INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA CAMPUS CHAPECÓ ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO ANDRÉ TIAGO ANDREOLA JOSIMAR RISSI LUCAS JOSÉ FRIZON AUTOMAÇÃO DE UM CARRO LINEAR PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE SOLDAGEM MIG-MAG E TIG COM AJUSTE DE VELOCIDADE E CONTROLE DE POSICIONAMENTO PROJETO INTEGRADOR IV CHAPECÓ 2014 AUTOMAÇÃO DE UM CARRO LINEAR PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE SOLDAGEM MIG-MAG E TIG COM AJUSTE DE VELOCIDADE E CONTROLE DE POSICIONAMENTO ANDRÉ TIAGO ANDREOLA JOSIMAR RISSI LUCAS JOSÉ FRIZON Projeto apresentado à disciplina Projeto Integrador IV, como requisito parcial de avaliação. Professores Alfen Souza e Guilherme de S. Weizenmann Chapecó 2014 2 Introdução A matriz curricular do curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSC, Campus Chapecó, apresenta disciplinas diferenciadas, que tem como objetivo tornar o curso consonante com a instituição em que está inserido. Unidades curriculares como o Projeto Integrador (PI), disciplina esta que já é ministrada em outros cursos oferecidos pelo IFSC, vem se estabelecendo, trazendo produções significativas para a instituição profissionalizante em questão. No curso de Engenharia de Controle e Automação, o Projeto Integrador está disposto ao longo de quatro semestres, e os principais objetivos da disciplina, segundo o projeto pedagógico do curso, são: Integrar os conhecimentos adquiridos no curso, até o ponto onde o projeto é desenvolvido; Conciliar teoria, prática, estimulando consciência e compreensão de maior amplitude nos estudos; Desenvolver metodologia de pesquisa e apresentação de trabalhos; Incentivar o espírito empreendedor e de liderança; Promover maior interação entre os docentes e alunos. A metodologia para o desenvolvimento do PI é apresentada no Manual do Projeto Integrador. Neste documento estão descritos todos os processos para a efetivação da unidade curricular, desde os processos de planejamento, seleção de equipes, seleção de projetos, métodos de avaliação, apresentação e defesa do projeto final. Além disso, são apresentados os requisitos que devem ser atendidos, os instrumentos que devem ser utilizados para a execução dos trabalhos, como devem ser feita a solicitação de recursos, dos orientadores, das competências e habilidades a serem desenvolvidas. Com base nos requisitos apresentados, definiu-se o projeto descrito ao longo deste trabalho. Este deve atender às especificações expostas acima, e trazer o melhor aproveitamento possível aos seus desenvolvedores. O projeto proposto consiste, basicamente, do desenvolvimento da Automação de um carro linear para aplicação em processo de soldagem MIG-MAG e TIG com ajuste de velocidade e controle de posicionamento (Fig. 1). 3 Figura 1: Equipamento a ser automatizado Acredita-se que com o desenvolvimento deste trabalho, as práticas de ensino requisitadas serão atendidas. Os integrantes envolvidos no planejamento e execução das atividades serão beneficiados, já que os processos para a elaboração do protótipo envolvem os mais diversos campos da matriz curricular da Engenharia de Controle e Automação do IFSC. Estrutura do Projeto 1. PROJETO INFORMACIONAL O projeto informacional está embasado na definição do problema do projeto. A partir disso, foi desenvolvido um levantamento de informações, buscando entender de maneira clara a problemática proposta. Ao final desta etapa, foi obtida uma lista de especificações do projeto, que orientará a geração de soluções, além de fornecer a base sobre a qual serão desenvolvidas as próximas etapas do processo de desenvolvimento (ROZENFELD 4 et al., 2006). Para tanto, serão apresentados ao longo desta sessão, alguns tópicos para a obtenção das especificações do projeto. Algumas das informações apresentadas serão: a definição do problema do projeto; a pesquisa de informações, com um levantamento da existência de produtos semelhantes ao que será desenvolvido neste projeto; A definição dos atributos do produto; Os clientes, as necessidades e os requisitos dos clientes; Os requisitos do projeto; E por fim as especificações do projeto. 1.1. Objetivos 1.1.1. Objetivos Gerais Desenvolvimento de um protótipo de uma máquina de soldagem automatizada para processos de soldagem a arco elétrico, especialmente para os processos MIG/MAG e TIG. Mais especificamente, realizar-se-á o estudo e construção de um modelo de controle de velocidade e posição de soldagem, para união de chapas. 1.1.2. Objetivos Específicos Controlar a velocidade de Soldagem; Controlar a distância de pontos de soldagem; Controlar o ponto de início de soldagem; Controlar o ponto final de soldagem; Controlar o comprimento do cordão de solda; Desenvolver interface de Controle. 1.2. Fundamentação No mercado atual, local, a automação dos processos de soldagem ainda não está muito desenvolvida. A continuidade do desenvolvimento do projeto do equipamento de soldagem automática, tornando-o automatizado e auto controlável permitirá a apresentação à comunidade local um projeto que vem ao encontro às suas necessidades. Outro fator que faz com que haja estudos na área da automação da soldagem é a busca pela eficiência, rapidez, produtividade e também alcançar a maior independência em relação ao soldador, visto que há cada vez menos soldadores preparados para o mercado de trabalho, isso gera uma dependência da 5 demanda de mão de obra qualificada. Por isso, a necessidade das empresas investirem em tecnologias para produzirem mais com menos trabalhadores, bem as instituições de ensino incentivar seus estudantes a desenvolver projetos de pesquisas relacionados à área de demanda. O sistema, ora desenvolvido, permitirá o uso de dois tipos de solda, o MIG/MAG (“Metal Inert Gas” e “Metal Active Gas”) e o TIG (Tungsten Inert Gas), que são amplamente utilizados nas indústrias de máquinas em geral. 1.2.1. Automação da soldagem A automação da soldagem possibilita melhoria mensurável tanto na qualidade quanto na produtividade, além disso, as condições de trabalho são menos insalubres. Em ambientes onde as condições são adversas, como em locais de temperatura elevada, para condições humanas, e tendo em mente que o uso de ventiladores não pode ser usado próximo de processos de soldagem a arco, os processos automáticos são de grande valia. Seguindo nessa linha de raciocínio, temos também a redução nos custos operacionais, pois com o aumento da velocidade de soldagem utiliza-se menor quantidade de gás, menor número de pessoas trabalhando para executar a mesma tarefa, além da diminuição de retrabalhos em virtude ocorrerem soldagens inadequadas. 1.2.2. Processos de Soldagem Aplicados Dentre os processos de soldagem, os mais adequados ao projeto a ser desenvolvido são o MIG/MAG e o TIG. O processo MIG/MAG é um processo de soldagem a arco elétrico que utiliza gases inertes ou misturas deles (MIG) e também gases ativos ou misturas de gases ativos e inertes (MAG) para proteger a poça de fusão e a região adjacente a ela contra os gases atmosféricos que possam prejudicar a soldagem. Esses processos também são conhecidos pela sigla GMAW (Shielded Metal Arc Welding), e são utilizados para unir peças metálicas pelo aquecimento e pela fusão delas e do eletrodo, a partir de um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico nu consumível e a peça a ser soldada (Fig. 2). 6 Figura 2: Processo MIG/MAG O processo TIG permite soldar materiais com ou sem metal de adição, autógeno. Dependendo da aplicação da solda, é possível adicionar material à poça de fusão; nesse caso, o material deverá ser compatível com o metal de base. Esse processo foi desenvolvido na década de 40 para soldagem de aços inoxidáveis e de ligas de alumínio e magnésio; atualmente, é utilizado para soldar praticamente todos os metais. É caracterizado por utilizar um arco elétrico, o qual é formado entre um eletrodo não consumível de tungstênio e a peça, onde a poça de fusão e o eletrodo são protegidos da ação da atmosfera por um gás inerte (argônio ou hélio). Esse arco elétrico atua como fonte de calor para fundir os metais, podendo ainda ser adicionado um metal de adição (Fig. 3). Figura 3: Processo TIG 7 1.2.3. Velocidade de Soldagem A velocidade de soldagem é um parâmetro que influencia fortemente na geometria do cordão de solda. Se a velocidade for demasiadamente alta o cordão fica com geometria convexa, com bordas irregulares e pouca. Por outro lado, com uma velocidade muito baixa, ocorre a inclusão de escórias no interior da solda, não obstante, o cordão ainda tem formato irregular e pode ocorrer a perfuração da chapa. Neste contexto, a velocidade de soldagem tem importância fundamental, não somente no que se refere à qualidade do processo, apresentado acima, mas também na questão econômica financeira, haja vista que além do descarte do material em condições imperfeitas, há o gasto com energia utilizada no processo e tempo de produção. 1.2.4. Abertura do Arco de Solda O arco elétrico é a fonte mais comum de calor usado nos processos de soldagem. Essa fonte energética é amplamente utilizada, pois há uma facilidade de controle, baixo custo dos equipamentos e um nível de risco a saúde, aceitável. O arco elétrico possui fenômenos físicos altamente complexos. O arco consiste de uma descarga elétrica mantida pela ionização do gás do meio em que ocorre. Esta ionização tem temperatura elevada o suficiente para fundir os materiais e por isso usado nos processos de soldagem. Nos processos de soldagem a área da seção transversal do eletrodo é menor do que a área plana da peça a ser soldada, isso faz com que o arco elétrico tem um formato cônico (Fig. 4). Figura 4: Arco elétrico em uma soldagem 8 1.3. Benchmark 1.3.1. Definição do problema do projeto Desenvolvimento de um projeto que atenda, principalmente, os requisitos da disciplina de Projeto Integrador IV, ministrada no curso de Engenharia de Controle e Automação, do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC, Campus Chapecó, com a melhoria da interface usuário máquina de um equipamento de solda conhecido como “trator de solda”, desenvolvido em projetos integradores passados. A partir da necessidade dos acadêmicos em aplicar e integrar os conhecimentos adquiridos ao longo do semestre optou-se por esta melhoria por envolver grande parte das matérias do semestre principalmente na área de soldagem. Ao final do projeto, uma interface usuário máquina intuitiva e totalmente funcional dando uma maior automação ao processo assim como uma melhora na qualidade e constância da solda produzida pelo equipamento. 1.3.2. Pesquisa de informação No mercado hoje podem são encontrados diversos equipamentos destinados à soldagem automática de chapas, perfis ou tubos. Devido a essa diversidade de equipamentos temos também a variedade de processos como, MIG/MAG, TIG, Elétrica, Plasma, entre outros. Daremos ênfase aos produtos relacionados à soldagem por processos a arco elétrico, especialmente aos MIG/MAG e TIG, já que estes são os processos relacionados ao projeto a ser desenvolvido. 1.3.3. Tartílope V2 – LABSOLDA O Tartílope V2, conforme a Figura 5, é um sistema de movimentação automática em dois eixos para aplicação em processos de soldagem e corte de chapas metálicas. O sistema tem três componentes principais: teclado, módulo eletrônico e dispositivo mecânico. 9 Figura 5: Tartílope de solda O teclado tem a função de receber as entradas do usuário referente aos parâmetros do processo, possui acoplado a ele um display de cristal líquido para apresentar informações sobre o processo. O módulo eletrônico processa e controla os movimentos e possui drivers que geram os sinais de forma de onda de tensão e corrente para os motores de passo. O dispositivo mecânico é composto de um dispositivo móvel (que contém dois motores de passo) o qual corre por sobre um trilho. Os trilhos do Tartílope V2 podem ser encadeados de forma a permitir soldagem ou cortes de grandes extensões; 1.3.4. NE/SL – Netsu O NE/SL da Netsu, conforme a Figura 6, é um equipamento destinado à automação da soldagem longitudinal de diversas peças, tanto interna como externamente, topo a topo ou sobrepostas. Este equipamento pode apresentar formas distintas de fixação de peça como, por exemplo, mandril, utilizado para soldagem de tubos, ou uma mesa de apoio, para chapas planas em geral. O suporte da tocha é adaptável ao diâmetro das peças a serem soldadas, apresentando ajuste manual ou motorizado. 10 Figura 6: NE/SL 1.4. Requisitos/Especificações e metas 1.4.1. Atributos do produto Baseado nas especificações que o projeto deve atender, são apresentadas as características da interface homem-máquina. Ao longo deste tópico serão definidas as funcionalidades, especificações, restrições e benefícios do produto final deste projeto. 1.4.2. Segurança A interface deve possuir as características básicas de segurança, para que seja possível a parada do equipamento em caso de algum acidente ocorrer durante o processo de soldagem. Ela deve dar a possibilidade de isolamento do operador perante aos riscos que o processo de soldagem, assim como as insalubridades do mesmo. 1.4.3. Adaptável Como forma de disponibilizar a melhoria do equipamento a projetos integradores futuros, o hardware e o software devem ser de fácil entendimento e modificação para que suas possíveis adaptações sejam alcançadas com maior facilidade. 1.4.4. Sustentabilidade 11 Os materiais utilizados serão selecionados conforme o melhor custo/benefício fornecido pelos mesmos. Como forma do projeto não se tornar obsoleto tão rapidamente e ser descartado em algum próximo projeto integrador, o mesmo possuirá qualidades de adaptabilidade e desenvolvido com materiais eletrônicos de grande utilização atual. 1.4.5. Clientes A definição dos clientes do projeto baseou-se, na ementa da unidade curricular do Projeto Integrador IV e, no manual dos Projetos Integradores. Estes documentos abrangem todos os interessados e beneficiados pelo desenvolvimento deste trabalho. Portanto, os clientes do projeto são definidos abaixo: A indústria de metal mecânica interessada em automatizar os processos de soldagem de chapas metálicas; A ementa da unidade curricular do Projeto Integrador IV, ministrado no curso de Engenharia de Controle e Automação, do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC, Campus Chapecó. A ementa desta unidade curricular prevê a integração e aplicação dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas ao longo do oitavo período; Pessoas, usuários que tenham interesse em conhecer o funcionamento de um modelo de sistema automatizado. 1.4.5.1. Necessidades dos clientes A definição das necessidades dos clientes baseou-se, na ementa da unidade curricular do Projeto Integrador IV, conforme segue abaixo: Aplicar os princípios de Robótica; Aplicar os princípios sistemas integrados de manutenção; Aplicar os princípios de automação na soldagem; Além dos itens citados anteriormente, que contemplam os conhecimentos adquiridos nas unidades curriculares do oitavo semestre, outras necessidades identificadas são: Sistema adaptável que possibilite a fácil inclusão de novos equipamentos ao conjunto; 12 Segurança: Proteção contra os riscos e a insalubridade que o processo possa ocasionar; Ergonomia: A adequação da interface às disponibilidades de habilidades psicofisiológicas das pessoas que a utilizarão; Realizar a soldagem automática de chapas metálicas com processo do tipo TIG e MIG/MAG. 1.4.5.2. Requisitos do Cliente As necessidades definidas anteriormente devem ser transformadas em requisitos dos clientes, ou seja, é preciso definir de que maneira as necessidades serão atingidas. A tabela abaixo traz estas informações: NECESSIDADES DOS CLIENTES REQUISITOS DOS CLIENTES Utilizar os princípios de robótica determinando o Aplicar os princípios de Robótica posicionamento e controle das componentes móveis do equipamento. Sistemas integrados de manufatura Automação na soldagem Padronização e melhoria da qualidade da solda otimizando custos. Automatizar o processo de soldagem e controlar as variáveis disponíveis. Disponibilizar espaço físico para possível upgrade do Adaptabilidade projeto e programação simplificada para auxiliar o entendimento da mesma. Evitar choques elétricos. Evitar cantos vivos nas Segurança estruturas. A interface deverá ser equipada com sinais de alerta e botões de emergência, não causar danos aos usuários por deslocamento dos fusos. Tabela 1: Necessidades dos clientes transformadas em requisitos dos clientes 1.4.6. Requisitos do Projeto Os requisitos dos clientes devem ser transformados em requisitos de projeto, ou seja, deve-se exemplificar como os requisitos dos clientes serão atendidos, conforme tabela abaixo: REQUISITOS DO CLIENTE REQUISITOS DO PROJETO Utilizar os princípios de robótica Equacionar os movimentos e graus de liberdade determinando o posicionamento e dos conjuntos móveis, assim como controlar a 13 controle das componentes móveis do posição do mesmo. equipamento. Através dos parâmetros de soldagem estudados Padronização e melhoria da qualidade nas aulas de automação da soldagem será da solda otimizando custos. escolhida a operação ótima que o equipamento deverá trabalhar. Automatizar o processo de soldagem e controlar as variáveis disponíveis. Disponibilizar espaço físico para possível upgrade do projeto e programação simplificada para auxiliar o Programar o micro controlador a fim de controlar os drives dos sistemas eletromecânicos de movimentação e referenciamento. Programar em C, utilizar plataformas open source de micro controlador, e adquirir um display amigável a programação. entendimento da mesma. Evitar choques elétricos. Evitar cantos vivos nas estruturas. A interface deverá Trabalhar com baixas tensões, chanfrar cantos ser equipada com sinais de alerta e vivos, equipar a interface com luzes de botões de emergência, não causar emergência e botão cogumelo, limitar o torque danos aos usuários por deslocamento dos guias lineares. dos fusos. Tabela 2: Definição dos requisitos do projeto, a partir dos requisitos dos clientes. Por fim, é necessário transformarmos os requisitos de projeto em especificações do projeto. Isso deve ser feito atribuindo-se mais três informações aos requisitos de projeto. Estas informações são: os objetivos, ou seja, o que se deseja atingir com o requisito; o sensor, que representa como será verificado o cumprimento das metas estabelecidas; e a saída desejada. Podemos analisar estas informações na tabela abaixo. REQUISITOS DO PROJETO OBJETIVOS Equacionar os movimentos e graus de liberdade dos conjuntos móveis, assim como controlar a posição do mesmo. Calcular as trajetórias SENSOR SAÍDAS DESEJÁVEIS Controle de limites de Visual cursos e velocidades de movimentação. Através dos parâmetros de soldagem estudados nas aulas de automação da soldagem será escolhida a operação ótima que o equipamento deverá Melhorar a soldagem Visual Cordão de solda adequado. trabalhar. Programar o micro controlador a fim de Controlar a Trena, Acionamento 14 controlar os drives dos sistemas eletromecânicos de movimentação e movimentaçã paquímetro controlado o do carro referenciamento. Programar em C, utilizar plataformas open source de micro controlador, e Versatilidade adquirir do projeto um display amigável a Facilitar a adaptação Visual do produto programação. Trabalhar com baixas tensões, chanfrar Estrutura cantos vivos, equipar a interface com Evitar luzes de emergência e botão cogumelo, acidentes em conformidade com as Visual normas de segurança limitar o torque dos guias lineares. estabelecidas Tabela 3: Especificações do projeto 1.5. Cronograma Projeto Informacional Agosto Setembro Outubro Novembro Projeto Projeto Manufatura, Projeto Conceitual preliminar programação detalhado 06, 07 X 13, 14 X 20, 21 X X 27, 28 X X 03, 04 X 10, 11 X X 17, 18 X 24, 25 X 01, 02 X X 08, 09 X 15, 16 X 22, 23 X 29, 30 X 05, 06 X 12, 13 X X 19, 20 X X 26, 27 Apresentação X 15 Dezembro 03, 04 X 10, 11 Reserva Reserva Reserva Reserva Reserva Reserva 17 Reserva Reserva Reserva Reserva Reserva Reserva Tabela 4: Cronograma 2. PROJETO CONCEITUAL Com base no levantamento de requisitos e especificações obtidas no projeto informacional, é possível iniciar o projeto conceitual. Esta etapa consiste, basicamente, na busca de princípios de solução a fim de encontrar as melhores alternativas para o desenvolvimento do projeto, atendendo às necessidades dos clientes. A primeira etapa para encontrar as soluções mais adequadas ao problema proposto é o desdobramento da função global, onde as etapas principais serão detalhadas. Dessa forma, é possível obter uma visão global dos processos que serão desenvolvidos, para então buscar os princípios de solução adequados. Os princípios de solução serão obtidos através de um método denominado Brainstorming, que é considerado um excelente caminho para o desenvolvimento de soluções criativas (ROZENFELD et al., 2006). Este método consiste em uma sessão, onde serão lançados os problemas, e cada integrante da equipe pode sugerir uma ideia para saná-lo. Por fim, a equipe irá avaliar as ideias sugeridas e selecionar as que melhor se encaixam as funções desempenhadas pelo projeto a ser desenvolvido. 2.1. Estrutura Funcional A partir das funções principais, que serão desenvolvidas na automação e controle de velocidade e posicionamento do carro de soldagem, e a fim de obter uma melhor visualização dos processos a ser estruturados e construídos, efetuou-se o desdobramento da função global, conforme fluxograma da Figura 7. 16 Figura 7: Fluxograma do desdobramento da função global Detalhando a Figura 7, tem-se: Ligar: Entende-se como a partida da máquina como um todo; Setup: Configuração dos parâmetros do processo de soldagem; Velocidade de Deslocamento do Carro: Velocidade que o carro percorrerá o trajeto que foi indicado; Ponto de início da soldagem: Ponto a partir do qual o carro começará o cordão de solda; Ponto final de soldagem: Ponto máximo que atingira o cordão de solda; Parâmetros de soldagem: Corrente ou tensão setado na máquina de solda (Tensão para MIG/MAG, Corrente para TIG); Posicionamento do carro: Posição inicial do carro, antes de iniciar o processo de soldagem; Início do processo: Início do processo de soldagem que foi programado; Stop: Parada do processo de soldagem antes do término da operação que foi programada; Emergência: Parada do processo por motivos não previstos, que possam causar danos; Abertura do arco elétrico: Momento, a partir do qual, inicia-se efetivamente o processo de soldagem; 17 PI à PF: Ponto inicial a ponto final de soldagem; Acionamento: Forma como o carro irá se deslocar; Acionamento elétrico: Tipos de conversores eletromecânicos de energia; Acionamento mecânico: Dispositivos de conversão de movimentos e forças mecânicas; Realimentação: Forma de comunicação, para posicionamento do carro. Resultando em erro zero, a respeito da posição que ele está e a que ele deveria estar; Sinalização: Instrumentos que informam problemas ou alarmes que venham a ocorrer no processo de soldagem. 2.2. Apresentação de Princípios de Soluções Para a apresentação de possíveis soluções utilizou-se a matriz morfológica. A matriz morfológica consiste na apresentação de vários princípios de solução, que serão julgados e selecionados mais tarde. Os princípios de solução devem, em primeiro lugar, atender as necessidades dos clientes. Esta matriz será construída pelo método brainstorming, já exemplificado anteriormente. Função Ligar Princípio de Princípio de Princípio de Princípio de Solução 01 Solução 02 Solução 03 Solução 04 Botão interface Ligar na tomada Botão pulso Encoder Botão pulso verde Setup Controle de velocidade Potenciômetro Teclado Ponto de início de soldagem Botão de pulso Potenciômetro Manual (jog) (coordenadas) fornecidas no display Teclado Ponto final da soldagem Botão de pulso Potenciômetro Manual (jog) (coordenadas) fornecidas no display Parâmetros de Máquina de soldagem solda Posicionamento Manual Potenciômetro Botão de pulso Coordenadas Acionamento 18 do carro elétrico Início de Botão de pulso Temporizador Sonoro Botão de pulso Temporizador Sonoro Sinal elétrico Manual Acionamento Motor elétrico Motor elétrico elétrico CC CA Engrenagem Correia em V processo Stop Abertura de arco elétrico Acionamento mecânico Deslocamento Rodas em “V” linear sob trilhos Realimentação Guias lineares Potenciômetro Sensor de multivoltas distância Sinalização Alerta sonoro Emergência Botão cogumelo Tempo prédefindo Motor de Passo Polia em V Pinhão e Correia e cremalheira polia(sincronizadora) Sensor de força Encoder Nada Alarme na interface Alerta Luminoso (verde) Botão de pulso Servo motor cc Cordão de emergência Tabela 5: Matriz morfológica 2.3. Esboço funcional Com base nas necessidades dos clientes, recursos disponíveis e demais informações levantadas ao longo do projeto informacional e conceitual, foram selecionados os princípios de solução que a equipe julgou mais adequados. Estes princípios podem ser visualizados na tabela abaixo. FUNÇÃO PRINCÍPIO DE SOLUÇÃO SELECIONADA Ligar Botão pulso verde Setup Controle de velocidade Potenciômetro Ponto de início de soldagem Teclado Ponto final da soldagem Teclado Parâmetros de soldagem Máquina Posicionamento do carro Manual Início de processo Botão pulso Stop Botão pulso Abertura do arco elétrico Sinal elétrico Acionamento elétrico Motor elétrico cc Acionamento mecânico Engrenagem 19 Deslocamento linear Rodas em “V” sob trilhos Realimentação Potenciômetro multivoltas Sinalização Alerta Luminoso Emergência Botão cogumelo Tabela 6: Princípios de solução selecionados Estes princípios de solução foram selecionados pelos motivos: Ligar: foi selecionado o botão da cor verde tendo em vista os custos, além de ser uma forma amplamente utilizada como partida de máquinas em geral; Controle de velocidade: Selecionado um potenciômetro, pois o mesmo já se encontra instalado no equipamento a ser automatizado; Ponto de início e final de soldagem: Selecionado um teclado, em virtude de facilitar a escolha dos pontos de soldagem; Posicionamento inicial do carro: Realizado manual ou automaticamente antes do início do processo de soldagem caso o mesmo não se encontre na posição determinada no passo de escolha do ponto de início; Início de processo e Stop: Selecionado botões de pulso será apenas para enviar um sinal para a máquina iniciar ou para o processo; Abertura do arco elétrico: Foi selecionado como princípio o sinal proveniente da máquina de solda, pois o mesmo já está disponível; Acionamento elétrico e mecânico: Selecionado como princípio o motor CC e engrenagem, respectivamente, pois estas soluções já se encontram empregados no sistema original; Deslocamento linear: Selecionado Rodas em formato de “V” sob trilhos, pois este é o princípio já instalado; Realimentação: Selecionado Potenciômetro multi voltas, porque é um princípio de custo relativamente baixo e, se adapta as condições impostas pelos processos de soldagem; Sinalização: Selecionado Alerta luminoso, pois é de fácil percepção e custo reduzidos; Botão de Emergência: Selecionado Botão cogumelo, em virtude de ser amplamente utilizado para esse fim. 20 3. PROJETO PRELIMINAR Após finalizar o projeto conceitual, que tratava dos princípios de solução que seriam os mais adequados, ao projeto ora desenvolvido, foi iniciado o projeto preliminar. Esta parte do projeto é dedicada ao desenvolvimento da modelagem do sistema a ser construído, no que se refere a esquemas básicos do projeto, desenho do circuito elétrico, bem como de outros dispositivos mecânicos que serão incorporados, para o correto funcionamento do projeto. Com o uso de softwares foram desenhados e projetados o circuito elétrico e os componentes mecânicos. Com isso é possível que a execução do projeto se torne mais fácil e ágil, além de evitar erros durante a montagem. 3.1. Diagrama Geral Em virtude de que os recursos financeiros não foram suficientes para o desenvolvimento do projeto descrito até o momento, optou-se pela construção de uma estrutura similar, que desempenhará as mesmas funções. Ao invés de utilizar vários botões para ligar e desligar, display LCD e o teclado, que seriam acoplados diretamente à máquina, a alternativa foi o uso de um único botão de emergência, e a solução para os demais itens foi o uso de um microcomputador. O microcomputador terá a função dos botões, haja vista que nele irá rodar um software supervisório, onde serão implementados os mesmos, além de não ser necessário o uso do display e também do teclado. Para um melhor entendimento do projeto foi efetuado um diagrama geral que mostra as partes principais do projeto (Fig. 8). Nele é possível observar em blocos cada parte do projeto e como eles estão atrelados. 21 Figura 8: Diagrama geral do projeto De forma geral temos uma alimentação externa que supre as necessidades da fonte e do supervisório. O supervisório utilizado foi o software ELIPSE SCADA, o qual roda em um microcomputador. Através de uma rede MODBUS o Arduíno e o Supervisório trocam informações. Conforme os valores setados no supervisório, velocidade e posição, o Arduíno envia sinal para o Drive que controla o Motor CC. O motor CC por sua vez desloca o carro até a posição desejada. Durante todo o trajeto o Sensor de Posição envia dados ao Arduíno, e este executa um código que fará o carro se deslocar na velocidade requerida. 3.2. Diagrama Elétrico, de Comunicação e Supervisório O diagrama elétrico dos componentes que integram o projeto tem a função de detalhar o sistema elétrico. Com ele é possível ter, além de uma visão global de toda estrutura elétrica, também os detalhes das ligações dos componentes eletroeletrônicos. O sistema elétrico é constituído, basicamente, de uma fonte 12 V CC, um Arduíno UNO, uma Ponte H (L298), e um potenciômetro, utilizado como sensor de posição. O sistema supervisório, desenvolvido através do software Elipse SCADA, apresenta uma interface gráfica com as informações do processo, como a velocidade de operação, ponto de início e final do cordão de solda, além de botões 22 de iniciar processo e voltar o carro ao início. Ainda é possível selecionar o valor da posição de início e final desejado e velocidade de operação. A comunicação entre o Arduíno e o supervisório é realizada através de uma rede MODBUS. Esta rede permite ao SCADA enviar valores de referência ao Arduíno e assim troque informações de seus registradores. Conforme o Arduíno recebe os dados do supervisório, este faz o processamento e executa o código de controle e envia um sinal de comando ao drive Ponte H (L298). O drive, que está conectado ao motor de corrente contínua do carro, ao receber o sinal do Arduíno através dos pinos 5, 7, 10 e 12, controla o motor de forma adequada, através da limitação de corrente com ajuste da frequência do PWM (Pulse-Width Modulation). O sensor de posição, potenciômetro, é ligado ao pino A0 do Arduíno. Este tem função de ler a posição do carro e informar qual a posição que se encontra ao Arduino. O diagrama é apresentado na Figura 9, cujo projeto foi desenvolvido no software Proteus. Figura 9: Diagrama Elétrico O Arduíno é uma plataforma open source de baixo custo, dotada de um microcontrolador Atemega 328A. Este microcontrolador dispõe de sete entradas analógicas e catorze entradas/saídas digitais, onde uma entrada analógica é ligada ao sensor de posição e duas saídas PWM são usadas para acionar o motor através da ponte H. O conversor A/D do Atemega 328A é de 8 bits dando uma resolução de 1024 valores de posição. 23 O driver ponte H possui como principal Circuito Integrado de potência o CI L298 que contem duas pontes H de transistores, que atuam como chaves que comutam o motor CC com uma corrente máxima de dois ampères por ponte. Como as mesmas foram ligadas em paralelo temos disponível até quatro Ampères para acionar o motor CC com tensão de 12 V, em forma do PWM, disponibilizado pelo arduíno. Como sensor de posição foi usado um potenciômetro de dez voltas fixado a uma engrenagem sincronizada de 60 mm de diâmetro e esta, acoplada a uma correia sincronizada com comprimento de 1500 mm, proporcionando um deslocamento máximo do carro de 1080 mm. Haja vista que, o potenciômetro possui dez voltas, no entanto, como está preso à polia que tem 60 mm de diâmetro, este tem rotação total menor que seis voltas o que acaba perdendo resolução. 3.3. Projeto Eletromecânico O projeto eletromecânico foi desenhado no software SolidWorks (Fig. 10). O sistema projetado consiste de um potenciômetro que é acoplado a uma engrenagem. Conforme o carro se desloca no trilho a engrenagem é movimentada angularmente, pois está acoplada a uma correia que tem suas pontas fixadas à base da mesa de soldagem. Figura 10: Projeto eletromecânico desenvolvido no SolidWorks 24 A parte do projeto mecânico que trata da movimentação do carro não foi projetada, visto que já estava construída. Apenas por motivos de desgastes algumas peças foram substituídas ou reparadas, para não influenciarem negativamente no desempenho da soldagem. Neste sistema o motor de corrente contínua está acoplado ao carro e através de engrenagens e correias que impulsionam o carro tanto para frente quanto para trás. (Fig. 11). Figura 11: Acoplamento mecânico para deslocamento do carro 3.4. Projeto do Software O software foi desenvolvido no Arduíno utilizando a IDE (Interface de Desenvolvimento) disponibilizada pela própria fabricante. A programação foi desenvolvida na linguagem C, com importação de bibliotecas de comunicação (MODBUS). Para comunicação com o software ELIPSE SCADA, foram usadas tags, que em versão gratuita este software disponibiliza dezenove. Essas tags foram tratadas como registradores dentro da programação do Arduíno conforme as necessidades do projeto. A demanda do projeto não atingiu o uso de todas as tags. Destes registradores, usou-se o regs[MB_40001] para transportar os valores de posição dados pelo potenciômetro, e tratados por uma função de média na programação. O registrador regs[MB_40008] leva a informação de velocidade do SCADA para o Arduíno, e este enviar em forma de PWM para a ponte H. O registrador regs[MB_40019] serve de retenção durante a execução. O registrador regs[MB_40016] serve para movimentar o carro no sentido contrário ao de soldagem. 25 A programação de movimentação está toda implementada no Arduíno cabendo ao software SCADA apenas mostrar valores e receber comandos do usuário. Por isso, no código do Arduíno foram implementados laços “if” que tomam todas as decisões necessárias para o processo. O primeiro laço “if” é responsável por verificar a existência da comunicação serial, se a mesma não se mostrar presente o processo de soldagem é desligado e é acionado uma luz de alarme. Depois deste laço realiza-se a leitura da entrada analógica do potenciômetro e com esses valores é calculada uma média dos cinco últimos valores. Com esses valores filtrados inicia-se outro laço “if” que calcula a velocidade real do carro a cada 5 mm de deslocamento. Esse valor de velocidade real seria usado para aplicar o PID de deslocamento, porém como o tempo de amostragem é muito lento o mesmo deixou o sistema instável. Após ensaios foi definido que a velocidade seria controlada em malha aberta, interpolando os valor que o PWM deveria assumir. Com a velocidade de deslocamento determinada inicia-se outro laço “if” onde é calculado se o ponto atual do carro é menor que o ponto final, se o botão “INICIO DO PROCESSO” está acionado e se o arco está aberto. Com estas condições satisfeitas o motor é acionado com a velocidade desejada até que uma destas condições se torne falsa, desacionando assim o botão de “INICIO DO PROCESSO” e abrindo possibilidade ao botão “VOLTAR”. 4. PROJETO DETALHADO O projeto detalhado consiste do desenvolvimento e construção da estrutura mecânica, estruturações dos circuitos elétricos, confecção de placas eletrônicas, além do aprimoramento do sistema através de testes e melhorias, que até então não estavam visíveis ou mensuradas. 4.1. Estrutura Final Concluída a fase do projeto preliminar foi dado início à construção do sistema eletromecânico para acoplamento do potenciômetro sensor de deslocamento. (Fig. 12). Para este sistema foram presos três eixos em uma das laterais do carro. No eixo central foi acoplada a engrenagem sincronizada através de rolamentos, e nos eixos laterais foram acoplados roletes confeccionados com o polímero poliacetal que 26 servem de apoio para que haja contato entre a correia e a engrenagem sincronizada. Com um furo de seis milímetros, no centro da engrenagem, e com um rasgo de chaveta, o eixo potenciômetro foi acoplado à polia sincronizada, de forma que proporcionasse o mínimo de folga e, através de uma fina chapa de alumínio o potenciômetro foi preso à parte superior do carro. Figura 12: Projeto eletromecânico construído Após a construção do projeto eletromecânico foi construída a fonte interna do que alimentará todo o sistema. Através de um transformador monofásico de 220 V de entrada para 12+12 V de saída, e uma ponte retificadora, montou-se a fonte do projeto, onde a mesma alimenta o Arduíno, o Driver ponte H do motor CC, o Driver do motor de passo (projeto paralelo, objeto de estudo do controle de altura do arco elétrico) e demais componentes de menor consumo(Fig. 13). 27 Figura 13: Componentes elétricos do projeto Paralelamente, enquanto o projeto elétrico estava sendo construído, foi sendo desenvolvido o sistema supervisório no software Elipse ESCADA (Fig. 14). A tela do mesmo, onde foram implementados os botões e barras de controle, pode ser visto na Figura 15. Figura 14: Software utilizado 28 Figura 15: Tela do supervisório O botão “INICIAR PROCESSO” dará inicio ao processo de soldagem fazendo o carro se deslocar para frente, com velocidade ajustada na barra de “VELOCIDADE”, dentro dos pontos delimitados, desde que o carro encontra-se entre os pontos de inicio e fim selecionados. Quando o botão for acionado a mensagem no mesmo altera-se para “EM OPERAÇÃO”, e se acionado novamente retorna a mensagem “INICIAR PROCESSO”. O botão “VOLTAR” é usado para fazer o retorno do carro ao ponto inicial do trilho com velocidade máxima. A cada passe de solda, este botão precisa ser pressionado para iniciar o próximo passe. Este botão é do tipo liga/desliga, ou seja, possui retenção a pulso. Além dos botões existem três barras de controle. Duas são usadas para estipular os pontos de início e final do cordão de solda, e a terceira para setar a velocidade de deslocamento do carro. Ao lado das barras de controle é possível perceber os valores atribuídos e o valor da variável tem em cada instante. Os demais componentes presente na tela de supervisório são ligados ao controle de altura do arco de soldagem e fazem parte de outro trabalho desenvolvido em paralelo a este. 4.2. Testes e Resultados Depois de concluídos os trabalhos de construção e montagem mecânica foram dados início aos testes de funcionamento fazendo melhorias no software e no sistema mecânico. 29 A principal dificuldade enfrentada com o software SCADA, foi a comunicação com o Arduíno, pois houve dificuldade para encontrar uma biblioteca Modbus_Slave completa para fazer a comunicação. Na biblioteca encontrada e utilizada, havia os endereços dos registradores embaralhados o que dificultou seu uso. Além disso, como o potenciômetro não é um sensor de posição ideal, principalmente onde se exige elevada precisão, o mesmo apresentou grande quantidade de ruído em seu sinal, os quais foram amenizados através de filtros físicos e de programação. Como filtro físico foi colocado capacitores de cerâmica com a capacitância resultante de dois microfarad junto a o pino de sinal e ao GND(aterramento). E como filtro de programação foi adicionado uma função que calcula a média dos cinco últimos resultados. Assim a margem da variação apresentada no programa passou de aproximadamente 60 mm (de 30 mm para menos a 30 mm para mais), para no máximo três milímetros. Como houve variação do sinal do potenciômetro de posição, foi necessário acrescentar uma retenção, para que o carro se mantivesse parado, no fim do processo. Esta retenção foi realizada junto ao programa SCADA adicionando um botão de “INICIO DE PROCESSO”. Por motivos mecânicos a movimentação do carro em baixas velocidades não se mostrou contínua, haja vista que as engrenagens de redução não estavam rigidamente presas e por isso não ofereciam aperto à correia, fazendo com que a esta pulasse dentes. Para resolver este problema, foi implementado uma função PID para manipular a velocidade do carro e mantê-la constante. Todavia, como a resolução do potenciômetro de posição se mostrou insuficiente, deixando um elevado “dead time”, tempo entre duas medições distintas, fez com que o sistema ficasse instável. A última alternativa para deixar a movimentação contínua foi de melhorar a fixação das engrenagens, para isso foi trocada uma bucha confeccionada em polímero poliacetal por uma de alumínio aeronáutico, já que a antiga estava com a rosca danificada. Durante os testes foram constatados possíveis casos onde a comunicação poderia falhar e nesta situação o processo de soldagem deveria parar imediatamente. Para esta demanda foram adicionados laços “if” que detectam a falha de comunicação e realizam a parada do processo. Concluídos os ensaios de movimentação com o carro a vazio, foi dado inicio aos experimentos práticos. Foram necessários varias tentativas para obter um 30 resultado relativamente satisfatório. Ajustando os parâmetros da máquina de solda e a velocidade de deslocamento do carro obteve-se os primeiros resultados que podem ser vistos na Figura 14. Figura 14: Primeiros testes práticos Porém devido ao aquecimento da ponte H, percebeu-se que ela não estava respondendo adequadamente aos comandos. Durante a operação o carro apresentava variações de velocidade. Esse fato faz o cordão ter mais deposição de 31 material em uma região e menos em outra, implicando em variação de altura e largura do mesmo, e com isso, afetando diretamente a qualidade da junção. Diante destas ocorrências, nos últimos ensaios realizados (Figura 15), os parâmetros que se obteve melhor qualidade foram: Velocidade de Arame: 15 m/min; Velocidade de deslocamento do carro: 72 cm/min e; Tensão de operação: 16 V. Figura 15: Soldagem com velocidade de deslocamento do carro de 72 cm/min 4.3. Conclusões Os testes permitiram perceber como se comportava a estrutura construída assim como a lógica de programação. Durante os testes ocorreram diversos problemas, aos quais foram dadas soluções, conforme se encaminhava o projeto. 4.3.1. Especificações atingidas Concluída a etapa de testes percebeu-se que todos os requisitos, que se esperava alcançar, foram atingidos com a aplicação de mecanismos elétricos, mecânicos e de programação. No estado atual é possível controlar a velocidade de soldagem, definir o ponto de início e final do cordão de solda, não obstante, estas variáveis ainda podem ser controladas à distância através de uma interface gráfica e da rede de comunicação MODBUS. Mesmo, diante do processo de soldagem prático o sistema de sensoriamento tem demonstrado um comportamento normal, não havendo interferência eletromagnética, provocada pela corrente de soldagem, aos sinais de comunicação analógicos que provocasse falha no processo. 4.3.2. Sugestões de Melhoria 32 Em virtude de ocorrer o constante movimento do potenciômetro, o mesmo pode não ter o desempenho e a vida útil desejada. Por isso sugere-se que em desenvolvimentos futuros, o sistema de sensoriamento, potenciômetro, polia e correia sincronizadora, seja substituído por outro dispositivo que não tenha desgaste por movimentos mecânicos, um sensor ultrassônico ou laser, encoder absoluto, por exemplo, e que não sejam suscetíveis a ruídos. O projeto desenvolvido executa processos de soldagem somente em duas direções, no eixo X e no eixo Z. Como nos processo de soldagem pode ser necessário fazer o tecimento, soldagem com chanfros, ou soldagem em linhas irregulares, seria relevante que a máquina percorresse também o eixo Y. Os processos de soldagem podem exigir uma velocidade relativamente baixa. Neste momento, mesmo com a razão cíclica (PWM) regulada para a mínima velocidade desejável, ainda o carro anda muito rápido. Caso seja diminuída ainda mais a razão do PWM ocorrem travamentos, trancos no deslocamento do carro. Este problema seria evitado se fossem trocadas as engrenagens de acionamento, para que haja uma redução maior, assim terá movimentos lentos e suaves. Além disso, o projeto apresenta engrenagens de borracha, que em virtude do uso estão um pouco danificadas. O desejável seria o uso de engrenagens metálicas, já que apresentam maior resistência ao desgaste. O microcontrolador utilizado, Atemega 328A, apresenta resolução no conversor A/D de oito bits. O uso de um microcontrolador de doze bits, por exemplo, acompanhado de um sensor que possui alta resolução ou um encoder absoluto (gerador de impulsos) o qual é muito usado neste tipo de aplicação, e melhoraria consideravelmente o desempenho do controle de posição e velocidade. 33 ANEXOS ANEXO A Resumo do projeto existente no IFSC 34 ANEXO B Fotos do projeto existente 35 ANEXO C Código fonte do Arduíno. #include <ModbusSlave.h> #include <Wire.h> #include <PID_v1.h> /* primeiro passo MBS: criação e instanciamento */ ModbusSlave mbs; float kp=20; //32 float ki=0; //9 float kd=5; //53 int i; double SetPoint, PresentValue, ManipulatedValue; int setPoint; // variaveis para a média float d1; float d2; float d3; float d4; float d5; unsigned long lastTime;// variavel do tempo para calculo de velocidade float ponto_passado;// variavel da posição para calculo de velocidade float ponto_atual;// variavel de posição float distanciadt;// variavel de velocidade int alarme= 5; PID pid(&PresentValue, &ManipulatedValue, &SetPoint, kp, ki, kd, REVERSE); /*REGISTRADORES DAS VARIAVEIS DO ARDUINO */ enum { MB_40000, //A0 MB_40001, //A1 MB_40002, //A2 MB_40003, //A3 MB_40004, //A4 MB_40005, //A5 MB_40006, //A6 MB_40007, //A7 36 //SAIDAS PWM MB_40008, //PWM PIN_06 MB_40009, //PWM PIN_09 MB_40010, //PWM PIN_10 MB_40011, //PWM PIN_11 //SAIDAS DIGITAIS MB_40012, //PIN_07 MB_40013, //PIN_08 MB_40014, //PIN_12 MB_40015, //PIN_13 //ENTRDAS DIGITAIS MB_40016, //PIN_02 MB_40017, //PIN_03 MB_40018, //PIN_04 MB_40019, //PIN_13 // Aqui você pode criar mais registradores. Lembrete os registradores e tags são na verdade variaveis. MB_REGS }; long deltaTime; int regs[MB_REGS]; unsigned long wdog = 0; /* watchdog */ unsigned long tprev = 0; /* previous time*/ int ponto_final; int velocidade; int MotorA=10;// pinos da ponte H int MotorB=13;// pinos da ponte H void setup() { Wire.begin(); //apenas para uso do I2C comentar se não for utilizar /* O Modbus slave configuração de parametros */ const unsigned char SLAVE = 10; const long BAUD = 115200; const char PARITY = 'n'; /* slaveId */ /* baud rate */ /* n=none; e=even; o=odd */ const char TXENPIN = 12; /* output driver enable pin geralmente é utilizado o pino 2*/ pid.SetMode(AUTOMATIC); 37 /* segundo passo MBS: configuração */ mbs.configure(SLAVE, BAUD, PARITY, TXENPIN); mbs.setup_regs(regs, MB_REGS); /*SAIDAS*/ pinMode(2, OUTPUT); pinMode(3, OUTPUT); pinMode(4, OUTPUT); pinMode(5, OUTPUT); /*ENTRADAS*/ pinMode(7, INPUT); pinMode(8, INPUT); pinMode(12, INPUT); pinMode(11, OUTPUT); pinMode(13, OUTPUT); } float filtra(float d1, float d2, float d3, float d4, float d5) //Funcao de média com 5 numeros { ponto_atual=((d1+d2+d3+d4+d5)/5); //calcula a média ponto_atual = map(ponto_atual, 0, 1023, 0, 1500); // interpola a média ponto_atual= ponto_atual - 163; // translada a média 163 unidades para esquerda ponto_atual = map(ponto_atual, 0, 915, 0, 1080); // interpola a média novamente return ponto_atual;// retorna a média } void loop() { if(Serial.available()>0){ // verifica se existem dados na serial a serem lidos d1 = analogRead(A0); // le o valor de posição fornecido pelo potenciometro ponto_atual=filtra(d1,d2,d3,d4,d5); /* joga os valores para as variaves de média */ d5 = d4; d4 = d3; d3 = d2; d2 = d1; if((ponto_atual-ponto_passado)>=5){// calcula a velocidade atual do carro deltaTime=millis()-lastTime;// acha a variação do tempo lastTime=millis(); distanciadt=(((ponto_atual-ponto_passado)*500)/deltaTime);// calcula a velocidade atual ponto_passado=ponto_atual; } regs[MB_40006]=deltaTime;// registradores de teste regs[MB_40000] = ponto_atual;// registradores de teste 38 //mudar a escala de velocidade do scada PresentValue=distanciadt;// inventar um metodo pra calcular a velocidade de deslocamento e igualalo a distanciadt(a questão esta em achar o tempo das 5 medições) setPoint = regs[MB_40008]; // setpoint de velocidade setado para o PID // Calcula o valor manipulado pid.Compute(); float velocidadepid = map(ManipulatedValue, 0, 255, 40, 255);// interpolação da variavel retornada pelo PID regs[MB_40007]=velocidadepid; // registradores de teste velocidade=map(regs[MB_40008], 0, 100, 30, 255); ponto_final= regs[MB_40001];// pega o valor do ponto final do software SCADA // distancia percurso = sería a distantancia setada mais a atual if ((ponto_atual<ponto_final) && (regs[MB_40019] == HIGH) ){// laço pra mover o carro analogWrite(MotorA, velocidade); digitalWrite(MotorB, LOW); } else{ digitalWrite(MotorA, LOW); regs[MB_40019]=0; // retenção de fim de processo } if (regs[MB_40016] == HIGH){ // retenção fim de processo digitalWrite(MotorB, LOW); digitalWrite(MotorA, LOW); } if (regs[MB_40018] == HIGH) { // registrador que informa a ré do carro digitalWrite(MotorB, HIGH); digitalWrite(MotorA, LOW); } else{ digitalWrite(MotorB, LOW); } digitalWrite(alarme,LOW ); } else{// falha de comunicação digitalWrite(alarme, HIGH);// acionamento de alarme de erro de comunicação } if(mbs.update()) wdog = millis(); if ((millis() - wdog) > 3000); } 39 Referências BRACARENSE, A. Q.; MARQUES, P. V.; MODESINE, P. J. SOLDAGEM fundamentos e tecnologia. 3ª. ed., Editora UFMG, 2009. ROZENFELD et al. Gestão de Desenvolvimento de Produtos: - Uma Referência para Melhoria do Processo. 1ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. LERMEN, R. T. Influência da Velocidade de Soldagem sobre as Geometrias dos Cordões de Solda Realizados Através dos Processos de Soldagem FACW e Soldagem Híbrida (TIG/FACW). 2011. 10f. (Tecnologia em Inovação Tecnológica) FAHOR, SIEF – Semana Internacional das Engenharias da FAHOR, 2011. Figura 2. Disponível em: <http://pt.esab.net/global/en/education/images/MIGMAG.jpg > Acesso em: 14 ago. 2014 Figura 4. Disponível em: < http://img193.imageshack.us/img193/4748/migmag.png > Acesso em: 14 ago. 2014. Adaptada. Figura 5. Disponível em: <http://www.labsolda.ufsc.br/projetos/projetos_viabilizados/tartilope_v4.php > Acesso em: 14 ago. 2014 Figura 6. Disponível em: <http://www.netsu.com.br/Produtos/soldagemautomatica.html > Acesso em: 14 ago. 2014 http://portaldoarduino.com.br/tutorial-comunicacao-modbus-rtu-com-arduino-e-osupervisorio-elipse-scada/ 40