Realização: INCUBADORA DE EMPRESA E NIT (NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA): UMA INTERAÇÃO SOB A ÓTICA DAS PRÁTICAS DO CERNE Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEP Incubadora de Base Tecnológica do Estado de Pernambuco - INCUBATEP Marina Gabriela de Andrade Muniz – [email protected] Tacila Batista do Egito – [email protected] José Geraldo Pimentel Neto – [email protected] Geraldo de Magela Souza Catão – [email protected] Marcia Maria Pereira Lira – [email protected] RESUMO O presente artigo tem como objetivo principal identificar as relações entre as incubadoras de empresas com os Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) a partir da ótica e práticas do CERNE (Centro de Referência para Apoio a novos Empreendimentos), haja vista que o modelo auxilia beneficamente a cultura do empreendedorismo, inovação, propriedade intelectual e transferência de tecnologia. Neste cenário competitivo e globalizado (local-global) no qual o grande foco é a economia do conhecimento voltado para os processos de inovação (organizacional, marketing, tecnológico, serviço e processo), as empresas passam a introduzir em seus processos produtivos uma gama elevada de inovações. Em acordo a essa afirmativa, o movimento de incubação de empresa se tornou responsável por contribuir como um facilitador, catalizador e um fomentador para a criação e desenvolvimento de novos empreendimentos nas diversas áreas do conhecimento. Em consonância a esse movimento, o NIT surge como um suporte definitivo para o desenvolvimento e proteção das inovações a partir da Lei 10.973/04, que etimologicamente promove e regula as políticas de propriedade intelectual e inovação. Neste sentido, este artigo trabalha com as diversas práticas do CERNE, que são voltadas para o processo de incubação, e que de forma complementar, permite a introdução das ações do NIT na execução destas práticas, e em alguns casos esta integração se torna ainda mais facilitada, quando em um mesmo ambiente físico estão às gestões da incubadora e do NIT. PALAVRAS-CHAVES: CERNE, NIT, Incubadora de empresa, articulação das empreendedorismo, propriedade intelectual, INCUBATEP-ITEP práticas CERNE, inovação, ABSTRACT The main goal of this article is to identify the relations between business incubators and Nucleus of Technological Innovation (NTI) from the perspective and practices of CERNE (Reference Center for Support of new Enterprises) considering the fact that this model helps in a beneficially way the culture of entrepreneurship, innovation, intellectual property and transference of technology. In this 1 competitive and globalized scenario (local-global) in which the major focus is the knowledge economy oriented to innovation processes (organizational, marketing, technology, service and process), the companies starts to introduce a high number of innovations to their productions. According to this statement, the movement of company’s incubation became responsible for contributing as a facilitator, catalyst and promoter of creation and development of new entrepreneurships in different areas of the knowledge. Agreeing with this movement, the NTI appears as a definitive support to development and protection of innovations since the Law 10.973/04, which etymologically promotes and regulates policies of intellectual property and innovation. Therefore, this article deals with the several practices of CERNE, which are focused on the incubation process and in a complementary way, allows an introduction of NTI’s actions in order to execute such practices and in some cases, this integration becomes even more facilitated, when the incubator management and the NTI are located in the same physical environment. KEYWORDS: CERNE, NTI, Business Incubation, articulation of CERNE’s practices, Innovation, Entrepreneurship, Intellectual property, INCUBATEP-ITEP. INTRODUÇÃO Pela sinergia das ações entre as incubadoras, os parques tecnológicos e os Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) identificadas nas práticas do CERNE e pelo fato de, em muitos dos casos, o ambiente físico e, principalmente a equipe gestora ser a mesma, este artigo, objetiva a interação dessas práticas com os Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT), já que, inicialmente, o CERNE, é voltado para atuar nas incubadoras e nos Parques tecnológicos. Além disso, como são unidades que trabalham para o fomento do empreendedorismo, inovação, transferência de tecnologia e proteção é de suma importância relacionar os fluxos de ações e atividades entre essas unidades, a partir das práticas do CERNE. Em acordo com essas práticas, existe a lei de inovação brasileira de 2004 que tem por objetivo fomentar a construção de ambientes inovadores, assim como ações de empreendedorismo exigindo que todas as ICT’s (Institutos de Ciência e Tecnologia) possuam um NIT que por sua vez deva gerir o conhecimento, o incentivo a inovação e a proteção da propriedade intelectual, para que seja depois transferida a sociedade e com isso, promover o desenvolvimento local-regional. Deste modo, a articulação das práticas do CERNE com o NIT é para promover melhores fluxos e ações integradas no desenvolvimento das atividades dessas unidades (exemplo que acontece na INCUBATEP – Incubadora de Empresa Base Tecnológica do Estado de Pernambuco, vinculada ao Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEP), tendo como objetivo final a transferência dessas melhorias e boas práticas para a sociedade empreendedora local-regional. DESENVOLVIMENTO O movimento de incubação de empresas é um dos processos de estímulo ao desenvolvimento de novos empreendimentos. Via de regra, possui em seu escopo, a inovação, que é uma das essências do NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica). Essa articulação, normalmente, proporciona o desenvolvimento das ações para as duas unidades, principalmente porque vão diminuir os fluxos de atividades e redundância, ajustando um melhor enquadramento do modelo CERNE as duas unidades (Incubadora e NIT). Advinda da parceria entre ANPROTEC e o SEBRAE, o modelo CERNE trabalha com práticas-chaves que visa à padronização de aspectos qualitativos e quantitativos de otimização dos resultados das incubadoras de empresas, e é com base nestas, que correlacionaremos o NIT, para que em conjunto promovam ações e disseminem a propriedade intelectual na instituição como também estimulem a cultura empreendedora e a importância da inovação, bem como a sua transferência para a sociedade. Será, apontado a partir das práticas do CERNE (1 ao 4), as possíveis vinculações entre a Incubadora e o NIT identificadas e, em alguns casos, já desenvolvidas pela INCUBATEP-ITEP e NIT. CERNE 1: A incubadora de empresas e o NIT deverão ter dentro da sua estrutura um sistema de Assessoria e Consultoria. Este sistema desenvolverá serviços de orientação aos incubados, no que tange as 2 questões empresariais, como também as que se referem à Propriedade Intelectual e Inovação, principalmente nas Incubadoras de empresas de base tecnológica como a INCUBATEP. No que tange a Prospecção e Seleção o NIT juntamente com a incubadora avaliará os melhores projetos e as possíveis PI que as empresas incubadas poderão ter, como também o acompanhamento deste acervo patenteado. Além disso, é possível desenvolver novas formas de relações e novos contratos (como por exemplo, percentual na ação da empresa – se tornando sócio), já que na seleção é possível identificar grandes invenções que podem romper paradigmas regionais, nacionais e até mesmo, mundiais. No Sistema de Sensibilização e Prospecção o NIT poderá atuar junto com a Incubadora disseminando e estimulando a cultura empresarial de Propriedade Intelectual e inovação com palestras, workshops e debates sobre o tema. CERNE 2 Dentre as práticas – chaves a que melhor se enquadra para ambos (NIT e incubadora) é o Sistema de Geração Idéias, que tem como propósito incentivar possíveis inventores a criar empreendimentos inovadores, através de parcerias com universidades e ICT´s (Institutos de Ciência e Tecnologia). E a prática chave serviços a potenciais empreendedores que Catão & Pimentel Neto (2010) trabalharam, a partir de um serviço denominado “janela de oportunidade” que será desenvolvido na INCUBATEP-ITEP para os empreendimentos que não são aprovados na seleção (motivos específicos), mas que possuem um grande potencial inovador para a localidade e até mesmo a possibilidade de desenvolver uma P.I. CERNE 3: Como as ações da incubadora e do NIT são em grande parte baseado em parcerias, com instituições, pesquisadores e empreendedores, o Sistema de Apoio Ampliado aos Empreendimentos, exalta a relevância da criação e consolidação de uma rede de contatos e parceiros que tenham interesse nas inovações prospectadas. Partindo do pressuposto local-global os atores envolvidos (NIT e incubadora) podem contribuir ativamente para o desenvolvimento regional, a exemplo dos APL’s (Arranjos Produtivos Locais), reforçando a interatividade entre as áreas para a melhoria da competitividade, da economia e do desenvolvimento da sociedade. A integração do NIT, com essa prática do CERNE, é o desenvolvimento da identificação, proteção e transferência de tecnologia das possíveis invenções criadas na localidade. CERNE 4: A esta prática, a incubadora e o NIT empenham-se na Melhoria Contínua de seus serviços, já que neste estágio, ambas já possuem um grau de maturidade suficiente para respaldar ações, no que tange ao empreendedorismo, a inovação e a proteção. Em conformidade, ambas devem conter um sistema conciso de Segurança das Informações que garanta o sigilo de todos os elementos que forem captados pelas unidades. No que se refere à área de Desenvolvimento de Negócios, a incubadora trabalhará na concentração das atividades de gestão tecnológica estratégica, comercialização de tecnologias, mapeamento de fontes de fomento, como também o Mapeamento de Oferta e Demanda, no qual o NIT poderá atuar no sentido de prospectar o que a sociedade e o mercado necessitam em termo de tecnologia e inovação, incentivando a relação com as universidades e ICT’s, tendo como objetivo o desenvolvimento de empreendimentos nas diversas áreas do conhecimento. Contudo, o NIT e a incubadora deverão avaliar o potencial de inovação dos conhecimentos gerados na instituição, com vista a sua proteção e posterior disponibilização/transferência ao mercado, objetivando maximizar seus resultados para a sociedade e para sua instituição geradora. (Rocha, D.T., Sluszz, T. Campos, MM. -2009). CONCLUSÃO A implantação do conhecimento e da inovação é primordial para a prospecção e para o desenvolvimento de negócios e das localidades, essa premissa também é vista para a interação das incubadoras de empresas com os NIT’s, que, normalmente incita o empreendedorismo e a criação e desenvolvimento de novas idéias. O foco deste artigo foi enaltecer a relação nit-incubadora, com a peculiaridade de ser embasado pelas práticas CERNE, novo modelo de gestão das incubadoras e parques tecnológicos, que se adapta, em muitos aspectos, facilmente a realidade do NIT. Essa relação promove uma ação com padrão quantitativo, qualitativo e inovador principalmente na área da propriedade intelectual e transferência de tecnologia, pois irá estimular as empresas a desenvolverem e protegerem suas novas tecnologias, de modo que gerem impactos econômicos positivos em detrimento ao mecanismo da transferência de tecnologia que posteriormente serão repassadas para a sociedade. 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CERNE – Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos. Termo de Referência. Brasília: Anprotec: SEBRAE, 2009. CATÃO, Geraldo de Magela Souza ; PIMENTEL NETO, J. G. . A janela de oportunidades como fluxo contínuo de desenvolvimento de potenciais empreendimentos inovadores. In. XX Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas. Campo Grande-MS: Anprotec, 2010. v. 1. p. 1-3. DORNELAS, J.C.A. Planejando incubadoras de empresas: como desenvolver um plano de negócios para incubadoras. Rio de Janeiro: Campus, 2002 ROCHA, D.T., Sluszz, T., CAMPOS, M.M.; Metodologia de Qualificação de Produtos – Caso Embrapa de avaliação e indicação da modalidade de negócio para a transferência de produtos, Locus Científico. Brasília, v.03, n.03, p. 65-70, Setembro, 2009. WOLOWSKI, M.F. Inovar é preciso. Santa Catarina, 2009. Disponível em: < http://tisc.com.br/artigo/inovar-e-preciso/>. Acessado em: 24/03/2011 ENRÍQUEZ, G.; COSTA, J.G.C. Sistemas locais de Inovação Tecnológica, Incubadoras de Empresas e Desenvolvimento da Indústria no Pará. 4