4 Diocese
Quarta, 20 de Julho de 2011
25 anos de Sacerdócio do Padre António Bacelar
Paróquia de S. António celebra 25 anos de sacerdócio
do Padre António Bacelar
No período de apenas um mês a
paróquia das Antas celebrou e festejou duas importantes efemérides
que motivaram e envolveram entusiástica e abnegadamente todos os
grupos paroquiais, todos os fiéis
desta comunidade.
Primeiro, foi o dia de Santo António, este ano quase coincidente
com a solenidade de Pentecostes,
no dia 12 de Junho. A “coincidência
(ou quase milagre)” fez antecipar a
festa do Padroeiro para a missa da
tarde desse Domingo. Como já vem
sendo habitual, foi presidida pelo
Bispo D. Manuel Clemente, que a
todos nos enriqueceu com a sua
palavra sempre oportuna.
No final da solene eucaristia
D. Manuel, acompanhado pelo Padre Bacelar (a quem se devem as
obras) procedeu à bênção da renovada Casa Paroquial. Foi também
colocada uma nova tela evocativa
de Santo António, na descida da
sacristia para a secretaria.
A “coincidência” a que me referi
foi sentida com muita alegria, fazendo-nos reflectir nas palavras do nosso pároco na folha dominical dessa
semana: “Pentecostes e casa são
assim como que as marcas do Padroeiro neste ano de 2011. Levam-nos assim espontaneamente,
ao Cenáculo, a Jerusalém. […] E que
a renovada Casa Paroquial seja também ela – no testemunho da comunhão presbiteral que sonhamos possa aí ser vivida – fonte dessa mesma
constante celebração e fiel seguimento!”
Depois, no dia 13 de Julho último,
a paróquia celebrou os 25 anos de
sacerdócio do Padre Bacelar. Uma
vez mais uma feliz “coincidência
(ou repetido milagre)”: O dia 13 de
cada mês é dia de Lausperene na
Igreja das Antas. Puderam assim
ser vividos, pela santificação dos
sacerdotes, momentos de profunda intimidade com Jesus, através de
leituras da Palavra de Deus, juntamente com Maria, pela recitação
do Rosário vocacional (A Busca, O
Chamamento, O Seguimento, A Missão, A Fidelidade Radical). Esta
hora de adoração constituiu para
quem pôde estar presente, uma preparação interior muito intensa para a Eucaristia solene que se seguiu.
A ampla Igreja de Santo António
das Antas encheu-se completamente, não só de paroquianos, mas de
muita gente da Pastoral Universitária, do movimento dos Focolares, de
Ovar e de muitas outras pessoas
amigas.
A Eucaristia presidida pelo Padre
Bacelar foi concelebrada por 20 sacerdotes, entre os quais os três padres que trabalham na paróquia,
Padre Domingos, Padre Fernando e
Padre Agostinho e por mais 16 irmãos no presbitério, das dioceses
do Porto, Vila Real, Lamego, Viseu e
Portalegre / Castelo Branco.
mado e, por outro lado uma consequente resposta generosa nunca
suficientemente agradecida.
No momento de acção de graças
a seguir à Comunhão Sacramental o
ram manifestar a sua alegria e a sua
gratidão pela disponibilidade no
serviço prestado aos outros nestes
25 anos de sacerdócio.
Antes do tradicional corte do enorme bolo de aniversário, os diversos
grupos paroquiais, o Centro Social,
as comunidades religiosas existentes na paróquia, a Fábrica da Igreja,
a Pastoral Universitária (secretariado, professores e alunos), o movimento dos Focolares, ofereceram 25
flores (uma por grupo correspondentes aos 25 anos de sacerdócio)
que o Padre Bacelar foi juntando até
formar um bonito ramo, fazendo-nos
lembrar que na diversidade somos
Um em Cristo.
Por vontade expressa, o Padre Bacelar para além de sobremesas e do
trabalho de voluntários para a realização deste convívio, só aceitou
ofertas para o Centro Social e para o
Fundo de Solidariedade da Pastoral
Universitária. Foram recebidos 2400
euros para o Centro Social e 1200
para o Fundo de Solidariedade da
Pastoral Universitária.
Merecem uma referência e um
agradecimento especial todos aqueles que de uma forma generosa, sacrificando por vezes a sua vida familiar e profissional, possibilitaram com
o seu trabalho (uma vez mais) a realização desta festividade, com a garantia que o Senhor retribuirá com
magnanimidade.
O Padre António José Rodrigues
Bacelar foi ordenado presbítero na
Sé do Porto no dia 13 de Julho de
1986 juntamente com mais três sacerdotes, Manuel Moura, António
Augusto e José Manuel.
De entre as inúmeras actividades
Padre Bacelar quis agradecer primeiro a Deus, depois a espiritualidade
de comunhão e unidade do movimento fundado por Chiara Lubich,
aos familiares (pais, irmãos, sobrinhos, tios, primos), aos amigos, aos
bispos e irmãos sacerdotes que constituem o presbitério, a todos os que
serviu tanto no Paço, em Ovar, como
no Seminário de Vilar, na Pastoral
Universitária, aos paroquianos das
Antas e todas as demais experiências de fraternidade cristã que teve a
felicidade de viver.
No final da Eucaristia mais de 300
pessoas reuniram-se no Centro Social num jantar convívio onde pude-
que tem desempenhado nestes 25
anos de sacerdócio saliento o ano
em que trabalhou como secretário
no Paço Episcopal (1986) sendo
entretanto nomeado vigário paroquial de São Cristóvão de Ovar onde permaneceu de 1986 a 1988. Foi
posteriormente, de 1988 a 1989, educador no Seminário de Vilar e a partir
de 1989 é Director do Secretariado
Diocesano da Pastoral Universitária.
Em Novembro de 2003 foi nomeado Administrador Paroquial da paróquia de Santo António das Antas
no Porto e em 23 de Dezembro desse
ano seu Pároco. (JB)
Na homilia o pároco sublinhou a
Palavra do Senhor – Eu te bendigo,
ó Pai, Senhor do Céu e da terra…
providencialmente e insistentemente indicada pela liturgia como evangelho, para as missas de dias próximos – Sagrado Coração de Jesus,
XIV Domingo e dia da celebração
jubilar.
O Padre Bacelar destacou da citação a expressão tudo me foi dado…
para salientar a total liberalidade de
Deus no chamamento ao Baptismo e
ao Sacerdócio a requerer, por um
lado um total despojamento do cha-
Porto
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Passos
de um calvário
JOÃO ALVES DIAS
Foram de sofrimento os caminhos
que D. António Barroso percorreu
por terras de Angola, Congo, Moçambique e Índia, mas o seu verdadeiro calvário começou era já Bispo
do Porto.
1.º Passo – “Caso Calmon”- A
filha do Cônsul do Brasil no Porto
queria entrar para o convento mas
era impedida pelo pai. A sua tenta-tiva de fuga, em 1901– tinha 32
anos –, despoletou uma onda de
anticlericalismo na rua e no Governo. Os bispos reagiram e D. António, o mais novo, foi escolhido para
apresentar ao Rei uma mensagem a
favor das ordens religiosas. Como
rosto do episcopado, foi apupado
na Universidade de Coimbra e os
jacobinos mais assanhados não
mais o deixaram em paz.
2.º - Exílio da Diocese – Com o
advento da República em 1910, Afonso Costa começou a publicar legislação contra a Igreja. D. António
escreveu-lhe, em 12 de Outubro, lembrando que as leis deveriam aguardar pela Assembleia Constituinte.
As iniciativas anti-religiosas continuaram e os bispos publicaram, em
24 de Dezembro, uma Pastoral Colectiva, revista por D. António Barroso. Afonso Costa deu ordem aos
bispos para proibirem a sua leitura
nas igrejas. D. António resistiu e só
recomendou a suspensão na cidade
do Porto. Enfurecido, Afonso Costa
ordenou-lhe que se apresentasse
em Lisboa a 7 de Março de 1911. No
Rossio, foi insultado pelos carbonários que atacaram o seu carro à
pedrada e à cacetada.
No Ministério, já o esperava a
sentença do desterro que impunha a
destituição das suas funções no
Porto, a proibição de voltar ao território diocesano e, pelos serviços
prestados nas Colónias, atribuía-lhe
uma pensão que D. António nunca
aceitou. Foi levado para o Colégio
das Missões em Cernache do
Bonjardim que teve de abandonar
devido a uma sublevação. Em 10 de
Junho, passou a viver em Remelhe.
3.º – Novo julgamento – Em 12 de
Junho de 1913, é acusado em tribunal por se ter deslocado a Custóias,
para ser padrinho em representação
do Papa Pio X. Saiu absolvido.
4.º – Novo exílio - Regressado à
Diocese em 1914, volta a ser condenado em 7 de Agosto de 1917. Nem
a intercessão do Presidente Bernardino Machado impediu o seu desterro para Coimbra. Foi acusado,
falsamente, de ter atentado contra a
dissolução das ordens religiosas.
Só a chegada de Sidónio Pais permitiu o seu regresso, em 20 de Dezembro.
5.º Passo – Morte – Morreu com
apenas 63 anos, em 31 de Agosto do
ano seguinte. “Todos estes abalos
debilitaram o porte atlético e minaram a resistência física”.
O processo da sua beatificação
foi introduzido em 1992. Procede-se,
agora, ao reconhecimento de um
milagre que lhe é atribuído.
Para saber mais sobre este venerável Homem da Igreja, aconselho a
leitura do “Réu da República”, que
citei neste texto. Relembro a “Romagem” de 4 de Setembro.
“Bem-aventurados sereis quando vos perseguirem por causa de
mim” Mt 5,11. !
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Paróquia de S. António celebra 25 anos de sacerdócio do Padre