EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ ALINE PACHECO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ SETEMBRO-2005 EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ ALINE PACHECO “Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias AgropecuáriasCCTA, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal”. Orientadora: Profa. CELIA RAQUEL QUIRINO CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ SETEMBRO-2005 EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ ALINE PACHECO “Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias AgropecuáriasCCTA, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal”. Aprovada em 29 de Setembro de 2005 Comissão Examinadora: ___________________________________________________________________ Profa Tânia Góes de Pinho (PhD Fisiopatologia da Reprodução)- UFF ___________________________________________________________________ Profo. José Frederico Straggiotti Silva (DS. Reprodução Animal)- UENF ___________________________________________________________________ Profa Isabel Candia Nunes da Cunha (DS. Reprodução Animal)- UENF __________________________________________________________________ Profa Celia Raquel Quirino (DS. Melhoramento Genético Animal) - UENF (Orientadora) O que me faz esperançoso não é a certeza do achado, mas o mover- me na busca. (Paulo Freire) ii Aos meus pais, Evair e Maria Aparecida, pelo grande amor e incentivo... À minha irmã, Elaine pelo apoio, carinho e incentivo. Ao meu Amor José Ricardo DEDICO. iii AGRADECIMENTOS A Deus por tudo... À Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF- pela oportunidade de realização do curso e pelo apoio financeiro. À minha orientadora e amiga Celia Raquel Quirino, pela amizade, confiança, apoio, incentivos, grande orientação e exemplo. Aos meus pais, pois sem eles nada disso seria possível. À minha irmã por estar também sempre presente, ajudando quando possível e apoiando sempre. Ao meu querido e amado sobrinho Gabriel, que mesmo sem compreender me ajudou a seguir em frente em alguns momento. Ao meu amado noivo José Ricardo, pelo amor, dedicação, alegrias, por estar sempre ao meu lado e me aturando nos momentos de estresse. Agradeço ainda pelas muitas vezes que foi um pouco “chato”, sei que sempre queria o melhor para mim. As amigas, Iliani, e Joseane, que ganhei assim que cheguei em Campos. Primeira república, que me acolheu com carinho e amizade. Posteriormente veio morar conosco Cristiana e Giselda, que tornaram-se companheiras de casa e de aflições de uma pós graduação. Agradeço a todas pela amizade, pelo convívio, pelas conversas jogadas fora, pelas risadas..... em fim pelos bons momentos da república “Nós e jeca mar é jóia”. iv À minha segunda família, Gracinha, Joice e Jorge pelo amor, acolhida e pelos almoços de Domingo. Aos amigos de José Ricardo, Guty, Leandro, que posso considerar como meus também e a amiga Tati (namorada de Guty), pelos momentos de descontração. Aos amigos do LMGA / Melhoramento Genético, Sabrina, Giliana, Renato e Roberto, pelo companheirismo e ajudas. Um agradecimento especial à amiga Sabrina, que apesar da sua vida agitada de recém mamãe, me ajudou e estava sempre disposta a ajudar, nas coletas de material a campo. A amiga de sempre Aparecida, pelo carinho, atenção, conselhos e pelo companheirismo nesta caminhada. Aos companheiros de campo, Carlos Henrique (Alemão), Júnior e João Gomes, pela ajuda na realização dos trabalhos nas fazendas. Agradeço em especial ao amigo Edenilson, que mesmo não sabendo nada e tendo até “receio” dos bovinos me acompanhou em uma das coletas. Aos proprietários das Fazendas Santo Antônio (Heloiza e Dr João) e Santa Ana (Heloisa e Isidoro), pela possibilidade de realização do trabalho. Aos funcionários da Fazenda Santo Antônio, Filhote e Marcelo e da Fazenda Santa Ana, Márcio, pela ajuda e pela boa vontade no trabalho com os animais. Um agradecimento em especial e parabenização a Filhote, que apesar da idade estava sempre muito disposto. À Fazenda da Emater- Italva e seus funcionários, pela possibilidade de utilizar os animais e pela ajuda. Em especial ao gerente de produção Oto, ao técnico José Vicente e aos trabalhadores de campo. Aos amigos do PROVIN, Vivian e Ricardo, pelo convívio, sugestões e pelos projetos elaborados. A Cristiana (Kity), pela amizade e sugestões. Aos motoristas da UENF, Belido e Samuel não só por nos direcionar as propriedades, mas também por muitas vezes ajudar nas coletas. A todas as pessoas que, embora não tenham sido citadas tenham contribuído para a realização deste trabalho. v BIOGRAFIA Aline Pacheco, filha de Evair Pires Pacheco e Maria Aparecida Pacheco, nasceu em 06 de dezembro de 1979, na cidade de Nova Iguaçu, RJ. Iniciou o curso de Medicina Veterinária em março de 1998, na Universidade Federal Fluminense - UFF, tendo colado grau em março de 2003. Em setembro de 2003, iniciou o curso de Pós – Graduação em nível de Mestrado em Produção Animal, Melhoramento Genético Animal/Reprodução Animal, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF , em Campos dos Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de tese e conclusão do curso em setembro de 2005. vi CONTEÚDO RESUMO........................................................................................................ xiii ABSTRACT.................................................................................................... xv 1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 01 2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 03 2.1- Biometria Testicular................................................................... 03 2.2-Características Seminais............................................................ 09 2.3- Fatores ambientais que podem afetar as características seminais 13 2.3.1. Efeito do mês ou época do ano...................................... 13 2.3.2.. Efeito da idade do animal.............................................. 15 2.3.3. Efeito do nível Nutricional............................................... 17 2.4. Medidas Morfométricas.............................................................. 18 2.5. Repetibilidade............................................................................ 3.MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... vii 21 24 3.1. Propriedades e Animais............................................................ 24 3.2. Exame externo e interno do sistema genital.............................. 28 3.3. Coleta e Avaliação do sêmen ................................................... 3.4. Medidas Morfométricas e Peso Corporal................................... 3.5. Análise estatística...................................................................... 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 4.1 Efeito da idade e de Fazenda..................................................... 4.1.1. Medidas testiculares e Peso............................................. 4.1.2. Características Seminais.................................................. 4.2.Correlações ................................................................................ 4.3. Medidas Morfométricas.............................................................. 28 29 30 32 32 32 39 44 48 4.4. Repetibilidade............................................................................ 51 5. CONCLUSÕES.......................................................................................... 56 6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 58 viii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Médias e respectivos desvios padrão (DP) dos valores de Perímetro escrotal (PE) para touros da raça Guzerá de 09 diferentes idades, segundo diferentes autores Tabela 2: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as 25 características seminais. Tabela 3. Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as 25 medidas testiculares, corporais e peso. Tabela 4: Médias e respectivos desvios padrão das medidas testiculares, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda. Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos touros Guzerá, segundo Fazenda e faixa etária. 37 38 Tabela 6: Médias e respectivos desvios padrão das características físicas do sêmen, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo 42 fazenda (FAZ.) Tabela 7: Médias e respectivos desvios padrão das características morfológicas do sêmen, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda (FAZ.) ix 43 Tabela 8: Correlações simples entre medidas testiculares, peso corporal e idade dos touros da raça Guzerá Tabela 9: Correlações simples entre as características seminais, perímetro escrotal e idade dos touros da raça Guzerá 46 48 Tabela 10: Médias e respectivos desvios padrão das medidas corporais dos touros da raça Guzerá avaliadas nas diferentes faixas etárias e 50 nas diferentes fazendas Tabela 11: Correlações simples entre as medidas corporais, peso e idade dos touros da raça Guzerá Tabela 12: Valores de repetibilidade para as medidas testiculares dos touros da raça Guzerá Tabela 13: Valores de repetibilidade encontrados para as medidas corporais e pesos dos touros da raça Guzerá Tabela 14: Valores de repetibilidade encontrados para as características seminais dos touros da raça Guzerá x 51 52 53 55 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Medidas médias de perímetro escrotal (PE) de acordo com a 36 faixa etária dos touros Guzerá em diferentes fazendas Figura 2: Médias do Peso corporal de acordo com a faixa etária dos touros Guzerá nas diferentes fazendas xi 38 LISTA DE ABREVIATURA ACER= Altura de cernelha AG= Altura de garupa ASP= Aspecto do ejaculado CT= Circunferência Torácica CTD= Comprimento testículo direito CTE= Comprimento testículo esquerdo CTEST= Consistência testicular CONC= Concentração espermática DMa= Defeitos maiores DMe= Defeitos menores DT= Defeitos totais FAZ= Fazenda Fig= Figura ID= Idade LA= Livro aberto LTD= Largura testículo direito LTE= Largura testículo esquerdo MOT= Motilidade espermática PO= Puro de origem PE= Perímetro escrotal Sptzs= espermatozóides TURB= Turbilhonamento espermático Tab= Tabela VOL= Volume seminal VIG= Vigor espermático xii RESUMO PACHECO, Aline; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; Setembro, 2005; Efeito da idade e de fazenda sobre as características seminais, medidas testiculares e morfométricas e suas repetibilidades em touros da raça guzerá. Orientadora: Celia Raquel Quirino. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da idade e de diferentes fazendas sobre as características seminais, medidas testiculares e corporais de touros da raça Guzerá. Foi ainda objetivo estimar as correlações simples entre as medidas testiculares, corporais e as características seminais e os valores de repetibilidade destas características, a fim de se determinar o quanto cada variável se repete em momentos diferentes da vida dos touros. Para analisar os possíveis efeitos de idade e de fazenda foram utilizadas quatro fazendas, localizadas em diferentes municípios da região Norte e Noroeste Fluminense. As fazendas utilizadas localizavam-se nos municípios de Campos dos Goytacazes, Miracema, Italva e Carapebus. Em cada fazenda foram realizadas avaliações mensais de outubro de 2004 a junho de 2005 das características seminais, medidas testiculares e corporais. Dentro de cada fazenda os machos foram divididos por faixa etária, desde 12 até os 72 meses de idade, porém nem todas as fazendas possuíam touros em todas as idades. As mensurações testiculares e corporais iniciaram em machos com 12 meses de idade, enquanto que as coletas e avaliações do sêmen tiveram início com touros a partir dos 24 meses de idade, pois em geral os machos mais jovens não responderam à eletroejaculação ou apresentaram-se oligospérmicos. Para verificar os efeitos de idade e de fazenda foi realizado análise de variância, foram estimadas ainda as correlações simples e as repetibilidades das características. Os resultados xiii encontrados demonstraram que tanto a idade quanto a fazenda influenciaram as características estudadas. As medidas testiculares e a altura de cernelha e de garupa aumentaram à medida que a idade aumentava, porém o maior crescimento foi verificado até os 36 meses de idade. A circunferência torácica e o peso corporal aumentaram até os 72 meses de idade. Para as características seminais foi observado uma melhora qualitativa dos 24 para os 36 meses em duas fazendas avaliadas. Em relação ao efeito de fazenda sobre as características estudadas verifica-se que as fazendas 1 e 3 apresentaram machos com menores testículos, peso corporal e medidas corporais. Para as características seminais houve também variação entre as fazendas, todavia os resultados foram variados de acordo com cada idade, ou seja, em cada idade uma fazenda apresentava melhores ou piores resultados. As correlações simples entre as medidas testiculares, peso e idade foram de alta magnitude, variando de 0,71 a 0,96, enquanto que a consistência testicular não apresentou correlação com as medidas testiculares, peso e idade. As medidas corporais, altura de cernelha e de garupa, apresentaram alta correlação entre si (0,97) e com o peso corporal (0,79 e 0,76, respectivamente) e de média magnitude com a idade (0,56 e 0,51). As características seminais apresentaram coeficientes de correlação bastante variáveis (entre 0,17 a 0,79). Quando se correlacionou o perímetro escrotal às características seminais foram encontrados valores de baixa magnitude. A repetibilidade das medidas testiculares e corporais foram altas, variando de 0,61 a 0,96, e apresentaram-se maiores em touros com mais de 36 meses de idade, entretanto, para as características seminais, os valores foram variáveis, os defeitos espermáticos apresentaram baixos valores de repetibilidade. Conclui-se com o presente trabalho, que para a escolha adequada de reprodutores, deve-se levar em consideração a idade e os diferentes sistemas de manejo em que estes serão criados, além disso, torna-se fundamental a avaliação periódica da qualidade seminal, visto que as características seminais estão propensas às variações de ambiente externo e ainda apresentaram média a baixa repetibilidades. Palavras chave: Guzerá, Biometria Testicular, morfometria, peso, características seminais. xiv ABSTRAC PACHECO, Aline; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, September, 2005; Effect of age and farm on the seminal, corporal and testicular characteristics and their repeatability of Guzera bulls. Adviser: Celia Raquel Quirino. The aim of this study was to evaluate the effects of age and different farms on the seminal, corporal and testicular characteristics of Guzera bulls and to estimate the correlations among seminal, corporal and testicular characteristics and repeatability of these characteristics, in order to determine which each variable repeats on different moments of the bull’s life. To analyze the possible effects of age and farm, it was used four farms located in different cities of North and Northwest area of Fluminense State. The farms were located in the Campos of Goytacazes, Miracema, Italva and Carapebus. In each farm were preformed monthly evaluations from October 2004 to June 2005, of the seminal, corporal and testicular characteristics. In each farm the bulls were divided into groups by age, from 12 months to the 72 months of age, but some farms didn’t have animals in all ages. The corporal and testicular measurement’s began in the 12 months bulls, while the collections the semen and evaluations began in the 24 months bulls, because the younger bulls didn’t respond to eletroejaculation or became oligospermic. To determine the effects of age and farm was preformed variance analysis, correlations and repeatability. The results showed that both age and farm influenced the characteristics. These characteristics, height at withers and pelvic height increased as age increased, xv 18 owever the largest growth was verified until 36 months of age. The chest circumference and body weight increased until 72 months of age. Seminal characteristics had quality improvement from 24 to 36 months of age in two farms. The farms effect showed that the farm number one and three had the bulls the shorter testes and lowest body weight and body measurements. Seminal characteristics showed differences among farms, however the results varied into each age, that means that different farms had better results in different ages. Correlations among the testes measures, body weight and age were of high magnitude varying from 0,71 to 0,96. Testicular consistence showed no correlation with testes measures, body weight and age. Height withers and pelvic height were highly correlated among themselves (0,97) and with the body weight (0,79 and 0,76 respectively) and medium correlated with age (0,56 and 0,51 respectively). The correlation coefficients of seminal traits had a wide range (from 0,17 to 0,79). The scrotal circumference had values of low magnitude when correlated to seminal characteristics. The repeatability of the testicular and body measurements had high values, varying from 0,61 to 0,96 and was larger in 36 months bulls. Seminal characteristics had variable values, spermatic defects had low values and repeatability. In conclusion age and genetic group and environment should be considered to make an appropriate choice of bulls, also periodical evaluations of the seminal quality should be done, since seminal characteristic are highly influenced by environment and had repeatability that ranged from low to medium. Words key: Guzera, scrotal circumference, measurements xvi seminal characteristics, body 1 1. INTRODUÇÃO O Brasil é um país de grandes dimensões e que detém os mais diversos contrastes, sejam nos aspectos climáticos, sócio culturais e econômicos. A diversidade climática quanto à altitude, temperatura do ar, relevo e precipitação pluviométrica podem estar presentes até mesmo dentro de uma mesma região. Desta forma, a escolha de raças ou indivíduos fisiologicamente melhor adaptados à determinada região ou ambiente de criação torna-se fator importante. Em 1870 a raça Guzerá, devido seu grande porte e força, entrou no Brasil pelo Estado do Rio de Janeiro, com a finalidade principal de resolver os problemas de transporte do café dentro das fazendas. Em pouco tempo foi observado o grande valor da raça, que além de extremamente adaptada e resistente, produzia leite em quantidade e qualidade. A partir da década de trinta foi e ainda é intensamente utilizada em cruzamentos, tendo representado importante papel na formação de novas raças (SANTOS, 2005). Apesar da grande potencialidade da pecuária brasileira, contando com raças e material genético de qualidade e ainda com diversidade em climas, o perfil da pecuária ainda é, em sua maioria, o de utilização do sistema de monta natural com subutilização de seus touros. Os estudos realizados com objetivo de se melhorar a performance reprodutiva destes animais torna-se fundamental e necessário, sobretudo nos machos onde se aplica uma maior pressão de seleção. 2 Pesquisadores como PINEDA et al. (2000a) e SALVADOR et al. (2003), que vêm estudando o comportamento de animais da raça Nelore, demonstram que estes animais quando mantidos em condições adequadas de nutrição e manejo podem servir um número maior de vacas do que normalmente é utilizado. Além disso hoje se conta com os avanços da congelação do sêmen e com a Inseminação Artificial, que são técnicas que ainda não são utilizadas pela maioria dos produtores brasileiros. Diante da importância do macho como reprodutor e difusor de material genético, este deve ser criteriosamente selecionado, principalmente quanto aos seus aspectos reprodutivos e produtivos, assim como os raciais. Para isto, deve-se ter conhecimento dos padrões fenotípicos de cada características e de cada raça e ainda dos possíveis fatores genéticos e ambientais que possam interferir, temporariamente ou de modo permanente, na performance do reprodutor. Cabe ainda ressaltar a importância dos estudos de correlação entre as características, principalmente devido ao fato de a maioria das características reprodutivas serem consideradas de baixa herdabilidade (PEREIRA, 2001), sendo muitas vezes necessário a utilização da seleção indireta. Para a manutenção das características de importância econômica em uma propriedade, tais como as associadas às características reprodutivas, é desejável que os animais apresentem repetibilidade destas características, a fim de se garantir produções futuras. No Brasil são escassos os trabalhos que se referem a estimativas de repetibilidade das características reprodutivas dos machos. Os objetivos do presente estudo são: 1. Avaliar os efeitos da idade e de diferentes fazendas sobre as características físicas e morfológicas do sêmen e sobre as medidas testiculares em touros da raça Guzerá. 2. Avaliar o padrão das medidas morfométricas em touros Guzerá de diferentes idades e fazendas localizadas nas regiões Norte e Noroeste Fluminense. 3. Avaliar as correlações simples entre as características seminais e o perímetro escrotal, entre o perímetro escrotal e demais medidas testiculares e entre as medidas corporais. 4. Estimar os valores de repetibilidade das características seminais, medidas testiculares e corporais. 3 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Biometria Testicular Os programas de melhoramento genético animal buscam selecionar animais com alto valor genético e com potencial para manifestar as características de importância econômica, sobretudo as relacionadas à reprodução (BELLOWS e STAIGMILLER, 1994). A avaliação física dos testículos tem sido alcançada mediante aplicação de critérios diversos de mensuração, sempre com a finalidade de possibilitar uma previsão à cerca do potencial de produção de sêmen. Os primeiros estudos relacionados à avaliação testicular foram realizados por WILLETT e OHMS (1957) e HAHN et al. (1969), com o objetivo de obter uma medida que fosse capaz de predizer a produção espermática dos touros. Após intensas pesquisas, estes autores concluíram que o PE se encontrava altamente correlacionado com peso testicular (r= 0,94), assim como com volume testicular (r= 0,96), podendo ser utilizado como indicador de quantidade de parênquima testicular, que é o tecido responsável pela produção de espermatozóides. WILLETT e OHMS (1957) descreveram ainda alta correlação do PE com produção de espermatozóides (r= 0,92) em touros jovens, o que não foi encontrado em touros adultos, sugerindo que com a aproximação da velhice a capacidade de produção diminui. 4 Os estudos relacionando PE com as demais características reprodutivas, tanto na fêmea quanto no macho, prosseguiram até os dias atuais, visto que, as altas correlações com produção de gametas e a facilidade de mensuração do PE podem levar a progressos genéticos através da seleção, bem como auxiliam na detecção precoce daqueles reprodutores com maior potencial reprodutivo (BRINKS, 1994; CHRISTENSEN et al., 1999; QUIRINO, 1999; PEÑA et al., 2000; GRESSLER et al., 2000; BRITO et al., 2004). A partir da década de 80, os estudos relacionados à viabilidade da utilização da biometria testicular como característica de importância para o melhoramento genético começaram a ser desenvolvidos com maior intensidade por pesquisadores de todo o mundo (KNIGHTS et al., 1984; COULTER et al., 1987; ALENCAR et al.,1993; ELER et al.,1996; BERGMAN et al., 1996; SARREIRO et al., 2002). Dentre alguns dos objetivos destes pesquisadores esteve a obtenção dos parâmetros genéticos: herdabilidade, repetibilidade e correlações, para a característica biométrica perímetro escrotal. Nos primeiros estudos, realizados em Bos taurus, KNIGHTS et al. (1984) relataram para touros da raça Angus herdabilidade de 0,36 para o PE. No Brasil, os pesquisadores ELER et al. (1996); BERGMAN et al. (1996) e QUIRINO (1999) encontraram resultados de herdabilidade para PE de 0,52; 0,74 e 0,81, respectivamente, para bovinos da raça Nelore (B. indicus), permitindo assim sua inclusão nos programas de seleção. Somando-se ainda como fator favorável, apesar de poucos trabalhos realizados, temos que a característica PE apresenta alta repetibilidade (t=0,98) (HAHN et al., 1969), fornecendo a esta característica maior confiabilidade. Além disso, o perímetro escrotal (PE) é considerado uma medida de fácil obtenção e de baixo custo, sendo realizada com a utilização de uma fita métrica flexível (FONSECA, 2000). As mensurações do PE fornecem prognóstico da vida reprodutiva futura, não apenas dos touros, mas inclusive de suas filhas e meias irmãs (BELLOWS e STAIGMILLER, 1994), por possuir correlações favoráveis com produção de gametas, com fertilidade e ainda com as características de produção, aumentando a eficiência reprodutiva de ambos os sexos (PINTO, 1994; LÔBO, 1996). A correlação positiva do PE com características reprodutivas na fêmea devese, segundo LAND (1978), aos fatores hormonais, visto que, os mesmos hormônios 5 que promovem o desenvolvimento testicular nos machos promovem o desenvolvimento ovariano nas fêmeas. BRINKS (1994) observou correlações genéticas favoráveis entre perímetro escrotal e taxa de prenhez, idade a primeira cobrição e idade ao primeiro parto, sugerindo que o melhoramento da fertilidade nas fêmeas pode ser obtido por meio de seleção indireta, com base em características associadas à eficiência reprodutiva, principalmente o perímetro escrotal dos touros geneticamente relacionados a estas fêmeas. No Brasil PEREIRA et al. (2002) realizaram estudos com a raça Nelore, encontrando correlações favoráveis de r= -0,19, entre perímetro escrotal e idade ao primeiro parto aos 14 meses e r= -0,39 com idade ao primeiro parto aos 26 meses. Estes resultados indicariam que o perímetro escrotal pode ser utilizado como critério de seleção para precocidade sexual das fêmeas. Em relação às correlações genéticas e fenotípicas entre PE e as características seminais quantitativas e qualitativas, KNIGHTS et al. (1984), em touros da raça Angus, encontraram resultados de baixo a moderado, ao passo que, TROCÓNIZ et al. (1991) observaram correlações positivas e altas entre PE e característica qualitativas do sêmen como a motilidade progressiva r= 0,61 e o vigor espermático r= 0,59 e quantitativas como o volume r= 0,62 e a concentração espermática r= 0,49. No Brasil, QUIRINO (1999) ao estudar touros da raça Nelore, relata correlações genéticas entre PE e características físicas do sêmen baixas (entre 0,10 a 0,13), com exceção de vigor espermático, que teve correlação de 0,89. Para a correlação entre PE e morfologias espermáticas os valores encontrados apresentaram-se negativos e de médios a altos (entre -0,86 e -0,52), indicando a associação favorável entre o desenvolvimento dos testículos e os defeitos espermáticos. MARTINEZ et al. (2000) encontraram para touros Gir correlação fenotípica baixa (r= 0,05 a 0,35) entre PE e características físicas do sêmen e associação desfavorável entre o PE e os defeitos espermáticos (r= 0,05 a 0,09). Buscando ainda evidenciar a relação existente entre PE e características seminais, SARREIRO et al. (2002) relataram correlações genéticas altas e favoráveis entre PE e características físicas do sêmen, porém para anormalidades espermáticas a correlação foi baixa (r= -0,14). Mais recentemente, BRITO et al. 6 (2004), avaliaram touros Bos indicus e B. taurus e associaram a melhor qualidade seminal e maior produção espermática com maior volume testicular. Além das características seminais, a performance reprodutiva dos touros pode ser influenciada por outros fatores como o peso corporal e a libido. As avaliações conjuntas das características seminais, biometria testicular e libido fornecem informações complementares e eficientes para predizer a fertilidade do rebanho. Em zebuínos, algumas pesquisas (PINEDA et al., 2000a; SALVADOR et al., 2003; QUIRINO et al., 2004) já foram realizadas nesta área. O tamanho testicular pode ser considerado um indicador da quantidade de tecido produtor de espermatozóides, no entanto, é altamente influenciado pela composição genética do animal. Touros Bos taurus, em geral, apresentam maior PE do que Bos Indicus quando avaliados em uma mesma idade (GODFREY et al., 1990; CHASE et al., 1997; CHENOWETH et al., 1996). Por razões econômicas e visando reduzir a intervalo entre gerações, a seleção de machos a serem preservados como reprodutores deve ser realizada o mais precocemente possível. SALVADOR et al. (2002) correlacionaram o PE com as características idade e peso corporal em touros Nelore de 3 a 4 anos de idade. Os pesquisadores observaram que o PE esteve mais correlacionado com peso (r= 0,63) do que com a idade (r= 0,43). PEÑA et al. (2000), relataram efeitos significativos da idade e do peso sobre o PE, sugerindo que tais características são importantes fontes de variação a serem removidas quando o PE for utilizado como critério de seleção para melhorar geneticamente a precocidade sexual. Segundo TOELLE e ROBSON (1985) o PE medido aos 205 dias de idade é um reflexo do aumento do peso corporal e, entre 205 e 365 dias, é mais influenciado pelos hormônios gonadotróficos. Como o início da atividade gametogênica está na dependência do desenvolvimento corporal que, geralmente é estimado através do peso, se o desenvolvimento corporal for retardado por condições ambientais adversas, o desenvolvimento testicular também estará prejudicado. MAKARECHIAN et al. (1985) encontraram coeficiente de correlação entre PE e peso corporal, variando de 0,52 a 0,64 para diferentes raças taurinas com idade entre um e dois anos. Observaram, ainda, que a taxa de crescimento testicular tornou-se muito mais lenta do que o peso corporal em touros com mais de um ano de idade. 7 O PE, assim como o peso corporal, aumentam com o avanço da idade do animal, e podem ser influenciados por mudanças ambientais, nutricionais e de manejo (ABREU, 2000). Diante disso ressalta-se a importância de se verificar correlações em diferentes fases de crescimento do animal. ALENCAR et al. (1993) relatam baixa correlação genética entre PE, medido aos 12, 18 e 24 meses e peso ao nascimento (r= 0,25; -0,27; 0,17, respectivamente), indicando que a seleção para PE não resultaria em aumento de peso ao nascimento. Entretanto as correlações com peso ao desmame foram elevadas, variando de 0,61 a 0,98, indicando que a seleção para peso resultaria em aumento de PE e, ainda, que grande parte dos genes e dos fatores de ambiente que influenciam o PE em uma determinada idade, também influenciam nas outras idades. VALENTIM et al. (2002) encontraram coeficientes de correlação entre PE e peso corporal variando de r= 0,50 a 0,63 para touros Nelore, e r= 0,56 a 0,60 para cruzados, observando assim que a seleção para perímetro escrotal influencia o peso corporal, visto que estas características apresentam altas correlações. Em relação ao desenvolvimento testicular, BERGMAN et al. (1996) em condições extensivas de criação avaliaram o crescimento testicular de touros da raça Nelore, observando um crescimento de forma linear até os 12 meses de idade com tendência curvilínea após esta idade e inflexão próxima aos 18 meses de idade. Estes achados poderiam ser um indicativo da puberdade alcançada pelos machos. Resultados semelhantes foram encontrados por QUIRINO et al. (1998), sendo que o ponto de maior crescimento (ponto de inflexão na curva de crescimento logístico) foi aos treze meses de idade, e o perímetro escrotal cresceu até os 40 meses de idade, onde alcança um platô. Segundo SILVA et al. (1993), o crescimento mais intensivo dos testículos ocorre próximo à puberdade, indicando que a tomada da medida do PE neste período é estratégica para avanços genéticos em fertilidade e precocidade sexual. BERGMANN (1999) sugere ainda, que quando o objetivo da seleção é a redução da idade à puberdade, a avaliação do perímetro escrotal deve ser feita antes dos 24 meses de idade, pois é este o período que antecede ou coincide, com o início da atividade reprodutiva. O PE por ser uma característica de média a alta herdabilidade e de possuir correlação com volume testicular, peso testicular e ainda com produção de espermatozóides, tem sido intensamente utilizado como critério de seleção. No 8 entanto esta seleção de touros com maiores PE tem influenciado o formato dos testículos, que em touros normais devem ser simétricos e ovalados (BARTH et al., 1992), para cada vez mais esféricos. Estas variações no formato normal dos testículos podem trazer conseqüências sobre a produção e qualidade seminal, porém são poucos os trabalhos que avaliam estes efeitos. Touros zebuínos tendem a possuir testículos mais alongados e consequentemente com menor PE. UNANIAN et al. (2000) verificaram em touros Nelore, maior freqüência de testículos com formatos alongados em touros jovens (12 meses de idade), porém com o aumento da idade dos touros a freqüência de formatos alongados foi diminuindo e aumentando os de formato ovalado. BAILEY et al. (1996) sugerem que o PE não deve ser o único indicador de produção espermática, pois segundo estes autores, quando compararam grupos de animais com formatos testiculares diferentes (ovóides, alongados e curtos), verificaram que o formato testicular influenciou a produção diária de espermatozóides. O grupo de touros que apresentou maior PE não foi o que teve maior produção espermática, isto se deve ao fato de os testículos alongados possuírem melhor termorregulação, oriunda de melhor distribuição de vasos sangüíneos e túbulos seminíferos, importantes na produção espermática. Para touros da raça Guzerá são poucos os trabalhos, tanto no Brasil como no exterior, que relatam as características reprodutivas como o PE. Na Tabela 1 apresenta-se algumas médias e desvios padrão do PE encontrado para a raça Guzerá. 9 Tabela 1: Médias e respectivos desvios padrão (DP) dos valores de Perímetro escrotal (PE) para touros da raça Guzerá de diferentes idades, segundo diferentes autores Autor/ Ano TROCÓNIZ et al. (1991) CARTAXO et al. (2001) DIAS et al. (2003) DIAS et al. (2004) TORRES JÚNIOR et al. (2003) ANDRADE et al. (2004) PACHECO et al. (2005) Idade (meses) 8-12 22-24 >40 Até 20 21-24 > 24 17-29 15-20 13-15,9 22-24,9 28-30,7 21-27 24 36 48 60 PE± DP 18,9±1,8 30,9±3,3 38,5±5,8 27,50 29,78 31,61 32,50 28,1±2,8 19,4±2,8 29,1±3,5 32,7±2,5 32,1±2,5 36,3±2,2 41,5±0,8 38,3±2,1 37,3±3,7 As médias encontradas para touros Guzerá, em geral, apresentam-se semelhantes as encontradas para touros Nelore (UNANIAN et al., 2000; GUIMARÃES et al., 2003). Porém foi observado por TROCÓNIZ et al. (1991) uma tendência de os touros Guzerá apresentarem maiores medidas de PE do que os da raça Nelore. As médias encontradas por PACHECO et al. (2005) foram superiores as observadas pelos outros pesquisadores acima citados, assim como superou as médias encontradas por QUIRINO (1999) para touros Nelore nas mesmas faixas etária. 2.2. Características seminais Os aspectos quantitativos e qualitativos do sêmen bovino e suas relações com fertilidade têm sido objeto de muitos estudos. As características seminais podem ser divididas em físicas, onde estão incluídas: volume (VOL), cor, aspecto (ASP), pH, 10 motilidade (MOT), vigor (VIG), turbilhonamento (TURB), concentração (CONC) e morfológicas, que são as classificações visuais quanto as patologias espermáticas, estando classificadas de acordo com BLOM (1973) em defeitos maiores (DMa), defeitos menores (DMe) e defeitos totais (DT). O volume varia, em zebuínos, conforme o método de coleta, de 2 a 6 mL quando usada a vagina artificial e até 25 mL quando obtido por eletroejaculação, (SILVA et al., 1993). Em touros criados de forma extensiva a eletroejaculação é a forma mais utilizada para a obtenção do ejaculado. No entanto, esta técnica induz um ejaculado com grande volume diminuindo a confiabilidade na avaliação de concentração espermática (CHACÓN et al., 1999). Além da vagina artificial e da eletroejaculação, o sêmen pode ser coletado por massagem transretal das glândulas vesiculares e ampolas do ducto deferente, sendo uma técnica antiga e que causa menos estresse e sofrimento ao animal (FALK et al., 2001). Segundo PALMER et al. (2004a) o método de massagem transretal para a obtenção de ejaculado é eficiente em touros maduros e acostumados com a técnica. Estes autores realizaram 288 tentativas de coleta em touros maduros, os quais 97% ejacularam, porém os autores não confirmaram a mesma eficiência em touros jovens e não acostumados com o procedimento. Posteriormente PALMER et al. (2004b) compararam dois métodos de coleta de sêmen (eletroejaculação e massagem transretal) em touros jovens, observando que em touros não acostumados com a manipulação, a eficiência na obtenção do ejaculado foi baixa e demorada, porém nos touros acostumados não houve diferença entre os dois métodos testados. Contudo, apesar de a massagem transretal mostrar-se eficiente na obtenção do ejaculado, esta técnica produziu um ejaculado de pior qualidade, com menor motilidade progressiva, concentração espermática e porcentagem de vivos, o que pode estar relacionado ao maior tempo para emissão do ejaculado e pela ausência de protusão do pênis na maioria dos touros. A cor e o aspecto do ejaculado são avaliações subjetivas e em um animal saudável irão refletir a concentração espermática. A coloração normalmente é brancacenta ou marmórea, mas alguns touros produzem consistentemente sêmen amarelado, devido à presença de um inofensivo pigmento, a riboflavina. Quanto ao aspecto o sêmen deve ter uma aparência uniforme, livre de pêlos, sujeiras ou outros 11 contaminantes e pode variar do cremoso marmóreo, leitoso, opaco até aquoso (HAFEZ, 1995). RABESQUINE et al. (2003) observaram na raça Limousin, ejaculado de coloração branca e aspecto leitoso – viscoso. PINHO et al. (2004) relataram em touros de diferentes raças (B. indicus e B taurus) ejaculados de coloração brancacenta e aspecto leitoso. Em touros da raça Guzerá, SCHMIDT-HEBBEL et al. (2000), em coletas repetidas de sêmen, observaram ejaculados de aspecto aquoso nas primeiras coletas passando posteriormente para branco leitoso. PACHECO et al. (2005) observaram em touros Guzerá predominância de ejaculados de aspecto opalescente e leitoso. Após a avaliação física e visual do ejaculado (VOL, COR, ASP e COL), o sêmen deve ser analisado microscopicamente para as características motilidade, vigor e turbilhonamento, imediatamente após a coleta, evitando-se choques térmicos, ação dos ventos e luminosidade diretamente no ejaculado (SILVA et al., 1993). A motilidade progressiva expressa a porcentagem total de espermatozóides móveis, sendo indicativa de normalidade do sêmen. O vigor representa a força do movimento ou a capacidade de movimento individual da célula espermática, podendo ser classificado numa escala de zero a cinco e o turbilhonamento o movimento de massa, que é resultante da motilidade do vigor e da concentração espermática (CBRA, 1998). De acordo com SALVADOR et al. (2002), touros de 3 e 4 anos de idade da raça Nelore, criados à pasto no Centro Oeste do Brasil, e previamente selecionados aos 2 anos de idades, apresentaram médias de 56,8 % e 58,6% para MOT, 3,0 e 3,2 para VIG e 16,4 % e 19,6 % para defeitos totais, respectivamente. Os mesmos autores relatam ainda que aos 3 anos de idade grande parte dos touros apresentavam-se atrasados quanto à maturidade sexual, fato este ocasionado principalmente pela restrição alimentar. Para touros de raça Guzerá com idade entre 21 a 27 meses, ANDRADE et al.(2004) relataram 50,3 % de MOT, 11,6 % de defeitos maiores e 22,0 % de defeitos totais. A concentração espermática (número de espermatozóides por mL), é uma característica extremamente variável e juntamente com o volume do ejaculado irá determinar quantas fêmeas poderão ser fertilizadas com um ejaculado através da Inseminação Artificial (HAFEZ, 1995). A concentração espermática pode sofrer variações devido a fatores como método de coleta, atividade do reprodutor, 12 condicionamento, idade e estado fisiológico testicular (ABREU, 2000 e PALMER et al., 2004b). CARTAXO et al. (2001) observaram diferenças significativas na concentração espermática de touros Guzerá, analisados por diferentes anos. O valor mais alto encontrado foi de 618,67 x 106 sptz / ml e o mais baixo de 248,64 x 106 sptz/ ml. Em relação às características morfológicas dos espermatozóides, segundo BLOM (1973), os espermatozóides podem ser classificados baseando-se na importância dos defeitos em defeitos maiores, defeitos menores e defeitos totais. CHENOWETH (2005) define como defeitos maiores aqueles que prejudicam a fertilidade do touro e como defeitos menores aqueles que trazem menos prejuízos à fertilidade. Mais adiante o mesmo pesquisador relata ainda que a definição de defeitos maiores inclui alguns critérios como, a freqüência de sua ocorrência, se estão relacionados com infertilidade ou esterilidade ou ainda se eles podem ser herdáveis. DIAS et al. (2004), comparando diferentes sistemas de manejo nutricional em touros Guzerá de 15 a 20 meses de idade, encontraram valores de defeitos maiores igual a 31,8%, 42,1%, 50,7%, para machos suplementados com concentrado, suplementados apenas no período da seca e somente à pasto, respectivamente, demonstrando a importância da alimentação adequada sobre a qualidade seminal. Em relação a herdabilidade das características seminais, são poucos os estudos realizados no Brasil. QUIRINO (1999) relatou para a raça Nelore, valores de herdabilidade para as características físicas e morfológicas do sêmen, variando de 0,07 a 0,59. SARREIRO (2001) também para a raça Nelore, obteve valores mais baixos, variando de 0,00 a 0,07. Estes resultados sugerem que a seleção direta de reprodutores com base nas características seminais podem não ser eficientes para garantir a descendência qualidade seminal. As características físicas e morfológicas do sêmen demonstram entre si, valores de correlações variáveis segundo alguns pesquisadores (VALE-FILHO et al., 1997; QUIRINO, 1999; MARTINEZ et al., 2000; SARREIRO, 2001), porém, em geral, estão favoravelmente correlacionadas. Tais características sofrem ainda fortes influências de uma série de fatores genéticos e ambientais como: raça, idade, condição física, nutrição, doenças, época de coleta e método de coleta (ABREU, 2000), devendo ser levados em consideração nos estudos de avaliação andrológica dos touros. 13 2.3. Fatores ambientais que podem afetar as características seminais 2.3.1. Efeito do mês ou época do ano Por ser um processo longo e sensível e que exige manutenção de temperatura testicular entre 4 a 6o abaixo da temperatura corporal, a espermatogênese pode sofrer alterações seja pela temperatura ambiente, por fatores nutricionais ou sanitários, podendo afetar permanentemente ou de modo temporário a qualidade seminal (GABALDI et al.,1999). Segundo BIFFANI et al. (1999) o conhecimento dos fatores não genéticos permite identificar os fatores ambientais que proporcionam variações nas produções. Informações sobre mudanças que ocorrem na qualidade seminal devido à variações climáticas podem auxiliar na seleção genética e no planejamento de procedimentos em relação ao manejo dos animais, visando aumentar a capacidade reprodutiva do rebanho (CARTAXO et al., 2001). KUMI-DIAKA et al. (1981) estudaram os efeitos das estações do ano sobre as características seminais, comparando Bos indicus com Bos taurus mantidos em condições tropicais. Observaram que não houve efeito de variação sazonal na concentração, porcentagem de vivos e anormalidades espermáticas em Bos indicus, porém em Bos taurus houve alterações nas estações mais quentes, demostrando menores concentrações e porcentagem de espermatozóides vivos e maiores quantidades de defeitos espermáticos. Os autores relataram ainda que os touros Bos taurus apresentaram maior porcentagem de degeneração testicular. Estes resultados demonstram a adaptação dos zebuínos aos climas mais quentes. Diferenças na qualidade espermática e perímetro escrotal durante os meses de avaliação foram encontradas por CHENOWETH et al. (1996), em estudos realizados durante dois anos com Bos taurus e Bos indicus, em condições subtropicais da Flórida. Os melhores resultados, quantitativos e qualitativos, foram observados nos meses de julho (verão) e outubro (outono), o que pode ser explicado por melhores condições climáticas e de oferta de alimentos. Quando os mesmos pesquisadores compararam Bos taurus com Bos indicus evidenciaram melhores resultados para os Bos taurus. A maioria dos trabalhos realizados nos países estrangeiros compara o desempenho dos taurinos com os zebuínos, evidenciando em grande parte a 14 adaptação dos zebuínos aos climas mais quentes, que no entanto apresentam puberdade mais tardia. FIELDS et al. (1979) avaliaram touros jovens com 16 a 20 meses de idade e observaram que nos meses de verão o tamanho testicular, motilidade espermática e concentração aumentaram consideravelmente nas raças Brahman e Santa Gertrudes, já a raça Angus não houve diferença significativa e a raça Hereford apresentou declínio para a mesma época estudada. MATHEVON et al. (1998) estudaram fatores ambientais que afetam as características seminais em touros Holstein e observaram que diferentes estações do ano afetaram todas as características seminais em touros jovens, mas não afetaram volume e motilidade espermática em touros adultos. Neste estudo, as melhores performances foram visualizadas no inverno e na primavera. Alguns autores têm observado alterações nos índices de patologia em touros de origem zebuína na África, no decorrer de diferentes estações do ano, sendo que os menores índices se apresentam na estação chuvosa, creditando tal fato a variações da temperatura (REKWOT et al., 1987; SEKONI et al., 1988) ou a melhorias nutricionais decorrentes dos elevados índices pluviométricos no período chuvoso, aumentando a qualidade das forragens (IGBOELI e RAKHA, 1971). No Brasil, FONSECA et al. (1993) avaliaram touros Nelore e relataram que perímetro escrotal, volume, motilidade e concentração espermática não diferiram com os meses estudados, contudo houve diferenças sazonais em relação à incidência de anormalidades espermáticas. BRITO et al. (2002a), num estudo de dois anos realizado em três centros de Inseminação artificial no Brasil, não encontraram diferenças significativas na produção e na qualidade espermática sobre diferentes condições de temperatura e umidade. O comportamento sexual pode sofrer também interferência das modificações climáticas, no entanto o efeito de elevadas temperaturas é mais evidenciado em taurinos, que apresentam menos tolerância ao estresse térmico (FIELDS et al., 1979). Em zebuínos, SANTOS et al. (2001), no Brasil, não encontraram diferenças no comportamento sexual, avaliados em diferentes épocas do ano, concluindo que esta variável não alteraria a avaliação dos touros para efeito de seleção de libido. Os trabalhos científicos (FIELDS et al., 1979; FONSECA et al., 1993; MATHEVON et al., 1998; BRITO et al., 2002a) demonstram uma certa variação nos resultados, ora as condições ambientais influenciam as características seminais ora não influenciam, desta forma torna-se importante o estudo destes fatores em cada 15 região e em cada rebanho, a fim de determinar sua interação com o genótipo do animal. 2.3.2.. Efeito da idade do animal A idade do touro é um fator que afeta todas as características relacionadas à eficiência reprodutiva, sendo muito importante sua consideração nas práticas de manejo de reprodutores. Touros jovens não produzem ejaculados com quantidade suficiente de espermatozóides para fecundar uma fêmea, isto só irá acontecer, segundo HAFEZ (1995), quando o animal atingir a puberdade. O termo puberdade não é consensual entre os pesquisadores, havendo várias definições, porém a mais amplamente utilizada é a proposta por WOLF et al. (1965), que estabeleceram o início da puberdade como sendo o momento em que o touro produz um ejaculado com no mínimo 50 milhões de espermatozóides e pelo menos 10% de motilidade progressiva, momento este em que o touro é supostamente capaz de fecundar uma vaca e/ou servir em vagina artificial. O início da puberdade pode ser influenciado por alguns fatores como raça, estado nutricional e ambiente. A idade que o animal alcança a puberdade é uma característica indicativa de precocidade que é o que a pecuária moderna está almejando. A seleção de animais precoces, ou seja, que atingem a puberdade em menores idades tem demonstrado resultados positivos na pecuária, pois esta característica apresenta valor de moderado a alto para herdabilidade (0,41), além de demonstrar correlação favorável com idade a puberdade das fêmeas aparentadas (KINDER et al., 1995). Segundo GALLOWAY (1976) os taurinos (Bos taurus) atingem a puberdade mais precocemente que os zebuínos (Bos indicus). FIELDS et al. (1979) e LUNSTRA et al. (1988), comparando Bos taurus e Bos indicus em condições de clima temperado, evidenciaram a precocidade dos taurinos, que também obtiveram melhores resultados em termos de qualidade seminal e maiores medidas de perímetro escrotal. KUMI-DIAKA et al. (1981), em condições tropicais da Nigéria, encontraram melhores resultados para idade à puberdade, para os zebuínos. DIARRA et al. (1997) estudaram as características seminais de 294 touros da raça holandesa entre 10 e 18 meses de idade. Dos resultados achados por estes autores a análise de regressão indicou que para cada 1 dia de aumento na idade, 16 aumenta o volume do ejaculado em 0,04 ml, a concentração e a motilidade espermática se incrementam em 0,0024 x 109 espermatozóides/ml e 0,034%, respectivamente. Embora desde a puberdade o macho já esteja em condições de se reproduzir, a capacidade reprodutiva plena só é alcançada na maturidade sexual. Segundo CHENOWETH (1994), maturidade sexual é definida como o momento em que o macho apresenta interesse sexual, desenvolvimento físico e espermatogênico, sendo assim capaz de promover acasalamentos férteis. PICARD-HAGEN et al. (2002) avaliaram o efeito de coletas seminais em idades precoces do animal sobre a produção e qualidade seminal em touros Holstein. As características seminais foram afetadas pela idade, animais que atingiam a maturidade apresentavam melhores resultados. A utilização de coletas freqüentes e em idades precoces influenciou a qualidade seminal apenas nas primeiras coletas, posteriormente as características não sofreram influência. Estes resultados demonstram que os animais necessitam de um período para adaptação, no entanto coletas realizadas em animais jovens são viáveis para a identificação de animais precoces e melhoradores. Em estudos realizados no Brasil alguns pesquisadores observaram resultados semelhantes, ou seja, com o aumento da idade houve aumento do volume espermático, concentração e motilidade espermática e peso corporal (QUIRINO, 1999; CARTAXO et al., 2001). As características morfológicas dos espermatozóides são também influenciadas pela idade do animal, segundo CHACÓN et al. (1999) ocorre com maior freqüência anormalidades espermáticas em touros com menos de dois anos de idade. TROCÓNIZ et al. (1991) observaram uma maior porcentagem de defeitos espermáticos em touros mais jovens, tanto para Guzerá quanto para Nelore. BRITO et al. (2002b) e SALVADOR et al. (2002), em estudos realizados no Brasil, observaram diminuição dos defeitos espermáticos com o avançar da idade. 17 2.3.3. Efeito do nível Nutricional O manejo nutricional é um dos principais fatores limitantes ou determinantes da eficiência reprodutiva. O efeito de uma deficiência ou mesmo de um excesso alimentar é observado com o tempo, influenciando principalmente a idade à puberdade (SILVA et al., 1993). Em touros adultos, o consumo de alimentos deve ser controlado para evitar obesidade, mas este consumo deve ser suficiente para manter o animal em boa condição corporal. A recomendação feita por SIRATSKII (1996), citado por NICODEMO e SATURNINO (2002), é que os animais devem, aos 12 meses de idade, serem criados em regime que favoreça o ganho diário de 1,0 Kg. Observações clínicas e pesquisas sobre super alimentação têm demonstrado claramente que tanto a libido quanto a qualidade seminal podem ser prejudicadas pelo excesso de ingestão de energia (CATES, 1991). COULTER et al. (1997) avaliaram o efeito de dietas com quantidades moderadas de energia e com dietas ricas em energia em touros (B. taurus), sobre a qualidade seminal e características testiculares. Touros alimentados com alta energia tiveram maiores valores de perímetro escrotal, porém a consistência testicular diminuiu, este fato pode estar associado ao aumento de temperatura na região testicular. Em conseqüência, a qualidade seminal dos animais super alimentados foi prejudicada, havendo maior número de defeitos espermáticos e menores valores para motilidade progressiva. Subnutrição em fases precoces do desenvolvimento dos touros também pode retardar ou até mesmo suspender os processos de maturação do eixo hipotalâmico hipofisário, causando danos permanentes aos tecidos neurais e gonadais. Já animais adultos sofreriam alterações temporárias na capacidade reprodutiva, normalmente restaurada quando voltam a receber nutrição adequada (NICODEMO e SATURNINO, 2002). A habilidade reprodutiva dos touros é geralmente máxima aos 36 meses de idade, sendo que, quando jovens, normalmente, necessitam de suplementação à pasto para o seu desenvolvimento adequado. A influência da nutrição e da genética sobre as características reprodutivas interferem no desenvolvimento dos zebuínos, sendo considerados animais tardios. A puberdade de touros da raça Nelore em pastejo, com ganhos médios de 0,3 kg/ dia a 0,4 kg/ dia, foi observada entre 16 e 19 meses de idade (SILVA et al., 1993). 18 Quando utiliza-se a suplementação alimentar a idade à puberdade é reduzida (COULTER et al., 1997). Segundo NOLAN et al. (1990), tourinhos Brahman quando comparados com outra raça de origem européia, apresentam-se mais tardios, todavia aumentando a dieta destes machos para ganhos entre 0,75 kg/ dia e 1,0 kg/ dia a puberdade se antecipou, desta forma torna-se imprescindível o conhecimento de uma taxa ótima de alimentação que venha proporcionar diminuição na idade à puberdade e aumento na performance reprodutiva. Nas condições de Brasil central, existem indicações de que a fertilidade dos touros da raça Nelore em pastagens é afetada negativamente durante o período de seca, evidenciado por redução do perímetro escrotal, porcentagem de espermatozóides vivos e vigor (SILVA et al., 1991). Segundo SILVA et al. (1993) touros adultos devem estar em boas condições para que sejam férteis e sexualmente ativos, sendo que em geral, consomem de 1,5 a 3% do peso vivo em matéria seca, dependendo das condições de alimentação e características individuais. De acordo com SALVADOR et al. (2002) apesar da grande potencialidade de algumas raças zebuínas para alta produção e reprodução em ambiente tropical, muitas vezes o ambiente inadequado, notadamente nutricional, pode prejudicar o desenvolvimento, principalmente de animais geneticamente superiores. 2.4. Medidas Morfométricas Os rebanhos brasileiros, diante da diversidade climática, são criados em diferentes condições ambientais, estando sujeitos a condições adversas que passam a influenciar no desenvolvimento corporal dos animais. Diante disto, torna-se fundamental o conhecimento das condições em que cada animal é criado. Segundo SALLES (1995) o desenvolvimento é o resultado das mudanças na conformação corporal e o estabelecimento das várias funções do animal. Entretanto do ponto de vista biológico o desenvolvimento não poderia ser expresso em termos quantitativos, desta forma trabalha-se com crescimento, que estaria relacionado ao aumento em massa e tamanho corporal. 19 Atualmente, os programas de seleção estão enfatizando o tamanho corporal, pois está diretamente relacionado ao peso do animal (ROSA, 1999) e permite descrever melhor um indivíduo ou população. As mensurações morfométricas, realizadas para definir o tamanho corporal, permitem ainda determinar tendências ao longo dos anos em uma raça, embora não substituam as características de desempenho (MAGNOBOSCO et al., 1996). Existe uma variedade muito grande de raças bovinas e associado a isto, há variabilidade em tamanho corporal, entre e até mesmo dentro de raças. Esta diversidade, segundo CARTWRIGHT (1979), deve ser vista como recurso genético, gerando oportunidade para aumentar a eficiência de produção. As mensurações corporais lineares, como altura e comprimento são mais precisas na determinação do tamanho à maturidade do que o peso, visto que, peso e gordura subcutânea podem sofrer flutuações periódicas, dependendo do nível nutricional e ainda do porte e estado fisiológico do animal (KUNKLE et al., 1994). Apesar da importância de se obter as medidas corporais em cada raça, afim de se determinar os padrões morfométricos e as taxas de crescimento, são escassos os trabalhos encontrados na literatura. A maioria dos trabalhos encontrados relatam medidas apenas de peso e ganhos em peso (MARTINS et al., 2000; GARNERO et al., 2001; FERREIRA et al., 2001), fatores estes que são fortemente influenciados pelo ambiente, principalmente pela oferta de alimentação. No Brasil WINKLER et al. (1992) avaliaram medidas corporais e peso de fêmeas da raça Guzerá, observando que as medidas corporais como altura e comprimento apresentaram maiores valores de repetibilidade do que aquelas observadas para peso corporal e circunferência torácica, sendo estes achados atribuídos às flutuações ambientais que afetaram a qualidade das pastagens e consequentemente o peso corporal. Seguindo os mesmos estudos, de mensurações corporais e peso, em fêmeas da raça Guzerá, WINKLER (1993) observou médias de 447,3 ± 3,7 kg para peso à maturidade, 182,2 ± 0,61 cm para circunferência torácica, 134,6 ± 0,42 cm para altura de cernelha, 140,3 ± 0,44 cm para altura de garupa e 146,4 ± 0,51 cm para comprimento do corpo. De acordo com o referido autor, o peso corporal e a circunferência torácica das fêmeas, pode ser ainda influenciado pelo estado fisiológico (Gestante x não gestante e lactante x seca). 20 Segundo PRAJAPATI et al. (1991) as medidas morfométricas variam em função do crescimento esquelético, atingindo um limiar à maturidade, enquanto que o peso e a circunferência torácica variam em função do crescimento muscular. Segundo diversos autores (PIMENTEL et al., 1984; WINKLER, 1993; FERNANDES et al., 1996; SANCHES, 1999), existe, entre as características peso corporal e medidas morfométricas, alto grau de associação verificado pelas positivas e altas correlações genéticas e fenotípicas. Devido às altas correlações entre as medidas corporais e destas com o peso e o PE, ao se selecionar animais para maiores pesos, irá aumentar automaticamente as medidas corporais lineares e o PE (MARTINS FILHO, 1991; SANCHES, 1999; LEZIER, 2003; TORRES JÚNIOR, 2004). FERNANDES et al. (1996), ao estudarem vários rebanhos de bovinos da raça Brahman no Brasil, observaram este efeito, verificando que os animais mais pesados foram também os mais altos, profundos e com maiores garupas. A elevada correlação entre peso corporal e circunferência torácica observada por alguns pesquisadores como WINKLER (1993), CYRILLO et al. (2000) e PACHECO et al. (2005), demonstra a possibilidade de utilização da circunferência torácica para predizer o peso dos animais. Segundo CYRILLO et al. (2000) a seleção indireta para peso pós-desmame sobre medidas corporais em machos Nelore, promove respostas positivas correlacionadas nas medidas corporais. Quando a seleção baseia-se apenas em peso corporal, FERREIRA et al. (2001) também relatam ganhos genéticos, devido às altas respostas correlacionadas encontradas entre pesos em diferentes fases da vida do animal. As medidas corporais estão menos sujeitas a influências ambientais, porém estão propensas aos efeitos genéticos e aos erros de mensuração. CYRILLO et al. (2000), trabalhando com touros Nelore em diferentes anos e em diferentes rebanhos, observaram comportamento oscilatório nas medidas corporais. Os autores atribuem estes resultados a dificuldades de mensuração, devido ao temperamento agitado dos animais e devido à variações genéticas entre os rebanhos. Quando incluíram o peso corporal como covariável nas análises, observaram que grande parte da diferença entre rebanhos para as características de medidas corporais foi decorrente principalmente das diferenças de peso entre os animais dos vários rebanhos. 21 De acordo com SILVA (1997), juntamente com o desenvolvimento ponderal deve-se considerar a precocidade reprodutiva, constituindo-se como novos conceitos de competência em pecuária. No entanto, estudos que relacionaram tamanho corporal com características reprodutivas (BARBOSA, 1991; WINKLER, 1993 e SANCHES, 1999) relatam baixas correlações. MEYER et al. (1991) observam que apesar da meta prioritária ser a obtenção de elevadas taxas de crescimento corporal e elevados índices de eficiência reprodutiva, isto pode ser dificultado pela provável existência de antagonismo genético entre crescimento e reprodução. Cabe ressaltar ainda, que animais de maior tamanho à maturidade necessitam de maiores quantidades de energia para mantença e para os atributos reprodutivos (MARTINS FILHO, 1991). Devido a estes fatos, em um programa de seleção tornase imprescindível a consideração de todas as possíveis relações entre peso, medidas corporais e características reprodutivas, evitando-se selecionar animais muito grandes simplesmente pela alta correlação com peso e obtendo-se resposta correlacionada indesejável para outras características (SCAPARATI et al., 1996). Segundo WINKLER (1993) as medidas morfométricas contam ainda com variação genética aditiva, que aumenta de acordo com idade dos animais, ou seja, os efeitos dos fatores genéticos na variação fenotípica tornam-se mais importantes do que os efeitos dos fatores ambientais. O mesmo autor relata valores altos de herdabilidade para as medidas corporais variando entre 0,45 a 0,69. Resultados semelhantes foram encontrados por FERNANDES et al. (1996 ) e HADDAD et al. (2005). 2.5. Repetibilidade A estimativa de valores para determinadas características em um mesmo indivíduo, tendem a se repetir e isto depende em parte, do genótipo do animal, que é constante durante toda a vida do animal e em parte, pelas influências específicas do meio ambiente. A correlação média entre duas produções de um mesmo indivíduo é medida através da repetibilidade (t) de uma característica (PEREIRA, 2001). Segundo PEREIRA (2001) através de múltiplas observações de uma mesma característica e de um mesmo animal há redução da variância devido aos efeitos temporários do ambiente, reduzindo com isto a variância fenotípica. 22 As características reprodutivas de um animal adulto sofrem variações de acordo com os efeitos ambientais (ABREU, 2000), desta forma a variância da característica de um indivíduo pode ser analisada sob dois componentes. O primeiro é a variância dentro dos indivíduos, onde suas características são afetadas por efeitos temporários do meio ambiente (como por exemplo, qualidade da alimentação e efeito estacionais) e são medidos através das diferenças temporárias no desempenho de um mesmo animal. O segundo é a variância entre indivíduos; neste caso o animal é afetado por uma circunstância ambiental que afeta o indivíduo permanentemente (como por exemplo, a perda de um testículo). Segundo ABREU et al. (2001a) a repetibilidade e as correlações entre as características seminais podem ser elementos de valor para se tomar decisões sobre o descarte de reprodutores devido à inadequada produção de sêmen de qualidade. Os autores relatam ainda, após análise de 13.092 coletas de sêmen de touros mestiços, que é possível o descarte com segurança, de touros doadores devido à baixa produção ou qualidade do sêmen após 8 a 12 coletas. O cálculo de repetibilidade tem, entre outras funções, a de estabelecer o limite superior dos valores de herdabilidade das características em estudo. A repetibilidade apresenta valores geralmente maiores do que a herdabilidade, pois inclui além dos efeitos aditivos dos genes, os efeitos não aditivos e algumas diferenças de ambiente permanentes existentes entre indivíduos de um mesmo grupo. A repetibilidade também vai indicar a acurácia das mensurações múltiplas, com conseqüente redução da variância fenotípica (PEREIRA, 2001). Para as características produtivas, os valores de repetibilidade apresentam-se de moderados a altos, como por exemplo: peso ao nascer (t=0,20-0,30), medidas corporais (t=0,70-0,90), produção de leite (t=0,35-0,40), produção de gordura (t=0,35-0,45) (DALTON, 1980, citado por PEREIRA, 2001). Porém, para características reprodutivas das fêmeas os valores são geralmente baixos. TONHATI et al. (1999) determinaram a repetibilidade para resposta à superovulação em vacas Holstein, obtendo resultado de t=0,13, sugerindo que a seleção baseada em desempenho prévio deve ser cuidadosa. DALTON (1980), citado por PEREIRA (2001), relata repetibilidade de 0,01-0,10 para intervalo entre partos e DEMEKE et al. (2004) repetibilidade de 0,14. Para características reprodutivas em machos, são escassos os trabalhos que relatam valores de repetibilidade, tanto no exterior quanto no Brasil. 23 No exterior CHANDLER et al. (1985) encontraram valores de repetibilidade (t) de 0,44 para motilidade espermática, t=0,34 para porcentagem de acrossomas intactos, t=0,74 para defeitos maiores e t=0,50 para defeitos menores. Enquanto, MAKARECHIAN et al. (1985) encontraram valores de t=0,36 para o volume seminal, 0,04 para a motilidade, t=0,001 para a concentração, t=0,495 para os defeitos maiores e t=0,187 para os defeitos menores. FITZPATRICK et al. (2002) relataram repetibilidade moderada para MOT e VIG e modera baixa para defeitos espermáticos totais. No Brasil, MARTINEZ et al.(2000) encontraram para touros da raça Gir valores de moderado a alto para repetibilidade, variando de t= 0,26 para TURB a t= 0,70 para VIG, indicando que estas características possuem, certamente, um componente genético que pode ser utilizado na escolha daqueles reprodutores que deverão ser intensamente utilizados nos rebanhos. ABREU (2000), encontrou para touros mestiços repetibilidades de t= 0,32 para VOL, t= 0,45 para MOT e t= 0,38 para CONC. 24 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Propriedades e Animais Os dados do presente estudo pertencem a quatro rebanhos diferentes de bovinos da raça Guzerá, localizados em diferentes municípios do Norte e Noroeste Fluminense. Os rebanhos foram classificados como fazenda (FAZ.). Observa-se na Tabela 2 e 3 a distribuição do número de observações por faixa etária do touro dentro de cada fazenda. As idades dos touros foram calculadas subtraindo-se a data de coleta da data de nascimento do touro, sendo posteriormente classificadas em Idade, segundo uma faixa etária pré determinada. Touros com idade menor ou igual a 17 meses foram classificados como tendo 12 meses, entre 17,01 e menor ou igual a 30 meses foram classificados como tendo 24 meses, entre 30,01 e menor ou igual a 39 meses foram classificados como tendo 36 meses, entre 39,01 e menor ou igual a 52 meses foram classificados como tendo 48 meses e touros com idade maior ou igual a 63,01 meses foram classificados como tendo 72 meses. Para as características seminais, as coletas tiveram início nos touros de 24 meses de idade. Touros com idade menor ou igual a 12 meses, quando estimulados por eletroejaculação não responderam ou apresentaram-se oligospérmicos, sendo avaliados apenas quanto às características testiculares, de medidas corporais e peso corporal. As coletas e avaliações do sêmen e mensurações testiculares e corporais foram realizadas mensalmente de outubro de 2004 a junho de 2005. 25 Tabela 2: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as características seminais IDADE(meses) 12 24 36 48 60 ≥72 FAZ. 1 n=17 n=13 n=15 - FAZ. 2 n=5 n=3 n=7 n=23 FAZ.3 n=30 n=24 n=20 - FAZ.4 n=21 n=20 n=12 n=25 n=25 TOTAL n=56 n=61 n=48 n=47 n=47 Tabela 3: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as medidas testiculares, corporais e peso IDADE(meses) 12 24 36 48 60 ≥72 FAZ. 1 n=17 n=13 n=15 - FAZ. 2 n=7 n=6 n=3 n=7 n=23 FAZ.3 n=16 n=47 n=28 n=22 - FAZ.4 n=27 n=21 n=20 n=12 n=25 n=25 TOTAL n=50 n=74 n=65 n=50 n=47 n=47 A descrição de cada fazenda, seu manejo, alimentação e dos animais apresenta-se a seguir. A FAZ.1 pertencente ao Setor de Reprodução Animal do Laboratório de Melhoramento Genético Animal (LMGA), Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), localizada em Campos dos Goytacazes-RJ, a uma altitude de 13 metros em relação ao nível do mar e com as seguintes coordenadas: latitude 21o48’45’’S e longitude 41o18’45’’W. O município de Campos dos Goytacazes localiza-se na região Norte do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima quente e úmido, com temperatura anual média de 22,7o C. Os animais da Universidade são de uso exclusivo para experimentos de pesquisa, sendo os touros utilizados regularmente para coletas de sêmen. Foram utilizados dois touros LA (livro aberto), nascidos em abril de 2000 e novembro de 2001. Durante o experimento os touros permaneceram juntos em 26 piquetes de grama nativa. Nos três meses antes do início do experimento, (julho, agosto e setembro de 2004) foi fornecido silagem de sorgo (Sorghum spp.), no mês de dezembro e janeiro de 2004, ração duas vezes ao dia, passando posteriormente para capim elefante (Pennisetum purpurium sp.) picado. Os touros foram avaliados, mensalmente, quanto às características seminais, medidas testiculares e corporais. A FAZ. 2 está localizada no município de Miracema – RJ, a uma altitude de 137 metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude 21o26’15’’S e longitude 42o11’15’’W. O município de Miracema localiza-se na região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima tropical, chuvoso no verão e seco no inverno, com temperatura média anual de 23,0o C. A fazenda dedica-se a criação de animais da raça Guzerá PO (Puro de origem), linhagem leiteira, possuindo um total de aproximadamente 300 animais. A propriedade conta ainda com um rebanho de vacas mestiças para produção de leite. Todos os animais são criados extensivamente. A forrageira predominante é a Braquiaria decumbens e a grama nativa, tendo ainda piquetes de capim colonião (Panicum maximum) e capim angola (Brachiaria mutica). Não foi fornecido aos touros qualquer tipo de suplementação alimentar. O sal mineral foi fornecido a vontade a todos os animais. Na propriedade não se realiza estação de monta definida, os touros são mantidos o ano todo com as fêmeas (Guzerá e mestiças). Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais oito touros nascidos entre junho de 1996 e agosto de 2003. A FAZ.3 está localizada no município de Italva-RJ, a uma altitude de 36 metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude 21o26’15’’S e longitude 41o41’15’’W. O município de Italva localiza-se na região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima quente, com temperatura média anual de 23,0o C. A fazenda conta com 150 animais da raça Guzerá linhagem leiteira PO (Puro de origem) e com animais mestiços, mantidos em condição extensiva de criação. Os touros permanecem em pasto de grama nativa e capim angola (Brachiaria mutica), não sendo fornecido qualquer tipo de suplementação alimentar. Era fornecido regularmente sal mineral aos animais. 27 A propriedade não realiza estação de monta definida, os touros Guzerá permanecem durante todo o ano com fêmeas mestiças, e as fêmeas Guzerá são inseminadas com sêmen de reprodutores Guzerá PO de linhagem conhecida. Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais treze touros nascidos entre março de 2001 e outubro de 2003. A FAZ. 4 está localizada no município de Carapebus - RJ, a uma altitude de15 metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude 22o11’15’’S e longitude 41o41’15’’W. O município de Carapebus localiza-se na região Norte do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima tropical úmido, com temperatura média anual de 23,0o C. A fazenda dedica-se a criação de bovinos da raça Guzerá PO, possuindo um rebanho de 200 animais, de linhagem leiteira e para corte. Possui ainda um rebanho comum de bovinos Guzerá, que é destinado para corte. Os animais são mantidos em condição extensiva de criação. Os touros permanecem durante todo o ano em pastos com predomínio de Brachiaria decumbens e B. brizantha. Foi fornecido no final de maio e início de junho suplementação alimentar a alguns machos. O sal mineral é fornecido regularmente a todos os animais. A FAZ.4, utiliza Inseminação Artificial nas fêmeas Guzerá, com sêmen de touros PO de linhagens conhecidas, sendo os touros da fazenda utilizados apenas para repasse e nas fêmeas do rebanho comum. Não é realizada estação de monta. Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais 22 touros nascidos entre novembro de 1996 e outubro de 2003. O controle sanitário dos animais é realizado adequadamente em todas as fazendas, procedendo-se vermifugações regulares, controle de ectoparasitas e vacinações contra febre aftosa, carbúnculo sintomático, brucelose e leptospirose. 28 3.2. Exame externo e interno do sistema genital Cada touro passou por uma avaliação externa, onde foram examinados através da inspeção e palpação o pênis, prepúcio, escroto, testículos, epidídimo e cordão espermático dos animais. Além das avaliações citadas, foi mensurado o perímetro escrotal (PE) com auxílio de fita métrica na posição mediana do saco escrotal, no ponto de maior dimensão, envolvendo as duas gônodas e a pele escrotal. As medidas bidimensionais comprimento e largura do testículo direito (CTD, LTD) e esquerdo (CTE, LTE) foram realizadas com auxílio do paquímetro, excluindo-se a cauda do epidídimo. Os testículos foram avaliados ainda, de forma manual, quanto à sua consistência (CTEST), aplicando-se pontuação de 1 a 5, sendo: 1= tipo muito flácido; 2= flácido; 3= ligeiramente flácido; 4= tensão sub-normal e 5= tensão normal, indicando gametogênese normal (QUIRINO, 1999). Internamente foram avaliadas, através de palpação retal, as glândulas vesiculares, ampolas do ducto deferente e próstata (CBRA, 1998). 3.3. Coleta e Avaliação do sêmen As coletas de sêmen foram realizadas com auxílio de aparelho eletroejaculador (El macho II modelo AS 200). Cada touro foi contido individualmente, procedendo-se em seguida a técnica de eletroestimulação até a obtenção do ejaculado. A segunda fração do ejaculado, que é rica em espermatozóides, foi coletada em tubos graduados e aquecidos a 37oC para se evitar o choque térmico e protegidos da luminosidade. Imediatamente após cada coleta foi realizado, segundo o CBRA (1998), a análise física macroscópica do ejaculado, observando o volume (VOL) - diretamente no tubo graduado e o aspecto do sêmen (ASP), que foi classificado de 1 a 4, sendo 1= aquoso, 2= opalescente, 3= leitoso e 4= cremoso. 29 Para a avaliação física microscópica do sêmen foi colocada uma gota de sêmen entre lâmina e lamínula previamente aquecidas a 37o C, realizando a leitura em microscópio óptico sob campo claro com aumento de 100 x. As características microscópicas avaliadas foram: motilidade progressiva (MOT), expressa em porcentagem, vigor espermático (VIG) e turbilhonamento (TURB), expressos numa escala de zero a 5, sendo zero ausência de movimento e 5 movimentação com grande energia, sendo do tipo progressiva retilínea (CBRA, 1998). Após proceder as avaliações físicas macro e microscópicas citadas, foram coletadas duas amostras em solução de formol-citrato para posterior análise de concentração espermática (CONC) e morfológica, que foram avaliadas no Laboratório de Tecnologia do sêmen do LMGA/CCTA/UENF. A amostra coletada para realização da concentração espermática foi diluída em 1:200 e a contagem foi feita em câmara de neubauer. Para as avaliações de morfologia espermática, a solução de formol-citrato foi acrescida de sêmen até a turvação do meio, procedendo a seguir a preparação de lâmina úmida para leitura em microscópio de contraste de fase, em aumento de 1000X, onde foram contadas 200 células, sendo o resultado transformado para porcentagem. As características morfológicas foram classificadas em defeitos maiores (DMa), defeitos menores (DMe) e defeitos totais (DT) de acordo com BLOM, (1973). 3.4. Medidas Morfométricas e Peso corporal Para realizar as medidas corporais os touros foram contidos em posição adequada, evitando-se quaisquer desníveis que pudessem provocar erros nas medidas. As seguintes medidas corporais foram obtidas: Altura de Garupa (AG): Tomada com auxílio do hipômetro, desde a porção anterior do sacro ao solo. Altura de Cernelha (ACER): Tomada com auxílio do hipômetro, da região da cernelha ao solo. 30 Circunferência Torácica (CT): Medida tomada com auxílio de uma fita milimetrada, pelo contorno do tórax passando pelo cilhadouro e voltando perpendicularmente à linha do dorso. A fita utilizada (Bovitec )fornecia também o respectivo peso corporal (PESO 1). Os touros também foram pesados em balança mecânica (PESO 2) nas Fazendas 2, 3 e 4. Na Fazenda 1 o peso foi estimado com base na medida da circunferência torácica.Todas as medidas e pesagens foram realizadas sempre pela mesma pessoa. 3.5. Análise estatística As informações referentes as características seminais, medidas testiculares e corporais foram transferidas primeiramente a um arquivo de dados em EXCEL. Posteriormente, foram realizadas análises preliminares das informações com a finalidade de conhecer as médias, desvios padrão, coeficientes de variação com os procedimentos Proc. Means e Proc. Freq do SAS, (1996), assim como testar a normalidade das características morfológicas dos espermatozóides (Proc. UNIVARIATE, SAS, 1996). Foram realizadas análises preliminares com o objetivo de verificar a influência dos efeitos fixos de idade e de fazenda, assim como a interação entre estes efeitos. Como foram encontrados efeitos significativos nas interações as análises foram realizadas por idade para cada fazenda. A análise de variância para detectar os efeitos da idade e de fazenda sobre as características físicas e morfológicas dos espermatozóides, medidas testiculares e corporais incluiu os efeitos fixos de fazenda e idade do animal. As médias dos quadrados mínimos foram comparadas pelo teste SNK Proc. GLM (SAS, 1996). O modelo de análise foi: Yil = µ + FAZi + erroil Onde, Yil= variável dependente(PE, LTD, LTE, CTD, CTE, CTEST, ACER, AG, CT, PESO 1, PESO 2, ASP, VOL, MOT, VIG, TURB, DMa, DMe, DT); 31 µ= média geral FAZ= efeito fixo da iésimo fazenda (i= 1 a 4); erroil= erro aleatório associado a cada observação (N~ 0,1). Foram calculados as correlações simples entre as características seminais, medidas testiculares e corporais (Proc. CORR, SAS, 1996). A repetibilidade (t) das características em diferentes coletas e mensurações dentro de cada idade foi calculada segundo (PEREIRA, 2001): t= σ2G + σ2EP σ2G + σ2EP + σ2ET onde: σ2B = σ2B + σ2W σ2G = variância genética σ2EP = variância de ambiente permanente σ2ET = variância de ambiente temporário σ2B = variância entre indivíduos σ2W = variância dentro de indivíduos. 32 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Efeito da Idade e de Fazenda 4.1.1. Medidas Testiculares e Peso No presente estudo as medidas testiculares e o peso corporal passaram a ser avaliados a partir dos 12 meses de idade, prosseguindo até os 72 meses. As análises foram separadas por fazenda e dentro de cada fazenda por faixa etária. Em relação aos efeitos de idade, observa-se na Tabela 4 e na Figura 1 que em todas as fazendas houve aumento progressivo das medidas testiculares com o avanço da idade, concordando com resultados de vários pesquisadores em estudos realizados com diferentes raças (MARTINS FILHO, 1991; GRESSLER, 1998; QUIRINO, 1999; BRITO et al., 2002b; LEZIER, 2003). Em todas as fazendas acompanhadas, o maior crescimento testicular, tanto para PE quanto para as medidas de comprimento e largura testicular, foi observado dos 12 até os 36 meses de idade. Após os 36 meses de idade as medidas testiculares atingiram um platô, não sendo evidente o aumento em PE, comprimento e largura testicular. CHENOWETH et al. (1996), avaliando touros de diferentes raças zebuínas e européias, durante dois anos, relataram maior crescimento testicular dos 12 aos 18 meses de idade. Nas raças européias avaliadas por estes autores o crescimento testicular a partir dos 18 meses de idade não foi significativo, enquanto nos zebuínos 33 o crescimento se manteve até o fim do estudo quando os touros tinham aproximadamente 36 meses de idade. Para touros Nelore entre 12 e 18 meses de idade, BERGMAN et al. (1996) relataram crescimento linear do PE até os 12 meses de idade, apresentando uma tendência curvilínea após esta idade, com inflexão próxima aos 18 meses de idade. QUIRINO et al. (1999), ao estudar o desenvolvimento dos testículos durante toda a vida do animal através de modelos não lineares para curva de crescimento, encontraram que o maior crescimento testicular ocorre entre os 9 aos 20 meses. Os autores relataram que o ponto de inflexão (momento de maior crescimento dos testículos) foi verificado aos 13 meses de idade quando os testículos apresentaram PE de 18,57 cm. Este ponto de inflexão aos 18 meses de idade poderia estar relacionado à rápida proliferação de parênquima testicular, podendo sugerir que os touros PO desta raça atingiram o início do período puberal (QUIRINO et al., 1999). As médias das medidas testiculares para as diferentes faixas etária estudas no presente trabalho, em geral, foram semelhantes às relatadas na literatura para a raça Guzerá (Tab.1). As pequenas diferenças nas médias do PE e comprimento e largura dos testículos possivelmente seriam decorrentes das diferenças em manejo, nutrição e genótipos de bovinos Guzerá avaliados pelos diferentes pesquisadores (TROCÓNIZ et al., 1991; CARTAXO et al., 2001; DIAS et al., 2003; TORRES JÚNIOR et al., 2004). Ao comparar as diferentes medidas testiculares obtidas nas fazendas utilizadas neste experimento observa-se que houve influência da idade sobre todas as medidas avaliadas. Porém, as médias de PE observadas no presente estudo estão dentro da faixa esperada, por isso as variações encontradas nas diferentes fazendas e dentro de uma mesma fazenda são, possivelmente, decorrentes de diferenças na linhagem genética dos touros avaliados, nas diferenças nutricionais e de manejo ou ainda devido às diferenças de localização entre as fazendas. Segundo FERREIRA et al. (2001), o conjunto de genes responsáveis pela expressão de determinada característica pode variar dependendo do ambiente. A FAZ. 1 apresentou em todas as faixas etárias, os menores valores de PE, sugerindo efeito devido à linhagem genética destes touros que são LA, pois mesmo recebendo suplementação alimentar nos meses em que as pastagens estavam prejudicadas não conseguiram superar o PE dos touros PO das outras fazendas. 34 VALE FILHO et al. (1997) avaliaram touros registrados e não registrados da raça Nelore, verificando que os não registrados tenderam a apresentar menor PE, peso corporal e qualidade seminal, demonstrando a importância de se considerar o fator genético no momento da seleção. Quando se avalia a influência de Fazenda sobre o PE observa-se que as FAZ. 2 e 4 apresentaram medidas testiculares semelhantes nas idades de 48 e 60 meses, enquanto que aos 24 meses de idade o PE encontrado na FAZ.2 foi superior ao encontrado na FAZ.4. Na FAZ.3 que teve touros com idade desde os 12 até os 48 meses as médias para PE foram muito variáveis, apresentando as maiores medidas, quando comparadas às outras fazendas, nas idades de 12 (22,63 cm) e 48 meses (39,3 cm), entretanto aos 24 meses os touros desta fazenda apresentaram o menor PE (27,85 cm). Estes resultados demonstram a diversidade das medidas testiculares entre indivíduos pertencentes a um mesmo rebanho e criados em um mesmo ambiente. Quando se compara o PE da raça Guzerá com o da raça Nelore observa-se que, aos 12 meses e em condições de pastagem, os touros Guzerá do presente trabalho foram superiores aos Nelores avaliados por LEZIER (2003). Já TROCONIZ et al. (1991), ao avaliar touros Guzerá e Nelore da mesma faixa etária (18 meses), verificaram superioridade dos touros Guzerá, que tiveram maior PE (25,6 x 23,6 cm, respectivamente) e foram, em geral, mais pesados (310,0 x 268,1 kg, respectivamente). Diferentemente, TORRES JÚNIOR (2004), avaliando o desenvolvimento testicular de touros Guzerá, observou medidas testiculares semelhantes às registradas em outras raças zebuínas como a Nelore em regime de pastejo (UNANIAM et al., 2000) e a Gir em regime semi-extensivo com suplementação concentrada (GUIMARÃES et al., 2003). Segundo QUIRINO (1999) as medidas testiculares, principalmente o PE, é amplamente utilizado como característica de escolha para seleção de reprodutores. A sua mensuração pode ser realizada precocemente, podendo desta forma ser utilizado como critério para a realização de uma pré-seleção dos touros com maiores PE. Contudo, ressalta-se a importância que os estudos destas características deverão ser realizados de forma complementar à avaliação andrológica e ao teste de libido (BERGMAN et al., 1999 e QUIRINO, 1999). 35 Para a CTEST, que é uma avaliação subjetiva e foi realizada através da palpação do parênquima testicular não foi encontrada no presente estudo diferença significativa entre as idades nem entre as fazendas. Mesmo nos touros com idade superior a 60 meses, que normalmente já demonstram processos de degeneração testicular devido à estresse térmico, não foram encontradas diferenças. Este achado demonstra a resistência e adaptação desta raça ao clima quente das regiões Norte e Noroeste Fluminense. TROCONIZ et al. (1991), ao avaliar a CTEST de touros Guzerá dos 8 aos 110 meses de idade, também verificaram ausência do efeito da idade sobre a característica. Entretanto, VALENTIM et al. (2002) observaram em touros Nelore de 20 meses de idade maior CTEST do que aos 24 meses de idade Em relação ao peso corporal (Tab. 5 e Fig. 2) observa-se que a idade influenciou significativamente o peso corporal em todas as fazendas incluídas no estudo. Analisando a FAZ. 4, que teve animais de todas as faixas etárias, observase que o peso apresentou maior aumento até os 36 meses de idade, assim como ocorreu com o PE. MUCARI et al. (2003) relataram para touros Guzerá, criados a pasto em sistema extensivo, aumentos significativos em peso dos 8 aos 24 meses de idade. As médias encontradas pelos referidos autores para touros aos 12 meses de idade foram inferiores (191,92 kg) às encontradas neste trabalho (199,33 a 233,44 kg), enquanto que para touros de 24 meses a média foi inferior (306,78 kg) às médias encontradas nas FAZ. 2 e 4 (334,83 e 373,11 kg, respectivamente) e superior à encontrada para a FAZ. 3 (274,93 kg). Para touros da raça Guzerá com idade maior que 24 meses, CARTAXO et al. (2001) relataram peso médio de 446,85 kg, sendo este resultado superior ao encontrado para os touros de 36 meses das FAZ. 1 e 3, e inferior aos da FAZ. 4. Quando se comparou o peso corporal dos touros das diferentes fazendas, verificou-se efeito significativo de fazenda (Tab. 5). Os touros das FAZ. 1 e 3 apresentaram os menores pesos corporais em todas as idades. Estes resultados demonstram a forte influência que o ambiente, a disponibilidade de alimentos e o fator genético podem causar no desenvolvimento dos machos. Na FAZ. 1, o baixo peso corporal poderia ser explicado devido à linhagem genética LA dos touros, pois estes eram suplementados regularmente com silagem, ração e capim picado. Enquanto na FAZ. 3, possivelmente os baixos pesos devem- 36 se a deficiência nutricional, pois os touros eram mantidos em pastagens de baixa qualidade de grama nativa e capim Angola (Brachiaria mutica), sem qualquer tipo de suplementação. Nas FAZ 2 e 4, assim como ocorreu para o PE , os pesos não demonstraram grande variações, exceto para os touros da FAZ. 2 aos 48 meses de idade que apresentaram média de peso (729,67 kg) bastante superior as demais fazendas, isto possivelmente ocorreu devido ao fator individual de cada animal. SOUZA et al. (2002) citam efeitos significativos do ambiente sobre o peso aos 205 e 365 dias de idade em touros Guzerá, concluindo que para se realizar comparações entre diversos animais é necessário ajuste prévio quanto aos efeitos ambientais, visando suprimir a influência do meio. cm PE 45 40 35 30 25 20 15 10 faz1 faz2 faz3 faz4 12 24 36 48 60 72 Idade (meses) Figura 1: Medidas médias de perímetro escrotal (PE) de acordo com a faixa etária dos touros Guzerá em diferentes fazendas. 37 Tabela 4: Médias e respectivos desvios padrão das medidas testiculares, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda ID(meses) 12 MESES PE(cm) CTD(cm) A FAZ.2(n=10) 22,3±5,83 FAZ.3(n=24) 22,63±1,99 FAZ.4(n=37) 20,13±2,24 CTE(cm) A 6,68±1,81 A 7,09±1,09 A 6,38±0,85 6,77±1,80 A 7,10±1,12 A 6,32±0,94 A 11,13±0,41 B 8,98±1,70 AB 9,83±2,05 A 11,4±0,39 B 11,21±0,95 C 12,64±1,61 B 11,6±0,29 LTD(cm) LTE(cm) A 4,08±1,39 A 4,09±0,99 A 3,63±0,48 CTEST A 4,0±1,23 A A 4,0±0,42 A 3,68±0,41 A 6,53±0,11 B 5,12±0,80 A B 4,80±0,42 AB 4,92±0,28 A 5,0±0,0 A A 5,0±0,0 B 4,93±0,26 AB 4,89±0,31 C 4,82±0,39 B 4,75±0,44 A 4,6±0,62 A 4,92±0,28 A 4,67±0,58 A 4,59±0,50 A 4,77±0,44 A 4,87±0,35 A 4,14±0,69 A 4,85±0,36 A 4,13±0,46 A 4,6±0,58 24 MESES FAZ.2(n=06) 34,17±1,25 FAZ.3(n=43) 27,85±3,73 FAZ.4(n=44) 29,60±5,95 A A 11,37±0,77 6,67±0,29 B 5,20±0,82 A 8,91±1,69 A 10,01±1,94 AB AB 5,70±1,27 5,70±1,31 A A A 36 MESES FAZ.1(n=17) 32,62±0,96 FAZ.3(n=24) 34,64±1,75 FAZ.4(n=16) 39,67±2,42 B B 6,41±0,22 B 6,44±0,31 A 7,71±0,60 A 6,84±0,21 A 7,53±0,50 A 7,14±0,53 A 7,17±0,46 A 7,46±0,38 A 7,51±0,55 A 7,42±0,84 A 8,09±0,61 B 7,67±0,70 11,67±0,53 B 11,42±1,00 A 12,81±1,52 AB 11,84±0,21 A 12,33±1,36 AB 13,06±1,81 B B 6,22±0,15 B 6,56±0,33 A 7,79±0,69 A 6,76±0,22 A 7,57±0,50 A 8,08±1,36 A 7,24±0,40 A 7,43±0,34 A 7,83±0,46 A 7,47±0,71 A 7,97±0,57 B 7,83±0,64 A A A 48 MESES FAZ.1(n=13) 34,60±1,49 FAZ.2(n=3) 37,00±2,65 FAZ.3(n=22) 39,33±3,3 FAZ.4(n=13) 37,02±1,72 AB A 12,67±1,15 11,63±0,95 AB 11,26±0,87 11,48±0,59 B 13,4±1,02 A 13,37±0,85 A 12,8±0,63 A 12,47±0,66 A 12,68±1,50 A 13,43±1,09 B 12,72±1,64 A A A A 60 MESES FAZ.1(n=15) 36,48±0,91 FAZ.2(n=7) 38,00±3,47 FAZ.4(n=25) 37,42±3,67 A 12,96±1,44 A 13,69±0,99 A 12,82±1,51 A B A 72 MESES FAZ.2(n=23) 40,37±2,15 FAZ.4(n=25) 38,28±2,95 A B Letras diferentes na mesma coluna e dentro de cada idade diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade. ID= Idade, PE= Perímetro Escrotal, CTD= comprimento testículo direito, CTE= comprimento testículo esquerdo, LTD= largura testículo direito, LTE= largura testículo esquerdo, CTEST= consistência testicular 38 Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos touros Guzerá segundo Fazenda e faixa etária IDADE FAZENDA (meses) Pesos (kg) 1 2 3 4 12 - 221,71±55,01A 199,33±23,71B 233,44±47,79A 24 - 334,83±70,78A 274,93±41,62B 373,11±86,13A 36 426,0±18,87A - 397,04±90,17A 575,5±27,07B 48 479,67±22,81C 729,67±36,09A 554,32±68,44B 590,92±34,24B 60 616,0±19,69B 718,29±55,86A - 714,55±47,06A 72 - 740,35±52,72A - 697,76±38,77B Letras diferentes em uma mesma linha indica diferenças pelo teste SNK (P<0,05) kg PESO C OR POR AL 800 700 600 500 fa z . 1 fa z . 2 400 300 200 100 fa z . 3 fa z 4 12m 24m 36m 48m 60m 72m I d a d e (m e se s) Figura 2: Médias do Peso corporal de acordo com a faixa etária dos touros Guzerá nas diferentes fazendas. 39 4.1.2. Características Seminais A Tabela 6 mostra as médias e respectivos desvios padrão das características físicas do sêmen, segundo a idade e fazenda. Aos 24 meses de idade pode-se observar que as características físicas do sêmen variaram de acordo com cada fazenda analisada. Não foram encontradas diferenças significativas entre as FAZ. 3 e 4 para todas as características físicas do sêmen, demonstrando ainda grandes variações entre os animais, possuindo machos com valores de MOT entre 10 a 90 % e CONC desde 15 x 106 a 780 x 106 sptzs/ ml. Estes resultados demonstram a diversidade das linhagens genéticas existentes nestas duas fazendas, o que poderia ser resultado da escolha inadequada do sêmen dos reprodutores, visto que ambas utilizam a Inseminação Artificial. Observa-se ainda na Tabela 6, que nesta faixa etária (24 meses) há animais que ainda não atingiram a puberdade, que segundo WOLF et al. (1965) ocorre quando o ejaculado possui no mínimo 10 % de MOT e pelo menos 50 x 106 sptzs/ ml. Os touros, na faixa etária de 24 meses da FAZ. 2, obtiveram os melhores resultados para MOT (76%), VIG (4,2), ASP (2,4) e CONC (484,0 x 106 sptzs/ ml), já o VOL não apresentou diferenças entre os touros das diferentes fazendas. Quando se analisa os valores de desvios padrão das características seminais observa-se ainda menor variação nos resultados, o que poderia ser decorrente da utilização dos mesmos touros por sucessivas gerações. SCHMIDT-HEBBEL et al. (2000) e DIAS et al. (2003), em estudos realizados com touros Guzerá, dentro da faixa etária dos 24 meses, encontraram resultados superiores para as características do sêmen quando comparados aos resultados achados nas FAZ. 3 e 4 do presente estudo, porém, semelhantes aos encontrados na FAZ. 2. Sugere-se que a superioridade dos touros avaliados por SCHMIDTHEBBEL et al. (2000) e DIAS et al. (2003) possivelmente, devem-se à suplementação ministrada aos touros e sucessivos processos de seleção empregados nos rebanhos avaliados por estes autores. Aos 36 meses de idade, os touros das FAZ. 3 e 4 apresentaram uma melhora qualitativa e quantitativa nas características seminais. Na FAZ 2 não foram 40 encontrados touros de 36 meses de idade e na FAZ. 1 os touros demonstraram superioridade nos valores de todas as características seminais, o que pode ser resultado do manejo reprodutivo e nutricional diferenciado que estes touros recebem. CARTAXO et al. (2001), observando as características seminais de touros Guzerá com idades desde 12 meses até superior aos 24 meses, relataram aumento nos valores de MOT, VIG e CONC com o aumento da idade. DIAS et al. (2004) comparando a qualidade seminal de touros Guzerá sob diferentes manejos nutricionais, verificaram que aqueles que eram mantidos em pasto com suplementação no período de seca foram os que apresentaram maior motilidade espermática. Na tabela 6 também pode-se verificar que a partir dos 36 meses e até os 72 meses de idade, as características seminais apresentaram menor variação entre idades e entre fazendas. No entanto, aos 48 meses nota-se, nas FAZ. 1 e 2, resultados ligeiramente maiores para MOT e TURB, o que poderia ser resultado do manejo diferenciado destas fazendas. As médias observadas para MOT e VIG, dos 48 ao 72 meses de idade, ficaram entre 76,6% e 61,67% e 3,88 a 3,15, respectivamente. CARTAXO et al. (2001) relataram para touros Guzerá com mais de 24 meses, resultados semelhantes, com médias de 70,02% para MOT e 3,26 para VIG. O VOL variou de 2,17 ml a 4,42 ml, podendo-se observar ainda que, em geral, o volume seminal aumentou com o avanço da idade. Resultados semelhantes foram encontrados por GARNER et al. (1996) em touros Holstein e por ABREU et al. (2001b) em touros mestiços, que relataram que o VOL aumentou com a idade. As médias para VOL encontradas pelos referidos autores foram superiores aos encontrados neste trabalho. O aumento do volume seminal em machos de maior idade, pode ser devido à maior produção de líquido seminal pelas glândulas sexuais. O TURB e a CONC apresentaram valores bastante variáveis, tanto entre fazendas quanto dentro da fazenda, sendo observado na FAZ.1, as maiores médias para estas características. Verificou-se ainda, médias ligeiramente maiores para os touros de 36 a 60 meses de idade. A variação nos resultados de CONC sugerem que esta característica está mais sujeita às variações ambientais e de nutrição e como o TURB é um reflexo da CONC, da MOT e do VIG, passa a apresentar também resultados variáveis. 41 CARTAXO et al. (2001) relataram para touros Guzerá com idade maior a 24 meses, CONC de 602,5 x 106 sptzs/ ml, sendo este valor semelhante a algumas médias encontradas no presente trabalho. Os valores das características MOT e VIG aumentaram ligeiramente com a idade, porém o maior aumento foi observado na faixa etária de 24 para 36 meses. Resultados semelhantes foram encontrados por TORRES JÚNIOR (2004) para touros Guzerá. FONSECA et al. (1997), utilizando touros Nelore com idades entre 12 e 60 meses, somente verificaram aumentos significativos na qualidade seminal dos 12 aos 24, sugerindo que nesta faixa etária os machos estão entrando na puberdade, quando o processo da espermatogênese está em organização. Diferente dos resultados aqui encontrados e aos citados acima, BRITO et al. (2002a), em avaliação de touros de diferentes raças Bos taurus e B. indicus durante dois anos consecutivos em centrais de Inseminação Artificial, relataram diminuição da MOT e do VOL com o aumento da idade. 42 Tabela 6: Médias e respectivos desvios padrão das características físicas do sêmen, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda (FAZ.) ID(meses) MOT(%) VIG(0-5) TURB(0-5) VOL(ml) A 2,8±1,35 ASP(1-4) 6 CONC(x10 /ml) 24 MESES A A FAZ.2(n=5) 76,0±8,94 FAZ.3(n=30) 48,83±24,09 FAZ.4(n=21) 56,9±32,61 4,2±0,84 B B B 3,13±0,86 AB 3,52±1,21 1,40±1,14 B 0,5±0,86 A A 2,23±0,92 AB 3,0±1,35 A 2,65±1,48 B 2,88±1,15 B 2,93±0,91 A 1,14±1,24 A A 484,0±488,6 B 115,90±179,58 2,4±0,55 1,5±0,73 A B B 150,71±157,04 1,76±0,70 B 36 MESES A FAZ.1(n=17) 82,06±7,72 FAZ.3(n=24) 66,67±15,08 FAZ.4(n=20) A 2,71±1,69 A 1,33±1,01 A 1,45±1,05 A 2,23±1,30 4,42±2,37 A 2,0±0,0 A 2,17±0,76 3,88±0,70 B 3,50±0,66 69,25±15,33 B 3,65±0,93 A 3,15±0,80 A 2,41±0,32 A 699,78±499,78 A A 2,38±0,65B 489,17±281,75 A 2,3±0,57B 331,0±293,53 A 2,85±1,06 B 1,33±0,58 B 2,45±0,83 A 2,42±0,51 A 2,47±0,91 A 1,29±0,49 A 2,35±0,69 A 1,48±0,59 A 2,24±0,78 B B 48 MESES FAZ.1(n=13) 70,0±14,43 FAZ.2(n=3) 71,67±18,93 3,67±1,53 FAZ.3(n=20) 64,0±16,19 B 3,35±0,59 FAZ.4(n=12) 61,67±17,3 B 3,25±1,06 A A AB 2,85±1,38 B 3,21±1,56 A 1,45±1,09 A 0,83±0,72 A 1,80±1,52 3,63±2,89 A 1,0±0,82 A 3,79±2,69 A 1,38±1,42 A 0,70±0,93 B 1,52±1,12 A 508,46±314,63 A B 306,67±175,59 A 431,5±382,72 A 212,08±173,38 A 593,67±469,97 B 216,43±187,50 A A B 60 MESES A 3,67±0,72 72,86±12,86 A 3,43±0,98 A 3,58±1,10 FAZ.1(n=15) 68,67±16,31 FAZ.2 (n=7) FAZ.4(n=25) 70,8±14,63 A 3,23±1,23 A 3,78±1,54 B 4,12±2,61 A A B AB 315,19±297,19 72 MESES A FAZ.2(n=23) 70,43±11,77 3,39±0,84 FAZ.4(n=25) 76,6±9,97 A 3,88±0,67 A 222,17±276,42 A B 312,2±336,83 A Letras diferentes na mesma coluna e dentro de cada idade diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade. MOT= motilidade progressiva, VIG= vigor espermático, TURB= turbilhonamento, VOL= volume do ejaculado, ASP= aspecto do ejaculado, CONC= concentração espermática 43 Tabela 7: Médias e respectivos desvios padrão das características morfológicas do sêmen, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda (FAZ.) DMa(%) DMe(%) DT(%) FAZ.2(n=5) 7,0±0,33A 24,0±14,14A 31,0±18,38A FAZ.3(n=30) 38,46±24,33B 13,95±8,86B 52,41±21,33B FAZ.4(n=21) 22,45±22,46B 14,64±8,50B 35,41±20,05A FAZ.1(n=17) 5,32±3,26B 19,89±9,96A 25,21±9,33AB FAZ.3(n=24) 17,29±16,4A 13,62±6,68B 31,14±19,60A FAZ.4(n=20) 7,90±5,44B 8,43±2,62C 16,33±5,31B FAZ.1(n=13) 4,55±4,27B 23,09±10,63A 29,36±12,18A FAZ.2(n=3) 5,50±2,18A 21,50±7,40A 27,0±8,67A FAZ.3(n=20) 10,57±8,55B 12,25±4,64B 23,20±11,51A FAZ.4(n=12) 4,37±1,63B 12,46±5,826B 17,12±5,43B FAZ.1 (n=15) 4,65±5,31A 21,27±5,32A 25,92±5,10A FAZ.2 (n=7) 4,75±0,50A 13,63±6,21B 19,13±5,23B FAZ.4(n=25) 11,30±6,29B 16,68±8,58B 27,70±10,83A FAZ.2(n=23) 7,15±2,18A 15,13±7,32A 22,28±8,36A FAZ.4(n=25) 8,3±3,12A 15,98±6,58A 23,67±10,3A ID(meses) 24 MESES 36 MESES 48 MESES 60 MESES 72 MESES Letras diferentes na mesma coluna e dentro de cada idade diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade. DMa= Defeitos maiores, DMe= Defeitos menores, DT= Defeitos totais 44 As médias encontradas para os defeitos espermáticos são apresentadas na Tabela 7. Os resultados encontrados para DMa, DMe e DT em touros de 24 meses foram bastante altos. As FAZ 3 e 4, apresentaram principalmente alta porcentagem de DMa, enquanto que a FAZ 2 apresentou maior porcentagem de DMe, o que pode ser um indicador de imaturidade sexual dos touros desta faixa etária. São poucos os trabalhos encontrados na literatura referentes às características seminais, sobretudo nas características morfológicas em touros da raça Guzerá. ANDRADE et al. (2004), comparando touros Guzerá com idade entre 15 a 27 meses e divididos em dois grupos (maturo e imaturo) quanto à classificação por pontos (CAP), encontraram valores semelhantes para DMa (39,1%) e para DT (50,6 %) nos touros imaturos. Os touros considerados maturos pelos autores apresentaram médias inferiores para DMa (11,6%) e DT (22,0%) aos encontrados neste trabalho. Dos 24 para os 36 meses de idade foi observado diminuição da porcentagem de defeitos, principalmente nos DMa e DT. A partir dos 36 meses de idade os resultados foram variáveis, mas em geral não sofreram grandes modificações. CARTAXO et al. (2001) avaliaram touros Guzerá em três idades diferentes, touros até 20 meses, de 21 a 24 meses e com idade superior a 24 meses. Estes pesquisadores não encontraram diferenças significativas entre as faixas de idade estudadas, porém relataram pequena diminuição na porcentagem de defeitos com o aumento da idade. O efeito de fazenda foi significativo sobre as características morfológicas do sêmen, demonstrando que as variações em manejo, disponibilidade em forragens e diferenças climáticas afetam a qualidade seminal. 4.2. Correlações As correlações simples entre o PE, comprimento, largura, consistência testicular, peso e idade são apresentadas na tabela 8. As correlações entre as medidas testiculares foram todas favoráveis e de alta magnitude (P<0,05), com exceção da consistência testicular que não apresentou correlação com nenhuma das outras medidas, concordando com os achados de 45 VALENTIN et al. (2002), que relataram para touros Nelore e cruzados, ausência de correlação fenotípicas entre CTEST e demais medidas testiculares. O PE apresentou correlação maior com o Peso (0,83), do que com a idade (0,71). Resultados semelhantes foram encontrados por PINEDA et al. (2000) e SALVADOR et al. (2002). A maior correlação do PE com o peso deve-se ao fato de que no início do desenvolvimento do animal o PE é mais influenciado pelo peso corporal, pois se o desenvolvimento corporal for prejudicado, certamente o desenvolvimento testicular também estará (TOELLE e ROBSON, 1985). As medidas bidimensionais do testículo (CTD, CTE, LTD, LTE) apresentaramse todas altamente correlacionadas entre si (variando de 0,89 a 0,96) e com o PE (0,92 a 0,96) concordando com outros achados encontrados na literatura, para a raça Guzerá (TORRES JÚNIOR, 2003) e para a raça Nelore (GUIMARÃES et al., 2003). As correlações entre as medidas testiculares encontradas no presente estudo foram superiores às observadas por UNANIAN et al. (2000) em touros Nelore. As altas correlações encontradas entre as medidas testiculares, sugere a possibilidade de utilizar apenas o PE como característica a ser considerada nos programas de seleção de touros. Entretanto, estudos recentes de BALEY et al. (1996), UNANIAN et al.(2000) e TORRES JÚNIOR et al. (2003), demonstram que touros de origem zebuína apresentam formas testiculares mais alongadas, acarretando conseqüentemente em menores PE. Pelos testículos apresentarem esta característica estes pesquisadores sugerem a utilização das medidas bidimensionais na avaliação dos mesmos. 46 Tabela 8: Correlações simples entre medidas testiculares, peso corporal e idade dos touros da raça Guzerá PE CTD CTE LTD LTE PESO CTEST PE - CTD 0,92 - CTE 0,94 0,96 - LTD 0,96 0,93 0,93 - LTE 0,96 0,89 0,94 0,95 - PESO 0,83 0,82 0,82 0,85 0,84 - CTES -0,02 0,01 0,00 0,01 -0,01 -0,12 - ID 0,71 0,72 0,71 0,74 0,72 0,85 -0,02 ID= Idade, PE= Perímetro Escrotal, CTD= comprimento testículo direito, CTE= comprimento testículo esquerdo, LTD= largura testículo direito, LTE= largura testículo esquerdo, CTEST= consistência testicular As estimativas de correlação simples entre as características seminais e delas com peso corporal, PE e idade são apresentadas na Tabela 9. As associações entre PE e as características físicas do sêmen foram de baixa magnitude, apresentando-se mais correlacionado à MOT, do que ao VIG, ao TURB, ao VOL e à CONC. MARTINEZ et al. (2000) reportaram para touros da raça Gir, baixas correlações entre o PE e as características seminais, sendo significativas apenas para VOL (r= 0,35) e TURB (r= 0,31). As correlações de média a baixa magnitude entre as característica físicas do sêmen e o PE sugerem que apenas a mensuração do PE não garante quantidade e qualidade do ejaculado, nem de seu poder fecundante, por isso torna-se fundamental a avaliação física e morfológica do sêmen. O aspecto do sêmen apresentou-se altamente correlacionado com a CONC (r= 0,68), demonstrando que a classificação visual do aspecto do ejaculado pode sugerir a concentração espermática do mesmo. ABREU et al. (2004) verificaram elevado desvio padrão ao comparar o aspecto (cremoso, leitoso e aquoso) com a concentração esperada, sugerindo que a melhor classificação utilizada quanto ao aspecto seminal é o empregado pelo CBRA (1998) (cremoso, leitoso, opalescente e 47 aquoso), e que foi utilizado no presente trabalho. Os pesquisadores relataram ainda que a contagem em câmara de neubauer não deve ser substituída pela avaliação do aspecto seminal realizada de maneira visual e subjetiva. MOT, TURB e VIG apresentaram-se altamente correlacionados, concordando com resultados encontrados por SALVADOR et al. (2002), para touros Nelore. Já as características VOL e CONC demonstraram baixas correlação entre si e com as demais características (MOT, VIG, TURB), o que pode ser devido a elevada influência do VOL e da CONC aos diversos fatores ambientais e do próprio animal, ou ainda devido ao uso do eletroejaculador como forma de coleta do sêmen, pois através desta técnica pode-se aumentar o VOL do ejaculado, refletindo desta forma na concentração espermática. As correlações entre as características TURB, ASP, CONC e a idade dos animais foram próximas de zero, enquanto que a MOT, o VIG e o VOL apresentaram correlações de média a baixa magnitude. Estes resultados mostram que a medida que aumenta a idade dos touros poderia se esperar aumento da MOT, VIG e VOL do sêmen. Os DMa e DT apresentaram correlações favoráveis e negativas com as características físicas MOT, VIG, TURB e CONC, sugerindo que com o aumento nos valores destas características poderia se esperar diminuição nos DMa e DT. O VOL apresentou correlações próximas de zero com os defeitos espermáticos. Para a raça Guzerá não foram encontrados trabalhos correlacionando os defeitos espermáticos com as demais características seminais peso e PE. Para a raça Nelore PINEDA et al. (2000b) e SALVADOR et al. (2002) relataram correlações simples favoráveis entre DT e MOT e VIG, concordando com os resultados encontrados no presente trabalho. O peso corporal e o PE mostraram-se favoravelmente correlacionados com DMa e DT e correlações próximas de zero com os DMe. VALE FILHO et al. (2001) relataram resultados semelhantes para touros Tabapuã, sugerindo que com estes resultados poderia se esperar redução dos DMa e DT com o aumento do peso e do PE. 48 Tabela 9: Correlações simples entre as características seminais, perímetro escrotal e idade dos touros da raça Guzerá MOT VIG TURB VOL ASP CONC PE Peso ID DMa DMe MOT - VIG 0,79 - TURB 0,58 0,49 - VOL 0,21 0,17 0,29 - ASP 0,40 0,24 0,62 0,19 - 0,26 0,09 0,57 0,20 0,68 - PE 0,42 0,17 0,19 0,27 0,15 0,17 - PESO 0,41 0,20 0,19 0,34 0,14 0,11 0,83 - ID 0,30 0,11 0,04 0,29 -0,05 0,03 0,71 0,98 DMa -0,21 -0,14 -0,22 -0,05 -0,19 -0,19 -0,23 -0,18 0,17 DMe 0,09 0,05 0,26 0,18 0,14 0,23 0,08 0,03 -0,14 - -0,15 -0,11 -0,08 0,06 -0,11 -0,06 -0,19 -0,16 0,19 0,88 0,32 CON C DT 0,06 - MOT= motilidade progressiva, VIG= vigor espermático, TURB= turbilhonamento, VOL= volume do ejaculado, ASP= aspecto do ejaculado, CONC= concentração espermática, ID= Idade, PE= Perímetro escrotal, DMa= Defeitos maiores, DMe= Defeitos menores, DT= Defeitos totais 4.3. Medidas Morfométricas. Ao avaliar o perfil das medidas corporais dos touros da raça Guzerá em diferentes fazendas do Norte e Noroeste Fluminense (Tab: 10), observa-se que a altura de cernelha e de garupa aumentaram até os 36 meses de idade na FAZ.4, e até os 48 meses nas FAZ. 1 e 3, e a partir desta idade o crescimento cessou. A Circunferência torácica aumentou significativamente dos 12 até os 72 meses de idade, o que pode ser devido a sua alta correlação com peso corporal (r= 97), que também demonstrou o mesmo comportamento com o aumento da idade. Outros pesquisadores relataram resultados semelhantes (FERNANDES et al., 1996 e SANCHES, 1999; CYRILLO et al., 2000), indicando que a CT poderia ser utilizada como indicador de peso corporal. 49 As médias de AG e CT encontradas no presente estudo para touros Guzerá aos 12 meses de idade foram inferiores as observadas por SANCHES (1999) e CYRILLO et al. (2000) em touros Nelore da mesma idade. Para touros Guzerá não foram encontrados na literatura, trabalhos relatando medidas corporais. As medidas observadas para touros na maturidade (com idade maior ou igual a 48 meses) foram superiores aos valores relatados por WINKLER (1993). Resultado este já esperado, pois este autor trabalhou com fêmeas Guzerá, que assim como em todas as raças estas se apresentam geralmente menores e mais leves que os machos. Devido aos escassos trabalhos publicados na literatura científica sobre as características morfométricas dos touros de diferentes raças, principalmente os zebuínos que compõem grande parte da pecuária brasileira, sugere-se a necessidade de maiores estudos nesta área, sobretudo dos touros Guzerá, que atualmente estão sendo amplamente utilizados em cruzamentos e manifestam diferenças em tamanho corporal, dependendo de sua linhagem genética. As análises de variância demonstraram diferenças significativas para as medidas CT, ACER e AG, entre as diferentes fazendas. As diferenças em CT devem-se principalmente aos diferentes tipos de manejo e disponibilidade de nutrientes, visto que esta medida é um reflexo do peso corporal. Já as medidas de altura são, possivelmente, devido às diferenças entre genótipos e linhagens utilizadas nas fazendas estudadas, ou ainda devido a fatores inerentes do próprio animal. Os pesquisadores brasileiros WINKLER (1993), FERNANDES et al. (1996) e CYRILLO et al. (2000), apesar de estudarem medidas corporais em fêmeas e em raças diferentes, também relataram diferenças entre rebanhos e ainda entre indivíduos da mesma raça e idade. Em relação às correlações simples entre as medidas corporais, o peso e a idade (Tab. 11), verificou-se que foram favoráveis e de alta magnitude. A CT apresentou-se altamente correlacionada tanto ao Peso registrado na balança (PESO2), quanto ao peso encontrado na fita (PESO1) e ainda os dois pesos apresentaram-se altamente correlacionados (r= 0,98). Isto poderia sugerir a possibilidade de se utilizar as fitas de mensuração da CT para avaliar o peso corporal na raça Guzerá, porém há ainda necessidade de realizar estudos dentro de cada idade para avaliar se o peso obtido com o auxílio da fita apresenta alta correlação com o peso obtido ao utilizar a balança. 50 Tabela 10: Médias e respectivos desvios padrão das medidas corporais dos touros da raça Guzerá avaliadas nas diferentes faixas etárias e nas diferentes fazendas ID(meses) CT(cm) ACER.(cm) AG(cm) FAZ.2(n=7) 143,29±11,76B 116,72±10,86B 122,68±8,15B FAZ.3(n=16) 146,38±6,24A 120,66±5,65A 126,65±4,88A FAZ.4(n=27) 145,44±9,44A 118,18±6,72A 125,61±7,07A FAZ.2(n=6) 168,5±7,66A 132,92±6,79A 140,13±5,83A FAZ.3(n=47) 157,68±7,91B 126,86±5,16B 133,92±5,26B FAZ.4(n=44) 169,70±15,11A 131,77±6,38A 139,60±6,49A FAZ.1(n=17) 175,45±2,88B 139,33±1,26A 150,0±0,50A FAZ.3(n=28) 177,89±16,63B 135,18±7,48B 143,15±7,53B FAZ.4(n=20) 197,8±3,31A 142,5±3,46A 150,89±4,68A FAZ.1(n=13) 189,0±7,38C 141,12±1,52B 150,0±1,11AB FAZ.2(n=3) 214,33±4,04A 145,5±1,15A 152,33±1,36A FAZ.3(n=22) 196,91±8,11B 143,77±4,41A 152,06±4,79A FAZ.4(n=13) 199,23±3,70B 142,8±3,74AB 149,6±3,72B FAZ.1(n=15) 202,0±2,42B 143,93±1,37B 149,45±1,97B FAZ.2(n=7) 211,71±7,23A 150,12±0,85A 153,55±3,11AB FAZ.4(n=25) 213,63±5,12A 148,15±4,39AB 155,37±4,04A FAZ.2(n=23) 212,87±6,14A 147,47±4,03A 155,44±2,40A FAZ.4(n=25) 204,76±4,44B 143,04±3,82B 148,8±5,08B 12 MESES 24 MESES 36 MESES 48 MESES 60 MESES 72 MESES Letras diferente na mesma coluna e dentro de cada idade diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade. CT= Circunferência Torácica, ACER= Altura de Cernelha, AG= Altura de Garupa 51 Tabela 11: Correlações simples entre as medidas corporais, peso e idade dos touros da raça Guzerá CT PESO1 PESO2 ACER AG CT - PESO1 0,97 - PESO2 0,97 0,98 - ACER 0,75 0,83 0,79 - AG 0,73 0,81 0,76 0,97 - ID 0,80 0,78 0,85 0,56 0,51 ID= Idade, CT= Circunferência Torácica, ACER= Altura de Cernelha, AG= Altura de Garupa, PESO1= peso corporal referente à medida da CT, PESO2= peso corporal tomado na balança mecânica 4.4. Repetibilidade Os resultados referentes a repetibilidade das características são apresentados nas tabelas 12, 13 e 14. Em todas as idades avaliadas, as medidas testiculares PE, CTD, CTE, LTD, LTE apresentaram altos valores de repetibilidade, demonstrando a confiabilidade das mensurações tomadas em diferentes momentos da vida do animal (Tab. 12). Os resultados encontrados no presente estudo para as medidas testiculares demonstram que, conforme aumenta a idade há aumento na repetibilidade das características mensuradas. Os menores valores de repetibilidade, em animais jovens (com 12 meses de idade), quando comparados aos machos adultos (maior de 36 meses de idade), devem-se principalmente ao fato de que os machos jovens ainda estão em fase de desenvolvimento, apresentando variações nas mensurações dentro da mesma idade podendo desta forma, refletir sobre a estimativa da repetibilidade. Enquanto os machos adultos já atingiram o platô de desenvolvimento testicular, as medidas realizadas em dois momentos diferentes tendem a se repetir com maior freqüência. 52 A repetibilidade da consistência testicular apresentou valores baixos (0,23 a 0,30) nas avaliações dos machos jovens (até os 24 meses de idade) e apresentou-se alta (0,73) para os machos adultos. Estes resultados devem-se, possivelmente, ao caráter subjetivo de classificação desta característica (apesar de ter sido sempre avaliada pelo mesmo técnico) ou ainda, devido a influência do ambiente, visto que as altas temperaturas podem prejudicar o parênquima testicular causando processos degenerativos que irão se manifestar provocando diminuição da consistência testicular (VALENTIN et al., 2002). Na literatura são escassos os trabalhos que apresentam valores de repetibilidade para as medidas testiculares. HAHN et al. (1969) relataram repetibilidade de 0,98 para PE, resultado semelhante ao encontrado para touros Guzerá com idade maior de 36 meses, neste estudo. Tabela 12: Valores de repetibilidade para as medidas testiculares dos touros da raça Guzerá ID (meses) PE CTD CTE LTD LTE CTEST 12 0,77 0,61 0,61 0,76 0,74 0,23 24 0,86 0,87 0,85 0,87 0,81 0,30 >36 0,95 0,85 0,86 0,93 0,96 0,73 ID= Idade, PE= Perímetro Escrotal, CTD= comprimento testículo direito, CTE= comprimento testículo esquerdo, LTD= largura testículo direito, LTE= largura testículo esquerdo, CTEST= consistência testicular Para as medidas corporais e peso, os valores encontrados de repetibilidade foram também altos (Tab.13), observando-se a mesma tendência que a encontrada para as medidas testiculares, ou seja, aumento dos valores de repetibilidade com o aumento da idade dos touros. Para a característica peso foram utilizados dois tipos de informação. Uma referente ao peso encontrado na fita utilizada para medir circunferência torácica (PESO 1) e outra referente ao peso registrado na balança da fazenda (PESO 2). O PESO 1 demonstrou maior repetibilidade aos 24 meses de idade, sugerindo que nesta idade o peso encontrado referente à circunferência torácica pode ter menor 53 porcentagem de erro, do que as encontradas em outras idades. Já os valores de repetibilidade encontrados para o PESO 2, assim como as outras medidas, foram maiores em touros com idade maior de 36 meses. JANSEN et al. (1985) encontraram para touros da raça Holstein de 15 meses de idade altas repetibilidades para peso corporal (t= 0,99), altura de cernelha (t= 0,73) e altura de garupa (t= 0, 78), demonstrando que em condições semelhantes as medidas corporais tendem a se repetir. Tabela 13: Valores de repetibilidade encontrados para as medidas corporais e pesos dos touros da raça Guzerá ID (meses) PESO1 PESO2 CT ACER AG 12 0,76 0,86 0,71 0,66 0,77 24 0,91 0,89 0,88 0,71 0,78 >36 0,87 0,92 0,90 0,82 0,87 ID= Idade, CT= Circunferência Torácica, ACER= Altura de Cernelha, AG= Altura de Garupa, PESO1= peso corporal referente à medida da CT, PESO2= peso corporal tomado na balança mecânica Os valores de repetibilidade das características seminais avaliadas no presente estudo apresentaram-se bastante variáveis (Tab.14). A MOT e o VIG demonstraram alta repetibilidade dos 12 aos 24 meses de idade, enquanto que para os touros com idade maior a 36 meses foram de moderado a baixo. O TURB apresentou maior repetibilidade aos 24 meses e o VOL aos 12 meses de idade. Em relação a idade não foi encontrada a mesma tendência (maiores repetibilidades para touros com maior idade) como as relatadas para medidas testiculares e corporais. Aos 24 meses de idade as repetibilidades para as características foram maiores, possivelmente devido às menores influências ambientais e do próprio animal nesta faixa etária, pois os machos jovens (12 meses de idade) ainda estão em fase de desenvolvimento, enquanto os adultos (com idade maior de 36 meses de idade) podem já estar sofrendo ou ter sofrido influências do ambiente, como falta ou excesso de alimentação, estresse térmico, que podem afetar a qualidade seminal. Todavia, a maior repetibilidade para as características seminais aos 24 meses de idade não indica que nesta faixa etária os touros não 54 sofram interferências do ambiente ou que possam ser criados em condições inadequadas de manejo. MATHEVON et al. (1998) relataram repetibilidade para as características seminais como VOL, CONC, MOT para touros Holstein jovens (até 30 meses de idade) e maduros (entre 4 a 6 anos de idade). Estes pesquisadores encontraram maiores valores de repetibilidade para os touros maduros, variando de 0,51 para VOL a 0,64 para MOT, atribuindo estes resultados ao fato de estes machos estarem sexualmente maduros e com a produção espermática mais estabilizada. As estimativas de repetibilidade para as características da qualidade do sêmen, estimadas por modelos univariados encontrados por MARTINEZ et al. (2000) em touros da raça Gir com idade entre 30 a 60 meses, foram moderadas para VOL, MOT e DMa, concordando com os resultados encontrados neste trabalho. Estes resultados indicam que as características seminais possuem certamente um componente genético que pode ser utilizado na escolha dos reprodutores que deverão ser intensamente utilizados como reprodutores. ABREU, (2000) relatou repetibilidade moderada para MOT (0,45), VOL (0,32) e CONC (0,38), sugerindo que a decisão de descartar um reprodutor com base na qualidade seminal deve ser tomada com segurança apenas após algumas avaliações andrológicas. Os defeitos espermáticos (DMa, DMe e DT) apresentaram valores de repetibilidade baixos ou próximos de zero, indicando que estas características podem ser influenciadas por diversos fatores externos e até mesmo da condição fisiológica do animal. Os baixos valores de repetibilidade encontrados para os defeitos espermáticos e para VIG, TURB e VOL em touros com idade maior que 36 meses, indicam que não podemos confiar em fazer avaliação andrológica apenas uma vez, pois repetibilidade baixa indica que a medida pode não se repetir em outro momento da vida do animal, principalmente por problemas de temperatura ambiente, umidade, nutrição e manejo dos animais. Face a isto, sugere-se fazer avaliações andrológicas antes de cada estação de monta e quando a fazenda não utilizar estação de monta, recomenda-se a avaliação andrológica pelo menos a cada três meses. 55 Tabela 14: Valores de repetibilidade encontrados para as características seminais dos touros da raça Guzerá ID MOT VIG TURB VOL ASP DMa DMe DT 12 0,96 0,70 0,40 0,66 0,36 0,45 0,17 0,16 24 0,84 0,72 0,70 0,45 0,72 0,07 0,08 0,07 >36 0,48 0,28 0,28 0,33 0,65 0,50 0,08 0,18 (meses) ID= Idade, MOT= motilidade progressiva, VIG= vigor espermático, TURB= turbilhonamento, VOL= volume do ejaculado, ASP= aspecto do ejaculado, CONC= concentração espermática, DMa= defeitos maiores, DMe= defeito menores, DT= Defeitos totais 56 5. CONCLUSÔES Os touros da raça Guzerá criados na região Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro apresentaram medidas testiculares e morfométricas dentro dos padrões da raça. A idade e os efeitos de fazenda influenciaram as características seminais, medidas testiculares e corporais. O maior crescimento das medidas testiculares e corporais ocorreu dos 12 até os 36 meses e o aumento da qualidade espermáticas acorreu dos 24 para os 36 meses. As fazendas com melhores condições de nutrição, manejo e clima apresentaram os melhores resultados para todas as características estudadas. Portanto, para a escolha adequada de reprodutores é necessária a avaliação conjunta de todos os fatores que interferem na eficiência reprodutiva, considerando principalmente, a idade e as condições ambientais, nutricionais e climáticas em que os machos serão criados. O perímetro escrotal apresentou alta correlação com as medidas de comprimento e largura testicular e esteve mais correlacionado ao peso corporal do que à idade do animal, demonstrando que esta medida seria mais influenciada pelo desenvolvimento corporal do animal. As correlações do perímetro escrotal com as características seminais foram de baixa magnitude, não sendo recomendável apenas a utilização do perímetro escrotal como característica a ser utilizada para avaliar a eficiência reprodutiva dos touros. As estimativas de repetibilidade das medidas testiculares e corporais foram altas, enquanto que para as características físicas do sêmen foram de média a baixa e para as características morfológicas foram baixas. Desta forma pode-se sugerir, 57 que a escolha de reprodutores com base em apenas uma avaliação andrológica pode levar a erros que refletirão na eficiência reprodutiva do rebanho ou ao descarte de animais de qualidade, pois os touros podem apresentar diferentes resultados em momentos diferentes da vida, sendo recomendável avaliações repetidas da qualidade seminal. 58 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, C.P. (2000) Fatores que afetam a qualidade do sêmen de touros mestiços bos taurus x bos indicus. Tese (Mestrado em Zootecnia)- Belo Horizonte-MG, Universidade Federal de Minas Gerais-Escola de Veterinária–UFMG, 30p. ABREU, C.P., ELER, J.P., BARBOSA, R.T., BRUSCHI, J.H., MADALENA, F.E., BARBOSA, F.E., JONDET, R. (2001a). Produção de sêmen de touros mestiços Bos taurus/ Bos indicus 2. Repetibilidade e correlações fenotípicas entre as características seminais. In: 38o Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais...Campo Grande: SBZ, mr.0098. ABREU, C.P., BRUSCHI, J.H., BARBOSA, R.T., MADALENA, F.E., ELER, J.P., BARBOSA, F.E., JONDET, R. (2001b). Produção de sêmen de touros mestiços Bos taurus/ Bos indicus 2. Efeito da idade. In: 38o Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais...Campo Grande: SBZ, mr.0101. ABREU, C.O., MARTINEZ, A.C., COSTA, M.Z. (2004). Estudo comparativo entre o aspecto seminal avaliado a campo, a concentração espermática esperada e a concentração espermática encontrada em touros da raça Brangus. In: 41o Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais...Campo Grande: SBZ, mr.0102. ALENCAR, M.M., BARBOSA, P.F., BARBOS, R.T., VIEIRA, R.C. (1993) Parâmetros genéticos para peso e circunferência escrotal em touros da raça Canchim. Rev. Soc. Bras. Zootec., v. 22, n. 4, p. 572-583. 59 ANDRADE, V.J., DIAS, J.C., SALVADOR, D.F., VALE FILHO, V.R., NOGUEIRA, L.A.G., ANCHIETA, M.C., CORRÊA, A.B., DE SOTO, M.A.B., ZANETONI, J.A. (2004). Andrological charactheristics of young (15-27 months old) Guzerat (Bos taurus indicus) bulls, raised on pasture in Minas Gerais Brazil. In: 15th International Congress on Animal Reproduction, Anais...Porto Seguro: Colégio Brasileiro de Reprodução Animal, p.174. BALEY, T.L., MONKE, D., HUDSON, R.S. et al. (1996). Testicular shape and its relationship to sperm production in mature holstein bulls. Theriogenology, v.46, n.3, p.881-887. BARBOSA, P.F. (1991). Análise genético quantitativa de características de crescimento e fertilidade em fêmeas da raça Canchim. Dissertação (Doutorado) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP, Universidade de São Paulo-USP, 237p. BARTH, A.D., BOWMAN, P.A., BO, G.A. (1992). Effects of narrow sperm head shape on fertility in cattle. Can. Vet. J., v.33, p.31-39. BELLOWS, R.A., STAIGMILLER, R.B. (1994) Selection for fertility. In: M.J. Fields and R.S. Sand (Ed.) Factors Affecting Calf Crop. CRC Press, Boca Raton, FL.p.197-211. BERGMANN, J.A.G., ZAMBORLINE, L.C, PROCÓPIO, C.S.O., ANDRADE, V.J., VALE FILHO, V.R.(1996) Estimativas de parâmetros genéticos do perímetro escrotal e do peso corporal em animais da raça Nelore. Arq. Bras. Med. Vet. Zoot., v.48, n.1, p.69-78. BERGMANN, J.A.G. (1999) Seleção de zebuínos para precocidade sexual. In: I Simpósio de Produção de gado de corte. Minas Gerais-MG: Universidade Federal de Viçosa-UFV.p.59-64. BERGMANN, J.A.G., QUIRINO, C.R. (1999). Indicadores de precocidad sexual em bovinos de carne. In: Segundo Simpósio LatinoAmericano Productividad em Ganado de corte. Revista Nelore, n. 56, p. 76-79,ano VIII. 60 BIFFANI, S., MARTINS FILHO, R., GIORGETTI, A. et al.(1999) Fatores ambientais e genéticos sobre o crescimento ao ano e ao sobreano de bovinos Nelore, criados no nordeste do Brasil. Rev. Bras. Zootec., v. 28, n.3, p. 468-473. BLOM, E. (1973). The ultrastructure of some characteristic sperm deffects and a proposal for a new classification of the bull spermiogram. Nord. Veterinarer Medicin., v.25, n. 7-8, p. 383-391. BRINKS, J.S. (1994) Relationship of scrotal circunference to puberty and subsequent reproductive performance in male and female offspring. In: Fields, M.J. e Sand, R.S. (ed.). Factors affecting calf crop. Cap. 26 p.363-370. BRITO, L.F.C., SILVA, A.E.D.F., RODRIGUES, L.H., VIEIRA, F.V., DAREGON, L.A.G., KASTELICJ.P. (2002 a). Effect of environmental factors, age and genotype on sperm production and semen quality in Bos indicus and Bos taurus AI bulls in Brazil. Anim. Reprod. Sci., v. 70, p. 181-190. BRITO, L.F.C., SILVA, A.E.D.F., RODRIGUES, L.H., VIEIRA, F.V., DAREGON, L.A.G., KASTELICJ.P. (2002 b) Effect of age and genetic group on characteristics of the scrotum, testes and testicular vascular cones, and on sperm production and semen quality in AI bulls in Brazil. Theriogenology, v.58: 1175-1186. BRITO, L.F.C., SILVA, A.E.D.F., BARBOSA, R.T., KASTELIC, J.P. (2004) Testicular thermoregulation in Bos indicus, crossbred and Bos taurus bulls: relationship with scrotal, testicular vascular cone and testicular morphology, and effects on semen quality and sperm production. Theriogenology, v. 61, p. 511-528. CARTAXO, W.O., PEÑA-ALFARO, C.E., BACALHAU, A., ALBUQUERQUE, R.P.F., SILVA, M.A. (2001) Parâmentros seminais e circunferência escrotal de touros jovens da raça Guzerá criados no estado da Paraíba. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.25, n.2, p.214-215. CARTWRIGHT, T.C. (1979). Size as a component of beef production efficiency: cowcalf production. J. Anim. Sci., v. 48, n. 4, p. 974-980. CATES, W.F. (1991). Some nutritional and genetic considerations in the performance testing of beef bulls. Vet Clin North Am Food Anim Pract. Mar; 7(1): 59-76. 61 CBRA (COLÉGIO BRASILEIRO DE REPEODUÇÃO ANIMAL) (1998) Manual para exame andrológico e avaliação de sêmen animal. 2o ed. Belo Horizonte, MG, 49p. CHACÓN J, PEREZ E, MULLER E, SODERQUIST L, RODRIGUEZ-MARTINEZ H. (1999) Breeding soundness evaluation of extensively managed bulls in Costa Rica. Theriogenology. Jul 15; 52(2): 221-31. CHANDLER, J.E., ADKINSON, R.W., HAY, G.M., CRAIN, R.L. (1985) Environmental and genetic sources of variation for seminal quality in mature Holstein bulls. J. Dairy Sci. v.68 (5): 1270-9. CHASE Jr.,C.C., HAMMOND,A.C., CHENOWETH, MENCHACA, P.J., M.A., LARSEN, RANDEL,R.D. R.E., (1997). OLSON,T.A., Growth and reproductive development from weaning though 20 months of age among breeds of bulls in subtropical Florida. Theriogenology, v.47, p. 723-745. CHENOWETH, P.J. (1994) Bull behavior, Sex-drive and management. In: Fields, M.J. e Sand, R.S. (ed.). Factors affecting calf crop. Cap. 23 p.319-330. CHENOWETH, P.J., CHASE JR, C.C., THATCHER, M.J.D., WILCOX, C.J., LARSEN, R.E. (1996) Breed and other effects on reproductive traits and breeding soundness categorization in young beef bulls in florida. Theriogenology 46:1159170. CHENOWETH, P.J. (2005). Genetic sperm defects. Theriogenology, v.64, p. 457458. CHRISTENSEN, P., BROCKHOFF, P.B., LEHN-JENSEN, H. (1999). The relationship between semen quality and the nonreturn rate of bulls. Reprod. Dom. Anim., v. 34, p. 503-507. COULTER, G.H., MAPLETOFT, R.J., KOZUB, G.C., BAILEY, D.R.C., CATES, W.F. (1987) Heritability of scrotal circunference in one and two year old bulls of different beef breeds. Can. J. Anim. Sci., v. 67, p.645-651. COULTER, G.H., COOK, R.B., KASTELIC, J.P., (1997) Effects of dietary energy on scrotal surface temperature, seminal quality, and sperm production in young beef bulls. J. Anim. Sci. 75: 1048-1052. 62 CYRILLO, J.N.S.G., RAZOOK, A.G., FIGUEIREDO, L.A., NETO, L.M.B., RUGGIERI, A.C., TONHATI, H.(2000) Efeitos da seleção para peso pós – desmama sobre medidas corporais e perímetro escrotal de machos Nelore de Sertãozinho (SP) Rev.bras. zootec.,29(2):403-412 DEMEKE, S., NESER, F.W.C., SCHOEMAN, S.J. (2004) Estimates of genetic parameters for Boran, Friesian and crosses of Friesian and Jersey with the Boran cattle in the tropical highlands of Ethiopia: reproduction traits. Journal of Animal Breeding and Genetics v. 121, (1), p. 57-65. DIARRA, M.S., PARE, J.P., ROY, G. (1997). Genetic and environmental factors affecting semen quality of young Holstein bulls. Canadian J. Anim. Sci. v. 71, n. 1, p. 77-85. DIAS, J.C., SALVADOR, D.F., ANDRADE, V.J., VALE FILHO, V.R., REIS, S.R., ABREU, J.J., ZANETONI, J.A. (2003). Congelabilidade do sêmen de tourinhos da raça Guzerá de dois anos de idade, previamente selecionados pela classificação andrológica por pontos (CAP). Rev. Bras. Reprod. Anim., v. 27, n. 2, p. 189-190. DIAS, J.C., ANDRADE, V.J., SALVADOR, D.F., VALE FILHO, V.R., NOGUEIRA, L.A.G., ANCHIETA, M.C., CORRÊA, A.B., DE SOTO, M.A.B. (2004). Nutritional effects on body weigh, testicular development and quality of young Guzerat (Bos taurus indicus) bulls, from 15 to 20 month of age. In: 15th International Congress on Animal Reproduction, Anais...Porto Seguro: Colégio Brasileiro de Reprodução Animal, p.173. ELER, J.P., FERRAZ, J.B.S., SILVA, P.R. (1996) Parâmentros genéticos para peso, avaliação visual e circunferência escrotal na raça Nelore, estimados por modelo animal. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v. 48, n.2, p. 203-213. FALK, A.,WALDNER, C.L., COLTER, B., GUDMUNDSON, J., BARTH, A.D. (2001). Effects of epidural lidocaine anesthesia on bulls during alectroejaculation. Can Vet. J. v.42, p. 116-120. FERNANDES, A., MAGNOBOSCO, C.U., OJALA, M., CAETANA, A.R., FAMULA, T.R. (1996). Estimativas de parâmetros genéticos e ambientais de medidas corporais e peso em bovinos da raça Brahman nos trópicos. In: Sociedade 63 brasileira de zootecnia, Reunião Anual, 33, Anais...Fortaleza: Sociedade Brasileira de Zootecnia, p.136-138. FERREIRA, V.C.P., PENNA, V.M., BERGMANN, J.A.G., TORRES, R.A. (2001). Interação genótipo ambiente em algumas características produtivas de gado de corte no Brasil. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.53, n. 3 FIELDS, M. J., BURNS W. C., WARNICK A C. (1979) Age, season and breed affects on testicular volume and semen traits in young beef bulls. J. Anim. Sci. v. 48, n. 6, p. 1299-1303. FITZPATRICK, L.A., FORDYCE, G., McGOWAN, M.R., BERTRAM, J.D., DOOGAN, V.J., FAVERI, J, MILLER, R.G., HOLROYD, R.G. (2002). Bull selection and use in northern Australia Part 2. Semen traits. Anim. Reprod. Sci., v.71, p. 39-49. FONSECA, V.O., SILCA, E.V.C., HERMANNY, A., et al. (1993) Seasonal effects on semen characters and scrotal circumference in Nelore bulls. Revista Brasileira de Reprodução Animal. v. 17, n. 3/4, p. 135-145. FONSECA, V.O., SANTOS, N.R., MALINSKI, P.R. (1997). Classificação andrológica de touros zebu (Bos taurus indicus) com base no perímetro escrotal e características morfológicas do sêmen. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.21, n.2, p. 3639. FONSECA V.O. (2000) O touro no contexto da eficiência reprodutiva do rebanho. Informe Agropecuário. Belo Horizonte, v.21, n.205, p.48-63. GABALDI, S.H., DEFINE, R.M., BARROS, C.M.Q., MASCARO, K., KASTELIC, J.P., ROSA, G.J.M. (1999). Efeitos da elevação da temperatura nas características espermáticas em touros Nelores. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.23, n.3, p.222-224. GALLOWAY, D.B. (1976) Factors affecting fertility in bulls. In: Simpósio nacional de reprodução animal, 2, Anais..., Belo Horizonte, Colégio Brasileiro de Reprodução Animal, 1976. 64 GARNER, D.L., JOHNSON, L.A., ALLEN, C.H., PALENCIA, D.D., CHAMBERS, C.S. (1996). Comparison of seminal quality in Holstein bulls as yearlings and mature sires. Theriogenology, v.45, p,923-934. GARNERO, A.V., LÔBO, R.B., BEZERRA, L.A.F., OLIVEIRA, H.N. (2001). Comparação entre alguns critérios de seleção para crescimento na raça Nelore. Rev. Bras. Zootec.,v. 30, n. 3, p. 714-718. GODFREY, R.W., LUNSTRA, D.D., JENKINS, T.G., BERARDINELLI, J.G., NEUENDORFF, C.R., LONG, C.R., RANDEL, R.D. (1990). Effect of location and season on body and testicular growth in Brahman and Hereford bulls. J. Anim. Sci., v.68, p. 1520-1529. GRESSLER, S.L. (1998) Estudo de fatores de ambiente e parâmetros genéticos de algumas características reprodutivas em animais da raça Nelore. Tese (Mestrado) – Belo Horizonte-MG, Universidade Federal da Minas Gerais-UFMG, 149p GRESSLER, S.L., BERGMANN, J.A.G., PEREIRA, C.S., PENNA, V.M., PEREIRA, J.C.C., GRESSLER, M.G.M. (2000) Estudo das associações genéticas entre perímetro escrotal e características reprodutivas da fêmeas Nelore. Rev. Bras. Zootec., v.29(2), p. 427-437. GUIMARÃES, J.D., VASCONCELOS, C.O.P., GUIMARÃES, S.E.F., COSTA, E.P., NETO, T.M., DIAS, F. (2003). Biometria testicular em bovinos da raça Nelore, dos 20 aos 22 meses de idade. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.27, n. 2, p. 173-174. HADDAD, S.R., ABRAHÃO, A.R., MARQUES, L.F.A., OLIVEIRA, H.N. (2005). Correlação genética entre peso, perímetro escrotal e altura em bovinos da raça Nelore aos 15 meses de idade. In: Sociedade brasileira de zootecnia, Anais...Campo Grande: Zootec. HAFEZ, E.S.E. (1995) Reprodução Animal. 6 ed. Editora Manole ltda, 582p HAHN, J., FOOTE, R.H., SEIDEL, G.E. (1969). Testicular growth and related sperm output in dairy bulls. J. Anim. Sci., v.29, p. 41-47. IGBOELI, G., RAKHA, A.M.(1971) Seasonal changes in the ejaculate characteristics of Angoni (Short horn zebu) bulls. J. Anim. Sci., v. 33, n. 3, p.651-654. 65 JANSEN, J., BECH ANDERSEN, B., BERGSTROM, P.L., BUSK,H.,LAGERWEIJ, G.W., OLDENBROEK, J.K. (1985). In vivo estimation of body composition in young bulls for slaughter. 1. The repeatability and reproducibility of a scoring system, an ultrasonic scanning technique and body measurements. Livestock Production Science, v.12, p. 221-230. KINDER, J.E., BERGFED, E.G.M., WEHRMAN, M.E., PETER, K.E., KOJIMA, K.N. (1995) Endocrine basis for puberty in heifers and ewes. Journal of Reproduction and fertility. v.49, p.393-407. KNIGHTS, S.A., BAKER, R.L., GIANOLA, D., GIBB, J.B. (1984) Estimates of heritabilities and phenotypic correlations among growth and reproductive traits in yearling Angus bulls. J. Anim. Sci., v. 58, n.4, p.887-893. KUMI-DIAKA, J., NAGARATNAM, V., RWUAAN, J.S. (1981). Seasonal ans agerelated changes in semen quality and testicular morphology of bulls in tropical environment. The Veterinary Record.(3), p.13-15. KUNKLE, W.E., SAND, R.S., RAE, D.O. (1994). In: Fields, M.J. e Sand, R.S. (ed.). Factors affecting calf crop. Cap. 11 p.167-175. LAND, R.B. (1978). Genetic improvement of mammalian fertility: a review of opportunities. Anim. Reprod. Sci. , v. 1, n. 2, p.109-135. LEZIER, D.H. (2003) Avaliação da biometria testicular, concentração plasmática de hormônios e minerais em bovinos Nelore variedade mocha dos 12 aos 24 meses de idade. (Tese de doutorado). Universidade Estadual Paulista- Campus de Botucatu. 87p. LÔBO, R.B. (1996). Programa de melhoramento genético da raça Nelore. 3 ed. Ribeirão Preto. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. 88p. LUNSTRA, D.D., GREGORY, K.E., CUNDIFF, L.V. (1988) Heritability estimates and adjustment foctors for the effects of bull age and age of dam on yearling testicular size in breeds of beef bulls Theriogenology, v.30, p. 127. MAGNOBOSCO, C.U., OJALA, M., FERNANDES, A., CAETANO, A.R., FAMULA, T.R. (1996). Efeito de fatores ambientais sobre medidas corporais e peso em bovinos da raça Brahman no México. In: Sociedade brasileira de zootecnia, 66 Reunião Anual, 33, Anais...Fortaleza: Sociedade Brasileira de Zootecnia, p.139141. MAKARECHIAN, M., FARID, A., BERG, R.T. (1985) Scrotal circunference, sperm characteristic, growth parameters and their relationship in young beef bulls. Can. J. Anim. Sci. 65: 789-798. MARTINEZ, M.L., VERNEQUE, R.S., TEODORO, R.L., PAULA, L.R.O., CRUZ.M., CAMPOS, J.P., et al. (2000). Correlações entre características de qualidade do sêmen e a circunferência escrotal de reprodutores da raça Gir. Rev. Bras. Zootec., v.29, n.3, p.700-706. MARTINS, G.A., MARTINS FILHO, R., LIMA, F.A.M., LÔBO, R.N.B. (2000). Influência de fatores genéticos e de meio sobre a crescimento de bovinos da raça Nelore do estado do Maranhão. Rev. Bras. Zootec., v. 29, n.1. MARTINS FILHO, R. (1991). Estimativa de correlações genéticas entre circunferência escrotal em bovinos da raça Nelore e características reprodutivas em suas meias irmãs paternas. Dissertação (Doutorado) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP, Universidade de São Paulo-USP, 93p. MATHEVON, M., BUHR, M.M., DEKKERS, J.C.M. (1998) Environmental, management, and genetic factors affecting semen production in holstein bulls. J. Dairy Sci. n. 81, p. 3321-3330. MEYER, K., HAMMOND, K., MACKINNON, M.J., PARNELL, P.F. (1991). Estimates of covariances between reproduction and growth in Australian Beef Cattle. J. Anim. Sci. v. 69, n.9, p. 3533-3543. MUCARI, T.B., OLIVEIRA, J.A. (2003). Análise genético- quantitativa de pesos aos 8, 12, 18 e 24 meses de idade em um rebanho de raça guzerá. Rev. Bras. Zootec., v. 32, n.6, p. 1604-1613. NICODEMO, M.L.F., SATURNINO, H.M. (2002) Nutrição e reprodução de bovinos. In: EMBRAPA – CNPGC Eficiência no manejo reprodutivo: Sucesso no rebanho de cria. Campo Grande – MS. EMBRAPA – CNPGC. 145p. NOLAN, C.J., NEUENDORFF, D.A., GODFREY, R.W., HARMS, P.G., WELSH Jr, T.H., McARTHUR, N.H., RANDEL, R.D. (1990) Influence of dietary energy intake 67 on prepuberal development of Brahman bulls. J. Anim. Sci. v.68, n.4, p.10871096. PACHECO, A., QUIRINO, C.R., MADELLA-OLIVEIRA, A.F., BARTOLAZZI JÚNIOR, A , BUCHER, C.H. (2005). Avaliação mensal das características seminais de touros da raça guzerá do norte fluminense. In: Zootec, Reunião Anual, 29, Anais...Goiânia: Sociedade Brasileira de Zootecnia. PALMER, C.W., AMUNDSON, S.D., BRITO, L.F.C., WALDNER, C.L., BARTH, A.D. (2004 a). Use of oxytocin and cloprostenol to facilitate semen collection by electroejaculation or transrectal massage in bulls. Animal Reproduction Science, v. 80, p.213-223. PALMER, C.W., BRITO, L.F.C., ARTEAGA, A.A., SODERQUIST, L., PERSON, Y., BARTH, A.D., (2004b) comparison of electroejaculation and transrectal massage for semen collection in range and yearling feedlot beef bulls. Animal Reproduction Science.(in press). PEÑA, C.D.O., QUEIROZ, S.A.,FRIES, L.A. (2000) Estimação de fatores de correção do Perímetro escrotal para idade e peso corporal em touros jovens da raça Nelore. Rev. Bras. Zootec., v.29(6), p. 1667-1675. PEREIRA, J.C.C. (2001) Melhoramento Genético Aplicado à Produção Animal . 2o ed. FEP-MVZ EDITORA. Belo Horizonte.555 p. PEREIRA, E., ELER, J. P., FERRAZ, J.B.S. (2002) Análise genética de características reprodutivas na raça Nelore. Pesq. agropec. bras., v.37, no.5 p.703-708. PICARD-HAGEN, N., SOURBE, O., LYAZRHI, F., COUPET, H., HENNEQUIN, M., JACOB, H., BERTHELOT, X. (2002) Effect of precocious on semen output and quality in young Holstein bulls.Theriogenology 57: 1511-1522. PIMENTEL, C.A., CHAGAS, P.R., BENTO, C.L.R., FERREIRA, J.M.M., AMARAL, C.O., MORAES, J.C.F., MEDEIROS, E.L. (1984). Desenvolvimento testicular e corporal em touros de corte. Rev. Bras.Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.8, p. 2733 68 PINEDA, N.R.; FONSECA, V.O.; PROENÇA, R.V. (2000a). Potencial reprodutivo de touros Nelore: Libido, capacidade de serviço, e eficiência em acasalamentos com elevada proporção de vacas. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.24, p.44-51. PINEDA, N.R.; FONSECA, V.O., ALBUQUERQUE, L.G.(2000 b). Estudo preliminar da influência do perímetro escrotal sobre a libido em touros jovens da raça Nelore. Arq. Bras. Méd. Vet. Zootec., v.52, n.1. PINHO, T.G., NOGUEIRA, L.A., CASTRO, R.P.R., MARQUES, D.M., MONTEIRO, AB.S.(2004). Semen quality and scrotal circumference of Bos taurus and Bos indicus bulls extensively managed in tropical environment in Brazil. In: 15th International Congress on Animal Reproduction. Anais..., Porto Seguro- Brasil: CBRA, p.197. PINTO, P.A. (1994) O perímetro escrotal como critério de seleção em bovinos Nelore (Bos taurus indicus). Dissertação (Doutorado) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP, Universidade de São Paulo-USP, 55p. PRAJAPATI, K.B., RADADIA, N.S., TAJANE, K.R. et al.(1991). Relationship between different measures of body size in Mehsana buffaloes. Indian J. Anim. Sci., v.61, n.1, p.88-90. QUIRINO, C.R., BERGMANN, J.A.G., (1998). Heritability of scrotal circumference adjusted and unadjusted for body weight in nellore bulls, using univariate and bivariate animal models. Theriogenology, v. 49 (7), p. 1389-1396 QUIRINO, C.R., BERGMANN, J.A.G., VALE FILHO, V.R., ANDRADE, V.J., PEREIRA, J.C.C. (1999) Evaluation of four mathematical functions to describe scrotal circunference maduration in Nelore bulls. Theriogenology, v. 52, p.25-34. QUIRINO, C.R. (1999) Herdabilidades e Correlações genéticas entre medidas testiculares, características seminais e libido em touros Nelore. Tese (Doutorado) – Belo Horizonte-MG, Universidade Federal da Minas Gerais-UFMG, 104p. QUIRINO, C.R., BERGMANN, J.A.G., VALE FILHO, V.R., ANDRADE, V.J., REIS, S.R., MENDONÇA, R.M., FONSECA, C.G. (2004) Genetic parameters of libido in Brazilian Nellore bulls. Theriogenology v.62 (1-7). 69 RABESQUINE, M.M., CHACUR, M.G.M., PARRA, J.A.G., RAMOS, A.A., OBA, E. (2003). Morfometria testicular, aspectos seminais e influencia do peso corpóreo sobre a morfologia espermática na raça Limousin. Rev. Bras. Rprod. Anim., v. 27, n.2, p. 176-177. REKWOT, P.I., VOH Jr., A.A., OYEDIPE, E.O., OPALUWA, E.O., et al. (1987) Influence of season on characteristics of the ejaculate from bulls in an artificial insemination centre in Nigeria. Anim. Rreproduction Sci. v. 14, n. 2, p. 194-197. ROSA, A.N. (1999). Variabilidade fenotípica e genética do peso adulto e da produtividade acumulada de matrizes em rebanhos de seleção da raça Nelore no Brasil. Dissetação (Doutorado) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP, Universidade de São Paulo-USP, 114p. SALLES, P.A. (1995). Critérios de Seleção para características de crescimento em machos da raça Nelore. Tese (Mestrado) Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP, Universidade de São Paulo-USP, 69p. SALVADOR, D.F., DIAS, J.C., VALE FILHO, V.R., ANDRADE, V.J., SILVA, A.S., NOGUEIRA, E. (2002) Perfil andrológico de touros da raça Nelore com três e quatro anos de idade, criados extensivamente em condições do estado do Mato Grosso do Sul. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.25, n. 2, p. 64-67. SALVADOR, D.F., ANDRADE, V.J., VALE FILHO, V.R., SILVA, A.S., COSTA, E.V.(2003). Avaliação da libido de touros Nelore adultos em curral e sua associação com características andrológicas e desempenho reprodutivo a campo. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. v. 55, (5). SANCHES, A.C. (1999). Concentração plasmática de testosterona e suas relações com características reprodutivas e morfométricas de touros jovens das raças Nelore e Santa Gertrudis. Tese (Mestrado) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-SP, Universidade de São Paulo-USP, 84p. SANTOS, N.R., HENRY, M., PARANHOS DA COSTA, M.J.R., COTTORELLO, A.C.P., LUZ, S.M.P. (2001) Comportamento sexual de touros da raça Nelore (Bos taurus indicus) em diferentes épocas do ano. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.25, n. 2, p. 178-180. 70 SANTOS, R. (2005) Guzerá O gado do Brasil. 1ed.Editora Agropecuária Tropical,528p. SARREIRO, L.C. (2001) Estimativas de Herdabilidade e correlações genéticas entre perímetro escrotal, libido e características seminais de touros da raça Nelore. Tese (Mestrado em Zootecnia) – Belo Horizonte-MG, Universidade Federal da Minas Gerais-UFMG, 36p. SARREIRO, L.C., BERGMANNM, J.A.G., QUIRINO, C.R., PINEDA, N.R., FERREIRA, V.C.P., SILVA, M.A. (2002) Herdabilidade e correlações genéticas entre perímetro escrotal, libido e características seminais de touros Nelore. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. v.54 (6). SAS.(1996) User’s Guide. SAS Inst., Inc., Cary, NC. SCAPARATI, M.T., MAGNOBOSCO, C.U., JOSAHKIAN, L.A., OLIVEIRA JÚNIOR, B.C., OLIVEIRA, H.N., LÔBO, R.B. (1996). Estudos de medidas corporais e peso vivo em animais jovens da raça Nelore. In: Sociedade brasileira de zootecnia, Reunião Anual, 33, Anais...Fortaleza: Sociedade Brasileira de Zootecnia, p.110112. SCHMIDTH-HEBBEL, J., TONIOLLO, G.H., LEITE, F.G., FERRAUDO, A.S., PERECIN, D., PACOLA, L.J. (2000). Características físicas e morfológicas de sêmen de touros jovens das raças Gir, Guzerá, Nelore (Bos taurus indicus) e Caracu (Bos taurus taurus). Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.52, n.5. SEKONI, V.O., KUMI DIAKA, J., SAROR, D.I., et al. (1988) Seasonal and monthly variations in the incidence of morphological abnormalities in bovine spermatozoa in Shika, Zaria, Northern Nigeria. Anim. Reproduction Sci. v. 17, n. 1/2, p. 61-67. SILVA, A.E.D.F., DODE, M.A.N., PORTO, J.C., ABREU, U.G.P. (1991) Estacionalidade na atividade sexual de machos bovinos Nelore e mestiços Fleckvieh e Chianina X Nelore: Características espermáticas. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.26, n.10, p.1745-1750. SILVA, A.E.D.F., DODE, M.A.N., UNANIAN, M.M.(1993) Capacidade reprodutiva do touro de corte: funções, anormalidades e fatores que a influenciam. Campo Grande – MS. EMBRAPA – CNPGC. 128p. 71 SILVA, A.E.D.F.(1997). A identificação da puberdade , através do sêmen, em gado Nelore. In: O Nelore do século XXI,4, Anais...Uberaba – MG: ABCZ, p 63-71. SOUZA, J.C., MALHADO, C.H.M., SILVA, L.O.C., FERRAZ FILHO, P.B. (2002) Efeito do ambiente sobre o peso de bovinos da raça Guzerá no estado de São Paulo. Arq. Vet. Sci. v.7, n.1, p. 57-63. TOELLE, V.D., ROBISON, O.W. (1985) Estimates of genetic correlations between testicular mensurements and female reproductive traits in cattle. J. Anim. Sci. , v.60, n.1, p.89-100. TONHATI, H., LOBO, R.B., OLIVEIRA, H.N. (1999) Repeatability and heritability of response to superovulation in Holstein cows. Theriogenology, v.51:1151-1156. TORRES-JÚNIOR, J.R.S., HENRY, M. (2003) Perfil biométrico testicular e puberdade seminal em touros da raça Guzerá (Bos taurus indicus)- (resultados preliminares). Rev. Bras. Reprod. Anim., v.27, n.2, p.304-305. TORRES-JÚNIOR, J.R.S. (2004).Desenvolvimento ponderal e sexual de machos da raça Guzerá. Tese (Mestrado) – Belo Horizonte-MG, Universidade Federal da Minas Gerais-UFMG, 44p. TROCÓNIZ, J.F., BELTRÁN, J., BASTIDAS, H., LARREAL, H., BASTIDAS. P. (1991) Testicular development, body weight changes, puberty and semen traits of growing guzerat and Nellore bulls Theriogenology, v. 35, (4), p. 815-826 UNANIAN, M.M., SILVA, A.E.D.F., McMANUS, C., CARDOSO, E.P. (2000). Características biométricas testiculares para avaliação de touros zebuínos da raça Nelore. Rev. Bras. Zootec., v.29, n.1, p.136-144. VALE FILHO, V.R., BERGMAN, J.A.G., QUIRINO, C.R., REIS, S.R., MENDONÇA, R.M.A. (1997). Caracterização andrológica de touros Nelore, selecionados para a primeira estação de monta. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.21, n. 2, p. 42-44. VALE FILHO, V.R., ANDRADE, V.J., QUIRINO, C.R., BERGMAN, J.A.G., SALVADOR, D.F., RIBEIRO FILHO, A.L., REIS, S.R. (2001). Perfil andrológico dos touros Tabapuã (Bos taurus indicus) de um a dois anos de idade, criados 72 extensivamente nos estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, Brasil. Rev. Bras. Reprod. Anim., v. 25, n. 2, p.189-192 VALENTIM, R., ARRUDA, R.P., BARNABE, R.C., ALENCAR, M.M. (2002) Biometria testicular de touros Nelore (Bos taurus indicus) e touros cruzados Neloreeuropeu (Bos taurus indicus x Bos taurus taurus) aos 20 e 24 meses de idade. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., vol.39, no.3, p.113-120. WILLET, E.L., OHMS, J.I. (1957) Measurement of testicular size and its relations to reproduction of spermatozoa by bulls. J. Diry Sci., v.40, n.10, p.1559-1569. WINKLER, R., PENNA, V.M., AULER, F., et al. (1992). Medidas corporais de fêmeas adultas da raça Guzerá. I. Médias e repetibilidade. In: Sociedade brasileira de zootecnia, Reunião Anual, 29, Anais...Lavras: Sociedade Brasileira de Zootecnia, p.98. WINKLER, R. (1993). Tamanho corporal e suas relações com algumas características reprodutivas em fêmeas bovinas adultas da raça Guzerá. Tese (Mestrado) – Belo Horizonte-MG, Universidade Federal da Minas Gerais-UFMG, 116p. WOLF, F.R., ALMQUIST, J.O., HALE, E.B., (1965) Prepuberal behavior and puberal characteristics of beef bulls on high nutrient allowance. J. Anim. Sci., v.24, n.3, p.761-765.