come na rua
música
Texto: Marta Almeida Carvalho
Fotos: Virginia Ferreira
«Vai tu»
à «catequese»
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“Come na Rua” é um nome
invulgar para um projecto
musical mas os seus elementos
acreditam que «entra no
ouvido». A formação, que ainda
está a dar os primeiros passos
enquanto banda, começa a ser
conhecida pelos temas
«Catequese», «Vai tu»,
«Charuto» e o «estrondoso
sucesso», único tema em inglês,
«Nation Station». Do you
playstation?
Joe Silly, voz e guitarra, Rui Vilarinho, baixo, José
Barbosa, bateria, Pedro Romualdo, guitarra e Joca nas
teclas. São estes os elementos dos “Come na Rua”,
um projecto que surgiu no Verão de 2005 mas que só
agora se começa a revelar no panorama musical. Diz
que é uma espécie de «show que combina música com
humor, ideal para matar as tristezas da vida». Desde
então, a banda foi evoluindo e alargando o repertório,
com presença regular em diversos bares e eventos lúdico-culturais dos quais se destacam as participações no
concurso de música moderna da Juventude Comunista
Portuguesa e no Festival Termómetro. Joe Silly foi o
mentor e é dele todo o trabalho de composição que,
curiosamente, foi surgindo sem o apoio de uma banda.
“O projecto desenvolveu-se ao contrário do habitual”,
explica, salientando que a banda acabou por surgir como
uma espécie de “suporte para espectáculos”. «Charuto» foi o tema que marcou o «pontapé de saída» do
projecto. «Eu só quero estar com os meus amigos pra
fumar charuto» é a frase-chave do tema, que foi “improvisado, em jeito de brincadeira, mas acabou por pegar.
Hoje é um «hit»”, refere com humor. A ideia inicial
mantém-se – compor temas em português, que entrem
no ouvido e divirtam o público por serem engraçados e,
até, “suficientemente estúpidos”. «Catequese» fica,
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jills
comethe
na rua
música
de facto, no ouvido de qualquer um, «Paula Queirós»
tem «um quê» do estilo de Abrunhosa e «Vai tu» faz
lembrar Rammstein.
«Come na Rua»
Este será o ano de lançamento do primeiro álbum Come na Rua - constituído por temas como «Catequese», «Vai tu», «Come na Rua», «A minha vida é contigo», «Carro do lixo», «Paula Queirós», «Meio-embriagado», «Noite de Halloween», «Sabe bem o bem estar», «Free Pass», «Charuto» e, quem sabe, «Nation
Station», o único em inglês. As doze músicas que
compõem o álbum são da autoria de Joe Silly, cujas
ideias foram surgindo em reuniões com amigos. “A
malta reúne-se para tocar e daí surgem sempre ideias
engraçadas para novos temas”, refere o compositor,
acrescentando que foi semelhante o processo para a
escolha do nome do projecto. “Um amigo meu, mais
«idiota» do que eu, lançou o nome e achamos que era
o ideal pois «entra no ouvido»”, admite. A música dos
“Come na Rua” não se enquadra num género musical
específico mas antes «deambula» entre o rock e o
popular, a fazer lembrar um pouco o estilo dos consagrados Trabalhadores do Comércio, embora sem a pronúncia como imagem de marca. “Não há fronteira para
os nossos estilos musicais cuja diversidade é propositada”, refere Joe Silly, salientando que as influênci24
as são, também, muito variadas. “Mão Morta, Abrunhosa ou Rammstein”, sintetiza. O público alvo vai
dos “8 aos 80” se bem que os jovens são os que
imediatamente aderem às suas músicas. “Apesar dos
jovens serem mais receptivos à nossa música e à
mensagem que ela traduz, ninguém lhe fica indiferente. O facto de podermos começar com um tema mais
«rock» e de imediato passarmos a um mais «popularucho» deixa as pessoas atentas ao que poderá seguirse”, salienta.
Os elementos são oriundos do Grande Porto e têm
na Ribeira, Palácio e Baixa os pontos de referência da
cidade. Os maiores defeitos que conseguem encontrar
na Invicta são “a falta de animação e o excesso de
habitações degradadas e devolutas”. Trazer a música
para a rua é uma boa aposta se bem que achem que as
mentalidades ainda não estão preparadas para isso.
Questionados sobre o que ainda falta fazer pela música a resposta foi simples e imediata – “mais música
portuguesa em português” já que não consideram que
o inglês seja mais apropriado ao rock e não têm dificuldade em compor na língua materna. “A mensagem
passa melhor em português”, asseguram. Para conhecer o trabalho da banda - que promete pôr qualquer um,
independentemente da idade, a «trautear» a «Catequese» - espreite em myspace.com e também em
comenarua.com.sapo.pt Q
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Come na Rua - Viva Porto