2º Seminário Ibérico "Intervenções Raianas no Combate à Desertificação O Papel das Políticas Públicas de Desenvolvimento Rural no combate ao despovoamento e desertificação – caso da BIS - e o Novo quadro de programação 2014/2020 António Realinho ADRACES 23-03-2013 Parte I – Contexto Territórios Rurais de Baixa Densidade Beira Interior Sul – Problemas estruturais População Residente Freguesias da Beira Interior Sul – Censos 2011 Baixa densidade populacional Em 25 Freguesias residem menos de 500 habitantes (em 2001 eram 18 freguesias) Apenas 9 contabilizam mais de 1000 habitantes Mair fragilidade nas zonas de fronteira Profundo Envelhecimento Em 15 freguesias o Índice de Envelhecimento ultrapassa o 1000 pontos – ou seja por cada 100 jovens residem 1000 idosos 60% das Freguesias apresentam Indice de Envelhecimento superiores a 500 Em 21 Freguesias a Pop. Residente com 65 ou + anos representa mais de 50% do total da população residente. Evolução da População Residente Freguesias da Beira Interior Sul – Censos 2001 e 2011 Das 58 Freguesias da BIS: Apenas 2 Freguesias - Alcains e Castelo Branco aumentaram a população. Em média diminuíram 17% da população residente – 50% das freguesias diminuíram mais de 20% A faixa etária dos 15-24 anos foi a que registou maior quebra – em média 38% Elementos de Diagnóstico Compreensivo Vasto território sofre um intenso e continuo processo de despovoamento Crescente e exponencial envelhecimento da população Abandono dos campos de cultivo - séria ameaça à preservação da paisagem rural e ao equilíbrio estrutural do espaço; Centros urbanos de pequena e média dimensão que até há pouco tempo davam alguns sinais de dinamismo e capacidade de atrair população dos espaços envolventes , invertem a tendência – à excepção de Castelo Branco, as restantes sedes de concelho perderam população Dificuldades em atingir, em matéria de equipamentos, serviços e investimentos, a massa crítica indispensável para encorajar o desenvolvimento económico. Tendências de Ajustamento Conjuntural nos Territórios Rurais Diminuição/desaceleração da importância dos serviços, em especial ligados ao sector público- até há pouco tempo apresentavam-se como principal factor de crescimento do emprego; Estreitamento crescente dos recursos do território (equipamentos educativos, serviços de saúde, oferta de transportes e comunicações, estabelecimentos comerciais, …); Quebra acentuada das dinâmicas de animação económica que reflecte uma menor capacidade de empreendedorismo e de investimento endógeno, mas também uma menor atracção de novo investimento exógeno; Resultados interessantes na pequena escala das economias locais (p.e., na dinamização de produtos de qualidade, na comercialização em rede, na oferta de alojamento TER), mas permanecendo um reduzido efeito de aglomeração e de organização das produções primárias, a par de uma insuficiente integração nos territórios supra-rurais; Tendências de Ajustamento Conjuntural nos Territórios Rurais Menor suporte de financiamento para intervenções em territórios caracterizados pelo declínio das formas de ocupação económica e em perda demográfica, resultante dos constrangimentos orçamentais dos Municípios; e Retracção das oportunidades económicas de valorização dos recursos primários e transformados das economias rurais, fruto da menor dinâmica empreendedora e da quebra da procura de mercado para bens transaccionáveis e serviços dos territórios; Estreitamento da capacidade de intervenção do segmento LEADER do sistema de actores dos territórios rurais - estrangulamento do potencial de acção dos GAL, fruto do modelo de financiamento e de gestão do Eixo 3 do ProDeR que reduziu a autonomia de gestão da promoção do desenvolvimento das Zonas de Intervenção (trabalho técnico e de animação). Ciclos Viciosos de “Desinvestimento” Escassez de Emprego Diminuição da Capacidade de fixar a população Extinção de Serviços e redução de Equipamentos Migração para os Centros Urbanos Envelhecimento Demográfico e Despovoamento Fenómenos que marcam as zonas sujeitas a processos de desertificação e despovoamento [A orientação das políticas públicas tem elevada quota de responsabilidade no actual retrato dos recursos territoriais do mundo rural] Parte 2 Políticas Públicas de Desenvolvimento Rural no combate ao despovoamento e desertificação – LEADER Políticas de Desenvolvimento Rural A problemática dos desequilíbrios económicos e sociais dos territórios rurais tem estado desde sempre no cerne das preocupações da União Europeia A Política Agrícola Comum (PAC) tem constituído, desde a fundação da Comunidade Europeia, um pilar na sua construção, representado, historicamente, a primeira política integrada a nível europeu. Ao longo de décadas de aplicação de políticas indutoras do desenvolvimento rural constata-se uma clara evolução que se iniciou na potencialização do mundo rural agrícola, com a PAC, e caminhou em direção a formas mais sustentáveis de promover o desenvolvimento Crescente importância atribuída às acções locais e ao envolvimento de todos os agentes territoriais na desenvolvimento rural definição e assentes numa participativa – Abordagem LEADER implementação de políticas de abordagem territorial, integrada e 11 Abordagem LEADER Acções Integradas e Multissectoriais Abrangência de todos aspectos do mundo rural •Desenvolvimento integral das actividades económicas, sociais, culturais e ambientais Actuação Concertada •Incentiva os agentes socioeconómicos a explorarem ao máximo as sinergias existentes •Integra vários sectores de actividade – não é uma programa de desenvolvimento sectorial Retenção do máximo valor acrescentado no Território •Reforça as ligações entre sectores/fileiras •Valoriza o carácter específico e não deslocalizavel dos produtos e serviços Principais Contributos da Iniciativa LEADER Diversidade de projectos inovadores que englobaram vários sectores de actividade; Desenvolvimento de intervenções territoriais integradas, sem imposição de sectorização ou de desenvolvimento parcial; Reforçou o carácter multifuncional do espaço rural; Efeito catalisador da iniciativa foi crucial no aparecimento de outras acções de financiamento privado. Criação de uma rede de competências locais, mais sensível em relação aos problemas territoriais e ao desenvolvimento e agilizou procedimentos, dando lugar ao conceito de governança; Demonstrou na prática que o futuro do mundo rural não depende exclusivamente das representações urbanas, é possível planear acções a partir do esforço comum dos actores locais. Limitações das Politicas de Desenvolvimento Rural / LEADER Não continuidade dos projectos por falta de implementações a longo prazo constitui um forte entrave ao desenvolvimento rural, não alcançando assim a criação da autonomia preconizada nos objectivos do programa; Apesar da referenciada capacidade das politicas de desenvolvimento rural valorizarem a fixação da população, as estatísticas têm revelado, que na generalidade dos meios rurais, não existe inversão da situação de envelhecimento e de despovoamento. Todos os esforços e politicas criados no sentido de atenuar os desequilíbrios existentes no espaço europeu não têm sido suficientes para garantir a equidade territorial, nem mesmo a existência de iniciativas bem sucedidas como o caso do LEADER 3º Parte Novo quadro de programação 2014/2020 Política de Desenvolvimento Rural e Politica de Coesão – Período 2014-2020 Comunicação da Comissão A PAC no horizonte 2020: Responder aos desafios em matéria de alimentação, recursos naturais e territoriais Equilíbrio Territorial Desafios Transversal Segurança Alimentar Ambiente e Alterações Climáticas i. Apoiar o emprego rural e preservar o tecido social das zonas rurais ii. Melhorar a economia rural e promover a diversificação, a fim de permitir aos actores locais explorem o seu potencial e optimizarem a utilização dos recursos locais iii. Permitir a diversidade estrutural dos sistemas de produção agrícola, melhorar as condições de vida e desenvolver os mercados locais DESENVOLVIMENTO RURAL NOVO QUADRO Estratégia Europa 2020 QUADRO ESTRATÉGICO COMUM (QEC) - Abarca o FEADER, FSE, Fundo de Coesão e o FEMP - Reflete UE 2020 através de objetivos temáticos por ações para cada um dos fundos CONTRATO DE PARCERIA Documento nacional que identifica a utilização dos fundos para atingir os objetivos UE2020 Contrato de Parceria – Directrizes Outros fundo QEC FEDER, FSE, Fundo Coesão, FEMP Política de desenvolvimento rural: FEADER Prioridades Inovação, Ambiente e Alterações Climáticas como temas transversais Promover a transferência do conhecimento e inovação Melhorar a competitividade e viabilidade agrícola Restaurar, preservar e melhorar os ecossistemas Promover a organização em cadeia de abastecimento Promover a inclusão, social, a redução da pobreza e o desenvolvimento económico nas áreas rurais Metodologia Comum Comunidades locais - CLLD Community-led local development conjunto único de regras Art. 28-31 Metodologia única: CLLD A Comissão propõe uma única metodologia relativa ao Desenvolvimento Promovido pelas Comunidades Locais (CLLD) para os fundos do QEC, que: Focalize territórios sub-regionais específicos; Seja orientada para a comunidade, por grupos de acção local compostos por representantes dos interesses socioeconómicos públicos e privados locais; Seja concretizada através de estratégias de desenvolvimento local integradas e multissectoriais baseadas numa área, concebidas com base nas necessidades e no potencial locais; e que inclua funcionalidades inovadoras no contexto local, trabalho em rede e, quando necessário, cooperação. Esta metodologia única permitirá uma utilização agregada e integrada dos Fundos para concretizar as estratégias de desenvolvimento local. Valor Acrescentado da Abordagem Amplia o suporte para CLLD através das contribuições financeiras de todos os fundos do QEC; Facilita o desenvolvimento territorial integrado através de regras harmonizadas para a concepção e implementação de CLLD; Permite que várias políticas da UE contribuem para o desenvolvimento local de acordo com os seus objetivos e instrumentos específicos; Melhora a coordenação dos Fundos Comunitários para apoiar CLLD; Permite aos beneficiários criar estratégias multifundos que melhor se adaptem às suas necessidades. Prioridades de intervenção – opções em aberto Estabelecer prioridades (e focos) de intervenção no enquadramento da elaboração das Estratégias Locais de Desenvolvimento assegurando que as mesmas sejam amplamente participadas pelos actores dos territórios e pelos parceiros-chave dos GAL. Consolidar as parcerias expressas nos GAL, clarificando atribuições e competências, sobretudo em torno de domínios específicos de intervenção (animação, investimento, gestão, acompanhamento, …), com perspectivas objectivas de afectação de recursos e competências; Relançamento e qualificação da intervenção dos GAL/ADL na animação socioeconómica para o desenvolvimento e para a inovação social e territorial, exige um novo ciclo de investimento de qualificação técnica e de profissionalização dos quadros/agentes de desenvolvimento. Qualificar o modelo de intervenção da Abordagem LEADER