COPÉRNICO O Astrônomo Renascentista por Andrea da Costa Greff Mikołaj Kopernik (1473 - 1543) • Em 19 de fevereiro, nasceu em Toruñ, às margens do rio Vístula, Polônia • 1483 – Falecimento de seu pai • 1491 – Universidade de Cracóvia (Matemática, Filosofia aristotélica, Astronomia) • 1496 – Universidade de Bolonha (Mestre em Direito) • 1501 – Universidade de Pádua (Medicina) • 1503 – Universidade de Ferrara (Doutor em Direito Canônico) • 1504 – Eleito cônego em Frauenburgo Mikołaj Kopernik (1473 - 1543) • • • • • • • • • • • • • 1510 – Depois de três anos de seu ínicio, conclui a redação “Commentariolus” 1514 – Monta um observatório com instrumentos simples e rudimentares, sendo suas observações menos precisas que as de Ptolomeu 1514 – Inicia a redação de "De Revolutionibus Orbium Coelestium“ 1516 – O Papa Leão X convida Copérnico para fazer a reforma do calendário 1517 – Mostra a amigos seu ensaio sobre a cunhagem de moedas “De estimatione monete” 1521 – Copérnico assume o comando militar da cidade e organiza resistência vitoriosa contra os inimigos 1529 – Elabora cartas geográficas da Polônia e terras prussianas 1530 – Conclui “De revolutionibus” 1533 – O secretário pessoal do Papa Clemente VII faz uma preleção nos jardins do Vaticano sobre as ideias de Copérnico a autoridades eclesiasticas 1542/junho – Manda a seu discípulo Rheticus uma cópia de "De Revolutionibus Orbium Coelestium“ para ser publicada 1542/novembro – Rheticus indica o teólogo luterano Osiander para publicar a obra 1543 – Em 24 de maio morre Copérnico em Frauenburgo, no mesmo dia da publicação de sua grande obra “Das revoluções das esferas celestes” 2010 – Os restos mortais de Copérnico são enterrados novamente na catedral de Frauenburgo, 467 anos após sua morte “Copérnico foi o restaurador e redescobridor do sistema heliocêntrico” (Galileu Galilei) • • • • • • • • • 550 ªC – Anaximandro de Mileto – obliquidade da Terra 520 ªC – Pitágoras de Samos – esfericidade da Terra 450 ªC – Filolau – “fogo central” e a “antiterra” 387 ªC – Platão – Vênus e Mercúrio oscilam ao redor do Sol, ora mais rápido e ora mais lentamente 350 ªC – Aristóteles – mundo supralunar e sublunar 350 ªC – Heráclides do Ponto – rotação da Terra: movimento aparente da esfera celeste fixa 280 ªC – Aristarco de Samos – hipótese heliocêntrica e distância Terra-Lua/Sol 130 – Ptolomeu – Almagesto, síntese de todo conhecimento da Antiguidade 1323 – Nicolas De Oresme – movimentos da Terra Nicolai Copernici de hypothesibus mottum coelestium a se constitutis commentariolus • Apesar deste ensaio divergir em vários pontos das ideias apresentadas mais tarde na obra De revolutionibus, nele Copérnico propunha que a teoria ptolomaica estaria incorreta por não satisfazer a exigência fundamental dos antigos que “cada planeta deveria deslocar-se com velocidade uniforme descrevendo um círculo perfeito”, e para resolver esse díficil problema de modo mais simples que Ptolomeu, Copérnico estabeleceu sete princípios fundamentais: o o o o o o o Os corpos celestes não se deslocam ao redor do mesmo centro; A Terra não é o centro do sistema do mundo, mas somente da órbita lunar; O Sol é o centro do sistema do mundo; Em relação à distância das estrelas fixas, a distância do Sol à Terra é desprezivelmente menor; O movimento aparente do céu deve-se à rotação da Terra ao redor do seu próprio eixo; O aparente movimento anual do Sol no céu deve-se ao movimento da Terra e dos demais planetas ao redor do Sol; E as estações, e os aparentes deslocamentos retrógrados dos planetas, devem-se ao movimento da Terra e dos planetas ao redor do Sol. O Pioneiro da Revolução Astronômica • Copérnico propunha: • Os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos (epiciclos). • O centro do universo é perto do Sol. • Perto do Sol, em ordem, estão Mercúrio, Vênus, Terra e Lua, Marte, Júpiter, Saturno, e a esfera das estrelas fixas. • A Terra tem três movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo. • O movimento retrógrado dos planetas é explicado pelo movimento da Terra. • A distância da Terra ao Sol é pequena se comparada à distância às estrelas. Como as ideias de Copérnico eram vistas pelas Igrejas • • • Em 1533, o secretário pessoal do Papa Clemente VII fez uma preleção nos jardins do Vaticano sobre as ideias de Copérnico a autoridades eclesiasticas, com base no Commentariolus, que em geral aprovaram essas ideias Mais tarde, um arcebispo chamado Nicolau Schoenberg escreveu uma carta a Copérnico estimulando-o a divulgar suas ideias (esta carta foi incorporada à primeira edição do De revolutionibus) Posição retrógrada a dos católicos foi a dos protestantes, sendo notório no comentário que Lutero fez a respeito dessas ideias dez anos antes da publicação do De revolutionibus: • • “Um novo astrônomo pretende provar que é a Terra que se desloca e não o céu, o Sol e a Lua […] Mas a que ponto chegamos, hoje, quando um homem esperto precisa inventar algo de especial que pareça ser o melhor modo pelo qual irá fazê-lo (conhecido). Este idiota (Copérnico) quer modificar toda a ciência da Astronomia. No entanto, como nos informa a sagrada Escritura, foi o Sol e não a Terra que Josué determinou que parasse.” Ainda assim, foi um protestante, Rheticus, que estimulou Copérnico a publicar sua obra, a qual dedicou ao papa Paulo III. O fato é que só depois da condenação de Giordano Bruno, em 1600, teve início a crise entre a Igreja Católica e a nova Astronomia, que se acentuou com a condenação de Galileu Galilei, quando Roma decidiu se opor a todos os livros que defendessem a ideia de movimento da Terra e do heliocentrismo. A Obra Imortal • Na introdução do De revolutionibus orbium coelestium, Copérnico, um autêntico matemático dos corpos celestes, inseriu um elogio à Astronomia – uma bela e rara descrição do ponto de vista literário: • “Entre os inúmeros e diversificados ramos das ciências e das artes, onde se recria o espírito humano, estimo que é necessário dar preferência e conduzir com o máximo zelo àquelas que se dedicam às coisas mais dignas de serem conhecidas. Tais são as que tratam das revoluções do mundo e do curso dos astros, de sua grandeza, de suas distâncias, do seu nascer e pôr e das causas dos outros fenômenos do céu que finalmente explicam tudo o que contemplamos. Ora, o que existe de mais belo do que o céu, que contém tudo o que é belo? O que significam os nomes Mundo e Céu? Este exprime a pureza e a beleza, aquele, um objeto cinzelado. A maior parte dos filósofos tinha chamado o céu, em razão de sua incontestável superioridade, o deus visível. Estimase portanto, a dignidade da ciência segundo o assunto de que ela trata, que alguns designam Astronomia e outros Astrologia; alguns afirmam mesmo que ela é o coroamento das matemáticas; na verdade, ela é o cérebro das artes liberais, da ciências mais digna de um homem livre; ela é constituída quase toda dos ramos das matemáticas: Aritmética, Geometria, Óptica, Geodésia, Mecânica, e de outras afins: todas se reunindo nela mesma. E é um fato que de todas as ciências nobres ela é a que mais nos afasta dos vícios e seduz o espírito para o melhor, o que pode ser feito de uma maneira mais completa, em razão do inacreditável gozo que ela dá à alma…” Ou será que… Bibliografia • MOURÃO, R.R.F. Copérnico – Pioneiro da revolução astronômica – São Paulo: Odyseus Editora, 2003. • TRAJANO, R. “História das Ciências Físicas” • COPÉRNICO. Disponível em: <http://www.ifi.unicamp. br/~accosta/copernico.html >. Acesso em 19/03/2010. • NICOLAU COPÉRNICO. Disponível em: <http://www.museutec.org.br/previewmuseologico/nicolau_copernico.htm >. Acesso em: 19/03/2010. • NICHOLAS COPERNICUS. Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/cop/index.htm . Acesso em 19/03/2010.