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Nunca na história deste partido
Lá no alto
Pela primeira vez, o PT subsidiará a
campanha dos candidatos na eleição
direta para a presidência do partido. ➥ P3
Oracle já fatura US$ 1 bi com computação
na nuvem e reduz dependência dos
bancos de dados, diz Luiz Meisler. ➥ P18
Murillo Constantino
PUBLISHER RICARDO GALUPPO
DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA
DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA
QUARTA-FEIRA, 30 DE JANEIRO, 2013
O
ANO 5 | N 859 | R$ 3,00
Dilma manda Gleisi e Mantega
correrem o mundo atrás de capital
A fim de atrair investimento estrangeiro para as grandes obras de infraestrutura, a Fazenda e a Casa Civil realizarão rodadas
de exposição sobre a economia do país e os principais projetos. Estão no roteiro de viagem Nova York, Londres e Tóquio. ➥ P6
Preço do ferro
pode cair até o
final deste ano
Henrique Manreza
Japão compra
carne dos EUA
e anima Brasil
Mas no curto prazo, sob pressão
das siderúrgicas da China, cotação
do minério deve ficar em US$ 150
a tonelada. E as mineradoras têm
perspectiva de bons negócios. ➥ P4
Exportadores nacionais acreditam
que a volta dos japoneses ao
mercado pode trazer lucros no
futuro, quando for derrubado
o embargo à carne brasileira. ➥ P8
ALL vai atuar
na importação
de combustível
Caixa ganhou
R$ 1,05 bi na
loteria em 2012
Gigante do setor de logística
anuncia acordo com a Cattalini,
prevê a construção de terminais no
Porto de Paranaguá e usará 800
vagões-tanque na operação. ➥ P16
Quantia equivale a 10% do total
de R$ 10,49 bilhões arrecadados
com os jogos a que o banco tem
direito e é quase igual aos ganhos
nas operações com fundos. ➥ P31
Aplicadorpaga
taxamaiorpara
garantirrenda
Gasolina sobe
6,6% e o óleo
diesel, 5,4%
Investidores preferem colocar
recursos em fundos independentes,
cujos gestores cobram taxa de
performance e correm risco
semelhante ao do cliente. ➥ P30
Reajuste de combustíveis traz
equilíbrio para receita da
Petrobras, mas vai pressionar a
inflação. O frete pode subir 2,5%,
na previsão de especialistas. ➥ P9
Lições para quem
quer economizar
o primeiro milhão
O educador financeiro Pedro
Carrilho ensina, em livro, prática
do planejamento financeiro
familiar, ideal para os casais
que têm filhos pequenos. ➥ P35
Kopenhagen procura
sotaque mais carioca
Grupo CRM, dono da tradicional marca de chocolates e da rede de
lojas Brasil Cacau, concentrará sua expansão no Rio de Janeiro,
conta Renata Vichi, sócia da empresa, ao BRASIL ECONÔMICO. ➥ P25
INDICADORES
TAXAS DE CÂMBIO
Dólar comercial (R$/US$)
Euro (R$/€)
JUROS
Selic (ao ano)
BOLSAS
Bovespa — São Paulo
Dow Jones — Nova York
FTSE 100 — Londres
29.1.2013
COMPRA
VENDA
1,9830
2,6837
1,9850
2,6847
META
EFETIVA
7,25%
VAR. %
0,63
0,63
0,71
7,11%
ÍNDICES
60.406,33
13.969,59
6.339,19
2 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Avanço
CARTAS
OPINIÃO
CLAUDIO CONZ
Tragédias como a do Rio Grande do Sul me
causam indignação. Se uma casa de show (boate)
funcionava há cinco meses com alvará vencido,
como noticiado na reportagem “Incêndio em Santa
Maria deixa ao menos 230 mortos” (publicada
em 28/1/13), então o poder público daquela
cidade gaúcha assinou o aval para este genocídio.
Célio Borba
Curitiba (PR)
Marcello Casal Jr/ABr
Desenvolver e modernizar os portos é uma iniciativa
importante para o desenvolvimento do Brasil como
percebemos na matéria “Governo estuda a licitação
de 150 terminais de portos” (publicada em 29/1/13).
Mas, ligar o Brasil de Norte a Sul, Leste a Oeste por
linha férrea, seria um passo bem maior em direção
ao desenvolvimento nacional. Teria impacto
direto sobre os custos dos fretes, conservação
das estradas e outros custos de produção.
Marcus Ferreira Lima
Recife (PE)
Presidente da Anamaco - Associação
Nacional dos Comerciantes de Material
de Construção
Roberto Azevedo
Embaixador
Retrocesso
Divulgação
Bem oportuna a matéria “EUA estarão no foco
dos investidores semana que vem” (publicada
em 25/1/13 pelo BRASIL ECONÔMICO ONLINE).
O atual governo atual que vai passar pela crise
mundial com planos faz de conta. O PAC só serviu
para as eleições, sem traz ganhos concretos.
A Ferronorte se resume a escândalos.
As obras da Copa 2014 estão sem rumo e a da
transposição do São Francisco não sai do papel.
Israel Barbosa de Campos
Anápolis (GO)
Falamos tanto sobre futuro e não nos damos conta de que ele já
chegou. Com tantas novidades na Convenção da NRF - National
Retail Federation que aconteceu na semana passada, pude acompanhar alguns pontos muito interessantes sobre novas formas
de consumir e de vender, que não posso deixar de comentar. Já
imaginou se pudesse saber exatamente o que seu cliente quer,
na hora que ele quer, quais concorrentes procurou e como gosta
de ser abordado? Isso faria diferença na hora de vender? Pois é,
tudo isso está se tornando possível graças a uma nova tecnologia
denominada “Big Data” que promete revolucionar o comércio.
Todos os dias, o mundo produz mais de 2,5 quintilhões de bytes
em dados que se acumulam na internet. Curiosamente, 90% de todo o conteúdo que temos armazenado hoje foi produzido apenas
nos dois últimos anos. Como utilizar isso em nosso favor? Originário do termo de tecnologia da informação, o conceito de Big Data
é focado num imenso armazenamento de dados, com enorme velocidade. Ele é baseado no conceito de 5V: Valor, Veracidade, Variedade, Volume e Velocidade. O Big Data é tido por muitos como
a solução de eventuais situações problemáticas da economia. Devido ao modelo econômico adotado pela globalização, o termo just
in time, totalmente dependente da necessidade de uma expansão
virtual, se tornou a palavra de ordem das negociações e forçou a
ampliação de estrutura para armazenamento de dados.
Brasileiro é um dos nove candidatos ao posto
de diretor-geral da Organização Mundial do
Comércio (OMC), em substituição ao francês
Pascal Lamy. Desde 2008 ele é representante
permanente do Brasil na entidade.
Muito relevante a reportagem “Melhora ambiental
na China será gradativa e demorada” (publicada em
28/1/13, pelo BRASIL ECONÔMICO ONLINE). A postura
da China é uma forma de dumping, embora ainda
não categorizada nas normas da OMC e do Direito
Internacional. Trata-se de concorrência desleal,
pois a China não respeita nenhuma regra referente
ao trabalhadores e sequer observa os princípios
adotados internacionalmente como o do
desenvolvimento sustentado. Ou seja, eles são
verdadeiros camicases, e estão prejudicando
toda a humanidade com a falta de regulamentação
e de limites, incluindo eles mesmos.
Youssef Ali
São Paulo (SP)
Vanderlei Luxemburgo
Técnico de futebol
Técnico foi condenado em segunda instância
pelo Tribunal Regional Eleitoral de Tocantins pelo
crime de transferência eleitoral fraudulenta,
ocorrido em 2008. Terá de prestar serviços
à comunidade e pagar 100 salários mínimos.
CONECTADO
[email protected]
Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia
Copa das Confederações
Sprout
Ruzzle
Aplicativo desenvolvido para
quem quer entrar no clima do
megaevento de futebol que será
realizado entre 15 e 30 de junho
no Brasil. O programa traz
informações sobre a competição
que serve como ensaio para
a Copa do Mundo de 2014,
tabela de jogos, com datas
e locais das disputas, além
de dados sobre as seleções
participantes, entre elas, Brasil,
Espanha , Itália e Uruguai.
Software para dispositivos
móveis direcionado para grávidas
e obstetras. O app permite
acompanhar o desenvolvimento
do feto a semana a semanas
e ainda compartilhar as
informações entre pacientes
e médico. Apresenta imagens
em 3D de exames de ultrassom
e dicas. Permite registrar
datas de exames e consultas.
Dispõe de ferramenta para
controle de peso.
Fenômeno de popularidade na
App Store, este divertido
aplicativo já soma 11 milhões de
downloads. Trata-se de um jogo
de palavras cujo maior desafio é
formar o maior número delas em
apenas dois minutos. As partidas
virtuais, disputadas em três
rodadas, podem ser realizadas
pelo usuário com um grupo de
amigos. Programa possui
versões em diversos idiomas,
entre eles o português.
Grátis
Android
US$ 3,99
iPad, iPhone e iPod Touch
Grátis
Android,iPad,iPhoneeiPodTouch
Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização,
Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).
falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda,
E-mail: [email protected]
texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto
As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.
falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX
Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.
Mais cartas em www.brasileconomico.com.br
Big Data: um gigante
banco de dados
Não há privacidade na web. Empresas
monitoram dados sobre nossa navegação
com o intuito de aumentar as vendas
Mas, na prática, para quem trabalha com o comércio, o que isso
significa? Há uma tendência de que as grandes marcas cada vez
mais façam marketing direto na internet com mais e mais agressividade. Elas estão monitorando tudo que nós digitamos no computador, no tablet, no smartphone e, a partir desses dados, conseguem enviar ofertas exclusivas quando, por exemplo, detectam
que você fez uma busca por um produto que ela comercializa. Por
outro lado, é assustador a maneira como cada vez mais perdemos
nossa privacidade na web. Você pensa estar trafegando livremente, enquanto diversas empresas monitoram e armazenam dados
sobre sua navegação. Por outro lado, trata-se de uma revolução
na forma de venda que não pode ser desprezada. Um dado interessante neste contexto é que o presidente americano, Barack Obama, utilizou esta tecnologia na sua campanha de reeleição e, mais
uma vez, revolucionou para além das redes sociais. Sua equipe
montou um gigantesco banco de dados, com detalhes sobre cada
eleitor e sobre a maneira como eles reagiam a diferentes abordagens. As informações orientaram voluntários, indicaram as melhores formas de arrecadar fundos e apontaram quem poderia ser
convencido a apoiar a sua reeleição. Para quem trabalha com varejo, é impossível ficar alheio às novidades. Este ainda é um tema
bastante incipiente, mas que tende a tomar grandes dimensões
num futuro próximo e fazer total diferença nas estratégias de marketing das empresas. É importante que varejistas e empresários
mantenham-se a par das novas tecnologias que surgem para melhorar o desempenho e sucesso com os clientes. ■
NESTA EDIÇÃO
Brasileiro não prioriza segurança de dados
Levantamento realizado pela Edelman mostra que 52% dos
executivos do país afirmam que suas empresas estão despreparadas
para garantir segurança e privacidade de informações. ➥ P14
De cara nova, MSN investe em campanha
Portal da Microsoft traça nova estratégia de comunicação para
reposicionamento de sua marca. Com o slogan “É a sua cara. É do seu
jeito”, o site permite a personalização de seu conteúdo. ➥ P28
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 3
MOSAICO POLÍTICO
ROGERIO MORI
Professor da Escola de Economia de São
Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV)
PEDRO VENCESLAU
[email protected]
Divulgação
Reposicionando a questão
do crescimento econômico
A taxa de investimento tem recuado nos
últimos trimestres de forma consecutiva
após um período de relativa melhoria
De fato, o ritmo de expansão da capacidade da oferta agregada brasileira tem sido relativamente lento. No entanto, esse não
é um fato recente, limitado há apenas dois ou três trimestres.
Uma análise retrospectiva da nossa economia revela que a taxa
de investimento brasileira situou-se em torno de 17% do PIB. Esse nível melhorou um pouco no final da década passada e início
desta, mas ainda assim se situou abaixo da média de 20% do
PIB. Esses níveis de investimento são incompatíveis com uma
taxa sustentável de crescimento econômico do PIB brasileiro da
ordem de 4% a 5% em bases anuais sem que sejam formados
gargalos ou ocorram pressões inflacionárias.
Em outras palavras, o Copom não apresentou novidade alguma
em relação ao que se verificou na nossa economia ao longo dos últimos doze anos. A novidade recente se restringe ao fato de que a
taxa de investimento tem recuado nos últimos trimestres de forma
consecutiva após um período de relativa melhoria. As razões para a
queda nos investimentos no país nos últimos trimestres ainda não
estão inteiramente mapeadas e diferentes aspectos condicionantes
podem ser mencionados. Dentre estes, podem ser destacados as
elevações dos custos no Brasil, a perda da competitividade da produção doméstica frente à concorrência externa, queda da confiança do empresariado nacional, etc. De qualquer forma, parece que o
Copom deu o recado de que a política monetária já fez (e continua
fazendo) seu papel e que existem outros elementos no contexto da
economia brasileira que atuam no sentido de limitar a velocidade
de recuperação da nossa economia. Para piorar o quadro, os números mais recentes de inflação não são muito animadores. ■
Orçamento japonês supera títulos do país
Pela primeira vez em quatro anos, as receitas fiscais do Japão
vão superar as vendas de títulos públicos. O primeiro projeto de
orçamento do governo Shinzo Abe traz melhorias simbólicas. ➥ P37
Case de sucesso das sandálias Havaianas
Em artigo, o economista Rodrigo Sias analisa como a
bem-sucedida estratégia de marketing da Alpargatas transformou
um item popular em um artigo de moda de exportação . ➥ P39
PT vai criar fundo para eleição interna
A eleição direta que definirá o nome do próximo presidente do PT mobilizará quase 2 milhões de
pessoas — ou 1,7 mi sendo mais exato. Para evitar que um processo dessa magnitude repita os vícios
das campanhas tradicionais, como o uso da máquina, o partido vai pela primeira vez em sua história subsidiar os postulantes. Os recursos serão reunidos em uma conta que atenderá pelo singelo
nome de FEI (Fundo para Eleição Interna). Internamente, a iniciativa ganhou o carinhoso apelido
de FEIO. O dinheiro virá do sistema de arrecadação dos filiados. Ou seja: nem um centavo virá do
Fundo Partidário. E mais: não será disponibilizado dinheiro vivo, mas cotas em gráficas, passagens
aéreas e despesas com correio para que as “tendências” divulguem suas teses pelo país. “Isso vai
democratizar o processo. Se o regulamento for respeitado, todos terão igualdade de condições”,
afirma Valter Pomar, um dos pré-candidatos à presidência petista. ■
"Setores do PT tratam o
filiado como gado", diz petista
Corrente do PT não quer
"fulanizar" o mensalão
Membro da direção nacional do PT e dirigente
do grupo "Articulação de Esquerda", Pomar diz
que alguns setores do partido "tratam os filiados
como gado" e acham que são "donos do voto".
Ele lembra que o chamado "Campo Majoritário",
do qual fazem parte Lula e Dilma, diminuiu seu
tamanho de 70% para 50% do partido desde 2001.
Sobre o tratamento que seu grupo dará aos réus do
mensalão na campanha interna, Pomar é cauteloso.
"Não vamos fulanizar". Segundo um documento da
"Articulação Esquerda." houve uma "manipulação
do julgamento do chamado mensalão" e um
"conluio entre setores da direita do Judiciário,
empresas de comunicação e oposição de direita".
CURTAS
➤
●
A campanha pela
presidência do PT começa
oficialmente em abril e termina
em novembro. A expectativa
é que pelo menos quatro
postulantes entrem na disputa.
O atual presidente, Rui Falcão,
que tenta a reeleição, é o franco
favorito. E por falar em Rui
Falcão. O dirigente foi derrubado
ontem por uma virose brava.
➤
●
Em 2005, o efeito
mensalão prejudicou
o desempenho do Campo
Majoritário do PT, que passou
sufoco para eleger Ricardo
Berzoini como presidente. Seu
rival, o gaúcho Raul Pont, reuniu
uma grande frente, mas acabou
ficando com o segundo posto
mais importante na hierarquia
partidária: secretário-geral.
➤
●
E por falar em PT. José
Genoino retoma hoje sua
rotina como deputado federal.
➤
●
Tem tucano de alta
plumagem reclamando que
Aécio Neves está muito parado
para quem deseja ser presidente.
PRONTO, FALEI
“Não sou
Severino”
➤
●
Uma amiga da coluna
conta que flagrou cenas
inusitadas na multidão de
prefeitos que "invadiu" Brasília
esta semana. No melhor estilo
turista, a turma fez revezamento
para bater fotos em frente
ao plenário, à bandeira de seu
estado ou na poltrona desenhada
por Niemeyer. Tipo Disney...
Júlio Delgado
Candidato à presidência
da Câmara, em entrevista
ao portal iG em referência
a eleição surpreendente
de Severino Cavalcanti
➤
●
Uma pergunta assombra o
Palácio dos Bandeirantes.
Será que a separação de Kassab
com o PSDB será amigável
ou publicamente litigiosa?
➤
●
Divulgação
Sem sombra de dúvida, a lenta recuperação da atividade econômica brasileira ao longo de 2012 ficou no centro das atenções do
governo particularmente no segundo semestre do ano passado.
Além da continuidade do ciclo de flexibilização da política monetária, o governo apostou em uma política fiscal expansionista,
reeditando grande parte das ações adotadas no início de 2009, para fazer frente ao efeitos adversos da crise financeira. Nesse sentido, o próprio resultado das contas públicas no ano passado foi
um reflexo tanto da debilidade da atividade econômica quanto
dos incentivos fiscais proporcionados, o que levou a uma deterioração do resultado do governo e à adoção de manobras contábeis.
Conforme ressaltei em artigo anterior, mesmo com a debilidade da recuperação da atividade econômica brasileira, a inflação
permaneceu elevada e acima do centro da meta estabelecida. O
próprio BC aposta em uma convergência lenta da inflação para
o centro da meta, algo que muitos economistas começam a questionar. A ata da reunião do Copom do BC, realizada em janeiro,
traz alguns elementos novos ao debate. Talvez, o mais marcante
foi atribuir a “limitações no campo da oferta” como um dos elementos responsáveis pela recuperação do ritmo da atividade
econômica de forma mais lenta que a esperada. Como os efeitos
da política monetária recaem sobre a demanda agregada, essa
questão estaria, em certo sentido, fora do escopo do BC.
Existe vida além da disputa
pela presidência no Senado.
A poderosa Comissão de
Assuntos Econômicos ficará
com Lindbergh Farias (PT-RJ).
4 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
DESTAQUE
Editado por: Léa De Luca [email protected]
Minério de ferro a US$ 150
por tonelada é insustentável
Analistas acreditam que 2013 deve ser de volatilidade, por incertezas da Europa e crescimento chinês menor
Divulgação
um preço médio de US$ 130 a tonelada. “Não acredito que os
[email protected]
US$ 150 se sustentem em um peA escalada do preço do minério
ríodo muito longo. Pode vir um
de ferro nos últimos quatro meesfriamento ao longo do ano, dases, em alta de mais de US$ 50
do que o cenário internacional
por tonelada, não deve se susainda não é consistente”, diz.
tentar até o final do ano. Ainda
Essa projeção, assim como a de
assim, especialistas têm elevaGaldi, indica que o preço médio
do suas perspectivas para o preem 2013 deverá atingir patamaço médio da commodity para o
res mais elevados do que em
final do ano, refletindo a melho2012, ano no qual o insumo cheria de percepção em relação à
gou a ser negociado abaixo de
economia chinesa.
US$ 90 por tonelada, no menor
O HSBC, por exemplo, aupatamar desde 2009.
mentou suas projeções para os
O sócio da consultoria A.T.
preços de minério de ferro em
Kearney, Dario Gaspar, prefe2013, de US$ 105 pariu adotar um tom
ra US$ 123 por tone- Até Ano-Novo de cautela. “Não dá
lada, com base na
para ter certeza em
chinês,
análise de que o
quanto chegará o
demanda pelo preço do minério
mercado provavelmente está sendo
insumo deve de ferro ao final do
impulsionado pelo
ano. A única certecontinuar
reabastecimento saza que temos é que
aquecida
zonal das siderúrgiveremos volatilidaPreço do minério de ferro chegou a bater os US$ 150 ontem, mas fechou próximo aos US$ 148
cas chinesas.
de nesse período”,
No curtíssimo prazo, os preafirma, ressaltando, assim coços devem se manter na atual como os demais especialistas,
os papéis preferenciais série A
bão, voltou a dizer que cobrará
tação — entre US$ 148 e US$ 150
ela vai querer esse filão”, ressalta.
que tudo dependerá da demanda mineradora brasileira avanesse valor da mineradora brasia tonelada — segundo Pedro GalAinda assim, as apostas são de
da chinesa e do desenrolar da
çaram apenas 3%. Já o insumo
leira — e a compra da CSA pela
di, estrategista-chefe da SLW
alta para as ações da Vale até o ficrise europeia.
subiu 72% no mesmo período
Companhia Siderúrgica NacioCorretora, graças ao feriado do
nal do ano. Galdi diz que os paImpacto nas ações
de comparação. “As ações não
nal (CSN)”, destaca o estrateAno Novo chinês. “Historicapéis devem fechar o ano próxiApesar da alta do preço da comacompanham apenas o preço
gista da SLW.
mente, a China mantém seus esmo a R$ 45, o que representaria
modity no mercado internaciodo minério de ferro. Há outras
Isso porque, segundo ele, Vale
toques de minério de ferro em
uma alta de 18% em relação a conal, as ações da Vale não têm
questões envolvidas, como o
e CSN participariam do bloco de
patamares próximos a 75 mitação atual. Já o HSBC é um pouacompanhado esse movimenimbróglio envolvendo a cocontrole da CSA, sendo que a Valhões de toneladas. Até o dia 9
co mais otimista: aposta em que
to no curto prazo. De setembrança de royalties pelo goverle tem contratos de fornecimende fevereiro, quando tem início
os papéis cheguem a R$ 52,50
bro, quando o preço do minéno no valor R$ 4 bilhões — na
to de minério de ferro firmados
o feriado, as mineradoras tentaaté o final do ano, o que significario de ferro atingiu a mínima
semana passada, o ministro de
com a CSA. “Com a entrada da
rão chegar a esse número, manria uma valorização de 38% ante
de US$ 86 a tonelada, até hoje,
Minas e Energia, Edison LoCSN no capital da siderúrgica,
tendo a demanda aquecida e,
o preço atual. ■
consequentemente, os preços
em alta. No retorno do Ano Novo chinês, dia 16, é que devePASSADO BRILHANTE, FUTURO NEM TANTO
mos ver volatilidade nas cotações”, explica.
Cotações do minério de ferro, em US$/tonelada
Galdi acredita que, passado
esse período, a cotação oscile
SPOT
FUTURO
entre US$ 120 e US$ 140 a tone200
200
Já o HSBC projetava volume
lada até o final do ano. “O piso
Volume é 33% inferior ao
menor. “Nossa projeção era de
é em US$ 120 a tonelada pordistribuído em dividendos no
180
180
US$ 1,8 bilhão, o qual se baseaque é o custo de produção na
ano passado, de US$ 4 bilhões
179,18
va na projeção para o minério
China”, diz, lembrando que o
160
160
O volume mínimo que será disde ferro de US$ 105 a tonelada
minério de ferro chinês é mui148,60
150,88
tribuído em dividendos pela Vapara 2013. Se assumirmos a noto pobre em ferro contido e prele em 2013 é 33% inferior ao pava projeção, de US$ 123 a tonecisa ser misturado a um miné140
140
go em 2012. Ainda assim, não
lada, nossa projeção para o divirio com concentração mais alta
há
consenso
entre
analistas
se
dendo da Vale chegaria a US$ 3
de ferro contido para ser entre120
120
a notícia é neutra ou positiva
bilhões, ainda baixo em compague às siderúrgicas locais. “Se
108,50
para as ações.
ração ao número anunciado hoa China mostrar que conseguiu
100
100
Para o Bank of America Merje. Claramente, esse é um peaquecer o consumo interno, a
rill Lynch, o volume veio em liqueno fator positivo para a
demanda pela commodity con80
80
nha com o esperado pelos anaação da Vale”, disseram Jonatinuará aquecida.”
listas Felipe Hirai, Thiago Lofiethan Brandt e Miguel Falcão,
Karina Freitas, analista da
JAN/11
JAN/13
JAN/13
DEZ/14
Fonte: Ibram
go e Karel Luketic.
em relatório. ■ V.C.
Concórdia Corretora, aposta em
Vanessa Correia
Proventos mínimos da Vale
dividem opinião de analistas
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 5
Lisi Niesner/Reuters
VALORIZAÇÃO
Papéis do setor subiram 1,8% na Europa
Impulsionadas por mineradoras, as ações europeias alcançaram
novas máximas em dois anos ontem. O motivo foi o otimismo
sobre a recuperação econômica, que ganhou fôlego após dados
encorajadores sobre preços de moradias nos Estados Unidos;
e declarações sobre crescimento na China, maior consumidor de
metais do mundo. O principal instituto chinês elevou sua projeção
de crescimento econômico para 2013 de 8,2% para 8,4%.
Mineradoras começam o ano mais
otimistas e mantêm investimentos
Ruy Baron
Com a retomada dos preços do
minério de ferro no final do ano
passado, as mineradoras brasileiras voltaram a ver uma perspectiva positiva no horizonte. A
Vale, por exemplo, depois de reportar resultados aquém do esperado no terceiro trimestre de
2012, quando o presidente da
companhia, Murilo Ferreira,
anunciou a revisão do portfólio
e uma estratégia de maior controle dos investimentos, começou 2013 mais otimista.
Durante entrevista a jornalistas na Apimec — encontro de
analistas e investidores no Rio
de Janeiro — Roberto Castello
Branco, diretor de relações com
investidores da empresa afirmou que a demanda por minério de ferro deve vir dos países
emergentes. A expectativa da
RIQUEZA DA TERRA
IMPACTO ECONÔMICO
Evolução da produção mineral
brasileira, em US$ bilhões
50
Participação da indústria da
mineração no saldo comercial
brasileiro, em US$ bilhões
2011
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Para Vale, crescimento da
indústria nos países emergentes
deve puxar vendas do produto
Juliana Ribeiro
[email protected]
39
28
24
2008
2009
2010
6,54
10,01
13,11
12,60
27,60
33,00
NEGÓCIOS EM ALTA
Previsão da produção de minério de ferro no Brasil até 2015,
em bilhões de toneladas
EMPRESA
Mhag
Arcelor/Mittal Serra Azul
Mineração Corumbaense
Usiminas (J. Mendes)
V&M Mineração
MMX
Anglo Ferrous
CSN
Vale
Outros
Ferrous Resources
Bahia Mineração
TOTAL
2011
0,50
5,00
4.500
7,00
4,00
13,00
5,00
26,00
330,00
20,00
1,00
0
416,00
2012
1,00
5,00
5,00
10,00
4,00
13,00
5,00
40,00
400,00
30,00
1,00
0
514,00
2013
5,00
10,00
5,00
12,00
4,00
16.500
26.500
60,00
420,00
40,00
2,00
15,00
606,00
2014
7,00
15,00
10,00
20,00
4,00
32.500
35,00
89,00
450,00
30,00
15,00
20,00
727.500
2015
12,00
15,00
10,00
29,00
4,00
42.500
35,00
89,00
460,00
30,00
25,00
20,00
771.500
Fonte: Ibram
companhia é de que a produção
industrial nesses países cresça
em torno de 7% neste ano, o
que deve puxar o desempenho
das mineradoras, uma vez que o
minério de ferro é a principal
matéria-prima do setor.
Na China, principal mercado
da Vale, os estoques estão na casa dos 70 milhões de toneladas,
um volume considerado dentro
do normal por analistas, mas
que segundo Castello Branco,
ainda está baixo e pode crescer.
Na Gerdau, os projetos de investimentos no segmento de
mineração, anunciados pela
companhia em 2012 seguem a
todo vapor. Depois de buscar
no mercado um sócio, a companhia anunciou no final do terceiro trimestre, a decisão de tocar seus projetos, sozinha. “Encerramos o ano ampliando investimentos em mineração, como mais uma iniciativa da companhia voltada à melhoria de
seus resultados”, declarou a
companhia, em e-mail enviado
ao BRASIL ECONÔMICO.
Assim, no ano passado, a empresa anunciou investimentos
de R$ 838 milhões na ampliação
da capacidade instalada de produção, que deve chegar a 11,5
milhões de toneladas até o final
deste ano. Posteriormente, R$
500 milhões destinados ao aumento da capacidade para 18 milhões de toneladas e outros R$
500 milhões na construção de
um terminal ferroviário também foram anunciados pelo
CEO André Johannpeter durante a conferência de resultados,
em outubro passado. “Com isso, teremos autossuficiência na
matéria-prima e ainda poderemos comercializar o excedente”, declarou o executivo.
Coura, do Ibram: demora na liberação de licenças prejudica setor
Mesmo diante dos percalços
enfrentados pela indústria ao
longo de 2012, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), prevê que a produção de brasileira
de minério de ferro deve ter
crescido 10,8% no ano passado
em relação a 2011. Um salto de
460 milhões de toneladas para
510 milhões de toneladas. Os dados ainda são uma prévia, já
que o relatório oficial deverá ser
divulgado em março.
Embora o cenário seja de
boas perspectivas, no Brasil,
questões como os riscos de apagão energético e a discussão do
novo marco regulatório do setor, preocupam as empresas.
No início do mês, o presidente
do Ibram, José Fernando Coura,
declarou que vai buscar junto
ao governo opções para destravar a liberação de novas licenças minerais e portarias de lavras antes da discussão do marco. “O mais preocupante é o entrave das portarias de lavras. O
setor não pode ficar parado todo esse tempo”, disse. ■
Anglo gasta US$ 4 bi com atrasos do Minas-Rio
Imprevistos e paralisações do
projeto fizeram custo total da
obra alcançar US$ 8,8 bilhões
Redação
[email protected]
A Anglo American anunciou
um gasto adicional de US$ 4 bilhões com o aumento de custos
e os atrasos das obras de seu projeto Minas-Rio. Considerado
um dos maiores empreendimentos para exploração de minério
de ferro do mundo, o complexo
vem sendo motivo de dores de
cabeça para a companhia.
“Estamos decepcionados porque as numerosas dificuldades
encontradas por nosso projeto
Minas-Rio contribuíram para
um aumento significativo dos
investimentos, o que leva a esta
sobrecarga”, declarou em comunicado Cynthia Carroll, diretora geral, que em breve cederá o
posto a Mark Cutifani.
Um dos motivos da saída de
Carroll, segundo especulações
do mercado, seria a pressão de
acionistas, insatisfeitos não só
com os resultados globais da
companhia, que ficaram abaixo
do esperado, mas também a instabilidade e a sucessão de pronblemas no projeto brasileiro.
Com o valor adicional, os investimentos no projeto alcançariam algo em torno de US$ 8,8
bilhões, ante previsão inicial de
US$ 8 bilhões. O custo adicional
e os imprevistos também atrasa-
ram em um ano a entrega da primeira remessa de minério que
só acontecerá no final de 2014.
“Apesar das dificuldades, seguimos acreditando na atratividade da Minas-Rio a médio e
longo prazo, assim como em
seu posicionamento estratégico, e estamos comprometidos
com o projeto”, disse Carroll.
Esta não é a primeira vez que
o principal projeto da mineradora no país sofre com imprevistos. Os atrasos nas liberações de
licenças e as negativas da justiça
em emitir as autorizações ambientais fizeram com que a companhia paralisasse por meses a
construção do mineroduto em
Conceição do Mato Dentro. A
obra foi retomada no final de
2012, após liberação judicial.
Com 525 quilômetros de extensão, o sistema fará a ligação do
complexo industrial da Anglo
até o porto de Açu, de onde o minério será embarcado, mas a
obra ainda não foi concluída. ■
6 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
BRASIL
Editora: Ivone Portes [email protected]
Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected]
Gleisi e Mantega vão buscar
investidores no exterior
Ministros farão rodadas fora do país para apresentar projetos de infraestrutura e atrair capital para obras
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr
apresentações, uma em Londres, na Inglaterra, e a outra em
[email protected]
Tóquio, no Japão. O formato e
Após o lançamento de uma sécronograma das apresentações
rie de concessões em rodovias,
foram discutidos ontem em reuferrovias, portos e aeroportos, a
nião no Ministério da Fazenda.
presidente Dilma Rousseff quer
O ministro da Fazenda, Guia garantia de que não faltarão indo Mantega, e a Ministra Chefe
vestidores interessados nos proda Casa Civil, Gleisi Hoffmann,
jetos. Para tandeverão abrir o
to, o governo INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA encontro em
está organizanSão
Pau l o ,
do uma rodada Pacotes do governo para
abrindo espade apresenta- estimular o setor somam mais ço, depois, pações dos progra- de R$ 200 bilhões
ra apresentamas de infraesções setoriais
AEROPORTOS
trutura, anuncoordenadas
Programa prevê investimentos de
ciados no ano
pelo presidente
R$ 18,7 bilhões no setor
passado, e os beda Empresa de
Serão R$ 11,6 bilhões com a concessão
nefícios ofereciPlanejamento e
dos aeroportos do Galeão (RJ)
dos no Brasil
Logística, Bere de Confins (MG)
para quem quinardo FigueireMais R$ 7,3 bilhões de recursos públicos
para a reforma e modernização de 260
ser investir. A
do. O presidenaeroportos regionais
ofensiva será
te da Empresa
lançada no próde Pesquisa
RODOVIAS E FERROVIAS
ximo dia 5 de feEnergética
Pacote de concessões de ferrovias
vereiro, em São
(EPE), Mauríe rodovias prevê investimento total de
Paulo, e no ficio TolmasR$ 133 bilhões
nal do mês, sequim, também
R$ 91 bilhões serão destinados
rá levada para o
integra o grupo
a ferrovias e R$ 42 bilhões, a rodovias
exterior.
para demonsSerão colocados para a iniciativa
A agenda intrar as perspecprivada 10 mil quilômetros em ferrovias,
por meio de 12 lotes, e 7,5 mil
ternacional da
tivas de expanquilômetros em rodovias, com 9 lotes
equipe do gosão do setor
verno começaenergético do
PORTOS
rá em Nova
país nos próxiPlano prevê investimentos públicos e
York, no dia 26
mos anos e
privados de $ 54,2 bilhões no setor
de fevereiro. Deapresentar as
portuário
pois disso estão
oportunidades
Mais R$ 2,6 bilhões irão para acessos
previstas, por
nos leilões de
hidroviários, ferroviários e rodoviários,
enquanto, apede
além de pátios de regularização de tráfego g e ra ç ã o
nas outras duas Fonte: Brasil Econômico
energia.
Ruy Barata Neto, de Brasília
Gleisi Hoffmann: ministra participará do ciclo de apresentações em São Paulo e considera ir aos EUA
A Ministra Gleisi Hoffmann,
que esteve à frente da coordenação do trabalho interministerial que resultou na costura de
todo o plano de logística integrada, participará do lançamento do ciclo de apresentações,
em São Paulo, e considera ir até
Nova Iorque, mas depois disso
deixará a condução dos trabalhos no exterior a cargo de Mantega e Figueiredo.
A maior preocupação do governo é a de reverter o baixo interesse dos investidores estrangeiros nos projetos de infraes-
trutura do país, o que já se tornou um problema histórico.
Uma das prioridades é para a
atração de investidores norteamericanos e asiáticos tendo
em vista as concessões de ferrovias e rodovias. Nestas áreas o
governo tem o desafio de tirar
da cartola R$ 79,5 bilhões em investimentos já nos próximos
cinco anos. Somado ao pacote
de portos, o valor dos investimentos previstos sobe para R$
133 bilhões que deverão ser aplicados até 2017, isso sem contar
os R$ 11,4 bilhões em investi-
mentos previstos com as concessões dos aeroportos do Galão, no Rio de Janeiro e de Confins, em Minas Gerais.
As condições de financiamento e as desonerações oferecidas
aos investidores estrangeiros
no que diz respeito a projetos de
infraestrutura serão alguns dos
principais aspectos realçados.
O governo também demonstra
as garantias para os investimentos oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) com o apoio do Tesouro Nacional. ■
Moreira Franco defende incentivo a estrangeiros
Ministro da SAE trabalha em
projeto para ampliar imigração
de profissionais qualificados
Erica Ribeir, do Rio
[email protected]
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Moreira Franco, defendeu ontem
uma política de incentivo à imigração de trabalhadores estrangeiros de alta qualificação. Para
ele, a importação de mão de
obra especializada garante ao
país a manutenção do desenvol-
vimento econômico e tecnológico. A SAE vem há cerca de um
mês e meio desenvolvendo um
estudo junto a 1.500 empresas,
sendo 500 estrangeiras, para
identificar meio de ampliar a importação de profissionais. Um
substitutivo ao projeto de lei
655/2009, que altera o Estatuto
dos Estrangeiros, está em tramitação no Congresso. O projeto
visa, segundo Moreira Franco,
promover um ambiente de negócios favorável ao empreendedorismo, meritocracia e inovação ,por meio da incorporação
de talentos estrangeiros.
“Temos que pegar esse projeto de lei e criar nele condições
que promovam mudanças que
tragam o aumento da atratividade de mão de obra estrangeira
com alta qualificação. É preciso
promover a qualidade de vida
desses profissionais em nosso
país, dar acesso a serviços públicos, integrá-los social e economicamente”, disse Moreira
Franco, que falou sobre o tema
no seminário “Política Migratória, Produção e Desenvolvimento”, na sede da Federação das In-
dústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Rio.
Mais estrangeiros no país não
afeta a geração de empregos para brasileiros, diz ele.
“Uma política migratória não
é permissiva. Ao contrário, vai
estar intimamente vinculada a
fluxos do mercado de trabalho.
Estimular a vinda de mão de
obra especializada contribui para a inserção do Brasil no cenário global”, disse.
Ao falar sobre o fluxo migratório no Brasil, o ministro disse
que, hoje, o país figura entre os
que menos recebem imigrantes
no mundo. A população de estrangeiros hoje corresponde a
0,3% do total de habitantes, segundo dados do Censo de 2010,
do IBGE. Na América do Norte,
14,2% da população é de imigrantes. Segundo dados do Ministério do Trabalho, em 2011 foram concedidas 70.524 autorizações de trabalho para estrangeiros, sendo 58% deles com nível
superior, mestrado ou doutorado. Até setembro do ano passado, o número de autorizações
de trabalho era de 55 mil. ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 7
Divulgação
INFRAESTRUTURA
Edital do TAV atrai empresas de sete países
Empresas de ao menos sete países participaram ontem da
reunião sobre o edital do Transporte de Alta Velocidade (TAV), o
chamado trem-bala que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.
No encontro, os possíveis interessados na licitação puderam fazer
perguntas e manifestações sobre o projeto. Estavam presentes
representantes de companhias da Espanha, Itália, França, Coreia,
Alemanha, do Japão e do Canadá. ABr
Rafael Andrade/Folhapress
Perda de acesso ao adiantamento
sobre contrato de câmbio inibe
interesse de grandes empresas
Cristina Ribeiro de Carvalho
[email protected]
Implantado em 2008 no comércio bilateral entre Brasil e Argentina, o sistema de pagamentos em moeda local (SML) deve
ser adotado em breve também
nos negócios com Uruguai. O
projeto, que tramita na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), tem como
NEGÓCIOS COM O VIZINHO
Destaques do comércio do
Brasil com o Uruguai
EXPORTAÇÕES, EM US$ BILHÕES
2011
2012
Variação %
2,17
2,18
0,46
PRINCIPAIS PRODUTOS
EXPORTADOS, EM US$ MILHÕES
Óleo combustível
Óleos brutos de petróleo
Energia elétrica
Mate
Automóveis de passageiros
2011
292,3
166,7
86,3
56,9
55,4
2012
203,7
48,4
22,2
54,06
48,1
PRINCIPAIS PRODUTOS
IMPORTADOS, EM US$ MILHÕES
2011 2012
Malte não torrado
198,06 209,02
Trigo e misturas de trigo
174,04
0
Garrafões, garrafas de plástico 150,8 148,3
Leite integral em pó
128,8 72,08
Fungicidas
73,4 35,06
Fonte: MDIC
objetivo alavancar as transações comerciais entre os dois
países, reduzindo os custos dos
contratos. Entretanto, especialistas avaliam que esse sistema
deve atrair mais as pequenas e
médias empresas do que as
grandes — que são responsáveis pela pauta dos principais
produtos exportados (veja quadro abaixo). O SML permite que
o comércio de produtos seja feito em moedas vigentes dos países, sem a necessidade de sua
troca pelo dólar.
“Depois de quatro anos em vigor, o comércio entre Brasil e
Argentina por meio desse sistema representa apenas 3% das
transações comerciais”, revela
José Augusto de Castro, ponderando ser este um termômetro
para as trocas com o Uruguai.
O especialista explica que isso acontece porque ao aderir a
essa modalidade as empresas
deixam de ter acesso ao adiantamento sobre contrato de câmbio (ACC) — operação que antecipa o recebimento dos valores
do contrato, que é utilizado
principalmente como capital de
giro. “Tirar o ACC é o mesmo
que eliminar recursos financeiros. A partir desse momento, as
grandes empresas têm de se financiar com recursos próprios.
Liquidez que muitas vezes não
existe”, explica Castro.
Alberto Alzueta, presidente
da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira, conta ainda que
há falta de interesse das instituições financeiras em fazer esse tipo de operação, já que a não
transação em dólar oferece me-
Divulgação
Uso de moeda local
no comércio exterior
beneficia PMEs
ALBERTO
ALZUETA
Presidente da Câmara de
Comércio Argentino-Brasileira
“Medida pode facilitar
as exportações de
produtos das pequenas
e médias empresas”
Augusto de Castro: “Tirar o ACC das grandes é eliminar liquidez”
nos rentabilidade ao banco.
Contudo, o governo brasileiro vem argumentando que o sistema tem aumentado o nível de
participação de pequenos e médios exportadores e importadores de ambos os países, o que para José Augusto de Castro, da
AEB, faz sentido.
“O SML pode ter uma apelo
maior entre as pequenas e médias empresas. Como elas têm
dificuldade de acesso ao mercado externo, essa medida passa a
ser um facilitador para a exportação de seus produtos, principalmente alimentos, móveis e
calçados”, explica.
O vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Uruguai, Williams Gonçal-
ves, é da mesma opinião de Castro, mas observa que a participação pequena das PMEs no comércio com o Uruguai ainda é
pequena. “As pequenas empresas não têm essa cultura. Isso é
algo que precisa ser mudado e
só será possível com mais informações sobre o SML e comércio exterior. Falta divulgação
sobre o tema”, reclama. Em
2012, o Brasil exportou para o
Uruguai US$ 2,18 bilhões (veja
mais na arte abaixo).
Apesar da falta de conhecimento que as PMEs têm sobre o
tema, Gonçalves se mostra muito entusiasmado com a possibilidade de o SML ser contemplado
nas transações comerciais entre
os dois países. De acordo com
ele, o Brasil pode ser muito beneficiado com aquisição de produtos uruguaios, como alimentos e principalmente insumos
para a indústria naval. “A produção dos estaleiros brasileiros está aquecida e sem condições de
ser suprida pela oferta nacional.
Diante desse cenário, o Uruguai
é certamente um parceiro complementar a cadeia produtiva
brasileira”, argumenta.
Já a especialista em comércio
exterior da FGV Lia Valls, argumenta que a viabilidade deste
sistema depende da confiança
dos agentes do mercado nas
moedas em que estão transacionando seus produtos. “É um
meio que exige confiança mútua”, finaliza. ■
Superávit primário fecha 2012 com queda de 5,3%
Resultado recorde de dezembro
evitou que a queda fosse maior
no acumulado do ano passado
Depois de uma série de manobras fiscais que inflaram as receitas da União no fim do ano, o
governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco
Central) encerrou 2012 com superávit primário de R$ 88,529
bilhões.
O montante é 5,3% menor
que o registrado em 2011, quando o esforço fiscal tinha ficado
em R$ 93,525 bilhões.
O superávit primário é a economia de recursos para pagar os
juros da dívida pública. Por causa das operações contábeis nos
últimos dias de 2012, dezembro
registrou superávit primário de
R$ 28,324 bilhões, o melhor resultado para o mês na história.
Para alcançar esse resultado,
o governo inflou o caixa do Te-
souro com o resgate de R$ 12,4
bilhões do Fundo Soberano, poupança formada com o excedente
do superávit primário de 2008
que estava parada em um fundo
de investimentos. Além disso, o
governo obteve R$ 7,644 bilhões do pagamento de dividendos de empresas estatais, dos
quais R$ 4,7 bilhões vieram da
Caixa Econômica Federal e R$
2,317 bilhões do BNDES.
Originalmente, a meta de su-
perávit primário do governo central correspondia a R$ 96,97 bilhões. Em novembro, o esforço
fiscal foi reduzido para R$ 71,37
bilhões por causa do mecanismo
Economia do
governo para pagar
dívidas somou
R$ 88,5 bilhões no
ano passado
que permitia o abatimento de
até R$ 25,6 bilhões de obras do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O superávit de 2012 foi cerca
de R$ 17 bilhões maior que a meta reduzida, mas o Tesouro Nacional alegou que teve de economizar mais que o previsto para
compensar o desempenho dos
estados e municípios, que terão
o resultado fiscal divulgado hoje pelo Banco Central. ■ ABr
8 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Divulgacao
BRASIL
NO MATO GROSSO
Safra recorde de soja deve inflacionar frete
Uma safra recorde de soja deve impulsionar a demanda e elevar preços
dos fretes rodoviários em Mato Grosso, principal Estado produtor,
reduzindo as margens para os agricultores. “Vamos ter uma inflação
muito grande (de frete)”, disse João Birkhan, diretor da corretora
Centrogrãos, que mantém banco de dados com preços e cotações de
frete em diversas regiões do país e que tem parceria com a Federação
da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). Reuters
Produtor brasileiro aprova abertura
do Japão para carne bovina dos EUA
Exportadores acreditam que Brasil pode se beneficiar no futuro, quando acabar o embargo japonês
André Pires
[email protected]
Com as portas fechadas para a
carne bovina brasileira desde dezembro, o Japão anuncia a diminuição de suas restrições ao produto dos Estados Unidos. Com a
decisão do governo, as primeiras
remessas devem chegar ao país
asiático no meio de fevereiro.
Apesar de ver este comprador cada vez mais distante, os frigoríficos brasileiros minimizam o impacto no total de exportações do
país, visto que o desempenho do
mercado em 2012 foi positivo. Antes mesmo do embargo, os japoneses já tinham diminuído em
50% suas importações de carne
brasileira e tinham pouca representatividade neste setor.
“O Japão importava só carne
industrializada, não era comprador de carne in natura. A exportação vinha diminuindo porque
eles passaram a comprar o produto final de outros países, como a China, que usa a carne brasileira como matéria-prima”,
ressalta Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec, Associação Brasileira das Indústrias
Exportadoras de Carne.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o Japão é apenas o 36º
país em importação de carne
brasileira (confira ao lado).
A postura do governo japonês com a carne norte-americana é vista como uma boa possibilidade no futuro. Isso porque,
em 2003, o Japão promoveu o
mesmo embargo à carne bovina
dos Estados Unidos por conta
de casos de ‘vaca louca’, igual
ao imposto ao Brasil. Depois de
dez anos, as restrições se afrouxaram e o país abriu espaço para carne in natura. “Quando
conseguir reabilitar o Brasil
com o Japão e abrir o mercado,
teremos um precedente para
quem sabe exportar carne in natura. Essa decisão com os Estados Unidos pode ajudar a gente
no futuro”, afirma Sampaio.
O grupo JBS, que também atua
nos Estados Unidos, Canadá e Argentina, viu com bons olhos a decisão japonesa. A companhia não
vê um impacto relevante para o
desempenho da empresa nas exportações brasileiras, uma vez
que o Japão tinha pouca participação, mas festeja a retomada de
um comprador para sua atividade
VENDAS
Ranking das exportações da carne bovina brasileira nos últimos dois anos
1º Rússia
2º Honk Kong
3º Egito
4º Venezuela
5º Chile
6º Irã
7º Itália
8º Reino Unido
9º Estados Unidos
10º Holanda
36º Japão
2012
VALOR,
EM US$
1.102.713.000
821.300.000
551.270.000
448.193.000
390.726.000
320.339.000
219.646.000
201.434.000
190.291.000
175.883.000
8.892.000
VOLUME, EM
TONELADAS
261.722
221.304
139.623
87.199
67.804
67.018
29.924
36.573
18.812
21.244
1.634
2011
VALOR,
VOLUME, EM
EM US$
TONELADAS
1.060.415.000
237.539
691.481.000
188.562
439.914.000
105.659
376.348.000
70.901
208.899.000
35.503
688.367.000
130.550
203.489.000
24.833
196.815.000
35.344
166.578.000
13.125
212.083.000
24.455
20.289.000
3.271
VARIAÇÃO
VALOR, VOLUME, EM
EM US$ TONELADAS
4%
10%
19%
17%
25%
32%
19%
23%
87%
91%
-53%
-49%
8%
20%
2%
3%
14%
43%
-17%
-13%
-56%
-50%
Fonte: Abiec/ Secex / MDIC
Dado Galdieri/Bloomberg
Dados do Desenvolvimento indicam que o Japão é o 36º mercado importador da carne brasileira
nos Estados Unidos. Sem fazer
uma estimativa de quanto lucrará
com esta mudança, o JBS destaca
que precisará retomar as negociações com importadores japoneses e que outros frigoríficos norteamericanos também podem aproveitar este mercado.
Empenhado em derrubar os
embargos impostos à carne bovina, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) não quis comentar a decisão para evitar atritos. Enquanto acompanha a movimentação internacional, uma comitiva está viajando pelo mundo
para ‘limpar’ a imagem da carne bovina. Na última semana, o
governo visitou o Irã.
A negociação com o Japão,
por sua vez, é considerada difícil pelo setor. “Tem muita burocracia. Eles demoraram 14 anos
para abrirem o mercado para a
manga brasileira”, destaca Sampaio, da ABIEC.
Apesar da carne brasileira continuar classificada com risco insignificante para o problema da
‘vaca louca’, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE), os exportadores esperam
que o governo consiga acabar
com os embargos impostos atualmente. “Por enquanto o impacto deve ser pequeno, pois são
compradores sem muita representatividade. Mas temos que
olhar a China como prioridade”,
enfatiza Sampaio, da ABIEC. Na
sexta-feira, o MDIC apresentará
os dados das exportações de janeiro de 2013 e o andamento da
negociação com os 12 países que
impuseram algum veto à carne
brasileira, entre eles a China,
que cresceu 591% na importação da carne em 2012. ■
Faturamento da agropecuária deve crescer 18,2%
Projeção é da CNA para 2013
e considera o valor bruto da
produção agrícola e pecuária
A Confederação Nacional da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima crescimento
de 18,2% no valor bruto da produção (VPB) agropecuária em
2013. O aumento representará
R$ 450,3 bilhões no faturamento do setor com a venda obtida
de 20 produtos agrícolas e cin-
co pecuários — que trata de carnes e derivados de animais. No
ano passado, o setor faturou R$
380,8 bilhões.
Em nota, a CNA avalia que “a
aceleração dos preços das principais commodities agrícolas e
o aumento no volume de produção, especialmente de soja e cana-de-açúcar, indicam resultado positivo para o ano”.
Segundo a entidade, a projeção de faturamento da soja de-
ve chegar a R$ 105 bilhões, em
2013. O valor representa aumento de 52% em relação ao resultado do ano passado. “Essa
CNA destaca
a aceleração de
preços de produtos
como soja e
cana-de-açúcar
elevação reflete o crescimento
de 24,5% da produção, em decorrência da expansão de 9,2%
da área plantada na safra
2012/2013 e da perspectiva de
recuperação da produtividade
das lavouras nos estados que sofreram perdas na safra passada”, diz o comunicado.
Para a cana-de-açúcar, a expectativa é de faturamento de
R$ 48,565 bilhões neste ano. A
CNA destacou que o resultado
deve ser impulsionado pelo aumento de 5,6% na produção e
de 7,4% nos preços. Do total de
20 produtos agrícolas pesquisados, três podem apresentar
queda no faturamento em
2013.
No caso do algodão, a CNA estima redução de 22,6% no faturamento do valor bruto da produção. Já para o trigo, prevê recuo de 6,5% no faturamento.
■ ABr
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 9
Marcela Beltrão
QUEDA
Empresários do comércio perdem confiança
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado
ontem pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), apresentou
queda de 1,6% em janeiro deste ano, em relação a janeiro de 2012.
A redução foi provocada pela confiança em relação ao momento atual,
que caiu 7,2%. De acordo com a CNC, houve piora nas avaliações
sobre a economia (-11,6%), o setor comercial (-8,3%) e a sua própria
empresa (-2,2%) na comparação com janeiro de 2012. ABr
Petrobras anuncia reajuste de 6,6%
para a gasolina e de 5,4% para o diesel
Paulo Fridman/Bloomberg
Aumento vale a partir de hoje
nas refinarias do país. Alta terá
impacto nos preços dos fretes
Gabriela Murno, do Rio
[email protected]
Aumento nas refinarias deverá ser repassado aos consumidores
A Petrobras anunciou ontem o
reajuste de 6,6% para a gasolina
e de 5,4% para o diesel, no preço de venda nas refinarias. Os
novos preços passaram a valer a
partir das 0h de hoje.
Em comunicado, a empresa
informou que o reajuste foi definido levando em consideração a
política de preços da companhia, que busca alinhar os valores dos derivados aos praticados no mercado internacional
em uma perspectiva de médio e
longo prazo.
Ainda segundo a nota, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste
anunciado não incluem os tribu-
tos federais CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e PIS/Cofins e o
tributo estatal ICMS (Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
Na avaliação de especialistas
ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO,
será inevitável a pressão sobre
aumento no preço do diesel na
inflação, o que foi previsto, inclusive, na última ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Estima-se que 100% do reajuste do diesel será repassado
para o frete rodoviário. Pela
conta, haverá aumento de 2,5%
no custo do frete para os consumidores. Transporte coletivo,
logística e toda a atividade econômica deve sofrer impactos
com a alta dos combustíveis.
O reajuste era esperado, pois
a rentabilidade da companhia
estava afetada. No fechamento
da Bolsa de Valores de ontem,
as ações da empresa recuaram
2,40% no ano.
Para a Petrobras, o reajuste já
vem tarde, pois a estatal condiciona a pesada carga de investimentos previstos no seu plano
de negócios (US$ 236 bilhões entre 2012 e 2016) a um preço
mais alto do combustível vendido no país. Em 2013, a Petrobras deve investir entre R$ 85 bilhões e R$ 90 bilhões.
Segundo especialistas do mercado financeiro, o reajuste pode
render a estatal R$ 600 milhões
a partir deste mês.
No fim do ano passado, a presidente da estatal, Graça Foster,
disse que o preço dos combustíveis estava defasado em 15%. O
governo também já admitia defasagem de 7% em relação aos
preços internacionais. O último
reajuste, de 7,8%, não chegou
ao consumidor. ■
Roberto Stuckert Filho/PR
País baterá recorde
em produção de
energia este ano
distribuição de energia entre os
estados do país. “Esse país continental é cortado de norte a sul
por linhas de transmissão. QuanA presidente Dilma Rousseff disdo falta energia em um estado,
se ontem que o país vai registrar
se transmite aquele que tem sorecorde em produção de energia
brando para aquele estado e viceelétrica em 2013, ao inaugurar o
versa”, explicou.
Parque Eólico Barra dos Coquei“Nós introduzimos energia eóros, localizado no município de
lica, energia térmica, de origem
Barra dos Coqueiros, região meà gás. Introduzimos uma diversitropolitana de Araficação na biomascaju, em Sergipe.
Em 2013 serão sa, expandimos a
“Este ano nós va(energia) nuclear.
fabricados
mos bater um recorCriamos uma diver7.400 kms de sidade de fontes:
de. Vai ser o ano que
mais energia vai enágua, vento, diesel,
linhas de
trar na nossa matriz
carvão e enertransmissão, gás,
(energética). De gegia nuclear. Dessa
ração de energia se- segundo Dilma forma, nós melhorarão 8.500 megawatmos a segurança da
ts”, disse. Além disso, a presimatriz energética brasileira”, resdenta anunciou que o país vai
saltou.
dobrar a produção de energia
O parque eólico inaugurado
atual, de 121 mil megawatts em
ontem pela presidente é consti15 anos. “É uma tarefa gigantestuído por 23 unidades aerogeraca para o Brasil.”
doras totalizando 34,5 megawatA presidente afirmou ainda
ts de capacidade instalada e
que serão fabricados 7.400 quilô10,5 megawatts médios de gametros de linhas de transmissão
rantia física de energia.
de energia elétrica, para que haja
Segundo o governador de SerEsta é a previsão da presidente
Dilma Rousseff para este ano,
anunciada ontem, em Aracaju
Presidente cumprimenta trabalhadores sob a ponte Gilberto Amado, em Sergipe, inaugurada ontem
gipe, Marcelo Déda, o parque eólico tem a capacidade de gerar
energia para atender demanda
de 120 mil habitantes e está sendo construído em uma área de
300 hectares.
Dilma Rousseff voltou a falar
sobre a redução na conta de luz,
que já está em vigor, e descartou risco de racionamento de
energia no país. “O Brasil tem
energia suficiente para crescer.
E se pessoas, talvez mal informadas, desavisadas, disseram
que ia ter racionamento, elas estão completamente equivoca-
das. E inclusive eu asseguro a
vocês que vão parar de falar isso, contra a realidade”, disse.
A presidente inaugurou também, pela manhã, a ponte Gilberto Amado, que liga o litoral
sul de Sergipe com o litoral norte da Bahia. ■ ABr
10 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Henrique Manreza
BRASIL
NÍVEL DE ATIVIDADE
Cai desempenho da indústria da construção
A indústria da construção fechou 2012 com fraco desempenho,
tanto no nível da atividade — que caiu de 49,1 pontos, em novembro,
para 45,8 pontos em dezembro — quanto no nível de empregos, que
cedeu de 47,6 para 46,1 pontos na mesma base de comparação, de
acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
feita no início deste mês. A Sondagem da Indústria da Construção
da CNI ouviu 413 empresas do ramo em todo o país. ABr
PMDB mantém Renan candidato e
‘dissidentes’ saem do páreo no Senado
Elza Fiuza/ABr
Reunião de cúpula do partido ignora
denúncias e reitera “única” candidatura.
Simon, do PMDB, nega chances de vencer
Rafael Abrantes
[email protected]
Os dois principais nomes do
PMDB especulados como alternativas à candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL) à Presidência
do Senado estão fora do páreo interno para a eleição em Plenário,
marcada para sexta-feira (1º/2).
Pedro Simon (RS) e Luiz Henrique (SC) foram citados por aliados e dissidentes do grupo de Calheiros como candidatos “ideais”
capazes de alcançar consenso entre os 81 parlamentares da Casa.
Mas o próprio Simon já retirou seu nome da disputa. “Não
me coloco na disputa. Minha
candidatura não tem chance de
ganhar”, afirmou o senador gaúcho ao BRASIL ECONÔMICO, ontem.
Segundo ele, os oposicionistas
Randolfe Rodrigues (PSOL) e Pedro Taques (PDT) são “ótimos”
candidatos, “mas não têm chances (de vitória) apenas como
oposição”. “Nem eles, ou o Jarbas (Vasconcelos, também do
PMDB)”, completa.
Para Simon, a “única” chance
de evitar um segundo mandato
de Calheiros como presidente da
Mesa do Senado em meio a denúncias de corrupção seria justamente com a substituição da can-
didatura do senador alagoano pela de Henrique. “Ele tem o apoio
de todo o Senado e a simpatia da
presidente Dilma (Rousseff). Seria espetacular”, ressalta Simon.
O ex-governador de Santa Catarina, no entanto, está doente e
volta à Brasília apenas depois do
Carnaval devido à uma úlcera no
globo ocular. Calheiros, por sua
vez, segue como o “único” candidato do PMDB ao comando do
Senado, segundo o presidente
da legenda, senador Valdir Raupp (RO). Ambos reuniram-se ontem à tarde com a cúpula do partido, em Brasília, com a presença de Sarney e do vice-presidente Michel Temer.
Segundo interlocutores, o encontro postergou para amanhã
uma decisão sobre quem serão
os líderes da bancada e do Bloco
da Maioria (PMDB, PP e PV) no
Senado. Dúvidas sobre a manutenção da candidatura de Henrique Eduardo Alves (RN) — outro
peemedebista citado recentemente em denúncias de corrupção — à Presidência da Câmara
também foram retiradas.
Enquanto parlamentares contrários a Calheiros afinam o discurso e correm atrás de apoio, Calheiros tem evitado dar novas declarações públicas. A última de-
Renan: em nota, senador criticou tom político de denúncia no STF
núncia sobre o senador chegou,
na última sexta-feira (25), ao Supremo Tribunal Federal (STF). O
documento foi enviado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e acusa Calheiros de
ter apresentado notas fiscais frias
para negar o pagamento de contas pessoais por um lobista, em
2007. O caso o fez renunciar à Presidência do Senado a fim de evitar
sua cassação (leia mais abaixo).
Do lado da bancada de oposição, os senadores tucanos Aécio
Neves (MG), Aloysio Nunes (SP)
e Álvaro Dias (PR) conversaram
ontem com Taques e teriam expressado a “possibilidade” de
apoiá-lo no próximo dia 1º. A posição dos tucanos, contudo, só
deve ser definida — em bloco —
entre hoje e amanhã. Líderes do
partido, cuja bancada soma dez
senadores, já haviam afirmado
que seus votos seriam favoráveis
a Calheiros. Anteontem, porém,
Aécio defendeu a retirada da candidatura do peemedebista.
Segundo Taques, ele e Randolfe decidirão hoje se mantêm
duas candidaturas de oposição
ou se optam por uma chapa única. “Quando sentirmos que a candidatura unificada é melhor para
nossas proposições vamos lançála”, afirmou Randolfe, que admitiu desistir da disputa no caso da
entrada de Simon. “Não estou
preocupado com número de votos. Quero o debate, pois não é
possível o Senado ter apenas um
candidato”, completa Taques. ■
Gurgel nega motivação política em denúncias
Procurador-geral afirma que
denúncia não tem qualquer
relação com eleição no Senado
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, negou ontem qualquer relação entre a
denúncia enviada ao Supremo
Tribunal Federal (STF) contra o
senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), na última sextafeira (25), e a eleição para a presidência do Senado, marcada
para o dia 1º de fevereiro. Calheiros é o nome mais cotado
dentro do partido para disputar o cargo.
“Todos sabem que, no segundo semestre de 2012, o procurador-geral ficou por conta do
mensalão. Isso infelizmente retardou a apreciação não apenas
deste, mas de uma série de outros feitos. E, por isso, só foi
possível agora concluir essa
análise e somente agora oferecer a denúncia. Evidentemente
não houve, nem há qualquer intenção que isso tenha sido feito
por essa ou aquela motivação,
no momento em que se aproxima a eleição para a presidência
do Senado. Não posso ficar absolutamente subordinado de
forma que uma denúncia só possa ser oferecida num momento
em que não haja nenhum inconveniente político”, disse.
Um dos pontos da denúncia,
que está sob segredo de Justiça,
diz respeito às suspeitas de que
Calheiros teria utilizado notas
frias para comprovar o pagamento mensal de R$ 12 mil de
pensão alimentícia. O pagamento era feito por um lobista
da empreiteira Mendes Júnior,
à jornalista Mônica Veloso,
com quem o senador tem uma
filha.
O escândalo de corrupção
fez com que o parlamentar alagoano renunciasse à presidência do Senado em 2007. No Supremo Tribunal Federal (STF),
a denúncia vai ser avaliada pe-
Procurador-geral
enviou denúncia
contra Renan ao
Supremo Tribunal
Federal na última
sexta-feira (25)
lo ministro Ricardo Lewandowski, sem prazo definido.
Depois de participar da primeira reunião do ano do Conselho Nacional do Ministério Público, Gurgel disse ainda que deve enviar nos próximos dias ao
“Ministério Público Federal de
primeiro grau” os trechos do depoimento do publicitário Marcos Valério, em que o operador
do mensalão declara ter pago
despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesse caso, se houver algum
acusado com prerrogativa de foro privilegiado, as investigações poderiam continuar com a
Procuradoria-Geral da República (PGR), mas segundo Gurgel
não é isso que deve acontecer.
“Estou concluindo a análise
para que possa efetivamente verificar se não há qualquer pessoa com prerrogativa de foro digamos envolvida e não havendo, como o ex-presidente já
não detém a prerrogativa de foro, a hipótese será de envio à
procuradoria da República em
primeiro grau”, disse Gurgel.
“Eu acredito que isso (o envio do depoimento para o primeiro grau) será feito nos próximos dias, acrescentou.
Gurgel disse ainda que não
emitirá nenhuma orientação
junto ao depoimento de Valério
porque não tem essa atribuição. O depoimento de Valério é
tratado com cuidado pelo procurador-geral que já declarou
que o empresário é um “jogador”. ■ ABr e Reuters
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 11
ABr
SAÚDE
Governo vai liberar R$ 1,6 bilhão para área
O governo federal usará R$ 1,6 bilhão para construção, reforma
e ampliação de unidades básicas de Saúde. O anúncio foi feito
ontem pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante
o Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas. A meta é
construir 1.253 unidades, ampliar 5.629 e reformar 4.348 em 2013.
Há reserva de R$ 1,2 bilhão para a compra de equipamentos.
Em 2012, 5.458 unidades foram ampliadas em 2.256 municípios. ABr
Ernesto Carriço/O Dia
Municípios terão
R$ 31,3 bi do PAC 2
Anúncio foi feito ontem pela
ministra Miriam Belchior, durante
Encontro Nacional de Prefeitos
A partir da próxima segundafeira (4), os 5.097 municípios
brasileiros poderão apresentar
projetos para utilizar R$ 31,3 bilhões em recursos da segunda
etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A
ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, divulgou ontem os detalhes da seleção, durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas.
As propostas devem englobar
o Programa Minha Casa, Minha
Vida ou destinarem-se à construção de creches e pré-escolas.
O dinheiro também pode ser
aplicado em quadras esportivas
nas escolas, unidades básicas de
Saúde e centros de iniciação ao
esporte. O programa inclui pavimentação de vias, obras de saneamento, compra de equipamentos para estradas vicinais e
implementação de cidades digitais e cidades históricas.
Os municípios têm direito a
pleitear o dinheiro, segundo
uma divisão em grupos. O grupo 1 abrange as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto
Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Campinas, Belém, Santos e Distrito Federal,
além de cidades com mais de
70 mil habitantes no Norte,
Nordeste e Centro-Oeste e
mais de 100 mil moradores no
Sul e Sudeste. O grupo 2 é o dos
municípios até 70 mil habitantes no Norte e Nordeste e até
100 mil no Centro Oeste. O grupo 3 é o das cidades com menos
de 50 mil moradores.
Os recursos destinados à
compra de equipamentos para
estradas vicinais e implementação de cidades digitais poderão
ser usados por municípios incluídos no grupo 3. O dinheiro
a obras de saneamento beneficia os grupos 2 e 3. Por fim, o
volume financeiro para implementação de cidades históricas
está à disposição de apenas 44
municípios catalogados como
possuindo grandes conjuntos
de patrimônio histórico.
O prazo para apresentação dos
projetos é 31 de maio para construção de creches, pré-escolas e
quadras esportivas escolares e 5
de abril para as demais modalidades. Não há data de encerramento das inscrições para municípios
com mais de 50 mil habitantes
pleitearem recursos para o Programa Minha Casa, Minha Vida.
O cadastro para concorrer
aos recursos deve ser feito em
páginas na internet do governo
federal dependendo do tipo de
projeto. Realizarão inscrições o
Ministério das Cidades, Ministério da Saúde, Ministério do Esporte, Ministério das Comunicações, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da
Educação e a Fundação Nacional da Saúde.
De acordo com o governo, o
Programa de Aceleração do Crescimento 2 vai utilizar R$ 995,1 bilhões até 2014. ■ ABr
Marcello Casal Jr/ABr
Miriam: propostas devem contemplar programas como Minha Casa
Jovens revoltados com a a tragédia em Santa Maria depositam homenagens aos colegas mortos
Cidades se mobilizam
contra falhas em boates
Após tragédia em Santa Maria,
aumentam fiscalizações em
casas noturnas pelo país
Uma onda de fiscalizações em
casas noturnas se disseminou
por prefeituras de todo o país,
alarmadas pelo incêndio que deixou 234 mortos — segundo número revisado pela perícia —,
na maioria jovens, em uma boate na cidade gaúcha de Santa Maria, durante show de uma banda
na madrugada de domingo.
Manaus já fechou 17 boates por
questões de segurança e promete
fazer uma varredura em 108 estabelecimentos da cidade até o fim
de semana. Em Americana, interior de São Paulo, a prefeitura
cancelou os alvarás de todas as
boates da cidade e se reunirá com
os proprietários para garantir o
cumprimento das normas. Medidas similares de inspeções foram
determinadas em Salvador, Porto Alegre e Niterói (RJ).
“Evidentemente que todos
nós ficamos chocados com a tragédia de Santa Maria e começou
na segunda-feira, aqui em Manaus, uma ação no sentido de fazermos uma varredura total”, disse o prefeito em exercício Bosco
Saraiva. A medida foi determinada pelo prefeito Arthur Virgílio
(PSDB), que está em Brasília em
um encontro de prefeitos.
Segundo Bosco, de 27 casas
fiscalizadas 17 tiveram que ser
fechadas. “Essa dado inicial nos
preocupou de sobremaneira.”
Na última segunda-feira, em
discurso a prefeitos, a presidente
Dilma Rousseff, pediu maior rigor nas fiscalizações. “Fui a Santa
Maria e a dor que presenciei é indescritível. Falo dessa dor para
lembrar a responsabilidade que
todos nós, do Poder Executivo,
temos com a nossa população. E,
diante dessa tragédia, temos o dever de assumir o compromisso,
de assegurar que ela jamais se repetirá”, disse.
Manaus já fechou 17
boates por questões
de segurança e
promete fazer uma
varredura em 108
estabelecimentos
A Polícia Civil do Rio Grande
do Sul disse na segunda-feira que
as investigações até agora já apontaram que o incêndio foi causado
pelo acionamento de um sinalizador durante o show da banda Gurizada Fandangueira e que as portas da boate dificultaram a saída
das pessoas do local.
Também na segunda, quatro
pessoas foram presas — os dois
donos da boate e dois integrantes da banda. O sinalizador que
iniciou o incêndio teria sido
acionado por um dos integrantes do grupo musical, mas segundo a polícia, até agora nenhuma das pessoas ouvidas assumiu ter acionado o artefato.
A tragédia em Santa Maria
foi a segunda maior provocada
por um incêndio na história do
Brasil, atrás somente do incêndio em um circo em Niterói,
em 1961, que deixou mais de
500 mortos.
O número de mortos no incêndio na boate Kiss ainda pode
aumentar, já que 75 pessoas continuam internadas em estado
grave e respirando com ajuda
de aparelhos, por conta da inalação de fumaça tóxica.
Revolta
Em Santa Maria, ainda abalada
pela tragédia, a tristeza vai aos
poucos dando espaço à indignação com a sucessão de erros que
veio à tona desde o incêndio.
Parte do comércio da cidade
permanecia com as portas fechadas na manhã de ontem, alguns estabelecimentos ainda
mantêm faixas pretas ou com a
inscrição de luto nas portas. No
principal hospital da cidade, onde vítimas permanecem internadas, o movimento ainda é intenso. “Consternação ainda é o
sentimento que prepondera entre as famílias”, disse o diretor
do núcleo de Direitos Humanos
da Defensoria Pública do Estado, João Carmona.
Entre os jovens que perderam
colegas o sentimento também é
de revolta. Durante uma marcha
na noite de segunda, cerca de 15
mil pessoas, segundo a Polícia Militar, vestiram-se de branco e foram às ruas. ■ Reuters
12 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
BRASIL
JUSTIÇA
Vender produto ou serviço
a governos exige preparação
Documentação em dia, ausência de débitos e planejamento para cumprir contratos são condições mínimas
Rodrigo Capote
tidão negativa de falência devem estar entre o os [email protected]
tos previamente organizados.
Comprador voraz e metódico, o
(Leia mais no quadro abaixo).
setor público oferece uma enor“Alguns entes públicos exime oportunidade para fornecegem ainda um cadastro prévio,
dores — a gama de mercadorias
o certificado de registro cadasvai de merenda a computadotral, cumprindo exigências imres, passando por ferramentas e
postas por ela”, afirma Márcia
produtos de limpeza — e prestaWalquiria Batista Santos.
dores de serviços. Para disputáHá ainda as qualificações téclo, é preciso se preparar.
nicas; como registro ou inscri“O poder público não pode esção na entidade profissional comcolher livremente a empresa
petente; comprovação de apticom a qual vai se relacionar. O cadão para a atividade, indicação
minho é o processo de licitação”,
de instalações, aparelhos e pesavisa Márcia Walquiria Batista
soal adequados e disponíveis; e
Santos, doutora em direito públiqualificação dos membros da
co e coordenadora do Instituto
equipe que se responsabilizará
Brasileiro de Edupelos trabalhos.
cação em Gestão
Finalmente, há
Requisitos
Pública (Ibegesp).
editais que preformais são tão
“Nele, a burovêem a apresentasignificativos
cracia é muito
ção de um atestagrande e, muitas
quanto o mérito do fornecido por
vezes, os assunórgão público ou
das decisões,
tos não passam
empresa privada
e a concorrência dizendo que a licipor vários níveis
de decisão. Por istante já prestou
fiscaliza o seu
so, trabalhar com
serviços nas conatendimento
órgãos públicos
dições que a licitatambém exige pação exige, com o
ciência. Requisitos formais são
por exemplo a limpeza de detertão significativos quanto o mériminada área com certo número
to das decisões”, diz ela.
de funcionários.
Situações fiscal, contábil e administrativa em dia, além de
Cardápio
Também é preciso identificar
certidões negativas de débitos
potenciais compradores ou contrabalhistas, são os primeiros
tratantes entre os diversos segpassos para entrar em licitamentos atendidos por entes da
ções. Balanço patrimonial e cer-
ria, defesa de causas judiciais,
treinamento e aperfeiçoamento
de pessoal, fiscalização de obras
e restauração de obras de arte e
bens de valor também encontram mercado no setor público,
bem como produtos de maior
valor agregado.
As contratações da União tendem a ser maiores e mais complexas. “Quem dita as regras é o
cliente: a administração pública
pode escolher exatamente o
que quer adquirir e contratar”,
diz a coordenadora do Ibegesp.
Juliana Garçon
O CLIENTE TEM RAZÃO
Sempre alerta
Márcia Walquiria: “Às vezes, licitação é um exercício de paciência”
administração e entender detalhadamente as suas demandas.
Prefeituras e governos estaduais zelam pela maior parte da
rede pública de ensino, pelo sistema de transporte e pela segurança pública, sem falar nos prédios da própria administração.
Serviços e materiais de limpeza
e de escritório são demandas de
praticamente todos.
Com frequência, estatais e órgãos públicos necessitam ainda
de serviços de vigilância, manutenção de máquinas, peças de
carro e mobiliário.
Serviços especializados, como os de informática, perícia,
avaliação, consultoria técnica,
auditoria financeira e tributá-
Acompanhar veículos de comunicação é a forma de se manter
informado sobre editais.
Os processos fluem mais facilmente com pessoal preparado
— no mercado, há cursos, como
os do Ibegesp, voltados para a
capacitação nessas atividades.
Há companhias que contratam
ex-servidores públicos para lidar com as rotinas dos editais.
Sobretudo, antes de assinar
um contrato administrativo, os
gestores devem refletir sobre a
real capacidade de cumprir sua
parte e se planejar para manter
o período de fornecimento e para o que fará ao fim dele.
“A empresa tem de estar preparada, pois não existe possibilidade de alterar o contrato. E as
concorrentes mantêm a vigilância sobre eventuais deslizes”,
afirma Márcia Walquiria. ■
Sete dicas para fazer negócios com o governo
1. VERIFIQUE O QUE
PODE OFERTAR
2. ACOMPANHE AS
DEMANDAS
3. CAPACITE OS
FUNCIONÁRIOS
4. FAÇA O CADASTRAMENTO PRÉVIO
5. FIQUE EM DIA COM O
PODER PÚBLICO
Identifique os produtos
e serviços de seu
portfólio que podem
ser oferecidos a entes
públicos. Os mais
comuns são serviços
de limpeza,
manutenção e
engenharia e compras
de material de limpeza,
de escritório,
mobiliário e itens de
informática
Para fazer
contratações ou
compras, os entes
públicos precisam
publicar edital no
Diário Oficial e em
jornal de
circulação local.
Aquisições de
maior valor exigem
publicação em
jornal de
circulação nacional
Para superar a
burocracia, é preciso
conhecer os trâmites da
administração pública e
uma boa dose de
paciência. Além de
conhecer a rotina
administrativa
(procedimentos e etapas
seguidos pelos órgãos
públicos), é preciso
acompanhar jornais e
publicações oficiais
A União conta com o
sistema de
Cadastramento
Unificado de
Fornecedores (Sicaf),
certificado emitido
após a apresentação de
todos os documentos
requeridos. A versão
paulista é o Cadastro
Unificado de
Fornecedores do Estado
de São Paulo (Caufesp)
É preciso provar a
regularidade fiscal e
trabalhista com: prova de
inscrição no cadastro de
contribuintes estadual ou
municipal; prova de
regularidade no
cumprimento dos
encargos relativos à
Seguridade Social e ao
FGTS; prova de inexistência
de débitos perante a
Justiça do Trabalho
Fonte: Instituto Brasileiro de Educação em Gestão Pública (Ibegesp)
6. MANTENHA A DOCUMENTAÇÃO EM DIA
A habilitação jurídica exige: cédula de identidade;
registro comercial (empresa individual); ato
constitutivo, estatuto ou contrato social (sociedades
comerciais) e documentos de eleição dos administradores (sociedades de ações); inscrição do ato
constitutivo e prova de diretoria em exercício
(sociedades civis); decreto de autorização (empresa ou
sociedade estrangeira) e ato de registro ou autorização
para funcionamento. A qualificação técnica consiste em
registro ou inscrição na entidade profissional e
comprovação de aptidão para a atividade. A
qualificação econômico-financeira requer balanço
patrimonial e demonstrações contábeis do último
exercício e certidão negativa de falência ou concordata
7. ORGANIZE OS PAPÉIS E EVITE
DÚVIDAS
Todos os documentos exigidos no
edital devem ser apresentados pela
empresa no envelope de habilitação.
Podem ser solicitados atestados de
que a empresa já prestou serviço a um
órgão público anteriormente. Se
houver dúvidas, a administração
pública pode fazer diligência, solicitar
novos esclarecimentos ou mesmo
inabilitar a companhia. Não é possível
juntar documento novo após a
abertura dos envelopes das
concorrentes
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 13
MARCOS DA COSTA
É advogado e presidente
da OAB-SP
CNJ retoma discussão
sobre novo regimento
Principais alterações permitem
que Conselho atue e investigue
promotores e procuradores
Os conselhos nacionais de Justiça (CNJ) e do Ministério Público
(CNMP) retomaram as atividades ontem com reformas em andamento. Os dois órgãos estudam propostas que alteram os
respectivos regimentos internos, em questões que envolvem
poderes e o reforço do sistema
colegiado.
No CNMP, a sessão de ontem
tratou com exclusividade da reformulação do regimento interno de 2008. As principais alterações permitem que o conselho
atue em investigações adminis-
trativas locais envolvendo promotores e procuradores. A mudança foi motivada por decisão
do Supremo Tribunal Federal
(STF) do ano passado, que manteve amplo poder de investigação do CNJ.
De acordo com o presidente
da Comissão de Reforma do Regimento do CNMP, conselheiro
Tito Amaral, a ampliação de poderes para garantir o patamar alcançado pelo CNJ é possível porque os órgãos são simétricos. As
atualizações precisam ser aprovadas em plenário.
No CNJ, o novo regimento interno ainda está sendo articulado por uma comissão interna formada por quatro conselheiros.
Segundo o presidente da comissão, conselheiro Neves Amorim,
a previsão é que as discussões
terminem ainda nesta semana e
o documento consolidado seja
apresentado aos demais integrantes do conselho a partir da
próxima segunda-feira (4). A última atualização no regimento
interno ocorreu em 2010, sob a
presidência do ministro Gilmar
Mendes. Os conselheiros agora
pretendem dar mais força ao colegiado. A ideia é que o plenário
seja consultado antes que certas
decisões sejam tomadas pela corregedoria e pela presidência da
casa. O novo regimento também
pretende dar mais transparência
às informações do CNJ. ■ ABr
Antonio Cruz/ABr
Última atualização no regimento interno foi em 2010, sob a presidência do ministro Gilmar Mendes
Justiça itinerante em Manaus
Equipe faz 630 atendimentos
nas três primeiras semanas
deste ano, o dobro do estimado
A equipe da Justiça Itinerante,
projeto do Tribunal de Justiça do
Amazonas (TJ-AM) contabilizou
630 atendimentos em quase três
semanas de atividades em 2013.
O trabalho vem sendo realizado
gratuitamente na Vila Olímpica
de Manaus e surpreendeu a equipe, pois representa o dobro do
que fora estimado.
Por conta disso, a equipe, que
ficaria atendendo até o próximo
dia 14 na Vila Olímpica, decidiu
permanecer no local até o final
de fevereiro. Do total de atendimentos realizados nos últimos
dias, 202 são processos relacionados a divórcio, pensão alimentícia e ações de cobrança.
De acordo com subcoordenador do projeto, Leonel Alves Feitoza Neto, o número de atendimentos ficou acima do esperado.
“Foi um número recorde. Tínhamos estimado cerca de 300 atendimentos. Estamos felizes com esse resultado, que demonstra a
confiança do juridiscionado com
o serviço da Justiça Itinerante do
Amazonas”, declarou.
Ele ressaltou que, em 2013, o
projeto completa 10 anos de atividades e a meta é ampliar a divulgação dos serviços oferecidos à população. O ônibus do projeto está
estacionado nas dependências da
Vila Olímpica de Manaus, na zona
Centro-Oeste da cidade, de segunda a sexta-feira, de 8 h às 14
h. A Justiça Itinerante presta atendimentos diversos, de informações jurídicas encaminhamentos
para o setor de certidões do Tribunal a ajuizamento de ações de reconhecimento de paternidade,
guarda compartilhada, divórcio
consensual e pensão alimentícia.
No projeto, o cidadão também
pode formular reclamações na
área Cível, sem advogado, no valor de até 20 salários mínimos, para cobrança de dívidas, indenização por danos materiais e morais,
questões de direito do consumidor, entre outras. ■ Com informações do CNJ e TJAM
O flagelo da
dependência química
De acordo com dados do Escritório das Nações Unidas
sobre Drogas e Crime (UNODC), a presença do crack no
Brasil vem crescendo assustadoramente. Em 2002, duzentos quilos da droga foram apreendidos. Em 2007, a
apreensão totalizou 578 quilos, equivalente a 81,7% do
crack apreendido na América do Sul. Diante desse cenário, o país precisa voltar sua atenção à preocupante questão do consumo de substâncias psicoativas ilícitas, principalmente o avanço do crack, que vem se configurando
como um dos graves problemas sociais do mundo.
O flagelo do crack está atingindo a população brasileira, independente da classe socioeconômica ou da idade
daquele que consome esse tipo de droga. As cracolândias não se concentram mais em áreas degradadas das
cidades, grandes ou pequenas, já invadiram as casas, as
escolas, as empresas, os espaços públicos, demonstrando que não há limite em fazer novos reféns, entre crianças, jovens e adultos.
Diante do poder viciante e letalidade do crack e do
despreparo do poder público em tratar tantos dependentes químicos, o tratamento obrigatório surgiu como
uma proposta de sociedade e se materializou em um
convênio firmado entre o governo do estado de São Paulo, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Ordem
dos Advogados do Brasil — Secção São Paulo
para que aqueles que esO censo de 2010
tejam em iminente ristraz um dado
co de vida possam ter
alarmante: o
uma alternativa de sonúmero de usuários brevivência.
Os dependentes quíde crack já estaria
micos vivem uma realiem 2,3 milhões
dade de degradação humana, perambulando
de brasileiros.
pelas ruas e escondidos
A maior parcela
em “buracos”. Há um
dos dependentes
vale-tudo para sustende crack é formada tar o vício, filhos que
agridem e roubam os
por homens
pais, filhas que se prosjovens, mas o
tituem, laços familiares
consumo feminino que se diluem diante de
tanta violência, a ressalvem avançando
tar a quebra social intensa. O destino da
maioria dos usuários de
crack, segundo o levantamento, é morte por overdose
ou ser vítima de homicídio.
O censo de 2010 traz um novo dado alarmante: o número de usuário já estaria em 2,3 milhões de brasileiros.
A maior parcela dos dependentes de crack é formada
por homens jovens, mas o consumo feminino vem avançando, sendo que hoje temos o registro de centenas de
casos de mulheres grávidas dependentes.
Certamente, não poderíamos enquanto sociedade viver com medo e insegurança, dispostos a abdicar de direitos e garantias, mas tínhamos de buscar alternativas
para enfrentar o desafio de uma solução temporária, capaz de dar uma resposta à sociedade.
Dessa forma, o serviço jurídico que funciona no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas
(Cratod), na capital paulista, está mobilizando advogados, juízes e promotores para que os dependentes químicos em situação de risco e sem consciência de seus atos
sejam encaminhados a tratamento ambulatorial e internação, após avaliação médica e judicial.
Esta é mais uma importante contribuição da comunidade jurídica à cidadania e um passo importante na política de saúde e de direitos humanos e no enfrentamento
do crack. Nesse pacto os advogados e demais operadores do direito fortalecem seu papel social, porque materializam as possibilidades de colaboração efetiva da Justiça e buscam reduzir os prejuízos causados pela dependência química. ■
14 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
INOVAÇÃO & GESTÃO
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
A importância da segurança
de dados para as empresas
No Brasil, 52% ainda não dão atenção ao tema; preocupação aumenta com uso de dispositivo de funcionários
Flávia Furlan
O diretor de marketing da ebusiness Brasil, Henrique Gasperoni, teve seu smartphone furtado
em um restaurante na Disney,
nos Estados Unidos. Se não fosse a precaução de ter um aplicativo que apaga todas as informações do dispositivo, seu conteúdo pessoal e, principalmente,
de trabalho poderia ter caído
nas mãos de alguém mal intencionado, espalhando dados de
clientes e negócios. O cuidado
tomado pelo executivo — que está atento ao tema por fazer parte de sua área de atuação —, no
entanto, às vezes passa despercebido pelas empresas.
Uma pesquisa divulgada pela
Edelman, em parceria com o Ponenon Instituto, que ouviu
6.400 executivos responsáveis
por gerenciamento de dados
em 29 países, sendo 126 no Brasil, revela que as empresas de todo o mundo não estão preparadas para garantir a segurança e
a privacidade dos dados coletados, seja de clientes ou de colaboradores. No Brasil, para mais
da metade dos representantes,
ou 51%, a organização em que
trabalham não considera a privacidade e a segurança de dados pessoais como prioridade.
Outros 43% dos executivos
ouvidos no Brasil responderam
que a organização em que trabalham não tem experiência, treinamento ou tecnologia para
proteger informações pessoais
e 40% dizem que sua empresa
não conta com recursos adequados para isso. Os dados revelam, ainda, que apenas 26%
dos entrevistados brasileiros
acreditam que a empresa em
que atuam é transparente sobre
o que faz com as informações
dos clientes, funcionários e investidores.
Leigh Nakanishi, supervisor
sênior da Edelman nos Estados
Unidos, revela que a preocupação com a segurança de dados é
algo emergente nas empresas e
que ainda não possui a atenção
que deveria ter, o que normalmente acontece quando o perigo se torna algo mais tangível.
“Nos países em que há menos
eventos de vazamento de dados
e que estão em desenvolvimen-
Divulgação
[email protected]
Henrique Gasperoni
Diretor de marketing da
ebusiness Brasil
“Toda empresa está caminhando
para esta tendência de uso de
dispositivo dos funcionários,
tanto comércio, indústria e
serviços quanto nacionais e
multinacionais. A questão
importante é a falta de política de
segurança, porque as soluções
para promover isso já existem”
to, sem sofisticação regulatória
para o tema, como China, Índia
e até mesmo o Brasil, a preocupação com o tema é menor”,
afirma Nakanishi, acrescentando que em países da Europa, onde as regras vigentes sobre vazamento de informações é mais
avançada, as companhias prestam mais atenção à questão.
Com o crescente interesse de
consumidores, mídia e órgãos
regulatórios sobre privacidade
de dados, as empresas não podem se dar ao luxo de arriscar a
reputação com o vazamento de
informações
importantes.
“Quem conseguir lidar melhor
com o tema vai ter um diferencial no mercado”, diz o executivo da Edelman.
Dispositivo próprio
A falta de preocupação das empresas com dados coletados se
agrava diante da tendência de
um maior uso de dispositivos
pessoais dos executivos no ambiente de trabalho, prática chamada de BYOD (bring your own
device, ou ‘traga seu próprio
equipamento’, na tradução livre para o português) e que tem
sido cada vez mais adotada pelas companhias, de acordo com
a Associação Brasileira de ebusiness (ebusiness Brasil).
Em pesquisa realizada com
200 executivos da área de tecnologia da informação, no mês de
dezembro, a associação mostrou que 39% dos entrevistados
já utilizam os equipamentos eletrônicos pessoais ou estão investindo na ação na empresa em
ENQUETE
Respostas à afirmação: ‘Minha empresa considera a privacidade
e a segurança das informações como uma prioridade’
RESPOSTAS
BRASIL*
Concordo fortemente
11%
Concordo
11%
MUNDO**
15%
25%
Não sei
27%
Discordo
Discordo fortemente
32%
19%
31%
14%
15%
Fontes: Edelman e Ponemon Instituto *126 executivos ouvidos ** 6,4 mil executivos ouvidos
que atuam, enquanto outros
28% estudam a possibilidade de
implementação. Neste último
grupo, 48% das companhias informaram que vão investir na
tendência em um prazo máximo de dois anos.
Entre as vantagens de usar o
dispositivo, os profissionais
apontaram a mobilidade (76%
das respostas), a liberdade da
decisão de escolher qual dispositivo se dá melhor (44%) e redução de custos com dispositivos
pela empresa (42%), o que leva
a aumento de produtividade
dos funcionários, segundo 38%
dos executivos de tecnologia.
Entre os riscos, está exatamenLeigh Nakanishi
Nakanishi, supervisor sênior da Edelman nos EUA: tema envolve reputação das empresas no mercado
te a segurança de dados, para
69% dos entrevistados.
Para se ter uma ideia, 47% disseram que a área de tecnologia
da informação não está pronta
para atender os requisitos de segurança e 42% concluíram que
a segurança física dos equipamentos também impossibilita o
investimento na prática. “Todo
tipo de empresa está caminhando para esta tendência de uso
de dispositivo dos funcionários,
tanto comércio, indústria e serviços quanto nacionais e multinacionais. A questão importante é a falta de política de segurança dos dados, porque as soluções para promover isso já existem”, garante Gasperoni.
Uma forma de garantir segurança, de acordo com ele, é delimitar o acesso dos funcionários, de acordo com os cargos,
aos sistemas da empresa. Na pesquisa, revelou-se que os profissionais que utilizam os dispositivos pessoais dentro das empresas são, em grande parte, presidentes e diretores, com 71% das
respostas. “A empresa tem de
tomar cuidado sobre até que
ponto vai abrir portas para que
determinado funcionário possa
carregar a informação para qualquer lugar”, orienta o diretor
da ebusiness.
De acordo com ele, é importante que as empresas unam as
áreas de Recursos Humanos, Jurídica e de Tecnologia da Informação para traçar parâmetros,
dentro da legislação, para uso
dos dispositivos pessoais no trabalho, garantindo privacidade
das informações e um maior
comprometimento para que os
dados não vazem. ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 15
CARLOS PIRES
Sócio-líder de Mercados de
Consumo da KPMG no Brasil
Raigo Pajula/AFP
As vendas do varejo na
Copa e na Olimpíada
Passageira com o cartão de identificação de gratuidade em ônibus na capital da Estônia
Em Tallinn, na Estônia,
o transporte é gratuito
Gratuidade no serviço público
é destinada a reduzir os
engarrafamentos no trânsito
Tallinn, na Estônia, se tornou a
primeira capital europeia com
transporte público gratuito para
todos os seus habitantes, medida destinada reduzir os engarrafamentos e a contaminação atmosférica. Desde o começo do
ano, os moradores da cidade
têm que apresentar um novo
cartão ao embarcar em ônibus,
bondes ou trólebus, mas o trajeto é totalmente gratuito.
“Ainda é tão novo que muitas
vezes me esqueço”, admitiu à
AFP Pavel Ilmajarv, um jovem
de 19 anos, ao embarcar em um
ônibus no centro da capital estoniana. “Antes, tinha um cartão
mensal e não precisava apresentá-lo toda vez. Mas não vou me
queixar: a gratuidade dos trans-
portes é superprática, adoro”.
A gratuidade é reservada aos
420 mil moradores da cidade.
Só é preciso pagar dois euros pelo cartão magnético pessoal que
comprova a residência. “Tivemos esta ideia há um ano e constatamos que nas primeiras semanas o número de pessoas que
usa os transportes públicos aumentou, portanto decidimos aumentar o número de ônibus em
serviço”, afirmou o prefeito adjunto de Tallinn, Taavi Aas. A
metade dos moradores da capital já utilizou o novo sistema, segundo a prefeitura.
Para o município, a gratuidade tem um custo. “Este ano, ficaremos sem os ¤ 12,4 milhões
da venda de bilhetes, uma soma
que cobriria 23% da totalidade
dos custos do transporte público de Tallinn”, afirmou Toomas
Pirn, porta-voz da prefeitura.
“Uma parte deste valor será
compensada pelo aumento dos
impostos correspondentes à chegada de novos moradores. Este
ano, a população de Tallinn aumentou em 3.686 pessoas e continua aumentando”, acrescentou.
Muitos ‘tallineses’ que até
agora declaravam sua residência de verão como a principal se
registraram em Tallinn para poder se beneficiar da gratuidade
dos transportes e assim contribuem para aumentar os ganhos
do município, pagando impostos localmente.
O objetivo da operação é lutar contra os engarrafamentos e
a contaminação. “Esperamos limitar o número de veículos em
circulação na cidade e reduzir a
contaminação do ar. Segundo
os estudos, os veículos são os
que mais contaminam em Tallin”, afirmou Pirn. ■
1 bilhão de turistas no mundo em 2012
Número exato de 1,035 bilhão
no final do ano fica 39 milhões
acima do registrado em 2011
O número de turistas no mundo superou pela primeira vez
em 2012 a barreira de 1 bilhão
de pessoas, com alta de 4% em
relação ao ano anterior, apesar
do contexto global de instabilidade econômica, anunciou ontem a Organização Mundial do
Turismo (OMT). Para 2013, a
tendência de alta será mantida
a um ritmo levemente inferior,
com a chegada de turistas aumentando entre 3% e 4%,
acrescentou a OMT, subordinada às Nações Unidas e com sede
em Madri.
Depois de cair 3,9% em
2009, o número de turistas no
mundo subiu 6,6% em 2010 e
outros 5% em 2011.
Como em 2012, a região da
Ásia e do Pacífico vai liderar, o
aumento em 2013 (5% e 6%
previstos respectivamente), seguidos da África (de 4% a 6%),
o continente americano (de
3% a 4%) e Europa (2% a 3%).
A região mais beneficiada,
em 2013, foi a América Central
(+6,2%), enquanto que a afluência de viajantes para a América
do Sul aumentou 4,7%. ■ AFP
Temos lido e ouvido falar muito sobre as oportunidades
de negócios que serão geradas com a realização, no Brasil,
dos dois maiores eventos esportivos mundiais: a Copa do
Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíada de 2016. As cifras envolvidas são astronômicas, tanto em investimentos
básicos em infraestrutura, como em desembolsos diretos
para viabilizar a realização dos jogos. Também é expressivo o número de visitantes esperados, sejam eles estrangeiros, ou os próprios brasileiros que gostam de esportes.
Em momentos como estes, as oportunidades costumam
ser democráticas, atingindo vários segmentos, o que inclui
desde o ramo de infraestrutura, dedicado a viabilizar as grandes obras necessárias aos torneios, até o setor de educação,
que será exigido para formar profissionais dedicados às
mais variadas atividades durante os eventos. Isso sem nos esquecer do segmento de turismo, que é o que, provavelmente, será o mais movimentado em cada um dos períodos.
No entanto, algumas áreas de negócios podem até vir a sofrer desaquecimento, apesar dos megaeventos. Temos o
exemplo do setor de varejo britânico que, em agosto do ano
passado, mês das Olimpíadas de Londres, registrou queda
de 0,4% em vendas na comparação com o resultado do mesmo mês de 2011, de acordo com a pesquisa MoniEm agosto do ano
tor de Vendas de Varejo,
passado, mês dos
realizada no Reino Unido
Jogos Olímpicos
pela KPMG, em parceria
de Londres, o setor com o British Retail Con(Consórcio Britâde varejo britânico sortium
nico de Varejo). O resultaregistrou queda
do foi pressionado espede 0,4% em vendas cialmente pela baixa nos
negócios com produtos
na comparação
não alimentícios. Seguncom o resultado
do o levantamento, foi
possível perceber um ledo mesmo mês
ve impulso nas vendas
do ano anterior
de bebidas e de alimentos característicos de
eventos festivos, mas o resultado médio estimulado pelos
Jogos Olímpicos foi mínimo, especialmente em Londres,
cidade-sede da competição.
Tais informações devem ser especialmente consideradas pelos gestores de empresas de varejo no Brasil, já que
se trata de um fenômeno que precisa ser analisado com
muita atenção para que possa ser evitado por aqui.
É natural que a atenção dos turistas e fãs dos esportes
seja dedicada às atividades ligadas aos megaeventos. No
caso de uma Olimpíada, esse efeito acaba sendo ainda
mais perceptível, já que o número de atividades e atrações é enorme em razão da variedade de modalidades esportivas envolvidas. Provavelmente, as pessoas acabam
dispondo de menos tempo para aproveitar atividades características do turismo, como as compras.
Para a Copa do Mundo, torneio cujo número de jogos é
limitado e a atenção do torcedor é geralmente direcionada a poucas partidas, possivelmente os visitantes terão
mais tempo para outros passeios. É certo, porém, que
sem planejamento, as empresas do setor de varejo podem acabar enfrentando o que suas similares britânicas
vivenciaram ao longo do mês da Olimpíada.
Por isso, preparar estratégias que atraiam o interesse
dos fãs de esportes para as compras será uma medida essencial para aproveitar de fato as oportunidades criadas
pelos megaeventos. Investir em estratégias de marketing
será, portanto, um diferencial que tem potencial de impulsionar os resultados naqueles períodos festivos. Também é necessário planejamento apurado e afinado na gestão de estoques e na capacidade de atendimento diante
das perspectivas de vendas projetadas.
Ao final, as organizações que melhor estiverem preparadas, adotando estratégias diferenciadas e eficientes para reforçar suas vendas, possivelmente desfrutarão de um cenário
diferente daquele enfrentado pelas empresas britânicas dedicadas ao varejo ao longo dos Jogos Olímpicos de 2012. ■
16 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
EMPRESAS
Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected]
Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected]
Patrícia Nakamura [email protected]
ALL entra no mercado de
importação de combustível
Empresa fechou acordo com a Cattalini, que permitirá a construção de um terminal em Paranaguá (PR)
Ito Cornelsen/divulgação
Ana Paula Machado
[email protected]
A América Latina Logística
(ALL) entra no mercado de importação de combustíveis com
o acordo anunciado ontem com
a Cattalini. A parceria firmada
com a concessionária de ferrovia — que atua no Sul, Sudeste e
Centro-Oeste do país — permitirá a construção de um terminal de óleo diesel no porto de Paranaguá, no Paraná, que vai receber os primeiros embarques
já em março. Trata-se do primeiro terminal ferroviário dedicado ao recebimento de diesel
importado do Brasil.
A expectativa do diretor de
negócios de líquidos da ALL,
Luiz Gustavo Vitti, é que a importação de diesel via Paranaguá, amplie em 10% o volume
do transporte de derivados de
petróleo pela ferrovia neste
ano. Em média, o movimento
anual da companhia é de 6,5 bilhões de litros de combustível.
“Temos uma expectativa alta
porque nos últimos anos o Brasil vem aumentando gradativamente o volume de importação
de diesel”, afirma.
De 2010 para 2012, os embarques passaram de 500 mil litros
para 3,7 bilhão de litros do combustível. “E isso tende a aumentar”, estima Vitti. “E a ALL tem
essa solução ferroviária que pode ser usada por qualquer importador”, comemora.
Somente com a importação
de derivados, a ALL vai movimentar de Paranaguá para o interior do país 600 milhões de litros de produtos este ano. Essa
é a capacidade do terminal da
Cattalini no porto.
Segundo o executivo, serão
destinados para este transporte
800 vagões tanques. “Acreditamos que nos próximos cinco
anos o Brasil ainda vai importar
diesel para suprir o mercado nacional”, diz. “Além da importação, as refinarias do Nordeste
podem levar o combustível até
Paranaguá via cabotagem e de
lá distribuir pela ferrovia.”
Ele destaca ainda que se trata
de uma operação que não depende de uma frota dedicada, como
é o caso da operação para exportação de álcool.
Parcerias costuradas
A ALL fez também uma parceria
Movimento anual da ALL é de 6,5 bilhões de litros de combustível
com a Raízen, empresa da Cosan e da Shell, para a construção de um terminal de etanol na
cidade de Ourinhos, no interior
de São Paulo. A parceria é um
passo importante para o mercado exportador de combustível,
pois, até então, o estado de São
Paulo, que é o principal mercado de etanol brasileiro voltado
para exportação, não tinha uma
saída de escoamento via ferrovia. “Conseguimos concentrar
toda a produção de etanol do interior de São Paulo no terminal
e dali mandamos para o Porto
de Paranaguá. Nessa operação,
temos uma frota de 300 vagões
dedicados”, afirma Vitti.
O executivo explica que essa
frota precisa ser exclusiva porque o etanol para exportação
não pode conter resíduos de hidrocarbonetos, sustância presente principalmente no óleo
diesel.
Com esse contrato, a ALL vai
transportar por ano cerca de
500 milhões de litros de etanol, mais que o dobro do movimentado para os embarques no
ano passado, quando a companhia contabilizou 400 milhões
de litros de etanol para exportação. Isso representou 20% do
total do combustível transportado pela companhia no ano
passado, que chegou a 2,5 bilhões de litros.
Ao todo passaram pelos trilhos da ALL cerca de 9 bilhões
de litros de granéis líquidos, sendo a maior parte de diesel para
o mercado interno. ■
Ford bate previsão de lucro no quarto trimestre
Jeff Kowalsky/Bloomberg
Montadora americana, porém,
espera vendas piores no
continente europeu este ano
Reuters
[email protected]
Allan Mullaly, da Ford: 18 lançamentos previstos para o Brasil
A Ford, sob comando de Allan
Mullaly, previu que o lucro operacional de 2013 ficará em linha
com os resultados do ano passado, tendo em vista que a maior
participação de mercado nos Estados Unidos compensa as crescentes perdas na Europa.
As previsões de vendas na Europa estão piores, e a Ford prevê perder US$ 2 bilhões em
2013 no continente, acima do total de US$ 1,75 bilhão em 2012.
No entanto, a segunda maior
montadora de veículos dos Estados Unidos acredita em lucros
maiores na América do Norte
neste ano. A região foi a maior
força da Ford em 2012 e a ajudou a superar as estimativas de
Wall Street para o quarto trimestre. “Devemos ver, na zona do
euro, uma recessão no fechado
do ano”, afirmou o vice-presidente financeiro, Bob Shanks,
no anúncio dos resultados.
A Ford teve um lucro operacional antes de impostos de quase US$ 1,7 bilhão nos três últimos meses de 2012, ou US$
0,31 dólar, acima da estimativa
média de analistas de US$ 0,25
por ação, de acordo com a
Thomson Reuters I/B/E/S. Esse
resultado se compara a US$ 1,1
bilhão, ou US$ 0,20 por ação,
um ano antes.
A receita no quarto trimestre
somou US$ 36,5 bilhões. Na
América do Norte, a montadora
ganhou US$ 1,9 bilhão, US$ 1 bi-
lhão a mais do que em 2011. As
perdas na Europa somaram
US$ 732 milhões, bem acima do
prejuízo de US$ 190 milhões
um ano antes.
A recuperação na América
Norte será um guia para a reestruturação da Ford na Europa,
onde a companhia planeja fechar três fábricas e reduzir a capacidade de produção em 18%
para economizar US$ 500 milhões por ano. A Ford, que prevê perdas na Europa US$ 200
milhões maiores em 2013, acredita em maior participação de
mercado nos EUA e China.
No Brasil, estão previstos 18
lançamentos tanto para o segmento de automóveis quanto
para o de caminhões. Para viabilizar as novidades, a marca investirá R$ 4,5 bilhões no país
até 2015. ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 17
Adriano Machado/Bloomberg
PERSPECTIVA
Raízen estima crescimento na produção
A Raízen, joint venture entre a Cosan e a Royal Dutch Shell, estima
crescimento da produção de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil em
2013/14 para 585 milhões de toneladas, ante 532,5 milhões em 2012/13,
afirmou o diretor comercial Ivan Melo Filho. Ele disse à Reuters que
a alta se deve a aumento da área a ser colhida e da produtividade.
Melo Filho afirmou ainda esperar que a produção de açúcar atinja
36,3 milhões de toneladas em 2013/14, ante 34,1 milhões em 2012/13.
Fiat renova linha
da Alfa Romeo
Harley-Davidson
desacelera no 4º tri
Lucro da centenária fabricante
de motos foi de US$ 70,6
milhões de outubro a dezembro
Redação
[email protected]
A Harley-Davidson informou
que as vendas do quarto trimestre tiveram queda de 33% por
causa do baixo número de encomendas de suas icônicas motos.
O volume de vendas de motocicletas no período teve uma bai-
xa de 7,2% no ano passado, alcançando 47,06 mil unidades.
Para o primeiro trimestre, a companhia espera comercializar entre 71 mil e 76 mil unidades no
mundo todo, um aumento de
até 18% em comparação com o
mesmo período do ano passado.
Ao longo de 2013, a companhia
espera ampliar suas vendas entre 4,5% a 6,5%.
O lucro da centenária fabricante de motos caiu de US$
105,7 milhões pra US$ 70,6 mi-
lhões no último trimestre fiscal. A receita teve uma queda
de 1,5%, para US$ 1,01 bilhão,
de acordo com informações enviadas ao mercado. A margem
bruta da companhia saiu de
31,2% para 31,8%.
Esta é a primeira queda nos
resultados da companhia nos últimos dois anos por conta da estabilização dos mercados maduros. A Harley-Davidson continua com a ampliação de seus negócios no exterior. ■
George Frey/Bloomberg
Marca, que já foi sinônimo
de estilo, ganhará um
utilitário esportivo em 2015
Tommaso Ebhardt
Bloomberg
A Fiat planeja colocar no mercado um utilitário esportivo sob a
marca Alfa Romeo, uma de suas
controladas. A estratégia é a
mais nova cartada da montadora italiana para transformar a Alfa numa marca de luxo internacional, status perdido há pelo
menos uma década. A linha de
produtos deve rivalizar principalmente com a Audi, grife pertencente à Volkswagen.
O utilitário esportivo deve
chegar às concessionárias em
2015, de acordo com três fontes próximas ao projeto. O
anúncio oficial deve ser realizado em breve. O novo modelo é
um dos nove automóveis que a
Alfa deverá lançar nos próximos quatro anos, e deve contribuir para triplicar as vendas da
marca até 2016.
A Alfa Romeo, que foi o símbolo de estilo e performance da
indústria automotiva italiana
por décadas, é o centro da estratégia do presidente da Fiat, Sergio Marchionne, para dar fim
aos prejuízos na Europa. O grupo deverá lançar 16 modelos de
alto luxo, incluindo os da Alfa,
até 2016, para ocupar as fábricas ociosas na Itália. As três
principais marcas de luxo - as
alemãs Volks, Audi e BMW- já
possuem SUVs em sua linha.
O novo utilitário esportivo da
Alfa pode, inclusive, signifcar o
retorno da marca aos Estados
Unidos após uma ausência de
quase duas décadas. O carro vai
usar tecnologia e peças já empregadas no Dodge Dart, de
acordo com as fontes. O novo
Alfa será montado na fábrica de
Mirafiori, perto da sede da companhia em Turim. Procurada, a
Fiat não se manifestou.
O grupo italiano deve apresentar seus resultados hoje. De
acordo com projeções de analistas, a montadora italiana deve
perder ¤ 743 milhões, 49% a
mais do que os prejuízos obtidos em 2011. A Alfa vendeu 87%
de seus carros na Europa no ano
passado e deve apresentar prejuízo de ¤ 300 milhões. ■
Icônica fabricante de motocicletas Harley-Davidson prevê aumento de até 6,5% nas vendas neste ano
PSA e Renault encaram greve
Funcionários das montadoras
francesas protestam
contra plano de demissões
AFP
[email protected]
Os funcionários de dois dos
principais fabricantes franceses
de automóveis, Renault e PSA
Peugeot-Citroën, fizeram manifestações ao longo do dia de ontem nas principais unidades fabris. Eles protestavam contra os
planos de reestruturação em
curso nas duas empresas. Ainda
ontem, a justiça suspendeu o
plano de demissões da PSA.
Uma nova rodada de negociações teve início ontem entre representantes das montadoras,
do governo e dos sindicalistas.
As fábricas paralisaram a produção no dia de ontem.
Negociação dura
Na Renault, que pretende cortar mais de 8 mil funcionários
até 2016, foi realizada a oitava
rodada de negociações com funcionários. Os sindicalistas reclamavam que a montadora quer
impor nos acordos cláusulas de
competitividade. Os empregados são contra a medida.
Na unidade fabril da Renault
de Douai, na região norte do
país, a cláusula de competitividade foi classificada como
“chantagem” e culminou com
a greve. “A medida abre flancos para demissões e fechamento de fábricas”, reclamaram os
líderes da manifestação. Já em
Flins, perto de Paris, centenas
de funcionários bloquearam a
estrada nas proximidades da fábrica.
Renault pretende
demitir 8 mil
funcionários;
Peugeot vai fechar
unidade na
periferia de Paris
Redução de postos na PSA
O dia também foi difícil para a
PSA. Na sede da montadora, em
Paris, foi realizada uma reunião
sobre demissões nas unidades
de Rennes (oeste do país) e Aulnay, na periferia da capital.
O encerramento das atividades de Aulnay está previsto para
2014 e faz parte de um plano de
reestruturação que pode culminar em até 8 mil demissões,
além de não preencher 1,5 mil
vagas temporárias. Este plano
foi anunciado em meados de
2012 pela alta cúpula da PSA.
Após 10 dias de greve, a unidade de Aulnay voltou a abrir
na última segunda-feira, mas as
manifestações continuam prejudicando a linha de produção. A
fábrica já tinha realizado uma
parada entre os dias 16 e 18 de janeiro. O Tribunal de Apelações
de Paris decidiu pela suspensão
do plano de reestruturação da
PSA. A empresa não teria respeitado o procedimento de informação e consulta pública. ■
Cosan planeja elevar volume
embarcado em Santos
Ganho de capacidade de
exportação chegará a
5 milhões de toneladas por ano
Reuters
[email protected]
A Cosan, uma das maiores empresas produtoras de açúcar e
etanol do mundo, pretende
concluir até abril do ano que
vem a obra do teto de proteção
para navios localizada no porto
de Santos, litoral paulista, informou ontem um executivo
da empresa, projetando aumentar a capacidade de embarque
da empresa.
Julio Fontana, presidente da
Rumo Logística, braço de logística da Cosan, disse em email enviado à Reuters, que “o novo teto a ser instalado irá permitir à
Rumo operar em dias de chuva,
que chegam a 100 por ano em
média na região de Santos”.
O carregamento de açúcar e
outras cargas brutas da Cosan
precisa ser interrompido durante os dias chuvosos porque
mesmo a menor quantidade de
umidade pode estragar a carga
causando prejuízos à Cosan, informa a empresa. A companhia havia projetado, inicialmente, que a finalização do teto ocorreria em novembro do
ano passado, o que não veio a
se concretizar.
A estrutura cobrirá uma áreas
de 120 por 240 metros, com
uma altura que chegará a 65 metros As fundações já foram concluídas, informou Julio Fontana, da Rumo Logística.
“Isto representa um ganho
de capacidade de cerca de 5 milhões de toneladas por ano”, informou o executivo. A companhia afirmou que o teto aumentará a produtividade do terminal localizado no porto de Santos em cerca de 40%.
Julio Fontana respondeu às
perguntas por email antes da
conferência anual de açúcar a
ser realizada em Kingsmann,
em Dubai, a partir da próxima
sexta-feira. O evento, que vai
até domingo, reunirá centenas
de líderes do mercado de açúcar mundial. ■
18 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Divulgação
EMPRESAS
COMÉRCIO
Rei do Mate anuncia plano de expansão
Em 2013, o Rei do Mate, rede especializada em mate e salgados,
planeja inaugurar cerca de 30 lojas. “As unidades serão abertas
em cidades do interior paulista como Barueri, Sorocaba,
Pindamonhangaba, Taboão da Serra e Bauru. Também teremos lojas
nos estados do Rio de Janeiro, Piauí, Alagoas, Maranhão e Ceará”,
afirma Adriana Lima, diretora de expansão e operações da marca.
Atualmente a companhia conta com mais de 340 lojas.
Oracle reforça diversificação e
já fatura US$ 1 bilhão com nuvem
60% da receita de US$ 37,1 bi apurada no ano fiscal de 2012 vem de outras soluções que não o banco de dados
Murillo Constantino
Fabiana Monte
[email protected]
Ao longo de 36 anos, a Oracle
fez fama no mercado de tecnologia corporativa por dois motivos principais. Primeiro por seu
banco de dados, segmento no
qual é líder. Segundo, por seu feroz apetite por aquisições. Hoje, banco de dados é 40% do faturamento mundial da empresa, que totalizou US$ 37,1 bilhões no ano fiscal de 2012, encerrado em maio passado. Os
60% restantes são fruto de 9
mil produtos, como sistemas de
relacionamento com clientes,
gestão de recursos humanos, in-
PERFIL
A empresa de Larry
Ellison em números
US$ 37,1 bilhões
foi o
faturamento no ano fiscal de 2012*
40% da receita vem do
tradicional banco de dados
US$ 70 bilhões
foi quanto a empresa gastou em
mais de 90 aquisições
nos últimos 8 anos
125 mil empregados, dos
quais 1.387 estão no Brasil
10 mil clientes no Brasil
*De junho de 2011 a maio de 2012
teligência de negócios, monitoramento de redes sociais. Computação na nuvem, e soluções
que integram software e hardware, onde a Oracle entrou há
cerca de dois anos e meio, são
negócios de US$ 1 bilhão cada,
ou 3% do faturamento global da
empresa cada um.
E aí é que fica claro o objetivo
de tantas compras: ampliação
de portfólio. Desde 2005, a empresa criada por Larry Ellison,
6º no ranking de bilionários da
Forbes, desembolsou US$ 70 bilhões em mais de 90 aquisições.
Quer se tornar e ser reconhecida como fornecedora de soluções, com software e hardware,
para clientes corporativos.
“Não quero perder as características do banco de dados, que remete à segurança, mas quero
ser uma empresa de aplicações
completas”, afirma Cyro Diehl,
presidente da Oracle no Brasil.
Luiz Meisler, vice-presidente
executivo da empresa para a
América Latina, admite, porém, que esse é um processo.
“Cada vez que uma empresa
usa um dos nossos produtos,
passa a ter essa visão. A primeira imagem que se tem da Oracle
é a de banco de dados. Mas não
é mais só banco de dados”.
A Oracle tem três grandes focos para 2013. O primeiro é ganhar espaço com soluções para
melhorar a experiência dos
clientes de seus clientes. É o caso de ferramentas que monitoram redes sociais, entendem semântica e prestam atendimento automático. “Temos produ-
Meisler (à esq.) e Diehl, no novo prédio da Oracle em São Paulo, que foi comprado por R$ 165 milhões
tos para oferecer uma experiência única para o consumidor final quando ele se conecta
à empresa por telefone, pela internet, pelas redes sociais”, diz
Meisler.
O segundo é computação na
nuvem. Todos os produtos, inclusive hardware, podem ser
contratados no modelo, no qual
o cliente contrata conforme a
demanda e paga por uso. No
mundo, a Oracle tem mais de
100 mil clientes na nuvem e 25
milhões de usuários.
Por último, a aposta é em sistemas integrados, que reúnem
as soluções de software e de
hardware da Oracle, como o
Exadata, para banco de dados,
com mais de 2 mil máquinas instaladas no mundo. Os sistemas
integrados tornaram-se possíveis graças à aquisição da Sun,
em 2009, por R$ 7,4 bilhões,
que deu à Oracle hardware.
Meisler não abre as metas para 2013, mas diz que nos últimos 12 anos a empresa cresceu
no mínimo dois dígitos na Amé-
rica Latina. “Por três anos consecutivos, a América Latina foi
a região que mais cresceu, percentualmente, no mundo”, diz
Diehl. O Brasil é metade do negócio da Oracle na região. Não
à toa a empresa mudou-se há
um mês para um novo prédio,
de 12 andares, ao lado do shopping Morumbi, zona sul de São
Paulo. Comprado por R$ 165
milhões da Multiplan, o prédio
tem 13 mil metros quadrados e
substitui o anterior, de dois andares. ■
Google lutará contra acesso de governo a e-mails
SeongJoon Cho/Bloomberg
Gigante das buscas promete
fazer lobby em Washington para
proteger informações pessoais
Reuters
[email protected]
O Google vai fazer lobby em Washington para dificultar o acesso das autoridades policiais
americanas a e-mails e outras
mensagens digitais. Em post
por ocasião do Data Privacy
Day, na segunda-feira, o vicepresidente jurídico do Google,
David Drummond, disse que o
gigante das buscas, em coalizão
com muitas outras poderosas
empresas de tecnologia, tentaria convencer o Congresso a
atualizar a lei de proteção da privacidade de 1986.
Ele citou dados que mostram
que os pedidos governamentais
de acesso a dados de usuários
do Google cresceram em mais
de 70% desde 2009.
Em 2012, o Google recebeu
16.407 pedidos de informações,
afetando 31.072 contas, mais de
metade deles acompanhados
por uma intimação.
Google recebeu mais de 16 mil pedidos de informações em 2012
“Somos uma empresa que respeita a lei e não desejamos que
nossos serviços sejam usados de
maneiras prejudiciais. Mas é
igualmente importante que a lei
proteja vocês contra solicitações amplas demais de informação pessoal”, afirmou Drummond no post. A Electronic
Communications Privacy Act,
aprovada nos EUA nos primeiros dias da internet, não requer
que investigadores do governo
obtenham mandados de busca
quando solicitam acesso a
e-mails e outras mensagens. ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 19
20 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Kiyoshi Ota/Bloomberg
EMPRESAS
TECNOLOGIA
Apple confirma novo iPad de 128 gigabytes
A Apple colocará no mercado em 5 de fevereiro um iPad com 128
gigabytes de memória, o dobro da capacidade do modelo mais potente
disponível até o momento. O equipamento custará, nos Estados Unidos,
a partir de US$ 799 (com conexão wi-fi) e pode chegar a US$ 929 (com
conexão com celular). A Apple já tinha ampliado a gama de tablets
iPad em outubro, com o lançamento do Mini, que custa entre US$ 329
a US$ 659. Bloomberg
Microsoft repagina Office, um de seus
carros-chefes, de olho na mobilidade
A nova versão do pacote, que inclui aplicativos como Word e Excel, foi lançada ontem no Brasil
Rodrigo Capote
Carolina Pereira
IMPORTÂNCIA DO OFFICE
[email protected]
Desde o ano passado, o presidente mundial da Microsoft, Steve Ballmer, tem mencionado
em eventos a expressão “onda
de inovação”, se referindo ao
momento pela qual a gigante de
tecnologia está passando. Desde então a companhia tem lançado no mercado itens como o
tablet Surface e o sistema operacional Windows 8 e tenta deixar
de ser conhecida como uma empresa de software para ser uma
companhia de “serviços e dispositivos”. Agora, a bola da vez
nesta estratégia é o pacote Office, responsável por 30,5% da receita total, que teve uma nova
versão lançada ontem.
“O novo Office é um elemento muito importante para a onda de inovações que a Microsoft
está promovendo”, diz Michel
Levy, presidente da Microsof
no Brasil. A novidade é a disponibilidade do pacote de aplicativos na nuvem, ou seja, acessível via internet. O lançamento
também dá início a uma nova
política de atualização do pacote, que passa a acontecer de forma automática ao invés de a cada três meses.
O Office 365 Home Premium
está disponível no Brasil por
R$ 179 para a assinatura anual
(até o dia primeiro de abril) e oferece 20 GB para armazenamento
e 60 minutos de Skype, serviço
Divisão da receita da Microsoft,
em US$ bilhões*
Office
22,299
Windows
17,32
Produtos relacionados a servidores 14,232
Plataforma Xbox
8,045
Consultoria e serviços
3,976
Publicidade
3,178
Outros
4,67
TOTAL
73,723
Fonte: empresa
*ano fiscal terminado em 30 de junho de 2012
Roberto Prado, diretor de competitividade da Microsoft: uma em cada sete pessoas no mundo usa Office
de que foi comprado em 2011 pela Microsoft por US$ 8,5 bilhões.
“O Skype é o irmão mais novo
da família e há muitas possibilidades de integração”, afirma Roberto Prado, diretor de competitividade da Microsoft.
Mercado
O principal concorrente da Microsoft na área de pacotes de
aplicativos “na nuvem” é o
Google, com seu Google Docs.
A Microsoft, no entanto, evita
falar sobre uma possível briga
entre os dois por mercado. “Estamos em patamares diferentes, temos mais produtos e serviços, não podemos comparar”, diz Ana Carolina Garini,
gerente de produtos para empresas da Microsoft.
De fato, a Microsoft ainda nada de braçada neste segmento.
O Office possui 92% do mercado corporativo no Brasil, de
acordo com o último levantamento feito Fundação Getulio
Vargas (FGV) sobre administração de recursos de TI. E no mundo o pacote de aplicativos é utilizado por uma em cada sete pessoas, seja em casa, na escola ou
no trabalho, totalizando um bilhão de usuários.
No entanto, apesar da liderança, o conceito de oferecer os
aplicativos deste tipo “na nuvem” foi instituído pelo Google
e, agora, a Microsoft segue a
mesma tendência, de olho no
crescimento da mobilidade dos
usuários. “As pessoas querem
estar cada vez mais conectadas
com todos os seus dispositivos e
a nova versão foi criada pensando nessas mudanças”, diz Gabriela Zaninetti, gerente de produto da Microsoft.
Além do Office Home Premium, foram lançadas também
versões específicas do pacote válidas apenas para um computador e voltadas para estudantes
universitários (R$ 239), pequenas empresas (R$ 589) e profissionais (R$ 1079). ■
Falhas na rede podem ameaçar PCs e impressoras
Andrew Harrer/Bloomberg
Foram descobertos entre
40 milhões e 50 milhões de
aparelhos vulneráveis a ataques
Jim Finkle
Reuters
Falhas em tecnologia para redes
amplamente utilizadas estão expondo milhões de computadores, impressoras e unidades de
armazenamento a ataques por
hackers na internet, disseram
pesquisadores de uma desenvolvedora de software de segurança. O problema está em roteadores para computadores e outros
equipamentos para redes que fazem uso de um padrão comu-
mente empregado, conhecido
como Universal Plug and Play
ou UPnP. Ele facilita a identificação e comunicação com equipamentos, reduzindo o trabalho
para estabelecer redes.
A desenvolvedora de software de segurança Rapid7 disse
que descobriu entre 40 milhões
e 50 milhões de aparelhos que
são vulneráveis a ataque devido
a três diferentes conjuntos de
problemas identificados pelos
pesquisadores da companhia no
padrão UPnP. A lista de aparelhos inclui produtos de fabricantes incluindo Belkin, D-Link, a
divisão Linksys da Cisco e Netgear. Representantes da Be-
lkin, D-Link, Linksys e Netgear
não puderam ser contatados para comentar. O vice-presidente de tecnologia da companhia
de software de segurança Veracode, Chris Wysopal, disse acreditar que a publicação das descobertas da Rapid7 pode atrair
atenção para a área ainda emergente de segurança UPnP, levando outros pesquisadores a buscar mais falhas no UPnP. “Isso
se enquadra na categoria de assustador”, disse Wysopal, que
revisou as descobertas da Rapid7. “Haverá muito mais pesquisa sobre isso. E a pesquisa
subsequente pode ser bem mais
assustadora.” ■
Computadores seriam acessados por meio dos roteadores
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 21
Bloomberg
APORTE
Nokia investe US$ 250 mi em tecnologia móvel
A Nokia investirá US$ 250 milhões em um fundo para novos negócios
voltado a empresas iniciantes de tecnologia móvel, informou a
fabricante finlandesa. Este será o terceiro fundo da Nokia Growth
Partners, unidade de empreendedorismo global da Nokia que investe
em empresas de hardware e componentes móveis, além de companhias
iniciantes de publicidade digital. A Nokia Growth Partners tem US$ 600
milhões Sob sua gestão, segundo informações no site da unidade.
Brasil ganha relevância na estratégia
da Asus, que amplia presença no país
Subsidiária responde direto para a
matriz. Modelo tributário é um dos
motivos que levaram à mudança
Fabiana Monte
[email protected]
Há um ano e meio, a taiwanesa
Asus mudou sua estratégia para
o Brasil. O primeiro passo foi
transformar o país em uma região, o que, na prática, aumentou a autonomia e a agilidade
da subsidiária, que passou a responder diretamente para a matriz. A mudança deve-se a algumas razões, como o complexo
sistema tributário brasileiro.
“A estrutura de impostos é complexa, a forma de fazer negócios é diferente, bem como a estratégia de ataque ao mercado.
Além disso, a Asus vê o Brasil
como um mercado importante,
com consumidores ávidos por
tecnologia”, enumera Christian Zaharic, gerente de marketing da Asus no Brasil.
Por ano, a quinta maior fabricante de PCs do mundo, fatura
US$ 10 bilhões globalmente. A
empresa, que também é fornecedora de componentes como
placa-mãe e placa de vídeo, encerrou 2012 com 6,8% de participação do mercado mundial de
PCs e 17% de crescimento, segundo a consultoria IDC. No Brasil, tablets e notebooks, são seu
carro-chefe. “Produtos com te-
la sensível a toque serão os mais
importantes do primeiro semestre”, conta Zaharic. Eles serão
metade do portfólio de 60 itens
da empresa no país. A maioria é
produzida no Brasil por empresas como Quantas e Flextro-
nics, que fabricam produtos para diversas marcas.
Com a aposta em telas sensíveis a toque, a Asus segue uma
tendência mundial de oferecer
essa tecnologia em diversos
equipamentos. Outro mote são
Murillo Constantino
Zaharic, da Asus: desafio é introduzir novas tecnologias para consumidores acostumados a preço
SABMiller mais cautelosa
Para presidente de cervejaria,
fusões no setor de bebidas
atingiram preços exorbitantes
Duane D. Stanford
Bloomberg
As aquisições globais de cervejarias de grande porte abrandaram o ritmo por causa do preço
estratosférico que esses artigos
alcançaram nos últimos tempos, afirmou nesta terça-feira
o presidente-executivo da SABMiller, Graham Mackay.
“As últimas transações realizadas foram feitas a níveis impensáveis”, avaliou o executivo. “É difícil ver como esses
acordos conseguiram valer tanto”, completou Mackay, sem
especificar empresas envolvidas nas negociações.
“dispositivos conversíveis”, como notebooks que se transformam em tablets e vice-versa.
A empresa também promete
ampliar o portfólio de tablets,
pois, para Zaharic, este será o
ano da consolidação deste mer-
Cervejarias globais estão
usando aquisições para conseguir ampliar seus domínios geográficos, ampliando a concorrência global.
No ano passado, a AnheuserBusch InBev comprou as ações
que ainda não estavam em seu
poder da cervejaria Modelo por
US$ 17,1 bilhões. Ainda em
2012, a Heineken adquiriu as
ações que a Fraser & Neave tinha na Asia Pacific Breweries,
Executivo da
empresa diz
que as últimas
transações foram
feitas em níveis
impensáveis
por US$ 4,3 bilhões. Há pouco
menos de dois anos, foi a própria SABMiller que desembolsou cerca de US$ 13 bilhões para ficar com a australiana Foster’s Group.
Mackay não quis comentar
os recentes boatos sobre a fusão entre a SABMiller e a Anheuser-Busch InBev. “Nosso trabalho é fazer com que os negócios
fiquem tão caros a ponto de
não conseguir atrair compradores”, disse o executivo. Hoje, o
valor de mercado da cervejaria
é de aproximadamente US$
77,7 bilhões.
Na semana passada, a segunda maior cervejaria do mundo
registrou alta de 8% no faturamento do seu terceiro trimestre fiscal graças ao aumento do
consumo da bebida. ■
cado no Brasil.
“Queremos puxar a inovação. E uma inovação pela qual
você pode pagar”, acrescenta.
Segundo Zaharic, o modelo tributário do Brasil é uma barreira, porque impacta no preço final. “Quando você coloca os
impostos, o preço sobe na ponta. Impostos são um quebra cabeça”, afirma.
O foco em notebooks e tablets é uma forma da Asus substituir o espaço perdido por netbooks, cujas vendas do mercado como um todo vêm encolhendo, em função do avanço
dos tablets. “O mercado vai migrar para notebooks ou tablets”, confirma Zaharic.
Agora, a companhia preparase para expandir sua presença
no país. Zaharic não dá números, mas garante que a Asus
abrirá novos escritórios por
aqui. Hoje, tem 150 empregados, em dois escritórios na zona sul de São Paulo.
“Vamos investir em comunicação e em treinamento de canais, porque o desafio hoje é como introduzir novas tecnologias para consumidores acostumados a preço”, diz. Zaharic
não informa números absolutos, mas diz que no ano passado a Asus dobrou de tamanho
por aqui e que os investimentos
cresceram no mesmo ritmo. A
meta para 2013 é a mesma. ■
International Paper tem
ganho acima do esperado
A receita da empresa cresceu
10% no quarto trimestre,
para US$ 7,08 bilhões
Reuters
[email protected]
A International Paper divulgou
ontem os números apurados no
quarto trimestre do ano passado. O resultado — queda no lucro e aumento na receita —
veio acima do esperado para o
período. O principal motivo para o desempenho considerado
bom pela International Paper
foi a aquisição da rival menor
Temple-Inland, realizada no
ano passado.
O lucro líquido apurado pela
empresa, que possui no Brasil
três fábricas de papel, caiu pa-
ra US$ 235 milhões, ou 53 centavos de dólar por ação, contra
US$ 281 milhões, ou 65 centavos de dólar por papel, um ano
antes.
Já o lucro excluindo itens extraordinários foi de 69 centavos
de dólar por ação, enquanto a
receita cresceu 10%, para US$
7,08 bilhões. Analistas esperavam, em média, lucro de 65 centavos dólar por ação, com receita de US$ 6,97 bilhões, segundo
a Thomson Reuters I/B/E/S.
“Nosso sucesso em capturar
sinergias da aquisição da Temple-Inland contribuiu para o resultado do quarto trimestre e para geração de caixa recorde para
a companhia em 2012”, afirmou
o presidente-executivo, John
Faraci, em nota. ■
22 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Divulgação
EMPRESAS
MERCADO IMOBILIÁRIO
Toya lança empreendimento em Hortolândia
A incorporadora Toya Martins lança hoje um empreendimento
residencial na cidade de Hortolândia, região metropolitana de Campinas
(SP). Numa área com quase 10 mil metros quadrados serão erguidas
duas torres com 14 andares, totalizando 168 unidades de dois e três
dormitórios. O Parque Gabriel Residencialle terá um valor geral de
vendas de R$ 53 milhões e a expectativa é que 60% da unidades sejam
comercializadas no prazo de 90 dias.
BRF enfrenta dificuldade para
abastecer redes de supermercados
Dona das marcas Sadia e Perdigão tem instabilidade no fornecimento de produtos como presunto e pizza
Cintia Esteves
[email protected]
Quase quatro anos após a fusão
entre Sadia e Perdigão, que resultou na criação da BRF, a companhia ainda enfrenta algumas
dificuldades para abastecer o varejo. A fabricante não tem conseguido manter estável a entrega de produtos como presunto,
linguiça, pizza, lasanha, hambúrguer e peito de peru, segundo supermercadistas ouvidos
pelo BRASIL ECONÔMICO.
Esta não é a primeira vez que
a fabricante deixa de entregar
seus alimentos. No Natal de
2011, alguns varejistas reclamaram que só haviam recebido
20% do total encomendado de
carnes bastante procuradas na
época, como peru, tender e
chester, conforme reportagem
publicada pelo jornal no final
de novembro daquele ano.
Procurada, a BRF informou
que acaba de passar por um período de forte demanda, que tradicionalmente ocorre no fim do
ano por causa das festas de Natal
e Ano Novo. “Logo após esta época, eventualmente, podem surgir problemas pontuais de atendimento à demanda. A companhia ressalta que está trabalhando para oferecer o abastecimento integral aos clientes e, portanto, solucionar casos específicos e
localizados”, afirmou em nota.
De acordo com os varejistas,
as entregas dos pedidos deixaram de ser regulares desde a
época da fusão. “Nos últimos
meses eles têm entregado 30%
a menos do que encomenda-
mos”, afirma Antonio de Souza,
gerente do Futurama, rede de
supermercados com sete unidades na capital paulista. No varejista, o problema está relacionado principalmente a produtos
como lasanha, hambúrguer,
presunto e peito de peru.
No início deste ano, o Futurama enfrentou a situação mais
crítica. Vendedores da BRF informaram que a companhia deixaria de abastecer a varejista
por dez dias, período em que estaria mudando sua razão social.
“Algumas notas fiscais vinham
com nome Sadia. Agora é tudo
BRF Brasil Foods”, diz Souza. A
situação coincidiu com a mudança no logotipo da empresa.
No dia 16 de janeiro deste ano, a
BRF enviou um comunicado ao
mercado informando que a empresa teria uma nova identidade visual a partir daquele dia: o
logo mudou de cor e formato.
Outra rede supermercadista
de médio porte ouvida pela reportagem informa que a BRF está com dificuldade para entregar
algumas opções de pizza, presunto e linguiça. “Estes produtos
costumam faltar nas gôndolas”,
diz um executivo que prefere
não se identificar. Já em um supermercadista de grande porte,
a falta de produtos mais recente
foi percebida em dezembro do
ano passado.
“Faltou presunto, pois nesta
época de Natal, a BRF costuma
priorizar os suínos para a produção de carnes natalinas. Mas a situação já voltou ao normal na
nossa rede”, diz o executivo,
que também pediu para não ter
o nome revelado. O Futurama
não teve a mesma sorte. “É comum que a BRF produza menos
presunto no final do ano. Mas já
vamos entrar em fevereiro e a siAdriano Machado/Bloomberg
tuação ainda não voltou ao normal”, lamenta.
No terceiro trimestre do ano
passado, a BRF terminou de
cumprir o acordo firmado com
o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade). Para
que a fusão entre Sadia e Perdigão fosse aprovada, a companhia teve que se desfazer de diversas marcas, entre elas Doriana, Tekitos e Fiesta. Também
vendeu fábricas, centros de distribuição e abatedouros.
Como já era previsto pela fabricante, o cumprimento do acordo
impactou seus resultados no terceiro trimestre de 2012. O lucro líquido no período foi de R$ 90,9
milhões, uma queda de 75% em
relação aos três meses equivalentes de 2011. O balanço anual da
empresa será divulgado somente
no próximo dia 4 de março.
Tentativa
Para grande parte das redes supermercadistas , a BRF é a principal fornecedora de itens congelados
Nos últimos meses, o mercado
tem acompanhado o movimento dos acionistas da BRF para colocar Abilio Diniz, sócio do Grupo Pão de Açúcar, na presidência do conselho de administração da companhia. A intenção
de trazer o empresário para dentro de casa traz alguns inconvenientes para a BRF.
“Afinal de contas, Diniz sempre teve fama de ser um cliente
chato. Agora ele estará dentro
da empresa a qual, por muitos
anos, fez papel de sua fornecedora”, afirma um executivo do segmento. “Por outro lado, ele é
um empresário agressivo. O Pão
de Açúcar é o maior varejista do
país graças a ele”, afirma. ■
Controladas da Eletrobras receberão R$ 5,4 bi
Recursos fazem parte de
indenização pela renovação
antecipada de concessões
As empresas também receberam no total uma primeira parcela de R$ 441,8 milhões, segundo comunicado.
nomia. No final de outubro, a
empresa havia estimado que
esperava receber indenização
do governo de cerca de R$ 30
Alberto Alerigi Jr.
Reuters
Pacote do governo
As controladas da Eletrobras
Chesf, Furnas, Eletrosul e Eletronorte receberam R$ 5,47 bilhões à vista como parte da indenização pela renovação antecipada de concessões de geração
e transmissão de energia.
A Eletrobras é o grupo de energia mais afetado pela renovação onerosa das concessões,
parte do plano da presidente
Dilma Rousseff para reduzir as
tarifas de energia, para aumentar a competitividade da indústria nacional e estimular a eco-
Eletrobras é o grupo
mais afetado pela
renovação das
concessões de
geração e transmissão
de energia
bilhões, valor que foi negado
pelo governo.
De acordo com explicação
da Eletrobras, a Chesf, Eletronorte e Eletrosul optaram pelo
recebimento de 50% do valor
à vista e o restante parcelado e
a controlada Furnas optou “pelo recebimento de grande parte valor da indenização de forma parcelada”. A empresa não
informou o número de parcelas das indenizações.
O valor original de indeniza-
ção a ser recebida é de R$ 14,09
bilhões, de acordo com o comunicado.
A Chesf recebeu R$ 3,49 bilhões à vista e primeira parcela
de R$ 163,5 milhões, enquanto
Furnas recebeu R$ 66,6 milhões e uma primeira parcela de
R$ 186,5 milhões. Já Eletrosul
registrou R$ 1,015 bilhão à vista
e primeira parcela de R$ 49,7
milhões, enquanto Eletronorte
apurou R$ 896,7 milhões e parcela de R$ 42,1 milhões. ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 23
Divulgação
VAREJO
Pet Center Marginal anuncia mais cinco lojas
O Pet Center Marginal abrirá cinco lojas no primeiro semestre deste
ano, sendo a primeira no bairro Butantã, em São Paulo. A unidade
será a oitava da capital e décima nona do grupo. O espaço de
800 metros quadrados oferecerá um mix com cerca de 12 mil produtos,
entre rações, acessórios e medicamentos veterinários. “No Brasil,
o mercado pet está em ascensão”, afirma o diretor de marketing
e novos negócios da companhia, Hélio Freddi Filho.
Arcelor e Nippon farão
oferta à Steel Americas
Ina Fassbender/Reuters
Maiores siderúrgicas do mundo
competirão com Nucor e CSN
por unidade da ThyssenKrupp
Aaron Kirchfeld e Tino Andresen
Bloomberg
ArcelorMittal e Nippon Steel &
Sumitomo Metal Corp, as duas
maiores siderúrgicas do mundo, vão fazer um lance em conjunto pelos ativos da ThyssenKrupp nos Estados Unidos,
a Steel Americas segundo pessoas próximas às negociações.
As duas companhias fizeram
uma oferta de cerca de US$ 1,5
bilhão pela unidade fabril de
Alabama. A parceria enfrenta a
concorrência de rivais como a
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que tem interesse
nas fábricas da companhia alemã nos Estados Unidos e na
Companhia Siderúrgica do
Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro. A Nucor também poderá fazer uma proposta para comprar
a unidade americana.
Juntas, as unidades são avaliadas entre US$ 3 bilhões e
US$ 5 bilhões, segundo especialistas. As ofertas devem ser entregues até meados de fevereiro, o que pode provocar mudanças no valor dos ativos. Procuradas, ArcelorMittal, NipponSteel, Nucor e CSN não quiseram
comentar o assunto.
As ações da ThyssenKrupp
subiram 2,9%, a ¤ 18, ontem
na bolsa de Frankfurt. Foi a
maior valorização das últimas
três semanas.
O presidente da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, colocou à venda a Steel Americas
uma vez que a demanda mais
fraca por aço na construção civil e na indústria automotiva
Ambipar Empreendimentos e Participações S.A.
Hiesinger, da Thyssen, alega demanda fraca para pôr Steel à venda
na China enfraqueceu os preços e estrangulou as margens.
A Thyssen, com sede em Essen, cancelou no mês passado a
distribuição de dividendos
após reportar prejuízo pelo segundo ano consecutivo.
União de líderes
ArcelorMittal e Nippon vão dividir os custos da operação, caso
adquira a unidade americana.
Com isso, a siderúrgica japonesa terá acesso às unidades de bobinas da Arcelor na América Latina, segundo fontes.
No mês passado Hiesinger
afirmou que a venda da Steel
Americas estava “plenamente
encaminhada” e deve ser concretizada até o fim do ano fiscal
corrente. Na mesma época, o vi-
ce-presidente executivo da
companhia, Guido Kerkhoff disse que mais de “cinco propostas” foram feitas - juntas ou separadamente - pelas fábricas
no Brasil e nos Estados Unidos.
A unidade fabril de Alabama
produz bobinas e chapas para a
indústria automotiva.
A ThyssenKrupp recebeu propostas preliminares da ArcelorMittal, Posco, Nippon Steel, JFE
Holdings Inc., Nucor, U.S. Steel
Corp., CSN e Ternium pelas
duas fábricas, segundo informações de pessoas próximas às negociações em outubro.
O prejuízo da unidade americana no ano fiscal encerrado
em 30 de setembro foi de ¤ 1,01
bilhão por conta de custos de
produção. ■
Suzano recebe equipamentos
Investimentos na compra
do maquinário para colheita
chegaram a R$ 44 milhões
Roberta Vilas Boas
Reuters
A Suzano Papel e Celulose, segunda maior produtora de celulose
de eucalipto do mundo, recebeu
11 equipamentos para a colheita
da madeira que abastecerá a unidade em construção em Imperatriz (MA), segundo nota divulga-
da ontem pela empresa.
O investimento nesses equipamentos, que devem fazer a primeira colheita em fevereiro, foi
de cerca de R$ 44 milhões.
As máquinas recebidas fazem
parte de uma encomenda de 44
equipamentos da marca canadense Tigercat que chegarão em lotes
até julho, segundo contrato firmado entre a Suzano e a Tracbel.
A fábrica no Maranhão deve
começar a produzir celulose a
partir do o quarto trimestre
deste ano.
“A primeira etapa do contrato
prevê que os equipamentos processem 300 mil metros cúbicos
de madeira por mês em 2013, volume equivalente a 60% da colheita. Em 2014, esse número aumenta para 500 mil metros cúbicos de madeira processada, o suficiente para a Suzano atender a
nova unidade, que tem capacidade de produção de 1,5 milhão de
toneladas por ano”, informou a
empresa, em nota. ■
CNPJ nº 12.648.266/0001-24 - NIRE 35300384466
Ata da Assembleia Geral Extraordinária
I - Dia, Hora e Local: Aos 29/03/2012, às 9hs na sede da Cia., na Av. Paulista, nº 2421, 11º and., Bela Vista, SP/SP; II - Convocação e
Presença: A convocação foi realizada nos termos do Art. 124, § 4º, da Lei nº 6404/76, estando presente a totalidade dos acionistas;
III - Mesa Diretora: Presidente:Tércio Borlenghi Junior; Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento; IV - Ordem do Dia: 1) Criação do
Conselho de Administração; 2) Alteração no item “c” do objeto social; 3) Alteração do estatuto social nos capítulos da Administração;
4) Alterar o órgão de arbitragem; 5) Consolidação do estatuto social em decorrência das alterações acima; 6) Eleição dos membros do
Conselho de Administração para o triênio 2012/2015;V - Deliberações: 1) Iniciados os trabalhos foi analisada e discutida a necessidade
da criação de um Conselho de Administração, debatidos todos os pontos foi aprovada sua criação pela totalidade dos acionistas; 2) Fica
decidido por unanimidade que a Cia. passará a administrar apenas bens próprios, passando o Art. 3º a ter a seguinte redação: “Art. 3º.
O objeto social da Cia.é:a) gestão de participações societárias (“Holding”);b) participação em outras sociedades como sócia ou acionista;
c) administração de bens próprios.” 3) Tendo em vista a criação do Conselho de Administração se fez necessária a modificação da
estrutura administrativa da empresa, motivo pelo qual todo o capítulo da Administração foi reformulado e passará a ter a seguinte redação:
“Capítulo III - Da Administração da Sociedade Art. 8º - A Cia. será administrada por: Conselho de Administração; e, Diretoria. Art. 9º O Conselho de Administração, eleito pela Assembleia Geral com mandato de 3 anos, permitida a reeleição, compor-se-á de 4 membros.
§ 1º - Os membros do Conselho de Administração serão empossados pela Assembleia Geral que os eleger, mediante termo lavrado e
assinado no “Livro de Atas do Conselho de Administração”. § 2º - A Assembleia que eleger os membros do Conselho de Administração,
indicará o Presidente do Conselho. § 3º - O Presidente do Conselho de Administração em suas ausências e/ou impedimentos nas
reuniões do Conselho de Administração, será substituído por qualquer dos outros conselheiros, escolhidos pelo voto dos conselheiros,
observado o disposto no art. 11, § 1º. § 4º - No caso de vacância de cargo de conselheiro, uma Assembleia Geral será convocada para
proceder à nova eleição. Art. 10 - O Conselho de Administração, além dos poderes previstos em lei, terá as seguintes atribuições: I - fixar
a orientação geral dos negócios, inclusive aprovando plano de negócios, política de investimentos, avaliação da governança e da
remuneração da Cia.e das sociedades controladas, coligadas ou investidas, em que detenha o controle;II - eleger e destituir os diretores
desta Cia.; III - indicar para a Diretoria os administradores a serem eleitos nas sociedades controladas, coligadas ou investidas, bem
como solicitar destituição dos mesmos; IV - fiscalizar a gestão dos Diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da Cia. e de
suas controladas e coligadas, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e sobre quaisquer outros atos,
seja de controladas, coligadas ou investidas;V - convocar a Assembleia Geral quando julgar conveniente ou nas ocasiões determinadas
pela lei; VI - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria desta Cia. de cada sociedade por ela controlada,
coligada ou investida;VII - autorizar previamente atos ou contratos a serem praticados ou celebrados pela Diretoria em valores acima de
R$ 3.000.000,00, exceto para participação em concorrências, licitações e certames públicos em que será desnecessária autorização
prévia;VIII - autorizar as operações bancárias acima do limite descrito na letra“b”do Art.17, abaixo.IX - autorizar a alienação de quaisquer
bens do ativo não circulante desta sociedade e das sociedades controladas, coligadas ou investidas, bem como a constituição de ônus
reais e a prestação de garantias em operações próprias ou de terceiro; X - escolher e destituir os auditores independentes, determinar à
Diretoria a escolha dos auditores das sociedades controladas, coligadas e investidas; XI - aprovar previamente o teor do voto e
manifestações da Cia. em assembleias ou reuniões de sócios de sociedades controladas, coligadas ou investidas; XII - convocar a
qualquer tempo os Diretores, individualmente ou em conjunto, para prestar esclarecimentos e informações, apresentar documentos ou
relatórios; XIII - O Conselho de Administração poderá alterar os limites e abrangência estabelecidos abaixo para práticas de atos dos
diretores em casos específicos ou por tempo que julgar conveniente; Art. 11 - O Conselho de Administração reunir-se-á sempre que os
interesses sociais o exigirem, por convocação de seu Presidente ou, na ausência e/ou impedimento deste, por qualquer conselheiro,
observado o prazo de antecipação de 24 horas. Das reuniões será lavrada ata. § 1º - O Conselho de Administração deliberará com a
presença de 3/4 de seus membros desde que esteja presente o Presidente do Conselho, sob pena de não instalação da reunião. Suas
decisões serão tomadas por maioria de votos, em caso de empate, o Presidente terá o voto de desempate.Na ausência de conselheiros
ou impossibilidade prática de reunir o Conselho a tempo, aplicar-se-á a competência prevista no § abaixo. § 2º - Os atos de urgência
poderão ser praticados pelo Presidente do Conselho isoladamente “ad referendum” do seu colegiado. § 3º - Compete ao Presidente do
Conselho de Administração convocar, a qualquer tempo, os diretores para esclarecimentos, inclusive para fins da letra “g” do Art. 13,
abaixo.Art.12 - A Diretoria, eleita pelo Conselho de Administração, será constituída de 3 membros, sendo um Diretor Presidente, Diretor
Financeiro e um Diretor Adjunto. Poderá a Assembleia eleger outros diretores, cujas funções serão por ela atribuídas.Todos os diretores
serão residentes no país, sendo o seu mandato fixado em um ano, podendo ser reeleitos. § 1° - Os diretores, salvo caso de destituição,
ou deliberação em contrário do Conselho de Administração, permanecerão em seu cargo até a nomeação dos substitutos.§ 2° - Qualquer
diretor poderá ser destituído a qualquer tempo pelo Conselho de Administração.Art.13 - Compete ao Diretor Presidente, além das demais
atribuições previstas neste Estatuto: a) Coordenar e assegurar a eficácia e o bom desempenho da Diretoria e de cada um de seus
membros; b) estabelecer objetivos e programas para que a Diretoria possa cumprir sua finalidade e metas estabelecidas pelo Conselho
de Administração; c) Compatibilizar as atividades da Diretoria com os interesses da Cia.e de seus Acionistas, coordenar e supervisionar
as atividades dos demais diretores, atribuir responsabilidades e prazos e conduzi-los segundo os princípios da boa governança
corporativa, com a avaliação final dos resultados; d) Organizar, controlar e dirigir as operações da Cia., sem prejuízo das atribuições dos
demais diretores; e) Convocar e presidir as reuniões da Diretoria; f) Propor matérias à deliberação pelo Conselho de Administração;
g) Apresentar o relatório mensal dos negócios da Cia. ao Conselho de Administração e à Assembleia Geral, ou sempre que solicitado;
h) Prestar contas das atividades e movimentação das sociedades controladas, coligadas, investidas, inclusive apresentando documentos
solicitados e informações complementares, sem prejuízo de igual atribuição concorrente ao Diretor Financeiro, quando solicitado pelo
Conselho de Administração. Art. 14 - É competência do Diretor Financeiro, além das demais atribuições previstas neste Estatuto:
a) coordenar a tesouraria, acompanhando a movimentação financeira, sob assistência do Diretor Presidente; b) ter sob sua guarda
documentos financeiros e contábeis da Cia., apresentando-os ao Conselho de Administração quando solicitado; c) coordenar as
atividades da auditoria interna; d) promover estudos e alternativas econômico-financeiras; cumprir as determinações do Conselho de
Administração; e) Prestar contas das atividades e movimentação das sociedades controladas, coligadas, investidas, inclusive
apresentando documentos solicitados e informações complementares (letra “” do Art. 13). Art. 15 - É competência do Diretor Adjunto,
além das demais atribuições previstas neste Estatuto: auxiliar os demais diretores em todas as suas tarefas e funções, inclusive
substituindo-os em suas faltas ou impedimentos;cumprir as determinações do Conselho de Administração;desempenhar as atribuições
que lhe forem delegadas expressamente pelos demais diretores ou pelo Conselho de Administração; representar a Cia., quando
necessário, na forma do Art. 18, alínea “h”, perante sociedades controladas, coligadas ou investidas. Art. 16 - Deverão ser exercidas em
conjunto pelo Diretor Presidente, Diretor Financeiro e pelo Diretor Adjunto as seguintes atribuições: nomear e constituir procuradores ad
judicia e ad negotia, devendo a escolha recair sobre a pessoa indicada pelo Conselho de Administração, quando houver; e, assinar
cheques, contratos e todo tipo de operações e movimentação bancária acima de R$ 100.000,00 e até o limite de R$ 500.000,00, exceto
o previsto no Art.18, letra “g”abaixo.Art.17.Deverão ser exercidas em conjunto pelo Diretor Presidente e Diretor Financeiro, as seguintes
atribuições: participar de concorrências, licitações e certames públicos de qualquer espécie e valor; representar a Cia. em juízo ou fora
dele; assinar contratos e documentos que constituam obrigações, ativas e passivas, da Cia., observados os requisitos deste Estatuto;
elaborar mensalmente relatórios, demonstrativos financeiros e contábeis, orçamentos e demais documentos e planilhas solicitados pelo
Conselho de Administração, apresentando-lhes sempre que pedido; com autorização expressa do Conselho de Administração, vender,
hipotecar ou compromissar imóveis, ceder ou prometer, ceder direitos à aquisição dos mesmos, estipulando preços, prazos e condições,
assinando todos os atos, papéis e instrumentos públicos ou particulares relacionados com essas transações; abrir e movimentar contas
bancárias em estabelecimentos públicos ou privados, emitir e endossar cheques, ordens de pagamento, limitado a R$ 100.000,00 por
operação; tomar empréstimos e financiamentos bancários até o valor de R$ 3.000.000,00; Representar, em conjunto com o Diretor
Financeiro, ou Adjunto, a Cia. em assembleias e reuniões de sócios das sociedades controladas, coligadas ou investidas, observado o
item VIII do Art. 10, § 1º - As procurações emitidas para fins judiciais e para processos administrativos contenciosos não terão prazo de
duração, as demais, terão como prazo máximo um ano. § 2º - Os Diretores não poderão praticar atos fora dos limites deste Estatuto e da
lei, ou contrariamente às instruções e normas fixadas pelo Conselho de Administração, nem votar nas reuniões de Diretoria em desacordo
com tais diretrizes ou eventual acordo de acionistas.” 4) Aproveitando a oportunidade, também foi aprovado por todos os acionistas a
substituição do órgão de arbitragem Câmara de Arbitragem Empresarial de SP para fazer constar a Câmara de Arbitragem Empresarial
da Federação do Comércio de Bens, Serviços eTurismo do Estado de SP (Fecomercio), passando o atual Art.26 a ter a seguinte redação:
“Art. 25 - Nos termos do § 3º Art. 109 da Lei nº 6.404/76 fica estabelecido que as divergências entre acionistas e Cia. entre controladores
e minoritários, deverão ser dirimidas por arbitragem ficando eleito a Câmara de Arbitragem Empresarial da Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de SP (Fecomercio) para fins do Art. 5º da Lei nº 9.307/96, ou na sua falta, indicarão as partes um
árbitro cada, que elegerão um terceiro para os casos de empate, ficando certo que eles seguirão o rito atualmente em vigor do referido
tribunal arbitral.” 5) Assim, foi elaborado um projeto de estatuto, tendo o Sr. Presidente solicitado que o mesmo fosse lido, explicado e
debatido, o que foi feito art. por art. O novo estatuto consolidado foi aprovado por unanimidade, sem restrições, e acompanhará esta ata
como ANEXO I.6) A seguir iniciou-se a eleição dos membros do Conselho de Administração conforme dispõe o estatuto recém-aprovado.
Procedida a votação foram eleitos para ocuparem as quatro vagas do conselho, os Srs. Tércio Borlenghi, RG nº 3.710.329 SSP/SP,
CPF/MF nº 167.334.018-00; Junio Fuentes, RG nº 15.944.103-1 SSP/SP, CPF/MF nº 157.661.538-30; Sr. Lourival Cattozzi,
RG nº 15.851.082-3 SSP/SP, CPF/MF nº 068.426.118-90; e por último também eleito Presidente do Conselho o Sr. Tércio Borlenghi
Junior, RG nº 9834578-3 SSP/SP, CPF/MF nº 101.544.328-14. Os conselheiros presentes a esta assembleia aceitaram o cargo e
tomaram posse nesta data, ficando investidos em seus respectivos cargos para o triênio 2012/2015. Nada mais havendo a tratar,
o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso; como ninguém solicitou a palavra, suspendeu os trabalhos pelo
tempo necessário para lavrar a presente ata no livro próprio. Reaberta a sessão, procedi à leitura em voz alta, e, em seguida, tendo sido
aprovada, foi assinada por todos os presentes. Ass.: Tércio Borlenghi Junior; Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro; Cristhiane Borlenghi
Donadio e Débora Lemos Borlenghi. A presente é cópia fiel da ata que se acha lançada em livro próprio. SP, 29/03/2012. a) Presidente:
Tércio Borlenghi Junior; b) Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento. Registrada na JUCESP sob o nº 540.691/12-4 em 17/12/2012.
Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.
24 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Dreamstime
EMPRESAS
DESEMPENHO
Oi TV amplia em 6% sua base de assinantes
Em dezembro de 2012, a TV por assinatura da Oi, chamada Oi TV,
ampliou em 6% sua base de assinantes na comparação com
o mês anterior, totalizando 749 mil clientes. Segundo a empresa,
o crescimento se deve ao reposicionamento do serviço, ocorrido
em novembro de 2011. Na ocasião, a companhia passou a oferecer
61 canais pagos. Também investiu em campanhas de marketing
e em sua força de vendas.
Telefônica lança smartphone com
sistema Firefox no mercado brasileiro
Dispositivo está sendo aperfeiçoado na Campus Party e a previsão é que seja vendido no segundo semestre
Rodrigo Capote
Priscilla Arroyo
[email protected]
Os primeiros telefones com sistema operacional Firefox OS
(plataforma aberta semelhante
ao Android) devem chegar às lojas no segundo semestre deste
ano. A novidade é fruto de uma
parceria entre a Telefônica e o
Mozilla. “O desejo do consumidor brasileiro é ter um smartphone, o que ainda é difícil para algumas pessoas. Por isso,
queremos oferecer um preço
atrativo para os aparelhos, que
devem ser lançados ainda este
ano”, destaca Antônio Carlos
Valente, presidente da Telefônica, em entrevista coletiva no segundo dia da Campus Party.
Sem especificar o valor e
qual empresa vai fabricar o aparelho no Brasil, Valente afirma
que a princípio o produto estará disponível apenas nas lojas
da Vivo, mas por ser um projeto de plataforma aberta, o mercado deve adotar aos poucos a
novidade.
Os celulares foram concebidos pela empresa espanhola
Geeksphone e cerca de 170 unidades estão circulando pela
Campus Party. Os campuseiros
(participantes do evento) podem participar de um concurso
no qual o desafio é o desenvolvimento de soluções e aplicativos para a nova plataforma. O
objetivo da empresa com a brincadeira é criar um ecossistema
para a chegada do aparelho no
mercado.
A atenção especial que a Telefônica está dando para os de
smartphones vem na esteira da
popularização do 3G, que muda
o perfil do cliente uma vez que a
demanda, antes concentrada
no serviço de voz agora se volta
também para os dados.
“Esse é um processo que está
acontecendo em todos os mercados do mundo. Esperamos
que este ano o tráfego de dados
cresça de maneira robusta”,
diz Valente.
Entretenimento
De olho no mercado dos aparelhos portáteis, a Telefônica direciona esforços também para o
segmento de entretenimento
com Vivo Play, canal de séries e
filmes lançado no final do ano
passado, para ser assistido nos
telefones e tablets. “Temos contratos com grandes estúdios e já
oferecemos uma programação
diversificada. A ideia aumentar
a grade com conteúdo nacional,
uma vez que a produção deve
explodir, com os desdobramentos da lei 12.485”, diz.
Tal lei entrou em vigor no início de dezembro de 2012 e permitiu que as concessionárias de
telefonia utilizassem suas redes
para fornecer serviços de televisão paga e, ao mesmo tempo,
impôs uma cota mínima de conteúdo produzido no Brasil na
programação. A grade de filmes, séries e documentários terá que ter três horas e meia por
semana de programas brasileiros no horário nobre.
A telefônica patrocina a sexta
edição da Campus Party Brasil,
que tem como tema o empreendedorismo.■
Valente, da Telefônica: produto estará à venda somente nas lojas da Vivo, mas tem plataforma aberta
Vivo estuda compartilhar rede para 4G
Tendência é que as empresas
do setor se unam para viabilizar
o serviço até o final de abril
A Telefônica Vivo começa 2013
com o desafio de viabilizar a implantação dos serviços de banda
larga de quarta geração, o 4G.
Diante das dificuldades, o presidente da companhia, Antônio
Carlos Valente, não descarta a possibilidade de parceria com outras
operadoras para compartilhar a infraestrutura de telecomunicação.
“Estamos estudando as possibilidades de compartilhamento em diferentes níveis. Isso
vai contribuir para viabilizar a
implantação do 4G”, diz Valente durante entrevista coletiva
realizada ontem na Campus
Party, um dos maiores eventos
de tecnologia do mundo, que
acontece em São Paulo até o
dia 03 de fevereiro.
O entendimento entre as teles deve ultrapassar a divisão de
antenas, como já acontece, e
chegar até o compartilhamento
rede. No entanto, a principal
preocupação é viabilizar as parcerias diante da diversidade de
frequências que as operadoras
arremataram no leilão.
“Certamente a solução para
viabilizar a implantação do 4G
passa pela união com outras empresas. No entanto, cada companhia um comprou um bloco de
frequências e essa é a questão
mais radical, mas se for possível
podemos compartilhar”. ■ P.A.
JVCO cobra explicações sobre contratos da Tim
Pedido envolve a gestão do
ex-presidente da Tim, Luca
Luciani, afastado da operadora
Alberto Alerigi Jr
Reuters
A JVCO, acionista minoritária
da Tim Participações controlada pelo empresário Nelson Tanure, divulgou pedido de explicações sobre contratos acertados
pela operadora de telefonia com
três empresas de consultoria e
de fornecimento de modems e
celulares entre 2009 e 2012.
Segundo o comunicado, a
JVCO pediu à empresa de auditoria da Tim, a Pricewaterhousecoopers, “informações acerca
dos processos licitatórios e dos
contratos firmados pela operadora italiana com as empresas
ValuePartners Management
Consulting, Between S.p.A. e
Onda Communication”.
O pedido envolve a gestão do
ex-presidente da Tim, Luca Luciani, afastado da operadora em
2012 “devido às acusações de
fraude feitas pelo Ministério Público de Milão”.
“As empresas, que prestaram
serviços de consultoria e fornecimento de modems e telefones
Dúvidas envolvem
acertos feitos com
três consultorias de
fornecimento de
modems e celulares
entre 2009 e 2012
celulares entre 2009 e 2012, são
de origem italiana e geridas por
ex-executivos da Telecom Italia”, afirma a JVCO.
O pedido foi divulgado depois que, no final de dezembro,
a acionista afirmou estar tomando providências para instaurar procedimento arbitral
na Câmara Internacional de Comércio (ICC) contra a Telecom
Italia e a TIM. A JVCO era a antiga controladora indireta da operadora Intelig, que foi comprada pela Tim em 2009.
O pagamento foi feito com
ações da Tim, na época o equivalente a cerca de 6 por cento do
capital da companhia.
Representantes da Tim não
estavam disponíveis para falar
sobre o assunto. “A JVCO, em
virtude dos fatos e das circunstâncias que motivaram a demissão de Luca Luciani, defende a
necessidade de verificação dessas contratações”, afirmou a
empresa. Desde o ano passado,
a Tim enfrenta percalços em várias frentes. ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 25
Marcela Beltrão
PÁSCOA
Produção de chocolates deve ficar estável
A crise econômica mundial, que já penalizou tantos setores,
não poderia deixar de atrapalhar uma das compras mais
realizadas pelo o impulso, a de chocolates. De acordo com
Ubiracy Fonseca, vice-presidente de Chocolate da Associação
Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim,
Balas e Derivados (Abicab), a produção de ovos de Páscoa
para este ano deve ficar estável em relação ao ano passado.
Dono da Kopenhagen
e Brasil Cacau espera
faturar R$ 760 milhões
Divulgação
Gabriela Murno
[email protected]
Publicidade
Uma das apostas do Grupo CRM
CNPJ nº 12.648.266/0001-24 - NIRE 35300384466
Ata da Assembléia Geral Extraordinária
I - Dia, Hora e Local: Aos 03/04/2012, às 15:00hs na sede da Cia., II - Convocação e Presença: A convocação foi realizada nos
termos do art. 124 § 1º inciso I da Lei nº 6404/76, estando presentes a totalidade dos acionistas; III - Mesa Diretora: Presidente:
André Luiz Oda; Secretária: Luciana Barca Freire do Nascimento; IV - Ordem do Dia: 1) Aumento do capital social e consequente
criação de novas ações ordinárias; 2) Alteração do art. 5º do Estatuto Social; 3) Consolidar o estatuto social em decorrência da
alteração acima; V - Deliberações: Iniciados os trabalhos e analisadas, discutidas e votadas as matérias constantes da ordem do
dia, por unanimidade os acionistas deliberam: 1) Aprovar o aumento de capital no valor de R$ 52.692.254,00 para ser subscrito e
integralizado mediante a conferência dos seguintes bens: 78.300.000 ações ordinárias da empresa Ambitec S.A. avaliadas em
R$ 42.637.268,00; 1.260.000 ações ordinárias da empresa Brasil Ambiental Tratamento de Resíduos S.A. avaliadas em
R$ 3.054.702; 3.000.000 de ações ordinárias da empresa Getel Transportes S.A. avaliadas em R$ 5.000.284,00; e 2.000.000 de
ações ordinárias da empresa Planeta Ambiental Atendimento a Emergência e Gerenciamento de Riscos Ambientais S.A. no valor
de R$ 2.000.000,00. Na forma da lei, os bens acima descritos foram avaliados por empresa especializada, tendo sido oferecidos
pelos acionistas Tércio Borlenghi Junior, Débora Lemos Borlenghi; Cristhianne Borlenghi Donadio e Daniela Borlenghi Iglesias
Balseiro, sendo mantida a proporção anterior entre os acionistas. Salientou o Sr. Presidente que os bens já haviam sido avaliados
por perito que havia aceitado a incumbência o qual estava de posse de seu laudo conclusivo a disposição de todos. A assembléia
ratificou a nomeação prévia da empresa especializada de perícia e aprovou o laudo sem reservas a avaliação por ele apresentada,
e cujo laudo faz parte integrante desta e vai rubricado por todos. Desta forma, foi aprovada a criação de mais 52.692.254 ações
ordinárias, com valor nominal de R$ 1,00, e consequentemente aprovado o aumento do capital em mais R$ 52.692.254,00
totalmente subscrito e integralizado conforme Boletins de Subscrição em anexo (Anexo I, II, III e IV) que caracteriza e formaliza o
ato de subscrição em apreço. 2) Diante das deliberações acima, os acionistas decidiram promover a alteração do art. 5º do estatuto
social, que passa a viger com a seguinte redação: “Art. 5º. O capital será de R$ 52.702.254,00 totalmente subscrito e integralizado,
e dividido em 52.702.254 ações ordinárias, no valor nominal de R$ 1,00, todas nominativas”3) Por fim, resolvem os acionistas ajustar
os termos do Estatuto Social da Cia., em razão das deliberações acima conforme consolidação anexa. Terminada a leitura,
o Sr. Presidente submeteu o projeto do estatuto social em anexo a apreciação dos presentes, que o aprovaram por unanimidade,
sem restrições. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso; como ninguém
solicitou a palavra, suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário para lavrar a presente ata no livro próprio. Reaberta a sessão,
procedi à leitura em voz alta e, em seguida, tendo sido aprovada, foi assinada por todos os presentes. Ass.Tércio Borlenghi Junior;
Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro, Cristhianne Borlenghi Donadio; Débora Lemos Borlenghi. A presente é cópia fiel da ata que se
acha lançada em livro próprio.SP, 03/04/2012.a) Presidente:André Luiz Oda; b) Secretária:Luciana Barca Freire do Nascimento.
Registrado na JUCESP sob o nº 540.690/12-0 em 17/12/2012. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.
Renata: “2012 foi um grande trampolim para as nossas marcas”
Brasilagro - Companhia Brasileira
de Propriedades Agrícolas
para este ano é o Big Brother
Brasil, programa da Rede Globo
em que a Chocolates Brasil Cacau anuncia. “O BBB se estende
por todo o primeiro trimestre
do ano. Nenhuma outra marca
de chocolates faz propagandas
durante todo este tempo”, ressalta a executiva.
O destaque durante o programa serão as trufas, responsá-
O Grupo CRM em números
2012
Faturamento
Lojas Kopenhagen abertas
R$ 590 milhões
100
20
19,3% superior ao de 2011
R$ 760 milhões
R$ 45 milhões
22,3% superior ao de 2012
O dobro de 2012
2013
Expectativa de faturamento
Investimentos previstos em marketing
Previsão de abertura
de lojas Chocolates Brasil Cacau
Previsão de abertura
de lojas Kopenhagen
Fonte: Empresa
160
40
Ambipar Participações e Empreendimentos S.A.
Ambipar Empreendimentos e Participações S.A.
DOCE COMO CHOCOLATE
Lojas Chocolates Brasil Cacau abertas
CNPJ nº 12.648.266/0001-24 - NIRE 35300384466
I - Dia, Hora e Local: Aos 29/11/2012, às 10:00hs na sede da Cia., SP/SP; II - Convocação e Presença: Convocados regularmente
compareceram a totalidade dos membros do conselho de administração, Sr. Tércio Borlenghi; Sr. Tércio Borlenghi Junior; Sr. Junio
Fuentes; Sr. Lourival Cattozzi; III - Mesa Diretora: Presidente: Sr.Tércio Borlenghi Junior; Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento;
IV - Ordem do Dia: Apreciar solicitação da diretoria para autorizar a realização de operação financeira/bancária para sua controlada
Ambitec S.A.;V - Deliberações: O Sr.Presidente iniciou os trabalhos agradecendo a presença de todos e esclarecendo que esta reunião
tem como objetivo apreciar a solicitação da diretoria para autorizar a realização de operação bancária/financeira no valor de
R$ 5.000.000,00 para a empresa controlada Ambitec S.A. haja visa que tanto o estatuto social desta companhia, quanto o da empresa
acima mencionada prevêem restrições a valores superiores a R$ 3.000.000,000.Assim, após esclarecimentos adicionais os conselheiros
aprovaram por unanimidade a realização da operação pela sua controlada Ambitec S.A., bem como autorizam que seus diretores
assinem o respectivo contrato com o Banco Santander S.A. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela
quisesse fazer uso;como ninguém solicitou a palavra, suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário para lavrar a presente ata.Reaberta
a sessão, procedi à leitura em voz alta e, em seguida, tendo sido aprovada, foi assinada por todos os presentes. A presente é cópia fiel
da ata que se acha lançada em livro próprio. SP, 29/11/2012. a) Presidente: Tércio Borlenghi Junior; b) Secretária: Luciana Freire Barca
Nascimento. Registrado na JUCESP em 10/12/2012 sob o nº 530.955/12-0, Secretária Geral - Gisela Simiema Ceschin.
CNPJ nº 12.648.266/0001-24 - NIRE 35300384466
Ata de Reunião do Conselho de Administração
I - Dia, Hora e Local: Aos 29/03/2012, às 10hs na sede da Cia.; II - Convocação e Presença: Convocados regularmente
compareceram a totalidade dos membros do conselho de administração Sr. Tércio Borlenghi; Sr. Tércio Borlenghi Junior;
Sr. Junio Fuentes; Sr. Lourival Cattozzi; III - Mesa Diretora: Presidente: Sr.Tércio Borlenghi Junior; Secretária: Luciana Freire Barca
Nascimento;IV - Ordem do Dia: Eleição da Diretoria para o período de 01 ano, bem como a fixação do pró-labore;V - Deliberações:
O Sr. Presidente iniciou os trabalhos agradecendo a presença de todos e esclarecendo que esta primeira reunião do conselho tem
como objetivo eleger a composição da nova Diretoria da Cia.Realizada votação foi apurado o seguinte resultado:Diretor Presidente:
Sr. André Luiz Oda, RG nº 20.841.353-4 e CPF/MF nº 163.285.948-36; Diretora Financeira a Sra. Isabel Cristina Monteiro Souza,
RG nº 28.396.538-1 SSP/SP e CPF/MF nº 142.521.498-35; Diretora Adjunta a Sra. Luciana Freire Barca Nascimento,
RG nº 20.414.301-9 SSP/SP e CPF/MF nº 126.428.758-57; o mandato terá duração de 01 ano a partir desta data e cujo mandato
se estenderá até a realização da reunião do conselho no exercício de 2013. Os diretores presentes nesta reunião declararam que
aceitam o cargo e que não estão incursos em lei ou crime que os impeçam de exercer suas atividades. Por fim foi aprovado o
pró-labore da diretoria no valor global de R$ 12.000,00 mensais a ser partilhado entre os Diretores. Nada mais havendo a tratar,
o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso; como ninguém solicitou a palavra, suspendeu os trabalhos pelo
tempo necessário para lavrar a presente ata. Reaberta a sessão, procedi à leitura em voz alta e, em seguida, tendo sido aprovada,
foi assinada por todos os presentes.A presente é cópia fiel da ata que se acha lançada em livro próprio.SP, 29/03/2012.a) Presidente:
Tércio Borlenghi Junior; b) Secretária: Luciana Freire Barca Nascimento. Registrada na JUCESP sob o nº 540.748/12-2 em
17/12/2012. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.
Grupo CRM aposta na expansão
de lojas no mercado fluminense
para bater a meta deste ano
O Grupo CRM, proprietário das
marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, aposta na expansão do número de lojas para
garantir a meta de faturamento
de R$ 760 milhões em 2013. Segundo Renata Moraes Vichi, vice-presidente do Grupo CRM e
sócia ao lado de seu pai, devem
ser abertas 160 lojas Chocolates
Brasil Cacau, marca popular, e
40 unidades Kopenhagen.
“A expansão será concentrada no Rio, que responde por
18% do nosso faturamento.
Mas São Paulo também será
prioridade”, destaca Renata. O
objetivo é chegar a 65 lojas Chocolates Brasil Cacau e 54 Kopenhagen no Rio de Janeiro.
O grupo comemora os resultados de 2012, ano em que foram inauguradas 100 unidades
da Chocolates Brasil Cacau,
que corresponde a 15% do faturamento total da marca, e 20 da
Kopenhagen. As novas lojas
contribuíram para que as marcas fechassem o ano com um faturamento de R$ 590 milhões.
“O ano de 2012 foi um grande
trampolim para as nossas marcas e esperamos continuar crescendo. A Chocolates Brasil Cacau, por exemplo, tem preços
mais em conta, mas os produtos são excelentes”, diz Renata.
Ambipar Participações e Empreendimentos S.A.
veis por 30% do faturamento damarca. “Desde o início da nossa
promoção de trufas a R$ 0,99,
aumentamos em cinco vezes a
venda. Passamos de duas milhões de trufas por mês para dez
milhões”, comemora.
Em relação à Kopenhagen,
que comemora 85 anos em
2013, Renata diz que as Nhá Bentas continuarão a ser o carrochefe da marca.
Segundo a executiva, no total
o Grupo CRM investirá este ano
cerca de R$ 45 milhões em publicidade. “Isso é mais do que o
dobro do que destinamos para a
área em 2012”, diz. Ano passado, foram R$ 21 milhões.
Renata, porém, faz mistério
sobre o lançamento de novos
produtos. “Teremos novidades
este ano, mas ainda não podemos divulgar”, comenta.
Para a Páscoa, o grupo terá 25
lançamentos na Chocolates Brasil Cacau e 19 na Kopenhagen.
“Na Brasil Cacau, focamos no
preço. Vamos vender ovos trufados a R$ 34,90, R$ 8 a menos
que a concorrência, que vende
por R$ 42,90”, explica Renata. ■
CNPJ/MF nº 07.628.528/0001-59 - NIRE 35.300.326.237 - Cia. Aberta de Capital Autorizado
Ata da 94ª Reunião do Conselho de Administração Realizada em 11/12/2012
Data, hora e local: A reunião foi realizada em 11/12/12, às 17h, na sede social da Cia., na Av. Brig. Faria Lima, 1.309, 5º and., na
Cidade de São Paulo/SP. Convocação e Presença: Tendo sido todos os membros do Conselho de Administração regularmente
convocados nos termos do Art. 19, §1º, do Estatuto Social, instalou-se a reunião com a presença dos Conselheiros que esta ata
subscrevem. Fica consignada a participação de Conselheiros via conferência telefônica e videoconferência, respectivamente,
conforme facultado no Art. 19, caput, do Estatuto Social. Mesa: Presidente: Eduardo S. Elsztain; e Secretário: Julio Cesar de
Toledo Piza Neto. Ordem do dia: Deliberar sobre a reeleição dos membros da Diretoria da Cia. Deliberações: Dando início
aos trabalhos, os membros do Conselho de Administração examinaram o item constante da ordem do dia e resolveram, por
unanimidade dos presentes e sem quaisquer ressalvas ou restrições: 1. Reeleger os atuais membros da Diretoria da Cia., todos
com mandato de 1 ano até 1ª reunião do Conselho de Administração que se realizar após a AGO que aprovar as demonstrações
nanceiras relativas ao exercício ndo em 30/6/13, na forma do Art. 24 do Estatuto Social, ou até que sejam destituídos ou
substituídos pelo Conselho de Administração, a saber: (i) Sr. Julio Cesar de Toledo Piza Neto, brasileiro, casado, engenheiro
agrônomo, RG nº 14.208.972 SSP/SP e CPF nº 157.429.868-23, para o cargo de Diretor-Presidente e de Relações com
Investidores; (ii) Sr. Gustavo Javier Lopez, argentino, casado, contador, RNE nº V479354-9 e CPF/MF nº 232.169.96808, para o cargo de Diretor Administrativo; (iii) Sr. André Guillaumon, brasileiro, casado, engenheiro agrônomo, RG nº
M-7224381 SSP/MG e CPF/MF nº 002.728.986-94, para o cargo de Diretor de Operações; e (iv) Sr. Mario Enrique Aguirre,
argentino, casado, engenheiro agrônomo, RNE nº V526207N e CPF/MF nº 232.818.118-09, para o cargo de Diretor Técnico
Agrícola, todos residentes e domiciliados na Capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. Brig. Faria
Lima, 1.309, 5º and., os quais permanecem na posse de seus respectivos cargos; havendo, ainda, 2 cargos da Diretoria
vagos para serem oportunamente preenchidos. 1.1. Fica consignado que os Diretores ora reeleitos já rmaram o Termo de
Anuência dos Administradores às regras contidas no Regulamento de Listagem do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São
Paulo - BOVESPA, e já assinaram os respectivos termos de posse no livro próprio. 1.2. Os Diretores ora reeleitos declaram,
para os ns do disposto nos §§ 1º e 2º do Art. 147 da Lei nº 6.404/76, conforme alterada, que não estão incursos em qualquer
dos impedimentos previstos em lei para o exercício da atividade mercantil e que não foram condenados à pena de suspensão
ou inabilitação temporária pela CVM, sendo elegíveis para os cargos de administração de Cia. aberta. 1.3. Os membros do
Conselho de Administração raticaram a nomeação do Sr. Gustavo Javier Lopez como pessoa física responsável pela Cia.
junto à Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, o qual exercerá tal função cumulativamente com as demais
atribuições de Diretor Administrativo. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, a ata foi lavrada, aprovada e assinada
pela totalidade dos membros do Conselho de Administração presentes à reunião e pelo Presidente e Secretário da Mesa.
Assinaturas: Presidente da Mesa: Eduardo S. Elsztain. Secretário: Julio Cesar de Toledo Piza Neto. Conselheiros: Eduardo S.
Elsztain, Alejandro G. Elsztain, Saul Zang, João de Almeida Sampaio Filho e Isaac Sutton. SP, 11/12/12. Julio Cesar de Toledo
Piza Neto - Secretário. Diretores reeleitos: Julio Cesar de Toledo Piza Neto; Gustavo Javier Lopez; André Guillaumon;
Mario Enrique Aguirre. JUCESP nº 552.685/12-4 em 28/12/12. Gisela Simiema Seschin - Secretária-Geral.
26 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
EMPRESAS
TECNOLOGIA
F-Secure anuncia novos escritórios na AL
A F-Secure, prestadora de serviços de segurança e soluções de
conteúdo em nuvem, vai abrir escritórios no Chile, Colômbia e México.
O objetivo é estabelecer parcerias com operadores nestes países.
Atualmente, a rede de parceiros da companhia é formada
por mais de 200 empresas autorizadas as quais atendem
250 milhões de clientes em todo o mundo. Fundada em 1988,
a companhia presta serviços em 40 países.
Rede de cinema avança pelo interior
Cinesystem aproveita expansão dos shopping centers para aumentar número de salas pelo Brasil
Fotos: divulgação
Gabriel Ferreira
[email protected]
O mercado brasileiro de cinemas ainda tem muito a se desenvolver. O número de complexos de cinema por habitante no Brasil está muito abaixo
do registrado em grandes consumidores de filmes, como Estados Unidos, e até mesmo em
países como o México (ver arte
ao lado). “O Brasil tem uma carência enorme de cinemas”,
afirma Marcos Barros, presidente da rede Cinesystem.
Fundada em Maringá, no interior do Paraná, a empresa viu
nessa carência uma oportunidade de bons negócios. As 79
salas da Cinesystem estão localizadas em cidades como Hortolândia (SP) e São Luís (MA).
São áreas que nem sempre estão na rota das grandes redes,
como Cinemark e UCI, mas
que, nos últimos anos têm se
beneficiado da chegada de novos shopping centers. “Acompanhamos esse movimento de
inauguração de shoppings”,
diz Barros. Atualmente, a rede
tem quatro unidades em planejamento, todas em cidades de
médio porte.
Para decidir o destino das próximas salas, a Cinesystem mantém um banco de dados atualizado com o número de cinemas
em cada município brasileiro.
Ao cruzar esses dados com o po-
Marcos Barros
Presidente da
rede Cinesystem
Cinemas
“Hoje temos um nível de
detalhamento sobre o potencial
de consumo de cada cidade
tão grande que sabemos
quanto a população gasta
com entretenimento. Isso
dá uma segurança maior
para o investimento”
FALTA TELONA
Complexos de cinema por
mil habitantes
0,12
0,04
0,01
Brasil
México
EUA
Fonte: Brasil Econômico
tencial econômico de cada lugar, a empresa traça seus alvos.
“Hoje temos um nível de detalhamento tão grande, que sabemos quanto cada população gas-
ta com entretenimento. Isso dá
uma segurança maior para o investimento”, afirma Barros.
Como a expansão dos shoppings não se restringe às cidades de médio porte, a Cinesystem consegue disputar espaços
em alguns mercados maiores,
como Rio de Janeiro e Curitiba.
Este ano, a empresa investirá
R$ 13 milhões na construção de
nove salas digitais no Rio. “Investir no estado foi uma soma
de fatores. Mas começamos em
Bangu, uma região mais pobre
que não interessava aos gigantes”, afirma Barros. Hoje, a empresa tem 5 operações localizadas no mercado fluminense.
Não é só a escolha da localização que a Cinesystem apresenta como fator que a diferencia em relação à concorrência.
“Desde o começo, tomamos a
decisão de ser um cinema supermoderno e confortável”,
diz Barros. Para isso, a empresa investiu em inovações, como a venda de ingressos para
poltronas mais espaçosas, voltadas para clientes obesos, e
de versões sem braço, para casais. Em breve, algumas salas
contarão também com cadeiras com movimentos, iguais às
dos cinemas 4D. “Nem sempre compensa montar toda
uma sala com essa estrutura,
mas colocar algumas poltronas é algo inédito, que vai
atrair muita gente.” ■
Áreas fora do radar de grandes redes são o foco da Cinesystem
Apoio do governo ajuda
na expansão dos pequenos
Linhas especiais de crédito
e aprovação do vale-cultura
servem como incentivo
O avanço de redes como a Cinesystem pelo interior tem sido
facilitado por uma postura do
governo de incentivar o aumento de opções culturais em cidades menores. Entre as iniciativas nesse sentido está a criação
de uma linha especial do BNDES, em parceria com a Ancine,
para o financiamento de novas
salas de cinema. “O investimento para se montar um cinema é
bastante alto, mas o governo
tem ajudado”, diz Marcos Barros, da Cinesystem. A empresa
conseguiu, recentemente, um financiamento de R$ 24 milhões
para a instalação de 23 salas de
cinema em quatro cidades, todas do interior.
Segundo Barros, outra política que deve trazer bons resultados para o setor é o “vale cultura”. Sancionada em dezembro,
a lei cria a possibilidade de as
empresas deduzirem o pagamento de até R$ 50 por mês para que os funcionários gastem
em iniciativas culturais, como
teatros e cinemas. ■ G.F.
BP fecha acordo de US$ 4,5 bi por vazamento
Chris Graythen/AFP
Empresa reconheceu culpa no
vazamento de petróleo no
Golfo do México, em 2010
AFP
[email protected]
BP pode sofrer novas derrotas pelo vazamento no Golfo em 2010
Um juiz americano aprovou um
acordo de US$ 4,5 bilhões no
qual a gigante do petróleo britânica BP admitiu a culpa das acusações criminais do vazamento
de petróleo no Golfo do México,
ocorrido em 2010, mas os problemas legais da companhia estão longe do fim.
Em 25 de fevereiro, a BP retornará à corte de Nova Orleans para um gigantesco julgamento
consolidando um grande número de processos remanescentes
vinculados ao pior desastre ambiental dos Estados Unidos.
A empresa ainda precisa solucionar um caso civil de multas
ambientais, que poderiam chegar ao montante de US$ 18 bilhões, se for comprovada negligência grosseira. Também está
em situação difícil por prejuízo
econômicos, incluindo o custo
da recuperação ambiental.
Em 20 de abril de 2010, a explosão da plataforma Deepwater Horizon, arrendada pela BP,
matou 11 pessoas e resultou no
vazamento de uns 4,9 milhões
de barris de petróleo nas águas
do Golfo, contaminando as
praias de cinco estados.
Em uma audiência em Nova
Orleans, o vice-presidente da
BP América, Luke Keller, se desculpou com as famílias dos mortos e outras vítimas.
“Nossa confissão de culpa dei-
xa claro que a BP compreende e
reconhece seu papel nesta tragédia. Nós pedimos desculpas — a
BP pede desculpas — a todos os
feridos e especialmente às famílias que perderam entes queridos”, afirmou Keller em um comunicado divulgado pela BP.
“A BP também lamenta os danos ao meio ambiente que resultaram do vazamento e nós nos
desculpamos com os indivíduos
e as comunidades que foram afetados”, emendou.
Conter o vazamento no poço
da BP, a 1.500 metros de profundidade em frente à costa da
Louisiana, levou 87 dias. Em novembro, a BP admitiu a culpa
em 11 acusações de homicídio
culposo, uma de obstrução criminosa do Congresso e duas violações ambientais. ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 27
ENCONTRO DE CONTAS
6%
foi a alta na base de clientes
obtida pela Oi TV em dezembro
de 2012, levando o serviço a
atingir 749 mil assinantes. No
mesmo período, o mercado teve
média de 1,4% de crescimento.
FÁBIO SUZUKI
[email protected]
Vinho da cana-de-açúcar
O empresário mineiro Luiz Otávio Pôssas Gonçalves, dono do
grupo Vale Verde, investe novamente no segmento de bebida
com a criação da Canavino, cuja produção é semelhante ao do
vinho, mas feita a partir da fermentação da cana-de-açúcar.
Com verba de R$ 1,5 milhão para colocar o produto no mercado, a expectativa com a nova marca é de vender 38 mil garrafas este ano e atingir um faturamento de R$ 3 milhões com a
bebida, cujo preço será em torno de R$ 60. “Neste momento
estamos cadastrando o Canavino nas principais redes de supermercados e dentro de dois meses a bebida estará disponível
em boa parte do país”, diz Jacqueline Pereira, gerente de marketing da Vale Verde. Se depender das habilidades de seu criador, a nova bebida fará muito sucesso no mercado. Gonçalves
é conhecido como “o alquimista de bebidas” e mantém hoje a
cachaça Vale Verde, que já foi premiada com o título de Melhor Cachaça Extra Premium pela revista Playboy. Além disso,
ele foi o criador da cerveja Kaiser, vendida na década de 80 para a Coca-Cola, e da água de coco em caixinha Kero Coco, vendida na década de 90 para a rival Pepsi. ■
GIRO RÁPIDO
➤
●
A Allianz Seguros fechou parceria com a
Ecoassist para reforçar sua atuação no
descarte de móveis e eletroeletrônicos, serviço que
atuará em três carteiras: pequenas e médias
empresas, condomínios e residências. A parceria
abrangerá diversas cidades do país e tem o objetivo
de ampliar em 20% as vendas nas três áreas.
➤
●
A fabricante de chocolates Harald e a rede de
ensino Laureate Brasil assinam hoje uma
parceria que envolverá troca de experiências,
conhecimento e pesquisas entre empresa e
instituição. O acordo oferecerá também cursos e
treinamentos para estudantes da rede de ensino.
Canavino custará
cerca de R$ 60
GMR e SportsMark anunciam fusão de olho no Brasil
Tendo o Brasil como principal mercado para os próximos anos por conta da realização dos
grandes eventos esportivos, as multinacionais americanas GMR Marketing e SportsMark
Management Group anunciaram nesta semana a fusão de suas operações. Um escritório
em São Paulo será a sede das companhias para as ações realizadas em toda a América
Latina. Mesmo com o acordo, ambas as agências manterão suas denominações no
mercado e a expectativa é que a fusão incremente os negócios das companhias em 25%.
➤
●
“Vamos realizar o maior
investimento em
marketing este ano”
André Barros
Gerente de marketing da Garoto,
sobre os R$ 200 milhões que
serão investidos em ações
publicitárias por conta do
patrocínio da Copa 2014.
Tradicional empresa de bebidas do Japão, a
Suntory passa a exportar para o mercado
brasileiro os uísques Yamazaki 12 anos e Hibiki 17
anos. Através da Tradbras, importadora exclusiva
da Suntory no país, as bebidas serão distribuídas
em pontos de venda do Rio de Janeiro e São Paulo.
Fotos: divulgação
➤
●
Após aumentar em 35% o número de
franquias em 2012, a rede Hope Lingerie
pretende abrir 50 novas unidades ao longo deste
ano, tendo como foco a expansão nas regiões Sul e
Norte do país. Atualmente, a companhia mantém
115 lojas, sendo sete delas no exterior: duas em
Portugal, duas em Israel e outras três na Argentina.
Cai lucro da Eli Lilly e Pfizer tem melhora
Marcela Beltrão
Resultados da indústria
farmacêutica refletem forte
concorrência de genéricos
Philips vende
unidade de
áudio e vídeo
A decisão marca a saída
da empresa de uma de suas
operações mais tradicionais
Ransdell Pierson
Reuters
A Eli Lilly apresentou ontem
uma queda nos resultados do
quarto trimestre, com a concorrência de medicamentos genéricos resultando em menor receita. A farmacêutica norte-americana teve lucro de US$ 827 milhões, ou 74 centavos de dólar
por ação, no quarto trimestre,
contra US$ 858 milhões, ou 77
centavos dólar por papel, um
ano antes.
Excluindo itens extraordinários, o lucro foi de 85 centavos
de dólar por ação. Analistas
previam, em média, ganho de
78 centavos de dólar. A receita caiu em cerca de 1%, para
US$ 5,96 bilhões, acima de estimativa do mercado, de US$ 5,81
bilhões.
A companhia afirmou que as
vendas em queda pela perda de
patente do medicamento Zyprexa (para esquizofrenia) foi parcialmente compensada por ganhos com vendas de outros medicamentos e de produtos para
uso veterinário.
A empresa espera que o lucro
neste ano fique entre US$ 3,82 e
US$ 3,97 por ação, excluindo
itens extraordinários, enquanto
as vendas devem ficar estáveis
ou crescer ligeiramente.
FRASE
A Philips chegou a um acordo
para vender o negócio de áudio
e vídeo à japonesa Funai Electric por ¤ 150 milhões para se focar nos segmentos mais rentáveis de eletrodomésticos, saúde
e iluminação.
A venda marca a saída da Philips de uma de suas operações
mais tradicionais. A companhia
já havia separado a unidade de
televisão ao firmar uma joint
venture com a fabricante TPV,
de Hong Kong, no início de
2012. O grupo holandês vem lutando há anos para concorrer
com fabricantes asiáticas de eletrônicos de baixo custo.
Quebra da patente do remédio Zyprexa, para esquizofrenia, prejudicou resultado da Eli Lilly
Concorrente
Já a farmacêutica Pfizer reportou um lucro para o quarto trimestre acima das expectativas,
ajudada por uma recuperação
das vendas em mercados emergentes. Mas a empresa deu uma
previsão para o lucro em 2013
abaixo da esperada por analistas de Wall Street.
A Pfizer, maior laboratório
dos Estados Unidos, disse que o
lucro trimestral quadruplicou
para US$ 6,32 bilhões, ou 86
centavos de dólar por ação,
com um ganho pela venda dos
negócios de produtos nutricionais para o grupo suíço Nestlé
por cerca de US$ 12 bilhões em
novembro. Um ano antes, o lucro tinha sido de US$ 1,44 bilhão, ou 19 centavos de dólar
por ação.
Excluindo itens extraordinários, a Pfizer teve ganho de 47
centavos de dólar por ação no
quarto trimestre. Analistas esperavam, em média, lucro de
44 centavos de dólar por ação,
de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.
As vendas globais caíram 7%,
para US$ 15,1 bilhões, atingidas
pela competição de genéricos
para seu remédio para colesterol Lipitor. A Pfizer previu lucro
por ação em 2013 de US$ 2,20 a
US$ 2,30 por ação, excluindo
itens extraordinários. ■
Prejuízo trimestral
A Philips apresentou prejuízo líquido de ¤ 355 milhões no quarto
trimestre, atribuído a provisões já
sinalizadas e encargos. A empresa alertou em dezembro que assumiria provisões de ¤ 509 milhões
para cobrir uma multa aplicada
pela União Europeia por prática
de cartel no negócio de televisores. A companhia também antecipou que os encargos de reestruturação aumentariam para ¤ 380 milhões, contra previsão anterior de
¤ 300 milhões, pela integração de
algumas operações. ■
28 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
EMPRESAS
6,6 anos
É o tempo médio de
relacionamento entre
anunciantes e agências.
Dos nove países em que o
Grupo Consultores aplicou
a pesquisa, o Brasil é o líder.
CRIATIVIDADE E MÍDIA
MSN se reposiciona e investe
em nova campanha
Carolina Marcelino
[email protected]
O MSN apresenta nova campanha publicitária assinada pela
agência Wunderman. Totalmente digital, a estratégia de comunicação apresenta o novo posicionamento da marca: “É a sua
cara. É do seu jeito”.
“O objetivo é mostrar que todo mundo tem o seu universo
particular, que vai além de qualquer padrão ou estereótipo. O
MSN entende essas diferenças,
oferecendo possibilidades personalizadas de conteúdos em diversas plataformas com parceiros
como New York Times, ESPN,
Tempo de Mulher, Estadão e Forbes”, afirmou a produtora executiva do MSN, Andrea Fornes.
A campanha contempla um
vídeo-manifesto incentivando
cada um a cultivar a própria
identidade, além de banners,
conteúdo para Facebook e
ações de mídia social alinhados
com o conceito da campanha.
As atividades de mídia social
têm como objetivo integrar a rede do usuário com o MSN para
tornar o conteúdo da plataforma ainda mais personalizado.
No visual das peças, a agên-
Magazine Luiza imita
filme de Stallone
COM A PALAVRA...
Fotos: divulgação
O lutador Anderson Silva é o novo
garoto propaganda da Magazine
Luiza. No filme, ele irá imitar
a antológica cena do lutador
Rocky Balboa, interpretado
por Sylvester Stallone, quando
ele sobe as escadas do Museu
de Arte da Filadélfia, nos Estados
Unidos. A ação é assinada
pela Etco, agência do WPP.
...ROBERTO R. PIMENTA FILHO
Dim&Canzian cria
para Coimbra
A Coimbra lançou sua nova
linha de cadeados, chamada
Color Lock. Para isso,
a agência Dim&Canzian criou
uma campanha que apresenta
situações desagradáveis que
poderiam ser evitadas com
o uso do cadeado. O plano de
mídia envolve publicidade em
revistas e jornais impressos.
cia adotou a barra pessoal (/) como ícone para reforçar a característica do MSN em fornecer
conteúdo personalizado, associando de forma simultânea assuntos que são do interesse do
visitante. “Geralmente os portais se dividem em seções específicas (/música; /moda; /esporte), mas no mundo conectado
as situações são mais complexas
e a busca dos usuários por diferentes temas ao mesmo tempo é
PARA LEMBRAR
frequente”, completou.
A criação da campanha é de
Samuel Normando e Dago Nesi,
sob direção de criação de Paulo
Sanna e Bruno Mendonça.
O portal informa que atualmente tem mais de 480 milhões de visitantes por mês.
O conteúdo diferenciado reunido no endereço virtual inclui
notícias que vão desde de decoração, e esportes até economia e
política. ■
Taterka leva conta
do McDonald’s
A Taterka Comunicações
é a responsável pela criação
de toda a comunicação visual
do McDonald’s para a
Copa do Mundo FIFA 2014.
A agência brasileira venceu
uma concorrência acirrada
com agências que atendem
a marca em todo o mundo.
NO MUNDO DIGITAL
Tim lança concurso cultural com o Multishow
A Tim traz o Blue Man Group para
o Brasil e realiza um concurso
cultural para levar consumidores
a conhecerem o trio. Os “homens
azuis” vão participar do ensaio
e do desfile do bloco carioca
de Carnaval Monobloco.
Os participantes do concurso
“Balança Geral” devem enviar um
vídeo com uma coreografia pelo
site do Multishow. A melhor
apresentação será premiada com a viagem ao Rio, para participar das
performances dos artistas no ensaio e desfile do Monobloco.
VAIVÉM
➤
●
Amostra grátis
Em 2010, quando a Rodovia dos Bandeirantes foi eleita
a melhor estrada do Brasil pelo Guia Quatro Rodas,
a CCR fez uma campanha em que uma amostra da
rodovia foi colocado dentro da revista. A assinatura
dizia: “Na remota hipótese de você não conhecer
a melhor rodovia do país, aqui vai um pedacinho”.
INACIO RAMOS
Novo diretor de Criação da Kindle
A agência Kindle anuncia
mudanças na área de
Criação este ano. O diretor
de Arte Inácio Ramos assume
como novo diretor, em
substituição a Fabio Barreto.
Inácio, que já foi supervisor de
Criação na Doctor Propaganda,
além de destacadas passagens
pela Casa da Criação e
Grupo Rai de Comunicação,
retorna à Kindle para liderar
a área criativa da agência.
O executivo se formou em
Cinema e cursou Publicidade
e Jornalismo.
Diretor da Manteiga Aviação
Como surgiu a ideia de
mudar a embalagem de um
produto tão tradicional?
Depois de quase nove décadas
com a mesma embalagem,
a Manteiga Aviação em lata
evoluiu, mas sem abrir mão da
tradição e da qualidade que a
colocaram entre as marcas
mais admiradas e importantes
do mercado brasileiro. A nova
embalagem da Manteiga
Aviação nasce com atributos
importantes: dispõe de sistema
abre-fácil em alumínio
que dispensa o abridor, vira
uma manteigueira e, como
sempre, não necessita de
refrigeração. Acredito que temos
que continuar com a tradição
do produto, mas temos que
evoluir nas embalagens
pensando na praticidade para
o consumidor brasileiro.
Haverá plano de mídia para
divulgar a nova embalagem?
Sim, haverá um extenso plano
de mídia para a divulgação,
mas estamos no processo de
planejamento, pois neste início
estamos focando a comunicação
no PDV e na comunicação trade.
O trabalho priorizou uma
comunicação bem detalhada
ao trade, explicando por que
mudou, o que mudou e,
principalmente, o que o
consumidor ganha com as
mudanças. Na sequência, vêm
as ações com materiais em
PDV e o reforço do conceito
“Nova Lata, Mesma Manteiga”,
e alguns esforços em mídia
que estão sendo planejados.
Quanto foi investido
nesta mudança?
Foram dois anos de estudos,
pesquisas e um investimento
inicial de R$ 500 mil para
chegar ao formato da nova
embalagem. Outra mudança
importante está no tamanho,
que chega apenas na versão
de 200 gramas. Isso porque,
nos últimos anos, houve uma
alteração no perfil das famílias
brasileiras, que estão cada
vez menores, e buscam
produtos que se adequem
a essa nova realidade. C.M
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 29
30 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
FINANÇAS
Editora: Léa De Luca [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
Em busca de ganho maior,
investidor aceita pagar mais
Fundos que cobram pela performance conquistam clientes em busca de algo além dos juros básicos
Murillo Constantino
Marília Almeida
COMO FUNCIONA
[email protected]
Investidores de alta renda estão
acordando para fundos sofisticados que cobram taxa de performance — mesmo que o retorno
seja incerto daqui em diante, o
risco é dividido com o gestor.
São as casas independentes,
especializados nestes produtos,
ganham espaço. Um exemplo é
a Claritas, que inclui a taxa de
performance na maioria de seus
produtos. No ano passado, seus
recursos sob gestão cresceram
13,4%, para R$ 3,7 bilhões. Um
dos destaques foram os fundos
da categoria multimercados
“Em um cenário de juros reais
negativos, se considerarmos a inflação, o investidor que quiser
um retorno melhor terá que selecionar gestores e ações que superem índices. Há um apetite cada
vez maior por isso”, diz Ernesto
Leme, diretor da área de gestão
de fortunas da gestora.
Ele cita como exemplo o retorno proporcionado pelo fundo hedge da gestora, cuja rentabilidade foi de 17,6% no ano
passado, um retorno de 210%
sobre o CDI depois de custos.
“O retorno justifica a cobrança. Iremos manter a estratégia”, aponta Leme.
O fundo multimercado da
Venturestar, que tem taxa de
performance de 20% e registrou rentabilidade líquida de
21,70% no ano passado, tem recebido aplicações diretas de
pessoas físicas através de seu
Taxa de performance é um
recurso tradicional nas
gestoras independentes
Mais comum nos fundos multimercados e
de ações, também pode ser cobrada em
alguns fundos de renda fixa com títulos de
longo prazo na carteira
O padrão do mercado é a cobrança de 20%
sobre o retorno que exceder o indexador
do fundo. Mas podem chegar a 10% ou, no
sentido oposto, a 40%
O indexador (benchmark) mais comum para
fundos de ações é o Ibovespa e para fundos
de renda fixa, CDI ou índices de inflação
A periodicidade da cobrança é semestral, e,
em geral, os fundos têm marca d´água, que
evita a cobrança dupla
Fonte: Lecca Investimentos
Leme, da Claritas: “Retorno de 210% acima do CDI do nosso fundo hedge em 2012 justifica a cobrança”
distribuidor, conta o diretor
Luis Paulo Mesquita.
“Em nove anos do fundo, é a
primeira vez que isso acontece”, diz. Os ganhos obtidos com
as taxas foram reinvestidos na
contratação de gestores com experiência na área de risco, e na
atualização de servidores.
Além de investidores individuais, o consultor da área de investimentos da Mercer, Raphael Santoro, também cita o
crescente interesse dos fundos
de pensão por estes produtos.
“A fórmula de 1,5% a 2% de
taxa de administração mais
20% de taxa de performance
tem sido aceita por quem nem
olhava o desempenho de produtos, especialmente em fundos
multimercados e imobiliários.”
Além disso, os fundos multimercados se transformaram nos
últimos anos. “Antes eram basicamente um fundo de renda fixa diferenciado. Agora, são hedge funds, com operação compra-
da e vendido em moedas”.
Entre os 70 fundos distribuídos pela Lecca Investimentos, a
maioria cobra taxa de performance de 20% sobre o retorno excedente e pertence à categoria de
multimercados e ações, mas é
possível encontrar produtos de
renda fixa com títulos de crédito
privado que têm a cobrança.
Para o gestor Georges Catalão, apesar de ainda não haver
um movimento neste sentido,
há uma tendência de gestoras
compensarem taxas de administração menores em categorias
como renda fixa com produtos
que cobram taxa de performance. “Se o gestor faz um bom trabalho, é um caminho natural”.
Santoro, da Mercer, diz que,
de fato, alguns deles já tentaram negociar isso com os fundos de pensão.
Apesar de bons retornos destes produtos com gestão ativa
nos últimos dois anos, ele alerta
para a base de comparação. “Daqui para a frente, muitos vão ter
que provar se irão continuar entregando resultados. Tudo vai fazer diferença”. ■
Fundos imobiliários batem recorde em janeiro
Estudo da Economatica mostra
que o volume diário negociado
de 98 carteiras foi de R$ 27 mi
Redação
[email protected]
A quantidade de fundos imobiliários e volume financeiro médio diário mensal atingiu o
maior patamar em janeiro de
2013, segundo estudo da Economatica divulgado ontem. A empresa acompanha todos os fun-
dos imobiliários negociados na
Bovespa — atualmente estão registrados 105, dos quais 98 tiveram pelo menos um negocio
nos últimos 12 meses. Em janeiro de 2003 o mercado contava
com somente dois fundos imobiliários; em dezembro de 2012
chegamos à marca de 98 ativos
negociados na Bovespa.
Da mesma maneira o volume
financeiro médio diário mensal
dos fundos imobiliários atingiu
o seu maior patamar no mês de
janeiro de 2013 com R$ 26,95
milhões negociados. Embora haja quase 100 fundos imobiliários
sendo negociados, somente 34
Entre os mais
líquidos, o CSHG
Recebíveis
Imobiliários é o que
apresenta o melhor
desempenho
deles tiveram mais de R$ 100
mil negociados em média no
mês de janeiro; todos os restantes fecharam janeiro com volume abaixo deste nível.
A concentração do volume financeiro está presente entre os
fundos imobiliários já que os 10
fundos com maior liquidez acumulam 71,8% do total movimentado pelos instrumentos no
mercado.
O fundo BB Progressivo II
que foi lançado em dezembro
do ano passado concentrou
30,8% do volume total negociado por todos esses fundos.
Analisando os fundos com volume médio diário superior a
R$ 100 mil no mês de janeiro, o
estudo da consultoria encontrou o Fundo CSHG Recebíveis
Imobiliários com o melhor desempenho em janeiro de 2013
até o dia 28. Os retornos são calculados efetuando o ajuste dos
proventos (dividendos, amortizações, subscrições). ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 31
Arnd Wiegmann/Reuters
ESCÂNDALO
EUA buscam no UBS ex-clientes do Wegelin
Um juiz federal autorizou o Internal Revenue Service (IRS) dos Estados
Unidos a buscar entre os clientes do UBS registros de contribuintes
norte-americanos suspeitos de esconder a sua renda em contas no
banco suíço Wegelin. Mais antigo banco privado da Suíça, o Wegelin
declarou-se culpado na corte federal de Manhattan em 3 de janeiro
por acusações de ajudar norte-americanos ricos a sonegar impostos
por meio de contas secretas e que, como consequência, iria fechar.
Caixa ganha com loteria quase
o mesmo que com fundos
Marcela Beltrão
Receita de apostas que fica com
o banco somou R$ 1,05 bilhão
em 2012; crescimento de 7,7%
BC divulga
nova lista de
pagadores de
compulsório
Instituições podem renegociar
em até 10 anos seus débitos;
prazo termina dia 31 de agosto
Ana Paula Ribeiro
[email protected]
A “fezinha” que muitos realizam quando a Mega Sena acumula rende poucos milionários,
já que a probabilidade de ganhar é ínfima — mas garante
uma bolada para a Caixa Econômica Federal, que administra as
loterias federais. Só no ano passado o banco público recebeu
R$ 1,05 bilhão por conta do elevado número de apostas, alta
de 7,7% em relação a 2011.
A título de comparação, esse
montante é similar aos R$ 1,02
bilhão que a Caixa conseguiu
com receitas de administração
de fundos de investimentos entre janeiro e setembro do ano
passado. Os dados consolidados
de 2012 serão divulgados apenas no próximo mês.
Como administradora das lotéricas, que são cerca de 12.200
em todo o Brasil, a Caixa tem direito a 10% de tudo que é arrecadado em apostas nos dez tipos
de loterias existentes. No ano
passado, essa arrecadação chegou a R$ 10,49 bilhões. Os valores arrecadados não incluem as
receitas com a prestação de serviços bancários nas lotéricas,
que atuam como correspondentes para o banco.
O vice-presidente de fundos
de governo e loterias, Fabio Cleto, afirma que a expectativa para este ano é que a arrecadação
cresça 8%. Essa projeção não inclui possíveis aumentos no valor das apostas. A decisão de elevar os preços não cabe ao banco público, e sim à Secretaria de
Assuntos Econômicos (Seae) do
Ministério da Fazenda.
O executivo não disfarça o desejo de poder aumentar o valor
das apostas. Cita o caso da Mega
Sena, cujo a última atualização
ocorrer em 2009, quando subiu
para R$ 2. “Corrigido pela inflação, o valor hoje teria que ser
R$ 2,80”, defende. Cleto acrescenta ainda que mesmo que as
apostas caiam por causa de um
reajuste no curto prazo, a consequência é ter mais prêmios acumulados, fato que costuma
atrair os jogadores.
Mas enquanto não ocorre o
reajuste, a Caixa contará com a
internet para ajudar no crescimento da arrecadação.
Atualmente, clientes do banco podem apostar na Mega Se-
Em busca de mais apostadores e receitas, Caixa planeja abrir 1.500 casas lotéricas ao ano até 2015
na. Com a ampliação do sistema, que deverá ser lançado em
meados de 2013, qualquer pessoa poderá fazer a aposta virtualmente e realizar o pagamento em diferentes meios (cartão
BILHETE
BILIONÁRIO
Distribuição
da arrecadação
das loterias
TOTAL ARRECADADO, EM R$ BILHÕES
2011
9,74
2012
10,49
CRESCIMENTO
7,70%
DISTRIBUIÇÃO, EM R$ BILHÕES
Repasses
4,89
Prêmios
3,50
Custeio
(Caixa e lotéricas)
2,10
PARA ONDE VÃO OS REPASSES,
EM R$ MILHÕES
Esporte
Educação
Cultura
Segurança
Seguridade e outros
Receita Federal
707,12
936,13
293,42
315,14
1.766,21
874,31
de débito, boleto bancário e outros). “Acredito que em até 12
meses após o lançamento, é possível que as apostas virtuais representem 5% do total”, prevê
o executivo.
A Caixa ainda planeja o lançamento de uma nova loteria especial, a Lotomania da Páscoa, de
um novo produto, no segundo
semestre, e estruturação de outros. “Devemos estudar mais
apostas esportivas, por exemplo”, afirmou Cleto.
Das loterias existentes no Brasil, apenas a Loteca está vinculada a resultado de jogos. “Queremos trazer opções que são mais
adequadas ao perfil do brasileiro”, disse ontem em São Paulo.
A estimativa da Caixa é que o
brasileiro aposte em loterias
cerca de US$ 24 ao ano. Esse valor está abaixo dos US$ 240 da
Argentina e dos quase US$ 700
de Grécia e Espanha. Essa diferença, segundo Cleto, mostra
que é possível conquistar mais
apostadores. No entanto, diz
que não é possível fazer uma
comparação precisa com outros países uma vez que no Brasil não é permitido jogos de
azar. “O que se nota é a busca
por modalidades mais dinâmicas”, explicou,
Expandir o número de casas
lotéricas também deve contribuir para o crescimento das receitas e elevação do volume de
apostas per capita. Hoje, são cerca de 12.200 lotéricas em todo
país o que significa um ponto para pouco mais de 15 mil habitantes. O plano da Caixa é abrir
1.500 ao ano até o final de 2015.
Balanço
Do total arrecadado com as loterias no ano passado, R$ 3,5 bilhões foram destinados ao pagamento de apostas. A maior foi
paga com o prêmio principal da
Mega Sena da Virada, que chegou a R$ 244,77 milhões.
No entanto, a maior parcela
da arrecadação foi para os diversos projetos sociais que possuem as apostas como fonte de
receitas. Os repasses somaram
R$ 4,89 bilhões, incremento de
8,33% em relação a 2011.
Um dos maiores repasses foi
para a educação, R$ 936,1 milhões. Desse total, R$ 198 milhões vieram de repasses de prêmios prescritos — que não são
reclamados pelos ganhadores
no prazo de 90 dias. Incentivo
ao esporte, com repasses ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB),
seguridade e segurança também recebem recursos provenientes das loterias.
Já os lotéricos ficam com 9%
do valor arrecadado. O 1% restante é destinado a um fundo de
comunicação e marketing.
Por regiões, São Paulo foi o estado responsável pelo maior volume de apostas, R$ 3,40 bilhões, seguindo por Minas Gerais, com R$ 1,14 bilhão e Rio de
Janeiro, com R$ 1,03 bilhão. ■
O Banco Central publicou ontem no Diário Oficial da União
(DOU) a nova relação de instituições financeiras que fazem o
recolhimento compulsório sobre recursos à vista. Os nomes
das instituições estão na CartaCircular 3.584.
No primeiro grupo estão instituições como o Bradesco,
Itáu, Banco do Brasil, Banco da
China Brasil e o Banco de La Nación Argentina.
No segundo grupo estão Banco Cacique, Caixa Geral de Depósitos (CGD) Brasil, Credit Agricole Brasil, Credit Suisse (Brasil) e Banco da Amazônia.
Até 31 de agosto deste ano, o
devedor poderá renegociar, em
até dez anos, o montante consolidado de seus débitos com os
descontos, segundo dados da autoridade monetária. ■
Dívida
superou
R$ 2 trilhões
em 2012
Estes são números prévios,
relatório completo será
divulgado amanhã pelo Tesouro
A Dívida Pública Federal (DPF)
encerrou 2012 superando R$ 2
trilhões. Segundo números preliminares do Tesouro Nacional,
a DPF atingiu R$ 2,008 trilhões
em dezembro, contra R$ 1,965
trilhão em novembro.
Em relação a 2011, o estoque
cresceu 11,5%. O que contribuiu para a alta foram as ajudas
aos bancos oficiais com injeção
de títulos federais. Em 2012, os
aportes nos bancos públicos somaram R$ 76,1 bilhões. As instituições recebem papéis do governo e os revendem no mercado conforme a necessidade.
O maior beneficiado foi o BNDES, que recebeu R$ 55 bilhões
— R$ 10 bilhões em janeiro, R$
10 bilhões em junho, R$ 20 bilhões em setembro e R$ 15 bilhões no mês passado. A Caixa
recebeu R$ 13 bilhões em setembro, e o Banco do Brasil, R$ 8,1
bilhões. ■ ABr
32 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Paulo Fridman/Bloomberg
FINANÇAS
RATING
Emissão de subsidiária da JBS ganha BBA Fitch atribuiu o Rating Internacional “BB-“ à proposta de emissão
de notas seniores sem garantia, de uma subsidiária da JBS.
Os papéis terão vencimento em 2023. As notas serão emitidas
pela ESAL GmbH, subsidiária integral da JBS, sediada na Áustria,
e incondicionalmente garantidas pela JBS e pela JBS Hungary
Holdings Kft. O capital levantado com a operação deve ser
aportado para refinanciar dívidas de prazo mais curto.
Dólar fica abaixo de R$ 2 e mercado
prevê que cotação pode ir a R$ 1,95
Para especialistas, divisa pode chegar a este preço já que o BC planeja usar o câmbio para controlar inflação
Marcello Casal Jr.
Lucas Bombana e Reuters
Evandro Monteiro
[email protected]
O dólar caiu abaixo de R$ 2,00
ontem na menor cotação dos últimos oito meses, rompendo o
piso da banda cambial informal
que, na visão do mercado, havia sido imposta pelo Banco
Central. A moeda americana recuou 0,83%, para R$ 1,984 na
venda, a menor cotação desde
28 de maio, quando ficou em R$
1,983 Na véspera, caiu 1,5%.
“Estamos bastante à mercê
das decisões deles (equipe econômica). Ninguém acreditava
que ia chegar abaixo de R$
2,00, nem o mais otimista”, diz
Glauber Romano, operador da
Intercam Corretora.
Para analistas, a queda do dólar é um sinal de que preocupações com a inflação começam a
superar a promessa do governo
de estimular as exportações,
embora uma fonte do Ministério da Fazenda tenha afirmado à
Reuters que a equipe econômica está mais preocupada com a
promoção de investimentos.
“A inflação mais alta está trazendo preocupações”, disseram
os analistas do Itaú Unibanco
em relatório. “Uma taxa de câmbio menos depreciada deve ajudar a reduzir as pressões inflacionárias no curto prazo.”
Eles ponderaram, no entan-
Sidnei Nehme
Diretor da NGO
“Volatilidade vai impor
intervenções contínuas da
autoridade por meio de leilões
para equilibrar a liquidez”
RUMO A R$ 1,95
Comportamento do dólar nos
últimos oito meses, em R$ /US$
2,125
2,050
1,985
1,975
1,983
1,900
28/MAI/12
29/JAN/12
Fonte: CMA
to, que a política cambial brasileira também tem se focado na
promoção do crescimento econômico. “O nível desejado para
a taxa de câmbio é um equilíbrio entre esses dois objetivos.”
Durante a maior parte do ano
passado, o BC interveio no mercado cambial para impulsionar
as cotações e beneficiar os exportadores, que têm a maior
parte de seus custos em reais e
receitas em moeda estrangeira.
Inicialmente, o Banco Central impôs ao mercado uma banda informal de R$ 2,0 a R$ 2,10
por dólar. No entanto, quando
as pressões inflacionárias aumentaram no final do ano passado, o teto da banda foi reduzido
para R$ 2,05.
Analistas agora acreditam
que o BC quer manter o dólar
em torno de R$ 2 reais, permitindo que ele caia abaixo desse
nível se necessário para reduzir
o custo de produtos importados, de forma a ajudar no combate à inflação.
Para Sidnei Nehme, diretor
da NGO Corretora, o momento
atual ainda permite a administração por parte do BC forçando
a apreciação do real. “Mas nos
parece inevitável que as forças
naturais do mercado, como o debacle (queda) do fluxo cambial,
irão determinar reação opositora a este comportamento da au-
Quebra da banda: BC, de Tombini, estaria preocupado com inflação
toridade, razão pela qual não há
como considerar-se sustentável em perspectiva o preço da
moeda americana atual”, diz
em relatório.
Nehme acredita que neste semestre a volatilidade imporá intervenções contínuas da autoridade monetária, que será pressionada a ofertar moeda estrangeira efetiva, através leilões de
venda no mercado a vista para
equilibrar a liquidez.
“2013, embora somente no
início, se configura com uma
complexidade imprevista para
o Brasil com o aquecimento consistente da inflação, e, isto pode
nos colocar mais próximo de
2012 do que a recuperação almejada por todos”.
“Nós achamos que o dólar
possa cair até R$ 1,95 ou R$ 1,90
com o Banco Central planejando usar o câmbio para controlar
as expectativas de inflação”,
apostam os analistas do Citibank em relatório. ■
“Ajuda a bancos públicos foi essencial em 2012”
Capitalização do BB, BNDES e
Caixa ajudaram a derrubar
juros, diz secretário do Tesouro
Apesar de ter tido impacto no
endividamento do governo, as
emissões de títulos para ajudar
os bancos públicos foram necessárias para estimular a economia, disse ontem o secretário
do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, ao capitalizarem as instituições financeiras, os aportes melhoram a concessão de crédito na economia e
contribuem para manter os juros baixos.
Em dezembro, a Dívida Pública Federal ultrapassou, pela primeira vez, a barreira de R$ 2 trilhões, encerrando 2012 em R$
2,008 trilhões. Um dos princi-
pais fatores que impulsionaram
a alta foi a emissão de R$ 76,1 bilhões em títulos públicos que foram repassados aos bancos. Desse total, R$ 55 bilhões foram ao
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 13 bilhões para a Caixa
Econômica Federal e R$ 8,1 bilhões para o Banco do Brasil. As
instituições vendem os papéis
no mercado conforme a necessidade de ampliar o capital para
empréstimos.
No caso do Banco do Brasil e
da Caixa, os recursos foram usados para reforçar o capital mínimo necessário para que as instituições emprestem dinheiro
com segurança. Os títulos repassados ao BNDES financiaram a
ampliação dos empréstimos do
banco de fomento, principalSelic (juros básicos da economente das linhas do Programa
mia) e do custo da dívida braside Sustentação do Investimenleira”, disse o secretário, acresto (PSI). Para Augustin, os benecentando que as medidas trafícios das ajudas ao BNDES comzem economia de recursos.
pensam o aumento da dívida
Sem mencionar números, o
bruta do governo.
secretário do Tesou“Cada centavo paCada centavo ro disse que o prinra o BNDES signififator para o
para o BNDES cipal
ca investimento. As
crescimento da dívisignifica
empresas pegam o
da bruta do goverdinheiro emprestainvestimento, no foi o aumento
do e a capacidade
reservas intere compensa o das
da indústria aumennacionais, não as
gasto
ta. Isso impede que,
ajudas aos bancos
em momentos de exoficiais. Para evitar
pansão da economia, a inflação
que a entrada de dólares no país
cresça. Se não tivéssemos emprovoque inflação, o BC vende
prestado ao BNDES, a cada motítulos para recolher o excesso
mento em que o Brasil crescesde dinheiro em circulação na
se, haveria pressão inflacionáeconomia, o que aumenta o enria que implicaria aumento da
dividamento público.
Se for considerada apenas a
dívida líquida, que registra não
apenas o que o governo deve,
mas também o que tem a receber, o secretário disse que o endividamento do setor público
está em queda, caindo de 62%
do Produto Interno Bruto (PIB)
em 2002 para 35% neste ano.
Por se tratarem de empréstimos
entre setores do próprio governo, as ajudas aos bancos públicos não impactam a dívida líquida, mas resultam em crescimento da dívida bruta do governo.
O secretário confirmou que o
governo fará, nas próximas semanas, uma emissão de títulos
públicos no exterior. O último
ocorreu em setembro, quando o
Tesouro captou US$ 1,350 bilhão por dez anos. ■ ABr
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 33
Divulgação
DESINVESTIMENTO
Fundo VNT reduz participação na Vanguarda
A Vanguarda Agro comunicou ontem que o Fundo de Investimento
Multimercado Crédito Privado VNT, de Otaviano Olavo Pivetta,
reduziu participação na companhia. Após alienações realizadas
desde dezembro de 2012, que totalizaram 129,7 milhões de ações,
a participação do fundo passou a ser 22,43% no capital social
da empresa. Além disso, a conclusão do aumento de capital da
Vanguarda Agro também influenciou no ajuste de participação.
BOLSAS
Ibovespa registra
ganho de 0,63%
Puxada pelo setor siderúrgico,
índice acionário vai a 60.406
pontos; Usiminas sobe 2,61%
Marcelo Ribeiro
[email protected]
Após desempenho fraco do Ibovespa na primeira sessão da semana, o índice se recuperou e
fechou com alta ontem, sustentado pelas ações das principais
empresas do setor siderúrgico.
O Ibovespa fechou com avanço de 0,63%, aos 60.406 pontos, com giro financeiro de R$
6,93 bilhões.
O destaque entre as siderúrgicas foi a Usiminas, que teve
os seus papéis liderando entre
as maiores altas do índice durante boa parte do dia. Após
seis quedas consecutivas, a
ação da empresa subiu fortemente e contribuiu para que a
ponta compradora prevalecesse na bolsa brasileira.
“Depois de tantos recuos, o
ativo da Usiminas pode ter iniciado uma sequência de altas.
Mesmo com o bom desempenho neste pregão, o papel
USIM5 acumula perda de 17%
em 2013. A retomada do papel
influenciou as demais siderúrgicas”, explica Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.
Enquanto a ação da Usiminas (USIM5) avançou 2,61%, o
papel da CSN (CSNA3) fechou
com alta de 2,27%.
Além disso, Galdi destaca a
recuperação da Vale no final do
pregão. O noticiário trouxe informações pouco favoráveis para a companhia, mas o movimento comprador prevaleceu.
A ação preferencial da empresa
(VALE5) subiu 1,17%.
Outro destaque do dia ficou
com as ações da Braskem
(BRKM3), que lideraram os ganhos, com avanço de 6,31%.
Em NY o dia também
foi positivo. Dow
Jones subiu 0,63%,
o S&P 500 avançou
0,61% e o Nasdaq
teve alta de 0,08%
Em segundo lugar no ranking
figuram os papéis da Gol (GOLL4), que subiram 4,31%.
Do lado negativo, os papéis
da Suzano (SUZB5) recuaram
3,84%, seguidos pelas ações da
Vanguarda Agro (VAGR3), que
tiveram queda de 2,27 %.
Entre as notícias, destaque
para o fato de o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estar disposto a ajudar a CSN a comprar a
CSA. Como a CSN é sua concorrente, Galdi explica que a Vale
não estaria contente com a postura do BNDES, que é seu parceiro em muitas operações.
Mercado externo
Nos Estados Unidos, a ausência
de informações ditou a volatilidade que caracterizou os índices de Wall Street ao longo da
sessão. Os dados mistos contribuíram para o movimento. Neste sentido, o índice Dow Jones
subiu 0,63%, o S&P 500 avançou 0,61% e o referencial de
tecnologia Nasdaq teve alta de
0,08%.
A confiança do consumidor
dos Estados Unidos recuou para 58,6 pontos em janeiro, contra 66,7 pontos último ano de
2012. Já os preços dos imóveis
americanos subiram 5,5% em
novembro.
“O movimento discreto acontece em função da agenda bastante relevante dos próximos
dias, quando o movimento deve ser mais expressivo. Vale lembrar que amanhã será divulgado o ADP, que avalia o número
de postos de trabalho no setor
privado, e na sexta-feira, o
payroll, que aponta o número
de empregos gerados pela economia americana”, diz Galdi.
Na Europa, o CAC 40, de Paris, teve acréscimo de 0,13%; o
DAX, da Alemanha, ganhou
0,20%; e o FTSE 100, de Londres, cresceu 0,71%. ■
COMMODITIES
Otimismo eleva preço do
petróleo em mais de 1%
O WTI para março ganhou 1,17%
a US$ 97,57 com investidor
esperando maior demanda
Os preços do petróleo fecharam em alta ontem em Nova
York, impulsionado pelo otimismo maior dos investidores
sobre a demanda pela commodity e um dólar em queda.
O barril do tipo WTI com
vencimento em março ganhou
1,17% a US$ 97,57, depois de subir durante o dia para US$
97,82, nível mais alto desde 17
de setembro.
Em Londres, os contratos
com entrega em março subi-
ram 0,64% a US$ 114,21.
Como em outros mercados
de commodities brutas o petróleo evoluiu “de acordo com os
mercados de capital (...) que parecem destinados para níveis
recordes”, superando máximos atingidos antes da crise financeira de 2008, diz Robert
Yawger, da Mizuho Securities.
Depois de passar a US$ 97,
os preços subiram, apesar de
uma queda na confiança do
consumidor nos Estados Unidos, afirma o analista.
Um dólar fraco favorece a
compra de ativos mais arriscados por parte de investidores.
Especialistas aguardam o resultado da reunião do Comitê
de Política Monetária (FomC,
na sigla em inglês) do Federal
Reserve (Fed, banco central
americano), que começou ontem e termina hoje, para ver se
haverá mudanças na política
monetária dos EUA.
No mês passado, o banco
central americano decidiu compras de ativos de US$ 85 bilhões por mês, até nova ordem, e vinculou a evolução da
sua taxa de referência próximo
de zero para quatro anos, com
o desemprego e a economia ainda enfraquecida. ■ AFP
Ambipar Participações e Empreendimentos S.A.
CNPJ Em Constituição
Aos 26/08/10, às 18:00hs, na Av.Paulista nº 2421, SP/SP, presentes todos os fundadores e subscritores do capital social da Ambipar
Participações e Empreendimentos S/A, em organização, nomeados e qualificados no boletim de subscrição anexo à presente ata e
da qual faz parte integrante, reunidos sem convocação pela imprensa, nos termos do § 4º do art.124 da Lei nº 6.404/76, realizou-se a
assembleia geral de constituição da citada sociedade anônima.Por aclamação, presidiu os trabalhos o fundador, Sr.Tércio Borlenghi
Junior, tendo eu, Sra. Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro, servido como Secretária. Após cientificar os presentes a propósito das
etapas e dos objetivos da assembleia, o Sr. Presidente inicialmente salientou que o capital social havia sido inteiramente subscrito,
consoante boletim de subscrição firmado nesta data.Prosseguindo, salientou o Sr.Presidente que, a importância referente a 10% do
capital subscrito em dinheiro ou seja, a importância de R$ 1.000,00 havia sido depositado no Banco do Brasil, conforme incluso
comprovante de depósito. Os restantes 90% serão integralizados dentro do prazo de 90 dias a contar da data desta assembleia.
Na sequência, o Sr. Presidente submeteu à apreciação dos subscritores o projeto do estatuto social em anexo destinado a reger a
vida da sociedade. Finda a leitura do estatuto, o Sr. Presidente submeteu-o à discussão e votação, verificando-se a sua unânime
aprovação. Passou-se a seguir à eleição da primeira Diretoria da Sociedade, verificando-se o seguinte resultado unânime: Diretor
Presidente Sr. Tércio Borlenghi Junior, RG nº 9834578-3 SSP/SP e CPF/MF nº 101.544.328-14. O diretor presente na assembleia
declarou que aceita o cargo e que não está incurso em lei ou crime que o impeça de exercer suas atividades.A Assembleia estipulou a
verba honorária anual global de R$ 48.000,00. A Assembleia decidiu que a sede social da Sociedade será na Av. Paulista nº 2421,
11º andar, BelaVista, SP/SP, e que o primeiro exercício social encerrar-se-á em 31/12/2010.Cumpridas assim todas as formalidades
legais necessárias, o Sr. Presidente deu por definitivamente constituída a Ambipar Participações e Empreendimentos S/A,
franqueando a palavra para quaisquer outros esclarecimentos. Como ninguém se manifestasse, foi a assembleia declarada
encerrada, lavrando-se a presente ata que, lida e achada conforme, vai devidamente assinada por todos os subscritores presentes.
Presidente da sessão - Tércio Borlenghi Junior; Secretária da sessão: Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro. Subscritores: 1) Tércio
Borlenghi Junior; 2) Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro; 3) Débora Lemos Borlenghi; 4) Christiane Borlenghi Donadio. Estatuto
Social - Ambipar Participações e Empreendimentos S/A. - Capítulo I - Denominação, Sede, Foro, Objeto Social e Prazo de
Duração - Art. 1º - A Companhia denomina-se Ambipar Participações e Empreendimentos S.A., e será regida pelo presente
Estatuto Social e pela legislação aplicável às Sociedades Anônimas. Art. 2º - A Cia. tem sede, administração e foro jurídico no
município de SP/SP. § Único - A sociedade por deliberação da Diretoria poderá criar e extinguir filiais em qualquer parte do território
nacional.Art. 3º - Os objetos sociais da Companhia são:a) gestão de participações societárias (Holdings);b) participação em outras
sociedades como sócia ou acionista; c) administração e gerenciamento de bens próprios ou de terceiros. Art. 4º - A sociedade tem
prazo indeterminado de duração. Capítulo II - Capital e Ações - Art. 5º - O capital será de R$ 10.000,00 totalmente subscrito e
integralizado, e dividido em 10.000 ações ordinárias, no valor nominal de R$ 1,00 real, todas nominativas.§ 1º - Nos termos do art.166
da Lei 6.404/76, o capital social poderá ser aumentado, sempre que a assembleia geral o julgue conveniente, e da seguinte forma:
a) pela emissão de novas ações, subscritas mediante pagamento;b) pelo aumento do valor nominal das ações existentes, resultante
quer da incorporação de bens, quer pela aplicação das reservas, quer ainda por quaisquer outros meios, a juízo da assembleia geral.
§ 2º - As ações, ou eventualmente suas cautelas representativas serão assinadas por no mínimo 02 diretores. Art. 6º - Cada ação
dará direito a um voto nas deliberações sociais. Art. 7º - As ações serão indivisíveis perante a sociedade, que não lhes reconhecerá
mais de um proprietário para cada unidade.Capítulo III - Da Administração da Sociedade: Art. 8º - A sociedade será administrada
por uma Diretoria, eleita em Assembleia Geral de Acionistas, acionistas ou não, sendo um Diretor-Presidente, escolhido pela
Assembleia para essa função, e os demais Diretores, em cargos a serem distribuídos em Ata de Reunião de Diretoria; todos serão
residentes no país, sendo o seu mandato fixado em dois anos, os quais terminarão sempre na AGO, podendo ser reeleitos.§ 1° - São
atribuições do Diretor-Presidente, ou um procurador: a) Firmar todos os documentos que resultem em responsabilidade para a
sociedade, tais como: abertura, encerramento e movimentação de contas bancárias, endosso de títulos, admissão ou demissão de
funcionários; b) A contratação de empréstimos de quaisquer espécies, bem como a constituição de qualquer tipo de ônus nos bens
da Cia.; c) A assunção de obrigações que importem à venda, compra, locação, transferência onerosa ou gratuita, de quaisquer bens
móveis do ativo fixo; d) Delegar, no todo ou em parte, seus poderes para um dos outros diretores, por tempo determinado e para fins
específicos.§ 2° - No caso de vaga na Diretoria, durante o prazo de gestão, o cargo vago será preenchido por escolha e nomeação do
Diretor-Presidente, para atuar até a primeira Assembleia Geral de Acionistas, a qual caberá ratificar o escolhido ou eleger outro, para
que se complete a gestão da Diretoria em exercício. § 3° - Ficando vago o cargo de Diretor-Presidente, será convocada Assembleia
Geral imediata para nova escolha.§ 4° - Qualquer diretor poderá ser destituído a qualquer tempo pela Assembleia Geral, convocada
e instalada regularmente.§ 5° - As procurações serão outorgadas pelo Diretor Presidente.Art.9º - Compete todavia à Diretoria, após
deliberação coletiva, representada conjuntamente pelo Diretor Presidente: a) participar de licitações públicas em repartições
públicas, sociedades de economia mista, autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos, para compra ou
venda, observadas as cláusulas restritivas previstas no presente estatuto; b) representar a sociedade perante repartições públicas,
sociedades de economia mista, autarquias, empresas públicas e concessionárias de serviços públicos; em atos que importem em
obrigações pecuniárias para a sociedade;no cumprimento de obrigações tributárias, para-fiscais e trabalhistas;e na preservação de
direitos da sociedade em processos administrativos. Capítulo IV - Das Assembleias Gerais - Art. 10º - As Assembleias Gerais
serão convocadas pela Diretoria, pelo Conselho Fiscal, se instalado, ou por acionistas nos casos previstos em lei. As deliberações
serão tomadas observado o “quorum” mínimo da maioria absoluta, salvo disposição legal não derrogável em sentido contrário.
Art. 11º - Anualmente nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social a AGO reunir-se-á para as finalidades
previstas em lei.A AGE reúne-se sempre que o interesse da sociedade assim o exigir.Art.12º - As Assembleias dos Acionistas serão
presididas por qualquer Diretor aclamado. Capítulo V - Do Conselho Fiscal - Art. 13º - A sociedade terá um Conselho Fiscal
composto de 3 membros efetivos e suplentes em igual número, instalando-se apenas nos exercícios em que seu funcionamento
for pedido por acionistas na forma e condições previstas em lei. Capítulo VI - Exercício Social e Destinação dos Lucros Art.14º - O exercício social coincidirá com o ano civil, terminando a 31 de dezembro de cada ano, quando será levantado o respectivo
balanço e as demonstrações financeiras determinadas por lei.Art. 15º - Do lucro líquido apurado na Demonstração de Resultado do
Exercício, e defende pelo art. 191 da Lei nº 6.404/76, será elaborada a proposta de destinação a lhe ser dada, aplicando-se
compulsoriamente 5%, para constituição do fundo de reserva legal, destinado a assegurar a integridade do capital social, até o limite
de 20% do mesmo, observando-se o disposto no Capítulo XVI da Lei nº 6.404/76. Capítulo VII - Disposições Finais - Art. 16 A companhia entrará em liquidação nos casos previstos em lei, competindo a Assembleia Geral determinar o modo de liquidação,
nomear o liquidante, e eleger o Conselho Fiscal que deva funcionar neste período. Art. 17 - Nos termos do parágrafo 3º art. 109 da
Lei nº 6.404/76 fica estabelecido que as divergências entre acionistas e companhia, entre controladores e minoritários, deverão ser
dirimidas por arbitragem, indicando a Câmara de Arbitragem Empresarial de São Paulo, sediada na JUCESP na Av. Barra Funda
nº 930, 3º andar, São Paulo, Capital, para fins do art. 5º da Lei nº 9.307/96, ou na sua falta, indicarão as partes um árbitro cada,
que elegerão um terceiro para os casos de empate, ficando certo que eles seguirão o rito atualmente em vigor do referido tribunal
arbitral. SP, 26/08/2010. Presidente da sessão: Tércio Borlenghi Junior; Secretária da sessão: Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro.
Subscritores: 1) Tércio Borlenghi Junior; 2) Daniela Borlenghi Iglesias Balseiro; 3) Débora Lemos Borlenghi; 4) Christiane Borlenghi
Donadio. Registro na JUCESP/NIRE nº 35300384466 em 23/09/2010. Protocolo nº 0.841.993/10-5 em 23/09/2010. Kátia Regina
Bueno de Godoy - Secretária Geral.
34 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
FINANÇAS
DANIEL RESENDE
Advogado e diretor do site
www.comparacaodefundos.com.br
ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4)
36,4 36,400001
O fundo que perdia
dinheiro todos os dias
(Fechamento em R$)
36,28
Resistência
34,75
34,51
0
34,3 34,300000
34,25
Suporte
Stop
0
32,2 32,200000
EUCATEX
XP recomenda substiuir ações
da Duratex pelas da empresa
por estarem com desconto
30,25
0
30,1 30,100000
28,0
28,000000
00000
28/SET 9/OUT
07/NOV
07/DEZ
8/JAN
29 JAN
Fontes: Igor Graminhani, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
Itaú Unibanco está em ponto de compra
Ao registrar bom desempenho desde outubro de 2012, o papel do
Itaú Unibanco (ITUB4) tem recomendação de compra. Segundo Igor
Graminhani, analista gráfico da Win Trade, a ação vem operando
dentro de um canal de alta desde 23 de outubro do ano passado e,
desde então, o movimento comprador prevalece. “Graficamente,
observamos que o papel da instituição financeira encostou na linha
de tendência de alta (LTA) pela terceira vez desde outubro. Esse
movimento reforça que a ação deve ser comprada pelos agentes”.
A ação, cotada a R$ 34,75 ao final do pregão de ontem, tem o stop
fixado em R$ 34,25. Nesse tipo de compra o risco é menor, já que
há um espaço muito curto entre a cotação atual e o stop. O suporte
(patamar que, se perdido, aponta para uma chance de queda em
sequência) do papel está em R$ 34,51. Mesmo com margem
pequena, Graminhani explica que a ação apenas perderia a força e
entraria em movimento de venda se ultrapassasse os R$ 34,30, que
configura o suporte da LTA. “Se a ação continuar respeitando esse
valor, o investidor ainda deve comprar”. A resistência (ponto que,
se superado, indica a possibilidade de continuidade de movimento
de alta) foi estabelecida em R$ 36,28. Caso este objetivo seja
superado, o papel pode buscar os R$ 37,10, que além de ser o
2º objetivo, é a linha de resistência do canal. Diante da tendência
de alta do papel, Graminhani apontou também um terceiro objetivo
em R$ 38,07, caso este último seja superado. Marcelo Ribeiro
INÍCIO DE COBERTURA
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
Citi indica
compra da
ação da OSX
Palestras
gratuitas em
SP e no Rio
Em relatório, a XP Investimentos
diz que as ações da Eucatex são
oportunidade de exposição ao
setor de materiais de construção,
com desconto sobre outra do
setor, a Duratex. “A Eucatex
apresenta bons fundamentos e
opera num setor com pouca
diferenciação de produtos e com
baixas margens”, afirma a equipe
de análise da XP coordenada por
William Castro Alves. “Neste
cenário, vemos o valuation
relativo como um fator de grande
importância. Ainda nesse sentido,
a Eucatex esta demasiadamente
descontada dentro do setor”,
afirmam os especialistas que
recomendam a substituição das
ações da Duratex pelas da
Eucatex. “Especialmente para
investidores aos quais o fator
liquidez assume menor
importância.” Ainda segundo o
relatório, a migração para o Novo
Mercado é o evento mais recente
e marcante para a empresa e
deve gerar mais confiança,
transparência e aumentar a
liquidez das ações da empresa.
O processo todo devera ocorrer
até dia 15 de abril. Ontem, as
ações da empresa fecharam
com queda de 0,12% negociadas
a R$ 8,29 na BM&FBovespa.
TWITTADAS
“Lembre-se: para ficar rico,
não importa o quanto você
ganha, mas sim o que guarda
e investe todo santo mês”
@bovespabrokers,
perfil de investidores
A Citi Corretora iniciou a cobertura de OSX ( OSXB3), com recomendação de “compra” para as
ações. Os analistas ressaltam
que o investimento é de alto risco. Segundo os analistas Pedro
Medeiros e Fernando Valle, o
preço atual da ação é atrativo, já
que a carteira de pedidos da empresa deve crescer na medida
em que a companhia receber pedidos de equipamentos offshore
neste ano. Em relatório, eles atribuem preço-alvo de R$ 13,50 para os papéis, com potencial de
chegar a R$ 22,50. ■
A Brasil Plural e a Geração Futuro promovem palestras para
mostrar como funcionam os
fundos imobiliários e quais são
as vantagens desse tipo de investimento. Os eventos acontecem em São Paulo hoje e amanhã e no dia 5 de fevereiro no
Rio de Janeiro. A entrada é franca, mas as vagas são limitadas.
Para participar, basta confirmar presença pelo e-mail [email protected] ou
pelo telefone 11-2137-8888. No
Rio, [email protected] e telefone 21-2169-9999. ■
“A mesada não deve ser
interpretada como prêmio
por boa educação. Ela
também não é recompensa
por serviços prestados”
@gcerbasi,
Gustavo Cerbasi, educador financeiro
“O PIB do Japão e da
Europa em 2012 ainda foi
menor do que em 2007
e nos EUA, só 2% maior.
No Brasil, 18% maior”
@Ricamconsult,
Ricardo Amorim, economista
Imagine que todos os dias você acorda, se arruma e vai
trabalhar. Ao chegar no trabalho você liga o computador para medir quanto dinheiro você vai perder no dia.
Ao final de um dia de trabalho, computam-se as perdas
e você volta para casa com a certeza de um trabalho
bem feito, ainda que com fortes sintomas de depressão.
Essa era a vida de Nicholas Nassim Taleb e obviamente
ele não fazia isso simplesmente para perder dinheiro.
Há uma teoria muito sólida por trás dos investimentos
do fundo que ele geria, o Empirica.
O Empirica inverteu a psicologia tradicional de investimento. Enquanto os demais investidores buscam
chances razoáveis de ganhar um pouco todos os dias, Taleb aceitava perder um pouco todos os dias, procurando
obter ganhos expressivos em oportunidades eventuais.
O mercado financeiro é fortemente baseado na hipótese que quanto mais um evento ou um padrão ocorre,
maior a probabilidade de ele continuar ocorrendo. Taleb acredita que eventos aleatórios e fora do padrão
acontecem com mais frequência do que se imagina.
Nunca se sabe quando um avião se chocará contra as
Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC) em Nova
York, quando o maior
fundo de investimento
do mundo irá quebrar,
O mercado
quando a economia
financeiro é
dos países soviéticos
fortemente baseado entrará em colapso ou
quando a bolha imobina hipótese de
liária americana estouque, quanto
rará despertando a
mais um evento
maior crise dos últimos
oitenta anos.
ou um padrão
Taleb também não
ocorre, maior
sabe quando esses tipos
a probabilidade
de eventos vão acontecer, mas sabe que eles
de ele continuar
vão ocorrer.
ocorrendo
Através de análises
estatísticas e financeiras ele consegue se posicionar para que qualquer evento de grande magnitude,
positivo ou negativo, traga ganhos de grandes proporções para seus clientes.
Nesses dias esporádicos de grande agitação dos mercados, os ganhos de Taleb mais que compensavam as
perdas que o fundo teve nos outros dias.
O ensaísta libanês é famoso em especial pelo livro Cisne Negro, de sua autoria. Antigamente, a existência do
cisne negro era desconhecida. Quanto mais cisnes brancos eram observados, mais se acreditava que todos os
cisnes eram brancos. Até que uma única observação de
um cisne negro invalidou a teoria estabelecida.
Os cisnes negros de Taleb são os eventos imprevisíveis e inevitáveis, dos quais ele se aproveitava para ganhar dinheiro.
Segundo ele, tais eventos precisam ter três características:
● Ser imprevisível
● Ter um alto impacto no mercado
● Depois de ocorrido, inúmeras explicações aparecem provando que o evento era previsível e evitável
Entretanto, é muito difícil seguir à risca essa estratégia de investimento. Perder dinheiro todos os dias é extremamente desconfortável. A tentação de frear esse
sangramento é muito alta.
Taleb tinha dois empregados que o ajudavam a se
manter de acordo com a teoria. Todas as operações
eram feitas de acordo com protocolos estritamente desenhados. A razão de criar protocolos era poder dizer à
equipe “não ouçam a mim, ouçam ao protocolo”.
É claro que Taleb tinha o direito de mudar o protocolo e ajustar o funcionamento do fundo Empirica. POrém, como tudo que criara, havia um protocolo para
mudar o protocolo. ■
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 35
ESTILO DE VIDA
R$ 2 mil
Investidos religiosamente
por ano durante
40 anos a uma taxa de
rendimento de 10% anual,
é + deste período com
R$ 975,71 mil poupados
INVESTIR
Aprenda as lições de casais
que chegaram a R$ 1 milhão
Livro de Pedro Carrilho ensina na prática planejamento financeiro familiar e finanças para quem tem filhos
Priscila Dadona
[email protected]
Inês e Jorge eram casados há algum tempo e pensavam em ter
filhos. Quando ela engravidou,
o casal teve a maior alegria e
preocupação simultâneas quando em um exame de rotina descobriu que não havia um, mas
três bebês no útero da mamãe.
Apesar do peso da responsabilidade de ter de uma só vez três filhos, Inês e Jorge reestruturaram sua situação financeira e
despesas pessoais. Como ele subiu na vida por mérito e trabalho próprios, conseguiu canalizar seu foco para os investimentos e aplicou em ativos mobiliários e imobiliários. Hoje, passa-
dos 10 anos, Diogo Leonor e Pedro se beneficiam dos ensinamentos dos pais e cada um já administra sozinho sua mesada.
Histórias como as de Inês e
Jorge mostram que é possível a
um casal alcançar R$ 1 milhão
seja para desfrutar na aposentadoria ou gastar como quiser. A
cifra é sedutora, mas para alguns, um desafio muito grande.
“O primeiro milhão é um número romântico. Para alguns casais é muito dinheiro, para outros é pouco. Se fizermos as contas todo o dinheiro que nos passa pelas mãos ao longo da vida,
este até poderá ser um número
pequeno. O importante não é a
quantia, mas os sonhos do casal
e os objetivos financeiros que se
“Devemos ser mais
ambiciosos com as
nossas finanças e
com os nossos
objetivos
financeiros”
traçam”, afirma o educador financeiro Pedro Queiroga Carrilho, autor do livro “O primeiro
milhão para casais, como economizar e enriquecer juntos”,
que traz a história de Inês e Jorge e de outros pares.
Com linguagem simples e didática, o autor fala de práticas
de gestão financeira a dois, abordando temas de planejamento fi-
nanceiro familiar, finanças dos
recém-casados até as finanças
dos casais com filhos.
A proposta de Carrilho é instigar os casais a querer, juntos,
ter uma vida confortável, sem
privações, mas com disciplina
na hora de guardar dinheiro.
“Devemos ser mais ambiciosos
com as nossas finanças e com os
nossos objetivos financeiros.
Por isso escrevi o livro”.
Segundo Carrilho, o mais
curioso sobre os casais que estão em controle das suas finanças é que eles definem o que querem que o dinheiro faça por eles
e não o contrário. “Eu e a minha esposa no início do ano traçamos o nosso orçamento para
o ano vindouro com base nas
despesas médias que temos e
adicionamos os objetivos para
este ano”, ensina.
Para ele, a gestão do dinheiro
pode ser um tema divertido e
não algo penoso, que deve ser
feito. “Há casais onde um puxa
o outro para o controle financeiro, outros em que nenhum dos
dois gosta de poupar devido pelo seu perfil financeiro e, há ainda aqueles em que a disciplina financeira é natural pois vivem
no presente”. Carrilho diz que
não há regras rígidas para a gestão financeira a dois e desde que
os casais encontrem um método que funcione para ambos, conhecendo os seus perfis, e que
consigam ter dinheiro para os
objetivos, tudo estará bem. ■
Infografia: Rubineto
MITOS E ARMADILHAS
p
Dicas e alertas do especialista para
casais
enas
as fortunas
nas
que querem acumular pequenas
NÓS DOIS SENTIMOS O MESMO
SOBRE O DINHEIRO
É muito provável que tenham sido criados
os
de forma diferente e, por isso, gastam e
valorizam o dinheiro de modo diverso. Além
disso, homens e mulheres têm tipicamente
nte
gostos e interesses diferentes
QUEREMOS APROVEITAR AO
MÁXIMO ATÉ OS 30 ANOS
SE NÃO FALARMOS
Casais mais felizes e
bem-sucedidos
financeiramente
reconhecem a importância
das conversas sobre
dinheiro e aceitam
esta situação como
mo
algo natural
Ana e Ricardo começaram em anos
diferentes a poupar. Ela, aos 25, e ele aoss 35.
Aos 65 anos, Ricardo acumulou R$ 815,2 mil
e, Ana, R$ 1,27 milhão. Então, gastar todoo
o dinheiro até os 30 não é boa ideia
SE NOS AMARMOS, NÃO VAMOS
DISCUTIR SOBRE DINHEIRO
Dinheiro tem mais a ver com discussão e
pouco com amor. Mesmo que um casal se
ame mais que tudo na vida, se tiver valores
ores
e visões conflituosas sobre o dinheiro, terão
erão
graves problemas na relação e,
consequentemente, vão brigar
O MEU PARCEIRO É QUEM
TRATA DAS FINANÇAS
É habitual os casais dividirem tarefas, mass a
situação financeira deve ser de
responsabilidade dos dois. Cuidado: dizer
er
que não entende de finanças é perigosoo e
cria confusão. Quando as obrigações sãoo
divididas, tudo fica mais fácil
COMO
LÁ
C
OMO CHEGAR
CHE
HE
Veja
V
eja
j casos
cas s de
d quem começou cedo ou tarde
ANA
RICARDO
COOM
COMEÇOU
AOS
25 anos
35 anos
INVVE
INVESTIRAM
R$ 5 MIL POR ANO POR
10 anos
30 anos
R$ 55 mil
R$ 155 mil
R$ 1,269 milhão *
R$ 815,19 mil
POUU
POUPARAM
NESTE PERÍODO
APPOS 35 ANOS, ACUMULARAM
APOS
(RRET
(RETORNO
DE 9% AO ANO E
REIN
RE
REINVESTIRAM
SEM POUPAR MAIS)
*Ana poupou R$ 100 mil a menos que Ricardo mas deixou o dinheiro multiplicar mais tempo
Fonte: "O primeiro milhão para casais", livro de Pedro Queiroga Carrilho
36 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
MUNDO
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
Imposto derruba confiança
dos consumidores nos EUA
Aumento de tributos para evitar o abismo fiscal provocou o maior pessimismo desde novembro de 2011
Patrick Fallon/Bloomberg
Leah Schnurr
Reuters, Nova York
A confiança do consumidor norte-americano caiu em janeiro a
seu nível mais baixo em mais de
um ano, com o aumento do pessimismo em relação ao comportamento da economia e às suas
perspectivas financeiras, de
acordo com relatório do setor
privado divulgado ontem.
O grupo industrial Conference
Board informou que seu índice
de confiança do consumidor caiu
para 58,6 ante revisados 66,7 em
dezembro. O número informado
anteriormente para o último mês
de 2012 havia sido 65,1. A leitura
registrou ficou aquém da expectativa de economistas, que apontava para 64 e é o nível mais baixo desde novembro de 2011.
No início do ano, políticos
norte-americanos chegaram a
um acordo que evitou o chamado abismo fiscal, conjunto de aumentos de impostos e cortes de
gastos automáticos que estava
prestes a entrar em vigor. Mas o
pacto acabou por elevar impostos a muitos norte-americanos
e algumas decisões orçamentárias ainda seguem pendentes.
“O aumento dos impostos pesou, sem dúvida, sobre o sentimento dos consumidores. Pode
levar algum tempo para que a
confiança seja retomada e os
consumidores se recuperem de
seus choques iniciais com as folhas de pagamento”, avaliou a
diretora de indicadores econômicos do Conference Board,
Lynn Franco, em comunicado.
O índice de expectativas caiu
para 59,5, o seu menor nível desde outubro de 2011, ante 68,1. O
indicador de situação atual contraiu para 57,3 ante 64,6.
A visão dos consumidores sobre o mercado de trabalho também perdeu intensidade, com o
índice “emprego difícil de conseguir” subindo pela primeira
vez desde setembro, para 37,7
ante 36,1 no mês anterior. O índice de “emprego abundante”
recuou para 8,6 ante 10,8.
Consumidores esperam também aumentos de preços, com
expectativas de inflação ao longo dos próximos 12 meses subindo para 5,7%, ante 5,6%.
Alemães mais confiantes
Ao contrário dos norte-americanos, os consumidores alemães
mostraram-se mais confiantes
pela primeira vez em quatro meses na leitura direcionada para
fevereiro, graças ao aumento do
otimismo gerado pela calmaria
na tempestade da Zona do Eu-
Temeroso sobre o futuro da economia, consumidor retrai compras
ro, informou o grupo de pesquisa de mercado GfK.
O indicador de sentimento futuro do consumidor, baseado
em uma pesquisa com cerca de
2.000 alemães, subiu para 5,8
para fevereiro contra leitura revisada de 5,7 para janeiro, impulsionado por expectativas de
maior renda e uma maior disposição para fazer compras.
“Embora muitos consumidores em países periféricos da Zona do Euro estejam encerrando
as suas, os alemães ainda estão
em um clima de compras”, disse o economista do ING, Carsten Brzeski.
A leitura divulgada ontem ficou acima da previsão em uma
pesquisa da Reuters com 29 economistas de um aumento para
5,7 para fevereiro, contra os
5,6 originalmente apresentado
para janeiro.
“A atual situação calma nos
mercados financeiros deixou os
consumidores alemães mais confiantes novamente no início de
2013”, disse a GfK em comunicado. “Atualmente existem poucas
informações negativas relacionadas com a crise da dívida soberana na imprensa, de modo que os
alemães estão mais uma vez com
o foco voltado para uma agradável situação geral doméstica.” ■
Michelle Shephard/AFP
Julgamento em Guantánamo
Acusados do 11 de setembro
se recusam a comparecer ao
tribunal na base americana
Guantánamo:julgamentodeacusadosdo11desetembroemfaseinicial
Cinco prisioneiros acusados de
conspirar nos atentados de 11
de setembro de 2001 contra os
Estados Unidos boicotaram a audiência a qual deveriam comparecer ontem perante um tribunal militar americano na Base
Naval de Guantánamo, depois
que as autoridades censuraram
alguns fragmentos de uma discussão ocorrida no dia anterior.
Khalid Cheikh Mohamed, que
confessou ser o autor intelectual
dos atentados, deverá enfrentar,
junto com mais quatro acusados,
a pena de morte se for condenado pelo assassinato de cerca de
3.000 pessoas na atentado ao
World Trade Center, em Nov a
York, em 11 de setembro de 2001.
Mas eles decidiram não comparecer à audiência ontem, segundo dia dos procedimentos
prévios ao julgamento, que
ocorrem na base naval americana de Guantánamo, em Cuba.
“Os cinco detidos não estão presentes hoje na sala”, disse o juiz
militar James Pohl.
Um oficial da prisão, cujo nome não foi divulgado, disse que
os acusados o informaram verbalmente e por escrito que não
compareceriam à sessão.
Na audiência de segunda-feira, um dos suspeitos, Yemeni
Walid bin Attash, disse que os
acusados não tinham “nenhum
fator de motivação” para ir ao
tribunal. “Nossos advogados estão atados e nós também estamos atados”, disse. “O governo
não quer que digamos nada,
nem que façamos nada”.
Na audiência de segunda-feira, parte do áudio foi censurada
quando os advogados começaram a discutir sobre as prisões
secretas da CIA, onde os acusados foram detidos antes de serem levados a Guantánamo.
As audiências pelos atentados de 2001 contra os Estados
Unidos podem ser seguidas por
jornalistas de uma pequena sala
contígua à sala do tribunal, através de uma parede de vídeo e
com um atraso de 40 segundos
na transmissão do som. ■ AFP
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 37
Gary Cameron/Reuters
APOIO GARANTIDO
Senado aprova sucessor de Hillary Clinton
O senador americano John Kerry ganhou ontem o apoio do Comitê
de Relações Exteriores do Senado para substituir Hillary Clinton
como novo secretário de Estado do presidente Barack Obama.
A aprovação do nome de Kerry terá a adesão da maioria absoluta
do Senado, já que o senador, que em 2004 perdeu a disputa pela
Presidência para o republicano George W. Bush, tem amplo apoio de
seus colegas democratas, assim como dos republicanos. Reuters
Phil Noble/Reuters
MANCHESTER UNITED AVALIADO EM US$ 3,3 BILHÕES
Catalunha e Escócia
vão votar emancipação
Referendos programados para
2014 sobre autonomia podem
redesenhar o mapa da Europa
Peter Apps
Reuters, Barcelona
O Manchester United tornou-se o primeiro clube
esportivo avaliado em mais de US$ 3 bilhões, revelou a
revista Forbes no seu site. De acordo com o valor das
ações na bolsa de valores, os ‘Red Devils’ foram avaliados
em US$ 3,3 bilhões. No entanto, o último balanço
divulgado pelo clube aponta uma dívida de US$ 560
milhões. As receitas do clube chegaram a diminuir por
causa da redução do valor dos direitos de transmissão,
mas a Forbes destacou que o bom desempenho das ações
do clube se deve a perspectivas de novos contratos
de patrocínio com a empresa japonesa Kansai Paint
(fabricante de tintas) e um banco chinês (China
Construction Bank). O segundo colocado do ranking
da revista americana é o time de futebol americano
Dallas Cowboys, avaliado em US$ 2,1 bilhões. AFP
Orçamento japonês
será de US$ 1,02 tri
Pela primeira vez, em 4 anos,
receita fiscal deve ficar acima
da venda de títulos públicos
Tetsushi Kajimoto
Reuters, Tóquio
O governo do Japão aprovou ontem o projeto de orçamento no
valor de US$ 1,02 trilhão para o
próximo ano fiscal, com o objetivo de, pela primeira vez em
quatro anos, as receitas fiscais
ficarem acima das vendas de novos títulos. O primeiro projeto
de orçamento para um ano inteiro do governo do primeiroministro Shinzo Abe apresenta
melhorias simbólicas após anos
de deterioração.
Com gastos de 92,6 trilhões
de ienes (US$ 1,02 trilhão), o
governo efetivamente reduziu
o tamanho do orçamento em relação ao ano anterior pela primeira vez em sete anos. A redução levou em conta o financiamento do governo para pagamentos de pensões.
Ainda assim, o tamanho do
orçamento gira em torno de níveis recordes, realçando a difi-
culdade que o governo de Abe
está enfrentando para encontrar um equilíbrio entre o estímulo econômico e reforma fiscal. Aliado ao estímulo econômico extra de 10,3 trilhões de
ienes apresentado no início deste mês e financiado em mais da
metade com as vendas de títulos novos, a dívida atinge níveis recordes.
No ano fiscal de 2013/14, que
começa em abril, o governo pretende emitir novos títulos no valor de 42,8 trilhões de ienes,
abaixo da meta inicial deste ano
de 44,2 trilhões de ienes. Mas,
combinado com o empréstimo
orçamentário extra de 5,2 trilhões de ienes, o governo de
Abe vai emprestar 48 trilhões
de ienes no total, embora tecnicamente o empréstimo orçamentário extra seja contabilizado nas contas de 2012/13.
A receita fiscal deve crescer
750 bilhões de ienes, para 43,1
trilhões de ienes, refletindo
principalmente uma esperada
aceleração no crescimento econômico para 2,5%, ante 1,0%
previstos para este ano. ■
A bandeira separatista da Catalunha, com suas listras amarelas e
vermelhas, triângulo azul e uma
estrela branca, era uma visão rara
nas ruas de Barcelona há uma década. Agora, é quase onipresente.
Dois mil quilômetros para o
norte, na Escócia, a bandeira
azul-e-branca sempre foi popular. Mas essa bandeira também
simboliza cada vez mais algo
novo, que depois de mais de
400 anos na Grã-Bretanha, a
Escócia pode estar à beira de
exigir um divórcio.
Com o foco no risco de a Zona do Euro se romper, alguns
suspeitam que esta década poderá ser lembrada como o momento em que dois dos Estados mais
permanentes da Europa começaram a se dividir.
Partidos pró-independência
da Escócia e da Catalunha estão
se preparando para referendos
no próximo ano que eles esperam que poderá resultar em separação das suas regiões para
sempre. Existem diferenças consideráveis entre as duas regiões. A Escócia tem sido referida como um “país” separado
dentro da Grã-Bretanha, enquanto as reivindicações da Catalunha para se autogovernar estão enraizadas na história da
Idade Média, o que não impediu
o governo catalão de recorrer,
ontem, a um pedido de ¤ 9,073
bilhões junto ao fundo de ajuda
regional da Espanha.
O governo do primeiro-ministro britânico, David Cameron, concordou em cooperar
com o referendo escocês em
2014, embora esteja fazendo
campanha vigorosa contra
qualquer divisão.
Em contraste, Madri declarou
que irá lutar contra um referendo catalão por razões constitucio-
nais. Os partidos separatistas que
funcionam na região estão ansiosos para avançar de qualquer maneira e se equiparar à Escócia,
com uma votação em 2014.
Alguns suspeitam que as duas
campanhas vão se alimentar
uma a outra nos próximos meses. Cada causa está organizando uma série similar de argumentos econômicos emocionais, práticos e de sangue frio,
bem como compartilham frustração generalizada com os detentores do poder na capital nacional tradicional.
Alfred Bosch, líder da Esquerda Republicana, ou ERC, bloco no
parlamento espanhol que há muito tem feito lobby para a independência, disse que os políticos separatistas na Espanha estão de olho
no que está acontecendo na Escócia. Em ambos os países, “há argumentos emocionais fundamentais para a independência e há os
argumentos econômicos mais racionais. O que estamos vendo é
que eles estão se juntando.” ■
BCE reafirma que age para garantir liquidez
Martin Schalk/Bloomberg
Peter Praet, da Comissão
Executiva, diz que o objetivo é
ajudar a economia da Eurozona
O Banco Central Europeu (BCE)
vai fornecer liquidez necessária para os mercados funcionarem de maneira efetiva e para
ajudar a frágil economia da Zona do Euro, afirmou, ontem,
Peter Praet, membro da Comissão Executiva do banco.
Instituições financeiras decidiram antecipar o pagamento de ¤
137 bilhões ao BCE de um total
de mais de ¤ 1 trilhão em linhas
de financiamento de 3 anos.
“Estaremos vigilantes para
garantir que... as condições gerais de liquidez que prevalecerem no mercado de dinheiro vai
continuar consistente com o
grau de acomodação que o cenário atual de preços e atividade
real garantirem”, afirmou Praet
de acordo com o texto do discurso lido no Encontro Dinamarquês Anual de Executivos Top.
Segundo ele, elevar a meta de
inflação do BCE para permitir
mais flexibilização monetária seria um tiro no pé já que afetaria a
credibilidade da autoridade monetária e causaria mais danos à
economia do que ajuda de curto
prazo. ■ Johan Ahlander, Reuters
Praet: estímulo do BCE garante recuperação da Zona do Euro
38 Brasil Econômico Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013
Eric Piermont/AFP
MUNDO
“MILAGRE”
Presidente do Banco de Israel deixa o cargo
“O presidente do Banco de Israel, Stanley Fischer, informou ao
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sua intenção de deixar o cargo no dia
30 de junho, após mais de oito anos como presidente”, disse um comunicado
do banco. Fischer, de 69 anos, recebeu o crédito de ter comandado um
“milagre” econômico em Israel. Em 2011, ele se candidatou para substituir
Dominique Strauss-Kahn, como diretor gerente do FMI, mas sua candidatura
não foi aceita porque a idade limite para o cargo era de 65 anos. AFP
Mohamed Abd El Ghany/Reuters
Chávez está ‘muito
otimista’, diz vice
“Vou derrotar isso outra
vez, agarrando-me a
Cristo e à vida,” teria dito
o presidente venezuelano
Em várias cidades egípcias, manifestantes ignoraram toque de recolher e enfrentaram tropas do governo
Egito perto de um
colapso, alerta Exército
Sucessivos protestos contra o presidente Mursi ameaçam a
segurança do país, diz general, que também é ministro da Defesa
Edmund Blair e Tom Perry
Reuters, Cairo
O chefe do Exército egípcio disse que a crise política no país está levando o Estado nacional para a beira de um colapso, um
alerta que chama a atenção por
vir de uma instituição que dominou o país durante seis décadas,
até 2012. O general Abdel Fattah
al Sisi, nomeado no ano passado pelo presidente Mohamed
Mursi para comandar as Forças
Armadas, disse, ontem, em nota que um dos principais objetivos da mobilização de tropas
em cidades do canal de Suez é
proteger essa hidrovia crucial
para a economia egípcia e para
o comércio mundial.
No domingo, Mursi decretou
estado de emergência em três
cidades do canal de Suez, após
distúrbios que já causaram 52
mortes. Apesar das medidas de
exceção, a oposição continua
realizando protestos nos quais
acusa o1 presidente e a Irmandade Muçulmana de terem “sequestrado” a revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak há dois anos.
As declarações de Al Sisi, publicadas na página do Exército
no Facebook, não parecem sinalizar a intenção dos militares
de retomar o controle do país,
mas envia a forte mensagem de
que a maior instituição egípcia,
com forte influência econômica e beneficiária de enormes
subsídios dos EUA, está preocupada com o destino da nação.
“A continuação da luta de diferentes forças políticas sobre a
gestão dos assuntos estatais poderia levar ao colapso do Estado”, disse o general Al Sisi, que
é também ministro da Defesa.
Ele disse que os desafios econômicos, políticos e sociais do
Egito representam “uma real
ameaça à segurança do Egito e à
coesão do Estado egípcio”, e
que o Exército vai continuar sendo “o bloco sólido e coeso” que
ampara o Estado.
No início da semana, Mursi
ofereceu um diálogo nacional
envolvendo a oposição, que no
entanto voltou a mobilizar seus
seguidores para protestos no
Cairo, em Alexandria e nas três
cidades do canal de Suez submetidas ao estado de emergência Port Said, Ismailia e Suez.
Pelo menos duas pessoas morreram durante a noite em Port
Said, elevando a 42 o total de
mortos nos últimos dias nessa
cidade. No Cairo, os manifestantes queimaram veículos.
Nos últimos dois anos, os políticos islâmicos venceram dois
referendos, duas eleições parla-
mentares e uma votação presidencial. Mas essa legitimidade
tem sido contestada por oposicionistas que acusam Mursi de
impor uma nova forma de autoritarismo. Repetidas crises políticas desde a queda de Mubarak têm impedido a estabilização do Egito, mais populoso
país do mundo árabe.
Na segunda-feira, milhares
de manifestantes egípcios ignoraram um toque de recolher e
saíram às ruas de cidades ao longo do canal de Suez, desafiando
o estado de emergência imposto pelo presidente islâmico Mohamed Mursi após uma onda de
violência que matou pelo menos 51 pessoas em cinco dias.
Os protestos contra Mursi e
sua Irmandade Muçulmana
coincidiram com o segundo aniversário da rebelião popular
que derrubou o regime de Hosni Mubarak. Multidões saíram
às ruas do Cairo, de Alexandria
e de três cidades do canal de
Suez — Port Said, Ismailia e
Suez — nas quais Mursi impôs o
estado de emergência e o toque
de recolher.
“Abaixo, abaixo Mohamed
Mursi! Abaixo, abaixo o estado
de emergência”, gritavam os manifestantes em Ismailia. No Cairo, os participantes do protesto
incendiaram carros da polícia. ■
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está otimista com sua
recuperação de um câncer e confiante na junta médica, disse seu
vice ontem, após visitá-lo no
fim da semana passada em um
hospital de Cuba. “Ele nos disse
com grande força: ‘Estou muito
otimista, confio completamente
nos tratamentos aos quais estou
sendo submetido, vou derrotar
isso outra vez. Estou me agarrando a Cristo e à vida’”, disse o vicepresidente Nicolás Maduro.
Chávez, no poder desde
1999, não é visto nem ouvido
em público desde a cirurgia de
11 de dezembro, a quarta desde
que ele recebeu um diagnóstico
de câncer na região pélvica em
junho de 2011.
Já doente, ele foi reeleito para um novo mandato no ano passado. A posse, marcada para 10
de janeiro, foi adiada indefinidamente pela Justiça.
A oposição diz que se o presidente, de 58 anos, tem condições de conversar com ministros, deveria então fazer um pronunciamento à nação explicando exatamente qual é seu estado de saúde.
Apesar de complicações que
incluíram uma infecção pulmonar depois da operação, os chavistas têm se mostrado mais otimistas com a recuperação dele
nas últimas duas semanas, sugerindo que o pior já passou.
Muitos venezuelanos, no entanto, acreditam que Chávez está acabado, e que só voltaria a
Caracas para fazer uma transição suave de poder. Maduro, de
50 anos, já foi apontado por Chávez como seu herdeiro político.
“Nosso comandante-presidente está em uma batalha dura
e complexa, mas com espírito fenomenal”, disse Maduro num
discurso em Sabaneta, a aldeia
natal de Chávez. ■ Reuters
Adalberto Roque/AFP
LULA EM HAVANA
Oex-presidenteLuizInácioLuladaSilvadesembarcou
nanoitedesegunda-feiraemHavana,sendorecebido
noaeroportoJoséMartípelavice-chancelercubana,Ana
TeresaGonzálezFraga”,informouaagênciacubana Prensa
Latina.LulavisitaCuba“paraparticipardaIIIConferência
InternacionalpeloEquilíbriodoMundo,queaconteceno
PaláciodeConvençõesdeHavana”porocasiãodos160
anosdonascimentodeMartí,em28dejaneiro,destacoua
AgênciadeInformaçãoNacional(AIN).Oex-presidente
brasileirosereunirácomopresidentecubano,RaúlCastro,
masoprograma divulgadopelosassessoresdeLulanão
menciona umavisitaaopresidentedaVenezuela,Hugo
Chávez,queconvaleceemHavanadeumacirurgiacontra
umcâncer.Oex-presidentebrasileiroviajaráamanhã
paraSantoDomingoedepoisparaWashington. AFP
Quarta-feira, 30 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 39
PONTO DE VISTA
Eleição em Israel favorece a paz, diz Hillary
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou ontem que
as últimas eleições legislativas em Israel “abrem as portas” a uma
reativação do processo de paz com os palestinos, paralisado há mais
de dois anos. “Estas eleições abrem as portas, não as fecham” para
a retomada do diálogo direto entre Israel e os palestinos, congelado
desde setembro de 2010, disse Hillary durante uma conferência em
Washington a poucos dias de deixar seu cargo. AFP
IDEIAS/DEBATES
[email protected]
RODRIGO SIAS
MIGUEL NOGUEROL
Economista do Instituto de Economia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
VP corporativo e gerente-geral para
América Latina da Motorola Solutions, Inc
As sandálias Havaianas
e a força do marketing
Aprimorar a experiência
de compra é tudo
Lembro-me que há 20 anos, o prédio onde eu morava entrou em reforma.
Na época, em meio ao caos comum às obras, um fato chamou-me muita atenção: a popularidade da típica sandália havaiana — de sola e tira azul-claro e
calço branco — entre pedreiros, ajudantes e peões de obra. As Havaianas
eram uma visão comum nos canteiros de obra e as pessoas, em geral, associavam-nas às classes pobres. As Havaianas já eram confortáveis, flexíveis e arejadas, mas carregavam certo estigma. Elas eram usadas pelo “povão” e eram
sinônimo de um produto barato e padronizado e, de certo modo, sem graça.
Na década de 1980, as sandálias chegaram, inclusive, a serem consideradas
como um dos itens da cesta básica, dado o seu peso e representatividade na cesta de consumo do trabalhador brasileiro médio. Naqueles anos 1990, no entanto, deu-se início a uma grande virada da marca. Para enfrentar as dificuldades
financeiras e a queda nas vendas das sandálias, a direção da empresa decidiu mudar o público-alvo e passou a investir pesadamente em publicidade. O objetivo
estratégico das novas campanhas de marketing era claro: mudar radicalmente a
percepção que todo mundo tinha do tradicional chinelo para disputar novos
mercados e atrair novos consumidores, além de agregar valor ao produto.
A incorporação de tecnologia no varejo está revolucionando a forma de
comprar. Antigamente, o serviço ao cliente era definido por música agradável e tratamento cortês. Hoje em dia, a tecnologia oferece uma nova era de
serviço. De acordo com uma pesquisa sobre a Visão do Comércio Varejista
do Futuro, realizada pela Motorola Solutions no primeiro semestre de
2012, 67% dos consumidores entrevistados tiveram uma melhor experiência de compra ao ser atendidos por vendedores ou gerentes que utilizaram
a tecnologia como aliada para dar mais informações. Ainda que em alguns
países da América Latina a forma tradicional de vender do comércio varejista continue sendo parte importante de seu lucro, a abertura de diversos
canais de compra com que contam os novos consumidores, sem ter de sair
de casa, torna imperativo melhorar a experiência dos compradores dentro
das lojas. Desta forma, podemos identificar cinco pontos que ajudarão os
varejistas a revitalizar o serviço ao cliente.
O primeiro é a disponibilidade de Wi-Fi para convidados. Essas redes de
acesso formam uma porta de entrada aos consumidores e gerentes das lojas
para essa nova era. Através do Wi-Fi, os varejistas poderão oferecer a possibilidade de pagamentos móveis ou online, e habilitar um canal de comunicação
entre eles e seus clientes, seguindo suas preferências e enviando informação
personalizada. Outro ponto é a participação proativa mediante análise de informação. As tecnologias de presença e localização permitem conhecer o
comportamento do consumidor. A informação pode ser gerada em tempo
real, com vantagens para o distribuidor ao ser combinadas com outros programas, tais como de fidelização, e assim adaptar a oferta para cada cliente.
Enquanto os produtos nacionais perdem espaço
para os importados, as Havaianas mostram que é
possível se reinventar e desbancar a concorrência
Passadas duas décadas, as Havaianas estão na moda e são associadas a pessoas chiques e “descoladas”, artistas e modelos. Tornaram-se um produto
“fashion”, mas sem perder a simplicidade que lhes é característica. Hoje as
havaianas estão por todo o lugar e possuem vários modelos e desenhos, estando presentes em mais de 80 países e até na cerimônia do Oscar nos EUA.
A qualidade das sandálias manteve-se a mesma — com muitas inovações de
design, é claro —, mas foi o marketing que fez a verdadeira diferença. Quem
não se lembra das diversas propagandas memoráveis do chinelo? O lema
adotado nas propagandas é fantástico: “Havaianas. Todo mundo usa”. A
mensagem é feita sob medida para os tempos de globalização, além de ser
democrática e includente. Eu mesmo possuo vários modelos da sandália, incluindo o tradicional azul-claro e branco.
Muito se estuda na literatura econômica como a França tornou-se conhecida por produtos finos e caros. A estratégia, usada desde os tempos do rei Luiz
XIII e sua Manufatura Real, cujo enfoque era o “glamour” e a qualidade dos
produtos, objetiva agregar valor com base na diferenciação dos produtos.
Outro caso de sucesso baseado na diferenciação são os distritos industriais
italianos, que conseguem exportar e competir baseando-se na qualidade, na
marca e no design, diminuindo a importância da quantidade, do preço e da
produção em massa. Pois, para mim, o grande caso a ser estudado no Brasil
deveria ser como a havaiana passou a ser um produto sofisticado, deixando
de estar estigmatizada, para competir com as marcas de sandálias estrangeiras. A “revolução das Havaianas” deu-se em um curto período. Em tempos
nos quais o produto “made in Brazil” perde competitividade frente aos importados, as Havaianas deram uma aula de como se reinventar, entrar em
evidência e desbancar a concorrência, apresentando-se com preços acessíveis para quem só quer um chinelo ou custando bem mais para quem quer
pagar por uma ideia estampada em sua sandália. ■
A abertura de diversos canais de compra com que
contam os novos consumidores torna imperativo
melhorar a experiência dos compradores nas lojas
Já a associação com dispositivos móveis para um comércio também é fundamental. Pode-se enviar um executivo para ajudar determinado cliente ou simplesmente utilizar os dispositivos móveis da empresa para proporcionar informação adicional de preços, comparação de produtos, estoques, e fechar uma
venda no ato, em tempo real. Entre os cinco pontos também podemos falar
da manutenção de uma estratégia multicanal. Estratégia móvel nas operações
do negócio proporcionará benefícios a longo prazo. Os dispositivos móveis representam um ponto de contato crescente. Os consumidores informam que
passam pelo menos 10% de seu tempo revendo temas em seus dispositivos
móveis. Por fim, a utilização de aplicativos móveis é um passo a mais que os
varejistas deveriam levar em consideração, uma vez que os consumidores
acham natural comprar um produto por meio de um dispositivo móvel.
Para a Motorola Solutions é muito importante levar em conta as tendências
para continuar desenvolvendo produtos, soluções e metodologias de vendas
que elevem o valor que entregam a seus clientes. No ano passado, articulamos
uma visão do futuro, consolidando as bases para as estratégias de longo alcance e para o desenvolvimento de soluções que completassem o ecossistema do
varejo, além de inovar a forma do setor fazer negócio. Hoje em dia estamos
transformando nossa visão em uma realidade por meio da criação de experiências pessoais e consistentes que se baseiam em conectividade, preferências pessoais e necessidades de cada cliente. O futuro do varejo está aqui. ■
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PONTO FINAL
CAMPEÃ LATINO-AMERICANA
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Os ecos da tragédia
de Santa Maria 2
Foto do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). A instituição apareceu pela 10ª vez consecutiva no ranking anual das
100 melhores escolas de negócios do mundo, divulgado pelo jornal britânico
Financial Times. Com a 66ª posição, a Coppead foi a única representante da América
do Sul a aparecer no levantamento e a melhor colocada entre todas as instituições da
América Latina. Entre os fatores que contribuíram para a performance da escola está o
sucesso profissional de seus ex-alunos, que em média tiveram um acréscimo salarial,
em dólares, de 141% em relação ao último emprego após três anos de conclusão do
curso. O curso intensivo na Coppead tem duração de 18 meses e é gratuito.
As melhores escolas de negócios do mundo
O jornal britânico Financial Times publica anualmente um ranking com as 100 melhores escolas de negócios do mundo. Na
primeira posição ficou a americana Harvard Business School,
cuja remuneração média anual
de seus alunos após o término
do curso é de US$ 187,2 mil, sendo este apenas um dos critérios
de avaliação. Na segunda posição ficou a também americana
Stanford Graduate School of Business, cujo salário médio anual
dos estudantes que passaram pela instituição ficou em US$ 194,6
mil. Além dessas, outras três instituições de ensino dos Estados
Unidos aparecem nos cinco primeiros lugares do ranking. ■
LIDERANÇA AMERICANA
Cinco primeiros lugares do ranking de
melhores MBAs do mundo são de
instituições dos Estados Unidos
RANKING INSTITUIÇÃO
PAÍS
SALÁRIO/ANO (EM US$ MIL)*
1
HARVARD BUSINESS SCHOOL
EUA
187,2
2
STANFORD GRADUATE SCHOOL OF BUSINESS
EUA
194,6
3
UNIVERSITY OF PENNSYLVANIA: WHARTON
EUA
180,7
4
LONDON BUSINESS SCHOOL
EUA
160,9
5
COLUMBIA BUSINESS SCHOOL
EUA
174,3
6
INSEAD
FRANÇA/CINGAPURA
153,9
66
COPPEAD
BRASIL
96,6
Fonte: Financial Times *Dos profissionais que passaram pela instituição
A busca aos responsáveis pela
Por toda parte há relatos de emtragédia de Santa Maria é necespresários que, diante da dificulsária — já passou da hora de as
dade de conseguir um alvará
pessoas no Brasil aprenderem
ou uma autorização de funcioque a irresponsabilidade tem
namento pelas vias convencioconsequências para quem a pranais, acabam se entendendo
tica. Portanto, nada mais correcom a fiscalização para, em troto do que a polícia gaúcha pôr
ca de uma cervejinha ou propina cadeia e vasculhar a vida
na maior, furar a fila e comedos senhores Elissandro Spohr
çar a funcionar de qualquer jeie Mauro Hoffmann, donos da
to. Isso vale para casas noturboate onde quase 250 jovens
nas, para fábricas, lojas e para
perderam a vida na madrugada
todo tipo de estabelecimento.
do último domingo, em busca
Diante de tragédias como a de
de algo que os incrimine. TamSanta Maria, sempre aparece
bém é mandatório ir atrás dos
alguém para propor uma legisfuncionários públicos que emilação mais dura, restritiva e detiram um alvará fajuto para um
talhada — em lugar de simplifiestabelecimento que não tinha
car os procedimentos, mostrar
a mínima condição de funciocom clareza o que pode e o que
nar — e tamnão pode ser feibém daqueles
to, reduzir o núNo Brasil,
que, depois que
mero de exceo mau hábito
a autorização
ções e simplesde normas
caducou, permente impedir
mitiram que o
o funcionamendetalhadas
pardieiro perto dos estabelecie restritivas
manecesse
mentos que não
acaba se
aberto. Tudo iscumpram os reso é fundamenquisitos.
tornando um
tal. Punir os doNo calor da
estímulo à prática tragédia
nos do lugar,
de Sanda corrupção
identificar e prota Maria havecessar os funciorá no país inteinários que nada fizeram para eviro uma onda de fiscalização
tar o desastre talvez ajudem a reem busca de casas noturnas
duzir o risco de tragédias como
que se desviem das normas.
essa. O problema, infelizmente,
Também serão anunciadas pué que talvez isso não aconteça.
nições exemplares que serão
O mais provável é que, daqui a
revertidas ou abrandadas astrês ou quatro meses, quando a
sim que a atenção da opinião
comoção passar, tudo volte a
pública se voltar para o próxiser exatamente como era. E semmo escândalo. É lamentável
pre haverá um espertalhão que
que seja assim. Mas nada até esconseguirá de alguma autoridate momento indica que a carnide prevaricadora um favor que
ficina de Santa Maria terá um
permita que ele burle alguma
destino diferente do de outras
norma e faça algo ao arrepio da
tragédias provocadas pela nelei. Isso é o jeitinho brasileiro.
gligência, pela leniência e pelo
A questão de fundo é que, no
jeitinho. É preciso simplificar
Brasil, os legisladores têm o
e tornar as leis mais claras. Ismau hábito de estabelecer norso vale para o funcionamento
mas tão detalhadas e restritivas
das boates, para a lei de licitaque acabam se tornando um esções e para o código tributátímulo à prática da corrupção.
rio. Isso é urgente. ■
DESTAQUES DO PORTAL
➤
●
Em parceria com o BID, o
Itaú Unibanco irá trabalhar
no desenvolvimento de produtos
específicos para mulheres
empreendedoras. A previsão
é que, até 2014, o programa
da instituição financeira atenda
1,5 mil mulheres. As empresas
beneficiadas serão aquelas
com faturamento ao redor
de R$ 2 milhões por ano.
➤
●
Após 123 anos de comando
feminino na monarquia
da Holanda, em 30 de abril
Willem-Alexander será o novo rei
do país. Diante de uma postura
impecável da rainha Beatriz,
o novo monarca é caracterizado
pela inovação, juventude
e ousadia. Com a popularidade
do casal herdeiro em alta, a
abdicação da rainha foi tranquila.
➤
●
Os brasileiros devem
gastar R$ 6,8 bilhões com
material escolar e produtos
de papelaria neste ano, alta
de 11% em relação a 2012,
segundo levantamento do Pyxis
Consumo. Quanto aos gastos
com mensalidades e matrículas,
os desembolsos devem somar
R$ 52,4 bilhões neste ano,
6% a mais do que em 2012.
PERSONAGEM DA SEMANA
RESULTADO PARCIAL DA ENQUETE EM REAL TIME*
40,9%
Fábio Tadeo Teixeira, superintendente da Beneficência Portuguesa
40,3%
Dilma Rousseff, presidente do Brasil
13,4%
Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras
Antonio José Monte, presidente da Coop 2,2%
Edson Aparecido, chefe da Casa Civil do governo de SP 1,6%
Sergio Habib, presidente da Jac Motors 1,6%
0 10 20 30 40 550
*até as 18h do dia 29
www.brasileconomico.com.br
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