come na rua música Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virginia Ferreira «Vai tu» à «catequese» 22 “Come na Rua” é um nome invulgar para um projecto musical mas os seus elementos acreditam que «entra no ouvido». A formação, que ainda está a dar os primeiros passos enquanto banda, começa a ser conhecida pelos temas «Catequese», «Vai tu», «Charuto» e o «estrondoso sucesso», único tema em inglês, «Nation Station». Do you playstation? Joe Silly, voz e guitarra, Rui Vilarinho, baixo, José Barbosa, bateria, Pedro Romualdo, guitarra e Joca nas teclas. São estes os elementos dos “Come na Rua”, um projecto que surgiu no Verão de 2005 mas que só agora se começa a revelar no panorama musical. Diz que é uma espécie de «show que combina música com humor, ideal para matar as tristezas da vida». Desde então, a banda foi evoluindo e alargando o repertório, com presença regular em diversos bares e eventos lúdico-culturais dos quais se destacam as participações no concurso de música moderna da Juventude Comunista Portuguesa e no Festival Termómetro. Joe Silly foi o mentor e é dele todo o trabalho de composição que, curiosamente, foi surgindo sem o apoio de uma banda. “O projecto desenvolveu-se ao contrário do habitual”, explica, salientando que a banda acabou por surgir como uma espécie de “suporte para espectáculos”. «Charuto» foi o tema que marcou o «pontapé de saída» do projecto. «Eu só quero estar com os meus amigos pra fumar charuto» é a frase-chave do tema, que foi “improvisado, em jeito de brincadeira, mas acabou por pegar. Hoje é um «hit»”, refere com humor. A ideia inicial mantém-se – compor temas em português, que entrem no ouvido e divirtam o público por serem engraçados e, até, “suficientemente estúpidos”. «Catequese» fica, 23 jills comethe na rua música de facto, no ouvido de qualquer um, «Paula Queirós» tem «um quê» do estilo de Abrunhosa e «Vai tu» faz lembrar Rammstein. «Come na Rua» Este será o ano de lançamento do primeiro álbum Come na Rua - constituído por temas como «Catequese», «Vai tu», «Come na Rua», «A minha vida é contigo», «Carro do lixo», «Paula Queirós», «Meio-embriagado», «Noite de Halloween», «Sabe bem o bem estar», «Free Pass», «Charuto» e, quem sabe, «Nation Station», o único em inglês. As doze músicas que compõem o álbum são da autoria de Joe Silly, cujas ideias foram surgindo em reuniões com amigos. “A malta reúne-se para tocar e daí surgem sempre ideias engraçadas para novos temas”, refere o compositor, acrescentando que foi semelhante o processo para a escolha do nome do projecto. “Um amigo meu, mais «idiota» do que eu, lançou o nome e achamos que era o ideal pois «entra no ouvido»”, admite. A música dos “Come na Rua” não se enquadra num género musical específico mas antes «deambula» entre o rock e o popular, a fazer lembrar um pouco o estilo dos consagrados Trabalhadores do Comércio, embora sem a pronúncia como imagem de marca. “Não há fronteira para os nossos estilos musicais cuja diversidade é propositada”, refere Joe Silly, salientando que as influênci24 as são, também, muito variadas. “Mão Morta, Abrunhosa ou Rammstein”, sintetiza. O público alvo vai dos “8 aos 80” se bem que os jovens são os que imediatamente aderem às suas músicas. “Apesar dos jovens serem mais receptivos à nossa música e à mensagem que ela traduz, ninguém lhe fica indiferente. O facto de podermos começar com um tema mais «rock» e de imediato passarmos a um mais «popularucho» deixa as pessoas atentas ao que poderá seguirse”, salienta. Os elementos são oriundos do Grande Porto e têm na Ribeira, Palácio e Baixa os pontos de referência da cidade. Os maiores defeitos que conseguem encontrar na Invicta são “a falta de animação e o excesso de habitações degradadas e devolutas”. Trazer a música para a rua é uma boa aposta se bem que achem que as mentalidades ainda não estão preparadas para isso. Questionados sobre o que ainda falta fazer pela música a resposta foi simples e imediata – “mais música portuguesa em português” já que não consideram que o inglês seja mais apropriado ao rock e não têm dificuldade em compor na língua materna. “A mensagem passa melhor em português”, asseguram. Para conhecer o trabalho da banda - que promete pôr qualquer um, independentemente da idade, a «trautear» a «Catequese» - espreite em myspace.com e também em comenarua.com.sapo.pt Q 25