7----- --.""" -- ~.~"':"~ ---~-- "..,j.' CAPíTULO METABOLISMO ENERGETI.- CO (I): RESPlRAÇAO " CELULARE .FERMENT AÇAO ~ " ~ Mitocôndria parcialmente cortada (em vermelho) mostrando as cristas mitocondriais, formadas pelo pregueamento da membrana interna. Ao redor (em verde), bolsas do retículo endoplasmático granuloso (microscópio eletrônico de varredura, colorizado artificialmente; aumento = 36.000x) ~ 9.1 Energia para a vida refere-se à parcela de energia presente micas das moléculas Por sopa) fornecem ao organismo por volta de 190 kcal. Essa Se você analisar as tabelas de composição nas embalagens nas ligações quíos alimentos. exemplo, 55 g de aveia em flocos (cerca de 3 colheres de • Anabolismo e catabolismo cional estampadas que compõem de alimentos nutri- é a quantidade aproximada de energia que uma pessoa verifi- com 64 kg de peso gasta para caminhar 5 krn em cerca de relati- 1 hora. Mesmo sem realizar nenhum exercício físico, nos- e a quanti- so corpo está sempre gastando energia. Veja, na Tabela O valor calórico dos alimentos é expresso em quilo- di das por uma pessoa de 64 kg em algumas de suas ativi- cará que elas geralmente vas dos principais trazem as quantidades componentes do produto 9.1, uma estimativa dade de energia que ele contém. (Fig. 9.1) calorias (kcal)'. (Uma quilocaloria equivale a 1.000 cal) e , Caloria (cal) é uma unidade de medida de energia que corresponde da quantidade dades diárias. (Tabela 9.1) ao calor requerido para elevar de 14,5° C para 15,5° C a temperatura de 1g de água; uma caloria (cal) é igual a 4,1868 J. O joule (J) é a unidade de medida de energia adotada no Sistema Internacional de Unidades Físicas. 11202 PARTE 111~ O METABOLISMO CELULAR I de calorias despen- INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Cada 170g de Pipoca ClAC Contém: Porçlo d. 40g (2 'h colheres de sopa) Valor Nutricional Médio por l00g de Arroz Aromático Cozido (Somente em Água) Valor Cal6rico 650,O kcal Proteínas ......•.............................7,99g Gordura 1,36g Gordura Saturada. ......................•O,Og Colesterol ....................................• O,Og Carboidratos 151,47g Fibra A1imentar 5,78g Câlcio O,85mg Ferro.•..........••..•.••....••.••••..•••.. 37,91mg Sódio 47,6mg -' a; a; O> O> '" -o ~ -o ~ '" e '@ e .~ 2'" ~ '" '" .,;<õ 11 '" -e -c -c o -o o ~ 'ij; ~ '" c, '"o ê O> '5 -o ü ~ <õ ai -' '" ~ '"o O> '8 -e « -c ,; <ri 'j? c. 'go, Ingrediente: Aveia Contém Glúten TABELA 9.1 • Calorias despendidas por uma pessoa de 64 kg em atividades diárias (valores estimados) Peso corporal kcal/kg kcal (total) Atividade Nº de horas Dormindo 8 64 1,0 512,0 Sentado 3 64 1,4 268,8 Escrevendo 5 64 1,6 512,0 Em pé 2 64 1,8 230,4 Andando 3 64 3,0 576,0 Exercitando-se 3 64 5,0 960,0 X X = J Total 3.059,2 kcal = U :o 'êc. o ~ '" a: a: • Valores DIários de referência com base em uma dieta da 2.500 calorias. ~ t:' "O e c. 6 6 12 4 2 O 13 2 11 O Ü o -o "O .4,16g O,iOg 34,29g O,14g l,31g .. i 54,7kcai ~VDi'l a. -e :o Proteínas Lipídios Carboidratos Sais Minerais Fibra Alimentar Caiorias..... Quanlldade por porçl. Valor C~ónco 1400kcal Carboidratos 23.00 Proielnas 6.0. Gordura,totais 3.0. Gorduras SabJradas 05 COlesl,roi Om Fibra Alimentar 4. C~clo 180 Ferro 1.5m Sódio Omg '" o -o ~ t:' ~ Figura 9.1 • Embalagens de alimentos (pipoca doce, arroz e aveia em flocos) que mostram os valores nutricionais médios. O valor energético dos componentes alimentares é expresso em quilocalorias (kcal). Muitas vezes omite-se o prefixo quilo e escreve-se apenas" calorias", como no rótulo à direita, onde se lê "2.500 calorias". O correto seria 2.500 kcaJ(quilocalorias). Informação Nutricional U ec. e Todo ser vivo gasta energia continuamente ter as diversas atividades são modificadas, celulares, quebradas para man- ou unidas entre si, transfor-~ química constitui o As reações metabólicas em que moléculas moléculas As metabolismo. costumam ser classificadas em dois tipos fundamentais: ções de degradação. reações de síntese e rea- reações de síntese complexidade., Nas moléculas complexas são qu~adas,-trans=- formando-se em outras mais simples. união de aminoácidos para formar proteínas ção de síntese, enquanto ~oléculas Por exemplo, a quebra é uma rea- do glicogênio em um ser vivo constrói as complexas moléculas orgânicas que ~--'.!!i!i.~áv~, diz que ~net - se dissipa, isto é, passa de uma for- elétrons como a dos fótons da luz~-ª-dos para uma forma menos utilli_ªY~J, Q..calG (Essa tendência natural que a energia tem de se dissipar e as estruturas organizadas de se tornarem sorganizadas é denominada entropia. de- As células neces- constante de energia para se contrapor ao aumento de entropia, realizando o trabalho necessá- rio para manter sua organização e funcionamento. As atividades balhos mecânicos à vida. de outro, mas não pode se criada .nem É por meio de reações catabólicas que os seres vivos obtêm a e a energia necessárias um sistelll~a As reações de degradação de moléculas constituem o catabolismo. matéria-prima transferindo-se pode se! ganha ou perdida, sitam suprimento O conjunto de reações de síntese, por meio das quais anabolismo. ene~ia daslígações.químicas, a A pri- físicos e químicos, ---~- de glicose é uma reação de degradação. formam seu corpo, constitui o assim como tudo no univer- meira delas diz que, nos processos gia ine~tavelmente reações de degradação, Os sistemas biológicos, d~ruí.d_ª, ...Asegunda lei da-termodinâmica são agudas mais simples são unidas para Iormar de maior nas reações químicas so, seguem as duas leis físicas da termodinârniça. mando-se em outras. Essa intensa e incessante atividade de transformação t A energia nas quais moléculas celulares consistem ou químicos, gia. Exemplos de trabalho lulas são a movimentação CAPiTULO 9· em realizar tra- que demandam ener- mecânico realizado pelas céde cílios e flagelos, a contração RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO 203 muscular, a movimentação dos cromossomos divisões celulares, o bombeamento vés da membrana contra sua tendência tre outros. Exemplos de macromoléculas de trabalho durante as de substâncias atrade difusão, en- « Nível de energia Energia liberada químico são a síntese e os demais tipos de reações quí- micas que requerem energia para ocorrer. C,H'20, + 6 02 REAÇÃO EXERGÔNICA Reações endergônicas e reações exergônicas Nas reações químjças ocorrem quebras~s entre átomos nas molécglasreagentes 6 CO2 + 6 H,o Reagentes e sua reassociação em novas combinações, formando as moléculas dos produtos. Em certos tipos de reação, a quantidade energia presente nas ligações químicas .dos Produtos total de produtos é, maior do 'que a que existia nas ligações entre os átomos dos reagentes.Jsso significa que, para esse tipo de reação ocorrer, deve haver adição de energia ao sistema a partir de alguma fonte externa; em outras palavras, areação.ab-, sorve energia do ambiente Por isso, reações desse tipo ® Nível de energia Energia consurnida endergônicas (do grego enâos, dentro, e erqon, energia) ou endotérmicas (do grego endos, densão denominadas tro, e thermo, U "~''''~~ calor). Em outros tipos de reação ocorre o inverso; a quantidade _ REAÇAO ' total de energia presente nas liga- \ <ri m m AENDERG./Ô_N_IC_A ~ C,H,,o, + 6 °2 ções químicas dos produtos é menor do que a que existia nas ligações entre os átomos dos reagentes. Nesse caso, a reação libera energia para o ambiente, sendo por isso chamada de exergônica (do grego ou exotérmica (do grego exos, 6 CO2 + 6 H,o Produtos exos, fora, e erqon, energia) fora, e thermo, calor). Reagentes Um exemplo de reação exergônica é a combustão de substâncias orgânicas como álcool, metano, glicose ete. Combustão é a denominação -' substância genérica das reações quí- ~ Figura 9.2 • A. A reação de combustão se combina cõm gás oxigê- (C6H1206) micas em q~ uma nio:liberando energia na forma de calor luz. Na combus- tão da glicose (C6R\P6). por exemp o, ca a molécula do açúcar reage com seis moléculas de gás oxigênio (02). produzindo seis moléculas de gás carbônico (C02) e seis moléculas de água (HP). Essa reação libera 686 kcal por rnof de glicose degradada. (Fig. 9.2) Os termos reação ex féríTiiCã- reação end (érmi(> são mais utilizados pelos químicos, que trabalham com Nos sistemas biológicos, moléculas as trocas energéticas se dão principalmente por meio calo entre as isso, preferimos de ligações químicas. Por utilizar os termos reação endergônica reação exergônica, que têm significado 2 Mal é a unidade usada para medir quantidade Um mal é a quantidade de determinada 1 mal de água (H,o) contém 6,02 x e mais abrangente. 204 PARTE Reações de oxirredução As reações químicas em que há transferência de elétrons entre as substâncias participantes da de elétrons por uma substância são denominadas reagente.processo cha- outra substância reagente, processo chamado de redução. Nos processos químicos, portanto, oxidação e redução estão sempre acoplados: gu~d~substânçia outra se reduz simultaneamente. de Unidades Físicas. Por exemplo, 1023 moléculas de H,o, cuja massa é 18 g; 1 moi de glicose contém 6,02 CELULAR pois absorve energia do ambiente. que contém 6,02 x 1023unidades elementares. 111• O METABOLISMO contida nos B. A reação de síntese de glicose a partir de CO2 e H20 é endergônica, de matéria, adotada pelo Sistema Internacional substância moléculas de C,H,,o,, cuja massa é 180 g . .. reagentes. da reação é menor que a contida mado de oxidação, e adição simultânea desses elétrons a de tran '3ferências de elétrons ou de alterações no nível de energia dos elétrons participantes nos produtos da glicose pois a energia potencial reações de oxidação-redução, reações de oxirredução, ou, simplesmente, reações redox. Nessas reações, há per- sistemas não-vivos nos quais a forma de energia liberada ou absorvida nas reações químicas é quase sempr é exergônica, ---' x 1023 se oxid~ Um exemplo de reação redox é a formação c1oreto de sódio (NaCI) a partir de sódio elementar de gerado pela reação entre moléculas de gás metano (CH4) (Na), e de gás oxigênio (O), com produção de moléculas de um metal branco e mole, e de cloro (CI2), um gás ama- gás carbônico (C02) e de água (H20). Nessa reação, o meta- relo-esverdeado. no sofre oxidação e o gás oxigênio, redução. (Fig, 9.3) um elétron Nessa reação ocorre transferência de do átomo de sódio para o átomo de cloro com liberação de energia na forma de calor e formação de uma nova substância, (transformando-se é reduzido, tão do metano é uma oxirredução o c1oreto de sódio (NaCI), um sal branco. No processo, o sódio é oxidado, um elétron Vejamos mais detalhadamente e, em seguida, por que ela libera tanta energia. pois perde Em uma ligação covalente, no cátion Na"), e o cloro pois ganha um elétron por que a combus- o par de elétrons une os dois átomos pode tanto se encontrar (transformando-se eqüidistante em ânion CI-): que em posição entre eles como mais perto de um ou de outro átomo. A distância depende da intensidade com que cada átomo consegue atrair o par de elétrons com- ~oXidação~ partilhado. Na + CI2 I ° conceito a substâncias cc fi 2? " '1! .2' " -o (I) -o o (õ m ~ (I) -o o o:i co o:i :§ :§ (I) ro" c ~ " o '0 "o '6 '" o -c -e o -o -e- (L cn '6 o :'" t « (L eC>. compartilhados participam redução. la de gás carbônico entre os ° ° átomos de H e de os elétrons compartilhados ficam mais perto dos átomos ° os elétrons compartilhados t REAGENTES PRODUTOS :õ C>. o 'g. -o o Oxidação a I (I) o: CH4 + + + .Energia CO2 I H ·1· H+C+H ·1· H • 2 O2 O •• •• O •• •• O C •• •• Gás metano oxigênio carbônico 9.3 • Combustão do metano, na ligação. Nas moléculas de CO2 e de HP, dos átomos de 0, liberando (os elétrons compartilhados eqüidistantes parte de sua energia potencial se aproximaram dos dois átomos envolvidos os pares de elétrons compartilhados o CH4 sofre oxidação (os elétrons compartilhados • • Nas moléculas de CH4 e de 02 os pares uma oxirredução. (círculos azuis) encontram-se H--·O-·--H Água Gás de elétrons compartilhados 2 H20 t Gás .•. Figura + Redução O ficam mais próximos na forma de calor. Portanto, se afastaram dos núcleos do C) e o 02 sofre redução dos núcleos do O). CAPiTULO pelos ficam mais perto dos átomos de que dos átomos de H. é que o (H); por isso, na molécu- que dos átomos de C. Da mesma forma, na molé- cula de água (Hp), de oxir- calor que usamos para cozinhar os alimentos (C02), pelos átomos de C e de como com- é um exemplo cada ligação C-H tem o em posição equidistante. oxigênio (O), por sua vez, é mais eletronegativo de do metano, gás utilizado (CH4), carbono (C) e que o hidrogênio e os núcleos dos átomos que nos fogões domésticos, ° ° não de um áto- nas distâncias de metano par de elétrons compartilhado da ligação covalente. A combustão bustível na molécula por liga- (H) têm por isso, :'" "ê (I) de elétrons mo para outro, mas alterações elétrons « oi -c o: não somente a mesma eletronegatividade; o "êC>. o '~ -o completa aproximadamente a compostos em que os átomos estão unidos envolve transferência eletronegatividade. '0 <ci -o :õ aplica-se mas também dos átomos em atrair elé- Os átomos de carbono (C) e de hidrogênio ções covalentes. Neste caso, a reação de oxirredução .2' 2? de oxirredução iônicas, trons é denominada --'t "e "O .~ '1! Redução __ moleculares .~ -o 2 CI- cc 2? fi -o e + 2 Na+ - Essa capacidade 9 • RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO 205 ° Assim, na reação de combustão do metano (CH4), este é oxidado porque, nos produtos que se formam (C02 e H20), os elétrons estão mais afastados dos núcleos dos átomos de C (na molécula de CO2) e dos de H Assim, a energia que permite a existência e o funcionamento do corpo de cada um de nós provém de reaçõesde oxirredução. A combustão da glicose, mostrada a seguir,é uma oxirredução. (na molécula de H20) do que estavam nas ligações do CH4 (O é mais eletronegativo que o C e o H). Ou seja, os átomos componentes do metano, embora não tenham realmente perdido elétrons, ficaram com seus elétrons ~ Oxidação C6H1P6 -------,~ + 6°2 LI 6 CO2 + 6 H20 Redução __ + ENERGIA -----'t mais afastados deles. Por sua vez, o gás oxigênio (02) é reduzido porque, nos produtos da reação com metano (C02 e HP), os elétrons compartilhados nas ligações químicas que se formaram estão mais próximos dos nú- ° cleos dos átomos de do que estavam nas moléculas de O2, Ou seja, os átomos componentes do gás oxigênio, embora não tenham realmente ganhado elétrons, ficaram com elétrons de outros átomos mais perto de si. Nos átomos, elétrons que ocupam posições mais próximas ao núcleo atômico têm menor energia potencial que elétrons mais distantes. Para ocupar posições mais próximas ao núcleo, elétrons precisam liberar energia. Na reação de combustão do CH4, os elétrons envolvidos nas ligações covalentes dos produtos (C02 e HP) ficaram relativamente mais próximos dos núcleos atô- ° micos de do que estavam nos reagentes (CH4 e O2), Com isso, esses elétrons perdem parte de sua energia potencial, que é liberada na forma de calor (reação exergônica, neste caso, exotérmica). A maioria dos seres vivos obtém energia para as atividades celulares por meio da oxidação aeróbica de moléculasorgânicas.Nesseprocesso,moléculasde ácidosgraxos e de glicídios, principalmente a glicose, são degradadas formandomoléculasde gáscarbônico(C02) e de água(Hpl. com liberação de energia para as atividades celulares. Energia de ativação e enzimas Toda reação química demanda um investimento inicial de energia para ocorrer. A quantidade mínima dessa energia inicial que as moléculas reagentes devem possuir para que uma reação química aconteça é chamada energia de ativação. Uma maneira de ativar moléculas é fornecer a elas energia na forma de calor. É assim, por exemplo, que ~ iniciamos a combustão do gás de cozinha nos fogões domésticos ou do combustível nos motores a explosão dos automóveis. Nos seres vivos, porém, a ativa ão das ~ pode ser feita elo a uecimento, pois os sistemas vivos são sensíveis ao calor e seriam danificados. Basta lembrar, por exemplo, q~ ~as se desnaturam e perdem suas funções biológicas em temperaturas superiores a 45° C. A estratégia desenvolvida pelos seres viv sara su erar a barreira inicial das rea ões foi a utiliza ão de enzimas, proteínas catalisadoras ue diminuem a uantidade de energia necessária para ativar os reagentes. A enzima conduz 6s reagentes por um "atalho energético", em que a reação pode ser iniciada com nível bem mais baixo de energia de ativação. (Fíg. 9.4) Energia de ativação sem enzima ---- Energia de ativação com enzima Nível de energia inicial Energia liberada na reação Nível de energia final • Figura 9.4 • Gráficos que comparam a energia de ativação de uma reação química na presença de uma enzima catalisadora 206 (amarelo) e na sua ausência (rosa) Na ordenada -, PARTE III • O METABOLISMO CELULAR estão indicados os níveis de energia e na abscissa, o tempo. de adenosina, abreviadamente denominada ATP, cuja função é captar a energia liberada nas reações exergônicas e armazená-Ia e posteriormente transferi-Ia para processos endergônicos. 9.2 ATp,a "moeda energética" do mundo vivo ~ <li "O "~ .~ 2 <li "O '" <li "O o <õ ci ~ " ~ "o '6 '" -c D- Ü o "O -e cc t Estrutura A energia para a manutenção da vida provém da degradação das moléculas orgânicas que o organismo utiliza como alimento. Nossas células, por exemplo, oxidam moléculas de certos nutrientes absorvidos, degradando-as a moléculas de água (HPl e de gás carbônico (C02), e obtendo, nessas reações oxidativas, a energia para suas atividades vitais. Como veremos mais adiante, esse processo químico de obtenção de energia, é chamado respiração celular e ocorre no interior de nossas mitocôndrias, utilizando gás oxigênio como agente oxidante. Praticamente toda a energia presente nas moléculas orgânicas dos seres vivos provém, primariamente, da luz solar. Por meio de um processo químico~1nominado fotos: síntese, Ias plantas, as algas e certas ~'pécies de bactéria captam energia luminosa e a utilizam para produzir substâncias orgânicas, as quais retêm em suas moléculas a emergia captada originalmente da luz solar. A energia fica armazenada na forma potencial, nas ligações químicas entre os átomos das moléculas orgânicas produzidas. A respiração celular torna essa energia disponível para que as células a utilizem em suas atividades vitais. (Fig. 9.5) Nos seres vivos, a energia obtida das moléculas orgânicas degradadas não é transferida diretamente para os processos celulares: ela é primeiramente armazenada em moléculas de uma substância chamada trifosfato química do ATP Em praticamente todos os seres vivos, o trifosfato de adenosina, ou ATP (do inglês,Adenosine Tripfrospfrate), é a molécula mais importante na captura, no armazenamento temporário e na subseqüentemente transferência de energia para os processos celulares. 9. ATP é uJ!!. nucleotídio, constituído el ba e nitro enada adenina unida ao licídio ribose que, or sua vez se une a uma' cadeia de três grupos fosfatos. As li a ões uímicas entre os fosfatos do ATPsão chamadas de liga ões de alta energia e representa,das raficamente pelo símbolo-. Durante a degradação das moléculas orgânicas do alimento, parte da energia liberada pelos elétrons é utilizada para a síntese de moléculas de ATP,ficando armazenada nas ligações químicas entre seus grupos fosfatos. A energia que não é transferida para o ATPdissipa-se como calor. A energia armazenada no ATP pode ser transferida para os mais diversos tipos de processosmetabólicos que acontecem na célula. est0,3ue de ATP em uma única célula é da ordem de u~ bilhão de moléculas, sendo usado e repostõa cada dois ou três minutos, ininterruptamente. Por essa razão, alguns pesquisadores comparam o ATP a uma "moeda energética" que circula dentro da célula e "custeia" os gastos metabólicos. ° Fungos, protozoários, animais e bactérias heterotróficas. Sol Bactérias fotossintetizantes, Energia luminosa do Sol aiqas e~ :\---,-,,-lA~'--71 SERES AUTÓTROFOS À Figura 9.5 • As algas, as plantas e as bactérias fotossintetizantes de aproveitar inorgânicas. são seres autotróficos, capazes a energia da luz para produzir substâncias orgânicas a partir de substâncias Os seres heterotróficos dependem dos autotróficos para obter a energia necessária à realização de suas atividades vitais. CAPiTULO 9 • RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO 207 -~ ..• NH2 H-C 0- 0- I I ~ O-p I N--. /C""" ,f C N II I -, C C-H N--- "N":::/ O Adenina I O-p o-p-o ~ 11 11 11 O O O Foslatos OH LJL e pela ribose é chamada Monoloslato Triloslato de adenosina __ de adenosi~a (AMP) -----" (ADP) ---------' 11208 ---- PARTE 111• o METABOLISMO o monofosfato CELULAR I de adenosina. de adenosina de um segundo fosfato de adenosina do ATP. pela adenina à adenosina origina A adição de um fosfato (AMP). A adição dá origem ao difosfato (ADP), e a de um terceiro fosfato origina o trifosfato (ATP) o ATP é normalmente sintetizado a partir de uma molécula precursora semelhante a ele, mas que possui apenas dois fosfatos: o ADP (difosfato de adenosina). A síntese de ATPocorre pela adição de um grupo fosfato inorgânico, simbolizado por Pi ao ADP. Essa reação demanda quantidade considerável de energia, aproximadamente 7,3 kcal!mol. A'quebra dessa ligação, com transformação do ATPem ADP e Pi' transfere quantidade equivalente de energia (7,3kcal!mol) para as atividades celulares. (Fig. 9.6) O mecanismo mais comum de fornecimento de energia para os processos celulares é a transferência do fosfato do ATP para outras moléculas, o que provoca nelas as alterações necessárias à realização do trabalho celular. Por exemplo, na síntese de diversas substâncias: o fosfato é transferido para um dos reagentes, que ad-. quire assim a energia necessária para se unir a outras moléculas e gerar os produtos.' No transporte ativo de íons, realizado elas bombas de ~ódio- otássio da membrana plasmática, o gru o fosfato liberado na quebra do ATP combina-se com as proteínas trans ortadoras da membrana, provocando mudanças em suas estrutu~ espaciais. Isso permite que as proteínas movimentem------=;;-=-.",. ~---se através da membrana plasmática, carregando íons sódio (Na") par'; o meio extracelular.Ali, eTãSCaptillam Tons potássio (K+),liberam o excesso e energia rece Ida éOílí o fosfato e voltam à sua configuração original, éãlTegando os~os fonspara dentro da célula. O fosfato (P) solta-se então das proteínas carregadoras e pode ser utilizado na síntese de novas moléculas de ATP. - --Nos movimentos celulares, a energia obtida o TP faz com que moléculas de miosina adquiram uma configuração instável, de alta energia potencial. Nessa condição, elas puxam as fibras de actina com as quais estão em contato, realizando trabalho. O deslizamento das fibras da ~----- 9.6 • Fórmula estrutural A parte da molécula formada LS:denOSina Diloslato de adenosina '-------- .•• Figura OH de adenosina (ATP). proteína actina sobre as moléculas de miosina é responsável por muitos movimentos celulares. No 'caso específico dos músculos, esse deslizamento faz com que as células encurtem, promovendo a contração muscular. (Fig. 9.7) ~ 9.3 Respiração celular --- A maioria dos seres vivos produz ATP para suas necessidades energéticas por meio da respiração celular, um processe de oxidação em que o gás oxigênio atua como agente oxidante de moléculas orgânicas. Nesse processo.jnoléculas de ácidos graxos ou de glicídios, principalmente glicose, são degradadas, formando moléculas de gás carbônico (C02) e de água (HPl e liberando energia, a qual é utilizada na produção de moléculas de ATP a partir de ADP e P.. Se compararmos os reagentes e produtos da respiração celular da glicose com os de sua combustão, veremos que os processos são equivalentes. Nos dois casos, uma molécula de glicose reage com seis moléculas de gás oxigênio, produzindo seis moléculas de gás carbônico e seis moléculas de água: I r Essa reação é capaz de liberar cerca de 686 kcal! moI. Se toda essa quantidade de energia fosse liberada de uma só vez na respiração celular, como acontece na combustão, a célula seria danificada. Na respiração celuar, a energia das moléculas orgânicas é liberada pouco a pouco, em uma seqüência ordenada de reações químicas bem controladas, e imediatamente armazenada na forma de ATP. I I I o RESPIRAÇÃO CELULAR Alimento (substâncias orgânicas) Gás carbônico + água ENERGIA Trifosfato de adenosina (ATP) cc «i "O "O Difosfato de adenosina .~ .~ (ADP) '" ~ " e " " ~ " o > '"~ "e ~ " ~ " o 2 2 "O "O "O <õ :§ 'ij; ~" ~" a. " o ci oi '5 '0 o '0 "O "O ~ v v « « o to' «i "O O> o ~ to' ei "O .s o ~ o ""g " a: ea. a: Fosfato inorgânico o :o "êa. "O ENERGIA G) -' " s '5 a. / "O <õ "ea. "O ea. " ® Energia luminosa do Sol é captada p~los seres autotróficos e transferida para substâncias orgânicas O Energia das substâncias orgânicas é utilizada pelos seres heterotróficos para produzir ATP O ~ (,_---~ A~_Pi U V Síntese de macromoléculas (DNA, RNA, proteínas e polissacarídios) Síntese de fosfolipídios e outros componentes celulares ~~ U ~NERGIA Movimentos celulares (contração, movimentos de cromossomos na mitose etc.) .• Figura 9,7 • A. Esquema que representa o papel do ATP como "moeda energética" celular. Reações em que moléculas orgânicas do alimento por exemplo, transferem fornecem são degradadas, U Transporte ativo de substâncias pela 'membrana Manutenção de potencial elétrico entre as faces da membrana V Produção de calor do metabolismo como as da respiração celular, energia para a síntese de moléculas de ATP. Estas, ao serem degradadas, energia para trabalhos que representa os caminhos celulares, como a contração muscular, por exemplo. B. Esquema geral da energias nos seres vivos, mediada pelo ATP. CAPiTULO 9 • RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO 209 Glicose Os cálculos mais recentes realizados pelos bioquímicos mostram que na respiração aeróbica de uma molécula de glicose formam-se, no máximo, 30 moléculas de ATP a partir de ADP e Pj' Cálculos anteriores, menos ~ sos, indicavam a formação de 36 a 38 moléculas de ATP por mo écu a de glicose. Como a síntese de ATP consome cerca de 7,3 kcallmol, as 30 moléculas produzidas na respiração seriam capazes de armazenar aproximadamente 219 kcallmol (7,3 X 30). Comparando esse valor com o da oxidação completa da glicose, que libera 686 kcallmol, pode-se estimar que o rendimento da oxidação aeróbica nas células é de aproximadamente 32%(219+ 686 X 100= 31,9%). Essa eficiência é bem superior à dos melhores motores que os engenheiros conseguem construir. A equação geral para a respiração aeróbica da glicose, de acordo com os dados mais modernos, é: 0-0000o ATP ~~ .• ATP ADP~~ADP Frutose P 1,6 ditostato '~O-OOOOO\~p //11\ I/li 2 NAD+ 2 Pj 2/ NADH ~ + 2 H+ ------~ "'"~:~p \\//bO-O\\\/1 p", ",p ATP 000 Ácido pirúvico A degradação da glicose na respiração celular ocorre em três etapas metabólicas: glícólise, ciclo de Krebs e fosforilação oxidativa. Nas células eucarióticas, a glicólise ocorre no citosol, enquanto o ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa ocorrem no interior das mitocôndrias. t Glicólise: a etapa extramitocondrial da respiração celular A glicólise (do grego glykos, açúcar, e lysis, quebra) é uma seqüência de 10 reações químicas catalisadas por enzimas livres no citosol, em que uma molécula de glicose é quebrada em duas moléculas de ácido plrúvico' (C3HP), com saldo líquido de duas moléculas de ATP A glicólise tem início com a ativação da molécula de glicose, que se dá pela adição de um fosfato energético proveniente de uma molécula de ATP Em uma etapa seguinte, é adicionado um segundo fosfato energético, também proveniente de um ATp,tomando a molécula instável e rovocando sua ruptura em duas moléculas menores. Assim, ~ fáses iniciais da glicólise são c-;nsumidas duas moléculas de ATP para a ativação de cada molécula de glicose. Esse consumo inicial de ATPé um investimento energético ue se-;:-á'rêcUperadop~ - "----'---.-.......---- glicólise. A energia gerada na quebra da molécula de glicose ~ ácidos pirúvicos é suficiente para produzir quatro moléculas de ATP Assim, o saldo energético líquido dessa primeira etapa da respiração celular é de dois ATP por molécula de glicose. (Fig. 9.8) Além de 2 moléculas de ácido pirúvico, a glicólise libera 4 elétrons (e-) com nível alto de energia@4 íons W. 3 Nas condições de pH do meio intracelular, no caso, o piruvato (C3H,03l não-dissociada, 210 PARTE Os 4 elétrons e 2 dos íons W são prontamente capturados por 2 moléculas da substância conhecida como dinucleotídio de nicotinamida-adenina ou NAD (sigla do inglês nicotinamide adenine dinuc/eotide). Os outros 2 íons W permanecem livres no citosol. As moléculas de NAD capturam elétrons e íons W quando se encontram na forma oxidada de NAD+, passando para o estado reduzido de N~DH: 2W química que resume a glicólise é mos- trada a seguir: em íons H- e íons negativos, sempre nos referimos aos ácidos em sua forma CELULAR 2 NADH O NAD desempenha papel central no metabolismo energético das células, captando elétrons de alta energia, liberados na degradação de moléculas orgânicas, e fornecendo-os, em seguida, aos sistemas de síntese de ATP Por essa capacidade de "aceitar" elétrons energizados e Íons W correspondentes, o NAD é denominado aceptor de elétrons ou aceptor de hidrogênio. (Fig. 9.9) também dessa maneira. 111• O METABOLISMO + 4 e- + 2 NAD+ -- tA equação os ácidos estão em sua maior parte dissociados No entanto, por conveniência representando-os .• Figura 9.8 • Representação esquemática simplificada das etapas da glicólise. Para iniciar o processo são consumidas 2 moléculas de ATP; como se formam 4 moléculas de ATp, no final, o rendimento líquido da glicólise é de 2 ATP por glicose cada molécula metabolizada. No processo também participam 2 moléculas de NAD+; cada uma delas captura 2 elétrons energizados e um íon H+ provenientes da glicose, formando-se 2 moléculas de NADH. Além disso, são produzidos mais íons 2 H+, liberados para o citosol. I "e 'O .~ 2" " 'O O> I I NAD+ NADH (forma reduzida) (forma oxidada) ~ H ,+ O -: Nicotinamida I H 06) N _ CH, 11 H H HO I N c-NH, I O í Ribose O-P-O- H H ~ Õ I C-NH2 2P L Adenosina H OH NH, O RESUMO I Adenina....:::C'-. N NY" C.-- ~ I O 11 NAD+ + + 2e- ~ H+ NADH Passagem do estado oxidado CH estado reduzido, HC":::-W/C--'N/ ao e vice-versa Adenosina -O-~-O-C~' <ri <ri ~ " e m ~ "e ~>" " ~ o ~~ " ~ " o <õ .,; <õ .,; m "O O 11 O '@ H H "O ~ Figura H por adenosina .~ "O Ribose HO OH "O " "O ·w -0- ·w ...J ê" ê" " nicotinamida. enquanto II Fosfato nicotinamida-adenina. O NAD é um nucleotídio essa ribose por sua vez, está ligada a uma molécula de à esquerda está representada A fórmula a da direita está simplificada, mostrando de forma completa, apenas a parte da P-O- molécula em que NADH difere do NAD+ Se na adenosina I grupo fosfato 0- formado (ribose unida a adenina) ligada a mais uma ribose por meio de dois fosfatos; O "O ...J 9.9 • Fórmulas do estado oxidado (NAD+) e reduzido (NADH) do dinucleotídio H (em azul) no lugar do H, a fórmula o transportador houvesse um seria a do NADP+, de elétrons que atua na fotossíntese. " a. o 'õ a. o rn 'õ -o -o'" o o o A glicólise é uma etapa anaeróbica do processo de o "O "O V v !" to' « ei "O :õ .~ !" to' « ro "O degradação da glicose, pois não necessita de gás oxigê- "ea. bicas e só ocorrem se houver gás oxigênio suficiente. :õ o o ""g ~ Na irúvico são trans- energético aeróbico de comum do metabolismo licídios, de li ídios e eventual- mente, de proteín~lsso uer dizer ue essas substân- cias só podem ser utilizadas pela mitocôndria de ener ia d;pois -- formadas, ainda no citosol, em ácido láctico ou em etanol, de endo do ti o de or anismo. Esse processo é deno- aquosa que preenche as mitocôndrias, a parte correspon- minado fermentação dente ao acetil é oxidada, formando 2 moléculas de gás " a: e será estudado mais adiante nes- Na matriz mitocondrial, carbônico. te capítulo. como é chamada a solução a coenzima A é recuperada intacta. Esse pro- cesso ocorre por meio de um conjunto , como fonte de transform~CoA. " "O ea. falta desse gás, as moléculas de ácido porém, são aeró- é o ponto ea. "O a: nio para ocorrer. As etapas seguintes, A acetilCoA t Ciclo de químicas seqüenciais Krebs ou ciclo do ácido cítrico ~ido tado ~ pirú'd,So produzido através das membranas triz mitocondrial, da mitocôndria . '--r" de gás carbônico uma molécula W liberados (C02). A (acetilCoA) Dela também de NAD+, que se transforma em NADH ao capturar 2 elétrons 2 Íons e, na ma- com uma subs- uma molécula de acetilcoenzima e uma molécula é trans~ coe-o-zima A (CoA). Nessa reação é ..-----..---.... participa n~icólise reage imediatamente târKla denominada produzida oxalacético que se une é recuperado de alta energia e 1 dos à acetilCoA no início do processo no final. Esse conjunto de reações é conhe- cido como ciclo tricarboxílico de nove reações que formam um ciclo, pois o ácido do ácido cítrico, ou ciclo do ácido ou ainda ciclo de Krebs. Esta última deno- minação é uma homenagem 1981), o bioquímico a Hans Adolf Krebs (1900- alemão que desvendou to de reações e, em@ recebeu o prêmio esse conjunNobel para Fisiologia ou Medicina por esse feito. ° ciclo de Krebs tem início com uma reação entre a acetilCoA e o ácido oxalacético, em que é liberada a molécula de coenzima A e formada uma molécula de ácido na reação: cítrico. Ao longo das oito reações subseqüentes Ácido . ,. piruvrco + CoA + NAD+ . -+ AcetIlCoA + NADH + COl + W são libe- radas duas moléculas de gás carbônico, elétrons de alta energia e íons W. CAPITULO ° ácido oxalacético é recuperado intacto 9 • RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO 211 I partir de GOP (dífosfato de guanosina) e P. O GTP é mui- ao final do processo, pronto para se combinar com outra molécula de acetilCoA e reiniciar outro ciclo. (Fig. 9.] O) to semelhante Os elétrons de alta energia e os Íons H+ são prontamente capturados por moléculas de NAO+, que se trans- formam em NAOH, e também guanina em vez de adenina. Éo GTP que fornece energia para alguns processos celula- por um outro aceptor de res, como a síntese de proteínas. dinucleotídio de flavina-adenina ou FAD (do flavine adenine dinucieotides, que se transforma elétrons, o inglês ao ATPi difere dele apenas, por apresen- tar a base nitrogenada ser convertido energético O GTP também em ATP pela transferência pode de seu fosfato para um AOPi de forma similar, GTP pode ser em FADH2. Ao longo de cada ciclo de Krebs são forma- gerado pela transferência dos 3 NAOH e I FAOHr Em uma das etapas do ciclo, a energia liberada per- Em resumo, 2 CO2 mite a formação direta de uma molécula de trifosfato de 9.2 traz o resultado das etapas da degradação da glicose. guanosina ou~do ® inglês quanosine tripl1ospl1ate). a do fosfato do ATP para um GOP. no ciclo + 3 NADH + ] de Krebs + ] FADH2 são formados: GTP (ou ATP). A Tabela (Tabela 9.2) ® Ácido pirúvico 000 Espaço entre as membranas externa e interna Acetil Coenzima Membrana externa Cristas Membrana interna A O-O-CoA Ribossomo .• Figura 9.10 • A. Representação esquemática das transformações da mitocôndria. é totalmente FAD seqüêrxia L----DNA Sintetase do ATP do ácido pirúvico no interior Após formar degradado o acetilCoA, a gás carbônico esse ácido (C02), em uma cíclica de reações químicas denominada ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico. B. Representação í?DP+® esquemática de uma mitocôndria para mostrar seus componentes GTP com parte removida internos. ° ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial. TABELA 9.2 • Resultado líquido das etapas de glicólise e ciclo de Krebs da respiração celular Processos da respiração celular MOLÉCULAS DE CO2 Moléculas de NAD + Moléculas de FAD PRODUZIDAS reduzidas a NADH reduzidas a FADH2 Moléculas de ATP (ou GTP) formadas 1 molécula de glicose originando 2 de ácido pirúvico O 2 o 2 2 moléculas de ácido pirúvico originando 2 de acetilCoA 2 2 o o 2 moléculas de acetilCoA originando 4 de CO2 4 6 2 2 TOTAL 6 10 2 4 212 ---PARTE 111. o METABOLISMO I CELULAR Cadeia transportadora • Fosforilação oxidativa Quatro grandes complexos de proteína dispostos em seqüência na membrana interna da mitocôndria participam na condução dos elétrons do NADH e do FADH2 até o gás oxigênio. Dentre os componentes desses complexos destacam-se os citocromos, proteínas transferidoras de elétrons que possuem ferro ou cobre em sua composição, Cada conjunto seqüencial de transferidores de elétrons recebe o nome de cadeia transportadora de elétrons ou cadeia respiratória. Essas denominações são usadas para ressaltar o fato de as substâncias transferidoras de elétrons estarem enfileiradas na membrana interna da mitocôndria. (Fig. 9.11) Os citocromos e algumas outras proteínas (quinonas) componentes da cadeia respiratória atuam captando elétrons com um certo nível de energia de um aceptor anterior e transferindo-os com um nível de energia menor para o aceptor imediatamente seguinte. A passagem dos elétrons transferidos ao longo da cadeia respiratória tem início quando o NADH doa seu par de elétrons ao primeiro transferidor da cadeia. Como vimos, a maior parte do NADH é produzida no interior da mitocôndria, durante a transformação do ácido pirúvico em acetilCoA e o ciclo de Krebs. Na glicólise A síntese da maior parte do ATPgerado na respiração celular está acoplada à reoxidação das moléculas de NADH e FADH2'que se transformam em NAD+e FAD,respectivamente, Nessa reoxidação são liberados os elétrons com alto nível de energia captados na degradação das moléculas orgânicas, Esses elétrons, após perderem seu excesso de energia, reduzem o gás oxigênio a moléculas de água, de acordo com as seguintes reaçôes gerais: 2 NADH + 2 W + 02 -- <ri m <ri rn "O -1; .~ .~ ~ "e ~ " ~ " o .J!! "O "O <õ 'w ~ e "> .J!! " ~ " o "O "O <õ o; o; -' :3 ê" " o, o e» 'õ 'o Ü o "O " o 'o Ü o « "O "O :o "ec, "O t' oi :o "êD- o o "O 'O 'g. eo, " a: ° c» 'õ .-~ oi A energia liberada gradalli'amente pelos elétrons durante sua transferência até o ás oxigênio é u~ produção de ATP ~ termo fosforilação oxidativa refere-se, justamente, à produção de ATP,pois a adição de fosfato ao ADP para formar ATPé uma reação de fosforilação, A fosforilação é chamada oxidativa porque ocorre em diversas oxidações ~e üenciais, nas uais o último a ente oxidante é o gás oxigênio (O). o, « to' 2 NAD+ + 2 HP " ê ~ -e- de elétrons .,,- - - - - - - - - - - - - - ~- '~ e - ------- Mitocôndria - - - - - - - ~ - - - - - - - - - ..•. , I I I I I I I I \ I I I I é" ® é D- " ts: Espaço entre as membranas mitocondriais externa e interna ! \ ® Membrana interna da mitocôndria 2 W + 1/2 O2 Gás oxigênio Interior da mitocôndria '----- __ --=C-'--A-=-D-=E--'--IA-'---TC'-R--'--A"--N--'-S_P--'-O_R_TA_D_O'-R_A_D_E_E_LE_· .• Figura 9.11 • Detalhe dos complexos transportadores T_R--"O_N--"s __ da cadeia respiratória CAPiTULO 9. ---'I LI__ ---'S"-'-INC-'-T.:...:E::.:1c:..:A::::S=.E.=D.=0:...:A..::I..::P e da sintetase do ATP. KI:'>PIK!'ILACJ CELULAR E ~H<MH"IAr 213 _ r. \\ J( ~ t-l\\<) também são prod"ldas duas moléculas de NAOH,mas nente da cadeia para outro faz com que eles percam ener- 'estas não conseguem entrar na mitocôndria para doar seus gia gradativamente à elétrons ~ • ~ Ni\DH mitocondrial cadeia respiratória, pois interna é impermeável a membrana ao NAOH. Um curio- so mecanismo, porém, permite à a energia do NAOH produzido no citosol, a membrana .JNA~1tocondrial mitocôndria transportando trons de alta energia do NAOH citoplasmático oxida a NAO+) para mitocondrial, O gás oxigênio aproveitar em sua ausência o ciclo é rapidamente elé- A energia liberada na matriz NAO:."" -+ gia liberada NAOH."", ) pela cadeia respiratória, é suficiente interna entre seu deslo- do NAOH até o gás para transportar 10 íons W atra- da mitocôndria. Os elétrons um nível menor de energia, diretamente são aos aceptores do segundo comeles liberam ener<Xi gia suficiente seguinte e assim para transportar da membrana por diante. Essa transferência dos elétrons de um compo- Difusão de gás carbônico CO2 durante plexo protéico da cadeia respiratória; da cadeia respirató- ria, que os transferem para transportador Membrana interna camento vés da membrana pas- Sabe-se que a ener- por um par de elétrons oxigênio, transferidos Os dois elétrons de alta energia do NAOH são trans- durante sua é usada para forçar a mitocondriais. do FAOH2, por terem feridos para o primeiro transportador o ciclo de Krebs, interrompid~ pelos elétrons respiratória as duas membranas a seguir: NAO:_1 da respiração de íons W para o espaço existente transferência tos, é como se o NAOH tivesse entrado na mitocôndria. NAOH,,,=, sagem pela cadeia o qual se reduz a NAOH. Para todos os efei- Veja esse processo esquematizado efetivamente estar envolvido em nenhuma outra etapa (o qual se um NAO+ presente só participa água na reação. celular nesta última etapa. No entanto, apesar de o O não interna contém proteínas especiais capazes de atuar como uma ponte eletrônica, e possam, ao final da cadeia, combi- nar-se com o gás oxigênio (02), produzindo Membrana externa apenas 6 íons Ht interna da mitocôndria. através (Fig. 9.12) '" ~ 2" ~ -c '" ~ '" ~ -o " o (õ .,; ê" '" D- o oº' -c -c o o -o ÁCIDO PIRÚVICO--+l~fI--f--+-" I Acetil-Coenzima ------~. Transp::):rtador ÁCIDOS I ----:::-_..... NAD+ ~ FADH2 ATP Transportador NADH 3 NADH •. ---;+-~ ATP -H---H--ADP Pi Transporte de ATP, ADP e Pi Complexo protéico da sintetase do ATP O2 Complexos protéicos transportadores de elétrons e bombeadores de W .• Figura 9.12 • Representação das reações que ocorrem pirúvico e ácidos graxos que penetram na mitocõndria A, o ponto de partida das reações intramitocondriais, mitocondrial 11214 no interior da mitocõndria. (à esquerda) transformam-se Note que o ácido em acetil-Coenzima dando início ao ciclo de Krebs. Na membrana interna ocorrem as reações da cadeia respiratória PARTE 111• O METABOLISMO Passagem de W pelo complexo da ATP sintetase Difusão de gás oxigênio CELULAR] e da produção de ATP. "ê '" -o o W '" o;;; ...J ê" '" c, o r» 'Õ -o o o "O v ~ t t <! '" "O <! CO2 Difusão de gás carbônico FAD --~~------+--~~ GRAXOS A v MATRIZ MITOCONDRIAL " e ~ -c :§ Transportador ~ " e .~ -o -o Espaço entre as membranas cc c» "O :õ 'eo. o oro 'l' "O ea. c:'" '" :õ "êo. ,roo 'l' "O eo. c: '" A energia liberada pelos elétrons com alta energia obtidos de uma molécula de glicose em sua passagem pela cadeia respiratória pode formar até um máximo de 26 moléculas de ATP.Somando-se essas 26 moléculas aos 2 ATP formados na glicólise e aos 2 formados no ciclo de Krebs (I GTP para cada acetilCoA), obtém-se o rendimento máximo da respiração celular, que é, segun- T Figura 9.13 • Etapas do metabolismo da glicose com produção no citosol, enquanto respiratória aeróbico de ATP. A glicólise ocorre o ciclo de Krebs e a cadeia ocorrem no interior da mitocôndria. do as pesquisas mais recentes, de 30 moléculas de ATP Cada molécula de glicose metabolizada por molécula de glicose. (Fig. 9.13) produzir pode até 30 ATP. CITOSOL MITOCÔNDRIA <ri cn ~ " e "O .~ !!; .)!! " ~ " o "O "O <õ <ri en ~ "e "O .~ "> " ~ .)!! "O " "O o <õ fi "ãi ...J fi "ãi ...J " ~ " " ~ c» 'õ 'õ c, o "o o o "O -e- e' to' « <ri "O :c "e " o, o '" "o o ..e' o "O to' « <ri "O :c "e Q. Q. o '~ o 'g "O e e " a: "O Q. Q. a: " Cerca de 26 ATP Membrana celular -----"- Teoria quimiosmótica Total: de produção do ATP Os íons W acumulados "à força" no espaço entre as membranas mitocondriais tendem a se difundir para a matriz mitocondrial, mas só podem fazê-lo passando através de um complexo de proteínas presente na membrana interna da mitocôndria. Essa estrutura protéica, denominada sintetase do ATP, é comparável à turbina de uma usina hidrelétrica: ela possui um roto r interno que gira, movido pela passagem dos íons W, produzindo energia para unir fosfatos inorgânicos aos ADP, transformando-os em ATP. CAPiTULO 9 • RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO 215 Vejamos como funciona esse mecanismo se de ATP. A energia liberada que alguns autores cha- nesse estreito são potencial compartimento, à matriz, cia desses íons é voltar da sintetase ® Em alta gerando assim uma pres- de esses íons voltarem A é através J do ATP. Nessa passagem, a energia poten- cial de difusão é convertida re rotação da sintetase) em energia mecânica (ocor- e, em seguida, em energia quíINTERIOR DA MITOCÔNDRIA mica, na ligação entre os fosfatos do ATP. Esse mecanismo côndrias e também capítulo 0 a tendên- de difusão, chamada força protomotiva. única forma possível MEMBRANAS MITOCONDRIAIS é usada para concentrar íons W no espaço entre as membranas mitocondriais. concentração ® pelos elétrons em sua pas- sagem pela cadeia respiratória, mam de forçaeletromotiva, ESPAÇO ENTRE AS de sínte- de produção 10, foi comprovado e tornou-se conhecido o bioquímico em diversos experimentos como teoria quimiosmótica. Foi (1920-1992) quem na década de 1960, ten- inglês Peter Mitchell propôs a teoria quimiosmótica, do recebido de ATP nas mito- nos c1oroplastos, como veremos no ADP + ® o prêmio Nobel de Ouímica por esse traba- lho em 1978. os íons W com- De volta ao interior da mitocôndria, binam-se com os elétrons transportados piratória e com átomos provenientes formando moléculas de água (H20). pela cadeia resdo gás oxigênio, (Fig.9.14) •. Figura 9.14 • Representação esquemática da enzima sintetase do ATp, de acordo com a teoria quimiosmótica. Essa enzima utiliza o potencial que haviam sido forçados as membranas utilizando-a de difusão dos íons W a se acumular mitocondriais, durante no espaço entre a cadeia respiratória, para produzir ATP. t Fontes de energia para a respiração celular: glicídios e ácidos graxos suas moléculas são quebradas em seus constituintes bá- sicos, glicerol e ácidos graxos, e estes últimos são lançaTodas as nossas células oxidam palmente glicose, para obtenção glicídios, princi- de energia. Alguns ti- dos na corrente sangüínea. As células do corpo humano, com exceção das do sistema pos de célula, como as hemácias e as células nervosas como já foi mencionado, do encéfalo, obtêm praticamente sangue, utilizando-os toda a energia de que necessitam pela oxidação aeróbica da glicose. É por isso na produção e das hemácias, os ácidos graxos do de ATP. No interior das células, os ácidos graxos são trans- que nosso organismo precisa manter estável a taxa des- portados para as mitocôndrias, se açúcar no sangue: sua diminuição de acetilCoA. pode causar desmaio nervoso captam onde produzem moléculas Da mesma forma que as moléculas de e até mesmo coma, por afetar diretamente o sangue e o acetilCoA produzidas sistema nervoso. A glicose fica armazenada no fígado na ção de glicídios, as acetilCoA produzidas pela oxidação de forma de glicogênio diminuição e é liberada no sangue quando há da glicemia (taxa de glicose no sangue). como ocorre nos intervalos ácidos graxos entram no ciclo de Krebs e são totalmente degradadas a gás carbônico (C02) e água (HP). (Fig. 9.15) entre as refeições. Apesar da importância da oxidação aeróbica dos glicídios em nossas células, a maior parte da energia utilizada por nosso organismo é proveniente A degradação de 1 g de triglicerídios com formação de gás carbônico 9.4 Fermentação dos lipídios. (um tipo de Iipídio) (C02) gera ATP do que a oxidação de uma quantidade 6 vezes mais equivalente de glicogênio. Os triglicerídios a partir do ácido pirúvico na oxida- A maioria dos organismos eucarióticos gia para a produção aeróbica. Como vimos, oxidação das moléculas são armazenados no citoplasma gás oxigênio. obtém ener- de ATP por meio da respiração o aceptor final de elétrons na orgânicas, nesse processo, é o Assim, esses organismos só conseguem das células adiposas (geralmente localizadas sob a pele). viver em presença desse gás e são, por isso, chamados na forma de gotículas de gordura. de aeróbicos obrigatórios. 216 PARTE 111• Ouando o METABOLISMO necessário, CELULAR ALIMENTOS ESTÁGIO 1: Hidrólise das macromoléculas do alimento em suas subunidades ESTÁGIO 2: Conversão das subunidades em acetil-coenzima A, com produção de pequena quantidade de ATP <ri <ri O> O> ~ "~ "O .~ ~ "~ .~ !1; !1; 2 2 " ~ " ~ "O "O " o "O <ri .a; <ri .a; o, <I) c, "O ;; -' ê" "o O> '6 '0 o o " o ;; -' ê" o O> '6 -c ü o "O "O v ~ -e- « -c t t <1Í "O "O "êa. o ~ ~ a. a: " "O Oxidação da acetil-CoA com produção de água, gás carbônico e grande quantidade de ATP ~ <1Í :o ESTÁGIO 3: "O :o "êa. o :> .•• Figura 9.15 • Possíveis a. vias de utilização ~. "O ~ a: " principais alimentares dos três nutrientes - proteínas, polissacarídios e lipídios- para produção de energia na forma de ATP. Alguns organismos eucarióticos, como as leveduras (tipos de fungo) e uns poucos moluscos e anelídeos, são chamados de anaeróbicos facultativos, pois podem viver tanto na presença quanto na ausência de gás oxigênio. Muitas bactérias, por outro lado, são anaeróbicas, isto é, não necessitam de gás oxigênio para viver. Certas bactérias, chamadas de anaeróbicas obrigatórias, não suportam a presença de gás oxigênio, que pode matá-Ias. Os organismos anaeróbicos obtêm energia pela degradação incompleta das moléculas orgânicas do alimento, com um rendimento energético bem inferior ao da respiração aeróbíca. O principal processo anaeróbico de produção de ATP a partir de substâncias orgânicas é a fermentação, utilizada por muitos fungos e bactérias que vivem em ambientes pobres em gás oxigênio. Além disso, nossas próprias células executam fermentação se faltar gás oxigênio para a respiração celular. A fermentação que ocorre na maior parte dos organismos, como em nossas células musculares, nas leveduras e em diversas bactérias, compreende uma glicólise idêntica à da respiração celular. A diferença é que, na fermentação, o ácido pirúvico recebe elétrons [;PITULO 9 • RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO 217 e W do NADH, transformado-se em ácido láctico ou álcool etílico (etanol) e gás carbônico, dependendo do tipo de organismo que realiza o processo. Se o produto da fermentação é ácido láctico, fala-se em fermentação láctica; se o produto é álcool etílico, fala-se em fermentação alcoólica. A fermentação pode ser definida, de forma geral, como um processo de degradação de moléculas orgânicas, com liberação de energia para formação de ATP,em que o aceptor final de elétrons e W é uma molécula orgânica. Por exemplo, a transformação do ácido pirúvico em ácido láctico ou etanol e gás carbônico é uma reação de oxirredução em que o ácido pirúvico atua como aceptor final de elétrons e de W liberados na glicólise e captados pelo NAD+.(Fig. 9.16) • Tipos de fermentação A fermentação láctica, em que o ácido pirúvico originado da glicólise é transformado em ácido láctico, é realizada por certas bactérias que fermentam o leite, os lactobacilos. sabor azedo das coalhadas e dos iogurtes deve-se justamente ao acúmulo de ácido láctico, que faz abaixar o pH do leite, provocando coagulação de suas proteínas e formação de um coalho solidificado, usado também na fabricação de queijos. ° Em nossas células musculares, durante um exercício muito intenso, o gás oxigênio que chega aos músculos pode não ser suficiente para suprir as necessidades respiratórias das células musculares. Nessas condições, elas passam a produzir ATP por meio da fermentação láctica. Embora produzindo menos energia que a respiração aeróbica, a fermentação láctica garante a produção de ATP nas situações de emergência. Uma conseqüência da fermentação nos músculos é a produção de ácido láctico, cujo acúmulo causa dor muscular e intoxicação das fibras musculares. As células musculares lançam o ácido láctico no sangue, de onde ele é absorvido pelas células do fígado e reoxidado a ácido pirúvico, o qual pode ser degradado a CO2 nas mitocôndrias hepáticas ou reconvertido em glicose, por meio de um processo denominado gliconeogênese. Na fermentação alcoólica, o ácido pirúvico originado da glicólise transforma-se em álcool etílico e gás carbônico. Esse tipo de fermentação ocorre, por exemplo, no fungo Soccharomuces cerevisiae, uma levedura conhecida popularmente como fermento-de-padaria. Há milênios a humanidade utiliza as leveduras na fabricação de bebidas alcoólicas (vinhos, cervejas, aguardentes etc.) e na fabricação do pão, em que o gáscarbônico é responsável pelas bolhas que inflam a massae a tornam macia. H 2 I 2 H-C-OH I CH3 FI I 2 0=0 Etanol I CH3 OH I 2 c=o I c=o I CH3 Ácido pirúvico OH I C=O 2 I HC-OH I CH3 Ácido láctico .•. Figura 9.16 • Representação esquemática das principais etapas da fermentação lática e da fermentação alcoólica. 11218 PARTE III • O METABOLISMO CELULAR I ai '"'" "e 'O .~ ~ " '" $ 'O LEITURA SÍNTESE DEATP EM MITOCÔNDRIAS E CLOROPLASTOS A membrana interna das mitocôndrias possui carregadores de elétrons ordenados em seqüência, formando os sistemas transportadores de elétrons, ou cadeias respiratórias, Elétrons provenientes do NADH2 [",] entram nesses sistemas e são passados de carregador a carregador como se descessem uma ladeira. cc c» ~ " e "O "ê !!! .2' " ~ " o co '" ~ "e "O .~ !!! .2' " ~ "O "O "O "O <õ <ri :§ " ~ " c, o c» '6 'o Ü o "O ..,. ~ tO " o <õ <ri :3 ~" " c, o rn '6 'o Ü o "O -e- ~ tO « « '" "O "O i5 "ec, o 'rl, ci i5 "ec, o ,~ g' "e "O " a: "O c, a: Até recentemente, pensava-se que a síntese do ATP estivesse diretamente acoplada a essas transferências de elétrons. Pesquisas mais recentes, no entanto, indicam que a síntese de ATP nas mitocôndrias utiliza-se de um curioso mecanismo de bombeamento iônico. eo, " Em 1961, o bioquímico Peter Mitchelllançou a hipótese de que os sistemas carregadores de elétrons, localizados na membrana interna das mitocôndrias, têm dupla função: além de conduzir elétrons, esses sistemas também atuam como transportadores de íons hidrogênio, Nesse caso, eles utilizam a energia liberada nas transferências de elétrons para movimentar íons hidrogênio através da membrana mitocondrial interna, da matriz para o espaço entre as membranas interna e externa. Com isso, essas verdadeiras bombas de íons criariam uma concentração de íons hidrogênio e, portanto, de carga positiva, no compartimento entre as membranas, e déficit de carga na matriz interna, gerando uma espécie de pilha elétrica. Mitchell sugeriu que a membrana interna das mitocôndrias é pouco permeável aos íons hidrogênio, existindo apenas uns poucos locais ("poros"), por onde esses íons podem passar de volta à matriz. Cada poro está associado a uma enzima produtora de ATp, situada no lado interno. Ao se deslocarem através desses poros, os íons hidrogênio liberam energia, que as enzimas utilizam para a síntese de ATP Em uma pilha comum, dessas usadas lanternas, o revestimento externo de zinco de a doar elétrons, enquanto o bastão de bono interno, que se encontra mergulhado em tencarem uma pasta impregnada de sais, tende a capturar elétrons, fornecendo-os às reações químicas que acontecem na pasta. Os elétrons, no entanto, somente podem passar do zinco para o bastão de carbono se houver materiais condutores, como fios metálicos, por exemplo, que conectem os dois pólos da pilha, Nesse seu deslocamento, os elétrons podem ser forçados a gerar trabalho, tal como acender uma lâmpada ou movimentar um motor. Segundo a hipótese de Mitchell, as mitocôndrias operam de maneira análoga à pilha. Os íons hidrogênio no compartimento entre as membranas tendem a se difundir para a matriz, em conseqüência das diferenças de concentração e de carga elétricas. No entanto, somente podem fazer isso através dos poros que contêm as enzimas sintetizadoras deATP,que seriam equívalentes aos fios condutores acoplados a um motor. Apesar de ainda não se entender o processo detalhadamente, parece provável que o fluxo de íons hidrogênio possa ser usado para produzir trabalho, no caso, sintetizar ATP A síntese de ATP nas reações dependentes/de luz, que acontecem na fotossíntese, ocorre praticamente da mesma maneira, O transporte de elétrons excitados através das membranas dos grana leva a uma alta concentração de íons hidrogênio dentro das bolsas dos tilacóides; a difusão desses íons através de "poros" acoplados às enzimas resulta na síntese deATP Por essa brilhante hipótese, que reúne a estrutura e função das mitocôndrias em uma teoria unificadora para a produção de energia, Mitchell recebeu, em 1978, o prêmio Nobel de Química. • Fonte: Biology: Life 011 Eartb . Gerald Audesirk e Teresa Audesirk, Nova York: Macmillan, 1986, p. 87-90, (Tradução e adaptação nossa) CAPiTUI.O 9 • RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO 219 ATIVIDADES 20. Explique o papel do NAD em sua forma oxidada NAD+ e em sua forma reduzida NADH no metabolismo energético . __ GUIA DE ESTUDO ••• Energia para a vida 21. Por que se pode dizer que a substância denominada acetilcoenzima A (acetilCoA) é um ponto comum do metabolismo de glicídios e lipídios? 1. O que significa o valor calórico dos alimentos, expresso em quilo calorias (kcal) nas embalagens? 2. Explique o que são reações de síntese e reações de degradação. Dê exemplos. 22. Explique resumidamente as principais ocorrências do ciclo de Krebs e escreva a equação que resume esse processo. 3. Conceitue anabolismo e catabolismo. 23. Por que as reações do metabolismo energético mitocondrial são reunidas sob a denominação de fosforilação oxidativa? 4. Qual é a importância do catabolismo para os seres vivos? 5. O que é entropia e qual é sua relação com a necessidade que os seres vivos têm de um suprimento contínuo de energia? 24. O que é a cadeia respiratória, ou cadeia transportadora de elétrons? 6. Conceitue reação exergônica e reação endergônica. 25. Descreva sucintamente o modo de atuação dos componentes da cadeia respiratória. 7. Explique o que é uma reação de oxirredução. 26. Qual é o destino imediato da energia liberada pelos elétrons trazidos pelo NADH e pelo FADH2 durante sua passagem pela cadeia respiratória? 8. Por que a combustão do metano ou de outra molécula orgânica é uma reação de oxirredução? 9. O que é energia de ativação? 27. Explique, em linhas gerais, a teoria quirniosmótica para a produção de ATP na mitocôndria. 10. Por que podemos dizer que a energia potencial química das moléculas orgânicas de nossas células vem originalmente da luz solar? 11. Explique resumidamente a composição do ATP e por que essa substância é considerada a "moeda energética" para a maior parte dos processos metabólicos. 28. Considere o metabolismo energético da glicose em uma célula eucariótica. Admitindo-se a reação de uma molécula de glicose com seis moléculas gás oxigênio, com formação de seis moléculas de gás carbônico e seis de água, qual seria a quantidade máxima de ATP formado diretamente em cada uma das seguintes etapas: a) glicólise; b) ciclo de Krebs; c) cadeia respiratória. 12. A produção de ATP a partir de ADP e Pi consome ou produz energia? E a reação inversa? 29. Escreva a equação simplificada que resume o metabolismo oxidativo da glicose. 13. Dê exemplos da participação do ATP em um processo metabólico. 30. Compare lipídios e glicídios quanto à sua importância como fornecedores de energia para o metabolismo celular humano. lIjIJ ~ ATp, a "moeda energética" do mundo vivo Respiração celular 14. Conceitue respiração celular. li!) 15. Escreva a equação geral para a respiração aeróbica da glicose. 31. Explique e exemplifique o que são organismos aeróbicos obrigatórios, anaeróbicos facultativos e anaeróbicos. 16. Cite as principais glicose. 32. Explique, em linhas gerais, as fermentações láctica e alcoólica, comparando o rendimento energético desses processos com o da respiração aeróbica. etapas da respiração celular da Fermentação 17. O que é e onde ocorre a glicólise? 33. Comente a importância da fermentação láctica para a espécie humana. 18. Explique por que na glicólise, apesar de serem consumidas duas moléculas de ATP por glicose, o rendimento líquido é 2 ATP. 34. Explique por que as células musculares esqueléticas têm de se livrar do ácido láctico produzido na fermentação e como isso ocorre. 19. Escreva a equação química que resuma a glicólise. 1220 PARTE 111• O.METABOLlSMO CELULAR I _ QUESTÕES PARA PENSAR E DISCUTIR I QUESTÕES OBJETIVAS 35. a trifosfato de adenosina (ATP) é um a) ácido nucléico. c) monossacarídio. b) lipídio. d) nucleotídio. 36. Qual das alternativas indica corretamente os compartimentos de uma célula eucariótica onde ocorrem as etapas da respiração celular: Ciclo de Krebs, glicólise e fosforilação oxidativa? a) Citosol Mitocôndria Citosol b) Mitocôndria Citosol Citosol c) Mitocôndria Citosol Mitocôndria d) Mitocôndria Mitocôndria Mitocôndria cc cn cn "e "O .~ j " en "O " "O o ;;; <ri ~ ê" a. "o U '" -o o o "O ;:1; t 37. A fonte imediata de energia que permite a síntese do ATP na fosforilação oxidativa é a) a oxidação da glicose e de outras substâncias orgânicas. b) a passagem de elétrons pela cadeia respiratória. c) a diferença de concentração de íons H+ entre os ambientes separados pela membrana mitocondrial interna. d) a transferência de fosfatos de alta energia do ciclo de Krebs para o ADP. ca 38. A maior parte do 2 produzido no metabolismo das células musculares, durante uma atividade leve, é liberado durante a) a glicólise. c) a fermentação láctica. b) o ciclo de Krebs. d) a fosforilação oxidativa. -c ei "O :c 'ea. o 1} ea. "O " lI: 39. Que etapa metabólica ocorre tanto na respiração celular quanto na fermentação? a) Transformação do ácido pirúvico em ácido láctico. b) Produção de ATP por fosforilação oxidativa. c) Ciclo de Krebs. d) Clicólise. 40. Fisiologistas esportivos em um centro de treinamento olímpico desejam monitorar os atletas para determinar a partir de que ponto seus músculos passavam a trabalhar anaerobicamente. Eles podem fazer isso investigando o aumento, nos músculos, de a) ATP. c) gás carbônico. b) ADP. d) ácido láctico. QUESTÃO DISCURSIVA 41. Na década de 1940, alguns médicos passaram a prescrever doses baixas de uma droga chamada dinitrofenol (DNP) para ajudar pacientes a emagrecer. Esse tratamento foi abandonado após a morte de alguns pacientes. Hoje sabemos que o DNP torna a membrana interna da mitocôndria permeável à passagem de íons H+.Com base no que você aprendeu sobre metabolismo energético, explique que conseqüências o uso de DNP acarretaria. _ A BIOLOGIA NO VESTIBULAR I I QUESTÕES OBJETIVAS 42. (Uerj) a gráfico abaixo representa o consumo de oxigênio de uma pessoa que se exercita, em condições aeróbicas, numa bicicleta ergométrica. Considere que o organismo libera, em média, 4,8 kcal para cada litro de oxigênio absorvido. ON 1.4 Q) ~ 1,0 E ::J <Il C o Ü o 20 15 (min) A energia liberada no período entre 5 e 15 minutos, em kcal, é: a) 48,0 b) 52,4 c) 67,2 d) 93,6 43. (Uerj) Em nosso organismo, parte da energia liberada pela oxidação completa da glicose é captada na reação ADP + Fosfato ~ ATP. Considere que: • em pessoas sadias, parte da energia liberada pela oxidação completa de 1 mol de glicose acumula-se sob a forma de 38 mols de ATP, sendo a energia restante dissipada sob forma de calor; • em um determinado paciente com hipertireoidismo, o rendimento de produção de ATP foi 15% abaixo do normal; • a reação da hidrólise ATP ~ ADP + Fosfato libera 7.000 cal! moI. A quantidade de calor que o paciente com hipertireoidismo libera a mais que uma pessoa sadia, nas mesmas condições, quando oxida completamente 1,0 mol de glicose, é, em kcal, aproximadamente igual a: a) 40 b) 61 c) 226 d) 266 '44. (UFRGS-RS) As células animais para a produção de ~ energia necessitam de oxigênio, enzimas e substrato. Em relação ao processo de produção de energia considere as afirmações abaixo. I. A fosforilação oxidativa ocorre nas mitocôndrias. 11. Na fase aeróbica ocorre alta produção de ATP. m. A glicólise possui uma fase aeróbica e outra anaeróbica. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas lI. c) Apenas 1 e 11. d) Apenas II e III. e) 1,II e III. GAPiTULO 9 • RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO "1 221 45. (UFMS) As mitocôndrias são corpúsculos citoplasmáticos, em geral com forma de bastonetes, extremamente importantes para o funcionamento celular, pois são responsáveis pela a) respiração, nas plantas e animais. b) fermentação, nos animais. c) síntese protéica. d) síntese de açúcar. e) fotossíntese, nas plantas. 46. (UFRJ-Adaptado) Considere as informações para responder à questão. a) essa etapa ocorre no citoplasma das células, tanto em processos aeróbicos como anaeróbicos. b) trata-se da cadeia respiratória. c) a produção aeróbica de ATP,na etapa seguinte a esta, não depende da existência de mitocôndrias, d) nessa etapa ocorre a maior produção de energia. e) se o ácido pirúvico se depositar em células musculares, ocorre o fenômeno conhecido como fadiga muscular. abaixo Os compartimentos e membranas das mitocôndrias, contém componentes que participam do metabolismo energético dessa organela, cujo objetivo primordial é o de gerar ATP para uso das células. No esquema abaixo, os compartimentos e as membranas mitocondriais estão codificados pelos números 1, 2,3 e 4. 1 3 Considere os seguintes componentes do metabolismo energético: cito cromos, ATP sintase e enzimas do ciclo de Krebs. c) 4, 2 e 1 b) 3, 3 e 2 d) 4,4 e 1 l, II II CH 3 -C-C-OH ~A~ CH 3 -C-H---CH 3 -CH 2 -OH (ácido pirúvico) A respeito da equação acima, que representa uma das etapas da produção de energia em uma célula, é correto afirmar que PARTE I11• O ~ETABOLlSMO CELULAR H20 ATP AOP ) + rr Energia TRABALHO P é d) fotossíntese. e) glicólise. 52. (UFSC) Se um músculo da perna de uma rã for dissecado e mantido em uma solução isotônica em recipiente hermeticamente fechado, o músculo é capaz de se contrair algumas vezes quando estimulado, mas logo deixa de responder aos estímulos. No entanto, se a solução for arejada, o músculo readquire a capacidade de se contrair quando estimulado. A explicação para o fenômeno é que o ar fornece o gás a) nitrogênio, necessário à transmissão do impulso nervoso ao músculo. b) nitrogênio, necessário à síntese dos aminoácidos componentes dá miosina. 48. (Mackenzie-SP) 222 + + a) respiração anaeróbia. b) respiração aeróbia. c) quimiossíntese. Além da produção de tais substâncias, este processo apresenta a seguinte finalidade para a levedura: a) reduzir piruvato em aerobiose; b) reoxidar o NADH2 em anaerobiose; c) produzir aldeído acético em aerobiose; d) iniciar a gliconeogênese em aerobiose. (glicose) ;02) ( Glicose ° processo representado NAO+ II + gás carbônico ° CO2 2 álcool etílico 51. (Unifor-CE) esquema seguinte mostra de modo simplificado um tipo de reação celular metabólica. C0 O 2ATP A indústria utiliza esse processo na fabricação de: a) vinho; d) vinagre; b) iogurte; e) picles. c) coalhada; As etapas finais do processo bioquímico que forma o etanol e o dióxido de carbono estão esquematizadas abaixo. O 2AOP glicose -- 47. (UFRJ) As leveduras são utilizadas pelos vinicultores como fonte de etanol, pelos panificadores como fonte de dióxido de carbono e pelos cervejeiros como fonte de ambos. . 50. (Unifor-CE) A reação química a seguir esquematiza o processo da fermentação alcoólica. ~ Estes componentes estão situados nas estruturas mitocondriais codificadas, respectivamente, pelos números: a) 1, 2 e 4 49. (Emescam-ES) As leveduras utilizadas para produzir álcool etílico a partir do caldo de cana, rico em sacarose, realizam um processo no qual a glicose é transformada em etanol (álcool etílico). Esse processo: a) é uma fermentação realizada nas mitocôndrias e gasta oxigênio. b) é uma fermentação realizada no citoplasma e gasta oxigênio. c) é uma fermentação realizada no citoplasma, não gasta oxigênio e portanto não libera gás carbônico. d) é uma fermentação realizada no citoplasma, sem gasto de 02' mas com liberação de CO2. e) é uma fermentação, um processo que não consome 02' mas que se passa no interior de mitocôndrias. I l c) oxigênio, necessário à oxidação da miosina e da actina que se unem na contração. d) oxigênio, necessário à respiração celular da qual provém a energia para a contração. e) carbônico, necessário à oxidação do ácido lático acumulado nas fibras musculares. I. A partir de T1 o suprimento de 02 no músculo é insuficiente para as células musculares realizarem respiração aeróbica. lI. CO2 produzido em A é um dos produtos da respiração aeróbica, durante o processo de produção de ATP (trifosfato de adenosina) pelas células musculares. III. Em A as células musculares estão realizando respiração aeróbica e em B um tipo de fermentação. IV. A partir de T1 a produção de ATP pelas células musculares deverá aumentar. ° 53. (UFPE) Abaixo tem-se a representação simplificada de um processo biológico celular, exergônico. Analise a figura e identifique a alternativa que indica a denominação deste processo representado por (X). Das afirmativas acima, são corretas: a) Apenas I e lI. d) Apenas I, II e IV. b) Apenas III e IV. e) Apenas II, III e IV. c) Apenas I, II e III. r-\,-o~ ~" Água x 56. (PUC-SP) ° processo abaixo esquematizado representa: IATPI Glicose co '"c» 2 CO2 -L2 Ácido pirúvico (6C) Gás carbônico d) Fotossíntese. a) Fermentação láctica. e) Quimiossíntese. b) Respiração celular. c) Fermentação alcoólica. No homem, todo gás oxigênio que entra no sangue pelos pulmões sai por esse mesmo órgão, porém ligado ao carbono, sob a forma de gás carbônico. (3 C) Etanol (2C) a) fermentação e é realizado por células musculares. b) fermentação e é realizado por lêvedos. c) respiração aeróbica e é realizado por plantas e animais em geral. d) glicólise e é realizado por animais em geral. e) quimiossíntese e é realizado por bactérias. Gás oxigênio 54. (Uerj) Considere a afirmação abaixo: -L 2 ° 57. (Uespi) ATPfunciona dentro da célula como uma "moeda energética" que pode ser gasta em qualquer momento, quando a célula necessitar. Analise a figura e assinale a alternativa que responde corretamente a questão. Adenina NH, Esta frase não deve ser considerada como correta pela seguinte razão: a) o CO2 é excretado sob a forma de bicarbonato pelos rins b) os pulmões eliminam pequena parte do CO2 produzido no organismo c)o 02' na cadeia respiratória mitocondrial, é incorporado na água formada d) o 02 encontrado no ar expirado pelos pulmões é originário de reações metabólicas. I ):lNN)I N N; Ribose 55. (UEL-PR) No gráfico a seguir observa-se a produção de CO2 e ácido lático no músculo de um atleta que está realizando atividade física. A B Produção v Ácido lático C B A D To T, 1) 2) 3) 4) Tempo Sobre a variação da produção de CO2 e ácido lático em A e B, analise as seguintes afirmativas. l em em em em A tem-se B tem-se C tem-se D tem-se um nucleotídeo. um nucleosídeo. um nucleosídeo monofosfatado. uma molécula de adenosina trifosfato. CAPITULO;. RESPIRAÇÃO ~LULAR E FERMENTAÇÃO 223 Está(ão) correta(s) apenas: a) 2,3 e 4 d) 1 b)le2 e)4 c) 2 e 3 58. (UFPE) O maior rendimento energético do processo de respiração aeróbia (acoplada à cadeia transportadora de elétrons) sobre a glicólise é principalmente devido a: a) maior atividade específica das enzimas envolvidas. b) maior difusão das enzimas no meio de reação. c) muito menor energia de ativação requerida. d) completa oxidação de glicose a CO2 e Hp. e) compartimentação e ordenação das enzimas envolvidas. Tempo (dias) ....•. a) De onde provém a energia necessária para a elevação da temperatura corpórea desse animal no fim do período de hibernação? b) Considerando o fenômeno apresentado, copie em seu caderno de respostas o gráfico seguinte e faça um esquema representando como seria a variação da taxa metabólica (consumo de energia) desse animal em função do tempo. 59. (FEI-SP) A respiração, que se processa em três etapas distintas: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória, é um processo de liberação de energia através da quebra de complexas moléculas orgânicas. Das afirmativas abaixo, relacionadas à respiração, indique a que esteja correta: a) Na glicólise há conversão do ácido pirúvico em compostos intermediários, HP e CO2• b) Na cadeia respiratória há transporte de hidrogênio com formação do ácido pirúvico. c) No ciclo de Krebs há transporte de hidrogênio, consumo de oxigênio molecular e produção de água. d) Na glicólise há conversão da glicose em ácido pirúvico. e) No ciclo de Krebs há conversão da glicose em ácido pirúvico. ______ , , Aminoácidos SUbstLcia II / Ácidos graxos Cicio de Krebs d~ ~ ~Substância Substância IV Pela análise do esquema, prevê-se que a energia pode ser obtida por um organismo: a) somente a partir de açúcares. b) somente a partir de proteínas. c) somente a partir de gorduras. d) a partir de açúcares, proteínas e gorduras. e) a partir de substâncias inorgânicas. 64. (Fuvest-SP) No processo de fabricação do pão, um ingrediente indispensável é o fermento, constituído por organismos anaeróbicos facultativos. a) Qual a diferença entre o metabolismo energético das células que ficam na superfície da massa e o metabolismo energético das células que ficam no seu interior? b) Por que o fermento faz o pão crescer? QUESTÕES DISCURSIVAS 61. (Unifesp) Analise o gráfico seguinte, que mostra a variação da temperatura corpórea de um mamífero endotérmico (homeotérmico) durante a hibernação. ~_PA_R_TE_III.~ METABOLISMO CELULAR , 63. (Fuvest-SP) Há um século, Louis Pasteur, investigando o metabolismo do levedo, um organismo anaeróbio facultativo, observou que, em solução de água e açúcar, esse microrganismo se multiplicava. Observou também que a multiplicação era maior quando a solução era aerada. a) Explique a importância do açúcar para o levedo. b) Justifique a diferença do crescimento nas condições aeróbia e anaeróbia. Aminoácidos L-2_2_4 , , Explique por que se evita, na produção de vinho, o contato do suco de uva com o ar. III ! ---- _ ,, , , , , , ,, 62. (UFRJ) A produção de vinho é um dos exemplos mais antigos da biotecnologia. O livro do Gênesis já nos fala da embriaguez de Noé. Embora vários fatores devam ser levados em conta na produção de um bom vinho como a cor, o aroma, o sabor etc. - o processo depende essencialmente da degradação do suco das uvas por leveduras anaeróbicas facultativas, presentes na casca do fruto. Na fermentação, nome dado a esse processo, o açúc~Çlr da uva é degradado como álcool etílico (etanol). l I - , , Tempo (dias) ....•. • Glicose Substância , .1 , , , , , , , , , , , 60. (PUC-SP) Glicogênio , , .•.• I METABOLISMO ENERGETICO (11): FOTOSSINTESE E Q!}IMIOSSINTESE ~ ~ ~ ai rn ~ -e " e .~ ~ 2 <1> -c ~ -o " o <õ cri o;; ...J ê" " ai '"~ e" -o .~ ~ 2 " ~ -o " o -c <õ ...J ê" " oo rn 'õ o -c -e 'o " e? 'o o o e? '"" <ri '""<ri 'ec. 'ec. -e 15 ,.,o g' -c 15 o 'g. -e -c " a: ec. a: verdes são cloroplastos, a sede da fotossíntese. (Microscópio óptico, observação vital sem coloração; aumento = 800x) cri o;; oo rn 'õ 'o o ~ Células da planta aquática Elodea cenedensis. Os grânulos e c. " reagentes gás carbônico (C02) e água (H20) e gera como 10.1 Aspectos gerais da fotossíntese produtos glicídios e gás oxigênio (O). Praticamente todo gásoxigênio existente na atmos- Fotossíntese (do grego photo», luz, e syntitl1enai. juntar, produzir) é um processo celular pelo qual a maioria dos seres autotróficos produz substâncias orgânicas, A energia empregada no processo provém da luz e fica armazenada nas moléculas de glicídios, na forma de energia potencial química. tipo mais comum de fotossíntese, realizado pelas plantas, pelas algas e por certas bactérias (cianobactérias e proclorófitas). utiliza como ° , Nutrição orgânica refere-se às substâncias inorgânica refere-se à absorção, orgânicas componentes pelos seres vivos, de substâncias fera atual da Terra - cerca de 21% do volume do ar at- mosférico - é resultante da fotossíntese. De acordo com os cálculos dos cientistas, a cada 2 mil anos, todo o gás oxigênio da atmosfera terrestre é renovado pela atividade fotossintética realizada pelas plantas, algas, bactérias proclorófitas e cianobactérias. A fotossíntese garante aos seres autotróficos autosuficiência em nutrição orgânica! . Enquanto os seres do alimento; inorgânicas nutriçâo (nutrientes minerais) a partir do ambiente. ! CAPiTULO 10 • FOTOSsíNTESE E QUIMIOSsíNTESE 225 ---J LUZ Gás carbônico FOTOssíNTESE " "O o Gás oxigênio <õ .,; ~ " ~ a." o .~ 'O '0 Ü o 'O -e- co to' "'"ei 'O = átomos de C O = átomos de H o} :õ '2o. átomos de O o ".g e o. . Figura 10.1 • Representação esquemática estão representados em duas tonalidades os átomos presentes no gás oxigênio da fotossíntese. diferentes Os átomos de oxigênio de vermelho para indicar que (02) são todos provenientes da água (H20) . heterotróficos dependem de outros seres vivos para se alimentar, os seres autotróficos produzem, eles mesmos, seus nutrientes orgânicos. Os glicídios produzidos na fotossíntese são utilizados como fonte de energia e de matéria-prima para a síntese de todos os componentes orgânicas dos seres autotróficos, tais como, Iipídios, ácidos nucléicos etc. (Fig. 10.1) Ao servirem de alimento para os seres heterotróficas, assubstânciasorgânicasproduzidas na fotossíntese fornecem energia e matéria-prima necessárias à vida desses seres. Além disso, a maioria dos seres vivos utiliza, em sua respiração celular, gás oxigênio produzido na fotossíntese. Isso nos dá idéia da importância desse processo para a vida na Terra. 11226 PARTE 111'. O METABOLISMO CELULAR I (O) • Estabelecendo a equação da fotossíntese A descoberta de Priestley O primeiro a estudar cientificamente a fotossíntese foi o químico inglês loseph Priestley (1733-1804).Em um artigo de 1772,ele escreve: "Fiquei muito feliz em encontrar acidentalmente um método de restaurar o ar injuriado pela queima das velas e descobrir pelo menos um dos restauradores que a natureza emprega para essa finalidade: a vegetação". Sabia-se, naquela época, que a queima de velas ou a respiração de animais em um ambiente fechado " a: "esgotava o ar", tornando-o irrespirável. Priestley foi o A descoberta primeiro a observar que, se uma planta fosse introduzida em um ambiente com o "ar esgotado", depois de algum tempo, o ar tornava-se novamente respirável. (Fig. 10.2) de Ingen-Housz Outro passo importante jan Ingen-Housz holandês para "restaurar" na elucidação o médico (1730-1799) descobriu o ar, as plantas precisavam à descoberta das. Assim, acrescentou-se novo elemento: do proces- foi dado em 1779, quando so da fotossíntese que, ser ilumina- de Priestley um a luz. LUZ --_o Ar "esgotado" Ar "puro" PLANTAS (irrespirável) Os químicos pela respiração (respirável) logo descobriram que o ar esgotado dos animais continha menos gás oxigê- nio (02) e mais gás carbônico (C02) que o ar atmosférico. As plantas, na presença de luz, invertiam essa situação. ° fenômeno descoberto por Priestley passou a ser ex- presso, então, de uma forma mais elaborada: <ri '"'" Ar rico em gás carbônico Q) "O e .~ !!; 2 " '" ® LUZ Ar rico em PLANTAS gás oxigênio (02) (CO,) "O Essa equação decompõem dá a impressão de que as plantas CO2 e liberam seus átomos de oxigênio forma de 02' Admitindo-se na que fosse assim, onde teriam ido parar os átomos de carbono? Em 1796, lngen-Housz propôs a hipótese de que as plantas usavam o carbono do CO2 para produzir suas próprias substâncias orgânicas; esse seria o principal papel da fotossíntese e o gás oxigênio apenas um subproduto Gás carbônico .• Figura 10.2 • Experimento realizado por Joseph Priestley no século XVIII. A. Ratos confinados de vidro hermeticamente ao "esgotamento" na campânula, Posteriormente LUZ Compostos PLANTAS orgânicos + seria Gás oxigênio (contendo ;,(CO,) (O,) átomos de C) em uma campânula fechada morrem devido do ar. B. Quando uma planta é colocada junto com o animal, ambos se mantêm vivos. demonstrou-se A descoberta de Saussere que os animais "esgotam" o ar por consumir gás oxigênio "recuperam" liberado do processo. na respiraçâo; as plantas o ar por liberarem esse gás na fotossíntese. Em 1804, o cientista suíço Nicolas Theodore de Saussere (1767-1845) mostrou que a água (H20) também participa da fotossíntese, juntamente com o gás carbônico Ar "esgotado" (irrespirável) --_o Ar "puro" (C02) do ar. A equação do processo foi novamente ampliada: PLANTAS (respirável) CO2 Essa descoberta causou grande impacto no mundo científico da época; o fato de a vegetação "restaurar" o ar Gás carbônico + HP Água LUZ Compostos PLANTAS orgânicos (contendo + °2 Gás oxigênio átomos de C) explicava por que a atmosfera permanecia respirável, sem se deteriorar com a respiração dos animais e com os processos de combustão. Em 1893, o pesquisador inglês Charles Barnes ( 1858-1910) propôs que o processo biológico ainda sem CAPiTULO 10. FOTOSsíNTESE E QUIMIOSsíNTESE 227 nome, no qual ocorria síntese de compostos partir de gás carbônico em presença luz, fosse denominado fotossintaxe Barnes preferia o primeiro que prevaleceu, orgânica glicose, um glicídio mula molecular glicídio fotossíntese termo, mas foi produzida de que a na fotossíntese ° 6' dessa suposição, e a equação do proquímicos, da produtos Reagentes 6 CO2 + 6 H20 + 6 CH 0 _:=..::.---+. lUZ 6 PLANTAS I2 6 Glicídio água CH lUZ. PLANTAS 6 12 °+ 6 02 6 Glicídio Água o experimento Gás oxigênio Na década de 1940, uma importante de oxigênio ° confirmou equipe a hipótese de van Niel. do bioquímico à Melvin Chlorella alga verde era o isótopo mento, pesado chamado da forma "leve" Gás oxigênio Pesquisadores norte-americano las de água cujo oxigênio isótopo cas de laboratório 2 permitem das moléculas de 02 provêm e de oxigênio presentes 180 desse ele- diferenciar Hp. Entretanto, das moléculas de não é esse o rearranjo de átomos que ocorre na reação de fotossíntese, como veremos a seguir. Técni- esse isótopo pelos cientistas da água, de modo a "e 'O presentes .~ no gás carbônico. diretamente (C6HIP6) provêm nos glicídios molécu- (160). mais comum na na- de oxigênio para marcar os átomos de oxigênio de CO2 e que os átomos de hidrogênio da Calvin do oxigênio. tureza. Essa foi a maneira encontrada nos leva a pensar que os átomos das moléculas Água experiência poder distingui-los dos átomos de oxigênio Essa equação + 6 H20 de Calvin (1911-1997) forneceram maneira: Gás carbônico 12 HP Gás carbônico é o das plantas cesso passou a ser escrita em símbolos + era a A razão é que a glicose no metabolismo das plantas seria: 6 CO2 com seis átomos de carbono e fór- C6 H 12 Partindo seguinte e de mais correta de escrever a equação da fotossíntese ou fotossíntese. fizeram a suposição mais utilizado animais. de clorofila consagrada pelo uso. Os pesquisadores substância orgânicos a Os pesquisadores fotossíntese verificaram que, quando a ocorria em um meio em que as moléculas 180, somente o gás oxigênio (02) for- mado apresentava esse isótopo, não havia átomos de o gás oxigênio formado Assim, eles concluíram que na fotossíntese apresenta 'O 'O de água continham 180 nos glicídios produzidos. ~ " '" " o áto- <õ oi ~ ê" " u, o Ol '6 '0 mos de oxigênio A descoberta de C. B. Van Niel ° exclusivamente das mo- Ü o 'O ;;ti léculas de água. t primeiro las do 02 produzidas que formam as molécu- na fotossíntese ele estudava a fotossíntese realizada por sulfobactérias púrpuras, um tipo de bactéria autotrófica léculas de sulfeto de hidrogênio (HP) em sua fotossíntese, (H2S) em vez de água liberando (S). em vez de gás oxigênio (02)' que utiliza mo- ° enxofre elementar pesquisador deduziu a seguinte equação para a fotossíntese das sulfobactérias púrpuras: Gás carbônico 12H2S __ LU_Z--+. C H °+ 6 12 6 tradicionalmente C6 H 12 ° Glicídio Gás sulfídrico + Partindo da suposição púrpuras é o 3-fosfato de gliceraldeído polissacarídio) las plantas, diferindo drogênios apenas quanto Água' (H 2 S nas bactérias, Niel propôs que todos ser provenientes 228 PARTE de oxigênio pevan do 02 da água. Assim, a maneira 111• O METABOLISMO Ele é, em amido (um ou em sacarose (um dissacarídio). mais precisa de representar das plantas é: 3 CO2 + 6 HP lUZ PLANTAS' C3H603 + 3°2 Glicídio (PGAl) Água + 3 H20 Gás oxigênio Água Ou, ainda, representá-Ia pela equação geral: de hi- e H20 nas plantas). os átomos (PGAL). das realizada ao doador diretamente CELULAR CO2 + Gás carbônico 2 H20 Água LUZ PLANTAS • C(H20) + 02 + HP Glicídio Gás oxigênio Água s ~ a" o a. que se for- 2 de que a fotossíntese à glicídio 6 H0 Enxofre era semelhante ° que possui três átomos de carbono na molécula. em seguida, transformado ser hoje sabemos que não direto da reação. ma na fotossíntese na fotossíntese pela fórmula molecular à glicose, correspondente 6' " é esse oproduto Gás carbônico sulfobactérias formado representado equação da fotossíntese 12 S :o "ea. o Apesar de o glicídio Assim, a maneira + '" 'O Equação geral da fotossíntese foi o bioquímico holandês Cornelis van Niel (1897-1987). Por volta de 1930, 6C02 -c a levantar dúvidas sobre qual reagente fornecia os átomos de oxigênio deviam provenientes a t Cloroplasto, a sede da fotossíntese As bactérias fotossintetizantes, apesar de não possuírem c1oroplastos,apresentam sistemas membranosos no citoplasma com organização semelhante à dos c1oroplastos de plantas e de algas. Nas plantas e nas algas, a fotossíntese ocorre no interior dos c1oroplastos, organelas citoplasmáticas de cor verde. Essa cor deve-se à presença do pigmento clorofila, substância orgânica capaz de absorver energia luminosa e transformá-Ia em energia potencial química, que fica armazenada nas moléculas orgânicas produzidas. É a clorofila que dá a cor verde típica das 10.2 Eta as da fotossíntese A fotossíntese das plantas pode ser dividida em quatro etapas: 1. absorção de luz, 2. transporte de elétrons que leva à redução do NADP+a NADPHi 3. produção de ATPi 4. fixação de carbono, que é a conversão de CO2 em glicídios. As três primeiras etapas da fotossíntese (absorção de luz, transporte de elétrons e produção de ATP) são catalisadas por proteínas enzimáticas que fazem parte da membrana tilacóide. As reaçõesque levam à produção de glicídios a partir do CO2 são catalisadas por enzimas dissolvidas no estroma do c1oroplasto.Veremos, em primeiro lugar,cada uma dessas etapas de modo simplificado e, em seguida, como elas interagem umas com as outras. folhas das plantas. c1oroplasto é envolto por duas membranas Iipoprotéicas, comparáveis às membranas mitocondriais. A clorofila está associada apenas à membrana interna do c1oroplasto, a membrana tilacóide, que apresenta inúmeras dobras, formando tubos e bolsas achatadas. Essas bolsas geralmente se organizam em pilhas chamadas de qranum, conjunto de pilhas membranosas do c1oroplasto é denominado grana, plural de qranum. (Fig. 10.3) As cavidades internas dos tubos e bolsas mernbranosos do c1oroplastoestão em comunicaçãodireta, formando um compartimento único, o lúmen do tilacóide. Externamente à membrana tilacóide há um fluido que preenche o restante do c1oroplasto,o estroma. ° ° <ri m cn "e "O '0; iD 2 " "O cn Q) "O o <õ ci ~ CÉLULA PLANTA Q) n; FOLHA c DA FOLHA EM CORTE Q) Q. o .2' "O '0 Ü o "O '"" .. t Cloroplastos '" "O ]5 I~ a. g.o e a. Q) lI: Células MOLÉCULA DE CLOROFILA CH, 11 CH H CH, I I A FOTOSS.lSTEMA I /C~f\/, I H,C-C~ C-N / I H-C~ HC C-N a -, / 11 /C C H "C/"' /"' CH, I N-C I -, C ",C-CH, ~"'~ C I H H-C-C I I CO,CH, I O I Estroma I CH, O=C FITOL /C-CH,-CH, N=C "',. -, ,.M~ ~C-H Membrana tilacóide \, CH3 CH, I I Lúmen do tilacóide { CH,-CH=C-CH,-(CH,-CH,-CH-CH,),H .•. Figura 10.3 • Representação do nível macroscópico um grupo porfirina grupamento Membrana interna (indicado químico, dos níveis de organização (folha) ao molecular (molécula das estruturas de clorofila). envolvidas em amarelo). A diferença entre a clorofila a e a clorofila metil (- CH3) na primeira, indicado na fotossíntese, As moléculas de clorofila na fórmula b apresentam resume-se a um único pelo círculo verde, e - CHO na segunda. CAPiTULO 10 • FOTOSsíNTESE E QUIMIOSsíNTESE 229 • Absorção de luz • Produção de ATP A fotossíntese tem início com a absorção de energia luminosa por moléculas de clorofila presentes na gem pelas cadeias transportadoras de elétrons é usada A energia liberada pelos elétrons em sua passa- membrana tilacóide. A energia luminosa absorvida excita (energiza) elétrons da clorofila, os quais são transfe- para "forçar" a passagem de prótons (W) através da ridos para uma substância aceptora de elétrons (aceptor Q). A clorofila excitada recupera seus elétrons perdidos do c1oroplasto para dentro do lúmen do tilacóide, onde se acumulam. Devido à sua alta concentração no lúmen retirando-os de moléculas de água. Ao ter elétrons removidos, as moléculas de água estroma, mas só podem fazê-lo através das sintetases membrana tilacóide. Os prótons se deslocam do estroma do tilacóide, os íons W tendem a se difundir de volta ao se decompõem em íons W (prótons) e átomos livres de do ATPincrustadas na membrana tilacóide. Estas, como oxigênio. Esses últimos unem-se imediatamente dois a dois, produzindo moléculas de gás oxigênio (O). Essa já vimos no capítulo 9, são como motores moleculares reação de decomposição da água foi descoberta pelo bioquímico inglês Robert Hill (1899-1991) em 1937 e de- vando à produção de ATPpela adição de grupos fosfatos nominada fotólise da água (do grego photos, luz, e /yse, quebra). Ela é conhecida também como reação Esse fenômeno, que também ocorre na respiração celular, é a quimiosmose. de HiII em homenagem a seu descobridor e pode ser escrita, em termos químicos, da seguinte maneira: 2HP -=_. LUZ a moléculas de ADP (veja em Leitura deste capítulo). Na fotossíntese, como a energia usada no bombeamento de íons W para o lúmen do tilacóide vem diretamente da luz, a produção de ATPa partir de ADP e 02 Gás oxigênio Água rotatórios, que giram com a passagem dos íons W, le- + 4 H+ + 4 eíons hidrogênio fosfato na quimiosmose é chamada de fotofosforilação. Elétrons <li • Fixação do carbono ° gás oxigênio produzido na fotólise da água é liberado para o meio, os elétrons repõem os que foram perdidos pela clorofila e os prótons terão diversos destinos, como veremos mais adiante. Vamos voltar à molécula de clorofila excitada e ver o que acontece com seus elétrons energizados. Os elétrons da clorofila, ao serem excitados pela ° NADPH e o ATP gerados, respectivamente, nas etapas iniciais da fotossíntese fornecem hidrogênios e energia para a produção de glicídios a partir do gás A equação da fixação do carbono na fotossíntese pode ser escrita desta forma: - CO2 + 3 ATP + 2 NADPH + 2 W (CHP) + 3 ADP + 3 Pi + 2 NADP+ + H20 Reações de claro e reações de escuro captada na forma de luz. último aceptor de elétrons das cadeias transportadoras do c1oroplasto é o fosfato de dinucleotídio de nicotinamida-adenina, mas conhe- - fotólise da água,transporte de elétrons com produção de NADPH e síntese de ATP- dependem diretamente cido pela sigla NADP (do inglês Nicotinamide Adenine Essasubstância difere do NAD pas fotoquímicas da fotossíntese, ou reações de elaro. A fixação do carbono depende apenas indiretamente da mitocôndria (relembre no capítulo 9), por apresentar um grupo fosfato em lugar de um H. da luz, pois, se houver ATPe NADPHdisponíveis, ela ocor- As três etapas que precedem a fixação do carbono ° da luz para ocorrer. Por isso, elas são chamadas de eta- Se reunirmos em uma única equação a fotólise da água e o transporte de elétrons, teremos: 11230 PARTE ..•, 02 111• CELULAR re mesmo no escuro. Por isso, essa etapa final da fotossíntese é conhecida como etapa puramente quí- mica, ou reações de escuro. Deve-se utilizar esta última denominação com ressalva, pois ela pode dar a falsa idéia de que a síntese de glícídíos só ocorre no escuro. + 2 W + 2 NADPH o METABOLISMO o '6 '" '0 o .g à\ to' "<ri :2 .c 'Ea. o '~ ~ <li r cadeias, os elétrons são transferidos seqüencialmente de um aceptor para outro, liberando parte da energia -- <li ê 8' ea. tem nas mitocôndrias (relembre no capítulo 9). Nessas Phosphate). <õ ~ 'O luz, adquirem alto nível de energia e "saltam" para fora da molécula. Eles passam, então, através de cadeias transportadoras de elétrons, semelhantes às que exis- Dinuc/eotide o ai carbônico. Os bioquímicos denominam fixação do carbono essa transformação em que o carbono do gás carbônico passa a formar moléculas orgânicas. • Transporte de elétrons 'O I a: 10.3 Transformação de energia luminosa em energia química t A natureza durante que desafiou os séculos. A teoria quântica vida na década de 1920 passou a considerar um fenômeno f------- Prisma da luz A natureza da luz foi um problema cientistas Luz--branca (radiação visível) 400 700 500 a luz como peculiar, que possui tanto propriedades de onda eletromagnética quanto de partícula. Quando Ondas de rádio interage com a matéria, ou seja, com átomos, moléculas ou íons, a luz se comporta como se fosse constituída pacotes discretos de energia chamados Cada fóton tem uma quantidade que é inversamente -- proporcional onda: fótons de comprimento por fótons.L, .•. Figura10.4. A luz branca é uma mistura de radiações fixa de energia eletromagnéticas a seu comprimento de, que os de comprimento de onda 10ngQ. Por ~ .•. exemplo, um fóton de luz violeta tem aproximadamen- te duas vezes mais energia do que um fóton de luz vermelha. Um moi de fótons, isto é, 6,02 X 1023 fótons, com de energia de onda abrangendo todo o espectro da (380 nm e 750 nrn), possui uma quantidade 52 kcal, o suficiente de aproximadamente para produzir 750 nm são capazes de estimular nossos olhos, provocando as sensações visuais, Dentro desse espectr~, os dive'rsos comprimentos de onda provocam estímulos ligeiramente diferentes e por isso são vistos como cores díferentes.jj A luz branca, como a emitida pelo Sol, consiste de uma mistura de todos os comprimentos de onda do es- pectro visível, o que pode ser comprovado em faixas coloridas, correspondende onda. É esse decompondo-se mesmo em seus diversos e refrações, comprimentos de onda. (Fig. 10.4) um filarnento da decomposição de alga com o de um feixe de luz branca por um prisma; cada porção da alga recebeu luz de uma determinada cor. Após algum tempo, as bac- térias aeróbicas haviam se concentrado nas porções da alga iluminadas -- luz azul-arroxeada. principalmente com luz vermelha Engelmann - e com. ~- concluiu -- ~er~m ~s_comp;:jmentos que nesses 10- e, portanto, de onda mais eficien;s esses para -a' (Fig. 10.5, na página seguinte) Jot~ínte~~. Pesquisas posteriores conclusões de Engelmann. mentos fotossintetizantes mostraram respondente l _ a validade Hoje sabemos das que os pig- têm seus picos máximos absorção luminosa exatamente de na região do espectro cor- às faixas do vermelho e do azul-arroxeado. t Pigmentos fotossintetizantes e fotossistemas Clorofilas e carotenóides :--I Um fóton com comprimento se for absorvido fotossintetizante, t Espectro de luz visível e fotossíntese A primeira demonstração I ~es comprimentos fotossíntese ~homas iluminou resultante que origina os arco-íris: ao passar através das gotas de chuva, a luz solar sofre reflexões r.- cores. Um fazendo um feixe de luz branca atravessar um prisma de vidro. A luz tes aos diversos comprimentos Engelmann espectro cais a alga liberava mais gás oxigênio de onda entre 380 nm e:::-r ºs fótoflS com comprimento fenômeno de onda, prisma separa a luz branca nas cores que a compõem. ~ muitos mols de ATP. branca se decompõe comprimentos - ~energia comprimento de diferentes percebidas por nossos órgãos como diferentes de onda curto têm mais , luz visível nm desenvol- de que luzes de diferen- de onda têm efeitos diversos na foi realizada em 1883 pelo botânico alemão Engelmann. Ele utilizou uma alga filamentosa molécula de onda apropriado, por um c1oroplasto ou por uma bactéria é convertido responsável em energia por essa conversão química. é a A clorofila a, presente em todas as plantas e algas e em dois grupos de bactérias que fazem fotossíntese, as cianobactérias (ou cianofíceas) fotossintetizantes, e as proclorófitas (as outras bactérias como as sulfobactérias tipo de clorofila, denominado têm um outro bacterioclorofila). Nas plan- com c1oroplastos em forma de fita e bactérias aeróbicas tas, nas algas verdes e nas bactérias proclorófitas móveis, que são atraídas pelo gás oxigênio. também CAPiTULO existe clorofila h. 10 • FOTossíNTESE E QUIMIOSsíNTESE 231 r Muitos carotenóides transferem a energia absorvida da luz para a clorofila a, mas alguns parecem desempenhar ção de fotoproteção, dissipando fun- o excesso de energia lu- minosa que poderia danificar as moléculas de clorofila. É interessante constatar que carotenóides semelhantes exerLem a mesma função em nossos olhos. Fotossistemas Na membrana 400 500 600 Comprimento culas de pigmentos 700 nm de onda do unidades dos cloroplastos, fotossintetizantes rcteínas'presentes sas ® tilacóide as molé- encontram-se na bicamada lipídica, pre- forman- comple- de captação de luz denominadas Q) (/J xos de antena. As várias centenas de moléculas de pig- Q) ,~ (/J (/J mento que compõem :§ como uma antena, captando o Q) cada um desses complexos atuam luz e transferindo dos fótons para duas moléculas "O co x funcionam ~ de clorofila a energia a, as quais como um centro de reação. As moléculas a de clorofila <ri do centro de reação transferem '"'" seus elé- {!l E' trons excitados para um aceptor, dando início ao proces- © .~ Clorofila a so de fotossíntese. N ~ O conjunto constituído pelo comple- i '" '" " o xo de antena, pelo centro de reação e pelos aceptores de Q) "O "O um fotossistema. (Fig. 10.6) elétrons constitui o -co Ü" (; "O <õ ai - Carotenóides (/J ..o t co Q) :3 Excitação da clorofi Ia " " ê "O co x Quando absorve fótons com comprimento ~ o.. o C> 'õ de onda '0 adequado ou quando Ü recebe energia de um pigmento o "O 400 500 ~ Figura 10.5 • A. Experimento de Engelmann. O estado excitado da clorofila de onda com luz de comprimentos mal (não-excitado) A maior de onda tes do anel de porfirina de pigmentos participantes de elétrons A clorofila b a tipos voltar rapidamente ao estado não-excitado, do o excesso de energia decorrente da fotossíntese. não é capaz de transformar rofila b transfere molécula energia de folhas e dissolvi- emitindo o excesso de energia na forma de um Iam pejo de luz vermelha e na forma de ca- lor. Esse fenômeno, conhecido como fluorescência a energia solução de clorofila no escuro após ela ter sido iluminada de onda diferentes dos absorvidos pela Lcarotenóides, fotossintetizantes. luminosidade na fotossíntese. presentes à fotossíntese colocando-se avermelhada. A clorofila são os presente (Fig. 10.7) no interior de cloroplasto~ intactos não fluoresce porque os elétrons em plantas, algas e bactérias imediatamente Esses pigmentos apresentam cor ama- transferidos excitados para aceptores, que ocorre no centro de reação dos fotossistemas tos de onda diferentes ver a figura 10.6). 11232 PARTE I11• pelas clorofilas. o METABOLISMO CELULAR I são processo rela, laranja ou vermelha e absorvem luz com comprimendos absorvidos uma com luz branca: a solução emitirá, por algum tempo, uma a, a clorofila b contribui para aumentar o especacessórios visualizado da clo- de comprimentos Outros pigmentos " eliminan- transferida em energia química. Uma vez que absorve luz L:ro de luz utilizado E' oa: da absorção do fóton. rofila, pode ser facilmente I clorofila ~ para o não-excitado, a energia captada do fóton para uma a, capaz de converter o '~ "O plo, as moléculas de clorofila passam do estado excitado Ao absorver luz, a molécula de clo- de clorofila "eo- constituin- das em um sol vente orgânico como o álcool, por exem- luminosa em energia química e atua como pigmento acessório da fotossíntese. ao re- (ver na figura 10.3) da clorofila. Quando são isoladas de cloroplastos ,-- <ri :o .'O estado excitado da clorofila é instável e ela tende ocorrem nessas mesmas faixas do espectro. C. Gráficos da absorção de luz por diferentes pela distribuição dor dos átomos de carbono e de nitrogênio ao redor de 420 nm e de 680 nm. B. As maiores taxas de fotossíntese " -c difere do seu estado nor- "O de bactérias aeróbicas ocorreu nas regiões da alga iluminadas excitada. cc II Comprimento concentração a se torna acessório, uma molécula de clorofila 1Jl60 -e I I (re- ..J FOTOSSISTEMA Moléculas de clorofila COMPLEXO DE ANTENA Moléculas de carotenóides a; '" ~ "e a; cn ~ U <I> U ·ê "ê " " ~ > e ~ .2' .2' U <I> U U " <I> U o o <õ ai .~ -i <I> ê <I> c, o .2' -c ~ " o, o rn '5 -c o -c o -e "~ « « U 'O "ea. "ea. :õ o to' ei o ,~ c- 'O e 'O " <I> a. lI: mostrando o complexo de antena, o centro de reação e o aceptor de elétrons excitados. As linhas pontilhadas o caminho da energia absorvida por pigmentos indicam auxiliares até o centro de reação. ® Clorofila isolada ® Calor Clorofila no cloroplasto :õ '~ ~ •. Figura 10.6 • Esquema de um fotossistema Ü " ~ .,; Molécula aceptora de elétrons CENTRO DE REAÇÃO .~ ê" " '~--------v~------~J ai '0 Ü to' \ ~~ ~ <õ -i Elétron excitado e •.., Moléculas de clorofila a do centro de reação ~ K lI: Excitação eletrônica Excitação eletrônica Aceptor de elétron Fóton Molécula de clorofila a no fotossistema Molécula de clorofila a em solução alcoólica •. Figura 10.7 • A. Na foto, luz vermelha emitida sido iluminada por uma solução de clorofila com luz branca. O esquema mostra que, na molécula isolada (fluorescência), da clorofila após ter isolada, o elétron libera o excesso de energia na forma de luz vermelha e de calor B. O esquema à direita mostra que, no cloroplasto intacto, os elétrons energizados da clorofila passam para um aceptor, não havendo liberação de energia. CAPíTULO 10· FOTOSsíNTESE E QUIMIOSsíNTESE 233 mo de absorção na faixa de 680 nm. Esses fotossistemas foram denominados de I e li, sendo conhecidos como PSI (do inglês, pflOtosystem) e PSII. Os dois tipos de fotossistema, PSI e PSII, diferem quanto à constituição de seus centros de reação. Ambos possuem duas moléculas de clorofila a em cada centro de reação, mas diferem quanto aos tipos de proteína às quais as clorofilas estão associadas. O complexo clorofila-proteína do PSI, que absorve luz de comprimento de onda igualou menor a 700 nm, é chamado P 700' enquanto o complexo clorofila-proteína do PSII, que absorve luz de comprimento de onda igualou menor a 680 rim. recebe a denominação de P680. Esses dois tipos de fotossistema também diferem quanto à sua localização no cloroplasto: o PSIIlocalizase principalmente nas membranas dos grana, enquanto o PSI localiza-se preferencialmente nas membranas entre os grana (membrana intergrana). Entretanto, al diferença mais importante é quanto à função: apenas o PSII consegue realizar a fotólise da água e apenas o PSI consegue transferir elétrons para o aceptor final, o NADP+.(Fig. I 0.8) ~ 10.4 Fotofosforilação acíclica e fotofosforilação cíclica • Fotossistemas: PSI e PSII Os trabalhos do biofísico norte-americano Robert Emerson {l903-1959J, na década de 1940, revelaram que era possível aumentar a taxa de fotossíntese se o organismo fotossintetizante fosse iluminado simultaneamente com luz de comprimento de onda de 700 nm e com luz de comprimentos de onda mais curtos. Por exemplo, quando se ilumina uma planta simultaneamente com luz de comprimento de onda de 700 nm e de 600 nm, a taxa de fotossíntese é bem maior que a soma das taxas com os dois comprimentos de onda isolados. Ao pesquisa r esse aparente paradoxo, os cientistas descobriram que dois sistemas de captação de luz, ou fotossistemas, estão envolvidos na fotossíntese: um deles absorve luz de comprimentos de onda máximos de 700 nm e o outro tem limite máxi- '" "O o <õ <ri Membranas internas do cloroplasto ~ '" êm Il. o rn '6 'o o o -eco "O t '"~ "O Cll E e :o 'êo- Complexo de citocromos da cadeia transportadora de elétrons Energia luminosa o ,~ Complexo de antena Energia luminosa Uí l.l.I 0'D ClJ c~ Plastocianina ClJ'o E ~ -:) =-= -1-  Figura ~~ ® Prótons 10.8 • Representação dos transportadores As siglas Q e Fd indicam, 11I234 esquemática dos fotossistemas I (PSI) e 11 (PSII), de elétrons e da sintetase do ATP na membrana respectivamente, PARTE a qui nona e a ferredoxina. 111• O ~ETABOLlSMO CELULAR I tilacóide. ~ e o- '" (( • Fotofosforilação nada anteriormente. acíclica Ouatro moléculas de clorofila a+ captam quatro elétrons de 2 moléculas de água, em uma A fotofosforilação acíclica, O processo mais ex- pressivo de fotofosforilação empregado pelas algas e plantas, utiliza os fotossistemas I e 11. ° processo tem início reação que produz quatro gás oxigênio íons H+ e uma molécula (02)' Assim, a fotólise de HiII, pode ser sumarizada de da água, ou reação na seguinte equação: com a excitação luminosa da clorofila P680 do PSII. A molé'Zula de clorofila a excitada energético ao aceptorde 2 HP doa um elétron com ãlto nível elétrons que os cientistas identi- ° ficam por O, por tratar-se de uma substância do grupo das rofila adquira uma carga elétrica positiva (clorofila a+) e outras substâncias negativa (0-). transportadora agente oxidante, ou É justamente " '"> J!! 'o '" "O -c o "O <õ <õ ci ';; ..J ~'" a.'" o ,2' -c -o o o -e o co ". di t' « t' « <ri -e i'i "O "ec. o <ri " a: a: e~ Ferredoxina ~e- J e +H+ Sol :aí Q) (/) o -o eu I I "ê> I Q) I Q) I I c ~ "O e c. c o -c que (Fig. 10.9) Citocromos da cadeia transportadora de elétrons (/) -o 'g. plastocianina, \/NADP :c "êc. s~ seu da cadeia e assim sucessiva- ® 'a; o seguinte ~ Estado excitado ..J '6 -o O transfere para um outro aceptor, que o transfere ~ e- cri "O aceptor a cadeia e- ~ '" o O> ° ou para Estado excitado '" ~'" a.'" o que compõem contém cobre em sua constituição. e > J!! agente redutor, de transferir elétrons mente, até uma proteína denominada ~ -o '" .~ ~ " para o aceptor <Xi cn .~ aceptoras de elétrons. elétron excitado essa avidez por elétrons da clorofila a+ que provoca a fotólise da água já meneio- e" é um poderoso que a substância O adquira carga elétrica tâncias doadoras. '"~ 0- aceptor 4 W + 02 + 4 clorofila a -------+ seja, tem uma forte tendência seja, tem uma forte tendência de captar elétrons de subs- -c clorofila a+ quinonas. Essa transferência de elétron faz com que a clo- A clorofila a+ é um poderoso <Xi + 4 Q) I I Z I e c. I '" ~ I \ FOTOSSISTEMA FOTOSSISTEMA I ,-_!_-----------------~ o arremesso da bola para o alto de um segundo andaime corresponde à excitação do elétron na molécula de clorofila P700• Nesse caso, no entanto, a bola cai no balde e se mantém no alto, conservando assim a energia adquirida: da mesma forma, o elétron conserva a energia adquirida do fóton na forma de energia potencial. No PSI, o elétron excitado é capturado e mantido com nível alto de energia no NADPH. É com esse alto nível energético que ele será transferido para as moléculas de glicídios que se formam na fotossíntese. Essa energia potencial dos elétrons só será liberada quando o glicídio for degradado na fermentação ou na respiração aeróbica. 11 A energização dos elétrons da clorofila P680 é comparável ao lançamento de uma bola para o alto de um andaime: no alto, a bola conserva a energia potencial utilizada para lançá-Ia, da mesma forma que o elétron excitado conserva a energia do fóton que o elevou a esse nível energético. Ao descer, a bola move um moinho, o que corresponde à transformação de energia potencial em energia cinética, com realização de trabalho; corresponde à movimentação do roto r da sintetase na produção de ATP. .•••Figura 10.9- Representação dos elétrons na fotofosforilação do caminho acíclica, em analogia a um sistema mecãnico de arremesso de bola para o alto de andaimes. CAPiTULO 10· FOTOSsíNTESE E QUIMIOSsfNTESE 235 o aceptor final dos elétrons na cadeia transportadora de elétrons do fotossistema I é a plastocianina. Dela, o elétron retorna diretamente à molécula de clorofila P700. É por essa razão que esse tipo de fotofosforilação é chamada cíclica: o elétron excitado deixa a clorofila P700, passa pela cadeia transportadora de elétrons e retorna, com menor nível de energia, à mesma clorofila. Durante seu deslocamento pela cadeia transportadora, os elétrons com alta energia emitidos pela clorofila P680 liberam gradativamente seu excesso de energia, que é usada para bombear íons H+ do estroma para o interior do lúmen do tilacóide. Em seu retorno ao estroma, passando através das sintetases do ATPpresentes na membrana tilacóide, os íons H+ geram a força protomotiva usada na síntese de ATP. Aplastocianina move-se na membrana do tilacóide, conduzindo um elétron capturado no fim da cadeia transportadora até o fotossistema I (PSI).O elétron trazido pela plastocianina repõe o elétron de alta energia perdido pela clorofila P700 que absorveu luz e tornou-se excitada. O elétron de alta energia emitido pela clorofila P700 excitada é transportado por uma série de substâncias carregadoras até a substância aceptora denominada ferredoxina, uma proteína associada a ferro e enxofre. Os elétrons são, então, transferidos da ferredoxina para o NADP+,que passa para sua forma reduzida (NADPH) ao se associar a um íon H+ trazido do estroma para o lúmen do tilacóide, onde a reação ocorre. -Assim, a fotofosforilação acíclica envolve a particif pação dos dois fotossistemas; a energia luminosa captada pelo fotossistemall (PSll) é utilizada na síntese de ATP,enquanto a captada pelo fotossistema I (PSI) é usa_ da na produção de NADPH. • Fotofosforilação 10.5 Ciclo das pentoses r - Os c1oroplastos desempenham diversas atividades metabólicas. Nessas organelas são sintetizados quase todos os aminoácidos de que a planta necessita para prodUZir suas proteínas; além disso, os c1oroplastos produzem todos os ácidos graxos e carotenóides e, prova) velmente, todas as bases nitrogenadas que irão constituir os ácidos nucléicos e o ATP.Entretanto, a atividad~ principal dos c1oroQlastos é a rodução de glicídios a partir de CO2 absorvido do ar, que ocorr~ em~m~ ~ de reações químicas que compõem o ciclo das pe~toses~ ou ciclo de CaMn-Í3enso~ Esta última denominação é uma homenagem aos pesquisadores norte-americanos Melvin Calvin e Andy Benson, que elucidaram as principais reações desse ciclo . .Esse ciclo de reações ~ no estrcma do c!.?roplasto ou no citosol das bactérias fotossintetizantes. cíclica Além de atuar em conjunto com o fotossistema li, o fotossistema I também atua independentemente. Neste caso, al energia captada por ele é utilizada na síntese de ATPe não na produção de NADPH. Esse processo, denominado fotofosforilação cíclica, fornece ATP adicional para outras atividades celulares que demandam energia. Na fotofosforilação cíclica, o elétron emitido pela clorofila P700 excitada é captado pelo aceptor ferredoxina e transferido a uma cadeia transportadora de elétrons, em vez de ser transferido para o NADP+.Em seu deslocamento pelos aceptores da cadeia transportadora (citocromos), os elétrons liberam energia, que é utilizada para bombear íons H+ do estroma para o interior do lúmen do tilacóide. Como já vimos, em seu retorno ao estroma, passando através das sintetases do ATP presentes na membrana tilacóide, os íons H+ geram força protomotiva usada na síntese de ATP. (Fig.l0.l0) Estado excitado ® Citocromos da cadeia transportadora de elétrons Sol Má Plastocia':'.n:.:.:.in~~ar,.::....::-<! ~-"""'=-' I I I I I I I I I I I \ FOTOSSISTEMA I '---------------------~ a - 236 .• Figura 10.10 • Representação na fotofosforilação I PARTE 111• O M~TABOLlSMO CELULAR ---- I cíclica. do caminho dos elétrons ----- A fixação do carbono ocorre pela reação entre uma molécula de CO2 e uma molécula I minada I sigla RuBP (do inglês < reação 1,5-bifosfato de ribulose, rihulose da substância deno- mas conhecida 1 ,5-bispl1ospl1ate). produz duas moléculas de 3-fosfoglicerato, glicídio com três átomos de carbono, e é catalisada total de proteínas rie de reações químicas que compreende seqüenciais pam o NADPH e o ATP produzidos bifosfato de ribulose, fotossintetizante Nessa etapa não é ne- direta da luz: basta que a célula esteja abastecida de ATP, NADPH e CO2• um Por isso, ela é denominada por fase de reações de escuro da fotossíntese. das quais partici- nas fotofósforilações, produzindo etapa puramente química, ou (Fig. 10.12, na página seguinte) nerando as 6 moléculas Destino dos produtos do ciclo das pentoses de 1,5- (PGAL) e rege- As moléculas de 3-fosfato de gliceraldeído dessa etapa da fotos- no citosol. as que permanecem tidas diretamente síntese é: formadas no ciclo das pentoses podem seguir dois caminhos; a maioria delas sai do c1oroplasto e transforma-se de RuBP. (Fig. 10. I I) simplificada t ao final 2 moléculas 3-fosfato de gliceraldeído A equação Esta uma sé- de CO2 reagem com 6 moléculas da substância cessária a participação do c1oroplasto. No ciclo das pentoses, 6 moléculas se formou nas fotofosforilações. pela rubisco, que constitui 50% do uma enzima denominada ocorram, é preciso haver energia, fornecida pelo ATP que em sacarose no c1oroplasto são conver- em amido e armazenadas temporaria- mente (durante o dia) como grãos de amido no estroma. + 6C02 ----- 12 NADPH 2 C)H60) + + 18ATP 12 NADP+ + + 12 W ----- 18 ADP + 18 Pi Durante a noite, esse amido é transformado em sacarose e + 6 HP sai para citosol, de onde é exportado por meio dos vasos liberianos para as demais partes da planta. No ciclo das pentoses, provenientes armazenados produzindo os átomos de hidrogênio Como já vimos anteriormente, das moléculas de H20 e temporariamente ser comumente no NADPH reagem com moléculas de CO2, síntese moléculas de glicídio. Para que essas reações representada nas equações apesar de a glicose como o produto simplificadas da fotos- desse processo, i CICLO DE CALVIN-BENSON 6 ATP  Figura 10.11 • Representação do ciclo das pentoses, também como ciclo de Calvin-Benson. com a incorporação carbônico esquemática conhecido O ciclo é iniciado de 6 moléculas de gás a 6 moléculas de RuBP e produz 2 moléculas de glicídio com 3 carbonos (PGAL) e 6 moléculas de RuBP. o principal produto da fotossíntese das plantas é a sacarose. 200Q--® ~ Combinam-se para originar outros glicídios PGAL [CAPiTULO 10. FO~OSSíNTE;E E QUIMIO-;SíN';:;;SE 237 e Luz GÁS CARBÔNICO ÁGUA CLOROPLASTO ...••Figura 10.12 • Representação esquemática de um cloroplasto mostrando, à esquerda, a etapa fotoquímica da fotossíntese (reações de claro) e, à direita, a etapa puramente química (reações de escuro). @ Parte dos glicídios usada imediatamente produzidos na fotossíntese nas mitocôndrias no processo de respiração 3-FOSFATO GLlCERALOEíoo GÁS OXIGÊNIO é da célula vegetal, da nas diversas substâncias necessita, como aminoácidos, de animais. A CO2 + 4 H2 CH4 -- + + 2 HP ENERGIA orgânicas de que a planta vários tipos de açúcar, gor- etc. Outra parte, ainda, é armazenada como grãos de amido em células especiais da raiz, servindo e tubos digestórios celular, de modo a fornecer energia aos processos vitais. Outra parte é transforma- duras, celulose fundos de pântanos equação dessa reação é: do caule e como reserva para momentos de ne- No solo vivem dois importantes quimiossintetizantes, pertencentes monas que participam e Nitrobacter, elemento nitrogênio tipos de bactéria aos gêneros Nitroso- da reciclagem do em nosso planeta. As nitrosomonas cessidade. Assim, a fotossíntese garante às algas, às plan- obtêm energia por meio da oxidação de íon amônio pre- tas e a algumas bactérias sente no solo, transformando-o independência em relação a outros organismos vivos no que se refere à obtenção de nutrientes to- NH+ desses 4 orgânicos. Por outro lado, praticamente dos os seres heterotróficos seres fotossintetizantes da Terra dependem em íon Nitrosomonas. NO; (nitrito) (amônio) para viver. As nitrobactérias, 10.6 Quimiossíntese oxidando-o por sua vez, utilizam o íon nitrito, a íon nitrato: Nitrobacter NO~ ---'---'--'---.... Certas espécies de bactérias bém chamadas arqueobactérias) e de arqueas (tam- são autotróficas, de substâncias em orgânicas que utiliza energia liberada reações de oxidação de substâncias inorgânicas simples. As arqueas metanogênicas, por exemplo, obtêm energia a partir da reação entre gás hidrogênio (C02). produzindo sas bactérias vivem em ambientes pobres em gás oxigênio, 238 PARTE gás metano tais como depósitos 111• O METABOLISMO (H2) e (CH4). anaeróbicos, (nitrito) NO; (nitrato) reali- zando quimiossíntese, um processo de produção gás carbônico nitrito: Es- isto é, de lixo, CELULAR As bactérias quimiossintetizantes em ambientes desprovidos conseguem viver de luz e matéria orgânica, pois a energia necessária ao seu desenvolvimento é obtida de oxidações inorgânicas. Elas necessitam apenas de um agente oxidante e de gás carbônico e água, matérias-primas para a produção de glicídios. O papel das diversas bactérias quimiossintetizantes na reciclagem do nitrogênio é estu- dado na parte de Ecologia, no volume 3 desta série. LEITURA UM EXPERIMENTO ENGENHOSO Fabricando motores moleculares <ri rn ~ W "O e .~ ~ $ <ri cn ~ w "O e '~ w > $ w W "O "O W "O "O o W ~ W m :§ w êw a. o O> jj ~ w o m :§ w o rn jj '0 o "O v e:tO "" oi "O 15 "ec, o s v ~ tO "" oi 15 "ec, .~ g' enzimático o " a: a: do ATP é um motor "O "O c, A sintetase o e" "O As células sintetizam moléculas de ATP armazenadoras de energia usando uma enzima chamada sintetase do ATP. Parte dessa enzima é um "motor" que gira no sentido horário quando alimentada por um gradiente eletroquímico dentro da célula, forçando a produção de ATP. Ele também pode funcionar no sentido inverso: girando no sentido anti-horário, a enzima quebra ATP e libera energia. a. o "O O êw '0 o Pontes de enxofre manteriam o rotor parado. Agentes redutores, quebrando essas pontes, fariam o motor girar. A adição de agentes oxidantes, restaurado as pontes, parariam o motor menor motor rotatório da natureza foi finalmente utilizado para produzir energia química no laboratório. O experimento abre caminho para a criação de motores moleculares que poderão impulsionar os futuros nanoequipamentos [equipamentos com dimensões moleculares]. e c, w que liga e desliga Para girar artificialmente essa máquina produtora de ATP, Hiroyasu Itoh e seus colegas, do Hamamatsu Photonics em Tsukuba, japão, fixaram a enzima em uma placa de vidro e uniram uma minúscula partícula magnética a seu rotor. Quando eles adicionaram as substâncias precursoras do ATP [ADP e PJ e submeteram o conjunto a um campo eletromagnético rotativo, a partícula magnética e o rotor começaram a girar e foi produzid6 ATP (Nature, vol. 427, p. 465). "É um experimento engenhoso", diz Richard Cross, um especialista em síntese de ATP da Universidade Estadual de Nova York em Siracusa, EUA. Esse cientista pretende unir moléculas do aminoácido cisteína ao motor enzimático, de modo que ele possa ser ligado e desligado. A formação de pontes dissulfeto [ligações químicas entre átomos de enxofre] entre as moléculas de cisteína manteria o rotor parado, mas a introdução de um agente redutor quebraria as pontes dissulfeto e permitiria que o motor girasse. A adição de um agente oxidante restauraria as pontes e pararia o motor. "Se algum equipamento necessita de um propelente de dimensões minúsculas [submicroscópicas], este é um propelente que pode ser ligado e desligado", diz Cross . • Fonte: Neto Scientist, vol. 181, n. 2.432, 31 jan. 2004, p. 17 (Tradução e adaptação nossa) CAPiTULO 10' FOTOSsíNTESE E QUIMIOSsíNTESE 239 ATIVIDADES ~ GUIA DE ESTUDO II!II 1. Aspectos gerais da fotossíntese ° que é fotossíntese e em que organismos esse processo ocorre? 2. Qual é a importância da fotossíntese para a vida na Terra? 3. Onde ocorre a fotossíntese, nas células dos organismos eucarióticos? 4. Descreva sucintamente a estrutura de um cloroplasto. lI!!) Etapas da fotossíntese 5. Liste as etapas fundamentais em que elas ocorrem. 6. ° 7. ° que é fotofosforilação? lEI1 Ciclo das pentoses 19. Descreva sucintamente o ciclo das pentoses. 20. Quais são os produtos finais da fotossíntese? da fotossíntese e o local ll'!mJ ° ~ QUESTÕES PARA PENSAR E DISCUTIR Transformação de energia energia química luminosa em 10. Compare o papel da clorofila a com o' dos pigmentos acessórios na fotos síntese. ° que são fotossistemas fotossíntese? e como eles atuam na 12. Descreva sucintamente o que ocorre com uma molécula de clorofila quando ela absorve um fóton. 13. Como a clorofila a de um cloroplasto intacto volta ao estado não-excitado? 1m Fotofosforilação acíclica e fotofosforilação cíclica 14. Liste as principais diferenças entre o fotossistema I (PSI) e o fotossistemalI (PSII). 15. Relacione os fotossistemas PSI e PSII com as fotofosforilação acíclica e a fotofosforilação cíclica. 16. Em que diferem as fotofosforilações cíclica e acíclica quanto aos produtos formados? 17. Relacione a fotólise da água e a produção de NADPH com os fotossistemas PSI e PSII. PARTE 111• O METABOLISMO que é quimiossíntese e que tipos de organismos realizam esse processo? I " -e o <õ ai 9. Qual é o significado dos termos "reações de claro" e "reações de escuro" referentes à fotossíntese? II!IJ Quimiossíntese 21. que é a fotólise da água e como ela ocorre? 8..0 que significa a expressão "fixação do carbono"? 11. 18. Ordene os elementos a seguir de modo a mostrar o caminho seqüencial percorrido pelos elétrons na fotofosforilação cíclica e na fotofosforilação acíclica: a) aceptor Q. b) cadeia transportadora de elétrons. c) clorofila P680. d) clorofila P700. e) ferredoxina. f) fotólise da água. g) NADP. h) plastocianina. CELULAJ :5 ~" QUESTÕES OBJETIVAS Utilize as alternativas a seguir para responder às questões de 22 a 25. a) Ciclo de Calvin-Benson. b) Etapa fotoquímica da fotossíntese. c) Etapa puramente química da fotossíntese. d) Fotofosforilação. e) Fotólise da água. 22. Como é chamado o conjunto de reações químicas que ocorre no estroma do cloroplasto, em que o gás carbônico se combina com hidrogênios doados pelo NADPH produzindo gliddios? 23. Qual é o nome da reação em que moléculas de água produzem gás oxigênio, prótons e elétrons, sendo estes últimos devolvidos à clorofila a excitada pela luz? 24. Como se denomina o conjunto de reações químicas que ocorre no interior dos cloroplastos e que depende diretamente de luz? 25. Qual é o processo diretamente envolvido na produção de ATP nos cloroplastos? Utilize as alternativas a seguir para responder às questões 26 e 27. a) C6H1P6 "----+ 2 HsCpH + 2 CO2 b)C6H1P6+602 ~ c) 6C02+12HP ~ d) 6 CO2 + 12 H2S ~ 6C02+6HP C6H1P6+602+6HP C6H1P6 + 12 S + 6 HP tn a. o O> '6 'o Ü o -o -e 00 tO -c «i -e :o "[ o '~ e o, " a: 26. Qual das equações representa a fotossíntese realizada por algas, plantas e certas bactérias? 36. Que argumentos você usaria para tentar convencer uma amiga ou amigo de que os seres humanos dependem da luz solar para viver? 27. Em qual das equações está mostrada a fotossíntese realizada pelas sulfobactérias púrpuras? 37. Há dois compartimentos internos nos cloroplastos cuja separação por uma membrana lipoprotéica (membrana tilacóide) é de fundamental importância na produção de energia na fotossíntese. Quais são esses compartimentos e por que é importante que eles estejam separados por aquela membrana? 28. Os átomos do gás oxigênio liberado na fotossíntese provêm a) da água, apenas, b) do gás carbônico, apenas, c) da água e do gás carbônico, apenas. d) da água, do gás carbônico e do ATE 29. A molécula de clorofila, ao absorver fótons, perde elétrons, os quais são repostos pela a) degradação de moléculas de ATE b) fixação de moléculas de gás carbônico. c) quebra de moléculas de água. d) degradação de moléculas de glicose. <ri '"'" "e "O .~ ~ " '" " o 2 30. Qual das seguintes seqüências indica corretamente o fluxo de elétrons durante a fotossíntese? a) HP -NADPH -glicídio b) ~O -02 -glicídio c) NADPH -ATP -glicídio d) 02 __ NADPH __ glicídio ~ A BIOLOGIA NO VESTIBULAR I 38. (Mackenzie-SP) _r ti, (' o -o 31. A energia liberada pelos elétrons, durante sua passagem pela cadeia transportadora de elétrons do cloroplasto, é usada primariamente para bombear íons H+ a) do citosol para o lúmen do tilacóide. b) do lúmen do tilacóide para o citosol. c) do lúmen do tilacóide para o estroma do cloroplasto. d) do estroma do cloroplasto para o lúmen do tilacóide. t 32. A fonte imediata de energia que permite a síntese do ;;; ci ~ " ~ a. o c» '6 'o ü ;g -c ~ "O :o "e "- i "O ec, '" a: cula de água, que por sua vez fornece 02 para a atmosfera. e) a conversão do CO2 em matéria orgânica produz energia que é acumulada pelo ATE ATP na fotofosforilação é a) a quebra das moléculas de água. b) a passagem de elétrons através da cadeia transportadora de elétrons. c) a diferença de concentração de íons H+ entre o interior dos tilacóides e o estroma. d) a transferência de fosfatos energizados do ciclo de Calvin para o ADE ° processo de fotossíntese é considerado em duas etapas: a fotoquímica ou fase de claro e a química ou fase de escuro. Na primeira fase NÃO ocorre: a) produção de ATE d) fotólise da água. b) produção de NADPH2' e) redução do CO2. c) produção de 02' 39. (Unesp) Sobre o processo de fotossíntese, é correto afirmar que a) o CO2 é fonte de carbono para a síntese de matéria orgânica e fonte de 02 para a atmosfera. b) a água é fonte de H+ para a síntese de NADP~ e de 02 para a atmosfera. c) o NADP~ é fonte de energia para a conversão do CO em matéria orgânica. 2 d) o ATP é doador de energia para a quebra da molé- "O "O I QUESTÕES OBJETIVAS 40. (Uneb-BA) /' Bactérias l[ 33. Qual das alternativas apresenta substâncias produzi- das em reações que acontecem nos grana e que são consumidas em reações que acontecem no estroma dos cloroplastos? a) CO2e Hp. c) C02eATE b) ATP e NADPH. d) HP e NADPH. Absorção por todos os pigmentos vegetais 34. As reações da etapa fotoquímica da fotossíntese (reações de claro) suprem o ciclo de Calvin-Benson com a) energia luminosa. c) HP e CO2. b) CO2 e ATE d) NADPH e ATE o s: ai E ~ QUESTÕES DISCURSIVAS 35. A equação química simplificada: 6 CO2 + 6 HP --C6H1P6 + 2 omite uma informação importante sobre o processo de fotossíntese. Qual é essa informação? 6° <1l 'c ~ <1l -I o ~<1l E Q) 'E ;§; 'S N <t: <t: Comprimento <1l ã5 (5 s de onda, rnu Em 1881, Engelmann realizou um experimento clássico para investigar a relação entre comprimentos de onda e fotossíntese. CAPiTULO 10. FOTOSsíNTESE E QUIMIOSsíNTESE 241 Na experiência, cujos resultados são apresentados na ilustração, um espectro luminoso atuava sobre um filamento de alga verde Cladophora, colocada em um meio que continha bactérias aeróbicas. A partir da análise dessa ilustração, pode-se concluir: a) Os comprimentos de onda amarelo e verde são os mais importantes para as reações fotossintéticas. b) espectro de absorção dos pigmentos vegetais revela a falta de seletividade na absorção de luz. c) As bactérias aeróbicas possibilitam à alga verde realizar fotossíntesé, mesmo em ausência de luminosidade. d) A energia luminosa absorvida pela alga é convertida em calor, o que atrai bactérias e outros microrganismos. e) A aglomeração de bactérias nas regiões iluminadas pelo vermelho e pelo azul indica maior eficiência fotossintética, com liberação de oxigênio. ° ° 41. (UEL-PR) que indicam, respectivamente, A, B, C e D na tabela abaixo? as letras As afirmativas seguintes relacionam-se a acontecimentos da fotossíntese, representados na figura dada. I. As setas n~ 1, 2 e 3 indicam acontecimentos que fazem parte das "reações de claro". li. ATP necessário para a síntese dos açúcares é produzido pelas "reações de escuro". Ill. Sem a presença de luz faltam íons hidrogênio para a síntese de açúcares. IV A luz solar é necessária para as reações identificadas pelos n~ 4 e 5. V desmatamento indiscriminado compromete, principalmente, a retirada do CO2 atmosférico, que é utilizado nas "reações de escuro". VI. O" efeito estufa" causado pelo desmatamento, origina-se da redução na liberação de oxigênio, resultante das" reações de claro". ° ° Com base na análise da figura e nos seus conhecimentos, assinale a alternativa cujas afirmativas estão corretas: a) I, V e VI. c) III, IV e VI. b) II, III e IV d) I, III e V 43. (PUC-Minas) De acordo com o esquema a seguir, qual é a associação correta? Organela Reação Processo Mitocôndria Síntese de ATP A B Fotólise da água Fotossíntese Lisossomo Hidrólise O Oxidação 3 C 2 Desintoxicação 4 -i---7.P celular a) Respiração celular, ribossomo, desintoxicação celular, cloroplasto. b) Respiração anaeróbia, cloroplasto, síntese de nucleotídeos, ribossomo. c) Respiração celular, cloroplasto, digestão intracelular, peroxissomo. d) Síntese de proteínas, peroxissomo, digestão intracelular, ribossomo. e) Fermentação, cloroplasto, síntese de lipídios, lisossomo. a) b) c) d) e) Fotofosforilação cíclica ocorre em 1. Fotofosforilação acíclica ocorre em 3. Ciclo de Krebs ocorre em 4. Ciclo de Calvin ocorre em 2. Glicólise ocorre em 1. 44. (Cesgranrio-RJ) t 42. (Uniube-MG) A fotossíntese é um processo composto por duas séries de reações químicas. Uma delas é dependente de luz e se chama "reações de claro", e a outra independe de luz, sendo por isso chamada "reações de escuro". A figura a seguir resume os fenômenos principais da fotossíntese. Clorofila o H o H H 2 1 Aceptor de elétrons ADP+Pj H ATP 0'' "- ,. H Açúcar o Oxigênio o H H H HH Hidrogênio o o 242 PARTE 111• O METABOLISMO CELULAR No experimento com elódea num tubo iluminado, afirmamos que as bolhas são: a) 02 resultante de fotólise da água. b) 02 resultante da quebra da molécula de CO2, c) CO2 resultante do ciclo de Krebs. d) CO2 proveniente do ciclo de Calvin. e) 02 proveniente da fotofosforilação. 45. (UFPI) Analise as duas reações a seguir: 3) Contém moléculas de clorofila organizadas nos tilacóides (B) e, no espaço interno do cloroplasto, fica o estroma (D). Luz Reação I CO ~8+ HP Clorofila Está(ão) correta(s): Luz Reação II CO2 + Hpl8 (CHp)n+ Clorofila 0;8 a) 1 apenas. b) 1 e 2 apenas. d) 2 e 3 apenas. e) 3 apenas. c) 1,2 e 3. <ri O> ~ <I) -o <ri O> ~ <I) e -c ~ o;;; Q; <I) 2 .~ .li! -o ~ <I) -o o iõ oi "w ...J <I) ê o..<I) o '" i5 e iõ '" "w ...J <I) ê o.. "g, '" 'o " « <i -c :o 'êc, ..,g o -e ec, <I) lI: "o Ü o '" ~ .." <i -c :o 'êc, o '"g -e e c, <I) lI: ao fenômeno QUESTÕES DISCURSIVAS 48. (UFBA) A figura ilustra, de forma esquemática, o experimento clássico de Thomas Engelmann (1883), em que iluminou uma alga filamentosa, de modo a expor diferentes segmentos da alga a diferentes comprimentos de onda da luz. da Luz <I) ~ 'o " o i5 ~ 46. (U. São Judas-SP) Com relação fotossíntese, sabe-se que a reação: -e "o Ü o -e Por meio da análise das reações mostradas podemos afirmar que: a) a reação I está correta, confirmando que o 02 é pro"veniente do CO2. b) a reação II está correta, confirmando que o 02 é proveniente de Hp. c) as reações I e II estão corretas, pois o 02 provém tanto do CO2 como de Hp. d) as reações I e II não fornecem informações suficientes para se concluir a origem do 02 liberado. e) as reações I e II estão erradas pois o 02 liberado é proveniente da molécula de clorofila. 2HP+ 2NADP 600 Clorofila 550 Comprimento a) b) c) d) e) corresponde ao ciclo de Calvin. corresponde à reação de Hill. ocorre em estroma do cloroplasto. é o resultado do ciclo de pentoses. é o resultado do ciclo de Krebs. 500 450 de onda da luz (nm) A partir da análise dos dados experimentais apresentados, explique a distribuição diferenciada das bactérias em torno da alga filamentosa. ° ° 47. (UFPE) cloroplasto, organela citoplasmática na qual ocorre a fotossíntese, apresenta duas membranas que o envolvem e inúmeras bolsas membranosas. A respeito do cloroplasto representado na figura, analise as afirmativas a seguir. B c 1) É envolto por duas membranas de constituição lipoprotética (A) e possui internamente um elaborado sistema de bolsas membranosas, interligadas, cada uma chamada tilacóide (B). 2) Apresenta estruturas que lembram pilhas de moedas, sendo cada pilha denominada granum (C). 49. (Uesc-BA) surgimento das bactérias fotossintetizantes foi um acontecimento crucial, na história da vida, com a inovação de seres capazes de sintetizar moléculas orgânicas, tendo como matéria-prima moléculas inorgânicas utilizando a energia solar. Contudo, a inovação no processo da fotossíntese, que foi fundamental para a evolução di! vida e expansão da Biosfera, aparece com as cianobactérias. Identifique o aspecto inovador, na fotossíntese das cianobactérias, que resultou na liberação de oxigênio e explique por que foi estratégico para a preservação do processo, ao longo da história da vida. 50. (Unicamp-SP) No século XVIII foram feitos experimentos simples mostrando que um camundongo colocado em um recipiente de vidro fechado morria depois de algum tempo. Posteriormente, uma planta e um camudongo foram colocados em um recipiente de vidro, fechado e iluminado, e verificou-se que o animal não morria. a) Por que o camundongo morria no primeiro experimento? b) Que processos interativos no segundo experimento permitem a sobrevivência do camundongo? Explique. c) Quais as organelas celulares relacionadas a cada um dos processos mencionados na sua resposta ao item b? CAPiTULO 10 • FOTOSsíNTESE E QUIMIOSsíNTESE 243