O IMPACTO DA CONVERGÊNCIA DIGITAL: UMA PESQUISA EXPLORATÓRIA DAS NOVAS FORMAS DE INTERAÇÃO HUMANA. Getúlio K. AKABANE Pós Graduação – Universidade Católica de Santos – UniSantos – Santos – São Paulo – Brasil Luiz Carlos NUNES Pós Graduação – Universidade Católica de Santos – UniSantos – Santos – São Paulo - Brasil RESUMO A essência da revolução digital conforme Negroponte (1995), consiste no deslocamento da “economia baseada no átomo” para a criação, manipulação, comunicação e armazenamento de dígitos binários eletrônicos ou “bits”. Assim, a habilidade em codificar matérias físicas no domínio digital representa de forma eficaz apenas a primeira metade da exigência tecnológica, pois são necessárias outras etapas para uma verdadeira revolução de toda a economia digital (Barnatt, 2001). Portanto, o objetivo do artigo está centrado na pesquisa exploratória focada na segunda revolução digital, na maior interação humana entre o mundo físico do espaço real com a fronteira digital do espaço cibernético. Palavras-chave: convergência; tecnologia digital; conversor; interação humana; aplicação multimodal. ABSTRACT The essence of the digital revolution according to Negroponte (1995), it consists of the displacement of the "economy based in the atom" for the creation, manipulation, communication and storage of electronic binary digits or "bits". Like this, the ability in codifying physical matters in the digital domain acts in an effective way just the first half of the technological demand, because they are other necessary stages for a true revolution of all the digital economy (Barnatt, 2001). Therefore, the objective of the article is centered in the exploratory research focused in the second digital revolution, in the largest human interaction among the physical world of the real space with the digital border of the cybernetic space. Key Words: convergence; digital technology; converter; human interaction; multimodal organization. REVISÃO CONCEITUAL Conforme o Merriam-Webster’s Collegiate Dictionary, convergência define-se como um movimento para um ponto comum ou de junção para um foco ou a união de interesse comum. Yoffie (1997) cita a convergência como unificação de funções ou uma junção de produtos distintos através da tecnologia digital. Negroponte (1995) menciona a mudança da era dos átomos para a era dos bits, citando os méritos da digitalização como a compressão dos dados e a correção automática dos erros, constituindo-se em um dos elementos mais importantes para a segurança no tráfego das informações. Mais do que em todos os outros tempos, na era digital, o fator da convergência encontra a combinação de "1 e 0" para a realização da comunicação entre as pessoas. Nela se encontra a sua base, ou seja, a convergência se refere às maneiras como os vários meios analógicos podem ser traduzidos em bytes digitais e serem manipulados por um computador. No início da década de 1990, a ênfase da convergência foi colocada no computador e na televisão. A diferença tradicional entre a tecnologia da televisão e a telefonia inclui os seguintes aspectos: 1. Técnico: A TV é uma tecnologia de banda larga com a utilização de uma comunicação pública ponto a multiponto. Os telefones usam uma tecnologia de banda estreita e opera através das redes de cabos chaveados para permitir a comunicação privada ponto a multiponto; 2. Funcional: A TV é um meio de transmissão de vídeo que se desenvolveu historicamente de forma passiva, como um dispositivo de entretenimento doméstico. O telefone, por sua vez, foi historicamente desenvolvido para transportar a voz de forma interativa, em que os dados trafegam e sempre foram importantes tanto para transações comerciais, quantos para aplicações domésticas; 3. Econômico: A televisão convencional é um “bem público" livre, suportado pelos anunciantes e difundido pelo ar para todo o público sem discriminação. Até a recente desregulamentação, o telefone foi considerado sempre um monopólio natural e os serviços de telefonia são financiados por taxas dos assinantes e das tarifas conforme o seu uso. Tecnicamente, a TV se moveu em direção à telefonia com a propagação dos cabos de transmissão e a introdução de sinais direcionados e endereçáveis. As diferenças importantes permanecem em termos da largura da banda e da sua interatividade: as transmissões do vídeo na faixa de banda larga ou dos sinais de TV por cabo não se transformam facilmente na interatividade nos dois sentidos, comutando para uma rede de telefone. Entretanto, a combinação da rede de banda larga ampliada do cabo de transmissão com a "comutabilidade" da rede de telefonia dentro de uma mesma linha dedicada ao consumidor doméstico tem tido uma forte resistência pelos operadores de cabo e de telefone. Especialmente no Canadá, nota-se a não-convergência no cruzamento dos limites tradicionais das duas indústrias. Já no final de 1990, a equação da convergência tornou-se mais complicada: a televisão, os computadores, os telefones celulares, a Internet e seus sistemas de distribuição: cabos, transmissão sem fio, telefonia, satélite, transmissão por rádio difusão têm fragmentado a visão tecnológica do futuro. Disponibilizar os diversos meios analógicos isolados de forma conjunta se torna possível pela conversão de cada um deles no formato digital comum, que pode assim ser combinado e manipulado por um processador digital, ou seja, o computador. Como se observa, a convergência freqüentemente se refere à evolução conjunta da tecnologia da telefonia, do cabo de comunicação e das tecnologias de transmissão por difusão. Sendo assim, as grandes empresas de telecomunicações e dos cabos de transmissão, que formam o conglomerado de provedores de conteúdos e dos seus portadores, têm sido separadas tradicionalmente por reguladores das telecomunicações como o FCC (Comissão Federal das Comunicações nos EUA) e o CRTC (Comissão Canadense das Telecomunicações de RádioTelevisão). Gates (1996) afirma que a revolução convergente é concreta e sem saídas. Pode-se afirmar que a conexão sem fio nos permite atualmente: aumentar a capacidade de transmissão de dados que trafegam na Internet; ampliar os sistemas operacionais utilizados; criar uma nova infra-estrutura móvel global permitindo assim o que Gates (1996) chamou de ‘redes sem emendas’. Entretanto, o crescimento vertiginoso dos conteúdos multimídia e das redes de computadores, nos meados de 1990, forçou muitos protagonistas da área a revisar os termos da equação. Enquanto o processo de desregulamentação da área desperta ainda um interesse importante na disponibilidade da largura de banda para redes de computadores e no desenvolvimento da tecnologia, o vídeo em full motion e o modem de cabo redefiniram os termos da equação dentro da dinâmica da convergência. A Internet e sua popularização com o conseqüente advento do protocolo IP (Internet Protocol), aliado a maior capacidade técnica dos equipamentos produzidos e colocados no mercado, é o mais importante parâmetro da convergência nos anos 2000. CONVERSOR ANALÓGICO DIGITAL Conforme Microsoft Dictionary, o dígito vem de digitus, em latim, dedo ou dedo do pé; dois dispositivos de medição associados com os numerais arábicos de 1 a 9 e o 0. Digital é virtualmente sinônimo de binário quando se refere aos computadores, que processam informações codificadas em combinações de dígitos binários (bits). Um bit pode representar no máximo dois valores; 2 bits, quatro valores; 8 bits, 256 valores etc. Os valores entre dois números são representados pelo mais elevado ou mais baixo dos dois. Os computadores digitais binários são baseados em dois estados lógicos, o on e o off, representados por dois níveis de tensão, cujos arranjos são usados para representar todos os tipos de informação: números, letras, símbolos gráficos e instruções de programa. A gravação digital converte a informação em “seqüências de 1 (um) e de 0 (zero), que podem fisicamente ser representadas em um meio de armazenamento”. Em um computador, a unidade de disco magnético converte os pulsos elétricos, que representam 1 e 0 pela mudança do fluxo magnético, em partículas magnéticas, que são orientadas em um dos dois sentidos possíveis. Posto em conjunto, o alinhamento de todas as partículas sobre o disco representa a informação digital gravada. Em um sinal digital, a informação é representada por "estados discretos”, por exemplo, uma alta tensão e baixa tensão -- melhor do que por níveis continuamente variáveis em uma seqüência contínua, como em um sinal analógico. Um conversor análogo digital (CAD) transforma os sinais análogos em sinais digitais. Enquanto o sinal análogo é continuamente variável dentro de uma escala dos valores, um sinal digital possui valores numéricos discretos representados por padrões binários de 0 e de 1. Um conversor CAD mede as amostras do sinal análogo e converte cada medida ao nível digital correspondente. Quanto mais elevada for a taxa da amostra, maior a fidelidade da saída digital. Um conversor CAD pode ser usado para converter o som representado por um sinal eletrônico analógico - uma onda do tipo senoidal - em uma série das amostras digitais, que podem ser armazenadas na RAM (random acess memory: memória de acesso aleatório), ou em um dispositivo qualquer de memória magnética, ou seja, tipo o disco rígido (hard disk), ou mesmo em um disco compacto. É essa conversão que revolucionou a forma como a informação é gravada, armazenada, transmitida, processada e integrada. Enquanto os sinais análogos são contínuos em forma de ondas, os sinais digitais são discretos em forma de números. A qualidade discreta (e não ambígua) dos sinais digitais significa que, quando a informação de áudio ou de vídeo digital codificada é amplificada, copiada ou processada de outra maneira, temos o sinal de saída idêntico ao de entrada. Como se nota, na figura a seguir, a qualidade do sinal digital depende do número das amostras obtidas no estágio da entrada. "Os sinais análogos são aplicações específicas, enquanto os sinais digitais são genéricos”. Ellis (1992) ilustra esse importante princípio, afirmando que a informação analógica, que é gerada pelos sulcos ondulados do LP (long play), “não pode ser alterada ou realçada de nenhuma maneira. Pode somente ser reproduzida com um grau maior ou menor de fidelidade, apenas como está gravada no vinil”. Por outro lado, para sua existência, os sinais digitais não dependem de um meio físico particular. O mais importante é que podem ser reprocessados e melhorados indefinidamente com a ajuda dos computadores. O dispositivo de reprodução de CD (compact disc) e o processador digital do computador "falam" a mesma língua dos dígitos binários e manipulam a informação com a mesma lógica. Essa característica das mídias digitais é essencial para a aplicação de algoritmos de compressão em arquivos de imagem e de música. INTERFACE DE INTERAÇÃO HUMANA Conforme Srivatsa (2002), a missão crítica da rede de computadores ao proporcionar benefícios aos mercados de consumo de massa é estabelecer a interação, na sua forma mais natural, entre as máquinas, ou ainda entre pessoas com o uso das máquinas. Assim, além da convergência de mídias (voz, dados e imagens), também se deve levar em consideração a integração das redes cabeadas (com fio) com a infra-estrutura wireless (sem fio) – que incluem celulares e redes locais sem fio (Wlan’s ou Wi-Fi). O que são aplicações multimodais O termo multimodal representa a convergência do conteúdo em vídeo, áudio, texto e imagens com as várias modalidades da relação com o usuário. Isto permite a interação com um sistema aplicativo de várias maneiras: a entrada de áudio, o teclado, o mouse e/ou a caneta ótica com as saídas em forma de voz sintetizada; o áudio, o texto, o vídeo em movimento e/ou através de uma das "modalidades" de gráficos. O termo "modo" denota um mecanismo de entrada e de saída e a interface com o usuário. Pode-se assim empregar cada uma destas modalidades de forma independente ou simultânea. As aplicações multimodais incorporam todas as modalidades simultâneas, podendo o usuário identificar o seu nome e digitar o endereço, enviar o número de telefone através do assistente digital pessoal sem fio, tudo numa mesma sessão do formulário e do contexto da aplicação. O browser permite selecionar a modalidade mais apropriada da interação baseada em cada situação da atividade ou nas diferentes modalidades de ambiente. As interfaces multimodais que capitalizam a eficiência dos displays visuais e a facilidade da entrada de áudio superarão as limitações dos browsers atuais de voz e os dispositivos móveis. Essas interações permitirão, com o uso de interface, falar, escrever, digitar ao usuário, assim como ouvi-lo e visualizá-lo de forma mais natural do que a modalidade dos browsers atualmente disponíveis.Com a crescente popularidade dos telefones móveis e dos assistentes de dados pessoais, o acesso à informação móvel e às transações remotas se tornou tão rápido como se elas estivessem no próprio local de onde foram solicitadas, conforme se pode visualizar na figura 1. Figura 1. Múltiplos modos de acesso. Os diferentes modos de transmissão podem ter o suporte de um único dispositivo ou de dispositivos separados que trabalham sem interrupção. Por exemplo, o usuário pode falar através do telefone de bateria e ver os resultados em um PDA. A voz também pode ser disponibilizada como um complemento aos browsers de exposições gráficas de alta resolução, fornecendo ainda uma alternativa acessível para o uso do teclado ou a tela de vídeo, conforme Figura 2. Figura 2. Múltiplos modos de entrega. As aplicações modais podem proporcionar uma melhoria das aplicações multicanais. O termo "canal" se refere a diferentes plataformas de browsing ou aos agentes usuários que acessam, navegam, e interagem com as aplicações on-line. As aplicações multicanal são projetadas para o acesso universal através dos diferentes canais, ou um canal de cada vez, sem nenhuma atenção em particular dispensada para a sincronização ou à coordenação entre os diversos canais. Nota-se, assim, uma série de canais à disposição para acessar o conteúdo da Internet, que a princípio parece separado, embora seja funcional e consistente. As aplicações em multicanal, no entanto, têm seus próprios inconvenientes. Cada canal a ser implementado terá que ser desenvolvido com base na utilização de diferentes linguagens e processos de forma apropriada. Somente determinados componentes tais como a base de dados de apoio pode ser compartilhada entre os diferentes canais. À medida que a escala dos dispositivos cresce e o número de canais disponíveis aumenta, a situação exige mais recursos e tempo. Alguns estudiosos visionários pregam que até o ano de 2020 tudo será wireless, inclusive isto por conta do alto custo de instalação e manutenção das redes cabeadas. Eles defendem a tese de que cada dispositivo, desde o PC até os aparelhos eletroeletrônicos, de casa ou do escritório, estará conectado por links sem fio. Não serão apenas os telefones celulares, PDA’s (Personal Digital Assistants) e notebooks que funcionarão em redes móveis. Produtos como TV’s, geladeiras, fornos de microondas, impressoras e câmeras digitais possuirão conexão sem fio. Hardware para a Segunda Revolução Digital Até o presente momento, a segunda revolução digital tem sido catalisada pela aceitação em massa e em escala crescente da chegada de meios digitais e de dispositivos de comunicações no mercado consumidor. Como resultado da disponibilidade e do uso do hardware de computador, os usuários em geral podem cada vez mais acessar em larga escala os meios digitais, os produtos e serviços de maneira conveniente em um formato físico no mundo real. A segunda revolução digital é conseqüentemente uma confirmação de que o hardware do computador está finalmente conquistando a familiaridade dos usuários leigos. Com custos razoáveis e acessíveis já são freqüentes nos ambientes de trabalho e gradativamente estão adentrando no ambiente doméstico como um dispositivo de uso pessoal e de bolso. Hoje se observa de forma cada vez mais abrangente que os bits digitais estão sendo atomizados de modo a atender às necessidades humanas. A maioria das pessoas e organizações se envolvem com os processos e a tecnologia com um grau de especialização técnica cada vez menor e com menos e significativos constrangimentos financeiros. Dentro desse enfoque, observa-se que, tanto no ambiente dos consumidores, ou mesmo no contexto do próprio negócio, o primeiro dispositivo de mídia digital verdadeiramente onipresente tem sido o telefone móvel. Em pouco mais de três anos, com a redução do seu tamanho e do peso, a autonomia crescente da bateria, a qualidade crescente do serviço e os preços de pacote diminuindo, a metade da população nos países como o Reino Unido possui um telefone móvel. De fato, a maciça adesão pública em um curto espaço de tempo caracteriza assim a segunda revolução digital, uma vez que os dispositivos robustos a preço acessível estão disponíveis em larga escala. A onda de aquecimento do mercado do telefone móvel transformou o walkman, do século XX, em um aparelho de MP3 móvel. Esses minúsculos dispositivos de bolso, pouco maiores do que uma caixa de fósforos permite que a música digital seja armazenada, manipulada e apreciada em movimento. A TELEVISÃO DE ALTA DEFINIÇÃO (HDTV) OU TVS ESPECIALIZADAS A tecnologia do HDTV, que se encontra sob desenvolvimento por mais de uma década, terá provavelmente outros 10 a 15 anos para encontrar a aceitação por parte dos seus consumidores e ser viabilizada comercialmente. Uma significativa melhoria na qualidade do vídeo e uma mudança na relação da largura da tela sua à altura, ou seja, dos atuais 4:3 para 16:9 são as características principais de HDTV. Esses fatores podem trazer ao formato da televisão um maior alinhamento em relação com a qualidade de imagem dos filmes de longa metragem. Um dos fatores que influenciam na aceitação do HDTV é que o novo padrão de transmissão deve ser compatível com o atual sistema NTSC - National Television Systems Committee formato americano padrão (525 linhas horizontais, 30 quadros/segundo, adotados pelo FCC em 1941). Por exemplo, os velhos conjuntos de TV em preto e branco podem ainda receber transmissões a cores, apenas porque os conjuntos de TV monofônicos podem receber transmissões estereofônicas. Também o HDTV requer cinco vezes a largura de banda do atual sistema NTSC – freqüência de 6 MHz a 30 MHz em alguns sistemas – o que o coloca em concorrência com outros usuários da mesma largura de banda como os telefones celulares. Nos Estados Unidos, muitos sistemas de radiodifusão disponibilizaram no seu acesso, o espectro adicional para viabilizar a introdução da transmissão digital, permitindo a recepção através do HDTV. Entretanto, a evolução tem sido lenta para a implementação do HDTV, devido ao seu baixo retorno sobre os investimentos, pois o custo dos equipamentos adicionais e os custos de transmissão são bastante consideráveis. Na tabela abaixo temos uma simulação da velocidade de transmissão do conteúdo de um CDROM de aproximadamente 680 MB (megabytes) de capacidade de dados. Tipo Modem Padrão Canal ISDN - 2 Cable Modem DSL T1.5 T3(DS3) OC-3 Velocidade Tempo AproximadoTransmissão Obs. 56 Kbps 27 hs 128 Kbps 12 hs 300kbps-1.5 Mbps 6 a 1 h. Banda Larga 128kbps-1.5 Mbps 12m a 1 h. Banda Larga 1.5 Mbps 59 m 44.736 Mbps 2m 155 .52 Mbps 35 s OC-12 622.08 Mbps RUMO À ORGANIZAÇÃO MULTIMODAL 9s Devido à heterogeneidade do hardware disponível, o maior desafio que envolve os negócios referentes à tecnologia na segunda revolução digital está nos métodos do acoplamento em que as pessoas poderão escolher para suas interações com os meios digitalizados e/ou atomizados de produtos e serviços. Haverá conseqüentemente uma necessidade por parte das organizações em começar a controlar a multimodalidade serial e paralelo inerentes aos seus negócios, devido a um número crescente de relações com os seus clientes e parceiros. De fato, as relações de multimodalidade constituem-se em assunto de pesquisa de um número crescente de cientistas ligados à ciência dos computadores no campo da interação do computador com o ser humano (HCI). Visto que as interfaces multimídia, que foi objeto de pesquisa iniciada na década de 1980, importou-se inicialmente em apresentar ao seu usuário, uma variedade de estímulos audiovisuais possíveis, ao passo que o principal alvo do projeto da interface multimodal visa oferecer ao seu usuário uma relação de alternativas mais apropriadas de interação dentro de um conjunto de interfaces. Ou seja, permite ao usuário empregar meios múltiplos de interação do sistema em paralelo (ou pela simples comutação de interação em série), de forma eficaz e significativa. A forma de comunicação bidirecional entre o usuário e o sistema computadorizado lhe possibilita o valor máximo de retorno sobre o investimento do tempo dispendido durante o acesso ao sistema. Algumas (e mais próximas do mercado) das relações multimodal mais básicas da interface homem-computador em desenvolvimento atualmente, incluem os sistemas de entrada que combinam a caneta de touchscreen (toque de tela) com o reconhecimento de voz. Por comandos de áudio acoplados com controle da caneta, os usuários podem estabelecer as suas seleções: um modo possível de se superar um grande dilema na comunicação humana. Os sistemas de entrada com reconhecimento da voz humana por um canal (áudio) podem ser usados como uma espécie de gatilho de comando ao computador para outras entradas do segundo canal (através da tela), que por sua vez provocam mais solicitações de áudio, e assim sucessivamente. Dessa forma o processo de preenchimento da "lacuna de reconhecimento" da voz humana pode ser fechada. A interface multimodal homem-computador combina vários discursos, estilos, visões, captura de movimento, dispositivo de posturas e de gestos; os teclados para entrada podem otimizar a interação do homem-computador e desenvolver sistemas mais acessíveis aos usuários não especializados. Em uma escala semelhante de importância, e de forma similar, o desenvolvimento continuado da aplicação das relações multimodal entre o cliente e a organização certamente trará uma contribuição crítica no estímulo em facilitar as interações da interface cliente-organização de forma mais criativa. Em uma organização que desenvolve uma gestão da relação com o cliente, a área de fornecimento de serviços financeiros apresenta-se como possibilidade de uma possível aplicação das relações multimodal. Através do seu amplo espectro de serviços, permite aos clientes acessar os mesmos produtos e os serviços financeiros por qualquer método de acoplamento que desejam, incluindo o acesso digital através do telefone, o acesso tradicional por web, telefone WAP, ou por canal de TV interativa aberta. Desta forma, um fornecedor de serviços financeiros pode agora oferecer a multimodalidade serial e paralela através de uma interface de clientes, proporcionando um serviço de valor agregado. CONCLUSÃO As aplicações multimodal estão ajustadas para crescer em importância nos anos vindouros trazendo benefícios aos negócios, aos colaboradores, e aos usuários finais. Com a inclusão de novas tecnologias, os novos dispositivos incorporados no computador desktop ao PDA handheld (assistente digital pessoal), do automóvel ao telefone celular, poderão suportar múltiplas modalidades de acesso e de comunicação, permitindo a obtenção de conteúdos em qualquer lugar, a qualquer momento. As aplicações multimodal serão componentes chaves para tais conexões em qualquer lugar, de modo mais conveniente e real, permitindo a escolha de forma mais apropriada de entrada e de saída, não importando a situação. Algumas estruturas multimodais de forma distribuídas envolvem um sistema de múltiplos dispositivos e de servidores. O protocolo da iniciação da sessão (SIP) está emergindo como a alternativa preferida para inicialização e controle da sessão entre os múltiplos dispositivos e os servidores. O protocolo SIP pode ser usado para sincronizar diversos dispositivos, por exemplo, atualizar a tela de um PDA ou de um computador desktop conectado a uma pequena tela de um telefone celular. Junto à certificação por parte do servidor, o SIP procura fornecer uma solução eficaz para a gestão da sessão, a manipulação do evento e a sincronização entre as várias modalidades de uma aplicação multimodal. No sentido de superar as limitações do processador dos dispositivos móveis, a solução pode estar no processo de reconhecimento da voz e a sintetização remota em uma plataforma mais poderosa, usando-se o reconhecimento de voz distribuído (DSR). Pode-se utilizar o DSR para os diálogos complexos de voz que exigem a compreensão da linguagem natural. Os diálogos simples poderão ser controlados localmente, mas para uma interação mais rica serão necessários acoplamento de dispositivos com um mecanismo remoto de DSR. O melhor uso das aplicações multimodal estará nas redes remotas da próxima geração. As redes que operam na faixa de freqüência 2G e 3G remotos prometem uma largura de faixa maior, sempre em conexões, e os canais simultâneos de voz e dos dados com o tempo de latência reduzida. Adicionalmente, os novos dispositivos móveis embutem a interface para reconhecimento automático de voz para facilitar a entrada de áudio. O PC (personal computer) já possui um bom dispositivo de entrada e uma boa exposição visual, onde as aplicações multimodal serão assim uma boa alternativa secundária para o desktop. O objetivo final para aplicações multimodais será a criação de interfaces confiáveis e completamente naturais para os usuários finais. Esses objetivos ainda estão relativamente distantes, mas a tecnologia está evoluindo rapidamente. O futuro da interação do homem-computador envolverá provavelmente o diálogo direto em um mundo onde as relações naturais serão usadas de forma tão comum como o uso do mouse ou VDU (unidade de digitalização da voz). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUILANO, Nicholes J.; CHASE, Richard B. & DAVIS, Mark M. Fundamentals of Operations Management. Chicago, IL: Irwin, 1995, pp. 25-26. BALDWIN, Thomas F. Convergence: Integrating Media. 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