“União e Progresso” ii GOVERNO DO PARANÁ Roberto Requião de Mello e Silva SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS Secretário: Luis Eduardo Cheida INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ - IAP Diretor Presidente: Lindsley da Silva Rasca Rodrigues DIRETORIA DE BIODIVERSIDADE E ÁREAS PROTEGIDAS - DIBAP Diretor: Wilson Loureiro DEPARTAMENTO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Chefe: Marcos Antonio Pinto EQUIPE DE ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO João Batista Campos Márcia de Guadalupe Pires Tossulino ESCRITÓRIO REGIONAL DE CAMPO MOURÃO Chefe Regional: Ricardo de Jesus Carvalho dos Santos PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL Gerente: Rubens Lei Pereira de Souza ENDEREÇO: Instituto Ambiental do Paraná - IAP Rua Engenheiro Rebouças, 1206. CEP: 80.215-100 - Curitiba-PR Tel: (0xx41) 3213-3700 ENDEREÇO DO PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL Sede: Rodovia Br-487, Km 10,5 - saída para Pitanga/Curitiba Campo Mourão - Paraná Plano de Manejo do Parque Estadual Lago Azul / Instituto Ambiental do Paraná, Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas. (Agosto, 2005) - Curitiba: IAP/DIBAP, 2005. 270 P. il. 1. Unidades de Conservação - 2. Planejamento de Conservação - 3. Biodiversidade - 4. Ecologia - 5. Conservação – Paraná - 6. Proteção Ambiental – Unidades de Conservação - 7. Ecossistemas. I. Instituto Paraná. Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas. iii Unidades de Unidades de Legislação Ambiental do ELABORAÇÃO EQUIPE TÉCNICA COORDENADOR GERAL João Batista Campos, Doutor em Ecologia – Ciências Ambientais pela Universidade Estadual de Maringá - UEM, Coordenador da Equipe Técnica de Planos de Manejo do IAP. COORDENADORES TÉCNICOS Lysias Vellozo da Costa Filho, Engenheiro Florestal, Mestre em Produção Vegetal. Márcia de Guadalupe Pires Tossulino, Bióloga, Especialista em Conservação da Biodiversidade. COORDENADOR OPERACIONAL Rubens Lei Pereira de Souza, Geógrafo, Especialista em Educação, Planejamento e Gerenciamento do Meio Ambiente. COORDENADORA DE SISTEMATIZAÇÃO Carolina Regina Cury Müller, Bióloga. EQUIPE DE ELABORAÇÃO Almir Pontes Filho, Arqueólogo. Aspectos Arqueologia e Histórico-cultural Amália Maria Goldberg Godoy, Economista Mestre em Economia Agrária e Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Meio Socioeconômico Cristina Carla Klüppel, Historiadora. Aspecto Histórico-cultural Débora Cristina de Souza, Bióloga, Mestre e Doutoranda em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais – UEM. Vegetação Elson Buaski, Geógrafo. Uso e Ocupação do Solo Jeferson Crispim, Geógrafo, Mestre em Ecologia - Ciências Ambientais - UEM. Meio Físico João Batista Campos, Doutor em Ecologia – Ciências Ambientais pela Universidade Estadual de Maringá – UEM. Instituto Ambiental do Paraná - IAP Vegetação José Antonio da Rocha, Geógrafo, Mestre em Ecologia - Ciências Ambientais - UEM. Meio Físico Luiza Antonio da Silva, Geógrafo. iv Luiz Augusto Diedrichs, Engenheiro Agrônomo, Mestre em Geografia. Mapeamento e Cartografia Luizinho Jagelski, Geógrafo. Educação Ambiental Marcelo Galeazzi Caxambú, Engenheiro Florestal, Mestre e Doutorando em Ciências Biológicas - UFPR. Vegetação Mauro de Moura Britto, Biólogo, Mestre em Zoologia pela UFPR. Fauna Maxuel Cirilo de Oliveira, Geógrafo, Especialista em Turismo e Meio Ambiente. Meio Físico Michele Poitevin, Arquiteta. Aspectos de Lazer e Turismo Rubens Lei Pereira de Souza, Geógrafo, Especialista em Educação, Planejamento e Gerenciamento do Meio Ambiente. Meio Físico COLABORADORES INSTITUCIONAIS1 Anselmo Silveira Lourdes Arildo Moreira Cassiano Boita Cristian Coelho Silva Cristóvam Sabino Queiroz Devanil José Bonni Edson Luiz Costa Fortunato Lole Orben Francisco Torres de Oliveira Janete Teixeira Costa João Benedito do Carmo Joel Antonio Freire Junior José Nelson Campanha Juliano Heller Juliano Jose da S. Santos Kelly Dayana Larissa Mattos Alves Leliana A. Casagrande Luiz Maria Ângela Dalcomune Maxuel Cirilo de Oliveira Norci Nodari Otávio Manfio Raquel Ramos de Oliveira Reginaldo da Silva Alves Roberto Dal Sasso Sidney Kuerten Valdinei Rodrigues da Silva Vilson P. Gimenes Wilson B.H.Alves COLABORADORES Luciano Amauri Diniz – Município de Luiziana Jose Idair dos Santos – Município de Campo Mourão Rubens Gonçalves Paula - Município de Campo Mourão Fernando Facini – Estagiário (Geografia) FECILCAM– C. MOURÃO Wilson B. H. Alves – Estagiário (Turismo) FECILCAM– C. MOURÃO Edson Mulinari Cabral - COPEL Luiz Augusto M. Ludwig – COPEL 1 Este Plano de Manejo teve a colaboração dos participantes do curso: “Planejamento e Gestão de Unidades de Conservação de Uso Indireto”, realizado no Parque Estadual Lago Azul - PELA, no período de 25 a 29 de Agosto de 2003. v AGRADECIMENTOS AOS FUNCIONÁRIOS, ESTAGIÁRIOS E VOLUNTÁRIOS DO PELA: Lucélia dos Santos José Loch Carlos Barroso Braga Joel Ferreira Edílson Bezerra de Araújo Israel Ferreira Antonio da Silva Mario Martins Braga Vagner da Silva Oliveira Ricardo Bueno Wilson B. H. Alves Marcio Ney Wenceslau AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Aos pesquisadores Pedro Scherer Neto e Eduardo Carrano, pela cessão da lista de aves do PELA e revisão da ordem taxonômica. Paulo Benedito Tanahaki, Mariese Cargnin Muchailh e Junia Heloisa Woehl pelo apoio no processo de elaboração do Plano de Manejo vi SUMÁRIO I INTRODUÇÃO 01 Ficha Técnica da Unidade de Conservação 04 ENCARTE I - CONTEXTUALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL 01/I LAGO AZUL 1 CONTEXTO FEDERAL 01/I 1.1 Política Ambiental Brasileira 01/I 1.1.2 Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC 03/I 1.1.3 O Contexto das Unidades de Conservação 06/I 2 CONTEXTO ESTADUAL 06/I 2.1 Divisão Política e Administrativa do Paraná 07/I 2.1.1 Uso e Ocupação do Solo 07/I 2.2 Política Ambiental do Estado 10/I 2.2.1 Sistema Estadual de Unidades de Conservação 10/I 2.2.2 Antecedentes 10/I 2.3 Diagnóstico das Unidades de Conservação do Paraná 13/I 2.3.1 Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN 18/I 2.4. Atos Normativos de Proteção Ambiental da Legislação Estadual 24/I ENCARTE II – ANÁLISE DA REGIÃO DO PARQUE ESTADUAL 1/II LAGO AZUL 1 DESCRIÇÃO 1/II 1.2 Caracterização Ambiental 2/II 1.2.1 Geologia do Paraná e Fisiografia 2/II 1.2.2 Relevo da Região Sul do Brasil 4/II 1.2.3 Hidrografia 4/II 1.2.4 Flora 5/II vii 1.2.5 Fauna 6/II 1.2.5.1. Contexto biogeográfico 7/II 1.2.5.2. Principais espécies por grupos 7/II 2. ASPECTOS CULTURAIS E HISTÓRICOS 8/II 2.1. Levantamento Histórico das usinas hidrelétricas de Campo Mourão 8/II 3. USO E OCUPAÇÃO DA TERRA, CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO E 11/II PROBLEMAS AMBIENTAIS DECORRENTES 3.1 Histórico de Campo Mourão e Luiziana 11/II 3.2. Meio Socioeconômico 12/II 3.2.1. Perfil da situação socioeconômica de Campo Mourão e Luiziana 12/II 3.2.1.1 O setor primário 14/II 3.2.1.2. Os setores secundário e terciário 17/II 3.2.2. A situação social 20/II 4. VISÃO DAS COMUNIDADES SOBRE A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO E 24/II ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL 4.1. Considerações sobre a socioeconomia dos municípios 24/II 4.2. Área do Entorno - Uso e ocupação da área de abrangência do Plano 26/II Diretor 4.2.1. Loteamentos urbanos 26/II 4.2.2. Remanescentes naturais e unidades de conservação 27/II 4.2.3. Outras utilizações 27/II 5. LEGISLAÇÃO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL PERTINENTE 28/II 6 POTENCIAL DE APOIO A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 31/II ENCARTE III – ANÁLISE DO PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL 1/III 1 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1/III 1.1 Acesso à Unidade 1/III viii 1.2 Origem do nome e histórico de criação da UC 1/III 2 CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS E BIÓTICOS 3/III 2.1 Clima 3/III 2.2 Geologia 3/III 2.3 Relevo/Geomorfologia 4/III 2.4 Geomorfologia 4/III 2.5 Solos 5/III 2.5.1 Erosão dos solos 7/III 2.6 Hidrografia e qualidade da água 7/III 3 VEGETAÇÃO 10/III 3.1 Levantamento da Vegetação do PELA 10/III 3.1.1. Formações Florestais 10/III 3.1.2. Formações Não Florestais 12/III 3.2 A Vegetação Terrestre 13/III 3.2.1. Considerações sobre a vegetação natural 16/III 3.2.2. A fragmentação do ecossistema e problemas decorrentes 16/III 3.2.3. A questão dos cipós (lianas) 17/III 3.3 A Vegetação Aquática 18/III 4. FAUNA 20/III 4.1. Espécies Ameaçadas de extinção ocorrentes na região 20/III 4.1.1. Principais causas da ameaça de extinção 21/III 4.1.1.1. Caça 22/III 4.1.1.2. Impacto do trânsito das estradas: a mortalidade de vertebrados 22/III silvestres 4.1.1.3. Fragmentação das Florestas 24/III ix 4.1.2. Propostas para proteção e recuperação da fauna 25/III 4.2 Ictiofauna 26/III 4.2.1. As espécies da Ictiofauna do Lago Azul 26/III 4.3.1. Impactos sobre a ictiofauna 28/III 4.3.1.1. Pesca 28/III 4.3.1.2. Problemas decorrentes do uso agrícola das áreas marginais do 28/III reservatório 4.3.1.3. Problemas decorrentes do uso urbano das áreas marginais do 29/III reservatório 4.3.1.4. Introdução de espécies exóticas 29/III 4.3.1.5. Problemas decorrentes do manejo do reservatório 30/III 5 PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL 30/III 5.1 A Energia Elétrica em Campo Mourão 30/III 6. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA 35/III 7. FOGO E OUTRAS OCORRÊNCIAS EXCEPCIONAIS 35/III 8 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 35/III 8.1 Atividades Apropriadas 35/III 8.1.1 Fiscalização 35/III 8.1.2. Pesquisa 36/III 8.1.3. Visitação/ Educação Ambiental 37/III 8.1.4. Relações Públicas/ Divulgação 39/III 8.2 Atividades ou Situações Conflitantes 39/III 8.2.1. Animais Domésticos 39/III 8.2.2. Ocupação posseiro e área urbana 40/III 8.2.3. Linha de transmissão 40/III 8.2.4. Rodovia 40/III x 8.2.5. Estrada de acesso a Usina 40/III 8.2.6. Aceiros 40/III 8.2.7 Tubulação adutora 41/III 8.2.8 Contaminação e alteração das propriedades químicas da água 41/III 8.2.9 Estrada divisora limite com a Fazenda Onça Parda 41/III 8.2.10 Caça e pesca ilegais 41/III 9 ASPECTOS INSTITUCIONAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 42/III 9.1 Pessoal 42/III 9.2 Infra-Estrutura, Equipamentos e Serviços 43/III 9.2.1. Infra-estrutura existente 43/III 9.2.1.1. Veiculo e equipamentos disponíveis no PELA 43/III 9.3 Estrutura Organizacional 43/III 9.4 Recursos Financeiros 44/III 9.5 Cooperação Institucional 44/III 10 DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA 45/III ENCARTE IV – PLANEJAMENTO 1/IV 1 Visão Geral do Processo de Planejamento 1/IV 1.2 Histórico do Planejamento 2/IV 1.3 Avaliação Estratégica da Unidade de Conservação 3/IV 1.4 Objetivos Específicos do Manejo do Parque Estadual Lago Azul 6/IV 2 Organização do zoneamento 6/IV 2.1 ZP – ZONA PRIMITIVA 7/IV 2.2 ZE - ZONA DE USO EXTENSIVO 9/IV 2.2.1 ZE 1 – Zona de Uso Extensivo 1 10/IV 2.2.2 ZE 2 – Zona de Uso Extensivo 2 11/IV xi 2.3 ZUI – ZONA DE USO INTENSIVO 13/IV 2.4 ZR - ZONAS DE RECUPERAÇÃO 16/IV 2.4.1 ZR 1 - Zona de Recuperação 1 16/IV 2.4.2 ZR 2 - Zona de Recuperação 2 16/IV 2.5 ZUE – ZONA DE USO ESPECIAL 19/IV 2.6 ZONA DE USO CONFLITANTE 21/IV 2.7 ZUT – ZONA DE USO TRANSITÓRIO 24/IV 2.8 ZFA - ZONA DE FRAGILIDADE AMBIENTAL 25/IV 2.8.1 ZFA 1 – Zona de Fragilidade Ambiental 1 25/IV 2.8.2 ZFA 2 – Zona de Fragilidade Ambiental 2 26/IV 2.8.3 ZFA 3 - Zona de Fragilidade Ambiental 3 27/IV 2.9 ZHC – ZONA HISTÓRICO CULTURAL 28/IV 2.10 ZFS - ZONA DA FAIXA DE SEGURANÇA DO RESERVATÓRIO 29/IV 2.10.1 ZFS- ZOT – Zona de Ocupação Temporária (litigiosa) 29/IV 2.10.2 ZFS - ZP – Zona Primitiva do Reservatório 29/IV 2.10.3 ZFS – ZR – Zona de Recuperação do Reservatório 30/IV 2.11 ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE 30/IV 3. NORMAS GERAIS DO PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL 33/IV 4 PLANEJAMENTO POR ÁREAS DE ATUAÇÃO 36/IV 4.1 Programas Temáticos para o Interior do Parque 36/IV 4.1.1 Operacionalização 36/IV 4.1.2. Proteção e manejo 42/IV 4.1.3. Pesquisa e monitoramento 46/IV 4.1.4. Educação ambiental 51/IV 4.2. Programas Temáticos para a Zona de Amortecimento 53/IV xii 4.2.1. Operacionalização externa 53/IV 4.2.2. Proteção e manejo 54/IV 4.2.3. Pesquisa e monitoramento 56/IV 4.2.4. Alternativas de desenvolvimento 59/IV 4.2.5. Programa de integração externa 59/IV 4.2.6 Educação Ambiental 63/IV 5. CRONOGRAMA FÍSICO 67/IV 5.1 Programas Temáticos para o Interior do Parque 67/IV 5.2 Programas Temáticos para a Zona de Amortecimento 74/IV 1. Referências 1 xiii LISTA DE QUADROS de Conservação 06/I Quadro I.1 Síntese do número de Unidades segundo o grau de proteção Quadro I.2 Localização dos pontos extremos do Estado do Paraná 07/I Quadro I.3 Unidades de Conservação do Estado do Paraná 14/I Quadro IV.1 Matriz de Análise Estratégica, resultados obtidos no 4/IV Curso “Planejamento e Gestão de Unidades de Conservação de Uso Indireto” LISTA DE TABELAS Tabela I.1 Distribuição das Unidades de Conservação nos Biomas 13/I em relação a área do Estado do Paraná Tabela I.2 Reservas Particulares do Patrimônio Natural do Estado 19/I do Paraná – âmbito estadual e federal Tabela I.3 Síntese das RPPNs da Zona de Amortecimento 24/I Tabela II.1 Principais fatores de ameaça do entorno e riscos para a Unidade. 2/II Tabela II.2 População urbana e rural, variação populacional e taxa 12/II de crescimento anual Tabela II.3. Receitas e R$1000,00. despesas públicas realizadas em 13/II Tabela II.4. PIB e PIB per capita – Campo Mourão e Luiziana (US$) 13/II Tabela II.5 Origem percentual do PIB por setor 14/II Tabela II.6 Situação das terras agrícolas 14/II Tabela II.7 Numero de empregados. Tabela II.8 Distribuição das indústrias formais 18/II Tabela II.9 Indicadores de Saúde 21/II Tabela II.10 Número de domicílios urbanos e economias de água, luz 21/II e esgoto empresas com xiv CGC e número de 18/II Tabela II.11 Anos de estudos do chefe de família. 22/II Tabela II.12 Situação de ensino. 23/II Tabela III.1 Estações de amostragem de água na região da UH 8/III Mourão I. Tabela III.2 Lista das espécies encontradas durante o levantamento 15/III expedito no Parque Estadual do Lago Azul Tabela III.3 Distribuição das espécies de macrófitas aquáticas e 19/III respectivos hábitos, sendo SF submersa fixa e E emergentes, encontradas no Parque Estadual Lago Azul. Tabela III.4 Espécies das classes das aves, mamíferos e insetos, 20/III listadas como ameaçadas de extinção, citadas para a região. Tabela III.5 Espécies registradas no Reservatório Hidrelétrica Mourão I – Lago Azul Tabela IV.1 Cronograma físico das atividades e sub-atividades - 55/IV OPERACIONALIZAÇÃO Tabela IV.2 Cronograma físico das atividades e sub-atividades - 58/IV PROTEÇÃO E MANEJO Tabela IV.3 Cronograma físico das atividades e sub-atividades – 59/IV PESQUISA E MONITORAMENTO Tabela IV.4 Cronograma físico das atividades e sub-atividades - 61/IV EDUCAÇÃO AMBIENTAL Tabela IV.5 Cronograma físico das atividades e sub-atividades – 62/IV OPERACIONALIZAÇÃO EXTERNA Tabela IV.6 Cronograma físico das atividades e sub-atividades - 63/IV PROTEÇÃO E MANEJO EXTERNA Tabela IV.7 Cronograma físico das atividades e sub-atividades - 64/IV PESQUISA E MONITORAMENTO EXTERNA Tabela IV.8 Cronograma físico das atividades e sub-atividades - 65/IV ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO EXTERNA xv da Usina 27/III LISTA DAS FIGURAS Figura II.1 Mapa da vegetação original do estado do Paraná, 5/II localizando as cinco unidades fitogeográficas. Fonte: Maack, modificado por Roderjan et al., 2002. Figura II.2 Percentual de ocupação das áreas do entorno do Parque 26/II Estadual Lago Azul Figura III.1 Índice de Qualidade de Água na região do Parque 08/III Estadual Lago Azul. Figura III.2 chuchu Sechium edule 21/III Figura III.3 Rodovia Federal BR-487 23/III Figura III.4 tamanduá-mirim Tamandua tetradactyla 23/III Figura III.5 gato mourisco Felis yagouaroundi 23/III Figura III.6 coruja das torres – Tyto alba 23/III Figura III.7 Acervo: Assessoria de Imprensa da COPEL – Curitiba/PR 31/III Figura III.8 Osvaldo Urbano Hoose (em primeiro plano) Foto: Acervo 31/III da CPC-SEEC Campo Mourão – Pr / 2001 Figura III.9 Augusto Paulovsk Foto: Acervo da CPC/SEEC Campo 32/III Mourão – PR / 2001 Figura III.10 Detalhes da construção da MOURÃO FOTOS do acervo 33/III da Assessoria de Imprensa da COPEL - Campo Mourão PR Figura III.11 Dolores G. de Medeiros e Nelson Fonseca Foto: Acervo 34/III da CPC/SEEC Campo Mourão – PR / 2001 Figura III.12 Gráfico de visitantes do PELA 37/III Figura III.13 Salto São João 38/III Figura III.14 Salto Belo 39/III Figura IV.1 Zona Primitiva 07/IV Figura IV.2 Zona Primitiva 08/IV Figura IV.3 Zona de Uso Extensivo 1 11/IV xvi Figura IV.4 Zona de Uso Extensivo 2 12/IV Figura IV.5 Zona de Uso Intensivo 14/IV Figura IV.6 Zona de Uso Intensivo 14/IV Figura IV.7 Zona de Recuperação 2 17/IV Figura IV.8 Zona de Recuperação 2 18/IV Figura IV.9 Zona de Recuperação 2 18/IV Figura IV.10 Zona de Uso Especial 20/IV Figura IV.11 Zona de Uso Especial 20/IV Figura IV.12 Zona de Uso Conflitante 22/IV Figura IV.13 Zona de Uso Conflitante 22/IV xvii LISTA DE ANEXOS Anexo II.1 Mapa de Localização do PELA Anexo II.2 Mapa da Zona de Amortecimento Anexo II.3 Mapa de Unidades de Conservação - RPPN Anexo III.1 Mapa da área de estudo - PELA Anexo III.2 Mapa de geologia Anexo III.3 Mapa Hipsométrico Anexo III.4 Mapa de Declividade Anexo III.5 Mapa de Geomorfologia Anexo III.6 Mapa Planialtimétrico Anexo III.7 Mapa de Solos Anexo III.8 Mapa de Uso atual do Solo Anexo III.9 Mapa de localização-detalhe bacia hidrográfica Anexo III.10 Mapa da Bacia Hidrográfica Anexo III.11 Lista da avifauna do PELA Anexo IV.1 Mapa do Zoneamento Anexo IV.2 Mapa “detalhe” do Zoneamento Anexo IV.3 Diagnóstico da Cobertura Vegetal e do Uso do Solo da Área de Preservação Permanente do Reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão – Campo Mourão/PR xviii LISTA DE SIGLAS ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal APA - Área de Proteção Ambiental CEFET - Centro Federal de Ensino Tecnológico CESP - Companhia Energética de São Paulo CIES – Centro Integrado de Ensino Superior CNUMAD – conferência Desenvolvimento das Nações Unidas para o Meio Ambiente e COAMO - Cooperativa Agrícola de Campo Mourão COPERMIBRA – Cooperativa Mista Agropecuária do Brasil Ltda CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente COPEL - Companhia Paranaense de Energia DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica DER - Departamento de Estrada e Rodagem DIBAP – Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte DUC – Departamento de Unidades de Conservação ELETROBRÁS - Centrais Elétricas Brasileiras ELETROSUL - Centrais Elétricas do Sul do Brasil EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRATUR - Empresa Brasileira de Turismo ERCMO – Escritório Regional de Campo Mourão FECILCAM - Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Campo Mourão IAP - Instituto Ambiental do Paraná IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICC – Instituição Comunitária de Crédito ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária IQA – índice de qualidade da água ITCF - Instituto de Terras, Cartografia e Florestas do Paraná MaB - Programa Man and Biosphere (Homem e Biosfera) da UNESCO MP - Ministério Público xix MRH - Microrregião Homogênea NUPÉLIA - Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura da Universidade Estadual de Maringá PAB – Piso de Atenção Básica PCH –Pequena Central Hidrelétrica PDLA - Plano Diretor do Lago Azul PE - Parque Estadual PEA – População Economicamente Ativa PELA – Parque Estadual Lago Azul PEVRES – Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo PIB - Produto Interno Bruto PM - Prefeitura Municipal PM – Polícia Militar PN - Parque Nacional PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente PUC – Pontifícia Universidade Católica do Paraná RFF – Reserva Florestal de Figueira RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena Empresa SEFA – Secretaria da Fazenda do Estado do Paraná SEMA – Secretaria de Estado do meio Ambiente e Recursos Hídricos SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR/PR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná SISNAMA – Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SUDERSHA – Superintendência de desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental SUPREN – Superintendência de Recursos Naturais SUREHMA - Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente UC - Unidade de Conservação UEM - Universidade Estadual de Maringá UFPR - Universidade Federal do Paraná UH - Usina Hidrelétrica UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná VA – Valor adicionado xx PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 I - INTRODUÇÃO Segundo a Lei n° 9.985/2000, que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, em seu capítulo I, art. 2° - XVII, “o Plano de Manejo é um documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade.” De acordo com a mesma lei, em seu art. 27, parágrafo . 1° “O Plano de Manejo deve abranger a área da Unidade de Conservação, sua Zona de Amortecimento e os corredores ecológicos.” O Plano de Manejo tem como principais objetivos (IBAMA, 2002). • Levar a unidade de Conservação a cumprir com os objetivos estabelecidos na sua criação. • Definir objetivos específicos de manejo, orientando a gestão da UC. • Dotar a UC de diretrizes para seu desenvolvimento. • Definir ações específicas para o manejo da UC. • Promover o manejo da Unidade, orientado pelo conhecimento disponível e/ou gerado. • Estabelecer a diferenciação e intensidade de uso mediante zoneamento, visando a proteção de seus recursos naturais e culturais. • Destacar a representatividade da UC no SNUC frente aos atributos de valorização dos seus recursos como: biomas, convenções e certificações. • Estabelecer, quando couber, normas e ações específicas visando compatibilizar a presença das populações residentes com os objetivos da Unidade, até que seja possível sua indenização ou compensação e sua relocação. • Estabelecer normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da Zona de Amortecimento e dos Corredores Ecológicos, visando a proteção da UC. • Promover a integração socioeconômica das comunidades do entorno com a UC. • Orientar a aplicação dos recursos financeiros destinados à UC. INTRODUÇÃO 1 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 O Plano de manejo caracteriza-se em ser: Contínuo envolvendo a busca constante de conhecimentos para manter sempre atualizados as propostas de manejo, de forma a não ocorrer lacunas e distanciamento entre as ações desenvolvidas e as realidades local e regional. Gradativo o grau de conhecimento dos recursos naturais e culturais determina o grau de intervenção na UC que, juntos, determinarão a profundidade de alcance do Plano de Manejo. Por sua vez, a implementação dar-se á também de forma gradativa, onde sem perder de vista a concepção idealizada inicialmente, são destacadas as prioridades factíveis para o horizonte de cinco anos. Flexível consiste na possibilidade de serem inseridas ou revisadas informações em um Plano de Manejo, sempre que se dispuser de novos dados, sem a necessidade de proceder a revisão integral do documento. A tomada de decisões dependerá também da auto-avaliação e da retro-alimentação fornecidas pelas experiências com o manejo. Participativo buscando o envolvimento da sociedade no planejamento e em ações específicas na UC e no seu entorno, tornando-a participativa e comprometida com as estratégias estabelecidas. MARCO CONCEITUAL A categoria de manejo de Parque, por definição (Lei 9.985/2000 art.11) “tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.” Em função da amplitude de seus objetivos, os parques podem ser considerados a espinha dorsal de um sistema de áreas protegidas, e seus objetivos primários são: 9 preservar a biodiversidade; 9 preservar espécies raras ou ameaçadas; 9 preservar amostras significativas de ecossistemas; 9 proteger belezas cênicas; 9 incentivar a pesquisa científica; 9 proporcionar educação ambiental; 2 INTRODUÇÃO PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 9 oferecer recreação ao ar livre, compatível com a proteção ambiental; 9 contribuir para o monitoramento ambiental. Nos parques são vedadas as modificações ambientais e a interferência humana direta, exceto as necessárias à recuperação de sistemas alterados e as ações de manejo voltadas à recuperação e preservação do equilíbrio e processos naturais. O Plano de manejo A visão do diagnóstico do Parque Estadual Lago Azul desenvolve-se do geral para o específico. A Unidade é contextualizada em seus vários enfoques, no Encarte I temse a contextualização Federal e Estadual. No Encarte II é caracterizada a região do PELA, com os municípios abrangidos pelo Parque e sua Zona de Amortecimento. No Encarte III, tem-se um diagnóstico da UC. No Encarte IV, com base no potencial caracterizado e o conjunto destes estudos, nos leva ao Zoneamento e ao Planejamento do Parque Estadual Lago Azul bem como sua Zona de Amortecimento. Objetivando garantir um processo de máxima participação na construção do presente Plano de Manejo foi realizada uma reunião pública para apresentação e discussão do documento em versão preliminar, na sede do Parque Estadual Lago Azul, em 29 de março de 2005. Posteriormente foram disponibilizadas cópias do Plano de Manejo as prefeituras municipais de Luiziana e Campo Mourão, Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM, Copel, Brascan, CEFET, Biblioteca do IAP e internamente as diretorias do IAP, para sugestões e correções sendo dado um prazo de 90 dias para recebimento das contribuições. As contribuições e sugestões quando pertinentes foram incorporadas ao Plano de Manejo em sua versão final. INTRODUÇÃO 3 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Unidade de Conservação Parque Estadual do Lago Azul Rodovia Br-487, Km 10,5 - saída para Pitanga/ Curitiba, Usina Mourão. Fone: 44 – 3523 1915 (ramal 21) E-mail: [email protected] Unidade Gestora Instituto Ambiental do Paraná Endereço da Sede R. Eng. Rebouças, 1206 Bairro Rebouças – Curitiba – PR CEP: 80.215-100 Fone: (41) 3213-3700 Site:www.pr.gov.br/iap E-mail: [email protected] Superfície da UC (ha) 1.749,01 ha Município Campo Mourão e Luiziana Estado Paraná Coordenadas Geográficas do centro da UC Latitude: 24º 00’ S a 24º 06’ S Longitude: 52º 18’ W a 52º 22’ W Data de Criação e ato de criação 30 de Junho de 1997, através do Decreto Estadual nº 3256. Limites Norte: terras particulares e rio mourão Sul: terras particulares Leste: terras particulares Oeste: terras particulares Bioma e ecossistemas Floresta Estacional Semidecidual, Ombrófila Mista e Ecótono de transição entre os dois biomas. Atividades desenvolvidas Uso Público, pesquisa científica, educação ambiental e fiscalização Conflitos existentes Ocupação de área compreendida pela cota de segurança do reservatório, lindeira aos loteamentos urbanos. Caça e pesca eventual, uso de agrotóxicos no entorno. BR – 487, linhas de transmissão de energia, estrada de acesso à colônia de moradores e à casa de máquinas da PCH Mourão. Atividade de uso público Aberto à visitação pública de terça-feira a domingo e feriados, com atividades de caminhada e contemplação da natureza e exibição de áudio-visual educativo. 4 INTRODUÇÃO PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ENCARTE I CONTEXTUALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL 1. CONTEXTO FEDERAL 1.1. POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA A política ambiental, oficialmente implementada no Brasil com a preocupação de formar um conjunto coerente de ações no sentido da conservação ambiental, teve início a partir da década de 1970, após a Conferência de Estocolmo (em 1972) com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA. Em sincronia com a recém instituída secretaria, era criada a Superintendência de Recursos Naturais – SUPREN, órgão vinculado ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com finalidades de desenvolver pesquisas sobre a disponibilidade e apropriação adequada dos recursos naturais no interesse nacional. Anteriormente à criação desses dois órgãos, existiam no Brasil cerca de 95 instituições federais, estaduais ou municipais que, direta ou indiretamente, tratavam as questões ambientais de forma isolada. Todavia, as preocupações com a conservação dos recursos naturais são historicamente anteriores e eram manifestadas em função da necessidade de discutir a sistemática adotada para consagrar a ocupação do território brasileiro, que por sua vez era baseada principalmente na exploração extensiva e predatória dos recursos naturais. Neste particular, a Floresta Atlântica foi o ecossistema mais impactado com a prática agrícola da cana de açúcar e do café. Data de 1797, com a Carta Régia de então, a disposição institucional de preocupação com a conservação de florestas e madeiras brasileiras. Mas, só em 1921 foi criado o Serviço Florestal do Brasil, vinculado ao Ministério da Agricultura e do Comércio. Na década de 1930 são editados os Códigos Nacionais de floresta, da água, de minas e demais riquezas do subsolo. É também desta década, a criação dos primeiros Parques Nacionais, dentre os quais o do Parque Nacional do Iguaçu, em 1939. Porém, dada a extensão territorial do Brasil e a grande variabilidade de questões ambientais nele existentes, num curto prazo de tempo ficou evidente que a SEMA, de administração centralizada, não oferecia condições para atender a demanda para solução dos mais variados tipos de problemas ambientais. Assim, em 31 de agosto de 1981, através da Lei n° 6.938, era estabelecida a Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA, que dispunha no seu segundo artigo o objetivo de propiciar "a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, dos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana". Encarte I 1/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 A PNMA definia como instrumentos de sua execução, entre outros: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras; os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade ambiental; a criação de reservas e estações ecológicas e a implementação do Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente SISNAMA, tendo como órgão de administração superior o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Visando dar cumprimento aos seus objetivos, a PNMA definiu instrumentos de intervenção sobre as atividades econômicas a fim de atenuar os impactos ambientais, como o zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, a criação de Áreas de Proteção Ambiental - APA, e a exigência da elaboração de Relatórios de Impacto Ambiental - RIMA para a concessão de licenciamento de atividades potencialmente poluidoras. Foi, contudo, somente por meio da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, que a Política Nacional do Meio Ambiente foi consolidada. Com a nova carta ficou confirmada a exigência de apresentação de RIMA para o licenciamento de determinadas atividades econômicas, e a definição como áreas de patrimônio nacional a Floresta Amazônica, a Floresta Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira do país, através da delimitação desses espaços e imposição de condições para o uso de seus recursos naturais. Para consolidar a execução institucional da PNMA, pela Lei n° 7.735 de 22 de fevereiro de 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, que absorveu todas as atividades que até então eram desenvolvidas por órgãos ambientais congêneres. Como efeito da execução da Política Nacional do Meio Ambiente, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, no período de 1 a 14 de junho de 1992, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD, da qual resultou o compromisso, firmado entre a maioria dos países que dela participaram e, em especial o Brasil, de tomarem medidas mais efetivas para conservação ambiental em benefício de nosso futuro comum. Visto que já se tenham decorrido praticamente três décadas de discussões acerca da implementação da Política Nacional do Meio Ambiente, em termos de efeitos gerais, tem-se caracterizado pela contradição entre o discurso e a prática. Dificuldades de ordem financeira e resultantes do desmantelamento da máquina administrativa, têm provocado constantes alterações de metas e objetivos. Há que se reconhecer que muitos aspectos da aplicação da PNMA só não foram de todo negligenciados pela intervenção ativa de um dos instrumentos de sua execução, representado pelas organizações não-governamentais ambientalistas. Encarte I 2/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 1.1.2 Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) A Constituição Federal, no Art. 225, III, atribui ao Poder Público (Federal, Estadual ou Municipal), a definição de espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. Uma estratégia fundamental na Conservação da Biodiversidade é a criação e implementação de Unidades de Conservação – UCs, que são porções do território nacional, incluindo as águas territoriais, com características naturais de relevante valor, de domínio público ou privado, legalmente instituídas pelo Poder Público com objetivos e limites definidos e sob regimes especiais de administração, às quais aplicam-se garantias adequadas de proteção. Considerando todo o elenco de objetivos de conservação e uso adotados por um país, será necessário um conjunto de categorias de manejo de unidades de conservação organizadas em um sistema. Cada categoria deverá cumprir conjuntos específicos de objetivos, de tal forma que o sistema possa alcançar a totalidade de objetivos nacionais de conservação da natureza. Sua distribuição deverá ser capaz de proteger o maior número possível de ecossistemas do país, reduzindo ao mínimo a perda de biodiversidade (IBAMA, 1997). Portanto um Sistema de Unidades de Conservação deve visar a conservação da diversidade biológica a longo prazo, centrando-a como eixo fundamental do processo conservacionista. Deve estabelecer a necessária relação de complementariedade entre as diferentes categorias de unidades de conservação, organizando-as em grupos de acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso: proteção e manejo sustentável (MILANO et al., 1993). Desta forma, entende-se por Sistema de Unidades de Conservação (SNUC) o conjunto organizado de áreas naturais protegidas (Unidades de Conservação federais, estaduais e municipais). No Brasil, O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza -SNUC, foi instituído em 18 de julho de 2.000, através da Lei n.o 9.985, e está se consolidando de modo a ordenar as áreas protegidas, nos níveis federal, estadual e municipal. Os objetivos do SNUC, de acordo com o disposto na Lei, são os seguintes: - Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; - Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; - Contribuir para a preservação ecossistemas naturais; e a restauração da diversidade de - Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; - Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; Encarte I 3/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 - Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; - Proteger as características de natureza geológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; geomorfológica, - Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; - Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; - Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; - Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; - Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; - Proteger os recursos naturais necessários para a subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. A consolidação do SNUC busca a conservação in situ da diversidade biológica a longo prazo, centrando-a em um eixo fundamental do processo conservacionista. Estabelece ainda a necessária relação de complementariedade entre as diferentes categorias de Unidades de Conservação, organizando-as em dois grupos de acordo com características específicas e objetivos de manejo: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. As Unidades de Proteção Integral tem como objetivo básico a preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei do SNUC. Já as Unidades de Uso Sustentável tem como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso direto de parcela dos seus recursos naturais. O grupo das Unidades de Conservação de Proteção Integral é dividido nas seguintes categorias de manejo: I - Estação Ecológica Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. É proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional e a pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável. II - Reserva Biológica Tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos. Encarte I 4/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 III - Parque Nacional Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. IV - Monumento Natural Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. V - Refúgio de Vida Silvestre Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. O grupo das Unidades de Uso Sustentável divide-se nas seguintes categorias de manejo: I - Área de Proteção Ambiental É uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. II - Área de Relevante Interesse Ecológico É uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local, e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. III - Floresta Nacional É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. IV - Reserva Extrativista É uma área utilizada por populações locais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. Encarte I 5/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 V - Reserva de Fauna É uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. VI - Reserva de Desenvolvimento Sustentável Conforme definição do SNUC, é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural É uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. 1.1.3. O Contexto das Unidades de Conservação O número total de unidades de conservação sintetiza a contribuição das diferentes categorias de manejo frente ao total das áreas protegidas. O quadro I.1 das UCs no Brasil apresenta as seguintes proporções quanto as Áreas de Proteção Integral que constituem 43,95% do total de unidades de conservação e as Áreas de Uso Sustentável representam 56,05%. QUADRO I.1 - Síntese do número de Unidades de Conservação segundo o grau de proteção TIPO SUBTOTAL % TOTAL Proteção Integral 109 43,95 Uso Sustentável 139 56,05 248 2. CONTEXTO ESTADUAL Conforme a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, do que diz respeito a estrutura administrativa do país, o Estado do Paraná é uma das 26 Unidades Federadas Brasileiras. As Unidades Federadas estão agrupadas conforme a divisão regional estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (1990), em cinco Macrorregiões Geográficas: Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul, esta integrada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Paraná possui uma superfície de 199.762,81 km2 e está situado na porção setentrional da Região Sul, na latitude do Trópico de Capricórnio no paralelo 23o 27' Sul, fazendo as seguintes divisas: ao Norte com o Estado de São Paulo; a Leste com o Oceano Atlântico; ao Sul com o Estado de Santa Catarina; a Sudoeste com a República da Argentina; a Oeste com a República do Paraguai; e a Noroeste com o Estado do Mato Grosso do Sul. Encarte I 6/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Os pontos extremos do Paraná têm as seguintes localizações apresentadas no quadro abaixo. QUADRO I.2 – Localização dos pontos extremos do Estado do Paraná Município Latitude Sul" Longitude Oeste Norte Extremo" Jardim Olinda 22o30'58" 52o06'47 Leste Guaraqueçaba 25o19'07" 48o05'37" Sul Oeste o General Carneiro 26 43'00" 51o24'35 Foz do Iguaçu 25o27'16" 54o37'08" Sua população em 2000 era de 9.558.454 habitantes com densidade demográfica igual a 47,96 hab/km2 (IBGE, 2000). A maior parte do território paranaense situa-se em um planalto, cujas altitudes mais elevadas encontra-se a leste, nas proximidades da costa (Serra do Mar). Excluindo-se a região serrana, o relevo não constitui um obstáculo ou impedimento à ocupação do território. 2.1. DIVISÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA DO PARANÁ O Paraná foi constituído como unidade administrativa autônoma dentro da Confederação brasileira em 19 de dezembro de 1853, quando se emancipou da Província de São Paulo, da qual fazia parte na condição de Quinta Comarca. Conforme a divisão político-administrativa ocorrida em 1989, o Paraná está constituído por 399 municípios, os quais encontram-se agrupados em 10 Mesorregiões e 39 Microrregiões Geográficas (IBGE, 1996). Segundo a estruturação administrativa do Poder Judiciário estadual, o Paraná está dividido em 155 Comarcas Judiciárias, sendo 92 iniciais, 6 finais e o restante intermediárias. 2.1.1. Uso e Ocupação do Solo (com base em GARCIA, M. A. Setembro, 1998) O território paranaense tem como característica principal a de situar-se em uma zona de transição ambiental. Possuidor de um perfil ambiental rico e variado, era revestido por diferentes coberturas vegetais. Sua localização geográfica contribuiu para o desenvolvimento de diferentes ciclos econômicos, que deram ao Paraná também diferentes características socioeconômicas e políticas. O Paraná é uma das Unidades Federadas brasileiras que não mais oferece possibilidade de expansão da sua fronteira agrícola ou de frente de ocupação territorial, pois praticamente todo o espaço paranaense está ocupado e fundiariamente apropriado. Embora, na sua modernidade, encontre-se em fase de crescimento baseado no desenvolvimento de atividades dos setores secundário e terciário, é no setor primário, ou seja, nas atividades agrícolas, silvícolas e pastoris, que se encontram a mais marcante e tradicional característica da economia paranaense. Encarte I 7/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 O uso e a ocupação do território paranaense esteve condicionado, em um primeiro momento, à exploração dos seus recursos naturais, que resultou na ocorrência dos ciclos econômicos do ouro, no Litoral e em alguns locais do Primeiro Planalto; da erva-mate e do gado, no Primeiro e Segundo Planalto. Um segundo momento corresponderia à ocupação do território orientada pela política da implantação de Colônias de Estrangeiros, imigrantes europeus, principalmente no Primeiro e Segundo Planalto, coincidente com os primórdios do ciclo da madeira. Em tempos mais modernos, ocorreu o ciclo do café, desenvolvido nas férteis terras de solo basáltico, nas regiões do Norte paranaense. Em tempos mais recentes, impulsionado pelas correntes de migrantes sulistas, que colonizaram as regiões do Sudoeste e Oeste, no Terceiro Planalto, ocorreu o auge do ciclo da madeira e o surgimento, naquela região, do ciclo fundamentado no binômio porco-milho (produção de milho e da criação de suínos). Vencidos os ciclos, quase simultâneos, do café e do binômio porco-milho (associados a uma diversificada agricultura), e na modernidade das atividades do seu setor primário, o Paraná rural experimenta o grande predomínio do ciclo econômico da soja; inicialmente um ciclo de característica binomial – soja-trigo e, ultimamente, monocultural-exportador. Excluindo-se as zonas fisiográficas do Litoral e da Serra do Mar o cultivo da soja é desenvolvido em praticamente todo o território paranaense, possuindo uma das maiores malhas rodoviárias do país, sendo superavitário na produção de energia elétrica. O Paraná está no centro geográfico do maior mercado consumidor brasileiro; o Mercosul, juntamente com o Rio Grande do Sul, é um dos maiores produtores de grãos do país. A taxa média de crescimento no total do PIB, nos últimos anos, mostra sua importância econômica nacional: de 1991-94, o Brasil cresceu 0,9% e o Paraná 2,9%. O Estado conta com uma agropecuária dinâmica e moderna atrelada ao setor agroindustrial, levando ao aumento da demanda, tanto pelo mercado interno quanto pelo estímulo à exportação, o que vem consolidando segmentos como café solúvel, óleos vegetais, laticínios, fiação, suco de laranja e carnes, principalmente aves e seus industrializados. A indústria paranaense, com um conjunto heterogêneo de empresas, apresenta forte concentração nos gêneros agroindustriais da química (óleo bruto, farelo de soja etc.), destaca-se no complexo de madeira (madeira e mobiliário), material de transporte, minerais não-metálicos, papel e papelão, têxtil e mecânico. Embora a agricultura paranaense seja responsável por cerca de um quarto da produção de grãos do Brasil, desempenho este, estreitamente relacionado ao cooperativismo, em 1993 os produtos primários representaram 47,9% das exportações e os produtos industrializados 51,5%. A pecuária paranaense apresenta elevado grau de desenvolvimento, que está presente em todas as regiões do estado, com destaque para suinocultura, avicultura e bovinocultura. Encarte I 8/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Merece destaque ainda a expansão na área em pastagens plantadas entre 1985 e 1995, que passou de 4,5 milhões para 5,3 milhões de hectares. Essa expansão está em linha com o crescimento da pecuária de corte no Paraná, onde o efetivo de bovinos ampliou-se de 8,6 milhões de cabeças em 1985 para 9,9 milhões em 1995 (IBGE, 1996). A área total de estabelecimentos do Paraná em 1995, abrangeu 80% da área territorial do estado, uma proporção que já foi maior (em 1980 chegou a 83,6%). No Paraná, existem condições de clima e solo para a expansão da fruticultura de clima temperado. Programas de incentivo à atividade já vêm sendo apoiados pelo Governo do Estado e prefeituras municipais. As áreas mais indicadas são as da Região Metropolitana de Curitiba e de alguns municípios do Oeste e do Sudoeste. A grande diversificação de produtos agrícola como trigo, soja, milho, com a participação crescente das cooperativas no setor industrial têm contribuído para aumentar consideravelmente a capacidade competitiva da agricultura paranaense. O Paraná é um dos principais produtores brasileiros de mel de abelha. No Norte do Estado desenvolve-se com êxito a criação do bicho-da-seda, sendo o primeiro produtor nacional. Seu rebanho bovino é o mais expressivo em termos quantitativos, seguido do rebanho de suínos. Possui o oitavo rebanho bovino do Brasil e ocupa a quarta posição em abate, com cerca de 1 milhão de cabeças/ano. A bovinocultura está disseminada por diversas regiões, mas é no Norte do Estado que a maior parte do rebanho se concentra. No Norte prevalecem os zebuínos ou cruzamentos, enquanto que na região Sul, o gado europeu e suas cruzas. O rebanho leiteiro paranaense compõem-se de animais das raças holandesas, Jersei, Gir leiteiro e suas cruzas. Na região Sul do Estado, há o predomínio de animais da raça européia, principalmente holandesa. A produção leiteira representa aproximadamente 10% da produção nacional (1,3 bilhão de litros). O Paraná é o terceiro produtor brasileiro de carne de frango (9,2 milhões de cabeças) e ovos. Nas regiões oeste, sudeste e sul do Estado, estão em operação modernos projetos integrados de criação e industrialização. A suinocultura, outra atividade importante no setor primário paranaense, representa um dos maiores rebanhos do Brasil (3,8 milhões de cabeças) e ocupa a terceira posição em abate. Embora encontre-se difundida por todo o Estado, nas regiões oeste e sudeste concentram-se os plantéis de melhor qualidade, com utilização de moderna tecnologia, o que assegura maiores níveis de produtividade. As ocorrências de minerais mais significativos conhecidos para o Estado, com possibilidade de aproveitamento industrial são: - Argila de boa qualidade para a indústria cerâmica com reservas superiores a 65 milhões de toneladas; Encarte I 9/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 - Talco, sendo o maior produtor nacional (em 1990 sua produção chegou a 205 mil toneladas). As reservas de talco estão estimadas em 13 milhões de toneladas representando 16,9% das reservas brasileiras; - Calcário, sendo o terceiro estado brasileiro em reservas medidas (4,4 bilhões de toneladas) e em produção (5,5 milhões de toneladas em 1990); - Carvão, cujas ocorrências estendem-se por uma faixa que atravessa o Estado no sentido Norte-Sul; - Chumbo, sendo que o Paraná possui uma das mais antigas minas (galena) em operação no Brasil; - Xisto pirobetuminoso paranaense pertence à formação Irati, uma faixa geológica que se estende de São Paulo até o Rio Grande do Sul, sendo o aproveitamento do gás e de outros subprodutos do xisto uma opção para investimentos, principalmente nos ramos de cerâmica, vidro, calcário agrícola e agregados leves para a construção civil; - Dolomita, sendo o Estado do Paraná o primeiro produtor nacional. As reservas conhecidas são estimadas em 472 milhões de toneladas – as maiores do Brasil; - Ouro, que ocorre no Paraná na forma aluvionar e primária no Litoral Paranaense e Primeiro Planalto, sendo as reservas estimadas em 186 mil toneladas; - Brita, basalto e pedras ornamentais, com o Paraná destacando-se como quarto produtor nacional, terceiro em mármore e quinto em granito. 2.2. POLÍTICA AMBIENTAL DO ESTADO 2.2.1. Sistema Estadual de Unidades de Conservação 2.2.2. Antecedentes No Estado do Paraná, devido a sua localização e características fisiográficas, ocorre uma diversidade muito grande de ambientes e ecossistemas. Com o processo de colonização e expansão das fronteiras agrícolas, esses ambientes e ecossistemas foram sendo gradativamente eliminados e substituídos, remanescendo poucas áreas naturais. Objetivando, em um primeiro momento, resguardar essas áreas incultas e amostras significativas desses sistemas naturais, foram criadas e estabelecidas diversas Unidades de Conservação no Estado do Paraná. Como resultado, o Paraná possui 61 Unidades de Conservação Estaduais e 10 Federais, Totalizando 71 Unidades de Conservação. No Brasil embora as primeiras iniciativas para a criação de Unidades de Conservação datem de 1876, quando o Eng. André Rebouças propugnava pela instituição de parques nacionais na Ilha do Bananal e em Sete Quedas, o primeiro Encarte I 10/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 parque nacional brasileiro, Parque Nacional de Itatiaia, foi criado somente em 1937. No Estado do Paraná o primeiro Parque Nacional foi o do Iguaçu, criado por Decreto Federal em 1939. No Estado do Paraná em 1942, outro atributo da natureza, de reconhecimento mundial, chama a atenção, e o governo do estado, em 16 de outubro de 1942, através do Decreto Lei 86, declarou de utilidade pública para fins de desapropriação, os imóveis denominados Lagoa Dourada e Vila Velha os quais abrigavam os monumentos ITACUERETABA "A CIDADE EXTINTA DE PEDRA", antigo nome do que hoje conhecemos como Vila Velha. Individualizados os imóveis, através desse diploma legal, os mesmos foram desapropriados com o objetivo de instalação de um Parque Florestal. Somente no dia 12 de outubro de 1953, decorridos 11 anos, através da Lei Estadual n.o 1292, foi criado o Parque Estadual da Vila Velha, o qual destinava a área dos imóveis denominada Lagoa Dourada e Vila Velha, para a conservação da flora e da fauna nativas, ao cultivo de espécimes preciosas e ao estímulo do turismo em suas diferentes regiões. Outro marco importante, data do ano 1948, quando a Assembléia Legislativa do Estado do Paraná decretou e sancionou a Lei n.o 33 que "reservava, como patrimônio inalienável do Estado, as áreas mínimas de 121 hectares de terras devolutas, nas regiões onde estavam situados os remanescentes das primitivas reduções jesuíticas de VILA RICA, SÃO TOMÉ, ARCANGELO, SANTO ANTONIO, ENCARNAÇÃO, SÃO MIGUEL, LORETO, SANTO INÁCIO, JESUS MARIA E GUAÍRA", dessas áreas remanesceu apenas a de Vila Rica do Espírito Santo onde hoje existe o Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo, no município de Fênix. O processo da colonização do Estado do Paraná deixou registros importantes no desenvolvimento das Unidades de Conservação, os quais poderiam ter sido melhores, se houvessem sido atendido os propósitos que se pretendiam à época. Dentre esses propósitos destaca-se o fato de que nos títulos de terras, expedidos para alienar ou legitimar imóveis devolutos, constava que seus proprietários deveriam, de forma resolutiva, deixar 25% do imóvel como reserva (sem exploração). Esse fato foi vencido e nunca cumprido, sendo novamente resgatado com o advento da Lei de Terras 7005/78. Outro destaque importante, desse processo, é o fato de que, em muitos dos processados de demarcação das glebas destinadas à colonização reservavam-se áreas com diferentes finalidades. O que remanesceu dessas áreas, reservadas, são a origem de algumas das atuais Unidades de Conservação do Estado do Paraná. Todo esse patrimônio (Unidades de Conservação) esteve durante um período, sendo administrado por diversas Instituições, as quais as usavam para diferentes finalidades, pesquisa agronômica, viveiro de produção de mudas, horto florestal, ocupado por terceiros etc. Em 1977 foi criado o Departamento de Parques e Reservas no Instituto de Terras e Cartografia, e tinha por finalidade administrar os Parques e Reservas do Estado do Encarte I 11/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Paraná. Esse fato representa um momento importante, pois é o ato que demarca o momento em que o Estado do Paraná iniciou seu intento de promover uma política para seus Parques e Reservas, ou pelo menos tratar de organizar o quadro que se afigurava, ou seja, cada uma das situações citadas anteriormente encontrava-se ligada a uma instituição e tinham as mais diversas finalidades, menos a de conservação da biodiversidade. Quando esse objetivo ocorria, era por mero acaso, normalmente vinculado ao interesse individual de pessoas que se dedicavam a esse mister. A esse momento pode ser atribuído um dos pontos de mudança na Política Estadual de conservação da biodiversidade, no que diz respeito a Unidades de Conservação, não que tenham ocorrido grandes incrementos, mas sim por que foi onde se iniciou a organização e o direcionamento do que até então era somente tratado como Parques e Reservas do Estado. Esse momento teve seu ponto culminante com a realização de um diagnóstico para indicar o "norte" para as Unidades de Conservação, no que diz respeito à instituição de um sistema, à necessidade de recategorizar adequadamente as Unidades de Conservação e analisar a expressividade da biodiversidade dessas unidades, no que diz respeito a contemplar todas as eco-regiões existentes no Estado do Paraná. Seguindo esse momento sucederam-se as criações de outras Unidades de Conservação, agora com critérios mais claros no que diz respeito: à categoria de manejo em que as mesmas devem ser incluídas, a necessidade de se ter Unidades de Conservação que tenham representatividade das diferentes eco-regiões do Estado do Paraná, que sejam expressivas no tocante a estrutura de sua biodiversidade em relação à eco-região em que estão inseridas, detenham atributos naturais, históricos e culturais que necessitem serem resguardados, porém ainda sem conseguir fugir do fato de se valer, quase que exclusivamente, do que remanesceu. Atualmente, temos o estado contemporâneo, onde nos trabalhos para a criação de Unidades de Conservação já se reconhecem a necessidade de se designar adequadamente as mesmas dentro de sua categoria de manejo, busca-se a eficiência no planejamento dessas unidades, procura-se corrigir distorções evidentes no que diz respeito à sua utilização, instituiu-se sistemas de incentivo, às Prefeituras Municipais, para iniciativas de criação e implementação de Unidades de Conservação e principalmente, o de colocar a Unidade de Conservação a disposição da sociedade, especialmente, para informar, apoiar, trabalhar e disponibilizar todos os ensinamentos que a natureza dispõem para a conservação da biodiversidade. Finalmente vivencia-se o fato de que essas Unidades de Conservação não podem ficar como fragmentos isolados na conservação da biodiversidade. Há que se inverter tal situação desenvolvendo trabalhos dentro dessas unidades para sua efetiva consolidação e desenvolver ações que permitam visualizar os caminhos que a biodiversidade poderá tomar, de maneira a ultrapassar os limites físicos da unidade e estabelecer conexões com outros fragmentos naturais permitindo dessa forma uma mais completa conservação e proteção da biodiversidade no Estado do Paraná. Encarte I 12/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 2.3. DIAGNÓSTICO PARANÁ DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO A história de criação de Unidades de Conservação no Estado do Paraná sempre esteve ligada a áreas remanescentes do processo de colonização e ocupação do seu território, observando pouca sistematização para levar a termo a proteção dos diferentes ecossistemas existentes no Estado. Esse fato resultou na tabela que se encontra apresentada abaixo e demonstra uma representatividade muito baixa das eco-regiões em termos de Unidades de Conservação de proteção integral. TABELA I.1 - Distribuição das Unidades de Conservação nos Biomas em relação a área do Estado do Paraná BIOMA ÁREA ORIGINAL (ha) ÁREA COM PROTEÇÃO INTEGRAL ESTADUAIS (ha) % EM RELAÇÃO À ÁREA ORIGINAL ÁREA COM PROTEÇÃO PARCIAL ESTADUAIS (ha) ÁREA TOTAL PROTEGIDA FEDERAIS E ESTADUAIS (ha) % em relação à área original Campos e Cerrado 1.406.045,00 4867,00 0,35 392.517,40 397.384,40 28,30 Floresta com Araucária 9.201.255,00 6084,53 0,07 259725,08 270033,39 2,93 Floresta Estacional Semidecidual 8.400.000,00 7559,94 0,08 3007,61 541.077,15 6,44 Floresta Atlântica 1.113.000,00 52932,81 4,75 457.915,00 875.347,71 78,64 NOTA: Não foram considerados as sobreposições das Unidades de Conservação. Essas Unidades de Conservação do Estado do Paraná apresentam uma reduzida extensão e encontram-se isoladas, o que pode acarretar grandes problemas para o futuro no que diz respeito à manutenção da variabilidade natural das espécies, da diversidade genética, dos ecossistemas e dos processos naturais. Assim sendo, a criação, a implantação, o manejo e a gestão de Unidades de Conservação no Paraná devem estar evoluindo para uma sistematização que possa atender à correção dessas indicações, como também incrementar a participação popular nessas ações. Encarte I 13/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 QUADRO I.3 - Unidades de Conservação do Estado do Paraná ECO REGIÃO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Campos Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana Gerais (114) ÁREA (ha) MUNICÍPIOS 392.363,38 Jaguariaíva, Lapa, Campo Largo, Porto Amazonas, Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Senges, Arapoti, Piraí do Sul, Palmeira ATO DE CRIAÇÃO 1231/92 Floresta Estadual do Passa Dois 275,61 Lapa 6594/90 Horto Florestal Geraldo Russi 130,80 Tibagi 20.027/65 Parque Estadual de Vila Velha Ponta Grossa 1292/53 Parque Estadual do Monge 250,02 Lapa Lei 4170/60 e 8575/92 Parque Estadual do Guartelá 798,97 Tibagi 2329/96 Parque Estadual do Cerrado 420,40 Jaguariaiva 1232/92 Tibagi 4.265/94 Reserva Florestal Córrego da Biquinha Sub-total 3.122,00 23,22 397.384,40 Parque Municipal Lago Azul 11,97 Jaguariaiva 0129/97 Reserva Ecológica Poty 46,09 Arapoti 0716/96 Campo Largo, Araucaria e Curitiba 0458/91 Inácio Martins, Guarapuava, Turvo, União da Vitória, Paula Freitas, Rio Azul, Iratí, Prudentópolis, Mallet, Cruz Machado e Paulo Frontin Lei 9905/92 São José dos Pinhais 1752/96 Sub-total Ombrófila Mista (105) continuação Área de Proteção Ambiental do Passaúna Área de Proteção Ambiental da Serra da Esperança Área de Proteção Ambiental do Pequeno Área de Proteção Ambiental do Iraí Área de Proteção Ambiental do Piraquara 58,06 16.020,04 206.555,82 6.200,00 11.536,00 Piraquara 1754/96 Área de Relevante Interesse Ecológico do Buriti 81,52 Pato Branco 7.456/90 Área de Relevante Interesse Ecológico da Serra do Tigre 32,90 Mallet 7456/90 Floresta Estadual de Santana 8.881,00 Piraquara, Colombo, Quatro Barras, Pinhais, Campina Grande do Sul 1753/96 Paulo Frontin 4.264/94 Parque Estadual de Campinhos 208,12 Cerro Azul e Tunas do Paraná 31013/60 Parque Estadual do Caxambu 968,00 Castro 6351/79 Parque Estadual João Paulo II 60,50 4,63 Curitiba 8.299/86 Parque Estadual de Palmas 180,12 Palmas 1988? Reserva Florestal do Pinhão 196,81 Pinhão 6.023/83 Reserva Florestal de Saltinho Sub-total 9,10 Tibagi 2.120/83 250.934,56 Encarte I 14/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 QUADRO I.3 - Unidades de Conservação do Estado do Paraná ECO REGIÃO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Parque da Gruta Parque Marechal Deodoro Parque Municipal Jirau Alto I e II Parque Municipal São Jorge do Oeste Parque Ecológico (Bituruna) ÁREA (ha) MUNICÍPIOS ATO DE CRIAÇÃO Dois Vizinhos 3400/97 4,62 5,50 33,44 3,18 São Jorge do Oeste 0476/94 Parque Municipal I (Bituruna) 6,05 Bituruna 0554/96 Parque Municipal Recanto da Ferradura 6,88 Bituruna 0554/96 Sub-total Floresta Nacional do Açungui 0,71 ?/92 Bituruna Parque Municipal de Bituruna Estacional (55) continuação 36,30 3.495,00 Sub-total 4.223,78 Área de Relevante Interesse Ecológico de São Domingos Estação Ecológica do Caiuá 11313/? Campo Largo 559/68 Fernando Pinheiro 0559/68 São Pedro do Iguaçu 7456/90 Roncador 7.456/90 Diamante do Norte 4.263/94 96,68 728,78 Floresta Nacional de Irati Área de Relevante Interesse Ecológico da Cabeça do Cachorro Bituruna 60,98 163,90 1.427,30 Horto Florestal de Jacarezinho 102,85 Jacarezinho 3912/81 Horto Florestal de Mandaguari 21,53 Mandaguari 6351/79 Fênix 6127/83 Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo 353,86 Parque Florestal de Ibicatu 57,01 Centenário do Sul 4835/82 Parque Florestal de Ibiporã 74,06 Ibiporã 2301/80 Parque Estadual Mata dos Godoy Parque Estadual Mata São Francisco Parque Estadual do Lago Azul Parque Estadual Rio Guarani Reserva Florestal de Jurema 675,70 Londrina 832,58 Santa Mariana e Cornélio Procópio 1.749,01 Campo Mourão e Luiziana 2.235,00 5150/89 4333/94 3256/97 Três Barras do Paraná 204,00 Amaporã 20.847/56 Reserva Florestal Córrego Maria Flora 48,68 Cândido do Abreu 5513/82 Reserva Florestal Secção Figueira e Saltinho 10,00 Engenheiro Beltrão 2.442/86 100,00 Engenheiro Beltrão 6351/79 Reserva Florestal de Figueira Encarte I 15/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 QUADRO I.3 - Unidades de Conservação do Estado do Paraná ECO REGIÃO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Reserva Biológica São Camilo Parque Estadual do Penhasco Verde Sub-total ÁREA (ha) MUNICÍPIOS ATO DE CRIAÇÃO 385,34 Palotina 6595/90 302,57 São Jerônimo da Serra 0457/91 8.804,37 Área de Proteção Ambiental do Altonia 27.523,00 Altonia 049/94 Área de Proteção Ambiental de Icaraima 12.000,00 Icaraíma 017/95 Área de Proteção Ambiental de São Jorge do Patrocínio 21.711,00 São Jorge do Patrocínio 021/94 Área de Proteção Ambiental de Vila Alta 29.576,40 Vila Alta 29576/94 Área de Relevante Interesse Turístico de Santa Helena Parque Municipal Horto Florestal Terra Roxa Parque Municipal de Primavera Área de Proteção Ambiental do Rio Xambrê 1.479,79 Santa Helena 2,96 Terra Roxa 21,05 Iporã 069/93 0119/93 097/91 30.319,00 Iporã e Francisco Alves Sub-total 122.633,20 Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná 274.900,00 Querência, Porto Fino, São Pedro do Paraná, Marilena, Nova Londrina, Diamante do Norte s/n.o 30/09/97 Parque Nacional do Iguaçu 185.262,50 Céu Azul, Matelândia, Medianeira, Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu 1.035/39 Parque Nacional de Ilha Grande Ombrófila Densa (54) continuação 70.347,10 Vila Alta, São Jorge do Patrocínio, Altônia, Icaraima e Guaira s/n.o 30/09/97 Sub-total 530.509,60 Área de Proteção Ambiental de Guaratuba 199.586,51 São José dos Pinhais, Tijucas do Sul, Guaratuba, Matinhos, Morretes 1234/92 e Paranaguá Estação Ecológica da Ilha do Mel 2.240,69 Paranaguá 5454/82 Estação Ecológica de Guaraguaçu 1.150,00 Paranaguá ´1230/92 Floresta Estadual Metropolitana 455,29 Piraquara Lei 12684/99 Floresta Estadual do Palmito 530,00 Paranaguá 4493/98 Parque Estadual da Graciosa 1.189,58 Morretes 7302/90 Parque Estadual do Pau-Oco 905,58 Morretes 4266/94 Parque Estadual Pico do Marumbi 2.342,41 Morretes 7.300/90 Parque Estadual Roberto Ribas Lange 2.698,69 Morretes e Antonina 4267/94 Encarte I 16/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 QUADRO I.3 - Unidades de Conservação do Estado do Paraná ECO REGIÃO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Parque Estadual das Lauráceas Parque Estadual Boguaçu Parque Florestal do Rio da Onça Área Especial de Interesse Turístico do Marumbi Sub-total Área de Relevante Interesse Ecológico do Pinheiro e Pinheirinho Área de Proteção Ambiental Federal de Guaraqueçaba continuação ÁREA (ha) MUNICÍPIOS 27.524,32 Tunas do Paraná e Adrianópolis ATO DE CRIAÇÃO 4362/90 6.052,00 Guaratuba 4056/98 118,51 Matinhos 3825/81 66.732,99 Piraquara,Quatro Barras, Campina Grande do Sul, São José dos Pinhais, Morretes e Antonina 7919/84 311.526,57 109,00 Guaraqueçaba 91.888/85 291.498,00 Guaraqueçaba 90883/95 Estação Ecológica de Guaraqueçaba 13.638,90 Guaraqueçaba 87222/82 Parque Nacional do Superagui 34.254,00 Guaraqueçaba Lei 9513/97 Sub-total 339.499,90 E - Unidades de Conservação Estaduais TOTAL 969.938,34 M - Unidades de Conservação Municipais TOTAL 122.787,94 F - Unidades de Conservação Federais TOTAL 874.233,28 TOTAL GERAL 1.966.959,56 Obs.: Do total das áreas das UC`s do Estado do Paraná (Federal, Estadual e Municipal), há que se abater os montantes que adiante se acusam por tratarem-se de UC`s, com uma categoria de manejo mais restritiva, que se sobrepõem a unidades de uso sustentável. A saber: 1. UC`s existentes no interior da Área de Especial Interesse Turístico do Marumbi: ¨Parque Estadual Graciosa – 1189,58 ha; Parque Estadual Roberto Ribas Lange – 2698,69 ha; ¨Parque Estadual Pau Oco – 905,58 ha; Parque Estadual Pico do Marumbi – 2342,41 ha; 2. UC existente no interior da Área de Proteção Ambiental de Guaratuba: ¨Parque Estadual do Boguaçu – 6052,00 ha; 3. UC`s existentes no interior da Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana: Parque Estadual de Vila Velha – 3122,00 ha; Parque Estadual do Cerrado – 420,20 ha; Parque Estadual do Guartelá – 789,97 ha; 4. UC`s existentes no interior da Área de Proteção Ambiental das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná: APA de Proteção Ambiental de Altonia - 27.530,00 ha; APA de Proteção Ambiental de Icaraima - 12.000,00 ha; APA de Proteção Ambiental de São Jorge do Patrocínio - 21.711,00 ha; APA de Proteção Ambiental de Vila Alta - 29.576,40 ha; Parque Nacional de Ilha Grande - 70.347,10 ha. Encarte I 17/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Essa necessidade de se otimizar a conservação da biodiversidade in situ, tem demandado uma gama de ações e de projetos que produzam resultados a fim de melhorar a expressividade dessa biodiversidade e dar estabilidade às Unidades de Conservação que as abriga. Conseqüentemente, é crescente o entendimento, por parte da sociedade, de que existem limites mínimos, de biodiversidade que assegurem a sustentabilidade da produção rural e a qualidade de vida das populações humanas, e por esse aspecto as Unidades de Conservação adquirem um novo grau de importância, pois elas se caracterizam como verdadeiros laboratórios naturais onde pode ser encontrada a melhor representatividade da biodiversidade regional. 2.3.1. Reserva Particular do patrimônio Natural – RPPN A Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN foi criada através do Decreto Federal aprovado em 1990, e reformulado pelo Decreto nº 1.992 de 1996. As RPPNs podem ser instituídas sobre áreas particulares, por manifestação voluntária dos proprietários e reconhecimento pelo estado, destinando-se de forma perpétua à conservação dos atributos que ensejaram seu reconhecimento. Nas RPPNs podem ser implementadas atividades de pesquisa, educação ambiental e turismo em áreas naturais, com anuência do proprietário e devidamente autorizadas e licenciadas pelo Instituto Ambiental do Paraná. O referido Decreto e suas regulamentações, formulados a partir da proposta federal, apresentam algumas particularidades que diferenciam a RPPN, pois, além do clássico gravame da conservação por perpetuidade, dá ênfase nas relações da comunidade com a RPPN e procura oferecer um conjunto de benefícios aos proprietários que buscam este reconhecimento. Além disto, abre a possibilidade de que através da apresentação de um Plano de Conservação, sejam indicadas pelos proprietários as necessidades à efetiva implementação e conservação da RPPN, cabendo ao IAP agilizar a negociação de benefícios específicos que auxiliem os mesmos (LOUREIRO & OLIVEIRA, 1998). Em setembro de 1998 ocorreu o primeiro evento de entrega de títulos das RPPN’s no estado, pelo Escritório Regional de Campo Mourão. Atualmente encontram-se reconhecidas no Estado do Paraná 172 RPPNs em nível estadual, somando 28.995,67 ha e 07 em nível federal somando 6.857,18 ha (Tabela I.2), perfazendo um total de 179 RPPN’s distribuídas em 78 Municípios, nos seus diversos ecossistemas, perfazendo uma superfície total protegida em áreas particulares de 35.852,85 ha. Encarte I 18/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela I.2 – Reservas Particulares do Patrimônio Natural do Estado do Paraná – âmbito estadual e federal N° ANO DE CRIAÇÃO ÁREA (HA) DENOMINAÇÃO MUNICÍPIO 01 1998 43,22 RPPN Estadual Lenita Neme Fernandes Ruiz de Arruda Leite (Fazenda Corumbataí) Barbosa Ferraz 02 1997 276,19 RPPN Estadual Fazenda Campina da Lagoa Campina da Lagoa 03 1998 108,90 RPPN Estadual Artur Cesar Vigilato (Faz. Santa Terezinha) Campo Mourão 04 1998 27,42 RPPN Estadual SLOMP Investimentos Imobiliários Ltda Campo Mourão 05 1999 5,32 RPPN Estadual Sítio Três Irmãos ( Mata do Cidão) Corumbataí do Sul 06 1997 104,06 RPPN Estadual Fazenda São João Engenheiro Beltrão 07 1998 25,00 RPPN Estadual Hilva Jandrey Marques Fênix 08 1997 111,32 RPPN Estadual Agro Mercantil Vila Rica Ltda Fênix 09 1997 134,06 RPPN Estadual Bernard Philippe Marie Philibert de Laguiche (Conde Laguiche - Cidade Real) Fênix 10 1998 24,20 RPPN Estadual Ivan Luís de Castro Bittencourt Fênix 11 1998 60,50 RPPN Estadual José Cândido da Silva Muricy Neto Fênix 12 1998 72,60 RPPN Estadual Artur Cesar Vigilato Luiziana 13 1998 131,21 RPPN Estadual COAMO II( Fazenda Depositozinho) Luiziana Luiziana 14 1997 148,32 RPPN Estadual Henrique Gustavo Salonski (Faz. Santa Rosa) 15 1997 262,40 RPPN Estadual Pasta Mecânica Hansa Ltda Luiziana 16 1998 160,74 RPPN Estadual COAMO Luiziana 17 1999 10,70 RPPN Estadual Fazenda Santa Maria I(Mata do Carollo) Luiziana 18 1999 93,01 RPPN Estadual Santa Maria I (Mata do Carollo) Luiziana 19 1997 219,60 RPPN Estadual Fazenda Moreira Sales Moreira Sales 20 1998 294,44 RPPN Estadual Eunice Shizuko Tsuzuki Tamura Quinta do Sol 21 1998 28,10 RPPN Estadual Erna Izabela Prieve (Sítio Cachoeira) Roncador 22 1997 80,90 RPPN Estadual Lucia Conrado Shimidt (Fazenda Progresso) Roncador 23 1998 10,60 RPPN Estadual Família Squizatto Anahy 24 1999 30,03 RPPN Estadual Fazenda Campo Alto Campo Bonito 25 1998 804,00 RPPN Estadual Estância Hermínio e Maria Campo Bonito 26 1998 210,00 RPPN Estadual Estância Primavera Campo Bonito 27 1998 676,60 RPPN Estadual Estância Alvorada Vera Cruz do Oeste 28 1999 10,65 RPPN Estadual Sítio São Roque Sapopema 29 1999 3,81 RPPN Estadual Serrinha Sapopema 30 1999 41,81 RPPN Estadual Salto das Orquídeas I Sapopema 31 1999 441,05 RPPN Estadual Fazenda Inho - ó Sapopema 32 1999 5,87 RPPN Estadual Sítio São Sebastião Sapopema 33 1999 26,73 RPPN Estadual Fazenda Banhadinho Sapopema 34 1998 404,00 RPPN Estadual Tarumã - parte I Campo Largo 35 1997 119,40 RPPN Estadual Rio Negro Rio Negro 36 1997 10,88 RPPN Estadual Narciso Luiz Vannini III Medianeira 37 1997 19,24 RPPN Estadual Narciso Luiz Vannini I Medianeira 38 1997 14,40 RPPN Estadual Narciso Luiz Vannini II Medianeira Encarte I 19/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela I.2 – Reservas Particulares do Patrimônio Natural do Estado do Paraná – âmbito estadual e federal..................................................................................................................cont. N° ANO DE CRIAÇÃO ÁREA (HA) DENOMINAÇÃO MUNICÍPIO 39 1997 12,63 RPPN Estadual Narciso Luiz Vannini IV Medianeira 40 1997 54,20 RPPN Estadual COTREFAL II Ramilândia 41 2001 94,40 RPPN Estadual Fazenda São Paulo Ramilândia 42 2001 400,00 RPPN Estadual Parque das Águas Ramilândia 43 2001 39,43 RPPN Estadual Fazenda Água Cristalina I Ramilândia 44 2001 37,61 RPPN Estadual Fazenda Água Cristalina II Ramilândia 45 2001 78,90 RPPN Estadual Fazenda Água Cristalina III Ramilândia 46 1997 242,00 RPPN Estadual Fazenda Santa Maria Santa Terezinha do Itaipu 47 1997 46,70 RPPN Estadual Carlos Valdir Maran Bom Jesus do Sul 48 1997 14,52 RPPN Estadual Edemar José Fiss Bom Jesus do Sul 49 1997 12,00 RPPN Estadual João Massocato Bom Jesus do Sul 50 1997 25,00 RPPN Estadual Severino Mazzocato Bom Jesus do Sul 51 1997 20,00 RPPN Estadual Francisco Barivieira Flor da Serra do Sul 52 1997 15,00 RPPN Estadual Ricieri Pizzato São Jorge do Oeste 53 1997 23,41 RPPN Estadual Granja Perobal São Jorge do Oeste 54 1997 26,00 RPPN Estadual Fazenda Alagado do Iguaçu São Jorge do Oeste 55 1997 3,00 RPPN Estadual Olívio Expedito Pastro Verê 56 1997 12,50 RPPN Estadual Helmuth Krause Verê 57 1997 8,00 RPPN Estadual Sítio Cagnini Verê 58 1997 12,00 RPPN Estadual Sítio Alegre Verê 59 2002 3.677,40 RPPN Federal Corredor do Iguaçu I Nova Laranjeiras 60 2002 1.473,60 RPPN Federal Corredor do Iguaçu I Rio Bonito do Iguaçu 61 1998 1,72 RPPN Estadual Felicidade Imbituva 62 2002 7,73 RPPN Estadual Sítio São Francisco Rio Azul 63 1998 19,98 RPPN Estadual Fazenda Belo Horizonte Faxinal 64 1998 19,98 RPPN Estadual Sítio Belo Horizonte Faxinal 65 1998 4,84 RPPN Estadual Sítio Tupiatã Faxinal 66 1998 24,23 RPPN Estadual Fazenda Pinheiro Faxinal 67 1998 48,76 RPPN Estadual Fazenda Itapuã Faxinal 68 1997 645,00 RPPN Estadual Mata Suiça II - Fazenda Urutagua Lunardelli 69 1997 645,00 RPPN Estadual Mata Suiça I - Fazenda Ubá Lunardelli 70 1998 25,14 RPPN Estadual Fazenda Kaloré Marumbi 71 1998 40,08 RPPN Estadual Sebastião Aguiar ( Santa Thereza ) Barra do Jacaré 72 2001 103,40 RPPN Estadual Fazenda Santa Olímpia Barra do Jacaré 73 2003 14,91 RPPN Estadual Cachoeira do Aristeu Ibaiti 74 1997 24,20 RPPN Estadual Fazenda Ásia Menor Jaboti 75 1999 8,97 RPPN Estadual Cachoeira Laranjal Jacarezinho 76 2001 21,82 RPPN Estadual Juca Amâncio São José da Boa Vista 77 2001 41,25 RPPN Estadual Juca Amâncio I São José da Boa Vista 78 2001 90,54 RPPN Estadual São João São José da Boa Vista 79 1999 133,22 RPPN Estadual Bordignon Tomazina Encarte I 20/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela I.2 – Reservas Particulares do Patrimônio Natural do Estado do Paraná – âmbito estadual e federal..................................................................................................................cont. N° ANO DE CRIAÇÃO ÁREA (HA) DENOMINAÇÃO MUNICÍPIO 80 2000 53,15 RPPN Estadual João Batista do Nascimento Tomazina 81 1994 819,18 RPPN Federal Reserva Natural Salto Morato Guaraqueçaba 82 2000 400,78 RPPN Federal Reserva Ecológica de Sebui Guaraqueçaba 83 2003 1.336,19 RPPN Estadual Reserva Natural Morro da Mina Antonina 84 1998 1.126,10 RPPN Estadual Mata do Barão Londrina 85 1999 429,22 RPPN Estadual Mata São Pedro Lupionópolis 86 2001 89,96 RPPN Estadual Major Ariovaldo Villela Lupionópolis 87 1997 102,85 RPPN Estadual Reserva Legal Lote 50 - Fazenda Perobal Itambé 88 1997 588,50 RPPN Estadual Fazenda da Barra Lobato 89 1997 62,32 RPPN Estadual Fazenda Boa Vista Santa Fé 90 1997 116,28 RPPN Estadual Fazenda Santa Juliana Santa Fé 91 1997 66,63 RPPN Estadual Fazenda São José Alto Paraná 92 2001 359,34 RPPN Estadual Fazenda Bararuba Alto Paraná 93 1997 25,30 RPPN Estadual Fazenda Leonora Alto Paraná 94 2002 43,00 RPPN Estadual Fazenda Duas Fontes Cruzeiro do Sul 95 2000 159,70 RPPN Estadual Fazenda Nova Paranapanema Jardim Olinda 96 2002 243,79 RPPN Estadual Fazenda Paradão Jardim Olinda 97 1997 607,94 RPPN Estadual Fazenda Matão Loanda 98 1998 86,99 RPPN Estadual Fazenda Kondo II Nova Londrina 99 1998 62,76 RPPN Estadual Fazenda Kondo I Nova Londrina 100 1999 167,08 RPPN Estadual Fazenda São Bento Paraíso do Norte 101 1999 173,24 RPPN Estadual Fazenda Duas Barras Planaltina do Paraná 102 1997 525,07 RPPN Estadual Fazenda Santa Fé Querência do Norte 103 1997 545,30 RPPN Estadual Fazenda Santa Francisca Querência do Norte 104 2001 137,05 RPPN Estadual Fazenda da Mata Querência do Norte 105 1998 162,61 RPPN Estadual Fazenda São Pedro/Bento Santa Cruz do Monte Castelo 106 1997 36,28 RPPN Estadual Fazenda Taquaritinga Santa Izabel do Ivaí 107 1997 127,80 RPPN Estadual Fazenda Santa Fé do Ivai Santa Izabel do Ivaí 108 1997 291,77 RPPN Estadual Fazenda Mosaico - Mata dos Volpon IV (José Máximo) Santa Mônica 109 1997 263,57 RPPN Estadual Fazenda Mosaico - Mata dos Volpon III (Sílvia) Santa Mônica 110 1997 330,39 RPPN Estadual Fazenda Mosaico - Mata dos Volpon II (Fernando) Santa Mônica 111 1997 309,88 RPPN Estadual Fazenda Mosaico - Mata dos Volpon I (Orlando) Santa Mônica 112 1998 43,07 RPPN Estadual Fazenda Paranhos São Carlos do Ivaí 113 1998 135,00 RPPN Estadual Ikatú Agropecuária Ltda ( Faz. Chavantes) São Pedro do Paraná 114 1997 30,00 RPPN Estadual Celso Stedile e Outra Coronel Vivida 115 1998 4,84 RPPN Estadual Graciolino Ivo Sartor Coronel Vivida 116 1998 18,00 RPPN Estadual Teolide Maria Balzan Breda Coronel Vivida 117 1997 4,84 RPPN Estadual Antonio Garbin Neto Coronel Vivida Encarte I 21/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela I.2 – Reservas Particulares do Patrimônio Natural do Estado do Paraná – âmbito estadual e federal.............................................................................................................cont. N° ANO DE CRIAÇÃO 118 1997 ÁREA (HA) DENOMINAÇÃO MUNICÍPIO 2,60 RPPN Estadual Claudino Luiz Graff Coronel Vivida 119 1997 4,84 RPPN Estadual Elza Mior Coronel Vivida 120 1997 7,00 RPPN Estadual Vit' Água Club Coronel Vivida 121 1997 4,84 RPPN Estadual Odila Poletto Mior Coronel Vivida 122 1997 4,84 RPPN Estadual Ricardo Mior Coronel Vivida 123 1997 7,90 RPPN Estadual Adealmo Ferri Coronel Vivida 124 1997 2,42 RPPN Estadual Lauro Luiz Vailatti Coronel Vivida 125 1997 5,60 RPPN Estadual AABB Pato Branco 3,63 RPPN Estadual CPEA - Centro Pastoral Educacional e Assistencial "Dom Carlos" Pato Branco 126 1997 127 1997 5,20 RPPN Estadual Diomar Dal Ross Pato Branco 128 1997 23,95 RPPN Estadual Dérico Dalla Costa Pato Branco 129 1997 50,00 RPPN Estadual Fazenda Legendária Laranjal 130 1997 4,00 RPPN Estadual Gamelão Mato Rico 131 1997 3,00 RPPN Estadual Sítio São José Mato Rico 132 2001 10,89 RPPN Estadual Hélio Bocato ( Recanto da Jaguatirica ) Mato Rico 133 2001 98,40 RPPN Estadual Olindo Melo/Edelfonso Becker (Foz do Juquiri ) Mato Rico 134 2001 177,00 RPPN Estadual Jovaldir Anselmini e Nelson Furlan Bagini(Vale do Rio Cantu) Mato Rico 135 1999 25,47 RPPN Estadual Fazenda Taquarussú Arapoti 136 1999 23,00 RPPN Estadual Fazenda Faxinal ou Barreiro Arapoti 137 1999 6,82 RPPN Estadual Fazenda Nova Esperança Arapoti 138 1999 20,00 RPPN Estadual Fazenda Invernada do Cerradinho Arapoti 139 1999 158,75 RPPN Estadual Fazenda do Tigre - Parte II Arapoti 140 1999 211,08 RPPN Estadual Fazenda do Tigre I Arapoti 141 2000 218,05 RPPN Federal Reserva Cláudio Enoch Andrade Vieira (Faz.Barra Mansa) Arapoti 142 1999 4,17 RPPN Estadual Chácara Ipê Carambeí 143 1997 20,00 RPPN Estadual São Francisco de Assis Castro 144 1998 14,50 RPPN Estadual Fazenda Cercado Grande Castro 145 1997 96,80 RPPN Estadual Fazenda Maracanã Castro 146 1997 7,50 RPPN Estadual Sítio Potreiro Ipiranga 147 1998 95,00 RPPN Estadual Rio Bonito Ivaí Ivaí 148 1998 7,26 RPPN Estadual Sítio Serra do Tigre 149 2001 12,85 RPPN Estadual Estância do Monge Ortigueira 150 1998 443,00 RPPN Estadual Tarumã - Parte II Palmeira 151 1994 153,17 RPPN Federal Reserva Papagaios Velhos Palmeira 152 1997 60,00 RPPN Estadual Fazenda Paiquerê Ponta Grossa 153 1998 80,00 RPPN Estadual Invernada Barreiro Ponta Grossa 154 1998 3.852,30 RPPN Estadual Fazenda Monte Alegre Telêmaco Borba 156 1997 1.090,00 RPPN Estadual Reserva Ecológica ITA-Y-TYBA Tibagi 157 1997 2,50 RPPN Estadual Wilson Eugênio Donin Toledo Encarte I 22/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela I.2 – Reservas Particulares do Patrimônio Natural do Estado do Paraná – âmbito estadual e federal.................................................................................................................cont. N° ANO DE CRIAÇÃO 158 1997 ÁREA(HA) DENOMINAÇÃO MUNICÍPIO 5,22 RPPN Estadual Wilson Eugênio Donin Toledo 159 1997 48,40 RPPN Estadual Almiro José Liberali Diamante do Oeste 160 1997 54,16 RPPN Estadual Rubens Cadena Piovezan Diamante do Oeste 161 1998 187,00 RPPN Estadual José Carlos Penacchi (Estância Serra Morena) Diamante do Oeste 162 1999 21,00 RPPN Estadual Naude P. Prates Diamante do Oeste 163 2000 39,67 RPPN Estadual Rosinei Cadena Piovezan Diamante do Oeste 164 1998 57,00 RPPN Estadual Edela Toldo e Outros Guaíra 165 1998 16,40 RPPN Estadual Benedito Antônio dos Santos Filho Guaíra 166 1998 220,29 RPPN Estadual Paulo Ivan dos Santos Terra Roxa 167 1998 185,48 RPPN Estadual Edmundo Pereira dos Santos Terra Roxa 168 1998 484,00 RPPN Estadual Berenice Vilela de Andrade (Fazenda Açu) Terra Roxa 169 1998 182,88 RPPN Estadual Antonio Almir dos Santos Terra Roxa 170 1997 17,54 RPPN Estadual Osvaldo Hoffmann Toledo 171 1997 20,08 RPPN Estadual Mitra Diocesana de Toledo Toledo Toledo 172 1997 2,97 RPPN Estadual Leonildo Donin 173 1997 14,52 RPPN Estadual Augusto Dunke Toledo 174 1997 4,69 RPPN Estadual Wilson Eugênio Donin Toledo 175 1998 198,71 RPPN Estadual Agropecuária Manaim (Mata do Bortolon) Cruzeiro do Oeste 176 1998 274,60 RPPN Estadual Fazenda Urupes ( Mata do Sestito ) Cruzeiro do Oeste 177 2002 104,89 RPPN Estadual Fazenda Paraguaçu Guaporema 178 1997 222,30 RPPN Estadual Fazenda Caraguatatiba da Divisa São Manoel do Paraná 179 1999 115,00 RPPN Federal Das Araucárias General Carneiro TOTAL 35.852,85 Reservas Particulares do Patrimônio Natural Fonte: (adaptado de http://www.pr.gov.br/iap) Atualmente existem 09 (Nove) RPPNs localizadas na Zona de Amortecimento do PELA pertencente ao Bioma Floresta Estacional Semidecidual e distribuídas na Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí, nestas unidades não são realizadas atividades de visitação pública e também não possuem Planos de Conservação. A Tipologia Florestal representada é basicamente composta por Floresta Alterada, com indicativos em alguns casos de Floresta Primária Alterada, uma vez que estas unidades possuem atributos relevantes com relação à fauna silvestre, sendo comum ser observado animais representantes da mastofauna e avefauna listados como ameaçados e em perigo no CITES. Encarte I 23/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela I.3 - Síntese das RPPNs da Zona de Amortecimento MUNICÍPIO NOME DA RPPN/ÁREA (HA) PROPRIETÁRIO - (01) RPPN Fazenda Santa Terezinha – 108,90 ha. - Arthur Cezar Vigilatto - - CAMPO MOURÃO LUIZIANA (02) (03) (04) (05) (06) (07) (08) (09) RPPN RPPN RPPN RPPN RPPN RPPN RPPN RPPN Fazenda Cava Funda – 160,74 ha. Fazenda Depósitozinho – 131,21 ha. Fazenda Santa Maria I – 93,01 ha. Fazenda Santa Maria II – 16,55 ha Fazenda Santa Maria III – 10,70 ha. Fazenda Santa Terezinha – 70,60 ha. Fazenda Santa Rosa – 148,32 ha. Pasta Mecânica Hensa Ltda – 262,40 ha. 2.4. ATOS NORMATIVOS ESTADUAL DE Coamo – Agroindustrial Cooperativa Ltda Coamo – Agroindustrial Cooperativa Ltda Marcos Augusto Carollo. Marcos Augusto Carollo. Marcos Augusto Carollo. Espólio – Ana Amantino Carollo. Henrique Gustavo Salonski. Pasta Mecânica Hensa Ltda. PROTEÇÃO AMBIENTAL DA LEGISLAÇÃO Vários outros componentes do arcabouço da Legislação Estadual têm incidência de forma direta ou indireta sobre as Unidades de Conservação. Pode-se citar os seguintes: - Constituição do Estado do Paraná, 05/10/1989, artigos 154, 156, 159, 161, 162,163, 164, 210, 229, 241 - faz referências ao meio ambiente; Lei n.o 1.211, 16/09/1953 - dispõe sobre o patrimônio histórico, artístico e natural do Estado do Paraná; Lei n.o 6.513, 18/12/1973 - dispõe sobre a proteção dos recursos hídricos contra agentes poluidores; - Lei n.o 7.109, 17/01/1979 - institui o Sistema Estadual do Meio Ambiente; - Lei n.o 7.978, 30/11/1984 - institui o Conselho Estadual de Defesa do Ambiente; Lei n.o 8.935, 07/03/1989 - dispõe sobre requisitos mínimos para as águas provenientes de bacias mananciais destinadas a abastecimento público; Lei n.o 8.946, 05/04/1989 – proíbe, no Estado do Paraná, a caça e pesca predatórias; - Decreto n.o 6.103, 22/11/1989 - proíbe a pesca no período de piracema; Resolução n.o 22/SEIN/SUREHMA, de 05/07/1985 - regula a poluição do meio ambiente por agrotóxicos e biocidas. Encarte I 24/I PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ENCARTE II ANÁLISE DA REGIÃO DO PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL 1. DESCRIÇÃO O Parque Estadual Lago Azul – PELA, situa-se na região Centro Oeste do Estado do Paraná, abrangendo parte dos municípios de Campo Mourão e Luiziana (Anexo II.1). Para uma análise regional do PELA considera-se os dois municípios citados além dos municípios de Mamborê (parte), Barbosa Ferraz (parte) e Corumbataí do Sul (parte), contemplados na Zona de Amortecimento (Anexo II.2). A Zona de Amortecimento é o entorno de uma Unidade de Conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade (Lei 9.985/00, art. 2 inciso XVIII). A partir dos critérios sugeridos pelo IBAMA, 2002, o conhecimento da área e a análise de mapas e fotografias aéreas procedeu-se a análise e definição da Zona de Amortecimento. A Zona de Amortecimento do Parque Estadual Lago Azul engloba a microbacia do rio Mourão e seus afluentes e este é tributário da margem esquerda do Rio Ivaí. Nessa região encontram-se as nascentes do rio Mourão e rio Sem Passo, principais afluentes do reservatório e demais nascentes e córregos menores, pois todas as atividades exercidas, poderão vir a causar algum impacto no ambiente do Parque. Esta região é intensamente utilizada para praticas de atividades agropecuárias e com algumas empresas de beneficiamento e armazenamento de grãos, nas áreas com agricultura é realizado uma rotação de espécies/variedades de culturas anuais com utilização de culturas de verão e inverno (soja, milho, trigo e aveia para pastoreio e cobertura como adicional de matéria orgânica entre outras), sendo comum em basicamente todas as propriedades a técnica de plantio direto. Em praticamente todas as propriedades existem moradores que realizam a manutenção e administração dos imóveis rurais. Com relação às atividades industriais destacase as relacionadas ao beneficiamento e armazenamento de grãos, com entrepostos de empresas instaladas sendo uma industria de óleo de soja e uma fabrica de gordura vegetal e margarina (FERTIMOURÃO, COAMO, COOPERMIBRA, entre outros). Na tabela a seguir (tabela II.1) estão indicados, os fatores de ameaça do entorno e seus respectivos riscos para a Unidade Encarte II 1/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela II.1 Principais fatores de ameaça do entorno e riscos para a Unidade. FATORES E RISCOS PARA UNIDADE LOCALIZAÇÃO - Imediações do parque industrial COAMO (eucaliptos) Região Norte - Pinus -Risco de incêndios, invasão de áreas naturais do parque. Região Sul Sudeste e Leste - Povoados no entorno - Disposição de resíduos sólidos e lançamento de efluentes sanitários nos rios; - Animais domésticos. Norte (Vila Guarujá, comunidade Lago Azulmarginal a BR- 487, Parque Industrial COAMO. - BR -Risco de acidentes com contaminação dos recursos hídricos; -Risco de atropelamento de animais silvestres. BR 487 – Corta o Parque no Sentido Norte Sul, BR 369 parcial de Campo Mourão A Mamborê, BR 158 não pavimentada porção Norte Sul - Agricultura - Uso de fogo com risco de incêndio. - Contaminação por agrotóxicos. - Apresenta conservação de solo com curva de nível e base larga. Basicamente em todas propriedades estão dispostas no entorno da unidade é utilizado a técnica de plantio direto com aplicação de defensivos, agrotóxicos, (herbicida, fungicida, inseticida). - Estradas Secundárias - Problemas de drenagem e erosão. - Risco de atropelamento de animais silvestres. Em toda a zona de amortecimento. 1.2 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL 1.2.1 Geologia do Paraná e Fisiografia (baseado em Maack, 1968 e Embrapa/Iapar 1984) O Estado do Paraná, genericamente, pode ter a sua geologia dividida em três grandes compartimentos. O primeiro, que se estende do litoral até a escarpa do 2º planalto (São Luiz do Purunã), inclui sedimentos recentes (Quaternário) no litoral e rochas cristalinas, muito antigas, com idades desde 2 bilhões de anos até 600 milhões de anos. Essas formaram a Serra do Mar e todo o relevo acidentado do Vale do Ribeira até o limite Sul do Estado, constituindo o 1º Planalto. É essa a parte mais propicia para a ocorrência de concentrações metalíferas (chumbo, cobre, ouro), como também de não-metálicos (calcário, talco, fluorita). No 2º compartimento, que corresponde ao 2º Planalto (da Serra de São Luiz do Purunã até a Serra da Esperança), predominam as rochas sedimentares, com idades entre 400 a 200 milhões de anos. Nesse compartimento limitado por Antonio Olinto ao sul e Siqueira Campos ao norte, ocorrem principalmente o carvão, folhelho pirobetuminoso e urânio (minerais energéticos). O 3º compartimento que coincide com o 3º Planalto (da Serra da Esperança até o Rio Paraná) é constituído predominantemente de lavas de composição basáltica, cuja decomposição origina as “Terras Roxas”, com exceção da parte Noroeste do Estado, ocupada pelos arenitos da Formação Caiuá. Este compartimento tem menos de 150 milhões de anos de idade. Com base em MAACK (1968) é descrita a fisiografia do Estado do Paraná que, segundo o autor, devido aos seus grandes rios limítrofes e lineamentos orográficos, o Paraná tem limites nítidos, marcados por zonas naturais de paisagem, as quais Encarte II 2/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 foram moldadas pelos sistemas hidrográficos, tectônicos e pela influência de alteração do clima. movimentos epirogênicos e Estes limites geográficos marcantes, os quais demarcam a divisão do Estado em cinco regiões de paisagens naturais: Litoral, Serra do Mar, Primeiro planalto ou planalto de Curitiba, Segundo planalto ou planalto de Ponta Grossa e Terceiro planalto ou planalto do Trapp do Paraná ou de Guarapuava. Neste último compartimento é onde está inserida a área do Parque Estadual Lago Azul. O Terceiro Planalto representa a região dos grandes derrames de lavas básicas e desenvolve-se a oeste da escarpa mesozóica e tem sido considerada a região fisiográfica paranaense mais simples, tanto pelas suas formas quanto pela suas estruturas. Suas formas de superfície são esculpidas nos extensos derrames vulcânicos do Grupo São Bento e, na porção noroeste do Estado, no arenito Caiuá, o qual documenta um clima árido durante a Era Mesozóica, do Triássico Superior até o Cretáceo. As formas superficiais do terceiro planalto que mais chamam a atenção, são as que constituem as paisagens típicas, em mesetas estruturais, dando origem a uma topografia de aspecto tabuliforme, entremeada em diversas áreas pelas formas onduladas, com chapadas de encostas mais suavizadas. Apesar da uniformidade na conformação de sua superfície, observa-se uma divisão em vários blocos, delimitados pelos grandes rios que percorrem o planalto tais como o Ivaí, Piquiri e Iguaçu, os quais têm curso nitidamente, condicionados às inclinações das rochas vulcânicas para oeste, sudoeste e noroeste. Os blocos acima referidos são os de Cambará e São Jerônimo da Serra, Apucarana, Campo Mourão, Guarapuava e vertentes do Planalto de Palmas. O bloco planáltico de Cambará e São Jerônimo da Serra, entre os rios Tibagi e Itararé, apresentam altitudes que variam de 1.150 metros (na escarpa da Esperança) até 300 metros, no vale do Paranapanema. Embora as altitudes sejam comumente entre 440 e 650 metros, ocorrem algumas mesetas isoladas, cuja altitude é de cerca de 800 metros. O Planalto de Apucarana estende-se a oeste do rio Tibagi, constituindo-se no divisor de águas dos rios Paranapanema - Ivaí, sendo uma chapada suavemente ondulada, com áreas de mesetas estruturais. O Planalto de Campo Mourão, divisor dos rios Ivaí e Piquiri, apresenta também mesetas características, tendo suas maiores altitudes em torno de 1.100 metros na testa da escarpa da serra da Boa Esperança, declinando para 225 metros no Rio Paraná. Correspondendo ao divisor Piquiri - Iguaçu, o bloco sul, Planalto de Guarapuava, inclina de 1.200 metros na testa da escarpa, para 550 metros nas serras Boi Preto e São Francisco, com um declive abrupto, para 350 metros, atingindo 197 metros de altitude na borda do “cañon” do rio Paraná, atualmente submerso pelas águas do Reservatório de Itaipu. Encarte II 3/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 É neste planalto que as mesetas são mais bem evidenciadas, existindo uma notável sucessão das mesmas. Convém salientar que o caráter estrutural das mesetas observado nos blocos planáltico, deriva das estruturas tubulares dos derrames vulcânicos, de maneira que os degraus representam, via de regra, as superfícies entre os sucessivos empilhamentos de lavas. Ainda fazendo parte do território paranaense, o declive do “Planalto de Palmas” nada mais é do que a vertente norte do divisor Iguaçu - Uruguai. Há ainda, a ocorrência de antigos terraços fluviais no curso inferior do rio Ivaí, coincidindo com a ocorrência de Solos Aluviais Eutróficos e Solos Hidromórficos Gleyzados Indiscriminados. Já o rio Paraná, é margeado por extensas várzeas e pântanos, com sedimentação paludal do Quaternário Recente onde, além dos solos acima citados, ocorrem os Solos Orgânicos Indiscriminados. 1.2.2 Relevo da Região Sul do Brasil O relevo da Região Sul apresenta grande variedade de aspectos geomorfológicos, decorrentes da superimposição de sistemas climáticos, das condicionantes de natureza litológica e estrutural variadas e dos fatores de ordem biológica, através da atuação humana, que, juntos com os demais fatores interatuantes, são os responsáveis pela mudança energética do ambiente, rompendo o equilíbrio morfodinâmico. Como resultado da interação dos dois primeiros fatores, predominantemente a presença de diversas superfícies aplanadas, sedimentadas e de acumulação, apresentando diferentes níveis altimétricos e constituindo diversos compartimentos geomorfológicos. Destaca-se, na Região Sul, na borda oriental, um conjunto de planaltos bem marcados nos terrenos cristalinos, cujas altitudes se elevam até mais de 1.000 m. Contornando os maciços em direção à borda ocidental, os relevos constituídos por rochas sedimentares, ocupam diferentes níveis altimétricos, constituindo planaltos escalonados, pouco inclinados a oeste, tendo nas áreas dos planaltos mais elevados altitudes superiores à dos relevos do planalto cristalino e, nas proximidades do rio Paraná, as cotas decrescem a uma altitude entre 100 e 300m. As áreas de terrenos sedimentares, que correspondem, aproximadamente, a três quartos do relevo regional, constituem a extensa área da Bacia Sedimentar do Paraná. A margem oeste da Bacia do Paraná é, em grande parte, circundada por extensas e altas cuestas arenítico-basálticas, onde dominam entre as cuestas e os planaltos cristalinos patamares deprimidos, de origem desnudacional, na forma clássica de depressões periféricas. 1.2.3 Hidrografia Os municípios de Campo Mourão e Luiziana estão localizados, praticamente num divisor de águas da Bacia do Rio Ivaí e da Bacia do Rio Piquiri, sendo denominado de Vale do Piquirivaí, onde temos a drenagem dos rios que compreendem o Parque Encarte II 4/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Estadual Lago Azul para a Bacia do Rio Ivaí. Constituindo-se em um dos principais rios do Estado do Paraná, o rio Ivaí abrange uma Bacia Hidrográfica de 35.845 Km2, com percurso total de 685 Km. As nascentes do Rio Ivaí são o Rio dos Patos a 1.200 m s.n.m. na Serra da Boa Esperança e o Rio São João a 1.125 s.n.m., ao norte e noroeste de Bananas no 3º Planalto. Recebe em sua bacia mais de cem afluentes, apresentando uma vazão mínima de 200 m3/seg na época das enchentes (Maack, 1968). A área do Parque Estadual Lago Azul, bem como de seu entorno, esta inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Mourão que drena as águas de uma área com, aproximadamente, 1534 km2. É composto, principalmente, pelos corpos de água do Ribeirão da Lagoa, Rio do Campo, Rio Ranchinho, Rio São João, Rio Sereno, Rio Sem Passo, Rio da Campina, Água do Cemitério, Água Barro Preto, Água do Açude, Água do Mata Burro, Córrego do Candinho entre outros. 1.2.4 FLORA Caracterização fitogeográfica da Região Figura II.1 – Mapa da vegetação original do estado do Paraná, localizando as cinco unidades fitogeográficas. Fonte: Maack, modificado por Roderjan et al., 2002. Com relação à classificação e fitogeografia da vegetação natural brasileira, essa mereceu estudos e pesquisas de diversos autores, entre eles MAACK (1968), HUECK (1972), RIZZINI (1976) VELOSO & GÓES-FILHO (1982), LEITE & KLEIN (1990), IBGE (1988 e 1992). A terminologia utilizada, a classificação, o enquadramento e a distribuição da vegetação, variam de autor para autor (CAMPOS, 1996). Encarte II 5/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Devido a essas diferentes terminologias e classificações fitogeográficas da vegetação adotadas pelos diversos autores, e com o advento da utilização do sensoriamento remoto (imagens de satélite e de radar) para levantamento da cobertura vegetal, o Projeto RADAMBRASIL procurou uniformizar critérios e conceitos fitogeográficos, adotando o Sistema Fisionômico-Ecológico de Classificação da Vegetação Mundial estabelecido pela UNESCO. Este sistema foi posteriormente adaptado às condições brasileiras graças à contribuição de VELOSO & GÓES-FILHO (1982) e RODERJAN (1994). Segundo este autor em 1988 o IBGE publicou o mapa da vegetação do Brasil (escala 1: 5.000.000) que passou a ser a única representação gráfica nacional uniformizada. Dois anos depois esse mesmo instituto reeditou a versão atualizada da Geografia do Brasil - Região Sul, onde LEITE & KLEIN (1990) descrevem detalhadamente a vegetação desta região. Dentro deste sistema classificatório em adaptação e em desenvolvimento, em 1992 o IBGE editou novo documento, atualizando e reenquadrando alguns conceitos. De acordo com esta conceituação a vegetação natural da região onde está inserido o Parque Estadual Lago Azul é subdividida em unidades fitoecológicas com ecossistemas associados, pertencentes ao bioma da Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Mista, apresentando, ainda, um Ecótono de Transição da Floresta Estacional Semidecidual Submontana e Floresta Ombrófila Mista e encraves de Savana/Cerrado. 1.2.5 Fauna A fauna da região em questão atualmente encontra-se isolada em fragmentos florestais explorados que restaram na região. Poucos destes fragmentos possuem conexão e existe ainda uma pressão antrópica sobre várias espécies, tanto de forma direta (caça, captura para comércio, ação de animais domésticos asselvajados, entre outros) como indireta (contaminação por agrotóxicos, envenenamento ocasional, poluição de corpos hídricos, entre outros). O desmatamento indiscriminado no Paraná iniciou-se a partir de 1930, como bem pode ser observado em GUBERT-FILHO (1993), com a colonização das regiões Nordeste e Norte, tendo continuidade na década de 1960, quando novas áreas foram desbravadas nas regiões Noroeste, Sudoeste e Oeste, dando-se início a um ciclo da agricultura paranaense baseado em cereais, cuja expansão para o Norte do Estado foi estimulada pela erradicação de cafezais, após as geadas de 1969 e 1975 (JACOBS, 1997). Deve-se observar que a região do Centro-Oeste paranaense, alvo do estudo, teve maiores alterações a partir de 1950 (GUBERT-FILHO, op.cit.). Desta forma, considerando o impacto significativo do desmatamento sobre a fauna, a floresta original na região encontra-se bastante fragmentada e antropizada, restando poucas áreas protegidas pelo Estado, na forma de Unidades de Conservação. Alguns exemplos são o Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo PEVRES em Fênix, Reserva Florestal de Figueira - RFF, em Engenheiro Beltrão, e o Parque Estadual Lago Azul - PELA. Encarte II 6/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Alguns vertebrados de grande porte sejam aves ou mamíferos, necessitam de grandes áreas florestadas para poderem colocar em prática suas estratégias de captura ou predação, enquanto outras espécies de médio a pequeno porte conseguem sobreviver nos fragmentos que restaram na região, em virtude do processo de adaptação às alterações antrópicas que algumas espécies possuem, ou mesmo de sobreviverem em áreas de vida (home range) reduzidas. Isto conduz a uma situação atual regional, em termos florestais e conseqüentemente faunísticos, preocupante. 1.2.5.1. Contexto biogeográfico Esta região insere-se em termos zoogeográficos, no grande reino neotropical, que se estende desde o Norte do México, envolvendo a América Central, as Antilhas até a porção extrema da América do Sul (MÜLLER, 1979). Está enquadrada na Província Paranaense, que abarca o extremo sul do Brasil, a oeste da Serra do Mar, até o centro do Rio Grande do Sul, o extremo nordeste da Argentina e o leste do Paraguai. Portanto, esta província pertence ao Domínio Amazônico, cujo território possui climas predominantemente quentes e úmidos, cobertos por vegetação densa e com uma flora e fauna abundante (CABRERA & WILLINK, 1973). De acordo com CABRERA & WILLINK (op. cit.) a fauna da Província Paranaense é subtropical, com alguns elementos andino-patagônicos, sendo difícil estabelecer um limite nítido entre esta e as faunas do Chaco, do Cerrado e Atlântica, impossibilitando assim a divisão em distritos. 1.2.5.2. Principais espécies por grupos Algumas espécies da fauna ocorriam naturalmente na região, embora hoje não façam parte do seu cotidiano. Sobre a onça-pintada Panthera onca, por exemplo, há muito não se ouvem comentários e um dos últimos deles ocorreu há alguns anos (por volta de 1995), na região do PEVRES, de que havia sido abatida uma onçapintada na região, notícia esta que originou-se das escolas locais, por intermédio de crianças e chegou até o gerente do parque à época (C.A. Schicoski, com. pes.). Vestígios de pegadas de onça-parda Puma concolor, foram visualizados também há alguns anos no mesmo parque. Visualizações de urubu-rei Sarcoramphus papa, foram feitas por P. Scherer-Neto e colaboradores na mesma área de Fênix e possuem registros em Museu (P. SCHERER-NETO, com.pes.). pato-do-mato ou pato-selvagem Cairina moschata, os araçaris (Ramphastidae) Pteroglossus aracari, Selenidera maculirostris e Baillonius bailloni, utilizados para estudos de frugivoria no PEVRES (MIKICH, 1994), e o urutau ou mãe-da-lua Nyctibius griseus, interessante espécime da avifauna foram avistados em campo, também no PEVRES (P. Scherer-Neto, com.pes.). Devem ser citadas serpentes importantes na área da saúde pública como as jararacas Bothrops jararaca, B. jararacussu, a cascavel Crotalus durissus, a cobraEncarte II 7/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 coral Micrurus coralinnus e anfíbios dos gêneros Hyla e Leptodactylus, indicadores de qualidade de ambientes (COPEL, 1998). 2. ASPECTOS CULTURAIS E HISTÓRICOS 2.1. LEVANTAMENTO HISTÓRICO CAMPO MOURÃO DAS USINAS HIDRELÉTRICAS DE A região onde se insere atualmente Campo Mourão foi palco de momentos diferenciados de ocupação entre distintos povos, podendo se estabelecer em três momentos: o domínio indígena, a conquista ibérica e a colonização contemporânea. A ocupação da região remonta milenarmente aos povos indígenas. Apesar do número reduzido de estudos na área da arqueologia para o oeste e sudoeste paranaense, podemos elencar um significativo acervo de trabalhos publicados, dando-nos informações suficientes para caracterizar o potencial ainda por pesquisar: WATSON (1947), SILVA & BLASI (1955), LAMING & AMPERAIRE (1959), CHMYZ (1962), BLASI & CHMYZ (1963), BLASI (1963) CHMYZ (1963), BLASI (1965), CHMYZ & SAUNER (1971) e BLASI et alli (1989). Acompanhando a evolução da paisagem até obter a configuração atual, o indígena passou por diferentes experiências adaptativas ao longo de, aproximadamente, 8000 anos de história. CHMYZ (1978) localizou vários indícios com características pré-ceramistas durante os trabalhos de salvamento arqueológico quando da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Cerca de 30 sítios do período lítico foram pesquisados ao longo do Rio Paraná, numa extensão aproximada de 250 km, desde Foz do Iguaçu até o final do alagamento no município de Guaíra. Uma parte do material arqueológico encontrado se constituía por pontas-de-projétil foliáceas e pedunculadas além de grande variedade de raspadores, elaborados basicamente sobre lâminas e lascas líticas. As características destes indícios sugerem que as atividades humanas ali desenvolvidas remontam a um ambiente natural onde a vegetação se apresentava mais rarefeita que a atual. Quanto a presença de grupos ceramistas, estudos desenvolvidos por CHMYZ (1971), nos municípios de Campina da Lagoa e Ubiratã, ambos na bacia hidrográfica do Piquiri, localizaram 23 sítios arqueológicos com a presença de casas subterrâneas, aterros, sítios-habitações, sítios-acampamentos, sítios-oficinas, galerias subterrâneas e vestígios de caminhos indígenas. As cerâmicas encontradas nestes sítios pertencem a tradição cultural denominada de Itararé. Esta nova etapa da história cultural vem permeada de inovações, baseadas na complexidade da organização social e política como a domesticação de plantas e animais, novas técnicas construtivas de habitações, por exemplo, as casas subterrâneas ou o aparecimento da cerâmica, provavelmente exigida pelos novos produtos vegetais. Encarte II 8/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 O último episódio do período pré-colonial registrado no oeste paranaense, refere-se a entrada de grupos horticultores pertencentes a tradição tecnológica Tupiguarani. Originários da Amazônia meridional, estes grupos iniciaram há 2000 anos, aproximadamente, seu processo de migração a fim de expandir seu sistema de colonização, buscando para isto ambientes similares às florestas tropicais, segundo SCHMITZ “... Nesse tempo deve ter-se fixado o primeiro grupo Tupiguarani nas florestas subtropicais, que estão ao longo do Alto Paraná e do Alto Uruguai, em áreas que podem corresponder ao sul do Brasil, ao Paraguai e ao nordeste da Argentina”. O Tupiguarani dominava as técnicas ceramistas, a exploração das florestas e a domesticação de plantas, por exemplo, o milho, produto considerado mítico. No seu avanço pelo território foi dominando os melhores ambientes: florestas de grande porte, rios que possibilitassem a locomoção por canoas ou locais com melhores solos para plantio. Um dos resultados desta migração foi o confronto com outros grupos que aqui viviam, como os caçadores-coletores ou os habitantes das florestas com araucárias, forçando-os a uma nova adaptação. O final do domínio indígena Guarani se caracteriza com um novo momento histórico de ocupação na região: a conquista ibérica. Toda a região influenciada pela bacia hidrográfica do Paraná se caracterizou como uma das principais vias de acesso para a conquista da América Meridional, tendo como suporte a confluência de caminhos fluviais e territoriais, como o Peabiru. Tal desdobramento histórico se iniciou, a partir do século XVI, com a dominialidade espanhola que instituiu a Província do Guayrá que se limitava entre os Rios Paraná, Paranapanema, Iguaçu e a linha demarcatória do Tratado de Tordesilhas. Assim, para efetivar a posse do território guairenho e formar bases para facilitar a comunicação com a Península Ibérica através da costa atlântica o governo de Assunção desencadeou a implantação de diversos núcleos urbanos: Vila de Ontiveiros (1554), Cidade Real do Guairá (1557), Vila Rica do Espírito Santo ou Tambo das Minas de Ferro (1573) e Vila Rica do Espírito Santo, segunda fundação, na foz do Rio Corumbataí (1589). Ao mesmo tempo, a coroa espanhola também incentivou a evangelização dos índios da nação Guarani através da fundação de Reduções Jesuíticas. No início do século XVII, inicia-se a entrada da Companhia de Jesus no Guairá que implantou aproximadamente treze comunidades religiosas compostas principalmente de indígenas da nação dos Guarani. A atividade dos jesuítas espanhóis atingiu seu ápice mercantil-espiritual na década de 1620, quando entrou em confronto com interesses dos próprios espanhóis da região e ao mesmo tempo chamando a atenção dos paulistas-portugueses para a abundância de mão de obra escrava, que aqueles milhares de indígenas reunidos e doutrinados representavam. Encarte II 9/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 O português utilizou as bandeiras paulistas, depreação do indígena, para a conquista territorial. Essa ação predatória dos bandeirantes, no final do século XVII, destruíram todos os núcleos colonizadores da região, de iniciativa espanhola. As investidas portuguesas foram de fundamental importância para deter a expansão da posse espanhola. Entretanto, por mais que a política da coroa portuguesa objetivasse a expansão de seus domínios para a região do Guairá, não teve sua colonização efetivada. Desta forma, desde o evento da destruição das vilas espanholas e das reduções jesuíticas pelos bandeirantes portugueses, em 1632, a região oeste paranaense permaneceu abandonada pelos europeus até meados do século XIX. Contudo, indígenas, principalmente do grupo Jê, ocuparam a região como comprovam relatos de viajantes e exploradores, além dos registros, na década de 1950, sobre a presença de Índios Hétas na Serra dos Dourados, atual município de Umuarama. No século XVIII, o império português procurou objetivar seus domínios através de várias expedições de reconhecimento. Entre elas salienta-se a do Capitão Estevão Ribeiro Baião que, em 1760, registra os campos da região do rio Ivaí denominando1 os Afonso Botelho de São Payo e Souza Campos do Mourão. Esta denominação evidenciou os interesses lusos na ampliação de áreas colonizatórias promovidas pelo governador da Província de São Paulo. A região dos Campos do Mourão permaneceu até fins do século XIX sem nenhuma ação colonizadora A partir deste momento tem-se informações que a região já era ponto de passagem de tropas de gado, fazendeiros, principalmente de Guarapuava, começaram a se interessar por tais campos como área extensiva ao criatório de 2 gado. A colonização somente se efetiva na conjuntura expansionista cafeeira, que marcou toda a economia paranaense desde o início do século XX até a década de 1970. Paralelamente outra corrente migratória, advinda do sul do país, através dos gaúchos e catarinenses, caracterizaria a ocupação desta região, contribuindo com outra forma de produção econômica: a agricultura de cereais e a pecuária. Segundo o estudo sobre a ocupação da terra no Paraná Moderno: Desde, mais ou menos, 1900 a 1930, as matas foram desaparecendo com a formação de lavouras de cereais e com a criação de suínos e com o aparecimento de cidades e municípios novos, no Rio Grande do Sul, no Oeste catarinense, e, depois, no Sudoeste do Paraná. Na década de 1940, essa colonização ultrapassa o rio Iguaçu, entrando no Oeste paranaense, ao longo do rio Paraná, até encontrar, na altura de Campo Mourão, as frentes pioneiras da agricultura tropical, provenientes dos colonizadores da área paulista que, inversamente, vinham de Norte para Sul, em busca de terras para o café. (WESTPHALEN et al., 1968, p. 6-7). As primeiras famílias colonizadoras se estabelecem na região a partir de 1903. Entre elas, a do sertanista José Luiz Pereira. Mas, foi durante o governo do 1 2 I.B.G.E. , 1959. Vol. XXXI p.90. SIMIONATO, 1999. p. 13. Encarte II 10/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 interventor Manoel Ribas (1932–1945) que procurou-se investir na colonização das chamadas “terras devolutas” e antigas concessões, fundando colônias, entre elas a 3 Colônia Mourão, situada na margem direita do rio Ivaí. Em 1943, cria-se no distrito de Campo Mourão a Inspetoria do Departamento de Terras a qual incentivou de forma intensiva e definitiva o fluxo colonizatório. Neste momento inicia-se o desenvolvimento da economia extrativista vegetal com o corte e beneficiamento de madeiras que possibilitou o desmembramento de Campo Mourão do território de Pitanga em 1947, elevando-se a categoria de município. Na década de 1950, em um contexto desenvolvimentista baseado principalmente na produção cafeeira, o governo paranaense consolida o processo de colonização em determinadas regiões com potencial agrícola-industrial, no caso a região de Campo Mourão, seria uma delas. 3. USO E OCUPAÇÃO DA TERRA, CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO E PROBLEMAS AMBIENTAIS DECORRENTES 3.1. HISTÓRICO DE CAMPO MOURÃO E LUIZIANA A colonização organizada das regiões norte e noroeste do Paraná ocorreram, principalmente, no período compreendido entre 1920 e 1960, sob a ação de companhias de terras particulares que operavam por meio de concessões de terras feitas pelo Governo do Estado. A estrutura fundiária, no início do período de colonização, se desdobrava em pequenas e médias propriedades. Nesse contexto, o Governo do Estado do Paraná, em maio de 1939, através de Decreto, resolveu iniciar os serviços de colonização em terras municipais na região de Campo Mourão. O município foi criado através da Lei Estadual n° 02, de 10 de outubro de 1947, e instalado oficialmente em 05 de dezembro de 1947, sendo desmembrado do município de Pitanga. Algumas glebas já estavam ocupadas, nesse tempo, por caboclos, poloneses e ucranianos, sendo estes lotes por esses motivos demarcados com vista a radicar definitivamente a população, já existente. A primeira atividade econômica desenvolvida foi a exploração madeireira com o desmatamento das ricas florestas com espécies como pinheiro, peroba, cedro, entre outras. Na época do desmembramento, por iniciativa governamental, igualmente, formouse um loteamento agrícola com variações de 10 a 300 alqueires em uma gleba próxima da região de Campo Mourão. Por volta de 1947, chegaram as famílias de pioneiros instalando-se na localidade e formando o povoamento. Em 1952, com a chegada de novas famílias e a necessidade conseqüente de realizar adequações em face ao crescimento do povoado, foi feita a divisão dos lotes agrícolas, iniciando-se 3 WESTPHALEN, 1968. p. 20. Encarte II 11/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 um traçado urbano concretizando a formação do distrito administrativo de Luiziana. Posteriormente emancipado através da Lei estadual nº 8549 de 25 de setembro de 1987, e instalada em 01 de janeiro de 1989, quando foi definitivamente desmembrada de Campo Mourão. O principal produto agrícola foi o café que, a partir de meados dos anos 60, como todo o norte e noroeste paranaense, deu lugar ao cultivo de soja, trigo, algodão e milho. Com isso, a região passa por uma fase de crescimento que propicia o surgimento de grandes cooperativas como a Cooperativa agrícola de Campo Mourão - COAMO e indústrias de transformação de produtos agrícolas. Na década de 90, a região apresenta uma economia baseada na agroindústria, que passa a investir em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, visando à maior agregação de valor aos produtos agrícolas. Campo Mourão é a cidade-pólo, que tem diversas parcerias como o Fórum da Comunidade, Pacto Vale do Piquiri, Instituição Comunitária de Crédito – ICC. Quanto ao ensino universitário possui a Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR, Centro Integrado de Ensino Superior – CIES, Centro Federal de Ensino Tecnológico – CEFET. 3.2. MEIO SOCIOECONÔMICO 3.2.1. Perfil da situação socioeconômica de Campo Mourão e Luiziana Tanto Campo Mourão quanto Luiziana inserem-se na região noroeste do Paraná e, dentro desta, na Microrregião Homogênea de Campo Mourão. Em termos absolutos, de 1970 para 1980, há uma redução de 428.534 habitantes na região Noroeste do Paraná, sendo que só em Campo Mourão a redução é de 128.241 habitantes, ou seja, 29,9% desse total. O número de pessoas residentes na área urbana e rural, a variação populacional e a taxa de crescimento anual são dados pela Tabela II.2. Tabela II.2. População urbana e rural, variação populacional e taxa de crescimento anual Municípios Urbana Q Rural % Q % População Total Variação 1991-2000 Taxa Cresc. Anual Q % % Campo Mourão 73.535 92.49 5.973 7,51 79.508 -1,81 0,29 Luiziana 3.808 48.1 4.109 51,9 7.917 -16,98 -1,2 Fonte: Banco de Dados do IBGE (2000) Obs.: cresc.= crescimento. A população de Campo Mourão é dez vezes maior que a de Luiziana: enquanto Campo Mourão tem 79.508 pessoas, Luiziana possui 7.917 residentes. Acentuando as diferenças, Campo Mourão tem uma população predominantemente urbana enquanto Luiziana, que se encontra em uma fase de transição, apresenta a maioria de sua população no setor rural. A população é relativamente jovem, já que 55,3% da população de Campo Mourão (43.943 habitantes) e 59,0% da população de Luiziana (4.674 pessoas) constituem Encarte II 12/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 a População Economicamente Ativa, isto é, estão na faixa de 14 a 65 anos. Esse índice está acima da média do Estado, que é de 48,8% (IBGE, 2000). Apesar dos dois municípios terem perdido um pequeno contingente populacional, período de 1991-2000, Luiziana apresenta um processo de perda bem mais acentuado do que Campo Mourão. Luiziana tem um agravante que é a tendência na continuidade da perda de sua população e, a exemplo do que ocorre em outras regiões do Estado, é a População em Idade Economicamente Ativa que sai do município à procura de emprego, restando uma população de jovens e velhos. A diminuição populacional ao longo do tempo, também, vem a repercutir em menor montante de recursos financeiros transferidos aos municípios, situação que se mostra muito delicada do ponto de vista político, social e econômico. Os problemas enfrentados e a serem enfrentados pelos dois municípios, por conseqüência, tem bases diferentes, a começar com o volume de receitas e despesas das prefeituras, como se pode verificar na Tabela II.3. Tabela II.3. Receitas e despesas públicas realizadas em R$1000,00. Municípios Receitas Despesas Campo Mourão 27 862 27 775 Luiziana 3 070 3 251 Saldo 87 - 181 Fonte: IBGE (2000) Como se pode observar, apesar de municípios vizinhos, Luiziana tem 10% da população e 11,4% da receita relativamente a Campo Mourão. Portanto, os volumes de receitas e despesas dos dois municípios apresentam-se bem diferentes. Essa situação apresenta dois problemas. O primeiro é a baixa receita em municípios pequenos, o que repercute em baixas despesas/investimentos. O segundo problema, decorrente do primeiro, é a baixa capacidade de atrair novos investimentos, já que, como existem baixas despesas públicas, vários itens básicos (tais como: educação básica, serviços de saúde, equipamentos, infra-estrutura, entre outros) recebem pouco ou nenhum investimento. Tal situação gera um círculo vicioso que, com a descentralização do poder público, é agravada. O PIB e o PIB per capita dos municípios apresentam-se na Tabela II.4. Tabela II.4. PIB e PIB per capita – Campo Mourão e Luiziana (US$) Indicadores Campo Mourão Luiziana PIB 220.797.175,85 29.494.155,20 PIB per capita 2.805,13 3.419,61 Paraná 52.438.389.709,54 5.796,44 Fonte: Paranacidade (2001) Apesar de Luiziana ter Renda per capita relativamente maior que a de Campo Mourão, ambas estão bem abaixo da média do Estado que é de US$ 5.796,44. Além disso, existe uma grande diferença no montante de renda gerado por Campo Mourão e por Luiziana. O Valor gerado em Campo Mourão é 7,5 vezes maior do que Encarte II 13/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 o de Luiziana. Como conseqüência, a arrecadação tributária, a geração de renda e emprego mostram-se bem diferenciados, favorecendo Campo Mourão. A origem do Produto Interno Bruto por setor é apresentado na Tabela II.5. Tabela II.5. Origem percentual do PIB por setor Setores Campo Mourão Luiziana Paraná Agropecuário 7,3% 44,2% 18,5% Industrial 23,3% 13,6% 49,3% Comércio e Serviços 69,4% 42,2% 32,2% Fonte: Paranacidade (2001). Mais uma vez, os municípios diferem um do outro e, ambos, do comportamento do Estado como um todo. Campo Mourão tem a origem do valor agregado no setor terciário (comércio e serviços) e no secundário (indústria) enquanto que em Luiziana predominam o setor primário (agropecuário) e terciário. A situação do setor terciário em Campo Mourão pode, em parte, ser explicada só pelo fato de que mais de 95% da população ser urbana. Em Luiziana, que tem sua população relativamente dividida, espelha essa situação através da geração de valor no município. No entanto, os determinantes da geração de valor na industria não pode ser, como já foi dito anteriormente, explicados pela presença de população no setor urbano. Quanto a este aspecto, é necessário aprofundar as características do setor urbano e rural para entender melhor a concentração maior das indústrias em Campo Mourão. 3.2.1.1. O Setor Primário No setor agropecuário, a situação das terras apresenta-se conforme Tabela II.6. Tabela II.6. Situação das terras agrícolas Situação das terras Campo Mourão Luiziana Estabelecimentos Área Estabelecimentos Área Q % Q % Q. % Q % Lavouras permanentes 150 15,6 280 0,4 117 20,6 366 0,5 Lav.temporárias 770 80,3 38103 59,4 444 78,0 38.589 47,6 Lav. temp.em descanso 31 3,2 330 0,5 40 7,0 3.611 4,5 Pastagens naturais 135 14,1 1429 2,2 76 13,4 3.621 4,5 Pastagens plantadas 529 55,2 14.182 22,1 301 52,9 18.840 23,2 Matas e florestas naturais 499 52,0 6.712 10,5 290 51,0 10.691 13,2 Matas e florestas plantadas 92 9,6 1.317 2,1 36 6,3 3.637 4,5 Produtivas não utilizadas 22 2,3 115 0,1 15 2,6 209 0,3 s.i* - - 1.645 2,7 - - 1.491 1,7 Total 959 100 64.113 100 569 100 81.055 100 Total estab. proprietários 750 75.882 - Total pessoal ocupado 4.051 - 2.833 57.740 - - 451 - Fonte: censo agropecuário (1996) Obs.: * s.i. = sem informação; estab. = estabelecimento; Lav.= lavouras; temp.=temporárias. Encarte II 14/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tanto em Campo Mourão quanto em Luiziana as atividades agrícolas estão ligadas ao tipo de agroindústrias instaladas, em sua maioria, em Campo Mourão. Destacam-se, em Campo Mourão, como principais produtos de origem agrosilvopastoris: a soja de safra normal, milho safra normal, cana-de-açúcar, suínos, bovinos e madeiras. Analisando-se a Tabela II.6, observa-se que 80,3% das propriedades tem área com lavouras temporárias, o que representa 59,4% da área agrícola ocupada. É possível verificar ainda, que 55,2% dos estabelecimentos e 22,1% da área estão voltados para as pastagens plantadas. As matas e florestas naturais estão presentes em 52% dos estabelecimentos e representam 10,5% da área agrícola. Dos 959 estabelecimentos existentes, 750 (78,2%) de Campo Mourão, estão nas mãos de proprietários que detém 90,1% da área agrícola. Em Luiziana destacam-se a soja safra normal, trigo e bovinos como produtos principais. A estrutura agrária do município tem as mesmas características da de Campo Mourão. Dessa maneira, 78% dos estabelecimentos possuem lavouras temporárias que representam 47,6% da área agrícola e as pastagens plantadas estão presentes em 52,9% dos estabelecimentos e ocupam 23,2% da área agrícola do município. Dos 569 estabelecimentos, 451 (79,3%) são de proprietários que detém 93,6% da área total agrícola. A área média por produtor, que é de 142,45 hectares em Luiziana apresenta-se bem mais concentrada que a de Campo Mourão que é de 66,85 hectares por produtor. Na divisão das terras, por sua vez, observa-se à ocorrência de dois processos simultâneos: o primeiro é a diminuição absoluta do número de estabelecimentos de pequena extensão, até 20 ha. Em 1970, os micro e pequenos estabelecimentos representavam 47.272 (86% do total) e passam em 1985, 17.284 (53,1% do total). A área correspondente, também, sofre redução: em 1970, os micro e pequenos estabelecimentos ocupavam 35,4% da área agrícola e passam a ocupar 7,7%, em 1985. O outro processo, correspondente, é a concentração de terras em poucos estabelecimentos. Os estabelecimentos acima de 200 ha que, em 1970, eram 496 (1,0% do total de estabelecimentos) e ocupavam 297.824 ha (30,8% da área), em 1985 passaram a ser 1934 estabelecimentos (5,9% do total de estabelecimentos) e abarcar 641.460 ha (60,8% da área). Estudos parciais, sobre o Estado do Paraná, mostram que o processo de concentração de terras continua a ocorrer. Dentre os diversos desequilíbrios ambientais acarretados pelo processo de modernização agrícola, alguns dos mais graves são: o uso inadequado de agrotóxicos, a diminuição da diversidade genética, o assoreamento dos rios, a Encarte II 15/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 erosão dos solos, a contaminação das águas por agrotóxicos, a compactação do solo e o desmatamento, que se passa a discutir. A manipulação dos agrotóxicos(4), de maneira geral, é realizada por trabalhadores que são mal ou não são treinados para trabalhar com produtos tóxicos e conhecem pouco os perigos a que se expõem, inclusive pelo fato de a maioria ser analfabeta ou semi-analfabeta e/ou estar encantada com a propaganda dos fornecedores sobre os efeitos na produtividade, controle e extermínio das pragas. Destaca RÜEGG (1987) que os produtores não acreditam que o agrotóxico em contato com a pele pode queimá-la, irritá-la, e, pelo efeito cumulativo, ser absorvida em quantidades mortais. POLTRONIÉRI (1997:133), apontou que 19% da amostra da carne testada no Estado de São Paulo possuía resíduos de inseticidas acima do limite tolerável, dos quais 97% possuíam resíduos de inseticidas tais como, BHC, Aldrin, DDT. Destaca, também, que existe uma destinação bem clara dos produtos com maior ou menor quantidade de agrotóxicos, com evidentes prejuízos para o mercado interno brasileiro. “Vale dizer que toda a carne com resíduos elevados destina-se ao consumo interno enquanto que as outras com menos resíduos são destinadas a exportação.” Apesar de todos os alertas, dados do IBGE (1996:31-33), mostram que cerca de 65,5% dos estabelecimentos do Paraná usaram fertilizantes. Se considerados os 215,2 mil estabelecimentos cuja principal atividade foi à produção de lavouras (culturas temporárias, permanentes e horticultura) essa proporção sobe para 75,7%. Os mesmos dados mostram que cerca de 86% realizaram controle de pragas. Encontra-se, ainda, o comentário de que pouco mais de 40% dos estabelecimentos paranaenses recorreram à assistência técnica e chama a atenção para a alta incidência de estabelecimentos que utilizam agrotóxicos e medicamentos sem nenhuma assistência técnica. O envenenamento do homem decorrente do uso de agrotóxicos é um problema grave no Paraná. O programa de notificação de intoxicações por agrotóxico no nosso Estado, ligado à Promotoria Pública do Ministério Público do Estado do Paraná, afirma que a alta porcentagem de óbitos por intoxicação se deve ao fácil acesso da população ao produto. Segundo SOUZA (1995:77), as faixas etárias mais atingidas são as de 20 a 35 anos e as regiões que mais notificaram foram: Campo Mourão, Cornélio Procópio, Apucarana, Cascavel e Londrina, ou seja, exatamente nos locais onde ocorrem de maneira mais acentuada o processo de modernização, já que as culturas que geraram as intoxicações foram: algodão, milho, feijão, soja e café. Para destacar esse problema, no ano de 1996, foi lançado o "Programa Agrinho", que atingiu 1 milhão e duzentas mil crianças e adolescentes da rede pública de 310 4 Chamados “comercialmente” de defensivos agrícolas, englobam os adubos químicos, herbicidas, fungicidas e inseticidas. Encarte II 16/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 municípios do Paraná. Apesar dos avanços quanto à disseminação de técnicas corretas de manipulação dos agrotóxicos, o programa não questiona o seu uso e nem propõe técnicas alternativas ao mesmo (que já existem). Durante o ano de 1999, meramente elas aprenderam sobre "tríplice lavagem", um modo de tratar as embalagens de agrotóxicos descartadas. No ano de 2000, 18.143 professores da rede escolar, depois de treinados, receberam vasto material "pedagógico". No final, as crianças fizeram redações que concorreram a prêmios. Conforme Patrícia Lupion Torres, funcionária do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no estado do Paraná, (Senar/PR) e Coordenadora do Programa Agrinho, o custo total do programa é de R$ 2,4 milhões. Metade do custo do Agrinho é financiado pelas indústrias fabricantes de agrotóxicos: Bayer, Novartis, Dow AgroScience, Jacto, Milenia, Du Pont, Hokko, e pela entidade que reúne todas elas, a Associação Nacional de Defesa Vegetal - ANDEF. A outra metade é dinheiro público, do SENAR (http://surfexpress.com.br). A legislação em vigor, também, estabelece que a responsabilidade do fabricante é informar as técnicas necessárias para o descarte final das embalagens de agrotóxicos. No entanto, as medidas para o descarte seguro nem sempre são seguidas, pelo fato de muitos não saberem ler ou não usarem os equipamentos protetores, não haver instalações básicas para se lavarem com água e sabão após a aplicação ou pelo fato de que, muitas vezes, os agrotóxicos são transferidos das embalagens rotuladas originais para vasilhames menores sem rótulos que são distribuídos aos agricultores. Daí algumas explicações para os aumentos de casos de intoxicações, suicídios e mortes. Não se pode esquecer que as notificações de intoxicações são feitas por uma parcela da população e, não há dúvidas de que, na realidade, esses números são bem maiores(5). Além dos problemas econômicos acarretados pelo uso crescente do agrotóxico, não se pode deixar de salientar que, apesar dos programas existentes de acompanhamento do agricultor, das assistências técnicas públicas e privadas, o homem ainda é a vítima do processo: continuam a ser significativos os casos de intoxicações e morte por manipulação incorreta do agrotóxico. Os alimentos consumidos no setor urbano são, muitas vezes, impregnados de agrotóxicos com níveis acima do tolerado atingindo diretamente o consumidor que pouco conhecimento tem do produto que consome. 3.2.1.2. Os setores secundário e terciário A Tabela II.7 apresenta a situação das indústrias e empresas ligadas ao comércio e serviços nos municípios de Campo Mourão e Luiziana. 5- MATUO et al. (1992), constatou que os níveis de DDT, proibido de ser comercializado nos EUA, detectado em leite humano de pessoas expostas ocupacionalmente na agricultura brasileira foram, na média, três vezes superiores aos limites toleráveis de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, e seis vezes superior aos níveis detectados em pessoas não expostas. Encarte II 17/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela II.7. Numero de empresas com CGC e número de empregados. Características Campo Mourão Luiziana Empresas Empresas empregados Empregados 1 a 4 empregados 2003 3566 82 134 5a9 248 1569 7 43 10 a 19 123 1684 4 49 20 a 29 27 638 2 55 30 a 49 28 1043 2 70 50 a-99 25 1910 1 73 100 a 249 7 1006 1 200 250 a 499 3 1283 500 a 999 - - 1000 ou mais 2 4278 Total 2687 16.977 103 624 Fonte: IBGE (2000) De maneira geral pode-se dizer que, para o setor formal da economia dos dois municípios, as empresas têm como característica básica serem micro e pequenas empresas e grandes absorvedoras de mão-de-obra. A primeira diferenciação com relação aos municípios ocorre com relação ao montante de empresas e empregos gerados. Enquanto em Campo Mourão tem-se 2.687 empresas que ofertam 16.977 empregos, Luiziana tem, apenas, 103 empresas que ofertam 624 empregos. O emprego gerado por empresa é 6,3 em Campo Mourão e 6,1 em Luiziana. As micro e pequenas empresas, em Campo Mourão, representam 90,3% e absorvem 50,1% dos empregos gerados, enquanto as micro e pequenas empresas, em Luiziana, representam 94,2% e absorvem 56,3% dos empregados. Por outro lado, Campo Mourão apresenta 12 empresas que absorvem 6567 dos empregos gerados (38,7% do total) mostrando a grande representatividade das mesmas na geração do emprego formal no município. Em Luiziana, embora haja somente uma empresa de médio porte, esta gera 200 empregos o que representa 32,1% do total. Especificamente, as indústrias formais contribuem na formação do valor adicionado conforme a Tabela II.8. Tabela II.8. Distribuição das indústrias formais Municípios Indústrias Valor adicionado Quantidade % MRH Estado MRH Campo Mourão 188 30,8 0,23 33,3 Luiziana 12 1,96 0 1,08 total MRH 611 100 0,7 100 Fonte: SEFA, 2001. Encarte II 18/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Segundo dados da Secretaria da Fazenda do Estado do Paraná (2001), Campo Mourão possui 188 indústrias formais, o que representa 30,8% das empresas existentes na Microrregião Homogênea - MRH. Isso repercute na participação de 0,23% do Valor Adicionado do Estado - VA. Considerando apenas a MRH, o município participa com 33,3% do VA, mostrando a sua importância enquanto geradora de valor, renda e emprego. Por outro lado, em Luiziana, existem apenas 12 indústrias formais, o que representa 1,96% do total de indústrias na MRH. Estas, por sua vez, não têm representatividade no VA do Estado e geram, apenas, 1,08 do VA da MRH. Em campo Mourão, as indústrias dominantes estão voltadas aos ramos têxteis, químicos e produtos alimentares. Em estudo recente do PRODER/SEBRAE (2000) englobando o setor formal e informal, em Campo Mourão, existem 195 indústrias que absorvem 3.342 pessoas. Destas, 37,4% são informais e 62,2% são formais. Além disso, 98,9% são micros e pequenas empresas (máximo 50 funcionários). O gênero têxtil apresenta importante participação com os segmentos de fiação e tecelagem, dominados pelas cooperativas e empresas da região e fixadas em Goioerê e Campo Mourão, onde se concentra a maior parte da área cultivada de algodão na MRH. Ao todo são 14 empresas voltadas ao beneficiamento de fibras, fiação e tecelagem (inclusive de malhas) lideradas por duas grandes unidades de tecidos, COAMO e Cooperativa Agropecuária Goioerê, situadas em Campo Mourão e Goioerê, respectivamente. Campo Mourão tem 30 indústrias do vestuário. No ramo de alimentos destaca-se, novamente, a COAMO com a fabricação de margarina e gordura vegetal produzindo 60 t/dia de margarina e 20 t/dia de gordura vegetal. Em óleos vegetais, atua com 190 trabalhadores. No ramo de celulose e papel, Campo Mourão se destaca com as Empresas Cristo Rei, com 62 empregados e a Pasta Mecânica Hensa com 06 empregados. Como industria recente, surgiu a Colacril – indústria de papéis, etiquetas e formulários que investiu R$ 8,05 milhões e gerou 120 empregos diretos. Em Luiziana, as indústrias que mais se destacam são as de Madeiras, alimentares e minerais não-metálicos. Por sua proximidade, Luiziana vem a participar do processo de transformação que ocorre em Campo Mourão, como fornecedora de matériasprimas perdendo valor agregado na transformação do produto que é feito em Campo Mourão. No setor terciário, Campo Mourão destaca-se pela maior tecnologia incorporada. Enquanto em Luiziana predomina o pequeno comércio e serviços essenciais (dentre os quais destacam-se os serviços públicos). Em Campo Mourão a situação é diferente. No comércio, o município tem 1.125 empresas e emprega 3.781 empregados. Destas empresas, 75,6% são formais e 24,4% são informais. A grande maioria, 99,6% é de micro e pequenas empresas com até 50 funcionários. Encarte II 19/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 No setor comercial destacam-se as lanchonetes e similares, mercearias e armazéns varejistas e comércio varejista de artigos do vestuário e complementos (PRODER/SEBRAE, 2001). Na área de serviços existem 1.523 empresas com 7.052 empregados. Destas empresas, 57,3% são formais e 42,7% são informais. Grande parte do setor é voltada para a área de edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços), cabeleireiros, reparação de objetos pessoais e domésticos. 3.2.2. A situação social O montante das despesas públicas, o número de empresas e de empregos existentes, enfim, a dinâmica econômica do município reflete-se na área de saúde, dentre outras. Nesta há vários problemas que a saúde pública, baseada na prevenção, poderia evitar ou amenizar. As características do sistema de saúde brasileiro – cuja orientação se encontra definida na Constituição Federal – é a descentralização, integralidade, eqüidade e universalidade. Nesse contexto, os Estados e municípios são os responsáveis pela provisão dos serviços à população. Assim, o montante de gastos se efetiva nesses níveis de governo. O processo de descentralização vem introduzindo importantes mudanças nos papéis das esferas de governo na década de 90. Vem-se ampliando, gradativamente, o número de unidades federativas que assumem integralmente a gestão do sistema de saúde em sua esfera de atuação. Os Estados tiveram o comprometimento da parcela de receita disponível aumentada de 22% para 26% e os municípios de 9% para 16% (INESC, 1999). Nos municípios, portanto, ocorrem ações em várias esferas no campo da saúde. A introdução do Piso de Atenção Básica – PAB, sob a forma de transferência direta do governo federal ao municipal de um valor per capita aos municípios para a provisão de suas ações e serviços básicos de saúde expande, em parte, a ação municipal. Além disso, existem os programas de Saúde da Família, Programa de Agentes comunitários, Programa de Combate a Carências Nutricionais e Programa de Vigilância Sanitária. Embora o mecanismo de transferência seja, politicamente, um avanço na gestão do orçamento, o seu valor per capita é extremamente baixo – R$ 10,00 por habitante por ano. As ações custeadas com esses recursos são consultas médicas em especialidades básicas, atendimento odontológico básico, visita/atendimento ambulatorial e domiciliar da equipe de saúde, vacinação, atividade educativa a grupos da comunidade; assistência ao pré-natal; atividades de planejamento familiar; pequenas cirurgias; atividades dos agentes comunitários de saúde, atendimento de urgência (pronto atendimento). A maior discussão está no valor e no percentual de recursos a serem repassados aos estados e municípios, já que ocorrem algumas distorções, difíceis de serem Encarte II 20/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 solucionadas: dentre elas, o fato de os municípios menores (com baixa população e geração de renda própria) receberem dos governos estadual e federal baixos recursos. No entanto, é nesses municípios que a pobreza e todas as suas conseqüências estão presentes em maior proporção. Os indicadores espelham um pouco do problema, como se pode observar na Tabela a seguir: Tabela II.9. Indicadores de Saúde Luiziana Campo Mourão Indicadores de Saúde 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Mortalidade Infantil (1.000 NV) 32.05 47.24 22.22 16.52 11.32 14.11 Mortalidade Materna (100.000 NV) 0 0 7,4 122.4 62.89 58.79 Mort. Causas Externas (10.000 hab.) 2.67 7.34 6.63 7.09 4.7 D. Meningocócica (100.000 hab.) 0 13.97 0 2.5 1.24 1.23 Outras Meningites (100.000 hab.) 13.33 27.95 15.48 30 26.12 38.16 Dengue (100.000 hab.) 0 0 0 0 2.49 1.23 Hepatite Viral A (100.000 hab.) 0 0 0 25 13.68 17.23 Hepatite Viral B (100.000 hab.) 0 0 0 5 4.97 6.15 Hanseníase (10.000 hab.) 9.33 5.59 3.1 3.88 2.86 1.23 Tuberculose (100.000 hab.) 26.65 13.97 0 20,0 27.36 20.93 8.38 Fonte: Paranacidade (2001) Obs.: NV = nascidos vivos; mort.= Mortalidade Como se pode notar, a incidência de doenças se apresenta de maneira diferenciada nos dois municípios, apesar dos mesmos serem vizinhos. Em Luiziana, como regra geral, a situação apresenta-se bem pior do que em Campo Mourão. Nos dois municípios já estão presentes as mortes “urbanas” (aparelho circulatório, respiratório e causas externas). Há uma relação que mostra que quanto mais urbanizada a cidade maior a presença de mortes por causas respiratórias e circulatórias e esta relação se confirma para os municípios em estudo. A situação do saneamento básico, encontra-se na Tabela II.10. Tabela II.10. Número de domicílios urbanos e economias de água, luz e esgoto Indicadores Campo Mourão Luiziana Qtde. % Qtde. % Água 19.443 90,4 1.106 57,7 Esgoto 5.880 27,3 - 0 Energia elétrica 21.465 99,8 1.896 98,9 Número domicílios urbanos (1996) 21.511 - 1.917 - Fonte: IBGE (2000) Campo Mourão e Luiziana possuem quase 100% dos domicílios urbanos com energia elétrica. Em Campo Mourão, existe 90,4% dos domicílios urbanos com água encanada. No entanto, somente 27,3% com esgoto. A situação de Luiziana mostrase bem mais crítica, a água chega a 57,7% dos domicílios e não existe esgoto, o que implica que muitas doenças poderiam ser evitadas. Outro reflexo dos investimentos realizados e dos problemas a serem enfrentados pelos municípios é dado pelos anos de estudos do chefe de família. Ao se analisar a Encarte II 21/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela II.11, verifica-se que tanto em Campo Mourão quanto em Luiziana, mais de 60% dos chefes de família tem menos de três anos de estudos, ou seja, são analfabetos funcionais. Tabela II.11. Anos de estudos do chefe de família. Município f.esc. 0 a -1 1a3 4a7 8 a 10 11 a 14 15 ou + s.i. Campo Mourão 3,66 15,2 21,48 32,17 11,7 12,06 7,08 0,36 Luiziana 1,51 28,6 28,59 31,46 5,79 4,28 0,63 0,63 Fonte: IBGE (2000) Obs.: f.esc = chefes que freqüentam a escola; s.i = sem informação A situação de Luiziana é calamitosa, 86,7% dos chefes de família são analfabetos funcionais. Em campo Mourão, o índice é um pouco melhor (ou menos pior), ou seja, é de 68,9%. Preocupa, ainda, o fato de poucos chefes de família continuarem seus estudos. Na Microrregião, todos os municípios têm apenas de 1% a 2,2% dos chefes estudando, com exceção de Campo Mourão que apresenta o índice de 3,66%. Essa situação é preocupante, pois, existem estudos que demonstram que existe uma relação direta entre anos de estudos e remuneração do trabalho e não se pode esquecer que os “novos ventos neoliberais” exigem uma maior especialização do trabalho. Nesse sentido, os municípios além de terem baixa atração de investimentos (o nível educacional é um dos fatores explicativos para os mesmos) tem baixa geração de renda e de emprego. Nesse contexto, a Educação Fundamental (da 1ª à 8ª séries) é o nível do processo educativo que a Constituição Brasileira define como obrigatório, público e gratuito, inclusive para aqueles que estão fora da faixa etária. Ainda na Constituição está contido no Art.212 que os impostos vinculados para financiar o “desenvolvimento e manutenção do ensino” devem privilegiar integralmente e educação fundamental. Outros programas são desenvolvidos em paralelo e com menos recursos como o bolsa-escola, aquisição de veículos escolares, TV escola, distribuição de livros, merenda escolar e construção. A situação de anos de escolaridade no País é bastante precária. Dados do PNAD/96 indicam que se tem uma População Economicamente Ativa – PEA, compreendendo 74 milhões de trabalhadores, na qual o contingente de trabalhadores ocupados, de 10 anos ou mais, totaliza 70 milhões, com o seguinte perfil de escolaridade: 16% (11 milhões) sem instrução ou com menos de um ano de estudo 18% (13 milhões) com um a três anos de estudo 33% (23 milhões) com quatro a sete anos de estudo 13% (nove milhões) com 8 a 10 anos de estudo 20% (14 milhões) com 11 anos ou mais de estudo Encarte II 22/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Esses dados mostram que 47 milhões de trabalhadores ocupados, ou seja, 66% da PEA, não possuem o ensino fundamental completo. É preocupante que um terço da PEA está na condição de analfabeto funcional. Essa situação não é muito diferente nos municípios em estudo. Ao se verificar o percentual de alunos que estão estudando em relação ao número de crianças existentes por faixa etária observa-se a tendência de uma acentuada diminuição de alunos na passagem do ensino fundamental para o ensino médio, vide Tabela II.12. Tabela II.12. Situação de ensino. Faixa etária Campo Mourão Luiziana Pré-escola (4 a 6 anos) 62,9 37,1 1ª a 4ª série (7 a 9 anos) 96,9 94,4 5ª a 8ª série (10 a 14anos) 93,4 87,9 Ensino médio (15 a 19 anos) 60,2 50,8 Freqüentam escola 24.015 2.285 Não freqüentam escola 48.776 4.949 Sem instrução 13.262 1.899 Fonte: IBGE (2000) Pela tabela observa-se que tanto em Campo Mourão quanto em Luiziana nem todas as crianças que deveriam estar no ensino obrigatório estão: 96,9% das crianças de Campo Mourão e 94,4% de Luiziana ingressam no ensino de primeira à quarta série. Continuando os estudos de quinta a oitava série, também obrigatório, diminui bastante o percentual em Luiziana, nas quais somente 87,9% das crianças na idade de estudar estão estudando. A passagem do ensino fundamental para o médio é problemática nos dois municípios. Ocorre a diminuição do percentual de alunos na passagem do ensino fundamental para o médio, sendo que a diminuição percentual na passagem do ensino fundamental (obrigatório) para o médio é bem mais acentuada em Luiziana. Como reflexo, 24% dos moradores de Luiziana são analfabetos enquanto em Campo Mourão eles representam 16,7%. Os dois municípios apresentam condições socioeconômicas bem diferentes. No entanto, no setor agropecuário, a situação se apresenta bem semelhante, tanto econômica quanto ambientalmente, já que ambos fornecem matérias-primas às agroindústrias existentes. Os problemas sociais (educação, saúde, saneamento básico, entre outros) apresentam-se mais acirrados em Luiziana do que em Campo Mourão. Portanto o tratamento político e social precisa, no mínimo, considerar essas diferenças. Encarte II 23/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 4. VISÃO DAS COMUNIDADES SOBRE A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO e ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL 4.1. CONSIDERAÇÕES SOBRE A SOCIOECONOMIA DOS MUNICÍPIOS Apresentam-se algumas sugestões com o objetivo de conservar o Lago Azul e sua área de entorno. O Lago Azul tem sido utilizado para atividades de lazer, natação, pesca e esportes aquáticos. Nesse aspecto, devem ser verificadas e monitoradas as obras hidráulicas existentes e a serem implantadas. Deve haver, também, em toda a área de entorno, programas de educação ambiental permanentes, já que o uso recreativo, principalmente na área privada, representa uma ameaça à qualidade ambiental se desprovida de controle adequado. As práticas agrícolas na área necessitam ser avaliadas visando, como um dos aspectos, levantar os pontos de excesso de escoamento superficial e a concomitante erosão e transporte do solo, para que não assumam proporções catastróficas. A agricultura deve sofrer um novo norteamento e sujeitar-se à algumas premissas. A agricultura implantada deve levar em conta não só os objetivos econômicos mas, também, os sociais e de preservação ambiental. Para isso é importante ordenamento territorial (zoneamento ecológico) para que as atividades respeitem a aptidão econômico-ecológica de cada área, possibilitando compatibilizar as necessidades econômicas com a capacidade de suporte do território. Quer dizer, os sistemas agrícolas existentes devem ser compatíveis com a preservação dos recursos naturais. Outro norteamento deve ser a proibição do reflorestamento com espécies exóticas e examinar com muito rigor a liberação de áreas para fins de atividades agroindustriais. Deve-se controlar/formar, obrigatoriamente, um cinturão de proteção ecológica entre as águas e as terras agrícolas e de entorno. Estabelecer limites ao tipo de investimento a ser realizado na área, que devem priorizar o ambiental. Isso significa, também, suspender projetos degradantes do meio ambiente e orientar para a implantação de novas alternativas. A ocupação e uso do solo, em função das prioridades ambientais estabelecidas, devem levar em conta, portanto, as alternativas tecnológicas e ambientalmente corretas. Nesse contexto, na Bacia do Rio do Campo, região produtora de soja, existe uma experiência bem sucedida, em termos de produtividade, rentabilidade e conservação do meio ambiente, que é o do Manejo Integrado de Pragas e o controle biológico. Encarte II 24/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Como o controle biológico é, normalmente, específico à determinada praga é necessário adotar outras medidas na propriedade e na área de entorno que não interfiram no controle biológico. O Manejo Integrado de Pragas passa a ser a opção de um conjunto de produtores e não mais uma decisão individual. Nesse contexto, a introdução de espécies de insetos que parasitam ovos de percevejos que ocorrem na cultura de soja, mostram-se eficientes. Além da eliminação do agrotóxico, mortal para os insetos controladores biológicos, na unidade produtora existe a necessidade de preservar áreas ou implantar áreas de refúgios naturais, como matas, capoeiras, entre outras. Exige, também, a diversificação das culturas no tempo (rotação) e no espaço (policultura) e, nesse contexto, exige a mudança na forma de produzir do entorno da propriedade. Pode-se apontar como uma prática a ser levada adiante para outras áreas, em particular, a do Lago Azul, a da bacia do Rio do Campo, cujas culturas são implementadas de modo ambientalmente correto. Por outro lado, existem diversos estudos que discutem as opções ambientalmente corretas para os micro e pequenos produtores. A agricultura familiar, como é conhecida, é um setor excluído do processo econômico vigente e das preocupações sociais. No entanto, a contemporaneidade ecológica, tem gerado uma concepção que ela pode gerar uma renda para manter a família e usar os recursos naturais de forma sustentável. A incorporação do saber fazer desse segmento pode ampliar o espaço econômico da agricultura familiar. O uso de controle biológico, a produção de alimentos naturais, as práticas agrícolas que tornam a produção familiar financeiramente autosustentável, ou seja, o produto de uma atividade serve de insumos para outra atividade gerando economia de recursos energéticos e financeiros, a grande diversificação (policultura e/ou culturas em rotação), a associação da produção animal à vegetal, o manejo do solo visando sua mínima movimentação, conservando a flora e fauna são propostas que devem ser incentivadas via assistência técnica comprometida com a questão ambiental. A produção de alimentos naturais, o turismo rural, a oferta de “comidas da fazenda” são práticas viáveis que atendem aos mercados diversificados e, cada vez mais, sofisticados. Por outro lado, esses projetos sustentáveis estão condicionados às estratégias da comunidade de produtores familiares, ou seja, a sua organização sob a forma de cooperativas, associação, entre outras, na disponibilidade recursos financeiros e técnicos e, em particular, nos canais de comercialização para esses produtos. Por outro lado, no município de Campo Mourão, a urbanização intensa e desordenada, os tratamentos insuficientes do lixo e do esgoto, a erosão e sedimentação são fatores que contribuem para a degradação das águas da região. Nesse contexto, deve-se monitorar a ocupação industrial e residencial, principalmente, na área de abrangência do lago. Impor limites e fiscalizar os resíduos, sólidos, líquidos lançados por esses setores. Encarte II 25/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Parte-se, portanto, do ponto de vista que existem diversos focos da poluição do lago. Estes podem ter sua origem causada por efluentes líquidos e resíduos sólidos provenientes das atividades agrícolas (esgoto sanitário das comunidades e utilização intensiva de agrotóxicos), na produção animal e vegetal e atividades agroindustriais (usina de açúcar e álcool, por exemplo) e na ocupação urbana desordenada. Sendo fundamental e necessária a articulação entre o planejamento urbano e o rural. Como conclusão, pode-se dizer que o Lago Azul precisa ser visto e analisado como uma área de interesse comum. As decisões tomadas, para serem levadas adiante ou implementadas precisam ter o comprometimento da comunidade instalada no local e não ser uma decisão tomada de cima para baixo. Isso é importante, pois, primeiramente, minimizam os conflitos com os órgãos ambientalistas e, não menos importante, valorizam as decisões tomadas, de forma colegiada, ou seja, com a participação de todos os usuários, do setor civil organizado e dos órgãos públicos. O comprometimento e a continuidade dos projetos e propostas tiradas de forma colegiada são fundamentais para a preservação da área de entorno do Lago Azul. 4.2. ÁREA DO ENTORNO - USO DO PLANO DIRETOR E OCUPAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA A síntese da caracterização e diagnóstico da área de abrangência do Plano Diretor do Lago Azul - PCH Campo Mourão - realizado pela COPEL (2001), indica que a ocupação e o uso do solo nesta área se dá, basicamente, com a atividade agropecuária a qual ocupa 14.814,02 ha, representando 71 % da área total, ficando as demais áreas ocupadas por loteamentos urbanos, remanescentes florestais, corpos d’água e outras ocupações (Figura II.2). 2% 5% 5% 17% 71% Agropecuária Florestas Loteamentos Corpos d'água Outros Figura II.2. Percentual de ocupação das áreas do entorno do Parque Estadual Lago Azul 4.2.1. Loteamentos urbanos Com a criação da Usina Hidrelétrica Mourão, o seu reservatório passou a representar uma oportunidade de lazer que inexistia na região, motivando a implantação de áreas urbanas no entorno do Lago. Encarte II 26/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Essa ocupação resultou no estabelecimento de 4 loteamentos urbanos com 286 lotes sendo que 206 encontram-se ocupados com edificações com o propósito, principal, de lazer. Em razão de que parte dessas ocupações avançaram sobre a área de segurança do reservatório, que compõe o Parque Estadual do Lago Azul e que se trata, em sua grande maioria, de áreas de preservação permanente, tramita na Justiça Federal ações que determinaram a desocupação dessa área. 4.2.2. Remanescentes naturais e unidades de conservação Na área de influência imediata do Parque Estadual Lago Azul, remanescem 17 % de áreas com cobertura florestal, sendo que desse total 09 (nove) áreas são unidades de conservação particulares, que tratam-se de Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN (Anexo II.3 – Mapa de UCs). Essas RPPN foram criadas pelos proprietários das mesmas, com o apoio do IAP - Instituto Ambiental do Paraná e, encontram-se cadastradas no Estado do Paraná, fazendo parte do Cadastro Estadual de Unidades de Conservação. 4.2.3. Outras utilizações Além dessas ocupações observa-se na área do entorno do PELA existe de uma densa rede hidrográfica, rodovias e estradas vicinais, agroindústrias, rede de transmissão de energia elétrica fechando, dessa maneira, o quadro de ocupação e uso do solo na região. Dentre essas ocupações observa-se alguns usos conflitantes, sendo que o processo de exploração agropecuário da região calcado na expansão horizontalizada da propriedade, foi determinante na ultrapassagem dos limites estabelecidos pela legislação (20% do imóvel rural), considerando-se somente os aspectos de ordem legal. Este fato representa um dos maiores conflitos na utilização dos recursos naturais, uma vez que, também, ultrapassa o limite mínimo de biodiversidade entendível como necessária para manter a sustentação da produção agropecuária e a qualidade da vida. Como agravante, esse processo de exploração agropecuária avançou sobre áreas de grande fragilidade ambiental e extremamente necessária à conservação dos recursos naturais, notadamente dos corpos hídricos, tratando-se da ocupação das Áreas de Preservação Permanente. Somando-se a isso tem-se a utilização irracional dos recursos naturais, tais como: o uso inadequado de agrotóxico, ausência de práticas conservacionistas, práticas desportivas que ultrapassam a capacidade de suporte do recurso, atividades furtivas (caça e pesca) etc. O conjunto da caracterização dos meios físico, biótico e socioeconômico indica que a região do entorno do Parque Estadual Lago Azul encontra-se no limiar da sustentabilidade ambiental, econômica e social em razão da degradação da Encarte II 27/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 biodiversidade que historicamente se observa, o que enseja a necessidade de intervenções ativas no sentido da adequação da utilização dos recursos naturais. 5. LEGISLAÇÃO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL PERTINENTE A Legislação, a despeito de algumas imperfeições que se lhe podem ser atribuídas, é um importante instrumento de auxílio à preservação dos recursos naturais, desde que invocada e aplicada quando se oferecerem oportunidades para tal (CONTAR, 1986). A sua análise e entendimento são de fundamental importância, mas como a legislação é ampla e complexa, segue um breve resumo dos tópicos relacionados a algumas questões ambientais. As Leis e Decretos abaixo dispõem basicamente sobre a criação e os limites do PELA: 9 O instrumento legal de criação do PELA é o Decreto Estadual nº3256 de 30 de Junho de 1997, que estabelece a UC nas áreas de domínio da COPEL, a saber o reservatório, a cota de segurança e as áreas de floresta adjacentes; 9 Termo de Convênio n° 5468/97 COPEL/DOP/DPLI, não estabelece uma área total para o PELA, apenas cita as “áreas que compreendem o complexo do Reservatório da Usina Mourão e as responsabilidades para executar os trabalhos de medição e mapeamentos necessários para os limites e dados reais sobre a área total”. As Leis, Decretos e Resoluções citados a seguir têm influência direta ou indireta sobre o Parque. Âmbito Federal 9 Decreto n° 24.643 de 10 de julho de 1934; Decreta o Código de Águas. 9 Lei n° 5.197/61, que dispõe sobre a proteção da fauna e dá outras providências. 9 Lei n° 3.924, de 26 de julho de 1961, que estabelece em seu Capítulo I as definições de monumentos arqueológicos e pré-históricos e a proibição do aproveitamento econômico, destruição e mutilação de quaisquer jazidas arqueológicas ou pré-históricas, antes de serem devidamente pesquisados, sob pena de crime contra o Patrimônio Nacional, e como tal, punível de acordo com o disposto nas leis penais. 9 Lei n° 4.771 de 15 de setembro de 1965, institui o Novo Código Florestal, determina ao Poder Público a incumbência de criação os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais. Define as Áreas de Preservação Permanente e determina a implantação das Reservas Legais nas propriedades rurais. Encarte II 28/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 9 Decreto n° 84.017, de 21 de setembro de 1979, regulamenta os Parques Nacionais, destaca que a preservação dos ecossistemas protegidos com a utilização dos benefícios deles advindos deverão ser feitos de acordo com o Plano de Manejo, que conterá estudos das diretrizes visando um manejo ecológico adequado da UC. 9 Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA que tem por objetivo “a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições de desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses de segurança nacional e à proteção de dignidade da vida humana”. Em seu artigo 9º apresenta como um de seus instrumentos o zoneamento ambiental. 9 Lei n° 7.347/85, disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 9 Resolução CONAMA n° 004/86, transforma em Reservas Ecológicas as Áreas de Preservação Permanente definidas pelo Código Florestal. 9 Constituição Federal de 1988 em incisos VI e VII do artigo 23 e no artigo 225 fundamentam a criação da Política Nacional de Meio Ambiente, estabelece o conceito de desenvolvimento sustentável e prevê a criação de espaços territoriais especialmente protegidos. 9 Lei n° 7.754/89, estabelece medidas de proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios e dá outras providências. 9 Resolução do CONAMA n° 013 de 06 de dezembro de 1990, estabelece normas referentes ao entorno das UCs que têm por objetivo a proteção dos ecossistemas ali existentes. A área definida pelo Art. 2° é de 10 km, sendo que toda e qualquer atividade que possa afetar a biota deverá ser obrigatoriamente licenciada pelo órgão ambiental competente. Tal licenciamento só será concedido se houver anuência do responsável pela administração da unidade. 9 Lei n° 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Essa Lei é acrescida de dispositivo, através da Medida Provisória nº 2.073-36, de 19 de abril de 2001 e foi regulamentada pelo Decreto n° 3.179, de 21 de setembro de 1999, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis a condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n° 3.179, de 21 de setembro de 1999. 9 Lei 9.985 de 18 de Julho de 2000, cria o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, sendo regulamentada pelo Decreto n° 4.340 de 22 de agosto de 2002. Estes instrumentos jurídicos regulamentam a criação, implantação Encarte II 29/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 e gestão das unidades de conservação em todos os âmbitos governamentais. Assim, todas as atividades desenvolvidas no Parque deverão atender o disposto nestes instrumentos. 9 Resolução CONAMA n° 303, de 20 de março de 2002, dispõem sobre parâmetros definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. 9 Decreto n° 97.633, dispõe sobre o Conselho Nacional de Proteção à Fauna e dá outras providências. 9 Instrução Normativa nº 03 de 27 de maio de 2003 - Lista Oficial de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção. 9 Portaria n° 518/GM, 25 de março de 2004, estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância na qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade e dá outras providências. 9 Resolução CONAMA n°357, de 17 de março de 2005, dispõem sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e dá outras providências. Âmbito Estadual 9 Constituição Estadual, prevê a instituição da Política Estadual do Meio Ambiente em seu capítulo V, Artigo 207. 9 Lei Estadual nº 1.211, de 16 de setembro de 1953, que dispõe sobre o Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Estado do Paraná, o qual considera como constituinte do Patrimônio “conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no Estado e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Paraná, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico, assim como os monumentos naturais, os sítios e paisagens que importa conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana.” 9 Lei Estadual nº 6.513, de 18 de dezembro de 1973, que dispõe sobre a proteção dos recursos hídricos contra agentes poluidores e dá outras providências. 9 Lei Estadual nº 7.109, de 17 de janeiro de 1979, que institui o Sistema de Proteção Ambiental e adota outras providências. 9 Lei n° 7.978, de 30 de novembro de 1984, institui o Conselho Estadual de Defesa do Meio Ambiente, que tem como atribuições participar da formulação da Política do Meio Ambiente, incentivar a criação e desenvolvimento de reservas e parques naturais e participar da elaboração, junto aos poderes Encarte II 30/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 públicos de todos os atos legislativos e regulamentares concernentes ao meio ambiente. 9 Lei Estadual nº 59/91, seguida do Decreto nº 974/91 - Lei dos Royalties Ecológicos, estabelece que 5% do ICMS deverá ser destinado a municípios que possuam em seu território áreas com mananciais e, ou UCs. O cálculo efetuado para a distribuição desta verba leva em conta, além do tamanho da área, a participação da Prefeitura na efetiva proteção dos recursos naturais. 9 Lei Estadual nº 11.054 de janeiro de 1995 - Lei Florestal Paranaense, que estabelece normas de conservação e uso das florestas e demais formas de vegetação existentes no território paranaense. Define normas de utilização e classifica para fins da Lei as florestas em: Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, produtivas (sendo que a exploração só será permitida através de técnicas de manejo) e unidades de conservação. 9 Resolução SEMA nº 31 de 24 de Agosto de 1998, estabelece requisitos, critérios e procedimentos administrativos referentes ao licenciamento ambiental, autorizações florestais e anuência prévia para desmembramento e parcelamento de gleba rural. 9 Decreto nº 387 de 3 de março de 1999 - Sistema de Reserva Legal, institui o Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal e Áreas de Preservação Permanente, integrado ao Programa de Conservação da Biodiversidade, Sistema Estadual de Reposição Florestal Obrigatória, Programa Estadual de Desenvolvimento Florestal e Programa Florestas Municipais. 9 Instrução Normativa do DIBAP n° 001/2001, institui procedimentos para autorização de pesquisa e atividades docentes em UCs. 9 Decreto nº 3148 de 15 de junho de 2004 – Estabelece a Política Estadual de Proteção à Fauna Nativa, seus princípios, alvos, objetivos e mecanismos de execução, define o Sistema Estadual de Proteção à Fauna Nativa – SISFAUNA, cria o Conselho Estadual de Proteção à Fauna – CONFAUNA, implanta a Rede Estadual de Proteção à Fauna Nativa – Rede PRÓ-FAUNA e dá outras providências. 6. POTENCIAL DE APOIO A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Para que os objetivos de manejo e os programas estabelecidos no presente plano sejam atendidos faz-se necessária a implantação de cooperação entre organizações governamentais e não-governamentais a fim de consolidar efetivamente o parque como uma unidade de conservação, atendendo seus objetivos de manejo e os programas estabelecidos. Encarte II 31/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 As principais instituições que apresentam algum tipo de vinculação potencial com o PELA são apresentadas a seguir: • COAMO – Agroindustrial Cooperativa Ltda; • COPERMIBRA – Cooperativa Mista Integrada do Brasil Ltda; • FERTIMOURÃO – Insumos e Defensivos Agrícolas Ltda; • VIAPAR – Rodovias Integradas do Paraná S/A; • BRASCAN – Energy (PCH Salto Natal); • COPEL – Companhia Paranaense de Energia; Encarte II 32/II PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ENCARTE III – ANÁLISE DO PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL 1. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1.1. ACESSO À UNIDADE O Parque Estadual Lago Azul - PELA está localizado no Terceiro Planalto Paranaense, tem seu centro geográfico nas coordenadas 52° 20’de Longitude W-GR e 24° 04’ de Latitude Sul, nos municípios de Campo Mourão e Luiziana - Paraná (Anexo III.1). A sede administrativa do parque é alcançada, por via asfáltica, pela BR-487 saindo da cidade de Campo Mourão, no sentido ao Município de Luiziana/Curitiba, após serem percorridos 10 quilômetros. 1.2. ORIGEM DO NOME E HISTÓRICO DE CRIAÇÃO DA UC A história do Parque Estadual Lago Azul está intimamente relacionada com o processo de implantação da Central Hidrelétrica Mourão, idealizada com a finalidade de atender ao grande desenvolvimento de algumas localidades situadas no Norte do Paraná. Sua origem data o ano de 1949 quando o Governo do Estado solicitou ao Governo Federal a concessão para o aproveitamento da energia hidráulica do Rio Mourão. Essa solicitação era para promover um aproveitamento progressivo da potencialidade do Rio Mourão, a partir do Salto São João, denominação que o empreendimento teve à época. Para a continuidade do atendimento desses propósitos, em 1958 a COPEL obteve do Governo Federal a concessão para o aproveitamento da energia hidráulica do Rio Mourão, anteriormente concedida ao Departamento de Águas e Energia Elétrica DAEE, e retomou a obra da construção da Usina Hidrelétrica Mourão em 1961. Esses trabalhos foram concluídos em 1964 reforçando em 8.500 KW a oferta de energia da região do Noroeste do Estado do Paraná. Assim como outros reservatórios, esse empreendimento determinou uma nova paisagem no ambiente regional, gerando uma expectativa de ocupação diferente do que até então se observava. Mesmo com os prejuízos ao meio ambiente decorrentes da instalação da Usina Hidrelétrica Mourão, o seu reservatório bem como seu entorno, passaram a constituir-se em um patrimônio natural de grande potencial turístico e de recreação para a região. Motivada, principalmente, pelas novas opções de lazer que o novo ambiente proporcionava, ocorreu uma mudança na estrutura de ocupação do solo da área, sendo que a principal alteração observada foi relativa ao processo de parcelamento Encarte III 1/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 do solo, com o estabelecimento de áreas urbanizadas no entorno do reservatório com os conseqüentes impactos ambientais decorrentes desse uso. Preocupados com esses problemas os municípios e instituições públicas e privadas, envolvidos direta ou indiretamente com o Lago Azul, desde décadas passadas têm levado a várias iniciativas no sentido da conservação e do uso mais racional dos recursos naturais do lago e do seu entorno. Os esforços resultaram em algumas ações com o propósito da conservação do Lago Azul: Anos 80 – as ações se concentraram especialmente nas áreas de propriedade da COPEL, e são representadas pelos principais resultados: Reflorestamento com espécies nativas, para a recuperação de uma de área de 200 ha atingida por um incêndio, executado pela COPEL com o apoio do IAP, através de Termo de Cooperação Técnica, Implantação da área de 10 ha de pesquisas delineadas pela EMBRAPA – Florestas. Implantação da área de 70 ha do Projeto Madeira, com recursos do Banco Mundial, visando estudos de espécies regionais em extinção. Anos 90 – Soma-se às ações, outros segmentos da comunidade regional (Prefeituras Municipais, Associações de Classe, Universidades, outros), fortalecendo e ampliando, as iniciativas de conservação e recuperação da região, para além das áreas de domínio da COPEL. São destaques desse momento da ação o "SEMINÁRIO SOS LAGO AZUL" e "SEMINÁRIO REPENSANDO CAMPO MOURÃO", que celebraram os seguintes objetivos: - Estabelecer um sistema de controle e proteção dos atributos naturais do reservatório e de seu entorno; - Adequar o uso dos componentes do complexo como: agricultura, loteamentos, lazer etc., de forma a corrigir e evitar as possíveis degradações que ocorrem na região. Ainda assim, o Lago Azul e o seu entorno, continuavam sendo alvo de utilizações totalmente desordenadas, quer pelo contexto preservacionista, quer pelo aspecto econômico e social. A partir da somatória dessas intenções e desses encaminhamentos, foi elaborado, em 1992, pela COPEL e pelo IAP em conjunto com as Prefeituras Municipais de Luiziana e Campo Mourão e com a colaboração da comunidade regional, o Projeto Lago Azul – Usina Mourão que pressupunha uma ação de conservação e uso da região do Lago Azul mais globalizada e coordenada. Resultaram dessa iniciativa a: - Instituição de um programa de educação ambiental, implementado através do Centro Regional de Educação Ambiental do Lago Azul, Encarte III 2/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 localizado nas dependências desativadas de uma hospedaria de propriedade da COPEL, executado pelo IAP em conjunto com as PM's de Luiziana e Campo Mourão. 2. - Celebração do Termo de Convênio, 1994, entre COPEL, IAP e PM's de Luiziana e Campo Mourão para a elaboração do Plano Diretor (trabalho apresentado no I Congresso Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas) com o propósito de normatizar o uso da bacia hidrográfica e do reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão. - Ainda como ação concreta desse momento temos a demarcação das áreas de propriedade da COPEL, adjacentes ao Lago Azul e a identificação das ocupações que existiam nessa área. Trabalhos que serviram de base para a ação civil pública que culminou com a sentença que determinou a desocupação dessa área. - Criação do Parque Estadual Lago Azul, concretizado pelo Decreto nº 3.256 de 30 de junho de 1997 com uma área de l.749,01 ha, localizada nos municípios de Campo Mourão e Luiziana. CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES ABIÓTICOS E BIÓTICOS 2.1. CLIMA Segundo a classificação climática de KÖPPEN a área do PELA enquadra-se no tipo “CFA” – Subtropical Úmido Mesotérmico, com verões quentes e geadas pouco freqüentes. A tendência de concentração das chuvas é nos meses de verão, sem estação seca definida. A média das temperaturas dos meses mais quentes é superior a 22º C e a dos meses mais frios é inferior a 18ºC. A região de inserção do PELA situa-se entre as isotermas anuais de 19ºC à 20ºC (PARANÁ, 1987). A Região de estudo está localizada no paralelo 24ºS e, segundo PARANÁ, op. cit., esse paralelo desempenha papel delimitador climático no Estado. Nas latitudes inferiores encontram-se as maiores temperaturas, enquanto temperaturas mais amenas situam-se além dessa latitude. Esta “separação” climática proporciona na região a maior variação térmica do Estado. 2.2. GEOLOGIA A geologia da região abrangida pelo PELA é extremamente simples do ponto de vista litoestratigráfico, vindo a ser constituído pela formação Serra Geral que é formada pelos derrames de lavas vulcânicas básicas ocorridos nos períodos Jurássico e Cretáceo da era Mesozóica, sobre um ambiente desértico arenoso. Como os derrames de lava eram intermitentes e duraram por vários milhões de anos por ocasião da separação dos continentes africano e sul-americano, cobriam Encarte III 3/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 diferentes extensões com espessura também variáveis; desde alguns metros a dezenas de metros conforme se comprovou por ocasião das perfurações realizadas pela PETROBRAS nos anos 60 e 70 na Bacia Sedimentar do Paraná. Os basaltos e diabásios são as rochas mais representativas da formação Serra Geral, na região do PELA quando se observa as imagens de radar, fotografias aéreas, mapas hipsométricos, imagens de satélites, ou mesmo quando faz sobrevôo com aeronave verifica-se o alinhamento de diques de diabásio com rumo noroeste. Os diques são responsáveis pela formação de soleiras que provocam saltos e corredeiras nos rios presentes sobre esta formação. Onde os rios entalharam mais profundamente formando “cañon” observa-se o diferente nível de derrames pela ruptura dos níveis do relevo. A jusante da barragem do Lago Azul, o rio Mourão aloja-se em uma fenda estrutural após o salto São João, onde se observa dois níveis de lençóis de lavas. Neste trecho do rio observa-se grande quantidade de material rudáceo (seixos de diversos diâmetros bem polidos) em sua calha, demonstrando o grande poder de transporte do rio em razão do desnível (gradiente) nesta secção, mesmo não possuindo uma grande vazão (Anexo III.2 Mapa de Geologia). 2.3. RELEVO/GEOMORFOLOGIA A região compreendida pelo PELA se estende com a formação do Reservatório formado pelo represamento do Rio Mourão e Sem Passo, que outrora permeava por meandros com drenagem do tipo dentrítica sob planícies encaixadas em depressão suavemente ondulada, estendendo-se até as bordas do Salto São João onde apresenta afloramentos de rochas básicas amigdalóides, sendo que a montante deste salto, compreendida pela estrutura da barragem do reservatório, observa-se a presença do basalto tabular que dispõem de maior resistência a jusante deste salto pelas águas do Rio Mourão, a partir daí segue sob um manto de rochas basálticas por um vale tipo V até a sua foz na margem esquerda do Rio Ivaí, conseqüentemente tributário da grande Bacia Platina. Observa-se que aproximadamente 85% do PELA apresenta relevo suavemente ondulado, sendo que uma pequena porção (15%) está dentro de um relevo ondulado (Anexo III.3 Mapa Hipsométrico e Anexo III.4 Mapa de Declividade). 2.4. GEOMORFOLOGIA A área de abrangência do Parque Estadual Lago Azul está situado no terceiro planalto paranaense denominado de planalto arenítico basáltico. No subcompartimento bloco médio – Planalto de Campo Mourão, com altitudes superiores a 600 metros nas cercanias do reservatório do Lago Azul, podendo chegar a 1150 metros na borda da escarpa da Serra Boa Esperança, constituindo o extremo leste da Formação Serra Geral, declinando para 225 metros no extremo oeste às margens do rio Paraná (MAACK, 1968). Encarte III 4/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 O relevo não varia muito em suas feições geomorfológicas em razão da estrutura litológica como já mencionada na descrição geológica na região do lago. As partes mais altas formam um imenso platô com vertentes suaves na direção dos fundos de vales, somente no vale do rio Mourão, e principalmente a jusante da barragem do reservatório do lago azul é que se apresenta um forte desnível chegando a formar um pequeno “cañon”. Nas bordas deste “cañon” observa-se a linha de ruptura do relevo formada pelos diferentes níveis de lençóis de lavas gerando fortes declives. Por outro lado, a maior parte dos terrenos situados a montante do reservatório são constituídos por vertentes de fraco declive e em forma convexa, o que propiciou a intensa mecanização dos solos na região (Anexo III.5 Mapa de Geomorfologia e Anexo III.6 Mapa planialtimétrico). 2.5. SOLOS (BASEADO EMBRAPA/IAPAR 1984) Na região compreendida pelo complexo Lago Azul encontramos solos classificados conforme segue (Anexo III.7 Mapa de Solos) Latossolo Roxo Álico Horizonte A moderado, textura argilosa, fase cerrado e cerradão subtropical, relevo suave ondulado e praticamente plano. São desenvolvidos a partir dos produtos da meteorização de rochas do derrame do Trapp, muito provavelmente com influência parcial, na superfície, de material retrabalhado. São solos que possuem excelentes características físicas, sendo pobres no aspecto químico. Quando adubados e corrigidos, têm respondido com razoáveis produções. Em estado natural não requerem grandes cuidados no que se refere à erosão, mas, apôs uso contínuo e manejo indevido, apresentam tendência para que seja formado o chamado “pé de grade” (camada compactada de 1 a 2 cm encontrada a aproximadamente 15 cm de profundidade) o que aumenta em muito sua susceptibilidade ao fenômeno erosivo. Latossolo Roxo Distrófico A moderada textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia relevo suave ondulado. São solos desenvolvidos a partir de produtos provenientes da intemperização de rochas eruptivas básicas do derrame do Trapp, do Grupo São Bento, do Jurássico-Cretáceo. São solos profundos, sem problemas de drenagem e com excelentes condições de aeração, permeabilidade e retenção de água em estado natural. Como ocorrem em relevo suave ondulado, são quase que totalmente mecanizáveis e necessitam apenas de práticas conservacionistas simples para o controle da erosão. Apesar de serem de média a baixa fertilidade natural, respondem muito bem a adubações e calagens, possuindo, por conseguinte, grande potencial produtivo. Apesar de serem bastante resistentes à erosão quando em estado natural, após uso contínuo de maquinário pesado possuem uma tendência a formarem o chamado “pé de grade”, o que aumenta em muito sua susceptibilidade ao fenômeno erosivo. Encarte III 5/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Solos Litólicos Eutróficos Associação SOLOS LITOLICOS EUTROFICOS A chernozêmico relevo montanhoso substrato rochas eruptivas básicas + BRUNIZEM AVERMELHADO raso relevo forte ondulado ambos textura argilosa fase pedregosa floresta tropical subcaducifólia + TERRA ROXA ESTRUTURADA EUTROFICA A moderada textura argilosa fase floresta tropical subperenifólia relevo ondulado. Os três constituintes desta unidade são desenvolvidos a partir dos produtos da meteorização de rochas eruptivas básicas, do derrame do Trapp, muito provavelmente com influência parcial, na superfície de material retrabalhado. Os dois primeiros componentes são solos de pequena profundidade efetiva, o que não permite um adequado armazenamento de água para as plantas; possuem grande susceptibilidade à erosão, sendo ainda comum a ocorrência de pedras na superfície, tornando-os, por conseguinte, pouco adequados para exploração dentro de uma agricultura tecnificada. São, entretanto, solos que bem manejados, podem ser utilizados com pastagens, pois são de alta fertilidade natural e não apresentam problemas de alumínio trocável. O terceiro componente é composto por solos de alta fertilidade natural, boa capacidade de retenção de água e boa permeabilidade. Apresenta pequenos problemas de mecanização e é susceptível à erosão, sendo necessário o emprego de práticas conservacionistas intensivas para seu controle. De maneira geral, desde que manejados tecnicamente, adaptam-se muito bem à agricultura. Brunizem Avermelhado Sob esta denominação estão compreendidos solos minerais, não Hidromórficos, com horizonte A chernozêmico, B textural, argila de atividade alta e saturação de bases alta. O uso de implementos agrícolas de tração animal é viável, mas com algumas restrições. A vegetação natural a que estão relacionados é do tipo floresta tropical, embora ocorram em menor escala, áreas consideradas como subtropical ou transicional entre estes tipos florestais. Terra Roxa Estruturada Eutrófica Apresenta horizonte A chernozêmico textura argilosa fase floresta tropical perenifólia relevo ondulado. Estes solos são desenvolvidos a partir de produtos provenientes da intemperização das rochas eruptivas básicas do derrame do Trapp, do Grupo São Bento, do Jurássico-Cretáceo. São solos aptos para a agricultura, possuindo uma elevada e bem equilibrada reserva de nutrientes para as plantas. O único problema que apresentam, refere-se a susceptibilidade à erosão, em grau moderado, mas esta pode ser controlada eficazmente mediante o emprego de práticas conservacionistas intensivas. São muito utilizados para o cultivo de soja, milho, trigo, cana-de-açúcar e outros. Encarte III 6/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Solos Hidromórficos Gleyzados Indiscriminados Sob esta denominação estão compreendidos solos mal drenados ou muito mal drenados, nos quais as características zonais, determinadas pela ação do clima e vegetação, não se desenvolvem integralmente em virtude da restrição imposta pela grande influencia da água no solo, condicionada sempre pelo relevo e natureza do material originário. Em relação às limitações para o uso destes solos, o relevo normalmente plano, ocupando os lugares mais baixos da paisagem, além de permitir inundações, pode causar em determinados locais, estagnação de massas de ar frio, com aparecimento de geadas nas partes mais afastadas da neblina dos rios. Esta classe de solo aparece em pequenas manchas, principalmente na área de remanso do lago e em pequenas áreas incrustadas ao longo dos rios e tributários do lago. Em razão da escala adotada pelo levantamento do solo as mesmas não estão representadas no Mapa de Solos (Anexo III.8 Mapa de Uso Atual do Solo). 2.5.1. Erosão dos solos O problema da erosão dos solos vem sendo estudado há algum tempo. No Brasil, onde ele ocorre com grande intensidade, em diversas partes do território nacional, seu estudo tem acontecido tanto no âmbito das Universidades, como no de outras instituições públicas especializadas no assunto, como a EMBRAPA. Através dessas pesquisas o problema tem sido mais conhecido e tem surgido uma série de tecnologias de prevenção e de combate à erosão. Na área compreendida pelo Parque Estadual Lago Azul, ocorrem focos de erosão em ravinas, principalmente nas áreas de maior declividade e onde não se empregam práticas conservacionistas de solo, representada pelas áreas com pastagens. 2.6. HIDROGRAFIA E QUALIDADE DA ÁGUA Tratado por MAACK (1981) como Sistema do Rio Mourão é tributário da margem esquerda do Rio Ivaí (357 km), possui 3 saltos de grande altura, a saber: Conjunto São João, com 5,3 m de desnível e vazão de 60 m3/seg; Natal de 5,9 m de desnível e com 15 m3/seg de vazão média; Conjunto com 146,6 m de desnível e 3 m3/seg de vazão média, ou 5.701, 8.925 e 4.389 CV, respectivamente, onde se encontra instalada a Usina Hidrelétrica Mourão I. O Reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão – Lago Azul possui uma área inundada de 1273,6557 ha e a sua montante a bacia é abrangida em uma área, aproximada, de 581km2 com um perímetro de 109,5 km. (Anexo III.9 Localização – detalhe bacia hidrográfica e Anexo III.10 mapa da Bacia hidrográfica). Com o propósito de avaliar as intervenções decorrentes da instalação do empreendimento na qualidade da água, foi executado em Ago/99 um monitoramento em pontos à jusante e a montante do reservatório. Encarte III 7/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 As três estações de amostragem, localizadas duas a montante e uma a jusante do reservatório teve como objetivo a avaliação da qualidade da água na porção mais próxima do ambiente rio, da região lacustre (maior profundidade e próxima da barragem) e na saída das turbinas, conforme caracteriza a Tabela III.1. Tabela III.1 - Estações de amostragem de água na região da UH Mourão I. DESIGNAÇÃO DESCRIÇÃO E1 – ambiente rio Rio Mourão - montante do reservatório E2 – região lacustre Rio Mourão – reservatório E3 – saída das turbinas Rio Mourão - jusante da usina A estação E1 está localizada no rio Mourão, cerca de 3 km a montante da área do reservatório, no município de Luiziana; estação E2 localizada no reservatório da UH Mourão I, cerca de 500 m da barragem; e a estação E3, localizada no rio Mourão, cerca de 300 a 500 m a jusante da usina. IQA Os resultados obtidos mostram que as águas do rio Mourão se encontram na faixa entre 52 e 80 do Índice de Qualidade das Águas - IQA, desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC/PR, indicando que “são águas de BOA QUALIDADE para fins de potabilização, desde que não apresente toxicidade decorrente de outras fontes” (Fig. III.1). 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 E1 E2 E3 estações de amostragem Figura III.1. Índice de Qualidade de Água na região do Parque Estadual Lago Azul. Assim sendo, o diagnóstico baseado nos resultados obtidos indicam que: Os resultados do IQA nas estações de amostragem de águas no rio Mourão, no presente estudo, classificam as águas como de BOA QUALIDADE para fins de potabilização para o abastecimento doméstico; Encarte III 8/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Os índices de coliformes, no presente estudo, indicaram baixa contaminação fecal, mas são impróprios para o consumo humano in natura e irrigação de frutos e hortaliças consumidas cruas. Para a balneabilidade, as águas apresentaram boa qualidade, embora esta condição não tenha sido freqüentemente detectada em estudos anteriores realizados pelo IAP/SUDERSHA; As principais violações à CLASSE 2, enquadramento das águas do rio Mourão, com relação aos parâmetros que compõem o IQA, dizem respeito à DBO e ao fósforo; Geralmente os aumentos nos índices de DBO indicam que ocorre poluição orgânica nos corpos d’águas, cujas principais fontes são atividades relacionadas à agropecuária, atividades industriais e despejos orgânicos. Com relação a estes itens atualmente não existe nenhuma indústria que apresente lançamento direto de efluentes no reservatório, pois uma Destilaria de Álcool que foi desativada no ano de 2000, e em período anterior também foi desativada uma industria de fécula. Ambas funcionavam na bacia do rio Mourão. Quanto aos dados referentes a lançamento de esgotos domésticos não há informação de instalação de sistemas de coleta e tratamento deste tipo de material nas proximidades do rio Mourão. Os valores de fósforo e nitrogênio sugerem que as águas do rio Mourão recebem contribuição de áreas agrícolas e de esgotos domésticos provenientes do município de Luiziana e de Campo Mourão; A invasão da Área de Preservação Permanente da vegetação ciliar contribui para o aporte de substâncias alóctones para as águas do rio Mourão, como ocorre em várias bacias do estado do Paraná. A manutenção da qualidade dos corpos d’água depende de ações corretivas a serem implementadas em nível das respectivas bacias hidrográficas (orientação às práticas agrícolas, ampliação das redes coletoras de esgotos, melhoria na disposição final de resíduos sólidos urbanos, etc.); O rio Mourão, na região amostrada, apresentou bons níveis de oxigenação, boa capacidade de autodepuração e de tamponamento e moderado estímulo a eutrofização, pelas concentrações detectadas dos nutrientes fósforo e nitrogênio. No presente estudo, a melhor resposta do IQA é como instrumento de gestão ambiental, sugerindo que a utilização das águas do rio Mourão para a produção de energia elétrica não vem causando problemas de relevância para os demais usos. Há declaração da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental - SUDERHSA onde indica que nada tem a opor quanto à utilização da água e que não existem usuários significativos da água à jusante do empreendimento da Usina Hidrelétrica Mourão I. Encarte III 9/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 3.Vegetação 3.1. LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO DO PELA O levantamento da vegetação do Parque Estadual Lago Azul foi dividido em duas etapas: a primeira etapa constou da identificação da vegetação com grande relação com o ambiente aquático, macrófitas aquáticas. A segunda etapa contou com a avaliação das formações florestais do parque. Nessa identificação e com o apoio de campo os fragmentos florestais foram estratificados em grupos semelhantes considerando os aspectos históricos de formação e a fitoestrutura. De acordo com a classificação proposta por IBGE (1992), a vegetação da área de abrangência do PELA está inserida nas unidades fitoecológicas, a saber: Formações Florestais Floresta Estacional Semidecidual Submontana Floresta Ombrófila Mista Ecótono de Transição Floresta Estacional Semidecidual Submontana – Floresta Ombrófila Mista Formações Não Florestais Savana/Cerrado Áreas de Formação Pioneira com Influência Fluvial (comunidades aluviais) 3.1.1. Formações Florestais Floresta Estacional Semidecidual Submontana (Floresta Tropical Subcaducifólia) Esta formação cobria originalmente todo o planalto paranaense abaixo dos 500 600m s.n.m., desenvolvida sobre as férteis terras roxas e o arenito caiuá. Reinhard MAACK considerava esta região como uma variação da Floresta Pluvial Atlântica, diferenciando-se pela sua maior exuberância em função da fertilidade dos solos. O conceito ecológico de Região Estacional Semidecidual, segundo VELOSO & GÓESFILHO (1982), relaciona-se ao clima de duas estações, uma chuvosa e outra seca, ou com acentuada variação térmica. Este clima determina uma estacionalidade foliar dos elementos arbóreos dominantes, os quais têm adaptação ora à deficiência hídrica, ora à queda de temperatura nos meses mais frios. Esses autores consideram ainda que, no caso da Floresta Estacional Semidecidual, a percentagem das árvores caducifólias no conjunto florestal (não nas espécies que perdem as folhas individualmente) deve situar-se entre 20 a 50% na época de clima desfavorável, daí a denominação Floresta Estacional Semidecidual e, portanto, uma diferenciação definitiva da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Pluvial Atlântica). Encarte III 10/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Trata-se de uma floresta exuberante com uma grande diversidade de espécies vegetais. Suas principais características são as espécies arbóreas emergentes caducifólias: os jequitibás Cariniana spp, as perobas Aspidosperma spp., o cedro Cedrela fissilis e a canafístula Peltophorum dubium. No sub-bosque existe uma enorme quantidade de arbustos e plântulas de reconstituição arbórea além de uma palmeira típica que existia nessa formação, o Euterpe edulis (palmiteiro) (LEITE & KLEIN, 1990). Nos levantamentos de campo realizado essa palmeira não foi encontrada, mas, segundo informações de moradores antigos, essa espécie ocorria naturalmente na região. Devido ao processo de ocupação desordenada calcada na expansão horizontal da propriedade essa formação florestal encontra-se restrita a poucos fragmentos de floresta, sendo o mais significativo o remanescente que compõe o Parque Estadual Lago Azul. Região da Floresta Ombrófila Mista e Ecossistemas Associados (Floresta com Araucária) Poucas são as formações florestais brasileiras que têm sua fisionomia tão bem caracterizada pela presença de uma espécie vegetal como a Floresta Ombrófila Mista ou Floresta de Araucária. Neste caso é o pinheiro-do-paraná Araucária angustifolia que, em função dos seus aspectos morfológicos (copa, folhagem e tronco) e da posição sociológica que ocupa, facilita grandemente a definição da área de ocorrência desta formação. Mesmo com a profunda alteração a que foi submetida à cobertura vegetal do Estado, a sua vinculação a uma condição climática específica e a presença de remanescentes, mesmo que isolados, atestam sua distribuição (RODERJAN, 1994). Além dos antropismos, diferentes associações ocorrem naturalmente com o pinheiro. REITZ & KLEIN (1966), no fascículo sobre as Araucariáceas da Flora Ilustrada Catarinense, abordam claramente estas associações, como as que ocorrem com o pinho-bravo Podocarpus lambertii, com a imbuia Ocotea porosa, com a canela-lageana Ocotea pulchella e até mesmo com a bracatinga Mimosa scabrella. Deve-se lembrar ainda que, dentro de sua área de distribuição, ocorrem as áreas de campos limpos - a Estepe Gramíneo-lenhosa e de Várzeas Aluviais - e as Áreas de Formações Pioneiras com a influência fluvial. Uma diferença básica entre elas é de fácil discernimento: os campos limpos ocorrem em relevo suave-ondulado e até mais acidentado, enquanto que as várzeas aluviais ocupam exclusivamente áreas de relevo plano e as planícies aluviais, influenciadas pelo regime hídrico dos rios (RODERJAN, 1994). Áreas de Tensão Ecológica (Vegetação Mista/Floresta Estacional Semidecidual de Transição) Floresta Ombrófila Entre duas ou mais regiões fitoecológicas existem sempre áreas indiferenciadas onde as floras se interpenetram constituindo os contatos, ou os “mosaicos Encarte III 11/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 específicos” ou ainda os ecótonos. Nessas áreas onde ocorrem os contatos de duas Regiões é marcada, naturalmente, por certo grau de instabilidade ou heterogeneidade dos parâmetros ecológicos. Como conseqüência à vegetação mostra-se mais complexa e heterogênea em face da interposição de floras e formas de vida adversas, todas tirando proveito da instabilidade local. (VELOSO & GÓESFILHO, 1982). No caso específico da vegetação natural do local, foi possível identificar o contato entre os dois biomas descritos anteriormente em uma área localizada na margem direita do Reservatório. Esta área está inserida no Parque Estadual do Lago Azul, e é conhecida como “bota”. Pode-se observar nesta área a presença de espécies comuns aos dois biomas e espécies características de cada um deles: Floresta Ombrófila Mista a ochloespécie Araucária angustifolia, além das espécies típicas Anadenanthera colubrina e Piptocarpha angustifolia, espécies características da Floresta Estacional Semidecidual temos Tabebuia heptaphylla, Jacaratia spinosa, e Guarea guidonea 3.1.2. Formações Não Florestais Savana/Cerrado De acordo com STRAUBE (1999) o Paraná não está inserido no bioma do cerrado, entretanto, a fitofisionomia característica da vegetação de cerrado, a constituição morfológica das espécies vegetais, bem como grande parte de sua flora, aparecem em alguns locais isolados do estado. A representação dessa vegetação em território paranaense é uma repetição de episódios que ocorrem em todo o Brasil, ou seja, fragmentos isolados (chamados de encraves ou refúgios) na periferia da área do bioma. Isso pode ser verificado em inúmeras outras regiões, por exemplo, em Roraima, no centro-sul do Piauí, noroeste de Rondônia, sudeste do Pará, nordeste de Minas Gerais e centro-leste da Bahia. Embora esperada, conforme mencionado acima, a presença de cerrado no Paraná é absolutamente inusitada considerando-se as condições ambientais extremamente discordantes daquelas verificadas em regiões centro-brasileiras. Veja-se, por exemplo, o clima, para o qual não há no Paraná estação seca bem definida, o que seria uma característica biotópica básica (EITEN, 1984). Além disso, espera-se que o cerrado não ocorra onde há episódios de geadas, mas, nas áreas paranaenses representadas por ele, tais fenômenos são comuns e a temperatura média anual pode ser inferior a 16ºC, atingindo valores negativos com freqüência. Todo esse panorama de discrepâncias levou alguns pesquisadores a considerar o cerrado paranaense como uma vegetação relictual do Período Quaternário, quando tais características climáticas eram mais coerentes com a ocorrência dessa fitofisionomia. Assim, teoriza-se uma retração histórica dessa vegetação, levando-a a um isolamento em fragmentos (testemunhos) junto aos campos planálticos (os quais, também relictuais, sofreriam semelhante invasão das florestas) e às matas de araucária e estacionais. Essa opinião, entretanto, não é unânime, esbarrando Encarte III 12/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 em propostas que hipotetizaram uma expansão recente do cerrado em direção aos campos como frentes de colonização vegetacional decorrentes de antropismos, particularmente o fogo (STRAUBE, 1999). De acordo com esse autor, em plena área onde se desenvolveu a cidade de Campo Mourão originalmente existia uma área de cerrado com 102 km2. Em análise de fotografias aéreas obtidas em 1952 é perfeitamente identificável essa área de cerrado, sendo possível visualizar que a sua distribuição atingia o Parque Estadual Lago Azul e seu entorno. Atualmente, não é possível identificar na região em nível de campo essa formação original, apenas uma pequena área, parcialmente descaracterizada, que é a Estação Ecológica Municipal do Cerrado, localizada no Jardim Nossa Senhora Aparecida numa região densamente urbanizada da cidade de Campo Mourão. Não obstante a sua pequena dimensão, esta área funciona como um pequeno museu vivo mostrando espécimes florísticos extintos regionalmente e abrigando espécies típicas como o barbatimão Stryphnodendron adstringens e a palmeira-anã Syagrus microphylla. Áreas de Formação Pioneira com Influência Fluvial (comunidades aluviais) As áreas de formações não florestais estão representadas na região pelas Áreas de Formações Pioneiras com Influência Fluvial que, de acordo com IBGE (1992), ocorrem ao longo das planícies fluviais e ao redor das depressões aluvionares (pântanos, lagunas e lagoas), freqüentemente em terrenos instáveis cobertos de vegetação, em constante sucessão. Trata-se de uma vegetação de primeira ocupação de caráter edáfico, que ocupa terrenos rejuvenescidos pelas seguidas deposições de solos ribeirinhos aluviais e lacustres. São essas as formações que se consideram como pertencendo ao “complexo vegetacional edáfico de primeira ocupação” (formações pioneiras). O padrão fisionômico das formações pioneiras é tipicamente campestre de características hidromórficas, apresentando instabilidade quanto a alguns dos parâmetros ecológicos fundamentais (solos e impactos físicos de cheias e secas), com a vegetação sempre recuando ou avançando sobre as áreas sujeitas às inundações e aos processos de arrasamento e acumulação de bancos de sedimentos (CAMPOS & SOUZA, 1997). Essas formações aluvionares ocorrem nos rios tributários do reservatório, principalmente nas proximidades do remanso do lago. 3.2. A VEGETAÇÃO TERRESTRE O Parque Estadual do Lago Azul encontra-se, do ponto de vista fitogeográfico, numa área de transição, ou ecótono, entre a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) e a Floresta Estacional Semidecidual, de acordo com a terminologia adotada por VELOSO et al. (1991). Encarte III 13/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 A Floresta Ombrófila Mista é conhecida popularmente por Mata-de-Araucária ou pinheiral. A composição florística deste tipo de vegetação é dominada por gêneros primitivos como Drymis, Araucária e Podocarpus. A formação encontrada no PELA corresponde àquela da Floresta Ombrófila Mista Montana que originalmente ocupava os planaltos acima de 500 m no Estado do Paraná, onde A. angustifolia ocorria associada à canela-guaicá Ocotea pulchella, erva-mate Ilex paraguariensis e a canela-preta Nectandra megapotamica ou a imbuia Ocotea porosa. No que tange a Floresta Estacional Semidecidual, este tipo de vegetação é condicionada pela dupla estacionalidade climática (verão/inverno ou chuva/seca). Esta vegetação é representada ao nível de Estado do Paraná pelos gêneros: Parapiptadenia, Copaifera, Tabebuia, Aspidosperma e Balfourodendron. (VELOSO et al., 1991) e também possui representantes no Parque Estadual do Lago Azul. A cobertura florestal encontrada no Parque é caracteristicamente constituída, em grande parte, por uma floresta secundária em vários estágios sucessionais e pelo plantio de espécies nativas e exóticas conduzido pela COPEL. Existem basicamente três tipos de áreas: A primeira, onde encontramos a presença maciça de samambaia Pteridium aracnoideum, que corresponde ao estágio inicial de sucessão natural. Nestas áreas, eventualmente, foram encontrados indivíduos de Solanum sp. que é uma espécie heliófita associada a desmatamentos e áreas de capoeira. A segunda corresponde a uma fase de capoeirão onde encontramos a presença de Vernonia discolor, Piptocarpha angustifolia, Piptocarpha sp., Anadenanthera colubrina e Alchornea triplinervia, formando o estrato arbóreo, com a presença de um estrato arbustivo onde predomina Sorocea bonplandii e outras espécies facultativas. A terceira área corresponde a uma floresta secundária, a qual possivelmente passou por corte seletivo a alguns anos atrás. Nessa área encontramos indivíduos de maior porte de Aspidosperma polyneuron, Balfourodendron riedelianum e Parapiptadenia rigida. Desta forma, em função das espécies encontradas no levantamento expedito, a pedido do Instituto Ambiental do Paraná, foi constatada a existência de uma área de transição entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Estacional Semidecidual, ainda que alterada, constitui-se de uma área de preservação bastante significativa o que pode ser corroborado pela lista das espécies encontradas por ocasião do levantamento realizado e com as considerações de VELOSO et al. (1991). Encarte III 14/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela III.2. Lista das espécies encontradas durante no levantamento expedito no PELA. Família Nome Científico Nome Vulgar Hábito Estrato Agavaceae Cordyline dracaenoides Uvarana, Varana AB SU Annonaceae Annona cacans Ariticum-cagão AR CD Apocynaceae Aspidosperma polyneuron Peroba-rosa AR DO Aquifoliaceae Ilex paraguariensis Erva-mate AR CD Araceae Philodendron sp. Cipó-Imbé EP CD Araliaceae Didymopanax morototonii Mandiocão AR DO,CD Araliaceae Tetrapanax papyriferum * Planta-do-papel-arroz AR DO Araucariaceae Araucaria angustifolia Pinheiro-do-Paraná AR DO Arecaceae Syagrus romanzoffianum Jerivá AR CD Asteraceae Piptocarpha angustifolia Vassourão-branco AR DO Asteraceae Piptocarpha sp. Vassourão AR DO Asteraceae Vernonia discolor Vassourão-preto AR DO Bignoniaceae Pithcoctrinium sp. Pente-de-macaco LI DO Bignoniaceae Pyrostegia venusata Cipó-de-São João LI DO Cactaceae Cereus hildmannianus Tuna AR DO Caesalpinaceae Bauhinia sp. Pata-de-vaca AR CD,SU DO Caesalpinaceae Holocalyx balansae Alecrim AR Celastraceae Maytenus robusta Falsa Espinheira Santa AR SU Cecropiaceae Cecropia sp. Embaúba AR DO Euphorbiaceae Alchornea triplinervia Tapiá AR DO,CD Fabaceae Erytrina sp. Mulungú AR DO Fabaceae Erytrina speciosa Corticeira AR DO Flacoutiaceae Casearia sylvestris Cafezeiro-bravo AR SU Lauraceae Ocotea sp. Canela AR DO Lauraceae Nectandra megapotamica Canela-preta AR DO Loganiaceae Strychnos brasiliensis Anzol-de-lontra AR SU Malvaceae Bastardiopsis grandiflora Louro-branco AR CD Meliaceae Cabralea canjerana Canjerana AR CD Meliaceae Cedrela fissilis Cedro-branco, cedrinho AR DO Meliaceae Guarea sp. Pimenta-de-macaco AR SU Meliaceae Trichilia sp. Catiguá AR SU Melastomataceae Miconia sp. Pixirica AB DN Mimosaceae Anadenanthera colubrina Angico-branco AR DO Mimosaceae Ingá sp. Ingá AR DO,CD Mimosaceae Mimosa scabrella Bracatinga AR DO Mimosaceae Parapiptadenia rigida Angico-vermelho, gurucaia AR DO Monimiaceae Mollinedia sp. Capixim AB SU DO Moraceae Fícus sp. Figueira AR Moraceae Sorocea bonplandii Folha-de-serra AB SU Myrsinaceae Rapanea sp. Capororoca AR DO,CD Myrtaceae Campomanesia guazumaefolia Sete-capotes AR CD Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa Guabiroba, Guavirova AR CD Nyctaginaceae Bougaivillea glabra Primavera LI DO Orchidaceae Isabelia virginalis Orquídea EP CD Orchidaceae Gomesia sp. Orquídea EP SU Orchidaceae Maxillaria cf. acicularis Orquídea EP SU,CD Orchidaceae Oncidium sp. Orquídea, chuva-de-ouro EP SU Phytolaccaceae Phytolacca dioica Pau-d’alho AR DO Encarte III 15/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Família Nome Científico Nome Vulgar Hábito Estrato Piperaceae Piper sp. Jaborandi ER SB Poaceae Coix lacryma-jobi* Capim-rosário ER DO Podocarpaceae Podocarpus sellowii ** Pinheiro-bravo AR CD Proteaceae Roupala sp. Carvalho-brasileiro AR CD Pteridaceae Pteridium aracnoideum Samambaia ER DO Rubiaceae Psichotria leiocarpa Cafezinho ER SB Rutaceae Balfourodendron riedelianum Pau-marfim AR DO,CD Rutaceae Citrus sp. Limão-rosa AR SU Rutaceae Esenbeckia sp. Pau-cutia AB SU Rutaceae Zanthoxylum sp. Mamica-de-porca AR CD,SU Sapindaceae Allophyllus sp. Vacum AR SU Sapindaceae Cupania vernalis Camboatá-vermelho AR CD,SU Sapindaceae Matayba sp. Cuvatã, Miguel-Pintado AR CD,SU Solanaceae Solanum sp. Fumo-bravo AB SU,CD Tiliaceae Heliocarpus popayanensis Algodoeiro AR DO Tiliaceae Luehea divaricata Açoita-cavalo AR DO Ulmaceae Trema micrantha Crandiúva AR CD,DO Urticaceae Urera sp. Urtiga ER SB * Espécies exótica observadas no Parque Estadual Lago Azul, ocorrendo de maneira espontânea ou introduzidas intencionalmente. ** Espécie que, predominantemente, ocorre na Floresta Ombrófila Densa. Sua existência deve-se, possivelmente, ao plantio de mudas. HÁBITO: ESTRATO: AR –Árvore DO – Dominante AB – Arbusto CD - Codominante ER – Erva SU – Dominado ou Supresso EP – Epífita SB - Subosque LI – Liana 3.2.1. Consideração sobre a vegetação natural Na região do Lago Azul ocorre a confluência, um grande encontro (ecótono), de três dos quatro biomas ocorrentes no estado do Paraná (Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista e Cerrado). Devido a esse fato, a vegetação natural remanescente da região, assume importância fundamental para estudos aprofundados sobre a dinâmica e aspectos ecológicos visando o entendimento das relações e interações históricas da distribuição natural da vegetação de forma a subsidiar ações para a conservação da biodiversidade. 3.2.2. A fragmentação do ecossistema e problemas decorrentes Uma floresta tropical em seu estado natural comporta uma diversidade muito grande de espécies animais e vegetais, o que é conhecido como biodiversidade. Biodiversidade é um termo do vocabulário ecológico que diz respeito “à abrangência de todas as espécies de plantas, animais e microorganismos, e dos ecossistemas e processos ecológicos dos quais são parte. Pode-se dizer, também, que é a “quantidade de espécies (formas de vida) que habitam uma determinada área ou ecossistema” que, em condições naturais, vivem em “equilíbrio dinâmico com o meio físico, funcionando na base da interdependência e da complementaridade”. Os Encarte III 16/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ecossistemas são tanto mais estáveis quanto mais complexos e diversos, e sua permanência é função deste equilíbrio dinâmico (CAMPOS, 1999). Quando um ecossistema é fragmentado, possui pequena dimensão e sofre fortes perturbações, como no caso dos fragmentos florestais estudados, o seu comportamento não é o mesmo que o de grandes áreas contínuas, que possui mecanismos naturais de “cicatrização” de clareiras e alta resiliência, isto é, possui a capacidade de retornar ao estado anterior após a perturbação. Num pequeno fragmento perturbado, como é o caso das áreas levantadas, esses mecanismos estão comprometidos devido, principalmente, a sua pequena dimensão, a sua grande área de borda que expõe à exagerada luminosidade e a sua característica de “ilha” cercada por pastagem e isolada de outros ecossistemas florestais (o que dificulta a troca genética e chegada de propágulos). Em ambientes nessa situação deve ocorrer a intervenção do homem no sentido de estancar os processos impactantes e reverter (recuperar) a área em processo de degradação. 3.2.3. A questão dos cipós (lianas) No PELA e nos fragmentos florestais da área de entorno do parque foi possível observar que está ocorrendo uma grande invasão de lianas na vegetação natural. Esses cipós, que encontraram um ambiente fragilizado pelo isolamento, fragmentação e ações impactantes, como já relatado anteriormente, rapidamente se alastram e estão dominando a vegetação natural e ocasionando a morte de muitas espécies arbóreas do ecossistema. A morte das espécies arbóreas se dá, basicamente, da seguinte forma: i) os cipós invasores possuem como características a grande necessidade de luz para o seu desenvolvimento (espécies heliófilas) e alta agressividade. Na busca pela luz o cipó cobre, quase que totalmente, as copas das árvores que ficam inferiorizadas na competição pela luz, dificultando a realização da fotossíntese e ocasionando déficit no processo de fornecimento de energia para a planta, levando-a ao “enfraquecimento”, degeneração e susceptibilidade à doenças e ataques de pragas; ii) a grande biomassa dos cipós proporciona um peso exagerado e extra à estrutura de sustentação das árvores provocando a quebra de galhos e troncos, o que pode leva-la à morte; iii) essa mesma biomassa dos cipós aumenta a exposição e a susceptibilidade das espécies arbóreas a ação dos ventos, o que leva muitas delas ao chão. Os cipós indubitavelmente estão provocando a morte e eliminação de muitas espécies arbóreas e arbustivas dos remanescentes, concorrendo para a simplificação e degeneração do ecossistema. Vale ressaltar, entretanto, que estudos realizados em florestas tropicais tem demonstrado que o número de cipós pode ser igual ou mesmo superior ao número Encarte III 17/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 de espécies arbóreas. Com grande diversidade de espécies deve-se considerar que os cipós não se comportam do mesmo jeito. Assim, existem espécies invasoras, que se comportam agressivamente na borda de matas ou em áreas abertas onde se formaram clareiras e existem espécies que ocorrem naturalmente no ecossistema e fazem parte do conjunto da floresta, constituindo a biodiversidade, tão importante na manutenção do equilíbrio do ecossistema. Pesquisas em ecossistemas semelhantes aos da área do Parque Estadual Lago Azul, revelam que os cipós florescem e frutificam em épocas do ano diferentes das árvores, alimentando com néctar, pólen e frutos um grande número de animais ali existentes. Dessa forma, eliminar cipós indistintamente significa eliminar a fonte de alimento de muitos animais em uma época específica e de poucas alternativas à manutenção das espécies animais além, é claro, de diminuir a diversidade biológica do ecossistema. Assim qualquer intervenção deve ser precedida de uma avaliação geral da borda e do interior dos remanescentes, com a identificação e caracterização das espécies de cipós ocorrentes na área de forma a subsidiar o manejo para a conservação da floresta. 3.3. A VEGETAÇÃO AQUÁTICA Em áreas de acumulação, periódica ou permanentemente inundadas, instalam-se comunidades vegetais que vão desde as pantanosas herbáceas (hidrófitas), até as arbustivas. O reservatório apresenta margens recortadas, formando locais protegidos da ação do vento e que poderiam favorecer o desenvolvimento de macrófitas aquáticas, no entanto o que ocorre é o desenvolvimento de vegetação herbácea arbustiva durante os períodos de seca acentuada que levam a drenagem destes locais. A extensa exploração antrópica das margens também prejudica o desenvolvimento desta flora, que é conhecida por encontrar-se exatamente nas áreas de interface terra/água (Wetzel, 1987 e.ESTEVES 1998). A baixa luminosidade fotossintética subaquática (máximo do disco de Secchi 1,2m, nas áreas mais profundas) não permite o desenvolvimento de espécies submersas. E as grandes variações no nível do reservatório apresentadas durante o ano são desfavoráveis para o crescimento de espécies flutuantes. Estes fatores ambientais são destacados por diversos autores como desfavoráveis ao desenvolvimento de macrófitas aquáticas (DUARTE, 1994, DUARTE & KALF, 1986, COWEL, 1992., entre outros). Durante o levantamento 18 espécies de macrófitas aquáticas foram identificadas no reservatório e na região do Salto São João no rio Mourão, dentro da área do parque (Tabela III.2). Destas, cinco espécies que se localizam na região das corredeiras foram encontradas durante estudos anteriores realizados nas trilhas do parque. É interessante ressaltar ainda, que espécies submersas de macrófitas aquáticas geralmente não habitam locais de forte correnteza, mesmo assim as submersas Encarte III 18/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Utricularia foliosa, Nitella furcata e Potamogeton pusilus, ocorrem apenas nas proximidades do salto São João. As espécies de maior freqüência no reservatório são emergentes, destacando-se Ludwigia leptophraga e Polygonum acuminatum, que ocorrem em todos os braços do reservatório e em quase todas as entradas. Destaca-se ainda a grande variedade de espécies de Poaceae e Cyperaceae (principalmente do gênero Cyperus), no final da área alagada do reservatório onde as margens apresentam formação vegetal associada a solos altamente hidromórficos, com longos períodos de alagamento durante o ano. Estudos sobre riqueza de espécies de macrófitas aquáticas não têm mostrado grandes riquezas em reservatórios, quando comparados a áreas naturais. Podemos citar os reservatórios de Guri, na Venezuela, com 27 espécies, Balbina, na região amazônica, com 19 espécies e como exceção temos Itaipu-Binacional, na fronteira Brasil-Paraguai com 41 espécies. O primeiro apresentou apenas três espécies submersas sendo todas do gênero Utricularia (VILARRUBIA & COVA, 1993). As macrófitas encontradas em Guri são em sua maioria paludícolas, sendo que apenas cinco das espécies citadas poderiam ser consideradas euhidrófitas (WALKER et al., 1999). Itaipu embora apresente uma riqueza bem maior que os demais também possui a maioria de suas espécies no grupo das emergentes (SOUZA, 2000 e THOMAZ et al., 1999). Enquanto em regiões de planícies ou regiões alagadas naturais a riqueza encontrada é bem maior, como na planície do rio Paraná, no Paraná, que apresenta 55 espécies de macrófitas aquáticas (SOUZA et al, no prelo) ou no planalto da Bodoqueira, Mato Grosso do Sul, com 53 espécies (SCREMINDIAS et al., 1999). Nestas áreas são grandes a influência de espécies de todos os hábitos, com grande variedade tanto de emergentes como de submersas ou flutuantes. Os braços que formam o reservatório apresentam na região de transição do reservatório/rio áreas prolongamentos que formam pequenas baías protegidas. As águas nestes locais são lênticas e de menor profundidade. As margens apresentam formações vegetais típicas de solos hidromórficos, sendo dominadas por espécies herbáceas e arbustivas. Tabela III.3. Distribuição das espécies de macrófitas aquáticas e respectivos hábitos, sendo SF submersa fixa e E emergentes, encontradas no Parque Estadual Lago Azul. Espécies Hábito Local de ocorrência Bulbostylis sp SF Rio Mourão Commelina sp E Reservatório Cyperus ferax rich. E Reservatório, áreas alagadas Cyperus spp E Reservatório, áreas alagadas Eleocharis filiculmis E Reservatório Fimbrystilis sp E Reservatório Heteranthera sp SF Rio Mourão Hydrocotyle ranunculoides E Rio Mourão Ludwigia leptofraga E Rio Mourão, reservatório Encarte III 19/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Espécies Ludwigia peruviana Hábito SF/E Local de ocorrência Rio Mourão, reservatório Nitella furcata SF Rio Mourão Poaceae E Reservatório, áreas alagadas Polygonum acuminatum E Reservatório Potamogeton pusilus SF Rio Mourão Rhynchospora corimbosa E Rio Mourão Sagittaria montevidensis E Reservatório Utricularia sp SF Rio Mourão Scrophulariaceae E Reservatório 4. Fauna 4.1. ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO OCORRENTES NA REGIÃO A intensa pressão antrópica na região, como por exemplo, o desmatamento progressivo, a caça, a fragmentação dos remanescentes florestais e outros, induziu o processo de extinção local de várias espécies relacionadas na Tabela III.4, é possível que exista uma quantidade maior de espécies ameaçadas, não havendo, no entanto, informações atualizadas sobre o status de espécies de vários grupos, como anfíbios, répteis e artrópodos em geral. Tabela III.4. Espécies das classes das aves, mamíferos e insetos, listadas como ameaçadas de extinção, citadas para a região. Ordem/Classe Família Nome científico Nome comum Categoria Ameaça de Primates Cebidae Alouatta guariba Bugio Vulnerável – VU Lagomorpha Leporidae Sylvilagus brasiliensis Tapiti Vulnerável – VU Rodentia Dasyproctidae Agouti paca Paca Em Perigo – EM Carnivora Mustelidae Lontra longicaudis Lontra Vulnerável – VU Felidae Leopardus tigrina Gato-do-matopequeno Vulnerável – VU L. pardalis Jaguatirica Vulnerável – VU Panthera onca ssp. Onça-pintada Criticamente Perigo – CR em Perissodactyla Tapiridae Tapirus terrestris Anta Em Perigo – EN Artiodactyla Tayassuidae Tayassu pecari Queixada Criticamente Perigo – CR Aves Ramphastidae Pteroglossus aracari Araçari-de-bicobranco Vulnerável – VU Lycaeniidae Alesa prema Borboleta( *) Vulnerável – VU Hesperiidae Passova passova practa Borboleta( *) Criticamente Perigo – CR Insecta em em FONTES: COPEL (1998); MIKICH (1994); MIKICH & BÉRNILS (2004); P. SCHERER-NETO (com.pess.); VIDOLIN & MOURA-BRITTO (1998). ( * ) Espécies citadas como ocorrentes em Floresta Estacional Semidecidual, embora sem registros de coleta na região. Encarte III 20/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 4.1.1. Principais causas da ameaça de extinção Além do desmatamento desenfreado, muitos fatores devem ser considerados a fim de caracterizar a situação atual da fauna do PELA. O primeiro deles é o isolamento a que são submetidas a maioria das espécies, devido à fragmentação do ambiente florestal, comprometendo desta forma a continuidade de sua existência. A fragmentação pode limitar o potencial de uma espécie para dispersão e colonização. Muitas espécies de pássaros, mamíferos e insetos do interior da floresta não atravessarão nem mesmo faixas estreitas de ambiente aberto, por causa do perigo da predação. Como resultado, muitas espécies não recolonizam os fragmentos após a população original ter desaparecido (BIERREGAARD et al., 1992 apud PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Outro fator importante é a caça indiscriminada, que pode atingir tanto populações de herbívoros como de carnívoros, afetando assim o frágil mecanismo ecológico do sistema. Quatro principais problemas resultarão da extinção de predadores: aumento de espécies “pragas”, criação não selecionada, exaustão do meio devido ao aumento das populações de presas e aumento das populações dos predadores secundários (animal que preda outros e, por sua vez, é predado por outro maior) (ALBERTS, 1989). A introdução de espécies exóticas (caso do chuchu que está provocando uma descaracterização no ambiente florestal, ver Figura III.2) e a necessidade de controle de espécies domésticas asselvajadas (cães e gatos domésticos). Áreas isoladas tendem a sofrer pressões deste tipo e isto pode acarretar perdas de indivíduos em espécies silvestres nativas, especialmente aves e mamíferos. Além disso, pode haver a dispersão de doenças causando infecções através de microparasitas (vírus, bactérias, fungos e protozoários), ou de macroparasitas (helmintos e artrópodes) (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Finalmente, os efeitos diretos da destruição do habitat podem aumentar a suscetibilidade do organismo à doença. FIGURA III.2 – chuchu Sechium edule Foto: Cristian Coelho Silva Encarte III 21/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 4.1.1.1. Caça Embora a caça exista desde que os primeiros hominídeos apareceram, praticando-a em grupos (LEAKEY & LEWIN, 1980), não há como a aceitarmos com naturalidade atualmente, a não ser como subsistência e em regiões mais atrasadas e remotas, o que se restringe a raras exceções na região sul. COIMBRA-FILHO (1977), acrescenta que passa a ser inadmissível mesmo naqueles lugares mais remotos, quando a caça de subsistência passa a ser comercializada. A criação de animais domésticos simplificou grandemente a obtenção de alimento e existem motivos suficientes para admitir que este é um hábito resquicial no comportamento humano. Ao mesmo tempo, por estar tão intimamente relacionada à história do Homem na sua evolução, isto pode ser o motivo da dificuldade em erradicarmos a caça do comportamento do homem moderno. CULLEN-Jr., BODMER & VALLADARES-PÁDUA (2000), avaliaram o impacto da caça sobre espécies de mamíferos e da avifauna em fragmentos da floresta Atlântica no estado de São Paulo. Foi comum o registro da caça a porcos-do-mato Tayassu tajacu e T. pecari, anta Tapirus terrestris, veados (Mazama americana e M. gouazoubira, tatus Dasypus novemcinctus e cutias Dasyprocta azarae, além de outras espécies menos pressionadas como bugios Alouatta fusca e macacos-prego Cebus apella. Os efeitos da caça foram medidos pelas alterações na abundância relativa das espécies em quatro fragmentos com tamanhos similares (cerca de 2000 ha cada), nas diferentes pressões de caça. Estas informações foram comparadas com resultados de abundância de espécies num grande parque estadual de 35000 ha (Parque Estadual Morro do Diabo/ SP). Os resultados apontaram que processos biológicos acelerados pela fragmentação podem fazer com que populações isoladas tornem-se mais vulneráveis à sobrecaça e além disso estas populações estão mais acessíveis tanto a predadores silvestres como a humanos. Todos estes fatores tendem a alterar a resistência das espécies à caça e aumentar o impacto desta em pequenas florestas isoladas. O impacto da caça exacerba os efeitos da fragmentação é provável que seja o principal fator para o esvaziamento dos fragmentos florestais de espécies cinegéticas, em curto prazo. Percebe-se efetivamente que a caça ainda é muito disseminada em todas as regiões visitadas por equipes de fiscalização no Estado do Paraná. VIDOLIN & MOURA-BRITTO (1998), relatam para a região de inserção do PELA, ou seja, de abrangência do Escritório Regional do IAP de Campo Mourão, que cerca de 52 % dos autos de infração em 17 anos de atuação, são relativos à caça de capivara Hydrochaeris hydrochaeris, paca Agouti paca, queixada Tayassu pecari e veado Mazama spp. 4.1.1.2. Impacto do trânsito das estradas: a mortalidade de vertebrados silvestres A implantação de rodovias, automaticamente leva a fragmentação de áreas anteriormente contínuas de habitats, que são subdivididas em parcelas que, Encarte III 22/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 menores e isoladas entre si, tornam-se extremamente críticas para a viabilidade de populações que habitam uma unidade de conservação (FARIA & MORENI, 2000). No caso específico da região abrangida pelo PELA, este processo aliado a implantação de áreas de pastagens, culturas e outros empreendimentos, provavelmente influenciou no empobrecimento da diversidade biológica na região. A área em questão, é cortada pela rodovia federal BR-487 (Figura III.3), que, segundo informações do gerente do PELA, tem proporcionado a perda de indivíduos de algumas espécies tais como cachorro-do-mato Cerdocyon thous, lontra Lontra longicaudis, tamanduá-mirim Tamandua tetradactyla (Figura III.4), gatos-do-mato Leopardus sp (Figura III.5), quati Nasua nasua, serpentes Bothrops e Crotalus, aves (Figura III.6) entre outros. Figura III.3 - Rodovia Federal BR-487 Foto: Marcio Ney Wenceslau Figura III.4 - tamanduá-mirim Tamandua tetradactyla Foto: Marcio Ney Wenceslau Figura III.5 - gato mourisco Felis yagouaroundi Foto: Marcio Ney Wenceslau Figura III.6 coruja das torres – Tyto Alba Foto: Marcio Ney Wenceslau FISCHER (1997) avaliou os efeitos da BR-262 na mortalidade de vertebrados silvestres, na região do Pantanal, Mato Grosso do Sul, que possui uma diversidade muito superior a que hoje podemos contemplar na região Centro-Norte em se tratando de vertebrados silvestres. Neste estudo foram feitos registros sistemáticos sobre a incidência de animais atropelados em vários tipos de ambientes e de paisagens da estrada, revelando alta riqueza de espécies atropeladas e índices preocupantes. Concluiu que havia uma taxa de mortalidade de 16,8 atropelamentos/mês, no ano de 1990, de 30 atropelamentos/mês em 1992 e em Encarte III 23/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 1997, a mortalidade atingiu 105 atropelamentos/mês (três mortes /dia). Esta análise envolveu a influência do desenho paisagístico da estrada, a presença de fatores de atração dos animais na borda da estrada e o mapeamento da diversidade, distribuição das espécies, e taxas de atropelamento ao longo da rodovia, a fim de detectar os padrões de mortalidade. Todos estes dados permitiram estimar o status de conservação local, indicando as áreas de risco para a vida selvagem, e encaminhando quanto às formas de manejo ao longo da rodovia. FARIA & MORENI (2000) avaliaram o impacto da SP-613 ao Parque Estadual do Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio, São Paulo, contabilizando nove anos de monitoramento, com um total de 182 indivíduos mortos e 25 espécies identificadas. Além disso obtiveram dados sobre quantidade de ocorrências por espécies sazonais, finalizando com propostas de construção de túneis e alambrados nos pontos críticos em conformidade com o monitoramento efetuado, propondo inclusive plantio de árvores para corredores aéreos. Do monitoramento constante, depende a avaliação da eficácia da implantação destes elementos de controle. 4.1.1.3. Fragmentação das florestas A fragmentação implica em um impacto significativo sobre a fauna, já que, nos fragmentos pequenos, verifica-se um baixo número de espécies de aves, por exemplo, em relação aos fragmentos maiores e que algumas espécies ocorrem apenas nos fragmentos pequenos e médios, ocasionando um índice de extinção local que pode variar de 30% a 70% do total de espécies regional, como observado nos municípios de Uberlândia e Araguari, estado de Minas Gerais (MARINI, 1996). GASCON (1996), relata os resultados de 15 anos de pesquisa sobre os efeitos da fragmentação em floresta amazônica, que “mostram uma suite de efeitos negativos associados à fragmentação da floresta”. Houve diminuição da riqueza de vários grupos taxonômicos (aves, besouros, formigas e vespas), de acordo com o tamanho do fragmento. Em outros grupos (mamíferos, sapos e borboletas) o número de espécies aumentou após a fragmentação. Processos ecológicos importantes, tais como polinização e decomposição são afetados, além de que efeitos graves associados à criação da borda do fragmento surgem, ocorrendo um aumento na temperatura e uma baixa de umidade numa faixa de 60 a 80 metros da borda. Essas modificações microclimáticas provavelmente são responsáveis pelo aumento na mortalidade e nos danos observados em árvores localizadas próximas a borda do fragmento. Todos estes aspectos servem como base para podermos fazer uma avaliação da situação florestal regional, que é crítica, e observarmos que restaram apenas fragmentos de floresta em toda a região, com o predomínio do uso da terra para a cultura de grãos de um modo geral, para a cultura da cana-de-açúcar ou para a bovinocultura. Isto torna mais difícil a manutenção da qualidade ecológica dos Encarte III 24/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 fragmentos florestais que restaram face ao empobrecimento genético a que estão sujeitos ao longo do tempo. 4.1.2. Propostas para a proteção e recuperação da fauna Propostas específicas para grupos de fauna tem um peso inferior numa região em que há uma fragmentação florestal excessiva, como a região em questão, onde já houve uma exploração dos produtos da floresta e uma conversão destas em agricultura. É preciso presumir que já houve um impacto sobre a fauna local e que medidas visando a recuperação dos ambientes florestais e manutenção dos ainda existentes, serão mais eficientes do que projetos isolados, salvo aqueles restritos a questões específicas em áreas muito bem estudadas ecologicamente. Para tanto, são necessárias informações sobre ocorrência dentro do Parque Estadual Lago Azul e no seu entorno, de grupos que não possuam registros atualizados para a UC (mamíferos, répteis, anfíbios e artrópodos em geral). Este tipo de informações poderá embasar propostas de conexão dos fragmentos existentes ao redor do Parque Estadual Lago Azul. MIKICH, SILVA & MOURABRITTO (1999), sugerem metodologias de desenvolvimento de trabalhos com essa finalidade além de propostas futuras de ação com base nas informações existentes sobre frugivoria (aves e mamíferos) e espécies fornecedoras de frutos, oriundas do Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo, em Fênix. A metodologia poderá ser adaptada e utilizada para o PELA. Programas de governo voltados ao restabelecimento de florestas ciliares também são relevantes, a fim de complementar ações com desenvolvimento de palestras nas escolas da região sobre a importância da recuperação das florestas e a conservação da biodiversidade. Considerando que existem rodovias que cortam a região (BR-487), é necessário o desenvolvimento de programas de proteção da unidade de conservação em relação à rodovia e, de imediato, sejam implantados redutores de velocidades, cercas ou outros recursos que possam atenuar o impacto desta sobre a fauna local. Paralelamente a isso, é necessário a realização de estudos para avaliar o impacto da rodovia sobre a fauna (quantidade de indivíduos mortos por espécie e num período determinado). O manejo futuro da área, tanto da flora como da fauna, somente será possível se houver informações básicas que possibilitem a realização de trabalhos que envolvem a interferência no ecossistema, e que tipo de benefícios advirão desta interferência. BORRINI–FEYERABEND, 1997 esclarecem que manejo participativo ou manejo compartilhado é usado para descrever uma situação na qual alguns ou todos os interessados pertinentes a uma determinada área estão envolvidos de forma substancial com as atividades de manejo. Desta forma, é absolutamente necessário que sempre que possível haja a participação da comunidade nos projetos de Encarte III 25/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 conservação da biodiversidade e todas as propostas de manejo possam vir a ter o apoio da comunidade, de uma forma ou outra, determinando parcerias positivas e que diminuam o esforço de conservação aumentando a amplitude de sensibilização. 4.2. ICTIOFAUNA O processo de barramento de rios para a construção de represas causa inúmeras alterações no ambiente aquático, tanto quanto as suas características físicas, como químicas e biológicas. Estas mudanças ambientais acarretam consideráveis modificações na estrutura das assembléias aquáticas, adaptadas ao meio lótico, em especial na distribuição, reprodução, alimentação e recrutamento da ictiofauna (O`BRIEN, 1990 apud LUIZ, 2000). Considerando que o nível de impacto sobre a diversidade biológica é fortemente influenciado pelas características locais, as assembléias de peixes de reservatórios são resultados de um processo de reestruturação das populações de peixes que originalmente ocupavam os rios, com alterações na composição e abundância de espécies, com proliferação de algumas e redução ou eliminação de outras. Assim, os impactos de barramento de rios podem ocasionar a extinção local ou regional e, se tratando de espécies endêmicas, a extinção de algumas espécies. De maneira geral, os represamentos levam a diminuição do número de espécies das comunidades de peixes, com a eliminação total ou parcial das espécies de grande porte (migradoras) e substituição por outras de menor porte e com características oportunistas (LUIZ, 2000). A fauna de peixes do atual local onde encontra-se o Reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão I – Lago Azul, não foram estudadas, avaliadas ou descritas antes do barramento, o que impossibilita qualquer comparação dos efeitos impactantes do processo de transformação do ambiente lótico para lêntico na assembléia de peixes. Reconhece-se, entretanto, que os efeitos do barramento, potencializado por ações antropogênicas em escala local e regional, como por exemplo, a pecuária, agricultura com emprego maciço de agrotóxicos, má conservação dos solos, pesca predatória, introdução de espécies exóticas e outras, impactaram de forma severa as comunidades aquáticas do local. 4.2.1. As espécies da Ictiofauna do Lago Azul Em um exaustivo trabalho de levantamento da ictiofauna do Reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão I – Lago Azul, realizado por pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura – NUPÉLIA, da Universidade Estadual de Maringá - UEM, em especial o levantamento realizado por LUIZ, (2000) para elaboração da dissertação de mestrado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, foram registradas as espécies arroladas na Tabela III.5. Encarte III 26/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela III.5. Espécies registradas no Reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão I – Lago Azul (Fonte: LUIZ, 2000) ESPÉCIE NOME POPULAR ORDEM CYPRINIFORMES Família Cyprinidae Cyprinus carpio* ORDEM CHARACIFORMES Família Prochilodontidae Prochilodus lineatus Família Anastomidae Leporinus elongatus Leporinus obtusidens Carpa-comum* Corimbatá ou Curimba Piapara Piavussu ESPÉCIE NOME POPULAR Família Erythrinidae Hoplias aff. Malabaricus Hoplias lacerdae* Família Characidae Astyanax bimaculatus Astyanax scabripinnis Astyanax sp. Piaractus mesopotamicus Oligosarcus paranensis Traíra Trairão* Lambari Lambari Lambari Pacu Saicanga ORDEM SILIRIFORME Família Pimelodidae Rhamdia quelen Família Loricariidae Hypostomus ancistroides Hypostomus commersonii Bagre ou Jundiá Cascudo Cascudo ORDEM GYMNOTIFORME FamíliaGymnotidae Gymnotus cf. sylvius Morenita ou Tuvira ORDEM PERCIFORMES Família Centrarchidae Micropterus salmoides* Família Cichlidae Crenicichla britskii Geophagus brasiliensis Oreochromis niloticus* Tilapia rendalli* Black-bass* Joaninha Cará Tilápia-do-nilo* Tilápia* * Espécies introduzidas LUIZ (2000) comparou a ictiofauna de pequenos reservatórios no Estado do Paraná, sendo que a riqueza de espécies encontradas no Lago Azul (20 espécies) está muito próxima a encontrada nos reservatórios de Capivari (23) e Fiú (22) e com valores muito superiores aos reservatórios de Guaricana (13), Patos (12) e Alagados (8). Os valores de riqueza de pequenos reservatórios são muito inferiores quando Encarte III 27/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 comparados a outros reservatórios de grande porte, como por exemplo 34 e 36 espécies encontradas nos reservatórios de Segredo e Areia no rio Iguaçu, 116 espécies encontradas em Tucuruí e 214 encontradas no reservatório de Curuá-Una, na Amazônia Central (AGOSTINHO et al.,1997; ARAÚJO-LIMA et al., 1985 e VIEIRA, 1982 apud LUIZ, 2000 ). Alguns levantamentos ictiofaunísticos realizados em reservatórios do Brasil, incluindo a bacia do rio Paraná, demonstram um gradativo empobrecimento da riqueza e queda da diversidade de peixes. Isso pode ser decorrente do efeito deletério exercido pelos reservatórios sobre as comunidades de peixes. Para o Lago Azul esse fator somado a idade do reservatório (37 anos), pesca predatória e a outros efeitos antropogênicos, podem explicar a baixa riqueza e diversidade (LUIZ, 2000). 4.3.1.Impactos sobre a ictiofauna 4.3.1.1. Pesca A atividade de pesca realizada no Lago Azul, mesmo na forma de pesca desportiva, trás um efetivo impacto sobre a fauna ictiológica pelo simples fato da retirada de indivíduos da população do reservatório. Mas a pesca realizada de forma furtiva e predatória, continua sendo a que mais impacta a comunidade de peixes do lago. Outro fato bastante problemático com relação a pesca é quando ela é realizada nos períodos de reprodução das espécies , outro fato que é importante salientar é a sazonalidade do reservatório que implica em desníveis muito acentuado do fluxo d’água, quando este desnível coincide com período de desova dos peixes compromete significativamente a população destes no reservatório (verificar possibilidade de indicativo junto a COPEL para estabilidade do nível do reservatório em período de piracema). Mesmo quando a legislação que protege o período de piracema é cumprida, essas leis nem sempre são sincrônicas com os processos biológicos de reprodução, ocorrendo, então, impactos sobre a fauna aquática no período mais importante para a manutenção do estoque pesqueiro. 4.3.1.2. Problemas decorrentes do uso agrícola das áreas marginais do reservatório O processo de utilização das áreas marginais e do entorno do reservatório, principalmente com a agricultura intensiva, vem impactando de forma contínua e ininterrupta a comunidade de peixes do lago. O grande problema da agricultura intensiva, além das profundas alterações do ambiente natural provocada em seu processo de implantação, é que ela se viabiliza somente com a utilização massiva de agroquímicos. Esses, em especial os agrotóxicos, ao serem aplicados nas lavouras, derivam ou são arrastados pelas águas pluviais para o reservatório, provocando, muitas vezes, a morte da fauna aquática ou sendo incorporados na cadeia alimentar, tanto da comunidade aquática como, também, do homem. Encarte III 28/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 4.3.1.3. Problemas decorrentes do uso urbano das áreas marginais do reservatório Ao redor do reservatório da Usina Mourão I – Lago Azul existem diversos loteamentos urbanos com finalidades residenciais para moradia ou lazer. A impermeabilização do solo provocado pelas edificações e calçamentos, que evita a infiltração de água no sub-solo e promove o conseqüente aumento do escorrimento superficial e dos processos erosivos, somados aos efluentes domésticos que chegam ao lago, promovem o enriquecimento da coluna d´água, podendo desencadear um processo de eutrofização do reservatório. Eutrofização é o aumento da concentração de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, nos ecossistemas aquáticos, e tem como conseqüência direta o aumento de sua produtividade. Como decorrência deste processo, o ambiente passa da condição de oligotrófico e mesotrófico para eutrófico ou mesmo hipereutrófico. Este é um processo dinâmico, no qual ocorrem profundas modificações qualitativas e quantitativas nas comunidades aquáticas, nas condições físicas e químicas do meio e no nível de produção do sistema. Como conseqüência o ecossistema passa a produzir mais matéria orgânica do que é capaz de consumir e decompor, o que produz profundas alterações no metabolismo do ecossistema, com impactos sobre a ictiofauna. 4.3.1.4. Introdução de espécies exóticas Em passado recente, quando estava em “moda” projetos de repeixamentos de lagos artificiais, foram introduzidos no reservatório na Usina Hidrelétrica Mourão I – Lago Azul, de forma deliberada ou acidental, várias espécies de peixes exóticos. De acordo com AGOSTINHO et al. (1999) tais projetos se realizaram na tentativa de se buscar compensar os prejuízos ictiofaunísticos decorrentes dos represamentos com a introdução de espécies. Ou seja, na ânsia de minimizar os danos causados por uma ação impactante (as alterações nos habitats), implementou-se outra (a introdução de espécies). Ainda, conforme os autores, a introdução de espécies é uma forma de poluição (poluição biológica) e o ingresso de novos indivíduos de uma espécie exótica, contribui, de qualquer forma, para o aumento dos riscos ambientais. As espécies atualmente encontradas no Lago Azul são a tilápia-do-nilo Oreochromis niloticus, a tilápia-comum Tilapia rendalli, a carpa-comum Cyprinus carpio, trairão Hoplias lacerdae e o black-bass Micropterus salmoides. Não existem estudos para dimensionar os impactos que essas espécies provocaram e provocam no meio aquático, mas é consenso entre pesquisadores que espécies introduzidas (i) competem em condições de vantagem com as espécies autóctones pela busca de alimentos; Encarte III 29/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 (ii) por não possuírem ou terem poucos predadores naturais, estabelecem com facilidade em novos ambientes, desalojando as espécies residentes autóctones; (iii) tem maiores chances de proliferar-se de forma descontrolada; (iv) podem introduzir e disseminar novas doenças ou parasitas para as espécies locais, entre outros. 4.3.1.5. Problemas decorrentes do manejo do reservatório O reservatório da Usina Mourão I tem como finalidade principal a produção de energia elétrica. Para que ocorra a geração de energia de acordo com as necessidades demandadas pelas agências distribuidoras, o nível do reservatório sofre grandes oscilações. Uma das conseqüências direta desses níveis de oscilação é a dificuldade para o estabelecimento da vegetação aquática (macrófitas) nas margens do lago, em especial as macrófitas aquáticas flutuantes livre e enraizada. Esses grupos de macrófitas aquáticas são de reconhecida importância no processo de produção primária e como fonte de alimentação e locais para abrigo e reprodução da fauna ictiológica. O não estabelecimento dessa vegetação aquática certamente determina uma diminuição de habitats para a reprodução e manutenção das populações da fauna ictiológica do lago. Além da região que marca o fim do reservatório e o início do rio onde formam remansos e lagoas marginais de importância fundamental para a fauna aquática e terrestre, a área conhecida como “paliteiro”, que é o local onde ainda existem troncos das árvores parcialmente submersas, é reconhecida como de importância fundamental para suprir, em parte, a falta de habitat e locais para abrigo da ictiofauna, razão pela qual a mesma deve ser protegida. 5. Patrimônio Cultural Material e Imaterial 5.1 A ENERGIA ELÉTRICA EM CAMPO MOURÃO A partir de 1940 se evidencia na região de Campo Mourão uma conjuntura econômica de expansão. Novas levas de colonos começam a se estabelecer e intensificar atividades comerciais, agro-pastoris, como o plantio de café, a criação de gado suíno e, principalmente, atividades industriais que se fixariam através do ramo madeireiro. Este quadro implicou numa demanda de serviços de infraestrutura, como o abastecimento de energia, da qual até então não existia em Campo Mourão. Encarte III 30/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura III.7 - Acervo: Assessoria de Imprensa da COPEL – Curitiba/PR A energia elétrica se efetuou com a instalação da Usina São João, no rio Mourão. A usina hoje, em estado de ruína, encontra-se dentro dos limites do Parque Lago Azul. Poucas são as informações a respeito da primeira Usina Hidrelétrica de Campo Mourão. Os dados obtidos se deram através de depoimentos, como o de Osvaldo Urbano Hoose. Com 84 anos, foi operador da Usina São João, também conhecida na época como Usina Piloto da qual trabalhou a partir de 1948. A data da sua construção não pode precisar, mas a sua desativação ocorreu quando foi implantada a Usina Mourão I, na década de 1960.1 Osvaldo Hoose era contratado pelo então Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE. O Departamento, também criado em 1948, no governo de Moysés Lupyon, foi o primeiro órgão estatal a intervir no campo da energia elétrica, pois até este momento a eletrificação paranaense estava a encargo da iniciativa privada. O DAEE. através do Plano Hidro-Elétrico Paranaense procurou centralizar a produção elétrica efetivando um conjunto de obras e medidas, entre as quais, a implantação de linhas de transmissão e construção de novas centrais. Figura III.8 - Osvaldo Urbano Hoose (em primeiro plano) Foto: Acervo da CPC-SEEC Campo Mourão – Pr / 2001 1 HOOSE, entrevista: 16/05/2001. Encarte III 31/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Estas centrais elétricas deveriam inicialmente atender núcleos considerados na época promissores, pois justificariam economicamente tal investimento governamental. Campo Mourão foi uma destas regiões priorizadas pelo Plano através da Usina São João com 7800 HP e 5816 KW 2 Através do processo de eletrificação intensifica-se a exploração dos recursos naturais de Campo Mourão, principalmente, pelas indústrias de extração e de beneficiamento madeireiro. Hoose recorda de algumas serrarias que se utilizavam da energia da São João, como por exemplo, a Trombini, a Salvatori, a Klauri. Tornou-se evidente que a potência desta Usina não estava sendo suficiente para atender não só os empreendimentos industriais, como os urbanísticos. De acordo com Augusto Paulovski, que foi marceneiro-chefe na construção da Usina Mourão I, a cidade de Campo Mourão era pouco iluminada, direcionava-se apenas para as ruas principais. Desta forma foi projetada uma Usina maior que atendesse a demanda local como de toda região, que veio a constituir a MOURÃO I. FiguraIII.9 - Augusto Paulovsk Foto: Acervo da CPC/SEEC Campo Mourão – PR / 2001 A Central Hidrelétrica Mourão I teve a sua idealização em 1949 sob a responsabilidade do DAEE 3 Não foi possível indicar o início de suas obras, nem o momento em que elas foram paralisadas. Contudo no ano de 1958 a COPEL assumiu o empreendimento pela concessão obtida do governo federal3. A partir deste momento a Usina Mourão I passa para a responsabilidade da Companhia Paranaense de Energia Elétrica - COPEL. A COPEL criada em 1954, no governo de Bento Munhoz da Rocha Neto, “... aos poucos foi assumindo as funções do DAEE, tanto na área de planejamento e construção de usinas como na área de distribuição”. 4 Caberia a Companhia a responsabilidade da construção de grandes sistemas hidrelétricas previstos no Plano de Eletrificação do Paraná. 2 UFPR, 1994. p. 98. Mourão PR 3 PARANÁ. 1999. p.02 4 UFPR, 1994. p. 120. Encarte III 32/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura III.10 - Detalhes da construção da MOURÃO FOTOS do acervo da Assessoria de Imprensa da COPEL - Campo Mourão PR Assim a hidrelétrica teve suas obras retomadas em 1961 e a sua finalização no ano de 1964. Conforme o depoimento de Augusto Paulovski, a empresa responsável na obra civil foi a Aranha S/A, do qual era contratado. Paulovski confirma que a data final seria 1963, período que considerou muito curto para o término da construção: “... daquela vez era pra valer (...) não havia feriados, nem finais de semana. Tanto que contrataram-se mais de 300 operários, dos quais foram instalados na “Vila dos Operários”. Paulovski chefiou a construção das moradias, para os operários e suas famílias residirem. Esta Vila comportou aproximadamente 90 casas, mais os barracões e oficinas e, até um espaço para a escola foi determinado 5. Segundo Paulovski, “do pessoal que trabalhava lá, tinha o mundo inteiro, gente da Bahia, Ceará, Londrina, Maringá, tinha gente dos municípios vizinhos e até um argentino.” No Parque Lago Azul ainda hoje encontram-se vestígios de algumas habitações, como também remanescentes de plantações como limoeiros, laranjeiras, plantação de chuchu, entre outros. 5 FONSECA, entrevista: 16/mai/2001. Encarte III 33/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura III.11 - Dolores G. de Medeiros e Nelson Fonseca Foto: Acervo da CPC/SEEC Campo Mourão – PR / 2001 O sistema do rio Mourão só conseguiu se efetivar no primeiro governo de Ney Braga adotando um novo Plano de Eletrificação do Estado, procurando sanar o problema da precariedade de energia elétrica em muitas regiões do Estado, inclusive na região de Campo Mourão. No Relatório da COPEL, do ano de 1964, destaca-se o empreendimento da Mourão I sendo um dos primeiros na região, efetivados por esta Companhia: Em solenidade que contou com a presença do Ministro das Minas e Energia, Engenheiro Mauro Thibau, o Governador Ney Braga inaugurou, no dia 08 de novembro do ano passado, a Usina Hidrelétrica Mourão I, colocando em operação a sua primeira unidade. Com potência final de 8.500 KW. Mourão I é a maior central hidrelétrica construída e posta em funcionamento por esta Empresa, devendo atender a ampla área do Centro – Oeste do Estado. Campo Mourão e Peabiru começam desde logo a ser abastecidos, enquanto já tratamos de levar a energia da mesma usina a Araruna e Engenheiro Beltrão. A instalação de novas unidades geradoras, cujo recebimento foi iniciado em fins de dezembro, da Itália, permitirá à usina, completada a sua potência, suprir vários outros municípios, entre os quais, Jussara, Terra Boa, Cianorte, Cidade Gaúcha, Guaporema, Rondon e São Tomé. As usinas são antes demais nada, de fundamental importância histórica, pois caracterizaram-se como os primeiros empreendimentos urbanos não somente para a comunidade mourãoense como de toda região. De formas diferenciadas pessoas participaram e vivenciaram desta empreitada que foi a efetivação da eletricidade em Campo Mourão. Suas memórias, devem ser resgatadas, para não se perderem no tempo, pois desta forma a comunidade sem referenciais, poderá perder o reconhecimento de seu próprio patrimônio cultural. Foram levantados programas e proposta a fim de valorizar a história e cultura da região, estas propostas estão no Planejamento. Encarte III 34/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 6. Situação Fundiária A situação fundiária do PELA está na fase de elaboração de mapas com os perímetros da área para identificação da área total e posterior processo de negociação de transferência do patrimônio da COPEL para a SEMA/IAP; 7. Fogo e Outras Ocorrências Excepcionais Em meados da década de 80 houve dois incêndios florestais de grande monta (1982/1986) que atingiu mais de 200 ha de floresta em diversos estágios de formação, a partir deste momento foram desenvolvidos projetos de recuperação com plantio de arvores e o desenvolvimento do Projeto Madeira numa área amostral de 10 ha. No ano de 2000 foi registrado através de observações práticas de campo a ocorrência de 11 geadas consecutivas o que também provocou um grande desfolhamento da floresta e a morte de indivíduos da flora mais sensíveis; 8. Atividades Desenvolvidas na Unidade de Conservação 8.1 ATIVIDADES APROPRIADAS 8.1.1. Fiscalização As atividades de fiscalização no PELA compreendem algumas rotinas, pois se evidencia a necessidade de trabalhos periódicos de controle e monitoramento, quer em incursões terrestres, quer em incursões por água. Além disso, envolvem atividades de monitoramento e controle na Zona de Amortecimento, com prioridade para as RPPNs. Fiscalização por terra: consiste na realização de incursões nas divisas e interior da UC e no seu entorno imediato, podendo ocorrer no período diurno ou noturno. Nestas incursões é observada a presença de estranhos, são desativadas armadilhas, monitoradas áreas com facilidade de acesso de caçadores e realizadas atividades de policiamento, dentre outras atividades. Freqüência: Semanalmente, podendo ocorrer diariamente quando são observadas situações de risco, tais como: Presença de vestígios de pessoas estranhas, risco de incêndio florestal entre outros; Fiscalização por água: consiste na realização de incursões com embarcação no Reservatório para controle de pesca na área compreendida pela UC. Geralmente esta atividade é realizada no período diurno, podendo ser realizada no período noturno. Nestas incursões é observada a presença de pescadores, realizada a apreensão de materiais predatórios e a orientação aos pescadores, bem como são investigados indícios de atividade de caça de animais silvestres e desativadas Encarte III 35/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 eventuais armadilhas encontradas. Freqüência: Semanalmente e diariamente quando observado indícios de pratica de pesca predatória nas imediações da UC. Estas atividades muitas vezes são realizadas em parceria com a Polícia Florestal e a Polícia Militar. Controle e monitoramento de animais domésticos: consiste na realização de incursões por terra no interior do PELA e imediações para coibir o acesso de cães domésticos. Nestas incursões é observada a presença de cães domésticos e a ação destes sobre a fauna. Inicialmente é identificado o proprietário do animal, que é orientado a mantê-lo dentro de sua propriedade. Posteriormente, caso esta medida não produza resultado satisfatório e o cão volte a invadir a UC para caçar, há a necessidade de erradicação pelo impacto causado a fauna silvestre. Freqüência: semanalmente e/ou sempre que houver indícios da presença destes animais no interior da UC. Fiscalização, manutenção e monitoramento de aceiros para prevenção e combate a incêndios florestais: consiste em atividades de monitoramento das divisas e atividades de limpeza e manutenção de aceiros para prevenção de incêndios. Em caso de incêndios florestais, ações de combate são colocadas em prática. Freqüência: Nos períodos de maior risco este monitoramento ocorre diariamente, já à limpeza dos aceiros é realizada sazonalmente. As atividades são intensificadas nos meses de inverno, principalmente no mês de agosto, em função dos baixos índices de pluviosidade e umidade relativa do ar e conseqüentemente aumento do risco de incêndios florestais. 8.1.2. Pesquisa Os projetos de pesquisa realizados no PELA, encontram-se descritos a seguir: Avifauna A partir de 1998 até 2000, P. Scherer-Neto e colaboradores, iniciaram estudos sobre a avifauna do Parque Estadual Lago Azul (Scherer-Neto, 2001), relacionando 233 espécies de aves para o parque. Anexo III.11 Projeto Madeira Projeto inicialmente desenvolvido com objetivo de avaliação econômica de espécies da flora brasileira, com área de 10 ha, atualmente encontra-se em pleno desenvolvimento dos espécimes e a alteração da avaliação econômica para área de recuperação. Uma vez que não foram realizados estudos de acompanhamento dos indivíduos e a área onde está implantado o Projeto estar localizado lindeiro ao córrego/lago interno utilizado para abastecimento de água na sede do PELA, viveiro e associação dos funcionários da COPEL (sede), nesta área deverá ser realizado um programa de recuperação com espécies nativas. Encarte III 36/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Ictiofauna Foi realizado um levantamento da ictiofauna do Reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão I – Lago Azul, realizado por pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e aqüicultura – Nupélia, da Universidade Estadual de Maringá, em especial o levantamento realizado por LUIZ, (2000) para elaboração da dissertação de mestrado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais. Arboreto O projeto arboreto, implementado pela EMBRAPA – Florestas deve ser resgatado, de forma a não perder informações e realizar um melhor aproveitamento e manejo destas espécies exóticas. Nesta área deverá ser realizado um programa de recuperação com espécies nativas. 8.1.3. Visitação/Educação Ambiental A visitação por parte do público em geral ocorre preferencialmente nos finais de semana, quando moradores da região vão ao Parque para realizar caminhadas pelas trilhas existentes, e a grande maioria dos visitantes são de escolares dos mais variados níveis. No gráfico abaixo (fig. III.12) apresenta-se o número de visitantes por ano, apenas no ano de 2004 foi somente até julho. FIGURA III.12 – Gráfico de visitantes do PELA Gráfico de Visitantes Parque Estadual Lago Azul 3250 3050 2238 2011 1870 1055 1 ANO/99 ANO/00 ANO/01 ANO/02 ANO/03 ANO/04 O atendimento de grupos organizados, principalmente os escolares, são realizados no centro de recepção, onde recebem informações gerais sobre o Parque com apresentação de mini-palestras, vídeo educativo e exposição de painéis. Na Encarte III 37/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 seqüência um monitor educador ambiental acompanha o grupo para visitação em trilhas interpretativas da natureza, possuindo nesta UC duas opções para caminhada, sendo: • “Trilha Peroba” nesta os aspectos físicos, biológicos deste ambiente natural é explorado de maneira que possa ser repassado conhecimentos ao grupo visitante, diversas paradas são realizadas com o objetivo de conhecer o local visitado. A trilha peroba tem 3.850 metros onde o visitante tem a oportunidade de vislumbrar diversos ambientes com características próprias, passando por uma cascata e o lago interno, onde são abordadas informações sobre a importância das matas ciliares. • “Trilha Aventura” com 3.500 metros de extensão, trata-se de uma trilha rústica, com acesso monitorado por guias e visitação às cachoeiras Salto Belo, Salto São João e ruínas da Usina São João, sendo estes importantes atrativos desta UC. A flora e fauna se destacam pela beleza e diversidade tornando o passeio muito agradável. Figura III.13 - Salto São João Foto: Rubens Lei P. de Souza Encarte III 38/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura III.14 - Salto Belo Foto: Rubens Lei P. de Souza 8.1.4. Relações Públicas/Divulgação Dentre as atividades de relações públicas desenvolvidas no PELA, os funcionários realizam contatos diretos e freqüentes com moradores do entorno para orientá-los a respeito da prevenção de incêndios florestais e do controle de cães domésticos e atividades ilegais, como caça, pesca e corte de espécies florestais. As dependências do PELA são utilizadas para realização de cursos e reuniões promovidos, principalmente, pela EMATER, Ministério Público e das Prefeituras de Campo Mourão e Luiziana, e para promoção de eventos de empresas privadas e reuniões com os moradores do entorno para instrução e repasse de informações. Além disso, são promovidos cursos e palestras para alunos da rede pública municipal e estadual. 8.2 ATIVIDADES OU SITUAÇÕES CONFLITANTES 8.2.1. Animais domésticos Não é comum a presença de animais domésticos, mas observa-se vestígios de cães, no interior do PELA. Estes são oriundos das propriedades do entorno direto. Os Cães e gatos domésticos, além de predadores de espécies nativas de aves, mamíferos, répteis e anfíbios de pequeno e médio porte, afugentam e perseguem animais de maior porte, incluindo nesse grupo veados, catetos, gatos-do-mato e cachorros-do-mato. Aqueles que não conseguem subir em árvores (p.ex. gatos-domato, coatis, macacos) ou abrigar-se em locais seguros, como tocas (p.ex. pacas, tatus, cutias) - embora os cães consigam cavar e adentrá-las, estão mais sujeitos a mortalidade (p.ex. veados, porcos-do-mato, tamanduás-mirim). Encarte III 39/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Além disso, espécies domésticas são reservatórios e vetores em potencial de uma série de zoonoses transmissíveis a espécies nativas. 8.2.2. Ocupação posseiro e área urbana Existe na área do PELA a ocupação de uma área lindeira a rodovia BR-487, com uma ação de reintegração de posse impetrada na Justiça da Comarca e em fase final de processo, há também a ocupação relativa a cota de segurança do reservatório e áreas lindeiras a zona urbana, este também com sentença final proferida pela Justiça Federal Vara de Campo Mourão, como a maioria dos proprietários recorreram da sentença este procedimento atualmente esta em fase de analise no Tribunal Regional de Porto Alegre. 8.2.3. Linha de transmissão Existe na área do PELA um sistema de transmissão de energia por postes interligando a Casa de Máquina a rede federal e esta ao parque Industrial da COAMO, estas redes tem provocado alterações significativas no ambiente uma vez que são realizadas manutenções com corte raso da vegetação o que tem ocasionado a abertura de grandes clareiras no interior da floresta e a facilidade para surgimento de espécies oportunistas da flora (cipós, lianas, taquaras, samambaias entre outros). 8.2.4. Rodovia A rodovia BR-487 faz limite com o parque num trecho de mais de 2 Km separando a área de floresta da região da bota das demais áreas do parque. Esta rodovia tem provocado um impacto considerável no parque principalmente com relação a fauna pois atropelamentos são constantes. Está em fase final de elaboração um projeto de pesquisa, por parte desta unidade, em relação ao numero de animais atropelados, espécie e medidas mitigadoras. Este projeto esta sendo elaborado pelo estagiário de Biologia do CIES Marcio Ney Wenceslau. 8.2.5. Estrada de acesso a Usina Esta estrada possui fluxo razoável de veículos, pois é a única forma de acesso a casa de máquinas da PCH – Mourão, com restrição de acesso para pessoas não funcionários. Observa-se que a velocidade implementada pelos veículos pode causar risco de atropelamento de animais silvestres e até mesmo causar preocupação ao publico visitante, pois para acessar a trilha Aventura é necessário realizar travessia desta estrada interna. É necessário readequar as sinalizações existentes para melhor orientação dos motoristas e usuários da unidade. 8.2.6. Aceiros Os aceiros foram feitos pela COPEL, pois havia um histórico de incêndios, após criado o Parque estes aceiros foram mantidos por poucos funcionários e deficiência de equipamentos. Atualmente o Parque conta com equipamento e pessoal existente. Deverá ser realizado estudo para determinar os locais mais apropriados Encarte III 40/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 para os aceiros, e os que não houverem necessidade deverão ser recuperados com espécies da flora nativa. A manutenção dos aceiros é realizada mensalmente, no inverno pode ser mais intenso pelo risco de incêndios e no verão existe a possibilidade de se realizar a manutenção a cada 15 dias pela estética. 8.2.7. Tubulação adutora A tubulação adutora foi construída em meados do ano de 1957 em concreto armado possui um diâmetro de 2.000 metros, tem uma extensão de 800m e capacidade de vazão de 16.4m3 por segundo, conduzindo a água até o chaminé de equilíbrio e posterior até a casa de máquinas da PCH Mourão. 8.2.8. Contaminação e alteração das propriedades químicas da água O PELA apresenta os seus limites na porção sul com o rio Sem passo e áreas rurais particulares no município de luiziana e na porção oeste com o rio Mourão divisando com terras da Pasta Mecânica Hensa e outras propriedades rurais, e a leste com terras da Fazenda Onça Parda entre outras propriedades rurais e ao norte com terras da Fazenda Guerreiro, área de terras da COPEL e com a faixa de domínio do reservatório da PCH Salto Natal. Uma vez que toda a microbacia hidrográfica do reservatório sofre uma grande pressão com fins de atividades agrícolas há que se observar invariavelmente contaminação para o ambiente lacustre, embora que todas as propriedades rurais lindeiras ao reservatório que faz uso de agricultura extensiva trabalharem com alto nível tecnológico apresentando controle de erosão e plantio direto e os rios e córregos afluentes do reservatório apresentarem em grande parte de suas margens matas ciliares, é verificado na foz dos rios Mourão e Sem Passo processos de assoreamento (sedimentação) mais acentuados. 8.2.9. Estrada divisora limite com a Fazenda Onça Parda Trata-se de uma estrada vicinal de chão, onde se faz necessária a readequação, pois observa-se pontos de erosão com formação de vossoroca. Há também uma área fora do Parque com lençol freático muito raso (fundo de vale que origina córrego interno do PELA. 8.2.10. Caça e pesca ilegais As atividades relacionadas a caça e pesca na UC são controladas, porem necessita de se apresentar estudos para minimização de impactos, principalmente em relação à pesca amadora uma vez que o Zoneamento do Reservatório permite esta pratica, com elaboração de cartilhas educativas e orientações, entre outras ações necessárias; Em relação à caça de animais silvestres podemos destacar as regiões compreendidas pela foz dos rios Mourão e Sem Passo como as áreas mais ameaçadas e com maior pressão de caça, pois nestes locais existe formações Encarte III 41/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 típicas de estuários o que facilita a manutenção de animais silvestres com relação a ambientes de formação pantanosa e com grande desenvolvimento de espécies de gramíneas que propiciam alimentos, local para esconderijo e reprodução. Dentre as espécies mais ameaçadas isto é que sofrem maior pressão com relação a praticas predatórias podemos destacar: • Aves canoras e outras: Azulão, Sabiá, Trinca Ferro, Pássaro Preto, Jacu, Pomba Asa branca, Maritacas entre outras; • Mamíferos: Paca, Cotia, Veado Pardo, Capivara, Tatu, entre outras; • Ictiofauna: Espécies exóticas – Tilápia, Carpa, Black Bass; Espécies Nativas – Corimba, Pacu, Jundiá entre outras; As atividades de fiscalização ocorrem rotineiramente no interior do PELA e no seu entorno imediato, sendo estas incursões apoiadas pela Polícia Florestal e pela Polícia Militar local; 9. Aspectos Institucionais da Unidade de Conservação 9.1 PESSOAL O atual gerente do PELA, Rubens Lei Pereira de Souza, reside em Campo Mourão e trabalha com Unidades de Conservação desde 1991 e está na gerência desde 1998, acumulando a função de gerente do Parque estadual Vila Rica do Espírito Santo – Fênix. É formado em geografia pela Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR, especialista, Planejamento e Gerenciamento do Meio Ambiente na UNESPAR. Participou de diversos cursos sobre manejo e gerencia de Unidades de Conservação. O PELA conta atualmente com onze funcionários, sendo: • Gerente, com formação acadêmica em Geografia e especilista em Educação Planejamento e Gerenciamento do Meio Ambiente pela FECILCAM de Campo Mourão; • Estagiários: (01) Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas pelo CIES de Campo Mourão, contratado pelo IAP/CIEE e (01) Acadêmico do Curso de Pedagogia pelo IESD, contratado em parceria com o município de Luiziana/CIEE; • Zeladora contratada pelo IAP, serviço terceirizado pela Empresa Alternativa Serviços de limpeza Ltda; • (07) Operários Rurais, contratados pelo IAP, serviço terceirizado Empresa MG Pinto Serviços de Segurança Ltda Encarte III 42/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 9.2 INFRA-ESTRUTURA, EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS 9.2.1. Infra-estrutura existente • Centro de Recepção de Visitantes com aproximadamente 400 m2, possuindo auditório com quarenta e cinco lugares, TV, vídeo, retroprojetor e sistema de ar condicionado; Biblioteca com diversos títulos relativos as questões ambientais e uma pequena video-teca; Duas salas para reuniões com vinte lugares cada; Alojamento para pesquisadores; Pequena cozinha para atendimento de visitantes e pesquisadores que eventualmente vem ao Parque. • Possui duas trilhas interpretativas da natureza que são: Trilha Peroba: Com percurso de aproximadamente 3.850 m mostrando diversos estágios da Floresta Estacional e Ombrofila Mista; Trilha Aventura: Com percurso de aproximadamente 3.500 m mostrando diversos aspectos da vegetação ripariana, Ruínas da Usina São João e as Cachoeiras Salto Belo e Salto São João no Rio Mourão. • Possui duas casas de madeira, para guarda – parque e administração. 9.2.1.1. Veiculo e Equipamentos disponíveis no PELA • Veiculo utilitário marca FIAT – modelo Fiorino, ano 1991/1992, à gasolina, placa nº ACK-4503 . • Trator agrícola, marca Yanmar, modelo 1045, de 3 cilindros, à diesel. • Carreta agrícola para trator Irrimaq com capacidade para 4 toneladas. • Roçadeira agrícola de acoplar no trator, marca Lavrale, modelo AT 8130GL-I. • Carreta para barco placa nº AHT-2234. • Motor de popa de 25 hp, marca Selva . • Barco de alumínio com 6 m de comprimento borda média • Sistema de radio comunicação, com uma torre de 15 m de altura, antena, radio base e um radio portátil (HT) 9.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA, é o órgão normativo da administração direta do Governo do Paraná. O Instituto Ambiental do Paraná está vinculado a esta Secretaria, ao IAP cabe a responsabilidade da Gestão das Unidades de Conservação Estaduais. Assim sendo, a gestão do PELA é de responsabilidade do Instituto Ambiental do Paraná - IAP, através do Escritório Regional de Campo Mourão – ERCMO, estando a Unidade vinculada à Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – DIBAP, através do Departamento de Unidades de Conservação – DUC. Encarte III 43/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 9.4 RECURSOS FINANCEIROS O PELA não possui orçamento próprio e as despesas para sua manutenção vem basicamente do Governo do Estado, responsável pela contratação e pagamento dos funcionários efetivos, itens de custeio e compra/manutenção de infra-estrutura e equipamentos. Os principais itens de despesa referem-se ao pagamento de salários, além de itens de custeio, como combustível, material de limpeza e expediente. 9.5 COOPERAÇÃO INSTITUCIONAL As atividades de fiscalização ambiental são realizadas em parceria com a Polícia Militar local e o Batalhão da Polícia Florestal de Maringá e Londrina. Há uma parceria com os municípios de Campo Mourão e Luiziana que, através do ICMS Ecológico contribui para o manejo e manutenção do PELA através de: fornecimento eventual de alimentação e combustível às atividades de fiscalização desenvolvidas na área pelas Polícias Militar e Florestal, e aquisição de ferramentas e equipamentos para apoiar atividades de manutenção e na contratação de um estagiário para atendimento ao público no Centro de Visitantes e em trilhas interpretativas da natureza. Abaixo estão relacionadas as instituições públicas e privadas, que contribuem para conservação do Parque Estadual Lago Azul e sua Zona de Amortecimento. - Município de Campo Mourão (Contratação de mão de obra e aquisição de equipamentos para apoiar atividades de manutenção); - Município de Luiziana (Contratação de mão de obra e aquisição de equipamentos para apoiar atividades de manutenção); - CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica - UNED – Campo Mourão (Apoio em atividades de pesquisa cientifica e na elaboração do Plano de Manejo); - UEM – Universidade Estadual de Maringá (NUPELIA/COPEL – Pesquisa de Ictiofauna) (Apoio em atividades de pesquisa cientifica e na elaboração do Plano de Manejo); - FECILCAM – Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão (Apoio em atividades de pesquisa cientifica e na elaboração do Plano de Manejo); - CIES – Centro Integrado de Ensino Superior (Apoio em atividades de pesquisa cientifica e na elaboração do Plano de Manejo); - Policia Militar/BPFLOR – Batalhão da Policia Florestal (Apoio em atividades de fiscalização no interior da UC e na Zona de Amortecimento); - BRASCAN (Apoio em atividades na UC). Encarte III 44/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 10. Declaração de Significância Na região do Lago Azul ocorre a confluência, um grande encontro (ecótono), de três dos quatro biomas ocorrentes no estado do Paraná (Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista e Cerrado). Devido a esse fato, a vegetação natural remanescente da região, assume importância fundamental para estudos aprofundados sobre a dinâmica e aspectos ecológicos visando o entendimento das relações e interações históricas da distribuição natural da vegetação, da fauna de forma a subsidiar ações para a conservação da biodiversidade. Entre duas ou mais regiões fitoecológicas existem sempre áreas indiferenciadas onde as floras se interpenetram constituindo os contatos, ou os “mosaicos específicos” ou ainda os ecótonos. Nessas áreas onde ocorrem os contatos de duas Regiões é marcada, naturalmente, por certo grau de instabilidade ou heterogeneidade dos parâmetros ecológicos. Como conseqüência à vegetação mostra-se mais complexa e heterogênea em face da interposição de floras e formas de vida adversas, todas tirando proveito da instabilidade local. (VELOSO & GÓESFILHO, 1982). Devido ao processo de ocupação desordenada calcada na expansão horizontal da propriedade essa formação florestal encontra-se restrita a poucos fragmentos de floresta, sendo o mais significativo o remanescente que compõe o Parque Estadual Lago Azul. O PELA é composto por aproximadamente 2/3 de sua área total por um lago artificial formado em 1964 para a geração de energia elétrica. Esse lago, conhecido como Lago Azul, é utilizado para lazer pela comunidade regional, sendo importante atividade atrativa ao turismo da região. As atividades de pesquisa e educação ambiental devem ser estimuladas a fim de se obter um maior conhecimento e conscientização da região do PELA e a conservação da biodiversidade. Encarte III 45/III PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ENCARTE IV – PLANEJAMENTO 1 VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO Na elaboração deste Plano de Manejo priorizou-se a realização de ações orientadas ao conhecimento e proteção da diversidade biológica do parque e ao incentivo de alternativas de desenvolvimento das áreas vizinhas. Também se realizou uma análise sobre as diversas atividades já desenvolvidas no PELA e seu entorno, bem como a identificação das diversas necessidades, de modo a possibilitar o pleno atendimento dos objetivos de manejo. É importante ressaltar que o Plano de Manejo faz parte de um processo contínuo, gradativo, flexível e participativo como já explicitado na introdução. O Plano de Manejo do PELA tem fundamentalmente como base: o As orientações dispostas no “Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação de Uso Indireto” (IBAMA, 1996), adaptou-se e atualizou-se com base no novo Roteiro Metodológico de Planejamento – Parque Nacional, Reserva Biológica, Estação Ecológica (IBAMA, 2002). o Lei n° 9.985 de 18 de julho de 2002 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC) e Decreto n° 4340 de 22 de agosto de 2002 que regulamenta a Lei. Para que o Plano de Manejo seja cumprido ao final de 5 anos de execução, os principais pressupostos foram estabelecidos: ¾ Comprometimento do Órgão Gestor da UC com o Plano – a efetiva aceitação e participação do IAP, em todos os seus níveis hierárquicos, será importante para o êxito do Plano de Manejo, uma vez que esta instituição é responsável pelo seu processo de execução. ¾ Comunidade sentindo-se responsável pela UC – é fundamental para o cumprimento dos objetivos do PELA que a comunidade regional conheça os objetivos do Parque e sinta-se responsável. ¾ Envolvimento efetivo dos diversos segmentos da sociedade civil – os objetivos do PELA serão mais facilmente atingidos se houver envolvimento efetivo da sociedade civil. ¾ Recursos Humanos – a contratação de pessoal é essencial para que grande parte das atividades aqui previstas sejam realizadas. ¾ Realização de Parcerias – as atividades aqui previstas terão êxito se parcerias forem efetivadas tanto com o setor público quanto com o privado. Salienta-se também a necessidade de comprometimento destes setores na implementação das atividades propostas. Encarte IV 1/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ Recursos Financeiros – a maior parte das atividades propostas neste Plano de Manejo demandam de recursos financeiros para sua implementação. ¾ Continuidade Político-administrativa – é imprescindível que haja continuidade administrativa, a fim de que o planejamento não sofra interrupções e alterações desnecessárias. ¾ Enfim, para que o Parque Estadual Lago Azul, cumpra com seus objetivos de Unidade de Conservação de Proteção Integral e para que haja continuidade no processo de planejamento e implementação deve haver o comprometimento de todos os atores envolvidos direta e indiretamente com o Parque e a Conservação da Natureza. 1.2 HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO A metodologia utilizada para a elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual Lago Azul seguiu os mesmos princípios filosóficos e conceituais definidos para o Plano de Manejo da Estação Ecológica do Caiuá, cuja proposta foi elaborar um documento dinâmico e efetivo, através da participação das principais instituições envolvidas, direta e indiretamente, com a Unidade de Conservação. Dentro desta concepção, o Plano de Manejo do PELA foi elaborado através de oficinas de trabalho, reuniões e viagens a campo para levantamento de informações complementares, culminando na delimitação de seu zoneamento e dos Programas de Manejo. Para a elaboração do Plano foram compilados diversas informações contidas em documentos previamente existentes, em especial o Plano Diretor do Lago Azul (COPEL, 2001) e outros documentos produzidos em diferentes momentos da história do Parque, frutos do esforço para delinear a política administrativa e as diretrizes técnicas para seu manejo. Informações complementares foram levantadas e organizadas através de diagnósticos temáticos realizados por integrantes do grupo de trabalho e colaboradores. Buscando a participação e melhor integração no ano de 2003 durante os dias 25 a 29 agosto, foi realizado no Parque Estadual Lago Azul um Curso de Planejamento e Gestão de Unidades de Conservação de Uso Indireto, para os gerentes das UCs, o principal objetivo do curso foi que os gerentes percebessem e compreendessem a importância do planejamento participativo das Unidades de Conservação, discutindo, participando e contribuindo na atualização e reavaliação do Plano de Manejo do PELA. A seguir, descreve-se de forma sucinta como foi realizado o curso, apresentando os principais tópicos. MODULO I - Planejamento para Conservação da Biodiversidade (histórico de conservação e conceituações sobre os biomas brasileiros) MODULO II - Unidades de Conservação (definições, objetivos e categorias de Manejo SNUC, a contextualização das Ucs no Paraná) Encarte IV 2/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 MODULO III - Planejamento e Gestão de Unidades de Conservação, explicando sobre Plano de Manejo baseado no Roteiro Metodológico de Planejamento (IBAMA,2002) foi mostrado exemplos de zoneamento, normas e programas com base no que existe para outros parques. Foi realizado um reconhecimento de campo no Parque, para que todos pudessem obter uma visão geral da UC, e apresentado e discutido o Plano de Manejo do PELA, principalmente seu zoneamento, para discussão, readequação e elaboração de programas. Grupos de trabalho foram organizados por assuntos e basearam suas propostas no que já existia e na matriz de análise estratégica elaborada no curso, depois apresentaram suas propostas para discussão com todos. As contribuições foram incorporadas no presente Plano de Manejo. 1.3 AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Apresenta-se uma análise da situação geral do Parque Estadual do Lago Azul, com relação aos fatores, tanto internos quanto externos, que impulsionam ou dificultam a consecução dos objetivos da Unidade de Conservação. Para tanto, elaborou-se uma Matriz de Análise Estratégica, com base na metodologia indicada no Roteiro Metodológico (IBAMA, 2002), quando da realização da Oficina de Planejamento durante o Curso de Planejamento e Gestão de Unidades de Conservação de Uso Indireto, durante a Oficina foram discutidos os elementos do cenário interno e externo da unidade, definidos sob o ponto de vista do Planejamento Estratégico da seguinte forma: Pontos Fracos: indicação de fenômenos ou condições inerentes ao parque que comprometem ou dificultam seu manejo. Pontos Fortes: indicação de fenômenos ou condições inerentes ao parque que contribuem ou favorecem seu manejo. Ameaças: indicação de fenômenos ou condições externos comprometem ou dificultam o alcance de seus objetivos. ao parque que Oportunidades: indicação de fenômenos ou condições externos ao parque que contribuem ou favorecem o alcance de seus objetivos. Forças Restritivas: interação dos Pontos Fracos e Ameaças, que debilitam o parque, comprometendo o manejo e alcance de seus objetivos de criação. Forças Impulsoras: interação dos Pontos Fortes e Oportunidades, que fortalecem o parque, contribuindo com o manejo e alcance de seus objetivos de criação. Uma síntese dos resultados obtidos encontra-se no Quadro IV-I (Matriz de Análise Estratégica). Encarte IV 3/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Quadro IV-I - Matriz de Análise Estratégica, resultados obtidos no Curso “Planejamento e Gestão de Unidades de Conservação de Uso Indireto”...cont... FORÇAS RESTRITIVAS AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO PREMISSAS PONTOS FRACOS AMEAÇAS DEFENSIVAS OU DE RECUPERAÇÃO - Falta de funcionários efetivos ; - Comunicação, sinalização interna e externa; - Ocupações de APP´s lago e posseiro; - Presença de espécies exóticas (fauna e flora); - Uso desordenado do lago; - Falta de recursos financeiros; - Recuperação inadequada da flora; - Viveiro com uso inadequado; - Risco de atropelamento de animais silvestres; - Muitas estradas interna e o uso pela copel; - Uso de equipamento motorizado no reservatório; - Ausência de veículo utilitário 4x4; - Falta de material de divulgação e logomarca; - Facilidade de acesso com difícil controle; - Falta de divulgação da Unidade; - Oscilação do nível da represa; - Falta/ ineficiência capacitação, treinamento e reciclagem; - Ecossistemas naturais fragmentados; - Risco de incêndio; - Rede elétrica para captação de água e transmissão; - Trilhas escorregadias; - Sistema de tratamento de água super dimensionado; - Falta de regularização fundiária; - Paisagismo inadequado; - Intensiva e crescente agricultura e urbanização no entorno - Falta de sinalização (rodovias, entrada, estradas ao redor da UC) - Ocupação irregular no entorno do parque - Rodovia cruzando o parque com riscos de incêndio, atropelamento de animais silvestres; - Acidentes com cargas perigosas, entre outros; - Falta de um trevo de acesso ao parque; - Animais domésticos; - Proximidade da área industrial; - Caça e pesca predatória; - Falta de oportunidades de renda extra para comunidades lindeiras; - Espécies exóticas potencialmente invasoras no entorno; - Queimadas e incêndios; - Usina; - Piscicultura com espécies exóticas; - Atividades agropecuárias; - Desenvolver programas de educação ambiental para o PELA e ZA; - Informar sobre legislação ambiental vigente; - Incentivar a implantação de práticas sustentáveis; – Implantar programa de castração dos cães e educação dos proprietários; – Intensificar fiscalização; - Implantar programa de sinalização informativa e educativa; - Readequar e manter infra-estrutura do PELA (trilhas, banheiros, aceiros, viveiro, etc.); - Erradicar e controlar espécies exóticas; - Incentivar a criação de RPPNs; - Estímulo à recuperação de APPs e Reservas Legais; – Desenvolver programas de manejo e conservação do solo; - Implementar programa de regularização fundiária; - Adquirir veículo 4x4; - Ordenar uso do reservatório; -Ampliar programa de prevençãoe combate à incêndios; - Programa de sinalização e redução de velocidade na BR; - Formar parcerias para implementação dos programas Encarte IV 4/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Quadro IV-I - Matriz de Análise Estratégica, resultados obtidos no Curso “Planejamento e Gestão de Unidades de Conservação de Uso Indireto”. FORÇAS IMPULSORAS AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO PREMISSAS PONTOS FORTES OPORTUNIDADES OFENSIVAS OU DE AVANÇO - Educação Ambiental; - Organização e conservação manutenção; Relacionamentos em parceria com instituições governamentais e não governamentais; - Possibilidade de pesquisa científica; - Voluntários e Estagiários; - Equipamentos em geral; - Diversidade de ecossistemas; - Infra estrutura física; - Aceiros; - Gerente; - Trilhas; - Potencial de lazer e desportivo; - Facilidade de acesso (interno e externo) logística; - Administração combate à incêndios; - Atrativo cênicos; - Boa qualidade da água; - Facilidade de acesso à UC; - Localização; - Comunidades do entorno sensibilizadas às questões relacionadas ao PELA; Parcerias (governamentais e não governamentais); - RPPNs nos limites; - Cavalgada ecológica; - Possibilidade de pesquisa; - Conselho Gestor da UC multidisciplinar (ICMS-ecológico); – Ampliar os programas de EA junto às escolas e comunidade em geral; - Ampliar programa de voluntariado e estagiários; - Promover parcerias; - Apoiar e incentivar os programas de recuperação de florestas ciliares; - Apoiar a criação de novas RPPNs; – Desenvolver pesquisa de potencial turístico da região; – Incentivar e apoiar o desenvolvimento de atividades de alternativas de desenvolvimento como agricultura orgânica, agrofloresta, etc; – Incentivar e divulgar as pesquisas desenvolvidas no PELA e ZA; - Incentivar desenvolvimento do ecoturismo no entorno, juntamente com a cavalgada ecológica; -Estímulo ao desenvolvimento de artesanato e gastronomia regional; -Levantamento de áreas potenciais para preservação; Encarte IV 5/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO MANEJO DO PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL 1. Proteger um dos mais significativos remanescentes das formações vegetais da região, em especial o ecótono de transição Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual; 2. Assegurar a proteção e o uso adequado do Lago Azul para atividades de lazer, desportiva e de turismo; 3. Desenvolver um processo de normatização das visitações e uso do PELA, em que seja crescente a participação da comunidade local; 4. Incentivo e Desenvolvimento de pesquisa científica aplicada, relativa aos componentes dos ecossistemas e suas inter-relações; 5. Desenvolvimento de ações conservacionistas e de recuperação nas áreas do PELA e entorno; 6. Readequação/adequação dos usos, atualmente praticados na área do PELA, conflitantes com a categoria e os objetivos do mesmo, em especial a área correspondente ao reservatório - Lago Azul; 7. Promover a educação ambiental, objetivando a consciência ambiental local e regional; 8. Estimular os proprietários do entorno do PELA, para integração de suas atividades com os objetivos de manejo do Parque; 9. Assegurar gestão para o PELA, garantindo a integridade do patrimônio natural e, ao mesmo tempo, possibilitando a visitação com finalidades científica, educacional, recreativa e cultural; 2. Organização do zoneamento O Zoneamento de uma unidade de conservação tem o objetivo de proporcionar o ordenamento por meio de sua organização espacial, definindo o grau de interferência permitido para as diferentes áreas da unidade. É identificado pela Lei 9.985/2000 como: “definição de setores ou zonas em uma Unidade de Conservação com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz”. O zoneamento ora proposto é baseado no Roteiro Metodológico (IBAMA 2002), bem como da caracterização e discussões realizadas por diversos técnicos e pesquisadores, Encarte IV 6/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 foram adaptadas às peculiaridades da UC. No Anexo IV.1 podem ser visualizadas as diferentes zonas definidas para o Parque e no Anexo IV.2 o “detalhe” do zoneamento. A seguir é apresentado o zoneamento com suas definições, descrições, objetivos e normas para o interior do PELA e Zona de Amortecimento. 2.1. ZP – ZONA PRIMITIVA Por definição a Zona Primitiva é aquela onde tenha ocorrido pequena ou mínima intervenção humana, contendo espécies da flora e da fauna ou fenômenos naturais de grande valor científico. O objetivo principal dessa Zona é a proteção integral dos ecossistemas naturais, de endemismos, dos recursos genéticos e de espécies ameaçadas e o monitoramento ambiental. Na Zona Primitiva estão abrangidos todos os remanescentes de melhor representatividade do ambiente natural do PELA, principalmente as áreas de florestas primárias representativas da Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista e o ecótono de transição entre esses biomas, localizados na área compreendida pela “Ponta de Flecha” Asa Norte, margeando o Reservatório da Pequena Central Hidrelétrica - PCH Salto Natal - BRASCAN e Asa Nordeste, divisa com a Fazenda Guerreiro, área localizada a margem direita do rio Mourão e divisoras com complexo gerador de energia de propriedade da Copel (PCH Mourão), área conhecida e compreendida pela “Bota“ na margem direita do reservatório. Figura IV.1 - Zona Primitiva – Foto: arquivo PELA Encarte IV 7/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura IV.2 - Zona Primitiva - Foto: arquivo PELA Objetivos Específicos: 9 Preservar a diversidade biológica, especialmente as espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção. 9 Proteger amostras do ecótono da Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Mista. 9 Proteger nascentes. 9 Permitir a evolução e desenvolvimento natural dos ecossistemas naturais e seus componentes. 9 Propiciar pesquisas científicas compatíveis com as finalidades do Parque 9 Permitir monitoramento ambiental. 9 Servir como banco genético, para repovoamento da fauna e flora das demais áreas do parque e seu entorno. Normas gerais de uso: ¾ Nessa Zona não será permitido uso público. ¾ Somente será permitida a pesquisa científica mediante aprovação dos projetos de acordo com normas específicas do IAP, ouvindo sempre o Gerente da UC e, Encarte IV 8/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 quando for o caso, o Conselho Consultivo; ¾ As atividades administrativas necessárias para proteger os recursos naturais serão restritas às de fiscalização e combate a incêndio, realizadas preferencialmente a pé; ¾ Atividades científicas e de monitoramento poderão ser conduzidas desde que não promovam alteração nos ecossistemas; ¾ Somente serão permitidas coletas botânicas, zoológicas, geológicas, pedológicas, paleontológicas e arqueológicas (escavações), quando não sejam possíveis em quaisquer outras zonas do parque e desde que comprovada cientificamente sua excepcionalidade, e que não interfiram na estrutura ou dinâmica da espécie, da população ou da comunidade, devendo haver autorização por escrito do IAP/DIBAP e/ou outras licenças concedidas pelos demais órgãos responsáveis; ¾ Não será permitida a realização de atividades de coleta de sementes nesta zona, visando reduzir a interferência nos processos naturais de sucessão vegetal do parque, até que pesquisas específicas sejam realizadas. As coletas serão permitidas somente no caso previsto anteriormente; ¾ A infra-estrutura permitida limita-se às trilhas utilizadas para fiscalização e para uso científico. Estas devem preferencialmente se utilizar de caminhos já existentes; ¾ Haverá sinalização somente nos locais onde seu limite se sobrepõe aos limites do parque ou à outras zonas; ¾ É permitido o enriquecimento com espécies nativas, desde que recomendado por estudos específicos; ¾ As espécies exóticas eventualmente ocorrentes nessa zona deverão ser erradicadas. 2.2. ZE - ZONA DE USO EXTENSIVO Zona de Uso Extensivo "é aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar alguma alteração humana. Caracteriza-se como uma zona de transição entre a Zona Primitiva e a Zona de Uso Intensivo. O objetivo geral do manejo é a manutenção de um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso e facilidade públicos para fins educativos e recreativos. Encarte IV 9/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Objetivos Específicos: 9 Propiciar atividades educativas, interpretativas e recreativas com baixa intensidade no que se refere ao número de pessoas, à presença de infraestrutura e outras facilidades. 9 Desenvolver atividades científicas e monitoramento de forma compatível com os objetivos de manejo. 9 Proteger amostras dos ecossistemas 9 Preservar a diversidade biológica, especialmente as espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção. No zoneamento do PELA foram identificadas três áreas, que por suas características, ensejam manejos diferenciados: 2.2.1. ZE 1 – Zona de Uso Extensivo 1 Essa zona compreende, especificamente as áreas de Trilhas (Aventura/Peroba), os Aceiros e as Estradas internas do PELA. Interpretativas Para as duas trilhas Peroba e Aventura) o acesso deverá ser através de grupos organizados e previamente agendados (trilha interpretativa da natureza) sendo que todas as visitas que ocorrem nestas trilhas serão monitoradas, com limitação para o número de pessoas e de acordo com as normas regulamentares já existente para os locais. Quanto aos aceiros o acesso é restrito ao corpo funcional da UC para atividades de fiscalização, monitoramento e manutenção. Encarte IV 10/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura IV.3 - Zona de Uso Extensivo 1 - Foto: arquivo PELA 2.2.2. ZE 2 – Zona de Uso Extensivo 2 Essa zona é relativa ao espelho d'água do reservatório e compreende a área que vai do limite da Faixa de Segurança da Barragem até o início do Paliteiro, nas proximidades do sítio Scrovowski. Objetivando diminuir o impacto das marolas provocadas pelas embarcações nas margens do reservatório, que é parte integrante do PELA, e também diminuir a emissão de resíduos e poluentes químicos na água o uso de embarcações motorizadas deve ser restrita. Deverá ser, ainda, realizado um estudo para determinação dos impactos provocados pelas embarcações regulamentares no reservatório e, se for o caso, novos direcionamentos deverão ser implementados para evitar danos ao ecossistema. Encarte IV 11/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Deverá ser implementado um programa específico para incentivo ao uso de embarcações sem propulsão motorizada tais como canoas, caiaques, veleiros, entre outros. Figura IV.4 - Zona de Uso Extensivo 2 Normas gerais de uso: ¾ Uso pelo público fica restrito a caminhadas e atividades de educação ambiental monitoradas, dependendo de agendamento no Centro de Visitantes. O número de visitantes nas trilhas interpretativas deverá ser definido e limitado de acordo com estudos específicos. ¾ A manutenção de trilhas, equipamentos de pesquisa e acessos à zona deverá ser realizada de forma a provocar a mínima descaracterização ambiental e paisagística. Quando da retirada de um equipamento de pesquisa (viveiro móvel, armadilhas, sensores, entre outras) o ambiente deverá ser restaurado de forma a recuperar a constituição original. ¾ A sinalização admitida é aquela indispensável à proteção dos recursos do Encarte IV 12/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 parque, às informações educativas e à segurança do visitante. ¾ Todo lixo gerado pelos visitantes, pesquisadores e funcionários do parque deverá ser retirado e depositado nas lixeiras na zona de uso intensivo. ¾ Em períodos chuvosos, as caminhadas nas trilhas interpretativa devem ser suspensas para evitar aumento da compactação do solo e da erosão. ¾ É vedado a utilização de tanques-rede para o cultivo de peixes. ¾ o uso de embarcações motorizadas deve ser restrita, preliminarmente, até uma potência máxima de 25HP, de preferência motores com combustão 4 (quatro) tempos. ¾ É vedado o uso de jetski. 2.3. ZUI – ZONA DE USO INTENSIVO Por definição a Zona de Uso Intensivo é aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente é mantido o mais próximo possível do natural, devendo conter: centro de visitantes, museus, outras facilidades e serviços. O objetivo geral do manejo é o de facilitar a recreação intensiva e educação ambiental em harmonia com o meio. No PELA essa zona compreende as áreas onde encontram-se o Centro de Visitantes, o estacionamento, a recepção, a área de lazer, as estruturas de apoio ao visitante e a edificação destinada ao museu natural. Nessa zona deverá ser desenvolvido um projeto paisagístico de baixo impacto, que integre a paisagem ao contexto local e que valorize as espécies nativas. Encarte IV 13/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura IV.5 – Zona de Uso Intensivo - Foto: arquivo PELA Figura IV.6 – Zona de Uso Intensivo - Foto: arquivo PELA Encarte IV 14/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Objetivos Específicos: 9 Propiciar acesso ao público em área previamente determinada. 9 Desenvolver atividades educacionais e recreativas de forma compatível com a conservação do ambiente. 9 Fomentar o uso público dentro dos critérios e padrões inerentes a esta atividade. 9 Propiciar recepção e orientação ao visitante. 9 Propiciar ao visitante infra-estrutura necessária para recreação e interpretação ambiental. Normas gerais de uso: ¾ Todo visitante, para ter acesso à unidade deverá, obrigatoriamente, passar pelo Centro de Visitantes, a fim de receber as orientações necessárias, cadastrar-se e assinar documento de responsabilidade de conduta. ¾ Não serão permitidas a realização de atividades e a implantação de infraestruturas em conflito com os objetivos do parque. ¾ Deverão ser instaladas lixeiras nos locais de maior concentração de visitantes, possibilitando a separação seletiva do lixo. Estes resíduos deverão ser posteriormente destinados à local adequado. ¾ As áreas destinadas à permanência de visitantes deverão ser devidamente sinalizadas, com a instalação de sinalização educativa, interpretativa e/ou indicativa. ¾ A utilização das infra-estruturas desta zona deverá ser restrita as atividades compatíveis com a UC. ¾ A circulação de veículos particulares só será permitida entre a entrada do parque e o estacionamento. ¾ O trânsito de veículos deverá ser efetuado a baixa velocidade (máximo de 30km/h). ¾ Não é permitido o uso de agrotóxicos no tratamento paisagístico da Zona. ¾ Não é permitido a introdução de novas espécies exóticas para o paisagismo. As espécies exóticas já utilizadas deverão ser substituídas gradativamente, quando possível e atendendo os objetivos da zona, por espécies nativas da região. ¾ As espécies exóticas deverão ser identificadas por placas informativas e de caráter educativas Encarte IV 15/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 2.4. ZR - ZONAS DE RECUPERAÇÃO Por definição a ZR “é aquela que contém áreas consideravelmente alteradas pelo homem. É considerada uma zona provisória, pois uma vez restaurada, será incorporada a uma das zonas permanentes. As espécies exóticas deverão ser removidas e a restauração deverá ser natural ou naturalmente induzida. O objetivo do manejo é deter a degradação dos recursos ou restaurar a área. No PELA existem duas Zonas de Recuperação, a saber: 2.4.1. ZR 1 - Zona de Recuperação 1 Na Zona de Recuperação 1 estão abrangidas as áreas concentradas nas imediações do Afloramento Rochoso (Próximo a Cascata na Trilha Peroba), entre a cascata e o lago interno e na divisa da Fazenda Gaúcha / Guerreiro, margem esquerda a estrada de acesso a colônia de moradores e ao complexo gerador de energia até a tubulação adutora e na ponta da Asa Leste. Estas áreas, em função de intervenções antrópicas e das especificidades geológicas e naturais, necessitam de uma avaliação para determinar a forma de intervenção mais adequada para cada local, devendo ser apresentado projetos específicos para a recuperação da área. Essa área pode ser objeto de pesquisa científica e/ou ser utilizada, em parte, como elemento e campo de estudo em geologia e pedologia. 2.4.2. ZR 2 - Zona de Recuperação 2 Essa Zona compreende as áreas onde houve a ação do fogo em tempos passados, as áreas de reflorestamento com espécies nativas e exóticas e áreas anteriormente impactadas que encontram-se em processo de regeneração natural, além da área do Projeto Madeira localizada na região que convencionou-se chamar de Asa Sudeste, também é composta pela área que margeia o Lago Interno. Para as áreas onde houve a ação do fogo, do reflorestamento heterogêneo e em regeneração natural, devido ao fato de que essas vem apresentando um bom desenvolvimento vegetativo, é necessário apenas o monitoramento para avaliação dos rumos que o processo de recuperação natural vem apresentando e, se necessário, promover ações específicas para incrementar esse processo de recuperação. Em relação às outras áreas de reflorestamento com espécies exóticas utilizadas com pesquisa científica, considerando, principalmente, a possibilidade de existência de bancos genéticos de espécies importantes para a silvicultura, deverá ser realizado um estudo para a prospecção genética e avaliação das espécies com as instituições responsáveis pelas pesquisas (EMBRAPA - CNPF e IAPAR). Após esses estudos poderá Encarte IV 16/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ser retiradas amostras genéticas e/ou outros materiais para a proteção das espécies, se for o caso, e eliminadas tais espécies para que as áreas possam vir a ser novamente reincorporadas ao ecossistema local. Em relação ao Projeto Madeira é necessário um estudo técnico/científico para verificar o desempenho das espécies implantadas e fornecer indicativos para intervenção na área, uma vez que o objetivo atual de manejo em um Parque Estadual difere da proposta do Projeto Madeira cujo objetivo era a produção de madeira-de-lei para utilização comercial. Figura IV.7 – Zona de Recuparação 2 - Foto: arquivo PELA Encarte IV 17/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura IV.8 – Zona de Recuperação 2 - Foto: arquivo PELA Figura IV.9 – Zona de Recuperação 2 - Foto: arquivo PELA Encarte IV 18/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Objetivos Específicos: 9 Permitir a restauração e recuperação natural ou induzida das áreas que sofreram alteração antrópica direta ou indireta. 9 Proporcionar oportunidade de realização de pesquisas científicas comparativas e monitoramento visando resposta aos problemas existentes no parque. 9 Proporcionar estudos a respeito de técnicas apropriadas para a eliminação de espécies exóticas em UCs. 9 Avaliar e propor estudos específicos para a recuperação de áreas degradadas do Projeto Madeira e dos arboretos da pesquisa florestal. 9 Assegurar a integridade das zonas com as quais se limita. 9 Proporcionar atividades educativas e interpretativas, conforme programas específicos. Normas gerais de uso: ¾ Serão permitidas técnicas de recuperação direcionada, desde que indicadas e apoiadas por estudos específicos. ¾ No caso de se promover o adensamento e recuperação com espécies florestais, somente poderão ser utilizadas espécies nativas do local. A recuperação deverá ser executadas ou monitoradas pelo IAP. ¾ Deverá ocorrer a eliminação contínua de espécies exóticas, com monitoramento contínuo. ¾ Poderão ser instaladas infra-estruturas e trilhas nesta zona desde que seja comprovadamente necessária. Estas trilhas e infra-estruturas somente poderão ser implantadas, considerando-se as condições de fragilidade do solo, de modo a reduzir seu potencial impacto ambiental. ¾ Só será permitido o acesso público a esta zona, desde que acompanhado por funcionários do parque ou monitores de educação ambiental. 2.5. ZUE – ZONA DE USO ESPECIAL Por definição a ZUE é aquela onde contêm as áreas necessárias à administração, manutenção e serviços da UC, estas áreas serão escolhidas e controladas de forma a não conflitarem com seu caráter natural. Essa zona compreende as áreas casa do guarda-parque, viveiro de produção de mudas, caixa d’água e demais infra-estruturas usadas para administração do parque. Encarte IV 19/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 O objetivo desta zona é minimizar o impacto da implantação das estruturas ou os efeitos das obras no ambiente natural e cultural do Parque. Nessa zona está inclusa a instalação do sistema de tratamento e coleta de água. Figura IV.10 – Zona de Uso Especial - Foto: arquivo PELA Figura IV.11 – Zona de Uso Especial - Foto: arquivo PELA Encarte IV 20/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Objetivos Específicos: 9 Abrigar as instalações e estruturas necessárias às atividades de administração, proteção e manutenção. 9 Minimizar o impacto ambiental, concentrando em pequena área já alteradas, as atividades e os equipamentos necessários à manutenção, administração e fiscalização do parque. Normas gerais de uso: ¾ O acesso a esta área é restrito ao pessoal autorizado. ¾ Todos resíduos gerados serão coletados seletivamente e deverão ser conduzidos ao local adequado; ¾ No caso da implantação de novas estruturas, estas deverão ser preferencialmente, nas áreas alteradas, e estarem arquitetonicamente em harmonia paisagística com o ambiente. ¾ Não é permitido o uso de agrotóxicos no tratamento paisagístico da Zona. 2.6. ZONA DE USO CONFLITANTE Por definição são espaços localizados no interior da UC, cujos usos e finalidades, estabelecidos antes da criação da unidade, conflitam com seus objetivos de conservação de área protegida. São áreas ocupadas por empreendimentos de utilidade pública. Seu objetivo é de contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que minimizem os impactos sobre a UC. Nesta zona estão incluídas a passagem de linhas de transmissão de energia, dutos condutores de água para as turbinas da UH, estrada de acesso a colônia de moradores e ao complexo gerador de energia. Deverá ser implementado estudo no sentido de avaliar a possibilidade de retirada (desvio) ou relocação das linhas de transmissão de energia elétrica de forma a minimizar o impacto visual que as mesmas ocasionam ao ambiente. Encarte IV 21/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura IV.12 – Zona de Uso Conflitante - Foto: arquivo PELA Figura IV.13 – Zona de Uso Conflitante - Foto: arquivo PELA Encarte IV 22/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura IV.14 – Zona de Uso Conflitante - Foto: arquivo PELA Objetivos Específicos: 9 Compatibilizar a presença das infraestruturas existente com a conservação do ambiente natural do parque. 9 Controlar o uso da estrada existente da colônia. 9 Definir normas e critérios para a manutenção das áreas de acesso às torres de transmissão bem como para a utilização da estrada. Normas gerais de uso: ¾ Não será permitido o corte raso da vegetação em toda a extensão da Linha de Transmissão que passa dentro do perímetro do parque. Somente admite-se o controle de altura das árvores emergentes, que possam representar risco efetivo à rede de energia. ¾ O acesso às torres de transmissão deverá ser realizado preferencialmente utilizando-se os caminhos já existentes. No caso de necessidade de abertura de trilha, deverá ser solicitada autorização ao IAP. ¾ O acesso a estas áreas só será permitido a funcionários do parque e pessoal credenciado pela COPEL, além de pesquisadores, desde que devidamente autorizados pelo IAP. ¾ A velocidade máxima permitida no trecho da estrada é de 30km/h. Encarte IV 23/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 2.7. ZUT – ZONA DE USO TRANSITÓRIO A ZUT foi criada com o objetivo de organizar e planejar as ações com vistas a adequação/readequação dos usos atualmente praticados na área do parque conflitantes, em princípio, com a categoria e os objetivos de manejo do PELA. Ela difere da Zona de Recuperação, que também é considerada uma zona provisória, pois o caráter de transitoriedade está relacionado a dubiedade quanto ao manejo a ser empregado na área, que pode não ensejar, necessariamente, uma ação de recuperação mas sim, e apenas, um direcionamento/redirecionamento em seu manejo. Essa zona compreende a área de reflorestamento com araucária (pinheiro-do-paraná) e a área de reflorestamento com abacateiro. A área de reflorestamento homogêneo com araucária poderá sofrer interferência através do raleamento para promover e dar espaço a outras espécies do ecossistema, objetivando buscar a maior aproximação possível com as características naturais do bioma da Floresta Ombrófila Mista. Para a área com plantação de abacateiro, considerando que a mesma encontra-se abandonada, com um processo de ocupação por espécies locais em franco desenvolvimento e, principalmente, que os abacateiros são fontes significativa de alimentos para os animais silvestres em épocas mais desfavoráveis, deverá ser realizado um estudo técnico/científico par avaliar o manejo da área. Figura IV.15 – Zona de Uso Transitório - Foto: arquivo PELA Encarte IV 24/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Objetivos específicos: 9 Adequar a área aos objetivos de manejo do parque. 9 Promover o manejo para integração destas áreas ao ambiente natural do Parque Estadual Lago Azul 9 Propiciar pesquisa científica Normas gerais de uso: ¾ O uso público será permitido somente para fins educativos. ¾ A recuperação da área deverá ser com espécies nativas do local. 2.8. ZFA - ZONA DE FRAGILIDADE AMBIENTAL O objetivo principal dessa Zona é a proteção integral dos ecossistemas existentes no reservatório e no estuário dos rios que compõem o reservatório, que servem, principalmente, para locais de reprodução e alimentação da fauna aquática e terrestre. Foram delimitadas três áreas: 2.8.1. ZFA 1 – Zona de Fragilidade Ambiental 1 Essa zona compreende a área conhecida como "paliteiro" a qual corresponde ao local onde existem troncos remanescentes da vegetação quando da inundação para formação do reservatório. Inicia-se próximo ao sítio Scrovowski, seguindo no braço do rio mourão até as proximidades da Fazenda Maringá, e no corpo do reservatório até divisa com a Fazenda Onça Parda Essa área é considerada importante no processo de reprodução da avifauna e fundamental no processo de abrigo e alimentação da ictiofauna. Encarte IV 25/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura IV.16 – Zona de Fragilidade Ambiental 1 - Foto: arquivo PELA 2.8.2. ZFA 2 – Zona de Fragilidade Ambiental 2 Nesta zona está inclusa a área do reservatório compreendida pelo final do paliteiro e início do estuário do rio sem passo. Figura IV.17 – Zona de Fragilidade Ambiental 2 Encarte IV 26/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 2.8.3. ZFA 3 - Zona de Fragilidade Ambiental 3 É a área do reservatório compreendida a partir da ZFA 2 até a foz do rio Sem Passo, na área próxima a Fazenda Maringá até a foz do rio Mourão e em outra área em um braço do reservatório na divisa da Fazenda Salonski. Essas áreas apresentam bancos de sedimentação de materiais carreados pelos rios, sendo importantes para a reprodução da fauna local. Figura IV.18 – Zona de Fragilidade Ambiental 3 Normas gerais: ¾ É proibida a criação de peixes no sistema de “tanques rede”. ¾ Na ZFA1 e ZFA2 é restrita a embarcações de pequeno porte podendo ser realizada a pesca amadora. ¾ Na ZFA3 é proibida a pesca. Encarte IV 27/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ Na ZFA3 não é permitido o acesso à embarcações motorizadas, sendo que a passagem de embarcações a remo deve se restringir ao canal dos rios. 2.9. ZHC – ZONA HISTÓRICO CULTURAL De acordo com definição a Zona Histório-Cultural é aquela onde são encontradas manifestações históricas e culturais ou arqueológicas, que serão preservadas, estudadas, restauradas e interpretada para o público, servindo à pesquisa, educação e uso científico. Essa zona compreende as ruínas da Usina São João, situada a margem direita do rio Mourão a jusante e a montante do Salto São João (Trilha Aventura) que deverá ser avaliada por especialistas para se determinar a melhor forma de proteção da área. O objetivo geral do manejo é o de proteger sítios históricos ou arqueológicos, em harmonia com o meio ambiente. Figura IV.19 – Zona Histórico Cultural - Foto: arquivo PELA Objetivos específicos: 9 Proteger o patrimônio histórico representado pelas ruínas da Usina São João. 9 Propiciar a pesquisa geológica. Normas gerais Encarte IV 28/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ O uso público restringe-se à visitação monitorada. 2.10. ZFS - ZONA DA FAIXA DE SEGURANÇA DO RESERVATÓRIO Essa zona compreende a cota de segurança demarcada pela COPEL e que é parte integrante do PELA. Nessa zona encontra-se inseridas, de forma dispersa, pequenas áreas classificadas como as seguintes zonas: 2.10.1. ZFS- ZOT – Zona de Ocupação Temporária (litigiosa) Nessa zona está compreendida as áreas com loteamento/urbanizadas inseridas dentro da cota de segurança do reservatório e que é parte integrante do PELA. Sobre essas áreas tramita na Justiça Federal Ações Civis Públicas para demolições das obras civis e a recuperação da área afetada por essas construções. Para a intervenção nessa Zona é necessário aguardar a decisão final do processo litigioso para implementar o manejo da área. 2.10.2. ZFS - ZP – Zona Primitiva do Reservatório Essa zona compreende áreas remanescentes de florestas lindeiras ao reservatório. Os objetivos de manejo e normas para essas áreas são as mesmas já descritas para a Zona Primitiva. Encarte IV 29/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Figura 20.IV – Zona Primitiva do Reservatório - Foto: arquivo PELA 2.10.3. ZFS – ZRR – Zona de Recuperação do Reservatório Nessa zona estão compreendidas as áreas que necessitam de uma intervenção para a sua recuperação, devendo ser seguido as recomendações do estudo elaborado pelo Prof. Dr. Carlos Vellozo Roderjan, Anexo IV.3 a esse Plano de Manejo. 2.11. ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE A ZA é o entorno de uma UC, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a UC (Lei 9985/2000 art. 2 inciso XVIII) Objetivos Específicos 9 Fomentar a conservação dos fragmentos florestais da região assegurando a integridade dos processos ecológicos do PELA. 9 Contribuir para o estabelecimento de corredores protegidos que permitam a migração da fauna, viabilizando populações. Encarte IV 30/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 9 Desenvolver atividades de educação ambiental sensibilizando as comunidades do entorno com a conservação do ambiente; 9 Normatizar as atividades desenvolvidas de forma a minimizar o impacto na UC 9 Controlar o uso e exploração dos recursos naturais minimizando a degradação ambiental. 9 Incentivar o desenvolvimento de atividades econômicas de baixo impacto junto às populações residentes nesta zona; 9 Incentivar a criação de RPPNs nas propriedades rurais. 9 Elaborar estudos específicos e monitoramentos programa de integração entre esta zona e o PELA visando estabelecer um Normas gerais de uso: ¾ o uso de agrotóxicos nos cultivos realizados dentro dos limites desta zona deverá ser reduzido gradativamente; ¾ deverá ser incentivada a agricultura orgânica na região, bem como a adoção de sistemas agrosilvipastoris ou outra atividade de baixo impacto para o meio ambiente; ¾ não será permitida a criação de espécies exóticas de peixes, anfíbios, ou répteis nesta zona; ¾ a criação de aves e mamíferos exóticos deverá limitar-se às espécies já domesticadas; ¾ as propriedades com cultivos de espécies exóticas potencialmente invasoras deverão providenciar o controle da expansão destas espécies para se evitar a dispersão para outras áreas e/ou locais a fim de minimizar o impacto sobre o meio ambiente; ¾ as atividades a serem implantadas deverão sofrer análise por parte do Conselho Consultivo do PELA visando seu parecer quanto à sua viabilidade; ¾ toda e qualquer atividade potencialmente impactante a ser desenvolvida nesta zona, deverá ser analisada pelo Instituto Ambiental do Paraná, ouvido o Conselho Consultivo do Parque; ¾ os Plano Diretores dos Municípios abrangidos por esta Zona deverão prever medidas para conservação desta área; ¾ deverão se estimulados empreendimentos compatíveis com a proteção do PELA e conservação de seu entorno; ¾ todo e qualquer efluente líquido ou resíduo sólido deverá sofrer tratamento adequado, conforme legislação vigente; Encarte IV 31/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ a fiscalização nesta área deverá ser intensificada, de forma a garantir a integridade dos seus recursos naturais; ¾ deverá ser incentivada, orientada e fiscalizada a recuperação das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, de maneira a formarem corredores entre a área do parque e os fragmentos florestais existentes na região; ¾ deverá ser incentivada a criação de RPPNs nesta Zona, de forma a garantir a proteção de áreas, contribuindo com o processo de conservação da biodiversidade; ¾ a construção de quaisquer obras de engenharia tais como rodovias, barragens, aquedutos, oleodutos, linhas de transmissão, entre outros, bem como mineração e implantação de assentamentos humanos deverão ser submetidos a processo de licenciamento no IAP e ouvido o Conselho Consultivo do Parque de modo a garantir o cumprimento da legislação pertinente e a possibilitar a efetiva proteção da unidade. ¾ não será permitida a alteração do curso natural dos rios e ribeirões localizados nesta zona; ¾ toda atividade de licenciamento na Zona de Amortecimento deverá levar em consideração a presença do Parque. ¾ O manejo da vegetação nas margens das estradas que coincidem com os limites do parque deverá ser realizado de forma a minimizar o impacto à UC, devendo potencializar a biodiversidade do parque. ¾ Deverão ser implantadas sistema de sinalização e estruturas que promovam a minimização dos impactos das rodovias. ¾ Os remanescentes florestais existentes, bem como aqueles em estágio médio e avançado de sucessão devem ser protegidos integralmente, como preconiza a legislação pertinente. ¾ São proibidas atividades industriais de alto potencial poluidor. Encarte IV 32/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 3. NORMAS GERAIS DO PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL ¾ A visitação pública será permitida, respeitando-se os locais, dias e horários estipulados, bem como o número de pessoas determinadas pela capacidade de carga. ¾ O funcionamento do parque é de terça a sexta feira das 8:00 às 17:00 h e aos sábados, domingos e feriados das 14:00 às 17:00h. Segunda feira é fechado para visitação pública para que se possa realizar trabalhos internos de manutenção e administração geral. ¾ A visita de escolares ou outros grupos organizados deverá ser agendada, com antecedência mínima de 5 dias junto à administração do Parque. ¾ Todas as atividades desenvolvidas pela gerência ou por outra instituição em nome do Parque, tais como reuniões, palestras, cursos, entre outros deverão ser registradas em relatório e, quando couber, deverá ser realizado registro fotográfico. Estes deverão ser arquivados na sede do Parque. ¾ É proibida a realização de qualquer atividade esportiva, desportiva com caráter competitivo ou similar que possa incorrer em danos ao PELA, como rally, motocross, corrida de aventura e outros. ¾ É proibido o uso de buzinas e aparelhos sonoros em volume que perturbe o ambiente do PELA e seus visitantes. ¾ Não é permitido acampamentos. ¾ Não é permitido o uso de fogueiras. ¾ Não será permitida a entrada permanência e/ou criação de animais domésticos, bem como a introdução de quaisquer espécies exóticas da flora ou fauna. ¾ Não será permitido a utilização de cevas ou qualquer outro subterfúgio com o objetivo de atrair a fauna local como atrativo para os visitantes. ¾ Todos os visitantes deverão ser informados sobre as normas de segurança, o comportamento ideal para as diferentes atividades a serem realizadas, e a importância do uso de vestimentas e calçados adequados. ¾ O PELA poderá comercializar materiais com temas relacionados à Unidade, visando angariar fundos para sua manutenção e também para divulgar sua importância. ¾ Os funcionários do Parque deverão ser habilitados ao reconhecimento de animais peçonhentos e à realização de atividades de primeiros socorros nos casos de acidentes com estes animais e/ou demais tipos de acidentes. ¾ Os resíduos vegetais oriundos da poda, roçada e varredura das zonas de uso intensivo e especial, deverão ser utilizados para recuperação de áreas Encarte IV 33/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 degradadas ou compostagem. ¾ Todo resíduo (lixo) gerado deverá ser depositado na Zona de Uso Intensivo, em local adequado, para posterior destinação final. ¾ A instalação de infra-estruturas na unidade, somente poderá ser realizada, em zona compatível, mediante a elaboração de projeto específico, que vise o atendimento ao público, a integridade física do visitante, a administração/manutenção/fiscalização do parque e/ou a conservação do ambiente, desde que não promova interferência agressiva à paisagem natural do PELA. ¾ É vedada a construção de quaisquer obras de engenharia que sejam conflitantes com os objetivos de manejo do Parque, tais como rodovia, barragens, aquedutos, oleodutos, linhas de transmissão, entre outros. ¾ A fiscalização deverá ser permanente e sistemática. ¾ O IAP deverá organizar e manter um banco de dados com informações gerais da UC e os resultados das pesquisas e suas recomendações, tornando-os disponíveis a pesquisadores e ao público em geral, bem como para futuras revisões do Plano de Manejo. ¾ Não será permitida a construção de barragens, represas, canalização, retificação ou qualquer alteração dos cursos d’água. ¾ As trilhas, caminhos e estradas deverão ser mantidas em boas condições de uso, fornecendo segurança aos visitantes, pesquisadores e funcionários. ¾ A utilização de veículos dentro do Parque ficará restrita ao uso em serviço e administração geral do IAP e COPEL, eventualmente, para pesquisas científicas. Neste último caso o gerente do Parque poderá realizar a autorização. ¾ A manutenção de trilhas, equipamentos de pesquisa e acessos deverá ser realizado de forma a provocar a mínima alteração ambiental e paisagística. ¾ O uso de agrotóxicos no tratamento paisagístico ou nas atividades de manutenção das trilhas, estradas e aceiros não será permitido. ¾ São proibidos o ingresso e a permanência no parque de pessoas portando armas, materiais ou instrumentos destinados ao corte, caça, ou qualquer outra atividade que possa provocar prejuízo aos recursos naturais. Excetuando-se pessoal autorizado pelo IAP, relacionados a trabalhos de fiscalização, vigilância e manutenção. ¾ Os materiais para construção e reforma de qualquer infra-estrutura não poderão ser retirados do parque, excetuando-se as espécies exóticas. ¾ Deverá ter no parque um acervo com as publicações e relatórios oriundos de Encarte IV 34/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 pesquisas realizadas na Zona conservação da biodiversidade de Amortecimento que contribuam para ¾ Todas as publicações e relatórios oriundos de pesquisas desenvolvidas no PELA deverão ter cópia encaminhada para o acervo do Parque. ¾ As pesquisas a serem realizadas no Parque deverão ser autorizadas pelo Instituto Ambiental do Paraná - IAP, por meio da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – DIBAP, com anuência do gerente da Unidade de Conservação, com cópia do projeto encaminhado à Unidade, devendo-se dar prioridade àquelas indicadas por este Plano de Manejo e/ou que subsidiarão a revisão, avaliação e monitoramento do mesmo. ¾ As pesquisas que envolvam captura ou coleta só serão permitidas mediante autorização do Instituto Ambiental do Paraná por meio da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – DIBAP, com anuência do gerente do PELA, após processar-se a análise técnica da proposta de pesquisa para avaliação da pertinência dos métodos em questão, o que não exclui a devida licença concedida pelo IBAMA e suas recomendações. ¾ Todo o material coletado em projetos de pesquisa deverá ser encaminhado para instituições de pesquisa detentoras de coleções científicas. ¾ A reintrodução de qualquer espécie nativa só será permitida depois de comprovada cientificamente sua necessidade, exequibilidade e segurança, principalmente sanitária. No caso de se permitir a reintrodução será exigido um plano de monitoramento do(s) indivíduo(s) reintroduzido(s) e de seus possíveis impactos sobre outras espécies da fauna e da flora, bem como sobre indivíduos remanescentes de sua própria espécie, se houverem. ¾ As espécies exóticas ou domésticas da fauna, ocorrentes na área, deverão ser removidas adotando-se medidas de proteção, manejo e fiscalização contra novas invasões. Em relação as espécies exóticas da ictiofauna deverá ser realizado esforços para o seu controle e eliminação, quando possível. Encarte IV 35/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 4 PLANEJAMENTO POR ÁREAS DE ATUAÇÃO Ações gerenciais gerais As ações gerenciais gerais dizem respeito àquelas que, por seu caráter de abrangência, são aplicadas ao conjunto de todas as áreas do Parque Estadual Lago Azul e sua Zona de Amortecimento. 4.1 PROGRAMAS TEMÁTICOS PARA O INTERIOR DO PARQUE 4.1.1. OPERACIONALIZAÇÃO a) Objetivos 9 Efetivar o manejo proposto. 9 Apoiar a implantação dos Programas. 9 Efetuar a administração e manutenção do PELA. 9 Implantar no Parque as infra-estruturas necessárias para sua administração e gerenciamento. 9 Gerenciar os recursos humanos, financeiros e materiais necessários para a implantação do Plano de Manejo. 9 Capacitar os funcionários para possam atuar de forma mais eficaz na realização de suas atividades de manutenção, administração, fiscalização, educação ambiental e atendimento ao público. 9 Manter, ampliar e estruturar o programa de voluntariado; b) Atividades / Sub-atividades / Normas I.1) Disponibilização de novos funcionários efetivos para o PELA. I.1.1) Definir perfil desejado para cada função. ¾ O Conselho do Parque poderá colaborar nesta definição I.1.2) Elaborar Termo de Referência contendo as funções e responsabilidades dos funcionários de forma clara e objetiva. ¾ Todo pessoal da UC deverá ser treinado e capacitado. I.1.3) Promover reunião com todos os funcionários para repasse de informações sobre suas respectivas funções e responsabilidades. I.2) Contratação de serviços de terceiros para vigilância noturna e outras demandas específicas dos programas. I.2.1) Definir o perfil desejado para a função. Encarte IV 36/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 I.2.2) Elaborar Termo de Referência para o trabalho a ser realizado. ¾ Todo pessoal contratado deverá ser treinado e capacitado. I.3) Criar quadro de monitores ambientais do Parque. I.3.1) Promover a divulgação do curso. I.3.2) Elaborar ficha de inscrição. I.3.3) Definir perfil desejado para monitores ambientais. I.3.4) Realizar curso para formação de monitores ambientais. I.3.5) Identificar potenciais monitores ambientais, entre os participantes do curso. I.3.6) Incentivar a participação no programa de voluntariado do PELA. I.3.7) Incentivar a criação de uma Associação de monitores ambientais para o PELA. I.4) Treinar funcionários, estagiários, voluntários e condutores para o adequado atendimento e orientação aos visitantes e para a fiscalização contra atos de vandalismo ao patrimônio natural e artificial do parque. I.5) Promover a capacitação periódica dos funcionários do parque, estagiários, voluntários e dos condutores de visitantes. I.5.1) Contatar com especialistas de diferentes áreas ligadas à conservação e legislação ambiental para a realização de palestras. I.5.2) Realizar cursos de Educação Ambiental sobre os valores da região, hidrografia, fauna (vertebrados e invertebrados) e flora, Unidades de Conservação, entre outros a fim de capacitá-los, possibilitando a continuidade no andamento das atividades internas. I.5.3) Realizar cursos de atendimento ao visitante, interpretação da natureza e oficinas, dinâmicas e vivencias em Educação Ambiental; I.5.4) Realizar cursos e palestras sobre segurança no trabalho, animais peçonhentos, suporte básico de vida. ¾ Participação de todos os funcionários nos cursos e palestras sobre segurança no trabalho, animais peçonhentos, controle e combate a incêndios bem como sobre suporte básico de vida. I.6) Incentivar e apoiar os funcionários para a realização de cursos relacionados à área em que atuam e à conservação ambiental. I.7) Agendar e ministrar palestras sobre as atividades de pesquisa desenvolvidas no Parque. Encarte IV 37/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ Todos os pesquisadores deverão realizar, periodicamente, palestras para os funcionários, sobre seu objeto de estudo. I.8) Implantar sistema de relatórios voluntários e condutores do parque para todos os funcionários, estagiários, ¾ Nestes relatórios deverão constar atividades realizadas e registros de situações relevantes, como: observação da fauna (quando, onde, qual animal), depredação de flora (corte, quebra, fogo – quando, onde), situação das trilhas, comportamento dos visitantes, entre outros. ¾ Apresentação de relatórios mensais. I.9) Incentivar programa de estágio remunerado. I.10) Ampliar programa de voluntariado do PELA I.11) Desenvolver projeto de sinalização/identidade visual. I.11.1) Elaborar Termo de Referência descrevendo o produto a ser entregue. I.11.2) Fazer tomada de preços ou licitação conforme valor a ser estipulado. I.11.3) Contratar empresa ou profissional especializada(o) para realização do serviço. ¾ O projeto deverá ser elaborado e aprovado com base nos padrões do IAP. I.12) Implantar sistema de sinalização no interior parque. I.12.1) Colocar placas de identificação no perímetro do Parque com informações sobre a UC e de advertência quanto à proibição da prática de atividades de caça, pesca e corte de vegetação, entre outras informações pertinentes. I.12.2) Readequar e/ou reformar o portal do acesso principal da UC. ¾ O material de sinalização deverá causar o mínimo impacto possível na paisagem. ¾ O projeto deverá ser elaborado e aprovado com base nos padrões do IAP. I.12.3) Manter linhas de divisa e aceiros (já existentes) do parque limpas, facilitando a demarcação e delimitação de seus limites e fiscalização da unidade. Encarte IV 38/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 I.13) Melhorar a definição dos limites da área do parque (marcos) e implantar e reformar a cerca onde for necessário, como da faixa de domínio da BR 487, região da bota, entre outros. ¾ A cerca a ser implantada na Unidade com cuidados referentes a fauna. I.14) Firmar Convênio com a PM, BPFlor e COPEL, para a utilização dos imóveis (casas) existentes na colônia de funcionários. ¾ Realizar treinamento através de curso para o exercício de função fiscalizatória no PELA. I.15) Ampliar sistema de rádio-telecomunicação para comunicação interna e externa da unidade. I.15.1) Obedecer requisitos legais de licenciamento e autorização pelo órgão responsável; ¾ deverão ser adquiridos os equipamentos necessários. ¾ Promover capacitação para sua utilização. I.16) Avaliar e readequar se necessário o sistema de tratamento de esgoto existente. ¾ Para o tratamento de esgoto deverá se adotado um sistema de tratamento alternativo (tratamento por raízes, ou pelo método Lavoisier), que seja de baixo custo de implantação e manutenção. I.17) Avaliar sistema de captação de água potável. I.18) Instalar poço tubular para captação de água. I.19) Realizar monitoramento da potabilidade da água utilizada no PELA. ¾ As análises da água deverão ser periódicas I.20) Definir local apropriado e construir quiosque e se necessário ponto de água e banheiro. I.21) Implantar sistema de coleta, separação e reaproveitamento (quando possível) do lixo produzido no parque. ¾ os resíduos orgânicos oriundos da poda ou varrição deverão ser utilizados para recomposição de áreas degradadas ou compostagem. Encarte IV 39/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ O lixo deverá ser limpo antes de ser acondicionado nas lixeiras de forma a não haver contaminação. I.22) Dotar o parque de infra-estruturas, materiais e equipamentos de informática necessários para a administração. I.22.1) Aquisição de filmadora, maquina fotográfica digital, aparelho de DVD, projetor de multimídia entre outros. I.22.2) Ampliar o número de equipamentos de proteção e combate à incêndio. I.22.3) Adquirir equipamento e material mínimo de resgate e suporte básico de vida. I.22.4) Adquirir materiais e equipamentos para atividades de manutenção, fiscalização e administração da UC ¾ Capacitar os funcionários para utilização dos equipamentos. I.23) Adquirir mobiliário necessário para as instalações construídas e existentes. I.24) Construção de almoxarifado; I.25) Construção de garagem e oficina; I.26) Construção de Torre de observação; I.27) Melhor aproveitamento e planejamento da infra-estrutura física existente; I.27.1) Readequação e reforma do Centro de Visitantes patrimônio nº 0684, readequação de acesso e banheiro para cadeirantes. I.27.2) Reforma da casa patrimônio nº 0985 (guarda-parque). I.27.3) Construção de um almoxarifado com garagem para barcos, trator, carreta, implementos e ferramentas. I.28) Definição e reforma de alojamento para pesquisadores e funcionários; I.29) Instalar um eco-museu utilizando infra-estrutura existente (patrimônio nº 0686) readequação e reforma; ¾ Elaborar projeto específico para o eco-museu. I.30) Definir o uso do viveiro: desativar ou redirecionar/readequar para somente produção de espécies nativas para recuperação do parque e educação ambiental. I.31) Definir forma de repasse das casas da COPEL para o PELA; ¾ definir uso das casas; Encarte IV 40/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ Realizar as reformas necessárias; I.32) Realizar manutenção periódica da infra-estrutura e equipamentos existentes no PELA, providenciando a limpeza e os reparos necessários. I.33) Construção de um deck e readequação do acesso ao Salto São João – Trilha Aventura. I.34) Realizar estudo para implementação de trilha pedagógica com equipamentos de apoio. ¾ Deverá ser utilizado o traçado das trilhas já existentes. I.35) Realizar estudo para readequação (diminuição/eliminação) dos postes de luz instalados ao longo da estrada de acesso da COPEL. I.36) Realizar estudo para readequação, diminuição/eliminação, para um melhor aproveitamento dos aceiros existentes. I.37) Montar biblioteca com temas relacionados à UC, bem como pesquisas e estudos realizados na unidade e zona de amortecimento. I.37.1) Levantar as informações constantes. I.37.2) Contatar com pesquisadores e instituições que realizaram pesquisas no parque e na zona de amortecimento para solicitar relatórios, artigos publicados, entre outros. I.37.3) Cadastrar e arquivar pelo menos uma cópia de cada documento no parque, deixando-os acessíveis para consulta local dos interessados. I.38) Elaborar Regimento Interno do PELA em que serão definidas as normas para o uso das infra-estruturas (Centro de Visitantes, alojamento de pesquisadores) e equipamentos. ¾ Este regimento deverá ser elaborado junto com o Conselho Consultivo. I.39) Avaliar a implantação de cobrança de taxa para visitação do parque. ¾ Se for instituída a taxa, os critérios para cobrança e valor deverão ser definidos no Regimento Interno. ¾ O dinheiro arrecadado deverá ser aplicado no PELA. ¾ O Conselho poderá participar da discussão. Encarte IV 41/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 I.40) Elaborar, em conjunto com a COPEL, um protocolo de procedimentos para manutenção da rede de transmissão de energia e reservatório (oscilação da lâmina d’água), de forma a minimizar os impactos decorrentes destas atividades, bem como para disciplinar ações a serem praticadas pela COPEL (estrada de acesso, colônia de moradores e usina) I.41) Elaborar cadastro fundiário (cartográfico e documental) das propriedades localizadas na Zona de Amortecimento do parque. I.42.1) Levantar junto ao fórum da Comarca de Campo Mourão todas as ações ajuizadas relativas a questões de posse e domínio que envolvam superfície, limites ou confrontações com o PELA. I.43) Ampliar a área do PELA. I.43.1) Identificar possíveis áreas prioritárias a serem incorporadas ao parque. I.43.2) Realizar levantamento fundiário das áreas para verificar legitimidade de titularidade. I.43.3) Verificar em campo os dados constantes nas matrículas (demarcação e medição das áreas). I.43.4) Adquirir as áreas a serem incorporadas ao PELA, no caso de serem identificadas tais áreas. I.44) Revisar aspectos dominiais do PELA. I.44.1) Readequar o posseiro na área. ¾ A área deverá ser recuperada 4.1.2. PROTEÇÃO E MANEJO a) Objetivos: 9 Conservar as condições naturais em locais mais conservados. 9 Recuperar as condições naturais em locais alterados. 9 Proteger os recursos naturais, culturais e as instalações do PELA. 9 Garantir a integridade física do visitante. 9 Garantir a integridade física do visitante. 9 Manejar espécies da fauna e da flora em desequilíbrio, garantindo a integridade do ecossistema natural. Encarte IV 42/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 9 Controlar os animais domésticos que invadem o PELA b) Atividades/Sub-atividades/ Normas: II.1) Estabelecer um programa de erradicação gradual dos indivíduos de espécies da flora exóticos. ¾ a madeira poderá ser utilizada em obras rústicas dentro do parque. ¾ a remoção das árvores abatidas não poderá causar danos às comunidades naturais. ¾ deverá ser dada prioridade ao abate de indivíduos com características invasoras e adultos que já estejam produzindo sementes, de forma a suprimir as matrizes existentes dentro do PELA. ¾ no caso de estudos propostos para erradicação de flora exóticas indicarem dependência alimentar da fauna por alguma das espécies, deverão ser avaliadas formas de substituição por nativas ou erradicação gradual. ¾ indivíduos jovens serão os próximos a serem abatidos e por fim a regeneração natural. ¾ no caso de árvores ornamentais/exóticas cuja presença seja marcante no ambiente, deve-se plantar outra nativa próxima e, após alguns anos, quando a nativa estiver ocupando a paisagem, remover a espécie exótica. II.2) Realizar acompanhamento periódico da colonização de áreas nativas por espécies exóticas. II.2.1) Realizar uma minuciosa vistoria de toda a UC de forma a proporcionar a localização de novos indivíduos exóticos. ¾ Realizar monitoramento periódico. ¾ Abater imediatamente os indivíduos localizados. ¾ Caso não seja possível o abate imediato os indivíduos deverão ser mapeados para posterior erradicação. No entanto, o prazo para tal não deve exceder aquele em que os indivíduos tornam-se férteis. II.3) Realizar estudo e possível enriquecimento na recuperação com espécies nativas da região, dos diferentes estágios sucessionais. Encarte IV 43/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 II.4) Controlar a invasão do pinus Pinus sp., uva-do-japão Hovenia dulcis, grevílea Grevilea robusta, santa-bárbara Melia azedarach, nêspera Eryobotria japonica e outras espécies exóticas no interior do parque. ¾ Todo e qualquer indivíduo jovem de espécies da flora exótica no interior do parque deverá ser eliminado. ¾ Deverá ser realizado estudo para se utilizar a melhor forma de eliminar as espécies, de acordo com suas características peculiares. II.5) Realizar a eliminação do chuchu Sechium edule no interior do parque. ¾ Deverá ser realizado estudo para verificar dependência por parte da fauna, dos frutos do chuchu. ¾ Os possíveis recursos oriundos da retirada deverão ser revertidos à unidade. II.6) Realizar a eliminação gradativa do reflorestamento de abacates no interior do parque. ¾ Deverá ser realizado estudo para verificar dependência por parte da fauna, dos frutos do abacateiro. ¾ Os possíveis recursos oriundos da retirada deverão ser revertidos à unidade. II.7) Promover estudo para o manejo da área do Projeto Madeira. ¾ a recuperação deverá ser realizada utilizando-se espécies nativas da região do PELA, preferencialmente utilizando-se de um consórcio de espécies pioneiras, secundárias e clímaxes. II.8) Promover estudo para manejo do reflorestamento de araucária Araucaria angustifolia implantado. II.9) Realizar estudo para definição de projeto paisagístico para a Zona de Uso Intensivo. ¾ no caso de árvores ornamentais/exóticas cuja presença seja marcante no ambiente, deve-se plantar outra nativa próxima e, após alguns anos, quando a nativa estiver ocupando a paisagem, remover a espécie exótica. ¾ O projeto paisagístico deverá ser de mínimo impacto, integrando a paisagem ao contexto local e valorizando as espécies nativas. II.10) Promover uma avaliação da área do arboreto, verificar e discutir junto aos pesquisadores da EMBRAPA, a melhor forma de manejo e recuperação da área do arboreto. Encarte IV 44/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ a recuperação deverá ser realizada utilizando-se espécies nativas da região do PELA, preferencialmente utilizando-se de um consórcio de espécies pioneiras, secundárias e clímaxes. II.11) Promover a recuperação das áreas degradadas da pedreira/cascalheira. II.12) Analisar e avaliar a possibilidade de revegetação de parte da Zona de Uso Extensivo 2. II.13) Avaliar para determinar a forma de intervenção mais adequada para a Zona de Recuperação 1. ¾ Deverá ser apresentado projeto específico para a recuperação da área, como projeto de pesquisa e/ou utilizada em parte, como elemento de campo de estudo em geologia/pedologia. II.14) Promover o monitoramento e avaliação da Zona de Recuperação 2, onde houve ação do fogo. ¾ Se necessário, promover ações específicas para incrementar a recuperação. II.15) Retirar as caixas de abelhas localizadas no interior do PELA. II.16) Avaliar junto a COPEL a possibilidade de retirada (desvios) ou relocação das linhas de transmissão de energia elétrica de forma a minimizar os impactos. ¾ Deverá ser realizado projeto específico. II.17) Verificar a possibilidade de indicativo junto a COPEL para estabilidade do nível do Reservatório em períodos de piracema. ¾ Deverá ser realizado monitoramento. II.18)Promover controle e recuperação de erosão de processos naturais e/ou resultantes de antiga ação antrópica e em áreas que não ocorram visitação. II.18.1) Realizar a revegetação/recuperação das áreas marginais do reservatório. ¾ Deverá ser recomendado o projeto de recuperação do prof. Roderjan II.18.2) Contenção do processo erosivo da foz do Rio Passo e faz. Kwitchal. II.19) Manter contato constante com o BPFlo, para que estes realizem vistorias periódicas na área do parque. ¾ Manter contato constante com o Corpo de Bombeiros, para que seja feito acompanhamento ao uso do lago. II.20) Realizar e manter atualizado o Plano de Fiscalização e Combate à Incêndios florestais do PELA. Encarte IV 45/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 II.20.1) Elaborar mapa de risco de incêndios II.20.2)Implantar o sistema de rotinas e procedimentos de fiscalização definidos no Plano de Fiscalização e Combate a Incêndios. II.21) Implantar uma Brigada de Incêndio na região. II.21.1) Identificar público com perfil para compor a Brigada. II.21.2) Promover curso de treinamento e capacitação. ¾ o curso deverá ser ministrado pelo corpo de bombeiros, ou por profissionais especializados. II.21.3) Promover reuniões periódicas dos brigadistas. II.21.4) Promover treinamentos periódicos dos brigadistas. ¾ os treinamentos deverão ter periodicidade mínima de 8 meses. II.25) Controlar a entrada e permanência de animais domésticos no PELA. 4.1.3. PESQUISA E MONITORAMENTO a) Objetivos: 9 Aprofundar o conhecimento sobre os recursos naturais do Parque Estadual do Lago Azul, com ênfase no reservatório e exóticas. 9 Subsidiar o manejo e a conservação das espécies da fauna e flora. 9 Gerar e disponibilizar informações sobre o PELA com respeito aos aspectos naturais e histórico-culturais. 9 Realizar estudos sobre a fragmentação de hábitats e qual o papel do Parque em tal dinâmica. 9 Concretizar parcerias para a realização de pesquisas e estudos. 9 Identificar e monitorar as espécies animais e vegetais raras e/ou ameaçadas de extinção. b) Atividades / Sub-atividades / Normas: III.1) Realizar levantamento florístico e estudo fitossociológico das comunidades do PELA para subsidiar a recuperação das áreas alteradas. III.2) Avaliar a utilização de espécies exóticas da flora, em especial o chuchu, abacateiro e uva do japão, por parte de espécies da fauna nativa visando embasar o manejo daquelas. Encarte IV 46/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 III.3) Realizar uma avaliação geral da borda e interior dos remanescentes com a identificação e caracterização das espécies de Lianas (cipós) ocorrentes na área de forma a subsidiar o manejo. III.4) Localizar e mapear as espécies de flora exóticas encontradas dentro dos limites do parque para embasar programa de manejo. III.5) Realizar levantamento qualiquantitativo de espécies vegetais raras. III.6) Levantar, mapear e avaliar os estoques de espécies vegetais de interesse para a fauna (Myrtaceae, Lauraceae, Melastomataceae, Piperaceae etc.), especialmente para a avifauna e mastofauna. III.7) Investigar a composição da comunidade íctica do parque. III.7.1) Definir espécies-chave da ictiofauna e conduzir estudos da sua biologia alimentar e reprodutiva. III.7.2) Definir projeto para minimização do impacto das espécies exóticas de peixes na área do parque. III.7.3)Monitorar a ZFA3, sendo importante no processo de reprodução da avifauna e fundamental no abrigo e alimentação da ictiofauna. III.8) Definir e realizar estudo de impactos sobre o uso do lago, determinando os impactos provocados pelas embarcações regulamentadas no reservatório e, se for o caso, novos direcionamentos deverão ser implementados para evitar mais danos. III.9) Estudar o uso de combustíveis alternativos para fiscalização no lago. III.10) Realizar estudos dos processos atuais na área do parque, tanto de origem fluvial, tais como, assoreamento do lago erosão nas margens dos ribeirões, compactação e erosão das trilhas e outros processos. III.11) Realizar estudo sobre possíveis contaminantes na fauna que utilizam o lago. III.12) Avaliar o sistema de drenagem de águas pluviais das trilhas e da estrada que corta o parque e, se necessário, elaborar um projeto específico de controle, com a finalidade de diminuir o efeito da água nas suas encostas e os impactos ambientais – paisagísticos III.13) Realizar monitoramento contínuo da qualidade da água do lago e dos córregos do PELA. III.14) Realizar estudos aprofundados para caracterização da diversidade faunística do PELA. ¾ deverão ser contemplados pelo menos os seguintes grupos: peixes, anfíbios, répteis, aves, mamíferos e invertebrados (com prioridade Encarte IV 47/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 para aqueles que se caracterizam como bio-indicadores com status de ameaçados, raros ou endêmicos). ¾ estes estudos deverão ser complementados e integrados com dados coligidos nas áreas externas ao parque. ¾ Selecionar instituições e/ou profissionais habilitados para o desenvolvimento dos trabalhos ¾ Elaborar projeto e encaminhar a financiador. III.15) Estudar frugivoria e dispersão de sementes em espécies de aves e mamíferos ocorrentes no PELA. III.16) Realizar pesquisas para a definição do status de conservação das populações de espécies da avifauna ameaçadas de extinção e/ou endêmicas, com ocorrência no parque. III.17) Avaliar a diversidade genética de pequenos mamíferos. III.18) Realizar acompanhamento das populações de espécies que sofrem pressão de caça e pesca na região III.19) Solicitar aos funcionários, policiais florestais, pesquisadores e técnicos a serviço do parque que recolham esqueletos e carcaças de animais nativos encontrados mortos no interior e entorno direto da unidade. III.19.1) Elaborar ficha padrão para anotações dos dados das espécies encontradas. ¾ a ficha deverá conter no mínimo dados sobre local da coleta (de preferência georeferenciar), nome do coletor, estado da pele, provável causa da morte, observações. III.19.2) Treinar os funcionários no preenchimento da ficha. III.19.3) Encaminhar o material encontrado para o eco-museu, devidamente catalogado. ¾ todo material, antes de ser encaminhado deverá ser registrado em um livro de controle específico, onde contarão os dados da ficha padrão e seu local de destino. III.20) Realizar estudos para elaborar o mapa de fragilidade ambiental (correlacionando a geologia, geomorfologia, pedologia, fauna e flora) do parque, incorporando aspectos ecológicos, pressões e ameaças, realizando revisões periódicas e implementando ações efetivas. III.21) Realizar levantamento bibliográfico do patrimônio histórico-arqueológico do PELA e ZA. Encarte IV 48/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ A pesquisa deverá abarcar todo tipo de informação, livros, revistas, jornais, gravuras, mapas, coleções, decretos e resoluções governamentais, teses, monografias, entre outros suportes escritos e visuais. A pesquisa nestas fontes poderá se direcionar a instituições federais, estaduais e municipais, como arquivos administrativos/jurídicos de prefeituras, câmaras, cartórios; bibliotecas de fundações e de organizações não governamentais; universidades; museus. ¾ Também deverão ser pesquisados os acervos particulares sejam de paróquias, de igrejas, de famílias ou das próprias empresas colonizadoras da região; III.21.1) Realizar depoimentos com aqueles que participaram de forma direta ou indireta do processo de formação do município, contribuindo desta maneira na identificação da memória-histórica da região. Da mesma forma, informações sobre a existência de sítios arqueológicos deverão ser recuperadas. ¾ Estabelecer programa de ação voltada à educação patrimonial. III.21.2) Realizar estudos referentes a ruínas da Usina São João, definindo melhor tratamento ao local III.22) Realizar pesquisas visando um melhor conhecimento da anurofauna do PELA e entorno. ¾ os estudos deverão contemplar também a área de entorno do Parque. III.23) Realizar estudos para o conhecimento da mastofauna do PELA. III.23.1) Efetuar censo dos mamíferos de médio e grande porte ocorrentes no Parque. III.23.2) Identificar e monitorar as populações de espécies raras, endêmicas ou ameaçadas. III.23.3) Pesquisas com frugivoria com morcegos III.24) Realizar pesquisas da entomofauna ocorrente no Parque. III.24.1) Diagnosticar possíveis insetos bioindicadores nos ambientes florestais e ecossitemas aquáticos. III.24.2) Realizar estudos para definição de hábitos alimentares (polinizadores e outras formas de interação inseto-planta.) III.25) Desenvolver pesquisas básicas e aplicadas que gerem conhecimento sobre a avifauna que proporcionem subsídios necessários a um manejo adequado do PELA. Encarte IV 49/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 III.25.1) Estudar a dinâmica das populações de aves, com ênfase nas espécies dispersoras de sementes. III.25.2) Realizar o monitoramento quali-quantitativo da avifauna. III.25.3) Desenvolver pesquisa sobre a biologia e história natural de espécies raras, endêmicas, vulneráveis ou em perigo de extinção III.25.4) Realizar o monitoramento das populações. III.25.5) Realizar estudo sobre o efeito dos agrotóxicos nas comunidades de aves do PELA. III.26) Estabelecer parcerias com Universidades, ONGs, instituições de ensino e pesquisa, para a realização de pesquisas e monitoramento no Parque. III.27)Criar um programa de monitoramento para o PELA. III.27.1) Treinar e capacitar o pessoal para monitoramento do Parque, conforme previsto no programa de Operacionalização. ¾ Deverá ser contemplado o impacto do uso público. III.28) Promover intercâmbio com outras instituições que realizam ações de monitoramento para apoio ao PELA. III.29) Conduzir estudo acerca das circunstâncias em que ocorrem caça e pesca no Parque e definir estratégia de solução dos problemas. III.30) Definir parâmetros a serem monitorados e elaborar fichas específicas para cada caso. III.31) Criar, manter e alimentar um banco de dados local com informações de todas as atividades de pesquisa, estudos e ações administrativas e de monitoramento. ¾ o banco de dados deverá ser interligado ao SIG do parque. III.32) Montar um Sistema de Informações Geográficas (SIG) para o Parque Estadual do Lago Azul e sua Zona de Amortecimento. III.32.1) Zelar para que todos os estudos e pesquisas a serem realizados no PELA e Zona de Amortecimento sejam georeferenciados de forma a serem incorporados ao SIG. III.33) Formar um banco de nomes com potenciais consultores ad hoc, composto por pessoas idôneas, de reconhecido conhecimento acadêmico e/ou prático, de preferência, e ampla experiência, que tenham tradição em pesquisas e estudos diversos, para a análise dos projetos de pesquisa submetidos ao parque /DIBAP/IAP, e eventuais consultas para o parque. ¾ a composição do banco de nomes não será fixa, podendo variar de acordo com as necessidades temáticas das pesquisas solicitadas. Encarte IV 50/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ o trabalho destes consultores será voluntário, mas o parque deverá assumir os custos que porventura os participantes venham a ter em função dos trabalhos prestados, incluindo custos de comunicação, despesas com deslocamento, hospedagem, alimentação, correio, fotocópias, entre outros. ¾ o banco de nomes deverá conter um breve resumo do perfil do participante do GC, o que justifica a sua inclusão, além de endereços comerciais e residenciais (estes somente se autorizados pelo participante) e todos os dados sobre contatos mais rápidos com eles. III.34) Criar home page do PELA e disponibilizar dados das pesquisas e do Monitoramento do Parque. III.35) Criar uma ficha de cadastro de visitantes. 4.1.4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL a) Objetivos 9 Proporcionar à comunidade em geral a compreensão, valorização e participação efetiva das atividades de Educação Ambiental, visando estabelecer reflexões que possam vir a alterar conceitos e atitudes negativas em relação ao Ambiente no Parque e estendendo, como multiplicadores, os novos valores à sua vida cotidiana. 9 Valorizar o Parque Estadual Lago Azul, promovendo o seu conhecimento por meio de ações que visem o envolvimento e interesse da população para a causa ambiental, levando-os à compreensão do meio ambiente e de suas interrelações, ressaltando a importância de preservar remanescentes da Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Mista, bem como os aspectos históricos e culturais da região 9 Propiciar à comunidade a compreensão dos objetivos do PELA; 9 Estimular a participação efetiva dos munícipes em programas de conservação do Parque e do entorno; 9 Melhorar a qualidade ambiental do entorno através de conscientização e sensibilização; 9 Realização de atividades de educação ambiental dentro de metodologias pedagógicas adequadas; Encarte IV 51/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 b) Atividades / Sub-atividades / Normas: IV.1) Elaboração e implementação de programas e projetos de educação ambiental IV.1.1) Aplicar um programa de EA com metodologia pedagógica adequada e atualizada; IV.2) Realizar reuniões comunitárias no entorno do PELA; IV.2.1) Promover palestras para escolares e comunidade em geral; IV.2.2) Estabelecer contatos com especialistas para a abordagem de temas específicos; IV.2.3) Produzir material didático e de divulgação do PELA; IV.3) Promover oficinas de EA no Parque; IV.3.1) Capacitar os professores dos municípios em EA para estabelecer processos de continuidade e multiplicação; IV.3.2) Realizar fóruns de EA para escolares, professores, agricultores, empresários e monitores do PELA; IV.4) Capacitar integrantes da comunidade do entorno e estudantes como monitores ambientais voluntários; IV.5) Adequar as trilhas com roteiro interpretativo e aplicação de atividades de EA, propiciando a interpretação da natureza; IV.6) Estruturação do museu natural IV.6.1) Promover exposições temáticas (fauna, flora, suas adaptações, etc); IV.7) Promoção da visitação pública do PELA IV.7.1) Contatar associações, entidades, empresas, escolas e demais setores da sociedade em geral, para realização de visitas ao PELA; IV.7.2) Estimular a visitação pública, em especial da comunidade escolar e da comunidade do entorno; IV.7.3) Divulgar o PELA através de veículos de comunicação escrita e falada; IV.7.4) Confeccionar material promocional divulgando o PELA; IV.7.5) Promover a criação de logomarca que identifique o PELA para o grande público; IV.7.6)Elaborar material de divulgação como folders, cartazes, banners, CD room, página na internet, entre outros; Encarte IV 52/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ O material de divulgação deverá ser distribuído em municípios vizinhos, em agências de turismo e nas escolas que visitam o Parque. ¾ O material deverá ser aprovado e seguir os padrões da DIBAP/IAP. IV.8) Montar um arquivo para palestras sobre o Parque, para exposição aos visitantes e demais cursos e eventos. IV.9) Produzir um áudio-visual valorizando o PELA no seu papel na manutenção da qualidade de vida da região. ¾ O áudio-visual deverá conter também as normas gerais do PELA e ser exibido a todos os grupos de visitantes antes de iniciarem a caminhada nas trilhas. IV.10) Promover cursos temáticos visando estimular a visitação escolar e da comunidade de entorno (ex. curso de desenho tendo como tema o ambiente do Parque). 4.2 PROGRAMAS TEMÁTICOS PARA A ZONA DE AMORTECIMENTO 4.2.1.OPERACIONALIZAÇÃO EXTERNA a) Objetivos: 9 Apoiar a implantação dos programas; 9 Buscar parcerias para o gerenciamento do entorno do Parque Estadual Lago Azul. b) Atividades / Sub-atividades / Normas: I.1) Implantar placas informativas sobre o PELA ao longo das principais estradas e trevos nos municípios da Zona de Amortecimento que dão acesso ao Parque. I.1.1)Implantar placas informativas ao longo da BR-487, a partir do Trevo de Campo Mourão, e região. ¾ As placas deverão estar distribuídas, conforme levantamento realizado anteriormente pela Gerência da UC. ¾ as placas deverão conter no mínimo as seguintes informações: 9 nome do parque e órgão responsável pela gestão; 9 horário de visitação e limite máximo de visitantes/dia; 9 número telefônico para agendar a visita de grupos; Encarte IV 53/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 9 distância até o parque. I.2) contatar com o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte - DNIT para solicitar autorização para implantação das placas informativas, acordo para manutenção e manejo da área do domínio da rodovia e instalação de redutores de velocidade. ¾ as placas deverão seguir os padrões adotados pelo DNIT. I.3) Implantar placas informativas sobre o PELA no entorno da unidade. ¾ numeração de localização das placas em relação a U.C., em Mapa. ¾ as placas deverão seguir os padrões adotados pelo IAP, contendo no mínimo as seguintes informações: 9 nome do parque e órgão responsável pela gestão; 9 horário aberto a visitação I.4) Implantar trevo de acesso ao PELA I.4.1) Implantar placas informativas sobre o PELA no entorno da unidade. ¾ deverão ser alocadas nos principais pontos de acesso terrestre (portões, junto à estradas) ou aquático (lago), além dos limites extremos da UC; 4.2.2. PROTEÇÃO E MANEJO a) Objetivos: 9 Propiciar a conservação da região, de forma a permitir a conexão da área do parque com demais fragmentos florestais e Unidades de Conservação da região. 9 Garantir a qualidade ambiental da região de entorno do PELA. 9 Definir os corredores ecológicos existentes entre o parque e seu entorno. 9 Incentivar a recuperação de áreas com potencial para a formação de corredores ecológicos. 9 Fornecer subsídios para a normatização da Zona de Amortecimento. 9 Promover a conservação dos remanescentes florestais da Zona de Amortecimento e seu entorno e cumprimento da legislação vigente inerente à reposição florestal (SISLEG) 9 Incrementar a qualidade de vida na região. 9 Incentivar a criação de RPPNs Encarte IV 54/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 b) Atividades / Sub-atividades / Normas: II.1) O IAP deve desenvolver a divulgação da normatização para as atividades a serem executadas nesta Zona. ¾ Esta estratégia de divulgação da normatização poderá ser realizada em conjunto com o Conselho Consultivo do PELA. ¾ as normas estipuladas deverão ser divulgadas à população e empresas locais. II.2) Fiscalizar de forma intensiva os remanescentes florestais do entorno do parque. II.3) Fiscalizar e exigir das empresas localizadas no entorno do parque que preservem e recuperem as florestas ciliares e eliminem todo passivo ambiental resultante de seu empreendimento e cumpram a legislação vigente. II.4) Exigir o cumprimento do Código Florestal com recuperação e, ou conservação das florestas ciliares e da Reserva Legal das propriedades de maneira a propiciar a formação de corredores ecológicos. II.5) Monitorar espécies exóticas de peixes – tilápia Tilapia rendalli, “black-bass” Micropterus salmoides e bagre-africano Clarias batrachus, entre outros encontrados em represamentos artificiais de afluentes do lago do PELA, afim de evitar contato com espécies nativas; ¾ deverá ser efetuado contato prévio com os proprietários das criações, esclarecendo a problemática causada por estas espécies, tais como: competição com espécies nativas podendo ocasionar redução de populações ou mesmo extinção local; predação ou contaminação por parasitas em função do rompimento ou vazamento das barragens, cujo risco aumenta na época de chuvas. II.6) Identificar fragmentos e remanescentes de vegetação nativa para possível agregação ao PELA, criação de RPPNs, e corredores esológicos II.7) Incentivar a proteção dos remanescentes florestais existentes na Zona de Amortecimento do PELA. II.7.1) Realizar palestras junto aos proprietários da região com informações sobre a importância da conservação dos remanescentes florestais. II.8) Promover a recuperação das APPs e Reservas Legais das propriedades localizadas na ZA, com prioridade para aquelas lindeiras ao Parque. II.8.1) Realizar palestras junto aos proprietários da região com informações sobre a importância das APPs e Reservas Legais para conservação da biodiveridade e qualidade de vida na região. II.8.2) Prestar apoio técnico para a recuperação das APPs e RLs. Encarte IV 55/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 II.9) Incentivar a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPNs na região. II.9.1) realizar palestras junto aos proprietários da região com informações sobre os procedimentos para criação de RPPNs. II.9.2) prestar apoio técnico para a criação das RPPNs. II.10) Incentivar a criação e/ou conservação de Corredores Ecológicos. II.10.1) realizar levantamento na região para identificar os corredores entre fragmentos florestais e as UCs da região. II.10.2) Orientar a comunidade sobre a importância dos corredores e de sua manutenção. II.11) Instituir um centro cultural com objetivo de abrigar o acervo documental e museológico e de difundir os conhecimentos adquiridos no processo de criação e gestão da Unidade de Conservação; II.11.1) Implantar um conselho formado por membros da comunidade que auxiliem na administração do centro cultural e no gerenciamento do processo de preservação. II.12) Formar banco de dados que vise fundamentar ações de preservação e conservação dos bens culturais, assim como dar suporte a pesquisa e a educação; II.13) Efetivar programas voltados a preservação, educação e difusão cultural. 4.2.3. PESQUISA E MONITORAMENTO a) Objetivos 9 Obter informações visando embasar ações de manejo e conservação do parque e de seu entorno. 9 Fornecer informações que subsidiem as ações de proteção e manejo na Zona de Amortecimento. 9 Incrementar significativamente o conhecimento sobre seu patrimônio natural.na região de entorno do PELA, bem como 9 Obter os conhecimentos necessários para a elaboração de programas de conservação gerais e específicos. b) Atividades / Sub-atividades / Normas III.1) Realizar levantamento e análise qualiquantitativa dos fragmentos florestais localizados no entorno do parque. Encarte IV 56/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 III.1.1) Contatar instituições de pesquisa (universidades, ONGs) para a elaboração e execução de projetos. ¾ a equipe executora deverá ser composta por pesquisadores de diferentes áreas (p. ex. vegetação, meio físico, peixes, anfíbios, répteis, aves, mamíferos, invertebrados etc.) ¾ o andamento dos trabalhos e os resultados obtidos deverão ser acompanhados pelo gerente do parque, ou por funcionário designado para tal fim. ¾ os proprietários das áreas deverão ser contatados para autorização destes estudos. III.2) Realizar monitoramento da qualidade da água. ¾ monitorar a qualidade da água dos principais formadores do lago do PELA. ¾ as análises deverão ser realizadas periodicamente ¾ deverão ser avaliados parâmetros físicos, químicos e biológicos. III.2.1) Monitorar as populações de Astyanax sp. lambari na bacia Hidrográfica a montante do reservatorio, pois esta é uma espécie indicadora de alteração ambiental, pois a presença de populações reduzidas indicam altos níveis de degradação. III.3) Realizar estudos para caracterização da diversidade, distribuição e bionomia da fauna da região. ¾ deverão ser priorizados os estudos que complementem aqueles realizados no interior do parque. III.4) Monitorar os atropelamentos da fauna silvestre nas Rodovias e Estradas vicinais do entorno , onde está inserida na Zona de Amortecimento ou representa seu limite. ¾ os animais mortos encontrados deverão, quando possível, ser encaminhados a Instituições de Pesquisa ou Museus da Região; ¾ todos os animais encontrados deverão ser catalogados registrados no livro de registro específico do parque. e ¾ Deverá haver indicações a fim de minimizar e reduzir os impactos da rodovia como o atropelamento de animais silvestres III.5) Realizar inventário Amortecimento do PELA. das espécies de anfíbios ocorrentes na Zona de ¾ esta pesquisa deverá ser realizada de forma complementar àquela sugerida para o interior do Parque Encarte IV 57/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 III.6) Determinar os efeitos da fragmentação florestal sobre a fauna e a flora da região. III.7) Incentivar o desenvolvimento de pesquisas, visando o melhor conhecimento da ictiofauna da região. ¾ Os estudos também deverão contemplar informações sobre a distribuição espacial das populações, as variações espaçotemporais das assembléias, a estrutura da população, épocas de reprodução e locais de desova, o estudo da higidez, espécies indicadoras de qualidade ambiental, e espécies de valor científico e econômico, espécies raras e/ou ameaçadas de extinção. III.8) Realizar estudo comparado da avifauna na zona de amortecimento do PELA. III.9) Investigar a ocorrência de espécies da flora e da fauna ameaçadas nas áreas de entorno do PELA. III.10) Identificar e levantar os vários tipos de bens culturais existentes na região: arqueológicos, documentais, móveis e imóveis além dos intangíveis. III.10.1) Cadastrar os bens que sejam de interesse de preservação para o município utilizando fichas específicas. ¾ neste cadastro deverão conter dados básicos, como localização, propriedade, descrição do objeto e dados históricos. III.10.2) Mapear em cartografia específica, todos os bens cadastrados, tendo como referência geográfica, coordenadas obtidas por Sistema de Posicionamento Global (GPS). III.10.3) Elaborar prognóstico que indique o grau de significância e de conservação dos bens. III.11) Promover o levantamento de bens arqueológicos ¾ deverá ser realizado: prospecções arqueológicas intensivas nos diversos compartimentos ambientais da região; delimitação dos sítios arqueológicos; quantificação e qualificação dos sítios de forma a precisar um panorama visando o resgate arqueológico; ¾ identificação do grau de conservação dos sítios com o objetivo de identificar os impactos cumulativos, os impactos futuros e possibilidades de estratégias de conservação, preservação e valorização; identificação da diversidade cultural existente de forma a estabelecer metodologias adequadas para tratar cada sítio segundo sua singularidade; Encarte IV 58/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ o material arqueológico resultante do resgate deverá ser acondicionado de forma a preservá-lo, em instituições de pesquisa ou museus, de preferência da região. ¾ para o cadastro dos sítios deverá ser utilizada fichas fornecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e assim, compor o Banco de Dados do Sistema de Gerenciamento do Patrimônio Arqueológico deste órgão federal. 4.2.4. ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO a) Objetivos: 9 Fomentar alternativas de desenvolvimento da Zona de Amortecimento compatíveis com a proteção e conservação dos recursos naturais. 9 Valorizar a existência da unidade junto à comunidade da região. b) Atividades / Sub-Atividades / Normas: IV.1) Efetuar o cadastramento dos moradores da Zona de Amortecimento e os diversos usos do solo. IV.2) Desenvolver estudos para a viabilização de novas atividades voltadas ao artesanato, culinária regional, agricultura orgânica em espaços reduzidos, essências medicinais, entre outros. ¾ Toda a atividade deverá ter como referência a conservação do parque. IV.3) Divulgar junto aos visitantes do PELA o potencial cultural e os produtos artesanais e da culinária da região. IV.4) Apoiar e incentivar o fomento para a produção de orgânicos e agroflorestais nas propriedades. IV.5) Identificar áreas potenciais para ecoturismo e turismo rural na região. IV.6) Incentivar a criação da Associação de Condutores de visitantes, (comunidades do entorno e universidades) 4.2.5. PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO EXTERNA a) Objetivo 9 Inserir a comunidade do entorno às questões relacionadas ao PELA e organizar Conselho Consultivo multidisciplinar. Encarte IV 59/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 9 Integrar o parque ao seu entorno, de forma que a comunidade seja aliada na proteção da unidade. 9 Difundir os objetivos do PELA e as atividades desenvolvidas. 9 Direcionar e catalisar ações de origem externa e de interesse para a conservação do PELA e entorno. 9 Promover a integração entre os programas de desenvolvimento regional que possam afetar a área. 9 Estabelecer parcerias e convênios para apoiar a administração do parque. 9 Incentivar a adoção de práticas sustentáveis na Zona de Amortecimento do PELA. 9 Incrementar a renda e a qualidade de vida no entorno do Parque. 9 Apoiar a criação e implantação da Agenda 21 dos Municípios da Zona de Amortecimento. b) Atividades / Sub-Atividades / Normas: V.1) Identificar e contatar os proprietários limítrofes e outros relacionados com a unidade de conservação. V.2) Produzir material de divulgação do parque (folder, pôster). ¾ Todo material impresso deverá ser aprovado pela DIBAP/IAP e ser elaborado em linguagem acessível à compreensão por parte do público leigo. ¾ O material poderá ter apoio para produção, com espaço para divulgação. V.3) Manter as Prefeituras informadas sobre as diversas ações desenvolvidas no PELA e sua Zona de Amortecimento, uma vez que estas podem contribuir com a ampliação do quadro de funcionários do parque. V.4) Promover reuniões com as comunidades do entorno. ¾ As reuniões e seminários deverão ser realizadas preferencialmente nas dependências do parque. ¾ O IAP deverá disponibilizar infra-estrutura mínima necessária para a realização das reuniões. V.5) Promover a integração da comunidade, instituições e empresas com o parque. V.5.1) Contatar instituições, empresas e ONGs que têm relação com o parque e/ou que atuam na Zona de Amortecimento (p. ex.: BPFlo, EMATER, COPEL, Prefeituras, Paraná Turismo, EMBRAPA). Encarte IV 60/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 V.5.2) Realizar palestras sobre a importância do parque no contexto regional. ¾ As palestras deverão ser dependências do parque. ¾ realizadas, preferencialmente, nas As reuniões deverão ser agendadas com 15 dias de antecedência, com horário e data compatíveis ao funcionamento do parque e a participação da comunidade. V.5.3) Produzir material impresso com informações sobre o parque e sua importância para a região. ¾ Todo material impresso deverá ser aprovado pelo IAP/DIBAP e ser elaborado em linguagem acessível à compreensão por parte do público leigo. ¾ Este material deverá ser distribuído por ocasião das palestras. ¾ O material poderá ter apoio para produção, com espaço para divulgação. V.5.4) Participar de eventos comemorativos regionais promovidos na zona de amortecimento. ¾ Deverão ser expostos materiais de divulgação do PELA. V.6) Elaborar Termos de Cooperação Técnica, Parcerias e Convênios. V.6.1) Celebrar Termo de Cooperação Técnica ou Convênios com os municípios da zona de amortecimento para desenvolvimento de programas de alternativas de desenvolvimento e desenvolvimento sustentável para o entorno do PELA. V.6.2) Estabelecer contato com universidades, bem como com instituições nãogovernamentais para o desenvolvimento de pesquisas na região de entorno do PELA. ¾ As pesquisas deverão fazer parte de um programa de conservação, devendo ser aprovadas pela DIBAP/IAP. V.7) Estabelecer, periodicamente, contato com o BPFlo para gestão compartilhada das atividades educativas, de fiscalização e de controle na área externa à unidade. V.8) Realizar contato com DNIT para instalação de placas de sinalização rodoviária, para normatizar a velocidade dos veículos que trafegam na rodovia federal (BR-487), no trecho em que esta se relaciona com a Zona de Amortecimento. V.9) Realizar contato com agricultores na área do entorno imediato do PELA para definir estratégia de prevenção a incêndios florestais. V.10) Levantar alternativas de atividades econômicas, de baixo impacto ambiental para a região. Encarte IV 61/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 V.10.1) Levantar os potenciais de atividades desenvolvidas na Zona de Amortecimento. V.10.2) Levantar alternativas de renda em outras regiões. V.10.3) Avaliar a viabilidade econômica das alternativas identificadas. V.11) Incentivar e apoiar a divulgação de alternativas econômicas junto dos produtores da Zona de Amortecimento. V.11.1) Ministrar palestras. V.11.2) Apresentar vídeos e exemplos de outras regiões do país. V.11.3) Promover intercâmbio entre proprietários/produtores rurais. V.12) Incentivar a criação de Associações e Cooperativas. V.12.1) Identificar lideranças locais. V.13) Promover cursos, oficinas e palestras envolvendo técnicos da EMATER e de Associações de produtores orgânicos. V.14) Promover cursos de artesanato, utilizando materiais recicláveis ou rejeitos agrícolas. V.15) Promover cursos de culinária alternativa. V.16) Incentivar a substituição da criação de espécies exóticas, principalmente de peixes, por nativas. V.17) Incentivar que as atividades econômicas desenvolvidas nas propriedades lindeiras ao parque sejam baseadas na agricultura orgânica e que utilizem para o controle dos insetos o manejo integrado de pragas (MIP), o qual preconiza a utilização de diversas técnicas, como o controle biológico, a rotação de culturas, o manejo cultural (o qual destaca a importância de mata nas áreas adjacentes), entre outras técnicas, para que desta forma sejam minimizados os efeitos da área de entorno em relação ao parque, garantindo a proteção adequada desse recurso ambiental. V.17.1) Realizar palestras junto aos agricultores com o intuito de transmitir noções sobre o Manejo Integrado de Pragas, bem como enfatizar a importância do Parque para a área agrícola. V.18) Apoiar a implantação da comissão para Agenda 21. V.19) Montar exposições itinerantes que percorram o Estado do Paraná, divulgando o Parque e as pesquisas lá desenvolvidas. V.20) Incentivar e participar da Cavalgada Ecológica. Encarte IV 62/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 4.2.6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL a) Objetivos: 9 Envolver a comunidade local na conservação do PELA. 9 Envolver as escolas locais na conservação do PELA. 9 Divulgar a Unidade de Conservação para os municípios de entorno buscando a compreensão por parte da população da função e importância do parque no contexto regional. 9 Propiciar à comunidade escolar a compreensão, valorização e participação efetiva nas atividades de Educação Ambiental realizadas no parque 9 Aumentar a conscientização em relação à conservação de remanescentes florestais, como o PELA. 9 Divulgar a UC para os municípios do entorno, levando-os a compreender a importância do Parque no contexto regional. 9 Propiciar à comunidade escolar a compreensão, a valorização e a participação efetiva nas atividades de Educação Ambiental realizadas no Parque. 9 Envolver a comunidade e as escolas locais na conservação do PELA e do patrimônio natural, histórico e cultural da região. 9 Estimular a adoção de práticas agrícolas e atividades econômicas menos impactantes ao meio ambiente no entorno desta UC. b) Atividades / Sub-Atividades / Normas. VI.1) Elaborar materiais informativos para a comunidade de entorno, enfocando a importância da conservação das florestas para a manutenção do equilíbrio ambiental da região. VI.2) Esclarecer a comunidade de entorno quanto às questões de legislação ambiental, conservação da natureza e unidades de conservação. VI.2.1) promover palestras para as comunidades sobre temas ambientais, históricos e culturais da região. ¾ as palestras deverão ocorrer preferencialmente nas dependências do parque. Quando isto não for possível, realizar visita posterior ao parque. VI.2.2) elaborar material informativo/educativo sobre questões ambientais. Encarte IV 63/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ o material deverá ser elaborado compreensão para o público leigo. em linguagem de fácil ¾ Todo material produzido deverá ser aprovado pela DIBAP/IAP. VI.2.3) promover eventos no parque, em datas comemorativas, envolvendo a comunidade local. VI.2.4) promover o repasse de informações sobre o parque através de programas de rádios/ jornais locais de maior audiência/repercussão nas comunidades locais. VI.3) Elaborar e/ou apoiar projetos de Educação Ambiental para o entorno, considerando: saneamento básico; Reserva Legal e APP; reciclagem, reutilização e redução de resíduos, conservação da biodiversidade, entre outros. VI.4) Desenvolver atividades educativas junto aos funcionários das Prefeituras e das empresas localizadas na Zona de Amortecimento. VI.5) Promover a capacitação para professores da rede municipal e estadual de ensino dos Municípios da zona de amortecimento. ¾ Esta capacitação deverá enfocar a importância do PELA como um instrumento de educação. VI.5.1) Desenvolver parcerias para a elaboração e execução de cursos para professores. II.5.2) Elaborar material didático para apoio no desenvolvimento do curso, contendo atividades a serem desenvolvidas com os alunos em sala de aula. VI.5.3) Desenvolver calendários de eventos na Unidade de Conservação junto às escolas. VI.6) Desenvolver parcerias para projetos de Educação Ambiental nas escolas municipais e estaduais da zona de amortecimento VI.7) Desenvolver palestras sobre o histórico da colonização da região. ¾ as atividades deverão ocorrer, preferencialmente nas dependências do PELA ¾ as palestras e cursos deverão ser ministradas por pesquisadores, utilizando linguagem acessível. VI.8) Divulgar o PELA por meio de programas de rádio e jornais locais para os municípios da região. ¾ Quando da realização de eventos no Parque produzir uma nota informativa para os jornais locais. Encarte IV 64/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 ¾ Periodicamente produzir textos com informações ambientais para ser divulgado nos jornais locais. VI.9)Desenvolver eco-gincanas entre os municípios que participarão das capacitações. VI.9.1) Elaborar e divulgar o regulamento para o funcionamento da gincana. ¾ O regulamento deverá conter todas as normas com linguagem clara e objetiva. ¾ Deverá ficar sempre muito claro aos participantes que o objetivo da gincana é educativo. Não devendo ser estimulada a competição entre as escolas. VI.10) Desenvolver atividades educativas visando a busca de consciência da população local em relação à necessidade de proteção do patrimônio cultural. VI.10.1) Confeccionar material didático (como textos, apostilas, vídeos) sobre o patrimônio arqueológico, a ser divulgado em instituições científicas e culturais. ¾ todo material produzido deverá seguir os padrões do IAP, e ser encaminhado para análise deste; ¾ o material deverá ser elaborado em linguagem de fácil acesso para o público leigo. VI.11) Divulgar os resultados obtidos nos levantamentos e projetos desenvolvidos através de programa de difusão cultural, utilizando para isto a realização de palestras, exposições, seminários e/ou programas na rádio local; VI.11.1) Desenvolver palestras sobre as pesquisas desenvolvidas no PELA e ZA. VI.12) Realizar campanhas por meio de visitas nos domicílios com o intuito de informar a população sobre a importância do Parque, bem como sobre a fauna local. VI.13) Desenvolver ampla campanha junto aos proprietários da região alertando-os quanto aos perigos ao ambiente da criação de espécies exóticas e esclarecendo-os quanto à proibição de peixamento dos rios com espécies exóticas. VI.14) Elaborar ampla campanha ao PELA e à população residente no entorno imediato quanto à necessidade destes não permitirem que seus cães e gatos invadam o PELA em função do prejuízo que este trazem à fauna nativa. VI.14.1) Promover parceria para ampla campanha educativa junto aos proprietários lindeiros ao PELA com objetivo de controle populacional, incentivando a castração, de cães e gatos nas propriedades lindeiras ao PELA. VI.15) Desenvolver programa de resgate histórico da região, com professores e comunidade da ZA. Encarte IV 65/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 VI.15.1) Os agentes de educação deverão não somente utilizar os conhecimentos adquiridos sobre o patrimônio cultural, para o desenvolvimento de novos conceitos e habilidades de seus educandos, como também integrá-los no processo de resgate da tradição oral de sua região; ¾ Os resultados deverão ser transformados em material didático, em linguagem acessível a toda população, principalmente à rede escolar local; ¾ O material arqueológico, fruto dos trabalhos de pesquisa e de resgate, deverá voltar à localidade pesquisada como forma de embasar uma ação educativa que possibilite um entendimento histórico e arqueológico da região. Encarte IV 66/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 5. CRONOGRAMA FÍSICO Neste item foram estabelecidos prioridades para as atividades de sub atividades dos programas temáticos para o interior do parque e zona de amortecimento. 5.1 Programas Temáticos para o Interior do Parque Tabela IV.1 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - OPERACIONALIZAÇÃO ATIVIDADE/ PRIMEIRO SUB-ATIVIDADES ANOS ANO/TRIMESTRE I II III I.1) Disponibilização de novos funcionários efetivos... IV Ano II Ano III x x x Ano IV Ano V I.1.1) Definir perfil desejado para cada função. x x I.1.2) Elaborar Termo de Referência contendo... x x x x x x x x x x x x x x x x I.1.3) Promover reunião com todos funcionários... x I.2) Contratação de serviços de terceiros... x I.2.1) Definir o perfil desejado para a função. x I.2.2) Elaborar Termo de Referência... x I.3) Criar quadro de monitores ambientais do Parque. x I.3.1) Promover a divulgação do curso. x I.3.2) Elaborar ficha de inscrição. x I.3.3) Definir perfil desejado para monitores... x x I.3.4) Realizar curso para formação de monitores... x x I.3.5) Identificar potenciais monitores ambientais... x x x x x I.3.6) Incentivar a participação no programa de voluntariado x x x x x I.3.7) Incentivar a criação de uma Associação de monitores ambientais para o PELA. x x I.4) Treinar funcionários, estagiários, voluntários e condutores para o adequado atendimento/orient... x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x I.5) Promover a capacitação periódica... x x I.5.1) Contatar com especialistas de diferentes áreas para a realização de palestras... x x I.5.2) Realizar cursos de Educação Ambiental... x I.5.3) Realizar cursos de atendimento ao visitante, interpretação da natureza e oficinas, dinâmicas... I.5.4) Realizar cursos e palestras sobre segurança no trabalho, animais peçonhentos, suporte básico... I.6) Incentivar e apoiar os funcionários para a realização de cursos relacionados à área em que... x x x I.7) Agendar ministrar palestras sobre as pesquisas... I.8) Implantar sistema de relatórios para todos... x x x x x x x x I.9) Incentivar programa de estágio remunerado... x x x x x x x x I.10) Ampliar programa de voluntariado do PELA... x x x x x x x x x x I.11) Desenvolver projeto de sinalização/identidade... I.11.1) Elaborar Termo de Referência descrevend... x x Encarte IV 67/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.1 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades – OPERACIONALIZAÇÃO.......................cont. ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I II III I.11.2) Fazer tomada de preços ou licitação... Ano III Ano IV Ano V x x X x x x X x x x I.12) Implantar sistema de sinalização no interior p... x I.12.1) Colocar placas de identificação no perímetro do Parque com informações sobre a UC e de advert... x I.12.2) Readequar e/ reformar o portal do acesso... x I.12.3) Manter linhas de divisa e aceiros do parque limpas, facilitando a demarcação e delimitação... I.13) Melhorar a definição dos limites da área do parque, implantar/reformar cerca onde for... x I.14) Firmar Convênio com a PM, BPFlor e COPEL... x x x x x x x I.15) Ampliar sistema de rádio-telecomunicação... x I.15.1) Obedecer requisitos legais de licenciamen... x I.16) Avaliar/readequar o sistema de tratam esgoto... x x I.18) Instalar poço tubular para captação de água. I.19) Realizar monitoramento da potabilidade água... Ano II x I.11.3) Contratar empresa ou profissional para... I.17) Avaliar sistema de captação de água potável. IV x x x x x x x I.20) Definir local apropriado e construir quiosque... x I.21) Implantar sistema de coleta, separação e ... x x I.22) Dotar o parque de infra-estruturas, materiais e equipamentos de informática necessários para adm... x I.22.1) Aquisição de filmadora, maquina fotográfica digital, aparelho de DVD, proj multimídia e outros... x I.22.2) Ampliar n de equip de proteção combate... x I.22.3) Adquirir equip resgat suporte básico vida... x I.22.4) Adquirir materiais e equipamentos para atividades de manut, fiscaliz e administração... x x x x I.23) Adquirir mobiliário neces para as instalações... x x I.24) construção de almoxarifado; x x I.25) Construção de garagem e oficina; x x I.26) Construção de Torre de observação; x x I.27) Melhor aproveitamento/planejamento infra... x I.27.1) Readequação e reforma do Centro de Visi... x x I.27.2) Reforma da casa patrimônio nº 0985 ... x x I.27.3) Construção de almoxarifado c garagem p... x I.28) Definição e reforma de alojamento p pesqu... I.29) Instalar um eco-museu utilizando infra-estr... x I.30) Definir o uso do viveiro... x I.31) Definir forma de repasse casas da COPEL... x I.32) Realizar manutenção periódica da infra... x x x x x x x I.33) Construção deck/read acesso ao S São João... x x X x I.34) Realizar estudo para trilha pedagógica com... x Encarte IV 68/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.1 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades – OPERACIONALIZAÇÃO......................cont. ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I II I.35) Realizar estudo p readequação postes de luz... x I.36) Realizar estudo para readequação, aceiros... x I.37) Montar biblioteca com temas relacionados UC... x I.37.1) Levantar as informações constantes. III IV Ano II x I.37.2) Contatar com pesquisadores e instituições que realizaram pesquisas no parque e na ZA.... x x I.37.3) Cadastrar e arquivar pelo menos uma cópia de cada documento no parque... x x I.38) Elaborar Regimento Interno do PELA... x I.39) Avaliar a implantação de taxa para visitação... x x x x x x I.43.2) Realizar levantamento fundiário das áreas... x x I.43.3) Verif em campo dados constan matrículas... x x I.43.4) Adquirir as áreas a serem incorporadas... x x x x x x I.43) Ampliar a área do PELA. I.43.1) Identificar possíveis áreas prioritárias... x I.44) Revisar aspectos dominiais do PELA. I.44.1) Readequar o posseiro na área. Ano V x I.41) Elaborar cadastro fundiário das propriedades... l I.42.1) Levantar fórum da Comarca de Campo Mourão as ações ajuizadas de posse e domínio... Ano IV x x I.40) Elaborar com a COPEL, um protocolo de procedimentos para a minimizar os impactos... Ano III x x x Encarte IV 69/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.2 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - PROTEÇÃO E MANEJO ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS ANO/TRIMESTRE SUB-ATIVIDADES Ano I II III IV Ano III Ano IV II II.1) Estabelecer programa de erradicação gradual dos indivíduos de espécies da flora exóticos. x x II.2) Realizar acomp periódico colonização sp exótica x II.2.1) Realizar uma minuciosa vistoria da UC... x II.3) Realizar estudo recuperação com sp nativas. II.4) Controlar a invasão de exóticas interior parque. x x x X x x x x X x x x x x X x x x x x X x x x x x X x x x x x X II.6) Realizar eliminação grad. dos abacates... x x x x x X x x x x x X x x x x X x x x II.5) Realizar a eliminação do chuchu Sechium edule no interior do parque. II.7) Promover estudo para manejo Projeto Madeira. x x Ano V x II.8) Promover estudo p manejo reflorest. araucária II.9) Realizar estudo p projeto paisagístico ZUI. x x x II.10) Promover uma avaliação da área do arboreto x x x x II.11) Promover a recuperação das áreas degradadas da pedreira/cascalheira. x x x x x x x x x x II.12) Analisar e avaliar revegetação parte da ZUEx2. II.13) Avaliar p determinar a intervenção mais p ZR1 x x II.14) Promover o monit e avaliação ZR2, ação fogo. II.15) Retirar as caixas de abelhas localizadas no interior do PELA. x II.16) Avaliar junto COPEL linhas de trans energia... II.17) Verificar COPEL estabil nível Reserv p piracema x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x X x x x II.18)Promover controle e recup erosão em áreas que não ocorram visitação... II.18.1) Realizar a revegetação/recuperação das áreas marginais do reservatório. x II.18.2) Contenção erosão foz Rio Passo e Kwitchal. II.19) Manter contato constante com o BPFlo... x x x x x x x X II.20) Realizar manter atualizado o Plano Incêndios... x x x x x x x X x x x x x x X x x x x x x X x x x X II.20.1) Elaborar mapa de risco de incêndios II.20.2)Implantar o sistema de rotinas... x II.21) Implantar uma Brigada de Incêndio na região. x II.21.1) Identificar público perfil p compor Brigada. x x II.21.2) Promover curso de treinamento e capaci... x x II.21.3) Promover reuniões periódicas dos brigad... x x x x X II.21.4) Promover treiname periódicos dos brigad... x x x x X x x x x X II.25) Controlar a entrada e permanência de animais domésticos no PELA. x x Encarte IV x 70/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.3 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades – PESQUISA E MONITORAMENTO ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE III IV Ano II Ano III III.1) Realizar levant florístico estudo fitossocio... x x x x III.2) Avaliar a utilização de espécies exóticas da flora, pela fauna nativa p embasar manejo... x x x x x x x x I III.3) Realizar aval geral remanescentes com Lianas (cipós) ocorrentes na área p subsidiar o manejo... x III.4) Localizar mapear spp de flora exóticas... II x x III.5) Realizar levant qualiquantitativo spp veg raras. x x x x x x x x x x x x x x III.6) Levantar, mapear e avaliar os estoques de espécies vegetais de interesse para a fauna... III.7) Investigar composição comunid íctica parque... x Ano IV x III.7.1) Definir espécies-chave ictio biol alimentar... x x x x Ano V x III.7.2) Definir proj minimiz impacto peixes exót... x x x x III.7.3)Monitorar a ZFA3, importante processo... x x x x III.8) Definir realizar estudo de impactos uso lago... x x x x III.9) Estudar uso de combust alternativos fisc lago... x x x x III.10) Realizar estudo processos atuais parque, asso reamento, erosão, compactação outros processos x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x III.15) Estudar frugivoria dispersão de sementes... x x x III.16) Realizar pesquisas status conservação aves... x x x x III.17) Avaliar diversidade genética peq mamíferos... x x x x III.11) Realizar estudo possíveis contam fauna utili... III.12) Avaliar sist drenagem águas pluviais trilhas... III.13) Realizar monit qualidade da água lago corre... x III.14) Realizar estudos aprofundados para caracterização da diversidade faunística do PELA. III.18) Realizar acomp populações de caça e pesca... III.19) Solicitar funcionários etc, que recolham esqueletos e carcaças de animais nativos mortos... x III.19.1) Elaborar ficha padrão para anotações dos dados das espécies encontradas. x III.19.2) Treinar os funcionários no preenchimento da ficha. x x III.19.3) Encaminhar o material encontrado para o eco-museu, devidamente catalogado. x x x III.20) Realizar estudos mapa fragilidade ambiental... x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x III.21) Realizar levant patrimônio histórico-arqueo... x x x III.21.1) Realizar depo ident memo-histórica região e sítios arqueológicos deverão ser recuperadas... x x x x x x III.21.2) Realizar estudos ruínas Usina São João... x III.22) Realizar pesquisas conhec anurofauna... x x x III.23) Realizar estudos conhecimento mastofauna... x x x x x x x x x III.23.1) Efetuar censo mamíf médio/grande porte.. III.23.2) Identificar monitorar popul ameaçadas... x Encarte IV x 71/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.3 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades – PESQUISA E MONITORAMENTO..........cont. ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I II III IV Ano II Ano III Ano IV III.23.3) Pesquisas com frugivoria com morcegos x x x III.24) Realizar pesquisas entomofauna ocorrente... x x x III.24.1) Diagnosticar insetos bioindicadores... x x III.24.2) Realizar estudos hábitos alimentares... x x x III.25) Desenvolver pesquisas avifauna p manejo... Ano V X x x x x x X III.25.1) Estudar dinâmica popul aves dispersoras.. x x x x x x III.25.2) Realizar monit qualiquantitativo avifauna.. x x III.25.3) Desenvolver pesquisa sobre a biologia e história natural em perigo de extinção... III.25.4) Realizar o monitoramento das populações. III.25.5) Realizar estudo efeito agrotóxicos aves... x III.26) Estabelecer parcerias Universidades, ONGs... x x III.27)Criar um programa monitoramento p o PELA... III.27.1) Treinar capacitar pessoal para monitora... x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x III.28) Promover intercâmbio c instituições p monit... x x x x x x x III.29) Conduzir estudo das circunstâncias ocorrem caça e pesca p definir estratégia solução problemas... x x x x x x x III.30) Definir parâmetros a serem monitorados e elaborar fichas específicas para cada caso. x x x x x x x x x x x x x x III.31) Criar, manter e alimentar um banco de dados III.32) Montar um SIG para o PELA e ZA. x x x III.32.1) Zelar que todos os estudos/pesquisas sejam georeferenciados e incorporados ao SIG... x x x x x x x x x x III.33) Formar banco nomes c consultores ad hoc... x III.34) Criar home page do PELA e disponibilizar dados das pesquisas e do Monitoramento do Parque III.35) Criar uma ficha de cadastro de visitantes. x Encarte IV 72/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.4 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATIVIDADE/ PRIMEIRO SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I IV.1) Elaboração/implementação progr proj de EA... IV.1.1) Aplicar progr EA metodologia pedagógica... ANOS II III IV Ano II Ano III Ano IV Ano V x x x x x x x x x x IV.2) Realizar reuniões comunitárias no entorno ... x x x x x x x x x IV.2.1) Promover palestras p escolares comunid... x x x x x x IV.2.2) Estabelecer contatos c especialistas para... x x x x x x IV.2.3) Produzir material didático/divulgação PELA.. x x x x x x x x x x x x IV.3.1) Capacitar professores dos municípios EA... x x x x x x IV.3.2) Realizar fóruns EA p escolares, prof agric... x x x x x x IV.4) Capacitar integrantes comunidade estudantes... x x x x x x IV.5) Adequar as trilhas com roteiro interpretativo... x x x IV.6) Estruturação do museu natural x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x IV.7.2) Estimular a visitação pública, em especial da comunidade escolar e da comunidade do entorno; x x x x x x IV.7.3) Divulgar o PELA através de veículos de comunicação escrita e falada; x x x x x x IV.7.4) Confeccionar material promocional divulgando o PELA; x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x IV.3) Promover oficinas de EA no Parque; IV.6.1) Promover exposições temática fauna flora... IV.7) Promoção da visitação pública do PELA IV.7.1) Contatar associações, entidades, empresas, escolas e demais setores da sociedade em geral, para realização de visitas ao PELA; IV.7.5) Promover a criação d logomarca do PELA... x x IV.7.6)Elaborar material d divulgação folders, etc... IV.8) Montar um arquivo para palestras do Parque... x IV.9) Produzir um áudio-visual valorizando o PELA... x IV.10) Promover cursos temáticos visando estimula... Encarte IV x 73/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 PROGRAMAS DA ZONA DE AMORTECIMENTO Tabela IV.5 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades – OPERACIONALIZAÇÃO EXTERNA ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I II I.1) Implantar placas info sobre o PELA ao longo das principais estradas e trevos nos municípios da ZA. III IV Ano II Ano III x x x x x x x x x I.1.1)Implantar placas info ao longo da BR-487... I.2) Contatar DNIT solicitar implantação das placas informativas, acordo para manutenção e manejo e instalação de redutores de velocidade... x x I.3) Implantar placas info sobre o PELA no entorno... x x x x I.4) Implantar trevo de acesso ao PELA. Ano IV Ano V x I.4.1) Implantar placas info o PELA no entorno... x Encarte IV x x 74/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.6 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - PROTEÇÃO E MANEJO EXTERNA ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE II.1) O IAP deve desenvolver a divulgação da normatização das ativ a serem executadas na ZA... I II III IV Ano II Ano III Ano IV Ano V x x x x x x x x II.2) Fiscalizar intensiva remanescentes florestais... x x x x x x x x II.3) Fiscalizar exigir das empresas do entorno que preservem/recuperem florestas ciliares e eliminem todo passivo ambiental e cumpram a legislação... x x x x x x x x II.4) Exigir o cumprim do Cód Florestal recup/conserv das florestas ciliares e RL das propried corredores... x x x x x x x x II.5) Monitorar espécies exóticas de peixes encontrad em represamentos artificiais de afluentes do PELA... x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x II.8) Promover a recuperação das APPs e RL da ZA... x x x x x II.8.1) Realizar palestras proprietários d região importância das APPs e RL p conserv da bio qual vida... x x x x x II.6) Identificar fragmentos/remanescentes p possível agregação ao PELA, criação de RPPNs, e corredores... II.7) Incentivar proteção dos remanescentes da ZA... x II.7.1) Realizar palestras proprietários da região sobre importância conservação dos remanescentes... II.8.2) Prestar apoio técnico para a recuperação das APPs e RLs. II.9) Incentivar a criação de RPPNs na região. x II.9.1) realizar palestras proced criação de RPPNs... x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x II.9.2) prestar apoio técnico p a criação das RPPNs. x x x x x x II.10) Incentivar a criação conservação Corredores... x x II.10.1) realizar levantam região p identificar corre dores entre fragmentos florestais e as UCs da região. II.10.2) Orientar comunid importância corredor... x x II.11) Instituir centro cultural acervo documental... II.11.1) Implantar cons admins centro cultural... x x x x x x x x x x x x x x x x x x x II.12) Formar banco de dados... x x II.13) Efetivar progr preservação/educação cultural... x x Encarte IV x 75/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.7 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - PESQUISA E MONITORAMENTO EXTERNA ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I II III III.1) Realizar levantamento/análise qualiquantitativa dos fragmentos florestais localizados no entorno... III.1.1) Contatar instituições de pesquisa elaboração e execução de projetos. III.2) Realizar monitoramento da qualidade da água. x Ano II Ano III x x x Ano IV Ano V x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x III.2.1) Monitorar as populações lambari na B Hidro a montante do reservatório... III.3) Realizar estudos p caracterização diversidade, distribuição e bionomia da fauna da região. III.4) Monitorar atropelamentos da fauna silvestre... IV x x x III.5) Realizar inventário das espécies anfíbios... x x x x III.6) Determinar os efeitos da fragmentação florestal sobre a fauna e a flora da região. x x x III.7) Incentivar desenv pesquisas, ictiofauna... x x x III.8) Realizar estudo comparado d avifauna na ZA... x x x x III.9) Investigar sp da flora e fauna ameaçadas... x x x x III.10) Identificar e levantar os vários tipos de bens culturais existentes na região... x x III.10.1) Cadastrar os bens q sejam de interesse de preservação p município utilizando fichas especí... x x x x III.10.2) Mapear em cartografia específica, todos os bens cadastrados, tendo como referência geográfica, coordenadas obtidas por GPS... x x x x III.10.3) Elaborar prognóstico que indique o grau de significância e de conservação dos bens. x x x x III.11) Promover o levanta de bens arqueológicos... x Encarte IV x x 76/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.8 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO EXTERNA ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I II III IV IV.1) Efetuar o cadastramento dos moradores da Zona de Amortecimento e os diversos usos do solo. Ano II Ano III x x Ano IV Ano V IV.2) Desenvolver estudos p viabilização de novas atividades voltadas ao artesanato, culinária régio.... x x IV.3) Divulgar junto visitantes do PELA o potencial cultural produtos artesanais e culinária da região... x x x x x IV.4) Apoiar e incentivar o fomento para a produção de orgânicos e agroflorestais nas propriedades. x x x x x IV.5) Identificar áreas potenciais p ecoturismo e... x x IV.6) Incentivar criação Associação de Condutores... x x Encarte IV 77/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.9 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - INTEGRAÇÃO EXTERNA ATIVIDADE/ PRIMEIRO SUB-ATIVIDADES ANOS ANO/TRIMESTRE III IV Ano II Ano III Ano IV Ano V V.1) Identificar contatar os proprietários limítrofes... x x x V.2) Produzir material de divulgação do parque... x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x V.11.1) Ministrar palestras. x x x x V.11.2) Apresent vídeos/exemplos outras regiões.. x x x x x x x x x x x x x x x x x x I V.3) Manter as Prefeituras informadas sobre as diversas ações desenvolvidas no PELA e ZA.... x II x V.4) Promover reuniões c as comunidades do entorno x V.5) Promover integração comunidade, instituições... x x V.5.1) Contatar instituições, empresas ONGs que... x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x V.10) Levantar alternativas de atividades econômicas, de baixo impacto ambiental p a região... x x V.10.1) Levantar potenciais atividades desenv ZA... x x V.10.2) Levantar alternativas de renda em outras... x x V.10.3) Avaliar a viabilidade econômica das ativ... x x V.5.2) Realizar palestras importância do parque.... V.5.3) Produzir material impresso informações do parque e importância para a região. V.5.4) Participar de eventos comemorativos regionais promovidos na zona de amortecimento. x x V.6) Elaborar Termos Cooperação Técnica Parcerias... x V.6.1) Celebrar Termo de Cooperação Técnica ou Convênios com os municípios da ZA... . V.6.2) Estabelecer contato c universidades etc, p o desenvol de pesquisas na região de entorno do PELA. V.7) Estabelecer, periodicamente, contato c o BPFlo p gestão compartilhada das atividades educativas... x x V.8) Realizar contato com DNIT p instalação de placas de sinalização rodoviária, para ZA... x x V.9) Realizar contato c agricultores do entorno imediato PELA estratégia d prevenção incêndios... x V.11) Incentivar e apoiar a divulgação de alternativas econômicas junto dos produtores da ZA... V.11.3) Promover intercâmbio propri/prod rurais... V.12) Incentivar criação Associações e Cooperativas. V.12.1) Identificar lideranças locais. x V.13) Promover cursos, oficinas e palestras envolvendo técnicos da EMATER e de Associações... V.14) Promover cursos de artesanato, recicláveis... x V.15) Promover cursos de culinária alternativa. x x x x x x x x x V.17) Incentivar que as atividades econômicas desenvolvidas nas propriedades lindeiras ao parque... x x V.17.1) Realizar palestras junto aos agricultores com o intuito de transmitir noções sobre o MIP... x x V.16) Incentivar substituição criação de spp exóticas, principalmente de peixes, por nativas. x Encarte IV 78/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.9 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - INTEGRAÇÃO EXTERNA...................cont. ATIVIDADE/ PRIMEIRO ANOS SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I II III V.18) Apoiar a implantação da comissão Agenda 21... IV x V.19) Montar exposições itinerantes que percorram... V.20) Incentivar e participar da Cavalgada Ecológica. x Encarte IV x x Ano II Ano III Ano IV Ano V x x x x x x x x x 79/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Tabela IV.10 - Cronograma físico das atividades e sub-atividades - EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATIVIDADE/ PRIMEIRO SUB-ATIVIDADES ANO/TRIMESTRE I II III VI.1) Elaborar materiais informativos p comunidade de entorno, enfocando importância da conservação... x VI.2) Esclarecer a comunidade de entorno quanto às questões de legislação ambiental, conservação... x VI.2.1) promover palestras p comunidades sobre temas ambientais, históricos e culturais da região... VI.2.2) elaborar material informativo/educativo... IV Ano II Ano III Ano IV Ano V x x x x X x x x x X x VI.2.3) promover eventos parque datas comemo... VI.2.4) promover repasse d informações sobre parque através programas de rádios/ jornais locais... ANOS x x VI.3) Elaborar e/ou apoiar projetos de Educação Ambiental para o entorno, considerando... x x x x x X x x x x x X x x x x x X x x x x X x x x X x x x X x x x X VI.4) Desenvolver atividades educativas junto aos funcionários das Prefeituras e empresas da ZA... VI.5) Promover a capacitação para professores da rede municipal/estadual ensino dos Municípios ZA... VI.5.1) Desenvolver parcerias elaboração/execução de cursos para professores... x x II.5.2) Elaborar material didático para apoio.... VI.5.3) Desenv calendários eventos junto escolas... x x x x x X x x x x x X x x x x x x x x X VI.9)Desenvolver eco-gincanas entre os municípios... x x x x X VI.9.1) Elaborar e divulgar o regulamento para o funcionamento da gincana. x x x x x x X VI.10.1) Confeccionar material didático patrimônio arqueológico divulgado em instituições científicas e... x x x X VI.11) Divulgar os resultados obtidos no programa de difusão cultural, realização de palestras/exposições... x x x X VI.6) Desenvolver parcerias para projetos de EA nas escolas municipais/estaduais ZA... x VI.7) Desenvolver palestras histórico colonização.... VI.8) Divulgar o PELA por meio de programas de rádio e jornais locais para os municípios da região. x x VI.10) Desenvolver atividades educativas visando a busca d consciência proteção do patrimônio cultural... x VI.11.1) Desenvolver palestras sobre as pesquisas desenvolvidas no PELA e ZA. x x x x X VI.12) Realizar campanhas visitas nos domicílios.... x x x x X VI.13) Desenvolver campanha junto aos proprietários da região alertando-os criação spp exóticas... x x x x X VI.14) Elaborar ampla campanha pop. residente não permitirem que seus cães e gatos invadam o PELA... x x x x x x X VI.14.1) Promover parceria para ampla campanha educativa controle populacional de cães e gatos... x x x x x x X VI.15) Desenvolver programa de resgate histórico da região, com professores e comunidade da ZA. x x x x VI.15.1) Os agentes de educação deverão não somente utilizar os conhecimentos adquiridos... x x x x x X Encarte IV 80/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Encarte IV 81/IV PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Anexo III.8. - Lista de Aves ocorrentes no PELA ORDENAMENTO TAXONÔMICO ORDEM TINAMIFORMES FAMÍLIA TINAMIDAE (5) Crypturellus obsoletus Crypturellus parvirostris Crypturellus tataupa Rhynchotus rufescens Nothura maculosa PROPOSTO POR SICK (1997) inhambu-guaçu inhambu -xororó inhambu -chintã perdiz codorna ORDEM PELECANIFORMES FAMÍLIA PHALACROCORACIDAE (1) Phalacrocorax brasilianus biguá ORDEM CICONIIFORMES FAMÍLIA ARDEIDAE (5) Casmerodius albus Egretta thula Bubulcus ibis Butorides striatus Nycticorax nycticorax garça-branca-grande garça-branca-pequena garça-vaqueira socozinho savacu FAMÍLIA THRESKIORNITHIDAE (2) Theristicus caudatus curicaca FAMÍLIA CATHARTIDAE (2) Coragyps atratus Cathartes aura urubu urubu-de-cabeça-vermelha ORDEM ANSERIFORMES FAMÍLIA ANATIDAE (1) Amazonetta brasiliensis ananaí ORDEM FALCONIFORMES FAMÍLIA ACCIPITRIDAE (8) Elanus leucurus Leptodon cayanensis Harpagus diodon Ictinia plumbea Accipiter striatus Buteo brachyurus Rupornis magnirostris Leucopternis polionota peneira gavião-de-cabeça-cinza gavião-de-bombachinha sovi gavião-miudinho gavião-de-rabo-curto gavião-carijó gavião-pombo-grande FAMÍLIA PANDIONIDAE (1) Pandion haliaetus águia-pescadora FAMÍLIA FALCONIDAE (7) Herpetotheres cachinnans Micrastur ruficollis Milvago chimachima Polyborus plancus acauã gavião-caburé carrapateiro caracará ANEXO III.8 1 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Falco peregrinus Falco rufigularis Falco sparverius ORDEM GALLIFORMES FAMÍLIA CRACIDAE (2) Penelope superciliaris Penelope obscura falcão-peregrino cauré quiriquiri jacupemba jacuguaçu ORDEM GRUIFORMES FAMÍLIA RALLIDAE (2) Rallus sanguinolentus Aramides saracura sanã saracura-do-mato ORDEM CHARADRIIFORMES FAMÍLIA CHARADRIIDAE (1) Vanellus chilensis quero-quero FAMÍLIA SCOLOPACIDAE (1) Actitis macularia maçarico-pintado ORDEM COLUMBIFORMES FAMÍLIA COLUMBIDAE (9) Columba picazuro Columba cayennensis Zenaida auriculata Columbina talpacoti Columbina picui Scardafella squamata Leptotila verreauxi Leptotila rufaxilla Geotrygon montana asa-branca pomba-galega amargosinha rolinha rolinha-picui fogo-apagou juriti gemedeira pariri ORDEM PSITTACIFORMES FAMÍLIA PSITTACIDAE (6) Aratinga leucophthalmus Pyrrhura frontalis Forpus xanthopterygius Brotogeris chiriri Pionopsitta pileata Pionus maximiliani periquitão tiriva tuim periquito-de-encontro-amarelo cuiú-cuiú baitaca ORDEM CUCULIFORMES FAMÍLIA CUCULIDAE (6) Piaya cayana Crotophaga ani Crotophaga major Guira guira Tapera naevia Dromococcyx pavoninus alma-de-gato anu-preto anu-coroca anu-branco saci peixe-frito-pavonino ORDEM STRIGIFORMES FAMÍLIA STRIGIDAE (5) Otus choliba corujinha-do-mato 2 ANEXO III.8 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Glaucidium brasilianum Speotyto cunicularia Ciccaba virgata Strix hylophila caburé buraqueira coruja-do-mato coruja-listrada ORDEM CAPRIMULGIFORMES FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE (4) Lurocalis semitorquatus Chordeiles acutipennis Nyctidromus albicollis Hydropsalis brasiliana tuju bacurau-de-asa-fina curiango bacurau-tesoura ORDEM APODIFORMES FAMÍLIA APODIDAE (3) Streptoprocne zonaris Cypseloides senex Chaetura cinereiventris andorinhão-de-coleira andorinhão-velho-da-cascata andorinhão-de-sobre-cinzento FAMÍLIA TROCHILIDAE (10) Phaethornis eurynome Phaethornis pretrei Melanotrochilus fuscus Anthracothorax nigricollis Chlorostilbon aureoventris Thalurania glaucopis Hylocharis cyanus Hylocharis chrysura Leucochloris albicollis Aphantochroa cirrochloris rabo-branco-de-garganta-rajada rabo-branco-de-sobre-amarelo beija-flor-preto-e-branco beija-flor-preto beija-flor-de-bico-vermelho beija-flor-de-fronte-violeta beija-flor-roxo beija-flor-dourado beija-flor-de-papo-branco beija-flor-cinza ORDEM TROGONIFORMES FAMÍLIA TROGONIDAE (1) Trogon surrucura surucuá-de-peito-azul ORDEM CORACIIFORMES FAMÍLIA ALCEDINIDAE (3) Ceryle torquata Chloroceryle amazona Chloroceryle americana martim-pescador-grande martim-pescador-verde martim-pescador-pequeno FAMÍLIA MOMOTIDAE Baryphthengus ruficapillus juruva ORDEM PICIFORMES FAMÍLIA BUCCONIDAE (1) Nystalus chacuru joão-bobo FAMÍLIA RAMPHASTIDAE (3) Selenidera maculirostris Baillonius bailloni Ramphastos dicolorus araçari-poca araçari-banana tucano-de-bico-verde FAMÍLIA PICIDAE (9) ANEXO III.8 3 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Picumnus cirrhatus Colaptes campestris Colaptes melanochloros Veniliornis spilogaster Celeus flavescens Dryocopus lineatus Melanerpes flavifrons Melanerpes candidus pica-pau-anão-barrado pica-pau-do-campo, chan-chan pica-pau-verde-barrado pica-pau-carijó joão-velho pica-pau-de-banda-branca pica-pau-de-testa-amarela birro ORDEM PASSERIFORMES FAMÍLIA RHINOCRYPTIDAE (1) Psilorhamphus guttatus tapaculo-pintado FAMÍLIA FORMICARIIDAE Hypoedalus guttatus Mackenziaena leachii Mackenziaena severa Thamnophilus caerulescens Dysithamnus menthalis Herpsilochmus rufimarginatus Drymophila malura Pyriglena leucoptera chocão-carijó borralhara-assobiadora borralhara choca-da-mata choquinha-lisa chorozinho-de-asa-vermelha choquinha-carijó papa-taoca-do-sul FAMÍLIA CONOPOPHAGIDAE (1) Conopophaga lineata chupa-dente FAMÍLIA FURNARIIDAE (13) Clibanornis dendrocolaptoides Furnarius rufus Lepthastenura setaria Synallaxis spixi Synallaxis ruficapilla Synallaxis frontalis Cranioleuca obsoleta Cranioleuca pallida Syndactila rufosuperciliata Philydor lichtensteini Automolus leucophthalmus Lochmias nematura cisqueiro joão-de-barro grimpeiro joão-teneném pichochoré petrim arredio-meridional arredio-pálido trepador-quiete limpa-folha-ocrácea barranqueiro-de-olho-branco joão-porca FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE (5) Sittasomus griseicapillus Xiphocolaptes albicollis Dendrocolaptes platyrostris Lepidocolaptes squamatus Lepidocolaptes fuscus arapaçu-verde arapaçu-grande, luzia arapaçu-de-garganta-branca arapaçu-escamoso arapaçu-escamoso-pequeno FAMÍLIA TYRANNIDAE (45) Xanthomyias virescens Camptostoma obsoletum Myiopagis caniceps Elaenia sp. Elaenia flavogaster poiaeiro-verde risadinha maria-da-copa tuque guaracava-da-barriga-amarela 4 ANEXO III.8 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Elaenia parvirostris Capsiempis flaveola Serpophaga subcristata Euscarthmus meloryphus Mionectes rufiventris Leptopogon amaurocephalus Phylloscartes ventralis Corythopis delalandi Myiornis auricularis Hemitriccus obsoletus Hemitriccus diops Hemitriccus margaritaceiventer Todirostrum plumbeiceps Platyrinchus mystaceus Tolmomyias sulphurescens Contopus cinereus Lathrotriccus euleri Cnemotriccus fuscatus Pyrocephalus rubinus Colonia colonus Satrapa icterophrys Machetornis rixosus Attila phoenicurus Attila rufus Syristes sibilator Myiarchus ferox Tyrannus savana Tyrannus melancholicus Empidonomus varius Megarynchus pitangua Conopias trivirgata Myiodynastes maculatus Myiozetetes similis Legatus leucophaius Pitangus sulphuratus Pachyramphus castaneus Pachyramphus polychopterus Pachyramphus validus Tityra cayana Tityra inquisitor guaracava-de-bico-pequeno marianinha-amarela alegrinho barulhento abre-asa--de-cabeça-cinza cabeçudo borboletinha-do-mato estalador miudinho catraca olho-falso sebinho-de-olho-de-ouro tororó patinho bico-chato-de-orelha-preta papa-moscas-cinzento enferrujado guaracavuçu verão viuvinha suiriri-pequeno suiriri-cavaleiro capitão-castanho capitão-de-saíra gritador maria-cavaleira tesoura suiriri peitica bentevi-de-bico-chato bentevi-pequeno bentevi-rajado bentevizinho-penacho-vermelho bentevi-pirata bem-te-vi caneleiro caneleiro-preto caneleiro-de-chapéu-negro anambé-branco-de-rabo-preto anambé-branco-de-bochecha-parda FAMÍLIA PIPRIDAE (2) Schiffornis virescens Chiroxiphia caudata tangará flautim FAMÍLIA COTINGIDAE (2) Phibalura flavirostris Oxyruncus cristatus tesourinha-do-mato araponga-do-horto FAMÍLIA HIRUNDINIDAE (6) Tachycineta albiventer Tachycineta leucorrhoa andorinha-do-rio andorinha-de-sobre-branco ANEXO III.8 5 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Progne chalybea Notiochelidon cyanoleuca Stelgidopteryx ruficollis Hirundo rustica andorinha-doméstica-grande Andorinha-pequena-de-casa andorinha-serrador andorinha-de-bando FAMÍLIA CORVIDAE (1) Cyanocorax chrysops gralha-picaça FAMÍLIA TROGLODYTIDAE (1) Troglodytes aedon corruíra FAMÍLIA TURDIDAE (6) Platycichla flavipes Turdus subalaris Turdus rufiventris Turdus leucomelas Turdus amaurochalinus Turdus albicollis sabiá-úna sabiá-ferreiro sabiá-laranjeira sabiá-barranco sabiá-poca sabiá-coleira FAMÍLIA MIMIDAE (1) Mimus saturninus sabiá-do-campo FAMÍLIA VIREONIDAE (3) Cyclarhis gujanensis Vireo chivi Hylophilus poicilotis gente-de-fora-vem juruviara verdinho-coroado FAMÍLIA EMBERIZIDAE (39) Parula pitiayumi Geothlypis aequinoctialis Basileuterus culicivorus Basileuterus leucoblepharus Cissopis leveriana Pyrrhocoma ruficeps Hemithraupis guira Nemosia pileata Tachyphonus coronatus Trichothraupis melanops Habia rubica Thraupis sayaca Pipraeidea melanonota Euphonia chlorotica Euphonia violacea Euphonia chalybea Euphonia cyanocephala Euphonia pectoralis Dacnis cayana Conirostrum speciosum Tersina viridis Zonotrichia capensis Haplospiza unicolor Poospiza lateralis Sicalis flaveola mariquita pia-cobra pula-pula pula-pula-assobiador tietinga cabecinha-castanha saíra-de-papo-preto saíra-de-chapéu-preto Tiê-preto tiê-de-topete tié-do-Mato-grosso sanhaço-cinzento viúva vivi gaturamo-verdadeiro, bonito-lindo cais-cais gaturamo-rei ferro-velho saí-azul figuinha-de-rabo-castanho saí-andorinha tico-tico cigarra-bambu quete canário-da-terra 6 ANEXO III.8 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 Volatinia jacarina Sporophila caerulescens Amaurospiza moesta Tiaris fuliginosa Coryphospingus cucullatus Saltator similis Passerina brissonii Cacicus haemorrhous Cacicus solitarius Icterus cayannensis Leistes superciliaris Gnorimopsar chopi Molothrus bonariensis Scaphidura oryzivora tiziu coleirinho negrinho-do-mato cigarra-do-coqueiro tico-tico-rei trinca-ferro-verdadeiro azulão guaxe iraúna-de-bico-branco inhapim polícia-inglesa-do-sul pássaro-preto chopim iraúna-grande FAMÍLIA FRINGILLIDAE (1) Carduelis magellanicus pintassilgo TOTAL DE ESPÉCIES 233 ANEXO III.8 7 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 1. REFERENCIAS AGOSTINHO, A.A.; GOMES, L.C.; SUZUKI, H.I.; JULIO Jr. 1999 Riscos da implantação de cultivos de espécies exóticas em tanques-redes em reservatórios do rio Iguaçu. Cadernos da Biodiversidade, v.2, n. 2, p. -9. ALBERTS, C.C.1989 Perigo de Vida: predadores e presas: um equilíbrio ameaçado. São Paulo: Atual. 74 p. ANDREOLI, Arturo. jun. 1975. Energia elétrica no Brasil e no Paraná. Curitiba: COPEL. BORRINI–FEYERABEND, G. 1997. Manejo participativo de Áreas Protegidas: Adaptando o método ao contexto. Parques Nacionales y Conservación Ambiental. Temas de Política Social. Gland, GTZ/TÖB/UICN. 67 p. BRASIL. Lei n° 9.985 de 18 de julho de 2000, que regulamenta o art. 225, § 1°, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. CABRERA, A. L. & WILLINK, A. 1973. Biogeografia de America Latina. Washington, D.C. Organización de los Estados Americanos. 119 p. CAMPOS, J. B. 1996. Unidades de conservação no Estado do Paraná: ações e contradições. IF - Série registros, São Paulo, (17):1-11, 1996. CAMPOS, J. B. 1997. Análise dos desflorestamentos, estrutura dos fragmentos florestais e avaliação do banco de sementes do solo da ilha Porto Rico na planície de inundação do alto rio Paraná, Brasil. Tese (Doutorado em Ciências Ambientais - Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais) - Departamento de Biologia, Universidade Estadual de Maringá – UEM. 101p. CAMPOS, J.B. 1999. Programa de conservação da biodiversidade do Paraná – fundamentos conceituais. Revista Holus (Ed. Especial – Congresso Brasileiro de Conservação e Manejo da Biodiversidade), UNESP, Rio Claro, p. 207-220 COIMBRA-FILHO, A. F. 1977. Explotação da Fauna Brasileira. in: Encontro Nacional sobre Conservação e Recursos Faunísticos. p. 29-54. Brasília,DF:IBDF. 201 p. COPEL, 1998. Plano de Controle Ambiental: UHE de Salto Natal, Rio Mourão, Paraná. Estudo de Viabilidade técnica, econômica e ambiental UHE Salto Natal. Paraná, Curitiba. COPEL. 2 vol. COPEL, 2001. Plano Diretor Lago Azul - UHE Mourão. Curitiba, 74p. anexos, il. Referências 1 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 CULLEN-Jr., L.; R. E. BODMER & C. VALLADARES-PÁDUA. 2000. Effects of hunting in habitat fragments of the Atlantic forests, Brazil. Biological Conservation 95: 49-56. DUARTE, C.M.; KALFF, J. 1986. Littoral slope as a predictor of the maximum biomass of submerged macrophyte communities. Limnol. Oceanog, v. 31, n. 5, p. 1072-1080. DUARTE, C.M.; PLANAS, D.; PEÑUELAS, J. 1994. Macrophytes, taking control of an ancestral home In MARGALEF, R (Ed.). Limnology now: a paradigm of planetary problems. Elsevier Science. p 59-79. EITEN, G. Vegetation of Brasília. Phytocoenol.12(3-4):271-292, 1984. EMBRAPA / IAPAR / SUDESUL 1984. Levantamento e Reconhecimento de Solos do Estado do Paraná – Tomo I e II. Londrina. EMBRAPA/IAPAR. 1984. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos, Rio de Janeiro, RJ. Levantamento e reconhecimento dos solos do Estado do Paraná. Curitiba, 1984. 2v.: il. (EMBRAPA - SNLCS. Boletim técnico; n. 27). ESTEVES, F.A. 1998 Fundamentos de limnologia. FARIA, H.H.; P.D.C. MORENI. 2000. Estradas em Unidades de Conservação : impactos e gestão no Parque Estadual do Morro do Diabo, Teodoro Sampaio, SP. p. 761-769. In: II Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Anais. Campo Grande, MS. Fundação O Boticário. 845 p. FISCHER, W.A. 1997. Efeitos da BR-262 na mortalidade de vertebrados silvestres: síntese naturalística para a conservação da região do Pantanal, MS. Campo Grande, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Mato Grosso. 44p. GASCON, C. 1996. O Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais: Uma síntese de 15 anos de existência. p. 60. 3º Congresso de Ecologia do Brasil. Resumos. Brasília. UnB/DE. 500 p. GUBERT-FILHO, F. A. 1993. O Desflorestamento do Estado do Paraná em Um Século. Anais da Conferencia do Mercosul sobre Meio Ambiente e Aspectos Transfronteiriços. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná. p. 61-69. GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B. 1998. Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. HERRMANN, M.L.P.; ROSA, R.O. 1990. Relevo in Geografia do Brasil: Região Sul Volume 02. Rio de Janeiro: IBGE. HUECK, K. 1972. As Florestas da América do Sul - Ecologia, composição e importância econômica. Trad. Hans Reichardt. São Paulo, Polígono. 466p. IBGE. 1959. Enciclopédia dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, v. XXXI. Referências 2 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 IBAMA (INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS) 1996. Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação de Uso Indireto. Brasília: IBAMA. IBAMA (INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS) 2002. Roteiro Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação de Uso Indireto. Brasília: IBAMA. IBGE – Fundação Instituto de Geografia e Estatística – Censos Agropecuários, 1970, 1975, 1980, 1985 e 1996. IBGE – Fundação Instituto de Geografia e Estatística – Censos Demográficos – 1970, 1980, 1991 e 2000. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1988. Mapa da Vegetação do Brasil. 1:5.000.000, Rio de Janeiro. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1992. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro, IBGE. 92p. (Série Manuais Técnicos em Geociências, 1). IBGE. 1959 Enciclopédia dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, v. XXXI. p 90 JACOBS, G. A. 1997. Unidades de Conservação no Estado do Paraná: Reflexões sob um Contexto Histórico-Ambiental. p. 68-80. In: Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Anais. Curitiba. IAP: UNILIVRE, Vol. II. 912 p. KAUL, P.F.T. 1990. Geologia in Geografia do Brasil: Região Sul - Volume 02. Rio de Janeiro: IBGE. KROETZ, l. R. 1987. A energia elétrica no Paraná. Curitiba: UFPR. LEAKEY, R. E. & R. LEWIN. 1980. Origens. Brasília. Ed. Melhoramentos/ Universidade de Brasília. 264 p. LEÃO, Agostinho 1926 – 1968. Ermelino de. Diccionário histórico e geográfico do Paraná. Curityba: Empreza Graphica Paranaense/IHGE.PR, 6v. LEINZ, V; AMARAL, S.E. 1989 Geologia Geral. São Paulo: Nacional. LEITE, P.F. & KLEIN, R.M. 1990. Vegetação. In: Geografia do Brasil - Região Sul. Rio de Janeiro, IBGE. Vol. 2, 419p. LUIZ, E. A. 2000. Assembléia de peixes de pequenos reservatórios hidrelétricos do Estado do Paraná. Maringá : UEM, 2000. 33 f. : il. Dissertação( Mestrado em Ciências Ambientais) - Universidade Estadual de Maringá. MAACK, R. 1968 . Geografia Física do Estado do Paraná. Rio de Janeiro, J. Olympio Ed. 442 p. Referências 3 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 MARINI, M.A. 1996. Menos Matas, Menos Pássaros. Ciência Hoje. Vol. 20/nº117, p. 16-17. MATUO, Y.K. et al. – Organochloride pesticide residues in human milk in Ribeirão Preto region, state of São Paulo, Brazil. Arch.Envtl. Contam.Toxicol.167 (1992). In SOUZA, Paulo R P – Conflitos jurídicos, econômicos e ambientais: Estratégias para o desenvolvimento de políticas ambientais e de uso do solo: um estudo de caso da Flórida (EUA) e Paraná (Brasil), Maringá:EDUEM, 1995. MIKICH, S.B., 1994. Aspectos do comportamento, frugivoria e utilização de habitat por tucanos de uma pequena reserva isolada do Estado do Paraná, Brasil (Ramphastidae, Aves). Tese de Mestrado, Universidade Federal do Paraná. 198 p. MIKICH, S.B.; S. M. SILVA ; M. de MOURA-BRITTO. 1999. Projeto Malha Florestal. Fase 1. Levantamento e caracterização dos fragmentos florestais e potenciais corredores biológicos da bacia do rio Ivaí na região centro-oeste do Paraná, Brasil. Curitiba. Fundação O Boticário/McArthur Foundation. 94 p. MIKICH,S.B. & R.S.BÉRNILS. (Eds.) 2004. Livro vermelho da fauna ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná. 764 p. MINEROPAR – Minerais do Paraná S/A. Primeiros Passos sobre Geologia e Mineração no Estado do Paraná. Curitiba: Mineropar, 1990. MOTA, Lúcio Tadeu. As guerras dos índios Kaingang. Maringá: EDUEM, 1994. MÜLLER, P. 1979. Introducción a la Zoogeografia. Barcelona, Editorial Blume. 232 p. PARANÁ - Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento 1988. Atlas do Estado do Paraná. SEAB – ITCF, Curitiba. 73p. PARANÁ – Secretaria de Estado do Meio ambiente e Recursos Hídricos 1998. Atlas dos recursos hídricos do Estado do Paraná. SEMA, Curitiba. 32p. PARANÀ. 1999. Usina Hidrelétrica Mourão I: relatório ambiental. Campo Mourão: COPEL. PARANÁ. 1967. Dados estatísticos do Departamento de Águas e Energia Elétrica – 1960-1964. Curitiba: DAEE. PARANÁ. 1993. Proposta de projeto “Lago Azul”: reservatório da Usina Mourão I. Campo Mourão: SEMA/IAP. PARANÁ. 1964. Relatório da COPEL. Curitiba: COPEL. PARANÁ. 1955. Relatório da COPEL. Curitiba: COPEL. PARANÁ. 1995. Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção no Estado do Paraná. Curitiba: SEMA/GTZ, 177 p. Referências 4 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 PARANACIDADE – Banco de dados dos municípios do Paraná –dados captados em www.pr.gov.br, em 10/06/2001. POLTRONIERI, L C 1997. Agricultura, meio ambiente e saúde pública: a questão dos praguicidas no Brasil. Revista Sociedade e Natureza. Uberlândia, v.9, n.17:131-144, jan./jun. POPP, J.H. 1987 Introdução ao Estudo da Estratigrafia e da Interpretação de Ambientes de Sedimentação. Curitiba: Scientia et Labor. PRIMACK, R.B. & E. RODRIGUES. 2001. Biologia da Conservação. Londrina. Edição dos Autores. 328 p. REITZ, R. & KLEIN, R.M. 1966. Araucariáceas. Itajaí, Flora Ilustrada Catarinense. 62p. RIZZINI, C.T. 1976 Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos. Hucitec/Edusp. São Paulo. 327p. RODERJAN, C.V. 1994. Classificação da Vegetação no Estado do Paraná. Projeto Escola do Governo. Curitiba , IPARDES. 7p. (Apostila). RODERJAN, C.V.; Galvão, F.; Kuniyoshi, Y.S.; Hatschbach, G.G. 2002. As unidades fitogeográficas do Estado do Paraná. Ciência e Ambiente, v.24: 75-92. SEFA – Secretaria da Fazendo do Estado do Paraná – dados captados em www.pr.gov.br/sefa SIMIONATO, Edina. 1999. Campo Mourão: sua gente, sua história. 2ª ed. Campo Mourão: Prefeitura Municipal de Campo Mourão/ Gráfica Editora Bacon. p 13. SOUZA, P.R.P. – Conflitos jurídicos, econômicos e ambientais: Estratégias para o desenvolvimento de políticas ambientais e de uso do solo: um estudo de caso da Flórida (EUA) e Paraná (Brasil), Maringá:EDUEM, 1995 STRAUBE -CADERNOS TIMI, R. S. 1983. Introdução à história da eletricidade no Paraná. Curitiba: UFPR. UFPR. 1994. Departamento de História. Um século de eletricidade no Paraná. Curitiba: COPEL. VELOSO, H.P. & GÓES-FILHO, L. 1982 Fitogeografia Brasileira. Classificação Fisionômica-ecológica da Vegetação Neotropical. Boletim Técnico Projeto RADAMBRASIL. IBGE. Salvador. 85p. (Série Vegetação, 1). VELOSO, H.P.; RANGEL-FILHO, A.L.R. ; LIMA, I.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema Universal. Rio de Janeiro. IBGE/DERMA, 124p. Referências 5 PLANO DE MANEJO - PARQUE ESTADUAL LAGO AZUL - 2005 VIDOLIN, G.P. & M. de MOURA-BRITTO. 1998. Análise das Informações Contidas nos Autos de Infração Relativos à Caça, Cativeiro e Comércio Ilegal de Mamíferos Silvestres, Paraná - Brasil. Cadernos da Biodiversidade. Curitiba: DIBAP/IAP, Volume 1, n° 2, p. 48-56. WESTPHALEN, Maria Cecília et alli. 1968. Nota prévia ao estudo da ocupação da terra no Paraná Moderno. Curitiba: Boletim da UFPR, n.º7, p 06-07e 20. WETZEL, R.G. 1993. Limnologia. Tradução e prefácio de Maria José Boa Vida. Lisboa : Fundação Calouste Guebenkiam. 919p. Título original em inglês: Limnology, 2nd ed. ENTREVISTAS: FONSECA, Nelson Lemes. Campo Mourão: 16/mai/2001. HOOSE, Osvaldo Urbano.. Campo Mourão: 16/mai/2001. PAULOVSLKI, Augusto.. Campo Mourão: 16/mai/2001. Referências 6 fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente FUNDAÇÃO DE PESQUISAS FLORESTAIS DO PARANÁ DIAGNÓSTICO DA COBERTURA VEGETAL E DO USO DO SOLO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA MOURÃO – CAMPO MOURÃO/PR CURITIBA MAIO DE 2001 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente DIAGNÓSTICO DA COBERTURA VEGETAL DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA MOURÃO – CAMPO MOURÃO/PR Carlos Vellozo Roderjan* 1 INTRODUÇÃO O presente relatório é parte integrante do Contrato No 112799, celebrado entre a Companhia Paranaense de Energia – COPEL e a Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – FUPEF em 15 de fevereiro de 2001, que tem como objetivo principal o diagnóstico da cobertura vegetal e do uso do solo da área de preservação permanente do reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão – Campo Mourão/PR, e cujo teor especifica: • a identificação e classificação da cobertura vegetal da faixa definida como de preservação permanente do reservatório (100 metros a partir da lâmina d’água); • a identificação e classificação do uso do solo na faixa de preservação permanente, de caráter regular ou irregular; • o mapeamento, na escala 1:25.000, da cobertura vegetal e do uso do solo; • a definição de áreas que necessitam ações de readequação do uso do solo. 2 PROCEDIMENTO DE DIAGNÓSTICO Nos dias 21 e 22 de fevereiro de 2001 foram realizadas incursões a campo, oportunidades nas quais foi percorrida, via barco, a totalidade da superfície do reservatório, em companhia de técnicos do Instituto Ambiental do Paraná – IAP e da COPEL, objetivando a verificação in loco da cobertura vegetal e do uso do solo na sua faixa de preservação permanente (100 metros lineares a partir da cota máxima de inundação). Para tanto, foram utilizados: * Eng. Flor. Dr., Pesquisador da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná - FUPEF 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 • Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente o recobrimento aerofotogramétrico de 05/80 ITC/PR, na escala 1:25.000, fotos nos 7835, 7990, 7980 e 7950; • o recobrimento aerofotogramétrico de 11/98 ESTEIO, na escala 1:30.000, fotos nos 05/010 a 05/017; • a carta planialtimétrica CAMPO MOURÃO do DSG – Ministério do Exército, de 1990, na escala 1:50.000. Na fase de campo foram analisadas, caso a caso, áreas ou situações da referida faixa em condições de uso não apropriadas, ou em qualquer forma de instabilidade, assim como também foram feitos, complementarmente, registros fotográficos para ilustração deste relatório. A carta Campo Mourão 1:50.000, do DSG, foi ampliada para a escala 1:25.000, à qual foi sobreposta a fotointerpretação do recobrimento aerofotogramétrico de 1998, atualizada através das observações efetuadas em campo. O produto deste procedimento foi escanerizado, sendo posteriormente georeferenciado no programa ENVI 3.2, digitalizado em AUTOCAD e analisado em ArcView 3.1, o que possibilitou a projeção exata da faixa de 100m e a definição de áreas, em hectares e em percentuais, dos diferentes tipos de vegetação e de uso do solo, assim como a localização de áreas que necessitam de ações de readequação do uso do solo. 3 RESULTADOS 3.1 Reconhecimento e definição tipológica da cobertura vegetal e do uso do solo. Para fins de mapeamento na escala proposta (1:25.000), de acordo com as bases cartográficas e aerofotogramétricas disponíveis e com o levantamento de campo, foi definida a seguinte tipologia da cobertura vegetal e do uso da terra, com base no proposto pelo Sistema de Classificação da Vegetação Brasileira do IBGE, (1992), adaptado: 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente 1- SISTEMA PRIMÁRIO DA VEGETAÇÃO • • Área de Tensão Ecológica – Contato Floresta Ombrófila Mista /Floresta Estacional Semidecidual - Ecótono ou transição entre a floresta com araucária e a floresta estacional Áreas de Formações Pioneiras com Influência Fluvial - Várzeas 2 - SISTEMA SECUNDÁRIO DA VEGETAÇÃO • Sucessão Vegetal: 1a, 2a e 3a Fases da Sucessão Vegetal (Capoeirinha ou Fase Inicial da Sucessão Vegetal ) 4a Fase da Sucessão Vegetal (Capoeira ou Fase Intermediária da Sucessão Vegetal) 5a Fase da Sucessão Vegetal (Capoeirão ou Fase Avançada da Sucessão Vegetal) • • Reflorestamento Agropecuária 3 – URBANIZAÇÃO A legenda para o Mapa da Cobertura Vegetal e do Uso do Solo (Anexo 1), simplificada, e os respectivos valores de ocupação da superfície, podem ser observados na Tabela 1. Tabela 1 - Legenda simplificada do Mapa da Cobertura Vegetal e do Uso do Solo e os respectivos valores de ocupação da superfície (fevereiro/2001). TIPOLOGIA FLORESTA VÁRZEA FASE INICIAL DA SUCESSÃO VEGETAL FASE INTERMEDIÁRIA DA SUCESSÃO VEGETAL FASE AVANÇADA DA SUCESSÃO VEGETAL AGROPECUÁRIA REFLORESTAMENTO URBANIZAÇÃO TOTAL ha 113,57 14,42 47,48 88,02 112,95 209,57 21,71 61,96 669,78 % 16,96 2,16 7,10 13,14 16,86 31,29 3,24 9,25 100,00 Nesta leitura, a superfície líquida do reservatório totalizou 1.054,9 hectares. 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 3.2 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente Caracterização da cobertura vegetal O reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão está situado no 3o Planalto Paranaense, a uma altitude média de 600m s.n.m.. Segundo MAACK (1968), a região onde se insere comportava, originalmente, três tipologias vegetais distintas: a das Matas de Araucária (predominantes em altitudes superiores a 600m), a das Matas Pluviais Tropicais dos Planaltos do Interior (abaixo de 600m s.n.m.) e os Campos Cerrados, como disjunções da sua área principal de ocorrência (Planalto Central brasileiro) (Figura 1). Figura 1 – Mapa da vegetação original do estado do Paraná, localizando a região onde se insere o reservatório da U. H. Mourão, em área de contato entre três grandes unidades fitogeográficas. O desenvolvimento de atividades humanas, notadamente a partir da metade do século XX, com a exploração madeireira e seguida das mais diversas formas de uso do solo, descaracterizou drasticamente a cobertura vegetal original, da qual restam escassos remanescentes, em sua maioria profundamente alterados. Resultado disso é que, ao longo de toda a bordadura do reservatório que corresponde à faixa de preservação permanente, predominam as diferentes fases da sucessão vegetal (capoeiras – 37,1%), entremeadas por pastagens e cultivos agrícolas (31,29%) e reflorestamentos 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente (povoamentos puros ou mistos de espécies exóticas e nativas), e, na porção norte do reservatório (próximo à barragem), um processo intenso de urbanização, na forma de chácaras e residências de “veraneio”. Contudo, remanescentes da floresta primária ainda são observados (16,96%). Na faixa estudada não foram observadas espécies nem associações que justificassem a inclusão do cerrado (Savana) na tipologia deste diagnóstico. 3.2.1 Sistema Primário da Vegetação Foram assim consideradas as formações vegetais primitivas que, mesmo tendo sido parcialmente alteradas por antropismos, ainda guardam características florísticas e estruturais originais que permitem ainda assim enquadrá-las. 3.2.1.1 Área de Tensão Ecológica – Contato Floresta Ombrófila Mista/Floresta Estacional Semidecidual - Ecótono ou transição entre a floresta com araucária e a floresta estacional. Os remanescentes da floresta original foram assim tratados por, além de enquadrarem-se na situação descrita por R. Maack, ocorrer efetivamente o contato entre essas duas grandes unidades fitogeográficas, quando observa-se elementos típicos da Floresta Ombrófila Mista (floresta com araucária), como a própria Araucaria angustifolia (pinheiro), e da Floresta Estacional Semidecidual, como Peltophorum dubiun (canafístula), Parapiptadenia rigida (anjico) e Cecropia sp (embaúba), entre outras, ocorrendo simultaneamente. Aspidosperma polyneuron (peroba), espécie que muito caracteriza a floresta estacional, não foi observada neste levantamento. Mesmo classificados como ambientes primários, esses remanescentes foram submetidos no passado a cortes seletivos, objetivando as melhores madeiras; este tipo de intervenção dificulta um detalhamento mais preciso, uma vez que justamente as árvores mais características e conhecidas de cada unidade (como o pinheiro e a peroba) eram as mais visadas. 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente O dossel da floresta é irregular e heterogêneo, situado entre 15 e 20 metros de altura, do qual emergem indivíduos que ultrapassam 25 ou mais metros, componentes do dossel original e possivelmente preteridos por ocasião da exploração seletiva, em função de alguma característica indesejada (ôcos, tortuosos, etc.). É o que se observa com exemplares de Araucaria angustifolia e de Parapiptadenia rigida em alguns remanescentes desta tipologia (Figura 2). Figura 2 - À esquerda, remanescente de floresta primária com exemplares emergentes de Araucaria angustifolia (pinheiro); à direita, a mesma situação com Parapiptadenia rigida (angico). 3.1.1.2 Áreas de Formações Pioneiras com Influência Fluvial – várzeas Foi assim considerado um grupo de pequenas áreas na porção sul do reservatório, na desembocadura do rio Sem Passo. Formadas sobre sedimentos aluviais, algumas na forma de “ilhas” ou “baixios” de origem supostamente posterior à formação do reservatório (inexistentes na carta do DSG de 1990), são ocupadas predominantemente por vegetação herbácea de primeira ocupação, onde destacam-se espécies de ciperáceas e tifáceas (tiriricas e taboas – Typha domingensis) (Figura 3). 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente Figura 3 – Dois aspectos das várzeas (formações pioneiras) próximo à desembocadura do rio Sem Passo. Espécies arbóreas típicas desses ambientes, como Sebastiania commersoniana (branquilho) e Erythrina cristagalli (corticeira-do-brejo), ocupam as margens do curso final do rio Sem Passo e de sua desembocadura no reservatório, assim como iniciam a colonização dos baixios e ilhas de formação mais recente 3.2.2 - SISTEMA SECUNDÁRIO DA VEGETAÇÃO Sucessão Vegetal • 1a, 2a e 3a Fases da Sucessão Vegetal (Capoeirinha) Corresponde à Fase Inicial da Sucessão Vegetal, advinda do abandono recente (1 – 5 anos) do uso do solo. É geralmente constituída pelos samambaiais de Pteridium aracnoidea e por vassourais, onde predominam espécies do gênero Baccharis. As capoeirinhas, assim como as demais fases sucessionais, podem assumir diferentes configurações florísticas e estruturais, resultantes das diferentes formas de uso do solo que lhe antecederam, não raro acompanhadas de queimas de "limpeza". Em geral não ultrapassam 3 metros de altura, fase em que já se observa a entrada de outras espécies arbóreas que lhe sucederão (Figura 4). Neste contexto, foram incluídas áreas de pastagem em desuso que, embora contaminadas por espécies introduzidas para aquele fim (capim-elefante), começam a ser ocupadas por espécies lenhosas, iniciando pelas vassourinhas ou por outras mais 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente agressivas como o angico, devendo suceder-se expontaneamente, porém em um maior período de tempo. Figura 4 - À esquerda, em primeiro plano, a capoeirinha ocupando uma área recentemente abandonada pela agricultura; à direita, espécies do gênero Baccharis (vassourinhas) invadindo pastagem. • 4a Fase da Sucessão Vegetal (Capoeira) Corresponde à Fase Intermediária da Sucessão Vegetal, constituída por populações arbóreas simplificadas, de baixos porte (4 – 7 m de altura) e amplitude diamétrica (2 – 10cm CAP), advindas do abandono do uso do solo a um período de tempo estimado entre 10 e 20 anos. São comuns nesta fase Solanum erianthum (fumo-bravo), Bougainvillea glabra, Sapium glandulatum (leiteiro), Schinus terebinthifolius (aroeira), Ocotea puberula (canela-sebo) e Bauhinia forficata (pata-de-vaca), entre outras (Figura 5). Figura 5 - À esquerda, em segundo plano, aspecto da capoeira com fumo-bravo em destaque; à direita, a capoeira precedida por floresta e agricultura. 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 • Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente 5a Fase da Sucessão Vegetal (Capoeirão/Floresta secundária) Corresponde à Fase Avançada da Sucessão Vegetal, constituída por populações arbóreas mais desenvolvidas e complexas, de médios porte (8 – 12/15m de altura) e amplitude diamétrica (5 – 40/60cm CAP), advindas do abandono do uso do solo há mais de 20 anos, sendo que as mais antigas e desenvolvidas são freqüentemente interpretadas como primitivas. Caracterizam esta fase Cedrela fissilis (cedro), Alchornea triplinervia (tapiá), Peltophorum dubium (canafístula), Parapiptadenia rigida (angico), Syagrus romanzoffiana (jerivá), Annona spp (ariticum) e Ficus spp (figueiras), entre outras (Figura 6). Figura 6 – Dois aspectos do capoeirão às margens do reservatório. Agropecuária Corresponde predominantemente às pastagens, cultivos cíclicos (milho, cana-deaçucar, soja, etc.) e eventuais pomares de frutíferas e cultivos de subsistência, considerados conjuntamente neste diagnóstico (Figura 7). 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente Figura 7 – Uso do solo pela agricultura (à esquerda, soja) e como pastagem (à direita) na faixa de preservação permanente. Reflorestamento Corresponde aos povoamentos de espécies exóticas de rápido crescimento para fins de produção madeireira, notadamente dos gêneros Pinus e Eucalyptus, além de outros de menores proporções, em plantios lineares à margem do reservatório (Figura 8). Figura 8 – À esquerda, reflorestamento com Eucalyptus sp; à direita, plantio linear utilizando angico (Parapiptadenia rigida) 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente 3.2.3 URBANIZAÇÃO Refere-se à porção norte do reservatório, próxima à barragem, onde foram construidas moradias e chácaras, cujos terrenos foram, em sua maioria, tratados paisagisticamente (Figura 9). Figura 9 – Diferentes formas de urbanização na porção norte do reservatório. 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente 4 CONSIDERAÇÕES SOBRE A COBERTURA VEGETAL E O USO DO SOLO NA FAIXA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA MOURÃO. 4.1 Cobertura vegetal Conforme exposto neste diagnóstico, uma porção considerável da superfície da faixa de preservação permanente do reservatório é atualmente ocupada por fases sucessionais da vegetação secundária (37,1%), com predominância daquelas mais evoluídas, tratadas no mapeamento (ANEXO 1) como fase avançada da sucessão vegetal. Como o enchimento do reservatório ocorreu no ano de 1964, e no ano seguinte o Código Florestal determinou a obrigatoriedade de preservação permanente das margens de reservatórios (entre outros corpos d’água), presume-se que alguns proprietários/usuários cessaram suas atividades, de caráter eminentemente agropecuário, possibilitando o restabelecimento expontâneo da vegetação. Este fato aconteceu de forma progressiva, sendo a fase avançada coerente com a idade do enchimento da barragem (em média 35 anos), até bem recentemente (2000), uma vez que áreas de pastagem e agricultura em desuso foram detectadas sendo ocupadas por espécies pioneiras iniciais (vassourinhas, gramíneas e samambaias), suscitando seu atual enquadramento como fase inicial da sucessão vegetal. Ressalte-se que, por ocasião do levantamento de campo, observou-se diversas áreas em processo sucessional, indistintamente, com a presença de gado no seu interior . Quanto aos remanescentes primários de Floresta, relativamente expressivos no contexto da faixa de preservação (16,96% ou 113,57 ha), encontram-se fortemente alterados, demonstrando que o processo exploratório ocorrido se fez de modo intenso, quando observa-se que boa parte de suas árvores componentes são relativamente jovens, de diâmetros modestos e desprovidas de epífitas, quando não de caráter pioneiro. Alguns indivíduos remanescentes, de porte avantajado, permitem avaliar o porte e a pujança das florestas originais, como o exemplar de Parapiptadenia rigida (angico) registrado na Figura 10. 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente Figura 10 - Exemplar de grande porte de Parapiptadenia rigida (angico) registrado em um remanescente de floresta primária na faixa de preservação permanente. Não obstante o caráter expedito deste diagnóstico, e considerando a sua totalização em superfície (113,57 ha), é possível afirmar que esses remanescentes constituem farto material para estudos fitossociológicos, visto o aspecto transicional entre dois importantes tipos florestais, sobre o quê não se dispõe de informações mais detalhadas. 4.2 USO DO SOLO Considerando o disposto no Código Florestal, que determina que lagos e reservatórios, naturais ou artificiais, devem ter garantidas as suas margens na forma de preservação permanente, e com base no detectado neste diagnóstico em uma faixa de 100 metros lineares à partir da lâmina d'água, 43,78 % de sua superfície encontram-se em situação irregular, sendo utilizados nas formas de agropecuária (32,29 % ou 209, 57 ha), urbanização (9,25% ou 61,46 ha) e reflorestamentos (3,24 % ou 21,71 ha). Das três formas de uso irregular, a que efetivamente representa risco à estabilidade das margens e/ou à qualidade das águas do reservatório é a agropecuária, tanto como pastagens, com o afluxo de animais até as suas margens, como cultivos agrícolas diversos, que 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente invariavelmente expõem o solo à ação dos fenômenos meteorológicos (erosão e assoreamento) e as águas à contaminação pelo uso de defensivos agrícolas (Figura 11). São, portanto, absolutamente incompatíveis e sobre os quais deve-se impor o rigor da lei. Figura 11 - À esquerda, a presença de gado em área de capoeira; à direita, processo erosivo resultante do afluxo do gado na margem do reservatório. Já a ocupação da referida faixa na forma de urbanização, com a construção de moradias de caráter permanente ou eventual (lazer), embora constitua igualmente uso irregular perante a legislação vigente, tem sido motivo de polêmica não apenas no caso desta em análise, como também de inúmeras outras barragens, tanto construídas para a geração de energia como também para a captação de água para abastecimento humano. Embora não seja objetivo deste diagnóstico a sugestão ou proposição de soluções para este impasse, que na realidade se agrava na ausência de uma posição determinante das autoridades (em diferentes instâncias), deve-se considerar que, no caso do reservatório da U. H. Mourão, este processo ocorreu de forma relativamente ordenada, com o estabelecimento de propriedades de razoável aspecto arquitetônico e com paisagismo esmerado, na maioria dos casos. Ao menos por ocasião dos trabalhos de campo (fevereiro de 2001), encontravam-se em excelente estado de conservação e manutenção, ao ponto de, comparativamente, poderem ser consideradas mais protegidas e conservadas que qualquer outra tipologia definida neste levantamento. A seleção de fotos contida na Figura 12 objetiva ilustrar as presentes considerações. Não foi averiguado, contudo, a infra-estrutura de coleta de esgoto e de lixo doméstico, ao que recomenda-se, em caráter emergencial, verificação por parte das autoridades competentes. 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente Na consideração de que este tipo de uso do solo seja realmente inadequado e/ou proibitivo, que ao menos seja evitada a sua expansão. Figura 12 - Diferentes situações de ocupação do solo na forma de urbanização, denotando o aspecto paisagístico de razoável qualidade, assim como o seu estado de conservação. 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Quanto aos reflorestamentos, que mais adequadamente Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente deveriam ser denominados povoamentos, constituem a menos expressiva forma de uso do solo na faixa de preservação permanente (3,24% ou 21,71 ha), além do que foram implantados com objetivos distintos. Alguns visaram efetivamente a produção de matéria prima, enquanto que outros (aqueles caracterizados como "lineares") aparentemente representam iniciativas protetivas às margens do reservatório. Quanto aos primeiros, sugere-se a sua substituição, por parte dos proprietários, por plantios heterogêneos de espécies nativas, para o que são recomendadas, no Anexo 2, algumas espécies arbóreas, podendo serem aplicadas também a aqueles "lineares" onde foram utilizadas espécies exóticas como Grevillea robusta (grevílea) e Melia azedarach (cinamomo), entre outras. Para as características silviculturais das espécies recomendadas, consultar “Nossas árvores – Manual para recuperação da Reserva Florestal Legal” (SPVS, 1996). 4.3 READEQUAÇÃO DO USO DO SOLO NAS MARGENS DO RESERVATÓRIO Segundo ação impetrada pelo Ministério Público, a Companhia Paranaense de Energia - COPEL, juntamente com o Instituto Ambiental do Paraná - IAP e a Prefeitura Municipal de Campo Mourão, estaria sendo responsabilizada pela ocupação indevida da faixa de preservação permanente do reservatório da U. H. Mourão. De acordo com o definido neste diagnóstico, uma área de aproximadamente 209 hectares, equivalente ao uso por atividades agropecuárias, não é condizente com os preceitos legislativos, que corretamente consideram, para tal, a manutenção da qualidade ambiental tanto das margens do reservatório como das suas águas. Não são consideradas, neste particular, as superfícies ocupadas por reflorestamentos e pela urbanização, de acordo com argumentação supracitada. Considerando que a área de responsabilidade da COPEL, embora não claramente definida, seja inferior à somatória obtida neste diagnóstico; que porções desta tipologia (agropecuária) não sejam lindeiras à lâmina d'água do reservatório, sendo antecedidas de outras formas de vegetação que já estão cumprindo ação protetiva (vide mapa no Anexo 1); que existe co-responsabilidade das referidas irregularidades (IAP e P.M. de Campo Mourão); que é delicado o aspecto operacional e de monitoramento de medidas que 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente demandem recursos financeiros e humanos; e principalmente que é problemático o impacto de qualquer iniciativa contrária e/ou antagônica aos interesses dos proprietários com relação às suas atividades produtivas, é proposta uma alternativa de readequação progressiva do uso do solo, que consta, em um primeiro momento, do abandono de toda e qualquer atividade em uma faixa de 30 metros a partir da lâmina d'água, em situações de uso atual pela agropecuária, o que totaliza uma área de 51,96 hectares, substancialmente menor que aquela exigida pela referida ação. A projeção desta proposição pode ser observada no Anexo 3 - Mapa das áreas recomendadas para readequação do uso do solo na faixa de Preservação Permanente do Reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão. Após um período de 2 (dois) anos, durante o qual seria monitorado o processo de reocupação expontânea da vegetação através de procedimentos a serem acordados entre o IAP, a Prefeitura Municipal de Campo Mourão e os proprietários da terra, acompanhado por vistoria anual de um técnico abalizado, novas etapas de readequação do uso do solo seriam implementadas, por procedimentos semelhantes, até cobrir a totalidade da faixa de 100 metros, conforme cronograma simplificado apresentado abaixo: AÇÕES 1 Acórdão X Abandono/Isolamento X Monitoramento X Relatório Técnico Anual Ações complementares Seminário 1a ETAPA - 30m 2a ETAPA - 30m 3a ETAPA - 40m quadrimestres quadrimestres quadrimestres 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 X X X X X X X X X X X 2 3 4 5 6 X X X X X X X X X X X 1 X X X X X X X X X X X X A viabilidade desta proposta, em princípio, está fundamentada no processo natural de recolonização espontânea da vegetação, tratado tecnicamente como sucessão ecológica, que ocorre após a perturbação ou modificação de áreas por fenômenos de qualquer natureza, naturais ou antrópicos. Este processo se efetiva de forma diferenciada, dependendo da intensidade da perturbação, do período de tempo em que ocorreu (no 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente caso de áreas cultivadas pela agropecuária) e das condições ambientais regionais (características climáticas, pedológicas, cobertura vegetal, etc.). A Figura 13 ilustra duas situações distintas, que comumente ocorrem em áreas abandonadas no sul do Brasil. A B Figura 13 - Diagrama esquemático do processo de sucessão ecológica, sendo: A – solo utilizado por um período longo de tempo; B – solo utilizado por um período curto de tempo, ou não utilizado. Com relação à área em questão, a probabilidade de sucesso da regeneração espontânea da vegetação é garantida por: • condições climáticas favoráveis, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano; • solos férteis, com horizonte A ainda presente (não removido por nenhuma forma de atividade); 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 • Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente disponibilidade de matrizes porta-sementes, nas diferentes formas de vegetação natural detectadas na faixa de preservação permanente (54,06% ou 292,74 ha); • este processo ter sido verificado na própria faixa de preservação permanente, conforme descrito no ítem 3.2.2 – Sistema Secundário da Vegetação. 5 CONCLUSÕES Do exposto neste diagnóstico, são colocadas as seguintes considerações finais: 1 - Do total da superfície da faixa de preservação permanente do reservatório da Usina Hidrelétrica Mourão (100 metros a partir da lâmina d'água), 43,78 % ou 292,74 ha encontram-se em situação irregular de uso do solo, sendo 32,29 % ou 209,57 ha agropecuária, 9,25% ou 61,46 ha urbanização e 3,24 % ou 21,71 ha reflorestamentos; 2 - A utilização pela atividade agropecuária é a que efetivamente representa risco à estabilidade das margens e/ou à qualidade das águas do reservatório; 3 - A utilização por urbanização deve, em primeira instância, ser contida; 4 - A utilização por reflorestamentos pode ser readequada progressivamente, com a substituição de espécies exóticas por nativas regionais; 5 - Ante o forte impacto da exigência de readequação do uso do solo (abandono/isolamento) da totalidade da faixa de preservação permanente, é proposta uma alternativa gradual, a ser implantada ao longo de um período de 6 (seis) anos; 6 - O sucesso desta proposta estaria vinculado a um acórdão de parceria entre os autuados - COPEL, Instituto Ambiental do Paraná, Prefeitura Municipal de Campo Mourão e os Proprietários da terra; 7 - Para a readequação do uso do solo é recomendado o simples abandono e isolamento das áreas atualmente utilizadas pela agropecuária, permitindo que se processe a reocupação espontânea da vegetação natural; 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente 8 - Tanto os remanescentes de floresta primária como as distintas fases de vegetação secundária existentes na faixa de preservação permanente do reservatório (292,74 ha) constituem farto material para a pesquisa e a educação ambiental. ______________________________________ Carlos Vellozo Roderjan Eng. Florestal M.Sc. Dr. Prof. do Depto. de Ciências Florestais da UFPR Pesquisador da FUPEF 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOCIEDADE DE PESQUISA EM VIDA SELVAGEM. Nossas árvores – Manual para recuperação da Reserva Florestal Legal. Curitiba, 1996, Maxigráfica e Editora Ltda. 86p. MAACK, R. Geografia física do estado do Paraná. Curitiba, José Olympio, 1968. 442p. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Manual técnico da vegetação brasileira. Séries Manuais técnicos em geociências, 1, Rio de Janeiro, 1992. 92p. 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente ANEXO 1 MAPA DA COBERTURA VEGETAL E DO USO DO SOLO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA MOURÃO Município de Campo Mourão – PR (Não existe. Tem que cortar e refazer o texto onde aparece a “chamada”) 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente ANEXO 2 ESPÉCIES ARBÓREAS RECOMENDADAS PARA REFLORESTAMENTO DA FAIXA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA MOURÃO Município de Campo Mourão – PR NOME POPULAR ANGICO ARITICUM-CAGÃO CANAFÍSTULA CANELA-GUAICÁ CAPIXINGUÍ CAPOROROCA CAROBA CEDRO CRINDIÚVA ERVA-MATE GRÁPIA LOURO-BRANCO LOURO-PARDO MANDIOCÃO MARFIM PALMITO PAU-JACARÉ PEROBA PESSEGUEIRO-BRAVO PINHEIRO SOBRASIL TAPIÁ TIMBAÚVA NOME CIENTÍFICO Parapiptadenia rigida Annona cacans Peltophorum dubium Ocotea puberula Croton floribundus Myrsine ferruginea Jacaranda puberula Cedrela fissilis Trema micrantha Ilex paraguariensis Apuleia leiocarpa Bastardiopsis densiflora Cordia trichotoma Didymopanax morototoni Balfourodendron riedelianum Euterpe edulis Piptadenia gonoacantha Aspidosperma polyneuron Prunus brasiliensis Araucaria angustifolia Colubrina glandulosa Alchornea triplinervia Enterolobium contortisiliquum FAMÍLIA BOTÂNICA Mimosaceae Annonaceae Caesalpiniaceae Lauraceae Euphorbiaceae Myrsinaceae Bignoniaceae Meliaceae Ulmaceae Aquifoliaceae Fabaceae Malvaceae Boraginaceae Araliaceae Rutaceae Arecaceae Mimosaceae Apocynaceae Rosaceae Araucariaceae Rhamnaceae Euphorbiaceae Mimosaceae 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected] fupef - fundação de pesquisas florestais do paraná Conveniada com a Universidade Federal do Paraná Declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 6443 de 09/08/73 CNPJ 75.045.104/0001-11 Colaborando com a ciência florestal e do meio ambiente ANEXO 3 MAPA DAS ÁREAS RECOMENDADAS PARA READEQUAÇÃO DO USO DO SOLO NA FAIXA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA MOURÃO Município de Campo Mourão – PR (Não existe. Tem que cortar e refazer o texto onde aparece a “chamada”) 80210-170 – Rua Lothário Meissner, 3400 - Curitiba – Paraná. Fone (41) 360-4222 - Fax (41) 360-4221 Home Page: http://www.floresta.ufpr.br– e-mail [email protected]