ISSN 1983-1544 (impresso) Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento Instituto de Estudos Avançados – IEAv São José dos Campos – SP 2014 Volume 7 – mai/2013-jun/2014 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 i © 2014 Instituto de Estudos Avançados – IEAv Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. A publicação inclui os trabalhos apresentados no XIV Workshop Anual de Pesquisa e Desenvolvimento do IEAv Publicado por: Instituto de Estudos Avançados Endereço: o Trevo Coronel Aviador José Alberto Albano do Amarante, n 1, Putim CEP - 12.228-001, São José dos Campos, São Paulo, Brasil Tel. (12) 3947-5360 Fax. (12) 3944-1177 www.ieav.cta.br Informações adicionais sobre o IEAv podem ser obtidas com a Coordenadoria de Comunicação Social – CCS. Tel. (12) 3947-5360. [email protected] Editores: Giannino Ponchio Camillo Dermeval Carinhana Junior Angelo Passaro João Marcos Salvi Sakamoto Todas as imagens utilizadas na ilustração desta publicação foram gentilmente cedidas pelos seus autores. Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento – Instituto de Estudos Avançados – IEAv. -- vol.7 (mai/2013-jun/2014). -- São José dos Campos : IEAv, 2008- Anual ISSN 1983-1544 Inclui: Anais do XIV Workshop Anual de Pesquisa e Desenvolvimento do IEAv 1. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. 2. Aerotermodinâmica e Hipersônica. 3. Geointeligência. 4. Lasers, Óptica e Aplicações. 5. Sensores e Atuadores. 6. Tecnologia Nuclear Aplicada. 7. Física Aplicada ii Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Instituto de Estudos Avançados – IEAv Direção Cel Av Maurício Pozzobon Martins Diretor Ten Cel Av Roberto da Cunha Follador Vice-Diretor Ten Cel Av Marcelo José Perez Monteiro Subdiretoria de Administração Dr. Osvaldo Catsumi Imamura Subdiretoria Técnica Comissão Assessora de Pesquisa e Desenvolvimento – CAPD Dr. João Marcos Salvi Sakamoto (EFO) - Presidente Dr. Orlando Roberto Neto (EAH) - Relator Me. Camila Souza dos Anjos (EGI) Dr. Francisco Eduardo de Carvalho (EFA) Giannino Ponchio Camillo, 1º Ten Eng (EAH) Dr. Gustavo Soares Vieira (EFA) Dr. Hugo Leonardo Rocha de Lira, Cap Eng (EFO) Dr. Jaime Anaf (ENU) Dr. João José de Farias Neto (EGI) Dra. Raquel Martins Villela Nunes (ENU) Comissão Organizadora do WAI Giannino Ponchio Camillo - Coordenador Dr. Orlando Roberto Neto Dra. Raquel Martins Villela Nunes Dr. Luis Carlos Ogando Dacal Revisores Científicos Dr. Alexandre David Caldeira Dr. Dermeval Carinhana Junior Dr. Luiz Gilberto Barreta Dr. Marcelo Geraldo Destro Dra. Maria Esther Sbampato Dra. Maria José Pinto Lamosa Dra. Mônica Maria De Marchi Dra. Nancy Mieko Abe Dra. Vera Lúcia Othero de Brito Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 iii iv Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento Instituto de Estudos Avançados – IEAv Sumário Volume 7 – mai/2013 - jun/2014 Apresentação Instituto de Estudos Avançados 9 11 Missão, Visão 12 Palavras do diretor 13 Organograma 14 Linhas de pesquisa do IEAv 15 Infraestrutura laboratorial 19 Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica 20 Divisão de Física Aplicada 21 Divisão de Fotônica 23 Divisão de Geointeligência 26 Divisão de Energia Nuclear 28 Recursos Humanos Quadro de funcionários Grupos de Pesquisa certificados pelo IEAv junto ao CNPq 30 31 33 Aerotermodinâmica e Hipersônica 34 Apoio à Decisão 36 Efeitos da Radiação Ionizante em Dispositivos e Materiais de Uso Aeroespacial 38 Engenharia Virtual 40 Fotônica em Silício 42 Lasers e Aplicações 44 Óptica Aplicada 46 Sensores a Fibra Óptica 48 Sensoriamento Remoto 50 Sistemas Eletromagnéticos 52 Tecnologia Nuclear Espacial 54 Teoria de Transporte de Partículas 56 Termo-Hidráulica 58 Projetos do IEAv 61 Projetos estratégicos orçamentários do IEAv 62 Projetos estratégicos extra-orçamentários do IEAv 62 Projetos das Divisões do IEAv 62 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 v Pós-graduação, Iniciação Científica e Tecnológica e Atividades de Extensão Pós-Graduação no IEAv 66 Programas de Iniciação Científica e Tecnológica - PIBIC e PIBITI 69 Laboratório Interativo de Ciências (LIC) 70 Indicadores de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 73 Introdução 74 Indicadores do WAI 75 Indicadores de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 79 Artigos completos publicados em periódicos (janeiro a dezembro de 2013) 80 Artigos completos publicados em periódicos (janeiro a junho de 2014) 83 Patentes do IEAv 85 Anais do XIV WAI vi 65 87 Pesquisa em “scramjet” no Instituto de Estudos Avançados 88 Projeto de Demonstradores Tecnológicos “scramjet” no IEAv 89 Método para obter soluções ópticas não lineares com simetria PT 90 Modelando redes de spins e agregados de alumínio Análise computacional do escoamento na região de admissão de ar do motor scramjet do veículo hipersônico aeroespacial 14-X Estudo computacional de deposição de um pulso de energia em fluido estagnado e em escoamentos de altas velocidades 91 Projeto HIPERVEL: medida de velocidade em escoamentos hipersônicos Um estudo numérico de injeção de gás perpendicular a um escoamento supersônico de ar para aplicação em motores SCRAMJET 94 Desenvolvimento de sensores de infravermelho nanoestruturados Processamento e caracterização de compósitos cerâmicos e metal-cerâmicos à base de ferritas Caracterização de materiais e avaliação de sensores e filtros na faixa de frequência Terahertz 96 Microscopia de Força Magnética de Amostra “Bulk” de Hexaferrita Co2Z 99 92 93 95 97 98 Capacitação em simulação de dispositivos e objetos em ambiente eletromagnético Caracterização de microestrutura e propriedades locais de materiais por técnicas de microscopia de sonda de varredura Desenvolvimento de programa computacional para simulação de nanoestruturas semicondutoras Framework de otimização do Laboratório de Engenharia Virtual baseada em metaheurísticas Desenvolvimentos recentes em técnicas de caracterização eletromagnética de materiais para RADOME 100 Medida da variação de parâmetros elétricos de componentes analógicos irradiados 105 Avaliação dos efeitos da radiação cósmica em sistemas embarcados Desenvolvimento de técnicas e dispositivos dosimétricos passivos para aplicação aeroespacial Referências de Tensão Bandgap Resistentes à Radiação Ionizante em Tecnologia CMOS Convencional Testes paramétricos e funcionais para sistemas e componentes digitais submetidos à radiação ionizante 106 101 102 103 104 107 108 109 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Estudo das propriedades eletrônicas do GaAs biaxialmente tensionado empregando a aproximação de quase-partícula LDA-1/2 Cerâmicas eletrônicas para encapsulamento de sensores e RADOME na faixa de RF e Micro-ondas 110 111 Simulação computacional de ambientes radioativos de interesse aeroespacial Contribuição das falhas de empilhamento para as propriedades ópticas de nanofios de InP na fase wurtzita 112 PASIL – Processo atômico de separação isotópica via laser 114 Calibrações intermediárias: garantia da qualidade das medições do LMSO 115 Linhas de trabalho em óptica e eletromecânica integrada no IEAv 116 Estudo e produção de Carbono Vítreo 117 Desenvolvimentos recentes de sensores a fibra óptica Espectrometria de Emissão Óptica em Descarga Luminescente – GDOES: Resultados Preliminares Desenvolvimento de um VANT do tipo asa fixa com sistema de navegação autônoma: montagem Robô para testes de algoritmos de planejamento automático de trajetórias e de navegação autônoma Estudo de modelo de avaliação de cobertura de sinal de um sistema de computação, navegação e posicionamento por satélites Análise de cobertura considerando a proteção de áreas sensíveis: novas abordagens de resolução 118 Plataforma AEROGRAF – Um ambiente de integração Sistemas de apoio à decisão para alocação de recursos de defesa baseados em análises de risco inteligente 124 Avanços recentes em teoria dos jogos e árvores decisórias no IEAv 126 Alguns cálculos de criticalidade em geometria esférica Determinação do equivalente de dose ambiente simulando a esfera ICRU com as sugestões da ICRP 103 para cálculo do fator de ponderação para a radiação Estudo de anomalias observadas no decaimento de alguns nuclídeos e possível relação com solar radiações 127 Soluções aproximadas para o problema de transporte de partículas em dutos 130 Índice de Autores Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 113 119 120 121 122 123 125 128 129 131 vii viii Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 APRESENTAÇÃO O Caderno de Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento do IEAv é editado anualmente e está associado às atividades realizadas no Workshop Anual de Pesquisa e Desenvolvimento do IEAv (WAI), que neste ano encontra-se em sua 14a edição. De maneira geral, o WAI possui dois objetivos principais: o primeiro, de caráter técnico, é a apresentação de trabalhos realizados no IEAv por meio de pôsteres e por meio impresso (Caderno); o segundo, de caráter institucional, é a formação de um fórum de discussões em torno de um tema de importância para o Instituto no momento. Em 2014, o WAI tem como tema: “Competências do IEAv em pesquisa e formação de pessoal”. Serão fomentadas discussões em torno das qualidades que marcam o IEAv, e como potencializar seus resultados, reforçando o IEAv em suas linhas de ação. O Caderno de Atividades do IEAv surgiu da iniciativa de pesquisadores interessados em agrupar e registrar, em uma única publicação, exemplos das pesquisas e dos desenvolvimentos em andamento no Instituto. Também é objetivo deste Caderno contribuir para a divulgação de informações sobre o IEAv e as suas atividades para o público externo, aumentando a visibilidade do Instituto e facilitando futuras interações com outras instituições. A abordagem de edição do Caderno adotada pela primeira vez no WAI anterior permanece este ano. A primeira parte do Caderno visa fornecer uma visão geral do que é o IEAv, o que se faz neste Instituto e quais são as características do seu efetivo. A segunda parte, os anais do WAI, pretende mostrar de forma bastante compreensiva os avanços mais recentes nas linhas de pesquisa apoiadas no Instituto, agrupando diversos trabalhos em um único resumo, e listando as referências necessárias para subsidiar uma busca mais aprofundada a quem interessar. Os trabalhos de conteúdo mais técnico e específico foram direcionados ao Simpósio de Ciência e Tecnologia do IEAv (SCTI). O Caderno está dividido em seis seções: 1. Panorama geral do IEAv, com destaque para as linhas de pesquisa do Instituto, sua capacidade laboratorial e seus recursos humanos; 2. Grupos de Pesquisa certificados pelo IEAv junto ao CNPq; 3. Projetos dos IEAv; 4. Pósgraduação, Iniciação Científica e Tecnológica e atividades de Extensão. 5. Indicadores de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; e 6. Trabalhos técnico-científicos de uma página submetidos ao XIV WAI. Nosso sincero agradecimento a todos que colaboraram na produção desta sétima edição do Caderno de Atividades do IEAv. Os Editores Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 9 10 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Vista do pátio central do IEAv Instituto de Estudos Avançados - IEAv Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 11 MISSÃO DO IEAv Ampliar o conhecimento científico e o domínio de tecnologias estratégicas para fortalecer o Poder Aeroespacial Brasileiro. VISÃO DO IEAv Ser reconhecido como instituição de excelência e de referência internacional em pesquisas de tecnologias avançadas no campo aeroespacial. 12 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 PALAVRAS DO DIRETOR É com grande satisfação que apresento este compêndio de informações acerca das atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - PD&I do Instituto de Estudos Avançados - IEAv. Resulta de grande esforço institucional que vem sendo aprimorado continuamente, cujo objetivo é divulgar de que forma o IEAv organiza-se como Instituição Científica e Tecnológica – ICT pertencente ao Comando da Aeronáutica, seus recursos humanos, infraestrutura laboratorial, grupos de pesquisa, projetos e atividades de pósgraduação, além dos indicadores institucionais de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Acrescentam-se às informações gerais os resumos técnico-científicos apresentados no XIV Workshop Anual do IEAv – WAI, cujo tema é "Competências do IEAv em pesquisa e formação de pessoal". O nível de maturidade dos integrantes desta organização e a dinâmica da evolução tecnológica incentivam a promoção de discussões em alto nível sobre ajustes no caminho traçado para o cumprimento da Missão Institucional. Mais do que divulgar as atividades de PD&I, este caderno serve ao propósito de prestar contas à sociedade brasileira da aplicação dos recursos públicos que sustentam a organização, demonstrando que o IEAv segue o seu Plano de Desenvolvimento Institucional, alinhado às diretrizes superiores da Estratégia Nacional de Defesa – END e do Plano Estratégico Militar da Aeronáutica – PEMAER, contribuindo para o alcance da autonomia tecnológica do país em temas relacionados ao conhecimento aeroespacial. Espera-se, também, incentivar o surgimento de novas oportunidades de colaborações técnico-científicas com organizações públicas e privadas, preferencialmente no interesse do desenvolvimento de produtos e processos inovadores, com impacto na Indústria Nacional de Defesa. Temos experiência para reconhecer o potencial sinérgico dessas parcerias, pois somos criativos e capazes. Caro leitor, encerro estas breves palavras na expectativa de que este caderno possa abstrair a verdadeira imagem do IEAv, uma organização onde pessoas comungam da mesma fonte de motivação profissional: o Desafio Científico. Boa leitura. Mauricio Pozzobon Martins – Cel Av Diretor do IEAv Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 13 ORGANOGRAMA INSTITUCIONAL (simplificado) 14 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 LINHAS DE PESQUISA DO IEAv As linhas de pesquisa do IEAv estão organizadas em cinco áreas de concentração: 1. Aerotermodinâmica e Hipersônica; 2. Geointeligência; 3. Lasers, Óptica e Aplicações; 4. Sensores e Atuadores; e 5. Tecnologia Nuclear Aplicada. Além destas, também são apontadas uma série de linhas evidenciadas em estudos prospectivos, realizados no Instituto. A Instituição deverá investir consistentemente nestas novas linhas e também buscar alianças estratégicas que complementem a capacitação já existente no IEAv para atuar em áreas de interesse estratégico. A execução continuada de estudos prospectivos é adotada como um dos processos institucionais para a atualização e priorização das atividades do Instituto. 1. Aerotermodinâmica e Hipersônica • Aerotermodinâmica de Veículos Aeroespaciais em Velocidades Hipersônicas Desenvolvimento de metodologias experimentais para aplicação em tecnologia aeroespacial. • Propulsão Hipersônica Aspirada a Combustão Supersônica Desenvolvimento de metodologias experimentais aplicadas a veículos aeroespaciais hipersônicos com sistema de propulsão a combustão supersônica. • Propulsão Hipersônica Aspirada a Laser Desenvolvimento de metodologias experimentais aplicadas a veículos aeroespaciais hipersônicos com sistema de propulsão a laser. • Controle de Escoamento Aplicado em Veículos Aeroespaciais em Velocidades Hipersônicas Desenvolvimento de metodologias experimentais aplicadas para controle de escoamento em veículos aeroespaciais hipersônicos. • Técnicas de Diagnóstico em Escoamento Reativo Desenvolvimento de métodos de medidas de propriedades de escoamentos em alta velocidade. • Mecânica dos Fluidos Computacional em Escoamento Hipersônico Desenvolvimento e utilização de programas computacionais para o estudo de escoamentos em alta velocidade. 2. Geointeligência • Geomática Sistemas de navegação automática por satélite, geoprocessamento e fotogrametria digital. • Inteligência com Imagens Imagem de radar de abertura sintética, imagem de sensores ópticos e interpretação automática de imagens. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 15 • Radiometria e Caracterização de Sensores Eletroópticos Metodologias para viabilizar a utilização de sensores eletroópticos imageadores para a obtenção de informações de propriedades físicas de materiais na superfície terrestre: temperatura, reflectância, transmitância e/ou emissividade. • Sistemas Imageadores Desenvolvimento e caracterização de sistemas sensores de imageamento e interferométricos. • Sistemas Autônomos Aeroembarcados Sistemas de navegação com estimação automática de posição baseada em imagens; sistemas de reconhecimento automático de alvos; sistemas de processamento de imagens e sistemas de estereoscopia. • Capacidades e Métricas Pesquisa, desenvolvimento e consolidação de metodologias de avaliação das capacidades de defesa nacionais atuais e futuras. • Comando, Controle, Comunicação e Computação (C4) Estudo e desenvolvimento de arquitetura de sistemas de C4 nos quatro domínios-chave: físico, da informação, cognitivo e social/organizacional e aplicação de concepção de sistemas para tratamento de modelos complexos. • Inteligência Artificial Problemas computacionais de representação do conhecimento, planejamento automático, classificação de padrões, aprendizagem de máquina, tomada de decisão e percepção de interesse da Defesa. • Pesquisa Operacional Modelagem de problemas e de situações voltadas tanto para a formulação de propostas de problemas (PO soft) como de uma solução específica (PO hard) que resolvam algumas classes de problemas de interesse da Defesa e da Aeronáutica. • Sistemas de Apoio à Decisão Desenvolvimento de modelos e ferramentas para manipulação, tratamento e apresentação de informações para suportar as atividades de análise, planejamento e tomada de decisão e aplicação da metodologia em problemas de consciência situacional e defesa aeroespacial. 3. Lasers, Óptica e Aplicações • Processamento de Materiais com Laser Tratamentos de superfície com lasers, ablação a laser, solda a laser, usinagem a laser e manufatura aditiva com laser. • Separação Isotópica a Laser Espectroscopia, espectroscopia a laser, espectroscopia de fotoionização, evaporação de metais, coleta de íons e de partículas neutras. 16 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 • Desenvolvimento de Lasers Desenvolvimento de lasers; Desenvolvimento de dispositivos de caracterização e manipulação de feixes de laser; Propagação de feixes de laser e interação de feixes de laser com a matéria. • Óptica Aplicada e Não Linear Desenvolvimento de componentes e dispositivos ópticos, filmes finos, metrologia óptica e espalhamentos não lineares. 4. Sensores e Atuadores • Materiais Avançados para Sensores Desenvolvimento, processamento e caracterização de materiais. • Sensores Pesquisa, desenvolvimento e caracterização de sensores, componentes e sistemas a semicondutores, a materiais cerâmicos e orgânicos, e biossensores. Pesquisa e desenvolvimento de sensores, componentes e sistemas a fibra óptica e óptica integrada, utilizando efeitos lineares e não lineares. • Condicionamento de Sinais e Técnicas de Medição Pesquisa e desenvolvimento de técnicas de processamento de sinais ópticos, elétricos, de RF, micro-ondas e Terahertz. • Nanotecnologia Pesquisa e desenvolvimento de nanoestruturas. • Modelagem Computacional de Fenômenos Físicos e Dispositivos Aplicação de técnicas computacionais para o projeto e desenvolvimento de materiais avançados, componentes, sensores e sistemas. • Física de Dispositivos Semicondutores Estudo de fenômenos físicos associados ao funcionamento de dispositivos que têm por base semicondutores simples ou compostos, em especial os fenômenos quânticos associados à estruturação desses materiais em camadas, linhas ou ilhas de dimensões nanométricas. 5. Tecnologia Nuclear Aplicada • Neutronica, Blindagem e Efeitos da Radiação Ionizante Cálculos computacionais para projeto conceitual de elementos combustíveis e arranjos de núcleos para microrreatores, cálculos de blindagem das radiações, geração de dados nucleares e análise e medição de efeitos da radiação espacial e a atmosfera terrestre. • Termo-Hidráulica de Reatores e Transferência de Calor Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 17 Simulação computacional de micro-usinas nucleares para aplicação espacial e locais de difícil acesso, desenvolvimento de ciclos térmicos (Brayton, Stirling e Rankine) para conversão núcleoelétrica de microrreatores espaciais, simulação computacional de ciclos térmicos, desenvolvimento de tubos de calor e seus sistemas para rejeição passiva de calor, simulação computacional de sistemas nucleares espaciais (propulsão nuclear espacial), análise de segurança de reatores nucleares, CFD, controle térmico de satélites e utilização de paradigmas de inteligência artificial em aplicações espaciais e nucleares. • Análise e Medição de Efeitos da Radiação Espacial e a Atmosfera Terrestre Estudo da interação e efeitos da radiação ionizante sobre indivíduos, materiais, componentes, sistemas expostos à radiação nas aplicações aeroespaciais. 18 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Sistema oscilador/amplificador de Lasers de corante de alta potencia Infraestrutura Laboratorial do IEAv Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 19 DIVISÃO DE AEROTERMODINÂMICA E HIPERSÔNICA (EAH) Realiza pesquisas e desenvolvimento em escoamentos com velocidades hipersônicas, para aplicação ao voo de veículos aeroespaciais. As linhas de P&D compreendem: o projeto de veículos hipersônicos impulsionados a combustão supersônica e a laser; a pesquisa em motores a detonação pulsada; o estudo de escoamentos hipersônicos em túneis de vento hipersônicos e lançadores hipersônicos de massa; o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico aplicadas a escoamentos de alta velocidade; e a utilização de métodos computacionais no cálculo de propriedades dinâmicas de fluidos. A EAH tem sua infraestrutura compartilhada nos seguintes laboratórios: Laboratório de Espectroscopia Molecular (LEM) - Este laboratório tem por atribuição a pesquisa e o desenvolvimento de técnicas de medições de parâmetros de interesse em escoamentos reativos através da aplicação da Espectroscopia Molecular. Destacam-se a espectroscopia de absorção com lasers de diodo e técnicas de espectroscopia de emissão. Todas estas técnicas visam a utilização em experimentos nos túneis de vento hipersônicos da Divisão. Contato: Dr. Dermeval Carinhana Júnior, 12-3947-5420, [email protected]. Laboratório de Cromatografia e Espectrometria de Massa (LCEM) - Este laboratório tem por atribuição o apoio técnico e a realização de serviços especializados para projetos e atividades em análises por cromatografia de gás e espectrometria de massa. Dispõe de equipamento para cromatografia com detecção por meio de condutividade térmica ou de ionização por chama, um cromatógrafo acoplado a um detector por espectrometria de massa e um espectrômetro de massa por tempo de voo para análises de substâncias de interesse para a Divisão. Contato: Téc. Carla Silva Bordim, 12-3947-5449, [email protected]. Laboratório de Aplicações de Química (LAQ) - Este laboratório tem por atribuição o apoio técnico e a realização de serviços especializados para projetos e atividades em análises químicas e aplicações de operações químicas em geral. Dispõe de equipamentos (medidores de pH, condutividade, destilador etc.), vidraria e reagentes para atender às necessidades da Divisão. Contato: Téc. Carla Silva Bordim, 12-3947-5449, [email protected]. Laboratório de Aplicações de Tecnologia de Vácuo (LATV) - Este laboratório apóia os projetos e atividades da Divisão relacionados à tecnologia de vácuo. Tem como atribuição a manutenção de equipamentos de vácuo e a montagem de sistemas de vácuo. Dispõe de medidores para vácuo em faixa larga de pressões, detectores de vazamento e dá apoio, também, a outras Divisões do IEAv. Contato: Téc. Elenias de Oliveira Ferraz, 12-3947-5443, [email protected]. 20 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Laboratório de Técnicas de Diagnóstico de Escoamentos Reativos (LTD) - Este laboratório tem por finalidade desenvolver técnicas de análise de propriedades de escoamentos super e hipersônicos de modo a apoiar os projetos e atividades da EAH. São estudadas técnicas que envolvem a aplicação de lasers, como a fluorescência induzida por lasers, o espalhamento Rayleigh, e técnicas de Schlieren, todas elas não intrusivas, isto é, não perturbadoras do escoamento. Todas estas técnicas visam a utilização em experimentos nos túneis de vento hipersônicos da Divisão. Contato: Dr. Luiz Gilberto Barreta, 12-3947-5423, [email protected]. Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu - Este laboratório presta apoio técnico a projetos de sistemas e subsistemas aeroespaciais, às atividades na aplicação e adaptação de técnicas laboratoriais de simulação de voo de veículos aeroespaciais e em experimentos envolvendo escoamentos reativos de altas velocidades. Possui, atualmente, três túneis de vento hipersônicos pulsados para testes em solo do voo hipersônico de modelos projetados pela Subdivisão de Hipersônica Experimental, destacando-se o desenvolvimento do veículo hipersônico 14-X e do veículo de propulsão a laser. Contato: Dr. Paulo Gilberto de Paula Toro, 12-3947-5543,[email protected]. DIVISÃO DE FÍSICA APLICADA (EFA) Realiza o estudo de fenômenos físicos complexos e a pesquisa e desenvolvimento de sistemas eletromagnéticos, materiais e dispositivos de uso aeroespacial. A EFA tem sua infraestrutura compartilhada nos seguintes laboratórios: Laboratório de Sistemas Eletromagnéticos (LSE) - Esse laboratório apóia as atividades de P&D na área de projeto, desenvolvimento e caracterização eletromagnética de materiais e sistemas, sob o efeito de radiação nãoionizante. A infraestrutura deste laboratório vem apoiando pesquisas de sistemas eletromagnéticos embarcados – circuitos miniaturizados e sensores. São estudados os efeitos de um ambiente eletromagnético (E3) sobre equipamentos, sistemas e plataformas. Entre outras, as seguintes áreas do conhecimento são consideradas: compatibilidade eletromagnética (EMC), interferência eletromagnética (EMI), vulnerabilidade eletromagnética (EMV) e danos da radiação em humanos (HERP). Contato: Dr. Antonio Carlos da Cunha Migliano, 12-3947-5515, [email protected] Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 21 Laboratório de Materiais Eletromagnéticos (LME) - A função deste laboratório é apoiar as pesquisas da Divisão de Física Aplicada em materiais para aplicações em dispositivos eletromagnéticos. O LME atualmente dispõe de infraestrutura para processamento cerâmico, incluindo moinhos, fornos de tratamento térmico e equipamentos para a conformação de pós-cerâmicos. Contato: Dra. Vera Lucia Othero de Brito, 12-3947-5519, [email protected] Laboratório de Eletromagnetismo Computacional (LEC) - Apóia atividades de P&D nas áreas de projeto computacional e caracterização de desempenho de dispositivos fotônicos, nanofotônicos e aplicações nas faixas de ondas milimétricas, terahertz e micro-ondas. As principais aplicações estão relacionadas a: sensores ópticos baseados em fibras ópticas especiais ou micro-estruturadas ("Photonic Crystal Fibers"), sensores ópticos baseados em ressoadores em anel e microesferas, sensores ópticos distribuídos, projeto de fibras ópticas polarizadoras e mantenedoras de polarização, guiagem e sensoriamento em terahertz utilizando fibras ópticas poliméricas, filtros e polarizadores terahertz. Contato: Dr. Marcos Antonio Ruggieri Franco, 12-3947-5522, [email protected] Laboratório de Engenharia Virtual (LEV) - Laboratório dedicado à realização de simulações computacionais e ao desenvolvimento de ferramentas de simulação computacional, otimização computacional, processamento paralelo e distribuído, e resolução de problemas inversos. O LEV participa de projetos de desenvolvimento tecnológico de sensores de infravermelho, sensores MEMS e métodos não intrusivos para determinação de temperatura com o auxílio de métodos computacionais. O LEV é um dos laboratórios envolvidos no Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, PG-CTE, nas áreas de concentração “Física e Matemática Aplicadas” e “Sensores e Atuadores Espaciais”. Contato: Dr. Angelo Passaro, 12-3947-5563, [email protected] Laboratório de Dosimetria Aeroespacial (LDA) - A este laboratório, vinculado ao Serviço de Proteção Radiológica do IEAv, compete implementar e realizar medições de dose de radiação ionizante em aplicações e ambientes de interesse aeronáutico ou espacial, por meio da utilização de técnicas dosimétricas específicas. Seu escopo de aplicação abrange áreas críticas e altamente especializadas, tais como dosimetria de tripulações de aeronaves, medição de fluxos e campos de radiação em vôo, medição e padronização de campos de radiação utilizados em testes de irradiação de circuitos e componentes, medida da distribuição de dose em objetos irradiados, avaliação de blindagens à radiação cósmica e técnicas de simulação computacional no transporte de radiação ionizante. Contato: Dr. Claudio Antonio Federico, 12-3947-5493, [email protected] 22 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Laboratório de Medidas de Radioatividade Ambiental (LMRA) - Neste laboratório, por meio dos sistemas de espectroscopia alfa e gama em câmaras de baixo fundo, são realizadas medidas de amostras radioativas de baixa atividade na forma sólida, líquida ou aerodispersóides. Este laboratório apóia as aulas práticas de disciplinas do Programa de Pós-graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, o sistema de contabilidade e controle de material nuclear do Serviço de Salvaguardas, as avaliações ambientais do Serviço de Proteção Radiológica do IEAv e a Equipe de Controle Radiológico do DCTA no atendimento a situações de emergência. Contato: Dr. Odair Lelis Gonçalez, 12-3947-5501, [email protected] Laboratório de Radiação Ionizante (LRI) - Este é um laboratório multi-usuário que apóia as atividades de P,D&I na área de avaliação dos efeitos da radiação ionizante de origem cósmica em materiais e componentes de uso aeroespacial e realiza testes de qualificação quanto à tolerância a estes efeitos segundo normas internacionais. A principal ferramenta experimental é um irradiador de 60 Co para experimentos de efeitos de TID ("Total Ionizing Dose"). Estão sendo disponibilizadas também para testes de SEE ("Single Event Effects") uma fonte de fragmentos de fissão em vácuo ( 252 Cf ) e fontes de nêutrons ( 241 Am-Be e gerador D-T). Contato: Me. Wagner Aguiar de Oliveira, 12-3947-5494, [email protected] Laboratório de Caracterização de Dispositivos Semicondutores (LCDS) Destina-se à caracterização elétrica de dispositivos semicondutores. Possuí infraestrutura para caracterização de dispositivos, tanto analógicos quanto digitais, operando à temperatura ambiente ou a temperaturas criogênicas. Tem apoiado tanto o estudo de efeitos da radiação ionizante em dispositivos semicondutores analógicos e digitais para uso aeroespacial, quanto o desenvolvimento de sensores de infravermelho para uso espacial e terrestre. Contato: Dr. Gustavo Soares Vieira, 12-3947-5516, [email protected] DIVISÃO DE FOTÔNICA (EFO) Realiza a pesquisa e o desenvolvimento de lasers e aplicações como soldagem a laser, tratamento de superfície a laser, separação isotópica e espectroscopia. Atua também na realização de pesquisa e desenvolvimento de materiais para substratos ópticos em aplicações aeroespaciais, como carbono vítreo e carbeto de silício. Outra área de atuação é na pesquisa e desenvolvimento de sensores a fibra óptica e óptica volumétrica, além de componentes, dispositivos e sistemas ópticos e optoeletrônicos. A EFO tem sua infraestrutura compartilhada nos seguintes laboratórios: Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 23 Laboratório de Desenvolvimento de Aplicações de Lasers e Óptica (Dédalo) - Dedicado à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de processamento de materiais com lasers, o laboratório conta com várias fontes de laser de média e alta potência com comprimentos de onda de emissão na região espectral do ultravioleta ao infra-vermelho. Além destas fontes, estão instalados neste laboratório sistemas de movimentação controlados por computador e todos os acessórios e equipamentos de caracterização de processos a laser. As principais linhas de pesquisa em desenvolvimento são: processos de soldagem de ligas aeronáuticas e aços especiais, tratamento de superfícies por aquecimento, texturização e deposição de materiais a laser, sinterização de cerâmicas e metais por laser e desenvolvimento de técnicas de controle e monitoração de processamento de materiais por laser. Contato: Dr. Milton S F Lima, 12-3947-5464, [email protected]. Laboratório de Evaporação e Fotoionização (LEF) - Neste laboratório são realizados experimentos de evaporação em metais por ablação laser e de espectroscopia atômica dos elementos terras-raras e do molibdênio com a finalidade de desenvolver o processo atômico de separação isotópica a laser desses elementos. O LEF dispõe de infraestrutura adequada para a geração de vapor metálico por ablação a laser em vácuo, fontes laser contínuas e sintonizáveis com alta resolução, além das pulsadas de alta potência, emitindo radiação laser em uma larga faixa do espectro, desde o infra-vermelho próximo até o ultra-violeta. Contato: Dr. Marcelo G Destro, 12-3947-5462, [email protected]. Laboratório de Geração de Radiação Laser (LGRL) - Esse laboratório desenvolve o processo de Separação Isotópica por Lasers em Vapor Atômico de Urânio. O LGRL está equipado com sistemas de lasers sintonizáveis e amplificadores de alta potência que permitem a fotoionização seletiva dos isótopos de Urânio utilizando até três fótons de comprimentos de ondas distintos. O vapor de Urânio é produzido por um canhão de feixe de elétrons de alta potência em uma câmara de alto vácuo que contém toda a instrumentação necessária para acompanhamento do processo de separação do Urânio. Contato: Dr. Marcelo G Destro, 12-3947-5462, [email protected]. Laboratório de Filmes Finos (LFF) - Realiza estudos e desenvolve processos de deposição de filmes finos ópticos para aplicações em óptica, de maneira especial em óptica para lasers. Atua também na recuperação de espelhos e outras superfícies ópticas, para aplicações aeroembarcadas e terrestres. Faz deposições de filmes finos em fibras ópticas e em sistemas de fibras ópticas. Dispõe de quatro sistemas de evaporação, que utilizam os métodos tradicionais de deposição física de vapor (PVD). Contato: Dr. Alvaro José Damião, 12-3947-5412, [email protected]. 24 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Laboratório de Manufatura de Componentes Ópticos (LMCO) - Desenvolve processos de polimento de superfícies ópticas de precisão, tais como: lentes, espelhos, prismas, filtros, dentre outros. Além de vidros ópticos, trabalha a conformação, esmerilhamento e polimento de materiais como vitrocerâmicos, Carbono Vítreo e Carbeto de Silício. Utiliza ferramental diamantado e processos de usinagem HS. Contato: Dr. Alvaro José Damião, 12-3947-5412, [email protected]. Laboratório de Medição de Superfícies Ópticas (LMSO) Este laboratório é dedicado à caracterização do acabamento superficial de materiais, de maneira especial em superfícies ópticas. É acreditado pela Rede Brasileira de Calibração o (RBC), do INMETRO, sob n . 178, desde o ano 2001. Presta serviços de calibração de padrões de rugosidade e de planeza, provendo também rastreabilidade à FAB por meio do Sistema de Metrologia Aeroespacial (SISMETRA). Contato: MSc. Márcia A. F. Destro, 12-3947-5414, [email protected]. Laboratório de Optoeletrônica (LOE) - Neste laboratório fabricam-se grades de Bragg em fibras ópticas, que podem ser utilizadas como elemento sensor ou como filtro reflexivo para óptica guiada. Pode-se também produzir grades de longo período utilizadas na estabilização de fontes ópticas, como elemento sensor ou filtro por transmissão. Realizamse pesquisa e desenvolvimento de fontes ópticas baseadas em fibras dopadas com elementos terrasraras (Nd, Er e Yb) para aplicações em sensores. Além disso, também são projetados e desenvolvidos circuitos eletrônicos e optoeletrônicos para apoio às demais atividades do laboratório. Contato: Dr. Germano Woehl Jr., 12-3947-5427, [email protected]. Laboratório de Óptica Integrada (LOI) - Neste laboratório são realizadas a pesquisa e desenvolvimento de dispositivos de óptica integrada em diferentes tipos de substratos dielétricos e topologias. Ele dispõe de uma sala-limpa com ambientes classe 100.000 e 10.000, além de bancadas classe 100 onde se realizam os processos mais críticos, contando com equipamentos necessários para a fabricação dos dispositivos (evaporadora de filmes PVD, aplicador de fotoresiste tipo spinner, alinhadora de máscaras, forno de difusão) e caracterização (microscópios, câmeras IR, fontes luminosas e detetores). Os pesquisadores deste laboratório também desenvolvem e testam dispositivos de óptica integrada em substrato de silício sobre isolante (SOI) em colaboração com laboratórios externos. Contato: Dr. Hugo Leonardo Rocha de Lira, Cap Eng, 12-3947-5428, [email protected]. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 25 Laboratório de Sensores a Fibra Óptica (LSFO) - Neste laboratório realizam-se pesquisa e desenvolvimento de sensores a fibra óptica baseados em modulação de fase, polarização, intensidade ou comprimento de onda da radiação luminosa guiada pela fibra. Sensores de ondas acústica (utilizados em inspeção não destrutiva de estruturas aeronáuticas), acelerômetros e giroscópios (utilizados em unidades de medidas inerciais –IMU– responsáveis pela navegação, controle de atitude ou estabilização de veículos) são alguns dos sensores a fibra óptica recentemente desenvolvidos no LSFO. Contato: Dr. Rogério Moreira Cazo, Maj Eng, 12-3947-5421, [email protected]. DIVISÃO DE GEOINTELIGÊNCIA (EGI) Realiza pesquisa, desenvolvimento e capacitação em sensoriamento remoto e apoio à decisão. A Subdivisão de Sistemas de Apoio à Decisão (EGI-A) pesquisa e desenvolve metodologias de análise e modelamento de informações e cenários para suporte às atividades de planejamento e tomada de decisão no nível estratégico, operacional e tático. A Subdivisão de Sensoriamento Remoto (EGI-S) desenvolve atividades de pesquisa básica e aplicada em sensoriamento remoto, produzindo conhecimento científico e tecnológico nos campos de sensores, processamento de imagens e geoprocessamento. A EGI tem sua infraestrutura compartilhada nos seguintes laboratórios: Laboratório de Inteligência de Imagens (LabIntI) - Este laboratório apóia atividades de P&D nas áreas de projeto e desenvolvimento de Inteligência de Imagens. Nele são processadas imagens de diferentes sensores, dados cartográficos, informações de fotogrametria entre outras para desenvolvimento de técnicas, métodos e ferramentas para geração de conhecimento a partir de imagens. No momento, os estudos se concretizam no software de Inteligência de Imagens, onde são desenvolvidas aplicações relacionadas com o apoio à manipulação de imagens, classificação de alvos e geração de relatórios. Contato: Maj Eng Julio Mendes de Albuquerque Maranhão, 12-3947-5318, [email protected] Laboratório de Comando e Controle (LabC2) - Este laboratório tem o propósito de apoiar a realização de atividades de pesquisa e estudos relacionados à concepção ou desenvolvimento de sistemas de comando e controle de grande porte, de modo a assessorar a organização ou planejamento de sistemas de aplicação em defesa. A infraestrutura computacional e as ferramentas de modelagem, de simulação e de análise disponíveis no LabC2 possibilitam a realização de estudos e avaliações envolvendo cenários estratégicos e operacionais mais complexos, nos quais se possa proceder à análise operacional de sistemas e de alternativas de alto valor agregado. Contato: Maj Eng Nilton de Oliveira Lessa, 12-3947-5338, [email protected] 26 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Laboratório de Radiometria e Caracterização de Sensores Eletroópticos (LaRaC) - Esse laboratório desenvolve atividades de caracterização de sensores eletroópticos na faixa de 350 nm até 20 µm. Também são realizados estudos do comportamento espectral de alvos e de parâmetros atmosféricos que auxiliem na caracterização de sistemas sensores em campo. Além disso, o laboratório é utilizado no desenvolvimento de projetos da Divisão bem como nas atividades de P&D do Instituto e de instituições externas. Contato: Dr. Ruy Morgado de Castro, 12-3947-5350, [email protected] Laboratório de Geomática (LabGeo) - Este laboratório apóia atividades de P&D nas áreas de projeto e desenvolvimento de Sensoriamento Remoto, abrangendo as áreas de Cartografia, Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS), Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e Fotogrametria Digital. Nele são processados dados cartográficos necessários à avaliação de imagens e sensores, armazenadas informações cartográficas para uso em SIGs e Fotogrametria. Contato: Cap Eng Leandro Roberto, 12-3947-5312, [email protected] Laboratório de Análises Operacionais (LAOp) - Nesse laboratório são desenvolvidos modelos e ferramentas para manipulação, tratamento e apresentação de informações para suportar as atividades de análise, planejamento e tomada de decisão. São realizados estudos nas áreas de cartografia, sensoriamento, meteorologia, simulação e análise operacional. No momento, esses estudos se concretizam na Plataforma AEROGRAF, ambiente de informações geográficas que permite a contínua incorporação de módulos com diferentes finalidades, e no software de planejamento de missão PMA II, no qual são desenvolvidas aplicações relacionadas com o apoio ao planejamento, debriefing e análise de missões de todas as Unidades Aéreas subordinadas ao COMGAR (Comando-Geral de Operações Aéreas). Contato: Ten Cel Av Flavio Petersen Júnior, 12-3947-5335, [email protected] Laboratório de Visão Computacional e Sistemas Embarcados (LVCSE) Este laboratório apoia atividades de P&D nas áreas de projeto e desenvolvimento de sistemas de visão computacional e processamento de imagens para aplicações em sistemas embarcados e de tempo real. São desenvolvidas e testadas metodologias de navegação autônoma por imagens para Veículos Terrestres e Aéreos Não-Tripulados. Dentre as atividades em andamento destaca-se o desenvolvimento de sistemas para: processamento de imagens; reconhecimento de padrões em imagens aéreas e de satélites; modelagem computacional de ambientes para navegação aérea; planejamento automático de rotas e trajetórias de navegação; e navegação aérea autônoma. Contato: Dr. Élcio Hideiti Shiguemori, 12-3947-5356, [email protected] Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 27 DIVISÃO DE ENERGIA NUCLEAR (ENU) A ENU realiza pesquisa e desenvovimento de microrreatores nucleares para a geração de calor e energia elétrica com a finalidade de aplicar a tecnologia nuclear no espaço, em locais de difícil acesso (leito oceânico, Antártica etc.) e em situações de catástrofes ambientais. Está dividida em três áreas fundamentais: 1. Blindagem e Neutrônica, 2. Dados Nucleares e 3. Transferência de Calor e Materiais. A ENU tem sua infraestrutura compartilhada nos seguintes laboratórios: Laboratório de Análise dos Efeitos da Radiação (LAER) - Presta apoio técnico a projetos e atividades relacionadas com os efeitos produzidos pela radiação. Dentre as atividades básicas a que se dedica, se destacam os estudos e análises de experimentos envolvendo danos de radiação em componentes eletrônicos. Além destes, o laboratório realiza estudos na área dos efeitos da radiação nas propriedades físicas dos materiais tal como variação da resistividade em filmes depositados sobre materiais empregados nos sistemas eletrônicos espaciais e sistemas termoelétricos. Contato: Dr. Luiz Henrique Claro, 12-3947-5481, [email protected]. Laboratório Computacional de Tecnologia Nuclear (LCTN) - Realiza pesquisa e desenvolvimento conceitual do elemento combustível e do núcleo do microrreator rápido espacial do projeto TERRA. Possui 02 estações de trabalho de grande porte com processador dual quad core e mais 05 estações de médio porte. São, ainda, realizadas simulações numérico-computacionais utilizando os programas MATLAB, LABVIEW, ANSYS FLUENT, RELAP5-3D, CATIA, NALAP, ANISN-BR, MCNP, CITATION, entre outros. São simulados problemas de conversão de energia térmica em elétrica em ciclos térmicos do tipo Brayton e Stirling, condução de calor em tubos de calor, simulação de elementos combustíveis e núcleos de microrreatores nucleares. Contato: Dr. Lamartine Nogueira Frutuoso Guimarães, 12-3947-5474, [email protected]. Laboratório de Sistemas Térmicos (LST) - Realiza pesquisa e desenvolvimento de ciclos térmicos para conversão de energia térmica em energia elétrica em aplicações nucleares no espaço. O interesse concentra-se na parte experimental dos ciclos Brayton e Stirling e na turbina passiva multi fluido (de Tesla). Há grande interesse no desenvolvimento de fornos à gás, elétricos dissipativos e indutivos utilizados como fonte de calor. A produção de energia elétrica utilizará uma turbina aeronáutica, a qual será testada em conjunto com a turbina passiva multi fluido. Todas estas tecnologias possuem potencial de uso em sistemas nucleares espaciais. Contato: Dr. Lamartine Nogueira Frutuoso Guimarães, 12-3947-5474, [email protected]. 28 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Laboratório de Tubos de Calor Viviane R.T.R. Hirdes (LTC) - Realiza pesquisa e desenvolvimento para a capacitação na produção de tubos de calor, para serem utilizados como sistema passivo de rejeição de calor em usinas nucleares operando no espaço, o uso de Gerador Termoelétrico a Radioisótopos para aplicações espaciais, e tecnologias com potencial de uso no espaço em sistemas nucleares. Os tubos de calor e seus sistemas produzidos serão testados nos ciclos térmicos construídos no Laboratório de Sistemas Térmicos. Contato: Dr. Lamartine Nogueira Frutuoso Guimarães, 12-3947-5474, [email protected]. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 29 Vista do pátio central do IEAv a partir do prédio da Divisão de Fotônica Recursos Humanos 30 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 QUADRO DE FUNCIONÁRIOS O IEAv conta atualmente com um total de 298 funcionários efetivos, indicando aumento de aproximadamente 2,8% em relação a 2013. Deste total, 210 são civis (aumento de aproximadamente 2% em relação a 2013) e 88 são militares (aumento de aproximadamente 7% em relação a 2013). Além disso, 64 funcionários possuem a titulação de doutor (61 civis e 3 militares), representando 21% do efetivo, enquanto que 35 funcionários são mestres (26 civis e 8 militares), 12% do efetivo. Entre 2013 e 2014, 11 funcionários do IEAv se aposentaram, dentre eles 3 doutores, 2 mestres e 3 técnicos. No entanto, em 2014 foram realizadas 16 novas contratações, entre elas 5 mestres e 5 técnicos, amenizando as perdas de recursos humanos e capacitação. Além de seu quadro efetivo, as atividades de pesquisa e desenvolvimento no IEAv contam com a participação direta de colaboradores de diferentes níveis de especialização, desde alunos de iniciação científica a pós-doutores. Em 2014 o número de colaboradores chegou a 238, o que equivale a quase 80% do quadro de funcionários efetivos, e representa um aumento de 28% em relação a 2013. Estes números destacam a sinergia entre pesquisa e docência no IEAv, e constatam não somente o pleno crescimento do programa de Pós-Graduação recentemente elaborado no Instituto, mas também sua capacidade em atrair novos alunos. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 31 32 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Grupos de Pesquisa certificados pelo Plataformas de testes para desenvolvimento de sistemas autônomos IEAv junto ao CNPq Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 33 AEROTERMODINÂMICA E HIPERSÔNICA O Grupo de Pesquisa Aerotermodinâmica e Hipersônica, criado em 2006, tem por objetivo realizar Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nas áreas estratégicas de Hipervelocidade, Dinâmica dos Fluidos Computacional e Propulsão com Ar Aspirado, em consonância com as Linhas de Pesquisa e Desenvolvimento com aplicação no projeto de Demonstradores Tecnológicos para acesso ao Espaço. Análise Teórico-Analítica, Simulação Teórico-Numérica e Investigação Experimental em Dispositivos Laboratoriais com utilização de Técnicas Intrusivas e não Intrusivas de Diagnóstico são as metodologias utilizadas, em combinação, para desenvolver projeto de demonstradores tecnológicos, antes de realizar vôo na atmosférica terrestre. A Análise Teórico-Analítica aplica as teorias unidimensionais de ondas de choque (normal, cônica oblíqua), ondas de expansão de Prandtl-Meyer e escoamento unidimensional com adição de calor nos projetos preliminares de demonstradores tecnológicos. A Simulação Teórico-Numérica utiliza licenças acadêmicas do software comercial “Fluent” para o estudo da dinâmica do fluido em demonstradores tecnológicos. A Simulação Experimental é desenvolvida nos dispositivos laboratoriais da Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, a qual dispõe de um Túnel de Detonação Pulsado, um gerador de Ar Viciado e três Túneis de Choque Hipersônicos de Reflexão. O Túnel T3, financiado pela FAPESP, em operação desde 2006, é utilizado em pesquisa de sistema de propulsão hipersônica aspirada (laser e combustão supersônica) com capacidade de produzir pulsos, com a duração de até 10 milésimos do segundo, de escoamentos de ar com números de Mach o o 25 e velocidade de 7 km/s. O Túnel T2 (1 em operação na América Latina desde 1992, 1 na investigação e operação da técnica de Pistão Gasoso, 1 o na simulação da redução de arrasto aerodinâmico utilizando radiação eletromagnética por Laser) produz pulsos, em média de 1 milésimo do segundo, de escoamentos de ar com números de Mach 15 e velocidade de 5 km/s. O Túnel T1 (utilizado para a calibração de transdutores de pressão e sensores de fluxo de calor), foi utilizado, com sucesso, em 1982, na investigação de lasers de Dinâmica dos Gases gerando radiação no comprimento de onda de 16 micrômetros e da técnica do Pistão Gasoso. O Laboratório Nagamatsu dispõe também de um compressor de pistão livre capaz de produzir pulsos de alta pressão, 1.000 atm, e alta temperatura, 3.000 K, com duração de 20 milésimos de segundo em hélio. As linhas de pesquisa e desenvolvimento incluem: - Aerotermodinâmica de veículos aeroespaciais em reentrada atmosférica; 34 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 - Controle de escoamento utilizando radiação eletromagnética (laser); - Sistema de Propulsão Hipersônica Aspirada baseada em Radiação Eletromagnética (Laser); e - Sistema de Propulsão Hipersônica Aspirada baseada em Combustão Supersônica. Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X “waverider. Análise Estrutural Estática. Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X B. Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X S. Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X SA. Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X T. Voo atmosférico do Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X “waverider”. Veículo Acelerador Hipersônico para voo atmosférico do demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X “waverider”. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 35 APOIO À DECISÃO Atuando há aproximadamente 10 anos, o Grupo de Apoio à Decisão, formado pelos pesquisadores e colaboradores da Subdivisão de Sistemas de Apoio à Decisão - EGI-A, Divisão de Geointeligência - EGI, dedica-se à pesquisa e desenvolvimento de métodos e técnicas, de análise e modelamento de informações e cenários, para apoiar as atividades de planejamento e de tomada de decisão nos diversos níveis decisórios. Os cenários, caracterizados por conflitos sociais, políticos ou econômicos, têm sido marcados pela imprevisibilidade, tais como: inicio do evento, duração e envolvidos. Estes conflitos enfatizam a necessidade de uma ampla interoperabilidade tanto entre os meios empregados quanto entre os integrantes de forma a permitir pronta resposta. Os trabalhos deste grupo buscam, por meio de emprego de técnicas de mapeamento e simulação, possibilitar o exercício de cenários estratégicos e operacionais e a avaliação prévia de prontidão e gerenciamento do uso de recursos humanos, materiais e financeiros em decorrência da tomada de decisão assumida. As linhas de pesquisa deste grupo abrangem: Arquitetura de Sistemas - esta linha de pesquisa objetiva o desenvolvimento de modelos de arquiteturas para a representação de sistemas complexos. São realizados estudos de estrutura de sistemas complexos e suas interfaces para possibilitar segmentações e componentização para reduzir o grau de complexidade de subsistemas identificados, tornando-os tratáveis. Capacidades e Métricas - Esta linha de pesquisa tem dois propósitos inter-relacionados: a) o desenvolvimento de modelos de capacidades, os quais possibilitem a simulação e avaliação, com abordagem sistêmica, dos diversos aspectos (sejam materiais determinam as ou não-materiais) capacidades de uma que Força Armada para o cumprimento de suas missões nos diferentes cenários de emprego, em especial do poder aeroespacial; e b) a pesquisa e desenvolvimento de métricas que possibilitem uma avaliação objetiva de capacidades, de forma a subsidiar os processos decisórios voltados a obtenção dos meios e ao preparo de uma Força no contexto de Comando e Controle; ou apoiar o processo de concepção ou desenvolvimento de sistemas de elevada complexidade. 36 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Comando e Controle - Esta linha de pesquisa visa ao domínio do conhecimento para o desenvolvimento de tecnologias e metodologias para assistência a sistemas de interesse estratégico ou operacional, em especial na área de Comando e Controle. As pesquisas nesta linha têm por foco o estudo da arquitetura e da dinâmica de sistemas, em diferentes domínios - o físico, o da informação, o cognitivo e o organizacional - com o objetivo de fornecer análises de alto nível e avaliações de alternativas segundo seu valor estratégico-operacional. Inteligência Artificial - as pesquisas abrangem técnicas que possam ser aplicadas à solução de diversos problemas computacionais relacionados a sistemas aeroespaciais, tais como planejamento automático de rotas, classificação de padrões, representação computacional de ambientes de navegação, aprendizagem de máquina e tomada de decisão. Modelagem e Simulação de Cenários Operacionais - Pesquisar, projetar e desenvolver sistemas de apoio aos processos decisórios para ampliar o nível de consciência situacional do decisor no cenário de desenvolvimento interesse. fazem As uso pesquisas da em Plataforma AEROGRAF como um ambiente de integração e de visualização. Pesquisa Operacional - as pesquisas realizadas nesta área buscam tratar problemas de otimização relacionados à eficiência da cobertura gerada por sensores operando de forma geograficamente distribuída e a geração de métricas de avaliação. Os resultados destas pesquisas objetivam ganhos efetivos de consciência situacional em um processo de tomada de decisão. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 37 EFEITOS DA RADIAÇÃO IONIZANTE EM DISPOSITIVOS E MATERIAIS DE USO AEROESPACIAL O desenvolvimento de qualquer projeto visando aplicações espaciais ou aplicações aeronáuticas em vôos de grande altitude deve considerar os efeitos que a contínua ação da radiação cósmica provoca em materiais, componentes e tripulações. Os sistemas espaciais estão sujeitos diretamente à radiação cósmica primária de origem solar e galáctica, cuja composição, energia e fluxo de partículas variam fortemente com o tipo de órbita percorrida (órbita baixa, geoestacionária, etc), de forma que a composição do campo de radiação e os seus efeitos devem ser conhecidos para que medidas corretivas possam ser consideradas no projeto de equipamentos que deverão operar por tempo prolongado imersos em um ambiente com radiação ionizante permanente. Já o ambiente de radiação ionizante aeronáutico é caracterizado pela radiação cósmica que atinge a Terra e interage com a atmosfera terrestre. Parte destas partículas é defletida pelo campo magnético terrestre, enquanto, outra parte, dependendo da energia da partícula, do ângulo de incidência e da latitude geomagnética, atravessa o mesmo. Quando isto ocorre, as partículas primárias da radiação cósmica interagem com os átomos da atmosfera formando chuveiros secundários de radiação que impactam a Terra, principalmente a troposfera e a baixa estratosfera.Tanto o ser humano quanto a aeronave e os seus dispositivos eletrônicos estão inseridos neste ambiente, sendo, desta forma, expostos continuamente à radiação ionizante de origem cósmica, causando preocupações nas áreas de saúde ocupacional, proteção radiológica e segurança de vôo. Esta necessidade motivou diversos estudos sobre este assunto publicados na literatura internacional especializada nas duas últimas décadas, bem como estudos mais recentes para a proposição de normas para a certificação de equipamentos eletrônicos embarcados em sistemas críticos para a segurança da aeronave, quanto à sua tolerância à radiação ionizante. De uma maneira genérica, quando instrumentos eletrônicos são operados sob radiação ionizante, estes sofrem efeitos adversos no seu desempenho, resultantes da interação da radiação com seus componentes básicos. Em circuitos eletrônicos estes efeitos aparecem como uma mudança transitória ou permanente dos parâmetros elétricos dos componentes do circuito, seu mau funcionamento ou, até mesmo, sua falha completa e inoperacionalidade. Estes efeitos podem ser classificados como transientes ou acumulativos, podendo, também, ser reversíveis ou não reversíveis. Os efeitos transientes (SEE, do inglês "Single Event Effects") estão geralmente associados à coleta rápida de cargas elétricas liberadas em uma região sensível do dispositivo pela passagem de uma partícula muito ionizante, causando um pulso elétrico espúrio no circuito atingido. Os efeitos acumulativos são devidos a dois mecanismos diferentes: (i) aprisionamento das cargas liberadas pela radiação nos óxidos ou nas interfaces de semicondutores e (ii) formação de defeitos na rede cristalina do semicondutor. O primeiro é causado por toda radiação direta ou indiretamente 38 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 ionizante (Dose Ionizante Total ou TID, do inglês, "Total Ionizing Dose") e o segundo é causado pelo deslocamento de átomos da rede cristalina (Dano por Deslocamento ou DD, do inglês, "Displacement Damage"). Os efeitos de TID dependem da dose total acumulada ao longo do tempo de exposição do componente à radiação. Para emprego em missões espaciais os componentes eletrônicos devem ser previamente qualificados quanto à sua tolerância à radiação, tanto para TID, quanto para os SEE, e, quando adquiridos, devem ser submetidos a testes de aceitação de lote. As condições de teste e critérios de aceitação são estabelecidos em normas internacionalmente empregadas no setor espacial, como as normas americanas MIL e européias ESA/SCC. As pesquisas nestes temas citados são conduzidas com apoio do Laboratório de Radiação Ionizante (LRI), Laboratório de Caracterização de Dispositivos Semicondutores (LCDS) e Laboratório de Dosimetria Aeroespacial (LDA). No LRI são realizadas as irradiações de dispositivos e circuitos com radiação gama e nêutrons, no LCDS são montados os arranjos experimentais, sistemas de aquisição de dados e realizadas as medidas elétricas e no LDA são desenvolvidas técnicas e sistemas dosimétricos específicos para aplicações aeroespaciais e são realizadas as medidas dosimétricas destes campos específicos de radiação, seja em laboratório ou em vôo de aeronaves. Os objetivos da linha de pesquisa são o estudo experimental dos efeitos da radiação ionizante em componentes eletrônicos analógicos e digitais e sistemas de emprego aeronáutico e espacial, o desenvolvimento de dosímetros para uso em aeronaves e simulação computacional e dosimetria de campos mistos de radiação no ambiente aeronáutico e espacial. O grupo de pesquisa está consolidado desde o ano de 2010, está registrado no diretório de grupos de pesquisa do CNPq e conta com a participação de professores e alunos da UFRGS e do INPE. Existem colaborações estabelecidas com a ONERA (França) e estão sendo firmadas também colaborações com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Empresa Brasileira da Aeronáutica (EMBRAER). Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 39 ENGENHARIA VIRTUAL (LEV) As principais atividades do grupo de pesquisa de engenharia virtual encontram-se na aplicação de métodos numéricos, de meta-heurísticas e de processamento paralelo para solução de problemas complexos em Ciências e Engenharia e na validação experimental dos códigos desenvolvidos. Atualmente, grande parte das ações do grupo estão voltadas para o desenvolvimento de programas computacionais para análise e auxílio ao projeto otimizado de dispositivos semicondutores que utilizam nanoestruturas baseadas em pontos e poços quânticos. Além disso, o LEV atua no desenvolvimento de ferramentas computacionais para simulação de plasmas, resolução de problemas inversos e simulação de espectros de emissão de moléculas diatômicas. Frameworks para implementação de metaheurísticas e sistema de gerenciamento robusto de clusters heterogêneos e não dedicados também fazem parte dos trabalhos desenvolvidos no laboratório. O sistema de gerenciamento de clusters permite que computadores com um ou múltiplos núcleos de processamento, executando sistemas operacionais Windows e/ou Linux sejam agregadas dinamicamente a um processamento paralelo. Com esse sistema, é possível agregar de forma rápida e fácil, independentemente da localização física, todos os recursos computacionais do laboratório e utilizá-los como um supercomputador que pode conter, atualmente, mais de 100 unidades de processamento. Esse sistema vem sendo utilizado na otimização computacional de dispositivos semicondutores. Participação em Projetos de Interesse Estratégico Sensores de infravermelho baseados em nanoestruturas semicondutoras Objetivo: desenvolvimento de fotodetectores de infravermelho baseados na tecnologia de poços e pontos quânticos (nanotecnologia) caracterizados por alta detectividade e alta seletividade. Espera-se abordar integralmente no País todo o ciclo de desenvolvimento, do projeto à produção dos dispositivos. Detalhe do posicionamento das agulhas da estação de prova em uma amostra de QWIP Colaborações: colabora com várias universidades e institutos de pesquisa do Brasil, no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanodispositivos Semicondutores (INCT-DISSE) tais como USP, UFMG, PUC-RJ, UFSCar, UFAM, UFU, dentre outras. Financiamento de projetos: CNPq, FINEP, AEB. Atuação: desenvolvimento de ferramentas computacionais para o auxílio ao projeto e análise de dispositivos semicondutores nanoestruturados, caracterização experimental elétrica e óptica. Análises de estruturas e dispositivos envolvem interação contínua com o grupo experimental que atua nos Laboratórios de Caracterização de Dispositivos Semicondutores, LCDS, e Laboratório de Radiometria e Caracterização de Sensores Eletro-ópticos, LaRaC. Essa interação permite avaliar e validar os modelos matemáticos e computacionais desenvolvidos e reforça o uso dos programas computacionais para a otimização de projetos e para o estudo de novas configurações. 40 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Pós-Graduação: sete projetos de pós-graduação voltados para o desenvolvimento de modelos computacionais, de métodos numéricos e de desenvolvimento e caracterização experimental estão em andamento. Acelerômetros MEMS Objetivo: desenvolvimento de acelerômetros de estado sólido. O objetivo principal é a fabricação de dispositivos MEMS projetados no Brasil, com aplicações civis e militares. Colaborações: EPUSP (Laboratório de Sistemas Integráveis LSI), CSEM (Brasil/Suíça). Financiamento: CNPq/AEB, FINEP. Atuação: O Grupo desenvolve modelos analíticos e realiza simulações computacionais para a análise de desempenho e otimização dos dispositivos. O desenvolvimento experimental é realizado no LSI e a caracterização elétrica em outros laboratórios do IEAv e do IAE. Imagem de dispositivos desenvolvidos no LSI/EPUSP. Pós-Graduação: dois projetos de pós-graduação estão em andamento Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 41 FOTÔNICA EM SILÍCIO Acompanhando desenvolvimentos tecnológicos emergentes, o Grupo de Fotônica em Silício realiza estudos, projetos, simulações e caracterização de dispositivos de Óptica Integrada em Silício e prospecta trabalhos de cooperação com Centros que fabricam e estudam dispositivos nesta plataforma. O interesse nesse campo de pesquisa acompanha o maciço investimento de grandes empresas de microeletrônica, como IBM, Intel e NTT, em busca de utilizar para a fotônica integrada a mesma plataforma utilizada em chips de microeletrônica. Assim, agregam a seus componentes potencialidades como comunicação óptica intra- e inter-chips, e, ao mesmo tempo, se beneficiam da utilização de processos de fabricação consagrados e equipamentos já presentes na multibilionária indústria eletrônica. Esses investimentos são guiados por roadmaps que analisam o futuro da microfabricação, onde se prevê que a Lei de Moore (Figura 1) da microeletrônica deverá continuar atual, o que requer formas de comunicação que não padeçam das limitações intrínsecas a condutores metálicos (conhecidas como electronic bottleneck) em que o aumento do clock é acompanhado de forte atenuação do sinal propagante. Figura 1. “Lei de Moore”: Número de transistores nos microprocessadores dobra a cada 2 anos. A possibilidade de substituição de elétrons por fótons, em algumas funcionalidades, como portadores básicos de informação em micro e nanodispositivos mais rápidos e eficientes, deu origem à Fotônica Integrada em Silício. A convergência com a Nanotecnologia foi uma conseqüência evolutiva natural, gerando a terminologia Nanofotônica. As propriedades físicas (ópticas, eletrônicas e mecânicas) de estruturas nanométricas em silício podem diferir significativamente daquelas em estruturas macroscópicas ou mesmo em escalas micrométricas, dependendo do formato, dimensões, orientação cristalina, relação superfície/volume, etc. 42 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Além da aplicação direta da Fotônica Integrada em Silício na área da micro/nanoeletrônica, como ilustrado na Figura 2, descortina-se uma infinidade de aplicações emergentes que podem tomar dimensões tão relevantes quanto a da micro/nanoeletrônica. Exemplos típicos são aplicações em telecomunicações, em sistemas sensores e bio-sensores altamente integrados, em estudos recentes de criptografia quântica utilizando efeitos de Four-Wave Mixing, e em aplicações que envolvem micromáquinas optoeletromecânicas e suas variações. Em virtude de suas propriedades ópticas, mecânicas e eletrônicas, o leque de aplicações do silício abrange promissoramente todas essas áreas e suas respectivas interseções. Portanto, o silício continua a desfrutar de posição privilegiada para inovação tecnológica neste alvorecer do século XXI, e a Fotônica Integrada em Silício tem o potencial de prover novo impulso à micro/nanoeletrônica em geral. Recentes avanços em modulação óptica e/ou eletroóptica em silício, ou em dispositivo assimétricos como ilustrado na Figura 2, bem como em amplificação óptica usando o efeito Raman e o efeito Four-Wave Mixing, além de demonstrações de fontes ópticas laser, ampliaram ainda mais o leque de aplicações da Fotônica Integrada em Silício, ratificando sua relevância estratégica em diversas áreas da ciência e da tecnologia. Figura 2. À esquerda, resultado de trabalho de pesquisadores do IEAv em parceria com pesquisadores do Caltech, ilustrada na capa da edição de fevereiro de 2013 da revista Nature Materials®. À direita, imagem por Microscópio de Varredura Eletrônica de um acoplador direcional feito em Fotônica Integrada em Silício. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 43 LASERS E APLICAÇÕES O Grupo de Pesquisa foi criado com o objetivo de desenvolver tecnologias nacionais de lasers e sistemas de espectroscopia com lasers para suportar o programa de enriquecimento de urânio via lasers iniciado em 1978 no CTA. O Grupo desenvolveu as tecnologias de lasers de vapor de cobre e ouro, de Cu-HBr, sistemas de lasers e amplificadores de corante de alta potência, lasers de CO 2 contínuos e pulsados. O enriquecimento de urânio metálico com lasers foi obtido em laboratório, com a identificação das linhas de transição apropriadas para a fotoionização seletiva de isótopos e a implementação de uma câmera de evaporação instrumentada para detectar e coletar o vapor de Uranio metálico. A experiência de mais de trinta anos em desenvolvimento de lasers, processos de interação laser-matéria e espectroscopia levaram a diversificação das linhas de pesquisa do Grupo: aplicações industriais de lasers para o setor aeroespacial e metalomecânico e pesquisa básica em separação isotópica de outros materiais. Estas atividades são desenvolvidas em dois laboratórios principais: Laboratório de Espectroscopia e Fotoionização Seletiva Neste laboratório se investiga o processo de separação isotópica via laser de Terras Raras (Nd, Er e Dy) e de Molibdênio. O laboratório está equipado com 3 sistemas de lasers de corante pulsados de alta potência, um laser de corante contínuo em anel de alta resolução com dobrador de frequência, um laser de Ti-Safira e sistemas completos de espectrometria óptica e de massa. Em 2014 obteve-se o primeiro resultado de medição precisa de desvio isotópico de Nd por meio de espectroscopia opto-galvânica intermodulada. O estudo do processo de ablação a laser é outra tema de interesse do Grupo. A fotoionização seletiva por laser aplicada em um jato de vapor neutro gerado por meio de ablação a laser é uma alternativa inovadora e mais eficiente para se obter isótopos de terras raras com redução de custo. Nesta aplicação, são utilizados lasers pulsados de Nd-YAG (532 nm e 355 nm) de alta taxa de repetição (20 kHz) e recentemente foi instalado um laser de Nd-YAG UV (355 nm) que emite pulsos com energia de 300 mJ. Com isto será possível gerar um maior volume de vapor por pulso e estudar plasmas com temperaturas mais elevadas. Uma câmera de ablação em vácuo, muito compacta e acoplada a um sistema de movimentação controlado por computador se encontra operacional e permite medir por espectroscopia a taxa de expansão e a temperatura do vapor gerado pelo laser. Sistema oscilador/amplificador de Lasers de corante de alta potencia 44 Espectroscopia Optogalvânica Intermoduladada de Nd e Dy Sistema compacto de ablação a laser em vácuo Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Laboratório de Desenvolvimento de Aplicações de Lasers e Óptica (Dedalo) Criado para fomentar o uso das tecnologias de processamento a laser nas indústrias e desenvolver inovações em setores estratégicos o Dedalo possui diversas fontes de laser: lasers de Nd:YAG pulsados, lasers de Yb:fibra pulsado (20 W) e contínuo (2 KW) e lasers de CO2 RF de 100 W. Os desenvolvimentos das aplicações industriais e avançadas das tecnologias de laser são conduzidas com o apoio de sistemas de movimentação de peças automatizados de padrão industrial, como mesas CNC e cabeçotes de gravação além de equipamentos para análise e ensaio dos materiais tratados com laser, como : DRX, micro-durômetro, máquinas de ensaios mecânicos, microscópios óticos e de varredura de elétrons. Esta infraestrutura única no país é utilizada no desenvolvimento de aplicações industriais e científicas de lasers em parceria com diversas empresas e instituições de pesquisa do país e do exterior. As aplicações de laser em curso no laboratório são: soldagem de estruturas e componentes aeronáuticos e espaciais, tratamento térmico, texturização e estruturação de superfícies com lasers e aplicação de revestimentos cerâmicos por laser. Neste ano, foi instalada uma nova mesa de processo CNC de 4 eixos com área útil de 1,20 m x 1,80 m o que permitiu a soldagem de um painel estrutural de alumínio, com dimensão similar ao de estruturas aeronáuticas reais. A união de chapas de titânio classe 5 (Ti-Al-V) com uso de laser, seguido de tratamento térmico em câmara a plasma, foi outro destaque neste ano. Os resultados obtidos na resistência em tração e fadiga rotativa são semelhantes ao material de base sem solda. O processo de união deste material é complexo e o sucesso obtido no domínio desta tecnologia deve aprimorar seu uso na área aeroespacial. Da mesma forma, os primeiros resultados de soldagem a laser entre dois materiais dissimilares, Ti6Al4V e alumínio aeronáutico AA6013, oferecem uma nova alternativa de união de componentes de aeronaves com maior resistência a corrosão. Na área de revestimentos e sinterização a laser, destacam-se dois importantes resultados recentes: a demonstração da viabilidade dos processos de deposição via laser em metal de revestimentos de ligação de MCrAlY e de sinterização a laser de Inconel e Stellite. O domínio destes processos é fundamental para estabelecer uma tecnologia nacional de fabricação de componentes e de revestimentos de barreira térmica utilizados em turbinas. Soldagem de um painel estrutural na Aplicação de revestimentos em Sinterização de Stellite com laser de mesa CNC de 4 eixos metais com laser de CO2 baixa potência Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 45 ÓPTICA APLICADA Atuando há mais de 25 anos, o Grupo de Óptica Aplicada dedica-se ao projeto, desenvolvimento e avaliação de componentes ópticos de precisão. A obtenção destes componentes envolve um conjunto de atividades seqüenciais e interdependentes, que devem resultar em superfícies com a geometria desejada e com baixíssima rugosidade, obtidas por sucessivos processos de esmerilhamento e de polimento. Tipicamente, para um componente óptico que vá atuar na faixa do visível, rugosidades da ordem de poucos nanometros são esperadas. Após esta etapa, chamada de produção do substrato, há o revestimento da(s) superfície(s) com filmes finos e a sua caracterização. Estes revestimentos podem atuar como camadas refletoras, anti-refletoras ou parcialmente refletoras. Fazem parte das atividades desenvolvidas: o estudo de técnicas de usinagem, esmerilhamento e polimento, utilizando equipamentos de alta rotação e ferramentas diamantadas; avaliação da qualidade superficial, por perfilômetro, rugosímetro e interferômetro; deposição de filmes finos antirefletores ou refletores e a avaliação da transmitância ou refletância dos mesmos; estudo das propriedades ópticas dos filmes finos, como função dos parâmetros e técnicas de deposição utilizadas. Há ênfase também na formação de Recursos Humanos, com especial participação de alunos de Iniciação Científica de IES da região, tais como: UNIFESP, UNIVAP, UNIP, UNICAMP, USP – Lorena, FEG-UNESP, dentre outras. Ajuste mecânico de prato de trabalho e resultado de calibração intermediária semanal do padrão de plano. Nos últimos cinco anos tem atuado mais especificamente no desenvolvimento de Substratos de Carbono Vítreo e de Carbeto de Silício. O objetivo destes estudos é o desenvolvimento de substratos de baixa massa específica para a utilização em óptica de imageamento para satélites, que já resultaram no depósito de patentes. Estes trabalhos são financiados por projetos da FINEP e do CNPq, visando também à formação de RH para o setor aeroespacial. 46 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Rota de produção de substratos de SiC para aplicações aeroembarcadas. Presta-se também serviços de fabricação de componentes ópticos, medição e calibração para o DCTA e outras instituições ligadas ao ensino, à pesquisa e ao desenvolvimento, tais como: USP, UNICAMP, UNESP, INPE, INMETRO. Dá assistência a empresas na área de medição de rugosidade e planeza. O Grupo de Óptica Aplicada é composto de cinco doutores, três mestres, dois técnicos e quatro alunos de mestrado, 14 de IC e um estagiário. 3,04 Ra (micrometros) 2013 3,03 3,02 3,01 17/3 6/5 25/6 14/8 3/10 22/11 11/1 Data da medição Resultado de calibrações intermediárias semanais do padrão de rugosidade e o rugosímetro utilizado. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 47 SENSORES A FIBRA ÓPTICA O Grupo de Pesquisas do CNPq/IEAv Sensores a Fibra Óptica foi criado em 1985 e é constituído por 14 pesquisadores de diversas áreas e, neste momento, colaboram com as pesquisas 2 estudantes em programas de iniciação científica e pós-graduação e 4 técnicos para apoio em eletrônica. As principais linhas de pesquisa são sensores a fibra óptica, interferometria, processamento de sinais, óptica Integrada, optoeletrônica e nanofotônica. Atualmente a equipe realiza pesquisas em sensores inerciais a fibras ópticas (giroscópios e acelerômetros), sensor de deslocamento angular a fibra óptica aplicado à inspeção não-destrutiva, estabilização de fontes superfluorescentes em fibras dopadas com érbio para aplicações em giroscópios de alta performance, grades de Bragg em fibra (FBG), grades de Bragg de longo período em fibras (LPG), óptica integrada em substratos de vidro, niobato de lítio e em silício. O Grupo conta com as facilidades laboratoriais do IEAv e em especial o Laboratório de Sensores a Fibra Óptica (LSFO), o Laboratório de Optoeletrônica (LOE) e o Laboratório de Óptica Integrada (LOI). Parte dos equipamentos da sala limpa do Laboratório de Óptica Integrada (LOI): Microscópio confocal e evaporadora para deposição de filmes finos Resumo dos trabalhos desenvolvidos pelo do grupo: 1) Junho de 1998: ensaio em vôo de helicóptero de um protótipo de um Giroscópio a Fibra Óptica (GFO), para caracterização de seu funcionamento em ambiente aeronáutico; 2) Março de 1999: ensaio em vôo de foguete VS-30 de GFO totalmente desenvolvido pelo grupo; demonstrou funcionamento em ambientes de fortes acelerações, de microgravidade e espacial. O bemsucedido experimento foi divulgado nos meios científicos e na sociedade; 48 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 3) Sensor de corrente elétrica a fibra óptica: construído em 1999 um protótipo de laboratório, demonstrando-se a viabilidade técnica de um subproduto da pesquisa em GFO; 4) Sistema de aquisição e processamento de sinais interferométricos: construído em 1999, permite a caracterização de parâmetros de sensores interferométricos a fibra óptica com grande precisão; 5) Grades de difração em fibras ópticas: sistema de fabricação encontra-se operacional desde 1999; 6) Iniciado em 2000 o projeto “Desenvolvimento de fontes superfluorescentes para giroscópios de alta performance”, financiado pela FAPESP - Processo 99/10403-6; 7) Sensores distribuídos: pesquisa realizada em 1999, utilizando o efeito Brillouin estimulado em fibra óptica, ganha o segundo lugar do Prêmio Petrobrás de Tecnologia em Dutos do ano 2000; 8) Construção de bloco girométrico a fibra óptica (três GFO) para a Marinha do Brasil, entregue em 2001; 9) Iniciado em 2004, o projeto "Acelerômetro Opto-Mecânico Baseado em Grades de Bragg em Fibras Ópticas" (AOM), financiado pela FINEP; 10) Iniciado em 2004, o projeto "Bloco Girométrico Miniaturizado a Fibra Óptica para utilização no Míssil MAR-1" (GIROMAR); 11) Iniciado em 2006, o projeto de "Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial" (SIA), para satélites e veículos lançadores, financiado pela FINEP; 12) Iniciado em 2006 e concluído em 2011, projeto de "Chip Optoeletrônico para Giroscópios e Acelerômetros a Fibra Óptica" (CHIPOPTO), financiado pela FINEP; 13) Concluído com sucesso, em 2008, o projeto (GIROMAR); e 14) Iniciada em 2008, fase operacional do Laboratório de Óptica Integrada (LOI). Giroscópios a fibra óptica com eletrônica para o VLS. Projeto FINEP-SIA. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Girômetros a fibra óptica com eletrônica para o MAR. Projeto FINEP-GIROMAR. 49 SENSORIAMENTO REMOTO A Subdivisão de Sensoriamento Remoto do IEAv tem por missão desenvolver o conhecimento científico e tecnológico nos campos de sensores, processamento de imagens, sensoriamento remoto e geoprocessamento para a Força Aérea Brasileira. A Subdivisão de Sensoriamento Remoto também ministra cursos básicos, avançados e de reciclagem, desenvolve atividades de pesquisa básica e aplicada nos campos do sensoriamento remoto e do processamento de imagens digitais, bem como presta serviços de consultoria técnico-especializada ao governo e à iniciativa privada. Fazem parte das atividades desenvolvidas: - Geomática: a equipe em Geomática desenvolve pesquisas e trabalhos de engenharia nas áreas de GNSS (Global Navigation Satellite System), Geoprocessamento e Fotogrametria Digital; - Inteligência com Imagens: desenvolve técnicas para extração de informações a partir imagens, e pesquisa técnicas para tratamento e realce de imagens a fim de detectar objetivos de interesse; Laboratório de IMINT e uso do programa Aerograf INT nas atividades de extração de informações. - Radiometria e Caracterização de Sensores Eletroópticos: desenvolve metodologias para viabilizar a utilização de sensores eletroópticos imageadores para a obtenção de informações de propriedades físicas de materiais da superfície terrestre: temperatura, reflectância, transmitância e/ou emissividade; Esfera Integradora do Lab. de Calibração de sensores 50 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 - Sistemas Autônomos Aeroembarcados: desenvolve pesquisas em sistemas autônomos aeroembarcados, tais como: sistemas de navegação com estimação automática de posição baseada em imagens; sistemas de reconhecimento automático de alvos; sistemas de processamento de imagens; sistemas de estereoscopia; e Plataformas de testes e Lab. de desenvolvimento de sistemas autônomos - Sistemas Imageadores: desenvolvimento e caracterização de sistemas sensores de imageamento. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 51 SISTEMAS ELETROMAGNÉTICOS O Grupo de Pesquisas do CNPq/IEAv de Sistemas Eletromagnéticos foi criado em 2006 e é constituído por 12 pesquisadores doutores de diversas áreas e, neste momento, colaboram com as pesquisas 19 estudantes em programas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. A equipe de pesquisadores realiza pesquisas sobre os efeitos de um ambiente eletromagnético 3 (E ) sobre as pessoas, equipamentos e/ou sistemas. Também desenvolve tecnologias necessárias para a avaliação eletromagnética do ambiente, tais como sensores de corrente, de presença de RF, magnetoelásticos, de campos eletromagnéticos (DC/AC, RF), magnetômetros, supressores de RF, blindagens etc. Para o desenvolvimento dessas tecnologias avançadas são consideradas as áreas de micro-ondas, materiais e biomédicas. O grupo dispõe de infraestrutura para: i. caracterizações eletromagnéticas (DC - 40 GHz) e térmica (-40 graus até 120 graus) de materiais e sistemas; ii. avaliações de ambientes eletromagnéticos (DC - 26,5 GHz); iii. metalurgia de cerâmicas; iv. ensaios de sensores magnéticos - calibração; v. desenvolvimento de projetos eletromagnético e térmico de sistemas, utilizando ferramentas CAE/CAD comerciais e rotinas computacionais desenvolvidas pelo grupo; vi. análise de espalhamento eletromagnético e RCS, utilizando-se ferramentas CAE/CAD comerciais e rotinas computacionais desenvolvidas pelo grupo; vii. caracterização estrutural de materiais em escala micro- e nanométrica; e viii. análise eletromagnética em micro e nano regiões (AFM e MO). Os Laboratórios de Sistemas Eletromagnéticos (LSE) e Materiais Eletromagnéticos (LME) são credenciados junto à Agência Nacional de Petróleo para P&D e serviços nas áreas de caracterização eletromagnética de materiais, EMC/EMI e projeto de dispositivos e estruturas com ferramentas CAE/CAD eletromagnéticas. Os profissionais também desenvolvem atividades para atender objetivos exclusivamente sociais e garantir a melhoria da qualidade de vida do cidadão, oferecendo estágios nos Laboratórios para especialistas da área de sensores aeroespaciais, ministrando palestras sobre os efeitos da radiação eletromagnética em seres vivos e auxiliando o poder público em normas e leis de regulamentação ambiental. O grupo, desde 1992, já conta com 12 depósitos de patentes e 6 patentes concedidas. Figura 1. (a) Ambiente multidisciplinar para a pesquisa inovadora e (b) treinamento especializado: Físicos, Químicos, Engenheiros Eletricistas, Mecânicos, de Materiais, de Computação, Ambiental e de Controle e Automação. 52 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Figura 2. Instrumentação Científica atualizada na área de caracterização eletromagnética de materiais e ferramentas CAE/CAD eletromagnéticas. As principais linhas de pesquisas do grupo são: a. Ambiente eletromagnético; b. Sensores eletromagnéticos com aplicações aeroespaciais; c. Calibração de sensores; d. Caracterização eletromagnética de materiais; e. Efeitos da Radiação Não-Ionizante (RNI) em tecidos biológicos; f. Ferramentas CAE/CAD eletromagnéticas; g. Materiais magnéticos e dielétricos; h. Processamento e caracterização de materiais cerâmicos; e i. Radar Cross Section (RCS). Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 53 TECNOLOGIA NUCLEAR ESPACIAL O Grupo de Tecnologia Nuclear Espacial foi criado no ano de 2009. A finalidade do grupo é olhar os múltiplos aspectos da tecnologia nuclear aplicada na geração de potência elétrica, calor e efeitos propulsivo em sistemas espaciais. Neste aspecto estão incluídos como sistemas espaciais, os seguintes: satélites, naves espaciais, e sistemas de superfície, entre outros. Pode-se entender como sistemas nucleares os microrreatores nucleares (com potência térmica no núcleo no entorno ou inferior a 1 MW), Geradores Termoelétricos a Radioisótopos (GTR, ou da sigla Inglesa RTG) e os sistemas de engenharia associados que auxiliem ou estejam relacionados aos mencionados anteriormente, tais como, reatores rápidos, novos combustíveis, ciclos térmicos (Brayton e Stirling), turbina passiva multifluido ou de Tesla, tubos de calor e seus sistemas, motores iônicos e a plasma, propulsores nucleares térmicos, dentre outros. Uma semente do grupo já existia desde 2003 no Instituto de Estudos Avançados, OM do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial do Comando da Aeronáutica, como pode ser atestado pelas publicações Lattes dos pesquisadores constituintes do Grupo. A experiência do Grupo foi construída ao longo de pelo menos duas décadas. Os principais projetos Institucionais aos quais os membros do grupo estiveram envolvidos foram: o projeto AMAZONAS (1984-1988) que tratou do desenvolvimento conceitual de um reator rápido de potência para o cenário elétrico Nacional; o projeto RESPA (1988-1992) que acompanhou o desenvolvimento da tecnologia de reatores espaciais da época; e o projeto REARA (1992-1999) que propôs o desenvolvimento conceitual de um reator rápido experimental. Atualmente, o grupo está envolvido com o projeto TERRA - TEcnologia de Reatores Rápidos Avançados. O projeto TERRA classifica-se como de P&D e enfatiza a comprovação experimental e a formação de RH. O sistema nuclear que se deseja desenvolver deverá ser aplicado em veículos espaciais brasileiros. No entanto, vislumbra-se sua utilização, com modificações adequadas, em locais inóspitos, a exemplo do leito oceânico, gerando energia elétrica e/ou calor para sistemas de extração de petróleo, podendo incluir seqüestro de carbono. Devido ao seu tamanho reduzido a micro usina nuclear poderia ser utilizada em locais não servidos pela malha elétrica Nacional em situações especiais. Curso de micro processador Arduino, sendo ministrado no Laboratório Computacional de Tecnologia Nuclear. Este tipo de micro processador será usado para controlar e realizar aquisição de dados nos experimentos de Laboratórios. 54 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Primeira concepção do combustível nuclear na forma esferas e sua agregação dentro de tubos hexagonais formando o núcleo do microrreator rápido brasileiro. Primeira turbina passiva multifluido gerando 55 W e produzindo energia elétrica para acender uma lâmpada de farol de automóvel. Fotografia Schlieren do jato de air comprimido da segunda turbina passiva multifluido produzida no IEAv. Máquina Stirling doada pela EMBRAPA desmontada. Maquina Stirling desmontada, produzida no IEAv, baseada na máquina doada pela EMBRAPA. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 55 TEORIA DE TRANSPORTE DE PARTÍCULAS O Grupo de Pesquisa em Teoria de Transporte de Partículas foi criado no Instituto de Estudos Avançados (IEAv) em 1984 e, desde então, vem realizando pesquisas em métodos analíticos e numéricos para a solução da equação de Boltzmann. As áreas de aplicação predominantes são a Nuclear e a Espacial. O grupo se dedica a três linhas de pesquisa: Transporte de Nêutrons, Transferência Radiativa e Dinâmica dos Gases Rarefeitos. Na linha de pesquisa “Transporte de Nêutrons”, o objetivo é o desenvolvimento de métodos de solução para a equação de transporte de nêutrons em Física de Reatores, tanto para problemas de criticalidade como para problemas de fonte fixa e fonte externa. Ao longo dos anos, os trabalhos do grupo abordaram os seguintes métodos: harmônicos esféricos (PN), ordenadas discretas, facile (FN) e probabilidades de colisão. Na linha de pesquisa “Transferência Radiativa”, o grupo visa o desenvolvimento de métodos de transferência solução radiativa, para a incluindo equação efeitos de como polarização e mudança no índice de refração. Os trabalhos nesta linha são baseados nos métodos PN, FN e ordenadas discretas. Finalmente, na linha de pesquisa “Dinâmica dos Gases Rarefeitos”, o grupo desenvolve trabalhos sobre a equação de Boltzmann linearizada e modelos cinéticos para gases simples e misturas, utilizando o método de ordenadas discretas. 56 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Alguns trabalhos publicados nos últimos cinco anos: Garcia, R. D. M.; Siewert, C. E., On the dispersion function for complex values of the parameter c, Annals of Nuclear Energy, Volume: 69, Pages: 203 - 204, Published: JUL 2014. Garcia, R. D. M., The analytical discrete ordinates method for a one-dimensional model of neutral particle transport in ducts, Nuclear Science and Engineering, Volume: 177, Pages: 35 - 51, Published: MAY 2014. Garcia, R. D. M., Radiative transfer with polarization in a multi-layer medium subject to Fresnel boundary and interface conditions, Journal of Quantitative Spectroscopy and Radiative Transfer, Volume: 115, Pages: 28 - 45, Published: JAN 2013. Garcia, R. D. M.; Siewert, C. E., A simplified implementation of the discrete-ordinates method for a class of problems in radiative transfer with polarization, Journal of Quantitative Spectroscopy and Radiative Transfer, Volume: 112, Pages: 2801 - 2813, Published: DEC 2011. Garcia, R. D. M.; Siewert, C. E., Viscous-slip, thermal-slip, and temperature-jump coefficients based on the linearized Boltzmann equation (and five kinetic models) with the Cercignani-Lampis boundary condition, European Journal of Mechanics BFluids, Volume: 29, Pages: 181 - 191, Published: MAY - JUN 2010. Garcia, R. D. M.; Siewert, C. E., On the use of a nascent delta function in radiative-transfer calculations for multi-layer media subject to Fresnel boundary and interface conditions, Journal of Quantitative Spectroscopy and Radiative Transfer, Volume: 111, Pages: 128 - 133, Published: JAN 2010. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 57 TERMO-HIDRÁULICA O Grupo de Pesquisa de Termo-hidráulica atua há mais de 29 anos em pesquisa e desenvolvimento nas áreas de transferência de calor e mecânica dos fluidos, com aplicação em reatores nucleares e sistemas aeroespaciais. As Figuras 1 e 2 apresentam a malha computacional e a distribuição de temperatura obtidas com o software FLUENT para o núcleo do microrreator nuclear do projeto TERRA, respectivamente. Figura 1. Malha computacional para o elemento combustível do reator. Figura 2. Distribuição de temperatura no elemento combustível. 58 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 As principais áreas de atuação são: 1. Estudos de núcleos de reatores nucleares, trocadores de calor, geradores de vapor e circuitos primário e secundário de sistemas de transporte de calor em reatores nucleares; 2. Análises de acidentes em reatores nucleares considerando a atuação de sistemas de segurança ativos e passivos; 2. Os seguintes softwares são utilizados para análises termo-hidráulicas e estudos de acidentes em reatores nucleares: FLUENT, RELAP5, COBRA-4/COBRA-EN e COTHA; 3. Estudos experimentais de tubos de calor, sistemas de transporte de calor, bombas eletromagnéticas, circuitos experimentais a mercúrio e circuito monofásico à água para ensaios de circulação natural; 4. Solução de equações diferenciais por métodos numéricos (volumes finitos, diferenças finitas, elementos finitos, coordenadas generalizadas, etc); e 5. Desenvolvimento de softwares para simulação computacional de fenômenos físicos nas linguagens C, C++ e FORTRAN. O grupo participou ou ainda atua nos seguintes projetos institucionais: AMAZONAS - Análise temo-hidráulica e de segurança de reatores rápidos refrigerados a sódio - IEAv (1984-1988); RESPA Análise termo-hidráulica de reator espacial refrigerado a lítio - IEAv (1988-1992); REARA - Análise termo-hidráulica de reator rápido experimental refrigerado a sódio - IEAv (1992-1999); SARA - Análise térmica do satélite durante a fase de reentrada - IEAv e AEB (2000-2001); SATER - Controle térmico do satélite durante a fase orbital - IEAv e IAE (2002-2010); LABGENE - Análise termo-hidráulica do núcleo de um reator tipo PWR - IEAv e CTMSP (2001-2007); TERRA - Tecnologia de Reatores Rápidos Avançados - IEAv (desde 2008); JA1 - Análise termo-hidráulica de fusão de metais com o FLUENT IEAv (desde 2008). O grupo conta com os seguintes alunos: Rodolfo Jordão e Rafael Eugênio Borges. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 59 60 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Concepção artística de um rebocador espacial nuclear Projetos do IEAv Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 61 PROJETOS ESTRATÉGICOS ORÇAMENTÁRIOS DO IEAv Projeto: Processo Atômico de Separação Isotópica a Laser - Terras Raras (PASIL) Projeto: Processamento de Imagens em Tempo Real (PITER) Projeto: Tecnologia de Reatores Rápidos Avançados (TERRA) Projeto: Desenvolver Demonstradores Tecnológicos em Propulsão Hipersônica Aspirada Utilizando Combustão Supersônica Projeto: Sistema Tático de Enlace de Dados (SISTED) PROJETOS ESTRATÉGICOS EXTRA-ORÇAMENTÁRIOS DO IEAv Projeto: Financiador: Desenvolver Acelerômetros Opto-Mecânico e a Semicondutor Tipo MEMS (AcelerAD) FINEP Projeto: Desenvolver Demonstradores Tecnológicos em Propulsão Hipersônica Aspirada Utlizando Combustão Supersônica FINEP/CNPq/AEB Financiador: PROJETOS DAS DIVISÕES DO IEAv Projeto: Financiador: Análise Estrutural e Configuração Interna do Veículo Hipersônico 14-X CNPq/AEB Projeto: Financiador: Análise Numérica da Aerotermodinâmica do Veículo Aeroespacial 14-X CNPq/AEB Projeto: Financiador: Aplicação de Simulação Monte Carlo na Reentrada de Veículos Espaciais CNPq/AEB Projeto: Financiador: Assinaturas Espectrais na Região do Infravermelho-Termal para Caracterização de Sensores Eletroópticos a Bordo de Satélites CNPq/AEB Projeto: Financiador: Avaliação da Detonação Pulsada por Imagens de Emissão CNPq Projeto: Financiador: Avaliação de Técnicas de Correção de Trajetória de Veículos Aéreos Não Tripulados por Imagens CNPq Projeto: Financiador: Cálculos "ab initio" do Alinhamento de Bandas em Nanofios de InP FAPESP Projeto: Financiador: Caracterização da Combustão Supersônica em Túneis de Choque Pulsados CNPq/AEB Projeto: Financiador: Caracterização da Combustão Supersônica em Túnel de Choque Hipersônico CNPq/AEB Projeto: Financiador: Caracterização da Magnetostricção de Ferritas de Cobalto FAPESP Projeto: Financiador: Combustão Supersônica Assistida por Laser FINEP Projeto: Financiador: Demonstrador de Veículo a Propulsão a Laser FINEP Projeto: Financiador: Demonstrador Tecnológico de Estato-Reator a Combustão Supersônica FINEP Projeto: Financiador: Desenvolver Pesquisas em Acelerômetros (ACELERAD) FINEP 62 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Projeto: Financiador: Desenvolvimento da Tecnologia de Aplicação de Revestimentos Cerâmicos Micro e Nano-particulados via Laser de CO2 CNPq/AEB Projeto: Financiador: Desenvolvimento de Dispositivos Semicondutores para Aplicações Aeroespaciais CNPq/AEB Projeto: Financiador: Desenvolvimento de Ferritas de Cobalto para Aplicações no Encapsulamento de Sensores de RF e MicroOndas. FAPESP/CAPES Projeto: Financiador: Desenvolvimento de Microssoldagem a Laser CAPES Projeto: Financiador: Desenvolvimento de Plataformas para Testes de Efeitos da Radiação Ionizante em Componentes Eletrônicos de Uso Aeroespacial (TESTRAD) CNPq/AEB Projeto: Financiador: Desenvolvimento de Sistemas Tolerantes à Radiação e Qualificação para Uso Aeroespacial CAPES Projeto: Desenvolvimento de Técnicas Não-Intrusivas de Medição de Temperatura em Escoamentos Reativos de Alta Velocidade CNPq Financiador: Projeto: Financiador: Desenvolvimento de Tubos de Calor para Rejeição Passiva de Elevadas Taxas de Transferência de Calor com Aplicação Principal em Ciclos Brayton Fechados CNPq/AEB Projeto: Financiador: Detecção de Alvos em Imagens Orbitais CNPq/AEB Projeto: Financiador: Dosimetria da Radiação Ionizante de Origem Cósmica no Espaço Aéreo Brasileiro (DRIEAB) CNPq Projeto: Financiador: Efeitos das Radiações Ionizantes em Sistemas Aeronáuticos (ERISA) CNPq Projeto: Financiador: Estudo da Detonação Pulsada por Técnicas de Diagnóstico FAPESP/CNPq Projeto: Financiador: Estudo da Soldabilidade a Laser em Aços de Alta Resistência USIMINAS Projeto: Financiador: Estudo de Modelo de Avaliação de Cobertura de Sinal de um Sistema de Comunicação, Navegação e Posicionamento por Satélites CNPq/AEB Projeto: Financiador: Fibras Micro-Estruturadas para Sensoriamento Óptico de Parâmetros Elétricos FINEP Projeto: Financiador: Fotônica Integrada em Silício CNPq Projeto: Financiador: Funcionalização de Nanofilmes de Carbono por Enxertia Induzida via Radiação Ionizante FAPESP Projeto: Financiador: Infraestrutura de Laboratórios do IEAv FINEP Projeto: Financiador: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nano-Dispositivos Semicondutores CNPq/FAPERJ Projeto: Financiador: Instituto Nacional de Fotônica para Comunicações Ópticas (FOTONICOM) CNPq/FAPESP Projeto: Financiador: Lançamento para Voo Cativo do Veículo Aeroespacial Hipersônico 14-X CNPq/AEB Projeto: Financiador: Materiais Estratégicos (MATEST) FINEP Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 63 Projeto: Financiador: Medida de Velocidade em Escoamentos Hipersônicos (HIPERVEL) FINEP Projeto: Modernização e Adequação dos Laboratórios de Ensino, Pesquisa, Desenvolvimento e Caracterização de Dispositivos Sensores para Uso Aeroespacial FINEP Financiador: Projeto: Financiador: Otimização de Tratamentos Térmicos e Termoquímicos e Aplicação de Processos a Laser e a Plasma em Aços Aeronáuticos CAPES Projeto: Financiador: Planejador de Missões Aéreas (PMA II) EMAER Projeto: Problemas de Corte, Empacotamento, Dimensionamento de Lotes e Programação da Produção, e suas Integrações em Contextos industriais e Logísticos" FAPESP Financiador: Projeto: Financiador: Projeto e Aplicação de Fibras Ópticas Microestruturadas como Material Estratégico para Sensores Avançados e Telecomunicações CAPES Projeto: Financiador: Projeto e Qualificação de Circuitos Integrados para Aplicações Aeroespaciais (CITAR) FINEP Projeto: Financiador: Radiation Processing of Nanocomposites for Enhancing Their Functionality and Utility in Health Care and Industry AIEA Projeto: Financiador: Recarbonização de Carbono Vítreo para Aplicações Embarcadas CNPq/AEB Projeto: Financiador: Sensor de Deslocamento Angular a Fibra Óptica Aplicado à Inspeção Não-Destrutiva de Soldas a Laser CNPq Projeto: Financiador: Sensores a Fibra Óptica Micro-estruturada, Taper e Nanofibra CNPq Projeto: Financiador: Sensores de Infravermelho Nanoestruturados. Programa de Desenvolvimento de Sensores para Defesa FINEP Projeto: Financiador: Sensoriamento de Pressão Baseado em Fibras de Cristal Fotônico para Poços de Petróleo FINEP Projeto: Financiador: Sistema Embarcado para Processamento de Vídeos Obtidos por Veículos Aéreos Não Tripulados para Aplicação em Navegação Autônoma CNPq Projeto: Financiador: Tecnologias Inovadoras para Aplicação da Energia Nuclear no Espaço CNPq Projeto: Teoria Variacional do Estado de Transição Multi-Estrutural com Aplicações na Cinética Química de Reações Complexas. CNPq Financiador: 64 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Pós-graduação, Iniciação Científica e Espalhamento eletromagnético obtido por simulação computacional Tecnológica e Atividades de Extensão Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 65 PÓS-GRADUAÇÃO NO IEAv Criada em fins de 2009, a Coordenadoria de Programa de Pós-Graduação do IEAv (CPPG) é o órgão assessor da Direção nas ações ligadas às atividades de Pós-Graduação desenvolvidas no Instituto. Sua atribuição consiste na coordenação geral das atividades de pós-graduação realizadas no Instituto, com destaque para o acompanhamento acadêmico do PG-CTE, Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais. Aprovado em 2011 para os níveis de mestrado e doutorado, o PG-CTE consiste em um programa por Associação Parcial de Instituições de Ensino Superior, IES, fruto da parceria entre as seguintes unidades de ensino e pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial, DCTA: o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ITA, que consiste na IES principal, o Instituto de Aeronáutica e Espaço, IAE, e o IEAv. Neste modelo de programa, a IES principal é responsável por todo o suporte administrativo, cabendo às demais, além dela própria, a cessão de recursos humanos (quadro de professores) e materiais (laboratórios e salas de aulas) para o desenvolvimento das atividades de Pós-Graduação ligadas ao Programa. O PG-CTE é um Programa ligado à Área de Avaliação Engenharias III, pertencente à Grande Área das Engenharias, de acordo com a classificação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, a qual engloba subáreas como a Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Engenharia Naval e Oceânica e a Engenharia Aeroespacial. Em sua avaliação inicial, o Programa obteve nota 4, em um máximo de 7. Para o triênio de 2015-2017, a meta é alcançar a nota 5 o que, além de conferir uma maior visibilidade da qualidade técnico-científica do Programa, possibilitará ao Programa a solicitação de novas bolsas de estudo institucionais, atualmente em número de 8 para o mestrado e 5 para o doutorado. As linhas de pesquisas do PG-CTE estão distribuídas em cinco áreas de concentração: i) Física e Matemática Aplicadas (CTE-F) Plasmas e Aplicações Lasers e Aplicações Matemática Aplicada e Modelagem Computacional Efeitos da Radiação Ionizante ii) Química dos Materiais (CTE-Q) Eletroquímica e Corrosão Espectroscopia Síntese, Caracterização e Avaliação de Materiais e Nanomateriais Materiais Energéticos Química Teórica iii) Propulsão Espacial e Hipersônica (CTE-P) Aerotermodinâmica e Hipersônica Adição de Energia por Radiação Eletromagnética Propulsão Hipersônica 66 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Técnicas de Diagnóstico em Escoamento Reativo Propulsão Nuclear Propulsão Aeroespacial iv) Sensores e Atuadores Espaciais (CTE-S) Materiais Avançados para Sensores e Metamateriais Sensores à Fibra Óptica, a Óptica-Integrada, de Infravermelho, Magnéticos, Magneto-Mecânicos Condicionamento de Sinais e Técnicas de Medição Nanotecnologia e MEMS Física de Dispositivos Semicondutores v) Sistemas Espaciais, Ensaios e Lançamentos (CTE-E) Ensaios Dinâmicos e Estáticos Sistemas Elétricos e Eletrônicos Sistemas Mecânicos Materiais e Processos Navegação e Controle Engenharia de Sistemas Estruturas e Aeroelasticidade Computação Aplicada Aerodinâmica Aplicada Ensaios e Lançamentos Confiabilidade e Certificação No primeiro semestre de 2014, o corpo docente do PG-CTE é formado por 47 professores pertencentes ao quadro permanente e 6 ao de colaboradores. Dentre os docentes do quadro permanente 25 são bolsistas de produtividade do CNPq (16 bolsistas em Desenvolvimento Tecnológico e 9 em Pesquisa), ou seja 53% do quadro. Seu corpo discente conta com 113 alunos, sendo 77 em nível de mestrado e 36 de doutorado. O gráfico a seguir mostra a distribuição de professores e alunos em cada uma das Áreas de Concentração. 10 13 8 17 14 14 CTE-F CTE-Q Professores 4 7 7 18 17 12 6 6 8 CTE-P CTE-S CTE-E Mestrado Doutorado Distribuição de alunos e professores nas áreas do PG-CTE. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 67 A evolução do quadro discente, a partir do segundo semestre de 2012 é ilustrada na figura abaixo. 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 mestrado doutorado 2012-2 2013-1 2013-2 2014-1 Evolução do quadro discente do PG-CTE. Um número considerável de alunos recebe bolsas de estudo de diferentes origens, algumas das quais associadas a projetos de pesquisa. A distribuição de bolsas de estudo é apresentada no gráfico de pizza a seguir. Origem do apoio, incluindo bolsas, dos alunos do PG-CTE. Nota-se que 51 alunos estão associados a empresas. Destes, 35 são funcionários do Ministério da Defesa e 13 são oriundos de empresas do setor aeroespacial brasileiro, indicando que o programa segue cumprindo sua premissa original de contribuir para a capacitação nas áreas Espacial e de Defesa e para o setor produtivo do complexo aeroespacial brasileiro. Além de toda a sua infraestrutura de pesquisa, o IEAv contribui para o PG-CTE com 24 docentes (15 bolsistas produtividade) que orientam 57 alunos, distribuídos como segue: 68 Área de Concentração Número de alunos Física e Matemática Aplicadas 22 Propulsão Espacial e Hipersônica 16 Sensores e Atuadores Espaciais 19 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 PROGRAMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA - PIBIC E PIBITI O IEAv possui dois Programas de Iniciação: Científica e Tecnológica - PIBIC e PIBITI financiados pelo CNPq. O objetivo é que os alunos tenham contato direto com atividades científicas e tecnológicas em desenvolvimento no Instituto. Atualmente, estes programas contam com um total de 29 bolsas de estudo, distribuídas da seguinte forma, 26 de Iniciação Científica (PIBIC) e 03 de Iniciação Tecnológica e Inovação (PIBITI). Como o Programa PIBITI no IEAv é recente, atualmente em seu terceiro ano, o número de bolsas permanece reduzido. Este ano, contudo, espera-se novo crescimento no número das bolsas, o que já vem acontecendo desde a sua fundação, quando tínhamos apenas 10 bolsas. Os alunos de Iniciação participam ativamente dos trabalhos de pesquisa no Instituto e ao final de cada período de 12 meses apresentam seus trabalhos tanto na forma oral, quanto na forma de pôster no Simpósio de Ciência e Tecnologia do IEAv (SCTI). Redigem também um artigo científico, que inclui a avaliação e correção por pesquisadores das áreas correlatas e finalmente é publicado nos Anais do Simpósio. Anualmente, os melhores trabalhos de cada modalidade de apresentação são premiados no evento, com direito a certificados. O Programa contempla alunos das universidades da região, a saber: ITA, UNIFESP, UNICAMP, UNESP, UNIVAP, UNITAU, UNIP, UMC, UBC, ETEP, FATESF, ANHANGUERA, dentre outras. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 69 LABORATÓRIO INTERATIVO DE CIÊNCIAS (LIC) O Laboratório Interativo de Ciências (LIC) é um projeto idealizado por servidores do Instituto de Estudos Avançados (IEAv) e que tem como objetivo a divulgação e a popularização de Ciência e Tecnologia (C&T), principalmente naquelas relacionadas ao setor aeroespacial. Historicamente, a popularização dos avanços em Ciência sempre foi um empreendimento importante, principalmente em épocas quando não existiam agências de fomento e os cientistas e inventores tinham que contar com a iniciativa pessoal e a criatividade para buscar apoio para os seus projetos. Nos tempos modernos, agências de fomento como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), consideram que a popularização do conhecimento científico é uma forma de contribuir para o desenvolvimento social e a ampliação da cidadania. Neste sentido, o LIC se apresenta como uma ferramenta de inserção social em harmonia com uma das missões exercidas há décadas pelas Forças Armadas no Brasil, ou seja, a ação cívico-social (ACISO). Neste sentido, as atividades do LIC são fortemente apoiadas pela Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) e pelos laboratórios das Divisões do IEAv. O LIC é conduzido por servidores das Divisões que compõem o IEAv, tendo sido contemplado com três projetos do CNPq para a aquisição de experimentos interativos e de multimídia. Dentre as atividades realizadas em 2013-2014, descritas publicação interna [1], podem ser mencionadas as seguintes: discussões junto à Direção da proposta de organização e funcionamento do LIC, bem como seu posicionamento junto ao organograma administrativo do IEAv; acompanhamento de escolas de ensino fundamental e médio da região de São José dos Campos em visitas aos laboratórios do IEAv; manutenção da dinâmica das visitas programadas das escolas aos laboratórios de pesquisa do IEAv, atuando em estreita parceria com a CCS; um dos colegas, pesquisador Vladimir Scheid, teve uma bolsa de PIBIC aprovada [2] para a estudante de Engenharia da UNIFESP-São José dos Campos Catharina Maria Carvalho Scassola, que desenvolveu um vídeo sobre os experimentos de Mendel com objetivo de transformá-lo em material didático para estudantes do ensino fundamental e médio; participação, através de pôsters, da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de Brasília (2013); e participação das comemorações do aniversário do IEAv em 2014 com a apresentação de experimentos interativos. Dentre os objetivos essenciais do LIC estão a sua oficialização no organograma administrativo do IEAv e a criação de uma sede com infraestrutura adequada para o seu funcionamento. Neste aspecto há uma NPA em processamento que deverá ser aprovada neste ano. Os experimentos interativos têm sido utilizados como um dos meios de inserção social dos conhecimentos científicos e o LIC têm potencial para: preparar experimentos disponíveis em seu acervo, para serem apresentados e trabalhados com os estudantes e professores; coordenar visitas de professores e alunos ao IEAv, onde serão apresentados alguns demonstradores de conceito de projetos de pesquisa, dentre os quais podem ser citados robôs e Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), equipamentos de proteção radiológica, modelos de propulsão, lasers, e experimentos de eletromagnetismo; proferir palestras com conteúdo científico ou motivacional; estimular atividades lúdicopedagógicas através de cooperação com o grupo de teatro do IEAv; desenvolver vídeos de curta duração com temas ligados à Ciência; a criação de pequenas histórias em quadrinhos com A Turma do 70 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Fabinho; e estimular professores e alunos a desenvolverem projetos de Ciência do estilo mão na massa, que possam ser realizados com material de baixo custo e/ou reciclável. Em resumo, nossas iniciativas visam estimular o ensino de Ciências, a observação crítica da natureza, com reflexos no cotidiano social dos jovens e aumentar a auto-estima de estudantes, muitas vezes de origem simples, com carências de natureza sócio-econômica. Por isso nosso slogan, ou lema é Divulgar e Popularizar a Ciência e Tecnologia Para Jovens de 7 a 77 anos. “Educai as crianças e não precisareis punir os adultos” (Pitágoras) Referências [1] Orlando Roberto Neto, Alexandre David Caldeira, Kam Kwai Yum, Vladimir Henrique Baggio Scheid, Luiz Fernando Bernabe, Claudio José Rocha e Catharina Maria Carvalho Scasolla, Relatório de Atividades do LIC em 2013, Pub-IEAv-EAH/001/2014. [2] Bolsa PIBIC do IEAv (2013-2014). Agradecimentos: à Direção do IEAv, ao CNPq e aos demais colegas pelo apoio e cooperação. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 71 72 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Indicadores de Pesquisa, Medição de rugosidade com Microscópio Interferométrico, grupo de Óptica Aplicada Desenvolvimento e Inovação Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 73 INTRODUÇÃO A coleta de indicadores técnico-científicos no IEAv iniciou-se originalmente em 2001, por meio de formulários endereçados aos pesquisadores. A partir de 2008, a principal forma de coleta destes indicadores tem sido por meio da submissão de trabalhos para o WAI (Workshop Anual de Pesquisa e Desenvolvimento do IEAv), por parte da comunidade cientifica do IEAv. Até 2011, os resumos de uma página seguiam a mesma proposta de qualquer evento científico, isto é, um conjunto de informações capazes de ilustrar os principais aspectos de um determinado estudo em andamento. Com isso, esperava-se obter um instantâneo do estado-da-arte das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Instituto ao longo dos 12 meses anteriores ao WAI. O sucesso dessa inciativa junto ao corpo de pesquisadores do IEAv pode ser ilustrado por meio do número de submissões, que saltou de 94 em 2008 para 123 em 2011, um aumento de cerca de 30%. Durante o biênio de 2012-2013, a chamada dos resumos mudou significativamente seu foco: a visão detalhada e pulverizada foi substituída por uma visão mais geral e compacta das atividades de P&D. Tal mudança se deu em boa parte em função da migração dos trabalhos envolvendo alunos de iniciação científica e pós-graduação para os anais do SCTI, Simpósio de Ciência e Tecnologia do IEAv. O resultado dessa mudança foi uma importante redução do número de trabalhos submetidos ao WAI, em um total de 67 resumos em 2012, 40 em 2013. Em 2014, foram 43 trabalhos, o que sugere o término da fase de transição entre o modelo antigo, de caráter mais detalhado, e o início da fase de maturação do modelo atual, de caráter mais geral. Essa tendência pode ser observada no gráfico a seguir, conhecido como “nuvem de palavras”, elaborado a partir dos títulos nos trabalhos enviados ao WAI de 2014. Nele, o tamanho das letras expressa a frequência relativa de uma determinada palavra considerando o universo analisado. Gráfico de nuvem de palavras elaborado a partir dos títulos dos trabalhos enviados ao WAI (foram considerados apenas substantivos). Pode-se observar, por exemplo, um importante destaque para os termos “Desenvolvimento” e “Estudo”, o que é bastante razoável, senão esperado, para um instituto de pesquisa que trabalha com aplicações associadas a cenários de médio e longo prazo. Na sequência, despontam termos como “Óptica”, “Sensores”, “Escoamento” e “Simulação” que, em certo sentido, poderiam ser tomadas a conta de palavras-chave das linhas de pesquisa atualmente ativas no IEAv. 74 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 INDICADORES DO WAI A migração dos trabalhos de caráter mais detalhado, em particular aqueles associados às atividades envolvendo alunos de Iniciação Científica e de Pós-Graduação, não impediu que a participação destes fosse retratada no XIV WAI. De fato, em cerca de 60% dos resumos, alunos dos três níveis aparecem como seus autores, o que demonstra que uma perfeita consonância entre as atividades de pesquisa e docência do IEAv. O gráfico abaixo mostra o quadro completo da participação dos alunos nos trabalhos do WAI. Participação dos alunos (iniciação científica, mestrado e doutorado) nos trabalhos submetidos ao XIV WAI. O somatório dos trabalhos com detalhamento de participação de alunos (quadro menor) é superior a 20 pois há trabalhos em que foi registrada a participação de mais de um aluno. A despeito da elevada participação dos alunos na autoria dos trabalhos, somente em 10 submissões houve a indicação de que um trabalho correlato fora enviado para os anais do SCTI. Isso sugere a existência de uma demanda reprimida no que diz respeito à utilização do SCTI, particularmente por parte dos alunos de pós-graduação, responsáveis pela ampla maioria da participação. A distribuição de resumos pelos grupos de pesquisa informados pelos próprios autores é mostrada no próximo gráfico. Porém, uma consulta à página de Diretórios dos Grupos de Pesquisa do CNPq, mostra um quadro ligeiramente diferente: enquanto que três dos grupos indicados pelos autores não encontram-se ativos no CNPq, dois outros associados ao IEAv não tiveram resumos submetidos ao WAI. Esse fato é decorrente de uma possível desatualização dos dados que compõem os indicadores do grupo, o que sugere a necessidade de um processo de revisão/atualização por parte da Instituição. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 75 Distribuição de resumos segundo os grupos de pesquisa informados pelos próprios autores. Tal interpretação é suportada pela relação entre o número médio de autores por resumo (AR) do WAI e o número médio de membros do grupo por resumo (MR), mostrado no gráfico a seguir. No primeiro caso, em um grupo em que essa relação se aproxime da unidade, é razoável inferir que há um equilíbrio do número de membros listados como pertencentes ao grupo e o número de participantes efetivos dos trabalhos desenvolvidos por ele. No caso dessa relação ser muito superior a um, há um indício de que há uma subnotificação dos membros do grupo, enquanto que no outro extremo, nos grupos em que ela for menor do um, há um excesso do número de membros quando comparados aos autores listados nos resumos do WAI. Relação entre o número médio de autores por resumo do WAI (AR) e o número médio de membros do grupo por resumo (MR), considerando os grupos registrados no CNPq. 76 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 O raciocínio anterior é semelhante para as linhas de pesquisa de cada grupo indicadas no CNPq: quanto mais próxima à unidade, maior o indício que os resumos submetidos retratem as linhas de pesquisa apontadas como ativas, enquanto que valores maiores e menores que um representariam, respectivamente, uma subnotificação e uma hipernotificação das linhas. A relação entre o número de resumos submetidos (RS) associados a um dado e as linhas de pesquisa do grupo (LP) é mostrada no gráfico abaixo. Relação entre o número de resumos submetidos (RS) e as linhas de pesquisa do grupo indicado, considerando apenas os grupos registrados no CNPq. Importa ressaltar que tais indicações não podem ser tomadas como definitivas, dado que elas se limitam a análise qualitativa dos dados disponíveis. No entanto, elas podem servir como um indicador para que uma avaliação mais criteriosa possa ser levada adiante pelos líderes dos grupos com o apoio dos setores responsáveis do IEAv. Em 44% dos trabalhos houve a participação de autores externos ao IEAv, distribuídos de modo relativamente homogêneo entre alunos, pesquisadores e outros colaboradores, o que indica a vocação do IEAv em estabelecer parcerias institucionais. Essa tendência também é observada na captação de recursos para os projetos em andamento no Instituto: de cada quatro resumos, três indicaram possuir financiamento de agências de fomento com destaque para o CNPq (44% dos trabalhos), FINEP (40%), FAPESP (28%), CAPES (30%) e AEB (14%). A soma das porcentagens ultrapassa o valor de 100% uma vez que há trabalhos que contam com o apoio de mais de uma agência de fomento. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 77 Análise comparativa entre os projetos com e sem fomento e a proporção entre o financiamento externo e orçamentário. Participação de cada agência de fomento no número total de resumos do WAI. O somatório é superior a 100% dado que há trabalhos em que mais de uma agência foi apontada como fonte de financiamento. É interessante notar que em cerca de 1/3 dos trabalhos a CAPES foi apontada como fonte de recursos. Dado que a única modalidade de fomento dessa agência é na forma de bolsas de estudo, esse indicador sinaliza uma vez mais a importância das atividades de pós-graduação para o desenvolvimento dos projetos no IEAv. 78 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 INDICADORES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO A análise dos indicadores do biênio 2012-2013 mostra uma expressiva contribuição dos pesquisadores do IEAv credenciados no PG-CTE, responsáveis em média por cerca de 70% de toda publicação do Instituto. Neste mesmo período, houve uma diminuição nas publicações envolvendo os pesquisadores do IEAv, seja no número de artigos em periódicos (diminuição de 30%), seja nas participações em congressos (diminuição de 40%). O mesmo comportamento é observado se forem considerados apenas os pesquisadores que fazem parte do PG-CTE, com ligeiras alterações nos valores, de 20% e 46%, respectivamente. Participação do PG-CTE no total de publicações do IEAv no biênio 2012-2013. Duas razões podem ser apontadas como possíveis causas para esse recuo. Em primeiro lugar, no que diz respeito à pós-graduação, uma vez que as primeiras matrículas no PG-CTE ocorreram no primeiro semestre de 2012, é razoável inferir que as primeiras publicações ocorram após o interstício de 24 meses, o que corresponde às defesas de dissertações de mestrado e à metade dos trabalhos de doutorado. Ao mesmo tempo, a consulta à carteira ativa de projetos do IEAv mostrou que o ano de 2013 correspondeu a um pico de término de projetos, o que muito certamente contribui para a diminuição do tempo dedicado a publicação de resultados. É, pois, esperado, um aumento das publicações para o biênio 2014-2015. A seguir são apresentadas as listas de trabalhos publicados em periódicos e patentes depositadas. Os trabalhos referem-se ao período de janeiro de 2013 a junho de 2014. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 79 ARTIGOS COMPLETOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS Período: janeiro a dezembro de 2013 1. BALVEDI, G.; FRANCO, MARCOS A. R. Sensitivity-Enhanced Side-Polished Microstructured Optical Fibers Temperature Sensors via Bending. Journal of Microwaves, Optoelectronics and Electromagnetic Applications. v. 12, p. 1-8, 2013. 2. CALDAS, TALES DE BARROS; BLAKE, JAMES; DE ARRUDA, JOSIEL URBANINHO. Controlling Mode Partition Noise Converted into Intensity Noise in Unbalanced Interferometers Fed by a Multimode Laser Diode. Fiber and Integrated Optics (Print). v. 32, p. 173-186, 2013. 3. CARDOSO, A. S. M.; ABDALLA, A. J.; LIMA, M. S. F.; BONJORNI, F. M.; BARBOZA, M. J. R.; BAPTISTA, C. A. R. P.; BAPTISTA, C. A. R. P.; FANTON, L. Study of Laser welding and herat treatments done in different high strength steels: 4340, 300M, Maraging 300. SAE Technical Paper Series. v. 36, p. 01-05, 2013. 4. DACAL, LUIS C. O.; IIKAWA, F.; BRASIL, M. J. S. P. Excitonic wavefunction engineering based on type II quantum dots. Physica Status Solidi. B, Basic Research. v. *, p. n/a-n/a, 2013. 5. EVORA, M.C.; KLOSTERMAN, D.; LAFDI, K.; LI, L.; SILVA, L.G.A. Study of an alternative process for oxidizing Vapor Grown Carbon Nanofibers using electron beam accelerators. Radiation Physics and Chemistry (1993). v. 84, p. 105-110, 2013. 6. FEDERICO, CLAUDIO ANTONIO; GONC'ALEZ, ODAIR LELIS; FONSECA, EVALDO SIMÕES DA; PATRAO, K. C. S.; PEREIRA, MARLON ANTONIO; CALDAS, LINDA VIOLA EHLIN. Verification of Response of Neutron Monitor for In-Flight Neutron Dosimetry. Journal of Aerospace Technology and Management (Online). v. 5, p. 315-322, 2013. 7. FEGADOLLI, WILLIAM S.; ALMEIDA, VILSON R.; OLIVEIRA, JOSÉ E. B.; SCHERER, AXEL. Compact and low power consumption tunable photonic crystal nanobeam cavity. Optics Express. v. 21, p. 3861, 2013. 8. FERRÃO, L. F. A; RENE SPADA; MACHADO, FRANCISCO BOLIVAR CORRETO; ROBERTO NETO, O. Dehydrogenation of N2HX (X = 2 − 4) by nitrogen atoms: Thermochemical and kinetics. The Journal of Chemical Physics. v. 139, p. 194301, 2013. 9. FERRÃO, LUIZ F. A.; SPADA, RENE F. K.; ROBERTO-NETO, ORLANDO; MACHADO, FRANCISCO B. C. A multireference configuration interaction study of CuB and CuAl molecular constants and photoionization spectra. The Journal of Chemical Physics. v. 139, p. 124316, 2013. 10. FERREIRA JÚNIOR, ANTONIO ALVES; COUTINHO, OLYMPIO LUCCHINI; MARTINS, CARLA DE SOUSA; FEGADOLLI, WILLIAM DOS SANTOS; RIBEIRO, JOSÉ ANTÔNIO JUSTINO; ALMEIDA, VILSON ROSA DE; OLIVEIRA, JOSÉ EDIMAR BARBOSA. Effect of Fiber Optic Chromatic Dispersion on the Performance of Analog Optical Link with External Modulation Aiming at Aerospace Applications.Journal of Aerospace Technology and Management (Online). v. 5, p. 205216, 2013. 11. FERREIRA JÚNIOR, ANTONIO ALVES; COUTINHO, OLYMPIO LUCCHINI; MARTINS, CARLA DE SOUSA; RIBEIRO, JOSÉ ANTÔNIO JUSTINO; ALMEIDA, VILSON R.; OLIVEIRA, JOSÉ E. B. Analytical model of chromatic dispersion effect in an analog fiber link with RF upconversion. Telecomunicações (Santa Rita do Sapucaí). v. 15, p. 55-64, 2013. 12. FOGAGNOLO, J.B.; RODRIGUES, A.V.; LIMA, M.S.F.; AMIGÓ, V.; CARAM, R. A novel proposal to manipulate the properties of titanium parts by laser surface alloying. Scripta Materialia. v. 68, p. 471-474, 2013. 13. FRAILE JR., ANDRÉ CARLOS; ROSA, M. A. P. A Numerical Investigation of Localized and Steady Energy Addition to High Speed Flows. Journal of Aerospace Technology and Management (Impresso). v. 5, p. 169-180, 2013. 80 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 14. FREITAS, C. A. R.; ORLANDO, ALBERTO JOSÉ FARO DE. Aplicação do Método da Cavidade Ressonante na Análise da Eficiência da Absorção Eletromagnética em Blindagens de Equipamentos Eletrônicos Aeronáuticos e Espaciais a Base dos Aditivos de Ferritas MnZn. Revista da UNIFA. v. V26, p. 34-40, 2013. 15. GARCIA, R.D.M. Radiative transfer with polarization in a multi-layer medium subject to Fresnel boundary and interface conditions. Journal of Quantitative Spectroscopy Radiative Transfer. v. 115, p. 28-45, 2013. 16. HUBERT, G.; VELAZCO, RAOUL; FEDERICO, C. A.; CHEMINET, A.; SILVA-CARDENAS, C.; CALDAS, L. V. E.; PANCHER, F.; LACOSTE, V.; PALUMBO, F.; MANSOUR, W.; ARTOLA, L.; PINEDA, F.; DUZELLIER, S. Continuous High-Altitude Measurements of Cosmic Ray Neutrons and SEU/MCU at Various Locations: Correlation and Analyses Based-On MUSCA SEP3. IEEE Transactions on Nuclear Science. v. 60, p. 2418-2426, 2013. 17. KIOHARA, V. O.; ROBERTO NETO, O.; CARVALHO, E. F. V.; PASCHOAL, C. W. A.; MACHADO, FRANCISCO BOLIVAR CORRETO. DFT and CCSD(T) electronic properties and structures of aluminum clusters: Alnx (n=1-9, x=0, 1). Chemical Physics Letters (Print). v. 568-569, p. 42-48, 2013. 18. LIMA, M. S. F.; LIMA, M.S.F.; SAKAMOTO, J.M.S.; SIMOES, J.G.A.; RIVA, R. Laser Processing of Carbon Fiber Reinforced Polymer Composite for Optical Fiber Guidelines. Physics Procedia. v. 41, p. 565-573, 2013. 19. LUTIF, E. Y. S.; ORLANDO, A. J. F.; MIGLIANO, A. C. C. Broadband Characterization Using Stripline Structure. Broadband Characterization Using Stripline Structure. v. 1, p. 736-738, 2013. 20. NEVES, DAVI; DINIZ, ANSELMO EDUARDO; SÉRGIO, MILTON; LIMA, FERNANDES. Microstructural analyses and wear behavior of the cemented carbide tools after laser surface treatment and PVD coating. Applied Surface Science. v. 282, p. 680-688, 2013. 21. OISHI, SILVIA SIZUKA; REZENDE, MIRABEL CERQUEIRA; ORIGO, FÁBIO DONDEO; DAMIÃO, ALVARO JOSÉ; DONDEO, F.; BOTELHO, EDSON COCCHIERI. Viscosity, pH, and moisture effect in the porosity of poly(furfuryl alcohol). Journal of Applied Polymer Science (Print). v. 1, p. 16801686, 2013. 22. ORASMO, E. A. C.; MIYAKAWA, W.; OTANI, C.; KHOURI, S. In vitro AFM evaluation of Streptococcus mutans membrane exposed to two mouthwashes. Journal of Applied Pharmaceutical Science. v. 3, p. 024-028, 2013. 23. PARIONA, MOISÉS MEZA; TELEGINSKI, VIVIANE; DOS SANTOS, KELLY; DE LIMA, ANGELA A.O.C.; ZARA, ALFREDO J.; RIVA, R.; MICENE, KATIELI TIVES. Influence of laser surface treated on the characterization and corrosion behavior of Al-Fe aerospace alloys. Applied Surface Science. v. 276, p. 76-85, 2013. 24. PAZIANOTTO, M. T.; GONCALEZ, O. L.; FEDERICO, C. A.; CARLSON, B. V. Study of a Long Counter Neutron Detector for the Cosmic-Ray-Induced Neutron Spectrum. IEEE Transactions on Nuclear Science. v. 60, p. 897-902, 2013. 25. PAZIANOTTO, M. T.; GONÇALEZ, O. L.; FEDERICO, C. A.; CARLSON, B. V. Study of a Long Counter Neutron Detector for the Cosmic-Ray-Induced Neutron Spectrum. IEEE Transactions on Nuclear Science. v. 60, p. 897-902, 2013. 26. PILLAT, VALDIR GIL; GUIMARÃES, LAMARTINE NOGUEIRA FRUTUOSO; FAGUNDES, PAULO ROBERTO; DA SILVA, JOSÉ DEMÍSIO SIMÕES. A computational tool for ionosonde CADI's ionogram analysis. Computers Geosciences. v. 52, p. 372-378, 2013. 27. REGO, I. S.; MINUCCI, M. A. S.; TORO, P. G. P.; TORO, P. G. P.; CHANES JR, J. B.; COSTA, F. J.; OLIVEIRA, A. C. Calculation of the Vehicle Drag and Heating Reduction at Hypervelocites with Laser-Induced Air Spike. Journal of Aerospace Technology and Management (Impresso). v. 5, p. 43-48, 2013. 28. REIS, A.G.; MOURA NETO, C.; REIS, D.A.P.; ABDALLA, A. J. Creep Behavior Study At 550ºc Of A Maraging 300 Alloy Solution Heated. SAE Technical Paper Series. v. 01, p. 01-03, 2013. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 81 29. REIS, M.L.C.C.; CASTRO, R.M.; MELLO, O.A.F. Calibration uncertainty estimation of a strain-gage external balance. Measurement (London. Print). v. 46, p. 24-33, 2013. 30. RENE SPADA; ROBERTO NETO, O.; FERRÃO, L. F. A.; CARDOSO, D. V. V.; MACHADO, F. Thermochemistry and kinetics of the reaction. Chemical Physics Letters (Print). v. 557, p. 37-42, 2013. 31. RICARDO E. SILVA; FRANCO, M. A. R.; NEVES JR., P. T.; BARTELT, H.; POHL, A. A. P. Detailed analysis of the longitudinal acousto-optical resonances in a fiber Bragg modulator. Optics Express. v. 21, p. 6997, 2013. 32. SALVADOR, ISRAEL IRONE; MYRABO, L. N.; MINUCCI, MARCO ANTONIO SALA; OLIVEIRA, A. C.; TORO, P. G. P.; TORO, P. G. P.; CHANES JR, J. B.; REGO, I. S. Hypersonic Experimental Analysis of Impulse Generation in Airbreathing Laser Thermal Propulsion. Journal of Propulsion and Power (Print). v. 1, p. 1-14, 2013. 33. SANDRA S. SATO; CAETANO, R. E.; FRANCO, MARCOS A. R.; SANTOS, JOSEMIR COELHO. Simulation of electro-optic modulator based on optical waveguide formed by residual thermal stress-induced on Bi4Ge3O12 substrate by Si3N4 thin film. Journal of Microwaves, Optoelectronics and Electromagnetic Applications. v. 12, p. 18-28, 2013. 34. SILVA, A. A.; SOUZA-ECHER, M. P. Ground-based measurements cover. Meteorology and Atmospheric Physics (Print). v. 120, p. 201-212, 2013. of local cloud 35. SILVA, A. A. Erythemal dose rate under noon overcast skies. Photochemical Photobiological Sciences (Print). v. 12, p. 777-786, 2013. 36. SILVA, ABEL A. Ground-based total ozone column measurements and variability.Journal of Geophysical Research: Atmospheres. v. 118, p. n/a-n/a, 2013. their diurnal 37. SILVA, ABEL ANTÔNIO; TOMAZ, LUCIANO MACHADO. Surface ozone concentrations and local cloud cover at an urban, tropical site in the Southern Hemisphere. Journal of Atmospheric and Solar-Terrestrial Physics. v. 105-106, p. 54-60, 2013. 38. SILVA, RICARDO E; FRANCO, MARCOS A R; BARTELT, HARTMUT; POHL, ALEXANDRE A P. Numerical characterization of piezoelectric resonant transducer modes for acoustic wave excitation in optical fibers. Measurement Science Technology (Print). v. 24, p. 094020, 2013. 39. SPADA, RENE F.K.; FERRÃO, LUIZ F.A.; CARDOSO, DANIELY V.V.; ROBERTO-NETO, ORLANDO; MACHADO, FRANCISCO B.C. Erratum to -Thermochemistry and kinetics of the transN2H2+N reaction- [Chem. Phys. Lett. 557 (2013) 37-42]. Chemical Physics Letters (Print). v. 582, p. 167-168, 2013. 40. ZANATTA, ANDRÉ MARCON; BRESSAN, JOSÉ DIVO; DE OLIVEIRA GOMES, JEFFERSON; ORIGO, FÁBIO DONDEO; DAMIÃO, ALVARO JOSÉ. Surface Finish Assessment of Polishing Process of Tool Steels by Abrasion, Using Diamond and Alumina Particles. Advanced Materials Research (Online). v. 716, p. 423-429, 2013. 82 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 ARTIGOS COMPLETOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS Período: janeiro a junho de 2014 1. ANJOS, C. S.; ALMEIDA, C. M.; GALVAO, L. S.; SOUZA FILHO, C. R. Analysis of the level of detail in classifications of urban areas with optical VHR and hyperspectral images using a nonparametric method. Southâ010Eastern European Journal of Earth Observation and Geomatics. v. 3, p. 757, 2014. 2. ARAUJO BARROS, RENATO; ABDALLA, ANTONIO JORGE; RODRIGUES, HUMBERTO LOPES; DOS SANTOS PEREIRA, MARCELO. Characterization of a AISI/SAE 4340 Steel in Different Microstructural Conditions. Materials Science Forum (Online). v. 775-776, p. 136-140, 2014. 3. CARDOSO, A.S.M.; ABDALLA, A. J.; BAPTISTA, C. A. R. P.; LIMA, M.S.F. Comparison of High Cycle Fatigue in 4340 and 300M Steel Welded with Fiber Laser. Advanced Materials Research (Online). v. 891-892, p. 1507-1512, 2014. 4. DACAL, LUIS C. O.; CANTARERO, A. calculations of indium arsenide in the wurtzite phase: structural, electronic and optical properties. Materials Research Express. v. 1, p. 015702, 2014. 5. DE LIMA, MILTON SERGIO FERNANDES; SANKARÉ, SIMON. Microstructure and mechanical behavior of laser additive manufactured AISI 316 stainless steel stringers. Materials in Engineering (Cessou em 1982. Cont. ISSN 0264-1275 Materials and Design). v. 55, p. 526-532, 2014. 6. DE OLIVEIRA, MARCOS H.; PONTES, MARCELO A.P.; DA MOTTA NETO, JOAQUIM D.; FERRÃO, LUIZ F.A.; ROBERTO-NETO, ORLANDO ; MACHADO, FRANCISCO B.C.. An MRCI characterization of the low-lying electronic states of the GeB molecule. Chemical Physics Letters (Print). v. 601, p. 26-32, 2014. 7. DE SIQUEIRA, RAFAEL HUMBERTO MOTA; DE OLIVEIRA, ALINE C.; RIVA, RUDIMAR; ABDALLA, ANTONIO JORGE; REIS PEREIRA BAPTISTA, CARLOS ANTONIO; DE LIMA, MILTON SÉRGIO FERNANDES. High Cycle Fatigue Behavior and Microstructural Characterization of 6013-T4 Aluminum Alloy Laser Welded Joints. Advanced Materials Research (Online). v. 891892, p. 1767-1772, 2014. 8. DE SIQUEIRA, RAFAEL HUMBERTO MOTA; DE OLIVEIRA, ALINE CAPELLA; RIVA, RUDIMAR; ABDALLA, ANTONIO JORGE; BAPTISTA, CARLOS ANTONIO REIS PEREIRA; DE LIMA, MILTON SÉRGIO FERNANDES. Mechanical and microstructural characterization of laser-welded joints of 6013-T4 aluminum alloy. Journal of the Brazilian Society of Mechanical Sciences and Engineering (Impresso). v. 37, p. 01-10, 2014. 9. FEGADOLLI, WILLIAM; LIRA, HUGO; HILTUNEN, MARIANNE; KARIOJA, PENTTI; ALMEIDA, VILSON; SCHERER, AXEL. Athermal silicon slot waveguide with Ormocomp polymer overlayer. IEEE Photonics Technology Letters. v. 26, p. 1-1, 2014. 10. FEGADOLLI, WILLIAM S.; FENG, LIANG; RAHMAN, MUHAMMAD MUJEEB-U; OLIVEIRA, JOSÉ E. B.; ALMEIDA, VILSON R.; SCHERER, AXEL. Experimental demonstration of a reconfigurable silicon thermo-optical device based on spectral tuning of ring resonators for optical signal processing.Optics Express. v. 22, p. 3425-3431, 2014. 11. GARCIA, R. D. M. The Analytical Discrete Ordinates Method for a One-Dimensional Model of Neutral Particle Transport in Ducts. Nuclear Science and Engineering. v. 177, p. 35-51, 2014. 12. GARCIA, R.D.M.; SIEWERT, C.E. On the dispersion function for complex values of the parameter c.Annals of Nuclear Energy. v. 69, p. 203-204, 2014. 13. MOTA, R. L. M.; FELIZARDO, L. F.; SHIGUEMORI, E. H.; RAMOS, A. C. B.; MORA-CAMINO, F. Expanding Small UAV Capabilities with ANN: A Case Study for Urban Areas Inspection.British Journal of Applied Science Technology. v. 4, p. 387-398, 2014. 14. OSORIO, J. H.; HAYASHI J.G.; YOVANNY A. V. ESPINEL; FRANCO, M.A.R.; ANDRES, M. V.; CORDEIRO, C. M. B. Photonic-crystal fiber-based pressure sensor for dual environment monitoring. Applied Optics (Cessou em 1989. Foi desdobrado em três: ISSN 1540-8973 Applied Optics. Information Processing, Applied Optics. Optical Technology e Ap. v. 53, p. 3668-3672, 2014. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 83 15. REIS, A. G.; ABDALLA, A. J.; REIS, D. A. P.; REIS, D. A. P.; OTUBO, JORGE. AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES DE FLUÊNCIA A 600 C DO AÇO MARAGING 300 SOLUBILIZADO. Tecnologia em Metalurgia, Materiais e Mineração (Impresso). v. 11, p. 22-26, 2014. 16. SIQUEIRA, R.H.M.; DE OLIVEIRA, ALINE C.; RIVA, RUDIMAR; ABDALLA, ANTONIO JORGE; LIMA, M. S. F. Comparação das propriedades mecânicas de juntas de alumínio obtidas por soldagem a laser (LBW), por friction stir welding (FSW) e rebitadas para aplicação em estruturas aeronáuticas.Revista Soldagem e Inspeção. v. 19, p. 145-151, 2014. 17. STERNBERG, E. M. A.; RODRIGUES, N. A. S.; SBAMPATO, M. E.; AMORIM, J.; SILVEIRA, C. A. B. Excited states time evolution on a laser-ablated molybdenum plume. Applied Physics. B, Lasers and Optics (Print). v. 1, p. 1, 2014. 18. TIAGO V. ALVES; MARCEL M ALVES; ROBERTO-NETO, ORLANDO; ORNELLAS, FERNANDO REI. Direct dynamics investigation of the reaction S (3P) + CH4 → CH3 + SH (2Π). Chemical Physics Letters (Print). v. 591, p. 103-108, 2014. 84 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 PATENTES DO IEAv Período: de 1983 a junho de 2014 No do processo: BR 10 2013 012273 4 Data de depósito: 17/05/2013 Status: Requerida Título: Sensor de Deslocamento angular a fibra óptica baseado em modulação de intensidade óptica em configuração com lente convergente e duas fibras ópticas paralelas com extremidades clivadas e alinhadas, seu método de medição e seu processo de obtenção Autores: João Marcos Salvi Sakamoto, Gefeson Mendes Pacheco ICT: Multi-institucional IEAv-ITA No do processo: BR 10 2012 025302 0 Data de depósito: 4/10/2012 Status: Requerida Título: Porta-amostra coaxial hemisférico acêntrico com impedância casada e método de caracterização eletromagnética Autores: Marcelo Robert Fonseca Gontijo, Antonio Carlos da Cunha Migliano, André Luiz Côrtes ICT: Multi-Institucional IEAv-ITA No do processo: BR 10 2012 016704 2 Data de depósito: 6/7/2012 Status: Requerida Título: Acelerômetro angular e linear opto-mecânico baseado em grades de Bragg em fibras ópticas Autores: Rogério Moreira Cazo Matheus Minelli de Carvalho, Carmem Lucia Barbosa Jorge Luis de Siqueira Ferreira, Vilson Rosa de Almeida ICT: Multi-institucional IEAv-ITA No do processo: BR 10 2012 011453 4 Data de depósito: 15/5/2012 Status: Requerida Título: Processo de texturização a laser para a preparação de superfície de trabalho de ferramentas de conformação Autores: Milton Sérgio Fernandes de Lima ICT: IEAv No do processo: BR 10 2012 008326 4 Data de depósito: 10/4/2012 Status: Requerida Título: Processo de obtenção de carbono vítreo monolítico a partir do pó de resina parcialmente carbonizada, carbono vítreo monolítico obtido a partir do pó de resina parcialmente carbonizada e revestimento em carbono vítreo monolítico obtido a partir do pó de resina parcialmente carbonizada Autores: Álvaro José Damião, Fábio Dondeo Origo ICT: IEAv No do processo: PI 1002803-0 Data de depósito: 26/8/2010 Status: Requerida Título: Cerâmicas nanoestruturadas à base do óxido niobato de estrôncio e potássio com inserção de íons cobre e processo otimizado de fabricação de cerâmicas nanoestruturadas à base do óxido niobato de estrôncio e potássio com inserção de íons cobre via sinterização aditivada com óxido de cobre Autores: Delia do Carmo Vieira, Antonio Carlos da Cunha Migliano ICT: IEAv - UNESP - FAPESP No do processo: PI 1003038-7 Data de depósito: 26/8/2010 Status: Requerida Título: Cerâmicas nanoestruturadas à base do óxido niobato de estrôncio e potássio com inserção de íons cobre e de íons boro e processo otimizado de fabricação de cerâmicas nanoestruturadas à base do óxido niobato de estrôncio e potássio com inserção de íons cobre e de íons boro via sinterização aditivada com óxido de cobre e óxido de boro Autores: Delia do Carmo Vieira, Antonio Carlos da Cunha Migliano ICT: IEAv - UNESP - FAPESP No do processo: PI 1002867-6 Data de depósito: 3/8/2010 Status: Requerida Título: Processo de obtenção de transdutor cerâmico com ajuste de sensibilidade de sua permeabilidade magnética complexa à temperatura ambiente por meio de controle de parâmetros no processamento cerâmico Autores: Vera Lúcia Othéro de Brito, Antônio Carlos da Cunha Migliano ICT: IEAv No do processo: PI 0706015-7 Data de depósito: 26/10/2007 Status: Requerida Título: Processo e dispositivo para sensor óptico com transdução elétrica utilizando redes de Bragg e fonte óptica sintonizável Autores: Carlos Fernando Rodina Mateus, Carmem Lúcia Barbosa ICT: IEAv No do processo: PI 0705155-7 Data de depósito: 25/7/2007 Status: Requerida Título: Processo de fabricação de padrões de rugosidade em carbono vítreo por laser pulsado e o padrão de rugosidade obtido a partir desse processo Autores: Fábio Dondeo Origo, Álvaro José Damião, Rozeli Filomena de Oliveira ICT: IEAv No do processo: PI 0613177-8 Data de depósito: 23/11/2006 Status: Requerida Título: Processo para fabricação de ferritas nanoestruturadas cerâmicas caracterizadas por moagem por laser CuHBr para uso em microondas nas faixas de frequência de 8 a 12 GHz Autores: Carlos Alberto Reis de Freitas ICT: IEAv Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 85 No do processo: PI 0606094-3 Data de depósito: 23/11/2006 Status: Requerida Título: Processo para fabricação de ferritas nano estruturadas MnO-MgO-Fe2O3 caracterizadas por moagem por laser CuHBr Autores: Carlos Alberto Reis, Francisco Cristóvão e Getúlio de Vasconcelos ICT: IEAv No do processo: PI 0605598-2 Data de depósito: 23/11/2006 Status: Requerida Título: Processo de fabricação de ferritas nanoestruturadas MnO-ZnO-Fe2O3, caracterizadas por moagem por laser CuHBr Autores: Carlos Alberto Reis, Francisco Cristóvão e Getúlio de Vasconcelos ICT: IEAv No do processo: PI 0605596-6 Data de depósito: 23/11/2006 Status: Requerida Título: Dispositivo e método para a caracterização de feixes de laser de baixa e alta potência baseado no espalhamento de luz Autores: Kelly Cristina Jorge, Rudimar Riva, Nicolau André Silveira Rodrigues ICT: IEAv No do processo: PI 0501896-0 Data de depósito: 28/4/2005 Status: Requerida Título: Processo de soldagem a laser entre aço e titânio Autores: Milton Sérgio Fernandes de Lima, José Roberto Berretta, Wagner De Rossi ICT: IEAv- CTMSP - CNEN - IPEN No do processo: PI 0501895-1 Data de depósito: 01/04/2005 Status: Requerida Título: Fabricação de nanopartículas com laser Autores: Milton Sérgio Fernandes de Lima, Rudimar Riva, José Guilherme Alvarenga Batista Simões, Jaime Tsutomu Watanuki ICT: IEAv No do processo: PI 0206083-3 Data de depósito: 9/5/2002 Status: Concedida Título: Composição e fabricação da ferrita MnO-MgO-Fe2O3 Autores: Francisco Cristóvão Lourenço de Melo, Antônio Carlos Cunha Migliano, Alberto José de Faro Orlando, Carlos Alberto Reis de Freitas ICT: IEAv No do processo: PI 0203563-4 Data de depósito: 9/5/2002 Status: Concedida Título: Processo de fabricação da manta absorvedora de microondas com resina epóxi usando o aditivo MnO-MgO-Fe2O3 Autores: Francisco Cristóvão Lourenço de Melo, Antônio Carlos Cunha Migliano, Alberto José de Faro Orlando, Carlos Alberto Reis de Freitas ICT: IEAv No do processo: PI 0001209-2 Data de depósito: 28/3/2000 Status: Requerida Título: Pinça de fixação de fibra óptica em conectores comerciais de fibras Autores: Marcelo Geraldo Destro, Getúlio de Vasconcelos, Carlos Schwab, José Wilson Neri, Nicolau André Silveira Rodrigues, Rudimar Riva ICT: IEAv No do processo: PI 9902434-9 Data de depósito: 7/6/1999 Status: Concedida Título: Processo para fabricação de monitor de corrente de elétrons não interceptante Autores: Antonio Carlos da Cunha Migliano, Yasmara Conceição de Polli Migliano, Carlos Rodolfo Silveira Stopa, Francisco Sircilli Neto, Ângelo Pássaro ICT: IEAv No do processo: PI 9806680-3 Data de depósito: 29/12/1998 Status: Concedida Título: Processo para obtenção de manta flexível para absorção de radiação eletromagnética na faixa de 2-20 GHz à base de poliuretanos aditados com ferritas, fibras e/ou partículas de carbono Autores: Mirabel Cerqueira Rezende, Antônio Carlos da Cunha Migliano, Josiane de Castro Dias, Fábio Santos Da Silva, Inácio Malmonge Martin ICT: IEAv No do processo: PI 9715390-7 Data de depósito: 10/7/1997 Título: Rugosímetro óptico, para efetuar medidas entre 50 nm a 0,5 nm, rms Autores: Laurentino Corrêa de Vasconcellos Neto ICT: IEAv Status: Requerida No do processo: PI 9104599-1 Data de depósito: 21/10/1991 Título: Sensor por deformação de fibra óptica bimodal Autores: Osni Lisboa, Sidney Luiz Alessi Carrara ICT: IEAv Status: Extinta 86 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Fotografia schlieren de experimento realizado no Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Henry T. Nagamatsu Anais do XIV WAI Resumos apresentados no XIV Workshop Anual de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto de Estudos Avançados (WAI 2014) Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 87 Pesquisa em “scramjet” no Instituto de Estudos Avançados Paulo Gilberto de Paula Toro1,*, Alberto Monteiro dos Santos1, Tiago Cavalcanti Rolim1, Roberto da Cunha Follador1, Israel da Silveira Rêgo1, Bruno Ferreira Porto1, Giannino Ponchio Camillo1, Thiago Lima de Assunção1, Matheus Torres Alvarenga Silva1, Norton Demeterco Veras de Assis1, Marco Antonio Sala Minucci2 1 Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Coronel da Reserva, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: 14-X, scramjet, demonstrador tecnológico. I. Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X “waverider” A Subdivisão de Hipersônica Experimental, da Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), está desenvolvendo, desde 2007, demonstradores de tecnologia “scramjet”, o qual proporciona um sistema de propulsão aspirada baseada na combustão supersônica aplicada a veículos aeroespaciais em velocidade de vôo atmosférico terrestre correspondente a número de Mach hipersônico. O Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X com configuração de sustentação “waverider” [1-2], foi concebido pelo então Ten Cel Eng Marco Antonio Sala Minucci e projetado pelo então 1º Ten Eng Tiago Cavalcanti Rolim, Fig. 1, para demonstrar, em vôo atmosférico a 30 km de altitude e com velocidade de 3 km/s, correspondente a número de Mach 10, tanto a tecnologia de sustentação “waverider”, quanto a tecnologia “scramjet”. III. Ensaio em voo Estão planejados quatro tipos de vôos, cativos e livres, com e sem queima de combustível H2 [7], para obtenção de dados aerodinâmicos, de estabilidade e de combustão durante o vôo atmosférico, Fig. 4, dos Demonstradores Tecnológicos “scramjet”. Os Demonstradores serão levados à condição de testes por veículos aceleradores. Pretende-se utilizar inicialmente os motores foguete S31 e S30 para as primeiras versões e posteriormente os motores S40 e S44, todos do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), para a versão “waverider”. Fig. 4. Visão do vôo atmosférico do 14-X em trajetória balística. IV. Referências Fig.1. Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X “waverider”. [1] II. Etapas de projeto Em 2010, o DCTA definiu o 14-X como projeto estratégico e em Março de 2012, a Coordenadoria do projeto 14-X propôs duas versões baseadas no Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X “waverider”, Fig. 2, os Demonstradores Tecnológicos “scramjet” 14X B [3] e 14-X S [4]. Em 2013, dois novos demonstradores tecnológicos foram incorporados no projeto 14-X, Fig. 3, os Demonstradores Tecnológicos 14-X T [5] e 14-X SA [6]. A novas versões foram projetados para vôo atmosférico a 30km de altitude em velocidade correspondente a número de Mach 7. [2] [3] [4] [5] [6] (a) (b) Fig.2. Demonstradores Tecnológicos “scramjet” (a)14-X B e (b) 14-X S. (a) (b) Fig.3. Demonstradores Tecnológicos “scramjet” (a)14-X T e (b) 14-X SA. 88 [7] T. C. Rolim, A Experimental Analysis of a Hypersonic Waverider, Dissertação de Mestrado, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ITA. 2009. F. J. Costa, Projeto Dimensional para Manufatura do Veículo Hipersônico Aeroespacial 14-X, Trabalho de Graduação, FATEC de São José dos Campos: Professor Jessen Vidal, 2011. V. A. B. Galvão, Análise Teórico-Analítica da Aerodinâmica do Demonstrador Tecnológico scramjet VHA 14-X B à 30km de altitude em númwro de Mach 7, Trabalho de Graduação, UNIVAP, 2013. R. L. Cardoso, Estudo Aerodinâmico e Dimensional para Manufatura do Veículo Hipersônico Aeroespacial 14-X BS, Trabalho de Graduação, FATEC de São José dos Campos: Professor Jessen Vidal, 2012. R. R. S. Vilela, Projeto Aerodinâmico do Demonstrador scramjet de Admissão Interna para vôo atmosférico em 30km de altitude em velocidade correspondente à Mach 7, Trabalho de Graduação, UNIVAP, 2013 A. Mariano, A. K. Carvalhal, P. G. P. Toro, Brazilian 14-X SA Hypersonic Axisymmetrical Scramjet Aerospace Vehicle Analytical and Numerical Analysis at Mach Number 7, 22nd Brazilian Congress of Mechanical Engineering, November 3-7, 2013, Ribeirão Preto, SP, Brazil P. G. P. Toro, M. A. S. Minucci, T. C. Rolim, R. C. Follador, A. M. Santos, G. P. Camillo, L. G. Barreta, “Brazilian 14-X Hypersonic Aerospace Vehicle Project”. 18th AIAA International Space Planes and Hypersonic Systems and Technologies Conference, 22-28 Set,Tours, France 2012. Agradecimentos: às agências de fomentos “FINEP” convênio nº 01.08.0365.00, “CNPq” projeto nº 471345/2007-5 e “AEB” projetos nº 25/2009-1 e nº 30/2009-1 pelos financiamentos das pesquisas relacionadas. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Projeto de Demonstradores Tecnológicos “scramjet” no IEAv Paulo Gilberto de Paula Toro1,*, Israel da Silveira Rêgo1, Bruno Ferreira Porto1, Giannino Ponchio Camillo1, Thiago Lima de Assunção1, Matheus Torres Alvarenga Silva1, Norton Demeterco Veras de Assis1, Felipe Jean da Costa2, Victor Alves Barros Galvão1, Jayme Rodrigues Teixeira da Silva2, Ronaldo de Lima Cardoso2, Alexandre Kazuo Carvalhal2, João Felipe de Araújo Martos3, Iván Felipe Rodríguez Barón2, Sergio Nicolás Pachón Laitón2 e Jocasta Aparecida Ferreira Lemes4 1 Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Universidade Federal do ABC, Santo André, SP, Brasil 4 ETEP Faculdades, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: 14-X B, scramjet, análise teórica. I. Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X S Em Março de 2012, a Coordenadoria do projeto 14-X, visando a utilização dos motores foguetes S31 e S30, de fabricação do IAE/DCTA, propôs o Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X S, Fig. 1a,para realizar vôo atmosférico a 30km de altitude em velocidade correspondente a número de Mach 7 [1]. A geometria denominada 14-X B é uma representação de um dos lados (simétricos) do 14-X S, sendo utilizada para realizar os estudos aerodinâmicos teóricos e em túnel de choque desta configuração, Fig 1b. (a) (b) Fig. 1. Demonstradores Tecnológicos “scramjet” (a) 14-X S como carga útil a ser acoplada ao 2º estágio do veículo acelerador, (b) 14-X B para ensaio em túnel de choque. II. Projeto do Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X S A geometria denominada 14-X B foi utilizada para realizar os cálculos aerodinâmicos teóricos [2-7] e experimentais [8]. Os cálculos teóricos buscaram avaliar efeitos de viscosidade, variação de número de Mach e ângulo de ataque na distribuição de pressões e temperaturas ao longo da geometria, por meio de estudos analíticos e CFD. Experimentalmente, buscou-se validar os cálculos teóricos pela comparação dos resultados em condições nominais de projeto. A Fig. 2 mostra uma fotografia schlieren obtida no Túnel de Choque Hipersônico T3 do Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Henry T. Nagamatsu. Fig. 2. Fotografia schlieren em regime de Mach 7. Os resultados obtidos foram utilizados para determinar o carregamento aerodinâmico imposto à estrutura do Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X S, e o software comercial Ansys foi utilizado para realizar os cálculos estruturais necessários ao dimensionamento deste demonstrador [9,10], Fig 3. Estudos semelhantes já foram realizados para o 14-X “waverider” [1,11]. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Fig. 3. Detalhamento do Demonstrador Tecnológico “scramjet” 14-X S. III. Referências [1] P. G. P Toro, A. M. Santos, T. C. Rolim, R. C. Follador, I. S. Rego, B. F. Porto, G. P. Camillo, T. L. Assunção, M. T. A. Silva, N. D. V. Assis, M. A. S. Minucci Pesquisa em “scramjet” no Instituto de Estudos Avançados, WAI 2014. [2] V. A. B. Galvão, P. G. P. Toro, Brazilian 14-X B Hypersonic scramjet Aerospace Vehicle Analytical Theoretical Analysis at Mach Number 7, 22nd Brazilian Congress of Mechanical Engineering, November 3-7, 2013, Ribeirão Preto, SP, Brazil. [3] I. F. R. Barón e P. G. P. Toro, Theoretical Analysis of the Hypersonic Aerospace Vehicle 14-X B at Mach numbers 6 to 12, VIII Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, 10-15 Agosto 2014, Urbelândia, SP, Brazil. [4] S. N. P. Laitón e P. G. P. Toro, Theoretical Analysis of the Brazilian 14X B Hypersonic Scramjet Aerospace Vehicle at Angles of Attack, 15th Brazilian Congress of Thermal Sciences and Engineering, November 10-13, 2014, Belém, PA, Brazil. [5] A. K. Carvalhal, F. J. Costa, G. P. Camillo, I. S. Rêgo, P. G. P. Toro, Brazilian 14-X B Hypersonic Scramjet Aerospace Vehicle Numerical Analysis at Mach Number 7, VIII Congresso Nacional de Engenharia Mecânica, 10-15 Agosto 2014, Urbelândia, SP, Brazil. [6] J. A. F. Lemes, Trabalho de Graduação, ETEP Faculdades, 2014. [7] J. R. T. Silva, P. G. P. Toro, Brazilian 14-X B Hypersonic scramjet Aerospace Vehicle Aerothermodynamic Code, 22nd Brazilian Congress of Mechanical Engineering, November 3-7, 2013, Rib. Preto, SP, Brazil [8] J. F. A. Martos, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do ABC, UFABC, 2014. [9] A. F. S. Pivetta, D. Romanelli Pinto, G. P. Camillo, F. J. Costa, P. G. P. Toro, Brazilian 14-X S Hypersonic unpowered scramjet Aerospace Vehicle Structural Analysis at Mach Number 7, 22nd Brazilian Congress of Mechanical Engineering, November 3-7, 2013, Rib Preto, SP, Brazil. [10] R. L. Cardoso, M. S. Souza, P. G. P. Toro, Brazilian 14-X S Hypersonic scramjet Aerospace Vehicle Dimensional Design at Mach Number 7, 22nd Brazilian Congress of Mechanical Engineering, November 3-7, 2013, Rib. Preto, SP, Brazil. [11] F. J. Costa, P. G. P. Toro, T. C. Rolim, G. C. Camilo, Brazilian 14-X Hypersonic waverider scramjet Aerospace Vehicle Dimensional design at Mach number 10, 22nd Brazilian Congress of Mechanical Engineering, November 3-7, 2013, Ribeirão Preto, SP, Brazil. [12] F. J. Costa, P. G. P. Toro, G. C. Camilo, A. F. S. Pivetta, Structural Analysis of waverider hypersonic aerospace vehicle unpowered scramjet at Mach number 7, 22nd Brazilian Congress of Mechanical Engineering, November 3-7, 2013, Ribeirão Preto, SP, Brazil. Agradecimentos: às agências de fomentos “FINEP” convênio nº 01.08.0365.00, “CNPq” projeto nº 471345/2007-5 e “AEB” projetos nº 25/2009-1 e nº 30/2009-1 pelos financiamentos das pesquisas relacionadas. 89 Método para obter soluções ópticas não lineares com simetria PT A. C. Amaro de Faria Jr (CO)*, Orlando Roberto Neto (PQ) 1 Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] A. Soluções generalizadas Palavras Chave: pulso óptico, sólitons ópticos, cristal fotônico. I. Introdução É possível descrever a propagação de um pulso não linear em um cristal fotônico através de potenciais com simetria paridade-tempo (PT). O cristal fotônico pode ser descrito por potenciais com esta simetria considerando a interação do feixe com o cristal e a sua simetria. Considerando (4), é possível demonstrar que existem, em potencial, inúmeras outras soluções ao menos analíticas que descrevem o mesmo cenário da solução dada por (5). Para ver isso observe que ao se escrever os potenciais V(x) e W(x) dependentes agora do campo 2 explicitamente (4) pode ser reescrita da seguinte forma: d dV , dx 2 d cuja ordem pode ser reduzida da seguinte forma: 1 d , V ( ) 2 dx 2 II. Simetria PT Considere o operador Hamiltoniano: Hˆ pˆ 2 V ( x) , (1) que pode ser agora resolvida diretamente, ou seja: o qual está associado aos autovalores de energia. O operador hamiltoniano terá simetria PT se: V ( x) V ( x) . (2) Alguns trabalhos [1,2] mostraram que o operador Hamiltoniano mesmo não sendo hermitiano pode ter espectro real. Este fato é importante na modelagem de cristais fotônicos pois na equação de Hemholtz o índice de refração efetivo, n(I), depende explicitamente da intensidade do feixe e implicitamente da posição x, o que sugere sua descrição por funções pares na direção em que o pulso auto difrata-se. Assim, funções potenciais com simetria PT, em geral não lineares, podem descrever a propagação de um pulso não linear por um determinado cristal. III. Dinâmica A análise da dinâmica do pulso não linear no cristal fotônico parte de um potencial efetivo com simetria (PT) que o descreve. Neste caso a evolução do feixe é descrita pela equação de Schroendinger não linear i 2 2 [V ( x) iW ( x)] | |2 0. z z (6) d 2V ( ) dx x x0 , (7) onde x0 é uma constante. A principal característica de (7) é que ela fornece para um determinado automodo () uma solução de (4) de forma fechada ou,em outras palavras, se formos capazes de invertê-la teremos uma solução, ao menos numericamente. V. Conclusões O trabalho descreve a modelagem de um cristal fotônico através de um potencial efetivo que apresenta simetria PT e estende o método de solução para uma classe de modelos exatamente solúveis. Cenários mais complexos podem ser numericamente considerados e implementados. VI. Referências [1] [2] (3) Como foi explanado na seção II, as funções obedecem as seguintes relações: V ( x) V ( x) e W ( x) W ( x) . Esta última relação provém do fato que na simetria PT i - i. Um solução da forma ( x, z) ( x) exp(iz ) descreverá o [3] C. M. Bender e S. Boettcher, Phys. R. Lett. 80, 5243 (1998). C. M. Bender, D. C. Brody e H. F. Jones, Phys. R. Lett. 89, 270401 (2002) Z. H. Musslimani, K. G. Makris, R. El-Ganainy, e D. N. Christodoulides, Phys. R. Lett. 100, 030402 (2008). Agradecimentos: o autor ACAF agradece ao IEAv pelo apoio parcial e pela hospitalidade. campo não linear estacionário (x) e os autovalores permitidos . Neste caso, o campo (x) obedece a seguinte equação: d 2 [V ( x) iW ( x)] | |2 . dx 2 (4) IV. Solução para o Potencial Scarf II Como exemplo da aplicação considere os potenciais V ( x) V0 sec h 2 ( x) e W ( x) W0 sec h( x) tanh( x) , (5) tratados na literatura [3]. Uma solução para (4), correspondendo a um modo não linear do potencial considerado e = 0,98, V0 = 1, W0 = 0,5, é 0 sec h( x) exp{i tan 1[sinh( x)]} , onde 0 90 2 W0 e W 0 2 V0 0 . 3 9 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Modelando redes de spins e agregados de alumínio Antônio Carlos Amaro de Faria Jr*, Orlando Roberto Neto Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: spintrônica, modelo de Heisenberg, agregados de alumínio. I. Introdução Uma partícula massiva pode girar em torno de um eixo e, portanto, possui momento angular. Se a partícula for portadora de carga elétrica, a mesma também terá momento magnético, correspondendo ao spin. Algumas experiências como a experiência de Stern-Gerlach e do efeito Einstein-deHass confirmam a realidade do spin [1,2]. Uma rede de spin unidimensional é um conjunto de spins alinhados que interagem com seus vizinhos mais próximos. Assim podemos tratar este sistema pelo método que mostramos neste trabalho. Basicamente consideramos a energia da rede e então obtemos a equação de movimento. O modelo de nosso estudo é uma espira com uma fina espessura feita de uma liga específica de alumínio e constituída de clusters (agregados) de átomos de alumínio ao longo da linha. A distância característica entre cada cluster é a, como mostra a Fig. 1. J Hˆ 3 a d 3 x S ( x).S ( x a) . (2) a Expandindo o vetor S ( x a) em torno de x em série de Taylor e integrando por partes nós temos a seguinte densidade de Hamiltoniana Hˆ density J 2a 3 2 a a S 1 i j i j S. (3) a B. O campo de spin Partindo de (3) podemos escrever a equação de movimento de Heisenberg dS ( x ) (4) i Ô [ S , Hˆ ], dt onde zJ S ( x) S ( x) Oˆ d 3 x S ( x), . , 2a xi xi e usando que (5) [S ( x), S ( y)] i S ( x) ( x y), podemos observar que a dinâmica de spin é governada pela seguinte equação i Fig. 1: Clusters de átomos de Alumínio ao longo da espira. II. O modelo O modelo que queremos tratar é uma cadeia de spins unidimensional que interage entre os vizinhos mais próximos. Podemos considerar um campo elétrico que tem a direção do eixo da espira de tal forma a criar uma campo magnético na direção de alinhamento dos spins, como mostra a Fig. 2. O resultado é a interação entre os spins e o campo magnético. dS zJ S 2 S 2 B S B. dt a Considerando uma densidade macroscópica de mágnons com energia na presença de um campo magnético B podemos considerar a seguinte equação d zJS 2 (7) i 2 B B0 , dt a cuja solução será S u exp[i(ka t )] e a energia de um modo com 1 2 frequência k com nk magnons será k (nk )k . III. Fig. 2: Clusters na liga de alumínio na presença de um campo magnético B. O que se espera é a geração de ondas de spin que podem ser modeladas pelo modelo de Heisenberg, isto é 1 Hˆ J ij si ..s j g B si .B( xi ) 2 ij i Conclusões Equação (7) nos diz que a dinâmica quântica do sistema de spin pode ser tratada por um campo escalar e sua solução prevê o comportamento de domínios magnéticos no tempo e no espaço. Podemos tratar ondas de spins dinamicamente considerando uma equação do tipo da equação de Schoroendinger para descrever uma densidade macroscópica de mágnons. Uma cadeia de spins pode ser formada e tratada considerando um potencial apropriado na equação dinâmica de campos. (1) IV. Referências onde Jij representa a matriz de interação, si,j representa o campo de spin, B representa o momento de dipolo magnético, g representa o raio giromagnético e B(xi) representa o campo magnético. [1] A. Dinâmica de spin Considerando (1) no limite contínuo onde V >> a3, o que corresponde ao número de íons na rede tendendo para o infinito, N , o Hamiltoniano se tranforma numa integral, sem [3] considerarmos o termo potencial g B (6) [2] P. M. A. Dirac, The principle of Quantum Mechanics. 3ª ed. Oxford: Claredon Press, 1947. J. J. Sakurai, Modern Quantum Mechanics. Edição revisada: AddisonWesley, 1994. Z. Qiu e S. D. Bader, Jounal of Magnetism and Magnetic Materials, 200, 664-678 (1999). Agradecimentos: ao IEAv pelo suporte técnico e pela hospitalidade. s .B( x ), i i i Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 91 Análise computacional do escoamento na região de admissão de ar do motor scramjet do veículo hipersônico aeroespacial 14-X Augusto Fontan Moura1*, Maurício Antoniazzi Pinheiro Rosa1 1 Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: scramjet, CFD, hipersônica, veículo 14-X. III. Análise computacional do escoamento I. Introdução O motor scramjet (Fig. 1) apresenta-se como uma alternativa ao motor foguete para acesso ao espaço, uma vez que não necessita carregar seu próprio oxidante, permitindo o transporte de mais carga útil e reduzindo seu custo por tonelada [1]. Como parte do projeto do veículo hipersônico aeroespacial 14-X, a análise do escoamento utilizando dinâmica dos fluidos computacional fornece dados importantes que contribuem com o projeto. Fig. 1 – O motor scramjet A admissão do motor, delineada na Fig. 1, é responsável por garantir a compressão do ar até a pressão e temperatura adequadas para a combustão. Seu projeto é de extrema importância já que sua eficiência afeta a eficiência do motor como um todo. O trabalho foca na análise em CFD da admissão do motor scramjet para a geometria do 14-XB. A análise do escoamento na admissão do motor scramjet foi realizada com o software comercial ANSYS Fluent. Foi realizada uma análise preliminar com escoamento não-viscoso que, embora não represente completamente o escoamento hipersônico real, fornece um entendimento das grandezas envolvidas e do comportamento geral do escoamento. A análise prosseguiu com a utilização de modelos viscosos de turbulência e de transição, que permitiram visualizar os efeitos viscosos. Para o cálculo de turbulência foi usado o modelo SpalartAllmaras, enquanto para o cálculo de transição foram utilizados os modelos k-kl-ω (Fig. 3) e Transition SST. Foram analisadas diferentes condições de contorno de parede, condição de parede adiabática e com temperatura fixa Tw = 300 K; para as condições de turbulência, foram testadas três intensidades de turbulência, I = 0.04%, I = 1% e I = 10%. II. Admissão do motor Na admissão de um motor scramjet ocorre uma série de efeitos viscosos que afetam sua eficiência e as propriedades do escoamento na entrada da câmara de combustão, como interações de pressão, em que a camada-limite provoca uma deflexão do escoamento hipersônico, gerando uma onda de choque que por sua vez afeta a camada-limite [2]; e interações entre onda de choque incidente e a camada-limite (SWBLI – shock wave/boundary-layer interaction) [24], que podem provocar o descolamento da camada-limite (Fig. 2), gerando perdas viscosas e, em situações extremas, à obstrução parcial da entrada do motor, além de favorecer a transição do escoamento para turbulência. Essas interações reduzem a eficiência de energia cinética e a recuperação de pressão total, parâmetros importantes para medir a eficiência da admissão. Além disso, a formação da camadalimite afeta o escoamento, deslocando as ondas de choque e podendo causar perda de vazão mássica devido ao escoamento que se desvia para fora da entrada do combustor, passando abaixo da carenagem do motor. Fig. 3 – Escoamento viscoso na admissão do 14-XB com modelo de transição k-kl-ω IV. Comentários finais Os resultados indicam uma grande influência da condição de contorno de parede nos efeitos viscosos, sendo a condição de parede adiabática a que causa as maiores perdas viscosas e maiores regiões de separação da camada-limite. O impacto da intensidade de turbulência é relativo ao modelo viscoso utilizado. Os modelos de transição apresentam resultados diferentes. O modelo k-kl-ω apresenta bons resultados para a região de separação, que por sua vez afeta os choques e a estrutura do escoamento, enquanto que o modelo Transition SST, por sua vez, mostrou-se superior no cálculo da troca de calor na região de recolagem da camada-limite. V. Referências [1] [2] [3] [4] Fig. 2 – Separação da camada-limite devido a SWBLI na junção entre a placa plana e a rampa de compressão 92 C. Segal; The Scramjet engine: Processes and Characteristics, 1ª ed., Cambridge University Press: Cambridge, 2009. J. D. Anderson; Hypersonics and High Temperature Gas Dynamics, 1ª ed., Mcgraw-Hill: New York, 1989 L. Brown et al.; AIAA 2009-7205, 1-17 (2009) B. Reinartz et al.; 2nd European Conference for Aerospace Sciences, 1-8 (2007) Agradecimentos: às agências CNPq e AEB pelo financiamento do projeto 560143/2010-9. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Estudo computacional de deposição de um pulso de energia em fluido estagnado e em escoamentos de altas velocidades André C. Fraile Jr., Mauricio A. P. Rosa Instituto de Estudos Avançados, Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, [fraile, pinheiro]@ieav.cta.br I. Introdução A adição de energia a escoamentos de altas velocidades é comumente estudada como uma forma de controle de escoamento, permitindo reduzir o arrasto de corpos rombudos por meio da modificação da geometria de ondas de choque, ajustar o fluxo de ar em motores de combustão supersônica do tipo scramjet, efetuar o controle de atitude de aeronaves hipersônicas, entre outras [1-2]. Em estudos anteriores conduzidos no IEAv, foi possível analisar o efeito da adição de energia na forma contínua a escoamentos e também verificar como ocorre a redução de arrasto em corpos rombudos [3-4]. Este trabalho tem como objetivo estudar numericamente o caso em que se adiciona um pulso de energia a um fluido estagnado ou a um escoamento supersônico utilizando o software Fluent®. II. Resultados e discussão Um esquema do domínio físico axissimétrico (eixo de simetria coincide com a fronteira inferior da figura) é mostrado na Fig. 1. As condições de contorno empregadas no software Fluent® são destacadas na figura. No caso em que o fluido é estagnado, a velocidade do escoamento livre é definida como nula. No estudo em que o escoamento é supersônico, o número de Mach do escoamento não perturbado é M 4 e o fluido se desloca da esquerda para a direita da Fig. 1. A fonte pulsada de energia com raio de 0,5 mm e comprimento de 1,0 mm é implementada por meio de uma UDF (user-defined function), que é um recurso do Fluent® que, neste trabalho, permite adicionar, em uma região delimitada do domínio numérico, uma potência de 141 W pelo período de 1 s ao se iniciar a simulação. O escoamento é analisado após 7 s do início da simulação. porção externa, o que é seguido por uma redução de pressão em seu interior. Devido ao menor tempo de trânsito dos elementos de fluido na região de adição de energia no caso do escoamento supersônico, o efeito da adição de energia na magnitude de variação da pressão é inferior ao caso em que o fluido está inicialmente estagnado. Fig. 2. Campo de pressão no instante de 7 s: (a) meio estagnado; (b) Mach 4. 1.04 Estagnado M 1.02 1.00 p/p Palavras Chave: adição pulsada de energia, escoamento hipersônico, fluido estagnado, redução de arrasto. 0.98 0.96 -15 -12 -9 -6 -3 0 x (mm) Fig. 3. Pressão do escoamento no eixo de simetria no instante de 7 s. III. Comentários finais Fig. 1. Domínio físico e computacional. Efetuou-se inicialmente uma análise detalhada de resolução de malha, de modelos e métodos e de passo de tempo de integração para a solução deste problema. Como exemplo de resultados, a distribuição espacial de pressão em ambos os casos é mostrada na Fig. 2 para o instante de 7 s. Deve-se ressaltar que uma frente de onda compressiva de formato circular se origina na região em que a energia é depositada no fluido inicialmente estagnado. No caso do escoamento supersônico, essa frente de onda tem menor magnitude de pressão e é transportada pelo escoamento para a fronteira do domínio. A Fig. 3 mostra a distribuição de pressão ao longo do eixo de simetria da fonte para os mesmos casos analisados anteriormente: fluido estagnado e escoamento supersônico. Em ambos os casos, a propagação da onda se manifesta por um pico de pressão em sua Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Resultados das análises já realizadas que incluem variação da potência de deposição, formato geométrico da fonte e de velocidade do escoamento livre permitem observar alguns aspectos da influência da adição de um único pulso de energia em escoamentos que são relevantes para estudos de redução de arrasto de corpos rombudos e aplicações em scramjet. Além disso, já encontra-se em andamento um estudo que considera uma sequência de pulsos, aonde serão analisados a frequência, potência e largura dos pulsos para diferentes velocidades do escoamento para, posteriormente, se analisar numericamente a redução de arrasto de corpos rombudos por adição pulsada de energia. IV. Referências [1] [2] [3] [4] D. Knight; AIAA Aerospace Sciences Meeting and Exhibit, 41 (2003). M. N. Shneider et al; AIAA Aerospace Sciences Meeting and Exhibit, 41 (2003). A. C. Fraile Jr., Um estudo numérico de adição da redução de arrasto em corpos rombudos por adição de energia em escoamentos de altas velocidades, Tese de Mestrado, ITA, São José dos Campos, 2011. A. C. Fraile Jr, M. A. P. Rosa; J. Aerosp. Technol. Manag., 5, 169-180 (2013). 93 Projeto HIPERVEL: medida de velocidade em escoamentos hipersônicos Dermeval Carinhana Jr.* 1, Alberto M. dos Santos1, Luiz G. Barreta1, Antônio C. de Oliveira1, Ana Paula L. Guimarães2, Danilo Almeida Machado2, Pedro A. de Sousa Matos2, Lincoln Tolomelli e Tolomelli2. 1 Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil. 2 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil. *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: velocimetria, hipervelocidade, diagnóstico. B. Velocimetria por feixe de elétrons I. Introdução O desenvolvimento de veículos hipersônicos tem como objetivo principal estabelecer um método mais barato de se atingir a órbita terrestre do que os existentes atualmente. O estudo dessa classe de veículos é realizado no interior de túneis de choque hipersônico, dispositivos em que os veículos são atingidos por gases escoando a velocidades de até Mach 25 Dada as características extremas do ambiente, a seção de testes dos túneis hipersônicos configura-se como um sistema típico em que é necessário o uso de técnicas nãointrusivas de diagnóstico. O objetivo desse projeto consiste, assim, no estabelecimento de técnicas de velocimetria capazes de atender às atuais necessidades de caracterização dos túneis hipersônicos. A construção e caracterização do dispositivo para a produção do feixe de elétrons utilizado na técnica de velocimetria foi concluída. A Fig. 3 mostra a imagem do plasma produzido (no centro da janela) pela descarga elétrica de 15 kV em uma atmosfera de ar sintético a uma pressão de 0,1 Torr no interior da câmara. II. Andamento do projeto A. Velocimetria por imagens Schlieren A técnica Schlieren baseia-se no destaque dos contornos das heterogeneidades do meio investigado produzidas a partir de sua densidade e, por consequência, do índice de refração [1]. A Fig. 1 mostra uma sequência de três imagens dos jatos supersônicos de SF6 produzidos no interior de câmara de expansão obtidas por esta técnica. As imagens foram registradas utilizando-se uma câmera de alta velocidade (Phantom v2010) a uma taxa de 36.000 quadros por segundo. Os tempos têm como referência o início da expansão. Fig. 3. Fluorescência do plasma de N2/O2 produzida pelo feixe de elétrons. C. Velocimetria por vaporização de partículas Em substituição à velocimetria Doppler de espalhamento Rayleigh, optou-se pela técnica de vaporização de partículas, devido à sua menor complexidade experimental. Adicionalmente, o método é baseado na incandescência induzida por laser, cujo desenvolvimento e aplicação tem sido motivo de diversos estudos no IEAv [2]. Inicialmente, a velocimetria será desenvolvida em chamas de biodiesel (Fig. 4), sendo posteriormente adaptada para as condições dos túneis de choque hipersônicos. Fig. 1. Imagens típicas do jato supersônico obtidas pela técnica Schlieren. Os tempos assinalados tem como referência o início da expansão. A Fig. 2 mostra os valores de velocidade para diferentes pressões da câmera de expansão. 200 30 mbar 20 mbar 15 mbar 175 Velocity (m/s) Fig. 4. Esquema simplificado da velocimetria por vaporização de partículas. 150 III. Referências 125 [1] [2] 100 5 10 15 20 25 30 Distance (mm) E. D. Iffa, R. A. Aziz e AQ. S. Malik. Appl. Opt., 50, 618-625 (2011). L. Tolomelli e Tolomelli, Estudo da presença de fuligem em chamas de misturas diesel/biodiesel, Dissertação de Mestrado, ITA, São José dos Campos, 2012. Agradecimentos: FINEP, convênio 01.11.0069.00 pelo financiamento do projeto e pelas bolsas de mestrado dos alunos envolvidos. Fig. 2. Velocidades do jato obtidas em diferentes pressões da câmara i) 30 (quadrado), ii) 20 (círculo) e iii) 15 mbar (triângulo). 94 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Um estudo numérico de injeção de gás perpendicular a um escoamento supersônico de ar para aplicação em motores SCRAMJET João Vitor M. B. Siqueira1*, Francisco D. Rocamora Jr.1, Mauricio A. P. Rosa1* 1 Divisão de Aerotermodinâmica e Hipersônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: injeção de gás, escoamento supersônico, eficiência de mistura, simulação numérica. calor pelas paredes; modelagem de turbulência e análises em geometrias 3D, além de incluir o estudo de modelos para a combustão supersônica do hidrogênio. I. Introdução O motor scramjet (supersonic combustion ramjet) é um dos maiores candidatos a sistema propulsivo para futuros veículos hipersônicos. Num motor scramjet o ar atmosférico é primeiramente comprimido e desacelerado a velocidades supersônicas através de ondas de choque e, posteriormente, combustível é injetado imediatamente anterior à entrada da câmara de combustão para ser misturado com oxigênio existente no ar atmosférico para promover o que se denomina de combustão supersônica. Pesquisas em combustão supersônica são de grande importância para o projeto de tais motores aonde a mistura e a combustão do combustível com o ar supersônico devem ocorrer simultaneamente no combustor. Devido à alta velocidade do ar, o tempo de residência deste no interior do combustor é apenas da ordem de um milissegundo fazendo que todo o processo de combustão ocorra neste curto espaço de tempo, o que impõe severas restrições ao projeto destes motores. Os objetivos deste trabalho inicial do estudo da combustão supersônica em motores scramjet são efetuar análises: de malha, de validação de modelos e métodos disponíveis no programa Fluent e da estrutura do escoamento para o problema de injeção de um gás inerte perpendicularmente ao escoamento de ar supersônico confinado num duto em geometria 2D. Fig. 1. Campo de número de Mach com linhas de corrente. II. Resultados e discussão Para os estudos de refinamento de malha e de validação de modelos considerou-se o problema 2D de injeção de gás hélio perpendicularmente ao escoamento de ar supersônico (Mach 2,9) apresentado em [1]. A geometria 2D considera que a injeção do gás é efetuada através de uma ranhura perpendicular ao escoamento na parede inferior do duto. Observa-se na Fig. 1, que apresenta o campo de número de Mach com linhas de corrente do escoamento, que a presença da injeção de gás gera uma estrutura de escoamento bastante complexa com diversos choques e as interações destes com a camada limite gerando regiões de recirculação antes e após o local da injeção. Na Fig. 2 são mostrados os resultados da análise de malha efetuada com o modelo de turbulência Transition SST do Fluent, verificando-se que o refinamento da malha está conduzindo a convergência entre as soluções. Como exemplo de resultados da validação de modelos disponíveis no programa Fluent, a Fig. 3 mostra que o modelo de turbulência Transition SST é o que apresentou melhor resultado dentre os modelos analisados, principalmente a região de separação da camada limite que antecede a injeção de gás. Fig. 2. Análise de malha: Pressão na parede inferior do duto com o modelo Transition SST. Fig. 3: Pressão na parede inferior do duto III. Comentários finais Os passos a seguir incluem cálculos de parâmetros importantes de injeção para a combustão tal como a eficiência de mistura de combustível e oxigênio e a penetração do combustível no escoamento, considerando-se: efeitos das condições do escoamento de ar e da injeção de combustível (Mach, razão de pressão dinâmica, ângulo e local de injeção, múltiplas injeções, etc); geometrias para ancoragem e estabilização de chama (degraus, cavidades, etc); elementos que acentuam a mistura ar-combustível; transferência de Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 IV. Referências [1] W. Huang; Fuel Injection, Intech, Chapter 9, 2010. Agradecimentos: às agências CNPq e AEB pelo financiamento do projeto 560143/2010-9. 95 Desenvolvimento de sensores de infravermelho nanoestruturados Gustavo Soares Vieira1,2*, Roberto Yuji Tanaka1,2, Nancy Mieko Abe1, Ruy Morgado de Castro3 e Angelo Passaro1,2 2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Divisão de Geointeligência, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil * E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: sensores de infravermelho, nanotecnologia. I. Introdução Sensores de infravermelho são de grande interesse estratégico em diversas áreas relevantes para o país. O agronegócio beneficia-se da detecção prematura de ação de pragas e/ou deficiência de irrigação em grandes áreas plantadas. No monitoramento ambiental, imagens no infravermelho são usadas, por exemplo, para avaliação da saúde de coberturas vegetais e localização de focos de incêndio. A segurança do tráfego aéreo é melhorada com a utilização de câmeras operando no infravermelho, visto que é possível obter as imagens através da neblina ou fumaça. A utilização dos sensores para a detecção de componentes tóxicos em misturas gasosas é de grande valia para o monitoramento de instalações industriais, petrolíferas e de mineração. Imagens térmicas facilitam a identificação de necessidade de manutenção em instalações industriais e de problemas em linhas de transmissão de energia elétrica. Sistemas de visão noturna são de grande importância para nossas forças armadas e para segurança civil. A geração de imagens no infravermelho também tem importante papel na área de saúde. Por exemplo, com uma imagem no infravermelho é possível avaliar problemas de lubrificação nos olhos ou identificar a ocorrência de câncer de pele. II. Infraestrutura Na Divisão de Física Aplicada do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), efetua-se o desenvolvimento de sensores de infravermelho a poços quânticos, QWIPs [1], a pontos quânticos, QDIPs [2], e fotodiodos convencionais (transições interbandas). Esse desenvolvimento é realizado em parceria com outras instituições de ensino e pesquisa do Brasil, que estão reunidas no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanodispositivos Semicondutores, DISSE. O IEAv atua, nessa parceria, principalmente, no projeto e caracterização das nanoestruturas semicondutoras geradas. O IEAv conta com a infraestrutura de três laboratórios para desempenhar suas atividades no desenvolvimento de sensores de infravermelho: o LCDS (Laboratório de Caracterização de Semicondutores, Fig. 1), o LaRaC (Laboratório de Radiometria e Caracterização de Sensores Ópticos, Fig. 2) e o LEV (Laboratório de Engenharia Virtual). No LCDS [3] foi estabelecida uma infraestrutura destinada à caracterização de propriedades elétricas de dispositivos semicondutores diversos, encapsulados ou não, tanto a temperatura ambiente quanto a temperaturas criogênicas. Dentre as medidas de interesse na caracterização elétrica de sensores de infravermelho estão as medidas de corrente de escuro, as de características de capacitância com e sem tensão aplicada, e as de figura de ruído. O LaRaC possui infraestrutura para realizar a caracterização elétro-óptica dos sensores através de medidas de responsividade, que quantifica eficiência de conversão da potência da radiação incidente no sensor em sinal elétrico. Estas medidas são feitas tanto em sua forma integral (luz branca) quanto espectral. Os aparatos de medida são automatizados, permitindo medidas com maior grau de complexidade e melhorando a precisão e confiabilidade das medidas. 96 Fig. 1. Sistema completo para caracterização elétrica de dispositivos semicondutores disponível no LCDS. Fig. 2: Aparato experimental disponível no LaRaC utilizado para a caracterização elétro-óptica dos sensores. No LEV são desenvolvidas ferramentas computacionais para projeto e análise de estruturas nanométricas de semicondutores (CAE). Essas ferramentas permitem o cálculo da estrutura de bandas de heteroestruturas propostas (em uma aproximação de massa efetiva) e auxilia no projeto de estruturas com características prédeterminadas. As ferramentas permitem o cálculo de estruturas com variação da composição do material semicondutor em uma, duas ou três dimensões. No último caso o cálculo é feito para estruturas que apresentam simetria cilíndrica. As ferramentas contemplam o cálculo das estruturas com cargas livres. A busca pela melhor solução para determinada característica desejada é feita por algoritmo genético. III. Referências [1] A. Passaro, R. Y. Tanaka, A. Muraro, Jr, G. S. Vieira, and N. M. Abe, IEEE Trans. on Magnetics, 46, 2759-2762 (2010). [2] D. R. Alvarenga, C. A. Parra-Murillo, R. M. S. Kawabata, P. S. S. Guimarães, K. Unterrainer, M. P. Pires, G. S. Vieira, J. M. Villas-Boas, M. Z. Maialle, M. H. Degani, P. F. Farinas, N. Studart and P. L. Souza, IEEE J. of Quantum Electronics, 48, 1360-1366 (2012). [3] Página do LCDS <www.ieav.cta.br/efa/sdiv/efae/lcds/index.html>. Agradecimentos: ao apoio financeiro da FINEP, projeto PDSENDN/01.10.0624.00; do CNPq, projetos INCT–DISSE e AEB559908/2010-5, e bolsas 310509/2012-2, 310578/2012-4, 384646/20123, 380343/2013-4, 381329/2011-9 e 180248/2012-0; da FAPESP e da CAPES. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Processamento e caracterização de compósitos cerâmicos e metal-cerâmicos à base de ferritas Vera Lúcia O. de Brito1,2*, Rosana S. Xavier1, Mônica S. Hieda2, Francisco E. de Carvalho1,2, João Paulo B. Machado3, Antonio Carlos C. Migliano1,2 2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Laboratório Associado de Materiais e Sensores, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: ferritas, compósitos magnetoelétricos, cermets, processamento de materiais. I. Introdução Os projetos mais recentes do Grupo de Sistemas Eletromagnéticos (GSE) do IEAv têm focalizado nas pesquisas em ferritas com Co e Ba na composição, devido ao seu potencial de aplicação em transdutores magnetoelásticos e no encapsulamento de sensores para aplicações aeroespaciais [1-2]. Tais projetos demonstraram que as propriedades magnetostrictivas das ferritas de cobalto são bastante interessantes para aplicações em sensores de tensões mecânicas, no entanto a baixa resistência mecânica destes materiais é um empecilho para este tipo de aplicação. Neste sentido, a tecnologia de cermets (compósitos metal-cerâmica) é uma alternativa para contornar este problema. Associadas a materiais piezoelétricos, as ferritas de alta magnetostricção formam compósitos capazes de gerar sinais elétricos na presença de campos magnéticos, tendo portanto grande potencial de aplicação em sensores de campo magnético. Além disso, tais compósitos magnetoelétricos (ME) podem ter as suas propriedades eletromagnéticas ajustadas por meio de campos elétricos, o que os tornam aplicáveis em dispositivos eletrônicos sintonizáveis. Atualmente, existem em andamento no GSE duas linhas de pesquisa em compósitos à base de ferritas: uma com foco no desenvolvimento de cermets de ferritas e outra com foco no desenvolvimento de compósitos cerâmicos à base de ferritas e BaTiO3. Neste trabalho, serão resumidas as atividades realizadas nestas pesquisas entre 2013/2014. II. Atividades em andamento na área de compósitos cerâmicos magnetoelétricos A ferrita CoFe2O4 é conhecida pelos seus altos valores de magnetostricção em relação às ferritas sem cobalto na composição. Quando associadas a materiais piezoelétricos, este tipo de ferrita pode formar compósitos ME com elevado coeficiente magnetoelétrico, adequado para aplicações em sensores. A literatura aponta uma tendência da substituição dos piezoelétricos do tipo PZT por outros isentos de chumbo, devido a questões ambientais. Por este motivo, o BaTiO3 foi inicialmente selecionado como fase piezoelétrica nas primeiras pesquisas do GSE em compósitos ME cerâmicos. O tipo de compósito ME estudado no grupo tem sido o de CoFe2O4/BaTiO3 (compósito por nós denominado de F-TB). Inicialmente foram estudadas as características microestruturais dos compósitos F-TB tendo as partículas de ferrita dispersas em uma matriz de BaTiO3, na forma de partículas finas. Posteriormente, foram fabricadas amostras para estudos da interação entre as duas fases, sendo elas dispostas em uma das seguintes formas: em camadas e com partículas relativamente grandes de ferrita (com tamanho variando entre 200 e 1000 µm, aproximadamente) em uma matriz de BaTiO3. Nos compósitos com partículas finas de ferrita não foram observadas trincas nem indícios de reação entre as fases. Já na amostra com partículas grandes de ferrita e na constituída de duas camadas, observou-se a presença de trincas nas interfaces entre as Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 fases, causadas pela diferença entre os coeficientes de expansão térmica do CoFe2O4 e do BaTiO3. A próxima etapa da pesquisa sobre compósitos ME é o refinamento do método de processamento cerâmico, de modo a obter partículas finas e dispersas de ferritas, com percolação reduzida entre elas. III. Atividades em andamento na área de cermets de ferrita Atualmente o GSE possui um trabalho de mestrado em andamento no ITA/PG-CTE no qual estão sendo processados e caracterizados cermets de ferrita do tipo Ni-Co. Esta ferrita possui sensibilidade magnetoelástica similar à do CoFe2O4, com menor histerese magnética, sendo por isso um material interessante para aplicações em sensores magnetomecânicos. O propósito deste trabalho é processar cermets de ferrita Ni-Co com ligas Ag-Ni e CuNi e estudar a microestrutura e as propriedades mecânicas destes compósitos. Trabalhos anteriores [3] já demonstraram que o uso de uma liga Ag-Ni com a cerâmica CoFe2O4 foi eficiente para aumentar a resistência mecânica desta ferrita, contribuindo também para o aumento da sensibilidade magnetoelástica do material. As ligas do sistema Cu-Ni possuem alta resistência à corrosão e boas propriedades mecânicas, razão pela qual foram escolhidas para esta pesquisa. A ferrita Ni-Co a ser utilizada no projeto está sendo processada no Laboratório de Materiais Eletromagnéticos (LME) do IEAv. Atualmente estão sendo definidos os parâmetros de processamento e sinterização para a obtenção de amostras de ferrita Ni-Co com baixa porosidade. IV. Perspectivas Além dos recursos institucionais que estão sendo recebidos pelo LME/IEAv para a sua ampliação, planeja-se buscar financiamento externo para as atividades de pesquisa descritas neste trabalho, por meio de projetos a serem submetidos às agências de fomento nacionais. V. Referências [1] [2] [3] V. L. O. de Brito; Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento – Instituto de Estudos Avançados, 6, 91, (2013). A. C. C. Migliano, C. A. R. de Freitas, F. E. Carvalho, V. L. O. de Brito, Y. C. de Polli, A. F. N. Boss, A. K. Hirata, B. A. Cunha, F. F. Araújo, G. P. Zanella, L. V. Lemos, M. R. F. Gontijo, M. S. Amarante, R. G. A. Lima, R. Y. Nagata e R. S. Xavier; Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento – Instituto de Estudos Avançados, 6, 93, (2013). R. W. McCallum, K. W. Dennis, D. C. Jiles, J. E. Snyder e T. H. Chen; Low Temperature Physics, 27 (4), 266-271, (2001). Agradecimentos: à FAPESP, pelo financiamento do projeto 2012/01448-2; à CAPES pelo financiamento do projeto 2236/2012 e ao CNPq pela bolsa PIBIC-IEAv. 97 Caracterização de materiais e avaliação de sensores e filtros na faixa de frequência Terahertz Antonio C. C. Migliano1,2,3,*, Carlos A. R. de Freitas1, Vera L. O. de Brito1,2, Yasmara C. De Polli1, Francisco E. Carvalho1,2, Alan F. N. Boss1,2, Fabiana F. de Araújo1,3, Fábio R. Daró1,2, Glauco P. Zanella1,2, Leonardo V. Lemos1,3, Marcelo R. F. Gontijo1,3, Rodrigo G. A. de Lima1,2, Anderson K. Hirata1,2, Mayara dos S. Amarante1,2, Stéphanie A. Cunha1,2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e Aeronáutica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] 2 Palavras Chave: materiais, sensores, filtros, terahertz. I. O que é Terahertz? Radiação Terahertz (THz) é uma região do espectro eletromagnético localizada entre as regiões de micro-ondas e infravermelho. Apesar da discussão de onde começa e termina esta região, uma boa abordagem é apresentada na Fig. 1. Nela, a delimitação é feita com base na tecnologia das regiões de microondas e infravermelho. Apesar de alguns equipamentos de microondas atingirem 300 GHz, a tecnologia de micro-ondas é bem estabelecida até 100 GHz, enquanto a de infravermelho é bem Em relação à caracterização de materiais, muito se estuda sobre materiais dielétricos e biológicos. Poucos trabalhos exploram a permeabilidade dos materiais, sendo esses poucos trabalhos voltados à metamateriais [2]. Um banco de dados de domínio público [4] exemplifica como a permeabilidade é desconsiderada, além de mostrar que materiais como ferrita de cobalto ainda não foram caracterizados nesta região do espectro. estabelecida a partir de 10 THz [1]. Fig. 1. Regiões do espectro eletromagnético. Esta região THz tem sido bastante explorada principalmente nas últimas duas décadas devido o fato que essas frequências são altamente absorvidas pela atmosfera terrestre e que os emissores e detectores de radiação THz ainda estão em evolução. II. Sistemas THz Ondas THz podem ser emitidas em frequências específicas por sistema de onda contínua (Continuous Wave – CW). Elas também podem ser emitidas em uma determinada largura de banda por sistema que utiliza transformada de Fourier (Fourier Transform – FT). Esses sistemas operam em uma faixa de frequência que pode abranger quase toda a faixa do THz Amplo, porém com uma resolução espectral baixa. Outros sistemas que emitem uma faixa de frequência THz são os que operam no domínio do tempo (Time Domain – TD). Esses sistemas operam em uma faixa de frequência menor que os sistemas FT, porém com uma melhor resolução espectral. O sistema TD, Fig. 2, é o mais indicado para caracterização de materiais e avaliação de filtros e sensores, já que trabalha em uma banda de frequência com resolução melhor que sistemas FT [2]. III. Pesquisas e Fronteira Os primeiros estudos na região THz datam do final século XIX com as pesquisas de Heinrich Rubens na região que viria a ser chamado posteriormente de infravermelho longínquo. Entretanto, o maior passo foi durante década de 90, com a chegada das antenas fotocondutoras. Atualmente, muitas pesquisas giram em torno do desenvolvimento de novos dispositivos para emissão e detecção de radiações THz [3]. Pesquisas relacionadas à sensores e a caracterização de materiais também têm recebido muita atenção [2]. 98 Fig. 2. Esquema de um sistema THz-TD. IV. Recurso no Brasil e Inovação na Área A confecção e caracterização de ferritas em micro-ondas já são bem estabelecidas. No Instituto de Estudos Avançados (IEAv), o Laboratório de Sistemas Eletromagnéticos (LSE) possui ampla experiência nesta área. Entretanto, a caracterização dessas ferritas em frequências acima de micro-ondas não é explorada atualmente. Hoje, na América Latina, um único sistema THZ-TD operante está localizado no Instituto de Química da Unicamp. Este sistema é utilizado principalmente para a investigação de materiais biológicos. O grupo do LSE possui o conhecimento necessário para a confecção e caracterização de ferritas em micro-ondas. Atualmente, o grupo busca a inovação de caracterizar as ferritas na faixa de THz. Para isto, é necessário o investimento em um sistema THz-TD, que também seja facilmente adequado para avaliar sensores e filtros. Com isto, a possibilidade de desenvolvimento de novas técnicas para medir a permeabilidade de materiais torna-se real, o que colocaria o IEAv em posição de destaque na comunidade científica internacional. V. Referências [1] [2] [3] [4] Y.-S. Lee; Principles of terahertz Science and technology, Springer Science: New York, 2009. B. Son; X. Zhang; Nature Materials. 1, 26-33 (2002). E. Bründermann; H.-W. Hübers; M. F. Kimmitt; Terahertz techniques, Springer: Berlin, 2012. T. Notake; R. Endo; K. Fukunaga; I. Hosako; C. Otani; H. Minamide; IEEE Trans. on THz Science and Technology, 4, 110-115 (2014). Agradecimentos: CAPES Pró-Estratégia nº 50/2011 - Proc. 2237; FAPESPProc. 01448-2/2012, FINEP proc. 01.12.0347.00(0479/11) e proc. 01.13.0402.00 (0606/13); COMAER . Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Microscopia de Força Magnética de Amostra “Bulk” de Hexaferrita Co2Z Fábio R. Daró1,2,*, Antonio C. C. Migliano1,2,3, Glauco P. Zanella1,2, Anderson K. Hirata1,2, Yasmara C. De Polli1, Maria C. Salvadori4 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e Aeronáutica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 4 Laboratório de Filmes Finos, Instituto de Física da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] 2 Palavras Chave: MFM, domínios magnéticos, Co2Z. I. Introdução A Microscopia de Força Magnética (MFM - Magnetic Force Microscopy) de ferritas, geralmente, emprega amostras de filmes finos. Porém, aqui foi analisada uma amostra “bulk” para análise de domínios magnéticos. II. Materiais e Métodos Fig. 1. MFM de amostra de Co2Z: topografia (a) e domínios (b). Foi utilizado equipamento Agilent 5420 SPM [1]. Na MFM, uma sonda de dimensões nanométricas obtém dados da superfície da amostra em duas etapas. Na primeira, enquanto oscila perto da sua frequência de ressonância, a partir da variação da frequência, fase ou amplitude da oscilação causada por contato intermitente (CI) com a amostra, obtém-se a topografia. Na segunda, a sonda mantém uma distancia vertical constante da amostra (pois a topografia é conhecida pela etapa prévia de CI), de modo que os domínios magnéticos são identificados pela perturbação que estes provocam na fase de oscilação: avanço (atração) ou atraso (repulsão). Foi analisada uma amostra “bulk” de Co2Z (Ba3Co2Fe24O41) [2] magnetizada. Fig. 2. Topografia (a) e domínios (b) ao longo da linha 1 da Fig. 1. III. Resultados Foram encontrados domínios magnéticos de bandas paralelas com largura D = 50..500 nm e comprimento d = 2..4 m. A Fig. 1 (a) mostra a topografia (altura), obtida por CI, exibindo um contraste de 7 m. A Fig. 1 (b) mostra os domínios (fase) da mesma região. A Fig. 2 compara topografia e domínios ao longo da linha 1 da Fig. 1. Os menores valores de D foram obtidos na direção do eixo difícil de magnetização, que nas condições de temperatura ambiente é normal ao plano hexagonal cristalino e ao longo do qual os cristais se empilham. Logo, a relutância magnética (R), dada por (1), determina os domínios, uma vez que nesta direção é onde cada cristal tem menor permeabilidade (), menor espessura (h) e maior área (A). R h A Demonstrou-se a utilidade da MFM para ferritas “bulk”. Os domínios magnéticos não observados antes por outros métodos permitem cogitar o emprego deste material para gravação de dados. V. Referências [1] [2] [3] (1) [4] Na direção do eixo fácil, caso da Fig. 1, a anisotropia é o fator determinante, e pode ser considerada uniaxial, que segundo [3], é dada por (2). A ref. [4] encontrou o mesmo tipo de domínios num mesmo tipo de amostra e com valores compatíveis com fórmulas de [3], embora aquelas de energia magnetostática e não de anisotropia. Sendo a constante de troca energética do material A = 0,5 E-11 J/m e a constante uniaxial de anisotropia K = 1,8 E+5: D (64 A / K ) 0.25 d 0.5 IV. Conclusões AGILENT TECHNOLOGIES Inc. Agilent Technologies 5420 SPM Manual. Santa Clara. 2011. G. P. Zanella, Síntese de hexaferrita de Co-Ba para aplicações no encapsulamento de sensores e em RADOME na faixa de RF e microondas. Dissertação de Mestrado, ITA, São José dos Campos, 2013. G. Bertotti. Hysteresis in Magnetism: for physicists, material scientists and engineers, 1º ed., San Diego: Academic Press, 1998. L. Qin; H. Verweij, Magnetic force microscopy study of domain walls in Co2Z ferrite, Materials Research Bulletin, 51, 109–111 (2014). Agradecimentos: CAPES Pró-Estratégia 50/2011, proc. 2237; FAPESP proc. 01448-2/12, proc. 95/5651-0; FINEP proc. 01.12.0347.00 (0479/11), proc. 01.13.0402.00 (0606/13); Laboratório de Filmes Finos (IF-USP), COMAER. (2) Exemplificando aplicando (2) no caso da ilustração, com d ≈ 2,5 m, então D = 320 nm, o que é compatível com o experimento. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 99 Capacitação em simulação de dispositivos e objetos em ambiente eletromagnético Antonio C. C. Migliano1,2,3,*, Carlos A. R. de Freitas1, Vera L. O. de Brito1,2, Yasmara C. De Polli1, Francisco E. Carvalho1,2, Alan F. N. Boss1,2, Fabiana F. de Araújo1,3, Fábio R. Daró1,2, Glauco P. Zanella1,2, Leonardo V. Lemos1,3, Marcelo R. F. Gontijo1,3, Rodrigo G. A. de Lima1,2, Anderson K. Hirata1,2, Mayara dos S. Amarante1,2, Stéphanie A. Cunha1,2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e Aeronáutica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] 2 Palavras Chave: simulação eletromagnética, sensores, radar. I. Introdução A simulação de ambientes eletromagnéticos tornou-se uma importante expertise para a avaliação de cenários onde a radiação eletromagnética pode influenciar no comportamento de equipamentos. Essa expertise também é importante para o desenvolvimento de novos sensores e para a investigação do espalhamento de ondas incidentes em objetos submetidos a radares. Para simular esses ambientes eletromagnéticos existem diversos métodos numéricos, como o método de difração geométrica, método de elementos finitos, método de diferenças finitas e o método de diferenças finitas no domínio do tempo. Esses métodos são bem conhecidos e podem ser programados em qualquer linguagem de programação. Entretanto, para fins de desenvolvimento, o uso de softwares comerciais torna o processo mais rápido e dinâmico, visto que os softwares já são previamente testados e geram resultados confiáveis [1, 2]. Dentre diversos softwares comerciais desenvolvidos com base nos mais variados métodos numéricos, os que trabalham no domínio do tempo possuem a vantagem de gerar resultados que possibilitam a investigação do comportamento eletromagnético em tempo real. Além disto, estes softwares provêm resultados em uma ampla faixa de frequência com a execução de apenas uma simulação. Outros trabalhos do grupo como, análise de dispositivo de cancelamento de RCS, filtro microstrip e um porta amostra recém patenteado, também têm sido desenvolvidos com este software. III. GTD O LSE dispõe, também, de outra ferramenta computacional estado-da-arte que utiliza o método de Difração Geométrica [4]. O software GTD da Remcom, que simula uma câmera anecóica, trabalha somente com frequências distintas, ao contrário do XFDTD. Entretanto, o GTD provê resultado de espalhamento para cada componente do objeto sob análise, Fig. 2. Em matéria de técnica de redução de RCS, o método utilizado por este software é um dos mais úteis, já que, para uma ampla faixa de frequência, a técnica mais efetiva para redução de RCS é a geometria do objeto [5]. II. XFDTD O LSE possui uma plataforma comercial baseada no método de diferenças finitas no domínio do tempo (Finite Difference Time Domain – FDTD) [3]. O software comercial XFDTD da Remcom é uma plataforma para simulação de ambientes eletromagnéticos que trabalha com o método de diferenças finitas no domínio do tempo. Este software pode gerar tanto resultado em tempo real quanto resultado em frequências distintas. Um exemplo de análise em frequência distinta é a Fig. 1, que é o espalhamento eletromagnético resultante quando uma onda de 1 GHz que incide em uma aeronave Embraer AMX. Este é um exemplo de avaliação da seção reta radar (Radar Cross Section – RCS) de objetos, que é de grande importância na área de defesa. Fig. 2. Vetores gerados pelo software GTD para componentes que compõem a aeronave Embraer AMX. O uso em conjunto desses dois softwares podem auxiliar na evolução de técnicas para redução de RCS. Isto porque um pode ser utilizado para investigar em qual frequência o objeto responde com maior potência e o outro para melhorar a geometria do objeto. Em locais onde a geometria não pode ser alterada, outro método para redução de RCS pode ser utilizado, como, por exemplo, o de materiais absorvedores. Este tipo de material pode ser configurado no software operante no domínio do tempo, o que inclusive permite observar o comportamento da radiação no interior do material. IV. [1] [2] [3] [4] [5] Fig. 1. RCS tridimensional da aeronave Embraer AMX em 1 GHz. 100 Referências M. N. O. Sadiku; Numerical techniques in electromagnetics, 2ª ed., Boca Raton: CRC Press, 2000. R. Garg; Analytical and computational methods in electromagnetics, Boston: Artec House, 2008. K. S. Kunz e R. J. Luebbers. The finite difference time domain method for electromagnetics, Boca Raton: CRC Press, 1993. Remcom. The XGtd User’s Manual, State College, 2010. D. C. Jenn; Radar and laser cross section engineering, 2ª ed., Reston, Virginia: American Institute of Aeronautics and Astronautics, 2005. Agradecimentos: à CAPES Pró-Estratégia nº 50/2011 pelo financiamento do projeto Proc. 2237; à FAPESP pelo financiamento do projeto Proc. 014482/2012 e à FINEP pelo financiamento do projeto 01.12.0347.00(0479/11). Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Caracterização de microestrutura e propriedades locais de materiais por técnicas de microscopia de sonda de varredura Antonio C. C. Migliano1,2,3,*, Vera L. O. de Brito1,2, Yasmara C. De Polli1, Fábio R. Daró1,2, Glauco P. Zanella1,2, Leonardo V. Lemos1,3, Rodrigo G. A. de Lima1,2, Anderson K. Hirata1,2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e Aeronáutica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] 2 Palavras Chave: AFM, MFM, SMM, ferrita. I. Introdução Conhecer a resposta de materiais à ondas eletromagnéticas é fundamental em projetos de pesquisa e desenvolvimento de componentes eletrônicos, sensores, transdutores, absorvedores, entre outros dispositivos que atuam na faixa de RF e micro-ondas. Para classificar um material para tais aplicações é necessário entender a relação entre a sua microestrutura juntamente com as suas propriedades eletromagnéticas [1]. Com a recente aquisição de um microscópio de sonda de varredura (SPM) e diferentes modos de operação, o Laboratório de Sistemas Eletromagnéticos (LSE) ampliou a sua capacitação em caracterização de materiais, obtendo as propriedades intrínsecas de materiais e caracterização microestrutural de materiais "bulk" até filmes finos e nanomateriais. Fig. 1. (a) Topografia obtida por AFM e (b) domínios magnéticos por MFM de uma ferrita Co2Z (Ba3Co2Fe24O41). II. Microscopia de Sonda de Varredura A família de SPM utiliza um arranjo básico que é formado por um sistema de atuação piezoelétrico que move, sobre a superfície da amostra, uma haste terminada em uma ponta nanométrica. A interação entre ponta e amostra é detectada por um sensor e, por meio de um controlador, uma correção é feita para retornar à uma condição inicial. Essa correção, juntamente com a posição em X e Y da varredura, é usada para criar imagens que podem conter informações da topografia, atrito, elasticidade, potencial elétrico, campo magnético ou elétrico, entre outras características do material. A seguir, são descritos alguns dos modos desse equipamento e exemplos dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelo grupo do LSE. A. Microscopia de Força Atômica (AFM) A AFM é usada, principalmente, para obter informações de topografia, atrito e elasticidade da amostra. A interação da ponta e amostra é dada pelas forças de Van der Waals, o que permite o estudo de amostras robustas ou frágeis, e até em meio líquido no caso de amostras biológicas [2]. A Fig. 1a foi obtida por AFM de contato intermitente, e a Fig. 2a mostra a força lateral (atrito) obtida por AFM de contato. As imagens de AFM servem como referência quando se deseja discutir a microestrutura com outra propriedade do material. B. Microscopia de Força Magnética (MFM) As imagens de MFM contém informações da interação da ponta magnética e os campos magnéticos presentes na amostra. Nesse modo, a ponta oscila sobre a amostra para obter a topografia e as propriedades magnéticas. A Fig. 1b mostra os domínios magnéticos de uma ferrita Co2Z (Ba3Co2Fe24O41) [3]. Fig. 2. (a) LFM e (b) Amplitude de S11 por SMM Cu0,7Co0,3Fe2O4. Existem outros modos que podem ser aplicados de acordo com a conveniência para se obter a melhor resolução. O SPM possui modos para caracterização de materiais cerâmicos, metálicos, polímeros e até semicondutores, podendo também ser customizado para realizar espectroscopias, além do software ser aberto para programação. Em trabalhos futuros e, através de parcerias com outras instituições, pretende-se ampliar as pesquisas para nanomateriais e filmes finos, com aplicações de interesse do setor aeroespacial. III. Referências [1] [2] [3] [4] V. G. Harris, A. Geiler, Y. Chen,S. D. Yoon, M. Wu, A. Yang, Z. Chen P. He, P. V. Parimi, X. Zuo,C.E. Patton, M. Abe, O. Acher,C. Vittoria, Journal of Magnetism and Magnetic Materials, 321, 2035-2047 (2009). N. Jalili, K. Laxminarayana; Mechatronics, 14, 907-945, (2004) G. P. Zanella, Síntese de hexaferrita de Co-Ba para aplicações no encapsulamento de sensores e em RADOME na faixa de RF e microondas. Dissertação de Mestrado, ITA, São José dos Campos, 2013. F. F. De Araújo, A. C. C. Migliano, A. K. Hirata, F. A. G. Oliveira, M. R. Da Silva, Anais do Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências dos Materiais, 245-252, (2012). Agradecimentos: à agência de fomento CAPES pelo financiamento do projeto Pró-Estratégia nº 50/2011 - Proc. 2237 e pelas bolsas (2,3); à FAPESP pelo projeto nº Proc. 01448-2/2012; à FINEP pelo projeto nº proc. 01.12.0347.00 (0479/11) e nº proc. 01.13.0402.00 (0606/13), à COMAER pelo projeto C. Microscopia de Escaneamento de Micro-ondas (SMM) Na SMM, um analisador de redes vetorial (VNA) é acoplado ao AFM para obter o parâmetro de reflexão (S11), que carrega informação da impedância da amostra. A Fig. 2b mostra a perturbação na amplitude de S11 de uma ferrita CuCo (Cu0,7Co0,3Fe2O4) [4] para detecção de fases diferentes na amostra. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 101 Desenvolvimento de programa computacional para simulação de nanoestruturas semicondutoras Angelo Passaro1,2,*, Roberto Y. Tanaka1,2, Nancy M. Abe1, Lucas K. Sperotto1, Diogo de M. Pedroso1,2, Dárley D. de Almeida1,2, André F. Pereira1,2 e Gustavo S. Vieira1,2 2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: nanotecnologia, método dos elementos finitos, meios anisotrópicos, pontos quânticos, poços quânticos. I. Motivação Os avanços na tecnologia de crescimento epitaxial de materiais semicondutores permitem que nanoestruturas, tais como poços, fios e pontos quânticos, sejam utilizadas na confecção de diversos dispositivos eletrônicos, tais como sensores de infravermelho, lasers e células solares. A incorporação destas pequenas estruturas aos dispositivos permite que os cientistas e engenheiros manipulem os fenômenos quânticos que regem esta escala não apenas para melhorar tais dispositivos, mas também para compreender melhor esses fenômenos físicos. Programas computacionais para simulação de dispositivos são ferramentas utilizadas para auxiliar no projeto, desenvolvimento e no estudo de fenômenos físicos associados em qualquer desenvolvimento tecnológico. Uma das atividades do Laboratório de Engenharia Virtual (LEV) engloba o desenvolvimento de ferramentas computacionais que permitem calcular propriedades de dispositivos com nanoestruturas baseadas em poços, fios e pontos quânticos [1]. O estágio atual das ferramentas desenvolvidas no LEV para essa aplicação e os trabalhos futuros é apresentado a seguir. II. Situação atual Uma das principais ferramentas em desenvolvimento atualmente no LEV é o software chamado QWS. Com o QWS pode-se calcular os estados e energias confinados em nanoestruturas semicondutoras baseadas em poços quânticos e fabricadas com ligas de elementos da família III-V. Os parâmetros destes materiais e ligas são também calculados pelo QWS. Com relação à versão anterior, descrita em [2], a versão atual inclui a temperatura como parâmetro de cálculo da massa efetiva e do “gap” de energia do material semicondutor. Além do Método dos Elementos Finitos a nova versão conta também com o Método Element-Free Galerkin (MEFG) para resolver a Equação de Schrödinger que descreve os fenômenos físicos nas nanoestruturas. A avaliação da aplicação do MEFG para o estudo de estruturas a poços e pontos quânticos foi apresentada em [3]. A janela principal do QWS e um exemplo do tutorial embutido são apresentados na Fig. 1. O módulo de cálculo do QWS permite também resolver a Equação de Schrödinger para fios e pontos quânticos. Neste caso, os modelos geométricos e de malha de Elementos Finitos, a atribuição dos materiais e condições de contorno e a visualização dos resultados são feitas no LEVSOFT, outra ferramenta desenvolvida no LEV. O QWS está disponível aos integrantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanodispositivos Semicondutores (INCTDISSE) [4], criado em 2008 com o objetivo de desenvolver novos dispositivos optoeletrônicos com ênfase em fotodetectores de infravermelho e outros dispositivos baseados em efeitos puramente quânticos. III. Trabalhos em andamento e futuros Atualmente há três trabalhos em andamento envolvendo poços quânticos. O primeiro está relacionado a um novo modelo físicomatemático para estimativa de corrente de escuro e fotocorrente. O segundo trabalho está relacionado aos fotodetectores com múltiplos poços quânticos e envolve a codificação computacional de um modelo autoconsistente que leva em conta a corrente injetada nos contatos e o balanceamento da corrente de captura e emissão de elétrons de cada poço. O terceiro trabalho é o desenvolvimento de um módulo de cálculo de estruturas de bandas e propriedades elétricas de junções de materiais semicondutores. Com relação aos fios e pontos quânticos, está em desenvolvimento uma nova interface gráfica, multiplataforma, que incluirá a possibilidade de modelar estes tipos de estruturas que requerem modelos geométricos bidimensionais e tridimensionais, respectivamente. Além disso, a massa efetiva anisotrópica, característica de certos materiais semicondutores, tais como o Arseneto de Índio (InAs), foi implementada e está sendo validada. O código computacional para simulação do fenômeno da segregação de átomos de In em pontos quânticos também está sendo validado. Estas implementações serão importantes para os trabalhos futuros tais como o estudo do efeito das diferentes formas de segregação de In no ponto quântico, o acoplamento do ponto com poços quânticos e estudo de estruturas envolvendo alinhamento de bandas tipo II. IV. Referências [1] R. Y. Tanaka, A. Passaro, N. M. Abe, L. K. Sperotto, D. de Moura Pedroso, and G. S. Vieira, in 2013 SBMO/IEEE MTT-S International Microwave & Optoelectronics Conference (IMOC), 2013, pp. 1–5. [2] R. Y. Tanaka, A. Passaro, N. M. Abe, D. de M. Pedroso, L. K. Sperotto, and G. S. Vieira, in Anais do XIII Workshop Anual de Pesquisa e Desenvolvimento do IEAv, 2013, p. 98. [3] L. K. Sperotto, O Método Element-Free Galerkin Interpolante: Aplicação em Nano-dispositivos a Poços e Pontos Quânticos, Dissertação de Mestrado, ITA, São José dos Campos, 2013. [4] INCT-DISSE: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanodispositivos Semicondutores. Disponível em: <http://www.disse.org.br/>. Acesso em: 25/06/2013. (a) (b) Fig. 1. Ilustração da interface do QWS: (a) janela principal e (b) tutorial. 102 Agradecimentos: ao CNPq pelos projetos INCT–DISSE e AEB 559908/20105, e pelas bolsas 310578/2012-4, 310509/2012-2, 381329/2011-9 e 380320/2014-2, e à CAPES. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Framework de otimização do Laboratório de Engenharia Virtual baseada em meta-heurísticas C. A. da Silva Junior1,2, W. B. Saba3, R. Tanaka3, A. Muraro3, N. M. Abe3 e A. Passaro3,* 1 Pós Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Departamento de Matemática, Universidade Federal de São João del Rei, São João del Rei, MG, Brasil 3 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: framework de otimização, meta-heurísticas. I. Objetivo Um dos objetivos do Laboratório de Engenharia Virtual – LEV é “agregar tecnologias computacionais modernas que propiciam alta produtividade no desenvolvimento de softwares e processamento computacional distribuído de alto desempenho e baixo custo” para a solução de problemas em Engenharias e Ciências. Obter boas soluções para os mais diversos problemas de engenharia é um desafio. À experiência empírica, muito utilizada no passado para esse fim, foi adicionado nos últimos anos o recurso de otimização computacional, foco de interesse de muitos grupos de pesquisas pelo mundo. Nesse contexto, a otimização de dispositivos e sistemas e para solução de problemas inversos em muito se beneficiam de ferramentas computacionais gerais e adequadas. Com este objetivo em mente, o grupo de estudo em otimização do LEV está desenvolvendo um framework de otimização baseado em meta-heurísticas com ferramentas que auxiliem a obtenção de soluções ótimas para os mais diversos problemas. O framework já vem sendo utilizado para aplicações com as quais o grupo está envolvido: desenvolvimento de sensores nanoestruturados, e acelerômetros micro-eletromecânicos (MEMS). II. Meta-heurísticas Meta-heurísticas são algoritmos que, de uma forma geral, utilizam estratégias guiadas de heurísticas para otimizar um determinado problema. Meta-heurísticas geralmente são inspiradas em comportamentos sociais, ou em fenômenos físicos ou em evolução genética. Atualmente o grupo de otimização do LEV está trabalhando na implementação e validação de quatro meta-heurísticas no framework: Nuvem de Partículas – PSO [1], Black Hole – BH [2], Recozimento Simulado – SA [3] e Algoritmos Genéticos – GA [4]. Os algoritmos são avaliados e novas melhorias para a sua utilização são propostas. Uma primeira proposta de escolha dos parâmetros do PSO já foi aceita para apresentação [5]. Nesse trabalho foi proposta uma métrica para avaliar a qualidade da solução obtida pelo algoritmo, com base em alguns problemas padrões utilizados para validar software de otimização. Fig. 1. Diagrama de pacotes do framework. IV. Considerações finais O framework em desenvolvimento está em fase de testes e avaliação das meta-heurísticas já implementadas. Nesta fase se inicia a colaboração com outros grupos de pesquisa visando a solução de problemas num escopo mais amplo do que o atual foco de pesquisa em sensores do LEV, tais como problemas de roteamento. Metaheurísticas adicionais serão adicionadas ao framework de otimização nos próximos desenvolvimentos: Busca Tabu, GRASP e metaheurísticas para otimização multiobjetivo. Também serão implementadas outras variações do PSO e de busca de vizinhança no método de recozimento simulado, SA. V. Referências [1] [2] [3] [4] [5] III. Framework de otimização A definição e utilização de frameworks possibilita comparar resultados de diferentes técnicas, aplicar várias técnicas de otimização simultâneas, com redução do esforço de produção de software, promovendo a exploração das melhores características de cada técnica. O desenvolvimento do framework do LEV segue diretrizes propostas em [6] que considera estudos baseados na metodologia de avaliação de tecnologia de software proposta em [7] e um método de abordagem sistemático e estruturado, proposto em [8]. O framework é implementado na linguagem de programação C++, com orientação a objeto, visando uma reutilização das classes nas mais diversas meta-heurísticas implementadas. A Fig. 1 apresenta o diagrama de pacotes da implementação atual. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 [6] [7] [8] J. Kennedy, R. C. Eberhart and Y. SHI. Swarm Intelligence. Michigan: Morgan Kaufmann, 2001. J. Zhang, K. Liu, Y. Tan and X. He. “Random black hole particle swarm optimization and its application,” Neural Networks and Signal Processing, 2008 International Conference on, pp. 359-365, June 2008. S. Kirkpatrick; C. D. Gelatt e M. P. VECCHI. Optimization by simulated annealing. Science, v. 220, p. 671-680, 1983. J. H. Holland. Adaptation in Natural and Artificial Systems. Michigan: The University of Michigan Press, 1975. C. A. da Silva Junior, W. B. Saba, N. M. Abe e A. Passaro. A metric to assist the selection of the particle swarm optimization parameters, accepted for presentation in "4th International Conference on Engineering Optimization", to be held in Lisbon, 2014, September 8 11. J. A. Parejo, A. R. Cortés, S. Lozano and P. Fernandez. Metaheuristic optimization frameworks: a survey and benchmarking, Springer-Verlag, Soft Comput, 2008. A. W. Brown and K. C. Wallnau. A framework for evaluating software technology. IEEE Softw, 1996. B. A. Kitchenham. Procedures for undertaking systematic reviews.Tech. rep., Computer Science Department, Keele University. 2004. Agradecimentos: ao CNPq pelo projeto AEB 559908/2010-5, e pela bolsa produtividade DT-310578/2012-4. 103 Desenvolvimentos recentes em técnicas de caracterização eletromagnética de materiais para RADOME Antonio C. C. Migliano1,2,3,*, Carlos A. R. de Freitas1, Francisco E. Carvalho1,2, Vera L. O. de Brito1,2, Yasmara C. de P. Migliano1, Alan F. N. Boss1,2, Anderson K. Hirata1,2, Camila Bruni1,4, Fabiana F. de Araújo1,3, Fábio R. Daró1,2, Glauco P. Zanella1,2, Leonardo V. Lemos1,3, Marcelo R. F. Gontijo1,3, Mayara dos S. Amarante1,2, Rodrigo G. A. de Lima1,2, Rosana S. Xavier1,5 e Stéphanie A. Cunha1,2. 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e Aeronáutica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 4 Universidade Federal do ABC, São Paulo, SP, Brasil 5 Universidade Federal de São Paulo, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] 2 Palavras Chave: permissividade, permeabilidade, caracterização eletromagnética. I. Introdução A resposta de materiais a ondas eletromagnéticas (EM) na faixa de frequência de RF e micro-ondas possibilita diversas aplicações em projetos de pesquisa e desenvolvimento de dispositivos eletrônicos, tais como sensores de presença de RF, RADOME, absorvedores de micro-ondas e transdutores de corrente. Parte das pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Sistemas Eletromagnéticos tem como objetivo o estudo e desenvolvimento das técnicas aplicadas para se obter tais informações, tais como método da impedância e o método de Transmissão/Reflexão (T/R). Fig. 2.Conjunto de análise de impedância. (a) Analisador de impedância E4991B. (b) Acessório para medição de materiais líquidos. (c) Acessório para medição com variação de temperatura. B. Método de T/R II. Métodos de caracterização estudados A. Método da impedância Para realizar medidas das propriedades eletromagnéticas de materiais em baixas frequências, pode ser aplicado o método de impedância em uma porta, que utiliza um analisador de impedância, mostrado na Fig. 1, para medir a resistência (R) e reatância (X) do material em uma linha de transmissão coaxial. Essas medidas fornecem dados relacionados à permissividade elétrica (εr*) e à permeabilidade magnética (μr*) complexas relativas que são parâmetros essenciais para o desenvolvimento de tais dispositivos. A amostra a ser avaliada é inserida em um segmento de linha de transmissão e equações de espalhamento são utilizadas para analisar os campos elétricos nas interfaces da amostra para obter os parâmetros de espalhamento (S11, S21, S12 e S22). A técnica de Nicholson Ross e Weir (NRW) utiliza os parâmetros de espalhamento medidos através de um analisador de redes vetorial (VNA ou PNA), mostrados nas Figs. 3 e 4, para calcular os coeficientes de transmissão e reflexão. A permissividade elétrica e a permeabilidade magnética são calculadas diretamente desses dados. Fig. 3. Analisador de redes vetorial VNA 8722 ES. Fig. 1. Analisador de impedância. Será adquirido um analisador de impedância E4991B, da Agilent Co., com acessório de medição de constante dielétricas e impedância de materiais líquidos e acessório de medição de impedância de dispositivos e circuitos na faixa de temperatura de -55 °C até 200 °C. As medidas de impedância de materiais líquidos empregam o método das placas paralelas, no qual dois eletrodos são separados por um dielétrico para formar um capacitor. O analisador de impedância é então empregado para medir a capacitância criada no acessório. Fig. 4. Analisador de redes vetorial PNA N5231A Agradecimentos: CAPES Pró-Estratégia nº 50/2011 - Proc. 2237; FAPESPProc. 01448-2/2012, CNPq proc. 141780/2011-8, FINEP proc. 01.12.0347.00 (0479/11) e proc. 01.13.0402.00 (0606/13); COMAER . 104 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Medida da variação de parâmetros elétricos de componentes analógicos irradiados Rafael Galhardo Vaz1,2*, Odair Lelis Gonçalez1 1 Divisão de Física Aplicada,EFA-A, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil [email protected] Palavras Chave: TID, transistores, MOSFET , BANDGAP. [3,4,5] e, no segundo caso, aplicam-se estas normas (no que couber) e os requisitos de teste do desenvolvedor do projeto. I. Introdução Instrumentos eletrônicos que operam sob radiação ionizante podem sofrer efeitos adversos em seu desempenho, resultante da interação da radiação com os seus componentes básicos. Em circuitos eletrônicos, esses efeitos aparecem como desvios transitórios ou permanentes de parâmetros elétricos do circuito, mau funcionamento ou até mesmo a falha total do sistema. Os efeitos desta radiação devem ser conhecidos, de forma que ações corretivas possam ser consideradas no projeto de equipamentos que devem funcionar durante longo tempo em um ambiente com radiação ionizante permanente, como em aplicações espaciais. Neste trabalho são apresentados os sistemas extração de parâmetros de diodos e transistores empregados para a determinação da variação destes parâmetros em função da dose de radiação ionizante acumulada nestes dispositivos, visando a sua qualificação para aplicações espaciais e outros ambientes de radiação ionizante. III. Resultados e conclusão Na Fig. 1, a titulo de ilustração, é apresentada a curva típica de caracterização de um transistor MOS denominada curva Id-Vgs (Corrente de dreno versus tensão porta-fonte), para várias doses acumuladas, onde pode-se visualizar a variação da tensão limiar de acordo com o aumento da dose. Na Fig. 2 é mostrada a degradação do ganho do transistor 2N2905a de acordo com a dose acumulada [6]. Estes são os dados básicos para a obtenção dos parâmetros que caracterizam o funcionamento do dispositivo. II. Procedimento Experimental Os experimentos que visam as medidas de variações de parâmetros elétricos de componentes analógicos irradiados são realizados em dois laboratórios: Laboratório de Caracterização de Dispositivos Semicondutores (LCDS) e Laboratório de Radiação Ionizante (LRI) ambos do IEAv. No LCDS são realizadas as medidas de parâmetros operacionais e funcionalidades dos dispositivos básicos (diodos e transistores) para a determinação da dependência destes parâmetros com a dose acumulada, antes da irradiação e entre etapas pré-determinadas de dose acumulada, bem como, após a irradiação para determinação de efeitos de recozimento (annealing). Esta caracterização é feita levantando-se as curvas características dos dispositivos com dois equipamentos específicos: Sistema de Caracterização de Dispositivos Semicondutores modelo 4200-SCS da Keithley e Analisador de Dispositivos Semicondutores modelo B1500a da Agilent. A partir destas curvas, são extraídos parâmetros funcionais do componente, aplicando-se modelos semi-empíricos como EKV e BSIM3 [1,2]. Com o sistema PXI da National Instruments que integra módulos diversos (multímetro, Data AQuisition (DAQ), Fonte de tensão e corrente, Gerador de função, Source/Measure Units (SMU) e Field Programmable Gate Array (FPGA) no bastidor modelo PXIe NI 1062Q são desenvolvidos sistemas para a aquisição dos dados para diversos tipos de componentes, tanto em laboratório (medidas off line) quanto no local e durante a irradiação (medidas on line). As irradiações são realizadas no Laboratório de Radiação Ionizante (LRI), utilizando uma fonte de radiação gama de 60Co do equipamento de radioterapia modelo Eldorado 78 da Atomic Energy of Canadian Limited, com os transistores polarizados ou não. Os testes de qualificação são realizados em componentes comerciais de prateleira (COTS) e componentes endurecidos (RadHard) antes de serem aplicados em um sistema espacial e em componentes desenvolvidos ou em desenvolvimento para o levantamento detalhado da sua resposta à radiação. No primeiro caso são aplicadas as normas internacionais de teste de aceitação de lotes para componentes adquiridos para emprego em sistemas espaciais Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Fig. 1.Alteração da tensão de limar (Vth) de um transistor MOS de acordo com a dose acumulada. Fig. 2 .Degradação do ganho do transistor 2N2905a de acordo com a dose acumulada. IV. Referências [1] [2] [3] [4] [5] [6] Enz, C. C.; Krummenacher, F.; Vittoz, E.A.,"An Analytical MOS Transistor Model Valid in All Regions of Operation and Dedicated to Low-Voltage and Low-Current Applications", Analog Integrated Circuits and Signal Processing Journal on Low-Voltage and Low-Power Design v.8,pp 83–114, July 1995. Sheu, Scharfetter, Ko, and Jeng "BSIM: Berkeley Short-Channel IGFET Model for MOS Transistors". IEEE Journal of Solid State Circuits. ESCC, European Space Components Coordination, "Requirements for qualification of standard electronic components for space application", ESCC Basic Specification No. 20100, European Space Agency, 2005. USA Department of Defense, "Test method standard: Test methods for semiconductor devices", MIL-STD-750E, 2006 USA Department of Defense, "Test method standard: Microcircuits". MIL-STD-883G, 2006. R.G. Vaz, O. L. Gonçalez, G.I. Wirth, "A platform for TID testing of diodes and transistors"INAC 2013. Agradecimentos: à FINEP pelo financiamento do projeto CITAR. 105 Avaliação dos efeitos da radiação cósmica em sistemas embarcados Adriane C. M. Prado1,2,*, Claudio A. Federico1, Odair L. Gonçalez1, Evaldo C. F. Pereira Júnior1,2 e Marco A. B. Fortes1 2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: radiação ionizante, single event effect, aviônicos. I. Introdução Devido ao aumento do fluxo aéreo e o desenvolvimento de aeronaves com teto operacional mais alto e com maior autonomia, o problema do controle do nível de dose de radiação ionizante recebida pela tripulação e equipamentos eletrônicos embarcados, passou a ser gradualmente mais importante, por um lado, para as áreas de saúde ocupacional (proteção radiológica) e, por outro lado, para a segurança de voo, no que se refere a falhas de sistemas críticos, induzidas pela radiação. Isto porque, tanto o ser humano quanto a aeronave e seus dispositivos estão inseridos em um ambiente de radiação ionizante composta por diversas partículas e ondas de alta energia oriundas do espaço e que atingem a Terra. Por estarem expostos a este ambiente agressivo os dispositivos eletrônicos são susceptíveis aos efeitos transientes denominados Single Event Effect (SEE) produzidos principalmente por nêutrons, que ocorrem em sistemas eletrônicos digitais de aeronaves. Com o avanço tecnológico e a crescente miniaturização destes componentes, se tem observado um aumento significativo na susceptibilidade aos efeitos da radiação. Este é um assunto emergente, mas muito importante e discutido por grupos da comunidade cientifica internacional, e tem ganhado importância devido a acidentes atribuídos a SEE em aeronaves. II. Atividades em desenvolvimento As linhas de atividades em andamento são: A. Estudo dos requisitos para testes em aviônicos Este estudo é baseado em recomendações contidas na especificação técnica da norma IEC 62396 (International Electrotechnical Commission). Os efeitos da radiação em microeletrônicos mais significativos para aviônicos são os SEEs. Estudos nesta área, já realizados, permitiram a identificação dos tipos de SEEs críticos que podem causar falhas nos sistemas aviônicos em altitudes de voo, além de determinar os requisitos de engenharia envolvidos na identificação e classificação de risco associado a estes eventos em aviônicos, requisitos estes necessários para a avaliação de segurança de voo. B. Propor uma metodologia para testes em aviônicos Uma metodologia específica para avaliar os efeitos da radiação em aviônicos é necessária devido ao fato destes sistemas serem complexos e altamente integrados. A metodologia é baseada no estudo do dispositivo eletrônico de interesse a fim de determinar quais dispositivos são mais sensíveis e quais as funções que o dispositivo realiza num sistema aviônico em sua operação normal. Além deste estudo, a metodologia abrange a proposta de um setup experimental de testes com fontes convencionais de nêutrons térmicos e nêutrons rápidos e a avaliação de possíveis cenários de utilização real do dispositivo para determinar a taxa esperada de SEE. Esta metodologia permite obter as informações necessárias para garantir a segurança de voo, com a implementação de medidas mitigadoras e redundâncias nos sistemas aviônicos. O desenvolvimento desta ferramenta experimental e de uma metodologia especifica para avaliação de SEE em aviônicos é importante devido ao Brasil possuir a terceira maior empresa montadora de aeronaves no mundo, mas, antagonicamente a este fato, 106 não possuir nenhuma empresa que desenvolva nacionalmente aviônicos avançados. C. Setup para testes em dispositivos digitais com fontes convencionais de laboratório O desenvolvimento de uma plataforma para teste de dispositivos digitais é outra atividade importante para a realização de testes, que tem como intuito reproduzir o ambiente real de funcionamento do dispositivo em um ambiente controlado (laboratório). A plataforma de teste compreende a parte de aquisição automatizada de dados e a confecção de placas de circuitos para a fixação do dispositivo sob teste (DUT). Para o controle de configuração do teste e acesso aos componentes via linguagem de programação VHDL são utilizados FPGAs (Field Programmable Gate Array) para os dispositivos digitais. Os testes terão como principal finalidade obter as medidas de parâmetros operacionais e funcionalidades do dispositivo a fim de determinar a dependência destes parâmetros com o efeito causado na eletrônica quando exposta à radiação ionizante. III. Áreas a serem desenvolvidas As atividades a serem desenvolvidas para esta linha de pesquisa são: A. Instalações para testes Estão previstas a implantação, no reator IEA-R1 (USP), de uma linha de nêutrons térmicos, a implantação de uma fonte de nêutrons rápidos no Laboratório de Radiação Ionizante (LRI) do IEAv e a irradiação de um sistema aviônico em um campo de alta energia conforme recomendações da IEC. Existem poucos campos com esta faixa de energia, entre os possíveis pode-se citar o ISIS (UK), o laboratório TRIUMF (Canadá) e Ice House (LANL – USA). B. Determinação do ambiente de radiação em altitudes de voo Uma medida da sensibilidade de um dispositivo digital à radiação ionizante é a taxa (R) de SEE esperada quando um dispositivo aviônico de seção de choque integrada (, dada em cm²/bit) é submetido a um fluxo (, dado em part./cm2.s) de radiação incidente. Esta taxa de SEE é descrita por (1): (1) R . Para determinar a seção de choque do dispositivo são necessários testes específicos em laboratório com fontes caracterizadas. Esta informação é obtida por meio de plataformas de testes digitais, atividade que está em desenvolvimento no LRI/IEAv. A informação do fluxo real ao qual o dispositivo é exposto durante a sua utilização em voo pode ser obtida por meio de ferramentas computacionais ou dados reais durante o voo. Para determinar este fluxo está em elaboração um banco de dados com informações da incidência de nêutrons de origem cósmica no espaço aéreo brasileiro e dados do clima espacial. Há em andamento um processo de importação de detectores de raios cósmicos que serão embarcados em aeronaves para aquisição de dados experimentais do fluxo de nêutrons na atmosfera, o que proporcionará a construção deste banco de dados provendo suporte aos estudos sobre a susceptibilidade dos dispositivos eletrônicos à radiação ionizante em regime de voo. Agradecimentos: à CAPES (Programa Pró-estratégia), ao CNPq pelas bolsas e ao projeto CITAR (FINEP) pelo apoio parcial. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Desenvolvimento de técnicas e dispositivos dosimétricos passivos para aplicação aeroespacial Hanna F. S. Santos1,3,*, Heloísa H. C. Pereira1, Jéssica Cipeli1,2, Marlon A. Pereira1, Odair L. Gonçalez1 e Claudio A. Federico1,3 2 1 Divisão Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Departamento de Engenharia Química, Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Paulista, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: dosimetria, termoluminescência, radiação cósmica. Introdução A grande vantagem da utilização de dosímetros passivos reside no fato de que, usualmente, estes são sensores de pequeno volume, o que torna possível utilizá-los para mapear o perfil de dose em uma estrutura complexa como um circuito eletrônico ou internamente a um equipamento montado, além de não emitem campos elétricos ou magnéticos que possam causar interferências em outros sistemas. O desenvolvimento de técnicas de utilização de dosímetros passivos de radiação ionizante é realizado no Laboratório de Dosimetria Aeroespacial do Instituto de Estudos Avançados (LDA/IEAv). O LDA é o responsável pela realização de medições e estimativas de dose de radiação gama e de campos mistos nêutron/gama em apoio aos projetos relacionados à medição de radiação em altitudes de interesse para aplicações aeronáuticas e espaciais e também para ensaios e testes de irradiação de componentes eletrônicos e fotônicos de uso aeroespacial. II. Técnica Dosimétrica A principal técnica dosimétrica utilizada atualmente no LDA é a dosimetria termoluminescente (DTL). Nesta técnica de avaliação, as pastilhas dosimétricas irradiadas são submetidas a uma taxa de aquecimento controlada, que libera os elétrons que foram excitados pela radiação ionizante e aprisionados em armadilhas na rede cristalina do dosímetro termoluminescente (TL), ocorrendo, neste desarmadilhamento, a emissão de luz. Da curva de luz é extraído um parâmetro (integral ou área, amplitude, FWHM de um pico, por exemplo) que é relacionado com a dose acumulada na pastilha. Na metodologia adotada para a análise das respostas dos dosímetros TL, os dosímetros para a leitura são aquecidos a uma taxa constante, e os picos de emissão termoluminescente são ajustados por meio de um programa. Cada pico de emissão possui características próprias de meia-vida à temperatura ambiente, que podem adequá-lo ao uso para dosimetria [1]. III. Aplicações Os tipos de dosímetros utilizados pelo LDA/IEAv são baseados no fluoreto de lítio e no sulfato de cálcio, os primeiros produzidos e comercializados pela Harshaw (EUA) e o segundo produzido pelo IPEN/CNEN-SP (Brasil). Os tipos de DTL e aplicações são listados na Tab 1. Tab. 1: Tipo de DTL utilizados no LDA/IEAv. Tipo Material Radiação Intervalo de uso TLD100 LiF:Mg,Ti (Lítio natural) Gama, Beta 10Gy-10Gy TLD600 LiF:Mg,Ti (isótopo 6Li) Nêutron 10Gy-10Gy TLD600H LiF:Mg,Cu,P (isótopo 6Li) Nêutron 1Gy-10Gy TLD700 LiF:Mg,Ti (isótopo 7Li) Gama, Beta 10Gy-10Gy Gama, Beta, TLD700H LiF:Mg,Cu,P (isótopo 7Li) 1Gy-10Gy ambiental --CaSO4:Dy Ambiental 1Gy-100Gy TLD800 Li2B4O7:Mn Gama 0,5mGy-105Gy Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Equipamentos O LDA possui um completo sistema dosimétrico que contempla um conjunto de dosímetros, uma leitora termoluminescente, um sistema de aquisição de dados, fornos para tratamento térmico e demais instrumentações associadas. V. Resultados Cada tipo de dosimetro possui características especificas e através das técnicas dosimétricas é possível estabelecer uma curva de calibração (Fig. 1) que relaciona a emissão termoluminescente em função da dose total, obtendo assim a resposta para cada tipo de dosímetro TL e para tipo de campo de radiação (fótons e nêutrons). Equation: y = A + B*x Weighting: y Instrumental 400000 350000 Chi^2/DoF = 0.75781 R^2 = 0.99964 300000 Intensidade [pC] I. IV. 250000 A B 200000 10375.12393 330.1384 ±368.5569 ±3.19701 150000 100000 50000 0 0 200 400 600 800 1000 Dose [Gy/h] Fig. 1. Curva de calibração do dosímetro TLD 600, para fótons. VI. Trabalhos em Desenvolvimento O LDA é subordinado ao Serviço de Proteção Radiológica do IEAv e realiza medições em apoio aos projetos do IEAv (Tab.2). Tab. 2: Atividades e projetos em andamento com o apoio do LDA/IEAv. Atividade/Projeto Descrição Desenvolvimento de circuitos integrados tolerantes à CITAR radiação. Dosimetria em ensaios e testes de irradiação de TESTRAD componentes eletrônicos e fotônicos de uso aeroespacial. Efeitos das radiações ionizantes em sistemas ERISA aeronáuticos Medidas dos efeitos da radiação cósmica em memórias RCMA embarcadas em equipamentos aviônicos DRIEAB Dosimetria da Radiação no Espaço Aéreo Brasileiro. VII. Referência [1] H.H.C. Pereira et al. Laboratório de dosimetria termoluminescente do IEAv. In: X Workshop Anual de Pesquisa e Desenvolvimento do IEAv, v.3, 2010, São José dos Campos. Anais... São José dos Campos: Instituto de estudos Avançados, 2010, p. 154. Agradecimentos: à FINEP e ao CNPq pela bolsa PIBIC e pelo financiamento parcial das atividades relacionadas aos projetos CITAR, TESTRAD, ERISA, DRIEAB e RCMA. 107 Referências de Tensão Bandgap Resistentes à Radiação Ionizante em Tecnologia CMOS Convencional Peterson Ribeiro Agostinho1,2, Odair Lelis Gonçalez 1, Gilson Inácio Wirth 3 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: BGR, efeitos da radiação, SEE, CMOS I. Introdução Um importante bloco de circuito analógico estável a variações de temperatura são as referências de tensão e corrente de topologia BGR (BandGap Reference). Esse circuito é um bloco crítico em SoCs e também em sistemas mistos analógico-digital, como conversores AD, DA e reguladores de tensão. Para aplicações aeroespaciais este circuito precisa ser estável mesmo sob os efeitos das radiações ionizantes de origem cósmica. O objetivo desse trabalho é desenvolver circuitos BGR em tecnologia CMOS com tensão de alimentação de até 1 V (denominada sub-1V), robustos e resistentes à dose total ionizante (TID, do inglês, Total Ionizing Dose) durante longo tempo de exposição no espaço e tolerantes aos efeitos transientes de incidência de partículas ionizantes (SEE, do inglês, Single Event Effects). Além do efeito TID, outro efeito de grande relevância, principalmente em tecnologias mais modernas, é o SET (Single Event Transient), que é um SEE não destrutivo em dispositivos analógicos. Como exemplo, considere que a partícula de radiação incidente em um nó sensível do circuito gere um pulso transiente com duração de 600 µs e amplitude máxima de 400 mV na saída do circuito [3]. Se o BGR for utilizado em um conversor AD com resolução de 14 bits e taxa de amostragem 50 MSps, o SET irá corromper 30.000 ciclos (600s/20ns) da aquisição. Considerando-se uma alimentação de 2.5V, isso equivale à um erro de conversão de até 16%, podendo causar uma falha no sistema alimentado por este dado. A Fig. 2 apresenta a simulação SPICE de um SET para o circuito da Fig. 1. Foram aplicados pulsos de corrente duplo-exponencial nos pontos sensíveis do circuito para emular o efeito do íons incidentes, com amplitudes de 200µA, 400µA e 600µA. Pode-se observar nesta figura, variações transitórias da tensão de saída de 13, 32 e 80 mV, respectivamente. II. Efeitos da Radiação em BGR Pesquisas recentes mostram que as tecnologias CMOS atuais são mais tolerantes a TID, devido à redução da espessura do óxido de gate [1]. Entretanto, mesmo em tecnologias CMOS atuais, conhecidas como deep-submicron, alguns circuitos BGR têm se mostrado vulneráveis a TID devido a danos causados nos diodos [2]. A Fig. 1 apresenta o esquema elétrico de um circuito BGR convencional projetado para tecnologia CMOS 0.18 µm da foundry XFAB, para o qual foram realizadas simulações SPICE de efeitos de TID e SEE. Essa tecnologia apresenta um óxido de gate fino, com espessura na ordem de 4 nm, de forma que a variação da tensão de limiar é pouco significativa, sendo, contudo, o aumento da corrente de fuga o principal parâmetro de degradação no desempenho do circuito quando submetido a radiação ionizante. Fig. 1. Esquema elétrico do BGR Para a simulação SPICE do efeito TID desse BGR foi colocada uma fonte de corrente DC entre os terminais dreno-fonte de cada transistor para simular o efeito da dose acumulada. Os valores de corrente de fuga utilizados na simulação foram extraídos de [1], para doses de até 500 krad. A Tabela 1 apresenta a variação da tensão de saída VREF do circuito, simulando o efeitos para diversas doses acumuladas. Dose (krad) 0 100 300 500 108 Tab. 1. Simulação da resposta do BGR à TID Corrente de Fuga (nA) VREF (mV) Variação de VREF (%) 568 0 0,0001 568 0 0,003 568 0 100 549 3,3 Fig. 2. Simulação de SET na saída da referência de tensão para picos de corrente de 200, 400 e 600 A injetados nos nós críticos III. Conclusão Pode-se observar que o circuito é robusto a TID até 300 krad, apresentando uma variação na tensão de saída de 3.3% para dose acumulada de 500 krad. Por outro lado, em relação a efeitos transientes decorrentes da incidência de íons pesados, é necessário uma atenção especial dependendo da utilização do BGR. Em aplicações criticas é necessário utilização de técnicas de projeto para mitigar o efeito transiente. IV. Referências [1] [2] [3] R. C. Lacoe, “Improving integrated circuit performance through the application of hardness-by-design methodology,” IEEE Trans. on Nucl. Sci., v. 55, n. 4, pp. 1903–1925, Aug. 2008. Ying Cao, Wouter De Cock, Michiel Steyaert, Paul Leroux. "A 4.5 MGy TID-Tolerant CMOS Bandgap Reference Circuit Using a Dynamic Base Leakage Compensation Technique," IEEE Trans. on Nucl. Sci., v. 60, n. 4, pp. 2819 - 2824, Aug. 2013 Alfio Zanchi. "Investigation and Mitigation of Analog SET on a Bandgap Reference in Triple-Well CMOS Using Pulsed Laser Techniques," IEEE Trans. on Nucl. Sci., v. 58, n. 6, pp. 2570-2577, Dec. 2011. Agradecimentos: à FINEP pelo financiamento do projeto CITAR pelo Convênio 01.12.0224.00; ao CNPq pela bolsa EXP. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Testes paramétricos e funcionais para sistemas e componentes digitais submetidos à radiação ionizante 1,2 1 Evaldo C. F. Pereira Júnior *, Odair L. Gonçalez Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologia Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] 1 Palavras Chave: Radiação ionizante, Memória, TID, SEE. I. Introdução Para emprego em missões espaciais os componentes eletrônicos devem ser previamente qualificados quanto à sua tolerância à radiação, tanto para TID (“Total Ionizing Dose”), quanto para os SEE ("Single Event Effects"), e, quando adquiridos, devem ser submetidos a testes de aceitação de lote. Para ambos os testes é necessário um ambiente laboratorial que recrie as condições quanto à radiação ionizante do ambiente onde o satélite irá operar e um sistema capaz impor ao dispositivo em teste (DUT) os requisitos de funcionamento no satélite [1], sistema este denominado plataforma de teste. O objetivo desse trabalho é o projeto, montagem e demonstração da operacionalidade de plataformas para medidas dos efeitos de dose total ionizante (TID) e de mudanças de bits (SEU) de dispositivos digitais discretos para aplicações aeroespaciais. experimento consiste em medir a quantidade acumulada de mudança do valor armazenado em cada bit da memória ("bit flip") durante a irradiação, conforme mostrado na Fig. 2. A razão entre o número total de "bit flip" e a fluência de nêutrons fornece o parâmetro denominado secção de choque de SEU do dispositivo [2]. Demais resultados de medidas de TID e SEU nesta memória são relatados em [3]. Fig. 1. Plataforma microprocessada DSP (dir) e montagem do arranjo experimental(esq). II. Atividades em desenvolvimento A. Plataformas de teste As plataformas de testes são constituídas do hardware de teste (placas de fixação dos dispositivos e de controle, fontes de alimentação, geradores de sinais, medidores de tensão, temperatura, corrente e de sinais elétricos, analisadores lógicos, etc) e do sistema automatizado de aquisição e análise de dados. As medidas podem ser realizadas durante a irradiação ("on-line") ou em intervalos entre irradiações ("off-line"). Devido aos vários tipos de instalações ou ambientes onde se pode realizar o teste, a proposta deste trabalho é desenvolver uma plataforma que possa se basear em mais de um tipo de hardware, onde o critério de escolha do hardware depende do tipo de teste, complexidade da aquisição de dados, local de teste, etc. Para isso estão sendo desenvolvidas três propostas hardware para teste: a) "Kit" de desenvolvimento baseado em microcontrolador DSP, com o qual é possível desenvolver testes de baixa complexidade em menor tempo, fácil manuseio e transporte devido ao seu tamanho reduzido e custo baixo de aquisição; b) "Kit" de desenvolvimento baseado em FPGA, com o qual é possível desenvolver testes de alta complexidade em maior tempo, fácil manuseio e transporte devido ao seu tamanho reduzido e custo baixo de aquisição; e c) Plataforma de hardware padrão PXI, com a qual é possível desenvolver testes de alta complexidade em menor tempo, fácil manuseio e transporte devido ao seu tamanho reduzido e custo alto de aquisição. Em qualquer das propostas de hardware, haverá uma placa filha, onde se encontra o dispositivo ou componente que será testado (DUT), conectada à plataforma. B. Testes realizados O primeiro hardware construído e testado foi a plataforma baseado em microcontrolador DSP. Nesta plataforma foi realizada a medida de SEUs produzidos por nêutrons rápidos provenientes de oito fontes de 241Am-Be em uma memória SRAM de 4Mb da ISSI (PN: IS66WV25616BLL). A plataforma e o arranjo de irradiação são mostrados na Fig. 1. O Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Fig. 2. Crescimento da contagem de bit-flip acumulado durante irradiação. III. Considerações sobre as atividades em andamento Está em fase final de teste de simulação elétrica em bancada a plataforma processada por meio do "kit" de desenvolvimento baseado em FPGA. Estão em fase de prototipação as placas filhas para a conexão a este kit das memórias a serem submetidas à radiação ionizante. O sistema PXI recentemente adquirido da "National Instruments" está em fase de avaliação. IV. Referências [1] [2] [3] O. L. Gonçalez, E. C. F. Pereira. Junior, R. G. Vaz, M. A. Pereira, G. I. Wirth, F. G. L. Kastensmidt, T. R. Balen, J. Tarrillo ; Qualification of electronic components with respect to the cosmic radiation tolerance for space applications. WERICE AEROESPACIAL, v. 1, pp. 51-56, Out 2012. E. C. F. Pereira Junior O. L. Gonçalez, M. A. Cruz, A. C. M. Prado, C. A. F. e F. B. Gaspar; The fast neutron SEU corss section of a 4 Mb SRAM memory. 2013 International Nuclear Atlantic Conference - INAC 2013, Recife, PE, Brazil, November 24-29, 2013. E. C. F. Pereira Junior, O. L. Gonçalez, R. G. Vaz, C. A., T. H. Both e G. I. Wirth; ”The effects of total ionizing dose on the neutron SEU cross section of a 130 nm 4 Mb SRAM memory". 15 th IEEE Latin-American Test Workshop (LATW), Fortaleza, Brazil, 12 - 15th Mar 2014 Agradecimentos: à FINEP pelo financiamento do projeto CITAR pelo Convênio 01.12.0224.00. 109 Estudo das propriedades eletrônicas do GaAs biaxialmente tensionado empregando a aproximação de quase-partícula LDA-1/2 Octavio Pereira S. Filho1 e Marques Marques2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Departamento de Microondas e Optoeletrônica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil E-mail para correspondência: 1 [email protected], [email protected] Tab. 1. Constantes de rede obtidas com o LDA e gap com o método LDA-1/2 . Ao lado, os respectivos valores experimentais. Constante de rede (Å) Gap (eV) Semic. LDA Experim. LDA-1/2 Experim. GaAs 5,6105 5,653 1,44 1,51 Si 5,4028 5,431 1,09 1,17 Palavras Chave: ab initio, gap, tensionamento, LDA-1/2. I. Introdução Na integração Si/III-V, os semicondutores do grupo III-V são crescidos sob um substrato de silício, produzindo tensionamento na rede cristalina em função da diferença entre as constantes de rede destes semicondutores. Este tensionamento pode ser usado para otimizar alguns semicondutores para uma determinada aplicação, em razão, por exemplo, do aumento da mobilidade de seus portadores com o tensionamento [1]. As mudanças das propriedades eletrônicas dos semicondutores em função do tensionamento podem ser analisadas através de suas estruturas de bandas de energia. Na Fig. 2 é apresentada a estrutura de bandas do GaAs sem tensionamento (preto) e com tensionamento (vermelho) utilizando-se o método LDA-1/2 para calcular os estados excitados. O tensionamento das estruturas cristalinas resulta na quebra de simetria do cristal, implicando na quebra de degenerescência dos extremos das bandas de energia e mudanças nos níveis da energia de transição. Isto pode ser visto pelo descasamento das curvas preta e vermelha. II. Descrição do Método As simulações foram realizadas através do método LDA-1/2 [2] e um software de simulação baseado na teoria do funcional da densidade [3], o código VASP. Foi desenvolvida uma metodologia de cálculos para obter o tensionamento biaxial no plano de miller (100) (Fig. 1) da estrutura cristalina de semicondutores do grupo III-V, com célula convencional cúbica de face centrada (fcc-face centered cubic), e utilizando-se do funcional LDA e o método LDA-1/2, para calcular a constante de rede, o gap e a massa efetiva do GaAs. 4 Energia (eV) 2 0 -2 -4 -6 -8 K L W Fig. 2. Estrutura de bandas do GaAs sem tensionamento (curva preta) e com tensionamento (curva vermelha, calculada com o cr do Si). Na fig. 3, é apresentado o resultado do cálculo da massa efetiva do GaAs com o emprego de uma faixa de constantes de rede situadas abaixo do Si e acima do GaAs. Como referência, encontra-se também a massa efetiva experimental do GaAs, sem tensionamento. a) direção (100) na célula fcc. b) plano superior do arranjo atômico) Primeiramente, o tensionamento biaxial do GaAs foi produzido, empregando-se a constante de rede do silício (Tab. 1) na rede cristalina do GaAs, formada por dois átomos por célula, e permitindo que a direção perpendicular ao plano (100) fosse relaxada. Em todo o cálculo não foi utilizado parâmetros empíricos. As constantes de rede foram calculados com o funcional LDA e as estruturas de bandas com o método LDA-1/2, obtendo-se delas o gap e a massa efetiva do GaAs. O método LDA-1/2 tem a vantagem de ter um custo computacional compatível com o do LDA, além de fornecer ótimos resultados no cálculo dos gaps dos semicondutores. Em seguida, a simulação foi realizada com uma faixa de constantes de rede. 0.105 Massa Efetiva (me/m0) Fig. 1. 110 0.095 0.090 0.085 massa efet. exp. = 0,067 0.080 5.3 5.4 5.5 5.6 Constante de Rede (Å) 5.7 Fig. 3. Massa efetiva do GaAs em função da constante de rede empregada para tensionar a sua rede cristalina. III. Referências VI. Resultados Na Tab. 1, encontram-se as constantes de rede obtidas com o funcional LDA e os gaps com o método LDA-1/2, exibindo um ótimo acordo com os dados experimentais. 0.100 [1] [2] [3] T. van Hemert et al, IEEE Trans. on electron devices 54, 2183 (2007) L.G. Ferreira, M.Marques, L. K. Teles, Phys. Rev.B 78, 125116 (2008). P. Hohenberg, W. Kohn, Phys. Rev. 136, B864-B871 (1964). Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Cerâmicas eletrônicas para encapsulamento de sensores e RADOME na faixa de RF e Micro-ondas Antonio C. C. Migliano1,2,3,*, Carlos A. R. de Freitas1, Vera L. O. de Brito1,2, Yasmara C. De Polli1, Francisco E. Carvalho1,2, Alan F. N. Boss1,2, Fabiana F. de Araújo1,3, Fábio R. Daró1,2, Glauco P. Zanella1,2, Leonardo V. Lemos1,3, Marcelo R. F. Gontijo1,3, Rodrigo G. A. de Lima1,2, Anderson K. Hirata1,2, Mayara dos S. Amarante1,2, Stéphanie A. Cunha1,2 1 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e Aeronáutica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Palavras Chave: cerâmicas magnéticas, permissividade complexa, permeabilidade complexa, RADOME. I. Introdução O estudo das propriedades eletromagnéticas dos materiais nas faixas de radiofrequência (RF) e de micro-ondas possui grande importância acadêmica e tecnológica. As técnicas empregadas nas medidas dessas propriedades, que podem ser macroscópicas ou microscópicas, são importantes nas pesquisas de materiais, principalmente no desenvolvimento de compósitos e estruturas funcionais que absorvam o espalhamento eletromagnético ou que promovam o isolamento térmico de sensores e dispositivos sob alta temperatura, garantindo a integridade de suas propriedades eletromagnéticas (RADOME) [1]. A fim de atender requisitos importantes para aplicações nos setores civis e militares [2], o desenvolvimento de circuitos eletrônicos requer o conhecimento preciso das propriedades constitutivas dos materiais. Um veículo espacial na reentrada atmosférica sofre variações elevadas de temperatura e necessita de blindagem térmica, mantendo as propriedades de transparência eletromagnética. Também são consideradas as propriedades magnéticas e elétricas dos materiais empregados, que dependem de sua microestrutura, ou seja, do contorno de grão, do seu tamanho médio e de sua porosidade que podem ser controlados com variações no processamento [3]. Tendo em vista todas estas necessidades de propriedades dos materiais, o objetivo do laboratório é desenvolver as cerâmicas eletrônicas, caracterizar e extrair todas as propriedades necessárias para uma determinada aplicação aeroespacial. propriedades de refletividade e impedância que são de fundamental importância para o estudo de aplicação em RADOME. A análise microestrutural é de grande importância quando se estuda as propriedades eletromagnéticas dos materiais, analisando contornos de grão, tamanhos de grão, arranjo microestrutural e porosidade entre outros. A Fig. 3 mostra microestruturas diferenciadas que estão conectadas com as aplicações de cada ferrita envolvida nos estudos do laboratório. Fig. 2. Propriedades eletromagnéticas da ferrita Co2Z, Refletividade e Impedância da amostra para aplicação em RADOME. II. Atividades em desenvolvimento As ferritas a serem estudadas para essa aplicação são as hexagonais do tipo Z e espinélicas. O método utilizado para a preparação das amostras segue as etapas envolvidas nas reações de estado sólido como mostrado na Fig. 1. Fig. 3. Microestrutura (a) Co2Z, (b) e (c) CuxCo1-xFe2O4 e (d) Ni0,3Zn0,7Fe2O4. Atualmente o LSE conta com uma infraestrutura que envolve analisadores na faixa de frequência de 40 Hz a 40 GHz, microscópio ótico e um microscópio de força atômica (AFM). IV. Referências [1] Fig. 1. Processamento Cerâmico III. Adequação do Laboratório para caracterização de Materiais A caracterização eletromagnética mostra o comportamento do material em relação à faixa de frequência analisada. A Fig. 2 mostra a curva de espalhamento de ferritas desenvolvidas nos projetos do Laboratório de Sistemas Eletromagnéticos (LSE) e também as Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 [2] [3] L. F. Chen; Microwave electronics: measurement and materials characterization, John Wiley & Sons: New York, 2004. C. F. Jefferson e D. M. Grimes; A study of the preparation of nichelzinc ferrites, Engineering Research Institute - University of Michigan Technical Report No. 58, Ann Arbor, MI, pp. 1-67, 1956. S. I. Pyun e J.T. Baek; American Ceramic Society Bulletin, 64, pp. 602605 (1985). Agradecimentos: à agência de fomento CAPES pelo financiamento do projeto Pró-Estratégia nº 50/2011 - Proc. 2237 e pelas bolsas (2,3); à FAPESP pelo projeto nº Proc. 01448-2/2012; à FINEP pelo projeto nº proc. 01.12.0347.00 (0479/11) e nº proc. 01.13.0402.00 (0606/13) e à COMAER. 111 Simulação computacional de ambientes radioativos de interesse aeroespacial José J. O. Pinto1*, Mauricio T. Pazianotto2, Leonardo de H. Mencarini3, Odair L. Gonçalez1, Ângelo Pássaro1 e Claudio A. Federico1 1 2 Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Departamento de Física, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Divisão de Energia Nuclear, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: radiação cósmica, método Monte Carlo, aplicações. I. Introdução O homem está continuamente exposto à radiação ionizante de origem natural e artificial, sendo a radiação de origem cósmica uma importante parcela da radiação natural. A radiação cósmica (RC) é constituída de partículas nucleares de alta energia que atingem a Terra, interagindo na atmosfera e assim gerando um chuveiro secundário de radiação. A intensidade da RC na atmosfera varia em função da altitude, latitude geomagnética e do ciclo de atividade solar, sendo que a dose em altas altitudes chega a ser 300 vezes maior do que ao nível do mar. Com o desenvolvimento de aeronaves com teto de operação mais alto e o aumento do fluxo aéreo, o problema do controle do nível de dose de radiação ionizante recebida pelos pilotos e tripulação de aeronaves, bem como pelos equipamentos sensíveis, os aviônicos, passaram a ser mais importante nas áreas de proteção radiológica, e segurança de vôo, motivando diversos estudos sobre esse assunto. Atualmente, no Instituto de Estudos Avançados (IEAv), estão sendo realizadas medidas de nêutrons na atmosfera dentro do espaço aéreo brasileiro [1], assim como o modelamento computacional de detectores para o espectro de RC [2] para uso em voo e em solo. Essas medidas são de grande importância para o entendimento do efeito da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) na dose em tripulações de aeronaves. Dentro dessa linha de trabalho, vem sendo desenvolvidos estudos utilizando o método de Monte Carlo. Na fig. 1 são apresentados o arranjo experimental do detector LC e uma resposta angular simulada do detector LC submetido à uma fonte de 241Am-Be de nêutrons [2]. Fig. 1. Incidência de nêutrons no LC no solo (esq.) e a comparação entre os dados experimentais e a simulação da eficiência angular do detector, em valor absoluto (contagem/partícula-fonte) (dir.). Também foi realizado um estudo para implementação de um campo de nêutrons de alta energia para uma fonte do tipo DeutérioTrítio (DT), onde foi avaliada a influência da radiação espalhada, realizando simulações englobando toda área do salão do LRI, interna e externa, apresentadas na Fig. 2. [3]. II. Simulação computacional São empregados os códigos MCNP5, MCNPX e GEANT4, que simulam o transporte de radiação na matéria. Por meio destes códigos é possível quantificar as reações induzidas por partículas primárias, a produção de partículas secundárias, bem como determinar a energia depositada no meio (dose). Para maior capacidade computacional, estes estudos são realizados em colaboração com o Laboratório de Engenharia Virtual (LEV), situado no IEAv, e com o Laboratório de Computação Científica Avançada e de Modelamento, do departamento de física do Instituto Tecnológico de Aeronáutica ITA. As aplicações desenvolvidas e em andamento pelo grupo são: - Determinação do espectro de energia das partículas secundárias produzidas por interação da radiação cósmica na atmosfera; - Determinação da taxa de equivalente de dose ambiente de nêutrons, em altitude de voo; - Efeito do campo magnético terrestre no aprisionamento da RC; - Modelamento de detectores de nêutrons (Long Counter, estação de monitoramento de nêutrons) para altas energias [2]; - Modelamento do Laboratório de Radiação Ionizante (LRI), para implementação de um campo de nêutrons de altas energias [3]; - Determinação de energia depositada por nêutrons nos volumes sensíveis de memória do tipo SRAM; - Simulação da influência de uma aeronave no campo de RC na atmosfera, e distribuição de dose de nêutrons no interior desta [4]; - Influencia de nuvens no espectro de nêutrons. III. Principais Resultados Para o modelamento de detectores de nêutrons LC, o espectro de nêutrons induzidos por raios cósmicos foi medido e utilizado como espectro de entrada nas simulações. 112 Fig. 2: Espectros de nêutrons simulados em diversos pontos do LRI, por meio do código MCNP5, normalizados para fluência unitária. IV. Conclusões Devido à dificuldade de acesso á aceleradores de altas energias e que reproduzam o campo de radiação cósmica para acessar as respostas de detectores para altas energias, assim como a produção de partículas secundárias nos volumes sensíveis em CIs, é de grande importância a capacitação em simulações computacionais do transporte de radiação ionizante para estes tipos de campos. V. Referências [1] [2] [3] [4] Federico, C.A., et al. Onboard Measurements of Cosmic-Ray Induced Dose on Aircraft in Brazilian Airspace. In: International Nuclear Atlantic Conference - INAC 2011. ISBN: 978-85-99141-04-5. Belo Horizonte, MG, Brazil, 2011. Pazianotto, M.T., et al. Study of a Long Counter Neutron Detector for the Cosmic-Ray-Induced Neutron Spectrum, IEEE Transactions on Nuclear Science, vol. 60, pp. 897 – 902, 2013. Pinto, J. J., et al. Estudo piloto para implantação de um campo de nêutrons de alta energia. In: International Nuclear Atlantic Conference INAC 2013. ISBN: 978-85-99141-05-2. Recife, PE, Brazil, 2013. Pazianotto, M. T., et al. Influence of clouds on the Cosmic Radiation dose eate on Aircraft. Aceito para publicação em Radiation Protection Dosimetry, 2014. Agradecimentos: à agência de fomento CAPES pela bolsa 1*, à FAPESP pela bolsa 2 e ao CNPq e FINEP pelo financiamento parcial dos projetos. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Contribuição das falhas de empilhamento para as propriedades ópticas de nanofios de InP na fase wurtzita Luis C. Ogando Dacal1,* e A. Cantarero2 1 Divisão de Fotônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 ICMUV, Universidade de Valencia, Espanha *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: polimorfismo, função dielétrica, nanofios, InP. I. Introdução Fosfeto de índio (InP) é um material que cristaliza na fase blenda de zinco quando amostras “bulk” são crescidas. No caso de nanofios, tanto a fase wurtzita [1] quanto a blenda de zinco podem ser obtidas, a depender das condições de crescimento da amostra. Na prática, isto significa que as energias das duas simetrias são muito próximas e geralmente ocorrem pequenas secções blenda de zinco em um fio wurtzita e vice-versa. Neste trabalho, calculamos a função dielétrica de um sistema InP wurtzita com falhas de empilhamento tipo blenda de zinco. Fig. 2. Componente xx da parte real da função dielétrica para a supercélula e os sistemas wurtzita e blenda de zinco. II. Método Nosso cálculo será feito através do método “ab initio” tipo “all electron” (LAPW) como implementado no “software” WIEN2k [2]. Aqui é importante ressaltar que o raio dos nanofios crescidos (da ordem de dezenas de nm) permite o emprego de cálculos para estruturas tipo “bulk”. A célula empregada é formada por 15 camadas de InP na fase wurtzita (alinhamento tipo AB) sobrepostas por 3 camadas de átomos no arranjo blenda de zinco (alinhamento ABC) ao longo do eixo “c” da célula hexagonal. Esta célula é suficiente para isolar camadas blenda de zinco vizinhas quando as condições de contorno periódicas são aplicadas. Fig. 3. Componente zz da parte imaginária da função dielétrica para a supercélula e os sistemas wurtzita e blenda de zinco. III. Resultados. A célula descrita acima teve seus parâmetros estruturais otimizados de forma a se obter uma estrutura relaxada. Esta condição pode ser comprovada através das forças sobre cada átomo que sempre foram inferiores a 2 mRy/Bohr com exceção de três átomos na interface entre as duas simetrias, onde as forças chegaram a 7 mRy/Bohr (um valor que ainda pode ser considerado baixo). Aqui vale lembrar que a célula possui, ao todo, 78 átomos. Os cálculos realizados empregaram o potencial mBJ [3] para se obter uma melhor descrição do “gap” dos materiais. Os valores padrão para os parâmetros de entrada foram empregados. Apenas o fator de mistura das densidades foi reduzido em um primeiro momento com o objetivo de se eliminar problemas numéricos durante o ciclo autoconsistente. Uma vez obtido o estado fundamental do sistema, a função dielétrica foi calculada através do programa “OPTIC” [4] integrado ao Wien2k. Fig. 4. Componente xx da parte imaginária da função dielétrica para a supercélula e os sistemas wurtzita e blenda de zinco. As Figs. 1 – 4 mostram os resultados obtidos comparando os valores correspondentes à supercélula aqui descrita com os correspondentes aos “bulks” nas simetrias wurtzita e blenda de zinco. Os resultados mostram que a maior influência da camada blenda de zinco sobre as propriedades ópticas do sistema está na região entre 3 e 6 eV. Vale ressaltar que estes resultados correspondem a um sistema com uma proporção de 5 para 1 entre as camadas wurtzita e blenda de zinco dispostas em uma forma e periodicidade específicas. Valores diferentes para a função dielétrica devem ser obtidos quando composições diferentes da supercélula forem consideradas. IV. Referências [1] [2] [3] [4] Fig. 1. Componente zz da parte real da função dielétrica para a supercélula e os sistemas wurtzita e blenda de zinco. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Luis C. O. Dacal and A. Cantarero, Solid State Communications 2011, 151, 781-784. P. Blaha, K. Schwarz, G. K. H. Madsen, D. Kvasnicka and J. Luitz, “WIEN2k, An Augmented Plane Wave + Local Orbitals Program for Calculating Crystal Properties” (Karlheinz Schwarz, Techn. Universität Wien, Austria), 2001. F. Tran and P. Blaha, Phys. Rev. Lett. 102, 226401 (2009). Ambrosch-Draxl C. and Sofo J., Comp. Phys. Comm. 175, 1 (2006). Agradecimentos: à agência de fomento FAPESP - Projeto 2011/08513-1. Parte dos cálculos foram realizados no Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho em São Paulo (CENAPAD-SP). 113 PASIL – Processo atômico de separação isotópica via laser Marcelo G. Destro1,2,*, Nicolau A. S. Rodriques1,2, Maria Esther Sbampato1, José W. Neri1, Rudimar Riva1,2, Jonas Jakutis Neto1, Benedito Christ1, Carlos A. B. da Silveira1, Kam K. Yum1, Alessandro R. Victor2, Luiz F. N. Barreta2, Patricia Bueno2, Emmanuela M. A. Sternberg2 e Jhonatha R. dos Santos2 2 1 Divisão de Fotônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Departamento de Física e Ciências e Tecnologias Espaciais, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: separação isotópica, laser, terras-raras, molibdênio. I. Introdução Entre todas as aplicações dos elementos de terras-raras e seus isótopos, o IEAv através do projeto PASIL, tem especial interesse nos isótopos do Neodímio – Nd, do Itérbio – Yb, do Disprósio – Dy, do Érbio – Er e do Molibdênio – Mo. Estes foram escolhidos considerando suas aplicações específicas, a saber: (i) o Nd pode ser usado tanto como meio laser como um forte ímã permanente e, por outro lado, seu isótopo 146Nd, após colidir com um nêutron, resulta no 147Pr (no isótopo 147 do promécio) que pode ser utilizado, como já citado anteriormente, para produzir baterias nucleares auxiliares a serem usadas em satélites; (ii) o Yb natural, por sua vez, pode ser utilizado como meio laser e o 169Yb pode ser usado para produzir um aparelho de raio X portátil, para ser utilizado em lugares remotos; (iii) Dy e Er podem ser usados como meio laser, amplificadores ópticos, guias de ondas e os isótopos 164Dy e 167Er como absorvedores de nêutrons a serem usados nas barras de controle em usinas nucleares; (iv) e, por solicitação do IPEN, estamos estudando o desenvolvimento da separação de isótopos de Mo, para tentar viabilizar um processo alternativo de produção do radio (fármaco 99 Tc, tecnécio 99) usado nas técnicas de cintilografia cardiovascular, endocrinologia, traumatologia/ortopedia, nefrologia/urologia e gastroenterologia [1]. Cabe ressaltar ainda que o PASIL oferece grande oportunidade para que nosso país seja inserido como um grande fornecedor de isótopos de terras-raras agregando, assim, valores aos minérios de terras-raras disponíveis em nosso território. destaques obtidos entre 2013 e 2014 foram a finalização das instalações dos sistemas de lasers de corante pulsados e a realização da espectroscopia optogalvânica intermodulada resultando, até o momento, na observação e determinação preliminar do desvio isotópico do Nd para a transição em 587,125 nm. IV. Considerações finais e novos desafios O PASIL tem como metas para o próximo ano concluir a instalação de um espectrômetro de massa para análise de isótopos. Além disso, pretende-se concluir com êxito quatro doutorados, sendo três voltados para a determinação de desvio isotópicos do Nd, Dy e Er e um para a produção de feixes de molibdênio por ablação a laser. Neste último, pretende-se explorar a possibilidade de utilizar o princípio de um dispositivo semelhante a um Calutron, para obter a separação de isótopos contidos em plumas de materiais, a altíssimas temperaturas geradas no processo de ablação de alvos sólidos, por pulsos curtos ou ultracurtos de laser. Também será desenvolvida uma dissertação de mestrado de espectroscopia do Dy. Ainda neste ano serão iniciados os trabalhos de ablação a laser associada com espectroscopia por fluorescência induzida por laser – LIF para o Nd. Embora alguns dos desafios científicos e tecnológicos tenham sido vencidos e solucionados ao longo dos últimos anos, aliados à grande importância estratégica dos elementos das terras-raras e do molibdênio para o país, o maior desafio que deve ser resolvido, em curto prazo, é o de agregar e/ou contratar recursos humanos qualificados. Uma vez que muitos destes estão sendo formados dentro do próprio PASIL, uma vez que a maioria dos pesquisadores desse projeto se aposenta num horizonte de quatro anos. II. Metodologia Em linhas gerais, a metodologia a ser empregada no processo de fotoionização seletiva a laser em isótopos de terras-raras será a mesma que já foi empregada nos experimentos de separação isotópica de urânio via lasers no IEAv e, portanto, a maioria das etapas a serem vencidas já é de amplo conhecimento da nossa equipe de pesquisa e desenvolvimento. Entretanto, novos estudos de processos também estão sendo conduzidos com a finalidade de obter a separação isotópica de terras-raras e do molibdênio, a partir de evaporação a laser combinada com separação isotópica a laser. Estes estudos compreendem: estudar a ablação a laser para a produção de vapor atômico a partir de alvos complexos; estudar a fotoionização seletiva em vapor produzido por ablação a laser; e estudar a extração de íons por campos eletromagnéticos para a separação isotópica de terras raras. III. Principais resultados alcançados Os resultados alcançados vão desde a conclusão e viabilização dos laboratórios do Prédio C da EFO (em particular, a montagem dos Laboratórios de evaporação e fotoionização - LEF) até a condução de vários estudos desenvolvidos por alunos de iniciação científica e de pós-graduação, sob orientação dos pesquisadores do Grupo de Laser e Aplicação do IEAv, frutos dos trabalhos conjuntos dos Projetos Javari 1 – Fase III e PASIL. Entretanto, devido ao número reduzido de pesquisadores, os trabalhos concentraram-se nos estudos espectroscópicos de Nd [2], Dy [3] e Er [4]; no desenvolvimento de lâmpadas de catodo oco [5] desses elementos e no processo de evaporação e ablação a laser de Cu [6] e Mo [7]. Os principais 114 V. Referências [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] Cintilografia - Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cintilografia>. Acesso em: 22/04/2013 A. R. Victor, Espectroscopia optogalvânica de neodímio em lâmpada de catodo oco, Dissertação de Mestrado em Física, ITA, São José dos Campos, 2010. J. R. Santos, Desenvolvimento de um código computacional para simulação e análise de espectros atômicos, Trabalho de Graduação em Bacharelado em Física, Unesp Guaratinguetá, 2012. P. Bueno, Espectroscopia optogalvânica utilizando lâmpada de catodo oco de érbio, Dissertação Mestrado em Física, ITA, São José dos Campos, 2012. C. A. B. Silveira, José W Neri, M. Esther Sbampato, Marcelo G. Destro, Nicolau A. S. Rodrigues, Sistema de descarga em catodo oco para aplicação em espectroscopia, 9º WAI, IEAv, 2009. J. B. Matos, Geração de um jato metálico neutro por ablação a laser, Tese de Doutorado em Física, ITA , São José dos Campos, 2012. E. M. A. Sternberg, Estudo espectroscópico de um plasma gerado por ablação a laser em alvo metálico, Dissertação de Mestrado em Física, ITA, São José dos Campos, 2010. Agradecimentos: os autores agradecem o suporte financeiro parcial dado pelo CNPq (1,2) Projetos Nº 310358/2012-4 e 135860/2008-3, respectivamente, e CAPES (2). Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Calibrações intermediárias: garantia da qualidade das medições do LMSO Márcia A. F Destro, Francklim Barbosa, Fábio Dondeo Origo, Alvaro José Damião * Divisão de Fotônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil * [email protected] Palavras Chave: Acreditação, calibração, medição. 2013 80 I. Introdução 75 PV (nm) Semanalmente, tem sido realizada calibração de um padrão de plano e de um padrão de rugosidade, no Laboratório de Medição de Superfícies Ópticas (LMSO), do IEAv-DCTA. O objetivo é o de avaliar o desempenho dos instrumentos utilizados, como função do tempo, permitindo observar se há discrepâncias entre os resultados, o que sinalizaria possíveis problemas no processo de medição. São aqui apresentados os resultados das medições dos últimos cinco anos. 70 65 26/1 6/5 Data 14/8 22/11 Fig. 2. Calibrações intermediárias de PV durante o ano de 2013. II. Materiais e Métodos 3,04 III. Principais resultados A Fig. 1 apresenta um resultado da medição de PV. 2013 Ra (micrometros) O Laboratório de Medição de Superfícies Ópticas (LM-SO), do IEAv-DCTA, é um laboratório Acreditado pelo CGCRE/INMETRO há mais de dez anos. A fim de garantir a qualidade das medições e calibrações, são realizadas intercomparações laboratoriais. Os equipamentos utilizados são: um interferômetro de fase Zygo GPI Mark IV, calibrados pelo “Three Flat Method” [1], para as calibrações de planeza; e um rugosímetro Taylor Hobson PGI 1000, calibrado com uma semiesfera de vidro da Taylor-Hobson, de 80 mm, TH1108, para as calibrações de rugosidade. Os procedimentos de calibração passam por análise crítica interna do LMSO a cada dois anos e pelo CGCRE/INMETRO, nas suas visitas de avaliação. O parâmetro de planeza avaliado é à distância Pico-Vale (PV) e os parâmetros da rugosidade são Ra, Rz e RZmax. 3,03 3,02 3,01 17/3 6/5 25/6 14/8 3/10 22/11 11/1 Data da medição Fig. 3. Calibrações intermediárias de Ra durante o ano de 2013 Observa-se nas Tabelas 1 e 2 que há grande estabilidade nos resultados obtidos, de maneira especial para as medições de planeza, cuja escala é apresentada em nanometros. Tab. 1. Valores de PV obtidos nos últimos 5 anos Ano Média Maior valor Menor valor 2009 75,1 nm 79,6 nm 69,4 nm 2010 72,6 nm 78, 5 nm 67,0 nm 2011 73,0 nm 78,5 nm 67,4 nm 2012 73,0 nm 77,9 nm 68,3 nm 2013 72,0 nm 78,7 nm 68,8 nm Tab.2 Valores de Ra obtidos nos últimos 5 anos Ano Ra Rz Rzmax 2010 3,02 nm 9,84 nm 9,90 nm 2011 3,02 nm 9,83 nm 9,89 nm 2012 3,02 nm 9,79 nm 9,84 nm 2013 3,02 nm 9,81 nm 9,86 nm 2014 3,03 nm 9,72 nm 9,77 nm IV. Conclusão As calibrações intermediárias são fator primordial para a avaliação do desempenho das calibrações e medições realizadas no IEAv. Os resultados encontrados demonstram a estabilidade dos equipamentos e a correta aplicação dos procedimentos. Fig. 1. Resultado de uma calibração do plano óptico. As Figs. 2 e 3 trazem os resultados das medições do ano de 2014. Não são apresentados os valores das incertezas das medições nas figuras, para facilitar a visualização dos resultados. Os CMC (capacidade de medição e calibração,) são de 10 nm, para os resultados de PV e de 4%, para os resultados da rugosidade. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 V. Referências [1] Zygo, OMP-0387B, “Three Flat MetroPro Application”, rev. B, 8 de março de 2003. [2] Kjell J. Gasvik, Optical Metrology, p. 254 – 263, John Willey & Sons, West Sussex, England, 1995. 115 Linhas de trabalho em óptica e eletromecânica integrada no IEAv Rafael C. Louzada1*, Hugo L. R. Lira1*, Rogério M. Cazo1*, Jorge L. S. Ferreira1*, Renato C. Rabelo1*, Vilson R. Almeida2,* 1 2 Divisão de Fotônica, EFO-S, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Departamento de Física, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: louzada,lira,rogerio,jorge,rcrabelo,[email protected] Palavras Chave: óptica integrada, giroscópio a fibra óptica, difusão de titânio, guias ópticos, niobato de lítio, silício, nanofotônica, acelerômetro microeletromecânico I. Motivação A evolução dos componentes ópticos e eletromecânicos para estruturas cada vez mais compactas, rápidas e eficientes tem na micro e nanofabricação um de seus pilares. Suas aplicações no setor aeroespacial abrangem desde conversão e tratamento óptico de sinais de radar, no campo conhecido como fotônica de rádio-frequência, componentes integrantes de sensores inerciais de alto desempenho, como giroscópios ópticos e acelerômetros, e até os próprios sensores inerciais em aplicações específicas. temperatura. A deposição do polímero Ormocomp® e a caracterização foram realizadas no VTT. No lado esquerdo da Fig. 2 mostramos a seção transversal de guias de onda retangulares em silício de um dispositivo fabricado, cobertos por polímero, em que aproximamos um guia de onda de 265 nm de largura por 192 nm de altura (esquerda) de um guia com ranhura (direita), que possui a mesma altura, mas com largura total de aproximadamente 465 nm com uma ranhura com 62,5 nm de largura, preenchida por polímero. O material abaixo dos guias de onda de silício é dióxido de silício (SiO2). Os resultados obtidos mostraram que foi possível compensar completamente o coeficiente termo-óptico do silício a ponto de não se observar variação dos comprimentos de onda de ressonância numa faixa de temperatura de 15ºC a 45ºC. II. Atividades em desenvolvimento O IEAv realiza estudos, projetos, simulações e caracterização de dispositivos de óptica integrada nas plataformas de niobato de lítio (LiNbO3) e de silício (Si), além de fabricar dispositivos em LiNbO 3 e prospectar trabalhos em cooperação com centros que fabricam dispositivos em Si. Uma das aplicações de maior relevância para a óptica integrada em LiNbO3 no IEAv é a substituição de componentes discretos de fibra óptica que realizam divisão, polarização e modulação do sinal óptico num Giroscópio a Fibra Óptica (GFO), Fig. 1(b), por um único chip de óptica integrada (Fig. 1(a)). Essa substituição reduz as dimensões físicas e o peso do GFO, diminui a suscetibilidade a ruídos externos, inibe a formação de interferômetros espúrios, devido à diminuição do número de emendas de trechos de fibra óptica e, principalmente, permite que a modulação seja eletro-óptica e trabalhe em malha fechada, com consequente aumento de faixa dinâmica e de linearidade do GFO. (a) (b) Fig. 1. Circuitos ópticos do GFO: versão em óptica integrada (a) destacando os dispositivos que são equivalentes ao da versão com fibra óptica (b). Os trabalhos envolvendo fabricação em Si desenvolvidos atualmente no IEAv envolvem colaborações importantes, das quais destacamos uma que envolve óptica integrada e uma que, utilizando os processos de fabricação comuns à óptica integrada, obtém como produto acelerômetros em mecânica integrada. A primeira colaboração envolve IEAv e VTT Technical Research Centre, da Finlândia, também por intermédio do CTI Renato Archer, em projeto denominado BraFin. Nela projetamos cavidades com ranhura (slot waveguides), que foram fabricadas na sala-limpa do Kavli Nanoscience Institute, no Caltech, EUA, para deposição de polímero com coeficiente termo-óptico contrário ao do silício, visando reduzir ou até compensar a variação do comprimento de onda de ressonâncias de cavidades em silício expostas a variações de 116 Fig. 2. À esquerda, imagem obtida por varredura de feixe de elétrons da seção transversal da região de acoplamento entre guia normal em Si e guia com ranhura. À direita, imagem obtida por microscópio óptico do acelerômetro microeletromecânico. A segunda colaboração, liderada pelo IEAv através do projeto ACELERAD, envolve o Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Universidade de São Paulo (USP), o Centre Suisse d’Electronique et de Microtechnique (CSEM - Suíça), o CTI Renato Archer, e a empresa Navegação e Controle (NavCon). Nela utilizamos a plataforma de silício para a confecção de acelerômetros microeletromecânicos, que foram fabricados e previamente caracterizados no CSEM (Fig. 2 à direita). O objetivo final é que, conhecidos os parâmetros de projetos e os passos de fabricação, possamos desenvolver nossos próprios acelerômetros microeletromecânicos, aprimorá-los e conquistar autonomia com relação a esta tecnologia crucial para navegação. O processo de produção e caracterização está sendo replicado no Brasil, envolvendo as instituições e a empresa nacionais listadas acima. A caracterização dos acelerômetros, com eletrônica de aquisição desenvolvida pelo IEAv, aponta para medidas de aceleração com precisão da ordem de 0,05 g. Agradecimentos: Os autores agradecem à FINEP pela estrutura laboratorial instalada através do projeto ChipOpto, ao CNPq pelos recursos para o Projeto BraFin, e à FUNDEP pelos recursos que tornaram possível o projeto ACELERAD. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Estudo e produção de Carbono Vítreo 1* Álvaro J. Damiao , Fábio Dondeo1, Márcia Destro1, Luiz Lavras1, Joely Ferraz1, Francklim Barbosa1, Marcos Santos1, Júlia Arisseto2, Alexandre Aumiller.2 , André Garagorry2, Edgar Macedo2, Fernando Souza1, Janaina Reis1,Fernanda do Nascimento1, Diego Llopis1, Jéssica Baesso3, Ana Gaspar3, Luíza Trevenzolli4, 2 1 Divisão de Fotônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Universidade Federal de São Paulo, São José dos Campos, SP, Brasil. 3 Escola de Engenharia de Lorena - USP, Lorena, SP, Brasil 4 Engenharia Química – Unicamp, Campinas, SP, Brasil *E-mail para correspondência: damiã[email protected] Palavras Chave: carbono vítreo, otimização, porosidade, tecnologia do pó. I. Motivação A Subdivisão de Óptica tem se dedicado à produção e à pesquisa de Carbono Vítreo [1,2] (CV) e também à sua aplicação. A proposta principal é a de produzir substratos leves para espelhos, pois esse é um material carbonoso, com baixa densidade, boa resistência a ataques químicos e boa condutividade. O CV tem diversas aplicações possíveis, desde válvulas de coração até eletrodos e substratos para medições de raio X. O carbono vítreo é obtido a partir da polimerização (Fig. 1) de uma resina muito rica em carbono, que é lentamente carbonizada num forno até pelo menos 1000ºC. Durante a carbonização, o material perde água, metano, oxigênio e hidrogênio, restando mais de 99% de carbono, daí o termo “carbonização” O CV apresenta certas barreiras para a sua produção como: a lentidão para se produzir as amostras, cujo prazo é de uma semana; o fato que uma fração das peças trincarem durante sua produção; e também na limitação de sua espessura, dado que peças com mais de 10 mm quebram. A maior causa das quebras é a existência de macroporosidade indesejada no material, cujas microbolhas podem originar trincas. No IEAv têm sido estudadas formas para se produzir o CV com maior eficiência, permitindo que este material possa efetivamente ser aplicado. Este trabalho envolveu pesquisadores do IEAv, do IAE-DCTA e da Unesp de Guaratinguetá. Além, disso, cerca de 20 bolsistas de iniciação científica e bolsa DTI foram ou estão sendo formados neste projeto. Carbono Vítreo a partir do Pó de CV No método tradicional de produção de CV, a espessura das peças é limitada a 7 mm e o tempo de produção delas é de uma semana. Foi desenvolvido um novo método para produzir peças de CV usando pó de carbono vítreo prensado, no qual não aparece essa restrição de espessura (Fig. 2). Nesse método, o tempo de produção foi reduzido pela metade e a espessura permitida dobrou. Foram usadas técnicas de compressão uniaxial e também de compressão isostática. Fig. 2. Esquerda: peça de carbono vítreo obtido a partir do pó; direita: peças com diferentes concentrações de catalisador. As peças produzidas no IEAv tem aplicação para aplicação como substratos leves para espelhos (Fig.3) e para a produção de padrões de rugosidade irradiados a laser pulsado. II. Atividades em desenvolvimento Redução de porosidade peças de CVM. A redução da porosidade do carbono vítreo monolítico implica numa melhor qualidade da superfície das peças e na diminuição de perdas de peças por stress. Diversas linhas foram investigadas: * Influência dos parâmetros da resina furfurílica [3,4]; * influência do tipo de resina; * influência do ácido catalisador; * influência do solvente do catalisador; Fig. 3. Esquerda: espelho com substrato de carbono vítreo; direita: ranhuras paralelas irradiadas a laser (quadrados escuros). III. REFERÊNCIAS [1] [2] [3] Fig. 1. Esquerda: polimerização de resina furfurílica no molde de borracha; direita: peças de carbono vítreo produzidas no IEAv. Os resultados desse trabalho levaram a uma redução significativa da porosidade e também a uma maior eficiência na produção de peças de carbono vítreo. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 [4] G. M. Jenkins and K. Kawamura, Polymeric carbons – carbon fibre, glass and char, Cambridge, New York, Cambridge Universtiy Press, 1976. Jerzy Zarzycki, Materials Science and Technology – a Comprehensive Treatment – Vol. 9 Glasses and Amorphous Materials, ed. R. W. Cahn, P. Haasen and E. J. Kramer, Weinheim, New York, Basel, Cambridge, 1991. Oishi SS, Rezende MC ; Dondeo FD, Damião AJ, Botelho EC. Viscosity, pH, and moisture effect in the porosity of poly(furfuryl alcohol). Journal of Applied Polymer Science, v. 1, 2012, p. 1680-6. Dondeo F, Damiao AJ, Miyakawa W, Nascimento F, Fernandes L, Oishi SS, Botelho EC. Surface Study of Vitreous Carbon Obtained from Glassy Carbon Powder. MRS Proceedings, 2012, p. 1373-5. Agradecimentos: Ao CNPq pelos processos 380335/2013-1 e 559925/2010-7 e também pelas bolsas PIBIC. 117 Desenvolvimentos recentes de sensores a fibra óptica João M. S. Sakamoto*, Rogério M. Cazo, Matheus M. de Carvalho, Carmem L. Barbosa Divisão de Fotônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: sensor a fibra óptica, acelerômetro a fibras ópticas de 6 (seis) graus de liberdade, grades de Bragg, deslocamento angular. I. Introdução Sensores a fibra óptica caracterizam-se pela utilização de fibras ópticas para modulação de uma grandeza óptica (como intensidade, fase, frequência ou polarização) em função da grandeza física a ser medida. Sensores a fibra óptica podem ser desenvolvidos para a medição de deslocamento, aceleração, pressão, temperatura, força e torque, por exemplo. Esse tipo de sensor apresenta vantagens sobre sensores comuns, como imunidade a interferência eletromagnética, alta precisão e sensibilidade, massa e tamanho reduzidos e, por estes motivos, é objeto de pesquisa na Divisão de Fotônica do IEAv. Os sensores desenvolvidos pelo grupo estão sendo aprimorados visando à miniaturização, redução de peso e automatização para viabilizar inovação tecnológica nas áreas de aeronáutica, aeroespaço, petrolífera, mecânica, instrumentação e inspeção não destrutiva, dentre outras áreas estratégicas. II. Sensores a fibra óptica desenvolvidos A. Acelerômetro linear a fibra óptica Medições de aceleração linear (de um, dois ou três eixos triortogonais) podem ser realizadas por meio do uso de uma massa sísmica sustentada por fibras ópticas inscritas com grades de Bragg (do inglês, Fiber Bragg Gratings – FBGs). Na Fig. 1 ilustra-se uma montagem capaz de realizar essa medição (para o caso uniaxial) e o respectivo eixo a ser medido. como uma Unidade de Medidas Inerciais (UMI), desde que projetada dentro das condições de projeto do veículo a que se destina.. Acelerômetros a grades de Bragg abrangem aplicações aeronáuticas e aeroespaciais (em plataformas inerciais ou em medições de micro-gravidade), aplicações de análise física (como a detecção eventos sísmicos) e também para medições de vibrações em ampla faixa de frequência, por exemplo. D. Sensor de deslocamento angular a fibra óptica No IEAv também desenvolve-se um sensor de deslocamento angular a fibra óptica de alta sensibilidade, capaz de detectar deslocamentos angulares da ordem de 1 μrad, na faixa de frequências de DC até 85 MHz [3]. Na Fig. 3, ilustra-se o sensor e seus componentes. O princípio de funcionamento baseia-se em modulação de intensidade óptica em função do ângulo de inclinação da superfície reflexiva. Este sensor, configurado adequadamente, serve de base para a construção de microfones ópticos, hidrofones ópticos, e também detectores de ultrassom. Considerando-se aplicações aeronáuticas e aeroespaciais, o sensor é capaz de detectar ondas ultrassônicas volumétricas e/ou superficiais para a realização de inspeção não destrutiva [4], pode ser também utilizado para detecção de áudio [5], emissão acústica, inspeção de vazamentos em tubulações, caracterização de transdutores piezoelétricos e como detector em um microscópio de força atômica (AFM) [6]. Os desenvolvimentos recentes deste sensor envolvem sua aplicação para inspeção de soldagem a laser, durante o processo. Dessa forma, tornar-se-á possível a detecção de defeitos no momento em que são gerados. À partir dos sinais obtidos com o sensor, será possível realimentar o sistema de controle do laser de soldagem de maneira a se obter uma solda com qualidade dentro dos parâmetros especificados. Fig. 1. Esquema de montagem para medição de acelerações lineares (ax) uniaxiais. A interrogação óptica das grades de Bragg e o processamento eletrônico, juntamente com a digitalização dos sinais envolvidos podem ser encontradas nas referências [1-2]. B. Acelerômetro angular a fibra óptica Esquema similar ao apresentado para medição de acelerações lineares pode ser desenvolvido para o caso em que se objetiva medir acelerações angulares (de um, dois ou três eixos triortogonais). Na Fig. 2, ilustra-se a respectiva montagem para medições em um eixo. Fig. 3. Sensor de deslocamento angular a fibra óptica. III. Referências [1] [2] [3] [4] Fig. 2. Esquema de montagem para medida de acelerações angulares ( ) uniaxiais. C. Acelerômetro a fibras-ópticas de 6 (seis) graus de liberdade Partindo-se das topologias apresentadas na Fig. 1 e na Fig. 2, é possível conceber um sensor capaz de realizar, simultaneamente, medições de 3 (três) acelerações lineares em eixos tri-ortogonais, e medições de 3 (três) acelerações angulares em eixos tri-ortogonais. Tal sensor pode então ser referenciado como um acelerômetro a fibras ópticas de 6 (seis) graus de liberdade, podendo-se constituir 118 [5] [6] R. M. Cazo, Acelerômetro opto-mecânico baseado em grades de Bragg a fibra óptica, Tese de doutorado, ITA, São José dos Campos, 2011. INPI, Revista da propriedade industrial, n. 2174, 04 set 2012, Depósito de patente sob n. BR 10 2012 016704-2. J. M. S. Sakamoto, C. Kitano, G. M. Pacheco e B. R. Tittmann, Appl. Opt, 51, 4841-4851 (2012). J. M. S. Sakamoto, Laser ultrasonics system with a fiber optic angular displacement sensor, Tese de doutorado, ITA, São José dos Campos, 2012. J. M. S. Sakamoto, G. M. Pacheco, Physics Procedia, 3, 651–658 (2010). INPI, Revista da propriedade industrial, n.2266, 17 mai 2013, Depósito de patente sob n. BR 10 2013 012273 4. Agradecimentos: às agências de fomento CNPq, CAPES, FAPESP, FINEP e Fundep pelo suporte financeiro para o desenvolvimento das pesquisas aqui apresentadas. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Espectrometria de Emissão Óptica em Descarga Luminescente – GDOES: Resultados Preliminares Vladimir H. Baggio-Scheid1*, Lucas T. Pedrosa2 1 Divisão de Fotônica, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 UNIFESP, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: GDOES, espectroscopia de emissão, descarga luminescente, análise de superfícies. Espectrometria atômica é a técnica mais antiga utilizada para análise de elementos químicos. Trabalhos pioneiros como o de Kirchhoff e Bunsen [1], publicado em meados do século 19, atestam para isto. Ela se baseia no fato de que todo elemento químico, quando excitado, emite um espectro de linhas único. Outro ponto importante está no fato de que a intensidade das linhas emitidas está relacionada com a densidade de átomos, que por sua vez, também, pode ser relacionada com a concentração desses átomos em uma amostra. Várias técnicas são utilizadas para a produção do espectro de emissão: chama, e plasma acoplado indutivamente para análise de amostras líquidas, arcos e descargas luminescentes para amostras sólidas. A utilização de descargas luninescentes para está finalidade é denominada de “espectrometria de emissão óptica em descarga luminescente” (glow discharge optical emission spectrometry – GDOES). O tipo descarga mais utilizado é a fonte Grimm de anodo oco [2]. Esta fonte de plasma é utilizada tanto para análise composicional, como para obtenção de perfis de profundidade [3]. Nesse trabalho são apresentados resultados preliminares de espectrometria de emissão óptica obtidos em uma descarga de catodo oco. II. Experimental Na Fig. 1 é mostrado o equipamento GDOES, utilizado para análise composicional. As medidas podem ser realizadas em catodos com geometria plana ou oca. A pressão de base, obtida por um sistema de vácuo turbomolecular, é inferior a 10-5 mbar. A descarga foi operada com gás argônio com um grau de pureza de 99,999 %. O fluxo de gás foi medido por um fluxímetro e regulado por meio de uma válvula agulha. A pressão foi medida com um sensor capacitivo e controlada por meio de uma válvula borboleta autorregulada. A tensão da fonte de potência foi conectada ao catodo. Intensidade (u.a) I. Introdução III. Resultados e discussão A Fig. 2 mostra o espectro obtido para um catodo oco de titânio. Várias linhas emitidas pelo titânio podem ser facilmente identificas na região entre 300 e 550 nm. 18 0 2 38 0 48 58 68 78 88 98 108 0 0 0 0 0 0 0 Comprimento de onda Fig. 2: Espectro de emissão (nm) de uma descarga de catodo oco de titânio. 8 Na Fig. 3 é mostrada a intensidade da linha do titânio emitida em 543,3 nm em 0 função da potência da descarga. Observa-se que, embora, o aumento da intensidade com a potência da descarga não seja linear, é possível ajustar uma curva para fitar os pontos experimentais. Esse comportamento é apropriado para os experimentos de espectrometria. Fig. 3: Intensidade luminosa em função da potência em uma descarga de catodo oco de titânio. IV. Conclusão Foram obtidos espectros emitidos por um catodo oco de titânio, a partir dos quais estão sendo selecionadas as linhas mais apropriadas para serem usadas nos cálculos de concentração. Fig. 1: Equipamento de espectrometria de emissão óptica em descarga luminescente. Para realizar as medidas espectroscópicas, a luz emitida pelo catodo foi focalizada por meio de uma lente (f/ 1,8) em uma fibra óptica de quartzo (NA 0,22). A luz foi então levada até um espectrômetro Czemy-Turner assimétrico (f/ 1/4, 600 linhas/mm, blaze em 300 nm e resolução de 1,4 nm) acoplado a um PC. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 V. Referências [1] G.R. Kirchhoff, R. Bunsen; Chemical analysis by spectrum-observation, Philos. Mag. 1860, 20, 89-98 [2] W. Grimm; Naturwiss. 1967, 54, 586 [3] R. Payling, D. Jones, A. Bengtson; Glow discharge Optical Emission Spectrometry, John Wiley & Sons 1997 Agradecimentos: CNPq – processo no. 553930/2006-0 119 Desenvolvimento de um VANT do tipo asa fixa com sistema de navegação autônoma: montagem Felipe Leonardo Lôbo Medeiros1* 1 Divisão de Geointeligência, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: VANT, navegação autônoma, piloto automático, montagem. I. Introdução Algoritmos para o planejamento automático de trajetórias compostas por posições geográficas, destinados à navegação autônoma de veículos não tripulados e ao processamento computacional de dados obtidos por diferentes sensores têm sido estudados e testados em laboratório na Divisão de Geointeligência [1], [2]. A necessidade de diferentes plataformas para testar alguns destes algoritmos em algumas situações reais motivou o desenvolvimento de um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) do tipo asa fixa. A fase atual deste trabalho é a de montagem do VANT (Fig. 1), que possui a interface da estação de controle ilustrada na Fig. 2. O piloto automático do VANT permitirá a navegação autônoma através de uma trajetória composta por posições geográficas. O piloto automático utilizará os seguintes sensores e sistemas para estimação de posicionamento e de atitude do VANT: sistema receptor para Global Positioning System (GPS); magnetômetro; sistema inercial composto por um acelerômetro e um giroscópio; e, barômetro. A Fig. 3 apresenta um diagrama simplificado da conexão entre alguns componentes do VANT. Como apresentado neste diagrama, à priori, o sistema FPV e o sistema de aquisição de imagens serão independentes, isto é, não possuirão conexões com outros componentes. Entretanto, futuramente, o sistema de aquisição de imagens poderá ser conectado ao piloto automático e fornecer dados para correção de vôo. Fig. 1. VANT em desenvolvimento neste trabalho. Fig. 3. Diagrama simplificado da conexão entre alguns componentes do VANT. III. Conclusões Fig. 2. Interface da estação de controle do VANT. II. Plataforma VANT O VANT está sendo desenvolvido sobre a plataforma de um aeromodelo rádio controlado com 91 cm de comprimento, 128 cm de envergadura, 24,8 cm de altura e, aproximadamente, 800 gramas. O VANT poderá ser controlado remotamente por um usuário via telemetria ou poderá operar de modo autônomo através de um piloto automático. O VANT terá um sistema eletrônico First Person Vision (FPV) que possuirá uma câmera embarcada na cabine para captura, em tempo real, de imagens que serão enviadas para auxiliar o usuário no controle do veículo. O VANT também terá um sistema para aquisição e armazenamento de vídeos, que poderá ser instalado em algumas das diferentes estruturas do veículo. 120 Neste trabalho, foi apresentada a fase inicial de montagem do VANT. Também foram mencionados alguns dos principais sistemas/módulos do veículo. As próximas fases do desenvolvimento deste veículo são: embarque do sistema computacional do piloto automático e ajustes; experimentos com o sistema de telemetria; série de vôos no modo manual de operação; e série de vôos no modo autônomo de operação. IV. Referências [1] [2] F. L. L. Medeiros, Planejamento de trajetórias para veículos aéreos não tripulados usando modelagem computacional de ambientes de navegação através de grafos de visibilidade e modelos digitais de elevação, Tese de Doutorado, INPE, São José dos Campos, 2012. F. L. L. Medeiros, Utilização de correspondências entre histogramas normalizados de imagens para a estimação automática de algumas informações de vôo, Symposium of Operational Applications in Areas of Defense (SIGE), ITA, São José dos Campos, 286-290, 2012. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Robô para testes de algoritmos de planejamento automático de trajetórias e de navegação autônoma Felipe Leonardo Lôbo Medeiros1* 1 Divisão de Geointeligência, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: robô, navegação autônoma, planejamento de trajetórias, piloto automático. III. Conjunto de experimentos I. Introdução Algoritmos destinados ao planejamento automático de trajetórias compostas por posições geográficas, destinados à navegação autônoma de veículos não tripulados e ao processamento computacional de dados obtidos por diferentes sensores têm sido estudados e testados em laboratório na Divisão de Geointeligência [1]. A necessidade de diferentes plataformas para testar alguns destes algoritmos em algumas situações reais motivou o desenvolvimento de um robô neste trabalho. O robô é apresentado na Fig. 1. Experimentos com o sistema de telemetria e o sistema de navegação autônoma do robô foram realizados através do sistema Mission Planner. Apesar da denominação, este sistema não é um planejador de missão. O Mission Planner é um sistema computacional gratuito com algumas funcionalidades de uma estação de solo usada para o controle e monitoramento de veículos não tripulados [2]. Através deste sistema, trajetórias de navegação foram usadas como referência para o piloto automático do robô. A Fig. 3 apresenta alguns resultados obtidos com experimentos realizados com o robô através do sistema Mission Planner. Fig. 1. Robô desenvolvido neste trabalho. II. Plataforma robótica O robô foi desenvolvido sobre a plataforma de um automodelo rádio controlado do tipo off-road com 41.3 cm de comprimento, 32.4 cm de largura e 28.2 cm de altura. O robô pode ser controlado remotamente por um usuário via telemetria ou operar de modo autônomo através de um piloto automático. O piloto automático do robô permite a navegação autônoma através de uma trajetória composta por posições geográficas. O piloto automático utiliza os seguintes sensores e sistemas para estimação de posicionamento e de atitude do robô: um sistema receptor para Global Positioning System (GPS); um magnetômetro; um sistema inercial composto por um acelerômetro e um giroscópio; e um barômetro. A Fig. 2 apresenta um diagrama simplificado dos componentes do robô e suas respectivas conexões. Fig. 3. Experimentos com o robô via sistema Mission Planner. IV. Conclusões O robô desenvolvido neste trabalho permite testar, em situações reais, alguns algoritmos de planejamento automático de trajetórias e de navegação autônoma. Por questões de segurança, o robô pode ser usado para testar alguns sensores e alguns sistemas computacionais antes de serem embarcados em um veículo aéreo não tripulado. V. Referências [1] [2] Fig. 2. Diagrama simplificado das conexões entre componentes do robô. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 F. L. L. Medeiros, Planejamento de trajetórias para veículos aéreos não tripulados usando modelagem computacional de ambientes de navegação através de grafos de visibilidade e modelos digitais de elevação, Tese de Doutorado, INPE, São José dos Campos, 2012. M. Oborne, Mission planner, http://planner.ardupilot.com/. Último acesso em 12/05/2014. 121 Estudo de modelo de avaliação de cobertura de sinal de um sistema de computação, navegação e posicionamento por satélites Diogo Maciel Almeida*, Maria José P. Lamosa, Mônica M. De Marchi e Oswaldo Catsumi Imamura Divisão de Geointeligência, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: cobertura por satélites, STK, otimização de cobertura. I. Introdução O objetivo deste trabalho é descrever o desenvolvimento de um modelo que permita fazer análises da cobertura gerada por sensores (por exemplo, radares ou satélites), considerando suas características e alvos de interesse. Este modelo deverá ser empregado posteriormente em processos de apoio à tomada de decisão na escolha do sensor e da metodologia de análise da performance da cobertura de áreas ou alvos de interesse em um cenário. II. Visão geral V.Identificação de um alvo Os estudos realizados sobre este tema resultaram em informações relevantes com respeito às características que possibilitam que o sensor perceba e identifique um alvo. As simulações com o STK indicaram que o IFOV (Instantaneous Field of View) tem importante papel na cobertura dos alvos pois determina o que é visto a partir de um satélite. Para determinar se um alvo será percebido pelo sensor, deve-se calcular o menor diâmetro (D) detectável por este sensor, conforme (1) utilizando a altura do sistema óptico (H) e o IFOV angular (θ) em milirradianos, calculado em (2) [2]. É possível também determinar a largura da faixa de cobertura (β) perpendicular à trajetória do sensor, ou GIFOV (Ground-projected Instant Field of View) através de (3) [2, 3]. Neste estudo, a performance da cobertura gerada por sensores espaciais embarcados tem sido avaliada utilizando-se os parâmetros espaciais e temporais destes sensores. Processos de tomada de decisão geralmente necessitam de dados associados aos alvos monitorados e suas características, juntamente com o controle da atitude (direcionamento) de um satélite e do seu controle otimizado por meio de sensores de posicionamento. O modelo proposto neste trabalho combina a capacidade do sensor com as características do alvo no cenário avaliado para o planejamento e análise de desempenho da cobertura. Características técnicas e operacionais dos sensores e suas limitações são avaliadas através de simulações. D = Hθ (1) d θ = /f (2) θ β = 2H tan( /2) (3) III. Simulação da cobertura por satélite Para a simulação e análise da órbita e cobertura de um satélite está sendo utilizado o software Systems Tool Kit (STK), versão 10, da empresa Analytical Graphics Inc. (AGI). Este software utiliza modelos físico-geométricos para exibir e analisar com precisão a cobertura de um sensor embarcado em diferentes plataformas 0. A licença free trial do software permite a modelagem de cenários para um estudo simples da cobertura. IV. Classificação dos sensores Os estudos realizados até o momento permitiram coletar informações importantes com respeito às características essenciais para a classificação de sensores. Para a otimização da cobertura dos sensores é fundamental que estas informações sejam conhecidas pois possibilitam a tomada de decisão de forma mais consistente com respeito a qual sensor atende aos requisitos tanto para detectar determinado alvo quanto para realizar a cobertura de uma área. Ou seja, a escolha por um sensor deverá considerar o trade off entre as características de sua cobertura e o resultado desejado do monitoramento. A Fig. 1 ilustra algumas das principais características que devem ser levadas em consideração ao se fazer uma escolha por um determinado sensor. Fig. 2. Características do GIFOV. A partir dos elementos que determinam a visão do sensor, como o GIFOV, estão sendo realizados estudos que possibilitarão a análise eficiente da utilização dos sensores embarcados de forma a auxiliar na escolha daquele que obtém o melhor resultado em relação à cobertura, como por exemplo na definição da freqüência de imageamento necessária para a cobertura de um alvo ou área. VI. Considerações finais Estudos realizados até o momento mostraram que o STK é uma ferramenta poderosa que permite a visualização e até mesmo a análise da cobertura dos sensores embarcados em satélites e aeronaves. Concluída a etapa atual do projeto de relacionar as características presentes nos sensores aos requisitos de cobertura, será possível desenvolver um modelo de otimização de cobertura, no qual o STK poderá ser utilizado como ferramenta de análise e visualização dos resultados. VII. Referências [1] [2] [3] Fig. 1. Principais características de um sensor. 122 AGI; Help STK 10.1. Disponível em: <www.agi.com/resources/help/online/stk/10>, Acesso em: 05/06/2014. J. R. Jensen; Sensoriamento remoto do ambiente - Uma perspectiva em recursos terrestres, 2a ed., Editora Parêntese:São José dos Campos, 2009. R. A. Schowengerdt; Remote sensing - Models and methods for image processing, 3a ed., Editora Elsevier:San Diego, 2007. Agradecimentos: à agência de fomento CNPq pelo financiamento do projeto 560305/2010-9 e da bolsa DTI-B do colaborador Diogo Maciel Almeida. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Análise de cobertura considerando a proteção de áreas sensíveis: novas abordagens de resolução Maria José Pinto Lamosa* e Mônica Maria De Marchi Divisão de Geointeligência, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: problema de roteamento e cobertura, multiobjetivo, GRASP, análise de decisão. I. Introdução O processo de tomada de decisão em cenários complexos envolvendo incertezas e uma grande variedade de informações e de entidades responsáveis pela tomada de decisão é extremamente desafiador. Neste contexto, é fundamental o domínio de metodologias de otimização capazes de oferecer uma visão global do cenário e alternativas que auxiliem a tomada de decisão. Neste trabalho, pretende-se apoiar este processo de tomada de decisão aplicando conceitos da Pesquisa Operacional para tratar um problema de roteamento específico onde o objetivo é determinar uma rota eficiente para cobrir (monitorar) um conjunto de áreas em uma determinada região onde algumas destas áreas, denominadas sensíveis, precisam ser revisitadas o mais breve possível. Neste caso, a rota gerada poderia ser utilizada para monitoramento da região e geração de informações. Como aplicação, o problema tem sido considerado em cenários de gerenciamento de crises, vigilância do espaço aéreo e busca e salvamento. CRPMRCA pode ser abordado como um problema de decisão, onde dadas inúmeras configurações de rotas possíveis e os respectivos retornos às áreas sensíveis, a questão de interesse será definir a solução com maior valor de utilidade possível. Ou seja, além do custo e do número de retornos, podem ser considerados fatores como risco ou a probabilidade de se encontrar o que se está buscando ao realizar uma determinada rota com um determinado número de retornos em uma área (por exemplo, a probabilidade de encontrar um sobrevivente em um cenário de busca e salvamento). Para auxiliar neste tipo de decisão, propusemos em [4] uma nova abordagem utilizando conceitos da teoria de Análise Estatística da Decisão onde foram incorporados conceitos da Teoria de Utilidade para considerar o risco inerente a este tipo de cenário [5]. Nos testes computacionais realizados a solução sugerida pela metodologia mostrou um comportamento esperado em relação ao perfil de exposição ao risco do decisor, representado pelas diferentes curvas de utilidade. No momento, encontra-se em desenvolvimento uma nova abordagem utilizando um algoritmo GRASP multiobjetivo onde foram feitas as adaptações necessárias para tratar o CRPMRCA. Foram realizados alguns testes e os resultados obtidos até o momento, apesar de limitados, parecem promissores. Entretanto, mais testes deverão ser realizados para validar a metodologia. II. Contextualização Para garantir que as áreas sensíveis permaneçam descobertas o mínimo de tempo possível é interessante buscar a maximização dos retornos a estas áreas. Por outro lado, a rota pode resultar em um custo muito alto. Assim, o problema é multiobjetivo devido ao tradeoff entre a maximização de retornos às áreas sensíveis e a minimização dos custos. Em [1], o problema foi denominado CRPMRCA (do inglês, Covering-Routing Problem with Maximum Returns to Critical Areas) e proposta uma formulação matemática. Em [2] utilizamos o método -restrito para resolver o CRPMRCA, que consiste de um procedimento clássico da literatura para tratar problemas multiobjetivos onde o problema é reformulado considerando somente um dos objetivos e incluindo os demais como restrições do problema limitados a um valor específico, o qual é atualizado iterativamente de forma a gerar a curva de trade-off. Em [3] foram apresentadas outras duas tentativas para tratar o problema, utilizando ainda a formulação proposta em [2]. A primeira consistiu em reduzir o custo dos arcos que passam por uma área sensível de forma a permitir um número maior de retornos a estas áreas. Esta redução foi feita utilizando uma porcentagem fixa dos valores originais. Em seguida, a formulação matemática foi utilizada e, no final, o custo original restaurado para mostrar o aumento resultante no custo final da rota. A segunda tentativa consistiu em manter no grafo somente os nós referentes às áreas sensíveis e utilizar como custo dos arcos o valor do caminho mínimo entre estas áreas. Em seguida, as áreas não sensíveis, ainda não consideradas na geração dos caminhos mínimos, são incluídas. A formulação é então utilizada considerando os nós do novo grafo. Em ambas as tentativas, a formulação matemática considerou somente o objetivo de minimização do custo e o retorno às áreas sensíveis foi permitido. III. Novas abordagens de resolução Nos trabalhos anteriores, buscava-se rotas otimizadas em relação ao custo e ao número de retornos. Entretanto, considerando os cenários de aplicação e da forma como o problema foi definido, o Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 IV. Considerações finais Como continuidade do trabalho, pretende-se utilizar outras metodologias multiobjetivo para comparação de resultados. Além disso, melhorias serão propostas na metodologia utilizada em [4] pois, apesar de ter mostrado coerência nos resultados considerando os parâmetros estabelecidos, a metodologia ainda necessita de uma calibração estatística dos parâmetros da função utilidade para que estes sejam representativos em relação à prescrição do comportamento dos decisores face ao risco para uma aplicação real. Por fim, um novo modelo está sendo desenvolvido para incluir limitações e características ao problema que até o momento não estavam sendo consideradas como, por exemplo, o tempo associado e a autonomia/capacidade da entidade que realizará o roteamento. V. Referências [1] [2] [3] [4] [5] M. J. P. Lamosa, D. M. Lamosa e M. M. De Marchi; Heurística modificada para um problema de roteamento e cobertura com maximização de retornos às áreas sensíveis – resultados computacionais, In: XLIII SBPO, Ubatuba, SP, 1535-1546, 2012. M. J. P. Lamosa, M. M. De Marchi e D. M. Lamosa; O problema de roteamento e cobertura num contexto de gerenciamento de crise, In: XLIV SBPO, Rio de Janeiro, RJ, 2012. M. J. P. Lamosa, M. M. De Marchi e D. M. Lamosa; Resolução do problema multiobjetivo de roteamento e cobertura com retorno às áreas sensíveis, In: XLV SBPO, Natal, RN, 2013. M. J. Pinto, M. M. De Marchi, C. A. L. Araújo Júnior e R. A. Scarpel; Análise estatística de decisão para tratar o problema de roteamento e cobertura com máximo retorno às áreas sensíveis, In: XVI ONPCE, São Carlos, SP, 2014. O. R. Bekman e P. L. Costa Neto; Análise Estatística de Decisão, Editora Edgard Blucher: São Paulo, 1980. Agradecimentos: à FAPESP, pelo financiamento do Projeto Temático n o 2010/10133-0. 123 Plataforma AEROGRAF – Um ambiente de integração Márcia Rodrigues Campos de Aquino1 , *, Ten Cel Av Flavio Petersen Júnior1, João Camilo da Silva1, José Paulo Breda Destro1, Airton Prati1, Cap Av Diego Bonato Langer1, Cap Av Diego Geraldo1 e Ten QOENG Davison Silva Santos1 1 Divisão de Geointeligência, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: planejamento de missão, PMA, planejamento de defesa, PDA, AEROGRAF, SIG. I. Introdução Na década de 90 o IEAv desenvolveu o Projeto AEROGRAF, cujo objetivo foi a criação de módulos (softwares) que pudessem atender as várias necessidades operacionais da FAB. Foram desenvolvidos quatro módulos: Inteligência (INT), Geoprocessamento (GEO), Planejamento de Defesa Aérea (PDA) e Planejamento de Missão Aérea (PMA). No início de 2003, foram iniciados estudos objetivando a atualização destes módulos, começando pelo PMA e pelo PDA, ambos com várias funcionalidades básicas em comum, mas completamente independentes. Optou-se por desenvolver um sistema único, onde as funcionalidades pudessem ser implementadas isoladamente, mas visualizadas no mesmo ambiente e onde elas pudessem trocar informações entre si através de interfaces bem definidas, sem necessidade de conhecimento completo umas das outras. Surgiu, então, a Plataforma AEROGRAF, que passou a ser utilizada como ambiente de integração dos projetos do IEAv que necessitam de um ambiente georreferenciado, notadamente para os estudos de caso das tecnologias de auxílio à decisão e avaliação de cenários táticos. II. Plataforma AEROGRAF A Plataforma AEROGRAF, Fig. 1, consiste de um Sistema de Informações Geográficas básico com visualização georreferenciada em 2D e 3D, animações em função do tempo e interface para o desenvolvimento de aplicações garantindo a modularidade e a integração entre quaisquer componentes desenvolvidos [1]. de posicionamento global; reconstituição, análise de vôos e análise de parâmetros de combate das aeronaves. O impacto operacional do PMA é muito significativo, permitindo, por exemplo, melhorar o desempenho das missões aéreas, economia de meios e aperfeiçoamento da instrução operacional de combate. A Fig. 2 apresenta exemplos de funcionalidades do PMA. Fig. 2. Exemplos de funcionalidades do PMA. IV. PDA O objetivo principal do PDA é facilitar ao planejador de defesa aeroespacial fazer seu planejamento baseado em um ponto sensível a ser defendido contra aeronaves incursoras hostis. O PDA simula coberturas de radares e de artilharia antiaérea, bem como a ação de interceptação das aeronaves de caça da FAB e calcula as linhas de defesa e as eventuais regiões de vulnerabilidade da Defesa Aérea. Na versão atual, em desenvolvimento, o PDA também disponibiliza a funcionalidade de planejamento de defesa aeroespacial focado na aeronave incursora, calculando e desenhando a região de combate provável entre a aeronave incursora e as aeronaves interceptadoras. O PDA é utilizado pelo COMDABRA (Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro) desde a década de 90 e atualmente foi atualizado e passou a ter novas funcionalidades utilizando a Plataforma AEROGRAF. A Fig. 3 apresenta os seguintes exemplos de funcionalidades do PDA: um cenário composto de três objetos, incursor, radar e artilharia (3 lóbulos menores), com as linhas de cobertura geradas e visualizadas em 3D; e a integração da cobertura de 6 radares de detecção 25.000 pés. Fig. 1. Plataforma AEROGRAF. III. PMA O PMA em sua versão atual utiliza a Plataforma AEROGRAF e consiste no desenvolvimento de componentes com funcionalidades de planejamento, análise e debriefing de missão. O PMA tem por objetivo ser o programa padrão em todas as Unidades Aéreas (UAE) do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), considerando a doutrina operacional das aviações de Asas Rotativas, Busca e Resgate, Caça, Patrulha, Reconhecimento e Transporte. Atualmente, o PMA permite o planejamento, análise e debriefing de missões aéreas, com funcionalidades como: compilação de cenários táticos em duas e três dimensões; criação de rotas de navegação com suporte a órbitas, reabastecimento em vôo, navegação por contato, dispersão da formação e padrões de busca; análise de separação entre trajetórias; integração com equipamentos 124 Fig. 3. Exemplos de funcionalidades do PDA. V. Referências [1] M. R. C. de Aquino, F. Petersen Júnior. e D. Bonato, Spectrum, 11, 2628 (2008). Agradecimentos: ao 062/COMAER/2008. EMAER, pelo financiamento do projeto Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Sistemas de apoio à decisão para alocação de recursos de defesa baseados em análises de risco inteligente Marcelo Zawadzki1,2*, Mischel Carmen Neyra Belderrain2, Gilberto Montibeller3, João J. Farias Neto1 2 1 Divisão de Geointeligência, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Divisão de Engenharia Mecânica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil 3 London School of Economics, Londres, Reino Unido, UK *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: alocação de recursos de defesa, teoria dos jogos, oponentes inteligentes, simulação. I. Motivação Decidir sobre a melhor forma de alocar recursos de defesa, especialmente quando se lida com um oponente inteligente e adaptável, é uma tarefa extremamente desafiadora. Visto como um jogo, neste escopo, cada parte envolvida age de acordo com suas crenças e de acordo com as antecipações que podem ser feitas sobre o adversário. Sendo capaz de lidar com interações estratégicas entre os lados envolvidos no jogo e considerar as ações que podem ser escolhidas como interdependentes, a teoria dos jogos fornece algoritmos e critérios para a obtenção de estratégias ótimas para atores racionais que podem influenciar o resultado de processos e têm interesses diferentes sobre as possíveis soluções finais. II. Atividades em desenvolvimento Decisões sobre a alocação de recursos de defesa para fazer frente a um oponente inteligente, como por exemplo, estados hostis organizados (casos de conflitos armados clássicos) ou organizações assimétricas como terroristas ou o crime organizado, exigem que se considere que, ao contrário de eventos naturais ou sistemas de engenharia, adversários inteligentes se adaptam a diferentes medidas defensivas que possam ser tomadas para combatê-los. Nesses casos, as perdas, ao invés de serem regidas pelo acaso, são proporcionadas por um oponente que tem como objetivo causar prejuízos [1]. Por hora investiga-se a adequação dos jogos de Stackelberg ao estudo da alocação de recursos de defesa. A Fig. 1 exibe um exemplo de um jogo de Stackelberg genérico que representa as diversas ações possíveis de serem escolhidas pela defesa (N_1, N_2, ..., N_y) e pelo ataque (s_0, s_1, ..., s_k). Ainda percebem-se as chances que o atacante possui de obter sucesso (v=1) ou fracasso (v=0) em suas investidas. Qual ação que a defesa deveria adotar? III. Áreas a serem desenvolvidas Um dos desafios que se enfatiza para a solução de problemas através dos jogos de Stackelberg é o problema da escalabilidade. Nestes tipos de jogos, o espaço de estratégias tanto da defesa quanto do atacante pode aumentar exponencialmente com o número de possibilidades de ataques e com o número maneiras de se alocar o recurso disponível para a defesa. Essa questão que pode vir a exigir um esforço computacional extremamente elevado. O que se vislumbra é um algoritmo que permita a analise de diversos problemas de decisão que representem a maneira como o atacante se adapta e se comporta a cada nova alocação de recurso que a defesa realiza (Fig. 2). Ao invés de se considerar todas as combinações possíveis de medidas de defesa, o algoritmo leva em conta apenas um subconjunto, evitando-se assim a explosão combinatória [2], [3]. Por meio de simulações de Monte Carlo podese obter a distribuição de probabilidade preditiva de do comportamento do atacante. Fig. 2. Problema de decisão Ainda existe a necessidade de se aprofundar na forma como as funções de utilidade associadas ao atacante devem ser construídas e, da mesma forma, existe a intenção de se explorar o modo como as probabilidades subjetivas de sucesso e fracasso para as investidas adversárias podem ser obtidas (análise de vulnerabilidades). Essa linha de pesquisa contribui para a determinação racional da alocação de recursos de defesa em situações nas quais se enfrenta um oponente inteligente o que, se enxergado a luz do teatro operacional da guerra aérea, é a missão precípua da Força Aérea Brasileira. IV. Referências Fig. 1. Jogo de Stackelberg genérico Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 [1] L. A. Cox; Risk analysis: an official publication of the Society for Risk Analysis, 29, 336–41 (2009). [2] M. Zawadzki e M. N. C. Belderrain; Adversarial risk analysis in defense resource allocation for sports mega-events. Apresentado em Dealing with disasters (DWD 2013) together with the 4th conference of the IDRIM, 2013. [3] M. Zawadzki; G. Montibeller e M. N. C. Belderrain; Adversarial Risk Analysis in Defense Resource Allocation: Discouraging a Terrorist Attack. Apresentado em INFORMS, 2013. 125 Avanços recentes em teoria dos jogos e árvores decisórias no IEAv João J. Farias Neto1*, Luísa A. de Almeida2, Heitor A. Vieira3 1 Divisão de Geointeligência, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 2 Centro de Computação da Aeronáutica CCA/DECEA, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Centro de Inteligência da Aeronáutica CIAER, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: árvores decisórias, teoria dos jogos, opções reais, valor da informação. I. Motivação A solução de problemas que envolvam decisões em ambientes sujeitos a incertezas frequentemente se beneficia da explicitação das árvores decisórias subjacentes a eles. A análise de riscos em operações complexas - sejam eles devidos a falhas de organização, a eventos naturais ou a inimigos maliciosos - é um desses problemas; nesse caso, redes bayesianas e teoria dos jogos são de grande ajuda para o seu equacionamento e solução. A priorização de atividades e a avaliação de empreendimentos se beneficiam do cálculo do chamado valor esperado da informação, que, ao ser levado em conta, pode mudar substancialmente o rumo daquelas e as decisões de investimento naqueles (opções reais). II. Avanços em 2013 No campo teórico, concluímos [1] que o algoritmo usado nos modelos ARA (Adversarial Risk Analysis) (ver, por exemplo, [2]) nem sempre converge. Exibimos casos em que a convergência ocorre e casos em que não. A simples mudança de ponto inicial pode alterar esse comportamento. Argumentamos que, quando o algoritmo não converge, o enfoque ARA é inútil, por não resultar na recomendação de uma estratégia bem definida. No caso de convergência, concluímos que o equilíbrio ARA é um refinamento do equilíbrio bayesiano. No campo prático, concluímos o desenvolvimento de um pacote computacional, denominado por nós VIPDecisions , para cálculo do valor da informação em árvores decisórias [3][4][5]. O IEAv entrou com pedido de registro junto ao INPI (protocolo número 018130041084) Ao contrário dos pacotes comerciais disponíveis, que só automatizam esse cálculo para diagramas de influência, o nosso o faz para árvores detalhadas e permite que se associe uma rede bayesiana a cada nó aleatório, de modo a se relacionar as probabilidades dos seus ramos a outras variáveis. Permite também a elaboração descentralizada da árvore: ramos da mesma organização elaboram suas sub-árvores decisórias e a direção geral as acopla facilmente à árvore global. Um algoritmo de reorganização da árvore em formato circular é outra característica inovadora. A possibilidade de se calcular, com alguns cliques de “mouse”, o valor da informação perfeita ou imperfeita de um subconjunto qualquer de nós aleatórios da árvore é a principal funcionalidade desse “software”. III. Áreas a serem desenvolvidas Estamos tentando atualmente estabelecer as condições que determinam a convergência ou não do algoritmo ARA e buscando aplicações para o VIPDecisions. A integração de modelos de dissuasão baseados em teoria dos jogos com o cálculo automatizado do valor da informação e o conceito de risco de Aumann e Serrano [6] deverá possibilitar análises mais precisas dos riscos e oportunidades em cenários que requeiram o uso da Força Aérea e em grandes empreendimentos de expansão do domínio do espaço aéreo e acesso ao orbital. O acoplamento a mercados de predição permitirá a diminuição da incerteza quanto a vários parâmetros desses modelos. 126 Essa linha de pesquisa contribuirá para a determinação racional do orçamento ótimo para a Aeronáutica, bem como de um plano diretor que priorize suas atividades de pesquisa e desenvolvimento. IV. Aplicações O equilíbrio ARA, se bem estabelecido e delimitado, facilitará a obtenção de estratégias ótimas em jogos complexos de ataque e defesa. A avaliação de projetos de pesquisa científica e tecnológica terá mais rigor, se usado o “software” desenvolvido. Parte-se do modelo básico (caso mais simples não degenerado) da Fig. 1, em que o governo tem duas possibilidades: apostar em desenvolvimento dependente (que não necessitará, mais adiante, de tecnologia nacional) ou independente (que só funcionará, se mais adiante o país dispuser das informações que seriam levantadas pelo projeto). O valor das informações obtidas com a pesquisa pode ser calculado com o pacote; de posse dele, ficará claro se vale a pena investir na pesquisa e, em caso afirmativo, quanto. O modelo básico é tão simples que pode ser calculado a mão; porém, para se obter seus parâmetros, será necessário subdividir seus ramos em vários níveis de sub-ramos, podendo a árvore resultante ser muito grande. Fig. 1: Valor da informação perfeita sobre o nó aleatório: 0,5 (=1,5-1). V. Referências [1] J.J. Farias Neto; INFORMS Annual Meeting, Minneapolis, EUA, p. 304304 (2013). [2] L. McLay; C. Rothschild; S. Guikema; Decision Analysis, Vol. 9, No. 1, pp. 41–54 (2012). [3] J. J. Farias Neto; L. A. de Almeida; H. A. Vieira; Anais Eletrônicos (CDROM) do XV SIGE - Simpósio de Aplicações Operacionais em Áreas de Defesa. São José dos Campos, ITA, p. 37-41 (2013). [4] L. A. de Almeida; H. A. Vieira ; J. J. Farias Neto; Anais do Simpósio de Ciência e Tecnologia do Instituto de Estudos Avançados (SCTI). São José dos Campos, Instituto de Estudos Avançados, pp. 168-172 (2013). [5] J. J. Farias Neto; M. Zawadski.; L. A. de Almeida; H. A. Vieira; Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento - IEAv. São José dos Campos, Instituto de Estudos Avançados, v. 6. p. 119-119 (2013). [6] R. J. Aumann e R. Serrano, An Economic Index of Riskiness, working paper n. 20, Dept. of Economics, Brown University. 2006. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Alguns cálculos de criticalidade em geometria esférica Alexandre D. Caldeira Divisão de Energia Nuclear, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: criticalidade, geometria esférica, transporte, difusão, nêutrons, métodos determinísticos. I. Introdução 28 f Nos processos de verificação e validação de um procedimento ou programa computacional, os resultados obtidos são comparados, respectivamente, com valores calculados com procedimentos ou programas diferentes e valores experimentais. Neste trabalho, são reproduzidos alguns resultados de cálculos de criticalidade realizados para os problemas-padrão Godiva [1] e Jezebel [1], que são, respectivamente, esferas de urânio enriquecido e plutônio metálicos. Inicialmente, são comentados uma Dissertação de Mestrado [2] e um Relatório Interno [3], que utilizaram a Teoria de Transporte de Nêutrons. Posteriormente, é abordada uma metodologia descrita na literatura [4], que utiliza a Teoria de Difusão de Nêutrons. II. Estudo comparativo entre conjuntos de seções de choque Naquele estudo comparativo [2], os resultados obtidos com o programa computacional DTF-IV, usando uma biblioteca de dados nucleares multigrupo gerada pelo sistema NJOY a partir da biblioteca de dados nucleares avaliados ENDF/B-IV, foram muito bons para sistemas rápidos e os piores para sistema epitérmicos e térmicos, quando comparados com valores recomendados e experimentais. Tanto para sistemas rápidos quanto para sistemas epitérmicos e térmicos, um conjunto de seções de choque foi gerado usando os módulos MODER / RECONR / BROADR / UNRESR / GROUPR / DTFR e função de ponderação Maxwelliana, para a faixa térmica; 1/E, para a faixa epitérmica; e espectro de fissão, para a faixa rápida. Na Tab. 1 são apresentados os valores experimental e calculados dos raios críticos para os sistemas rápidos. Problema-padrão Godiva Jezebel Tab. 1. Raio crítico (cm). Recomendado [1] Estudo [2] 8,741 8,863 6,385 6,331 espectro de fissão teórico e ajustado de Watt como função de ponderação. Na Tab. 2 são apresentados os valores experimental e calculados do fator de multiplicação efetivo, k eff , e de um índice espectral, a razão . Literatura [4] 8,370 6,346 Embora a seqüência de módulos seja a indicada para sistemas rápidos, a função de ponderação usada é característica de sistemas térmicos, como os reatores de Angra. Em outras palavras, naquele estudo, para sistemas rápidos a seqüência de módulos estava apropriada, mas a função de ponderação não era a mais indicada. Por outro lado, para sistemas epitérmicos e térmicos, a seqüência de módulos não era a mais apropriada, mas a função de ponderação era a mais indicada. Assim sendo, acredita-se que deveriam ter sido gerados dois conjuntos de seções de choque: um para sistemas rápidos e outro para sistemas epitérmicos e térmicos. O conjunto para sistemas rápidos com a seqüência de módulos MODER / RECONR / BROADR / UNRESR / GROUPR / DTFR e um espectro de fissão como função de ponderação. O conjunto para sistemas epitérmicos e térmicos com a seqüência de módulos MODER / RECONR / BROADR / UNRESR / THERMR / GROUPR / DTFR e a função Maxwelliana + 1/E + espectro de fissão como função de ponderação. Tab. 2. k eff e f28 f25 . Parâmetro k eff f28 f25 Naquele relatório [3], os resultados obtidos com o programa computacional ANISN, usando uma biblioteca de dados nucleares multigrupo gerada pelo sistema NJOY a partir da biblioteca de dados nucleares avaliados ENDF/B-IV, foram muito bons para sistemas rápidos quando comparados com valores experimentais. Dois conjuntos de seções de choque foram gerados com os módulos MODER / RECONR / BROADR / UNRESR / GROUPR / DTFR e o Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Experimento [1] 1,000 0,001 0,1647 0,0018 Teórico [3] 1,00081 0,17139 Ajustado[3] 1,00085 0,17139 Apesar do espectro do problema-padrão Godiva não ser o espectro de fissão puro do 235U, o objetivo principal daquele relatório era avaliar a influência da escolha da função de ponderação na geração das seções de choque multigrupo. IV. Outro olhar sobre criticalidade sem confinamento: apenas um número Na literatura [4], é descrito um procedimento para o cálculo do raio crítico, tendo como base a solução da Equação de Difusão em geometria esférica, descrito, resumidamente, a seguir. Inicialmente, é calculado o parâmetro adimensional , definido como 2 f ( 1) el f , onde f , el e representam, respectivamente, as seções de choque médias microscópicas de fissão, de espalhamento elástico e o número de nêutrons emitidos por fissão. A seguir, são calculadas as quantidades d 1 1 1 3 2 e γ 3 1 1 4 2 . Posteriormente, a quantidade x é obtida através da solução da Equação Transcendental x cotan(x) x 1 0 , resultante da aplicação da condição de contorno à solução da Equação de Difusão. Finalmente, o raio crítico, 1 em m, é determinado por rc x d tr , sendo n , tr f el e n tr tr a densidade atômica do nuclídeo físsil. Os valores calculados [4] utilizando este procedimento estão mostrados na Tab. 1. V. Comentários finais Analisando-se os comentários realizados para aquele estudo comparativo, Seção II, observa-se que a influência da escolha dos módulos do sistema NJOY na qualidade dos resultados produzidos é muito maior do que a escolha da função de ponderação utilizada, como era esperado. A escolha da função de ponderação é o ponto-chave no processo de geração de seções de choque multigrupo. Entretanto, nos cálculos realizados naquele relatório, Seção III, observou-se que a mudança na forma do espectro influenciou levemente as seções de choque calculadas não provocando variações significativas nos parâmetros integrais. A simplicidade e a qualidade dos resultados obtidos com o procedimento descrito na literatura, Seção IV, se apresentam como pontos importantes a serem considerados no processo de verificação. VI. Referências [1] III. Parâmetros integrais para a Lady Godiva calculados com os espectros de fissão teórico e ajustado do 235U 25 f [2] [3] [4] Cross Section Evaluation Working Group Benchmark Specifications, ENDF-202, Brookhaven National Laboratory, BNL-19302 (1974). Alexandre D. Caldeira; Estudo Comparativo entre Conjuntos de Seções de Choque, Dissertação de Mestrado, Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, RJ (1983). Alexandre D. Caldeira; Parâmetros Integrais para o Problema-padrão Godiva Calculados com os Espectros de Fissão Teórico e Ajustado do 235 U, Relatório Interno IEAv-03/87, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP (1987). B. Cameron Reed; The Physics of the Manhattan Project, 2nd Edition, Springer-Verlag Berlin Heidelberg (2011). 127 Determinação do equivalente de dose ambiente simulando a esfera ICRU com as sugestões da ICRP 103 para cálculo do fator de ponderação para a radiação Leonardo de Holanda Mencarini1*, Claudio Antonio Federico2 e Linda V. E. Caldas3 1 Divisão de Energia Nuclear, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil Divisão de Física Aplicada, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil 3 Gerência de Metrologia das Radiações, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, SP, Brasil *E-mail para correspondência: [email protected] 2 Palavras Chave: equivalente de dose ambiente, MCNPX, esfera ICRU. I. Breve histórico O fator de ponderação para a radiação, WR, foi definido para as grandezas dosimétricas de proteção relacionado com o fator de qualidade, Q, em função da transferência linear de energia (L). No relatório ICRP 60 [1], o método de cálculo do fator de ponderação para a radiação foi modificado nos cálculos das grandezas dose equivalente e dose efetiva. Este fator WR deveria ser considerado nas aplicações envolvendo a área de proteção radiológica. Uma reavaliação dos valores de WR foi disponibilizado pelo relatório ICRP 103 [2], onde os valores de WR para prótons e nêutrons diferem do relatório ICRP 60 [1]. Os valores de WR passam a ser especificados em função do tipo e, no caso dos nêutrons, em termos da energia da radiação incidente. II. Metodologia Empregando o código computacional MCNPX 2.7.0 [3], com a finalidade de estimar as alterações nos valores de equivalente de dose ambiente por unidade de fluência na esfera ICRU, utilizando os valores de WR sugeridos pelo relatório ICRP 103 [2], que consiste do emprego das equações apresentadas a seguir para cálculo do WR em função da energia do nêutron incidente ( ): ) [ [ , ) [ e ) . (1) (2) (3) As alterações mais significantes em comparação com o relatório ICRP 60 [2] ocorrem na faixa de energia abaixo de 1 MeV, que leva em conta a maior contribuição de fótons secundários na dose absorvida, e o decréscimo do fator de ponderação para nêutrons acima de 100 MeV [2]. Os resultados são apresentados na Fig. 1 e Tab. 1. Tab. 1. Comparação dos valores da grandeza dosimétrica equivalente de dose ambiente utilizando os valores de WR apresentados na ICRP 74 e ICRP 103. A B C D E F 1,00×10−5 2,03 3,20 ± 0,60 11,3 7,76 ± 1,46 6,48 ± 1,22 1,00×10−4 2,07 2,69 ± 0,07 9,40 6,58 ± 0,18 5,55 ± 0,15 1,00×10−3 1,77 3,63 ± 1,06 7,90 7,25 ± 2,00 6,41 ± 1,88 1,00×10−2 2,60 2,76 ± 0,07 10,5 9.61 ± 0,25 7,18 ± 0,18 3,00×10−2 3,07 3,92 ± 0,80 23,7 20,2 ± 4,10 12 ± 2,44 5,00×10−2 4,00 5,71 ± 1,20 41,1 38,9 ± 5,81 22,9 ± 4,81 1,00×10−1 6,62 8,65 ± 1,68 88,0 88,5 ± 17,2 57,2 ± 11,1 2,00×10−1 11,2 11,2 ± 0,60 170 178 ± 9,77 126 ± 6,91 3,00×10−1 13,4 14,6 ± 0,60 233 253 ± 11,2 195 ± 8,66 5,00×10−1 18,5 18,5 ± 0,10 322 328 ± 1,83 342 ± 1,92 7,00×10−1 17,7 23,1 ± 1,49 375 445 ± 28,8 409 ± 26,4 1,00×100 17,5 29,6 ± 0,66 416 537 ± 12,0 520 ± 11,6 2,00×100 15,4 35,5 ± 0,70 420 557 ± 11,7 548 ± 11,6 5,00×100 6,42 54,7 ± 3,70 405 354 ± 24,0 352 ± 23,8 1,00×101 6,40 67,9 ± 3,24 440 437 ± 20,8 434 ± 20,7 1,60×101 7,09 76,3 ± 3,64 555 543 ± 25,9 541 ± 25,8 2,00×101 7,41 81,8 ± 8,23 600 607 ± 61,0 606 ± 61,0 3,00×101 4,89 81 ± 13,3 515 453 ± 74,1 452 ± 74 1,00×102 3,74 76,7 ± 5,91 285 307 ± 23,7 287 ± 22,1 2,01×102 4,34 35,5 ± 5,48 260 190 ± 29,3 154 ± 23,8 onde: A representa a energia do nêutron incidente em MeV; B representa o fator de qualidade efetivo (Qeff) em Sv/Gy obtido neste trabalho; C representa a dose absorvida pela unidade de fluência (D*(10)/Φ) obtida neste trabalho em pGy×cm2; D representa o equivalente de dose ambiente pela unidade de fluência (H*(10)/Φ) em pSv×cm2 [4]; E representa o equivalente de dose ambiente pela unidade de fluência (H*(10)/Φ) obtido neste trabalho segundo as recomendações do relatório ICRP 74 [4] em pSv×cm2; F representa o equivalente de dose ambiente pela unidade de fluência (H*(10)/Φ) obtido neste trabalho segundo as recomendações do relatório ICRP 103 [2] em pSv×cm2. III. Considerações finais Conforme mencionado anteriormente, as alterações mais significantes ocorreram nos nêutrons incidentes com energias abaixo de 1 MeV, onde os valores obtidos de H*(10) apresentaram na faixa de energia de 5,00×10−2 MeV sua maior variação (69,87%) em relação aos valores calculados com as orientações da ICRP 74 [4]. IV. Referências Fig. 1. Curvas do equivalente de dose ambiente por unidade de fluência do feixe de nêutrons (H*(10)/Φ) na esfera ICRU em função da energia de radiação incidente, empregando-se os valores de fator de ponderação para nêutrons da ICRP 74 [4] e ICRP 103 [2]. [1] ICRP. International Commission on Radiological Protection. Recommendations of the International Commission on Radiological Protection. Publication 60. Annals of the ICRP, v. 21, n. 1-3, 1991. [2] ICRP. International Commission on Radiological Protection. The 2007 Recommendations of the international commission on radiological protection. Publication 103, Annals of the ICRP, v. 37, n. 2-4, 2007. [3] Pelowitz, D. MCNPX user‘s manual version 2.7.0. Los Alamos: National Laboratory. Report LA-CP-11-00438, 2011. [4] ICRP. International Commission on Radiological Protection. Conversion coefficients for use in radiological protection against external radiation. Publication 74. Annals of the ICRP, v. 26, n. 3, 1997. Agradecimento: Um dos autores (LVEC) agradece ao CNPq pelo suporte financeiro parcial. 128 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Estudo de anomalias observadas no decaimento de alguns nuclídeos e possível relação com solar radiações Francisco B. Guimaraes Divisão de Energia Nuclear, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil *E-mail para correspondência : [email protected] Palavras Chave: decaimento nuclear, radiações solares, dark matter, mecanismo de Higgs. I. Introdução Um fenômeno não usual tem sido observado com as taxas de decaimento de alguns nuclídeos, por exemplo. 32Si, 54Mn e 226Ra, como reportado por Jenkins et al. [1] e Jenkins e Fischbach [2], mostrando variações sazonais e uma possível conexão com as radiações solares. Tal fenômeno está em clara contradição com o approach usual do Modelo Padrão da física de particulas elementares que prediz meias-vidas constantes para todos os processos de decaimento como uma função dos parâmetros de acoplamento das partículas interagentes. Neste projeto, nós pretendemos analizar o fenômeno teóricamente, usando a teoria eletro-fraca atual (EW) e uma possível reinterpretação do mecanismo de Higgs, para determinar a sua compatibilidade com o presente paradígma ou sugerir uma extensão da teoria atual. A importância de uma possível variabilidade das taxas decaimento é difícil de ser exagerada. Isótopos radioativos como 125I e 103Pd (captura-e-) e 90Y (decaimento-β) são usados em imaging em medicina nuclear e em brachyterapia; 14C (decaimento-β) tem aplicações em geologia e paleontologia para estimar a idade de objectos e sistemas; a própria estabilidade dos núcleos depende das interações fracas para determinar quais isótopos de um determinado elemento são radioativos ou não, com aplicações práticas em generação de energia e física de reatores, controle de dejetos nucleares, viagens spaciais, física solar e outras areas estratégicas. Portanto, é de extremamente importante determinar se o decaimentoβ, a captura-e- e outras reações nucleares EW podem ser influenciadas ou não por agentes não-locais. II. Previos modelos teoricos O approach tradicional [1,4] sugeriria que possivelmente "novas partículas" originadas no Sol ou variações do fluxo de neutrinos solares poderiam estar afetando as taxas de decaimento na Terra e, como a potência das radiações na Terra depende da distância TerraSol, RES, da mesma forma haveria uma influência sobre o decaimento radioativo, como indicado na Fig. 1. radiações solares e não consideraram a observada existência de uma defasagem entre as variações dos parâmetros orbitais e as taxas de decaimento. De fato, as Figs. 1, 3 da Ref.[3] mostram variações sazonais para as taxas de decaimento 22Na/44Ti e 133Ba/108Ag, e a Fig.3 da Ref.[4] mostra dependência temporal na potência de um reator nuclear a bordo da espaçonave Cassini, gerada por decaimento-. Nesse sentido, as Refs. [3,4] corroboram a tese principal das Refs. [1,2], ou seja, a da variação sazonal das taxas de decaimento. Uma teoria de gravitação baseada na existência de um "campo escalar"[5] e um modelo baseado em “dark energy” [6] também foram sugeridos para explicar o fenômeno, mas as resultantes mudanças esperadas na constante de estrutura fina, EM, seriam observáveis apenas em períodos da ordem de bilhões de anos. III. Nossa proposta Se considerarmos o sistema solar como em estado de equilibrio auto-consistente, um approach mais apropriado, do que simplesmente correlacionar as taxas de decaimento com RES, seria centrar a descrição na dependência temporal dos decaimentos e supor que uma força externa age simultaneamente na Terra e no Sol e não necessariamente se origina no Sol. Neste caso, essa força poderia ser conectada com “dark matter” (DM) e EW devido à variação sazonal da velocidade da Terra em relação ao halo de DM da Via Láctea. Esta variação foi observada por Barnabei et al.[7], com máximos em Junho e mínimos em Dezembro, e a análise da Ref.[1] mostra máximos e mínimos das taxas de decaimento com uma defasagem aproximadamente constante de 6 meses em relação ao fluxo de DM. A idéia deste projeto é investigar uma possível conexão da variação sazonal de DM que poderia produzir alterações na própria constante EM. Isto é possível se as massas dos bosons da força fraca não forem constantes. Outro problema é que as interações fracas são supostas ter curto alcance e, de acordo com o paradígma aceito presentemente, uma enorme densidade de DM seria necessária para produzir a observada alteração das taxas de decaimento. Portanto, nosso estudo está centrado na descoberta de modos do campo fraco com massas menores do que os valores presentemente aceitos. Nós propomos uma reavaliação da definição de DM, usando diretamente os bosons da interação fraca e uma reinterpretação do mecanismo Higgs para generação de massa, para definir as forças fracas de maneira mais semelhante às forças eletromagnéticas do que a aceita no paradígma atual. Se este estudo for bem sucedido, uma intensificação das pesquisas experimentais nessa direção seria justificável. IV. Referências [1] [2] Fig.1 Correlação entre decaimento do 32Si e Terra-Sol distance. Esta explicação encontrou forte oposição nas análises das Refs. [3,4], centradas na correlação com RES. Entretanto, as Refs. [3,4] usaram períodos de observação não tão longos como os da Ref.[1], não apresentaram qualquer comparação com intensidade das Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 J. H. Jenkins et al. [1, 2]; Astropart. Phys., 32, Issue 1, 42–46 (2009). J. H. Jenkins e E. Fischbach Astropart. Phys., 31, Issue 6, 407–411 (2009). [3] E. B. Norman et al.; Astropart. Phys., 31, Issue 2, 135–137 (2009). [4] P. S. Cooper; Astropart. Phys., 31,Issue 4, 267–269(2009). [5] J. D. Barrow e D. J. Shaw, Phys. Rev. D 78, 067304 (2008). [6] C. Wetterich, Phys. Rev. D 67, 043513 (2003). [7] R. Barnabei et al. arXiv:1301.6243 [astro-ph.GA] (2013). 129 Soluções aproximadas para o problema de transporte de partículas em dutos Roberto D. M. Garcia Divisão de Energia Nuclear, Instituto de Estudos Avançados, São José dos Campos, SP, Brasil E-mail para correspondência: [email protected] Palavras Chave: transporte de partículas, dutos, método de ordenadas discretas, modelo aproximado. I. Introdução O transporte de partículas em dutos é um tema extensivamente estudado desde o início do século passado. O interesse inicial no assunto surgiu em estudos fundamentais de cinética dos gases, em particular no escoamento de gases em regime molecular livre [1], onde as colisões entre as partículas do gás podem ser negligenciadas. Na década de 80, foi retomado o interesse no assunto, agora sob a perspectiva da pesquisa em fusão termonuclear controlada, com interesse especifico no estudo de esquemas de remoção de partículas neutras do plasma de um tokamak [2]. Em virtude do problema de transporte de partículas em dutos ser tridimensional no espaço, cálculos realísticos são realizados em geral com o método Monte Carlo ou com um método conhecido como “view factor”. Entretanto, tais métodos demandam tempos computacionais elevados, o que motivou a busca de modelos aproximados que permitissem a obtenção de resultados a um custo computacional menor, ainda que com alguma perda em acurácia. II. Modelos unidimensionais aproximados Em um trabalho publicado em 1984, Prinja e Pomraning [2] propuseram um modelo unidimensional aproximado de transporte em dutos. O modelo destes autores é baseado em calcular a média da distância entre colisões partícula-parede sobre a seção transversal do duto e uma das variáveis angulares que especificam a direção de movimento da partícula (o ângulo azimutal) e tomar o resultado obtido como um livre caminho médio. Conforme a prática usual, o inverso do livre caminho médio foi identificado como uma seção de choque macroscópica e utilizado em uma equação de transporte dependente de apenas uma variável espacial (a distância ao longo do eixo do duto) e uma variável angular (o cosseno do ângulo polar). Uma característica desta equação que foge do padrão é o fato da seção de choque macroscópica possuir dependência angular. Ao mesmo tempo, Larsen [3] demonstrou com rigor matemático que a aproximação proposta por Prinja e Pomraning corresponde à ordem mais baixa em uma hierarquia de aproximações obtida a partir de um procedimento baseado em resíduos ponderados, onde a distribuição de partículas no duto é aproximada em termos de funções de base. O trabalho de Larsen foi importante, pois abriu a possibilidade de desenvolver modelos unidimensionais melhorados, usando ordens de aproximação mais elevadas. O modelo de Prinja e Pomraning corresponde à utilização de apenas uma função de base (constante) na hierarquia de Larsen e, infelizmente, não fornece bons resultados para a probabilidade de transmissão de dutos longos. Para mitigar esta dificuldade, Larsen, Malvagi e Pomraning [4] desenvolveram um modelo unidimensional aproximado com duas funções de base, que teve sucesso na redução do erro inerente ao modelo aproximado com uma função de base. O modelo da Ref. [4] resulta em duas equações de transporte acopladas, como no modelo de dois grupos de energia em transporte de nêutrons [5], mas com seções de choque macroscópicas dependentes do cosseno do ângulo polar. Vários anos depois, Garcia, Ono e Vieira [6] desenvolveram o modelo de três funções de base, onde o erro foi reduzido mais ainda. III. Método de ordenadas discretas numérico Na Ref. [4], as equações de transporte para os modelos de uma e de duas funções de base foram resolvidas com uma versão numérica do método de ordenadas discretas. Basicamente, esta versão do 130 método consiste em aproximar a integral na equação de transporte com uma quadratura e a derivada espacial por diferenças [5]. O conjunto resultante de equações algébricas é resolvido por iteração. A solução obtida na Ref. [4] foi aperfeiçoada por Garcia e Ono [7], através da utilização de uma decomposição do problema em: (a) um problema sem colisão, que tem solução analítica, e (b) um problema colidido, onde a solução é mais suave que a solução do problema original e, portanto, pode ser obtida com uma ordem de quadratura mais baixa. Além disso, Garcia e Ono desenvolveram um novo esquema de quadraturas mais adequado para o problema [7]. O ganho em tempo computacional das soluções em ordenadas discretas numéricas dos modelos aproximados com duas ou três funções de base sobre simulações Monte Carlo do problema original foi avaliado como sendo de tipicamente uma ordem de grandeza [4,6]. Os erros máximos observados na probabilidade de reflexão para dutos de seção circular com razões entre comprimento e raio variando entre 0,1 e 10,0 foram de 9,1% para o modelo com duas funções de base e 5,0% para o modelo de três funções de base [6]. Para a probabilidade de transmissão, os erros máximos observados foram de 0,44% e 0,27%, respectivamente [6]. IV. Método de ordenadas discretas analítico Apesar do bom desempenho computacional do método de ordenadas discretas numérico, quando comparado ao método Monte Carlo, foi possível melhorar ainda mais esse desempenho, utilizando o método de ordenadas discretas analítico proposto por Barichello e Siewert [8]. A diferença fundamental deste método para o método numérico é que a variável espacial não é discretizada. O sistema de equações diferenciais obtido ao se aproximar a integral da equação de transporte por quadraturas é resolvido por expansão em soluções elementares, que, no caso, são funções exponenciais. Esta idéia foi testada com sucesso para o modelo de uma função de base [9]. Observou-se uma redução substancial na ordem da quadratura necessária para uma dada precisão nos resultados, o que reduziu, tipicamente, em uma ordem de grandeza o tempo de CPU, em comparação com o método de ordenadas discretas numérico. V. Comentários finais Encontra-se em fase final de implementação o método de ordenadas discretas analítico para o modelo de duas funções de base. Resultados preliminares são promissores e indicam um ganho de tempo computacional similar ao obtido para o modelo de uma função de base em relação ao método de ordenadas discretas numérico. VI. Referências [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] [9] L. B. Loeb; Kinetic Theory of Gases, McGraw-Hill, New York, 1934. A. K. Prinja e G. C. Pomraning; Transp. Theory Stat. Phys., 13, 567−598 (1984). E. W. Larsen; Transp. Theory Stat. Phys., 13, 599−614 (1984). E. W. Larsen, F. Malvagi e G. C. Pomraning; Nucl. Sci. Eng., 93, 13−30 (1986). G. I. Bell e S. Glasstone; Nuclear Reactor Theory, Van Nostrand Reinhold, New York, 1970. R. D. M. Garcia, S. Ono e W. J. Vieira; Nucl. Sci. Eng., 136, 388−398 (2000). R. D. M. Garcia e S. Ono; Nucl. Sci. Eng., 133, 40−54 (1999). L. B. Barichello e C. E. Siewert; J. Quant. Spectrosc. Radiat. Transfer, 62, 665−675 (1999). R. D. M. Garcia; Nucl. Sci. Eng., 177, 35−51 (2014). Agradecimentos: ao CNPq, pelo apoio a este projeto de pesquisa. Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 ÍNDICE DE AUTORES Abe, N.: 96, 102, 103 Almeida, D. D.: 102 Almeida, D.: 122 Almeida, L.: 126 Almeida, V.: 116 Alvarenga, M.: 89 Amarante, M. d.: 111 Aquino, M. R.: 124 Arisseto, J.: 117 Assis, N.: 89 Assunção, T. L.: 88, 89 Aumiller, A.: 117 Barbosa, C.: 118 Barbosa-Neto, F.: 115 Barreta, L.: 94 Belderrain, M. C.: 125 Bonato, D.: 124 Boss, A.: 98, 100 Brito, V.: 97, 98, 100, 101, 104, 111 Caldas, L.: 128 Caldeira, A. D.: 127 Camillo, G. P.: 88, 89 Cantarero, A.: 113 Carinhana Junior, D.: 94 Carlos, A. F.: 90, 91 Carvalho, F. E.: 98, 100, 111 Carvalho, M.: 118 Castro, R. M.: 96 Cazo, R. M.: 118 Christ, B.: 114 Cipeli, J. F.: 107 Cunha, S.: 111 da Silva Junior, C.: 103 Dacal, L.: 113 Damião, A. J.: 115, 117 Daro, F. R.: 99 Daro, F.: 101 de Farias Neto, J. J.: 125, 126 de Lima, R. G.: 101, 104 De Marchi, M. M.: 122, 123 De Polli Migliano, Y.: 98, 99, 100, 101, 104, 111 Destro, J.: 124 Destro, M.: 117 Destro, M. A.: 115 Dondeo, F.: 115, 117 Federico, C.: 107 Federico, C. A.: 106, 112, 128 Ferraz, J.: 117 Filho, O. P.: 110 Follador, R.: 88 Fortes, M.: 106 Ativ. P&D IEAv, v.7, mai/2013-jun/2014 Fraile Jr., A. C.: 93 Freitas, C. R.: 98, 100 Porto, B.: 88, 89 Prati, A.: 124 Garcia, R.: 130 Geraldo, D.: 124 Geraldo Destro, M.: 114 Gonçalez, O. L.: 105, 106, 108, 109, 112 Gontijo, M. R.: 104 Guimaraes, F. B.: 129 Rabelo, R.: 116 Rêgo, I.: 88, 89 Ribeiro, P.: 108 Riva, R.: 114 Roberto-Neto, O.: 90, 91 Rocamora Jr., F. D.: 95 Rodrigues, N.: 114 Rolim, T.: 88 Rosa, M.: 92, 93, 95 Hieda, M.: 97 Hirata, A.: 99, 101 Hirata, A. K.: 104 Imamura, O.: 122 Jakutis, J.: 114 Lamosa, M.: 122, 123 Lasmar Guimarães, A.: 94 Lavras, L.: 117 Lelis, O.: 107 Lemos, L. V.: 104 Lira, H. L.: 116 Louzada, R.: 116 Luis de Siqueira Ferreira, J.: 116 Machado, D.: 94 Machado, J.: 97 Marques, M.: 110 Matos, P.: 94 Medeiros, F. L.: 120, 121 Mencarini, L.: 112, 128 Mendes, A.: 106 Migliano, A. C.: 97, 98, 99, 100, 101, 104, 111 Montibeller, G.: 125 Moura, A. F.: 92 Muraro Jr, A.: 103 Neri, J.: 114 Saba, W.: 103 Sakamoto, J. M.: 118 Salvadori, M.: 99 Santos, A.: 88, 94 Santos, D.: 124 Santos, H.: 107 Santos, M.: 117 Sbampato, M.: 114 Scheid, V.: 119 Silva, J.: 124 Silveira, C.: 114 Siqueira, J.: 95 Sperotto, L. K.: 102 Tanaka, R. Y.: 96, 102, 103 Tolomelli, L.: 94 Toro, P. G.: 88, 89 Vaz, R.: 105 Vieira, G. S.: 96, 102 Vieira, H.: 126 Violim, L.: 101, 111 Wirth, G. I.: 108 Xavier, R.: 97 Zanella, G.: 101 Zanella, G. P.: 99, 104, 111 Zawadzki, M.: 125 Oliveira, A.: 94 Passaro, A.: 96, 102, 103, 112 Pazianotto, M. T.: 112 Pedrosa, L.: 119 Pedroso, D. d.: 102 Pereira, A. F.: 102 Pereira, H.: 107 Pereira, M.: 107 Pereira Junior, E.: 106, 109 Petersen, F.: 124 Pinto, J. d.: 112 131