TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CEMENTAÇÃO À VÁCUO (BAIXA PRESSÃO) E CEMENTAÇÃO TRADICIONAL Autor: Eduardo Marcellini Carneiro de Mendonça Co-autor: José Rubens Gonçalves Carneiro Wellington Euclídes da Silva Rogério Pinto Coelho Catalão RESUMO A cementação “à vácuo”, é um processo realizado em baixa pressão, abaixo dos 10 milibar e temperatura da mesma ordem de grandeza (900ºC) do processo convencional. Este processo à vácuo possui diversas vantagens nos aspectos de qualidade do produto final, produção, flexibilidade, manutenção, custo inicial e de processo, aspectos ecológicos, ambiental e de segurança, principalmente quando comparado aos processos tradicionais. Este trabalho objetiva comparar alguns parâmetros de processo e resultados operacionais do processo de cementação à vácuo com o processo convencional utilizado em forno contínuo operando com atmosfera de gás natural. PALAVRAS-CHAVES Processo – Cementação – Vácuo – Vantagens – Tradicional INTRODUÇÃO A cementação é um tratamento termoquímico de endurecimento superficial, obtido mediante difusão de carbono na superfície da peça com o objetivo de se obter uma superfície enriquecida em carbono que, posteriormente, passará por um tratamento de têmpera e revenimento. A espessura obtida depende da temperatura, tempo, atmosfera do forno e tipo de processo e varia com a aplicação do componente mecânico. Além disso, a têmpera faz com que se criem tensões residuais de compressão na superfície da peça e de tração no interior, melhorando assim a resistência à fadiga. Este processo de cementação pode ser realizado em fornos tradicionais contínuos com atmosfera controlada ou em fornos “à vácuo” de baixa pressão. OBJETIVO O escopo do trabalho baseia-se no comparativo entre os processos de cementação realizados em fornos tradicionais de atmosfera controlada e o processo de cementação “à vácuo” (baixa pressão), analisando diferenças, vantagens e desvantagens, seja do ponto de vista técnico que econômico. CARACTERÍSTICAS DOS FORNOS Os fornos tradicionais Os fornos tradicionais são geralmente formados por uma carcaça dividida em zonas, sendo cada uma delas controladas separadamente. Esta divisão não isola termicamente as várias zonas, mas consente um monitoramento da temperatura e atmosfera mais preciso dentro de cada zona. No interior de cada zona, existe um ventilador que permite manter em constante agitação a atmosfera de gás, melhorando a homogeneidade da mistura de gás em todo o forno. Para isolar termicamente o interior do forno do ambiente externo, existe uma espessa camada de material refratário. As cargas no interior do forno são empurradas sobre uma superfície construída de tijolos de material refratário especial, um material particularmente resistente ao calor e ao desgaste devido ao arrastamento dos dispositivos de carga. A pré-câmera é um órgão fundamental permitindo a entrada das cargas no forno sem que haja contato da atmosfera controlada com o ar ambiente, a fim de evitar o contato desta com o oxigênio 519 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil presente no ar. Tal contato acarretaria em uma combustão violenta, com risco de explosão. Para evitar a combustão, a pré-câmera é dotada de duas portinholas, criando um compartimento intermediário entre a parte interna do forno e o exterior. O gerador de gás é a unidade responsável por compor a mistura de gases e definir a atmosfera de gás cementante. O sistema de controle é um equipamento composto por um quadro de analises que mantém sobre controle os principais parâmetros de processo no interior do forno. Controla a temperatura através de termopares, aumentando ou diminuindo a quantidade de gás na mistura, a fim de manter estável a temperatura e a atmosfera no interior do forno. Os queimadores são posicionados nos lados dos fornos, e fornecem o calor necessário para elevar e manter o forno em temperatura para queimar o gás. O gás já queimado circula através de tubos particulares, chamados radiantes, com uma característica forma em U que atravessa o forno no sentido transversal. O ar pré-aquecido em um trocador de calor gás-ar é misturado ao gás cementante para queimar na ponta do queimador. A chama se propaga no interior do tubo e aquece o forno. O gás queimado, ainda quente, passa pelo trocador e então é extraído por uma coifa que converge para a chaminé de exaustão. O processo de têmpera em óleo é um processo de resfriamento brusco e feito logo após a finalização do processo de cementação, onde o tanque de óleo é interligado ao forno. Este tanque deve ser constantemente monitorado em relação ao nível de óleo e temperatura visto que, esse óleo é inflamável e apresenta risco de incêndio. Além disso, o óleo deve trocado quando atinge a saturação de contaminantes e resíduos de carbono proveniente das cargas. Em seguida, as cargas passam por um processo de lavagem com uma solução de água e detergente desengraxante, objetivando retirar o óleo residual proveniente da têmpera. A solução de água e detergente deve ser trocada periodicamente. A última etapa é o revenimento, onde as cargas passam por um forno contínuo com temperatura em torno dos 180ºC, para aliviar as tensões provenientes do resfriamento drástico em óleo. Os fornos à vácuo O sistema é formado por um forno de pré aquecimento, opcional ao processo, uma célula de carga/descarga, câmaras de cementação à vácuo, conjunto de bombas de vácuo, célula de resfriamento (têmpera). O forno de pré-aquecimento é um item opcional na montagem de um complexo de tratamento térmico em baixa pressão de modo que, não é implementado por todos os “tratadores”. O forno é constituído por zonas aquecidas em torno dos 400ºC, em ar ambiente. A carga é introduzida na primeira zona e transportada por um tempo pré-estabelecido ao longo do forno. O forno de pré-aquecimento possui duas funções, eliminar resíduos de operações de lavagem precedente, a fim de evitar entupimento posterior das bombas de vácuo e reduzir o tempo de aquecimento nas câmaras de cementação, aumentando, portanto, a produtividade. As câmaras de cementação são construídas em duas partes diferentes: um corpo interno e uma carcaça externa. Para isolar o forno, são utilizados extratos de diversos materiais isolantes. Em contato com a atmosfera do forno, existe uma placa de grafite acompanhada por placas de feltro 520 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil cerâmico. Na parte externa existe uma outra placa de grafite, fechando o pacote. Este pacote é unido por uma espécie de rebite mantendo-o firme junto a carcaça externa. Além disso, as câmaras contam com um sistema de refrigeração na parede interna da carcaça para manter sua superfície externa com temperatura próxima daquela ambiente. O aquecimento é feito por barras de grafite conectadas a barramentos elétricos através de parafusos de cobre. As barras de grafite são dispostas dentro da câmara homogeneamente formando uma espécie de gaiola em torno da carga. Os bicos de injeção do gás cementante são posicionados com uma angulação pré-estabelecida e ao longo de toda a profundidade da câmara, com a finalidade de garantir uma uniformidade da concentração do gás. As injeções de gás são comandadas por um quadro de comando próprio, composto por um manômetro e vários medidores de vazão que regulam a vazão do gás. O processo de cementação à vácuo consiste no aquecimento homogêneo da carga até uma temperatura superior aquela de austenitização e posteriormente na realização de ciclos de injeção de gás cementante e períodos de difusão do carbono. A quantidade de ciclos e duração de cada fase varia com o tipo de peça e é impostado via painel de comando, garantindo desta forma uma grande flexibilidade ao processo, visto que é possível criar uma receita específica para cada componente. A qualidade do processo de cementação à vácuo está diretamente ligado ao sistema de bombas que produzem o vácuo nas câmaras. É necessário gerar um grau de vácuo em torno dos 8 milibar. Este processo é realizado através de bombas especiais, geralmente dispostas em dois grupos, para realizar a operação em dois estágios. O primeiro estágio consiste em evacuar o ar da câmara através de bombas de pistão a altas rotações e após, são acionadas bombas especiais que comprimem um grande volume de gás em baixa pressão em um volume ainda menor em pressão mais elevada, gerando assim, o vácuo necessário no interior da câmara. Para uma maior eficiência, este processo é realizado em cada câmara separadamente. A célula de têmpera é composta por uma câmara conectada a um reservatório de gás inerte (Nitrogênio ou Hélio) à uma pressão em torno dos 29 bar. Uma eletroválvula faz a comunicação entre as duas unidades e permite a passagem do gás até que a câmara atinja uma pressão em torno dos 8 bar. Posteriormente, ventiladores de alta vazão e rotação circulam o gás dentro da câmara, que por sua vez, passa por trocadores de calor do tipo ar-água resfriando homogeneamente toda a carga. Existe a possibilidade de se recuperar o gás ou descartá-lo no ambiente. Este processo de têmpera possui diversas vantagens, principalmente relacionadas à flexibilidade do processo, visto que permite uma variação na taxa de resfriamento da carga através da variação da pressão e velocidade do gás, possibilitando a criação de uma receita para cada componente. O processo de alívio de tensões, quando necessário, é feito em um forno contínuo em atmosfera ambiente, operando geralmente em baixas temperaturas em torno dos 150ºC. 521 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil DISCUSSÃO E ANÁLISE O ciclo de processo com as diferentes etapas para os sistemas à vácuo e tradicional é mostrado a seguir na Figura (1A) e (1B). Ciclo Processo Tradicional (Figura 1A – Ciclo de processo de cementação em forno tradicional, com duração total de 11 horas) Ciclo Processo Á Vácuo (Figura 1B – Ciclo de processo de cementação à vácuo, com duração total de 6 horas) 522 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil A figura (2) mostra a evolução do teor de carbono em função da distância da superfície da peça com resultados semelhantes, porém para tempos de ciclo diferentes, sendo aproximadamente 6 horas para o processo à vácuo e 11horas para o processo tradicional (Figura 2 – Teor de carbono versus profundidade da camada, para um ciclo de 6 horas no processo à vácuo e 11h para o processo tradicional) As figuras (3A) e (3B) mostram a evolução da dureza em função da distância da superfície para materiais cementados, temperados e revenidos conforme os processos à vácuo e tradicional. Dureza (HV0,3) Corpo de prova em aço 18CrMo4 Cementação tradicional – Têmpera em óleo Dureza do núcleo: 383,74 HV0,3 Distância da superfície (µm) (Figura 3A – Evolução da dureza em função da distância da superfície para o processo de cementação em forno tradicional – Ref. Boot, M. A. 2003) 523 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil Dureza (HV0,3) Corpo de prova em aço 27MnCr5 Cementação à vácuo – Têmpera em gás Dureza do núcleo: 484,27 HV0,3 Distância da superfície (µm) (Figura 3B – Evolução da dureza em função da distância da superfície para o processo de cementação em forno à vácuo – Ref. Boot, M. A. 2003) As figuras (4A) e (4B) mostram a microestrutura na superfície e no núcleo respectivamente de um corpo de prova de material 18CrMo4 cementado através do processo tradicional. (Figura 4B – Microestrutura do núcleo de corpo de prova em material 18CrMo4 cementado em processo tradicional - Ref. Boot, M. A. 2003) (Figura 4A – Microestrutura em superfície de corpo de prova em material 18CrMo4 cementado em processo tradicional - Ref. Boot, M. A. 2003) As figuras (4A) e (4B) refletem o resultado da cementação feita em processo tradicional, originando uma estrutura superficial composta por martensita e presença de austenita retida (aproximadamente 25%). A estrutura do núcleo é composta por martensita e bainita com traços de ferrita. 524 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil As figuras (5A) e (5B) mostram a microestrutura na superfície e no núcleo respectivamente de um corpo de prova de material 27MnCr5 cementado através do processo à vácuo. (Figura 5B – Microestrutura do núcleo de corpo de prova em material 27MnCr5 cementado em processo à vácuo - Ref. Boot, M. A. 2003) (Figura 5A – Microestrutura em superfície de corpo de prova em material 27MnCr5 cementado em processo à vácuo - Ref. Boot, M. A. 2003) As figuras (5A) e (5B) refletem o resultado da cementação feita em processo à vácuo, originando uma estrutura superficial composta por martensita sem demonstrar traços de austenita retida. A estrutura do núcleo é composta por martensita e bainita. As figuras (6A) e (6B) mostram o comportamento dos corpos de prova sob ensaio de resistência à fadiga de matérias tratados em processo tradicional e processo à vácuo. Mostra ainda o comportamento do mesmo material após tratamento de Shot Peening. Solicitação (MPa) Curvas de Fadiga – Corpo de prova em aço 18CrMo4 cementado em processo tradicional Fadiga por flexão em 3 pontos Cementado tradional Shot Peen Shot Peen Shot Peen Shot Peen Número de ciclos (x 10^6) (Figura 6A – Resistência à fadiga de corpo de prova de material 18CrMo4 cementado em forno tradicional – Ref. Boot, M. A. 2003) 525 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil Solicitação (MPa) Curvas de Fadiga – Corpo de prova em aço 27MnCr5 cementado em processo à vácuo Cementado à vácuo Shot Peen Shot Peen Shot Peen Shot Peen Fadiga por flexão em 3 pontos Número de ciclos (x 10^6) (Figura 6B – Resistência à fadiga de corpo de prova de material 27MnCr5 tratado em forno tradicional – Ref. Boot, M. A. 2003) A Tabela (I) mostra o consumo de gás utilizado nos processos de cementação à vácuo e tradicional. (Tabela I – Tabela de consumo em cada tipo de processo) Tipo de processo Aquecimento Tradicional Gás metano À Vácuo Elétrico Processo 30 m³/h metano (endogás) 10 m³/h metano (manutenção da atmosfera) 500 l/h nitrogênio 0,7 m³/h propano Produção horária Peso da carga Tempo ciclo Consumo total de gás Consumo de gás por kg 1000 kg/h 130 kg 7,5 min 40m³/h metano 40 l metano 270 kg/h 100 kg 24 min 0,7m³/h propano 2,6 l propano O processo de cementação à vácuo garante alta repetitividade, já que estabilizados os parâmetros de temperatura, pressão, duração do tratamento e quantidade de gás injetado, a repetição dos resultados obtidos é elevada. Além disso, garante-se uma uniformidade da profundidade de cementação em todas as peças da carga. Outra grande vantagem deste processo é a flexibilidade, podendo ser criada uma “receita” específica para cada componente. As vantagens qualitativas são a eliminação da oxidação superficial, obtida através da isenção de oxigênio no processo, garantindo um aumento na resistência à fadiga. Ainda, há a redução na deformação já que o processo de têmpera è feito em gás, sendo este menos drástico e 526 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil consequentemente reduzindo as tensões residuais. As deformações são inferiores seja em relação às dimensões, que aos erros de geometria. Na saída do processo, as peças saem limpas e sem fuligem, proveniente da queima incompleta de metano, dessa forma então, elimina-se a operação intermediária de lavagem das peças e posterior jato de granalha, reduzindo o investimento inicial, custo operacional, tempo ciclo e área ocupada. Este processo apresenta-se bastante simples e de fácil gestão, uma vez que não há a necessidade de um complexo e custoso equipamento de análise, bem como de controle da atmosfera e temperatura, eliminando a necessidade de mão de obra especializada para controlar tal equipamento. A possibilidade de colocar os fornos em linha com a usinagem é uma grande vantagem uma vez que, permite uma redução no tempo de atravessamento total, bem como na movimentação de peças. Essa possibilidade deve-se, em parte, à maior segurança do processo devido ao seu aquecimento elétrico, que não possui queimadores e chamas livre, não há a presença de óleo de têmpera, que por sua vez apresenta risco de incêndio e, além disso, utiliza uma pequena quantidade de gás cementante, apenas o necessário para a cementação em si. Em relação aos fornos tradicionais, apresenta vantagens em relação ao ambiente de trabalho, pois é eliminada a pré-câmara e, portanto a combustão próxima à área de trabalho. Além disso, a refrigeração nas paredes internas das câmaras reduz ao mínimo o calor emanado para a área de trabalho. Do ponto de vista ambiental, observam-se vantagens como a emissão reduzida de gases para o ambiente, isenção de óleo de têmpera e emulsão detergente para lavagem das peças Este processo possui ainda, a vantagem no tempo de aquecimento e resfriamento dos fornos, uma vez que gasta-se em média 4 horas para aquecer e resfriar, diminuindo consideravelmente as perdas geradas por paradas de manutenção periódica e limpeza do fornos. CONCLUSÃO O tratamento temoquímico de cementação em fornos à vácuo proporciona ganhos de natureza de qualidade, processo, flexibilidade, produtividade, meio ambiente e econômico em comparação ao processo em forno tradicional. 527 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil AGRADECIMENTOS Um agradecimento a Flávio Goulart, quem me deu a oportunidade para adquirir o conhecimento aqui apresentado e a Giuseppe Cangiano, quem me conduziu pelas teorias e práticas do tratamento térmico à vácuo. REFERÊNCIAS 1. Boot, M. A., La Cementazione In Bassa Pressione Applicata Al Nuovo Cambio M20/32, Politecnico di Torino, 2003. 2. Mussano, B., Caratterizzazione del Trattamento Termico e dello Shot Peening sui componenti del cambio M40, Politecnico di Torino, 2005. 528 TTT 2012 - VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil COMPARISON STUDY BETWEEN VACUUM CARBURIZING (LOW PRESSURE) AND CONVENTIONAL CARBURIZING ABSTRACT The vacuum carburizing is a process carried out at low pressure, below 10 mbar and temperatures in the same magnitude (900°C) of conventional process. This process has several advantages in the aspects of product quality, production flexibility, maintenance, initial cost and running cost, ecological, environmental and safety, especially when compared to conventional processes. This study aims to compare some process parameters and operating results between vacuum carburizing process and conventional process used in a continuous furnace operating with natural gas atmosphere. KEY-WORDS Process – Carburizing – Vacuum – Advantages – Conventional 529