ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO - LTDA. FACULDADE SETE DE SETEMBRO - FASETE CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO CARLA DA SILVA PAIZINHO ESTUDO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO SETOR TÊXTIL. Paulo Afonso – BA. Novembro/2012 CARLA DA SILVA PAIZINHO ESTUDO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO SETOR TÊXTIL. Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Administração, da Faculdade Sete de Setembro - FASETE, como requisito para obtenção parcial do título de Bacharel em Administração, sob a orientação da professora Msc. Cynthia Marise dos Santos Mattosinho. Paulo Afonso-BA. Novembro/2012 Dedico esse trabalho as pessoas que sempre estiveram ao meu lado, pelos caminhos da vida, me acompanhando, apoiando e principalmente acreditando em mim: Aos meus Pais, Carlos Vilarindo Paizinho & Rosimeire Maria da Silva Paizinho. Aos meus irmãos Antônio Carlos & Gabriel Paizinho. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a DEUS, que foi meu maior porto seguro. Pelo dom da vida, pelo seu amor infinito, sem ele nada sou. Com a ajuda dele eu tive forças para chegar ao final dessa jornada. Agradeço aos meus pais, Carlos Vilarindo Paizinho e Rozimeire Maria da Silva Paizinho, meus maiores exemplos. Obrigada por cada incentivo e orientação, pelas orações em meu favor, pela preocupação para que estivesse sempre andando pelo caminho correto. Obrigada mãe por me ajudar muitas vezes a achar soluções quando elas pareciam não aparecer. Aos meus irmãos, Gabriel Paizinho e Antonio Carlos Paizinho, por todo amor e carinho. Aos meus tios, tias em especial Roseni e Robejania, avós e primos que sempre estiveram presentes, ainda que à distância. Agradeço ao meu amor José Alan por toda paciência, compreensão, que em muitos finais de semana me proporcionou seu carinho e amor, fazendo eu até esquecer as minhas ansiedades e angústias, Você foi à pessoa que compartilhou comigo os momentos de tristezas e alegrias. Além deste trabalho, dedico todo meu amor a você. A minha amiga irmã Luiza Cecília de Brito, por toda a sua ajuda nesses anos de graduação, por nossa amizade, nossos trabalhos e nossas loucuras e que muitas vezes compartilhei momentos de tristezas, alegrias, angústias e ansiedade, mas que sempre esteve ao meu lado me apoiando e me ajudando. “Amiga obrigada pela paciência, pelo sorriso, pelo abraço, pela mão que sempre se estendia quando eu precisava. Esta caminhada não seria a mesma sem você”. Agradeço a Daniella Vilarindo de Melo, você é a prima que eu mais converso que eu mais confio. Obrigada simplesmente por participar comigo durante essa caminhada, me ajudando a construir os alicerces de um futuro que começa agora, após tantos anos dedicados. Você é um das grandes amigas que eu guardo. Obrigada por contribuir com tanto conhecimento, tantas palavras de força e ajuda. Em especial as minhas amigas Thaysa Alves e Vaniny que permanecem sempre comigo pessoas especiais em minha vida. Aos meus amigos Adson Oliveira, Júnior Carvalho e Horminio Lisboa, por todo apoio e incentivo. Amigos dentro e fora da Faculdade. A todos os meus amigos de turma e em especial Mara Lucia Torres, Jeyce Delgado e Gretche Lima. A minha orientadora Cyntha Mattosinho, por todo o conhecimento passado, pelas orientações e incentivo no desenvolvimento desse trabalho. A todos os professores da FASETE, que fizeram parte dessa jornada e pela oportunidade de adquirir conhecimentos e experiências em especial Paulo Araújo, Jacques, Renivaldo, Renata, Salomão e Leobson. Agradeço a Fábrica da Pedra pela disponibilidade para a realização desse estudo. E aos entrevistados, pela disposição em colaborar com esse trabalho para torná-lo concreto. As amigas de trabalho Flaviana e Nailma pelo companheirismo e amizade. “Sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar”. Hoje, vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito esforço, determinação, paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade para chegar até aqui, e nada disso eu conseguiria sozinha. Minha eterna gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado. Obrigada a todos que, mesmo não estando citados aqui, tanto contribuíram para a conclusão desta etapa e para a Administradora que sou hoje. Meus Sinceros Agradecimentos! “Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disselhe: Não tenho medo de vivê-la”. Augusto Cury "Obstáculo é aquilo que você enxerga, quando tira os olhos do seu objetivo." Autor: Henry Ford PAIZINHO, Carla da Silva. ESTUDO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO SETOR TÊXTIL. 2012. 79 f. Curso de Bacharelado em Administração. Faculdade Sete de Setembro – FASETE. Paulo Afonso – BA. RESUMO O uso da metodologia da produção mais limpa possibilita diversas vantagens para a indústria através da identificação e redução de resíduos na fonte. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi analisar a possibilidade da implantação da Produção Mais Limpa na indústria Têxtil. Como também, verificar a possibilidade da aplicação dessa metodologia na Indústria Têxtil estudada. Para obter essa analise, uma pesquisa de campo quantitativa e qualitativa foi realizada, através de entrevistas por meio de questionários com os responsáveis pelos setores de fiação, tecelagem, beneficiamento, revisão ao tecido cru e acabado, confecção, compras, meio ambiente, gerencia industrial e diretoria, somando assim 10 colaboradores. Os resultados alcançados com base na analise dos dados da empresa pesquisada, confirmaram que é possível à aplicação da metodologia de Produção mais Limpa, pois a empresa necessita de uma ferramenta que gerencie os resíduos que a mesma gera e que ajude a minimiza-los, como também foi identificado que a indústria possui colaboradores motivados e qualificados para estar à frente de um programa de Produção mais Limpa e ainda foram sugeridas algumas ações de P+L, como instalações de indicadores de desempenho ambiental para medir o consumo de água e energia, troca das telhar normais dos galpões por telhas translucida que diminui o consumo de energia durante o dia, a criação de políticas ambientais no setor de compras e a reutilização ou reciclagem na própria empresa das aparas que são desperdiçadas durante o processo de confecção. Conclui-se que a metodologia de Produção Mais Limpa visa à gestão adequada dos resíduos e que traz inúmeras vantagens para a indústria já que diminuir a geração de resíduos significa menos desperdício para a mesma. Palavras – Chaves: Produção Mais Limpa, Desenvolvimento Sustentável, Indústria Têxtil. PAIZINHO, Carla da Silva. STUDY OF APPLICATION OF THE METHODOLOGY OF CLEANER PRODUCTION IN TEXTILE SECTOR. 2012. 79 f. Course Bachelor of Directors college Sete de Setembro – FASETE. Paulo Afonso – BA. ABSTRACT Using the methodology of Cleaner Production provides several advantages to the industry through identifying and reducing waste at the source. Accordingly, the objective of this study is to analyze the possibility of implementing the Cleaner Production in Textile Industry. As also, verify the possibility of applying this methodology studied in Textile Industry. For this analysis, a field study was conducted quantitative and qualitative, through interviews using questionnaires with the responsible by sectors for wiring, weaving, review of cloth raw and finished, beneficiation, making, shopping, environment, management industrial and board, totaling 10 employees. The results achieved based in the analysis of data the company researched confirm that it is possible to apply the methodology of Cleaner Production, therefore, the company needs a tool that manages the waste it generates and to help minimize them, as also, was identified that the industry has employees motivated and qualified to be ahead of a Cleaner Production program and yet were suggested some actions for PML, as indicators of performance environmental to measure the consumption of water and energy, the exchange of tiles normal sheds for translucent tiles that reduces the energy consumption during the day, creating environmental policies in purchasing and the reuse or recycling in the company of the chips that are wasted during the process of making. It is concluded that the methodology of Cleaner Production seeks to management appropriate waste and that brings numerous advantages for the industry since reducing waste generation means less waste for the same. Keywords: Cleaner production, Sustainable Development, Textile Industry LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Estratégias da Produção Mais Limpa ..................................................... 31 Figura 02 - Etapas para Implantação da Produção Mais Limpa ............................... 33 Figura 03 – Organograma da Fábrica da Pedra ....................................................... 53 Figura 04 – Fluxograma do Processo de Produção da Fábrica da Pedra. ............... 55 Figura 05 – Central de Resíduos Sólidos ................................................................. 56 Figura 06 – Tanques de tratamento da água............................................................ 59 Figura 07 – Tecidos que apresentaram defeito durante o processo ......................... 61 Figura 08- Etiqueta de fardo de resíduo e separação de resíduos por fardos. ......... 61 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Enfoque do Controle de Poluição de da Produção Mais Limpa ............. 30 Quadro 2. Setor Têxtil no Brasil................................................................................ 38 Quadro 3. Pontos de Geração de Poluentes nas Indústrias Têxteis.........................39 Quadro 4: Oportunidades de Melhoria ..................................................................... 42 Quadro 5: Resultados .............................................................................................. 43 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Supervisores e Setores entrevistados..................................................... 48 Tabela 02 – Ações de Produção Mais Limpa............................................................ 66 LISTA DE GRÁFICOS Grafico- 01 Grau de satisfação em relação aos colaboradores motivados para desenvolver projetos de melhoria dentro da empresa ............................................... 62 Gráfico- 02 Classificação quanto ao grau de aceitação por parte dos colaboradores caso seja proposto um projeto de melhoria na área ambiental ................................. 63 Gráfico- 03 Quanto ao grau de aceitação por parte da Diretoria para uma possível implantação da metodologia de P+L ......................................................................... 64 Sumário 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16 1.1 Considerações Iniciais......................................................................................... 16 1.2 Definição do problema ........................................................................................ 18 1.3 Justificativa .......................................................................................................... 19 1.4 Objetivos ............................................................................................................. 20 1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 20 1.4.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 20 1.5 Estrutura do Trabalho .......................................................................................... 20 2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 23 2.1 Desenvolvimento Sustentável ............................................................................. 23 2.2 Gestão Ambiental ................................................................................................ 25 2.4 Produção mais Limpa .......................................................................................... 28 2.2.1 Benefícios da Produção Mais Limpa ................................................................ 32 2.2.2 Etapas para a implantação ............................................................................... 33 2.4 Setor Têxtil .......................................................................................................... 37 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 45 3.1 Método Científico ................................................................................................ 45 3.2 Delineamento da Pesquisa.................................................................................. 46 3.3 Universo e Amostra ............................................................................................. 47 3.4 Instrumento de Coleta de Dados ......................................................................... 48 3.5 Análise e Tratamento dos dados ......................................................................... 49 4. Apresentação e Analise dos Resultados .......................................................... 52 4.1 Análise da Indústria têxtil estudada ..................................................................... 52 4.1.1 Fábrica da Pedra S/A Fios, Tecidos e Confecções .......................................... 52 4.1.2 Analise dos dados obtidos por meio da aplicação dos questionários ............... 58 4.1.2.1 Analise dos aspectos relacionados ao gerenciamento ambiental ................. 58 4.1.2.2 Análise dos aspectos de redução de resíduos e emissão na fonte ............... 60 4.1.2.3 Analise dos aspectos da gestão e minimização de resíduos ........................ 60 4.1.2.4 Análise do grau de aceitação da Diretoria e motivação, qualificação, aceitação e comprometimento dos colaboradores .................................................... 62 4.2 Conclusão da Análise dos Resultados ................................................................ 64 5. Conclusão ............................................................................................................ 68 5.1 Considerações Finais .......................................................................................... 68 5.2 Limitações do Estudo .......................................................................................... 69 5.3 Sugestões para Pesquisas Futuras ..................................................................... 70 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71 APÊNDICE ................................................................................................................ 74 Capítulo I Introdução Capítulo I – Introdução 16 1. INTRODUÇÃO Este trabalho teve como objetivo analisar a possibilidade da produção mais limpa dentro do processo de produção da Fábrica da Pedra, visando assim à gestão adequada dos resíduos gerados por esse processo e quais barreiras existentes para essa implantação. Neste capítulo, estão expostas as considerações iniciais a respeito da pesquisa, a definição do problema, bem como os seus objetivos e a justificativa. 1.1 Considerações Iniciais Devido ao aumento acelerado da Produção Industrial, torna-se necessário o uso de ferramentas de gestão ambiental que gerencie o uso de práticas e métodos administrativos que reduz ao máximo o impacto ambiental das atividades econômicas nos recursos da natureza. Espindola et.al (2011) relata que em toda e qualquer atividade humana, independente do segmento econômico, seja ela industrial, mineral, agropecuária, urbana ou agroindustrial gera resíduos que uma vez inadequadamente dispostos, promovem agressões, muitas vezes irreparáveis ao meio ambiente. Portanto, identificar o objeto causador do problema e a sua etapa constituinte, requer um estudo aprofundado do processo. Chehebe1 (1997 apud Camara, 2010, p. 10) complementa que: Uma das principais causas dos problemas ambientais é parcialmente atribuída à complexidade dos processos industriais. Qualquer produto provoca um impacto no meio ambiente, seja em função de seu processo produtivo, das matérias primas que se consome, ou devido ao seu uso ou disposição final. De acordo com Cogo (2011) as indústrias Têxteis geram diversos tipos de resíduos sólidos, os principais são as embalagens e cones plásticos, óleo de lubrificação, resíduos de variação, fibras não processadas entre outros. 1 CHEHEBE, J.R. analise do ciclo de vida de produtos; ferramenta gerencial da ISO 14000. Rio de janeiro qualitymark., CNI, 1997 Capítulo I – Introdução 17 Ferreira et. al (2009) complementa que os processos têxteis são longos e complexos, que usam produtos químicos e por isso se tornam potencialmente poluidores. Assim se os efluentes gerados não forem devidamente tratados, causam grande impacto ao meio natural. Com isso, nota-se que grande parte dos problemas ambientais são ocasionados pelas indústrias, porem a grande tarefa é a de sensibilizar os gestores a implantar ferramentas de gestão ambiental que visem à minimização da geração desses resíduos e uma melhor gestão do uso dos recursos naturais. Dessa forma, a necessidade de aplicação adequada fez com que surgisse a Produção mais Limpa (P+L). Mello (2002) relata que em 1991, a United Nations Industrial Developmente Organization (UNIDO) e a United Nations Environmental Program (UNEP) iniciaram o Projeto Ecoprofit (Ecological Project For Integrated Environmental Technologies). Nesse projeto, foram citados Centros Nacionais de Produção Limpa, com o objetivo de desenvolver a produção mais limpa (P+L) como uma forma de reduzir ou até eliminar resíduos e prevenir a poluição em países em desenvolvimento como o Brasil. O desenvolvimento da produção mais limpa está baseado fortemente na racionalidade econômica, com o intuito de apresentar soluções para os problemas gerados na indústria, auxiliando as empresas a produzirem de modo ambientalmente correto, visando à redução do consumo de recursos e dos impactos na natureza. Desse modo, este trabalho fez um levantamento dos impactos causados ao meio ambiente pelo setor têxtil de acordo com os insumos utilizados em seu processo de produção, referentes a poluição da água, do ar, e solo, o calor e energia, sendo o algodão a principal matéria-prima. Tendo como objetivo geral analisar a possibilidade de se aplicar a produção mais limpa na Industria Têxtil ( Fábrica da Pedra S/A – Fiação e Tecelagem ) localizada em Delmiro Gouveia – AL e demonstrar formas de reduzir e até excluir os efeitos nocivos provocados ao meio ambiente pelo processo de produção. Capítulo I – Introdução 18 1.2 Definição do problema A indústria têxtil é segunda maior poluente devido a sua superprodução de dejetos químicos, os quais poluem o meio ambiente e diminuem a qualidade de vida das populações. A preocupação com os problemas ambientais causados por esta, levou vários órgãos e segmentos a questionar e procurar soluções para amenizá-lo. (ALTAFIM E SOUZA, 2012) Segundo Cogo (2011) o setor têxtil requer uma grande quantidade de água nos seus processos, consumindo em torno de 15% de toda a água industrial brasileira e é devolvida ao meio ambiente altamente contaminada, o processo de produção gera uma serie de outros resíduos sólidos que podem ter características perigosas ao meio ambiente. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2009), pela Norma Brasileira (NBR)10.004/2004. Os resíduos têxteis são classificados da seguinte forma: resíduos sólidos: classe II A – não inertes, que podem apresentar propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Resíduos sólidos de classe I – perigoso, que são aqueles que apresentam riscos à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento da mortalidade ou da incidência de doenças e/ou riscos ao meio ambiente, ainda mais quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada. Estes resíduos podem apresentar uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Os resíduos têxteis podem ser reutilizados ou reciclados quase que em sua totalidade, desde que não sofram contaminações durante o processo fabril. Diante disso surge a necessidade de ferramentas que gerenciem de forma adequada o processo de produção, para que a geração desses resíduos durante esse processo sejam minimizados ou até mesmo eliminados. Foi abordada a Produção mais Limpa como uma ferramenta de Gestão ambiental que visa à eliminação da geração de resíduos na fonte tendo este estudo os seguintes questionamentos: Capítulo I – Introdução 19 1. A Produção mais limpa pode ser aplicada na Fábrica da Pedra S/A para assim gerar redução de emissão de resíduos? 2. Existem procedimentos/ações que visem à gestão adequada dos resíduos? 3. Quais as barreiras para essa possível implantação? 4. Quais os benefícios da Produção mais limpa no setor industrial sobre tudo no setor têxtil. 1.3 Justificativa Observa-se que alguns impactos ambientais devem ser gerenciados com atenção especial por serem inerente ao processo de produção de uma indústria. Sendo assim este trabalho propõe-se no estudo das ferramentas de gestão ambiental que tem o intuito de gerenciar tais impactos. Para (Santos, 2011, p.2) “o processo de produção de uma indústria têxtil é composto de várias etapas as quais podem ser causadoras de degradação ambiental caso não sejam tomados os cuidados necessários.” Dentro desse contexto percebe-se que é fundamental para uma indústria têxtil conhecer seu processo de produção e os impactos que esse vem a provocar ao meio ambiente, sendo assim, é de grande importância que essas indústrias busquem ferramentas que possam ajudar a gerenciar de forma correta esse processo a fim de minimizar ou até mesmo eliminar tais impactos. Santos et. al (2008) afirma que através da Produção mais limpa é possível observar a maneira como um processo de produção está sendo realizado e detectar em quais etapas deste processo as matérias-primas estão sendo desperdiçadas, o que permite melhorar o seu aproveitamento e diminuir ou impedir a geração do resíduo. Com isso essa ferramenta melhora o aproveitamento das matérias-primas e ajuda a impedir a geração de resíduos que são causadores da degradação. Foi feito um estudo na Fábrica da Pedra, localizada na cidade de Delmiro GouveiaAL. O processo de produção dessa industria vai desde a fiação, até o tecido pronto, esse processo utiliza vários insumos como água, energia, algodão entre outros que Capítulo I – Introdução 20 quando não são utilizados da melhor forma podem gerar desperdício e consequentemente causar danos ao meio ambiente. 1.4 Objetivos Para responder as questões aqui apresentadas foram traçados objetivos, os quais estão divididos em: objetivo geral e os específicos. 1.4.1 Objetivo Geral Analisar a possibilidade para a implantação da Produção Mais Limpa na Fábrica da Pedra S/A. 1.4.2 Objetivos Específicos Para alcançar o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos foram traçados: 1. Mapear os processos de produção industrial; 2. Identificar as ações e políticas em relação ao gerenciamento ambiental desenvolvidas pela organização e; 3. Identificar as etapas para a aplicação da Produção mais limpa e a possibilidade de implantação desta metodologia na Fabrica da Pedra S/A. 1.5 Estrutura do Trabalho Para melhor compreensão desta pesquisa, a monografia foi dividida em cinco capítulos. São Eles: Capitulo 1: Refere-se às considerações iniciais, onde são apresentados a introdução ao assunto do tema escolhido, a definição do problema de pesquisa, os objetivos geral e os específicos a justificativa e a estrutura de trabalho. Capitulo 2: Traz a fundamentação teórica, tratando do Desenvolvimento Sustentável, onde são definidos alguns conceitos e a importância das empresas adotarem seus princípios, também apresenta uma revisão bibliográfica sobre a Capítulo I – Introdução 21 Gestão ambiental e em seguida aborda a Produção mais limpa, seus conceitos, benefícios e as etapas para sua implantação. Capitulo 3: Apresenta os procedimentos metodológicos para a realização desta pesquisa. Capitulo 4: Trata-se da apresentação da análise dos resultados e interpretação dos dados colhidos através dos instrumentos de coleta de dados aplicados na pesquisa de campo. Capitulo 5: Apresentam-se as considerações finais, as conclusões do estudo, as limitações do estudo e as sugestões para as pesquisas futuras. Capítulo II Referencial Teórico Capítulo II – Referencial Teórico 23 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Desenvolvimento Sustentável Devido a diversos fatores que ameaçam o planeta, como o uso excessivo dos recursos naturais, destruição do meio ambiente e a poluição, surgiu à necessidade do desenvolvimento de tecnologias capazes de conservar os recursos naturais e que ajudem a minimizar tais problemas. No início da década de 1970, a partir do discurso dos movimentos ambientalistas e dos debates referente ao ecodesenvolvimento deu-se inicio ao conceito de desenvolvimento sustentável. (CASTRO E OLIVEIRA, 2012). Segundo Giansanti (1999) a idéia do desenvolvimento sustentável foi introduzida, no século XIX, pelo engenheiro florestal norte-americano, Gifford Pinchot, o primeiro chefe do serviço de floresta do país e um dos primeiros a se rebater a ótica daquela época que visava o “desenvolvimento a qualquer custo” sempre defendo a conservação dos recursos naturais. Contudo, depois de mais uma década de discursões sobre problemas ambientais o termo “desenvolvimento sustentável” ganha o reconhecimento através de estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta para a humanidade perante o conflito social e ambiental pela qual o mundo passava a partir da segunda metade do século XX. Na Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), também conhecida como Comissão de Brundtland, presidida pela norueguesa Gro Haalen Brundtland, no processo preparatório a Conferência das Nações Unidas – também conhecida como “Rio 92”. Foi desenvolvido um relatório que ficou conhecido como “Nosso Futuro Comum”. Tal relatório contém informações colhidas pela comissão ao longo de três anos de pesquisa e análise, ressaltando as questões sociais, principalmente no que se refere ao uso da terra, sua ocupação, suprimento de água, abrigo e serviços sociais, educativos e sanitários, além de administração do crescimento urbano. O relatório afirma que: “o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as Capítulo II – Referencial Teórico 24 possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (BARBOSA, 2008). Percebe-se que o desenvolvimento Sustentável tem o objetivo de satisfazer as necessidades dos seres humanos, tendo por base princípios que visam um melhor gerenciamento das questões ambientais e que propõe um ambiente ecologicamente correto e socialmente justo para todos. Desenvolvimento sustentável é uma estratégia de desenvolvimento que administra todos os ativos, os recursos naturais e os recursos humanos assim como os ativos financeiros e físicos de forma compatível com o crescimento da riqueza e do bem-estar em longo prazo. O desenvolvimento sustentável, como um ideal, rejeita políticas e práticas que dêem suporte aos padrões de vida correntes à custa da deterioração da base produtiva, inclusive a de recursos naturais, e que diminuam as possibilidades de sobrevivência das gerações futuras. (REPETTO2, apud MAROUELLI, 2003, p.2). A sustentabilidade tem como finalidade descobrir meios de emprego dos recursos existentes de forma mais coesiva, de maneira econômica, eficaz e ecologicamente viável. Segundo Corrêa (2009, p.27) percebeu- se que, apesar de toda ciência disponível, não se poderia usar esses recursos sem o devido cuidado, pois a utilização sem critérios que possibilitem a preservação do meio ambiente levaria à escassez e à suposta extinção desses. E de acordo com Castro e Oliveira (2012, p.4) “no Brasil, grande parte dos consumidores apresenta um padrão de consumo dispendioso em relação aos países ricos. O motivo justifica-se que muitos consomem pouco e para garantir a sobrevivência, os hábitos de consumo adotados são insustentáveis.” É necessário que a forma de consumo tanto dos seres humanos e das empresas se adaptem a esse novo modelo de desenvolvimento. A agenda 21 3 menciona três 2 REPETTO, R. World enough and time. New Haven: Yale University Press,1986. Agenda 21 é o principal documento da Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano) refere-se às preocupações o futuro. Fonte: Secretaria do Meio 3 Capítulo II – Referencial Teórico 25 aspectos fundamentais para essa mudança: do exame dos padrões insustentáveis de produção e consumo; o desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais de estimula a mudança nos padrões insustentáveis de consumo; e estratégias para estimular o uso mais eficiente da energia e dos recursos. Agenda 21 2006 (apud Oliveira et.al 2009, p.4) No mundo inteiro, os empresários mais conscientes estão comprovando, com ações e resultados, que investir em sustentabilidade representa um excelente negócio, além de ser eticamente correto. [...] Alguns avanços são notáveis. A presença cada vez maior de ferramentas, como Selo Verde e ISO 14000, para assegurar a proteção dos seres humanos e a conservação do meio ambiente nas empresas é um deles. (INSTITUTO ETHOS4 apud OLIVEIRA, 2006, p.8) As empresas estão adaptando-se a esse novo modo de desenvolvimento, pois, além de mostrar ser uma empresa ecologicamente correta que tem um compromisso com o meio ambiente, mostra também o respeito com seus colaboradores e das futuras gerações, tornando-se assim uma empresa socialmente responsável. Almeida (2002) relata que um dos principais motivos que levam as empresas a adotar os princípios do desenvolvimento sustentável é a necessidade de sobrevivência, isto é, quando elas enxergam a ecoficiência e percebem que podem produzir mais melhorando a qualidade, diminuindo os riscos ambientais, e ainda melhorando o processo interno. Diante da importância de se apresentar um desenvolvimento sustentável são desenvolvidos diversos processos que tem como finalidade a gestão adequada do uso dos recursos, o tratamento e a melhor disposição dos poluentes, bem como ferramentas que gerencie o processo de produção das indústrias que ajudem a minimizar os problemas que estes causam ao meio ambiente. 2.2 Gestão Ambiental Ambiente e Recursos Hídricos. http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=24 4 INSTITUTO ETHOS, Conceito de Sustentabilidade nasceu nos anos 80, 2004, disponível em: http://www.ethos.org.br/ Capítulo II – Referencial Teórico 26 A gestão ambiental surge da necessidade de gerenciar e administrar de forma racional a utilização dos recursos naturais. Preocupa-se com a qualidade e preservação dos recursos visando ganhos tanto para o meio ambiente quanto para as empresas. Segundo Kraemer (2004), gestão ambiental é um aspecto funcional da gestão de uma empresa que desenvolve e implanta políticas ambientais. É o conjunto de diretrizes e atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras atividades realizadas com a finalidade de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas. A percepção que existia entre muitos empresários, até poucos anos atrás, de que a adoção de uma gestão ambiental eficiente colidia com a manutenção de percentuais de lucros competitivos foi aos poucos sendo ultrapassada, pois a utilização de tecnologias ambientalmente menos impactante têm um potencial importante, tanto na contribuição para a melhoria ambiental do planeta, como na redução de custos, estes por meio de uma eficiente racionalização dos processos de produção, particularmente no melhoramento no uso dos insumos e na diminuição do desperdício de materiais. (SEVERO E OLEA, 2009, p.3). O desempenho ambiental satisfatório tem sido buscado por um número cada vez maior de empresas preocupadas com o gerenciamento dos assuntos pertinentes ao meio ambiente. Por meio de sistemas de gestão ambiental as organizações empresariais investem em ações para um desenvolvimento sustentável, estudos sobre ciclo de vida dos produtos e processos, geração, controle e tratamento de resíduos, consumo de recursos naturais e a questão do passivo ambiental. (KRAEMER, 2004) Viterbo5, (apud Lange e Schenini, 2007, p.3) afirma que “Gestão ambiental, é a forma como uma organização administra as relações entre suas atividades e o meio ambiente que as abriga, observadas as expectativas das partes interessadas”. A Gestão Ambiental coordena as atividades do ser humano para que elas gerem o menor impacto possível ao meio ambiente, um gerenciamento que visa usar as 5 VITERBO JÚNIOR, Ênio. Sistema Integrado de Gestão Ambiental. São Paulo: Aquariana,1998. Capítulo II – Referencial Teórico 27 ferramentas existentes da melhor forma possível, isso vai desde a encolha das melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros. A gestão ambiental pode ser entendida como a forma sábia e racional de uso dos recursos naturais, onde o ideal seria retirar da natureza apenas o que pode ser reposto. Os materiais que foram retirados não devem retornar à natureza em forma de resíduos, mas serem reciclados e voltarem como bens de consumo. Quando isto não é possível, deve-se no mínimo, recuperar o ambiente degradado e reduzir os impactos ambientais causados pela industrialização de produtos. (LANGE E SCHENINI, 2007, p.4). A Gestão Ambiental organiza e gerencia a forma como as empresas utilizam os recursos naturais para que estes sejam utilizados de forma correta, e da melhor forma possível para diminuir os danos ao meio ambiente. Exerce também o papel de gerenciar a contaminação de poluentes como resíduos entre outros poluentes gerados por processos que são causadores de degradação ambiental. Diante disso o consumidor tende então a selecionar melhor os produtos, baseandose na imagem que a empresa transmite. A partir daí, surgi certificações, tais como as da ISO 14.000, que comprovam que a empresa cumpre com suas atividades com base nos princípios da Gestão Ambiental. Concluí-se então que gestão ambiental é uma ferramenta que surge por consequência da evolução do pensamento do homem em relação à necessidade da melhor utilização dos recursos naturais. (BRUNS, 2012) Surgem ferramentas que auxiliam o melhor gerenciamento ambiental, as quais são chamadas de tecnologias limpas, entre elas as tecnologias fim - de - tubo e a Produção Mais Limpa, essa primeira segundo Macedo et. al (2010) transformam os resíduos ou seja espera que os resíduos sejam gerados para posteriormente tratálos, já a Produção Mais Limpa surge com o intuito de principalmente identificar opções para a não geração desses resíduos. Capítulo II – Referencial Teórico 28 2.4 Produção mais Limpa Como ferramenta de Prevenção da Poluição, a Produção Mais Limpa e um modelo de gestão ambiental que tem como finalidade contribuir com as necessidades ambientais e promover o desenvolvimento sustentável. O termo Produção Mais Limpa foi definida pelo UNEP em 1990 como: "A aplicação continuada de uma estratégia ambiental integrada aos processos, produtos e serviços para aumentar a eficiência e reduzir os riscos para os seres humanos e o ambiente". A Produção Mais Limpa P+L como estratégia de Gestão Ambiental, é indicada como uma ferramenta que possibilita o funcionamento da empresa de modo social e ambientalmente responsável, ocasionando também influência em melhorias econômicas e tecnológicas. A PmaisL na Gestão Ambiental é aplicada como ferramenta de prevenção.(SICSÚ e SILVA FILHO, 2003). Rensi e Schenini (2006) complementam que a Produção Mais Limpa, surgiu como um programa que visa prevenir a poluição, esse programa foi criado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A produção mais limpa significa “a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados em um processo produtivo”. Esta abordagem induz inovação nas empresas, dando um passo em direção ao desenvolvimento econômico sustentado e competitivo, não apenas para elas, mas para toda a região que abrangem (CNTL, 2012). A Produção Mais Limpa trabalha com melhorias continuas no processo de produção de uma empresa usando uma metodologia que visa trazer benefícios tanto para o meio ambiente quando para a economia da empresa baseado na redução dos impactos ambientais e a melhor utilização dos resíduos durante o processo de produção, trabalhando assim para um baixo investimento e reduzindo custos para a empresa. Capítulo II – Referencial Teórico 29 O guia de Produção mais limpa afirma que de principio o intuito da metodologia de Produção mais Limpa (P+L) é eliminar a poluição durante o processo de produção e não no final, por que os resíduos que são desperdiçados durante o processo de produção são pagos a preço de matéria prima e consumiram insumos como água e energia. Uma vez gerados, continuam a consumir dinheiro, seja sob a forma de gastos de tratamento ou armazenamento. CNTL (2003) relata que a tecnologia tradicional de controle de poluição questiona “o que se pode fazer com os resíduos e as emissões existentes?”, Já a Produção mais Limpa questiona “de onde vêm nossos resíduos e emissões? Por que no final se transformaram em resíduos?” Segundo Silva e Medeiros (2006, p.412): Enquanto as técnicas de “fim-de-tubo” representam ações remediativas, que esperam que estes resíduos sejam gerados para, posteriormente, tratá-los, a P + L é uma ação preventiva, que visa evitar ou diminuir a formação do resíduo durante o processo produtivo. Quando uma organização adota os princípios da P + L, está tentando buscar tecnologias que substituam os tratamentos convencionais de “fim-de-tubo” por modificações no processo produtivo focadas na prevenção e controle de poluição na fonte. Percebe-se então que a principal diferença entre as duas técnicas é que a Produção Mais Limpa tenta atingir a raiz do problema enquanto a fim-de-tubo trata esse problema depois de gerado. No quadro 01 será apresentado a diferença entre as duas tecnologias. Capítulo II – Referencial Teórico 30 Quadro 1 – Enfoque do Controle de Poluição de da Produção Mais Limpa Fonte: GREENPEACE6 (2005 apud OLIVEIRA 2006, p.15) De acordo com o CNTL (2012) São utilizadas várias estratégias visando à produção mais limpa e a minimização de resíduos, conforme apresentado na figura 01. 6 GREENPEACE: banco de dados. Disponível em http://www.greenpeace.org.br Capítulo II – Referencial Teórico 31 Figura 01 - Estratégias da Produção Mais Limpa Fonte: CNTL (2012) A prioridade da metodologia de produção mais limpa é evitar a geração e emissão de resíduos esse é o nível 1 e está no topo do fluxograma à esquerda. Durante um processo de produção existem resíduos que não podem ser evitados e devem preferencialmente ser integrados ao processo de produção da empresa é o nível 2. Na sua impossibilidade, medidas de reciclagem fora da empresa podem ser utilizadas pode-se observar no fluxograma a direita e é o nível 3. (CNTL, 2012) A produção mais limpa procura um meio que visa incluir uma forma sustentável dentro do processo de produção de uma empresa, para que esse gere menos insumo possível, isso por que utiliza de forma adequada os materiais como energia, água, entre outros que fazem parte do processo. Promovendo assim um processo de mudança dentro da empresa sabendo que o desperdício e a emissão de insumos não só degrada o meio ambiente mais também compromete a segurança dos seus colaboradores e gera riscos para a saúde dos mesmos, isso reflete melhorando a imagem da empresa para todos os seus colaboradores e também para o cliente final. Capítulo II – Referencial Teórico 32 2.2.1 Benefícios da Produção Mais Limpa CNTL (2003) afirma que implantação de um Programa de Produção mais Limpa permite que a empresa conheça melhor o seu processo de produção através de um acompanhamento constante para manutenção e desenvolvimento de um sistema eco-eficiente de produção com a geração de indicadores ambientais e de processo. Este acompanhamento permitirá à empresa identificar necessidades de pesquisa aplicada, informação tecnológica e programas de capacitação. Além disso, o Programa de Produção mais Limpa irá integrar-se aos Sistemas de Qualidade, Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde Ocupacional, proporcionando o completo entendimento do sistema de gerenciamento da empresa. E ainda complementa que quando aplicada a metodologia de produção mais Limpa traz benefícios ambientais econômicos que resultam na eficiência global do processo produtivo, através de: Eliminação dos desperdícios; Minimização ou eliminação de matérias-primas e outros insumos causadores de degradação ambiental; Redução dos resíduos e emissões; Redução dos custos de gerenciamento dos resíduos; Minimização dos passivos ambientais; Instrumento na saúde e segurança no trabalho. E ainda Contribui para: Melhor imagem da empresa; Aumento da produtividade; Conscientização ambiental dos funcionários; Redução de gastos com multa e outras penalidades. Capítulo II – Referencial Teórico 33 2.2.2 Etapas para a implantação O Guia desenvolvido pela CNTL (2003) define alguns passos para implantação de um Programa de Produção mais Limpa: O Primeiro passo é a pré-sensibilização dos empresários e gerentes, através de uma visita técnica mostrando os casos de sucesso depois da aplicação dessa metodologia, ressaltando seus benefícios econômicos e ambientais e ressaltando a necessidade de comprometimento gerencial da empresa, e de seus colaboradores sem o qual não é possível desenvolver o Programa de Produção mais Limpa. Figura 02.- Etapas para Implantação da Produção Mais Limpa Fonte: CNTL (2003) Capítulo II – Referencial Teórico 34 Etapa 1: Planejamento e Organização 1. Comprometimento da Gerencia que é fundamental para garantir o sucesso do programa; 2. Identificar as barreiras que serão encontradas durante o desenvolvimento do programa e buscar soluções adequadas para supera-las; 3. Definir em conjunto com a empresa a abrangência do programa se será em toda a empresa ou em um setor especifico que esteja mais crítico. 4. Formação de uma equipe de profissionais da empresa que tem como objetivo conduzir o programa de Produção Mais Limpa que é chamado de ecotime. Etapa 2: Pré-avaliação e Diagnóstico 1. Estudar o Fluxograma do processo: permitindo assim a visualização e a definição do fluxo qualitativo de matéria-prima, água energia no processo produtivo, visualização da geração de resíduos durante o processo, agindo dessa forma como uma ferramenta para obtenção de dados necessários para a formação de estratégias de minimização da geração desses resíduos, efluentes e emissões. 2. Diagnóstico ambiental e de processo: Logo após o estudo do fluxograma o ecotime fará o levantamento dos dados quantitativos de produção e ambientais existentes, utilizando fonte disponível como, por exemplo, estimativa do setor de compras entre outros, qualificação de entradas como matérias-primas, água e energia, mas sem detalhar por etapa do fluxograma, e qualificação de saídas como resíduos, efluentes, emissões, subprodutos e produtos, dados da situação ambiental da empresa e dados referentes à estocagem, armazenamento e acondicionamento; 3. Seleção do foco de avaliação: tendo as informações do diagnóstico ambiental e da planilha dos principais aspectos ambientais é selecionado entre todas as Capítulo II – Referencial Teórico 35 atividades e operações da empresa o foco de trabalho. Estas informações são analisadas considerando os regulamentos legais, a quantidade de resíduos gerados, a toxicidade dos resíduos, e os custos envolvidos. Etapa 3: Avaliação de PmaisL 1. Análise quantitativa de entradas e saídas e estabelecimento de Indicadores: Esta fase inicia com o levantamento dos dados quantitativos mais detalhados nas etapas do processo priorizadas durante a atividade de Seleção do Foco da Avaliação. Os itens avaliados são os mesmos da atividade de Realização do Diagnóstico Ambiental e de Processo, o que possibilita a comparação qualitativa entre os dados existentes antes da implementação do Programa de Produção mais Limpa e aqueles levantados pelo Programa: 2. Identificação das causas da geração de resíduos: Com os dados levantados no balanço material (quantificação) são avaliadas pelo Ecotime as causas de geração dos resíduos na empresa. Os principais fatores na origem dos resíduos. 3. Identificação das opções de Produção mais Limpa: Com base nas causas de geração de resíduos já descritos, são possíveis modificações em vários níveis de atuação e aplicações de estratégias visando ações de Produção mais Limpa Etapa 4: Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental 1. Avaliação técnica, ambiental e econômica:A primeira atividade da Etapa 4 é a avaliação técnica, ambiental e econômica das opções de Produção mais Limpa levantadas, sempre visando o aproveitamento eficiente das matériasprimas, água, energia e outros insumos através da não geração, minimização, reciclagem interna e externa, conforme visto anteriormente; 2. Seleção de oportunidades viáveis: Os resultados encontrados durante a atividade de avaliação técnica, ambiental e econômica possibilitarão a Capítulo II – Referencial Teórico 36 seleção das medidas viáveis de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ecotime. Etapa 5: Implementação de Opções e Plano de Continuidade 1. Plano de implementação e monitoramento: Após a seleção das opções de Produção mais Limpa viáveis será traçada a estratégia para implementação das mesmas. Nesta etapa é importante considerar as especificações técnicas detalhadas, o plano adequando para reduzir tempo de instalação, quando devem acontecer as atividades determinadas entre outros; 2. Plano de continuidade: Após a aplicação das etapas e atividades descritas acima, o Programa de Produção mais Limpa pode ser considerado como implementado. Neste momento é importante não somente avaliar os resultados obtidos, mas, sobretudo, criar condições para que o Programa tenha sua continuidade assegurada através da aplicação da metodologia de trabalho e da criação de ferramentas que possibilitem a manutenção da cultura estabelecida, bem como sua evolução em conjunto com as atividades futuras da empresa. A produção mais limpa tem o objetivo de tornar o processo de produção mais eficiente e produtivo em todos os aspectos, pois tem como finalidade gerar mais produtos e menos resíduos, seguindo todos os passos para implantação da P+L é possível identificar a causa da geração dos resíduos para então traçar estratégias para evita-las, com isso é possível chegar a um desenvolvimento sustentável, trazendo ganho para os colaboradores e meio ambiente e como consequência ainda gera ganhos econômicos para a indústria. Pinto e Leão (2011) afirma que torna-se cada vez mais necessário a aplicação de metodologias limpas nos processos industrias. O setor têxtil destaca-se no cenário ambiental pelo grande volume de efluentes, com alta carga poluidora, gerado em suas plantas produtivas. Tendo como principal impacto do setor o consumo de água. Capítulo II – Referencial Teórico 37 2.4 Setor Têxtil A Indústria Têxtil representa um importante setor da economia brasileira e mundial, mostrando estudos relevantes de crescimentos nos últimos anos. Segundo Netto (2009, p. 4) o Setor Têxtil Brasileiro investe uma média de US$ 1 bilhão por ano para manter seus parques sempre atualizados, com tecnologia de ponta, respeitando as leis ambientais e investindo em profissionais capacitados. De acordo com a ABIT 2012 (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções) Nos últimos anos, o Setor Têxtil vem crescendo bastante por meio de um grande investimento em tecnologia, especialmente nas áreas de informação e comunicação, como também no desenvolvimento de insumos e materiais mais sofisticados, utilizados nos produtos finais da cadeia. A cadeia produtiva do Brasil é formada por diversas empresas entre elas: fiações, tecelagens, malharias, tinturarias e confecções, que geram empregos formais e informais, ou seja, a cadeia Têxtil é ampla. É formado por diferentes segmentos industriais, o que lhe confere uma grande complexidade organizacional. As Indústrias Têxteis estão inseridas em um ramo de alta competitividade, onde é necessário estar inovando e atualizando-se em busca da antecipação das tendências do mercado. O Setor Têxtil é o quinto maior produtor do mundo, ocupando o segundo lugar na produção de denim. É um dos que mais emprega no País, sendo o segundo maior gerador do primeiro emprego. De acordo com os dados gerais da ABIT (2012), referentes ao ano de 2011 o setor Têxtil no Brasil está configurado da seguinte forma: Capítulo II – Referencial Teórico 38 Quadro 02. Setor Têxtil no Brasil Setor Têxtil no Brasil Faturamento da Cadeia Têxtil e de Confecção US$ 60,5 bilhões Exportações (sem fibra de algodão) US$ 1,42 bilhão Importações (sem fibra de algodão) US$ 6,17 bilhões Saldo da balança comercial (sem fibra de algodão) US$ 4,74 bilhões negativos Investimentos no setor US$ 2,5 bilhões (estimativa) Produção média de confecção 9,8 bilhões de peças Trabalhadores 1,7 Milhão (diretos) Número de empresas 30 mil em todo o País (formais) Fonte: Adaptada da ABIT (2012) Uma das principais finalidades da Indústria Têxtil esta na transformação de fibras em fios, de fios em tecidos e de tecidos em peças de vestuário, têxteis domésticos (roupas de cama e mesa), dentre outros, ou seja, os negócios do setor se iniciam com a matéria prima (fibras têxteis), sendo transformada em fios nas fábricas de fiação, de onde seguem para a Tecelagem ( que fabrica os tecidos planos) ou para a malharia ( tecidos de malha) em seguida passam pelo acabamento para finalmente atingir a confecção. O produto Final de cada uma dessas fases é a matéria-prima da fase seguinte. Lembrando que a Indústria Têxtil possui seu processo produtivo bastante diversificado, algumas podem possuir todas as etapas do processo Têxtil (fiação, tecelagem e beneficiamento), outras podem trabalhar apenas com um dos processos (somente fiação, somente tecelagem ou somente beneficiamento) etc. Na Etapa Final, os produtos podem chegar ao consumidor em forma de vestuário ou de artigos para o lar (cama, mesa, banho, decoração, etc), como também podem ser destinados ao uso industrial (filtro de algodão, componentes para o interior de automóveis, embalagens, etc). A Indústria Têxtil nacional é assessorada pela Associação Brasileira da Indústria Capítulo II – Referencial Teórico 39 Têxtil e Confecção - ABIT, que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável da Indústria Têxtil Brasileira, defendendo os seus interesses junto aos órgãos governamentais e internacionais, divulgando o setor ao grande público. A ABIT através de trabalhos representativos na esfera federal vem apoiando as necessidades dos empresários junto ao governo e criando oportunidades de promoção comercial, em feiras nacionais e internacionais, como também desenvolve diversos programas especiais de captação e reciclagens profissionais e apoia programas sociais e ambientais. (ABIT, 2012) De acordo com Ferreira (et. al, 2009, p. 13 ) A indústria têxtil gera efluentes líquidos, gasosos e resíduos sólidos que estão diretamente ligados ao tipo de substrato têxtil que esta sendo processado, dos corantes utilizados e do tipo de equipamento. Conforme demonstrado no quadro 03. Quadro 03 - Pontos de Geração de Poluentes nas Indústrias Têxteis. Processo Efluentes Líquidos Fiação Tecelagem Purga,Cozimento e Pré Alvejamento Alvejamento Tingimento Lavagem Emissão Gasosa Resíduos Sólidos Fibras, pó e cascas de algodão, impurezas, restos de fios, poeira. Sobras de fios, fibras, poeira. Efluente do processo com restos de produtos químicos auxiliares Efluentes do processo com restos de produtos auxiliares (Cloro, hipoclorito, ácidos, produtos tensoativos e outros). Efluente do processo com restos de produtos auxiliares e corantes Efluente do processo com restos de produtos auxiliares e corantes Lodos primários, lodos do tratamento Emissão de vapor secundário. Emissão de vapor Secagem Ramagem Sistema de tratamento de águas residuais Fonte: Adaptado de Cunha7 et al. (2001 apud Ferreira et al. 2009, p.14) 7 CUNHA, A. M. C. et al. Roteiro complementar de licenciamento e fiscalização para a tipologia têxtil. Recife, 2001. Disponível em:<http://www.ana. gov.br/Destaque/d179docs/PublicacoesEspecificas/Textil/Controle_ambiental_textil. pdf.>. Capítulo II – Referencial Teórico 40 Viterbo (1998) afirma que para reduzir a quantidade de resíduos sólidos é necessário combater o problema na origem, ou seja, através da redução na fonte, isto pode ser feito através de substituições de matérias-primas ou da mudança de tecnologia dos processos. Netto (2009) relata que o Setor Têxtil é o pioneiro em práticas de produção mais limpa. Isso acontece devido a continua procura pela melhoria de seu processo produtivo onde o componente ambiental exerce papel de maior importância. Com isso, têm sido direcionados todos os esforços para, garantir cada vez mais uma maior sustentabilidade na produção, através da redução no consumo de água e de energia elétrica em todas as etapas de sua cadeia. Com a abordagem de Prevenção da Poluição, nota-se que o modelo de gestão ambiental denominado Produção Mais Limpa (P+L) é uma ferramenta eficaz para cumprir com as necessidades ambientais e promover o desenvolvimento sustentável. Diante desse contexto existem alguns estudos que mostram a eficiência do uso de praticas de gestão ambiental e de tecnologias limpas que garantem um melhor aproveitamento da matéria - prima e uma melhoria do processo de produção de indústrias têxteis e de confecções. Milan et. al (2010) fez um estudo sobre a redução de resíduos têxteis e impactos ambientais em uma Industria de confecções do vestuário. Após o estudo o autor concluiu que à gestão ambiental pode ser uma alternativa viável na busca por sustentabilidade, possibilitando à empresa de produzir a mesma quantidade de produtos com menos recursos, isto é, investindo menos capital de giro e reduzindo seus custos, sem comprometer a qualidade dos produtos, além de diminuir consideravelmente a geração de resíduos. Segundo o mesmo autor para isso é necessário iniciativa por parte dos gestores e o comprometimento de toda a equipe. Em termos competitivos, a possibilidade de redução de custos a ser obtida devido à minimização dos desperdícios de matériaprima e geração de resíduos se torna uma forte justificativa para concretizar a implantação dos modelos de gestão ambiental, cuidar do meio ambiente pode Capítulo II – Referencial Teórico 41 significar economia, maior valor agregado e novas oportunidades de negócios. Reduzir custos com a eliminação de desperdícios e de resíduos, desenvolver tecnologias limpas, reciclar, são mais que princípios de gestão ambiental, representam condições de sobrevivência no mercado. Diante disso percebe-se que a ferramentas de gestão ambiental devem fazer parte integrada do processo de produção de qualquer indústria, pois além de trazer comprovadamente através de estudos benefícios econômicos, evita prejuízos com o desperdício de matéria prima ou até mesmo os resíduos gerados que quase sempre geram danos ao meio ambiente. Já Rubino et. al (2012) realizou um estudo esse já baseado em uma ferramenta especifica da gestão ambiental a Produção Mais Limpa. O estudo tratou da implantação da Produção mais limpa em uma indústria localizada no Rio de Janeiro, cujo seu ramo de atividade é Indústria têxtil e de Confecções, sua produção era de 44 milhões de peças/ano com 402 funcionários. O estudo foi feito com o objetivo de minimizar a quantidade de resíduos gerados no setor corte e base da empresa, obter o comprometimento dos funcionários e contribuir com o fortalecimento econômico da empresa, o estudo mostrou os seguintes dados: Situação antes da Produção Mais Limpa O setor de corte foi responsável por enviar 80%dos tecidos que chegaram ao moinho da empresa no período de um ano. Os tecidos moídos eram vendidos para fins pouco nobres, como enchimento de estofados. Grande quantidade de tecidos armazenados no almoxarifado. O estudo de caso identificou que: Em algumas etapas do processo havia divergência das larguras dos tecidos do fornecedor e do sistema informatizado da empresa; A falta de treinamento dos funcionários responsáveis pela medição das larguras dos tecidos fabricados internamente; Riscos Refeitos (%); 20%; Capítulo II – Referencial Teórico 42 Falta de Padronização do tamanho das aurelas; Não havia histórico de aproveitamento de tecido por modelo; Tecidos rejeitados pelo controle de qualidade eram tratados como resíduos; Grande quantidade de Lycra 341 estocada. Perdia-se 30 cm na largura do tecido devido a impossibilidade dos equipamentos do fornecedor de estampar o tecido na sua totalidade; A partir desse diagnostico foram encontradas algumas oportunidades de Produção mais Limpa as quais estão descriminadas no quadro abaixo: Quadro 04: Oportunidades de Melhoria Fonte: Rubino et. al (2012) Diante do que foi encontrado no estudo de caso, e a partir das oportunidades de melhorias descritas acima foram encontradas algumas estratégias de Produção mais Limpa, foram elas: Adequação das larguras dos tecidos do fornecedor e do sistema informatizado da empresa; Elaboração de Registros de não conformidade; Riscos Refeitos (%): 5,9%; Criação de modelos de aproveitamento que possam ser cortados em qualquer grupo de tecidos; Padronização das aurelas para 3 cm, conforme o tipo de tecido, aumentando, dessa maneira, a área útil do tecido; Elaboração de um inventário do consumo e de refugo de tecido; Capítulo II – Referencial Teórico 43 Aproveitamento dos tecidos rejeitados pelo controle de qualidade para treinamento de funcionário ou para testar máquinas de costura; Reprocessamento da Lycra 341 para atender a programação de vendas do final do ano. Resultados após a Implantação da Produção Mais Limpa Benefícios ambientais: Melhor aproveitamento das matérias-primas (tecidos) Reintegração do tecido no seu ciclo de vida normal Benefícios de saúde ocupacional: O retrabalho traz maior gasto de tempo do funcionário numa mesma função, trazendo desmotivação e podendo causar LER/DORT. Quadro 05: Resultados Fonte: Rubino et. al (2012) Segundo a autora os resultados mostram que através de Produção mais limpa é possível obter retorno financeiro além de benefícios relacionados ao meio ambiente e controle de qualidade ocupacional. Diante dos estudos apresentados nota-se que a Produção Mais Limpa é uma ferramenta eficiente quando aplicada ao processo de produção e que traz resultados satisfatórios para a empresa. Capítulo III Metodologia Capítulo III - Metodologia 45 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este capítulo tem como objetivo abordar os procedimentos metodológicos, apresentando os métodos científicos utilizados na pesquisa que ampliem o conhecimento sobra a Produção Mais Limpa, destacando as etapas do que foi definida no trabalho para alcançar os objetivos definidos pelo pesquisador. 3.1 Método Científico A metodologia permite explicar de forma clara o procedimento de desenvolvimento e todos os passos que serão usadas para a conclusão da pesquisa e alcance do objetivo. Segundo Lakatos e Marconi (2001) Metodologia mostra o caminho a ser seguido para a realização da pesquisa detectando erros e auxiliando as decisões, através de fontes e ferramentas disponíveis. De acordo com Lakatos e Marconi (2001, p.83). Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionalização que com maior segurança e economia, permite alcançar os objetivos conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. Gil (1999, p.26) complementa método como sendo “o caminho para se chegar a um determinado fim. E método cientifico como conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos para se atingir o conhecimento.” Partindo da metodologia utilizada para a conclusão deste trabalho é possível explicar os meios que irão contribuir para a elaboração da pesquisa cientifica desempenhada, tendo como finalidade dar embasamento cientifico ás informações e resultados apresentados. Capítulo III - Metodologia 46 3.2 Delineamento da Pesquisa A pesquisa refere-se a um processo de construção do conhecimento que procura respostas para indagações propostas. Para Gil (1999), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Para o levantamento dos dados, foram realizadas neste estudo pesquisas bibliográficas em vários artigos acadêmicos, livros, dissertações, teses e outros meios com o intuito de fundamentar o tema abordado. Segundo Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, compreende toda bibliografia já publicada em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc, até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fitas magnéticas e audiovisuais: filmes e televisão. Tendo como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre o assunto. Foi aplicado um questionário aos responsáveis pelas respectivas etapas do processo de produção da indústria têxtil estudada, bem como também foi aplicado um questionário para o Gerente industrial e o Diretor Geral da indústria em questão, com a finalidade de coletar dados que comprovem a possibilidade ou não da aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa na indústria. Esta pesquisa caracterizou-se como exploratória e descritiva. Gil (1999, p. 45), “a pesquisa exploratória, que tem como base, o material já formado, constituído de livros e artigos científicos, permitindo ao pesquisador adquirir mais fatos do que ele poderia mediante observação direta”. Cervo e Bervian (2002, p.66) complementam que “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Capítulo III - Metodologia 47 Foi ainda realizada uma pesquisa de campo, através dela foi possível conhecer o processo de produção da indústria têxtil estudada, bem como a forma e metodologia de trabalho utilizada pela mesma. Lakatos e Marconi (2001, p. 186) definem pesquisa de campo como aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Dentro desse contexto permitiu-se a obtenção de informações essências sobre o estudo da possibilidade da aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa, na indústria têxtil estudada. 3.3 Universo e Amostra A pesquisa foi elaborada através de amostra, que segundo Lakatos e Marconi (2001) a amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo (população), entendida deste modo, como um subconjunto do universo a qual pertence. Uma das principais vantagens trabalhar com amostra é o fato de que dependendo das proporções da população em estudo, é praticamente inviável pesquisar todo o universo (SAMARA e BARROS, 2002). Dentro de um universo de 557 colaboradores estes distribuídos entre operários, auxiliares de escritório, gerentes de setores e a Diretoria, dados estes passados pela responsável pelo RH da empresa, optou-se aplicar o questionário apenas aos responsáveis por cada setor, bem como o Gerente Industrial e o Diretor geral da empresa, pois estes são as pessoas mais qualificadas, que entendem do assunto e ainda que tem o maior conhecimento e facilidade para coletar informações dentro da empresa, e passar informações concretas e confiáveis para ajudar a responder o problema da pesquisa. Na tabela 01 são descritos todos os setores e os respectivos cargos dos colaboradores da empresa que responderam o questionário. Capítulo III - Metodologia 48 Tabela 01: Supervisores e Setores entrevistados Setores Cargo Fiação Coordenador da Fiação Tecelagem Coordenador da Tecelagem Beneficiamento Coordenador do Beneficiamento Revisão do Tecido Cru e Acabado Coordenador do Tecido Cru e Acabado Confecção Coordenador da Confecção Compras Coordenadora de Compras C.Q.I Coordenador da Qualidade Industrial Meio Ambiente Coordenadora do Meio Ambiente Indústria Gerente Industrial Diretoria Diretor Geral Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012 3.4 Instrumento de Coleta de Dados A coleta de dados para a realização desse trabalho foi concretizada através de visitas durante o mês de novembro na indústria estudada, a fim de conhecer melhor e na pratica todo o processo industrial e avaliar a técnica de trabalho utilizada pelos colaboradores da empresa. Para auxiliar a responder o problema da pesquisa, foi ainda necessário à aplicação de um questionário, este foi enviado ao departamento de RH da empresa para que pudesse ser analisado, em seguida a colaboradora responsável do RH comunicou que o questionário estava aprovado e que poderia ser aplicado, o questionário foi então entregue para que pudesse ser respondido pelos respectivos responsáveis dos setores em que foi realizado a pesquisa. De acordo com Gil (1999) o questionário é uma das técnicas de investigação e é composto por questões escritas apresentadas aos detentores de dados, para a obtenção de opiniões, percepções, interesses, situações vivenciadas, entre outros. Capítulo III - Metodologia 49 Lakatos e Marconi (2001) classificam o questionário quanto às perguntas, da seguinte forma: Perguntas abertas: chamadas livres ou não limitadas, são as que permitem ao informante responder livremente, usando uma linguagem própria, e emitir opiniões; Perguntas fechadas: denominadas limitadas ou de alternativas fixas, são aquelas que o informante escolhe a sua resposta entre duas opções: sim ou não; Perguntas de múltipla escolha: são perguntas fechadas, mas que apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto. O questionário foi elaborado com 21 perguntas estas perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha elaboradas de acordo com as necessidades das respostas que se pretendia alcançar, este pode ser visto no apêndice dente trabalho. 3.5 Análise e Tratamento dos dados Está e fase que após a coleta dos dados, o pesquisador analisa e interpreta os dados coletados a fim de responder o problema da pesquisa. De acordo com Lakatos e Marconi (2010) análise e interpretação são duas atividades diferentes, porém estão interligadas. Ou seja, é necessário que o pesquisador entenda que mesmo com uma sutil diferença, essas duas atividades são totalmente dependentes uma da outra. Conforme o tipo de estudo, o método aplicado para analisar os dados coletados foi o método quantitativo e qualitativo, que conforme Silva e Menezes (2000, p.20), a pesquisa quantitativa “considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classifica-los e analisa-los”. Já segundo Malhotra (2001, p.155) “a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema e esta caracterizada como uma pesquisa não estruturada, exploratório, baseada em pequenas amostras”. Capítulo III - Metodologia 50 Os dados coletados após a visita foram analisados qualitativamente, já os dados coletados através das respostas obtidas através dos questionários forma analisados tanto de forma qualitativa como de forma quantitativa dependo da resposta que se pretendia analisar. A analise das informações obtidas através da visita e do questionário foram organizadas por tópicos que facilitaram a interpretação dos dados, estes apresentam a seguinte composição: 1. Informações Gerais da Empresa: onde foram reunidas informações que caracterizaram a indústria têxtil estudada, como faturamento anual, quantidade de funcionários e atividade da indústria. 2. Analise das informações coletadas durante a visita técnica: este tópico organizou todas as informações e analises que foram feita durante as visitas na indústria estudada e quais conclusões foram possíveis obter através delas. 3. Analise dos aspectos relacionados ao gerenciamento ambiental: nesta parte foram descritos todos os dados coletados através das respostas obtidas nós questionários em relação á questões sobre existência de certificações, se é e de como é feito o gerenciamento ambiental, questões relacionadas as responsabilidades do setor ambiental existente na industria, e a visão geral da empresa sobre as questões ambientais. 4. Analise dos aspectos de redução de resíduos e emissão na fonte: neste tópico forma descritos todos os dados coletados através dos questionários sobre questões relacionadas à matéria prima, e a se a indústria tem algum cuidado com a redução do consumo destas matérias primas. 5. Analise dos aspectos da gestão e minimização de resíduos: neste tópico são analisadas as respostas em relação a como são tratados e destinados os resíduos gerados durante o processo de produção da indústria têxtil estudada. 6. Análise do grau de aceitação da Diretoria e motivação, qualificação, aceitação e comprometimento dos colaboradores: neste tópico é feita uma analise qualitativa através de gráficos sobre a aceitação por parte da diretoria para a possível aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa, bem como o grau de aceitação, motivação e qualificação dos colaboradores para a possível aplicação desta mesma metodologia. Capítulo III - Metodologia 51 Capítulo IV Apresentação e Análise dos Resultados Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados 4. Apresentação e Analise dos Resultados Neste capitulo são apresentados todos os resultados das análises dos dados obtidos através da pesquisa de campo, onde durante uma visita na indústria têxtil Fabrica da Pedra S/A, através de um mapeamento do processo de produção da indústria e ainda através da aplicação de um questionário aos respectivos responsáveis pela mesma, foram analisados alguns aspectos que comprovassem ou não a possibilidade da aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa. 4.1 Análise da Indústria têxtil estudada A seguir será descrito todas as informações relevantes sobre a indústria estudada, as quais forma coletadas durante está pesquisa, através de visitas, de dados coletados através da aplicação de questionário com os responsáveis por cada etapa do processo de produção da indústria, e ainda o Gerente industrial responsável por todo o processo industrial e o Diretor Geral responsável por toda a empresa, também através informações coletadas no sitio da empresa. 4.1.2 Fábrica da Pedra S/A Fios, Tecidos e Confecções A Fábrica da Pedra começou a funcionar na cidade de Delmiro Gouveia estado de Alagoas no inicio do século XX, no dia 05 de junho de 1914, que até então era conhecida por Cia. Agro Fabril Mercantil, no primeiro ano de funcionamento a fábrica já empregava mais de 800 funcionários. Através de alguns contratempos e algumas crises financeiras a fábrica mudou algumas vezes de nome e de donos, até que em 1992 foi adquirida pelo seu atual dono o Grupo Carlos Lyra que deu-lhe o nome de Fábrica Da Pedra S/A Fiaçâo e Tecelagem, foi então feita uma recupereção do parque industrial e foram adquiridos novos equipamentos de ultima geração, hoje a fábrica atende grandes magazines como C&A, Casas Pernambucanas entre outros e ainda atende grandes marcas como Altemburg, Martan, Zelo, Kacyumara e outras, produz cerca de 1.500.000 metros de tecido ao Mês e conta com 90% da mão de 52 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados obra local a empresa hoje e formada por mais de 500 colaboradores dos quais 90% destes estão em Delmiro Gouveia.8 Os colaboradores que responderam os questionários foram os mais qualificadas e as que poderiam passar o maior numero de informações concretas dentro da realidade da fábrica, por serem os responsáveis isso lhes da um maior poder para responder as questões e ainda maior acesso as informações da indústria. Através da figura 03 é possível se ter uma visão geral da hierarquia da Fábrica da pedra. Figura 03 – Organograma da Fábrica da Pedra Fonte: Fábrica da Pedra S/A 8 Retirado do site da Fábrica da Pedra: http://www.fabricadapedra.com.br Acesso em novembro de 2012 53 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados Para responder o problema da pesquisa, foram feitas visitas na indústria estudada, a fim de conhecer todo o seu processo e a metodologia de trabalho utilizada pela indústria em seu processo de produção, após a visita foi possível coletar alguns dados os quais serão analisados e explicados posteriormente, primeiramente foi solicitado um fluxograma do processo, pois o fluxograma permite uma visão geral das etapas necessária para o estudo da possível aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa, que é dês da compra da matéria prima até o final do processo, a solicitação foi atendida e um fluxograma foi elaborado pelo Sr. José Carlos, que trabalha junto ao gerente industrial, esse fluxograma é demonstrado na figura 04. De acordo com o CNTL (2003) a primeira etapa para a aplicação da Produção Mais Limpa é a pré-avaliação, que consiste em realizar uma breve avaliação das atividades da empresa, através da realização de uma visita técnica, a qual tem como objetivo analisar as possibilidades da implantação da Produção Mais Limpa, para isso é necessário alguns princípios básicos entre eles a elaboração de um fluxograma de produção que consiste em identificar as etapas que compõe os serviços a serem analisados. 54 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados Figura 04 – Fluxograma do Processo de Produção da Fábrica da Pedra. Fonte: Fábrica da Pedra S/A Após conhecer todo o processo de produção e analisa-lo a partir do fluxograma, foram identificados alguns pontos importantes através de informações coletadas durante a visita a fábrica da pedra que ajudaram a responder o problema da pesquisa, foi possível identificar que a indústria ainda não utiliza medidas de Produção Mais Limpa, porém já tem alguns cuidados em relação aos danos que a mesma causa ao meio ambiente, pois a mesma conta com um setor ambiental onde trabalham dois colaboradores que são responsáveis por administrar esses cuidados. Também foi identificado que a indústria gera grande quantidade de resíduos têxteis durante o seu processo, percebendo-se então que a Aplicação de Produção Mais Limpa é uma grande oportunidade para a mesma, já que essa Metodologia visa justamente identificar na fonte por que esses resíduos estão sendo gerados para posteriormente traçar estratégias para minimiza-los ou até mesmo elimina-los, foi 55 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados ainda possível identificar durante a visita que a indústria tem alguns cuidados em relação aos resíduos gerados, pois a mesma conta com um galpão destinado aos resíduos sólidos gerados pelo seu processo e de acordo com informações passadas pelo colaborador que me acompanhou durante a visita, neste galpão os resíduos são separados por fardos e posteriormente vendidos figura 04. Figura 04 – Central de Resíduos Sólidos Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012 Foram encontrados também alguns pequenos galpões onde são separados, ainda de uma forma não muito organizada outros tipos de resíduos gerados pela indústria, como lâmpadas, papelão, madeiras entre outros, que segundo informações passadas pelo colaborador que me acompanhou durante a visita são doados a quem necessita do material, figura 05. 56 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados Figura 05 – Galpões destinados à separação de resíduos Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012 Notou-se ainda que a indústria consome grande quantidade de energia, pois a mesma trabalha com muitas maquinas que consomem energia. De acordo com informações coletadas durante a visita, os setores que mais consome energia é o processo de fiação devido justamente às maquinas que esse setor comporta e o que mais consome água e o setor de beneficiamento devido a grande quantidade de água que é utilizada durante o processo de tingimento dos tecidos, percebeu-se também que os galpões são muito escuros e por isso necessitam da energia elétrica mesmo durante o dia. Após um estudo aprofundado desses processos e através da Produção Mais Limpa e possível identificar algumas ações para melhor utilização da água e minimização do consumo de energia elétrica que serão demonstradas ainda neste capitulo. 57 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados Percebe-se através das visitas e das informações coletadas durante a mesma, que a fábrica da pedra tem uma grande percepção em relação aos problemas que a mesma causa ao meio ambiente e toma alguns cuidados na destinação e separação dos resíduos gerados, porém devido a grande geração de resíduos têxteis e grande consumo de água e energia durante seu processo de produção a indústria causa vários impactos ambientais, devido a isso é de grande necessidade que se tome maiores cuidados, não somente cuidados no fim do processo, e sim durante o processo, isso é possível através da utilização da Metodologia de Produção Mais Limpa, que trabalha com melhorias continuas durante o processo é que visa eliminar a poluição durante o processo de produção e não no final. 4.1.2.1 Analise dos dados obtidos por meio da aplicação dos questionários A seguir será descrito os dados obtidos através da aplicação de um questionário aos responsáveis pela empresa que também facilitou a identificação da possibilidade da aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa na Fábrica da Pedra, para isso foi tratado através do questionário algumas aspectos sobre gerenciamento ambiental, a forma como é gerenciada a matéria prima, a forma como são gerenciados os resíduos gerados e ainda o grau de aceitação da gerencia, e o grau de aceitação e comprometimento dos colaboradores para uma possível aplicação da Metodologia de produção mais limpa. 4.1.2.2 Analise dos aspectos relacionados ao gerenciamento ambiental Foi questionado se a empresa possui licença ambiental que permite a execução de suas atividades, todos os colaboradores que responderam o questionário, bem como o Gerente Indústria e o Diretor Geral, responderam que sim, também foi questionado se a empresa possui alguma certificação e quais seriam elas, as respostas foram às mesmas, a indústria não possui certificações especificas voltada para a área ambiental, porém possui certificações voltadas a gestão da qualidade ISO 9001 desde 1998 e a ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) que tem como princípios a ética e o respeito à legislação, apoiando ações que visem a 58 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados responsabilidade social, a formalização nas relações comerciais e o combate à concorrência fraudulenta, essa desde fevereiro de 2012. A indústria conta com um departamento responsável por questões ambientais, este é responsável pela separação e destinação dos resíduos e monitoramento do tratamento da água ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), esse processo pode ser visto através da figura 06. Figura 06 – Tanques de tratamento da água Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012 De acordo com os dos dados obtidos através dos questionários onde a maioria das respostas foram sempre iguais por se tratarem de perguntas voltadas a indústria e a sua metodologia de trabalho, foi identificado que a indústria utiliza alguns programas para a sensibilização dos funcionários em relação ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável, como reuniões e palestras. No que diz respeito a meios que a empresa utiliza para que seu processo agrida menos o meio ambiente, o Diretor respondeu que a empresa utiliza insumos recicláveis, porém não especificou quais e troca óleo por gás, já de acordo com a colaboradora responsável pela tecelagem, como medidas preventivas á agressões ao meio ambiente, à indústria utiliza tratamento de efluentes e de acordo com as respostas dos demais colaboradores a indústria procura sempre adequar seus equipamentos voltados para a redução de impactos ambientais. 59 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados A alta administração da empresa prover recursos para uma boa gestão ambiental, pois de acordo com o Diretor Geral a indústria vem sempre buscando novas tecnologias para melhor atender as necessidades ambientais com o maior nível de eficiência, os outros colaboradores complementam respondendo que estão sendo investidos milhões em tratamento de efluentes. 4.1.2.3 Análise dos aspectos de redução de resíduos e emissão na fonte De acordo com os dados obtidos a indústria não tem nenhum cuidado de acordo com o desperdício de matéria prima, através das respostas foi possível perceber a indústria também não utiliza nenhuma política, nenhum pré-requisito com os fornecedores na hora de comprar a matéria prima em relação ao optar por um produto que agrida menos o meio ambiente, o único pré-requisito é o preço e a qualidade. Em relação aos métodos utilizados para diminuir o consumo de água e energia utilizada durante o processo, a indústria conta com um sistema de desligamento automático de alguns equipamentos em horário de ponta, e de acordo com as respostas obtidas através do questionário sempre que necessário é feita uma substituição de equipamentos por outros que consumam menos energia. 4.1..2.4 Analise dos aspectos da gestão e minimização de resíduos Foi questionada a forma como são tratados os tecidos que apresentam defeito durante o processo de produção (figura 07), de acordo com as respostas obtidas através dos questionários, o setor de meio ambiente é responsável por separar e classificar esses tecidos, os quais de acordo com o defeito são vendidos como tecido de segunda qualidade ou transformam-se em trapo, aparas ou retalhos e são classificados como resíduos. 60 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados Figura 07 – Tecidos que apresentaram defeito durante o processo Fonte: Pesquisa realizada em novembro 2012. Foi questionado quanto à destinação final dos resíduos, e de acordo com as respostas obtidas, é feita uma triagem onde os resíduos têxteis são classificados por tipo de resíduos e mensurada a quantidade e peso e em seguida são vendidos para parceiros autorizados e credenciados ambientalmente para reciclagem, figura 08. Os pellets, madeiras, luminárias entre outros conforme foi visto na visita e confirmado através das respostas dos questionários são separados e doados a pessoas que necessitam do material. Figura 08- Etiqueta de fardo de resíduo e separação de resíduos por fardos. Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012. 61 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados 62 Através dos dados obtidos foi possível verificar que a indústria utiliza como medida a não geração ou a minimização de resíduos, apenas divulgação de ações de reutilização e diminuição do desperdício. 4.1.6 Análise do grau de aceitação da Diretoria e motivação, qualificação, aceitação e comprometimento dos colaboradores. A seguir será demonstrado através de gráficos o grau de aceitação da Diretoria e o grau de aceitação, motivação e qualificação dos colaboradores em relação a desenvolver projetos de melhoria dentro da indústria voltados à área ambiental, bem como a minimização e não geração de resíduos, essas respostas forma obtidas através do questionário aplicado as responsáveis pela indústria. Grafico- 01 Grau de satisfação em relação aos colaboradores motivados para desenvolver projetos de melhoria dentro da empresa Muito Insatisfeito 30% Insatisfeito Nem Satisfeito/Nem Insatisfeito 70% Satisfeito Muito Satisfeito Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012 De acordo com o que se expõe no gráfico 01, 73% dos colaboradores que responderam o questionário estes respectivos responsáveis pela indústria, classificam-se satisfeitos com a motivação dos colaboradores para desenvolver projetos de melhoria dentro da empresa, e apenas 30% não estão satisfeitos, porém também não estão insatisfeitos, isso se torna um fator relevante já que para a aplicação da Produção Mais Limpa é necessário que se tenha colaboradores motivados para desenvolver projetos de melhoria dentro da empresa. Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados 63 Gráfico- 02 Classificação quanto ao grau de aceitação por parte dos colaboradores caso seja proposto um projeto de melhoria na área ambiental 40% Boa 60% Regular Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012 O gráfico 02 mostra o questionamento sobre como os responsáveis pela indústria classificam a aceitação dos colaboradores caso fosse proposto um projeto de melhoria na área ambiental, o intuito desse questionamento foi analisar caso fosse proposto pela gerencia a aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa, qual seria o grau de aceitação dos colaboradores, assim 60% classificaram que teria uma boa aceitação e 40% classificaram a aceitação como regular, a aceitação é analisada como positiva já que a maioria classificou como boa. Também foi questionado aos responsáveis pela indústria qual o grau de satisfação dos mesmos em relação à qualificação e comprometimento dos colaboradores, para desenvolver um programa voltado à minimização e redução de insumos, segundo os dados coletados 100% classificaram como bom, ou seja, que a maioria dos funcionários são qualificados e comprometidos. Um dos pré-requisitos para aplicação da Produção Mais Limpa é o comprometimento por parte dos colaboradores, sem o qual não é possível desenvolver um Programa de Produção Mais Limpa, os dados demonstram que a uma grande possibilidade de aplicação dessa metodologia. Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados 64 Gráfico- 03 Quanto ao grau de aceitação por parte da Diretoria para uma possível implantação da metodologia de P+L 30% Boa Excelente 70% Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012 O gráfico 03 mostra que 70% dos responsáveis pela indústria classificam uma boa aceitação por parte da diretoria para aplicar a Metodologia de Produção Mais Limpa, e ainda 30% classificam como excelente a aceitação por parte da diretoria. Em primeiro lugar para a Aplicação da P+L é necessário que a diretoria aceite essa implantação e esteja comprometida a desenvolver esse projeto, só após essa aceitação é possível passar para os passos seguintes. 4.2 Conclusão da Análise dos Resultados Através dos dados obtidos através do questionário foi comprovada a aceitação por parte da diretoria para uma possível implantação da Metodologia de Produção Mais Limpa, pois esse é o primeiro passo, sem a aceitação da mesma não é possível passa passar para os passos seguintes bem como não é possível à aplicação, através apenas do questionário não foi possível perceber nenhuma barreira para essa possível aplicação. Ainda pode-se evidenciar que a uma grande aceitação por parte dos funcionários para desenvolver projetos de melhoria dentro da empresa mesmo que na área ambiental e que estes profissionais são qualificados e comprometidos, esse em um Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados dos primeiros itens para a aplicação da Metodologia em estudo, visto que para essa aplicação é necessário a formação de uma equipe (ecotime) que terá como objetivo conduzir o programa de P+L e essa equipe deve estar comprometida com o sucesso do projeto. Através da visita foi possível mapear o processo de produção, visualizar o processo da indústria e a forma como eles trabalham, bem como a elaboração de um fluxograma que permite uma visualização mais detalhada do processo que será estudado e é possível identificar em cada etapa do processo através de diagnósticos algumas ações de produção Mais Limpa. Podemos perceber que a indústria ainda não possui certificação para o Sistema de Gestão ambiental, porém a indústria já tem alguns cuidados em relação aos danos que a mesma causa ao meio ambiente e possui um departamento ambiental para cuidar dessas questões, o que mostra que a empresa se preocupa com as questões ambientais. Pode-se perceber que a indústria não conta com nenhum pré-requisito na área de compras ao comprar sua matéria prima, porém para uma Produção Mais Limpa é necessário identificar a origem da matéria prima, o algodão, por exemplo, é necessário identificar como ele está sendo plantado, adubado, cultivado, colhido e manufaturado. Verificou-se também quanto aos cuidados em relação ao consumo de água e energia, percebeu-se que não há quase nenhum, não é medido o consumo de água nem de energia, a água é tratada, porém posteriormente e descartada nas redes publicas, quanto a preocupação em relação aos resíduos e redução na fonte, a indústria não tem essa preocupação somente depois de gerados é feita uma triagem os resíduos são classificados, separados e vendidos, é grande o volume de resíduos gerados e esse volume não é controlado, outros resíduos como papelão, madeira entre outros não são reciclados são doados a quem necessita do material. 65 Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados Através da visita, da analise dos questionários é por meio do fluxograma do processo foi possível criar a tabela 03, em que são evidenciadas algumas ações de Produção Mais Limpa. Tabela 02 – Ações de Produção Mais Limpa Processo Compra da Matéria Prima Processos da Fiação Processos de Prep. a Tecelagem Processos de Tecelagem Beneficiamento Confecção Ações de P+L Estabelecer como pré-requisito Políticas ambientais Instalação de Indicadores ambientais para medir o consumo de energia elétrica Substituição das telhas normais por telhas translucida que economizam energia durante o dia Substituição das telhas normais por telhas translucida que economizam energia durante o dia. Estudar uma forma de reutilização da água no processo de produção Reaproveitamento das aparas, reciclagem. Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012 Conclui-se que a indústria têxtil estudada ainda não aplica medidas de Produção Mais Limpa, porém se preocupa com as questões ambientais, e há uma grande aceitação e pontos positivos para essa possível aplicação, partindo primeiramente da aceitação da gerencia, e visto que a indústria gera grande quantidade de resíduos, consome grande quantidade de água e energia elétrica, pontos que não são medidos nem tratados da forma correta e que através da Aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa é possível serem gerenciados corretamente e eliminados na fonte. 66 Apêndice Capítulo V Conclusão 67 Capítulo V – Conclusão 68 5. Conclusão Este capítulo é dedicado ás considerações finais do trabalho monográfico, abordando as principais contribuições que a pesquisa realizada pode proporcionar e apresentar algumas recomendações para pesquisas futuras. 5.1 Considerações Finais De acordo com os objetivos que foram traçados para a conclusão deste trabalho e para responder os problemas desta pesquisa, foi mapeado o processo de produção da fábrica da pedra, a fim de conhecer melhor a indústria que seria estudada. Com o estudo foi constatado que a indústria possui certificações, porém nenhuma voltada à gestão ambiental identificou-se que a indústria já utiliza algumas ações em relação ao gerenciamento ambiental, pois a mesma possui um setor que é responsável por essas questões, e faz a separação e destinação dos resíduos têxteis gerados, e ainda faz uma triagem e separações de outros resíduos que de alguma forma são utilizados pela indústria como papelão, madeira entre outros. Através do referencial teórico deste trabalho foi descrito as etapas para a aplicação da Produção Mais Limpa, explicando etapa por etapa e como isso ocorre, e com base nestas etapas, na visita e com as respostas obtidas através do questionário foi possível responder os problemas da pesquisa. A metodologia de produção mais limpa é uma ferramenta que traz inúmeras vantagens para a indústria quando se torna parte de seu processo, além de reduz impactos ambientais, diminuir a geração de resíduos, ainda traz trás vantagens financeiras para a empresa, já que através de estudos feitos e descritos no referencial deste trabalho foi possível identificar que a Produção Mais Limpa é procedimento que visa à gestão adequada dos resíduos e a minimização/eliminação do desperdício de matéria prima. O resultado desse trabalho, por meio das analises dos dados obtidos com a visita e através dos questionários, mostrou que aplicação da Produção Mais Limpa é uma oportunidade para a indústria têxtil estudada, pois que a mesma gera grande Capítulo V – Conclusão 69 quantidade de resíduos têxteis e estes não são medidos, e que através da aplicação desta metodologia poderiam ser melhor gerenciados, e ao aplicar essa metodologia durante o processo é possível identificar na fonte o motivo da geração desses resíduos para posteriormente poder trata-los, bem como também mostrou através do questionário que foi aplicado aos responsáveis por cada setor, que a indústria possui colaboradores motivados e qualificados pra estar a frente de um programa de Produção mais Limpa, e que há uma grande aceitação por parte da gerencia para uma possível implantação, e que através apenas das respostas através do questionário não foi possível identificar nenhuma barreira para a aplicação da P+L. Uma vez que um dos principais pré-requisitos para a aplicação desta metodologia é o comprometimento da gerencia e a formação de uma equipe competente que terá a responsabilidade de mapear o processo, e seguir todos os outros passos para aplicação dessa metodologia e ainda supervisionar o que está sendo feito e se está tendo resultados satisfatórios. Ainda foi possível com base nas etapas que foram estudadas para a aplicação da Produção Mais Limpa, e através da visita, criar um quadro que sugere algumas ações de Produção Mais Limpa especificadas por etapas do processo. De modo geral, ficou comprovado por meio deste trabalho, que a Produção Mais Limpa pode sim ser aplicada na Fábrica da Pedra, pois é uma empresa que necessita de uma ferramenta que gerencie e que ajude-a a minimizar a quantidade de resíduos gerados e ainda ajude-a a minimizar o consumo de água e energia utilizado durante o seu processo, e que para essa implantação não existe nenhuma barreira e conta com a aceitação da gerencia que tem em seu quadro de colaboradores, pessoas qualificadas e comprometidas para estarem a frente deste projeto. 5.2 Limitações do Estudo Como limitações do estudo podem se destacar que esse estudo não pode identificar maiores ações de produção Mais Limpa, pois teria que ser feita uma pesquisa mais ampla e minuciosa, com mais visitas e um estudo aprofundado de cada etapa do Capítulo V – Conclusão 70 processo para assim poder identificar na fonte o motivo da geração de resíduos e só assim estudar medidas para minimiza-los ou até mesmo elimina-los. 5.3 Sugestões para Pesquisas Futuras No decorrer deste estudo verificaram-se alguns aspectos relevantes que foram surgindo ao longo desse trabalho e podem ser aproveitados com a elaboração de futuras pesquisas. Como Pesquisas futuras sugere-se um estudo aprofundado do processo da indústria têxtil para assim poder medir os benefícios e as barreiras da Implantação da Metodologia de Produção Mais nessa Indústria. Referências 71 REFERÊNCIAS ABIT - A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. Disponível. http://www.abit.org.br/site/navegacao.asp?id_menu=1&id_sub=3&idioma=PT. Acesso em 04/04/2012. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2009.NRB 10.004/2004. ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva 2004. BARBOSA, Gisele Silva. O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. 2008. Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1 . BRUNS, G. B. Afinal, o que é gestão ambiental? Ambiente Brasil. Disponível em: http://www.ambientebrasil.com.br. Acesso em: 05/04/2012 CAMARA, Raquel Lorenzoni. 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São Paulo: Aquariana, 1998. Apêndice 74 APÊNDICE Apêndice 75 Apêndice QUESTIONÁRIO AOS GESTORES ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE O presente questionário tem caráter estritamente acadêmico e profissional. Os dados aqui coletados serão tratados cientificamente com o objetivo unicamente de conclusão da monografia da estudante Carla da Silva Paizinho. OBJETIVO: Este estudo tem a finalidade de obter as respostas essenciais relacionadas ao problema da pesquisa, a fim de se chegar aos resultados desejados. Analisar a possibilidade da aplicação da metodologia de Produção Mais Limpa na Fábrica da Pedra S/A Fios, Tecidos e Confecções. RESPONSÁVEL: Carla da Silva Paizinho, Graduando em Bacharelado em Administração, Faculdade Sete de Setembro. Rua Vereador José Moreira nº 1000 - Centro - CEP: 48601-180 Fone/Fax: (75) 3501-0777 - Paulo Afonso - Bahia - Brasil Fone móvel: (75) 9110-3518 E-mail: [email protected] 1- Atividade da Empresa ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 2- Quantidade de Funcionários: _________________ 3- Tempo de existência: ________________ 4- Faturamento anual: ____________ 5- A empresa possui licença ambiental que permite a execução de suas atividades? ( ) Sim ( ) Não 6- A empresa possui certificação? Quais? Há quanto tempo? Apêndice 76 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 7- Existe um departamento responsável por questões ambientais?Se sim quais são as suas atribuições? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 8- A empresa utiliza alguma ferramenta de gestão ambiental? ( ) Sim Qual? ________________________________________________ ( ) Não 9- A empresa utiliza algum programa para sensibilização dos colaboradores em relação ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável? ( ) Sim ( ) Não 10- A empresa investe em novas tecnologias para que seu processo de produção agrida cada vez menos o meio ambiente? Se sim Qual? ________________________________________________________ 11- Existe algum método para reduzir o consumo de água e de energia elétrica?Se sim Qual? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 12- Como são tratados os tecidos que apresentam defeitos ao final do processo de produção? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 13 – Qual a destinação final dos resíduos sólidos? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 14- É feita a triagem dos resíduos gerados? De que forma? (Se não) Quais as barreiras? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 15- A empresa utiliza ações preventivas direcionadas a não geração e/ou minimização da geração de resíduos? Quais? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ Apêndice 77 16- Em relação aos colaboradores motivados para desenvolver projetos de melhoria dentro da empresa qual o seu grau de satisfação? ( ) Muito Insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Nem Satisfeito/Nem Insatisfeito ( ) Satisfeito ( ) Muito Satisfeito 17- Como você classificaria a aceitação por parte dos colaboradores ao propor um projeto de melhoria que envolva o meio ambiente? ( ) Ruim ( ) Boa ( ) Péssima ( ) Regular ( ) Excelente 18- Ao desenvolver um programa voltado para a minimização de insumos durante o processo de produção para que esse processo agrida menos o meio ambiente e ainda gera vantagens para a empresa, como você classifica o grau de qualificação e comprometimento dos colaboradores para estar á frente desse programa? ( ) Ruim ( ) Boa ( ) Péssima ( ) Regular ( ) Excelente 19- Qual o grau de aceitação por parte da empresa para uma possível implantação de um programa que tem o intuito de eliminar a geração de resíduos durante o processo de produção? ( ) Ruim ( ) Boa ( ) Péssima ( ) Regular ( ) Excelente 20- Qual a política da área de compras em relação ao meio ambiente? Existe algum pré-requisito com os fornecedores? Se sim quais? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 21- A alta administração provê recursos adequadamente à boa gestão ambiental? De que maneira isto ocorre? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________