CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA DE
FÊMEA OVINA DA RAÇA RABO LARGO NO SEMIÁRIDO
DO NORDESTE BRASILEIRO
José Augusto Carvalho
2013
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA
DE FÊMEA OVINA DA RAÇA RABO LARGO NO
SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO
Autor: José Augusto Carvalho
Orientador: Prof. D.Sc. Márcio dos Santos Pedreira
ITAPETINGA
BAHIA - BRASIL
Agosto – 2013
JOSÉ AUGUSTO CARVALHO
CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA
DE FÊMEA OVINA DA RAÇA RABO LARGO NO
SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO
Tese de Doutoramento apresentada como parte das
exigências para obtenção do título de doutor em
zootecnia, no Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia - UESB.
Orientador: Prof. D.Sc. Márcio dos Santos Pedreira
Co-orientadores: Prof. D.MV. Antonio Jorge Del Rei
Prof. D.Sc. Jurandir Ferreira Cruz
ITAPETINGA
BAHIA - BRASIL
Agosto – 2013
Ficha catalográfica
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Área de Concentração: Produção de Ruminantes
DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO
Título: “CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE REPRODUTIVA DE FÊMEA
OVINA DA RAÇA RABO LARGO NO SEMIÁRIDO DO
NORDESTE BRASILEIRO ”
Autor: José Augusto Carvalho
Orientador: Prof. D.Sc. Márcio dos Santos Pedreira
Co-orientadores: Prof. D.MV. Antonio Jorge Del Rei
Prof. D.Sc. Jurandir Ferreira Cruz
Aprovado como parte das exigências para obtenção do Título de DOUTOR EM
ZOOTECNIA, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PRODUÇÃO DE RUMINANTES,
pela banca examinadora:
__________________________________________
Prof. Dr. Márcio dos Santos Pedreira
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
_________________________________________
Prof. Dr. Antonio Jorge Del Rei
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
__________________________________________
Prof. Dr. Manoel Luiz Ferreira
Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC
___________________________________________
Prof. Dr. José Augusto Gomes Azevedo
Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC
_________________________________________
Prof. Dr. Dimas Oliveira
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
Data da realização: 01 de agosto de 2013.
ii
“Abençoados são aqueles que veem o invisível, através do olho interior”.
Uma visão que cria um retrato, mesmo antes do pintor tocar o pincel na tela.
Mas não há visão que dê tanto poder e iluminação como pertencer a Jesus.
Muitos de nós conhecemos apenas dez por cento de nós mesmos, mas Deus
sabe do que cada um é capaz.
Ele ignora nossas fraquezas e erros e crê no uso dos votos positivos para nos
fortalecer.
Ele nos guia em direção à meta de um caráter perfeito.
“Amados de Deus, nossa missão é salvar em Cristo Jesus”
iii
Dedico este trabalho à minha família:
Meus pais, que foram o inicio de tudo;
Minha amada esposa, por sua dedicação, compreensão e estímulo,
companheira inseparável em todos os momentos;
Meus queridos filhos, que dispensaram todo incentivo, apoio, e
carinho;
Meus irmãos, pelo apoio e afeto;
Meus
amados
netos,
por
tranquilidade e muita luz.
momentos
de
paz,
descontração,
iv
AGRADECIMENTOS
Ao nosso Deus, pelo dom da vida, por ter me dado forças para chegar até aqui, e, em todos
os momentos, capacitou-me à superar minhas limitações; por estar sempre presente na
minha vida, ajudando-me a transpor os obstáculos encontrados nesta caminhada; obrigado
porque eu nasci;
Ao ex-reitor da UESC, Prof. Joaquim Bastos Silva, pelo incentivo, apoio e por nossa
amizade;
À Reitora da UESC, na pessoa da Profª Dra. Adélia Maria Carvalho Pinheiro, que sempre
esteve incentivando-me, apoiando-me e encorajando-me, para que pudesse concluir este
meu sonho;
À Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Departamento de Ciências Agrárias e
Ambientais – DCAA, por ter permitido e facilitado a realização deste meu sonho;
À Coordenação do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UESB, Área de
Concentração: Produção de Ruminantes, pelo apoio e compreensão;
Ao amigo e co-orientador, Prof. Dr. Jurandir Ferreira da Cruz, por sua amizade,
credibilidade, paciência e compreensão face as minhas dificuldades enfrentadas no
período, para concluir este meu sonho;
Ao co-orientador e amigo, Prof. Dr. MV. Antonio Jorge Del Rei, pela paciência e apoio
que me dispensou durante todo o período, dando-me força, coragem e valorosas
orientações;
Ao orientador e amigo, Prof. Dr. Márcio dos Santos Pedreira, pelo apoio e acolhida na hora
mais precisa;
Ao colega e amigo colaborador, Prof. Dr. José Augusto Gomes Azevedo (ZOO-UESC),
pelo apoio, paciência e disposição em ajudar-me diante de minhas dificuldades na
execução dos estudos para o desenvolvimento dessa tese;
À colega Andrea D. Holanda Barbosa, da Estação Experimental da EBDA, que não se
furtou com todo seu apoio e colaboração na execução das atividades na propriedade;
Ao colega, amigo e irmão, com o qual enfrentamos muitas batalhas juntos, Abdias Vilar da
Silva Campos, que foi minha direção, para que pudesse executar todas as atividades na
propriedade do seu irmão Suetônio Vilar, na cidade de Taperoá – Paraíba – Brasil;
Ao colega Tiago Vilar C. Silva, Zootecnista da cidade de Campina Grande – Paraíba Brasil, que colaborou fornecendo-nos informações preciosas sobre a raça Rabo Largo;
v
Ao Técnico Agrícola, Ariano Vilar, funcionando como meu braço direito no estudo
realizado na propriedade Belo Horizonte, em Taperoá na Paraíba, cuja administração está
sob sua responsabilidade;
Ao colega e amigo, Suetônio Vilar Silva (Sué), Engenheiro Agrônomo, proprietário da
Fazenda Belo Horizonte, localizada na cidade de Taperoá – Paraíba, que facilitou nosso
trabalho, colocando à nossa disposição sua propriedade, os ovinos da raça Rabo Largo e
veículo para nossos deslocamentos e deslocamento dos animais, dando-nos total apoio;
Às colegas Veterinárias, Professoras Drª Melania Marinho e Drª Norma Lúcia de Souza
Araújo da Universidade Federal de Campina Grande, campus de Patos na Paraíba, pelo
apoio e pronto atendimento às nossas solicitações;
Aos amigos e colegas do DCAA, Manoel Luiz Ferreira, Caio Tácito Gomes Álvares, Paulo
Helmeister Filho, Agna Menezes, Kátia Moema Sampaio, Roberta Costa Dias, Jacques
Hubert Charles Delabie, Sérgio Luiz Gama Nogueira Filho, Luiz Augusto Grimaldi
Sampaio, José Olímpio de Souza Júnior, Dunezeu Campos Junior, Ana Maria Souza dos
Santos Moreau, Mauricio Santos Moreau, Arlicelio Paiva, pela amizade, apoio e incentivo;
Ao colega e amigo, Prof. Dr. Claudio Coutinho, pelo seu incentivo, apoio e orientações;
Ao funcionário da Estação Experimental da EBDA do distrito de Pilar na cidade de
Jaguarari, Sr. Rubinho, e os colegas do escritório central, que sempre atenderam
cortesmente durante a execução dos nossos trabalhos naquela propriedade;
A todos aqueles que, embora não tenham sido aqui citados, participaram direta ou
indiretamente da realização desta tese, ajudando, trazendo alegrias e tornando menos árduo
o trabalho.
Meu muito obrigado!
vi
BIOGRAFIA DO AUTOR
JOSÉ AUGUSTO CARVALHO, filho de João Fraga de Carvalho (in memorian) e de
Maria de Lourdes Carvalho, nasceu em Salvador – Bahia - Brasil, no dia 17 de dezembro
de 1945, residente e domiciliado à Rua Manoel Fontes Nabuco, 217, Alto da Boa Vista,
45.652-495 – Ilhéus – Bahia - Brasil.
Em dezembro do ano de 1970, concluiu o Curso de Medicina Veterinária, na Universidade
Federal da Bahia – UFBA.
Em dezembro de 1970, foi aprovado em Seleção Pública para atuar na Secretaria de
Agricultura do Estado da Bahia no GERFAB – Grupo de Erradicação da Febre Aftosa no
estado da Bahia com séde na cidade de Itapetinga, tendo exercido atividades como
Médico-Veterinário - Coordenador de Grupo de pesquisa e implantação do programa nas
regiões do sul e sudoeste da Bahia, Subchefe regional em Itajú do Colônia e Coarací,
Chefia regional na sede instalada na cidade de Rui Barbosa – Bahia, permanecendo neste
órgão até o ano de 1974.
A partir de 1974, exerceu atividades na COOPARDO – Cooperativa Agropecuária do Rio
Pardo na cidade de Itapetinga – Bahia como Veterinário de campo para atendimento dos
cooperados até 1977. No mesmo período, criou a empresa SERVE – Serviços Veterinários
Especializados com sede nessa cidade (1977 – 1985), trabalhando com assistência técnica
no campo (Clinica médica, cirurgias e IA), elaboração de projetos agropecuários
conveniado com o Banco do Brasil, Banco do Nordeste, BANEB e Banco Itaú e
credenciado pelo Ministério da Agricultura para execução de Exames laboratoriais para
detecção da Anemia Infecciosa Equina - AIE.
Em 1982, foi aprovado em Seleção Pública para exercer a função de Professor Auxiliar na
UESB, campus de Itapetinga, para o Curso de Zootecnia, para as disciplinas Anatomia e
Fisiologia Animal e Equideocultura, tendo também exercido as funções de Coordenador do
Curso de Zootecnia no DEBI, Diretor do DTRA e Superintendente do Campus de
Itapetinga, permanecendo até o ano de 1999, sendo removido para a UESC, onde
permanece até os dias de hoje como professor Adjunto B.
vii
Em 1982, realizou o curso de Especialização no ensino das Ciências Agrárias, promovido
pela UESB, em convênio com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRJ.
Na UESC, exerceu a função de colaborador do Colegiado do curso de Medicina
Veterinária - COLVET, Diretor do Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais –
DCAA, por dois períodos (04 anos), por eleição direta, dentre outras funções.
É responsável na UESC, na qualidade de Prof. Adjunto B, pelas disciplinas: Anatomia
Animal I, II e III para o curso de Medicina Veterinária; Anatomia e Fisiologia Animal para
o curso de Agronomia; Equideocultura para os cursos de Medicina Veterinária e
Agronomia.
Membro da Loja Maçônica Vigilância e Resistência nº 70, filiada a GLEB, e detentor do
Grau 33 dos Corpos Filosóficos; associado ao Lions Club Ilhéus Centro, exercendo a
função de 3º Vice-presidente; membro da Academia Maçônica de Letras Ciências e Artes
da Região Grapiuna – AMALCARG, ocupando a cadeira de nº 16, tendo como Patrono o
Ir.`. Moysés Bohana de Oliveira Filho; membro da Academia Grapiuna de Letras –
AGRAL, ocupando a cadeira 13, tendo como Patrono Djalma Eutimio de Carvalho.
Em março de 2008, iniciou no Programa de Mestrado em Zootecnia, área de
concentração: Produção de Ruminantes, na UESB, realizando estudos com a
“Sincronização do estro e da ovulação em ovelhas da raça Santa Inês após tratamento
com progestágeno novo e reutilizado associado a eCG ou FSHp”, concluindo em março
de 2009.
Em março de 2009, iniciou no Programa de Doutorado em Zootecnia, área de
concentração: Produção de Ruminantes, na UESB, realizando estudos com a
“Caracterização da atividade reprodutiva de fêmea ovina da raça Rabo Larga no
semiárido do nordeste brasileiro”, concluindo com a defesa de Tese de Doutorado em
agosto de 2013.
viii
SUMÁRIO
Página
PENSAMENTO
ii
DEDICATÓRIA
iii
AGRADECIMENTOS
iv
BIOGRAFIA DO AUTOR
vi
SUMÁRIO
viii
LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SÍMBOLOS
x
LISTA DE QUADROS, GRÁFICOS E FIGURAS
xi
LISTA DE TABELAS
xii
RESUMO GERAL
xiii
ABSTRACT
xiv
I-
REFERENCIAL TEÓRICO
1. INTRODUÇÃO GERAL
1
1.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1.1 Espécie Ovina e sua Genética
3
1.1.2 Características de Grupos Raciais de Ovino
4
1.1.3 Tipo Raça Rabo Largo
5
1.1.4 Características Reprodutivas em Ovinos
9
1.1.5 Puberdade
11
1.1.6 Ciclo Estral nos Ovinos
12
1.1.7 Fatores Responsáveis pela Ovulação e seus Genes
15
2. REFERÊNCIAS
17
ix
II -
CAPÍTULO ÚNICO
RESUMO
23
ABSTRACT
25
1. INTRODUÇÃO
27
2. OBJETIVOS
31
2.1 Geral
2.1 Específicos
3. MATERIAL E METÓDOS
31
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
35
5. CONCLUSÕES
44
6. REFERÊNCIAS
45
ANEXOS
50
x
LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SÍMBOLOS
ANUALPEC
ARCO
CENARGEM
Cº
E2
EBDA
eCG
EMBRAPA
FAO
FSH
G
IBGE
IEP
IM
INMET
LH
MAP
MAS
ng/mL
P4
pq/mL
PGF2α
PPM
OS
PV
QTL
RIE
RL
SAS
SG2a
SG2b
SNP
SRD
SS
UNESP
USG
UESB
UESC
µL
Anuário da Pecuária Brasileira (Yearbook of Brazilian Livestock)
Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Brazilian Association of Sheep breeders)
Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia (National Research
Center for Genetic Resources and Biotechnology)
Grau Centígrado (Centigrade)
Hormônio Estradiol - 17β (Estradiol Hormone – 17 β)
Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (Bahia Agricultural development
Company S. A.)
Gonadotrofina Coriônica Equina (equine chorionic gonadotropin)
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Brazilian Enterprise for Agricultural
Research)
Food and Agriculture Organization of the United Nations
Hormônio Folículo Estimulante (Follicle Stimulating Hormone)
Hormônio Liberador de Gonadotrofina (Gonadotrophin Releasing Hormone)
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Brazilian Insitute of Geography and
Statistics)
Intervalo entre Parto (Interval between childbirth)
Intramuscular
Instituto Nacional de Meteorologia (National Institute of Meteorology)
Hormônio Luteinizante (Luteinizing Hormone)
Acetato de Medroxiprogesterona (Medroxi progesterone acetate)
Marker Assisted Selection
Nanograma por mililitro (Nanogram per mililiter)
Hormônio Progesterona (Progesterone)
Picograma por mililitro (Picogram per mililiter)
Prostaglandina F2α (Prostaglandin)
Produção da Pecuária Municipal (Municipal livestock production)
Período de Serviço (Service period)
Peso vivo (Live weight)
Locus para um caráter quantitativo (Quantitative trait lócus)
Radioimunoensaio (Radioimmunoassay)
Raça de ovino Rabo Largo do Brasil (Breed of sheep Fat-Talilled off of Brazil )
Análise Estatística (Statiscal Analysis)
Sub-Grupo2a (Sub-Group2a)
Sub-Grupo2b (Sub-Group2b)
Single Nucleotide Polimorfism
Sem raça definida (without defined race)
Sem suplementação (without supplementation)
Universidade Estadual Paulista (State University Paulista)
Ultrasonografia (Ultrasonography)
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (State Universityof Southwest Bahia)
Universidade Estadual de Santa Cruz (State University Sanct Cruz)
Microlitro
xi
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E QUADROS
PÁGINA
Figura 1. Foto de rebanho ovino da raça Rabo Largo
6
Figura 2. Foto de reprodutor ovino da raça Rabo Largo
6
Figura 3. Dendograma obtido a partir da distância genética DA de Nei
(1983) e o algoritmo de agrupamento Neighbor Joining,
a partir de 19 loci de microssatélites, evidenciando as relações
entre raças de ovinos naturalizadas e comerciais brasileiras
8
Figura 4. Protocolo de indução e sincronização do estro em marrãs
ovina da raça Rabo Largo mediante a utilização de
hormônios exógenos
31
Figura 5. Concentração média dos níveis hormonais de LH, P4 e E2
total no plasma sanguíneo de ovelhas primíparas (marrãs)
da raça Rabo Largo no Nordeste do Brasil (2012)
37
Figura 6. Concentração média dos níveis hormonais de P4 e E2 no
total no plasma de ovelhas pluríparas (adultas) da raça Rabo
Largo no Nordeste do Brasil, 21 dias pós-parto até o estro e
pós estro (2012)
37
xii
LISTA DE TABELAS
PÁGINA
Tabela 1. Estatística descritiva do banco de dados que caracteriza fêmeas
ovinas da raça Rabo Largo no Nordeste do Brasil
33
Tabela 2. Pesos médios (kg) de crias ovinas da raça Rabo Largo no
Nordeste do Brasil, ao nascer, aos 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105,
120, 135 e 150 dias de idade, conforme os sexos das crias e os
tipos de parto (2012)
35
Tabela 3. Estatística descritiva do banco de dados que caracteriza as fêmeas
ovinas (n=46) da raça Rabo Largo, quanto ao período de serviço (PS),
gestação (G) e intervalo entre parto
38
Tabela 4. Período de Serviço (PS), Gestação (G), Intervalo entre partos (IEP)
de fêmea ovina (n=46) da Raça Rabo Largo no Nordeste do Brasil em
relação ao tipo de parto
39
Tabela 5. Taxa de prolificidade do rebanho de fêmeas ovina da raça
Rabo Largo nas propriedades em Taperoá (n=23) e EBDA
(n=23) em função de dois períodos de avaliação, 2010 a 2011
39
Tabela 6. Estatística descritiva do banco de dados que caracteriza os
ovinos da Raça Rabo Largo no Nordeste do Brasil em relação
ao peso (kg) do nascimento à puberdade
40
xiii
RESUMO
CARVALHO, J.A. Caracterização da atividade reprodutiva de fêmea ovina da raça
Rabo Largo no semiárido do Nordeste brasileiro. Itapetinga-BA: UESB, 2013. 58 p.
(Tese – Doutorado em Zootecnia, Área de Concentração em Produção de Ruminantes).
No Nordeste do Brasil, em decorrência do sistema ultraextensivo de criação, em associação
às condições adversas do semiárido, os ovinos sofreram uma seleção natural ao longo dos
séculos, sendo responsável por grande parte da produção pecuária, proporcionando
desenvolvimento produtivo do setor, nas mais distintas regiões semiáridas do mundo, não
sendo diferente na região Nordeste do Brasil, onde as condições edafoclimáticas dificultam
a exploração agrícola. O objetivo deste estudo foi efetuar a caracterização da atividade
reprodutiva de fêmea ovina da raça Rabo Largo, criada sob sistema extensivo, quanto à
puberdade das nulíparas (borregas), o perfil hormonal das marrãs (dosagem de P4, E2, e
LH) e das pluríparas (adultas), a dosagem de P4, e E2, bem como a eficiência reprodutiva
dos rebanhos. Os estudos foram desenvolvidos na Estação Experimental da EBDA,
localizada na cidade de Jaguararí, no distrito de Pilar, no Estado da Bahia, na latitude (S)
10º 15’ 50” e longitude (O) 40º 11’ 45”, na altitude de 662m e na fazenda Belo Horizonte
situada na cidade de Taperoá, no estado da Paraíba, na latitude (S) 7º 12’ 27” e longitude
(O) 36º 49’ 36”, na altitude de 532m acima do nível do mar. Foram utilizadas 49 fêmeas
ovinas, com idades variando do nascimento até 38 meses de idade. A alimentação foi com
pastagem nativa. Os procedimentos estatísticos foram realizados com auxilio do programa
Statiscal Analysis – SAS Institute.
Palavras-chave: eficiência reprodutiva, perfil hormonal, puberdade, ovino Rabo Largo.
Orientador: Márcio dos Santos Pedreira, D.Sc.,UESB; Co-orientadores: Antonio Jorge Del Rei, D.MV;
Jurandir Ferreira Cruz, D.Sc., UESB.
xiv
ABSTRACT
CARVALHO, J.A. Characterization of reproductive activity in ovine breed female
race Rabo Largo in the semi-arid northeast of Brazil. Itapetinga-BA: UESB, 2013. 58
p. (PhD Thesis in animal science, concentration in production Area of Ruminants).
In northeastern Brazil, due to the ultra extensive system of creation, in association to
the adverse conditions of the semi-arid sheep suffered a natural selection over the
centuries, being responsible for much of the livestock production, providing
productive development of the sector, in different semi-arid regions of the world,
being different in the northeastern region of Brazil where the soil and climate
conditions make it difficult to farm. The objective of this study was to characterize the
reproductive activity of ovine breed female ass off created under extensive system,
about the puberty of nulliparous (gilts), hormonal profile of gilts (dosage of P4, E2,
and LH) and of pluríparas (adults) the dosage of P4 and E2, as well as the
reproductive efficiency of herds. The studies were carried out at the Experimental
Station of the EBDA, located in the town of Jaguararí in the District of Pilar, in the
State of Bahia, at latitude (S) 10 15 ' 50 "and longitude (the) 40° 11 ' 45", on altitude
of 662m and in Belo Horizonte farm situated in the city of Taperoá in the State of
Paraíba, at latitude (S) 7 of 12 ' 27 "and longitude (the) 36 49 ' 36"at the altitude of
532m above sea level. 63 female fat-tailed sheep were used with ages ranging from
birth
Key words: reproductive efficiency, hormone profile, puberty, female race Rabo
Largo sheep.
Advisor: Márcio dos Santos Pedreira, D.Sc., UESB; Co-advisers: Antonio Jorge Del Rei, D.MV;
Jurandir Ferreira Cruz, D.Sc., UESB
1
I – REFERENCIAL TEÓRICO
1.
INTRODUÇÃO GERAL
A espécie ovina é uma das mais difundidas no mundo, tendo sido uma das
primeiras a serem domesticadas pelo homem. Apresentam como características a fecundidade e
produtividade, que, juntas, possibilitam a oferta de carne, leite e lã. Sua rusticidade tem
permitido adaptação a diversos ambientes, desde as regiões montanhosas frias até as regiões
áridas e semidesérticas. Aproximadamente um quinto da população ovina mundial está
localizado em regiões tropicais e subtropicais, cujo efetivo é constituído por raças puras
tropicais, raças de regiões de clima temperado e por animais resultantes de cruzamentos entre
os dois grupos raciais (CAMBELLAS, 1993a).
A ovinocultura é uma das atividades pecuárias que tem apresentado maior evolução
tecnológica no Brasil, nos últimos anos, certamente, devido à oportunidade de mercado
favorável. Essa realidade tem levado à crescente demanda, especialmente pelos animais
produtores de carne, cujo consumo tem experimentado aumento gradual em função das suas
características organolépticas.
No Nordeste do Brasil, a ovinocultura é uma atividade de relevada importância
econômica e social, graças às mudanças nas relações comerciais que propiciaram uma maior
participação da atividade agropecuária frente aos diversos setores da economia brasileira. A
ovinocultura, como parte integrante do setor agropecuário, inseriu-se como uma aliada no
processo de desenvolvimento de várias regiões, especialmente no Nordeste, localizada
geograficamente entre as latitudes 1° e 18° S. Esta região caracteriza-se por apresentar um
período chuvoso, no qual o alimento é abundante e de qualidade nutritiva. Todavia, à medida
que a seca progride, ocorre uma diminuição na capacidade de suporte das pastagens, em virtude
não só da redução na disponibilidade, mas, também, da qualidade da forragem, decorrente de
sua lignificação (ARAÚJO FILHO et al, 1998).
O efetivo mundial de ovinos já ultrapassa um bilhão de cabeças, sendo que os
maiores rebanhos estão localizados na China, Índia, Austrália, Irã, Sudão e Nova Zelândia,
2
enquanto que 1,6% ocupam o solo brasileiro (FAO, 2009a; NOGUEIRA FILHO, 2003;
VIANA, 2008).
A produção mundial de carne ovina atinge mais de 12 milhões de toneladas,
comercializadas mundialmente, tendo a China como o país a ocupar a primeira posição, com
três milhões de toneladas, e o Brasil com 117 toneladas, que corresponde a 25% e 0,93%,
respectivamente (FAO, 2009b). O consumo da carne de ovinos per capita (kg/habitante), em
alguns países desenvolvidos, chega a 20 kg/ano (SOUZA, 2006a), e países como a Mongólia,
Nova Zelândia e Islândia apresentam o maior consumo de carne ovina mundial, com 39 kg, 24
kg e 22 kg per capta/ano, respectivamente (VIANA, 2008). No Brasil, o consumo per
capita/ano gira em torno de 0,7 a 1,5 kg/habitante/ano (SOUZA, 2006b).
Países como Austrália e Nova Zelândia são reconhecidos por terem a capacidade de
desenvolverem sistemas de produção com elevada produtividade. Suas criações, com
tecnificação, visam à produção de carne e lã, fazendo com que esses países venham a controlar
o mercado internacional desses produtos, sendo responsável pelo impulso à exploração
econômica mundial da ovinocultura. No Brasil, de acordo com o último censo agropecuário, a
criação de ovinos é realizada em todo o país, sendo o efetivo nacional de 17,6 milhões de
cabeças, com a maior parte concentrada nas regiões Nordeste e Sul, (57,2% e 28,0%,
respectivamente) (IBGE/PPM, 2011a). A Região Nordeste concentra 10,11 milhões de ovinos,
correspondendo a 76% do rebanho do país. A região Sul representa 22,0% dos ovinos e ainda a
região Sudeste é responsável por 2% do rebanho de ovinos.
O estado da Bahia possui o segundo maior rebanho de ovinos do Brasil, contando
atualmente com 3,07 milhões cabeças, sendo que o Rio Grande do Sul detém o maior efetivo de
ovinos, com quatro milhões de cabeças, representando 18,7% e 28,1%, respectivamente
(IBGE/PPM, 2011b), seguido de perto pelo Ceará, com 2,14 milhões de cabeças, demonstrando
o potencial produtivo dessa espécie nesses Estados. O rebanho ovino baiano é constituído
essencialmente por animais deslanados ou com pouca lã, pertencentes às raças locais Santa
Inês, Morada Nova, Cariri, Rabo Largo e, ainda, o tipo sem raça definida (SRD). Os animais
Rabo Largo guardam estreita relação com a raça Dâmara, originária da Namíbia, embora
apresentem diferenças fenotípicas.
Contudo, o rebanho ovino nordestino é constituído principalmente por animais do
tipo SRD e das raças Rabo Largo, Somalis, Morada Nova e Santa Inês, embora existam outros
ecotipos além da presença de animais de raças exóticas, ainda que em menor número.
3
A produção mundial também tem procurado atender a este nicho mercadológico,
que é o consumo da carne ovina em todas as classes sociais, em especial, para as classes A e B,
com uma amplitude um pouco maior para a classe B, evidenciando-se um forte apelo ao
incremento da produtividade a campo, para atender essa tendência de mercado consumidor, no
qual se pode observar a importância social, especialmente no Nordeste do país, na viabilização
da manutenção dos pequenos e médios produtores rurais, com geração de emprego e fixação do
trabalhador no campo.
Salienta-se que já existem diversos estudos experimentais, voltados para o aumento
da produção dessa espécie animal, evidenciando-se a necessidade de mais investigações, além
de estudos voltados para a preservação das raças em vias de extinção. O emprego de tecnologia
utilizada poderá trazer reflexos negativos futuros, impedindo a manutenção de sua rusticidade,
e no aumento produtivo, bem como o melhoramento contínuo com a possibilidade de diversos
cruzamentos na produção de animais puros e cruzados.
1.1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1.1
ESPÉCIE OVINA E SUA GENÉTICA
No Brasil são encontrados diversos grupos genéticos de animais domésticos,
oriundos a partir dos genótipos trazidos pelos colonizadores portugueses, durante o
descobrimento. Este material genético foi submetido à seleção natural em diferentes ambientes,
para os quais tiveram que desenvolver características específicas de adaptação às condições
locais (EGITO et al., 2002). Segundo Paiva et al., (2005a), os grupos genéticos naturalizados de
ovinos criados no Brasil são constituídos, geralmente, por animais de pequeno porte,
submetidos a baixas taxas de seleção artificial e melhoramento genético, sendo pouco
especializadas na produção de carne e pele, porém, apresentam alta resistência a Linfoadneite
Caseosa e a endoparasitas.
Para que este material genético não se perca, tornam-se necessários estudos para
que possam ser preservados estes genótipos ou grupos raciais adaptados às características
4
ambientais da caatinga, onde se encontra grande parte dos ovinos deslanados de várias raças, o
que vem sendo realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e
Biotecnologia (CENARGEN) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).
A baixa produtividade brasileira na ovinocultura deve-se, ao menos em parte, ao
baixo potencial genético do rebanho nacional. Os programas de melhoramento genético da
espécie ovina são, de certa forma, recentes e, ainda, não são bem definidas quais características
considerar na avaliação de ovinos de corte. Características de crescimento (peso ao nascimento,
ao desmame, ao ano de idade, peso adulto), de habilidade materna (kg de crias desmamadas por
fêmea), reprodutivas (idade ao primeiro parto, intervalo entre partos, período de gestação) e de
resistência contra os nematódeos gastrintestinais são sugeridas para serem utilizadas na
avaliação genética dos ovinos de corte.
Os ovinos vêm sendo alvo de diversos estudos moleculares com a finalidade de se
localizar regiões cromossômicas, responsáveis pelo controle de características importantes
economicamente, principalmente relacionadas com resistência a parasitas gastrintestinais
(GOUVEIA et al, 2008).
O isolamento geográfico, ao longo do tempo, associado aos efetivos populacionais
pouco numerosos e às seleções natural e artificial, contribuíram para que se formasse uma
grande variedade de tipos genéticos dentro de uma espécie e até mesmo dentro de uma raça.
Esse modelo é ainda mais complexo, quando vários eventos de cruzamentos interespecíficos ou
interraciais ocorreram ao longo do tempo evolutivo de determinado grupo (HALL e
BRADLEY, 1995a; BRUFORD et al., 2003).
1.1.2
CARACTERÍSTICAS DE GRUPOS RACIAIS DE OVINOS
A raça é a unidade fundamental dos recursos genéticos de animais domésticos
(DOMINGUES, 1968; HALL e BRADLEY, 1995b), seja para conservação, produção ou
melhoramento. No entanto, para que essa unidade seja corretamente utilizada em cada uma das
áreas citadas, é necessário, inicialmente, conhecimento dos aspectos biológicos, demográficos
e, até mesmo, culturais dos locais onde estas populações estejam inseridas. Em vista disso, a
caracterização dos grupos genéticos animais para a FAO pode ser considerada, de uma maneira
5
geral, como todas as atividades que descrevem, de alguma forma, estes grupos e o ambiente nos
quais estes estejam inseridos (HAMOND, 1996).
A caracterização genética racial pode ser compreendida como um critério adicional,
dentre vários outros, para priorizar as raças que devem ser incluídas em um programa de
conservação (EDING e LAVAL, 1998).
Existem diversas maneiras ou procedimentos que são utilizados para caracterização
de raças, destacando-se, nesse caso, os marcadores bioquímicos (aloenzimas e tipos
sanguíneos) e moleculares (DNA e RNA), sendo estas últimas as mais utilizadas.
Recentemente, tem sido utilizados marcadores microssatélites para realização dos
estudos de variabilidade genética (ARRANZ et al., 2001; GUTIERREZ-ESPELETA et al.,
2000), estrutura de populações (PARISET et al., 2003; TAPIO et al., 2003; ALVAREZ et al.,
2004; TAPIO et al., 2005), certificação racial (FARID et al., 2000) e exclusão de paternidade.
Os grupos genéticos ovinos de clima tropical são caracterizados por animais
bastante rústicos de “pêlo” curto e adaptados às condições ambientais. No entanto, em termos
de produtividade, são mais tardios, quando comparados aos grupos genéticos ovinos oriundos
de regiões de clima temperado (CAMBELLAS, 1993b). Gonzáles-Stagnaro (1993a) afirma que
os ovinos de grupos genéticos tropicais combinam seus atributos de rusticidade e adaptação
com maior produção numérica, apesar de parecerem pequenos e descarnados, são constituídos
por animais compacto e, com adequado desenvolvimento corporal.
1.1.3
Tipo raça Rabo Largo
Os primeiros exemplares de ovinos da raça Rabo Largo (RL) chegaram ao Brasil
em 1868, procedentes do Cabo da Boa Esperança - África do Sul. Os exemplares adquiridos
foram levados para o estado da Bahia, que, a partir daí, começaram a povoar o nordeste
brasileiro.
Existem relatos que esta raça teve sua origem no Egito e nas regiões áridas da Ásia
Ocidental 3.000 a.C., mais precisamente, no Afeganistão e regiões. Hoje podemos encontrar
grandes rebanhos dessa raça na Austrália (região árida), África do Sul e demais países africanos
(MASON, 1945 e 1996).
6
Acredita-se que os representantes mais importantes de ovinos das raças de “cauda
larga” são o Karakul, Tartarian, Africânder, Somalis e Rabo Largo (RL), também conhecido
como “Cinco Quartos”, “Rabada Larga”, que pode ser considerado como o tipo encontrado no
nordeste brasileiro (SANTOS, 2003a). Acredita-se ainda que os ovinos da raça RL brasileiro
são provenientes do cruzamento de ovinos africanos de cauda bem volumosa, terminando em
forma de “S” com ovinos crioulos.
Os ovinos da raça RL (Figuras 1 e 2) caracteriza-se por apresentar animais de porte
médio, com cauda curta, larga na base, e ponta de lança, daí o seu nome, deslanados ou com
pouca lã, aspados ou mochos, bem adaptados às regiões do semiárido nordestino, com aptidão
para produção de carne e pele (Associação Brasileira de Ovinos - ARCO, 2009). São animais de
pureza genética, vivendo sempre em grupos pelas caatingas, considerada uma das raças mais
rústicas, e, por este motivo, um dos esteios dos nordestinos, sendo um pouco diferente de suas
congêneres do mundo, especialmente, por possuírem estas características (SANTOS, 2003b),
além
de
serem
bastante
resistentes
à
Linfoadenite
Caseosa
(Corynobacterium
Pseudotuberculosis).
Figura 1. Rebanho da Raça Rabo Largo
Figura 1. Livestock race Rabo Largo sheep
Figura 2. Reprodutor da Raça Rabo Largo
Figura 2. Breed Reproducer race Rabo Largo sheep
Atualmente existem poucos exemplares desta raça de ovinos nos estados da Bahia,
Paraíba, Sergipe, Pernambuco e Ceará, em pequenos núcleos, sendo que os maiores núcleos
encontram-se na Bahia, Paraíba e Ceará, pertencentes ao poder público, além de criadores, que
vêm procurando manter estes animais de pureza racial, utilizando em cruzamentos com outras
raças. Segundo dados da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos – ARCO (2011), os
primeiros registros de animais pertencentes à RL acontecera no ano de 1990, e atualmente
7
encontram-se registrados 91 machos e 152 fêmeas puros de origem (PO), e 89 machos e 543
fêmeas, considerados animais base.
Em estudo realizado com a utilização de 19 marcadores micro satélites com 10
raças de ovinos do Brasil, Paiva et al (2005b) demonstraram que 11,76% desses animais da
variação total (P<0,001) foi devido à existência de diferenças interraciais, sendo possível
identificar diferenças genéticas entre as raças suficientes para compor três grupos principais.
Um grupo formado pelas raças naturalizadas brasileiras, outro pelas raças lanadas comerciais e
um terceiro grupo formado pelas raças africanas, recentemente introduzidas no Brasil (Figura
3).
Observa-se que a raça Santa Inês ficou bem próxima da Bergamácia, enquanto, que
as raças Morada Nova e Rabo Largo sugerem um grau de similaridade entre elas, que não foi
completamente resolvido com o conjunto de microssatélites.
Segundo Paiva et al (2005c), com a raça Rabo Largo, foram efetuadas coletas em
duas localidades distintas no estado da Bahia e não apresentou subestruturação aparente, apesar
de pertencer a alguns indivíduos cruzados com influência maior da raça Morada Nova. Trata-se
de uma raça de ovinos que apresenta poucos efetivos com dois núcleos localizados na Bahia e
outro na Paraíba. Havia uma hipótese que esta raça poderia ter sido originada da raça africana
Dâmara, porém, suas frequências gênicas foram extremamente diferentes.
No entanto, Villela (2011) afirma que a raça Rabo largo tem origem na raça
Dâmara, que, por sua vez, é originária da Ásia Oriental e Egito, e de lá foi levada para Angola e
Namíbia. A raça Dâmara é encontrada, principalmente, no Noroeste da Namíbia (Kaokoland) e
ao Sul de Angola, local onde foi mantida livre da influência de outras raças. O nome da raça
(Dâmara) é derivado da região onde originalmente foi encontrada: Gross Damaraland.
No Brasil, onde popularmente é conhecida como Rabo Largo, esta raça foi
introduzida no Nordeste - Estado da Bahia, onde, provavelmente, ocorreram vários
cruzamentos dela entre os animais do Sul da África com aqueles descendentes dos animais
introduzidos pelos colonizadores (VILLELA, 2011).
As principais raças de ovinos de corte que são encontradas na região Nordeste,
segundo estudos do CNPTIA-EMBRAPA, sendo, por isso, indicadas para sua utilização, são
Santa Inês, Morada Nova, Somalis Brasileira, Dorper, Rabo Largo, Dâmara, Cariri e o tipo sem
raça definida (SRD)
8
Figura 3. Dendograma obtido a partir da distância genética DA de Nei (1983) e o algoritmo de
agrupamento Neighbor Joining, a partir de 19 loci de microssatélite, evidenciando as relações
entre raças de ovinos naturalizadas e comerciais brasileira.
Os grupamentos genéticos que possuem cauda gorda Somalis Brasileira e Rabo
Largo foram incluídos entre as de menor necessidades nutricionais, são mais rústicas devido à
existência de uma reserva de gordura, localizada na base da cauda.
9
1.1.4
CARACTRERÍSTICAS REPRODUTIVAS EM OVINOS
Nas explorações ovinas, o fator reprodutivo, junto com a nutrição e sanidade dos
animais, é fundamental. O comportamento reprodutivo dos ovinos das raças tropicais difere,
em muitos casos, daqueles apresentados pelos animais de regiões de clima temperado e a
pertinência do manejo desses animais.
Fêmeas que apresentam estado nutricional deficiente podem ter prejuízos,
principalmente, na reprodução, como por exemplo, aumento da idade e primeira cobrição e,
consequentemente, ao primeiro parto, além disso, pode haver perdas embrionárias e repetição
de cio, e no pós-parto, fêmeas desnutridas não produzem quantidade de leite suficiente para
suas crias, desmamando cordeiros com pesos reduzidos, elevando, dessa maneira, as taxas de
mortalidade (GORDON, 1999). Devido a isso, torna-se necessário os cuidados nutricionais
com as fêmeas, visto que, no período pré-parto, no parto e pós-parto, são imprescindíveis.
Ovinos são animais de dias curtos, pois o que induz a atividade reprodutiva é a
diminuição de luz do dia. Raças formadas em regiões tropicais apresentam maior amplitude de
estação de monta em relação àquelas formadas no hemisfério norte.
Observa-se cio mais precoce em raças próprias para lã, a seguir na de dupla aptidão,
sendo a de corte as mais tardias.
Nas fêmeas ovinas, quando comparadas com fêmeas de outras espécies, como a
vaca e a cabra, os sinais de cio são muito discretos, o que, por vezes, acaba dificultado ao
tratador diferenciar as matrizes que estão receptivas ao macho e as que não estão. Por este
motivo, na ovinocultura, lança-se mão de algumas técnicas para detecção do cio, como o uso de
rufiões, fêmeas androgenizadas e a manipulação do cio (IWAMURA, 2008).
Se as ovelhas estiverem pré-condicionadas a um período de isolamento, seguido da
introdução dos carneiros, ocorrerá a indução de respostas neuroendócrinas, as quais resultarão
na ovulação, estro e concepção (SILVA SOBRINHO, 2001a).
A sazonalidade reprodutiva representa uma adaptação natural dos animais para que
as épocas de parto coincidam com os períodos de melhor clima e maior disponibilidade de
alimentação, condições fundamentais para uma melhor taxa de sobrevivência da descendência.
Contudo, esta sazonalidade representa uma importante barreira na exploração comercial dos
10
pequenos ruminantes, quando se tem, em atenção, exigências de mercado e econômicas
(HORTA & GONÇALVES, 2006).
Segundo Otto de Sá (2002), a origem geográfica dos animais e a latitude na qual se
encontram são importantes fatores que condicionam o efeito da luz sobre a atividade
reprodutiva dos ovinos. Aqueles que estão localizados em região próxima à linha do equador, a
estacionalidade reprodutiva não é tão evidente. A influência do fotoperíodo é maior quanto
maior for a latitude.
Os efeitos do meio ambiente repercutem sobre o potencial genético dos indivíduos,
determinando, durante o ano, os períodos de reprodução, assim como sua intensidade. Nas
zonas tropicais, os pequenos ruminantes têm desenvolvido a estratégia reprodutiva de permitir
iniciar suas atividades sexuais, quando os fatores ambientais são propícios: alimentação,
temperatura, presença de indivíduos do sexo oposto, entre outros. Ao contrário, nas zonas
temperadas, é necessário criar os animais jovens na época mais favorável do ano, limitando o
período de nascimentos ao final do inverno e inicio do verão, quando o clima é menos rígido e
a disponibilidade de alimentos é abundante (CHEMINEAU, 2004).
Os ovinos iniciam a estação reprodutiva à medida que a luminosidade diária
diminui, obedecendo ao fotoperíodo decrescente. Os animais são bem mais sensíveis às
variações de luz existentes no ambiente. Assim sendo, após o solstício de verão (21 de
dezembro), considerado o dia com o maior número de horas de luz do ano, já começam a
perceber a diminuição de luz, iniciando então as primeiras mudanças endócrinas (SILVA
SOBRINHO, 2001b).
A presença de um macho ovino no lote das ovelhas, durante a passagem do anestro
para a estação de monta, estimula a ovulação dentro de 3 a 6 dias, ocorrendo a atividade estral
em 17 a 24 dias após. O comportamento do carneiro também é importante para iniciar a
atividade ovariana do ciclo estral. O Corpo Lúteo (CL) da primeira ovulação regride
prematuramente em cerca de metade das ovelhas e é seguida por uma segunda ovulação,
associada à atividade luteínica normal. A resposta das ovelhas anovulares ao macho é devida a
um ferormônio andrógeno-dependente, secretado pelas glândulas sebáceas do carneiro (SILVA
SOBRINHO, 2001c).
A existência de algumas linhagens de ovinos com alta prolificidade, as quais
apresentam mutações em genes específicos, levanta o questionamento de que outras raças
prolíficas possam apresentar uma proximidade genética, até então desconhecida. Essa
11
constatação poderá criar a possibilidade de identificação de linhagens brasileiras portadoras
dessa característica, o que abre novos caminhos para pesquisas, e a utilização efetiva deste
conhecimento poderá colocar a ovinocultura brasileira, de forma competitiva, nesse emergente
segmento da economia (HOLANDA, et al, 2006).
1.1.5
PUBERDADE
O começo da atividade reprodutiva está diretamente ligado ao aparecimento da
puberdade, e este momento tem grande repercussão na produção animal de qualquer espécie,
em especial, com os ovinos. Para que se expresse a capacidade reprodutiva, é necessário atingir
primeiramente a puberdade, posteriormente, a adolescência e a maturidade sexual
(GONZALEZ, 2002).
Nas raças originárias do clima temperado, a puberdade apresenta-se entre os 6 e 18
meses de idade, quando os animais atingem, ao mesmo tempo, entre 50% – 70% do seu peso
adulto (DYRMUNDSSON, 1973). Nas raças tropicais, os ovinos atingem a puberdade entre 6 e
8 meses de idade, quando são manejados em condições intensivas (CAMBELLAS, 1980),
porém, pode ser um pouco mais tardia em outras condições não muito favoráveis, podendo
atingir até 420 dias de idade e pesos variando entre 13 kg e 25 kg (GONZÁLEZ-STAGNARO
et al, 1980; DEVENDRA, et al, 1986; VALENCIA, et al., 1983). Segundo Gonzalez-Bulnes et
al ( 2010), ovelhas de rabada gorda, nos sistemas mais tradicionais na região do Oriente Médio,
entram para reprodução aos 18 meses de idade, produzindo seu primeiro borrego aos dois anos
de idade.
A puberdade nas fêmeas é definida como sendo a manifestação clínica do primeiro
estro, designando o início da atividade reprodutiva. Porém, na maioria das vezes, apresenta-se
com fertilidade baixa, pois a taxa de hormônios gonadotróficos ainda não é suficiente para que
possa desencadear uma ovulação (SASA et al., 2002a; DELGADILLO et al., 2007) e, sob o
ponto de vista fisiológico, quando, além da manifestação do estro, a fêmea é capaz de liberar
óvulos (FREITAS et al., 2004).
Apesar desses animais, ao chegarem a puberdade, estarem aptos à reprodução,
ainda não apresentam o desenvolvimento corporal e fisiológico compatível para assumir e
12
exercer a vida reprodutiva em sua plenitude, sendo, por este motivo, recomendado a não
utilização de fêmeas para a reprodução, assim que atinjam a puberdade, salvo se alcançarem o
peso entre 50% e 70% do peso vivo da fêmea adulta (CUNHA et al, 2002).
A puberdade pode ser desencadeada em algumas raças no quarto mês de idade. A
gestação é de apenas cinco meses e o puerpério entre 35 e 60 dias.
A puberdade fica dependente da interação entre o hipotálamo juvenil, pituitária
anterior e ovário. O Estradiol secretado pelos folículos atua como feedback negativo à secreção
do hormônio LH. Quando a puberdade aproxima-se, essa influência inibitória torna-se menos
importante e os pulsos de hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), originado do
hipotálamo, e os pulsos pituitários seguintes de LH tornam-se mais frequentes. Este estímulo
vem favorecer o desenvolvimento folicular (PUGH, 2005a).
1.1.6
CICLO ESTRAL NOS OVINOS
Fase que se caracteriza pelo início das funções dos órgãos reprodutivos. A
antecipação ou retardamento desta fase está estreitamente ligado ao manejo nutricional destes
animais, com a raça, idade e estação do ano, influenciando diretamente no desenvolvimento da
maturidade sexual dos ovinos (CUNHA et al., 2001; PUGH, 2005b).
A foliculogênese na ovelha tem inicio já na vida fetal, tendo, no seu nascimento,
determinado o número de folículos primordiais nas gônadas. Grande parte desses folículos
tende a degenerar-se durante o seu crescimento, pelo processo de atresia folicular, e uma
pequena parte destes folículos passará pelo processo de maturação e, consequentemente, irá
ovular (MORAES, et al., 2002a).
Podemos definir um ciclo estral como sendo um conjunto de alterações endócrinas,
comportamentais e morfológicas, observadas entre dois estros sucessivos. Todas estas
mudanças ocorridas durante o ciclo estral são reguladas pela interação entre os hormônios
sintetizados e secretados no hipotálamo, na hipófise, nas gônadas (ovários) e no útero,
formando o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal-uterino. Esse controle ocorre através do
sistema de regulação, no qual um hormônio ou produto de secreção pode inibir a liberação de
outro hormônio (retro-alimentação negativa) ou, ainda, estimulando a síntese e liberação de
13
uma maior quantidade de outro hormônio (retro-alimentação positiva) (ANTONIOLLI, 2002;
MORAES et al, 2002b).
A duração média do ciclo estral nos ovinos é de 17 dias, podendo observar-se uma
variação de 14 a 19 dias considerada normal. Contudo, as ovelhas deslanadas, encontradas no
nordeste brasileiro, apresentam um ciclo estral com uma duração média de 18,2 dias, sendo de
17,4 dias na raça Morada Nova, 18,4 dias na raça Santa Inês e 18,9 dias com a raça Somalis
Brasileira. É interessante verificar, segundo Simplicio et al (1981), que o ano e a época chuvosa
ou seca não influenciam na duração do ciclo estral.
A ovelha é considerada uma espécie placenta-dependente, pois depende da placenta
para o fornecimento de P4. Os eventos que ocorrem durante o ciclo estral são provenientes da
interação dos principais hormônios: hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), oriundo do
hipotálamo; hormônio folículo estimulante; e hormônio luteinizante (FSH e LH), provenientes
da adeno-hipófise, Estradiol (E2), Progesterona (P4) e Inibina, sintetizados nos ovários, e a
Prostaglandina (PgF2α), procedente do útero (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008).
A ovulação e o início da atividade do corpo lúteo são fenômenos que vêm
precedidos da liberação hipofisária e do aumento plasmático de LH e FSH, sendo que as suas
liberações podem ser atribuídas à ação do 17β estradiol, o qual atinge o seu nível mais elevado
no momento do estro.
A prostaglandina F2α (PgF2α) é o hormônio luteolítico uterino que controla a vida
útil do corpo lúteo, que, em contrapartida, regula a extensão do ciclo. Ocorrendo a gestação, a
influência luteolítica é anulada, pois a progesterona secretada pelo corpo lúteo é necessária para
a manutenção da gestação. Nas ovelhas, essa fase dura de 14 a 15 dias. A fase folicular, desde a
regressão do corpo lúteo até a ovulação, em ovelhas e cabras, é de 2 a 3 dias. Portanto, a
duração do ciclo estral está relacionada com a duração da fase luteínica. A regressão do corpo
lúteo é causada pela ação do fator luteolítico, PgF2.
O ciclo estral dos ovinos ocorre com os animais tipicamente monoestrais, até os que
apresentam vários ciclos sexuais (poliestrais). Existem ovinos de ciclo estacional (ocorrem em
determinadas estações do ano), enquanto outros ovinos ovulam durante todo o ano. Esta
variação ocorre em função da raça, do ambiente e da alimentação (CUNHA et al., 2001c). Silva
et al (1987) relataram que a atividade ovariana varia em relação à idade, ao fotoperíodo
(mudanças estacionais na duração dos dias) e à linhagem, além dos fatores já mencionados por
Cunha et al. (2001d).
14
Até aproximadamente o ano de 1993, as mudanças observadas nos ovários dos
ovinos, durante o ciclo estral, eram realizadas mediante abordagens cirúrgicas ou com materiais
coletados em matadouros frigoríficos (DRIANCOURT, et al, 1985; NOEL, et al, 1993a),
porém, estas informações obtidas apresentavam muitas contradições. Segundo alguns trabalhos,
os folículos antrais que estavam em repouso surgiam de modo contínuo, enquanto que a
presença dos folículos grandes durante a fase luteal era produzida vagarosamente, chegando
alguns folículos a medir de 4 a 6 mm, para, logo a seguir, regredirem (DRIANCOURT, et al,
1991). Contudo, outros estudos mostravam que a dinâmica folicular nos ovinos era bastante
similar àquela observada nos bovinos, ou seja, em forma de ondas de desenvolvimento (NOEL,
et al, 1993b).
Entretanto, com os estudos recentes e com o aporte tecnológico existente,
introduzindo-se a ultra-sonografia transretal como técnica não invasiva e repetitiva, para
estudar a fisiologia ovariana em pequenos ruminantes, encontrou-se evidências de que o
desenvolvimento folicular na ovelha apresenta-se em ondas.
Baseados nos estudos de Ghinter, et al (1995) e Evans, et al (2000), essas ondas
acontecem com o surgimento de folículos, que crescem desde três milímetros, e são em número
de três a cinco ondas foliculares em cada ciclo interovulatório, sendo a predominância de três
ondas que emergem, respectivamente, por volta dos dias 0, 6 e 11 do ciclo estral ovino.
Algumas observações têm sido efetuadas por pesquisadores, afirmando que o crescimento de
folículos tem proporcionado o entendimento sobre o padrão de crescimento de ondas
foliculares que ocorrem durante o ciclo estral, apresentando duas a quatro ondas por ciclo,
relatadas por Evans (2003). Por outro lado, nos trabalhos desenvolvidos por Sasa et al. (2002a)
e Robinson et al. (2006) constata-se que o número de ondas foliculares em ovinos apresenta
uma variabilidade de duas a três ondas por ciclo, sendo o modelo predominante do ciclo
interovulatório normal, entre 14-19 dias, e que no período de anestro sazonal, o ciclo
interovulatório e o número de ondas são mais variáveis.
A taxa de ovulação, a qual se define como sendo o número de oócitos liberados em
cada fase da ovulação, está intimamente associada à taxa de prolificidade (PINEDA, 1989).
Esta tende a elevar-se conforme a idade da ovelha, registrando-se um declínio após os seis anos
de idade, sendo que fatores genéticos, peso, condição corporal e tamanho, podem interferir
nesta taxa (HAFEZ & HAFEZ, 2004).
15
1.1.7
FATORES RESPONSÁVEIS PELA OVULAÇÃO E SEUS GENES
Uma forma de estudar os fatores que regulam o número de ovulações passou a ser
observado em 2001a, com os experimentos realizados por McNatty e colaboradores, que
buscaram mutações que influenciam o fenótipo alvo Single Nucleotide Polimorfism (SNP) e,
neste contexto, os ovinos têm sido um excelente modelo para essa nova perspectiva na
reprodução.
Os marcadores genéticos podem ser usados para identificação de regiões
específicas de cromossomos, nos quais os genes que afetam as características quantitativas
estão localizados. A MAS emprega informações sobre essas regiões nos programas de seleção
de rebanhos para identificar indivíduos que possuam combinações favoráveis (desejadas) de
QTL. Os marcadores usados nos programas estão geralmente associados aos QTL (DAVIS e
DENISE, 1998). A localização desses genes conhecidos é mais fácil porque a sua presença ou
ausência está intimamente associada à informação do marcador. Os estudos sobre a detecção de
QTL por meio de marcador são baseados na segregação de indivíduos heterozigotos.
Existem três linhagens de ovelhas prolíficas, denominadas de Inverdale, Hanna e
Booroola, nas quais foi mapeada uma herança mutante na região do cromossomo X (Inverdale,
Hanna; FecX) ou no cromossomo 6 (Booroola - FecB). Nesses cromossomos, foi identificado
um ponto de mutação no gene da proteína morfogenética do osso (BMP), relativo à
superfamília do fator transformador de crescimento beta (TGF-b) ou seus receptores
(MCNATTY, et al., 2001b).
O número de ovulações em mamíferos depende de um conjunto de fatores
genéticos e ambientais, especialmente da linhagem familiar. A raça de ovino Merino
australiana, Booroola, é uma das linhagens prolíficas caracterizada por excepcional fertilidade.
O gene Booroola (FecB) existe em um único lócus autossômico do cromossomo 6,
que é análogo ao cromossomo 4 humano, sendo o maior gene da prolíficidade identificado em
ovinos, resultante de uma mutação no receptor BMP-1B (WILSON et al., 2001).
A mutação do FecB foi encontrada no domínio altamente conservado do sinalizador
intracelular serina treonina quinase do receptor BMP-1B, presente nos oócitos, em folículos
primordiais e pré-antrais e nas células da granulosa dos folículos nos estágios primário e de
crescimento, bem como no corpo lúteo. Estudos dessas mutações demonstram que o ovócito
16
tem um papel ativo com respeito às células somáticas adjacentes, durante o desenvolvimento
folicular, e suportam a hipótese que o ovócito tem uma influência significante no número de
folículos que chegam à ovulação (MULSANT, et al, 2001).
As ovelhas que carreiam o gene Booroola têm maior número de ovulação porque
mobilizam maior número de folículos primordiais para a ovulação ou porque têm um menor
número de atresia. Os estudos da dinâmica folicular, em fêmeas que carreavam, ou não, o gene
da prolificidade, demonstraram que o número de folículos em desenvolvimento nas fêmeas de
idade mais avançada, de ambos os genótipos, era similar ao número encontrado em ovelhas
mais jovens, sugerindo que a maior taxa de ovulação em fêmeas com a mutação Booroola está
relacionada a uma menor taxa de atresia (GONZÁLEZ-BULNES, et al, 2004).
Os estudos de Xia et al (2003) apontaram que a concentração de folistatina não é
regulada pelo gene Booroola (FecB). Contudo, o mesmo parece afetar efetivamente tanto a
progesterona quanto o FSH, durante o ciclo estral e, ao longo da prenhez, sugerindo que a BMP
exerça um importante papel na regulação de ambos os hormônios. Campbell et al (2003)
evidenciaram, em experimentos in vivo, que esse gene atua nas gônadas femininas,
aumentando a sensibilidade para os estímulos gonadotróficos.
A mutação Booroola exerce ação principalmente no ovário, ao invés de alterar a
secreção de gonadotrofina. Os receptores da BMP parecem envolvidos com a regulação
parácrina da ação do FSH. Se a mutação estiver causando uma redução nos receptores da BMP1B, pode resultar em uma inibição da diferenciação folicular. Portanto, as pesquisas nessa área
deverão concentrar-se na elucidação das ligações naturais para BMP-1B em diferentes estágios
de desenvolvimento folicular (SOUZA, et al, 2003).
17
2
REFERÊNCIAS
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BRUFORD, M. W.; BRADLEY, D. G.; LUIKART, G. DNA Markers reveal the complexity of
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23
II - CAPÍTULO ÚNICO
CARVALHO, J.A. Caracterização da Atividade Reprodutiva de Fêmea Ovina da Raça
Rabo Largo no Semiárido do Nordeste Brasileiro. Itapetinga-BAHIA-BRASIL: UESB,
2013. 58 p. (Tese – Doutorado em Zootecnia, Área de Concentração em Produção de
Ruminantes).
RESUMO – Objetivou-se com este estudo caracterizar a atividade reprodutiva da fêmea ovina
da raça Rabo Largo, com relação à puberdade, ao perfil hormonal de Progesterona (P4), 17β
Estradiol (E2) e ao hormônio Luteinizante (LH), durante o ciclo estral em fêmeas na puberdade,
e P4 e E2 das adultas; o comportamento reprodutivo da fêmea ovina quanto à duração do estro,
do ciclo estral, tempo de retorno ao estro após o parto; e a eficiência reprodutiva, com relação
às taxas de fertilidade, prolifícidade, duração da gestação (G), intervalo entre partos (IEP),
duração do estro e período de serviço (PS) das ovelhas. Os estudos foram desenvolvidos no
período compreendido entre 2010 a 2012, na Estação Experimental da EBDA, em Jaguarari, no
estado da Bahia, e na Fazenda Belo Horizonte, em Taperoá, no estado da Paraíba. Para
avaliação do efeito do tipo de parto (simples ou duplo) e do sexo dos animais (macho ou
fêmea) sobre as características de desempenho (peso dos animais), realizou-se análise de
variância, utilizando DIC em esquema fatorial 2 x 2 (tipo de parto x sexo dos animais) e, para
demonstração da eficiência reprodutiva, realizou-se análise de variância utilizando o DIC em
função do tipo de parto. Para todos os procedimentos estatísticos, fixou-se em 0,05 o nível
crítico de probabilidade para o erro tipo I. Utilizou-se 49 fêmeas ovinas, sendo: Grupo 1 (n=35)
nulíparas (borregas), nascidas no período, cujo banco de dados foi levantado a campo, com
acompanhamento desde o nascimento, pesando-as a cada 15 dias até atingir o primeiro estro,
significando a entrada na puberdade, cuja idade variou entre 4 – 6 meses, com peso médio
25,32kg ± 2,2kg, e idade média ao primeiro estro (dias) ficou em 154,43 ± 6,27 dias, com uma
variação mínima de 141,00 dias e máxima de 168,00 dias, registrando-se a duração do estro
média de 39,40 ± 8,93 horas, o mínimo de 24 horas, e o máximo de 48 horas. Houve
interferência (P<0,05) do sexo para as características de peso do nascimento até 75 dias de
idade, independente do tipo de parto, e interação (P>0,05) para os pesos dos 90 aos 150 dias de
idade, observando-se maior peso (P>0,05) para os machos em ambos os casos, e para
característica de peso aos 15 dias de idade, notou-se interferência do tipo de parto, sendo maior
peso para os animais de parto simples, independente de sexo; Grupo 2 (n=14), sendo SG2a
24
(n=7) pluríparas (adultas) para determinar o perfil hormonal de P4 e E2, a partir de D21 dias pós
parto; verificou-se uma queda de P4 até D28, seguido de uma elevação do pico até D49, o que
indicou a fase luteínica, decresceu em D56, demonstrando a fase estral, elevou-se em D63,
podendo indicar ou não uma gestação. Quanto aos níveis de E2, apresentou-se baixo entre D21
e D49, elevando-se rapidamente até D56, que correspondeu à fase folicular, e SG2b (n=7)
nulíparas (borregas), após sincronizadas com emprego de esponja com MAP + eCG, traçando o
perfil hormonal de P4, E2 e LH; registrou-se o pico de LH no primeiro estro de 24ng/mL,
manteve-se basal entre 24-36 horas no pós estro até D13, variou em 30ng/mL ao atingir D15, o
que indicou o segundo estro; com relação a P4, durante os primeiros dias do ciclo, manteve-se
abaixo de 0,5ng/mL, elevou-se entre 36-72 horas pós-estro até D14 atingiu 2,0ng/mL, com
posterior decréscimo até o patamar inicial abaixo de 0,5ng/mL, tendo, por outro lado, o E2
apresentou-se num patamar de 650pg/mL, no primeiro estro, correspondeu à fase folicular,
decresceu 48 no pós-estro, com picos em D2 e D6, respectivamente, 280 – 290pg/mL bem
semelhantes, tendo o pico mais elevado em D14, com 600pg/mL, indicou a fase estral,
diminuiu em D15 para 100pg/mL. Na eficiência reprodutiva, registrou-se um período de
serviço médio de 53,33 ± 6,47 dias, com variação mínima de 41 dias e o máximo de 68 dias; a
duração da gestação (G) atingiu média de 152,24 ± 4,66 dias, com variação mínima de 144 dias
e máxima de 162 dias, apresentou IEP médio de 206,72 ± 9,75 dias, com o mínimo de 185 dias
e máximo de 231 dias. Não houve diferença estatística entre os índices de PS, G e IEP,
considerando partos múltiplos ou não para P>0,05. Conclui-se, sob as condições climáticas do
Nordeste do Brasil, que o desempenho reprodutivo de ovelhas da raça RL não sofreu influência
da época do ano em que foram realizados os estudos, diante dos índices reprodutivos
apresentados pelas ovelhas em ambos os períodos, sugerindo boa adaptação à região,
manifestando fenotipicamente potencial genético produtivo e reprodutivo. O tratamento
hormonal utilizado com MAP, associado ao eCG, mostraram-se eficientes para induzir a atrezia
folicular, e posterior emergência de uma nova onda de crescimento folicular, simulando
fisiologicamente um ciclo. Logo, percebe-se que há uma necessidade de estudos mais
aprofundados a respeito desta raça de ovinos, que poderá contribuir sobremaneira com o
desenvolvimento econômico da região, favorecendo os pequenos produtores.
Palavras-chave: estro, idade à puberdade, eficiência reprodutiva, ovis Áries, peso.
Orientador: Márcio dos Santos Pedreira, D.Sc. UESB, Co-orientadores: Antonio Jorge Del Rei, D. MV. UESB;
Jurandir Ferreira Cruz, D.Sc. UESB.
25
II-CHAPTER ONE
CARVALHO, J.A. Characterization of reproductive activity in ovine breed female FatTailed of in the Brazilian northeastern semi-arid region. Itapetinga-BAHIA-BRAZIL:
UESB, 2011. 58 p. (Thesis - Doctor of Animal Science, Area of Concentration in Production of
Ruminants).
ABSTRACT.- The objective of this study to characterize the reproductive activity of ovine
breed female Fat-Tailled, with about puberty, hormonal profile of Progesterone (P4), 17β
Estradiol (E2) and luteinizing hormone (LH) during the estrous cycle in females at puberty, and
P4 and E2 of adults; the reproductive behavior of female sheep as the duration of oestrus, the
estrous cycle, time of return to estrus after childbirth; and reproductive efficiency in connection
with fertility rates, prolifícidade, duration of gestation (G), interval between births (IEP),
duration of oestrus and period of service (PS) of the sheep. The studies were developed during
the period from 2010 to 2012 at the Experimental Station of the EBDA in Jaguarari in the State
of Bahia, and in Belo Horizonte farm in Taperoá in the State of Paraíba. To evaluate the effect
of type of birth (single or double) and animal sex (male or female) on the performance
characteristics (weight of animals) analysis of variance was performed using DIC in factorial
scheme 2 x 2 (type of childbirth x animal sex), and to demonstrate the reproductive efficiency
analysis of variance was performed using the DIC depending on the type of delivery. For all
statistical procedures settled at the 0.05 critical level of type I error probability. 49 used sheep
females being: 1 Group (n=35) nulliparous (ewe lambs) born in the period, whose database was
lifted into the field, with accompaniment from birth, weighing them every 15 days until you
reach the first estrus, meaning the entry into puberty, whose age ranged between 4-6 months,
with an average weight 25.32kg ± 2.2kg, and average age at first estrus (days) was 6.27 ±
154.43 days, with a minimum variation of 141.00 days and maximum of 168.00 days,
registering an average of 39.40 ± 8.93 hours, a minimum of 24 hours, and a maximum of 48
hours the duration of oestrus. There was interference (P<0.05) of sex for the characteristics of
birth weight until 75 days of age, regardless of the type of delivery, and interaction (P>0.05) for
the weights of 90 to 150 days of age, noting greater weight (P>0.05) for males in both cases,
and characteristic of weight to 15 days of age observed the delivery type interference, being
greater weight for animals simple labor regardless of sex; Group 2 (n=14) being SG2a (n=7)
pluríparas (adults) to determine the hormonal profile of P4 and E2 from D21 days postpartum;
There has been a fall of P4 until D28 followed by a peak elevation to D49, which indicated the
luteal phase, decreased in D56 demonstrating the estrous phase, amounted in D63 and may
indicate whether or not a pregnancy. E2 levels performed between D21 and D49, rising rapidly
to D56, which corresponded to follicular phase, and SG2b (n=7) nulliparous (ewe lambs) after
synchronized with sponge job with MAP + eCG, plotting the hormonal profile of E2, P4 and
LH; LH peak on the first estrus of 24ng/mL, has remained between basal between 24-36 hours
in estrus until powders D13, ranged in 30ng/mL to achieve what the second indicated D15
estrus; about P4 during the early days of the cycle remained below 0.5ng/mL, increased
26
between 36-72 hours until pós-estro reached .2.0ng/mL, D14 with posterior decrease until the
initial level below 0.5ng/mL having; on the other hand, the E2 presented a level of 650pg/mL
on the first oestrus, follicular phase corresponded to decreased 48 in pós-estro with peaks in D2
and D6, respectively 280-290pg/mL very similar, having the highest peak in D14 with
600pg/mL, indicated the estrous phase, decreased in D15 to 100pg/mL. Reproductive
efficiency, registered an average service period of 53.33 ± 6.47 days with minimum variation
of 41 days and maximum of 68 days; the duration of gestation (G) reached average 152.24 ±
4.66 days with minimum variation of 144 days and maximum of 162 days, presented IEP
206.72 ± 9.75 days average, with a minimum of 185 days and maximum of 231 days. There
was no statistical difference between the indexes of PS, G and IEP, considering multiple births
or not (P>0.05). Concluded under the conditions climàticas in the northeast of Brazil, the
reproductive performance of ewes of breed Fat-Tailled, didn't suffer influence of time of year
in which it was conducted, studies on reproductive indices presented by sheep in both periods
suggesting good adaptation to the region, manifesting phenotypically productive and
reproductive genetic potential. The hormone treatment used with MAP associated with the eCG
proved efficient to induce follicular atrezia, and subsequent emergence of a new wave of
follicular growth, simulating physiologically a cycle. Requires deeper studies about this breed
of sheep, which could contribute greatly to the economic development of the region, favouring
small producers;
Keywords: estrus, weight, age at puberty, reproductive efficiency.
Advisor: Márcio dos Santos Pedreira, D.Sc., UESB, Co-advisors: Antonio Jorge Del Rei, D.MV. UESB; Jurandir
Ferreira Cruz, D. Sc., UESB.
27
1.
INTRODUÇÃO
A puberdade na fêmea é definida como sendo a manifestação clínica do primeiro
estro, designando o início da atividade reprodutiva. Porém, na maioria das vezes, apresenta-se
com fertilidade baixa, pois a taxa de hormônios gonadotróficos ainda não é suficiente para que
possa desencadear uma ovulação (SASA et al, 2002a; DELGADILLO et al, 2007) e, sob o
ponto de vista fisiológico, quando, além da manifestação do estro, a fêmea é capaz de liberar
óvulos (FREITAS et al., 2004).
A puberdade na fêmea ovina está influenciada por fatores genéticos e ambientais,
tais como: as diferenças de raças e linhagens, idade, nutrição e época do nascimento, além de
uma série de eventos fisiológico sempre sequenciado e gradual, durante o período peripuberal
(GREYLING, 2000; PUGH, 2005).
Pode ser observado que, nas épocas das chuvas, a melhora dos pastos tem um efeito
positivo no aparecimento da puberdade nas cordeiras, existindo uma correlação positiva entre o
peso ao nascimento e o peso ao desmame das marrãs, nas condições tropicais, idade em que
alcançam a puberdade (RAMON, 1993).
Nas raças tropicais, os ovinos atingem a puberdade entre os 6 e 8 meses de idade,
quando são manejados em condições intensivas (CAMBELLAS, 1980), porém, pode ser um
pouco mais tardias em outras condições não muito favoráveis, podendo atingir até 420 dias de
idade e pesos variando entre 13 kg e 25 kg (GONZÁLEZ-STAGNARO et al, 1980;
DEVENDRA, et al.; 1986; VALENCIA, et al, 1983). Segundo Gonzalez-Bulnes et al ( 2010),
ovelhas de rabada gorda, nos sistemas mais tradicionais na região do Oriente Médio, entram
para reprodução aos 18 meses de idade, produzindo seu primeiro borrego aos dois anos de
idade.
A puberdade da fêmea, desencadeada pelos efeitos hormonais, é dada pelo
crescimento dos folículos e pela ovulação (SOUZA et al, 2008). A puberdade, ou seja, a idade
da primeira ovulação ocorre de 6 a 9 meses, quando estas atingem de 50 a 70% do peso do
animal adulto (MORAES, et al, 2002a).
O conhecimento dos mecanismos que regulam a dinâmica folicular na fêmea ovina
tem recebido especial atenção, principalmente por duas razões: o interesse do melhoramento da
fertilidade, sincronização do estro com maior precisão e aumento da resposta super ovulatória,
28
mediante administração de gonadotrofinas exógenas; e o fato da fêmea ovina ser um excelente
modelo experimental para o estudo do recrutamento, seleção e dominância folicular, com uma
multiplicidade de raças e variedades genéticas com taxas de ovulação bastante variadas e altos
índices de prolificidade (FABRE et al, 2006; LIU et al, 2007)
O perfil hormonal na fêmea ovina envolve diferentes hormônios (proteico-GnRH,
glicoproteico - LH - FSH e esteroides P4 – E2 e luteolisina – PgF2α). Os hormônios esteroides
são derivados da estrutura ciclopentanoperidrofenantreno, tendo como esteroide de maior
prevalência no organismo o colesterol, sendo o precursor de sete classes de esteroides, dentre
elas os estrógenos e as progestinas, classificados como os principais hormônios esteroides
sexuais femininos (NORMAN et al, 1997a; LITWACK et al, 1998).
Dentre os estrógenos, o principal deles é o estradiol 17β, produzido pelas células da
teca e da granulosa do folículo ovariano (NORMAN et al, 1997b; ROSENFELD et al, 2001;
SANGHA et al, 2002a; LANGE et al, 2003). O hormônio LH estimula a síntese dos
andrógenos nas células da teca. Estes, por sua vez, passam para as células da granulosa, nas
quais serão transformados em estrógenos, mediante um processo denominado de aromatização,
através do complexo enzimático P-450 aromatase, sendo estes estrógenos sintetizados nos
ovários e no feto-placenta (na gestação) (MACKIE, 2001; SANGHA et al, 2002b).
Durante o desenvolvimento folicular, a síntese do estradiol alcança um limiar,
provocando estímulo positivo à secreção de LH (KINDER et al., 1995).
A progesterona (P4) é o principal hormônio esteroide da família das progestinas. A
transformação do colesterol para pregnenolona e depois para P4 ocorre em virtude das
atividades enzimáticas, tendo como principais enzimas a P-450scc e a 3β-hidroxiesteroide
dehidrogenase (3βHSD). A P4 é produzida principalmente pelos corpos lúteos, ovários e placenta
(NORMAN et al, 1997), sendo de grande interesse no estudo em fêmeas gestantes, bem como
parâmetro de monitoramento da atividade ovariana pós-parto. A concentração deste hormônio é
um dos indicativos da ocorrência da ovulação e a presença do corpo lúteo, encontrando-se
acima de 1,0 ng/ml (OLIVEIRA et al, 1992; MAIA et al, 1998; SASA et al, 2002b).
Segundo Thimonier (2000), a elevação do nível sérico de P4 no tempo médio
corresponde a um ciclo estral, após cobertura ou Inseminação Artificial (IA), fornecendo
condições para saber se a fêmea está ou não vazia, ou ainda, suscetível de estar prenha.
Enquanto que a queda da P4 permite o aumento dos pulsos de GnRH e LH,
estimulando a secreção de estradiol pelo ovário, a rápida elevação da concentração do estradiol
29
estimula o comportamento estral e as elevações pré-ovulatórias de GnRH e LH. A elevação dos
níveis sérios de LH induz à ovulação e luteinização, o que diminui a secreção de estradiol,
iniciando-se, assim, um novo ciclo (SÁ, 2002).
Segundo Evans e Maxwell (1980), fêmeas ovinas podem ter sincronizado o estro
eficientemente com a utilização de várias técnicas: com o emprego de produtos farmacológico
ou natural (efeito macho). A eficácia da administração de PgF2α, mesmo na forma de análogos
sintéticos, como o D-cloprostnol, fica dependente da funcionalidade do CL, funcionando como
fator luteolítico, induzindo sua regressão prematura, interrompendo a fase progestacional do
ciclo estral, dando início a um novo ciclo (HERRERA et al, 1990; MORAES et al, 2002a). A
utilização da Gonadotrofina Coriônica Equina (eCG) é fundamental para indução da atividade
ovariana, simulando a atividade dos hormônios Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio
Luteinizante (LH).
O corpo lúteo começa a se organizar logo após a ovulação, mas, segundo Moraes et
al. (2002), nos ruminantes, o corpo lúteo só começa a exercer seu papel após 1 ou 2 dias da
ovulação, com função plena após 5 dias. As variações das concentrações de P4, durante a fase
luteínica, refletem os sucessivos estágios de crescimento, manutenção e regressão do corpo
lúteo.
A eficiência reprodutiva é um dos principais fatores que interferem na eficiência
produtiva dos ovinos, a exemplo do que ocorre também com bovinos e bubalinos.
Considerando que as condições sanitárias nutricionais e de bem-estar animal sejam adequadas
ao sistema de produção e estejam sendo aplicado, o principal fator limitante do sistema
produtivo será a eficiência reprodutiva do rebanho (FONSECA, 2002).
A fertilidade dos animais apresenta diversos componentes e estágios, requerendo
que machos e fêmeas sejam funcionalmente capazes de conduzirem todas as fases críticas para
que cada ciclo reprodutivo seja completado (FOOTE, 2003).
A fertilidade é o conjunto de condições que apresentam os elementos geradores
possíveis de fecundarem (espermatozoides) e de serem fecundados (óvulos), isto é, capacidade
de produzir seus descendentes (VIEIRA, 1995). Ela é avaliada pela porcentagem de fêmeas
prenhes e pelo número de crias produzidas (HAFEZ, 1995).
Os fenômenos reprodutivos em caprinos e ovinos apresentam três características
marcantes: estacionalidade reprodutiva, prolificidade e período de gestação curto.
30
Eficiência reprodutiva é o somatório da fertilidade, da prolificidade e da taxa de
sobrevivência dos cordeiros ao desmame. O número de cordeiros nascidos por ovelha acasalada
é resultado da fertilidade e da prolificidade (COUTINHO e SILVA, 1989; SIQUEIRA, 1990;
AZZARINI, 1999; RIBEIRO et al, 2003; SILVA SOBRINHO, 2006). A eficiência reprodutiva
é o fator que mais contribui para o aumento da produtividade (SIMPLÍCIO e SANTOS, 2005a),
encontrando-se diretamente relacionada com a fertilidade ao parto, com o número de cordeiros
nascidos por parto e com a taxa de sobrevivência das crias (MACHADO et al., 2000;
SIMPLÍCIO e SANTOS, 2005b; FIGUEIREDO et al, 2007).
Um dos fatores mais importantes para se avaliar a eficiência reprodutiva dos
ruminantes é o intervalo entre partos (IEP). Este parâmetro está diretamente relacionado com o
período de serviço, haja vista que, quanto mais curto, menor será o intervalo entre partos e,
consequentemente, observa-se o aumento da produção de cordeiros por ovelha ao ano,
melhorando a eficiência do sistema produtivo (SIMPLÍCIO, 2008a).
O IEP é composto pela soma do período de serviço com a duração da gestação. Por
outro lado, o período de serviço (PS) é definido como o intervalo entre o parto e a nova
concepção. Este intervalo é influenciado pela estação do ano, temperatura ambiente, ordem de
parto, tipo de nascimento, idade, raça, sistema de produção, regime de amamentação das crias,
escore corporal e nutrição das matrizes (NOGUEIRA e FREITAS, 2000). A duração média da
gestação na ovelha varia entre 146 a 155 dias (LEAL, 2007).
No sistema de exploração extensivo, quando os animais são mantidos em pastagem
nativa, verifica-se que a época de maior atividade sexual coincide com o período chuvoso, este
fato está correlacionado, principalmente, com a maior oferta quanti-qualitativa de forragem
(SIMPLÍCIO, 2008b).
Estudos mostraram que a taxa de prenhez em um rebanho está relacionada à taxa
de ovulação, concepção e mortalidade embrionária (PLANT, 1981; GUNN et al, 1991). Tais
fatores são de certa forma, influenciados pelo manejo e, principalmente, pelo nível nutricional.
Conforme sugerido por Silva (1992), os problemas sanitários, em particular as verminoses
gastrointestinais, podem agravar ainda mais o quadro, por comprometerem a condição
nutricional do rebanho. Nos sistemas extensivos de criação, a alimentação é influenciada por
um grande número de variáveis, que escapam ao controle do criador como, por exemplo,
ocorrência de chuvas, qualidade dos volumosos, dentre outros.
31
Objetivou-se com este estudo caracterizar a puberdade, o perfil hormonal e a
eficiência reprodutiva de fêmea ovina da raça Rabo Largo no semiárido do Nordeste brasileiro.
2.
OBJETIVOS
2.1
Objetivo Geral
Este estudo teve como objetivo caracterizar a atividade reprodutiva de fêmea ovina
da raça Rabo Largo, criadas sob o sistema extensivo, encontradas no Nordeste do Brasil.
2.2
Objetivos Específicos
Caracterizar a puberdade, com relação à idade, peso vivo, ganho de peso,
ocorrência do estro e intervalo entre o 1º e 2º estro; Comparar o perfil hormonal de
Progesterona (P4), Estradiol (E2) e hormônio Luteinizante (LH) durante o ciclo estral em
fêmeas na puberdade, e P4 e E2 das adultas; Determinar o comportamento reprodutivo da fêmea
ovina quanto à duração do estro, do ciclo estral, tempo de retorno ao estro após o parto; Definir
a eficiência reprodutiva, com relação às taxas fertilidade, prolifícidade, duração da gestação
(G), intervalo entre partos (IEP), duração do estro e período de serviço (PS) das ovelhas;
3
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi desenvolvido na Estação Experimental da EBDA, na cidade
de Jaguarari, no distrito de Pilar, estado da Bahia, na latitude (S) 10º 15’ 50” e longitude (O)
40º 11’ 45”, na altitude de 662m, que apresentou precipitação pluviométrica máxima de
133,4mm, temperatura máxima de 34,5ºC e umidade relativa do ar média de 59%, e na
Fazenda Belo Horizonte, situada na cidade de Taperoá, no estado da Paraíba, na latitude (S) 7º
32
12’ 27” e longitude (O) 36º 49’ 36”, na altitude de 532m acima do nível do mar, que registrou
uma precipitação pluviométrica máxima de 132,6mm, temperatura máxima de 38,1ºC e
umidade relativa do ar média de 57%, no período compreendido entre o ano de 2010 e 2012
(INMET, 2013).
Para o desenvolvimento do experimento, foram utilizadas no total 49 fêmeas
ovinas da raça RL, com idade compreendida entre zero a trinta e oito meses, com pesos entre
2,5kg a 43,3kg, distribuídas em 14 pluríparas (adultas) e 35 nulíparas (borregas), mantidas em
regime extensivo com alimentação de pastagens constituídas por gramíneas, leguminosas e
espécies de arbustos – arbóreos com várias espécies de valor forrageiro, constando de
Brachiaria humidicola, capim bufeelgrass (Cenchrus ciliares), capim pangolão (Digitaria
pentzii stent – Taiwan 24), jurema preta (Mimosa hostilis), favela (Cnidosculus phyllacanthus),
enxerco – erva-de-passarinho (Struthantus flexicaulis), angico (Anadenanthera colubrina),
algaroba (Prosopis juliflora), vagem da algaroba (Leucaena leucoccephala), guandu (Cajanus
cajan), palma forrageira (Opuntia ficus indica), napier (Penisetum purpureum), feno natural,
capim corrente (Urochloa mosabicensis), catingueira (Caesealpina pyramidalis), Marmeleiro
(Cróton sonnderiamus), Pereiro (Aspidosperma pyrifolium), dentre outros, nos horários das
07:00h às 17:00h, sendo oferecida uma suplementação mineral e água ad libitum. Verificou-se
a sanidade dos animais, com relação à vermifugação e vacinações obrigatórias.
Quarenta e nove animais foram distribuídos aleatoriamente em três grupos: Grupo 1
(n=35), Puberdade. Grupo 2 (n=14), perfil hormonal. Grupo 3 (n=49), eficiência reprodutiva.
No Grupo 1, acompanhou-se o desenvolvimento das borregas, desde o seu
nascimento até atingir o primeiro estro. Todos os animais foram identificados, utilizando-se
brinco auricular colorido; os pesos foram mensurados ao nascimento e, posteriormente, a cada
15 dias.
O Grupo 2 foi subdividido em Subgrupo 2a (SG2a) n=7, contendo sete fêmeas
adultas com idade entre 24 e 38 meses; e Subgrupo 2b (SG2b) n=7), composto por sete
borregas entre seis e oito meses de idade, escolhidas aleatoriamente.
No SG2a, foram coletadas amostras de sangue dos animais, a partir do vigésimo
primeiro dia pós-parto, e a cada sete dias, até o estro, e no pós-estro, por venopunção na veia
jugular externa, com os cuidados de antissepsia, através de agulhas para tubos vacutainers
heparinizados, sendo posteriormente centrifugado a 3000 RPM por 10 minutos e transferido o
plasma sanguíneo para microtubos eppendorf em alíquota com capacidade de 2,0ml,
33
devidamente identificados e armazenados, inicialmente em freezer, a -20ºC, até serem
encaminhadas ao laboratório para as análises, para dosagens da Progesterona (P4) e Estradiol
(E2). A metodologia utilizada para realização das análises hormonais das coletas séricas foi
através da técnica de radioimunoensaio (RIE), tendo sido utilizado o kit COAT-A-COUNT. As
análises realizaram-se em duplicata, com coeficiente de variação aceitável menor que 5%. A
concentração mínima detectável para o exame progesterona é 0,02 ng/mL e, para o exame
estrógenos totais, é 0,1 pg/mL, executada pelo BET Reproductive Laboratories (Laboratório de
Endocrinologia Veterinária), localizado na cidade do Rio de Janeiro.
No SG2b, todas as borregas foram submetidas ao diagnóstico de gestação por via
transretal e/ou transabdominal, com o emprego da Ultrassonografia, tendo sido usado o
equipamento da marca CHISON MEDICAL IMAGING DCZ – D 600 VET. Posteriormente,
foram tratadas com 250mg de PGF2α, por via intramuscular (IM), para lisar um possível corpo
lúteo (CL) presente, com o intuito de reduzir o nível sérico de P 4, além de indução e
sincronização do estro através de esponja com 60mg de Acetato de Medroxiprogesterona
(MAP), que foram inseridas na porção cranial da vagina por 14 dias. Após este período,
receberam 400UI de gonadotrofina coriônica equina (eCG) por via IM.
Além da observação visual do estro, nos Grupos 1 e 2 foram utilizados dois
carneiros machos vasectomizados, untado com óleo de cozinha e tinta xadrez avermelhada na
região peitoral destes, quando atingiram 90 dias de idade, fim de ter a certeza na inspeção, que
as fêmeas identificadas estivessem na fase estral. As fêmeas foram consideradas em estro,
quando se deixavam montar pelos rufiões, e o fim do período do estro, quando não mais
aceitavam a monta executadas pelos rufiões.
A partir da identificação do estro, as coletas de amostras de sangue foram
semelhantes ao SGa, porém, foram efetuadas a cada 30 minutos, por um período de até 96
horas, pós retirada da esponja de MAP e aplicação do eCG (Figura 4), utilizando-se a fixação
de cateter intravenoso G/Ø/L=20,1.1,32, reduzindo a possibilidade do stress com uma nova
punção.
PGF2α
(D-3)
MAP
RETIRADA MAP +eCG
D0
D14
COLETA SANGUE
D15
D16
D17
D18
Figura 4. Protocolo de indução e sincronização do estro em marrãs ovina
da raça Rabo Largo, mediante a utilização de hormônios exógenos.
34
Esta colheita de sangue destinou-se à dosagem dos hormônios (P4, E2 e LH) das
borregas com idades variando entre 6 e 8 meses, pesos oscilando de 26,4 a 27,6 kg e, após cada
colheita, injetava-se heparina diluída (1:500) no cateter, para evitar-se a coagulação sanguínea.
Posteriormente, o sangue foi colhido em tubos de ensaio heparinizados, com capacidade de
5,0ml, sendo, posteriormente, centrifugados 4500 RPM, por 25 minutos, em função da
dosagem do LH necessitar de uma maior purificação, e o plasma transferido para micro tubos
eppendorf com capacidade de 2,0ml, devidamente identificados e armazenados, inicialmente
em freezer, a -20ºC, até serem encaminhadas para o laboratório de endocrinologia da UNESP,
em Araçatuba, São Paulo (SP), para proceder as dosagens hormonais, cuja técnica executada
foi por radioimunoensaio (RIE), utilizando-se conjuntos de diagnósticos kit comerciais
(COAT-A-COUNT/DPC MEDLAB).
Para os ensaios dos esteroides, todas as amostras foram processadas em um único
ensaio, com um coeficiente de variação de 1,8% e concentração mínima detectável de
0,04ng/mL em 100µL da amostra, em duplicata, de acordo com as recomendações do
fabricante.
Para os ensaios de LH, as concentrações plasmáticas foram determinadas por
radioimunoensaio com duplo anticorpo (bLHAFP11743B e anti-oLHAFP192279Rb). As
amostras foram processadas apresentando coeficientes de variação inter-ensaio (alto=13%;
baixo=15%) e intra-ensaio (alto=5,6%; baixo=10,35%), e concentração mínima detectável de
0,06ng/mL.
Na análise estatística, utilizou-se do histórico dos dados individuais, coletados nas
duas propriedades que criavam ovinos da raça Rabo Largo, que deu origem ao banco de dados.
Utilizou-se das informações do banco de dados sobre peso ao nascimento, 15, 30, 45, 60, 75,
90, 105, 120, 135 e 150 dias de idade do primeiro estro, duração do estro (horas), peso na
puberdade, data do parto, tipo de parto e dias de gestação. Para caracterização racial, realizouse estatística descritiva de cada variável.
Visando identificar o efeito do tipo de parto (simples ou duplo) e do sexo dos
animais (macho ou fêmea) sobre as características de desempenho (peso dos animais), realizouse análise de variância, utilizando delineamento inteiramente casualizado (DIC), em esquema
fatorial 2 x 2 (tipo de parto x sexo dos animais), cujo modelo experimental adotado foi:
Yijk = µ + Si + Pj + SPij + Eijk, em que:
35
Yijk = efeito do sexo i, tipo de parto j em repetições k;
µ = média geral do experimento;
Si = efeito do sexo, sendo i = macho, fêmea;
Pj = efeito do tipo de parto, sendo j = simples, duplo;
SPij = efeito da interação entre sexo i e o tipo de parto j;
Eijk = erro aleatório, associado a cada observação, pressuposto NID (0, σ2)
Para demonstração da eficiência reprodutiva dos ovinos da raça RL, tendo por base
os índices de natalidade (N), fecundidade (F), intervalo entre partos (IEP), duração do estro
(DE) e período de serviço (PS), realizou-se análise de variância utilizando o DIC, cujo modelo
experimental adotado foi:
Yjk = µ + Pj + Ejk
Yjk = efeito do tipo de parto i em repetições k;
µ = média geral do experimento
Pj == efeito do tipo de parto, sendo j = simples, duplo;
Ejk = erro aleatório, associado a cada observação, pressuposto NID (0, σ2).
As ovelhas dos rebanhos que participaram dos estudos no período citado foram
analisadas após a parição, observando-se o número de cordeiros nascidos em relação ao número
de ovelhas paridas e, assim, determinando a prolificidade.
Para todos os procedimentos estatísticos, fixou-se em 0,05 o nível crítico de
probabilidade para o erro tipo I. Os procedimentos estatísticos foram realizados com auxílio do
programa Statistical Analysis System (SAS Institute, 2008).
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se, com os resultados na Tabela 1, a estatística descritiva que caracteriza
fêmea ovina da raça RL, tendo como base o banco de dados levantado a campo, quando foi
efetuado o peso dos animais ao nascimento e, daí em diante, a cada 15 dias, até a chegada da
36
puberdade, quando ficou patente que a média de peso das fêmeas ovinas nascidas chegou a
3,58 ± 0,82kg, tendo como peso mínimo 2,20kg e peso máximo 5,80kg, em partos duplos ou
simples, sendo que as marrãs atingiram a puberdade, quando o peso médio alcançou 25,14kg ±
2,11kg, tendo como peso mínimo 20,00kg e peso máximo 29,70kg e a mediana 25,70kg,
correspondendo entre 50% - 70% do peso vivo do animal adulto, dentre 35 (n) observações nas
propriedades pesquisadas (EBDA na Bahia e Fazenda Belo Horizonte na Paraíba). Com relação
à idade ao primeiro estro (dias), a média observada ficou em 154,11 ± 6,37 dias, com uma
variação mínima de 141,00 dias e máximo de 168,00 dias. No que diz respeito à duração do
estro, encontrou-se uma média de 39,40 ± 8,93 horas, para um mínimo de 24 horas, mediana de
36 horas e o máximo de 48 horas.
Tabela 1 – Estatística descritiva do banco de dados que caracteriza fêmea ovina da raça Rabo
Largo no Nordeste do Brasil.
Variação
Peso
Nasc
Pesos
P15
P45
P60
P75
P90
(kg)
(kg)
(kg)
(kg)
(kg)
(kg)
(kg)
(kg)
(kg)
Idade
1º
Estro
(dias)
(kg)
(kg)
Média
3,58
55,52
8,08
10,16 12,14 14,32 16,51
18,8
20,42
21,84
23,26
154,11
39,40
25,14
Mediana
3,55
5,45
Moda
Desvio
Padrão (±)
3,10
5,40
8,25
10,15 11,95 14,25 16,60 18,50 20,10
21,80
23,50
155,00
36,00
25,70
8,60
10,20 10,50 12,00 18,00 20,20 20,10
20,50
22,00
155,00
48,00
23,60
0,82
Mínimo
2,20
1,14
1,56
1,61
1,56
1,66
2,12
2,06
2,26
6,37
8,93
2,11
3,10
4,80
6,80
9,20
11,40 13,50 15,60 17,00
18,00
19,00
141,00
24,00
20,00
Máximo
Contagem
(n) *
5,80
7,60
11,40
13,80 15,40 18,00 19,50 23,60 25,20
26,60
27,80
168,00
48,00
29,70
40
40
40
38
38
38
37
37
P30
40
40
40
1,72
40
P105
1,99
38
P120
38
P135
P150
Duração
Peso (kg) a
Estro (h) Puberdade
* três animais não foram avaliados completamente, por não terem chegado até o final do processo de
avaliação.
Em recentes relatos por estudos efetivados por Budisatria et al. (2011), os quais
afirmaram que em ovelhas de rabada gorda estudadas na Indonésia foi efetuada a primeira
monta, com idade entre 12,2 a 13,5 meses, enquanto que Yulianto (2007a) registrou a idade de
7,7 meses para a primeira monta, deste Tipo zootécnico de ovelhas, não deixando claro se a
primeira monta correspondeu ao primeiro estro.
Com relação ao ganho de peso, observou-se no banco de dados que as borregas
apresentaram ganho médio de 141 (g dia-1), enquanto que Yulianto (2007b) afirmou que as
ovelhas de rabada gorda ganharam 97(g dia-1), na idade de 0–3 meses; 78(g dia-1), na idade de
3–6 meses; 53(g dia1), na idade de 6–12 meses; e 35(g dia-1) com idade >12 meses. Vale
37
ressaltar que, para estes autores, os ovinos classificados Tipo Rabada Gorda engloba todas as
raças desse Tipo zootécnico encontradas na Indonésia e regiões do Oriente Médio, norte da
África, Paquistão, norte da Índia, Oeste da China e Ásia central. Kridli et al (2006)
identificaram a Idade à puberdade de ovelhas Awassi e dos produtos F1 resultado do
cruzamento de ovelhas Charollais X Awassi e Romanov X Awassi, em intervalos de 4 a 15
meses, com uma média de 7,5 meses (225 d), idades semelhantes identificado por Hunter
(1982). Por outro lado, Al-Molla e Kridli (2003) demonstraram que borregas (marrãs) Awassi
atingem a puberdade por volta de nove meses de idade.
Observa-se na Tabela 2 que houve interação (P<0,05) para peso aos 90, 105, 120,
135 e 150 dias de idade, sendo que, dentro das ovelhas com parto duplo, os animais machos
tiveram (P<0,05) maiores peso em relação às fêmeas. Verifica-se que houve interferência
(P<0,05) do sexo para as características de peso ao nascimento, aos 30, 45, 60 e 75 dias de
idade, independente do tipo de parto. Em todos os casos, observou-se maior peso (P<0,05) para
os machos. Apenas para a característica de peso aos 15 dias, notou-se interferência do tipo de
parto (P<0,05), sendo maior peso para os animais de parto simples independente do sexo.
Pode-se observar que as crias provenientes de partos simples foram mais pesadas
(P<0,05) que aquelas oriundas de parto duplo ao nascer, aos 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105, 120,
135 e 150 dias de idade. Estes resultados não diferem dos dados encontrados por Muniz et al.
(1997) e por Silva e Araujo (2000), trabalhando com ovinos mestiços da raça Santa Inês e
Somalis.
O fato das crias oriundas de parto simples apresentarem peso mais elevado ao
nascer que os partos duplos podem estar relacionados a um maior aporte nutricional oferecido
para o feto durante o período gestacional e, posteriormente, à inexistência de competição
nutricional durante a amamentação, que também contribuíram para um maior desenvolvimento
das crias de parto simples.
38
Tabela 2- Pesos médios (kg) de crias ovinas da raça Rabo Largo, ao nascer, aos 15, 30, 45, 60,
75, 90, 105, 120, 135 e 150 dias de idade, conforme o sexo das crias e os tipos de parto.
Dias
F
Nasc
M
Média
F
15
M
Média
F
30
M
Media
F
45
M
Media
F
M
60
Media
F
75
M
Media
F
90
M
Media
F
105
M
Media
F
120
M
Media
F
135
M
Média
F
150
Tipo de part
Sexo
M
Media
Valor P
D
3,24
±0,23
4,23
±0,43
3,74
±0,24
5,23
±0,35
5,13
±0,68
5,18 b
±0,38
7,80
±0,47
10,19
±0,90
8,98
±0,50
9,67
±0,48
12,23
±0,93
10,95
±0,52
11,55
±0,47
14,20
±0,89
12,88
±0,50
S
3,70
±0,14
4,25
±0,27
3,98
±0,15
5,63
±0,22
6,61
±0,41
6,12 a
±0,23
8,19
±0,29
9,07
±0,55
8,63
±0,31
10,34
±0,30
11,20
±0,57
10,77
±0,32
12,36
±0,29
13,34
±0,55
12,85
±0,31
Média
3,47 B
±0,13
4,24 A
±0,25
3,72
±0,11
5,43
±0,21
5,87
±0,40
5,67
±0,17
7,99 B
±0,27
9,62 A
±0,52
8,36
±0,23
10,01 B
±0,28
11,72 A
±0,54
10,45
±0,24
11,96 B
±0,27
13,77 A
±0,52
12,45
±0,23
13,55
±0,49
16,80
±0,94
15,18
±0,53
15,55 B
±0,50
18,90 A
±0,95
17,22
±0,54
17,58 B
±0,56
21,60 A
±1,07
19,60
±0,60
19,19 B
±0,61
23,67 A
±1,17
21,43
±0,66
20,75 B
±0,60
25,47 A
±1,16
23,11
±0,65
22,14 B
±0,70
27,60 A
±1,34
24,87
±0,76
14,60
±0,30
15,56
±0,58
15,08
±0,33
16,87
±0,91
17,64
±0,58
17,25
±0,33
19,20
±0,36
19,64
±0,66
19,47
±0,37
20,92
±0,39
21,92
±0,72
21,42
±0,41
22,29
±0,39
23,39
±0,71
22,84
±0,40
23,71
±0,45
25,34
±0,82
24,52
±0,47
14,08 B
±0,29
16,18 A
±0,55
14,66
±0,25
16,21
±0,29
18,27
±0,56
16,83
±0,25
18,44
±0,33
20,62
±0,63
19,11
±0,29
20,06
±0,36
22,79
±0,69
20,87
±0,32
21,52
±0,36
24,43
±0,68
22,32
±0,32
22,93
±0,42
26,47
±0,79
23,86
±0,38
CV
Sexo
Parto
Interação
0,0103
0,4122
0,4456
20,17
0,3277
0,0402
0,2364
20,63
0,0085
0,5562
0,2173
18,54
0,0077
0,7715
0,1695
15,34
0,0037
0,9655
0,1639
12,44
0,0015
0,8802
0,0725
30,28
0,0020
0,9650
0,0454
9,76
0,0037
0,8623
0,0130
9,71
0,0010
0,9902
0,0295
9,71
0,0004
0,7306
0,0226
8,98
0,0003
0,6977
0,0372
9,75
Letras minúsculas (a, b) diferenças na média entre parto nas linhas; Letras maiúsculas nas colunas
diferenças entre sexos no parto duplo; (P<0,05); S = parto simples; D = parto duplo;
39
Conforme resultado apresentado na Figura 5 observou-se que a resposta da
sincronização de estro variou entre as marrãs (n=7), correspondendo a 24, 72 e 96 horas pósretirada da esponja MAP.
A indução e a sincronização do estro em ovinos e caprinos vêm sendo bastante
utilizadas, por proporcionarem atividade reprodutiva (SAFDARIAN et al, 2006), mesmo
durante os períodos de anestro sazonal e lactacional (AMORIM et al, 2007; GDENICOLO et
al, 2007). Os métodos mais utilizados para a sincronização do estro e estimulação do
crescimento folicular em pequenos ruminantes envolvem prostaglandinas (WEEMS et al.,
2006; URIBE-VELÁSQUEZ et al., 2008a), progesterona e/ou progestágenos e a administração
intramuscular de eCG (LÓPEZ-SEBASTIAN et al, 2007; HOLTZ et al, 2008; URIBEVELÁSQUEZ et al, 2008b).
Ao analisar o resultado contido na Figura 6, podemos verificar que o
comportamento hormonal das fêmeas ovinas da raça RL no Nordeste do Brasil apresentou
resultado para a presença do pico do LH no primeiro estro, atingindo 24 ng/mL, mantendo-se
basal após as primeiras 24 – 36 horas no pós-estro até D13, quando começou a elevar-se, dando
início ao novo pico do LH, com uma variação no segundo estro em D15, quando atingiu 30
ng/mL. Em relação a P4, observa-se que, durante os primeiros dias do ciclo, mantiveram-se
abaixo de 0,5 ng/mL, e entre 36 e 72 horas pós-estro, começou a elevar-se num crescente até
D14, atingindo 2,0 ng/mL, vindo a decrescer rapidamente, chegando ao patamar inicial, ficando
abaixo de 0,5 ng/ml em função do início de um novo estro. Por outro lado, o E2 apresentou-se
inicialmente no patamar de 650 pg/mL, no primeiro estro, que corresponde à fase folicular,
decrescendo vertiginosamente nas primeiras 48 horas pós-estro, registrando-se picos em D2
com 280 pg/mL e D6 com 290 pg/mL, portanto, bem semelhantes, tendo o pico mais elevado
em D14, quando atingiu 600 pg/mL, caindo em D15 e atingindo os níveis abaixo de 100
pg/mL.
O pico de LH que inicia em sincronia com o começo do estro, resultando em dois
fenômenos independentes: a luteinização das camadas celulares da parede folicular e a ruptura
do folículo ovulatório, culminando com a ovulação e, posteriormente, a formação do corpo
lúteo (MORAES et al., 2002c), estando de acordo com o achado no presente trabalho.
40
Figura 5 – Média das concentrações dos níveis hormonais de LH, P4 e E2 total no
plasma sanguíneo de ovelhas primíparas (borregas) da raça Rabo Largo
no Nordeste do Brasil (2012).
Analisando a Figura 6, verifica-se que os níveis de P4 encontram-se num patamar
baixo em D21, D28, elevando-se até D49, o que corresponde à fase luteinica, decrescendo em
seguida no D56, quando a fêmea apresenta-se em estro com a formação do CL, enquanto os
níveis de E2 apresenta-se baixo, entre D21 e D42, elevando-se rapidamente entre D49 até o
ápice em D56, correspondendo à fase folicular em sincronismo com o LH, o qual não
efetuamos sua dosagem, pois não era o objetivo deste estudo com as fêmeas adultas.
Figura 6– Média da concentração dos níveis hormonais de P4 e E2 total
no plasma sanguíneo de ovelhas adultas da Raça Rabo Largo
no Nordeste do Brasil, 21 dias pós-parto até o estro e pós-estro
(2012).
41
Observou-se na Tabela 3, que as ovelhas (n=46) adultas da raça Rabo Largo
apresentou um período de serviço (PS) médio de 53,33 ± 6,47 dias, registrando-se uma
variação mínima de 41,00 dias e um máximo de 68,00 dias,.com uma mediana de 52,50 dias.
Para a duração da gestação (G), verificou-se a média de 152,24 ± 4,66 dias, com uma variação
mínima de 144,00 dias e um máximo de 162,00 dias, com a mediana de 153,00 dias. Quanto ao
intervalo entre partos (IEP), registrou-se a média de 206,72 ± 9,75 dias, observando-se o
mínimo de 185,00 dias para o máximo de 231,00 dias, com uma mediana de 205,00 dias.
Tabela 3 – Estatística descritiva do período de serviço (PS), gestação (G) e intervalo entre
parto (IEP) que caracteriza a fêmea ovina da raça Rabo Larga no Nordeste do
Brasil.
Variação (n=47)
P. Serviço (PS) dias
Gestação (G) dias
Int. Partos (IEP) dias
Média
53,33
152,24
206,72
Mínimo
41,00
144,00
185,00
Máximo
68,00
162,00
231,00
Mediana
52,50
153,00
205,00
Moda
50,00
153,00
200,00
± 6,47
± 4,66
± 9,75
Desv. Padrão
Ali, et al (2009) estudando a performance reprodutiva de ovelha da raça Farafa de
rabada gorda, no sub trópico em Mallawi, registraram o período de gestação média de 149,17
± 0,5 dias, não tendo nenhuma influência sobre a duração da gestação, a idade, paridade e
intervalo pós-parto.
Na Tabela 4, não houve registro de diferença (P>0,05) entre os valores de
período de serviço (PS), gestação (G) e intervalo entre partos (IEP), levando-se em
consideração o tipo de parto duplo ou simples para P>0,05, apesar de numericamente
apresentar pequenas variações.
42
Tabela 4 – Período de serviço (PS), gestação (G) e intervalo entre parto (IEP) de fêmea ovina
da Raça Rabo Larga (n=36) no Nordeste do Brasil, em relação ao tipo de parto.
Tipode
parto
PS
(dias)
G
(dias)
IEP
(dias)
Gest. Atual
(dias)
Duplo
54,78
152,44
207,22
148,30
Simples
52,97
152,19
206,59
153,33
Valor de P
0,4597
0,8848
0,8648
0,0017
Coef. Variação
12,21
3,10
4,77
2,77
Os resultados constantes deste estudo, em comparação com os obtidos por Barbosa
et al. (2005), apresentam certa similaridade relacionada com a raça Santa Inês no semiárido
baiano, quando observaram um PS médio de 86,53 dias e um IEP de 236,55 dias. De forma
semelhante, Afonso et al. (2008), com animais da mesma raça, registraram PS de 45,2 dias. Do
mesmo modo, Loiola et al. (2009), trabalhando com a raça Santa Inês localizada no semiárido
de Pernambuco, cujo clima assemelha-se ao observado nas regiões do estudo, encontraram um
PS médio de 57,8 ± 18,2 dias, Gestação média de 151,9 ± 2,4 dias e o IEP de 209,8 ± 18,0 dias.
A prolificidade, de acordo com o levantamento do banco de dados de ambas as propriedades,
objeto do estudo, mostram uma diferença numérica (Tabela 5).
Tabela 5. Taxa de prolificidade do rebanho de ovinos da raça Rabo Largo nas propriedades em
Taperoá (n=23) e EBDA (n=23), em função dos períodos de avaliação 2010 e 2011.
Fazenda
Taperoá
EBDA
Média
Primeira
avaliação
2010
1.22
1.17
1.20
Segunda
avaliação
2011
1.26
1.17
1.22
Média
1.24
1.17
1.21
A Tabela 6 fornece os pesos dos ovinos (fêmeas e machos), nascidos no período do
estudo que foram acompanhados, e montado um banco de dados, sendo observado o peso
médio ao nascimento 4,3 kg ± 0,45kg, com mínimo de 3,4kg e o máximo de 3,8kg, atingido a
43
puberdade com 26,8kg ± 2,82kg como média, tendo o mínimo de 20,0kg e o máximo em
32,0kg, ficando caracterizados os ovinos da RL em nosso estudo com os dados ora analisados.
Tabela 6. Estatística descritiva do banco de dados que caracteriza os ovinos da Raça Rabo
Largo no Nordeste do Brasil em relação ao peso (kg) do nascimento à puberdade.
Variação
Média
Mediana
Moda
Desvio
padrão ±
Mínimo
Máximo
Contagem
(n) *
Peso
Nasc.
Kg
P15
Kg
P30
Kg
P45
Kg
P60
Kg
P75
Kg
P90 P105 P120 P135 P150
Peso (kg)
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg Puberdade
4,3
6,2
9,4
11,5
13,6
15,9
18,0
20,2
22,4
24,0
26,0
26,8
4,2
6,0
8,6
10,7
12,9
15,6
18,4
20,1
22,5
24,4
27,0
29,2
3,4
6,0
8,6
12,0
15,0
16,0
18,0
21,0
20,0
22,5
22,0
22,0
0,45
1,42
1,5
1,6
1,57
1,71
1,7
2,01
2,2
2,28
2,9
2,82
3,4
3,7
7,5
9,7
11,0
13,5
14,8
16,5
18,0
19,0
19,3
20,0
4,8
8,5
12,0
14,0
16,0
18,5
20,2
23,2
25,5
26,6
29,1
32,0
49
49
49
49
49
49
49
47
47
47
46
46
* três animais não foram avaliados completamente, por não ter chegado até o final do processo de
avaliação.
O maior peso dos machos em relação às fêmeas contribuiu para apresentar um
maior desenvolvimento, tendo como característica as ações diferenciadas dos esteroides que
predominam nos respectivos sexos. Neste caso, a testosterona apresenta uma ação anabólica,
contribuindo para um crescimento ósseo bem mais acentuado que o estradiol, explicando por
este motivo as diferenças observadas de pesos entre os sexos. Por outro lado, os resultados
experimentais estão diretamente dependentes de diversos outros fatores, tais como padrão
racial, sistemas de alimentação das crias, manejo, dentre outros, e estes parâmetros certamente
interferem nos efeitos dos esteroides sobre o desenvolvimento dos animais.
44
5.
CONCLUSÕES
Nas condições de realização da presente investigação, foi possível concluir que, sob
as condições climáticas do Nordeste do Brasil, o desempenho reprodutivo de ovelhas da raça
Rabo Largo parece não ter sofrido influência da época do ano em que foram realizados os
estudos. O bom índice reprodutivo apresentados pelas ovelhas Rabo Largo, em ambos os
períodos, sugerirem boa adaptação à região por essa espécie animal.
Observou-se que o grupamento genético RL estudado, dentro das condições de
manejo no semiárido brasileiro, manifesta fenotipicamente potencial genético produtivo e
reprodutivo, podendo ser considerado como uma raça que apresenta época de reprodução
longa, com uma ótima atividade estral em todo ano.
O tratamento hormonal utilizado com MAP, associado ao eCG, mostraram-se
eficientes para induzir a atrezia folicular, e posterior emergência de uma nova onda de
crescimento folicular, simulando fisiologicamente um ciclo. Porém, novas avaliações são
necessárias no estudo do perfil hormonal em associação e protocolos de progestágenos
associados a eCG em ovelhas da raça Rabo Largo no Nordeste do Brasil.
As ovelhas envolvidas neste estudo mostraram uma importante variação entre ovelhas.
Ficou demonstrado que o peso tem uma relação direta com a habilidade maternal e que esta
espécie animal apresenta um PS, IEP e Gestação de períodos relativamente curtos ou similares
às raças criadas na mesma região.
Nota-se que há uma necessidade de estudos mais aprofundados a respeito desta raça
de ovinos, que poderá contribuir sobremaneira com o desenvolvimento econômico da região,
favorecendo os pequenos produtores.
45
6.
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50
ANEXOS
Ovinos da raça Rabo Largo - EBDA – Pilar – Jaguarari-BA (2010 - 2012)
51
52
Ovinos da raça Rabo Largo - Fazenda Belo Horizonte – Taperoá-PB (2010 - 2012)
53
54
55
56
Valores numéricos das dosagens hormonais de ovelhas pluríparas (adultas) da
raça Rabo Largo.
PROGESTERONA (P4 - ng/mL)
FEMEAS OVINA RAÇA RABO LARGO - 28 - 44 MESES
MATRIZ
D21
D 28
D 35
D 42
D 49
D 56
D 63
BR 153
0,53
0,46
0,57
0,78
0,97
0,72
0,66
VD 114
0,56
0,64
0,87
0.86
1,02
0,18
2,23
AM 355
1,20
0,85
0,94
1,02
1,14
0,58
0,63
VD 499
0,77
0,68
0,73
0,94
1,07
0,76
1,18
VD 89
1,03
0,77
0,84
0,98
1,01
0,66
1,04
AM 348
1,45
0,82
1,02
1,16
1,80
0,78
1,18
AM 424
0,66
0,84
0,98
1,10
1,22
0,80
2,12
MÉDIA
0,89
0,72
0,85
1,00
1,17
0,64
1,29
Desvio-Padrão
0,29
0,15
0,14
0,43
0,07
0,23
0,65
Mediana
0,77
0,68
0,84
0,96
1,02
0,66
1,04
ESTRÓGENOS (E2 - pg/mL)
FEMEAS OVINA RAÇA RABO LARGO - 28 - 44 MESES
MATRIZ
D 21
D 28
D 35
D 42
D 49
D 56
D 63
BR 153
9,73
8,45
7,25
6,04
6,84
9,09
6,52
VD 114
7,71
9,20
11,00
5,23
4,65
5,33
2,20
AM 355
0,35
0,26
0,10
0,47
1,02
2,06
0,10
VD 499
0,40
0,28
0,10
1,44
2,28
3,64
0,93
VD 89
4,28
3,02
6,04
3,13
5,18
6,22
3,28
AM 348
9,86
8,12
7,46
6,10
7,01
9,14
7,12
AM 424
6,12
4,82
3,66
2,03
3,64
6,44
5,34
MÉDIA
5,49
4,88
5,09
3,49
3,70
5,03
3,64
Desvio-Padrão
4,23
4,34
4,75
2,38
2,33
2,67
2,50
Mediana
4,28
3,02
6,04
3,13
4,65
5,33
2,20
57
Valores numéricos das dosagens hormonais de ovelhas nulíparas (marrãs) raça Rabo Largo.
PLASMA CONCENTRATION ESTRADIOL (E2) pg/mL
IN RABO LARGO GILTS SHEEP
ANIMAL
D0
(cio)
D1
D2
D3
D4
D5
D6
D7
D8
D9
D10
D11
D12
D13
D14
D15
D16
D17
D18
270 A
620
84
87
279
280
73
76
307
297
88
73
51
33
51
690
667
98
65
50
272 B
630
78
76
311
300
78
77
311
289
101
88
48
38
49
585
488
100
74
47
276 C
615
98
95
269
263
77
78
274
266
96
78
47
40
53
590
514
75
53
38
278 D
650
75
71
254
254
76
81
293
272
96
91
43
39
46
620
508
63
51
41
279 E
640
86
82
278
272
73
71
282
276
72
65
33
34
46
600
507
87
57
40
423 F
620
88
85
286
283
73
82
231
283
79
73
47
33
45
663
592
74
49
37
426 G
650
70
67
293
291
71
69
303
287
74
68
44
39
46
607
587
81
62
42
Média
632,14
82,71
80,43
281,43
277,57
74,43
76,29
285,86
281,429
86,57
76,57
44,71
36,57
48,00
622,14
551,86
82,57
58,71
42,14
PLASMA CONCENTRATIONS OF LUTEINIZING HORMONE (LH) ng/mL
IN RABO LARGO GILTS SHEEP
ANIMAL
D0
(cio)
D1
D2
D3
D4
D5
D6
D7
D8
D9
D10
D11
D12
D13
D14
D15
D16
D17
D18
270 A
23
1,5
0,9
0,9
0,7
0,9
0,8
1.1
0,9
0,9
0,9
0,8
0,9
2,8
1,9
31
26
2,2
0,8
272 B
21
2,3
1,0
0,7
0,8
0,6
0,6
0,8
0,5
0,6
0,8
0,9
0,7
2,2
1,7
29
25
2,1
0,9
276 C
22
1,6
0,8
0,8
0,6
0,6
0,5
0,6
0,7
0,7
0,6
0,7
0,9
2,6
2,1
31
24
1,8
1,1
278 D
27
2,5
1,1
0,9
0,7
0,9
0,8
0,8
0,7
0,8
0,7
0,8
0,7
2,6
2,4
30
20
2,1
1,3
279 E
25
2,8
1,2
0,6
0,8
0,8
0,8
1,0
0,9
0,7
0,7
0,8
0,6
2,7
2,3
29
22
2,3
0,8
423 F
20
1,4
0,9
0,7
0,9
0,9
0,7
0,9
0,8
0,6
0,7
0,7
0,8
2,4
1,8
28
19
2,2
0,9
426 G
28
2,3
1,4
0,9
0,6
0,8
0,9
0,8
0,6
0,9
0,8
0,8
0,7
1,9
2
28
23
1,9
1,2
Média
23,71
2,06
1,04
0,79
0,73
0,79
0,73
0,82
0,73
0,74
0,74
0,79
0,76
2,46
2,03
29,43
22,71
2,09
1,00
58
PLASMA PROGESTERONE CONCENTRATION (P4) ng/mL
IN RABO LARGO GILTS SHEEP
ANIMAL
D0
(cio)
D1
D2
D3
D4
D5
D6
D7
D8
D9
D10
D11
D12
D13
D14
D15
D16
D17
D18
270 A
0,21
0,24
0,22
0,52
0,41
0,63
0,68
0,88
1,08
1,32
1,43
1,54
1,84
1,87
2,12
1,66
1,02
0,54
0,44
272 B
0,32
0,35
0,31
0,49
0,42
0,66
0,71
0,87
1,05
1,38
1,52
1,65
1,77
1,88
2,19
1,85
1,13
0,49
0,37
276 C
0,27
0,31
0,27
0,49
0,51
0,72
0,74
0,82
1,10
1,22
1,34
1,76
1,81
1,89
2,03
1,16
0,97
0,48
0,41
278 D
0,34
O,36
0,35
0,53
0,46
0,61
0,69
0,83
1,07
1,41
1,64
1,67
1,76
1,85
1,94
1,65
0,91
0,55
0,36
279 E
0,33
0,42
0,47
0,58
0,52
0,68
0,70
0,88
1,09
1,39
1,52
1,67
1,73
1,76
1,84
1,54
1,34
0,57
0,25
423 F
0,41
0,38
0,36
0,58
0,61
0,63
0,77
0,97
1,04
1,35
1,42
1,46
1,78
1,84
1,97
1,64
1,26
0,59
0,21
426 G
0,35
0,32
0,24
0,52
0,54
0,64
0,74
0,92
1,18
1,33
1,37
1,73
1,86
1,95
2,22
1,73
1,07
0,53
0,44
Média
0,32
0,34
0,32
0,53
0,50
0,65
0,72
0,88
1,09
1,34
1,46
1,64
1,79
1,86
2,04
1,60
1,10
0,54
MÉDIA DAS DOSAGENS HORMONAIS
FEMEAS OVINA (MARRÃS) RABO LARGO
D0
(cio)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
P4
0,32
0,34
0,32
0,53
0,50
0,65
0,72
0,88
1,09
1,34
1,46
1,64
1,79
1,86
2,04
1,60
1,10
0,54
0,35
E2
632,14
82,71
80,43
74,43
76,29
285,86
281,43
86,57
76,57
44,71
36,57
48,00
82,57
58,71
42,14
LH
23,71
2,06
1,04
0,79
0,73
0,82
0,73
0,74
0,74
0,79
0,76
2,46
22,71
2,09
1,00
281,43 277,57
0,79
0,73
622,14 551,86
2,03
29,43
0,35
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José Augusto Carvalho