11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas CONTRIBUIÇÃO DA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA NO CÓRREGO BREJO COMPRIDO, PALMAS-TO, PARA O RESERVATÓRIO DA UHE – LUIS EDUARDO MAGALHÃES NO MÉDIO TOCANTINS - TO. Nome dos autores: Cecília Marques T. Pereira1; Paula Benevides de Morais2; Gisele Fernandes Bessa3 ; 1 Aluna do Curso de Ciências Biológicas; Campus de Porto Nacional; e-mail: [email protected] PIBIC/CNPq 2 Orientadora do Curso de Engenharia Ambiental; Campus de Palmas; e-mail: [email protected] ³Mestre em Ciências do Ambiente; Campus de Palmas; email: [email protected] RESUMO A avaliação por meio de bioindicadores deverá tornar-se um procedimento fundamental para o manejo e a proteção dos ecossistemas aquáticos, visto que somente essas técnicas biológicas poderão demonstrar se a integridade ambiental está sendo mantida. O indicador máximo e mais eficiente da sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos deve ser a sanidade das comunidades biológicas (PEREIRA, 2005). No entanto, poucas investigações têm sido produzidas acerca de alterações do funcionamento e estrutura do ecossistema natural dos rios da Bacia, especialmente nas áreas afetadas pelos empreendimentos hidrelétricos. Este trabalho tem por objetivo caracterizar a comunidade zooplanctônica do Córrego Brejo Comprido e verificar sua contribuição para a comunidade zooplanctônica do Reservatório da UHE-Luís Eduardo Magalhães. Caracterizar a riqueza e diversidade da comunidade zooplanctônica do Córrego Brejo Comprido; Analisar a distribuição espacial da comunidade zooplanctônica ao longo do Córrego Brejo Comprido; Analisar a variação temporal da comunidade zooplanctônica no Córrego Brejo Comprido durante o período de um ano; Avaliar a similaridade da comunidade zooplanctônica do Córrego Brejo Comprido com a comunidade zooplanctônica do Reservatório da UHE-Luís Eduardo Magalhães. Palavras-chave: Bacia Hidrográfica Tocantins Araguaia; zooplâncton; Córrego Brejo Comprido INTRODUÇÃO A Bacia Hidrográfica Tocantins Araguaia tem suas cabeceiras nos Estados de Mato Grosso e Goiás e no Distrito Federal, drena a água de todo o Estado de Tocantins e de parte do Maranhão e do 11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas Pará onde se encontra a sua foz no Oceano Atlântico. Com área de drenagem de aproximadamente 757.000 km², corresponde a cerca de 9% do território brasileiro, sendo a maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2002). A construção de barramentos e o excesso de retirada de água alteram a dinâmica natural do rio interferindo na magnitude, período e frequência das vazões e níveis fluviométricos. Apesar destas alterações, é esperado que no leito dos rios a vazão mantida possa satisfazer a todos os usos previstos pela Política Nacional de Recursos Hídricos, inclusive as ambientais satisfeitas pela vazão ecológica (PELISSARI & SARMENTO, 2003) que deve ser mantida ao longo do seu trecho para fornecer ao ecossistema local condições de sobrevivência. Como o zooplâncton encontra-se mais desenvolvido em ambientes lênticos, a maioria das relações propostas para esta comunidade foi desenvolvida para aplicação em lagos e grandes reservatórios artificiais. A distribuição espacial dos organismos no ambiente aquático, especialmente o zooplâncton, é determinada também por outros fatores, tais como as características físicas e químicas da água e grau de trofia, e os indivíduos tendem a selecionar no meio aquático seus trechos mais favoráveis. Na UHE Luis Eduardo, a comunidade provem não apenas do Rio Tocantins, mas também dos afluentes a este reservatório. MATERIAL E MÉTODOS O Córrego Brejo Comprido, localizado no município de Palmas – TO, com as coordenadas 10º 12’ 07,53” S e 48º 19’ 59,65” W. Importante para a cidade como um dos locais turísticos mais visitados, pois no Parque Cesamar, local de descanso e reserva florestal dentro do município, tem um lago formado pelo barramento desse curso d’água. O Córrego também influencia na qualidade do tratamento de esgoto da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Brejo Comprido. No Córrego também é feita a captação de água, por parte da prefeitura do município, para ser utilizada na irrigação de praças e jardins locais. As amostras serão coletadas em três pontos: um próximo a nascente, um depois do parque Cesamar e um próximo ao efluente. Para fazer as análises, observaram-se as variáveis ambientais de acordo com a metodologia proposta no Standard Methods for Examination of Water Wastewater (AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, 2005), utilizando a sonda multiparamétrica e procedimento analítico padrão. 11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas As amostras de zooplanctôn foram coletadas com uma rede de plâncton (68 µm de abertura de malha) através da boca da rede. Em campo o material é acondicionado em frasco de polietileno e fixado em solução resfriada de formaldeído a 4%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Variáveis Físicas e Químicas Alguns parâmetros, como a temperatura, turbidez, transparência, condutividade, o pH, dentre outros, podem interferir na dinâmica das populações aquáticas (MATSUZAKI ET, 2004) -P01 Temperatura: o valor máximo de temperatura (27,34 °C) foi registrado no P1 de abril de 2012, e o valor mínimo (23,83°C) foi registrado no P1 de novembro de 2011. Oxigênio Dissolvido: oscilou entre 8,74 mg/L como média máxima registrada do P1 de janeiro de 2012, e 7,77 mg/L como média mínima do P1 de dezembro de 2011. Transparência: variou entre 0,50cm no P1 de abril de 2012 e 0,72cm no P1 de janeiro de 2012. Turbidez: o valor oscilou entre 1,54 NTU no P1, em setembro de 2011 como média mínima e 12,00 NTU no P1, em dezembro de 2011 como média máxima. potencial Hidrogênico – pH : alcançou o menor valor com 6,48 no P1 do mês de dezembro de 2011 e 7,40 no P1 do mês de setembro de 2011, com o maior valor registrado. Clorofila-a: no P1 de janeiro de 2012, foi registrado o menor valor com 0 µg/L e no P1 de dezembro de 2011 registrou-se o maior valor com 27,98 µg/L. Condutividade Elétrica: menor valor com 14,00 µS/cm no ponto amostral P1 em dezembro de 2011 e o maior valor registrado para este parâmetro foi de 50,00 µS/cm no P1 em setembro de 2011 . Sólidos Totais Dissolvidos: variação de 7,79 mg/L no ponto P1 em dezembro de 2011 com o menor valor registrado e 30,00 mg/L no ponto P1 em setembro de 2011 como o maior valor encontrado. -P02 Temperatura: valor máximo de temperatura (29,91 °C) foi registrado no ponto amostral de abril de 2012, e o valor mínimo (24,40°C) foi registrado no P2 de novembro de 2011. Oxigênio Dissolvido: oscilou entre 8,73 mg/L como média máxima registrada do P2 de janeiro de 2012 e 6,9 mg/L como média mínima no P2 de abril de 2012. Transparência: variou entre 0,30cm no P2 de abril de 2012 como média mínima e 1,40m no P2 de dezembro de 2011.como média máxima Turbidez: o valor oscilou entre 2,07 NTU no P2, em setembro de 2011 como média mínima e 22,70 NTU no P2, em dezembro de 2011 como média máxima. potencial Hidrogênico – pH: alcançou o menor valor com 6,07 no P2 de abril de 2012 e 6,87 no P2 de setembro de 2011, com o maior valor registrado. Clorofila-a: no P2 de setembro de 2011, foi registrado o menor valor com o,20 µg/L e no P2 de dezembro de 2011 registrou-se o maior valor com 10,25 µg/L . 11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas Condutividade Elétrica: menor valor com 16,00 µS/cm no P2 de dezembro de 2011 e o maior valor registrado para este parâmetro foi de 70,00 µS/cm no P2 de setembro de 2011. Sólidos Totais Dissolvidos: variação de 8,86 mg/L no P2 de janeiro de 2012 com o menor valor registrado e 28,00 mg/L no P2 de abril de 2012 como o maior valor encontrado. -P03 Temperatura: o valor máximo (28,55 °C) foi registrado no P3 de abril de 2012, e o valor mínimo (24,84°C) foi registrado no P3 de setembro de 2011. Oxigênio Dissolvido: oscilou entre 8,58 mg/L como média máxima registrada no P3 de setembro de 2011, e 6,50 mg/L como média mínima no P3 de abril de 2012. Transparência: variou entre 0,32cm no P3 de abril de 2012 e 0,95cm no P3 de dezembro de 2011. Turbidez: o valor oscilou entre 2,50 NTU no P3 de setembro de2011 e 25,00 NTU no P1 de dezembro de2011. potencial Hidrogênico – pH: alcançou o menor valor com 5,71 no P3 do mês de abril de 2012 e 6,71 no P3 de setembro de 2011, com o maior valor registrado. Clorofila-a: no P3 de setembro-dezembro de 2011, foi registrado o menor valor com 0 µg/L e no P3 de abril de 2012 registrou-se o maior valor com 7,49 µg/L. Condutividade Elétrica: menor valor com 18,00 µS/cm no P3 de dezembro de 2011 e o maior valor registrado foi de 120,00 µS/cm no P3 em setembro de 2011. Sólidos Totais Dissolvidos: variação de 32 mg/L no P3 de abril de 2012 com o menor valor registrado e 80,00 mg/L no P3 de setembro de 2011 como o maior valor encontrado. Comunidade Zooplanctônica Para os três grupos estudados: Rotífera, Cladocera e Copepoda foram identificados 115 indivíduos. O grupo mais representativo foi o Rotífera, que ao longo do período amostral contribuiu com 67 indivíduos. Este grupo foi seguido de Copepoda com 15 indivíduos e Cladocera com 1 indivíduo. ROTIFERA Neste grupo foram registrados 67 indivíduos pertencentes à classe Monogononta. Representada apenas por uma ordem: Ploimida. Esta ordem apresentou apenas três famílias: Synchaetidae, Brachionidae e Lecanidae. As famílias Lecanidae e Synchaetidae foram representadas com 5 indivíduos e a Família Brachionidae com 57 indivíduos. CLADOCERA Neste grupo, foram apresentadas 15 indivíduos, todas da família Bosminidae. 11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas COPEPODA Nesta última classe, foi encontrado apenas um representante. Ele é da família Cyclopidae. Frequencia de Ocorrência A frequencia de ocorrência das espécies que foram identificadas nos três grupos zooplanctônicos é apresentada na tabela 3. Das 7 espécies que foram encontradas, duas são contantes (Keratella americana e Keratella cochearis) e as outras cinco são raras. No grupo Cladocera só foram encontradas duas espécies, mas podem ser consideradas constantes. Já no grupo dos Copepoda, foi encontrada apenas uma espécie Thermocyclops minutus e em apenas um único ponto e na primeira coleta apenas. LITERATURA CITADA 1. AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS (ANA). Bacia do Tocantins. Disponível em: <http://www.ana.gov.br/Bacias/Tocantins/caracgeral/osrecursos/>. Acesso em: 18 set. 2002. 2. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA).Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.21. ed. Washington: APHA/WEF/AWWA, 2005. 3. PELISSARI, V.B.; SARMENTO, R. Vazão ecológica para o rio Santa Maria da Vitória, ES. In: SEMINÁRIO ESTADUAL SOBRE SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE, 5., 2003, Espírito Santo. Resumos... Fortaleza, 2003. 4. PEREIRA, A. C. et.al. Fito e Zooplânctonbioindicadores de qualidade de água do Estuário do Rio Catu, Aquiraz/Ceará. In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 57., 2005, Fortaleza, Ceará. Resumos... Fortaleza, 2005. 5. MATSUMURA-TUNDISI, T. Diversidade de Zooplâncton em represas do Brasil. In; Henry, R. Ecologia de reservatórios: estrutura, função e aspectos sociais. Botucatu: FUNDIBIO/FAPESP, 1999. p. 800. AGRADECIMENTOS A toda equipe do Laboratório de Microbiologia e Biotecnologia Ambiental - LAMBIO. "O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil"