Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo CRITÉRIOS PARA CLASSSIFICAÇÃO DE ANOS COM REGIME PLUVIOMÉTRICO NORMAL, SECO E ÚMIDO1 Emerson Galvani 2 Ailton Luchiari 3 Resumo: O presente trabalho objetiva determinar para uma série suficientemente longa de dados de precipitação (30 anos ou mais) os limites numéricos daqueles anos considerados com regime pluviométrico normal, seco ou úmido, além daqueles considerados super úmidos e super secos. A proposta baseia-se na determinação do Box plot. O Box plot é uma técnica estatística que permite identificar para os totais mensais de precipitação os valores máximos, os mínimos, a mediana, o primeiro quartil e o terceiro quartil. Assim, a série será divida em quatro blocos, sendo que 25% dos dados estarão entre o valor mínimo e o limiar do primeiro quartil (mês seco), 25% entre o limiar do primeiro quartil e a mediana (mês normal), 25% entre a mediana e o limiar do terceiro quartil (mês normal) e os outros 25% dos dados daquele mês acima do limiar do terceiro quartil (mês úmido). Poderão ocorrer ainda meses em que os totais pluviométricos se enquadrarão abaixo do valor mínimo (super seco) ou acima do valor máximo (super úmido). Assim, com limites determinados pelos intervalos interquartílicos pode-se classificar quantitativamente o regime de chuvas daquela região em determinado período (mês, estação ou ano). Esta mesma técnica pode ser utilizada para outras localidades bastando apenas determinar os novos intervalos interquartílicos que representará a realidade pluviométrica daquela localidade. Palavras-chave: precipitação, mês seco, mês úmido. 1. Introdução A caracterização de períodos úmidos e secos de longa data faz parte dos temas abordados por pesquisadores da área de Climatologia em especial àquela Geográfica. Os autores F. Bognouls e H. Gaussen em 1953 deram grande passo quando da proposição do diagrama ombrotérmico de Gaussen como ficou conhecido. Este diagrama relaciona temperatura e precipitação de forma a caracterizar os períodos denominados de secos e úmidos. O diagrama de Gaussen não determinava o quanto seco/úmido é o mês e somente se o mesmo é seco ou úmido (maiores detalhes consulte GALVANI, 2004). Trabalho apresentado no VI Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica, Aracaju, SE, 13 a 16 de outubro de 2004.Por razões técnicas o trabalho não saiu publicado nos Anais do evento. 2 Laboratório de Climatologia e Biogeografia, Departamento de Geografia – FFLCH-USP. Av. Lineu Prestes, 338, São Paulo, SP. E-mail: [email protected]. 3 Laboratório de Sensoriamento Remoto, Departamento de Geografia – FFLCH-USP. Av. Lineu Prestes, 338, São Paulo, SP. E-mail: [email protected]. 1 5701 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo No Brasil Tavares (1976, p.81) definiu ano padrão “normal” como aquele em que a distribuição da precipitação anual de um determinado lugar é semelhante à distribuição das precipitações médias, obtidos através de vários anos para esse local. Como essa distribuição estaria de acordo com a típica circulação atmosférica regional, em um período de décadas, teria ocorrência maior do que os padrões extremos “secos” ou “chuvosos”. Anos padrões “secos” ou “chuvosos” não se referem aos totais anuais de chuvas, mas à distribuição delas no decorrer do ano. O ano padrão seco caracterizar-se-ia por uma distribuição das precipitações que apresentasse um grande desvio em relação aos dados médios, em função de períodos com intensa falta de chuvas, enquanto o ano padrão chuvoso deveria suas discrepâncias ao excesso de chuva em relação aos dados mais freqüentes. Sant`Anna Neto (2000) propõe uma carta síntese para o território paulista agrupando o mesmo em oito unidades regionais e 25 subunidades homogêneas. Este autor apresenta um quadro síntese dos trimestres chuvosos e secos para o estado de São Paulo. Diante da dificuldade em repetir trabalhos presentes na literatura na caracterização de anos com regimes pluviométricos secos, úmidos ou normais o presente trabalho objetiva determinar para uma série suficientemente longa de dados de precipitação (30 anos ou mais) os limites numéricos daqueles anos considerados com regime pluviométrico normal, seco ou úmido, além daqueles considerados super úmidos e super secos fazendo uso da técnica estatística denominada de Box plot. 2. Material de Métodos 2.1 A Técnica do Box Plot A técnica do Box plot como metodologia de descrição de dados é relativamente recente (Vieira, 1999). Antes de prosseguirmos temos que definir alguns conceitos básicos que nos ajudarão na elaboração e interpretação do Box plot. - O valor máximo (Vmax) da série é aquele de maior magnitude, ou seja, o maior valor encontrado na série. O valor mínimo (Vmin), por sua vez, é o menor valor encontrado na série. Em princípio, parece ser uma informação sem importância, contudo nos permite visualizar em que intervalo de medidas encontra-se distribuído o meu conjunto de dados. Serve para evidenciar o tamanho dos dados que serão trabalhados. - A mediana é aplicável em séries extensas de dados (da ordem de centenas a milhares de informações) nas quais existem extremos que possam contaminar a média, ou seja, alguns dados que fogem da tendência central podendo sub ou superestimar as análises. A mediana é determinada ordenando-se os dados de forma crescente ou decrescente e obtendo a posição central da série. Em caso de séries com número impar de elementos, a mediana estará na posição central da série. Para séries com número 5702 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo par de elementos a mediana será a média dos elementos que ocupam a posição central da série. O conceito de Mediana gera algumas confusões: a Mediana é simplesmente o valor que se situa ao meio da fila ordenada de valores, desde o menor ao maior. Assim, tem que haver uma relação de ordem nos valores. - Os quartis dividem um conjunto de dados em quatro partes que contém, cada uma delas, 25% dos dados da série. Então existe o primeiro quartil (1o Q), o segundo quartil (2o Q) ou mediana e, o terceiro quartil (3o Q). Para determinação do primeiro e terceiro quartil proceda da mesma maneira quando da determinação da mediana, mas neste caso utiliza-se somente os valores entre o mínimo e a mediana para se determinar o primeiro quartil e, os valores entre a mediana e o valor máximo para se obter o terceiro quartil. Para confecção do Box plot manualmente efetue os seguintes procedimentos: - Desenhar um segmento de reta em posição vertical, para representar a amplitude dos dados; - Marque nessa reta o primeiro, segundo e terceiro quartil; - Desenhe um retângulo (Box) onde a base inferior coincida com o valor do primeiro quartil e a superior com o terceiro quartil. O retângulo que se forma representará 50% dos dados da série; - Identifique a mediana na posição central do Box plot. No exemplo didático abaixo para o conjunto de dados da tabela 1 teremos o Box plot apresentado na Figura 1. 10 9 Vmax 8 7 75% 3Q Y 6 5 2Q 50% 4 3 1Q 25% 2 Vmin 1 0 x X Figura 1: Representação do Box plot para um conjunto de dados arbitrários. Tabela 1: Valores arbitrários de uma variável qualquer. 5703 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo Dados brutos Dados ordenados 1 1 (Vmin) 3 2 o 5 3 (1 Quartil) 4 4 2 5 (2o Quartil) 9 6 o 8 7 (3 Quartil) 7 8 6 9 (Vmax) O Box plot poderá ser elaborado tendo como extremos os Vmax e Vmin como no exemplo acima. Contudo, também poderá ser elaborado desconsiderando-se aqueles valores extremos que possam estar contaminando a série de dados. Pode-se trabalhar com um range de 1% a 99%, de 5% a 95% e até de 10% a 90% da série, ou seja, desconsiderando-se 1%, 5% ou 10% da série, respectivamente. Os valores desconsiderados são denominados de “outliers” (fora da reta). No caso específico da utilização da técnica do Box plot para classificação de períodos secos e úmidos os “outliers” serão aqueles meses em que o total de chuva for considerado super úmido ou super secos. A figura 2 apresenta um exemplo didático para uma série de trinta anos de dados e um range de 5 a 95%, ou seja, os 5% dos menores valores e 5% dos maiores valores da série foram considerados “outliers”. Os dados encontram-se na tabela 2. Para a série em questão serão considerados “outliers” os dois valores mínimos e os dois valores máximos, pois 5 % de 30 (total de anos da série) é 1,5 aproximado para 2. 400 Outliers 95% Precipitação (mm) 300 75% 50% 200 25% 100 5% Outliers 0 Janeiro Figura 2:Representação do Box plot dos dados de precipitação da tabela 2. 5704 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo Tabela 2: Valores de precipitação (P) e precipitação ordenada em forma crescente (PO) para uma série histórica de 30 anos de meses de janeiro em Piracicaba, SP. Em negrito os “outliers” . Ano P(mm) 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 326,9 252,1 272,2 322,5 126,1 263,8 180 255,1 201 147,1 PO Ano P(mm) 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 91,5 99,2 112,6 122,4 126,1 131,8 143 147,1 147,6 154,1 168 295,2 322,7 112,6 122,4 147,6 290,1 154,1 207,5 91,5 PO 168 179,9 180 185,3 201 207,5 252,1 255,1 260,8 263,8 Ano P(mm) 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 131,8 143 342,9 185,3 370,8 271,4 266,6 99,2 179,9 260,8 PO 266,6 271,4 272,2 290,1 295,2 322,5 322,7 326,9 342,9 370,8 2.1 Utilização da técnica o Box Plot para classificação de regimes pluviométricos. A partir dos conceitos anteriormente descritos serão classificados os totais de precipitação de Piracicaba-SP (Latitude: 22o 42' 30'' sul - Longitude de 47o 38' 00'' oeste Altitude de 546 metros). Os valores precipitação pluviométrica (que chamaremos de precipitação) foram obtidos em um pluviômetro Ville de Paris instalado a 1,5 m de altura na estação meteorológica da ESALQ/USP. Para tanto será considerado um range de 5 a 95% da série. Àqueles meses em que o total de precipitação estiver entre os 5% dos menores valores serão de denominados de meses super secos e, aqueles meses que encontrarem seus valores entre os 5% superiores da série serão denominados de super úmidos. Os valores que se encontrarem entre o valor mínimo e o 1o quartil serão considerados meses secos. Entre o 1o quartil e 3o quartil serão denominados de meses normais. E por fim aqueles entre o 3o quartil e valor máximo serão denominados de anos úmidos. Sintetizando teremos o quadro da tabela 3. Tabela 3: Intervalos adotados para classificação do regime pluviométrico. Precipitação mensal (mm) Classificação 5% menores da série Super secos 5% maiores da série Super úmidos o Entre Vmin e 1 quartil Secos Entre 1o quartil e 3o quartil Normais o Entre 3 quartil e Vmax Úmidos 3. Resultados e Discussão A série histórica estudada compreende um total de 78 anos (1917 a 1994). Assim, adotando o range de 5 a 95% teremos os quatro menores e quatro maiores valores sendo 5705 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo denominados de “outliers”. A tabela 4 apresenta os totais pluviométricos que compõem a série histórica utilizada neste trabalho. Uma das razões que justificam a apresentação deste trabalho é a dificuldade em se extrair alguma conclusão observando a tabela 4 (em anexo ao fim do texto). Não restam duvidas que a tabela bruta como se apresenta não permite obter conclusões acerca dos dados. O primeiro passo na determinação do Box plot é o ordenamento dos dados em forma crescente ou decrescente. A planilha eletrônica da Microsoft denominada ExcelTM efetua esse procedimento na ferramenta dados – classificar. Cabe lembrar que o referido programa não realiza a função Box plot o usuário devera fazer uso de outros programas que dispõem desta função (Origin, SAS, Statistica, entre outros). Por questões de espaço não será apresentada a tabela com os dados classificados. Desconsiderando-se os “outliers” e determinando-se para cada mês o valor mínimo, 1o quartil, mediana, 3o quartil e valor máximo obtém-se o seguinte quadro para a série em questão (tabela 5). Podemos dizer que uma precipitação total no mês de janeiro de 100 mm classifica este como sendo mês seco. Para este mesmo mês em determinado ano o total precipitado for de 400 mm o mesmo será classificado como mês super úmido porque esta acima do valor máximo e seria denominado de outlier. Já para o mês de julho um total de 100 mm classificará este mês como super úmido. Tabela 5: Valores do Box plot (Vmin, 1o Q, mediana, 3o Q e Vmax) para a série de dados de precipitação de Piracicaba, SP, período de 1917-1994. Mínimo Janeiro 85,0 Fevereiro 55,0 Marco 32,0 Abril 10,0 Maio 1,0 Junho 0,0 Julho 0,0 Agosto 0,0 Setembro 3,0 Outubro 27,0 Novembro 40,0 Dezembro 96,0 1oQ 140,0 110,0 84,0 29,0 13,0 14,0 4,0 5,0 22,0 67,0 85,0 149,0 Mediana 210,0 193,0 141,0 52,0 40,0 31,0 15,0 22,0 55,0 101,0 124,0 192,0 3oQ 291,0 246,0 189,0 99,0 76,0 62,0 39,0 50,0 88,0 146,0 168,0 235,0 máximo 353,0 338,0 302,0 168,0 161,0 120,0 88,0 86,0 189,0 215,0 232,0 336,0 Este critério de classificação considera a variação sazonal das precipitações assim com as particularidades de cada mês e de cada ano, eliminando a subjetividade de cada autor na classificação do regime de precipitações. A Figura 3 apresenta o Box plot de cada mês (janeiro a dezembro) para a série histórica de dados de precipitação de Piracicaba-SP. Observa-se também nesta figura a 5706 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo distribuição de freqüências de ocorrência mensais. Os meses considerados mais úmidos (outubro a março) apresentam distribuição tendendo para o normal. Já àqueles meses no período denominado de seco (abril a agosto) a tendência de distribuição é de assimetria positiva com acentuado número de eventos de precipitações próximas de zero (destaque especial para junho, julho e agosto). Analisando em detalhe o ano de 1994 representado na Figura 4, podemos observar o quadro em anexo que este ano apresentou cinco meses com totais mensais de precipitação dentro do intervalo considerado normal (entre 1o quartil e 3o quartil), três meses considerados úmidos (entre 3o quartil e Vmax), um mês super úmido (acima de Vmax), um mês seco (entre o Vmin e o 1o quartil) e dois meses super secos (abaixo de Vmin). Esse tipo de classificação com escala mensal de tempo (não anual como a maioria das classificações) permite avaliar o regime de precipitações mês a mês e auxiliar em estudos de climatologia agrícola em especial aqueles relacionando clima e produção agrícola. 500 Piracicaba-SP (1917-1994) 28 26 24 400 N ú m e ro d e o c o rrê n c ia s 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 300 2 0 600 80 0 1 00 0 12 00 14 00 160 0 18 00 20 00 2 20 0 (mm) 19 1 7-1 9 94 200 100 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 4 6 Precipitação - mm 15 4 10 2 2 2 5 0 0 0 0 14 12 10 8 6 0 100 200 300 400 500 Precipitação (mm) 0 100 200 300 400 Precipitação (mm) 0 50 100 150 200 250 Precipitação (mm) 200 300 Precipitação (mm) 20 15 20 15 12 10 8 6 10 6 4 5 0 0 50 100 150 Precipitação (mm) 200 0 50 100 Precipitação (mm) 150 Precipitação (mm) 28 26 26 24 24 22 22 20 20 18 16 14 12 10 8 0 50 100 150 200 250 Precipitação (mm) 0 50 100 150 200 250 Precipitação (mm) 12 10 8 2 0 0 14 4 2 0 18 16 6 4 2 0 -20 0 20 40 60 80 100120140 30 28 6 4 5 0 100 25 25 2 2 0 30 10 4 2 100 200 300 400 500 6 20 4 4 0 8 25 18 16 8 30 Número de ocorrências 8 10 30 14 Número de ocorrências 6 10 12 10 16 35 20 12 18 30 Número de ocorrências 6 8 12 35 20 35 40 Número de ocorrências 8 10 22 Número de ocorrências 10 Número de ocorrências Número de ocorrências 12 14 Número de ocorrências 14 12 Número de ocorrências 14 24 40 40 45 26 45 Número de ocorrências 16 16 50 28 50 18 18 14 30 55 20 20 16 16 Número de ocorrências 22 18 18 Número de ocorrências 20 0 100 200 300 Precipitação (mm) 400 0 100 200 300 400 Precipitação (mm) Figura 3: Variação do Box plot para a serie histórica de precipitação em Piracicaba-SP, período de 1917 a 1994. Analisando toda a série de 1917 a 1994 e considerando os intervalos do Box plot apresentados na tabela 5 obtém-se um quadro geral de toda a série. Do total de 936 meses da série 473 (50,5%) são classificados como meses com padrão pluviométrico normal, 184 (19,7%) padrão considerado úmido, 56 (6,0%) super úmidos, 187 (20,0%) seco e 39 (4,2%) classificados como super seco. 5707 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo Tabela 6. Total de meses classificados como superseco, seco, normal, úmido e superúmido para a série de dados pluviométricos de Piracicaba, SP (1917-1994) Sseco 39 4,2 Total (%) seco 187 20,0 normal 473 50,5 úmido 184 19,7 Súmido 56 6,0 Total 936 100,0 A determinação dos intervalos do Box plot para séries históricas de precipitação permite a classificação objetiva e rápida dos limites entre meses secos, úmidos, normais, super secos e super úmidos. O Box plot pode ser determinado manualmente conforme procedimentos apresentados no item 2.1 assim como com uso de programas estatísticos. No caso deste trabalho utilizou-se o software Microcal ORIGIN que possui em suas barras de ferramentas a opção Box plot. O programa pode ser obtido em uma versão demo no sitio www.microcal.com. 400 Meses JAN (1) FEV (2) MAR (3) ABR (4) MAI (5) JUN (6) JUL (7) AGO (8) SET (9) OUT (10) NOV (11) DEZ (12) Total Super úmido 350 Úmido Meses do ano (1994) 300 250 Normal Ano 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 1994 Sseco 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 2 seco 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 normal 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 5 úmido 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 3 Súmido 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 Total Vmin 1Q 200 MD 3Q , Vmax 150 100 Seco 50 Super seco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Precipitação (mm) Figura 4: Variação anual do total de precipitação para o ano de 1994 e variação dos parâmetros do Box plot para toda a série. 4. Considerações Finais A técnica do Box plot pode ser utilizada na classificação de regimes pluviométricos em escala mensal determinando os intervalos para diferenciação de anos com padrão normal, seco, úmido, super úmido e super seco de maneira rápida e objetiva. REFERÊNCIAS BOGNOULS, F., GAUSSEN, H. Estação seca e índice xerotérmico. Boletim Geográfico, ano XX, n. 169, 1962. (Tradução de Ruth Simões Bezerra dos Santos). 5708 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo BOGNOULS, F., GAUSSEN, H. Os climas Biológicos e sua classificação. Boletim Geográfico, ano XXII, n. 176, 1963. (Tradução de Ruth Simões Bezerra dos Santos). GALVANI, E. Considerações acerca dos estudos Bioclimáticos. IN: CARLOS, A.F.A., OLIVEIRA, A. U. As “geografias” da Metrópole. São Paulo: Contexto, p. 221-230, 2004. SANT`ANNA NETO, J. L. As chuvas no estado de São Paulo: a variabilidade pluvial nos últimos 100 anos. IN: SANT’ANNA NETO, J. L., ZAVATINI, J.A. Variabilidade e Mudanças Climáticas: implicações ambientais e socioeconômicas. Maringá:EDUEM, 2000, p.95-119. SPIEGEL, M.R. Estatística: resumo da teoria. São Paulo: MacGraw-Hill do Brasil, 1976. (Tradução de Pedro Cosentino). TAVARES, Antonio Carlos. Critérios de escolha de anos padrões para análise rítmica. Geografia, v.1, n.1, p.7987, 1976. VIEIRA, S. Princípios de Estatística. São Paulo: Pioneira: 1999. 144p. ANEXOS Tabela 4: Série histórica de precipitação (mm) para a localidade de Piracicaba-SP, período de 19171994. Ano jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov Dez 1917 295,7 135,7 62,4 116,2 158,5 13 13,3 5,4 62,2 58,4 19,8 194,3 1918 291 81,3 152,1 25,2 22,9 15,8 55,1 26,9 68,6 130,9 125,9 127,2 1919 262,8 96,2 30,6 78 38,9 170,3 0 54,6 44,6 68,2 142 102,4 1920 209,9 135,3 164 50,2 12,3 10,6 42,9 16,8 111,3 82,3 217,6 161,6 1921 265,7 101,5 17,8 31,7 26,5 25,3 3,8 26,5 35,2 59,7 37,7 180,6 1922 387,2 176,6 117,2 29,5 17,4 72,6 22 76,2 7,7 91,7 110,7 105,6 1923 219,7 144,4 311,4 89,8 82,9 114,7 5,7 31,5 200,5 41,7 60,7 125,5 1924 108,5 154,2 139,5 15,4 53,9 19 0 13 15,5 15,2 128,4 231,8 1925 117,9 55,2 84,7 40,4 59 73,5 33 0 42,7 110,7 230,3 159,4 1926 237 20,6 214,4 238,5 33,7 32 139,2 59,8 69 67,6 74,4 360,8 1927 200,6 259,4 189,6 22,5 0 31 6 63,1 257,4 117,1 48,8 109,5 1928 195,5 220,6 155,9 34,2 161,6 66,3 29,3 1 0 58,8 83,2 272 1929 490,9 331,6 32,6 68,2 119,8 4,8 11,8 50,2 33 13,4 99,2 303 1930 257 427,8 23,4 41 14 22 68,5 47,1 52,6 116,4 108 328,6 1931 324,6 334,4 184,3 103 37 16 38,9 11 138,2 65,8 214 149,1 1932 204,2 95,7 123,8 30,4 98,2 44 4,6 46,2 48,6 113,4 174,8 336,4 1933 119,6 150 41,6 4 77 53,8 7 15,4 50,8 109,2 40,1 302 1934 22 103,4 46,7 21,6 0 37,5 0 6 59,8 70,4 122,9 415,9 1935 91,2 194,4 140 68,8 6,8 53,8 16,4 18,4 223,8 211,4 82 184,7 1936 84,8 203,4 202,4 37,8 25,6 2 20,8 106,4 88 51,8 86,8 293,6 1937 139 95,8 206,2 203 74,4 46 0 67 13,8 155,6 121,8 141,8 1938 158,3 120,6 107 66 85,5 0 13 32,5 80,3 171 129,6 209,6 1939 252,5 279,9 169,9 49,7 129,8 58,7 20,4 0 19,3 41,9 198,9 259 1940 220,8 461,7 96,8 18 15,1 4,2 1,1 3,2 28,1 95,8 196,1 198 1941 208,3 128,7 84,5 56,2 15,2 49,2 15,3 17,6 190,4 115,7 217 186,6 1942 136,6 197,2 206,7 84,3 11 46,4 57,5 4 22,8 24,3 171,3 201,1 1943 325,1 141,1 269,8 37,1 1,2 33 0,7 13,5 72,9 215,8 163,3 359,9 1944 118,7 215,2 182,9 23 0,9 13,1 2,7 0 13,3 183,5 260,1 158,7 1945 322 256,7 85,5 120,5 14,3 187,1 29,6 1,6 29,2 126,4 232,9 162,7 1946 202,9 192,6 112,8 18,1 16,9 19,6 88,9 0,3 21,3 96,2 133,4 82 1947 352,7 338,9 130,7 10,2 39,1 15 48,1 68,6 124 90,1 114,6 219,6 1948 313,5 247,7 104,3 38,6 52,6 4,1 40 15,4 9,1 147,5 147 109 1949 210,8 206,5 183,3 54,6 49 45 0 5,8 15,8 100,5 415,1 420,5 1950 231 324,7 161,1 121,6 8,6 47,9 13 0 11,1 190,2 179,8 134 1951 284,7 215,4 160,4 22,2 8,3 15,5 8 33,2 2,3 128,6 222,6 91 5709 Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005 – Universidade de São Paulo 1952 207 218,6 102,6 52,5 0 96,9 4,8 7 40,7 105,4 117,9 157,6 1953 25,1 107,5 161,8 98,8 28,1 24,3 14,9 23,2 75,6 95,8 82,3 152,4 1954 189,4 204,2 136,6 30,5 99,1 69,7 8,7 0 23,2 87,3 39,7 193 1955 272,8 63,7 194,5 120 57,3 26,5 10,9 86,5 1 64,8 127,6 197,3 1956 60,8 136,9 47,1 90,6 114,5 70,2 53,3 74 72,7 72,6 23,1 137 1957 313,6 128,3 185,6 66,9 4,2 20,1 90,6 51,7 123,4 64,2 57,1 197,3 1958 295,6 143,8 167,6 128,2 172,4 70,1 15,2 3,1 96,4 121,2 124,5 151,2 1959 258,4 162,5 192,1 45,2 29,4 19,3 0,1 72,3 23,2 79,6 246,7 191,1 1960 371,9 339,8 74,6 38,4 80,6 63,3 0 22,3 8,7 123,1 93,7 314,2 1961 135,5 195,5 129,6 101,7 34,5 10,1 0,1 11,9 2,2 43,4 138,3 157,9 1962 132,3 246 329 179,2 30,8 51,7 20,5 42 32,2 198,9 97,4 206,8 1963 303,1 111,4 50,6 5 4,2 0 0 7,6 3,6 148,7 163,4 148,4 1964 69,4 202,6 11,8 10,7 44 15 77 18,2 61,3 161,8 52,7 268,4 1965 326,9 278,4 147,5 55,3 78,3 15,2 50,9 3,8 51,3 112,1 99,1 292 1966 252,1 198 55,6 18,2 43,7 0 12,1 27,8 128,7 128,5 85,2 225,4 1967 272,2 196,6 152,1 3,6 4,2 81,5 13,4 0 88,7 210,5 77,5 170,8 1968 322,5 91,5 45,5 32,7 14 27,1 17,6 36,9 16,3 121,4 62,8 235,5 1969 126,1 40,9 173,8 53,1 36,6 30 15,5 31,1 59,3 83,4 212,7 198,9 1970 263,8 293,4 96,5 83,2 75,1 40,2 10,5 98,7 90,6 83,7 83,9 138,8 1971 180 91 173 28 91 109 31 29 65 147 42 167 1972 255,1 238,7 92,1 101,5 64 5,3 154,1 51,6 38,8 181,6 134 194 1973 201 176 260 88 36 35,7 59,6 19,4 55,5 174,6 121,7 328,6 1974 147,1 60,1 301,3 21,4 6,6 115,8 0 5 24 126,6 168,4 247,7 1975 168 357,2 32,9 37,3 11,3 0 39,6 32 55,1 98 236,8 315,1 1976 295,2 287 140,9 19,2 46,4 61,8 77,7 61,4 124,8 168,3 127,4 191,4 1977 322,7 37,3 199,8 107,7 0,9 46,8 6,7 19,7 91,4 66,7 134,8 238,1 1978 112,6 111,6 85,1 15,5 40,6 74 78,9 4,6 57,2 58,2 138,9 96,6 1979 122,4 114,4 84,7 63,9 96,9 0 28 81,4 98,6 101,4 102,8 105,7 1980 147,6 163,3 42,3 165,3 36,3 13,4 0 22,6 62,5 52,5 145,2 185,1 1981 290,1 71,2 65,5 74,5 44,9 68,5 1,6 3,6 5,9 231,2 167,2 211,2 1982 154,1 221,8 132,3 125,7 162,7 62,7 24,5 44,7 8,1 254,5 210,2 215 1983 207,5 283,9 225,6 189,5 334,7 174 24 2,2 197,4 129,1 88,4 161,4 1984 91,5 18,7 47,1 51,5 45,9 0 8,9 112,1 90,4 27 201,1 196 1985 131,8 118,6 203,1 134,5 42,6 22,5 1,5 21,8 76,4 11,3 134,3 71,7 1986 143 96,2 320,8 47,5 88,6 0 10,5 133,2 36,7 52,9 110,4 282,3 1987 342,9 203,1 105,6 70,6 199,9 122,7 10,6 5,9 72,9 67 113,3 190,5 1988 185,3 328,3 194,3 140 104,3 26,8 0 0 4,1 196,9 86 200,4 1989 370,8 298,3 99 103,9 47 33 85,2 32 36,1 46,3 99,9 195,1 1990 271,4 145,9 240,2 37,2 47,1 12,7 134,6 40,9 178,8 125,4 124,4 61,1 1991 266,6 217,6 431,9 129,6 42,1 35,1 15,2 4,7 68,9 70,5 56,8 194,5 1992 99,2 72,4 232,7 79,9 73,8 0,6 36,6 11,1 87,5 242,1 232,3 142,2 1993 179,9 232,1 155,9 57,7 13,7 119,7 47,0 51,8 154,4 91,6 73,4 146,4 1994 260,8 249,2 126,8 0,5 0 24,7 36,7 56,2 114,9 222,7 154,4 134,8 53,8 43,1 28,0 30,8 65,0 110,1 132,1 199,8 Média 218,0 184,6 142,9 66,3 Fonte: Estação Meteorológica do Departamento de Ciências Exatas, ESALQ (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – USP, Piracicaba, SP. 5710