MOTIVOS DE PEÇAS
DE CERÂMICA E AZULEJOS
DA FÁBRICA DE CERÂMICA
TERCEIRENSE
COLEÇÃO DO MUSEU
DE ANGRA DO HEROÍSMO
Recolha efetuada no âmbito do Ateliê
“Histórias a Azul e Branco”, promovido
pelo Museu de Angra do Heroísmo em
parceria com o Centro Regional de
Apoio ao Artesanato.
Organização:
Parceiro:
Produzia esta fábrica
«faianças, material sanitário,
azulejos, canalizações,
louça vidrada e louça
de barro ordinário»
FÁBRICA
DE CERÂMICA
TERCEIRENSE
(…), na ilha Terceira, para além de oficinas de oleiros e telheiros existiu também produção de faiança e
azulejo. A primeira fábrica de faiança foi criada, em 1886, por Jacinto Martins Cardoso e Zeferino Augusto da Costa, sendo denominada Fábrica de Louça Progresso (Queirós, 1987: 193-194; Ribeiro,
1955: 32). O barro utilizado provinha de «Santa Maria e do continente (Prazeres), empregando-se também, de mistura e em menor quantidade, barro terceirense (Canada do Monte)» (Ribeiro, 1955: 32).
A fábrica passou pela mão de diversos proprietários (Ribeiro, 1996: 71-72), sendo o seu período de
esplendor os anos 20 do século XX, tendo então como proprietário Amadeu de Almeida Monjardino
(1876-1954) e designando-se Fábrica de Cerâmica Terceirense. Produzia esta fábrica «faianças, material sanitário, azulejos, canalizações, louça vidrada e louça de barro ordinário» tal como se pode ler
em anúncio publicado no «Almanaque dos Açores», em 1926 (Bettencourt, 1996: 39). Por essa altura
aí exerceu o ofício de pintor Joaquim Laureano (Bettencourt, 1996: 32), tendo-se então fabricado peças de faiança decoradas com os brasões de famílias terceirenses, que aquele pintor reproduzia com
base em fotografias que lhe eram fornecidas pelo fotógrafo José Leite (Garcia, 1972e). Na década de
60, a fábrica encontrava-se nas mãos de Francisco Borges Scotto de Meneses, passando a ser conhecida por Fábrica Scotto (Garcia, 1972e) e tendo já deixado de produzir a típica faiança terceirense.
Em 1975, a Cerâmica Terceirense fechou definitivamente as suas portas e, em 1980, o terramoto deitou por terra parte do edifício (Bettencourt, 1996: 53 e 37). Através do livro de Jácome de Bruges Bettencourt é fácil conhecer esta interessante e característica faiança terceirense onde a par de peças
brasonadas, encontramos outras destinadas ao culto religioso, medição de líquidos e à conservação,
serviço e ingestão de alimentos. Também aí se reproduzem azulejos, placas possessórias e toponímicas, bem como algumas esculturas (Bettencourt, 1996).
“Cerámica”, In Enciclopédia Açoriana, Isabel Maria Fernandes, Direção Regional da Cultura, 2001,
http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=1615
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