8ª MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS
SINOPSES:
PROGRAMA 1:
A Onda traz, o vento leva (Gabriel Mascaro, Brasil, 2012, 28’)
Rodrigo é surdo e trabalha numa loja instalando som em carros. O filme é uma jornada
sensorial sobre um cotidiano marcado por ruídos, vibrações, incomunicabilidade,
ambiguidade e dúvidas.
Uma História de Amor e Fúria (Luiz Bolognesi, Brasil, 2013, 75’)
Um homem com quase 600 anos de idade acompanha a história do Brasil, enquanto
procura a ressurreição de sua amada Janaína. Ele enfrenta as batalhas entre tupinambás
e tupiniquins, antes dos portugueses chegarem ao país, e passa pela Balaiada e o
movimento de resistência contra a ditadura militar, antes de enfrentar a guerra pela água
em 2096.
PROGRAMA 2
Carga Viva (Deborah de Oliveira, Brasil, 2013, 18’)
Uma família, o tempo, o ofício. O tempo do ofício.
A cidade é uma só (Ardiley Queirós, Brasil, 2011, 73’)
Reflexão sobre os 50 anos de Brasília, tendo como foco a discussão sobre o processo
permanente de exclusão territorial e social que uma parcela considerável da população
do Distrito Federal e do Entorno sofre, e de como essas pessoas restabelecem a ordem
social através do cotidiano. O ponto de partida dessa reflexão é a chamada Campanha
de Erradicação de Invasões (CEI), que, em 1971, removeu os barracos que ocupavam os
arredores da então jovem Brasília. Tendo a CEILÂNDIA como referência histórica, os
personagens do filme vivem e presenciam as mudanças da cidade.
PROGRAMA 3
Caixa D'água: Qui-lombo é esse? (Everlane Moraes, Brasil, 2012, 15’)
O documentário "Caixa D'água: Qui-lombo é esse?" relata, através de depoimentos de
antigos moradores e de acervos fotográficos, a importância no âmbito cultural e
histórico do bairro Getúlio Vargas localizado em Aracaju, capital de Sergipe. A ênfase é
dada à cultura negra e à presença do negro escravo e seus descendentes, com o resgate
de assuntos relacionados à sua origem, oralidade, localização geográfica e consciência
de sua identidade racial, mostrando que, apesar dessa comunidade existir em uma área
urbana, ainda mantém muitos aspectos da vida em quilombo dos antigos negros
escravos do Brasil.
Doméstica (Gabriel Mascaro, Brasil, 2012, 75’)
Sete adolescentes assumem a missão de registrar por uma semana a sua empregada
doméstica e entregar o material bruto para o diretor realizar um filme com essas
imagens. Entre o choque da intimidade, as relações de poder e a performance do
cotidiano, o filme lança um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no
ambiente familiar e se transforma num potente ensaio sobre afeto e trabalho.
PROGRAMA 4
Acalanto (Arturo Saboia, Brasil, 2013, 23’)
Uma senhora analfabeta busca amenizar a saudade do seu filho ao solicitar a um
conhecido que leia diversas vezes a mesma velha e única carta enviada há dez anos por
ele. Através dessas leituras, uma bonita amizade e cumplicidade é criada entre os dois.
As Iracemas (Alexandre Pires Cavalcanti, Brasil, 2012, 84’)
Um olhar sobre a vida de quatro mulheres de uma mesma família que vivem isoladas
num casebre de pau-a-pique na região do Alto do Mingù, entre os municípios de Rio
Acima e Raposos (MG).
PROGRAMA 5
Os dias com ele (Maria Clara Escobar, Brasil, 2013, 107’)
Maria Clara mergulha no passado quase desconhecido de seu pai, Carlos Henrique
Escobar. As descobertas e frustrações de acessar a memória de um homem e de um
período da história brasileira cheio de lacunas. Ele, um intelectual preso e torturado
durante a ditadura militar, não fala sobre isso desde aquele tempo.
PROGRAMA 6
Leve-me pra sair (Zé Agripino - Coletivo Lumika, Brasil, 2012, 19’)
Um grupo de adolescentes gays da cidade de São Paulo e suas visões de mundo.
Kátia (Karla Holanda, Brasil, 2012, 74’)
Este documentário conta a história da primeira transexual eleita para um cargo político
no Brasil. Além de mostrar como José se transformou em Kátia Tapety, o filme nos
apresenta a trajetória política da travesti piauiense que lidou com o preconceito do pai
na infância, mas hoje é respeitada entre seus conterrâneos. Ela foi a vereadora mais
votada de seu município por três vezes consecutivas e chegou a vice-prefeitura da
cidade de Colônia do Piauí, entre 2004 e 2008.
PROGRAMA 7
Quando a casa é a rua (Thereza Jessouroun, Brasil, 2012, 35’)
O que leva crianças e jovens a viver nas ruas? O que faz com que deixem as ruas? O
documentário procura responder essas perguntas com depoimentos e imagens cotidianas
de jovens que cresceram nas ruas da cidade do México e do Rio de Janeiro.
Em busca de um lugar comum (Felippe Schultz Mussel, Brasil, 2012, 80’)
Rio de Janeiro, 2011. Anunciadas mundo afora como principal cenário das mazelas
sociais brasileiras, as favelas cariocas se consolidaram como um dos pontos mais
visitados do Rio. Imerso nos passeios pela Favela da Rocinha, o documentário investiga
os desejos e as imagens envolvidas na construção deste disputado destino turístico. Um
mercado que, atento às demandas, não cessa em projetar seus novos atrativos.
PROGRAMA 8 – HOMENAGEM VLADIMIR CARVALHO I
Conterrâneos Velhos de Guerra (Vladimir Carvalho, Brasil, 1991, 153’)
Os primeiros tempos de Brasília, ainda durante a construção, em 1959. Os canteiros de
obras se espalham por toda parte e os trabalhadores, chamados de candangos, afluem de
vários pontos do país, especialmente do Nordeste. São péssimas as condições de
trabalho, terminando por provocar uma chacina que vitimou grande número de
operários. A memória deste e de outros episódios chega aos nossos dias pelo
testemunho daqueles que viveram a experiência da construção da capital brasileira.
PROGRAMA 9 – HOMENAGEM VLADIMIR CARVALHO II
Brasília Segundo Feldman (Vladimir Carvalho, Brasil, 1979, 22’)
Os primeiros tempos de Brasília, no último ano de sua construção. Depoimentos de
pioneiros e trabalhadores sobre aquele momento e as condições de vida dos candangos.
A trilha sonora vale-se de gravações realizadas à época, emprestando especial colorido
ao filme.
O País de São Saruê (Vladimir Carvalho, Brasil, 1979, 80’)
A ação do homem nas terras secas do sertão nordestino, colonizado depois da luta
contra os índios que foram exterminados. O latifúndio na exploração da terra gerou um
sistema carregado de injustiça social, responsável pela miséria e o atraso da região. Esse
quadro é visto e poetizado através dos três reinos da natureza: animal, vegetal e mineral,
com a criação de gado, a lavoura do algodão e a exploração do ouro.
PROGRAMA 10 – HOMENAGEM VLADIMIR CARVALHO III
Barra 68 - Sem Perder a Ternura (Vladimir Carvalho, Brasil, 1961, 82’)
Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente marcada pelos acontecimentos
políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o golpe militar de 64. Envolvida, a
comunidade conheceu a intranqüilidade e ficou estigmatizada pela repressão. Um dos
seus bens mais preciosos, a Universidade, criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64,
68 e 77. Na primeira vez a UnB foi ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o
seu corpo docente que voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se
arrastou por quatro longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao
assassinato de Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates
entre estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios
religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes no
campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de
parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5. Essa
trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias mesclados às
raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma memória imperfeita,
mas sempre verdadeira.
PROGRAMA 11 – HOMENAGEM VLADIMIR CARVALHO IV
O Evangelho Segundo Teotônio (Vladimir Carvalho, Brasil, 1984, 85’)
Passagens da vida do senador alagoano Teotônio Vilela, todo o processo de sua
formação como homem público, desde a sua infância como menino de engenho até a
etapa com sua campanha pela restauração democrática do país e a liberdade dos presos
políticos. Ao final, a sua agonia, pois vitimado pelo câncer contra o qual lutou até seus
últimos dias.
PROGRAMA 12 – MOSTRA INDÍGENA I
Bicicletas de Nhanderu (Patrícia Ferreira e Ariel Ortega, Brasil, 2011, 48’) Uma
imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju,
em São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul
PI´ÕNHITSI, Mulheres Xavantes sem Nome (Divino Tserewahú, Tiago Torres,
Brasil, 2009, 54’)
Desde 2002, Divino Tserewahú tenta produzir um filme sobre o ritual de iniciação
feminino, que já não se pratica em nenhuma outra aldeia Xavante, mas desde do começo
das filmagens todas as tentativas foram interrompidas. No filme, jovens e velhos
debatem sobre as dificuldades e resistências para realização desta festa.
PROGRAMA 13 – MOSTRA INDÍGENA II
Kene Yuxi, as voltas do Kene (Zezinho Yube, Brasil, 2006, 48’)
Ao tentar reverter o abando das tradições do seu povo e seguindo as pesquisas do seu
pai, professor e escritor Joaquim Maná, Zezinho Yube corre atrás dos conhecimentos
dos grafismos tradicionais das mulheres Huni Kui auxiliado por sua mãe.
PROGRAMA 14
Malunguinho (Felipe Peres Calheiros, Brasil, 2013, 15’)
Malunguinho liderou o quilombo do Catucá, nos arredores de Recife, no início do
século XIX. Apesar de ter sido assassinado em 1835, ainda hoje é cultuado pelos
praticantes da Jurema Sagrada, religião de matriz indígena com influências africanas do
nordeste do Brasil.
Paralelo 10 (Sílvio Da-Rin, Brasil, 2011, 87’)
O filme retrata um trabalho pioneiro e arriscado realizado em uma pequena base
Xinane, da FUNAI, próximo ao Paralelo 10º Sul, oeste do Acre, na fronteira com o
Peru. Em instalações simples, no meio da selva, o sertanista José Carlos Meirelles leva
adiante a difícil missão de proteger os índios isolados da região, contando com o auxílio
do antropólogo Terri Aquino. Com poucos recursos, os especialistas desempenham
incansavelmente suas tarefas. Além de realizarem uma negociação permanente com as
populações ribeirinhas da área, eles também lidam com o enfrentamento com traficantes
e posseiros que tentam invadi-la.
PROGRAMA 15
Maio, nosso maio (Farid Abdelnour, Brasil, 2011, 12’)
Feita com Software Livre e em um processo coletivo, a animação "Maio Nosso Maio"
apresenta de forma leve e compromissada uma leitura histórica que resgata o sentido
original do Dia dos Trabalhadores.
Insurgentes (Jorge Sanjinés, Bolívia, 2012, 83’)
Através da reconstrução de momentos históricos cruciais na longa luta dos índios da
Bolívia em busca da recuperação da soberania perdida, por causa da colonização
espanhola e da opressão de seus descendentes – os criollos republicanos –, resgata-se do
esquecimento da história oficial vários heróis indígenas que brilharam com luz própria
nessa ação descomunal que culmina na ascensão de um índio à presidência da Bolívia.
PROGRAMA 16
Silêncio (Alberto Bellezia e Cid César Augusto, Brasil, 2012, 12’)
João Melo é conhecido como silêncio. Ele mora numa caverna há 27 anos.
Sibila (Teresa Arredondo, Chile, Espanha, França, Peru, 2012, 95’)
Lembro-me da noite que mudou a história da minha família. A minha tia, Sibila, era
uma prisioneira acusada de ser um membro do "Sendero Luminoso". Eu tinha 7 anos de
idade e o silêncio protetor dos meus pais ajudaram a tornar sua imagem um grande
mistério na minha vida. Seu confinamento durou 15 anos. “Sibila” é uma viagem que
está olhando para o passado, mas também o encontro entre duas gerações que buscam
diálogo.
PROGRAMA 17
Ilegal.com (Alessandro Angulo Brandestini, Colômbia, 2012, 70’)
Este documentário explora as razões pelas quais a política proibitória e a guerra contra
as drogas não puderam, nem poderão erradicar o problema do narcotráfico e do
consumo de drogas, refletindo acerca de outras estratégias. Através de entrevistas com
grandes estudiosos do tema, nacionais e internacionais, como Ethan Nadelmann, Milton
Friedman, Noam Chomsky, Daniel Mejía, Rodrigo Uprimny y Alfredo Rangel, entre
outros, promove-se este debate de um ponto de vista econômico, aonde contempla-se a
opção de uma possível legalização.
O Prisioneiro (Martin Deus, Omar Zambrano e Juan Chappa, Venezuela, 2012,
24’)
Um grupo de escoteiros está jogando um jogo de estratégia nas montanhas quando dois
integrantes da equipe amarela decidem fazer um membro da equipe vermelha
prisioneiro.
PROGRAMA 18
Codinome Beija-Flor (Higor Rodrigues, Brasil, 2012, 16’)
Viver é correr riscos. Com os relacionamentos, aprendemos a viver. Há marcas que são
levadas para o resto da vida. Documentário sobre pessoas soropositivas.
Repare bem (Maria de Medeiros, Brasil, 2012, 95’)
O jovem guerrilheiro Eduardo Leite “Bacuri” morre em 1970 nas mãos da ditadura
militar brasileira. Sua companheira Denise Crispim, perseguida e presa durante sua
gravidez consegue fugir do país, depois do nascimento de Eduarda. Hoje, depois de
quarenta anos vividos entre Itália e Holanda, Denise e Eduarda receberam anistia e
reparação do Brasil.
PROGRAMA 19:
Caíto (Guillermo Pfening, Argentina, 2012, 70’)
Caíto conta a relação de amor entre dois irmãos: Guillermo é ator e emigrou para
Buenos Aires, Caíto ficou em Marcos Juárez, Córdoba. Guillermo volta como diretor a
sua cidade natal, com atores, câmeras, luzes e toda uma equipe técnica para fazer um
registro documental do dia a dia de seu irmão. Ao observá-lo em sua relação com o pai,
a fisioterapeuta, as mulheres, os amigos, descobre em Caíto um profundo desejo de ser
pai. A partir desse momento, oferece a ele um relato de ficção para que seja o
protagonista de sua história idílica.
PROGRAMA 20
As hiper-mulheres (Takumã Kuikuro, Carlos Fausto, Leonardo Sette, Brasil, 2011,
80’)
Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o
Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar
uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios, enquanto a única cantora
que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente. Premiado no festival
de Gramado com os prêmios Especial do Júri e Melhor Montagem.
PROGRAMA 21
Transformer: AK – 47s Into Guitars (Link Media, Colômbia, 5´)
Acreditar que as coisas podem mudar para melhor. Isso é a chave para a recuperação de
muitos indivíduos – e sociedade – depois de viverem momentos ruins. Esta é a história
de um artista que ajuda as pessoas a imaginarem como podem transformar uma história
de violência.
Wayuu “Gold” (Link Media, Colômbia, 9’)
Colombia – terra de uma das reservas mais preciosas do mundo. Porém, nem todos os
colombianos estão ganhando a sua parte. Nós viajamos a um remoto lugar do país onde
uma mulher extraordinária está lutando pela sobrevivência de sua comunidade.
Dreaming of a Clean River (Link Media, Argentina, 7’)
Um dos rios mais poluídos do mundo atravessa Buenos Aires, o que ameaça a saúde da
população mais pobre. Agora, uma determinada menina de nove anos e sua mãe
decidiram que “basta”.
Los descendientes del Jaguar - Eriberto Gualinga, Mariano Machain, David
Whitbourn (Equador, Inglaterra, 2012, 29’)
O filme nos mostra o processo de reivindicação do povo indígena de Sarayaku diante da
Corte Interamericana de Direitos Humanos no momento em que foi entregue de maneira
inconstitucional o bloco 23 para exploração petroleira durante o governo de Lúcio
Gutiérrez. A entrega destes territórios desrespeita a norma segundo a qual deve-se fazer
uma consulta prévia aos habitantes originários do setor. Seguimos dirigentes e
habitantes de Sarayaku que, em seus relatos, reivindicam o valor da natureza sobre o
petróleo.
Paredes invisíveis: Hanseníase Região Norte (Vera Rotta e Caco Schmitt, Brasil,
2013, 37’)
Documentário da COMISSÃO INTERMINISTERIAL DE AVALIAÇÃO SNPDPD/SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA
REPÚBLICA, sobre a reconstrução da vida de centenas de brasileiros atingidos pela
hanseníase, da Região Norte, após a concessão de uma indenização pelo Governo
Federal, por terem sido submetidos à internação e isolamento compulsórios em
hospitais-colônia. Consiste em uma série de depoimentos sobre a doença, sobre a
segregação social, sobre a rotina de isolamento nas ex-colônias, sobre política de
profilaxia da "lepra" até 1986 e sobre o que mudou com a indenização.
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