popular catarinense > imbituba > SEgunda-FEIRA - 24 - setembro - 2012
Maria Aparecida
Pamato Santana
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Revivendo a história Imbitubense
WILLY E INÊS – PERSONAGENS INDELÉVEIS DA HISTÓRIA IMBITUBENSE
A união matrimonial de ambos ocorreu em 07 de setembro de 1946.
Tiveram os seguintes filhos: o Engº Civil Martim Afonso de
Souza, o Contador Willy de Souza Filho, a Administradora Maria
Inês, a Bacharel em Direito Maria Nazaré, a Professora Universitária e Cientista Maria Marta e o Administrador de Empresas
Afonso Celso de Souza .
A sra. Inês, em 2002, bastante enferma, com os seis filhos. Da
esquerda para a direita: Martim Afonso, Maria Marta, Afonso
Celso, Maira Nazaré, Maria Inês e Willy Filho.
Willy de Souza Nasceu em 04 de agosto de 1917, em Aratingaúba (Imarui). Seus pais, Genésio Zeferino de Souza e Maria
de Bittencourt Souza.
O senhor Willy iniciou suas atividades profissionais em Imbituba na década de 40, como escriturário no Cartório de Registro
Civil do Sr. Florentino Michalak. Na década de 50, foi Contador
da empresa de exportação do Sr. Domingos Costa. Foi, também,
co-proprietário, com o concunhado, Venâncio Medeiros, de um
estabelecimento comercial de móveis e armazém de secos e molhados no centro do Distrito Henrique Lage. Sempre participando
da vida pública local, exerceu a função de Coletor Estadual, e na
década de 50, a de Juiz de Paz.
Em 01/10/1958, como fundador,
se fez presentes na reunião de fundação do Vila Nova Atlético Clube. E entre 1955 e 1958, representou o Distrito Henrique Lage na Câmara Municipal de Laguna como Vereador. Teve,
na ocasião, participação ativa com os
demais companheiros imbitubenses,
na campanha e elaboração do Projeto
de Resolução da Câmara de Laguna,
de 21/09/1956, que autorizava a
criação do Município Henrique Lage, desmembrando-o de Laguna. Enviado o Projeto à Assembléia Legislativa, em Florianópolis,
nosso Distrito foi emancipado pela Lei Estadual nº 348/58, de
21/06/1958. Em outubro deste mesmo ano, nova lei estadual
alterou o nome do município para Imbituba.
O senhor Willy foi, sem dúvidas, um cidadão participativo
nas atividades públicas, sociais, religiosas e humanitárias
da comunidade, primando por
qualidades básicas como: simplicidade, honestidade; cumpridor dos deveres de cidadão,
de pai e avô.
Como Sócio do Imbitua Atlético Clube, participava de bailes,
com a esposa e filhos.
Em 1997, seu Willy Souza
deixou familiares e muitos amigos, após imprimir ao longo da
vida, no coração de cada um, a
lembrança de homem justo, de
O Sr. Willy, a caráter, exemplos e índole indiscutíveis.
num baile junino
A esposa, Inês Barreto de Sou-
namorando o jovem Willy que se estabelecia em Vila Nova, com
os pais e irmãos. Coincidentemente, Inês veio residir na Vila,
morando com a irmã Laura, professora na escola isolada estadual local, facilitando assim, a ação do cupido. Foi forte razão
para que, na Igreja Matriz de Imarui, em 07/09Q1946, Willy e
Inês recebessem o Sacramento do Matrimônio. Dia em que foi
inaugurada a ponte de concreto e aterro para a Estrada de Ferro
Dona Teresa Cristina, em Cabeçudas (Laguna), em substituição
à ponte de ferro, construída pelos ingleses para o escoamento
do carvão catarinense, com início em 18/12/1880 e inaugurada
em 31/08/1884.
Grávida do primogênito Martim Afonso, a pedido do esposo, ela se desligou do Magistério. Anos depois, com três filhos,
mudaram-se para o centro do Distrito. Dona Inês passou a administrar o “Mercadinho Recanto”( de secos e molhados,) que
funcionava num dos compartimentos da sua casa, próxima à
O casal Williy e Inês, felizes, num dos bailes de gala no IAC. Cerâmica, por pouco tempo.
O Sr. Willy, providenciou a recompra dos direitos de posse do
za, filha do Professor Jerônimo Heleodoro Barreto (maestro da Ban- Cartório de Registro Civil de Imbituba, com a nomeação da sra.
da de Música local, regente do coral da igreja e diretor de um grupo Inês, pelo Governo do Estado, como Escrivã de Paz. A partir daí,
de teatro amador), e da sra. Belarmina Pacheco Barreto, nasceu na passou a colaborar com a esposa nas funções do cartório, atenlocalidade de Ribeirão (Imarui), em 08 de outubro de 1920.
dendo a todos com a máxima amabilidade, até se aposentar.
Aos cinco anos de idade, foi residir com os pais e os onze ir- Era conhecido como seu Willy do Cartório. Com o falecimento
mãos na sede do município, onde iniciou e concluiu o Curso Pri- da Escrivã, o cartório permaneceu com a família, sob a nomemário. Com treze anos, Inês foi para Tubarão, a fim de continuar ação e depois, designação para o cargo da filha Maria Nazaré,
seus estudos, morando com o irmão José, já casado. Matriculou- até 31/03/2010, quando se aposentou, assumindo um titular
se no recém criado Curso Normal Primário, do Grupo Escolar concursado.
“Hercílio Luz”. Seu objetivo era dar continuidade à saga de sua
Mãe amorosa, acolhia em seu lar sobrinhos (as) seus e do
família, a mais numerosa família de professores no sul de Santa marido, oportunizando-lhes estudo em melhores escolas loCatarina, por muitas gerações.
cais, além de meninas- moças do interior; todos recebendo
Com quinze anos de idade, conheceu e iniciou o namoro afeto,pousada, material escolar e tudo do que precisassem. Escom Williy, o gransas moças lhe ajudavam nas atividades domésticas, em contride e único amor da
buição, e costumavam deixar a família só para casar, recebendo
sua vida, que ultraum bom enxoval.
passou as Bodas
Dinâmica e corajosa, foi duas vezes à França levar um poude Ouro.
co de carinho à filha Marta que fazia Doutorado, conseguido
Concluiu o Curcom Louvor.
so Normal, sem a
idade oficial para
ingressar no Magistério. Então, acompanhava a irmã
Leonor, Professora
na localidade de
Quilombo ou Tamborete (Imarui), às
margens da vizinha
lagoa do Mirim.
Para chegar à precária escolinha, precisavam atravessar
a lagoa de Imarui,
utilizando uma rústica e frágil canoa. A adolescente, com dezesseis anos,
Inês ajudava a irmã usando o uniforme do Grupo.
nas lidas da sala de
aula; naqueles tempos, lecionava uma só professora para os
três anos do Primário, com a alfabetização. Era um local ermo,
povoado de pura ignorância e pobreza, sem religiosidade. O idealismo, a coragem e a necessidade de transformar o trabalho
em sucesso; o desejo de tornar aquela gente mais feliz, com
maior perspectiva de vida, com formação religiosa, através da
Catequese foram ferramentas que Leonor e Inês utilizaram, para
alcançar os objetivos.
Certo dia, o pároco de Imarui, o germânico Padre Bernardo
Dona Inês, irradiando paz.
Blessing, foi convidado pelas professoras para rezar uma missa na humilde escolinha, enfeitada com flores trazidas de casa
Aos oitenta e dois anos de idade, com um único “ai”, a senhoe palmeirinhas insarova (tipo de palmito). Foi quando surgiu a ra Inês deixou este mundo, para ir ao encontro com Deus e com
ideia de construir uma grutinha e uma capelinha em honra a seu amado Willy.
Nossa Senhora de Lourdes. Aprovadas pelo pároco, moradores
O casal deixou saudade e exemplos, pela digna trajetória
e professoras iniciaram o trabalho; as irmãs desempenhando o que empreenderam na terra que escolheram para fundamenofício de pedreiro.
tar sua família.
Anos depois, Leonor foi transferida para o centro de Imarui; e
Dados fornecidos pelo sobrinho, e meu particular amigo, João
Inês, nomeada para o Grupo “Henrique Lage”, em 1944, ainda Jerônimo Medeiros, com os meus agradecimentos.
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