www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br Nunca na história deste partido Lá no alto Pela primeira vez, o PT subsidiará a campanha dos candidatos na eleição direta para a presidência do partido. ➥ P3 Oracle já fatura US$ 1 bi com computação na nuvem e reduz dependência dos bancos de dados, diz Luiz Meisler. ➥ P18 Murillo Constantino PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA QUARTA-FEIRA, 30 DE JANEIRO, 2013 O ANO 5 | N 859 | R$ 3,00 Dilma manda Gleisi e Mantega correrem o mundo atrás de capital A fim de atrair investimento estrangeiro para as grandes obras de infraestrutura, a Fazenda e a Casa Civil realizarão rodadas de exposição sobre a economia do país e os principais projetos. Estão no roteiro de viagem Nova York, Londres e Tóquio. ➥ P6 Preço do ferro pode cair até o final deste ano Henrique Manreza Japão compra carne dos EUA e anima Brasil Mas no curto prazo, sob pressão das siderúrgicas da China, cotação do minério deve ficar em US$ 150 a tonelada. E as mineradoras têm perspectiva de bons negócios. ➥ P4 Exportadores nacionais acreditam que a volta dos japoneses ao mercado pode trazer lucros no futuro, quando for derrubado o embargo à carne brasileira. ➥ P8 ALL vai atuar na importação de combustível Caixa ganhou R$ 1,05 bi na loteria em 2012 Gigante do setor de logística anuncia acordo com a Cattalini, prevê a construção de terminais no Porto de Paranaguá e usará 800 vagões-tanque na operação. ➥ P16 Quantia equivale a 10% do total de R$ 10,49 bilhões arrecadados com os jogos a que o banco tem direito e é quase igual aos ganhos nas operações com fundos. ➥ P31 Aplicadorpaga taxamaiorpara garantirrenda Gasolina sobe 6,6% e o óleo diesel, 5,4% Investidores preferem colocar recursos em fundos independentes, cujos gestores cobram taxa de performance e correm risco semelhante ao do cliente. ➥ P30 Reajuste de combustíveis traz equilíbrio para receita da Petrobras, mas vai pressionar a inflação. O frete pode subir 2,5%, na previsão de especialistas. ➥ P9 Lições para quem quer economizar o primeiro milhão O educador financeiro Pedro Carrilho ensina, em livro, prática do planejamento financeiro familiar, ideal para os casais que têm filhos pequenos. ➥ P35 Kopenhagen procura sotaque mais carioca Grupo CRM, dono da tradicional marca de chocolates e da rede de lojas Brasil Cacau, concentrará sua expansão no Rio de Janeiro, conta Renata Vichi, sócia da empresa, ao BRASIL ECONÔMICO. ➥ P25 INDICADORES TAXAS DE CÂMBIO Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) JUROS Selic (ao ano) BOLSAS Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres 29.1.2013 COMPRA VENDA 1,9830 2,6837 1,9850 2,6847 META EFETIVA 7,25% VAR. % 0,63 0,63 0,71 7,11% ÍNDICES 60.406,33 13.969,59 6.339,19 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Avanço CARTAS OPINIÃO CLAUDIO CONZ Tragédias como a do Rio Grande do Sul me causam indignação. Se uma casa de show (boate) funcionava há cinco meses com alvará vencido, como noticiado na reportagem “Incêndio em Santa Maria deixa ao menos 230 mortos” (publicada em 28/1/13), então o poder público daquela cidade gaúcha assinou o aval para este genocídio. Célio Borba Curitiba (PR) Marcello Casal Jr/ABr Desenvolver e modernizar os portos é uma iniciativa importante para o desenvolvimento do Brasil como percebemos na matéria “Governo estuda a licitação de 150 terminais de portos” (publicada em 29/1/13). Mas, ligar o Brasil de Norte a Sul, Leste a Oeste por linha férrea, seria um passo bem maior em direção ao desenvolvimento nacional. Teria impacto direto sobre os custos dos fretes, conservação das estradas e outros custos de produção. Marcus Ferreira Lima Recife (PE) Presidente da Anamaco - Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção Roberto Azevedo Embaixador Retrocesso Divulgação Bem oportuna a matéria “EUA estarão no foco dos investidores semana que vem” (publicada em 25/1/13 pelo BRASIL ECONÔMICO ONLINE). O atual governo atual que vai passar pela crise mundial com planos faz de conta. O PAC só serviu para as eleições, sem traz ganhos concretos. A Ferronorte se resume a escândalos. As obras da Copa 2014 estão sem rumo e a da transposição do São Francisco não sai do papel. Israel Barbosa de Campos Anápolis (GO) Falamos tanto sobre futuro e não nos damos conta de que ele já chegou. Com tantas novidades na Convenção da NRF - National Retail Federation que aconteceu na semana passada, pude acompanhar alguns pontos muito interessantes sobre novas formas de consumir e de vender, que não posso deixar de comentar. Já imaginou se pudesse saber exatamente o que seu cliente quer, na hora que ele quer, quais concorrentes procurou e como gosta de ser abordado? Isso faria diferença na hora de vender? Pois é, tudo isso está se tornando possível graças a uma nova tecnologia denominada “Big Data” que promete revolucionar o comércio. Todos os dias, o mundo produz mais de 2,5 quintilhões de bytes em dados que se acumulam na internet. Curiosamente, 90% de todo o conteúdo que temos armazenado hoje foi produzido apenas nos dois últimos anos. Como utilizar isso em nosso favor? Originário do termo de tecnologia da informação, o conceito de Big Data é focado num imenso armazenamento de dados, com enorme velocidade. Ele é baseado no conceito de 5V: Valor, Veracidade, Variedade, Volume e Velocidade. O Big Data é tido por muitos como a solução de eventuais situações problemáticas da economia. Devido ao modelo econômico adotado pela globalização, o termo just in time, totalmente dependente da necessidade de uma expansão virtual, se tornou a palavra de ordem das negociações e forçou a ampliação de estrutura para armazenamento de dados. Brasileiro é um dos nove candidatos ao posto de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), em substituição ao francês Pascal Lamy. Desde 2008 ele é representante permanente do Brasil na entidade. Muito relevante a reportagem “Melhora ambiental na China será gradativa e demorada” (publicada em 28/1/13, pelo BRASIL ECONÔMICO ONLINE). A postura da China é uma forma de dumping, embora ainda não categorizada nas normas da OMC e do Direito Internacional. Trata-se de concorrência desleal, pois a China não respeita nenhuma regra referente ao trabalhadores e sequer observa os princípios adotados internacionalmente como o do desenvolvimento sustentado. Ou seja, eles são verdadeiros camicases, e estão prejudicando toda a humanidade com a falta de regulamentação e de limites, incluindo eles mesmos. Youssef Ali São Paulo (SP) Vanderlei Luxemburgo Técnico de futebol Técnico foi condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Eleitoral de Tocantins pelo crime de transferência eleitoral fraudulenta, ocorrido em 2008. Terá de prestar serviços à comunidade e pagar 100 salários mínimos. CONECTADO [email protected] Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia Copa das Confederações Sprout Ruzzle Aplicativo desenvolvido para quem quer entrar no clima do megaevento de futebol que será realizado entre 15 e 30 de junho no Brasil. O programa traz informações sobre a competição que serve como ensaio para a Copa do Mundo de 2014, tabela de jogos, com datas e locais das disputas, além de dados sobre as seleções participantes, entre elas, Brasil, Espanha , Itália e Uruguai. Software para dispositivos móveis direcionado para grávidas e obstetras. O app permite acompanhar o desenvolvimento do feto a semana a semanas e ainda compartilhar as informações entre pacientes e médico. Apresenta imagens em 3D de exames de ultrassom e dicas. Permite registrar datas de exames e consultas. Dispõe de ferramenta para controle de peso. Fenômeno de popularidade na App Store, este divertido aplicativo já soma 11 milhões de downloads. Trata-se de um jogo de palavras cujo maior desafio é formar o maior número delas em apenas dois minutos. As partidas virtuais, disputadas em três rodadas, podem ser realizadas pelo usuário com um grupo de amigos. Programa possui versões em diversos idiomas, entre eles o português. Grátis Android US$ 3,99 iPad, iPhone e iPod Touch Grátis Android,iPad,iPhoneeiPodTouch Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização, Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP). falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda, E-mail: [email protected] texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Big Data: um gigante banco de dados Não há privacidade na web. Empresas monitoram dados sobre nossa navegação com o intuito de aumentar as vendas Mas, na prática, para quem trabalha com o comércio, o que isso significa? Há uma tendência de que as grandes marcas cada vez mais façam marketing direto na internet com mais e mais agressividade. Elas estão monitorando tudo que nós digitamos no computador, no tablet, no smartphone e, a partir desses dados, conseguem enviar ofertas exclusivas quando, por exemplo, detectam que você fez uma busca por um produto que ela comercializa. Por outro lado, é assustador a maneira como cada vez mais perdemos nossa privacidade na web. Você pensa estar trafegando livremente, enquanto diversas empresas monitoram e armazenam dados sobre sua navegação. Por outro lado, trata-se de uma revolução na forma de venda que não pode ser desprezada. Um dado interessante neste contexto é que o presidente americano, Barack Obama, utilizou esta tecnologia na sua campanha de reeleição e, mais uma vez, revolucionou para além das redes sociais. Sua equipe montou um gigantesco banco de dados, com detalhes sobre cada eleitor e sobre a maneira como eles reagiam a diferentes abordagens. As informações orientaram voluntários, indicaram as melhores formas de arrecadar fundos e apontaram quem poderia ser convencido a apoiar a sua reeleição. Para quem trabalha com varejo, é impossível ficar alheio às novidades. Este ainda é um tema bastante incipiente, mas que tende a tomar grandes dimensões num futuro próximo e fazer total diferença nas estratégias de marketing das empresas. É importante que varejistas e empresários mantenham-se a par das novas tecnologias que surgem para melhorar o desempenho e sucesso com os clientes. ■ NESTA EDIÇÃO Brasileiro não prioriza segurança de dados Levantamento realizado pela Edelman mostra que 52% dos executivos do país afirmam que suas empresas estão despreparadas para garantir segurança e privacidade de informações. ➥ P14 De cara nova, MSN investe em campanha Portal da Microsoft traça nova estratégia de comunicação para reposicionamento de sua marca. Com o slogan “É a sua cara. É do seu jeito”, o site permite a personalização de seu conteúdo. ➥ P28 Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 3 MOSAICO POLÍTICO ROGERIO MORI Professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV) PEDRO VENCESLAU [email protected] Divulgação Reposicionando a questão do crescimento econômico A taxa de investimento tem recuado nos últimos trimestres de forma consecutiva após um período de relativa melhoria De fato, o ritmo de expansão da capacidade da oferta agregada brasileira tem sido relativamente lento. No entanto, esse não é um fato recente, limitado há apenas dois ou três trimestres. Uma análise retrospectiva da nossa economia revela que a taxa de investimento brasileira situou-se em torno de 17% do PIB. Esse nível melhorou um pouco no final da década passada e início desta, mas ainda assim se situou abaixo da média de 20% do PIB. Esses níveis de investimento são incompatíveis com uma taxa sustentável de crescimento econômico do PIB brasileiro da ordem de 4% a 5% em bases anuais sem que sejam formados gargalos ou ocorram pressões inflacionárias. Em outras palavras, o Copom não apresentou novidade alguma em relação ao que se verificou na nossa economia ao longo dos últimos doze anos. A novidade recente se restringe ao fato de que a taxa de investimento tem recuado nos últimos trimestres de forma consecutiva após um período de relativa melhoria. As razões para a queda nos investimentos no país nos últimos trimestres ainda não estão inteiramente mapeadas e diferentes aspectos condicionantes podem ser mencionados. Dentre estes, podem ser destacados as elevações dos custos no Brasil, a perda da competitividade da produção doméstica frente à concorrência externa, queda da confiança do empresariado nacional, etc. De qualquer forma, parece que o Copom deu o recado de que a política monetária já fez (e continua fazendo) seu papel e que existem outros elementos no contexto da economia brasileira que atuam no sentido de limitar a velocidade de recuperação da nossa economia. Para piorar o quadro, os números mais recentes de inflação não são muito animadores. ■ Orçamento japonês supera títulos do país Pela primeira vez em quatro anos, as receitas fiscais do Japão vão superar as vendas de títulos públicos. O primeiro projeto de orçamento do governo Shinzo Abe traz melhorias simbólicas. ➥ P37 Case de sucesso das sandálias Havaianas Em artigo, o economista Rodrigo Sias analisa como a bem-sucedida estratégia de marketing da Alpargatas transformou um item popular em um artigo de moda de exportação . ➥ P39 PT vai criar fundo para eleição interna A eleição direta que definirá o nome do próximo presidente do PT mobilizará quase 2 milhões de pessoas — ou 1,7 mi sendo mais exato. Para evitar que um processo dessa magnitude repita os vícios das campanhas tradicionais, como o uso da máquina, o partido vai pela primeira vez em sua história subsidiar os postulantes. Os recursos serão reunidos em uma conta que atenderá pelo singelo nome de FEI (Fundo para Eleição Interna). Internamente, a iniciativa ganhou o carinhoso apelido de FEIO. O dinheiro virá do sistema de arrecadação dos filiados. Ou seja: nem um centavo virá do Fundo Partidário. E mais: não será disponibilizado dinheiro vivo, mas cotas em gráficas, passagens aéreas e despesas com correio para que as “tendências” divulguem suas teses pelo país. “Isso vai democratizar o processo. Se o regulamento for respeitado, todos terão igualdade de condições”, afirma Valter Pomar, um dos pré-candidatos à presidência petista. ■ "Setores do PT tratam o filiado como gado", diz petista Corrente do PT não quer "fulanizar" o mensalão Membro da direção nacional do PT e dirigente do grupo "Articulação de Esquerda", Pomar diz que alguns setores do partido "tratam os filiados como gado" e acham que são "donos do voto". Ele lembra que o chamado "Campo Majoritário", do qual fazem parte Lula e Dilma, diminuiu seu tamanho de 70% para 50% do partido desde 2001. Sobre o tratamento que seu grupo dará aos réus do mensalão na campanha interna, Pomar é cauteloso. "Não vamos fulanizar". Segundo um documento da "Articulação Esquerda." houve uma "manipulação do julgamento do chamado mensalão" e um "conluio entre setores da direita do Judiciário, empresas de comunicação e oposição de direita". CURTAS ➤ ● A campanha pela presidência do PT começa oficialmente em abril e termina em novembro. A expectativa é que pelo menos quatro postulantes entrem na disputa. O atual presidente, Rui Falcão, que tenta a reeleição, é o franco favorito. E por falar em Rui Falcão. O dirigente foi derrubado ontem por uma virose brava. ➤ ● Em 2005, o efeito mensalão prejudicou o desempenho do Campo Majoritário do PT, que passou sufoco para eleger Ricardo Berzoini como presidente. Seu rival, o gaúcho Raul Pont, reuniu uma grande frente, mas acabou ficando com o segundo posto mais importante na hierarquia partidária: secretário-geral. ➤ ● E por falar em PT. José Genoino retoma hoje sua rotina como deputado federal. ➤ ● Tem tucano de alta plumagem reclamando que Aécio Neves está muito parado para quem deseja ser presidente. PRONTO, FALEI “Não sou Severino” ➤ ● Uma amiga da coluna conta que flagrou cenas inusitadas na multidão de prefeitos que "invadiu" Brasília esta semana. No melhor estilo turista, a turma fez revezamento para bater fotos em frente ao plenário, à bandeira de seu estado ou na poltrona desenhada por Niemeyer. Tipo Disney... Júlio Delgado Candidato à presidência da Câmara, em entrevista ao portal iG em referência a eleição surpreendente de Severino Cavalcanti ➤ ● Uma pergunta assombra o Palácio dos Bandeirantes. Será que a separação de Kassab com o PSDB será amigável ou publicamente litigiosa? ➤ ● Divulgação Sem sombra de dúvida, a lenta recuperação da atividade econômica brasileira ao longo de 2012 ficou no centro das atenções do governo particularmente no segundo semestre do ano passado. Além da continuidade do ciclo de flexibilização da política monetária, o governo apostou em uma política fiscal expansionista, reeditando grande parte das ações adotadas no início de 2009, para fazer frente ao efeitos adversos da crise financeira. Nesse sentido, o próprio resultado das contas públicas no ano passado foi um reflexo tanto da debilidade da atividade econômica quanto dos incentivos fiscais proporcionados, o que levou a uma deterioração do resultado do governo e à adoção de manobras contábeis. Conforme ressaltei em artigo anterior, mesmo com a debilidade da recuperação da atividade econômica brasileira, a inflação permaneceu elevada e acima do centro da meta estabelecida. O próprio BC aposta em uma convergência lenta da inflação para o centro da meta, algo que muitos economistas começam a questionar. A ata da reunião do Copom do BC, realizada em janeiro, traz alguns elementos novos ao debate. Talvez, o mais marcante foi atribuir a “limitações no campo da oferta” como um dos elementos responsáveis pela recuperação do ritmo da atividade econômica de forma mais lenta que a esperada. Como os efeitos da política monetária recaem sobre a demanda agregada, essa questão estaria, em certo sentido, fora do escopo do BC. Existe vida além da disputa pela presidência no Senado. A poderosa Comissão de Assuntos Econômicos ficará com Lindbergh Farias (PT-RJ). 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 DESTAQUE Editado por: Léa De Luca [email protected] Minério de ferro a US$ 150 por tonelada é insustentável Analistas acreditam que 2013 deve ser de volatilidade, por incertezas da Europa e crescimento chinês menor Divulgação um preço médio de US$ 130 a tonelada. “Não acredito que os [email protected] US$ 150 se sustentem em um peA escalada do preço do minério ríodo muito longo. Pode vir um de ferro nos últimos quatro meesfriamento ao longo do ano, dases, em alta de mais de US$ 50 do que o cenário internacional por tonelada, não deve se susainda não é consistente”, diz. tentar até o final do ano. Ainda Essa projeção, assim como a de assim, especialistas têm elevaGaldi, indica que o preço médio do suas perspectivas para o preem 2013 deverá atingir patamaço médio da commodity para o res mais elevados do que em final do ano, refletindo a melho2012, ano no qual o insumo cheria de percepção em relação à gou a ser negociado abaixo de economia chinesa. US$ 90 por tonelada, no menor O HSBC, por exemplo, aupatamar desde 2009. mentou suas projeções para os O sócio da consultoria A.T. preços de minério de ferro em Kearney, Dario Gaspar, prefe2013, de US$ 105 pariu adotar um tom ra US$ 123 por tone- Até Ano-Novo de cautela. “Não dá lada, com base na para ter certeza em chinês, análise de que o quanto chegará o demanda pelo preço do minério mercado provavelmente está sendo insumo deve de ferro ao final do impulsionado pelo ano. A única certecontinuar reabastecimento saza que temos é que aquecida zonal das siderúrgiveremos volatilidaPreço do minério de ferro chegou a bater os US$ 150 ontem, mas fechou próximo aos US$ 148 cas chinesas. de nesse período”, No curtíssimo prazo, os preafirma, ressaltando, assim coços devem se manter na atual como os demais especialistas, os papéis preferenciais série A bão, voltou a dizer que cobrará tação — entre US$ 148 e US$ 150 ela vai querer esse filão”, ressalta. que tudo dependerá da demanda mineradora brasileira avanesse valor da mineradora brasia tonelada — segundo Pedro GalAinda assim, as apostas são de da chinesa e do desenrolar da çaram apenas 3%. Já o insumo leira — e a compra da CSA pela di, estrategista-chefe da SLW alta para as ações da Vale até o ficrise europeia. subiu 72% no mesmo período Companhia Siderúrgica NacioCorretora, graças ao feriado do nal do ano. Galdi diz que os paImpacto nas ações de comparação. “As ações não nal (CSN)”, destaca o estrateAno Novo chinês. “Historicapéis devem fechar o ano próxiApesar da alta do preço da comacompanham apenas o preço gista da SLW. mente, a China mantém seus esmo a R$ 45, o que representaria modity no mercado internaciodo minério de ferro. Há outras Isso porque, segundo ele, Vale toques de minério de ferro em uma alta de 18% em relação a conal, as ações da Vale não têm questões envolvidas, como o e CSN participariam do bloco de patamares próximos a 75 mitação atual. Já o HSBC é um pouacompanhado esse movimenimbróglio envolvendo a cocontrole da CSA, sendo que a Valhões de toneladas. Até o dia 9 co mais otimista: aposta em que to no curto prazo. De setembrança de royalties pelo goverle tem contratos de fornecimende fevereiro, quando tem início os papéis cheguem a R$ 52,50 bro, quando o preço do minéno no valor R$ 4 bilhões — na to de minério de ferro firmados o feriado, as mineradoras tentaaté o final do ano, o que significario de ferro atingiu a mínima semana passada, o ministro de com a CSA. “Com a entrada da rão chegar a esse número, manria uma valorização de 38% ante de US$ 86 a tonelada, até hoje, Minas e Energia, Edison LoCSN no capital da siderúrgica, tendo a demanda aquecida e, o preço atual. ■ consequentemente, os preços em alta. No retorno do Ano Novo chinês, dia 16, é que devePASSADO BRILHANTE, FUTURO NEM TANTO mos ver volatilidade nas cotações”, explica. Cotações do minério de ferro, em US$/tonelada Galdi acredita que, passado esse período, a cotação oscile SPOT FUTURO entre US$ 120 e US$ 140 a tone200 200 Já o HSBC projetava volume lada até o final do ano. “O piso Volume é 33% inferior ao menor. “Nossa projeção era de é em US$ 120 a tonelada pordistribuído em dividendos no 180 180 US$ 1,8 bilhão, o qual se baseaque é o custo de produção na ano passado, de US$ 4 bilhões 179,18 va na projeção para o minério China”, diz, lembrando que o 160 160 O volume mínimo que será disde ferro de US$ 105 a tonelada minério de ferro chinês é mui148,60 150,88 tribuído em dividendos pela Vapara 2013. Se assumirmos a noto pobre em ferro contido e prele em 2013 é 33% inferior ao pava projeção, de US$ 123 a tonecisa ser misturado a um miné140 140 go em 2012. Ainda assim, não lada, nossa projeção para o divirio com concentração mais alta há consenso entre analistas se dendo da Vale chegaria a US$ 3 de ferro contido para ser entre120 120 a notícia é neutra ou positiva bilhões, ainda baixo em compague às siderúrgicas locais. “Se 108,50 para as ações. ração ao número anunciado hoa China mostrar que conseguiu 100 100 Para o Bank of America Merje. Claramente, esse é um peaquecer o consumo interno, a rill Lynch, o volume veio em liqueno fator positivo para a demanda pela commodity con80 80 nha com o esperado pelos anaação da Vale”, disseram Jonatinuará aquecida.” listas Felipe Hirai, Thiago Lofiethan Brandt e Miguel Falcão, Karina Freitas, analista da JAN/11 JAN/13 JAN/13 DEZ/14 Fonte: Ibram go e Karel Luketic. em relatório. ■ V.C. Concórdia Corretora, aposta em Vanessa Correia Proventos mínimos da Vale dividem opinião de analistas Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 5 Lisi Niesner/Reuters VALORIZAÇÃO Papéis do setor subiram 1,8% na Europa Impulsionadas por mineradoras, as ações europeias alcançaram novas máximas em dois anos ontem. O motivo foi o otimismo sobre a recuperação econômica, que ganhou fôlego após dados encorajadores sobre preços de moradias nos Estados Unidos; e declarações sobre crescimento na China, maior consumidor de metais do mundo. O principal instituto chinês elevou sua projeção de crescimento econômico para 2013 de 8,2% para 8,4%. Mineradoras começam o ano mais otimistas e mantêm investimentos Ruy Baron Com a retomada dos preços do minério de ferro no final do ano passado, as mineradoras brasileiras voltaram a ver uma perspectiva positiva no horizonte. A Vale, por exemplo, depois de reportar resultados aquém do esperado no terceiro trimestre de 2012, quando o presidente da companhia, Murilo Ferreira, anunciou a revisão do portfólio e uma estratégia de maior controle dos investimentos, começou 2013 mais otimista. Durante entrevista a jornalistas na Apimec — encontro de analistas e investidores no Rio de Janeiro — Roberto Castello Branco, diretor de relações com investidores da empresa afirmou que a demanda por minério de ferro deve vir dos países emergentes. A expectativa da RIQUEZA DA TERRA IMPACTO ECONÔMICO Evolução da produção mineral brasileira, em US$ bilhões 50 Participação da indústria da mineração no saldo comercial brasileiro, em US$ bilhões 2011 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Para Vale, crescimento da indústria nos países emergentes deve puxar vendas do produto Juliana Ribeiro [email protected] 39 28 24 2008 2009 2010 6,54 10,01 13,11 12,60 27,60 33,00 NEGÓCIOS EM ALTA Previsão da produção de minério de ferro no Brasil até 2015, em bilhões de toneladas EMPRESA Mhag Arcelor/Mittal Serra Azul Mineração Corumbaense Usiminas (J. Mendes) V&M Mineração MMX Anglo Ferrous CSN Vale Outros Ferrous Resources Bahia Mineração TOTAL 2011 0,50 5,00 4.500 7,00 4,00 13,00 5,00 26,00 330,00 20,00 1,00 0 416,00 2012 1,00 5,00 5,00 10,00 4,00 13,00 5,00 40,00 400,00 30,00 1,00 0 514,00 2013 5,00 10,00 5,00 12,00 4,00 16.500 26.500 60,00 420,00 40,00 2,00 15,00 606,00 2014 7,00 15,00 10,00 20,00 4,00 32.500 35,00 89,00 450,00 30,00 15,00 20,00 727.500 2015 12,00 15,00 10,00 29,00 4,00 42.500 35,00 89,00 460,00 30,00 25,00 20,00 771.500 Fonte: Ibram companhia é de que a produção industrial nesses países cresça em torno de 7% neste ano, o que deve puxar o desempenho das mineradoras, uma vez que o minério de ferro é a principal matéria-prima do setor. Na China, principal mercado da Vale, os estoques estão na casa dos 70 milhões de toneladas, um volume considerado dentro do normal por analistas, mas que segundo Castello Branco, ainda está baixo e pode crescer. Na Gerdau, os projetos de investimentos no segmento de mineração, anunciados pela companhia em 2012 seguem a todo vapor. Depois de buscar no mercado um sócio, a companhia anunciou no final do terceiro trimestre, a decisão de tocar seus projetos, sozinha. “Encerramos o ano ampliando investimentos em mineração, como mais uma iniciativa da companhia voltada à melhoria de seus resultados”, declarou a companhia, em e-mail enviado ao BRASIL ECONÔMICO. Assim, no ano passado, a empresa anunciou investimentos de R$ 838 milhões na ampliação da capacidade instalada de produção, que deve chegar a 11,5 milhões de toneladas até o final deste ano. Posteriormente, R$ 500 milhões destinados ao aumento da capacidade para 18 milhões de toneladas e outros R$ 500 milhões na construção de um terminal ferroviário também foram anunciados pelo CEO André Johannpeter durante a conferência de resultados, em outubro passado. “Com isso, teremos autossuficiência na matéria-prima e ainda poderemos comercializar o excedente”, declarou o executivo. Coura, do Ibram: demora na liberação de licenças prejudica setor Mesmo diante dos percalços enfrentados pela indústria ao longo de 2012, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), prevê que a produção de brasileira de minério de ferro deve ter crescido 10,8% no ano passado em relação a 2011. Um salto de 460 milhões de toneladas para 510 milhões de toneladas. Os dados ainda são uma prévia, já que o relatório oficial deverá ser divulgado em março. Embora o cenário seja de boas perspectivas, no Brasil, questões como os riscos de apagão energético e a discussão do novo marco regulatório do setor, preocupam as empresas. No início do mês, o presidente do Ibram, José Fernando Coura, declarou que vai buscar junto ao governo opções para destravar a liberação de novas licenças minerais e portarias de lavras antes da discussão do marco. “O mais preocupante é o entrave das portarias de lavras. O setor não pode ficar parado todo esse tempo”, disse. ■ Anglo gasta US$ 4 bi com atrasos do Minas-Rio Imprevistos e paralisações do projeto fizeram custo total da obra alcançar US$ 8,8 bilhões Redação [email protected] A Anglo American anunciou um gasto adicional de US$ 4 bilhões com o aumento de custos e os atrasos das obras de seu projeto Minas-Rio. Considerado um dos maiores empreendimentos para exploração de minério de ferro do mundo, o complexo vem sendo motivo de dores de cabeça para a companhia. “Estamos decepcionados porque as numerosas dificuldades encontradas por nosso projeto Minas-Rio contribuíram para um aumento significativo dos investimentos, o que leva a esta sobrecarga”, declarou em comunicado Cynthia Carroll, diretora geral, que em breve cederá o posto a Mark Cutifani. Um dos motivos da saída de Carroll, segundo especulações do mercado, seria a pressão de acionistas, insatisfeitos não só com os resultados globais da companhia, que ficaram abaixo do esperado, mas também a instabilidade e a sucessão de pronblemas no projeto brasileiro. Com o valor adicional, os investimentos no projeto alcançariam algo em torno de US$ 8,8 bilhões, ante previsão inicial de US$ 8 bilhões. O custo adicional e os imprevistos também atrasa- ram em um ano a entrega da primeira remessa de minério que só acontecerá no final de 2014. “Apesar das dificuldades, seguimos acreditando na atratividade da Minas-Rio a médio e longo prazo, assim como em seu posicionamento estratégico, e estamos comprometidos com o projeto”, disse Carroll. Esta não é a primeira vez que o principal projeto da mineradora no país sofre com imprevistos. Os atrasos nas liberações de licenças e as negativas da justiça em emitir as autorizações ambientais fizeram com que a companhia paralisasse por meses a construção do mineroduto em Conceição do Mato Dentro. A obra foi retomada no final de 2012, após liberação judicial. Com 525 quilômetros de extensão, o sistema fará a ligação do complexo industrial da Anglo até o porto de Açu, de onde o minério será embarcado, mas a obra ainda não foi concluída. ■ 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 BRASIL Editora: Ivone Portes [email protected] Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected] Gleisi e Mantega vão buscar investidores no exterior Ministros farão rodadas fora do país para apresentar projetos de infraestrutura e atrair capital para obras Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr apresentações, uma em Londres, na Inglaterra, e a outra em [email protected] Tóquio, no Japão. O formato e Após o lançamento de uma sécronograma das apresentações rie de concessões em rodovias, foram discutidos ontem em reuferrovias, portos e aeroportos, a nião no Ministério da Fazenda. presidente Dilma Rousseff quer O ministro da Fazenda, Guia garantia de que não faltarão indo Mantega, e a Ministra Chefe vestidores interessados nos proda Casa Civil, Gleisi Hoffmann, jetos. Para tandeverão abrir o to, o governo INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA encontro em está organizanSão Pau l o , do uma rodada Pacotes do governo para abrindo espade apresenta- estimular o setor somam mais ço, depois, pações dos progra- de R$ 200 bilhões ra apresentamas de infraesções setoriais AEROPORTOS trutura, anuncoordenadas Programa prevê investimentos de ciados no ano pelo presidente R$ 18,7 bilhões no setor passado, e os beda Empresa de Serão R$ 11,6 bilhões com a concessão nefícios ofereciPlanejamento e dos aeroportos do Galeão (RJ) dos no Brasil Logística, Bere de Confins (MG) para quem quinardo FigueireMais R$ 7,3 bilhões de recursos públicos para a reforma e modernização de 260 ser investir. A do. O presidenaeroportos regionais ofensiva será te da Empresa lançada no próde Pesquisa RODOVIAS E FERROVIAS ximo dia 5 de feEnergética Pacote de concessões de ferrovias vereiro, em São (EPE), Mauríe rodovias prevê investimento total de Paulo, e no ficio TolmasR$ 133 bilhões nal do mês, sequim, também R$ 91 bilhões serão destinados rá levada para o integra o grupo a ferrovias e R$ 42 bilhões, a rodovias exterior. para demonsSerão colocados para a iniciativa A agenda intrar as perspecprivada 10 mil quilômetros em ferrovias, por meio de 12 lotes, e 7,5 mil ternacional da tivas de expanquilômetros em rodovias, com 9 lotes equipe do gosão do setor verno começaenergético do PORTOS rá em Nova país nos próxiPlano prevê investimentos públicos e York, no dia 26 mos anos e privados de $ 54,2 bilhões no setor de fevereiro. Deapresentar as portuário pois disso estão oportunidades Mais R$ 2,6 bilhões irão para acessos previstas, por nos leilões de hidroviários, ferroviários e rodoviários, enquanto, apede além de pátios de regularização de tráfego g e ra ç ã o nas outras duas Fonte: Brasil Econômico energia. Ruy Barata Neto, de Brasília Gleisi Hoffmann: ministra participará do ciclo de apresentações em São Paulo e considera ir aos EUA A Ministra Gleisi Hoffmann, que esteve à frente da coordenação do trabalho interministerial que resultou na costura de todo o plano de logística integrada, participará do lançamento do ciclo de apresentações, em São Paulo, e considera ir até Nova Iorque, mas depois disso deixará a condução dos trabalhos no exterior a cargo de Mantega e Figueiredo. A maior preocupação do governo é a de reverter o baixo interesse dos investidores estrangeiros nos projetos de infraes- trutura do país, o que já se tornou um problema histórico. Uma das prioridades é para a atração de investidores norteamericanos e asiáticos tendo em vista as concessões de ferrovias e rodovias. Nestas áreas o governo tem o desafio de tirar da cartola R$ 79,5 bilhões em investimentos já nos próximos cinco anos. Somado ao pacote de portos, o valor dos investimentos previstos sobe para R$ 133 bilhões que deverão ser aplicados até 2017, isso sem contar os R$ 11,4 bilhões em investi- mentos previstos com as concessões dos aeroportos do Galão, no Rio de Janeiro e de Confins, em Minas Gerais. As condições de financiamento e as desonerações oferecidas aos investidores estrangeiros no que diz respeito a projetos de infraestrutura serão alguns dos principais aspectos realçados. O governo também demonstra as garantias para os investimentos oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) com o apoio do Tesouro Nacional. ■ Moreira Franco defende incentivo a estrangeiros Ministro da SAE trabalha em projeto para ampliar imigração de profissionais qualificados Erica Ribeir, do Rio [email protected] O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Moreira Franco, defendeu ontem uma política de incentivo à imigração de trabalhadores estrangeiros de alta qualificação. Para ele, a importação de mão de obra especializada garante ao país a manutenção do desenvol- vimento econômico e tecnológico. A SAE vem há cerca de um mês e meio desenvolvendo um estudo junto a 1.500 empresas, sendo 500 estrangeiras, para identificar meio de ampliar a importação de profissionais. Um substitutivo ao projeto de lei 655/2009, que altera o Estatuto dos Estrangeiros, está em tramitação no Congresso. O projeto visa, segundo Moreira Franco, promover um ambiente de negócios favorável ao empreendedorismo, meritocracia e inovação ,por meio da incorporação de talentos estrangeiros. “Temos que pegar esse projeto de lei e criar nele condições que promovam mudanças que tragam o aumento da atratividade de mão de obra estrangeira com alta qualificação. É preciso promover a qualidade de vida desses profissionais em nosso país, dar acesso a serviços públicos, integrá-los social e economicamente”, disse Moreira Franco, que falou sobre o tema no seminário “Política Migratória, Produção e Desenvolvimento”, na sede da Federação das In- dústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Rio. Mais estrangeiros no país não afeta a geração de empregos para brasileiros, diz ele. “Uma política migratória não é permissiva. Ao contrário, vai estar intimamente vinculada a fluxos do mercado de trabalho. Estimular a vinda de mão de obra especializada contribui para a inserção do Brasil no cenário global”, disse. Ao falar sobre o fluxo migratório no Brasil, o ministro disse que, hoje, o país figura entre os que menos recebem imigrantes no mundo. A população de estrangeiros hoje corresponde a 0,3% do total de habitantes, segundo dados do Censo de 2010, do IBGE. Na América do Norte, 14,2% da população é de imigrantes. Segundo dados do Ministério do Trabalho, em 2011 foram concedidas 70.524 autorizações de trabalho para estrangeiros, sendo 58% deles com nível superior, mestrado ou doutorado. Até setembro do ano passado, o número de autorizações de trabalho era de 55 mil. ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 7 Divulgação INFRAESTRUTURA Edital do TAV atrai empresas de sete países Empresas de ao menos sete países participaram ontem da reunião sobre o edital do Transporte de Alta Velocidade (TAV), o chamado trem-bala que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. No encontro, os possíveis interessados na licitação puderam fazer perguntas e manifestações sobre o projeto. Estavam presentes representantes de companhias da Espanha, Itália, França, Coreia, Alemanha, do Japão e do Canadá. ABr Rafael Andrade/Folhapress Perda de acesso ao adiantamento sobre contrato de câmbio inibe interesse de grandes empresas Cristina Ribeiro de Carvalho [email protected] Implantado em 2008 no comércio bilateral entre Brasil e Argentina, o sistema de pagamentos em moeda local (SML) deve ser adotado em breve também nos negócios com Uruguai. O projeto, que tramita na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), tem como NEGÓCIOS COM O VIZINHO Destaques do comércio do Brasil com o Uruguai EXPORTAÇÕES, EM US$ BILHÕES 2011 2012 Variação % 2,17 2,18 0,46 PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS, EM US$ MILHÕES Óleo combustível Óleos brutos de petróleo Energia elétrica Mate Automóveis de passageiros 2011 292,3 166,7 86,3 56,9 55,4 2012 203,7 48,4 22,2 54,06 48,1 PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS, EM US$ MILHÕES 2011 2012 Malte não torrado 198,06 209,02 Trigo e misturas de trigo 174,04 0 Garrafões, garrafas de plástico 150,8 148,3 Leite integral em pó 128,8 72,08 Fungicidas 73,4 35,06 Fonte: MDIC objetivo alavancar as transações comerciais entre os dois países, reduzindo os custos dos contratos. Entretanto, especialistas avaliam que esse sistema deve atrair mais as pequenas e médias empresas do que as grandes — que são responsáveis pela pauta dos principais produtos exportados (veja quadro abaixo). O SML permite que o comércio de produtos seja feito em moedas vigentes dos países, sem a necessidade de sua troca pelo dólar. “Depois de quatro anos em vigor, o comércio entre Brasil e Argentina por meio desse sistema representa apenas 3% das transações comerciais”, revela José Augusto de Castro, ponderando ser este um termômetro para as trocas com o Uruguai. O especialista explica que isso acontece porque ao aderir a essa modalidade as empresas deixam de ter acesso ao adiantamento sobre contrato de câmbio (ACC) — operação que antecipa o recebimento dos valores do contrato, que é utilizado principalmente como capital de giro. “Tirar o ACC é o mesmo que eliminar recursos financeiros. A partir desse momento, as grandes empresas têm de se financiar com recursos próprios. Liquidez que muitas vezes não existe”, explica Castro. Alberto Alzueta, presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira, conta ainda que há falta de interesse das instituições financeiras em fazer esse tipo de operação, já que a não transação em dólar oferece me- Divulgação Uso de moeda local no comércio exterior beneficia PMEs ALBERTO ALZUETA Presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira “Medida pode facilitar as exportações de produtos das pequenas e médias empresas” Augusto de Castro: “Tirar o ACC das grandes é eliminar liquidez” nos rentabilidade ao banco. Contudo, o governo brasileiro vem argumentando que o sistema tem aumentado o nível de participação de pequenos e médios exportadores e importadores de ambos os países, o que para José Augusto de Castro, da AEB, faz sentido. “O SML pode ter uma apelo maior entre as pequenas e médias empresas. Como elas têm dificuldade de acesso ao mercado externo, essa medida passa a ser um facilitador para a exportação de seus produtos, principalmente alimentos, móveis e calçados”, explica. O vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Uruguai, Williams Gonçal- ves, é da mesma opinião de Castro, mas observa que a participação pequena das PMEs no comércio com o Uruguai ainda é pequena. “As pequenas empresas não têm essa cultura. Isso é algo que precisa ser mudado e só será possível com mais informações sobre o SML e comércio exterior. Falta divulgação sobre o tema”, reclama. Em 2012, o Brasil exportou para o Uruguai US$ 2,18 bilhões (veja mais na arte abaixo). Apesar da falta de conhecimento que as PMEs têm sobre o tema, Gonçalves se mostra muito entusiasmado com a possibilidade de o SML ser contemplado nas transações comerciais entre os dois países. De acordo com ele, o Brasil pode ser muito beneficiado com aquisição de produtos uruguaios, como alimentos e principalmente insumos para a indústria naval. “A produção dos estaleiros brasileiros está aquecida e sem condições de ser suprida pela oferta nacional. Diante desse cenário, o Uruguai é certamente um parceiro complementar a cadeia produtiva brasileira”, argumenta. Já a especialista em comércio exterior da FGV Lia Valls, argumenta que a viabilidade deste sistema depende da confiança dos agentes do mercado nas moedas em que estão transacionando seus produtos. “É um meio que exige confiança mútua”, finaliza. ■ Superávit primário fecha 2012 com queda de 5,3% Resultado recorde de dezembro evitou que a queda fosse maior no acumulado do ano passado Depois de uma série de manobras fiscais que inflaram as receitas da União no fim do ano, o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) encerrou 2012 com superávit primário de R$ 88,529 bilhões. O montante é 5,3% menor que o registrado em 2011, quando o esforço fiscal tinha ficado em R$ 93,525 bilhões. O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. Por causa das operações contábeis nos últimos dias de 2012, dezembro registrou superávit primário de R$ 28,324 bilhões, o melhor resultado para o mês na história. Para alcançar esse resultado, o governo inflou o caixa do Te- souro com o resgate de R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano, poupança formada com o excedente do superávit primário de 2008 que estava parada em um fundo de investimentos. Além disso, o governo obteve R$ 7,644 bilhões do pagamento de dividendos de empresas estatais, dos quais R$ 4,7 bilhões vieram da Caixa Econômica Federal e R$ 2,317 bilhões do BNDES. Originalmente, a meta de su- perávit primário do governo central correspondia a R$ 96,97 bilhões. Em novembro, o esforço fiscal foi reduzido para R$ 71,37 bilhões por causa do mecanismo Economia do governo para pagar dívidas somou R$ 88,5 bilhões no ano passado que permitia o abatimento de até R$ 25,6 bilhões de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O superávit de 2012 foi cerca de R$ 17 bilhões maior que a meta reduzida, mas o Tesouro Nacional alegou que teve de economizar mais que o previsto para compensar o desempenho dos estados e municípios, que terão o resultado fiscal divulgado hoje pelo Banco Central. ■ ABr 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Divulgacao BRASIL NO MATO GROSSO Safra recorde de soja deve inflacionar frete Uma safra recorde de soja deve impulsionar a demanda e elevar preços dos fretes rodoviários em Mato Grosso, principal Estado produtor, reduzindo as margens para os agricultores. “Vamos ter uma inflação muito grande (de frete)”, disse João Birkhan, diretor da corretora Centrogrãos, que mantém banco de dados com preços e cotações de frete em diversas regiões do país e que tem parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). Reuters Produtor brasileiro aprova abertura do Japão para carne bovina dos EUA Exportadores acreditam que Brasil pode se beneficiar no futuro, quando acabar o embargo japonês André Pires [email protected] Com as portas fechadas para a carne bovina brasileira desde dezembro, o Japão anuncia a diminuição de suas restrições ao produto dos Estados Unidos. Com a decisão do governo, as primeiras remessas devem chegar ao país asiático no meio de fevereiro. Apesar de ver este comprador cada vez mais distante, os frigoríficos brasileiros minimizam o impacto no total de exportações do país, visto que o desempenho do mercado em 2012 foi positivo. Antes mesmo do embargo, os japoneses já tinham diminuído em 50% suas importações de carne brasileira e tinham pouca representatividade neste setor. “O Japão importava só carne industrializada, não era comprador de carne in natura. A exportação vinha diminuindo porque eles passaram a comprar o produto final de outros países, como a China, que usa a carne brasileira como matéria-prima”, ressalta Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o Japão é apenas o 36º país em importação de carne brasileira (confira ao lado). A postura do governo japonês com a carne norte-americana é vista como uma boa possibilidade no futuro. Isso porque, em 2003, o Japão promoveu o mesmo embargo à carne bovina dos Estados Unidos por conta de casos de ‘vaca louca’, igual ao imposto ao Brasil. Depois de dez anos, as restrições se afrouxaram e o país abriu espaço para carne in natura. “Quando conseguir reabilitar o Brasil com o Japão e abrir o mercado, teremos um precedente para quem sabe exportar carne in natura. Essa decisão com os Estados Unidos pode ajudar a gente no futuro”, afirma Sampaio. O grupo JBS, que também atua nos Estados Unidos, Canadá e Argentina, viu com bons olhos a decisão japonesa. A companhia não vê um impacto relevante para o desempenho da empresa nas exportações brasileiras, uma vez que o Japão tinha pouca participação, mas festeja a retomada de um comprador para sua atividade VENDAS Ranking das exportações da carne bovina brasileira nos últimos dois anos 1º Rússia 2º Honk Kong 3º Egito 4º Venezuela 5º Chile 6º Irã 7º Itália 8º Reino Unido 9º Estados Unidos 10º Holanda 36º Japão 2012 VALOR, EM US$ 1.102.713.000 821.300.000 551.270.000 448.193.000 390.726.000 320.339.000 219.646.000 201.434.000 190.291.000 175.883.000 8.892.000 VOLUME, EM TONELADAS 261.722 221.304 139.623 87.199 67.804 67.018 29.924 36.573 18.812 21.244 1.634 2011 VALOR, VOLUME, EM EM US$ TONELADAS 1.060.415.000 237.539 691.481.000 188.562 439.914.000 105.659 376.348.000 70.901 208.899.000 35.503 688.367.000 130.550 203.489.000 24.833 196.815.000 35.344 166.578.000 13.125 212.083.000 24.455 20.289.000 3.271 VARIAÇÃO VALOR, VOLUME, EM EM US$ TONELADAS 4% 10% 19% 17% 25% 32% 19% 23% 87% 91% -53% -49% 8% 20% 2% 3% 14% 43% -17% -13% -56% -50% Fonte: Abiec/ Secex / MDIC Dado Galdieri/Bloomberg Dados do Desenvolvimento indicam que o Japão é o 36º mercado importador da carne brasileira nos Estados Unidos. Sem fazer uma estimativa de quanto lucrará com esta mudança, o JBS destaca que precisará retomar as negociações com importadores japoneses e que outros frigoríficos norteamericanos também podem aproveitar este mercado. Empenhado em derrubar os embargos impostos à carne bovina, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) não quis comentar a decisão para evitar atritos. Enquanto acompanha a movimentação internacional, uma comitiva está viajando pelo mundo para ‘limpar’ a imagem da carne bovina. Na última semana, o governo visitou o Irã. A negociação com o Japão, por sua vez, é considerada difícil pelo setor. “Tem muita burocracia. Eles demoraram 14 anos para abrirem o mercado para a manga brasileira”, destaca Sampaio, da ABIEC. Apesar da carne brasileira continuar classificada com risco insignificante para o problema da ‘vaca louca’, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), os exportadores esperam que o governo consiga acabar com os embargos impostos atualmente. “Por enquanto o impacto deve ser pequeno, pois são compradores sem muita representatividade. Mas temos que olhar a China como prioridade”, enfatiza Sampaio, da ABIEC. Na sexta-feira, o MDIC apresentará os dados das exportações de janeiro de 2013 e o andamento da negociação com os 12 países que impuseram algum veto à carne brasileira, entre eles a China, que cresceu 591% na importação da carne em 2012. ■ Faturamento da agropecuária deve crescer 18,2% Projeção é da CNA para 2013 e considera o valor bruto da produção agrícola e pecuária A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima crescimento de 18,2% no valor bruto da produção (VPB) agropecuária em 2013. O aumento representará R$ 450,3 bilhões no faturamento do setor com a venda obtida de 20 produtos agrícolas e cin- co pecuários — que trata de carnes e derivados de animais. No ano passado, o setor faturou R$ 380,8 bilhões. Em nota, a CNA avalia que “a aceleração dos preços das principais commodities agrícolas e o aumento no volume de produção, especialmente de soja e cana-de-açúcar, indicam resultado positivo para o ano”. Segundo a entidade, a projeção de faturamento da soja de- ve chegar a R$ 105 bilhões, em 2013. O valor representa aumento de 52% em relação ao resultado do ano passado. “Essa CNA destaca a aceleração de preços de produtos como soja e cana-de-açúcar elevação reflete o crescimento de 24,5% da produção, em decorrência da expansão de 9,2% da área plantada na safra 2012/2013 e da perspectiva de recuperação da produtividade das lavouras nos estados que sofreram perdas na safra passada”, diz o comunicado. Para a cana-de-açúcar, a expectativa é de faturamento de R$ 48,565 bilhões neste ano. A CNA destacou que o resultado deve ser impulsionado pelo aumento de 5,6% na produção e de 7,4% nos preços. Do total de 20 produtos agrícolas pesquisados, três podem apresentar queda no faturamento em 2013. No caso do algodão, a CNA estima redução de 22,6% no faturamento do valor bruto da produção. Já para o trigo, prevê recuo de 6,5% no faturamento. ■ ABr Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 9 Marcela Beltrão QUEDA Empresários do comércio perdem confiança O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado ontem pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), apresentou queda de 1,6% em janeiro deste ano, em relação a janeiro de 2012. A redução foi provocada pela confiança em relação ao momento atual, que caiu 7,2%. De acordo com a CNC, houve piora nas avaliações sobre a economia (-11,6%), o setor comercial (-8,3%) e a sua própria empresa (-2,2%) na comparação com janeiro de 2012. ABr Petrobras anuncia reajuste de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel Paulo Fridman/Bloomberg Aumento vale a partir de hoje nas refinarias do país. Alta terá impacto nos preços dos fretes Gabriela Murno, do Rio [email protected] Aumento nas refinarias deverá ser repassado aos consumidores A Petrobras anunciou ontem o reajuste de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel, no preço de venda nas refinarias. Os novos preços passaram a valer a partir das 0h de hoje. Em comunicado, a empresa informou que o reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar os valores dos derivados aos praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo. Ainda segundo a nota, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado não incluem os tribu- tos federais CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e PIS/Cofins e o tributo estatal ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). Na avaliação de especialistas ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO, será inevitável a pressão sobre aumento no preço do diesel na inflação, o que foi previsto, inclusive, na última ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Estima-se que 100% do reajuste do diesel será repassado para o frete rodoviário. Pela conta, haverá aumento de 2,5% no custo do frete para os consumidores. Transporte coletivo, logística e toda a atividade econômica deve sofrer impactos com a alta dos combustíveis. O reajuste era esperado, pois a rentabilidade da companhia estava afetada. No fechamento da Bolsa de Valores de ontem, as ações da empresa recuaram 2,40% no ano. Para a Petrobras, o reajuste já vem tarde, pois a estatal condiciona a pesada carga de investimentos previstos no seu plano de negócios (US$ 236 bilhões entre 2012 e 2016) a um preço mais alto do combustível vendido no país. Em 2013, a Petrobras deve investir entre R$ 85 bilhões e R$ 90 bilhões. Segundo especialistas do mercado financeiro, o reajuste pode render a estatal R$ 600 milhões a partir deste mês. No fim do ano passado, a presidente da estatal, Graça Foster, disse que o preço dos combustíveis estava defasado em 15%. O governo também já admitia defasagem de 7% em relação aos preços internacionais. O último reajuste, de 7,8%, não chegou ao consumidor. ■ Roberto Stuckert Filho/PR País baterá recorde em produção de energia este ano distribuição de energia entre os estados do país. “Esse país continental é cortado de norte a sul por linhas de transmissão. QuanA presidente Dilma Rousseff disdo falta energia em um estado, se ontem que o país vai registrar se transmite aquele que tem sorecorde em produção de energia brando para aquele estado e viceelétrica em 2013, ao inaugurar o versa”, explicou. Parque Eólico Barra dos Coquei“Nós introduzimos energia eóros, localizado no município de lica, energia térmica, de origem Barra dos Coqueiros, região meà gás. Introduzimos uma diversitropolitana de Araficação na biomascaju, em Sergipe. Em 2013 serão sa, expandimos a “Este ano nós va(energia) nuclear. fabricados mos bater um recorCriamos uma diver7.400 kms de sidade de fontes: de. Vai ser o ano que mais energia vai enágua, vento, diesel, linhas de trar na nossa matriz carvão e enertransmissão, gás, (energética). De gegia nuclear. Dessa ração de energia se- segundo Dilma forma, nós melhorarão 8.500 megawatmos a segurança da ts”, disse. Além disso, a presimatriz energética brasileira”, resdenta anunciou que o país vai saltou. dobrar a produção de energia O parque eólico inaugurado atual, de 121 mil megawatts em ontem pela presidente é consti15 anos. “É uma tarefa gigantestuído por 23 unidades aerogeraca para o Brasil.” doras totalizando 34,5 megawatA presidente afirmou ainda ts de capacidade instalada e que serão fabricados 7.400 quilô10,5 megawatts médios de gametros de linhas de transmissão rantia física de energia. de energia elétrica, para que haja Segundo o governador de SerEsta é a previsão da presidente Dilma Rousseff para este ano, anunciada ontem, em Aracaju Presidente cumprimenta trabalhadores sob a ponte Gilberto Amado, em Sergipe, inaugurada ontem gipe, Marcelo Déda, o parque eólico tem a capacidade de gerar energia para atender demanda de 120 mil habitantes e está sendo construído em uma área de 300 hectares. Dilma Rousseff voltou a falar sobre a redução na conta de luz, que já está em vigor, e descartou risco de racionamento de energia no país. “O Brasil tem energia suficiente para crescer. E se pessoas, talvez mal informadas, desavisadas, disseram que ia ter racionamento, elas estão completamente equivoca- das. E inclusive eu asseguro a vocês que vão parar de falar isso, contra a realidade”, disse. A presidente inaugurou também, pela manhã, a ponte Gilberto Amado, que liga o litoral sul de Sergipe com o litoral norte da Bahia. ■ ABr 10 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Henrique Manreza BRASIL NÍVEL DE ATIVIDADE Cai desempenho da indústria da construção A indústria da construção fechou 2012 com fraco desempenho, tanto no nível da atividade — que caiu de 49,1 pontos, em novembro, para 45,8 pontos em dezembro — quanto no nível de empregos, que cedeu de 47,6 para 46,1 pontos na mesma base de comparação, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita no início deste mês. A Sondagem da Indústria da Construção da CNI ouviu 413 empresas do ramo em todo o país. ABr PMDB mantém Renan candidato e ‘dissidentes’ saem do páreo no Senado Elza Fiuza/ABr Reunião de cúpula do partido ignora denúncias e reitera “única” candidatura. Simon, do PMDB, nega chances de vencer Rafael Abrantes [email protected] Os dois principais nomes do PMDB especulados como alternativas à candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL) à Presidência do Senado estão fora do páreo interno para a eleição em Plenário, marcada para sexta-feira (1º/2). Pedro Simon (RS) e Luiz Henrique (SC) foram citados por aliados e dissidentes do grupo de Calheiros como candidatos “ideais” capazes de alcançar consenso entre os 81 parlamentares da Casa. Mas o próprio Simon já retirou seu nome da disputa. “Não me coloco na disputa. Minha candidatura não tem chance de ganhar”, afirmou o senador gaúcho ao BRASIL ECONÔMICO, ontem. Segundo ele, os oposicionistas Randolfe Rodrigues (PSOL) e Pedro Taques (PDT) são “ótimos” candidatos, “mas não têm chances (de vitória) apenas como oposição”. “Nem eles, ou o Jarbas (Vasconcelos, também do PMDB)”, completa. Para Simon, a “única” chance de evitar um segundo mandato de Calheiros como presidente da Mesa do Senado em meio a denúncias de corrupção seria justamente com a substituição da can- didatura do senador alagoano pela de Henrique. “Ele tem o apoio de todo o Senado e a simpatia da presidente Dilma (Rousseff). Seria espetacular”, ressalta Simon. O ex-governador de Santa Catarina, no entanto, está doente e volta à Brasília apenas depois do Carnaval devido à uma úlcera no globo ocular. Calheiros, por sua vez, segue como o “único” candidato do PMDB ao comando do Senado, segundo o presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO). Ambos reuniram-se ontem à tarde com a cúpula do partido, em Brasília, com a presença de Sarney e do vice-presidente Michel Temer. Segundo interlocutores, o encontro postergou para amanhã uma decisão sobre quem serão os líderes da bancada e do Bloco da Maioria (PMDB, PP e PV) no Senado. Dúvidas sobre a manutenção da candidatura de Henrique Eduardo Alves (RN) — outro peemedebista citado recentemente em denúncias de corrupção — à Presidência da Câmara também foram retiradas. Enquanto parlamentares contrários a Calheiros afinam o discurso e correm atrás de apoio, Calheiros tem evitado dar novas declarações públicas. A última de- Renan: em nota, senador criticou tom político de denúncia no STF núncia sobre o senador chegou, na última sexta-feira (25), ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi enviado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e acusa Calheiros de ter apresentado notas fiscais frias para negar o pagamento de contas pessoais por um lobista, em 2007. O caso o fez renunciar à Presidência do Senado a fim de evitar sua cassação (leia mais abaixo). Do lado da bancada de oposição, os senadores tucanos Aécio Neves (MG), Aloysio Nunes (SP) e Álvaro Dias (PR) conversaram ontem com Taques e teriam expressado a “possibilidade” de apoiá-lo no próximo dia 1º. A posição dos tucanos, contudo, só deve ser definida — em bloco — entre hoje e amanhã. Líderes do partido, cuja bancada soma dez senadores, já haviam afirmado que seus votos seriam favoráveis a Calheiros. Anteontem, porém, Aécio defendeu a retirada da candidatura do peemedebista. Segundo Taques, ele e Randolfe decidirão hoje se mantêm duas candidaturas de oposição ou se optam por uma chapa única. “Quando sentirmos que a candidatura unificada é melhor para nossas proposições vamos lançála”, afirmou Randolfe, que admitiu desistir da disputa no caso da entrada de Simon. “Não estou preocupado com número de votos. Quero o debate, pois não é possível o Senado ter apenas um candidato”, completa Taques. ■ Gurgel nega motivação política em denúncias Procurador-geral afirma que denúncia não tem qualquer relação com eleição no Senado O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, negou ontem qualquer relação entre a denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na última sextafeira (25), e a eleição para a presidência do Senado, marcada para o dia 1º de fevereiro. Calheiros é o nome mais cotado dentro do partido para disputar o cargo. “Todos sabem que, no segundo semestre de 2012, o procurador-geral ficou por conta do mensalão. Isso infelizmente retardou a apreciação não apenas deste, mas de uma série de outros feitos. E, por isso, só foi possível agora concluir essa análise e somente agora oferecer a denúncia. Evidentemente não houve, nem há qualquer intenção que isso tenha sido feito por essa ou aquela motivação, no momento em que se aproxima a eleição para a presidência do Senado. Não posso ficar absolutamente subordinado de forma que uma denúncia só possa ser oferecida num momento em que não haja nenhum inconveniente político”, disse. Um dos pontos da denúncia, que está sob segredo de Justiça, diz respeito às suspeitas de que Calheiros teria utilizado notas frias para comprovar o pagamento mensal de R$ 12 mil de pensão alimentícia. O pagamento era feito por um lobista da empreiteira Mendes Júnior, à jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha. O escândalo de corrupção fez com que o parlamentar alagoano renunciasse à presidência do Senado em 2007. No Supremo Tribunal Federal (STF), a denúncia vai ser avaliada pe- Procurador-geral enviou denúncia contra Renan ao Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira (25) lo ministro Ricardo Lewandowski, sem prazo definido. Depois de participar da primeira reunião do ano do Conselho Nacional do Ministério Público, Gurgel disse ainda que deve enviar nos próximos dias ao “Ministério Público Federal de primeiro grau” os trechos do depoimento do publicitário Marcos Valério, em que o operador do mensalão declara ter pago despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse caso, se houver algum acusado com prerrogativa de foro privilegiado, as investigações poderiam continuar com a Procuradoria-Geral da República (PGR), mas segundo Gurgel não é isso que deve acontecer. “Estou concluindo a análise para que possa efetivamente verificar se não há qualquer pessoa com prerrogativa de foro digamos envolvida e não havendo, como o ex-presidente já não detém a prerrogativa de foro, a hipótese será de envio à procuradoria da República em primeiro grau”, disse Gurgel. “Eu acredito que isso (o envio do depoimento para o primeiro grau) será feito nos próximos dias, acrescentou. Gurgel disse ainda que não emitirá nenhuma orientação junto ao depoimento de Valério porque não tem essa atribuição. O depoimento de Valério é tratado com cuidado pelo procurador-geral que já declarou que o empresário é um “jogador”. ■ ABr e Reuters Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 11 ABr SAÚDE Governo vai liberar R$ 1,6 bilhão para área O governo federal usará R$ 1,6 bilhão para construção, reforma e ampliação de unidades básicas de Saúde. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas. A meta é construir 1.253 unidades, ampliar 5.629 e reformar 4.348 em 2013. Há reserva de R$ 1,2 bilhão para a compra de equipamentos. Em 2012, 5.458 unidades foram ampliadas em 2.256 municípios. ABr Ernesto Carriço/O Dia Municípios terão R$ 31,3 bi do PAC 2 Anúncio foi feito ontem pela ministra Miriam Belchior, durante Encontro Nacional de Prefeitos A partir da próxima segundafeira (4), os 5.097 municípios brasileiros poderão apresentar projetos para utilizar R$ 31,3 bilhões em recursos da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, divulgou ontem os detalhes da seleção, durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas. As propostas devem englobar o Programa Minha Casa, Minha Vida ou destinarem-se à construção de creches e pré-escolas. O dinheiro também pode ser aplicado em quadras esportivas nas escolas, unidades básicas de Saúde e centros de iniciação ao esporte. O programa inclui pavimentação de vias, obras de saneamento, compra de equipamentos para estradas vicinais e implementação de cidades digitais e cidades históricas. Os municípios têm direito a pleitear o dinheiro, segundo uma divisão em grupos. O grupo 1 abrange as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Campinas, Belém, Santos e Distrito Federal, além de cidades com mais de 70 mil habitantes no Norte, Nordeste e Centro-Oeste e mais de 100 mil moradores no Sul e Sudeste. O grupo 2 é o dos municípios até 70 mil habitantes no Norte e Nordeste e até 100 mil no Centro Oeste. O grupo 3 é o das cidades com menos de 50 mil moradores. Os recursos destinados à compra de equipamentos para estradas vicinais e implementação de cidades digitais poderão ser usados por municípios incluídos no grupo 3. O dinheiro a obras de saneamento beneficia os grupos 2 e 3. Por fim, o volume financeiro para implementação de cidades históricas está à disposição de apenas 44 municípios catalogados como possuindo grandes conjuntos de patrimônio histórico. O prazo para apresentação dos projetos é 31 de maio para construção de creches, pré-escolas e quadras esportivas escolares e 5 de abril para as demais modalidades. Não há data de encerramento das inscrições para municípios com mais de 50 mil habitantes pleitearem recursos para o Programa Minha Casa, Minha Vida. O cadastro para concorrer aos recursos deve ser feito em páginas na internet do governo federal dependendo do tipo de projeto. Realizarão inscrições o Ministério das Cidades, Ministério da Saúde, Ministério do Esporte, Ministério das Comunicações, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Educação e a Fundação Nacional da Saúde. De acordo com o governo, o Programa de Aceleração do Crescimento 2 vai utilizar R$ 995,1 bilhões até 2014. ■ ABr Marcello Casal Jr/ABr Miriam: propostas devem contemplar programas como Minha Casa Jovens revoltados com a a tragédia em Santa Maria depositam homenagens aos colegas mortos Cidades se mobilizam contra falhas em boates Após tragédia em Santa Maria, aumentam fiscalizações em casas noturnas pelo país Uma onda de fiscalizações em casas noturnas se disseminou por prefeituras de todo o país, alarmadas pelo incêndio que deixou 234 mortos — segundo número revisado pela perícia —, na maioria jovens, em uma boate na cidade gaúcha de Santa Maria, durante show de uma banda na madrugada de domingo. Manaus já fechou 17 boates por questões de segurança e promete fazer uma varredura em 108 estabelecimentos da cidade até o fim de semana. Em Americana, interior de São Paulo, a prefeitura cancelou os alvarás de todas as boates da cidade e se reunirá com os proprietários para garantir o cumprimento das normas. Medidas similares de inspeções foram determinadas em Salvador, Porto Alegre e Niterói (RJ). “Evidentemente que todos nós ficamos chocados com a tragédia de Santa Maria e começou na segunda-feira, aqui em Manaus, uma ação no sentido de fazermos uma varredura total”, disse o prefeito em exercício Bosco Saraiva. A medida foi determinada pelo prefeito Arthur Virgílio (PSDB), que está em Brasília em um encontro de prefeitos. Segundo Bosco, de 27 casas fiscalizadas 17 tiveram que ser fechadas. “Essa dado inicial nos preocupou de sobremaneira.” Na última segunda-feira, em discurso a prefeitos, a presidente Dilma Rousseff, pediu maior rigor nas fiscalizações. “Fui a Santa Maria e a dor que presenciei é indescritível. Falo dessa dor para lembrar a responsabilidade que todos nós, do Poder Executivo, temos com a nossa população. E, diante dessa tragédia, temos o dever de assumir o compromisso, de assegurar que ela jamais se repetirá”, disse. Manaus já fechou 17 boates por questões de segurança e promete fazer uma varredura em 108 estabelecimentos A Polícia Civil do Rio Grande do Sul disse na segunda-feira que as investigações até agora já apontaram que o incêndio foi causado pelo acionamento de um sinalizador durante o show da banda Gurizada Fandangueira e que as portas da boate dificultaram a saída das pessoas do local. Também na segunda, quatro pessoas foram presas — os dois donos da boate e dois integrantes da banda. O sinalizador que iniciou o incêndio teria sido acionado por um dos integrantes do grupo musical, mas segundo a polícia, até agora nenhuma das pessoas ouvidas assumiu ter acionado o artefato. A tragédia em Santa Maria foi a segunda maior provocada por um incêndio na história do Brasil, atrás somente do incêndio em um circo em Niterói, em 1961, que deixou mais de 500 mortos. O número de mortos no incêndio na boate Kiss ainda pode aumentar, já que 75 pessoas continuam internadas em estado grave e respirando com ajuda de aparelhos, por conta da inalação de fumaça tóxica. Revolta Em Santa Maria, ainda abalada pela tragédia, a tristeza vai aos poucos dando espaço à indignação com a sucessão de erros que veio à tona desde o incêndio. Parte do comércio da cidade permanecia com as portas fechadas na manhã de ontem, alguns estabelecimentos ainda mantêm faixas pretas ou com a inscrição de luto nas portas. No principal hospital da cidade, onde vítimas permanecem internadas, o movimento ainda é intenso. “Consternação ainda é o sentimento que prepondera entre as famílias”, disse o diretor do núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado, João Carmona. Entre os jovens que perderam colegas o sentimento também é de revolta. Durante uma marcha na noite de segunda, cerca de 15 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, vestiram-se de branco e foram às ruas. ■ Reuters 12 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 BRASIL JUSTIÇA Vender produto ou serviço a governos exige preparação Documentação em dia, ausência de débitos e planejamento para cumprir contratos são condições mínimas Rodrigo Capote tidão negativa de falência devem estar entre o os [email protected] tos previamente organizados. Comprador voraz e metódico, o (Leia mais no quadro abaixo). setor público oferece uma enor“Alguns entes públicos exime oportunidade para fornecegem ainda um cadastro prévio, dores — a gama de mercadorias o certificado de registro cadasvai de merenda a computadotral, cumprindo exigências imres, passando por ferramentas e postas por ela”, afirma Márcia produtos de limpeza — e prestaWalquiria Batista Santos. dores de serviços. Para disputáHá ainda as qualificações téclo, é preciso se preparar. nicas; como registro ou inscri“O poder público não pode esção na entidade profissional comcolher livremente a empresa petente; comprovação de apticom a qual vai se relacionar. O cadão para a atividade, indicação minho é o processo de licitação”, de instalações, aparelhos e pesavisa Márcia Walquiria Batista soal adequados e disponíveis; e Santos, doutora em direito públiqualificação dos membros da co e coordenadora do Instituto equipe que se responsabilizará Brasileiro de Edupelos trabalhos. cação em Gestão Finalmente, há Requisitos Pública (Ibegesp). editais que preformais são tão “Nele, a burovêem a apresentasignificativos cracia é muito ção de um atestagrande e, muitas quanto o mérito do fornecido por vezes, os assunórgão público ou das decisões, tos não passam empresa privada e a concorrência dizendo que a licipor vários níveis de decisão. Por istante já prestou fiscaliza o seu so, trabalhar com serviços nas conatendimento órgãos públicos dições que a licitatambém exige pação exige, com o ciência. Requisitos formais são por exemplo a limpeza de detertão significativos quanto o mériminada área com certo número to das decisões”, diz ela. de funcionários. Situações fiscal, contábil e administrativa em dia, além de Cardápio Também é preciso identificar certidões negativas de débitos potenciais compradores ou contrabalhistas, são os primeiros tratantes entre os diversos segpassos para entrar em licitamentos atendidos por entes da ções. Balanço patrimonial e cer- ria, defesa de causas judiciais, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, fiscalização de obras e restauração de obras de arte e bens de valor também encontram mercado no setor público, bem como produtos de maior valor agregado. As contratações da União tendem a ser maiores e mais complexas. “Quem dita as regras é o cliente: a administração pública pode escolher exatamente o que quer adquirir e contratar”, diz a coordenadora do Ibegesp. Juliana Garçon O CLIENTE TEM RAZÃO Sempre alerta Márcia Walquiria: “Às vezes, licitação é um exercício de paciência” administração e entender detalhadamente as suas demandas. Prefeituras e governos estaduais zelam pela maior parte da rede pública de ensino, pelo sistema de transporte e pela segurança pública, sem falar nos prédios da própria administração. Serviços e materiais de limpeza e de escritório são demandas de praticamente todos. Com frequência, estatais e órgãos públicos necessitam ainda de serviços de vigilância, manutenção de máquinas, peças de carro e mobiliário. Serviços especializados, como os de informática, perícia, avaliação, consultoria técnica, auditoria financeira e tributá- Acompanhar veículos de comunicação é a forma de se manter informado sobre editais. Os processos fluem mais facilmente com pessoal preparado — no mercado, há cursos, como os do Ibegesp, voltados para a capacitação nessas atividades. Há companhias que contratam ex-servidores públicos para lidar com as rotinas dos editais. Sobretudo, antes de assinar um contrato administrativo, os gestores devem refletir sobre a real capacidade de cumprir sua parte e se planejar para manter o período de fornecimento e para o que fará ao fim dele. “A empresa tem de estar preparada, pois não existe possibilidade de alterar o contrato. E as concorrentes mantêm a vigilância sobre eventuais deslizes”, afirma Márcia Walquiria. ■ Sete dicas para fazer negócios com o governo 1. VERIFIQUE O QUE PODE OFERTAR 2. ACOMPANHE AS DEMANDAS 3. CAPACITE OS FUNCIONÁRIOS 4. FAÇA O CADASTRAMENTO PRÉVIO 5. FIQUE EM DIA COM O PODER PÚBLICO Identifique os produtos e serviços de seu portfólio que podem ser oferecidos a entes públicos. Os mais comuns são serviços de limpeza, manutenção e engenharia e compras de material de limpeza, de escritório, mobiliário e itens de informática Para fazer contratações ou compras, os entes públicos precisam publicar edital no Diário Oficial e em jornal de circulação local. Aquisições de maior valor exigem publicação em jornal de circulação nacional Para superar a burocracia, é preciso conhecer os trâmites da administração pública e uma boa dose de paciência. Além de conhecer a rotina administrativa (procedimentos e etapas seguidos pelos órgãos públicos), é preciso acompanhar jornais e publicações oficiais A União conta com o sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf), certificado emitido após a apresentação de todos os documentos requeridos. A versão paulista é o Cadastro Unificado de Fornecedores do Estado de São Paulo (Caufesp) É preciso provar a regularidade fiscal e trabalhista com: prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal; prova de regularidade no cumprimento dos encargos relativos à Seguridade Social e ao FGTS; prova de inexistência de débitos perante a Justiça do Trabalho Fonte: Instituto Brasileiro de Educação em Gestão Pública (Ibegesp) 6. MANTENHA A DOCUMENTAÇÃO EM DIA A habilitação jurídica exige: cédula de identidade; registro comercial (empresa individual); ato constitutivo, estatuto ou contrato social (sociedades comerciais) e documentos de eleição dos administradores (sociedades de ações); inscrição do ato constitutivo e prova de diretoria em exercício (sociedades civis); decreto de autorização (empresa ou sociedade estrangeira) e ato de registro ou autorização para funcionamento. A qualificação técnica consiste em registro ou inscrição na entidade profissional e comprovação de aptidão para a atividade. A qualificação econômico-financeira requer balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício e certidão negativa de falência ou concordata 7. ORGANIZE OS PAPÉIS E EVITE DÚVIDAS Todos os documentos exigidos no edital devem ser apresentados pela empresa no envelope de habilitação. Podem ser solicitados atestados de que a empresa já prestou serviço a um órgão público anteriormente. Se houver dúvidas, a administração pública pode fazer diligência, solicitar novos esclarecimentos ou mesmo inabilitar a companhia. Não é possível juntar documento novo após a abertura dos envelopes das concorrentes Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 13 MARCOS DA COSTA É advogado e presidente da OAB-SP CNJ retoma discussão sobre novo regimento Principais alterações permitem que Conselho atue e investigue promotores e procuradores Os conselhos nacionais de Justiça (CNJ) e do Ministério Público (CNMP) retomaram as atividades ontem com reformas em andamento. Os dois órgãos estudam propostas que alteram os respectivos regimentos internos, em questões que envolvem poderes e o reforço do sistema colegiado. No CNMP, a sessão de ontem tratou com exclusividade da reformulação do regimento interno de 2008. As principais alterações permitem que o conselho atue em investigações adminis- trativas locais envolvendo promotores e procuradores. A mudança foi motivada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) do ano passado, que manteve amplo poder de investigação do CNJ. De acordo com o presidente da Comissão de Reforma do Regimento do CNMP, conselheiro Tito Amaral, a ampliação de poderes para garantir o patamar alcançado pelo CNJ é possível porque os órgãos são simétricos. As atualizações precisam ser aprovadas em plenário. No CNJ, o novo regimento interno ainda está sendo articulado por uma comissão interna formada por quatro conselheiros. Segundo o presidente da comissão, conselheiro Neves Amorim, a previsão é que as discussões terminem ainda nesta semana e o documento consolidado seja apresentado aos demais integrantes do conselho a partir da próxima segunda-feira (4). A última atualização no regimento interno ocorreu em 2010, sob a presidência do ministro Gilmar Mendes. Os conselheiros agora pretendem dar mais força ao colegiado. A ideia é que o plenário seja consultado antes que certas decisões sejam tomadas pela corregedoria e pela presidência da casa. O novo regimento também pretende dar mais transparência às informações do CNJ. ■ ABr Antonio Cruz/ABr Última atualização no regimento interno foi em 2010, sob a presidência do ministro Gilmar Mendes Justiça itinerante em Manaus Equipe faz 630 atendimentos nas três primeiras semanas deste ano, o dobro do estimado A equipe da Justiça Itinerante, projeto do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) contabilizou 630 atendimentos em quase três semanas de atividades em 2013. O trabalho vem sendo realizado gratuitamente na Vila Olímpica de Manaus e surpreendeu a equipe, pois representa o dobro do que fora estimado. Por conta disso, a equipe, que ficaria atendendo até o próximo dia 14 na Vila Olímpica, decidiu permanecer no local até o final de fevereiro. Do total de atendimentos realizados nos últimos dias, 202 são processos relacionados a divórcio, pensão alimentícia e ações de cobrança. De acordo com subcoordenador do projeto, Leonel Alves Feitoza Neto, o número de atendimentos ficou acima do esperado. “Foi um número recorde. Tínhamos estimado cerca de 300 atendimentos. Estamos felizes com esse resultado, que demonstra a confiança do juridiscionado com o serviço da Justiça Itinerante do Amazonas”, declarou. Ele ressaltou que, em 2013, o projeto completa 10 anos de atividades e a meta é ampliar a divulgação dos serviços oferecidos à população. O ônibus do projeto está estacionado nas dependências da Vila Olímpica de Manaus, na zona Centro-Oeste da cidade, de segunda a sexta-feira, de 8 h às 14 h. A Justiça Itinerante presta atendimentos diversos, de informações jurídicas encaminhamentos para o setor de certidões do Tribunal a ajuizamento de ações de reconhecimento de paternidade, guarda compartilhada, divórcio consensual e pensão alimentícia. No projeto, o cidadão também pode formular reclamações na área Cível, sem advogado, no valor de até 20 salários mínimos, para cobrança de dívidas, indenização por danos materiais e morais, questões de direito do consumidor, entre outras. ■ Com informações do CNJ e TJAM O flagelo da dependência química De acordo com dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), a presença do crack no Brasil vem crescendo assustadoramente. Em 2002, duzentos quilos da droga foram apreendidos. Em 2007, a apreensão totalizou 578 quilos, equivalente a 81,7% do crack apreendido na América do Sul. Diante desse cenário, o país precisa voltar sua atenção à preocupante questão do consumo de substâncias psicoativas ilícitas, principalmente o avanço do crack, que vem se configurando como um dos graves problemas sociais do mundo. O flagelo do crack está atingindo a população brasileira, independente da classe socioeconômica ou da idade daquele que consome esse tipo de droga. As cracolândias não se concentram mais em áreas degradadas das cidades, grandes ou pequenas, já invadiram as casas, as escolas, as empresas, os espaços públicos, demonstrando que não há limite em fazer novos reféns, entre crianças, jovens e adultos. Diante do poder viciante e letalidade do crack e do despreparo do poder público em tratar tantos dependentes químicos, o tratamento obrigatório surgiu como uma proposta de sociedade e se materializou em um convênio firmado entre o governo do estado de São Paulo, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil — Secção São Paulo para que aqueles que esO censo de 2010 tejam em iminente ristraz um dado co de vida possam ter alarmante: o uma alternativa de sonúmero de usuários brevivência. Os dependentes quíde crack já estaria micos vivem uma realiem 2,3 milhões dade de degradação humana, perambulando de brasileiros. pelas ruas e escondidos A maior parcela em “buracos”. Há um dos dependentes vale-tudo para sustende crack é formada tar o vício, filhos que agridem e roubam os por homens pais, filhas que se prosjovens, mas o tituem, laços familiares consumo feminino que se diluem diante de tanta violência, a ressalvem avançando tar a quebra social intensa. O destino da maioria dos usuários de crack, segundo o levantamento, é morte por overdose ou ser vítima de homicídio. O censo de 2010 traz um novo dado alarmante: o número de usuário já estaria em 2,3 milhões de brasileiros. A maior parcela dos dependentes de crack é formada por homens jovens, mas o consumo feminino vem avançando, sendo que hoje temos o registro de centenas de casos de mulheres grávidas dependentes. Certamente, não poderíamos enquanto sociedade viver com medo e insegurança, dispostos a abdicar de direitos e garantias, mas tínhamos de buscar alternativas para enfrentar o desafio de uma solução temporária, capaz de dar uma resposta à sociedade. Dessa forma, o serviço jurídico que funciona no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), na capital paulista, está mobilizando advogados, juízes e promotores para que os dependentes químicos em situação de risco e sem consciência de seus atos sejam encaminhados a tratamento ambulatorial e internação, após avaliação médica e judicial. Esta é mais uma importante contribuição da comunidade jurídica à cidadania e um passo importante na política de saúde e de direitos humanos e no enfrentamento do crack. Nesse pacto os advogados e demais operadores do direito fortalecem seu papel social, porque materializam as possibilidades de colaboração efetiva da Justiça e buscam reduzir os prejuízos causados pela dependência química. ■ 14 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 INOVAÇÃO & GESTÃO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] A importância da segurança de dados para as empresas No Brasil, 52% ainda não dão atenção ao tema; preocupação aumenta com uso de dispositivo de funcionários Flávia Furlan O diretor de marketing da ebusiness Brasil, Henrique Gasperoni, teve seu smartphone furtado em um restaurante na Disney, nos Estados Unidos. Se não fosse a precaução de ter um aplicativo que apaga todas as informações do dispositivo, seu conteúdo pessoal e, principalmente, de trabalho poderia ter caído nas mãos de alguém mal intencionado, espalhando dados de clientes e negócios. O cuidado tomado pelo executivo — que está atento ao tema por fazer parte de sua área de atuação —, no entanto, às vezes passa despercebido pelas empresas. Uma pesquisa divulgada pela Edelman, em parceria com o Ponenon Instituto, que ouviu 6.400 executivos responsáveis por gerenciamento de dados em 29 países, sendo 126 no Brasil, revela que as empresas de todo o mundo não estão preparadas para garantir a segurança e a privacidade dos dados coletados, seja de clientes ou de colaboradores. No Brasil, para mais da metade dos representantes, ou 51%, a organização em que trabalham não considera a privacidade e a segurança de dados pessoais como prioridade. Outros 43% dos executivos ouvidos no Brasil responderam que a organização em que trabalham não tem experiência, treinamento ou tecnologia para proteger informações pessoais e 40% dizem que sua empresa não conta com recursos adequados para isso. Os dados revelam, ainda, que apenas 26% dos entrevistados brasileiros acreditam que a empresa em que atuam é transparente sobre o que faz com as informações dos clientes, funcionários e investidores. Leigh Nakanishi, supervisor sênior da Edelman nos Estados Unidos, revela que a preocupação com a segurança de dados é algo emergente nas empresas e que ainda não possui a atenção que deveria ter, o que normalmente acontece quando o perigo se torna algo mais tangível. “Nos países em que há menos eventos de vazamento de dados e que estão em desenvolvimen- Divulgação [email protected] Henrique Gasperoni Diretor de marketing da ebusiness Brasil “Toda empresa está caminhando para esta tendência de uso de dispositivo dos funcionários, tanto comércio, indústria e serviços quanto nacionais e multinacionais. A questão importante é a falta de política de segurança, porque as soluções para promover isso já existem” to, sem sofisticação regulatória para o tema, como China, Índia e até mesmo o Brasil, a preocupação com o tema é menor”, afirma Nakanishi, acrescentando que em países da Europa, onde as regras vigentes sobre vazamento de informações é mais avançada, as companhias prestam mais atenção à questão. Com o crescente interesse de consumidores, mídia e órgãos regulatórios sobre privacidade de dados, as empresas não podem se dar ao luxo de arriscar a reputação com o vazamento de informações importantes. “Quem conseguir lidar melhor com o tema vai ter um diferencial no mercado”, diz o executivo da Edelman. Dispositivo próprio A falta de preocupação das empresas com dados coletados se agrava diante da tendência de um maior uso de dispositivos pessoais dos executivos no ambiente de trabalho, prática chamada de BYOD (bring your own device, ou ‘traga seu próprio equipamento’, na tradução livre para o português) e que tem sido cada vez mais adotada pelas companhias, de acordo com a Associação Brasileira de ebusiness (ebusiness Brasil). Em pesquisa realizada com 200 executivos da área de tecnologia da informação, no mês de dezembro, a associação mostrou que 39% dos entrevistados já utilizam os equipamentos eletrônicos pessoais ou estão investindo na ação na empresa em ENQUETE Respostas à afirmação: ‘Minha empresa considera a privacidade e a segurança das informações como uma prioridade’ RESPOSTAS BRASIL* Concordo fortemente 11% Concordo 11% MUNDO** 15% 25% Não sei 27% Discordo Discordo fortemente 32% 19% 31% 14% 15% Fontes: Edelman e Ponemon Instituto *126 executivos ouvidos ** 6,4 mil executivos ouvidos que atuam, enquanto outros 28% estudam a possibilidade de implementação. Neste último grupo, 48% das companhias informaram que vão investir na tendência em um prazo máximo de dois anos. Entre as vantagens de usar o dispositivo, os profissionais apontaram a mobilidade (76% das respostas), a liberdade da decisão de escolher qual dispositivo se dá melhor (44%) e redução de custos com dispositivos pela empresa (42%), o que leva a aumento de produtividade dos funcionários, segundo 38% dos executivos de tecnologia. Entre os riscos, está exatamenLeigh Nakanishi Nakanishi, supervisor sênior da Edelman nos EUA: tema envolve reputação das empresas no mercado te a segurança de dados, para 69% dos entrevistados. Para se ter uma ideia, 47% disseram que a área de tecnologia da informação não está pronta para atender os requisitos de segurança e 42% concluíram que a segurança física dos equipamentos também impossibilita o investimento na prática. “Todo tipo de empresa está caminhando para esta tendência de uso de dispositivo dos funcionários, tanto comércio, indústria e serviços quanto nacionais e multinacionais. A questão importante é a falta de política de segurança dos dados, porque as soluções para promover isso já existem”, garante Gasperoni. Uma forma de garantir segurança, de acordo com ele, é delimitar o acesso dos funcionários, de acordo com os cargos, aos sistemas da empresa. Na pesquisa, revelou-se que os profissionais que utilizam os dispositivos pessoais dentro das empresas são, em grande parte, presidentes e diretores, com 71% das respostas. “A empresa tem de tomar cuidado sobre até que ponto vai abrir portas para que determinado funcionário possa carregar a informação para qualquer lugar”, orienta o diretor da ebusiness. De acordo com ele, é importante que as empresas unam as áreas de Recursos Humanos, Jurídica e de Tecnologia da Informação para traçar parâmetros, dentro da legislação, para uso dos dispositivos pessoais no trabalho, garantindo privacidade das informações e um maior comprometimento para que os dados não vazem. ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 15 CARLOS PIRES Sócio-líder de Mercados de Consumo da KPMG no Brasil Raigo Pajula/AFP As vendas do varejo na Copa e na Olimpíada Passageira com o cartão de identificação de gratuidade em ônibus na capital da Estônia Em Tallinn, na Estônia, o transporte é gratuito Gratuidade no serviço público é destinada a reduzir os engarrafamentos no trânsito Tallinn, na Estônia, se tornou a primeira capital europeia com transporte público gratuito para todos os seus habitantes, medida destinada reduzir os engarrafamentos e a contaminação atmosférica. Desde o começo do ano, os moradores da cidade têm que apresentar um novo cartão ao embarcar em ônibus, bondes ou trólebus, mas o trajeto é totalmente gratuito. “Ainda é tão novo que muitas vezes me esqueço”, admitiu à AFP Pavel Ilmajarv, um jovem de 19 anos, ao embarcar em um ônibus no centro da capital estoniana. “Antes, tinha um cartão mensal e não precisava apresentá-lo toda vez. Mas não vou me queixar: a gratuidade dos trans- portes é superprática, adoro”. A gratuidade é reservada aos 420 mil moradores da cidade. Só é preciso pagar dois euros pelo cartão magnético pessoal que comprova a residência. “Tivemos esta ideia há um ano e constatamos que nas primeiras semanas o número de pessoas que usa os transportes públicos aumentou, portanto decidimos aumentar o número de ônibus em serviço”, afirmou o prefeito adjunto de Tallinn, Taavi Aas. A metade dos moradores da capital já utilizou o novo sistema, segundo a prefeitura. Para o município, a gratuidade tem um custo. “Este ano, ficaremos sem os ¤ 12,4 milhões da venda de bilhetes, uma soma que cobriria 23% da totalidade dos custos do transporte público de Tallinn”, afirmou Toomas Pirn, porta-voz da prefeitura. “Uma parte deste valor será compensada pelo aumento dos impostos correspondentes à chegada de novos moradores. Este ano, a população de Tallinn aumentou em 3.686 pessoas e continua aumentando”, acrescentou. Muitos ‘tallineses’ que até agora declaravam sua residência de verão como a principal se registraram em Tallinn para poder se beneficiar da gratuidade dos transportes e assim contribuem para aumentar os ganhos do município, pagando impostos localmente. O objetivo da operação é lutar contra os engarrafamentos e a contaminação. “Esperamos limitar o número de veículos em circulação na cidade e reduzir a contaminação do ar. Segundo os estudos, os veículos são os que mais contaminam em Tallin”, afirmou Pirn. ■ 1 bilhão de turistas no mundo em 2012 Número exato de 1,035 bilhão no final do ano fica 39 milhões acima do registrado em 2011 O número de turistas no mundo superou pela primeira vez em 2012 a barreira de 1 bilhão de pessoas, com alta de 4% em relação ao ano anterior, apesar do contexto global de instabilidade econômica, anunciou ontem a Organização Mundial do Turismo (OMT). Para 2013, a tendência de alta será mantida a um ritmo levemente inferior, com a chegada de turistas aumentando entre 3% e 4%, acrescentou a OMT, subordinada às Nações Unidas e com sede em Madri. Depois de cair 3,9% em 2009, o número de turistas no mundo subiu 6,6% em 2010 e outros 5% em 2011. Como em 2012, a região da Ásia e do Pacífico vai liderar, o aumento em 2013 (5% e 6% previstos respectivamente), seguidos da África (de 4% a 6%), o continente americano (de 3% a 4%) e Europa (2% a 3%). A região mais beneficiada, em 2013, foi a América Central (+6,2%), enquanto que a afluência de viajantes para a América do Sul aumentou 4,7%. ■ AFP Temos lido e ouvido falar muito sobre as oportunidades de negócios que serão geradas com a realização, no Brasil, dos dois maiores eventos esportivos mundiais: a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíada de 2016. As cifras envolvidas são astronômicas, tanto em investimentos básicos em infraestrutura, como em desembolsos diretos para viabilizar a realização dos jogos. Também é expressivo o número de visitantes esperados, sejam eles estrangeiros, ou os próprios brasileiros que gostam de esportes. Em momentos como estes, as oportunidades costumam ser democráticas, atingindo vários segmentos, o que inclui desde o ramo de infraestrutura, dedicado a viabilizar as grandes obras necessárias aos torneios, até o setor de educação, que será exigido para formar profissionais dedicados às mais variadas atividades durante os eventos. Isso sem nos esquecer do segmento de turismo, que é o que, provavelmente, será o mais movimentado em cada um dos períodos. No entanto, algumas áreas de negócios podem até vir a sofrer desaquecimento, apesar dos megaeventos. Temos o exemplo do setor de varejo britânico que, em agosto do ano passado, mês das Olimpíadas de Londres, registrou queda de 0,4% em vendas na comparação com o resultado do mesmo mês de 2011, de acordo com a pesquisa MoniEm agosto do ano tor de Vendas de Varejo, passado, mês dos realizada no Reino Unido Jogos Olímpicos pela KPMG, em parceria de Londres, o setor com o British Retail Con(Consórcio Britâde varejo britânico sortium nico de Varejo). O resultaregistrou queda do foi pressionado espede 0,4% em vendas cialmente pela baixa nos negócios com produtos na comparação não alimentícios. Seguncom o resultado do o levantamento, foi possível perceber um ledo mesmo mês ve impulso nas vendas do ano anterior de bebidas e de alimentos característicos de eventos festivos, mas o resultado médio estimulado pelos Jogos Olímpicos foi mínimo, especialmente em Londres, cidade-sede da competição. Tais informações devem ser especialmente consideradas pelos gestores de empresas de varejo no Brasil, já que se trata de um fenômeno que precisa ser analisado com muita atenção para que possa ser evitado por aqui. É natural que a atenção dos turistas e fãs dos esportes seja dedicada às atividades ligadas aos megaeventos. No caso de uma Olimpíada, esse efeito acaba sendo ainda mais perceptível, já que o número de atividades e atrações é enorme em razão da variedade de modalidades esportivas envolvidas. Provavelmente, as pessoas acabam dispondo de menos tempo para aproveitar atividades características do turismo, como as compras. Para a Copa do Mundo, torneio cujo número de jogos é limitado e a atenção do torcedor é geralmente direcionada a poucas partidas, possivelmente os visitantes terão mais tempo para outros passeios. É certo, porém, que sem planejamento, as empresas do setor de varejo podem acabar enfrentando o que suas similares britânicas vivenciaram ao longo do mês da Olimpíada. Por isso, preparar estratégias que atraiam o interesse dos fãs de esportes para as compras será uma medida essencial para aproveitar de fato as oportunidades criadas pelos megaeventos. Investir em estratégias de marketing será, portanto, um diferencial que tem potencial de impulsionar os resultados naqueles períodos festivos. Também é necessário planejamento apurado e afinado na gestão de estoques e na capacidade de atendimento diante das perspectivas de vendas projetadas. Ao final, as organizações que melhor estiverem preparadas, adotando estratégias diferenciadas e eficientes para reforçar suas vendas, possivelmente desfrutarão de um cenário diferente daquele enfrentado pelas empresas britânicas dedicadas ao varejo ao longo dos Jogos Olímpicos de 2012. ■ 16 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 EMPRESAS Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected] Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected] Patrícia Nakamura [email protected] ALL entra no mercado de importação de combustível Empresa fechou acordo com a Cattalini, que permitirá a construção de um terminal em Paranaguá (PR) Ito Cornelsen/divulgação Ana Paula Machado [email protected] A América Latina Logística (ALL) entra no mercado de importação de combustíveis com o acordo anunciado ontem com a Cattalini. A parceria firmada com a concessionária de ferrovia — que atua no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país — permitirá a construção de um terminal de óleo diesel no porto de Paranaguá, no Paraná, que vai receber os primeiros embarques já em março. Trata-se do primeiro terminal ferroviário dedicado ao recebimento de diesel importado do Brasil. A expectativa do diretor de negócios de líquidos da ALL, Luiz Gustavo Vitti, é que a importação de diesel via Paranaguá, amplie em 10% o volume do transporte de derivados de petróleo pela ferrovia neste ano. Em média, o movimento anual da companhia é de 6,5 bilhões de litros de combustível. “Temos uma expectativa alta porque nos últimos anos o Brasil vem aumentando gradativamente o volume de importação de diesel”, afirma. De 2010 para 2012, os embarques passaram de 500 mil litros para 3,7 bilhão de litros do combustível. “E isso tende a aumentar”, estima Vitti. “E a ALL tem essa solução ferroviária que pode ser usada por qualquer importador”, comemora. Somente com a importação de derivados, a ALL vai movimentar de Paranaguá para o interior do país 600 milhões de litros de produtos este ano. Essa é a capacidade do terminal da Cattalini no porto. Segundo o executivo, serão destinados para este transporte 800 vagões tanques. “Acreditamos que nos próximos cinco anos o Brasil ainda vai importar diesel para suprir o mercado nacional”, diz. “Além da importação, as refinarias do Nordeste podem levar o combustível até Paranaguá via cabotagem e de lá distribuir pela ferrovia.” Ele destaca ainda que se trata de uma operação que não depende de uma frota dedicada, como é o caso da operação para exportação de álcool. Parcerias costuradas A ALL fez também uma parceria Movimento anual da ALL é de 6,5 bilhões de litros de combustível com a Raízen, empresa da Cosan e da Shell, para a construção de um terminal de etanol na cidade de Ourinhos, no interior de São Paulo. A parceria é um passo importante para o mercado exportador de combustível, pois, até então, o estado de São Paulo, que é o principal mercado de etanol brasileiro voltado para exportação, não tinha uma saída de escoamento via ferrovia. “Conseguimos concentrar toda a produção de etanol do interior de São Paulo no terminal e dali mandamos para o Porto de Paranaguá. Nessa operação, temos uma frota de 300 vagões dedicados”, afirma Vitti. O executivo explica que essa frota precisa ser exclusiva porque o etanol para exportação não pode conter resíduos de hidrocarbonetos, sustância presente principalmente no óleo diesel. Com esse contrato, a ALL vai transportar por ano cerca de 500 milhões de litros de etanol, mais que o dobro do movimentado para os embarques no ano passado, quando a companhia contabilizou 400 milhões de litros de etanol para exportação. Isso representou 20% do total do combustível transportado pela companhia no ano passado, que chegou a 2,5 bilhões de litros. Ao todo passaram pelos trilhos da ALL cerca de 9 bilhões de litros de granéis líquidos, sendo a maior parte de diesel para o mercado interno. ■ Ford bate previsão de lucro no quarto trimestre Jeff Kowalsky/Bloomberg Montadora americana, porém, espera vendas piores no continente europeu este ano Reuters [email protected] Allan Mullaly, da Ford: 18 lançamentos previstos para o Brasil A Ford, sob comando de Allan Mullaly, previu que o lucro operacional de 2013 ficará em linha com os resultados do ano passado, tendo em vista que a maior participação de mercado nos Estados Unidos compensa as crescentes perdas na Europa. As previsões de vendas na Europa estão piores, e a Ford prevê perder US$ 2 bilhões em 2013 no continente, acima do total de US$ 1,75 bilhão em 2012. No entanto, a segunda maior montadora de veículos dos Estados Unidos acredita em lucros maiores na América do Norte neste ano. A região foi a maior força da Ford em 2012 e a ajudou a superar as estimativas de Wall Street para o quarto trimestre. “Devemos ver, na zona do euro, uma recessão no fechado do ano”, afirmou o vice-presidente financeiro, Bob Shanks, no anúncio dos resultados. A Ford teve um lucro operacional antes de impostos de quase US$ 1,7 bilhão nos três últimos meses de 2012, ou US$ 0,31 dólar, acima da estimativa média de analistas de US$ 0,25 por ação, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. Esse resultado se compara a US$ 1,1 bilhão, ou US$ 0,20 por ação, um ano antes. A receita no quarto trimestre somou US$ 36,5 bilhões. Na América do Norte, a montadora ganhou US$ 1,9 bilhão, US$ 1 bi- lhão a mais do que em 2011. As perdas na Europa somaram US$ 732 milhões, bem acima do prejuízo de US$ 190 milhões um ano antes. A recuperação na América Norte será um guia para a reestruturação da Ford na Europa, onde a companhia planeja fechar três fábricas e reduzir a capacidade de produção em 18% para economizar US$ 500 milhões por ano. A Ford, que prevê perdas na Europa US$ 200 milhões maiores em 2013, acredita em maior participação de mercado nos EUA e China. No Brasil, estão previstos 18 lançamentos tanto para o segmento de automóveis quanto para o de caminhões. Para viabilizar as novidades, a marca investirá R$ 4,5 bilhões no país até 2015. ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 17 Adriano Machado/Bloomberg PERSPECTIVA Raízen estima crescimento na produção A Raízen, joint venture entre a Cosan e a Royal Dutch Shell, estima crescimento da produção de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil em 2013/14 para 585 milhões de toneladas, ante 532,5 milhões em 2012/13, afirmou o diretor comercial Ivan Melo Filho. Ele disse à Reuters que a alta se deve a aumento da área a ser colhida e da produtividade. Melo Filho afirmou ainda esperar que a produção de açúcar atinja 36,3 milhões de toneladas em 2013/14, ante 34,1 milhões em 2012/13. Fiat renova linha da Alfa Romeo Harley-Davidson desacelera no 4º tri Lucro da centenária fabricante de motos foi de US$ 70,6 milhões de outubro a dezembro Redação [email protected] A Harley-Davidson informou que as vendas do quarto trimestre tiveram queda de 33% por causa do baixo número de encomendas de suas icônicas motos. O volume de vendas de motocicletas no período teve uma bai- xa de 7,2% no ano passado, alcançando 47,06 mil unidades. Para o primeiro trimestre, a companhia espera comercializar entre 71 mil e 76 mil unidades no mundo todo, um aumento de até 18% em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao longo de 2013, a companhia espera ampliar suas vendas entre 4,5% a 6,5%. O lucro da centenária fabricante de motos caiu de US$ 105,7 milhões pra US$ 70,6 mi- lhões no último trimestre fiscal. A receita teve uma queda de 1,5%, para US$ 1,01 bilhão, de acordo com informações enviadas ao mercado. A margem bruta da companhia saiu de 31,2% para 31,8%. Esta é a primeira queda nos resultados da companhia nos últimos dois anos por conta da estabilização dos mercados maduros. A Harley-Davidson continua com a ampliação de seus negócios no exterior. ■ George Frey/Bloomberg Marca, que já foi sinônimo de estilo, ganhará um utilitário esportivo em 2015 Tommaso Ebhardt Bloomberg A Fiat planeja colocar no mercado um utilitário esportivo sob a marca Alfa Romeo, uma de suas controladas. A estratégia é a mais nova cartada da montadora italiana para transformar a Alfa numa marca de luxo internacional, status perdido há pelo menos uma década. A linha de produtos deve rivalizar principalmente com a Audi, grife pertencente à Volkswagen. O utilitário esportivo deve chegar às concessionárias em 2015, de acordo com três fontes próximas ao projeto. O anúncio oficial deve ser realizado em breve. O novo modelo é um dos nove automóveis que a Alfa deverá lançar nos próximos quatro anos, e deve contribuir para triplicar as vendas da marca até 2016. A Alfa Romeo, que foi o símbolo de estilo e performance da indústria automotiva italiana por décadas, é o centro da estratégia do presidente da Fiat, Sergio Marchionne, para dar fim aos prejuízos na Europa. O grupo deverá lançar 16 modelos de alto luxo, incluindo os da Alfa, até 2016, para ocupar as fábricas ociosas na Itália. As três principais marcas de luxo - as alemãs Volks, Audi e BMW- já possuem SUVs em sua linha. O novo utilitário esportivo da Alfa pode, inclusive, signifcar o retorno da marca aos Estados Unidos após uma ausência de quase duas décadas. O carro vai usar tecnologia e peças já empregadas no Dodge Dart, de acordo com as fontes. O novo Alfa será montado na fábrica de Mirafiori, perto da sede da companhia em Turim. Procurada, a Fiat não se manifestou. O grupo italiano deve apresentar seus resultados hoje. De acordo com projeções de analistas, a montadora italiana deve perder ¤ 743 milhões, 49% a mais do que os prejuízos obtidos em 2011. A Alfa vendeu 87% de seus carros na Europa no ano passado e deve apresentar prejuízo de ¤ 300 milhões. ■ Icônica fabricante de motocicletas Harley-Davidson prevê aumento de até 6,5% nas vendas neste ano PSA e Renault encaram greve Funcionários das montadoras francesas protestam contra plano de demissões AFP [email protected] Os funcionários de dois dos principais fabricantes franceses de automóveis, Renault e PSA Peugeot-Citroën, fizeram manifestações ao longo do dia de ontem nas principais unidades fabris. Eles protestavam contra os planos de reestruturação em curso nas duas empresas. Ainda ontem, a justiça suspendeu o plano de demissões da PSA. Uma nova rodada de negociações teve início ontem entre representantes das montadoras, do governo e dos sindicalistas. As fábricas paralisaram a produção no dia de ontem. Negociação dura Na Renault, que pretende cortar mais de 8 mil funcionários até 2016, foi realizada a oitava rodada de negociações com funcionários. Os sindicalistas reclamavam que a montadora quer impor nos acordos cláusulas de competitividade. Os empregados são contra a medida. Na unidade fabril da Renault de Douai, na região norte do país, a cláusula de competitividade foi classificada como “chantagem” e culminou com a greve. “A medida abre flancos para demissões e fechamento de fábricas”, reclamaram os líderes da manifestação. Já em Flins, perto de Paris, centenas de funcionários bloquearam a estrada nas proximidades da fábrica. Renault pretende demitir 8 mil funcionários; Peugeot vai fechar unidade na periferia de Paris Redução de postos na PSA O dia também foi difícil para a PSA. Na sede da montadora, em Paris, foi realizada uma reunião sobre demissões nas unidades de Rennes (oeste do país) e Aulnay, na periferia da capital. O encerramento das atividades de Aulnay está previsto para 2014 e faz parte de um plano de reestruturação que pode culminar em até 8 mil demissões, além de não preencher 1,5 mil vagas temporárias. Este plano foi anunciado em meados de 2012 pela alta cúpula da PSA. Após 10 dias de greve, a unidade de Aulnay voltou a abrir na última segunda-feira, mas as manifestações continuam prejudicando a linha de produção. A fábrica já tinha realizado uma parada entre os dias 16 e 18 de janeiro. O Tribunal de Apelações de Paris decidiu pela suspensão do plano de reestruturação da PSA. A empresa não teria respeitado o procedimento de informação e consulta pública. ■ Cosan planeja elevar volume embarcado em Santos Ganho de capacidade de exportação chegará a 5 milhões de toneladas por ano Reuters [email protected] A Cosan, uma das maiores empresas produtoras de açúcar e etanol do mundo, pretende concluir até abril do ano que vem a obra do teto de proteção para navios localizada no porto de Santos, litoral paulista, informou ontem um executivo da empresa, projetando aumentar a capacidade de embarque da empresa. Julio Fontana, presidente da Rumo Logística, braço de logística da Cosan, disse em email enviado à Reuters, que “o novo teto a ser instalado irá permitir à Rumo operar em dias de chuva, que chegam a 100 por ano em média na região de Santos”. O carregamento de açúcar e outras cargas brutas da Cosan precisa ser interrompido durante os dias chuvosos porque mesmo a menor quantidade de umidade pode estragar a carga causando prejuízos à Cosan, informa a empresa. A companhia havia projetado, inicialmente, que a finalização do teto ocorreria em novembro do ano passado, o que não veio a se concretizar. A estrutura cobrirá uma áreas de 120 por 240 metros, com uma altura que chegará a 65 metros As fundações já foram concluídas, informou Julio Fontana, da Rumo Logística. “Isto representa um ganho de capacidade de cerca de 5 milhões de toneladas por ano”, informou o executivo. A companhia afirmou que o teto aumentará a produtividade do terminal localizado no porto de Santos em cerca de 40%. Julio Fontana respondeu às perguntas por email antes da conferência anual de açúcar a ser realizada em Kingsmann, em Dubai, a partir da próxima sexta-feira. O evento, que vai até domingo, reunirá centenas de líderes do mercado de açúcar mundial. ■ 18 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Divulgação EMPRESAS COMÉRCIO Rei do Mate anuncia plano de expansão Em 2013, o Rei do Mate, rede especializada em mate e salgados, planeja inaugurar cerca de 30 lojas. “As unidades serão abertas em cidades do interior paulista como Barueri, Sorocaba, Pindamonhangaba, Taboão da Serra e Bauru. Também teremos lojas nos estados do Rio de Janeiro, Piauí, Alagoas, Maranhão e Ceará”, afirma Adriana Lima, diretora de expansão e operações da marca. Atualmente a companhia conta com mais de 340 lojas. Oracle reforça diversificação e já fatura US$ 1 bilhão com nuvem 60% da receita de US$ 37,1 bi apurada no ano fiscal de 2012 vem de outras soluções que não o banco de dados Murillo Constantino Fabiana Monte [email protected] Ao longo de 36 anos, a Oracle fez fama no mercado de tecnologia corporativa por dois motivos principais. Primeiro por seu banco de dados, segmento no qual é líder. Segundo, por seu feroz apetite por aquisições. Hoje, banco de dados é 40% do faturamento mundial da empresa, que totalizou US$ 37,1 bilhões no ano fiscal de 2012, encerrado em maio passado. Os 60% restantes são fruto de 9 mil produtos, como sistemas de relacionamento com clientes, gestão de recursos humanos, in- PERFIL A empresa de Larry Ellison em números US$ 37,1 bilhões foi o faturamento no ano fiscal de 2012* 40% da receita vem do tradicional banco de dados US$ 70 bilhões foi quanto a empresa gastou em mais de 90 aquisições nos últimos 8 anos 125 mil empregados, dos quais 1.387 estão no Brasil 10 mil clientes no Brasil *De junho de 2011 a maio de 2012 teligência de negócios, monitoramento de redes sociais. Computação na nuvem, e soluções que integram software e hardware, onde a Oracle entrou há cerca de dois anos e meio, são negócios de US$ 1 bilhão cada, ou 3% do faturamento global da empresa cada um. E aí é que fica claro o objetivo de tantas compras: ampliação de portfólio. Desde 2005, a empresa criada por Larry Ellison, 6º no ranking de bilionários da Forbes, desembolsou US$ 70 bilhões em mais de 90 aquisições. Quer se tornar e ser reconhecida como fornecedora de soluções, com software e hardware, para clientes corporativos. “Não quero perder as características do banco de dados, que remete à segurança, mas quero ser uma empresa de aplicações completas”, afirma Cyro Diehl, presidente da Oracle no Brasil. Luiz Meisler, vice-presidente executivo da empresa para a América Latina, admite, porém, que esse é um processo. “Cada vez que uma empresa usa um dos nossos produtos, passa a ter essa visão. A primeira imagem que se tem da Oracle é a de banco de dados. Mas não é mais só banco de dados”. A Oracle tem três grandes focos para 2013. O primeiro é ganhar espaço com soluções para melhorar a experiência dos clientes de seus clientes. É o caso de ferramentas que monitoram redes sociais, entendem semântica e prestam atendimento automático. “Temos produ- Meisler (à esq.) e Diehl, no novo prédio da Oracle em São Paulo, que foi comprado por R$ 165 milhões tos para oferecer uma experiência única para o consumidor final quando ele se conecta à empresa por telefone, pela internet, pelas redes sociais”, diz Meisler. O segundo é computação na nuvem. Todos os produtos, inclusive hardware, podem ser contratados no modelo, no qual o cliente contrata conforme a demanda e paga por uso. No mundo, a Oracle tem mais de 100 mil clientes na nuvem e 25 milhões de usuários. Por último, a aposta é em sistemas integrados, que reúnem as soluções de software e de hardware da Oracle, como o Exadata, para banco de dados, com mais de 2 mil máquinas instaladas no mundo. Os sistemas integrados tornaram-se possíveis graças à aquisição da Sun, em 2009, por R$ 7,4 bilhões, que deu à Oracle hardware. Meisler não abre as metas para 2013, mas diz que nos últimos 12 anos a empresa cresceu no mínimo dois dígitos na Amé- rica Latina. “Por três anos consecutivos, a América Latina foi a região que mais cresceu, percentualmente, no mundo”, diz Diehl. O Brasil é metade do negócio da Oracle na região. Não à toa a empresa mudou-se há um mês para um novo prédio, de 12 andares, ao lado do shopping Morumbi, zona sul de São Paulo. Comprado por R$ 165 milhões da Multiplan, o prédio tem 13 mil metros quadrados e substitui o anterior, de dois andares. ■ Google lutará contra acesso de governo a e-mails SeongJoon Cho/Bloomberg Gigante das buscas promete fazer lobby em Washington para proteger informações pessoais Reuters [email protected] O Google vai fazer lobby em Washington para dificultar o acesso das autoridades policiais americanas a e-mails e outras mensagens digitais. Em post por ocasião do Data Privacy Day, na segunda-feira, o vicepresidente jurídico do Google, David Drummond, disse que o gigante das buscas, em coalizão com muitas outras poderosas empresas de tecnologia, tentaria convencer o Congresso a atualizar a lei de proteção da privacidade de 1986. Ele citou dados que mostram que os pedidos governamentais de acesso a dados de usuários do Google cresceram em mais de 70% desde 2009. Em 2012, o Google recebeu 16.407 pedidos de informações, afetando 31.072 contas, mais de metade deles acompanhados por uma intimação. Google recebeu mais de 16 mil pedidos de informações em 2012 “Somos uma empresa que respeita a lei e não desejamos que nossos serviços sejam usados de maneiras prejudiciais. Mas é igualmente importante que a lei proteja vocês contra solicitações amplas demais de informação pessoal”, afirmou Drummond no post. A Electronic Communications Privacy Act, aprovada nos EUA nos primeiros dias da internet, não requer que investigadores do governo obtenham mandados de busca quando solicitam acesso a e-mails e outras mensagens. ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 19 20 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Kiyoshi Ota/Bloomberg EMPRESAS TECNOLOGIA Apple confirma novo iPad de 128 gigabytes A Apple colocará no mercado em 5 de fevereiro um iPad com 128 gigabytes de memória, o dobro da capacidade do modelo mais potente disponível até o momento. O equipamento custará, nos Estados Unidos, a partir de US$ 799 (com conexão wi-fi) e pode chegar a US$ 929 (com conexão com celular). A Apple já tinha ampliado a gama de tablets iPad em outubro, com o lançamento do Mini, que custa entre US$ 329 a US$ 659. Bloomberg Microsoft repagina Office, um de seus carros-chefes, de olho na mobilidade A nova versão do pacote, que inclui aplicativos como Word e Excel, foi lançada ontem no Brasil Rodrigo Capote Carolina Pereira IMPORTÂNCIA DO OFFICE [email protected] Desde o ano passado, o presidente mundial da Microsoft, Steve Ballmer, tem mencionado em eventos a expressão “onda de inovação”, se referindo ao momento pela qual a gigante de tecnologia está passando. Desde então a companhia tem lançado no mercado itens como o tablet Surface e o sistema operacional Windows 8 e tenta deixar de ser conhecida como uma empresa de software para ser uma companhia de “serviços e dispositivos”. Agora, a bola da vez nesta estratégia é o pacote Office, responsável por 30,5% da receita total, que teve uma nova versão lançada ontem. “O novo Office é um elemento muito importante para a onda de inovações que a Microsoft está promovendo”, diz Michel Levy, presidente da Microsof no Brasil. A novidade é a disponibilidade do pacote de aplicativos na nuvem, ou seja, acessível via internet. O lançamento também dá início a uma nova política de atualização do pacote, que passa a acontecer de forma automática ao invés de a cada três meses. O Office 365 Home Premium está disponível no Brasil por R$ 179 para a assinatura anual (até o dia primeiro de abril) e oferece 20 GB para armazenamento e 60 minutos de Skype, serviço Divisão da receita da Microsoft, em US$ bilhões* Office 22,299 Windows 17,32 Produtos relacionados a servidores 14,232 Plataforma Xbox 8,045 Consultoria e serviços 3,976 Publicidade 3,178 Outros 4,67 TOTAL 73,723 Fonte: empresa *ano fiscal terminado em 30 de junho de 2012 Roberto Prado, diretor de competitividade da Microsoft: uma em cada sete pessoas no mundo usa Office de que foi comprado em 2011 pela Microsoft por US$ 8,5 bilhões. “O Skype é o irmão mais novo da família e há muitas possibilidades de integração”, afirma Roberto Prado, diretor de competitividade da Microsoft. Mercado O principal concorrente da Microsoft na área de pacotes de aplicativos “na nuvem” é o Google, com seu Google Docs. A Microsoft, no entanto, evita falar sobre uma possível briga entre os dois por mercado. “Estamos em patamares diferentes, temos mais produtos e serviços, não podemos comparar”, diz Ana Carolina Garini, gerente de produtos para empresas da Microsoft. De fato, a Microsoft ainda nada de braçada neste segmento. O Office possui 92% do mercado corporativo no Brasil, de acordo com o último levantamento feito Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre administração de recursos de TI. E no mundo o pacote de aplicativos é utilizado por uma em cada sete pessoas, seja em casa, na escola ou no trabalho, totalizando um bilhão de usuários. No entanto, apesar da liderança, o conceito de oferecer os aplicativos deste tipo “na nuvem” foi instituído pelo Google e, agora, a Microsoft segue a mesma tendência, de olho no crescimento da mobilidade dos usuários. “As pessoas querem estar cada vez mais conectadas com todos os seus dispositivos e a nova versão foi criada pensando nessas mudanças”, diz Gabriela Zaninetti, gerente de produto da Microsoft. Além do Office Home Premium, foram lançadas também versões específicas do pacote válidas apenas para um computador e voltadas para estudantes universitários (R$ 239), pequenas empresas (R$ 589) e profissionais (R$ 1079). ■ Falhas na rede podem ameaçar PCs e impressoras Andrew Harrer/Bloomberg Foram descobertos entre 40 milhões e 50 milhões de aparelhos vulneráveis a ataques Jim Finkle Reuters Falhas em tecnologia para redes amplamente utilizadas estão expondo milhões de computadores, impressoras e unidades de armazenamento a ataques por hackers na internet, disseram pesquisadores de uma desenvolvedora de software de segurança. O problema está em roteadores para computadores e outros equipamentos para redes que fazem uso de um padrão comu- mente empregado, conhecido como Universal Plug and Play ou UPnP. Ele facilita a identificação e comunicação com equipamentos, reduzindo o trabalho para estabelecer redes. A desenvolvedora de software de segurança Rapid7 disse que descobriu entre 40 milhões e 50 milhões de aparelhos que são vulneráveis a ataque devido a três diferentes conjuntos de problemas identificados pelos pesquisadores da companhia no padrão UPnP. A lista de aparelhos inclui produtos de fabricantes incluindo Belkin, D-Link, a divisão Linksys da Cisco e Netgear. Representantes da Be- lkin, D-Link, Linksys e Netgear não puderam ser contatados para comentar. O vice-presidente de tecnologia da companhia de software de segurança Veracode, Chris Wysopal, disse acreditar que a publicação das descobertas da Rapid7 pode atrair atenção para a área ainda emergente de segurança UPnP, levando outros pesquisadores a buscar mais falhas no UPnP. “Isso se enquadra na categoria de assustador”, disse Wysopal, que revisou as descobertas da Rapid7. “Haverá muito mais pesquisa sobre isso. E a pesquisa subsequente pode ser bem mais assustadora.” ■ Computadores seriam acessados por meio dos roteadores Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 21 Bloomberg APORTE Nokia investe US$ 250 mi em tecnologia móvel A Nokia investirá US$ 250 milhões em um fundo para novos negócios voltado a empresas iniciantes de tecnologia móvel, informou a fabricante finlandesa. Este será o terceiro fundo da Nokia Growth Partners, unidade de empreendedorismo global da Nokia que investe em empresas de hardware e componentes móveis, além de companhias iniciantes de publicidade digital. A Nokia Growth Partners tem US$ 600 milhões Sob sua gestão, segundo informações no site da unidade. Brasil ganha relevância na estratégia da Asus, que amplia presença no país Subsidiária responde direto para a matriz. Modelo tributário é um dos motivos que levaram à mudança Fabiana Monte [email protected] Há um ano e meio, a taiwanesa Asus mudou sua estratégia para o Brasil. O primeiro passo foi transformar o país em uma região, o que, na prática, aumentou a autonomia e a agilidade da subsidiária, que passou a responder diretamente para a matriz. A mudança deve-se a algumas razões, como o complexo sistema tributário brasileiro. “A estrutura de impostos é complexa, a forma de fazer negócios é diferente, bem como a estratégia de ataque ao mercado. Além disso, a Asus vê o Brasil como um mercado importante, com consumidores ávidos por tecnologia”, enumera Christian Zaharic, gerente de marketing da Asus no Brasil. Por ano, a quinta maior fabricante de PCs do mundo, fatura US$ 10 bilhões globalmente. A empresa, que também é fornecedora de componentes como placa-mãe e placa de vídeo, encerrou 2012 com 6,8% de participação do mercado mundial de PCs e 17% de crescimento, segundo a consultoria IDC. No Brasil, tablets e notebooks, são seu carro-chefe. “Produtos com te- la sensível a toque serão os mais importantes do primeiro semestre”, conta Zaharic. Eles serão metade do portfólio de 60 itens da empresa no país. A maioria é produzida no Brasil por empresas como Quantas e Flextro- nics, que fabricam produtos para diversas marcas. Com a aposta em telas sensíveis a toque, a Asus segue uma tendência mundial de oferecer essa tecnologia em diversos equipamentos. Outro mote são Murillo Constantino Zaharic, da Asus: desafio é introduzir novas tecnologias para consumidores acostumados a preço SABMiller mais cautelosa Para presidente de cervejaria, fusões no setor de bebidas atingiram preços exorbitantes Duane D. Stanford Bloomberg As aquisições globais de cervejarias de grande porte abrandaram o ritmo por causa do preço estratosférico que esses artigos alcançaram nos últimos tempos, afirmou nesta terça-feira o presidente-executivo da SABMiller, Graham Mackay. “As últimas transações realizadas foram feitas a níveis impensáveis”, avaliou o executivo. “É difícil ver como esses acordos conseguiram valer tanto”, completou Mackay, sem especificar empresas envolvidas nas negociações. “dispositivos conversíveis”, como notebooks que se transformam em tablets e vice-versa. A empresa também promete ampliar o portfólio de tablets, pois, para Zaharic, este será o ano da consolidação deste mer- Cervejarias globais estão usando aquisições para conseguir ampliar seus domínios geográficos, ampliando a concorrência global. No ano passado, a AnheuserBusch InBev comprou as ações que ainda não estavam em seu poder da cervejaria Modelo por US$ 17,1 bilhões. Ainda em 2012, a Heineken adquiriu as ações que a Fraser & Neave tinha na Asia Pacific Breweries, Executivo da empresa diz que as últimas transações foram feitas em níveis impensáveis por US$ 4,3 bilhões. Há pouco menos de dois anos, foi a própria SABMiller que desembolsou cerca de US$ 13 bilhões para ficar com a australiana Foster’s Group. Mackay não quis comentar os recentes boatos sobre a fusão entre a SABMiller e a Anheuser-Busch InBev. “Nosso trabalho é fazer com que os negócios fiquem tão caros a ponto de não conseguir atrair compradores”, disse o executivo. Hoje, o valor de mercado da cervejaria é de aproximadamente US$ 77,7 bilhões. Na semana passada, a segunda maior cervejaria do mundo registrou alta de 8% no faturamento do seu terceiro trimestre fiscal graças ao aumento do consumo da bebida. ■ cado no Brasil. “Queremos puxar a inovação. E uma inovação pela qual você pode pagar”, acrescenta. Segundo Zaharic, o modelo tributário do Brasil é uma barreira, porque impacta no preço final. “Quando você coloca os impostos, o preço sobe na ponta. Impostos são um quebra cabeça”, afirma. O foco em notebooks e tablets é uma forma da Asus substituir o espaço perdido por netbooks, cujas vendas do mercado como um todo vêm encolhendo, em função do avanço dos tablets. “O mercado vai migrar para notebooks ou tablets”, confirma Zaharic. Agora, a companhia preparase para expandir sua presença no país. Zaharic não dá números, mas garante que a Asus abrirá novos escritórios por aqui. Hoje, tem 150 empregados, em dois escritórios na zona sul de São Paulo. “Vamos investir em comunicação e em treinamento de canais, porque o desafio hoje é como introduzir novas tecnologias para consumidores acostumados a preço”, diz. Zaharic não informa números absolutos, mas diz que no ano passado a Asus dobrou de tamanho por aqui e que os investimentos cresceram no mesmo ritmo. A meta para 2013 é a mesma. ■ International Paper tem ganho acima do esperado A receita da empresa cresceu 10% no quarto trimestre, para US$ 7,08 bilhões Reuters [email protected] A International Paper divulgou ontem os números apurados no quarto trimestre do ano passado. O resultado — queda no lucro e aumento na receita — veio acima do esperado para o período. O principal motivo para o desempenho considerado bom pela International Paper foi a aquisição da rival menor Temple-Inland, realizada no ano passado. O lucro líquido apurado pela empresa, que possui no Brasil três fábricas de papel, caiu pa- ra US$ 235 milhões, ou 53 centavos de dólar por ação, contra US$ 281 milhões, ou 65 centavos de dólar por papel, um ano antes. Já o lucro excluindo itens extraordinários foi de 69 centavos de dólar por ação, enquanto a receita cresceu 10%, para US$ 7,08 bilhões. Analistas esperavam, em média, lucro de 65 centavos dólar por ação, com receita de US$ 6,97 bilhões, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S. “Nosso sucesso em capturar sinergias da aquisição da Temple-Inland contribuiu para o resultado do quarto trimestre e para geração de caixa recorde para a companhia em 2012”, afirmou o presidente-executivo, John Faraci, em nota. ■ 22 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Divulgação EMPRESAS MERCADO IMOBILIÁRIO Toya lança empreendimento em Hortolândia A incorporadora Toya Martins lança hoje um empreendimento residencial na cidade de Hortolândia, região metropolitana de Campinas (SP). Numa área com quase 10 mil metros quadrados serão erguidas duas torres com 14 andares, totalizando 168 unidades de dois e três dormitórios. O Parque Gabriel Residencialle terá um valor geral de vendas de R$ 53 milhões e a expectativa é que 60% da unidades sejam comercializadas no prazo de 90 dias. BRF enfrenta dificuldade para abastecer redes de supermercados Dona das marcas Sadia e Perdigão tem instabilidade no fornecimento de produtos como presunto e pizza Cintia Esteves [email protected] Quase quatro anos após a fusão entre Sadia e Perdigão, que resultou na criação da BRF, a companhia ainda enfrenta algumas dificuldades para abastecer o varejo. A fabricante não tem conseguido manter estável a entrega de produtos como presunto, linguiça, pizza, lasanha, hambúrguer e peito de peru, segundo supermercadistas ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO. Esta não é a primeira vez que a fabricante deixa de entregar seus alimentos. No Natal de 2011, alguns varejistas reclamaram que só haviam recebido 20% do total encomendado de carnes bastante procuradas na época, como peru, tender e chester, conforme reportagem publicada pelo jornal no final de novembro daquele ano. Procurada, a BRF informou que acaba de passar por um período de forte demanda, que tradicionalmente ocorre no fim do ano por causa das festas de Natal e Ano Novo. “Logo após esta época, eventualmente, podem surgir problemas pontuais de atendimento à demanda. A companhia ressalta que está trabalhando para oferecer o abastecimento integral aos clientes e, portanto, solucionar casos específicos e localizados”, afirmou em nota. De acordo com os varejistas, as entregas dos pedidos deixaram de ser regulares desde a época da fusão. “Nos últimos meses eles têm entregado 30% a menos do que encomenda- mos”, afirma Antonio de Souza, gerente do Futurama, rede de supermercados com sete unidades na capital paulista. No varejista, o problema está relacionado principalmente a produtos como lasanha, hambúrguer, presunto e peito de peru. No início deste ano, o Futurama enfrentou a situação mais crítica. Vendedores da BRF informaram que a companhia deixaria de abastecer a varejista por dez dias, período em que estaria mudando sua razão social. “Algumas notas fiscais vinham com nome Sadia. Agora é tudo BRF Brasil Foods”, diz Souza. A situação coincidiu com a mudança no logotipo da empresa. No dia 16 de janeiro deste ano, a BRF enviou um comunicado ao mercado informando que a empresa teria uma nova identidade visual a partir daquele dia: o logo mudou de cor e formato. Outra rede supermercadista de médio porte ouvida pela reportagem informa que a BRF está com dificuldade para entregar algumas opções de pizza, presunto e linguiça. “Estes produtos costumam faltar nas gôndolas”, diz um executivo que prefere não se identificar. Já em um supermercadista de grande porte, a falta de produtos mais recente foi percebida em dezembro do ano passado. “Faltou presunto, pois nesta época de Natal, a BRF costuma priorizar os suínos para a produção de carnes natalinas. Mas a situação já voltou ao normal na nossa rede”, diz o executivo, que também pediu para não ter o nome revelado. O Futurama não teve a mesma sorte. “É comum que a BRF produza menos presunto no final do ano. Mas já vamos entrar em fevereiro e a siAdriano Machado/Bloomberg tuação ainda não voltou ao normal”, lamenta. No terceiro trimestre do ano passado, a BRF terminou de cumprir o acordo firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Para que a fusão entre Sadia e Perdigão fosse aprovada, a companhia teve que se desfazer de diversas marcas, entre elas Doriana, Tekitos e Fiesta. Também vendeu fábricas, centros de distribuição e abatedouros. Como já era previsto pela fabricante, o cumprimento do acordo impactou seus resultados no terceiro trimestre de 2012. O lucro líquido no período foi de R$ 90,9 milhões, uma queda de 75% em relação aos três meses equivalentes de 2011. O balanço anual da empresa será divulgado somente no próximo dia 4 de março. Tentativa Para grande parte das redes supermercadistas , a BRF é a principal fornecedora de itens congelados Nos últimos meses, o mercado tem acompanhado o movimento dos acionistas da BRF para colocar Abilio Diniz, sócio do Grupo Pão de Açúcar, na presidência do conselho de administração da companhia. A intenção de trazer o empresário para dentro de casa traz alguns inconvenientes para a BRF. “Afinal de contas, Diniz sempre teve fama de ser um cliente chato. Agora ele estará dentro da empresa a qual, por muitos anos, fez papel de sua fornecedora”, afirma um executivo do segmento. “Por outro lado, ele é um empresário agressivo. O Pão de Açúcar é o maior varejista do país graças a ele”, afirma. ■ Controladas da Eletrobras receberão R$ 5,4 bi Recursos fazem parte de indenização pela renovação antecipada de concessões As empresas também receberam no total uma primeira parcela de R$ 441,8 milhões, segundo comunicado. nomia. No final de outubro, a empresa havia estimado que esperava receber indenização do governo de cerca de R$ 30 Alberto Alerigi Jr. Reuters Pacote do governo As controladas da Eletrobras Chesf, Furnas, Eletrosul e Eletronorte receberam R$ 5,47 bilhões à vista como parte da indenização pela renovação antecipada de concessões de geração e transmissão de energia. A Eletrobras é o grupo de energia mais afetado pela renovação onerosa das concessões, parte do plano da presidente Dilma Rousseff para reduzir as tarifas de energia, para aumentar a competitividade da indústria nacional e estimular a eco- Eletrobras é o grupo mais afetado pela renovação das concessões de geração e transmissão de energia bilhões, valor que foi negado pelo governo. De acordo com explicação da Eletrobras, a Chesf, Eletronorte e Eletrosul optaram pelo recebimento de 50% do valor à vista e o restante parcelado e a controlada Furnas optou “pelo recebimento de grande parte valor da indenização de forma parcelada”. A empresa não informou o número de parcelas das indenizações. O valor original de indeniza- ção a ser recebida é de R$ 14,09 bilhões, de acordo com o comunicado. A Chesf recebeu R$ 3,49 bilhões à vista e primeira parcela de R$ 163,5 milhões, enquanto Furnas recebeu R$ 66,6 milhões e uma primeira parcela de R$ 186,5 milhões. Já Eletrosul registrou R$ 1,015 bilhão à vista e primeira parcela de R$ 49,7 milhões, enquanto Eletronorte apurou R$ 896,7 milhões e parcela de R$ 42,1 milhões. ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 23 Divulgação VAREJO Pet Center Marginal anuncia mais cinco lojas O Pet Center Marginal abrirá cinco lojas no primeiro semestre deste ano, sendo a primeira no bairro Butantã, em São Paulo. A unidade será a oitava da capital e décima nona do grupo. O espaço de 800 metros quadrados oferecerá um mix com cerca de 12 mil produtos, entre rações, acessórios e medicamentos veterinários. “No Brasil, o mercado pet está em ascensão”, afirma o diretor de marketing e novos negócios da companhia, Hélio Freddi Filho. Arcelor e Nippon farão oferta à Steel Americas Ina Fassbender/Reuters Maiores siderúrgicas do mundo competirão com Nucor e CSN por unidade da ThyssenKrupp Aaron Kirchfeld e Tino Andresen Bloomberg ArcelorMittal e Nippon Steel & Sumitomo Metal Corp, as duas maiores siderúrgicas do mundo, vão fazer um lance em conjunto pelos ativos da ThyssenKrupp nos Estados Unidos, a Steel Americas segundo pessoas próximas às negociações. As duas companhias fizeram uma oferta de cerca de US$ 1,5 bilhão pela unidade fabril de Alabama. A parceria enfrenta a concorrência de rivais como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que tem interesse nas fábricas da companhia alemã nos Estados Unidos e na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro. A Nucor também poderá fazer uma proposta para comprar a unidade americana. Juntas, as unidades são avaliadas entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões, segundo especialistas. As ofertas devem ser entregues até meados de fevereiro, o que pode provocar mudanças no valor dos ativos. Procuradas, ArcelorMittal, NipponSteel, Nucor e CSN não quiseram comentar o assunto. As ações da ThyssenKrupp subiram 2,9%, a ¤ 18, ontem na bolsa de Frankfurt. Foi a maior valorização das últimas três semanas. O presidente da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, colocou à venda a Steel Americas uma vez que a demanda mais fraca por aço na construção civil e na indústria automotiva Ambipar Empreendimentos e Participações S.A. Hiesinger, da Thyssen, alega demanda fraca para pôr Steel à venda na China enfraqueceu os preços e estrangulou as margens. A Thyssen, com sede em Essen, cancelou no mês passado a distribuição de dividendos após reportar prejuízo pelo segundo ano consecutivo. União de líderes ArcelorMittal e Nippon vão dividir os custos da operação, caso adquira a unidade americana. Com isso, a siderúrgica japonesa terá acesso às unidades de bobinas da Arcelor na América Latina, segundo fontes. No mês passado Hiesinger afirmou que a venda da Steel Americas estava “plenamente encaminhada” e deve ser concretizada até o fim do ano fiscal corrente. Na mesma época, o vi- ce-presidente executivo da companhia, Guido Kerkhoff disse que mais de “cinco propostas” foram feitas - juntas ou separadamente - pelas fábricas no Brasil e nos Estados Unidos. A unidade fabril de Alabama produz bobinas e chapas para a indústria automotiva. A ThyssenKrupp recebeu propostas preliminares da ArcelorMittal, Posco, Nippon Steel, JFE Holdings Inc., Nucor, U.S. Steel Corp., CSN e Ternium pelas duas fábricas, segundo informações de pessoas próximas às negociações em outubro. O prejuízo da unidade americana no ano fiscal encerrado em 30 de setembro foi de ¤ 1,01 bilhão por conta de custos de produção. ■ Suzano recebe equipamentos Investimentos na compra do maquinário para colheita chegaram a R$ 44 milhões Roberta Vilas Boas Reuters A Suzano Papel e Celulose, segunda maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, recebeu 11 equipamentos para a colheita da madeira que abastecerá a unidade em construção em Imperatriz (MA), segundo nota divulga- da ontem pela empresa. O investimento nesses equipamentos, que devem fazer a primeira colheita em fevereiro, foi de cerca de R$ 44 milhões. As máquinas recebidas fazem parte de uma encomenda de 44 equipamentos da marca canadense Tigercat que chegarão em lotes até julho, segundo contrato firmado entre a Suzano e a Tracbel. A fábrica no Maranhão deve começar a produzir celulose a partir do o quarto trimestre deste ano. “A primeira etapa do contrato prevê que os equipamentos processem 300 mil metros cúbicos de madeira por mês em 2013, volume equivalente a 60% da colheita. Em 2014, esse número aumenta para 500 mil metros cúbicos de madeira processada, o suficiente para a Suzano atender a nova unidade, que tem capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano”, informou a empresa, em nota. ■ CNPJ nº 12.648.266/0001-24 - NIRE 35300384466 Ata da Assembleia Geral Extraordinária I - Dia, Hora e Local: Aos 29/03/2012, às 9hs na sede da Cia., na Av. Paulista, nº 2421, 11º and., Bela Vista, SP/SP; II - Convocação e Presença: A convocação foi realizada nos termos do Art. 124, § 4º, da Lei nº 6404/76, estando presente a totalidade dos acionistas; III - Mesa Diretora: Presidente:Tércio Borlenghi Junior; Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento; IV - Ordem do Dia: 1) Criação do Conselho de Administração; 2) Alteração no item “c” do objeto social; 3) Alteração do estatuto social nos capítulos da Administração; 4) Alterar o órgão de arbitragem; 5) Consolidação do estatuto social em decorrência das alterações acima; 6) Eleição dos membros do Conselho de Administração para o triênio 2012/2015;V - Deliberações: 1) Iniciados os trabalhos foi analisada e discutida a necessidade da criação de um Conselho de Administração, debatidos todos os pontos foi aprovada sua criação pela totalidade dos acionistas; 2) Fica decidido por unanimidade que a Cia. passará a administrar apenas bens próprios, passando o Art. 3º a ter a seguinte redação: “Art. 3º. O objeto social da Cia.é:a) gestão de participações societárias (“Holding”);b) participação em outras sociedades como sócia ou acionista; c) administração de bens próprios.” 3) Tendo em vista a criação do Conselho de Administração se fez necessária a modificação da estrutura administrativa da empresa, motivo pelo qual todo o capítulo da Administração foi reformulado e passará a ter a seguinte redação: “Capítulo III - Da Administração da Sociedade Art. 8º - A Cia. será administrada por: Conselho de Administração; e, Diretoria. Art. 9º O Conselho de Administração, eleito pela Assembleia Geral com mandato de 3 anos, permitida a reeleição, compor-se-á de 4 membros. § 1º - Os membros do Conselho de Administração serão empossados pela Assembleia Geral que os eleger, mediante termo lavrado e assinado no “Livro de Atas do Conselho de Administração”. § 2º - A Assembleia que eleger os membros do Conselho de Administração, indicará o Presidente do Conselho. § 3º - O Presidente do Conselho de Administração em suas ausências e/ou impedimentos nas reuniões do Conselho de Administração, será substituído por qualquer dos outros conselheiros, escolhidos pelo voto dos conselheiros, observado o disposto no art. 11, § 1º. § 4º - No caso de vacância de cargo de conselheiro, uma Assembleia Geral será convocada para proceder à nova eleição. Art. 10 - O Conselho de Administração, além dos poderes previstos em lei, terá as seguintes atribuições: I - fixar a orientação geral dos negócios, inclusive aprovando plano de negócios, política de investimentos, avaliação da governança e da remuneração da Cia.e das sociedades controladas, coligadas ou investidas, em que detenha o controle;II - eleger e destituir os diretores desta Cia.; III - indicar para a Diretoria os administradores a serem eleitos nas sociedades controladas, coligadas ou investidas, bem como solicitar destituição dos mesmos; IV - fiscalizar a gestão dos Diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da Cia. e de suas controladas e coligadas, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e sobre quaisquer outros atos, seja de controladas, coligadas ou investidas;V - convocar a Assembleia Geral quando julgar conveniente ou nas ocasiões determinadas pela lei; VI - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria desta Cia. de cada sociedade por ela controlada, coligada ou investida;VII - autorizar previamente atos ou contratos a serem praticados ou celebrados pela Diretoria em valores acima de R$ 3.000.000,00, exceto para participação em concorrências, licitações e certames públicos em que será desnecessária autorização prévia;VIII - autorizar as operações bancárias acima do limite descrito na letra“b”do Art.17, abaixo.IX - autorizar a alienação de quaisquer bens do ativo não circulante desta sociedade e das sociedades controladas, coligadas ou investidas, bem como a constituição de ônus reais e a prestação de garantias em operações próprias ou de terceiro; X - escolher e destituir os auditores independentes, determinar à Diretoria a escolha dos auditores das sociedades controladas, coligadas e investidas; XI - aprovar previamente o teor do voto e manifestações da Cia. em assembleias ou reuniões de sócios de sociedades controladas, coligadas ou investidas; XII - convocar a qualquer tempo os Diretores, individualmente ou em conjunto, para prestar esclarecimentos e informações, apresentar documentos ou relatórios; XIII - O Conselho de Administração poderá alterar os limites e abrangência estabelecidos abaixo para práticas de atos dos diretores em casos específicos ou por tempo que julgar conveniente; Art. 11 - O Conselho de Administração reunir-se-á sempre que os interesses sociais o exigirem, por convocação de seu Presidente ou, na ausência e/ou impedimento deste, por qualquer conselheiro, observado o prazo de antecipação de 24 horas. Das reuniões será lavrada ata. § 1º - O Conselho de Administração deliberará com a presença de 3/4 de seus membros desde que esteja presente o Presidente do Conselho, sob pena de não instalação da reunião. Suas decisões serão tomadas por maioria de votos, em caso de empate, o Presidente terá o voto de desempate.Na ausência de conselheiros ou impossibilidade prática de reunir o Conselho a tempo, aplicar-se-á a competência prevista no § abaixo. § 2º - Os atos de urgência poderão ser praticados pelo Presidente do Conselho isoladamente “ad referendum” do seu colegiado. § 3º - Compete ao Presidente do Conselho de Administração convocar, a qualquer tempo, os diretores para esclarecimentos, inclusive para fins da letra “g” do Art. 13, abaixo.Art.12 - A Diretoria, eleita pelo Conselho de Administração, será constituída de 3 membros, sendo um Diretor Presidente, Diretor Financeiro e um Diretor Adjunto. Poderá a Assembleia eleger outros diretores, cujas funções serão por ela atribuídas.Todos os diretores serão residentes no país, sendo o seu mandato fixado em um ano, podendo ser reeleitos. § 1° - Os diretores, salvo caso de destituição, ou deliberação em contrário do Conselho de Administração, permanecerão em seu cargo até a nomeação dos substitutos.§ 2° - Qualquer diretor poderá ser destituído a qualquer tempo pelo Conselho de Administração.Art.13 - Compete ao Diretor Presidente, além das demais atribuições previstas neste Estatuto: a) Coordenar e assegurar a eficácia e o bom desempenho da Diretoria e de cada um de seus membros; b) estabelecer objetivos e programas para que a Diretoria possa cumprir sua finalidade e metas estabelecidas pelo Conselho de Administração; c) Compatibilizar as atividades da Diretoria com os interesses da Cia.e de seus Acionistas, coordenar e supervisionar as atividades dos demais diretores, atribuir responsabilidades e prazos e conduzi-los segundo os princípios da boa governança corporativa, com a avaliação final dos resultados; d) Organizar, controlar e dirigir as operações da Cia., sem prejuízo das atribuições dos demais diretores; e) Convocar e presidir as reuniões da Diretoria; f) Propor matérias à deliberação pelo Conselho de Administração; g) Apresentar o relatório mensal dos negócios da Cia. ao Conselho de Administração e à Assembleia Geral, ou sempre que solicitado; h) Prestar contas das atividades e movimentação das sociedades controladas, coligadas, investidas, inclusive apresentando documentos solicitados e informações complementares, sem prejuízo de igual atribuição concorrente ao Diretor Financeiro, quando solicitado pelo Conselho de Administração. Art. 14 - É competência do Diretor Financeiro, além das demais atribuições previstas neste Estatuto: a) coordenar a tesouraria, acompanhando a movimentação financeira, sob assistência do Diretor Presidente; b) ter sob sua guarda documentos financeiros e contábeis da Cia., apresentando-os ao Conselho de Administração quando solicitado; c) coordenar as atividades da auditoria interna; d) promover estudos e alternativas econômico-financeiras; cumprir as determinações do Conselho de Administração; e) Prestar contas das atividades e movimentação das sociedades controladas, coligadas, investidas, inclusive apresentando documentos solicitados e informações complementares (letra “” do Art. 13). Art. 15 - É competência do Diretor Adjunto, além das demais atribuições previstas neste Estatuto: auxiliar os demais diretores em todas as suas tarefas e funções, inclusive substituindo-os em suas faltas ou impedimentos;cumprir as determinações do Conselho de Administração;desempenhar as atribuições que lhe forem delegadas expressamente pelos demais diretores ou pelo Conselho de Administração; representar a Cia., quando necessário, na forma do Art. 18, alínea “h”, perante sociedades controladas, coligadas ou investidas. Art. 16 - Deverão ser exercidas em conjunto pelo Diretor Presidente, Diretor Financeiro e pelo Diretor Adjunto as seguintes atribuições: nomear e constituir procuradores ad judicia e ad negotia, devendo a escolha recair sobre a pessoa indicada pelo Conselho de Administração, quando houver; e, assinar cheques, contratos e todo tipo de operações e movimentação bancária acima de R$ 100.000,00 e até o limite de R$ 500.000,00, exceto o previsto no Art.18, letra “g”abaixo.Art.17.Deverão ser exercidas em conjunto pelo Diretor Presidente e Diretor Financeiro, as seguintes atribuições: participar de concorrências, licitações e certames públicos de qualquer espécie e valor; representar a Cia. em juízo ou fora dele; assinar contratos e documentos que constituam obrigações, ativas e passivas, da Cia., observados os requisitos deste Estatuto; elaborar mensalmente relatórios, demonstrativos financeiros e contábeis, orçamentos e demais documentos e planilhas solicitados pelo Conselho de Administração, apresentando-lhes sempre que pedido; com autorização expressa do Conselho de Administração, vender, hipotecar ou compromissar imóveis, ceder ou prometer, ceder direitos à aquisição dos mesmos, estipulando preços, prazos e condições, assinando todos os atos, papéis e instrumentos públicos ou particulares relacionados com essas transações; abrir e movimentar contas bancárias em estabelecimentos públicos ou privados, emitir e endossar cheques, ordens de pagamento, limitado a R$ 100.000,00 por operação; tomar empréstimos e financiamentos bancários até o valor de R$ 3.000.000,00; Representar, em conjunto com o Diretor Financeiro, ou Adjunto, a Cia. em assembleias e reuniões de sócios das sociedades controladas, coligadas ou investidas, observado o item VIII do Art. 10, § 1º - As procurações emitidas para fins judiciais e para processos administrativos contenciosos não terão prazo de duração, as demais, terão como prazo máximo um ano. § 2º - Os Diretores não poderão praticar atos fora dos limites deste Estatuto e da lei, ou contrariamente às instruções e normas fixadas pelo Conselho de Administração, nem votar nas reuniões de Diretoria em desacordo com tais diretrizes ou eventual acordo de acionistas.” 4) Aproveitando a oportunidade, também foi aprovado por todos os acionistas a substituição do órgão de arbitragem Câmara de Arbitragem Empresarial de SP para fazer constar a Câmara de Arbitragem Empresarial da Federação do Comércio de Bens, Serviços eTurismo do Estado de SP (Fecomercio), passando o atual Art.26 a ter a seguinte redação: “Art. 25 - Nos termos do § 3º Art. 109 da Lei nº 6.404/76 fica estabelecido que as divergências entre acionistas e Cia. entre controladores e minoritários, deverão ser dirimidas por arbitragem ficando eleito a Câmara de Arbitragem Empresarial da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de SP (Fecomercio) para fins do Art. 5º da Lei nº 9.307/96, ou na sua falta, indicarão as partes um árbitro cada, que elegerão um terceiro para os casos de empate, ficando certo que eles seguirão o rito atualmente em vigor do referido tribunal arbitral.” 5) Assim, foi elaborado um projeto de estatuto, tendo o Sr. Presidente solicitado que o mesmo fosse lido, explicado e debatido, o que foi feito art. por art. O novo estatuto consolidado foi aprovado por unanimidade, sem restrições, e acompanhará esta ata como ANEXO I.6) A seguir iniciou-se a eleição dos membros do Conselho de Administração conforme dispõe o estatuto recém-aprovado. Procedida a votação foram eleitos para ocuparem as quatro vagas do conselho, os Srs. Tércio Borlenghi, RG nº 3.710.329 SSP/SP, CPF/MF nº 167.334.018-00; Junio Fuentes, RG nº 15.944.103-1 SSP/SP, CPF/MF nº 157.661.538-30; Sr. Lourival Cattozzi, RG nº 15.851.082-3 SSP/SP, CPF/MF nº 068.426.118-90; e por último também eleito Presidente do Conselho o Sr. Tércio Borlenghi Junior, RG nº 9834578-3 SSP/SP, CPF/MF nº 101.544.328-14. Os conselheiros presentes a esta assembleia aceitaram o cargo e tomaram posse nesta data, ficando investidos em seus respectivos cargos para o triênio 2012/2015. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso; como ninguém solicitou a palavra, suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário para lavrar a presente ata no livro próprio. Reaberta a sessão, procedi à leitura em voz alta, e, em seguida, tendo sido aprovada, foi assinada por todos os presentes. Ass.: Tércio Borlenghi Junior; Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro; Cristhiane Borlenghi Donadio e Débora Lemos Borlenghi. A presente é cópia fiel da ata que se acha lançada em livro próprio. SP, 29/03/2012. a) Presidente: Tércio Borlenghi Junior; b) Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento. Registrada na JUCESP sob o nº 540.691/12-4 em 17/12/2012. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral. 24 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Dreamstime EMPRESAS DESEMPENHO Oi TV amplia em 6% sua base de assinantes Em dezembro de 2012, a TV por assinatura da Oi, chamada Oi TV, ampliou em 6% sua base de assinantes na comparação com o mês anterior, totalizando 749 mil clientes. Segundo a empresa, o crescimento se deve ao reposicionamento do serviço, ocorrido em novembro de 2011. Na ocasião, a companhia passou a oferecer 61 canais pagos. Também investiu em campanhas de marketing e em sua força de vendas. Telefônica lança smartphone com sistema Firefox no mercado brasileiro Dispositivo está sendo aperfeiçoado na Campus Party e a previsão é que seja vendido no segundo semestre Rodrigo Capote Priscilla Arroyo [email protected] Os primeiros telefones com sistema operacional Firefox OS (plataforma aberta semelhante ao Android) devem chegar às lojas no segundo semestre deste ano. A novidade é fruto de uma parceria entre a Telefônica e o Mozilla. “O desejo do consumidor brasileiro é ter um smartphone, o que ainda é difícil para algumas pessoas. Por isso, queremos oferecer um preço atrativo para os aparelhos, que devem ser lançados ainda este ano”, destaca Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica, em entrevista coletiva no segundo dia da Campus Party. Sem especificar o valor e qual empresa vai fabricar o aparelho no Brasil, Valente afirma que a princípio o produto estará disponível apenas nas lojas da Vivo, mas por ser um projeto de plataforma aberta, o mercado deve adotar aos poucos a novidade. Os celulares foram concebidos pela empresa espanhola Geeksphone e cerca de 170 unidades estão circulando pela Campus Party. Os campuseiros (participantes do evento) podem participar de um concurso no qual o desafio é o desenvolvimento de soluções e aplicativos para a nova plataforma. O objetivo da empresa com a brincadeira é criar um ecossistema para a chegada do aparelho no mercado. A atenção especial que a Telefônica está dando para os de smartphones vem na esteira da popularização do 3G, que muda o perfil do cliente uma vez que a demanda, antes concentrada no serviço de voz agora se volta também para os dados. “Esse é um processo que está acontecendo em todos os mercados do mundo. Esperamos que este ano o tráfego de dados cresça de maneira robusta”, diz Valente. Entretenimento De olho no mercado dos aparelhos portáteis, a Telefônica direciona esforços também para o segmento de entretenimento com Vivo Play, canal de séries e filmes lançado no final do ano passado, para ser assistido nos telefones e tablets. “Temos contratos com grandes estúdios e já oferecemos uma programação diversificada. A ideia aumentar a grade com conteúdo nacional, uma vez que a produção deve explodir, com os desdobramentos da lei 12.485”, diz. Tal lei entrou em vigor no início de dezembro de 2012 e permitiu que as concessionárias de telefonia utilizassem suas redes para fornecer serviços de televisão paga e, ao mesmo tempo, impôs uma cota mínima de conteúdo produzido no Brasil na programação. A grade de filmes, séries e documentários terá que ter três horas e meia por semana de programas brasileiros no horário nobre. A telefônica patrocina a sexta edição da Campus Party Brasil, que tem como tema o empreendedorismo.■ Valente, da Telefônica: produto estará à venda somente nas lojas da Vivo, mas tem plataforma aberta Vivo estuda compartilhar rede para 4G Tendência é que as empresas do setor se unam para viabilizar o serviço até o final de abril A Telefônica Vivo começa 2013 com o desafio de viabilizar a implantação dos serviços de banda larga de quarta geração, o 4G. Diante das dificuldades, o presidente da companhia, Antônio Carlos Valente, não descarta a possibilidade de parceria com outras operadoras para compartilhar a infraestrutura de telecomunicação. “Estamos estudando as possibilidades de compartilhamento em diferentes níveis. Isso vai contribuir para viabilizar a implantação do 4G”, diz Valente durante entrevista coletiva realizada ontem na Campus Party, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, que acontece em São Paulo até o dia 03 de fevereiro. O entendimento entre as teles deve ultrapassar a divisão de antenas, como já acontece, e chegar até o compartilhamento rede. No entanto, a principal preocupação é viabilizar as parcerias diante da diversidade de frequências que as operadoras arremataram no leilão. “Certamente a solução para viabilizar a implantação do 4G passa pela união com outras empresas. No entanto, cada companhia um comprou um bloco de frequências e essa é a questão mais radical, mas se for possível podemos compartilhar”. ■ P.A. JVCO cobra explicações sobre contratos da Tim Pedido envolve a gestão do ex-presidente da Tim, Luca Luciani, afastado da operadora Alberto Alerigi Jr Reuters A JVCO, acionista minoritária da Tim Participações controlada pelo empresário Nelson Tanure, divulgou pedido de explicações sobre contratos acertados pela operadora de telefonia com três empresas de consultoria e de fornecimento de modems e celulares entre 2009 e 2012. Segundo o comunicado, a JVCO pediu à empresa de auditoria da Tim, a Pricewaterhousecoopers, “informações acerca dos processos licitatórios e dos contratos firmados pela operadora italiana com as empresas ValuePartners Management Consulting, Between S.p.A. e Onda Communication”. O pedido envolve a gestão do ex-presidente da Tim, Luca Luciani, afastado da operadora em 2012 “devido às acusações de fraude feitas pelo Ministério Público de Milão”. “As empresas, que prestaram serviços de consultoria e fornecimento de modems e telefones Dúvidas envolvem acertos feitos com três consultorias de fornecimento de modems e celulares entre 2009 e 2012 celulares entre 2009 e 2012, são de origem italiana e geridas por ex-executivos da Telecom Italia”, afirma a JVCO. O pedido foi divulgado depois que, no final de dezembro, a acionista afirmou estar tomando providências para instaurar procedimento arbitral na Câmara Internacional de Comércio (ICC) contra a Telecom Italia e a TIM. A JVCO era a antiga controladora indireta da operadora Intelig, que foi comprada pela Tim em 2009. O pagamento foi feito com ações da Tim, na época o equivalente a cerca de 6 por cento do capital da companhia. Representantes da Tim não estavam disponíveis para falar sobre o assunto. “A JVCO, em virtude dos fatos e das circunstâncias que motivaram a demissão de Luca Luciani, defende a necessidade de verificação dessas contratações”, afirmou a empresa. Desde o ano passado, a Tim enfrenta percalços em várias frentes. ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 25 Marcela Beltrão PÁSCOA Produção de chocolates deve ficar estável A crise econômica mundial, que já penalizou tantos setores, não poderia deixar de atrapalhar uma das compras mais realizadas pelo o impulso, a de chocolates. De acordo com Ubiracy Fonseca, vice-presidente de Chocolate da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), a produção de ovos de Páscoa para este ano deve ficar estável em relação ao ano passado. Dono da Kopenhagen e Brasil Cacau espera faturar R$ 760 milhões Divulgação Gabriela Murno [email protected] Publicidade Uma das apostas do Grupo CRM CNPJ nº 12.648.266/0001-24 - NIRE 35300384466 Ata da Assembléia Geral Extraordinária I - Dia, Hora e Local: Aos 03/04/2012, às 15:00hs na sede da Cia., II - Convocação e Presença: A convocação foi realizada nos termos do art. 124 § 1º inciso I da Lei nº 6404/76, estando presentes a totalidade dos acionistas; III - Mesa Diretora: Presidente: André Luiz Oda; Secretária: Luciana Barca Freire do Nascimento; IV - Ordem do Dia: 1) Aumento do capital social e consequente criação de novas ações ordinárias; 2) Alteração do art. 5º do Estatuto Social; 3) Consolidar o estatuto social em decorrência da alteração acima; V - Deliberações: Iniciados os trabalhos e analisadas, discutidas e votadas as matérias constantes da ordem do dia, por unanimidade os acionistas deliberam: 1) Aprovar o aumento de capital no valor de R$ 52.692.254,00 para ser subscrito e integralizado mediante a conferência dos seguintes bens: 78.300.000 ações ordinárias da empresa Ambitec S.A. avaliadas em R$ 42.637.268,00; 1.260.000 ações ordinárias da empresa Brasil Ambiental Tratamento de Resíduos S.A. avaliadas em R$ 3.054.702; 3.000.000 de ações ordinárias da empresa Getel Transportes S.A. avaliadas em R$ 5.000.284,00; e 2.000.000 de ações ordinárias da empresa Planeta Ambiental Atendimento a Emergência e Gerenciamento de Riscos Ambientais S.A. no valor de R$ 2.000.000,00. Na forma da lei, os bens acima descritos foram avaliados por empresa especializada, tendo sido oferecidos pelos acionistas Tércio Borlenghi Junior, Débora Lemos Borlenghi; Cristhianne Borlenghi Donadio e Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro, sendo mantida a proporção anterior entre os acionistas. Salientou o Sr. Presidente que os bens já haviam sido avaliados por perito que havia aceitado a incumbência o qual estava de posse de seu laudo conclusivo a disposição de todos. A assembléia ratificou a nomeação prévia da empresa especializada de perícia e aprovou o laudo sem reservas a avaliação por ele apresentada, e cujo laudo faz parte integrante desta e vai rubricado por todos. Desta forma, foi aprovada a criação de mais 52.692.254 ações ordinárias, com valor nominal de R$ 1,00, e consequentemente aprovado o aumento do capital em mais R$ 52.692.254,00 totalmente subscrito e integralizado conforme Boletins de Subscrição em anexo (Anexo I, II, III e IV) que caracteriza e formaliza o ato de subscrição em apreço. 2) Diante das deliberações acima, os acionistas decidiram promover a alteração do art. 5º do estatuto social, que passa a viger com a seguinte redação: “Art. 5º. O capital será de R$ 52.702.254,00 totalmente subscrito e integralizado, e dividido em 52.702.254 ações ordinárias, no valor nominal de R$ 1,00, todas nominativas”3) Por fim, resolvem os acionistas ajustar os termos do Estatuto Social da Cia., em razão das deliberações acima conforme consolidação anexa. Terminada a leitura, o Sr. Presidente submeteu o projeto do estatuto social em anexo a apreciação dos presentes, que o aprovaram por unanimidade, sem restrições. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso; como ninguém solicitou a palavra, suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário para lavrar a presente ata no livro próprio. Reaberta a sessão, procedi à leitura em voz alta e, em seguida, tendo sido aprovada, foi assinada por todos os presentes. Ass.Tércio Borlenghi Junior; Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro, Cristhianne Borlenghi Donadio; Débora Lemos Borlenghi. A presente é cópia fiel da ata que se acha lançada em livro próprio.SP, 03/04/2012.a) Presidente:André Luiz Oda; b) Secretária:Luciana Barca Freire do Nascimento. Registrado na JUCESP sob o nº 540.690/12-0 em 17/12/2012. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral. Renata: “2012 foi um grande trampolim para as nossas marcas” Brasilagro - Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas para este ano é o Big Brother Brasil, programa da Rede Globo em que a Chocolates Brasil Cacau anuncia. “O BBB se estende por todo o primeiro trimestre do ano. Nenhuma outra marca de chocolates faz propagandas durante todo este tempo”, ressalta a executiva. O destaque durante o programa serão as trufas, responsá- O Grupo CRM em números 2012 Faturamento Lojas Kopenhagen abertas R$ 590 milhões 100 20 19,3% superior ao de 2011 R$ 760 milhões R$ 45 milhões 22,3% superior ao de 2012 O dobro de 2012 2013 Expectativa de faturamento Investimentos previstos em marketing Previsão de abertura de lojas Chocolates Brasil Cacau Previsão de abertura de lojas Kopenhagen Fonte: Empresa 160 40 Ambipar Participações e Empreendimentos S.A. Ambipar Empreendimentos e Participações S.A. DOCE COMO CHOCOLATE Lojas Chocolates Brasil Cacau abertas CNPJ nº 12.648.266/0001-24 - NIRE 35300384466 I - Dia, Hora e Local: Aos 29/11/2012, às 10:00hs na sede da Cia., SP/SP; II - Convocação e Presença: Convocados regularmente compareceram a totalidade dos membros do conselho de administração, Sr. Tércio Borlenghi; Sr. Tércio Borlenghi Junior; Sr. Junio Fuentes; Sr. Lourival Cattozzi; III - Mesa Diretora: Presidente: Sr.Tércio Borlenghi Junior; Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento; IV - Ordem do Dia: Apreciar solicitação da diretoria para autorizar a realização de operação financeira/bancária para sua controlada Ambitec S.A.;V - Deliberações: O Sr.Presidente iniciou os trabalhos agradecendo a presença de todos e esclarecendo que esta reunião tem como objetivo apreciar a solicitação da diretoria para autorizar a realização de operação bancária/financeira no valor de R$ 5.000.000,00 para a empresa controlada Ambitec S.A. haja visa que tanto o estatuto social desta companhia, quanto o da empresa acima mencionada prevêem restrições a valores superiores a R$ 3.000.000,000.Assim, após esclarecimentos adicionais os conselheiros aprovaram por unanimidade a realização da operação pela sua controlada Ambitec S.A., bem como autorizam que seus diretores assinem o respectivo contrato com o Banco Santander S.A. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso;como ninguém solicitou a palavra, suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário para lavrar a presente ata.Reaberta a sessão, procedi à leitura em voz alta e, em seguida, tendo sido aprovada, foi assinada por todos os presentes. A presente é cópia fiel da ata que se acha lançada em livro próprio. SP, 29/11/2012. a) Presidente: Tércio Borlenghi Junior; b) Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento. Registrado na JUCESP em 10/12/2012 sob o nº 530.955/12-0, Secretária Geral - Gisela Simiema Ceschin. CNPJ nº 12.648.266/0001-24 - NIRE 35300384466 Ata de Reunião do Conselho de Administração I - Dia, Hora e Local: Aos 29/03/2012, às 10hs na sede da Cia.; II - Convocação e Presença: Convocados regularmente compareceram a totalidade dos membros do conselho de administração Sr. Tércio Borlenghi; Sr. Tércio Borlenghi Junior; Sr. Junio Fuentes; Sr. Lourival Cattozzi; III - Mesa Diretora: Presidente: Sr.Tércio Borlenghi Junior; Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento;IV - Ordem do Dia: Eleição da Diretoria para o período de 01 ano, bem como a fixação do pró-labore;V - Deliberações: O Sr. Presidente iniciou os trabalhos agradecendo a presença de todos e esclarecendo que esta primeira reunião do conselho tem como objetivo eleger a composição da nova Diretoria da Cia.Realizada votação foi apurado o seguinte resultado:Diretor Presidente: Sr. André Luiz Oda, RG nº 20.841.353-4 e CPF/MF nº 163.285.948-36; Diretora Financeira a Sra. Isabel Cristina Monteiro Souza, RG nº 28.396.538-1 SSP/SP e CPF/MF nº 142.521.498-35; Diretora Adjunta a Sra. Luciana Freire Barca Nascimento, RG nº 20.414.301-9 SSP/SP e CPF/MF nº 126.428.758-57; o mandato terá duração de 01 ano a partir desta data e cujo mandato se estenderá até a realização da reunião do conselho no exercício de 2013. Os diretores presentes nesta reunião declararam que aceitam o cargo e que não estão incursos em lei ou crime que os impeçam de exercer suas atividades. Por fim foi aprovado o pró-labore da diretoria no valor global de R$ 12.000,00 mensais a ser partilhado entre os Diretores. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso; como ninguém solicitou a palavra, suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário para lavrar a presente ata. Reaberta a sessão, procedi à leitura em voz alta e, em seguida, tendo sido aprovada, foi assinada por todos os presentes.A presente é cópia fiel da ata que se acha lançada em livro próprio.SP, 29/03/2012.a) Presidente: Tércio Borlenghi Junior; b) Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento. Registrada na JUCESP sob o nº 540.748/12-2 em 17/12/2012. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral. Grupo CRM aposta na expansão de lojas no mercado fluminense para bater a meta deste ano O Grupo CRM, proprietário das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, aposta na expansão do número de lojas para garantir a meta de faturamento de R$ 760 milhões em 2013. Segundo Renata Moraes Vichi, vice-presidente do Grupo CRM e sócia ao lado de seu pai, devem ser abertas 160 lojas Chocolates Brasil Cacau, marca popular, e 40 unidades Kopenhagen. “A expansão será concentrada no Rio, que responde por 18% do nosso faturamento. Mas São Paulo também será prioridade”, destaca Renata. O objetivo é chegar a 65 lojas Chocolates Brasil Cacau e 54 Kopenhagen no Rio de Janeiro. O grupo comemora os resultados de 2012, ano em que foram inauguradas 100 unidades da Chocolates Brasil Cacau, que corresponde a 15% do faturamento total da marca, e 20 da Kopenhagen. As novas lojas contribuíram para que as marcas fechassem o ano com um faturamento de R$ 590 milhões. “O ano de 2012 foi um grande trampolim para as nossas marcas e esperamos continuar crescendo. A Chocolates Brasil Cacau, por exemplo, tem preços mais em conta, mas os produtos são excelentes”, diz Renata. Ambipar Participações e Empreendimentos S.A. veis por 30% do faturamento damarca. “Desde o início da nossa promoção de trufas a R$ 0,99, aumentamos em cinco vezes a venda. Passamos de duas milhões de trufas por mês para dez milhões”, comemora. Em relação à Kopenhagen, que comemora 85 anos em 2013, Renata diz que as Nhá Bentas continuarão a ser o carrochefe da marca. Segundo a executiva, no total o Grupo CRM investirá este ano cerca de R$ 45 milhões em publicidade. “Isso é mais do que o dobro do que destinamos para a área em 2012”, diz. Ano passado, foram R$ 21 milhões. Renata, porém, faz mistério sobre o lançamento de novos produtos. “Teremos novidades este ano, mas ainda não podemos divulgar”, comenta. Para a Páscoa, o grupo terá 25 lançamentos na Chocolates Brasil Cacau e 19 na Kopenhagen. “Na Brasil Cacau, focamos no preço. Vamos vender ovos trufados a R$ 34,90, R$ 8 a menos que a concorrência, que vende por R$ 42,90”, explica Renata. ■ CNPJ/MF nº 07.628.528/0001-59 - NIRE 35.300.326.237 - Cia. Aberta de Capital Autorizado Ata da 94ª Reunião do Conselho de Administração Realizada em 11/12/2012 Data, hora e local: A reunião foi realizada em 11/12/12, às 17h, na sede social da Cia., na Av. Brig. Faria Lima, 1.309, 5º and., na Cidade de São Paulo/SP. Convocação e Presença: Tendo sido todos os membros do Conselho de Administração regularmente convocados nos termos do Art. 19, §1º, do Estatuto Social, instalou-se a reunião com a presença dos Conselheiros que esta ata subscrevem. Fica consignada a participação de Conselheiros via conferência telefônica e videoconferência, respectivamente, conforme facultado no Art. 19, caput, do Estatuto Social. Mesa: Presidente: Eduardo S. Elsztain; e Secretário: Julio Cesar de Toledo Piza Neto. Ordem do dia: Deliberar sobre a reeleição dos membros da Diretoria da Cia. Deliberações: Dando início aos trabalhos, os membros do Conselho de Administração examinaram o item constante da ordem do dia e resolveram, por unanimidade dos presentes e sem quaisquer ressalvas ou restrições: 1. Reeleger os atuais membros da Diretoria da Cia., todos com mandato de 1 ano até 1ª reunião do Conselho de Administração que se realizar após a AGO que aprovar as demonstrações nanceiras relativas ao exercício ndo em 30/6/13, na forma do Art. 24 do Estatuto Social, ou até que sejam destituídos ou substituídos pelo Conselho de Administração, a saber: (i) Sr. Julio Cesar de Toledo Piza Neto, brasileiro, casado, engenheiro agrônomo, RG nº 14.208.972 SSP/SP e CPF nº 157.429.868-23, para o cargo de Diretor-Presidente e de Relações com Investidores; (ii) Sr. Gustavo Javier Lopez, argentino, casado, contador, RNE nº V479354-9 e CPF/MF nº 232.169.96808, para o cargo de Diretor Administrativo; (iii) Sr. André Guillaumon, brasileiro, casado, engenheiro agrônomo, RG nº M-7224381 SSP/MG e CPF/MF nº 002.728.986-94, para o cargo de Diretor de Operações; e (iv) Sr. Mario Enrique Aguirre, argentino, casado, engenheiro agrônomo, RNE nº V526207N e CPF/MF nº 232.818.118-09, para o cargo de Diretor Técnico Agrícola, todos residentes e domiciliados na Capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. Brig. Faria Lima, 1.309, 5º and., os quais permanecem na posse de seus respectivos cargos; havendo, ainda, 2 cargos da Diretoria vagos para serem oportunamente preenchidos. 1.1. Fica consignado que os Diretores ora reeleitos já rmaram o Termo de Anuência dos Administradores às regras contidas no Regulamento de Listagem do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA, e já assinaram os respectivos termos de posse no livro próprio. 1.2. Os Diretores ora reeleitos declaram, para os ns do disposto nos §§ 1º e 2º do Art. 147 da Lei nº 6.404/76, conforme alterada, que não estão incursos em qualquer dos impedimentos previstos em lei para o exercício da atividade mercantil e que não foram condenados à pena de suspensão ou inabilitação temporária pela CVM, sendo elegíveis para os cargos de administração de Cia. aberta. 1.3. Os membros do Conselho de Administração raticaram a nomeação do Sr. Gustavo Javier Lopez como pessoa física responsável pela Cia. junto à Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, o qual exercerá tal função cumulativamente com as demais atribuições de Diretor Administrativo. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, a ata foi lavrada, aprovada e assinada pela totalidade dos membros do Conselho de Administração presentes à reunião e pelo Presidente e Secretário da Mesa. Assinaturas: Presidente da Mesa: Eduardo S. Elsztain. Secretário: Julio Cesar de Toledo Piza Neto. Conselheiros: Eduardo S. Elsztain, Alejandro G. Elsztain, Saul Zang, João de Almeida Sampaio Filho e Isaac Sutton. SP, 11/12/12. Julio Cesar de Toledo Piza Neto - Secretário. Diretores reeleitos: Julio Cesar de Toledo Piza Neto; Gustavo Javier Lopez; André Guillaumon; Mario Enrique Aguirre. JUCESP nº 552.685/12-4 em 28/12/12. Gisela Simiema Seschin - Secretária-Geral. 26 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 EMPRESAS TECNOLOGIA F-Secure anuncia novos escritórios na AL A F-Secure, prestadora de serviços de segurança e soluções de conteúdo em nuvem, vai abrir escritórios no Chile, Colômbia e México. O objetivo é estabelecer parcerias com operadores nestes países. Atualmente, a rede de parceiros da companhia é formada por mais de 200 empresas autorizadas as quais atendem 250 milhões de clientes em todo o mundo. Fundada em 1988, a companhia presta serviços em 40 países. Rede de cinema avança pelo interior Cinesystem aproveita expansão dos shopping centers para aumentar número de salas pelo Brasil Fotos: divulgação Gabriel Ferreira [email protected] O mercado brasileiro de cinemas ainda tem muito a se desenvolver. O número de complexos de cinema por habitante no Brasil está muito abaixo do registrado em grandes consumidores de filmes, como Estados Unidos, e até mesmo em países como o México (ver arte ao lado). “O Brasil tem uma carência enorme de cinemas”, afirma Marcos Barros, presidente da rede Cinesystem. Fundada em Maringá, no interior do Paraná, a empresa viu nessa carência uma oportunidade de bons negócios. As 79 salas da Cinesystem estão localizadas em cidades como Hortolândia (SP) e São Luís (MA). São áreas que nem sempre estão na rota das grandes redes, como Cinemark e UCI, mas que, nos últimos anos têm se beneficiado da chegada de novos shopping centers. “Acompanhamos esse movimento de inauguração de shoppings”, diz Barros. Atualmente, a rede tem quatro unidades em planejamento, todas em cidades de médio porte. Para decidir o destino das próximas salas, a Cinesystem mantém um banco de dados atualizado com o número de cinemas em cada município brasileiro. Ao cruzar esses dados com o po- Marcos Barros Presidente da rede Cinesystem Cinemas “Hoje temos um nível de detalhamento sobre o potencial de consumo de cada cidade tão grande que sabemos quanto a população gasta com entretenimento. Isso dá uma segurança maior para o investimento” FALTA TELONA Complexos de cinema por mil habitantes 0,12 0,04 0,01 Brasil México EUA Fonte: Brasil Econômico tencial econômico de cada lugar, a empresa traça seus alvos. “Hoje temos um nível de detalhamento tão grande, que sabemos quanto cada população gas- ta com entretenimento. Isso dá uma segurança maior para o investimento”, afirma Barros. Como a expansão dos shoppings não se restringe às cidades de médio porte, a Cinesystem consegue disputar espaços em alguns mercados maiores, como Rio de Janeiro e Curitiba. Este ano, a empresa investirá R$ 13 milhões na construção de nove salas digitais no Rio. “Investir no estado foi uma soma de fatores. Mas começamos em Bangu, uma região mais pobre que não interessava aos gigantes”, afirma Barros. Hoje, a empresa tem 5 operações localizadas no mercado fluminense. Não é só a escolha da localização que a Cinesystem apresenta como fator que a diferencia em relação à concorrência. “Desde o começo, tomamos a decisão de ser um cinema supermoderno e confortável”, diz Barros. Para isso, a empresa investiu em inovações, como a venda de ingressos para poltronas mais espaçosas, voltadas para clientes obesos, e de versões sem braço, para casais. Em breve, algumas salas contarão também com cadeiras com movimentos, iguais às dos cinemas 4D. “Nem sempre compensa montar toda uma sala com essa estrutura, mas colocar algumas poltronas é algo inédito, que vai atrair muita gente.” ■ Áreas fora do radar de grandes redes são o foco da Cinesystem Apoio do governo ajuda na expansão dos pequenos Linhas especiais de crédito e aprovação do vale-cultura servem como incentivo O avanço de redes como a Cinesystem pelo interior tem sido facilitado por uma postura do governo de incentivar o aumento de opções culturais em cidades menores. Entre as iniciativas nesse sentido está a criação de uma linha especial do BNDES, em parceria com a Ancine, para o financiamento de novas salas de cinema. “O investimento para se montar um cinema é bastante alto, mas o governo tem ajudado”, diz Marcos Barros, da Cinesystem. A empresa conseguiu, recentemente, um financiamento de R$ 24 milhões para a instalação de 23 salas de cinema em quatro cidades, todas do interior. Segundo Barros, outra política que deve trazer bons resultados para o setor é o “vale cultura”. Sancionada em dezembro, a lei cria a possibilidade de as empresas deduzirem o pagamento de até R$ 50 por mês para que os funcionários gastem em iniciativas culturais, como teatros e cinemas. ■ G.F. BP fecha acordo de US$ 4,5 bi por vazamento Chris Graythen/AFP Empresa reconheceu culpa no vazamento de petróleo no Golfo do México, em 2010 AFP [email protected] BP pode sofrer novas derrotas pelo vazamento no Golfo em 2010 Um juiz americano aprovou um acordo de US$ 4,5 bilhões no qual a gigante do petróleo britânica BP admitiu a culpa das acusações criminais do vazamento de petróleo no Golfo do México, ocorrido em 2010, mas os problemas legais da companhia estão longe do fim. Em 25 de fevereiro, a BP retornará à corte de Nova Orleans para um gigantesco julgamento consolidando um grande número de processos remanescentes vinculados ao pior desastre ambiental dos Estados Unidos. A empresa ainda precisa solucionar um caso civil de multas ambientais, que poderiam chegar ao montante de US$ 18 bilhões, se for comprovada negligência grosseira. Também está em situação difícil por prejuízo econômicos, incluindo o custo da recuperação ambiental. Em 20 de abril de 2010, a explosão da plataforma Deepwater Horizon, arrendada pela BP, matou 11 pessoas e resultou no vazamento de uns 4,9 milhões de barris de petróleo nas águas do Golfo, contaminando as praias de cinco estados. Em uma audiência em Nova Orleans, o vice-presidente da BP América, Luke Keller, se desculpou com as famílias dos mortos e outras vítimas. “Nossa confissão de culpa dei- xa claro que a BP compreende e reconhece seu papel nesta tragédia. Nós pedimos desculpas — a BP pede desculpas — a todos os feridos e especialmente às famílias que perderam entes queridos”, afirmou Keller em um comunicado divulgado pela BP. “A BP também lamenta os danos ao meio ambiente que resultaram do vazamento e nós nos desculpamos com os indivíduos e as comunidades que foram afetados”, emendou. Conter o vazamento no poço da BP, a 1.500 metros de profundidade em frente à costa da Louisiana, levou 87 dias. Em novembro, a BP admitiu a culpa em 11 acusações de homicídio culposo, uma de obstrução criminosa do Congresso e duas violações ambientais. ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 27 ENCONTRO DE CONTAS 6% foi a alta na base de clientes obtida pela Oi TV em dezembro de 2012, levando o serviço a atingir 749 mil assinantes. No mesmo período, o mercado teve média de 1,4% de crescimento. FÁBIO SUZUKI [email protected] Vinho da cana-de-açúcar O empresário mineiro Luiz Otávio Pôssas Gonçalves, dono do grupo Vale Verde, investe novamente no segmento de bebida com a criação da Canavino, cuja produção é semelhante ao do vinho, mas feita a partir da fermentação da cana-de-açúcar. Com verba de R$ 1,5 milhão para colocar o produto no mercado, a expectativa com a nova marca é de vender 38 mil garrafas este ano e atingir um faturamento de R$ 3 milhões com a bebida, cujo preço será em torno de R$ 60. “Neste momento estamos cadastrando o Canavino nas principais redes de supermercados e dentro de dois meses a bebida estará disponível em boa parte do país”, diz Jacqueline Pereira, gerente de marketing da Vale Verde. Se depender das habilidades de seu criador, a nova bebida fará muito sucesso no mercado. Gonçalves é conhecido como “o alquimista de bebidas” e mantém hoje a cachaça Vale Verde, que já foi premiada com o título de Melhor Cachaça Extra Premium pela revista Playboy. Além disso, ele foi o criador da cerveja Kaiser, vendida na década de 80 para a Coca-Cola, e da água de coco em caixinha Kero Coco, vendida na década de 90 para a rival Pepsi. ■ GIRO RÁPIDO ➤ ● A Allianz Seguros fechou parceria com a Ecoassist para reforçar sua atuação no descarte de móveis e eletroeletrônicos, serviço que atuará em três carteiras: pequenas e médias empresas, condomínios e residências. A parceria abrangerá diversas cidades do país e tem o objetivo de ampliar em 20% as vendas nas três áreas. ➤ ● A fabricante de chocolates Harald e a rede de ensino Laureate Brasil assinam hoje uma parceria que envolverá troca de experiências, conhecimento e pesquisas entre empresa e instituição. O acordo oferecerá também cursos e treinamentos para estudantes da rede de ensino. Canavino custará cerca de R$ 60 GMR e SportsMark anunciam fusão de olho no Brasil Tendo o Brasil como principal mercado para os próximos anos por conta da realização dos grandes eventos esportivos, as multinacionais americanas GMR Marketing e SportsMark Management Group anunciaram nesta semana a fusão de suas operações. Um escritório em São Paulo será a sede das companhias para as ações realizadas em toda a América Latina. Mesmo com o acordo, ambas as agências manterão suas denominações no mercado e a expectativa é que a fusão incremente os negócios das companhias em 25%. ➤ ● “Vamos realizar o maior investimento em marketing este ano” André Barros Gerente de marketing da Garoto, sobre os R$ 200 milhões que serão investidos em ações publicitárias por conta do patrocínio da Copa 2014. Tradicional empresa de bebidas do Japão, a Suntory passa a exportar para o mercado brasileiro os uísques Yamazaki 12 anos e Hibiki 17 anos. Através da Tradbras, importadora exclusiva da Suntory no país, as bebidas serão distribuídas em pontos de venda do Rio de Janeiro e São Paulo. Fotos: divulgação ➤ ● Após aumentar em 35% o número de franquias em 2012, a rede Hope Lingerie pretende abrir 50 novas unidades ao longo deste ano, tendo como foco a expansão nas regiões Sul e Norte do país. Atualmente, a companhia mantém 115 lojas, sendo sete delas no exterior: duas em Portugal, duas em Israel e outras três na Argentina. Cai lucro da Eli Lilly e Pfizer tem melhora Marcela Beltrão Resultados da indústria farmacêutica refletem forte concorrência de genéricos Philips vende unidade de áudio e vídeo A decisão marca a saída da empresa de uma de suas operações mais tradicionais Ransdell Pierson Reuters A Eli Lilly apresentou ontem uma queda nos resultados do quarto trimestre, com a concorrência de medicamentos genéricos resultando em menor receita. A farmacêutica norte-americana teve lucro de US$ 827 milhões, ou 74 centavos de dólar por ação, no quarto trimestre, contra US$ 858 milhões, ou 77 centavos dólar por papel, um ano antes. Excluindo itens extraordinários, o lucro foi de 85 centavos de dólar por ação. Analistas previam, em média, ganho de 78 centavos de dólar. A receita caiu em cerca de 1%, para US$ 5,96 bilhões, acima de estimativa do mercado, de US$ 5,81 bilhões. A companhia afirmou que as vendas em queda pela perda de patente do medicamento Zyprexa (para esquizofrenia) foi parcialmente compensada por ganhos com vendas de outros medicamentos e de produtos para uso veterinário. A empresa espera que o lucro neste ano fique entre US$ 3,82 e US$ 3,97 por ação, excluindo itens extraordinários, enquanto as vendas devem ficar estáveis ou crescer ligeiramente. FRASE A Philips chegou a um acordo para vender o negócio de áudio e vídeo à japonesa Funai Electric por ¤ 150 milhões para se focar nos segmentos mais rentáveis de eletrodomésticos, saúde e iluminação. A venda marca a saída da Philips de uma de suas operações mais tradicionais. A companhia já havia separado a unidade de televisão ao firmar uma joint venture com a fabricante TPV, de Hong Kong, no início de 2012. O grupo holandês vem lutando há anos para concorrer com fabricantes asiáticas de eletrônicos de baixo custo. Quebra da patente do remédio Zyprexa, para esquizofrenia, prejudicou resultado da Eli Lilly Concorrente Já a farmacêutica Pfizer reportou um lucro para o quarto trimestre acima das expectativas, ajudada por uma recuperação das vendas em mercados emergentes. Mas a empresa deu uma previsão para o lucro em 2013 abaixo da esperada por analistas de Wall Street. A Pfizer, maior laboratório dos Estados Unidos, disse que o lucro trimestral quadruplicou para US$ 6,32 bilhões, ou 86 centavos de dólar por ação, com um ganho pela venda dos negócios de produtos nutricionais para o grupo suíço Nestlé por cerca de US$ 12 bilhões em novembro. Um ano antes, o lucro tinha sido de US$ 1,44 bilhão, ou 19 centavos de dólar por ação. Excluindo itens extraordinários, a Pfizer teve ganho de 47 centavos de dólar por ação no quarto trimestre. Analistas esperavam, em média, lucro de 44 centavos de dólar por ação, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. As vendas globais caíram 7%, para US$ 15,1 bilhões, atingidas pela competição de genéricos para seu remédio para colesterol Lipitor. A Pfizer previu lucro por ação em 2013 de US$ 2,20 a US$ 2,30 por ação, excluindo itens extraordinários. ■ Prejuízo trimestral A Philips apresentou prejuízo líquido de ¤ 355 milhões no quarto trimestre, atribuído a provisões já sinalizadas e encargos. A empresa alertou em dezembro que assumiria provisões de ¤ 509 milhões para cobrir uma multa aplicada pela União Europeia por prática de cartel no negócio de televisores. A companhia também antecipou que os encargos de reestruturação aumentariam para ¤ 380 milhões, contra previsão anterior de ¤ 300 milhões, pela integração de algumas operações. ■ 28 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 EMPRESAS 6,6 anos É o tempo médio de relacionamento entre anunciantes e agências. Dos nove países em que o Grupo Consultores aplicou a pesquisa, o Brasil é o líder. CRIATIVIDADE E MÍDIA MSN se reposiciona e investe em nova campanha Carolina Marcelino [email protected] O MSN apresenta nova campanha publicitária assinada pela agência Wunderman. Totalmente digital, a estratégia de comunicação apresenta o novo posicionamento da marca: “É a sua cara. É do seu jeito”. “O objetivo é mostrar que todo mundo tem o seu universo particular, que vai além de qualquer padrão ou estereótipo. O MSN entende essas diferenças, oferecendo possibilidades personalizadas de conteúdos em diversas plataformas com parceiros como New York Times, ESPN, Tempo de Mulher, Estadão e Forbes”, afirmou a produtora executiva do MSN, Andrea Fornes. A campanha contempla um vídeo-manifesto incentivando cada um a cultivar a própria identidade, além de banners, conteúdo para Facebook e ações de mídia social alinhados com o conceito da campanha. As atividades de mídia social têm como objetivo integrar a rede do usuário com o MSN para tornar o conteúdo da plataforma ainda mais personalizado. No visual das peças, a agên- Magazine Luiza imita filme de Stallone COM A PALAVRA... Fotos: divulgação O lutador Anderson Silva é o novo garoto propaganda da Magazine Luiza. No filme, ele irá imitar a antológica cena do lutador Rocky Balboa, interpretado por Sylvester Stallone, quando ele sobe as escadas do Museu de Arte da Filadélfia, nos Estados Unidos. A ação é assinada pela Etco, agência do WPP. ...ROBERTO R. PIMENTA FILHO Dim&Canzian cria para Coimbra A Coimbra lançou sua nova linha de cadeados, chamada Color Lock. Para isso, a agência Dim&Canzian criou uma campanha que apresenta situações desagradáveis que poderiam ser evitadas com o uso do cadeado. O plano de mídia envolve publicidade em revistas e jornais impressos. cia adotou a barra pessoal (/) como ícone para reforçar a característica do MSN em fornecer conteúdo personalizado, associando de forma simultânea assuntos que são do interesse do visitante. “Geralmente os portais se dividem em seções específicas (/música; /moda; /esporte), mas no mundo conectado as situações são mais complexas e a busca dos usuários por diferentes temas ao mesmo tempo é PARA LEMBRAR frequente”, completou. A criação da campanha é de Samuel Normando e Dago Nesi, sob direção de criação de Paulo Sanna e Bruno Mendonça. O portal informa que atualmente tem mais de 480 milhões de visitantes por mês. O conteúdo diferenciado reunido no endereço virtual inclui notícias que vão desde de decoração, e esportes até economia e política. ■ Taterka leva conta do McDonald’s A Taterka Comunicações é a responsável pela criação de toda a comunicação visual do McDonald’s para a Copa do Mundo FIFA 2014. A agência brasileira venceu uma concorrência acirrada com agências que atendem a marca em todo o mundo. NO MUNDO DIGITAL Tim lança concurso cultural com o Multishow A Tim traz o Blue Man Group para o Brasil e realiza um concurso cultural para levar consumidores a conhecerem o trio. Os “homens azuis” vão participar do ensaio e do desfile do bloco carioca de Carnaval Monobloco. Os participantes do concurso “Balança Geral” devem enviar um vídeo com uma coreografia pelo site do Multishow. A melhor apresentação será premiada com a viagem ao Rio, para participar das performances dos artistas no ensaio e desfile do Monobloco. VAIVÉM ➤ ● Amostra grátis Em 2010, quando a Rodovia dos Bandeirantes foi eleita a melhor estrada do Brasil pelo Guia Quatro Rodas, a CCR fez uma campanha em que uma amostra da rodovia foi colocado dentro da revista. A assinatura dizia: “Na remota hipótese de você não conhecer a melhor rodovia do país, aqui vai um pedacinho”. INACIO RAMOS Novo diretor de Criação da Kindle A agência Kindle anuncia mudanças na área de Criação este ano. O diretor de Arte Inácio Ramos assume como novo diretor, em substituição a Fabio Barreto. Inácio, que já foi supervisor de Criação na Doctor Propaganda, além de destacadas passagens pela Casa da Criação e Grupo Rai de Comunicação, retorna à Kindle para liderar a área criativa da agência. O executivo se formou em Cinema e cursou Publicidade e Jornalismo. Diretor da Manteiga Aviação Como surgiu a ideia de mudar a embalagem de um produto tão tradicional? Depois de quase nove décadas com a mesma embalagem, a Manteiga Aviação em lata evoluiu, mas sem abrir mão da tradição e da qualidade que a colocaram entre as marcas mais admiradas e importantes do mercado brasileiro. A nova embalagem da Manteiga Aviação nasce com atributos importantes: dispõe de sistema abre-fácil em alumínio que dispensa o abridor, vira uma manteigueira e, como sempre, não necessita de refrigeração. Acredito que temos que continuar com a tradição do produto, mas temos que evoluir nas embalagens pensando na praticidade para o consumidor brasileiro. Haverá plano de mídia para divulgar a nova embalagem? Sim, haverá um extenso plano de mídia para a divulgação, mas estamos no processo de planejamento, pois neste início estamos focando a comunicação no PDV e na comunicação trade. O trabalho priorizou uma comunicação bem detalhada ao trade, explicando por que mudou, o que mudou e, principalmente, o que o consumidor ganha com as mudanças. Na sequência, vêm as ações com materiais em PDV e o reforço do conceito “Nova Lata, Mesma Manteiga”, e alguns esforços em mídia que estão sendo planejados. Quanto foi investido nesta mudança? Foram dois anos de estudos, pesquisas e um investimento inicial de R$ 500 mil para chegar ao formato da nova embalagem. Outra mudança importante está no tamanho, que chega apenas na versão de 200 gramas. Isso porque, nos últimos anos, houve uma alteração no perfil das famílias brasileiras, que estão cada vez menores, e buscam produtos que se adequem a essa nova realidade. C.M Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 29 30 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 FINANÇAS Editora: Léa De Luca [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] Em busca de ganho maior, investidor aceita pagar mais Fundos que cobram pela performance conquistam clientes em busca de algo além dos juros básicos Murillo Constantino Marília Almeida COMO FUNCIONA [email protected] Investidores de alta renda estão acordando para fundos sofisticados que cobram taxa de performance — mesmo que o retorno seja incerto daqui em diante, o risco é dividido com o gestor. São as casas independentes, especializados nestes produtos, ganham espaço. Um exemplo é a Claritas, que inclui a taxa de performance na maioria de seus produtos. No ano passado, seus recursos sob gestão cresceram 13,4%, para R$ 3,7 bilhões. Um dos destaques foram os fundos da categoria multimercados “Em um cenário de juros reais negativos, se considerarmos a inflação, o investidor que quiser um retorno melhor terá que selecionar gestores e ações que superem índices. Há um apetite cada vez maior por isso”, diz Ernesto Leme, diretor da área de gestão de fortunas da gestora. Ele cita como exemplo o retorno proporcionado pelo fundo hedge da gestora, cuja rentabilidade foi de 17,6% no ano passado, um retorno de 210% sobre o CDI depois de custos. “O retorno justifica a cobrança. Iremos manter a estratégia”, aponta Leme. O fundo multimercado da Venturestar, que tem taxa de performance de 20% e registrou rentabilidade líquida de 21,70% no ano passado, tem recebido aplicações diretas de pessoas físicas através de seu Taxa de performance é um recurso tradicional nas gestoras independentes Mais comum nos fundos multimercados e de ações, também pode ser cobrada em alguns fundos de renda fixa com títulos de longo prazo na carteira O padrão do mercado é a cobrança de 20% sobre o retorno que exceder o indexador do fundo. Mas podem chegar a 10% ou, no sentido oposto, a 40% O indexador (benchmark) mais comum para fundos de ações é o Ibovespa e para fundos de renda fixa, CDI ou índices de inflação A periodicidade da cobrança é semestral, e, em geral, os fundos têm marca d´água, que evita a cobrança dupla Fonte: Lecca Investimentos Leme, da Claritas: “Retorno de 210% acima do CDI do nosso fundo hedge em 2012 justifica a cobrança” distribuidor, conta o diretor Luis Paulo Mesquita. “Em nove anos do fundo, é a primeira vez que isso acontece”, diz. Os ganhos obtidos com as taxas foram reinvestidos na contratação de gestores com experiência na área de risco, e na atualização de servidores. Além de investidores individuais, o consultor da área de investimentos da Mercer, Raphael Santoro, também cita o crescente interesse dos fundos de pensão por estes produtos. “A fórmula de 1,5% a 2% de taxa de administração mais 20% de taxa de performance tem sido aceita por quem nem olhava o desempenho de produtos, especialmente em fundos multimercados e imobiliários.” Além disso, os fundos multimercados se transformaram nos últimos anos. “Antes eram basicamente um fundo de renda fixa diferenciado. Agora, são hedge funds, com operação compra- da e vendido em moedas”. Entre os 70 fundos distribuídos pela Lecca Investimentos, a maioria cobra taxa de performance de 20% sobre o retorno excedente e pertence à categoria de multimercados e ações, mas é possível encontrar produtos de renda fixa com títulos de crédito privado que têm a cobrança. Para o gestor Georges Catalão, apesar de ainda não haver um movimento neste sentido, há uma tendência de gestoras compensarem taxas de administração menores em categorias como renda fixa com produtos que cobram taxa de performance. “Se o gestor faz um bom trabalho, é um caminho natural”. Santoro, da Mercer, diz que, de fato, alguns deles já tentaram negociar isso com os fundos de pensão. Apesar de bons retornos destes produtos com gestão ativa nos últimos dois anos, ele alerta para a base de comparação. “Daqui para a frente, muitos vão ter que provar se irão continuar entregando resultados. Tudo vai fazer diferença”. ■ Fundos imobiliários batem recorde em janeiro Estudo da Economatica mostra que o volume diário negociado de 98 carteiras foi de R$ 27 mi Redação [email protected] A quantidade de fundos imobiliários e volume financeiro médio diário mensal atingiu o maior patamar em janeiro de 2013, segundo estudo da Economatica divulgado ontem. A empresa acompanha todos os fun- dos imobiliários negociados na Bovespa — atualmente estão registrados 105, dos quais 98 tiveram pelo menos um negocio nos últimos 12 meses. Em janeiro de 2003 o mercado contava com somente dois fundos imobiliários; em dezembro de 2012 chegamos à marca de 98 ativos negociados na Bovespa. Da mesma maneira o volume financeiro médio diário mensal dos fundos imobiliários atingiu o seu maior patamar no mês de janeiro de 2013 com R$ 26,95 milhões negociados. Embora haja quase 100 fundos imobiliários sendo negociados, somente 34 Entre os mais líquidos, o CSHG Recebíveis Imobiliários é o que apresenta o melhor desempenho deles tiveram mais de R$ 100 mil negociados em média no mês de janeiro; todos os restantes fecharam janeiro com volume abaixo deste nível. A concentração do volume financeiro está presente entre os fundos imobiliários já que os 10 fundos com maior liquidez acumulam 71,8% do total movimentado pelos instrumentos no mercado. O fundo BB Progressivo II que foi lançado em dezembro do ano passado concentrou 30,8% do volume total negociado por todos esses fundos. Analisando os fundos com volume médio diário superior a R$ 100 mil no mês de janeiro, o estudo da consultoria encontrou o Fundo CSHG Recebíveis Imobiliários com o melhor desempenho em janeiro de 2013 até o dia 28. Os retornos são calculados efetuando o ajuste dos proventos (dividendos, amortizações, subscrições). ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 31 Arnd Wiegmann/Reuters ESCÂNDALO EUA buscam no UBS ex-clientes do Wegelin Um juiz federal autorizou o Internal Revenue Service (IRS) dos Estados Unidos a buscar entre os clientes do UBS registros de contribuintes norte-americanos suspeitos de esconder a sua renda em contas no banco suíço Wegelin. Mais antigo banco privado da Suíça, o Wegelin declarou-se culpado na corte federal de Manhattan em 3 de janeiro por acusações de ajudar norte-americanos ricos a sonegar impostos por meio de contas secretas e que, como consequência, iria fechar. Caixa ganha com loteria quase o mesmo que com fundos Marcela Beltrão Receita de apostas que fica com o banco somou R$ 1,05 bilhão em 2012; crescimento de 7,7% BC divulga nova lista de pagadores de compulsório Instituições podem renegociar em até 10 anos seus débitos; prazo termina dia 31 de agosto Ana Paula Ribeiro [email protected] A “fezinha” que muitos realizam quando a Mega Sena acumula rende poucos milionários, já que a probabilidade de ganhar é ínfima — mas garante uma bolada para a Caixa Econômica Federal, que administra as loterias federais. Só no ano passado o banco público recebeu R$ 1,05 bilhão por conta do elevado número de apostas, alta de 7,7% em relação a 2011. A título de comparação, esse montante é similar aos R$ 1,02 bilhão que a Caixa conseguiu com receitas de administração de fundos de investimentos entre janeiro e setembro do ano passado. Os dados consolidados de 2012 serão divulgados apenas no próximo mês. Como administradora das lotéricas, que são cerca de 12.200 em todo o Brasil, a Caixa tem direito a 10% de tudo que é arrecadado em apostas nos dez tipos de loterias existentes. No ano passado, essa arrecadação chegou a R$ 10,49 bilhões. Os valores arrecadados não incluem as receitas com a prestação de serviços bancários nas lotéricas, que atuam como correspondentes para o banco. O vice-presidente de fundos de governo e loterias, Fabio Cleto, afirma que a expectativa para este ano é que a arrecadação cresça 8%. Essa projeção não inclui possíveis aumentos no valor das apostas. A decisão de elevar os preços não cabe ao banco público, e sim à Secretaria de Assuntos Econômicos (Seae) do Ministério da Fazenda. O executivo não disfarça o desejo de poder aumentar o valor das apostas. Cita o caso da Mega Sena, cujo a última atualização ocorrer em 2009, quando subiu para R$ 2. “Corrigido pela inflação, o valor hoje teria que ser R$ 2,80”, defende. Cleto acrescenta ainda que mesmo que as apostas caiam por causa de um reajuste no curto prazo, a consequência é ter mais prêmios acumulados, fato que costuma atrair os jogadores. Mas enquanto não ocorre o reajuste, a Caixa contará com a internet para ajudar no crescimento da arrecadação. Atualmente, clientes do banco podem apostar na Mega Se- Em busca de mais apostadores e receitas, Caixa planeja abrir 1.500 casas lotéricas ao ano até 2015 na. Com a ampliação do sistema, que deverá ser lançado em meados de 2013, qualquer pessoa poderá fazer a aposta virtualmente e realizar o pagamento em diferentes meios (cartão BILHETE BILIONÁRIO Distribuição da arrecadação das loterias TOTAL ARRECADADO, EM R$ BILHÕES 2011 9,74 2012 10,49 CRESCIMENTO 7,70% DISTRIBUIÇÃO, EM R$ BILHÕES Repasses 4,89 Prêmios 3,50 Custeio (Caixa e lotéricas) 2,10 PARA ONDE VÃO OS REPASSES, EM R$ MILHÕES Esporte Educação Cultura Segurança Seguridade e outros Receita Federal 707,12 936,13 293,42 315,14 1.766,21 874,31 de débito, boleto bancário e outros). “Acredito que em até 12 meses após o lançamento, é possível que as apostas virtuais representem 5% do total”, prevê o executivo. A Caixa ainda planeja o lançamento de uma nova loteria especial, a Lotomania da Páscoa, de um novo produto, no segundo semestre, e estruturação de outros. “Devemos estudar mais apostas esportivas, por exemplo”, afirmou Cleto. Das loterias existentes no Brasil, apenas a Loteca está vinculada a resultado de jogos. “Queremos trazer opções que são mais adequadas ao perfil do brasileiro”, disse ontem em São Paulo. A estimativa da Caixa é que o brasileiro aposte em loterias cerca de US$ 24 ao ano. Esse valor está abaixo dos US$ 240 da Argentina e dos quase US$ 700 de Grécia e Espanha. Essa diferença, segundo Cleto, mostra que é possível conquistar mais apostadores. No entanto, diz que não é possível fazer uma comparação precisa com outros países uma vez que no Brasil não é permitido jogos de azar. “O que se nota é a busca por modalidades mais dinâmicas”, explicou, Expandir o número de casas lotéricas também deve contribuir para o crescimento das receitas e elevação do volume de apostas per capita. Hoje, são cerca de 12.200 lotéricas em todo país o que significa um ponto para pouco mais de 15 mil habitantes. O plano da Caixa é abrir 1.500 ao ano até o final de 2015. Balanço Do total arrecadado com as loterias no ano passado, R$ 3,5 bilhões foram destinados ao pagamento de apostas. A maior foi paga com o prêmio principal da Mega Sena da Virada, que chegou a R$ 244,77 milhões. No entanto, a maior parcela da arrecadação foi para os diversos projetos sociais que possuem as apostas como fonte de receitas. Os repasses somaram R$ 4,89 bilhões, incremento de 8,33% em relação a 2011. Um dos maiores repasses foi para a educação, R$ 936,1 milhões. Desse total, R$ 198 milhões vieram de repasses de prêmios prescritos — que não são reclamados pelos ganhadores no prazo de 90 dias. Incentivo ao esporte, com repasses ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), seguridade e segurança também recebem recursos provenientes das loterias. Já os lotéricos ficam com 9% do valor arrecadado. O 1% restante é destinado a um fundo de comunicação e marketing. Por regiões, São Paulo foi o estado responsável pelo maior volume de apostas, R$ 3,40 bilhões, seguindo por Minas Gerais, com R$ 1,14 bilhão e Rio de Janeiro, com R$ 1,03 bilhão. ■ O Banco Central publicou ontem no Diário Oficial da União (DOU) a nova relação de instituições financeiras que fazem o recolhimento compulsório sobre recursos à vista. Os nomes das instituições estão na CartaCircular 3.584. No primeiro grupo estão instituições como o Bradesco, Itáu, Banco do Brasil, Banco da China Brasil e o Banco de La Nación Argentina. No segundo grupo estão Banco Cacique, Caixa Geral de Depósitos (CGD) Brasil, Credit Agricole Brasil, Credit Suisse (Brasil) e Banco da Amazônia. Até 31 de agosto deste ano, o devedor poderá renegociar, em até dez anos, o montante consolidado de seus débitos com os descontos, segundo dados da autoridade monetária. ■ Dívida superou R$ 2 trilhões em 2012 Estes são números prévios, relatório completo será divulgado amanhã pelo Tesouro A Dívida Pública Federal (DPF) encerrou 2012 superando R$ 2 trilhões. Segundo números preliminares do Tesouro Nacional, a DPF atingiu R$ 2,008 trilhões em dezembro, contra R$ 1,965 trilhão em novembro. Em relação a 2011, o estoque cresceu 11,5%. O que contribuiu para a alta foram as ajudas aos bancos oficiais com injeção de títulos federais. Em 2012, os aportes nos bancos públicos somaram R$ 76,1 bilhões. As instituições recebem papéis do governo e os revendem no mercado conforme a necessidade. O maior beneficiado foi o BNDES, que recebeu R$ 55 bilhões — R$ 10 bilhões em janeiro, R$ 10 bilhões em junho, R$ 20 bilhões em setembro e R$ 15 bilhões no mês passado. A Caixa recebeu R$ 13 bilhões em setembro, e o Banco do Brasil, R$ 8,1 bilhões. ■ ABr 32 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Paulo Fridman/Bloomberg FINANÇAS RATING Emissão de subsidiária da JBS ganha BBA Fitch atribuiu o Rating Internacional “BB-“ à proposta de emissão de notas seniores sem garantia, de uma subsidiária da JBS. Os papéis terão vencimento em 2023. As notas serão emitidas pela ESAL GmbH, subsidiária integral da JBS, sediada na Áustria, e incondicionalmente garantidas pela JBS e pela JBS Hungary Holdings Kft. O capital levantado com a operação deve ser aportado para refinanciar dívidas de prazo mais curto. Dólar fica abaixo de R$ 2 e mercado prevê que cotação pode ir a R$ 1,95 Para especialistas, divisa pode chegar a este preço já que o BC planeja usar o câmbio para controlar inflação Marcello Casal Jr. Lucas Bombana e Reuters Evandro Monteiro [email protected] O dólar caiu abaixo de R$ 2,00 ontem na menor cotação dos últimos oito meses, rompendo o piso da banda cambial informal que, na visão do mercado, havia sido imposta pelo Banco Central. A moeda americana recuou 0,83%, para R$ 1,984 na venda, a menor cotação desde 28 de maio, quando ficou em R$ 1,983 Na véspera, caiu 1,5%. “Estamos bastante à mercê das decisões deles (equipe econômica). Ninguém acreditava que ia chegar abaixo de R$ 2,00, nem o mais otimista”, diz Glauber Romano, operador da Intercam Corretora. Para analistas, a queda do dólar é um sinal de que preocupações com a inflação começam a superar a promessa do governo de estimular as exportações, embora uma fonte do Ministério da Fazenda tenha afirmado à Reuters que a equipe econômica está mais preocupada com a promoção de investimentos. “A inflação mais alta está trazendo preocupações”, disseram os analistas do Itaú Unibanco em relatório. “Uma taxa de câmbio menos depreciada deve ajudar a reduzir as pressões inflacionárias no curto prazo.” Eles ponderaram, no entan- Sidnei Nehme Diretor da NGO “Volatilidade vai impor intervenções contínuas da autoridade por meio de leilões para equilibrar a liquidez” RUMO A R$ 1,95 Comportamento do dólar nos últimos oito meses, em R$ /US$ 2,125 2,050 1,985 1,975 1,983 1,900 28/MAI/12 29/JAN/12 Fonte: CMA to, que a política cambial brasileira também tem se focado na promoção do crescimento econômico. “O nível desejado para a taxa de câmbio é um equilíbrio entre esses dois objetivos.” Durante a maior parte do ano passado, o BC interveio no mercado cambial para impulsionar as cotações e beneficiar os exportadores, que têm a maior parte de seus custos em reais e receitas em moeda estrangeira. Inicialmente, o Banco Central impôs ao mercado uma banda informal de R$ 2,0 a R$ 2,10 por dólar. No entanto, quando as pressões inflacionárias aumentaram no final do ano passado, o teto da banda foi reduzido para R$ 2,05. Analistas agora acreditam que o BC quer manter o dólar em torno de R$ 2 reais, permitindo que ele caia abaixo desse nível se necessário para reduzir o custo de produtos importados, de forma a ajudar no combate à inflação. Para Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora, o momento atual ainda permite a administração por parte do BC forçando a apreciação do real. “Mas nos parece inevitável que as forças naturais do mercado, como o debacle (queda) do fluxo cambial, irão determinar reação opositora a este comportamento da au- Quebra da banda: BC, de Tombini, estaria preocupado com inflação toridade, razão pela qual não há como considerar-se sustentável em perspectiva o preço da moeda americana atual”, diz em relatório. Nehme acredita que neste semestre a volatilidade imporá intervenções contínuas da autoridade monetária, que será pressionada a ofertar moeda estrangeira efetiva, através leilões de venda no mercado a vista para equilibrar a liquidez. “2013, embora somente no início, se configura com uma complexidade imprevista para o Brasil com o aquecimento consistente da inflação, e, isto pode nos colocar mais próximo de 2012 do que a recuperação almejada por todos”. “Nós achamos que o dólar possa cair até R$ 1,95 ou R$ 1,90 com o Banco Central planejando usar o câmbio para controlar as expectativas de inflação”, apostam os analistas do Citibank em relatório. ■ “Ajuda a bancos públicos foi essencial em 2012” Capitalização do BB, BNDES e Caixa ajudaram a derrubar juros, diz secretário do Tesouro Apesar de ter tido impacto no endividamento do governo, as emissões de títulos para ajudar os bancos públicos foram necessárias para estimular a economia, disse ontem o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, ao capitalizarem as instituições financeiras, os aportes melhoram a concessão de crédito na economia e contribuem para manter os juros baixos. Em dezembro, a Dívida Pública Federal ultrapassou, pela primeira vez, a barreira de R$ 2 trilhões, encerrando 2012 em R$ 2,008 trilhões. Um dos princi- pais fatores que impulsionaram a alta foi a emissão de R$ 76,1 bilhões em títulos públicos que foram repassados aos bancos. Desse total, R$ 55 bilhões foram ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 13 bilhões para a Caixa Econômica Federal e R$ 8,1 bilhões para o Banco do Brasil. As instituições vendem os papéis no mercado conforme a necessidade de ampliar o capital para empréstimos. No caso do Banco do Brasil e da Caixa, os recursos foram usados para reforçar o capital mínimo necessário para que as instituições emprestem dinheiro com segurança. Os títulos repassados ao BNDES financiaram a ampliação dos empréstimos do banco de fomento, principalSelic (juros básicos da economente das linhas do Programa mia) e do custo da dívida braside Sustentação do Investimenleira”, disse o secretário, acresto (PSI). Para Augustin, os benecentando que as medidas trafícios das ajudas ao BNDES comzem economia de recursos. pensam o aumento da dívida Sem mencionar números, o bruta do governo. secretário do Tesou“Cada centavo paCada centavo ro disse que o prinra o BNDES signififator para o para o BNDES cipal ca investimento. As crescimento da dívisignifica empresas pegam o da bruta do goverdinheiro emprestainvestimento, no foi o aumento do e a capacidade reservas intere compensa o das da indústria aumennacionais, não as gasto ta. Isso impede que, ajudas aos bancos em momentos de exoficiais. Para evitar pansão da economia, a inflação que a entrada de dólares no país cresça. Se não tivéssemos emprovoque inflação, o BC vende prestado ao BNDES, a cada motítulos para recolher o excesso mento em que o Brasil crescesde dinheiro em circulação na se, haveria pressão inflacionáeconomia, o que aumenta o enria que implicaria aumento da dividamento público. Se for considerada apenas a dívida líquida, que registra não apenas o que o governo deve, mas também o que tem a receber, o secretário disse que o endividamento do setor público está em queda, caindo de 62% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002 para 35% neste ano. Por se tratarem de empréstimos entre setores do próprio governo, as ajudas aos bancos públicos não impactam a dívida líquida, mas resultam em crescimento da dívida bruta do governo. O secretário confirmou que o governo fará, nas próximas semanas, uma emissão de títulos públicos no exterior. O último ocorreu em setembro, quando o Tesouro captou US$ 1,350 bilhão por dez anos. ■ ABr Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 33 Divulgação DESINVESTIMENTO Fundo VNT reduz participação na Vanguarda A Vanguarda Agro comunicou ontem que o Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado VNT, de Otaviano Olavo Pivetta, reduziu participação na companhia. Após alienações realizadas desde dezembro de 2012, que totalizaram 129,7 milhões de ações, a participação do fundo passou a ser 22,43% no capital social da empresa. Além disso, a conclusão do aumento de capital da Vanguarda Agro também influenciou no ajuste de participação. BOLSAS Ibovespa registra ganho de 0,63% Puxada pelo setor siderúrgico, índice acionário vai a 60.406 pontos; Usiminas sobe 2,61% Marcelo Ribeiro [email protected] Após desempenho fraco do Ibovespa na primeira sessão da semana, o índice se recuperou e fechou com alta ontem, sustentado pelas ações das principais empresas do setor siderúrgico. O Ibovespa fechou com avanço de 0,63%, aos 60.406 pontos, com giro financeiro de R$ 6,93 bilhões. O destaque entre as siderúrgicas foi a Usiminas, que teve os seus papéis liderando entre as maiores altas do índice durante boa parte do dia. Após seis quedas consecutivas, a ação da empresa subiu fortemente e contribuiu para que a ponta compradora prevalecesse na bolsa brasileira. “Depois de tantos recuos, o ativo da Usiminas pode ter iniciado uma sequência de altas. Mesmo com o bom desempenho neste pregão, o papel USIM5 acumula perda de 17% em 2013. A retomada do papel influenciou as demais siderúrgicas”, explica Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora. Enquanto a ação da Usiminas (USIM5) avançou 2,61%, o papel da CSN (CSNA3) fechou com alta de 2,27%. Além disso, Galdi destaca a recuperação da Vale no final do pregão. O noticiário trouxe informações pouco favoráveis para a companhia, mas o movimento comprador prevaleceu. A ação preferencial da empresa (VALE5) subiu 1,17%. Outro destaque do dia ficou com as ações da Braskem (BRKM3), que lideraram os ganhos, com avanço de 6,31%. Em NY o dia também foi positivo. Dow Jones subiu 0,63%, o S&P 500 avançou 0,61% e o Nasdaq teve alta de 0,08% Em segundo lugar no ranking figuram os papéis da Gol (GOLL4), que subiram 4,31%. Do lado negativo, os papéis da Suzano (SUZB5) recuaram 3,84%, seguidos pelas ações da Vanguarda Agro (VAGR3), que tiveram queda de 2,27 %. Entre as notícias, destaque para o fato de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estar disposto a ajudar a CSN a comprar a CSA. Como a CSN é sua concorrente, Galdi explica que a Vale não estaria contente com a postura do BNDES, que é seu parceiro em muitas operações. Mercado externo Nos Estados Unidos, a ausência de informações ditou a volatilidade que caracterizou os índices de Wall Street ao longo da sessão. Os dados mistos contribuíram para o movimento. Neste sentido, o índice Dow Jones subiu 0,63%, o S&P 500 avançou 0,61% e o referencial de tecnologia Nasdaq teve alta de 0,08%. A confiança do consumidor dos Estados Unidos recuou para 58,6 pontos em janeiro, contra 66,7 pontos último ano de 2012. Já os preços dos imóveis americanos subiram 5,5% em novembro. “O movimento discreto acontece em função da agenda bastante relevante dos próximos dias, quando o movimento deve ser mais expressivo. Vale lembrar que amanhã será divulgado o ADP, que avalia o número de postos de trabalho no setor privado, e na sexta-feira, o payroll, que aponta o número de empregos gerados pela economia americana”, diz Galdi. Na Europa, o CAC 40, de Paris, teve acréscimo de 0,13%; o DAX, da Alemanha, ganhou 0,20%; e o FTSE 100, de Londres, cresceu 0,71%. ■ COMMODITIES Otimismo eleva preço do petróleo em mais de 1% O WTI para março ganhou 1,17% a US$ 97,57 com investidor esperando maior demanda Os preços do petróleo fecharam em alta ontem em Nova York, impulsionado pelo otimismo maior dos investidores sobre a demanda pela commodity e um dólar em queda. O barril do tipo WTI com vencimento em março ganhou 1,17% a US$ 97,57, depois de subir durante o dia para US$ 97,82, nível mais alto desde 17 de setembro. Em Londres, os contratos com entrega em março subi- ram 0,64% a US$ 114,21. Como em outros mercados de commodities brutas o petróleo evoluiu “de acordo com os mercados de capital (...) que parecem destinados para níveis recordes”, superando máximos atingidos antes da crise financeira de 2008, diz Robert Yawger, da Mizuho Securities. Depois de passar a US$ 97, os preços subiram, apesar de uma queda na confiança do consumidor nos Estados Unidos, afirma o analista. Um dólar fraco favorece a compra de ativos mais arriscados por parte de investidores. Especialistas aguardam o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (FomC, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que começou ontem e termina hoje, para ver se haverá mudanças na política monetária dos EUA. No mês passado, o banco central americano decidiu compras de ativos de US$ 85 bilhões por mês, até nova ordem, e vinculou a evolução da sua taxa de referência próximo de zero para quatro anos, com o desemprego e a economia ainda enfraquecida. ■ AFP Ambipar Participações e Empreendimentos S.A. CNPJ Em Constituição Aos 26/08/10, às 18:00hs, na Av.Paulista nº 2421, SP/SP, presentes todos os fundadores e subscritores do capital social da Ambipar Participações e Empreendimentos S/A, em organização, nomeados e qualificados no boletim de subscrição anexo à presente ata e da qual faz parte integrante, reunidos sem convocação pela imprensa, nos termos do § 4º do art.124 da Lei nº 6.404/76, realizou-se a assembleia geral de constituição da citada sociedade anônima.Por aclamação, presidiu os trabalhos o fundador, Sr.Tércio Borlenghi Junior, tendo eu, Sra. Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro, servido como Secretária. Após cientificar os presentes a propósito das etapas e dos objetivos da assembleia, o Sr. Presidente inicialmente salientou que o capital social havia sido inteiramente subscrito, consoante boletim de subscrição firmado nesta data.Prosseguindo, salientou o Sr.Presidente que, a importância referente a 10% do capital subscrito em dinheiro ou seja, a importância de R$ 1.000,00 havia sido depositado no Banco do Brasil, conforme incluso comprovante de depósito. Os restantes 90% serão integralizados dentro do prazo de 90 dias a contar da data desta assembleia. Na sequência, o Sr. Presidente submeteu à apreciação dos subscritores o projeto do estatuto social em anexo destinado a reger a vida da sociedade. Finda a leitura do estatuto, o Sr. Presidente submeteu-o à discussão e votação, verificando-se a sua unânime aprovação. Passou-se a seguir à eleição da primeira Diretoria da Sociedade, verificando-se o seguinte resultado unânime: Diretor Presidente Sr. Tércio Borlenghi Junior, RG nº 9834578-3 SSP/SP e CPF/MF nº 101.544.328-14. O diretor presente na assembleia declarou que aceita o cargo e que não está incurso em lei ou crime que o impeça de exercer suas atividades.A Assembleia estipulou a verba honorária anual global de R$ 48.000,00. A Assembleia decidiu que a sede social da Sociedade será na Av. Paulista nº 2421, 11º andar, BelaVista, SP/SP, e que o primeiro exercício social encerrar-se-á em 31/12/2010.Cumpridas assim todas as formalidades legais necessárias, o Sr. Presidente deu por definitivamente constituída a Ambipar Participações e Empreendimentos S/A, franqueando a palavra para quaisquer outros esclarecimentos. Como ninguém se manifestasse, foi a assembleia declarada encerrada, lavrando-se a presente ata que, lida e achada conforme, vai devidamente assinada por todos os subscritores presentes. Presidente da sessão - Tércio Borlenghi Junior; Secretária da sessão: Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro. Subscritores: 1) Tércio Borlenghi Junior; 2) Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro; 3) Débora Lemos Borlenghi; 4) Christiane Borlenghi Donadio. Estatuto Social - Ambipar Participações e Empreendimentos S/A. - Capítulo I - Denominação, Sede, Foro, Objeto Social e Prazo de Duração - Art. 1º - A Companhia denomina-se Ambipar Participações e Empreendimentos S.A., e será regida pelo presente Estatuto Social e pela legislação aplicável às Sociedades Anônimas. Art. 2º - A Cia. tem sede, administração e foro jurídico no município de SP/SP. § Único - A sociedade por deliberação da Diretoria poderá criar e extinguir filiais em qualquer parte do território nacional.Art. 3º - Os objetos sociais da Companhia são:a) gestão de participações societárias (Holdings);b) participação em outras sociedades como sócia ou acionista; c) administração e gerenciamento de bens próprios ou de terceiros. Art. 4º - A sociedade tem prazo indeterminado de duração. Capítulo II - Capital e Ações - Art. 5º - O capital será de R$ 10.000,00 totalmente subscrito e integralizado, e dividido em 10.000 ações ordinárias, no valor nominal de R$ 1,00 real, todas nominativas.§ 1º - Nos termos do art.166 da Lei 6.404/76, o capital social poderá ser aumentado, sempre que a assembleia geral o julgue conveniente, e da seguinte forma: a) pela emissão de novas ações, subscritas mediante pagamento;b) pelo aumento do valor nominal das ações existentes, resultante quer da incorporação de bens, quer pela aplicação das reservas, quer ainda por quaisquer outros meios, a juízo da assembleia geral. § 2º - As ações, ou eventualmente suas cautelas representativas serão assinadas por no mínimo 02 diretores. Art. 6º - Cada ação dará direito a um voto nas deliberações sociais. Art. 7º - As ações serão indivisíveis perante a sociedade, que não lhes reconhecerá mais de um proprietário para cada unidade.Capítulo III - Da Administração da Sociedade: Art. 8º - A sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita em Assembleia Geral de Acionistas, acionistas ou não, sendo um Diretor-Presidente, escolhido pela Assembleia para essa função, e os demais Diretores, em cargos a serem distribuídos em Ata de Reunião de Diretoria; todos serão residentes no país, sendo o seu mandato fixado em dois anos, os quais terminarão sempre na AGO, podendo ser reeleitos.§ 1° - São atribuições do Diretor-Presidente, ou um procurador: a) Firmar todos os documentos que resultem em responsabilidade para a sociedade, tais como: abertura, encerramento e movimentação de contas bancárias, endosso de títulos, admissão ou demissão de funcionários; b) A contratação de empréstimos de quaisquer espécies, bem como a constituição de qualquer tipo de ônus nos bens da Cia.; c) A assunção de obrigações que importem à venda, compra, locação, transferência onerosa ou gratuita, de quaisquer bens móveis do ativo fixo; d) Delegar, no todo ou em parte, seus poderes para um dos outros diretores, por tempo determinado e para fins específicos.§ 2° - No caso de vaga na Diretoria, durante o prazo de gestão, o cargo vago será preenchido por escolha e nomeação do Diretor-Presidente, para atuar até a primeira Assembleia Geral de Acionistas, a qual caberá ratificar o escolhido ou eleger outro, para que se complete a gestão da Diretoria em exercício. § 3° - Ficando vago o cargo de Diretor-Presidente, será convocada Assembleia Geral imediata para nova escolha.§ 4° - Qualquer diretor poderá ser destituído a qualquer tempo pela Assembleia Geral, convocada e instalada regularmente.§ 5° - As procurações serão outorgadas pelo Diretor Presidente.Art.9º - Compete todavia à Diretoria, após deliberação coletiva, representada conjuntamente pelo Diretor Presidente: a) participar de licitações públicas em repartições públicas, sociedades de economia mista, autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos, para compra ou venda, observadas as cláusulas restritivas previstas no presente estatuto; b) representar a sociedade perante repartições públicas, sociedades de economia mista, autarquias, empresas públicas e concessionárias de serviços públicos; em atos que importem em obrigações pecuniárias para a sociedade;no cumprimento de obrigações tributárias, para-fiscais e trabalhistas;e na preservação de direitos da sociedade em processos administrativos. Capítulo IV - Das Assembleias Gerais - Art. 10º - As Assembleias Gerais serão convocadas pela Diretoria, pelo Conselho Fiscal, se instalado, ou por acionistas nos casos previstos em lei. As deliberações serão tomadas observado o “quorum” mínimo da maioria absoluta, salvo disposição legal não derrogável em sentido contrário. Art. 11º - Anualmente nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social a AGO reunir-se-á para as finalidades previstas em lei.A AGE reúne-se sempre que o interesse da sociedade assim o exigir.Art.12º - As Assembleias dos Acionistas serão presididas por qualquer Diretor aclamado. Capítulo V - Do Conselho Fiscal - Art. 13º - A sociedade terá um Conselho Fiscal composto de 3 membros efetivos e suplentes em igual número, instalando-se apenas nos exercícios em que seu funcionamento for pedido por acionistas na forma e condições previstas em lei. Capítulo VI - Exercício Social e Destinação dos Lucros Art.14º - O exercício social coincidirá com o ano civil, terminando a 31 de dezembro de cada ano, quando será levantado o respectivo balanço e as demonstrações financeiras determinadas por lei.Art. 15º - Do lucro líquido apurado na Demonstração de Resultado do Exercício, e defende pelo art. 191 da Lei nº 6.404/76, será elaborada a proposta de destinação a lhe ser dada, aplicando-se compulsoriamente 5%, para constituição do fundo de reserva legal, destinado a assegurar a integridade do capital social, até o limite de 20% do mesmo, observando-se o disposto no Capítulo XVI da Lei nº 6.404/76. Capítulo VII - Disposições Finais - Art. 16 A companhia entrará em liquidação nos casos previstos em lei, competindo a Assembleia Geral determinar o modo de liquidação, nomear o liquidante, e eleger o Conselho Fiscal que deva funcionar neste período. Art. 17 - Nos termos do parágrafo 3º art. 109 da Lei nº 6.404/76 fica estabelecido que as divergências entre acionistas e companhia, entre controladores e minoritários, deverão ser dirimidas por arbitragem, indicando a Câmara de Arbitragem Empresarial de São Paulo, sediada na JUCESP na Av. Barra Funda nº 930, 3º andar, São Paulo, Capital, para fins do art. 5º da Lei nº 9.307/96, ou na sua falta, indicarão as partes um árbitro cada, que elegerão um terceiro para os casos de empate, ficando certo que eles seguirão o rito atualmente em vigor do referido tribunal arbitral. SP, 26/08/2010. Presidente da sessão: Tércio Borlenghi Junior; Secretária da sessão: Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro. Subscritores: 1) Tércio Borlenghi Junior; 2) Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro; 3) Débora Lemos Borlenghi; 4) Christiane Borlenghi Donadio. Registro na JUCESP/NIRE nº 35300384466 em 23/09/2010. Protocolo nº 0.841.993/10-5 em 23/09/2010. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral. 34 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 FINANÇAS DANIEL RESENDE Advogado e diretor do site www.comparacaodefundos.com.br ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) 36,4 36,400001 O fundo que perdia dinheiro todos os dias (Fechamento em R$) 36,28 Resistência 34,75 34,51 0 34,3 34,300000 34,25 Suporte Stop 0 32,2 32,200000 EUCATEX XP recomenda substiuir ações da Duratex pelas da empresa por estarem com desconto 30,25 0 30,1 30,100000 28,0 28,000000 00000 28/SET 9/OUT 07/NOV 07/DEZ 8/JAN 29 JAN Fontes: Igor Graminhani, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico Itaú Unibanco está em ponto de compra Ao registrar bom desempenho desde outubro de 2012, o papel do Itaú Unibanco (ITUB4) tem recomendação de compra. Segundo Igor Graminhani, analista gráfico da Win Trade, a ação vem operando dentro de um canal de alta desde 23 de outubro do ano passado e, desde então, o movimento comprador prevalece. “Graficamente, observamos que o papel da instituição financeira encostou na linha de tendência de alta (LTA) pela terceira vez desde outubro. Esse movimento reforça que a ação deve ser comprada pelos agentes”. A ação, cotada a R$ 34,75 ao final do pregão de ontem, tem o stop fixado em R$ 34,25. Nesse tipo de compra o risco é menor, já que há um espaço muito curto entre a cotação atual e o stop. O suporte (patamar que, se perdido, aponta para uma chance de queda em sequência) do papel está em R$ 34,51. Mesmo com margem pequena, Graminhani explica que a ação apenas perderia a força e entraria em movimento de venda se ultrapassasse os R$ 34,30, que configura o suporte da LTA. “Se a ação continuar respeitando esse valor, o investidor ainda deve comprar”. A resistência (ponto que, se superado, indica a possibilidade de continuidade de movimento de alta) foi estabelecida em R$ 36,28. Caso este objetivo seja superado, o papel pode buscar os R$ 37,10, que além de ser o 2º objetivo, é a linha de resistência do canal. Diante da tendência de alta do papel, Graminhani apontou também um terceiro objetivo em R$ 38,07, caso este último seja superado. Marcelo Ribeiro INÍCIO DE COBERTURA FUNDOS IMOBILIÁRIOS Citi indica compra da ação da OSX Palestras gratuitas em SP e no Rio Em relatório, a XP Investimentos diz que as ações da Eucatex são oportunidade de exposição ao setor de materiais de construção, com desconto sobre outra do setor, a Duratex. “A Eucatex apresenta bons fundamentos e opera num setor com pouca diferenciação de produtos e com baixas margens”, afirma a equipe de análise da XP coordenada por William Castro Alves. “Neste cenário, vemos o valuation relativo como um fator de grande importância. Ainda nesse sentido, a Eucatex esta demasiadamente descontada dentro do setor”, afirmam os especialistas que recomendam a substituição das ações da Duratex pelas da Eucatex. “Especialmente para investidores aos quais o fator liquidez assume menor importância.” Ainda segundo o relatório, a migração para o Novo Mercado é o evento mais recente e marcante para a empresa e deve gerar mais confiança, transparência e aumentar a liquidez das ações da empresa. O processo todo devera ocorrer até dia 15 de abril. Ontem, as ações da empresa fecharam com queda de 0,12% negociadas a R$ 8,29 na BM&FBovespa. TWITTADAS “Lembre-se: para ficar rico, não importa o quanto você ganha, mas sim o que guarda e investe todo santo mês” @bovespabrokers, perfil de investidores A Citi Corretora iniciou a cobertura de OSX ( OSXB3), com recomendação de “compra” para as ações. Os analistas ressaltam que o investimento é de alto risco. Segundo os analistas Pedro Medeiros e Fernando Valle, o preço atual da ação é atrativo, já que a carteira de pedidos da empresa deve crescer na medida em que a companhia receber pedidos de equipamentos offshore neste ano. Em relatório, eles atribuem preço-alvo de R$ 13,50 para os papéis, com potencial de chegar a R$ 22,50. ■ A Brasil Plural e a Geração Futuro promovem palestras para mostrar como funcionam os fundos imobiliários e quais são as vantagens desse tipo de investimento. Os eventos acontecem em São Paulo hoje e amanhã e no dia 5 de fevereiro no Rio de Janeiro. A entrada é franca, mas as vagas são limitadas. Para participar, basta confirmar presença pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 11-2137-8888. No Rio, [email protected] e telefone 21-2169-9999. ■ “A mesada não deve ser interpretada como prêmio por boa educação. Ela também não é recompensa por serviços prestados” @gcerbasi, Gustavo Cerbasi, educador financeiro “O PIB do Japão e da Europa em 2012 ainda foi menor do que em 2007 e nos EUA, só 2% maior. No Brasil, 18% maior” @Ricamconsult, Ricardo Amorim, economista Imagine que todos os dias você acorda, se arruma e vai trabalhar. Ao chegar no trabalho você liga o computador para medir quanto dinheiro você vai perder no dia. Ao final de um dia de trabalho, computam-se as perdas e você volta para casa com a certeza de um trabalho bem feito, ainda que com fortes sintomas de depressão. Essa era a vida de Nicholas Nassim Taleb e obviamente ele não fazia isso simplesmente para perder dinheiro. Há uma teoria muito sólida por trás dos investimentos do fundo que ele geria, o Empirica. O Empirica inverteu a psicologia tradicional de investimento. Enquanto os demais investidores buscam chances razoáveis de ganhar um pouco todos os dias, Taleb aceitava perder um pouco todos os dias, procurando obter ganhos expressivos em oportunidades eventuais. O mercado financeiro é fortemente baseado na hipótese que quanto mais um evento ou um padrão ocorre, maior a probabilidade de ele continuar ocorrendo. Taleb acredita que eventos aleatórios e fora do padrão acontecem com mais frequência do que se imagina. Nunca se sabe quando um avião se chocará contra as Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC) em Nova York, quando o maior fundo de investimento do mundo irá quebrar, O mercado quando a economia financeiro é dos países soviéticos fortemente baseado entrará em colapso ou quando a bolha imobina hipótese de liária americana estouque, quanto rará despertando a mais um evento maior crise dos últimos oitenta anos. ou um padrão Taleb também não ocorre, maior sabe quando esses tipos a probabilidade de eventos vão acontecer, mas sabe que eles de ele continuar vão ocorrer. ocorrendo Através de análises estatísticas e financeiras ele consegue se posicionar para que qualquer evento de grande magnitude, positivo ou negativo, traga ganhos de grandes proporções para seus clientes. Nesses dias esporádicos de grande agitação dos mercados, os ganhos de Taleb mais que compensavam as perdas que o fundo teve nos outros dias. O ensaísta libanês é famoso em especial pelo livro Cisne Negro, de sua autoria. Antigamente, a existência do cisne negro era desconhecida. Quanto mais cisnes brancos eram observados, mais se acreditava que todos os cisnes eram brancos. Até que uma única observação de um cisne negro invalidou a teoria estabelecida. Os cisnes negros de Taleb são os eventos imprevisíveis e inevitáveis, dos quais ele se aproveitava para ganhar dinheiro. Segundo ele, tais eventos precisam ter três características: ● Ser imprevisível ● Ter um alto impacto no mercado ● Depois de ocorrido, inúmeras explicações aparecem provando que o evento era previsível e evitável Entretanto, é muito difícil seguir à risca essa estratégia de investimento. Perder dinheiro todos os dias é extremamente desconfortável. A tentação de frear esse sangramento é muito alta. Taleb tinha dois empregados que o ajudavam a se manter de acordo com a teoria. Todas as operações eram feitas de acordo com protocolos estritamente desenhados. A razão de criar protocolos era poder dizer à equipe “não ouçam a mim, ouçam ao protocolo”. É claro que Taleb tinha o direito de mudar o protocolo e ajustar o funcionamento do fundo Empirica. POrém, como tudo que criara, havia um protocolo para mudar o protocolo. ■ Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 35 ESTILO DE VIDA R$ 2 mil Investidos religiosamente por ano durante 40 anos a uma taxa de rendimento de 10% anual, é + deste período com R$ 975,71 mil poupados INVESTIR Aprenda as lições de casais que chegaram a R$ 1 milhão Livro de Pedro Carrilho ensina na prática planejamento financeiro familiar e finanças para quem tem filhos Priscila Dadona [email protected] Inês e Jorge eram casados há algum tempo e pensavam em ter filhos. Quando ela engravidou, o casal teve a maior alegria e preocupação simultâneas quando em um exame de rotina descobriu que não havia um, mas três bebês no útero da mamãe. Apesar do peso da responsabilidade de ter de uma só vez três filhos, Inês e Jorge reestruturaram sua situação financeira e despesas pessoais. Como ele subiu na vida por mérito e trabalho próprios, conseguiu canalizar seu foco para os investimentos e aplicou em ativos mobiliários e imobiliários. Hoje, passa- dos 10 anos, Diogo Leonor e Pedro se beneficiam dos ensinamentos dos pais e cada um já administra sozinho sua mesada. Histórias como as de Inês e Jorge mostram que é possível a um casal alcançar R$ 1 milhão seja para desfrutar na aposentadoria ou gastar como quiser. A cifra é sedutora, mas para alguns, um desafio muito grande. “O primeiro milhão é um número romântico. Para alguns casais é muito dinheiro, para outros é pouco. Se fizermos as contas todo o dinheiro que nos passa pelas mãos ao longo da vida, este até poderá ser um número pequeno. O importante não é a quantia, mas os sonhos do casal e os objetivos financeiros que se “Devemos ser mais ambiciosos com as nossas finanças e com os nossos objetivos financeiros” traçam”, afirma o educador financeiro Pedro Queiroga Carrilho, autor do livro “O primeiro milhão para casais, como economizar e enriquecer juntos”, que traz a história de Inês e Jorge e de outros pares. Com linguagem simples e didática, o autor fala de práticas de gestão financeira a dois, abordando temas de planejamento fi- nanceiro familiar, finanças dos recém-casados até as finanças dos casais com filhos. A proposta de Carrilho é instigar os casais a querer, juntos, ter uma vida confortável, sem privações, mas com disciplina na hora de guardar dinheiro. “Devemos ser mais ambiciosos com as nossas finanças e com os nossos objetivos financeiros. Por isso escrevi o livro”. Segundo Carrilho, o mais curioso sobre os casais que estão em controle das suas finanças é que eles definem o que querem que o dinheiro faça por eles e não o contrário. “Eu e a minha esposa no início do ano traçamos o nosso orçamento para o ano vindouro com base nas despesas médias que temos e adicionamos os objetivos para este ano”, ensina. Para ele, a gestão do dinheiro pode ser um tema divertido e não algo penoso, que deve ser feito. “Há casais onde um puxa o outro para o controle financeiro, outros em que nenhum dos dois gosta de poupar devido pelo seu perfil financeiro e, há ainda aqueles em que a disciplina financeira é natural pois vivem no presente”. Carrilho diz que não há regras rígidas para a gestão financeira a dois e desde que os casais encontrem um método que funcione para ambos, conhecendo os seus perfis, e que consigam ter dinheiro para os objetivos, tudo estará bem. ■ Infografia: Rubineto MITOS E ARMADILHAS p Dicas e alertas do especialista para casais enas as fortunas nas que querem acumular pequenas NÓS DOIS SENTIMOS O MESMO SOBRE O DINHEIRO É muito provável que tenham sido criados os de forma diferente e, por isso, gastam e valorizam o dinheiro de modo diverso. Além disso, homens e mulheres têm tipicamente nte gostos e interesses diferentes QUEREMOS APROVEITAR AO MÁXIMO ATÉ OS 30 ANOS SE NÃO FALARMOS Casais mais felizes e bem-sucedidos financeiramente reconhecem a importância das conversas sobre dinheiro e aceitam esta situação como mo algo natural Ana e Ricardo começaram em anos diferentes a poupar. Ela, aos 25, e ele aoss 35. Aos 65 anos, Ricardo acumulou R$ 815,2 mil e, Ana, R$ 1,27 milhão. Então, gastar todoo o dinheiro até os 30 não é boa ideia SE NOS AMARMOS, NÃO VAMOS DISCUTIR SOBRE DINHEIRO Dinheiro tem mais a ver com discussão e pouco com amor. Mesmo que um casal se ame mais que tudo na vida, se tiver valores ores e visões conflituosas sobre o dinheiro, terão erão graves problemas na relação e, consequentemente, vão brigar O MEU PARCEIRO É QUEM TRATA DAS FINANÇAS É habitual os casais dividirem tarefas, mass a situação financeira deve ser de responsabilidade dos dois. Cuidado: dizer er que não entende de finanças é perigosoo e cria confusão. Quando as obrigações sãoo divididas, tudo fica mais fácil COMO LÁ C OMO CHEGAR CHE HE Veja V eja j casos cas s de d quem começou cedo ou tarde ANA RICARDO COOM COMEÇOU AOS 25 anos 35 anos INVVE INVESTIRAM R$ 5 MIL POR ANO POR 10 anos 30 anos R$ 55 mil R$ 155 mil R$ 1,269 milhão * R$ 815,19 mil POUU POUPARAM NESTE PERÍODO APPOS 35 ANOS, ACUMULARAM APOS (RRET (RETORNO DE 9% AO ANO E REIN RE REINVESTIRAM SEM POUPAR MAIS) *Ana poupou R$ 100 mil a menos que Ricardo mas deixou o dinheiro multiplicar mais tempo Fonte: "O primeiro milhão para casais", livro de Pedro Queiroga Carrilho 36 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 MUNDO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Imposto derruba confiança dos consumidores nos EUA Aumento de tributos para evitar o abismo fiscal provocou o maior pessimismo desde novembro de 2011 Patrick Fallon/Bloomberg Leah Schnurr Reuters, Nova York A confiança do consumidor norte-americano caiu em janeiro a seu nível mais baixo em mais de um ano, com o aumento do pessimismo em relação ao comportamento da economia e às suas perspectivas financeiras, de acordo com relatório do setor privado divulgado ontem. O grupo industrial Conference Board informou que seu índice de confiança do consumidor caiu para 58,6 ante revisados 66,7 em dezembro. O número informado anteriormente para o último mês de 2012 havia sido 65,1. A leitura registrou ficou aquém da expectativa de economistas, que apontava para 64 e é o nível mais baixo desde novembro de 2011. No início do ano, políticos norte-americanos chegaram a um acordo que evitou o chamado abismo fiscal, conjunto de aumentos de impostos e cortes de gastos automáticos que estava prestes a entrar em vigor. Mas o pacto acabou por elevar impostos a muitos norte-americanos e algumas decisões orçamentárias ainda seguem pendentes. “O aumento dos impostos pesou, sem dúvida, sobre o sentimento dos consumidores. Pode levar algum tempo para que a confiança seja retomada e os consumidores se recuperem de seus choques iniciais com as folhas de pagamento”, avaliou a diretora de indicadores econômicos do Conference Board, Lynn Franco, em comunicado. O índice de expectativas caiu para 59,5, o seu menor nível desde outubro de 2011, ante 68,1. O indicador de situação atual contraiu para 57,3 ante 64,6. A visão dos consumidores sobre o mercado de trabalho também perdeu intensidade, com o índice “emprego difícil de conseguir” subindo pela primeira vez desde setembro, para 37,7 ante 36,1 no mês anterior. O índice de “emprego abundante” recuou para 8,6 ante 10,8. Consumidores esperam também aumentos de preços, com expectativas de inflação ao longo dos próximos 12 meses subindo para 5,7%, ante 5,6%. Alemães mais confiantes Ao contrário dos norte-americanos, os consumidores alemães mostraram-se mais confiantes pela primeira vez em quatro meses na leitura direcionada para fevereiro, graças ao aumento do otimismo gerado pela calmaria na tempestade da Zona do Eu- Temeroso sobre o futuro da economia, consumidor retrai compras ro, informou o grupo de pesquisa de mercado GfK. O indicador de sentimento futuro do consumidor, baseado em uma pesquisa com cerca de 2.000 alemães, subiu para 5,8 para fevereiro contra leitura revisada de 5,7 para janeiro, impulsionado por expectativas de maior renda e uma maior disposição para fazer compras. “Embora muitos consumidores em países periféricos da Zona do Euro estejam encerrando as suas, os alemães ainda estão em um clima de compras”, disse o economista do ING, Carsten Brzeski. A leitura divulgada ontem ficou acima da previsão em uma pesquisa da Reuters com 29 economistas de um aumento para 5,7 para fevereiro, contra os 5,6 originalmente apresentado para janeiro. “A atual situação calma nos mercados financeiros deixou os consumidores alemães mais confiantes novamente no início de 2013”, disse a GfK em comunicado. “Atualmente existem poucas informações negativas relacionadas com a crise da dívida soberana na imprensa, de modo que os alemães estão mais uma vez com o foco voltado para uma agradável situação geral doméstica.” ■ Michelle Shephard/AFP Julgamento em Guantánamo Acusados do 11 de setembro se recusam a comparecer ao tribunal na base americana Guantánamo:julgamentodeacusadosdo11desetembroemfaseinicial Cinco prisioneiros acusados de conspirar nos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos boicotaram a audiência a qual deveriam comparecer ontem perante um tribunal militar americano na Base Naval de Guantánamo, depois que as autoridades censuraram alguns fragmentos de uma discussão ocorrida no dia anterior. Khalid Cheikh Mohamed, que confessou ser o autor intelectual dos atentados, deverá enfrentar, junto com mais quatro acusados, a pena de morte se for condenado pelo assassinato de cerca de 3.000 pessoas na atentado ao World Trade Center, em Nov a York, em 11 de setembro de 2001. Mas eles decidiram não comparecer à audiência ontem, segundo dia dos procedimentos prévios ao julgamento, que ocorrem na base naval americana de Guantánamo, em Cuba. “Os cinco detidos não estão presentes hoje na sala”, disse o juiz militar James Pohl. Um oficial da prisão, cujo nome não foi divulgado, disse que os acusados o informaram verbalmente e por escrito que não compareceriam à sessão. Na audiência de segunda-feira, um dos suspeitos, Yemeni Walid bin Attash, disse que os acusados não tinham “nenhum fator de motivação” para ir ao tribunal. “Nossos advogados estão atados e nós também estamos atados”, disse. “O governo não quer que digamos nada, nem que façamos nada”. Na audiência de segunda-feira, parte do áudio foi censurada quando os advogados começaram a discutir sobre as prisões secretas da CIA, onde os acusados foram detidos antes de serem levados a Guantánamo. As audiências pelos atentados de 2001 contra os Estados Unidos podem ser seguidas por jornalistas de uma pequena sala contígua à sala do tribunal, através de uma parede de vídeo e com um atraso de 40 segundos na transmissão do som. ■ AFP Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 37 Gary Cameron/Reuters APOIO GARANTIDO Senado aprova sucessor de Hillary Clinton O senador americano John Kerry ganhou ontem o apoio do Comitê de Relações Exteriores do Senado para substituir Hillary Clinton como novo secretário de Estado do presidente Barack Obama. A aprovação do nome de Kerry terá a adesão da maioria absoluta do Senado, já que o senador, que em 2004 perdeu a disputa pela Presidência para o republicano George W. Bush, tem amplo apoio de seus colegas democratas, assim como dos republicanos. Reuters Phil Noble/Reuters MANCHESTER UNITED AVALIADO EM US$ 3,3 BILHÕES Catalunha e Escócia vão votar emancipação Referendos programados para 2014 sobre autonomia podem redesenhar o mapa da Europa Peter Apps Reuters, Barcelona O Manchester United tornou-se o primeiro clube esportivo avaliado em mais de US$ 3 bilhões, revelou a revista Forbes no seu site. De acordo com o valor das ações na bolsa de valores, os ‘Red Devils’ foram avaliados em US$ 3,3 bilhões. No entanto, o último balanço divulgado pelo clube aponta uma dívida de US$ 560 milhões. As receitas do clube chegaram a diminuir por causa da redução do valor dos direitos de transmissão, mas a Forbes destacou que o bom desempenho das ações do clube se deve a perspectivas de novos contratos de patrocínio com a empresa japonesa Kansai Paint (fabricante de tintas) e um banco chinês (China Construction Bank). O segundo colocado do ranking da revista americana é o time de futebol americano Dallas Cowboys, avaliado em US$ 2,1 bilhões. AFP Orçamento japonês será de US$ 1,02 tri Pela primeira vez, em 4 anos, receita fiscal deve ficar acima da venda de títulos públicos Tetsushi Kajimoto Reuters, Tóquio O governo do Japão aprovou ontem o projeto de orçamento no valor de US$ 1,02 trilhão para o próximo ano fiscal, com o objetivo de, pela primeira vez em quatro anos, as receitas fiscais ficarem acima das vendas de novos títulos. O primeiro projeto de orçamento para um ano inteiro do governo do primeiroministro Shinzo Abe apresenta melhorias simbólicas após anos de deterioração. Com gastos de 92,6 trilhões de ienes (US$ 1,02 trilhão), o governo efetivamente reduziu o tamanho do orçamento em relação ao ano anterior pela primeira vez em sete anos. A redução levou em conta o financiamento do governo para pagamentos de pensões. Ainda assim, o tamanho do orçamento gira em torno de níveis recordes, realçando a difi- culdade que o governo de Abe está enfrentando para encontrar um equilíbrio entre o estímulo econômico e reforma fiscal. Aliado ao estímulo econômico extra de 10,3 trilhões de ienes apresentado no início deste mês e financiado em mais da metade com as vendas de títulos novos, a dívida atinge níveis recordes. No ano fiscal de 2013/14, que começa em abril, o governo pretende emitir novos títulos no valor de 42,8 trilhões de ienes, abaixo da meta inicial deste ano de 44,2 trilhões de ienes. Mas, combinado com o empréstimo orçamentário extra de 5,2 trilhões de ienes, o governo de Abe vai emprestar 48 trilhões de ienes no total, embora tecnicamente o empréstimo orçamentário extra seja contabilizado nas contas de 2012/13. A receita fiscal deve crescer 750 bilhões de ienes, para 43,1 trilhões de ienes, refletindo principalmente uma esperada aceleração no crescimento econômico para 2,5%, ante 1,0% previstos para este ano. ■ A bandeira separatista da Catalunha, com suas listras amarelas e vermelhas, triângulo azul e uma estrela branca, era uma visão rara nas ruas de Barcelona há uma década. Agora, é quase onipresente. Dois mil quilômetros para o norte, na Escócia, a bandeira azul-e-branca sempre foi popular. Mas essa bandeira também simboliza cada vez mais algo novo, que depois de mais de 400 anos na Grã-Bretanha, a Escócia pode estar à beira de exigir um divórcio. Com o foco no risco de a Zona do Euro se romper, alguns suspeitam que esta década poderá ser lembrada como o momento em que dois dos Estados mais permanentes da Europa começaram a se dividir. Partidos pró-independência da Escócia e da Catalunha estão se preparando para referendos no próximo ano que eles esperam que poderá resultar em separação das suas regiões para sempre. Existem diferenças consideráveis entre as duas regiões. A Escócia tem sido referida como um “país” separado dentro da Grã-Bretanha, enquanto as reivindicações da Catalunha para se autogovernar estão enraizadas na história da Idade Média, o que não impediu o governo catalão de recorrer, ontem, a um pedido de ¤ 9,073 bilhões junto ao fundo de ajuda regional da Espanha. O governo do primeiro-ministro britânico, David Cameron, concordou em cooperar com o referendo escocês em 2014, embora esteja fazendo campanha vigorosa contra qualquer divisão. Em contraste, Madri declarou que irá lutar contra um referendo catalão por razões constitucio- nais. Os partidos separatistas que funcionam na região estão ansiosos para avançar de qualquer maneira e se equiparar à Escócia, com uma votação em 2014. Alguns suspeitam que as duas campanhas vão se alimentar uma a outra nos próximos meses. Cada causa está organizando uma série similar de argumentos econômicos emocionais, práticos e de sangue frio, bem como compartilham frustração generalizada com os detentores do poder na capital nacional tradicional. Alfred Bosch, líder da Esquerda Republicana, ou ERC, bloco no parlamento espanhol que há muito tem feito lobby para a independência, disse que os políticos separatistas na Espanha estão de olho no que está acontecendo na Escócia. Em ambos os países, “há argumentos emocionais fundamentais para a independência e há os argumentos econômicos mais racionais. O que estamos vendo é que eles estão se juntando.” ■ BCE reafirma que age para garantir liquidez Martin Schalk/Bloomberg Peter Praet, da Comissão Executiva, diz que o objetivo é ajudar a economia da Eurozona O Banco Central Europeu (BCE) vai fornecer liquidez necessária para os mercados funcionarem de maneira efetiva e para ajudar a frágil economia da Zona do Euro, afirmou, ontem, Peter Praet, membro da Comissão Executiva do banco. Instituições financeiras decidiram antecipar o pagamento de ¤ 137 bilhões ao BCE de um total de mais de ¤ 1 trilhão em linhas de financiamento de 3 anos. “Estaremos vigilantes para garantir que... as condições gerais de liquidez que prevalecerem no mercado de dinheiro vai continuar consistente com o grau de acomodação que o cenário atual de preços e atividade real garantirem”, afirmou Praet de acordo com o texto do discurso lido no Encontro Dinamarquês Anual de Executivos Top. Segundo ele, elevar a meta de inflação do BCE para permitir mais flexibilização monetária seria um tiro no pé já que afetaria a credibilidade da autoridade monetária e causaria mais danos à economia do que ajuda de curto prazo. ■ Johan Ahlander, Reuters Praet: estímulo do BCE garante recuperação da Zona do Euro 38 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Eric Piermont/AFP MUNDO “MILAGRE” Presidente do Banco de Israel deixa o cargo “O presidente do Banco de Israel, Stanley Fischer, informou ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sua intenção de deixar o cargo no dia 30 de junho, após mais de oito anos como presidente”, disse um comunicado do banco. Fischer, de 69 anos, recebeu o crédito de ter comandado um “milagre” econômico em Israel. Em 2011, ele se candidatou para substituir Dominique Strauss-Kahn, como diretor gerente do FMI, mas sua candidatura não foi aceita porque a idade limite para o cargo era de 65 anos. AFP Mohamed Abd El Ghany/Reuters Chávez está ‘muito otimista’, diz vice “Vou derrotar isso outra vez, agarrando-me a Cristo e à vida,” teria dito o presidente venezuelano Em várias cidades egípcias, manifestantes ignoraram toque de recolher e enfrentaram tropas do governo Egito perto de um colapso, alerta Exército Sucessivos protestos contra o presidente Mursi ameaçam a segurança do país, diz general, que também é ministro da Defesa Edmund Blair e Tom Perry Reuters, Cairo O chefe do Exército egípcio disse que a crise política no país está levando o Estado nacional para a beira de um colapso, um alerta que chama a atenção por vir de uma instituição que dominou o país durante seis décadas, até 2012. O general Abdel Fattah al Sisi, nomeado no ano passado pelo presidente Mohamed Mursi para comandar as Forças Armadas, disse, ontem, em nota que um dos principais objetivos da mobilização de tropas em cidades do canal de Suez é proteger essa hidrovia crucial para a economia egípcia e para o comércio mundial. No domingo, Mursi decretou estado de emergência em três cidades do canal de Suez, após distúrbios que já causaram 52 mortes. Apesar das medidas de exceção, a oposição continua realizando protestos nos quais acusa o1 presidente e a Irmandade Muçulmana de terem “sequestrado” a revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak há dois anos. As declarações de Al Sisi, publicadas na página do Exército no Facebook, não parecem sinalizar a intenção dos militares de retomar o controle do país, mas envia a forte mensagem de que a maior instituição egípcia, com forte influência econômica e beneficiária de enormes subsídios dos EUA, está preocupada com o destino da nação. “A continuação da luta de diferentes forças políticas sobre a gestão dos assuntos estatais poderia levar ao colapso do Estado”, disse o general Al Sisi, que é também ministro da Defesa. Ele disse que os desafios econômicos, políticos e sociais do Egito representam “uma real ameaça à segurança do Egito e à coesão do Estado egípcio”, e que o Exército vai continuar sendo “o bloco sólido e coeso” que ampara o Estado. No início da semana, Mursi ofereceu um diálogo nacional envolvendo a oposição, que no entanto voltou a mobilizar seus seguidores para protestos no Cairo, em Alexandria e nas três cidades do canal de Suez submetidas ao estado de emergência Port Said, Ismailia e Suez. Pelo menos duas pessoas morreram durante a noite em Port Said, elevando a 42 o total de mortos nos últimos dias nessa cidade. No Cairo, os manifestantes queimaram veículos. Nos últimos dois anos, os políticos islâmicos venceram dois referendos, duas eleições parla- mentares e uma votação presidencial. Mas essa legitimidade tem sido contestada por oposicionistas que acusam Mursi de impor uma nova forma de autoritarismo. Repetidas crises políticas desde a queda de Mubarak têm impedido a estabilização do Egito, mais populoso país do mundo árabe. Na segunda-feira, milhares de manifestantes egípcios ignoraram um toque de recolher e saíram às ruas de cidades ao longo do canal de Suez, desafiando o estado de emergência imposto pelo presidente islâmico Mohamed Mursi após uma onda de violência que matou pelo menos 51 pessoas em cinco dias. Os protestos contra Mursi e sua Irmandade Muçulmana coincidiram com o segundo aniversário da rebelião popular que derrubou o regime de Hosni Mubarak. Multidões saíram às ruas do Cairo, de Alexandria e de três cidades do canal de Suez — Port Said, Ismailia e Suez — nas quais Mursi impôs o estado de emergência e o toque de recolher. “Abaixo, abaixo Mohamed Mursi! Abaixo, abaixo o estado de emergência”, gritavam os manifestantes em Ismailia. No Cairo, os participantes do protesto incendiaram carros da polícia. ■ O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está otimista com sua recuperação de um câncer e confiante na junta médica, disse seu vice ontem, após visitá-lo no fim da semana passada em um hospital de Cuba. “Ele nos disse com grande força: ‘Estou muito otimista, confio completamente nos tratamentos aos quais estou sendo submetido, vou derrotar isso outra vez. Estou me agarrando a Cristo e à vida’”, disse o vicepresidente Nicolás Maduro. Chávez, no poder desde 1999, não é visto nem ouvido em público desde a cirurgia de 11 de dezembro, a quarta desde que ele recebeu um diagnóstico de câncer na região pélvica em junho de 2011. Já doente, ele foi reeleito para um novo mandato no ano passado. A posse, marcada para 10 de janeiro, foi adiada indefinidamente pela Justiça. A oposição diz que se o presidente, de 58 anos, tem condições de conversar com ministros, deveria então fazer um pronunciamento à nação explicando exatamente qual é seu estado de saúde. Apesar de complicações que incluíram uma infecção pulmonar depois da operação, os chavistas têm se mostrado mais otimistas com a recuperação dele nas últimas duas semanas, sugerindo que o pior já passou. Muitos venezuelanos, no entanto, acreditam que Chávez está acabado, e que só voltaria a Caracas para fazer uma transição suave de poder. Maduro, de 50 anos, já foi apontado por Chávez como seu herdeiro político. “Nosso comandante-presidente está em uma batalha dura e complexa, mas com espírito fenomenal”, disse Maduro num discurso em Sabaneta, a aldeia natal de Chávez. ■ Reuters Adalberto Roque/AFP LULA EM HAVANA Oex-presidenteLuizInácioLuladaSilvadesembarcou nanoitedesegunda-feiraemHavana,sendorecebido noaeroportoJoséMartípelavice-chancelercubana,Ana TeresaGonzálezFraga”,informouaagênciacubana Prensa Latina.LulavisitaCuba“paraparticipardaIIIConferência InternacionalpeloEquilíbriodoMundo,queaconteceno PaláciodeConvençõesdeHavana”porocasiãodos160 anosdonascimentodeMartí,em28dejaneiro,destacoua AgênciadeInformaçãoNacional(AIN).Oex-presidente brasileirosereunirácomopresidentecubano,RaúlCastro, masoprograma divulgadopelosassessoresdeLulanão menciona umavisitaaopresidentedaVenezuela,Hugo Chávez,queconvaleceemHavanadeumacirurgiacontra umcâncer.Oex-presidentebrasileiroviajaráamanhã paraSantoDomingoedepoisparaWashington. AFP Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 39 PONTO DE VISTA Eleição em Israel favorece a paz, diz Hillary A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou ontem que as últimas eleições legislativas em Israel “abrem as portas” a uma reativação do processo de paz com os palestinos, paralisado há mais de dois anos. “Estas eleições abrem as portas, não as fecham” para a retomada do diálogo direto entre Israel e os palestinos, congelado desde setembro de 2010, disse Hillary durante uma conferência em Washington a poucos dias de deixar seu cargo. AFP IDEIAS/DEBATES [email protected] RODRIGO SIAS MIGUEL NOGUEROL Economista do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) VP corporativo e gerente-geral para América Latina da Motorola Solutions, Inc As sandálias Havaianas e a força do marketing Aprimorar a experiência de compra é tudo Lembro-me que há 20 anos, o prédio onde eu morava entrou em reforma. Na época, em meio ao caos comum às obras, um fato chamou-me muita atenção: a popularidade da típica sandália havaiana — de sola e tira azul-claro e calço branco — entre pedreiros, ajudantes e peões de obra. As Havaianas eram uma visão comum nos canteiros de obra e as pessoas, em geral, associavam-nas às classes pobres. As Havaianas já eram confortáveis, flexíveis e arejadas, mas carregavam certo estigma. Elas eram usadas pelo “povão” e eram sinônimo de um produto barato e padronizado e, de certo modo, sem graça. Na década de 1980, as sandálias chegaram, inclusive, a serem consideradas como um dos itens da cesta básica, dado o seu peso e representatividade na cesta de consumo do trabalhador brasileiro médio. Naqueles anos 1990, no entanto, deu-se início a uma grande virada da marca. Para enfrentar as dificuldades financeiras e a queda nas vendas das sandálias, a direção da empresa decidiu mudar o público-alvo e passou a investir pesadamente em publicidade. O objetivo estratégico das novas campanhas de marketing era claro: mudar radicalmente a percepção que todo mundo tinha do tradicional chinelo para disputar novos mercados e atrair novos consumidores, além de agregar valor ao produto. A incorporação de tecnologia no varejo está revolucionando a forma de comprar. Antigamente, o serviço ao cliente era definido por música agradável e tratamento cortês. Hoje em dia, a tecnologia oferece uma nova era de serviço. De acordo com uma pesquisa sobre a Visão do Comércio Varejista do Futuro, realizada pela Motorola Solutions no primeiro semestre de 2012, 67% dos consumidores entrevistados tiveram uma melhor experiência de compra ao ser atendidos por vendedores ou gerentes que utilizaram a tecnologia como aliada para dar mais informações. Ainda que em alguns países da América Latina a forma tradicional de vender do comércio varejista continue sendo parte importante de seu lucro, a abertura de diversos canais de compra com que contam os novos consumidores, sem ter de sair de casa, torna imperativo melhorar a experiência dos compradores dentro das lojas. Desta forma, podemos identificar cinco pontos que ajudarão os varejistas a revitalizar o serviço ao cliente. O primeiro é a disponibilidade de Wi-Fi para convidados. Essas redes de acesso formam uma porta de entrada aos consumidores e gerentes das lojas para essa nova era. Através do Wi-Fi, os varejistas poderão oferecer a possibilidade de pagamentos móveis ou online, e habilitar um canal de comunicação entre eles e seus clientes, seguindo suas preferências e enviando informação personalizada. Outro ponto é a participação proativa mediante análise de informação. As tecnologias de presença e localização permitem conhecer o comportamento do consumidor. A informação pode ser gerada em tempo real, com vantagens para o distribuidor ao ser combinadas com outros programas, tais como de fidelização, e assim adaptar a oferta para cada cliente. Enquanto os produtos nacionais perdem espaço para os importados, as Havaianas mostram que é possível se reinventar e desbancar a concorrência Passadas duas décadas, as Havaianas estão na moda e são associadas a pessoas chiques e “descoladas”, artistas e modelos. Tornaram-se um produto “fashion”, mas sem perder a simplicidade que lhes é característica. Hoje as havaianas estão por todo o lugar e possuem vários modelos e desenhos, estando presentes em mais de 80 países e até na cerimônia do Oscar nos EUA. A qualidade das sandálias manteve-se a mesma — com muitas inovações de design, é claro —, mas foi o marketing que fez a verdadeira diferença. Quem não se lembra das diversas propagandas memoráveis do chinelo? O lema adotado nas propagandas é fantástico: “Havaianas. Todo mundo usa”. A mensagem é feita sob medida para os tempos de globalização, além de ser democrática e includente. Eu mesmo possuo vários modelos da sandália, incluindo o tradicional azul-claro e branco. Muito se estuda na literatura econômica como a França tornou-se conhecida por produtos finos e caros. A estratégia, usada desde os tempos do rei Luiz XIII e sua Manufatura Real, cujo enfoque era o “glamour” e a qualidade dos produtos, objetiva agregar valor com base na diferenciação dos produtos. Outro caso de sucesso baseado na diferenciação são os distritos industriais italianos, que conseguem exportar e competir baseando-se na qualidade, na marca e no design, diminuindo a importância da quantidade, do preço e da produção em massa. Pois, para mim, o grande caso a ser estudado no Brasil deveria ser como a havaiana passou a ser um produto sofisticado, deixando de estar estigmatizada, para competir com as marcas de sandálias estrangeiras. A “revolução das Havaianas” deu-se em um curto período. Em tempos nos quais o produto “made in Brazil” perde competitividade frente aos importados, as Havaianas deram uma aula de como se reinventar, entrar em evidência e desbancar a concorrência, apresentando-se com preços acessíveis para quem só quer um chinelo ou custando bem mais para quem quer pagar por uma ideia estampada em sua sandália. ■ A abertura de diversos canais de compra com que contam os novos consumidores torna imperativo melhorar a experiência dos compradores nas lojas Já a associação com dispositivos móveis para um comércio também é fundamental. Pode-se enviar um executivo para ajudar determinado cliente ou simplesmente utilizar os dispositivos móveis da empresa para proporcionar informação adicional de preços, comparação de produtos, estoques, e fechar uma venda no ato, em tempo real. Entre os cinco pontos também podemos falar da manutenção de uma estratégia multicanal. Estratégia móvel nas operações do negócio proporcionará benefícios a longo prazo. Os dispositivos móveis representam um ponto de contato crescente. Os consumidores informam que passam pelo menos 10% de seu tempo revendo temas em seus dispositivos móveis. Por fim, a utilização de aplicativos móveis é um passo a mais que os varejistas deveriam levar em consideração, uma vez que os consumidores acham natural comprar um produto por meio de um dispositivo móvel. Para a Motorola Solutions é muito importante levar em conta as tendências para continuar desenvolvendo produtos, soluções e metodologias de vendas que elevem o valor que entregam a seus clientes. No ano passado, articulamos uma visão do futuro, consolidando as bases para as estratégias de longo alcance e para o desenvolvimento de soluções que completassem o ecossistema do varejo, além de inovar a forma do setor fazer negócio. Hoje em dia estamos transformando nossa visão em uma realidade por meio da criação de experiências pessoais e consistentes que se baseiam em conectividade, preferências pessoais e necessidades de cada cliente. O futuro do varejo está aqui. ■ Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretor Executivo Ricardo Galuppo Publisher Ricardo Galuppo Diretor de Redação Joaquim Castanheira Diretor Adjunto Octávio Costa Editores Executivos Adriana Teixeira, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. CONTATOS: Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158 Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128 Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Fone (11) 3320-2017 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP) Atendimento ao assinante/leitor Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Fone (11) 3320-2112 Sede - Rua Joaquim Palhares, 40 Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) 40 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., o com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7 andar, Cidade Nova - CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. Divulgação PONTO FINAL CAMPEà LATINO-AMERICANA RICARDO GALUPPO — Publisher [email protected] Os ecos da tragédia de Santa Maria 2 Foto do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A instituição apareceu pela 10ª vez consecutiva no ranking anual das 100 melhores escolas de negócios do mundo, divulgado pelo jornal britânico Financial Times. Com a 66ª posição, a Coppead foi a única representante da América do Sul a aparecer no levantamento e a melhor colocada entre todas as instituições da América Latina. Entre os fatores que contribuíram para a performance da escola está o sucesso profissional de seus ex-alunos, que em média tiveram um acréscimo salarial, em dólares, de 141% em relação ao último emprego após três anos de conclusão do curso. O curso intensivo na Coppead tem duração de 18 meses e é gratuito. As melhores escolas de negócios do mundo O jornal britânico Financial Times publica anualmente um ranking com as 100 melhores escolas de negócios do mundo. Na primeira posição ficou a americana Harvard Business School, cuja remuneração média anual de seus alunos após o término do curso é de US$ 187,2 mil, sendo este apenas um dos critérios de avaliação. Na segunda posição ficou a também americana Stanford Graduate School of Business, cujo salário médio anual dos estudantes que passaram pela instituição ficou em US$ 194,6 mil. Além dessas, outras três instituições de ensino dos Estados Unidos aparecem nos cinco primeiros lugares do ranking. ■ LIDERANÇA AMERICANA Cinco primeiros lugares do ranking de melhores MBAs do mundo são de instituições dos Estados Unidos RANKING INSTITUIÇÃO PAÍS SALÁRIO/ANO (EM US$ MIL)* 1 HARVARD BUSINESS SCHOOL EUA 187,2 2 STANFORD GRADUATE SCHOOL OF BUSINESS EUA 194,6 3 UNIVERSITY OF PENNSYLVANIA: WHARTON EUA 180,7 4 LONDON BUSINESS SCHOOL EUA 160,9 5 COLUMBIA BUSINESS SCHOOL EUA 174,3 6 INSEAD FRANÇA/CINGAPURA 153,9 66 COPPEAD BRASIL 96,6 Fonte: Financial Times *Dos profissionais que passaram pela instituição A busca aos responsáveis pela Por toda parte há relatos de emtragédia de Santa Maria é necespresários que, diante da dificulsária — já passou da hora de as dade de conseguir um alvará pessoas no Brasil aprenderem ou uma autorização de funcioque a irresponsabilidade tem namento pelas vias convencioconsequências para quem a pranais, acabam se entendendo tica. Portanto, nada mais correcom a fiscalização para, em troto do que a polícia gaúcha pôr ca de uma cervejinha ou propina cadeia e vasculhar a vida na maior, furar a fila e comedos senhores Elissandro Spohr çar a funcionar de qualquer jeie Mauro Hoffmann, donos da to. Isso vale para casas noturboate onde quase 250 jovens nas, para fábricas, lojas e para perderam a vida na madrugada todo tipo de estabelecimento. do último domingo, em busca Diante de tragédias como a de de algo que os incrimine. TamSanta Maria, sempre aparece bém é mandatório ir atrás dos alguém para propor uma legisfuncionários públicos que emilação mais dura, restritiva e detiram um alvará fajuto para um talhada — em lugar de simplifiestabelecimento que não tinha car os procedimentos, mostrar a mínima condição de funciocom clareza o que pode e o que nar — e tamnão pode ser feibém daqueles to, reduzir o núNo Brasil, que, depois que mero de exceo mau hábito a autorização ções e simplesde normas caducou, permente impedir mitiram que o o funcionamendetalhadas pardieiro perto dos estabelecie restritivas manecesse mentos que não acaba se aberto. Tudo iscumpram os reso é fundamenquisitos. tornando um tal. Punir os doNo calor da estímulo à prática tragédia nos do lugar, de Sanda corrupção identificar e prota Maria havecessar os funciorá no país inteinários que nada fizeram para eviro uma onda de fiscalização tar o desastre talvez ajudem a reem busca de casas noturnas duzir o risco de tragédias como que se desviem das normas. essa. O problema, infelizmente, Também serão anunciadas pué que talvez isso não aconteça. nições exemplares que serão O mais provável é que, daqui a revertidas ou abrandadas astrês ou quatro meses, quando a sim que a atenção da opinião comoção passar, tudo volte a pública se voltar para o próxiser exatamente como era. E semmo escândalo. É lamentável pre haverá um espertalhão que que seja assim. Mas nada até esconseguirá de alguma autoridate momento indica que a carnide prevaricadora um favor que ficina de Santa Maria terá um permita que ele burle alguma destino diferente do de outras norma e faça algo ao arrepio da tragédias provocadas pela nelei. Isso é o jeitinho brasileiro. gligência, pela leniência e pelo A questão de fundo é que, no jeitinho. É preciso simplificar Brasil, os legisladores têm o e tornar as leis mais claras. Ismau hábito de estabelecer norso vale para o funcionamento mas tão detalhadas e restritivas das boates, para a lei de licitaque acabam se tornando um esções e para o código tributátímulo à prática da corrupção. rio. Isso é urgente. ■ DESTAQUES DO PORTAL ➤ ● Em parceria com o BID, o Itaú Unibanco irá trabalhar no desenvolvimento de produtos específicos para mulheres empreendedoras. A previsão é que, até 2014, o programa da instituição financeira atenda 1,5 mil mulheres. As empresas beneficiadas serão aquelas com faturamento ao redor de R$ 2 milhões por ano. ➤ ● Após 123 anos de comando feminino na monarquia da Holanda, em 30 de abril Willem-Alexander será o novo rei do país. Diante de uma postura impecável da rainha Beatriz, o novo monarca é caracterizado pela inovação, juventude e ousadia. Com a popularidade do casal herdeiro em alta, a abdicação da rainha foi tranquila. ➤ ● Os brasileiros devem gastar R$ 6,8 bilhões com material escolar e produtos de papelaria neste ano, alta de 11% em relação a 2012, segundo levantamento do Pyxis Consumo. Quanto aos gastos com mensalidades e matrículas, os desembolsos devem somar R$ 52,4 bilhões neste ano, 6% a mais do que em 2012. PERSONAGEM DA SEMANA RESULTADO PARCIAL DA ENQUETE EM REAL TIME* 40,9% Fábio Tadeo Teixeira, superintendente da Beneficência Portuguesa 40,3% Dilma Rousseff, presidente do Brasil 13,4% Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras Antonio José Monte, presidente da Coop 2,2% Edson Aparecido, chefe da Casa Civil do governo de SP 1,6% Sergio Habib, presidente da Jac Motors 1,6% 0 10 20 30 40 550 *até as 18h do dia 29 www.brasileconomico.com.br