ano 9 l nº 49 www.revistahost.com.br Machu Picchu VIAGEM AO TOPO DO MUNDO INCA vida selvagem AMAZÔNIA RESERVA SURPRESAS LÁ EM CASA Explore formas alternativas de hospedagem Renda-se ao litoral de Alagoas austrália sem praia CONFIRA ATRAÇÕES INUSITADAS R$ 9,90 rota internacional Machu Picchu e Valle Sagrado Encontro com o passado Paisagens, história e cultura. Machu Picchu encabeça uma lista de sítios arqueológicos que guardam ruínas do legado inca texto e fotos Camila Lucchesi A cidade perdida dos incas é um destino que mexe com a imaginação. Não importa se é pela aura de mistério, pelas engenhosas construções erguidas por uma civilização précolombiana, pela beleza cênica ou pela soma de tudo, o fato é que todo mundo quer conhecê-la. Patrimônio Mundial da Unesco e uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, a fama de Machu Picchu vem de longe. Ela foi o maior centro administrativo e religioso dos incas, erguido por volta de 1450, por ordem do governante Pachacútec. As ruínas do sítio arqueológico mais importante da 10 host&Travel_49 América do Sul ficam 2.400m acima do nível do mar, encravadas na Machu Picchu, expressão em língua quéchua que significa montanha velha. A localização foi escolhida de forma criteriosa, no vale do rio Urubamba, com clima propício à agricultura, abundância de água e proteção contra inimigos. Apresentada ao mundo em 1911, pelo historiador americano Hiram Bingham, Machu Picchu é o ponto de partida para um roteiro histórico pelo legado dos incas. Mantém daquela época parte das construções e o posto de personagem principal da história. Mas os coadjuvantes dessa viagem não podem ser desconsiderados: margeando rios, cidadezinhas do chamado Valle Sagrado também mantém vivas estruturas e tradições de seus antepassados. Chegar exige disposição: partindo da capital paulista, são cinco horas de voo até Lima, 1h30 voando até Cusco, mais cerca de quatro horas entre ônibus e trem até Águas Calientes, também chamada de Machu Picchu Pueblo pela proximidade com as ruínas. O trecho ferroviário proporciona uma incursão pela paisagem, com direito a janelas que seguem o curso do rio, passeiam entre montanhas e pelas várias terrazas, jardineiras escavadas na encosta, primeiro ícone inca e onipresente no roteiro. “Para vencer o relevo, eles tiveram de criar um sistema de plantio na montanha”, explica a guia Janette Cárdenas Álvares, mestre em ecologia e recursos naturais com doutorado em meio ambiente e desenvolvimento sustentável. O último comboio parte às 16h36 de Ollantaytambo. No topo do mundo A curiosidade em torno de Machu Picchu ajuda a pular da cama, no dia marcado para a visita. O céu ainda não está claro quando os micro-ônibus começam a subir pela estrada que leva às ruínas e o melhor é embarcar em um dos primeiros, às 5h30. O parque que guarda as antigas host&Travel_49 11 BELEZA CENTENÁRIA O topo da Wayna Picchu permite vistas aéreas espetaculares sobre a cidade perdida. Mas é de perto que dá para ver os detalhes de engenhocas incas, como as cuencas que acumulavam água para observar o reflexo do céu. Com sorte, você ainda encontra uma das lhamas que moram por lá construções só abre às 6h, mas a fila para entrar começa ainda na madrugada. Abertas as cancelas, o acesso é rápido. E o prêmio para quem espera é a possibilidade de adentrar o local ainda vazio, cenário perfeito para as fotos. Uma porta de pedra marca a entrada da cidade e abre caminho para uma série de questionamentos. Como tudo isso foi construído? E como ainda está em pé? Basicamente graças ao fato de os incas serem excelentes arquitetos, com conhecimentos avançados de física e matemática. Mesmo tendo uma média estimada de 1,65m de altura, eles conseguiram extrair, carregar e polir A trilha era percorrida apenas pelos sacerdotes e chegava aonde os incas acreditavam ficar a morada dos deuses enormes blocos de pedras para erguer as estruturas, com tecnologia desconhecida até hoje. As construções são orientadas pelos astros para garantir que tenham melhor aproveitamento de luz e boa ventilação. Machu Picchu é dividida em dois grandes setores, além do posto de vigilância. A zona agrícola reúne mais de cem terrazas para cultivo e depósitos, enquanto a urbana é formada por escolas, casas, praças e templos sagrados. A cidade que foi habitada por cerca de 800 pessoas conta com sistema de coleta e canais para dis12 host&Travel_49 tribuição de água, além de complexa organização social. Se quiser adicionar aventura ao roteiro clássico, compre um tíquete para subir ao topo da Wayna Picchu, montanha nova na língua quéchua. A atividade requer tempo, disposição e preparo físico, mas vale a pena pelas vistas aéreas da cidade perdida. Segundo a guia Wilma Huillca, a trilha religiosa era percorrida apenas por sacerdotes, pois chegava ao cume da montanha, o apu, palavra em quéchua que significa morada dos deuses. O trajeto de ida e volta dura cerca de três horas, em caminhos estreitos que contornam a montanha e por centenas de degraus de pedra beirando precipícios. A trilha não é recomendada para quem tem medo de altura, pois chega 300m acima de Machu Picchu. Com calma, é possível chegar lá. Apenas 400 pessoas podem subir a montanha por dia, divididos em dois turnos. Na volta, o visitante tem tempo para passar pelos principais pontos da cidade perdida. Não deixe de conhecer a Rocha Sagrada - granito de 3m de altura por 7m de base que teria fins cerimoniais -, a zona dos templos – os do Sol, Terra, Três Janelas e Condor são imperdíveis -, e a Intiwatana – relógio criado na rocha para estudar o ano solar, determinar os solstícios e equinócios. Outra estrutura curiosa são as cuencas que acumulavam água e permitiam observar o reflexo do céu. Não se sabem os reais motivos que levaram a cidade a ficar escondida por tanto tempo, mas há varias teorias que podem explicar seu provável abandono. As duas host&Travel_49 13 HIERARQUIA Machu Picchu só perdia em importância para Cusco, capital do império inca, que exibe impressionantes construções como a catedral e as ruínas de Sacsayhuaman (à esquerda). Por toda a região, é fácil encontrar locais vestindo trajes típicos que chamam a atenção pelo colorido e contrastam com a arquitetura de pedra em tons neutros. Na página ao lado, registro da paisagem do vale, com destaque para as terrazas de Pisac hipóteses mais aceitas são consequências da invasão espanhola, em 1532. Alguns acreditam que a cidade foi isolada para garantir proteção e acabou vítima de uma epidemia que assolou sua população. Outros defendem que os moradores fugiram para Wilcabamba para evitar que os espanhóis encontrassem sua cidade sagrada. “Conta-se, inclusive, que eles destruíram parte dos acessos para dificultar a chegada”, completa Wilma. Tradições vivas A 90 quilômetros de Cusco, Ollantaytambo é mais do que a estação de embarque e desembarque para Machu Picchu. Lá as pessoas conversam em quéchua, o calçamento é todo de pedra, algumas casas mantêm tetos de palha e a configuração de vilas familiares dos incas. “É uma cidade inca vivente, pois conserva suas tradições há centenas de anos”, ensina a guia Janette. Segundo ela, parte das ruínas pode ser ainda mais antiga, da época pré-inca. A cidade tem cerca de cinco mil habitantes e é a última parada para quem pretende chegar a Machu Picchu pela Trilha Inca, em quatro dias de caminhada. Acaba funcionando como ponto de passagem e para comprar os últimos itens antes da peregrinação. Quem tem tempo, pode (e deve) dividí-lo entre um passeio rápido pelo centro para conhecer construções incas originais e uma subida às ruínas que incluem uma fortaleza. Respeitada como centro administrativo do império inca, Ollantaytambo faz parte do chamado Valle Sagra14 host&Travel_49 do. Protegida do vento pelas montanhas e rica em água, essa região de terras férteis se estende por vários quilômetros, entre campos de plantação e pequenas cidades que tiveram grande importância dentro do império inca. Dedique algumas horas para conhecer Pisac, cidade 3.400 acima do nível do mar que conta com construções pré-incas. No complexo arqueológico que fica na parte alta da cidade, o que mais chama a atenção são as terrazas de pedra. Ligeiramente inclinadas, as estruturas ficam protegidas até de terremotos. Pelo formato côncavo, man- O Valle Sagrado se estende por quilômetros, entre campos de cultivos, rios e cidadezinhas pitorescas têm o calor necessário para a germinação. O melhor é que programe a visita para terça, quinta ou domingo, quando você poderá conhecer o mercado de artesanato indígena, outro atrativo famoso da cidade. Capital do império Patrimônio Mundial da Unesco desde 1983, Cusco é o ponto final do trajeto clássico pela história dos incas. A capital do império preserva a antiga cultura em suas fachadas, com fundação de pedras largas, e nas ruas host&Travel_49 15 Luxo sustentável Se é que ainda existe, a imagem que Machu Picchu é um destino para mochileiros deve ser apagada, definitivamente. Claro que é bom ter disposição para percorrer as ruínas, mas a qualidade dos serviços oferecidos atualmente ajuda a tornar a viagem bastante confortável. O melhor é que, cada vez mais, as empresas têm aliado o luxo a ações sustentáveis. A operadora ferroviária Inca Rail dispõe de um vagão de Primeira Classe com janelas panorâmicas para 30 pessoas no trecho entre Ollantaytambo e Águas Calientes. No trajeto de 90 minutos, o turista é acomodado em poltronas de couro e tem todo o serviço incluído. Pisco Souer para começar, seguido de entrada, prato principal e sobremesa. Uma opção ainda melhor é embarcar no vagão presidencial, para 12 viajantes, com cardápio exclusivo. A companhia só utiliza insumos orgânicos, participa de programas de reciclagem e pinta seus trens com tons que se mesclam à natureza. Único cinco estrelas em Machu Picchu Pueblo, o Hotel Sumaq também segue essa premissa arquitetônica de se mimetizar com o entorno. Os tons de terra da fachada guardam apartamentos confortáveis, restaurante e bar, além de um spa com massagens super indicadas para aliviar os músculos do esforço nas ruínas. Aulas de culinária peruana estão na programação disponível aos hóspedes, que também inclui participação em rituais incas como o Pago a La Tierra, uma cerimônia de agradecimento à mãe Terra. Casais podem encomendar o Arac Masin e reforçar os laços em um típico casamento inca. O hotel mantém uma horta orgânica, investe em atividades culturais e incentiva a formação de sua mão-de-obra, a maioria local. Provando que luxo e sustentabilidade fazem uma boa dupla. 16 host&Travel_49 Tour em Lima Se a viagem for por Lima, dedique algumas horas para conhecê-la e se delicie com a gastronomia típica que vai de ceviche ao lomo saltado. San Isidro e Miraflores são os bairros mais bacanas dessa cidade de quase dez milhões de habitantes que foi fundada em 1535, pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro, como capital de um novo país, agora livre do domínio inca. Livre do domínio, mas não das heranças. Lima também guarda seus tesouros ancestrais, em 14 templos pré-incas preservados. A Huallamarca é um deles, onde está exposta a múmia de uma sacerdotisa de 900 d.C. O tour pelo centro histórico leva cerca de três horas, passando pela Igreja de Santo Domingo, Palácio do Governo, Catedral de Lima, Praça de Armas, Igreja e Convento de São Francisco de Assis, com suas curiosas catacumbas. Termine o passeio em um restaurante limenho para provar os sabores peruanos. O fim da viagem não poderia ser melhor. l Viagem a convite da LAN e do hotel Sumaq Machu Picchu > Documentação: Carteira de Identidade (RG) ou Passaporte e Certificado Internacional de Vacinação contra febre amarela. quando ir Em Lima, a média no verão (dezembro a março) é de 25ºC. No inverno, os termômetros registram entre 12ºC e 15ºC. De Cusco a Machu Picchu, há apenas duas estações: a seca (abril a outubro) e a chuvosa (novembro a março). Cusco registra médias anuais entre 19ºC e 4ºC, já em Machu Picchu, os termômetros oscilam de 27ºC a 11ºC. importante Machu Picchu é um distrito do departamento de Cusco, cidade de Urubamba. O povoado mais próximo é Águas Calientes, também conhecida como Machu Picchu Pueblo. Para chegar ao santuário é possível viajar por 20 minutos em um micro-ônibus (US$ 15,50 por pessoa) ou caminhar por 1h30 montanha acima. A entrada no parque custa s/126 (cerca de US$ 47), mas sobe s/14 (US$ 5) se incluir a subida à Wayna Picchu. Leve o passaporte na visita para ganhar um carimbo de Machu Picchu. como chegar LAN (www.lan.com e 0300-788045), Avianca (www.avianca.com.br e 4004-4040), TACA (www.taca.com) e TAM (www.tam.com.br e 0800-570-5757) oferecem a ligação entre Lima e o Brasil. Saindo da capital paulista, a viagem dura cerca de 5h. Já o trecho aéreo entre Lima e Cusco é operado pela LAN e pela TACA, em voos de 1h30. como chegar terrestre Pouco mais de 100 km separam Cusco de Águas Calientes. O trecho inicial é feito pela estrada até as estações de trem em Poroy (15 minutos) ou Ollantaytambo (2h). De Poroy parte o luxuoso Hiram Bigham, em viagens de 3,5 horas até Águas Calientes, que saem por US$ 599 (ida e volta). Ollantaytambo concentra as saídas dos trens da Inca Rail (www.incarail.com.pe) que percorrem o trajeto em 1h30. Os bilhetes custam entre US$ 100 (vagão turístico) e US$ 220 (Primeira Classe). Para evitar o soroche, mal causado pela altitude que causa dores de cabeça e náuseas em alguns turistas, tome pastilhas vendidas em farmácias, beba chá de coca e muita água. Outra dica é levar duas malas, pois os trens permitem que cada passageiro embarque com apenas uma mala de até 5 kg. Leve o necessário e deixe a outra mala no hotel ou em armários nas estações de trem. Hospedagem > Aranwa: A rede tem unidades no Valle Sagrado e em Cusco. A primeira, construída em uma fazenda colonial do século 17, conta com 101 apartamentos, 14 suítes e um equipado spa. O hotel de Cusco é um boutique de 43 apartamentos, instalado em um casarão do século 16, a dois quarteirões da Praça de Armas. www.aranwahotels.com > Fallen Angel: Descolado restaurante e guest house com quatro quartos. O espaço abriga exposições temporárias de artistas convidados. www.fallenangelincusco.com >Sonesta Lima El Olivar: Em San Isidro, importante distrito financeiro da capital peruana, oferece 134 apartamentos e serviços completos. www.sonesta.com/lima >Sumaq Machu Picchu: O cinco estrelas fica em Águas Calientes, na estrada que leva os gastronomia > Saqra (Lima): O restaurante criou releituras das principais receitas peruanas adicionando apresentação elegante aos pratos tradicionais. O ambiente descontraído ajuda a aumentar a fama do local. www.saqra.pe > Hacienda Huayoccari (Urubamba): Dentro de uma fazenda centenária, oferece almoço e jantar mediante reserva. O salão é repleto de utensílios herdados pelos proprietários e conta com grandes janelas para as montanhas. [email protected] > Incanto (Cusco): A poucos passos da Praça de Armas, é ideal para jantar antes de conhecer a noite local. Serve massas, pizzas e receitas peruanas. www.cuscorestaurants.com/incanto > Limo (Cusco): No piso superior de um casarão antigo, serve mix da culinária peruana tradicional com elementos orientais. www.cuscorestaurants.com/limo quem leva > AuroraEco:O roteiro de seis noites passa por Cusco, Valle Sagrado e Machu Picchu. Sai desde US$ 2.550 (exceto aéreo), incluindo hospedagem nos hotéis mais exclusivos da região. www.auroraeco.com.br e (11) 3086-1731 > Freeway: Oferece um pacote de cinco noites por Lima, Cusco, Valle Sagrado e Machu Picchu com saídas promocionais em datas determinadas, por US$ 1630. Incluem passagens aéreas, hospedagem, traslados e passeios. www.freeway.tur.br e (11) 5088-0999 > TGK Tour Operator: Oferece pacote de cinco noites passando por Lima, Cusco, Valle Sagrado e Machu Picchu, com hospedagem no Sumaq. O valor por pessoa começa em US$ 3.036 (entre 27/4 e 16/6/2012). www.tgk.tur.br e (11) 3283-3233 receptivo > Condor Travel: Além de transfers e passeios acompanhados por guias especializados, oferece viagens sob medida. www.condortravel.com > Lima Tours: Organiza transfers e promove passeios em diversos destinos peruanos. www.limatours.com.pe Informações úteis Para saber mais > Moeda: Nuevo Sol (s/1 equivale a US$ 0,37 > www.peru.travel ou R$ 0,64) > Idioma: Espanhol e quéchua (dialeto) visitantes ao santuário inca. Conta com 60 suítes, restaurante, bar e spa. www.machupicchuhotels-sumaq.com roteiro Mauro Nakata Estrelado Hotel Sumaq promove o conforto estreitas de paralelepípedo. Lojas de artesanato dividem espaço com hotéis, pousadas, casa de câmbio e restaurantes no entorno da Praça de Armas, a principal da cidade. Comece o passeio por ela, explorando a Catedral de Cusco e a igreja da Companhia de Jesus. Na Avenida do Sol, não deixe de visitar Korikancha, o Templo do Sol. Trata-se do mais importante centro religioso da cultura andina, o equivalente ao Vaticano para a Igreja Católica, que hoje funciona como um museu. As estruturas preservadas ressaltam a grandiosidade do templo e maquetes mostram detalhes destruídos da arquitetura inca, como o revestimento em ouro do topo dos muros. “O material não servia para ostentar riqueza, mas para atrair energias aos locais sagrados”, explica Janette. Outro passeio cultural imperdível são as ruínas de Sacsayhuaman, a dez minutos do centro. A cidade inca ostenta paredões de pedra com mais de cem toneladas, dispostos em ziguezague para dissipar qualquer energia sísmica, e os estudiosos acreditam que seu principal uso era como centro cerimonial e de estudos, o equivalente a uma universidade. “Ela só teve função militar após a ocupação dos espanhóis”, defende Janette. Quando o sol se vai, bares e casas noturnas abrem as portas no entorno da Praça de Armas. Cusco tem uma vida noturna agitada, estimulada pelos milhares de visitantes de todo o mundo que aportam na cidade o ano todo. Na volta para o hotel, não hesite em chamar um táxi. Dentro da cidade, o valor é fechado em s/2,5. > Fuso horário: - 2 horas em relação a Brasília luxo Primeira Classe da Inca Rail * Valores válidos para hospedagem em apartamento duplo. Sujeito a alterações > ingressos: www.machupicchu.gob.pe host&Travel_49 17