ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO - LTDA.
FACULDADE SETE DE SETEMBRO - FASETE
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
CARLA DA SILVA PAIZINHO
ESTUDO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS
LIMPA NO SETOR TÊXTIL.
Paulo Afonso – BA.
Novembro/2012
CARLA DA SILVA PAIZINHO
ESTUDO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS
LIMPA NO SETOR TÊXTIL.
Monografia
apresentada
ao
curso de
Bacharelado em Administração, da Faculdade
Sete de Setembro - FASETE, como requisito
para obtenção parcial do título de Bacharel em
Administração, sob a orientação da professora
Msc. Cynthia Marise dos Santos Mattosinho.
Paulo Afonso-BA.
Novembro/2012
Dedico esse trabalho as pessoas que sempre estiveram ao meu lado,
pelos caminhos da vida, me acompanhando, apoiando e
principalmente acreditando em mim:
Aos meus Pais, Carlos Vilarindo Paizinho & Rosimeire Maria da Silva Paizinho.
Aos meus irmãos Antônio Carlos & Gabriel Paizinho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a DEUS, que foi meu maior porto seguro. Pelo dom da
vida, pelo seu amor infinito, sem ele nada sou. Com a ajuda dele eu tive forças para
chegar ao final dessa jornada.
Agradeço aos meus pais, Carlos Vilarindo Paizinho e Rozimeire Maria da Silva
Paizinho, meus maiores exemplos. Obrigada por cada incentivo e orientação, pelas
orações em meu favor, pela preocupação para que estivesse sempre andando pelo
caminho correto. Obrigada mãe por me ajudar muitas vezes a achar soluções
quando elas pareciam não aparecer.
Aos meus irmãos, Gabriel Paizinho e Antonio Carlos Paizinho, por todo amor e
carinho. Aos meus tios, tias em especial Roseni e Robejania, avós e primos que
sempre estiveram presentes, ainda que à distância.
Agradeço ao meu amor José Alan por toda paciência, compreensão, que em muitos
finais de semana me proporcionou seu carinho e amor, fazendo eu até esquecer as
minhas ansiedades e angústias, Você foi à pessoa que compartilhou comigo os
momentos de tristezas e alegrias. Além deste trabalho, dedico todo meu amor a
você.
A minha amiga irmã Luiza Cecília de Brito, por toda a sua ajuda nesses anos de
graduação, por nossa amizade, nossos trabalhos e nossas loucuras e que muitas
vezes compartilhei momentos de tristezas, alegrias, angústias e ansiedade, mas que
sempre esteve ao meu lado me apoiando e me ajudando. “Amiga obrigada pela
paciência, pelo sorriso, pelo abraço, pela mão que sempre se estendia quando eu
precisava. Esta caminhada não seria a mesma sem você”.
Agradeço a Daniella Vilarindo de Melo, você é a prima que eu mais converso que
eu mais confio. Obrigada simplesmente por participar comigo durante essa
caminhada, me ajudando a construir os alicerces de um futuro que começa agora,
após tantos anos dedicados. Você é um das grandes amigas que eu guardo.
Obrigada por contribuir com tanto conhecimento, tantas palavras de força e ajuda.
Em especial as minhas amigas Thaysa Alves e Vaniny que permanecem sempre
comigo pessoas especiais em minha vida.
Aos meus amigos Adson Oliveira, Júnior Carvalho e Horminio Lisboa, por todo
apoio e incentivo. Amigos dentro e fora da Faculdade.
A todos os meus amigos de turma e em especial Mara Lucia Torres, Jeyce
Delgado e Gretche Lima.
A minha orientadora Cyntha Mattosinho, por todo o conhecimento passado, pelas
orientações e incentivo no desenvolvimento desse trabalho.
A todos os professores da FASETE, que fizeram parte dessa jornada e pela
oportunidade de adquirir conhecimentos e experiências em especial Paulo Araújo,
Jacques, Renivaldo, Renata, Salomão e Leobson.
Agradeço a Fábrica da Pedra pela disponibilidade para a realização desse estudo.
E aos entrevistados, pela disposição em colaborar com esse trabalho para torná-lo
concreto.
As amigas de trabalho Flaviana e Nailma pelo companheirismo e amizade.
“Sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar”. Hoje, vivo uma
realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito esforço, determinação,
paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade para chegar até aqui, e nada
disso eu conseguiria sozinha. Minha eterna gratidão a todos aqueles que
colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.
Obrigada a todos que, mesmo não estando citados aqui, tanto contribuíram para a
conclusão desta etapa e para a Administradora que sou hoje.
Meus Sinceros Agradecimentos!
“Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disselhe: Não tenho medo de vivê-la”.
Augusto Cury
"Obstáculo é aquilo que você enxerga, quando tira os olhos do seu objetivo."
Autor: Henry Ford
PAIZINHO, Carla da Silva. ESTUDO DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE
PRODUÇÃO MAIS LIMPA NO SETOR TÊXTIL. 2012. 79 f. Curso de Bacharelado
em Administração. Faculdade Sete de Setembro – FASETE. Paulo Afonso – BA.
RESUMO
O uso da metodologia da produção mais limpa possibilita diversas vantagens para a
indústria através da identificação e redução de resíduos na fonte. Nesse sentido, o
objetivo desse trabalho foi analisar a possibilidade da implantação da Produção Mais
Limpa na indústria Têxtil. Como também, verificar a possibilidade da aplicação dessa
metodologia na Indústria Têxtil estudada. Para obter essa analise, uma pesquisa de
campo quantitativa e qualitativa foi realizada, através de entrevistas por meio de
questionários com os responsáveis pelos setores de fiação, tecelagem,
beneficiamento, revisão ao tecido cru e acabado, confecção, compras, meio
ambiente, gerencia industrial e diretoria, somando assim 10 colaboradores. Os
resultados alcançados com base na analise dos dados da empresa pesquisada,
confirmaram que é possível à aplicação da metodologia de Produção mais Limpa,
pois a empresa necessita de uma ferramenta que gerencie os resíduos que a
mesma gera e que ajude a minimiza-los, como também foi identificado que a
indústria possui colaboradores motivados e qualificados para estar à frente de um
programa de Produção mais Limpa e ainda foram sugeridas algumas ações de P+L,
como instalações de indicadores de desempenho ambiental para medir o consumo
de água e energia, troca das telhar normais dos galpões por telhas translucida que
diminui o consumo de energia durante o dia, a criação de políticas ambientais no
setor de compras e a reutilização ou reciclagem na própria empresa das aparas que
são desperdiçadas durante o processo de confecção. Conclui-se que a metodologia
de Produção Mais Limpa visa à gestão adequada dos resíduos e que traz inúmeras
vantagens para a indústria já que diminuir a geração de resíduos significa menos
desperdício para a mesma.
Palavras – Chaves: Produção Mais Limpa, Desenvolvimento Sustentável, Indústria
Têxtil.
PAIZINHO, Carla da Silva. STUDY OF APPLICATION OF THE METHODOLOGY
OF CLEANER PRODUCTION IN TEXTILE SECTOR. 2012. 79 f. Course Bachelor of
Directors college Sete de Setembro – FASETE. Paulo Afonso – BA.
ABSTRACT
Using the methodology of Cleaner Production provides several advantages to the
industry through identifying and reducing waste at the source. Accordingly, the
objective of this study is to analyze the possibility of implementing the Cleaner
Production in Textile Industry. As also, verify the possibility of applying this
methodology studied in Textile Industry. For this analysis, a field study was
conducted quantitative and qualitative, through interviews using questionnaires with
the responsible by sectors for wiring, weaving, review of cloth raw and finished,
beneficiation, making, shopping, environment, management industrial and board,
totaling 10 employees. The results achieved based in the analysis of data the
company researched confirm that it is possible to apply the methodology of Cleaner
Production, therefore, the company needs a tool that manages the waste it generates
and to help minimize them, as also, was identified that the industry has employees
motivated and qualified to be ahead of a Cleaner Production program and yet were
suggested some actions for PML, as indicators of performance environmental to
measure the consumption of water and energy, the exchange of tiles normal sheds
for translucent tiles that reduces the energy consumption during the day, creating
environmental policies in purchasing and the reuse or recycling in the company of the
chips that are wasted during the process of making. It is concluded that the
methodology of Cleaner Production seeks to management appropriate waste and
that brings numerous advantages for the industry since reducing waste generation
means less waste for the same.
Keywords: Cleaner production, Sustainable Development, Textile Industry
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Estratégias da Produção Mais Limpa ..................................................... 31
Figura 02 - Etapas para Implantação da Produção Mais Limpa ............................... 33
Figura 03 – Organograma da Fábrica da Pedra ....................................................... 53
Figura 04 – Fluxograma do Processo de Produção da Fábrica da Pedra. ............... 55
Figura 05 – Central de Resíduos Sólidos ................................................................. 56
Figura 06 – Tanques de tratamento da água............................................................ 59
Figura 07 – Tecidos que apresentaram defeito durante o processo ......................... 61
Figura 08- Etiqueta de fardo de resíduo e separação de resíduos por fardos. ......... 61
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Enfoque do Controle de Poluição de da Produção Mais Limpa ............. 30
Quadro 2. Setor Têxtil no Brasil................................................................................ 38
Quadro 3. Pontos de Geração de Poluentes nas Indústrias Têxteis.........................39
Quadro 4: Oportunidades de Melhoria ..................................................................... 42
Quadro 5: Resultados .............................................................................................. 43
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Supervisores e Setores entrevistados..................................................... 48
Tabela 02 – Ações de Produção Mais Limpa............................................................ 66
LISTA DE GRÁFICOS
Grafico- 01 Grau de satisfação em relação aos colaboradores motivados para
desenvolver projetos de melhoria dentro da empresa ............................................... 62
Gráfico- 02 Classificação quanto ao grau de aceitação por parte dos colaboradores
caso seja proposto um projeto de melhoria na área ambiental ................................. 63
Gráfico- 03 Quanto ao grau de aceitação por parte da Diretoria para uma possível
implantação da metodologia de P+L ......................................................................... 64
Sumário
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16
1.1 Considerações Iniciais......................................................................................... 16
1.2 Definição do problema ........................................................................................ 18
1.3 Justificativa .......................................................................................................... 19
1.4 Objetivos ............................................................................................................. 20
1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 20
1.4.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 20
1.5 Estrutura do Trabalho .......................................................................................... 20
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 23
2.1 Desenvolvimento Sustentável ............................................................................. 23
2.2 Gestão Ambiental ................................................................................................ 25
2.4 Produção mais Limpa .......................................................................................... 28
2.2.1 Benefícios da Produção Mais Limpa ................................................................ 32
2.2.2 Etapas para a implantação ............................................................................... 33
2.4 Setor Têxtil .......................................................................................................... 37
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 45
3.1 Método Científico ................................................................................................ 45
3.2 Delineamento da Pesquisa.................................................................................. 46
3.3 Universo e Amostra ............................................................................................. 47
3.4 Instrumento de Coleta de Dados ......................................................................... 48
3.5 Análise e Tratamento dos dados ......................................................................... 49
4. Apresentação e Analise dos Resultados .......................................................... 52
4.1 Análise da Indústria têxtil estudada ..................................................................... 52
4.1.1 Fábrica da Pedra S/A Fios, Tecidos e Confecções .......................................... 52
4.1.2 Analise dos dados obtidos por meio da aplicação dos questionários ............... 58
4.1.2.1 Analise dos aspectos relacionados ao gerenciamento ambiental ................. 58
4.1.2.2 Análise dos aspectos de redução de resíduos e emissão na fonte ............... 60
4.1.2.3 Analise dos aspectos da gestão e minimização de resíduos ........................ 60
4.1.2.4 Análise do grau de aceitação da Diretoria e motivação, qualificação,
aceitação e comprometimento dos colaboradores .................................................... 62
4.2 Conclusão da Análise dos Resultados ................................................................ 64
5. Conclusão ............................................................................................................ 68
5.1 Considerações Finais .......................................................................................... 68
5.2 Limitações do Estudo .......................................................................................... 69
5.3 Sugestões para Pesquisas Futuras ..................................................................... 70
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71
APÊNDICE ................................................................................................................ 74
Capítulo I
Introdução
Capítulo I – Introdução
16
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho teve como objetivo analisar a possibilidade da produção mais limpa
dentro do processo de produção da Fábrica da Pedra, visando assim à gestão
adequada dos resíduos gerados por esse processo e quais barreiras existentes
para essa implantação. Neste capítulo, estão expostas as considerações iniciais a
respeito da pesquisa, a definição do problema, bem como os seus objetivos e a
justificativa.
1.1 Considerações Iniciais
Devido ao aumento acelerado da Produção Industrial, torna-se necessário o uso de
ferramentas de gestão ambiental que gerencie o uso de práticas e métodos
administrativos que reduz ao máximo o impacto ambiental das atividades
econômicas nos recursos da natureza.
Espindola et.al (2011) relata que em toda e qualquer atividade humana,
independente do segmento econômico, seja ela industrial, mineral, agropecuária,
urbana ou agroindustrial gera resíduos que uma vez inadequadamente dispostos,
promovem agressões, muitas vezes irreparáveis ao meio ambiente. Portanto,
identificar o objeto causador do problema e a sua etapa constituinte, requer um
estudo aprofundado do processo.
Chehebe1 (1997 apud Camara, 2010, p. 10) complementa que:
Uma das principais causas dos problemas ambientais é parcialmente
atribuída à complexidade dos processos industriais. Qualquer
produto provoca um impacto no meio ambiente, seja em função de
seu processo produtivo, das matérias primas que se consome, ou
devido ao seu uso ou disposição final.
De acordo com Cogo (2011) as indústrias Têxteis geram diversos tipos de resíduos
sólidos, os principais são as embalagens e cones plásticos, óleo de lubrificação,
resíduos de variação, fibras não processadas entre outros.
1
CHEHEBE, J.R. analise do ciclo de vida de produtos; ferramenta gerencial da ISO 14000. Rio de
janeiro qualitymark., CNI, 1997
Capítulo I – Introdução
17
Ferreira et. al (2009) complementa que os processos têxteis são longos e
complexos, que usam produtos químicos e por isso se tornam potencialmente
poluidores. Assim se os efluentes gerados não forem devidamente tratados, causam
grande impacto ao meio natural.
Com isso, nota-se que grande parte dos problemas ambientais são ocasionados
pelas indústrias, porem a grande tarefa é a de sensibilizar os gestores a implantar
ferramentas de gestão ambiental que visem à minimização da geração desses
resíduos e uma melhor gestão do uso dos recursos naturais.
Dessa forma, a necessidade de aplicação adequada fez com que surgisse a
Produção mais Limpa (P+L). Mello (2002) relata que em 1991, a United Nations
Industrial Developmente Organization (UNIDO) e a United Nations Environmental
Program (UNEP) iniciaram o Projeto Ecoprofit (Ecological Project For Integrated
Environmental Technologies). Nesse projeto, foram citados Centros Nacionais de
Produção Limpa, com o objetivo de desenvolver a produção mais limpa (P+L) como
uma forma de reduzir ou até eliminar resíduos e prevenir a poluição em países em
desenvolvimento como o Brasil.
O desenvolvimento da produção mais limpa está baseado fortemente na
racionalidade econômica, com o intuito de apresentar soluções para os problemas
gerados
na
indústria,
auxiliando
as
empresas
a
produzirem
de
modo
ambientalmente correto, visando à redução do consumo de recursos e dos impactos
na natureza.
Desse modo, este trabalho fez um levantamento dos impactos causados ao meio
ambiente pelo setor têxtil de acordo com os insumos utilizados em seu processo de
produção, referentes a poluição da água, do ar, e solo, o calor e energia, sendo o
algodão a principal matéria-prima. Tendo como objetivo geral analisar a
possibilidade de se aplicar a produção mais limpa na Industria Têxtil ( Fábrica da
Pedra S/A – Fiação e Tecelagem ) localizada em Delmiro Gouveia – AL
e
demonstrar formas de reduzir e até excluir os efeitos nocivos provocados ao meio
ambiente pelo processo de produção.
Capítulo I – Introdução
18
1.2 Definição do problema
A indústria têxtil é segunda maior poluente devido a sua superprodução de dejetos
químicos, os quais poluem o meio ambiente e diminuem a qualidade de vida das
populações. A preocupação com os problemas ambientais causados por esta, levou
vários órgãos e segmentos a questionar e procurar soluções para amenizá-lo.
(ALTAFIM E SOUZA, 2012)
Segundo Cogo (2011) o setor têxtil requer uma grande quantidade de água nos seus
processos, consumindo em torno de 15% de toda a água industrial brasileira e é
devolvida ao meio ambiente altamente contaminada, o processo de produção gera
uma serie de outros resíduos sólidos que podem ter características perigosas ao
meio ambiente.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2009), pela
Norma Brasileira (NBR)10.004/2004. Os resíduos têxteis são classificados da
seguinte forma: resíduos sólidos: classe II A – não inertes, que podem apresentar
propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em
água. Resíduos sólidos de classe I – perigoso, que são aqueles que apresentam
riscos à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, um
aumento da mortalidade ou da incidência de doenças e/ou riscos ao meio ambiente,
ainda mais quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada.
Estes
resíduos
podem
apresentar
uma
das
seguintes
características:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Os
resíduos têxteis podem ser reutilizados ou reciclados quase que em sua totalidade,
desde que não sofram contaminações durante o processo fabril.
Diante disso surge a necessidade de ferramentas que gerenciem de forma
adequada o processo de produção, para que a geração desses resíduos durante
esse processo sejam minimizados ou até mesmo eliminados.
Foi abordada a Produção mais Limpa como uma ferramenta de Gestão ambiental
que visa à eliminação da geração de resíduos na fonte tendo este estudo os
seguintes questionamentos:
Capítulo I – Introdução
19
1. A Produção mais limpa pode ser aplicada na Fábrica da Pedra S/A para
assim gerar redução de emissão de resíduos?
2. Existem procedimentos/ações que visem à gestão adequada dos
resíduos?
3. Quais as barreiras para essa possível implantação?
4. Quais os benefícios da Produção mais limpa no setor industrial sobre tudo
no setor têxtil.
1.3 Justificativa
Observa-se que alguns impactos ambientais devem ser gerenciados com atenção
especial por serem inerente ao processo de produção de uma indústria. Sendo
assim este trabalho propõe-se no estudo das ferramentas de gestão ambiental que
tem o intuito de gerenciar tais impactos.
Para (Santos, 2011, p.2) “o processo de produção de uma indústria têxtil é composto
de várias etapas as quais podem ser causadoras de degradação ambiental caso não
sejam tomados os cuidados necessários.”
Dentro desse contexto percebe-se que é fundamental para uma indústria têxtil
conhecer seu processo de produção e os impactos que esse vem a provocar ao
meio ambiente, sendo assim, é de grande importância que essas indústrias
busquem ferramentas que possam ajudar a gerenciar de forma correta esse
processo a fim de minimizar ou até mesmo eliminar tais impactos.
Santos et. al (2008) afirma que através da Produção mais limpa é possível observar
a maneira como um processo de produção está sendo realizado e detectar em quais
etapas deste processo as matérias-primas estão sendo desperdiçadas, o que
permite melhorar o seu aproveitamento e diminuir ou impedir a geração do resíduo.
Com isso essa ferramenta melhora o aproveitamento das matérias-primas e ajuda a
impedir a geração de resíduos que são causadores da degradação.
Foi feito um estudo na Fábrica da Pedra, localizada na cidade de Delmiro GouveiaAL. O processo de produção dessa industria vai desde a fiação, até o tecido pronto,
esse processo utiliza vários insumos como água, energia, algodão entre outros que
Capítulo I – Introdução
20
quando não são utilizados da melhor forma podem gerar desperdício e
consequentemente causar danos ao meio ambiente.
1.4 Objetivos
Para responder as questões aqui apresentadas foram traçados objetivos, os quais
estão divididos em: objetivo geral e os específicos.
1.4.1 Objetivo Geral
Analisar a possibilidade para a implantação da Produção Mais Limpa na Fábrica da
Pedra S/A.
1.4.2 Objetivos Específicos
Para alcançar o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos foram traçados:
1. Mapear os processos de produção industrial;
2. Identificar as ações e políticas em relação ao gerenciamento ambiental
desenvolvidas pela organização e;
3. Identificar as etapas para a aplicação da Produção mais limpa e a
possibilidade de implantação desta metodologia na Fabrica da Pedra S/A.
1.5 Estrutura do Trabalho
Para melhor compreensão desta pesquisa, a monografia foi dividida em cinco
capítulos. São Eles:
Capitulo 1: Refere-se às considerações iniciais, onde são apresentados a
introdução ao assunto do tema escolhido, a definição do problema de pesquisa, os
objetivos geral e os específicos a justificativa e a estrutura de trabalho.
Capitulo 2: Traz a fundamentação teórica, tratando do Desenvolvimento
Sustentável, onde são definidos alguns conceitos e a importância das empresas
adotarem seus princípios, também apresenta uma revisão bibliográfica sobre a
Capítulo I – Introdução
21
Gestão ambiental e em seguida aborda a Produção mais limpa, seus conceitos,
benefícios e as etapas para sua implantação.
Capitulo 3: Apresenta os procedimentos metodológicos para a realização desta
pesquisa.
Capitulo 4: Trata-se da apresentação da análise dos resultados e interpretação dos
dados colhidos através dos instrumentos de coleta de dados aplicados na pesquisa
de campo.
Capitulo 5: Apresentam-se as considerações finais, as conclusões do estudo, as
limitações do estudo e as sugestões para as pesquisas futuras.
Capítulo II
Referencial Teórico
Capítulo II – Referencial Teórico
23
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Desenvolvimento Sustentável
Devido a diversos fatores que ameaçam o planeta, como o uso excessivo dos
recursos naturais, destruição do meio ambiente e a poluição, surgiu à necessidade
do desenvolvimento de tecnologias capazes de conservar os recursos naturais e que
ajudem a minimizar tais problemas.
No início da década de 1970, a partir do discurso dos movimentos ambientalistas e
dos debates referente ao ecodesenvolvimento deu-se inicio ao conceito de
desenvolvimento sustentável. (CASTRO E OLIVEIRA, 2012).
Segundo Giansanti (1999) a idéia do desenvolvimento sustentável foi introduzida, no
século XIX, pelo engenheiro florestal norte-americano, Gifford Pinchot, o primeiro
chefe do serviço de floresta do país e um dos primeiros a se rebater a ótica daquela
época que visava o “desenvolvimento a qualquer custo” sempre defendo a
conservação dos recursos naturais.
Contudo, depois de mais uma década de discursões sobre problemas ambientais o
termo “desenvolvimento sustentável” ganha o reconhecimento através de estudos da
Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta
para a humanidade perante o conflito social e ambiental pela qual o mundo passava
a partir da segunda metade do século XX.
Na Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD),
também conhecida como Comissão de Brundtland, presidida pela norueguesa Gro
Haalen Brundtland, no processo preparatório a Conferência das Nações Unidas –
também conhecida como “Rio 92”. Foi desenvolvido um relatório que ficou
conhecido como “Nosso Futuro Comum”. Tal relatório contém informações colhidas
pela comissão ao longo de três anos de pesquisa e análise, ressaltando as questões
sociais, principalmente no que se refere ao uso da terra, sua ocupação, suprimento
de água, abrigo e serviços sociais, educativos e sanitários, além de administração
do crescimento urbano. O relatório afirma que: “o desenvolvimento sustentável é
aquele
que
atende
as necessidades do
presente
sem comprometer as
Capítulo II – Referencial Teórico
24
possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”
(BARBOSA, 2008).
Percebe-se que o desenvolvimento Sustentável tem o objetivo de satisfazer as
necessidades dos seres humanos, tendo por base princípios que visam um melhor
gerenciamento das questões ambientais e que propõe um ambiente ecologicamente
correto e socialmente justo para todos.
Desenvolvimento sustentável é uma estratégia de desenvolvimento
que administra todos os ativos, os recursos naturais e os recursos
humanos assim como os ativos financeiros e físicos de forma
compatível com o crescimento da riqueza e do bem-estar em longo
prazo. O desenvolvimento sustentável, como um ideal, rejeita
políticas e práticas que dêem suporte aos padrões de vida correntes
à custa da deterioração da base produtiva, inclusive a de recursos
naturais, e que diminuam as possibilidades de sobrevivência das
gerações futuras. (REPETTO2, apud MAROUELLI, 2003, p.2).
A sustentabilidade tem como finalidade descobrir meios de emprego dos recursos
existentes de forma mais coesiva, de maneira econômica, eficaz e ecologicamente
viável.
Segundo Corrêa (2009, p.27) percebeu- se que, apesar de toda ciência disponível,
não se poderia usar esses recursos sem o devido cuidado, pois a utilização sem
critérios que possibilitem a preservação do meio ambiente levaria à escassez e à
suposta extinção desses.
E de acordo com Castro e Oliveira (2012, p.4) “no Brasil, grande parte dos
consumidores apresenta um padrão de consumo dispendioso em relação aos países
ricos. O motivo justifica-se que muitos consomem pouco e para garantir a
sobrevivência, os hábitos de consumo adotados são insustentáveis.”
É necessário que a forma de consumo tanto dos seres humanos e das empresas se
adaptem a esse novo modelo de desenvolvimento. A agenda 21 3 menciona três
2
REPETTO, R. World enough and time. New Haven: Yale University Press,1986.
Agenda 21 é o principal documento da Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento Humano) refere-se às preocupações o futuro. Fonte: Secretaria do Meio
3
Capítulo II – Referencial Teórico
25
aspectos fundamentais para essa mudança: do exame dos padrões insustentáveis
de produção e consumo; o desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais de
estimula a mudança nos padrões insustentáveis de consumo; e estratégias para
estimular o uso mais eficiente da energia e dos recursos. Agenda 21 2006 (apud
Oliveira et.al 2009, p.4)
No mundo inteiro, os empresários mais conscientes estão
comprovando, com ações e resultados, que investir em
sustentabilidade representa um excelente negócio, além de ser
eticamente correto. [...] Alguns avanços são notáveis. A presença
cada vez maior de ferramentas, como Selo Verde e ISO 14000, para
assegurar a proteção dos seres humanos e a conservação do meio
ambiente nas empresas é um deles. (INSTITUTO ETHOS4 apud
OLIVEIRA, 2006, p.8)
As empresas estão adaptando-se a esse novo modo de desenvolvimento, pois, além
de mostrar ser uma empresa ecologicamente correta que tem um compromisso com
o meio ambiente, mostra também o respeito com seus colaboradores e das futuras
gerações, tornando-se assim uma empresa socialmente responsável.
Almeida (2002) relata que um dos principais motivos que levam as empresas a
adotar os princípios do desenvolvimento sustentável é a necessidade de
sobrevivência, isto é, quando elas enxergam a ecoficiência e percebem que podem
produzir mais melhorando a qualidade, diminuindo os riscos ambientais, e ainda
melhorando o processo interno.
Diante da importância de se apresentar um desenvolvimento sustentável são
desenvolvidos diversos processos que tem como finalidade a gestão adequada do
uso dos recursos, o tratamento e a melhor disposição dos poluentes, bem como
ferramentas que gerencie o processo de produção das indústrias que ajudem a
minimizar os problemas que estes causam ao meio ambiente.
2.2 Gestão Ambiental
Ambiente e Recursos Hídricos.
http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=24
4
INSTITUTO ETHOS, Conceito de Sustentabilidade nasceu nos anos 80, 2004, disponível em:
http://www.ethos.org.br/
Capítulo II – Referencial Teórico
26
A gestão ambiental surge da necessidade de gerenciar e administrar de forma
racional a utilização dos recursos naturais. Preocupa-se com a qualidade e
preservação dos recursos visando ganhos tanto para o meio ambiente quanto para
as empresas.
Segundo Kraemer (2004), gestão ambiental é um aspecto funcional da gestão de
uma empresa que desenvolve e implanta políticas ambientais. É o conjunto de
diretrizes e atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento,
direção, controle, alocação de recursos e outras atividades realizadas com a
finalidade de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, reduzindo ou eliminando
os danos ou problemas causados pelas ações humanas.
A percepção que existia entre muitos empresários, até poucos anos
atrás, de que a adoção de uma gestão ambiental eficiente colidia
com a manutenção de percentuais de lucros competitivos foi aos
poucos sendo ultrapassada, pois a utilização de tecnologias
ambientalmente menos impactante têm um potencial importante,
tanto na contribuição para a melhoria ambiental do planeta, como na
redução de custos, estes por meio de uma eficiente racionalização
dos processos de produção, particularmente no melhoramento no
uso dos insumos e na diminuição do desperdício de materiais.
(SEVERO E OLEA, 2009, p.3).
O desempenho ambiental satisfatório tem sido buscado por um número cada vez
maior de empresas preocupadas com o gerenciamento dos assuntos pertinentes ao
meio ambiente. Por meio de sistemas de gestão ambiental as organizações
empresariais investem em ações para um desenvolvimento sustentável, estudos
sobre ciclo de vida dos produtos e processos, geração, controle e tratamento de
resíduos, consumo de recursos naturais e a questão do passivo ambiental.
(KRAEMER, 2004)
Viterbo5, (apud Lange e Schenini, 2007, p.3) afirma que “Gestão ambiental, é a
forma como uma organização administra as relações entre suas atividades e o meio
ambiente que as abriga, observadas as expectativas das partes interessadas”.
A Gestão Ambiental coordena as atividades do ser humano para que elas gerem o
menor impacto possível ao meio ambiente, um gerenciamento que visa usar as
5
VITERBO JÚNIOR, Ênio. Sistema Integrado de Gestão Ambiental. São Paulo: Aquariana,1998.
Capítulo II – Referencial Teórico
27
ferramentas existentes da melhor forma possível, isso vai desde a encolha das
melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos
humanos e financeiros.
A gestão ambiental pode ser entendida como a forma sábia e
racional de uso dos recursos naturais, onde o ideal seria retirar da
natureza apenas o que pode ser reposto. Os materiais que foram
retirados não devem retornar à natureza em forma de resíduos, mas
serem reciclados e voltarem como bens de consumo. Quando isto
não é possível, deve-se no mínimo, recuperar o ambiente degradado
e reduzir os impactos ambientais causados pela industrialização de
produtos. (LANGE E SCHENINI, 2007, p.4).
A Gestão Ambiental organiza e gerencia a forma como as empresas utilizam os
recursos naturais para que estes sejam utilizados de forma correta, e da melhor
forma possível para diminuir os danos ao meio ambiente. Exerce também o papel de
gerenciar a contaminação de poluentes como resíduos entre outros poluentes
gerados por processos que são causadores de degradação ambiental.
Diante disso o consumidor tende então a selecionar melhor os produtos, baseandose na imagem que a empresa transmite. A partir daí, surgi certificações, tais como as
da ISO 14.000, que comprovam que a empresa cumpre com suas atividades com
base nos princípios da Gestão Ambiental.
Concluí-se então que gestão ambiental é uma ferramenta que surge por
consequência da evolução do pensamento do homem em relação à necessidade da
melhor utilização dos recursos naturais. (BRUNS, 2012)
Surgem ferramentas que auxiliam o melhor gerenciamento ambiental, as quais são
chamadas de tecnologias limpas, entre elas as tecnologias fim - de - tubo e a
Produção Mais Limpa, essa primeira segundo Macedo et. al (2010) transformam os
resíduos ou seja espera que os resíduos sejam gerados para posteriormente tratálos, já a Produção Mais Limpa surge com o intuito de principalmente identificar
opções para a não geração desses resíduos.
Capítulo II – Referencial Teórico
28
2.4 Produção mais Limpa
Como ferramenta de Prevenção da Poluição, a Produção Mais Limpa e um modelo
de gestão ambiental que tem como finalidade contribuir com as necessidades
ambientais e promover o desenvolvimento sustentável.
O termo Produção Mais Limpa foi definida pelo UNEP em 1990 como: "A aplicação
continuada de uma estratégia ambiental integrada aos processos, produtos e
serviços para aumentar a eficiência e reduzir os riscos para os seres humanos e o
ambiente".
A Produção Mais Limpa P+L como estratégia de Gestão Ambiental, é indicada como
uma ferramenta que possibilita o funcionamento da empresa de modo social e
ambientalmente responsável, ocasionando também influência em melhorias
econômicas e tecnológicas. A PmaisL na Gestão Ambiental
é aplicada como
ferramenta de prevenção.(SICSÚ e SILVA FILHO, 2003).
Rensi e Schenini (2006) complementam que a Produção Mais Limpa, surgiu como
um programa que visa prevenir a poluição, esse programa foi criado pela
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) em
conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
A produção mais limpa significa “a aplicação contínua de uma
estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos
processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de
matérias-primas, água e energia, através da não geração,
minimização ou reciclagem de resíduos gerados em um processo
produtivo”. Esta abordagem induz inovação nas empresas, dando um
passo em direção ao desenvolvimento econômico sustentado e
competitivo, não apenas para elas, mas para toda a região que
abrangem (CNTL, 2012).
A Produção Mais Limpa trabalha com melhorias continuas no processo de produção
de uma empresa usando uma metodologia que visa trazer benefícios tanto para o
meio ambiente quando para a economia da empresa baseado na redução dos
impactos ambientais e a melhor utilização dos resíduos durante o processo de
produção, trabalhando assim para um baixo investimento e reduzindo custos para a
empresa.
Capítulo II – Referencial Teórico
29
O guia de Produção mais limpa afirma que de principio o intuito da metodologia de
Produção mais Limpa (P+L) é eliminar a poluição durante o processo de produção e
não no final, por que os resíduos que são desperdiçados durante o processo de
produção são pagos a preço de matéria prima e consumiram insumos como água e
energia. Uma vez gerados, continuam a consumir dinheiro, seja sob a forma de
gastos de tratamento ou armazenamento.
CNTL (2003) relata que a tecnologia tradicional de controle de poluição questiona “o
que se pode fazer com os resíduos e as emissões existentes?”, Já a Produção mais
Limpa questiona “de onde vêm nossos resíduos e emissões? Por que no final se
transformaram em resíduos?”
Segundo Silva e Medeiros (2006, p.412):
Enquanto as técnicas de “fim-de-tubo” representam ações
remediativas, que esperam que estes resíduos sejam gerados para,
posteriormente, tratá-los, a P + L é uma ação preventiva, que visa
evitar ou diminuir a formação do resíduo durante o processo
produtivo. Quando uma organização adota os princípios da P + L,
está tentando buscar tecnologias que substituam os tratamentos
convencionais de “fim-de-tubo” por modificações no processo
produtivo focadas na prevenção e controle de poluição na fonte.
Percebe-se então que a principal diferença entre as duas técnicas é que a Produção
Mais Limpa tenta atingir a raiz do problema enquanto a fim-de-tubo trata esse
problema depois de gerado. No quadro 01 será apresentado a diferença entre as
duas tecnologias.
Capítulo II – Referencial Teórico
30
Quadro 1 – Enfoque do Controle de Poluição de da Produção Mais Limpa
Fonte: GREENPEACE6 (2005 apud OLIVEIRA 2006, p.15)
De acordo com o CNTL (2012) São utilizadas várias estratégias visando à produção
mais limpa e a minimização de resíduos, conforme apresentado na figura 01.
6
GREENPEACE: banco de dados. Disponível em http://www.greenpeace.org.br
Capítulo II – Referencial Teórico
31
Figura 01 - Estratégias da Produção Mais Limpa
Fonte: CNTL (2012)
A prioridade da metodologia de produção mais limpa é evitar a geração e emissão
de resíduos esse é o nível 1 e está no topo do fluxograma à esquerda. Durante um
processo de produção existem resíduos que não podem ser evitados e devem
preferencialmente ser integrados ao processo de produção da empresa é o nível 2.
Na sua impossibilidade, medidas de reciclagem fora da empresa podem ser
utilizadas pode-se observar no fluxograma a direita e é o nível 3. (CNTL, 2012)
A produção mais limpa procura um meio que visa incluir uma forma sustentável
dentro do processo de produção de uma empresa, para que esse gere menos
insumo possível, isso por que utiliza de forma adequada os materiais como energia,
água, entre outros que fazem parte do processo. Promovendo assim um processo
de mudança dentro da empresa sabendo que o desperdício e a emissão de insumos
não só degrada o meio ambiente mais também compromete a segurança dos seus
colaboradores e gera riscos para a saúde dos mesmos, isso reflete melhorando a
imagem da empresa para todos os seus colaboradores e também para o cliente
final.
Capítulo II – Referencial Teórico
32
2.2.1 Benefícios da Produção Mais Limpa
CNTL (2003) afirma que implantação de um Programa de Produção mais Limpa
permite que a empresa conheça melhor o seu processo de produção através de um
acompanhamento constante para manutenção e desenvolvimento de um sistema
eco-eficiente de produção com a geração de indicadores ambientais e de processo.
Este acompanhamento permitirá à empresa identificar necessidades de pesquisa
aplicada, informação tecnológica e programas de capacitação. Além disso, o
Programa de Produção mais Limpa irá integrar-se aos Sistemas de Qualidade,
Gestão Ambiental e de Segurança e Saúde Ocupacional, proporcionando o
completo entendimento do sistema de gerenciamento da empresa.
E ainda complementa que quando aplicada a metodologia de produção mais Limpa
traz benefícios ambientais econômicos que resultam na eficiência global do
processo produtivo, através de:
Eliminação dos desperdícios;
Minimização ou eliminação de matérias-primas e outros insumos causadores
de degradação ambiental;
Redução dos resíduos e emissões;
Redução dos custos de gerenciamento dos resíduos;
Minimização dos passivos ambientais;
Instrumento na saúde e segurança no trabalho.
E ainda Contribui para:
Melhor imagem da empresa;
Aumento da produtividade;
Conscientização ambiental dos funcionários;
Redução de gastos com multa e outras penalidades.
Capítulo II – Referencial Teórico
33
2.2.2 Etapas para a implantação
O Guia desenvolvido pela CNTL (2003) define alguns passos para implantação de
um Programa de Produção mais Limpa:
O Primeiro passo é a pré-sensibilização dos empresários e gerentes, através de
uma visita técnica mostrando os casos de sucesso depois da aplicação dessa
metodologia, ressaltando seus benefícios econômicos e ambientais e ressaltando a
necessidade de comprometimento gerencial da empresa, e de seus colaboradores
sem o qual não é possível desenvolver o Programa de Produção mais Limpa.
Figura 02.- Etapas para Implantação da Produção Mais Limpa
Fonte: CNTL (2003)
Capítulo II – Referencial Teórico
34
Etapa 1: Planejamento e Organização
1. Comprometimento da Gerencia que é fundamental para garantir o sucesso
do programa;
2. Identificar as barreiras que serão encontradas durante o desenvolvimento do
programa e buscar soluções adequadas para supera-las;
3. Definir em conjunto com a empresa a abrangência do programa se será em
toda a empresa ou em um setor especifico que esteja mais crítico.
4. Formação de uma equipe de profissionais da empresa que tem como objetivo
conduzir o programa de Produção Mais Limpa que é chamado de ecotime.
Etapa 2: Pré-avaliação e Diagnóstico
1. Estudar o Fluxograma do processo: permitindo assim a visualização e a
definição do fluxo qualitativo de matéria-prima, água energia no processo
produtivo, visualização da geração de resíduos durante o processo, agindo
dessa forma como uma ferramenta para obtenção de dados necessários para
a formação de estratégias de minimização da geração desses resíduos,
efluentes e emissões.
2. Diagnóstico ambiental e de processo: Logo após o estudo do fluxograma o
ecotime fará o levantamento dos dados quantitativos de produção e
ambientais existentes, utilizando fonte disponível como, por exemplo,
estimativa do setor de compras entre outros, qualificação de entradas como
matérias-primas, água e energia, mas sem detalhar por etapa do fluxograma,
e qualificação de saídas como resíduos, efluentes, emissões, subprodutos e
produtos, dados da situação ambiental da empresa e dados referentes à
estocagem, armazenamento e acondicionamento;
3. Seleção do foco de avaliação: tendo as informações do diagnóstico ambiental
e da planilha dos principais aspectos ambientais é selecionado entre todas as
Capítulo II – Referencial Teórico
35
atividades e operações da empresa o foco de trabalho. Estas informações
são analisadas considerando os regulamentos legais, a quantidade de
resíduos gerados, a toxicidade dos resíduos, e os custos envolvidos.
Etapa 3: Avaliação de PmaisL
1. Análise quantitativa de entradas e saídas e estabelecimento de Indicadores:
Esta fase inicia com o levantamento dos dados quantitativos mais detalhados
nas etapas do processo priorizadas durante a atividade de Seleção do Foco
da Avaliação. Os itens avaliados são os mesmos da atividade de Realização
do Diagnóstico Ambiental e de Processo, o que possibilita a comparação
qualitativa entre os dados existentes antes da implementação do Programa
de Produção mais Limpa e aqueles levantados pelo Programa:
2. Identificação das causas da geração de resíduos: Com os dados levantados
no balanço material (quantificação) são avaliadas pelo Ecotime as causas de
geração dos resíduos na empresa. Os principais fatores na origem dos
resíduos.
3. Identificação das opções de Produção mais Limpa: Com base nas causas de
geração de resíduos já descritos, são possíveis modificações em vários níveis
de atuação e aplicações de estratégias visando ações de Produção mais
Limpa
Etapa 4: Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental
1. Avaliação técnica, ambiental e econômica:A primeira atividade da Etapa 4 é a
avaliação técnica, ambiental e econômica das opções de Produção mais
Limpa levantadas, sempre visando o aproveitamento eficiente das matériasprimas, água, energia e outros insumos através da não geração, minimização,
reciclagem interna e externa, conforme visto anteriormente;
2. Seleção de oportunidades viáveis: Os resultados encontrados durante a
atividade de avaliação técnica, ambiental e econômica possibilitarão a
Capítulo II – Referencial Teórico
36
seleção das medidas viáveis de acordo com os critérios estabelecidos pelo
Ecotime.
Etapa 5: Implementação de Opções e Plano de Continuidade
1. Plano de implementação e monitoramento: Após a seleção das opções de
Produção mais Limpa viáveis será traçada a estratégia para implementação
das mesmas. Nesta etapa é importante considerar as especificações técnicas
detalhadas, o plano adequando para reduzir tempo de instalação, quando
devem acontecer as atividades determinadas entre outros;
2. Plano de continuidade: Após a aplicação das etapas e atividades descritas
acima, o Programa de Produção mais Limpa pode ser considerado como
implementado. Neste momento é importante não somente avaliar os
resultados obtidos, mas, sobretudo, criar condições para que o Programa
tenha sua continuidade assegurada através da aplicação da metodologia de
trabalho e da criação de ferramentas que possibilitem a manutenção da
cultura estabelecida, bem como sua evolução em conjunto com as atividades
futuras da empresa.
A produção mais limpa tem o objetivo de tornar o processo de produção mais
eficiente e produtivo em todos os aspectos, pois tem como finalidade gerar mais
produtos e menos resíduos, seguindo todos os passos para implantação da P+L é
possível identificar a causa da geração dos resíduos para então traçar estratégias
para evita-las, com isso é possível chegar a um desenvolvimento sustentável,
trazendo ganho para os colaboradores e meio ambiente e como consequência ainda
gera ganhos econômicos para a indústria.
Pinto e Leão (2011) afirma que torna-se cada vez mais necessário a aplicação de
metodologias limpas nos processos industrias. O setor têxtil destaca-se no cenário
ambiental pelo grande volume de efluentes, com alta carga poluidora, gerado em
suas plantas produtivas. Tendo como principal impacto do setor o consumo de água.
Capítulo II – Referencial Teórico
37
2.4 Setor Têxtil
A Indústria Têxtil representa um importante setor da economia brasileira e mundial,
mostrando estudos relevantes de crescimentos nos últimos anos. Segundo Netto
(2009, p. 4) o Setor Têxtil Brasileiro investe uma média de US$ 1 bilhão por ano para
manter seus parques sempre atualizados, com tecnologia de ponta, respeitando as
leis ambientais e investindo em profissionais capacitados.
De acordo com a ABIT 2012 (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de
Confecções) Nos últimos anos, o Setor Têxtil vem crescendo bastante por meio de
um grande investimento em tecnologia, especialmente nas áreas de informação e
comunicação, como também no desenvolvimento de insumos e materiais mais
sofisticados, utilizados nos produtos finais da cadeia.
A cadeia produtiva do Brasil é formada por diversas empresas entre elas: fiações,
tecelagens, malharias, tinturarias e confecções, que geram empregos formais e
informais, ou seja, a cadeia Têxtil é ampla. É formado por diferentes segmentos
industriais, o que lhe confere uma grande complexidade organizacional.
As Indústrias Têxteis estão inseridas em um ramo de alta competitividade, onde é
necessário estar inovando e atualizando-se em busca da antecipação das
tendências do mercado. O Setor Têxtil é o quinto maior produtor do mundo,
ocupando o segundo lugar na produção de denim. É um dos que mais emprega no
País, sendo o segundo maior gerador do primeiro emprego.
De acordo com os dados gerais da ABIT (2012), referentes ao ano de 2011 o setor
Têxtil no Brasil está configurado da seguinte forma:
Capítulo II – Referencial Teórico
38
Quadro 02. Setor Têxtil no Brasil
Setor Têxtil no Brasil
Faturamento da Cadeia Têxtil e de Confecção
US$ 60,5 bilhões
Exportações (sem fibra de algodão)
US$ 1,42 bilhão
Importações (sem fibra de algodão)
US$ 6,17 bilhões
Saldo da balança comercial (sem fibra de algodão) US$ 4,74 bilhões negativos
Investimentos no setor
US$ 2,5 bilhões (estimativa)
Produção média de confecção
9,8 bilhões de peças
Trabalhadores
1,7 Milhão (diretos)
Número de empresas
30 mil em todo o País (formais)
Fonte: Adaptada da ABIT (2012)
Uma das principais finalidades da Indústria Têxtil esta na transformação de fibras em
fios, de fios em tecidos e de tecidos em peças de vestuário, têxteis domésticos
(roupas de cama e mesa), dentre outros, ou seja, os negócios do setor se iniciam
com a matéria prima (fibras têxteis), sendo transformada em fios nas fábricas de
fiação, de onde seguem para a Tecelagem ( que fabrica os tecidos planos) ou para a
malharia ( tecidos de malha) em seguida passam pelo acabamento para finalmente
atingir a confecção. O produto Final de cada uma dessas fases é a matéria-prima da
fase seguinte. Lembrando que a Indústria Têxtil possui seu processo produtivo
bastante diversificado, algumas podem possuir todas as etapas do processo Têxtil
(fiação, tecelagem e beneficiamento), outras podem trabalhar apenas com um dos
processos (somente fiação, somente tecelagem ou somente beneficiamento) etc.
Na Etapa Final, os produtos podem chegar ao consumidor em forma de vestuário ou
de artigos para o lar (cama, mesa, banho, decoração, etc), como também podem ser
destinados ao uso industrial (filtro de algodão, componentes para o interior de
automóveis, embalagens, etc).
A Indústria Têxtil nacional é assessorada pela Associação Brasileira da Indústria
Capítulo II – Referencial Teórico
39
Têxtil e Confecção - ABIT, que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento
sustentável da Indústria Têxtil Brasileira, defendendo os seus interesses junto aos
órgãos governamentais e internacionais, divulgando o setor ao grande público. A
ABIT através de trabalhos representativos na esfera federal vem apoiando as
necessidades dos empresários junto ao governo e criando oportunidades de
promoção comercial, em feiras nacionais e internacionais, como também desenvolve
diversos programas especiais de captação e reciclagens profissionais e apoia
programas sociais e ambientais. (ABIT, 2012)
De acordo com Ferreira (et. al, 2009, p. 13 ) A indústria têxtil gera efluentes líquidos,
gasosos e resíduos sólidos que estão diretamente ligados ao tipo de substrato têxtil
que esta sendo processado, dos corantes utilizados e do tipo de equipamento.
Conforme demonstrado no quadro 03.
Quadro 03 - Pontos de Geração de Poluentes nas Indústrias Têxteis.
Processo
Efluentes Líquidos
Fiação
Tecelagem
Purga,Cozimento e Pré
Alvejamento
Alvejamento
Tingimento
Lavagem
Emissão Gasosa
Resíduos Sólidos
Fibras, pó e cascas de
algodão,
impurezas,
restos de fios, poeira.
Sobras de fios, fibras,
poeira.
Efluente do processo
com restos de produtos
químicos auxiliares
Efluentes do processo
com restos de produtos
auxiliares
(Cloro,
hipoclorito,
ácidos,
produtos tensoativos e
outros).
Efluente do processo
com restos de produtos
auxiliares e corantes
Efluente do processo
com restos de produtos
auxiliares e corantes
Lodos primários, lodos
do
tratamento
Emissão de vapor secundário.
Emissão de vapor
Secagem
Ramagem
Sistema de tratamento
de águas residuais
Fonte: Adaptado de Cunha7 et al. (2001 apud Ferreira et al. 2009, p.14)
7
CUNHA, A. M. C. et al. Roteiro complementar de licenciamento e fiscalização para a tipologia
têxtil. Recife, 2001. Disponível em:<http://www.ana. gov.br/Destaque/d179docs/PublicacoesEspecificas/Textil/Controle_ambiental_textil. pdf.>.
Capítulo II – Referencial Teórico
40
Viterbo (1998) afirma que para reduzir a quantidade de resíduos sólidos é
necessário combater o problema na origem, ou seja, através da redução na fonte,
isto pode ser feito através de substituições de matérias-primas ou da mudança de
tecnologia dos processos.
Netto (2009) relata que o Setor Têxtil é o pioneiro em práticas de produção mais
limpa. Isso acontece devido a continua procura pela melhoria de seu processo
produtivo onde o componente ambiental exerce papel de maior importância. Com
isso, têm sido direcionados todos os esforços para, garantir cada vez mais uma
maior sustentabilidade na produção, através da redução no consumo de água e de
energia elétrica em todas as etapas de sua cadeia.
Com a abordagem de Prevenção da Poluição, nota-se que o modelo de gestão
ambiental denominado Produção Mais Limpa (P+L) é uma ferramenta eficaz para
cumprir com as necessidades ambientais e promover o desenvolvimento
sustentável.
Diante desse contexto existem alguns estudos que mostram a eficiência do uso de
praticas de gestão ambiental e de tecnologias limpas que garantem um melhor
aproveitamento da matéria - prima e uma melhoria do processo de produção de
indústrias têxteis e de confecções.
Milan et. al (2010) fez um estudo sobre a redução de resíduos têxteis e impactos
ambientais em uma Industria de confecções do vestuário. Após o estudo o autor
concluiu que à gestão ambiental pode ser uma alternativa viável na busca por
sustentabilidade, possibilitando à empresa de produzir a mesma quantidade de
produtos com menos recursos, isto é, investindo menos capital de giro e reduzindo
seus custos, sem comprometer a qualidade dos produtos, além de diminuir
consideravelmente a geração de resíduos.
Segundo o mesmo autor para isso é necessário iniciativa por parte dos gestores e o
comprometimento de toda a equipe. Em termos competitivos, a possibilidade de
redução de custos a ser obtida devido à minimização dos desperdícios de matériaprima e geração de resíduos se torna uma forte justificativa para concretizar a
implantação dos modelos de gestão ambiental, cuidar do meio ambiente pode
Capítulo II – Referencial Teórico
41
significar economia, maior valor agregado e novas oportunidades de negócios.
Reduzir custos com a eliminação de desperdícios e de resíduos, desenvolver
tecnologias limpas, reciclar, são mais que princípios de gestão ambiental,
representam condições de sobrevivência no mercado.
Diante disso percebe-se que a ferramentas de gestão ambiental devem fazer parte
integrada do processo de produção de qualquer indústria, pois além de trazer
comprovadamente através de estudos benefícios econômicos, evita prejuízos com o
desperdício de matéria prima ou até mesmo os resíduos gerados que quase sempre
geram danos ao meio ambiente.
Já Rubino et. al (2012) realizou um estudo esse já baseado em uma ferramenta
especifica da gestão ambiental a Produção Mais Limpa. O estudo tratou da
implantação da Produção mais limpa em uma indústria localizada no Rio de Janeiro,
cujo seu ramo de atividade é Indústria têxtil e de Confecções, sua produção era de
44 milhões de peças/ano com 402 funcionários. O estudo foi feito com o objetivo de
minimizar a quantidade de resíduos gerados no setor corte e base da empresa,
obter o comprometimento dos funcionários e contribuir com o fortalecimento
econômico da empresa, o estudo mostrou os seguintes dados:
Situação antes da Produção Mais Limpa
O setor de corte foi responsável por enviar 80%dos tecidos que chegaram ao
moinho da empresa no período de um ano.
Os tecidos moídos eram vendidos para fins pouco nobres, como enchimento
de estofados.
Grande quantidade de tecidos armazenados no almoxarifado.
O estudo de caso identificou que:
Em algumas etapas do processo havia divergência das larguras dos tecidos
do fornecedor e do sistema informatizado da empresa;
A falta de treinamento dos funcionários responsáveis pela medição das
larguras dos tecidos fabricados internamente;
Riscos Refeitos (%); 20%;
Capítulo II – Referencial Teórico
42
Falta de Padronização do tamanho das aurelas;
Não havia histórico de aproveitamento de tecido por modelo;
Tecidos rejeitados pelo controle de qualidade eram tratados como resíduos;
Grande quantidade de Lycra 341 estocada.
Perdia-se 30 cm na largura do tecido devido a impossibilidade dos
equipamentos do fornecedor de estampar o tecido na sua totalidade;
A partir desse diagnostico foram encontradas algumas oportunidades de Produção
mais Limpa as quais estão descriminadas no quadro abaixo:
Quadro 04: Oportunidades de Melhoria
Fonte: Rubino et. al (2012)
Diante do que foi encontrado no estudo de caso, e a partir das oportunidades de
melhorias descritas acima foram encontradas algumas estratégias de Produção mais
Limpa, foram elas:
Adequação das larguras dos tecidos do fornecedor e do sistema
informatizado da empresa;
Elaboração de Registros de não conformidade;
Riscos Refeitos (%): 5,9%;
Criação de modelos de aproveitamento que possam ser cortados em
qualquer grupo de tecidos;
Padronização das aurelas para 3 cm, conforme o tipo de tecido, aumentando,
dessa maneira, a área útil do tecido;
Elaboração de um inventário do consumo e de refugo de tecido;
Capítulo II – Referencial Teórico
43
Aproveitamento dos tecidos rejeitados pelo controle de qualidade para
treinamento de funcionário ou para testar máquinas de costura;
Reprocessamento da Lycra 341 para atender a programação de vendas do
final do ano.
Resultados após a Implantação da Produção Mais Limpa
Benefícios ambientais:
Melhor aproveitamento das matérias-primas (tecidos)
Reintegração do tecido no seu ciclo de vida normal
Benefícios de saúde ocupacional:
O retrabalho traz maior gasto de tempo do funcionário numa mesma função,
trazendo desmotivação e podendo causar LER/DORT.
Quadro 05: Resultados
Fonte: Rubino et. al (2012)
Segundo a autora os resultados mostram que através de Produção mais limpa é
possível obter retorno financeiro além de benefícios relacionados ao meio ambiente
e controle de qualidade ocupacional.
Diante dos estudos apresentados nota-se que a Produção Mais Limpa é uma
ferramenta eficiente quando aplicada ao processo de produção e que traz resultados
satisfatórios para a empresa.
Capítulo III
Metodologia
Capítulo III - Metodologia
45
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo tem como objetivo abordar os procedimentos metodológicos,
apresentando os métodos científicos utilizados na pesquisa que ampliem o
conhecimento sobra a Produção Mais Limpa, destacando as etapas do que foi
definida no trabalho para alcançar os objetivos definidos pelo pesquisador.
3.1 Método Científico
A metodologia permite explicar de forma clara o procedimento de desenvolvimento e
todos os passos que serão usadas para a conclusão da pesquisa e alcance do
objetivo.
Segundo Lakatos e Marconi (2001) Metodologia mostra o caminho a ser seguido
para a realização da pesquisa detectando erros e auxiliando as decisões, através de
fontes e ferramentas disponíveis.
De acordo com Lakatos e Marconi (2001, p.83).
Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionalização
que com maior segurança e economia, permite alcançar os objetivos
conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser
seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
Gil (1999, p.26) complementa método como sendo “o caminho para se chegar a um
determinado fim. E método cientifico como conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos para se atingir o conhecimento.”
Partindo da metodologia utilizada para a conclusão deste trabalho é possível
explicar os meios que irão contribuir para a elaboração da pesquisa cientifica
desempenhada, tendo como finalidade dar embasamento cientifico ás informações e
resultados apresentados.
Capítulo III - Metodologia
46
3.2 Delineamento da Pesquisa
A pesquisa refere-se a um processo de construção do conhecimento que procura
respostas para indagações propostas. Para Gil (1999), a pesquisa tem um caráter
pragmático, é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método
científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas
mediante o emprego de procedimentos científicos”.
Para o levantamento dos dados, foram realizadas neste estudo pesquisas
bibliográficas em vários artigos acadêmicos, livros, dissertações, teses e outros
meios com o intuito de fundamentar o tema abordado.
Segundo Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa bibliográfica, ou de fontes
secundárias, compreende toda bibliografia já publicada em relação ao tema em
estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, material cartográfico, etc, até meios de comunicação orais:
rádio, gravações em fitas magnéticas e audiovisuais: filmes e televisão. Tendo como
finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou
filmado sobre o assunto.
Foi aplicado um questionário aos responsáveis pelas respectivas etapas do
processo de produção da indústria têxtil estudada, bem como também foi aplicado
um questionário para o Gerente industrial e o Diretor Geral da indústria em questão,
com a finalidade de coletar dados que comprovem a possibilidade ou não da
aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa na indústria.
Esta pesquisa caracterizou-se como exploratória e descritiva. Gil (1999, p. 45), “a
pesquisa exploratória, que tem como base, o material já formado, constituído de
livros e artigos científicos, permitindo ao pesquisador adquirir mais fatos do que ele
poderia mediante observação direta”. Cervo e Bervian (2002, p.66) complementam
que “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou
fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”.
Capítulo III - Metodologia
47
Foi ainda realizada uma pesquisa de campo, através dela foi possível conhecer o
processo de produção da indústria têxtil estudada, bem como a forma e metodologia
de trabalho utilizada pela mesma. Lakatos e Marconi (2001, p. 186) definem
pesquisa de campo como aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações
ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou
de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda descobrir novos fenômenos ou
as relações entre eles.
Dentro desse contexto permitiu-se a obtenção de informações essências sobre o
estudo da possibilidade da aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa, na
indústria têxtil estudada.
3.3 Universo e Amostra
A pesquisa foi elaborada através de amostra, que segundo Lakatos e Marconi
(2001) a amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo
(população), entendida deste modo, como um subconjunto do universo a qual
pertence.
Uma das principais vantagens trabalhar com amostra é o fato de que dependendo
das proporções da população em estudo, é praticamente inviável pesquisar todo o
universo (SAMARA e BARROS, 2002).
Dentro de um universo de 557 colaboradores estes distribuídos entre operários,
auxiliares de escritório, gerentes de setores e a Diretoria, dados estes passados pela
responsável pelo RH da empresa, optou-se aplicar o questionário apenas aos
responsáveis por cada setor, bem como o Gerente Industrial e o Diretor geral da
empresa, pois estes são as pessoas mais qualificadas, que entendem do assunto e
ainda que tem o maior conhecimento e facilidade para coletar informações dentro da
empresa, e passar informações concretas e confiáveis para ajudar a responder o
problema da pesquisa.
Na tabela 01 são descritos todos os setores e os respectivos cargos dos
colaboradores da empresa que responderam o questionário.
Capítulo III - Metodologia
48
Tabela 01: Supervisores e Setores entrevistados
Setores
Cargo
Fiação
Coordenador da Fiação
Tecelagem
Coordenador da Tecelagem
Beneficiamento
Coordenador do Beneficiamento
Revisão do Tecido Cru e Acabado
Coordenador do Tecido Cru e Acabado
Confecção
Coordenador da Confecção
Compras
Coordenadora de Compras
C.Q.I
Coordenador da Qualidade Industrial
Meio Ambiente
Coordenadora do Meio Ambiente
Indústria
Gerente Industrial
Diretoria
Diretor Geral
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012
3.4 Instrumento de Coleta de Dados
A coleta de dados para a realização desse trabalho foi concretizada através de
visitas durante o mês de novembro na indústria estudada, a fim de conhecer melhor
e na pratica todo o processo industrial e avaliar a técnica de trabalho utilizada pelos
colaboradores da empresa.
Para auxiliar a responder o problema da pesquisa, foi ainda necessário à aplicação
de um questionário, este foi enviado ao departamento de RH da empresa para que
pudesse ser analisado, em seguida a colaboradora responsável do RH comunicou
que o questionário estava aprovado e que poderia ser aplicado, o questionário foi
então entregue para que pudesse ser respondido pelos respectivos responsáveis
dos setores em que foi realizado a pesquisa.
De acordo com Gil (1999) o questionário é uma das técnicas de investigação e é
composto por questões escritas apresentadas aos detentores de dados, para a
obtenção de opiniões, percepções, interesses, situações vivenciadas, entre outros.
Capítulo III - Metodologia
49
Lakatos e Marconi (2001) classificam o questionário quanto às perguntas, da
seguinte forma:

Perguntas abertas: chamadas livres ou não limitadas, são as que
permitem ao informante responder livremente, usando uma linguagem
própria, e emitir opiniões;

Perguntas fechadas: denominadas limitadas ou de alternativas fixas,
são aquelas que o informante escolhe a sua resposta entre duas
opções: sim ou não;

Perguntas de múltipla escolha: são perguntas fechadas, mas que
apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo várias
facetas do mesmo assunto.
O questionário foi elaborado com 21 perguntas estas perguntas abertas, fechadas e
de múltipla escolha elaboradas de acordo com as necessidades das respostas que
se pretendia alcançar, este pode ser visto no apêndice dente trabalho.
3.5 Análise e Tratamento dos dados
Está e fase que após a coleta dos dados, o pesquisador analisa e interpreta os
dados coletados a fim de responder o problema da pesquisa. De acordo com
Lakatos e Marconi (2010) análise e interpretação são duas atividades diferentes,
porém estão interligadas. Ou seja, é necessário que o pesquisador entenda que
mesmo com uma sutil diferença, essas duas atividades são totalmente dependentes
uma da outra.
Conforme o tipo de estudo, o método aplicado para analisar os dados coletados foi o
método quantitativo e qualitativo, que conforme Silva e Menezes (2000, p.20), a
pesquisa quantitativa “considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números opiniões e informações para classifica-los e analisa-los”.
Já segundo Malhotra (2001, p.155) “a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão
e compreensão do contexto do problema e esta caracterizada como uma pesquisa
não estruturada, exploratório, baseada em pequenas amostras”.
Capítulo III - Metodologia
50
Os dados coletados após a visita foram analisados qualitativamente, já os dados
coletados através das respostas obtidas através dos questionários forma analisados
tanto de forma qualitativa como de forma quantitativa dependo da resposta que se
pretendia analisar.
A analise das informações obtidas através da visita e do questionário foram
organizadas por tópicos que facilitaram a interpretação dos dados, estes
apresentam a seguinte composição:
1. Informações Gerais da Empresa: onde foram reunidas informações que
caracterizaram a indústria têxtil estudada, como faturamento anual, quantidade de
funcionários e atividade da indústria.
2. Analise das informações coletadas durante a visita técnica: este tópico
organizou todas as informações e analises que foram feita durante as visitas na
indústria estudada e quais conclusões foram possíveis obter através delas.
3. Analise dos aspectos relacionados ao gerenciamento ambiental: nesta parte
foram descritos todos os dados coletados através das respostas obtidas nós
questionários em relação á questões sobre existência de certificações, se é e de
como
é
feito
o
gerenciamento
ambiental,
questões
relacionadas
as
responsabilidades do setor ambiental existente na industria, e a visão geral da
empresa sobre as questões ambientais.
4. Analise dos aspectos de redução de resíduos e emissão na fonte: neste tópico
forma descritos todos os dados coletados através dos questionários sobre questões
relacionadas à matéria prima, e a se a indústria tem algum cuidado com a redução
do consumo destas matérias primas.
5. Analise dos aspectos da gestão e minimização de resíduos: neste tópico são
analisadas as respostas em relação a como são tratados e destinados os resíduos
gerados durante o processo de produção da indústria têxtil estudada.
6. Análise do grau de aceitação da Diretoria e motivação, qualificação, aceitação
e comprometimento dos colaboradores: neste tópico é feita uma analise
qualitativa através de gráficos sobre a aceitação por parte da diretoria para a
possível aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa, bem como o grau de
aceitação, motivação e qualificação dos colaboradores para a possível aplicação
desta mesma metodologia.
Capítulo III - Metodologia
51
Capítulo IV
Apresentação
e
Análise
dos
Resultados
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
4. Apresentação e Analise dos Resultados
Neste capitulo são apresentados todos os resultados das análises dos dados obtidos
através da pesquisa de campo, onde durante uma visita na indústria têxtil Fabrica da
Pedra S/A, através de um mapeamento do processo de produção da indústria e
ainda através da aplicação de um questionário aos respectivos responsáveis pela
mesma, foram analisados alguns aspectos que comprovassem ou não a
possibilidade da aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa.
4.1 Análise da Indústria têxtil estudada
A seguir será descrito todas as informações relevantes sobre a indústria estudada,
as quais forma coletadas durante está pesquisa, através de visitas, de dados
coletados através da aplicação de questionário com os responsáveis por cada etapa
do processo de produção da indústria, e ainda o Gerente industrial responsável por
todo o processo industrial e o Diretor Geral responsável por toda a empresa,
também através informações coletadas no sitio da empresa.
4.1.2 Fábrica da Pedra S/A Fios, Tecidos e Confecções
A Fábrica da Pedra começou a funcionar na cidade de Delmiro Gouveia estado de
Alagoas no inicio do século XX, no dia 05 de junho de 1914, que até então era
conhecida por Cia. Agro Fabril Mercantil, no primeiro ano de funcionamento a fábrica
já empregava mais de 800 funcionários. Através de alguns contratempos e algumas
crises financeiras a fábrica mudou algumas vezes de nome e de donos, até que em
1992 foi adquirida pelo seu atual dono o Grupo Carlos Lyra que deu-lhe o nome de
Fábrica Da Pedra S/A Fiaçâo e Tecelagem, foi então feita uma recupereção do
parque industrial e foram adquiridos novos equipamentos de ultima geração, hoje a
fábrica atende grandes magazines como C&A, Casas Pernambucanas entre outros
e ainda atende grandes marcas como Altemburg, Martan, Zelo, Kacyumara e outras,
produz cerca de 1.500.000 metros de tecido ao Mês e conta com 90% da mão de
52
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
obra local a empresa hoje e formada por mais de 500 colaboradores dos quais 90%
destes estão em Delmiro Gouveia.8
Os colaboradores que responderam os questionários foram os mais qualificadas e
as que poderiam passar o maior numero de informações concretas dentro da
realidade da fábrica, por serem os responsáveis isso lhes da um maior poder para
responder as questões e ainda maior acesso as informações da indústria.
Através da figura 03 é possível se ter uma visão geral da hierarquia da Fábrica da
pedra.
Figura 03 – Organograma da Fábrica da Pedra
Fonte: Fábrica da Pedra S/A
8
Retirado do site da Fábrica da Pedra: http://www.fabricadapedra.com.br Acesso em novembro de
2012
53
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
Para responder o problema da pesquisa, foram feitas visitas na indústria estudada, a
fim de conhecer todo o seu processo e a metodologia de trabalho utilizada pela
indústria em seu processo de produção, após a visita foi possível coletar alguns
dados os quais serão analisados e explicados posteriormente, primeiramente foi
solicitado um fluxograma do processo, pois o fluxograma permite uma visão geral
das etapas necessária para o estudo da possível aplicação da Metodologia de
Produção Mais Limpa, que é dês da compra da matéria prima até o final do
processo, a solicitação foi atendida e um fluxograma foi elaborado pelo Sr. José
Carlos, que trabalha junto ao gerente industrial, esse fluxograma é demonstrado na
figura 04.
De acordo com o CNTL (2003) a primeira etapa para a aplicação da Produção Mais
Limpa é a pré-avaliação, que consiste em realizar uma breve avaliação das
atividades da empresa, através da realização de uma visita técnica, a qual tem como
objetivo analisar as possibilidades da implantação da Produção Mais Limpa, para
isso é necessário alguns princípios básicos entre eles a elaboração de um
fluxograma de produção que consiste em identificar as etapas que compõe os
serviços a serem analisados.
54
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 04 – Fluxograma do Processo de Produção da Fábrica da Pedra.
Fonte: Fábrica da Pedra S/A
Após conhecer todo o processo de produção e analisa-lo a partir do fluxograma,
foram identificados alguns pontos importantes através de informações coletadas
durante a visita a fábrica da pedra que ajudaram a responder o problema da
pesquisa, foi possível identificar que a indústria ainda não utiliza medidas de
Produção Mais Limpa, porém já tem alguns cuidados em relação aos danos que a
mesma causa ao meio ambiente, pois a mesma conta com um setor ambiental onde
trabalham dois colaboradores que são responsáveis por administrar esses cuidados.
Também foi identificado que a indústria gera grande quantidade de resíduos têxteis
durante o seu processo, percebendo-se então que a Aplicação de Produção Mais
Limpa é uma grande oportunidade para a mesma, já que essa Metodologia visa
justamente identificar na fonte por que esses resíduos estão sendo gerados para
posteriormente traçar estratégias para minimiza-los ou até mesmo elimina-los, foi
55
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
ainda possível identificar durante a visita que a indústria tem alguns cuidados em
relação aos resíduos gerados, pois a mesma conta com um galpão destinado aos
resíduos sólidos gerados pelo seu processo e de acordo com informações passadas
pelo colaborador que me acompanhou durante a visita, neste galpão os resíduos
são separados por fardos e posteriormente vendidos figura 04.
Figura 04 – Central de Resíduos Sólidos
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012
Foram encontrados também alguns pequenos galpões onde são separados, ainda
de uma forma não muito organizada outros tipos de resíduos gerados pela indústria,
como lâmpadas, papelão, madeiras entre outros, que segundo informações
passadas pelo colaborador que me acompanhou durante a visita são doados a
quem necessita do material, figura 05.
56
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 05 – Galpões destinados à separação de resíduos
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012
Notou-se ainda que a indústria consome grande quantidade de energia, pois a
mesma trabalha com muitas maquinas que consomem energia. De acordo com
informações coletadas durante a visita, os setores que mais consome energia é o
processo de fiação devido justamente às maquinas que esse setor comporta e o que
mais consome água e o setor de beneficiamento devido a grande quantidade de
água que é utilizada durante o processo de tingimento dos tecidos, percebeu-se
também que os galpões são muito escuros e por isso necessitam da energia elétrica
mesmo durante o dia. Após um estudo aprofundado desses processos e através da
Produção Mais Limpa e possível identificar algumas ações para melhor utilização da
água e minimização do consumo de energia elétrica que serão demonstradas ainda
neste capitulo.
57
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
Percebe-se através das visitas e das informações coletadas durante a mesma, que a
fábrica da pedra tem uma grande percepção em relação aos problemas que a
mesma causa ao meio ambiente e toma alguns cuidados na destinação e separação
dos resíduos gerados, porém devido a grande geração de resíduos têxteis e grande
consumo de água e energia durante seu processo de produção a indústria causa
vários impactos ambientais, devido a isso é de grande necessidade que se tome
maiores cuidados, não somente cuidados no fim do processo, e sim durante o
processo, isso é possível através da utilização da Metodologia de Produção Mais
Limpa, que trabalha com melhorias continuas durante o processo é que visa eliminar
a poluição durante o processo de produção e não no final.
4.1.2.1 Analise dos dados obtidos por meio da aplicação dos questionários
A seguir será descrito os dados obtidos através da aplicação de um questionário aos
responsáveis pela empresa que também facilitou a identificação da possibilidade da
aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa na Fábrica da Pedra, para isso
foi tratado através do questionário algumas aspectos sobre gerenciamento
ambiental, a forma como é gerenciada a matéria prima, a forma como são
gerenciados os resíduos gerados e ainda o grau de aceitação da gerencia, e o grau
de aceitação e comprometimento dos colaboradores para uma possível aplicação da
Metodologia de produção mais limpa.
4.1.2.2 Analise dos aspectos relacionados ao gerenciamento ambiental
Foi questionado se a empresa possui licença ambiental que permite a execução de
suas atividades, todos os colaboradores que responderam o questionário, bem como
o Gerente Indústria e o Diretor Geral, responderam que sim, também foi questionado
se a empresa possui alguma certificação e quais seriam elas, as respostas foram às
mesmas, a indústria não possui certificações especificas voltada para a área
ambiental, porém possui certificações voltadas a gestão da qualidade ISO 9001
desde 1998 e a ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) que tem como
princípios a ética e o respeito à legislação, apoiando ações que visem a
58
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
responsabilidade social, a formalização nas relações comerciais e o combate à
concorrência fraudulenta, essa desde fevereiro de 2012.
A indústria conta com um departamento responsável por questões ambientais, este
é responsável pela separação e destinação dos resíduos e monitoramento do
tratamento da água ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), esse processo pode
ser visto através da figura 06.
Figura 06 – Tanques de tratamento da água
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012
De acordo com os dos dados obtidos através dos questionários onde a maioria das
respostas foram sempre iguais por se tratarem de perguntas voltadas a indústria e a
sua metodologia de trabalho, foi identificado que a indústria utiliza alguns programas
para a sensibilização dos funcionários em relação ao meio ambiente e
desenvolvimento sustentável, como reuniões e palestras.
No que diz respeito a meios que a empresa utiliza para que seu processo agrida
menos o meio ambiente, o Diretor respondeu que a empresa utiliza insumos
recicláveis, porém não especificou quais e troca óleo por gás, já de acordo com a
colaboradora responsável pela tecelagem, como medidas preventivas á agressões
ao meio ambiente, à indústria utiliza tratamento de efluentes e de acordo com as
respostas dos demais colaboradores a indústria procura sempre adequar seus
equipamentos voltados para a redução de impactos ambientais.
59
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
A alta administração da empresa prover recursos para uma boa gestão ambiental,
pois de acordo com o Diretor Geral a indústria vem sempre buscando novas
tecnologias para melhor atender as necessidades ambientais com o maior nível de
eficiência, os outros colaboradores complementam respondendo que estão sendo
investidos milhões em tratamento de efluentes.
4.1.2.3 Análise dos aspectos de redução de resíduos e emissão na fonte
De acordo com os dados obtidos a indústria não tem nenhum cuidado de acordo
com o desperdício de matéria prima, através das respostas foi possível perceber a
indústria também não utiliza nenhuma política, nenhum pré-requisito com os
fornecedores na hora de comprar a matéria prima em relação ao optar por um
produto que agrida menos o meio ambiente, o único pré-requisito é o preço e a
qualidade.
Em relação aos métodos utilizados para diminuir o consumo de água e energia
utilizada durante o processo, a indústria conta com um sistema de desligamento
automático de alguns equipamentos em horário de ponta, e de acordo com as
respostas obtidas através do questionário sempre que necessário é feita uma
substituição de equipamentos por outros que consumam menos energia.
4.1..2.4 Analise dos aspectos da gestão e minimização de resíduos
Foi questionada a forma como são tratados os tecidos que apresentam defeito
durante o processo de produção (figura 07), de acordo com as respostas obtidas
através dos questionários, o setor de meio ambiente é responsável por separar e
classificar esses tecidos, os quais de acordo com o defeito são vendidos como
tecido de segunda qualidade ou transformam-se em trapo, aparas ou retalhos e são
classificados como resíduos.
60
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
Figura 07 – Tecidos que apresentaram defeito durante o processo
Fonte: Pesquisa realizada em novembro 2012.
Foi questionado quanto à destinação final dos resíduos, e de acordo com as
respostas obtidas, é feita uma triagem onde os resíduos têxteis são classificados por
tipo de resíduos e mensurada a quantidade e peso e em seguida são vendidos para
parceiros autorizados e credenciados ambientalmente para reciclagem, figura 08.
Os pellets, madeiras, luminárias entre outros conforme foi visto na visita e
confirmado através das respostas dos questionários são separados e doados a
pessoas que necessitam do material.
Figura 08- Etiqueta de fardo de resíduo e separação de resíduos por fardos.
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012.
61
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
62
Através dos dados obtidos foi possível verificar que a indústria utiliza como medida a
não geração ou a minimização de resíduos, apenas divulgação de ações de
reutilização e diminuição do desperdício.
4.1.6 Análise do grau de aceitação da Diretoria e motivação, qualificação, aceitação
e comprometimento dos colaboradores.
A seguir será demonstrado através de gráficos o grau de aceitação da Diretoria e o
grau de aceitação, motivação e qualificação dos colaboradores em relação a
desenvolver projetos de melhoria dentro da indústria voltados à área ambiental, bem
como a minimização e não geração de resíduos, essas respostas forma obtidas
através do questionário aplicado as responsáveis pela indústria.
Grafico- 01 Grau de satisfação em relação aos colaboradores motivados para desenvolver
projetos de melhoria dentro da empresa
Muito Insatisfeito
30%
Insatisfeito
Nem Satisfeito/Nem
Insatisfeito
70%
Satisfeito
Muito Satisfeito
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012
De acordo com o que se expõe no gráfico 01, 73% dos colaboradores que
responderam o questionário estes respectivos responsáveis pela indústria,
classificam-se satisfeitos com a motivação dos colaboradores para desenvolver
projetos de melhoria dentro da empresa, e apenas 30% não estão satisfeitos, porém
também não estão insatisfeitos, isso se torna um fator relevante já que para a
aplicação da Produção Mais Limpa é necessário que se tenha colaboradores
motivados
para
desenvolver
projetos
de
melhoria
dentro
da
empresa.
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
63
Gráfico- 02 Classificação quanto ao grau de aceitação por parte dos colaboradores caso
seja proposto um projeto de melhoria na área ambiental
40%
Boa
60%
Regular
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012
O gráfico 02 mostra o questionamento sobre como os responsáveis pela indústria
classificam a aceitação dos colaboradores caso fosse proposto um projeto de
melhoria na área ambiental, o intuito desse questionamento foi analisar caso fosse
proposto pela gerencia a aplicação da Metodologia de Produção Mais Limpa, qual
seria o grau de aceitação dos colaboradores, assim 60% classificaram que teria uma
boa aceitação e 40% classificaram a aceitação como regular, a aceitação é
analisada como positiva já que a maioria classificou como boa.
Também foi questionado aos responsáveis pela indústria qual o grau de satisfação
dos mesmos em relação à qualificação e comprometimento dos colaboradores, para
desenvolver um programa voltado à minimização e redução de insumos, segundo os
dados coletados 100% classificaram como bom, ou seja, que a maioria dos
funcionários são qualificados e comprometidos. Um dos pré-requisitos para
aplicação da Produção Mais Limpa é o comprometimento por parte dos
colaboradores, sem o qual não é possível desenvolver um Programa de Produção
Mais Limpa, os dados demonstram que a uma grande possibilidade de aplicação
dessa metodologia.
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
64
Gráfico- 03 Quanto ao grau de aceitação por parte da Diretoria para uma possível
implantação da metodologia de P+L
30%
Boa
Excelente
70%
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012
O gráfico 03 mostra que 70% dos responsáveis pela indústria classificam uma boa
aceitação por parte da diretoria para aplicar a Metodologia de Produção Mais Limpa,
e ainda 30% classificam como excelente a aceitação por parte da diretoria. Em
primeiro lugar para a Aplicação da P+L é necessário que a diretoria aceite essa
implantação e esteja comprometida a desenvolver esse projeto, só após essa
aceitação é possível passar para os passos seguintes.
4.2 Conclusão da Análise dos Resultados
Através dos dados obtidos através do questionário foi comprovada a aceitação por
parte da diretoria para uma possível implantação da Metodologia de Produção Mais
Limpa, pois esse é o primeiro passo, sem a aceitação da mesma não é possível
passa passar para os passos seguintes bem como não é possível à aplicação,
através apenas do questionário não foi possível perceber nenhuma barreira para
essa possível aplicação.
Ainda pode-se evidenciar que a uma grande aceitação por parte dos funcionários
para desenvolver projetos de melhoria dentro da empresa mesmo que na área
ambiental e que estes profissionais são qualificados e comprometidos, esse em um
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
dos primeiros itens para a aplicação da Metodologia em estudo, visto que para essa
aplicação é necessário a formação de uma equipe (ecotime) que terá como objetivo
conduzir o programa de P+L e essa equipe deve estar comprometida com o sucesso
do projeto.
Através da visita foi possível mapear o processo de produção, visualizar o processo
da indústria e a forma como eles trabalham, bem como a elaboração de um
fluxograma que permite uma visualização mais detalhada do processo que será
estudado e é possível identificar em cada etapa do processo através de diagnósticos
algumas ações de produção Mais Limpa.
Podemos perceber que a indústria ainda não possui certificação para o Sistema de
Gestão ambiental, porém a indústria já tem alguns cuidados em relação aos danos
que a mesma causa ao meio ambiente e possui um departamento ambiental para
cuidar dessas questões, o que mostra que a empresa se preocupa com as questões
ambientais.
Pode-se perceber que a indústria não conta com nenhum pré-requisito na área de
compras ao comprar sua matéria prima, porém para uma Produção Mais Limpa é
necessário identificar a origem da matéria prima, o algodão, por exemplo, é
necessário identificar como ele está sendo plantado, adubado, cultivado, colhido e
manufaturado.
Verificou-se também quanto aos cuidados em relação ao consumo de água e
energia, percebeu-se que não há quase nenhum, não é medido o consumo de água
nem de energia, a água é tratada, porém posteriormente e descartada nas redes
publicas, quanto a preocupação em relação aos resíduos e redução na fonte, a
indústria não tem essa preocupação somente depois de gerados é feita uma triagem
os resíduos são classificados, separados e vendidos, é grande o volume de resíduos
gerados e esse volume não é controlado, outros resíduos como papelão, madeira
entre outros não são reciclados são doados a quem necessita do material.
65
Capítulo IV – Apresentação e Análise dos Resultados
Através da visita, da analise dos questionários é por meio do fluxograma do
processo foi possível criar a tabela 03, em que são evidenciadas algumas ações de
Produção Mais Limpa.
Tabela 02 – Ações de Produção Mais Limpa
Processo
Compra da Matéria Prima
Processos da Fiação
Processos de Prep. a Tecelagem
Processos de Tecelagem
Beneficiamento
Confecção
Ações de P+L
Estabelecer como pré-requisito Políticas
ambientais
Instalação de Indicadores ambientais para
medir o consumo de energia elétrica
Substituição das telhas normais por telhas
translucida que economizam energia durante
o dia
Substituição das telhas normais por telhas
translucida que economizam energia durante
o dia.
Estudar uma forma de reutilização da água
no processo de produção
Reaproveitamento das aparas, reciclagem.
Fonte: Pesquisa realizada em novembro de 2012
Conclui-se que a indústria têxtil estudada ainda não aplica medidas de Produção
Mais Limpa, porém se preocupa com as questões ambientais, e há uma grande
aceitação e pontos positivos para essa possível aplicação, partindo primeiramente
da aceitação da gerencia, e visto que a indústria gera grande quantidade de
resíduos, consome grande quantidade de água e energia elétrica, pontos que não
são medidos nem tratados da forma correta e que através da Aplicação da
Metodologia de Produção Mais Limpa é possível serem gerenciados corretamente e
eliminados na fonte.
66
Apêndice
Capítulo V
Conclusão
67
Capítulo V – Conclusão
68
5. Conclusão
Este capítulo é dedicado ás considerações finais do trabalho monográfico,
abordando as principais contribuições que a pesquisa realizada pode proporcionar e
apresentar algumas recomendações para pesquisas futuras.
5.1 Considerações Finais
De acordo com os objetivos que foram traçados para a conclusão deste trabalho e
para responder os problemas desta pesquisa, foi mapeado o processo de produção
da fábrica da pedra, a fim de conhecer melhor a indústria que seria estudada.
Com o estudo foi constatado que a indústria possui certificações, porém nenhuma
voltada à gestão ambiental identificou-se que a indústria já utiliza algumas ações em
relação ao gerenciamento ambiental, pois a mesma possui um setor que é
responsável por essas questões, e faz a separação e destinação dos resíduos
têxteis gerados, e ainda faz uma triagem e separações de outros resíduos que de
alguma forma são utilizados pela indústria como papelão, madeira entre outros.
Através do referencial teórico deste trabalho foi descrito as etapas para a aplicação
da Produção Mais Limpa, explicando etapa por etapa e como isso ocorre, e com
base nestas etapas, na visita e com as respostas obtidas através do questionário foi
possível responder os problemas da pesquisa.
A metodologia de produção mais limpa é uma ferramenta que traz inúmeras
vantagens para a indústria quando se torna parte de seu processo, além de reduz
impactos ambientais, diminuir a geração de resíduos, ainda traz trás vantagens
financeiras para a empresa, já que através de estudos feitos e descritos no
referencial deste trabalho foi possível identificar que a Produção Mais Limpa é
procedimento que visa à gestão adequada dos resíduos e a minimização/eliminação
do desperdício de matéria prima.
O resultado desse trabalho, por meio das analises dos dados obtidos com a visita e
através dos questionários, mostrou que aplicação da Produção Mais Limpa é uma
oportunidade para a indústria têxtil estudada, pois que a mesma gera grande
Capítulo V – Conclusão
69
quantidade de resíduos têxteis e estes não são medidos, e que através da aplicação
desta metodologia poderiam ser melhor gerenciados, e ao aplicar essa metodologia
durante o processo é possível identificar na fonte o motivo da geração desses
resíduos para posteriormente poder trata-los, bem como também mostrou através do
questionário que foi aplicado aos responsáveis por cada setor, que a indústria possui
colaboradores motivados e qualificados pra estar a frente de um programa de
Produção mais Limpa, e que há uma grande aceitação por parte da gerencia para
uma possível implantação, e que através apenas das respostas através do
questionário não foi possível identificar nenhuma barreira para a aplicação da P+L.
Uma vez que um dos principais pré-requisitos para a aplicação desta metodologia é
o comprometimento da gerencia e a formação de uma equipe competente que terá a
responsabilidade de mapear o processo, e seguir todos os outros passos para
aplicação dessa metodologia e ainda supervisionar o que está sendo feito e se está
tendo resultados satisfatórios.
Ainda foi possível com base nas etapas que foram estudadas para a aplicação da
Produção Mais Limpa, e através da visita, criar um quadro que sugere algumas
ações de Produção Mais Limpa especificadas por etapas do processo.
De modo geral, ficou comprovado por meio deste trabalho, que a Produção Mais
Limpa pode sim ser aplicada na Fábrica da Pedra, pois é uma empresa que
necessita de uma ferramenta que gerencie e que ajude-a a minimizar a quantidade
de resíduos gerados e ainda ajude-a a minimizar o consumo de água e energia
utilizado durante o seu processo, e que para essa implantação não existe nenhuma
barreira e conta com a aceitação da gerencia que tem em seu quadro de
colaboradores, pessoas qualificadas e comprometidas para estarem a frente deste
projeto.
5.2 Limitações do Estudo
Como limitações do estudo podem se destacar que esse estudo não pode identificar
maiores ações de produção Mais Limpa, pois teria que ser feita uma pesquisa mais
ampla e minuciosa, com mais visitas e um estudo aprofundado de cada etapa do
Capítulo V – Conclusão
70
processo para assim poder identificar na fonte o motivo da geração de resíduos e
só assim estudar medidas para minimiza-los ou até mesmo elimina-los.
5.3 Sugestões para Pesquisas Futuras
No decorrer deste estudo verificaram-se alguns aspectos relevantes que foram
surgindo ao longo desse trabalho e podem ser aproveitados com a elaboração de
futuras pesquisas. Como Pesquisas futuras sugere-se um estudo aprofundado do
processo da indústria têxtil para assim poder medir os benefícios e as barreiras da
Implantação da Metodologia de Produção Mais nessa Indústria.
Referências
71
REFERÊNCIAS
ABIT - A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção.
Disponível.
http://www.abit.org.br/site/navegacao.asp?id_menu=1&id_sub=3&idioma=PT.
Acesso em 04/04/2012.
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Apêndice
74
APÊNDICE
Apêndice
75
Apêndice
QUESTIONÁRIO AOS GESTORES
ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA
FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE
O presente questionário tem caráter estritamente acadêmico e profissional. Os
dados aqui coletados serão tratados cientificamente com o objetivo unicamente de
conclusão da monografia da estudante Carla da Silva Paizinho.
OBJETIVO: Este estudo tem a finalidade de obter as respostas essenciais
relacionadas ao problema da pesquisa, a fim de se chegar aos resultados
desejados. Analisar a possibilidade da aplicação da metodologia de Produção Mais
Limpa na Fábrica da Pedra S/A Fios, Tecidos e Confecções.
RESPONSÁVEL: Carla da Silva Paizinho, Graduando em Bacharelado em
Administração,
Faculdade Sete de Setembro.
Rua Vereador José Moreira nº 1000 - Centro - CEP: 48601-180
Fone/Fax: (75) 3501-0777 - Paulo Afonso - Bahia - Brasil
Fone móvel: (75) 9110-3518
E-mail: [email protected]
1- Atividade da Empresa
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
2- Quantidade de Funcionários: _________________
3- Tempo de existência: ________________
4- Faturamento anual: ____________
5- A empresa possui licença ambiental que permite a execução de suas atividades?
( ) Sim
( ) Não
6- A empresa possui certificação? Quais? Há quanto tempo?
Apêndice
76
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
7- Existe um departamento responsável por questões ambientais?Se sim quais são
as suas atribuições?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
8- A empresa utiliza alguma ferramenta de gestão ambiental?
( ) Sim Qual? ________________________________________________
( ) Não
9- A empresa utiliza algum programa para sensibilização dos colaboradores em
relação ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável?
( ) Sim
( ) Não
10- A empresa investe em novas tecnologias para que seu processo de produção
agrida cada vez menos o meio ambiente? Se sim Qual?
________________________________________________________
11- Existe algum método para reduzir o consumo de água e de energia elétrica?Se
sim Qual?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
12- Como são tratados os tecidos que apresentam defeitos ao final do processo de
produção?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
13 – Qual a destinação final dos resíduos sólidos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
14- É feita a triagem dos resíduos gerados? De que forma? (Se não) Quais as
barreiras?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
15- A empresa utiliza ações preventivas direcionadas a não geração e/ou
minimização da geração de resíduos? Quais?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
Apêndice
77
16- Em relação aos colaboradores motivados para desenvolver projetos de melhoria
dentro da empresa qual o seu grau de satisfação?
( ) Muito Insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Nem Satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito ( ) Muito Satisfeito
17- Como você classificaria a aceitação por parte dos colaboradores ao propor um
projeto de melhoria que envolva o meio ambiente?
( ) Ruim ( ) Boa ( ) Péssima ( ) Regular ( ) Excelente
18- Ao desenvolver um programa voltado para a minimização de insumos durante o
processo de produção para que esse processo agrida menos o meio ambiente e
ainda gera vantagens para a empresa, como você classifica o grau de qualificação e
comprometimento dos colaboradores para estar á frente desse programa?
( ) Ruim ( ) Boa ( ) Péssima ( ) Regular ( ) Excelente
19- Qual o grau de aceitação por parte da empresa para uma possível implantação
de um programa que tem o intuito de eliminar a geração de resíduos durante o
processo de produção?
( ) Ruim ( ) Boa ( ) Péssima ( ) Regular ( ) Excelente
20- Qual a política da área de compras em relação ao meio ambiente? Existe algum
pré-requisito com os fornecedores? Se sim quais?
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___________________________________________________________
21- A alta administração provê recursos adequadamente à boa gestão ambiental?
De que maneira isto ocorre?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
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CARLA DA SILVA PAIZINHO ESTUDO DA APLICAÇÃO DA