O O 1 11i 1J IAVMITI~ 1 1' À 7 k~ ~ tu, NOTA DA REDACÇAO BUROCRACIA, a praga do nosso tempo, não nos poupa. E como diz um grande estadista, «cater a burocracia, 6 combater a ideia de que os problemas se resolvem subjectivamente atrás de uma secretária». Neste «dossier», sobre a burocracia, o leitor vai tomar consciência de como a sua passagem por este mundo está indissolvalmente ligada a papéis. Papéis e selos, às montanhas. ASSEMBLEIA Geral da COOP. Outro episódio da mais tumultuosa e prolongada assemb!eia dos anais de 15 anos de existência da maior cooperativa portuguesa. E ainda ligada & COOP, desta vez ao seu bairro, uma reportagem sobre «água». O bairro da COOP fornece água aos habitantes dos subúrbios, o que está a 'tornar-se uma situação insustentável a pedir solução urgente por parte da Câmara. -UITO em especial para os nossos muitos leitores da Zambézia, a verdade sobre Quelimane, a bela cidade que se atrofia se não for liberta das suas actuais amarras. Quelimane tem um belo futuro à sua frente desde que a sua população e os responsáveis pelo seu progressos .e empenhem em construi-lo. A leitora que compra fotonovelas vai decerto ler o que sobre ela escrevemos neste número e talvez fique desapontada porque não se faz aqui a sua apologia. Ou talvez modifique o seu ponto de vista e passe a escolher outro género de literatura... O mesmo se pode dizer em relação ao Fado e à Marrabenta a quem dedicamos outra reportagem, à base do espectáculo da FACIM, no Restaurante Muimbeleli. Quem gosta de fado e admira Manuel de Almeida, tem oportunidade de ler o que sobre o fado pensa um dos seus cultores. ALÉM das nossas habituais secções, que os nossos leitores assíduos não dispensam e têm acofipanhado desde o primeiro número, oferecemos-lhe ainda uma entrevista corri Alçada Baptista, actualmente uma das personalidades mais destacdas na vida politica e intelectual, em Portugal. pr Director: Eng.o Rogério F. de Moura. Director-Adlunto: Rui Cartaxana. Chefe da Redacção: Mofa Lopes. Redacção:«Areose Pena, Ribeiro Pacheco, Miguéis Lopes Jr., Maria de Lourdes Ferreira, Manuel Salvado, Augusto Carvalho (Lisboa), Teresa S Nogueira (Brasil) EconomiaParcídio Costa; Automobilismo Carlos Caiano. Fotografia: Ricardo Range[ (chefe): Kok Num e Armindo Afonso. Maquefisação: Lourenço de Carvalho. Delegado na Beira: Casimiro Nogueira. Delegado em Joanesburgo; Brás Pereira. Oficinas: A. Gonçalves (chefe-geral). Composição - Emídio Campos, José Gonçalves, Henrique Pais, C. Anene e Isafas Vicente: Impressão - José Arede, Alexandre Fernandes e Américo Oliveira: nOffsetw - Jaime Duarte, A. Sim6es, Joaquim Jesus, J. Rosário, Vftor Manuel, José Matos, António S& e Nicolau Dias. Propriedade: Tempográfica, S. A. R. L, Redacção, Administração e Oficinas: Avenida Afonso de Albuquerque, 1078 A e 8 <Prédio Invicta). Telefs.: 26191, 26192 e 26193. C. P. 2917. Lourenço Marques. L2ota .......... .. Sumário Reportageis: CONTRA A BUROCRACIA 0 22 ÁGUA: A PEREGRINAÇÃO 0 31 QUELIMANE E OS FEUDOS 0 36 FOTONOVELAS... * 42 A PANACEIA UNIVERSAL * 49 COOP: E AGORA? 53 FADO OU MARRABENTA? e 60 ALÇADA BAPTISTA: PEREGRINAÇÃO * 64 PALAVIU GUIA DO FOT INT OPINIÃO, DE RUI A NOSSA CAPA Contra a Burocracia, contra a cadeia de papéis em que se transforma uma vida... («slide» de R. R.) VENDA DIRCTA: DIstrt de I~ ~r Ma ques, $0. Outros distritosi, 1O. ASSINATURAS çmbique - Distrito de Lourenço Marques - Trimestral (13 números). ; semestral f26 nómeros), 10~0: anual (2 números), 3W$00. Oufeos distritos (via aérea) Trimestral, 120$00; semestral. 24~000: aenual, 4~0100. Ou'os territ6rios portugueses e paties vIzinhos (via aérea) - Trimestral. 70$00: semestral, 240S00: anual. 408 acrescidos das seguintes texes por exemplar: Metropole e Ilhas, 18$50; Angola, 9$ 0 Africa do Sul. Rodésia, Suaazlândia e Mala, W 0. VISADO PELA COMISSAO DE CENSURA Tiragem desta edição: 20 000 exemplares SDiblioteca do A REDACÇÃO * SEMANA * PASSATEMPO * iS CRUZADAS * ESPECTADOR * ALLEY OOP * OS E FACTOS * IERNACIONAL CARTAXANA O1 12 LI2c BAIRRISMO, REGIONALISMO, PATRIOTISMO Exmos. Senhores: Não restam dúvidas que o amor que os indivíduos votam ao local onde nasceram, ou região onde vivem gera um sentimento de regionalismo que se traduz num factor de progresso em face da competição que se estabelece entre várias regiões, por vezes dimensionadas em paises, numa ánsia de apresentar melhor, de ser o mais avançado e moderno. 9 um elemento bastante proveitoso ao desenvolvimento e aperfeiçoamento das regiões e até das sociedades, mas como em todas as competições a ética não pode estar ausente nem ser desassociada das acções e palavras dos individuos. Isto vem a propósito de determinada afirmação que o sr. eng.* Jorge Jardim, pessoa grada em Moçambique, e salvo erro com antigas responsabilidades no Governo Centrai, fez a Imprensa logo após a eleição de «Miss» Portugal que, longe de ser objectiva, terá de ser aceite como humor negro. . A coisa já teria sido esquecida se não fora o caso do jornalista Rui Cartaxana vir glosar o ditoche dando-lhe feição doutrinária a propósito da entrevista feita com o artista moçambicano Malangatana. Ora tendo-se como ancestralidade política e em parte familiar, a Metrópole, que pode ser chamada também de Mãe-Pátria, e anaUsadas as coisas nestes dois aspectos, achamos condenável que qualquer comentário seja proferido ao Jeito depreciativo, como A MOR FOTO DOS NOSSOS LEITORES «Nascer do dia sobre o Luia» é o título desta interessante fotografia de Manuel da Nõbrega Pontes, escolhida como «a melhor foto dos nossos leitores» desta semana. O seu autor ficou deste modo a beneficiar de uma assinatura trimestral de TEMPO. Como nota curiosa a dedicatória aposta nas costas da prova recebida: numa pobre homenagem do um grande admirador dos seus trabalhosn, e dirigida ao nosso camarada Ricardo Rangel. Toda a correspondência para esta secção deve ser endereçada para a Caixa Postal 2917 ou entregue em mão na nossa Redacção, Av. Afonso de Albuquerque. 1078. PREFIRA AG FA- GEVAERTff CNS:'O FILME DE CORES NATURAIS 1 aquele que proferiu o sr. eng.* Jorge Jardim. Um filho digno desse nome jamais acusa ou maltrata a Mãe, por muitos defeitos ou falta de virtudes que lhe note, e muito menos quando constate que muito dos progressos e qualidades que possui são devidos à progenitora. A irónica afirmação que deu lugar ao nosso reparo, só justificável num momento de desalento pela não obtenção do primeiro posto, além de infeliz carece de fundamentos sérios, pois tanto em desporto como em beleza a Metrópole pode considerar-se em lugar de vanguarda em relação a Moçambiqué, e não serão os casos isolados de uma eleição longe de ser real, e dos triunfos no basquete ajudados grandemente por elementos estrangeiros, que provarão o contrário. Em relação à mais bela há que contar com a ausência de milhares de lindas raparigas vivendo na Metrópole às provas do concurso, e no tocante a desporto haja em vista que alguns jogadores de futebol que: estes nascidos em Moçambique, só com o aperfeiçoamento adquirido na Mãe-Pátria conseguiram a sua elevação e promoção á categoria de vedetas, e sem essa possibilidade os Eusébios teriam ficado a jogar as cartas na sua terra natal, parafraseando o ironismo do sr. eng.° Jorge Jardim. Aliás as informações do artista Malangatana provam a asserção no campo artístico, porquanto se encontrasse, na sua terra as condições de que necessita para o seu progresso técnico, não se disporia a arrostar com o frio que tanto o incomoda e a suportar os encontrões da multidão de uma urbe de categoria internacional. Foi para aprender e não para ensinar, o que é sintomático. Há que, portanto, não exagerarmos valores, nem fazermos nascer feias rivalidades, onde apenas deve existir competição leal e honesta com relevância para o respeito que nos devem merecer os mais velhos, não incorrendo nas teorias da juventude que ao alardearem o seu discutível aumento de capacidade se esquecem que tudo devem ás gerações que os precederam. Na beleza, como em desporto ou até politica, a derrota pode transformar-se numa vitória quando se sabe perder, e o triunfo será mais belo quando for tomado de modéstia e se reconheça o valor do adversário. Caso contrário cairemos no cenário em nada edificante que os profissionais da bola, fartinhos de marcar golos, nos apresentam ao darem pulos e mais pulos quando introduzem a bola na baliza do adversário. Mas Isso faz parte de uma táctica futebolstica... LAURENTINO NESTAL N. da R.-Este nosso leitor angolano, que por acaso se chama Laurentino de nome, comete umas njustlçazinhas, Claro que o eng.- Jorge Jardim, felizmente pessoa defendamos _ e não o vamos fazer. Como mais do que insuspeita, não precisa que o não é menos evidente que ,ao citá-lo na entrevista com Malangatana, não procurámos dar à referência qualquer feição doutrinária. Ora valha-nos Deus, «seu» Laurentino Nestal não tem mesmo senso de humor. ESTUDAR AQUI OU LA Exmos Senhores: O sr. José Silva, em carta dirigida a W. Exas. e publicada no último número dessa Revista, pergunta por que razão pessoas residentes nesta Província mandam os filhos frequentar cursos médios e superiores na Metrópole, cursos iguais aos aqui existenteS. Não tenho presente o texto de tal carta. Parece-me porém não-ser outra coisa o que o mesmo senhor pretende saber. São muitos os casos em que tal se justifica, embora muitos possa haver cujos motivos não sejam compreensíveis. Quem em Vila Cabral ou Porto Amélia tenha um filho por educar, pode preferir mandá-lo para Lisboa ou Porto, onde vivam parentes próximos ,a fazê-lo vir para Lourenço Marques onde não conheça ninguém. Aliãs, a diferença das distâncias, em horas, não é muito grande. Se em vez de um filho se trata de uma filha ,o caso tem ainda muito maior justificação. Outro caso pode ser, por exemplo, o- de um homem pensar em regressar à Metrópole ou necessitar de o fazer, dentro de um reduzido número de anos, ter filho ou filhos já crescidotes e tratar de os despachar para lã antes que eles comecem a namorar e a pensar em aqui constituir família. Há pessoas que só aqui estão por aqui lhe terem nascido netos... Maior estranheza devia causar ao sr. José Silva haver aqui quem mande os filhos tirar cursos, não só médios ou superiores como também e principalmente secundários, na Africa do Sul ou na Rodésia. E não falta aqui quem, os façam ir para Inglaterra tirar cursos secundários. Há muitos apelidos de origem estrangeira, que se vêem nas listas telefónicas e nos anuários comerciais de Moçambique, de estrangeiros e de portugueses, de pais com filhos portugueses, ,menores, que certamente andam algures a estudar, mas que são rarissimos nos registos de matricula nas nossas escolas técnicas e no nossos liceus. Quando se trate de ir estudar fora da Província, o que preocupa o sr. José Silva é que o local escolhido seja a Metrópole. Mas isso é lá com ele. Valho-me do ensejo para apresentar a V. Ex., os protestos da minha elevada consideração. ANTÓNIO SILVA PESSOAL, FOLGAS E TRABALHO EXTRA NOS C. F. M.: TUDO RESOLVIDO... Tudo se encontra resolvido nos C.F. M, no que respeita a más Informa~ies anuais, ameaças ao pessoal, folgas e remuneração de trabalho extraordinário. Esta a conclusão a tirar da informação prestada por aqueles serviços à Repartição cio Gabinete do Governo-Geral que nos enviou há dias o oficio que a seguir transcrevemos na integra. Destina-se a esclarecer diversas questêes levantadas por uma carta publicada.nesta mesma secção há cerca de seis meses. Exmo. Director: Relativamente â carta de uma leitora «SOBRE OS C. F. M.», publicada na revista de que V. Ex., é o digno Director, em 27 de Dezembro últImo, informam aqueles serviços que não é verdade que os assuntos de pessoal sejam resolvidos neste serviço com base em ameaças, comunicações e más Informações anuais, pois nenhuma reclamação foi até hoje apresentada nesse sentido à Chefia do serviço, sucedendo até não constar, nos últimos anos, que qualquer funcionário tenha reclamado das suas Informações anuais, conforme lhe é facultado pelo art.* 127.' do E. F. U. Quanto às folgas, o assunto - que já vinha sendo estudado à data da publicação da carta - está resolvido, com a entrada em vigor a partir do dia 1-5-71, do novo sistema de horários, que estabelece folga semanal obrigatória e abrange o pessoal maquinista de guindastes, permitindo-lhes maiores períodos de descanso diário. Quanto à remuneração do trabalho extraordinárl, informa-se que vem sendo pago o salário por trabalho aresclUd de 100% e, com a entrada em vigor do novo horário que inaugurou o sisn de trabalho por turnos, são remunerados, como extraordinários e nocturnos, os tempos que excederam as oito diárias CUSTÕDIO AUGUSTO NUNES A BEM DA NAÇAO O CHEFE DE GABINETE, TEN. COR. L4 PAGINA 6 PAGINA 7 CASE 850 ou 1150 com Lamina BULLDOZER ANGULÁVEL HIDRAULICAMENTE, na vertical de 0 a 13 polegadas, na horizontal de 0 a 25 graus * Potente, económico e resistente com características técnicas que nenhuma outra máquina lhe oferece, e ao preço que sempre desejou. * De fácil manejo, mais rentabilidade e maior eficiência no trabalho. * Tem atrás de si a técnica e a precisão da «J. 1. CASE CO.- e a colaboração e assistência de uma equipa jovem interessada em bem servir. P ktt Ii74 -o1t29750 c.p.-4ý. 2 '21 - kffiço ~,flueS PÁGINA 9 Chefé ý,',d oíon<ýl Popular de,' -00, eng Ribeiro VO é tc(nibém deput<-ýdó bleia U:ictonal e fcu Parlament, ettá> c esýu ar a pTcý>pOv l çfýnhcceM que a- tabéia, preçes, do CUTOZ -s«ntadaý pois ncio ri ýýonienta a ninguém nem agri- dôu'' Jaá, di!:15, Qas úiriem lnclustliais, ne M do Rádioý clubk. dJý'ý bique todoi3 os mr"ý em gercti < cTpQiar lhe Ia rifie Uque, r justa m oá óík A "Ociação agrlèý1á de < de ' eãtudar 6 cUýý' da, ~ uçcýo;ýoQM 'p< VerffiCIDU que. o pteç>o' Do GabIrie dóý ýýcíz effi cU-'4cý1' Se: ric10 for no-Ger&d, r~ e rýUoý; ýt 'ý$W o quilO guinte nmotâ íý pósíto de ki M.1jý6Jr' ý pcJý;tQ na ýbrica, este que haviámo pcýTcWdíriWýjro nci pelo nw no~ tý,nvJou urneý cXpo$i'ýao ALEG 'ýál, Este o 0, GRANrE'-0 n(i generalidade, Iden~ rXo vas, de cada em 3 timo, na rev~ £'k'. terá que,' éxpor áoý é o digo* de S1ýr' 'ÉX e ser Govc~ r,ýý~ à(>,: üilo d,-,; de A ýýpciscim, que, preço Sada, a pr,ý)du1os:,%eýa pago ruento ou ~ 40k" :,Impensac16iI, -qücý posto 4< cissistêncici téc-1 linhos di ý,,nte, pcýq prod pretendarn r~#41, melhor; e,que Brigattas criadas ýda-asS1$tèncic Ma- plonra 1.èg"ttvOý de 21 de NQvcý* 1970, age 4fý1ý ss 1[4 -gund s qlue riýi dcýssáú pio, 'ýgrado, o dcý;pýú dpýý h6('-overna4vrý V iri, quti verii pôr tér~PIO aý, tuação que, Mai& que ilegal, cfý ffil YQS1ÇO1ý5 eco ri a , - . miýntc injusta. ções da noÊ.,& ret>o não podiÀrn ter zh de«ý-chO. )ý1o'-sãS 0 caso'ilustro, déý:ýN exemplar, o vator r-era fOrm<1çý5eS para 4kýehi" cide e a coopIýi'40ý'1' 'É ~e e Wk q -............... ~~~~.............................CLAO FACULTAMOS Crédito a médio ou longo prazo para: Investimento * Produção e venda a prazo de bens de equipamentos nacionais * Exportação. COLABORAMOS com as actividades econ6micas nacionais na realização de: * Estudos económicos sobre oportunidades de investimento * Contactos com empresas nacionais e estrangeiras para a concretizaçáo de iniciativas de interesse mútuo. E! Oiorec Geral em Mo mbique Lw~renço Marques DelegaçO~e Lourero Marques e Bera BANCO DE FOMENTO NACIONAL IMPULSIONADOR DO CRESCAENTO ECONÓMICO NO ESPAÇO PORTUGUÉS O INVESTIMENTO QUE INTERESSA E 0 QUE SE TRADUZ EM ACRÉSCIMO DO APARELHO PRODUTIVO NACIONAL -SALIENTOU O PROF. DANIEL BARBOSA NO SEU IMPORTANTE DISCURSO Sob a presidência do Sr. Dr. António Cândido Mouteira Guerreiro, director-geral da Fazenda Pública em representação do Estado, reuniu-se a assembleia geral ordinária do Banco de Fomento Nacional -,que apreciou o relatório e contas do Conselho de Administração e o parecer do Conselho Fiscal relativos ao exercício de 1970. O Governador do Banco, Sr. Prof. Daniel Barbosa pronunciou, ao abrir a reunião, um importante discurso. Depois de cumprimentar o presidente da assembleia geral e os accionistas e de prestar homenagem á memória do Prof. Oliveira Salazar, afirmou: .E procuremos, aprendida a lição que nos deu, prestar-lhe uma outra homenagem, que, por certo, lhe seria mais cara do que todas as palavras laudatórias e do que todos os comovidos recolhimentos: a de, na continuidade dos princípios basilares que estabeleceu e materializou, contribuirmos, renovando e alterando, corajosamente, o que tiver de ser renovado e alterado, para o progresso acelerado do País, tanto nas suas estruturas económicas, sociais e administrativas, como na sua mentalidade, que se deseja aberta para as realidades de hoje e não marasmada na contemplação de esquemas que a vida tenha ultrapassado. Tal é, de resto, a inha de rumo em que se insere toda a vasta acção desenvolvida pelo actual Presidente do Conselho. E não será descabido sublinhar, a este propósito, o quanto a política do Prof. Marcello Caetano se estrutura na base viril de uma síntese dialéctica de conceitos aparentemente contrários, através da qual renovação e continuidade se fundem harmoniosamz:-e, ousadia e sensatez administrativa se tornam uma única palavra de ordem, liberdade e autoridade se co.,u,ia e reforçam, integração e descentralização deixam de se contrapor, -e tudo conduzido por um homem dinâmicamente sereno, que quer ir devagar para chegar depressa e que sabe sobrepor a objectividade dos juízos realistas à euforia irresponsável das pronessas RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINI O relatório e contas do Conselho de Administração e o parecer do Conselho Fiscal foram aprovados por unanimidade. Eis uma súmula do relatório do Conselho de Administração: A actividade do Banco de Fomento Nacional, durante o ano de 1970, ficou assinalada, de forma muito expressiva, pela evolução nitidamente favorável dos vários factores que atestam uma presença cada vez mais viva e operante daquela instituição no desenvolvimento económico do País. O relatório do Conselho de Administração, agora vindo a público, dá conta dessa situação, ao evidenciar as notas mais salientes do exercício findo. . Verifica-se, assim, que continuaram a afluir ao Banco, em ritmo crescente, as solicitações de financiamento, que atingiram, em 1970, um valor global de 6 319 075 contos, o que representa um acréscimo de 22,8 por cento em relação ao ano precedente. Por outro lado, as operações aprovadas, no mesmo período, ascenderam a 4 817 812 contos, superando em 40 por cento o montante de 3 437 258 contos, em 1969, que constituía o máximo até então alcançado. Por alguns outros números que atestam a firme expansão das actividades do importante estabelecimento de crédito: as realizações elevaram-se a 2 365 150 contos (mais 19 por cento que no ano anterior); o saldo das operações de crédito em vigor subiu, de 9 200 076 contos em 31 de Dezembro de 1969, para 10 784 820 PÁGINA 12 PÁIN 13 gratuitas ou precipitadas, à embriaguês das grandes e sediças palavras vazias, ao sortilégio demagógico das atitudes «para a História, e ao temor reverencial do «sempre se fez assim». POLITICA DE INVESTIMENTO Pois, meus Senhores, é neste contexto de metódico e desapaixonado repensar de conceitos e de realidades que o Governador do Banco de Fomento Nacional desejaria dizer alguma coisa sobre a problemática especial e decisiva da poupança e do investimento, que a todos nos preocupa tanto. A milagrosa harmonia e o providencial sincronismo que, por se tratar de grandes generalizações, caracterizam os esquemas simplificados da teoria pura estão longe de corresponder ao modo como, no mundo real do dia-a-dia, a vida económica e financeira efectivamente se desenrola. Assim sucede com a tão conhecida e glosada identidade «ex-post» da poupança e do investimento, em qualquer período que se considere, - identidade que, no âmbito da teoria, redunda, em larga medida, numa pura tautología, visto representar corolário í,ievitável de conceitos anteriores que a implicam. Com efeito, num circuito fechado, definindo-se poupança como todo o rendimento que' não é despendido em consumo e concebendo-se o investimento como todo o aumento dos acti[RAÇÃO: ARGUMENTOS SIGNIFICATIVOS contos em fins de 1970. O aumento verificado - que pela primeira vez na vida do Banco excedeu o milhão de contos (precisamente 1 684 744) - traduz-se numa taxa de crescimento de 17,2 por cento (contra 8,6 por cento no exercício precedente). Os depósitos a prazo tiveram igualmente um aumento substancial: no fim do exercício, o saldo era de 3 432 204 contos, o que significa mais 1 086 894 contos que em 1969 e corresponde à taxa de expansão de 46,3 por cento. O número de contas abertas acusou ainda um incremento particularmente significativo, na medida em que o respectivo ritmo de progressão (63,9 por cento) mostra haver-se reduzido sensivelmente o valor médio de cada conta de depósito. Este facto evidencia o peso crescente que a pequena poupança vai assumindo no conjunto dos recursos obtidos pelo Banco. O lucro líquido do exercício, revelando uma linha de progresso firme e constante, em perfeita correlação com a regular expansão do crédito concedido, situou-se, por seu turno, em 96 309 contos, o que representa, em relação ao exercício, transacto, um aumento de 5,4 por cento. Intensificou-se extraordinàriamente o apoio financeiro ao Ultramar, que beneficiou, em 1970, de 1 695 134 contos de financiamentos aprovados (o que representa um acréscimo de 104,8 por cento em relação ao ano precedente). vos físicos dos agentes não consumidores (incluindo as variações das suas existências), a poupança formada traduz-se sempre em acréscimo correspondente daqueles activos, seja pela via de aquisição de bens de capital, seja pela do empolamento de «stocks», mesmo dos «stocks», de bens de consumo ou de equipamento que o produtor não tenha conseguido transaccionar. Quando se passa, todavia, desse geométrico sistema conceitual e do seu circuito fechado para o domínio das realidades com impacto efectivo na vida económica, algumas discrepâncias ou anomalias surgem e forçados nos vemos a distinguir cuidadosamente entre coisas que, dando embora pelo mesmo nome, não têm significação prática igual. Antes de mais, o investimento que interessa, do ponto de vista do progresso económico-social, não é o que se exprime por um desnecessário aumento de existências (apenas indicador, aliás, de mau funcionamento da sconomia), mas o que, referindo-se à aquisição de bens de equipamento, se traduz em efectivo acréscimo de capacidade do aparelho produtivo nacional. Depois - e é esta também uma consideração qualitativa da maior importância não basta que o investimento se efective em bens de capital: importa que, pela sua localização sectorial e geográfica, corresponda aos reais interesses do País, inserindo-se na linha de prioridades que a estruturação racional da sua economia imponha. Em terceiro lugar - e trata-se, ainda aqui, de apontamento de natureza qualitativa , necessário se torna que o investimento se faça em empreendimentos válidos, tanto do ponto de vista da sua consistência técnica e económica, como da sua exequibilidade financeira e da capacidade empresarial de quem os lança e dirige. Por último, dependendo o crescimento de uma economia essencialmente do ritmo a que se processe a sua formação de capital fixo, cumprirá que o investimento correctamente orientado nos tetmos que referi - se A TAXA acelere e diversifique, aumentando em exponencial o volume e adensando a gama de produção interna do País. ESTRUTURA FINANCEIRA DO INVESTIMENTO Eis, pois, algumas das coordenadas fundamentais em que tem de enquadrar-se toda. a problemática do investimento e da sua cobertura financeira. E delas resulta que, devendo, por um lado ,o investimento traduzir-se na formação de capital fixo, em sectores e regiões que a estratégia do desenvolvimento imponha e em projectos técnica, económica, financeira e administrativamente viáveis, - e havendo, por outro lado, que intensificá-lo tanto quanto possível (sem prejuízo, embora, dos limites que a própria dimensão,, estrutura e gestão da economia no seu conjunto envolvam), - é absolutamente indispensável assegurar, pelos meios apropriados, a canalização para o investimento de toda a poupança formada. Sem recursos não é, óbviamente, possível investir. E os únicos meios cuja natureza se compadece com o tipo e o prazo dos financiamentos que o investimento reclama são, sem sombra de dúvida, os que integram o aforro nacional. Permitir ou promover que este último se estérilise ou que se dirija a outras aplicações susceptíveis de serem cobertas pelo mecanismo usual da criação monetária, seria actuar contra os interesses vitais do País, que dependem cada vez mais estreitamente da celeridade com que, num mundo evoluído e apressado, consigamos industrializar-nos. EVITAR A ESTERILIZAÇÃO DO AFORRO Porque, Meus Senhores, se continuássemos a malbaratar levianamente a poupança nos circuitos do consumo; se hesitássemos em adoptar as medidas, mais ou menos drásticas, e os .squemas, mais ou menos inovatórios. que o saneamento dessa situação naturalmente exigirá; se, por inércia ou PÁGINA 14 Prof. Daniel Barbosa PÁGINA 15 E POUCO SATISFATÕRIA !DIA DE FORMAÇÃO DE POUPANÇAS comodismo, nos perdessemos num debate inútil, que serviria apenas para iludir com palavras a nossa fundamental obrigação de actuar e de corrigir, - estéril e ocioso se tornaria, então, todo este empenhamento de alguns e a meta basilar do nosso acelerado desenvolvimento económico e social não passaria nunca do domínio das aspirações irrealizáveis. O problema desenvolve-se em vários momentos sucessivos: o da própria formação da poupança; o da orientação do aforro constituído para o mercado financeiro e o -da sua adequada aplicação e formalização nesse mercado; o da efectiva canalização para o investimento da parcela que aflua às instituições de crédito; e, por último, o da observância, na distribuição dos recursos em causa, dos critérios de selectividade que, sectorial ou regionalmente e em função das próprias características de cada projecto, a estrat jia do desenvolvimento impuser. No que toca à formação da poupança, a percentagem de cerca de 17 % do Rendimento nacional em que, segundo os números do Instituto Nacional de Estatística, aquela se exprimiu nos últimos três anos - e que traduz a propensão média ao aforro -, não pode considerar-se satisfatória, situando-se em nível bastante inferior ao de países como a França, a Itália e a Bélgica e, até, a Espanha. Certo é. porém, que as estimativas elaboradas no nosso Banco indicam que os aforros se encontrarão subavaliados nos referidos números, sendo, assim, possível que a propensão à poupahça se represente no nosso Pais, por taxa mais significativa. De qualquer modo, porém, o problema da necessidade de aumentar o volume do aforro nacional subsistirá. E não me propondo analisá-lo aqui, até pela complexidade que reveste, limitar-me-ei a referir a conveniência da instituição de esquemas que incrementam a propensão à poupança, e de, sempre que necessário e compatível com outros interesses a atender também, complementar esta última com a importação de poupança externa, atra- vês de operações de capital, emparticular das aligadas» à importação de equipamentos. A segunda questão que se suscita é a da efectiva orientação da poupança para o mercado financeiro e da sua adequada aplicação e formalização nesse mercado. Já mais de uma 4,ez tive oportunidade de me referir aos inconvenientes que resultam, quer do entesouramento puro e simples do aforro, em espécies monetárias, nas mãos dos seus detentores (fenómeno que, com a progressiva elevação no nível cultural médio do nosso povo, julgo ter hoje uma incidência extremamente limitada), -quer do entesouramento em sentido mais amplo de que falam alguns autores ,traduzido na aplicação da poupança em formas de alto grau de liquidez, como os depósitos à vista e de muito curto prazo. Num caso e noutro, o aforro perde-se para o investimento: no primeiro, porque, de todo em todo, os recursos são subtraídos à circulação; no segundo, porque, assimilados formalmente às meras tesourarias, podem servir de base, através do crédito a curto prazo, à criação de moeda, mas de maneira alguma se torna admissível a sua «transformação» em financiamentos a médio e longo prazo, únicos susceptíveis de apoiar adequadamente o investimento. Significa isto que por ambas as formas a poupança nacional é, na prática, amputada de parcelas mais ou menos substanciais, reduzindo-se na mesma medida, para os agentes económicos, a possibilidade real de investir. INCREMENTAR A POUPANÇA O problema adquire, como é óbvio, acuidade tanto maior quanto mais acentuado for o desejo de liquidez do aforrador. E no mundo dos nossos dias, em que a instabilidade monetária internacional, os movimentos generalizados de inflação, as oscilações de comportamento das economias e a fenomenologia política se conjugam para gerar um clima cada vez mais tenso de incerteza e de insegurança, o desejo de liquidez tornou-se por toda a parte endémico, exigindo das autoridades e das instituições monetárias e financeiras novos esforços e soluções naturalmente complexas. A resposta tem, como é manifesto. de desenvolver-se em duas frentes. Antes de mais, há que combater directamente o desejo de liquidez do aforrador. E, para tanto, impõe-se multiplicar os instrumentos de captação da poupança, procurando diversificá-los, a fim de ter disponível para cada situação particular de aforro a solução que lhe convém; impõ-se, ainda, rever os esquemas tradicionais em que se integram os títulos correntemente emitidos, simplificando, na medida do possível, o seu processamento e manuseio e vulgarizando, do mesmo passo, fórmulas operacionais e acessíveis; impõe-se, também, acentuar, no tocante à remuneração, o diferencial entre as formas mais líquidas de aplicação, que traduzem uma verdadeira esterilização da poupança, e as formas menos líquidas, que viabilizam a canalização directa dos recursos para o investimento; impõe-se, por outro lado, repensar os condicionalismos usuais das várias modalidades de aplicação que ao aforro se deparam, desde os títulos de rendimento fixo e variável, até aos dte*ósitos a prazo, conferindo-lhes maior flexibilidade, enriquecendo o seu regime, adensando, nos vários sentidos possíveis, as vantagens que atribuem ao aforrador, etc.; impõe-se reestruturar e regulamentar adequadamente o fun,-;nnamento das bolsas de valores; irr je-se trazer as empresas, ainda as de média dimensão, ao mercado de títulos, através de soluções apropriadas, como os consórcios de emissão; impõem-se, em suma, mil outras coisas que levariam longo tempo a enumerar., Criar uma rede de esquemas que encaminhem seguramente a poupança no sentido de aplicações susceptíveis de permitirem a sua canalização, directa e imediata para o investimento económicamente reprodutivo constitui desiderato que, a meu ver, surge com anterioridade relativamente a todos os objectivos de desenvolvimento que se possam fixar, já que da consecução daquele depende, irremissivelmente, a efectiva consecução destes últimos. Reveste-se, por isso, de alta prioridade. Ignorá-lo seria querer começar pelo fim, renunciando antecipidamente a atingir quaisquer metas válidas. E muito nos congratulamos, certamente, todos, por ver a clarividência com que, no Ministério das Finanças, estes problemas funJamentais estão a ser encarados e o acerto de soluções que têm vindo a lume, com reflexos imediatos no funcionamento do conjunto do mercado de capitais. O Banco de Fomento, por seu lado, consciente de que a sua natureza de promotor do investimento português lhe exige uma colaboração efectiva com o Governo no equacionamento e ponderação de todos os problemas que com o investimento se prendem, não se tem, ainda neste domínio, mantido inactivo. Entendemos, aliás, que as instituições e as empresas, quando as comanda, não apenas nas palavras (o que é vulgar), mas também nos actos (o que é bastante mais raro), o interesse fundamental do País, devem prestar ao Governo, através dos seus serviços técnicos, toda a colaboração que se encontre ao seu alcance, suscitando problemas, detectando dificuldades, analisando situações estruturais ou conjunturais, ideando novos esquemas, estudando e propondo soluções. , E. nessa linha de pensamento, o Banco ocupou-se da problemática das obrigações convertíveis, acabando por apresentar ao Ministério das Finanças um exaustivo estudo das questões envolvidas, bem como um projecto de diploma em cuja elaboração participaram também os Serviços da Companhia Portuguesa de Electricidade. Por outro lado, gizou e submeteu à apreciação do Governo um esquema genérico para a emissão de obrigações a médio prazo, em termos que se julgam adaptados às características actuais do aforro. Examinou ainda, aprofundadamente, o problema dos «depósitos de poupança», que, estendidos para além das concretizações dessa figura já consagradas na lei, constituirão uma via extremamente eficaz de aliciamento do aforro. E serq% 2,2 MILHOES DE CONTOS EM FINANCIAMENTOS A MEDIO E LONGO PRAZO viço válido que se presta também ao Governo e ao Pais julgo que representará z, ýxtensa Análise da Conjuntura que V. Ex.1 acabam de receber e que, para além do exame da evolução anual da economia no conjunto do espaço potuguês, contém numerosas informações de tipo estrutural, e um longo capítulo dedicado aos mercados monetário e financeiro. Uma outra forma de atacar o desejo de liquidez do aforrador é indirecta e consiste na bem conhecida «transformação» de recursos. TRANSFORMAÇÃO DE RECURSOS Trata-se, afinal, de, onde a liquidez indevida apesar de tudo subsiste, proceder em termos particularmente cautelosos- como se a poupança houvesse sido efectivamente aplicada em formas menos líquidas. A «transformação» comporta, todavia, riscos graves. Em primeiro lugar, torna-se impossível distinguir, na massa de recursos depositados em formas de pronunciada liquidez, os que correspondem a verdadeira poupança, podendo, por conseguinte, servir de base, em termos mais ou menos latos, à pretendida «transformação», dos que representam simples tesourarias e que, por isso mesmo. 5ó é, em princípio, legítimo aplicar em activos também extremamente líquidos, ou seja, em crédito a curto -azo. E esta dificuldade impõe que a «transformação. desde logo se limite a recursos dotados de um mínimo de estabilidade, designadamente num País como o nosso, em que os depósitos revelam preocupantes anomalias de comportamento. Não será ocioso lembrar, a propósito, e a título de exemplo, a evolução dos depósitos a prazo nos bancos comerciais, que 30 de Novembro de 1968 para 53,5 milhões de contos em 30 de Novembro de 1970, enquanto os depósitos à vista passavam, no mesmo intervalo, de 46 subiram de 29,5 milhões de contos em milhões de contos para 52,5 milhões. Como interessará observar que essa evolução - que elevou, os depósitos a mais de 180 dias na banca comercial para cerca de 51 milhões de contos no fecho de 1970 -se processa com movimentos nas duas variáveis claramente indiciadores de transferências volumosas de recursos de uma para outra modalidade, designadamente a partir de Abril do ano findo. Compreendem-se, assim, as dúvidas que se suscitam quanto à verdadeira natureza e ao grau de estabilidade de uma parcela, mais ou menos substancial, dos recursos em causa, - designadamente quando se pondera que pareçe haver-se esbatido a vinculação teóricamente exigível ao prazo por que os depósitos se convencionam. EXCESSIVA LIQUIDEZ DOS RECURSOS Tudo o que fica dito referiu-se apenas para servir de explicação e de enquadramento às cautelas de que o legislador avisadamente entendeu dever rodear o fenómeno da «transformação», através dos Decretos-Leis n.01 46 492, 48 948 e 48 950, o primeiro de 18 de Agosto de 1965 e os dois últimos de 3 de Abril de 1969, com as modificações ,que lhes foram posteriormente introduzidas e a regulamentação actual que resulta do Aviso da Inspecção-Geral de Crédito e Seguros de 5 de Fevereiro de 1971. Com efeito, o Decreto-Lei n.° 46 492 abriu à banca -em termos apertados no atinente ao prazo das operações activas, mas amplos quanto ao seu montante global- o campo do médio prazo até 2 anos, para aplicação dos depósitos a mais de 90 dias; os Decretos-Leis n.", 48 948 e 43 950 autorizaram-na a praticar, com base nos depósitos a mais de 180 dias, e dentro de limites mais estreitos, o chamado crédito a médio prazo (até 7 anos, portanto) com regime especial e o crédito à exportação nacional por mais de 2 anos. As, medidas assim tomadas representam, sem sombra de dúvida, uma tentativa séria e bem concebida, tanto nas suas raízes teóricas como na sua contextura operacional, para vencer a barreira da excessiva liquidez dos recursos. Razões várias terão obstado â que a banca tivesse respondido até agora. em termos significativos, a este implícito propósito do legislador, como claramente resulta do confronto entre os números por que se exprimem os seus depósitos a mais de 90 e de 180 dias e os que traduzem a sua carteira de operações activas a mais de um ano. Não significa isto, contudo, que os esquemas e os requisitos previstos nos já mencionados Decretos-Leis para a «transformação» não sejam adequados. Sãono, sem sombra de dúvida, em nossa opinião, desde que se verifiquem duas condições essenciais:, em primeiro lugar, que a realidade das operações passivas em causa coincida com a sua aparência, - isto é, que os depósitos a mais de 90 e de 180 dias, sobre que incida a «transformação.<, sejam, efec. tivamente, depósitos a esse prazo, correspondendo, por conseguinte, a poupança ou quase poupança; em segundo lugar, que a aplicação dos recursos, nuando se trate de crédito comercial, se faça em operações de «auto liquidação,, garantida, e que, quando esteja em causa crédito para investimento, se dirija a empreendimentos de viabilidade técnica, económica e financeira devidamente investigada e assegurada. E a «transformação» de tais recur. sos, sejam quais forem as instituições que a realizem, tem de considerar-se necessidade inelutável em face da excessiva liquidez que a poupança procura. Só assim, com efeito, se conseguirá, por um lado, alargar apropriadamente a base financeira de sustentação do investimento, imprimindo-lhe um ritmo que acelere, como se deseja, a nossa industrialização, e se pop derá, por outro lado, retirar do circuito do consumo, onde, naturalmente, reforçando a procura, originam graves tensões inflacionistas, meios que deveriam, de sua própria natureza, dirigir-se para o investimento reprodutivo, multiplicando e diversificando a oferta e atenuando, desse modo, a pressão sobre 6s preços. TRANSFORMAÇÕES IMPORTANTES Nesta perspectiva, não pode deixar de destacar-se a importantíssima função de «transformação» que a Caixa Geral de Depósitos vem exercendo cada vez mais dinâmicamente, - como não "pode deixar de referir-se também, embora num outro plano, a actividade de «transformação» que caracteriza o crédito do Banco de Fomento Nacional, pelo menos sempre que ele se traduz na aplicação de fundos obtidos através de depósitos a prazo. E, assim - deixando de lado a magna questão da estrutura, das condições de funcionamento e do papel a desempenhar pelos mercados primário e secundário de títulos -, surge o problema da efectiva canalização para o investimento da parcela de poupança que aflui às instituições de crédito. Trata-se, aliás, de aspecto que, ao falar sobre a «transformação», já tive, em larga medida, oportunidade de esclarecer. Restaria mencionar, se fosse possível determiná-lo, o montante que é encaminhado para o investimento através das operações de curto prazo renovável, -via sobre cuja essencial inadequação seria inútil repetir considerações já tantas vezes alinhadas. Acrescentar-se-á que o crédito facultado à economia em 1970 pela Caixa Geral de Depósitos e pelo Banco de Fomento Nacional, no seu conjunto, ascendeu - e falo de operações de financiamento a médio e longo prazo reali. zadas - a cerca de 8,5 milhões de contos, tendo ficado a dever-se aproximadamente 6,3 milhões à Caixa e perto de 2,2 milhões ao Banco. Se ponderarmos que o acréscimo dos depósitos a prazo na Caixa se limitou a 2,3 milhões de contos, ascendendo sômente a 5,2 milhões o aumento de todas as modalidades de depósitos nela constituídos, -e se recordarmos, por outro lado, que os depósitos a prazo no Banco de Fomento Nacional subiram, durante o exercício, apenas de cerca de um milhão e cem mil contos, tem-se uma ideia precisa dos termos em que as duas instituições aplicam no investimento nacional os recursos que a elas afluem. No caso do B;ýnco, pode ainda fornecer-se uma outra indicação igual mente elucidativa. E é ela a de que, havendo o saldo dos nossos depósitos a prazo crescido, entre 31 de Dezembro de 1969 e 31 de Dezembro de 1970, tão-sàmente de 1 087 milhares de contos, o aumento do saldo das operações de financiamento em vigor no fim do exercício situou-se nos 1 500 milhares de contos. Amplamente demonstrados consideramos, portanto, dois factos: a capacidade do Banco de Fomento como entidade veiculadora de recursos para o investimento; e o dinamismo com que a referida canalização se processa, evitando toda a esterilização, mesmo temporária, da poupança recolhida. Assim tem, aliás, de ser. E enquanto procedimento igual se não verificar em relação a todo o aforro que a economia gera, comprometida continuará a consecução de metas de desenvolvimento. que, transcendendo as projecções dos Planos, têm de situar-se em níveis cada dia mais ambiciosos. CRITÉRIOS DE SELECTIVIDADE . Apenas para completar a análise do conjunto de problemas que de princípio enumeramos, resta-nos, no domínio da poupança, fazer uma breve referência aos critérios de selectividade a que a sua aplicação tem de subordinar-se. Também neste ponto o Governo estabeleceu, mais de uma vez, princípios e reqras claras. Fê-lo, desde logo, em relação ao Banco de Fomento e à Caixa Geral de Depósitos, na legislação respeitante a cada uma destas instituições. Fê-lo, igualmente, no que concerne à banca comercial, como o evidencíam, entre outros diplomas, os Decretos-Leis n.o" 48 948 e 48 950, que já antes mencionei. A observância desses critérios de selectividade pela Caixa e pelo Banco de Fomento constitui um dado indiscutível, verdadeiro axioma de toda a sua actuação: sendo o que são, não podem, porque não devem, proceder de outro modo. E, para além do absoluto acatamento das prioridades explicitamente fixadas nos Planos de Fomento, nos respectivos programas anuais de execução e em deliberações do Conselho de Ministros para os Assuntos Económicos, procura o Banco articular sempre a sua actividade com a dos diversos departamentos governamentais orientadores e executores da política financeira e económica das diferentes parcelas do espaço português, e inserir o restante da sua intervenção creditícia no quadro amplo da estratégia que porventura resulte dos elementos de base que referi. Só assim, de resto, se tornará possivel caminhar com segurança e eficácia,e com o m'nimo de custos, na construção de uma economia coesa, dotada de uma teia de relações intra e inter-sectoriais racional e progressivamente adensada, que lhe permita tirar o máximo partido dos efeitos de multiplicação de cada investimento ou «bloce de investimentos» que realize. E a análise da distribuição sectorial e geográfica das operações aprovadas e realizadas pelo Banco de Fomento, feita no Relatório do exercício que V. Exas. vão apreciar, ilustra, de maneira flagrante, o quanto a actividade creditícia da nossa instituição se filia nesse conjunto de motivações, Fui mais longo do que desejaria nas considerações - apesar de tudo, muito incompletas- que entendi dever alinhar à volta do problema da poupança Não me sobra, assim, tempo que chegue para abordar, com o aprofundamento mínimo indispensável, certas questões que o panorama do investimento nacional suscita, algumas delas enunciadas no início desta exposição. Deixarei, por isso, de lado tudo o que se refere à planificação plurianual e à programação anual do investimento, tanto na Metrópole como em cada uma das Províncias Ultramarinas, e limitar-me-ei a alguns apontamentos sobre promoção industrial e assistência técnica às empresas. PROMOÇÃO INDUSTRIAL E ASSISTÊNCIA ÀS EMPRESAS O comportamento do investimento metropolitano em 1970, segundo as primeiras estimativas do INE, continua a não se apresentar alentador. Mais preocupante será o facto de a formação êAGIN A 18 AS METAS DO DESENVOLVIMENTO EM L4 NIVEIS CADA, 1 DIA MAIS AMBICIOSOS bruta de capital fixo nas indústrias transformadoras haver aumentado a ritmomanifestamente reduzido em face das necessidades do desenvolvimento português. E, sendo assim, não haverá dúvida de que -ns cumpre envidar todos os esforços no sentido de estimular o investimento e de orientar racionalmente, em ordem a uma expansão coerente e equilibrada da economia portuguesa. Para o efeito, além de incentivos da mais diversa natureza (nomeadamente fiscais e financeiros) que só o Governo pode manipular e a cuja revisão tem vindo a proceder-se, dois instrumentos se destacam, susceptíveis de contribuir, de forma extremamente eficaz, para o arranque industrial que se deseja. Refiro-me exactamente à promoção e à assistência técnica às empresas. Uma e outra coisa se encontra, como é do conhecimento público, na primeira linha das preocupações do Governo, ao nivel do Ministério da Economia. E o Banco de Fomento, «instrumento simétrico do desenvolvimento do País», como se lhe chama no preâmbulo do Decreto-Lei, n.° 41 957, tendo exacta. mente por-missão apoiar, de todos os modos, o investimento nacional, seja qual for a parcela em 'causa do espaço económico português, não podia nem devia alhear-se dos problemas fundamentais a que a promoção industrial e a assistência, técnica visam responder. Daí que já em 1969 - aliás, verdadeiramente, em 1968- houvesse começado a preparar, no País e no Estrangeiro, pessoal destinado a constituir a base de um centro de promoção convenientemente equipado em meios humanos e em técnicas de trabalho. O núcleo transformou-se e estruturou-se, no âmbito dos nossos Serviços de Estudos Económicos, em fins de 1969, e, como no Relatório do exercício se mencio¤na, já em 1970 começou a dar os seus frutos, com o alinhamento de esquemas de acção em determinados sectores da indústria metropolitana, designadamente os da extracção e transformação de mármores, da sapataria, da metalurgia e fundição, das peças e acessórios para automóveis e da indústria quimico-farmacêutica. Acresce. que, relativamente a sectores diversos e de grande: importância no contexto da ecornomia portuguesa, ou já se equacionaram perante o Governo, com vista às orientações indispensáveis, os pro; blemas de fundo que se ,nos suscitavam, ou estão a ser objecto de exame exploratório ,oportunidades potenciais detectadas com base em estudos de carácter mais geral. As numerosas empresas visitadas ou contactadas por esses Serviços do Banco e os organismos de classe com que os nossos técnicos trabalharam sabem da amplitude do esforço empreendido e das perspectivas que ele rasga no domínio, sempre delicado, das opções de investimento a fazer. Mas nem só na Metrópole o nosso centro de promoção actuará. Para além da sua oportuna extensão às Pro. víncias de Angola e de Moçambique,. já o Banco propôs a Sua Excelência o Ministro do Ultramar a realização, através dos referidos Serviços, de umestudo promocional sobre as potencialidades económicas de Cabo Verde, em ordem à definição das linhas fundamentais de um plano de desenvolvimento para o Arquipélago. Não ficam, todavia, por aqui os nossos propósitos de estimulação do investimento. Sabendose que a reduzida preparação de muitos dos nossos empresários os inabílita frequentemente para estruturarem, quer do ponto de vista económico, quer do financeiro e administrativo, ou para gerirem em termos adequados, os empreendimentos válidos que concebem ou que realizam, resolveu o Banco começar a preparar a criação, no âmbito dos seus Serviços de Controlo, de um sector de assistência técnica às empresas, destinado, precisamente, a contribuir para o suprimento de tão importante deficiência do nosso panorama industrial. Depositamos nessa nova frente de acção esperanças idênticas às que, justilicadamente, se depositaram e depositam na promoção. E de uma e de outra. forma estará, sem dúvida, o Banco a realizar-se a si próprio, na mais inteira fidelidade à sua natureza de banco de investimentos e no mais absoluto respeito pelos vínculos que o ligam à política económica e financeira do Governo. Meus Senhores: Outras coisas desejaria dizer-lhes, todas directa ou indirectamente ligadas à vida da nossa instituição. Já abusei, todavia, do tempo e da paciência de V. Exas. , Deixem-me, pois, Só, que, para terminar, lhes recorde que 1970 foi, para o Banco e de longe, o melhor de tpdos os exercícios. Com efeito, as operações de crédito aprovadas, atingindo o mais elevado montante de sempre (mais 40% que o máximo anterior), totaliZaram 4817812 contos, respeitando 2 628 923 contos à Metrópole, 1 161 333 a Angola, 1 002 556 a Moçambique e 25 000 às restantes Províncias. As realizações, por seu lado, ascenram a 2 365 150 contos, referindo-se 164 375 a empréstimos, 12 986 a rticipações financeiras e 187 789 a erações de garantia. E a propósito reduzido valor das participações fi-. nceiras torna-se necessária uma inrmação que considero importante. A ,litica seguida pelo Banco tem sido mpre, não a de procurar ou exigir rticipações no capital das empresas, m ou sem intuitos de índole capitata, mas sim, o de aceitar essa parti. pação quando lhe é solicitada pela iciedade em causa e, além disso, se julga indispensável para a execução o êxito do projecto. Fora deste eniadramento, as intervenções do Banco têm surgido quando se trata de nissõesde capital destinadas à exeição de grandes empreendimentos, >mo os do sector energético. É possíil que, no futuro, e com o fim de poiar projectos emergentes das suas -tividades de promoção, as intervenôes do Banco no capital das empreas se tornem mais frequentes. Estare-á, porém, sempre no domínio da exepção, limitando-se o Banco a partiipar quando de tal dependa a própria abilidade ou o equilíbrio financeiro o empreendimento em causa ou a sua oncretização nos termos mais ajustaos aos superiores interesses do País. Dois outros números gostaria de fornecer ainda a V. Exas.: o do saldo das operações de crédito em vigor, que passou de 9200076 contos em 31 de Dezembro de 1969 para 10 784 820 contos no fecho do ano findo, acusando um acréscimo que, com 1 584 744 contos, se situou, pela primeira vez, acima do milhão de contos; e o saldo global das contas de depósitos a prazo, que se elevou de 2 345 310 contos no termo de 1969 para 3 432 204 contos em 31 de Dezembro de 1970, registando, por conseguinte e co.mo já anteriormente disse, um aumento de 1086894 contos. São, estes, números que evidenciam a fase de acelerada expansão em que o nosso Banco se encontra. Traduzem, por outro lado, o dinamismo e - perdoem-me que o diga, porque quero referir-me apenas ao magnífico pessoal de que dispomos nos nossos quadroso entusiasmo e a inteira devoção com que se trabalha nesta casa. E dizem-nos do muito que o País e o Governo têm a esperar da instituição em que me honro de servir. A magna tarefa do nosso desenvolvimento económico e social exige que todas as instituições de crédito se empenhem em assegurar a melhor aplicação da poupança formada e em contribuir para o incentivo e a mais adequada orientação do investimento. Vivi eu, durante logos anos, ligado à banca comercial. Conheço as suas potencialidades, como reconheço o muito que,- em tantos domínios, a economia nacional lhe deve. Creio, por isso, firmemente, que uma interligação apropriada entre a banca e as instituições do mercado financeiro, aproveitando racionalmente a vocação, a experiência e a mentalidade específica de uma e de outras poderá ser de extrema utilidade para o País. No que toca ao Banco de Fomento, já uma vez tive oportunidade de afirmar o quanto desejamos essa colaboração, no quadro rigoroso dos superiores interesses nacionais. AGRADECIMENTO E permitam-me que, formulados estes votos, termine, meus Senhores, sublinhando muito nitidamente o quanto, na expansão registada, se está a dever a Sua Excelência o Ministro das Finanças e da Economia e aos seus mais directos colaboradores. E por isso quereria reforçar aqui, çom um agradecimento muito particular e uma palavra de muito especial apreço, o que, a esse respeito e com toda a justiça, se consignou no nosso Relatório. Farinha, ZAMBEZE para o seu, pã' um produto da Me eira Q7e~ i ! i!¸¸ ii( i IA NINGUFM E ANONIMO Não damos o mais pequeno passo na nossa vida sem originarmos um movimento de papéis. Pode ser simples e pequeno (o recibo da renda, o bilhete do cinema) ou complexo e gigante (a candidatura a um lugar público, a partilha de vultosa herança) mas a presença do papel impresso e selado é inevitável. Ao explorarmos os quês ç porquês da burocracia buscávamos encontrar terreno sólido, firme, onde nos pudéssemos apoiar, para partir e caminhar até a uma plataforma equilibrada de entendimento: «há papéis a mais, uns necessários, outros inúteis, mas com vontade simplificam-se as coisas». Equivocámo-nos. Não encontramos senão sargaços, limos e poldras escorregadias a tolher-nos os movimentos, a frustrar-nos as intenções. Atascámo-nos num verdadeiro pântano de proibições, escusas, silêncios, informações incompletas, inverdades. A burocracia defendia-se com as suas próprias armas. Complicação. Estagnação. É que muito embora todos os dias e a todos os níveis, seja a burocracia denominada de «hidra» e proclamada a necessidade de a liquidar, a verdade é que mercê de um substracto mental (estamos em crer que inconsciente) dos que a servem, ela se torna cada vez mais poderosa, mais asfixiante, aniquilando quem se lhe opõe. Não pretende esta introdução a uma reportagem virar ensaio filosófico e especular sobre qual o destino do homem - já quase tão dependente do papel (no pior sentido do termo) como do ar que respira- se se mantiver assim manietado pela burocracia ou se se libertar da sua influência, mas confessamos ter procurado exaustivamente uma boa justificação em favor da «papirocracia». Encontramos finalmente uma. Nem a pior nem a melhor, mas a única. Ei-la. Segundo alguns cientistas, se a Terra se envolver num conflito nuclear que vara toda a vida da sua superfície, apenas uma classe de pessoas escapa à morte pelas radiações. Os burocratas, aqueles que rodeados por muralhas de papel (em duplicado, triplicado, quadruplicado....) ciosamente mantido em arquivos, estiverem a coberto e fora do alcance das radiações, esses salvam-se. Eles (os burocratas) viriam a ser os Adões e Evas desse amanhã depois.do cataclismo atómico e à burocracia es taria destinada a suprema glória de preservar a humanidade da extinção. Ou por outra, morreria o Homo Sapiens mas cá ficaria o Homo Papyricus. FODos TIM FICHA Este o argumento em defesa da burocracia. Têm a palavra os factos. Os factos que constituem o libelo acusatório. DO NASCIMENTO ATÉ A MORTE É o Leitor um indivíduo normal, nem rico nem mendigo, casado, ganhando o sustento dos seus, levando uma vida pacata igual á de todos nós? Então é o «Homem da Rua», o -Cidedão Anónimo-. Prazer em conhecê-lo! Mas diga-nos, está mesmo convencido de que é «anónimo»? já alguma vez se deteve a enumerar os locais onde existem fichas suas, fotografias, impressões digitais, que não são meis do que outros tantos atentados ao anonimato que be é tão caro? O seu anonimato nunca existiu. Q ue braram-no logo que nasceu. E a partir daí, o seu nome multiplicou-se e continuará a multiplicar-se em centenas de papéis arquivados por dezenas de entidades diferentes. Se não, vejamos. A parteira preenche um boletim (estístico) após trazer criança ao mundo. Antes de passados trinta dias, é necessário ir alguém da família ao Registo Civil acompanhado de duas -testemunhas e respectivos bilhetes de identidade para preencher mais um boletim e assinar o livro de registos onde fica, para todo o sempre, o nome do neófito. 1 E desde então, esse nome repetir. -s-á em fichas médicas, certificados de vacinas (e são tantas), boletim de admissão ao jardim-escola. Isto até à idade dos seis anos. Ao entrar para a escola primária, o nome da criança, sexo, idade, filiação são registados em algumas fichas mais. ensino secundário e a cria çé i gada, pela primeira vez, a imprim suas impress6es digitais: tirar o bilhete de identidade. E depois vêm mais fichas, mu mais: escolares, profissionais, cub cas, políticas, Judiciais, constituind seu todo uma engrenagem de que na mais ninguém se consegue liberta, Leitor tem assim a sua identifica completa, (com foto, impressões < tais e assinatura reconhecida) oui simplesmente referenciado em todoi estabelecimentos * de ensino que quentou e onde prestou exames, Co~sèrat¿ria dos Registo&, na Co, são Técnica de Automobilismo, no ( selho Superior de Viação, na Admi tração Civil, na Polícia de Segura Pública, na Direcção Geral de Si ranç,, em todas as repartições esta onde prestou serviço ou onde foi a tido, nas Forças Armadas, em te as empresas onde trabalhou e nos dicatos de que foi obrigado a ser só na Administração do Concelho, na mara Municipal, na biblioteca púb onde alguma vez consultou um li, no seu médico assistente, no denti no oftalmologista e também nas F sões, hotéis, gares marítimas e aéri nos Correios, na Fazenda, no banc até no merceeiro e no pároco. Onde está então esse seu pro, modo anonimato? INCOERI.NCIA O que se torna dramático -s risível se não fosse tão acabrunhant4 é o facto de, apesar de todos nós tarmos mais que identificados e ri renciados, sempre sermos obrigado provar a nossa própria existêr quando pretendemos alguma coisa não raro, prová-lo até em duplicado É este por exemplo o caso de adr são a exame do ensino liceal de aluno externo. Tem de apresentar a c tidão de idade e o bilhete de ide dado, além do boletim de exame, nm um impresso (que custam 2$50 -tý autorizada não se sabe por quem e que ninguém passa recibo), uma ce dão de habilitações e a prova de pa mento de isenção do imposto dom liário. É ainda o caso .da celebração con'-ato matrimonial: cada um' c nubentes tem de apresentar (se não natural de Moçambique) o bilhete identidade e certidão de nascnen narrativa completa, mais o atestado residência, declaração de casamen verbete de estatística e escritura re gida em notário da dotação dos be caso os nubentes optem por ou, 'IOVR *E X EXIGENC ma que nãoa de comunhão de bens juiridos. IAL A UTILIDADE DO B. .? 0 Bilhete de Identidade tem por misinformar qualquer autoridade ou rertição do nome do portador, da naalidade, da data- de nascimento, do Lado civil, da residência, da profiso, da altura, da côr dos olhos, dos iais particulares, do desenho da sua pressão digital~e da aparência das as feições. O Arquivo de Identificação Civil não ,ssa o documento de ânimo leve. jem o pretende. se não for natural de oçambique, tem de apresentar uma rtidão -de nascimento «para efeitos concessão de bilhete de identidade», ais um boletim com todos os dados entificativos (confirmados por duas stemunhas e conferidos pela certidão nascimento) mais três impressos ,stinados a registo dactiloscópico; do isto acompanhado do recibo do iposto Domiciliário. NOTA BREVE: A funcionária do ,arquivo prescinde da apresentação do Imposto Domiciliário se o requerente lhe fizer ver da ilegalidade da exigência .... Ora como se vê, um bilhete de idenidade só é conseguido após se terem mado todas as precauções para vitar qualquer tentativa de fraude e epois de muitas horas, selos e dinheiro esýpendidos. Po- que se obriga e ntão em cer:os 9rviços a apresentar o bilhete de idendadeé uma certidão de idade, ao fim ao cabo igual à que serviu de base ,ara concessão daquele? Qual a utilidade prática do Bilhete Je Identidade? _UGARES PIBLICOS Os lugares ei organismos públicos sempre foram muito ambicionados. São >rcferkdos por quem deseja vencimento M DUPLICADO A IA DESCABIDA e reforma certos, assistência médica, férias pagas e outras ,regalias inerentes. De esperar, portanto, que a admissão seja feita segundo um *critério rigoroso: entra apenas quem deve, quem é competente. Vejamos então o edital publicado pela Câmara Municipal de Montepuez no Boletim Oficial de 29 de Outubro de 1970, oferecendo um lugar de mecânico de 2.8 classe. Além de exigir o bilhete de identidade e a certidão de nascimento completa, o edital faz saber que o candidato'deverá fazer acompanhar o seu pedido de admissão com certidão de habilitações literárias, atestado de bom comportamento moral e civil, documento comprovativo de haver satisfeito a Lei do Serviço Militar; declaração a que se refere o decreto lei n.° 27 003, declaroção a que se refere a lei n.o 1901. certificado do registo criminal, mapa da junta de saúde, certificado da vacina contra a varíola, atestado de vacina antitetânica. Não é exigido nem um único papel a atestar que o homem já tivesse sido mecânico alguma vez na vida. Presta provas teóricas e práticas para mostrar a sua competência só depois de ter gasto umas largas centenas de escudos em papéis cuja utilidade em alguns dos casos nos parece duvidosa. Os Serviços de Radiofusão e Cinema Educativo e informativo caem no mesmo erro ao abrir concurso para a vaga de redactor de 2.1 classe. Os candidatos primeiro gastaram o seu dinheiro a provar quem são, que são portugueses, que têm menos de 35 anos e mais de 18, que fizeram o quinto ano do Liceu e que estão sujeitos à Lei Militar e só depois é que vão mostrar os'seus conhecimentos «sobre várias formas de redacção em língua portuguesa». Esta frase só, por si já carece de sentido, pois quanto a nós existe uma única forma de redacção emlíngLua por. tuguesa: a gramaticalmente correcta.' Onde portanto as <várias formas»? Depois disto, parece-nos conveniente atentar na possibilidade de, no futuro, qualquer pessoa ser admitida. a provas práticas meiante simples requerimento e *apresentação de bilhete de identidade. Depois de bem classificada que se lhe exigisse então, para a admitirem, ao serviço, a apresentação dos documentos considerados imprescindveis. QUANDO A BUROCRACIA SE COMPLICA AINDA MAIS Se a burocracia se torna tão desencorajante para os comuns anseios de cada indivíduo, calcule o Leitor como não se complica quando estão em jogo coisas mais importantes. Suponhamos que se lhe meteu na cabeça abrir uma indústria. Comece a tratar dos papéis. A meio da tarefa e volvidos meses de corridas de guiché para guichê, já estará arrependido do passo que deu. Além do requerimento a pedir autorização para montar a indústria e do que se propõe produzir terá de provar as suas possibilidades económicas, o custo da montagem das máquinas, o consumo do mercado (mas quase sempre faltam dados estatísticos concretos) da viabilidade de dar emprego a determinado número de mão de obra e de que o seu fabrico não vai colidir com outro semelhante já existente. A documentasão que atesta estes factos é necessàriamente volumosa e os Serviços de Economia terão sobre o assunto a última palavra. Depois vem o problema 'da importação das máquinas que raramente existem no mercado local. E aí começa a roda viva dos Serviços de Economia para a Inspeccão de Crédito e desta para o banco e para a Alfândega. Pode então importar as már'uinas de que necessita. Quando desembarcadas, recomeçarão os problemas junto da Alfândega: terá de apresentar o conhecimento de dêsembarque, a factura do fornecedor, a licença de importação (passado pelos Serviços de Economia), o despacho de importação constituído pelos impressos estatísticos e boletim de contribuição industrial - tudo com a enumeração de quntitativos, qualitativos, valores totais e parciaisA perplexidade perante quais os selos a aplicar num boletim de casamento 6 bem patente no noivo (em primeiro plano) que deve dizer 1 para og seus botões que sempre se complicam coisas bom simples nat . 1 documentos ira dizer Bem 6e liDem Dâo e es papéis andarão de mio em dentro das Alfândegas e do porto, ndo as atençôes de um número ncionários superior a uma ddzena. depois, obterá a autorização para ar a mercadoria. ntadas as máquinas e antes de r a laboração, um grupo de técnisubmeterá a sua fábrica a uma ia que controlará, ponto por , se a montagem seguiu à risca o -to inicialmente apresentado nos ;os de Economia. oduzirá então. Finalmente. is dos papéis não se livrou" Não rará jamais. Eles encherão as paslue no seu escritório se alinharão ndo cada vez maior número de leiras e escondendo a superfície )das as paredes,à sua volta. Conrã a enfileirar, nas bichas e a xr funcionários malcriados. Atas vezes dará consigo, não a -upar-se em aumentar os seus ín; de produção, mas sim como pre. er os inúmeros impressos que inaelmente tÊm de dar entrada nas rtições respectivas. ívez um dia se queira ver livre de > papel e pense em reformar-se. tis certo é desistir, pois o trese representará mais montanhas de ,i a vencer e então acomOdar-se-á. otadol burocracia terá levado uma vez a melhor. O Liceu Salazar vende estes dois impressos (um foi policopiado) por 2$50. Destinam-se a acompanhar a papelada pra exame do 1.' e do 2.* ciclo. O dinheiro é arrecadado sem se passar qualquer recibo e nos impressos não consta a taxa. Quem autorizou? É uma viol ncia. Sempre adoravel fresca e radiante usando Pinh Lotion Exclusivamente para si criou a Johnson & Johnson o creme liquido Pink Lotion, que mantém a sua pele fresca e delicada como a "pele de bebé'. Como base, antes da maquilhagemevitaa secagem da pele;Como creme de limpeza, remove a maquilhagem, lubrificando a sua pele. Comece hoje mesmo a usar Pink Lotion e torne a sua pele numa verdadeira "pele de bebé". @©V41I4Vn4J1 A41~V1V Queluz de Baixo (1970) ofereça a quem mais ama uma conta-depôsto no Montepio. Como presente de aniversário ou numa ocasião especial. Com uma conta-depOsito no Montepio beneficia,entre outras vantagens, da contagem de juros diãrios, de um seguro contra acidentes pessoais e ainda fica habilitado a ganhar um dos prémios de MIL ESCUDOS queo Montepio sorteia entre os depositantes da quinzena e a um sorteio anual de 3Q CONTOS! -MONTEPIO DE MOÇAMBIQUE ME 11 m 1 já ; 1 1 ;- , ý MAI ul CmIýC0w' AGU A nem, AG ~~~ LjUVU v ÁILUI.14 Ig alguns pos mais prementes prc mas que afectam os moradores nossos bairros suburbanos. Con teza que teve já oportunidade observar, ali para os bairros do niço lourenço-marquinos, comi vida é feita de novo tipo de e ç5es. Ali, cada homem repres( uma conquista sobre si própri sobre a natureza que, inex or mente e cada dia que passa, ca cha em fazer valer a sua fo Todo este grande mundo pal leitor, muito para além do ri diabólico dos seus passos de e dino. E todavia, se quiser apercebe dele, não necessita sequer de da sua cidade: venha connosco um curto salto até ao Bairro COOP, o, dos grandes prédios a e encontrará o que decerto lhe parecer insólito. COMO NASCEU A «TRADIÇA «O nosso bairro fica para -o indicador da mulher perd, na paisagem verde-cinza do ca e do caniço- «e não temos áã Um dia a gente lembrou-se de aqui pedir a estas pessoas um cadinho de água e foram boas i soas, deram-nos água. Agora é< tume virmos aqui, a esta parte Bairro da COOP, alguns as semana, para enchermos as lat" os baldes....» Esta é uma das muitas mulhE (cerca de centena e meia) que 1 correm as ruas do Bairro da COi de porta em porta, solicitando o lagre de um balde de água potá em dias certos da semana. Ei três ou quatro, inicialmente. guém lhes abriu as portas, a trí ção enraizou-se, estabeleceran horários de recolha de água, def ram-se normas (não invadir qi tais, não fazer algazarra, não r turbar quem está, pedir as coi com educação), e hoje nasceu pleno seio da cidade, uma so, dade em «sossego provisório». As pessoas (algumas) habit ram-se.ý «Na Metrópole - diz u residente, satisfeita na sua coý meira generosidade - desperta pela manhã, com a surpresa de u neve atrevida, cobrindo copas, p durando-se em telhados, escondei a rua no seu lençol de triste2 Aqui, acordamos pela manhã E janela descobre estas mulheres, deiramente sentadas, e nós já bemos o que querem». - conciü A MENOS :'AfIZ: SOLUCAO iossa interlocutora, certa de pos;uir, na sua linguagem «poética», a lefinição de todos os problemas. OMOS «CORRIDOS» !,LOS CRIADOS.:.. » Sim, não foi sempre assim, que o bairro novo, o hábito recente. Primeiro havia a possibilidade de se comprar água na cantina. Tudo se resolvia, a trinta centavos por lata cheia. Mas o bairro apareceu. O cantineiro («persogna non gata», para aquela gente....) duplicou num ápice o preço da água, e a solução para a sede e demais necessidades quotidianas dos homens transferiu-se em definitivo para o Bairro da Coop. Ali, há torneiras que funcionam doze horas por dia e onde as almas caridosas põem em prática o princípio cristão de «os que podem, aos que precisam». «A princípio, a afluência destas mulheres era reduzida. Actualmente porém, chegam a juntar-se aqui cerca de cento e cinquenta, de uma só vez. H um dia por semana em que a mangueira do jardim enche baldes e latas desde as sete da manhã até à noite, qualquer coisa como mil latas semanais.» - diz-nos uma residente da Rua B. Mas a caridade em demasia começa a cansar quem a pratica, pois caridade não é solução. E assim, lamenta-se uma das mulheres com quem contactámos: «Nem todas as pessoas nos recebem bem, não sabemos porquê, a gente não «chateia». As vezes mandam os criados correr connosco, só porque esperamos à porta. Não vimos faier mal, só vimos pedir.... » Assim explorámos consigo, leitor, um dos aspectos insólitos da sua cidade. Mas a vida- urbana, socialmente organizada, repele este tipo de «pitoresco». Tanto os que dão como os que aceitam a dádiva da água, não a :consideram como solução. A solução é apenas a instalação de um mais chafarizes, tarefa que cabe à câmara municipal. Eles resolveriam um dos muitos problemas dos moradores do caniço, que agora são forçados a este deambular incerto e de resultados tduvidosos. E os moradores da Coop verão com alívio o fim da estranha «peregrinação» semanal que - segundo afirmam- começa a perturbar-lhes o sossego que lhes custa caro.... . 4,, Zuelimane: TERRA DE FEUDOS E COQUEI Quelimane, a sossegada cidade ribeirinha cuja expansão se encontra seriamente comprometida por falta de fora]. (Fotografia gentilmente cedida por Foto Lusitana- Quelimanè) Quelimane cresce em altura, como se estivesse impedida de o fazer em extensão. O FORAI ONDE O IACABA FUTURO COMEÇA Quelimane, terra de feudos e coqueiros, cidade sem foral, vive angustiosamente o problema do seu próprio alargamento. Comprometida a sua expansão por uma cintura de terrenos particulares, obtidos em boa hora e hoje na posse de meia dúzia de empresas em regime de propriedade perfeita, a Camara e o Estado tiveram de adquirir há sete anos uma larga faixa a fim de poderem dotar a capital do distrito da Zambézia de uma Escola Técnica e de um Liceu. Ali, onde começa ou acaba o naior palmar do Mundo, o Municipio não poderá, em boa verdade, dizer-se possuidor de um só coqueiro. CÃMARA DO MAI O foral da Câmara de Quelimane, concedido por portaria régia de 1908 e cujos limites foram geogràficamente definidos há aproximadamente duas décadas, termina hoje onde a cidade continua ou onde pretende continuar. Inúmeras construções, algumas delas de interesse público, foram já e estão agora a ser levantadas em zonas que escapam à alçada municipal, estando a urbanização da capital zambeziana dependente, de certo modo, de duas entidades diferentes: a Câmara, quando a área em foco se situa dentro dos estreitos- domínios foralengos; e a Administração do Concelho, quando tal não sucede. Claro que o embaraço que daí resulta é evidente, tanto mais que a segunda entidade nem tem, nem alarma que não tenha, algum especialista nos seus quadros. O «PUZZLEDA URBANIZAÇÃO As consequências das generosas concessões passadas, da exiguidade do próprio foral e da facilidade e desordenação com que se verificou o atalhoamento de muitos terrenos citadinos sofre-as actualmente a municipalidade e sujeitam ao malabarismo técnico os urbanistas que pretendem tornar aproveitáveis parcelas estranguladas no seio de Quelimane. O «puzzle-' que a estes cabe resolver ressalta mesmo para o leigo do simpIes relancear de uma planta da sossegada ribeirinnha. A indisciplinada distribuição das propriedades aparece na carta em retalhos da configuração mais inesperada. «Tem sido necessário desenvolver, ao longo dos anos - diz-nos o eng., Vasconcelos, do gabinete municipal de urbanizaçãouma autêntica campanha de mentalização junto dos proprietários particulares, para que estes se compenetrem das vantagens da regularização do parcelamento, com o frequente recurso a trocas de terrenos que, isoladamente, pouco préstimo teriam.» O alargamento da zona do foral de Quelimane está em estudo. Espera-se mesmo que não esteja longe o dia do seu sancionamento. Os prejuízos que as condições (ou melhor: os condiNEM UM SO COQUEIRO PALMAR DO MUNDO ciohalismos) actuais têm causado no perfil citadino, se serão, em alguns casos ainda, reparáveis, não o poderão ser noutros. É exemplo do irremediável o que se passa em relação à implantação de um bairro para a chamada classe de econômicamente débeis, metafórica expressão que deixa por en-. tender, no seu ar de generalidade inofensiva, muito do que seria para entender. O FORAL ACABA ONDE O FUTURO COMEÇA O referido bairro, na realidade (composto por modestíssimas casas térreas na parte já concluída) foi erguido no único local possível e, ao mesmo tempo, no que mais flagrantemente contundiria com o airoso traçado da cidade. Está implantado nos limites da area de foral, junto da linha paralela à fronteira natural da linha da costa. É precisamente nesse ponto, ou nesse sentido, que a capital do tão rico quanto mártir distrito da Zambézia Ali, onde começa ou acaba (estão ainda por reparar os graves o maior palmar do Mundo, danos da depressão «Felice», prinnão possuem um só coqueiro... cipalmente no tocante às vias de comunicação) forçadamente se confina. Será precisamente a partir daí, no entanto, que a sua expansão mais se acentuará no futuro, como já está a acentuar-se, de resto. Ora, a apertada cilha de um foral avaramente atribuído em terra de concessões pródigas, ao impor soluções deste tipo, não 'deixará de vincar uma descontinuidade chocante na silhueta gentil da cidade da costa. Que o que está em causa, como é evidente, não .é a acertada (e louvável) construção do bairro, mas a sua inadequada localização. Digamos. mesmo: a sua localização «obrigatóriamente» inadequada, em face da luta travada pela Câmara Municipal, pobre de um elemento que a alguns particulares sobeja: terreno, por um foral necessàriamente mais amplo. A ESTRANHA GEOMETRIA Quelmane, DO ATALHOAMENTO terra de feudos. Tão notória se tornou a questão aos olhos dos urbanistas, que o reDAS ANTIGAS CONCESSÕES AOS ACTUAIS PROBLEMAS médio se não fez esperar. Numa segunda fase de construção, já adiantada, a ala principal do referido bairro foi ornada com um tipo difèrente de moradias. Foram levantados blocos de três pisos, face à via principal, na evergonhada atitude de encobrir as rasteiras habitações que lhes ficam coladas. Tentativa de alindamento, sem dúvida (ainda que não possa transcender a condição de remedeio que lhe está na origem), mas que, como reflexo mais próximo, teve apenas o inevitável agravamento das rendas a cobrar junto de uma classe para quem estas nunca serão suficientemente modestas. Na questão de terrenos, porém, sejam quais forem os problemas sus. citados à urbanização, nem a Câmara local nem o Estado terão muito por onde escolher enquanto os actuais limites foralengos da cidade de Quelimano não forem consideràvalmente dilatados. E o plano urbanístico refeito de acordo com 'novas e urgentes disponibilidad de espaço. Já bastará para mobilizar o saber e a paciência dos técnicos a estranha geometria do atalhoamento. Que daquele lado não será menos importante a questão. Nem menos urgente. O sr. Avelino da Costa Ferreira com mais uma dúzia de familias construiram as suas habitações em terrenos próprios, contíguos. Pois não foi que, há cerca de cinco meses, e sem mais nem menos, o proprietário de uma enorme parcela adjacente decidiu vedar sólidamente a sua propriedade, encurralando pura e simplesmente aquelas famílias? Pois não é que estas se vêem obrigadas a deixar as viaturas na estrada próxima, abandonadas, e a bater, em corta-mato, a propriedade alheia para chegarem a suas casas? Tudo isso acontece numa terra- de feudos, numa cidade sem foral, que se chama Quelimane e vive angustiosamente o problema do seu próprio alargamento. Cidade ribeirinha (que dessa privilegiada situação pouco ou nada aproveita, anote-se), capitaneia uma região, a Bambézia, que dela pretende fazer o natural entreposto para os seus produtos. Mas também nesse aspecto, como no da urbanização citadina, Quelimane está tolhida. E vê-lo-emos em nova reportagem, a inserir em próxima edição. ...índices deprOgrsso dó um povo e de um pas! COMPANHIA DE CIMENTOS Escritórios DE MOÇAMBIQUE, S.A.R.L. Av. Fernãó de Magalhães Instalacões Fabris MATOLA DONDO NACALA n oz, LÁ r.rý PA r[é O as a ilusão é fácil Em Moçambique. a revista feminina à base de fotonovela vende-se em quam todas as tabacarias e livrarias. Representa um sector importantíssimo no comércio de revistas; vende.e um pouco manos que os magazines nademais Ilustrados de maior tiragem, mas muito mais que os livros, mesmo em ições de bolse. Através das tnformaçes que nos deram empregadas de balcão de linaras e tabacaras, soubemos quem ompra esse tipo de Imprensa. São as Jovem solteiras, empregadas ou estudantes do ensino secundário; e as senberas idosas, aporque é uma leitura leve» -diz.o a empregada; e em menor número, as mulheres camada domésticas ou empregadas. Tnmbém as donas de salões de cabeleireiro de bairro as compram em quantidade, para distracção das clientes. É de resto curioso como o género de revistas que se podem encontrar no cabeleireiro é indico da categoria do mesmo: o «Paris-Match, ou a «Elie», nos cabeleireiros selectos, «Capricho» ou «Ilusão», nas cabeleireiras mais ou menos clandestinas. E OS HOMENS? Os homens só muito raramente as compram, o que não significa que não leiam as que a, mulher ou a irmã levam para casa, tal como seguem interessadamente os folhetins radiofónicos em Lisboa... Os africanos alfabetizados são grandes consumidores deste género de leitura, comprada em segunda mão em certos estabelecimentos e por vendedores ambulantes. Com ela preenchem a sua avidez pela letra ímpressa. A fotonovela, história contada em quadradinhos, tem algumas remotas semelhanças com a banda desenhada e não apenas porque a fotografia substitui o desenho. A mais flagrante é que o diálogo é inserido com a forma de legenda breve, dentro do quadrado. O género nasceu na Itália, quando as grandes firmas cinematográficas em crise, tiveram necessidade de inventar trabalho que ocupasse as centenas de actores secundários que sobravam das super-produções históricas que começavam a passar de moda. A Espanha descobriu a técnica e tendo já tradição e mercado certo, na cional e estrangeiro, para a sua «literatura cor-de-rosa», diversificou o género e desenvolveu o negócio. Em Portugal, a Agência Portuguesa de Revistas, editora especializada na literatura popular, desde a «Crónica Feminina» às séries de livrinhos de amor e -cow-bays», deu inicio à produção de fotonovela. Mas o seu principal comércio é o de tradução das publicações espanholas, «Corin Tellado», por exemplo, ouitalianas. Têm mais aceitação do público e ficam mais baratas ao editor. Em Moçambique, pràticamente todasas publicações do géïero são editadas no Brasil, de onde nos vem também a maioria das histórias em quadradinhõs para crianças e adolescentes. Através do inquérito que fizemos averiguámos que as mais conhecidas e lidas revistas femilinas do tipo sentimental são «Grande Hotel-, eCapricho" e «Romance Moderno-. Estes três nomes chegam-nos para fazer uma anãlise do baixo nível e conteúdo deste tipo de leitura. CORAÇÃO, AMOR, FELICIDADE Felicidade é uma palavra abstracta, um conceito indefinível e um tema inesgotável. Por isso mesmo é titulo frequente de fotonovela, juntamente com o Amor, condição necessária para a felicidade. Coração também entra muitas vezes, reforçando a ingénua e falsa ideia de que o coração é importante como sede dos sentimentos. ,Os títulos e temas da fotonsove são pràticamente imutáveis e falhos de espírito inventivo. 0 amor entre jovens e os conflitos entre pais e filhos, mais ou menos relacionados com o primeiro, são temas necessários e suficientes para construir a intriga .Os problemas econ6micos, a difildade em arranjar emprego, ou habitação, o acidente, a crime ou a doença, São os acessórios que reforçam a intriga. São sempre resolvidos, ou pela coragem e persistência do herói, ou pela intervenção de um 'deus ex-máquina»: altruismo de uma personagem boa, herança inesperada, reviravolta do negócio. O final é tome feliz, os maus ou são castigados ou se regeneram. As autoridades sao emp justas, os pobres são mais lelizes que os ricos porque se contentam com o amer e a fortuna é um prámio 4 boa conduta. Sendo os leitores, ou mais pròpríamente as leitoras da imprensa sentimental, quase sempre pessoas de modestas posses e posição social, os heróis da fotonovela pertencem sempre à categoria dos privilegiados. A rapariga ou o rapaz modesto, empregado médio ou mais raramente operário, ao ,constituírem-se figuras centrais da história, são sempre seres de excepção que reunem beleza, inteligência e sobretudo muito bons sentimentos. E não serão medianos por muito tempo: as suas qualidades físicas e, morais guindá-los-ão, lá para fim da história, a um lugar de destoque na sociedade. E o amor será a estrela que os guiará até aolugar na «alta roda". EROTISMO BARATO A revista especializada na fotonovela nao é nunca totalmente preenchida por ela. Inclui contos, às vezes modas, culinária, conselhos de beleza e sentimentais, correio, fotos de estrelas de cinema e bisbilhotices sobre as suas vidas privadas. É curioso observar no conteúdo, destas publicações a evolução dos c'stumoss, Ela está patente no teor das cartas do, leitores (brasileiros, dada o proveniência das revistas) e também, mais camuflada e dando sempre um passo na direcção do conservadorismo, nos contos e nos artigos. As rapariguinhas que escrevem à re- O erotismo barato da revista sentimental vista falam abertalxente das suas relações intimas com os nalhorados e nos seus romances com homens casados. Mas as heroinas preservam ciosamente, mesmo nas condições mais adversas, a sua virgindade até à noite do casamento. E encontram sempre a coragem moral para trocar o sedutor casado pelo rapaz honesto e com boas intenções. As mulheres casadas e também os homens falam das suas dificuldades conjugais e dos seus amores adúlteros que os levam ou não ao divórcio e à separação. Mas os protagonistas das histórias reconciliam-se sempre por amor dos filhos ou respeito pelo casamento. E o adultério, se for do homem, termina sempre pelo arrependimento e constatação das inigualáveis' qualidades da esposa legitima. Se for da mulher, tem o seu desfecho no momento crucial da decisão e náo chega a consumar-se. E no fim, marido e mulher encontram a felicidade nos braços um do outro. De resto, SEXO é o tema central das novelas não ilustradas, da revista «Romance Moderno» por exemplo. As personalidades destes contos não têm qualquer oçutro tipo de preocupação. Não se fala do modo como ganham o pão de cada dia, nem das suas relações familiares ou sociais, mas exclusivamente de como se processa a sua vida sexual. Anseios eróticos de raparigas solteiras; frustrações 'de mulheres casadas com homens demasiado ocupados com a profissão, maridos insatisfeitos com a rotina conjugal; frigidez, impotência, fetichismo e até homosexualidade, são tratados não pelo nome, demasiado «cru» para a sensibilidade romântica das leitoras, mas por eufemismos e artifícios de linguagem. São estes os temas mais frequentemente tratados, mostrando assim que este tipo de Imprensa não despreza o valor comercial do sexo, sem no entanto deixar de atender que o seu sucesso depende muito também da não infracção das normas convencionais. Deste modo se familiarizam as jovens de pouca instruçõo com o mundo proibido do erotismo, através da sua expressão romanesca e falsa -,a única que vai preen cher o lugar da educação sexual que lhes 4 (N não é facultada. -a ~~~~deedinaismo e aiera ~Os comutvi o ritm dseaco er . -7 - Milhares de kms de fios produzidos pela Celmoque / para: Transmiséão de luz e energia Sinalização, comando e campainhas Telégrafo, T. S. F. e telefones .411 Automóveis e térmicos ~~.- 4 .. Reclamos luminosos /./ .. estendem a sua teia por Moçambique, ligando os homens ao caminho do progresso. MANGA--BEA q Representantes da CELUAT lctricos, . l L. awzEIA D PROGRESSO Fábrica Nacional de Condutores Hl A PANACEIA UNIVERSAL Por Lucien Barnier Parec tio f*tistlco como a pedra filosofal dos antigos. Um medicamento que cura tudo: úlceras estomacais, do..,çs dos olbos, tenso arterial, complicaç es metabólicas devidas a falta de amimas, dificuldades respiratérlas como a bronquite e a asma, que podem provocar fortes dores de parto, restablecer a regularidade dos pernedos menstruais funcionando ao mesmo tempo como plula anticoncsptíva. Parece demasiado bom para ser verdade. No entanto, aparentemente esse medicamento existe, e é formado por um grupo de substâncias descobertas no organismo humano e designado por aprostaglandinas». Diversos laboratórios mundiais estão procurando produzir sintéticamente as 15 prostaglandinas que talvez venham a ser o medicameto primordial nos anos de 1975 a 1980. Presentemente, algumas prostaglandinas foram já clinicamente experimentadas, mas a relativa facilidade com que elas podem ser sintèticamente produzidas possibilitam a sua produção em larga escala e a sua venda em farmácias. fis,6 .5 ¶5 ~ ft AS GA As prostaglandinas -PGA- en. contram-se em quase todas as células humanas. Uma foi já isolada nos rins e diversas outras no liquido seminal dos homens e dos animais. De facto, desde o dia, em 1935, em que dois investigadores descobriram o papel das prostaglandinas, temos passado de surpresa em surpresa. Para começar, as prostaglandinas são notàvelmente efectivas. Um simples miligrama é suficiente. Todas as aplicações da PGA estão ainda longe de serem colhecidas: parece que elas podem também ser iNAW ã- -"PROSTAGLANDI-NAS" usadas nas desordens nervosas, doenças cardíacas, diabetes, deficiências cerebrais, esterilidade masculina, etc. Verificou-se já que a prostaglandína pode evitar a trombose. PRODUÇAO A produção sintética de prostaglandinas é relativamente recente, datando de há mais de 7 anos. Até então, as próstaglandinas eram isoladas de glândulas de carneiro, o que significava que milhares daqueles animais tinham de ser sacrificados todos os anos. Além disso, o custo muito elevado da produção fazia com que as prostaglandinas fossem durante muito tempo consideradas apenas como curiosidades médicas. Em 1957, os cientistas conseguiram finalmente isolar diversas prostaglandinas de uma forma muito rara, e definir a sua estrutura e composição. As 'PGA são substâncias constituídas por 20 átomos de carbono. A produção sintética de prostaglandinas deve-se em grande parte ao Professor Corey, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, e ao Professor Ulf von Euler, Prémio Nobel sueco. Depois de haver beneficiado de plantas medicinais, e depois de descobrir medicamentos extraídos de produtos químicos, e de produzir seguidamente antibióticos e esteroides, o homem lançou-se agora numa quarta era médica: a que lhe permitirá corrigir certos «defeitos» de saúde sem receio dos «efeitos secundários* de alguns dos medicamentos actuais. i~/1,~X a E w E mi: 1~ =w '4 4 *1 ~A3~Â~b Zuw i o PROTECCÃO INSTANTÃNEA CONTRA A FERRUGEM E 1Hu |r A r RTMU4o a o GNICO aerosol de acoanti-corrosiva, E A i ID A D Eque repele instanti!neamente a ferrugem e a humidade. Limpa,protege, penetra, lubrificoa e anula todos os ruídos. IETM 4 é de extrema utilidade na protecçao do sistema de Igniao do sua viatura. dos utensílios domsticos, desportivos, ou quaisquer outros, porque, além de preventivo antI- ferrugem, é simultdneamente um lubrificante. EETU4o pode ser utilizado também na indOstria a <rI tecio de quaIquM tipo de equipamento. 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A FORMA COMO ESSE PEQUENO BLOCO 1GANHOU COESÃO E INCUTIU NOS OUTROS CONSõCIOS A CRENÇA DA VIABILIDADE DE FISCALIZAÇAO AOS ACTOS DIRECTIVOS POR PARTE DE UMA OPOSIÇAO UNIDA E ACTIVA É O ASPECTO MAIS MARCANTE DAS CINCO REUNIÕES DA COOP QUE PASSAMOS A RELATAR. Texto de AREOSA PENA o MENDES DE OLIVEIRA O Fotos DE KOK NAM Corpos dirígentes da COOP: cada cabeça... vários votos de poder 1 PROBABILI Depois da primeira sessão a assem bleia geral da COOP e até est momento á se realizaram mais quatr reuniões. O número de socios presente em cada uma loi progressvamente maior alterandose, com a sequência das reuniões,, o volume da facção afecta aos corpos dirigentes. Na verdade e enquanto na primeira reunião, conforme demos notlc a, a maioria esmagadora era constituída por sócios que criticavam abertamente a Direcção e o directoi-permanente, dr. 01 ve ra Nunes, e só uma pequena parcela o apoiava, com a realização de mais sessões, esta pequena parcela foi crescendo até que, na quarta reunião -aquela em que se votaram as contas - detinha o poder de decisão por maioria de votos. i de Oliveira: ,a discordância pertinaz 11 REUNIAO O eng.' Wilson Tavares Martins levantou-se, logo no início da segunda sessão. para prevenir a mesa da assembleia geral de que a sala, com número limitado de cadeiras e uma única porta visível, nãoreunia condições de conforto e segurança para alojar as 170 pessoas presentes. Pediu para que a sessão fosse adiada e marcada para local mais adequado. O presidente da mesa não deu andamento à sua proposta. Minutos decorridos, faltava a luz e deixavam de trabalhar os aparelhos de ar condicionado, Os trabalhos foram interrompidos de cerca de uma hora, tendo continuado sem ar condicionado Mais uma vez o eng.' Wilson Martins lembrou à Assembleia que a sala não oferecia condições. A DIRECÇÃO ESCLARECE AS CONTAS Um dos membros da direcção leu, depois, um esclarecimento de cerca de 2600 palavras às dúvidas suscitadas pelo sócio ol. Doutor Barreiros Martins: Rui Oliveira, durante a reunião anterior, matemática. como testemunha acerca das contas. :80 ANOS PARA UI O preâmbulo deste esclarecimento, que demorou cprca de 90 minutos a ser lido, apelidava secundária a natureza das dúvidas e admitia a hipótese de estas terem sido originadas por «deficiente informação pessoal sobre técnica de contabilidade' Posteriormente e antes da reunião ser interrompida devido ao adiantado da hora, Rui Oliveira falou de improviso e acusou a direcção de estar a 'atirar areia aos olhos da assembleia-, com esclarecimento que intitulou de «fraude'. Entretanto, usou da palavra o prof. Barreiros Martins que principiou por pedir maior publicidade prévia em redor das assembleias gerais e que fossem publicados os relatos integrais das mesmas no jornal «O Cooperador», órgão daquela agremiação. A propósito do computador, que durante a FACIM esteve em exposição ao público, com a informação de vir a ser adquirido pela COOP, aquele professor universitorio demonstrou não ter o mesmo utilidade prática para o montante de trabalho que a COOP apresenta. EM CAUSA A ESSÊNCIA DA COOP O prof Brreiros Martins ps,* então, em causa a própria essência da COOP ao provar que, «nas condições actuais e sem haver mais admissões, a probabilidade matemática de qualquer sócio vir a ter casa é de 80 anos' Condenou ainda o sistema de sorteio que preside à concessão de mnuitas cdsas, processo que considerou em desacordo com a seriedade de que se deve revestir toda a vida cooperativista, e acusou os dirigentes de utilizarem tal rmétodo, que chamou de 'Totobola das casas', corno um artifício tendente a 'explorar o gosto popular pela lotaria' e a atrair maior número de sócios. Terminou frizando que «quanto mais sócios forem admitidos menores serão as possibilidades de receberem casas» Iii REUNIAO A terceira reunião teve início uma semana mais tarde, com o eng.' Wilson Tavares Martins fazendo notar uma vez mais à assembleia, que a sala não tinha condições para acolher tão grande número de. pessoas -cerca de 190. O seu protesto, tal como nas vezes anteriores, não mereceu qualquer resolução por-Rcarte da Mesa. O COMPUTADOR E OS HORÓSCOPOS Subiu então à tribuna o eng.' Eugénio Lisboa que criticou a gestão da «Nossa Livraria-, denunciando o facto de a me-ma ser a última a apresentar novidades literárias na cidade. Analisou as contas da -Nossa Livraria' - as únicas sobre que lhe era permitido falar por ser sócio «auxiliar»- e estranhou que só tivesse havido um lucro de mil escudos. Prosseguiu a sua intervenção dando aos circunstantes a ideia de como funcionava um computador e explicando que o mesmo não 'pensa» e se. limita- únicamentea responder em função dos dados prèviamente fornecidos. Assim glosou o tema de que se a «COOP lá funciona mal sem computador, com este funcionará pior a maior velocidade'. Suscitaram-lhe estupefacção, portanto, os 'anúncios, espectaculares para não dizer histéricos» que tinham vindo a lume no «Noticias» e sido distribuidos pelas cadeiras da sala, antes do inicio daquela reunião. Ironizou com o facto de 'se anunciar que o computador servia para determinar o horóscopo e achar a chave do Totobola', dizendo que tais indicações denunciavam na redacção do texto, o 'dedo invasor do directçr-permanente que não reteve a sua obcessáo astrol6gica». Houve nova intervenção do Prof. Barreiros Martins que, ainda a propósito computador, disse ser necessário expli, à assembleia «se havia uma lista de t balhos destinada ao aparelho>, pois t tando-se de uma máquina altamente so ticada e díspendiosa não se «justificc a aquisição para trabalhar apenas di ou três horas por mês>. O DR. CAPUCHO PAULO RECEIA QUE LHE DETURPEM AS PALAVRAS Levantou-se então o presidente da recção, dr. Capucho Paulo, com o inti de esclarecer não estar ainda nada d dido quanto à compra do computado confessar ter-se exagerado certos aspe do anúncio com a mira de se conse< sócios para um centro de informática, que a COOP viria a ser apenas um membros. A isto, diversos assistentes inquirir qual i razão por que no anúncio COOP se falava em «nosso» computa, Uma vez mais o dr. Capucho Paulo se nitenciou, em nome da direcção, do em que a redacção do anúncio podE ter induzido os sócios. .Frizou qu, estava a ser bem cl -para que o TEMPO não lhe deturpo as palavras e não lhe pusesse na b o que não havia dito. Supunha ficar as arrumado o probleir.i do computador p na se «sujeitarem mais a ouvir o ei Eugênio Lisboa a dar-lhes uma lição c sativa sobre computadores, que eles sabiam há muito» UMA ESTÁTUA PARA O DR. OLIVEIRA NUNES Usou depois da palavra o sr. Lei dos Santos que vituperou a ,ida do di torpermanente ao Brasil a gastar o nheio dos sócios, em vez de ir à ME pole tratar do problema referente esgotos dos prédios da Avenida Aug de Castilho' UI Nas últimas sssões da assem. biela geral da COOP, nenhum dos elementos da actual Direcção, nem mesmo o director-permanente, usou da palavra. A sua defesa, ou a defesa dos seus pontos de vista. ¿foi assumida inteiramente pelo dr. Ney Ferreiro, que é presidente do Conselho Fiscal a conhecido advogado do Foro de Lourenço Marques, apesar de se ter, que se iba, um cliente. Especialista em contestações, recursos, licenciamentos dificeis e outras hOblidados burocráticas, tais como rela. tórlos de , contas e* dificuldades com o Fisco, aquele douto causidico justificou inteiramente a sua reputação. O dr. Ney Ferreira sou par çem todos os seus contraditores -todos associados da COOPa estafada corriqueira estratégia da interrupção sistemática, da pergunta e da reviravolta, com gestos teatrais pelomeio,* tão ao goste dos advogados dos tribunais de pelícia do princípio deste século, que reduziam a estilhas- as pobres' testemunhas que representassem qualquer ameaça para os seus honestos clientes. A interrupção sistemática e a contestação imediata de tudo quanto alguém díz,. não sé perturba e faz 'erder a fuêncda das palavras e das ideias a quem fala, como quebra todo o impacto da. quilo que se diz. Qulquer aprendiz de feiticeiro sabe isso, mas a razão não precisa de tais habilidad s para se impor e as boa causas dispensam a utilização de taIs processes. Admitimos que es seus resultados imediatos são, às vezes, espectacularos. As pessoas mpos+ Oentas têm tendência pata se Im. pressionar com estas manobras dispersivas. perder a atençã ao que realmente so diz, para ficarem presas ao belo gesto, ao aliciamento da controvérsia, ao disfarce humorístico, que apenas visa esconder uma verdade. A maior parte das pessoas não está, do facto, preparada para resistir a este tipo de confrontações e perturba-se ou perde o fio das ideias, até parecer que perdeu a razão o os argumentes e acaba por, como diz o povo, meter os pés pelas mãos. Mas esta táctica que o dr. Ney Ferreira usou tão brilhantemente não resiste a uma análise mais objectiva. Nem demonstra nada. Como não prova nada aqueloutra que ele ,aqui há uns anos atrás, utilizou, em pleno café da baixa, para um passivo jornalista que fizera uma inofensiva notícia sobre a sua pessoa: a agressão fisica -essa tanto mais, 'reprovável quanto é certo que toda a gente sabia que o visado fora recentemente objecto da uma melindrosa operação ao coração e os médicos nem lhe permitiam que ele subisse uma escada. As espectaculares intervenções do dr. Ney Ferreiro, o maior advogado de Mocimbo da Praia, nas assembleias da COOP podem ter reduzido ao siléncio quem levantava problemas. Mas o que elas não explicaram foi questões como esta: qual o futuro e o interesse de uma Cooperativa em que as probabilidades de um sócio obter uma casa são já hoje, e sem admitir mais nenhum associado, da ordem dos 80 anos, como o demonstrou aquele sócio que é professor universitário? Como se explica que t9dos os membros da actual Direcção tenham já casa - alguns mais do que uma, como o *r. dr. Ney For. reira, que tem três? COOPERAT Destacou o facto de -não terem sido publicados anúncios na Imprensa para aquisição de materiais- e exig;u que fosse nomeada «uma comissão de inquérito». Um sócio vindo expressamente da Beira - o sr. Macedo- falou depois para protestar contra o tacto de «a direcção, de acordo com os estatutos, lhe ter entregue, no ano passado, uma casa, pelo preço de 350 contos, e de, este ano, lhe fazer saber que o preço da casa éra de 479 contos e de lhe exigir o pagamento, a pronto, de 79 contos, quantia que ele não possui, por não ser rico». Terminou inquirindo se os presentes pertenciam a «uma Cooperativa de pobres ou de ricos». O sr. João Riscado Costeira tomou a seguir lugar na tribuna para, em tom calmo e de conversa, condenar «os ataques pessoais feitos ao director-permanente» e pedir que lhe «erigissem uma estátua em homenagem ao trabalho grandioso efectuado». WILLY WADINGTON CONTRA O «TEMPO» Causou certa sensação entre a assistência o facto de um vogal da direcção, sr. Willy Wadington, ter pedido para usar da palavra. Falou de 'forma veemente em defesa das normas que têm regido a direcção da COOP. Insurgiu-se contra o facto de alguns sócios, nomeadamente Rui Oliveira, se negarem a dar o tratamento de «doutor', ao director-permanente e de não regatearem tal distinção ao dr. Cansado Gonçalves. Acusou a revista «Tempo» de" «parcialidade» e de «.ropositadamente ter reunido, numa só, as reportagens sobre a Sociedade de Lotarias - uma empresa capitalista- e sobre a primeira reunião da assembleia geral da COOPN, facto este que considerou insultuoso para esta última. Garantiu ainda não ganhar o .dr. Oliveira Nunes 45 contos, mas apenas 40 e só do principio do ano para cá, tendo declarado achar tal remuneração insuficiente para um cargo tão trabalhoso como é, o do director-permanente. Imputou ao eng.' Eugénio Lisboa despeito por ter sido. preterido, no fornecimento de gasolina ao posto de serviço existente no bairro da COOP, e acabou tecendo um complicado «calembour»: -Quanto ao TEMPO. vamos dar tempo ao tempo que o tempo dará conta do TEMPO. ENG.° EUGÉNIO LISBOA CONTRA WILLY WADINGTON Alguns momentos depois e ainda na sequência da discussão, quanto à utilidade de um posto de abastecimento de gasolina no bairro da COOP, o eng.' Eugénio Lisboa quis esclarecer a assembleia de que ý'não era movido por qualqt:er ciúme» pois a «sua companhia- gasolineira - Total South Africa- não vendia carburante para Moçambique». Respondeu o sr. Willy Wadington: -Se não vende, pode vir a venderl Eng.° Eugênio Lisboa: -Não me julgue a mim por ali Sr. Willy Wadington: -Todos -sabem que 6 o despeito que o faz falqr 1U1I Eng.* Eugénio Lisoa: -J lhe disse para nio mo julgar a mim por si. Fui funcionário p<Íblico muitos anos . nunc« fui corrido. tal como o correram a l dos C. F. M1 Sr. Willy Wadington (aos gritos): -0 que o ir. eng.° Eugénio Lisboa está a dizer 6 monüraL., £ mentiral Eng.' Eugénio'Lisboa <em tom solene): -Invoco o testemunho do eng. Pinto Teixeira aqui presoe. Esta cena foi interrompida pelo presidente da mesa que, ao microfone, pedia repetidamente aos intermenientes par manterem a calma. -VENCER SEM CONVENCER Aaté ao fim desta terceira reunião, esteve no uso da palavra o presidente do conselho fiscal, dr. Ney Ferreira, que em diálogo com Rui *Oliveira (a quem interrompia sistemàticamente, não dando a oportunidade de formular integralmente as ideias) tentou convencer a assembleia de que as dúvidas, levantadas por aquele sócio em relação às contas, não tinham razão de ser. Muitos sócios confessaram-se-nos cansados, vencidos por uma argumentação longa de horas, mas não convencidos, pois não lhes foi dito das razões de uma verba de dezenas de contos (para pagar uma passagem e outras despesas a uma, pessoa cuja identidade a Direcção se recusou ali revelar). O dr. Ney Ferreira disse, entre muitas outras coisas (de menor interesse), ter-se posto «em risco o crédito da Cooperativa com falsos alarmes». Acusou alguns dos presentes de se proporem «destruir a íistituição, na intenção de destruir um homem» e Rui Oliveira de não desejar esclarecimentos ao apontar dúvidas acerca das contas, mas sim «criar o lelt-motlv que servisse aos desígnios daqueles que foram à assembleia, apenas para condenar a direcção». O dr. Ney Ferreira, a dado passo da sua exortação cooperativista, disse que, «na verdade, a possibilidade de obtenção de uma casa é cada vez mais remota, mas que o primeiro dever de um cooperativista era dar e não receber, e solidarizar-se para dar casa aos outros». Os sócios, exaustos com a longa exposição contabiUstica levada a cabo pelo dr. Ney Ferreira, com o fito de provar que as contas constituíam um acto sério, pediram que fosse considerado alcançado este objectivo, o que a assembleia aprovou. Logo os trabalhos foram interrompidos e marcada a sua continuação para o dia imediato. IV REUNIÃO Na quarta reunião, foram votados os actos directivos e diversas moções enviadas para a mesa da Assembleia geral, mas antes da votação falaram o eng.* Wilson Tavares Martins, o Prof. Barreiros Martins e o dr. Correia Pinto. Disse o primeiro orador, depois de declarar «ser impossível reunir uma assembleia geral extr<xordindria»: 1 rborreia tribuna 5% DOS súcios Dr. Correla Pinto: a defesa do cooperativismo .SSERAM NÃO À DIREC-ÇAI Contesto a teoria de que quantos sócios forem admitidos melhor para cperativa. O aumento anual de sócios 15 %. Em 11 de Dezembro de 1970. :OP tinha o compromisso de conscasas para 26 mil pessoas, ou seja ,r uma cidade igual à da Beira. Man>-Se, na proporção actual o aumento úímero de sócios. daqui a S anos. a a associativa dulicará e existirá. sito, o Compromisso de se construir s para 52 mil pessoas - o equivalente a cidade de betão igual à de Lou> Marques. eng." Wilson Tavares Martins, a terr a sua intervenção, comentou que relação às outras actividades estava lado com a irresponsabilidade com foram tratadas». 1oOP RISCOS DE SE TORNAR ,PITLISTA» aglou, com notável segurança, o prof. eiros Martins. Depois de insistir que, eítuando o «sistema de totobola para ear as casas», a possibilidade actual qualquer sócio receber uma casa «é }O anos de espera', avisou: -Vejo um perigoso auto-isolamento da e administrativa da COOP. Mais do a não admissão de novos sócios este í-isolamento será o responsável pela sformação da COOP numa sociedade italista. Náo será *xemplo único. pois istória do cooperativismo tem demonstrado que, tarde ou cedo, todas as cooperativas de produção acabam por se tomar em sociedades capitalistas. Há que evitar este perigo. O Prof. Barreiros Martins apresentou sugestões no sentido da COOP evitar. a transformação numa empresa capitalista, e garantiu ser «seu desejo não acabar com a COOP mas sim fazer dela uma verdadeira cooperativa»: - Pois o que falta na COOP é a cooperação da Direcção em relaçáo aos sócios MAIS CASAS PARA OS NEGROS Falou ainda, a terminar a lista de oradores inscritos para a quarta reunião, o dr. Correia Pinto, que garantiu estar ali para defender a COOP e condenar atitudes anti-cooperativistas. Opinou que se havia coisas que não estavam bem e indivíduos descontentes a melhor atitude a tomar seria a de se organizarem, de forma a auxiliar a direcção na prossecução dos seus esforços. Condenou a «atitude demagógica» que. se desculpa com o facto de mais não se poder fazer devido à inércia: «da maioria silenciosa», pois os factos têm provado à saciedade que quem muda as coisas «são as minorias activistas». Notou apenas, como falha da direcção em relação a uma política cooperativista, «o facto de não se ter erguido mais casas para os negros». A VOTAÇÃO Passou-se depois à votação que demonstrou haver cerca de 35 % dos sócios presentes que não aprovaram os actos dos conselhos de administração e fiscal. Os relatórios e as contas da «Nossa Livraria», do «Mealheiro Cooperativo» e das restantes actividades da COOP (construção de casas, super-mercado, bomba degasolina e administração) foram aprovados por uma maioria de votos sempre inferior à média de 65 %. Esta percentagem manteve-se na aprovação de um louvor à' direcção e ao conselho fiscal. Foi aprovado por aclamação uma moção de louvor à Mesa da Assembleia ! Geral e uma moção de louvor à Informação (apenas representada pelo TEMPO) por «denunciar o interesse das reuniões». Outra das moções apresentadas visava a formação de uma comissão de sócios, encarregada de rever os estatutos e de estudar a reestruturação da COOP, de. forma a esta poder cabalmente atingir os fins .para que foi criada. Surgiram discrepâncias quanto à forma como os nomes mencionados pelo prol. Barreiros Martins deviam ser eleitos - falta de tempo para se indagar da idoneidade das pessoas sugeridas- e resolveuse adiar os trabalhos para terça-feira, dia 15, reunião que está a decorrer no momento em que acabamos de escrever esta reportagem. Durante esta sessão discutem-se mais algumas moções, noticiando nós, oportuna mente, o rescaldo desta e de possíveis futuras reuniões. pam Moçamb4ue.. ~0 let9i Av. %ffieim Chalm, M48-C. %st<ú, ZM-Telef. 73=, Teleç7, «F'<Igoráffi=» Lo~nço ~,eg rã 1, .~r -"-'¶ BAIRRO ALTO ido e Marrabenta, expressão de culturas não só diferentes como ;ónicas. Serão realmente dois )s de transmitir o que um povo kdo: a canção que exprime saudoo, tristeza, lamentação, tudo caristicas atribuídas ao temperao português. E, resultado para1 e único, um espectáculo em que >aga para chorar. 86 os portues podem apreciar o fado, pois :e que só em Portugal s cultivam o se vive de recordações de coisas passadas. Acerca do Fado, a que chamam canção nacional portuguesa, o que se pode dizer? Pouco ou hada. Os seus próprios fanáticos afirmam que Fado é para sentir, na escuridão e no silêncio. Marrabenta, expressão musical do Sul de Moçambique surge assim como o oposto do fado. Em gestos o através do seu ritmo ele transmite o desejo de afirmação de um povo. A marrabenta vivo e faz viver, obriga a participar. Dificilmente se pode escutar, na indiferença da cadeira. Ele exige, implica colaboração. É verdadeiramente um espectáculo que passa do palco para a assistência. E sente-se que o palco não é o seu local próprio: ele nasceu e só é pleno nos terreiros, ao ar livro, nas mornas noites de África. Por isso, pelo que exprime, diz, significa e faz viver, marrabenta é também folclore. O espectáculo que a cidade presenciou no Pavilhão Muimbeloi, na Faim, )O A i¸' * "4 ~i. BAIRRO representou assim e realmente o confronto de duas culturas. O SUMO DOS RITMOS MOÇAMBICANOS O eco veio de longe, aproximou-se com o tam-tam até chegar aos subúrbios. Primeiro era o Zukuta. Depois, a Marrabenta. João Domingos define-a como «o sumo dos ritmos moçwnbicanos. Na Facim actuaram dois conjuntos: o de João Domingos e o de Samuel Dabula, o «Diambu». Ambos os grupos são muito bons e é difícil achar um melhor que outro. DO Têm aliás sido convidados para actuar em diversos espectáculos citadinos, mas o seu grande público é o da Associação Africana. João Domingos disse-nos, com orgulho, que já actuou nas principais cidades moçambicanas, em Luanda, na Suazilândia e em Bulavaio. Considera que o seu grupo tem qualidades para poder *fazer a apresentação deste importante ritmo moçambicano na Europa, se para tal for convidado. E d Metr6pole merece ter a oportunidade de conheóer q nosso rico e espectacular folclore. No entanto, mesmo entre nós ele não é suficientemente conhecido. E um dos grandes méritos de Norberto Barroca ao encenar CAN IÇ C a peça africana -Lobolo», que foi um inesperado êxito nas salas de espectáculo citalinas da Baixa e dos subúrbios, f i o de mostrar a muita gente que a viu pela primeira vez, essa extraordinária música e dança moçambicanas. Quem não se maravilhou, com a espantosa dançarina que é Muchina fazendo vibrar o público çom o calor e a sensualidade do seu ritmo? A marrabenta dànça-se a dois ou a solo. Os pares põem-se frente a frente e rodeiam-se executando passos e mimica Os movimentos e geqtos têm sempre um significado. E nem sempre aludem à fertilidade, como com facilidade por vezes se afirma, porque podem abarcar toda ia - - -- ý ýi 'ADO: LAMENTO DE UM' RECUPI COMERC gama de sentimentos, amor ou ódio, esperança ou desespero. São também, muitas vezes, críticos: o resultado é uma dança de libertação interior e uma expressão de vivências humanas. FADO: CANÇÃO POPULAR? «O Fado é do Povo e é para ele que eu canto» - diz-nos Manuel de Almeida, um dos fadistas presentes no espectáculo da Facim. «Mas como - perguntámos nós - se ele é hoje um espectáculo de ricos boémios lisboetas que enchem os restaurantes típicos da capital, e dos turistas que para eles são encaminhados pela propaganda?» Manuel de Almeida faz uma pausa e mostra compreender perfeitamente a nossa objecção. «Realmente nem sempre foi assim. Nos meus tempos de garoto, quando eu já tinha a paixão do fado, ouvia-* na rua, nas esquinas dos bairros populares onde toscos cartazes informavam que o sr. Fulano e o sr. Cicrano iam cantar. E o povo e a criançada juntavam-se para os ouvir. Ou então nos clubes, nas sociedades recreativas operárias, onde nem sempre os nomes anunciados nos cartazes compareciam. porque a Policia os retinha na esquadra durante o espectáculo. Era naqueles tempos da República. das revoluções na rua... Eu sei que naquele tempo o fado era o equivalen.te das «canções de protesto» de hoje e das baladas que estao agora na moda. O Fado, esse nunca passa de mqda. mas comercializou-se. Nós hoje somos profissionais. Temos muitas vantagens sociais em relação a esses «cantadores» de antigamente. mas temos também outras regras a que obedecer.Manuel de Almeida, um homem que gosta de falar das suas origens populares, que foi operário antes de ser fadista, ,. um homem extraordinàriamente simpático, que irradia calor humano. Explica-nos a nós, POVO RADO ALMENTE que nada sabemos de fado, a sua trajectória de canção popular e de ex.ressão livre, que já foi, até à sua actual forma de canção de tortura e de amores falhados. Mas ele ama o Fado e não permite que se diga mal dele. Insiste em afirmar: O Fado 6 do Povo. E defende-o dizendo que as próprias letras estáo a evoluir, falanos de um fado seu cuja letra se inspira no livro de Fernando Namora «A Casa da Malta», que o próprio escritor elogiou porque canta ,a fraternidade. O povo português, o que gosta de fado, aprecia o seu ritual, a escuridao e o silêncio em que é cantado. Gosta de se massacrar, de se torturar e cõm isso cria a sua imagem de povo triste e adormecido. O fado tem por vezes letras tocantes em que as pessoas se sentem atingidas, pois todos na vida tivemos já um passado com um grande desgosto ou alegria. E por isso revive nwna canção que se chama «Volta Atrás Vida Vivida» ou «Se voltasse ao Começo, Tornava a Gostar de Ti». Quando perguntámos a Manuel de Almeida se achava que a juventude portuguesa gostava de fado, respondeu-nos peremp riamente que através da sua experiência como fadista, acha que sim. Desde que ele seja de boa qualidade, acrescentou. «Talvez a&o os jovens de cabelos compridos, mas esses sabem, o que querem?» Manuel de Almeida acredita no Fado, no seu carácter popular e eterno, que sobrevive a modas, que pode ultrapassar o clrculo decadente e restrito dos marialvas saudosistas, para voItar a ser do povo, para chegar aos jovens, vencidos os seus actuais condicionalismos e feita .a separação do trigo e do joioý Acreditamos nas suas qualidades humanas e artísticas para ser um obreiro desse progresso. Compartilhamos sinceramente do seu entusiasmo. Mas, alguma vez se concretizará esse sua bela esperança? VAÃGINA 64 1 0"9 PEREbRINAÇÃO INTERIOR IEFLEXÕES SOEE DEUS | a propósito do lançamento no mer cado de Moçambique de REFLEXI ES SOBRE DEUS volume pri' meiro de PEREGRINAÇÃO INTERIOR Estará o ensa.smo português a vollar-so, finalmente, para a realidade? A 0adnar as sues terras de marfim, a cu-o o dominou com mão de ferro ao loIgo das últimas décadas? Oualquer resposta será, sem dúvida, prematura. Mas apetece formulár estas r a,e'tas, transÍormá-las quase em afirmações, ao ler este, volume, primiro, do PEREGRINAÇÃO INTERIOR que Ant ón!o Alçada Baptista acaba de lan-. çar nos escaparates limitados das nós-. ss livrarias com a chancela da Moraes Editores. Duma honestidade que as cir. cunstâncias transmudam em agressividdeè, com uma lucidez rara e corajosa, Alçada Baptista escolhe aqui a luta corpo a corpo com o quotidiano, troca o catecismo cómodo das esperanças desenraizadas pela procura da verdade deste momento histórico e daquilo que ê6 define. E diz tudo: «tanto pior se me , , icularizo», para parafrasear Violeta Lèduc que o autor cita nas primeiras Páginas., REFLEkõXÕES SOBRE DEUS ou Fragmèntos do memorial que Jacob Alçada ,Baptista vem travando com o anjo que lhe foi atríbuido, assim se chama e subtitula este primeiro tomo da «Peregrinação». Mas, atenção, ele próprio nos afirma que esta é «a história de uma relação»que o. autor teve e está tendo « com aquilo a que chamou Deus - por não encontrar nome melhor». Com efeito, mais do que isso, essa «história ANI PEREGRINAÇÃO de uma relação» surgenos como um depoimento, £omo um muito importante testemunho sobr este tempo português que vivemos. E toda aý>çsre9rinação se desenrolaatravés de u |tmtnerário que desde já nos leva -tal como leva o seu autora uma melhor compreensão deste confuso momerr6 histórico e daquilo que são e querq ser os portugueses - dentro o t Irda Igrejadeste começo da década de 70. Numa óptica cristã, c i, sen dúvida, que nada abdica deýíá'rcunstncialidade. Mas que por isso não deixa do ser transiúcida e cristaliqa, profundamente comprometida cortaV4alidad que enfrenta. Uma re4jide a que A. Baptista chama, Deu~s ou educação tradicional, ou esco'ha, o0ulenação our futuro ou present',oU Igreja. A nossa realidade, em su:. (Escreve o autor: «acho que temos de enfrentar esta realidacle .quie, quer ao nível intelectual, quer mor;l. qujer espiritíal, quer da própria sensibilidade, há muita gente que anda pelo rés-do-chão das coisas e não está dispostaa sair de lá». Em colaboração special de Lisboa, TEMPO referir-se-á em breve e criticamente a esta importante (e, quiça, incômoda) obra de Alçada Baptista. As linhas acima esboçadas destinam-se apenas a chamar a atenção dos nossos leitores para o seu lançamento no f f 7 I-~ nosso mercado. Tal como a entrevista que nestas páginas a seguir transcrevemos e que há dias foi publicada no suplemento «Literatura e Arte» de «A Capital», (assinada por Maria Teresa Horta). , : -Este primeiro volume da -Peregrlaça o Interior- não está a ser apreciado como uma estreia literária. No entanto é este o seu primeiro livro. Como explica esse facto? -Dei-me conta na verdade que, não obstante ser este o meu primeiro livro, as pessoas que dele me têm, falado ou sobre ele *têm escrito, nao o têm tratado como uma estreia literária.... - Sim, mas porquê? - Creio que as pessoas que me conhe cem, não s6 pessoalmente, mas através da pequena repercussão pública que a minha* actividade tenha tido sabem que se não trata de um livro 4e alguém que tenha feito a sua vida em actividade estranha à lite ratura e que agora, aos 44 anos vem fazer a sua entrada serôdia na Vida literária. Tenho que reconhecer que a literatura tem motivado essencialmente a minha vida e eu próprio não gostaria que ele fosse tratado como um livro dum estreante. Tenho consciência que me tenho sempre preocupado com a criação literária e não me agradaria muito que este livro fosse julgado com a benevolência natural+ que é costume usar para os primeiros livros, onde se+pode ou não adivinhar uma ,pometedora esperança». Estou numa idade em que as «esperançosas promessas» se naó justificam. Se quem, como eu, que. há tontos anos tem procurado viver motivado pela literatura, não consegue fazer alguma coisa, não creio que o possa vir a fazer. Gostaria portanto que ele fosse apreciado 9NIO ALÇADA BAPTISTA: NO TEMPO PRESENTE como um livro de maturidade, destacado do autor, como o que,, objectivamente, de bom ou de mau possa ter. - Vejo alguma dificuldade em enquadrar o seu livro num género literário habituaL Diria que em certo sentido se trata dum depoimento. Porquê essa necessidade de depor? -Porque reveste este livro as características dum depoimento é uma reflexão que quero fazer e não se admire que a faça pela primeira vez. Acho que a minha actividade de escritor tinha que começar por ali mas não pensei exactamente a razão porquê. Creio que o meu processo literário se poderá exprimir em duas linhas diforantes. As coisas que fazem parte da nossa experiência e sobre as quais temos necessidade de reflectir e as coisas que temos necessidade de criar a partir dessa expcriência. Numa -rImeira linha damos conta das nossas experiência pessoais aquelas que temos necessidade de «esconjurar» comunicando, comunicação que é análise, descoberta e revelação. Esta função foi durante muito tempo resolvida por certo romance e por certa poesia e ainda hoje assim é. Algumas pessoas veriam a minha experiência pessoal capaz de ser expressa em romance: o romancezinho da inf'incia e da adolescência do burguezinho médio nacional, com a denúncia das grandes opressões que o condicionaram, com a revelaç&o das pequenas-grandes ternuras que ele simultâneamente também foi capaz de viver. -Ma voCê nao o fez.... - A razão porque não o fiz é porque não creio ser essa a função do romance de hoje. Quem de certo modo quer fazer um ajuste de cotas terá que ter a coragem de o fazer em seu próprio nome. Não me sentiria bem a ler que inventar quem dissesse em meu nome aquilo que eu próprio tenho necessidade de o dizer. Talvez isso tenha alguma coisa que ver com a rea8c:, a que sou especialmente sensível, a uma sociedade em que falamos «por entreposa pesoa» que é a outra face do fenómeno -te exigirmos sempre que alguém fale por nóe. A nossa vida cívica é neste ponto, um reflexo da nossa vida pessoal e do hábito perdido de falarmos por nós próprios. Em nenhuma sociedade como esta as pessoas se propõem falar -em nome de outrem., que, normalmente, não é para ali tido nem chamado. Lembrame um velho exilado político, natural do Porto, que há muitos anos vivia em Paris. Acontecia tratar-se de um homem que foi capaz de se empenhar efectiva e capazmente na acção: fez a resistência .e de tal modo que o governo francês o considerou nos quadros do seu exército. Tinha todas as condições para falar por si próprio mas, apesar disso, em qualquer reunião em que era chamado a pronunciarse começava sem- «A opinião do Norte é que.... «Acho que em grandes zonas da nossa literatura se passa um pouco isso: «0 Povo entende que....», «a burguesia acha que....-. Creio que temos necessidade que uma ou outra pessoa com alguma experiência para, o fazer, venha dizer exactamente aquilo que entende e julga. Aquilo que digo na «Peregrinação Interior» são coisas que eu próprio tenho a dizer e sobre as quais eú próprio quero assumir a responsabi.lidade. -. acha que ho o pod. L certa p6cie do oxibidon~ ? - A certa espécie, talvez, mas r parece que esta espécie de exibici seja condenável e que, ao contrárJ haja necessidade de contar assim experiência pessoais. A linha que uma certa forma de generosidade do exibicionismo patológico está mi sensibilidade de quem escreve e est< também na sensibilidade de quem li / . A BAPTISTA: ENTRE.... DEUS E A REALIDADE sidero qu e Simone de Beauvoir, com a sua crutobiografia, prestou um enorme serviço a todas as mulheres oferecendo a sua própria experiência, oferecendo-se a si própria, quase como holocausto nesta grande denúncia da angustiante situação do ser humano, nomeadamente da mulher, face ao condicionalismo farisaico dos modelos de comportamento que nos são dados para nosso bom uso. Da leitura daqueles livros não sei exactamente o que mais me tocou: se uma grande admiração pela sua força literária, se um grande respeito pela sua generosidade. - Claro que tudo* iso tem muito a ver com um determinado processo de literatura.... -] evidente que, como disse, tudo isto tem muito que ver com-a sensibilidade ou com a grosseria de quem lê. A obra literária de Henry Mifler merece-mo muito respeito mas sei que, para muita gente, Miller é um escritor pornográfico.' A representação da peça de Õscar Panizzã, começava exactamente com a frase do meu querido amigo Pepe Bergamln: «Ceux qui, en ce texte, ne voient que dos ordures, c'est qu'ils ont de rordure dans leurs yeux.«Está claro que me não estou a comparar com qualquer daqueles escritores nem com o que escreveram. O que conto no meu livro e-a experiência pessoal que exponho faz parte daquelas, coisas absolutamente «confessáveis» mas não me admiro que, apesar disso, dê a algumas- pessoas a sensação de impudor. Espero que isso seja compensado por aquelas que possam ser tocadas pela sinceridade que naquele meu livro possam encontrar.» - Porque começou com reflexões sobre Deus? - Exactamente porque nesta linha de reflexão sobre mim próprio, sou obrigado a reconhecer que à volta da ideia de Deus e do fenómeno religioso se passou aquilo que na minha experiência pessoal considero mais importante e que condicionou todas as minhas outras aproximações com pessoas, coisas e ideias. - Como encara você o futuro de escritor? - Gostaria de levar a minha vida de escritor muito a sério, exactamente como a À 'li tenho levado. Não tenho de modo nenhum uma concepção lúcida da criação literária e escrever não é a mesma coisa que ir passar um fim de semana ao Algarv'e.... - Então? - Então, gostaria de ser um escritor profissional ao menos naquela metade que a palavra «profissão» exprime: aquilo em que essencialmente ocupamos a nossa vida. Quanto à outra metade - aquilo donde tiramos os nossos meios de subsistência - tenho bem consciência que vivo numa sociedade onde isso não é possível. No entanto, faço tençãp de me organizar de maneira que, assegurando a minha vida se possível em qualquer actividade ligada à cultura -actividade que fundamentalmente me interessa e onde posso prestar alguns serviços- possa, simultâneamente, dar atenção à criação literária com exigência e com rigor. - Nesse sentido quais são os seus projectos literários? - Preocupam-me as duas linhas de trabalho que a principio referi. Na primeira, quero terminar os outros dois volumes da «Peregrinação Interior» No 2.' volume: «Dos homens, das mulheres e das crianças» ou «Escrava ou Rainha?l», pretendo analisar os quadros do nosso comportamento na nossa relação mais próxima: Relação homem-outro: homem-homem, homem-mulher, homem-filho, dando especial atenção à situação da mulher nia sociedade que vivemos. No 3.° volume: «Das pessoas, dos bens e dos poderes» ou «Os filhos de Maquiavel» procuro dar conta da minha experiência com as diversas formas de poderes que nos condicionam: político, económico, religioso, social, etc., 'Na segunda linha quero terminar o primeiro volume das «Histórias de Maus» uma espécie de «Flos .Malorum» em que conto algumas vidas de homens que ficaram conhecidos pela sua «maldade» procurando analisar a integração daquilo que chamamos «o mal» na grande dialéctica da existência. Finalmente, mas parac isso só tenho ainda algumas notas, gostaria de escrever um «Pequeno Manual da Economia do Amor». É uma tentativa de aproximação deste fenómeno através da análise da Pfodução, da Circulação, da Repartição e do Consumo do amor. Creio que a situação dos proletários de Freud é tão respeitável como a dos proletários de Marx e talvez o. último capitulo se chame exactamente: «Subamados de todo o mundo uni-vos» (-Reflexões Sobre Deus» é distribuído em Moçambique pela Livaria Texto). m PÁGINA 67 -RICARDO RANGEL OBJECTIVA 1D REFLEXOS E A CONDIÇÃO MASCULINA E A EMANCIPAÇÃO DA MULHER Por CATHERINE VALABRÈGUE Livros de formação para jovens casais ou candidatos ao casamento, aparecem agora às dezenas, nas montras das livrarias. A maior parte deles tem um valor nulo, quando não são mesmo mistificadore, e puramente comerciais. Este livro de Catherine Valabrègue, cujo titulo pode não seduzir por não conter os elementos que costumam caracterizar esse género de obras, é no entanto uma das poucas que tem verdadeiro interesse como estudo n 'divulgação, para todos os que se interessam pela sociologia do casal na nossa época. Interessa verdadeiramente a psicólogos, médicos, professores e muito em especial a técnicos de departamentos de pessoal em empresas. Mas é sobretudo recomendável para raparigas e rapazes, solteiros ou casados, que desejem conhecer algo sobre a sua situação individual e mútua, face aos condicionamentos da sociedade moderna. A obra analisa detalhadamente aquilo que a autora chama a condição masculina, em tudo semelhante à já analisada condição feminina e que é o conjunto de normas e preconceitos sociais que formam a personalidade do homem e da mulher A partir dai, desenvolve o tema das implicações em relação ao trabalho, à vida sexual, ao casamento e à família, tal como se observam na sociedade de hoje onde a emancipação da mulher entra em choque com o conservadorismo do companheiro e o seu próprio, (Distribuído pela Livraria Texto) Ouvimos: "Z" DE THEODORAKIS POR BELA JARDIM Verdadeiro insulto à inteligência do ou- de circunstâncias politico-sociais em que vinte, à música grega contemporânea e ela inegàvelmente se insere, compreenderá ao grande compositor que é Mikis Theo- de certo que nada está mais longe do seu dorakis. a versão portuguesa de «Z» nas- verdadeiro teor do que a letra de canceu em Joanesburgo, da pena luso-boer tilena medíocre que Bela Jardim lhe aplide Bela Jardim. Techa, cuja voz poderia cou. Que diz ela? Apenas que «passo os ser muito melhor aproveitada numa escolha dias, passo os dias, passo os dias a sorrir, judiciosa de reportório, trouxe-a infeliz- passo os dias, passo os dias, passo os mente até nós. Lançou-a aos quatro ventos dias a chorar,, e pouco mais. Não é isto no Restaurante Muimbeleli e através do um autêntico atentado à decência e ao Rádio Clube de Moçambique que nessa bom gosto? noite transmitiu o programa em directo «Z», que significa ele vive e que é uma da Facim. Ouvimo-la com profundo des- homenagem ao grande democrata grego gosto, com o sentimento estranho de quem Lambrakis, morto pela paz no seu país. está sendo enganado. que sabe que está é, pelo contrário, umcr daquelas obras que sendo enganado. mas que nada pode fazer testemunham a verdade de um povo e que. para o evitar. Um parêntesis, no entanto: por conseguinte passam a fazer parte do a versão de «Z» por Bela Jardim não foi, seu património cultural. Adulterá-la, transcom toda a certeza, autorizada por aquele formá-la tao despudoradamente como o grande compositor grego. Não somos nós, faz esta versâo (versâo?) de Bela Jardim portanto, os únicos enganados. é insultar esse povo, as suas verdades e Para quem conhece o original dessa as suas tão legitimas aspirações. canção, para quem a «viu» sublinhando Resta-nos a consolação de que, apesar as imagens do extraordinário filme do de todas as B. J. do Mundo, «Z» continua mesmo nome de Costa Gravas, para quem a viver... conhece ainda que vagamente o conjunto AT FILME «Tragédia na Mina», de George Carns «Doze mais Uma» «O Meu Tio Benjamim», de Eduardo Molinaro «O Espião que veio de Férias» «Sombras na Noite» «0 Tesouro dos'lncéas» «Camões», de Leitão de Barros «Que Canta Espanha?», de Saez de Heredia «Amantes e Est:'anhos», de Cy Howard «0 Às Vale Mais» «Quintana» «As Donzelas de Rochefort», de Jacques Demmy «0 Sétimo Selo», de Ingmar Bergman guia do espeotadoi SALA Seala q1 \e O iJ - O O O O O M o. 0. bS 0 -Oo o --o o o eo o o o Cine-Machava 4 - - - - 3 4 - - - Dicca Estúdio 222 Gil Vicente Gil Vicente Infante 4 4 - 4 4 4 5 - 4 -3 3 3 2 2 2- 2- 1 2- 2 - 4 6 8 688 Manuel Rodrigues - - - ~ Seala 7 - - 7 S. Gabriel 5 S. Miguel 5 Gil Vicente &6 - 6 5 5 6Estúdio 222 ' 8 8 - 9 a 9 - 8 Cotações: 9 - Obra-prima; 8 - Excepcional; 7 - Não perca; 6 - Com muito interesse; 5- Com algum iaterese; 4/3 - Passatempo; 2- Sem in.eresse;1- Não vá; 0 - Um insulto à inteligência do espectador. R - Viu o filme mas recusa-se a classificá-lo por não se tratar da versão integral. -5 - 6 - 6 PÁGINA 69 1 CAMPEONATO "TEMPO" DE PALAVRAS CRUZADAS Hoje é o dia do 20.° problema que, como todos os cruzadistas sabem, não é fácil. Também o prémio para o vencedor sere de mnta, constituído pelos excelentes livros oferecidos pela Livraria Texto - 6.0 andar do Prédio Lusitana - que fazem parte da «História de Hoje-: «Saida de Emergência-, de Ignázio Silone; <Vida e Pensamento de Kennedy-; .Crónica do Ghetto de Varsóvia-, de Emmanuel RIngelblum; aPio XIl o a Alemanha Nazi», de Saul Friediander; -Os Alemães contra Hitler», de Terence Prittie. Estamos certos de que os «feras» das palavras cruzadas não deixarão de marcar pontuação em mais este problema e de se habilitar aos cinco livros de prémio. PROBLEMA N., 20 1 2 3 4 5 6 7 9 10 AT 12 13 TmPO» DE PL C aAS N . . PROBLEMA N.° 20 1 CAMPEONATO «cTEMPO» DE PALAVRAS CRUZADAS N O M E ................................................ MORADA ........................................... LOCALIDADE .................................... ........... ........ ............. ............................................... .................... ............................................ . .............. HORIZONTAIS: 1 - Matança, morticínio; espécie de víbora adorada por povos africanos. 2 - Algoz; letra grega. 3 - Nome que, na tradução dos Setenta do livro de David, se atribui ao pai do Rei-Profeta no inicio do capitulo XIV (Hist. Bibil); clamor; meditar demoradamente em. 4 - Barcos de fundo chato para navegação fluvial; agomia. 5 - Suf, de ajuntamento; conjunto de coisas eriçadas ou densas; suf. que liga ao radical a ideia de aumento, intensidade, apartamento, desvio... 6 Rio da Nova Escócia. 7 - Designação abreviada de um processo de localização de submarinos, depois aplicado à pesca; derramado. 8 - diz-se de um ácido que se encontra no ruibarbo, no sene e muitas outras espécies dos géneros Rumex, Rheum e Ramnus. 9 - Americio (s. q.); estudo desenvolvido acerca de una ciência, arte, etc.; bismuto (s. q.). 10 - Messe; o m, q. apara. 11 - Cobertura azul com barra branca e destinada a cobrir o assento da popa nas embarcações que conduzem oficial ou pessoas de categoria oficial; lírio; antigo nome do rio Guadiana. 12 - Ciéncia da moral; fruto de uma árvore anonácea do México. 13 Arvore leguminosa, o m. q. árvore de Judas; peta, trapaça (Prov.). VERTICAIS: 1 - Salto de uma cavalgadura para sacudir o cavaleiro; pedra dura e opaca da natureza da ágat. 2 - Suposto animal asiático (Java), a cujos ossos se atribulam virtudes milagrosas (Ant.); intersticio entre várias células vegetais. 3 Moeda que correspondia a 10 réis, no tempo de D. João I; festa das lanternas, no Japão, em honra dos antepassados; anileira. 4 - Para outro lado (adv. ant.); permutação. 5 - Nota musical; padre (deprec.); adv. de hlgar. 6 - Gênero de algas rodoflceas, da fam. das toreáceas, que compreende seis espécies das águas do mar e rios. 7 Nome de homem; metal das terras raras. 8 .- Lugar de tormento eterno pelo fogo. 9 - Pref. que designa direcção, movimento; porção de comida que um garfo leva: de cada vez; distar. 10 - Sinal ou acidente musical indicativo de que a nota deve baixar meio tom; pedra preciosa de côr azulada ou leitosa. 11 - Certa casta de chá; donativo que o marido fazia à mulher no dia seguinte ao das núpcias e que consistia ordinàriamente numa espécie de calçado; relativo ao ano. 12 - Impla; palavra sãnscrita que significa a alma universal ou suprema. 13 - Carro de duas rodas, que se usa no N. de Africa; zelosa, cuidadosa. SOLUÇÁO DO N.- 18 HORIZONTAIS: 1 - Âmago; úbere. 2 - Amok; mate. 3 - Coral; gaipo. 4 - Ira; açaná; mór. 5 - Obra; Ava; neta. 6 - Sé; farófia; az. 7 - Saga; reco. 8 - Tu; gaivina; Ac. 9 - Erro; Bic; rina. 10 - Ida; sabor; mel. 11 - Múmia; abalo. 12 Poma; Aben. 13 - Canal; homem. VERTICAIS: 1 - ócios; teima. 2 -> Orbe; Urdu. 3 - Marar; rampa. 4 - Amã; afago; ion. 5 - Gola; agá; sarna. 6 0. K.; caralba; AI. 7 - Cavo; viba. 8 -Um; náfrico; ah! 9 - Baga; ien; rabo. 10 Eta; nácar; bem. 11 --Reima; imane. 12 - Pota; anel. 13 - Goraz; calor. REGULAMENTO 1) Cada solução exacta aos problemas de palavras cruzadas publicados semanalmente por TEMPO será pontuado com 1 ponto: 2) O prémio semanal e especial será sorteado pelos concorrentes que apresentarem soluções certas em cada semana; 3) O prémio linal será atribuido a quem estiver mais classificado. Em caso de igualdade de dois ou mais concorrentes será publicado um novo problema especial. de maior dificuldade de resolução, destinado especialmente a esses concorrentes. Em caso de novo empate o prémio final será sorteado. 4) As soluções - com o cupao correspondente que será publicado junto aos problemas ou cópia em papel separado- devem ser entregues na Livraria Texto. Prédio Lusitana, .*, andar, sala 603 ou enviadas pelo correio para a Caixa Postal 4030. Lourenço Marques. Só serão aceites sê entregues dentro do prazo de dez dias sobre a data da capa da revista, em que lorem publicados os problemas a que se referem; 5) A classificação geral do campeonato será publicada mensalmente. m kLEY00P @ COMPORTEL DE MOÇAMBIQUE, LA AV. PINHEIRO CHAGAS, 127.2.0 GABINETE N.° 5 CAIXA POSTAL N.* 2386 - LOURENÇO MARQUES URES E ESCADAS ROLANTES * SEGUROS GRATUITOS PARA TODAS AS PESSOAS TRANSPORTADAS, ATÉ AO VALOR DE 2000 CONTOS 0 ASSISTÊNCIA TÉCNICA PERMANENTE Resultado de 9 meses de actividade em Lourenço Marques: 14797 430$00 DELEGAÇÕES NA BEIRA, QUELIMANE, NAMPULA E TETE Ev aurod Ime U ,t dvr ov i te i ý i i o d e 1. sal d r, <0vee".o V% o di ? . PAGINA 72 00 4S CARNEIRO (21 de Março a 20 de Abril) AMOR - Ttrá de intervir enèrgicamente para preservar a paz e os interesses da família, no dia 20. Procure manter-se calmo, e analise cuidadosamente a situação. Verificará que terá de medir as suas palavras para não magoar ninguém. No fim de semana terá considerável influência sobre as pessoas que o cercam. Certifiquese de que não tira proveito dessa influência em seu favor. TRABALHO - A Lua Nova no dia 22 poderá exercer considerável importância para o futuro. Defina claramente as suas intenções. Seja cuidadoso e realista. No dia 25, descobrirá a sua verdadeira linha de acção por forma a poder vencer um difícil obstáculo Preste atenção. SAÜDE - Satisfatória. Cuidado com acidentes no dia 26. TOURO (21 de Abril a 21 de Maio) AMOR - Viagens ou saldas em companhia agradável no dia 20 far-lhe-ão bem e melhorarão a atmosfera. Um encontro inesperado poderá ser o prelúdio de uma duradoura amizade. No dia 24ý veja se escolhe cuidadosamente os seus amigos. No fim da semana não procure impôr o seu ponto de vista a pessoas que lhe sejam queridas. Seja amistoso: TRABALHO - Medite na sua situação no principio da semana e olhe para o futuro, tendo em atenção a experiência do passado. -A Lua Nova, no dia 22, deverá incitá-lo a adoptar uma prudente linha de acção. Cuidado com decisões precipitadas. No dia 25, não ceda a sugestões duvidosas que o conduzirão a desafortunadas aventuras. SAÚDE - Boa. GÉMEOS (22 de Maio a 21 de Junho) AMOR - Os assuntos de coração trar.lhe-ão grande satisfação no dia 20. Os seus sonhos e esperanças encontrarão realização. No entanto, terá de manter a opinião que os outros fazem de si. Não desaponte ninguém. Uma atracção romântica que julga estar a desvanecer-se tomará repentinamente nova vida. Pense nisso no dia 23. Surgirá um problema material. No fim da semana procure conservar-se em ambientes harmoniosos. TRABALHO - A Lua Nova no dia 22 deverá incitá-lo a fazer preciosos contactos com pessoas que o poderão ajudar. Concentre-se em perspectivas fufuras que possam surgir, mas não espere resultados positivos, principalmente no dia 25. . SAÚDE - Perigo de acidentes, principaliente nos dias 20 e 26. Tenha muito ~cuidado. CARANGUEJO (22 de Junho a 22 de Julho) AMOR - Terá de combater a tendência de levantar problemas que provâvelmente provocariam tensão no ambiente que lhe é caro. No dia 25 poderá esquecer algo o que trará desafortuna das consequências. Cumpra com as suas obrigações e verifique que atendeu a todas. No dia 26 procure ser particularmente amistoso para com as pessoas que lhe são queridas. TRABALHO - No dia 21, estará a caminho de solução um negócio em que está muito interessado. As aptidões artísticas, se as houver, serão favorecidas esta semana. No dia 23, desaparecerão repentinamente certos obstáculos, e poderá tirar partido da sua Aiberdade de acção. Alargue os seus horizontes e estabeleça contactos úteis. SAÚDE - Tome cuidado consigo. Perigo de acidentes no dia 26. LEÃO (23 de. Julho a 23 de Agosto) AMOR - Estabelecerá provãvelmente laços de amizade ou afeição que lhe trarão grande satisfação no dia 20. Associações ou uniões tornar-se-ão mais fortes. Qualquer desentendimento com as pessoas que lhe são queridas, no dia 26, poderá destruir a harmonia que de momento lhe é tão preciosa. Observe-se. TRABALHO - Se se opuzer teimosamente às ideias de outros no dia 22, meter-seá em complicações. A influência da Lua Cheia deverá ajudá-lo a encontrar o caminho a seguir. No dia 23 é possível que consiga tirar o melhor partido possível de assuntos que pareciam destinados á estagnação. As circunstâncias estão a seu favor. Elabore planos por forma a conciliar as perspecticas futuras com as realidades presentes. SAÚDE - Perigo de acidentes, principalmente pelo fogo, no dia 20. Tenha muito cuidado também no dia 26. VIRGEM (24 de Agostb a 23 de Setembro) AMOR - Poderá ficar desapontado se se afastar do ambiente familiar no dia 20. Uma atmosfera harmoniosa dar-lhe-á oportunidade de delinear as suas ideias. As pessoas escutá-lo-ão. No dia 26, precavenha-se contra atritos que podem acontecer com pessoas que ama. Controle os seus impulsos em todos os campos. TRABALHO - Com a Lua Nova no dia 22 não espere que se resolva um problema que o vem preocupando. Seja paciente. Certos assuntos que pensava ter de abandonar, resultarão em êxito, no dia 23. No dia 25 poderá surgir um conflito sobre interesses comuns. Tenha cuidado. SAÚDE - Instável. Siga uma dieta equilibrada. Cuidado com acidentes no dia 26. Existe um risco especial de fogo. Esteja em guarda. mu~ BALANÇA <24 de Setembro a 23 de Outubro) AMOR - Afaste as suas ocupações usuais no dia 20 e aproveite as agradáveis oportunidades que lhe oferecem. Porém, em assuntos de coração, estude acoisa segunda vez. A Lua Nova no dia 22 leválo-á provàvelmente a certas incertezas em questões românticas. Porém, as circunstâncias ser-lhe-ão favoráveis no dia 23 o que lhe permitirá elaborar certo projecto em que está interessado. No dia 26 faça por estabelecer uma atmosfera harmoniosa à sua volta. Evite discussões. TRABALHO - No dia 24, exercerá boa' influência sobre outros. Mas tenha cuidado e tome nota de quaisquer sugestões que lhe forem feitas. No dia 25 é provável que receba ajuda estimulante. SA0DE - Tome cuidado com os seus nervos. No dia 26, especialmente, todo o cuidado é pouco. ESCORPIÃO (24 de Outubro a 22 de Novembro) AMOR - Procure controlar quaisquer violentas reacções que possa ter no dia 20 em relação às pessoas que o cercam. Mantenha uma boa atmosfera de compreensão. Procure melhorar as relações com outros e não desaponte as pessoas que têm as melhores intenções para consigo. É possível que lhe escape alguns aspectos de uma situação confusa. Procure obter uma imagem geral da situação. TRABALHO - Sentirá o desejo de explorar novos campos no dia 24. Existem perspectivas interessantes, mas deve prosseguir em busca do seu objectivo e não descure os seus negócios, perseguindo aventuras arriscadas. SAÚDE - Não estará no melhor da sua forma. Risco de acidentes, principalmente no dia 20. SAGITARIO (23 de Novembro a 21 de Dezembro) AMOR - No dia 20, terá um encontro que o deixará abalado. Mas mais tarde verificará que todo é cor de rosa. No dia 22, terá de combater a tendência de se exprimir com demasiada franqueza, e magoar assim alguém. Tome\cuidado consigo, porque a Lua Nova nesse dia incitá-lo-á a estabelecer relações amistosas com outros. No dia 24, tome nota dos desejos expr.essos pelas pesoas que o cercam, ainda mesmo que tenha de fazer, algumas concessões. Não espere demasiado de uma atracção romântica no dia 25. Ficaria desapontado. Cuidado com correntes contraditórias que estarão no ar durante o fim de semana. TRABALHO - No dia 23, principalmente no princípio da manhã, poderá confiar no seu julgamento. Aproveite o dia para se afastar de quaisquer assuntos duvidosos. SAÚDE - Tenha cuidado, principalmente nos dias 20 e 26. 1 pot Sophie Roin -0 -$emana de 20 a 26 de Junho 4 CAPRICÓRNIO (22 de Dezembro a 20 de Janeiro) AMOR - Sentir-se-á irritado e confuso o que o poderá levar a perder a boa disposição. Agite as suas ideias e procure regressar à sua calma habitual. Seja compreensivo e amistoso, principalmente no dia 20. Não se encolha na sua concha. Saia e veja amigos. Troque ideias estimulantes No fim de semana deve procurar dissimular a tensão que apenas o faria sofrer mais. TRABALHO - No dia 23, verificará que as pessoas de quem nunca suspeitou que fossem mal intencionadas o porerão levar a comete rum erro infeliz. No dia 24, por outro lado, abrir-se-lhe-á perante si uma nova fase durante a qual as circunstâncias lhe serão particularmente propicias. SAÚDE - Terá de dominar os seus nervos. Perigo de acidentes no dia 26. AQUARIO (21 de Janeiro a 18 de Fevereiro) AMOR - No dia 20, faça por eliminar qualquer tensão que possa prejudicar a atmosfera. Estreite os laços que lhe são caros e preserve, ao mesmo tempo, a sua vida privada. Verificará que cstLrá inclinado, a ser leviano e impulsivo. Tenha cuidado, principalmente no dia 23. Quererá que sejam harmoniosas as suas relaçres com outros. Tenha cuidado com as correntes contraditórias que estão no ar e que durante a semana poderão prejudicar as coisas. TRABALHO - Estará de boa disposição de espírito no dia 24 para descobrir a forma de atingir os objectivos que se estabeleceu. Preste atenção e estude cuidádosamente os acontecimentos.' SAÚDE - Tome cuidado consigo. O próximo fim de semana deverá, em princípio, trazer-lhe o repouso de que necessita. Mas seja cuidadoso. PEIXES (19 de Fevereiro a 20 de t4arço) AMOR - No dia 24, notará que outros terão intenções diferentes das suas. Vigie as suas reacções, principalmente no princípio do dia. Mais tarde, a atmosfera melhorará. No dia 21, as pessoas que lhe são afectas far-lhe-ão perguntas que não poderá evitar. Veja o que diz. No dia 25, a sua intuição orientá-lo-á. Não atenda a sugestões que o poderão deixar abalado. TRABALHO - No dia 23, fará bem em desempenhar o papel de observador imparcial. Não confie os seus prejectos a ninguém. Actue por si próprio e vigie os seus passos no dia 24, se pretender atingir resultados positivos. Provàvelmente, obterá ajuda. SAÚDE - Razoávelmente satisfatória, mas no dia 26, terá de ter cuidado. q ê CONSULTE O em viagens de ida ou de ida e volta nos serviços domésticos da DETA, têm .00o de desconto sobre a tarifa normal SEU AGENTE DE VIAGENS OU A D= TA LINHAS AÉREAS DE MOÇAMBIQUE es BIC W?" SO AUMENTOU EM QUALIDADE AMARELA ponta fina . CRISTAL ponta média MESA DE PREVENÇÃO Mil escudos para o Leitor Publicamos esta semana uma carta e uma foto enviadas por um leitor da cidade da Beira. Trata-se do primeiro concorrente da Beira a ser premiado neste concurso. Assim o sr. J. R. Gonçalves, Caixa Postal 1158- Beira, tem a haver 1000$00 que o Instituto do Trabalho lhe entregará. Este nosso concurso «Mil Escudos para o Leitor», iniciativa da Mesa de Prevenção e Segurança, sob o patrocino do Instituto do Trabalho (Fundo de Acção Social no Trabalho Rural de Moçambique) está ao alcance de todos os leitores, bastando para tal mandar uma simples carta ou uma foto acompanhando uma carta, à Caixa Postal 696 - Lourenço Marques, documentando falta de seauranca no trabalho. S. PEDRO A REALIZAR EM 24 . PRÉMIO - 5 000 CONTOS COMPRE TAMBÉM O SEU BILHETE NA CASA DA SORTE AV. DA REPOBLICA, 1779- LOURENÇO MARQUES ESPELHO DA MODA Casa Especializada EM ARTIGOS PARA HOMEM É RAPAZ ÂNGULO DAS AVENIDAS PAIVA MANSO COM A 5 DE OUTUBRO Exmos. Srs.: O facto registou-se quando alguns operários rasparam e pintaram a cobertura de zinco da torre dos C. T. T. da Beira. O parapeito onde andam não tem mais que uns 40 centímetros; a escada está presa por uma corda ao fosso que suporta o «apára-raios»; alguns dos operários traziam de facto um cinturão de cabedal mas servia-lhes para pendurar as latas da tinta, a fim de terem as mãos livres. J. R. Gonçalves - C. P. 1158- Beira PARA A LOTARIA DE PAGINA 75 Director do Banco -de Credito:, - Pretendemos ser -os melhore na actualizacão de métodos e servico - Adquirido o. primeiro computador para serviço da banca em Moçambique O Banco de Crédito será em Moçambique a primeira instituição bancária a utilizar os serviços de um computador numa sequência lógica da sua expansão e política de constante actualização de métodos e serviços. O contrato para a aquisição deste computador foi assinado pelo Director-Geral daquele banco Dr. Afonso Costa e pelo Director-Geral da Mecanodex que representa a NCR na Província, José Miguel Sena O computador adquirido é da 3.1 geração e portanto do que há de mais actual ao nível de computadores comerciais. É de registar que em Angola o Banco de Crédito adquiriu um computador similar. SEMPRE ACTUAL E SE POSSIVEL NA VANGUARDA Após a assinatura do contrato disse-nos p Dr. Afonso Costa: «Nada há de extraordinário nesta aquisição. Trata-se simplesmente de concretizar os objectivos do Banco de Crédito dentro de um ritmo planificado de actualização de métodos e serviços. Somos um banco com um espírito jovem consciente de que a sua actuação. na panorámica da Província deve ter como base uma cons- tante expansão apoiada numa gestão actual, procurando dinamizar a nossa orgânica e consolidando estruturas que permitam servir sempre melhor os que a nós recorrem. Estamos pois dispostos a aproveitar ao máximo as vantagens conferidas pela nossa juventude mantendo-nos sempre actuais e se possível na vanguarda. Pretendemos ser de facto os melhores na actualização de métodos e serviços.» Com efeito a integração do computador no Banco de Crédito que foi prevista com a devida antecedência será muito facilitada pela experiência adquirida nesse campo pelo Banco Borges & Irmão que há anos utiliza computadores em Lisboa e no Porto. Será pois pessoal especializado do banco nosso associado que em íntima coordenação com a NCR virá para Moçambique colaborar nesta nova fase de expansão do Banco de Crédito. ALGUMAS CARACTERISTICAS DO COMPUTADOR ADQUIRIDO O computador NCR Century 200 é o que no limiar da 4. geração se apresenta como o mais actualizado no actual mercado de computadores, sendo dotado de uma potente memória expansível até 512K-Bytes. Preparado para trabalhar inicialmente no sistema «off line» será adaptado em fase posterior ao sistema «on line» (acesso directo) permitindo ligação às várias agencias e dependências do Banco, de forma a que estas fiquem directamente ligadas ao centro de computação. Imagem captada na passada quata-feira quando da assinatura do contrato de aquisição do novo computador para o Banco de Crédito PAGINA 16 Dois enviados do Vaticano em Moçambique Vindos da Beira, chegaram no passado dia 14 a Lourenço Marques, os enviados do Vaticano Monsenhores Chiaurrí e Gasparý que se deslocam a esta Província. Os referidos pPelados vajavam na companhia do Bispo de Quehmane. A esperá-los encontrava-se no aeroporto o Arcebispo de Lourenço Marques, D. Custódio Alvim Pereira De salientar que de toda a Imprensa local apenas TEMPO se encontrava presente no acontecimentos. Promoção turistica de Moçambique A representação regional dos Transpori Aéreos Portugueses brindou com um jant de recepção, no Hotel Polana, o grupo i agentes de viagens britânicos que se dE locou a Moçambique numa digressão visan especialmente a promoção turística do- ter tório. Aquela viagem, a expensas da TA integra-se num plano de vasto alcance, plena execução, para dar a conhecer a representantes das principais agências viagem de diversos países os pontos de i teresse turístico de Moçambique. Ao jantar, com os convidados estiverc elementos da delegação da TAP em Louren Marques e representantes das agências viagens locais. O Governador-Geral visita o pavilhão do "TEMPO" na FACIM O Governador-Geral visitou por várias vezes e demoradamente os sectores oficial, comercial, industrial e pecuário da FACIM, inteirando-se dos diversos aspectos do certome. O eng.' Arantes e Oliveira esteve também no pavilhão do «Tempo», onde lhe foi oetecido um exemplar da nossa última edição que lhe mereceu palavras de apreço. III Grande Prêmio Fagor Terminou o III Grande Prémio Fagor, num percurso de cerca de setecentos quilómetros, prova ciclista organizada pelo salão Elgin e que registou a participação de trinta e dois corredores, distribuídos por seis equipas: Fagor, Sporting Clube de Lourenço Marques, Clube Ferroviário de Moçambique, Clube Desportivo da Matola, África do Sul «A» e ainda Africa do Sul «B». Por equipas venceu esta prova a representação da Fagor, e o grande «camisola amarela» foi o português Manuel da Costa, que comandou o III Grande Prémio Fagor desde a segunda etapa. Na nossa próxima edição referir-nos-emos detalhadamente a esta Importante prova desportiva, através de reportagem realizada pelo nosso enviado especial, Na imagem, um aspeco da partida dos ciclistas para o percurso do Sul do Save Promoção do automobilismo Vão ser instituídos novos prémios pela SONAP para promover o desporto automobilístico em Moçambique, segundo .foi anunciado por aquela empresa, num almoço com os representantes dos órgãos de Informação. Assim foi anunciado que para os concorrentes residentes em Moçambique passam a haver, no futuro, os seguintes prémios: melhor moçambicano no- "loli Internacional do Beira». na «Volta ao Sul do Save», nos «1000 Quilómetros de Nampula", no «Circuito de 24 de Julho» e nas "3 Horas de Lourenço 1Marques. Novo computador IBM No edifIcio-sede da SONAP, realizou-se uma sessão de apresentoçao de um novo computador - modelo 360/20, da terceira geração, isto é, transistorizado e dispondo da possibilidade de efectuar «programação interna - alugado pela IBM àquela companhia gasolineira. m Constituído por três unidades, de "entrada" e "saida» de dados, e ainda efectuação de cálculos, o referido computador destina-se * organizar todo o material de burocracia e contabilidade, nomeadamente a impressão de facturas, folhas de vencimentos, estatísticas e contas correntes. Após a sessão de apresentação a que estiveram presentes os 6rgãos da Informação, teve lugar, num dos hotéis da cidade, uma c onferência destinada a concretizar todas as potencialidades e. aplicações do computador IBM. Entre as intervenções do vários oradores, destacou-se a alocução do sr. Guilherme Fonseca que salientou, sob 0 capítulo «Custos», as possibilidades do computador da terceira geração, no respeitantè a «materiais de construção",, «mão-de-obra» salários de empregados) e ainda "máquinas" (o custo-hora de máquinas variadas, em função do seu preço e produção geral). Na imagem, um aspecto da sessão de apresentação e conferncia. fotos & factos Agnaldo Timóteo, com hepatite Agnaldo Timóteo estava muito doente nos últimos dias da sua actuação na FACIM. De facto, o diagnóstico médico acusou uma hepatite em estado agudo. As análises efectuadas num dos laboratórios da cidade indícaram resultados anormalment- altos de bilirrubina e ureia no sangue Comentário de Agnaldo Timóteo do seu aspecto amarelo da icterícia: L -Quando me vi ass aarelo ao es. pelho cal duro para trás. "Dia do Malawi" na FACIM Teve lugar no pavilhão do Malawi, na FACIM, uma cerimónia assinalando o «dia» daquele país expositor, a que estiv ram presentes o ministro Jo Comércio do Malawi 1, D. Msonthi, o ministro das Comunicaçóes e Trabalho, 1. W. Gwengwe e o secretário-geral de Moçambique dr Abrantes do Amaral. Usaram dc palavra o ministro do Comércio do Malawi e o secretário-geral de Moçambique. Na imagem, uni aspecto da recepção quando falava o ministro I- D. Msonthi. L. DUARTE DOS SANTOS, L.i c s LOURENÇO MARQUE CASAS PRÉ-FABRICADAS METALICAS OU COM PAINÉIS DE FIBROCIMENT FABRICANTES DE: 0 CASAS PR-FABRICADAS * RONDÁVEIS * ARMAZÉNS METÁLICOS * MOBILIÁRIO DE AÇO * ESTRUTURAS METÁLICAS * VIGAS TELESCÕPICAS, PRUMOS, ETC. RONDAVEIS VÔrias modelos sei, confortvei ou modestas, idesis para instalar em praias ou campo,. Adãtap para explorações comerciais (cantinas ou postos do vedo), concebidas para acampamoetos (milit ou civis), postos sociais ou médicos, escolas etc. ESTRUTURAS 1 Com di&,neto de 3 ou 4 metros, simples. alongados o germinados Pesadas os laves para todas O fi L. DUARTE DOS SANTOS, LDA AV. DE ANGOLA, 2416-CX. POSTAL 1819-TEL. 731907/731731 PAGINA 79 00 P" da «0, ýx; M, que Lanu juan d q ýXse coinp até p~ a En' Tos.. Y10 o repý neral ''tý, .1 op, Secreý ladino,'~ ýapý 1ý>Oýd6 dêý tar a jornal ýt: im Z=4. qucn4cý reijto :ký 4" ý4 1ýW o da Em Mýr4t1d, onde, IQ4W1 v1w. Q çzýQ,~ tQpgýra é mu Mi1Aýxá da t66 pr F v íý )ýý,*hqTc q0ý_C1 chý eý n U Uc261 1 trQV tos ý,Q mel wTos, pqx,!:ý 10 agu qüý3 tn 5ý gen re íýb, -ýZ, litar o 1 No dará d týde g~ tidct sexii tm., doir ýo rea fi3â, E, 0OZ Qo que e ó,4P1,ê SUL Per q" um trib nal oe ridi' Àèit,48 'j»r1ý'p pro «a con ta' S.Zý, 4ý5 com, a v t:ý q v do conií$Cta, ý 1ý.2 çac, de ýýjndcz 1 1 per pelos a feroz opb Ilticr, de 4* , mnGu ýýtýe nS, ýtj1t1rp CIS cw«Oý eýý e pCi, eiR de en,- 'o , tt ffi,ýd quc íýý;r bZ:40, 'Rio do, Ver l"1 u de PAGINA 80 h 0[ onj qu4e se idflde -vi,~ . I PAGWA'S1 OPINIÃO "Ptobessotes e Rui Cartaxana ODOS os caminhos dos problemas do homem e das sociedades humanas vão dar à cultura. Sem educação, não há progresso económico e social, não há avanço técnico, nem desenvolvimento, não há mesmo liberdade, porque só o obscurantismo e a ignorancia preservam certas forças e servidões que impedem milhões de homens de ser#çn homens e de se libertarem. Não é por acaso, enfím, .que os países mlis ricos e mais avançados são aqueles que registam, precisamente, os melhores índices de culturização e, simultaneamente, aqueles que maior prioridade dão à educação e mais investem nela. Neste ponto reside mesmo o grande drama dos mais atrasados: é que o esquema é o de uma espiral condicionada por uma espécie de círculo vicioso em que os da frente vão ficando cada vez mais à frente, porque a sua velocidade de marcha é maior, e o fosso que os separa dos últimos tende, irremediàvelmente, a ser também cada vez maior. Os Estados Unidos, por exemplo, onde mais de metade da população em «idade universitária» já frequenta a Universidade, têm já hoje seis vezes mais estudantes universitários do que a Inglaterra, a Alemanha Ocidental, a França e a Itália juntas (que juntas têm sensivelmente a mcsma população que os Estados Unidos: 220 milhões de habitantes). FSTAS diferenças, que mesmo em relação aos países mais avançados da Europa (em relação aos outros, nem se fala) começam a ser aterradoras, tendem a acentuar-se em função geométrica, num processo de crescimento imparável: mais gente preparada, mais produtividade, mais riqueza; mais riqueza, mais dinheiro na educação e na pesquisa, mais gente ainda melhor preparada, etc., etc. 0 esforço que nalguns países se começa a fazer no sentido de responder a este terrível desafio dos mais avançados (a Espanha orçamentou em 100 milhões de contos as suas despesas com a educação para o quadriénio de 1968 a 1971) significa que o problema foi entendido, em toda a sua dramática extensão, por quem se propõe fazer-lhe frente- e eu cometeria aqui uma injustiça flagrante se não referisse os esforços que o actual Ministro da Educação Nacional está a fazer para actualizar as nossas estruturas educacionais. O problema que se nos põe é o dos meios, até mais do que o dos processos. SINDA há dias me caiu sob os olhos um artigo assinado pela professora universitária Maria de Lourdes Belchior na revista' «Análise Social» do 1. S. C. E. F., sobre o caso específico do professorado do ensino liceal: «Se meditarmos, ainda que ràpidamente, sobre o significado de certos números, eles dír-nos-ão algo. Assim, por exemplo, no ensino liceal há 934 professores do quadro (590 efectivos, 218 auxiliares e 126 contratados) e 1690 professores eventuais. Com diploma de curso superior e aprovação ou exame de Estado no estágio pedagógico há apenas 890 ou seja só 1/3 do professorado do ensino secundário. Dos 2/3 restantes há conhecimento de mais de 100 (124 ao que parece) professores tendo como habilitação apenas a frequência de cursos superiores ou de algumas disciplinas de cursos superiores. Esta percentagem tende a aumentar e acarretará graves consequências para o ensino. 0 caso dos professores dc 2.0 Grupo - Português e Francês é particularmente grave: são eventuais 329 professores (para um total de 425, dos quais apenas 59 são efectivos). Quais as habilitações destes professores eventuais? Mas ter-se-á acaso o direito de exigir «habilitações», quando a situação e os vencimentos do professor não estão em correspondência com a «categoria» social em que devia inserir-se? Mas talvez não valha a pena prosseguir neste sentido; só uma análise pormenorizada da situação do ensino secundário em Portugal pode dar uma imagem precisa da realidade. Entretanto, os números e certas informações, de proveniência oficial ou não, são já suficientes para deixar entrever um estado de cóisas que, a prolongar-se, representará algo de catastrófico no planoda cultura nacional». O problema empola-se em relação a Moçambique, onde os meios são ainda mais exíguos para fazer face «à corrida às escolas» dos últimos anos e onde alguns problemas, mais burocráticos do que de tesouraria, tendem a desencorajar os mais bem intencionados dos nossos professores. O S do ciclo preparatório, por exempio, continuam a receber a hora semanal extraordinária por cerca de metade do valor da hora normal -e isso por um simples pormenor burocrático ou administrativo, já rectificado, por exemplo, em Angola, onde também se chegou a verificar. Pelos mesmos motivos, a remuneração do serviço de exames, que fora fixada há mais de vinte anos e carecia de revisão, foi baixada de quase cinquenta por cento. E, como se sabe, o pagamento das horas extraordinárias não é executado há cinco meses, com prejuízos e perturbações que afectam não só os interessados, mas o próprio ensino., Precisam-se professores e professores querem-se bons. Mas sem meios e sem condições mínimas, não teremos, sequer, professores. PRATOS VARIADOS COM BACALHAU NORUEGUÊS UM ALIMENTO BOM E SALUTAR Proveniente de um dos mares mais limpos e mais frescos do mundo, o bacalhau Norueguês é um alimento natural, sauddvel, de excepcionais qualidades nutritivas. O seu paladar, Inegualóvel, é assegurado através de um esmerado tratamento que além de lhe conservar as suas qualidades vitamínicas, faz com que ele "cresça" muito mais quando demolhado. Assim 1 Kg. de bacalhau Norueguês aumenta meio quilo depois de demolhado. Torna-se, portanto, mais económico para a dona de casa. "Rende" mais. O Bacalhau Norueguês-que não engorda-dd-lhe a Possibilidade de fazer milhentos e variadissinos pratos. Aqui lhe deixamos hoje uma receita confeccionada com Bacalhau Norueguês, mas à boa maneira Italiana. 4 4r . IrJIQ ~Y to.%,1 >o1 ô t QFI>J 1,145 oo Q ) cb/ 0'<JI4 <#Oe~~ ~<q 0. ~ O~ -1 USE O QUE HÁ DE MELHOR, USE BACALHAU NORUEGUÊS q!, O BANQUEIRO FAZ O BANCO