ALDINEI MARTINS
ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO AO CALOR (TENSÃO TÉRMICA) E CONFORTO
TÉRMICO EM AMBIENTES DE TRABALHO
Criciúma (SC), 2005
ALDINEI MARTINS
ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO AO CALOR (TENSÃO TÉRMICA) E CONFORTO
TÉRMICO EM AMBIENTES DE TRABALHO
Monografia apresentada a diretoria de PósGraduação da Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC, para obtenção do
título de especialista em Engenharia de
Segurança do Trabalho.
Orientador: Prof. Hyppólito do Valle P. Filho
Criciúma (SC), 2005
ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO AO CALOR (TENSÃO TÉRMICA) E CONFORTO
TÉRMICO EM AMBIENTES DE TRABALHO
ALDINEI MARTINS
ESTA MONOGRAFIA FOI JULGADA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE
ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO.
APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO.
Hyppolito do Valle Pereira Filho, Ph.D.
Coordenação do Curso
Euclides Magri
Coordenador Local
Banca Examinadora:
_____________________________
Hyppolito do Valle Pereira Filho, Ph.D.
Orientador
_____________________________
Simone Sommer Biléssimo – Membro
_____________________________
Waldemar Pacheco Jr. – Membro
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS, por ter me dado forças para
chegar até aqui.
Aos professores que me mostraram o caminho.
Aos meus familiares, esposa e amigos, que não me
deixaram desistir.
RESUMO
Este trabalho foi elaborado com intuito de avaliar as condições de trabalho, relativas
a exposição ao calor (tensão térmica) e ao conforto térmico, através de uma
metodologia sugerida pela FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de
Segurança e Medicina do Trabalho. Para o desenvolvimento desta monografia,
foram executadas quatro etapas principais: Na primeira etapa, foram feitos o
reconhecimento do ambiente de trabalho e a identificação das atividades
desenvolvidas pelos trabalhadores envolvidos durante a jornada de trabalho. Na
segunda etapa foram levantadas as variáveis que influenciam no conforto térmico,
ou seja, velocidade do ar, umidade relativa do ar, temperatura do ar, temperatura
radiante média do ambiente e ainda vestimenta utilizada e o metabolismo
desenvolvido pelos indivíduos. A seguir estas variáveis foram analisadas através do
método de Ole Fanger que utiliza estes parâmetros para determinar a sensação
térmica experimentada pelas pessoas. Na quarta e ultima etapa foram feitas
comparações entre os resultados obtidos com a aplicação desta metodologia e o
resultado da avaliação através do IBUTG – Índice de Bulbo Úmido Termômetro de
Globo – conforme anexo 3 da NR 15.
Palavras-chave: CONFORTO TÉRMICO. EXPOSIÇÃO AO CALOR. TENSÃO
TÉRMICA.
ABSTRACT
This work was elaborated with intention to evaluate the work conditions, relative the
exposition to the heat (thermal stress) and to the thermal comfort, through of a
methodology suggested for the FUNDACENTRO - Foundation Jorge Duprat
Figueiredo of Security and Medicine of the Work. For the development of this
monograph, four main stages had been executed: In the first stage, they had been
made recognition of the environment of work and the identification of the activities
developed for the involved workers during the hours of working. In second stage had
been raised the 0 variable that influence in the comfort thermal, or either, air speed,
relative humidity of air, temperature of air, average of the environment and clothes
still used radiating temperature and metabolism developed for the individuals. To
follow these 0 variable they had been analyzed through the method of Ole Fanger
that it uses these parameters stop to determine the thermal sensation tried by the
people. In fourth and it finishes stage had been made comparisons between the
results gotten with the application of this methodology and the result of the evaluation
through the IBUTG - Index of Bulb Humid Globe Thermometer - as attached 3 of NR
15.
Key Words: COMFORT THERMAL. EXPOSITION TO THE HEAT. THERMAL
STRESS.
LISTA DE TABELAS
TABELA 01: Exemplos de Medidas Técnicas........................................................23
TABELA 02: Regime de Trabalho Intermitente com Descanso no Próprio Local
de Trabalho...............................................................................................................25
TABELA 03: Limites de Tolerância.........................................................................26
TABELA 04: Taxas de Metabolismo por Tipo de Atividade..................................27
TABELA 05: Jornada de Trabalho dos Operadores de Forno (FUSIL)................38
TABELA 06: Tempo de Exposição dos Operadores de Forno (FUSIL)...............41
TABELA 07: Composição dos Itens dos Uniformes dos Operadores.................42
TABELA 08: Atividade Física Desenvolvida pelos Operadores de Forno
(FUSIL).......................................................................................................................43
TABELA 09: Valores Obtidos para Umidade Relativa do Ar (FUSIL)..................45
TABELA 10: Variáveis Encontradas Durante as Atividades do Operador de
Forno da Empresa FUSIL.........................................................................................48
TABELA 11: Composição dos Itens do Uniforme do Funcionário MODECRIL..51
TABELA 12: Atividade Física Desenvolvida pelo Funcionário (MODECRIL)......53
TABELA 13: Valores Obtidos para Umidade Relativa do Ar (MODECRIL)..........53
TABELA 14: Variáveis Encontradas Durante as Atividades do Auxiliar de
Serviços Gerais da Empresa MODECRIL...............................................................55
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
1.1 Tema, Fenômeno e Problemática...................................................................... 8
1.1.1 Tema ................................................................................................................. 8
1.1.2 Fenômeno ........................................................................................................ 8
1.1.3 Problemática .................................................................................................... 8
1.2 Objetivos ............................................................................................................. 9
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 9
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 9
1.3 Declaração das variáveis estudadas ................................................................ 9
1.4 Relevância do trabalho a engenharia e segurança do trabalho ................... 10
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 11
2.1 Calor .................................................................................................................. 11
2.1.1 Definição ........................................................................................................ 11
2.1.2 Efeitos Indesejáveis ...................................................................................... 11
2.2 Conforto Térmico.............................................................................................. 13
2.3 Mecanismos de Troca de Calor ....................................................................... 14
2.3.1 Convecção / Condução ................................................................................. 14
2.3.2 Radiação Térmica .......................................................................................... 14
2.3.3 Evaporação .................................................................................................... 15
2.4 Variáveis que Influenciam no Conforto Térmico ........................................... 16
2.4.1 De Natureza Ambiental.................................................................................. 16
2.4.2 Variáveis de Natureza Pessoal ..................................................................... 20
2.5 Medidas de Controle ........................................................................................ 22
3 LEGISLAÇÃO ....................................................................................................... 24
3.1 Procedimentos de Medição (Conforme NHO – 6 Norma de Higiene
Ocupacional – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor) ........................ 28
3.1.1 Aspectos Gerais ............................................................................................ 28
3.1.2 Posicionamento do Conjunto de Medição .................................................. 29
4 METODOLOGIA de OLE FANGER SUGERIDA PELA FUNDACENTRO ........... 31
4.1 Equipamentos Utilizados ................................................................................. 34
4.2 Critérios Utilizados ........................................................................................... 35
5 ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 36
5.1 Empresa Fusil ................................................................................................... 36
5.1.1 Descrição do Ambiente................................................................................. 36
5.1.2 Jornada de Trabalho ..................................................................................... 38
5.1.3 Seqüência de Atividades .............................................................................. 38
5.1.4 Vestimenta Utilizada...................................................................................... 41
5.1.5 Variáveis encontradas................................................................................... 42
5.1.6 Análise dos Valores IBUTG e M, conforme NR 15 – ANEXO 03................. 48
5.1.7.Valores obtidos através do “software” conforto 2.2 para o voto médio
estimado e a porcentagem estimada de insatisfeitos ......................................... 48
5.2 Empresa MODECRIL ........................................................................................ 50
5.2.1 Descrição do Ambiente................................................................................. 50
5.2.2 Jornada de Trabalho ..................................................................................... 50
5.2.3 Seqüência das Atividades ............................................................................ 51
5.2.4 Vestimenta Utilizada...................................................................................... 51
5.2.5 Variáveis Encontradas .................................................................................. 52
5.2.6 Análise dos Valores de IBUTG e M conforme NR 15 – Anexo 03 .............. 55
5.2.7 Valores obtidos através do Software Conforto 2.2..................................... 55
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS............................................................................. 57
6.1 Sugestões ......................................................................................................... 58
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 59
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 60
7
1 INTRODUÇÃO
O homem desde o início de sua existência tem sofrido mudanças de
postura e alterações em seu comportamento por meio de um processo evolutivo, em
função da necessidade de sua adaptação ao meio em que vive, procurando sempre
satisfazer suas necessidades e atingir o bem estar.
Dentro
destas
necessidades,
o
sentimento
de
satisfação
está
compreendido e possui características relacionadas às condições de temperatura a
qual o mesmo é exposto.
Em um ambiente de trabalho a satisfação térmica é tratada pelo conforto
térmico, ou seja, sensação de bem estar experimentada por uma pessoa.
No entanto, pode-se observar que estas sensações de conforto geram
diferentes reações nas pessoas, pois as mesmas são subjetivas e nem sempre um
ambiente confortável para uma pessoa, poderá o ser para outra, nestas condições,
adota-se referências que atendam o maior número de pessoas.
Observa-se que altas temperaturas exercem grande influência sobre a
capacidade produtiva dos seres humanos, provocando principalmente cansaço
prematuro e desvio da atenção sobre o objetivo principal da atividade
desempenhada.
Em função destes fatores, dentre outros, a preocupação científica do
homem com o seu conforto térmico é muito antiga, um exemplo disso é a obra
“History and Art of Warming and Ventilation Rooms and Buildings” escrita por Walter
Bernan e publicada em 1845. Nela o autor prevê que a criação e o controle de
ambientes climáticos artificiais assumirão a dimensão de uma ciência que contribuirá
8
para o desenvolvimento da humanidade, para a preservação da saúde e para a
longevidade do ser humano. (RUAS, 1999).
1.1 Tema, Fenômeno e Problemática
1.1.1 Tema
Análise da exposição ao calor (tensão térmica) e conforto térmico em
ambientes de trabalho.
1.1.2 Fenômeno
Em função das diversas situações térmicas encontradas em nossos
ambientes de trabalho, pode-se concluir que nem todas são agradáveis
termicamente e principalmente pelo fato de estas situações serem subjetivas, ou
seja, diferentes para cada tipo de pessoa.
A avaliação pelo método do IBUTG, normalmente aplicada, pode tornar
implícita a real situação, no entanto serve como fator de caracterização para o
ambiente analisado, porém teoricamente julga-se necessário amarrar esta situação a
uma metodologia que permita melhor avaliação dos ambientes laborais.
1.1.3 Problemática
Existe possibilidade de se analisar as condições de conforto aplicando-se
o disposto na NR 15, anexo 03 ou existe a necessidade de uma outra forma de
análise como complementação.
9
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
•
Analisar as condições de trabalho em duas empresas distintas, com relação
ao conforto térmico, através do método do Índice de Bulbo Úmido –
Termômetro de Globo – IBUTG, sugerida pela NR 15, anexo 03 e compará-lo
com
a
análise
feita
através
de
uma
metodologia
proposta
pela
FUNDACENTRO.
1.2.2 Objetivos Específicos
•
Fazer o reconhecimento dos ambientes de trabalho, assim como as
atividades desenvolvidas pelos trabalhadores envolvidos e que serão alvos
deste estudo;
•
Realizar a medição das variáveis que influenciam no conforto térmico;
•
Analisar as variáveis obtidas e comparar os resultados obtidos através das
duas metodologias aplicadas.
1.3 Declaração das variáveis estudadas
Os valores obtidos e relatados são oriundos de medições diretas das
variáveis que influenciam no conforto térmico ou de valores extraídos de tabelas
onde estão relacionados índices que demonstram o resultado de análises feitas em
laboratórios e que servem de referência para avaliação do conforto térmico. São
elas:
10
♣ de natureza ambiental:
♣ Temperatura radiante média, velocidade, umidade e temperatura do ar.
♣ de natureza pessoal:
♣ Metabolismo e vestimenta utilizada.
1.4 Relevância do trabalho a engenharia e segurança do trabalho
Este trabalho possui relevância do ponto de vista da saúde e higiene
ocupacional, pois o mesmo apresenta uma metodologia que contribui na
classificação dos ambientes de trabalho e contrasta com os índices alcançados
através da análise do IBUTG, onde se pode observar que mesmo para um ambiente
taxado como salubre para o desenvolvimento de atividades laborais, este pode
apresentar certo desconforto aos trabalhadores e requer medidas de ordem
operacional ou até mesmo administrativas para torná-lo mais agradável e com
menor probabilidade de provocar acidentes ou doenças do trabalho, além de
fornecer aos trabalhadores tornando-os mais dispostos para suas atividades.
11
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Calor
2.1.1 Definição
O calor pode ser definido como uma forma de energia que provoca a
evaporação dos líquidos, que funde os sólidos e dilata os corpos. Esta força pode
ser produzida pela combustão ou ser originada pelo atrito de corpos, entre outros.
É ainda uma forma de energia que pode estar presente nos mais diversos
ambientes, como no ar livre, onde podem ocorrer exposições superiores aos limites
de tolerância em função das condições climáticas e do tipo de atividade
desenvolvida, ou ainda nos ambientes de trabalho, tais como: siderúrgicas,
indústrias do vidro, cerâmicas, etc...
Esta forma de energia pode ser transmitida de um corpo para outro
através de várias formas que serão descritas posteriormente, porém cabe salientar
que a quantidade desta energia que é entregue ou recebida, é determinada pela
variação da temperatura do corpo que cedeu ou recebeu calor, bem como da
natureza e da quantidade de matéria presente.
2.1.2 Efeitos Indesejáveis
Ao ser exposto a altas temperaturas o homem sofre conseqüências
explicitas principalmente em seu rendimento, quando a velocidade de seu trabalho
12
diminui e as pausas se tornam maiores e mais freqüentes, provocando também um
aumento na possibilidade de ocorrer erros e acidentes na execução de suas
atividades. As características físicas das pessoas expostas têm influência direta na
capacidade de resistir ao calor, sendo que homens magros e musculosos são os que
melhores se adaptam ao trabalho sob calor intenso, diferente das mulheres em geral
e pessoas obesas que sofrem mais quando expostas a altas temperaturas.
O corpo humano quando submetido a quantidades excessivas de calor
(sobrecarga térmica), pode sofrer efeitos indesejáveis e alguns deles serão descritos
a seguir:
♣ Golpe de Calor: ocorrem quando se realizam tarefas pesadas em ambientes
muito quentes. Quando a fonte de calor é o sol, o golpe de calor é chamado de
insolação. São sintomas: o colapso, convulsões, delírio, alucinações e coma sem
aviso prévio.
♣ Prostação Térmica por queda do Teor de Água (desidratação): ocorre
quando a água eliminada por sudorese não é reposta através do consumo de
líquidos. É caracterizada pelo aumento da pulsação e da temperatura do corpo. A
ingestão de líquidos de forma racional durante a jornada de trabalho é a medida
preventiva adequada.
♣ Prostação Térmica pelo decréscimo do Teor de Sal: é produzida quando o
consumo de sal é insuficiente para substituir as perdas de cloreto de sódio,
causadas pela sudorese. Ocorre, principalmente com as pessoas que bebem
água em abundância, sem a devida reposição de sal. São sintomas: a fadiga,
tonturas, náusea, vômitos e cãibras musculares.
13
2.2 Conforto Térmico
A primeira condição para se obter conforto térmico, é que o corpo esteja
em equilíbrio térmico, ou seja, a quantidade de calor ganho (metabolismo + calor
recebido do ambiente) deve ser igual à quantidade de calor cedido para o ambiente.
Com o aumento da temperatura ambiente ou com o esforço físico desenvolvido para
execução de determinadas atividades, o organismo tende a se aquecer, também a
temperatura dos objetos e superfícies próximas ao corpo, a velocidade e a umidade
do ar, tem influência direta na determinação de um ambiente térmico podendo
provocar sensações desagradáveis de desconforto.
Em função da não capacidade de armazenar calor, o corpo humano libera
o excesso através da pele, e sendo o homem um ser homotérmico, seu organismo
tende a manter-se com uma temperatura média e constante em torno de 36,5ºC.
Este controle da temperatura corporal é realizado por um sistema chamado de
termorregulador que atua sobre as glândulas sudoríparas e promove a produção de
suor, que ao evaporar provoca resfriamento da superfície da pele. Este sistema
termorregulador atua também na circulação sanguínea, através de vasodilatação e
vasoconstrição controlando assim a quantidade de sangue em circulação,
possibilitando maior ou menor troca de calor com o meio.
Estes fenômenos naturais no homem tendem a gerar melhores condições
de satisfação ao ser humano, no entanto, em determinadas situações não são
suficientes e outras alternativas podem ser sugeridas, além de serem mais
facilmente manipuladas, visando gerar maior conforto térmico para um ambiente
laboral como, por exemplo, o aumento da velocidade do ar, que visa facilitar a troca
de calor do corpo com o meio.
14
2.3 Mecanismos de Troca de Calor
2.3.1 Convecção / Condução
O processo de remoção de calor por convecção ocorre quando o ar
apresenta temperatura inferior à do corpo e este transfere calor pelo contato com o
ar frio circundante em movimento. O aquecimento do ar provoca seu movimento
ascensional. À medida que o ar quente sobe, o ar frio ocupa seu lugar, completandose, assim, o ciclo de convecção.
Se a temperatura do ar for exatamente igual a temperatura da superfície
do corpo, não haverá troca térmica por esse processo. Se a temperatura do ar for
mais elevada do que a da superfície do corpo, o ar cederá calor para o corpo,
invertendo-se o mecanismo.
CONDUÇÃO - O calor é transmitido entre os sólidos, por contato direto.
2.3.2 Radiação Térmica
É o processo pelo qual a energia radiante é transmitida da superfície
quente para a fria por meio de ondas eletromagnéticas que, ao atingirem a superfície
fria, transformam-se em calor.
A energia radiante é emitida continuamente por todos os corpos que
estão a uma temperatura superior a zero absoluto. Isso equivale dizer que uma
pessoa num ambiente está continuamente emitindo e recebendo energia radiante, e
o diferencial entre a energia recebida e emitida é que define se o corpo é aquecido
ou resfriado por radiação. Dessa forma, se a temperatura das paredes de um
15
ambiente for inferior à da pele de um homem, este perderá calor por radiação. Se as
paredes estiverem mais quentes que a pele, a temperatura do corpo aumentará por
efeito da radiação.
A radiação térmica não depende do ar ou de qualquer outro meio para se
propagar, e a quantidade de energia radiante emitida por um corpo depende de sua
temperatura superficial.
2.3.3 Evaporação
Quando as condições ambientais fazem com que as perdas de calor do
corpo humano por convecção e radiação não sejam suficientes para regular a sua
temperatura interna, o organismo intensifica a atividade das glândulas sudoríparas e
perde calor pela evaporação da umidade (suor) que se forma na pele. A explicação
é simples: simultaneamente a transpiração ocorre a evaporação do suor, esse é um
fenômeno endotérmico, isto é, para ocorrer precisa de calor cedido pelo corpo. De
forma simplificada, pode-se dizer que um líquido evaporando sobre uma superfície
quente extrai calor desta, resfriando-a.
A resultante originada deste conjunto de mecanismos de troca de calor
definirá se o organismo encontra-se ou não em equilíbrio térmico, conforme
equação:
S=M + C + R - E
Onde:
S = Equilíbrio térmico.
M = Calor recebido através do metabolismo.
C = Calor recebido ou cedido através de convecção/condução.
R = Calor recebido ou cedido através da radiação.
E = Calor cedido ao ambiente através da evaporação.
16
Para que o organismo esteja em equilíbrio térmico, é preciso que o
resultado da equação seja S = 0.
2.4 Variáveis que Influenciam no Conforto Térmico
Essas variáveis encontram-se divididas em dois grupos, somente para
efeito de classificação, sendo as de natureza ambiental, relativas as variações do
ambiente e as de natureza pessoal, relativas ao comportamento humano ou
fisiológico dos envolvidos, no entanto, o efeito combinado de todas essas variáveis é
o que determina a sensação de conforto ou desconforto térmico.
2.4.1 De Natureza Ambiental
Serão descritas a seguir as variáveis que tem relação direta com fatores
ambientais:
2.4.1.1 Temperatura do Ar
Quando a temperatura do ambiente é inferior à da pele, a remoção de
calor por convecção será tanto maior quanto menor for a temperatura do ar. Se o ar
estiver a uma temperatura superior à da pele, ele cederá calor para o corpo por
convecção.
Quanto à evaporação, a influência da temperatura do ar dependerá da
umidade relativa e da velocidade do ar, assim criando condições que possibilitem ou
favoreçam este mecanismo de troca de energia.
17
2.4.1.2 Temperatura Radiante Média
O organismo normalmente ganha calor, quando se encontra próximo de
fontes que emitem grande quantidade de radiação infravermelha.
A temperatura radiante média (trm) em um ambiente em relação a uma
pessoa é determinada valendo-se dos valores de temperatura de glogo (tg),
da velocidade do ar, na altura do globo (v) e da temperatura do ar (ta). A tg
pode ser definida como a temperatura de equilíbrio medida no centro de
uma esfera oca de cobre, pintada externamente de preto fosco. [...] O
princípio do cálculo da trm é o de que estando o globo em equilíbrio térmico
com o ambiente, então o calor trocado por radiação entre o globo e as
superfícies circundantes é igual ao calor trocado por convecção entre o
globo e o ar. Como a espessura do globo é pequena, a temperatura do ar
confinado nele é aproximadamente igual à temperatura da superfície do
globo. Conhecendo-se a temperatura superficial do globo é possível
determinar a trm. Como pode-se ver a tg está relacionada com o calor
trocado por convecção, que, por sua vez, depende da velocidade do ar que
incide sobre o globo. Essa dependência é contabilizada pelo coeficiente de
troca de calor por convecção (hc) [...]. Ruas (1999, 80-82p.)
Que corresponde a:
(6) Convecção Natural:
Hc = 1,4 .Tg – Ta
d
0,25
(7) Convecção Forçada
Hc = 6,3 . v0,6
d0,4
Onde:
hc – Coeficiente de troca por convecção, (W / M2 . ºC)
tg – Temperatura do Globo, (ºC)
ta – Temperatura do ar, (ºC)
d – Diâmetro do globo, (m)
v – Velocidade do ar na altura do globo, (m/s)
18
Dessa forma, quando v>0, o cálculo da trm só pode iniciar após conhecerse a real participação da velocidade do ar na troca por convecção. Isso é
feito determinando-se hc para a convecção natural e a forçada. O maior
valor de hc definirá se a trm deve ser calculada para a convecção natural ou
para a forçada. Ruas (1999, 80-82p.)
8) A equação geral para o cálculo da trm com convecção natural é:
trm = (tg + 273)4 + 0,25 . 108 . tg - ta
å
d
0,25
0,25
. (tg – ta)
– 273
Onde:
trm = temperatura radiante média (ºC)
tg – temperatura do termômetro de globo (ºC)
ta – temperatura do bulbo seco do ambiente (ºC)
v – velocidade do ar na altura do globo (m/s)
e – emissividade do globo
d – diâmetro do globo (m)
9) Quando um globo com d = 0,15m e å = 0,95 for us ado, a equação 8 fica assim
Ruas (1999, 80-82p.):
trm = (tg + 273)4 + 0,4 . 108 . tg - ta0,25 . (tg – ta)
0,25
– 273
10) A equação geral para o cálculo da trm com convecção forçada é:
trm =
(tg + 273)4 + 1,1 . 108 . v0,6 . (tg - ta)
å. d0,4
0,25
– 273
19
11) Quando um globo com d = 0,15m e å = 0,95 for usado, a equação 10 fica
assim:
trm = (tg + 273)4 + 2,5 . 10 8 . v 0,6 . (tg - ta)
0,25
– 273
Ruas (1999, 80-82p.)
2.4.1.3 Umidade Relativa do Ar
A umidade relativa do ar, numa determinada temperatura e pressão, é a
razão entre o número de gramas de vapor d’água existente em 1m3 (um metro
cúbico) de ar seco e a quantidade máxima de gramas de vapor d’água que 1m3 de
ar seco pode conter, no estado de saturação naquelas condições. A umidade
relativa varia com a temperatura do ar. Com o aumento da temperatura, a
quantidade máxima de vapor d’água que 1m3 de ar pode conter também diminui.
Isso significa que quando se deseja umidade relativa menor num ambiente, deve-se
reduzir a quantidade de vapor d’água no ar ou aumentar a temperatura do ar
ambiente. Por outro lado, quando se deseja umidade relativa maior, deve-se
aumentar a quantidade de vapor d’água no ar ou reduzir a temperatura do ar desse
ambiente.
A umidade relativa do ar tem grande influência na remoção de calor por
evaporação, na medida em que a baixa umidade relativa permite ao ar relativamente
seco absorver a umidade da pele rapidamente, e, com isso, promover também de
forma rápida a remoção de calor do corpo.
A alta umidade relativa produz efeito inverso.
20
2.4.1.4 Velocidade do Ar
É necessário conhecer a temperatura e a umidade relativa do ar, para se
analisar a capacidade de contribuição da ventilação na remoção de calor do corpo
humano. Para a condição de ar não saturado e com a temperatura inferior à da pele,
pode-se afirmar que:
•
Quando a ventilação aumenta: O processo de evaporação aumenta, porque
a umidade do corpo é retirada mais rapidamente. O processo de convecção
aumenta, porque a velocidade de troca do ar que rodeia o corpo é maior.
•
Quando a ventilação diminui: Os processo de convecção e evaporação
também diminuem.
2.4.2 Variáveis de Natureza Pessoal
Serão descritas a seguir as variáveis que se relacionam com fatores
pessoais.
2.4.2.1 Vestimenta Utilizada
A roupa é um elemento que dificulta a remoção de calor do corpo.
•
Diminui a troca térmica por convecção porque é um obstáculo ao movimento
do ar junto a pele;
•
Diminui o processo de evaporação do suor num grau que varia conforme a
permeabilidade da roupa ao vapor d’água. Quanto menor a permeabilidade
da roupa, menor será a remoção de calor por evaporação.
21
•
A interferência da vestimenta por troca térmica por radiação depende
principalmente da emissividade e absortância de radiação da roupa e do
cumprimento de onda da radiação.
A resistência térmica da vestimenta depende principalmente do tecido e
do modelo de fabricação da roupa; uma roupa longa, justa e de lã oferece maior
resistência que uma curta, folgada e de algodão.
A tabela I - Resistência térmica dos itens do vestuário (ANEXO 01),
apresenta vários itens do vestuário com os respectivos isolamentos térmicos. A
equação abaixo permite calcular o isolamento térmico da roupa usando-se os dados
da tabela 1 onde a unidade adotada é o clo (1clo= 0,155 m2.ºC/W).
ICL = Σ•
ICLU
Onde:
ICL – Isolamento térmico básico da vestimenta
ICLU - Isolamento térmico efetivo dos itens do vestuário
2.4.2.2 Metabolismo
No processo metabólico o homem produz energia interna a partir da
transformação dos alimentos. Essa energia é consumida na manutenção das
funções fisiológicas vitais, na realização de trabalhos mecânicos externos (atividade
muscular) e o restante é liberado na forma de calor. A produção de calor é contínua
e aumenta com o esforço físico executado. A tabela 2 – Metabolismo para as
diferentes atividades (ANEXO 02) apresenta a energia produzida pelo metabolismo
pelas diferentes atividades. Nela os valores são dados na unidade Met: 1 Met = 58,2
W / m2 ou 50 Kcal / m2. h. Esta unidade representa a energia produzida no tempo
22
por unidade de área superficial do corpo, sendo assim varia com as características
físicas das pessoas.
2.5 Medidas de Controle
As medidas de controle devem obedecer aos mesmos critérios utilizados
para outros riscos, ou seja, primeiramente serão adotadas ações sobre a fonte
geradora, em seguida medidas sobre o ambiente e por último sobre o trabalhador.
O manual do perito judicial, elaborado pela editora mestra, sugere que
sejam consideradas como medidas de controle os seguintes procedimentos.
A) Eliminação do risco
o Mudança de processo produtivo.
o Instalação dos equipamentos quentes no exterior.
o Substituição dos equipamentos por outros com menor
liberação calorífica.
o Extremo: automatização total do posto de trabalho.
B) Sobre o ambiente
o Eliminar a radiação solar direta.
o Evitar superfícies externas transparentes.
o Usar barreiras externas e internas.
o Orientar corretamente a construção.
o Diminuir ganho por radiação.
o Isolar a cobertura.
o Isolar paredes e equipamentos
o Molhar ou sombrear a cobertura.
23
o Diminuir o ganho por convecção.
o Diminuir a temperatura do ar.
o Refrigeração.
C) Sobre os trabalhadores
o Seleção adequada sobre o ponto de vista médico.
o Aclimatização.
o Pausas na atividade.
o Roupas adequadas.
o Óculos infravermelhos.
o Controle de saúde ocupacional (periódico).
o Entre outros.
Este manual do perito judicial também apresenta medidas técnicas que
podem ser tomadas alterando-se as variáveis que influenciam no conforto térmico,
como mostra a tabela 03:
TABELA 01: EXEMPLOS DE MEDIDAS TÉCNICAS
MEDIDA
FATOR ALTERADO
Insuflação de ar fresco no local onde permanece o
trabalhador.
Temperatura do ar.
Maior circulação do ar existente no local de
trabalho.
Velocidade do ar.
Exaustão dos vapores de água emanados de um
processo.
Umidade relativa do ar.
Utilização de barreiras refletoras (metal polido) ou
absorvente (ferro) de radiação infravermelha.
Calor radiante
EPI – Lentes.
Calor radiante –Deve
reter mais que 95%
Automatização do processo.
Calor produzido pelo
metabolismo.
Fonte: FUNDACENTRO – Riscos Físicos 1994.
24
3 LEGISLAÇÃO
No Brasil, não existe uma legislação específica para tratar sobre conforto
térmico nos ambientes de trabalho, existe, porém, normas que caracterizam
avaliações de exposição ao calor, sendo uma delas a NR 15 – Atividades e
operações insalubres, em seu anexo 03 – Limites de tolerância para exposição ao
calor, utilizada amplamente neste trabalho, e ainda a NHO 6 Norma de Higiene
Ocupacional – Avaliação da exposição Ocupacional ao calor e que serão descritas a
seguir:
-
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres.
- Anexo 03 – LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR.
1. A exposição ao calor, deve ser avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido –
Termômetro de Globo” (IBUTG) definido pelas equações que seguem. (C=115.0065/l=4).
Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
Onde:
tbn = temperatura do bulbo úmido natural
tb = temperatura do globo
tbs = temperatura do bulbo seco
25
2. Os aparelhos que devem ser usados nessa avaliação são: termômetros de bulbo
úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. (C =
115.007-3l = 4).
3. As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à
altura da região do corpo mais atingida. (C = 115.008-1l = 4).
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho
intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de
serviço.
1. Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no
Quadro nº 1.
TABELA 02: REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM DESCANSO NO
PRÓPRIO LOCAL DE TRABALHO
REGIME
DE
TRABALHO
TIPO DE ATIVIDADE
INTERMITENTE COM DESCANSO
LEVE
MODERADA
PESADA
NO
PRÓPRIO
LOCAL
DE
TRABALHO (POR HORA)
ATÉ 30,0
Trabalho contínuo
Até 26,7
Até 25,0
45 min trabalho – 15 min descanso
30,1 a 30,6
26,8 a 28,0
25,1 a 25,9
30 min trabalho – 30 min descanso
30,7 a 31,4
28,1 a 29,4
26,0 a 27,9
15 min trabalho – 45 min descanso
31,5 a 32,2
29,5 a 31,1
28,0 a 30,0
Acima de 31,1
Acima e 30,0
NÃO É PERMITIDO O TRABALHO Acima de 32,2
SEM A ADOÇÃO DE MEDIDAS
ADEQUADAS DE CONTROLE
2. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os
efeitos legais.
3. A determinação do tipo de atividade (leve, moderada ou pesada) é feita
consultando-se o Quadro nº 3.
26
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho
intermitente com período de descanso em outro local (local de descanso).
1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso, ambiente
termicamente mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade
leve.
2. Os limites de tolerância são dados segundo o quadro nº 2.
TABELA 03: LIMITES DE TOLERÂNCIA
M (kcal/h)
MÁXIMO IBUTG
175
30,5
200
30,0
250
28,5
300
27,5
350
26,5
400
26,0
450
25,5
500
25,0
__
Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada
pela seguinte formula:
__
M = Mt . Tt + Md . Td
60
Sendo:
Mt – taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt – soma de tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md – taxa de metabolismo no local de descanso
Td – soma de tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso
_____
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora determinado pela seguinte
fórmula:
27
_____
IBUTG = IBUTGt . Tt + IBUTGd . Td
60
Sendo:
IBUTGt – valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd – valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td – como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do
ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.
3. As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro nº3.
4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos efeitos
legais.
TABELA 04: TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE
TIPOS DE ATIVIDADE
SENTADO EM REPOUSO
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex: datilografia)
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex: dirigir)
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com braços
TRABALHO MODERADO
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada com alguma movimentação
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar
TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex: remoção
com pá)
Trabalho fatigante
Kcal/h
100
125
150
150
180
175
300
440
550
28
3.1 Procedimentos de Medição (Conforme NHO – 6 Norma de Higiene
Ocupacional – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor)
3.1.1 Aspectos Gerais
Antes de serem iniciadas as medições para determinação do IBUTG,
deve ser observado o que segue:
a)
Quanto aos conjuntos convencionais:
♣ Verificar se os termômetros estão inseridos em um programa de calibração
periódica;
♣ Verificar a não-existência de descontinuidade nas colunas de mercúrio (bolhas ou
vazios);
♣ Verificar a integridade física de todos os seus componentes;
♣ Verificar a limpeza e a contaminação do pavio e da água destilada;
♣ Proceder a umidificação prévia do pavio.
b)
Quanto aos equipamentos eletrônicos de medição:
♣
Verificar a integridade eletromecânica e a coerência no comportamento de
resposta do instrumento;
♣
Verificar a suficiência de carga das baterias para o tempo de medição
previsto;
♣
Efetuar a calibração de acordo com as instruções do fabricante;
♣
Verificar a necessidade da utilização de cabo de extensão para eliminar a
influência de interferências inaceitáveis;
♣
Proceder a umidificação prévia do pavio.
29
c)
Quanto à conduta do avaliador:
♣ Evitar que seu posicionamento e conduta interfiram na condição de exposição
sob avaliação, para não falsear os resultados obtidos. Se necessário, utilizar
avaliação remota por meio do uso de cabo de extensão, para permitir leitura à
distância;
♣ Adotar as medidas necessárias para impedir que o usuário, ou qualquer terceiro
possa fazer alterações na programação do equipamento, comprometendo os
resultados obtidos;
♣ Informar o trabalhador a ser avaliado que:
•
A medição não deve interferir com suas atividades habituais, devendo
manter a sua rotina de trabalho, a não ser nas exceções;
•
O equipamento de medição só pode ser removido pelo avaliador;
•
O equipamento de medição não pode ser tocado ou obstruído.
Os dados obtidos deverão ser invalidados sempre que:
♣ Houver qualquer prejuízo à integridade do equipamento;
♣ Os termômetros de mercúrio apresentarem descontinuidade na coluna
de mercúrio;
♣ A calibração do equipamento eletrônico estiver fora da faixa de
tolerância estabelecida pelo fabricante;
♣ Houver indicação de insuficiência de carga da bateria.
3.1.2 Posicionamento do Conjunto de Medição
30
O conjunto de medição deverá sempre ser posicionado no local de
medição, de maneira que os sensores fiquem todos alinhados segundo um plano
horizontal.
Quando houver uma fonte principal de calor, os termômetros deverão
estar contidos num mesmo plano vertical e colocados próximos uns dos outros, sem,
no entanto, se tocarem. A posição do conjunto no ponto de medição deve ser tal que
a normal ao referido plano vertical esteja na direção da fonte supracitada. Caso não
haja uma fonte principal de calor, este cuidado torna-se desnecessário.
A altura de montagem dos equipamentos deve coincidir com a região mais
atingida do corpo. Quando esta não for definida, o conjunto deve ser montado à
altura do tórax do trabalhador exposto.
No caso do conjunto convencional, os termômetros devem ser
posicionados de maneira que as escalas de leitura fiquem na face oposta àquela
voltada para a fonte.
31
4 METODOLOGIA DE OLE FANGER SUGERIDA PELA FUNDACENTRO
A metodologia aplicada neste trabalho foi extraída do livro Conforto térmico
nos ambientes de trabalho (RUAS, 1999) e esta fundamentada nos estudos
realizados pelo pesquisador Dinamarquês OLE FANGER, onde baseado na
premissa de que para haver conforto térmico em uma determinada atividade física o
corpo deve estar em equilíbrio térmico com certa temperatura média da pele e
perdendo certa quantidade de calor por evaporação, o mesmo elaborou a equação
que permite calcular a combinação das variáveis ambientais e pessoais que
produzem o conforto térmico.
No entanto em função da complexidade desta equação denominada de
EQUAÇÃO DE CONFORTO, Fanger gerou com a ajuda de um computador uma
série de combinações das variáveis dando origem a representações gráficas
chamadas de DIAGRAMAS DE CONFORTO. (ANEXO 03).
Para obtenção destes diagramas Fanger simplificou as variáveis da seguinte
forma:
NÍVEIS DE ATIVIDADE
Sedentária – 58,2 W/m2
Média – 116,4 W/m
2
Pesada – 174,6 W/m
= 1MET
= 2MET
2
= 3MET
POSSIBILIDADE DE VESTIMENTA (1 clo = 0,155 m2.0C/W)
Sem roupa – Isolamento térmico 0 clo
Roupa leve – Isolamento térmico 0,5 clo
Roupa média - Isolamento térmico 1,0 clo
Roupa pesada - Isolamento térmico 1,5 clo
32
TRM - TEMPERATURA RADIANTE MÉDIA igual a temperatura de bulbo
seco, ou seja, desconsiderou a existência de fontes importantes de radiação.
UMIDADE RELATIVA DO AR IGUAL A 50%, quando a TRM não puder ser
considerada igual a temperatura do ambiente. Isto só é valido para temperaturas
próximas as de conforto já que para altas temperaturas a umidade exerce grande
influência.
Ainda para definir o grau de desconforto experimentado pelas pessoas
que se encontravam em situações que não apresentavam estas combinações,
Fanger definiu um critério, relacionando as variáveis com uma escala de sensação
térmica definida por ele e chamada de VME - VOTO MÉDIO ESTIMADO.
Escala de sensação térmica
-3 – muito frio
-2 – frio
-1 – leve sensação de frio
0 – neutralidade térmica
1 – leve sensação de calor
2 – calor
3 – muito calor
Com isso, o pesquisador expôs mais de 1300 pessoas as diversas
combinações das variáveis durante 3 horas. Para cada combinação e a cada 30
minutos cada pessoa expressava por voto a sua sensação. A partir daí foi
determinada a equação de sensação térmica denominada VME – VOTO MÉDIO
ESTIMADO.
33
Em função da dificuldade de aplicação da equação fanger elaborou uma
tabela que fornece o VME (ANEXO 04) com as seguintes variáveis:
♣ Oito níveis de atividade;
♣ Sete possibilidades de vestimenta;
♣ Nove velocidades relativas do ar;
♣ Oito valores de temperatura do ambiente.
Convém ressaltar a necessidade de se corrigir o VME, em função de
Fanger ter considerado a umidade relativa do ar igual a 50% e a TRM - temperatura
radiante média igual a temperatura do ar ambiente. Para isso o mesmo preparou os
gráficos apresentados no ANEXO 05 e que permitem quantificar a influência da
variação da TRM e da umidade do ar no Voto Médio Estimado.
Para efetuar os cálculos relativos aos valores de escala de sensação
térmica e voto médio estimado, foi utilizado o software conforto 2.2 (ANEXO 06),
disponibilizado pela FUNDACENTRO.
Este software foi desenvolvido pelo engenheiro Álvaro César Ruas dentro
de seu trabalho de doutorado, em conjunto com a FUNDACENTRO, sob orientação
da Dra. Lucila Chebel Labaki, da Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP, com
base nas normas ISO 7730 (1994), ISO 8996 (1990), ISO 9920 (1995), ISO 7726
(1998) e ASHRAE 41.6 (1994), objetiva possibilitar a avaliação do conforto térmico
nos ambientes edificados a partir dos principais fatores intervenientes na sensação
térmica das pessoas (taxa de metabolismo, isolamento térmico da roupa,
temperatura radiante média, temperatura, umidade relativa e velocidade relativa do
ar). A meta também é possibilitar a simulação de interferências nos ambientes de
forma a colaborar no processo de tomada de decisão para melhoria da sensação
34
térmica, principalmente nos locais de trabalho. Uma outra aplicação é como
ferramenta para estimativa “instantânea” da sensação térmica em pesquisas
brasileiras sobre conforto térmico.
4.1 Equipamentos Utilizados
o Anemômetro:
Utilizado para medir a velocidade do ar:
Marca – KRON
Modelo – TESTOVENT 4300
Campo de Medição – 0 à 40m/s
Resolução – 0,1m/s
Sensor – Hélice
Visor – Digital
o IBUTG:
Equipamento utilizado para obtenção do índice de bulbo úmido –
termômetro de Globo.
Fornece leitura do termômetro de globo, termômetro de bulbo seco e
termômetro de bulbo úmido.
Marca – INSTRUTHERM
Modelo – TED 200
Resolução – 0,1o C
Visor – Digital
o Psicrômetro
Utilizado para determinação da umidade relativa do ar, com auxílio da
carta Psicométrica (ANEXO 07).
35
Marca – IOPE
Modelo – SPG 5
Variação – 0,5o C
Visor – Analógico
4.2 Critérios Utilizados
Antes de serem executadas as medições propriamente ditas, foi feito um
acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores envolvidos,
com intuito de determinar suas rotinas de trabalho, ou seja, qual a seqüência de
tarefas que eram executadas, inclusive com o controle do tempo e grau de
dificuldade das mesmas. Essas observações foram feitas durante toda a jornada de
trabalho, podendo-se assim obter uma média do tempo de exposição as diferentes
situações térmicas.
A partir da determinação desta seqüência de atividades foram feitas as
medições com os aparelhos instalados, sempre a altura do peito do empregado nos
locais pré-determinados.
Os tempos de medição foram feitos de forma a se respeitar a
estabilização dos aparelhos, ou seja, no momento em que não houvesse mais
variação da leitura.
Foram feitos para cada ponto um número de 03 (três) leituras, por dia,
durante 02 (dois) dias, adotando-se assim os valores médios para determinação do
conforto térmico.
36
5 ESTUDO DE CASO
Neste item serão tratados os aspectos principais deste trabalho e que
foram desenvolvidos quase que sua totalidade nas empresas FUSIL (Fundição
USIPE Ltda) e MODECRIL (Modelação Criciúma Ltda), possibilitando a conciliação
das pesquisas realizadas e medições executadas “in loco” com os funcionários
diretamente envolvidos.
Na primeira empresa foi analisada a atividade laboral de um operador de
forno, enquanto na MODECRIL, foi escolhido um auxiliar de serviços gerais,
responsável pelo acabamento das peças.
5.1 Empresa Fusil
Fundição USIPE Ltda, possui 80 funcionários divididos nos setores de
administração, preparação, produção e acabamento. Produz peças fundidas como:
carcaças de motores e de bombas, engrenagens, mancais entre outros produtos em
diferentes ligas, atendendo os mais diversos segmentos.
5.1.1 Descrição do Ambiente
Os fornos encontram-se instalados em um pavilhão industrial construídos
em alvenaria de tijolos à vista, com piso regular cimentado, pé direito de 6 metros,
coberto com telhas de Aluzink, a iluminação e a ventilação são feitas de forma
natural através de amplos portões nas extremidades do galpão e iluminação
complementar, através de lâmpadas fluorescentes. A edificação dispõe de redes de
37
hidrantes e extintores adequados ao risco devidamente inspecionados além de água
potável refrigerada por bebedouros industrial.
Neste pavilhão funcionam simultaneamente os setores de: moldagem,
modelagem, macharia, laboratório e fundição.
O setor de fundição que é alvo deste estudo ocupa a maior parte deste
pavilhão, sendo dividido em duas áreas, onde em uma delas são distribuídos os
moldes, ou seja, caixas de areia gabaritadas com o formato das peças a serem
fundidas e que aguardam o carregamento com as ligas em fusão oriundas dos
fornos.
A outra área que compõe o setor de fundição é formado por uma
plataforma onde estão distribuídos os fornos, sendo neste local o ponto de maior
permanência dos operadores dos fornos.
Esta plataforma encontra-se com um desnível de 40 cm acima do piso do
galpão, construída em concreto armado, com largura de 4 metros e comprimento de
8 metros, possui piso regular cimentado e sobre ela estão instalados 05 (cinco)
fornos com capacidades diferentes, variando entre 400 kg à 1000 kg, os mesmos
funcionam com o mesmo princípio, ou seja, fusão do material através da indução de
calor gerado por energia elétrica, trabalhado no máximo 02 (dois) fornos por turno.
Ainda sobre as plataformas encontram-se instalados os painéis de
controle e operação dos fornos e aparelhos dotados de termômetros especiais para
medir a temperatura de fusão que gira em torno de 1600oC.
Os materiais que irão alimentar os fornos, ou seja, sucatas e outros
componentes que irão formar as ligas determinadas são dispostos ordenadamente
sobre a plataforma, ocupando quase que a totalidade do piso.
38
5.1.2 Jornada de Trabalho
A jornada de trabalho dos operadores de forno é disposta em 03 turnos
obedecendo os seguintes horários:
TABELA 05: JORNADA DE TRABALHO DOS OPERADORES DE FORNO (FUSIL)
Nº de
Entrada
Saída
OBSERVAÇÃO
Funcionários
(H)
De
segunda
a
01
7:00h
17:00
sexta-feira
com
intervalo de uma
hora para o almoço
De segunda sexta
01
8:30
18:30
feira com intervalo
de uma hora para o
almoço
De segunda a sexta
02
21:30
6:30
feira com intervalo
de uma hora para
refeição
No período compreendido entre 18:30 hs. e 21:30 hs. os fornos são
desligados em função do horário de pico e visando-se minimizar o consumo de
energia.
5.1.3 Seqüência de Atividades
O início das atividades do operador de forno se dá através da alimentação
do forno com os materiais determinados em função da liga exigida no momento, esta
determinação vem do setor de planejamento da produção e é disposto em um
quadro próximo aos fornos. Este carregamento é realizado manualmente de forma
contínua, ou seja, o material é colocado no forno aos poucos e a medida que é
derretido, o operador controla o nível do material fundido, visando atingir a
capacidade máxima do forno, ou quantidade pré-estabelecida.
39
A primeira remessa de carga colocada no forno, após cada fundição, será
sempre a maior, além de levar mais tempo para derreter e representar uma menor
sobrecarga térmica para o operador, no entanto exige maior tempo de exposição e
um maior esforço físico por parte do mesmo. As remessas seguintes de carga são
colocadas gradativamente e exigem menores esforços e menores tempos de
exposição, porém a temperatura nas proximidades do forno é maior.
Após cada remessa de carga, e enquanto aguarda o material carregado
derreter, o operador executa a organização dos materiais dispostos sobre a
plataforma e a retirada da escória.
Esta escória é formada por impurezas como material oxidado ou outros
produtos que flutuam no forno sobre o material derretido.
O operador também é responsável pela retirada de uma amostra do
material contido no forno, a qual é encaminhada para o laboratório e analisada
visando à determinação da liga, comparando a mesma com os parâmetros exigidos.
Em função do resultado desta análise, novos componentes são
acrescidos no forno, para que possa ser atingida a liga pré-determinada, assim
novas amostras são retiradas e analisadas até se obter os valores padrão da liga e
com isso encaminhar o material derretido para a fundição.
Além destas atividades o operador auxilia no processo de fundição, que
se resume na vazagem do material derretido para os moldes distribuídos no piso do
pavilhão. Durante esta etapa o operador opera a ponte rolante que auxilia no
transporte do material e ainda controla a distribuição e enchimento dos moldes.
Estas seqüências de atividades repetem-se várias vezes em um turno
durando entre 40 e 60 minutos cada ciclo e estão dispostas no fluxograma a seguir:
40
FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES DO OPERADOR DE FORNO
Estes ciclos foram observados durante dois turnos e cronometrados
visando-se estabelecer tempos médios e que possibilitarão uma melhor análise das
condições de exposição e/ou conforto térmico sofridas pelo operador conforme
tabela a baixo:
41
TABELA 06: TEMPO DE EXPOSIÇÃO DOS OPERADORES DE FORNO (FUSIL)
TAREFA
DURAÇÃO ATIVIDADE FÍSICA
(min)
Alimenta o forno
6
Pesada
Aguarda
5
Médio
Alimenta forno
2
Pesada
Aguarda
2
Leve
Retira escória
1
Leve
Confere a temperatura
1
Leve
Retira a amostra
1
Leve
Aguarda
5
Leve
Alimenta forno
1
Leve
Aguarda
2
Leve
Retira escória
1
Leve
Retira amostra
1
Leve
Aguarda
5
Leve
Vira o forno
1
Leve
Auxilia na fundição
15
Leve
49
5.1.4 Vestimenta Utilizada
A vestimenta utilizada pelo operador é formada por um uniforme que é
fornecido pela empresa, composto pelos seguintes itens:
42
TABELA 07: COMPOSIÇÃO DOS ITENS DOS UNIFORMES DOS OPERADORES
(FUSIL)
ITEM
MATERIAL
ICLU
Calça de trabalho
Algodão
0,24
Camisa com gola manga curta
Algodão
0,24
Sapato sola dura vinil
-
0,03
Meia altura do tornozelo
-
0,02
Couro
0,08
-
0,12
Mangas braço retardante de chama
Algodão
0,05
Cueca
Algodão
0,03
TOTAL
0,81
Luva grossa
Avental, retardante de chamas
5.1.5 Variáveis encontradas
A seguir serão dispostas as variáveis encontradas durante a execução
das atividades do operador de forno da empresa FUSIL.
5.1.5.1 Isolamento Térmico da Vestimenta
Os dados foram obtidos com base na tabela 1 – resistência térmica dos
itens do vestuário e reflete o valor total ou somatório dos componentes da
vestimenta do operador do forno.
ICL = 0,81 CLO
5.1.5.2 Tipo de Atividade Física
O tipo de atividade física representa o metabolismo. Estes dados foram
extraídos da tabela 2 – metabolismo para diferentes atividades e relacionados com o
quadro 3 – Taxas de metabolismo por tipo de atividade, do NR15 – (ANEXO 03),
43
juntos eles representam os esforços desprendidos pelo operador durante a
execução de cada tarefa. Desta forma o tipo de atividade está relacionada com o
local e as condições que são executadas as tarefas.
TABELA 08: ATIVIDADE FÍSICA DESENVOLVIDA PELOS OPERADORES DE
FORNO (FUSIL)
TAREFA
Duração Ativ. Física
METABOLISMO
(min)
FUNDACENTRO
ANEXO 03
(MET)
NR15 (Kcal/h)
Alimenta forno
6
Pesada
3,6
440
Aguarda
5
Médio
2,4
220
Alimenta forno
2
Pesada
3,6
440
Aguarda
2
Leve
1,7
150
Retira escória
1
Leve
1,7
150
Confere a temperatura
1
Leve
1,7
150
Retira a amostra
1
Leve
1,7
150
Aguarda
5
Leve
1,7
150
Alimenta forno
1
Leve
1,7
150
Aguarda
2
Leve
1,7
150
Retira escória
1
Leve
1,7
150
Retira amostra
1
Leve
1,7
150
Aguarda
5
Leve
1,7
150
Vira o forno
1
Leve
1,7
150
Auxilia na fundição
15
Leve
1,7
150
19
150
5.1.5.3 Temperatura do Ar
A temperatura do ar foi obtida com base nos valores indicados no
termômetro de bulbo seco e estão relacionadas às atividades executadas pelo
operador, ou seja, foram medidas nos pontos onde são realizadas essas atividades.
O posicionamento dos fornos, painéis e os pontos de medição das
variáveis estão dispostos em croqui (ANEXO 08).
44
1º ponto – próximo ao forno durante o primeiro carregamento quando o
mesmo encontra-se com baixa temperatura.
TS = 31,7ºC
2º ponto – próximo aos painéis de operação e controle, local onde o
operador executa os comandos de operação e organiza os materiais que serão
alimentados no forno. (Durante o primeiro carregamento).
TS = 30,5ºC
3º ponto – próximo ao forno, após o mesmo atingir a temperatura superior
a 1300ºC, necessária para derreter o material.
TS = 37ºC
4º ponto – próximo aos painéis de controle após o forno atingir a
temperatura de 1300ºC, necessária para derreter o material.
TS = 31,8ºC
5º ponto – no setor da fundição onde o operador auxilia nos trabalhos de
enchimento dos moldes com o material fundido.
TS = 30,5ºC
5.1.5.4 Velocidade do Ar
A ventilação do galpão onde foram feitas as análises é realizada de forma
natural através de portões nas extremidades do mesmo. Como as medições foram
feitas em um único dia sem vento no interior do galpão, a velocidade do ar é de
quase zero, portanto para este trabalho será adotado o seguinte valor:
VAR<= 0,1m/s
45
5.1.5.5 Umidade Relativa do Ar
A umidade relativa é medida através da relação entre as temperaturas de
bulbo úmido e de bulbo seco extraídas dos termômetros montados em um aparelho
denominado Psicrômetro.
Estes valores são interpolados em uma carta psicométrica conforme
ANEXO 05 e determinam o valor da umidade relativa.
TABELA 09: VALORES OBTIDOS PARA UMIDADE RELATIVA DO AR (FUSIL)
UMIDADE
PONTO
Ts (ºC)
Tb (ºC)
1º
2º
3º
4º
5º
31,7
30,5
37,0
31,8
30,5
28,3
26,1
32,0
26,8
27,1
78
70
70
68
76
5.1.5.6 Temperatura Radiante Média
Esta temperatura é determinada valendo-se dos valores da temperatura
de globo (TG), da velocidade do ar na altura do globo (V) e da temperatura do ar
(TAR).
Os pontos de medição expostos abaixo são os mesmos utilizados para
determinar a temperatura do ar e descritos anteriormente.
LOGO,
1º ponto
HC = Coeficiente de Convecção
TG = 44,4ºC
TS = 31,7ºC
VAR = 0,1m/s
Convencção natural
Hc = 4,2 W/m2 .ºC
Convecção forçada
Hc = 3,38 W/m2. º C
46
TRM = [(TG + 273)4 + 0,4.108.TG - TS0,25. (TG – TS)]0,25 – 273
TRM = [(44,4 + 273)4 + 0,4.108. |44,4 – 31,7|0,25 . (44,4 – 31,7)]0,25 – 273
TRM = 51,61ºC
2º ponto
HC = Coeficiente de convecção
TG = 32,8ºC
Convecção natural
TS = 30,5ºC
Hc = 2,77W/m2.º C
VAR = 0,1m/s
Convecção forçada
Hc = 3,38W/m2.ºC
Logo,
TRM = [(TG + 273)4 + 2,5.108.V0,6. (TG – TS)]0,25 – 273
TRM = [(32,8 + 273)4 + 2,5.108 . 0,10,6 . (32,8 – 30,5)]0,25 – 273
TRM = 34º C
3º PONTO HC = COEFICIENTE DE CONVECÇÃO
TG = 62º C
Convecção natural
TS = 37º C
Hc = 5,03W/m2º C
VAR = 0,1m/s
Convecção forçada
Hc = 3,38W/m2º C
Logo,
TRM = [(TG + 273)4 + 0,4.108 . |TG - TS|0,25.(TG – TS)]0,25 – 273
TRM = [(62 + 273)4 + 0,4.108 . |62 - 37|0,25 . (62 – 37)]0,25 – 273
TRM = 76ºC
47
4º ponto
HC = Coeficiente de convecção
TG = 32,4º C
Convecção natural
TS = 31,8º C
Hc = 1,98W/m2.º C
VAR = 0,1m/s
Convecção forçada
Hc = 3,38 W/m2.º C
Logo,
TRM = [(TG + 273)4 + 2,5 – 108 . V0,6.(TG – TS)]0,25 – 273
TRM = [(32,4 + 273)4 + 2,5.108 . 0,10,6 . (32,4 – 31,8)]0,25 – 273
TRM = 32,7º C
5º ponto
HC = Coeficiente de convecção
TG = 37,0º C
Convecção natural
TS = 30,5º C
Hc = 3,59W/m2.ºC
VAR = 0,1m/s
Convecção forçada
Hc = 3,38W/m2.ºC
LOGO,
TRM = [(TG + 293)4 + 0,4.108 . |TG - TS|0,25 . (TG – TS)]0,25 – 273
TRM = [(37 + 273)4 + 0,4.108 . |37 – 30,5|0,25 . (37 – 30,5)]0,25 – 273
TRM = 40,4ºC
5.1.5.7 Tabela Fundição
48
TABELA 10: VARIÁVEIS ENCONTRADAS DURANTE AS ATIVIDADES DO
OPERADOR DE FORNO DA EMPRESA FUSIL
Ponto
TG
TS
TB Tempo
Metabolismo
Umidade TRM ICLO IBUTG
(ºC) (ºC) (ºC) Exp. Fundacentro Anexo Relativa ºC
(min)
(%)
(Met)
03
1º
44,4 31,7 28,3
6
3,6
(kcal/h)
440
78
51,6 0,81
33,4
2º
32,8 30,5 26,1
5
2,4
220
70
34,0 0,81
28,2
3º
62,0 37,0 32,0
8
2,4
220
70
76,0 0,81
41,3
4º
32,4 31,8 26,8
15
2,4
220
68
32,7 0,81
28,6
5º
37,0 30,5 27,1
15
1,7
150
76
40,4 0,81
30,1
_____ __
5.1.6 Análise dos Valores IBUTG e M, conforme NR 15 – ANEXO 03
______
IBUTG = 12 x 33,13 + 10 x 28,11 + 8,41 + 15 x 28,48 + 15 x 30,7
60
_____
IBUTG = 31,4
__
M = 12 x 440 + 10 x 220 + 8 x 220 + 15 x 220 + 15 x 150
60
__
M = 246,5 kcal/h
Obs: Ao analisarmos os valores obtidos para um regime de trabalho contínuo,
podemos classificar o ambiente como insalubre e que requer prática de medidas
adequadas de controle.
5.1.7.Valores obtidos através do “software” conforto 2.2 para o voto médio
estimado e a porcentagem estimada de insatisfeitos
Aplicando-se neste programa os valores das variáveis levantadas e que
influenciam no conforto térmico, temos:
49
¬ 1º Ponto
Essa avaliação resultou em condição mais desfavorável que a de VME =
+3 (muito calor).
A sensação térmica estimada e de extremo desconforto devido ao calor.
Sugere-se verificar risco de sobrecarga térmica.
¬ 2º Ponto
Voto médio estimado – 2,86 (muito calor)
Estimativa da insatisfação – 98%
¬ 3º Ponto
Essa avaliação resultou em condição mais desfavorável que a de VME =
+3 (muito calor).
A sensação térmica estimada e de extremo desconforto devido ao calor.
Sugere-se verificar risco de sobrecarga térmica.
¬ 4º Ponto
Voto médio estimado – 2,88 (muito calor).
Estimativa de Insatisfação – 98%
¬ 5º Ponto
Essa avaliação resultou em condição mais desfavorável que a de VME =
+3 (muito calor).
A sensação térmica estimada e de extremo desconforto devido ao calor.
Sugere-se verificar risco de sobrecarga térmica.
50
Obs: Todos os pontos apresentam condições desfavoráveis a prática de atividades
laborais, ou seja, sensação de muito calor, conforme a escala de conforto sugerida
por Ole Fanger.
5.2 Empresa MODECRIL
Esta empresa fabrica modelos de madeira e que são utilizados como
moldes para fundição de peças para qualquer tipo de aplicação.
5.2.1 Descrição do Ambiente
A confecção dos modelos é realizada em um galpão construído em
alvenaria com paredes rebocadas e pintadas, possui piso regular com revestimento
cerâmico e área construída de 50m2, coberto com telhas de cerâmica sem forro e
com armação de madeira aparente. A iluminação e a ventilação são feitas de forma
natural, através de uma porta e janelas de vidro basculante, além de iluminação
complementar através de lâmpadas fluorescentes, não possui paredes divisórias e
encontra-se equipada com extintores de incêndio adequados ao risco. O “layout” das
máquinas possibilita uma circulação fácil e os trabalhos são executados em
bancadas apropriadas.
5.2.2 Jornada de Trabalho
Segunda à sexta-feira
8:00 às 12:00 hs.
13:30 às 17:30 hs.
Sábado
8:00 às 12:00 hs.
51
5.2.3 Seqüência das Atividades
Não existe uma seqüência seguida de forma rotineira, pois as tarefas
surgem em função da demanda de trabalho e são específicas para cada modelo a
ser construído. No entanto é possível descrever as tarefas executadas diariamente
como segue:
♣ Aplicação de massa plástica nas peças prontas, visando obter-se superfícies
lisas ou arredondadas, conforme solicitação dos clientes.
♣ Lixar as peças prontas;
♣ Colar madeiras para serem torneadas;
♣ Pintura de peças prontas;
♣ Limpeza e organização da empresa e das ferramentas.
5.2.4 Vestimenta Utilizada
As variáveis foram medidas em dois dias diferentes, em função da
temperatura externa, ou seja, em um dia de calor e outro com temperaturas mais
amenas, o que proporcionou dois tipos de vestimenta diferente:
TABELA 11: COMPOSIÇÃO DOS ITENS DO UNIFORME DO FUNCIONÁRIO
(MODECRIL)
1º Dia TEMPERATURA EXTERNA AMENA (± 20ºC)
ITEM
MATERIAL
ICLU (CLO)
ALGODÃO
Cueca
0,04
Camisa Esporte manga curta
Algodão
0,18
Calça Folgada
Algodão
0,22
Meia esportiva altura tornozelo
Algodão
0,02
Tênis sola leve
Lona
0,02
TOTAL
0,48
52
2º Dia TEMPERATURA EXTERNA ALTA (CALOR) (± 33ºC)
ITEM
MATERIAL
ICLU (CLO)
ALGODÃO
Cueca
0,04
Camiseta sem manga
Algodão
0,18
Bermuda até o joelho
Algodão
0,08
Vinil
0,02
Sandálias
TOTAL
0,32
5.2.5 Variáveis Encontradas
5.2.5.1 Isolamento Térmico da Vestimenta
Os dados foram obtidos na tabela 1 – resistência térmica dos itens do
vestuário e refletem o valor total ou somatório dos componentes das vestimentas do
empregado.
1º Dia – ICL = 0,48 CLO
2º Dia - ICL = 0,32 CLO
5.2.5.2 Tipo de Atividade Física
Representa o metabolismo e foi baseado na tabela 2 – Metabolismo para
as Diferentes Atividades, e relacionados com o quadro 03 – Taxas de Metabolismo
por Tipo de Atividade da NR 15 – Anexo 03 e juntos eles representam os esforços
desprendidos pelo empregado durante a execução de suas tarefas.
53
TABELA 12: ATIVIDADE FÍSICA DESENVOLVIDA PELO FUNCIONÁRIO
(MODECRIL)
TAREFA
DURAÇÃO ATIVIDADE
METABOLISMO
FÍSICA
FUNDACENTRO
NR 15 ANEXO 3
(kcal / h)
Trabalho com Contínuo
médio
2,4
220
máquinas e
ferramentas
5.2.5.3 Temperatura do Ar
Os valores expostos foram obtidos através da média aritmética de 3
observações para cada dia.
1º dia – TS = 23,0o C
2º dia – TS = 36,9o C
5.2.5.4 Velocidade do Ar
Valor encontrado nos dois dias:
Var = 0,1 m/s
5.2.5.5 Umidade Relativa do Ar
TABELA 13: VALORES OBTIDOS PARA UMIDADE RELATIVA DO AR
(MODECRIL)
1º Dia
2º Dia
TEMPERATURA DE BULBO 21,4
SECO
Temperatura de Bulbo Úmido
22,8
36,0
UR =
86%
70%
31,0
54
5.2.5.6 Temperatura Radiante Média
Conforme descrito no item 5.1.5.6 a TRM é determinada valendo-se dos
valores da temperatura de globo (TG), da velocidade do ar na altura do globo (Var) e
da temperatura do ar (Tar).
1º dia
HC = Coeficiente de convecção
TG = 23,1o C
TS = 23,0o C
VAR = 0,1 m/s
Convecção Natural
Hc = 5,24 W/m2o C
Convecção Forçada
Hc = 3,38 W/m2.o C
TRM = [(TG + 273)4 + 0,4.108.||TG-TS|0,25.(TG-TS)]]0,25 – 273
TRM = [(23,1 + 273)4 + 0,4.108.|23,1-23|0,25.(23,1-23)]0,25 – 273
TRM = 23,1o C
2º dia
TG = 30,2o C
TS = 36,9o C
VAR = 0,1 m/s
HC = Coeficiente de convecção
Convecção Natural
Hc = 3,61 W/m2o C
Convecção Forçada
Hc = 3,38 W/m2.o C
4
8
0,25
TRM = [(TG + 273) + 0,4.10 .||TG-TS| .(TG-TS)]]0,25 – 273
TRM = [(30,2 + 273)4 + 0,4.108.|30,2-36,9|0,25.(30,2-36,9+)]0,25 – 273
TRM = 26,2o C
5.2.5.7 Tabela MODECRIL
55
TABELA 14: VARIÁVEIS ENCONTRADAS DURANTE AS ATIVIDADES DO
AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS DA EMPRESA MODECRIL
Dia
TG
ºC
TS
ºC
TB Tempo de Fundacentro NR 15 Umidade TRM IBUTG ICLO
ºC Exposição
Anexo Relat. %
(min)
3
Met
kcal/h
23,1 23,0 20,7
60
2,4
86%
23,1 21,4 0,48
1º
TEMP.
interna
amena
2º
30,2 36,9 31,4
Temp.
Externa
alta
-
2,4
70%
26,2
31,0
______ __
5.2.6 Análise dos Valores de IBUTG e M conforme NR 15 – Anexo 03
Os valores obtidos, analisados para um regime de trabalho contínuo
demonstram para o primeiro dia, um ambiente salubre com IBUTG = 21,4 e atividade
moderada, porém para o segundo dia o ambiente é considerado como insalubre com
IBUTG = 31 e atividade moderada onde requer a prática de medidas adequadas de
controle.
5.2.7 Valores obtidos através do Software Conforto 2.2
Aplicando-se neste software os valores obtidos para as variáveis que
influenciam no conforto térmico, temos:
Voto médio estimado e a porcentagem estimada de insatisfeitos
¬ 1º dia
Voto médio estimado – 1,21 (leve calor)
Estimativa de insatisfação – 35%
0,32
56
¬ 2º dia
Voto médio estimado – 2,91 (muito calor)
Estimativa de insatisfação – 98%.
57
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
As duas metodologias apresentam características técnicas diferentes,
sendo que o método do IBUTG, é suficiente para atender a legislação pertinente, no
entanto serve apenas para caracterizar o ambiente como salubre ou insalubre. Já a
metodologia sugerida pela fundacentro, apesar de trabalhar situações que podem
ser consideradas como subjetivas, ou seja, relacionadas a características pessoais,
nos permite identificar melhor as condições térmicas em um ambiente de trabalho.
Esta diferença não fica totalmente clara nos resultados deste trabalho, em função
dos ambientes analisados encontrarem-se próximos ou acima dos limites de
desconforto, porém pode ser claramente identificada em outras situações como
mostra a simulação abaixo:
Em uma empresa X, levantou-se as seguintes variáveis:
TB = 26,1ºC
TG = 27,8ºC
TS = 27,5ºC
V = 0,2 m/s
ICL = 0,35 CLO
IBTUG = 0,7 TB + 0,3 TG =
IBUTG = 0,7 . 26,14 + 0,3 . 27,8
IBUTG = 26,54
ATIVIDADE MODERADA = 2,4 MET
Trabalho Contínuo – limite de tolerância até 26,7
Portanto o IBUTG está dentro do limite e a atividade é considerada como
salubre, no entanto, estas variáveis analisadas através da metodologia proposta,
obtem-se o seguinte resultado:
Voto médio estimado
= 2,00 (sensação de calor)
Estimativa de insatisfação = 76%
58
As vantagens e desvantagens de cada metodologia, ficam por conta do
objetivo a ser alcançado. A metodologia de Fanger, possibilita conhecermos as
condições de conforto térmico em um ambiente de trabalho, no entanto não atende a
legislação no que se refere a determinação de insalubridade deste mesmo ambiente
e por tanto deve ser empregada com intuito de promovermos melhores condições
laborais aos nossos trabalhadores.
6.1 Sugestões
Este assunto deveria ser abordado e discutido no meio técnico, para que
possamos classificar melhor nossos ambientes de trabalho, além de proporcionar
melhores condições aos trabalhadores.
Ainda outros estudos deverão ser realizados para definir a real efetividade
destes procedimentos e da metodologia sugerida pela FUNDACENTRO.
59
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise de conforto térmico nos ambientes de trabalho, não é uma
prática comum nas empresas brasileiras, principalmente pelo fato de não ser exigido
na forma de lei, no entanto, os estudos realizados demonstram resultados que nos
permitem obter maiores informações sobre as condições destes ambientes.
A NR 15 em seu anexo 3 – limites de tolerância para exposição de calor,
ao ser aplicada sozinha, analisa a exposição ao calor (tensão térmica) sofrida pelos
trabalhadores, caracterizando o ambiente com salubre ou insalubre, como se apenas
existissem situações extremas, sem classificar os meios termos.
A metodologia sugerida pela FUNDACENTRO, para análise do conforto
térmico, fornece possibilidade de se conhecer melhor as reais condições do
ambiente, além de com a ajuda do software conforto 2.2, poder-se realizar
simulações visando encontrar quais variáveis podem ser alteradas para se obter um
ambiente mais confortável termicamente.
60
REFERÊNCIAS
EQUIPE ATLAS. (coord). Ministério do Trabalho e Emprego. Segurança e Medicina
do Trabalho: Lei n 6514 de 22 de dezembro de 1977. 52.ed. São Paulo: Atlas,
2003, 715p.
Ministério do Trabalho e Emprego. Norma de Higiene Ocupacional – NHO 06:
Avaliação da Exposição ao Calor. São Paulo: FUNDACENTRO, 2002.
RUAS, Álvaro César. Conforto Térmico nos Ambientes de Trabalho. São Paulo:
FUNDACENTRO, 1999.
_____. Avaliação de Conforto Térmico Contribuição à Aplicação Prática das
Normas Internacionais. São Paulo: FUNDACENTRO, 2001.
VIEIRA, Sebastião Ivone. (coord). Manual de Saúde e Segurança do Trabalho.
18.ed.. Florianópolis: Mestra, v2, 2002.
_____. Manual do Perito
Florianópolis: Mestra, 2002.
Judicial:
Insalubridade,
Periculosidade.
[s.ed.]
61
ANEXOS
62
ANEXO 01
Tabela 01 – Resistência térmica dos itens do vestuário
63
64
65
66
67
68
69
ANEXO 02
Tabela 02 – Metabolismo para as diferentes atividades
70
71
72
73
ANEXO 03
Diagramas de conforto
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
ANEXO 04
Voto Médio Estimado
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
ANEXO 05
Diagramas de conforto para correção da TRM e Umidade do ar
102
103
104
105
ANEXO 06
Demonstrativo do software Conforto 2.2
106
107
108
109
ANEXO 07
Carta Psicrométrica
110
111
ANEXO 08
Croqui do posicionamento dos fornos e pontos de medição
112
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