Directora da DIAIBE avalia lançamento do Livro de Júlio Pico «Conversando com um doente com Sida… as 101 perguntas» «É preciso contribuir para o desenvolvimento de competências para um Plano de Adesão Terapêutica e Qualidade de Vida» Por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, Ana Campos Reis, Directora da DIAIBE, Direcção de Apoio à Inserção e Bem‐Estar avalia o livro «Conversando com um Doente com sida … as 101 perguntas», assim como o futuro relacionado com esta doença. Qual a importância deste livro e dos seus conteúdos? A importância deste livro, passa em primeiro lugar pelo tema e pelo seu conteúdo, pois trata‐se da história de vida de um Seropositivo elaborado na primeira pessoa, e por isso muito real. Qual a importância do debate do tema sobre o HIV/Pessoas infectadas com o vírus da sida? O debate do tema sobre o HIV/Pessoas infectadas com o vírus da Sida confronta‐nos com a realidade de vida de um seropositivo diante das discriminações que enfrenta no dia‐ a‐ dia da sua vivência. Neste encontro que realizámos por ocasião do Dia Mundial da Sida, conseguimos a mais‐valia de dar a conhecer os sentimentos, as dúvidas, as dificuldades e inclusão social vista sob os olhos de uma pessoa seropositiva. Qual a sua opinião, sobre a evolução da doença no futuro? Creio que num futuro próximo a doença deve ser vista como outra doença qualquer. Este é um desejo que não sabemos, de facto, quando se concretizará, mas é esta expectativa que tenho em relação ao futuro. Poderemos começar esta caminhada com alguns passos decisivos que passam pelos seguintes passos: quando o próprio doente conseguir assumir o facto da doença, sem ter de se esconder; quando a sua família aceitar naturalmente esta patologia sem discriminar os seus e assumir com naturalidade e sem fazer juízos de valores; quando a comunidade em geral (religião, partidos Políticos, associações desportivas, IPSS...) deixarem de discriminar e de estigmatizar, confundindo o mito e suas crenças pessoais com a realidade da patologia; quando a comunidade científica, os técnicos de várias áreas, nomeadamente a saúde, educação e a acção social tiverem um só fio condutor, derem exemplos aos três grupos anteriormente descritos e continuarem numa linha de prevenção nos três níveis, primária, secundária e terciárias, de momento a única estratégia que garante alguns resultados. Existe então ainda muito a fazer neste processo que descreve… Sim. Verificamos que existe ainda muito a fazer para que o VIH‐SIDA tenha os mesmos contornos de qualquer outra doença crónica. Se começarmos pela adesão terapêutica, sabemos que mais de 50% da população infectada não consegue um bom esquema de adesão terapêutica, sendo que destes, metade não conseguem sobreviver com os efeitos secundários da própria medicação. Resumindo, há muito trabalho a desenvolver para orientar o seropositivo/doente com SIDA e a comunidade afectada (familiares, amigos mais próximos e colegas de trabalho) a contribuir para o desenvolvimento de competências para um Plano de Adesão Terapêutica e Qualidade de Vida que lhes permitam uma longevidade preconizada para a população em geral. Dados: Em 1989, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o dia 1 de Dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a SIDA, para assinalar a data em que foi diagnosticado o primeiro caso de SIDA (1 de Dezembro de 1981). Desde essa data, o vírus da imuno‐ deficiência adquirida (VIH) já matou mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, pelo que é considerada a maior epidemia da História. Diariamente, surgem cerca de 7500 novos casos. Pretende‐se com este dia alertar e lembrar as populações para os comportamentos de risco a evitar e os comportamentos de prevenção a adoptar no combate à propagação da doença assim como aumentar a compreensão sobre a patologia e reforçar a tolerância e a compaixão pelas pessoas infectadas. Cristina Vaz de Almeida Unidade de Comunicação e Imagem Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Largo trindade Coelho 1200-470 Lisboa 00351 961 74 94 72 00351 21 323 51 72 extensão 1172 [email protected]