4/5 • Super Esportes • Brasília, domingo, 2 de janeiro de 2011 • CORREIO BRAZILIENSE FUTEBOL BRASILEIRO Destaques no Brasileirão, o zagueiro vascaíno Dedé e o meia corintiano Bruno César fecham o ano sem títulos, mas esperam reverter o fiasco dos seus clubes na próxima temporada Revelações S apostam alto em 2011 » FELIPE SEFFRIN » JOANA TISO ão Paulo e Rio de Janeiro — No ano em que Darío Conca deu as cartas no Brasileirão, dois jovens de 22 anos até então desconhecidos da torcida surgiram como novos ídolos. Em uma temporada sem conquistas e entre ídolos como Felipe e Carlos Alberto, o zagueiro Dedé foi a melhor surpresa doVasco e se firmou como novo xodó da torcida, depois de ser coadjuvante em 2009 e jogar apenas uma vez no Cariocão 2010. Por uma diferença de 4% dos votos, ele quase desbancou Conca no prêmio de Craque da Galera da CBF. Já no Corinthians, que também morreu na praia, o meia Bruno César virou ídolo e referência, deixando de lado craques como Ronaldo e Roberto Carlos. Medalha de bronze na votação de Craque da Galera, ele faturou o prêmio de Revelação 2010. Gilvan de Souza/Lancepress - 4/8/10 Almeida Rocha/Folhapress - 18/7/10 Dedé virou titular em maio, em jogo perdido para o Vitória na Copa do Brasil Bruno César foi muito bem no Santo André antes de ser contratado pelo Corinthians Zagueiro é xodó em São Januário Revelação conquista a galera da Fiel Rio de Janeiro — Durante o comando de Dorival Júnior, em 2009, Dedé entrou em campo cinco vezes, sendo apenas duas como titular. O zagueiro parecia nome certo na lista de dispensa para a temporada 2010. Foi aí que tudo mudou. Dedé ganhou sobrevida no Vasco, e a sorte sorriu para o defensor a partir de maio. O triunfo por 3 x 1 sobre o Vitória, em São Januário, tem um valor especial para o jogador. Apesar da queda na Copa do Brasil, ele chamou a atenção da torcida pela primeira vez. “Essa partida foi inesquecível. A partir dali, eu virei titular e não perdi mais a vaga”, contou Dedé ao Correio. A sintonia com os vascaínos é tão grande que o zagueiro chegou a ameaçar o reinado de Conca na votação popular do Craque da Galera no Brasileirão. Ele foi um dos três finalistas e só perdeu para o maestro do campeão Fluminense. O tricolor ganhou 40% dos votos, contra 36% do vascaíno e 24% de Bruno César. “Fiquei bastante surpreendido pelo carinho e, principalmente, pelo reconhecimento do torcedor com o meu trabalho. Estava disputando com Conca, que foi eleito o craque do campeonato, e Bruno César, que tem muita moral com a torcida do Corinthians. Acho que tudo isso valorizou ainda mais este ano perfeito”, vibrou Dedé. De reserva a titular absoluto, o defensor virou xodó em São Januário e foi a surpresa num ano sem brilho. Em 2010, Dedé atuou em 41 jogos e marcou dois gols. “O ano só não foi melhor porque não consegui um título com a camisa do Vasco. Mas, individualmente, foi uma temporada só de alegrias e vitórias pessoais”, emendou o zagueiro, que despertou o interesse de clubes de fora do país com o bom rendimento na Colina. Para 2011, Dedé tem duas metas bem definidas: “Quero ser campeão pelo Vasco. A torcida tem um carinho enorme por mim. Seria uma forma de retribuir tudo isso. Também almejo jogar pela Seleção Brasileira. Mas estou tranquilo. Quero dar um passo de cada vez na minha carreira. Quero estar bem preparado para, quando chegar a chance, não sair mais”. DEDÉ Estatísticas no Brasileirão Gols: 1 3 Finalizações: 22 Lançamentos: 3 Passes: 721 Dribles: 11 Assistências: 768 Faltasrecebidas: 29 Faltascometidas: 67 Cartões amarelos: 4 Cartõesvermelhos: 1 Desarmes: São Paulo — O ano de 2010 mudou completamente a vida de Bruno César. Depois de ser dispensado no juvenil do São Paulo e do Grêmio entre 2006 e 2008, o garoto nascido em Santa Bárbara D’Oeste, cidade de 180 mil habitantes no interior paulista, era apenas mais um no elenco do recém-rebaixado Santo André para a disputa do Paulistão. De jogador anônimo, ele virou camisa 10 do time que, por pouco, não tomou o título do Santos na final. Cobiçado pelos grandes, assinou com o Corinthians tão logo acabou o Estadual. A pressão pela perda do torneio continental no ano do centenário, a camisa 10, a disputa por posição com jogadores consagrados e até as exigências pela semelhança física e técnica com Carlitos Tévez, ídolo corintiano, nada disso assustou. Logo na estreia, após três jogos na geladeira de Mano Menezes, Bruno César mostrou estrela. Ele entrou no segundo tempo contra o Prudente e já marcou o seu primeiro gol, no empate em 2 x 2. Logo em seguida, foi promovido a titular no clássico contra o Santos e, mais uma vez, mostrou suas credenciais: deu uma assistência, fez um gol e foi destaque na vitória por 4 x 2. Começava assim uma lua de mel com a fiel torcida corintiana. Com as seguidas lesões de Ronaldo, Bruno César, que era referência no meio-campo, virou artilheiro, terminando o Brasileirão com 14 gols. Tímido, avesso às câmeras e à tietagem, ele teve de se acostumar com a vida de ídolo. Eleito Revelação do Brasileiro, ele, que já havia dito que foge das marias-chuteiras após a fama, comentou sua nova realidade, de ídolo, com simplicidade. “Eu me surpreendi um pouco, pois não esperava fazer 14 gols. Acho que o meu primeiro semestre foi muito bom também pelo Santo André. Quando eu cheguei ao Corinthians, procurei fazer o que eu estava fazendo no Santo André, e deu tudo certo.” Mas faz questão de deixar os prêmios individuais de lado. “Foi um ano muito bom individualmente. Mas precisamos conquistar títulos. O próximo ano será muito importante para o clube, e temos que ser campeões.” BRUNO CÉSAR Estatísticas no Brasileirão 14 138 Assistências: 21 Faltasrecebidas: 85 Finalizações: 103 Faltascometidas: 27 Lançamentos: 20 Cartões amarelos: 6 Passes: 858 Dribles: 37 Cartõesvermelhos: 0 Gols: Desarmes: