AS NOVAS TECNOLOGIAS NAS ATIVIDADES EDUCACIONAIS E A
FORMAÇÃO DOCENTE
Eliani Retzlaff, URI, [email protected]
Rozelaine de Fátima Franzin Contri, URI, [email protected]
Rosangela Ferreira Prestes, URI, [email protected]
Resumo: Atualmente as Tecnologias de Informação e Comunicação estão sendo utilizadas
nas escolas e instituições de ensino superior por meio de laboratórios de informática e
ferramentas multimídias como, retroprojetores, slides, etc. Desta forma, destacando-se as
disciplinas que envolvem o estudo da informática na educação, como as disciplinas de,
Informática no ensino da matemática, Seminários Temáticos em educação matemática e
Estágios curriculares, relacionados a formação acadêmica dos licenciados em Matemática
da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Campus de
Santo Ângelo apresentam-se vários temas relacionados ao entendimento e utilização no
ensino de matemática.
Palavras-chave: Tecnologia, Informação, Comunicação, Software, Formação docente.
AS NOVAS TECNOLOGIAS NAS ATIVIDADES EDUCACIONAIS
Atualmente, as pessoas desfrutam de benefícios como computadores, notebooks,
celulares e SmartPhones que permitem a conexão à rede de qualquer local. Alunos, desde
muito cedo, e também professores, estão acostumados com nomenclaturas e
conhecimentos da informática, porém, nem sempre fazem parte desta evolução digital e
sim participam com passividade. Segundo Carvalho (2010, p.03) “as tecnologias de
informação e comunicação ampliam o campo da educação sem alterar os procedimentos
formais”, ou seja, não é necessário alterar completamente o modo como se ensina, mas
sim, aproveitar os benefícios que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)
podem trazer.
Para se entender qual o significado de tecnologia Carvalho enfatiza que ela “pode
ser definida como um conjunto de técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de
um ou mais domínios da atividade humana” (2010, p.03). Isso significa que a tecnologia
pode ser usada de diversas maneiras e em várias áreas do conhecimento, algumas maneiras
de utilizar essas ferramentas são praticadas no curso de graduação de Matemática, com o
intuito de formar docentes capacitados.
De acordo com Blasis et al (2007, p.08) “Com o avanço das Tecnologias de
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Informação e Comunicação (TICs), a informação e o conhecimento estão cada vez mais
acessíveis no mundo digital’’. O computador e a Internet fazem parte do cotidiano, escolar
e acadêmico, e a cada dia que passa se tornam mais indispensáveis nas atividades
educativas. Os desafios trazidos por essas novas mídias favorecem o desenvolvimento de
novas situações de aprendizagem e ampliam a oportunidade de alunos e professores terem
acesso à informação.
Além disso, estabelece-se uma dinâmica em sala de aula ou no laboratório de
informática, que oferece a realização de atividades simultâneas, o diálogo e a interação
entre educador e educando.
Nesse cenário, permeado de múltiplas linguagens e tecnologias, cabe ao
professor selecionar fontes de pesquisa, refletir criticamente sobre as
informações encontradas, atribuir-lhes significado, contribuir para que os
alunos identifiquem o que é relevante, orientar a publicação de trabalhos
e qualificar a comunicação digital entre alunos. (DE BLASIS et al, 2007,
p.08)
O papel do professor é muito importante quando se trata deste assunto, pois ele é o
ponto central nas propostas de desafios ao aluno, equilibrando o uso do computador nas
tarefas de modo que não se torne cansativo e faça a diferença. Quanto ao aluno, seu papel é
de ser ativo, no que diz respeito às atividades propostas pelo professor, de forma que
aproveite as oportunidades que o acesso a internet e outros meios possam lhe proporcionar.
Segundo Netto (2005, p.24 apud MEC, 2000, p.11) o educando deve aprender a
“relativizar, confrontar e respeitar diferentes pontos de vista, discutir divergências,
exercitar o pensamento crítico e reflexivo, comprometer-se, assumir responsabilidades”. É
neste sentido que se repensa a atuação de educador e educando, na busca de mudanças e
interação com as TICs.
FORMAÇÃO DOCENTE NA LICENCIATURA DE MATEMÁTICA DA URI –
CAMPUS DE SANTO ÂNGELO
A formação docente pode proporcionar aos acadêmicos de cursos de licenciatura, a
capacidade de criação de ambientes informatizados nas escolas, onde se navega em novos
espaços, que costuma-se chamar de ciberespaço, Internet, ambiente virtual, entre outros
termos. Esta formação deve também propiciar o desenvolvimento de competências que
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permitam reconhecimento e avaliação do desenvolvimento tecnológico, seja nas ciências,
no cotidiano e com relação aos seus impactos na vida social. Nesse sentido, Netto afirma
que:
A educação atual não deve mais ter compromisso com o adestramento de
tempos passados, nem deve ficar restrita à elaboração de apostilas, que
apenas visam simplificar a difusão do conhecimento. Exatamente por esse
motivo, os recursos tecnológicos devem ser considerados ferramentas úteis
a uma prática pedagógica consciente e concisa nos seus objetivos [...].
(2005, p.19)
De acordo com Netto (2005) o educador atual deve estar preparado e comprometido
com o aprendizado do educando, para poder sustentar as mudanças que ocorrem no
ambiente escolar, usando os materiais disponíveis de maneira correta. Para que isso
aconteça é necessário que se invista na formação deste profissional desenvolvendo no seu
processo de aprendizagem acadêmica, as competências necessárias de continuidade no
aprendizado, pesquisa, criatividade e a capacidade de interação com a comunidade em
geral.
O curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Regional Integrada do
Alto Uruguai e das Missões – URI Campus de Santo Ângelo, tem disponibilizado em seu
currículo disciplinas que abordam a Informática na Educação. A organização curricular do
curso atende as orientações apresentadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Curso de Matemática, nas diretrizes Curriculares para a Formação de Professores da
Educação Básica e no Plano Pedagógico da URI para as Licenciaturas. Conta com cinco
blocos pedagógicos: disciplinas específicas, pedagógicas, articuladoras, eletivas, atividades
complementares e estágios.
Os componentes curriculares, Informática no Ensino da Matemática (que aborda a
análise e discussão do papel da informática e das novas tecnologias na Educação
Matemática; o computador como recurso tecnológico no processo de ensino e
aprendizagem da Matemática; pesquisa, exploração e análise de softwares educacionais de
Matemática) e Seminários Temáticos em Educação Matemática (que aborda Educação em
diferentes contextos educativos; educação matemática em diferentes grupos culturais,
educação de jovens e adultos; inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais
especiais; tópicos especiais em educação) fazem parte das disciplinas articuladoras, que
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dizem respeito aos conteúdos e competências, numa abordagem “Informática e Educação
Matemática”.
Na disciplina de Informática no ensino da matemática, são trabalhados os mais
variados temas que englobam o uso das TICs na educação. Os acadêmicos realizam
pesquisas direcionadas a este campo com o objetivo de conhecer os diferentes tipos de
softwares matemáticos que se adaptam aos níveis de ensino, e com isso se inserir neste
mundo digital. Os estudos realizados formalizam-se num artigo e na construção de um blog
gratuito, mantido por cada aluno individualmente, onde se expõe as etapas de estudo
durante as aulas.
Com a inserção da Educação a Distância como modalidade de ensino
regulamentada pelo Governo Federal, observou-se a importância de ocorrerem momentos
na formação de professores em que estes temas não fossem só tratados, mas também
experienciados, assim, passou-se a incorporar o tema Educação a Distância (EaD), de
forma que os acadêmicos pudessem além de compreender os processos de ensino e
aprendizagem, também vivenciar este processo. Para tanto, estes componentes citados
acima foram ministrados presencialmente e também paralelos com atividades na
modalidade à distância, o que permitiu a professores e acadêmicos entender a viabilidade e
condições de desenvolvimento dessa perspectiva de trabalho docente.
Em função disso adotou-se o ambiente de aprendizagem virtual TelEduc que por
meio de fóruns, questionários, hipertexto e outras ferramentas possibilitaram as
considerações sobre essa abordagem nas disciplinas articuladoras citadas acima.
Na disciplina de Seminários Temáticos em educação matemática trabalha-se a
leitura de diversos textos, artigos e relatos, relacionados com a educação matemática. Todo
material de leitura é disponibilizado no ambiente virtual TelEduc e após cada leitura é
realizado um fórum, onde os acadêmicos expõem o seu entendimento sobre a leitura.
Geralmente realiza-se um chat entre os alunos, durante a aula, ou em outro horário, como
EaD para a discussão dos temas trabalhados.
Já o componente Estágio Curricular em Ensino de Matemática I, que aborda o
estudo e análise de softwares educativos; planejamento e aplicação de oficinas de
matemática envolvendo softwares educativos, em nível de ensino fundamental e/ou médio
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e realização da elaboração de relatório final, faz parte das disciplinas de Estágios, que
atendem as Diretrizes Curriculares Nacionais e o Coorlicen/URI. Considera-se por meio da
experiência uma fundamentação teórica, já formada na disciplina de Informática no Ensino
da Matemática, refletir criticamente o potencial da informática educativa na educação
matemática, passando assim para pesquisas orientadas, por meio de uma busca
bibliográfica e também na rede da Internet, sobre os softwares matemáticos disponíveis,
afim de uma exploração e da criação de critérios de escolha para serem utilizados na
posterior prática sob a forma de oficinas, as quais são realizadas em Escolas de Educação
Básica e em outros espaços educativos institucionalizados. Com a realização destas
oficinas busca-se que os acadêmicos assumam uma postura reflexiva e ativa frente ao uso
das Tecnologias da Informação e de Comunicação (TICs).
As Tecnologias de Informática na educação englobam, além das ferramentas
oferecidas pela Internet, um vasto campo de conhecimento que pode ser gerado pelos
Softwares aplicativos e educacionais, as calculadoras gráficas, multimídias, etc. O Software
educacional de matemática, através de seus recursos, conteúdos e da necessidade
pedagógica, pode proporcionar nas disciplinas de matemática, uma nova forma de
organização das informações e de prática dos conteúdos. Alguns exemplos de Softwares
apresentam-se no quadro abaixo:
QUADRO 1.1 EXEMPLOS DE SOFTWARES
Tipos de Softwares
Exemplos
Trigonométricos
Thales; Trigonometria
Cabri-Geometre II; Geogebra; Régua e
Compasso
Geométricos
Gráficos
Graphmatica; Grapher; Winplot
Recreativos
Tangram; Tess; Torre de Hanói
Algébricos
Determinante; Winmat
de Notação Matemática
de Estatística
Multidisciplinares
Math Type 6.7; Literal Math
Statistic; SPSS
Derive; Geogebra 3D Beta, Mathcad
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A orientação, elaboração e a aplicação de oficinas pedagógicas de matemática, bem
como a reflexão necessária quanto ao uso de diferentes recursos didático pedagógicos
proporciona instrumentalização prática e o aprofundamento de conteúdos matemáticos do
ensino fundamental e médio.
Essa articulação é fundamental no processo de produção do conhecimento, pois
permite estabelecer relações interdisciplinares por meio da utilização dos recursos
disponíveis, dos avanços da ciência e tecnologia, das novas formas de aprender com uso de
metodologias adequadas, inovadoras e criativas e, acompanhadas com a capacidade de
organização nas práticas pedagógicas é assim capaz de produzir o desenvolvimento de
atitudes de permanente autocrítica e de pesquisa, assumindo o compromisso com a
sociedade em melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem matemática.
Referências
BORBA, Marcelo de Carvalho; MALHEIROS, Ana Paula dos Santos; ZULATTO, Rúbia
Barcelos Amaral. Educação a distância online. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
BORBA, Marcelo de Carvalho; PENTEADO, Miriam Godoy. Informática e Educação
Matemática.Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
BLASIS, Eloisa de; BERTOCCHI, Sônia; MELO, Teresa. Internet na escola. Caderno
Capacitador.
São
Paulo,
2007.
Disponível
em:
http://www.educared.org/educa/img_conteudo/Caderno_capacitador_final.pdf Acessado
em: 29 mar 2011.
CARVALHO, Fábio Câmara Araújo de; IVANOFF, Gregorio Bittar. Tecnologias que
educam: ensinar e aprender com tecnologias da informação e comunicação. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2010.
NETTO, Alvim Antônio de Oliveira. Novas tecnologias & universidade. Da didática
tradicionalista à inteligência artificial: desafios e armadilhas. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.
PEREIRA, Alice T. Cybis. Ambientes virtuais de aprendizagem em diferentes
contextos. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2007.
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