UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA
ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA - LICENCIATURA
BRUNO SILVA SANTOS
O CANTO CORAL NA EDUCAÇÃO MUSICAL:
análise e catalogação a partir das publicações nos anais da ABEM e da
ANPPOM, e na revista da ABEM e revista OPUS (2009 a 2013).
NATAL - RN
2014
BRUNO SILVA SANTOS
O CANTO CORAL NA EDUCAÇÃO MUSICAL:
análise e catalogação a partir das publicações nos anais da ABEM e da
ANPPOM, e na revista da ABEM e revista OPUS (2009 a 2013).
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Música
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como
requisito parcial para a obtenção do grau de licenciado em
música – Licenciatura.
Orientador: Prof. Dr. Jean Joubert Freitas Mendes.
NATAL/RN
2014
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BRUNO SILVA SANTOS
O CANTO CORAL NA EDUCAÇÃO MUSICAL:
análise e catalogação a partir das publicações nos anais da ABEM e da
ANPPOM, e na revista da ABEM e revista OPUS (2009 a 2013).
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Música
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como
requisito parcial para a obtenção do grau de licenciado em
música – Licenciatura.
Aprovada em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
PROFESSOR DR. JEAN JOUBERT FREITAS MENDES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
(ORIENTADOR)
___________________________________________________
PROFESSORA DR. AMÉLIA MARTINS DIAS SANTA ROSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
(MEMBRO DA BANCA)
___________________________________________________
PROFESSORA DR. VALÉRIA LÁZARO DE CARVALHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
(MEMBRO DA BANCA)
4
AGRADECIMENTOS
Primeiro, claro, agradeço a Deus, criador dos céus e da terra, pela oportunidade de
poder concluir mais um curso superior, desta vez, este de Licenciatura em Musica, que me
deu uma excelente base teórica e prática para estar em uma sala de aula ensinando algo tão
sublime como a música. Agradeço também ao meu pai Santos, por tudo que me ensinou, pelo
exemplo de homem, marido e pai que é, e por ser o meu melhor amigo nesta terra. Agradeço
também a minha mãe Ana Maria, pelos seus ensinamentos, seu exemplo de determinação,
força e fé ao enfrentar os obstáculos, como o que ocorreu neste ano de dois mil e quatorze,
quando lutou e venceu uma enfermidade bastante agressiva. Hoje entendo de onde vem toda a
minha garra e determinação. Agradeço também a Neide, minha esposa, pela sensibilidade em
entender minhas escolhas profissionais e saber incentivar, orientar e aconselhar na medida
certa. Para ela o meu amor. Ao meu filho Victor Bruno, pela alegria que me proporciona
todos os dias, por ser meu amigo, companheiro e me fazer entender o que é amor
incondicional.
Quero agradecer também ao meu professor orientador, Jean Joubert de Freitas, pelo
exemplo que passa do que é ser um excelente professor, se dedicando ao máximo, tendo um
conhecimento profundo dos conteúdos que ministra e sempre se dispondo a tirar dúvidas de
todos que o procuram, tudo isto com uma calma, serenidade e gentileza, o que o faz ser
referência na Escola de Música da UFRN.
Agradeço também a minha orientadora acadêmica, professora Valéria Lázaro de
Carvalho, por estar sempre disponível para tirar minhas dúvidas nos processos de matrículas e
me orientar no curso da melhor forma. Quero agradecer também a professora Elke Riedel,
pela oportunidade de cursar uma disciplina complementar com ela e poder realizar um
trabalho inédito e memorável. Também agradeço a Silas, colega de curso, que na aula da
saudade da graduação em música – canto (2009) me incentivou e insistiu que eu fizesse o
reingresso para este curso. Agradeço também aos funcionários da Escola de Música, em
especial a Júnior da instrumentoteca, que sempre com uma alegria no rosto, se dispunha a
resolver toda pendência que surgia. Agradeço também aos funcionários e estagiários da
biblioteca, por serem prestativos nas minhas inúmeras idas para consultas acadêmicas. E
também a todos os colegas músicos que convivi ao longo de todo este curso. Com vocês pude
aprender, e claro, dar boas gargalhadas durante os intervalos e algumas vezes, durante as
aulas. MUITO OBRIGADO!
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RESUMO
Sabendo da importância do canto coral na formação do ser humano, este trabalho tem por
finalidade catalogar e analisar todos os artigos sobre canto coral na educação musical,
encontrados nos Anais da ABEM e da ANPPOM, e na Revista da ABEM e Revista OPUS, no
período entre 2009 e 2013. Para a realização desta pesquisa foi utilizado como recurso
metodológico a pesquisa bibliográfica, que consiste em ler, analisar e interpretar as
publicações com intuito de servir de base teórica do estudo proposto. No total foram
encontradas 64 publicações sobre o tema, que contém conteúdos sobre socialização, técnica
vocal, ritmo corporal, ensino aprendizagem, habilidades do profissional de regência, dentre
outros, que foram devidamente resenhados e analisados, tendo seus resultados explicitados em
gráficos, que levaram as conclusões descritas neste trabalho.
Palavras-chave: Canto coral. Educação Musical. Ensino aprendizagem. Pesquisa
bibliográfica.
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ABSTRACT
Knowing the importance of the choral singing in the formation of the human being, this work
aims to catalog and analyze all the articles about choral singing in the musical education,
found in the Annals of ABEM and of ANPPOM, and in the ABEM magazine and OPUS
magazine, in the period between 2009 and 2013. For the realization of this research, the
bibliography research was used as a methodological resource that consists in reading,
analyzing and interpreting the publications with the intention of serving as a theoric base of
the purposed study. In total, 64 publications were found about the theme, that contain contents
about socialization, vocal technique, body rhythm, teaching and learning, skills of the
conducting professional, among others, that were properly reviewed and analyzed, having its
results explained in graphics, that brought the conclusions described on this work.
Key-words: Choral singing. Musical Education. Teaching and Learning. Bibliography
Research.
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GRÁFICOS
Gráfico 1 – ano de 2009 a 2013 - temas.......................................................................
92
Gráfico 2 – ano de 2009 - temas..................................................................................
93
Gráfico 3 – ano de 2010 - temas..............................................................................
94
Gráfico 4 – ano de 2011 - temas..............................................................................
95
Gráfico 5 – ano de 2012 - temas..............................................................................
96
Gráfico 6 – ano de 2013 - temas..............................................................................
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................
10
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA.............................................................................
10
1.2 MOTIVAÇÃO PARA A PESQUISA....................................................................
12
1.3 METODOLOGIA DA PESQUISA.......................................................................
12
1.4 OBJETIVO..............................................................................................................
13
2. DESENVOLVIMENTO...........................................................................................
13
2.1 ÍNDICE DE TÍTULOS – RESENHAS.................................................................
13
2.2 GRÁFICO – ANO DE 2009 A 2013 – TEMAS ENCONTRADOS....................
92
2.3 GRÁFICOS – POR ANO – TEMAS ENCONTRADOS.....................................
93
3. ANÁLISES................................................................................................................
91
4. CONCLUSÃO...........................................................................................................
95
REFERÊNCIAS............................................................................................................
97
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1 - INTRODUÇÃO
1.1 – APRESENTAÇÃO DO TEMA
Desde os primórdios da civilização, a música sempre esteve presente na sociedade,
buscando levar aos grupos sociais, momentos de catarse, reflexão, religiosidade, relaxamento,
agitação e alegria. Na sociedade moderna, a música mais do que nunca, é vista como algo
imprescindível ao ser humano, pelos enormes benefícios que levam aos indivíduos que a ela
tem acesso, através das mais diversas formas que se tem hoje de se trabalhar com música. E
uma das formas de se trabalhar música é através do canto coral, que hoje é visto em diversos
setores da sociedade, como igrejas, escolas, ONG’s, repartições públicas e empresas
particulares.
O canto coral tem se perpetuado na sociedade por sua facilidade de aplicabilidade,
onde o instrumento utilizado já vem com o indivíduo, que é a voz. Também, pela facilidade
de se realizar ensaios e apresentações, visto que o regente, que é quem ensina ao coro o
repertório e o conduz a atingir a metas estabelecidas, geralmente trabalha com um piano ou
teclado, demonstrando aos coralistas, as melodias que devem ser cantadas. Porém, o canto
coral não se limita somente a interpretação de um repertório feito especialmente para coro,
mas vai muito mais além, trabalha a autoestima, a socialização, o “saber trabalhar em equipe”,
além de proporcionar ao indivíduo a oportunidade de ampliar seus conhecimentos culturais, se
tornando uma pessoa mais instruída culturalmente, ampliando sua forma de entendimento e
apreciação da arte do canto em conjunto.
Por perceber esta valorização do canto coral, e por já estar inserido neste universo há
vinte anos como coralista e há dez anos como regente, resolvi investigar o que, em nosso país,
foi publicado, nos anos de 2009 a 2013, sobre o canto coral, voltado para a educação musical.
Os resultados encontrados estão explicitados em gráficos, que levam a conclusões descritas na
parte final do trabalho.
Ao longo de minha pesquisa, encontrei nos Anais da Associação Brasileira de
Pesquisa e Pós Graduação em Música – ANPPOM, do ano de 2011, realizado em Uberlândia
– MG, três artigos sobre canto coral na subárea Performance. Como minha pesquisa se voltou
na área de canto coral na educação musical, não os incluí nesta catalogação. Porém, descrevo
aqui o título de cada um dos três, com um resumo do que trata cada artigo.
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1 - A voz do maestro: um regente coral precisa saber cantar?
Autora: Rita de Cássia Fucci Amato (USP).
Um regente de coral pode ser analisado a partir de quatro categorias de competências:
musical, vocal, pedagógica e administrativa. Este artigo explora a importância da competência
vocal, qualificada e quantificada a partir da opinião de 187 (cento e oitenta e sete) cantores e 6
(seis) regentes de 7 (sete) dos principais coros da cidade de São Paulo. O texto utilizou como
referência teórica ideias de Perrenoud (1999), Le Boterf (2010), além de citações da própria
autora. Em suas conclusões, o artigo diz que o regente deve ter conhecimento vocal
apropriado para o canto coral. E esta característica contribuiu para a desconstrução do mito de
que reger se resume à técnica gestual. O conhecimento técnico vocal é consensual a todos os
regentes corais que trabalham tanto com coros amadores tanto com coros profissionais, e que
buscam resultados técnicos musicais como objetivo maior de suas atividades.
2 - Gestão de Organizações Musicais: do Maestro Tirano à Autogestão.
Autora: Rita de Cássia Fucci Amato (USP).
A forma autocrática de gerir organizações musicais enfrenta muitas críticas, por isto
este artigo buscou analisar uma forma de gestão participativa e se esta forma tem sido positiva
diante dos resultados apresentados. O objeto de estudo foi o coro amador Luther King, da
cidade de São Paulo, onde foram respondidos questionários pelo regente e pelos cantores.
Também foi realizada uma entrevista oral com o maestro, registrada em audiovisual e
posteriormente transcrita para a coleta de dados. O texto utilizou com referência Henri Fayol
(1841-1925), dentre outros.
Em suas conclusões, o artigo descreve que o regente que utiliza somente suas ideias,
acaba sendo um coro de um homem só. A forma autocrática de gestão tem recebido enorme
rejeição junto a organizações, como exemplo o artigo cita as orquestras profissionais. No
campo coral amador, apesar das limitações de infraestrutura que limitam o exercício das
práticas de administração, soluções inovadoras devem ser descobertas, com intuito de
construir grupos de melhor qualidade musical e robustez em suas relações humanas.
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3 - A prática do canto coral juvenil como recurso integrador para o ensino técnico em
música: um estudo de caso.
Autores: Vinícius Inácio Carneiro.
Ângelo Dias
O artigo é um recorte de um mestrado defendido na UFG (2011). A investigação
surgiu da experiência artística e pedagógica do autor enquanto professor da disciplina Canto
Coral do Curso Técnico em Instrumento Musical do IFG, no ano de 2010. Foi analisado o
conteúdo disciplinar do curso, e esta análise concluiu que a disciplina propiciou a integração
entre disciplinas técnicas do curso, conferindo diferenciais positivos ao aprendizado do aluno.
O trabalho utilizou referencial teórico de Fucci Amato (2008, p. 15).
1.2. MOTIVAÇÃO PARA A PESQUISA
Por já ter cantado em diversos corais ao longo de vinte anos, e trabalhar como regente
de coral há dez anos, pretendi neste trabalho aprofundar meus conhecimentos teóricos acerca
das várias questões que cercam o canto coral, indo buscar nos diversos artigos publicados nos
Anais da ABEM e ANPPOM, e revista da ABEM e revista OPUS, informações sobre
experiências vivenciadas nas mais diferentes realidades, com o intuito de agregar mais
conhecimento didático musical para proporcionar um fazer musical ainda mais eficaz e
competente, nos objetivos pedagógicos que este trabalho busca em seus resultados.
1.3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Existem diversos corais em todas as regiões do Brasil, cada um com sua característica
de ensaio e sendo influenciados pela cultura local e pelos seus participantes, que já tem seus
conceitos musicais e sua carga cultural. Diante disto, o regente busca exercer sua atividade
pautado no ambiente social que encontra. Assim, pela dificuldade geográfica de se coletar
informações sobre o tema canto coral na educação musical in loco, estabeleci a pesquisa
bibliográfica como forma de coletar tais informações sobre o tema.
A pesquisa bibliográfica é definida como sendo uma busca de referências publicadas
sobre um tema pesquisado, para analisá-los e discuti-los, buscando detectar suas contribuições
culturais e científicas. A pesquisa bibliográfica possibilita um grande alcance de informações,
além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações, auxiliando também
na construção, ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo
proposto. (GIL, 1994). Para Lima e Mioto (2007), a pesquisa bibliográfica consiste em
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apresentar e comentar o que outros autores escreveram sobre um determinado tema, seja ele
explicitado em livros revistas, internet, etc.
A bibliografia básica do trabalho foram os artigos publicados nos anos de 2009 a 2013
nos Anais dos congressos da Associação Brasileira de Educação Musical, ABEM, e na
Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em Música, ANPPOM, e das revistas da
ABEM e OPUS. Os artigos foram encontrados nos sites das referidas associações, que tem os
seguintes endereços eletrônicos: www.abemeducacaomusical.com.br e www.anppom.com.br.
As edições da revista da ABEM utilizadas foram encontradas no site da ABEM. As edições
da revista OPUS utilizadas foram encontradas no site da ANPPOM.
1.4 – OBJETIVO
Realizar um levantamento de conteúdos publicados em forma de artigos, nos Anais
dos Congressos da ABEM e ANPPOM, e revistas da ABEM e OPUS, entre os anos de 2009 e
2013, dentro da temática de canto coral na educação musical, e deles fazer uma reflexão.
2 – DESENVOLVIMENTO
O trabalho de pesquisa feito resultou na detecção de 64 artigos sobre canto coral na
educação musical. Os referidos artigos foram lidos, analisados e resenhados. Abaixo se
encontram as resenhas de todos os títulos encontrados.
2.1 – INDICE DE TÍTULOS - RESENHAS
01
Projeto “um canto em cada canto”: o social e o musical mediado pela atividade coral.
(AMATO, Rita de Cássia Fucci. 2009, p. 189-195).
O artigo se inicia enfocando uma característica encontrada no trabalho de canto coral
acerca do regente: o de educador musical e intérprete musical. Dito estas características como
inseparáveis, principalmente na realidade de grupos vocais amadores.
Também é descrito sobre a estrutura geralmente encontrada na realidade da educação
básica, estrutura esta precária no que tange a aquisição de instrumentos, espaço adequado para
ensaios, dentre outros gargalos, o que acaba levando a formação de corais, por se o
instrumento, a voz, já própria do aluno.
O artigo tem como objetivo relatar as experiência de um semestre, na disciplina
Regência Coral e expressão vocal, do curso de pós-graduação lato sensu (especialização) em
Educação Musical da Faculdade de Música Carlos Gomes (FMCG, São Paulo – SP).
13
Durante um semestre da disciplina, detectou-se a ausência de conhecimento dos
regentes sobre a voz e sua correta utilização. Então, viu-se a necessidade de se incluir
informações acerca da educação vocal, fisiologia da voz, técnica vocal e saúde vocal, tanto
para o regente, para que ele possa cuidar bem do seu instrumento de trabalho, como para os
coralistas, para que possam utilizar, em sua total condição, o seu aparelho vocal.
A disciplina focou na elaboração de reflexões sobre regência e expressão vocal, para o
crescimento técnico do aluno, preparando-o para atuar em grupos com as mais diversas
características técnicas de repertório, além de mostrar a estrutura dos órgãos fonatórios
periféricos e suas inter-relações, para a produção vocal de alto rendimento. E também orientar
a prática da educação e saúde vocal.
Como objetivo específico foi descrito que o canto coral pode ser desenvolvido nos
mais diferentes níveis. Também, correção no repertório a ser trabalhado. Refinar e/ou buscar
conhecimentos faltantes na formação musical.
O autor, como base, utilizou o livro “Regência Coral, de Oscar Zander (2003) manual
essencial para a aquisição da técnica da regência de grupos vocais”. Outros textos utilizados
foram: regência coral: organização e administração do trabalho em corais (Fucci Amato e
Amato, 2007) e O canto coral como prática sociocultural e educativo-musical (Fucci Amato,
2007).
O primeiro texto trata da necessidade do regente em agregar as habilidades de gestor
de um grupo de trabalho com recursos humanos, sabendo liderar, motivar e resolver
problemas. O texto descreve como uma carência existente nos profissionais de regência,
citando que estas questões são a rotina diária do trabalho do regente.
O segundo texto aborda o canto coral como um espaço onde se desenvolve a inclusão
social, integração social e a motivação. Cita sete ferramentas do trabalho educativo musical
do regente: 1 – inteligência vocal, 2 – consciência respiratória, 3 – consciência auditiva, 4 –
prática de interpretação, 5 – produção vocal em variadas formações, 6 – recursos
audiovisuais, 7 – apresentação de pesquisas e debates.
Durante a disciplina, a prática da regência foi executada, com as músicas Fulô, e a
música Ay de mi. Foi formado um círculo onde cada regente pode reger uma parte da música.
Posteriormente, através de recurso audiovisual, se pode corrigir possível problemas
apresentados.
Por fim, se percebeu que regência e técnica vocal devem fazer parte do conhecimento
dos regentes.
14
02
A prática coral sob perspectiva de musicalização. (AGUAR, Frederico Neves de; FREIRE,
Vanda Lima Bellard. 2009, p. 229-236).
O artigo traz conclusões de uma pesquisa monográfica com o tema “A prática coral
sob perspectiva de musicalização”. O texto explica que as pessoas são musicalizadas quando
participam de canto coral, ampliando as conquistas musicais, não somente adquirindo
competência em ouvir um som e reproduzi-lo.
O texto pretende que as pessoas realizem outras atividades além do cantar. Se propõe
também a apreciação, expressão vocal e/ou corporal, a criação e a improvisação. O texto
pretende auxiliar os regentes na formação musical dos seus coralistas, não se limitando apenas
a ensaio de repertório e apresentação.
O texto aborda conceitos de musicalização de PENNA (1990), onde ele diz que
musicalizar é desenvolver instrumentos de percepção necessários para que o indivíduo possa
ser sensível à música, aprendê-la, recebendo o material sonoro/musical como significativo,
este que precisa ser articulado com as experiências acumuladas, ou esquemas de percepção
desenvolvidos.
FERREIRA (2000), observa que é através da criação musical que o aluno experimenta com
eficácia a linguagem musical. Para QUEIROZ (2005), a música transcende os aspectos
estruturais e estéticos, se estabelecendo como essencial e significativo para o seu uso e a sua
função no contexto que ocupa.
Já SAVIANNI (1989), diz que os conceitos adotados se inserem em uma abordagem
educacional mais ampla, como a concepção dialética da educação. Já FREIRE (1999) e
MARQUES (1999), abordam a educação em uma perspectiva pós-moderna, perspectiva esta
convergente com a concepção dialética da educação.
Durante a pesquisa, foi percebido que nas práticas corais não profissionais os cantores
geralmente assumem uma postura passiva, no que tange ao repertório e aos exercícios vocais
e vocalizes.
Segundo GREEN (1975, apud FIGUEREDO, 1990), comenta que aprendizagem ao
nível da reflexão exige uma participação mais ativa que quem é educado, uma atitude mais
crítica, fugindo do pensamento convencional, procurando ter mais imaginação e criatividade.
O texto afirma que a prática coral como prática educativa, baseada em autores considerados,
necessita de uma abordagem mais ampla, precisando de abordagens pedagógicas recentes,
visando a formação total, e não somente a informação, é o objetivo no processo educacional.
15
A proposição que sugere uma maior abordagem do canto coral, além de preparação de
repertório, foram baseadas em uma pesquisa bibliográfica, levantamento de alguns métodos
formais de musicalização e entrevistas com os coralistas e regentes.
A pesquisa buscou alternativas para os ensaios que vão além da escuta e reprodução,
presente constantemente na prática coral.
O artigo conclui que não se aborta conceitos estéticos mais amplos, não desenvolve o
conhecimento do aluno através de atividades criativas, lúdicas, expressivas, não propiciando
um domínio da linguagem musical.
É certo que o conhecimento teórico em música ajudaria a resolver os problemas
musicais recorrentes na prática coral.
O que se percebeu também foi uma valorização muito grande por parte dos coralistas,
de atividades extra-musicais, firmando o que MERRIAN (1964, apud FREIRE, 1992), em sua
pesquisa, cita como uma das funções da música: a função de contribuição para a integração da
sociedade, sendo um momento de congregamento.
03
A relação ritmo-movimento no fazer musical criativo: uma abordagem construtivista na
prática de canto coral. (BÜNDCHEN, Denise Sant’Anna. 2009, p. 269-275).
O texto acima procura associar a relação ritmo-movimento na construção musical.
Utiliza como base teórica os conceitos construtivistas de Jean Piaget, em seu conceito de
tomada de consciência, empregando o método Dialético-Didático. A pesquisa foi realizada em
um coral, com meninas com idade entre 11 e 18 anos, integrando o movimento corporal para
uma proposta construtivista de canto coral. A pesquisa realizou algumas atividades, onde as
alunas eram motivadas a relacionar a consciência do movimento corporal à música no ato de
cantar, acreditando a pesquisadora, baseada teoricamente, que se pode ampliar os esquemas
musicais das alunas em níveis cada vez mais complexos. O principal objetivo é, a partir das
atividade de composição, execução e representação gráfica, a interação entre movimento
corporal e ritmo, facilitando a definição do conceito ritmo ante as descobertas das
possibilidades em relação à música.
A pesquisadora relata que em crianças, adolescentes e adultos na terceira idade em que
o uso do movimento corporal se fez presente, gerou uma enorme motivação e dedicação no
trabalho do canto coral.
Concluiu-se que houve uma diversidade na forma de produção, compreensão e
execução, mas, que se pode afirmar que é importante a aplicabilidade de tais elementos
16
rítmico-corporais, a fim de se chegar ao objetivo de ter o corpo como elo entre a música e a
cognição.
04
Canto coral e inclusão social: um panorama atual de iniciativas brasileiras. (AMATO,
Rita de Cássia Fucci. 2009, 379-385).
O artigo traz um olhar sobre a função inclusiva que os projetos de canto coral tem no
terceiro setor: prefeituras, governos estaduais e setores empresariais. O texto cita, no seu
início, que estes projetos socioculturais visa preencher uma lacuna pela ausência do ensino de
música na educação básica. SANTOS (2005), afirma que os governos dos diferentes níveis
apoiam estes projetos para livrar-se da “obrigação” de proporcionar educação musical de
qualidade na escola regular. É objetivo do texto discutir o papel social do canto coral como
ferramenta de inclusão, apresentando alguns casos de canto coral comunitário/inclusivo.
O texto cita três exemplos de projetos socioculturais. O primeiro é o Instituto
Baccarelli, que atende o público infantil e jovem de Heliópolis, São Paulo, que tem como
objetivo formar com nível de excelência musical os alunos participantes, que tenham
vulnerabilidade social, ajudando no desenvolvimento social, interpessoal e possibilitando uma
profissionalização.
E o segundo é o projeto Guri, de iniciativa da Secretaria de Cultura do estado de São
Paulo, que desde 1995, visa à inclusão sociocultural de crianças e adolescentes. Este projeto
visa desenvolver no aluno a concentração, a disciplina, o trabalhar em grupo, o respeito ao
próximo e o desenvolvimento da sensibilidade.
O terceiro é o Coral Santa Cecília, formado por detentas de uma penitenciária
feminina em Teresina (PI). Os ensaios ocorrem duas vezes por semana, com técnicas de
respiração, dicção, afinação, equalização, ritmo e saúde vocal. O principal objetivo do coral é
a inclusão social e restauração do emocional. Proporciona também o surgimento de talentos
musicais, que podem posteriormente obter trabalho com a música. Segundo Fernando
Ferreira, o regente do coral, se está atingindo um triplo papel: evita a ociosidade, facilita a
reinserção na sociedade e permite um vislumbre das atividades realizadas dentro da
sociedade.
Diante do que foi exposto, chega-se a conclusão que o canto coral ajuda sobremaneira
a inclusão social do indivíduo, seja ele com qual idade tiver ou qual condição de separação da
sociedade estiver.
17
05
Coral Vivo Canto: aplicabilidade de metodologias de educação musical no contexto
atual – Dalcroze, Willems, Kodály e Schafer. (DIAS, Caio Vinicios Cerzósimo de Souza;
SANTOS, Jane Borges de Oliveira. 2009, p. 461-467).
O presente artigo tem como tema central verificar a aplicabilidade de interrelacionamento entre as metodologias ativas de educação musical de Émile-Jacques Dalcroze,
Edgar Willems, Zoltán Kodály e Murray Schafer e também, como é a rotina de ensaios do
coral vivo canto.
O Coral Vivo Canto teve seu início em 2007, na UFSCar, como atividade de extensão
vinculada ao programa Qualidade de Vida. O coral tem como objetivo trabalhar a saúde e
higiene vocal dos participantes, e trabalhar o fazer música de forma coletiva.
Durante o acompanhamento da rotina de ensaios, se observou uma sequência préestabelecida de sete etapas no início do ensaio: acolhimento, relaxamento, respiração,
aquecimento vocal, repertório extra, repertório musical e desaquecimento. Há um
planejamento individual de atividade, que são discutidas em reuniões semanais da equipe que
faz a avaliação anterior e planeja ensaio seguinte. Baseado em Dias; Leme (2008, p. 5),
“através dessas observações pode-se refletir e encaminhar, para os próximos ensaios,
sugestões que visam ampliar o desenvolvimento de todas as esferas que circundam os
processos educativos do coral”.
O acolhimento tem como finalidade criar um ambiente descontraído que faça com que
os coristas se integrem e também serve para dar as boas vindas aos novos integrantes,
executando-se atividades lúdicas e musicais. Estes estratégias estão ligadas aos pensamentos
de Dalcroze, onde visa o movimento corporal. Também se percebe uma ligação com o que diz
Kodály, que diz que canção e movimento devem estar juntos.
O texto também explica a ligação da etapa do relaxamento com o que diz
CARNASSALE, 1995, P. 98. “É natural que durante o desenvolvimento de nossas atividades
diárias acumulemos pontos de tensão em todo o corpo. Além disso, é possível que durante
aulas de canto os alunos, pretendendo esforçar-se para a produção do som almejado,
tencionem músculos que na verdade impedirão um ótimo funcionamento do seu mecanismo
vocal”.
Na etapa da respiração se busca um controle da emissão do ar, fundamental para o
canto coral. No aquecimento vocal são realizados vocalizes, que buscam desenvolver a
ressonância, a afinação, a dicção e o controle da emissão. Esta etapa se encontra em ligação
18
com o pensador Willems, com suas preocupações com os intervamos e também, com o saber
ouvir.
O texto segue na etapa do repertório extra, que traz os ensinamentos de Kodály. Esta
etapa tem por objetivo utilizar músicas que fazem sentido aos coralistas, ou que tenham
marcado suas vidas de alguma forma, criando também um ambiente de troca cultural.
O repertório musical é definido pelo regente, que neste caso, conta com monitores
para o auxílio na regência de algumas músicas. Neste caso, há liberdade para os coralistas
continuarem ou não com o repertório ou trazer sugestões.
A última etapa do ensaio consiste no desaquecimento vocal, que fortalece a
manutenção da saúde vocal dos coralistas. São realizados exercícios vocais para levar as
vozes ao ajuste da voz falada. É nessa hora que, também, se orienta sobre saúde vocal falada e
cantada. Nas considerações finais, o texto esclarece que a intenção foi de abordar algumas
possibilidades de utilização de metodologias da educação musical e sua aplicabilidade em
corais amadores.
06
Coro “Brienza Canta”: Como La afectividadad incide em El desempeño vocal.
(LOPARDO, Carla Eugênia. 2009, p. 468-474).
O presente artigo procura descrever o trabalho sócio afetivo de um grupo de pessoas
que tinham como objetivo criar um coral em uma associação italiana com sede em Buenos
Aires/Argentina. A faixa etária destas pessoas era de 55 a 60 anos, que tinham experiência
musical que permitia refazer músicas tradicionais italianas.
O texto aborda o fato de que cantar é uma das atividades musicais mais completas,
pois além de trabalhar melodia, ritmo, percepção auditiva, também se trabalha o lado sócioafetivo, e isto é o que foi proposto observar neste trabalho, o de qual o desafio que o diretor
musical (regente) iria enfrentar no que diz respeito a condução do trabalho, como também,
detectar quais as relações intra pessoais influentes no grupo.
Os trabalhos se iniciaram em abril de 2006, já com imensos desafios a transpor. Logo
no início se percebeu que anteriormente não havia acontecido atividades culturais. Também se
percebeu que nenhum dos cantores haviam cantado antes e não tinham formação musical,
além do fato de terem que encarar o desconhecido, o que gerava grande temor na maioria dos
participantes.
O texto segue dizendo que a Associação Italiana Brienza tem como objetivo reunir a
todos os brienzanos e descendentes residentes na Argentina. Com sede em Villa Madero
19
(província de Bueno Aires), sendo realizado atividades recreativas aos italianos e comunidade
em geral. Brienza é um pequeno povo do sul da Itália, pertencente a província de Potenza.
A ideia do coro surgiu através do seu presidente, que viu a possibilidade de criar um
coral formado por brienzanos, para os próprios e para a comunidade em geral. O coro
inicialmente se apresentava em festejos na comunidade brienza. Com o decorrer dos
trabalhos, surgiram oportunidades de se apresentarem também fora da associação. Com o
passar dos ensaios, tanto os integrantes como o público percebiam o crescimento técnico
musical do grupo, que a cada apresentação demonstravam mais harmonia e desenvoltura
musical.
Os coralistas sempre demonstraram um grau de interesse elevado no repertório que era
proposto, e isto determinou muitas vezes no grau de êxito dos ensaios. Quem está à frente de
um trabalho como este, deve estar atento as oportunidades de se trabalhar aspectos técnicos
musicais, como entonação, respiração correta, fraseado, emissão vocal, percebendo as
dificuldades e buscando solucioná-las.
A duração do ensaio era de uma hora e meia. Eram realizados exercícios de respiração
e relaxamento. Foi trabalhado a relação tônica sol fa e também se utilizou métodos do
pensador Dalcroze na relação corpo-movimento.
A conclusão deste trabalho se mostrou altamente positiva. Ao longo de três anos, se
pode realizar diferentes concertos e a vontade de melhorar ia crescendo a medida que desafios
mais importantes ia aparecendo. Se aprendeu a conviver com as diferenças e limitações, e a
enfrentar os desafios, como a saída do regente.
07
Coro infanto-juvenil Os Curumins: construindo referências para a prática musical
contextualizada. (CHRISPIN, Juliana. 2009, p. 475-481).
O presente artigo traz as questões que foram abordadas na prática, como educação
musical contextualizada, do coral Os Curumins. O texto mostra que o canto coral é uma
alternativa como prática e educação musical, principalmente na faixa etária infanto-juvenil.
Afirma-se que estas escolhas sejam devido ao baixo custo em sua implementação (o cantor já
possui seu instrumento, a voz), e ao fato de também se trabalhar a socialização, de suma
importância também. O texto busca referências em SAVIANI (2006), citando três categorias
de teorias educacionais. A primeira categoria projeta a educação como meio de superação,
tornando a sociedade homogênea e harmônica. O segundo grupo se contrapõe, vendo na
educação um forte elemento afirmador das diferenças. O terceiro grupo não afirma que a
20
educação seja responsável pelas mudanças sociais, mas acredita que estas tais mudanças
devem passar por ela.
É claro no texto que o projeto proposto utiliza os preceitos educativos da terceira
categoria exposta por Saviani. 40 estudantes de 8 a 13 anos foram selecionados para
participarem do projeto, tendo as aulas uma hora de duração cada, por semana. Na seleção, foi
priorizado o interesse e a chance de frequentar regularmente as aulas.
Durante as aulas se buscou contextualizar o conteúdo educacional musical, no objetivo
de aumentar os diálogos musicais dos alunos, ampliando seus horizontes e possibilidades
musicais. Segundo o texto, o aluno teve olhar para dentro do mundo musical não como um
forasteiro, mas como um nativo desta terra. O texto afirma que a música vista como um mero
lazer e integração social, não seja valorizada como deveria, principalmente sem uma proposta
educacional inserida. O texto diz que a proposta do projeto é que o aluno seja o início, o meio
e o fim, sabendo que se deve utilizar o que ele traz de bagagem musical da sua realidade
social. O texto baseia-se no que disse Subtil (2007), citando Vigotsky, que uma criança
adquire cultura através da cãoialização, ou seja, do contato com adultos e crianças mais
desenvolvidas, sendo acrescido também, neste processo, a mídia. A autora afirma no texto que
a mídia televisiva, o rádio e o computador tem forte influência no conceito destas crianças. E
destas três, o que tem maior força é a televisão. Os alunos afirmaram que as referências
musicais vêm geralmente de novelas e programas de auditório. O canto coral não se
apresenta, ou não se apresentava para a criança, como uma possibilidade musical. A música
coral não é divulgada em meios televisivos, nem em rádios, sendo a melodia acompanha, a
principal forma musical executada neste veículos de comunicação, que por sua vez, são
amplamente vistos pelos alunos, o que faz com que seja a principal forma musical que eles
conhecem. Com base nisto, a imensa maioria dos alunos participou do coral sem ter nenhuma
referência anterior. Poucos associaram a coros de igrejas. O texto traz a discussão a seguinte
problemática: se a valorização da música está associada à ideia de música que eles têm, como
inserir algo completamente novo, e que seja valorizada pela criança em seu cotidiano?
O trabalho foi facilitado, para que os alunos tivessem uma participação mais ativa, o
que ainda sim, gerou algumas dificuldades. O coral conta com regente e pianista, o que, em
alguns momentos, levou a questionamentos de quantos mais instrumentos iriam acompanhar o
coral. Este questionamento está ligado intimamente a carga cultural já citada anteriormente,
que cada aluno traz.
21
A pesquisa será contínua, sendo utilizado um questionário com questões a serem
respondidas pelos alunos no início do trabalho e outro a ser respondido ao final de um
processo, para se tentar perceber novas relações com o canto coral. Houve um estranhamento
e desconforto durante os exercícios vocais no início do processo, logo superado com a
continuidade do trabalho. Se percebeu, durante o processo, relatos positivos trazidos pelo
alunos de colegas e familiares que que ouviram o repertorio ensaiado. Finalizando, o texto
chega a conclusão que o contato com o novo desperta estranhamento e curiosidade, porém,
leva aos alunos a oportunidade de abrir horizontes e mudar do discurso do “eu adoro esta
música’, para o discurso “eu adoro cantar esta música”.
08
Criação coletiva no teatro musical: uma educação para a autonomia. (SANTA ROSA,
Amélia Martins Dias. 2009, p. 482-489).
O presente artigo traz uma pesquisa no Coral Juvenil da UFBA, com o objetivo de
descobrir novas opções metodológicas para o ensino e construção do teatro musical, além de
permitir o estímulo de valores como responsabilidade, criatividade, iniciativa para o trabalho
em grupo e valorização das individualidades.
O texto traz como referência o que diz Zygmunt Bauman, que explica que hoje vemos
uma desfragmentação da ética, o enfraquecimento do estado, o que torna as pessoas cada vez
mais individualistas. Assim, várias pessoas influentes em várias áreas da humanidade, além de
órgãos como UNESCO, UNICEF, ISME, esperam da educação muito mais do que
letramento, mas, que se seja capaz de trabalhar em seus educandos questões intrínsecas, sua
subjetividade, com a do mundo que os cerca. Também traz referência de Edgar Morin (2000),
que propõe que a educação seja transdisciplinar e rejunte ciências e humanidade, rompendo
com a oposição entre natureza e cultura.
No processo de criação do musical, o texto aborda que deve haver uma grande
interação entre educador e educando. E também foi desenvolvido a autonomia. Tanto que
tema musical foi criado pelos próprios alunos, o que fez com que os professores tivessem que
se adaptar aquela nova situação. O que se percebeu, foi que quando há liberdade de criação,
de experimentação, se atinge um grau de crescimento e a motivação para a realização do
trabalho é atingida plenamente.
O texto relata algumas dificuldades encontradas, como a rotatividade do grupo, a falta
de compromisso de alguns componentes, dificuldade como a escola ou a família, carência de
22
recursos, pauta do teatro, confecção de cenário e figurino. Estas dificuldades e outras
encontradas acabaram por incentivar o grupo e uni-lo ainda mais.
Nas considerações finais, a autora relata a experiência extremamente diferente de
todas as outras a que tinha passado. Preocupou-se em não perder o fio condutor do trabalho,
mas deu liberdade para a criatividade ser bem desenvolvida, o que também levou a elevar a
motivação na realização do musical e que por fim, proporcionou um ganho social e humano.
09
O canto coral e a relação corpo-voz na profissionalização musical. (BRAGA, Simone
Marques; CONTREIRAS, Clarice. 2009, p. 837-843).
O presente artigo apresenta uma visão acerca do perfil que o profissional de música
deve ter. Perfil este que converge para habilidades diversificadas, mas com cada vez maior
qualificação. Deve este profissional sempre fazer uma ligação entre o teórico e o prático, além
também de estar ligado a outras áreas da arte, sempre preocupado com a educação geral, ao
invés da especializada. O texto se apoia em Braga (2007), quando este diz que ensinar teorias
sem conexão com a realidade já não corresponde ao que o aluno de hoje precisa saber. O
professor deve realizar a ligação com o que o aluno sabe, ou está motivado a saber, e o
assunto que se está ensinando. Este texto relata a experiência, visando esta formação,
abordando interdisciplinarmente em duas disciplinas: Canto Coral e Expressão Cênica.
Os objetivos foram investigar e explorar a relação corpo-voz. Preparar para a
performance musical, desenvolver uma formação holística, se utilizando de outras linguagens.
Com a execução de um projeto das disciplinas Canto Coral e Expressão Cênica. Após oficinas
criativas, que desenvolveram os conteúdos das disciplinas, chegou-se a uma apresentação
chamada Canto do Povo de Algum Lugar. E através da abordagem interdisciplinar, se
promoveu a integração de conhecimentos.
O texto conclui afirmando, com base no pensamento de BRAGA; PEDERIVA, 2008,
p. 210), que alunos de canto geralmente se preocupam excessivamente com a técnica vocal. O
se expressar com o corpo é algo difícil de aliar com a técnica vocal. Porém, seguindo o que
Braga (BRAGA; PEDERIVA, 2008, p. 210), pensa, é possível sim trabalhar buscando unir
três elementos: mente-físico-emoção, e com isto, se chegar ao objetivo que se deseja, a pessoa
integral.
23
10
O ensino-aprendizagem da notação musical em uma experiência com o Coral Escola
Comunicantus. (SILVA, Caiti Hauck da. 2009, p. 857-862).
O presente artigo traz um trabalho de ensino-aprendizagem de notação musical
realizado com os coralistas do Coral Escola Cominicantus. O Coral Comunicantus é formado
por leigos em música, com o objetivo de fazer com que se aprenda a cantar em grupo. O
trabalho foi realizado em forma de curso de fundamentos da leitura musical. Foram realizadas
12 aulas de 30 minutos cada, focando no aprendizado das figuras musicais, suas durações, seu
emprego no pentagrama, isto tudo aliado as peças que o coro ensaiava. As aulas tinham um
plano de aula, que seguia os preceitos dos livros de teoria musical de Abromont &
Montalembert (2005), Lacerda (1961).
O conteúdo que foi ministrado foi: introdução à notação musical, figuras de duração,
compasso simples e composto, fórmulas de compasso, quiálteras, contratempo; sincopa,
anacruse, andamentos; sinais de dinâmica, tom e semitom; sinais de alteração, escala maior;
noção de tonalidade, escalas menores, escalas relativas; acordes.
O que motivou a se realizar este trabalho foi o fato de que, com os conhecimentos
teóricos musicais desenvolvidos, o desempenho dos alunos melhoraria significativamente,
dando inclusive, autonomia no aprender e entender os procedimentos técnicos da peça
ensaiada. Utilizando-se o método da pesquisa-ação (metodologia de pesquisa com a finalidade
de melhorar uma prática pedagógica).
A notação musical utilizada foi a ocidental, que tem como característica descrever
objetivamente as propriedades de altura e duração. Também existem outros tipos de notação
musical. O texto afirma que é impossível existir uma única notação musical que sirva para
todos os tipos de músicas existentes.
O texto afirma que houve um grande sucesso nos resultados alcançados, pois, os
coralistas, com a aquisição dos conhecimentos musicais, puderam render mais no processo de
ensaio do coral, resultados estes que puderam ser conferidos e confirmados pela banca
examinadora da pesquisa.
24
11
O processo de ensino-aprendizagem no canto coral, do ensaio ao concerto: dimensões
educativomusical, historicomusicológica e performática. (AMATO, Rita de Cássia Fucci.
2009, p. 909-915).
Este artigo foi feito com base nas informações coletadas nas atividades desenvolvidas
na disciplina Prática Coral, com alunos de bacharelado e licenciatura em música da Faculdade
de Música Carlos Gomes (FMCG), em São Paulo-SP.
O texto nos traz a informação de que o canto coral é uma prática de muita importância
na formação do músico na universidade. O aluno, ao participar do canto coral, tem a
oportunidade de desenvolver a integração interpessoal, o auto conhecer sua voz e que
potencialidades ela possui, além de usufruir do prazer estético e da execução de um peça
coral.
Segundo pesquisa realizada na universidade, os alunos calouros do bacharelado e
licenciatura esperam com grande expectativa poder participar desta disciplina, com grande
interesse em aliar o conhecimento teórico à prática musical.
O presente artigo tem por finalidade explorar o processo de ensino-aprendizagem do
canto coral no ensino superior, destacando os recursos musicais – pedagógicos,
historicomusicológicos e interpretativos, desenvolvidos por essa atividade educacional nos
discentes.
O repertório desenvolvido durante o projeto foi composto de músicas de diferentes
estilos e períodos da história da música, o que foi visto como extremamente positivo pelos
alunos, visto que se pôde conhecer e vivenciar na prática todos os estilos musicais ensaiados.
Os alunos também relataram que o fato de saberem a origem das músicas, o que o texto diz,
enriqueceu seus conhecimentos. Também relataram que a regência foi muito competente, com
as entradas corretas, as dinâmicas bem realizadas e principalmente, a segurança passada pelo
regente. A maior dificuldade encontrada pelos alunos foi a afinação, percebendo eles que é
uma questão que deve ser mais trabalhada no processo musical.
A conclusão que se chegou o texto é que é possível a integração das dimensões
historicomusicológica, performática e educacional no processo de ensino aprendizagem do
canto coral. Por fim, também se percebeu a importância na formação do músico e do educador
musical, sendo descrita como extremamente relevante em sua bagagem musical.
25
12
Para além da afinação: compreendendo as experiências do canto a partir de
investigações em canto individual e coletivo. (SOUZA, Jussamara; SCHMELING, Agnes;
DIAS, Leila; TEIXEIRA, Lúcia. 2009, p. 985-992).
O presente artigo versa sobre as práticas músico-vocais, repertório e sociabilidade que
lidam com o canto, seja individual ou coletivo indo além da afinação, buscando também
analizar três aspectos: as diferentes maneiras de cantar e ouvir para os jovens, o que espera os
cantores na seleção do repertório e os aspectos sócio-educativos na prática coral.
O texto, se referenciando nos autores Green (1986), Adamek (1997), e Potter (2000),
descreve o canto como qualquer forma de cantarolar, explorando sons graves, médios e
agudos. O canto pode ser vivenciado por qualquer pessoa, independente de se cantar ou
cantarolar, e este ato leva ao prazer, sendo canal de se externar seus sentimentos. Também
baseando-se em Adamek (1997), o texto diz que cantar independe da forma. A voz pode ser
entoada, cantarolada, balbuciada, sussurrada, seja improvisada e livre ou guiada por um texto,
de forma amadora ou profissional. Para Potter (2000, p. 1), o canto excita e move as pessoas.
Sendo assim, não precisa de virtuosismo na expressão das emoções.
O texto descreve acerca do repertório, trazendo o relato de dois regentes, que
consideram que o repertório seja interessante. Inclusive, que seja dentro da realidade musical
do grupo e do público musical imediato, ou seja, os funcionários das empresas.
Um dos regentes relata que adotou a forma de utilizar arranjos ainda por finalizar, para
que o processo de finalização seja feita pelo grupo. Evitando-se assim, os arranjos já prontos.
O texto também descreve sobre a prática vocal dos corais, descrevendo que, na
maioria dos casos hoje, não se faz seleção dos participantes, fazendo com que o
regente/professor se dedique um pouco mais no melhoramento vocal, além também dos
aspectos rítmicos, melódicos e harmônicos. Ainda acerca do canto coral atual, se percebe que
há, além do trabalho musical, o ganho nos aspectos sócio-educativos, de socialização através
do melhor conhecimento do eu musical.
13
Projeto “um canto em cada canto”: o social e o musical mediado pela atividade coral.
(LELIS, Oleide; SCHIMITI, Lucy; GARCIA, Klesia. 2009. p. 1045-1051).
O texto diz sobre o projeto de educação musical desenvolvido em escola públicas da
rede municipal de ensino de regiões periféricas de Londrina. Os resultados foram os melhores
possíveis, modificando o universo cultural dos alunos, fazendo com que estes, pela ótima
26
experiência vivida no canto coletivo – coral, leve os benefícios a todos os ambientes em que
frequente.
O trabalho traz relatos eufóricos de alunos que queriam mostrar e ensinar aos seus pais
as músicas que aprenderam no canto coral. Houve também um grande entusiasmo dos alunos
no descobrimento da própria voz, percebendo possibilidades que seu instrumento, a voz, é
capaz de realizar.
O texto nos relata que este projeto ajudou aos alunos a terem uma relação mais
próxima com seus pais, além também, de proporcionar vivência da atividade musical dentro
do ambiente escolar, procurando utilizar a bagagem cultural musical dos alunos, mas também,
oferecer novas possibilidades musicais com o intuito de ampliar o universo musical deles. Foi
possível perceber, após um pequeno período de trabalho, mudanças positivas com relação a
afinação, o correto uso da voz, o saber ouvir, e também um melhor gosto musical, além
também, de mudanças na auto estima e no comportamento social destas crianças.
14
Relações com o cantar e com o “Coral do AFRID”, estabelecidas por nove participantes:
um estudo. (MARQUES, Jaqueline Soares. 2009, p. 1104-1110).
O presente texto traz uma pesquisa com um grupo de idosas participantes de um coral,
dentro do projeto desenvolvido na Faculdade de Educação Física, da Universidade Federal de
Uberlância, denominado “AFRID” (atividades físicas e recreativas para idosos). O projeto
engloba várias atividades, como hidroginástica, musculação, dança, entre outras.
O texto inicia descrevendo que há certa despreocupação da população em relação à
velhice, achando que ainda se está bem distante. Logo se percebe que existem vários idosos
andando para todos os lugares, e o desafio não é o rejuvenescimento, mas sim proporcionar
condições para que os idosos continuem inseridos na sociedade, participando ativamente de
suas atividades diárias.
O texto traz como base Motta (2003), onde ele diz que é difícil definir velhice,
principalmente no que se refere ao biológico. Segundo Nery (2007), nos dias atuais, é bem
difícil caracterizar uma pessoa idosa.
Conhecendo o projeto, a autora percebeu que a única atividade ligada a artes no
projeto era a dança. Então, percebeu-se que ali seria uma ótima oportunidade de realizar as
coletas de informações para o trabalho de conclusão de curso.
No primeiro semestre de 2007, iniciou-se o coral. Sem ter objetivo de ser e nem
característica, logo foi chamado de “Coral da AFRID”.
27
O Objetivo da pesquisa era entender as relações que as participantes estabelecem com
o cantar e com o coral.
Foi utilizado como forma de coletar dados, a entrevista com nove senhoras
participantes do coral, com idade entre 64 e 78 anos.
Através da coleta de dados, percebeu-se que em relação à música, as participantes
cantam, pois o canto alegra as pessoas. Percebeu-se também que o repertório realizado eram
músicas do “tempo delas”. Outra participante disse que desde menina queria cantar, e
aproveitou a oportunidade para realizar este sonho. Outro motivo de participar do coral é o
fato de conhecer novas pessoas e fazer novas amizades, acabando com a solidão.
Conclui-se que o projeto do Coral proporcionou as participantes uma melhor
qualidade de vida, onde puderam criar novos laços de amizade, puderam também, realizar o
sonho de cantar (tarefa difícil na juventude delas), e aumentaram o prazer em viver, com a
alegria e satisfação que o coral levou a vida de cada uma delas.
15
Movimento Coral Feevale. (SPECHT, Ana Claudia; BÜNDCHEN, Denise Sant’Anna;
TEIXEIRA, Lucia Helena Pereira. 2009, p. 1471-1475).
O presente artigo relata as atividades do projeto Movimento Coral Feevale, que
realiza atividades voltadas ao aprimoramento artístico e cultural dos acadêmicos,
funcionários, professores e comunidade. O projeto tem como objetivo promover o
desenvolvimento das capacidades expressivas através do fazer musical em grupo, focando o
processo de educação musical por meio da voz, promovendo inclusão, socialização e
humanização. Existe desde fevereiro de 2008. O projeto é formado pelo coro Feevale, coro
Canto e Vida da terceira idade, laboratório de sensibilização musical, laboratório de canto
(para os iniciantes). O projeto também busca proporcionar uma relação entre universidade e
sociedade.
A base teórica é feita segundo Becker, desenvolvendo atividades de apreciação,
execução, criação e reflexão desenvolvidas em grupo. Também se utilizou os pensamentos de
Bündchen, onde ele diz que o sujeito que canta é ativo, criativo e participante.
A metodologia do projeto visa à experimentação vocal para se agir de forma ativa,
reflexiva e criativa. Todo semestre são abertos inscrições, onde o candidato é entrevistado e
avaliado vocalmente pelo preparador vocal e pelo regente, que o direcionam para o grupo
mais adequado ao seu perfil.
28
Se percebeu que os objetivos buscados foram alcançados, percebendo que o canto
coral vai muito além da performance, levando o canto para todos e aprendizagem musical. E
também, trouxe à luz o fato de uma constante avaliação e reflexão sobre as ações
desenvolvidas, para possíveis reestruturações no projeto.
16
A motivação no canto coral: perspectivas para a gestão de recursos humanos em música.
(AMATO, Rita de Cássia Fucci; NETO, João Amato. 2009, p. 87-96).
O texto trás uma análise sobre o papel do regente de coral na habilidade de motivador
de seu grupo, com base em dados empíricos e literatura multidisciplinar. O texto segue
dizendo que o regente deve ter habilidade na gestão de pessoas e uma formação psicológica e
pedagógica básica. O texto aborda Zander (2003, p. 147), que diz que é do regente a
responsabilidade pela vida coral e pelo ambiente humano. Max Rudolf fortalece a questão,
dizendo que o regente deve conhecer como trabalhar em equipe. O objetivo deste artigo é
refletir e apresentar propostas para uma ótima gestão dos recursos humanos, centrado em um
sucesso na motivação dos coralistas.
Sendo dividido em duas etapas, uma referente a coleta de dados e outra na coleta
empírica de dados. A bibliografia seguiu as áreas de administração, engenharia de produção,
psicologia, música (regência coral). A estas informações foi incluído uma pesquisa de
opinião, realizada no segundo semestre de 2007, com 19 alunos de bacharelado e licenciatura
em música, da Faculdade de Música Carlos Gomes (FMCG), em São Paulo.
Esta pesquisa foi realizada no final de um semestre e os pesquisados também tinham
experiência em canto e regência, o que deu mais credibilidade a pesquisa acerca da
importância da motivação para um grupo coral e quais tipos de motivações poderiam ser
realizadas.
O texto também aborda que existem vários tipos de corais, com os mais diversos tipos
de motivação para se realizar o trabalho. Mas o que é de comum se perceber é o fator de se
motivar sempre o grupo em que se trabalha. Isto é fator primordial.
A motivação é um estado psicológico favorável de se realizar uma determinada ação,
em qualquer circunstância de sua vida. O texto aborda o que diz Maslow, e sua evolução das
necessidades – escala da hierarquia das necessidades (básicas, segurança, participação,
estima/ego, auto realização).
O estudo concluiu que a eficácia na motivação de um grupo depende da liderança que
o regente, munido de habilidades na gestão de pessoas, consegue desenvolver um ambiente
29
humano propício à criação artística coletiva. A partir do primeiro impulso, com o passar do
tempo a tendência é que os próprios coralistas passem a se auto motivar. Por fim, procura-se
chegar a resultados sócio educativos e musicais satisfatórios.
17
Análise acústica e percepto-auditiva do canto de meninos coralistas. (FERREIRA,
Marilene M. C; OLIVEIRA, Domingos Sávio Ferreira de. 2009, p. 34-42).
O presente artigo descreve um experimento visando verificar a influência de exercícios
específicos de ressonância no melhoramento da qualidade vocal.
A voz é o meio de maior expressão do homem. A voz cantada consegue ser ainda
mais, pois através do canto se explora todas as possibilidades do aparelho fonador. A voz
cantada necessita de ajustes necessários para o canto. A respiração deve ser mais profunda
para as cordas vocais vibrem, e a caixa de ressonância se expande para maior amplificação do
som glótico.
O texto aborda o que disse Sundberg (1987), e Aspaas et AL (2004), que no canto
coral é importante que os cantores se escutem. Smith e Sataloff (2001), afirma que grande
parte dos corais é composta por cantores amadores, em geral afiliados a escolas, grupos
religiosos, comunidades e outras participações. Já Ford (2003), fala da importância da
ressonância da voz, afirmando que a boa ressonância confere beleza e intensidade a voz.
A ressonância no canto coral é fundamental. A ressonância é sentida na face. Quando
isto acontece, é a confirmação de que acontece a conversão de energia aerodinâmica em
energia acústica.
Neste estudo foram selecionados doze coralistas, entre 10 e 12 anos, do sexo
masculino, todos integrantes do coral Canarinhos, da cidade de Petrópolis, estado do RJ.
Os resultados apresentados foram de mudanças pouco expressivas na frequência vocal,
mas um aumento significativo da intensidade, fato este que se justifica por se tratar de vozes
bem treinadas, nos aspectos musicais e fisiológicos. Se percebeu que houve uma melhora
significativa na qualidade vocal dos meninos cantores.
Concluiu-se, então, que o profissional de fonoaudiologia contribuiu para o
melhoramento artístico e estético da voz, e sua representação vocal-corporal homogênea,
necessária no canto coral.
30
18
Aspectos vocais de regentes de corais adultos amadores. (GONÇALVES, Lílian Sobreira;
SILVÉRIO, Kelly Cristina. 2009, p. 66-69).
O presente texto traz um estudo sobre os aspectos vocais de 20 regentes de corais
amadores adultos, com idade entre 20 e 50 anos, com periodicidade de ensaios semanais, com
ou sem formação acadêmica, que responderam um questionário onde se detectou queixas
vocais, sintomas laríngeos e saúde geral. Se percebeu que estes sintomas descritos apareceram
na maioria dos pesquisados, o que indica que estes profissionais precisam de
acompanhamento fonoaudiológico para recuperarem a função vocal.
Trabalhar com coros vai muito mais além do que apenas o aprendizado musical. O
texto traz o pensamento de Zander (2003), que diz que quando um cantor não sabe ler música,
o aprendizado se dá por imitação, ou seja, alguém canta para os cantores aprenderem. Nesta
situação, geralmente quem canta é o regente. O uso excessivo da voz, aliado ao fato do
regente ter que cantar todas as vozes, indo muitas vezes além da sua tessitura vocal,
contribuem para o surgimento de disfonias. Diversos autores já descreveram da necessidade
de se ter prevenção e cuidado com o aparelho fonador.
O texto diz, com referência teórica de Behlau & Rehder, que hoje a
Otorrinolaringologia e a Fonoaudiologia têm focado em profissionais que utilizam a voz
como instrumento de trabalho. É preciso que haja um trabalho de prevenção para que
problemas na voz não apareçam e prejudiquem estes profissionais na rotina do seu trabalho. O
texto segue explicando que existe dois tipos de voz profissional: a falada e a cantada, e que no
trabalho de canto coral amador, o regente utiliza as duas de forma intensa. Também é
explicado que muitas vezes por questões financeiras, a função de pianista e preparador vocal
recaiam sobre o regente, o que eleva ainda mais sua carga de trabalho, já bem puxada como
regente.
O texto diz que existem dois tipos de corais: os profissionais e os amadores. Os
profissionais geralmente são compostos por cantores que tem conhecimento musical e entram
no coral através de concurso público. Os corais amadores geralmente o único contratado é o
regente, e os coralistas participam do coral como voluntários, e nestes corais a rotatividade é
grande, o que dificulta sobremaneira apresentar um resultado satisfatório em curtos períodos
de tempo. Outro fator que prejudica os ensaios é o ambiente onde ele ocorre, que muitas vezes
não favorece acusticamente e também apresenta muito barulho, o que força o regente a falar
mais alto para ser compreendido.
31
Os regentes avaliados tinham de 1 a 32 anos de regência, sendo a média destes de
10,55 anos. Os corais regidos por cada um variou de 1 a 4, com média de 1,8 corais. O
número de coralistas variou de 16 a 40, com média de 24 a 40 coralistas. Os dias de ensaios
variou de 1 a 4, com média de 1,8 dias e 1,9 horas de trabalho por dia.
75% dos regentes estão satisfeitos com suas próprias vozes, apesar dos sintomas
laríngeos e vocais descritos. 60% percebem que ficam roucos com a atividade. Em relação aos
hábitos de saúde vocal, 70% disseram que possuem algum hábito que prejudicam a voz, como
ingerir bebida gelada e falar em voz alta. Também foi descrito como prejudicial problemas
alérgicos (rinite, sinusite) problemas no sono (ronco e baba noturna) além de refluxo gastroesofágico.
A presente pesquisa concluiu que os regentes estão satisfeitos com sua voz, apesar dos
sintomas vocais relatados, e apresenta a necessidade de atitudes de prevenção vocal para não
virem a sofrer com problemas mais sérios no médio e longo prazo de atividade coral.
19
Canto coral: saberes musicais e as suas influências no processo avaliativo. (BRAGA,
Simone Marques. 2009, p. 103-105).
Este artigo apresenta uma pesquisa aplicada em jovens e adultos do 1º e 2º anos do
curso profissionalizante de música, em Salvador – BA, que tem como objetivo central o
processo avaliativo do desenvolvimento individual em uma atividade performática coletiva.
O texto explica, em seu início, que um dos objetivos do processo ensino aprendizagem
de um coral é o de alcançar uma unidade nos aspector musicais, sociais e humanos, entre seus
participantes (regente e coralistas). Os objetivos da pesquisa foi elaborar atividades para
avaliar o desenvolvimento individual. Estar coerente com a proposta de ensino aprendizagem
da educação profissional. Desenvolver ou potencializar competências e habilidades exigidas
pelo mercado de trabalho popular atual e definir conteúdos a serem desenvolvidos.
O texto diz que a avaliação é uma temática abrangente e polêmica por estar
relacionada a diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagm, como postura e filosofia
do educador, contexto sócio-cultural, realidade do aluno, proposta de ensino, metodologia,
seleção de conteúdos, identificação de habilidades e competências a serem desenvolvidas,
planejamento, entre outros. O texto se referencia em Hentschke; Souza, (2003, p. 08), quando
ele diz que a avaliação é hoje entendida como um processo contínuo, sistemático e complexo
que deve envolver toda a comunidade escolar e não somente professores e alunos. Oliveira,
Tourinho, (2003, p. 27), diz que o papel de avaliação do trabalho do professor adquire uma
32
grande importância, não somente ao aluno, mas na construção e manutenção de instituições
sociedades pedagogicamente saudáveis. Qualquer modelo avaliativo tem que se basear em
dois pilares: o que os alunos estão fazendo e o que eles estão aprendendo. O texto também
descreve o grande desafio que é hoje preparar profissionais críticos e reflexivos para uma
sociedade que está em constante mutação.
Levando em consideração a vontade dos alunos em dominar a voz enquanto
instrumento musical, a pesquisa se baseou em três aspectos:
1 - O indivíduo, que precisa deter conhecimento sobre fisiologia da voz, emissão,
produção, higiene vocal, tipos de vozes, tessituras e classificações, ressonadores e utilização
adequada, dentre outras.
2 - O grupo, buscando a resposta para a questão: o que é preciso para se fazer música
coletivamente?
3 - Saberes musicais já adquiridos (experiências musicais já adquiridos).
Foi aplicado um questionário para se verificar o nível de conhecimento dos alunos
antes do contexto acadêmico, para se avaliar o processo evolutivo do aprendizado neste
contexto.
O texto finaliza explicando que, baseado nos dados coletados, é importante o
conhecimento prévio, sua integração inclusive com outros, como teoria musical e técnica
vocal, necessários a profissionalização musical no processo ensino aprendizagem.
20
Música e políticas socioculturais: a contribuição do canto coral para a inclusão social.
(AMATO, Rita de Cássia Fucci. 2009, p. 91-109).
O presente artigo versa sobre a importância do canto coral para projetos de inclusão
social. O trabalho também apresenta e analisa filosófica e historicamente o papel social do
canto em conjunto, descrevendo os pensamentos de Platão, Aristóteles e Rousseau. Apresenta
conceitos e reflexões de Bourdieu, Domenico de Masi e Paulo Freire e estuda vários casos de
projetos bem sucedidos de canto coral inclusivo pelo Brasil e também apresenta propostamodelo de um projeto que pode se adaptar a diversas realidades sociais no Brasil, além de
concluir que existe ainda um grande potencial social do canto coral a ser explorado.
O artigo inicia dizendo que projetos socioculturais começam a ocupar, cada vez mais,
papel de destaque dentre as iniciativas educativo-musicais. Isto ocorre para se tentar amenizar
a lacuna aberta pela falta de ensino de música no ensino básico em nosso país. Os governos
33
em suas esferas municipais, estaduais e federais, apoiam estes projetos, geralmente como o
intuito de livrar-se da obrigatoriedade de disponibilizar uma educação musical de qualidade
na escola regular. São destinadas pequenas verbas para estes projetos, geralmente
administradas por ONG’S.
O texto aborda a questão histórica, mencionando a música na Grécia antiga, que tinha
como objetivo o louvor, mas que também servia à política e à justiça. Os jovens participavam
de canto coral como parte do trabalho de amadurecimento para a vida adulta, pois a educação
àquela época firmava-se na reflexão filosófica e estética, segundo Cambi (1999). O texto
também aborda o pensador Grego Platão, que descreveu a educação como principal meio para
o equilíbrio político. Ganza (2002, p. 20). Platão também descreve que antes de exercitar o
corpo, fazia-se necessário modelar a alma e o caráter através da música.
Aristóteles (384-322 a. C.), que foi discípulo de Platão, também concluiu que a música
se fazia importante, tendo ela o poder de produzir um efeito moral na alma e no caráter, e
deveria sim ser incentivada e trabalhada em jovens, com intuito destes usufruírem dos tais
benefícios.
Outros filósofos também explanaram a respeito dos benefícios sociais da música.
Comênio (1592-1670), incluiu no seu modelo de educação e conhecimento, a música.
Rousseau propôs que crianças, de 2 a 12 anos, uma educação sensorial musical. No século
XX, Kodaly e Villa Lobos, fortificaram o poder benéfico que a música coral possui no
desenvolvimento social.
O texto afirma também que o coro deve ser encarado como uma ferramenta de
inclusão social. O regente educador deve estabelecer critérios, motivar cada um dos
integrantes, liderá-los e levá-los a uma meta estabelecida. O texto cita Paulo Freire, que por
ótica do que ele disse, desenvolve a capacidade do indivíduo de pensar criticamente, tendo um
novo olhar sobre conceitos firmados pela sociedade. A autora também relata diversas
experiências próprias com canto coral, como sendo eficaz na inclusão social. Também, a
autora apresenta uma proposta de projeto, intitulado O Pró-inCanto, como objetivo inicial
mapear a produção vocal/coral de dadas populações, e também exploratório, identificando
suas deficiências musicais, educacionais e vocais, e se buscaria uma melhoria em todos os
processos de produção vocal nos corais abarcados com tal projeto.
Em suas considerações finais, o texto confirma que realmente há uma relação íntima
dos objetivos socioculturais e educativo musicais, por meio do respeito às relações
interpessoais, tanto do regente como dos coralistas. A história da humanidade sempre mostra
34
a importância do canto em conjunto para o fortalecimento das relações sociais, e isto deveria
ser de conhecimento dos poderes públicos, para compreenderem e incentivarem mais e mais
as iniciativas musicais aqui descritas.
21
“Saudade do Nordeste”: práticas musicais em um espetáculo de coro infantil. (SILVA,
Alessandra Araújo da. 2010, p. 14-22).
O artigo aborda as principais práticas musicais desenvolvidas na formação do
espetáculo de coro infantil do Coral Cantar Criança, da empresa EIM – instalações industriais.
O texto inicia relatando o início da empresa EIM – Instalações Industriais, no ano de
1956, com o objetivo de oferecer serviços especializados de instalações e montagens
industriais. O texto também descreve sobre a diretoria, que é composta pelo Sr. Francisco
Baltazar Neto e Nivaldo Teixeira Filho. Esta diretoria acredita na contribuição do ensino da
música no processo de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento cognitivo, psicomotor
e socioafetivo da criança. Proporcionou a montagem de tal espetáculo musical, visando à
prática de uma atividade artística às crianças de baixa renda, com os ganhos acima relatados.
O texto diz que o trabalho de canto coral na empresa teve início em 2002, com um
determinado maestro. Este regente deixou o coral em 2007, e o autor deste artigo assumiu o
coral a partir de então, juntamente com um regente assistente/instrumentista. O texto diz que o
novo regente, por acreditar que é função do regente de coral também o papel de educador
musical, inseriu no coral novas possibilidades expressivas, teatrais e coreógrafas, estando a
musicalização nesta situação também inserida.
O artigo versa sobre a cultura do desinteresse do canto coral na sociedade. E, como
forma de diminuir tal preconceito, faz referência teórica ao que disse Marcos Leite e Samuel
Kerr, que se diminui tal preconceito buscando uma renovação constante.
O trabalho Foi realizado com 26 crianças, entre 9 e 14 anos. Os ensaios se dão três
vezes por semana, com duração de duas horas e meia. Foram utilizados: violão, aparelho de
som, televisão e DVD.
Os principais trabalhos desenvolvidos foram o trabalho vocal, atividades corporais,
oficinas de teatro, dança e apreciação musical. Foi desenvolvido de forma gradual e em nível
crescente. A parte vocal foi trabalha relacionando-se a fala com o canto, apoio respiratório,
articulação, ressonância. Foram feitos canções conhecidas, jogos cantados e vocalizes criados
a partir das dificuldades apresentadas no repertório. As dificuldades encontradas no processo
foram: os fatores internos, por parte dos funcionários, de não deixarem as crianças entrarem
35
na hora marcada, mesmo sendo liberadas pela direção. Marcar duas apresentações, no dia do
ensaio geral.
E fatores externos, como exemplo dos pais, que proíbem de ir aos ensaios ou as tiram
do coral, seja por não terem feito os afazeres domésticos ou tiraram notas baixas. Também se
percebeu o caso de pais de alunos se desentenderem, e não quererem que seus filhos brinquem
com os filhos dos seus desafetos.
Apesar das dificuldades, o texto conclui que foi de extrema eficácia o alcance social e
musical proposto no trabalho.
22
A aprendizagem musical na prática coral e o conceito de comunidade de prática.
(COSTA, Lucila Prestes de Souza Pires da; FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. 2010, p.
33-40).
O artigo procura compreender a aprendizagem musical dentro do coro através do
conceito de Wenger (1998), utilizando três conceitos chaves: compromisso mútuo,
empreendimento conjunto e repertório compartilhado, sendo exemplificados no cotidiano do
coro.
O texto inicia conceituando as comunidades de prática, quando destaca a proposta de
Wenger, que diz que “prática são conjunto de pessoas que compartilham um interesse ou uma
paixão por algo que eles fazem e aprendem como fazer isto melhor enquanto interagem
regularmente”. Isco acontece desde que nascemos, na nossa família, até no ambiente de
trabalho buscando um melhor processo de produção. Existem vários tipos de comunidade de
prática. O interesse aqui é descobrir se existe alguma onde a paixão seja a música. A primeira
vista parece que existe sim. O texto vai mais além, questionando se existe algum grupo de
execução, como um coral.
O texto ainda investiga se o conceito de prática contribui para o entendimento da
interação entre os membros do coro e a aprendizagem musical que acontece no espaço coral.
Sendo esta a motivação para o presente artigo, busca-se compreender este processo.
Baseando-se Russel, o texto traz estudos realizados e publicados na revisa ABEM, o
termo comunidade de prática é usado para descrever três grupos distintos, que utilizam o
canto como prática comum em seu ambiente. Wenger utiliza três dimensões par associar
prática à comunidade: compromisso mútuo, empreendimento conjunto e repertório
compartilhado.
36
O texto diz que levando ao canto coral, este apresenta elementos que podem classificálo como comunidade de prática. Um é o domínio, um grupo de pessoas reunidas com o
propósito de cantar. O segundo é a identidade. Deixam de ser um grupo de pessoas para serem
um coral de escola, de uma empresa, de uma universidade. A terceira característica é a
prática, esta sendo um atributo da existência do coral.
O texto descreve o que leva as pessoas a participarem de um coral. As possibilidades
são diversas. Aprender música e técnica vocal. Contato com novos lugares ou novos tipos de
músicas. Já outros, participam para relaxar, desopilar, descansar.
O repertório ajuda sobremaneira na caracterização do coral como uma comunidade de
prática coral. Não somente o repertório em si, mas todas as informações que cercam um
conteúdo musical.
O texto conclui que se pode utilizar o conceito de comunidade de prática pode ser
utilizado para a compreensão dos processos de aprendizagem na prática coral. Claro que cada
coral é uma comunidade única, com características próprias, mas que pode se utilizar
perfeitamente do conceito investigado.
23
A competência da regência: o maestro músico, o maestro educador e o maestro
administrador. (AMATO, Rita de Cássia Fucci. 2010, p. 72-81).
O artigo inicia dizendo que o conceito de habilidade e competência, embora muito
descrito em vários setores sociais, ainda não apresenta uma definição unânime. Teoricamente,
encontramos vários autores que versam sobre o tema, como Fleury (2000, 2004), Dutra
(2001), Vieira e Garcia (2004), Zacharias (2008), Garcia (2008). Conceituar competência não
é de hoje, mas, ainda hoje, não se chegou a um conceito fechado. O texto explica que a noção
de habilidade aproxima da ação de saber agir sobre determinada situação. Também, se
percebe que se pode inserir a capacidade de trabalhar em equipes, lidar com incertezas e
ambiguidades, tomar atitudes de ação e decisão, criar, comunicar-se e relacionar-se com os
outros.
Este artigo se propõe em buscar uma definição das várias competências e habilidades
em que se funda a prática da regência coral, partindo de uma revisão bibliográfica,
envolvendo as áreas de música (regência e canto), educação musical, fonoaudiologia
(fisiologia e saúde vocal), administração e engenharia da produção.
37
O texto mostra o que seria habilidades e competências. Moretto (citado por Zacharias,
2008, s/p.) define que: “As habilidades estão associadas ao saber fazer”. Já as competências
são um conjunto de habilidades harmonicamente desenvolvidas e que caracterizam por
exemplo uma função/profissão específica.
Segue o texto se propondo entender a competência da regência coral (categoria mais
ampla; gênero) como sendo composta pelas competências (específicas) musical,
pedagógica/educacional e administrativo-organizacional/gerencial. Cada competência dessa
expressa uma dimensão do trabalho do regente coral, partindo de suas especificações em
habilidades.
O texto explica, com base teórica, que o trabalho do regente se assemelha a de um
gerente, que exige um alto grau de habilidade de comunicação para o exercício da liderança,
da motivação, da delegação, da orientação dos músicos e avaliação do desempenho do grupo
(Maximiano, 2006). Especificamente descrevendo as habilidades que o regente deve ter, a
literatura específica de regência (Rudolf, 1950; McELHERAN, 1966; Zander, 2003, Rocha,
2004; Oliveira, 2005, diz que o regente deve ter conhecimento teórico e prático musical,
dominar pedagogia musical e metodologias de ensino, conceitos filosóficos (estéticos),
psicológicos e sociológicos, ter profundo saber histótico-musicológico (para a escolha de
repertório, por exemplo) e dos aspectos anatômico-fisiológicos do corpo e da voz (incluindo
conhecimento de fonoaudiologia e de outras áreas da saúde).
Do regente músico, se espera as habilidades com piano, e com outros instrumentos
(eventualmente) e saber cantar. Saber reger nos padrões de regência, saber promover a
afinação. Saber marcar o ritmo. E saber interpretar uma peça musical com o seu coral
seguindo o estilo musical da peça, e o que intencionava o autor.
Do regente educador, se espera explicar aos seus coralistas, noções de fisiologia da
voz, hábitos de saúde vocal e incentivar ao desenvolvimento vocal. Saber aprender com os
coralistas, saber corrigir as falhas musicais e vocais, saber transmitir os conhecimentos
musicais e vocais de forma clara e eficaz.
O regente administrador dever ter a habilidade de saber se comunicar, sempre
buscando
o
feedback
das
informações
enviadas,
saber
liderar,
saber
assumir
responsabilidades, saber solucionar distúrbios. Saber representar os grupos em que trabalha.
Na conclusão, o texto diz que o ofício de reger é uma arte não facilmente definida. Ao
seu praticante, este ofício requer um conjunto de habilidades inter-relacionadas ao preparo
38
técnico musical, à gestão e condução de um grupo de pessoas ao alcance dos objetivos
comuns e específicos.
24
A função da regência na formação do professor de música: um estudo com os cursos de
licenciatura em música da região sul do Brasil. (GRINGS, Bernardo; FIGUEIREDO,
Sérgio L. F. de. 2010, p. 231-241).
O presente artigo realiza uma pesquisa com o objetivo de se refletir sobre a presença
da regência nos cursos de licenciatura em música e sua função na formação do professor em
música. O estudo foi realizado nos três estados da região sul do Brasil, totalizando 20
instituições. O estudo prevê duas etapas: a primeira, um levantamento dos cursos de
licenciatura em música e a segunda um estudo de casos múltiplos.
Os cursos de licenciatura em música no Brasil oferecem diferentes currículos, que são
regidos, dentre outros documentos, pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o
Curso de Graduação em Música (BRASIL, 2004). O artigo 5º das referidas diretrizes, indica
que a regência é parte integrante dos conteúdos específicos a serem desenvolvidos durante a
formação dos profissionais da música.
O texto informa que a literatura acerca da regência na formação do professor ainda é
bem escassa no Brasil. Poucos trabalhos se dedicam a este tema (Figueiredo, 1990). O que
geralmente se encontra é uma associação da atividade da regência com a de professor de
música, por acreditar que este, ensina música de alguma forma.
A presente pesquisa propõe a seguinte questão: de que forma a regência está incluída
nos cursos de licenciatura em música e quais as suas funções na formação do professor de
música?
Com esta indagação, pretendemos desvendar as seguintes questões: a) compreender as
funções de regência na formação do professor em música; b) detectar quais são os cursos de
licenciatura em música da região sul do Brasil e como a regência está organizada no currículo
destes cursos; c) ter conhecimento da concepção dos professores de regência sobre as funções
da regência na formação do professor de música; d) Fazer uma análise sobre o que pensam os
alunos de licenciatura em música acerca do ensino da regência em sua formação.
O texto traz uma base teórica, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’),
onde o texto diz que “as intenções educativas em termos de capacidades que devem ser
desenvolvidas ao longo da escolaridade” (BRASIL, 1997ª, p. 47). Nos PCN-Arte para 1ª e 4ª
séries do ensino fundamental, há menção de serem desenvolvidas “interpretações de músicas
39
existentes vivenciando um processo de expressão individual ou grupal, dentro e fora da
escola” (BRASIL, 1997b, p. 54). Reforçando a prática coletiva em grupo, recomenda-se a
“utilização do sistema moda/tonal na prática de canto a uma ou mais vozes” (ibid. p. 55). Nos
PCN-Arte – 5ª a 8ª séries – dentro dos conteúdos de música a serem desenvolvidos nas
escolas, a prática de canto coral, é assim explicitada “[...] participando de conjuntos
instrumentais e/ou vocais [...]”. E também “[...] tocando e/ou cantando individualmente e/ou
em grupo (banda, canto coral e outros), construindo relações de respeito e diálogo [...]”
(BRASIL, 1998, p. 81). As Diretrizes Curriculares Nacionais também descrevem conteúdo
específico a ser desenvolvido nos cursos de música, especificamente no artigo 5º, nos
conteúdos específicos, discrimina claramente o estudo da regência.
Os documentos norteadores dizem com bastante clareza que é importante o professor
de música ter habilidade em regência, para utilizá-la nas suas atividades musicais em grupo,
cantadas ou tocadas.
O texto aborda o referencial teórico de Figueiredo (2006), onde ele diz que, em sua
pesquisa com os alunos de licenciatura em música, foi detectado que a disciplina é importante
na formação deles. Também afirma o autor, que o objetivo geral das disciplinas é preparar o
aluno para a utilização da regência em sua prática pedagógica.
O estudo concluiu que os cursos que formam professores em música contém a
disciplina regência em sua grade de disciplinas. Mas, a carga horária aparece muito irregular,
o que ocasiona várias perspectivas acerca da disciplina. Concluiu-se também que os cursos
entendem a importância desta formação para aqueles que trabalharão com música nos mais
diferentes contextos da sociedade.
25
‘Bru o quê? Vocaliza para quê? (SLILVA, Alexsandra Mendes; SOUZA, Anélita Dayana
Nunes Danna de. 2010, p. 516-522).
O presente trabalho mostra relatos de um estágio realizado em dois corais de uma
universidade federal. Um coral formado por iniciantes e o outro de efetivos. O coral de
iniciantes tem seus ensaios realizados as terças feiras, no horário de 19:00 as 19:50. O de
efetivos ensaiam terças e quintas feiras, das 20:00 as 22:00 h. No coral de iniciantes foi
realizado atividades de preparação vocal e ensaio de repertório e no coral de efetivos foram
realizadas atividades de preparação vocal.
O objetivo do estágio foi auxiliar o trabalho no coral, fortalecendo a preparação vocal.
O autor do texto entende que é importante este trabalho, pois proporciona o desenvolvimento
40
vocal do coralistas, além de desenvolver a musicalidade do grupo, também a prática coletiva e
individual, o auto conhecimento do seu corpo através das sensações percebidas.
O objetivo do artigo é discutir sobre a preparação vocal para coros, pautados em
embasamento teórico. O texto aborda Zander (2003, p. 198), quando ele diz que a preparação
vocal do coro é imprescindível, definindo como educação da voz do coro. Zander também
explica que é importante uma educação vocal para se poder unificar as diferenças vocais dos
cantores. Coelho (1956), Marsola e Baê (2000) e Pacheco e Baê (1959), diz que no preparo
vocal também seja realizado exercícios de relaxamento corporal, exercícios de respiração e
exercícios d ressonância. O Aquecimento descrito por Scarpel (1999), ajuda nos ajustes
funcionais, para que o corpo se prepare para trabalhar em maior capacidade.
O texto descreve que foi possível realizar o trabalho vocal, e que houve uma ótima
aceitação e interesse dos alunos em realizar tais exercícios. Se Percebeu também que à medida
que os cantores iam executando, melhorando e acertando sua postura, a sonoridade emitida ia
melhorando.
As dificuldades encontradas foram a pouca prática como educadoras, e a insegurança
em realizar algumas atividades. Os autores deste artigo acharam de fundamental importância
o estágio na preparação da profissão de educador musical. O texto conclui que é de
fundamental importância a preparação vocal em um coro, pois um trabalho deste leva
benefícios como sonoridade, ressonância e saúde vocal aos cantores participantes, e ao coral
de forma geral.
26
Canto coletivo: brincando e cantando – uma proposta de Educação Musical. (GOIS,
Micheline Prais de Aguiar Marim; OLIVEIRA, Andréia Pires Chinaglia de. 2010, p. 543550).
Este artigo teve como objetivo relatar uma proposta de ensino de música que foi
realizado com um grupo de 40 crianças entre 7 e 12 anos, por meio do canto coletivo. Esta
prática está vinculada ao curso de extensão “Canto coletivo: brincando e cantando”, oferecido
pelo departamento de Música da Universidade Estadual de Maringá. O período de realização
foi de abril a dezembro de 2010. Os ensaios se davam todas as quintas feiras, com duração de
uma hora cada. O repertório era composto de músicas em uníssono, duas ou mais vozes,
cânone. A sala onde eram realizados os ensaios era ampla e arejada. Tinha-se à disposição
instrumentos musicais, objetos sonoros cadeiras para a criançada, mantendo um ambiente
organizado durante as aulas.
41
Também se contou com uma equipe de professores e alunas do curso de música, que
acompanharam o trabalho prático como também os estudos dirigidos do planejamento,
reflexão e fundamentação da proposta.
Como fundamento teórico, o texto traz o que descreve Figueiredo, onde cantar em
coro deveria ser uma experiência de desenvolvimento e crescimento, individual e coletivo.
O trabalho realizado esclarece o texto, não é o de ensinar notação musical, mas sim o
de musicalizar, realizar processos práticos para a sensibilização da pessoa para a música. O
texto conclui que ao longo do trabalho, se percebeu uma grande melhora nas crianças, visto
que elas chegaram com problemas de afinação, de emissão vocal e execução rítmica. O texto
finaliza dizendo que o trabalho é importante não somente pela inclusão social e pela
socialização que ela promove, mas também pela oportunidade de ensino-aprendizagem que
proporciona a todos os envolvidos.
27
Canto coral: um levantamento sobre os trabalhos apresentados nos Encontros Nacionais
e Congressos da ABEM entre 1992 e 2009. (CHIARELLI, Lígia Karina Meneghetti;
FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. 2010, p. 551-560).
Este artigo traz um levantamento sobre os trabalhos apresentados sobre canto coral nos
Encontros Nacionais e Congressos da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM)
entre 1992 e 2009. O objetivo deste trabalho é apresentar uma listagem das produções sobre
canto coral e realizar uma análise quantitativa dos temas abordados.
Outros trabalhos envolvendo a pesquisa nas publicações da ABEM têm sido
produzidos. Isto reforça a importância que a produção desta associação tem na divulgação de
resultados de pesquisa sobre vários tipos de temas sobe educação musical.
O trabalho foi realizado em caráter quantitativo e as informações foram agrupadas por
temas. O canto coral é uma atividade musical que acontece em diferentes espaços sociais,
como escolas, igrejas, associações, empresas, universidades, ONGs, dentre outros. Os
objetivos em participar de um coral são diversos. Vão desde a vontade de adquirir
conhecimento teórico musical, de técnica vocal, a possibilidade de se apresentar em público, a
integração social ou somente por gostar de cantar.
O texto traz a referência teórica de Robinson e Winold (1976). Eles apontam que o
canto coral é uma atividade musical acessível aos não profissionais, sendo popular entre as
pessoas de todas as classes e idades. Por todos estes aspectos o canto coral tem sido tema de
várias produções discentes nos cursos de pós graduação stricto sensu no Brasil.
42
A metodologia para a coleta de dados foi a pesquisa nos anais impressos no período de
1992 a 2000 e CD-ROM dos eventos de 2001 a 2009. Foram selecionados os trabalhos que
fizessem menção direta ao tema canto coral ou coro, palavras-chave ou resumo.
Posteriormente, os trabalhos foram organizados em temas.
O texto descreve que foram realizados 18 encontros nacionais e congressos da ABEM,
tendo sido publicados 1557 trabalhos nos anais destes eventos. Desta quantidade, 66 foram
sobre canto coral.
No período de 1992 a 2000 foram apresentados apenas seis trabalhos sobre canto
coral. Em 2002 o tema aparece em todos os anos, tendo um grande aumento no ano de 2009,
no congresso realizado em Londrina. Dos 66 trabalhos encontrados 48 são relatos de
experiência e descrições de projetos onde se utiliza o canto coral para proporcionar educação
musical e/ou inclusão social.
Em relação à faixa etária, 22 Trabalhos são sobre corais infantis ou infanto-juvenis. E
6 trabalhos abordam o canto coral na terceira idade.
Se encontrou também os seguintes temas: repertório, formação do regente e sua
atuação, técnica vocal. Também se observou um número grande de trabalhos sobre a relação
corpo-voz no desenvolvimento musical, e também se viu que existem artigos que veem o
canto coral como um momento de educação musical.
Nas considerações finais, o texto afirma que o tema canto coral tem se tornado
frequente nos trabalhos apresentados nos encontros nacionais e congressos da ABEM. Ainda
se encontra muitos relatos de experiências, mas outros temas menos comum, como psicologia
e sociologia, já começam a surgir em alguns trabalhos apresentados, o que reforça o canto
coral como uma atividade de legítima aprendizagem musical.
28
Cooperação e integração no canto coral. (AMATO, Rita de Cássia Fucci. 2010, p. 618625).
Este artigo traz um estudo que visa desenvolver a análise de aspectos organizacionais
e administrativos em relação à estruturação e ao trabalho de coros, com também as atribuições
e atividades desempenhadas pelos regentes destes coros.
O trabalho com canto coral pode ser vislumbrado por duas perspectivas. Uma é que o
canto coral é encarado como uma atividade de lazer, como uma ferramenta motivacional,
muitas vezes inserido no programa de qualidade de vida das empresas. Este processo teve
início após 1968, quando começaram as preocupações com a saúde mental do trabalhador. A
43
outra é que o canto coral também é visto como um trabalho, embora o conceito de trabalho
esteja ligado apenas a atividade obrigatória, o que pode até classificar o coral profissional,
mas nunca o coro amador. Porém, para Dejours (2008, p. 38), trabalhar seria um ato orientado
para um objetivo de produzir algo. Sendo assim, se poderia classificar qualquer manifestação
de canto coral como trabalho, já que coros fornecem serviços ou produtos culturais, como
apresentações, concertos e gravações, além do trabalho coletivo que envolve a noção de
trabalho.
O canto coral é descrito como uma prática musical exercida e difundida em muitas
etnias e culturas. Como sendo um grupo de aprendizagem musical, desenvolvimento vocal,
integração social e inclusão social, o coro é um espaço constituído por diferentes relações
interpessoais e de ensino aprendizagem, fatores estes que exigem do regente habilidades não
somente sobe música e técnica vocal, mas também no gerir pessoas que precisam estar
motivadas, aprendendo e convivendo em um grupo social. O texto também remete à Grécia
antiga, dizendo que nesta época as funções do canto em conjunto são apreciadas. A autora cita
VILLA LOBOS (1987, p. 87), que afirmou que o canto coletivo, com seu poder de
socialização, faz com que o indivíduo perca a individualidade excessiva, integrando-se na
comunidade, e com isto sendo apenas mais um na participação de ideais das grandes
nacionalidades.
Ao dedicar-se ao aprendizado das músicas nos ensaios e horas extras, o cantor se
integra ao grupo na busca de metas comuns, se percebendo assim um carisma grupal, onde
todos os sentimentos e obstáculos são transpostos. A estrutura organizacional menos
hierárquica e rígida do coro facilita o aparecimento de relações intersubjetivos, ora
harmoniosos, ora dissonantes. O texto também explica que o ato de cantar em coro também
acrescenta ao coralista conhecimentos artísticos e estéticos que podem provocar mudanças de
mentalidade dos coralistas e os auxiliar no desenvolvimento estético e crítico.
O texto conclui dizendo que um coro pode despertar no homem uma auto-atualização,
o uso e exploração de talentos, capacidades e potencialidades, sendo estas características não
acrescentadas, mas sim despertadas através da situação musical favorável a este despertar.
Também descreve os elos que são construídos com as configurações socioculturais, da própria
individualidade e a individualidade do outro, das relações interpessoais, com solidariedade e
cooperação.
44
29
Educação musical com idosos: concepções e práticas de regentes no canto coral.
(FIGUERÊDO, Michal Siviero. 2010, p. 679-690).
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa de campo realizada durante um
festival de corais da terceira idade, na cidade de Salvador, Bahia. As informações foram
coletadas utilizando-se questionários respondidos pelos regentes e a observação direta das
apresentações dos corais. A pesquisa procurou conhecer algumas práticas destes regentes no
processo de ensino aprendizagem. Detectou-se que era recorrente a seleção não excludente e a
presença de música popular brasileira no repertório.
O texto inicia dizendo que a educação musical ao redor do mundo tem incluído
educação em música e educação através da música, devendo englobar todas as idades. ISME
(1998). O texto afirma que a experiência educativo musical contribui para a qualidade de vida
das pessoas idosas, e afirmam que o envelhecimento não atrapalha o sucesso deste processo
de ensino.
Em relação ao equilíbrio entre o potencial e os limites, sabe-se que a performance é
um dos principais objetivos do canto coral. Se utilizando da referência teórica de Araújo
(2006, p. 68), o texto diz que o regente de coro da terceira idade deve conscientizar-se de que
nem sempre o som conseguido é o ideal musical, mas precisa ser o melhor que eles possam
alcançar.
A pesquisa já citada acima foi realizada com 13 dos 14 regentes participantes do
evento. Buscava-se as informações sobre sua formação e experiência, sobre seus
conhecimentos na atuação nos corais, suas concepções e práticas.
As respostas foram colocadas em um gráfico, que procuro descrever aqui em palavras.
Formação:
38% sem curso superior ( cinco regentes).
23% com licenciatura (três regentes).
23% com curso de regência (três regentes).
08% com formação em canto (um regente).
08% com licenciatura e regência (um regente).
Em relação a gestão do grupo, somente um regente afirmou centralizar as decisões
sobre repertório e metodologia sem ouvir a opinião dos coralistas.
45
Em relação à gestão, a pesquisa mostrou que:
92% é participativa (onze regentes).
08% sem resposta (um regente).
08% centralizadora (um regente).
O tipo de gestão adotado pelos regentes pode ser enquadrado na liderança situacional,
onde os líderes procuram atuar ora dando ênfase nas tarefas, ora nos relacionamentos.
Em relação aos objetivos de participar do coral, vemos o seguinte:
Três regentes disseram que o objetivo era a promoção do prazer.
Três regentes disseram que era o treinamento do repertório.
Quatro disseram que era aprendizagem.
Dois disseram que era socialização.
Em relação ao foco dos cantores na visão do regente, vemos o seguinte:
Sete regentes disseram que o foco era lazer e prazer.
E cinco regentes disseram que era socialização.
De todos os regentes, apenas três realizavam seleção excludente para admissão dos
coralistas. Dez classificavam as vozes em naipes. Onze não usavam nenhum método
específico e dois utilizavam atividades de Dalcroze e Kodály.
Todos realizavam aquecimento vocal (vocalizes). Apenas um não realizavam
exercícios respiratórios e nove faziam exercícios de articulação vocal.
O repertório era baseado em música brasileira, utilizada por todos os corais, e em seis
corais também se ensaiavam músicas eruditas e/ou religiosas. O processo de escolha do
repertório era baseado em extensão vocal, facilidade da música, músicas alegres e bonitas.
Também se modulavam alguns arranjos para adequação vocal do coro. A expressão corporal
era pouco desenvolvida na maioria dos corais. O texto também diz que o ritmo de
aprendizado dos idoso é mais lento, o que é condizente com a economia de recursos do
organismo na velhice.
46
Nas considerações finais, o texto esclarece que embora a velhice traga algumas
limitações orgânicas que podem limitar a produção musical, os regentes não devem se
contentar com resultados razoáveis. Deve-se detectar as limitações e utilizar ferramentas e
estratégias para vencê-las, buscando descobrir também o ritmo do grupo onde se trabalha e
com isto, estabelecer metas e objetivos alcançáveis.
30
Estágio em canto coral: uma experiência com participantes leigos. (BRITO, Mikely
Pereira. 2010, p. 968-973).
Este artigo descreve um estágio em grupo corais por participantes sem nenhuma
experiência em educação musical, sendo as atividades desenvolvidas requisitos para a
aprovação na disciplina Estágio Curricular IV do curso de licenciatura em música da
Faculdade de Música do Espírito Santo – FAMES, sendo dividida em duas etapas, uma etapa
de observação e outra de prática.
O artigo se inicia afirmando que hoje em dia os corais são formados em diferentes
lugares, como igrejas, projetos sociais, empresas, instituições de ensino, além de outros mais.
Por isto, aparecem grandes desafios aos regentes no que diz respeito ao critério de seleção das
vozes. O regente acaba tendo que realizar um trabalho prévio de desenvolvimento perceptivo
musical com os coralistas. O texto aborda a teoria de Figueiredo (2006) dizendo que neste
caso o regente se coloca como um professor, desenvolvendo não somente atividades da
regência, mas também atividades didático-pedagógicas.
O artigo traz também informações sobre o repertório, dizendo que neste caso a
definição dele se baseia na referência teórica de Torres e colaboradores (2003), de acordo com
a experiência de Agnes Schmeling, que são aspectos relacionados à frequência, duração e o
horário dos ensaios, infraestrutura, capacidade dos participantes, vozes disponíveis. Também
é importante ouvir os participantes e aceitar suas sugestões. Para um grupo iniciante, deve-se
iniciar os ensaios com um repertório de fácil execução. Posteriormente, com o grupo tendo
uma evolução musical significativa, pode-se incluir músicas com um grau de dificuldade
maior, criando um pequeno desafio, para que eles possam vencer. Estas
O músico que decide ingressar na regência coral deve ter consciência do seu papel de
formador de cantores. Fernandes, Kayama e Östergren (2006) descrevem uma estimativa do
ano de 1992, em que se percebeu que 95% dos cantores de coral em todo o mundo não
estudavam canto individualmente, deixando assim a sua evolução e preparo vocal sob a
responsabilidade do regente. É prudente ao regente saber se terá capacidade de trabalhar com
47
vozes leigas. Ele terá que adaptar arranjos, ter formação musical, tocar um instrumento
harmônico. Isto o texto aborda referenciado em Teixeira (2005).
Sendo a disciplina de Estágio Supervisionado IV, e sendo esta dividida nas etapas de
observação e prática, o autor decidiu estagiar em dois lugares diferentes, onde em um,
realizaria a observação, e em outro grupo, realizaria a prática.
Na fase de observação, a autora percebeu que como os cantores do coral eram
formados por pessoas leigas em música, houve uma certa dificuldade em desenvolver o
trabalho. O regente teve que passar nota por nota com os cantores, para que memorizassem.
Se pôde perceber uma certa insegurança em determinados momentos. Mas, com o
desenvolver dos ensaios, os cantores foram melhorando gradualmente e conseguiram um
pouco de autonomia. O repertório era bem básico, sem grandes dificuldades técnicas.
Também é disponibilizado aos alunos aulas de teoria musical com flauta, o que estimulou os
alunos a aprenderem a teoria musical.
A autora relata que a observação influenciou o seu estágio prático. Teve como desafio
a montagem de um musical com o tema do Natal. Para a autora, caberia escolher o repertório,
ensaiar com os adultos e auxiliar nos ensaios e apresentações. Onze canções compunham o
repertório, com divisão de duas vozes e partes em uníssono. Foram convidados alguns
cantores experientes para os solos e auxílio aos coralistas menos experientes. Fora realizados
durante os ensaios, vários exercícios respiratórios, articulatórios e vocalizes. A parte cênica
foi um grande desafio, pois os cantores não tinham experiência com teatro. Ao final, o
musical foi apresentado e aprovado pelo público.
Concluindo, o texto diz que o papel do regente não é apenas o de ensaiar e reger, mas
também o de desempenhar atividades didático pedagógicas, sendo versátil e competente para
gerir, e saiba escolher um repertório que estimule os participantes a evoluírem musicalmente.
31
Investigando a prática coral: dificuldades e aprendizagens da pesquisa de campo.
(DIAS, Leila Miralva Martins. 2010, p. 1143-1149).
Este artigo traz dois estudos de caso, com dois coros de duas instituições da cidade de
Porto Alegre, RS. Aborda-se a educação musical nos coros tomados como objeto de estudo,
utilizando-se a pesquisa participante.
O campo empírico são dois corais. Um coral é formado por pessoas da comunidade,
com vozes mistas, em um colégio particular que funciona como uma cooperativa de pais e
funcionários. O outro coral é formado somente por mulheres, em um hospital particular da
48
cidade. O interesse dessa pesquisa se volta para as práticas pedagógicas musicais vocais,
sendo um grupo regido por uma maestrina formada em piano e a outra maestrina formada em
regência. Durante três semestres letivos foram feitas avaliações da proximidade que poderia
acontecer entre as pessoas envolvidas nesses dois coros, pedagogicamente relacionadas, em
situação não escolar.
A autora realizou uma pesquisa qualitativa procedendo a observação participante. A
pesquisadora participou como corista dos ensaios, apresentações públicas, viagens e encontros
fora do ambiente de ensaio. Com a produção de 57 diários dos ensaios, apresentações e
eventos, foi formada a base de dados. Também se realizou entrevistas, gravações e filmagens
de ensaios e apresentações.
Em um coral se pode investigar aspectos estético-musical como a sonoridade da
emissão vocal do coro, a qualidade da afinação dos coristas e como o coro interpreta um
arranjo de um determinado compositor. Mas o que se queria investigar ali era o aspecto
músico-educacional, e quais interações pedagógico-musicais e sócio-musicais permeavam
essas duas práticas corais.
Foi observado pela pesquisadora que no coro A, com cerca de trinta coristas, que os
coristas entravam e saíam do coral muitas vezes sem serem notadas, e que a motivação de
estar no coral variava bastante. Isto levou inquietação à pesquisadora, visto que, segundo o
referencial teórico de Teixeira (2005), os regentes têm a estabilidade dos seus grupos como
um dos desafios a ser enfrentado.
Ao entrevistar a regente do coro A, a pesquisadora pôde compreender que a liberdade
é parte da filosofia do seu trabalho, ficando apenas os que se identificassem com o trabalho.
No coro B, era o inverso. Por ter o compromisso de se apresentar semanalmente, o
controle era rígido. E este foi o primeiro aprendizado, saber entender a lógica do outro (DIAS,
2007). A autora, durante a pesquisa, teve que quebrar seus pré conceitos sobre como proceder
em um coral.
A pesquisadora se sentia uma estranha no coro A. Por ser nordestina, o sotaque já
trazia grande diferença dos demais corista, e isto a inibia de falar algo como também de ser
compreendida, chegando ao ponto de ela ter que reformular algumas frases nos diálogos para
que a entendessem. Também não sabia onde se sentar no coro, devido ao regente não
classificar as vozes dos novatos, nem indicar onde ficar. Até que conversando, descobriu o
lugar certo. A pesquisadora tinha duas preocupações: o de coletar dados como pesquisadora e
a outra era, como coralista, aprender novos arranjos, ensaiar em casa e com o grupo e se
49
apresentar. Isto foi uma nova situação, pois estava no coro como coralista aprendiz, o que
trazia grande desconforto. A pesquisadora tinha muita preocupação em não desapontar as
regentes, pelo fato de ser professora e também regente de coral.
Os dados coletados eram agrupados em ordem cronológica. Depois, se faziam
reflexões das atividades e destacava o que serviria para a pesquisa.
As informações do coral B eram mais extensas devido aos ensaios e apresentações nos
corredores do hospital, com um lanche entre os dois. Nestes momentos, durante as
caminhadas pelos corredores, conversávamos sobre a reação dos pacientes, funcionários e
acompanhantes tinham ao verem e ouvirem o coral. Ao descrever os conflitos dos corais, a
pesquisadora tomou bastante cuidado, para que as informações descritas não fossem
analisadas como fofocas.
Concluindo, a autora descreve que o primeiro grande desafio foi deixar acontecer a
emersão do objeto. Inserido no ambiente de coleta de dados, a autora se surpreendeu com as
novas perspectivas que surgiram, o que a fizeram reformular o roteiro já pré-definido do
estudo (epistemologia do inesperado).
32
O processo criativo no canto coral articulado com outras linguagens artísticas. (SOUZA,
Ana Maria de Castro. 2010, p. 1630-1636).
O objetivo deste artigo é investigar quais são as pontes de articulação entre o canto
coral e outras linguagens cênicas e como elas agem enquanto ferramentas de aprendizagem e
facilitação para a interpretação musical em grupos nos diferentes espaços, faixas etárias,
nacionalidades ou conhecimentos.
As atividades de canto coral da Escola de música da Universidade Federal do Pará
(UFPA), tiveram início por volta de 1987/88, em estilo tradicional, e não apresentavam
resultados satisfatórios, mesmo harmonicamente prontos. Isto inquietando a pesquisadora,
durante um Painel de Regência Coral em Resende (RJ), assistindo coros com uma grande
maturidade interpretativa e cênica, a autora resolveu convidar a maestrina Mara Campos para
ministrar um curso de regência em Belém envolvendo o trabalho do coral que a pesquisadora
regia, o Coral Helena Coelho Cardoso.
Com as novas experiências e os novos arranjos corais, o coral se integrou com
profissionais de áreas cênicas (teatro e dança), praticando a expressão corporal para despertar
a espontaneidade de movimentos, postura e posição corporal em cena, além de interpretação
das letras, integração, gestual e expressão facial baseado no período e estilo do repertório, que
50
era composto por música nacional, estrangeira, erudita, profana e religiosa, MPB e regional,
contemporânea e infantil, com estudo interdisciplinar.
Este trabalho cênico realizado com o coral visava saber até onde o coro poderia se
desenvolver cenicamente em prol de uma interpretação mais completa. Foram utilizadas as
ideias dos pensadores Dalcroze (1869-1950), Orff (1895-1982), Willems (1890-1978) e
Laban (1879-1958). Várias experiências em outros coros vivenciadas pela pesquisadora
reforçaram a convicção de que o ritmo é um caminho para a interpretação dos coralistas, e que
as ligações como outras linguagens artísticas facilitam o desenvolvimento de potenciais
artísticos, cognitivos e motores dos envolvidos.
33
Organização e Sistemática de coros amadores aplicável a diferentes grupos vocais:
comunicação de pesquisa concluída. (DIAS, Caio Vinícios Cerzósimo de Souza. 2010, p.
1734-1741).
O presente artigo descreve metodologias utilizadas e apresenta as conclusões da
pesquisa realizada no Grupo Coral Vivo Canto, com o objetivo de sugerir uma proposta de
organização de coros amadores e um sistema de ensaio coral, e obtenção do diploma de
graduação em Licenciatura em Música, com habilitação em Educação Musical do autor.
O método utilizado na pesquisa foi de Pesquisa Ação, pelo fato de estar presente nos
ensaios, e com a equipe no planejamento e avaliação. Um diário de campo foi utilizado para o
registro de dados. Posteriormente, foi realizado uma filtragem do material coletado, buscando
intensificar o estudo nas informações que tiveram melhor desempenho na prática. Depois, foi
feito uma revisão do conteúdo juntamente com o referencial teórico. Foi solicitado por escrito
aos participantes do grupo, autorização para utilização das informações, como também de
imagens, para fins acadêmicos.
O texto salienta que devido à ausência de material teórico, muitos profissionais da
regência ficam limitados no melhoramento dos seus conhecimentos. O objetivo principal foi
investigar uma metodologia de ensaio para coros amadores baseado nos métodos ativos de
Kokály, Dalcroze, Orff, Willems.
Foi constatado que os métodos ativos são de grande importância no desenvolvimento
de propostas para a educação musical no canto coral amador.
Ao final da pesquisa, chegou-se a um material sugestivo de trabalho com grupos corais
amadores, que consiste no cuidado e organização do trabalho, atentando-se para o produto
51
musical artístico (ensaio e apresentação), como também o planejamento de todo o processo,
com avaliação dos resultados propostos.
34
Painéis Funarte de Regência Coral: ente política cultural e política curricular.
(RASSLAN, Manoel Câmara. 2010, p. 1753-1762).
O artigo tem a finalidade de divulgar o processo de estudo, pesquisa e doutoramento,
realizados com base em relatórios de três Painéis de Regência Coral, promovidos pela
INM/FUNARTE. Estes painéis foram realizados da década de 80, como o intuito de
desenvolver a música coral no Brasil, focando nas instituições públicas e privadas do país,
além de escolas, universidades, associações, empresas e igrejas. As informações buscadas
foram a de implantação de uma política cultural em que considerava o coro um espaço de
prática, ensino e difusão musical.
O texto aborda resultados do II, III e V Painéis, realizados nos anos de 1982, 1983, em
Brasília, e 1985, em Nova Friburgo, RJ. Estes estudos detectaram que se fazia necessário um
intercâmbio maior entre os regentes, além de aprimoramento dos profissionais regentes.
Após as discussões e sugestões, para selecionar prioridades de ações, foi decidido no
II Painel os seguintes objetivos: discussão setorial e regional de um temário de livre escolha.
Apresentação de proposta teórica e/ou prática, para a prática coral naquela década.
Na terceira edição do Painel, foram realizados oficinas de regência, de criação
musical, grupos de discussão com regentes de coros universitários, corais infantis, corais de
empresas e de outros corais.
No quinto Painel, o relatório descreve uma experiência vivenciada com regentes de
coros infantis, com quatro escolas da cidade de Nova Petrópolis, RJ, onde se pôde realizar
uma comparação das quatro escolas e sua postura no processo de ensino do canto coral. Cada
escola contava com sua realidade, e isto também refletia no processo de ensaio do coral, visto
que, em uma escola, os alunos tinham uma dificuldade vocal enorme. Já outra, contava com
crianças dispostas a cantar. E outra, disponibilizou sala com piano e as crianças bem dispostas
para a aula.
O texto aborta como referencial teórico Certeau (1995), onde diz que política cultural
é um conjunto mais ou menos coerente de objetivos, de meios e de ações que procuram mudar
comportamentos, segundo critérios explícitos.
52
O texto traz em sua conclusão, que com os objetivos de fortalecimento dos coros e
suas funções de ensinar, difundir a música e formar ouvintes, os Painéis pretendem estimular
o gosto pela música coral, unindo também o popular com o erudito.
35
Articulações pedagógicas no coro das Ganhadeiras de Itapuã: mulheres em cena
(pesquisa em andamento). (SORRENTINO, Harue Tanaka. 2010, p. 2344-2349).
O artigo traz um estudo etnográfico que analisou o processo educativo musical
desenvolvido pelo coro das Ganhadeiras de Itapuã. Foi proposto identificar, documentar,
analisar e interpretar as articulações pedagógicas encontradas no trabalho desenvolvido com
os participantes do coral. Estas informações serão confrontadas, não necessariamente aqui,
com outros estudos que tiveram como referencial teórico PONTES (OLIVEIRA, 2005, 2006,
2007; OLIVEIRA; HARDER, 2008).
O trabalho consistiu num estudo de caso qualitativo, colhendo as informações num
trabalho de campo, realizando entrevistas com as pesquisadas, e também com observação
participante, conforme afirma André (2008, p. 49).
O idealizador do grupo, Sr. Amadeu Alves, teve esta iniciativa, pois queria reavivar a
memória da comunidade, que estavam sendo esquecida, e também, valorizar as defensoras da
cultura local, como Dona Francisquinha, dentre outras. Esta foi a forma principal de manter
viva a cultura desta comunidade.
36
Vocal CE-Canta: um relato de desafios musicais e pedagógico-musicais na formação de
acadêmicos do curso de Música. (SALA, Helena Dóris de. 2010, p. 2414-2419).
O texto traz o relato de experiências de alunos de licenciatura em música que
participaram como regentes do Grupo Vocal CE-Canta. O coral tem como objetivo
desenvolver atividades de cunho musical a fim de potencializar práticas de canto coral. O
texto relata os desafios musicais e pedagógicos musicais enfrentados e os resultados surgiram
da reflexão sobre o ensino aprendizagem, contribuindo com a formação acadêmica
profissional dos alunos.
O coral existe há oito anos. É um projeto extensão vinculado ao Laboratório de
Educação Musical. Tem como uma de suas características a rotatividade semestral dos seus
coralistas. O texto informa que o coral conta com três regentes, um preparador vocal e um
tecladista, e conta com aproximadamente 25 integrantes dos cursos de pedagogia, educação
53
especial, licenciatura em música, engenharia elétrica, geografia, fonoaudiologia, funcionários
da instituição e pessoas da comunidade, sendo a faixa etária de 18 a 50 anos.
No início dos ensaios em 2010, a maioria dos coralistas disseram que não tinham
nenhuma experiência com canto coral e que não sabiam ler partitura. Esta situação é bastante
comum nos coros brasileiros. Porém, com o entusiasmo dos coralistas, dispostos a agregarem
aos seus conhecimentos a experiência estética e expressiva se conseguiram realizar o trabalho.
O trabalho foi realizado com o objetivo de facilitar o aprendizado dos cantores, que
não tinham formação musical. Por isso, o repertório foi composto de músicas condizente com
a capacidade vocal do grupo e também do gosto deles. Eram realizados dois encontros
semanais, com duração de uma hora, e se realizada atividades de relaxamento, técnica e
aquecimento vocal.
Em dois meses de ensaios, já se percebeu a evolução do grupo em afinação e
qualidade vocal. A técnica vocal aplicada favoreceu a amplitude da tessitura vocal,
favorecendo também a afinação e impostação vocal. O texto cita a referência de Teixeira
(2003), dizendo que cantar em coro significa encontrar o outro, partilhar experiências, ideias,
costumes e valores. Os ensaios acabavam chamando atenção de pessoas que, em uma
lanchonete próxima, se alimentavam.
O texto relata ainda que a experiência de trabalhar com um coral misto fez com que os
estudantes crescessem como educadores, ampliando a vivência pedagógico musical, e a
competência como regentes. Foi percebido que ao regente não cabe apenas ter habilidade
musical, e preocupação com afinação, mas também em se integrar com o grupo, buscar
oportunizar aos cantores o aprimoramento do gosto musical e o prazer pela atividade vocal
em grupo.
37
A preparação vocal no ensaio coral: uma oportunidade para aquecer ensinando e
aprendendo. (SILVA, Caiti Hauck da; RAMOS, Marco Antonio da Siva; IGAYARA,
Susana Cecília. 2010, p. 268-273).
O artigo traz uma pesquisa de mestrado sobre a importância do aquecimento vocal
adulto como oportunidade de ensino-aprendizagem da técnica vocal e desenvolvimento
musical.
Segundo o texto, o aquecimento vocal é importante tanto no canto solo como em canto
coral, pois além de aquecer, aumenta o fluxo sanguíneo no local, irrigando o aparelho
fonador, levando a uma maior flexibilidade e menor possibilidade de lesões. O texto traz a
54
referência de ROBINSON & WINOLD, que afirmam que o regente em sua vida profissional
irá trabalhar com não profissionais, e para isso o regente deve ser um educador competente. E
também, os regentes devem vislumbrar o trabalho de aquecimento como uma aula de técnica
vocal coletiva. No trabalho de técnica vocal, também se trabalha a respiração, postura,
ressonância com ajuda das vogais nos vocalizes. O texto traz também o pensamento de
THOMAS (1979: 74), onde ele diz que uma formação vocal intensiva é pré-requisito absoluto
para o regente coral, pois o ensaio exige tanto conhecimento do mecanismo da voz quanto
uma aula de canto, e afirma que “cada coro canta e fala como seu regente”.
O texto traz opiniões divergentes sobre Kurt Thomas, que foi compositor, regente de
coral e pedagogo. E Richard Miller, um dos principais autores na área de pedagogia vocal,
sobre o formato da boca no canto. Miller aborda a escola alemã, que diz que é através do
formato fixo da boca que se equaliza as vogais (1997: 48). Já a escola italiana, parte do
princípio que se deve cantar como se fala, ajustando a boca e a faringe para a correta
formação das vogais.
O texto finaliza dizendo que, apesar das divergências, os exercícios que propõem os
dois autores citados neste artigos podem se complementar, podendo ser utilizado tanto em
coros amadores como em coros profissionais.
38
Aspectos psicossociais na prática coral: dois estudos de caso. (DIAS, Leila Miralva
Martins. 2010, p. 375-379).
O presente artigo traz uma pesquisa de doutorado em fase de conclusão, que trata de
dois estudos de caso a duas instituições de Porto Alegre, RS. Com observação participante,
são destacadas as interações pela prática coral e seus desdobramentos psicossociais nas
relações entre os coralistas.
Os objetos da pesquisa empírica são dois corais adultos. O coral A, de vozes mistas,
formado pela comunidade, se reúne em um colégio particular de uma cooperativa de pais e
funcionários. O coral B, de vozes femininas, pertence a um hospital particular da cidade. Tem
ensaios de cento e cinquenta minutos por semana e logo após os ensaios, realiza apresentações
públicas, se locomovendo pelos corredores do hospital. A autora quis detectar neste estudo de
caso o que aproxima as pessoas destes dois coros, nesta prática pedagógico musicais nos
contextos extraescolares.
No coro A, existem pessoas de idade, classes sociais e níveis de formação diferentes,
que se encontram para cantarem juntos. Além do prazer em desenvolver a voz, eles relatam
55
que também existe o fator, social, ou seja, sair da solidão, fazer novos amigos e conhecer
novas pessoas. No início do ensaio, a maestrina, buscando a sintonia entre os coralistas,
realiza um trabalho chamado de “pulso do grupo”. Durante o aquecimento, são realizadas
brincadeiras de roda, batimentos corporais, trabalhos de criações individuais e coletivas,
dentre outras. O coro conta com uma coreógrafa, o que facilita o deslocamento corporal.
Ainda durante o aquecimento, o texto relata que o aquecimento vocal buscava sair do som
coletivo para uma única massa sonora. Esta sintonia é descrita por Schutz (1974), onde diz
que cada um deve sair de si para encontrar o outro através da sua voz, buscando uma unidade
sonora, alcançando um objetivo comum.
No ensaio do repertório, o coro tinha, eventualmente, liberdade de construir seus
arranjos coletivamente. Porém, devido à sempre terem apresentações a serem realizadas, os
ensaios eram voltados para um resultado musical mais elaborado, com todos convergindo para
um único objetivo. Outro aspecto importante é que a formação do coral nos ensaio era em
círculo. O texto traz a referência teórica de WHITE (1999, p. 55) onde diz que o círculo é a
formação democrática ideal, pois assim, cada pessoa se torna tão importante quanto seu
vizinho, sem hierarquias.
As relações tinham um fortalecimento não somente durante os ensaios, mas também
depois dele, com situações de convívio durante uma carona, ou um programa de lazer, o que
reforçavam os laços de compromisso com o coral.
O coro B, segundo o artigo, é formado por vozes selecionadas, com intuito de se ter
uma ótima afinação no coro, e que este mesmos cantores já dispunham de conhecimentos
técnicos musicais, inclusive alguns já cantando em outros grupos corais. Há uma boa
interação dos coristas, tanto nos ensaios, quanto nas viagens organizadas pelo coral. Durante a
apresentação, pelos corredores do hospital, percebe-se certa surpresa nas pessoas. O público
geralmente formado por pacientes, familiares e acompanhantes se deleitam com as músicas,
demonstrando grande satisfação.
A convivência da autora com os corais trouxe, no campo empírico, uma riqueza de
dados onde além dos aspectos músico estéticos, trouxe compreensão das práticas pedagógicas
no resultado das relações sociais desenvolvidas.
56
39
Canto Coral que encanta: um estudo do processo de educação musical com idosos em
Madre de Deus, região metropolitana de Salvador, Bahia. (FIGUERÊDO, Michal Siviero.
2010, p. 421-425).
O presente artigo discorre sobre uma pesquisa de Mestrado que estudou o processo de
educação musical com idosos no Coral Canto que Encanta no município de Madre de Deus,
Bahia. Esta pesquisa ocorreu entre 2007 e 2009, e os resultados encontrados revelaram que
aspectos fisiológicos (presbifonia e presbicusia) e psicossociais impactam no processo de
ensino aprendizagem dos idosos.
A autora acredita que a facilidade em realizar este estudo se deu ao fato de ser
morador do município e de ter conquistado a confiança do grupo. A autora procurou realizar a
educação musical com canções e vocalizes, utilizando como referencial teórico CHAN
(2001), e também brincadeiras de roda, jogos de mão, todas no intuito de contribuir tanto no
melhoramento do desempenho musical como n bem estar e socialização do grupo. Também a
autora buscou referências sobre liderança e sobre envelhecimento, o que ajudou no processo
musical como um todo. O coral contava com 25 a 30 componentes. Onze eram casadas e 14
não tinham marido (por motivo de viuvez, divórcio, abandono). Somente duas tinham
completado o ensino médio. Muitas tinham um renda baixa, o que fazia com que ainda hoje
realizassem pequenas atividades para complementação da renda. Algumas disseram ter tido
alguém na família que era músico. Algumas também gostariam de aprender um instrumento
musical, e definiam música como sendo algo alegre, que trazia descontração e melhorava o
humor, e o fato de gostarem de cantar é o principal motivo de estarem no coral. Todas
afirmavam estarem satisfeitas com a metodologia empregada nos ensaios e a atuação da
professora melhorou, pois tinha aprendido a lidar com os idosos. Criou-se a rotina de se
ensaiar mesmo quando a maioria faltava, de participar da escolha do repertório, postura mais
otimista nas apresentações e compreensão do que melhorar quando os resultados não eram tão
favoráveis.
As dificuldades apresentadas foram: dificuldade em decorar as letras das músicas,
realizar exercícios vocais, cantar em vozes, cantar e movimentar-se e ter fôlego suficiente
para as frases musicais. Houve uma avaliação das coralistas com uma fonoaudióloga, que
detectou existir pequenas alterações vocais, embora mínimas. A memória de trabalho e a
memória recente afetavam a maioria das coralistas, o que causou preocupação. Apenas três
senhoras tinham problemas de afinação.
57
Apesar de declararem o gosto por cantar, a frequência não foi assídua por boa parte do
grupo. Problemas de saúde, e cuidados com parentes foram as principais causas das ausências,
além também de questões econômicas.
Os fatores fisiológicos também foram percebidos, como a presbiacusia (perda da
audição com a velhice), que prejudicou para uma melhor afinação nas execuções musicais. A
Presbifonia (processo de envelhecimento da voz, tornando-a áspera e soprosa) também
limitou o trabalho musical. A desaceleração do organismo, diminuindo o tempo de reação,
também contribuiu para tornar mais difícil a memorização.
Em suas considerações finais, o texto conclui que o educador regente deve conhecer,
individual e coletivamente, fatores impactantes em seus grupos de idosos. O ritmo de
aprendizagem e interesses deles dever ser respeitado. O conhecimento que o idoso adquiriu
durante toda a vida é mantido. Mas, conhecimentos novos podem sofrer impactos por
questões fisiológicas e psicossociais. A velhice não deve impedir os idosos de participação em
ações musicais, e as dificuldades encontradas devem ser contornadas ações pedagógicas
eficientes, e o canto coral, por se trabalhar em grupo, favorece muito qualquer trabalho
voltado a esta parcela da população.
40
As múltiplas dimensões do canto coral amador: lazer, trabalho e cooperação. (AMATO,
Rita de Cássia Fucci. 2010, p. 442-446).
O artigo faz parte de uma pesquisa de pó doutorado que discute questões como a
configuração do coro amador como atividade de lazer e/ou de trabalho e as densas redes de
relações subjetivas que são formadas no espírito de cooperação que propulsiona a atividade de
coros amadores.
O texto inicia dizendo que a visão tradicional de coro amador como um espaço de
lazer, integração interpessoal e inclusão social não impede que se analise o coro com uma
visão perspectiva interdisciplinar, envolvendo a interface música-administração.
As relações entre coral e trabalho podem ser vislumbradas de duas perspectivas. Uma
é o coro como espaço de lazer, trabalhando a autoestima e a motivação das pessoas,
principalmente em empresas, onde o período pós 1968 se buscou melhorar a saúde mental do
trabalhador. A outra perspectiva é de que o canto coral pode ser visto como um trabalho,
embora seja difícil defini-lo assim, sendo o trabalho ligado a atividade obrigatória e inserida
no circuito monetário. O coro profissional pode ser claramente definido como trabalho.
O canto coral é uma prática musical exercida e difundida nas mais diferentes etnias e
culturas. É claramente um espaço de aprendizagem musical, desenvolvimento vocal,
58
integração interpessoal e inclusão social, e isto exige do regente uma série de habilidades não
somente musicais, mas também de liderança e gestão de pessoas, que buscam motivação,
aprendizagem e convivência em um grupo social.
O texto conclui dizendo que em um coro pode-se desenvolver o que Abraham Maslow
(1908-1970) chamou de auto atualização. Segundo Maslow, ao homem nada é acrescentado.
O homem comum é um ser humano completo, com poderes e capacidades amortecidos e
inibidos.
41
Canto Coral na escola: a prática pedagógica como objeto de pesquisa. (BRAGA, Simone
Marques. 2010, p. 459-464).
O presente artigo descreve sobre uma pesquisa desenvolvida no Mestrado em
Educação Musical, que foi aplicada na disciplina Canto Coral, em escola profissionalizante de
música, que tinha como objetivo investigar o processo avaliativo do desenvolvimento
individual dos alunos em atividade performática coletiva. A
pesquisadora,
que
oportunamente assumiu as turmas que eram formadas por jovens e adultos, com turmas entre
20 e 25 alunos, músicos que geralmente já atuavam profissionalmente, pôde aplicar
instrumentos avaliativos eficazes para conferir o desempenho individual dos alunos.
O artigo se inicia citando a crescente preocupação com a prática pedagógica dos
educadores musicais. Porém, existe uma dicotomia presente no processo teórico prático
pedagógico. O texto cita Conde (2003, p. 83), onde ele diz que o próprio professor é excluído,
deixando ele de receber de volta, na maioria dos casos, os resultados de suas pesquisas.
O texto diz que apesar das várias pesquisas já realizadas ao longo do século vinte e
um, a literatura sobre performance musical de corais escolares ainda é escassa. Esta escassez
pode ser explicada pelo fato do canto coral quase não ser oferecido como disciplina nos
currículos escolares brasileiros. Geralmente o canto coral é uma atividade extracurricular. O
canto coral foi instituído como disciplina nas décadas de 30 e 40, e era denominado canto
orfeônico. Para o músico profissional, o canto coral desenvolve a percepção auditiva,
consciência corporal, além de contextualizar conteúdos teóricos musicais. Mathias (1986) diz
que o canto coral desenvolve valores como atitude, disciplina e concentração.
A lei 11.769/2008 estabelece a obrigatoriedade do ensino de música na educação
básica como componente curricular. O canto coral, por ser de fácil aplicabilidade e de ótimos
resultados, pode vir a ser uma excelente opção de musicalização. Mas, para isto acontecer de
maneira concreta, é necessário que os professores estejam pedagogicamente bem preparados
59
para esta situação. O grande desafio ainda para implementação da disciplina canto coral, é
encontrar uma forma de avaliar o individual em um ambiente coletivo. Uma avaliação foi
proposta pela autora, baseada em um modelo desenvolvido por Keith Swanwick (1979).
Consiste no desenvolvimento musical, com atividades musicais sobre conhecimentos acerca
da voz. Ao final da pesquisa, chegou-se a conclusão que a avaliação cumpriu com o seu
objetivo.
42
A educação musical em ONGS: a prática do coral infantil na ADOTE-RN. (SILVA,
Janieri Luiz da. 2011, p. 61-71).
O artigo se inicia explicando que a educação musical entra no cenário da educação
brasileira e para cada setor terá objetivos, metodologias e didáticas específicas, em escola
básica, em empresas, com finalidades terapêuticas e em ONGs, onde os objetivos variam
entre educacionais, terapêuticos e musicais. Se utilizando do referencial teórico de FICHER
(2002, p. 45) o texto descreve ONGs como sendo organizações públicas, sem fins lucrativos,
com o objetivos coletivos ou públicos. O canto coral ainda é uma prática nova nas ONGs,
ligada principalmente a fatores educativos, e de fácil implantação, também por seu baixo
custo. O texto cita BRÉSCIA (2003, p. 84), quando ele diz que o canto coral incentiva a
socialização, proporcionando um conhecimento cultural, e ajuda na formação social da
criança e adolescente. As escolas devem considerar isto.
Este trabalho foi realizado na ADOTE (Associação de Orientação aos Deficientes),
(com duração de oito meses), que é uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve um
trabalho de inclusão de pessoas com necessidades especiais na sociedade. O coral foi criado
como parte de um projeto denominado “Atelier de Talentos”, sendo autorizado pelo
CONSEC. O coral formou-se com vinte crianças entre oito e dez anos, com deficiência física,
intelectual e crianças com déficit de atenção e diversas dificuldades de aprendizagens. Os
objetivos com o coral eram de desenvolver a percepção musical, concepção de ritmo,
melodia, musicalidade, a interação sociocultural, a apreciação, e a tudo isto também o
fortalecimento da família com a participação dos pais em palestras de incentivo no
desenvolvimento do trabalho.
Na seleção para ingresso no coral foram realizados entrevistas, com a coordenação
geral e o professor, além de um teste de vocalize, para se perceber a afinação, o ritmo,
acompanhamento e andamento dos candidatos. O texto aborda a teoria de BRITO (2001, p.
31), que diz que a educação de qualidade é aquela voltada às necessidades da sociedade. As
60
aulas foram de forma inclusiva, onde alunos com e sem deficiência aprendiam juntas. Os
ensaios aconteciam nas sextas feiras, no horário de 13:30 h. até 17:30 h. O texto descreve que
se
procurou desenvolver
ganhos
sociais
como
relacionamento
social,
interação,
desenvolvimento motor, além de conteúdos específicos musicais como percepção sonora,
percepção rítmica, afinação, cuidados com o aparelho fonador e também conceitos básicos de
teoria musical.
O trabalho que foi desenvolvido se baseou teoricamente em Villa Lobos, que diz que o
canto coletivo, com seu poder de socialização, desprende o indivíduo do egoísmo e
despertando o coletivo, com valorização da disciplina. Também, se utilizando dos conceitos
de Fucci Amato, se procurou desenvolver a inteligência vocal, a consciência corporal,
consciência auditiva, prática de interpretação, produção vocal em variadas formações.
As dificuldades encontradas ainda são o preconceito que existe com o deficiente, fato
este que dificulta muito a inserção deste em atividades rotineiras nos mais diversos ambientes
sociais. Outra dificuldade, esta no trabalho realizado, foi o de altura sonora (grave e agudo),
onde surgiram dificuldades na identificação do som, que foi solucionado com atividades extra
sala de aula. Também se trabalhou o ritmo e movimento corporal
Em suas considerações finais, o texto discorre que o trabalho das ONGs, que antes
eram iniciados com poucos recursos e quase sem nenhum apoio institucional, hoje recebe
apoio do estado, que reconhece o papel social fundamental, cedendo não somente recursos
financeiros, mas também profissionais para realizarem trabalhos específicos.
43
Corpo, voz e ensino do canto: vivências corporais no canto coral. (SOUZA, Simone
Santos. 2011, p. 195-204).
O artigo tem por finalidade investigar a relação corpo voz segundo a prática
pedagógica existente na preparação das vozes dos coros.
A autora inicia o artigo contando um pouco sua história musical, o seu encantamento
depois de assistir a uma apresentação do coral da CAGECE. Posteriormente, a autora relata
que ingressou na graduação em música na UECE, e a partir de então começou a cantar em
diversos corais. Então, no despertar do canto, resolveu desenvolver uma nova maneira de
fazer música coral, juntando corpo e movimento ao ato de cantar.
O ato de cantar envolve muito mais do corpo do que se imagina. O texto diz que a
sobrecarga de informações sobre respiração, ressonância, postura e musculatura gera uma
grande pressão nos alunos cantores. O texto traz a referência de MATHIAS (1986), que diz
61
que o cantor precisa desenvolver um senso de consciência corporal, uma vez que o corpo (seu
instrumento) não se resume ao local onde se localiza a laringe. A fragmentação do aparelho
fonador dificulta a dimensão cognitiva, física e emocional do ser humano. As publicações
também não ajudam muito, pois a maioria das publicações em língua portuguesa fala sobre
anatomo-fisiologia da voz, laringe e aparelho respiratório, não abordando que o ato de cantar
requer uma energia de todo o corpo. A autora explica que em Fortaleza, cidade que não tem
tradição forte de cantores líricos, os corais acabam sendo a principal forma das pessoas
aprenderem e desenvolverem suas habilidades vocais. E os regentes acabam por serem
formadores de vários cantores.
O texto traz como exemplo do trabalho corpo voz, o coral da UFC, onde, em 1981, se
decidiu fazer um repertório voltado para o cancioneiro popular, o que mudou a característica
vocal do coro, que deixou de lado o modelo tradicional europeu. O coral também trabalhava a
parte cênica. Seus recitais aliavam à preparação vocal ao trabalho corporal, pesquisa de
repertório e confecção de figurinos.
O texto explica que o estudo, por estar em fase de coleta de dados e análise destas
coletas, não apresenta uma conclusão ainda, e tem como base teórica norteadora destas
análises, o que MORAES (1999, p. 9) explana, dizendo que a análise de conteúdo, em sua
vertente qualitativa, parte de uma série pressupostos, servem de suporte para captar seu
sentido simbólico. E estes sentidos podem ser enfocados de diferentes perspectivas.
44
Formação e fazer musical no coral da UFC: ações multiplicadoras nos anos 1980.
(SILVA, Eduardo Teixeira da. 2011, p. 341-349).
Este artigo, utilizando o método da história oral, traça a trajetória do Coral da
Universidade Federal do Ceará na década de 80. Da formação dos ex-participantes nas
questões musicais e humanas, além de histórias individuais e do grupo, e a relação do coral
com a sociedade.
O texto descreve que o coral da UFC foi muito importante na formação de muitos que
hoje trabalham com música na cidade de fortaleza. O autor relata que hoje consegue
sobreviver somente com música, pois procurou estudar e se qualificar para isto. E esta
vontade de se profissionalizar foi despertada a partir da participação no coral da UFC.
O artigo aborda a história da educação musical brasileira do século XX e XXI, onde
sempre houve dificuldade do conhecimento musical em atingir a educação formal nacional, da
qual poderia ser propagado um movimento de democratização de tal conhecimento. Os
62
registros descrevem o canto orfeônico como uma prática idealizada e implementada por Villa
Lobos na década de 40, e que seria substituída pela Educação Musical durante a década de
1960. No início da década de 70, foi substituída a educação musical pela educação artística, o
que enfraqueceu o ensino de música nas escolas públicas e privadas. O texto cita
FONTERRADA (2008, p. 217-218), descrevendo que foi a partir da mudança de educação
musical para educação artística, que se iniciou um processo de regressão, devido ao fato de
tirar-lhe a condição de disciplina e transformá-la em atividade. Com a promulgação da
LDBEN nº 9.394, em dezembro de 1996, volta a condição de disciplina o ensino das artes.
Foi a lei 11.769, de 18 de agosto de 2008, que novamente incluiu o ensino de música
com o status de componente curricular. Essa lei altera a LDBEN nº 9.394/96, acrescentando
em seu artigo 26 um sexto parágrafo (§6º), que traz o seguinte texto “A música deverá ser
conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º deste
artigo”. Apesar disto, ainda há uma enorme dificuldade de implementação nas escolas
públicas e privadas. Verificamos assim o quanto é difícil o acesso ao conhecimento musical
em nossa sociedade, pois o ensino formal de música é precário nas instituições de ensino.
Espaços não formais de música acabam por terem um papel fundamental de democratização
do ensino de música, e esta característica também se aplica ao coral da UFC.
45
Quem canta seus males espanta: o canto coral no Programa Mais Educação em escolas
municipais da cidade de João Pessoa. (BRITO, Alan de Araújo de. 2011, p. 779-785).
O artigo investiga como ministra o ensino de canto coral no Programa Mais Educação.
O projeto abarca 82 escolas, e que as aulas estão a cargo de monitores, que muitas vezes não
possuem experiência na docência, o que acaba por variar muito a forma de ensino.
O programa Mais Educação (ME) é uma ação do Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE). É uma ação do governo federal para induzir a expansão da jornada escolar
na perspectiva da Educação Integral. O programa busca juntar os saberes escolares com os
saberes locais, valorizando a aprendizagem atrelada à vida e a realidade dos alunos.
O estudo foi feito em duas escolas do município de João Pessoa. O critério para definir
as escolas foi a distinção na formação dos regentes que trabalhavam nas referidas escolas. Um
tinha experiência acadêmica em música. O outro, não tinha formação em música, nem
experiência específica com o canto coral. A coleta das informações foi feita durante dois
meses, durante oito aulas em sequência.
63
O texto aborda uma característica do canto coral que aparece em praticamente todos os
educadores desta área. A de que o canto coral é uma ferramenta de ação social e de relevante
manifestação educativo musical. O texto também diz que o canto coral muitas vezes se torna
uma escola de música para os coralistas, onde se pode trabalhar técnica vocal, solfejo, leitura
musical e dinâmicas, como andamento, intensidade e outros, sendo possível, de forma
prazerosa, promover a vivência musical, e para isso o regente deve estar atento para
desenvolver estas possibilidades.
O texto descreve que a seleção dos monitores das oficinas fica a cargo de professores
comunitários, o que nem sempre garante uma seleção adequada, e que acaba surgindo práticas
educacionais bem diferenciadas. O programa mais educação prevê ensino em tempo integral,
e o texto questiona se a forma como ele vem sendo implementado está coerente com esta
perspectiva. O texto finaliza concluindo que a proposta do programa Mais Educação é válida,
e pode solidificar a presença de música nas escolas. Mas, o texto alerta que a implementação
não deve ser feita de qualquer forma, para que se garanta os resultados esperados tanto nos
objetivos do programa, como na eficácia e solidificação do ensino de música nas escolas.
46
A técnica vocal no coral infantil da UFRJ e sua influência no padrão técnico do cantor
lírico procedente deste grupo. (LIMA, Maria José de Souza; LISBOA, Hélida. 2011, p. 492498).
Este artigo tem como objetivo realizar uma reflexão sobre a técnica vocal utilizada no
Coral Infantil da Universidade Federal do Rio de Janeiro e quais as consequências para
aqueles que estudam canto com o objetivo de seguir a carreira de cantor(a) lírico(a), nos
conceitos de postura, relaxamento, respiração, ressonância, e ataque vocal. Esta pesquisa foi
realizada na forma de observação participante, mas também foram realizadas entrevistas com
três alunas e com o professor de canto.
O texto descreve em seu início que as vozes infantis sempre estiveram presentes em
coros de diversas formações. Na idade média, pelo fato das mulheres não poderem cantar, os
meninos cantavam as vozes agudas (soprano) e a parte dos contraltos eram cantados por
homens de vozes agudas ou em falsete. Isto se deve aos Portugueses, que trouxeram consigo
no período colonial e imperial (KIEFER, 1997). Coros de meninos cresceram no Brasil, e
também coros de meninas e mistos, com uma variedade de timbres, devido as várias técnica
vocais empregadas.
64
Em 1932, Villa Lobos implementa o canto orfeônico, criando o Curso de Pedagogia da
Música e Canto Orfeônico. No ano de 1976, Marcos Leite cria o coro adulto, de vozes mistas,
denominado de “Cobra Coral”, criando uma nova tendência no Brasil, tanto de canto coral
quanto de sonoridade, aproximando-se do canto popular, o que permitia uma interpretação
dos arranjos de música popular para coros. Mas, o coral que tinha em sua proposta interpretar
outro tipo de repertório, teve o Projeto Villa Lobos da Fundação Nacional de Arte –
FUNARTE uma oportunidade de participar de inúmeros cursos de regência, dinâmica de
ensaio e técnica vocal por todo o interior do país. Esteve à frente da ministração da técnica
vocal a professora Lúcia Passos, que tinha o seu trabalho baseado na tradição alemã de canto,
técnica esta que foi a base do trabalho desenvolvido no coral.
O trabalho do coral visa a inclusão de todas as crianças que se interessem pela
atividade coral. A faixa etária é formada pro crianças entre 8 e 15 anos, e as condições sociais
são bastante diversificadas, sendo que 70% destas são vindas da rede pública de ensino. O
repertório é formado por músicas de câmara para coro infantil, e também repertório sinfônico
e operístico para a faixa etária. O ensino técnico vocal é baseado na consciência corporal. A
respiração utilizada é a costo-diafragmática. A ressonância que se pretendia buscar se
originava na parte superior do trato vocal. A ressonância torácica não é incentivada.
O texto descreve, nas considerações finais, que o trabalho técnico vocal no coral
forneceu uma boa base para a continuidade da formação das cantoras entrevistadas, e que este
assunto é muito complexo, o que necessita de mais pesquisas para se obter mais informações
sobre o trabalho vocal com crianças em coros infantis.
47
Forma de organização de trabalho e uma nova ferramenta pedagógica para o canto
coral? (AMATO, Rita de Cássia Fucci. 2011, p. 526-532).
O artigo relata a experiência de um grupo vocal amador que se utilizou de um software
de transmissão de som e imagem em tempo real para a realização de ensaios à distância,
buscando perceber as vantagens e desvantagens desta nova ferramenta. Sob uma perspectiva
interdisciplinar se desenvolveu o trabalho, verificando o seu potencial educativo musical.
O texto aborda que o desenvolvimento de tecnologias, em especial a internet, tem
permitido aplicações em educação, e também no campo da educação musical. O texto tem
como base LOPES (2004: 3), que diz que “os avanços tecnológicos permitem que hoje se
construam ambientes de aprendizagem e treinamento”. A experiência é observada e analisada
no grupo Madrigal InCanto, grupo vocal a capella, amador e independente, que iniciou alguns
65
ensaios à distância, com o recurso Skype, que é uma ferramenta de comunicação que permite
a transmissão de áudio e vídeo em tempo real. Buscou-se perceber as vantagens e dificuldades
encontradas na utilização desta ferramenta, além do potencial pedagógico de tele-ensaio coral
ou ensaio coral à distância (ECaD). Também se colheu opiniões dos nove coralistas do grupo
em ensaio presencial, que foram usadas na avaliação realizada.
O regente e um coralista residem em São Paulo e os demais em São Carlos e
Araraquara. São realizados dois ensaios gerais mensais presenciais, com duração de seis
horas, e eventuais ensaios esporádicos (gerais ou de naipe), conduzidos pela assistente do
grupo. No início, para sanar as dificuldades dos poucos ensaios, foi gravado digitalmente as
vozes referentes a cada naipe, para que estes pudessem escutar em algum aparelho que
reproduzissem esses áudios.
O texto continua descrevendo que os meios digitais de comunicação de informações
tem ajudado bastante na divulgação do trabalho do grupo. O grupo tem seguido o pensamento
da glocalidade, teoria de Porter, que diz que um mundo glocal incorpora uma perspectiva
global com ação local, e isto é viabilizado pela internet.
Nesta pesquisa, se percebeu os seguintes pontos positivos e as restrições.
Positivos:
- permite maior frequência de ensaios
- mantém o padrão de motivação do grupo.
- Induz os cantores à solução de problemas que são criados no momento de ensaio via
skype.
- dentre outros.
As restrições são:
- O tempo de transmissão de imagem apresenta uma não sincronia, que dificulta
harmonizar o gesto e o canto do regente com o canto dos cantores.
- Necessidade de equipamento adequado.
- a limitação da qualidade de vídeo e som, o que dificulta um refinamento no que se
está emitindo para os coralistas.
66
Concluindo, o texto diz que ainda não se pode substituir os ensaios presenciais pelos
ensaios com recursos de áudio e vídeo atualmente disponíveis. Porém, estes recursos podem
ser utilizados como ferramenta em ensaios complementares, na maior interação entre os
membros do grupo, além de também poderem dirimir qualquer dúvida acerca do conteúdo dos
ensaios do grupo.
48
Interação pedagógico-musicais da prática coral. (DIAS, Leila Miralva Martins. 2012 p.
131-140).
O artigo aborda as interações psicossociais que são promovidas na prática coral e seus
desdobramentos nas relações entre os cantores. Estes dados foram coletados através de
observação participante em dois corais adultos, onde a autora foi coralista e participante.
O texto inicia dizendo que hoje em dia existe uma demanda de ordem social e
psíquica, e que as pessoas necessitam de práticas coletivas, e nisto se insere o canto coral. A
vida hoje nas grandes cidades está fazendo com que as pessoas se tornem cada vez mais
isoladas. O texto traz o que diz BAUMAN (2003), dizendo que os indivíduos buscam se
libertar do isolamento, buscando acolhimento em comunidades que se organizem em torno de
objetivos em comum. Com o aumento de coros voluntários nas mais diversas regiões do
Brasil, se deve buscar ampliar o olhar para a prática coral na área de educação musical,
observando as diferentes maneiras de cantar, assim como os aspectos socioeducativos
inseridos nesta atividade.
O foco central da autora ao desenvolver esta pesquisa era perceber como se davam as
interações da prática pedagógica em dois coros da cidade de Porto Alegre – RS, e como estas
interações ser reproduziam na vida dos coralistas, e se elas dariam origem a novas
sociabilidades além da prática coral, e também, tentando responder as seguintes questões: por
que as pessoas foram procurar o coro? O que assegura a sua permanência? Que relações são
construídas na prática coral? Como estas relações se dão?
As pessoas geralmente procuram participar de corais por diversos motivos, mas
também para satisfazer suas necessidades pessoais, terapêuticas e sociais.
Portanto, alguns regentes estão percebendo que o canto coral, além do desempenho
musical, precisam estar atentos ao que os coralistas estão trazendo de bagagem cultural, e
também, que o coral contribui para a formação integral do indivíduo, sendo isto realizado de
forma prazerosa e significativa entre os indivíduos.
67
O texto traz a constatação de que a prática coral traz uma interação de cuidado com o
fazer, de respeitar o outro, de entender o modo de ser do outro, e isto acaba sendo
transportado para outras áreas da vida dos indivíduos envolvidos. Assim, a atividade coral
cumpre uma função agregadora, onde as pessoas o buscam não somente porque gostam de
música, mas para fazer amigos, sair da solidão, e, sobretudo, para se sentirem parte de um
grupo. Não se aprende apenas música, mas também sobre a vida e o estabelecimento de
relações de compreensão e respeito aos outros, promovendo a expressão das subjetividades no
acolhimento oferecido pela força do grupo.
49
O ensino do canto coral no Programa Mais Educação em escolas municipais de João
Pessoa. (BRITO, Alan de Araújo. 2012, p. 1504-1511).
O artigo traz um estudo para compreender como se dá o processo de ensino e
aprendizado do canto coral no Programa Mais Educação, na cidade de João Pessoa, que tem
como objetivo ampliar a jornada escolar na perspectiva da Educação Integral. O texto irá
investigar as práticas musicais pedagógicas musicais em duas escolas municipais de João
Pessoa.
O texto inicia dizendo que a música, historicamente, sempre esteve presente na
educação brasileira. Primeiros indícios de música no Brasil são com os Jesuítas no Brasil
colonial, com fins religiosos. Na década de 30 e 40, o canto orfeônico, idealizado por Villa
Lobos, buscava o civismo, a disciplina e a educação artística. A LDB de 1996, onde o ensino
de artes foi incluído como disciplina obrigatória no currículo nacional. Até a lei 11.769/08,
que insere a música como disciplina obrigatória no currículo escolar brasileiro.
A música atualmente tem ocupado vários espaços educativos, como ONGs, projetos
sociais, igrejas, sendo bastante valorizada e idealizada, e idealizada como uma disciplina
capaz de “salvar” ou prevenir o indivíduo dos perigos da sociedade. E um destes espaços é o
Programa Mais Educação.
Os principais objetivos desta pesquisa são: compreender o processo de ensino e
aprendizagem do canto coral no Programa. Analisar a prática pedagógica desenvolvida em
duas turmas de canto coral. Caracterizar a formação e experiência musical dos monitores.
Verificar o desempenho e participação dos alunos durante as aulas. E também foram
realizadas entrevistas com os professores monitores e com duas professoras responsáveis
pelas atividades do ME nas escolas.
68
Durante dois meses o pesquisador estudou duas escolas participantes do projeto, que
serão chamadas de escola A e escola B.
A escola A, fundada em 1992, está inserida em um bairro cercado de favelas, com alto
índice de violência e tráfico de drogas. Entrevistando a professora, se percebeu que a seleção
dos alunos se dá de acordo com a faixa etária, com prioridade aos alunos de 4º e 5º anos. O
monitor não é graduado nem graduando em música, mas tem mais de vinte anos de
experiência com banda fanfarra. Na entrevista, quando perguntado sobre o principal objetivo
do ME, ele respondeu que é trabalhar a interdisciplinaridade, integrando as matérias com as
atividades oferecidas no programa. O pesquisador descreve que as aulas que observou na
escola A, os ensinamentos eram praticamente os mesmos, que consistiam em aconselhamento
sobre prevenção dos perigos da sociedade e a importância dos estudos, além de aulas de teoria
musical abordando unicamente a escrita musical.
A escola B, fundada em 1973, atende aos moradores de um bairro tradicional de João
Pessoa. Em entrevista, o processo de seleção dos alunos é feito com base na maior quantidade
de tempo que estes ficam na ociosidade. Então, por precisarem estar com a mente ocupada,
são encaminhados para as aulas de canto coral.
O texto diz que o monitor está cursando bacharelado em instrumento na UFPB, tendo
ele experiência com bandas e música de fanfarra. Para o planejamento das aulas, o monitor
referencia datas festivas, como dia das mães, natal, São João. Na observação realizada, o
pesquisador percebeu que há evidências de planejamento e empenho do monitor, mas
percebeu problemas básicos que não eram trabalhados, como afinação, dinâmica e ritmo. E o
monitor apresentava problemas sérios de afinação.
As considerações finais do texto descrevem que o ensino de canto coral nas duas
escolas pesquisadas tem sido realizado de forma tradicional, com o objetivo de transmissão de
conhecimentos, sem espaços para o desenvolvimento da criatividade, da improvisação e
reflexão do que se está fazendo ou aprendendo, e que o principal objetivo observado nas duas
escolas são os aspectos sociais.
69
50
Por uma prática coral educativa: uma proposta de utilização do guia prático, de Heitor
Villa Lobos. (NASCIMENTO, Jeter M. da S; SILVA, Vladimir A. P. 2012, p. 1824-1831).
O artigo aborda os pressupostos metodológicos do ensaio coral à luz da educação
contemporânea, contribuindo para o desenvolvimento desta prática pedagógico musical e o
aprimoramento de ensino aprendizagem em música. Foi utilizado o guia prático de Heitor
Villa Lobos, para demonstrar como o regente/educador musical pode trabalhar diferentes
conceitos musicais por meio do repertório coral, substituindo o treinamento pela
aprendizagem procedimental, conforme descreve o referencial teórico de SLOBODA (2008).
O canto coral, sendo um instrumento de grande importância na educação musical, a
escolha do repertório é um fator que irá determinar o sucesso ou não do trabalho pedagógico.
Assim, o repertório tem que abordar conteúdos diferentes. O presente artigo busca discutir os
pressupostos metodológicos do ensaio coral, à luz da educação contemporânea, contribuindo
para o desenvolvimento desta prática pedagógico musical e também, aprimoramento do
processo de ensino aprendizagem em música, tendo como metas subsidiar a ação do regente
coral com referenciais teóricos ancorados nos estudos desenvolvidos pela psicologia da
aprendizagem e da música. Também, de propor estratégias metodológicas para a
aprendizagem do solfejo e teoria musical, por meio do guia prático, de Heitor Villa Lobos.
A pesquisa tem caráter teórico, e foi dividida em três etapas. Na primeira etapa, foi
discutido os fundamentos da aprendizagem musical. Na segunda etapa, foi analisado o guia
prático, e dele foram retiradas obras de diferentes características. A última etapa, foi proposto
uma metodologia de ensaio, baseada no repertório selecionado, com o objetivo de
desenvolver um programa de educação musical por meio da prática coral.
Em sua conclusão, o texto afirma que vários conteúdos musicais podem ser
trabalhados pelo regente educador, reforçando o aspecto educativo da prática coral. O modelo
aqui mencionado pode ser adaptado a outros repertórios. Uma das contribuições esperadas é a
de que esta proposta possa ser utilizada no processo de ensino aprendizagem, substituindo a
ineficiente prática do treinamento baseado na imitação, por uma forma mais eficiente de
aquisição do conhecimento, fazendo com que o coralista passe a agir proativamente,
enumerando compassos, marcando respirações, entendendo e interpretando as informações do
repertório, deixando da condição bancária (Freiriana) para uma ação inteligente, baseada na
construção de conhecimentos musicais significativos.
70
51
Vivências corporais no canto coral. (SOUZA, Simone Santos. 2012, p. 2309-2316).
O artigo investigou o processo corpo voz como um único instrumento vocal, e
entender como se vivencia o processo ensino aprendizagem do canto, investigando o coral da
UFC.
O texto inicia explicando que o corpo está afastado das salas de aula onde se ensina a
cantar, como se ainda não tivessem descoberto os seus benefícios em sua totalidade, por isso a
dificuldade em incluir na prática vocal. O autor focou sua pesquisa baseado nas seguintes
questões:
a - que tipos de procedimentos os regentes e preparadores utilizam ao lidar com os
corpo do cantor no processo de aprendizagem da voz cantada?
b – quais as dificuldades corporais encontradas neste processo?
Os cantores buscam nas aulas de canto, um som vocal de qualidade, preocupando-se
unicamente com a técnica vocal, com muito conhecimento e treinamento físico e emissão
vocal. Mas, o cantor precisa desenvolver consciência corporal plena, saber que a voz faz parte
de um corpo que precisa ser vivenciado integralmente. O referencial teórico de COELHO
(1994), RUBIM (2000), QUINTEIRO (2000), diz que o ensino de canto deveria
necessariamente enfocar um trabalho que integrasse treinamento vocal e corporal, ideia essa
presente em várias propostas de ensino. Apesar de saber da necessidade desta integração
(corpo e voz), pouco se publicou sobre como acontece essa integração.
O coral da UFC foi criado em 1963. Em 1981, a regente Izaíra Silvino, adotou um
repertório voltado para o cancioneiro popular brasileiro, procurando seguir o lema da
universidade, que era chegar ao universal pelo regional. O trabalho que se iniciara pretendia
buscar uma sonoridade mais próxima da nordestina. Para tanto, a regente convidou a
professora Leilah Carvalho para orientar vocalmente os cantores do coral. No decorrer do
trabalho, além do ganho de sonoridade que se pretendia alcançar, também foi trabalhado o
equilíbrio entre corpo e voz.
O artigo finaliza dizendo que a busca pela plenitude do processo corpo voz deve
passar pelo equilíbrio entre o racional e o intuitivo, e foi isto o que o autor encontrou no
trabalho com o coral da UFC.
71
52
A comunicação não-verbal do regente coral durante a execução musical. (BRANCO,
Heloiza. 2012, p. 2495-2502).
O presente artigo trata da comunicação não verbal entre regente e cantores,
esclarecendo quais caminhos que são usado pelo regente para comunicar-se com seus
coralistas.
O texto se inicia dizendo que o regente em um coral é quem escolhe, analisa e e
prepara um repertório musical, mas não o executa. Ele dever concebê-lo em mente e passar
tudo o que imagina através de gestos eficazes para um perfeito entendimento dos cantores. O
regente ao longo de sua carreira musical vai solidificando uma postura em seus ensaios e
apresentações, que o grupo, com o passar dos anos, consegue interpretar e responder com
precisão ao que ele está pedindo. Toda esta postura corporal ampliam uma comunicação
muito maior com os cantores do que os gráficos gestuais acadêmicos das marcações básicas
da regência.
O texto apresenta o referencial teórico de Corraze (1980, p. 13) onde ele diz que as
comunicações não verbais (CNV), são “o conjunto dos meios de comunicação existentes entre
os indivíduos vivos que não utilizam a linguagem humana ou os seus derivados não sonoros
(escritos, linguagem dos surdos-mudos, etc...)”. Segundo DAVIS (1979, p. 178) o CNV vai
direto ao ponto. O regente é o remetente da informação e o cantor o destinatário da mesma. O
regente coral tem o benefício de bastam somente alguns ensaios para que os coralistas
entendam o seu código CNV.
A postura no texto é definida por Corraze (1980, p. 90) como a posição do corpo em
relação a um sistema de referências determinadas. A comunicação não verbal também pode
ser entendida através das expressões da face. Segundo Kurtz (1989, p. 104), “de todas as
partes do corpo, nenhuma é tão diretamente expressiva como essa complexa unidade de
estrutura que denominamos de rosto”. O olhar também é abordado neste texto, trazendo a
referência teórica de Yarbrough e Price (1981) concluíram que os regentes com extenso
contato visual com seu grupo conseguem que os componentes deste grupo permaneçam mais
tempo ativos na tarefa em curso.
Ao finalizar, o texto afirma que é de suma importância o regente conhecer cada uma
das várias comunicações não verbais e através deles se fazer entender pelos seus coralistas.
Ao professor de regência, cabe a explicar ao aluno da importância da consciência de sua
postura, expressões faciais, contato visual e movimentos de regência, para evitar qualquer
interpretação equivocada dos cantores e sim, buscar respostas musicais claras e rápidas.
72
53
A construção de uma cultura coral: práticas pedagógico-musicais e formações musicais
no âmbito dos Festivais de Coros no Rio Grande do Sul (1963-1978). (TEIXEIRA, Lúcia
Helena Pereira. 2012, p. 2503-2510).
O presente artigo refere-se à apresentação de um projeto de pesquisa de doutorado,
que tem como objetivo compreender as práticas pedagógicas musicais e formações culturais e
musicais impulsionadas pela dinâmica dos Festivais de Coros no RS entre 63 e 78. O texto
traz os estudos de FIGUERÊDO (2009), que estudou os impactos do envelhecimento no
processo de ensino aprendizagem musical de cantoras idosas. Já ANDRADE (2011) buscou
compreender como a interação social pode contribuir no desenvolvimento da aprendizagem
musical em um coral jovem. E GRINGS (2011), pesquisou sobre o ensino da regência em
cursos de licenciatura e as funções desse conhecimento na formação do professor de música.
Este estudo buscou investigar, nos Festivais de coros citados, como essas redes de
trocas se estabelecem entre os participantes (regentes, cantores e público), e qual capital
cultural subjaz às práticas educativo-corais. O pesquisador procurou coletar dados da seguinte
forma: oral, escrita, iconográfica (conhecimento e descrição de imagens antigas) e sonoras.
O autor coletou diversos materiais e ainda encontra-se em faze de análise destes dados,
o que ainda não traz no texto nenhuma conclusão final.
O artigo finaliza dizendo que os resultados que serão vislumbrados poderão ajudar a
compreender como os festivais de coros contribuíram para a formação de uma cultura coral
no estado e também em outros lugares, visto que ainda não havia finalizados sua pesquisa
com as conclusões que buscava descrever.
54
O canto coral e a terceira idade – o ensaio como momento de grandes possibilidades.
(ALMEIDA, Matheus Cruz Paes de. 2013, p. 119-133).
O presente artigo traz uma pesquisa que tinha como objetivo verificar as
possibilidades pedagógicas de afinação vocal e ritmo em uma atividade de canto coral com
cantores da terceira idade. A pesquisa de campo foi realizada no coral “Jovens de Ontem”,
criado em 1998, com faixa etária entre 54 a 93 anos. O texto diz que ao longo da pesquisa, se
percebeu um ótimo avanço técnico vocal e perceptivo dos coralistas.
O texto inicia dizendo que um dos locais mais acessíveis para a musicalização é dentro
de um coral. O texto aborda o referencial teórico de PENNA (1990), que diz que o canto em
73
conjunto é um instrumento privilegiado de musicalização. Nesta
conjectura,
o
ato
de
musicalizar vem sendo cada vez mais adotado pelos educadores/regentes em suas atividades.
O trabalho no coral, Jovens de Ontem, foi pautado em descobrir possibilidades
pedagógicas de afinação vocal e ritmo em uma atividade de canto coral com pessoas idosas,
tendo como objetivo específico descobrir quais atividades rítmicas auxiliariam na
aprendizagem e melhorariam o ritmo do coral, para interpretar corretamente o repertório
proposto.
O coral, na época da investigação contava com 28 componentes, entre54 e 93 anos. O
coral tem como objetivo o de integrar o idoso na arte musical. A prática da educação musical
por meio do canto coral vem sendo gradativamente mais utilizada por regentes, professores e
educadores como um meio eficaz e amplo de musicalização, e esta educação tem enfatizado a
aproximação com a realidade do idoso.
A formação do regente vem em auxílio em sua caminhada rumo a um resultado sonoro
que lhe agrade, além de ter uma boa gestão de recursos humanos.
O texto aborda o que disse GAINZA (1988 apud Souza, 2006) que em um coral a
memória pode ser uma grande deficiência apresentada. Já SOUZA (2006), salienta
dificuldades rítmicas decorrentes de um desequilíbrio emocional, relacionado a uma
patologia. A autora, baseada em Gainza, sugere a utilização de atividades pedagógicomusicais que trabalhem bastante a relação corpo e som, para melhor apurar os seus sentidos,
em percepção rítmica, auditiva e de concentração.
O ensaio do coral Jovens de Ontem é dividido em duas partes, onde a primeira referese a preparação vocal e a segunda o vocalize. Também é realizado trabalhos de respiração,
ressonância, articulação. Foram percebidas algumas dificuldades em determinados trechos do
repertório o que fez o regente criar alguns vocalizes baseados nestes trechos musicais, para
sanar os problemas apresentados.
O artigo, em suas considerações finais, descreve que foi extremamente positivo todo o
processo que foi realizado no ensaio do coral, trazendo melhorias de afinação e rítmicas que
contribuíram com uma melhor interpretação do repertório apresentado pelo coral.
74
55
Preparação vocal em coros comunitários: o percurso de uma pesquisa-ação. (SILVA,
Caiti Hauck; RAMOS, Marco Antônio da Silva; IGAYARA, Susana Cecília. 2013, p. 01-08).
O presente artigo discute as escolhas metodológicas e os resultados alcançados em
uma pesquisa de mestrado focada na preparação vocal, que foi descrita como o período de
aquecimento vocal no ensaio coral que tem como objetivo o ensino-aprendizagem coletivo
dos fundamentos de uma técnica vocal eficiente e saudável. A pesquisa foi realizada entre os
anos de 2010 e 2012 no coral Comunicantus, laboratório coral do Departamento de Música da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Os objetivos eram dois. Um, o preparador vocal voltado para o desenvolvimento das
habilidades envolvidas em sua atuação e o segundo era o preparador vendo o
desenvolvimento do coro com os exercícios de preparação vocal. Foram utilizadas
amostragens coletadas nos ensaios e também nos arquivos do coral. Esta pesquisa buscou
relacionar a discussão teórica à prática coral, unindo a pesquisa bibliográfica às atividades
educativas e de performance, onde o aprendizado geralmente é transmitido oralmente.
O texto conclui que um exercício vocal em si não tem valor algum, pois, para ser
eficaz, ele precisa ser realizado de uma forma que se atinja os objetivos que levaram à sua
escolha. Foi detectado que o regente tinha que dar um retorno dos resultados para o
preparador vocal, para que ele pudesse melhorar e trabalhar os exercícios corretos para as
situações específicas. Para o preparador vocal não basta somente saber fazer, mas saber
ensinar a fazer. Este estudo percebeu então, que não basta somente ter uma lista de exercícios
vocais e conhecer a técnica vocal, é preciso efetivar o processo de ensino aprendizagem
encolhendo exercícios vocais que resolvessem problemas de produção vocal do coralista, e,
de forma consciente, poder corrigi-lo e orientá-lo. E também, as duas perspectivas que
motivaram esta pesquisa, a do olhar do preparador vocal para sua formação e para o
desenvolvimento do coro por meio dos exercícios, não estão nem opostas nem juntas,
formando uma estrutura cíclica e espiral.
56
O perfil do idoso participante do coral da terceira idade. (AMATO, Daniel Chris;
MENDES, Adriana. 2013, p. 01-09).
Este artigo apresenta uma revisão de um estudo realizado em 2004, comparando-o aos
dados coletados em 2013 do coral da 3ª idade, que neste ano de 2013 completa 17 anos de
atividades ininterruptas. O texto afirma a necessidade de conhecimento do perfil dos cantores
para elaborar estratégias da manutenção do coral, e para a coleta de dados foi utilizado um
75
questionário qualitativo sobre aspectos pessoais e da saúde dos cantores. Os resultados
mostram que a atividade coral colabora com a integração social e melhoria na qualidade de
vida do idoso, além da aprendizagem musical.
O grupo tem como característica ser independente, e a maioria dos coralistas não lê
partitura. O regente trabalha com inclusão social, onde os novatos fazem somente uma
classificação vocal para ingresso no coral. O objetivo deste estudo foi atualizar o perfil dos
integrantes e investigar se o trabalho realizado estava atingindo os objetivos desejados, no que
tange ao desenvolvimento musical, físico e de integração social dos cantores dos dezessete
anos de atividade do coral de terceira idade.
O artigo traz como referencial teórico BARRY e EATHORNE (1994), que diz que
muitas alterações fisiológicas e funcionais são atribuídas mais a falta de estímulos do que de
alterações atribuídas ao envelhecimento. Também traz a referência de AMATO (2007) que
diz que o canto coral pode ser um cenário de qualidade de vida e equilíbrio social.
O texto descreve que foi elaborado um questionário qualitativo com oito questões
fechadas com múltiplas escolhas como instrumento de coleta de dados nos anos de 2004 e
2013. No ano de 2004, a coleta de dados foi complementada com entrevistas individuais que
contribuíram para o entendimento completo do questionário preenchido pelos cantores, mas
isso não foi preciso na segunda etapa, em 2013. As conclusões que se chegou com a pesquisa
foi que a atividade coral contribui para o aprendizado musical, estimula a memória, favorece
uma aquisição maior de conhecimento musical, nas questões rítmicas, técnico vocal e,
principalmente, pelo convívio entre os participantes, em um espaço onde eles podem trocar
experiências e compartilhar seus valores e realidades. Ao regente que pretende trabalhar com
grupos com esta característica, o texto diz que é necessário traçar um perfil dos integrantes
para uma boa escolha do repertório, além de atuar além da função de músico, procurando ser
um agente de integração social do coral.
57
Canto coral e terceira idade: um relato de experiência. (SANTOS, Hamilton de Oliveira.
2013, p. 603-612).
O artigo descreve uma experiência de um projeto que está sendo realizado na ACM
(Associação Cristã de Moços) uma instituição ecumênica da cidade se Sorocaba – SP, que
tem como objetivo promover a educação musical a um público formado por homens e
mulheres da terceira idade por meio da expressão vocal. Este projeto está voltado ao estudo
do desenvolvimento, preparação e exercícios vocais, para o melhoramento do desempenho
76
antes e depois do ensaio de um coral da terceira idade, abordando a questão da voz e do canto,
além de prevenção para uma boa saúde do aparelho fonador. Os fundamentos teóricos foram
coletados com uma entrevista com a fonoaudióloga Mara Behlau. O presente trabalho é
justificado também por trazer uma experiência de educação musical não formal.
O texto diz que com o avanço da idade, gradativamente uma calcificação e ossificação
das cartilagens da laringe, o que ocasiona uma redução da sua mobilidade. O aquecimento
vocal acaba sendo de suma importância na preparação do coro para a coordenação e
resistência que o corpo precisará para o canto. O texto aborda a referência teórica de
BEHLAU e PONTES (1995), que diz que é possível retardar o processo de envelhecimento
vocal ou atenuar o impacto deste na qualidade da voz do idoso. Segundo Maria Ignez de Lima
Pedroso (1997), o professor de canto é o profissional que precisa ter conhecimentos de
fisiologia da voz para que não utilize técnicas que possam ser prejudiciais ou inadequadas.
Em suas considerações finais, o texto deixa claro que com os diversos exercícios
vocais que foram captados nos referenciais teóricos, houve uma melhora significativa na
qualidade vocal dos integrantes, o que contribuiu para que as músicas cantadas durante os
ensaios e apresentações fossem interpretadas com mais facilidade.
58
Compartilhando saberes: a “oficina de Canto em Grupo” na formação de educadores
musicais em Sobral. (SOUZA, Simone Santos; NASCIMENTO, Jéssica Cisne do; COSTA,
Tátila Michele Pereira. 2013, p. 624-632).
O texto em questão traz um relato da experiência na condução de uma oficina de
extensão como prática de formação docente para estudantes do curso de Licenciatura em
Música na Universidade Federal do Ceará. O curso de música / licenciatura em Sobral, criado
em 2010, tem como objetivo formar educadores musicais atentos à realidade social, capazes
de atuar de maneira crítica e reflexiva, interagindo com o meio e consciente de seu papel
acerca da democratização do ensino de música. A extensão universitária acaba servindo como
um canal para conectar a Universidade à sociedade através de projetos, eventos e cursos. A
música é uma destas áreas, e possibilita à comunidade participar de vivências artísticas
através da musicalização e a partir de então, aprofundar seus conhecimentos na área,
permitindo que o aluno tenha uma maior sensibilidade e conheça através da vivência do
ensino/aprendizagem todas as possibilidades que a música traz e como ela pode ser um agente
transformador.
77
A oficina acontece toda quarta feira, no horário entre 16:00 h. e 18:00 h. Nos ensaios é
feito um trabalho de técnica vocal e consciência corporal, esclarecendo temas como saúde
vocal, respiração, percussão corporal e ressonância. No início de cada semestre é feita a
classificação das vozes para ingresso no coral. O repertório é composto de músicas populares
e regionais, arranjadas para coro a duas, três ou quatro vozes, além de cânones simples. A
oficina já realizou diversas apresentações públicas com o repertório estudado em sala.
O texto descreve que tendo como referência as reuniões de planejamento, (realizadas
mensalmente), algumas disciplinas como técnica vocal, canto coral, percepção e solfejo e
percussão deram base para a prática docente dos alunos/professores, e que foi possível aliar a
teoria vista em sala de aula com a prática docente de forma interdisciplinar e complementar.
Em suas considerações finais, o texto afirma que a prática dentro da ação de extensão
possibilitou aos estudantes a interação teoria e prática dentro do curso de Licenciatura em
Música, tendo contribuindo para a formação dos estudantes engajados neste processo.
59
Coral Nova Sinfonia: uma análise da formação por meio do canto coral num projeto
social. (CARVALHO, João Gabriel Santana; BATISTA, Leonardo Moraes. 2013, p. 714722).
Este artigo descreve um estudo que relata uma experiência de observação dos ensaios
de um coral de adolescentes vinculado à ONG Agência do Bem, que tem como foco de
atuação regiões carentes da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Tem como objetivo analisar o
processo de Educação Musical que se desenvolve nos ensaios do Coral Nova Sinfonia. Foram
feitas entrevista-teste com os integrantes do coral no início e no fim do período de observação
para avaliar o seu progresso vocal e musical.
A agência do Bem é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos e sem
finalidade religiosa, que iniciou seus trabalhos em 2005 na Comunidade Beira Rio, localizada
no bairro de vargem grande, Rio de Janeiro. A sua missão é melhorar a qualidade de vida dos
moradores das comunidades onde atua por meio da geração de oportunidade com o
desenvolvimento pleno individual e coletivo.
O texto traz o referencial teórico de LAKSCHEVITZ (2011, p. 39), que diz que as
crianças que tem um contado constante com a partitura, acabam por ficarem curiosas para
aprenderem o significado dos símbolos que estão escritos ali. Também temos o referencial de
FUCCI-AMATO (2009) onde ela diz que o coral tem um papel inclusivo em projetos sociais,
inclusive abordando uma proposta modelo de um projeto inclusivo, que é o Pro-InCanto.
78
O texto descreve em sua conclusão que há diversas maneiras de se trabalhar o ensino
coletivo de música. E o ensino de música em um projeto social assume uma característica
própria, pois, além de oportunizar o acesso ao conhecimento musical e artístico, também faz
com que os jovens aprendam valores sociais que poderão contribuir com oportunidades de um
futuro melhor para eles.
60
“Corpo-voz-movimento”: a educação musical no canto coral. (FRITZEN, Jéssica
Franciéli; GUSMÃO, Pablo da Silva; BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro. 2013, p. 735-743).
O presente artigo traz uma proposta de educação musical no Grupo Vocal CE Canta da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que é um projeto de extensão vinculado ao
Programa LEM. O coral realiza ensaios semanais de uma hora e quarenta e cinco minutos e é
integrado por pessoas de diferentes idades, religiões, classes sociais e culturais, dos cursos de
pedagogia, artes cênicas, técnico em alimentos, medicina, letras, sociologia, entre outros.
O objetivo deste trabalho é descrever experiências musicais no canto coral que
utilizem o corpo, a voz e o movimento na potencialização do conhecimento musical e da
interpretação do repertório coral.
O texto descreve que a proposta de educação musical deste artigo teve seu fundamento
teórico na Euritmia de Dalcroze, na abordagem construtivista na prática coral de Bündchen,
nas ideias de diferenciações e integrações de Maffioletti e nas pesquisas sobre a importância
do gesto para o desenvolvimento de habilidades vocais e da compreensão musical de Wis.
O ato de cantar pode parecer estar ligado somente à voz e à técnica vocal. Porém, o
texto descreve que a voz faz parte do nosso corpo e que ambos estão interligados e
relacionados. O instrumento do cantor não é somente a voz, mas sim o seu corpo inteiro, pois
é através do corpo que o indivíduo pode cantar e expressar-se musicalmente, vivenciar a
música e compreender características musicais.
A autora, ao realizar o seu trabalho no coral, propôs atividades lúdicas musicais, tais
como andar pela sala e movimentar-se de acordo com a música. Também foram trabalhados
Cânones com o coral, e que em um determinado momento foi possível abrir portas para a
criação dos próprios cantores. A autora também pôde trabalhar aspectos de dinâmicas com o
coral durante o movimento corporal.
O texto conclui que os alunos foram instigados a compreender o que eles estavam
fazendo, buscando compreensão da estrutura da música através das frases musicais,
marcações de tempo forte, compasso, expressão musical e da melodia das canções. Também
79
foi destacado a importância de exercícios de técnica vocal para o bom desenvolvimento vocal
musical, buscando com tudo isto despertar uma maior musicalidade no aluno.
61
Estratégias didáticas na prática do canto coral universitário. (CLEMENTE, Louise;
FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira. 2013, p. 1050-1060).
Este artigo investiga quais as estratégias didáticas utilizadas pelos regentes em três
coros universitários da região do Vale do Itajaí. A pesquisa situa-se no âmbito da pesquisa
qualitativa sob o desenho de um estudo multicaso e as técnicas de coleta de dados utilizadas
são: entrevista semiestruturada, observações sistemáticas e entrevista por estimulação de
recordação. Mas, o presente artigo traz resultados finais apenas em um coral.
Os autores deste artigo em princípio fizeram um levantamento de referenciais teóricos
que iriam servir de base para a pesquisa, no banco de teses do Portal da Capes, do ano de
1987 até 2011. Foram encontrados 88 trabalhos sobre o tema canto coral, com as palavraschave: educação musical, ensaio coral e regência coral. Também foram verificadas
publicações da ABEM, de 1992 até 2011, totalizando 91 trabalhos.
Os primeiros resultados mostram a percepção musical como principal conteúdo a ser
desenvolvido nesta atividade. E com a constante observação, se pôde organizar as
informações em categorias para a análise. Elas são:
Aquecimento.
O regente prioriza exercícios que aqueçam o trato vocal, fortificando toda a
musculatura para a atividade que irá realizar. Algumas vezes também realiza exercícios de
respiração e exercícios que estejam ligados as melodias presentes no repertório.
Ensaio de músicas novas.
O regente demonstra como são as melodias e os cantores repetem. Esta etapa
geralmente é realizada no início do ensaio. O regente tenta estimular os cantores a pensar
como será a música.
Ensaio de músicas conhecidas.
O regente geralmente pede aos cantores que pensem como seria a música no aspecto
da dinâmica, geralmente já ensaiados em ensaios anteriores.
80
A organização do tempo.
O ensaio tem duração de uma hora e dez minutos, duas vezes por semana. Dez
minutos são utilizados para o aquecimento e o restante se destina a um objetivo principal, que
ou é ensaio de música nova ou manutenção do repertório do coral. Os últimos minutos
geralmente são usados para alguns avisos.
Organização do espaço.
O regente tem o hábito de durante o ensaio, mudar os coralistas de lugar, com o
objetivo de preparar o coral para toda e qualquer situação que possa ocorrer em relação a
espaço de apresentação.
Materiais didáticos.
É utilizado um teclado eletrônico e é distribuída a letra da música. O regente não
entrega a partitura, pois, segundo ele, atrasaria o processo de aprendizado da música, visto
que o objetivo não é o ensino de teoria musical, mas sim o desenvolvimento perceptivo
musical.
Preparação para a execução musical.
O regente tem o hábito de se afastar afetivamente do grupo, posicionando-se mais
neutro. Segundo ele, esta postura prepara o coral para qualquer situação de plateia que
venham a enfrentar. Antes da apresentação, o regente realiza um breve aquecimento e passa o
início de cada música, na sequência que serão apresentadas, fazendo algumas observações que
achar conveniente.
Em suas considerações finais, o texto descreve que por ser um espaço de muita
rotatividade de cantores, o trabalho musical precisa ser constantemente reiniciado. Isto acaba
focando o trabalho a curto e médio prazo, e mais focado na melhoria da percepção musical
dos cantores. O regente percebeu que alguns conteúdos só podem ser aplicados no coral como
forma de despertar o interesse para serem exercitados em outra situação. O desenvolvimento
da percepção musical, já mencionado, acaba sendo o melhor caminho para um resultado
musical bem sucedido.
81
62
Os Festivais de Coros do Rio Grande do Sul (1963-1978) e o engendramento de práticas
músico-educativas. (TEIXEIRA, Lúcia Helena Pereira. 2013, p. 1881-1890).
Este artigo visa apresentar resultados parciais de uma pesquisa que buscou
compreender as práticas músico-educativas geradas pelos Festivais de Coros do Rio Grande
do Sul, no período de 1963 a 1978. A pesquisa tem uma abordagem qualitativa e utiliza
também a história oral temática, além de entrevistas, matérias em jornais e revistas.
O Festival de Coros do Rio Grande do Sul no ano de 1963 teve caráter regional. Em
68, 69 e 71, teve dimensão nacional. Em 1973, aconteceu o primeiro Festival Internacional de
Coros, tendo seguido com essa designação até 1978.
O primeiro festival nasceu como necessidade de levantamento de fundos para a
compra de um novo órgão para uma igreja da cidade de Porto Alegre-RS, e não tinha a
ambição de se tornar um movimento cultural. O festival teve bastante apoio na confeção de
cartazes do festival. Também recebeu o apoio da Reitoria da UFRGS, que cedeu seu salão de
Atos para apresentações musicais, e para as refeições dos participantes. Uma drogaria
auxiliava na venda antecipada de ingressos para o festival. O serviço estadual de turismo, a
partir de 1964, também passou a se responsabilizar pela confecção dos cartazes do festival.
A associação procurava manter uma relação bem próxima com a imprensa. Buscava
também a cooperação de governantes para angariar auxílio financeiro. Tornou-se uma
tradição dos festivais as “serenatas de agradecimento”, onde os coros eram levados para
cantar nas redações de jornais apoiadores e no Palácio Piratini. Os organizadores buscavam
envolver a população, pedindo para esta receber calorosamente os coros que chegavam à
cidade para participarem do festival. Todos estes movimentos ajudaram sobremaneira a
manutenção e o envolvimento de todos os participantes, impulsionando as práticas músico
educativas durante os festivais de coros, e estas práticas geraram vínculos de longo prazo que
fortaleceram ainda mais o movimento músico educativo.
63
Os saberes docentes e o canto coral com adolescentes. (FRANCHINI, Rogéria Tatiane
Soares. 2013, p. 1908-1916).
Este texto busca realizar uma pesquisa para identificar os saberes necessários à prática
do canto coral juvenil, com o olhar de três regentes que atuam em corais juvenis na cidade de
Curitiba e Maringá – PR, analisando a interface da atividade regente-educador, verificar em
que instância a atividade coral para adolescentes se configura como educação musical e
82
verificar nas práticas dos regentes elementos que possam ser utilizados como proposta de
educação musical e discutir as possibilidades metodológicas para o trabalho com coros
juvenis. Para isto foi utilizado como método de pesquisa o estudo multicaso com abordagem
qualitativa.
O texto inicia descrevendo que o regente é o profissional habilitado a trabalhar com os
mais diversos grupos vocais ou instrumentais, conduzindo-os de acordo com seus objetivos e
propostas e contribuindo no desenvolvimento musical e social de seus cantores ou
instrumentistas. O texto aborda o referencial de FIGUEIREDO (1990), onde ele diz que é
fundamental que os regentes reflitam sobre a atividade coral, não esquecendo a função
educacional.
O conhecimento técnico do regente decorre do conhecimento e habilidade musical que
o indivíduo adquire e desenvolve através de suas experiências. Mas, em sua formação não
pode faltar o domínio técnico e musical de forma ampla, para este poder atender à demanda
dos diversos setores da sociedade, como universidades, empresas, escolas e outras
instituições, que buscam profissionais capacitados para desenvolverem um trabalho de
qualidade em seus coros.
O trabalho com coro juvenil requer uma habilidade maior do que a musical. Ele
também deve ser um educador musical, e servir de exemplo para seus coralistas, e também
conter a habilidade de liderar grupos e motivar cada um de seus componentes, levando a uma
vivência musical plena, nos aspectos pessoal e comunitário.
O texto enfatiza que é importante uma reflexão a respeito da formação do profissional
que irá trabalhar com coro juvenil, visto que os cursos de graduação em regência coral nas
universidades brasileiras é voltado para a regência de coro adulto. Em sua conclusão, o texto
descreve que dever realmente haver uma discussão acerca da habilidade do regente de coro
juvenil no que diz respeito a sua formação e prática pedagógica, fazendo com que busquem
desenvolver um trabalho que atende as características fisiológica, emocionais e musicais do
seu grupo.
64
Repertório para coro infanto-juvenil nos grupos corais do Projeto Guri. (PAZIANI,
Juliana Damaris de Santana. 2013, p. 2215-2225).
O presente artigo pretende fazer um levantamento do repertório coral executado por
coros infanto-juvenis do Projeto Guri da Regional Ribeirão Preto. Foram selecionados cinco
83
corais das vinte e cinco cidades que possuem coros, onde foram realizadas visitas a estes
coros e entrevistas com os regentes-educadores, e com isto fazer uma reflexão do conteúdo
coletado e compreender se existe algum processo de musicalização neste repertório.
O texto descreve que há uma informalidade na escolha do repertório, que buscam
arranjos de canções populares e de cancioneiro infantil, e isto acaba inibindo uma autonomia
que deveria existir para composição de repertório específico para a faixa etária.
Em sua fundamentação teórica, foi adotado as ideias de Murray Schafer,que se dá pel
adequação de seus princípios extremamente cabíveis a diversas realidades culturais ou sociais,
pois trabalha com a sensibilização musical através da importância do ouvir.
Como a pesquisa ainda não havia sido concluída, o texto não traz uma conclusão, mas
pode-se perceber que existe a necessidade de repertório próprio para grupos corais infantojuvenis, devido as peculiaridades destes grupos corais.
A seguir, encontram-se gráficos que explicam, qualitativamente, os temas encontrados
nesta pesquisa (2009 a 2013) e ano a ano (2009, 2010, 2011, 2012, 1013)
84
3.3 – GRÁFICOS
GRÁFICO 01 – 2009 a 2013 – TEMAS ENCONTRADOS.
2009 a 2013
1 - Socialização
4 - Expressão vocal corporal
7 - Regência coral
10 - Canto orfeônico
13 - Legislação sobre música
16 - Teoria musical
2 - Técnica vocal
5 - Repertório
8 -Coral infanto juvenil
11 - Coral infantil
14 - Motivação
3 - Musicalização
6 - Coral de idosos
9 - Métodos ativos
12 - Gestão de pessoas
15 - Ensaio à distância
16 -1%
15-2%
14 - 2%
13 - 3%
12 - 3%
10 - 4%
11 - 4%
1 - 15%
9 - 5%
8 - 5%
7 - 5%
2 - 15%
6 - 6%
3 - 13%
5 - 8%
4 - 8%
85
GRÁFICOS DOS TEMAS - POR ANO
2009
1 - Musicalização
2 - Socialização
3 - Técnica vocal
4 - Expressão vocal e corporal
5 - Repertório
6 - Socialização
7 - Regência coral
8 - Coral infanto juvenil
9 - Coral de idosos
10 - Gestão de pessoas
11 - Métodos ativos
12 - Teoria musical
10 = 3%
11 = 6%
12 - 3%
9 = 6%
8 = 6%
1 = 17%
7 = 6%
6 = 6%
5 = 8%
4 = 11%
2 = 17%
3 - 17%
86
2010
1 - Socialização
2 - Técnica vocal
3 - Repertório
4 - Regência coral
5 - Expressão vocal e corporal
6 - Musicalização
7 - Motivação
8 - Gestão de pessoas
9 - Regência coral
10 - coral de idosos
11- Coral infantil
12 - Legislação sobre música
13 - Métodos ativos
13 = 8%
11=2%
12 = 2%
10 =4%
1 = 19%
9 = 6%
2 = 4%
8 = 4%
7 = 2%
6 = 15%
3 = 4%
5 = 6%
4 = 13%
87
2011
1 = Técnica vocal
2 - Inclusão social
3 - Musicalização
4 - Socialização
5 -Expressão vocal e corporal
6 - Repertório
7 - Gestão de pessoas
8 - Regência coral
9 - Coral infanto juvenil
10 - Coral infantil
11 - Coral de idosos
12 -Métodos ativos
13 - Teoria musical
12 =
3%
13 =
3%
1 =
17%
2 - 6%
11 = 6%
10 = 6%
3 = 21%
9 = 6%
8 = 3%
7 = 9%
4 = 17%
6 = 8%
5 = 11%
88
2012
1 = Socialização
2 - Musicalização
3 - Expressão vocal corporal
4 - Métodos ativos
5 -Expressão vocal e corporal
6 - Canto orfeônico
7 - Legislação sobre música
7 = 7%
1 = 17%
6 = 8%
5 = 11%
2 - 6%
4 = 17%
3 = 13%
89
2013
1 = Técnica vocal
2 - Musicalização
3 - Coral de idosos
4 - Socialização
5 -Regência coral
6 - Coral infanto juvenil
7 - Coral infantil
7 = 4%
6 = 8%
1 = 17%
5 = 11%
2 - 6%
4 = 17%
3 = 17%
90
3.4 ANÁLISES
Ao longo desta catalogação, percebi temas recorrentes nos artigos. Estes temas
descreviam atividades, características, aptidões ou finalidades a que serviam o canto coral.
Abaixo, descrevo-os.
Técnica vocal
A técnica vocal consiste em realizar atividades de relaxamento, aquecimento e
vocalizes que desenvolvam o aparelho fonador para um melhor resultado musical sonoro.
Em boa parte dos artigos lidos durante o processo de coleta de dados, se pôde perceber
que a técnica vocal tem sido tema recorrente. Os regentes têm dado uma enorme importância
à técnica vocal, pelo fato de estas, além de aquecerem a corda vocal, fortalecem toda a
musculatura do aparelho fonador, tonificando, ativando uma melhor irrigação em toda a
região, o que prepara os cantores para as seguidas horas de ensaio e previne contra danos ao
aparelho fonador.
Musicalização
A musicalização é definida como a construção do conhecimento musical, e o despertar
do gosto pela música.
Os textos descrevem a importância em se agregar o ensino do repertório a
musicalização, que já está inserida indiretamente no processo de ensino, porém requer
habilidades e estratégias didáticas do regente na utilização correta de estratégias para se
alcançar os objetivos propostos.
Socialização
É o ato de integrar alguém a algum grupo ou sociedade e fazê-lo sentir acolhido,
despertando no sujeito o espírito coletivo.
Em diversos textos, a socialização é algo descrito como característica presente nos
grupos corais. Sejam eles para qual propósito foram criados, sempre se percebe que ocorre
esta manifestação essencial ao ser humano, e completamente visível em grande parte dos
projetos de canto coral investigados.
91
Expressão vocal corporal
É o ato de se aliar o canto com movimentos corporais definidos, com intuito de melhor
interpretação e pleno uso do corpo musical.
Alguns trabalhos relatam o processo de ensino visando aliar o canto com a expressão
corporal, auxiliando o processo de formação sonora do grupo que pretende trabalhar com voz
e movimento.
Repertório
São as músicas um cantor ou grupo coral irá cantar.
As diversas informações colhidas sugerem que o repertório para coral deve ser
decidido pelo regente. Porém, alguns trabalhos relatam que este procedimento foi feito em
conjunto com os coralistas, ativando assim o trabalho em equipe e a motivação do grupo. Em
um trabalho a maestrina percebeu que poderia deixar livre a decisão acerca do repertório,
buscando com isto estimular a criatividade dos envolvidos, o que acabou ocorrendo de forma
bastante satisfatória.
Motivação
É o impulso que faz com que as pessoas ajam em busca de um objetivo.
Os textos que abordaram a motivação levaram em conta o processo de interpretação de
uma determinada peça musical, como também o fato de se poder sugerir um repertório de
gosto consensual. Também se percebeu em nível de motivação, os desafios pessoais que cada
indivíduo do coro enfrentaria, sejam estes de melhora da afinação, melhora da memorização
ou diminuição da inibição ao se cantar em conjunto.
Gestão de pessoas
É um conjunto de habilidades que o sujeito líder deve ter para administrar os diversos
comportamentos internos e potencializar as qualidades dos liderados.
O regente de coral, segundo alguns textos, precisa ter habilidade não somente musical,
mas também pedagógica e também, de gerir pessoas, pois trabalhar com coral é basicamente
administrar vários interesses e convergê-los em um único objetivo.
92
Regência coral
Os textos abordam que o regente tem que ter conhecimentos teóricos musicais,
gestuais e vocais suficientes para uma melhor realização das suas atividades musicais, além
também de ser dotado de habilidade administrativa, com competência na gestão de pessoas,
detectando suas motivações e expectativas em buscando caminhos para a realização destas
metas. Habilidade em se fazer entender somente com o gestual, pois esta é a principal forma
de comunicação entre o regente e seus coralistas.
Ensaio à distância
É o ato de se realizar os ensaios de um grupo coral de forma não presencial, com ajuda
de alguma ferramenta para tal.
Um trabalho abordou o ensaio à distância como uma possibilidade em coros onde os
participantes morem longe uns dos outros. A ferramenta utilizada para os ensaios foi o
software Skype, onde os participantes podem se ver e se escutar durante os ensaios. Apesar de
bastante prático, esta ferramenta, segundo o texto, só deve ser utilizada para ensaios
complementares, visto que a melhor forma de ensaio ainda é o presencial.
Coral Infanto-Juvenil
Os trabalhos enfocando coro infanto-juvenil versam principalmente sobre o repertório
que dever ser bem escolhidos, devido a muda vocal ocorrida nesta idade. Também abordam,
no caso de projetos sociais, a inclusão do jovem na sociedade, utilizando a ferramenta canto
coral para proporcionar oportunidades de cidadania ao jovem.
Coral Infantil
Os textos abordam a musicalização como atividade principal a ser realizada em coros
infantis, além de oportunidades sonoras para o desenvolvimento musical e social da criança
na sua formação infantil, com o objetivo de alicerçar todos os benefícios que esta atividade
musical proporciona.
93
Coral de idosos
O trabalho com canto coral na melhor idade, segundo os textos encontrados, deve ser
bem planejado, com um olhar cuidadoso para o repertório, e para as limitações que a própria
idade leva ao ser humano, como o desgaste vocal e a perda visual e auditiva, que podem
influenciar negativamente no rendimento dos ensaios e apresentações. O coral também é uma
oportunidade que o idoso tem de socialização, e esta oportunidade deve ser bem
compreendida pelo regente na busca pelos resultados sonoros buscados.
Legislação sobre o ensino de música
Alguns artigos que tratam desta questão trazem um resumo histórico das leis que
nortearam o ensino de música no Brasil, iniciando no canto orfeônico, até a atual lei nº
11.769/18-08-08, que torna o ensino de música obrigatório nas escolas públicas brasileiras.
Métodos ativos de ensino
São métodos de ensino onde o aluno participa diretamente, com uma vivência de
diversos elementos musicais.
Os trabalhos trazem conteúdos de referência teórica dos métodos ativos de Dalcroze,
Willems, Kodály, Carl Orff, baseando com isto as aplicações de atividades musicais nos
diversos espaços de ensino que surgiram.
Teoria musical
É o conjunto de conhecimentos que pretende analizar, classificar, compor,
compreender e se comunicar a respeito da música.
Um texto aborda que tinha como didática o aprendizado da teoria musical dos seus
cantores, para com a aquisição destes conhecimentos, os ensaios passassem a ter um
rendimento muito maior, se produzindo muito mais música.
94
Canto orfeônico
Sistema de ensino de música aplicado coletivamente, com intuito de musicalizar os
participantes.
Os textos que abordam o Canto Orfeônico destacam o trabalho de Heitor Villa Lobos
nas escolas brasileiras, mas apenas para introduzir algo acerca do canto coral, e também
trazem informações sobre o guia prático que existe para aplicação em coros.
4 -CONCLUSÃO
A conclusão que cheguei é que o canto coral tem uma imensa importância em uma
sociedade cada vez mais carente de processos sociais que melhorem a saúde mental do ser
humano, isto associado ao prazer de se fazer algo rotineiro que estimule a coletividade em
busca de um objetivo em comum. Nos muitos projetos sociais que vemos em nosso país, o
canto coral está sempre tendo grande aceitação, por inúmeros motivos: o fato de ser
relativamente fácil de implementar, pois o instrumento musical utilizado já vem com o
indivíduo, que é a voz. Também, os materiais para sua implantação, que são as vozes, ou seja,
os cantores coralistas. O regente, que geralmente trabalha com um piano ou teclado, materiais
estes que podem facilmente serem disponibilizados. As partituras, letras e áudios das músicas,
que facilitam o aprendizado do repertório, além do espaço físico para os ensaios, com
tamanho e temperatura adequada.
Mas, tudo isto não é mais importante do que a vontade de se trabalhar e
principalmente, a capacitação do regente de coral, que deve ter habilidade musical suficiente
para realizar os ensaios, ensinar todas as vozes com a devida preparação técnica vocal,
resolvendo problemas rotineiros como afinação, andamento e respiração. Também cabe ao
regente ter habilidade de trabalho em equipe, sabendo motivar, traçar objetivos com o grupo e
orientá-los a atingirem estes objetivos. Também, o regente deve ter habilidade pedagógica,
estabelecendo um planejamento dos ensaios coerente, com o intuito de atingir os objetivos
buscados, e se portar como um profissional prestativo, tirando todas as dúvidas que surgirem,
e procurar passar segurança e confiança no que faz, além, também, de ser colega dos seus
coralistas, incentivando a socialização e o espírito de equipe.
Aos cursos de licenciatura em música em nosso país, cabe oferecer disciplinas teóricas
bem fundamentadas no processo de ensinar, e também, oferecer oportunidades práticas, pois
estas sim proporcionam o deslanchar do aluno na prática rotineira de ensino que este terá ao
longo de sua carreira como docente.
95
Pude perceber na leitura destes artigos que o canto coral tem papel fundamental em
sua atividade: o papel socializador, que ajuda na conquista de novas amizades, na fuga da
solidão e na necessidade de se sentir útil em alguma atividade, elevando também a autoestima
dos envolvidos a cada desafio imposto e alcançado. Na educação musical, levando o
conhecimento de forma não formal, o que acaba fazendo com que o conteúdo seja assimilado
de forma imperceptível. O conhecimento vocal e tudo que trata de fisiologia da voz e saúde
vocal, com o intuito de melhor aproveitamento de todo o aparelho fonador para uma melhor
produção sonora. Também da relação que há entre o corpo, o ritmo e a voz, que estão
fisiologicamente ligados e se descobertos e utilizados corretamente, potencializam a produção
vocal e musical do indivíduo. Os artigos também descrevem o crescimento do conhecimento
cultural dos coralistas, fazendo com que estes ampliem seu entendimento sobre música e
cultura, tornando-se mais crítico e despertando a apreciação do fazer musical.
No que tange ao regente, os artigos descrevem as seguintes características que este
deve ter: ciência do seu papel de músico, tendo pleno conhecimento musical e capacidade
técnica para, através de seus gestos, se fazer entender. Conhecimento técnico vocal para o
trabalho de vocalize do coro e correta interpretação vocal do repertório. E habilidade de
educador, estando sempre cuidadoso com a didática pedagógica que irá aplicar e se esta fará
com que se atinjam os objetivos previamente planejados. Habilidade em administrar grupos,
pois estando à frente de pessoas que se dispõem a alcançar um objetivo musical em comum,
deverá orientá-los, capacitá-los e motivá-los a alcançar estes objetivos. Os artigos também
discorrem sobre a saúde do regente, afirmando que estes devem sempre se auto avaliar, não
somente nas referidas características já citadas acima, mas também em relação a sua saúde
vocal, procurando apoio fonoaudiólogo ou de médico otorrino, de forma preventiva, se
precavendo assim de qualquer alteração ou dificuldade que venha a apresentar na condição
vocal do seu trabalho. Apesar de inúmeros temas encontrados, percebi que nenhum artigo
tratou de temas como conflitos nos grupos de canto coral, que pela vivência já de vinte anos,
percebo que é algo a se investigar. Também não apareceram estudos sobre os benefícios
cognitivos da música, ou estímulos cerebrais, que a música coral leva ao ser humano. Este
tema também merece um estudo contextualizado, para agregar ainda mais riqueza ao universo
do canto coral.
96
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