Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:45 Page 1 CADERNO DO PROFESSOR 1 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:45 Page 2 FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS PRESIDENTE Dimas Fabiano Toledo CHEFE DE ASSESSORIA DE ARTICULAÇÃO COM A SOCIEDADE DA PRESIDÊNCIA André Spitz COORDENADORA DO PROJETO Gleyse Peiter INSTITUTO ANTONIO CARLOS JOBIM PRESIDENTE Paulo Hermanny Jobim DIRETORA Vanda Mangia Klabin CONSULTORES Antônio Adolpho e Guilherme Rondon FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO PRESIDENTE Roberto Marinho DIRETOR GERAL José Roberto Marinho SECRETÁRIO GERAL Hugo Barreto SUPERINTENDENTE EXECUTIVO Nelson Savioli GERENTE GERAL DE PATRIMÔNIO E MEIO AMBIENTE Sílvia Finguerut GERENTE DE PROJETO Lucia Basto COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Melissa Martins GERENTE GERAL DE EDUCAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E MOBILIZAÇÃO Vilma Guimarães GERENTE DE IMPLEMENTAÇÃO Maria Elisa Mostardeiro COORDENAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA Ricardo Pontes COORDENAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS Andrea Falcão APOIO TÉCNICO WWF – Brasil APOIO Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Governo do Estado do Amazonas, Governo do Distrito Federal, Governo do Estado de Goiás, Governo do Estado de Mato Grosso, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Governo do Estado de São Paulo, Governo do Estado do Paraná, Governo do Estado de Tocantins CADERNO DO PROFESSOR Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:45 Page 4 TOM DO PANTANAL é um projeto de educação ambiental que reúne o que há de mais inovador nas for- mas de aprender e atuar na sociedade. Vem dar prosseguimento ao vitorioso projeto sobre a Mata Atlântica, o TOM DA MATA, que hoje atinge cerca de seiscentos mil estudantes de escolas públicas de ensino Fundamental em todo o Brasil. Mais uma vez Tom Jobim, o maestro poeta, nos empresta o nome e nos dá inspiração e o Instituto Antonio Carlos Jobim, a Fundação Roberto Marinho, Furnas Centrais Elétricas S.A. e as Secretarias Estaduais de Educação e de Meio Ambiente nos confiam este projeto. Não espere receitas prontas; pelo contrário, para que o projeto atinja seus objetivos é indispensável que você, educador, educadora participe concretamente formulando conceitos próprios e criando com seu grupo novas atividades, além das que apresentamos como exemplo. O TOM DO PANTANAL é destinado a educadores, educadoras, estudantes, comunidades e à sociedade em geral. Meio ambiente somos nós, indivíduos e cidadãos. Meio ambiente é vida! Seguindo os novos Parâmetros curriculares nacionais, o projeto TOM DO PANTANAL oferece ao professor alguns instrumentos didáticos para a iniciação dos alunos do ensino fundamental nos procedimentos da pesquisa científica – observação, experimentação e registro – e mostra, com exemplos concretos que você pode adaptar à sua realidade, como planejar atividades educativas de alcance social na escola e na comunidade. Além disso, as escolas envolvidas no projeto – através de convênios assinados com as Secretarias de Educação – recebem apoio na capacitação para o uso do material. Despertar consciências, esclarecer responsabilidades, trazer as questões ambientais para bem perto de cada um de nós, mobilizar escolas e comunidades para ações sociais relevantes. Assim é o Tom do Pantanal – um projeto sólido, democrático, criativo, contribuindo para formar cidadãos para o país que queremos e que ajudamos a construir a cada dia. É para isso que trabalhamos. FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS INSTITUTO ANTONIO CARLOS JOBIM FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:45 Page 6 TOM JOBIM MANOEL DE BARROS, P OE TA PANTANEIRO Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim – Tom Jobim – nasceu Não sou biografável. Ou, talvez seja./ Em três linhas./ 1. Nasci na beira do Rio Cuiabá./ 2. Passei a em 25 de janeiro de 1927, no Rio de Janeiro. Passou boa parte de vida fazendo coisas inúteis./ 3. Aguardo um recolhimento de conchas. (E que seja sem dor, em al- sua infância em Ipanema, num tempo em que os peixes da Lagoa gum banco de praça, espantando da cara as moscas mais brilhantes.) Rodrigo de Freitas não morriam por causa da poluição. Pelo contrário, peixes e aves, e outros pequenos animais silvestres, viviam em absoluta harmonia com a exuberante natureza que emoldurava o bairro. O garoto Tom, criado solto entre o mar e a lagoa, nunca esqueceu desse tempo que lhe serviu a vida inteira de inspiração. O menino cresceu, tornou-se maestro. O bairro se desenvolveu. Manoel de Barros nasceu no Beco da Marinha, na capital de Mato Grosso, Cuiabá, em 1916. Nasceu no Pantanal, como as onças e os ingás. Menino de cidade, cresceu entre letras e formigas num tempo em que as crianças tinham uma tevê no lado de dentro dos olhos, sempre sintonizada em moças, e peixes, e pererecas e borboletas invisíveis. Tornou-se poeta e advogado. Construíram-se belas casas, lojas e bares que se tornariam fa- Atualmente vive em sua fazenda em Corumbá e, apesar de não gostar de muita publicidade, é consi- mosos como os artistas que os freqüentavam. Entre eles o bar derado um dos mais conhecidos poetas do Brasil. do Velloso. Foi no avarandado do Velloso que Tom teve a inspiração para o seu maior sucesso, “Garota de Ipanema”. Foi lá também que, freqüentador assíduo, recebeu um telefonema histórico de Frank Sinatra, em pessoa, chamando-o para fazer um disco nos Estados Unidos. De Ipanema para o mundo, Tom Jobim desenvolveu uma brilhante e consistente carreira internacional. Foi compositor, letrista, poeta, maestro, arranjador, instrumentista, cantor, produtor. Com o parceiro Newton Mendonça e o cantor João Gilberto criou a Bossa Nova, um novo estilo musical que até hoje influencia músicos em todo o mundo. A natureza está sempre presente em suas músicas. Manoel de Barros, oitenta e seis anos bem vividos. Rosto quase sem vincos. Parece um eterno menino, capaz de trazer bichos e plantas e entidades e vazios para dentro de seu universo absolutamente original, tornando-os, ao mesmo tempo, objetos e interlocutores com quem está sempre a prosear com jeito de filósofo de inutilidades. Para entrar em estado de árvore é preciso partir de um torpor animal de lagarto às 3 horas da tarde, no mês de agosto. Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer em nossa boca O sol, o mar, o vento, as flores, as aves, aparecem em ritmo de bossa nova em grandes sucessos populares, sofreremos alguma decomposição lírica como “Wave”, “Dindi”, “Sabiá”, entre outros, e também em obras mais voltadas para sonoridades bem brasi- até mato sair na voz leiras, fazendo lembrar o mestre Villa-Lobos, como “Matita Perê” ou a “Sinfonia da Alvorada”. Neste sentido, “Águas de Março” surge como uma síntese de sua obra. Nela encontramos o Tom popular, o erudito, profundamente brasileiro e universal. Tom Jobim é, sem dúvida, um patrimônio da música e da cultura brasileiras. A partir da década de 1980, Tom Jobim volta-se cada vez mais para temas ligados à natureza e à ecologia. Quando morreu, em 1994, era reconhecido em todo o mundo, primeiro por sua música, depois Nestes pequenos trechos do seu Livro das ignorãnças temos uma amostra da linguagem que vem desenvolvendo ao longo de seus livros, inspirados nos dialetos pantaneiros, nos sons das águas, do vento, do fogo, dos animais da terra. É ele também quem universaliza com seu espírito de águia este modo de ser e este sentir tão particular. por suas posições firmes a favor da preservação do meio ambiente. Sua música e suas idéias são a Manoel de Barros, poeta pantaneiro, ao lado de Tom Jobim, é também motivo de inspiração para este inspiração para o TOM DO PANTANAL. projeto de educação ambiental que une meio ambiente à musica e à poesia. Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:45 Page 8 SUMÁRIO 1 2 3 O KIT TOM DO PA N TA N A L 12 O PA N TA N A L , PATRIM Ô NIO N AT U R A L DA H U M A NIDA DE 14 M E IO A M BIE N T E 20 HIST Ó RI A E CU LT U R A LO C A L 22 IM PACTOS A M BIE N TA IS 25 DE S E N VOLV IM E N TO S UST E N T Á V E L 30 E DUC AÇ Ã O A M BIE N TA L 33 TR A BA LH A N DO COM O TOM DO PA N TA N A L 40 TR A BA LH A N DO COM OS PRO GR A M A S E COM OS C A DE R NOS 2 E 3 44 TR A BA LH A N DO COM O C A DE R NO DE INI CI AÇ Ã O M USI C A L 47 TR A BA LH A N DO COM O C D M Ú SIC A S E ATI V IDA DE S M USIC A IS 49 TR A BA LH A N DO COM O C D - ROM TOM DO PA N TA N A L 49 ATI V IDA DE S DE S E NSIBILIZ AÇ Ã O E IN T EGR AÇ Ã O 53 INI CI A N DO O TR A BA LHO 54 R E FE R Ê NCI A S BIBLIO GR Á F I C A S 57 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:45 Page 10 1 O KIT TOM DO PANTANAL O PANTANAL, PATRIMÔNIO NATURAL DA HUMANIDADE MEIO AMBIENTE HISTÓRIA E CULTURA LOCAL IMPACTOS AMBIENTAIS DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EDUCAÇÃO AMBIENTAL Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 12 PROGRAMAS São treze programas que apresentam o ambiente pantaneiro e a importância de sua preservação e O KIT TOM DO PA N TA N A L conservação. Cada programa apresenta um tema e tem em média 18 minutos de duração. Os programas estão editados em cinco fitas de vídeo. Eles facilitam o trabalho, além de ampliar o leque de referências daqueles que utilizarem esse material. • APRESENTAÇÃO DA SÉRIE Este programa faz uma breve descrição dos materiais que compõem o kit, os personagens da sé- rie e as instituições responsáveis pelo projeto. Apresenta em linhas gerais a proposta metodológica do kit Tom do Pantanal. • PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO / O HOMEM E O AMBIENTE PANTANEIRO Introduz os conceitos básicos de Educação Ambiental que facilitarão o desenvolvimento da proposta de trabalho com o projeto. • PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO / MÚSICA Introduz o Caderno de Iniciação Musical, mostrando como, na prática, pode-se desenvolver a percepção musical e a consciência ambiental a partir dos sons do meio ambiente. • 10 PROGRAMAS TEMÁTICOS Com o conteúdo da série Tom do Pantanal: GEOGRAFIA / ÁGUAS DO PANTANAL / RESERVA DA BIOSFERA / A FLORA PANTANEIRA / A FAUNA PANTANEIRA / A PESCA NO PANTANAL / ECOTURISMO / O PANTANAL E SUA HISTÓRIA / A CULTURA PANTANEIRA / ECONOMIA. CADERNOS O Kit conterá quatro cadernos • CADERNO DO PROFESSOR 1 Expõe os objetivos e conteúdos básicos para o desenvolvimento do trabalho, metodologias e atividades de sensibilização. • CADERNOS DO PROFESSOR 2 E 3 Apresentação e sinopse dos dez programas temáticos, desenvolvimento dos conteúdos específicos e sugestões de atividades e projetos. • CADERNO DE INICIAÇÃO MUSICAL Dez unidades, com atividades de percepção musical e informações teóricas sobre os elementos básicos da linguagem musical, a natureza física dos sons e os sons no meio ambiente. MAPA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO PANTANAL Apresenta a delimitação da bacia do alto Paraguai, localizando as unidades de conservação presentes na região. O uso do mapa facilita a compreensão visual da extensão territorial do Pantanal, bem como demonstra a variedade e quantidade de áreas destinadas à preservação ambiental. CD-ÁUDIO MÚSICAS E ATIVIDADES MUSICAIS O CD traz as canções de Tom Jobim, Almir Sater e músicos pantaneiros. Inclui também outras gravações que servirão de apoio ao professor em algumas das atividades propostas no Caderno de Música. O kit Tom do Pantanal é composto por diversos produtos (programas de vídeo, CD-ROM Neste CD está disponibilizado todo o conteúdo da série, bem como o conteúdo do projeto anterior TOM DA cadernos de orientação para o professor, MATA , além do jogo educativo (RPG), com aventuras envolvendo os principais elementos ambientais do Pantanal. Mapa das Unidades de Conservação do Pantanal, CD-Áudio e CD-Rom com jogo RPG), que buscam auxiliar a implementação da Educação Ambiental dentro da prática educativa. RPG (JOGO DE REPRESENTAÇÕES) RPG é a sigla de Role Playing Game e significa “Jogo de Representação”. Surgiu nos EUA em 1974 e espalhou-se pelo mundo muito rapidamente. Os objetivos deste produto no kit são: apresentar aos educadores o RPG como um instrumento pedagógico e estimular os alunos a pensar criativamente sobe o ambiente em que vivem. O RPG está disponibilizado no kit através do CD ROM contendo as aventuras propostas. 13 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 14 PANTAN AL PA S S A A PATRIMÔNIO N ATURAL DA HUMANIDADE PATRIMÔNIO [Do lat. Patrimoniu.] S.m. 1. Herança paterna. 2. Bens O PA N TA N A L , PATRIM Ô NIO N AT U R A L DA H U M A NIDA DE • O Pantanal, no dia 9 de novembro de 2000, foi classificado pela UNESCO como reserva da biosfera. de família. 3. Dote dos ordinan- O Brasil tem cinco áreas classificadas como patrimônio natural da humanidade e outras nove como dos. 4. Riqueza: Conjunto de patrimônio cultural da humanidade. (O Globo, 30/11/2002) bens, materiais ou não, direitos, • O Complexo do Pantanal, com 186,5 mil hectares, é um exuberante exemplo de áreas alagadas ações, posse e tudo o mais que abrangendo o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e as reservas particulares do patrimônio pertencer a uma pessoa ou natural de Dorochê, Acurizal e Penha. O Pantanal representa a maior planície de água doce alagada do empresa e seja suscetível de mundo. (O Globo, 30/11/2002) apreciação econômica. 6. Parte jurídica e material da azienda. PATRIMÔNIO N ATURAL (Dicionário Aurélio) BIODIVERSIDADE É a riqueza de Patrimônio natural compreende formações físicas, biológicas e geológicas excepcionais, habitat de espé- espécies que são encontradas cies animais e vegetais ameaçadas de extinção e zonas de interesse científico, de conservação ou estético. na comunidade de uma determinada região. Para entender melhor o que é patrimônio natural é necessário nos familiarizarmos com alguns conceitos que estão diretamente ligados a este assunto: ECOSSISTEMA É o conjunto formado pelo seres vivos dentro de determinado ambiente e pela relação que se estabelece entre os seres vivos e esse ambiente. As fronteiras entre um ecossistema e outro nunca são muito definidas mas, geralmente, os ecossistemas são tratados como sistemas fechados e separados apenas para facilitar o seu estudo. BIOMA Se ecossistema é um bairro, o bioma é a cidade. Isto é, um grande espaço com fauna, flora e clima próprios e que compreende vários ecossistemas, tais como: baías, salinas, campos de gramíneas, cerrados e ninhais, matas etc. Da soma de ecossistemas nascem os biomas. O Pantanal é um bioma, já que incorpora diversos ecossistemas com características das regiões com que faz limite. Por isso, o Pantanal é conhecido por sua Biodiversidade. Dizer que uma determinada região tem baixa biodiversidade não significa dizer que existam poucos animais e vegetais, e sim que existem poucas variedades de espécies. AT E O Brasil possui um enorme patrimônio natural. N GENÉTICO reconhecido internacionalmente, sendo consi- “Espécies são grupos de populações naturais que se cruzam entre si real ou potencialmente e que 1 derado pela UNESCO (Organização das Nações são reprodutivamente isoladas de outros grupos deste tipo” (in Mayr, 1988).1 of Biology." Unidas para Educação, Ciência e Cultura) como Patrimônio Natural da Humanidade. 14 PATRIMÔNIO ! ÃO de e características específicas, teve seu valor Ç O ecossistema Pantanal, por sua biodiversida- Ernst Mayr "Toward a New Philosophy O conceito de patrimônio genético está diretamente ligado ao conceito de espécie. Indivíduos de uma espécie cruzam entre si para se reproduzirem, mas nunca com indivíduos de outras espécies. Cães não 15 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 16 cruzam com gatos, nem porcos com coelhos. Isso significa que a carga genética daquela população é compartilhada apenas por aqueles indivíduos. Cada espécie possui um patrimônio genético que lhe é próprio. Esse patrimônio compõe-se das informações contidas nos genes das diferentes espécies e que determinam as suas características. Quanto maior a biodiversidade, maior é o patrimônio genético. Com os avanços da ciência genética e as perspectivas de seu uso em diversas áreas produtivas, especialmente na medicina, na formulação de medicamentos, na biotecnologia e em muitos outros campos, cada vez mais grupos de pessoas, governos e instituições discutem os conceitos de propriedade e buscam formas de conservar seu patrimônio genético. RE SER VA S N ATURAIS O Estado também faz a sua parte em relação à preservação ambiental. Através da lei federal nº 9.985 de 18/07/2000, instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC – que estabelece normas e critérios para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. MAS O QUE SÃO UNIDADES DE CONSERVAÇÃO? UCs, as unidades de conservação são áreas naturais de interesse ecológico protegidas oficialmente. São divididas em dois grupos com categorias específicas assim definidas pelo SNUC: I. UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL , cujo objetivo é preservar a natureza, sendo admitido apenas DEFININDO ALGUNS TERMOS “Muitas vezes, nos estudos, nas ações e mesmo nas leis ambientais, empregam-se termos que in- o uso indireto, ou seja, aquele que não envolve consumo. Este grupo é composto pelas seguintes categorias: dicam formas cuidadosas de se lidar com o meio ambiente como proteção, preservação, • Estações ecológicas conservação, recuperação e reabilitação. Em oposição a estes, emprega-se especialmente o termo Têm como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. A visitação pú- degradação ambiental que engloba uma ou várias formas de destruição, poluição ou contaminação blica é proibida, exceto quando com objetivo educacional. Só podem ser admitidas alterações dos do meio ambiente. O que querem dizer? Qual a diferença entre eles?”. (PCN, Meio Ambiente, p. 16) ecossistemas no caso de medidas que visem a restauração de sistemas modificados ou manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica. PROTEÇÃO • Reserva biológica Ato ou efeito de proteger-se. Abrigo, resguardo. Preservação e conservação são formas de proteção. Tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais. A visitação pública é proibida, PRESERVAÇÃO É a ação de proteger contra a destruição, e qualquer forma de dano ou degradação, um ecossis- exceto quando com objetivo educacional. tema, uma área geográfica, espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção, adotando-se • Parques nacionais medidas preventivas e de vigilância. Criados com a finalidade de preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de CONSERVAÇÃO É a utilização racional de um recurso, de modo a se obter rendimento e garantir, ao mesmo tempo, sua renovação. Para a legislação ambiental, conservar implica manejar, usar com cuidado, manter. atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas pelo Plano de Manejo da Unidade. RECUPERAÇÃO É o ato de resgatar o que já se perdeu. Quando se trata de meio ambiente significa restabelecer as características do ambiente original. REABILITAÇÃO É o ato de resgatar parte do que foi perdido, quando é impossível se voltar à condição original. O ambiente pode ser reabilitado para diversos fins. O monumento natural constitui-se de sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Pode ser formado de áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra pelos proprietários. • Refúgio da vida silvestre Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou DEGRADAÇÃO reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. A visita- É o ato de alterar e desequilibrar de tal forma o meio ambiente a ponto de atingir os processos ção pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas pelo Plano de Manejo da Unidade. vitais ali existentes. A degradação pode se dar por causas naturais ou pela intervenção do homem – o que os ambientalistas chamam de ação antrópica. 16 • Monumento natural II. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL , cujo objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos naturais. 17 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 18 • APAs, áreas de proteção ambiental Áreas extensas, públicas ou privadas, que têm como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, N disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. M ATO GROS S O • Florestas nacionais Áreas de domínio público, com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e que têm • U.C. do Rio Cuiabá como objetivos básicos o uso múltiplo dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas. • Áreas de relevante interesse ecológico São, em geral, áreas de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com caracte- • PARNA da Chapada dos Guimarães ESEC da Serra das Araras • i rísticas naturais extraordinárias e que têm como objetivos manter os ecossistemas naturais de Rio Par agu a al abaç Rio C Rio Ja ur u importância regional ou local e regular a sua utilização. Cáceres • • Poconé Rio Cu iab á • RPPNs, reservas particulares do patrimônio natural • Cuiabá Áreas de propriedade privada, gravadas com perpetuidade, que têm como objetivo a preservação de paisagens de grande beleza ou que sejam significativas quanto à biodiversidade. •ESEC Taimã • Reserva extrativista o nç ure Lo o ã S Rio É uma área utilizada por populações tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem BOLÍVIA •PARNA do Pantanal Matogrossense como objetivo básico proteger os meios de vida e a cultura destas populações. Rio Piquiri ri ua Taq Rio quari Rio Ta • Reserva de fauna É uma área natural com populações de animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, resi- • Coxim dentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico dos Rio P a recursos faunísticos. ragua i Corumbá • gro Ne Rio • Reserva de desenvolvimento sustentável M ATO GROS S O DO S U L oco Tab Rio É uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais. ua Rio Aquida COMO DEVEMOS ATUAR EM RELAÇÃO À TEMÁTICA AMBIENTAL? na • Campo Grande Uma atuação consciente, ética, individual e coletiva é um dos resultados esperados de um processo de Educação Ambiental. Essa consciência deve ser construída a partir da relação dos nossos hábitos • Bonito e atitudes com a situação sócioeconômica e cultural local. A compreensão desses relacionamentos LEGENDA LIMIT E E STA DUAL HIDROGRAFIA M UNI CÍ PIOS possibilita uma visão integrada da realidade em que estamos inseridos. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Rio Mi ran da PARAGUAI Para auxiliar esse processo de construção de valores e adoções de posturas pessoais e coletivas, consideramos importante desenvolver cinco conteúdos que servirão de base e estímulo para as reflexões. Rio Ap a LIMIT E IN T E RNACIONAL ECOSSISTEMAS C E R R A DO PANTANAL / SUB-REGI Õ E S C ÁC E R E S Esses conteúdos, sobre os quais falaremos a seguir, não estarão sendo apresentados de forma definitiva POCONÉ e fechada, devem ser ampliados e debatidos durante todo o trabalho de Educação Ambiental. AMOL AR BAR Ã O DE MELGAÇO PA IAGU Á S NABILEQU E 18 N H ECOL Â NDIA ABOBR AL RIO NEGRO BODO QU E N A JAC A DIGO PORTO MURTIN HO 04.09.02 19:46 Page 20 EIS ALGUMAS DEFINIÇÕES DE MEIO AMBIENTE MEIO AMBIENTE Elas devem servir apenas como referência, pois, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o conceito de meio ambiente muda de sociedade para sociedade: PCN “Muitos estudiosos da área ambiental consideram que a idéia para a qual se vem dando o nome de meio ambiente não configura um conceito que interesse ou possa ser estabelecido de modo rígido e definitivo. É mais relevante estabelecê-lo como uma representação social, isto é, uma visão que evolui no tempo e depende do grupo social em que é utilizada. São estas representações, bem como suas modificações ao longo do tempo, que importam: é nelas que se busca intervir quando se trabalha com meio ambiente.” NO BRASIL, A LEI FEDERAL 6.938 DE 31.08.81 DA POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE TEM ESTA DEFINIÇÃO: "Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.” COMO É ESTE CONCEITO EM OUTROS PAÍSES? Poutrel & Wasserman, 1977 S AIBA MAIS E PENSE VOCÊ TAMBÉM Cad.Prof•Livro01 "O conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas.” (FEEMA, 1990) Na França, segundo o Dicionário francês de Ecologia – Touffet: “Conjunto de fatores bióticos (os seres vivos) ou abióticos (físico-químicos) do habitat suscetíveis de terem efeitos diretos ou indiretos sobre os seres vivos e, compreende-se, sobre o homem.” (FEEMA, 1990) Nos Estados Unidos segundo o Banco Mundial: “A soma das condições externas e influências que afetam a vida, o desenvolvimento e, em última análise, a sobrevivência de um organismo.” (FEEMA, 1990) PENSANDO O MEIO AMBIENTE ATRAVÉS DA HISTÓRIA Não é de hoje que as pessoas se preocupam em definir e estudar o meio ambiente. Na Grécia antiga, o filósofo grego Anaximandro foi um dos primeiros a pensar na relação do homem com Todos nós falamos muito de meio ambiente. seu meio. Mais recentemente, no século XVIII, os naturalistas Georges Leclerc, conde de Mas o que é meio ambiente? Por que usa- Buffon, na França, e Alexander von Humboldt, na Alemanha, foram os primeiros a desenvolver mos dois sinônimos – meio e ambiente – o conceito. Segundo eles, as características da fauna e da flora de uma região estão para definir o espaço natural e cultural on- intimamente relacionadas com a latitude, tipo de relevo e condições climáticas existentes. de vivemos e nos incluímos? Será que podemos influir sobre ele? E as novas gerações? Como orientar os mais jovens quanto às questões que influenciam diretamente nossas vidas? Diferentes visões e enfoques da relação do ser humano com o meio produziram historicamente diversos conceitos sobre meio ambiente. A visão que o ser humano estabelece de meio ambiente determina a relação entre eles, por exemplo: se a natureza existe para servir ao homem, será estabelecida uma relação utilitarista. Os povos lidam com a natureza de formas diversas, em maior ou menor proximidade. 21 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 22 O ser humano, H I S T Ó R I A E C U LT U R A L O C A L • ao interagir com os elementos físicos e biológicos, cria um espaço sociocultural; • ao utilizar os elementos do seu ambiente, provoca modificações que se transformam com o passar do tempo (história); • ao transformar o ambiente, muda também sua própria visão a respeito da natureza e do meio em que vive (cultura e economia). Todos nós somos influenciados pelo local onde vivemos – clima, cultura, história –, tudo influi em Popularizada no fim do século XX, nossa maneira de ser e de nos relacionarmos com o meio. Por isso é importante conhecer e valorizar a palavra ECOLOGIA foi criada em a nossa origem e a nossa história. 1866 pelo naturalista alemão “A ecologia humana estuda a distribuição territorial e a organização das comunidades em relação Ernst Haecke e quer dizer: o es- ao meio em que vivem(...)” Dicionário demográfico das Nações Unidas, 1959 tudo da nossa casa. COMO SE DEU A OCUPAÇÃO DO HOMEM NO PANTAN AL A ocupação do Pantanal pelo homem aconteceu de diversas formas e vem se modificando até hoje. A população indígena foi a primeira a ocupar o Pantanal. Depois vieram os bandeirantes, com um objetivo: a captura de índios para suprir a mão-de-obra nas fazendas implantadas no planalto de Piratininga, hoje São Paulo. Chegando em Coxipó, os bandeirantes encontram ouro e se fixam por lá. Logo a notícia se espalha. De toda parte do Brasil, chegam garimpeiros. Foi, então, em 1727, fundada a Vila Real de Bom Jesus do Cuiabá. O ciclo do ouro estimulou o povoamento do Pantanal e se estendeu por mais de cem anos. Jazidas foram encontradas em Vila Bela, Poconé e Livramento. Em seguida, instala-se o ciclo da cana-de-açúcar. Os primeiros 16 engenhos implantados na região possuíam ao todo mais de 3.000 escravos na Chapada e em Cuiabá. Mato Grosso chegou a ser o segundo maior produtor de açúcar do Brasil, superado apenas pelo Nordeste. As usinas de açúcar do Pantanal eram as mais modernas do país. Quando a indústria do açúcar entrou em decadência, foi aos poucos substituída pela pecuária. O rebanho bovino adaptou-se às pastagens naturais da região. As fazendas iniciaram o processo de industrialização da carne e preparo do couro. Deu-se início ao ciclo das charqueadas (indústria pastoril que se desenvolveu para abastecer as grandes usinas de Açúcar, produzindo carne seca e outros derivados, nas entressafras da cana). Este período durou quase um século – estendeu-se de 1880 até por volta de 1970. OS Cavalhadas de Poconé RIOS COMO ESTRADA A hidrovia Paraguai-Paraná-Prata tem um importante papel na vida da população local. Serviu de via de acesso para os bandeirantes de leste para oeste (Tietê-Paraná-Paraguai) e para os espanhóis de 23 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 24 sul para norte (Prata-Paraná-Paraguai). O porto de Corumbá chegou a ser considerado um dos mais importantes da América do Sul. A partir da segunda metade dos anos 1970 vários acontecimentos despertaram o interesse de gran- IM PACTOS A M BIE N TA IS des empresas de mineração e transporte hidroviário pelo Centro-Oeste do Brasil: a grande produção de soja no Cerrado; a reativação da produção mineral (ferro, manganês) nas minas do Urucum (Brasil) e Mutum (Bolívia); a criação do Mercosul e a criação do gasoduto Bolívia-Brasil. Observamos que, ao longo da História, diferentes relações foram desenvolvidas entre o ser humano e o meio pantaneiro, estabelecidas pelos bandeirantes, garimpeiros, usineiros, pecuaristas etc. Cada um destes ciclos econômicos trouxe novas realidades socioculturais para a região. A experiência com a cana-de-açúcar e seus derivados, assim como o gado bovino, marcam ainda hoje os costumes das pessoas que vivem no Pantanal. O somatório de todos estes processos reflete-se até hoje na cultura pantaneira. Trecho do rio Cuiabá. Mineração de ferro em Urucum. 24 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 26 Assim como a sociedade vai se modificando de acordo com as influências econômicas, sociais e construção de uma barragem, uma estrada, um aeroporto) deve providenciar, por exigência do IBAMA culturais, o meio ambiente reage às variadas influências a que está sujeito. e dos órgãos estaduais de meio ambiente, um Estudo de Impacto Ambiental, realizado por empresas Toda as ações feitas sobre o meio ambiente geram alterações. Estas alterações são o que chamamos de impacto ambiental. Impacto é a alteração do meio ambiente como um todo, ou em alguns de seus componentes, desen- especializadas. Estes estudos devem definir a área geográfica a ser afetada e sugerir medidas ou ações que reduzam os efeitos das ações negativas. cadeada por determinada ação ou atividade. Mas será que um impacto é ruim para todos que fazem parte do meio ambiente? Eis a questão. As alterações precisam ser estudadas e quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo ser grandes ou pequenas. Mas que parâmetros de julgamento usar nestas questões? A IMP OR TÂNCIA DE E STUDAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS Estudando os impactos, podemos entender como eles irão agir sobre o meio ambiente e, assim, avaliar e nos prevenir de suas conseqüências. Os estudos de impacto, feitos por profissionais especializados, servem de base para que a sociedade possa decidir pela realização ou não de determinado empreendimento. O EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) são mecanismos que a sociedade, através do Estado, têm para se proteger. Estes estudos e relatórios, além da aprovação dos órgãos ambientais, são também apresentados e discutidos em Audiências Públicas. IMPACTOS AMBIENTAIS NO PANTAN AL Quando falamos de impactos ambientais, em geral pensamos em suas conseqüências negativas, esquecendo que também podem causar algumas positivas. Os jornais e revistas, o rádio e a tevê dão destaque às matérias que apontam problemas. Também não podemos esquecer que os impactos ambientais são muito mais freqüentes do que imaginamos. Por exemplo, roçar uma área numa propriedade rural ou de periferia para fazer um criadouro de animais ou uma horta é uma forma de impactar o ambiente. É claro que não podemos comparar com grandes obras e outras interferências, DEFINIÇÃO DE IMPACTO "Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (II) as atividades sociais e econômicas; (III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; (V) mas num caso como esse a alteração ambiental também existe. E o que fazer? Será que devemos simplesmente abandonar a idéia da horta para evitar o impacto, ou agir para que as conseqüências sejam o menos nocivas possível? Que tipo de insumos usar para não poluir o solo ou os lençóis freáticos? Como realizar os empreendimentos sem alterar tanto o ambiente? Será que poderemos agregar a eles alguns elementos positivos? a qualidade dos recursos ambientais." (Resolução do CONAMA, n.º 001, de 23/01/86) Pode-se ainda questionar se todo o impacto é causado por uma ação humana. Se cai um raio no meio da plantação e pega fogo, pode ser considerado impacto? Sim, e neste caso não é causado diretamente por uma ação do homem. ESTUDOS AMBIENTAIS: A LEGISL AÇÃO E OS IMPACTOS AMBIENTAIS A preocupação com os impactos sobre o meio ambiente fez com que os governos de muitos países estabelecessem regulamentações, desenvolvessem leis e tomassem medidas para criar normas com o objetivo de nortear as ações sobre o meio ambiente e minimizar o efeito destas ações. Antes de colocar em prática um empreendimento (público ou privado) é preciso estudar o meio em que ele se dará, incluindo todos os seus aspectos físicos, biológicos, sociais e econômicos, e como Assoreamento das margens do rio Taquari. este empreendimento irá agir sobre ele. Quando um empreendedor planeja sua ação (por exemplo, a 26 27 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 28 E OS IM PACTOS NO PA N TA N A L ? AÇÕES QUE C AUSAM GRANDES IMPACTOS AMBIENTAIS • A OCUPAÇÃO URBANA das bacias hidro- • AGRICULTURA INDISCRIMINADA e plantio de soja no • QUEIMADA S Muitos fazendeiros colocam fo- fiscalização não dão conta das investidas de gráficas ao redor do Pantanal e os garimpos Cerrado, provocando erosão do solo, além de con- go nas pastagens. Esta é uma prática secular caçadores e pescadores profissionais. de ouro e diamante, causando vários níveis de taminá-lo com o uso excessivo de agrotóxicos. O e o Pantanal é o campeão de queimadas em O caititu, a capivara, o queixada, a lontra, a poluição ambiental. resultado disso é o assoreamento dos rios. todo o estado do Mato-Grosso do Sul. No esta- ariranha e a arara-azul são dos mais visados, do de Tocantins há um programa de governo além de várias espécies de peixes. • A POLUIÇÃO HÍDRICA Segundo o Projeto de Monitoramento da Qualidade da Água (MQA da FEEMA ), 71 indústrias são potencialmente que regulamenta as queimadas em determinadas situações. poluidoras na bacia do rio Cuiabá, sendo que • PESCA PREDATÓRIA , acarretando a redução 30,9% são responsáveis por toda a carga de no número de peixes, podendo causar desequi- origem industrial lançada principalmente nos líbrio ecológico. A pesca é um grande atrativo rios Cuiabá e Coxipó. Os córregos da Prainha, turístico da região e pode ser praticada de Gambá, Mané Pinto, Barbado e o rio Coxipó forma não predatória, seguindo os regula- recebem diretamente em seus leitos, e sem mentos existentes. qualquer tratamento, a carga de esgoto da Grande Cuiabá (Cuiabá e Várzea Grande). Nas praias de Santo Antonio do Leverger (a poucos quilômetros de Cuiabá) o alto índice de coliformes fecais registrado torna impróprio o banho de moradores e turistas em suas águas. • POLUIÇÃO URBANA e poluição de usinas de cana-de-açúcar, frigoríficos e curtumes. • TURISMO DESORGANIZ ADO A falta de controle quanto ao número de turistas que visitam as diversas regiões, gera sérios problemas. O lixo deixado, principalmente pelas embarcações, é o pior deles. • CAÇA DE ANIMAIS EM EXTINÇÃO Mesmo proibida, a caça continua ocorrendo. Os mecanismos de Pocesso erosivo na cabeceira do Amolar, nascente do rio Paraguai. Onça-pintada, mamífero ameaçado de extinção. 28 29 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:46 Page 30 DE S E N V OLV IM E N TO S U S T E N T Á V E L Voltando à idéia de ação e reação, podemos concluir que sempre que se atuar sobre o meio ambiente haverá DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL algum impacto. A questão passa, então, a se localizar em um outro nível. Não basta eliminar ações nocivas é o que satisfaz às necessidades ao meio; é preciso pensar também em formas de conciliar desenvolvimento econômico e ganhos sociais presentes, sem comprometer a com preservação. Esta é a base do Desenvolvimento Sustentável. capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias neces- A expressão Desenvolvimento Sustentável foi criada na década de 1960, quando se formou, na Itália, o Clube sidades. (Nosso Futuro Comum* de Roma. O Clube de Roma é uma organização não governamental que reúne especialistas em diversas ONU, 1987) áreas, e provenientes de vários países. Sua missão é localizar, discutir problemas e apontar soluções para que as nações possam se desenvolver sem causar danos ao ambiente. O Clube de Roma publicou um estudo * Nosso Futuro Comum é um rela- chamado Limites do Crescimento. Nesta publicação, eles concluíram que o progresso científico e tório da Comissão Mundial sobre tecnológico estava criando um confronto entre o conforto humano imediato e a preservação da vida. Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), organismo independente, A expressão desenvolvimento sustentável, desde então (década de 1960), passou a ser usada para definir criado em 1983 pelas Nações Uni- um novo modelo de desenvolvimento econômico. Ao invés do simples crescimento, os países deveriam das para avaliar os problemas buscar a melhoria da qualidade de vida de suas populações. O desenvolvimento deve buscar a harmonia ambientais. Este documento foi entre o homem e o meio ambiente, procurando não causar o esgotamento dos recursos naturais e promoapresentado em 1987 à Assem- vendo o controle da emissão das substâncias tóxicas no ambiente. bléia Geral da ONU. A G E N D A 21 Agenda 21 (referente ao século XXI) é um documento escrito durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio ambiente e Desenvolvimento Humano, a ECO-92 (Rio de Janeiro, 1992). A Agenda 21 previa metas e ações para o século XXI, tendo como modelo o desenvolvimento sustentável. Apresenta compromissos a curto, médio e longo prazos. O documento tem cerca de 2.500 ações a serem implementadas. Os países e cidades também podem criar suas Agendas 21. A Agenda 21 Brasileira, que está sendo criada, terá seis temas: Agricultura Sustentável, Cidades Sustentáveis, Infra-estrutura e Integração Regional (para os setores estratégicos de transportes, energia e comunicações), Gestão dos Recursos Naturais (para a proteção e uso sustentável dos recursos naturais), Redução das Desigualdades Sociais (para reduzir as disparidades sociais) e Desenvolvimento Sustentável. Em seguida, as cidades criarão suas agendas locais. TEMA PARA DISCUSSÃO É possível promover o desenvolvimento econômico e, ao mesmo tempo, conservar o meio ambiente? No endereço da Internet do Ministério do Meio Ambiente http://www.mma.gov.br é possível saber mais sobre a Agenda 21 Brasileira. E você? Se você fosse ajudar a criar a Agenda 21 local da sua cidade, quais seriam as suas propostas? E a Agenda 21 do seu bairro? CONSUMO SUSTENTÁVEL Água, fontes energéticas, terras para agropecuária, matérias-primas para todo tipo de indústria... Comitiva 30 ? Novos conceitos vêm sendo desenvolvidos para que a nossa sobrevivência não signifique, necessariamente, o esgotamento dos recursos naturais do planeta. 31 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 32 O “consumo sustentável” é um desses conceitos: Consumo sustentável é o uso de serviços e produtos que respondem às necessidades básicas de toda a população e trazem a melhoria na qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reduzem o E DUC AÇ Ã O A M BIE N TA L uso dos recursos naturais e de materiais tóxicos, a produção de lixo e as emissões de poluição em todo ciclo de vida, sem comprometer as necessidades das futuras gerações. (CDS / ONU – Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas – 1995) QUE ATITUDES DE CONSUMO SUSTENTÁVEL PODEMOS ADOTAR NO NOSSO DIA-A-DIA? Alguns exemplos de coisas simples que podemos fazer: reciclar e reduzir a produção de lixo, economizar água e energia (escovar os dentes com a torneira fechada, evitar sempre que possível o uso de chuveiro elétrico...), manter regulados os aparelhos eletrodomésticos como geladeira, arcondicionado, e outros. SELOS VERDES O aumento da consciência ambiental está estimulando a sociedade a consumir produtos ambientalmente saudáveis. Vários países do mundo já adotam espontaneamente mecanismos de rotulagem ambiental, com atribuição de "selos verdes" a produtos que atendam a critérios de controle ambiental previamente estabelecidos. A rotulagem ambiental está se tornando um poderoso instrumento de mercado, pelo qual se informa aos consumidores que determinados produtos são produzidos dentro de padrões ambientalmente corretos. No Pantanal, um dos exemplos é o Boi Verde, projeto de pecuária ecologicamente correta, que diminui o tempo de engorda alterando formas tradicionais de manejo, cuidando ao mesmo tempo da fertilidade do solo e da qualidade da alimentação dos animais, mostrando-se muito competitivo através da produção de carne de ótima qualidade e de bons preços nos mercados interno e externo. D E S E N V O LV I M E N T O SUSTENTÁVEL NO PANTAN AL No Pantanal, o ecoturismo vem sendo uma boa maneira de promover o desenvolvimento sustentável. O ecoturismo já representa 5% do turismo mundial. Provavelmente alcançará 10% nesta década Por que o ECOTURISMO é importante. que se inicia. Para a Organização Mundial do Turismo, enquanto o turismo convencional registra • Conserva a diversidade biológica um crescimento de 7,5% ao ano, o ecoturismo ultrapassa 20%. (FONTE: ABAV – Associação Brasileira A Educação Ambiental foi a forma en- e cultural. de Agentes de Viagens, 2001) contrada internacionalmente para • Promove o uso sustentável da O QUE É O ECOTURISMO? biodiversidade. Ecoturismo é um tipo de turismo praticado em harmonia com o meio ambiente e a comunidade, • Gera empregos e oportunidades feito em regiões de grande importância ecológica ou científica e/ou de grande beleza natural. Além de negócios. de não poluir e ajudar a conservar o meio ambiente, uma das bases do ecoturismo é que os • Beneficia as comunidades vincu- recursos que ele gera sejam direcionados para projetos que beneficiem diretamente a população lando-se a projetos sociais locais dos locais onde ele é praticado. 32 promover mudanças de mentalidade, investindo na conscientização das pessoas para que adotem novas posturas quanto à proteção à vida, a melhoria do meio ambiente e a qualidade de vida das comunidades. Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 34 Além de salvar espécies ameaçadas de extinção ou preservar florestas, existem outras questões amECO-92, UM MARCO NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE bientais, muito mais próximas do nosso dia-a-dia, que interferem diretamente em nossas vidas. Em 1992, durante o mês de junho, o Rio de Janeiro tornou-se a capital mundial do meio ambiente. A HISTÓRIA DA EDUC AÇÃO AMBIENTAL NO MUNDO Na pauta, declarações de princípios, tratados, compromissos éticos, propostas de soluções alternativas para problemas econômicos e ambientais, ênfase na educação ambiental, estimulo Em 1952, um acidente de poluição do ar em Londres provocou a morte de 1.600 pessoas. Este trági- à atuação das ONGs ligadas ao meio ambiente e muitos outros temas foram discutidos por espe- co acontecimento confirmou os temores e alertas de cientistas da época e mexeu emocionalmente cialistas e governantes de todo o mundo. com todo mundo. A questão ambiental entrou definitivamente em pauta. Os acontecimentos de Londres servem como divisor de águas, um alerta para os povos e os governos. Ainda assim, para muitos, tratou-se apenas de um fato isolado. Somente na década seguinte, no embalo dos movimentos sociais provocados pelos jovens da época – feminismo, black power e muitos outros –, é que a preocupação com o meio ambiente começou a ganhar força e forma. Enquanto os Beatles celebravam com suas canções o nascimento de uma nova A sociedade civil esteve presente, também participando dos debates e dos workshops. Durante a Conferência, o comprometimento internacional com a educação se deu por meio de documentos firmados entre mais de 170 países, reconhecendo seu papel para a construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado, que implica responsabilidade individual e coletiva em níveis local, nacional e planetário. sociedade, muita gente trabalhava para que ela passasse de fato a existir. É o caso de professores e Muitas das sementes lançadas durante a Eco 92 tornaram-se realidade. Infelizmente, porém, alunos da Universidade de Keele, na Inglaterra, que, pela primeira vez, em 1965, organizaram um muita coisa ainda continua só no papel. congresso de Educação Ambiental (Environmental Education). A partir da década de 1970, todas as iniciativas de universidades, escolas, instituições governamentais e não governamentais, no sentido de estudar e discutir as questões ambientais, passam a ser identificadas com essa mesma expressão – Educação Ambiental. Nos anos 1970, todos os países começaram a estabelecer programas visando a proteção do meio Em 1972, a ONU promoveu uma conferência sobre o Ambiente Humano, apontando para a “respon- ambiente. Em 1973, no Brasil, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente ( SEMA). A Educação sabilidade com relação à proteção e à melhoria do ambiente, em toda sua dimensão humana”. De Ambiental foi assumida como obrigação nacional pela Constituição Federal de 1988: início essas recomendações vieram de forma vaga, mas logo depois passaram a indicar um caminho: a educação. Em 1975, o documento da Conferência de Estocolmo, da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) registrava: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes gerações.(...) 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...] devem ser lançadas as bases para um programa mundial de Educação Ambiental que possa (...) VI – promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública tornar possível o desenvolvimento de nossos conhecimentos e habilidades, valores e atitudes, vi- para a preservação do meio ambiente... sando à melhoria da qualidade ambiental e, efetivamente, à elevação da qualidade de vida para as Os conteúdos e as metodologias de Educação Ambiental passam a fazer parte do nosso sistema gerações futuras. de ensino nas instâncias de governo federal, estadual e municipal (art. 225, § 1º, VI). A partir dessa data, alguns países adotaram programas de Educação Ambiental, e essa prática se di- A atual lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (n.º 9.394, de 20/12/1996), no Capítulo II, que fundiu ainda mais depois da Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, trata da Educação Básica, orienta: promovida pela UNESCO e pelo Programa da ONU para o ambiente (PNUMA). Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, a seguinte diretriz: A Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, realizada em Tbilisi (outu- a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de bro/1977), foi promovida pela UNESCO e serviu de marco no estabelecimento dos princípios e respeito ao bem comum e à ordem democrática. recomendações a serem desenvolvidos em Educação Ambiental nas escolas. Na ECO-92, o Fórum das ONGs redigiu o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. 34 NO BRASIL Ainda mais direcionada é a inclusão do meio ambiente nos Parâmetros curriculares nacionais, elaborados pela Secretaria do Ensino Fundamental-SEF/Ministério da Educação e do Desporto (1997). 35 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 36 Portanto, as leis brasileiras e os pressupostos da educação estão em sintonia com as proposições assumidas internacionalmente no que diz respeito ao investimento numa nova mentalidade, que gere novas posturas frente aos dilemas e problemas apontados nestes encontros. AMBIENTAL É UM TEMA TRANS VER S AL OS TEMAS TRANSVERSAIS DOS PCNs As problemáticas sociais são integradas na proposta educacional dos Parâmetros curriculares na- As resoluções quanto ao que deva ser Educação Ambiental no Brasil – que constam do documento do cionais (PCNs) como Temas Transversais. Não constituem novas áreas, mas antes um conjunto de MEC, Parâmetros curriculares nacionais (PCN), editado em 1997 e distribuído a todas as escolas pú- temas que aparecem transversalizados nas áreas definidas, isto é, permeando a concepção, os blicas do país – são, resumidamente, as seguintes: objetivos, os conteúdos e as orientações didáticas de cada área, no decorrer de toda a escolarida- • considerar o meio ambiente em sua totalidade: em seus aspectos natural e construído, tecnológicos e sociais (econômico, político, histórico, cultural, técnico, moral e estético); • constituir um processo permanente e contínuo – desde o início da educação infantil – durante todas as fases do ensino formal; de obrigatória. A transversalidade pressupõe um tratamento integrado das áreas e um compromisso das relações interpessoais e sociais escolares com as questões que estão envolvidas nos temas, a fim de que haja uma coerência entre os valores experimentados na vivência que a escola propicia aos alunos e o contato intelectual com tais valores(...). • aplicar enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada área, de modo que se Os Temas Transversais sugeridos pelos PCNs para serem trabalhados no Ensino Fundamental ten- consiga uma perspectiva global da questão ambiental; do como foco central a cidadania são: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, • examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e inter- Orientação Sexual (1ª a 8ª séries) e Trabalho e Consumo (5ª a 8ª séries). Eles foram escolhidos nacional; “por envolverem problemáticas sociais atuais e urgentes, consideradas de abrangência nacional e até • concentrar-se nas questões ambientais atuais e naquelas que podem surgir, levando em conta mesmo de caráter universal. A grande abrangência dos temas não significa que devam ser tratados uma perspectiva histórica; igualmente; ao contrário, exigem adaptações para que possam corresponder às reais necessidades • insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional para prevenir os de cada região ou mesmo de cada escola.” Fonte: MEC, Volume 1: Introdução aos PCNs do Ensino Fun- problemas ambientais; damental – 1ª a 4ª série. (www.mec.gov.br/sef/estrut2/pcn/pdf/livro01.pdf). • considerar de maneira explícita os problemas ambientais nos planos de desenvolvimento e crescimento; • promover a participação dos alunos na organização de suas experiências de aprendizagem, dando-lhes a oportunidade de tomar decisões e aceitar suas conseqüências; • estabelecer, para os alunos de todas as idades, uma relação entre a sensibilização ao meio ambiente, a aquisição de conhecimentos, a atitude para resolver os problemas e a clarificação de valores, procurando, principalmente, sensibilizar os mais jovens para os problemas ambientais existentes na sua própria comunidade; • ajudar os alunos a descobrirem os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais; Segundo o Ministério da Educação, “todos os temas transversais... • são temas de abrangência nacional, • podem ser compreendidos por crianças na faixa etária proposta, • permitem que os alunos desenvolvam a capacidade de se posicionarem perante questões que interferem na vida coletiva, • podem ser adaptados à realidade das regiões.” CIDADANIA • ressaltar a complexidade dos problemas ambientais e, em conseqüência, a necessidade de desen- Ao permitir que os alunos desenvolvam um posicionamento perante questões que interfiram na vida volver o sentido crítico e as atitudes necessárias para resolvê-los; coletiva, a educação ambiental está estimulando nestes alunos uma postura cidadã, isto é, um posi- • utilizar diversos ambientes com a finalidade educativa e uma ampla gama de métodos para trans- cionamento crítico e respeitoso em relação a seus compromissos com o meio em que vivem. mitir e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, ressaltando principalmente as atividades práticas e as experiência pessoais. (TOM DA MATA, FRM, 1998) Em 1999, no Brasil, foi instituída oficialmente a Política Nacional de Educação Ambiental. Cada vez mais, todas as recomendações, decisões e tratados internacionais colocam a Educação Ambiental em primeiro lugar para se conseguir criar e aplicar formas sustentáveis de interação sociedade-natureza. Pensando nisso, os novos Parâmetros curriculares nacionais incluíram a Educação Ambiental como um dos temas transversais. 36 EDUCAÇÃO Mais do que direitos e deveres, cidadania implica em compromisso. O sentido de cidadania é dinâmico e deve estar sempre presente, norteando decisões, atitudes e ações concretas. O conceito de cidadania é amplo e merece ser debatido. • O que é ser um cidadão? • Por que a palavra cidadania está sempre presente quando discutimos formas de viver melhor? • No Acre, por exemplo, foi criado o termo “florestania”, mostrando que o compromisso daquela população é com a floresta onde vive a maioria dos acreanos. 37 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 38 2 TRABALHANDO COM O TOM DO PANTANAL TRABALHANDO COM OS PROGRAMAS E COM O SEGUNDO CADERNO TRABALHANDO COM O CADERNO DE INICIAÇÃO MUSICAL TRABALHANDO COM O CD MÚSICAS E ATIVIDADES MUSICAIS TRABALHANDO COM O CD-ROM TOM DO PANTANAL Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 40 TR A BA LH A N DO COM O TOM DO PA N TA N A L As sugestões de atividades com os temas, apresentadas neste material, apontam ao professor uma forma de estruturar o trabalho que permite desenvolver os princípios básicos da Educação Ambiental. Através dessas atividades, poderemos perceber como o encadeamento de questões possibilita a reflexão sobre as especificidades de cada tema, nos permitindo observar como estes Paulo – É muito claro, mas a lua desaparece porque tá muito claro no azul...e olha... ela não some, ela fica no espaço! temas se relacionam. Martim – O infinito é pra lá do céu. Ao elaborar uma proposta de trabalho, o educador se vê diante de algumas questões iniciais. Ao pro- Daniel – Pra lá do céu é a lua, cara. curar respostas para elas, encontrará suporte para a realização dos projetos. Por que e para que trabalhar com Educação Ambiental na escola? E principalmente: Como? Pensando nas múltiplas realidades brasileiras, sentimos a necessidade de estruturar "uma" entre as diversas formas possíveis de realizarmos este “Como”. Nossas sugestões têm por objetivo funcionar como estímulo para o professor buscar a interdisciplinaridade através da realização de projetos, com a integração da comunidade dentro da escola e a valorização das diferentes linguagens artísticas no Martim – Então o infinito é pra lá da lua. Pedro – Eu acho que minha mãe é mamífera. Marcos – A minha foi, mas não é mais. Prof. – E por quê? processo educativo. Paula – Então ela agora é “desmamífera”. (FRM, 1994) O processo educativo visa à construção de valores e atitudes que transformem os relacionamentos. Es- A curiosidade pressupõe a observação, e o questionamento a formulação de idéias. “O ato de obser- tamos acostumados a ver as questões de ecologia ou Educação Ambiental relacionadas com “problemas var envolve todos os outros instrumentos: a reflexão, a avaliação e o planejamento, pois todos se ambientais”. No entanto, para sensibilizarmos os indivíduos para essas questões, precisamos criar elos intercruzam no processo dialético de pensar a realidade.” ( Weffort, Madalena Freire, 1996) afetivos com o meio. A mudança de atitudes e valores se dá a partir da valorização dos aspectos positivos dos elementos que fazem parte de nosso ambiente. É necessário perceber a Natureza, ao mesmo tempo frágil e forte. Tom Jobim sabiamente já dizia: “Esse negócio de entender de uma coisa, tem que amar. Quando você ama, isso cria uma capacidade. (...) É um tipo de estudo.” A metodologia proposta tem como referência três aspectos que acreditamos influenciar a qualidade e os resultados desejados: Garantindo espaços para o questionamento e a escuta, considerando e respeitando as diferentes formas de pensar dos alunos, o educador passa a ser um condutor do processo de construção de conhecimentos. Em todo o processo avaliativo, será preciso lembrar que diferentes pessoas têm modos de pensar, ver e de sentir os elementos da realidade em que se está e de reagir a eles. As diferenças devem ser respeitadas, e o professor atento poderá ajudar o aluno a melhorar seu desempenho sobre vá- • a prática da observação e do questionamento; rios aspectos. A capacidade de observação, por exemplo, pode ser potencializada sob suas • a percepção dos inter-relacionamentos e ciclos; diversas formas. Essa é uma condição importante para qualquer aquisição de conhecimento e de • o planejamento através de projetos. experiências, em especial para a compreensão dos problemas ambientais. (MEC, 1997) A 40 Prof. – E quando fica de dia para onde a lua vai? PRÁTIC A DA OB SER VAÇÃO E DO QUE STION AMENTO O professor tem um papel importante neste processo. Ele pode e deve introduzir outras dinâmicas, informações complementares, materiais (livros, imagens, dados...), permitindo, com isso, o desen- Desde muito cedo as crianças observam e interagem com o mundo que as cerca, refletindo sobre volvimento das reflexões, o confronto de opiniões, a assimilação de conhecimentos e o desencadear o que foi observado. de novos questionamentos. 41 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 42 Para que esse processo aconteça de forma plena é necessário que o professor seja o primeiro a se A prática de projetos é estruturada a partir de ações concretas que valorizam o pensar e o fazer; pla- questionar. Quais as questões ambientais que merecem mais atenção em minha escola? Como elas nejamento, questionamento, busca de informações, registro do processo, socialização. poderão ser abordadas? Quem será envolvido nos projetos (alunos, professores, funcionários, pais, comunidade...)? Que as estratégias para o envolvimento dos participantes? Como iniciar o trabalho? Que programas utilizar? Que perguntas fazer? Como não ser indutivo? Que perguntas são geradoras de novos questionamentos?... A PER CEPÇÃO DOS INTER-REL ACION AMENTOS E CICLOS Compreender por que uma pequena ação pode ter um impacto maior do que o esperado, ou um fato ocorrido em um determinado local repercutir em outros mais distantes é primordial dentro do trabalho de Educação Ambiental. Essas noções só se desenvolvem quando entendemos quão intrincadas e interligadas são as relações em nosso planeta. Desenvolver a capacidade de perceber os ciclos da natureza e seus inter-relacionamentos é um dos principais objetivos desse trabalho. As atividades propostas pelo TOM DO PANTANAL procuram trabalhar e estimular a percepção dos ciclos da água, ca- • O planejamento possibilita estruturar um caminho. Cada projeto tem os seus objetivos, e para alcançá-los é necessário re-avaliar constantemente o planejamento inicial (etapas e objetivos). Um planejamento escrito ajuda a rever, avaliar e transformar a idéia original. Ele nos auxilia a ter consciência do processo, permitindo a construção de novos conhecimentos. • O questionamento é uma prática que deve estar presente em todos os momentos do projeto. A cada etapa surgem dúvidas, novas questões são formuladas, perguntas simples que provocam o envolvimento de todos com o resultado e permitem a apropriação do processo pelo aluno. • A busca de mais informações permite confrontarmos idéias diferentes sobre um mesmo assunto, estimulando a formação de opiniões. O professor deve incentivar a investigação e a pesquisa sobre os assuntos abordados em aula, em diferentes veículos de informação (livros, jornais, internet, cd, televisão, vídeo, rádio). O processo de pesquisa dá subsídios para a construção de novos conhecimentos. deia alimentar, matéria orgânica, vida e morte; o entendimento da participação do ser humano nesta • O registro do processo possibilita a sistematização das informações pesquisadas e revela o que teia de relacionamentos e de como se articulam os ciclos e sistemas. foi pensado e aprendido durante o trabalho. Os registros são parte da memória do projeto e permitem compartilhar as experiências significativas dentro da prática educativa. Os registros, tanto dos pro- O PL ANEJAMENTO ATRAVÉS DE PRO JE TOS A prática de projetos propõe a dinâmica de trabalho em grupo, a inclusão de diferentes ferramentas didáticas, o hábito da investigação e pesquisa, proporcionando uma visão ampla do assunto e estimulando a reflexão sobre a realidade. Pesquisas relacionadas à psicologia da aprendizagem têm demonstrado que, quando a produção das crianças se realiza em situações grupais bem planejadas, os avanços são mais significativos. (FRM, 1994) durante todo o processo, se reavaliar ou questionar as propostas, evidenciando o que precisa ser aprofundado sobre o assunto. Mediados por nossos registros, reflexões, tecemos o processo de apropriação da nossa história, a nível individual e coletivo. A criança tem seu espaço de registro, reflexão, concretização de seu pensamento, no desenho, no jogo, e na construção da sua escrita. (Weffort, Madalena Freire, 1996) Quanto mais diversificadas forem as formas de registro propostas aos alunos (desenhos, colagens, esculturas, maquetes, textos de diferentes gêneros, músicas, brinquedos, dramatizações etc.), mais A organização dos conteúdos em torno de projetos, como forma de desenvolver atividades de rica será a memória do projeto. Essa prática possibilita que cada aluno experimente diversas formas ensino e aprendizagem, favorece a compreensão da multiplicidade de aspectos que compõem de expressão. O importante é garantir a liberdade dentro dessas múltiplas linguagens. a realidade, uma vez que permite a articulação de contribuições de diversos campos de conhecimento. Esse tipo de organização permite que se dê relevância às questões dos Temas Transversais, pois os projetos podem se desenvolver em torno deles e serem direcionados para metas objetivas ou para a produção de algo específico (como a produção de um jornal). (MEC, 1997) O mais importante na realização de um projeto não é o resultado final, mas o processo vivenciado por todos durante a sua realização. São pequenas descobertas, conteúdos que vão sendo assimilados, uma fala emocionada, um olhar trocado, uma nova amizade, que vão enriquecendo e dando qualidade ao processo de trabalho. É preciso estar atento para valorizar estes momentos, muitas vezes o nosso olhar está direcionado apenas para o produto final e não nos preocupamos em reforçar as pequenas conquistas. (FRM, 2002) 42 fessores (relatórios diários), quanto dos alunos (trabalhos produzidos) facilitam na tarefa de, • A socialização dos conhecimentos adquiridos é fundamental para a concretização de um projeto com o objetivo de formar indivíduos conscientes da importância e da dimensão de suas atitudes, capazes de atuar de modo comprometido com as questões socioambientais. A socialização dá oportunidade ao grupo de expor seu aprendizado, apresentar suas opiniões e propostas. O professor deve, sempre que possível, possibilitar a aplicação dos conhecimentos à realidade local, para que o aluno se sinta potente, com uma contribuição a dar, por pequena que seja, para que possa exercer sua cidadania desde cedo. E, a partir daí, perceber como mesmo os pequenos gestos podem ultrapassar limites temporais e espaciais, como, às vezes, um simples comportamento ou fato local pode se multiplicar ou se estender até atingir dimensões universais. Ou como situações muito distantes podem afetar seu cotidiano. (MEC, 1997) 43 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 44 TRABALHANDO COM OS PROGRAMAS E COM OS CADERNOS 2 E 3 A escolha do tema é o primeiro passo. Deve ser feita em função do que o professor e os alunos avaliaram como importante para o desenvolvimento do seu trabalho, atendendo aos interesses do grupo e de toda a equipe. Os programas são um estímulo à introdução do TOM DO PANTANAL na sala de aula e ao levantamento das questões que vão servir de base para o desenvolvimento dos projetos. COMO USAR OS PROGRAMA S? • O professor pode programar suas aulas a partir da leitura das sinopses dos programas que estão no Caderno do Professor 2 e no Caderno do Professor 3. As sinopses apresentam de modo sintético o conteúdo dos vídeos, sem ser necessário que se veja a série inteira de uma só vez. • Escolhido o programa, é importante que o professor assista à fita antes de apresentá-la aos alunos. • Desenvolver um projeto de trabalho com os alunos, a partir das atividades e dos conteúdos apresentados. • Assistir novamente à fita, analisando todas as cenas, estimulando e recolhendo as observações dos alunos. O professor poderá parar a fita, sempre que achar necessário, para ouvir os alunos ou mesmo para chamar a atenção para as imagens principais do vídeo. • Implementar o projeto de trabalho, lembrando que as atividades não precisam ser desenvolvidas em um único dia. Dependendo da complexidade do projeto, o trabalho em sala de aula poderá ser realizado em diversos encontros. TRABALHANDO COM PRO JE TOS Como desenvolver um projeto? Por onde começar? Quem deve participar? O que buscar? O que não • Estabelecer objetivos e elaborar as atividades que farão parte do projeto. • É importante propor nos projetos atividades que valorizem as diferentes formas de expressão – desenhar, escrever, pintar, construir, cozinhar, representar, cantar, tocar, fotografar, descrever e/ou executar jogos e brincadeiras próprios da comunidade local... • Ao elaborar as atividades, o professor deve sempre observar: •o tamanho dos grupos •o tempo disponível •o espaço • os recursos • Decidir com o grupo quais serão os mecanismos e instrumentos de acompanhamento e avaliação. • Registrar o processo do trabalho é importante para, ao final, além do prazer de ver resultados concretos, poder avaliar e reformular o que for preciso. O registro sistematiza o que foi feito, ajuda a definir a relação entre os objetivos, as etapas, as dificuldades e os resultados. A esse registro podemos dar o nome de relatório, diário ou memorial do projeto, e ele deve ser acompanhado da produção dos alunos. • Divulgar a experiência. A seguir, você vai encontrar algumas dicas do que nos pareceu importante considerar durante a realização dos trabalhos. E aproveitamos para lembrar que, tanto na pesquisa escrita quanto na oral, é necessário o espírito crítico. Analisar criticamente um autor ou uma opinião não significa desrespeitar sua forma de pensar. Opiniões diferentes devem ser utilizadas como forma de crescimento. podemos esquecer? É importante que o trabalho tenha por base a realidade de cada grupo, da comunidade onde a escola está inserida. As atividades propostas ajudam a realizar o trabalho. Um projeto é uma construção coletiva, um trabalho no qual todos participam das decisões. AO FAZER UMA PE SQUIS A Uma pesquisa pode ser feita com fontes orais, escritas, visuais etc. CUIDADOS QUE DEVEMOS TER COM AS FONTES ESCRITAS ELABORANDO UM PRO JE TO Apresentamos, aqui, alguns itens que devem ser considerados durante a elaboração dos projetos: FONTES ESCRITAS Livros, dicioná- Relembrar a cada pesquisa proposta a importância de citar as fontes utilizadas, porque elas servem rios, enciclopédias, artigos de como: referência para o leitor da pesquisa; respaldo técnico do pesquisador; efeito multiplicador das jornais, revistas, informações idéias dos autores. As citações das fontes devem ser organizadas em forma de bibliografia e como notas encontradas na Internet, docu- • Definir o tema a ser trabalhado. A definição deverá ser feita em conjunto entre alunos e professores. de pé de página, sempre que for citada uma frase do autor na íntegra. É importante o uso de mais de Nesse momento, podem surgir dúvidas e perguntas fundamentais para o desenvolvimento do projeto. uma fonte para confrontar opiniões, estabelecer comparações e formular opiniões mais consistentes. mentos, relatórios etc. 44 45 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 46 CUIDADOS QUE DEVEMOS TER COM AS FONTES ORAIS Antes das entrevistas é importante fazer uma pauta. Uma pauta é como um roteiro, um guia de perguntas que vai orientar o entrevistador. Para fazer essa pauta, é importante realizar uma pesquisa e TR A BA LH A N DO COM O C A DE R NO DE INIC I AÇ Ã O M USIC A L tentar obter o máximo de informações prévias sobre o assunto que será abordado com o entrevistado. Durante a entrevista novas perguntas podem surgir. Da mesma forma, algumas outras perguntas podem perder o propósito. É preciso ser flexível, sem perder de vista os seus objetivos. As perguntas formuladas não devem induzir as respostas, deixando o entrevistado livre para se posicionar. O uso do gravador pode facilitar o andamento da entrevista. Mas, atenção, antes de começar o trabalho lembre-se de checar se ele está funcionando direito e se as pilhas estão em bom estado! E depois da entrevista, é preciso transcrever esta fita. Isto é, passar todo o conteúdo da fita para o papel. É importante realizar uma análise depois de colher os depoimentos para elaborar as conclusões do pesquisador e para perceber se os mesmos contêm as informações desejadas, ou se são necessários novos relatos. O primeiro passo em direção à música é desenvolver a audição. Dar este passo não exige talento nem apresenta dificuldades. Como em qualquer disciplina, uns têm mais facilidade que outros, mas esse primeiro contato com o mundo dos sons é acessível a qualquer pessoa. É um processo. O nosso Caderno de iniciação musical oferece aos educadores, mesmo aos não-músicos, um material a ser usado como guia e referência no desenvolvimento desse processo. Nele encontramos as definições básicas dos fenômenos físicos ligados aos sons. Conceitos como onda sonora, freqüências, Por fim, lembre-se de que uma entrevista nada mais é do que um bom bate-papo. Seja curioso, não tenha ressonância, timbre e muitos outros são apresentados de forma simples, procurando esclarecer e, vergonha de pedir mais explicações quando não entender uma resposta. E esteja disposto a se surpreender. por vezes, corrigir expressões consagradas pelo senso comum em relação a esses fenômenos, como GUARDANDO OS REGISTROS Fitas cassete e de vídeo mofam com bastante freqüência. São muito sensíveis ao calor, à umidade. Não podem ser molhadas nem ser expostas ao sol ou à poeira. As fotografias não devem ser empilhadas, pois grudam umas nas outras. Guarde-as sempre em álbuns ou separadas por uma folha de papel. As fotos devem ser datadas e identificadas no verso. por exemplo, esclarecer que ninguém “fala fino”, e sim tem a “voz aguda” e assim por diante. Essa parte do caderno, que podemos chamar de teórica, funciona como referência. O caderno compõe-se também de inúmeras atividades a serem desenvolvidas com e pelos alunos. Todas elas voltadas ou para o desenvolvimento da percepção, ou para a produção de sons. Este guia de vivências sonoras toma sempre por base a natureza e os ambientes sonoros de forma geral. E, além de utilizar os conteúdos ligados à música e aos sons, o professor também pode desenvolver com a Os depoimentos transcritos devem ser catalogados e arquivados de forma a democratizar o seu acesso. turma um trabalho de educação ambiental, partindo da análise sonora dos ambientes, detectando focos Deve-se arquivar, também, algumas das produções dos alunos (desenhos, produção de textos e outras) de poluição sonora ou de qualquer outra natureza. mais representativas do trabalho, junto aos registros/relatórios de acompanhamento do projeto. 46 47 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 48 TRABALHANDO COM O CD MÚSIC A S E ATIVIDADES MUSIC AIS TR A BA LH A N DO COM O C D - ROM TOM DO PA N TA N A L O CD tem duas partes distintas: as músicas e as atividades musicais. Utilizando-se do que há de mais inovador nas formas de aprender – interdisciplinariedade, uso de no- MÚSICAS A maioria das músicas do CD pode ser ouvida, também, ao longo dos vídeos. São canções de Antonio Carlos Jobim e de compositores pantaneiros, como Almir Sater e outros. A simples audição vas tecnologias e interatividade, a Fundação Roberto Marinho está colocando nas mãos de professores e alunos, em conjunto com o kit do Projeto Tom do Pantanal, o CD-ROM Tom do Pantanal. das músicas já é uma forma de trabalhar com o CD. Quando falamos “audição”, estamos falando de Nele, todo o conteúdo do projeto poderá ser acessado de forma lúdica e interativa, estimulando a co- ouvir atentamente, prestando atenção ao que está sendo tocado, cantado e falado. O professor pode munidade escolar a utilizar novas tecnologias como auxílio ao processo de ensino-aprendizagem. aproveitar as músicas do CD para exemplificar o conteúdo de diversas unidades do livro, especial- Além disso, neste material estará sendo disponibilizado também o conteúdo do TOM DA MATA – projeto mente dos conteúdos mais diretamente ligados à música, como timbre, altura, intensidade. de Educação Ambiental e Musical pela preservação da Mata Atlântica, desenvolvido em cerca de mil O professor pode chamar a atenção para a diferença das vozes, para o ritmo, pode trabalhar a identificação dos diferentes instrumentos e assim por diante. Uma outra forma de trabalhar com as músicas do CD é analisando as letras, procurando entendê-las em profundidade. Criando atividades a partir dessas letras, como, por exemplo: dramatizações e redações sobre os temas. Cantar junto com o CD pode ser uma alternativa de trabalho. Mas, também, brincar de dublar, organizar um coral, cantar com o acompanhamento de algum aluno ou educador que saiba tocar um instrumento... As opções são muitas. escolas públicas de ensino fundamental nos estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. No CD-ROM Tom do Pantanal também poderá ser utilizado o RPG, que é a sigla de Role Playing Game e significa "Jogo de Representação". Surgiu nos EUA em 1974 e espalhou-se pelo mundo muito rapidamente. De uma sessão de RPG participam o mestre e os jogadores. A função do mestre é apresentar ao grupo de jogadores uma história, uma aventura, que contenha enigmas, charadas, situações que exigirão escolhas por parte dos jogadores. Estes, por sua vez, controlam personagens que viverão a aventura, discutindo entre si as escolhas que farão e as soluções que darão aos enigmas que surgirem. Toda a ação da aventura passa-se na imaginação. Pode-se usar mapas, tabuleiros, tabelas, dependendo da aventura escolhida, mas freqüentemente nenhum material é necessário. No RPG o jogador não é um mero espectador, mas um par- UMA DICA Nessa fase do trabalho o professor não deve priorizar resultados – cada um ouve e emite os sons ticipante ativo, que como um ator, representa um papel e, como um roteirista, escolhe caminhos e toma decisões nem sempre previstas pelo mestre, contribuindo na recriação da aventura. que pode. O importante é o próprio processo, que o grupo de alunos (e o professore também) A base do RPG é a criatividade. Ao preparar uma aventura, o mestre pode basear-se em aventuras já tenha liberdade para ouvir as músicas e para emitir sons cantando, batucando ou tocando junto prontas ou criar novas, usando sua imaginação e pesquisas em livros de ficção, filmes, peças de teatro. com o CD, durante o tempo reservado para a atividade. O RPG não é competitivo. A diversão não está em vencer ou derrotar os outros jogadores, mas em utilizar a inteligência e a imaginação para, em cooperação com os demais participantes, buscar alter- ATIVIDADES MUSICAIS A segunda parte traz músicas e sons que servem de apoio às atividades e con- nativas que permitam encontrar as melhores respostas para as situações propostas pela aventura. É ceitos presentes no Caderno de Iniciação Musical. Nesta parte, o essencial é que o professor um exercício de diálogo, de decisão em grupo, de consenso. identifique a relação direta entre as faixas do CD e os trechos do caderno, e lance mão destas faixas para ilustrar sonoramente alguns conteúdos e atividades ali apresentados, seja eliminando dúvidas, seja exemplificando temas abordados. Pretende-se com o CD-ROM Tom do Pantanal a promoção, o desenvolvimento e o uso da informática como ferramenta pedagógica na escola, contribuindo para despertar nos jovens alunos a responsabilidade individual em relação às questões ambientais locais e mobilizar escolas e comunidades para ações sociais relevantes. 48 49 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 50 3 ATIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO INICIANDO O TRABALHO Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 52 ATI V IDA DE S DE S E NSIBILIZ AÇ Ã O E IN T EGR AÇ Ã O INI CI A N DO O TR A BA LHO Quando recebemos um material novo, um turbilhão de idéias vem à nossa cabeça. São novos desa- A apresentação de novos projetos em escolas muitas vezes está associada à realização de palestras fios, novas dificuldades e, principalmente, muitas dúvidas. Como estruturar uma proposta de ou de uma exposição formal. Nosso objetivo é propor um encontro no qual a prática e a teoria cami- trabalho? Quais os objetivos dessa proposta? Será que vou dar conta disso tudo sozinho? Como in- nhem juntas. As dinâmicas procuram estimular o grupo a refletir sobre Educação Ambiental e a tegrar esse projeto com os outros que já realizo? elaborar e perceber suas próprias questões, dúvidas e interesses em relação ao tema. Inicialmente, é importante contarmos com o máximo de ajuda possível, em grupo, cada um contri- Devemos iniciar o trabalho estimulando a participação do grupo com pequenos, porém importantes buindo com suas experiências e saberes. Mas como formar uma equipe? detalhes: a escolha de um local agradável, o cuidado com a elaboração de materiais complementares, Antes de tudo, precisamos pensar como apresentar a proposta. Com que materiais podemos contar? o desenvolvimento de atividades lúdicas vinculadas a conteúdos específicos, entre outros. Que atividades desenvolver na escola, no bairro, com a comunidade? É claro que cada realidade pede Colocar as cadeiras em círculo para que todos possam se olhar, escolher textos e dinâmicas que bus- uma solução própria, mas uma apresentação mais informal e dinâmica pode ajudar! quem valorizar o que o grupo tem de melhor e estar aberto para ouvir sugestões, são outras ações Tais procedimentos, aliados à prática interdisciplinar, ao uso de materiais didáticos diversificados simples que podem facilitar a integração e a sensibilização do grupo para a proposta de trabalho. (livros, vídeos, jogos etc.), ao estímulo à participação e à utilização de metodologia de projetos, vêm Buscamos, assim, nessas primeiras atividades, construir um caminho que parte da percepção indivi- sendo utilizados por educadores para o trabalho com a temática ambiental em escolas, associações dual para a coletiva, permitindo a reflexão sobre conceitos e atitudes. de moradores, comunidades e ONGs. Apresentamos, a seguir, algumas dinâmicas desenvolvidas pela equipe de implementação pedagógi- Salientamos que a duração prevista e assinalada em cada etapa do trabalho envolve grupos de, ca da Fundação Roberto Marinho. Elas têm como principal objetivo sensibilizar educadores e alunos no máximo, 30 participantes. no início de um trabalho com a temática ambiental. É importante salientar que as atividades devem adequar-se às realidades de cada grupo, cabendo a estes desenvolver seus objetivos de acordo com as demandas específicas. ATI VIDADE 1 – E SPREGUIÇ AR OBJETIVOS Preparar o corpo e a mente para o trabalho a ser desenvolvido. É uma atividade que serve de “quebragelo”, pois ajuda a eliminar tensões. Visa também à percepção individual, do corpo e do espaço. DINÂMICA Inicialmente, trabalhamos com todos formando um círculo, de pé, sem bolsas ou cadernos. Convidamos ainda, a quem se sentir à vontade, que fique de pés descalços. O orientador da atividade pede aos participantes que estiquem os braços, mãos, pernas, pés, pescoço, lentamente, uma parte de cada vez. Percebendo e dando atenção às partes onde estamos com dor, e aquelas que não costumamos exercitar. Durante a atividade, podemos começar a aquecer a voz, emitindo, baixinho, sons graves e agudos. É importante respeitar o ritmo de cada um e buscar não fazer movimentos bruscos, nem constrangedores. A atividade deve ser prazerosa. Depois dessa parte, que costuma durar entre cinco e dez minutos, ainda todos de pé, passamos à segunda dinâmica. 52 53 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:47 Page 54 ATI VIDADE 2 – E SPELHO OBJETIVOS Permitir o desenvolvimento da noção do espaço individual e a relação com o espaço do outro. Estimular o contato harmonioso entre os participantes. “massa” e vice-versa. O processo se repete como anteriormente. O orientador propõe que todos formem uma escultura única, cada um representando seu papel e interagindo com os outros (por exemplo, a arara, a árvore etc.). Como interagem? Depois de todos posicionados, introduzir sons e movimentos próprios de cada elemento. Após algum tempo, o orientador pede para que esse grupo volte a ocupar seu lugar no círculo, e se dirige para a outra metade do grupo que estava observando. DINÂMICA A primeira metade passa agora a observar a atividade. Nesse momento, o segundo grupo já deve es- O orientador pede para os participantes formarem duplas, em que uma pessoa representará o “espelho” tar pensando que elementos representarão do Pantanal. No entanto, o orientador pede para que o da outra. As duplas devem escolher quem representará o “espelho” e quem será a “pessoa”. O “espelho” grupo represente uma cidade. Pede para uma pessoa representar algum elemento da cidade, com deve repetir todos os movimentos da “pessoa”. Por exemplo, se a “pessoa” mover a mão direita, o “es- sons e movimento. Gradualmente, vai pedindo para que cada um do grupo represente algo na “grande pelho” move a mão esquerda, e por aí vai. O orientador pode pedir para os participantes moverem escultura”. Algum tempo depois, o orientador propõe que as pessoas voltem ao círculo. Costumamos primeiro os braços, depois as pernas etc. Depois o orientador pede para as duplas trocarem os pa- refletir com o grupo em cima de algumas perguntas: Como as pessoas que representaram o Pan- péis, ou seja, quem era “pessoa” passa a ser ”espelho” e vice-versa. O orientador pode pedir para as tanal se sentiram? E as que representaram a cidade? Como eram os sons do Pantanal? E os da “pessoas” simularem que estão escovando os dentes, ou se vestindo, o que favorece o clima de des- cidade? E quanto aos movimentos, havia diferenças? Quais? Será que podemos viver sem um ou outro? contração. As “pessoas” devem fazer movimentos lentos e possíveis, respeitando também as Tempo previsto para a atividade: 20 a 30 minutos. limitações do “espelho”. Ao final, o orientador pode perguntar quem se sentiu mais à vontade representando cada papel e o por quê. Isso permite aos participantes se conhecerem melhor. A dinâmica costuma ser feita de cinco a dez minutos, logo passando à próxima atividade. ATI VIDADE 4 – APRE SENTAÇÃO DOS PARTICIPANTE S / TEIA OBJETIVOS Apresentar os participantes, estimular a criatividade e observar o conhecimento dos envolvidos UMA DICA Existem várias dinâmicas para a formação de duplas que proporcionam encontros inesperados, fugindo da tendência que temos de procurar trabalhar com uma pessoa já conhecida. quanto ao ambiente onde estão inseridos. Permitir a discussão sobre os conceitos: meio ambiente, extinção de espécies, cadeia alimentar etc. DINÂMICA Esta atividade, a teia, é bastante conhecida, nesse caso aplicada com uma reflexão diferente: uma A T I V I D A D E 3 – E S C U LT O R / E S C U LT U R A gam o primeiro nome e criem o sobrenome com algum elemento do Pantanal. Por exemplo, “Maria OBJETIVOS Arara-azul”. Em seguida, joga o barbante para uma outra pessoa, que também se apresenta, até Avaliar os conhecimentos da turma sobre o ambiente pantaneiro. Permitir o entrosamento entre os que todos, com o barbante amarrado ao dedo, tenham se apresentado e formado uma teia. Algu- participantes. Mostrar a relação do indivíduo com a coletividade e com o mundo que o cerca. mas reflexões possíveis: O orientador pede para que os “elementos” que estão em risco de DINÂMICA A dinâmica trabalha com o que cada um sabe sobre o Pantanal (elementos da natureza e culturais). O orientador pede para que se mantenham as duplas da atividade anterior e divide a turma em dois grupos. Um grupo realiza a tarefa e o outro fica como observador. Nas duplas, uma pessoa representará uma “massa de modelar” e a outra um “escultor”. O orientador pede para que os “escultores” usem a “massa de modelar” como quiserem, representando um elemento do Pantanal. O “escultor” decide o que gostaria de esculpir e a “massa” deve permitir que seja esculpida, ficando na posição escolhida. Por exemplo, se quero esculpir uma arara-azul, eu poderia colocar a “massa” com as costas levemente curvadas e as mãos em frente ao rosto representando o bico. A “massa” não deve se mexer 54 ponta do rolo de barbante fica amarrada ao dedo do orientador, que pede aos participantes que di- extinção dêem um passo para trás. Ao fazê-lo, todos sentem o barbante esticando e apertando o dedo. A relação entre os componentes desse ecossistema foi alterada, e todos os elementos interligados sentem isso. Depois, o orientador pede para que estes soltem o barbante (representando a extinção dessas espécies). O que acontece com a teia? Ao perder a tensão original, as relações perdem força, sendo necessário um novo arranjo de espécies para restabelecê-las ou que um elemento cumpra com mais de uma função. O orientador pede ao grupo que funcione como esse ecossistema, no qual cada um tem seu papel e todos são importantes no processo. Enfatizar que não podemos excluir ninguém e que o sucesso do projeto só virá com o trabalho em grupo. Tempo previsto para a atividade: 30 minutos. depois de pronta. Quando todos tiverem terminado, o orientador pede para que os “escultores” e o Após esse momento, em que se buscou deixar todos mais à vontade e já se iniciaram várias discus- resto do grupo observe as “esculturas” e tentem adivinhar o que foi representado. Depois de todas as sões referentes ao tema do projeto, o orientador pede para os participantes retornarem aos seus esculturas serem vistas, voltam a formar as duplas e os papéis se invertem: o “escultor” passa a ser lugares para assistir ao vídeo de Apresentação do projeto. 55 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:48 Page 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIC A S BURNIE, D. Fique por dentro da ecologia. 1 ed., São Paulo, Cosac & Naify, 2001. FEEMA. Vocabulário básico de meio ambiente: Conceitos básicos do meio ambiente. Rio de Janeiro, 1990. FERREIRA, A.B. de H. Dicionário Novo Aurélio Século XXI. 3. ed., Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999. FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO. Tom da Mata. Rio de Janeiro, 1998. ______. & MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Professor da pré-escola. 3. ed., Brasília, MEC/SEF/DPE/Coedi, (1994); Cosac & Naify, 2001. MAYR, E. Toward a New Philosophy of Biology: Observations of an Evolutionist. Cambridge, MA: Belknap Press, Harvard University Press, 1988. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. 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SITES DE PESQUISA http://www.wwf.org.br http://www.mma.gov.br http://www.ibama.gov.br 57 Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:48 Page 58 AGRADECIMENTOS COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO TAIAMÃ CONSULTORIA AMBIENTAL LTDA. – Marcia Panno PREFEITURAS E SECRETARIAS Secretaria de Turismo de Rio Verde de Mato Grosso do Sul Prefeitura Municipal de Poconé e Secretaria de Turismo e Meio Ambiente Prefeitura Municipal de Aquidauana e Secretaria Municipal de Turismo Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Cáceres Prefeitura Municipal de Ladário Gisella de Mello Carla Mendes CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS PÁG. 6 – Ana Jobim PÁG. 10, 11 – Kaspar Urs Burn – Prefeitura Municipal de Aquidauana e Secretaria Municipal de Turismo PÁG. 14, 24, 25, 27, 30, 38 – Haroldo Palo Jr. PÁG. 20 – Sirnay Moro – Prefeitura Municipal de Aquidauana e Secretaria Municipal de Turismo PÁG. 22, 29, 33 – Marcos Bergamasco / Agência Phocus CONSULTORIA ESPECIALIZADA Adriana Rodrigues MÚSICA Arnildo Pott FLORA Bernadete Lange RESERVA DA BIOSFERA Emiko de Resende PESCA Heitor Medeiros CULTURA Isabel Noemi EDUCAÇÃO Luiz Carlos Ribeiro CULTURA Maria de Fátima Costa HISTÓRIA Mário Cezar Silva Leite CULTURA Mário Dantas GEOGRAFIA / ÁGUAS Michèle Sato CULTURA Moisés Amaral ECONOMIA Rodney Mauro FAUNA Sérgio Salazar Salvati ECOTURISMO CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE Vilma Guimarães e Sílvia Finguerut PÁG. 28 – Renato Rodriguez Cabral Ramos COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO Lucia Basto PROJETO EDITORIAL E METODOLOGIA DO CADERNO DO PROFESSOR Andréa Falcão Ricardo Pontes Daniel Buss CONSULTOR DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE Helena Jacobina CONSULTORA DE EDUCAÇÃO REDAÇÃO E EDIÇÃO DE MATERIAIS IMPRESSOS SALA PRODUÇÕES – Ronaldo Tapajós e Giovanna Hallack PRODUÇÃO E PESQUISA SALA PRODUÇÕES – Tetê Sá, Guida Oliveira e Nina Quirogaus REVISÃO FINAL Sonia Cardoso PROJETO GRÁFICO 19 DESIGN – Heloisa Faria e Hugo Rafael EDITORAÇÃO ELETRÔNICA 19 DESIGN – Hugo Rafael e Claudia Berger CARTOGRAMAS Maria do Carmo Dias Bueno EDIÇÃO – Rômulo Lima FOTOLITO Rainer Fotolitos IMPRESSÃO Takano Editora Gráfica Cad.Prof•Livro01 04.09.02 19:48 Page 60 Este Caderno do Professor faz parte do kit do Projeto Tom do Pantanal, desenvolvido em conjunto por Furnas Centrais Elétricas, Instituto Antonio Carlos Jobim e Fundação Roberto Marinho. FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO Rua Santa Alexandrina 336/1º andar 20261-232 Rio Comprido Rio de Janeiro RJ Tel (21) 3232-8800 Fax (21) 3232-8973 Informações: Central de Atendimento ao Telespectador Tel (21) 2502-3233