TM703 – Ciência dos Materiais PIPE Pós - Graduação em Engenharia e Ciências de Materiais Carlos Mauricio Lepienski Laboratório de Propriedades Nanomecânicas Universidade Federal do Paraná Aula 13 – 1º sem. 2015 Propriedades Térmicas e Magnéticas de Materiais Capacidade Térmica ou Capacidade Calorífica • Material – Aumento de temperatura aumento da energia interna dQ C.dT • C capacidade térmica ou capacidade calorífica – Depende » Características do material » Massa – Unidade C cal J o C K 2 • Existem duas maneiras de medir: – Quando se mantém o volume constante Cv – Quando se mantém a pressão constante Cp – O valor de Cp é sempre maior que Cv – Os valores são muito próximos para materiais sólidos em temperaturas iguais ou abaixo da temperatura ambiente. – Para gases as diferenças nos valores são importantes. Capacidade Térmica ou Capacidade Calorífica • Calor específico – Propriedade do material C c.m dQ m.c.dT • Unidade c cal J g o C kg.K 4 • Calor específico – Pressão constante cP 1 dQ m dT P cV 1 dQ m dT V – Volume constante • Existe uma pequena diferença numérica entre os dois valores • Capacidade térmica vibracional – Aumento de energia aumento de vibração na rede cristalina – Quantuns de oscilação da rede cristalina • Fonons 5 Capacidade Calorífica Vibracional • Aumento de energia térmica geralmente resulta em aumento de energia vibracional nos sólidos • Dependência da capacidade calorífica com a temperatura Temperatura de Debye A independente da temperatura R constante dos gases R = 8,31 J/K.mol kB = R/NA • Outras contribuições para a capacidade calorífica – Contribuição eletrônica • Aumento de energia cinética (elétrons livres acima da energia de Fermi) • Excitação para níveis mais elevados • Insignificante em altas temperaturas (são apreciáveis perto de 0 K) – Orientação de Spin (materiais magnéticos) • Magnetização do material – redução de entropia/capacidade térmica aumento de T • Desmagnetização do material – aumento de entropia/capacidade térmica redução de T 7 • Expansão térmica Com dilatação Se for simétrico não ocorre dilatação – Aumento de energia • Aumento da vibração – Potencial assimétrico aumento da distancia inter-atômica » Dilatação – Coeficiente de dilatação • Linear l l .T l0 • Volumétrico V V .T V0 8 • Coeficiente de dilatação volumétrico – Material anisotrópico depende da direção cristalográfica – Material isotrópico • Valores típicos de coeficientes de dilatação – Metais • Varia entre 5 e 25 x 10-6/oC • Metais especiais – – – Kovar 1 x 10-6/oC Para uso em conjunto com vidro pirex Cerâmicas • • • • Varia entre 0,5 e 15 x 10-6/oC Cerâmicas não cristalinas/cúbicas isotrópicas Demais cerâmicas anisotrópicas Alto coeficiente de dilatação – Choque térmico fratura – Polímeros • Varia entre 50 e 400 x 10-6/oC • Crosslink reduz o coeficiente de dilatação 9 10 Efeito da temperatura de fusão no coeficiente de dilatação térmica . • Condutividade térmica – Lei de Fourier da condução dT q k . dx Unidade k W/m.K • q fluxo de calor (potência por unidade de área) q J m 2 .s – Mecanismos de condução • Vibração da rede – Fônons • Elétrons livres – – Transferem energia cinética da rede Rede oscilando elétrons (alta energia) rede oscilando k kl k e 12 • Metais – Metais altamente puros • Mecanismo de condução – Fônons de rede » Pouco eficazes fônons são facilmente espalhados – Elétrons livres » Sofrem menos espalhamento e são mais rápidos » Elevado número de portadores aumenta a eficiência da condução • Faixa 20 a 400 W/m.K • Relação entre condutividade térmica e elétrica – Lei de Wiedemann–Franz L k .T » Onde » k condutividade térmica » condutividade elétrica 13 – Ligas • Átomos de impureza (Ex.: solução sólida) – – • Aumentam o espalhamento Liga Cobre-Zinco Cerâmicas – Pouco ou nenhum elétron livre (maus condutores elétricos) – Condução térmica fônons – Faixa 2 a 50 W/m.K – Cerâmicas vítreas • Menor condutividade que as cristalinas – Cerâmicas porosas • Condutividade térmica extremamente reduzida • Dominada pelo ar nos poros • 0,02 W/m.K (ar 0,024 W/m.K) 14 15 16 Thermal Protection System Space Shuttle Atlantis Re-entry T Distribution reinf C-C silica tiles (1650°C) (400-1260°C) nylon felt, silicon rubber coating (400°C) Fig. 19.2W, Callister 6e. (Fig. 19.2W adapted from L.J. Korb, C.A. Morant, R.M. Calland, and C.S. Thatcher, "The Shuttle Orbiter Thermal Protection System", Ceramic Bulletin, No. 11, Nov. 1981, p. 1189.) • Silica tiles (400-1260C): -- large scale application -- microstructure: ~90% porosity! Si fibers bonded to one another during heat treatment. 100 m 17 A 2.5 kg brick is supported on top of a piece of aerogel weighing only 2 grams 18 • Polímeros – Condutividade térmica • Mecanismos – Vibração e rotação das moléculas da cadeia • Na faixa de 0,3 W/m.K • Depende do grau de cristalinidade – Mais cristalino maior ordem maior condutividade – Espumas • Redução da condutividade pela presença de ar (gás) 19 Tensões Térmicas • • Stress induzido por aquecimento Expansão térmica restrita – Aquecimento / resfriamento • Sem restrição não existe stress térmico • Com restrição axial – Stress associado com a dilatação longitudinal do material • Gradientes de temperatura – Depende da condutividade térmica do material – Dilatação diferente em regiões com zonas quente e fria gera stress na região de junção • Choque térmico em materiais quebradiços – Baixa condutividade térmica – Elevados gradientes de temperatura • Stress elevado na interface fratura 20 TM703 – Ciência dos Materiais PIPE Pós - Graduação em Engenharia e Ciências de Materiais Carlos Mauricio Lepienski Laboratório de Propriedades Nanomecânicas Universidade Federal do Paraná Aula 13 – 1º sem. 2015 Propriedades Magnéticas de Materiais Magnetostática Solenóide Ímã Vetores do campo magnético • Vetores B e H H intensidade de campo magnético B Indução magnética ou densidade do fluxo magnético A intensidade do campo magnético e a indução magnética estão relacionadas por: permeabilidade magnética B0 indica a densidade do fluxo magnético no vácuo μo é a permeabilidade do vácuo = 4π 10-7 H/m Magnetização Outra grandeza de campo é a Magnetização M magnetização Permeabilidade relativa Susceptibilidade magnética Unidades Grandeza símbolo unid. SI unid. CGS fator de conversão 1 T = 10 4G indução magnética B Tesla (T) Gauss (G) Intensidade de campo magnético momento magnético H A/m Oersted (Oe) A m2 emu 1 A/m = 4 x 10-3 Oe 1 A m 2 = 10 3emu magnetização M A/m emu/cm 3 1 A/m = 10 -3 emu/cm 3 Momentos magnéticos Magneton de Bohr Ex.: Momento de Dipolo Magnético Orbital o Analogia didática pictórica Diamagnetismo - Paramagnetismo Ferromagnetismo • • • Os tipos de magnetismo incluem diamagnetismo, paramagnetismo, e ferromagnetismo Antiferromagnetismo e ferrimagnetismo são considerados subclasses de ferromagnetismo. Todos os materiais apresentam, pelo menos, um destes tipos, e o comportamento depende da resposta dos dipolos magnéticos dos elétrons e dos átomos quando um campo magnético é aplicado externamente. • • • (a) A configuração de dipolos para um material diamagnético com e sem um campo magnético. Na ausência de um campo externo não existem dipolos na presença de um campo, dipolos são induzidos e estão alinhados em direção oposta à direção do campo. (b) configuração de dipolos com e sem um campo magnético externo para um material paramagnético. Variação de B em função de H Materiais Ferromagnéticos Resposta magnética dos materiais Diamagnéticos, ex.: materiais com todos os spins eletrônicos emparelhados. Paramagnéticos, ex.: materiais com spins eletrônicos desemparelhados. Ferromagnéticos, ex.: materiais com spins eletrônicos desemparelhados e acoplados via interação de troca quantum-mecânica. Domínios Magnéticos Magnetização inicial Curva de histerese • • • Hc – Valor do campo magnético coercitivo Br – Indução magnética remanente devido a magnetização com campo externo nulo (magnetização permanente) S – saturação Atingida a saturação magnética temos um monodomínio ! Desmagnetizado Parcialmente magnetizado Saturado Temperatura de Curie • A temperatura pode também influenciar as características magnéticas de materiais. • • O aumento da temperatura em sólidos resulta em um aumento na magnitude das vibrações térmicas dos átomos. Os momentos magnéticos atômicos são livres de rodar, e com a temperatura aumentando o movimento térmico dos átomos tende a aumentar a aleatoridades das direções de todos os momentos que podem ser alinhados. • Para materiais ferromagnéticos os movimentos atômicos térmicos podem neutralizar as forças de acoplamento entre os momentos de dipolo atômicos adjacentes, causando algum desalinhamento dos dipolo, independentemente de um campo externo estar presente. • Isto resulta em uma diminuição na magnetização de saturação. A magnetização de saturação é máximo a 0 K, temperatura à qual as vibrações térmicas são um mínimo. • Com o aumento da temperatura, a magnetização de saturação diminui gradualmente e, em seguida, abruptamente cai para zero no que se chama a Tc temperatura de Curie. • O comportamento de magnetização temperatura para o ferro e Fe3O4 são representados na Figura. • Acima de Tc as forças de acoplamento mútuo de spin são destruídas, de tal forma que para temperaturas acima de Tc materiais ferromagnéticos são paramagnéticos. • • A Temperatura de Curie varia de um material para outro, são por exemplo Ferro 768°C, Cobalto 1120°C, Níquel 335°C, Fe3O4 585°C. Processo de Magnetização M Efeito da orientação cristalina • Imãs permanentes • Materiais de discos rígidos • Materiais para transformadores Armazenamento de informação Ressonância magnética (nuclear) Prótons e nêutrons também possuem momento magnético !