Vestibular Comentado - UVA/2005.2 LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO 0102030405060708091011121314151617181920212223242526272829303132- Os leitores devem já estar fatigados de histórias de travessuras de criança; já conhecem suficientemente o que foi o nosso memorando em sua meninice, as esperanças que deu, e o futuro prometeu. Agora vamos saltar por cima de alguns anos, e vamos ver realizadas algumas dessas esperanças. Agora começam histórias, se não mais importantes pelo menos um pouco mais sisudas. Como sempre acontece a quem tem muito onde escolher, o pequeno, a quem o padrinho queria fazer clérigo mandando-o a Coimbra, a quem a madrinha queria fazer um artista metendo-o na Conceição, a quem D. Maria queria fazer rábula arranjando-o em algum cartório, e a quem enfim cada conhecido ou amigo queria dar um destino que julgava mais conveniente às inclinações que nele descobria, o pequeno, dizemos, tendo tantas coisas boas, escolheu a pior possível: nem foi para Coimbra, nem para a Conceição, nem para cartório algum; não fez nenhuma destas coisas, nem também outra qualquer: constitui-se um completo vadio, vadio-mestre, vadiotipo. O padrinho desesperava com isso vinte vezes em cada dia por ver frustrado o seu belo sonho, porém não se animava mais a contrariar o afilhado, e deixava-o ir à sua vontade. A comadre tinha conseguido o seu fim, pelo que diz respeito à sobrinha; tanto fizera, que o Leonardo, pilhando a cigana em nova infidelidade, resolveu-se... e arranjou-se... Dessa época começou ele a viver sossegado: o vento da idade começava a apagar-lhe as flamas de ternura. D. Maria envelhecera sofrivelmente, porém não perdera de modo nenhum a sua mania favorita das demandas: a última que tivera foi talvez a mais desculpável, a mais razoável de todas. Teve por causa a tutoria de uma sua sobrinha que ficara órfã, por morte de um seu irmão. Este irmão tinha um compadre que não gozava de boa reputação; ora, tendo a órfã ficado senhora de alguns mil cruzados que deixara seu pai, ainda que este não tivesse feito testamento, por ser ela filha única e legítima, o compadre apresentou-se pretendendo ser seu tutor. D. Maria, percebendo o caso, apresentou-se também, e afinal venceu: foi 01 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 3334353637383940414243444546474849505152535455565758596061626364656667686970- nomeada tutora, e veio-lhe a sobrinha para casa; ela estimou isso, tanto mais que a sua idade já a fazia precisar, ainda não de um apoio, porém de uma companhia. As mais personagens continuaram no mesmo estado. Daqui em diante trataremos o nosso memorando pelo seu nome de batismo: não nos ocorre se já dissemos que ele tinha o nome do pai; mas se o não dissemos, fique agora dito. E para que se possa saber quando falamos do pai e quando do filho, daremos a este o nome de Leonardo, e acrescentaremos o apelido de Pataca, já muito vulgarizado nesse tempo, quando quisermos tratar daquele. Leonardo havia pois chegado à época em que os rapazes começam a notar que o seu coração palpita mais forte e mais apressado, em certas ocasiões, quando se encontra com certa pessoa, com quem, sem saber por que, se sonha umas poucas de noites seguidas, e cujo nome se acode continuamente a fazer cócegas nos lábios. Já dissemos que D. Maria tinha agora em casa sua sobrinha; o compadre, como a própria D. Maria lhe pedira, continuou a visitá-la, e nessas visitas passavam longo tempo em conversas particulares. Leonardo acompanhava sempre o seu padrinho e fazia diabruras pela casa enquanto estava em idade disse, e depois que lhes perdeu o gosto, sentava-se em um canto e dormia de aborrecimento. Disso resultou que detestava profundamente as visitas, e só se sujeitava a elas obrigado pelo padrinho. Em uma das últimas vezes que foram à casa de D. Maria, esta, assim que os viu entrar, dirigiu-se ao compadre e disse-lhe muito contente: – Ora afinal venci a minha campanha... veio ontem para o meu poder a menina... O tal velhaco do compadre do meu irmão não levou a sua avante. – Muitos parabéns, muitos parabéns! – respondeu o compadre. Leonardo deu pouca atenção a isso; há muito tempo que ouvia falar de tal sobrinha; sentou-se a um canto e começou a bocejar como de costume. Depois de mais algumas palavras trocadas entre os dois, D. Maria chamou por sua sobrinha, e esta apareceu. Leonardo lançou-lhe os olhos, e a custo conteve o riso. Era a sobrinha de D. Maria já muito desenvolvida, porém que, tendo perdido as graças de menina, ainda não tinha adquirido a beleza de moça; era alta, magra, pálida; andava com o queixo enterrado no peito, trazia as pálpebras sempre baixas e olhava a furto; tinha os braços finos e compridos; o cabelo, cortado, dava-lhe apenas até o pescoço, e como andava mal penteada e trazia a cabeça sempre baixa, uma grande porção lhe caía sobre a testa e olhos como uma viseira. Trajava nesse dia um vestido de chita 02 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 717273747576777879808182838485- roxa muito comprido, quase sem roda, e de cintura muito curta; tinha ao pescoço um lenço encarnado de Alcobaça. Por mais que o compadre a questionasse, apenas murmurou algumas frases ininteligíveis com voz rouca e sumida. Mal a deixaram livre, desapareceu sem olhar para ninguém. Vendo-a-ir-se, Leonardo tornou a rir-se interiormente. Quando se retiraram, riu-se ele pelo caminho à sua vontade. O padrinho indagou a causa da hilaridade; respondeu-lhe que não se podia lembrar da menina sem rir-se. – Então lembras-te dela muito a miúdo, porque muito a miúdo te ris. Leonardo viu que esta observação era verdadeira. Durante alguns dias umas poucas vezes falou na sobrinha da D. Maria; e apenas o padrinho lhe anunciou que teriam de fazer a visita do costume, sem saber por que, pulou de contente, e, ao contrário dos outros dias, foi o primeiro a vestir-se e dar-se por pronto. Saíram e encaminharam-se para o seu destino. (ALMEIDA, Manuel A. de Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Martim Claret, 2004. Pp. 79-81) De uma leitura geral de "Memórias de um sargento de milícias", responda as questões de 01 a 09. 01. A Escola Literária a que pertence a obra em questão, no contexto mundial, historicamente foi marcada: A. pelas ditaduras totalitárias na Europa. B. pelo feudalismo. C. pela ascensão político-econômica da burguesia. D. pelo fortalecimento do poder da Igreja. CLF – COMENTA: Sendo uma questão mais de História que de Literatura, podemos dizer que o contexto mundial correspondente ao Romantismo é basicamente a afirmação da burguesia como classe social. Os romances, as peças de teatro e outras manifestações artísticas tinham origem na burguesia e a ela se destinavam. Resposta correta: "C" 03 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 02. Enquanto isto, no Brasil, vivia-se: A. o auge da economia açucareira no Nordeste. B. o ciclo da mineração. C. os movimentos nativistas. D. uma crise política que culmina com a prematura maioridade de D. Pedro II. CLF – COMENTA: Essa questão é decorrente da primeira, ou seja, enquanto na Europa vivia-se a ascensão político-econômica da burguesia, no Brasil ocorria a crise política do período regencial (revoltas: Farroupilha, Balaiada, Cabanagem, Sabinada etc.), que culminou no Golpe da Maioridade de Pedro Alcântara. Resposta correta: "D" 03. São características desta Escola: A. o nacionalismo, volta ao passado e o subjetivismo. B. objetivismo, o universalismo e o materialismo. C. a oposição corpo e alma, a sublimação e a simbologia. D. a denúncia social, a negação dos valores religiosos e o zoomorfismo. CLF – COMENTA: Sabendo que materialismo, sublimação e zoomorfismo não são elementos característicos da escola romântica, podemos afirmar que "nacionalismo, historicismo e subjetivismo" são marcas dessa escola literária. Resposta correta: "A" 04. Podemos dizer que "Memórias de um Sargento de Milícias" é uma obra peculiar porque: A. tem características românticas e pré-realistas. B. foi escrita no período de vigência do Romantismo mas é totalmente prémodernista. C. é uma obra de transição entre Naturalismo e Pré-Modernismo. D. não pode ser enquadrada em nenhuma escola. CLF – COMENTA: Lançada em folhetins em 1852 e 1853 a obra, cronologicamente, está inserida no Romantismo (1836 a 1881), mas já abordando temáticas e algumas características do Realismo/Naturalismo. Resposta correta: "A" 04 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 05. O fato de o autor tudo datar e localizar denota uma preocupação com: A. as personagens. B. o acontecimento. C. o sentimento das personagens. D. todas as alternativas são verdadeiras. CLF – COMENTA: Levando em consideração que datar e localizar denotam uma relação espaço/tempo, podemos deduzir que a maior preocupação do autor é com os acontecimentos. Resposta correta: "B" 06. A personagem central da obra é: A. Leonardo Pataca. B. Major Vidigal C. José Manuel D. Leonardinho CLF – COMENTA: O autor nos diz que o filho (protagonista) possui o mesmo nome do pai: Leonardo. Este sendo Leonardo Pataca e aquele sendo Leonardo Algibebe ou Leonardinho, personagem central da obra. Resposta correta: "D" 07. Na obra em questão, de modo geral, as pessoas são caracterizadas: A. pelas suas qualidades de caráter. B. pelas suas virtudes religiosas. C. pelos seus desvios de caráter. D. pela discrição e respeito à privacidade dos outros. CLF – COMENTA: No romance em questão, as personagens são caracterizadas através de "seus desvios de caráter." Resposta correta: "C" 05 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 08. A relação homem-mulher é descrita na obra: A. de modo bastante liberal. B. com muita formalidade. C. de maneira idealizada. D. destacando as perversões sexuais. CLF – COMENTA: As relações amorosas e as sentimentalidades descritas na obra são colocadas de forma crítica e caricatural. O adultério é um tema presente nesse contexto, onde essa relação homem-mulher pode ser considerada liberal e, até mesmo, escrachada. Resposta correta: "A" 09. Outras personagens da obra de Almeida são: A. Ema, Aristarco e Sérgio. B. Capitu, Bentinho e Escobar. C. Zulmira, Estela e Miranda. D. Maria da Hortaliça, Maria Regalada e Tomás da Sé. CLF – COMENTA: Outras personagens da obra são: Maria da Hortaliça, mãe de Leonardinho; Maria Regalada, "amigada" com o Major Vidigal e Tomás da Sé, amigo de Leonardinho. Resposta correta: "D" Da leitura do texto acima, responda as questões de 10 a 15: 10. Deste primeiro encontro entre Leonardo e a sobrinha de D. Maria, podemos concluir que ele: A. não se interessou por ela. B. inexplicavelmente, quis revê-la. C. achou-a, simplesmente, ridícula. D. nada podemos concluir. CLF – COMENTA: Ao sair da casa de D. Maria, Leonardo riu-se, sendo observado pelo Padrinho que lhe indaga o motivo do riso. Sem perceber que a imagem de Luisinha havia ficado gravada na sua memória, Leonardo fica contente quando há a possibilidade de visitá-la (revê-la). Resposta correta:"B" 06 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 11. No 5º parágrafo, o autor nos fala sobre a principal característica de D. Maria, que era: A. as disputas B. a conciliação C. a religiosidade D. a caridade CLF – COMENTA: Segundo o texto, a D. Maria não vivia sem as "suas demandas" o mesmo que "suas disputas". Resposta correta: "A" 12. De todas as pessoas que queriam decidir sobre o futuro de Leonardo, apenas uma, de fato, poderia fazê-lo: A. o pai B. a madrinha C. o padrinho D. D. Maria CLF – COMENTA: De fato, o padrinho toma as rédeas da educação do menor (Leonardinho), ajudando-o e protegendo-o dos ataques da vizinhança, ainda que sem muito êxito. Resposta correta: "C" 13. No último parágrafo,"... encaminharam-se para o seu destino.", (linha 85) " para seu destino" deve ser entendido como: A. sua sorte B. a casa de D. Maria C. seu rumo D. cada um se dirigiu a um lugar diferente CLF – COMENTA: No último parágrafo, "encaminharam-se para o seu destino, a expressão destacada, tem como referente a casa de D. Maria. Resposta correta: "B" 07 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 14. Da descrição feita da sobrinha de D. Maria, fica claro que ela era: A. extremamente bela B. bastante extrovertida C. muito polida D. tímida e acanhada CLF – COMENTA: A descrição física e o comportamento de Luisinha levam Leonardinho ao riso, já que ela mostra-se tímida e acanhada. Resposta correta: "D" 15. Em "Este irmão tinha um compadre que não gozava de boa reputação;" (linhas 27 e 28), temos: A. eufemismo B. hipérbole C. prosopopéia D. antíntese CLF – COMENTA: A questão é sobre figuras de linguagem. Assim, temos um tipo de eufemismo quanto à expressão "não gozava de boa reputação" Resposta correta: "A" 16. Assinale a alternativa em que todas as palavras recebem acentuação gráfica: A. xiita, raiz, juizes, viuvinha B. ambar, estreia, juizes, carnaubeira C. cadaver, solideu, tenis, viuva D. raiz, juiz, anzol, garoa CLF – COMENTA: As palavras são acentuadas: - cadáver: paroxítona terminada em r - solidéu: ditongo aberto "éu" - tênis: paroxítona terminada em i(s) - viúva: o "u" tônico do hiato formando sílaba sozinho. Resposta correta: "C" 08 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 17. Fonologicamente, podemos dizer que na palavra "também" (linha 15), há: A. 1 dígrafo e 1 ditongo oral crescente B. 1 dígrafo e 1 ditongo oral decrescente C. não há dígrafo e nem ditongo D. 1 dígrafo e 1 ditongo nasal decrescente CLF – COMENTA: Temos em também um dígrafo vocálico em |Am| e um ditongo nasal decrescente em |Em|, a letra |m| foneticamente equivale a um |i|. Resposta correta: "D" 18. Na palavra "leitores" (linha 01), quando analisada em sua estrutura morfológica, encontramos: A. radical + desinência nominal de número B. radical + vogal temática + desinência nominal de número C. radical + desinência nominal de gênero + desinência nominal de número D. a palavra é atemática CLF – COMENTA: A palavra leitores possui o seu radical em leitor + e = vogal temática + s= D.N.N. (Desinência Nominal de Número). Resposta correta: "B" 19. Os sufixos usados em "meninice" (linha 03) e "desculpável" (linha 26), significam, nesta ordem: A. qualidade ; possibilidade B. coleção ; intensidade C. qualidade ; resultado de ação D. diminutivo ; intensidade CLF – COMENTA: Em meninice o sufixo ice traz a noção qualificativa no valor negativo e o "vel", de acordo com Luís Antônio Sacconi, possui a noção de possibilidade de uma ação. Resposta correta: "A" 09 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 20. Em "... escolheu a pior possível..." (linha 13), o adjetivo "pior" está no grau: A. normal B. comparativo de inferioridade C. comparativo de superioridade D. superlativo absoluto sintético CLF – COMENTA: Para que a forma PIOR forme um comparativo é necessário que a estrutura apresente a locução do que. Como não ocorre tal locução, a palavra PIOR (= mais ruim) é analisada como superlativo absoluto sintético. Resposta correta: "D" RESSALVA: A construção esboçada nessa questão não se enquadra em nenhuma estrutura do grau do adjetivo de forma convincente. A que nos parece mais adequada é a letra " D ", uma vez que a palavra PIOR sintetiza o sintagma MAIS RUIM, contudo todas as gramáticas apresentam O/A PIOR como superlativo relativo sintético, e não há nenhum item em que haja a palavra RELATIVO. 21. Dado o trecho "E para que se possa saber quando falamos do pai e quando falamos do filho, daremos a este o nome de Leonardo e acrescetaremos o apelido de Pataca, (...), quando quisermos tratar daquele." (linhas 38 a 41), os pronomes "este" e "aquele" (daquele= de + aquele) referem-se: A. este = pai; aquele =filho. B. este = filho; aquele=pai. C. "este" e "aquele" possuem a mesma referência. D. N.D.A. CLF – COMENTA: O pronome este faz referência ao mais próximo dentro do enunciado, portanto, a palavra filho e relacionada a palavra daquele, seria o vocábulo pai. Resposta correta: "B" 10 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 22. Em "Quando se retiraram, riu-se ele pelo caminho..." (linha 76), a respeito dos verbos sublinhados, podemos afirmar que: A. os dois verbos estão no mesmo tempo. B. o modo é o mesmo para os dois verbos. C. os dois verbos têm aspectos diferentes. D. todas as alternativas são verdadeiras. CLF – COMENTA: Ambos estão no pret. perfeito, possuem o aspecto diferenciado no que diz respeito a voz reflexiva recíproca na primeira e a ausência dela no segundo verbo. E o modo é igual, ambos no indicativo. Resposta correta: "D" 23.Na oração "Vendo-a ir-se..." (linha 75), as formas nominais dos verbos sublinhados têm os respectivos valores: A. advérbio e substantivo. B. adjetivo e substantivo. C. advérbio e adjetivo. D. substantivo e adjetivo. CLF – COMENTA: Em vendo temos a correlação de valor temporal, portanto, advérbio e a expressão "ir-se" equivale a uma oração subordinada objetiva direta, portanto, substantivo. Resposta correta: "A" 24. Sobre a voz dos verbos "saíram" e "encaminharam-se" na oração "Saíram e encaminharam-se para o seu destino." (linha 85), podemos dizer que: A. saíram= voz passiva; encaminharam-se= voz ativa B. saíram= voz reflexiva; encaminharam-se= voz reflexiva C. saíram= voz ativa; encaminharam-se = voz reflexiva D. saíram = voz reflevixa; encaminharam-se = voz passiva CLF – COMENTA: Em: saíram ação ativa Em: encaminharam-se o valor reflexivo, "encaminhar a si mesmo." Resposta correta: "C" 11 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 25. Na oração "... há muito tempo..." (linha 60), sobre o verbo "haver", no contexto em que está empregado, é correto dizermos: A. é um verbo pessoal e transitivo direto B. é um verbo impessoal e transitivo direto C. é um verbo impessoal e intransitivo D. é um verbo pessoal e transitivo indireto. CLF – COMENTA: O verbo haver no sentido de tempo, temos uma oração sem sujeito, sujeito impessoal, sendo sintaticamente V.T.D. (Verbo Transitivo Direto) Resposta correta: "B" 26. Sobre o sujeito dos verbos do período "Saíram e encaminharam-se para o seu destino." (linha 85), obrigatoriamente, dado o contexto discursivo, devemos afirmar que ele é: A. indeterminado B. composto (Leonardo e seu padrinho) C. composto (Leonardo e D. Maria) D. composto (o padrinho de Leonardo e D. Maria) CLF – COMENTA: Como afirma a própria questão, o contexto discursivo é norte para que se resolva a mesma. Temos o diálogo entre Leonardo, que lembrava da filha de D. Maria, e o padrinho, que o questionou sobre os motivos de tanto riso. Um sujeito composto. Resposta correta: "B" 27. Dada a oração "...que ficara órfã..." (linha 27), em seu contexto oracional, podemos dizer que a função morfossintática do "que" é: A. conjunção integrante, conectivo subordinativo B. conjunção subordinativa, conectivo subordinativo C. pronome relativo, objeto direto D. pronome relativo, sujeito. CLF – COMENTA: O que é pronome relativo cometendo a ação do verbo "ficara", sendo sujeito. Resposta correta:"D " 12 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 28. Na oração "...umas poucas vezes falou na sobrinha da D. Maria... (linha 81), o termo sublinhado, sintaticamente, é: A. adjunto adnominal B. complemento nominal C. objeto indireto D. objeto direto preposicionado CLF – COMENTA: A palavra sobrinha tem valor concreto e é especificada pela expressão da D. Maria, portanto, temos um adjunto adnominal Resposta correta: "A" Para resolver as questões 29 e 30, veja o trecho"... tanto fizera que o Leonardo, pilhando a cigana em nova infidelidade, resolveu-se..." (linhas 21 e 22): 29. A oração "...que o Leonardo (...) resolveu-se..." é: A. oração subordinada adjetiva explicativa B. oração subordinada adverbial consecutiva C. oração subordinada adverbial causal D. oração coordenada sindética explicativa. CLF – COMENTA: O valor de conseqüência é evidente. Vejamos: "Tanto fez que o Leonardo...", Fez e a conseqüência. Foi o ato sequencial de Leonardo. Resposta correta:"B " 30. Já, a oração"... pilhando a cigana em nova infidelidade..." é: A. oração coordenada assindética B. oração subordinada adjetiva restritiva C. oração subordinada adverbial comparativa D. oração subordinada adverbial temporal. CLF – COMENTA: Em pilhando, temos a idéia de: "Quando pilhava a cigana...", noção temporal, portanto uma adverbial temporal. Resposta correta: "D" 13 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 LÍNGUA ESTRANGEIRA – ESPANHOL Ratzinger, nuevo papa Ciudad del Vaticano. – Casi una hora después de que saliera la fumata blanca por la chimenea, a las 13.55 (hora Argentina) el Vaticano dio a conocer el nombre del nuevo papa: el cardinal alemán Joseph Ratzinger. El cardenal chileno Jorge Estévez fue el encargado de revelar la identidad del sucesor de Juan Pablo II. "Queridísimos hermanos y hermanas", dijo Medina Estévez al iniciar un breve mensaje en italiano, español, francés, alemán e inglés que concluyó con el tradicional "havemus papam" ("tenemos papa"). Minutos después, Ratzinger salió al balcón y pronunció su primer breve mensaje como papa. "Los señores cardenales me han elegido como un simple trabajador de la viña del Señor", fue la primera frase del flamante papa. Emocionado, el Sumo Pontífice agregó que se consolaba saber que Diós "sabe trabajar" y actuará con "instrumentos suficientes" para que pueda llevar adelante su pontificado y añadio:"y sobre todo confío en vuestras plegarias". Tras ser anunciado al mundo su elección como 265 Papa de la Historia de la Iglesia, Joseph Ratzinger apareció en el balcón central de la fachada principal de la Basílica de San Pedro. Su primer encuentro con los romanos, del que pasa a ser obispo, duró pocos minutos, los suficientes para que fuera aclamado como "Benedicto, Benedicto". "Recordó" a su antecesor, Juan Pablo II, del que fue durante años su brazo derecho. Ratzinger, de 78 años, sigue una tendencia conservadora y es conocido por sus posturas inflexibles en las cuestiones doctrinales. – 19 de abril de 2005 El director de la revista católica Criterio, José María Poirier Lalane, definió al nuevo Papa como un teólogo de primer nivel, un hombre de gran apertura y pensamiento proprio. – 19 de abril de 2005 La Nacíon – Argentina 14 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 31. El cardinal Medina anunció el tradicional "tenemos papa", en: A. Italiano y Francés B. Español e Inglés C. Francés y Alemán D. Italiano, Español, Francés, Alemán e Inglés CLF – COMENTA: No terceiro parágrafo do texto ficam explícitos os idiomas utilizados pelo cardial chileno para fazer o anúncio do novo papa. Resposta correta: " D " 32. El nuevo Papa ha pedido a los fieles: A. plegarias B. aplausos C. trabajos D. emociones CLF – COMENTA: O novo papa faz um apelo aos fiéis no sexto parágrafo do texto confiando nas plegarias dos mesmos nesta nova jornada. Resposta correta: " A " 33. En su mensaje el cardinal Ratzinger ha recordado de: A. Medina Estévez B. Pablo I C. Juan Pablo II D. José Lalanne CLF – COMENTA: No nono parágrafo aparece a palavra "recordó" que significa: "lembrou". Joseph Ratzinger fez menção a seu antecessor João Paulo II, do qual foi o braço direito. Resposta correta: " C " 15 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 34. El nuevo Sumo Pontífice es: A. Italiano B. Francés C. Español D. Alemán CLF – COMENTA: Uma questão de conhecimentos gerais cuja resposta podemos encontrar no final do primeiro parágrafo. Resposta correta: " D " 35. Bento XVI es: A. conservador B. inflexible C. un teólogo de primer nível D. todas están ciertas CLF – COMENTA: No penúltimo parágrafo é citado o perfil no novo pontífice, sendo citados três traços característicos da personalidade do mesmo. Resposta correta: " D " 36. Los verbos terminados en –iar, –uar, disuelven el diptongo en el presente de indicativo, en: A. la primera persona del singular B. la segunda persona del singular C. la tercera persona del singular D. N.D.A. CLF – COMENTA: Tomando como referência a conjugação do verbo confiar no presente do indicativo temos: Pronome yo tú él Verbo confío confías confía Pronome nosotros vosotros ellos Verbo confiamos confiáis confían Sabendo a ocorrência de ditongo, hiato e tritongo em espanhol percebemos claramente que o mesmo só existe na primeira pessoa do plural, desaparecendo, portanto, nas demais. Resposta correta: " D " 16 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 37. ARRAS, es una palabra: A. masculina B. femenina C. neutra D. epicena CLF – COMENTA: O substantivo "ARRAS" refere-se à prática antiga onde o noivo entregava a noiva a quantia de treze moedas durante a celebração do casamento, é do gênero feminino. Resposta correta: " B " 38. En el pretérito indefinido, en el plural, en la primera persona, el verbo PLACER es: A. pluguieron B. placieron C. pluguiera D. A y B están ciertas CLF – COMENTA: Observando a conjugação do verbo "placer" no pretérito indefinido temos: yo tú él nosotros vosotros ellos plací placiste plació placimos placisteis placieron Claramente fica evidente a nulidade da questão, pois no enunciado pede-se a primeira pessoa do plural, enquanto que nas alternativas aparece a terceira. Resposta correta: "D " 17 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 39. Anfidología, consiste en: A. escribir o pronunciar mal las palabras B. repetir letras o sílabas que producen un sonido desagradable C. el choque de vocales repetidas D. emplear giros que originan confusión CLF – COMENTA: O substantivo "anfibología" diz respeito à duplicidade de sentidos de algumas palavras que dependendo do uso podem causar algum tipo de confusão. Salientamos também o erro na escrita da palavra na prova. Resposta correta: " D " 40. Piara, significa en portugués: A. olival B. palheiro C. pombal D. vara CLF – COMENTA: O substantivo "piara" trata da criação de porcos pelo qual pode-se relacionar com "vara" em português. Resposta correta: " D " 18 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 LÍNGUA ESTRANGEIRA – INGLÊS ENGLISH – AN INTERNATIONAL LANGUAGE I'm going to suppose that you are a foreign student of the English language; and that you desire to speak it well enough to be understood when you travel in the British Commonwealth or in America, or when you meet a native of those countries. Or it may be that you are yourself a native but that you speak in a provincial dialect of which you are a little ashamed. The first thing I must tell you is that there is no such thing as ideally correct English. No two British subjects speak exactly alike. The two simplest and most common words in any language are "yes" and "no". Yet no two British or American subjects pronounce them exactly alike. All that can be said is that every person pronounces them in such a way that they would not only be intelligible in every English-speaking country, but would identify the speaker as an educated or an illiterate one. You will say, "Well, that is good enough for me, that is how I wish to speak." But what kind of English would you take for your model of correctness? There are Irish accents, American accents, Welsh accents, Australian accents, Scottish accents and so forth. Now, as they are all spoken differently, it is nonsense to say that the people who speak them do it correctly. All that we can claim is that they speak presentably, and that if you speak as they do, you will be understood in any English-speaking country. 31. This text mainly states that: A. speaking a very correct English is fundamental for a native speaker. B. it is difficult to find a native speaker who speaks correctly. C. many native speakers haven't made up their minds about English. D. as long as one's spoken English is understandable, it's okay. CLF – COMENTA: O candidato deveria captar a idéia central do texto. O enunciado pede o que o texto relata, PRINCIPALMENTE (Mainly). A idéia principal do texto é exatamente relatar o fato de que desde que o inglês falado por alguém seja entendido, tudo bem . Resposta correta: "D" 19 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 32. By reading the text, one might suppose that: A. if your English is intelligible, then it's all right, and it needn't be correct. B. only university professors are able to speak correct English. C. there are not many native speakers in the world. D. it is not necessary speak correct English anysoever. CLF – COMENTA: Questão parecida, com a questão 31. O candidato também deveria captar a idéia central do texto. O enunciado pede ao candidato para inferir a alternativa correta de acordo com o texto. Portanto, supõe-se que "se seu inglês é intelegível, então tudo bem, ele não necessita ser corrigido". Resposta correta: "A" 33. The word "foreign" means: A. coming from another state. B. exceptionally endowed. C. belonging to another country. D. interested and active. CLF – COMENTA: Questão de vocabulário. O candidato deveria simplesmente saber o significado da palavra "foreign" que é "pertencente a outro país". Resposta correta: "C" 34. The pronoun "it" (line 2) refers to: A. a foreign student. B. a foreign language. C. the author's book. D. the English language. CLF – COMENTA: Questão de referência textual. O pronome "it" na linha 1 se refere a algo mencionado anteriormente. (... of the English language; and that you desire to speak it) ("e que você deseja falar) falar o quê?: the English language. Resposta correta: "D" 20 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 35. Why would you be ashamed of speaking in a "provincial way"? A. it is only natural, because people would soon discover where you were from. B. Because most teachers would not allow your entrance to college. C. As your English would be very correct, it would not match your conversations with friends. D. because your English would be full of mistakes and very odd if compared to "educated" English. CLF – COMENTA: Questão em que o candidato deveria descobrir pelo contexto a razão pela qual um nativo falante da língua inglesa deveria se sentir envergonhado (ashamed) por falar de uma forma "provinciana". O texto menciona pessoas como "educated" ou illiterate (analfabeto). Certamente o nativo se sentiria envergonhado por falar um inglês cheio de erros (mistakes), muito diferente (very odd) comparado ao inglês "educado". Resposta correta: "D" 36. If we change the verb to tell in the sentence, "The first thing I must tell you," for the verb to say, it will become: A. The first thing I must to say you. B. The first thing I have to say you. C. The first thing I must say you. D.The first thing I must say to you. CLF – COMENTA: Questão gramatical. O candidato deveria ter conhecimento sobre os verbos modais. Especificamente sobre o verbo "must". O modal não pode ser seguido de infinitivo com to (exceção - ought to). O verbo "say" seguido do object pronoun "you" requer a preposição to. Resposta correta: "D" 21 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 37. The sentence, "All that can be said is wrong" might be written: A. All that is to be said is wrong. B. All that one can say is wrong. C. All that can say is wrong. D. All said can be wrong. CLF – COMENTA: A questão pede que o candidato escreva a frase de outra forma: "All that can be said..., significa: tudo o que pode ser dito..." Na frase correta foi incluído a palavra one como alguém significando:"Tudo que alguém possa dizer..." Resposta correta: "B" 38. A great many means: A. excessive. B. little. C. enormous. D. a large number of. CLF – COMENTA: Questão de vocabulário. Os dicionários indicam que a expressão "a great many" indica uma grande quantidade. Resposta correta: "D" 39. Check out the alternative containing a wrong tag-question: A. Wagner was a superb musician, wasn't he? B. You didn't kill those doves , did you? C. All the policemen must learn how to shoot, mustn't they? D. I can't have another ice cream, have I? CLF – COMENTA: O candidato deveria apontar a alternativa na qual o uso do "question tag" está incorreto. O verbo "can't" na oração principal da letra "D" deveria ter como o pedido de confirmação a forma afirmativa do mesmo. Resposta correta:"D " 22 Vestibular Comentado - UVA/2005.2 40. Put the sentence into the Future Simple: "Everyone seemed to think that they must be a good thing": A. Everyone will have seemed to think that they will must be a good thing. B. Everyone will seem to think that they will must be a good thing. C. Everyone seem to think that they will have to be a good thing. D. Everyone will seem to think that they will have to be a good thing. Questão sobre o tempo verbal simple future no qual usamos o verbo modal will + verbo principal no infinitivo (sem to). Nas alternativas "a" e "b", encontramos o uso de dois modais juntos (will +must) que é incorreto. Na letra "c" o verbo principal (to seem) não se encontra no futuro (e no presente com "everyone" seria "seems") Resposta correta:"D " REDAÇÃO Proposta: Quais as razões que levam você a fazer um curso superior? A proposta de texto neste vestibular caracterizou-se pela facilidade de abordagem, além de solicitar uma posição reflexiva e autocrítica sobre um assunto de interesse do próprio candidato. A proposta solicitou um texto dissertativo, de caráter argumentativo. Por ser um tema direcionado, a pessoa verbal deveria se posicionar apresentando algumas razões que respondessem ao tema. Dentre os múltiplos argumentos listamos algumas sugestões: inclusão e ascensão social; realização vocacional e pessoal; melhor qualificação em virtude da exigência de mercado, dentre outras que poderiam ser elencadas pelo candidato. Facilidade e sensatez na proposta marcaram a prova de Redação. Mais uma vez a CEV privilegia o potencial intelecto-cultural do candidato, exigindo-lhe uma postura crítica e aparente. Parabéns à CEV-UVA pela universalização do tema, que privilegiou a todos, indiscriminadamente. Comentários dos professores Marcos Mello, Silvana Cândido e Carlos Albuquerque. 23 DIREÇÃO EDITORIAL: COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO: EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA: ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Francisco Lúcio Feijão George Harrison Valdenízio Rocha Auricélio Rodrigues Gutier Albuquerque Tatiana Lima Cláudia Neres Francisco Campos Karla Cristiane Socorro Soares