CADERNO EDUCATIVO DO PROFESSOR
essenciais para a vida
e
Rabobank
apresentam
2014
ÍNDICE
02 Bem-Vindo, Professor
03 Conceito do programa educativo
04 Princípios norteadores para
trabalho em sala de aula
05 Estratégias pedagógicas
06 Exercícios de arte
10 Biografia dos artistas
71 Dicas de leitura
72 FICHA TÉCNICA
CONCEITO DO PROGRAMA EDUCATIVO
bem-vindo,
professor
Escolhemos sua cidade, sua escola, seus alunos e você para participar do
projeto Museu Itinerante 2014 na exposição ARTE/ÁGUA: essenciais para
a vida.
Por que este tema foi escolhido? Porque a água é de fundamental
importância para a sobrevivência de todas as espécies e foi representada
e comentada por importantes artistas visuais ao longo de toda a história da
arte. Você terá a oportunidade de fazer relações curiosas entre as obras dos
artistas e o sentido de urgência da vida hoje para a preservação da água no
planeta Terra.
Você poderá contar neste programa educativo com:
Os arte-educadores que os orientarão na visita à exposição.
O Livro de Estudos para os estudantes, com comentários sobre as obras e
artistas e informações e informações e questões ecológicas.
O Guia do Professor: uma explicação do conceito do programa educativo;
princípios norteadores do trabalho em sala de aula; estratégias pedagógicas;
exercícios de arte; biografia dos artistas; dicas de leitura.
Seminário de estudos para vocês e os arte-educadores que trabalharão na
exposição.
Você e seus alunos poderão explorar ao máximo os materiais pedagógicos
ao longo do ano, em um ritmo diferente, sem rotina, com atividades mais
movimentadas e outras mais tranquilas.
O programa educativo da exposição ARTE/ÁGUA:
essenciais para a vida é baseado na pergunta “como se
constrói conhecimento social?”. Os estudantes serão os
protagonistas da visita à exposição. Eles construirão suas
próprias opiniões a partir de enfoques temáticos sugeridos
pelos educadores em investigações pessoais ou em
pequenos grupos e por meio de exercícios de arte.
suas conclusões para depois trocarem ideias com todos.
Uns aprenderão com os outros e de várias fontes, com
autonomia. Os educadores intervirão sugerindo conexões
interculturais sobre, por exemplo, questões estéticas, sociais,
políticas e antropológicas, ou mudanças de percurso, para
estimular a curiosidade intelectual de todos, considerando o
acaso como um importante aliado.
Abordagens temáticas. Os educadores desenvolverão
fios condutores para despertar a curiosidade dos estudantes.
As abordagens são os pilares do processo educativo para
que, durante a visita, sejam estabelecidas conexões das
obras de arte com vários temas. Importante considerar que,
ao longo da experiência, algumas abordagens temáticas se
entrecruzarão e gerarão outros enfoques.
Os arte-educadores estarão mais focados em perguntar
do que responder, para que prevaleça a opinião dos
estudantes e possam desconstruir as categorias do certo e do
errado no campo da arte, que é livre e complexo. Quanto mais
relações fizerem com o que já conhecem e com suas vidas,
tudo se tornará muito mais interessante. Eles trabalharão
por meio por meio de ações poéticas para que os estudantes
correlacionem fatos do mundo com a proposta e o fazer de
cada um dos artistas. Os arte-educadores aproximarão a arte
da vida dos estudantes.
Serão realizados exercícios de arte que suscitam
pesquisas, descobertas, investigações e cumplicidade
entre todos.
A partir de suas ações e comentários, os estudantes
produzirão novos conhecimentos. Eles darão sentido às
suas próprias experiências no espaço expositivo e tirarão
A principal intenção é procurar registrar e entender os
diversos modos de aproximação do público com a arte de
todos os tempos e também com a arte contemporânea, que
provoca estranhamento, espanto e admiração.
Importante: Entre em contato conosco pelo email [email protected]
para que possa nos enviar os materiais desenvolvidos pelos seus alunos ao
longo do ano. Será um prazer receber seus comentários e sugestões.
Muito obrigada.
Aproveite!
Vera Barros
ARTE-EDUCADORA
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
PRINCÍPIOS NORTEADORES PARA TRABALHO EM SALA DE AULA
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
Seguem sugestões de princípios e procedimentos para o
desenvolvimento do trabalho.
Assegure uma prática educativa que possa repercutir na
vida dos estudantes.
A visita à exposição poderá se transformar em parte
efetiva do seu planejamento de trabalho na escola, com
atividades que potencializem as transformações provocadas
nos estudantes e em você.
Analise suas fontes e formas de aprendizagem tanto para
você se atualizar como para estimulá-los.
Seguem algumas estratégias pedagógicas para estimular a
comunicação com os estudantes durante os exercícios de
arte que serão apresentados a seguir:
Socialize periodicamente os resultados obtidos nas
investigações, na identificação de conhecimentos a serem
construídos.
Mencione sempre o objetivo de cada exercício de arte e
como ele acontecerá.
Empenhe-se para que os estudantes não se desanimem
nem se desviem dos objetivos propostos em razão de
dificuldades.
Ressalte a importância da arte para o desenvolvimento
humano.
Explore o Livro de Estudos e o Caderno Educativo do
Professor para construir um corpo de ideias, saberes e
práticas e desenvolver o seu papel como mediador de
conhecimentos compartilhados.
Estabeleça sempre uma parceria com os estudantes.
Pense nas possibilidades de reflexão e produção de
conhecimento na escola. O que a genial produção de todos
os artistas tem de potencial para reunir as diferentes
disciplinas, áreas de conhecimento, possibilitando conexões
que favoreçam um livre trânsito de ideias e atribuição
de novos sentidos aos acontecimentos e experiências da
atualidade.
Crie um debate transdisciplinar para criar um ambiente
favorável à criação de planejamentos conjuntos de trabalho
em sala de aula.
Reflita sobre o fato de que a escola não é a única a
ter a prerrogativa do ensino. A educação pode se dar
sincronicamente em várias vivências sociais.
Considere que os estudantes estão permanentemente
poliestimulados pela mídia. Assim, dificilmente focam
a atenção em um único ponto, aprendendo de várias
formas e através de diversas camadas de conhecimento,
simultaneamente.
Observe que a arte é “contaminada” pelo espírito de sua
época. Portanto, reflita com seus estudantes sobre o mundo
e a condição humana.
Debata com outros professores temas fundamentais na
atualidade.
Avalie seus próprios conhecimentos e sua prática,
continuadamente.
Defina as etapas com o grupo, com base no planejamento
e na organização das ações: divisão dos grupos, definição dos
assuntos a serem pesquisados, procedimentos e delimitação
do tempo de duração.
Considere a importância de ouvir o silêncio dos estudantes.
Proponha tarefas que provoquem desafios.
Estimule os estudantes a observar, experimentar,
pesquisar, investigar, avaliar, argumentar e fazer escolhas
pessoais.
Crie situações de suspense.
Não passe informação demasiada. Menos é mais.
Ajude o grupo a identificar situações-problema e a se
posicionar diante delas.
Pergunte e escute atentamente o que os estudantes
querem saber e fazer. Em que estão interessados?
Tire partido de suas dúvidas e incertezas.
Favoreça o fortalecimento dos vínculos entre os membros
do grupo.
Motive os estudantes a avaliar permanentemente suas
atuações e, quando necessário, ouça suas sugestões de como
replanejá-las.
Zele permanentemente para que a ação dos estudantes
seja compreendida e aceita por todos os que com eles se
relacionam na escola.
Considere que este projeto requer uma avaliação
continuada.
Seja um visitante frequentador de exposições, para que,
com o permanente contato com a arte, você possa criar seu
próprio repertório de apreciação estética.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
DESENHISTA POR UM DIA
EXERCÍCIOS DE ARTE
OBJETIVO: colocar os estudantes no papel de artistas.
COMO: desenhar uma história inventada a partir de um
tema da exposição.
QUAL O
PERSONAGEM
PREFERIDO?
ESCRITOR POR UM DIA
OBJETIVO: colocar os estudantes no papel de escritores
de ficção.
COMO: criar, escrever e contar uma história a partir das
obras de arte de que mais gostaram.
ETAPAS:
1. Divida a turma em quatro pequenos grupos.
2. Com o Livro de Estudos, peça que cada grupo se reúna,
converse e eleja uma obra de arte, assunto ou tema de
que mais gostaram na exposição, em consenso.
3. Em um segundo momento, peça que cada grupo crie
coletivamente uma pequena história, em que não haja
limite para a imaginação.
4. Se surgirem mais temas, eles poderão ser integrados,
criativamente, à história.
5. Um dos estudantes, com a ajuda de todos do grupo, a
escreverá.
OBJETIVO: colocar os estudantes no papel de atores.
OBJETIVO: colocar os estudantes no papel de jornalistas
ambientalistas.
COMO: relacionar uma obra de arte com uma questão
ambiental, elaborar perguntas e entrevistar pessoas.
ETAPAS:
1. Atividade adequada para ser feita por uma dupla de
estudantes.
ETAPAS:
1. Professor, planeje este exercício de arte
antecipadamente, para poder rever, com calma, as obras
de arte da exposição no Livro de Estudos.
COMO: criar, escrever e encenar uma cena curta, um
sketch sobre o personagem preferido.
2. Professor, sugira vários temas ligados à exposição e às
diversas representações da água, com base no Livro de
Estudos.
ETAPAS:
3. Cada dupla escolherá um tema e inventará uma
pequena história e a escreverá.
3. Peça que cada grupo aprecie e reveja as obras de arte
do Livro de Estudos com calma.
2. Peça a cada grupo que escolha no Livro de Estudos
seus personagens preferidos em segredo.
4. Cada integrante da dupla terá que desenhá-la
caprichadamente em uma ou mais folhas de papel, com
os materiais disponíveis.
4. Em seguida, que escolha somente uma obra e a
relacione com alguma questão ecológica sobre a água.
3. Depois solicite que imaginem uma situação em que se
encontrariam pessoalmente com eles.
5. Só que cada um com a sua própria versão,
separadamente, sem que um veja o desenho do outro.
5. Depois, que elabore duas perguntas para uma
entrevista. A elaboração de perguntas poderá ser
orientada.
4. Reunidos em pequenos grupos, o processo de criação
da pequena cena de teatro se dará de forma coletiva.
6. Lida cada história para todos, os desenhos serão
apresentados e comparados.
6. Professor, organize-se para que as entrevistas sejam
entre grupos diferentes, uma de cada vez.
5. Um dos estudantes, com a ajuda de todos do grupo, a
escreverá.
7. Todas as histórias desenhadas poderão ser reunidas
em uma pequena exposição.
7. Perguntas e respostas serão compartilhadas por todos.
6. Depois cada grupo a encenará com mínimos recursos
cênicos improvisados.
8. Esta atividade revelará a capacidade de atenção e
observação dos estudantes.
1. Divida a turma em quatro pequenos grupos.
6. Depois a contarão para toda a turma.
7. Depois de cada apresentação, os outros grupos terão
de adivinhar que personagem é.
7. Depois de todas as histórias contadas, elas deverão ser
comentadas por todos, o que é muito importante.
8. Todas as cenas serão comentadas.
8. Uma forma de expandir o campo simbólico dos
estudantes a partir da prática de uma linguagem criativa
e sintética.
JORNALISTA POR UM DIA
2. Reúna a turma em pequenos grupos.
8. Professor, ouça todos com muita atenção, para
registrar nos mínimos detalhes tudo o que for dito.
9. Esta atividade revelará ideias e opiniões, a capacidade
de síntese na elaboração das perguntas e a visão de
mundo de cada um dos estudantes.
9. Uma forma de explorar a linguagem corporal
combinada à linguagem verbal.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
JORNAL BOAS NOTÍCIAS
ARTE EM DEBATE
OBJETIVO: colocar os estudantes no papel de jornalistas
ambientalistas.
OBJETIVO: aprofundar as diferentes características dos
artistas em suas obras de arte, por comparação.
COMO: desenvolver e editar um ecojornal na escola.
desenvolver e editar um ecojornal na escola.
COMO: organizar um debate sobre os temas, a história, a
poética e a linguagem dos artistas.
ETAPAS:
ETAPAS:
1. Professor, planeje este exercício de arte antecipadamente, para poder separar matérias de jornal e/ou notícias na internet relacionadas à questão da água e problemas
de desperdício, escassez e poluição, entre outros temas.
1. Reúna a turma em pequenos grupos.
2. Peça aos estudantes que pesquisem e tragam fotos de
jornais ou de revistas de casa.
3. Reúna a turma em pequenos grupos.
4. Entregue para cada grupo uma das notícias de jornal.
5. Peça a todos que, também com o Livro de Estudos em
mãos, relacionem a notícia a uma obra de arte e inventem
uma matéria jornalística. Tanto uma como outra deverão
ser comentadas.
6. Só que com um importante detalhe: este será um
jornal somente de boas notícias, mesmo fictícias ou
relacionadas a um futuro próximo.
7. Professor, ajude na edição do jornal, organizando e
digitalizando as notícias e matérias elaboradas pelos
alunos.
8. Assim, estudantes terão criado uma pequena
publicação de caráter relacional, que conecta diferentes
temas de forma transdisciplinar e que pode ser
apresentado em um painel na escola.
9. Professor, esta prática aborda a identificação de
diferentes contextos, a busca de explicações e a
formulação de hipóteses.
2. Professor, estimule os estudantes a observar,
experimentar, pesquisar, investigar, avaliar, argumentar
e fazer escolhas pessoais. Será muito importante.
3. Oriente os estudantes de que um debate terá início.
4. Explique-lhes que um debate é a ação de discutir uma
ou mais questões, de forma amigável, entre algumas
pessoas, para que coloquem suas ideias.
5. Poderá haver concordância ou discordância, mas
sempre prevalecerá a troca de opiniões.
9. Converse e peça que cada grupo escolha uma
pergunta, discuta entre eles com calma, para depois
colocá-las em debate.
Seguem alguns exemplos:
• Que obras de arte poderiam ser sonhos?
• Em qual obra parece que o tempo parou?
• Compare os corpos dos personagens representados.
• Quais obras de arte poderiam estar “encantadas”?
• O que os animais significam?
• Onde o tema saúde aparece?
• Como os artistas iluminam seus trabalhos? Estabeleçam
diferenças entre luzes.
• Onde a natureza é mais sublime?
• Quais as diferenças entre os mares? Por quê?
• Que imagens dão vontade de tocar?
• De quais se ouve sons?
• Quais tem cheiro?
10. Professor, estas perguntas poderão fazer com que os
estudantes pense de forma mais abstrata e metafórica.
*Metafórico/metáfora: É uma figura de linguagem que acontece
quando uma palavra ou imagem é empregada fora do seu sentido
real e literal, fora do seu sentido comum, criando uma relação de
semelhança entre o seu sentido próprio e o figurado.
6. E para isso é muito importante que só uma pessoa fale
de cada vez, para que seja ouvida por todos, para depois
a conversa continuar.
7. Você, professor, será o moderador, quem ditará
as regras, apresentará os temas a serem discutidos,
organizará e escolherá os debatedores, estipulará o
tempo de cada um e os interromperá, se necessário, e
ficará responsável pelo sucesso desta experiência.
8. Quando um estudante estiver com dificuldades de
argumentar, você, gentilmente, dará tempo para que
ele pense e passará a vez para outro aluno, já certo do
que falará. Você avaliará os argumentos e encerrará a
discussão quando achar que o resultado foi bom.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
NÚCLEO 1
RIO, BARCO E LUZ
BIOGRAFIAS
DOS ARTISTAS
JOSÉ LEONILSON
Fortaleza, Brasil, 1957 - São Paulo, Brasil, 1993
Todos os rios, 1989
Pintura
Acrílica s/ lona
212 x 100 cm
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo, doação Carmem
Bezerra Dias e Theodorino Torquato Dias
Nasce em Fortaleza, mas cresce em São Paulo, para onde
a família se muda em 1961. Mora na cidade até a sua morte,
em 1993. Estuda no curso de Educação Artística da FAAP
entre 1977 e 1980, mas não chega a se formar.
Também frequenta em São Paulo a Escola ASTER, dos
artistas Julio Plaza (Madri, Espanha, 1938 - São Paulo,
Brasil, 2003) e Regina Silveira (Porto Alegre, Brasil,
1939), entre 1978 e 1981. Participa em 1980 do 12º Panorama
de Arte Atual Brasileira no MAM – SP. Viaja para a Europa
em 1981, onde conhece o artista Antônio Dias (Campina
Grande, Brasil, 1944), que o apresenta a críticos, curadores
e galeristas, realizando duas exposições enquanto estava lá,
uma individual, na Galeria Casa do Brasil, em Madri, e uma
coletiva, Arte Internazionale, na Galleria Giuli, em Lecce.
Passa o ano de 1982 na Europa, viajando pela Itália,
Alemanha e Portugal, participando de algumas exposições.
Participa da 13ª Bienal de Paris em 1984 e no ano seguinte, da
exposição Como vai você, geração 80? no Parque Lage, no Rio
de Janeiro. Em 1986 sua obra é apresentada na XVIII Bienal
Internacional de São Paulo.
Pense nisso:
Conhecer a vida destes artistas é muito interessante
porque nos leva a pensar que,
Nos anos seguintes, até 1991 pelo menos, viaja
constantemente para a Europa e também para os Estados
Unidos, participando de algumas exposições individuais
e coletivas. Em 1991 descobre que é portador do vírus HIV.
Em 1993, com a saúde muito abalada, prepara a exposição
Instalação sobre duas figuras para a Capela do Morumbi,
“A arte é necessária porque a vida não basta”. Ferreira
Gullar (São Luiz, Maranhão, 1930), poeta.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
em São Paulo, mas falece antes de vê-la realizada. A APCA
confere prêmio póstumo ao artista pela exposição. No
mesmo ano de sua morte é fundado o Projeto Leonilson que
objetiva organizar e compilar a obra e os arquivos do artista,
e ao mesmo tempo difundir a sua produção.
A obra de Leonilson pode ser vista tendo como pano
de fundo o chamado retorno à pintura e à produção da
“geração 80”, que viveu a abertura política no Brasil e
valorizava principalmente o prazer da vida.
MARCEL GAUTHEROT
Paris, França, 1910 - Rio de Janeiro, Brasil, 1996
Cachoeira de Paulo Afonso, 1956
Fotografia 6 x 6 cm
Coleção Instituto Moreira Salles
Mas a partir de 1989 seus trabalhos começam a se
modificar. O vazio das telas e dos tecidos se torna mais
importante e mais frequente, como obras de arte que
sussurram poesia. Os bordados, menores, mais delicados e
solitários, repousam em áreas confortáveis de tecido. Há um
silêncio mais pronunciado e um sentimento de isolamento
que Leonilson vivia, em parte causado pela doença, em parte
talvez uma reação ao meio artístico da época, agitado e
exagerado.
Sua história pessoal é o que costura tudo, o que dá vida aos
objetos e às palavras que circulam pelas suas obras de arte.
Para conhecer mais seu trabalho:
xxwww.projetoleonilson.com.br/site.php
ÈDOUARD MANET
Paris, França, 1832 - 1883
De barco, 1874
Pintura
Óleo s/ tela
97,2 x 130,2 cm
Coleção H. O. Havemeyer, The Metropolitan Museum of Art, New York
Na década de 1940, viaja principalmente para Minas
Gerais, Nordeste e Norte. Continua a trabalhar para o
SPHAM.
Sua obra tem um tom autobiográfico, quase de diário,
onde arte e vida se misturam e se alimentam uma da
outra. O artista colecionava todo tipo de objetos banais como
miçangas, rendas, brinquedinhos e tecidos. Podia usá-los em
suas obras ou não, a ponto de ser difícil afirmar se a coleção
se dava em razão da obra ou o contrário. O artista cria um
universo particular com símbolos e signos próprios, abre seu
diário para leitura e interpretação para todos decifrarem.
No conjunto de sua obra, que foi produzida por volta de 15
anos, é possível perceber dois momentos: primeiramente,
excessos e acúmulos de objetos, formas e gestos que são
como um "vocabulário" pessoal que se apropria de palavras
ou imagens da cultura de massa. Pode-se ver este excesso
também na maneira de preparar a superfície da pintura com
pinceladas mais gestuais e expressivas, de cores berrantes.
1902 - Salvador, Brasil, 1996) a Rodrigo Mello Franco de
Andrade (Belo Horizonte, Brasil, 1898 - Rio de Janeiro, Brasil,
1969), diretor do SPHAN (Secretaria do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional), que lhe solicita diversos trabalhos
de documentação do patrimônio histórico – um projeto de
Mário de Andrade (São Paulo, Brasil 1893 - 1945), que incluía
documentar as manifestações artísticas e folclóricas para
preservá-las.
Sua outra grande contribuição ao projeto moderno
brasileiro se deu na fotografia de arquitetura, não só no
que se refere ao patrimônio do passado, mas naquele
construído em seu próprio tempo. Fotografou o projeto da
Pampulha em Belo Horizonte em 1942, sendo chamado pelo
próprio Oscar Niemeyer (Rio de Janeiro, Brasil, 1907 - 2012)
para fotografar a construção de Brasília.
Estudou arquitetura durante as décadas de 1920 e 1930
onde conheceu importantes arquitetos como Marcel Breuer
(Pecs, Hungria, 1902 - Nova Iorque, EUA, 1981) e Le Courbisier
(La Chaux-de-Fonds, Suíça, 1887 - Roquebrune-Cap-Martin,
França, 1965).
Participa da criação do Museu do Homem de Paris, em
1938, voltado para a antropologia e a etnografia.
Parte em 1939 para o Brasil após ler o romance Jubiabá do
escritor Jorge Amado (Salvador, Brasil, 1912 - 2001). Sua
primeira intenção é fazer uma foto-reportagem para o Museu
do Homem. Sua primeira parada é Belém. Depois viaja para
a Amazônia, viagem interrompida porque contrai malária.
Enquanto se recupera, é convocado pelo exército Francês e
segue para o Senegal em 1940.
Na década de 1960, também fotografou o projeto do
aterro do Flamengo, dos arquitetos Affonso Eduardo
Reidy (Paris, França, 1909 - Rio de Janeiro, Brasil, 1964) e
Burle Marx (São Paulo, Brasil, 1909 - Rio de Janeiro, Brasil,
1994), no Rio de Janeiro.
Também colaborou com a importante revista O Cruzeiro
(1929-1975) e publicou vários livros no Brasil e no exterior.
Em sua carreira acumulou um acervo de 25 mil imagens que
foram adquiridas todas pelo Instituto Moreira Salles, em 1999,
após sua morte.
Para conhecer mais seu trabalho:
xxims.uol.com.br/hs/gautherot/gautherot.html
Seu pai, Auguste Manet, era um importante oficial do
ministério da Justiça, e seu avô materno, Eugénie-Désirée
Fournier era cônsul na Suécia e assessor de confiança do
Rei Charles XIV (1763 - 1844).
Teve excelente educação e já demonstrava aptidão para o
desenho. Seu tio Eugénie-Désirée Fournier, um oficial militar
apreciador das artes, o levava a visitas regulares ao Louvre,
onde anos mais tarde o pintor se dedicaria a estudar os
grandes mestres por meio do exercício de cópias.
O jovem Manet, antes de se dedicar à carreira de pintor,
tentou entrar na Marinha Naval, mas falhou nas provas,
acabando por se alistar na Marinha Mercante e chega
na costa do litoral Brasileiro em 1948. Tanto ele como sua
família, após esta experiência na Marinha, se convenceram
que esta não seria a melhor opção para Èdouard.
Volta para ao Brasil no mesmo ano. No Rio de janeiro é
apresentado pelo fotógrafo Pierre Verger (Paris, França,
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
A partir de 1949, se dedica completamente à carreira de
pintor. A Academia de Belas Artes onde estudava não era
o lugar ideal para ele. Ingressa no ateliê do pintor Thomas
Couture (Oise, França, 1815 - 1879) ficando ali por 6 anos
entremeados de viagens de estudo à Itália, Alemanha,
Holanda e Áustria.
Manet inscreve suas obras diversas vezes no Salão Anual
da Academia de Belas Artes, mas apesar da amizade com
o importante pintor Delacroix (Saint-Maurice, França, 1798 Paris, França, 1863) só em 1864 suas pinturas são admitidas.
Durante este período, o pintor mostra suas telas no Salão
dos Recusados. Em 1867, assim como o também pintor
Gustave Courbet (Doubs, França, 1819 - La Tour-de-Peilz,
Suiça, 1877), organiza uma grande mostra individual, onde
exibe Olympia (1863), Almoço sobre a relva (1863) e O Tocador
de Pífaro (1866).
Nesta época Manet já é considerado um grande pintor
por colegas artistas como os escritores Baudelaire (Paris,
França, 1821 - 1867) e Zola (Paris, França, 1840 - 902), e os
pintores Cézanne (Aix-en-Provence, França, 1839 - 1906),
Monet (Paris, França, 1840 - Giverny, França, 1926), Renoir
(Limoges, França, 1841 - Cagnes-sur-Mer, França, 1919) e
Degas (Paris, França, 1834 - 917).
Por vários motivos Manet é apontado como o precursor
da pintura moderna. Primeiro podemos perceber que o
artista se valia de diversas referências dos grandes mestres
como Velásquez (Sevilha, Espanha, 1599 - Madri, Espanha,
1660) e Giorgione (Castelfranco Veneto, Itália, 1477 - Veneza,
Itália, 1510), e também de mestres da gravura japonesa
Okyo-ê. Essas influências, como observa o historiador Giulio
Carlo Argan (Turim, Itália, 1909 - Roma, Itália, 1992), em seu
livro Arte Moderna, foram por ele atualizadas para retratar o
espírito de sua época.
LUIZ ZERBINI
São Paulo, Brasil, 1959
sem título, 1988
Pintura
Acrílica s/ tela
180 x 225 cm
Coleção Instituto Figueiredo Ferraz em Ribeirão Preto
Cortesia Galeria Fortes Vilaça
Soma referências clássicas e o repertório visual da
tradição à personagens parisienses típicos, como
demonstra Olympia (1863), a famosa e polêmica pintura
de uma cortesã na pose da Vênus de Urbino (1538), de
Ticiano (Pieve di Cadore, Itália, c.1488/90 - Veneza, Itália,
1576). Usa em sua pintura pretos matizados e variados e
áreas chapadas de cor. É moderno o seu modo de cruzar
referências tradicionais para criar uma nova linguagem que
depois passará a integrar essa mesma tradição.
Para pesquisar sobre sua vida e obra:
xxwww.musee-orsay.fr/en/collections/dossier-manet/
works-in-focus.html
Manet segue mandando obras para o Salão da Academia,
acreditando que poderia dialogar sobre suas convicções
artísticas diferentes das ensinadas ali, e às vezes é
aceito, e outras não.
Frequenta o curso de Artes Plásticas da Fundação
Armando Álvares Penteado em São Paulo, entre 1978 e
1980, quando se muda para o Rio de Janeiro onde vive e
trabalha. Ali, na década de 1980, trabalha como cenógrafo
do grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone, e faz
performances em conjunto com a atriz Regina Casé (Rio de
Janeiro, Brasil, 1954), com quem foi casado por 14 anos.
Buscando alternativas, abriu o seu próprio ateliê para
exposições públicas, e mostrou trabalhos em vitrines e
cafés. Apesar de ter apoiado o grupo dos Impressionistas,
sendo amigo e colecionador deles, nunca tomou parte de
suas exposições. Sua carreira aconteceu sempre à margem
da Academia, o que não o impediu de ser considerado, ainda
em vida, um grande mestre. Morreu em 1883, e seu caixão
foi levado pelos amigos Zola e Monet. No ano seguinte
uma retrospectiva póstuma com 179 obras foi exibida na
Academia.
Em 1995, cria, juntamente com o artista Barrão (Rio de
Janeiro, 1959) e o editor de vídeo e cinema Sérgio Mekler
( Rio de Janeiro, Brasil, 1963), o grupo Chelpa Ferro, grupo
bastante atuante no circuito artístico. Participaram de duas
edições da Bienal de São Paulo, em 2004 e em 2005. Em
2005, o grupo também participa da 51ª Bienal de Veneza.
Zerbini continua com sua carreira solo participando
ativamente de diversas exposições, como a 2ª Bienal
de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre (1999); a 7ª
Bienal de Havana, Cuba (2000); Brasil + 500, Mostra do
Redescobrimento, Fundação Bienal de São Paulo (2000);
2080, Museu de Arte Moderna de São Paulo (2003) e a
XXIX Bienal de São Paulo (2010). No ano passado, fez uma
exposição individual no Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro, Amor Zerbini.
Suas pinturas retratam cenas do cotidiano de forma
fantástica, misturando cenas banais a fantasias surreais.
O drama e o exagero convivem em suas obras mais
recentes, exibidas no MAM do Rio de Janeiro. Pinturas de
grandes formatos conviviam com colagens e instalações. Na
realidade, a exposição como um todo poderia ser pensada
como uma grande instalação. Podemos notar como o
fantástico naquilo que é corriqueiro ainda está presente no
universo poético de Zerbini, que mescla referências da arte e
da arquitetura brasileira com cenas simples.
Para conhecer mais seu trabalho:
xxwww.fortesvilaca.com.br/artistas/luiz-zerbini
Ainda na década de 80, começa a desenvolver um trabalho
de pintura que também se desdobra em instalações com
objetos. Participa da exposição Como vai você geração
80?, no Parque Lage, no Rio de Janeiro. Esta exposição foi
um marco na história da arte brasileira ao reunir em uma
mostra colaborativa, organizada pelos próprios artistas, uma
geração jovem que se dedicava principalmente à pintura. Em
1987 participa da XIX Bienal Internacional de São Paulo, com
curadoria de Sheila Leirner (São Paulo, Brasil, 1948).
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
EDWARD HOPPER
Nyack, EUA, 1882 - Nova York, EUA, 1967
Mar agitado, 1939
Pintura
Óleo s/ tela
91,9 x 127,2 cm
Coleção Corcoran Gallery of Art, William A. Clark Fund
Em 1913, participa da exposição Armory Show com a tela
Sailing (1913), uma pequena marinha, sendo a primeira obra
que o artista irá vender em sua carreira.
REMBRANDT VAN RIJN
Sua futura esposa Josephine Nivison (Nova Iorque, EUA, 1883
- 1968) lhe sugere que passe a fazer pinturas de paisagens ao
ar livre.
Cristo na tempestade no mar da Galileia, 1633
Na década de 1920, participa de várias exposições. Em
1925, sua pintura Casa junto da linha férrea (1925), é a primeira
obra de arte a ser adquirida para o acervo do Museu de Arte
Moderna de Nova Iorque. Em 1933, o mesmo museu organiza
sua primeira exposição individual.
Leiden, Holanda, 1606 - Amsterdã, Holanda, 1669
Pintura
Óleo s/ tela
160 x 128 cm
Coleção Isabella Stewart Gardner Museum, Boston, Massachusetts
O artista norte-americano Edward Hopper morou a vida
inteira na costa leste americana, sempre ao redor ou na
cidade de Nova Iorque. Fez várias viagens pelos Estados
Unidos, México e Europa. Entre 1900 e 1906, estudou na New
York School of Art. Faz uma viagem de estudos à Europa
entre 1906 e 1907, visitando França, Inglaterra, Holanda,
Alemanha e Bélgica. Duas coisas são marcantes na viagem:
a obra dos Impressionistas franceses, que o leva a pintar ao
ar livre, e a pintura de Rembrandt (Leiden, Holanda, 1606 Amsterdã, Holanda, 1669) A ronda noturna (1642).
Em 1908, fixa-se em Nova Iorque e começa a trabalhar
como ilustrador, trabalho que na realidade o artista
detestava, mas que lhe garantiu o sustento até sua
carreira como pintor se firmar. Faz outras viagens à Europa
em 1909 e 1910, entende que era preciso conhecer mais os
grandes mestres da arte e visita principalmente da França e
da Espanha.
Sua obra do influenciou inúmeros artistas, fotógrafos e
cineastas, entre eles os fotógrafos Andreas Gursky (Leipzig,
Alemanha, 1955) e Philip-Lorca di Córcia (Hartford, EUA, 1951),
e o cineasta Wim Wenders (Düsseldorf, Alemanha, 1945),
cujo filme Estrela Solitária (2005) tem toda a sua direção de
fotografia baseada na obra de Hopper.
Para conhecer mais sobre sua vida e obra:
xxamericanart.si.edu/exhibitions/online/hopper/index.html
xxwhitney.org/Search?query=edward+hopper&full_
view=artworks
No mesmo ano entra para a Guilda de São Lucas, uma
corporação de ofícios artesanais. Começa a aceitar
aprendizes em seu ateliê. É reconhecido como um dos
melhores pintores de sua época na Holanda e também é
citado por colecionadores Italianos.
Após a morte de sua mulher, Saskia, em 1642, Rembrandt
sofre diversas crises financeiras, mas mantém seu ateliê
ativo até sua morte.
Sua obra influenciou os artistas românticos do século XVIII,
realistas do século XIX e expressionistas abstratos do
século XX.
Ele representa seu país na Bienal de Veneza de 1952.
E na década seguinte expõe no Whitney Museum. Sua
obra está na contramão de linguagens artísticas da
época, como o expressionismo abstrato. Mas algumas
características na construção de suas cenas que
expressam o interior psicológico dos personagens, como
a solidão, criam uma empatia entre eles e o espectador.
Edward Hopper pintou paisagens americanas e urbanas.
Mas, enquanto outros artistas de sua geração retratavam
a cidade de Nova Iorque em cenas com arranha-céus, ruas
lotadas de carros e pessoas e espetáculos modernos, Hopper
representava uma cidade diferente. As ruas, as lojas, os
café, os cinemas, estão vazios ou quase. Apresenta seus
personagens em um tempo suspenso, parados, entregues
aos seus próprios pensamentos.
1642), filha de um rico burguês e sobrinha de um negociante
de arte, em 1634.
A obra do artista está inserida no período Barroco, seus
traços estilísticos mais importantes são o alto contraste
entre luz e sombra e a teatralidade da composição.
Rembrandt, especificamente, se interessa pelo drama
humano.
Suas cenas religiosas são vívidas, enquanto a luz recai
sobre o elemento principal da cena, como se estivessem
sendo iluminadas por um holofote. Ele também tem a
habilidade de representar a cena de uma maneira que nos faz
identificar as pessoas.
Estuda na Escola Latina, entre 1613 e 1620. Terminando
os estudos, inscreve-se na Faculdade de Filosofia da
Universidade de Leiden, mas abandona os estudos para se
tornar aprendiz no ateliê do pintor Isaacsz van Swanenburg
(Leiden, Holanda, 1571 - 1638).
Entre 1624 e 1625 estuda com Pieter Lastman (Amsterdã,
Holanda, 1583 - 1633), especializado em pinturas históricas,
seus primeiros sucessos. Também na década de 1620
começa a fazer gravuras em metal, cujo sucesso difundirá o
seu trabalho pela Europa.
Muda-se para Amsterdã em 1631, trabalha também com
retratos e pinturas históricas. Casa-se com Saskia van
Uylenburgh (Leeuwarden, Holanda, 1612 - Amsterdã, Holanda,
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Foi através da sua obra gráfica que Rembrandt obteve
maior reconhecimento. Ele utilizava a técnica da gravura
em água-forte, um método de gravar matrizes em chapas
de cobre com ácido, para criar desenhos que poderiam ser
reproduzidos centenas de vezes.
Em Cristo na tempestade no mar da Galileia (1633) a luz
revela a tragédia e o perigo, os homens lutando contra
a tempestade, enquanto do lado direito outros apóstolos
pedem que Cristo faça alguma coisa. O único homem
que parece estar calmo é Jesus, sentado com semblante
tranquilo, todos os outros personagens estão em movimento,
mesmo os que estão rezando parecem fazer força para
apertar as mãos.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
O momento em que o artista representa a história
é o instante da súplica, em que a fé dos apóstolos é
testada, segundo nos conta o capítulo 4 do Evangelho
de São Marcos. Cristo irá realizar um milagre, acalmará
a tempestade, mas o momento que está representado na
pintura é o de maior intensidade dramática.
A dramaticidade e a teatralidade na pintura de Rembrandt
são estratégias para envolver o espectador, para criar
empatia com ele.
JANS VERMEER
Delft, Holanda, 1632 - 1675
A vista de Delft, 1660-1661
Pintura
Óleo sobre tela
96,5 x 115,7 cm
Coleção Mauritshuis Museum, Den Haag
Para conhecer sua obra mais de perto:
xxwww.rembrandtpainting.net/index.htm
Sua sogra possuía uma pequena coleção de arte e
circulava em um meio social mais abastado, garantindo
a Vermeer contatos profissionais. Em 1657 ele vende
sua primeira obra para aquele que viria a ser seu maior
colecionador e mecenas, Pieter Claesz van Ruijven (Delft,
Holanda, 1624 - 1674).
Veermer foi eleito diretor da Guilda de São Lucas em 1662,
1663, 1670 e 1671, o que demonstra que era uma figura
reconhecida. Como seu pai, também comercializava obras de
outros artistas e dirigia a estalagem. Ao longo de sua vida a
Holanda passou por períodos políticos bastante conturbados.
Foi invadida várias vezes por ingleses, franceses e espanhóis,
tornando a situação econômica do artista bastante difícil.
Atualmente são conhecidas apenas 36 pinturas suas.
Costumava trabalhar sozinho sem assistentes e nunca
teve aprendizes.
O mais instigante para o nosso olhar é que parecemos
testemunhar uma narrativa que está acontecendo de
frente para nós, somos atraídos pelo brilho da luz, pelas
texturas e pelo olhar dos personagens. Historiadores têm
argumentado que cada objeto representado está ali por
uma razão, como um dado informativo para criar o pano de
fundo da cena, geralmente são comentários sobre a história
política e social da Holanda de seu período. Para a maior
parte de nós, essas informações estão muito distantes, o que
nos fica é justamente a relação possível de empatia com os
personagens e cenas representadas.
Para conhecer um pouco mais sobre suas obras:
xxwww.essentialvermeer.com
Especialistas acreditam que ele não tenha pintado muito mais
do que isso. Suas outras atribuições e sua técnica de pintura
não permitiriam uma produção maior.
É filho de um tecelão membro da Guilda de São Lucas,
um tipo de corporação de ofício. Seu pai também
comercializava pinturas e possuía uma estalagem na praça
do mercado da cidade de Delft.
Sabe-se pouco sobre a formação artística de Vermeer.
Documentos atestam que ingressou na Guilda de São Lucas
em 1653. Para ser admitido na instituição deveria ter tido pelo
menos dois anos de formação no ateliê de um membro da
Guilda.
Neste mesmo ano casa com Catharina Bolnes (Delft,
Holanda, 1631 - 1688), com quem teve quinze filhos. Sua
esposa era católica, e ele havia sido criado como protestante.
Não se sabe ao certo se ele teria se convertido, mas sabe-se
que seus filhos foram batizados na Igreja Católica.
Suas primeiras pinturas são do gênero histórico e
religioso como Cristo em casa de Marta e Maria (1654) e
Diana e as companheiras, (1655-56). Ambas demonstram
que o artista estava familiarizado com o colorido do barroco
italiano e da pintura veneziana.
Do final da década de 1650 em diante o artista irá
dedicar-se principalmente às pinturas de gênero, cenas
do cotidiano passadas em ambientes internos e com
temática moralizante. As mulheres que representa estão,
na maior parte das pinturas, em um momento decisivo entre
escolher a virtude e o vício. Nós as vemos recolhidas em seus
pensamentos.
Impressiona em sua pintura a riqueza de detalhes.
Se fosse possível passar a mão na tela sentiríamos a
textura do tecido como se fosse real. A Leiteira (1658-1660)
é evidência disso. Não vemos a marca do pincel nem há
contornos visíveis. As cores se encontram e se dissolvem
para formar os objetos.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
WILLIAM TURNER
Londres, Inglaterra, 1775 - 1851
A luta do navio Temeraire, 1839
Pintura
Óleo s/ tela
90,7 x 121,6 cm
Coleção National Gallery, London
Também fez pinturas históricas, como pode ser visto nas
famosas Dido construindo Cartago ou O nascimento do
império cartaginês (1815) – coleção da National Gallery de
Londres – e O incêndio da casa dos lordes e dos comuns (18341835) – coleção do Museu de Arte da Filadélfia.
Por volta de 1830, sua pintura se modifica bastante,
ganhando ares mais românticos e sublimes através de
pinceladas enérgicas, que deixam transparecer os gestos
da construção, e quantidades de tinta exageradas para os
padrões da época.
se entendesse a atmosfera e a luz, que, apesar de serem
sensações transitórias, deveriam ser fixadas de alguma
forma através da pintura.
VINCENT VAN GOGH
Com a preocupação de captar aspectos passageiros
da percepção da paisagem, sua pintura foi se tornando
cada vez mais gestual, algumas de suas aquarelas são
quase abstratas, em que as áreas de cor são colocadas
simplesmente lado a lado.
Uma noite estrelada sobre o Ródano, 1888
Groot-Zundert, Holanda, 1853 - Auvers-Sur-Oise, França, 1890
Pintura
Óleo s/ tela
72,5 x 92 cm
Coleção Musée d’Orsay, Paris
Sua pesquisa abriu caminho para as gerações seguintes,
principalmente para os impressionistas.
Turner foi um dos mais proeminentes pintores da GrãBretanha apesar de sua fama de solitário.
O crítico de arte John Ruskin (Londres, Inglaterra 1819 - 1900)
quando escreveu Pintores modernos, publicado em 1843, o
coloca como o grande mestre de sua geração.
Para saber mais sobre sua vida e obra:
xxabstracaocoletiva.com.br/2012/11/04/william-turnerbiografia/
Tendo se tornado personagem famoso e mítico
da Londres vitoriana, Turner se tornou um pintor
extremamente bem-sucedido financeiramente, mantendo
desde 1804 até sua morte em 1851 sua própria galeria
exclusivamente para a comercialização de seus trabalhos.
Seu pai, William Turner (Inglaterra 1745 - 1829), um
barbeiro, costumava mostrar os desenhos do filho em seu
estabelecimento. Encorajado pela família, o jovem Turner foi
estudar na Academia Real Britânica de Belas Artes em 1789
aos 14 anos.
No início de sua carreira o artista trabalhava
principalmente com desenhos de arquitetura e topografia.
Talvez tenha sido esse primeiro contato com a paisagem que
o tenha levado a se especializar no gênero paisagístico.
Em 1806, publicou um álbum de gravuras, Liber studium
(Estudo livre), onde classificava e exemplificava os diversos gêneros de paisagem. Sendo membro ativo da academia,
assume o posto de professor de Perspectiva em 1808.
Sua obra costuma ser enquadrada no Romantismo do
século XVIII, transitando pelos gêneros do pitoresco e do
sublime.
A carreira artística não foi a primeira opção de Van Gogh.
Seu tio Vincent, comerciante de arte em Haia, lhe dá seu
primeiro emprego na Goupil & Cie em 1869. Fica lá até 1873
quando é transferido para Londres. Em 1974 é transferido
novamente, dessa vez para Paris.
Entre os pintores europeus de sua geração estão John
Constable (East Bergholt, Inglaterra, 1776 - Bloomsbury,
Inglaterra, 1837), Eugène Delacroix (Saint-Maurice, França,
1798 - Paris, França, 1863), Caspar David Friedrich (Greifswald,
Suécia, 1774 - Dresden, Alemanha, 1840), Theodor Gericault
(Rouen, França, 1791 - Paris, França, 1824) e Francisco de Goya
y Lucientes (Aragon, Espanha, 1746 - Bordeaux, França, 1826).
Interessa-se pelas obras dos artistas da Escola de
Barbizon, mas também começa a desenvolver uma
profunda obsessão religiosa. Em 1876, Van Gogh se demite,
volta para a Inglaterra onde irá trabalhar como professor e
assistente de um padre metodista.
Tanto em seus escritos como em suas pinturas
enfatizava a experiência direta com a paisagem, no
entanto essa relação não deveria levar a uma simples
representação descritiva daquilo que se está olhando. Para
o artista, a experiência ao ar livre era necessária para que
Entre 1877 e 1880 busca viver a vocação de pregador
religioso na região das minas de carvão da Bélgica,
especialmente em Borinage e Cuesmes. Acaba por admitir
que seu trabalho como pregador é infrutífero e decide se
dedicar a uma vocação mais essencial para si, a arte.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
Seu irmão, Theodorus Van Gogh (Groot-Zundert, Holanda,
1857 - Utrech, Holanda, 1891), o apoia financeiramente e irá
sustentá-lo até o final de sua vida. Vincent fica na Holanda
até 1886, tendo esporadicamente aulas de pintura e desenho
de maneira informal no ateliê de diversos artistas. É um
período conturbado emocionalmente, com várias desilusões
amorosas.
Em 1885, quando seu pai morre, se estabelece em Nuenen,
onde pinta Os Comedores de Batata (1885). Em 1886 vai para
Paris morar com Theo, que trabalha no comércio de arte na
companhia Goupil. Na cidade frequenta o círculo de artistas
boêmios ao redor do pintor John Russell (Sydney, Austrália,
1858 - 1930), entre eles estava Henri de Toulouse-Lautrec
(Albi, França, 1864 - Château Malromé, França, 1901) e Emile
Bernard (Lille, França, 1868 - Paris, França, 1941).
Circula pela região de Montmatre e se reúne com os
amigos artistas na loja de tintas de Julien “Père” Tanguy
(Plédran, França, 1825 - Paris, França, 1894), que também,
às vezes, se tornava uma pequena galeria de arte. O
contato com as obras impressionistas tiveram profundo
efeito na obra de Van Gogh, assim como a gravura japonesa
Okyo-ê, que o artista colecionava e com as quais forrava as
paredes de seu ateliê, e o estudo da teoria das cores.
Surgia em Paris o neoimpressionismo de Georges Seurat
(Paris, França, 1859 - 1891) e Paul Signac (Paris, França, 1863
- 1965), este último foi um amigo próximo de Vincent. É o
próprio artista que organiza sua primeira exposição na cidade
junto com Bernard e Lautrec em um café, o Grand-Bouillon
Restaurant du Chalet, no número 43 da avenida Clichy, em
Montmartre.
Vincent deixa Paris em 1888, tendo produzido em sua
estadia pouco mais de duzentas pinturas. Em Arles pinta
diretamente a natureza, inclusive cenas noturnas. Em suas
cartas, conta à Theo que saía à noite com velas no chapéu e
no cavalete.
Ainda em 1888, Paul Gauguin (Paris, França, 1848 - Ilhas
Marquesas, 1903), que Vincent e Theo haviam conhecido
em Paris, se junta ao artista. Os pintores moram e pintam
juntos por cerca de três meses. Pequenas desavenças da vida
conjunta se tornam sérias e parecem causar um desequilíbrio
grave na já debilitada saúde de Vincent, que durante uma
crise nervosa corta um pedaço do lóbulo da orelha e o
entrega de presente a uma moça.
Após este fato o pintor é hospitalizado, sofre de crises
nervosas, tem alucinações, no ano de 1889 entra e
sai de hospitais, mas não para de pintar, enviando
constantemente sua produção ao irmão. Expõe no Salon
dês Indépendants em 1889 as obras Noite estrelada sobre o
Ródano (1888) e Lírios (1889).
O pintor Camile Pissarro (Charlotte Amalie, Índias Orientais
Dinamarquesas, Reino da Dinamarca, atual Ilhas Virgens
norte-americanas, EUA, 1830 - Paris, França, 1803), amigo dos
irmãos Van Gogh, recomenda que Vincent se trate com o dr.
Gachet (Mechelen, França, 1828 - Paris, França, 1909), que o
acolhe.
O modo de pintar, carregado de tinta, exagerado nas
cores contrastantes, gera estranhamento e dificulta que sua
obra seja aceita em circuitos mais conservadores.
VALDIR CRUZ
As distorções do desenho, a expressividade quase agressiva
da pincelada incomodam. Ele artista só era admirado por
pintores da sua época.
Quedas do Iguaçu, V, 2002
Série – O caminho das águas
Por mais belas que consideremos suas obras, há sempre
uma verdade trágica revelada nelas, uma verdade difícil de
assimilar.
Guarapuava, Brasil, 1954
Fotografia
96 x 96 cm
Coleção do Artista
Para conhecer um pouco mais seu trabalho:
xxwww.vangoghmuseum.nl/vgm/index.
jsp?page=12526&lang=en
Neste mesmo ano ainda expõe na pequena galeria de
“Pére” Tanguy e participa de uma exposição coletiva
com o trabalho de impressionistas e pós-impressionistas
organizada pelo crítico de arte Octave Maus (Bruxelas,
Bélgica, 1856 - 1919), em Bruxelas. Esta exposição Les XX (Os
vinte ) acontece em 1890 e é nela que Vincent vende a sua
primeira e única pintura em vida.
Valdir nasceu no sul do Paraná e teve uma infância
simples, cercada da beleza natural. Desbravou a região para
conhecê-la melhor.
Ainda se consultando com o dr. Gachet, o artista parece
se recuperar e levar uma vida normal, até que em julho em
Auvers tem uma recaída e comete suicídio.
Começa a fotografar em 1982 focando seu olhar na
arquitetura, nas paisagens e no povo brasileiro. Sua obra
retrata a visão humanista, a preocupação com a preservação
dos saberes e fazeres do homem comum e do meio ambiente.
A vida e obra de Van Gogh estão bem documentadas
em suas cartas a Theo. Até hoje não sabemos exatamente
a causa de suas crises nervosas. Sua obra estabelece um
diálogo com seus contemporâneos, como Lautrec, Gauguin e
Seraut, demonstrando uma profunda consciência de época e
do fazer artístico.
Fotógrafo e autodidata, radica-se em Nova York,
Estados Unidos, em 1978, onde estuda na Germain School
of Photography (1983), e se torna assistente do célebre
fotógrafo George Tice (Newark, EUA, 1938) durante os anos
de 1986 e 1987.
Essa consciência, segundo aponta o historiador Giulio
Carlo Argan (Turim, Itália, 1909 - Roma, Itália, 1992) vem de
uma indagação sobre seu lugar no mundo, sobre a razão
da própria sociedade e o papel da arte nela.
Excelente laboratorista, realiza ampliações para os
portfólios de dois grandes mestres da fotografia, Edward
Steichen (Luxemburgo, Luxemburgo, 1879 - Connecticut, EUA)
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
e Horst P. Horst (Weibenfels-na-der-Saale, Alemanha, 1906 Flórida, EUA, 1999).
Ministra aulas sobre o processamento fotográfico em
papéis de prata e de paládio.
NÚCLEO 2
Inicia em 1994 o projeto pessoal Images of the rainforest
(Imagens da mata), sobre dez grupos indígenas da
região Amazônica, conquistando uma bolsa da Fundação
Guggenheim, para continuá-lo em 1996.
MAR
Vem concentrando sua visão artística em tornar o
público consciente das coisas que conectam a natureza
à humanidade. Suas paisagens são metáforas elegantes da
natureza como um todo e um meio pelo qual aferir a saúde
do planeta. Sua arte é um instrumento de preservação da
diversidade natural e cultural das terras brasileiras.
MÁRCIA XAVIER
Belo Horizonte, Brasil, 1967
Por mais de uma década, ele seguiu o caminho das águas,
particularmente no Paraná, o estado que abriga uma das
mais impressionantes quedas-d’água. Ele viajou como em
uma aventura para conhecer as belezas naturais do interior
do Brasil. Viajou a cavalo, a pé e, quando possível, num jipe.
Vive e trabalha em São Paulo. Formou-se em Comunicação
Visual pela Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), em
São Paulo, SP, em 1989.
Possui trabalhos em prestigiosas coleções norte-americanas,
como as do Museum of Fine Arts, de Houston, e do Museum
of Modern Art (MoMA), de Nova York.
Trabalha principalmente com fotografia desde a década
de 1990 participando ativamente do circuito de artes.
Dentre as exposições das quais participou se destacam:
Programa Anual de Exposições de Artes Plásticas, CCSP,
São Paulo (1994); 6ª Bienal de Havana, Centro de Arte
Contemporáneo Wifredo Lam, Cuba, (1997); Geração 90,
Pinacoteca no Parque, São Paulo, (1998); 2ª Bienal de Artes
Visuais do Mercosul, Porto Alegre (1999); Autorretrato: O
espelho do artista, Fiesp, São Paulo (2000); 3ª Bienal de
Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre (2001); Genius loci:
o espírito do lugar, Centro Universitário Maria Antonia, São
Paulo (2002); Ordenação e vertigem, CCBB, São Paulo (2003);
Still life / Natureza-morta, Galeria de Arte do Sesi, São Paulo
(2004); Geração da virada, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo
(2006); Manobras radicais, Centro Cultural Banco do Brasil,
São Paulo (2006); Mostra vento sul, Curitiba (2007); Nova
arte nova, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo (2009);
Água na Oca, Oca - Parque do Ibirapuera, São Paulo (2010).
Em 2004 ganhou o prêmio Jabuti para Melhor Projeto Gráfico
pelo livro feito em colaboração com o poeta Arnaldo Antunes
(São Paulo, Brasil, 1960) Et eu tu, publicado pela Cosac & Naify
Para saber mais:
xxwww.valdircruz.com
No início de sua carreira a artista trabalhou
principalmente com a temática do corpo. Fotografandose com uma câmera Polaroid, que impossibilita bastante
Luneta “Copacabana“, 2008
Objeto
Alumínio e imagem em backlight, 110 w
30 cm diâmetro x 20 cm profundidade
Coleção particular
Apesar de Cruz estar consciente da crescente ameaça
do desenvolvimento de usinas hidrelétricas nas quedasd’água no Paraná, ele também está atento aos grandes
benefícios que as fontes de energia controlada trarão para
povoados e cidades distantes nessa região vasta e única.
Ele sabe que o bem inerente a esse tipo de progresso
terá o seu preço, que bem pode significar um fim para a
extraordinária beleza e a ecologia de algumas das quedasd’água no caminho das águas. Também é claro que suas
fotografias não são apenas registros daquela paisagem, mas
visões inspiradas que transformam as criações da natureza
em obras de arte.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
o controle total do enquadramento na situação de um
autorretrato, criava imagens estranhas de ângulos inusitados.
Também trabalhou posteriormente as imagens em cópias
xerox coloridas, em que as imagens apareciam distorcidas
e justapostas como na obra que está presente no acervo do
MAM–SP: S/título (1997), onde as fotos começam a ganhar
estatuto de objetos na montagem das cópias em acetato
sobre uma superfície de alumínio.
ANGE LECCIA
Minerbio, França, 1952
O mar, 2001
Videoinstalação, sem som
27’32” looping
Coleção Almine Rech Gallery, Paris/Bruxelas
No final da década de 1990 o interesse pela pele e pelo
corpo é estendido para a paisagem. A artista se fotografa
inserida nela. Para esses trabalhos, Márcia cria objetos
que são quase máquinas ópticas na medida em que se
assemelham a caleidoscópios e lunetas.
Aos poucos o corpo é abandonado e a presença da
paisagem e da arquitetura dominam, multiplicadas ao
infinito por espelhos circulares que acabam por captar
também a imagem do espectador.
Atualmente a presença da fotografia tem sido substituída
pela própria realidade, em Conta Gotas, 2010, apresentada
na mostra Água na Oca em São Paulo, uma série de aquários
redondos de vidro era apresentada sobre plintos brancos.
Esses aquários cheios de água “capturavam” as imagens
ao redor e as devolvia invertidas e distorcidas. Assim os
objetos circulares dialogavam com a forma do prédio
que habitavam.
A artista esteve sempre interessada na deformação da
visão através de lentes e ângulos inusitados. Começou
pesquisando seu próprio corpo, como uma paisagem e
depois seu corpo na paisagem. Posteriormente o foco passou
a ser a própria paisagem e o espectador nela inserido.
Atualmente propõe uma relação ainda mais direta entre o
espectador e o lugar através de máquinas de olhar.
Saiba mais sobre seu trabalho:
xxwww.casatriangulo.com/pt/artista/13/trabalhos/1/
xxwww.registrodearte.com.br/olho-d%E2%80%99aguagaleria-triangulo-marcia-xavier-2/
Artista multimídia, vive e trabalha em Paris. Estudou Belas
Artes na Universidade de Paris I, Panthéon-Sorbonne.
No início de sua carreira trabalhou com pintura e
fotografia. Em 1981 foi bolsista na Villa Médicis – Academia
Francesa em Roma, onde pesquisou o vídeo e o super-8,
suportes que são trabalhados de forma a reafirmarem sua
linguagem e textura visual.
Na década de 1980 se dedicou mais à imagem fotográfica
e ao vídeo. Tem instalações que ele chama de “arranjos”,
utilizando, além das imagens, objetos muitas vezes retirados
do universo industrial.
Seu primeiro curta-metragem Stridura é de 1980. A
partir de 1985 leciona na École Régionale dês Beaux-Arts de
Grenoble, juntamente com uma geração de artistas que irão
se destacar não só na França como também no exterior,
entre eles Dominique Gonzalez-Foerster (Strasbourg, França,
1965) e Philippe Parreno (Oran, Argélia, 1964).
Codirigiu com a artista Dominique Gonzalez Foerster
cinco filmes: Île de beauté (1996); Gold (2000); Christophe à
l’Olympia (2002); Malus (2005) e Des Films à faire (2008).
Continua produzindo cinema, dirigindo longa-metragens
como o filme La nuit bleue, de 2011.
Fez várias exposições individuais e coletivas, dentre
as últimas se destacam: Anglesofvision, Frencharttoday,
Guggenheim Museum, Nova York, (1986); Documenta 8,
Kassel, Alemanha (1987); Skulptur projecte, Kunstverein
Münster, Alemanha (1987); Ready-made boomerang, Sydney’s
Biennial, Austrália (1990); L´amour de l´art, Biennale d´art
Contemporain, Lyon, França (1991); Jean-Luc Godard, P.S. 1,
Nova York; Biennale di Venezzia, Veneza, Itália (1993); 19771997, 20 ans, Centre Georges Pompidou, Paris, França (1997);
Every day, Sydney’s Biennal (1998); Kunst Film Biennale Köln,
Cologne, Alemanha (2003); L’invention du mond, Galerie des
enfants, Centre Georges Pommpidou, Paris, França (2003);
Contrepoint, l’art contemporainau Louvre, Musée du Louvre,
Paris, França (2004); Water, water, Every where, Scottsdale
Museum of Contemporary Art, EUA (2005); Out there:
landascape in the new millennium, Moca, Cleveland, EUA
(2005); Le mouvement des images - Art et cinéma, Centre
Georges Pompidou, Paris, França (2006); La force de l’art,
Grand Palais, Paris, França (2006); Paradise now! Essential
french avant-garde cinema, 1890 - 2008, Starr Auditorium,
Tate Modern, Londres, Inglaterra; The Mediterranean
approach, 54th Biennale di Venezia, Palazzo Zenobio, Veneza,
Itália (2011); Dansersavie, Centre Georges Pompidou, Paris,
França.
Suas obras podem ser encontradas em diversas coleções
públicas e privadas: Centre Georges Pompidou, Le Musée
d’Art Moderne de La Ville e Fondation Cartier, em Paris,
França; Guggenheim Museum, em Nova York, EUA; e Seibu
Museum, em Tóquio, Japão.
Sua poética faz uso das estratégias cinematográficas da
composição explorando o caráter rítmico de imagens da
natureza, como o mar, o por do sol, o céu. No vídeo O Mar
(2001), o artista capta as imagens das ondas batendo na praia,
vistas de cima, de forma a causar estranhamento ao nosso
olhar. A imagem transita entre o real e o abstrato. As ondas
sobrepõem seus desenhos na areia quase negra criando
uma espécie de paredão. As cores escuras são misteriosas
e a imagem está bem distante da ideia de um mar tranquilo
ou acolhedor.
O artista trabalha com as expectativas do espectador
para, de certa forma, contradizê-las, como se ele estivesse
desfazendo clichês e ideias preconcebidas.
Seu trabalho pôde ser visto no Brasil duas vezes, em 2009,
no Paço das Artes na USP, São Paulo, na exposição Entretemps: L´artiste narrateur, e em 2012, no Sesc Pinheiros,
também em São Paulo, na mostra A abordagem mediterrânea.
Foi professor na l’École Nationale Supérieure de Cergy,
até 2000, quando se torna diretor do Pavillon, o laboratório
de criação do Palais de Tokyo em Paris.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
SANDRA CINTO
Santo André, Brasil, 1968
Sem título, 2010
Desenho
Caneta permanente e acrílica s/ tela
260 x 160 cm
Coleção particular
Cortesia Casa Triângulo, SP
Visuais do Mercosul, Porto Alegre (1999); Território
expandido, Sesc Pompeia, São Paulo (1999); 26ª Bienal de
Pontevedra, Espanha (2000); Autorretrato: Espelho do artista,
Centro Cultural Fiesp, São Paulo (2001); A trajetória da luz na
arte brasileira, Itaú Cultural (2003); Ordenação e vertigem,
Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo (2003); 5ª Bienal
de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre (2005); Drawing
now, The Rose Art Museum, Waltham, EUA (2005); Manobras
radicais, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo (2008).
Fez diversas exposições individuais no Brasil e no
exterior, realizando uma grande exposição individual no
Instituto Tomie Othake em São Paulo, em 2010, chamada
Imitação da água com curadoria do crítico de arte italiano
radicado no Brasil Jacopo Crivelli Visconti.
Seus trabalhos na década 1990 têm uma forte ligação com
o universo onírico. São referências para a artista as obras
dos artistas René Magritte (Lessines, Bélgica, 1898 – Bruxelas,
Bélgica, 1967) e Alberto Giacometti (Buorgonovo di Stampa,
Suiça, 1901 – Coira, Suiça, 1966) em sua fase mais alinhada
ao surrealismo.
Dessa época são os autorretratos com o corpo desenhado
à caneta, os móveis pintados de verde pistache ou azulclarinho incrustados de finos desenhos.
As imagens construídas por linhas finas inserem nos
objetos do cotidiano como camas e cadeiras paisagens de
sonho, montanhas impossíveis, escadas infindáveis, mares a
perder de vista.
Formada em Educação Artística pelas Faculdades
Integradas Teresa D’Ávila – Fatea, em Santo André, Sandra
foi professora universitária, lecionando na Faap.
Atualmente mantém o espaço Ateliê Fidalga em São
Paulo, juntamente com o marido, o também artista Albano
Afonso (São Paulo, Brasil, 1964), orientando jovens artistas e
promovendo cursos e exposições.
Participa, desde o final da década de 1990, ativamente
do circuito artístico nacional e internacional. Entre as
exposições coletivas mais importantes das quais participou
estão: a XIV Bienal de São Paulo (1998); II Bienal de Artes
Os próprios objetos causam estranhamento em suas
formas, são bancos, camas e mesas de proporções
ligeiramente diferentes, onde lençóis e travesseiros são
feitos da mesma matéria, madeira, assim como os livros que
sustentam os pés da cama.
Em seu trabalho, realidade e sonho habitam o mesmo
espaço, se concretizam no mesmo espaço; assim, aquilo
que é do universo do sono se torna real e aquilo que antes
conhecíamos como real, a cama, por exemplo, se torna
sonho, tendo a sua função deturpada.
Em suas instalações torna a luz presente em esculturas de
velas e lâmpadas, que poderiam pender de entre as pernas
de mesas, feitas de madeira. Sem dúvida uma cena que
desnaturaliza a nossa percepção habitual do mundo.
JOSÉ PANCETTI
Mais recentemente o azul da caneta Bic e suas variações
transbordam e viram mar. Em imensas instalações, a artista
cobre de azul painéis e parede, desenhando neles mares
agitados que parecem tomar e invadir o espaço.
Pintura
Óleo s/ tela
37 x 45 cm
Coleção Fernanda Feitosa e Heitor Martins
Campinas, Brasil, 1902 - Rio de Janeiro, Brasil, 1958
Marinha de Saquarema, 1956
Estes desenhos fazem referências diretas à gravura
japonesa Okyo-ê, com seus degradê de azul, e mais
diretamente ao artista japonês Hokusai (Katsushika, c. 1760 Tóquio, 1849).
Além da influência oriental, seus mares agitados e
paisagens fantásticas, abissais, dialogam com a tradição
romântica do sublime seja em Caspar David Friederich
(Greifswald, Alemanha, 1774- Dresden, Alemanha, 1840)
ou Turner ( Londres, Inglaterra, 1775-1851).
A iminência da tragédia e a deriva em que ela, muitas
vezes, coloca o expectador, tem sua referência reconhecida
pela artista em uma citação direta à obra do pintor francês
Theodor Gericault (Rouen, França, 1791 - Paris, França, 1824) A
jangada da medusa (1818-19), na série de trabalhos A travessia
difícil, de 2010.
Nesta série, Sandra Cinto se utiliza diretamente de
reproduções em preto e branco da obra como suporte
para seus desenhos de mar. A artista em sua poética lida
com características do Romantismo e do Surrealismo, o
sublime e o onírico.
Para ver outros trabalhos da artista:
xxwww.casatriangulo.com/pt/artista/27/trabalhos/1/
xxateliefidalga.com.br
Nasce no Brasil, filho de imigrantes italianos. A família
decide mandá-lo à Itália para viver com os tios e os avós
na região da Toscana.
Ingressa na Marinha Mercante e retorna ao Brasil, para
Santos, em 1920. Naquela cidade exerce várias ocupações,
entre elas pintor decorativo e cartazista.
Em 1922 ingressa na Marinha de Guerra. Começa a pintar
enquanto está no encouraçado Minas Gerais.
Procurando estudar pintura encontra os artistas do Núcleo
Bernadelli, fundado em 1931 por um grupo de artistas que
não concordavam com os princípios da Escola Nacional de
Belas Artes.
Pancetti circula nos ateliês de Manoel Santiago (Manaus,
Brasil, 1897 - Rio de Janeiro, Brasil, 1987) e Bruno Lechowski
(Varsóvia, Polônia, 1887 - Rio de Janeiro, Brasil, 1941).
Trabalha com diversos gêneros artísticos e seus retratos
deixam transparecer sua admiração pelos artistas pós-
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
impressionistas, principalmente Van Gogh (Groot-Zundert,
Holanda, 1853 - Auvers-sur-Oise, França, 1890) e Gauguin
(Paris, França, 1848 - Ilhas Marquesas, 1903).
FULVIO PENNACHI
garante uma renda suficiente para se dedicar à pintura.
Villa Collemandina, Itália, 1905 - São Paulo, Brasil, 1992
Na década de 1940 além das pinturas de marinha, a que
se dedica mais, também realiza naturezas-mortas e
paisagens urbanas. Seu trabalho revela que, apesar da
falta de ensino formal, tem conhecimento das inovações
das vanguardas europeias e utiliza este vocabulário
moderno na construção de uma obra pessoal.
Praia com pescadores, 1978
A partir de 1935 participa de várias edições do Salão Paulista
de Belas Artes, Salão da Família Artística Paulista, Salão de
Maio, Salão Paulista de Arte Moderna, Panorama de Arte
Atual Brasileira do MAM – SP.
Pintura
Óleo s/ tela
98,8 x 225 cm
Coleção Santander Brasil
É no 2º Salão Paulista de Belas Artes, quando ganha um
prêmio aquisição, que conhece o artista Francisco Rebolo
(São Paulo, Brasil, 1902 - 1980), com quem irá formar o Grupo
Santa Helena, um ateliê no edifício de mesmo nome, no
centro da cidade, na praça da Sé.
Em 1947 participa do Salão Nacional de Belas Artes. Recebe
Prêmio Viagem pelo Brasil e vai para Salvador, para onde
se muda em 1950.
Este grupo, nem sempre coeso, recebe vários artistas,
imigrantes ou descendentes de imigrantes que estavam um
pouco à margem do modernismo paulista dos integrantes da
Semana de Arte Moderna de 1922.
Ali sua produção de marinhas se intensifica, assim como sua
pesquisa plástica que sintetiza os planos da paisagem em
planos geométricos de cor.
Em enquadramentos inusitados e originais, explora a luz e
cor local.
Participou de diversas exposições coletivas, destas
destacamos: 25ª Bienal de Veneza, Itália (1950); 1ª Bienal
Internacional de São Paulo, Pavilhão do Trianon, São Paulo,
Brasil (1951); 3ª Bienal Internacional de São Paulo, MAM – SP
(1953). Suas obras integram diversos acervos públicos e
privados: Acervo Artístico Cultural do Palácio do Governo do
Estado de São Paulo – Coleção Palácio Boa Vista, Campos do
Jordão, Brasil; Acervo Banco Itaú, São Paulo, Brasil; Acervo da
Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; Acervo Museu de
Arte Brasileira (MAB/Faap), São Paulo, Brasil; Acervo Museu
Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil; Coleção
Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ, Rio de Janeiro, Brasil;
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de
São Paulo – MAC/USP, São Paulo, Brasil; Coleção Museu de
Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP, São Paulo, Brasil.
A obra de Pancetti pertence ao segundo modernismo
brasileiro. Sua obra representa a paisagem e a população e
suas imagens surgem da vivência com os lugares e as pessoas.
Para saber mais:
xxwww.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/
modulo2/modernidade/eixo/bernadelli/pancetti/index.html
O artista nasceu na Itália, fez sua formação artística no
Regio Instituto di Belle Arti (atual instituto Superiore Artistico
A. Passaglia), na cidade de Lucca entre 1926 e 1928.
Após terminar os estudos se torna professor nesta
academia. O cenário político italiano, com a ascensão do
fascismo, faz com que sua família migre para o Brasil, onde
outros parentes já haviam migrado, sendo bem-sucedidos
fazendeiros de café no sul de Minas.
A partir de 1929 o artista fixa residência em São Paulo,
onde morará por toda a sua vida.
É Rossi Osir (São Paulo, Brasil, 1890 - 1959) o artista
responsável por unir os artistas do grupo Santa Helena aos
artistas modernos paulistas na agremiação Família Artística
Paulista (1937 - 1940). Ela tinha por finalidade promover a arte
moderna em exposições e palestras.
É ele também que desperta o interesse de Pennacchi pela
cerâmica, pois possuía a azulejaria Osirarte.
Também durante a década de 1930 leciona desenho no
Colégio Dante Aligheri e executa encomendas de pinturas,
murais e afrescos nas casas de famílias italianas.
Entre 1941 e 1948 cria afrescos de grandes dimensões
para a Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério em
São Paulo.
No início da década de 1930 tenta estabelecer um
escritório de design gráfico, o ateliê Clamor, com o
escultor Antello Del Debbio. O projeto não vinga e os
artistas terminam a sociedade em 1932.
Em 1949, a casa de sua família, no Jardim Europa, é
inaugurada. O projeto de arquitetura, a decoração, o desenho
do mobiliário, tudo foi concebido por ele como uma obra total.
Começa então a colaboração entre Pennachi e o escultor
Galileo Emendabili (Ancona, Itália, 1898 – São Paulo, SP,
Brasil, 1974) em obras de devoção religiosa ou mortuária.
“Sua trajetória profissional pode ser dividida em três
fases distintas: a primeira, até 1929, época de sua formação
artística na Itália; a segunda, entre 1929 e 1945, quando se
percebe o artista e o cidadão Fulvio Pennacchi se adaptando
ao país e à cidade que escolheu para viver; e a terceira, de
Também em meados da década de 1930 o artista adquire
um açougue, que se transforma numa rede, o que lhe
Na década de 1970 se dedica também à escultura em cerâmica.
30
1945 até seu falecimento, quando o artista, já adaptado à
cidade, se recolhe totalmente à sua obra.” Fulvio Pennacchi:
Uma poética da saudade. In: Arte internacional brasileira. São
Paulo: Lemos, 1999. p. 168. Tadeu Chiarelli (Ribeirão Preto,
Brasil, 1956).
A formação do artista acontece no entreguerras, em um
momento em que vários artistas, antes envolvidos com as
vanguardas, com a busca de novas linguagens estéticas,
parecem estar em movimento contrário, chamado de
“retorno à ordem”.
Há uma busca de estabilidade e harmonia mesmo na obra
de Pablo Picasso (Málaga, Espanha, 1881 - Mougins, França,
1973) nesse período. Principalmente na Itália, onde muitos
artistas se voltam para uma visão mais bucólica da realidade
em composições harmônicas e estáveis, uma corrente
totalmente oposta ao futurismo, por exemplo.
Pennacchi é, sem dúvida, influenciado por essa tendência
artística. Ele irá manter esse respeito pela tradição clássica
para retratar paisagens e personagens do cotidiano.
Suas paisagens fundem a natureza brasileira e italiana
em espaços idealizados. Seus personagens, quase sempre
trabalhadores rurais, adquirem a dignidade de quase escultura.
Apesar de ser um homem da cidade, vivendo um cotidiano
urbano, busca como tema o meio rural, a harmonia entre o
homem e a terra de onde tira seu sustento.
Suas figuras nunca estão em conflito, o trabalho jamais
é árduo. A relação homem-terra apresenta uma harmonia
religiosa. Vale lembrar que essa “ingenuidade” é uma
decisão de um artista com sólida formação acadêmica e que
participou do circuito de arte paulista de forma bastante
ativa e da 1º Bienal Internacional de São Paulo em 1951.
Há em sua obra uma busca pela simplicidade, pela beleza
singela, sem grandes dramas ou grandes contrastes, como
podemos reparar pela apreciação das cores que utiliza.
Para pesquisar mais:
xxpennacchi100anos.blogspot.com.br
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
CARLOS VERGARA
Santa Maria, Brasil, 1941
Ampulheta, 1992
Objeto
Garrafas de Coca-Cola, vidro e minério de ferro em pó
10 x 10 x 50 cm
Coleção do artista
brasileira: Opinião 65 e Opinião 66 no Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro.
Nesta época trava amizade com os artistas Hélio Oiticia
(Rio de Janeiro, Brasil, 1937-1980), Ligia Pape (Nova
Friburgo, Brasil,1927- Rio de Janeiro, Brasil, 2004) e
Antonio Dias (Campina Grande, Brasil, 1944). Em 1967
organiza a exposição Nova Objetividade Brasileira juntamente
com Oiticica e assina o texto A Declaração de Princípios
Básicos da Nova Vanguarda que acompanhava amostra.
Em 1969 participa também do polêmico do Salão da
Bússola. Também trabalha com cenografia no Teatro Tablado
e faz projetos decorativos. Utiliza de forma constante a
serigrafia.
Na década de 1970 faz pesquisa com fotografia e filmes
experimentais em super-8. Funda em 1973, juntamente
com o cenógrafo Marcos Flaksman e o arquiteto Marcos
Pina, o escritório de arquitetura Flaksman Pini Vergara, que
continua ativo.
Gaúcho de nascimento, o artista vive e trabalha no Rio de
Janeiro desde a década de 1950. Quando jovem, trabalhou
como laboratorista para Petrobrás, além de ter sido jogador
profissional de vôlei no clube Fluminense.
No início da década de 1960 trabalha também com
artesanato e joias. É com o trabalho de design que participa
pela primeira vez da Bienal Internacional de São Paulo, então
em sua VII edição em 1963 e participará em mais 4 edições.
Em 1994 começa a estudar pintura com Iberê Camargo
(Restinga Seca, Brasil, 1914 - Porto Alegre, Brasil, 1994). A
partir de 1965 se insere definitivamente no circuito artístico.
Participa de duas importantes exposições na história da arte
Em 1972, organiza a EX-posição, no Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro. O que seria uma exposição individual se
torna uma mostra coletiva. Vários artistas participam da
mostra: Hélio Oiticica, com o Projeto filtro, um penetrável,
Waltércio Caldas (Rio de Janeiro, Brasil, 1946), o músico
Caetano Veloso (Santo Amaro da Purificação, Brasil 1942), o
cineasta Ivan Cardoso (Rio de Janeiro, Brasil, 1952), e o poeta
Chacal (Rio de Janeiro, Brasil, 1951). Na mostra, Vergara exibe
obras em formatos menos tradicionais como o filme em
super-8 Fome e suas fotos do Carnaval carioca, em especial
as do bloco do Cacique de Ramos, da zona Norte da cidade.
As telas captam por meio do pigmento as impressões do
lugar. Para a mostra Arte cidade: A cidade e suas histórias
realiza desenhos de plantas medicinais que foram catalogadas
por botânicos no terreno onde se realizou o evento.
EDUARDO SRUR
Há por parte do artista um interesse em sempre
relacionar a obra a um lugar ou momento histórico, social
ou político específico. Seja nos seus primeiros trabalhos,
em que a crítica política e social se constituía através de um
repertório visual mais ligado à arte pop, ou nos projetos de
fotografia do Carnaval, que se aproximam de uma pesquisa
etnográfica.
Instalação-Congresso Nacional, Brasília, 2011
360 boias salva-vidas de plástico, adesivo vinílico, capas de chuva e
200 participantes.
São Paulo, Brasil, 1974
A arte salva, 2011
De alguma forma o artista incorpora em seu trabalho
processos de registros e documentação de vestígios
e indícios materiais. Seus trabalhos lidam com situações
específicas, relacionando arte e vida, fazendo o sujeito
pensar no lugar em que ele e a obra estão inseridos.
Para saber mais:
xxwww.carlosvergara.art.br
xxwww.flaksman.com.br/pt/
O artista formado em Comunicação e em Artes Plásticas
pela Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap) vive e
trabalha em São Paulo, a cidade que habita e é o cenário do
conteúdo de seus trabalhos, na maioria intervenções urbanas.
A primeira intervenção que fez na cidade, levantando a
atenção da mídia, foi Acampamento dos anjos no edifício
abandonado do Hospital da Mulher, no conjunto do Hospital
das Clínicas de São Paulo, em 2004. Quarenta barracas de
camping coloridas do tipo iglu foram colocadas no esqueleto
do edifício, à noite ascendiam-se luzes dentro delas. Segundo
o artista, a obra partiu da leitura dos Salmos 34:7, “o anjo do
Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra”.
Na década de 1980 retorna à pintura em telas imensas, tendo
como tema o Carnaval e participa da 39ª Bienal de Veneza.
A década de 1990 traz um outro rumo para a sua poética.
Continuam os grandes formatos da década anterior, mas
agora em uma pesquisa com pigmentos naturais. São
monotipias feitas em lugares diversos como o meio natural
do Pantanal mato-grossense ou uma fábrica de tijolos em
Minas Gerais, ou as ruas de paralelepípedos de Pirenópolis.
O artista depois montou esta obra em outras cidades:
Florianópolis, Curitiba, no Brasil; Paris e Metz, na França;
Friburgo e Nyonna, na Suíça; Havana, em Cuba. Embora
sempre utilizasse as quarenta barracas a cada cidade, a
obra se configura de modo distinto. A cidade é para ele um
assunto e uma plataforma, onde quer que seus habitantes
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
se conscientizem de sua ação ao constituí-la, seja de forma
simbólica ou política.
Srur utiliza diversos meios e linguagens de acordo com
o assunto abordado em cada um de seus trabalhos.
Atualmente sua atuação pode ser muitas vezes confundida
com ativismo. É no cruzamento entre ativismo ecológico e
arte que reside a sua poética.
NÚCLEO 3
CORPO E SAÚDE
Realizou, entre 2007 e 2008, a obra Pets para a exposição
Quase líquido, do Itaú Cultural, em São Paulo. Uma
intervenção urbana que instalou vinte infláveis monumentais
na forma de garrafas PET nas margens do rio Tietê em São
Paulo. A intervenção era vista a distância e também podia se
percorrer em um barco disponibilizado pelo Itaú o leito do
rio, sentindo de perto os efeitos da poluição.
JAUME PLENSA
Barcelona, Espanha, 1955
Ao final da exposição o material utilizado nos infláveis
foi reciclado para a produção de mochilas para alunos da
rede pública de ensino. Seu último trabalho foi o polêmico
Carruagem (2012). O artista instalou uma escultura de uma
carruagem puxada por cavalos em um dos mastros da ponte
Otávio Frias de Oliveira, a chamada Ponte Estaiada, novo
cartão-postal de São Paulo.
Olhar nos meus sonhos / Jaume Plensa, 2012
Intervenção urbana
12 m de altura
Enseada de Botafogo, Rio de Janeiro.
Magnetoscopio Produções, Rio de Janeiro / Galerie Lelong, New York
Além disso, no dia 19 de setembro executou uma
performance, na realidade uma corrida entre o artista
conduzindo uma carruagem e o piloto profissional Ingo
Hoffmann em um carro esportivo, cruzando a ponte em
horário de pico, às 17 horas. Ambos não passaram de 20
quilômetros por hora.
Ainda no final de 2012, o artista lançou o livro Manual de
intervenção urbana.
“Sempre tive interesse em construir trabalhos pensando
no espectador, levar a arte para além do circuito
artístico.”
Vive e trabalha em Paris e Barcelona.
É professor na École Nationale de Beaux-Arts, em Paris, e
colabora como professor convidado na Escola do Instituto de
Arte de Chicago.
34
Suas esculturas em espaço público têm sido premiadas
em diversos países. Entre os principais prêmios que o
artista conquistou estão: Chevalier des Arts et Lettres pelo
Ministério da Cultura da França, 1993; Prêmio da Associação
Espanhola de Críticos de Arte, Madri, 1998; Prêmio de
Escultura Villa de Madrid, Espanha, 2003; Doutor honorário
pela Escola do Instituto de Arte de Chicago, EUA, 2005; Marsh
Award para escultura pública, Londres, Inglaterra, 2009;
Prêmio GAG, Associação das Galerias da Catalunha, Barcelona,
Espanha, 2011; Prêmio Nacional de Artes Plásticas, Ministério
da Educação e Cultura, Madri, Espanha; Prêmio Nacional de
Arte Gráfico, Calcografia Nacional, Madri, Espanha.
Expõe regularmente desde a década de 1990. Entre as
exposições mais importantes das quais participou estão:
Configuracions urbanes, Olimpíada Cultural Barcelona’92,
Barcelona, Espanha; Metàfores del real, MACBA – Museu
d’Art Contemporani de Barcelona, Barcelona, Espanha (1995);
Artranspennine 98, Yorkshire Sculpture Park, Fundo Henry
Moore para Escultura, Leeds e Tate Gallery, Liverpool,
Inglaterra (1998); 50 ans de sculpture espagnole, Jardins du
Palais Royal, Paris, França (2001); Bienal de Valência, Cuerpo
y pecado, Convento del Carmen, Valência, Espanha (2001);
Conceptes de l’espai, Fundació Joan Miró, Barcelona, Espanha
(2002); Indisciplinados, Museo de Arte Contemporánea,
Vigo, Espanha (2003); Picasso to Plensa, The Albuquerque
Museum, Albuquerque, EUA (2005); Eye in Europe, Prints,
Books & Multiples/1960 to now, MoMA, Nova York, EUA
(2006); Glasstress - La Biennale di Venezia, Istituto Veneto
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
di Scienze Lettere ed Arti, Palazzo Cavalli Franchetti, Campo
Santo Stefano, Veneza (2011); Picasso to Koons, The Artist as
Jeweler, Museum of Art and Design, Nova York, EUA (2011);
OIR Rio, Outras ideias para o Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2012);
Art as magic: Visionary artist and their internal world, Aichi
Prefectural Museum of Art, Nagoya, Japão (2012).
O artista catalão utiliza diversos materiais, como ferro
fundido, bronze, cobre, resina sintética, vidro, alabastro,
plástico, luz, vídeo e som, o que for preciso para que
dialogue com o espaço urbano.
MAUREEN BISILLIAT
Englefieldgreen, Inglaterra, 1931
Caranguejeiras, 1968
Aldeia do Livramento, PB
Fotografia 35 mm
Coleção Instituto Moreira Salles
Ao contrário da maioria das fontes e chafarizes de parques,
nesta as pessoas podem caminhar sobre as águas, porque
a profundidade deste espelho d´água não passa de alguns
milímetros. Poder caminhar sobre as águas funciona como
uma metáfora sobre a possibilidade de comunicação entre os
sujeitos. A água escorre da boca das imagens, dos retratos dos
moradores da cidade, comunicando-se com os cidadãos reais
que transitam pelo parque. A escultura configura-se, assim,
como um monumento, não a um único herói, mas a vários, a
todos os cidadãos anônimos, recuperando o sentido social do
espaço público como lugar de encontro.
Tem publicados um total de treze livros. Ganhou diversos
prêmios dentre, eles destacam-se: Bolsa John Guggenheim
Foundation, Nova York, EUA, em 1970; Prêmio Fotojornalismo
Abril, Brasil, 1984; e Bolsa Japan Foundation, Japão, 1987.
Fez exposições individuais e participou de diversas
exposições coletivas das quais se destacam: Xingu/Terra,
Sala Especial, XIII Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo,
Brasil (1975); O turista aprendiz - Viagem pelo Amazonas até
o Peru / pelo Madeira até a Bolívia / por Marajó até dizer
chega, Sala Especial, XVIII Bienal Internacional de São Paulo,
São Paulo, Brasil (1985); Teatro do presídio, Sala Especial, XX
Bienal Internacional de São Paulo na Seção de Teatro, São
Paulo, Brasil (1989); Contemporary Brazilian photography:
A selection of photographs from the collection of Joaquim
Paiva, Yerba Buena Center for the Arts, San Francisco, EUA
(1994); Labirintos e identidades: a fotografia no Brasil de 1945
a 1998, Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo, Brasil
(2003); São Paulo 450 anos: A imagem e a memória da cidade
no acervo do Instituto Moreira Salles, Centro Cultural Fiesp,
São Paulo, Brasil (2004); XIX Bienal de São Paulo, São Paulo,
Brasil (2010).
Sua obra privilegia a escultura em espaço público. Seu
projeto para o Rio de Janeiro, no evento OIR RIO, Olhar
nos meus olhos (Awilda) (2012), uma imensa cabeça de
mulher, com rosto sereno, instalada na praia de Botafogo,
entre o Corcovado e o Cristo Redentor, a escultura cria um
diálogo com os dois cartões-postais cariocas, alterando
por causa de sua dimensão a escala da imagem. Esse ser
branco marmóreo emerge da água com o semblante sereno,
lembrando Iemanjá.
A água está presente em outro projeto: Crown fountain,
instalada em 2000, no Millennium Park, em Chicago. Nas
duas extremidades de um pavimento de granito preto estão
dois painéis de LED, exibindo as faces de mil cidadãos da
cidade, de suas bocas sai água, que escorre pela superfície
de pedra.
Em 1966 publica seu primeiro livro, A Guimarães Rosa,
reunindo suas fotos e trechos de Grande sertão: Veredas,
do escritor Guimarães Rosa. Faz um vídeo com o mesmo
nome em 1969.
Mora e trabalha em São Paulo, onde é curadora do
Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina.
Filha de um diplomata argentino e uma pintora inglesa,
morou quando criança em diversos países.
Estudou pintura com André Lhote em Paris, França, e artes
plásticas na Art Student´s League, em Nova York, EUA.
Muda-se para o Brasil em 1957. No início da década de
1960 desiste da pintura e adota a fotografia como meio de
expressão.
Entre 1964 e 1972 trabalha como fotógrafa profissional
para editora Abril na revista Realidade e também no Guia
4 Rodas.
Na década de 1970 viaja com os irmãos Villas-Boas
(Orlando: Santa Cruz do Rio Pardo, Brasil, 1914 - São Paulo,
Brasil, 2002; Cláudio: Botucatu, Brasil, 1916 - São Paulo, Brasil,
1998; Leonardo, Botucatu, Brasil, 1918 - São Paulo, Brasil, 1961)
diversas vezes para documentar as terras e os costumes dos
povos indígenas do Xingu.
O livro de 1979, Xingu/Território tribal ganha o prêmio
Kodak de Livro Fotográfico do Ano e é traduzido e
publicado em quatro idiomas.
No mesmo ano ainda realiza com Lúcio Kodato o
documentário em curta-metragem Xingu/Terra, que abre
o Margaret Mead Film Festival, no Museum of Natural History
de Nova York. No mesmo museu a artista apresenta uma
mostra individual com as fotos do livro.
O interesse pela diversidade da identidade cultural no
Brasil leva o sociólogo Darcy Ribeiro (Montes Claros,
Brasil, 1922 - Brasília, Brasil, 1997) a convidá-la para adquirir
e organizar um acervo de arte popular latino-americana para
o Memorial da América Latina. A partir da década de 1980
abandona a fotografia para se dedicar ao vídeo. Em 2003 o
Instituto Moreira Salles adquire seu acervo fotográfico.
Conheça mais suas obras:
xxims.uol.com.br/hs/maureenbisilliat/maureenbisilliat.html
A obra de Maureen acontece em deslocamentos, onde
a artista busca encontrar aquilo que é pertinente ao lugar
onde está, principalmente na relação entre os sujeitos e a
paisagem.
Na década de 1960 se apaixona pela narrativa de Grande
sertão e segue para Minas, por sugestão de Guimarães
Rosa (Cordisburgo, Brasil, 1908 - Rio de Janeiro, Brasil,
1967).
Outras séries de fotos serão feitas a partir de um diálogo
profundo com obras literárias.
Colaborações em sua carreira são muitas, não só com
escritores, mas com etnógrafos, sertanistas e outros artistas.
Pesquise. Vale a pena:
xxjaumeplensa.com
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
GILVAN SAMICO
Recife, Brasil, 1928 - 2013
O outro lado do rio, 1980
Xilogravura em cores s/ papel
90,3 x 46,9 cm
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo
Viveu e trabalhou em Olinda, Pernambuco.
A partir de 1948, frequentou a Sociedade de Arte Moderna do
Recife - SAMR, criada em 1946 pelo artista Abelardo da Hora
(São Lourenço da Mata, Brasil, 1924) que reunia artistas da
música, da literatura e do teatro.
Em 1952, juntamente com outros artistas fundou o Ateliê
Coletivo do SAMR.
Em 1957 mudou-se para São Paulo onde teve aulas de
xilogravura no MAM com Lívio Abramo (Araraquara SP,
Brasil, 1903 - Assunção, Paraguai, 1992). No ano seguinte,
estabeleceu-se no Rio de Janeiro e teve aulas de gravura
com Oswaldo Goeldi (Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1895 - 1961)
na Escola Nacional de Belas Artes.
Transferiu-se definitivamente para Olinda em 1965.
Participou do Movimento Armorial idealizado pelo escritor
Ariano Suassuana (João Pessoa, PB, 1927), em 197o, a seu
convite. Aliás, o escritor também o aconselha a pesquisar
a xilogravura popular nordestina ou xilogravura de cordel.
Samico participou de várias exposições individuais e
coletivas, destas últimas destacamos: 6ª, 7ª e 9ª edições da
Bienal Internacional de São Paulo, SP, Brasil, 1961, 1963 e 1967;
2ª e 3ª edição da Bienal de Jovens de Paris, França, 1961 e
1963; 31ª e 44ª edições da Bienal de Veneza, Itália, 1962 e 1990;
Movimento Armorial, na Igreja de S. Pedro do Clérigos, Recife,
PE, Brasil, 1970; 2ª, 5ª e 10ª edições da 10ª Mostra de Gravura
Cidade de Curitiba/Mostra América, Curitiba, PA, 1979, 1982 e
1992; Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras,
na Fundação Bienal, São Paulo, SP, Brasil, 1984; 100 Anos de
Arte Moderna, no MNBA, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1993; Bienal
Brasil Século XX, na Fundação Bienal, São Paulo, SP, Brasil,
1994; Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo
Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil, 1999; Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento.
Arte Contemporânea, na Fundação Bienal, São Paulo, SP,
Brasil, 2000; Gilvan Samico – Primeiras histórias, Centro
Universitário Maria Antonia, São Paulo, SP, Brasil, 2012.
Sua produção uniu a cultura erudita e a popular, a cultura
européia e a cultura brasileira. Suas referências estão tanto
na história da arte ocidental, em especial na gravura religiosa
do século XVI e XVII, como na xilogravura de cordel com seus
contos populares e religiosos.
O artista criou um universo próprio de referências
simbólicas. Seu trabalho é profundamente autoral na
maneira como utiliza a linguagem, a sintaxe de linhas e cor.
Suas imagens sugerem histórias, narrativas que não são
de fácil assimilação. Dependem de empenho do espectador
para penetrar no universo simbólico construído por elas e se
deixar levar por uma rede de associações entre o sagrado e o
profano, o erudito e popular, o construtivo e o barroco.
Para saber mais:
xxwww.galeriaestacao.com.br/artista/45
xxwww.usp.br/mariantonia/
JOÃO LUIZ MUSA
São Paulo, Brasil, 1951
Munique julho de 2010
Fotografia digital impressa em papel de algodão Hahnemuhle Rag
Pearl 320 g
90 x 120 cm
Coleção Galeria Luciana Brito
aprimora seus estudos em conservação de fotografias e
leciona em faculdades particulares.
Em 1984 torna-se professor do Departamento de Artes
Plásticas da ECA – USP.
Dentre as exposições coletivas das quais participou
destacam-se: Viajantes contemporâneos, Pinacoteca
do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil (2011); Biennale
Internationale de la Photographie et dês Arts Visuel, Espace
d’Art Contemporain Les Brasseurs, Liège, Bélgica (2006); A
permanência dos gêneros: o retrato, os animais, a paisagem
e a natureza-morta no Acervo do MAM, Museu de Arte
Moderna de São Paulo, Brasil (2001); Brasil mostra a tua cara,
I Bienal Internacional de Fotografia, Curitiba, Brasil (2006);
I Quadrienal de Fotografia, Museu de Arte Moderna de São
Paulo, Brasil; Brazilian photographs, Brazilian-American
Cultural Institute, Washington, EUA; O fotógrafo desconhecido,
Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil (1976).
Suas fotos estão nos principais acervos do país: Coleção
Pirelli/Masp de Fotografias, São Paulo; MAC/USP, São Paulo;
MAM, São Paulo; MIS/SP, São Paulo.
Vive e trabalha em São Paulo.
Concilia as atividades de professor universitário na
Escola de Comunicações e Artes (ECA) – USP com as de
fotógrafo profissional e artista.
É graduado em Engenharia de Produção pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (1974), mestre e
doutor em Poéticas Visuais pela ECA – USP.
Na década de 1970, em seus anos de formação, participa
com Raul Garcez (Cruzeiro, Brasil, 1949 - São Paulo, Brasil,
1987), Sérgio Burgi (São Paulo, Brasil, 1958) e Cristiano
Mascaro (Catanduva, Brasil, 1944) do movimento Photo USP.
Na época não havia ensino formal de fotografia, assim
alguns alunos da USP se reúnem e montam laboratórios nas
faculdades de Engenharia e Arquitetura.
Entre 1978 e 1982 Musa irá trabalhar no laboratório da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP, enquanto
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Seu trabalho de mestrado Viagem a uma terra
desconhecida, apresentado em 1990, é exposto no Masp
em 1992.
Por esse conjunto de fotos Luiz Musa recebe o prêmio
APCA de fotógrafo em 1992. A obra é um ensaio fotográfico.
São imagens que criam uma narrativa através da paisagem
natural.
Não aparecem pessoas, apenas a paisagem natural, e ao
contemplá-la ficamos em dúvida sobre a sua escala, as
imagens por vezes se tornam quase abstratas.
As 72 fotos feitas entre 1986 e 1990 com uma câmera
Hasselblad são reunidas para criar uma narrativa de viagem.
Artista e viajante, Musa tem em comum um olhar
atento ao aqui e agora, um olhar que tudo estranha, e
este estranhamento é fixado pela escolha atenta do
enquadramento e da exposição.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
Musa é artista virtuoso no sentido técnico. Faz questão
de dominar todo o processo da exposição do negativo, a
sua revelação, terminando na exposição do negativo e na
revelação do papel. Nos processos digitais acontece o mesmo.
EDGAR DEGAS
O artista costuma incluir nas fichas técnicas de suas obras
a marca da caixa e da lente da câmera, a abertura e o tempo
de exposição do filme, os dados técnicos do próprio filme, os
procedimentos adotados para revelação do filme e do papel,
a marca do papel e para as impressões a partir de arquivos
digitais também a marca da impressora.
Técnica mista
Pastel s/ monotipia
19,7 X 41 cm
Coleção Museu d’Orsay, Paris
Paris, França, 1834 - 1917
Uma mulher na banheira esfregando a perna, 1883
Em 1872 vai visitar parentes em Nova Orleans, EUA, e
ali pinta um tema inusitado para a época, um ambiente de
trabalho, um escritório: Mercado de algodão em Nova Orleans.
O processo de trabalho torna as imagens hiper-reais. No
dia a dia os nossos olhos não veem tantas cores, pelo menos
não estamos preocupados com elas.
Para saber mais:
xxwww.joaomusa.com
xxwww.lucianabritogaleria.com.br/artists/20
Degas e Manet tem em comum o gosto pelos temas
modernos, mas não pela paisagem. São críticos à obsessão
de alguns artistas pela pintura ao ar livre.
No final de 1869 e inicio de 1870 faz suas primeiras
esculturas em cera, retratando cavalos para o auxiliar
na composição das pinturas. Seu método de trabalho
une anotações rápidas das cenas vistas, esboços de ateliê,
composição de esculturas para só então chegar na obra
final, a tela.
O virtuosismo defendido pelo artista é necessário para
a criação de imagens precisas que nos revelam um
interesse profundo pela luz e pela cor. Ele faz questão de
manter toda a gama de variação tonal das cores, desde as
mais sutis até as mais intensas e profundas.
As fotos de Viagem a uma Terra Desconhecida (1990)
nos proporcionam um outro tempo para apreciar
a natureza que reduzida na imagem bidimensional
ganha uma monumentalidade inesperada.
Ainda frequenta o Museu do Louvre em Paris para copiar os
mestres. Lá conhece e se torna amigo de Èdouard Manet em
1865 e através dele conhece outros artistas que formam o
círculo dos impressionistas.
De volta à França, em 1873, vende trabalhos para o galerista
Paul Durand Ruel e inicia seu trabalho a partir dos ensaios de
bailarinas.
Viveu e trabalhou em Paris durante toda a vida, se
afastando dali apenas em viagens de estudo.
Filho de um banqueiro parisiense tentou a carreira de
direito, mas não continuou os estudos.
Em 1854 ingressa no ateliê de Louis Lamothe (Lyon, França,
1822 - Paris, França, 1896), que havia sido aluno de Ingres. Ali
aprende a dar importância ao desenho linear como forma de
estruturar o espaço e os volumes.
A partir desses primeiros estudos, desenvolve uma
crença inabalável na ideia de que o artista deve olhar mais
os mestres do que a natureza.
Em 1855 entra na Escola de Belas Artes. No ano seguinte faz
viagem de estudos de três anos à Itália para estudar através
da observação e da cópia os grandes mestres.
Viaja para a Normandia em 1861, onde começa a se
interessar por cavalos e corridas, retratando-os em sua
obra diversas vezes.
Integra o grupo Société Anonyme Coopérative à Capital
Variable des Artistes, Peintres, Sculpteurs et Graveurs
(Sociedade anônima cooperativa com capital variável de
artistas, pintores, escultores e gravadores), com Auguste
Renoir (Limoges, França, 1841 - Cagnes-sur-Mer, França, 1919),
Alfred Sisley (Paris, França, 1839 - Moret-sur-Loing, França,
1899), Claude Monet (Paris, França, 1840 - Giverny, França,
1926), Paul Cézanne (Aix-en-Provence, França, 1839 - 1906) e
Berthe Morisot (Bourges, França, 1841 - Paris, França, 1895).
de adolescentes condenados à prisão que intitula Fisionomias
criminosas (1880). Em 1886, realiza sua última exposição
coletiva da qual faz parte em vida.
Ele alcançou sucesso e notoriedade e também se tornou
uma das figuras mitológicas da Paris de sua época. Como a
sua visão se deteriorou muito, para de trabalhar em 1912.
Degas uniu o apreço pela tradição ao estudo e à crônica da
vida moderna. Seu interesse residia na representação daquilo
que era próprio ao seu tempo. Alguns dos tipos descritos pelo
escritor Charles Baudelaire (Paris, França, 1821 - 867) em O
pintor da vida moderna foram pintados por Degas.
Sua pintura, por vezes mais realista que a de seus colegas,
nos lembra a fotografia, o instante fotográfico por causa da
composição pouco tradicional.
Sugestão de leitura:
xxmasp.art.br/servicoeducativo/degas-carolarmstrong.pdf
Para conhecer mais sobre suas telas:
xxwww.artchive.com/artchive/D/degas/cotton_exchange.
jpg.html
xxwww.musee-orsay.fr/en/collections/works-in-focus/
search/commentaire_id/in-a-cafe-2234.html?no_
cache=1&tx_commentaire_pi1[sword]=degas&tx_
commentaire_pi1[pidLi]=509%2C842%2C846%2C847%2C848%2
C850&tx_commentaire_pi1[from]=851&cHash=f88b8f6006
O objetivo do grupo é organizar exposições
independentes, comercializar as obras e publicar
periodicamente. Assim, em 1874 inauguram aquela que virá a
ser conhecida como a primeira exposição impressionista, no
Boulevard dês Capucines, no ateliê do fotógrafo Félix Nadar
(Paris, França, 1820 - 1910).
Degas ainda participaria de mais seis exposições com o
grupo. Apresenta suas monotipias, trabalhos feitos a partir
de uma técnica de impressão sem matriz gravada. Expõe a
escultura de cera Bailarina de 14 anos (1880) e dois retratos
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MARY CASSAT
Allegheny City, EUA, 1844 - Le Mesnil-Théribus, França, 1926
O banho, 1891-1892
Pintura
Óleo s/ tela
100,3 x 66,1 cm
Coleção The Art Institute of Chicago
assistir às aulas de modelo vivo. Só podiam fazer exercícios a
partir de modelos de gesso.
Cassat parte para a Europa acompanhada da mãe. Lá em
Paris estuda o acervo do Museu do Louvre. Frequenta este
museu e outros também para se socializar. Mulheres que
queriam manter uma boa reputação não tinham o hábito
de ir a cafés, justamente o tipo de lugar frequentado pelos
pintores. Assim, os museus eram pontos de encontro onde
artistas de ambos os sexos podiam se confraternizar.
Neste momento a artista ainda sentia certo fascínio pela
arte acadêmica. Foi estudar com o pintor Thomas Couture
(Oise, França, 1815 – 1879) em 1868. Neste mesmo ano cria
a uma A tocadora de Bandolin (1868) e é aceita no Salão da
Academia.
Com o início da guerra franco-prussiana (1870 e 1871), Mary
e a família retornam aos Estados Unidos.
Na época, a artista sentia que sua formação ainda estava
no início e queria voltar à Europa. Seu pai negou-lhe apoio
financeiro para isso ou mesmo para o exercício de sua
pintura. Ele insiste que os quadros deveriam se pagar, que
todo o material usado deveria ser comprado com o dinheiro
da venda das obras.
A artista nasceu em uma família de banqueiros e
corretores da bolsa. Recebeu excelente educação.
Ainda criança viajou pela Europa como parte de seu
processo educativo. Lá aprendeu alemão e francês como
também teve aulas de desenho e música.
Decidiu cedo ser artista, mesmo sem a aprovação da
família, que julgava que uma mulher não deveria seguir a
profissão.
Estudou na Pennsylvania Academy of Fine Arts entre 1861
e 1865, e o pintor Thomas Eakins (Filadélfia, EUA, 1844 - 1916)
estava entre os seus colegas, mas ficou cansada dos métodos
conservadores dessa escola. Não era permitido às mulheres
Expõe algumas telas em Nova York e em Chicago, mas não
consegue compradores. No entanto, o arcebispo de Chicago
reconhece seu talento e lhe encomenda duas cópias de obras
do mestre Antonio di Corregio (Corregio, Itália, 1489 - 1534), o
que lhe assegura a oportunidade de voltar à Itália e sustentar
seu próprio trabalho durante um período.
De volta à Europa, tem outra obra de arte aceita no Salão
da Academia Real Francesa de Belas Artes. Viaja pela Itália
e pela Espanha se fixando depois em Paris junto com a irmã
em 1874.
Depois de ser rejeitada algumas vezes pelo Salão e
conhecer o artista Edgar Degas (Paris, França, 1834 - 1917),
Mary se torna mais crítica e começa a se identificar com os
pintores impressionistas.
Torna-se também amiga de Edouard Manet (Paris, França,
1832 - 1883), Pierre-Auguste Renoir (Limoges, França,
1841 - Cagnes-sur-Mer, França, 1919), Claude Monet (Paris,
França, 1840 - Giverny, França, 1926) e Pissarro (Charlotte
Amalie, Índias Orientais dinamarquesas, reino da Dinamarca,
atual Ilhas Virgens norte-americanas, EUA, 1830 - Paris,
França, 1803). Expõe em três das exposições do grupo dos
impressionistas, em 1879, e nos dois anos seguintes, ficando
próxima deles até 1886.
Seu trabalho e sua forma de pintar mudam no contato
com o grupo. Ganha espontaneidade e maior liberdade
no uso da cor. Passa a carregar consigo um caderno de
desenhos para fazer anotações e esboços rápidos, como o
próprio Degas fazia entre outras práticas artísticas.
Ela faz mais uma crônica atenta desses momentos do dia a
dia da mulher, que expressam, acima de tudo, afeto.
A artista se manteve ativa até 1914 quando começa a
perder a visão. Viveu entre a França e os Estados Unidos.
Morre em 1926 em uma cidade próxima a Paris.
Se quiser saber mais sobre Mary Cassat:
xxwww.metmuseum.org/toah/hd/cast/hd_cast.htm
xxwww.nga.gov/collection/gallery/cassatt/cassatt-main1.html
Participa da exposição de obras impressionistas que o
galerista Paul Durand-Ruel (Paris, França, 1831 - 1922) leva
para os Estados Unidos.
Passa a assessorar colecionadores de arte americanos
interessados em adquirir obras dos artistas franceses.
Mary sugeria aos colecionadores que doassem para coleções
públicas. Boa parte da coleção de arte francesa do século
XIX do Metropolitan Museum de Nova York e de outras
instituições norte-americanas se deve aos esforços dela.
Na década de 1890, sua obra pode ser considerada madura e
autônoma, com uma linguagem própria.
As gravuras a cores que realiza nesta década também
demonstram que ela assimilou, como os impressionistas, a
composição e o colorido da gravura japonesa Okyo-ê.
O cotidiano feminino será seu tema principal. O espaço
doméstico que pinta é cheio de pequenos prazeres sensoriais
sutis, como a toalete, o contato com as crianças, com outras
mulheres, com a natureza e com o próprio ambiente. Cenas
que na época eram alheias ao universo masculino.
A artista não fala de maneira diretamente crítica sobre a
situação feminina como faria anos depois a escritora Virgina
Woolf (Londres, Inglaterra, 1882 - Sussex, Inglaterra, 1941).
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
JOSÉ ANTÔNIO DA SILVA
Sales de Oliveira, Brasil, 1909 - São Paulo, Brasil, 1996
Nu no chuveiro, 1955
Pintura
Óleo sobre tela
61 x 46 cm
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo, espólio Maria da Glória
Lameirão de Camargo Pacheco e Arthur Octávio de Camargo Pacheco
(Ribeirão Preto, Brasil, 1917 - Milão, Itália, 1967) e Paulo
Mendes de Almeida (São Paulo, Brasil, 1905 - 1986) tomam
conhecimento de seu trabalho.
Em 1948 expõe na galeria Domus em São Paulo, onde o
historiador e crítico de arte Pietro Maria Bardi (La Spezia,
Itália, 1900 - São Paulo, Brasil, 1999) adquire várias obras do
artista para si e para o acervo do Masp.
No ano seguinte, o Museu de Arte Moderna de São Paulo
edita seu primeiro livro.
Participa da I Bienal Internacional de São Paulo e recebe um
prêmio aquisição do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
Participa ainda de mais oito edições da Bienal
Internacional de São Paulo, em 1953, 1955, 1961, 1963, 1965,
1967, 1987 e 1989.
pela escolha dos seus temas, que para ele são mais próximos
do que os outros, mas também pela escolha das formas, as
relações entre figura e fundo e a busca por uma linguagem
não naturalista.
Para saber mais:
xxwww.galeriaestacao.com.br/artista/22 (vídeo de 12 mins)
Museu Municipal de Arte Primitiva José Antônio da Silva:
xxwww.riopreto.sp.gov.br/PortalGOV/do/subportais_
Show?c=35171
xxwww.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_
IC/index.cfm?fuseaction=artistas_criticas&cd_
verbete=2273&cd_item=15&cd_idioma=28555
Também expõe em duas edições da Bienal de Veneza
(Itália), a 26ª, em 1952, e a 33ª em 1966.
Artista muito produtivo também foi um agitador cultural
em São José do Rio Preto. Foi o fundador do Museu
de Arte Contemporânea daquela cidade, que depois, em
1980, se tornará o Museu Municipal de Arte Primitiva José
Antônio da Silva.
José Antônio da Silva fez um pouco de tudo na vida. Foi
trabalhador rural, servente, fundador e diretor de museu,
mas principalmente artista. Não teve quase nenhuma
educação formal, foi um autodidata.
Escreveu cinco livros – Romance da minha vida (1949),
Maria Clara (1970), Alice (1972), Sou pintor, sou poeta (1982)
e Fazenda da Boa Esperança (1987), e gravou dois LPS com
causos e composições de sua autoria, ambos com o mesmo
nome de Registro do folclore mais autêntico do Brasil (1966).
Foi durante uma exposição da Casa de Cultura de Ribeirão
Preto em 1946 que os críticos Lourival Gomes Machado
A falta de ensino formal não o impediu de constituir um
repertório visual rico e vasto com referências que podem
incluir Van Gogh (Zundert, Holanda, 1853 - Auvers-sur-Oise,
França, 1890), Brueghel (Breda, Países Baixos, 1525/1530 Bruxelas, Bélgica, 1569), Pablo Picasso (Málaga, Espanha,
1881 - Mougins, França, 1973) ou Henry Matisse (Le CateauCambrésis, França, 1869 - Nice, França, 1954).
Sua obra foi relacionada à produção “primitiva” ou “naïf”
(ingênua). Denominações que foram utilizadas, de forma
preconceituosa, para nomear uma produção muito original,
de um autodidata que parece não se enquadrar facilmente
nas categorias da alta cultura.
No entanto ao olharmos para a produção de José Antônio
da Silva e para a sua carreira podemos perceber que ele
participou da constituição da arte moderna brasileira, não só
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
Em 1983 apresenta no Museu de Arte Moderna do Rio
de Janeiro uma série de gravuras offset, Quasares, que
trata do esgotamento das imagens. A artista se apropria de
uma ilustração de uma enciclopédia e a sobrepõe através
da cópia xerográfica diversas vezes até que ela se torne
irreconhecível, apenas uma mancha nebulosa.
NÚCLEO 4
NUVEM, NÉVOA, NEVE E CHUVA
CARMELA GROSS
São Paulo, Brasil, 1946
Nuvens, 1967
Escultura
Esmalte sintético s/ aglomerado
152 x 241 x 224 cm
Coleção Pinacoteca do Estado de São Paulo
Em 1987 apresenta na sua defesa de doutorado no
MAC – USP a série Pintura/objeto, que testa os limites da
representação e do espaço real.
Visuais pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade
de São Paulo (ECA – USP). Atua como professora desde 1972.
Desde a década de 1960, tem forte participação no circuito
de arte brasileiro, tendo apresentado seu trabalho na Bienal
Internacional de São Paulo (1967, 1969, 1981, 1983, 1989, 1994, 1998,
2000, 2002). A primeira vez, em 1967, com apenas 21 anos.
Tem obras nos principais museus brasileiros: MAC–USP,
MAM–SP, Museu de Arte de Brasília, Museu de Arte do
Paraná, Centro Cultural São Paulo e Museu de Arte Moderna
Aloísio Magalhães, Recife.
A partir dos anos 1980 sua pesquisa se direciona para a
arte pública e a intervenção urbana. É possível encontrar
suas instalações permanentes em cidades como Curitiba
(Araucária, 2006), Porto Alegre (Cascata, 2005), Paris
(Bleujaunerougerouge, 2004) e Laguna (Fronteira, fonte, foz,
praça pública, 2001).
Participou de duas edições do projeto Arte-cidade com
curadoria do filósofo Nelson Brissac (Rio de Janeiro,
Brasil, 1954): Arte-cidade – A cidade sem janelas, no antigo
Matadouro Municipal de São Paulo em 1994; e Arte-cidade
Zona Leste, no Sesc Belenzinho em 2002 com a obra Eu sou
Dolores, um letreiro em neon.
Faz parte da primeira geração de artistas que cursam
Artes Plásticas em São Paulo e que seguem carreira
acadêmica. Carmela se formou pela Faculdade Armando
Álvares Penteado (Faap) em 1969. É doutora em Poéticas
Carmela investiga os códigos de representação nas artes
visuais. Durante as décadas de 1960, 1970 e 1980 pesquisa
os limites e relações entre desenho e gravura, desenho e
pintura e posteriormente pintura e escultura.
CASPAR DAVID FRIEDRICH
Greifswald, Alemanha, 1774 – Dresden, Alemanha, 1840
Viajante acima do mar de neblina, 1817
Pintura
Óleo s/ tela
94 x 74,8 cm
Coleção Kunstalle, Hamburger
Podemos dizer que na década de 1990 seus desenhos,
antes bidimensionais, passam a ocupar o espaço real,
interferindo diretamente na arquitetura, como é o caso da
instalação Vão (1999), feita para o prédio do Centro Cultura
Oswald de Andrade em São Paulo. A obra é composta de
largas tiras de elástico presas às colunas do prédio, de modo
a alterar o trajeto dos usuários do local.
Comedor de luz (1999), apresentado pela primeira vez no
Gabinete de Arte Raquel Arnaud, também é considerado
pela artista um desenho no espaço. Uma instalação composta
de vários tubos de luz neon verde fluorescente, ligados por
metros e mais metros de fios elétricos adquirindo a forma
similar de um animal.
Notamos que nos anos 2000 seus trabalhos fazem uso da
palavra. Em Hotel (2002), a artista instala no topo do edifício
da Fundação Bienal de São Paulo, durante a XXV Bienal
Internacional, um imenso letreiro escrito HOTEL. A palavra
colocada naquele lugar faz pensar no papel das bienais no
mundo e que a arte pode estar em qualquer lugar.
Mais recentemente Carmela Gross fez uma intervenção
em um ônibus para o Centro Maria Antonia em São Paulo. A
obra, Carne, 2006 que é um ônibus adesivado por dentro e
por fora de diversos tons de vermelho, sendo que o veículo é
iluminado por dentro com luzes igualmente vermelhas. Este
ônibus foi o meio de transporte dos grupos de escola pública
que foram visitar a instituição.
Para saber mais:
xxwww.carmelagross.com.br
46
Nasceu na região da Pomerânia (região histórica situada no
norte da Polônia e da Alemanha, na costa sul do mar Báltico,
então parte da Suécia).
Entre 1790 e 1798 estudou estética e desenho de
observação direta da natureza na Universidade de
Greifswald. Na Academia de Copenhagen completou sua
formação acadêmica copiando os grandes mestres da
pintura.
Mudou-se para a cidade de Dresden em 1798. Durante
este período de formação dedicou-se mais à produção de
obras sobre papel, como desenhos, aquarelas e gravuras, no
gênero paisagístico.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
Em 1805 começa a ser notado ao ganhar o prêmio da
Competição Weimar, um salão organizado pelo escritor
Johann Wolfgang von Goethe (Frankfurt, Alemanha, 1749 Weimar, Alemanha, 1832).
Sua primeira pintura a ganhar notoriedade foi O altar de
Teschen (1807), para a qual o próprio artista organizou uma
exposição em seu ateliê em 1808.
Em 1810 foi eleito membro da Academia de Berlim, depois
que o príncipe da Prússia adquiriu duas de suas pinturas.
Os membros da família real da Rússia também
compraram seus trabalhos e se tornaram seus maiores
colecionadores.
Caspar estava envolvido no movimento romântico das
artes de seu tempo. Entre seus amigos estavam os pintores
Philipp Otto Runge (Wolgast, Alemanha, 1777 - Hamburgo,
Alemanha, 1810), Georg Friedrich Kersting (Güstrow,
Alemanah, 1785 - Meissen, Alemanha, 1847) e Johann Christian
Dahl (Bergen, Noruega, 1788 - Dresden, Alemanha, 1857).
com o espírito. Enquanto para muitos dos românticos a
natureza foi sempre vista como inimiga, no sentido de ser
mais forte e potente, para Caspar a relação era mais atraente
porque fornece ao homem um isolamento nostálgico e o
remete a um paraíso perdido.
A sua visão do sublime influenciaria artistas de outras
gerações como os pintores Edward Munch (Løten, Noruega,
1863 - Ekely, Noruega, 1944) e Mark Rothko (Daugavpils,
Rússia, 1903 - Nova York, EUA, 1970), e os artistas Joseph
Beuys (Krefeld, Alemanha, 1921 - Dusseldorf, Alemanha, 1986)
e Anselm Kiefer (Donaueschingen, Alemanha, 1945).
JOHN CONSTABLE
East Bergholt, Inglaterra, 1776 - Bloomsbury, Inglaterra, 1837
Estudo de Nuvem, 1821
Pintura
Óleo s/ madeira
37 x 49 cm
Coleção Ferens Art Gallery, Hull Museums, UK
Entre 1808 e 1829 expôs seu trabalho principalmente
na Academia de Liverpool e na Birmingham Society of
Arts. Mas foi a medalha de ouro no Salão da Academia de
Belas Artes da França que lhe valeu fama internacional e
reconhecimento em seu próprio país.
O pintor francês Eugene Delacroix (Saint-Maurice, França,
1798 - Paris, França 1863) ficou muito impressionado com sua
maneira espontânea de pintar quando o visitou em seu retiro
no interior, em viagem à Inglaterra em 1825.
Nessa época, Constable estava em sintonia com os
românticos de sua geração.
Apesar de sua formação acadêmica, nunca se conformou
com o fato de que a pintura de paisagem de observação não
fosse considerada importante como as pinturas com temas
mitológicos e históricos.
Veja a galeria de obras do artista:
xxwww.caspardavidfriedrich.org/slideshow.html
Sua obra, com forte influência da pintura paisagística do
norte da Europa, principalmente da Holanda, demorou
para ser compreendida.
Tinham em comum a ideia de que a natureza era uma
manifestação divina. Suas obras expressavam o sentimento
do sublime e da ínfima dimensão humana diante do universo.
Em 1824, Caspar foi nomeado professor associado de
Pintura de Paisagem na Academia de Dresden. Sua
popularidade diminui à mesma medida em que a arte
romântica começou a dar lugar à um certo otimismo
pela modernidade.
Filho de pequenos proprietários de terra que
comercializavam milho e carvão, John Constable cresceu
no interior da Inglaterra. Trabalhou nos negócios da família
e seu talento para o desenho foi reconhecido tardiamente.
Ingressou como estudante na Real Academia Britânica
de Belas Artes em 1799, com 23 anos. Só em 1819 torna-se
pintor associado da academia e em 1829 passa a ser membro
efetivo, lecionando pintura de paisagem.
Em 1835 sofre um derrame, o que dificulta muito o seu
trabalho.
Artistas românticos alemães consideravam a arte uma
expressão do irracional, dos impulsos e sentimentos
humanos mais profundos e escondidos, que seriam
essenciais, porque ligados ao espírito. Essa essência
humana espiritual poderia resistir à realidade. A arte seria o
espaço para uma comunhão entre o espírito e o real.
Teve sete filhos com Maria Elizabeth Bicknell (1788 - 1828).
O casamento demorou a acontecer porque a família de Maria
Elizabeth o considerava socialmente inferior. Em 1813 ela
foi deserdada, perdendo o direito a qualquer herança para
casar. Mas morre com tuberculose em 1828, deixando o pintor
profundamente deprimido.
No caso particular de Caspar, a representação da natureza
seria um modo de acessar e refletir a relação do homem
48
Em seu processo de trabalho, considerava ser mais
importante a observação da natureza, seu estudo através
de desenhos e aquarelas do que o estudo dos grandes
mestres.
Suas pinturas a óleo eram feitas a partir dessas
observações. Seus quadros tinham em torno de 120 x 180 cm
e eram considerados grandes para um gênero de pintura que
não costumava ser maior do que 60 x 80 cm.
Durante a maior parte de sua vida morou no campo,
na região de Sulffolk. Assim como seu contemporâneo
o pintor William Turner (Londres, Inglaterra, 1775 - 1851),
Constable também buscou difundir seus ideais sobre a arte
e especificamente a pintura de paisagem em um álbum de
gravuras, English landscape (Paisagem Inglesa), editado entre
1830 e 1832 logo depois de começar a lecionar.
Acreditava que a pintura que poderia representar
verdadeiramente a relação do homem com a natureza
só poderia ser a paisagem. Como um homem do campo,
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
dedicou-se a representar as mudanças da natureza e os
seus sentimentos em relação a ela. O historiador Giulio Carlo
Argan (Turim, Itália, 1909 - Roma, Itália, 1992) escreve em
seu livro Arte moderna sobre a pintura de Constable “...que,
sendo ele também natureza, reconhece naquele espaço seu
ambiente próprio". (p. 40) Ele dirá que as paisagens do pintor
são vistas emocionadas.
Como pintor romântico, John Constable é fundamental
para entendermos a nova pintura que surgirá no realismo
francês em pintores como Gustave Courbet (Doubs, França,
1819 - La Tour-de-Peliz, Suíça, 1877) e François Millet (Gruchy,
França, 1814 - Barbizon, França, 1875), no Impressionismo e
mesmo no Expressionismo alemão na virada do século XIX
para o XX.
EDUARDO COIMBRA
Rio de Janeiro, Brasil, 1955
Nuvem, 2008
Site Specific - Praça XV, Rio de Janeiro
Estrutura de ferro, impressão em lona translúcida, lâmpadas
fluorescentes, espelhos, cada elemento: 470 x 470 x 48 cm; conjunto:
470 x 470 x 1180 cm
Cortesia Galeria Nara Roesler
estão em diversas coleções públicas, como as do MAM – RJ,
Museu do Açude, Museu de Arte Contemporânea do Paraná e
Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Da forma como o artista aborda as questões do espaço e
da paisagem, podemos dizer que sua poética reflete na
representação da paisagem, mas tentando atualizá-la.
Ele inclui o espectador no ato da constituição da imagem,
tornando-o mais consciente e crítico sobre a mediação
entre o nosso olhar e a realidade. Vemos o que fomos
ensinados a ver, identificamos na paisagem aquilo que
entendemos como paisagem. Assim a representação pode
tomar o lugar da coisa representada e adquirir autonomia.
Em 2007 realizou Natureza da paisagem, povoando o Museu
de Arte Moderna do Rio de Janeiro com milhares de copos
com grama natural plantada, criando uma paisagem artificial
dentro de um espaço interno, com elementos naturais.
Para conhecer mais:
xxwww.nararoesler.com.br/artistas/eduardo-coimbra
xxwww.pipa.org.br/pag/artistas/eduardo-coimbra
Na exposição individual Museu observatório, no Museu
de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, em 2011, o
artista instala dentro do espaço do auditório, que é um salão
com grandes janelas, fotografias das margens da lagoa da
Pampulha, com sua caótica ocupação. Assim, ele coloca
lado a lado a representação e a realidade. O Museu de Arte
da Pampulha foi um antigo cassino projetado por Oscar
Niemeyer (Rio de Janeiro, Brasil 1907 - 2012), juntamente com
todo o conjunto arquitetônico e urbanístico da lagoa.
Para pesquisar mais:
xxwww.tate.org.uk/art/artists/johnconstable-108
xxwww.metmuseum.org/toah/hd/jcns/hd_jcns.htm
Eduardo Coimbra vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Formou-se em Engenharia Elétrica pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, (PUC-RJ) antes de
se dedicar à carreira artística.
Fez pós-graduação em História da Arte e Arquitetura
também pela PUC-Rio.
Tem participado de diversas exposições nacionais e
internacionais, entre elas: Fromthemargintotheedge:
Brazilian Art and Design in the XXI Century, Somerset House,
Londres, Reino Unido (2012); XIX Bienal Internacional de São
Paulo (2010); 3 X D 1864/2005, Museu de Arte Moderna do
Rio de Janeiro (2009); Panorama da arte brasileira, Museu
de Arte Moderna de São Paulo (2001); III Bienal de Artes
Visuais do Mercosul, Porto Alegre, (2001). Seus trabalhos
Em Luz natural, 2010, obra feita especialmente para a XIX
Bienal de São Paulo, instalou em diversas colunas do prédio
tubos de luzes fluorescentes encapadas com fotografias de
nuvens que acabavam por formar, por assim dizer, um céu
ou céus.
As fotografias do céu com nuvens, dentro do pavilhão da
Bienal criavam um céu artificial, um substituto do céu real.
Eduardo Coimbra tem utilizado diversos meios e escalas,
trabalha com desenho e fotografia, assim como com
escultura e intervenções.
Executou no Museu do Açude no Rio de Janeiro a obra
Passarela, 2008, um caminho suspenso por entre a paisagem
do parque, levando o visitante a ter outros pontos de vista
por entre as copas de árvores.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
ESTELA SOKOL
São Paulo, Brasil, 1979
Série Floresta Secreta, Upper Áustria, 2011
Fotografia
Impressão s/ papel algodão
100 x 165 cm
Coleção da artista
acrílico são cor e refletem luz para o espaço. Sua presença
modifica a luz e a atmosfera do lugar.
Estela coloca lado a lado duas esculturas para testar as
possibilidades de aproximação entre elas. Dois corpos
próximos um do outro alteram a luz que incide sobre eles.
criando uma situação totalmente nova para cada lugar.
Por exemplo, Frozen sky (Céu congelado), 2009, é
composta de quatro chapas de acrílico coloridas,
revestidas internamente de PVC com um tom próximo
ao da cor externa, envergadas, formando barrigadas.
As formas se repetem e a luz refletida por cada módulo
contamina o módulo vizinho e o ambiente.
MARCELO MOSCHETA
São José do Rio Preto, Brasil, 1976
Uma linha no Ártico, 2012
Fotografia
Impressão lambda em metacrilato e isopor
Conjunto de 4 imagens,
50 x 80 cm cada
Coleção particular
É como se saísse luz das esculturas. A artista trabalha de
forma sutil para acender a nossa percepção, para nos tornar
mais conscientes da nossa própria percepção da cor e da luz
no espaço.
Fez uma grande exposição individual, Norte, em 2012 no
Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil.
Sua investigação poética dos efeitos da luz/cor, sem
dúvida, dialoga com a obra de artistas mais maduros como os
americanos Dan Flavin (Nova York, EUA, 1933 - 1996), James
Turrel (Pasadena, EUA, 1943) e o dinamarquês Olafur Eliasson
(Copenhagen, Dinamarca , 1967).
Bacharel em Gravura pela Faculdade Belas Artes em 2002,
a artista vive e trabalha em São Paulo.
Tem participado de diversas exposições, individuais e
coletivas regularmente desde 2002. Participou em 2009
da exposição Nova arte nova, promovida pelo Centro Cultural
Banco do Brasil, com curadoria do crítico de arte carioca
Paulo Venâncio Filho.
A artista conduz uma investigação formal sobre a
presença física da cor/luz, desde seus primeiros trabalhos
em xilogravura.
E a presença física concreta quase corpórea pode nos fazer
lembrar também do artista brasileiro Hélio Oiticica (Rio de
Janeiro, Brasil, 1937 - 1980).
Para saber mais:
xxwww.estelasokol.com
xxhttp://www.estelasokol.com/obras_arte/obras.
php?menu=escultura#
Seus trabalhos integram importantes coleções particulares
e privadas entre elas: Deutsche Bank, Nova York, EUA; RNA
Foundation, Moscou, Rússia; Musée d’Art Moderne et d’Art
Contemporaine, Liége, Bélgica; Pinacoteca do Estado de São
Paulo, Brasil; Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM – RJ,
Brasil; MAM – SP, Brasil; Museu de Arte Moderna da Bahia,
Salvador, Brasil.
Vive e trabalha em Campinas. Se graduou em Artes
Plásticas pela Universidade Estadual de Campinas em 2000.
É mestre em Poéticas Visuais pela mesma universidade
desde 2006.
Marcelo participa ativamente do circuito artístico
brasileiro desde o final da década de 1990. A
partir de meados dos anos 2000 sua carreira tem se
internacionalizado.
Ganhou várias residências artísticas e prêmios: Bolsa
Iberê Camargo na École des Beaux-Arts de Rennes, França
(2007); Projeto Cadernos de Viagem, 8ª Bienal do Mercosul,
Fronteira Brasil / Uruguai (2009); Prêmio Pipa 2010, Prêmio
Júri Popular, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro,
Brasil (2010); The Arctic Circle, Svalbard, Noruega / Polo
Em 2005 exibe seus primeiros objetos em acrílico
colorido na exposição individual WXRTD – 320 na Galeria
Virgílio em São Paulo.
Seus objetos não são simplesmente pintados ou tingidos,
eles materializam a própria cor/luz, ou seja, os objetos de
Norte (2011); Plataforma Atacama, Deserto de Atacama,
Chile (2012); Prêmio de Fotografia Marc Ferrez, Funarte,
Brasil (2012); II Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea,
Ministério das Relações Exteriores, Brasília, Brasil (2012).
Participou de diversas exposições coletivas entre elas
podemos destacar: Fotografia conceitual, Espaço Cultural
Sérgio Porto, Rio de Janeiro, Brasil (2005); Coletiva do
programa de exposições, Centro Cultural São Paulo, Brasil
(2006); Rumos artes visuais, Instituto Itaú Cultural, São Paulo:
Paço imperial, Rio de Janeiro, Brasil (2009); XV Bienal de
Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal 92009); Ponto de
equilíbrio, Instituto Tomie Othake, São Paulo (2010); 8ª Bienal
do Mercosul, Porto Alegre, Brasil (2011); Other place, Galerie
Lelong, Nova York, EUA (2011); Instável, Paço das artes, São
Paulo, Brasil (2012).
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A obra de Marcelo Moscheta é muita vezes entendida
como resultado de um artista viajante. Seus
deslocamentos, o contato com a paisagem natural, suas
formas de catalogar e classificar são fundamentais como
estratégias de trabalho.
Assim, seu foco principal é a observação e o registro
da paisagem, como também da memória em instalações,
desenhos, fotografias e gravuras.
Sua prática é definida como “uma mistura de observação
científica e ficcional, land art (arte na terra) e práticas
orientadas pelo lugar”.
Um artista viajante se desloca por uma necessidade de
experimentar, de conhecer o lugar. Mesmo em uma época
em que tudo pode ser sempre medido por instrumentos
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
técnicos e ideológicos, ele precisa se ver no local e entender
como fica com sua presença.
do tempo, a fragilidade do ser humano diante do tempo
geológico onde tudo é passageiro.
As primeiras pesquisas de Marcelo com a memória de um
lugar começaram com a série de 260 gravuras Insectae
(Insetos), 2002. As imagens simulavam arquivos de biologia,
uma catalogação de borboletas e mariposas.
Sua obra conversa direta ou indiretamente com a de
outros artistas que lidaram com as questões da paisagem,
como os pintores Alexandre Cozens (St. Petersburgo, Rússia,
1717 - Londres, Inglaterra, 1786), que catalogava tipos de
nuvens para poder entender as mudanças atmosféricas e
assim prevê-las; William Turner (Londres, Inglaterra, 1775
- 1851), com suas paisagens dramáticas, onde a natureza é
uma força que não pode ser detida; e ainda Robert Smithson
(Passaic, EUA, 1938 - Texas, EUA, 1973) no seu interesse pelo
tempo geológico e pelo grau de desordem da natureza.
Eram imagens de expedições que o artista fazia quando
criança com pai, um botânico, que para distrair os filhos que
o acompanhavam os instruía em como caçar e classificar os
pequenos insetos capturados em uma rede para borboletas.
O interesse do artista por expedições começa nesta
memória de infância. Depois Marcelo irá se apropriar de
outras expedições como a Expedição Imperial Trans-antártica,
de 1914, que, liderada pelo explorador Ernest Henry Shackleton
(1874 - 1922), vagou pela Antártica durante dois anos.
Random International
Londres, Inglaterra, 2005
Rain Room, 2012
Instalação
Sistema de gestão de água, válvulas solenóides, reguladores de
pressão, software personalizado, câmeras 3D, vigas de aço e piso
ralado.
Coleção Barbican Center, Londres
(2008); Telling tales, Victoria & Albert Museum, Londres,
Inglaterra (2009); Points of view, British Library, Londres,
Inglaterra (2009); Pinakothek Der Moderne, International
Design Museum, Munich, Alemanha (2009); Decode: Digital
design sensations, Victoria & Albert Museum, Londres,
Inglaterra (2010); 4th Moscow Biennale of Contemporary
Art, ARTPLAY, Moscou, Rússia (2011); Curious m.nds: New
approaches in design, Israel Museum, Jerusalém, Israel; Rain
room, The Curve, Barbican, Londres, Inglaterra (2012/13).
As instalações do grupo têm características surreais
e fantásticas. Realizam de forma concreta coisas que
achávamos só serem possíveis no mundo da ficção.
Em Rain room (2012), criam chuva em uma sala fechada
para que o público entre nela sem se molhar. Chove
torrencialmente em uma sala, mas as linhas de água são
interrompidas para dar lugar aos corpos. Assim chove ao
redor das pessoas, mas não nelas.
Para conhecer mais seu trabalho:
xxwww.marcelomoscheta.art.br
As imagens desta expedição são usadas pelo artista na
instalação Elephant island (Ilha elefante), 24 de abril de
1916, 2008. As imagens recuperadas e construídas pelo
artista são paisagens inóspitas, sem condições mínimas
de vida e habitação, sem a presença humana, são cenas de
ambientes hostis. Se existe alguém nelas é a custo de muito
risco. Marcelo recupera o sublime romântico.
Os trabalhos do grupo dependem do público para
acontecer. São interfaces que só se realizam plenamente
com a presença humana. Eles propõem claramente vivências
para além da simples construção de objetos.
A estratégia de documentar, classificar e arquivar pode
aparecer em coleções de pedras ou nuvens na obra Contra
céu (2010).
Um coletivo de artistas que se organiza como estúdio.
Fundado em 2005 por Stuart Wood (Inglaterra, 1980), Florian
Ortkrass (Alemanha, 1975) e Hannes Koch (Alemanha, 1975),
funciona em um antigo depósito convertido em estúdio em
Chelsea, Londres.
Em Meghalites de Bretagne, sublimeschedule (2007), o
artista recolhe pedras na região da Bretanha (França),
onde aconteceram os mais intensos conflitos na Segunda
Guerra Mundial. São formações geológicas que, mudadas
pela ação do homem, são testemunho de acontecimentos
históricos, que só quando deslocadas e classificadas podem
“falar”, sendo “falsos” documentos arqueológicos.
Para saber mais:
xxrandom-international.com
xxwww.guardian.co.uk/artanddesign/2012/oct/03/randominternational-rain-barbican
xxhttp://www.barbican.org.uk/artgallery/event-detail.
asp?ID=13723
O estúdio agrega profissionais de diversas áreas e países.
Trabalham especialmente com novas tecnologias e formas
de inteligência artificial para, segundo eles, “encorajar as
relações que tendem para o mesmo objetivo entre o mundo
inanimado e o animado”.
Sua última aventura foi uma expedição ao polo Norte, que
resultou na exposição Norte, em 2012, no Paço Imperial do Rio
de Janeiro, e num documentário de mesmo nome.
Criam instalações interativas e ambientes imersivos. Para
realizá-las podem desenvolver desde o hardware ao software.
Participaram de diversas exposições, dentre elas
destacamos: Design and the elastic mind, MoMA, Nova York,
EUA (2008); Tate Studio, Tate Modern, Londres, Inglaterra
Como a maioria das obras que lidam com memória e
paisagem a de Marcelo Moscheta investiga a passagem
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
RENÉ MAGRITTE
Lessines, Bélgica, 1898 - Bruxelas, Bélgica, 1967
As férias de Hegel, 1958
Pintura
Óleo s/ tela
60 x 50 cm
onde trabalha com design gráfico e publicidade, produzindo
estampas de papéis de parede e cartazes publicitários.
Em 1927 se muda para Paris, onde fica até 1931. Ali conhece
de perto o círculo dos surrealistas franceses André Breton
(Tinchebray, França, 1896 - Paris, França, 1966), André Masson
(Balagny, França, 1896 - Paris, França, 1987), Paul Éluard (Saint
Denis, França, 1895 - Paris, França, 1952) e também Marcel
Duchamp (Blainville, França, 1887 - Neuilly, França, 1968).
Neste período tem sua renda assegurada por um contrato
com a galeria Le Centaure. No entanto, a depressão atinge
a Europa e a galeria fecha. Seus quadros que estão lá são
posteriormente vendidos para um amigo, o também artista
E. L. T. Mesens (Bélgica, 1903 - 1971), que se torna diretor da
London Gallery em 1938. Posteriormente, ele promoveu o
trabalho do pintor na Inglaterra.
Para se manter, Magritte estabelece com o irmão um
ateliê de design gráfico em Bruxelas, o Studio Dongo, a
partir de 1931.
Sua participação em mostras com o grupo surrealista o
ajudou a obter fama internacional após o fim da guerra.
Mas foi o contrato com o marchand Alexandre Iolas, de
Nova York, que ele firmou a sua carreira.
Estudou na Academia Real de Belas Artes, em Bruxelas,
entre 1916 e 1918.
Entre o final da década de 1910 e meados da de 1920
experimentou diversos estilos. Suas primeiras pinturas
se assemelham a obras impressionistas. Seus trabalhos são
gráficos com a estética futurista. Já na entrada da década de
1920, sua pintura se compara a algumas formas cubistas.
Ao tomar contato com a obra de Giorgio de
Chirico (Volós, Grécia, 1888 - Roma, Itália, 1978) fica
profundamente impressionado com o espaço metafísico,
transcendental, criado pelo artista.
Suas primeiras experiências com o Surrealismo datam
de 1926. Até este ano Magritte permanece em Bruxelas,
As obras surrealistas se utilizam de imagens, na maior
parte das vezes óbvias ou banais, em um procedimento
naturalista de representação.
Assim, objetos, sem grande importância, são colocados
juntos em cenários e contextos sem sentido aparente,
o que causa estranhamento, choque, escândalo. Buscavam
as livres associações para tocar os desejos dormentes e
inconscientes.
A pesquisa de Magritte vai além. Ele investiga os aspectos
racionais e irracionais da linguagem. Uma de suas obras
mais conhecidas, a pintura A deslealdade das imagens (1929),
mostra um cachimbo pintado de maneira muito realista e
embaixo dele a frase “Ceci n’est pas une pipe” (Isto não é um
cachimbo).
A palavra e a imagem se referem a um mesmo conteúdo,
mas são autônomas. E nenhuma pode realmente substituir a
outra em termos de função.
Quanto às imagens, estamos acostumados a vê-las
como transparências que nos levam direto para a coisa
representada. Magritte utiliza uma pincelada sem expressão,
criando uma superfície lisa e brilhante que não guarda o
gesto expressivo do pintor, aumentado a sensação de que
estamos olhando de uma janela para a realidade, diminuindo
a distância entre espaço real e espaço ilusório.
Duchamp e Magritte abriram. Campo que será ampliado
pelos artistas conceituais das décadas de 1960 e 1970, como
o também belga Marcel Broodthaers (Bruxelas, Bélgica, 1924
- Colônia, Alemanha, 1976) e o a americano Joseph Kosuth
(Toledo, EUA, 1945).
Para pesquisar mais:
xxwww.magritte.be/?lang=en
Ao colocar a frase na pintura, ele nos traz de volta
à “realidade”, a coisa representada é distinta da
representação.
Na sua obra há uma certa obsessão pelo mistério
naquilo que é corriqueiro. Em Império das luzes (1954),
uma aparentemente inocente paisagem, onde vemos uma
casa com as luzes acesas ao anoitecer, causa depois de
alguns segundos de contemplação algum desconforto. Onde
deveria haver uma rua, percebemos que existe água, como
um rio, mas poderia ser também a casa vista de um lago,
ou a rua poderia estar molhada da chuva. O céu lembra
mais o amanhecer, mas as sombras escuras das árvores, o
anoitecer.
Existem várias versões desta pintura, ou várias pinturas,
ligeiramente diferentes umas das outras, com esse mesmo
título. Em nenhuma delas é possível decidir se anoitece
ou amanhece, ou determinar se a luz e as sombras estão
corretas.
O artista reúne em sua obra uma série de motivos que
se repetem, como o homem de chapéu-coco e os guardachuvas. Magritte trabalha com o mistério e o contraditório.
Para ele a função da arte é fazer pensar e não criar
contentamento.
O artista Belga será uma referência para as gerações
posteriores, principalmente os artistas da arte pop,
americanos e britânicos. A pesquisa sobre a linguagem e os
modos de representação do pintor americano JasperJohns
(Allendale, EUA, 1930) acontece em um campo que Marcel
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
GERMAN LORCA
São Paulo, Brasil, 1922
Chuva na cidade, 1965
Fotografia PB
35,3 x 46,4 cm
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo, doação do artista
Fez várias exposições individuais e participou de diversas
exposições coletivas entre estas destacamos: IX Bienal
Internacional de São Paulo, Brasil (1967); Brasil, mostra tua
cara, 1ª Bienal Internacional de Fotografia da Cidade de
Curitiba, no Solar do Barão, Curitiba, Brasil (1996); 7ª Coleção
Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp, São Paulo, Brasil (1997);
Ars erótica: Sexo e erotismo na arte brasileira, MAM/SP, São
Paulo, Brasil (2000). Seus trabalhos estão em várias coleções
públicas e particulares, entre elas ressaltamos: Coleção Pirelli
de fotografia, do Masp, Brasil; MAM, São Paulo, Brasil; MAC,
São Paulo, Brasil; Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM, Rio
de Janeiro, Brasil.
Assim, German Lorca, juntamente com Farkas e Geraldo
de Barros, é apontado como um dos artistas responsáveis
pela renovação e autonomia da linguagem fotográfica, para
além de um registro documental da realidade.
Para conhecer melhor suas fotos:
xxwww.photoimagem5.com.br
xxfotografia.folha.uol.com.br/galerias/2228-fotografias-degerman-lorca
HARUO OHARA
Kochi, Japão, 1909 - Londrina, Brasil, 1999
A Seca, 1959
Represa da Usina Três Bocas, Londrina, PR
Fotografia 35 mm
Coleção Instituto Moreira Salles
Atualmente divide seu estúdio, o Photoimagem5, com os
filhos.
Lorca demonstrou desde a década de 1940 um olhar
atento ao cotidiano urbano. Suas fotos desenham
o inusitado e surpreendente do cotidiano ao isolar
personagens, cenas e elementos da arquitetura. Suas fotos
nos fazem ver além da realidade.
Seu olhar é do andarilho que vive a cidade e está sempre à
caça de uma imagem que o surpreenda.
Vive e trabalha em São Paulo.
Formou-se em Ciências Contábeis em 1940, trabalhou nesta
área até 1952 quando funda seu próprio estúdio fotográfico.
Em 1949 filia-se ao Foto Cine Clube Bandeirantes, um
grupo de fotógrafos que reunia também Thomaz Farkas
(Budapeste, Hungria, 1924 - São Paulo, Brasil, 2011) e Geraldo
de Barros (Chavantes, Brasil, 1923 - São Paulo, Brasil, 1998).
O objetivo do grupo era investigar uma nova linguagem
artística ao mesmo tempo que cada um desenvolvia um
trabalho autoral.
Em 1954, dois anos após abrir seu próprio estúdio, é
contratado para ser o fotógrafo oficial das celebrações do IV
Centenário da Cidade de São Paulo.
Chega com a família para trabalhar nos cafezais do interior
de São Paulo em 1927.
Seu trabalho se aproxima ou sofre influência de outros
fotógrafos como: Eugène Atget (Libourne, França, 1853 Paris, França, 1927), Brassaï (Brassó, Transilvânia, Romênia,
1899 - Beaulieu-sur-Mer, França, 1984) e Cartier Bresson
(Chanteloup-en-Brie, França, 1908 - Montjustin, França, 2004).
Em 1933 mudam-se para Londrina no Paraná, onde
adquirem terras.
Começa a fotografar em 1938 depois de comprar uma
câmera do amigo José Juliani, fotógrafo da Cia. de Terras
do Paraná.
A fotografia de Lorca é marcada pela escolha precisa do
enquadramento. É o recorte do real que dá novo significado
ao cotidiano.
Em 1951 vende suas terras para a construção do aeroporto
e muda-se para a região urbana da cidade.
O instante congelado fragmenta a ação, mas o fragmento
ainda sugere uma narrativa.
Ali irá fundar o Foto-Cine Clube de Londrina, filiado ao
Foto-Cine Clube Bandeirantes de São Paulo.
A sugestão de uma narrativa torna a cena mais misteriosa,
ainda que seja familiar.
Desde então passa a participar de vários salões de
fotografia, recebendo algum reconhecimento.
O fotógrafo ainda experimenta duplas exposições e
composições construtivas nas décadas de 1960 e 1970.
Após a sua morte foram organizadas algumas exposições
sobre a sua obra, destacamos: Japão – Mundos flutuantes,
Galeria de Arte do Sesi, São Paulo, Brasil (2008); 3ª Bienal
Ganhou muitos prêmios com seu trabalho publicitário.
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de Fotografia da Cidade de Curitiba, Haruo Ohara, Centro
Cultural Solar do Barão, Curitiba, Brasil (2000).
Em 2010 é lançado o filme curta-metragem de Rodrigo
Grota (Londrina, Brasil) Haruo Ohara. que conta a história
do fotógrafo.
NÚCLEO 5
PLANTA E BICHO
A poética de seu trabalho reside na observação do
passar do tempo, um tempo lento, testemunha da relação
harmoniosa entre a paisagem e as pessoas.
A sua fotografia em preto e branco busca a nuance sutil
da luz. Nada de contrastes fortes. As cenas são banhadas por
uma luz edificante, suave, que acaricia.
Suas fotos documentam as transformações do mundo
rural no interior do Paraná e em especial da comunidade de
imigrantes japoneses. Não temos aqui o olhar do etnógrafo,
que estuda a comunidade, nem do viajante, que está de
passagem.
LEVI VAN VELUW
Hoevelaken, Holanda, 1985
O seu olhar amoroso sobre o campo e as pessoas é de quem
participa da comunidade, de quem compõe a paisagem em
uma ação diária.
Vive e trabalha na Holanda.
Paisagem I, 2008
Graduou-se em Belas Artes no instituto de arte Artez,
Arnhem, Holanda.
Fotografia
120 x 100 cm
Coleção Ron Mandos Gallery
É professor no departamento de fotografia da Willem de
Kooning de Rotterdã.
Artista multimídia faz foto-performances, vídeos,
instalações e fotografias.
Para saber mais:
xxims.uol.com.br/hs/haruoohara/haruoohara.html
Participou de diversas exposições em várias instituições
das quais destacamos: Museum for Oldand New Art, Sydney,
Austrália (2011); 5ª edição do ®NOVA Cultura Contemporânea,
Museu da Imagem e do Som, São Paulo, Brasil (2012); BeitHa'ir
Tel Aviv Museum, Tel Aviv, Israel (2012); Museum for Modern
Art, Arnhem, Holanda (2011); Deador Alive, Museum for Arts
and Design, New York (2010).
Levi procura entender a relação das pessoas com seu
ambiente e sua história.
Explora o autorretrato e sua história particular.
Na série Landscape (Paisagem), 2008, de quatro fotografias,
o artista mistura o gênero paisagem e retrato.
Ele se fotografa “maquiado”, não há intervenção digital
nas fotos. Em sua cabeça crescem paisagens.
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São também, de certa forma, performances feitas para a
câmera. O artista se fotografa numa pose tradicional para o
formato do retrato, em 3/4, quase de perfil.
CLAUDE MONET
Para cada foto, constrói uma paisagem diferente, uma
para cada estação. A paisagem, a natureza parece nascer de
sua cabeça.
Ninféias azuis, 1916-1919
Na Holanda, seu país natal, a natureza está toda
controlada. A maior parte do território se encontra abaixo da
linha do mar.
Paris, França, 1840 - Giverny, França, 1926
Pintura
Óleo s/ tela
204 x 200 cm
Coleção Museu d’Orsay, Paris
Esta obra de Levi parece se referir à relação entre homem
e mundo natural dentro mesmo da tradição dos gêneros da
pintura que um dia moldaram a nossa visão de natureza.
Para pesquisar mais:
xxwww.levivanveluw.nl
xxwww.bbc.co.uk/portuguese cultura/2009/03/090309_
galeriacabecaml.shtml
xxwww.select.art.br/revista.pdf
Na década de 1880, faz várias pinturas que retratam
personagens familiares.
Na mesma época conhece Paul Durand-Ruel (Paris, França,
1831 - 1922), que será seu marchand.
Tecemos com o planeta uma relação simbiótica, ou seja,
uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais
organismos vivos de espécies diferentes.
Nós nela incluídos, o que acontece com ela acontece
conosco e vice-versa.
Em 1867 é recusado pelo Salão Anual da Academia de Belas
Artes e tem vários problemas pessoais. Sua família não
aceita seu relacionamento com Camille Doncieux (França,
1847 - Vétheuil, França, 1879), com quem tem um filho em 1867.
Eles se casam três anos depois.
Em 1869, Monet e Renoir continuam a pintar ao ar livre.
Desenvolvem trabalhos nas margens do Sena em La
Grenouillère, um balneário popular da classe trabalhadora.
Atualmente se discute como o homem alterou tão
profundamente a natureza a ponto de depender dele a sua
manutenção.
Parecem ser as decisões do intelecto humano as que
decidirão a permanência e a sobrevivência da natureza.
França, 1911). Vai morar com ela e os filhos, dois dele e seis
dela, em Giverny, em 1883.
Ela e o filho são modelos para diversas pinturas
do período que retrata a vida doméstica de forma
harmoniosa.
Para que a terra permaneça seca, foi construída desde o
século XV uma enorme quantidade de canais e diques para
controlar o fluxo das águas.
É difícil encontrar na maior parte do globo uma definição
que diferencie efetivamente a natureza real de uma
fabricada, não havendo mais a possibilidade de falar em
natureza intocada.
a floresta de Fontainnebleau com o objetivo de pintar em
contato direto com a natureza submetidos às variações de luz.
Com o início da guerra franco-prussiana em 1870, Monet
leva a família para Londres, retornando à França no final do
ano seguinte. Instalam-se na cidade de Argenteuil, que se
tornaria um ponto de referência para os impressionistas.
Cresceu na costa da Normandia, em Le Havre.
Fez o serviço militar na Argélia em 1861 e 1862.
Ao retornar, estabeleceu-se em Paris para estudar
pintura com Johann Barthold Jongkind (Lattrop, Holanda,
1819 - La Côte-Saint-André, França, 1891) e Eugène Boudin
(Honfleur, França, 1824 - Deauville, França, 1898), dois artistas
considerados precursores do Impressionismo.
Em 1865 é aceito pela primeira vez no Salão Anual da
Academia de Belas Artes.
O grupo impressionista começa a se organizar em meados
de 1860. Monet, Frédéric Bazille (Montpellier, França, 1841
- Alemanha, 1870), Auguste Renoir (Limoges, França, 1841 Cagnes-sur-Mer, França, 1919) e Alfred Sisley (Paris, França,
1839 - Moret-sur-Loing, França, 1899) organizam viagens para
Em 1874 os impressionistas se reúnem para formar a
Société Anonyme Coopérative à Capital Variable des
Artistes, Peintres, Sculpteurs et Graveurs (Sociedade
anônima cooperativa com capital variável de artistas,
pintores, escultores e gravadores) com o objetivo de
organizar exposições independentes.
Assim, no mesmo ano inauguram aquela que virá a ser
conhecida como a primeira exposição impressionista, no
Boulevard dês Capucines, no ateliê do fotógrafo Félix Nadar
(Paris, França, 1820 - 1910).
Sua obra Impressão sol nascente (1873) acaba por nomear,
a princípio pejorativamente, o grupo, acusado então de não
conseguir pintar com competência.
Em 1875 Monet tem permissão para pintar dentro da estação
São Lázare.
Após a morte da mulher, em 1879, desenvolve um
relacionamento com Alice Hoschedé (França, 1844 - Giverny,
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Depois decide pintar séries de quadros sobre o mesmo tema,
como, por exemplo, pinturas retratando montes de feno ou
a Catedral de Ruen. Quase sempre com o mesmo ponto de
vista, mas pintadas em meses, semanas, horas diferentes.
Cores e atmosferas diversas de um mesmo tema.
Na década de 1890 amplia seu jardim em Giverny, escolhe
as plantas, desenha os caminhos, constrói uma ponte em
estilo japonês com o objetivo de retratar aquele local.
O Museu de Arte de São Paulo possui duas obras feitas a
partir da observação do seu jardim: A canoa sobre o Epte
(1890), e A ponte japonesa sobre a lagoa das ninfeias em
Giverny (1820).
Suas últimas obras foram as imensas pinturas das ninfeias
do seu jardim, feitas entre 1816 e sua morte, em 1926. Podem
ser encontradas hoje no Musée de l´Orangerie em Paris,
França.
O que interessava a Monet parece ser o estudo da luz na
pintura. Como construir uma impressão luminosa em um
espaço bidimensional uma tela a partir da impressão e da
experiência com a luz no espaço real?
Seu projeto era construir com tinta na superfície plana
da tela uma impressão de luz na retina do espectador, que
conseguisse ao mesmo tempo recuperar uma impressão que
se tem com a realidade e inaugurar uma nova experiência na
prática da pintura.
Para isso ele elimina as convenções da pintura de
paisagem, não usa os denominadores de escala, abre mão da
perspectiva convencional, trabalhando com um foco especial
nas cores.
Tudo recebe o mesmo tratamento de pinceladas rápidas
e soltas, recebendo a mesma atenção. Em alguns momentos
sua pintura é quase abstrata, uma forma que desenvolveu
para se libertar de uma descrição da paisagem naturalista.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
Sua pintura apela aos sentidos, não só a visão. A pincelada
tem uma forte presença física, assim a pintura acaba por
despertar o sentido do tato. Podemos dizer por isso que sua
obra é também sensual, porque estimula os sentidos.
Saiba mais sobre sua vida e obra:
xxwww.musee-orsay.fr/en/collections/index-of-works/
resultat-collection.html?no_cache=1&zsz=1&zs_r_2_
z=3&zs_r_2_w=Monet%2C%20Claude&zs_ah=oeuvre&zs_
rf=mos_a&zs_mf=21&zs_sf=0&zs_send_x=1&zs_liste_
only=1
MAURA BRESIL
Campinas, Brasil, 1976
Série Rio Tijuípe 8, 2010
Fotografia
30 x 45 cm
Coleção particular
Paço das Artes, São Paulo (2010); Incompletudes, Galeria
Virgilio - Curadoria Mario Gioia (São Paulo, Brasil, 1974), São
Paulo (2010); Uma coisa são duas, Galeria Ímpar - Curadoria
Eder Chiodetto (São Paulo, Brasil, 1965), São Paulo (2011);
Território de caça, Galeria Zipper - Curadoria Mario Gioia, São
Paulo, Brasil.
A pesquisa da artista está voltada para a experiência com
o real, em especial a paisagem “natural” e seus modos de
representação.
Trabalha principalmente com fotografia e intervenção na
paisagem.
Faça uma visita virtual e veja outras referências sobre o
artista:
xxwww.musee-orangerie.fr/homes/home_id25184_u1l2.htm
xxartchive.com/artchive/M/monet/parasol.jpg.html
xxwww.googleartproject.com/collection/national-gallery-ofart-washington-dc/artwork/rouen-cathedral-west-facadesunlight-claude-monet/712894/
As fotos são tanto registros, documentos, como
ferramentas de intervenção direta do lugar onde foram feitas.
“Este processo de trabalho começou quando fotografei
uma cena de uma praia e fiz uma ampliação de grande
formato.”
“Algum tempo depois retornei com esta representação
nas mãos para inseri-la na paisagem real.”
Atualmente a artista vive e trabalha em São Paulo.
Formou-se em Arquitetura e Urbanismo na Pontifícia
Universidade Católica de Campinas (Puccamp), em 2000.
Durante o período de graduação , em 1999, fez um
intercâmbio na Espanha onde estudou fotografia na Escola
Técnica Superior de Madri.
Frequentou o grupo de estudos de Arte Contemporânea
no ateliê Fidalga sob orientação de Sandra Cinto (Santo
André, Brasil, 1968) e Albano Afonso (São Paulo, Brasil, 1964)
entre 2008 e 2011, tendo participado de vários projetos e
exposições deste ateliê.
Tem realizado diversas exposições entre elas: Presente
Fidalga, Sesc de Ribeirão Preto, Brasil, (2008); Entorno de...
Nos limites da arte, Fundação Nacional das Artes, Funarte,
São Paulo (2009); Photo Fidalga, Carpe Diem Arte e Pesquisa,
Lisboa, Portugal (2009); Ateliê Fidalga no Paço das Artes,
de pigmento azul-ultramar e fotografa o gelo reagindo sobre
a intervenção.
“A escolha da cor do pigmento não foi aleatória. O azulultramar foi extremamente significativo ao longo da história
da pintura, além disso o azul em geral remete à água, aspecto
que me interessa particularmente neste trabalho.”
“Com o passar do tempo, o gelo naquele local se dissolveu
produzindo uma mistura, incorporando os cristais do
pigmento aos cristais da neve. Esse processo sofreu
alteração lentamente, no entanto esta pintura efêmera foi
congelada em imagens fotográficas.”
Para conhecer mais:
xxwww.maurabresil.com.br/por/trabalhos/ultramarcongelado-texto.html
xxwww.maurabresil.com.br/por/trabalhos/mar-e-mar-texto.
html
“Posicionei-a de diversas maneiras no mesmo lugar
onde foi fotografada... Experimentei colocar a foto bem
perpendicular à máquina fotográfica e também à paisagem
real ao fundo, enquadrando ambas ao mesmo tempo.”
“Testei outra possibilidade, colocando-a na horizontal
diretamente sobre a areia banhada pelas ondas.”
“Registrei a água avançar sobre a imagem. Também
sobrepus conchas reais às conchas da fotografia, entre
outras possibilidades.”
Como uma experiência artística como essa poderá levar a
uma educação dos sentidos?
Não vemos a paisagem de forma direta. Antes
identificamos nela um padrão já conhecido, e nos
comportamos em relação ao real do modo como fomos
preparados para agir.
Já na sua obra Ultramar congelado, também de 2010, a
artista polvilha sobre neve congelada uma certa quantidade
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
FERNANDA EVA
São Paulo, Brasil, 1966
Mimetismo, 2005
Pintura
Acrílica s/ tela
150 x 300 cm
Coleção da artista
Participa de exposições coletivas desde a década de
1990, entre elas estão: Play games, Casa da Xiclet, São Paulo
(2006); Diga não às Doras, Casa da Xiclet, São Paulo (2007);
Panaceia, Parque Lage, Rio de Janeiro (2007); 15º Salão de
Arte da Bahia, Salvador; Programa de Exposições do Centro
Cultural São Paulo (2009).
Ela representa a natureza de forma realista, derivada
de um treino quase acadêmico de pintura. Mas é possível
perceber uma certa ironia, relacionada à arte pop, o que
também é revelado pela sua palheta de cores fortes,
vibrantes e contrastantes.
HENRI MATISSE
Le Cateau-Cambrésis, França, 1869 - Nice, França, 1854
Peixes vermelhos e escultura, 1912
Pintura
Óleo s/ tela
116,2 x 100,5 cm
Coleção Museum of Modern Art, MoMA, New York, doação Mr. and
Mrs. John Hay Whitney
Graduou-se em Comunicação Social pela Faculdade
Anhembi Morumbi em 1993.
Em 1901 conhece os pintores André Derain (Chatou, França,
1880 - Garches, França, 1954) e Maurice Vlaminck (Paris,
França, 1876 - Rueil-la-Gadelière, França, 1958).
Estudou Artes Plásticas no Liceu de Artes e Ofícios entre
1995 e 1999.
É mestre em poéticas visuais pela ECA – USP.
Estudou pintura com os artistas Paulo Withaker (São Paulo,
Brasil, 1958), Paulo Pasta (Ariranha, Brasil, 1959), Geraldo de
Souza Dias (São Paulo, Brasil, 1954) e Marco Giannotti (São
Paulo, Brasil, 1966).
Fez exposição individual no anexo do Museu de Arte
Contemporânea da USP, como parte da defesa de sua
dissertação de mestrado, Paraíso: Uma descoberta interna
em 2011.
Juntos os três formaram o grupo dos fauvistas, a primeira
vanguarda do século XX. Promovem três exposições entre
1904 e 1908.
As figuras humanas que convivem em suas telas são
geralmente os amigos da artista ou ela. E as paisagens são
suas observações da natureza brasileira, principalmente da
Mata Atlântica.
Durante os anos de 1900 e 1906 Matisse trabalhou a
pintura de paisagem diretamente da observação, passando
os verões em Saint-Tropez junto com o pintor Paul Signac
(Paris, França, 1863 - 1965).
Em suas pinturas há muitas coisas acontecendo.
Na exposição no Museu de Arte Contemporânea da USP,
Paraíso: uma descoberta interna (2011), mostrou duas séries
de trabalhos Animais da arte e Paraísos, desenvolvidas entre
2009 e 2011.
Sobre estes trabalhos a artista comenta: “Eu busco um
paraíso que precisa existir na realidade interna do próprio
homem”.
A paisagem representada por ela é uma projeção de um
espaço mental interno, de desejos subconscientes.
Para saber mais:
xxwww.fernandaeva.com
xxwww.mac.usp.br/mac/conteudo/exp/cap/44.asp
Durante seus anos de formação se aproxima de alguns dos
pintores impressionistas e neoimpressionistas como Camille
Pissarro (Charlotte Amalie, Índias Orientais dinamarquesas,
reino da Dinamarca, atual Ilhas Virgens norte-americanas,
EUA, 1830 - Paris, França, 1903) e Pierre Auguste Renoir
(Limoges, França, 1841 - Cagnes-sur-Mer, França, 1919).
Visita a Inglaterra para ver as pinturas de William Turner
(Londres, Inglaterra, 1775 - 1851) recomendadas por Pissarro.
Em suas paisagens há também a influência dos pintores
viajantes na representação que os colonizadores fizeram
do Novo Mundo entre os séculos XVI e XIX, que também
figuravam entre o real e o fantástico.
Cursou fotografia no Senac em 1989, teatro no Teatro Escola
Macunaíma entre 1983 e 1986.
Casa-se com Amélie Parayre em 1898.
Faz viagens à costa da França onde pinta ao ar livre.
Constrói em pinturas de grande formato cenas de
paraísos tropicais, sensuais, onde tudo é harmonia. Animais
convivem com os homens em um ambiente sem atrito, como
um lugar que foi sonhado.
Vive e trabalha em São Paulo. É pintora, atriz e
apresentadora.
Até 1900 frequenta o Museu do Louvre em Paris com o
objetivo de estudar os grandes mestres, seguindo o conselho
de Moreau.
Formou-se em direito em 1889, com o objetivo de trabalhar
nos negócios da família, com compra e venda de grãos.
Começou a pintar enquanto se recuperava de uma
apendicite e descobriu a sua vocação.
Em 1891 vai para Paris, matricula-se na Académie Julian,
onde tem aulas com o famoso pintor acadêmico WilliamAdolphe Bouguereau (La Rochelle, França, 1825 - 1905).
Presta exame para a Academia de Belas Artes em 1892,
mas não é aceito. Só conseguirá ser admitido na escola em
1895, depois de frequentar o ateliê de Gustave Moreau (Paris,
França, 1826 - 1898).
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No inverno, de volta a Paris, trabalha em pinturas de
grande formato, cenas imaginativas como sonhos, ainda que
baseadas em alguns dos estudos de paisagem.
O que diferencia seu trabalho do de muitos de seus
colegas é o interesse pela figura humana.
Chega a frequentar o ateliê de Antoine Bourdelle
(Montauban, França, 1861 - Le Vésinet, França, 1929) e pedir
conselhos a Auguste Rodin (Paris, França, 1840 - Meudon,
França, 1917) sobre o assunto.
Seu primeiro sucesso comercial veio com sua segunda
exposição individual na Galerie Druet em 1906, o que lhe
permitiu viajar pela Europa e pela Argélia.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
Nos anos seguintes se torna muito amigo da escritora
Gertrude Stein (Allegheny, EUA, 1874 - Neuilly-surSeine, França, 1946), que não só lhe apresenta a vários
colecionadores americanos, mas também é responsável por
apresentar-lhe ao pintor Pablo Picasso (Málaga, Espanha, 1881
- Mougins, França, 1973), com quem irá manter um diálogo
rico através de sua produção, competindo para saber quem
seria o “melhor pintor moderno”.
Em 1931 o Museu de Arte de Nova York lhe dedica uma
exposição retrospectiva.
A estabilidade financeira viria em 1909, quando firma
contrato com a Galeries Bernheim-Jeune.
Durante a Segunda Guerra Mundial refugia-se em Vence.
Na década de 1910 seu interesse pela arte africana e
islâmica irá se aprofundar. Viaja para o norte da África e
coleciona artefatos tribais.
Picasso também estava olhando para as mesmas
referências, no entanto a maneira de lidar com elas se
mostra muito diferente.
As pinturas de Matisse são maiores em tamanho, quase
monumentais, com temas mais exóticos e colorido forte.
Trabalha com as curvas e os arabescos, enquanto as
pinturas dos cubistas usam uma palheta cinza ou terra, com
composições angulosas e formatos menores.
Quanto aos temas, Matisse trabalha muito com o retrato,
mas também com a figura humana feminina, que, com
exceção de algumas obras de Picasso, foi esquecida pelos
cubistas.
Nas décadas seguintes a sua obra continua a utilizar o
método do desenho de observação e da pintura ao ar livre,
mas suas telas deixam de ser em escala monumental para se
tornarem mais próximas do universo doméstico.
Em 1920 desenha o figurino e os cenários para uma
produção do balê Le chant du rossignol (O canto do rouxinol),
de Igor Stravinsky (Oranienbaum, Rússia, 1882 - Nova York,
1971) em Paris.
Em 1929 o pintor se dedicou à execução de uma série
de gravuras em metal e litografias, cerca de 200, que
explicitam muito bem seus maiores interesses na descrição
da luz pela linha em arabesco.
Em 1941 sofre uma cirurgia para a retirada de um tumor
que o deixa com a saúde debilitada, precisando de cuidados
de uma enfermeira quase em tempo integral. Locomove-se
em uma cadeira de rodas.
Entre 1942 e 1947 trabalha na série de recortes Jazz
EMILIANO DI CAVALCANTI
Rio de Janeiro, Brasil, 1897 - 1976
Peixe na praia, 1933
Pintura
Óleo s/ madeira
39 x 46 cm
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo, doação Carlo Tamagni
Em 1952 é inaugurado o Musée Matisse na sua cidade natal,
Ceteau-Cambrésis.
Para Matisse, a arte é uma realidade criada no encontro
entre o homem e o mundo.
Em 1932 funda o Clube dos Artistas Modernos (CAM) com
Flávio de Carvalho (Barra Mansa, São Paulo, Brasil, 1899 Valinhos, São Paulo, Brasil, 1973) e outros.
O pintor viveu duas guerras, teve sua filha, membro da
resistência francesa presa e torturada pelos nazistas. Ainda
assim não vemos em sua obra nenhuma expressão de dor.
Conheça outras obras de arte:
xxwww.metmuseum.org/exhibitions/listings/2012/matisse/
images
xxwww.thejewishmuseum.org/site/pages/uploaded_media/
cone/matisse/index.html
xxwww.moma.org/collection/object.php?object_id=28467
Entre 1922 e 1925, viaja pela Europa como correspondente
do jornal Correio da Manhã, residindo em Paris a maior parte
do tempo.
Volta ao Brasil antes de a década acabar, filia-se ao Partido
Comunista em 1928.
Os nus, as paisagens líricas, os arabescos em suas obras são
sem dúvida decorativos, porque são produto da crença de
que a arte deve expressar a alegria e o contentamento.
Veja vídeos sobre algumas pinturas:
xxwww.metmuseum.org/exhibitions/listings/2012/matisse/
media
Apresenta na Semana de Arte a série de desenhos Fantoches
da meia-noite (1921).
Familiariza-se com a produção moderna e conhece
pessoalmente artistas de vanguarda como Pablo Picasso
(Málaga, Espanha, 1881 - Mougins, França, 1973), Fernand Léger
(Argentan, França, 1881 - Gif-sur-Yvette, França, 1955) e Henri
Matisse (Le Cateau-Cambrésis, França, 1869 - Nice, França,
1954).
No final da década de 1940 e início da de 1950 desenha os
vitrais para a Capela do Rosário, em Vence.
A expressão que busca resiste à história, busca a
essencialidade da alegria espiritual de estar vivo.
de Andrade (São Paulo, Brasil, 1890 - 1954), Mário de Andrade
(São Paulo, Brasil, 1893 - 1945) e Guilherme de Almeida
(Campinas, Brasil, 1890 - São Paulo, Brasil, 1969).
Só a partir de meados da década de 1930 dedica-se
completamente à carreira de pintor.
Quando jovem tem dois interesses: a caricatura e o estudo
do Direito.
Em 1914 começa a colaborar para a revista Fon-Fon, com
caricaturas e ilustrações.
Em 1916 entra para a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.
No ano seguinte troca a capital por São Paulo,
matriculando-se na Faculdade de Direito do Largo São
Francisco, sem nunca concluir o curso.
Em 1918 estuda pintura com Georg Pons (Berlim, Alemanha,
1865 - São Paulo, SP, Brasil, 1939) no Rio de Janeiro.
Entre o final da década de 1910 e o início da de 1920
participa do círculo de amigos responsáveis pela Semana
de Arte Moderna de 1922, os artistas e intelectuais Oswald
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Participou de diversas exposições das quais podemos
ressaltar: Salão Revolucionário, Enba, Rio de Janeiro,
Brasil; 2ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, no Palacete
Campinas, São Paulo, Brasil (1933); 2º Salão de Maio, no
Esplanada Hotel de São Paulo, São Paulo, Brasil (1938); 3º
Salão de Maio, na Galeria Itá, São Paulo, Brasil (1939); 25ª
Bienal de Veneza, Veneza, Itália (1950); 1ª Bienal Internacional
de São Paulo, no Pavilhão do Trianon, São Paulo, Brasil,
(1951); 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos
Estados - prêmio melhor pintor nacional, São Paulo, Brasil
(1953); 28ª Bienal de Veneza, Veneza, Itália (1956); 2ª Bienal
Interamericana do México, no Palácio de Belas Artes –
medalha de ouro, Cidade do México, México (1960); 7ª Bienal
Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal, São Paulo,
Brasil (1963); Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP, São
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
Paulo, Brasil (1966); 11ª Bienal Internacional de São Paulo,
na Fundação Bienal, São Paulo, Brasil (1971); Tempo dos
Modernistas, no Masp, São Paulo, Brasil (1975); SPAM e CAM,
no Museu Lasar Segall, São Paulo, Brasil (1975).
DICAS DE LEITURA
Di Cavalcanti faz parte do primeiro movimento
modernista brasileiro que se caracterizou por uma dupla
vontade: a de fazer uma arte profundamente brasileira e de
renovar a linguagem das artes.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna. São Paulo: Companhia das
Letras. 1992.
Assim os artistas buscavam estudar e entender o que
acontecia fora, principalmente nas vanguardas artísticas,
para poder apreender e constituir um novo vocabulário
estético para descrever aquilo que era particular à identidade
brasileira.
BONDÍA, Jorge Larrosa. 2001. Notas sobre a experiência e o
saber de experiência. Conferência no I Seminário Internacional
de Educacão de Campinas, Leituras SME, FREIRE, Paulo.
1996. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Editora Paz e Terra.
Disponível em: www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf/
pedagogia_da_autonomia_-_paulofreire.pdf
Enquanto as vanguardas europeias se aproximavam
da abstração e do surrealismo, por exemplo, os artistas
modernos, como Di Cavalcanti, se preocupavam em constituir
a arte brasileira, no que ela tinha de particular.
FUMEC, São Paulo, HANS, Ernst. A história da arte. Rio de
Janeiro: Editora LTC, 2008.
Desse modo, há uma concentração de atenção em
aspectos reveladores da identidade cultural do país, a
miscigenação, o Carnaval, os morros cariocas, o sertão
nordestino, a riqueza natural.
GOMBRICH, Ernst H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC,
1999.
Os motivos cariocas, o samba do morro, a favela, a mulata
farão parte do repertório do artista.
HERNANDEZ, Fernando. Catadores da cultura visual. Proposta
para uma nova narrativa educacional. Porto Alegre: Editora
Mediação, 2007.
Estes temas são na maior parte das vezes tratados de
maneira a exaltá-los, encobrindo qualquer conflito políticosocial.
. Cultura visual, mudança educativa e projeto de
trabalho. São Paulo: Ed. Artmed, 1988.
. Transgressão e mudança na educação e projeto
de trabalho. São Paulo: Ed. Artmed, 1998.
A favela é alegre, a mulata, acolhedora, o samba anima a
cidade cartão-postal.
KANTON, Kátia. Retrato da arte moderna: Uma história no
Brasil e no mundo ocidental. São Paulo: Editora Martins
Fontes, 2002.
A cor sem dúvida é uma característica original em sua
obra e o que o diferencia de seus contemporâneos.
Para saber mais:
xxwww.dicavalcanti.com.br
SITES DE MUSEUS E INSTITUIÇÕES
CULTURAIS BRASILEIROS
Centro Cultural Banco do Brasil
xxwww.bb.com.br/portalbb/home21,128,128,0,1,1,1.bb
Centro Cultural São Paulo
xxwww.centrocultural.sp.gov.br
Fundação Bienal São Paulo
xxwww.bienal.org.br
Inhotim – Instituto de Arte Contemporânea e Jardim
Botânico
xxwww.inhotim.org.br
Itaú Cultural
xxwww.itaucultural.org.br
Muhpan – Museu de História do Pantanal
xxwww.muhpan.org.br
Museu Afro Brasil
xxwww.museuafrobrasil.org.br
Museu da Língua Portuguesa
xxwww.museulinguaportuguesa.org.br
Memorial da América Latina
xxwww.memorial.org.br
MONDZAIN, Maria José. O que você vê? Uma conversa
filosófica. São Paulo: Autêntica, 2012.
Museu de Arqueologia e Etnologia da USP
xxwww.mae.usp.br
www.anped.org.br/rbe/rbedigital/rbde19/rbde19_04_jorge_
larrosa_bondia.pdf
Museu de Arte Contemporânea (MAC)
xxwww.mac.usp.br
ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São
Paulo: Instituto Moreira Salles, 1983.
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MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
MUSEU ITINERANTE • ARTE/ÁGUA: essenciais para a vida
Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – Recife
xxwww.mamam.art.br
Museu de Arte Moderna da Bahia – Salvador
xxwww.mam.ba.gov.br
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM)
xxwww.mam.org.br
FICHA
TÉCNICA
Museu de Arte de São Paulo (Masp)
xxwww.masp.art.br
Museu de Arte Sacra de São Paulo
xxwww.museuartesacra.org.br
Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Porto Alegre
xxwww.margs.rs.gov.br
Museu do Ipiranga
xxwww.mp.usp.br
Museu Histórico e Artístico do Maranhão – São Luís
xxwww.cultura.ma.gov.br/portal/mham/index.
php?page=martesvisuais
CURADORIA: Vera Barros
DIREÇÃO GERAL: Soraya Galgane e Fernanda Del Guerra
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Diogo Assumpção
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Débora Botelho Brandão
PROJETO PEDAGÓGICO: Vera Barros
PESQUISA: Andréa Tavares e Marina Falsetti Silveira
CENOGRAFIA: Arquiprom
Museu Histórico de Mato Grosso – Cuiabá
xxwww.cultura.mt.gov.br/TNX/index.php?sid=24
DIREÇÃO DE ARTE E IDENTIDADE VISUAL: Néktar Design
Museu Lasar Segall
xxwww.museusegall.org.br
REALIZAÇÃO: Elo3 Integração Empresarial
PATROCÍNIO: Rabobank
Museu Oscar Niemeyer
xxwww.museuoscarniemeyer.org.br
Pinacoteca do Estado de São Paulo
xxwww.pinacoteca.org.br/pinacoteca-pt
CRÉDITOS pictogramas:
Barco designed by Naomi Atkinson from The Noun Project
Âncora designed by Alessandro Suraci from The Noun Project
Person designed by Daniel Behrends from The Noun Project
Chuva designed by Megan Sheehan from The Noun Project
Reporter designed by Blake Kimmel from The Noun Project
Jornal designed by John Caserta from The Noun Project
Chat designed by Luiz Henrique Bello Cera from The Noun Project
Disponíveis em: www.thenoumproject.com
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PATROCÍNIO
REALIZAÇÃO
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