UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Marcel Suehara da Costa
Patrícia Aparecida da Silva
Thiago Salles Sallazar
Viviane Onodera Faustini
EMPREENDEDORISMO
Incubadora de Empresas de Lins – SP
LINS – SP
2008
MARCEL SUEHARA DA COSTA
PATRÍCIA APARECIDA DA SILVA
THIAGO SALLES SALLAZAR
VIVIANE ONODERA FAUSTINI
EMPREENDEDORISMO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Administração, sob
orientação do Prof. M. Sc. Paulo Jair
Viotto e orientação técnica da Profª Esp.
Ana Beatriz Lima.
LINS – SP
2008
Costa, Marcel Suehara; Silva, Patrícia Aparecida; Sallazar, Thiago
Salles; Faustini, Viviane Onodera
Empreendedorismo: Incubadora de Empresas de Lins / Marcel
Suehara da Costa; Patrícia Aparecida da Silva; Thiago Salles
Sallazar; Viviane Onodera Faustini. – – Lins, 2008.
119p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação
em Administração, 2008
Orientadores: Paulo Jair Viotto; Ana Beatriz Lima.
1. Empreendedorismo. 2. Desenvolvimento econômicol. 3.
Gestão empresarial. I Título.
CDU 658
MARCEL SUEHARA DA COSTA
PATRÍCIA APARECIDA DA SILVA
THIAGO SALLES SALLAZAR
VIVIANE ONODERA FAUSTINI
EMPREENDEDORISMO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em: ____/____/____
Banca Examinadora:
Profº Orientador: Paulo Jair Viotto____________________________________
Titulação: M. Sc. em Comunicação pela UNIMAR (Universidade de Marília).
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
1º Prof (a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
2º Prof (a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
DEDICATÓRIA
À minha mãe,
Que ao me dar à benção da vida, entregou a sua. Que sempre ao lutar por mim,
esqueceu de si mesma. Que ao desejar o meu sucesso, abandonou os seus anseios. Que
ao vibrar com as minhas vitórias, esqueceu seus próprios méritos, que nos momentos de
dificuldades, sempre respondeu com amor e que desde o meu nascimento pediu a Deus
que me protegesse por toda a vida, o meu mais sincero agradecimento.
À memória de meu pai,
Que sempre me ensinou a ser persistente, esforçado, honesto e a dar o melhor de
mim buscando os meus objetivos. Quantos dias e quantas noites passou trabalhando na
busca de proporcionar o melhor para os seus filhos. Deus o levou para um lugar melhor,
mas os ensinamentos e a saudade que deixou permanecerá eternamente em meu
coração.
À minha avó,
Sempre com seus conselhos, seu carinho, sua orientação e suas orações
contribuiu para que eu me tornasse o que sou hoje. Uma mulher de fibra e de garra e
que tenho como exemplo por toda a vida.
À minha família,
Minha filha, Beatriz Yumi que é um presente de Deus e que deixa o meu dia
melhor apenas com um sorriso. À minha esposa Patrícia que sempre permaneceu ao
meu lado toda vez que precisei e com quem eu sempre posso contar.
Aos meus irmãos,
Que são pessoas maravilhosas, sempre com suas brincadeiras e palavras me
apoiaram e sempre me ajudaram nos planos e objetivos que tracei.
Aos meus amigos,
Com quem sempre pude contar em todos os momentos da minha vida, nas
angústias e nos momentos de alegria, nas minhas proezas e fracassos.
Marcel Suehara da Costa
Aos meus pais,
Que com muito amor e muito sacrifício sempre me apoiaram nesta caminhada e
são os principais responsáveis pela minha formação como pessoa, como profissional.
Assim dedico a eles a concretização deste trabalho e agradeço por tudo que fizeram por
mim.
Á minha família,
Minha filha Beatriz Yumi, razão da minha vida. Ao meu marido, Marcel, meu
companheiro e amigo. Helena, por ter me dado sua ajuda, assim pude concluir mais esta
etapa em minha vida.
Aos meus amigos,
Agradeço pela força, por sempre torcerem por mim e por termos compartilhado
bons momentos. Muito obrigada!
Patrícia Aparecida da Silva
A todos que me apoiaram e acreditam nesta vitória,
Guilherme, Marcel, Patrícia, Helena, Juliana, Márcia, Hamilton, Gabriel Foz,
Herculano, Amélia, Anderson, Nayara, Silas, Milena, Rafael, Vitor, Vanderlei, Gabriel,
Leonardo, Guilherme Pimentel, Heitor, Fernando, Helton, Jose Rubens, Wlademir,
Jader, André, Thaise, Ary, Adriano, Eduardo, Ademir, Prof. Ricardo Gonçalves, Paulo.
Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão
ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonhos e outras ainda
porque nos desafiam a construí-los.
Thiago Salles Sallazar
Dedico à pessoa que mais amo, minha Mãe Doroty Onodera, modelo de
dedicação e paciência, com quem tenho a honra de dividir minhas alegrias e conquistas.
Viviane Onodera Faustini
AGRADECIMENTO
A Deus,
Em todos momentos pude contar com sua misericórdia, sei que tudo que almejo
vou conseguir no tempo certo, como esta etapa da minha vida que estou vencendo e
muitas outras que irei vencer. Obrigado senhor por ter me dado a vida, por sempre me
guiar nos caminhos corretos e por eu aprender a tirar uma lição dos momentos bons e
ruins que passei.
Ao nosso orientador, Msc Paulo Jair Viotto
Um dos responsáveis pela realização e conclusão de nosso trabalho.
Transmitindo sempre o conhecimento necessário para que pudéssemos atingir nosso
objetivo com eficácia.
À Incubadora de Empresas de Lins e ao Sr. Flávio Anequini,
Que propiciou a oportunidade de nos aprofundarmos no projeto, com sugestões e
observações necessárias para o melhor resultado do mesmo.
Marcel Suehara da Costa
A Deus,
Por nos dar a vida, força e sempre nos guiar em nosso caminho. És bondoso e
nos fortaleceu, nos deu sabedoria e paciência para concretizar este trabalho.
Ao nosso orientador, Prof. Paulo Viotto,
Que nos atendeu e orientou. Muito obrigada pela paciência e pelo conhecimento
que nos transmitiu ao longo deste trabalho. Serei eternamente grata.
A Incubadora de Empresas, aos Incubados, ao Sr. Flávio José Anequini,
Que nos receberam de braços abertos, transmitiram suas experiências e
conhecimentos que foram vitais para o desenrolar deste projeto. Muito obrigada, e o
meu sincero desejo de que tenham muito sucesso e prosperidade.
Patrícia Aparecida da Silva
A Deus
Por me dar forças pra nunca desistir, por iluminar e guiar meus passos em busca
de meus sonhos e projetos.
À Família
Pelo apoio, pelas orações, energias positivas que me impulsionavam a seguir em
frente.
Aos Amigos
Que foram essências durante toda a jornada, principalmente nos primeiros
passos, sempre me incentivando a dar continuidade neste sonho.
Aos de Turma
Que estavam sempre ao meu lado, estudando junto, elaborando os trabalhos,
dividindo as experiências, as alegrias e angustias.
Ao meu Orientador
Pelo apoio, por acreditar em nosso projeto, e por dedicar seu tempo, nos
orientando de forma fundamental no presente trabalho.
A Incubadora de Empresas de Lins
Por nos fornecer dados importantes na elaboração deste projeto.
Thiago Salles Sallazar
A Deus
Por me manter confiante.
À minha Mãe
Por sempre apoiar e acreditar nos meus sonhos.
Ao meu “know-who”, Flávio José Anequini
Pela confiança, apoio, oportunidades e principalmente por sua generosidade em
sempre compartilhar seus conhecimentos.
À Incubadora de Empresas de Lins
Por ter me proporcionado um crescimento profissional baseado na ética e no
bem comum.
Viviane Onodera Faustini
RESUMO
O empreendedorismo atualmente é de suma importância estratégica
para o desenvolvimento econômico dos países. É um fenômeno global, um
“colchão” para o desemprego e um dos fatores essenciais para melhorar as
condições de vida dos cidadãos. No Brasil, pode-se dizer que o movimento
empreendedor está apenas começando, porém é cada vez maior o número de
brasileiros que está trocando o trabalho como funcionário em uma empresa ou
mesmo driblando o desemprego com a montagem de um negócio próprio.
Diante deste cenário, o trabalho de conclusão de curso realizado tem como
finalidade demonstrar que a busca de capacitação empreendedora é
necessária para navegar nesse oceano de adversidades que é o mercado e
que através das incubadoras de empresas, os empreendedores conseguem
apoio para os novos empreendimentos, já que lhes são proporcionados
inúmeros benefícios para o nascimento, desenvolvimento e consolidação de
novas empresas, aumentando as chances de sobrevivência do negócio. Assim,
a IEL - Incubadora de Empresas de Lins, inaugurada oficialmente em abril de
2003, tem como missão preparar empreendedores para viabilizar empresas
competitivas, inovadoras e de sucesso, difundindo a cultura empreendedora e
contribuindo para o desenvolvimento econômico e social sustentável do
município e da região. Apesar de ser uma incubadora jovem, já possui uma
história de sucesso e conquistas. Com a parceria de entidades como
SEBRAE/SP, ADETEC Lins e a Prefeitura Municipal de Lins, promove a
participação e integração de alunos, profissionais e a comunidade em suas
atividades, sendo referência em gestão empresarial. Então é possível
perceber, com a análise do trabalho, que a Incubadora de Empresa de Lins e
suas parcerias contribuem para o desenvolvimento de novas empresas,
soluções para o mercado e o desenvolvimento local e regional e que com
estímulo, a prática empreendedora se desenvolverá, contribuindo para o
crescimento do PIB do município, gerando empregos, renda e mais dinheiro na
economia municipal.
Palavras-chave: Empreendedorismo. Desenvolvimento econômico. Gestão
empresarial. Incubadoras de Empresas.
ABSTRACT
Entrepreneurship is currently of great strategic importance to the
economic development of countries. It is a global phenomenon, a "cushion" to
unemployment and one of the key factors for improving the living conditions of
citizens. In Brazil, we can say that the entrepreneur movement is just beginning,
but it is increasing the number of Brazilians who is replacing the work as an
employee in a company or even dribble unemployment with the assembly of a
business. In this scenario, the completion of course work done is to
demonstrate that the search for entrepreneurial training is necessary to
navigate this ocean of adversity which is the market and that through business
incubators, the entrepreneurs get support for new ventures, since it´s offered
them many benefits for the birth, development and consolidation of new
businesses, increasing the chances of survival of the business. Thus, the IEL –
Incubadora de Empresas de Lins, inaugurated officially in April 2003, aims to
prepare entrepreneurs to make competitive, innovative and successful
companies, spreading the entrepreneurial culture and contributing to
sustainable economic and social development of the municipality and region.
Despite being an young incubator, it already has a history of success and
achievements. With the partnership of organizations such as SEBRAE / SP,
ADETEC Lins and the Municipality of Lins, it promotes the participation and
integration of students, professionals and the community in its activities, being a
reference to business management. Then it´s possible to realize, with the
analysis of the work, that the Incubadora de Empresas de Lins and its
partnerships contribute to the development of new businesses, solutions to the
market and the local and regional development and that with encouragement,
the practice will develop entrepreneurial, contributing to the GDP growth of the
city, generating jobs, income and more money in the municipal economy.
Keywords: Entrepreneurship. Economic development. Business management.
Business incubators.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Número de empresas no Brasil (percentual).................................
99
Figura 2: Número de pessoas ocupadas (percentual).................................. 100
Figura 3: Evolução do número de incubadoras no Brasil.............................
101
Figura 4: Fachada da Incubadora de Empresas de Lins .............................
48
Figura 5: O processo e planejamento estratégico do negócio.....................
63
Figura 6: Organograma da Incubadora de Empresas de Lins...................... 116
Figura 7: Fluxograma da Incubadora de Empresas de Lins......................... 117
Figura 8: Croqui da Incubadora de Empresas de Lins.................................
118
Figura 9: Treinamento realizado na Incubadora de Empresas de Lins........
119
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Cursos, treinamentos e palestras realizados pela IEL.................
73
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Número de empresas formais no Brasil por porte e setor de
atividade........................................................................................
28
Tabela 2: Número de pessoas ocupadas nas empresas formais, por porte
e setor de atividade.......................................................................
29
Tabela 3: Raio X do sistema de Incubadoras no Brasil - (2007)...................
46
Tabela 4: Evolução do faturamento da Incubadora (2003 – 2007)...............
74
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADETEC Lins - Agência de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Lins
AMPROTEC
-
Associação
Nacional
de
Entidades
Promotoras
Empreendimento de Tecnologia Avançada
APAE - Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais
CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONFAZ - Conselho Nacional de Política Fazendária
de
CNPq - Conselho Nacional Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CPF - Cadastro Pessoa Física
CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
DECA - Declaração Cadastral
DNRC - Departamento Nacional de Registro de Comércio
EMAD - Empresa de Materiais e Adaptações para Deficiências
EMPRETEC - Consultoria Empresarial e Tecnológica, programa da UNCTAD,
órgão ligado a ONU.
EUA - Estados Unidos da América
FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
FISCO - Refere-se, em geral, ao Estado enquanto gestor do Tesouro Público
GENESIS - Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços
GEM - Global Enterpreneuship Monitor (Monitor Global de Empreendedorismo)
HP - Hewlett & Packard
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IAL – Instituto Americano de Lins
IEL - Incubadora de Empresa de Lins
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
INATEL - Instituto Nacional de Telecomunicações
INOVATES - Centro de Inovações Tecnológicas
ISS - Imposto Sobre Serviços
IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica
MPME´s - Micro, Pequenas e Médias Empresas
NIRE - Número de Identificação do Registro da Empresa
ONU - Organização das Nações Unidas
PAE - Posto de Atendimento do Trabalhador
PARQ TEC - Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos
PIB - Produto Interno Bruto
PIS - Programa de Integração Social
PN - Plano de negócio
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio a Pequenas Empresas
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SINCOMÉRCIO – Sindicato do Comércio Varejista
SIGEOR - Sistemas de Informação da Gestão Estratégica Orientada para
Resultados
SOFTEX - Sociedade Brasileira Para Exportação de Software
TAM - Táxi Aéreo Marília
UNCTAD
-
United
Nations
Conference
on
Trade
and
Development
(Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento)
UNIMED - Unidade Médica
UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................
14
CAPÍTULO I – EMPREENDEDORISMO
1
CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO..........................................
17
1.1
Surgimento do empreendedorismo....................................................
18
1.2
Perfil do empreendedor......................................................................
19
1.3
Empreendedorismo no Brasil..............................................................
20
1.4
A importância do empreendedorismo.................................................
23
1.5
As características dos empreendedores de sucesso.........................
25
1.6
A importância das micro, pequenas e médias empresas para a
economia............................................................................................
28
1.7
Os processos para a abertura de uma empresa................................
29
1.8
As ferramentas para uma gestão eficaz.............................................
35
1.9
Os principais erros que levam empresas a falência...........................
39
CAPÍTULO II – AS INCUBADORAS DE EMPRESAS
2
O CONCEITO DE INCUBADORA DE EMPRESAS..........................
42
2.1
Os objetivos das incubadoras de empresas.......................................
42
2.2
O movimento das incubadoras de empresas.....................................
43
2.3
Tipos de incubadoras de empresas....................................................
44
2.4
Incubadoras de empresas no Brasil...................................................
45
2.5
Histórico da Incubadora de empresas de Lins...................................
47
2.6
A missão da Incubadora de Empresas de Lins..................................
50
2.7
Requisitos necessários para a empresa ser incubada.......................
50
2.8
O que a Incubadora de Empresas de Lins faz pelo empreendedor...
51
2.9
O ambiente da Incubadora de Empresas de Lins..............................
53
2.10 O papel da Incubadora de Empresas de Lins no desenvolvimento
de novos empreendimentos...............................................................
54
2.11 A distribuição logística da Incubadora de Empresa de Lins ..............
56
2.12
As parcerias estabelecidas.................................................................
57
2.13
A importância das parcerias no desenvolvimento local e regional.....
60
2.14
O plano de negócios...........................................................................
62
CAPÍTULO III – A PESQUISA
3
INTRODUÇÃO....................................................................................
70
3.1
APRESENTAÇÃO DOS DADOS........................................................
71
3.2
Procedimentos para incubação de empresas....................................
74
3.3
Taxa de incubação das empresas......................................................
75
3.4
Metodologia de graduação das empresas.........................................
75
3.5
Empresas residentes..........................................................................
75
3.6
Empresas associadas........................................................................
76
3.7
Empresas pré-residentes...................................................................
76
3.8
Empresas graduadas.........................................................................
77
3.9
Resultado da pesquisa.......................................................................
77
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.................................................................
79
CONCLUSÃO...............................................................................................
81
REFERÊNCIAS............................................................................................
82
APÊNDICES.................................................................................................
89
ANEXOS.......................................................................................................
98
14
INTRODUÇÃO
Atualmente, as pequenas empresas constituem a principal fonte de
empregos e são responsáveis, em muitos países, por mais de 50% do Produto
Interno Bruto e pelo maior volume de exportações, além de serem as maiores
geradoras de inovações tecnológicas desde a Segunda Guerra Mundial.
No Brasil, a rapidez com que essas empresas crescem é de vital
importância para a economia, pois esse crescimento também será refletido no
índice de empregabilidade e renda existente hoje. É evidente que, quanto
maior o número de empresas bem administradas, maior será o número de
empregos com carteira assinada.
É bem verdade que, da mesma forma em que elas criam oportunidades
de empregos com rapidez, do mesmo modo essas oportunidades podem
desaparecer com a mesma rapidez.
Analisando o outro lado da moeda, verifica-se que essas micro,
pequenas e médias empresas são as que mais enfrentam dificuldades, o que
geralmente é comum no Brasil. Isso afeta diretamente a qualidade de vida dos
indivíduos. Por outro lado, quando essas empresas vão bem, a riqueza do país
aumenta, os empregos crescem, a concentração de renda diminui e as
pessoas passam a desfrutar de uma vida melhor.
Desta forma é necessário dar ênfase ao papel desempenhado pelas
incubadoras de empresas junto ao profissional empreendedor.
Justamente, devido às crises, o empreendedorismo no Brasil é muito
forte, já que o povo brasileiro aprendeu a passar por várias situações de risco,
além da mistura de culturas que faz com que seja um país muito criativo,
fazendo com que os empresários e empreendedores sejam os mais
preparados para administrar uma empresa. Em contrapartida, mesmo com todo
esse preparo mais de 50% das empresas ainda fecham as suas portas em
seus primeiros anos de vida, ao contrário das que foram incubadas que têm
essa mesma taxa menor que 20%.
Nesse cenário, a criação e desenvolvimento das incubadoras de
empresas é um instrumento que permite estimular os negócios emergentes e
assim contribuir para a geração de conhecimento. No Brasil, elas vêm
crescendo e são consideradas importantes aliadas das políticas de inovação e
15
desenvolvimento.
Seguindo esta tendência, a Incubadora de Empresas de Lins situada na
Avenida Floriano Peixoto, 1093, região central da cidade, atua em diversas
ações do município e, em todas elas, sua atuação é pautada pela convicção de
que é essencial trabalhar em conjunto e fortalecer as relações entre
instituições, poder público e comunidade.
Inaugurada em 2003, a Incubadora de Empresas de Lins nasceu com o
propósito de apoiar pequenos negócios e vem atingindo seu objetivo, seja
introduzindo inovação e tecnologia nas empresas apoiadas ou proporcionando
conhecimento que as ajudam no competitivo mercado globalizado.
Diante destes fatos, os objetivos deste trabalho foram: conceituar o
empreendedorismo a fim de compreender seus princípios; mostrar o papel da
Incubadora de Empresas de Lins no processo de desenvolvimento dos novos
empreendimentos; salientar a importância das alianças regionais estabelecidas
pela Incubadora de Empresas de Lins; verificar a importância de uma gestão
com base no conhecimento mercadológico e na ética para obter bons
resultados; demonstrar os processos necessários para abrir uma empresa;
analisar os principais erros que levam muitas empresas a falência.
Através destas situações surgiu o seguinte questionamento: Até que
ponto é determinante o papel da Incubadora de Empresas de Lins e suas
parcerias no surgimento e sobrevivência das empresas?
Para respondê-lo, formulou-se a hipótese de que o auxílio da Incubadora
de Empresas de Lins juntamente às parcerias firmadas contribui positivamente
para o crescimento e evolução dos novos empreendimentos que surgem na
região, favorecendo o aumento do PIB e a formação de novos empregos.
Para demonstrar na prática a veracidade da hipótese, foi realizada
pesquisa de campo na Incubadora de Empresas de Lins, no período de
fevereiro a outubro de 2008.
Os métodos e técnicas utilizados para realização da pesquisa estão
descritos no Capítulo lll do trabalho.
O trabalho divide-se nos seguintes capítulos:
Capítulo l: abordagem do tema, expondo seus conceitos, sua evolução
histórica, importância na atualidade, perfil do empreendedor, importância das
micro e pequenas empresas e suas vantagens para o crescimento da
16
economia de uma região.
Capítulo ll: apresentação da instituição, englobando sua história, origem,
conceito, estrutura organizacional, serviços, sua missão e objetivos como
também as principais vantagens e projetos.
Capítulo lll: expõe o resultado da pesquisa e confronta a teoria e a
prática.
Por fim, é apresentada a proposta de intervenção e a conclusão.
17
CAPÍTULO I
EMPREENDEDORISMO
1
CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO
Atualmente, há poucas dúvidas de que uma sociedade com mercado
livre é capaz de produzir mais riqueza. Mas há uma condição primordial para
que isso aconteça, uma característica sem a qual o mercado mais livre pode se
tornar o menos aproveitado de todos: capital humano. Sem pessoas capazes
de criar e aproveitar oportunidades, melhorar processos e inventar negócios,
de pouco adiantaria ter o mercado mais livre do mundo.
É onde entra o empreendedorismo, entendido como a vontade e aptidão
para realizar algo, deixar sua marca, fazer diferença. É uma forma de ver o
mundo, aliada a um conjunto de técnicas e conhecimentos, que permite criar
oportunidades e atuar de forma a obter resultados.
Schumpeter (1942, apud COHEN, 2000) consolidou e esclareceu o
conceito de empreendedorismo, distinguindo as invenções das inovações do
empreendedor. Ele argumentou que os empreendedores inovam não apenas
pela identificação de formas de usar as invenções, mas também pela
introdução de novos meios de produção, novos produtos e novas formas de
organização. Essas inovações, segundo ele, precisam de tanta ousadia e
habilidade como o processo de invenção.
O espírito empreendedor é um dos fatores essenciais para aumentar a
riqueza do país e melhorar as condições de vida de seus cidadãos. Porém, não
é simplesmente a coragem de abrir um negócio. Ele está intimamente ligado a
inovação, ao crescimento, a exploração de uma brecha que ninguém ousara
até então, as atividades de quem se dedica a geração de riquezas, seja na
transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do
próprio conhecimento ou na inovação em áreas como marketing, produção,
organização, ajudando a avaliar e a minimizar os riscos, de forma que os
fracassos possam ser encarados como uma etapa no processo de
aprendizado. É a esse processo que se refere o espírito empreendedor, algo
bem diferente do espírito de aventura e fundamentado em bases muito mais
18
sólidas, sendo assim, definitivo para a ampliação das possibilidades de uma
economia.
Além de criação de riquezas, considera-se também o processo
empreendedor como uma fonte de realização pessoal. A empresa é uma forma
de materialização de sonhos, a projeção da imagem interior, do íntimo. Sob
este prisma, o empreendedorismo é também um campo intensamente
relacionado com o processo de entendimento e construção da liberdade
humana.
1.1
Surgimento do empreendedorismo
“Existem homens e mulheres que desejam participar, não apenas como
observadores, da construção de um mundo novo”. (PRÉVOST, P; DORION, E,
1999, apud DOLABELA, 1999, p. 15).
Analisando
historicamente
o
desenvolvimento
da
teoria
do
empreendedorismo, (DORNELAS, 2005), verifica-se que o primeiro uso do
termo pode ser creditado a Marco Pólo, que tentou estabelecer uma rota
comercial para o Oriente. Como empreendedor, Marco Pólo assinou um
contrato com um homem que possuía dinheiro (capitalista) para vender suas
mercadorias. Enquanto o capitalista assumia o risco de forma passiva, o
empreendedor assumia papel ativo, correndo todos os riscos físicos e
emocionais.
Na Idade Média, o termo empreendedorismo foi utilizado para definir o
gerenciamento de grandes projetos de produção. Os indivíduos não assumiam
grandes riscos, e apenas gerenciavam os projetos, utilizando recursos
disponíveis, geralmente provenientes do governo do país.
No século XVII ocorreram os primeiros indícios de relação entre assumir
riscos e empreendedorismo, onde o empreendedor estabelecia um acordo
contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos,
com preços prefixados. Qualquer lucro ou prejuízo era exclusivo do
empreendedor.
No final do século XVIII o capitalista e o empreendedor foram finalmente
diferenciados devido ao processo de industrialização que ocorria no mundo. O
economista Jean-Baptiste Say foi o primeiro a dar fundamentos ao tema
19
atribuindo o desenvolvimento econômico como resultado da criação de novos
empreendimentos, sendo assim considerado o pai do empreendedorismo.
No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram
confundidos com administradores, sendo analisados do ponto de vista
econômico como aqueles que organizam a empresa, pagam empregados,
planejam,
dirigem
e
controlam
as
ações
organizacionais.
Porém,
o
empreendedor tem características e atitudes extras que o diferenciam do
administrador tradicional.
Atualmente,
admite-se
que
os
empreendedores
são
de
suma
importância estratégica para o desenvolvimento econômico dos países. O
espírito empreendedor é um fenômeno global, um colchão para o desemprego,
já que a criação de novos empreendimentos é responsável pela absorção de
uma boa parte da mão-de-obra disponível.
1.2
Perfil do empreendedor
“O empreendedor é alguém que acredita que pode colocar a sorte a seu
favor, por entender que ela é produto do trabalho duro”. (DOLABELA, 1999, p.
44).
Outra abordagem sugere que empreendedor é aquele que cria um
equilíbrio, sendo um exímio identificador de oportunidades, curioso e atento às
informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento
aumenta. Ele detecta uma oportunidade, define por si mesmo o que vai fazer e
em que contexto será feito, assumindo riscos calculados e levando em conta
seus desejos, preferências, o estilo de vida que deseja ter. Desta forma
consegue dedicar-se intensamente, já que seu trabalho se confunde com
prazer.
As pesquisas nos dizem que ele é um ser social, produto do meio em
que vive. Se uma pessoa está em ambiente em que ser empreendedor é visto
como algo positivo, então terá motivação para criar seu próprio negócio, sendo
assim um fenômeno regional, ou seja, existem cidades, regiões, países mais
ou
menos
empreendedores
que
outros,
por
exemplo,
a
taxa
de
empreendedores iniciais é relativamente menor nos países de alta renda, de
modo especial na União Européia e no Japão. O perfil do empreendedor ainda
20
pode variar de lugar para lugar. No Brasil são cerca de 13,7 milhões de
empreendedores iniciais.
Fortin (1992, apud DOLABELA, 1999, p. 68) classifica o empreendedor
como uma pessoa capaz de transformar um sonho, um problema ou uma
oportunidade de negócio em uma empresa viável. Segundo Dolabela (1999),
há ainda os seguintes aspectos sobre o empreendedor que podem ser
observados:
a) Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;
b) Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o
ambiente social e econômico onde vive;
c) Aceita assumir os riscos calculados e possibilidade de fracassar.
d) Procura sempre introduzir inovações, seja na forma de administrar,
vender, fabricar, distribuir, fazer propaganda de seus produtos e /ou
serviços, agregando novos valores;
e) Até mesmo um empregado que introduz inovações em uma
organização, provocando o surgimento de valores adicionais é
considerado um empreendedor.
Contudo, não se considera empreendedora uma pessoa que, por
exemplo, adquira uma empresa e não introduza qualquer inovação (seja na
forma de vender, produzir, tratar os clientes), mas somente gerencie o negócio.
1.3
Empreendedorismo no Brasil
No Brasil, pode-se dizer que o empreendedorismo está apenas
começando (DOLABELA, 1999, p. 54).
Este movimento teve o início na década de 1990, quando o SEBRAE
(Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas Empresas) e SOFTEX (Sociedade
Brasileira para Exportação de Software) foram criadas. Antes disso,
praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas
empresas. Os ambientes político e econômico do país não eram propícios, e o
empreendedor praticamente não encontrava informações para auxiliá-lo na
jornada empreendedora.
O SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário
brasileiro, que pode buscar junto a essa entidade todo suporte de que precisa
21
para iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos
problemas pontuais de seu negócio. Já a entidade SOFTEX foi criada com o
intuito de levar empresas de software do país ao mercado externo, por meio de
várias ações que proporcionam ao empresário de informática a capacitação em
gestão e tecnologia. Com seus programas criados junto às incubadoras de
empresas e universidades/cursos de ciências da computação e informática, o
tema empreendedorismo começou a despertar na sociedade brasileira. Até
então, palavras como plano de negócio eram praticamente desconhecidas e
até ridicularizadas pelos pequenos empresários. Passados 15 anos é possível
dizer que o Brasil entra neste novo milênio com todo potencial para
desenvolver um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo de
todo mundo, comparável apenas aos Estados Unidos, onde mais de 1.500
escolas ensinam empreendedorismo.
É ainda muito importante citar algumas ações históricas recentemente
desenvolvidas que disseminaram o conhecimento e estimularam o espírito
empreendedor por todo Brasil, (MADRUGA, M. C. S, 2006):
a) Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas
de Software Informação e Serviços), até pouco tempo apoiavam
atividades de empreendedorismo em software, estimulando o ensino
da disciplina em universidades e a geração de novas empresas do
ramo. O programa SOFTEX foi reformulado e continua em atividade.
b) O programa “Brasil Empreendedor”, uma iniciativa do Governo
Federal, lançado em 1999 que foi dirigido à capacitação de mais de 6
milhões de empreendedores em todo país, destinando recursos
financeiros a esses empreendedores.
c) Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas
Empretec e Jovem Empreendedor do Sebrae, que são líderes em
procura por parte dos empreendedores e com ótima avaliação.
d) Os diversos cursos e programas sendo criados nas universidades
brasileiras para o ensino do empreendedorismo.
e) Houve ainda um evento que depois se dissipou, mas que também
contribuiu para a disseminação do empreendedorismo. Trata-se da
explosão do movimento de criação de empresas pontocom no país
nos anos de 1999 e 2000, motivando o surgimento de entidades
22
como o Instituto E-cobra, de apoio aos empreendedores, com cursos,
palestras e prêmios aos melhores planos de negócios de empresas
start-up de internet, desenvolvidos por jovens empreendedores.
f) Na internet há inúmeros sites que orientam o empreendedor e
oferecem informações sobre novos negócios e até mesmo cursos
sobre como iniciar e conduzi-los.
g) Finalmente, o enorme crescimento do movimento das incubadoras de
empresas no Brasil. Dados da ANPROTEC (Associação Nacional de
Entidades
Promotoras
de
Empreendimentos
de
Tecnologia
Avançada) mostram que, entre novembro de 2005 e junho de 2006, o
número de incubadoras no Brasil passou de 339 para 359, e até
2007, este número já estava em 393, um aumento de 16%.
Segundo pesquisa do GEM (Global Enterpreneuship Monitor) realizada
em 2000, para cada oito brasileiros em idade adulta, um estava abrindo ou
pensando em abrir um negócio. Em 2007, no ranking mundial, o Brasil se
aproximou mais dos principais países empreendedores do mundo, passando
de 10º para 9º lugar.
A pesquisa revelou também que de cada 100 empresas brasileiras, 98
eram micro ou pequenas empresas, que juntas empregavam quase 40 milhões
de trabalhadores, mais da metade de toda mão-de-obra do país. No entanto, a
probabilidade de manter um novo negócio por mais de três anos é
relativamente baixa. Uma das principais razões é a falta de políticas que
viabilizem a consolidação de novos empreendimentos. Apesar de todos os
avanços, o país ainda não apresenta um cenário muito acolhedor ao pequeno
empreendedor. Há poucas linhas de crédito e a falta de financiamento, em
muitos casos, impede a realização do negócio, os juros são altos e, além disso,
os tributos e as obrigações trabalhistas constituem uma pesada carga para o
empreendedor.
Segundo estudo do Banco Mundial (2006), o Brasil faz feio em matéria
de apoios aos empreendedores, ficando na 119ª posição em uma lista de 155
países. Ainda segundo as conclusões deste estudo, as empresas consomem
em média 2.600 horas por ano para pagar seus tributos, 152 dias para abrir um
negócio e 460 para obter uma licença.
Apesar das dificuldades, o Brasil certamente apresenta perspectivas
23
positivas em relação ao empreendedorismo. O número de brasileiros que está
trocando o trabalho como funcionário em uma empresa ou mesmo driblando o
desemprego com a montagem de um negócio próprio está crescendo. Melhor
do que isso, aqueles que optaram pelo empreendedorismo têm conseguido
permanecer no mercado de forma mais sustentada. O percentual das
empresas
que
se
mantêm
estabelecidas
no
mercado
tem
crescido
regularmente, passando de 7,6%, em 2003, para 12,09%, no ano de 2006,
para um total de 14,2 milhões de empreendimentos.
O número de empreendedores estabelecidos (mais de quatro anos de
mercado) já chega a superar o de iniciantes (que estão em fase de
implementação do negócio ou que já o mantêm por 42 meses). A taxa de
empreendedores iniciais no Brasil em 2006 (11,7% do total das empresas),
manteve-se praticamente inalterada em relação ao ano anterior, que foi de
11,3%. Mas a taxa de empreendedores estabelecidos vem crescendo muito.
Eram 7,8% do total, em 2002, e chegaram a 12,9%, no último ano.
Outro grande ganho apontado pelo SEBRAE (2007) é a unificação dos
impostos pagos pelas empresas nas três esferas (municipal, estadual e federal)
em uma única alíquota. A lei unifica e simplifica a arrecadação de seis impostos
e contribuições federais (IRPJ, PIS, COFINS, IPI, CSLL e INSS), além do ICMS
(Estados) e ISS (municípios). A renúncia fiscal prevista é de R$ 5,4 bilhões ao
ano. Este é um grande facilitador que inicia a verdadeira reforma tributária. As
alíquotas, tanto para as micro quanto para as empresas de pequeno porte,
variam de acordo com 20 faixas de enquadramento da receita bruta em 12
meses e de acordo com o tipo de empreendimento.
Segundo o presidente do SEBRAE Nacional, Paulo Okamoto (2007),
esse ineditismo sugere um ambiente mais propício ao negócio próprio,
atribuído, sobretudo à estabilidade econômica. Se realmente se confirmar essa
tendência, podemos somar a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas como
um fator para consolidar um clima favorável ao surgimento e manutenção de
novas empresas.
1.4
A importância do empreendedorismo
Muitas das pessoas mais prósperas do mundo começaram a vida como
24
pequenos empreendedores. Pessoas como Henry Ford, Bill Gates foram além
da criação de empresas. Eles transformaram a tecnologia, o modo de fazer
negócios e a própria sociedade. Não apenas se tornaram prósperos, mas
também trouxeram a prosperidade para muitos outros. Essas pessoas são
muito visíveis, mas o mundo dos negócios é feito de grandes corporações e de
uma enorme quantidade de pequenos empreendedores. Sejam eles acionistas
de grandes corporações ou proprietários de pequenos negócios, eles pagam
impostos, salários, juros, aluguéis e compram suprimentos, gerando e
distribuindo riqueza e aumentando o padrão de vida e a qualidade de vida.
Quanto mais riqueza as empresas criam, mais estes fatores aumentam. Não
surpreende que as sociedades com padrão e qualidade de vida mais altos do
mundo sejam aquelas em que o empreendedorismo é mais ativo (MAXIMIANO,
2006).
As condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento precisam de
empreendedores que aproveitem as oportunidades e que, através de sua
liderança, capacidade e de seu perfil, disparem e coordenem o processo de
desenvolvimento. O empreendedorismo assim cria e aloca valores para os
indivíduos e para a sociedade, sendo um fator de inovação tecnológica e de
crescimento econômico. Os valores empreendedores são favoráveis ao
surgimento de novas idéias e projetos, entre eles, a dimensão humana da
comunidade surge como um dos elementos mais essenciais.
Em uma economia movida pelas grandes empresas e pelo estado, nada
mais que natural do que formar empregados. Este modelo, dirigido a criação de
empregados para as grandes empresas, cumpriu sua missão. Esgotou-se
diante das profundas alterações nas relações de trabalho e de produção. Ao ter
seu eixo deslocado para os pequenos negócios, as sociedades se vêem
induzidas agora a formar empregadores, pessoas com uma nova atitude diante
do trabalho e com uma nova visão do mundo.
As pesquisas do GEM (2006) endossam o argumento de que o
empreendedorismo faz a grande diferença para a prosperidade econômica e
que um país sem altas taxas de criação de novas empresas corre o risco da
estagnação econômica. Nações que são capazes de renovar o estoque de
empresas e têm a capacidade de acomodar a volatilidade e a turbulência no
setor empresarial estão em melhores condições de competir efetivamente.
25
Portanto, se no passado – e ainda hoje – desenvolvemos grande
habilidade em incutir em nossos filhos, valores como emprego, estabilidade
financeira e nível universitário como instrumentos fundamentais de realização
pessoal, temos agora a obrigação de educar nossas crianças e jovens dentro
de valores como autonomia, independência, capacidade de gerar o próprio
emprego, de inovar e gerar riqueza, capacidade de assumir riscos e crescer em
ambientes instáveis, porque, diante das condições reais do ambiente, são
esses os valores sociais capazes de conduzir países ao desenvolvimento.
1.5
As características dos empreendedores de sucesso
Baseado em estudo de Timmons (2000, apud COHEN, 2000), os
empreendedores
devem
ter
total
comprometimento,
determinação
e
perseverança.
A dura realidade de lançar-se e de construir um empreendimento é
altamente exigente e estressante, assim, o empreendedor deve estar
preparado para abrir mão de muitas coisas. Para isso, ganhará muitas
vantagens a seu favor, em relação às outras pessoas, se for totalmente
comprometido, determinado e perseverante. São dirigidos internamente pelo
forte desejo de competir, de exceder contra os próprios limites, definem e
perseguem metas desafiadoras além de ter senso de oportunidade e
orientação por metas altas, porém, atingíveis. Isso os habilita a focalizar suas
energias e ser seletivo na escolha de oportunidades. Ter metas e direção
também os ajuda a definir as prioridades e a possibilidade de medir e de
comparar o próprio desempenho.
Os empreendedores desejam colocar-se em situações nas quais são
pessoalmente responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso de operações.
Gostam de tomar iniciativa e são persistentes. Os bem-sucedidos possuem um
elevado grau de determinação e um intenso desejo de superar obstáculos e
barreiras, de resolver problemas e de completar o trabalho. Não são
intimidados pela dificuldade da situação, também não se precipitam na
superação dos empecilhos que possam impedir seu negócio. Em geral,
apresentam uma grande consciência de suas forças e de suas fraquezas, e da
própria competitividade e sabem o que podem e o que não podem fazer.
26
Demonstram a habilidade de conservar o senso de perspectiva, o otimismo e o
humor até mesmo nas situações mais difíceis. Isso faz o empreendedor rir e
conseguir uma situação favorável nas mais diversas situações.
Os empreendedores mostram um insaciável desejo para saber se estão
se desempenhando bem e precisam obter feedback continuamente. Buscar e
usar feedback é um hábito essencial para poder aprender com os erros e a
lidar com o inesperado. Por essa razão também, os bons empreendedores são
freqüentemente descritos como excelentes ouvintes e pessoas de rápida
aprendizagem. Para eles, o sucesso ou o fracasso de seu empreendimento
não será governado pelos fatos, pela sorte ou por alguma influência externa,
acreditando que os resultados de suas realizações dependem de seu próprio
controle e influência. Esse atributo é relacionado à motivação orientada para a
realização pessoal, para o desejo de tomar responsabilidades pessoais e à
confiança própria, mas demonstram tolerância ao stress, à ambigüidade e à
incerteza, já que esta é um componente inerente a todo empreendimento.
Nesse ambiente, os empreendedores defrontam-se com atividades indefinidas
e incertas que mudam continuamente e o tempo nunca parece ser o suficiente,
vislumbram as adversidades com naturalidade, como apenas um obstáculo a
mais a ser transposto.
Os
empreendedores
bem-sucedidos
não
são
apostadores,
conseqüentemente, quando decidem tomar uma decisão, agem de uma
maneira calculada, muito bem pensada e avaliada, fazendo todo o possível
para adquirir vantagens a seu favor, evitando riscos desnecessários e são
guiados pela sede de realização e criação. Seus feitos bem-sucedidos trazem
status e poder que são o resultado de suas atividades. A integridade e a
confiabilidade são a fibra que unem o sucesso pessoal e as relações de
trabalho, fazendo-as perdurar. Tristemente, a tentação por pequenos ganhos,
freqüentemente, seduz alguns aspirantes a empreendedor e comprometem sua
integridade, fazendo-os, muitas vezes, perder uma grande oportunidade mais
adiante. Um dos paradoxos com os quais os empreendedores se defrontam é
a necessidade simultânea de obter soluções imediatas e de alcançar
resultados de longo prazo. É necessário, portanto, ter paciência para gerenciar
essas ações. Eles são realizadores e visionários, lidam bem com o fracasso e
utilizam suas experiências como um modo de aprendizagem, de maneira a
27
evitar problemas similares. Em conseqüência disso, não se desapontam, não
se desencorajam ou se deprimem quando se deparam com um obstáculo ou
um fracasso.
Os empreendedores formam equipes, não concentrando os esforços de
todas as realizações em si mesmos. Reconhecem que, raramente, é possível
construir um empreendimento substancial trabalhando sozinho. Demonstram
uma rara habilidade de despertar o herói que existe dentro das pessoas que
eles atraem para o empreendimento, dando responsabilidade e dividindo os
méritos pelas realizações. Pode-se dizer também que o empreendedor tem um
modelo, uma pessoa que o influencia, autonomia, energia. É um trabalhador
incansável e se dedica intensamente ao trabalho, concentrando seus esforços
para alcançar resultados, lutando contra padrões impostos, ocupando um
espaço não ocupado por outros no mercado, descobrindo nichos e tem forte
intuição. Como no esporte o que importa não é o que se sabe, mas o que se
faz. Ele crê no que faz e sabe buscar, utilizar e controlar recursos. Embora
racional, usa também a parte direita do cérebro. É líder e cria um sistema
próprio de realizações com empregados, seguindo um tema, um objetivo,
aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho. Ele tece sua
rede de relacionamentos e a utiliza intensamente como suporte para alcançar
seus objetivos. A rede de relações internas (com sócios e colaboradores) é
mais importante que a externa.
O empreendedor de sucesso cultiva a imaginação e aprende a definir
visões, traduz seus pensamentos em ações, define o que deve aprender. É
pró-ativo diante daquilo que deve saber: define o que quer, aonde quer chegar,
depois busca o conhecimento que lhe permitirá atingir o objetivo. Preocupa-se
em aprender, porque sabe que no seu dia-a-dia será submetido a situações
que exigem a constante apreensão de conhecimentos que não estão nos livros
criando um método próprio de aprendizagem. Tem uma grande capacidade de
influenciar as pessoas com as quais lida e a crença de que pode mudar algo no
mundo. Sempre busca muitas informações sobre seu ramo de atuação, altera a
idéia inicial quando necessário agregando novas características, mudando
alguma coisa, descobrindo ou inventando novos processos de produção,
distribuição ou vendas. Esse processo é contínuo, contribuindo para melhorar e
crescer cada vez mais.
28
1.6
A importância das micro, pequenas e médias empresas para a economia
No contexto mundial, as micro, pequenas e médias empresas sempre
ocuparam lugar de grande importância na economia. Foram elas as
responsáveis pela alavancagem econômica, podendo-se citar os Estados
Unidos, França, Itália, entre outros países. Como exemplo, em Portugal, as
mpme´s representam 99,5% do tecido empresarial, geram 74,7% dos
empregos e realizam 59,8% do volume de negócios nacional.
As mpme´s são no Brasil em número disparadamente maior que as
empresas de grande porte. Daí sua importância para a economia, já que as
empresas de grande porte empregam em massa, mas não são tantas quanto
às pequenas.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
o total de empresas em atividade no Brasil em 2002, alcançava 4.918.370
unidades, nos setores da indústria, construção, comércio e serviços. As micro
empresas representavam 93,6% do total de firmas, sendo o setor de comércio
o mais representativo, com mais 95,4% de firmas desse porte. O conjunto das
micro e pequenas empresas alcança 99,2% do total.
As empresas de grande porte (as que empregam 500 ou mais pessoas
na indústria e 100 ou mais pessoas no comercio e serviços), representam 0,3%
do total de firmas, com 15.102 unidades.
Tabela 1 – Nº de empresas formais no Brasil, por porte e setor de atividade
Micro
Pequena
Média
Total
Grande
Indústria
Nº
439.013
%
90,7
Nº
37.227
%
7,7
Nº
6.548
%
1,4
Nº
1.430
%
0,3
Nº
484.218
%
100
Construção
116.287
91,9
8.282
6,5
1.694
1,3
221
0,2
126.484
100
Comércio
2.337.889
95,4
105.891
4,3
4.862
0,2
2.846
0,1
2.451.488
100
Serviços
1.712.418
92,3
122.609
6,6
10.548
0,6
10.605
0,6
1.856.180
100
TOTAL
4.605.607
93,6
274.009
5,6
23.652
0,5
15.102
0,3
4.918.370
100
Fonte: IBGE; SEBRAE, 2002.
A geração de empregos nas empresas formais alcançava o total de
27.561.924
em
2002,
representando
42%
de
toda
a
população
economicamente ativa no meio urbano. Deste total, 57,2% estavam
empregadas em micro e pequenas empresas, alcançando 15.757.076 pessoas.
29
O setor que mais emprega nas micro empresas é o comércio, que ocupa
58,9% dos empregos neste setor, seguido do setor de serviços, com 28,8% do
total.
Tabela 2 – Nº de pessoas ocupadas nas empresas formais, por porte e setor
de atividade.
Micro
Pequena
Média
Total
Grande
Nº
1.571.608
%
23,7
Nº
1.471.254
%
22.2
Nº
1.322.673
%
20,0
Nº
2.256.721
%
34,1
Nº
6.622.256
%
100
356.660
27,3
339.777
26,0
327.135
25,0
284.005
21.7
1.307.577
100
Comércio
4.664.545
58,9
1.772.233
22,4
327.443
4,1
1.161.426
14,7
7.925.647
100
Serviços
3.374.388
28,8
2.206.611
18,8
722.852
6,2
5.402.593
46,2
11.706.444
100
TOTAL
9.967.201
36,2
5.789.875
21,0
2.700.103
9,8
9.104.745
33,0
27.561.924
100
Indústria
Construção
Fonte: IBGE; SEBRAE, 2002.
Segundo Dolabela (1999), as pequenas e médias empresas são
responsáveis pelas taxas crescentes de emprego, de inovação tecnológica, de
participação no PIB (Produto Interno Bruto) de exportação. O eixo está
deslocado para os pequenos negócios, as sociedades se vêem induzidas a
formar empregadores, pessoas com uma nova atitude diante do trabalho e com
uma nova visão do mundo.
O que se lamenta diante dos dados acima é a ação ineficiente dos
governos em relação as mpme´s. Se está tão clara a sua importância para a
economia e também na geração de empregos, é necessário que elas tenham a
devida atenção, que sejam vistas como a solução de alguns problemas
governamentais e que a carga tributária seja reduzida para que tenham
melhores condições de se firmar no mercado. Investimentos em educação
empreendedora e infra-estrutura, mais crédito, dinheiro mais barato, menos
burocracia, mudanças na legislação brasileira poderia elevar o nível de
empreendedorismo no Brasil e conseqüentemente o número de mpme´s.
A abertura de mpme´s deve ser menos burocratizada, ou seja, elas
precisam ser tratadas como empresas necessárias e não com desdenho pelos
órgãos governamentais.
1.7
Os processos para a abertura de uma empresa
Não é segredo para ninguém que registros de documentos no Brasil são
30
processos burocráticos e demorados. Salvo honrosas exceções, depender de
agilidade nessas rotinas não é algo viável .
Atualmente, o tempo médio para a abertura de uma empresa no Brasil é
de 152 dias. Esta demora para que o empreendedor comece seu negócio, no
entanto,
não
é
um
privilégio
nosso,
mas
uma
marca
dos
países
subdesenvolvidos.
Quem decidiu abrir seu próprio negócio, deve estar preparado para um
longo processo burocrático, que envolverá órgãos federais, estaduais e
municipais. Para se ter uma idéia, em média, são necessários 6
procedimentos, 8 por cento do rendimento per capita, e 27 dias para começar
um negócio em um país rico. Já em um país pobre, ou de rendimento médiobaixo, o mesmo processo implica 11 procedimentos, 122 por cento do
rendimento per capita, e 59 dias. Em mais de doze países pobres, demora
mais que 100 dias para registrar uma nova empresa - entre estes, o Brasil. E,
alterar as definições após a abertura do negócio é um procedimento ainda mais
traumático - e muito caro. Assim, é necessário planejar precisamente o que é
preciso fazer, estudar cada etapa e, principalmente, conhecer com clareza as
particularidades do mercado em que a empresa irá atuar, devendo-se estar
ciente, no entanto, que alguns tipos de negócio exigem processos específicos.
Primeiramente é preciso fazer um levantamento de todos os fatores que
influenciam na atuação da sua empresa. Colocar em um papel tudo o que será
necessário para a operação - local, instalações, maquinário, número de
funcionários, material que será trabalhado, investimentos e custos. A partir dos
dados levantados, é necessário um estudo de acordo com a legislação da
cidade em que a empresa irá operar. Inicialmente, de que maneira ela se
encaixa na lei de zoneamento, ou seja, em qual região ela pode atuar. Se
deixar isso para o fim, pode existir a desagradável surpresa de descobrir que o
prédio alugado não pode ser utilizado para o que é pretendido.
Em seguida, levar em conta o tipo de operação e os materiais utilizados.
Isso é decisivo, uma vez que o impacto ambiental pode ser um sério entrave
para a atuação de uma empresa. Se estes itens já estão definidos, é hora de
juntar os documentos dos donos da empresa - todos os documentos pessoais
(RG, CPF, Certidões, Atestados), com cópias autenticadas. Com isso em
mãos, pode-se ir a um cartório de registro civil para abrir firma – registrar a
31
assinatura - esse procedimento será fundamental nas etapas subseqüentes.
O primeiro passo do registro legal deve ser dado na junta comercial do
estado, ou o respectivo órgão de registro de empresas, que incluirá a
companhia no DNRC (Departamento Nacional de Registro do Comércio), é
como se fosse a certidão de nascimento no caso das pessoas físicas. A partir
desse registro, a empresa existe oficialmente - o que não significa que ela pode
começar a operar. Para fazer o registro na junta comercial, é preciso
apresentar os documentos pessoais de cada sócio e o contrato social.
O contrato social é a peça mais importante do início da empresa. Sem
dúvida, o documento mais relevante no processo de abertura. Nele, devem
estar definido claramente os seguintes itens: interesse das partes; objetivo da
empresa; descrição do aspecto societário e a maneira de integralização das
cotas. Para ser válido, o documento deverá ter a chancela de um advogado, e
não apenas de um contador. Na junta comercial, o empresário irá obter o NIRE
(Número de Identificação do Registro de Empresa). Se o empresário for o único
dono, ele pode fazer o registro diretamente no Cartório de Registro de Pessoas
Jurídicas, ou então na Junta. Os preços e prazos para abertura variam de
estado para estado, o ideal é consultar o site da junta comercial de cada
estado.
Com o NIRE em mãos, é a hora de fazer o registro de contribuinte. Ou
seja, obter o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) e a DECA
(Declaração Cadastral). Na prática, esses dois registros servem para dizer ao
poder público que a empresa já está apta a pagar impostos - mais ou menos
com o CPF para pessoas físicas. O CNPJ para tributos federais e a DECA,
para estaduais.
O registro do CNPJ é um dos mais práticos na abertura de empresa. Ele
é feito exclusivamente pela internet, no site da Receita Federal, através do
download de um programa específico. Os documentos necessários são
enviados por sedex para a Receita Federal e a resposta é dada, também, pela
internet. O DECA - cadastro no sistema tributário estadual deve ser feito junto à
Secretaria Estadual da Fazenda. Em geral, ele não pode ser feito pela internet,
mas isso varia de estado para estado. Atualmente, a maioria dos estados
possui convênio com a Receita Federal, o que permite obter possui a DECA
32
junto com o CNPJ, através de um único cadastro.
Sobre o cadastro de contribuinte da empresa é importante ficar atento
para adequar cada negócio a um determinado regime de tributação, fazer os
cálculos na ponta do lápis e optar por aquele que for menos oneroso para a
empresa. Mas nem todas as empresas podem optar pelo Simples,
principalmente as empresas de serviço. Assim, ao fazer o cadastro no CNPJ, é
preciso escolher a atividade que a empresa irá exercer. Essa classificação será
utilizada não apenas na tributação, mas também na fiscalização das atividades
da empresa. Portanto, antes de fazer a inscrição no CNPJ, deve-se consultar
os tipos de empresa que não se aplicam ao Simples.
Após o cadastro do CNPJ, é a vez de ir à prefeitura fazer o cadastro e
receber o Alvará de Funcionamento. O alvará é uma licença concedida pela
prefeitura, permitindo a localização e o funcionamento de estabelecimentos
comerciais, industriais, agrícolas, prestadores de serviços, bem como de
sociedades, instituições, e associações de qualquer natureza, vinculadas a
pessoas físicas ou jurídicas. Para obtê-lo, o empresário deve se dirigir à
secretaria de finanças do município. Em algumas cidades, como São Paulo, o
serviço pode ser feito diretamente pela internet, sem custo algum. Se o
empresário tomou o cuidado de adequar sua empresa à legislação local, não
terá problemas ao solicitar o seu alvará. Se deixar para conhecer a legislação
só neste momento, com certeza vai esbarrar na legislação.
É necessário ficar atento, pois muitos empresários ignoram o alvará de
funcionamento e passam a operar a empresa após a obtenção do CNPJ. No
entanto, a operação sem alvará caracteriza o estabelecimento como ilegal e
pode acarretar seu fechamento e punição dos responsáveis como previsto em
lei. Para conhecer a legislação, bem como a documentação e formulários a
serem apresentados, pode-se consultar a Prefeitura local.
Após a concessão do alvará de funcionamento, a empresa já está apta a
entrar em operação. No entanto, ainda faltam duas etapas fundamentais para o
seu funcionamento. A primeira é o cadastro na Previdência Social, para
contratar funcionários e arcar com as obrigações trabalhistas sobre eles. Ainda
que seja um único funcionário, ou apenas os sócios inicialmente, a empresa
precisa estar cadastrada na Previdência Social e pagar os respectivos tributos.
Assim, estando de posse do CNPJ e do Contrato Social, o representante
33
deverá dirigir-se à Agência da Previdência de sua jurisdição para solicitar o
cadastramento da empresa e seus responsáveis legais. O prazo para
cadastramento é de 30 dias após o início das atividades. Vale lembrar que as
empresas que optam pelo Simples como regime de tributação já pagam o INSS
incluso no imposto sobre o faturamento.
Uma vez cumpridas todas estas etapas, falta apenas preparar o aparato
fiscal para entrar em operação. Para iniciar as atividades, será necessário
solicitar a impressão de notas fiscais e a autenticação de livros fiscais. Para
tanto, as empresas de prestação de serviços deverão dirigir-se à prefeitura
local.
As empresas que se dediquem às atividades de indústria e comércio
deverão ir à Secretaria de Estado de Fazenda. Uma vez que o aparato fiscal
está pronto, registrado e tudo ocorreu bem durante os procedimentos
anteriores, a empresa pode começar a operar. Se o negócio diz respeito a uma
profissão regulamentada, precisa ter registro na agência ou órgão de controle
da categoria.
Todo este processo é cheio de detalhes, idas e voltas, por isso, deve-se
procurar manter a organização. Alterar esses registros depois que a empresa
está aberta é algo oneroso e ainda mais demorado, por isso é importante
procurar fazer certo na primeira vez.
O burocrático processo de abertura de empresa no Brasil é fruto de
muitas discussões. Entre as muitas propostas já discutidas está a da Lei Geral
das Micro e Pequenas Empresas, que foi proposta pelo SEBRAE.
A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas em vigor desde 01/07/2007
pretende simplificar a burocracia que empreendedores são obrigados a encarar
para constituir ou mesmo manter um pequeno empreendimento. Além disso,
com a unificação da cobrança de impostos e sua conseqüente simplificação,
espera-se que aquelas empresas que atuam informalmente sejam incentivadas
a se formalizar e passar a contribuir com o pagamento de tributos. Hoje para
cada empresa formalizada existem duas não formalizadas.
Esta Lei Geral é baseada em três grandes vertentes básicas: a
desburocratização e simplificação dos processos de constituição e gestão de
pequenos empreendimentos; a unificação e simplificação tributária e o estímulo
oficial à inovação neste segmento.
34
Com a desburocratização e a simplificação, há um cadastro unificado
onde a empresa, para se registrar em nível municipal, estadual e federal, basta
apenas um registro. Ela recolhe de uma vez só, em um único lançamento,
todos os seus tributos de acordo com sua especificidade: se é micro ou
pequena. A divisão dos recursos entre os três níveis de governo será feita da
maneira automática, que a lei prevê.
A segunda questão é a tributária. Os tributos incidem de uma maneira
proporcional ao desenvolvimento e ao faturamento da empresa, sem haver
degraus que existem hoje em que o pessoal pula de faixa, e aí fica resistindo a
não sair de uma faixa para cair na outra, incentivando o crescimento, pois
crescendo elas vão pagar mais, além de aumentar o limite do que é micro e do
que é pequena empresa de forma a ter uma abrangência um pouco maior.
O terceiro eixo da lei é o da inovação, no sentido de despertar no
pequeno empreendedor sempre a sua força para poder se superar, não só nos
níveis de gestão, como nos níveis de competitividade, de efetividade ou de
inovação tecnológica, garantindo acesso para que a pequena empresa possa
aplicar também recursos no seu próprio desenvolvimento e entrando
definitivamente na cadeia produtiva.
Apesar de buscar um objetivo nobre, que é estimular o pequeno
empreendedor brasileiro a constituir empreendimentos formais e produtivos, a
aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas não foi uma
unanimidade. O grande problema foi que, segundo avaliam gestores
governamentais, principalmente nos estados, a lei promoveria uma redução da
arrecadação de todas as unidades nacionais. Além disso, as desigualdades
características entre cada unidade de nosso país poderia provocar profundos
danos aos estados mais pobres caso a lei seja única em todo o país. O
principal ponto de preocupação dos estados foi a conceituação uniforme em
todo território nacional da faixa de faturamento que será usada para definir
quais empresas se enquadram na denominação de micro ou pequenas, ponto
previsto no anteprojeto. Foi então criado pelo CONFAZ (Conselho Nacional de
Política Fazendária) um grupo de técnicos para analisar o anteprojeto da lei e
detectar pontos que são de atenção, pois poderiam causar prejuízo à captação
de recursos para os estados. Porém, os estados compreenderam que a adoção
da Lei Geral deve estimular realmente a formalização de parte da economia
35
informal do país. No entanto, foi importante levar em consideração a perda
inicial que tal legislação representaria aos cofres públicos.
Em resposta aos temores dos estados com a perda de arrecadação,
espera-se o aumento do número de empresas formais, e conseqüente
crescimento da arrecadação.
A Lei Geral é compatível com a realidade e com a verdade da maioria
dos países que já têm legislação sobre esse assunto, como também uma
resposta a uma agenda positiva que o Brasil precisa ter, para que as empresas
sejam colocadas de vez na economia, contribuindo econômica e socialmente
para o país.
1.8
As ferramentas para uma gestão eficaz
A última pesquisa de mortalidade de micro, pequenas e médias
empresas do SEBRAE (08/2007) trouxe números animadores. Ela afirma que o
percentual de fechamento dessas empresas é hoje de 22%. Há cinco anos
chegava-se a quase 50%.
O atual cenário positivo deve-se a melhorias na conjuntura de mercado,
na política monetária e até a novos pacotes na carga tributária favorecendo os
pequenos. Sem dúvida, são pontos relevantes, mas não necessariamente
determinam o tempo de vida de um empreendimento. O fator primordial que
condiciona a sobrevida de uma organização é a gestão. O conhecimento de um
sistema de gestão eficaz propicia ao empreendedor a capacidade de análise e
a visão sistêmica necessários para navegar nesse oceano de adversidades
que é o mercado. E esse conhecimento, tão vital, costuma ser ignorado pelas
escolas na formação profissional. Os números positivos foram alcançados
graças aos esforços desses empresários que, desesperadamente, buscaram
em instituições paralelas o que lhes deveria ter sido dado na escola ou na
universidade.
No mundo de hoje, dos novos paradigmas, observa-se que a demanda
de recursos humanos é por profissionais preparados para enfrentar ambientes
de risco, vale dizer, de pessoas aptas a tomar decisões em cenários que
envolvem riscos de várias naturezas; pessoas capacitadas a identificá-los,
avaliá-los e mitigá-los. Junte-se a esta qualidade capacidades de liderança, de
36
trabalho em grupo, de busca da inovação, e tem-se o perfil de um
empreendedor.
Ao contrário do que muitos pensam, o empreendedor é intuitivo, mas
não impulsivo, nem imediatista. Tem que ser um profissional bem preparado,
ter consciência de que colocar suas idéias em prática requer uma visão
sistêmica e de futuro do negócio. Sabe da necessidade de gerir processos e
pessoas, de gerar valor, conhecer seu cliente e o mercado, se relacionar com a
sociedade de forma responsável e montar alianças e parcerias.
De modo geral, nosso sistema educacional ainda não encontrou o
melhor caminho para a formação de profissionais com essas características.
De fato, são não desprezíveis os diversos desafios na concretização dessa
tarefa. Um primeiro refere-se ao próprio método de ensino, que evidentemente
não pode ser o tradicional, ao qual fomos acostumados no passado: professor
em sala de aula, de um lado, transmitindo conhecimentos a alunos, de outro.
Zero de exposição do aluno a um ambiente de risco.
Quem opta pelo próprio negócio, além de todos os desafios já
conhecidos, enfrenta ainda mais um problema: buscar uma capacitação
empreendedora que a universidade geralmente não lhe dá. E é só por esse
esforço extra, mobilizado pelo instinto de sobrevivência, que faz os índices de
pesquisa mudarem positivamente.
“O sucesso das pequenas e médias empresas nacionais está
intimamente relacionado à capacitação do empresário na gestão de seu
negócio”, (BASILE, A, 2003). Assim, conduzir um negócio rumo à perenidade
exige várias práticas, algumas citadas abaixo:
a) Ter iniciativa é um pré-requisito e uma das características mais
marcantes de um empresário bem sucedido. Agir, em vez de esperar
as coisas acontecerem sozinhas. Isto, sem dúvida, vale também para
os que já possuem seu negócio, mantenha sempre uma atitude próativa mesmo nestes momentos mais difíceis.
b) Ser criativo é desafio permanente e não esporádico. Sempre procurar
idéias que diferenciem da concorrência. Muitas vezes, ser criativo
significa abandonar o que não deu certo. Deixar para trás idéias
antigas é tão importante quanto ter novas idéias.
c) Automotivar-se é mais do que fundamental para o sucesso do
37
negócio. É preciso ser autoconfiante. Mas isto ainda não é suficiente.
Ter bom senso, porque o excesso de autoconfiança distancia da
realidade e pode levar ao fracasso. Para muitos, um bom mecanismo
para manter-se motivado é definir objetivos e metas mensuráveis.
d) Ser o melhor no que faz no segmento em que se atua. Todo
empreendimento só se consolida caso se torne a melhor opção para
algum serviço ou produto, dentro da sua área de atuação específica.
É preciso saber quem são os principais concorrentes, como eles
trabalham, quais são as novas tendências do setor, etc. Apenas
desta forma, será possível desenvolver uma estratégia vencedora e
diferenciar-se, tornando-se a melhor opção perante o público-alvo.
e) Planejar deve servir como um norte para os negócios. Habituar-se a
reservar um tempo, a cada semana ou a cada mês, para planejar.
Um bom método é desenvolver cenários - otimista, realista e
pessimista - elaborar ações para cada um deles para evitar
surpresas.
f) Entender as necessidades dos clientes é fundamental. Não basta
ouvi-lo. É um exercício difícil, mas procurar colocar-se no lugar dele.
Como todos nós em algum momento também somos consumidores,
fica fácil imaginar o que sentimos quando somos mal atendidos,
quando não recebemos o que compramos ou como ficamos
satisfeitos quando tudo aconteceu como queríamos. Outro ponto,
antes de presumir o que o cliente quer, é perguntando a ele. Com
certeza, muitas respostas ajudarão a definir uma estratégia voltada
aos clientes.
g) Manter o foco mesmo correndo riscos, pois o fato é que é preciso
definir exatamente quais serviços ou produtos serão oferecidos e
para quem.
h) Controlar os custos, pois nada é mais fatal, para uma pequena que
uma estrutura com custos altos. Ser conservador e cauteloso nesta
área. Lembrar que equipe tomará as atitudes do empreendedor como
exemplo. Será muito difícil envolver os colaboradores em uma
administração enxuta de custos se eles perceberem que o
empreendedor é um grande gastador.
38
i) Terceirizar deixando para outras empresas tarefas que não
agreguem valor para o cliente final. Exemplo: além da terceirização
das áreas de limpeza, entregadores e contabilidade, algumas
pequenas e médias empresas, estão terceirizando, também, o seu
departamento de marketing.
j) Tomar cuidado com empréstimos tradicionais, pois recorrer a
empréstimos para crescer e se desenvolver faz parte da vida de
qualquer empresário, em um país desenvolvido. Por aqui a história é
bem diferente. Existem poucas linhas de crédito de longo prazo e os
juros bancários são indecentes, para não dizer imorais. O governo já
começou a baixar os juros, mas isto ainda não refletiu de maneira
significativa nos juros bancários.
k) Tornar o funcionário um vendedor. O Comandante Rolim Adolfo
Amaro (2003), ex-presidente da TAM, formulou uma frase que
sintetiza muito bem o título acima: “Se a crise vier, e ela está sempre
por perto, não dispense pessoas. Coloque-as para vender". Ele já
disse tudo.
l) Não misturar as contas pessoais com as da empresa. Nenhum
negócio merece ter que sustentar a família do empresário. Com o
desejo de usufruir os lucros do negócio, muitos empresários,
absorvem
estes
recursos
para
gastos
pessoais
e
acabam
sucateando suas empresas, perdendo competitividade no mercado.
m) Reconhecer os erros demonstra maturidade profissional. Se for
notado que algo está fora dos trilhos, como um produto que necessita
de ajustes ou uma pessoa que não se encaixa numa função, deve-se
encarar o problema de frente e tomar uma decisão.
n) Procurar ajuda quando for preciso é sinal de inteligência e bom
senso. O empresário não é obrigado a dominar todas as áreas,
assim, se necessitar fazer uma ação da qual não se tem
conhecimento, procurar alguém do ramo.
Sem dúvida, existem outros fatores importantes, que podem ajudar a
direcionar os negócios. A leitura de livros, artigos, participação em palestras
também é muito importante para conhecer os conceitos e as tendências atuais
de sucesso, garantindo assim que o empreendimento prospere.
39
1.9
Os principais erros que levam empresas a falência
A maior parte das empresas não se encaixa na definição de espírito
empreendedor. Segundo uma sondagem feita em 1997 nos balcões do
SEBRAE, 32% dos novos empresários decidiram abrir seu negócio porque
estavam desempregados ou insatisfeitos no emprego – um motivo legítimo,
mas insuficiente para denotar o espírito empreendedor. Outra forte razão para
abrir uma empresa (também 32%) foi ter tempo disponível. Identificar uma
oportunidade, que é a condição primordial para iniciar qualquer negócio, foi
uma razão indicada por apenas 57% dos empresários na sondagem (a questão
admitia mais de uma resposta).
A descontinuidade dos negócios, bem como os motivos que levam uma
empresa a ser fechada, também foram analisados em uma pesquisa da GEM
(2006). A média global de fechamento totaliza 3,8% das empresas. Em relação
aos fatores que inibem o empreendedorismo no Brasil, cerca de 70% das
menções feitas por especialistas concentra-se em três condições: políticas
governamentais, especialmente a elevada tributação e o excesso de
burocracia; apoio financeiro, como a dificuldade de acesso a crédito e política
de juros altos; e educação e treinamento, por não explorar o tema
empreendedorismo no ensino formal.
Já os empreendedores têm dificuldade de obter não apenas informações
sobre legislação, políticas públicas e linhas de crédito, como também acesso
ao próprio crédito para investimento. De acordo com o estudo, 56% dos
empreendedores entrevistados têm como fonte de recursos os parentes
próximos e 53,6% utilizam dinheiro próprio. No mais, daqueles que fecharam
suas empresas, 31% alegaram excessiva competição e falta de clientes, ao
passo que 9,7% informaram ter arrumado um bom trabalho.
Estes são alguns pontos que podem levar uma empresa à falência e o
fim do sonho do próprio negócio, segundo Cruz (2008):
a) A falta de empregos leva um grande contingente de pessoas a se
aventurar no próprio negócio. Assim, muitas das micro e pequenas
empresas que surgem em nosso país são frutos não de uma atitude
planejada
com
objetivos
concretos,
desesperada em busca da sobrevivência.
mas
de
uma
tentativa
40
b) A falta de reserva de capital que força o empreendedor a buscar
empréstimos com juros altos para suportar os gastos da empresa. O
acúmulo de dívidas, utilização de recursos emprestados junto à
ansiedade do retorno do investimento e a retirada constante de
dinheiro do caixa da empresa, leva a uma descapitalização e a uma
falência inevitável.
c) A falta de um bom gerenciamento também leva grande parte das
micro e pequenas empresas do país a falência num curto período de
vida. Dentre os fatores que levam a esta situação, se encontra a falta
de um mínimo de estudo sobre a carga tributária que a empresa
responde. Geralmente, pelo fato das microempresas e empresas de
pequeno porte possuírem uma menor responsabilidade para com o
FISCO após a criação de sistemas de simplificação tributária
(Simples e agora Simples Nacional), estas não criam banco de dados
sobre seus números, como também, infelizmente, não se utilizam do
trabalho contábil
para a escrituração de seus tributos. Tais fatos
revelam uma total falta de planejamento e controle, identificando uma
situação que está ligada diretamente à falta da utilização de uma
série de fatores, que engloba desde a falta de aptidões, na condução
do negócio, como também o desconhecimento de ferramentas de
gestão, como também na falta de um melhor planejamento tributário.
d) Outro erro comum muito sério, segundo o SEBRAE – SC (2004) é o
de confundir gastos pessoais com gastos da empresa. O patrimônio
da empresa não deve ser misturado ao patrimônio dos donos.
e) A ausência de um plano de negócios compatível à realidade do
mercado.
f) O investimento não planejado, ou seja, investir, e fixar metas, sem
uma avaliação precisa das necessidades operacionais.
g) A ausência de controle dos custos, bem como de outros controles
internos ligados à capacidade de gerenciamento de uma empresa,
tais como: compras, vendas, estoques, finanças, contabilidade,
recursos humanos.
h) O estabelecimento de prazos de venda sem levar em conta o capital
de giro.
41
i) Fazer vendas a prazo, sem adotar uma análise de crédito criteriosa,
como comprovante de renda ou residência, referências, consultas de
crédito.
j) A inexperiência dos sócios no ramo de atividade escolhido para o
empreendimento.
k) E a remuneração dos sócios incompatível com a situação financeira
da empresa.
Contudo, a importância da constante capacitação do empresário deve
ser ressaltada, assim como a busca de uma visão prática que encontre uma
solução feita para cada negócio.
42
CAPÍTULO II
AS INCUBADORAS DE EMPRESAS
2
CONCEITO DE INCUBADORAS DE EMPRESAS
As incubadoras empresariais proporcionam inúmeros benefícios para o
nascimento, desenvolvimento e consolidação de novas empresas.
Segundo Dornelas (2007), a definição de incubadora está relacionada a
mecanismos mantidos por entidades governamentais, universidades, grupos
comunitários entre outros que utilizam um ambiente no qual são oferecidas
facilidades para o surgimento e o crescimento de novos empreendimentos.
Além de assessorar na gestão técnica e empresarial da organização,
oferecem
também
a
possibilidade
de
serviços
compartilhados
como
laboratórios, telefone, internet, segurança, espaço físico, proporcionando aos
usuários maior flexibilidade em um clima motivador e encorajador.
As incubadoras são organizações que podem estar vinculadas a
instituições de ensino públicas ou privadas, prefeituras e, até mesmo,
iniciativas empresariais independentes. A base de sustentação de um
programa de incubação está alicerçada na difusão da cultura empreendedora,
do conhecimento e da inovação.
Através das incubadoras é possível apoiar novos empreendimentos de
projetos inovadores, por meio da oferta de inúmeras facilidades e apoio aos
empreendedores, tais como: consultorias especializadas, orientações e
capacitações
gerenciais,
espaço
físico
e
infra-estrutura
operacional,
administrativa e técnica.
2.1
Os objetivos das incubadoras de empresas
Segundo a INATEL (Instituto Nacional de Telecomunicações), o objetivo
geral das incubadoras é acelerar o processo de criação de micro e pequenas
empresas aumentando suas chances de sobrevivência. Os objetivos
específicos devem estar alinhados com as expectativas regionais e locais,
buscando sempre:
43
a) Reforçar o espírito empreendedor;
b) Capacitar os empresários;
c) Estimular a associação entre as universidades e as empresas;
d) Estimular a parceria entre as empresas;
e) Apoiar a geração de empregos e de renda;
f) Apoiar a introdução de novos produtos, processos e serviços no
mercado;
g) Facilitar o acesso a tecnologias;
h) Apoiar projetos de revitalização de empresas;
i) Consolidar micro e pequenas empresas que apresentem potencial de
crescimento;
j) Reduzir a taxa de mortalidade de novas micro e pequenas empresas.
2.2
O movimento das incubadoras de empresas
O surgimento das incubadoras de empresas, segundo pesquisadores, foi
em 1938, nos EUA. Partiu da iniciativa de dois estudantes da Universidade de
Stanford, cujos sobrenomes se perpetuaram no mundo empresarial: Hewlett &
Packard. Dali, para a HP tornar-se uma empresa global.
Além da iniciativa dos sócios HP, em 1959, no estado de Nova Iorque,
foi fechada um fábrica da Massey Ferguson e provocou a demissão de
milhares de trabalhadores. Então, o comprador da fábrica decidiu alugar o
espaço para pequenas empresas iniciantes que, por sua vez, atuavam em
regime de compartilhamento de recursos.
Já no continente europeu, foi na Inglaterra que surgiram as primeiras
incubadoras, sendo que a origem do movimento foi a partir do fechamento de
uma subsidiária do British Steel Corporation, estimulando a criação de
pequenas empresas naquele espaço fabril, ora em disponibilidade, e que
atuavam em segmentos relacionadas com a produção do aço.
Mas, foi na década de 70 que o modelo de incubação se consolidou nos
EUA e Europa face o elevado nível de desemprego industrial motivado pela
recessão da economia mundial (crise do petróleo). Assim, as incubadoras se
constituíram como uma porta de entrada para que empreendedores
independentes pudessem constituir seus próprios negócios.
44
Estas iniciativas resultaram, por exemplo, na criação do Vale do Silício
americano, através da expansão do movimento de incubação no seio
acadêmico.
2.3
Tipos de incubadoras
Em 2006, o Centro Inovates (Centro de Inovação Tecnológica),
caracterizou a incubadora como “um mecanismo que estimula a criação e o
desenvolvimento de micro e pequenas empresas industriais ou de prestação de
serviços, empresas de base tecnológica ou de manufaturas leves, por meio da
formação complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos e
gerenciais”. Ainda destaca que as incubadoras se diferenciam em diversos
tipos e métodos de auxiliar e orientar novos empreendedores a montar sua
empresa de forma segura e preparada às dificuldades do mercado, descritos
abaixo:
a) Incubadora de empresas de base tecnológica: Organização que
abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços resultam de
pesquisa científica, para os quais a tecnologia representa alto valor
agregado.
Abriga
empreendimentos
na
área
de
informática,
biotecnologia, química fina, mecânica de precisão e novos materiais.
Distingue-se da incubadora de empresa de setores tradicionais por
abrigar exclusivamente empreendimentos oriundos de pesquisa
científica.
b) Incubadora de empresas de setores tradicionais: Organização que
abriga empreendimentos ligados aos setores da economia que
detêm tecnologias largamente difundidas e que queiram agregar
valor aos seus produtos, processos ou serviços, por meio de
incremento em seu nível tecnológico. Esses empreendimentos
devem estar comprometidos com a absorção e o desenvolvimento de
novas tecnologias.
c) Incubadora mista: Organização que abriga ao mesmo tempo
empresas de base tecnológica e de setores tradicionais.
d) Incubadora setorial: Organização que abriga empreendimentos de
apenas um setor da economia.
45
e) Incubadora cultural: Apóia empreendimentos voltados para a área da
cultura, como, por exemplo, música, escultura, fotografia, cinema,
eventos, entre outras do mesmo grupo de atuação.
f) Incubadora social: São incubadoras que apóiam empreendimentos
oriundos de projetos sociais, ligados aos setores tradicionais, cujo
conhecimento é de domínio público, e que atendam à demanda de
emprego e renda e de melhoria da qualidade de vida da comunidade.
g) Incubadora agroindustrial: Organização que abriga empreendimentos
de produtos e serviços agropecuários, com vistas a facilitar o
processo de empresaria mento e inovação tecnológica.
h) Incubadora de cooperativa: Incubadora que apóia cooperativas em
processo de formação e/ou consolidação instaladas dentro ou fora do
município. Estrutura que apresenta características tanto das
incubadoras tradicionais como do processo de incubação à distância,
com o objetivo de criação de trabalho e renda.
As empresas incubadas têm, em média, três anos para deixar o
ambiente comum e partir para competição de mercado. A partir de então são
classificadas como graduadas e, a critério, podem ser categorizadas como
associadas da incubadora.
2.4
Incubadoras de empresas no Brasil
No Brasil, o trabalho com incubadoras de empresas teve seu início em
1984, quando por iniciativa do então presidente do CNPq (Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), professor Lynaldo Cavalcanti,
cinco fundações tecnológicas foram criadas, em Campina Grande (PB),
Manaus (AM), São Carlos (SP), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Essas
instituições tinham por finalidade promover a transferência de tecnologia das
universidades para o setor produtivo.
Após a implantação do ParqTec – Fundação Parque de Alta Tecnologia
de São Carlos, em dezembro de 1984, começou a funcionar a primeira
incubadora de empresas no Brasil, a mais antiga da América Latina, com
quatro empresas instaladas, sendo que nessa década quatro incubadoras
foram constituídas no país.
46
Em 1987, foi criada a ANPROTEC que iniciou a articulação do
movimento de criação de incubadoras de empresas no país, afiliando
incubadoras de empresas ou suas instituições gestoras.
Em 1991, o SEBRAE passou a apoiar ações destinadas à implantação,
desenvolvimento e fortalecimento das incubadoras de empresas, entendendo
serem elas uma alternativa importante à criação e desenvolvimento de micro e
pequenas empresas. Esse apoio tem ocorrido através da viabilização dos
produtos e serviços que o sistema dispõe, bem como o repasse de recursos
financeiros para operação das incubadoras.
Em 1998, o SEBRAE publicou seu primeiro edital com vistas a apoiar,
por meio de recursos financeiros, os empreendimentos já existentes e o
surgimento de novas incubadoras através do fomento ao estudo de viabilidade
técnica e elaboração de planos de negócios de novas incubadoras. Esse edital
passou então a ser lançado anualmente o que possibilitou a regionalização e
interiorização do Programa Incubadora de Empresas por todo o país.
O levantamento da ANPROTEC (2006, apud MARQUES, 2006), indica
uma tendência de descentralização entre incubadoras e cidades brasileiras. Foi
apontado que a maioria destas entidades, 51%, está instalada em cidades com
menos de 200 mil habitantes. Das demais, 23,12% estão em cidades com mais
de 300 mil e menos de um milhão de habitantes, enquanto 25,5% delas estão
em cidades grandes, com população acima de um milhão de pessoas.
De acordo com dados da ANPROTEC (2007), mais de 1,5 mil empresas
já se graduaram em incubadoras e hoje, cerca de 2,8 mil residem nas 393
incubadoras em operação no país, além de 2 mil associadas (também
incubadas, mas sem usufruir da estrutura física).
Tabela 3: Raio X do sistema de Incubadoras no Brasil - (2007)
Incubadoras no Brasil
393
Empresas graduadas
1,5 mil
Empresas residentes
2,8 mil
Empresas associadas
2 mil
Tempo médio de incubação
4 anos
Tamanho de equipe das incubadoras
Média de 5
Empregos gerados por incubadoras e parques tecnológicos
33 mil
Taxa de mortalidade das empresas incubadas
Fonte: Revista Empreendedor, Dezembro 2007.
Menor que 20%
47
Responsáveis pela geração de 33 mil empregos diretos, as incubadoras
preparam as empresas para um mercado de vulto. Nos últimos 20 anos,
aproximadamente R$ 400 milhões em impostos. Somente em 2006, a
participação das empresas graduadas e incubadas na economia brasileira foi
de R$ 2 bilhões.
Diante deste cenário, segundo a INATEL, cabe ressaltar e incluir outros
parâmetros que os coordenadores dos Programas de Incubação devem atentar
no dia-a-dia da gestão de uma Incubadora, para elevar a taxa de sucesso dos
empreendimentos incubados:
a)
Rigoroso processo de seleção, sobretudo, na avaliação das
características empreendedoras dos indivíduos;
b)
Acompanhamento efetivo do planejamento empresarial;
c)
Monitoramento e acompanhamento sistemático;
d)
Apoiar na prospecção e ampliação da rede de relacionamentos;
e)
Buscar capacitações específicas no que diz respeito à inovação
em produtos e serviços, alavancagem de vendas e gerenciamento
por resultados;
f)
Apoiar a captação de recursos quer sejam reembolsáveis ou não
reembolsáveis;
g)
Promover constantemente a difusão do programa de incubação,
de modo a construir massa crítica junto dos stakeholders
(consumidores,
fornecedores,
agentes
financeiros,
agentes
governamentais, instituições de ciência e tecnologia, associações
de classe, investidores de risco, etc).
2.5
Histórico da Incubadora de Empresas de Lins
A IEL - Incubadora de Empresas de Lins, inaugurada oficialmente em
abril de 2003, foi um sonho acalentado durante muitos meses que envolveu
inúmeras parcerias. Para por o projeto em prática, a ADETEC Lins (Agência de
Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Lins), a Prefeitura Municipal de
Lins e o SEBRAE se uniram a Universidades (Fundação Paulista de Educação
e Tecnologia/Unilins e Unisalesiano), Associação Comercial de Lins, empresas
particulares e assim viabilizaram a implantação da Incubadora, que tem por
48
objetivo ser um centro de referência em capacitação empresarial de Lins e
região.
Fonte: Incubadora de Empresas de Lins
Figura 4: Fachada da Incubadora de Empresas de Lins
O Programa, ao longo de quase seis anos de existência, tem abrigado
empresas de diversos ramos de atividade: alimentício, confecções, informática,
artesanato, adaptações para deficiência, reprodução animal, tecnologia da
informação, etc, caracterizando-a como incubadora mista.
Para consolidar o programa no município e tornar-se um centro de
referência empresarial em Lins, a Incubadora tem como objetivos articular,
juntamente com os parceiros que viabilizam o projeto, a realização de uma
série de ações.
A manutenção de um Edital Permanente (Fluxo Contínuo) para
recebimento de propostas de empreendimentos é uma delas. A divulgação do
programa e das empresas – de várias formas diferentes - também está
contemplada nesse plano, uma vez que manter a incubadora com 90% de
ocupação nos próximos 12 meses é outro objetivo a ser alcançado, assim
como a graduação de empresas, que abrirá vagas para o ingresso de novos
empreendimentos.
Outros destaques ficam por conta das iniciativas para capacitação
empresarial, com a oferta de serviços customizados aos incubados:
consultorias de marketing e finanças, assessorias, cursos e treinamentos e
também a realização de eventos empresariais, como o Café do Empreendedor
e o Happy Hour Empresarial.
49
Desde 2006, a IEL integra o SIGEOR (Sistema de Informação da Gestão
Estratégica Orientada para Resultados) que propicia o acompanhamento e
monitoramento das ações das empresas residentes e pré-residentes.
A primeira leitura dos indicadores do SIGEOR foi realizada em dezembro
de 2006. Em maio de 2007, nova análise foi realizada. Em dezembro de 2007
houve outra análise, com um resultado bastante animador, onde foi possível
constatar um aumento de 95% das receitas entre as seis empresas incubadas
analisadas no período de um ano. Nos outros itens, como percentual de
lucratividade e rentabilidade operacional também houve avanços.
Em 2008, a Incubadora consolidou ferramentas para divulgar o
programa, como espaço na mídia, boletim eletrônico, produção de boletim
impresso especial e criou o Programa Café do Empreendedor no rádio, em
parceria com o PAE (Posto de Atendimento ao Trabalhador), para disseminar a
cultura empreendedora em Lins e região e divulgar ações do Programa.
Outro item importante são as parcerias: a Incubadora vai concentrar
esforços na manutenção das bem sucedidas parcerias de que dispõe com as
instituições de ensino e outras entidades e trabalhar, proporcionando aumento
na rede de relacionamento dos envolvidos com o projeto, especialmente os
empresários, que possibilitará o acesso a novas tecnologias e conhecimentos.
A Incubadora de Lins não possui personalidade jurídica própria e é
vinculada a ADETEC Lins, que mantém convênio com o SEBRAE-SP e a
Prefeitura Municipal de Lins.
As empresas incubadas, pré-incubadas e associadas se vinculam ao
Programa Incubadora através de dois documentos assinados entre o residente,
o pré-residente e o associado e a ADETEC Lins denominados Regimento
Interno e Contrato de Compartilhamento. ADETEC Lins e SEBRAE são
gestores do programa. A Incubadora é composta em sua estrutura
organizacional pelo Conselho Deliberativo e gerência.
O Conselho Deliberativo foi formado inicialmente pela ADETEC Lins,
Prefeitura Municipal de Lins e SEBRAE. Além disso, empresas e instituições
que apresentaram termo de compromisso, indicando ações/contribuições
apoiadoras, também puderam integrar o Conselho. A saber: Assistência Saúde
São Lucas, Associação Comercial de Lins, Construtora Alcântara Vianna,
Eletro Montanha Ltda., Fundação Paulista de Educação e Tecnologia, Instituto
50
Americano de Lins; Sincomércio, Telha Forte, Unimed Lins, Unimep e
Unisalesiano Lins. Já aprovada também, a inclusão da FIESP/SENAI e Grupo
Bertin.
O Conselho possui 18 membros e nas ações em que há necessidade de
votação, cada entidade tem direito a um voto, independente do número de
representantes que possui no Conselho, que é presidido pelo presidente da
Agência de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Lins.
O Conselho Fiscal é composto por seis membros (três titulares e três
suplentes – são dois membros da comunidade, dois do Conselho Deliberativo e
dois empresários residentes) e suas atribuições são analisar, conferir e emitir
pareceres sobre as despesas de rateio e compartilhamento entre os
empresários residentes e pré-residentes, prestação de constas da Incubadora
e utilização dos recursos observando as diretrizes do convenio. A Gerência,
formada por pessoa jurídica, é o órgão de administração da Incubadora,
encarregada do cumprimento das decisões, diretrizes e normas estabelecidas
pelo Conselho Deliberativo. A gerência conta com um profissional, em período
integral e dois estagiários.
2.6
A missão da Incubadora de Empresa de Lins
A Incubadora de Empresas de Lins tem como missão preparar
empreendedores de Lins e região para viabilizar empresas competitivas,
inovadoras e de sucesso; apoiar o desenvolvimento de empresas sólidas e
competitivas agregando tecnologia aos seus produtos e processos e difundir a
cultura empreendedora na região, pautada na ética e na responsabilidade
social, contribuindo assim, para o desenvolvimento econômico e social
sustentável do município e região.
2.7
Requisitos necessários para a empresa ser incubada
O público alvo da Incubadora de Lins é compreendido por pequenas
unidades de negócios informais, empreendedores, acadêmicos, micro e
pequenas empresas nascentes e em processo de consolidação, micro e
pequenas unidades de negócios que necessitam de apoio tecnológico e/ou
51
gerencial, universidades e instituições de ensino/pesquisa.
Os setores atendidos são o tecnológico, industrial, prestação de serviços
e agropecuária, nos segmentos de confecção, alimentício, eletroeletrônica,
informática, saúde, educacional, cultural e artesanato.
2.8
O que a Incubadora de Empresas de Lins faz pelo empreendedor
O Programa, ao longo de quase seis anos de existência, tem abrigado
empresas de diversos ramos de atividade: alimentício, confecções, informática,
artesanato, adaptações para deficiência, reprodução animal, tecnologia da
informação etc caracterizando-a como incubadora mista.
Os empresários residentes, pré-residentes e associados recebem
acompanhamento
gerencial,
com
consultores
de
finanças,
marketing,
comunicação, regularmente e outras consultorias, como recursos humanos e
qualidade, sob demanda. Com isso, os empresários estão sendo preparados
para o mercado que a cada dia fica mais competitivo.
Além de oferecer todo o suporte na área gerencial, a Incubadora tem
disponibilizado a participação das empresas em algumas feiras que são ligadas
ao seu ramo de atividade: BRASILTEC – Feira de Tecnologia, Fenit, Reatech
Couromoda, Fiaflora, entre outras. Nessas oportunidades, os empresários
puderam ter acesso a informações e adquiriram conhecimento tecnológico para
alocação em suas empresas. Outro serviço de relevância oferecido pela
Incubadora são as rodadas de negócios, missões empresariais e entre os
destaques nesse período de funcionamento, está a participação de empresa
incubada na Missão Paulista, realizada na Bolívia em 2004.
Os empresários incubados também têm acesso a cursos, treinamentos,
palestras e à participação em eventos criados pela própria Incubadora para sua
divulgação institucional, dos parceiros e para ampliação da rede de
relacionamento dos empresários, como Café Empreendedor, realizado desde
2004 e o Happy Hour Empresarial, implantado em 2006 com grande sucesso.
Em 2008, criou, em parceria com o PAE, o Café do Empreendedor no rádio,
um programa semanal para divulgar ações da Incubadora e disseminar a
cultura empreendedora.
A divulgação da Incubadora permite que as empresas incubadas
52
também conquistem seu espaço em veículos do meio jornalístico e institucional
(eventos, banners, folders); boletim eletrônico mensal da incubadora; Coluna
da Incubadora, semanal, em jornal local e site da Incubadora com espaço
destinado à divulgação das empresas; Café do Empreendedor no rádio,
semanal, para divulgar noticias da Incubadora e empresas assistidas. Além da
Incubadora e empresas residentes e pré-residentes contarem com o apoio da
mídia espontânea para divulgação de suas atividades, a Incubadora ainda
produz alguns materiais de divulgação:
a) Folders informativos das empresas: esse material é distribuído em
feiras, exposições, reuniões.
b) Banners da Incubadora e empresas utilizados em eventos e
apresentações.
c) Painel informativo externo: com logotipo das empresas e agenda de
atividades da Incubadora.
d) Boletim informativo eletrônico com logotipo das empresas e agenda
de atividades da incubadora.
e) Coluna da Incubadora em jornais locais, com matérias de interesse
das empresas incubadas e divulgação da agenda de atividades e
eventos.
f) Site institucional da Incubadora e das empresas.
g) Eventos: Programação estruturada de eventos, como Café do
Empreendedor, Happy Hour, Jornadas de Capacitação.
Os empresários assistidos pelo programa também contam com
suporte gerencial, garantido pela presença de um gerente em tempo integral,
que também atua como facilitador e articulador de oportunidades para o
empresário. Através da formalização de convênios ou contatos, o empresário é
colocado em contato com instituições de ensino ou tecnologia, especialmente a
Fundação Paulista de Tecnologis (Unilins), Unisalesiano e Senai.
A parceria formada com a Unisalesiano disponibiliza os serviços da
Empresa Júnior dos cursos de Administração e Ciências Contábeis. Esse
serviço é utilizado como reforço do serviço de consultoria oferecido pela
Incubadora, gratuito aos empresários.
Os empresários contam também com as visitas técnicas promovidas
pela incubadora, onde são possibilitadas a troca de informações com
53
empresários de outras incubadoras e instituições, com custo subsidiado pelo
programa.
Além destes benefícios, os empresários assistidos contam com uma
estrutura física especialmente planejada para atender as suas necessidades.
2.9
O ambiente da Incubadora de Empresas de Lins
“Incubadora de empresas pode ser definida como ambiente flexível e
encorajador no qual são oferecidas facilidades para o surgimento e
crescimento de novos empreendimentos”. Essa é a definição usada por José
Carlos Dornelas em seu livro Planejando Incubadoras de Empresas (2007),
que cita a ANPROTEC.
O autor também complementa que “além de
assessoria na gestão técnica e empresarial da organização, a incubadora
oferece a possibilidade de serviços compartilhados”.
“Assim, a Incubadora é um mecanismo - mantido por entidades
governamentais, universidades, grupos comunitários, etc. - de aceleração do
desenvolvimento de empreendimentos, mediante um regime de negócios,
suporte e serviço técnico compartilhado, além de orientação prática e
profissional”. (DORNELAS, 2007, pág. 21).
A Incubadora de Empresas de Lins se enquadra nessa definição e tem
como escopo atrair para apoiar e orientar as micro e pequenas empresas em
sua fase inicial, ou que já estejam no mercado e que precisam de orientação
para se consolidar, com o propósito de diminuir os riscos de "mortalidade",
pois, apesar de pesquisa recente apontar para redução nesses índices, o
percentual de 57% de mortalidade – nos primeiros cinco anos de existência ainda é bastante alto.
A Incubadora de Empresas de Lins oferece aos empresários residentes
uma infra-estrutura física, serviços e recursos a seguir listados:
a) Infra-estrutura de comunicação (fone/fax) e sistema de comunicação
interna;
b) Acesso à internet através dos serviços de provedor próprio e
Speedy;
c) Área física para 14 residentes com variação de 40 a 70 m2 cada
módulo, contendo pontos de acesso à comunicação interna,
54
energia, água, esgoto, telefonia;
d) Sala de reunião;
e) Amplo espaço, adequado para eventos comerciais, tais como feiras
e exposições;
f) Serviços de limpeza, segurança e copa;
g) Auditório com capacidade para 80 pessoas, contendo TV, vídeo,
retro-projetor, mesas, cadeiras, ar-condicionado split e projetor multimídia;
h) Estacionamento próprio com 10 vagas;
i) Banheiros masculino e feminino, reformados para atender aos
empresários residentes e funcionários;
j) Salas de administração contendo computadores, fax, máquina de
xerox para melhor atender os residentes e comunidade;
k) Refeitório
para
utilização
pelos
empresários,
funcionários
e
parceiros.
2.10 O papel da Incubadora de Empresas de Lins no desenvolvimento de
novos empreendimentos
A incubadora de Lins tem como objetivo promover o desenvolvimento
das micro e pequenas empresas de Lins e região, nascentes ou não, através
da disponibilidade de uma estrutura física adequada e qualificação dos
empresários, permitindo acesso às novas tecnologias, ao mercado, à
capacitação empresarial, fortalecendo e proporcionando a sustentabilidade das
empresas, através de apoio técnico e gerencial para o desenvolvimento de
produtos e serviços que capacitem os empreendedores a enfrentar o mercado,
através de consultoria, cursos, treinamentos, exposições, seminários e feiras.
Oferece,
também,
a
possibilidade
de
implantar
e
operar
empreendimentos com baixo custo graças à formatação do programa que
oferece espaços e serviços compartilhados e a credibilidade dos parceiros e
seu comprometimento com o programa, além dos benefícios listados abaixo:
a) Apoio da Prefeitura Municipal de Lins que, através de convênio com
a ADETEC Lins, formalizou o Programa no município;
b) Ter um orçamento apropriado para o desenvolvimento dos objetivos
55
do programa;
c) Capacitação constante do gerente da Incubadora;
d) Serviços customizados oferecidos aos residentes (consultorias,
assessorias e treinamentos);
e) Oportunidade para os empreendedores vivenciarem um ambiente
empresarial;
f)
Presença de instituições de tecnologia – universidades - no
município que melhoram a qualidade da mão-de-obra e contribuem
para geração de projetos com potencial para incubação;
g) Visibilidade do programa na mídia que expõe de forma positiva as
empresas incubadas;
h) Infra-estrutura adequada: espaço individualizado, área compartilhada
e acesso à tecnologia, como internet e telefonia;
i) Localização privilegiada com facilidade de acesso e estacionamento;
j) Parceria com o Unisalesiano que proporciona trabalho da Empresa
Júnior, complementando as consultorias e treinamentos recebidos
pelos empresários;
k) Existência de biblioteca para consulta dos empresários;
l) Parceria forte com as universidades locais, permitindo o acesso das
empresas a laboratórios e outros espaços pelos empresários;
m) Grande
número
de
ações
voltadas
para
público
externo,
proporcionando o fortalecimento das parcerias já existentes e
ensejando o surgimento de outras;
n) Sala de treinamento do Senai dentro da Incubadora, em parceria
com o Grupo Bertin e sala de treinamento em parceria com a Bracol
(pertencente ao Grupo Bertin);
o) Auditório com capacidade para até 80 lugares que pode ser utilizado
pelos empresários residentes em suas atividades, como a promoção
de cursos e treinamentos aos seus empresários ou voltados para
outro público de interesse, como clientes, fornecedores, parceiros;
p) Participação da Incubadora nas ações de desenvolvimento local;
q) Existência de Conselhos (Deliberativo e Fiscal), com ampla
participação comunitária;
r) Existência de um calendário estruturado de ações;
56
s) Reconhecimento da Incubadora pelos parceiros e comunidade;
t) Canais abertos de comunicação com instituições e poder público;
u) Incubadora com empreendimentos diversificados, o que possibilita
maior troca entre os empresários;
v) Atividades de integração que proporcionam um ambiente profícuo e
agradável e que facilite troca de serviços entre as empresas.
Exemplos: Happy Hour, Café do Empreendedor e reuniões informais;
w) Atividades de acompanhamento do desempenho das empresas, com
o objetivo de avaliar os resultados alcançados, detectar os pontos
fracos das empresas e apresentar prováveis soluções para os
problemas.
2.11
A distribuição logística da Incubadora de Empresas de Lins
A Incubadora localiza-se no município de Lins, no centro-oeste do
Estado de São Paulo. A região é servida por uma boa estrutura rodoviária que
facilita o escoamento da produção e o acesso a grandes centros consumidores:
a) Lins a Bauru: 106 km – SP 300;
b) Lins a Marília: 70 km - BR153;
c) Lins a Araçatuba: 100 km – SP300;
d) Lins a São José do Rio Preto: 120 km – BR 153.
A Incubadora de Empresas de Lins está implantada num prédio térreo,
situado na principal avenida da cidade - Floriano Peixoto, 1093 – região central
da cidade, com grande tráfego de veículos e pedestres, próxima a vários
setores da economia: comércio, prestação de serviços, faculdades, escolas
públicas, cooperativas de saúde, entre outras.
O prédio, alugado pela municipalidade, possui área construída de
1500m², composta de 14 módulos para instalação de empresas residentes com
áreas variáveis de 40 a 70 m²; espaço destinado à gerência, sala de reuniões,
auditório,
recepção,
refeitório
e
sanitários
–
masculino
e
feminino
estacionamento externo e interno. Cada módulo está equipado com medidor
de energia individual e um ponto para acesso à Internet Banda Larga - Speedy.
Existem 07 módulos contendo instalações para água e esgoto. A sala de
reuniões é utilizada para reuniões entre a gerência e empresários, de
57
empresários com funcionários ou fornecedores e clientes e por parceiros do
programa.
O auditório possui capacidade para até 80 pessoas, é utilizado para
treinamentos, cursos palestras, com empresários residentes, pré-residentes e
associados e também em eventos em parceria. Ele é equipado com TV, vídeo,
retroprojetor e projetos multimídia. Também pode ser utilizado pelas empresas
para treinamentos aos seus funcionários ou eventos empresariais.
A sala da administração é utilizada para as atividades do gerente da
Incubadora com computador, telefone e mobiliário de escritório. A recepção é
utilizada pelos estagiários para atividades de secretaria e atendimento ao
público, com um telefone/fax, computadores, xerox e interfone (central).
A incubadora possui ainda um estacionamento externo, refeitório
equipado com fogão, geladeira, mesas e cadeiras, almoxarifado para
equipamentos, material de consumo, material de construção para a Incubadora
e empresas incubadas, Sala de Treinamentos do SENAI, que promove
Telecurso 2000 a funcionários do Grupo Bertin. Também foi adequada e está
em funcionamento a nova sala de treinamento para o Curso de Corte e
Pesponto, parceria da ADETEC Lins com a Bracol – divisão EPI’s.
2.12 As parcerias estabelecidas
Os parceiros da Incubadora de Empresas de Lins são: SEBRAE-SP,
ADETEC Lins e a Prefeitura Municipal de Lins.
O
SEBRAE
é
responsável
pelos
recursos
financeiros
para
operacionalização do projeto e pelo desenvolvimento e aplicação de programas
de incentivo ao empreendedorismo. A participação do SEBRAE-SP é
importante por sua natureza e objetivos institucionais em possibilitar o
desenvolvimento e capacitação de pequenas e micro-empresas, pelo leque de
serviços que disponibiliza para as micro e pequenas empresas, pela
experiência e capacitação de seu corpo de consultores e em particular pelo seu
programa de rede de incubadoras de empresas.
Integrar a Incubadora de Empresas de Lins ao programa de Rede de
Incubadoras constituído pelo SEBRAE-SP permite interagir com o corpo
58
técnico de consultores a ele anexado, participar dos programas de treinamento
oferecido aos gerentes de incubadoras de empresas e aos empresários das
pequenas
e
micro-empresas
incubadas,
participar
de
eventos
de
comercialização promovidos e/ou oferecidos, promover, em parceria com o
SEBRAE-SP, eventos técnicos científicos e comerciais, em áreas tecnológicas
e de atuação das atuais e futuras empresas incubadas e/ou filiadas, participar e
interagir em projetos que o SEBRAE-SP estiver gerindo e moderando, no que
tange aos objetivos do SEBRAE-SP e da sociedade em participar de feiras,
rodadas de negócios e Workshops.
A ADETEC Lins atua como instituição gestora e é responsável pela
articulação com outros parceiros. Além disso, a gestora também disponibiliza
recursos financeiros na Incubadora.
A Prefeitura Municipal de Lins é responsável pela cessão do prédio onde
estão instaladas as empresas e também pelos serviços de vigilância e limpeza.
A Fundação Paulista de Tecnologia e Educação, o Unisalesiano e o
Grupo Bertin contribuem com recursos econômicos e financeiros, via ADETEC,
para o Programa.
A parceria com a Missão Salesiana - Unisalesiano disponibilizou os
serviços da Empresa Júnior dos cursos de Administração e Ciências
Contábeis, sob o acompanhamento, orientação e coordenação de professores
e coordenadores de área.
Este serviço é utilizado como reforço ao serviço de consultoria oferecido
pela Incubadora, uma vez que seus recursos não permitiam visitas regulares
ficando grandes intervalos de tempo sem atendimento o que afetava o ritmo e
os resultados desejados.
Este fato que foi melhorado devido ao complemento das orientações
pelos alunos que acompanham semanalmente os empresários residentes,
seguindo a metodologia já aplicada pelos consultores.
Até o presente momento 20 alunos participaram do programa e tiveram
a oportunidade de vivenciar o ambiente empresarial, aplicar a teoria recebida
na Universidade, além de participar das palestras, cursos e eventos
organizados pela Incubadora.
A Empresa Júnior atendeu 22 empresas e empreendedores da
Incubadora, totalizando:
59
a) 40 horas em 2004;
b) 126 horas em 2005;
c) 150 horas em 2006;
d) 124 horas até agosto de 2007.
Em virtude dos bons resultados, a IEL recebeu as visitas da Incubadora
e Empresa Júnior de Marília, Incubadora de Barra Bonita e da FIP (Faculdade
do Interior Paulista) e Gerente do SEBRAE – ER Ourinhos que vieram
conhecer o projeto e o trabalho desenvolvido pelos alunos.
Outro projeto importante, iniciado em agosto de 2007 com o
Unisalesiano, é o desenvolvimento de um software de gerenciamento de
estoque atendendo as necessidades das empresas assistidas pela Incubadora.
Este projeto está a cargo do Coordenador do Curso de Tecnologia, Professor
M. Sc. Luiz Eduardo Bergamo e do Professor Anderson Pazin.
A Fundação Paulista, instituição parceira da Incubadora, é mantenedora
do CETEC – Unilins, contribuindo com recursos financeiros para o projeto
Incubadora através da ADETEC Lins. A Fundação ocupa uma cadeira no
Conselho Consultivo da Incubadora.
Por sua vez, o CETEC oferece um expressivo portfólio de produtos
através de quatro setores, altamente especializados: CTGEO – Centro de
Tecnologia em Geoprocessamento; LACI – Laboratório de Análises Químicas e
Controle Industrial; CTE – Centro de Tecnologia em Engenharia e o CTGIM –
Centro de Tecnologia em Gestão, Inovação e Marketing. As empresas
assistidas pela Incubadora desfrutam desta parceria, visto que a Fundação é
uma instituição credenciada ao SEBRAE. Destacam-se os seguintes serviços
utilizados pelas empresas assistidas: LACI - análise nutricional dos alimentos e
do CTGIM – desenvolvimento da identidade visual.
A Universidade Metodista de Piracicaba – campus Lins é membro do
Conselho Consultivo da Incubadora. A Unimep tem apoiado as empresas
assistidas através de seu laboratório de análises, especificamente do setor
alimentício.
A parceria SENAI - Incubadora está possibilitando a formação técnica
de empresários através de consultorias e o trabalho social junto aos
funcionários das empresas do Grupo Bertin, um dos maiores grupos
empresariais exportadores de carne bovina do Brasil, através da aplicação do
60
Telecurso 2000, contribuindo assim com a formação escolar de 100 alunos.
A nova parceria técnica entre a ADETEC Lins e a Bracol – divisão EPI’s,
empresa do Grupo Bertin, está possibilitando a capacitação de 50 alunos no
Curso de Corte e Pesponto.
A Incubadora tem sido visitada por outras incubadoras, universidades,
instituições, Rotary Canadá, para conhecer o modelo de administração.
2.13
A importância das parcerias no desenvolvimento local e regional
As consultorias de finanças, administração, marketing e treinamentos
aos empresários residentes têm sido prática constante na Incubadora. Além
destas,
foram
incluídas
as
consultorias
em
Recursos
Humanos
e
Comunicação com ênfase em assessoria de imprensa aos residentes.
Isso tudo evidencia o amadurecimento da Incubadora como ambiente
que propicia o desenvolvimento empresarial e atinge além de suas fronteiras o
empresariado linense e da região.
Baseado
neste
crescimento
e
fortalecimento
das
parcerias,
a
Incubadora de Lins tem propostas de ampliar seu espaço físico, continuar
promovendo cursos, palestras técnicas, treinamentos gerenciais para a
formação continuada dos empresários, professores e universitários de Lins e
região, aumentar o número de empresas incubadas, ampliar os atendimentos
empresariais, motivar os empresários para criarem empresas pela busca de
oportunidades de negócios, fortalecer as parcerias com o Grupo Bertin, SENAI
(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Fundação Paulista, Missão
Salesiana - Unisalesiano, Unimep – Campus Lins, Associação Comercial de
Lins, Sindicato do Comércio de Lins, Unimed, Saúde São Lucas e Prefeitura
Municipal de Lins.
Desde a implementação efetiva da IEL, foram realizadas reuniões
envolvendo os representantes da comunidade local, o meio empresarial local,
órgãos de apoio e desenvolvimento científico, tecnológico e industrial.
Conseqüentemente a partir dessa iniciativa foi formado o Conselho Consultivo
da Incubadora de Empresas de Lins, composto das Instituições locais que
estarão envolvidas diretamente nas ações a serem desenvolvidas. São elas:
Prefeitura Municipal de Lins; Fundação Paulista de Tecnologia e Educação;
61
Missão Salesiana de Mato Grosso (Unisalesiano); Associação Comercial de
Lins; Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP - Campus Lins;
Sindicato do Comércio Varejista de Lins; Assistência Saúde São Lucas de
Lins; Eletro Montanha Ltda; Tegi Comércio de Materiais para Construção Ltda;
Unimed de Lins; Instituto Americano de Lins; Ceavil Construtora, Grupo Bertin
e FIESP/SENAI;
A Missão Salesiana do Mato Grosso – Unisalesiano e a Fundação
Paulista de Tecnologia e Educação contribuem mensalmente neste convênio,
através da ADETEC Lins, com recursos financeiros. Como resultado da
participação das universidades neste atual convênio, destacam-se a realização
de palestras técnicas nas duas Instituições, 1º e 2º Fórum de Desenvolvimento
Econômico e Tecnológico; formação do GEADE – Grupo de Estudos e Apoio
ao Desenvolvimento; palestras na Incubadora; fundação da EPTICA –
Empresas e Profissionais de Tecnologia de Informação e Comunicação
Associados; a efetiva participação da Empresa Júnior - Unisalesiano na
Incubadora de Empresas, através de acompanhamento dos alunos junto aos
empresários residentes, sob coordenação e supervisão da Gerência da
Incubadora, do Consultor de Administração e Finanças e supervisão dos
Professores do Unisalesiano (Cursos de Administração de Empresas e
Ciências Contábeis). Pode-se citar também a pesquisa de clima organizacional
feita pelas alunas do curso de Psicologia, cujo resultado foram ações no
sentido de melhorar a comunicação e integração entre administração da
Incubadora, empresários e colaboradores. Inclusive, um dos resultados da
pesquisa foi a falta de conhecimento dos colaboradores quanto aos benefícios
da Incubadora.
Além dos recursos financeiros da Fundação Paulista e Unisalesiano, a
Incubadora conseguiu atrair mais um parceiro para apoiar financeiramente o
programa. O Grupo Bertin, segundo maior grupo exportador de carnes do
Brasil, apoiará a Incubadora de Lins, com recursos financeiros mensalmente.
Trata-se de uma grande empresa apoiando às micro e pequenas empresas,
contribuindo
decisivamente
para
fortalecer
as
ações
voltadas
ao
desenvolvimento local.
Estas parcerias objetivam proporcionar uma maior integração com a
Incubadora de Empresas de Lins, promovendo a participação e integração de
62
alunos, profissionais e a comunidade nas atividades da Incubadora, a geração
de novos negócios para a Incubadora, a capacitação dos empresários
residentes,
a
especialização
dos
alunos
da
Empresa
Júnior
e
o
desenvolvimento de novas pesquisas e tecnologias.
Nestes 52 meses de operacionalização a Incubadora de Empresas de
Lins se firmou como referência em gestão empresarial, apoiando os micro e
pequenos empresários da cidade de Lins e região, através de ações voltadas
para os empresários residentes e não residentes.
A capacidade de ocupação que era de 10 empresas foi ampliada para
14 empresas durante a execução do último convênio.
Outra ação importante foi a criação do Conselho Fiscal da Incubadora
de Empresas de Lins com a participação de membros da comunidade. Este
Conselho foi criado com a seguinte formação: um representante da
comunidade, um representante do Conselho Deliberativo e um empresário,
representante dos empresários residentes.
A função deste Conselho Fiscal é de analisar, conferir e emitir pareceres
sobre as despesas de rateio e compartilhamento entre os residentes,
prestações de contas da Incubadora e utilização dos recursos observando as
diretrizes do convênio.
Posteriormente o Conselho Deliberativo também avalia as ações
pertinentes à Incubadora, assim como todos os planos de negócios, propostos
pelos interessados em participar do Projeto, além de acompanhar os
resultados das empresas instaladas através das informações fornecidas pelo
Gerente da Incubadora. Importante destacar a inclusão de duas novas
instituições no Conselho a partir de 2007: Grupo Bertin e FIESP/SENAI.
Durante a sua existência a Incubadora não se limitou a apoiar as
empresas residentes, pré-residentes e associadas, mas também desenvolveu
uma série de ações voltadas à comunidade com o objetivo de apoiar o
desenvolvimento sustentável de Lins e região.
2.14 O plano de negócios
Segundo Longenecker, Moore and Petty (1998, apud MENDES, L. A), o
plano de negócios descreve a idéia básica de um novo empreendimento e
63
projeta os aspectos mercadológicos, operacionais e financeiros do negócio
proposto para os três a cinco primeiros anos.
O plano de negócios é um documento pelo qual o empreendedor
formalizará os estudos a respeito de suas idéias, transformando-as em um
negócio.
Nele estarão registrados os conceitos do negócio, os riscos, os
concorrentes, o perfil da clientela, as estratégias de marketing, bem como todo
o plano financeiro que viabilizará o novo negócio. Além de ser um ótimo
instrumento de apresentação para o empreendedor que procura sócio ou um
investidor.
O planejamento estratégico do negócio pode ser dividido em etapas,
conforme mostra a figura abaixo:
Fonte: Kotler, 1999
Figura 5: O Processo de Planejamento Estratégico do Negócio
A partir da visão e missão da empresa, pode-se estabelecer ações que
serão implementadas, analisadas e acompanhadas visando atingir os objetivos
e metas estipulados. Para isso, elabora-se uma estratégia corporativa. O plano
de negócios de uma empresa deve contemplar de forma objetiva essa
formulação estratégica da empresa.
O plano de negócios não tem um caráter estático, mas sim, dinâmico.
Na medida em que haja mudanças do cenário do mercado, da economia, da
tecnologia ou das ações dos competidores, deve ser feita a revisão do plano de
negócios. Isso em geral requer uma revisão semestral, mas, dependendo do
tipo de negócio e da situação do mercado, é necessário fazer essa revisão em
períodos maiores ou menores. Sem fazer uma revisão periódica do PN, o
empreendedor não estará acompanhando a evolução do mercado, de seus
64
competidores, da situação econômica e tecnológica.
Segundo o SEBRAE (2004), é muito importante que o empreendedor
compreenda a importância deste documento e que a elaboração do PN traz os
seguintes benefícios:
a) Permite ao empreendedor aprimorar sua idéia, tornando-a clara,
precisa e de fácil entendimento. Para isso, ele terá de buscar
informações completas e detalhadas sobre o mercado e o seu
negócio, assegurando uma visão do todo, sabendo diferenciar e
analisar uma idéia de uma oportunidade, que são diferentes.
b) Permite ao empreendedor conhecer todos os pontos fortes e fracos
do futuro negócio. Com isso, possibilita a diminuição dos riscos de
fracassar.
c) Facilita a apresentação do negócio a futuros sócios, investidores,
bancos, fornecedores e clientes potenciais, contribuindo para as
negociações de apoio.
d) Analisa o volume de recursos que será necessário para a
implantação, a lucratividade e a rentabilidade do negócio.
e) Permite a simulação de situações favoráveis e desfavoráveis.
f) Permite que os sócios negociem claramente as funções de cada um.
g) É importante para a contratação de funcionários e para a orientação
deles na execução de suas tarefas, apresentando as perspectivas de
crescimento para o negócio.
h) Permite redirecionar esforços de marketing e redefinições dos
serviços e/ou produtos, conforme pesquisa de mercado realizada.
i) O plano de negocio orienta o empreendedor na tomada de decisões
estratégicas que evitem fatores de risco devidamente identificados;
j) Proporciona uma avaliação previa do negocio, antes de ser colocada
em pratica uma nova idéia, reduzindo, assim, as possibilidades de se
desperdiçarem recursos em um negócio inviável.
k) O PN é uma oportunidade para refinar estratégias e cometer erros no
papel em lugar da vida real, examinando a viabilidade da empresa
sob todos os pontos de vista, tais como o mercadológico, o financeiro
e o operacional.
l) É parte fundamental da prudência e cautela que o empreendedor
65
deve ter para transformar a sua idéia ou sonho em realidade.
m) O PN é o primeiro assunto nas reuniões periódicas dos membros da
empresa. Deve ser discutido e comentado nessas reuniões de forma
a comprometer todos os colaboradores. Ser um "Manual de
Referência" para as suas ações.
n) O plano é um documento de investigação para mapear integralmente
a idéia do empreendedor.
o) Permite ao empreendedor decidir se é ou não o momento de investir,
calculando inclusive o retorno do capital investido em termos de
tempo. O pequeno empresário não pode errar. Se perder o pouco
capital que conseguiu juntar, talvez não consiga se recuperar. O PN,
ao analisar a viabilidade ou não de uma idéia reduz sensivelmente
este risco.
p) Amplia a visão do empreendedor, possibilitando ter uma ampla
perspectiva do atual ou novo negócio.
q) Permite definir e avaliar a linha de produtos e serviços a serem
oferecidos ao mercado, orientando a personalização dos mesmos na
busca de garantia da satisfação dos clientes.
r) Serve como guia das ações do empreendedor com relação ao seu
negócio, possibilitando novas estratégias em face da dinâmica do
mercado.
s) O PN é uma importante ferramenta de acompanhamento sistemático
da vida da empresa, sendo necessário sua revisão, atualização com
eventuais implementações de estratégias para alcance de metas, e
ou correção de foco.
t) O plano de negócio é uma descrição detalhada das informações
sobre o negocio que será criado, de forma sistemática, no sentido de
descrever passo a passo, o que o empreendedor deve conhecer e
fazer, para minimizar os seus riscos de investimentos.
u) É um meio de comunicação entre o empreendedor e seus clientes
internos e externos.
v) Aumenta em até 60% as chances de sucesso do empreendedor.
Durante a elaboração do Plano de Negócios, o empreendedor tem a
oportunidade única de olhar para o negócio de maneira objetiva, pois reúne
66
ordenadamente todas as idéias e assim permite uma visão de conjunto do
negócio, evitando a parcialidade que pode induzir ao erro.
Segundo Dornelas (2005), não existe uma estrutura rígida e específica
para se escrever um plano de negócios, pois cada negócio tem particularidades
e semelhanças, sendo impossível definir um modelo padrão de plano de
negócios que seja universal e aplicado a qualquer negócio. Porém, é
fundamental
manter
uma
organização
e
seqüência
que
facilitem
o
entendimento de seu conteúdo.
Dornelas ainda sugere, como uma linha bastante adequada de
montagem do plano de negócios, a estrutura apresentada abaixo. Esse padrão
de estrutura de um plano de negócios foi definido com base em estudos e
observação de planos de empresas reais.
a) Capa
A capa, apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do
Plano de Negócios, pois é a primeira coisa que é visualizada por quem
lê o Plano de Negócios, devendo, portanto, ser feita de maneira limpa e
com as informações necessárias e pertinentes.
b) Sumário
O sumário deve conter o título de cada seção do Plano de Negócios e a
página respectiva onde se encontra.
c) Sumário executivo
O sumário executivo é a principal seção do Plano de Negócios. Por meio
dele, o leitor decidirá se continua ou não a ler o Plano de Negócios.
Portanto, deve ser escrito com muita atenção, revisado várias vezes e
conter uma síntese das principais informações que constam no Plano de
Negócios. Deve ainda ser dirigido ao público-alvo e explicitar o objetivo
do Plano de Negócios em relação ao leitor (ex: requisição de
financiamento aos bancos, capital de risco, apresentação da empresa
para potenciais parceiros ou clientes). O Sumário Executivo deve ser a
última seção a ser escrita, pois depende de todas as outras seções do
plano para ser feita.
d) Análise estratégica
A seção de planejamento estratégico é onde são definidos os rumos da
empresa,assim como sua situação atual, metas e objetivos de negócio,
67
bem como a descrição da visão e da missão da empresa. É a base para
o desenvolvimento e implantação das demais ações do negócio.
e) Descrição da empresa
Nesta seção a empresa deverá ser descrita, seu histórico, o crescimento
e/ou faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura
organizacional, localização, parcerias, serviços terceirizados, entre
outros.
f) Produtos e serviços
Nesta seção, o Plano de Negócios deve descrever quais são os
produtos e serviços, como são produzidos, ciclo de vida, fatores
tecnológicos envolvidos, pesquisa e desenvolvimento, principais clientes
atuais, se detém marca e/ou patente de algum produto, entre outros
detalhes.
g) Plano operacional
Essa seção deve apresentar as ações que a empresa está planejando
em seu sistema produtivo e o processo de produção, indicando o
impacto que essas ações terão em seus parâmetros de avaliação de
produção, contendo informações operacionais atuais e previstas.
h) Plano de Recursos Humanos
Aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento e
treinamento de pessoal da empresa. Essas informações estão
diretamente relacionadas com sua capacidade de crescimento. Devem
ser indicadas as metas de treinamento associadas às ações do Plano
Operacional, as metas de treinamento estratégico, o nível educacional e
a experiência dos executivos, gerentes e funcionários operacionais,
indicando os esforços da empresa na formação de pessoal.
i) Análise de mercado
A seção de análise de mercado deverá mostrar que se conhece muito
bem o mercado consumidor do produto ou serviço - através de
pesquisas de mercado: como está segmentado, as características do
consumidor, análise da concorrência, a participação de mercado e a dos
principais concorrentes, os riscos do negócio e demais fatores.
j) Estratégia de marketing
O Plano de Marketing apresenta como se pretende vender o produto ou
68
serviço e conquistar os clientes, manter o interesse dos mesmos e
aumentar a demanda. Deve abordar os métodos de comercialização,
diferenciais do produto ou serviço para o cliente, política de preços,
projeção de vendas, canais de distribuição e estratégias de promoção,
comunicação e publicidade.
k) Plano financeiro
A seção de finanças deve apresentar em números todas as ações
planejadas da empresa e as comprovações, por meio de projeções
futuras (quanto precisa de capital, quando e com que propósito), de
sucesso do negócio. Deve conter itens como fluxo de caixa com
horizonte de três anos, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades de
investimento,
lucratividade
prevista,
prazo
de
retorno
sobre
investimentos, etc.
l) Anexos
Esta seção deve conter todas as informações julgadas relevantes para o
melhor entendimento do Plano de Negócios. Por isso, não tem um limite
de páginas ou exigências a serem seguidas. A única informação que não
pode faltar é a relação dos curriculum vitae dos sócios da empresa.
Poderão ser anexadas ainda, informações como fotos de produtos,
plantas da localização, roteiro e resultados completos das pesquisas de
mercado realizadas, material de divulgação do negócio, folders,
catálogos, estatutos, contrato social da empresa, planilhas financeiras
detalhadas e demais dados relevantes.
Não existe um tamanho ideal ou quantidade exata de páginas para o
Plano de Negócios. A estratégia e a quantidade de páginas dependem de qual
será o público-alvo do negócio. A seguir encontra-se uma descrição dos
possíveis tipos e tamanhos de um Plano de Negócios segundo (JIAN, 1997):
a) Plano de Negócios completo: O Plano de Negócios completo pode ser
utilizado quando se pleiteia uma grande quantidade de dinheiro, ou se
necessita apresentar uma visão completa do negócio, apresentando
diversos dados específicos da área de atuação e do público-alvo. Pode
variar de 15 a 40 páginas, além do material anexo.
b) Plano de Negócios resumido: Costuma-se utilizar este tipo de Plano
de Negócios quando se necessita apresentar algumas informações
69
resumidas a um investidor, por exemplo, com o objetivo de chamar sua
atenção para que ele lhe requisite um Plano de Negócios completo.
Deve mostrar os objetivos macros do negócio, investimentos, mercado e
retorno sobre o investimento e deverá focar as informações específicas
requisitadas. Geralmente varia de 10 a 15 páginas.
c) Plano de Negócios operacional: Esta forma de estruturar o Plano de
Negócios é muito importante para ser utilizada internamente na empresa
pelos diretores, gerentes e funcionários. É excelente para alinhar os
esforços internos visando a atingir os objetivos estratégicos da
organização. Seu tamanho é variável e depende das necessidades
específicas de cada empresa em termos de divulgação aos funcionários.
Independentemente da forma como o Plano de Negócios será
estruturado, o fundamental é que o material contenha a estrutura apresentada
anteriormente ou, no mínimo, algo próximo do que foi proposto.
Conclui-se então que através do plano de negócio têm-se uma visão
bem clara do empreendimento, sendo possível avaliar com muito mais precisão
todos os aspectos que o envolvem. Toda iniciativa empreendedora tem riscos,
mas através de um Plano de Negócios bem elaborado, que preveja todos os
setores da empresa, que receba informações periodicamente e que seja
maleável e adaptável às novas características do mercado, esses riscos podem
ser previstos e calculados.
70
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3
INTRODUÇÃO
O empreendedorismo vem assumindo cada vez mais um papel de
destaque na economia mundial. Através de seus fundamentos e preceitos,
pessoas têm constituído empresas inovadoras, gerando novos postos de
trabalho e proporcionando a melhoria da qualidade de vida de todos os
envolvidos.
Com o nascimento de novas empresas, também surgem inovações
tecnológicas nas áreas de marketing, publicidade e propaganda, técnicas de
vendas, produção, o que contribui profundamente para o progresso de uma
região, já que a competição de mercado faz com que as empresas busquem
sempre serem melhores do que seus concorrentes, aperfeiçoando seus
produtos e serviços.
Segundo Dornelas (2006) “Empreendedores com idéias criativas, com
grande potencial de viabilidade têm chances de acelerar e efetivamente fazer o
seu negócio acontecer ao buscar os serviços das incubadoras: empresas
incubadas têm mais chance de sobrevivência e sucesso que aquelas iniciadas
fora da incubadora”.
Desta forma, a Incubadora de Empresas de Lins, inaugurada em abril de
em 2003, vêm conseguindo destaque e sucesso em seus projetos, atuando em
diversas ações do município, juntamente com suas parcerias, oferecendo
acompanhamento
altamente
especializado
a
novos
empreendimentos,
permitindo sua formação e consolidação no mercado, de forma que se tornem
rentáveis e assimilem os princípios da sustentabilidade.
Os métodos e técnicas da pesquisa de campo utilizados para
demonstrar que a Incubadora de Empresas de Lins e suas parcerias são
determinantes no no surgimento e sobrevivência das empresas, no período
de fevereiro a outubro de 2008 foram:
Método de estudo de caso: foi realizado um estudo dentro da Incubadora
de Empresas de Lins analisando as parcerias e orientações prestadas as
71
empresas e sua contribuição para o seu desenvolvimento.
Método de observação sistemática: foram observados, analisados e
acompanhados os procedimentos de inclusão dos novos empreendimentos e
seu desempenho a partir de então.
Método histórico: foi averiguada a evolução histórica da Incubadora de
Empresas de Lins em relação ao seu faturamento total, levando-se em
consideração o número de empresas atendidas, desde sua fundação até os
dias de hoje.
As técnicas utilizadas para a pesquisa foram as seguintes:
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);
Roteiro do Histórico da Incubadora de Empresas de Lins (Apêndice C);
Roteiro de Entrevistas para o Gerente Administrativo (Apêndice D);
Roteiro de Entrevista para o presidente da Adetec (Apêndice E);
Roteiro de Entrevista para o Vice-Presidente da Adetec (Apêndice F);
Roteiro de Entrevista para o Consultor (Apêndice G);
Roteiro de Entrevista para o Empresário (Apêndice H);
3.1
APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Segue a apresentação de alguns dados referentes às atividades da
Incubadora de Empresas de Lins que também demonstram seu apoio aos
empreendedores:
a) Consultorias de finanças, administração, marketing e treinamentos
aos empresários são práticas constantes na Incubadora, além da
consultoria de comunicação com ênfase em assessoria de imprensa aos
residentes 100% subsidiados pelo programa. A o todo foram 1090 horas
de consultoria, 1793 horas de cursos; 880 horas de seminários; 27 horas
de palestras e 104 horas de workshops.
b) A participação em Feiras Setoriais, onde a empresa pode coletar
informações para seu negócio, tendências para o setor, identificação de
clientes e fornecedores, além de trocar informações com outros
empresários do ramo. Nessa ação, o empresárioa participaram de 22
feiras: Fenit (2004, 2005 e 2006); Reatech (2004, 2005 e 2006);
72
Feimaco (2004), Comdex (2004); Brasiltec (2004); Fiaflora (2005);
Agrishow (2005); XI Exposição Nacional das Raças Bovinas de Corte;
Couromoda (2006 e 2007); Fenatec (2006); Chocolândia (2006 e 2007);
Feira Regional de Produtos – Lins (2007); 10º Open Cidade Maravilhosa
(2007); 3ª Bijóia Express/SP; 39ª e 40ª Bijóia SP (2007); Art Mund –
Feira Mundial de Artesanato (2007).
c) Visitas Técnicas, onde os empresários têm condições de trocar
informações
e
conhecer
detalhes
de
processos
ou
produtos
interessantes ao seu negócio. Já ocorreram visitas às Incubadoras de
Sertãozinho, Cietec-USP, Botucatu, Penápolis, Campinas, Jaú e
Limeira. Além destas, houve ainda visitas ao Senai-Jaú, SoftexCampinas e ao Cenpra-Campinas.
d) A Incubadora proporcionou a participação de empresários residentes
em fóruns, cursos, seminários, palestras técnicas, tais como: Fórum
Técnico Jurídico Factoring; XVIII e XIX Jornada Odontológica para
Pacientes Especiais; 17º Congresso Internacional de Odontologia
(2006); Encontrander; 1º Congresso APAE; XX Reunião do SBTE –
2006; XXI Curso de Treinamento de Congelamento de Sêmem e
Inseminação Artificial em Ovinos e Caprinos – Bariloche/Argentina
(2007); 1º Fórum de Design de Limeira (2007).
e) Parceria com o SENAI, que está possibilitando a formação técnica de
empresários através das consultorias e o trabalho social junto aos
funcionários do Grupo Bertin. É feita a aplicação do Telecurso 2000 na
Incubadora. Em 2007, 95 alunos (45 no ensino médio e 40 no ensino
fundamental) foram matriculados no programa.
f) Desde junho de 2007 está em atividade na Incubadora o curso de
Corte e Pesponto, envolvendo a parceria da ADETEC Lins, Bracol Epi´s,
Prefeitura Municipal e o CTGIM. É formada mão-de-obra qualificada
num segmento onde há demanda.
g) O Café do Empreendedor teve um grande sucesso, e por conta disso
a Incubadora incrementou a ação criando o Happy Hour Empresarial. Ao
todo foram seis “Café do Empreenderor”, e dois Happy Hour, com em
média 50 pessoas cada, totalizando 400 participantes.
No período de abril de 2003 a fevereiro de 2008, a Incubadora de
73
Empresas de Lins, contabilizou cerca de 1700 pessoas que foram atendidas
em cursos e treinamentos e também 24 palestras realizadas, e destas, 18 em
parceria. Todas estas ações são oferecidas a toda comunidade, contribuindo
para disseminação de conhecimento e da cultura empreendedora.
Cursos e treinamentos realizados
Qualidade Máxima em atendimento ao Cliente
Planejamento Estatágico
Liderar
Motivação de Equipe e Comunicação
Vendas Externas: É visitando que se vende e Vendas Externas: As melhores
táticas para sua equipe
Como avaliar o mercado e buscar novas oportunidades de negócios
Jornadas de Capacitação - totalizando 11 cursos
Cursos de Costura Industrial Básico em parceria com o SENAI
Fóruns de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico
Diagnósticos empresarias no setor de confecção (Sebraetec)
Oficinas Sebretec – confecção
Suporte tecnológico para as empresas incubadas
Aperfeiçoamento tecnológico
Oficinas de Boas Práticas de Alimentação
Curso de Plano de Negócios
Palestras em parceria que foram realizadas
Palestras no auditório da Incubadora: “O futuro pelas Mulheres”; (5)
“Empretec”; “Acesso ao Crédito para micro e pequenas empresas” e
“Empreendedorismo” para os alunos de Corte e Pesponto
Palestra na Semana da Administração do Unisalesiano (Tema: Empresa
Júnior e Incubadora) ministrada pelo Gerente da IEL
Palestras na Unilins (SEBRAE na rua)
Palestras na Unilins para alunos do curso de Marketing
Palestra no IAL (Tema: A importância da IEL no desenvolvimento local e
regional) ministrada pelo Gerente da IEL
Palestras no Centro Paula Souza (Tema: A importância da IEL no
desenvolvimento local e regional) ministrada pelo Gerente da IEL
Palestra na Diretoria Regional de educação sobre empreendedorismo,
ministrada pelo Gerente da IEL.
Palestras no Unisalesiano
Palestras na Fundação Paulista em Lins
Palestra em Cafelândia juntamente com a Associação Comercial local
Fonte: Boletim da Incubadora de Empresas de Lins, Fevereiro de 2008
Quantidade
3
1
1
1
2
1
3
2
2
10
2
60 horas
100 horas
9
1
Quantidade
9
1
3
2
1
1
1
3
2
1
Quadro 1 – Cursos, treinamentos e palestras realizados pela IEL
Um outro aspecto importante verificado é a leitura dos indicadores do
SIGEOR. A primeira foi realizada em dezembro de 2006. Em maio de 2007
ouve uma nova análise e em dezembro de 2007 também foi feita esta
verificação. Foi possível constatar um aumento de 95 % das receitas entre as
seis empresas incubadas que foram analisadas no período de um ano. De
janeiro a dezembro de 2007, a Receita Operacional Bruta das seis empresas
74
integrantes do SIGEOR foi de R$ 991.262,35 e o lucro líquido do exercício de
R$ 164.287,77. O faturamento em 2007, de todas as empresas incubadas no
período, chegou a R$ 1.485.218,54. Estima-se que em o valor em impostos
recolhidos (valor aproximado), chegou a 136.840,00 (ou 140.000,00).
Tabela 4: Evolução do faturamento da Incubadora (2003 – 2007)
Evolução do faturamento nos cinco
Média de postos de
anos da Incubadora
trabalho
2003 – R$ 185.831,14
2003 – 18,5
2004 – R$ 383.403,03
2004 – 31,6
2005 – R$ 561.459,62
2005 – 42,16
2006 – R$ 892.805,70
2006 – 38,41
2007 – R$ 1.485.218,54
2007 – 32,0
Fonte: Boletim da Incubadora de Empresas de Lins, Fevereiro de 2008.
Estes são números expressivos e importantes que contribuem com e
economia do município.
3.2
Procedimento para incubação de uma empresa
Resumidamente, o processo de incubação engloba as seguintes etapas:
a) O lançamento do Edital para Seleção de Empresas;
b) Inscrição, feita através do preenchimento do “Meu Negócio”, onde será
abordada uma descrição da empresa, assim como de suas atividades e
também a realização de uma entrevista do proponente com a gerência
da Incubadora;
c) Feita a devolução do “Meu Negócio”, é realizada uma entrevista com o
Consultor Financeiro da Incubadora;
d) Se o parecer do consultor for positivo, a proposta é enviada para o
Conselho Gestor para votação;
e) Com a aprovação, a empresa está apta a entrar na Incubadora;
f) Após o ingresso na Incubadora, a empresa participará de uma oficina ou
curso para elaboração do Plano de Negócios, com assessoria gratuita na
própria Incubadora;
g) Explanação das Normas e Procedimentos do Programa de Incubação;
h) Assinatura do Contrato de Incubação;
75
i) Início das operações empresariais;
j) Abertura da Empresa, através do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
– CNPJ em 06 meses, podendo ser prorrogado por até 01 ano;
k) Avaliação e acompanhamento mensal dos indicadores financeiros do
empreendimento realizado pelo consultor financeiro.
3.3
Taxa de Incubação das empresas
Pela utilização de todos os benefícios proporcionados pelo programa, os
empreendedores arcam com uma taxa mensal de compartilhamento de área,
proporcional ao tamanho do Box e o rateio das despesas de material de
consumo. Para o primeiro semestre de incubação, há 50% (cinqüenta por
cento) de desconto no valor do m². Para o segundo semestre de incubação,
40% (quarenta por cento) e para o terceiro semestre de incubação, 20% (vinte
por cento) de desconto.
3.4
Metodologia de graduação das empresas
Pelo contrato de incubação, a empresa poderá ficar na Incubadora
durante 24 meses, podendo ser prorrogado por mais 12 meses, desde que
devidamente justificado e aprovado pelo Conselho Gestor. Findo este prazo, a
empresa deverá passar pelo processo de graduação, desde que tenha
atendido aos requisitos do regulamento e dos indicadores gerenciais. O
processo de graduação dá-se da seguinte forma:
a) A empresa formaliza o desligamento da Incubadora;
b) Empresa providencia sua saída da Incubadora;
c) A empresa deve participar da Cerimônia de Graduação.
Esta
cerimônia é atividade que faz parte do calendário de eventos
da Incubadora.
3.5
Empresas residentes
A forma de incubação que recebe a denominação de empresa residente
consiste na organização que está abrigada na Incubadora de Empresas
76
recebendo todo o apoio técnico, gerencial e financeiro da rede de instituições
constituída especialmente para criar e acelerar o desenvolvimento de
pequenos negócios. Atualmente são elas:
a) Ágata Bijuterias: fabricação de bijuterias, e acessórios para uso
pessoal. A produção é direcionada para lojistas e vendedoras
autônomas.
b) Chocolins: fabricação de derivados de chocolate com vendas no
atacado e varejo para Lins e região. Atualmente, a Chocolins fabrica
trufas, bombons, pães de mel, pirulitos artesanais, cestas para
presentes e tem produtos específicos para datas especiais como
Páscoa e Natal.
c) Edaz Comunicação: empresa que trabalha na área de comunicação
visual, com elaboração de material institucional e comercial para
empresas.
d) Tomatony: fabricação de alimentos desidratados em conserva.
e) GR Trans Sat: atuante na área de gerenciamento de risco.
3.6
Empresas associadas
O empreendimento ou empresa que recebe suporte da Incubadora, mas
não está instalado fisicamente na incubadora é conhecido como associado,
contando-se atualmente as seguintes empresas:
a) Brenner: empresa graduada, prestadora de serviços na área de
biotecnologia (reprodução animal).
b) Ori-Gen: empresa já graduada, atuante na área de confecção de
quimonos para lutas esportivas.
c) Cuccina D´Arte: fabricação artesanal de massas, molhos e
sobremesas.
d) Senha Alarmes: Prestação de serviços na área de segurança
patrimonial.
3.7
Empresas pré-residentes
A pré-incubação tem o objetivo de preparar os empreendimentos para
ingresso na Incubadora, visando estimular o empreendedorismo e a preparar
77
os projetos. Nesta fase dá-se grande ênfase ao plano de negócios, à pesquisa
de mercado e à preparação dos empreendedores sobre gestão de negócios.
Atualmente, a BGI Informática, empresa da área de tecnologia da
informação que atua
no
desenvolvimento
de
softwares
de
georeferenciamento é uma empresa pré-incubada da IEL.
3.8
Empresas graduadas
A organização que passa pelo processo de incubação e que alcança
desenvolvimento suficiente para ser habilitada a sair da Incubadora devido ao
seu conhecimento e gerenciamento consolidados, estando, por isso, apta a
desenvolver suas atividades sem a necessidade de apoio direto da incubadora
é conhecida como empresa graduada, citando-se:
a) Anairam Lingerie: confecção de lingeries dia e noite.
b) Brenner: continua como Associada da IEL.
c) Emad (Empresa de Materiais e Adaptações para Deficiências): atua
com uma linha de equipamentos para serem utilizados nos
tratamentos
odontológicos
de
portadores
de
necessidades
especiais.
d) Ori-Gen: continua como associada da IEL.
e) Multi Micro Informática: empresa atuante na área de tecnologia da
informação.
f) Santa Renda Lingerie: confecção de lingeries dia e noite.
g) TWR Assessoria em Equipamentos de Informática: voltada para o
segmento de informática mantém clientes em Lins e região,
prestando
assessoria
em
servidores
e
redes
oferecendo
respaldo técnico operacional com configuração de rede física e
wireless.
3.9
Resultado da Pesquisa
Como já demonstrado ao longo deste trabalho, o empreendedorismo é uma
tendência muito forte e cada vez mais assume um papel de destaque na
economia, porém para se inserir neste modelo, é necessário maior estímulo
78
para que novos empreendimentos se desenvolvam.
Através da pesquisa, conclui-se que a Incubadora de Empresas de Lins
é uma entidade que contribui para este fim e, apesar de ser uma incubadora
jovem, vem ganhando destaque entre outras incubadoras da região e já possui
uma história de sucesso, conquistas e muitos parceiros. Mas, verifica-se
também que são necessárias mais ações de apoio e divulgação da Incubadora
assim como de suas atividades de incentivo ao empreendedorismo e
benefícios dados aos empreendedores. É importante estabelecer vários canais
de comunicação que auxiliem neste propósito, contando com a mobilização dos
parceiros, instituições de ensino, poder público e privado para que seus
objetivos e metas possam ser cada vez maiores no que diz respeito à
transmissão do conhecimento e no desenvolvimento de gestores voltados a
sustentabilidade em seus negócios.
A
Incubadora
também
é
voltada
à
comunidade,
atingindo
empreendedores, empresários, produtores rurais, estudantes entre outros, que
buscam conhecimento, melhorando seu desempenho profissional.
Diante de todo exposto, pode-se dizer então que a Incubadora de
Empresas de Lins, juntamente com suas parcerias, é muito importante para o
desenvolvimento de novas empresas, soluções para o mercado e o
crescimento da economia local, abrangendo até mesmo aspectos da economia
regional.
79
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Após a pesquisa realizada e verificação dos dados, observa-se que
historicamente a Incubadora de Empresas de Lins, nunca atingiu sua
capacidade total de ocupação. Este fato é decorrente da falta de cultura
empreendedora e do não conhecimento da Incubadora e seus benefícios por
parte da comunidade, o que conseqüentemente provoca ociosidade de
recursos humanos, financeiros e econômicos, assim como do espaço físico da
Incubadora de Empresas, o que prejudica a formação de empreendimentos
sustentáveis e o crescimento do município.
Para que esta situação seja revertida, é necessária a continuidade das
ações de fomento ao empreendedorismo, maior divulgação da Incubadora pela
ADETEC Lins e a participação ativa dos parceiros no processo de
comunicação.
Pode-se afirmar também que os cursos de administração carecem da
inclusão de uma matéria na grade escolar que trate mais profundamente o
empreendedorismo, já que o ambiente universitário é um dos mais propícios
para surgimento de novas idéias de negócios, fornecendo ferramentas,
informações e indicando as incubadoras e o SEBRAE como grandes aliados na
capacitação de quem deseja ter um negócio próprio. Inegavelmente com este
procedimento muitas empresas terão seu início na própria universidade com
propostas partindo dos alunos da instituição.
A Incubadora também poderia ir até a universidade, no início das aulas e
na Semana do Administrador, realizando palestras ou cursos, fazendo o
cadastro de alunos enviando assim material de divulgação da incubadora
através de correio eletrônico.
Entre outras ações importantes, é interessante mencionar as visitas
técnicas e o balcão de atendimento que pode ser instalado nas universidades
em épocas de eventos e em pontos estratégicos no centro da cidade, onde
funcionários ou alunos voluntários seriam treinados para dar orientação a quem
deseja ter um negócio.
Uma noite empreendedora que convide a comunidade em geral, alunos,
parceiros e empresários já atuantes também é extremamente interessante.
Neste encontro seria organizada uma rodada de negócios, expondo sugestões
80
de crescimento, áreas de destaque e dicas sobre gestão empresarial.
A implantação de um concurso de planos de negócios, onde as
empresas juniores das mais diferentes universidades de Lins poderiam
trabalhar e pré selecionar potenciais candidatos, com plano de negócios, préanalisados para que pudessem ser submetidos à avaliação da incubadora.
O plano vencedor seria pré-incubado na universidade e receberia toda a
assistência da incubadora e os recursos oferecidos, com foco no incentivo a
gestão empresarial e qualificação profissional.
A associação comercial, também poderia estimular ou mesmo lançar
um concurso que torna-se-ia público, atraindo participantes para a empresa
junior.
A prefeitura, sempre é procurada por empresários ou candidatos a
empresários, poderia também ajudar a estimular o desenvolvimento do espírito
empreendedor.
Uma boa divulgação é importante, mas o mais importante é a
Incubadora,
estabelecer
convênios
mais forte daquele que já tem hoje.
com
estas
entidades,
com
elo
81
CONCLUSÃO
A Incubadora de Empresas de Lins, oferece apoio necessário e
inúmeros benefícios para que as empresas desenvolvam-se e tenham o risco
de mortalidade diminuído, sendo esta a principal função das Incubadoras de
Empresas.
Para isso são firmadas várias parcerias entre as quais estão
universidades, poder público, associação comercial e instituições não
governamentais que também contribuem para este fim. É importante ressaltar
também seu empenho na disseminação da cultura empreendedora, através da
promoção de vários cursos, palestras e muitos eventos voltados para toda a
comunidade. Porém, sendo a cidade de Lins conhecida como a cidade das
escolas, possui toda a estrutura necessária para disseminar a “Educação
Empreendedora”, de forma muito mais ampla, gerando assim muitos frutos no
presente e principalmente no futuro, contribuindo certamente com a retenção
do capital intelectual em nosso município e região.
Havendo
o
estímulo
necessário,
a
prática
empreendedora
se
desenvolverá cada vez mais, e através da abertura de novos empreendimentos
ocorrerá o crescimento do PIB do município, geração de empregos e impostos
que injetarão mais dinheiro na economia municipal.
Com este propósito, a Incubadora contribui sempre com as informações
necessárias e todo suporte para os novos empreendedores que muitas vezes
ainda não tem um plano de negócios e as ferramentas necessárias para que se
desenvolvam através do conhecimento e de uma gestão eficaz.
Assim, pode-se afirmar a hipótese de que Incubadora de Empresas de
Lins e suas parceiras contribuem de forma exemplar para o surgimento e
sobrevivência das empresas, prestando importantes serviços de acessória,
consultoria e orientação a quem deseja ter um negócio próprio, que é sempre
um grade desafio.
O assunto abordado é muito amplo, podendo ser estudado sob vários
outros aspectos por outros acadêmicos, afim de aprofundá-lo e redirecioná-lo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, S.A. O empreendedor: como se tornar um líder de sucesso. São
Paulo: Larousse, 2007.
ARANHA, J.A.S. Modelo de gestão para incubadoras de empresas. Rio de
Janeiro: Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro, 2002.
AUGUSTO, A. Os Benefícios do Plano de Negócios. Administradores, [s.l], 20
jun.
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Disponível
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso
1
INTRODUÇÃO
Apresentação e caracterização da Incubadora de Empresas de Lins:
localização, histórico, atividades realizadas junto aos empreendedores que
contribuem para o sucesso dos novos negócios.
2
RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO
ESTUDADO
a) Descrição das atividades realizadas, tais como cursos, consultorias,
fóruns, palestras relacionadas à gestão empresarial.
b) Depoimentos dos responsáveis envolvidos, tais como: o gerente da
Incubadora de Empresas de Lins, o presidente e a vice-presidente das
entidades coligadas, consultores e empresários assistidos.
3
DISCUSSÃO
Confrontar-se-á a teoria existente sobre a importância da Incubadora de
Empresas de Lins para o desenvolvimento empresarial.
4
PARECER
FINAL
SOBRE
O
CASO
E
SUGESTÕES
MELHORIAS OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS.
SOBRE
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:................................................................................................................
Localização: ...........................................................................................................
Atividades realizadas: ............................................................................................
II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Histórico da empresa
2 Orientação
3 Empresas assistidas
4 Tipos de consultorias realizadas
APÊNDICE C – Roteiro de Histórico
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:................................................................................................................
Localização: ...........................................................................................................
Atividades realizadas: ............................................................................................
II – ASPECTOS A SEREM DESCRITOS
1 Fundação
2 Número de funcionários
3 Empresas incubadas
4 Parcerias
APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista com Gerente da Incubadora
I – IDENTIFICAÇÃO
Tempo na Incubadora:...........................................................................................
Cargo / função:.......................................................................................................
Escolaridade: .........................................................................................................
Experiência profissional: ........................................................................................
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Qual a vocação econômica de Lins e região?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 Comente sobre a evolução do faturamento da Incubadora de Empresas de
Lins.
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 Como é o processo seletivo para entrada dos empreendimentos na
Incubadora?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4 Cite as dificuldades encontradas para quem ingressa na Incubadora.
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4.1 E as dificuldades para a incubadora em mantê-los?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
APÊNDICE E – Entrevista para o Presidente da Adetec Lins
I – IDENTIFICAÇÃO
Tempo na empresa: ...............................................................................................
Cargo / função:.......................................................................................................
Escolaridade: .........................................................................................................
Experiência profissional: ........................................................................................
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Os empreendedores são em maioria por vocação ou por necessidade?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
1.2 Essas pessoas têm noção dos riscos?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
1.2.1 Há excesso de confiança na abertura de um novo negócio?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 Qual o perfil das pessoas que tentam abrir um negócio?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2.1 Qual a formação acadêmica?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
APÊNDICE F – Roteiro de Entrevista para a Vice-Presidente da Adetec Lins
I – IDENTIFICAÇÃO
Tempo na empresa:
Cargo / função:.......................................................................................................
Escolaridade: .........................................................................................................
Experiência profissional: ........................................................................................
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 As faculdades formam empreendedores ou ainda deixam a desejar? Por
quê?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 Os empresários valorizam as parcerias que a Incubadora firma com outras
empresas e instituições?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2.1 Depois de graduados eles procuram mantê-las?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 Qual a finalidade da Adetec?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
APÊNDICE G – Roteiro de Entrevista para o Consultor Financeiro
I – IDENTIFICAÇÃO
Tempo na empresa: ...............................................................................................
Cargo / função:.......................................................................................................
Escolaridade: .........................................................................................................
Experiência profissional: ........................................................................................
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Quais as maiores dificuldades se tratando do controle do dinheiro da
empresa?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 Qual a importância de não misturar as despesas da empresa com as
pessoais.
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 Comente a frase: “O dinheiro do caixa não é do empresário”
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4 Qual a importância do fluxo de caixa?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5 Como é feito o planejamento tributário?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
APÊNDICE H – Roteiro de Entrevista para o Empresário
I – IDENTIFICAÇÃO
Tempo na empresa: ...............................................................................................
Cargo / função:.......................................................................................................
Escolaridade: .........................................................................................................
Experiência profissional: ........................................................................................
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 O que o levou a procurar a Incubadora de Empresas de Lins?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2 Que benefícios tem o empreendedor ao ir em eventos oferecidos?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3 As parcerias contribuem no desenvolvimento social do município e da região?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4 Vocês buscam firmar novas parcerias por conta própria?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5 Sentem-se mais competitivos que seus concorrentes após serem graduados?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
ANEXOS
ANEXO A - Número de empresas no Brasil (percentual)
Fonte: IBGE; SEBRAE, 2002
ANEXO B - Número de pessoas ocupadas (percentual)
Fonte: IBGE; SEBRAE, 2002
ANEXO C - Evolução do número de incubadoras no Brasil
Fonte: Revista Empreendedor, Dezembro 2007
ANEXO D – Incubadora / Meu Negócio
1) O que é uma Incubadora de Empresas?
É um espaço físico especialmente configurado para transformar idéias em produtos, processos
ou serviços, onde o empreendedor, cujo plano de negócios tenha sido aprovado, possa
desenvolver, durante um prazo determinado, a sua empresa com assistência técnica e / ou
gerencial. (SEBRAE)
Um ambiente especialmente planejado para acolher micro e pequenas empresas nascentes e em
operação, que buscam a modernização de suas atividades de forma a transformar idéias em
produtos, processos e serviços.(SEBRAE)
2) Principal objetivo e resultado de uma Incubadora de empresas:
É a graduação de novos e preparados empreendedores que por meio de suas empresas,
produzirão riqueza, trabalho e renda, contribuindo para o desenvolvimento econômico da cidade
e região.
3) Benefícios:
a)Estrutura Física
Instalações básicas (Box individualizado com medidor de energia próprio para a instalação da
empresa)
Banheiros
Estacionamento
Cozinha
Sala de reunião
Auditório com equipamentos áudio visual
Espaço para show room
Telefone
Internet (speedy)
Computador
Fax
Xerox
Homepage
Apoio administrativo
Vigilantes
4) Estrutura de Qualificação
Biblioteca
Acesso a feiras e exposições
Acesso a rodadas de negócios
Consultoria de finanças
Consultoria de marketing
Assessoria de imprensa
Assessoria de comunicação
Cursos e treinamentos do Sebrae, Fiesp, Senai
Café do Empreendedor
Parcerias com Unisalesiano (Empresa Junior) e Fundação Paulista (UNILINS), UNIMEP e FAL
Prezado Candidato
Este roteiro tem por finalidade orientá-lo para elaboração da proposta para a etapa de
pré-seleção, considerando as dimensões técnicas, econômica financeira, mercadológica e
gerencial do projeto. Deve-se tentar fornecer o máximo de informações sobre cada item,
podendo incorporar outros aspectos não abordados neste roteiro, que julgue serem
relevantes para uma melhor avaliação da proposta.
MEU NEGÓCIO
1). Identificação
1.1. Informações Gerais
Nome:
Endereço:
CEP:
Cidade:
Telefone:
Estado:
Fax:
E-mail:
Escolaridade:
Ocupação principal:
2). Atividades
2.1.Ramo de atividade (Qual o ramo de atividade em que atua ou pretende atuar?)
2.2. Objetivos do empreendimento (Qual o principal objetivo do negócio?).
2.3. Composição societária (Quem serão os sócios da empresa?)
Nome
Função
%
3). Aspectos Mercadológicos
3.1.Oportunidade de negócio (Como surgiu a idéia de montar um negócio?)
3.2. Descrição dos produtos (Descrever os principais produtos da empresa)
3.3. Vantagens competitivas (O que seus produtos oferecerão a mais que os produtos dos
concorrentes para atrair o cliente?)
3.4. Clientes (Quais serão os clientes potenciais da empresa, quais as suas preferências, e
qual o tamanho do mercado?)
( ) Indústrias
( ) Comércio atacadista
( ) Comércio varejista
( ) Consumidor final
( ) Empresas de prestação de serviços
( ) Empresas agrícolas
( ) Prestação de serviços
4). Aspectos Operacionais
4.1. Pessoal (relacionar todas as funções, as habilidades necessárias, e o número de pessoas
necessárias, incluindo os sócios, nos seis primeiros meses de operação).
4.2. Outras informações operacionais
Área necessária
Demanda de energia elétrica
( ) sim
Necessita de água no processo de fabricação?
( ) sim
( ) não
Necessita de licença da Vigilância Sanitária?
( ) sim
( ) não
Necessita de licença na ANVISA?
( ) sim
( ) não
Qual o tempo que será dedicado ao negócio?
( ) integral
( ) parcial
Quando poderá iniciar as atividades?
Quais as dificuldades esperadas?
4.3. Investimento Previsto
5). Restrições Legais / Documentos
(
)
Tem títulos protestados?
(
)
Tem ações cíveis?
(
)
Tem ações criminais?
(
)
Contrato social com últimas alterações (para empresas já existentes)
(
)
Cartão de CNPJ (para empresas já existentes)
6). Sobre a Incubadora
6.1. Porque procurou a Incubadora de Empresas?
6.2. Quais são as expectativas e porque vir para a Incubadora de Empresas?
Lins, de_______ de 2008.
Assinatura do Candidato
ANEXO E – Modelo de Contrato de Compartilhamento
“CONTRATO ENTRE A ADETEC LINS - AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS E AS EMPRESAS RESIDENTES”
Pelo presente instrumento, a ADETEC LINS - AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS, instituição Gestora da INCUBADORA DE
EMPRESAS DE LINS, inscrita no CNPJ sob nº 04.266.747/0001-47, com sede na cidade e
comarca de Lins, estado de São Paulo, situada à Av: Floriano Peixoto, 1093, representada pelo
seu presidente, Sr. Enaldo Pires Montanha, portador da cédula de identidade R.G. 16.439.309 e
CPF 054.058.258-16, brasileiro, casado, infra-assinado na forma prevista nos seus Estatutos
Sociais, doravante denominada GESTORA, e de outro e de outro a empresa
..........................................................., inscrita no CNPJ sob nº ........................................,
Inscrição Estadual nº ............................, com sede na cidade e comarca de Lins, situada à
Avenida Floriano Peixoto nº 1.093, Box __, representada pelos sócios:
___________________________, CPF nº __________________ - RG nº ______________,
brasileiro(a), estado civil, _____________________, CPF nº __________________ - RG nº
______________, brasileiro(a), estado civil, _____________________, CPF nº
__________________ - RG nº ______________, brasileiro(a), estado civil, denominados
RESIDENTES, que tiveram a sua proposta devidamente aprovada pelo Conselho Deliberativo
da Incubadora de Empresas de Lins, constituído com fundamento no Regimento Interno da
Incubadora de Empresas de Lins, e considerando:
I- que a ADETEC LINS - AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
TECNOLÓGICO DE LINS mantém uma unidade denominada Incubadora de
Empresas de Lins;
II- que a Incubadora de Empresas de Lins tem por finalidade prestar apoio estratégico e
técnico-administrativo, com vista a estimular a criação e consolidação de pequenas
unidades de negócios;
III- que a Empresa deverá no período em que permanecer abrigada na Incubadora de
Empresas de Lins observar as normas e procedimentos internos e demais condições
previstas no Regimento Interno da Incubadora;
IV- que o Regimento Interno contém as normas e regulamentos a serem seguidos pela
Empresa e que poderá ser alterado pelo Conselho Deliberativo com a finalidade de
melhor atender os objetivos da Incubadora;
V- que as partes, respectivamente Incubadora e Empresa, assumirão responsabilidades
mútuas, resolvem pactuar o presente Contrato de Compartilhamento que se regerá
pelas cláusulas e condições a seguir;
CLÁUSULA I – OBJETIVO
O presente Contrato objetiva regulamentar o uso, pela RESIDENTE, de uma área
individualizada, denominada módulo nº 07 de 66m2(sessenta e seis metros quadrados)
contando com ligações para instalação de energia elétrica, iluminação (4 luminárias),
porta, janela (vidro), forro PVC, além de disponibilizar a utilização de serviços não
individualizados de recepção, gerência geral, apoio administrativo, telefonia, secretaria,
copa, limpeza e segurança, limitados em sua abrangência e dimensões a critério único e
exclusivo da ADETEC LINS - AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
E TECNOLÓGICO DE LINS.
Parágrafo Primeiro – Os serviços listados nesta cláusula, a critério do Conselho
Deliberativo da Incubadora de Empresas de Lins, poderão ser contratados juntos a
terceiros e não poderão ser confundidos com serviços ou tarefas destinadas
exclusivamente ao próprio RESIDENTE.
Parágrafo Segundo – As partes entendem que este instrumento não constitui, no seu
todo ou em parte, um Contrato de locação de espaço físico ou de serviços e tão pouco
cria qualquer vínculo empregatício entre os servidores da ADETEC LINS-AGÊNCIA
DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS e o
RESIDENTE ou vice-versa.
CLÁUSULA II – OBRIGAÇÕES DA RESIDENTE
Constituem-se obrigações da RESIDENTE:
1- Elaborar o Plano de Negócios, no prazo de 30 dias, a contar da assinatura deste
contrato, para que seja avaliado pela Gerência, Consultores e Conselho Deliberativo
da Incubadora de Empresas de Lins.
2- Utilizar a área cedida única e exclusivamente para fins de desenvolvimento do seu
Plano de Negócios, com horário para atendimento ao público das 8:00h às 18:00h,
sendo vedado seu uso para qualquer outra finalidade, não podendo cedê-la ou
transferí-la, no todo ou em parte, a terceiros, seja a que título for. A utilização fora
deste horário é possível, mas deverá ter autorização da Gerência da Incubadora.
3- Zelar pela guarda, limpeza e conservação do modo e devolvê-lo a ADETEC LINS AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS
nas mesmas condições em que lhe é entregue.
4- Não praticar qualquer atividade de pesquisa, desenvolvimento tecnológico ou
produção de materiais, equipamentos, insumos e/ou processos que possam ser
agressivos ou predatórios às instalações e ao meio ambiente.
5- Não alterar sem prévio consentimento por escrito do Conselho Deliberativo da
Incubadora de Empresas de Lins, as instalações do módulo ou a carga de uso das
facilidades nele previstas. Todas as benfeitorias introduzidas pela EMPRESA deverão
respeitar as condições e finalidades deste contrato, observadas as normas técnicas,
regulamentos da Prefeitura Municipal de Lins e o Regimento Interno da Incubadora.
6- Desenvolver suas atividades respeitando o disposto neste contrato e no Regimento
Interno da Incubadora de Empresas de Lins anexo a este.
7- Participar efetivamente dos treinamentos e cursos (salvo conhecimento no assunto)
oferecidos pela Incubadora, visto que estes serão levados em consideração para
renovação deste contrato.
8- Consultar a Gerência/Conselho Deliberativo da Incubadora prévia e expressamente
sempre que fizer uso para efeito de divulgação da marca Incubadora de Empresas de
Lins em seus produtos e em todo o material promocional (cartazes, folders e manuais)
da
EMPRESA.
9- Não praticar quaisquer atividades inconvenientes ou que coloquem em risco a
idoneidade da INCUBADORA DE EMPRESAS DE LINS ou a segurança dos que ali
transitam, sob pena de rescisão do contrato e ressarcimento dos danos decorrentes.
10- Apresentar relatórios de acompanhamento mensais após a conclusão de cada uma
das fases estipuladas no Plano de Negócios ou quando solicitado pela
Gerência/Conselho Deliberativo da Incubadora de Empresas, além de relatórios técnicos
relativos às atividades da RESIDENTE, tais como: faturamento, produção, vendas,
novos produtos, mercados e clientes, empregos criados, problemas enfrentados,
soluções encontradas e resultados; relatórios sobre as atividades dos bolsistas
eventualmente colocados à disposição da RESIDENTE pela Incubadora e planejamento
das próximas fases.
11- Desenvolver somente ações e projetos de conformidade com o Plano de Negócios
aprovados pelo Conselho Deliberativo da Incubadora de Empresas de Lins. Alterações
do aludido Plano deverão ter a prévia e expressa anuência do Conselho Deliberativo da
Incubadora de Empresas de Lins. O mesmo delegará à Gerência tais funções se assim
lhe convier.
12- Assegurar o livre acesso ao módulo do pessoal credenciado pela Incubadora de
Empresas de Lins preservadas as necessárias condições de sigilo.
13- Efetuar os pagamentos especificados neste contrato.
14- Não suspender suas atividades no módulo sem permissão da INCUBADORA DE
EMPRESAS DE LINS.
15- Arcar com os custos de manutenção das suas instalações individuais como:
substituição de lâmpadas, starts, reatores, reparos nos equipamentos disponibilizados
(telefone) e manutenção hidráulica/esgoto.
16- Interagir com as instituições de ensino e pesquisa associadas ou não à Incubadora.
17- Comprovar a legalização do empreendimento no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar
da data de assinatura deste contrato (no caso de empreendedores e empresas não formais).
18- Não empregar ou dar trabalho a qualquer pretexto ou de qualquer tipo a menores de
idade em condições que não previstas no Estatuto do Menor e do Adolescente ou na
legislação específica.
CLÁUSULA III – OBRIGAÇÕES DA ADETEC LINS - AGÊNCIA DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS /
INCUBADORA DE EMPRESAS
Além das demais obrigações previstas neste contrato, constituem obrigações da
Incubadora de Empresas de Lins responsável pela gestão técnica, administrativa e
operacional da Incubadora:
1 – Colocar à disposição da RESIDENTE a área para uso individualizado descrita na
Cláusula I e os serviços básicos de recepção, telefonia, secretaria, copa, limpeza e
segurança das instalações físicas.
2 – Subsidiar, em parte ou no todo, o acesso da RESIDENTE a cursos, seminários e
palestras nas áreas técnico-econômico-financeiras e de marketing promovidos pela
Incubadora de Empresas de Lins.
3 – Estimular a cooperação técnico-científica entre a EMPRESA e as instituições de
ensino e pesquisa associadas ou não à Incubadora e elaborar instrumentos legais
adequados
que
definem
esse
relacionamento
com
a
EMPRESA.
4 – Acompanhar, assessorar, incentivar e auditar o desenvolvimento da EMPRESA
levando em conta entre outros os seguintes critérios: inovação tecnológica; qualificação
técnica e gerencial da equipe envolvida; adequação aos objetivos da EMPRESA e da
Incubadora; e produtos não-poluentes e de aceitação social.
5 – Facilitar o acesso da EMPRESA a cursos, feiras, eventos, seminários e palestras nas
áreas técnica, econômica, financeira, administrativa e de marketing.
6 – Desenvolver trabalhos em parceria com a EMPRESA e promover a cooperação
entre as empresas vinculadas à Incubadora.
7 – Analisar através do Conselho Deliberativo da Incubadora o desempenho técnico e a
adequação da empresa ao sistema de incubação no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a
contar da data da assinatura deste termo, podendo na hipótese de parecer desfavorável
rescindir o presente contrato nos termos da Cláusula Sétima, alínea 3.
8 – Desenvolver ações que visem acelerar a consolidação da Empresa, mostrando como
superar barreiras técnicas, gerenciais e mercadológicas.
9 – Dar visibilidade à Empresa divulgando-a e facilitando sua participação em feiras e
em redes de informação.
10 – Estimular o acesso aos bancos de dados de interesse da Empresa e incentivar a
cooperação e troca de informações da Empresa com outras incubadoras, organismos
internacionais, associações de classe e entidades públicas e privadas.
CLÁUSULA IV – VIGÊNCIA E PRORROGAÇÃO
O presente Contrato vigorará pelo prazo de até 6 (seis) meses que poderá ser renovado
por período igual ou superior, salvo o limite de 2 anos, iniciando a partir da data de sua
assinatura podendo ser prorrogado caso a RESIDENTE tenha suas justificativas
aprovadas pelo Conselho Deliberativo.
– Os pedidos de prorrogação deverão ser encaminhados para análise da Gerência da
Incubadora com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias antes do término da
vigência do contrato em análise.
– O tempo necessário para o trabalho de desocupação do módulo usado pela
RESIDENTE estará necessariamente compreendido nos prazos anteriormente
estipulados.
CLÁUSULA V – PAGAMENTO DA TAXA DE MANUTENÇÃO DO SISTEMA
A
RESIDENTE
pagará
a
ADETEC
LINS
AGÊNCIA
DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS até o dia
dez do mês subseqüente ao vencido, a título de taxa de manutenção a importância de R$
6,00/m2. Sendo que de acordo com o Art. 18 do Regimento Interno da Incubadora de
Empresas, o RESIDENTE pagará 50% do valor pelo uso do espaço e assistência técnica
e gerencial mais o rateio das despesas com o uso da infra-estrutura nos primeiros seis
meses; 60% no segundo semestre do valor pelo uso do espaço e assistência técnica e
gerencial mais o rateio das despesas com o uso da infra-estrutura; 80% no terceiro
semestre do valor pelo uso do espaço e assistência técnica e gerencial mais rateio das
despesas com o uso da infra-estrutura; 100% no quarto semestre do valor de uso do
espaço e assistência técnica e gerencial mais o rateio das despesas com o uso da infraestrutura. Essa taxa de manutenção engloba todos custos dos serviços colocados à
disposição da RESIDENTE que não forem passíveis de enquadramento na Cláusula VI.
Parágrafo Primeiro: Módulo nº __ - área=__m2 - Valor Total=R$__________ – 1º semestre
Valor Total=R$__________– 2º semestre
Valor Total=R$__________– 3º semestre
Valor Total=R$_______– 4º semestre
Parágrafo Segundo: Esta taxa poderá sofrer correção durante a vigência deste
Contrato de comum acordo entre as partes.
CLÁUSULA VI – REEMBOLSO DE DESPESAS E OUTROS PAGAMENTOS
Além da taxa de manutenção, a RESIDENTE efetuará até o dia dez do mês subseqüente ao
vencido os seguintes reembolsos ou pagamentos à ADETEC LINS - AGÊNCIA DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS:
1 – Serviços Exclusivos: Pagamento relativo aos serviços que utilizar de forma exclusiva ou
qualquer outro que permita qualificação específica como: ligações telefônicas, cópias
xerográficas, consultorias e serviços técnicos especializados e outros mais.
2 – Serviços Compartilhados: O rateio dos custos de funcionamento da Incubadora conforme
relatório de despesas apresentadas mensalmente relativas ao consumo de água e energia elétrica
das partes comuns; impostos e taxas que recaiam sobre o imóvel; cobertura de seguro das
instalações; uso e manutenção de instalações telefônicas e demais aparelhos; máquinas, móveis
e utensílios; locação de máquinas; fax; xerocopiadoras; despesas de segurança e vigilância das
instalações; despesas relativas à copa e limpeza (pessoal e material); entre outros que possam
surgir oriundos da necessidade dos incubados.
Parágrafo Único – Após a data limite fixada para pagamento, o valor dos serviços
exclusivos e serviços compartilhados será acrescido de multa de 2% ao mês, acrescida
de taxa de permanência de 1% ao mês.
CLÁUSULA VII – INADIMPLÊNCIA, RESCISÃO E DESOCUPAÇÃO
São casos que importam em rescisão deste Contrato e desocupação da área
individualizada:
1 – O atraso superior a dois meses por parte da RESIDENTE em relação às obrigações
de pagamento antes referidas correrá por conta exclusiva da RESIDENTE todas as
despesas judiciais ou extrajudiciais que tal inadimplência causar, inclusive remoção,
transporte e armazenamento de materiais e ou equipamentos, custas e honorários de
advogado.
2 – A declaração unilateral e voluntária por iniciativa do RESIDENTE mediante
comunicação por escrito acompanhada de relatório de desempenho remetido ao
Conselho Deliberativo da Incubadora de Empresas de Lins com antecedência mínima de
trinta dias. Precederá a rescisão, a quitação pela RESIDENTE, de todos os débitos
existentes.
3 – A não utilização da área individualizada e dos serviços da Incubadora por mais de
trinta dias consecutivos ou noventa dias alternados caracteriza suspensão das atividades.
4 – Desempenho técnico e adequação ao sistema de incubação insatisfatório no período
experimental de 180 (cento e oitenta) dias e ainda no caso de ser verificada a
incompatibilidade da Empresa com o ambiente da Incubadora ou com o Sistema de
Incubação. O critério de julgamento de incompatibilidade e de inadequação da Empresa
fica a cargo do Conselho Deliberativo da Incubadora.
Parágrafo Primeiro - No caso de inadimplência fica a RESIDENTE obrigada a desocupar o
módulo no prazo máximo de trinta dias corridos a contar da data do vencimento do segundo mês
em atraso, ficando a ADETEC LINS - AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
E TECNOLÓGICO DE LINS habilitado à posse do imóvel sem necessidade de qualquer aviso
ou notificação.
Parágrafo Segundo – Quando da desocupação do módulo, findo o prazo contratual, por
vencimento normal ou antecipado ou ainda por rescisão nas hipóteses contratuais e legais, o
módulo deve ser restituído livre e desimpedido de coisas e pessoas e nas mesmas condições em
que tiver sido recebido e a ADETEC LINS - AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS não efetuará qualquer pagamento ou indenização
seja a que título for, inclusive por benfeitorias nele realizadas. Caso sejam necessárias reformas
para o módulo voltar a situação original as providências serão tomadas pela ADETEC LINS AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS ficando
as despesas daí decorrentes a cargo da RESIDENTE.
CLÁUSULA VIII – DAS MODIFICAÇÕES E BENFEITORIAS
1- As modificações que resultarem da atividade da Empresa deverão respeitar as
condições e finalidades deste contrato obedecendo-se as Normas Técnicas, Posturas
Municipais e Regimento Interno da Incubadora.
2- As modificações fixas que forem introduzidas no módulo tais como: paredes, pias, divisórias,
cortinas, persianas, instalações elétricas, etc., dependerão para sua realização de consentimento
prévio e expresso do Conselho Deliberativo da Incubadora de Empresas / Gerência e, ao
Término do Contrato passarão a ser parte integrante do imóvel sem nenhuma indenização seja
devida à Empresa, sendo que por necessidade operacional do módulo, todavia, poderá o
Conselho Deliberativo da Incubadora / Gerência optar para que a EMPRESA levante as
modificações por ela realizada, as suas expensas, entregando o seu módulo conforme recebido
quando do seu ingresso.
3- Nas modificações citadas não estão inclusos equipamentos de laboratório, móveis,
utensílios, estoques, condicionadores de ar, estantes e bens patrimoniais da EMPRESA.
CLÁUSULA IX – OBEDIÊNCIA AO REGIMENTO INTERNO
É parte integrante do presente Contrato o Regimento Interno da Incubadora de Empresas de
Lins, rubricado pelas partes e testemunhas, sendo que sua não observância pela RESIDENTE
constituirá infração contratual justificadora de rescisão.
CLÁUSULA X - ALTERAÇÕES CONTRATUAIS
Este contrato poderá por iniciativa da ADETEC LINS - AGÊNCIA DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO DE LINS ou da RESIDENTE, ser
modificado quanto à sua abrangência ou conteúdo. No entanto, qualquer modificação para ter
validade deverá ser precedida de um Termo Aditivo que deverá ser submetido ao Conselho
Deliberativo.
CLÁUSULA XI – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
11.1- Em caso de controvérsia, discussão ou desacordo quanto ao cumprimento,
interpretação ou aplicação do presente contrato, as partes preliminares deverão notificar
uma a outra por intermédio de carta registrada ou outro meio eficaz e idôneo, devendo
ser sanado o defeito ou infração pela parte que lhe deu causa no prazo máximo e
improrrogável de 90 dias, findo o qual o Contrato poderá ser rescindido nos termos da
cláusula sétima.
a) A eventual tolerância da Incubadora com inadimplências ou com a
infração de quaisquer das Cláusulas contratuais ou das disposições constantes do
Regimento Interno da Incubadora não importará em novação nem poderá ser invocada
pela EMPRESA para obrigar a Gerência da Incubadora a conceder igual tolerância em
outras situações.
b) O presente contrato obriga as partes, seus herdeiros e sucessores em
todos os
seus termos, cláusulas e condições.
c) As partes, de comum acordo, elegem o Fórum da Comarca de Lins por
mais privilegiado que outro seja ou venha a ser, para dirimir quaisquer dúvidas ou
questões oriundas da execução deste contrato e que não puderem ser solucionados
mediante entendimento entre as partes.
E, por estarem assim justas e acordadas, as partes assinam o presente Contrato em três
vias de igual teor e para os mesmos fins e efeitos juntamente com as testemunhas abaixo
nomeadas.
Lins, __de ________ de 2008.
______________________
Enaldo Pires Montanha
R.G. 16.439.309 SSP/SP
Presidente Adetec Lins
Gestora
______________________
Empresário
RG
Residente
___________________
Empresário
RG
Residente
__________________________
Empresário
RG
TESTEMUNHAS:
___________________________
Flávio José Anequini
RG 14.426.594
_______________________
Viviane Onodera Faustini
RG 26.708.304
ANEXO F – Atendimento empresarial / resumo
ATENDIMENTO EMPRESARIAL
DATA:
HORA:
NOME:
ENDEREÇO:
TELEFONE:
COMO SOUBE: ATRAVÉS DE
SEGMENTO ATIVIDADE:
OBSERVAÇÕES:
-
Procurou a Incubadora para obter informações sobre:
-
Levou o roteiro para apresentar a proposta: ( ) Sim
ASSINATURA INTERESSADO
( ) Não
ADMINISTRAÇÃO INCUBADORA EMPRESAS LINS
ANEXO G – Organograma da Incubadora de Empresas de Lins
Incubadora
Prefeitura Municipal
de Lins
Adetec Lins
Conselho Gestor
Conselho Consultivo
e
Conselho Fiscal
Gerência
Assessorias e
Consultorias
Fonte: Incubadora de Empresas de Lins.
Sebrae
ANEXO H – Fluxograma da Incubadora de Empresas de Lins
Fonte: Incubadora de Empresas de Lins.
ANEXO I – Croqui da Incubadora de Empresas de Lins
Fonte: Incubadora de Empresas de Lins
Anexo J – Treinamento realizado na Incubadora de Empresas de Lins
Fonte: Incubadora de Empresas de Lins
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EMPREENDEDORISMO Incubadora de Empresas