEREA - Seminário Iberoamericano sobre Sistemas de Abastecimento Urbano de Água João Pessoa (Brasil), 5 a 7 de junho de 2006 BRASIL. Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano/ Secretaria de Política Urbana. Programa nacional de combate ao desperdício de água: DTA-C3 medidas de redução de perdas elementos para planejamento. Brasília, 1999. BRASIL. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento. Brasília, 2004. COSANPA. Plano Diretor de Abastecimento de Água. Belém, 2004. GOMES. H.P. Sistemas de abastecimento de água: dimensionamento econômico e operação de redes e elevatórias. ed. 2. João Pessoa: Editora Universitária. 2004. TSUTIYA. M.T. Abastecimento de Água. 1ª Edição. São Paulo – SP. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 2004. 643 p. Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 2004. 643 p.