XX Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da UTFPR 14 a 16 de outubro de 2015 Campo Mourão – PR CARACTERIZAÇÃO SAZONAL DO VENTO DE SUPERFÍCIE POR ESTAÇÃO METEOROLÓGICA AUTOMÁTICA André Luiz PAVANATE ; Luciano FLEISCHFRESSER 1 2 Acadêmico do Curso de Engenharia Ambiental, UTFPR – Campo Mourão, [email protected]; 2. Orientador, Departamento de Ambiental, UTFPR – Campo Mourão, [email protected]. 1. RESUMO Neste trabalho é apresentada uma análise dos padrões de vento de superfície registrados durante o ano de 2014. Os dados foram agrupados por estação do ano e visualizados através de diagramas de freqüência e rosa dos ventos. De modo geral, os ventos predominantes são dos quadrantes sul e leste para as quatro estações do ano. Durante o verão ocorreu predominância de ventos de norte também, pois sistemas frontais são raros durante esta estação do ano. Os ventos calmos (< 0,5 m/s) também foram predominantes no período de estudo. 2. MATERIAL E MÉTODOS 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os sensores de direção e velocidade do vento estão mostrados na figura 1. Estes sensores são do tipo palheta e anemômetro de 3-copos, ambos montados num mesmo eixo. O anemômetro é um sensor de contato que, quando acionado pelo vento, ativa gatilhos momentâneos que mantém uma relação direta com a velocidade do vento. A palheta utiliza um potenciômetro para detectar mudanças de direção, o qual produz uma voltagem analógica correspondente à posição da mesma. A resolução deste sensor é 1° (azimute), ou 16 pontos cardinais. A rosa de ventos para o verão está apresentada na figura 2. São mostradas quatro direções da origem dos ventos (norte, sul, leste e oeste). Nota-se que as direções predominantes são sul e leste, mas também há predominância importante de ventos advindos do norte. Os ventos mais calmos (0,5 a 2, 1 m/s) são os mais freqüentes da direção sul. Já maiores intensidades (2,1 a 3,6 m/s) tem freqüência comparável com a classe de 0,5 a 2,1 m/s advindos de leste e norte. Ventos de oeste foram bem menos freqüentes devido ao bloqueio que as construções ocasionam. Palavras-chave: Iniciação; Ciência; Tecnologia; Instrumentação; Meteorologia. 1. INTRODUÇÃO Dados de direção e velocidade do vento obtidos a partir da estação meteorológica automática 110WS-16 foram coletados e analisados. Esta estação meteorológica está configurada para medir sete (7) parâmetros meteorológicos: velocidade e direção do vento, temperatura e umidade relativa do ar, radiação solar, precipitação, pressão barométrica, e rajada de vento. Os dados foram agrupados por estação do ano e uma análise sazonal foi realizada. Ao todo foram registrados 5690 dados de direção e velocidade do vento entre Fevereiro e Dezembro de 2014. Deste total, 36% dos dados correspondem ao período da primavera, 27% pertencem ao outono, 19% e 18% distribuem-se entre verão e inverno respectivamente. O intervalo predominante de coleta foi de 30 minutos, embora nos primeiros meses este intervalo tenha sido de 15 minutos. Figura 2 – Rosa dos ventos com quatro (4) classes. Figura 1 – Sensores de Direção e Velocidade do Vento. Fonte: Acervo do Orientador. Na tabela 1 estão mostradas as ocorrências durante o verão de 2014. Há 4 classes que correspondem aos quadrantes Norte, Sul, Leste e Oeste. A tabela mostra que ventos calmos tiveram predominância importante, representando 25% do total de dados coletados para o Verão. De modo geral, esta estação do ano caracterizou-se por ventos de baixa intensidade, com nenhuma ocorrência acima de 8,8 m/s. Ocorreram rajadas de vento acima dos 50 km/h. 4. CONCLUSÃO A análise de dados diários de direção e velocidade do vento obtidos em intervalos de meia-hora e coletados utilizando a estação automática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná em Campo Mourão compreendeu o seguinte: • • Este estudo insere-se em um contexto mais amplo de um experimento de telhado verde. Neste experimento, faz-se a coleta de temperaturas no ambiente interno de dois protótipos construídos com compensado naval, sendo que num deles é instalado o telhado verde extensivo, como discutido em Vieira (2014) e Vacilikio (2011). A análise eólica serve então como um estudo complementar para verificar se há influência do escoamento da baixa atmosfera nestas temperaturas. Também estão sob análise dados de temperatura externa, pressão barométrica, e umidade relativa do ar obtidos da estação meteorológica. Pretende-se assim verificar como as condições meteorológicas podem afetar dois ambientes internos (com e sem telhado verde). A tecnologia do telhado verde apresenta benefícios variados, e sua aceitação é função de temas científicos como os que estão sendo investigados neste projeto. Os dados são médias temporais de 30 minutos em que valores para calcular as médias são registrados com resolução de 5 segundos. Deste modo, são 12 valores por minuto totalizando 360 registros de direção e velocidade utilizados para fazer uma média que resulta em um valor para cada variável. Tabela 1 – Freqüência de ocorrência para o Verão (4 Fev a 23 Mar). (°)/(m/s) 315 - 45 45 - 135 135 - 225 225 - 315 Sub-Total Calmos Faltantes Total 0,5–2,1 2,1–3,6 3,6–5,7 5,7–8,8 79 154 131 82 446 - 87 112 48 8 255 - 18 24 46 0 88 - 0 1 5 0 6 - Total 184 291 230 90 795 265 1 1061 • Distribuição de freqüência de quatro (4) classes de vento; Histogramas das distribuições de freqüência e; Rosa dos ventos. Os resultados indicaram que ventos de leste e sul predominaram em 2014. A ocorrência de calmos (v < 0,5 m/s) foi significativa no período analisado. Já o verão mostrou ventos vindos do norte, refletindo a ausência de sistemas frontais, os quais tipicamente se movimentam de latitudes maiores para menores (sul para norte no Hemisfério Sul). REFERÊNCIAS VIEIRA, T. J., 2014. Comparação da Variação de Temperatura Interna de um Ambiente Coberto com Telhado Verde e Outro com Telhado Convencional. TCC em Eng. Ambiental. 72 p. VACILIKIO, D. V., 2011. Comparação entre Telhado Verde e Convencional nas Temperaturas Internas de Ambientes. TCC em Tecnologia de Gestão Ambiental. 46 p.