PROJETO DE ANIMAÇÃO SOCIOEDUCATIVA Agrupamento de Escolas do Bonfim Portalegre, 17 março 2014 Projeto de: Beatriz André Índice Visão geral ------------------------------------------------------------------------------------ 2 1.DESCRIÇÃO DO PROJETO ------------------------------------------------------------ 4 1.1.Público-alvo --------------------------------------------------------------------- 4 1.2.Número de participantes ------------------------------------------------------- 4 1.3.Datas da atividade -------------------------------------------------------------- 4 1.4.Dias e horários da atividade --------------------------------------------------- 4 1.5.Local ------------------------------------------------------------------------------ 4 1.6.Preço ------------------------------------------------------------------------------ 5 2.OBJETIVOS -------------------------------------------------------------------------------- 6 2.1.Objetivo geral ------------------------------------------------------------------- 6 2.2.Objetivos específicos ----------------------------------------------------------- 6 3.METODOLOGIA -------------------------------------------------------------------------- 8 3.1.Divulgação da atividade ------------------------------------------------------- 8 3.2.Processo de inscrições ---------------------------------------------------------- 8 3.3.Atividade com as crianças ----------------------------------------------------- 9 4.RECURSOS -------------------------------------------------------------------------------- 10 4.1.Recursos humanos -------------------------------------------------------------- 10 4.2.Recursos materiais -------------------------------------------------------------- 10 5.IMPACTO ESPERADO ------------------------------------------------------------------ 11 6.AVALIAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------ 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------- 13 VISÃO GERAL Ao longo dos tempos, tem-se vindo a discutir uma definição para a Animação Sociocultural (ASC). Sabe-se que “tradicionalmente, o âmbito de animação sociocultural foi edificado e conceptualizado a partir de uma reflexão centrada, prioritariamente, na ação” (TRILLA, 1997, p.135). Contudo, o facto de existirem várias definições e conceitos sobre ASC, dá-nos a total liberdade de estruturarmos, a nós enquanto animadores, o nosso próprio conceito de ASC. Tendo por base as palavras de Avelino Bento (2003, p.118) e depois de alguns estudos à volta dos conceitos de ASC e de trabalhar na área há já alguns anos, segundo o meu ponto de vista, a ASC deve atuar de forma a garantir o desenvolvimento da comunidade através do indivíduo, garantindo assim a mudança social. Enquanto animadora, devo procurar agir num processo que implique o crescimento social, cultural, educativo e artístico, tendo como ponto de partida a participação do outro. É no seguimento do meu conceito de ASC que surge a elaboração deste projeto de animação para o Agrupamento de Escolas do Bonfim. Primeiramente, não podemos confundir educação com escolaridade, visto que, antes de existirem escolas, já existiam práticas educativas, uma vez que a educação surge como permanente e comunitária. Quer isto dizer que a educação é um meio de ligação do indivíduo à comunidade, o que lhe proporciona a comunicação promovendo a expressividade, a criatividade e a confiança. Assim, o sistema educativo atual deve tornar possível a coabitação da educação formal, não formal e informal. Tendo em conta que a educação é condicionada e condiciona a sociedade, tornase necessário a existência de uma relação próxima entre o plano educativo e o plano social. É nesta interação entre sociedade e educação que a animação deve assumir um papel de participação/ação. Assim, a Animação Sociocultural apresenta-se como um movimento de Educação Social que, tomando como finalidade a dinamização social, persegue a consciencialização e a participação, gerando ou estruturando processos/iniciativas estáveis e autónomas onde a comunidade esteja amplamente envolvida. Por isso, “abrem-se novos espaços e hipóteses de trabalho na área da Animação Socioeducativa, que se traduzem na ligação desta a uma inovadora tecnologia 2 educativa que articula, cruza e partilha saberes referentes aos diferentes espaços educativos, formal, não formal e informal, a partir da utilização de diferentes técnicas, nomeadamente: teatro, expressão dramática, expressão musical, expressão plástica e jogos. Só assim, a Animação Socioeducativa poderá contribuir para elevar o sucesso formal, permitindo uma motivação adicional para o estudo de matérias normalmente consideradas pouco atrativas.” (LOPES, 2006, p.389) Segundo Marcelino Lopes (2003, p. 395) a educação constitui algo mais do que proporcionar conhecimentos, esta deve estar vinculada à vida e comprometida com o desenvolvimento global do ser humano e com os seus diferentes ciclos de crescimento. Durante a sua vida o ser humano depara-se com cinco tempos que constituem o centro da sua vida quotidiana (Lluull, 2001), o tempo de necessidades básicas (dormir, alimentação e higiene pessoal), o tempo de trabalho produtivo (por conta própria, por conta da outrem, trabalho em tempo total e trabalho parcial), o tempo de estudo (instituição escolar, estudo em casa, formação profissional, preparação para o trabalho, biblioteca e ações de reciclagem), o tempo destinado a atividades sociais, cidadania e de apoio familiar (trabalhos domésticos, cumprimento de obrigações fiscais, acompanhar os filhos à escola…) e por fim o tempo livre liberto (ócio, o tempo gerido livremente após a satisfação dos outros quatro tempos). No seguimento das reflexões efetuadas surge este projeto de Animação Socioeducativa, com o intuito de oferecer um programa de atividades às crianças que se encontram em período de férias escolares. Assim, pretende-se unir a escola ao tempo livre da criança de forma a proporcionar-lhe umas férias lúdicas, criativas, sociáveis, educativas e participativas. 3 1.DESCRIÇÃO DO PROJETO O projeto Aprender Brincando no Bonfim é uma atividade complementar à vida escolar que tem como objetivo principal oferecer às crianças do 1ºciclo um programa de atividades de tempos livres na escola. 1.1. Público-alvo Este projeto destina-se a crianças do 1ºciclo, isto é, dos 6 aos 10 anos de idade, que vivam no concelho de Portalegre. É de salientar que os alunos inscritos nas escolas pertencentes ao agrupamento têm prioridade. 1.2. Número de participantes O número de participantes será de 20 participantes com uma margem de mais 5 alunos. A seleção dos participantes será feita por ordem de chegada das inscrições. 1.3. Datas da atividade A atividade tem a duração de duas semanas. A primeira semana decorrerá de 7 a 11 de abril de 2014 e a segunda semana de 14 a 17 de abril de 2014. 1.4. Dias e horários da atividade A primeira semana da atividade decorrerá de segunda a sexta-feira das 9h às 17h30 e a segunda semana de segunda a quinta-feira das 9h às 17h30. 1.5. Local O projeto irá ser implementado na sede do agrupamento, mais propriamente no Bloco A da escola em questão, possivelmente poderá ser solicitado para o desenvolvimento de algumas atividades o pavilhão da escola e o pátio. 4 Os espaços do Bloco A que irão ser mais ocupados serão a sala de convívio, o refeitório, a biblioteca, a sala A8 (anfiteatro) e possivelmente uma sala de computadores (A16, por exemplo). 1.6. Preço O preço por participante varia consoante a semana, visto que, na segunda semana não haverá atividade na sexta-feira. A primeira semana terá um custo de 30€ por participante e a segunda de 25€ por participante. 5 2.OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral O objetivo geral deste projeto está diretamente relacionado com a importância de elaborar uma atividade complementar à escola, que vise a participação do aluno no meio escolar sob um ponto de vista diferente. 2.2. Objetivos específicos Abrir a escola a toda a comunidade; Dar a oportunidade das crianças descobrirem/conhecerem a escola sede do agrupamento, escola que, possivelmente, virão a frequentar; Criar um clima e um dinamismo no seio do estabelecimento de ensino; Criar uma nova arte de viver baseada na relação/interação; Promover trocas e favorecer relações; Encontrar a socialização a partir da envolvência com os outros e de programas que a promovam dentro de processos criativos; Promover processos de aprendizagem, improvisação e espontaneidade; Criar atividades geradoras de uma dinâmica, fruto de uma interação resultante da ação; Promover atividades que estimulem e desenvolvam a criatividade, a imaginação, a confiança, a interação, a participação e a comunicação (desenvolvimento pessoal e social); Desenvolver os talentos e as capacidades artísticas e criativas das pessoas, através da sua prática (atividades artísticas não profissionais); Privilegiar a capacidade expressiva, a capacidade de participar em público e o sentido crítico; Criar uma participação mediante a qual todos os atores protagonistas têm papéis principais e não secundários; Fazer renascer o sentimento de liberdade sem constrangimentos e repressões; 6 Não contemplar a existência de dominantes e dominados, antes pessoas envolvidas num processo onde exista responsabilidade assumida coletivamente; Assentar numa conceção que contemple a educação para a vida e com a vida, e não formar a partir de formas previamente idealizadas e programadas; Promover o conhecimento sobre a herança cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas; Promover uma componente lúdica que faça com que o prazer da ação se manifeste na alegria de participar, num clima de confiança, em atividades portadoras de satisfação e promotoras de um permanente estado de convívio. 7 3.METODOLOGIA 3.1. Divulgação da atividade Depois do projeto aprovado, irá proceder-se à elaboração de cartazes de informação da atividade, que serão distribuídos pelas escolas do agrupamento e pela cidade de Portalegre. Também irão ser elaborar flyers para que cada aluno possa levar a informação para casa. A divulgação também será feita a partir da página de internet do agrupamento e de algumas redes sociais. É de salientar que nas escolas das freguesias, pertencentes ao agrupamento, para além do cartaz e flyers também irão ser deixadas fichas de inscrição. 3.2. Processo de inscrições O processo de inscrições começa a partir do momento em que a informação sair para a rua. As inscrições serão feitas na secretaria da Escola Básica Cristóvão Falcão de 24 a 31 de março de 2014. No ato da inscrição os encarregados de educação terão de preencher a ficha de inscrição destinada à atividade, entregar uma fotocópia do seu cartão de cidadão (ou bilhete de identidade e cartão de contribuinte), tal como, o cartão de cidadão do seu educando (ou bilhete de identidade e cartão de saúde). Não esquecendo que a seleção é feita por ordem de chegada e que os alunos inscritos nas escolas do agrupamento têm prioridade, no dia 1 de abril proceder-se-á à seleção, verificando quais os alunos que estão inscritos, primeiramente, que pertencem ao agrupamento e posteriormente quais os alunos que estão inscritos que pertencem a escolas fora do agrupamento. Neste mesmo dia os pais serão informados telefonicamente. Os dias 2 e 3 serão destinados ao pagamento das inscrições dos selecionados, de forma a garantir a sua participação. No caso dos selecionados não efetuarem o pagamento até dia 3 às 17h30, proceder-se-á nesse mesmo dia ao contacto com os pais dos alunos que ficaram listados a seguir. 8 Depois do pagamento ter sido efetuado, ao encarregado de educação será entregue um recibo provisório que comprova a entrega dos documentos solicitados, o pagamento efetuado e a participação do seu filho na atividade. Também irá ser entregue aos pais um Guia que se destina à apresentação de possíveis atividades que irão ser realizadas e algumas normas de funcionamento da atividade. É de salientar que o recibo definitivo será entregue aos pais, no final de cada semana e que o preço de participação já inclui o seguro de proteção de cada criança e possíveis materiais que as crianças irão necessitar durante a atividade. 3.3. Atividade com as crianças A atividade irá decorrer das 9h às 17h30 durante as duas semanas, mas salientase o facto de uma monitora estar presente 15 minutos antes da entrada. Durante este período as crianças ficarão entregues a duas monitoras com formação adequada à atividade. As atividades serão desenvolvidas de acordo com uma planificação elaborada pelas monitoras e nela constarão atividades de expressão plástica, jogos dramáticos e musicais, jogos tradicionais, jogos cognitivos, ginástica (com coreografia), hora do conto, experiências, dança, cinema, costura e visitas culturais e pedagógicas. É de salientar que esta planificação pode ser alterada segundo a avaliação feita, durante o dia, acerca das preferências dos participantes. Sempre que houver uma dinâmica fora da escola os encarregados de educação serão informados com antecedência. No que diz respeito à alimentação os participantes devem, trazer garrafa de água, lanche para meio da manhã, lanche para a tarde e almoço, no caso de querer que o seu educando almoce na atividade. Os participantes devem, trazer roupa prática, chapéu e, com aviso das monitoras, aventais e manguitos. Os participantes não devem trazer telemóveis, playstation e/ou objetos valiosos. Sempre que quiserem trazer um objeto de casa solicita-se que as monitoras sejam informadas. 9 4.RECURSOS 4.1. Recursos humanos Os recursos humanos necessários ao desenvolvimento desta atividade serão duas monitoras, auxiliares de educação e professores que se mostrem interessados em participar na atividade 4.2. Recursos materiais Relativamente aos recursos materiais, estes variam consoante as dinâmicas, mas os materiais indispensáveis são mesas, cadeiras, micro-ondas, talheres, guardanapos, rádio, computador, projetor, fotocopiadora, máquina fotográfica, esferográficas, canetas de feltro, lápis de carvão, borrachas, lápis de cor e de cera, folhas brancas, livros, etc. 10 5.IMPACTO ESPERADO Com este projeto espera-se que tanto os pais como as crianças fiquem satisfeitas com a atividade de interrupção letiva que lhes foi oferecida, que consigam perceber o quanto é importante para o desenvolvimento das crianças haver atividades bem projetadas, mesmo que sejam de tempos livres e que consigam ver que os seus filhos tiveram umas férias repletas de várias dinâmicas com que podem ocupar os seus tempos livres, fugindo dos “instrumentos” habituais. Espera-se atingir os objetivos propostos, de forma a verificar se a escola também é um local favorável a atividades desta natureza. Deseja-se que o agrupamento queira continuar a oferecer este tipo de atividade futuramente, de forma a dinamizar mais ainda o meio escolar. Acredita-se que se verifique a importância da animação sociocultural e socioeducativa no meio escolar e que se comprove que no sistema educativo atual é possível coabitar da educação formal, não formal e informal. 11 6.AVALIAÇÃO A avaliação, na sua grande maioria, será realizada a partir da observação e todos os dias irá desenvolver-se um diálogo de avaliação com os participantes. Um outro tipo de avaliação será feita a partir de um texto reflexivo, que as monitoras irão solicitar aos pais de cada participante no final da semana. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENTO, Avelino. Teatro e Animação – outros percursos do desenvolvimento sociocultural no Alto Alentejo, Lisboa, Edições Colibri, 2003. LOPES, Marcelino de Sousa. Animação Sociocultural em Portugal, Chaves, Intervenção - associação para a divulgação cultural, 2006. TRILLA, Jaume. Animação Sociocultural – Teorias, Programas e Âmbitos, Lisboa, Editorial Ariel, 1997. 13