Folha Independente Gama, DF - Abril de 2014 - Ano VIII - Número 49 - 12 Páginas Um Jornal de Opinião uia aróq stião Seba São Cuidados para não ter infecção urinária e os perigos do sal em excesso|>Saúde, páginas 10 e 11 da p DER diz que não haverá mais retorno para o setor leste e apela para consciência dos motoristas|>Cidade, página 9 uivo Quem prestar serviço eleitoral não pagará taxa de concurso. Lei foi aprovada na CLDF. |> Política, página 4 : arq Padre “gamense” morre aos 77 anos após quase uma vida dedicada às famílias e à Igreja|>Cidade, página 6 Foto O Gama dá adeus a natal A razão de nossa miséria C omeço este texto complementado o título: miséria moral, cultural e política. Em outros tempos, a expectativa em torno do esporte – Copa do Mundo e Olimpíadas – nos faria mais otimistas (por que não, ufanistas), mais crentes nos Brasil, mais patriotas. Não, este texto, de forma alguma, será uma crítica aos que foram ou pretendem ir às ruas para protestar. Pelo contrário, será para aqueles que desistem, para os que não se importam. Pior que todos os problemas do país é a omissão dos que se dizem mais cultos. Circula nas redes sociais um vídeo produzido por dois jovens intitulando-se expatriados (e com orgulho disso, diga-se de passagem). Na peça dão cinco motivos para não morarem e não quererem mais voltar ao Brasil – hoje os dois residem na Alemanha. Os motivos são todos conhecidos por nós: violência, falta de assistência ao povo, corrupção política, “desigualdade financeira”, má distribuição de impostos. Fora algumas generalizações (vale dizer que toda generalização é burra, do meu ponto de vista), o casal incorreu em outros deslizes como dizer que no Brasil ninguém tem direito a falar e que os impostos no país só servem para encher os bolsos dos políticos. Em relação ao primeiro argumento – falta de democracia, o Brasil é um dos países em que há mais espaços para participação popular e, democraticamente, cada um fala o que quer – e até comete abusos! Nós é que, quase nunca, ocupamos os canais de participação. No Congresso Nacional também se discutem muitas questões importantes, mas a gente prefere ver novelas e ver o noticiário mais superficial possível. No que diz respeito aos impostos, todos concordamos que são realmente mal utilizados, mas dizer que só servem para encher os bolsos da classe política é muita imaturidade: tem, sim, muita coisa arcada em nosso país como os nossos impostos, ainda que não seja da forma e com a eficiência que queremos. Coloquei o argumento desigualdade financeira entre aspas porque pensei que eles iam falar em justa distribuição de renda, cobrar impostos dos mais ricos, etc. Mas não, preferiam ir por outro caminho: sabe-se lá quem são os pais dessas criaturas! No mais, tenho de concordar com eles em relação às críticas. O que realmente não concordo é que o melhor caminho seja abandonar o barco à deriva: “Verás que um filho teu não foge à luta”, diz a letra do Hino Nacional, infelizmente cantarolado, hoje, apenas em jogos de futebol. O Brasil é um país de corruptos, com algumas exceções. Desculpem-me o leitor se ofendo, mas é a verdade (desculpem-me, também, a presunção). Outro dia, os jornais divulgaram que o governo vai retomar casas e apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida porque os beneficiários estavam vendendo os imóveis. Quer dizer: ganharam o que não precisaram e retiraram o direito do que precisavam. Isso é ou não uma atitude corrupta? Coisas assim, testemunhamos no trânsito, em casa, no trabalho, na política: gente querendo se dar bem em detrimento dos outros. Nós somos o país, mas não nascemos assim: fomos condicionados, forjados, mal-educados para sermos oque somos. Não custa relembrar onde está o gene de todos os males que acometem a nossa a terra: a forma como fomos colonizados. Parece argumento batido, mesmo depois de 500 anos, mas não é. E, nesse caso, é importante repetir, mesmo a contragosto de muitos, que esta é a nossa “herança maldita”. Por isso, é importante nos reconstruímos e povoarmos esta terra com gente honesta. Mas para isso, precisamos nos reeducar e educar nossos filhos. Essa é uma conclusão antecipada que deveria ficar no final do texto. Mas, peço desculpas: ainda tenho o que falar! Quando Portugal achou o Brasil, não olhou para o país de forma positiva e não aventou as possibilidades de aqui surgir uma nova nação com educação, cultura, economia prospera e partilhada, gente honesta. Pelo contrário, o colonizador foi um explorador, um usurpador e, para cá, só mandou os bandidos, os renegados e os que queriam ganhar dinheiro. Gente de boa família, só os índios e os escravos, esses sim, mas sem possibilidade de expressão já que fragilizados e desagregados pelo “homem branco”. Um país comandado por bandidos ( e aí se inclui a corte portuguesa e seus parasitas) não podia dar em nada diferente. Não só o Brasil, mas toda a América Latina (massacrada pelos espanhóis), mas também a África e alguns países asiáticos. Não dá para desconectar nossa miséria, nossa vontade de roubar o país do nosso passado e da forma como nos construímos como povo, como sociedade. Assim como é vergonhoso se aliar às nações que direta ou indiretamente nos destruíram, ou que, pelo menos, não contribuíram em nada para sermos melhores. É fácil ir hoje para a Inglaterra, França, Espanha, “Não dá para desconectar nossa miséria, nossa vontade de roubar o país, do nosso passado e da forma como nos construímos como povo, como sociedade. Assim como é vergonhoso se aliar às nações que direta ou indiretamente nos destruíram, ou que, pelo menos, não contribuíram em nada para sermos melhores” - Allan Barbosa Portugal, Holanda e até para os Estados Unidos, encher o peito e dizer: isso é que é país. E quando é que os nossos expatriados vão cobrar a dívida que provocou a nossa miséria? Quanto do nosso ouro foram para os cofres ingleses, via Portugal, em vez de ser utilizado aqui para educar nosso povo, urbanizar nossas cidades, criar uma rede de saúde, incluir os que foram escravizados em vez de empurrar os mais pobres para o barranco? Qual a responsabilidade desses países com a África de onde, ainda hoje, retiram-se riquezas e apoiam-se ditadores deixando os pobres daquele continente à mingua. Dá vergonha se aliar ao opressor, se apaixonar pelos que nos roubaram. Muitos brasileiros vão, sim, para outros países em busca de uma vida melhor, e até acho justo. Outros arriscam a vida nas fronteiras, no dia a dia no exterior tentando conseguir um pouco de dinheiro para um dia voltarem com mais dignidade. Muitos outros se submetem, fora do Brasil, a funções subalternas, a trabalho escravo, a prostituição e a humilhações preconceituosas. Mas esses são os silvas, os pereiras, os joses, as marias, gente pobre ou de classe média baixa. Não deve ser o caso do Adans e da Katz, autores do vídeo que inspirou esse artigo que, possivelmente, têm sobrenome alemão – por isso, embarcam com passaporte, roupa lavada, comida, dinheiro e vaga na faculdade. E aí vão me dizer: “Mas a Alemanha não contribuiu em nada para nossa miséria!”. É verdade. O país se unificou tarde e, quando isso aconteceu, o mundo já estava partilhado pelas outras potências. Aí deu aquela “invejinha” e foi à luta. Para tentar se igualar matou meio mundo e os que escaparam se refugiaram em outros países, como o Brasil: gente que ainda hoje tenta encontrar parentes e voltar para suas terras. É como o diz o ditado. “Toda a vez que você me aponta o dedo, um se vira para o céu, e três para você mesmo”. De que classe social são o Adans e a Katz? Da classe explorada, dos ex-escravizados ou dos magnatas, de gente que corrompe o Estado, de gente que vive de suas benesses e dos altos salários do governo? Ou são filhos de empresários que exploram seus funcionários e rementem os lucros para o exterior, que burlam o imposto de renda? Ou são filhos de especuladores que colocam e tiram dinheiro do país quando querem, depois de conseguirem altos lucros? Se os dois forem filhos de pobres, o que realmente não acredito, peço desculpas. É realmente impossível viver em país onde uma pequena parcela explora e rouba os menos favorecidos. Esses sim, têm mais é que buscar uma vida melhor em outros países, socialmente mais justos. No entanto, correm um sério risco de serem extraditados para o Brasil, não sem antes sofrerem todo o tipo de humilhação. Só escapam disso, os que têm berço, ou muita sorte! Ouça o programa Evangelho e Cidadania - Com Allan Barbosa. Sábados às 9h e sextas às 14h. Rede Imaculada 94,5 FM Expediente AC3G - Comunicação e Cultura Associação Comunitária de Comunicação e Cultura do Gama CNPJ - 02.643.784/0001-00 CF/DF: 07.436.450/001-14 Endereço: AE 02 Lote 08 S/C Gama DF Telefone (061) 3484 1585 E-mail: [email protected] Editor e Redator: Diretor Presidente: WANDER TELES Vice Presidente: CELSO LUIZ DE CARVALHO Allan Barbosa DRT 7394 JP /DF conteúdo de artigos, cartas e colunas é de inteira responsabilidade de seus autores. IMPRESSÃO Imprima Editora & Gráfica LTDA (61) 3356-7654 / 8431-0016 Folha Independente do Gama | Dis t rit o Federa l> Distrito Federal, Abril de 2014 3 Governador Agnelo regulariza o Riacho Fundo II Foto: Glaucya Braga/GDF Decreto permite a emissão das escrituras de todos os imóveis da cidade Vaneska Freire Agência Brasília A população do Riacho Fundo II comemorou, no domingo (27/4), a assinatura do decreto de regularização da cidade. Com o documento, que permitirá a entrega de escrituras aos moradores, o local também poderá receber equipamentos públicos como creches e delegacia, além de bancos e postos de gasolina. “Essa cidade era completamente dependente do Recanto das Emas, pois sem a regularização não podíamos construir novos equipamentos públicos para garantir a educação, a saúde e a qualidade de vida dos moradores. Agora, o Riacho Fundo II poderá e terá todos os serviços necessários para que os habitantes vivam com dignidade”, declarou o governador Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama, Ilza Queiroz, e do vice-governador Tadeu Filippelli. “A história do Riacho Fundo II começou em 1995. Nesse ano, milhares de famílias começaram sua luta para garantir moradia para os seus filhos. E agora, o GDF está dando a segurança jurídica que os moradores precisam. Aqui não tem Agnelo e Filipelli comemoram solução tão esperada para moradores do Riacho Fundo II um posto de gasolina, não tem banco, lotérica, creche e nem escola legalizada. Mas, com a regularização, tudo isso será possível”, ressaltou Filippelli, relembrando o início da cidade. Com o decreto, será feito o registro do parcelamento da cida- de, onde cada lote passará a ter sua matrícula. A população terá 180 dias, a partir da publicação do decreto, para requerer a legalização dos imóveis. Cláudia Rocha, 42 anos, moradora da cidade há mais de 10 anos afirmou que o momento é emocionante. “Esperamos e lutamos muito para isso acontecer. Estou ansiosa para receber a escritura da minha casa e ter segurança de que não seremos expulsos de onde moramos há tanto tempo”, relatou. “Na segunda-feira (28), o posto de atendimento avançado da Codhab estará na cidade, recebendo os requerimentos de regularização dos terrenos e tirando as dúvidas da população”, afirmou a secretária de Habitação (Sedhab), Jane Diehl. Emater promove 2º Concurso do Queijo Candango U m produto genuinamente brasiliense: o queijo candango, lançado pela Emater-DF no ano passado, aos poucos vai caindo no gosto local. Para reforçar o incentivo à fabricação e ao consumo do alimento, a empresa realizará, durante a próxima AgroBrasília, o 2º Concurso do Queijo Candango, que envolve vários laticínios do DF. De acordo com o laticinista da Emater-DF José Roberto de Oliveira, a feira, entre os dias 13 e 17 de maio, dará mais visibilidade ao produto. “Mais de 60 mil pessoas passam pela AgroBrasília durante cinco dias, será uma ótima oportunidade para mostrarmos o valor do queijo candango”, destacou José Roberto, que desenvolveu a fórmula do alimento no ano passado. Em 2013, durante o aniversário de 35 anos da Emater-DF, foi realizada a primeira edição do concurso, que contou com a participação de sete laticínios e premiou as agroindústrias Kapra (na categoria leite de cabra) e São Lucas (leite de vaca). Agora, mais empresas dispostas a fabricar o queijo devem participar. O candango é um queijo meia-cura, consistente por fora e cremoso por dentro, que só pode ser fabricado no DF e por laticínios registrados na Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal (Dipova). Segundo José Roberto, a Emater-DF está providenciando o registro de identidade do queijo para que o consumidor tenha mais segurança sobre a procedência. A AgroBrasília será realizada no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci (BR-251, km 5, núcleo rural PAD-DF), com entrada franca. Durante a feira, a Emater-DF, em conjunto com a Secretaria de Agricultura e a Ceasa-DF, apresentará o Espaço de Valorização da Agricultura Familiar (Evaf), onde haverá o concurso do queijo. 4 Folha Independente do Gama <Legi slativo| Distrito Federal, Abril de 2014 Proposta que altera Lei Orgânica gera polêmica em comissão Zildenor Ferreira Dourado Coordenadoria de Comunicação Social- CLDF A pós muita polêmica e debate, a Comissão Especial para Análise das Propostas de Emenda à Lei Orgânica aprovou na quarta-feira (23/4) o relatório da deputada Arlete Sampaio (PT) à proposta de emenda à Lei Orgânica nº 57/2013, do Executivo, que altera vários dispositivos da Carta Magna do DF, de forma a adequá-la à Constituição Federal. A proposição contempla mudanças em virtude da declaração de inconstitucionalidade de algumas leis distritais e de alterações feitas na própria Constituição Federal, ao longo dos últimos anos. A questão que despertou mais discussão foi a emenda 12 apresentada pelo deputado Aylton Gomes (PR), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O parlamentar propôs retirar do texto do governo a redução da idade para atendimento em creche ou pré-escola para até cinco anos. A proposta do GDF, segundo relatório em separado e vencido apresentado pela deputada Celina Leão (PDT), permitirá ao governo limitar o pagamento do auxílio creche aos servidores públicos locais, que hoje recebem o benefício incluindo filhos de até sete anos incompletos. Votaram a favor da integralidade da proposta original do governo – apenas com as emendas incluídas pela relatora – os deputados Robério Negreiros (PMDB) e Agaciel Maia (PTC), além da relatora Arlete Sampaio. A favor do destaque contrário à mudança da idade para pagamento do auxílio creche votaram os deputados Celina Leão, Professor Israel (PV) e Cristiano Araújo (PTB). Ao final da votação, Celina Leão solicitou à presidenta da comissão, Arlete Sampaio, a realização de uma audiência pública com representantes dos servidores públicos para debater as mudanças mais polêmicas. Arlete adiou a decisão sobre o pedido da colega e destacou que as alterações propostas ainda poderão ser discutidas em plenário, quando da votação final. A petista enfatizou, ainda, que o relatório aprovado hoje não determina, necessariamente, a redução do período de pagamento do auxílio creche. “Isso deverá ser decidido administrativamente pelo governo”, afirmou. Cargos comissionados Ainda sobre a PELO nº 57/2013, o deputado Robério Negreiros defendeu que o GDF terá que demitir muitos funcionários comissionados, se for mantida a obrigatoriedade de 50% de cargos, em cada secretaria ou empresa estatal, Aprovada isenção de taxa de concurso a quem prestou serviço eleitoral Quem foi convocado e prestou serviços eleitorais ficará isento da taxa de inscrição em concursos públicos realizados para órgãos do DF, de acordo com o projeto de lei nº 955/2012, do deputado Chico Leite (PT), aprovado na quarta-feira (9/4) pela Câmara Legislativa. Para ter direito ao benefício, o candidato deverá comprovar que prestou serviços de mesário, secretário ou escrutinador, entre outros, em duas eleições - considerando um turno uma eleição. O projeto segue para sanção do governador. Do mesmo parlamentar, foi aprovado o projeto de lei complementar nº 69/2013, que promove atualizações na Lei Complementar nº 13/1996, que regulamenta o artigo 69 da Lei Orgânica, dispondo sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação de leis no DF. Entre as mudanças previstas está a que altera o período de vigência das leis sancionadas: de acordo com a proposta, as leis devem começar a vigorar em 15 dias, ao invés de 45, quando o texto não trouxer explícito o prazo. A Câmara Legislativa aprovou, ainda, o PL nº 940, da ex-de- O distrital Chico Leite putada Luzia de Paula (PEN), que institui a Política de Mobilização para Doação de Medula Óssea no DF; o PL nº 1.062/2012, do deputado Washington Mesquita (PTB), que institui o Dia Distrital de Conscientização sobre a Alienação Parental no DF, e mais dois projetos incluindo eventos no calendário oficial do DF: a corrida do fogo simbólico da pátria (PL nº 557/2011, de Joe Valle, do PDT) e o Dia do Jovem Adventista (PL nº 1.163/2012, de Celina Leão, do PDT). para servidores efetivos. Além disso, Celina Leão e Cristiano Araújo criticaram a inclusão na proposta do governo de dispostivo que impede os deputados distritais de legislarem, inclusive por meio de emendas, sobre propostas do governo relativas à ocupação e ao uso do solo. Por unanimidade, os de- putados da comissão aprovaram também a proposta de emenda à Lei Orgânica (PELO) nº 61/2013, da deputada Celina Leão, que institui e disciplina a gratificação para orientadores educacionais que trabalham com educação especial na rede pública de ensino. Professores cobram mais investimentos em escolas rurais Em audiência pública na manhã desta sexta-feira (25), para discutir problemas que afetam a educação no meio rural do DF, professores cobraram do governo medidas concretas para a melhoria do sistema de ensino no campo. No debate, que aconteceu no auditório da Câmara Legislativa, por iniciativa do deputado Joe Valle (PDT), eles defenderam a necessidade de mais turmas de ensino médio naquelas escolas – sobretudo à noite –; formação qualificada dos docentes; melhoria do transporte escolar e segurança, além de alimentação adequada. “Já existem muitas leis aprovadas no DF que tratam desses temas. O que precisamos agora é encontrar meios para agilizar isso”, enfatizou Joe Valle, ao comentar a reivindicação para que os produtos da agricultura familiar produzidos no DF possam chegar mais rápido às escolas. E acrescentou que os agricultores também enfrentam dificuldades para entregar seus produtos diretamente nas escolas, o que aumentaria os custos. A professora Adelina Bernadete, que atua na área rural, foi uma das participantes que propôs a descentralização dos recursos destinados às escolas, como no caso da compra de alimentos junto aos produtores rurais do DF. “Muitos desses produtos são perecíveis”, lembrou. Aperfeiçoamento Além dos problemas com a qualidade da merenda escolar, professores também reclamaram da infraestrutura geral de funcionamento das unidades de ensino, citando como exemplo o mau estado de conservação da Escola de Aperfeiçoamento de Professores (EAP), na Asa Sul. “Precisamos de mais investimentos em formação qualificada”, defendeu a professora Lana Freitas, que defendeu prazo mínimo de quatro anos para a educação continuada dos professores. “Muitos estudantes estão abandonando as escolas no período noturno por falta de segurança e dificuldades de transporte”, reclamou a professora Rayssa Borges, que trabalha no Paranoá. Assim como outros colegas, ela defendeu a abertura de mais cursos noturnos de ensino médio na área rural. Professores do campus UnB em Planaltina também manifestaram apoio às reivindicações dos docentes das escolas, sobretudo em relação à melhoria da qualidade de ensino. Folha Independente do Gama | Legis la t iv o > Distrito Federal, Abril de 2014 5 Wasny promove debate sobre agricultura familiar em encontro com vereadores da RIDE O deputado Wasny de Roure promoveu na tarde da sexta-feira (25/4), o “Encontro Presente da Câmara Legislativa do DF com os Legisladores da RIDE- Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno”. O objetivo é dar continuidade aos debates sobre os problemas comuns da região e promover as políticas públicas agrárias. Desta vez o assunto foi o desenvolvimento da agricultura familiar e o apoio técnico aos municípios da Ride. A proposta do deputado Wasny vem de encontro com a escolha da ONUOrganização das Nações Unidas-, já que 2014 é o Ano Internacional da Agricultura Familiar. “Nosso objetivo á abrir as portas do Legislativo do DF para todas as Câmaras de vereadores. Nossa escola do legislativo já ofereceu cursos e nossa proposta é que esta seja a Casa de todos”, destacou Wasny na abertura do evento que contou a com a presença de vereadores de vários municípios da RIDE. Na mesa, estavam o secretário de Agricultura do DF, Lúcio Taveira, Henrique Pinto, secretário de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Distrito Federal, do Coordenador da Secretaria de Governo do DF, Jean Lima, do presidente da Emater, Marcelo Picin, do Superintendente do Incra, Marcos Bezerra e da presidente da Câmara de Vereadores de Unaí, Dorinha Melgaço. Cada representante do governo expôs as políticas públicas que vem sendo implementadas para que a agricultura familiar tenha o espaço e o reconhecimento que merece no contexto atual de assentamentos e reforma agrária. O encontro é desdobramento do I Encontro dos Legisladores da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE) realizado em junho de 2013, em Brasília, idealizado pela Câmara Legislativa do DF, por iniciativa do deputado Wasny de Roure. Depois disso também aconteceu a 4ª reunião da RIDE para tratar de políticas e ações de financiamento, mobilidade e produção previstas e necessárias para o Entorno, que envolve o Governo Federal, o Governo do Distrito Federal, de Minas Gerais e de Goiás. O presidente da CLDF, deputado Wasny de Roure, disse que “o objetivo é fortalecer os legislativos locais e trabalhar para incrementar a relação dos governos estaduais, do GDF e do Governo Federal para intensificar a aproximação com as Câmaras de Vereadores”, explicou o presidente. A intenção é contribuir para o levantamento de informações sobre as cidades que fazem parte da região, incentivando a troca de experiências e a construção de projetos que gerem melhorias efetivas para os municípios. Na programação do encontro, discussões sobre temas como desenvolvimento socioeconômico, segurança, transporte, infraestrutura nas estradas, atribuição e atuação do Legislativo e a relação entre os poderes Judiciário Os vereadores do Entorno que participaram da audiência pública souberam, em primeira mão, que o governo do Distrito Federal vai levar o programa Carreta da Mulher para os municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (Ride). O anúncio foi feito pelo secretário de Desenvolvimento da Região Metropolitana do DF, Henrique José Pinto, em debate sobre agricultura familiar realizado por iniciativa do presidente da Casa, Wasny de Roure (PT), como parte do programa “O Entorno presente na CLDF”. Henrique Pinto, que é vereador licenciado de Planaltina de Goiás, informou que no máximo em 30 dias a Carreta da Mulher estará atendendo fora da área do DF, conforme foi publicado ontem no Diário Oficial do Distrito Federal. Trata-se de um caminhão com equipamentos e profissionais que propiciam atendimento em saúde para mulheres, que podem realizar exames como papanicolau e mamografia. O DF já tem quatro carretas. Antes de terem a Carreta em seus locais de moradia, as mulheres de assentamentos do Entorno poderão utilizar os serviços na Agrobrasília, feira internacional dos cerrados que acontecerá em Brasília dos dias 13 a 17 de maio, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, localizado junto ao Km 5 da BR 251, informou o secretário de Agricultura do DF, Lúcio Valadão. Na feira de agronegócios, prosseguiu, será destinado um espaço de mais de 50 mil metros quadrados para a agricultura familiar. Encontro promovido pelo distrital Wasny de Roure discutiu necessidades das cidades do entorno do DF e Legislativo. RIDE A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal foi criada pela Lei Complementar nº 94/1998 e regulamentada pelos decretos nº 2.710/1998 e nº 3.445/2000. Seu objetivo é “articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento em escala regional”. A RIDE é composta por 22 municípios. Destes, 19 são do estado de Goiás: Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa. Também fazem parte da rede os municípios mineiros de Unaí, Buritis e Cabeceira Grande. Carreta da mulher chegará ao entorno, diz secretário Deputado Wasny e vereadres da RIDE 6 Folha Independente do Gama <C i d ade | O padre da família 25 de dezembro de 1936 + 08 de abril de 2014 Por Allan Barbosa Folha Independente O Gama parou da terça 8 de abril à sexta-feira 11, período relacionado à morte e sepultamento do italiano Natale Battezzi, carinhosamente abrasileirado como padre Natal. Durante muitos anos pároco da paróquia São Sebastião, em momentos alternados desde que chegou ao Brasil em 1978, o sacerdote foi pastor de um rebanho que chorou muito a sua partida. “Ele foi um grande pai para mim. Ensinou-me a ser prudente para conduzir a paróquia”, diz o atual pároco José dos Santos. Para ele, padre Natal tinha um espírito agregador que possibilitava a todos participar da vida da Igreja. “Ele tinha uma visão pastoralmente ampla, mas tinha seu jeito pessoal de conduzir”, explica padre José. A principal marca de Natale foi a sua ação em favor das crianças. “Ele ficava muito comovido com as dificuldades das mães, andando nas ruas, tomando chuva”, lembra Antônio Tiboné – o Toninho, um dos fundadores da Associação das Obras São Sebastião. “A criança era o tema da campanha da fraternidade de 1988. Ele me chamou e disse que precisávamos fazer alguma coisa. Então surgiu a creche Nossa Senhora do Carmo”, explica. A entidade fica onde hoje se abriga a paróquia com o mesmo nome, no setor leste. Em Santa Maria, Natale fundou e mantinha a creche Sagrada Família e a escola Maria Mãe da Providência. Toninho, e sua esposa Otília, foi um dos primeiros a ter con- Natale, o padre fundou duas creches e uma escola para crianças carentes tato com o padre Natale, por volta do ano de 1984. “Os casais responsáveis pelo curso de noivos iam realizar uma festa para debutantes carentes. Mas o padre Alessandro (Ferloni) não falava português. Então designou o padre Natal, que já falava bem, a nos acompanhar”, relata. Segundo Toninho, todas as obras serão mantidas pela Associação. “A família de Natal ajudava muito na manutenção da creche. Eles conseguem padrinhos para as crianças e nos enviam recursos”, explica ele, garantindo que a ajuda está mantida, para a felicidade das centenas de mães cujos filhos são atendidos nas duas entidades – hoje com mais de 500 meninos e meninas. A atuação social de Padre Natal foi ao encontro do carisma do fundador de sua congregação, Filhos de Maria Imaculada, mais conhecida como Pavoniana. Ludovico Pavoni, também italiano, e hoje beato, dedicou sua vida as crianças viti- madas pela fome e a miséria que assolavam aquele país. Em Brasília, outra obra pavoniana é o Centro Educacional da Audição e Linguagem (CEAL), primeiro local onde padre Natal pôs os pés quando chegou ao Brasil. A unidade de ensino dedica-se à alfabetização e aprendizagem de crianças e jovens deficientes auditivos. Enquanto padre, Natal foi um sacerdote que dividiu opiniões. Muito por seu humor, que variava da extrema generosidade à rigidez com que tratava a fé, a devoção e a pontualidade. Em uma cerimônia de casamento, apenas para lembrar, ele aguardou pacientemente a noiva entrar, após quase uma hora de atraso. Assim que ela se posicionou, o sacerdote saiu, sem falar nada. E a faz esperar por igual tempo, sob o desespero de familiares e auxiliares Roque: o fiel que “batizou” o padre da liturgia. Quando voltou, realizou o ato sem se exaltar. Mas não deixou, antes, de fazer uma irônica pergunta: “Já está tudo certo por aqui?” Mas quem nunca levou uma bronca do padre Natal? Quem Fotos: arquivos particulares e da paróquia São Sebastião Morre aos 77 anos, Padre Natale Battezzi, sacerdote que deixa um legado de famílias estruturadas, jovens convertidos e crianças amparadas Distrito Federal, Abril de 2014 Toninho, ao lado de Otília: “ainda sinto a presença dele”. também não o viu soltar uma boa gargalhada? Por isso, sua atuação como pastor supera qualquer crítica. “Ele era um homem sincero, que falava na frente, não escondia nada”, diz Toninho, para quem há fatores culturais que podem fazer-nos interpretar o jeito dele como rude, mas que faz parte da maneira do povo italiano. “Às vezes sinto até a presença dele, da maneira como ela chegava, de quando ele ia lá em casa tomar um cafezinho”, conclui. Nos últimos anos, Natale dedicava-se, além de suas funções religiosas e sociais, a peregrinações à Terra Santa. Uma delas ficou marcada para Roque Oliveira. “Todos havíamos renovado as promessas do batismo no Rio Jordão. E ele pediu para renovar a dele também”, lembra Roque. A foto da cena chegou ao Brasil antes dos peregrinos. “Quando retornamos ao Brasil os amigos me chamaram de João Batista (alusão ao fato de este ter batizado Jesus, no mesmo rio)”, recorda. A próxima peregrinação, organizada ainda por padre Natal, está marcada para o mês de junho. Só que, dessa vez, será conduzida pelo Padre Tiago Cristino. “É uma forma de homenageá-lo”, anunciou o jovem vigário em uma das celebrações dominicais. Natale Batezzi faleceu no dia 8 de abril, vítima de insuficiência cardíaca. Seu corpo foi sepultado em sua terra, o Gama, que durante anos, em seu coração, substituiu a sua, natal. No cemitério da cidade também estão sepultados os corpos de outros pavonianos: Alessandro Ferloni, Antônio Federecci e Estéfano Fogliata (Estevão), falecido em novembro de 2012. NÃO FALTAM MOTIVOS PARA BRASÍLIA COMEMORAR E A CÂMARA SE ORGULHA DE FAZER PARTE DISSO. Há 23 anos a Câmara Legislativa do DF comemora esta data com muita alegria. Logo após Brasília conquistar sua independência política, a Câmara Legislativa criou a Lei Orgânica com o objetivo de organizar o exercício do poder, fortalecer as instituições democráticas e dar as diretrizes sociais. Desde então, a Câmara vem trabalhando para a conservação da arquitetura e dos monumentos de Brasília, a única cidade moderna declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO no século XX. Capital da qualidade de vida, a Câmara se orgulha de ter feito parte de conquistas que fizeram de Brasília a primeira cidade brasileira em desempenho econômico e índice de desenvolvimento social. E com a sua participação, pudemos escrever a história desses 54 anos com grandes acontecimentos tais como alimentação saudável nas escolas, mais recursos para a ciência e tecnologia no DF, liberdade cultural nas ruas do DF e muito mais. E vamos continuar trabalhando para que, a cada ano que passe, tenhamos ainda mais motivos para comemorar. Câmara Legislativa do Distrito Federal. A sua Casa mais perto de você. Acesse www.cl.df.gov.br e saiba mais sobre o trabalho da Câmara. 8 Folha Independente do Gama <D i strito F e de r al| Distrito Federal, Abril de 2014 DFTrans e Google lançam serviço para usuários Uma parceria entre o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) e a multinacional de serviços online Google torna mais fácil o deslocamento dos usuários de ônibus do Distrito Federal. O Google Transit, uma das ferramentas do Google Maps, permite, desde quarta-feira (16), ao usuário optar sobre o melhor itinerário para se deslocar entre dois pontos do DF, escolhendo entre as linhas de ônibus disponíveis, horários de saída e distância a pé entre os pontos. Técnicos do DFTrans e uma equipe da Google dos Estados Unidos formaram um grupo de trabalho para que fosse possível disponibilizar a ferramenta. “O serviço visa beneficiar tanto os moradores do DF que utilizam diariamente o transporte público quanto os turistas que virão para a Copa do Mundo. Isso é parte de um grande esforço de mobilidade urbana visando qualidade e transparência”, pondera a diretora-geral interina do DFTrans, Fátima Zanon. ário deve digitar o ponto de partida ou nome do local (por exemplo, Rodoviária do Plano Piloto); Em seguida, escolher o destino em “Rotas” (por exemplo Palácio do Planalto); Aparecerão três opções de deslocamento: de carro, a pé ou de ônibus. Selecione o transporte público e escolha o itinerário previsto que preferir (com base na estimativa de tempo de deslocamento, das condições do trânsito ou das linhas de ônibus, por exemplo); Além de reconhecer a localização do usuário por meio do sistema GPS, a ferramenta ainda disponibiliza informações sobre os horários das linhas e a localização de todas as paradas de ônibus da cidade; Acessando “mais opções e horários”, o usuário terá acesso a todas as linhas que cobrem a rota escolhida, com tempo de viagem e tarifa; O trajeto pode ser acompanhado pelo mapa. O recurso também traz dados sobre transporte público para todas as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. “Garantir o acesso fácil e rápido à informação, estimular o turismo, garantir maior conforto e melhor gerenciamento do tempo por parte do usuário são os objetivos. São mais de 4 mil pontos georreferenciados, com atualização permanente”, detalha Expedito Veloso, diretor de Tecnologia da Informação do DFTrans. Como utilizar o novo serviço: O Google Transit funciona vinculado ao Google Maps, aplicativo gratuito que pode ser usado em smartphones e tablets e que também está disponível na internet (maps.google.com.br/transit) Para fazer a pesquisa, é necessário estar conectado à internet (por wi-fi ou rede celular): No campo pesquisar, o usu- Foto: Dênio Simões/GDF O Brasiliense está perto de tirar mais um engarrafamento de sua vida. Na ida e na volta do Plano Piloto. Com custo R$ 45 milhões menos que o previsto, será inaugurado, no início de maio, o túnel sob o balão do Aeroporto, que deverá beneficiar cerca de 100 mil carros diariamente. As obras estão em fase de acabamento e foram inspecionadas na terça-feira (29/4) pelo governador Agnelo Queiroz e secretários de Estado. “Esta é mais uma obra entregue antes da Copa do Mundo, o que mostra o grau de eficiência e competência do Governo do Distrito Federal em entregá-las antes do Mundial. Esta obra é necessária para o nosso povo independente de Copa. Entretanto, com ela, nós conseguimos os recursos com o governo federal. Vamos fazer a Copa e essa será uma obra permanente para o povo do Distrito Federal”, destacou o governador, que estava acompanhado do vice-governador Tadeu Filippelli. O túnel, segundo informações do diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fauzi Nacfur Júnior, tem 700 m de extensão, sendo que cerca de 300 m são de área coberta. Inicialmente, o valor total da obra estava previsto para atingir R$ 98 milhões. No entanto, ao finalizar os trabalhos, foi possível economizar R$ 45 milhões devido ao processo de construção mais econômico e eficiente. Para Júnior, os benefícios dessa obra são imensuráveis. “Os engarrafamentos que tínhamos nesta região não existirão mais. Agora, com a inauguração na segunda-feira, a fluidez vai melhorar e as pessoas vão ganhar de 20 a 30 minutos durante os deslocamentos. Isso representa mais qualidade de vida”, disse. Enquanto as pistas principais não são liberadas, as vias marginais estão em plena operação e já facilitam o tráfego de veículos pela região. Apesar de toda a obra ter sido feita embaixo do balão do Aeroporto, a rotatória foi reformulada e, nesta semana, recebe os últimos retoques de paisagismo com a colocação de grama, flores e demais elementos que compõem o local. anuncie no folha Independente 8652 2468 Túnel custou menos R$ 45 mi Folha Independente do Gama | C ida de> Distrito Federal, Abril de 2014 9 Vai ficar como está! Fotos: Allan Barbosa Para DER, fim do congestionamento depende de educação dos motoristas R uim para ir, pior para voltar. Esta é a rotina dos moradores do Gama de manhã e à noite, nos horários de pico. As filas, no matutino, não raro chegam ao quartel dos bombeiros. No noturno, rotineiramente os carros enfrentam a lentidão já em frente à UNB. E pelo jeito, não adianta reclamar. Os motivos para os engarrafamentos parecem óbvios demais para os motoristas. Na ida, falta uma faixa de aceleração para quem vem do setor leste e também é preciso retirar a faixa de pedestre em frente ao campus da UNB. A solução para este caso seria a construção de uma passarela em frente à unidade de ensino, o que já foi descartado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Segundo o órgão, e conforme já noticiado por este veículo na edição passada, é o viaduto construído em frente à escola que servirá de passagem de pedestre. “O viaduto está sendo finalizado com uma parte separada especialmente para os pedestres transitarem com segurança”, diz a assessoria do órgão. Mas as causas dos outros engarrafamentos, para o DER, é o próprio motorista. “A conscientização do motorista é imprescindível para o que sistema funcione”, responde por nota o órgão do GDF. Por parte, a nota até que corresponde à verdade. O que mais se registra são infrações e imprudência no trânsito pela parte da manhã, na ida ao Plano Piloto. Carros transitam pelo acostamento e pelo via exclusiva do Expresso DF. Quando retornam à faixa de rolamento, travam o trânsito. Neste caso, a conscientização do motorista passa por fiscalização, do DER, que raramente aparece. Segundo o administrador Regional do Gama, Adauto Rodrigues, a solução para a entrada do Gama passa pela construção de um viaduto no balão do Sayonara. “Já encaminhamos a sugestão à Secretaria de Obras e os engenheiros estão trabalhando no projeto”, explica. Segundo Adauto, outro viaduto deve ser construído em frente ao balão do Super Maia. “A nossa cidade está crescendo e precisamos de soluções de longo prazo”, justifica. O administrador também informou que a via marginal que se estenderá por toda a Ponte Alta Norte até o viaduto do Periquito está em fase final de licitação e as obras devem começar ainda neste semestre. Começam obras na DF 290 O trânsito na ida... E com razão. O problema é o grande fluxo de veículos, que antes ia por dois caminhos, ter que passar, agora, por apenas um. Tudo flui para o balão do Sayonara, onde a confusão se generaliza. Para fugir disso, motoristas se arriscam na contramão ou na ciclovia. “Outro dia teve um grave acidente aqui. Uma mulher ficou presa dentro do carro, os bombeiros tiveram que retirá-la”, lembra Arnaldo Souza, estudante de 19 anos. Mas se está ruim para motoristas, pior para os pedestres. Se a via da entrada do Gama é um convite à morte, a que liga o posto Sayonara à Ambev representa risco dobrado. Todo o fluxo de veículos para o setor leste tem que passar pelo via de mão dupla. Curiosamente as pessoas só passam se um motorista caridoso parar. “Outro dia fiquei mais de cinco minutos para atravessar. É muito carro, dos dois lados, e as faixas de pedestres ficam longe e são mal iluminadas. À noite os carros não nos veem”, reclama Clara Macedo, comerciária de 32 anos. Retorno não será refeito Antes das obras do Expresso DF havia um acesso ao setor leste, que foi fechado. “Com as obras, o retorno teve de ser remanejado para o quilômetro seguinte”, diz o DER. É neste ponto que o órgão apela para a conscientização dos motoristas. “É um absurdo. Fico preso no engarrafamento por falta de acessos à cidade e eu é que tenho de me corrigir”, indigna-se o servidor público Pedro Dantas, 46 anos. A administração responde ... e na volta: transtorno para motoristas e risco para os pedestres Segundo Adauto Rodrigues, o GDF vai começar a revitalizar a DF 290, rodovia que interliga a BR 040 à BR 020, trecho entre o Gama e o Engenho das Lajes. A obra é uma reivindicação antiga da comunidade já que é o principal e mais curto acesso à Goiânia. As máquinas já estão no local para dar início ao trabalho. A rodovia compõe um anel viário que também dá acesso à BR 070, por meio da DF 180, que já foi revitalizada. É, também, um importante canal de escoamento da produção rural do Gama e por onde passam cargas de todo o país. Além da restauração a via ganhará acostamentos. Opinião: DF 290 Ao passar pela rodovia DF 290, que liga as BRs 60 e 40, passando pelo Gama, Santa Maria, Novo Gama, Céu Azul e por boa parte da zona rural, vi uma placa e maquinas chegando para iniciar a reforma de 25 km da estrada e não me contive: fiz uma foto e publiquei para dar a boa nova aos cerca de 300 mil interessados, que como eu, utilizam aquela via. Fiquei sensibilizado, porque faço aquele percurso há mais de 40 anos e já perdi grandes amigos por causa das más condições da estrada que conheci quando nem asfaltada era. Depois de pavimentada a estrada ficou mais perigosa ainda pela falta de acostamento e sinalização. Quando fui administrador regional do Gama no primeiro governo do PT, priorizei, batalhei com o deputado Pedro Celso junto à secretaria de obras e ao governador e conseguimos a duplicação da via entre o Valparaíso e o Gama. Agora que a rodovia está mais perigosa por causa da grande quantidade de carretas que procuram cortar caminho, temos que reconhecer que o governo Agnelo, ao reformar a estrada, dá mais uma demonstração de cuidado com as pessoas. Onde tem uma UPA, uma Creche, uma escola, um ônibus novo, uma residência nova, uma subestação, uma viatura da PM, tem PESSOAS, TEM GENTE. E essas coisas todas estão sendo feitas, só não vê quem não quer. *Mauro Pinheiro, ex-administrador do Gama 10 <Sa ú de | Folha Independente do Gama Distrito Federal, Abril de 2014 Infecção urinária: Cuidados com higiene e alimentação ajudam a evitar doença Doença causada por bactérias, fungos ou vírus é comum na infância e atinge principalmente as meninas A infecção urinária é comum em crianças, mas pode ser combatida com mudanças simples nos hábitos de higiene e também na alimentação. Segundo a coordenadora de Saúde da regional de Planaltina e pediatra, Mônica Rocha Rodrigues, a infecção é mais frequente em meninas, até 20 vezes mais que em meninos. Para a pediatra isso se deve à anatomia da uretra, “o meato urinário está localizado perto do ânus e o comprimento da uretra é menor do que no sexo masculino, o que facilita o acesso das bactérias ou dos fungos à bexiga”, explicou. A doença é definida pela presença de micro-organismos na urina em qualquer parte do aparelho urinário. E se multiplicam no trato urinário, afetando principalmente a uretra, canal que escoa o xixi, a bexiga, responsável por armazená-lo, e os rins. O problema recebe nomes diferentes dependendo do órgão que atinge: uretrite, cistite ou pielonefrite, respectivamente. As principais responsáveis são bactérias que vêm do intestino pelas fezes – especialmente a Escherichia coli, que está por trás de 85% a 90% dos episódios. Mas alguns fungos e vírus também podem desencadeá-la, em casos mais raros. Principais sintomas: Nos recém-nascidos – geralmente é decorrente da gestação, em que a mãe é portadora do micro-organismo ou a criança apresenta uma má formação congênita. Os principais sintomas são: febre, constipação, icterícia. Lactantes (28 dias até um ano) – dificuldades de ganhar peso, constipação, falta de apetite, vômito, irritabilidade, choro constante, especialmente ligado ao momento de urinar, cor e cheiro da urina, e febre sem razão aparente. Pré-escolar – febre, urgência em urinar, cor e cheiro, dor ao urinar e em alguns casos sangue na urina. Dores no abdômen, nas costas. Como evitar: - Acompanhamento ao pediatra rotineiramente, independente de a criança apresentar alguma doença. - Dê muito líquido à crian- ça. Além de manter o trato urinário em constante atividade, os líquidos ajudam a evitar a prisão de ventre, que pode colaborar para que haja infecções. - Também para evitar a prisão de ventre, ofereça bastante fibras, como frutas, verduras e grãos integrais. - Incentive a criança a urinar com frequência, mais ou menos a cada três horas. - No caso de meninas, sem- pre limpe a área da frente para trás, quando estiver trocando a fralda ou com o papel higiênico, para não levar bactérias para a vagina. Evite também o uso de sabonetes muito fortes ou calcinhas de tecido sintético, que irritam a vagina. “A infecção urinária pode ser muitas vezes uma doença silenciosa, mas que causa grande incômodo e, se não for tratada, pode gerar problemas mais graves”, explicou a pediatra. Ela completa dizendo que “é importante a mãe realizar o acom- panhamento do seu filho no centro de saúde. Somente em casos mais graves o pediatra encaminha para o hospital”, afirma. O tratamento varia de acordo com a idade da criança, grau da infecção e tipo de bactéria. E é confirmada por meio de um exame de urina. Algumas horas após a coleta, o médico consegue saber se há ou não contaminação. Mas é preciso um exame mais detalhado para identificar o tipo de micro-organismo. E a ecografia para investigar se houve comprometimento dos rins. Práticas integrativas proporcionam bem-estar e qualidade de vida A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) oferece várias práticas integrativas aos servidores da pasta e à comunidade. A ideia é promover o bem-estar, a integração e a inclusão social da população. Atividades como o hatha yoga são realizadas em vários dias da semana em diversas coordenações de saúde. “Nós procuramos deixar as atividades em aberto para a comunidade. Os servidores da Saúde usufruem mais do serviço, mas qualquer um é convidado a aparecer. Na sede da SES-DF, por exem- plo, as aulas acontecem às sextas, das 15h às 16h”, explicou a coordenadora de hatha yoga da SES-DF, Isabela Ribeiro Lessa da Silva, mais conhecida como Farah, sobre as práticas integrativas. O hatha yoga estimula o autocuidado, mitiga doenças respiratórias e proporciona alívio de estresse, melhorando a qualidade de vida dos praticantes. A atividade é oferecida nas regionais do Paranoá, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e na Asa Norte (Sede da SES-DF). Outras práticas integrativas incluem acupuntura, antroposofia, arteterapia, automassagem, fitoterapia, homeopatia, lian gong, meditação, musicoterapia, reiki, shantala, tai chi chuan e terapia comunitária. Informações adicionais sobre as atividades podem ser obtidas na Gerência de Práticas Integrativas em Saúde (Gerpis), pelo telefone 3348-6191. Foto ilustrativa Servidores da Secretaria de Saúde e a comunidade podem participar das atividades como hatha yoga e acupuntura. Folha Independente do Gama | S a úde> Distrito Federal, Abril de 2014 11 Os perigos do sal em excesso Kathlen Amado Blog da Saúde A Política Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde mostra que o consumo excessivo de sal é uma das maiores causas de hipertensão arterial e de doenças cardiovasculares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo máximo de 2000mg (2g) de sódio por pessoa ao dia, o que equivale a 5g de sal (40% do sal é composto de sódio). De acordo com a consultora técnica da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Roberta Rehem, os brasileiros consomem mais que o dobro dessa quantidade. “O consumo excessivo do sal está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e renais e outras doenças, que estão entre as primeiras causas de internações e óbitos no Brasil e no mundo”, explica. O sódio já faz parte naturalmente dos alimentos, mas a parte excessiva de sódio, principalmente sal de cozinha, é adicionada pelos consumidores e produtores, durante o preparo, consumo e fabricação dos alimentos. Uma das maneiras mais práticas de se diminuir o consumo de sal é comparar a quantidade de sódio nos alimentos. A dica é observar as informações nutricionais contidas no verso das embalagens. “Opte sempre por escolher aquele que possui menos sódio. Se a quan- tidade de sódio for superior a 400mg em 100g do alimento, este é considerado um alimento rico em sódio, sendo prejudicial à saúde e deve ser evitado”, afirma Roberta. Relação entre sal e pressão alta O excesso de sódio no corpo humano pode levar ao aumento de líquido nos vasos sanguíneos. O principal efeito adverso desse consumo excessivo é a elevação da pressão arterial, que sobe progressivamente com a elevação da ingestão de cloreto de sódio. “Quando uma pessoa ingere muito sal, essa substância se acumula no sangue e no fluido extracelular – ou seja, fora das células do corpo. É importante lembrar que o aumento da pressão arterial também é afetado pela carga genética e presença de outras enfermidades, como a diabetes, a obesidade e a doença renal crônica”, explica consultora técnica do Ministério da Saúde. A dona de casa Hilda Azevedo, 67 anos, sempre teve pressão alta e se tratava apenas com remédios. “Depois de um tempo, comecei a cuidar melhor da minha alimentação e da minha família. Não costumamos deixar saleiras na mesa, nem para colocar na salada”, afirma ela, que também evita comprar produtos que contenham muito sódio. É recomendada a redução do consumo de sal no preparo dos alimentos. Temperos prontos, enlatados, embutidos e produtos ultraprocessados em geral são ricos em sódio e, por isso, devem ser evitados. Segundo Roberta Rehem, o principal resultado da diminuição do consumo de sódio é a redução da pressão arterial. Ela explica que “se o consumo de sódio for reduzido para a recomendação diária máxima da OMS, os óbitos por acidentes vasculares cerebrais podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto em 10% O Guia Alimentar para a População Brasileira contém diretrizes alimentares oficiais e outras dicas de como se alimentar bem. Confira Evite a utilização de temperos prontos e caldos concentrados, eles são ricos em sódio, glutamato monossódico entre outros; Utilize ervas desidratadas, temperos naturais, pimenta e sucos de frutas para temperar os alimentos; Evite também o uso de gordura animal como o bacon, toucinho, entre outros; Não utilize saleiro à mesa; Não acrescente sal no alimento depois de pronto. antiinflamatórios, antibióticos e o cálculo renal também podem ser prejudiciais aos rins. E, caso eles não funcionem, as toxinas podem se acumular no sangue e causar uma condição séria, conhecida como uremia. Nesse caso, o paciente começa a ter náuseas, fadiga, desorientação, falta de ar e também edema nos braços e pernas. Porém, de maneira geral, ter inchaço no corpo, dor na região lombar e sangue na urina são alguns dos sinais de alerta para o paciente procurar um médico para avaliar se tem algum problema renal. De acordo com o urologista Fabio Vicentini, o risco de cálculo renal é maior em pessoas que sofrem com obesidade, que têm mais de 40 anos, são homens ou têm histórico familiar. Nesses casos, é importante se preocupar ainda mais com a prevenção da pedra nos rins - uma das dicas é reduzir o consumo de alimentos que aumentam as chances do problema, como café, chocolate, nozes, frutos do mar e carnes vermelhas, por exemplo. Excesso de sal e proteína pode afetar rins e aumentar risco de cálculo renal Ver a cor da urina ajuda a identificar se paciente bebe muita água ou não. Ideal é tomar de 2 a 3 litros de água por dia para manter corpo hidratado. E mbora sejam pequenos, os rins são extremamente importantes para o funcionamento do corpo e para a saúde. De maneira geral, eles são responsáveis por eliminar as toxinas do sangue por um sistema de filtração, além de regular a produção de glóbulos vermelhos e a pressão sanguínea, como explicou o nefrologista Décio Mion no Bem Estar desta quinta-feira (14). De acordo com o urologista Fabio Vicentini, as pessoas nascem com 100% da função dos rins, po- rém, depois dos 40 anos de idade, elas começam a perder cerca de 2% dessa função por ano. A alimentação é essencial para preservar a saúde dos rins - excesso de sal e proteína é o maior vilão do funcionamento renal. No caso do consumo exagerado de proteína, os rins podem se sobrecarregar e desenvolver uma inflamação que pode até entupir a passagem do sangue - isso pode fazer o paciente chegar aos 60 anos sem o funcionamento renal. Em relação ao consumo de sal e açúcar, o nefrologista Décio Mion explicou que esses dois alimentos podem levar o paciente a desenvolver pressão alta e diabetes, doenças que se não tratadas corretamente, podem levar à falência total dos rins. Como lembrou o médico, o controle da pressão arterial também é uma das funções desses órgãos e, se eles não funcionam, a pressão pode aumentar e causar inchaço. Por isso, a dica é usar o mínimo de sal no preparo dos alimentos e nas refeições. Uma das principais dicas para manter os rins saudáveis por mais tempo é beber de 2 a 3 litros de água por dia. Para saber se o corpo está hidratado ou não, é preciso observar a cor da urina - se ela estiver amarela escura, é um sinal de alerta de que é necessário aumentar a ingestão de água e que o paciente pode estar com algum problema nos rins; porém, se a cor for clara, significa que o paciente bebe água o suficiente e têm os rins saudáveis. Fora a cor, é fundamental observar também se há sangue na urina já que isso pode indicar pedra nos rins, infecção ou até mesmo um tumor. Segundo o urologista, geralmente, quem bebe pouca água corre mais risco também de ter infecção urinária e se esse problema for recorrente, pode danificar os rins da mesma maneira. Além do sal e da próteína,