ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL: PRINCÍPIOS EXTRAÍDOS DE UMA ANÁLISE DA PRÁTICA FREIRE, Luiz Gustavo Lima ([email protected])1 RESUMO Cresce no Brasil a necessidade de pensar a escola como ambiente privilegiado para o desenvolvimento integral do sujeito. O espaço e o tempo escolar têm sido utilizados de forma diversificada com a finalidade de inclusão e transformação social. Como a maioria dos alunos das escolas públicas brasileiras faz parte de grupos marcados pela vulnerabilidade social, acreditamos no desenvolvimento da animação sociocultural, nas escolas, em períodos e espaços administrativos e pedagógicos alternativos, como um modo de promover uma formação mais completa e integrada. As atividades recreativas realizadas nas escolas podem promover o desenvolvimento físico, psicológico e social, a partir da promoção de hábitos de saúde, de capacidades físicas, aumento da auto-estima, participação e integração social. Para que possa cumprir esses objetivos, deve contudo, ser encarada de forma séria e organizada. Necessita inclusive, fazer parte das políticas educacionais. Esse trabalho trata de uma análise da nossa experiência enquanto animador cultural, que pretende colaborar para a construção da “escola aberta” com reflexões sobre a origem da animação sociocultural, suas funções, tipos, ou seja, seus princípios fundamentais. A sua relevância consiste na necessidade de difundir informações que poderão auxiliar os profissionais na viabilização de seus projetos. PALAVRAS-CHAVE Escola, Animação Sociocultural, Desenvolvimento integral. RESUME Grandit au Brésil la nécessité de penser l'école comme un environnement privilégié pour le développement intégral du sujet. L'espace et le temps scolaire ont été utilisés de forme diversifiée avec la finalité d'inclusion et de transformation sociales. Comme la majorité des élèves des écoles publiques brésiliennes faisent partie de groupes marqués par la vulnérabilité sociale, nous croyons en développement de l'animation socioculturelle, dans les écoles, dans périodes et espaces administratifs et pédagogiques alternatifs, comme une manière de promouvoir une formation plus complète et intégrée. Psicólogo, professor, especialista em organizações, mestrando em Psicologia da Educação pela FPCE da UL. Atuou como Animador Cultural no âmbito do projeto Juventude em Movimento, nas escolas da rede pública da cidade do Recife. Étudiant de Psychologie de l'Éducation par FPCE de UL. Animateur Culturel dans le contexte du projet Jeunesse dans Mouvement, dans les écoles publiques de la ville du Recife, Brésil. 1 XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Animação Sociocultural: Princípios Extraídos de uma Análise da Prática FREIRE, Luiz Gustavo Lima Les activités récréatives réalisées dans les écoles peuvent promouvoir le développement physique, psychologique et social, à partir de la promotion d'habitudes de santé, de capacités physiques, augmentation de l'auto-estima, participation et intégration sociale. Pour qu'elles puissent accomplir ces objectifs, elles doivent néanmoins, être envisagé de forme sérieuse et organisée. Il a besoin de faire, même partie des politiques scolaires. Ce travail traite d'une analyse de notre expérience comme animateur culturel, lequel il prétend collaborer pour la construction de l'« école ouverte » avec des réflexions sur l'origine de l'animation socioculturelle, leurs fonctions, types, c'est-à-dire, leurs principes fondamentaux. Son importance consiste à la nécessité à diffuser des informations qui pourront aider les professionnels dans la viabilisation de leurs projets. Introdução Nas últimas décadas têm surgido no Brasil inúmeros projetos e ações no campo da Animação sociocultural. Num país sem muita tradição nessa área, onde a grande maioria da população não tem acesso a atividades culturais, tais como o cinema, o teatro, a música e também não pratica qualquer tipo de esporte, pois não existem espaços públicos específicos destinados a sua prática, a escola tem sido um palco privilegiado para o seu desenvolvimento. Esses projetos possuem na maioria das vezes um cunho filantrópico e agora já nos últimos anos o próprio governo federal tem se dedicado ao seu planejamento. Uma prova disso é o projeto segundo tempo, uma iniciativa dos ministérios do esporte e da educação para democratizar o seu acesso nas escolas públicas do país. Um outro exemplo é o projeto JEM, que surgiu da preocupação com a violência nas escolas municipais, levando a prefeitura da cidade do Recife, em 1993, a investir na animação cultural, como uma alternativa de lazer, através da capacitação de jovens universitários para oferecer a grupos de alunos, em horários alternativos ao escolar, atividades artísticas, esportivas, debates e passeios a pequenas turmas chamadas de “grupos culturais”. Esses trabalhos duraram até 1997, quando quatro anos depois mudaram de enfoque e em vez de compensar a ociosidade como forma de prevenir a violência, tornaram-se um direito conquistado. Atualmente o projeto chama-se JEAC, juventude, educação e animação cultural, funcionando em todas as escolas da rede municipal. Conta com 250 animadores, 20 técnicos e 3000 alunos. XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Animação Sociocultural: Princípios Extraídos de uma Análise da Prática FREIRE, Luiz Gustavo Lima Apesar disso, as formas de realização das atividades, sejam filantrópicas ou governamentais ainda são muito marcadas pelo improviso, presente principalmente na falta de formação de animadores, de ambientes e materiais destinados ao exercício ou de programação e planejamento das atividades. Ademais, esses projetos quase nunca são acompanhados por outras ações complementares que permitam sustentar o seu desenvolvimento, quais sejam, a falta de políticas nas áreas da alimentação, higiene e saúde. Abrir a escola para projetos socioculturais significa um grande avanço na busca pelo desenvolvimento integral do aluno. A Animação sociocultural possui aí um papel de destaque porque promove a integração das partes, tomando o aluno globalmente. Importa porém, que seja exercida organizadamente, que se reflita sobre as suas possibilidades e finalmente que se constitua num campo interdisciplinar. A finalidade desse trabalho é contribuir para a construção da Animação sociocultural nas escolas com reflexões sobre os seus fundamentos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde procuraremos refletir de acordo com os pensamentos de autores como Darcy Ribeiro, Piget, Paulo Freire, Bandura e Vigotsky, sobre os seguintes aspectos: O que é Animação sociocultural, qual a sua origem no Brasil, aonde e quando pode ser realizada, quem pode desenvolver e quem pode se beneficiar dela, como organizar as atividades e porque ela é importante para o desenvolvimento integral do aluno. A Animação Sociocultural Escolar e a sua Origem no Brasil A Animação sociocultural nas escolas brasileiras, em períodos e espaços diversificados foi inicialmente proposta ou pelo menos ganhou força a partir das idéias do educador Darcy Ribeiro no fim da década de 70, quando concebeu os CIEPs2. Segundo esse autor a escola deve se caracterizar por um maior tempo de permanência dos alunos, permitindo o oferecimento de uma diversidade de atividades educativas que estimulem um melhor desempenho acadêmico e contribuam para o desenvolvimento integral. Instituições idealizadas no Brasil para a experiência de escolarização em tempo integral, voltadas para as crianças das classes populares, tentando atender as suas necessidades e interesses. 2 XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Animação Sociocultural: Princípios Extraídos de uma Análise da Prática FREIRE, Luiz Gustavo Lima A Lei de diretrizes e bases (9.394/96)3 da educação brasileira confirma a importância do exercício físico em caráter complementar, valorizando em seus princípios as atividades extracurriculares, dentre elas o esporte, como fator imprescindível ao desenvolvimento escolar infanto-juvenil. A Animação sociocultural escolar pode ser definida como uma oportunidade de proporcionar aos estudantes, de forma livre e voluntária, um conjunto de atividades que tomem em conta os elementos culturais e sociais da comunidade em que eles vivem, tais como a dança, a música, o jogo desportivo, privilegiando a ação e o movimento, com objetivo de proporcionar prazer, obedecendo às necessidades motivacionais e de realização formativa, pela abordagem e desenvolvimento de matérias insuficientemente abrangidas noutras atividades escolares, dentro de um contexto caracterizado pela persecução de princípios cívicos, ambientais e desenvolvimentistas. Lima (1994, in Lança 2003). Aonde e Quando a Animação Sociocultural Escolar Pode Ser Realizada Nos espaços físicos das escolas, especialmente as situadas em lugares de vulnerabilidade social. Os locais devem oferecer condições materiais (ginásios, piscinas, quadras). Outros locais podem ser aproveitados (praças, praias, jardins) desde que sejam anteriormente preparados para esse objetivo. As atividades podem ser desenvolvidas nos contra turnos escolares, nas férias ou fins-de-semana, de forma rotineira ou esporádica. O que importa considerar é a liberdade dos alunos para decidirem se e quando desejam participar. Com a finalidade de aumentar a motivação dos participantes, cada vez mais as aulas de educação física têm sido combinadas com a animação. A esse respeito Darcy Ribeiro (1995) afirmou: “O animador atua, também no programa de recreação dos alunos, juntamente com as professoras de educação física. Essa última tem especial importância pela compreensão de que as crianças não estão por tantos anos na escola por necessitar de todo esse tempo para aprender o que ali aprendem, mas, principalmente, para crescerem fortes, sadias e alegres”. 3 Lei de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional brasileira. XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Animação Sociocultural: Princípios Extraídos de uma Análise da Prática FREIRE, Luiz Gustavo Lima Por e Para Quem a Animação Sociocultural Escolar Pode Ser Praticada O animador sociocultural é por excelência a pessoa mais indicada, embora qualquer pessoa que possua formação na área da educação, da psicologia ou do desporto, possa desenvolver essa atividade. O desenvolvimento e o exercício da Animação sociocultural devem estar alicerçados na atualização científica, técnica, e numa ação reflexiva. Essas competências são essenciais para que o profissional seja capaz de tomar decisões e desenvolva programas e projetos sempre conducentes com uma prática consciente e libertadora4. Todos os alunos podem e devem participar da Animação sociocultural desde que sejam respeitadas as suas características (gênero, faixa etária, nível social, motivações, expectativas). Os espaços, tempos, recursos, programas, precisam atender a essas especificidades. Como Organizar a Animação Sociocultural nas Escolas As técnicas devem se apoiar nos valores lúdicos e formativos. O jogo se constitui numa importante ferramenta porque integra essas duas dimensões. De acordo com Piaget (1976) eles exercem um papel que vai muito além da simples diversão. Possibilitam aprendizagem de diversas habilidades e são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual da criança. O jogo pode ser utilizado como uma ferramenta capaz de estimular a inclusão social através do aumento da auto-estima e da autonomia, para atingir essa finalidade deve considerar a responsabilidade e a reflexão, possibilitando o aluno tomar consciência dos valores, crenças e conhecimentos que embasam seu atual modo de agir. As atividades devem produzir experiências agradáveis. A ênfase deve incidir sobre a participação e o convívio, contrariando os rigores do esporte competitivo e as atividades desorganizadas. Para uma criança desenvolver-se física e mentalmente e ser saudável, ela precisa, além de estudar, praticar esportes e brincar. Esse direito está assegurado pelo 4 Sobre prática libertadora ver Paulo Freire (1967). XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Animação Sociocultural: Princípios Extraídos de uma Análise da Prática FREIRE, Luiz Gustavo Lima artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente5 que determina que meninos e meninas tenham o direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer. Esses direitos devem ser assegurados pela família, pela sociedade e pelo governo, com absoluta prioridade. Porque Utilizar a Animação Sociocultural nas Escolas O exercício da Animação sociocultural nas escolas pode se constituir num mecanismo de democratização das atividades culturais e físicas permitindo o acesso e a permanência dos alunos, incluindo aqueles que de outra forma não teriam esse privilegio e fomentando o gosto vitalício pela cultura e pela prática esportiva. Pode promover a inclusão e a transformação social diminuindo o tempo de exposição a situações de risco (doenças, drogas, criminalidade) porque inclusive, em si mesma é um meio de aprendizagem social, através do qual o aluno aprende a respeitar o outro, a proteger os seus direitos, a respeitar regras e a cooperar com o colega. Pode estimular o bem-estar físico e subjetivo através de melhorias na autoeficácia. Estudos têm demonstrado que a prática regular de atividades físicas desenvolve sentimentos de competência, de controle sobre o corpo, redução da ansiedade física e satisfação corporal. As crenças que o aluno vai fazendo a respeito das suas capacidades para mobilizar motivação, recursos cognitivos e implementar ações, conduzem ao autocontrole, ao autoconceito positivo e a autoconfiança. Bandura (1977, 1986, 1993, in Gouvêa, 2003). Pode desenvolver melhorias nos planos intelectual e cognitivo através da elaboração de estratégias de atuação, antecipação, execução, etc. A Animação sociocultural pode ser uma co-construção social fundamentada na aprendizagem cooperativa, o que supõe que o aluno seja capaz de organizar as atividades, estabelecer os planos, os objetivos, avaliar o seu desempenho, persistência, controlar a impulsividade e que principalmente seja capaz de refletir sobre os seus processos internos e os meios externos. 5 O estatuto da criança e do adolescente, lei 8079, foi criado em 1990 no Brasil e estabelece que a política de atendimento aos direitos da criança e do adolescente deve ser feita “por um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios". XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Animação Sociocultural: Princípios Extraídos de uma Análise da Prática FREIRE, Luiz Gustavo Lima A valorização dessa forma de aprendizagem decorre da sensibilização para a natureza dinâmica e progressiva do desenvolvimento. Os alunos funcionam hoje num determinado nível, no entanto serão capazes de realizar atividades mais complexas se puderem contar com a ajuda de um outro. O desenvolvimento resultaria da interiorização dos instrumentos e sinais, mediante a conversão dos sistemas de regulação externa (instrumentos e sinais presentes nas atividades culturais e nos jogos) em meios de regulação interna, de autoregulação. Vygotsky (1962, in Almeida 2005). A atividade física regular proporciona benefícios à saúde, atuando e madurando todos os campos do corpo infantil. Desenvolve a aprendizagem de capacidades motoras, do sistema nervoso, muscular e sensorial. Fomenta ainda hábitos de higiene, apoiados no cuidado e na segurança corporal e a consciência ambiental através da preservação das condições de realização das atividades. Conclusão Num contexto de profundas desigualdades, a Animação sociocultural pode ser um método de intervenção social, centrado no desenvolvimento integral dos alunos através da promoção de atividades destinadas a complementar a educação curricular de forma criativa. O estímulo à prática de atividades culturais, tais como o teatro, a dança, o exercício físico não deve ser uma obrigação exclusiva da escola, mas essa pode ser considerada um local privilegiado porque é nos jovens e nas crianças que o gosto pela cultura e pelo esporte pode ser mais facilmente transformado num hábito para toda a vida. A Animação sociocultural possui valor em si mesma porque é edificante e construtiva. Promotora das potencialidades humanas. Para que não se constitua numa ferramenta a disposição do assistencialismo, reproduzindo as relações de dominação existentes na sociedade brasileira, deve ser oferecida aos alunos de todas os níveis sociais e ser acompanhada do exercício reflexivo das conjunturas que balizam a sua prática, tanto pelo animador, quanto pelo aluno. Não pretendemos que ela se converta numa forma padronizada de dirigir o lazer e a brincadeira que trazem imbuídos um caráter fundamentalmente informal. XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Animação Sociocultural: Princípios Extraídos de uma Análise da Prática FREIRE, Luiz Gustavo Lima Sempre existirá espaço para o jogo espontâneo, mas a escola pode conjugar a esse, o princípio formativo, inclusive porque não tem que dispensar o aspecto prazeroso, alegre e da descoberta. A Animação sociocultural pode conduzir os estudantes a um diálogo criativo com as bruscas transformações dos nossos tempos, condição necessária para uma formação cidadã, o que requer uma escola aberta a todos, não de portas abertas e vazias, mas preenchida com atividades livres e alegres, contrapostas às relações de dominação que marcam a maioria dos jovens brasileiros. Ela não será a solução para os problemas sociais, haja vista, que essa dependeria de mudanças multidimensionais, mas pode ajudar muito, principalmente no que toca a saúde física, psicológica e social. Não poderíamos lhe atribuir um valor maior, podemos, no entanto explicar nossos objetivos: a busca do desenvolvimento integral. Não seria essa a sua verdadeira missão? Referências ALMEIDA, L. (2005) “Programas de Treino Cognitivo: Ajudar os Alunos a Aprender e a Pensar”, in Lobato, M e Bahia, S. (orgs.), Psicologia da Educação: Temas de Desenvolvimento, Aprendizagem e Ensino, Rélogio D’água Editores, 288-310. BRASIL. (1994). Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro, CBIA. BRASIL/PR. Lei nº 9.394, de 20/12/1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília: Gráfica do Senado, ano CXXXIV, nl. 248, 23/12/96, pp 27833-41. FREIRE, P. (1967). Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra. GOUVÊA, F. (2003). Análise da auto-eficácia em atletas de modalidades individuais e coletivas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, Ano 2, nº 2. XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Animação Sociocultural: Princípios Extraídos de uma Análise da Prática FREIRE, Luiz Gustavo Lima LANÇA, R. (2003). Animação sociocultural e Tempos Livres: Perspectivas de Organização. Lisboa. Editorial Caminho. PIAGET, Jean. (1976). Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária. RIBEIRO, D. (1995). Balanço crítico de uma Experiência Educacional. Carta 15: O Novo Livro dos CIEPs. Brasília, Senado Federal, pp. 17-24.