a o 8 SÉRIE 9 ANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Caderno do Aluno Volume 1 LÍNGUA PORTUGUESA Linguagens GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO ALUNO LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS 8a SÉRIE/9o ANO VOLUME 1 Nova edição 2014 - 2017 São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Caro(a) aluno(a), O Caderno do Aluno de Língua Portuguesa – volume 1 traz algumas experiências de aprendizagem especialmente elaboradas, para que você tenha oportunidade de familiarizar-se com o emprego adequado da Língua Portuguesa, para utilizá-la com competência nas diferentes situações de comunicação e nas relações com outras pessoas, ao falar, ler ou escrever. Neste volume, com a orientação do professor, você poderá enriquecer suas experiências de leitura e de escrita, principalmente ao estudar textos argumentativos, especificamente o artigo de opinião, a resenha e a carta do leitor. Além disso, será de grande valia o estudo dos vários tipos de debate regrado: de opinião, para tomada de decisões e para a resolução de problemas. Acompanhe as explicações do professor, troque ideias, faça perguntas, anotações, não guarde dúvidas, ajude e peça ajuda aos colegas. Organize-se para fazer as tarefas e manter-se sempre em dia com os estudos. Vamos juntos aprender mais e mais a cada dia! Bom estudo! Equipe Curricular de Língua Portuguesa Área de Linguagens Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB Secretaria da Educação do Estado de São Paulo Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DA TIPOLOGIA “EXPOR” Leitura e análise de texto 1. Leia individualmente os textos a seguir. Texto 1: verbete da Enciclopédia dos povos indígenas no Brasil Grupo indígena Deni Os Deni estão entre os grupos indígenas da região dos rios Juruá e Purus que, na década de 1940, sofreram os impactos do segundo ciclo da borracha, que atraiu milhares de migrantes. Com estes, vieram doenças, violentas disputas territoriais e exploração da mão de obra indígena. Desde então, os Deni tiveram que esperar décadas até terem seus direitos territoriais assegurados, sendo preciso iniciar uma campanha de autodemarcação das terras, com apoio de Ongs, para então conseguirem a demarcação oficial, que foi concluída em agosto de 2003. Ainda enfrentam, contudo, problemas advindos de invasões recorrentes para atividades clandestinas como pesca e extração de madeira. INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Enciclopédia dos povos indígenas no Brasil. Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt/povo/deni>. Acesso em: 28 maio 2013. © Scott Stulber/Photographer’s Choice/Getty Images Texto 2: trecho de uma entrevista com Roger Chartier Muitos dizem que o gosto dos jovens pela leitura é um desafio. Chartier: Certamente. Mas é papel da escola incentivar a relação dos alunos com um patrimônio cultural cujos textos servem de base para pensar a relação consigo mesmo, com os outros e o mundo. É preciso tirar proveito das novas possibilidades do mundo eletrônico e ao mesmo tempo entender a lógica de outro tipo de produção escrita que traz ao leitor instrumentos para pensar e viver melhor. O senhor quer dizer que a internet pode ajudar os jovens a conhecer a riqueza do mundo literário? Chartier: Sim. O essencial da leitura hoje passa pela tela do computador. Mas muita gente diz que o livro 5 Mulher lendo um livro impresso. © Christopher Robbins/Photodisc/Getty Images Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Homem lendo um texto no computador. acabou, que ninguém mais lê, que o texto está ameaçado. Eu não concordo. O que há nas telas dos computadores? Texto – e também imagens e jogos. A questão é que a leitura atualmente se dá de forma fragmentada, num mundo em que cada texto é pensado como uma unidade separada de informação. Essa forma de leitura se reflete na relação com as obras, já que o livro impresso dá ao leitor a percepção da totalidade, coerência e identidade; o que não ocorre na tela. É muito difícil manter um contato profundo com um romance de Machado de Assis no computador. Entrevista feita por Cristina Zahar com Roger Chartier, especialista em história da leitura. Os livros resistirão às tecnologias digitais. Revista Nova Escola, ano XXII, n. 204, ago. 2007. Texto 3: artigo de divulgação científica escrito especialmente para o Caderno Mais!, da Folha de S.Paulo Como o beija-flor maximiza o ganho de energia © Tim Flach/Stone/Getty Images Os beija-flores são os menores vertebrados endotérmicos, isto é, cuja temperatura é mantida constante por processos regulatórios internos. Por isso, é natural que sua taxa metabólica específica, ou por unidade de massa, seja muito elevada. Esse é um princípio geral que relaciona a energia metabólica com a massa do animal. Mas há um outro motivo para esse alto metabolismo: é o seu modo de se alimentar, librando-se diante das fontes de néctar. J. M. Diamond e colaboradores (“ Nature”, 320, 62) determinaram a queima de energia por duas espécies de colibris, o Calypte anna e o Selasphorus rufus, com resultados praticamente iguais. Uma avezinha de 4,3 g tem taxa metabólica específica de 58 quilocalorias por quilograma-hora, cerca de 30 vezes a de um homem. Um musaranho de peso similar (Sorex sp.) tem taxa de 57. Com tão elevado metabolismo, o colibri deve passar a maior parte de seu dia ativo aliBeija-flor extraindo néctar de uma flor. Gibb mentando-se, para se manter vivo. determinou que uma ave insetívora de 9 g, o Parus ater, tem de comer um inseto do tamanho de um afídeo de 2,5 em 2,5 segundos, ou um do tamanho de uma lagarta de 25 em 25 segundos o dia todo, para sobreviver. O beija-flor vive basicamente de néctar. Um Hylocharis de 3 g, controlado por Scheihauer em viveiro, sugou durante um dia de 16 horas 22 g de água açucarada contendo 2,2 g de açúcar, isto é, 73% de seu peso. Além disso, capturou 677 drosófilas num total 6 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 de 0,8 g, portanto 27% do seu peso. O consumo diário de alimento era de 25 g, mais de oito vezes a massa de seu corpo. O Calypte ingere cerca de 180 refeições por dia, totalizando três vezes o seu peso corporal. Os estudos comportamentais da sequência com que os colibris visitam as flores numa planta, o número de flores que eles defendem e o volume de seu alimento têm mostrado de maneira consistente, segundo J. R. Krebs e F. H. Harvey (mesma revista, 18), que essas aves adotam estratégias alimentares que maximizam a taxa líquida de ganho de energia. Diamond revela que o colibri também possui um sistema digestivo eficientíssimo para extração do néctar e do açúcar contido nele. A colheita faz-se, conforme H. Sick, por um mecanismo capilar constituído pelo bico e pela língua, que funciona como bomba de puxar água. O alimento passa muito depressa pelo tubo digestivo: 15 minutos após a ingestão já aparecem nas fezes sinais de seu processamento, sendo de 49 minutos o tempo médio de retenção. Apesar dessa velocidade a ave consegue extrair 97% da glicose ingerida numa refeição. O intestino do colibri tem a mais alta taxa de transporte ativo de glicose e ao mesmo tempo a mais baixa permeabilidade passiva a esse açúcar já vista em vertebrados. O mais curioso é que, apesar de toda essa atividade, o colibri fica 75% de seu tempo acordado empoleirado e parecendo nada fazer. Diamond sugere que o que limita a velocidade da digestão é o tempo que o papo leva para esvaziar, quatro minutos para ficar pela metade após refeição de 100 microlitros. Durante esses quatro minutos de espera para abrir espaço no papo para nova refeição, o beija-flor fica pousado e minimiza seu gasto de energia. A pausa entre as refeições costuma ser de quatro minutos. Em suma, os colibris são por necessidade uns terríveis glutões que sabem como ninguém aproveitar a comida que ingerem e só repousam enquanto aguardam espaço para nova refeição e enquanto dormem. Nessa espera gastam 75% de seu tempo acordado. REIS, José. Como o beija-flor maximiza o ganho de energia. Folha de S.Paulo. Seção Ciência, 9 set. 2001. 2. Em pequenos grupos, conversem sobre o que compreenderam dos textos lidos, comparando-os. Em seguida, respondam às questões a seguir: a) O que há em comum entre os textos? b) Em que suportes cada um desses gêneros de textos costuma circular? Texto 1 – Texto 2 – Texto 3 – 7 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 3. Os textos que você leu foram escritos em diferentes situações de comunicação. Complete o quadro, relacionando cada um deles ao gênero a que pertence. Gênero textual a que pertence Título do texto Função ou objetivo do gênero textual Verbete de enciclopédia. Entrevista. Artigo de divulgação científica. É possível incluir os três textos no grupo dos textos expositivos? Por quê? 4. A partir das leituras e das discussões feitas, complete o quadro com os elementos das situações de produção de cada texto. Situação de comunicação/ gênero textual Que tipo de pessoa escreve? Que tipo de leitor o autor imagina que lerá seu texto? A linguagem apresenta termos científicos? Editoras que publicam enciclopédias. Verbete. Entrevista. Para qual veículo escreve? Educadores interessados em ensino de leitura e de literatura. Jornalista + especialista no assunto. Leitores interessados em comportamento animal que já tenham algum conhecimento do assunto. Artigo de divulgação científica. 8 Provavelmente associa termos científicos a palavras usadas no dia a dia. Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 5. Todos os grupos devem preencher uma ficha organizativa sobre as informações contidas em cada um dos textos lidos a fim de sistematizar os conhecimentos adquiridos até aqui. Sigam o modelo. Modelo de ficha organizativa Informações gerais sobre cada um dos textos Texto 1 Texto 2 Texto 3 Como o beija-flor maximiza o ganho de energia. Título Grupo indígena Deni. Os livros resistirão às tecnologias digitais. Nome do autor Informação não apresentada ao leitor. Entrevistadora: Cristina Zahar; entrevistado: Roger Chartier. Gênero “Verbete de enciclopédia”. Entrevista com especialista. Onde o texto foi publicado Na página <http://pib. socioambiental.org/pt/ povo/deni>. Revista Nova Escola, agosto de 2007. Tema Apresentação de um grupo indígena que, ainda hoje, sofre com as invasões de suas terras. A leitura e os livros diante das novas tecnologias. Informações obtidas sobre o tema com a leitura do texto Grupo indígena Deni: t vive na região dos rios Juruá e Purus; t desde a década de 1940 sofre com invasões em suas terras; t com as invasões, entrou em contato com doenças; t sofreu com a violência e a exploração da mão de obra indígena; t recebeu ajuda de ONGs para fazer a demarcação de suas terras, oficializada em 2003; 9 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Informações gerais sobre cada um dos textos Texto 1 Texto 2 Texto 3 t mesmo com a demarcação, ainda sofre com as atividades clandestinas, como a pesca e a extração de madeira. Outras informações que julgarem relevantes PESQUISA EM GRUPO 1. A atividade de leitura e interpretação de textos da seção anterior será ampliada com um trabalho de pesquisa. O objetivo é que vocês possam encontrar outras referências e textos para uma exposição oral, a ser realizada posteriormente, a fim de que todos da classe ampliem seus conhecimentos. 2. Para realizar a pesquisa, os grupos serão organizados pelo professor a partir dos seguintes temas: t tema A: Grupo indígena Deni; t tema B: Os livros e as tecnologias digitais; t tema C: Como o beija-flor maximiza o ganho de energia. 3. O professor sorteará os temas; em seguida, vocês iniciarão a pesquisa (na internet, em livros e/ou enciclopédias), buscando novos textos e informações sobre eles. Nesta atividade, será necessário que cada grupo prepare uma nova ficha organizativa, semelhante à preenchida na atividade da seção “Leitura e análise de texto”, registrando tudo o que for relevante para a apresentação oral que será feita posteriormente. Essa ficha deve ser feita no caderno ou em folhas avulsas. Cada integrante do grupo deve ter sua própria ficha, a fim de consultá-la sempre que necessário. 10 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Oralidade Uma exposição oral, para apresentar resultados de uma pesquisa, quando feita fora da escola, é realizada por um especialista no assunto que será exposto. A oralidade, nesse caso, não é espontânea, não “nasce” naturalmente. Quem faz a exposição oral de um assunto para o público precisa antes prepará-la com muita leitura e escrita. É o que acontece, por exemplo, com as pessoas que são entrevistadas na TV. Mesmo os apresentadores dos jornais televisivos não decoram as notícias antes de transmiti-las; eles leem as notícias a partir de um local que os telespectadores não conseguem ver. Mas, para fazerem isso com segurança e com a entonação adequada, eles precisam conhecer bem os assuntos que estão divulgando. Retomando a seção “Pesquisa em grupo”, com as novas informações selecionadas, lidas e analisadas, cada grupo deve organizar sua exposição oral sobre o que encontrou nos novos textos lidos. Vocês devem considerar as etapas a seguir. 1. Avaliar qual o modo de falar apropriado para a situação (mais formal) e para envolver os ouvintes (dinâmico, com turnos entre os apresentadores, com apoio em imagens etc.). 2. Preparar uma abertura para a apresentação do tema, pensando no público-alvo (colegas dos outros grupos) e legitimando sua condição de especialista no assunto. Por isso, é necessário que estudem bastante o tema a partir da seleção dos novos textos que encontraram. 3. Fazer uma introdução do tema, apresentando a proposta da exposição: delimitar o tema, chamar a atenção do público para sua importância, informá-lo sobre as fontes que foram consultadas pelo grupo (sites especializados na internet, enciclopédias, livros, revistas, jornais etc.). 4. Organizar uma lista dos tópicos mais importantes que serão abordados e desenvolver a exposição propriamente dita. 5. Sintetizar a exposição, retomando os pontos que julgarem necessários. Aqui é importante considerar as reações da plateia: houve momentos de dúvida ou falta de compreensão sobre algum aspecto do que apresentaram? 6. Concluir a exposição com algumas questões sobre o tema que possam gerar um debate entre os expositores e os ouvintes, abrindo espaço para o diálogo, o esclarecimento de dúvidas etc. 7. Agradecer a atenção do público. Estudo da língua Para esta atividade, o professor gravará uma situação de exposição oral (feita por ele mesmo ou por outra pessoa), discorrendo sobre um tema de interesse comum da classe. Sua tarefa será: Passo 1 – Ouvir a gravação e observar os temas abordados pelo expositor. Passo 2 – Discutir com seus colegas o que vocês entenderam sobre o tema exposto. 11 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Passo 3 – Anotar em seu caderno as características estruturais do texto exposto: o expositor fez uma abertura e o contato inicial com os ouvintes? Ele apresentou a proposta da exposição, delimitando o tema e informando as fontes de consulta? Passo 4 – Em grupos, vocês devem transcrever a exposição oral, respeitando as expressões e interjeições próprias da língua falada. Passo 5 – Coletivamente, com a ajuda do professor, façam uma análise dos aspectos do texto oral transcrito, observando quais mudanças serão necessárias para transformá-lo em uma exposição escrita. Passo 6 – Ainda em grupos, vocês devem refletir sobre quais aspectos próprios da língua escrita precisam ser cuidados durante a transposição, tais como pontuação e elementos coesivos (preposição, conjunção e pronome relativo), conteúdos já estudados nas séries/anos anteriores. Produção escrita A partir da ficha organizada na atividade da seção “Pesquisa em grupo”, individualmente, você deve produzir dois parágrafos expositivos sobre o tema pesquisado. Ao final da atividade, entregue uma cópia desses parágrafos a seu professor para que ele possa corrigi-los. Parágrafo 1: apresentar o tema, indicando pelo menos um aspecto relevante a ser discutido. Parágrafo 2: continuar a exposição iniciada no primeiro parágrafo, explanando sobre o aspecto selecionado. Considere as seguintes questões: Por que esse aspecto é relevante ao tema? De que modo ele contribui para que o leitor compreenda melhor o tema? 12 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 LIÇÃO DE CASA O professor selecionará, no livro didático, alguns exercícios sobre preposição e conjunção a fim de que você possa resolvê-los no caderno. Anote as indicações das atividades, para não esquecer. Página: Exercícios: Aproveite a correção dos exercícios para tirar dúvidas e analisar como as informações sobre esses tópicos da língua e os exercícios apresentados pelo livro didático podem ampliar sua compreensão da atividade de transposição do texto oral para o texto escrito, desenvolvida na seção “Estudo da língua”. 13 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DO AGRUPAMENTO TIPOLÓGICO “ARGUMENTAR” Leitura e análise de texto Foram reunidos para esta sequência de atividades alguns textos que tratam de um mesmo assunto, porém diferentes na forma. Você deve seguir as orientações propostas em cada etapa da sequência a fim de reconhecer o tema e analisar o modo como ele é apresentado por seus autores. Parte A – Ouvindo a música 1. Depois de ouvir a música apresentada pelo professor, você deve participar de uma roda de conversa com seus colegas, falando das suas primeiras impressões sobre a letra ouvida. Não se esqueça de anotar essa letra de música no caderno a fim de poder consultá-la posteriormente. 2. Em seguida, responda individualmente às questões: a) Você já conhecia essa música? O que achou dela? Explique. b) Você conseguiu verificar qual o tema tratado na letra da canção? 14 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 c) Qual a opinião do autor dessa letra sobre o tema que ele aborda? Que versos ajudam a comprovar essa opinião? d) Você conhece outras letras semelhantes à que ouviu? e) Se conhece, em que essas letras são semelhantes? Parte B – Agora é a vez da crônica Para realizar esta atividade, você deve ficar atento às instruções, observando que, em alguns momentos, trabalhará individualmente; em outros, trabalhará em parceria com seus colegas e o professor. Leitura e análise de texto 1. Faça uma leitura silenciosa da crônica a seguir. Crônica Segurança O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as belas casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com guardas que controlavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes devidamente identificados e crachados. 15 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Mas os assaltos começaram assim mesmo. Ladrões pulavam os muros e assaltavam as casas. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatros lados. As inspeções tornaram-se mais rigorosas no portão de entrada. Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá. Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar. Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem os altos muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, e a segunda cerca, de arame farpado, erguida dentro do perímetro, não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas gradeadas. Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois saíram no carro roubado, com crachás roubados. Além do controle das entradas, passou a ser feito um rigoroso controle das saídas. Para sair, só com um exame demorado do crachá e com autorização expressa da guarda, que não queria conversa nem aceitava suborno. Mas os assaltos continuaram. Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos. E ninguém pode sair. Agora a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. Mas surgiu outro problema. As tentativas de fuga. E há motins constantes de condôminos que tentam de qualquer maneira atingir a liberdade. A guarda tem sido obrigada a agir com energia. VERISSIMO, Luis Fernando. In: ______. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. p. 97. © by Luis Fernando Verissimo. 16 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 2. Escreva, no caderno, um pequeno comentário sobre a crônica de Luis Fernando Verissimo, tendo em vista o tema central abordado no texto. 3. Em pequenos grupos, troquem seus comentários, comparando-os oralmente. Vocês tiveram impressões semelhantes? Ou foram muito diferentes? Em que elas se assemelharam ou se diferenciaram? Você concorda com as impressões de seus colegas? Por quê? 4. Produzam, no mesmo grupo, um cartaz que ilustre as principais questões abordadas no texto. Ele pode mesclar imagens e palavras. 5. Cada grupo apresenta o cartaz elaborado para toda a classe e aguarda sua reação. Os colegas devem dizer o que acharam: se gostaram do cartaz; se identificaram um diálogo entre a mensagem produzida e a crônica de Verissimo. Por fim, vocês expõem o que pensaram ao elaborar essa produção, esclarecendo aos colegas os pontos de enlace entre o texto original e o elaborado por vocês. Parte C – Lendo a imagem Leitura e análise de texto © Laerte 1. Observe a imagem e responda às questões: a) Laerte faz referência à Liberdade guiando o povo, obra de Eugène Delacroix de 1830 inspirada na Revolução Francesa. Considerando esta informação, como o cartunista compreende a questão do medo e da violência? 17 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 b) Que elementos da charge contribuem para que você identifique a opinião do cartunista? c) Você identificou alguma relação entre a mensagem apresentada na charge e a dos textos anteriores? Qual? LIÇÃO DE CASA Em sua casa, selecione novas imagens que também discutam a questão da violência e das “grades”. Podem ser outras charges ou quadrinhos, retirados de jornais, revistas e sites, ou mesmo fotos tiradas por você que mostrem casas ou comércios com grades. Cole essas imagens em uma folha de cartolina ou papel kraft, anotando ao lado ou embaixo de cada uma delas a fonte de onde foram retiradas. Não se esqueça de dar ao cartaz um título que dialogue com o tema. PESQUISA EM GRUPO O trecho a seguir foi retirado do texto Direito à segurança e direito à cidade, de Lúcia Siqueira. Em grupos, vocês devem fazer uma pesquisa na internet para recuperar o texto na íntegra. Façam sua leitura, observando como a autora estabelece a relação entre a questão da violência e a arquitetura da cidade. Na sequência, o professor orientará a discussão. 18 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 E a cidade, como é que fica? “Presídio Professor Aníbal Bruno, Curado. Doze câmaras de vigilância eletrônica, muro de seis metros de altura, cerca elétrica, nenhum sistema detector de violação. Função: retirar do convívio social pessoas que, teoricamente, representam ameaça à coletividade. Edifício Hockenheim, Jaqueira. Dezesseis câmaras de vigilância eletrônica, muro de oito metros de altura, sistema infravermelho com sete pontos de detecção, acionamento remoto de patrulha de segurança. Função: proteger seus moradores de pessoas como as que se encontram no Aníbal Bruno.” Diário de Pernambuco, out. 2001 apud SIQUEIRA, Lúcia. Direito à segurança e direito à cidade. Disponível em: <http://www.fase.org.br/noar/anexos/acervo/10_Lucia_Siqueira_33.doc>. Acesso em: 27 maio 2013. VOCÊ APRENDEU? Após as discussões sobre a coletânea de textos aqui apresentada, é preciso que vocês se posicionem formalmente sobre o tema comum a eles, considerando o que de fato aprenderam. Certamente vocês notaram que o tema é abordado em diferentes gêneros textuais, mas, por ser polêmico, “obriga” os autores a tomar uma posição sobre as controvérsias resultantes. Quem toma uma posição a defende com argumentos. Assim como os autores, é o que vocês farão nesta sequência de atividades: assumir um ponto de vista sobre o tema e defendê-lo, usando argumentos para convencer seus interlocutores. 1. Em primeiro lugar, vocês vão analisar os textos lidos, considerando não só o que têm em comum, mas também as diferenças entre eles. Para tanto, devem primeiro preencher, em grupo, o quadro-síntese a seguir. 1. Quem são os autores dos textos lidos? 2. Em que momento os textos revelam o ponto de vista desses autores em relação ao tema? A opinião deles sobre o tema converge ou diverge? 19 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 3. Que argumentos eles utilizam para sustentar essa opinião? 4. Qual dos textos, em sua opinião, deixa mais claro o tema que está sendo discutido? Por quê? 5. Se fossem escrever sobre o tema “violência”, qual gênero vocês escolheriam? Por quê? 6. Se os textos fossem considerados isoladamente, vocês teriam a mesma compreensão do tema e da opinião dos autores? 2. Responda individualmente, em folha avulsa, às questões a seguir, entregando-as ao professor: t Qual sua opinião sobre o tema discutido na coletânea? É importante qu e você já se utili ze, nesta etapa, de alguns recursos argumen tativos. Ou seja, não ba sta dizer com qu al texto mais se identifico u, mas saber dize r o porquê dessa identifi cação. “Eu acho que o te xto ‘X’ é mais clar o, porque...” “A violência exist e por causa da... ” “A consequência mais direta da vi olência é o aprisionamento das pessoas, porq ue...” t Você concorda com a opinião dos autores? t Com qual deles você mais se identifica? t Em que medida esse tema faz parte também de seu cotidiano? De que forma? 20 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Leitura e análise de texto 1. Leia os textos a seguir, retirados de uma página de revista. © Editora Abril/Conteúdo Expresso 2. Em grupos, façam uma exploração da página, observando como ela foi montada e como essa montagem contribui para que o leitor reconheça a polêmica sobre o tema a ser apresentado. Verifiquem se, somente com a leitura do título, vocês já conseguem depreender o tema e se reconhecem nele uma questão para ser discutida e sobre a qual possam argumentar. Revista da Semana, edição 11, ano 1, 12 nov. 2007. p. 13. 21 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 3. Preencham o quadro a seguir com as principais ideias e com os argumentos apresentados nos textos. Texto Principais ideias Seleção dos argumentos utilizados pelos autores para defender seu ponto de vista Texto 1 Acham que sim Texto 2 Acham que não Oralidade Cada um de vocês deve se posicionar diante do tema proposto, A inteligência é genética?, para participar de uma discussão coletiva sobre a polêmica envolvendo os dois textos. Nessa discussão, vocês devem justificar seu posicionamento. 22 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 PESQUISA INDIVIDUAL Para ampliar a atividade, você deve pesquisar sobre o tema na internet ou em outras fontes indicadas pelo professor, selecionando novos materiais e informações que possam ser apresentados, posteriormente, a seus colegas. Esta pesquisa ajudará a aumentar seus conhecimentos, desenvolvendo sua capacidade argumentativa. Estudo da língua 1. Volte aos textos de A inteligência é genética? e circule alguns articuladores sintáticos que contribuem para a construção da argumentação. Anote esses articuladores em um quadro semelhante ao do exemplo a seguir, explicando sua função. Parágrafo Texto 1: Acham que sim Texto 2: Acham que não 1o parágrafo Articuladores/função 2o parágrafo Articuladores/função 3o parágrafo Articuladores/função 4o parágrafo Articuladores/função 5o parágrafo Articuladores/função 2. Em grupos, façam uma pesquisa, no livro didático ou em uma gramática normativa, sobre os tipos de conjunção existentes na língua portuguesa e o uso que seus falantes fazem delas a partir dos exemplos dados nos materiais consultados. É importante aqui que vocês não decorem esses tipos, mas analisem seus efeitos na composição dos períodos compostos por subordinação e coordenação. O professor fará a seleção, no livro didático, de alguns exercícios de sistematização sobre o uso dessas conjunções. Desenvolva-os em grupo ou duplas, anotando suas dúvidas no caderno. Anote as indicações das atividades, para não esquecer. 23 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Página: Exercícios: LIÇÃO DE CASA Com base nas explicações dadas pelo professor (e encontradas no livro didático) sobre o uso das conjunções nas orações coordenadas, escreva no caderno três sentenças usando cada uma dessas conjunções: t conjunções adversativas; t conjunções explicativas; t conjunções conclusivas; t conjunções alternativas; t conjunções aditivas. Critérios para a elaboração das sentenças: 1. Elas devem ser fundamentadas em um dos assuntos/temas desenvolvidos nas seções “Leitura e análise de texto” (violência) e “Oralidade” (inteligência e racismo), indicando sua posição pessoal. 2. Algumas dessas sentenças servirão de base para que, posteriormente, você elabore três parágrafos expositivos-argumentativos sobre um desses temas. Produção escrita Com base nas sentenças formuladas na tarefa anterior, você deve escrever três parágrafos expositivos-argumentativos, discorrendo e posicionando-se sobre o tema que escolheu (violência ou inteligência e racismo). 24 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Atenção: evidentemente, novas sentenças com outros tipos de conjunção devem ser escritas a fim de compor os parágrafos. O importante é que você consiga articulá-las coerentemente. Siga as orientações. Parágrafo 1: apresente o tema escolhido e seu posicionamento sobre ele, indicando, por exemplo, os prós e contras que permeiam a questão (como no caso de A inteligência é genética?). Parágrafo 2: tente provar sua tese ou seu ponto de vista, apresentando alguns argumentos que expliquem por que você pensa assim. Parágrafo 3: conclua seu pensamento, ratificando as afirmações feitas nos parágrafos anteriores. 25 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 O DIÁLOGO ENTRE AS TIPOLOGIAS TEXTUAIS NA COMPOSIÇÃO DO GÊNERO Oralidade Para realizar esta sequência de atividades, vocês assistirão, na escola, a um filme escolhido pelo professor. Se preferirem, em comum acordo com o professor, vocês podem elaborar uma lista de filmes a que go stariam de assistir e fazer um sorteio para es colher um título. 1. Após assistir ao filme e antes de conversar sobre ele com os colegas, anote no quadro a seguir suas primeiras impressões. Você gostou (ou não) do filme? Explique as razões. O que achou das personagens? Por quê? Que sentimentos a obra lhe despertou? Por quê? O que você pensa sobre o tema central do filme? Você já havia pensado sobre esse tema? Em que circunstância? 26 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 2. Em uma roda de conversa, com base nas anotações individuais anteriores, fale com seus colegas sobre suas impressões a respeito do filme. Procure ampliá-las com alguns argumentos que as justifiquem. Por exemplo: em vez de simplesmente dizer “gostei/não gostei”, tente dizer as razões de ter apreciado ou não, ilustrando-as com passagens do próprio filme. LIÇÃO DE CASA 1. Dando continuidade à atividade anterior, faça uma busca, na internet, sobre o filme visto, selecionando comentários feitos por internautas. Você encontrará facilmente esse tipo de comentário em sites que oferecem guias culturais sobre cinema, teatro, exposição. 2. Compare esses comentários com suas anotações: t As impressões dos internautas sobre o filme são semelhantes às suas? t Provavelmente, os comentários são organizados de formas distintas: alguns comentam o filme, outros relacionam-se bastante com o momento histórico; outros, ainda, fazem relações com os sentimentos humanos. Identifique pelo menos dois pontos de vista apresentados em diferentes perspectivas. t Você se identificou com alguns dos comentários feitos pelos internautas? Por quê? 3. Em seu caderno, faça uma seleção dos comentários lidos, bem como de suas anotações, agrupando-os em duas colunas diferentes, como no exemplo fictício a seguir. 27 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Comentários que apenas demonstram impressões sobre o tema do filme, sem justificá-lo ou defendê-lo Comentários que expressam impressões sobre o filme já apresentando a defesa de ideias Ex.: Eu gostei do filme porque fala de um assunto sério, o nazismo, mostrando o sofrimento humano e, ao mesmo tempo, atitudes que marcaram a história, pelo menos de alguns. Ex.: Eu gostei do filme. Achei legal. Tipo assim, fiquei com pena das pessoas. 4. Reflita: Quando você assiste a um filme e comenta suas impressões com algum amigo, esse comentário se assemelha ao que está em qual das colunas do quadro anterior? Por quê? Leitura e análise de texto 1. O professor apresentará à classe uma resenha sobre um novo filme e outra sobre um livro. 2. Em grupos, façam a leitura dessas resenhas e completem o quadro a seguir. Informações Resenha 1 Resenha 2 Título da resenha Nome do autor da resenha Lugar de publicação Título da obra resenhada Nome do autor da obra resenhada (escritor, diretor) Tema tratado na resenha 28 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Informações Resenha 1 Resenha 2 Opinião do autor da resenha sobre a obra Argumentos utilizados pelo autor da resenha para justificar sua opinião (anotem, pelo menos, dois argumentos de cada resenha) Impressões da obra a partir da leitura da resenha (este item deve ser preenchido individualmente) 3. Coletivamente, discutam a estrutura do gênero textual resenha, considerando que ele tem características de dois grupos de textos que vocês já estudaram: os expositivos e os argumentativos. Em seguida, façam a leitura das afirmações contidas no quadro a seguir e respondam às questões: t o gênero “resenha” costuma ser publicado em jornais e revistas e tem como função social informar as pessoas sobre filmes, peças de teatro etc. que estão em cartaz, compondo ou conduzindo a formação de opiniões prévias do leitor; t o gênero “resenha” tem um caráter expositivo-argumentativo porque pode contemplar mais de uma tipologia: mistura de informação e opinião; t o gênero “resenha” tem um caráter analítico porque expressa a opinião de seu autor sobre o objeto que está sendo analisado; t as resenhas são textos baseados necessariamente em outras obras; 29 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 t as resenhas misturam informação e opinião sobre determinada obra; t o autor da resenha sempre destaca em seu texto aspectos da obra que considera mais importantes para dar sustentação à sua análise; t há resenhas relativas a uma mesma obra, mas escritas por autores diferentes, que apresentam opiniões completamente diversas e/ou divergentes. Isso é bom, porque permite aos leitores ampliar seu alcance sobre o tema e analisar essas opiniões, posicionando-se em relação ao que dizem da obra. a) Comentem o conteúdo do quadro verificando se, entre os itens apresentados, há algum incorreto. b) Quais informações contidas no quadro já foram verificadas por vocês durante a leitura das duas resenhas apresentadas pelo professor? Dê dois exemplos, confirmando-os com trechos das resenhas lidas. PESQUISA EM GRUPO 1. Em pequenos grupos, façam uma pesquisa em revistas/jornais, sites e no próprio livro didático sobre resenhas, selecionando algumas que falem de assuntos de seu interesse (filmes, livros, exposição). 30 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 2. Leiam as resenhas selecionadas e discutam entre si os conteúdos desses textos, bem como seu grau de interesse pela obra a partir dessa leitura. 3. Organizem um quadro com as principais características observadas nessas resenhas, ratificando (ou não) as informações que já possuem sobre esse gênero. 4. Apresentem à classe as resenhas lidas e falem de suas impressões sobre a obra resenhada. Depois, mostrem o quadro organizado na questão anterior, comparando-o com os quadros dos outros grupos. 5. O professor montará na lousa, com a colaboração da classe, um novo quadro, a partir das informações apresentadas por todos os grupos, sintetizando as principais características do gênero “resenha”. Esse novo quadro deve ser copiado por você, no caderno, a fim de auxiliá-lo na hora em que for escrever suas resenhas. Produção escrita A tarefa de vocês, agora, é escrever uma resenha sobre um livro ou filme de seu interesse. Para tanto, sigam as instruções contidas nos enunciados, observando em quais momentos trabalharão em grupos, duplas e individualmente. 1. Em grupo, vocês devem definir qual obra pretendem analisar na resenha. Se escolherem um novo filme ou um livro, terão de fazer novamente todos os passos de discussão realizados para a análise do filme visto na escola: roda de conversas e discussão de ideias; pesquisas sobre o filme (o diretor, o elenco); organização de fichas com esses dados. 2. Seguindo os modelos de resenhas estudados anteriormente, façam um planejamento da escrita, selecionando as informações que devem aparecer no texto, bem como as opiniões que pretendem compartilhar com o leitor. É importante que vocês selecionem também trechos do filme (ou do livro) que contribuam para a justificativa das opiniões. 3. Voltem ao quadro sobre as características do gênero “resenha” e verifiquem se, de fato, estão considerando todas elas nesse planejamento. 4. Escrevam, em folha avulsa ou no caderno, a primeira versão de sua resenha. Mas atenção: esta etapa deve ser realizada individualmente. É importante que você siga o planejamento, mas se sinta livre para acrescentar outros aspectos que julgar relevantes durante a escrita de seu texto. 5. Após essa escrita, leia seu próprio texto e responda às perguntas a seguir: t O meu leitor entenderá o que quero dizer? t O que devo dizer a mais para que meu texto fique claro e compreensível para meu leitor? t Como dizer de outro jeito a fim de tornar meu texto compreensível? 31 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 6. Reformule em seu texto o que julgar necessário a partir das questões anteriores. 7. De volta aos grupos de trabalho, e com o auxílio de seu professor, façam a leitura dos textos dos colegas e iniciem um trabalho de revisão, chamando a atenção do autor para tudo o que acharem que interfere na compreensão do texto. Essas observações devem ser anotadas a lápis, na lateral da página. Levem em consideração os seguintes aspectos: t trechos incoerentes ou confusos; t ausência ou excesso de informações para a compreensão do texto; t incoerências ou falta de conexão entre as ideias; t redundâncias; t parágrafos muito curtos ou muito longos; t falta ou excesso de pontuação; t problemas de concordância nominal ou verbal; t uso de linguagem coloquial ou gírias; t ortografia. 8. Individualmente, retome seu texto e refaça as partes com problemas, levando em consideração as observações feitas pelos colegas. Depois, entregue-o ao professor, com a primeira versão, para que seja possível fazer uma comparação de como você evoluiu (ou não) depois do trabalho de revisão. O professor fará novas observações e lhe devolverá o texto para que possa dar continuidade à atividade. 9. Em duplas, vocês devem ler as observações feitas pelo professor; depois, um deve ajudar o outro na reelaboração das partes indicadas. Passem a limpo os textos e organizem uma exposição de resenhas na própria sala de aula ou em algum mural disponível na escola, onde outros alunos possam ler o que vocês escreveram sobre novos filmes e livros. Estudo da língua O professor apresentará à classe uma resenha que contém sete problemas gramaticais de concordância verbal, concordância nominal, uso repetitivo do pronome relativo “que”, conjunção, ortografia, inadequação vocabular, pontuação. 1. Em grupos, vocês devem ler a resenha e descobrir onde estão esses problemas, anotando-os na Coluna 1 do quadro a seguir. 32 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Coluna 1 Coluna 2 Problemas encontrados Reformulação dos trechos com problemas 2. Façam a reformulação dos trechos com problemas de acordo com o conhecimento que possuem das regras da norma-padrão. Anotem sua reformulação na Coluna 2 do quadro da Questão 1. 3. Pesquisem, no livro didático ou na gramática, as regras que envolvem os aspectos problemáticos selecionados na Questão 1. Aqui, não é necessário pesquisar todos os sete problemas, mas apenas aqueles que apresentarem maior dificuldade para vocês. 33 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Individualmente, faça os exercícios de sistematização selecionados pelo professor no livro didático. Anote as indicações dos exercícios, para não esquecer. Página: Exercícios: 34 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 DEBATER É MAIS DO QUE TROCAR IDEIAS Para começo de conversa Nesta sequência de atividades vocês farão um debate regrado sobre um tema polêmico. Para prepará-lo, será necessário que realizem várias atividades diferentes. Fiquem atentos às orientações apresentadas a seguir. Atividade em grupo 1. Coletivamente, façam uma lista de temas polêmicos sobre os quais gostariam de saber mais para discuti-los com segurança. Apresentamos algumas sugestões a seguir: t os padrões de beleza definidos pela mídia; t a anorexia e a bulimia na adolescência; t a obesidade na infância e na adolescência; t preservação ambiental: o compromisso com a natureza; t a escassez de água em um futuro próximo; t os programas televisivos feitos para jovens; t a Copa de 2014 no Brasil. 2. Dividam-se em grupos e sorteiem um tema para cada grupo. 3. Os grupos devem pesquisar sobre o tema que lhes foi designado, selecionando, pelo menos, três textos que servirão de base para a discussão. 4. Os textos selecionados devem ser lidos e analisados por vocês, considerando as principais ideias, informações e argumentos apresentados. 5. Organizem um quadro que contenha as informações obtidas com a leitura e análise dos textos. Vejam o modelo a seguir: 35 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Informações Texto 1 Texto 2 Texto 3 Informações sobre os textos lidos pelo grupo: título, autor, fonte (retirado do livro “tal”, da internet, do jornal etc.) Tema e subtemas (o que dizem, como dizem, qual a opinião do autor sobre o tema) Quais aspectos do texto lido ajudam o grupo a elaborar suas opiniões sobre o tema? Os textos lidos apresentam um único ponto de vista sobre o tema ou pontos de vista diversos e, por vezes, divergentes? Debater temas polêmicos exige que os interlocutores – como você já sabe – conheçam bem um assunto, entendam as polêmicas que giram em torno dele, tomem posição e construam argumentos sólidos para convencer os que pensam de forma diferente. 36 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Se for possível, assistam a filmes, a programas de televisão etc. a fim de ampliar seu repertório sobre o assunto e ter mais condições para defender seu ponto de vista diante dos colegas e do professor. Neste caso, vocês devem organizar um quadro semelhante ao do Exercício 5 da seção “Atividade em grupo”, anotando todas as informações que julgarem pertinentes para a composição do debate. Oralidade: debate regrado 1. Seu professor apresentará à classe um debate regrado que tenha sido transmitido em um programa televisivo. Vocês terão de: a) assistir ao programa; b) discutir os procedimentos dos debatedores; c) elaborar um quadro com os principais procedimentos a fim de utilizá-lo como referência quando forem organizar o debate regrado desta Situação de Aprendizagem. 2. Com a ajuda do professor, definam quais os objetivos e limites do debate, a fim de evitar fugas do tema. 3. Definam também de quem será o papel de moderador para o debate que farão, que terá como função: t apresentar o tema; t definir os limites da discussão; t criar estímulos que permitam a todos os participantes falar, cada um na sua vez; t retomar aspectos da discussão que vão sendo deixados de lado no decorrer da atividade; t evitar fugas ou desvios temáticos. 4. Em um debate, os grupos envolvidos precisam ter pontos de vista opostos sobre as polêmicas que serão discutidas. Será necessário que vocês se distribuam em torno de duas (ou mais) ideias divergentes, preparando-se para defendê-las. Nesse momento, os grupos devem dividir-se em subgrupos para realizar o debate. Escolham quais integrantes farão a defesa de cada um dos pontos de vista. Vejam o exemplo: 37 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Tema – Os padrões de beleza definidos pela mídia Alguns integrantes do grupo – defendem os padrões de beleza definidos pela mídia por acreditarem que eles sejam o fio condutor para que os sujeitos tenham uma vida bem-sucedida. Outros integrantes do grupo – defendem exatamente o oposto: como os padrões são definidos pela mídia, que tem por princípio incutir e vender ideias, valores e produtos, seria no mínimo suspeita a crença de que esses padrões de beleza sejam “superiores” aos demais. 5. A partir da definição da data do debate, será preciso preparar com antecedência o espaço: vocês devem organizar os lugares que serão ocupados por debatedores e moderador, a fim de que todos da classe possam vê-los e observar seus gestos durante a explanação. 6. Dependendo da quantidade de pessoas em cada grupo, não haverá possibilidade de que todos possam ocupar a função de debatedor. Nesse caso, os outros integrantes devem ocupar a função de avaliadores do debate, considerando para isso os aspectos a seguir. Se for necessário, criem mais colunas para o quadro. Quadro de avaliação do debate Aspectos observados Debatedor 1 A formalidade por parte dos debatedores (rigor vocabular, correção linguística, clareza de raciocínio, coerência entre os argumentos escolhidos) Capacidade para avaliar o próprio funcionamento comunicativo dessa situação (escolhe argumentos ou exemplos adequados ao contexto; os interlocutores e a plateia parecem compreender o que está sendo dito; reformula o modo de dizer a fim de tornar mais clara a ideia exposta) 38 Debatedor 2 Debatedor 3 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Aspectos observados Debatedor 1 Debatedor 2 Debatedor 3 Construção de uma sequência de ideias (lança mão de exemplos retirados do mundo concreto dos interlocutores do debate) VOCÊ APRENDEU? Se possível, gravem os debates, combinando com o professor outra aula para que assistam às filmagens. A proposta é que vocês utilizem as gravações para fazer uma avaliação do processo do debate regrado a partir das seguintes instruções: 1. Assistam aos vídeos. 2. Observem o comportamento dos debatedores/moderador ou o modo como atuam diante da fala do outro: Ouvem o que o outro tem a dizer? Respeitam seu momento de fala? Aproveitam uma colocação do outro em favor da defesa dos próprios pontos de vista? Que recursos utilizam para apresentar e defender seu ponto de vista? 3. Comparem as informações da Questão 2 com o quadro elaborado na Atividade 6 da seção “Oralidade”. 4. Escreva um comentário pessoal sobre as coisas que aprendeu com a preparação e a execução do debate regrado. 39 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Produção escrita Neste momento, a classe trabalhará com o assunto variedades linguísticas, que são as variações das normas utilizadas em uma língua. As normas se dividem em padrão, que é a oficialmente aceita e usada formalmente, e popular, abrangendo todos os modos de usar a língua que seguem regras distintas da norma-padrão. Os modos de usar a língua variam porque as situações de comunicação nas quais as pessoas se envolvem também variam de acordo com as condições sociais e culturais dos interlocutores. Parte 1 1. Leia o texto a seguir para começar a discutir o assunto. Situação 1 Você é um sitiante e vende 50 cabeças de boi para um frigorífico de sua cidade. Cada cabeça vale 200 reais. Sendo assim, o valor total da venda é R$ 10 000,00. O comprador propõe que o pagamento seja feito em cinco prestações de 2 mil reais. Você aceita a proposta, mas precisa se certificar de que os pagamentos serão efetuados. Como você poderia registrar essa venda e a forma de pagamento a fim de garantir o recebimento de todo o dinheiro? Acreditar apenas na palavra do comprador? Mas como provar que os bois foram entregues, caso o comprador não pague a dívida? Por conta dessa dúvida e tantas outras, podemos dizer que a escrita surgiu como um tipo de solução. Pondo por escrito o trato, ambos – você e o comprador – poderiam ter a garantia de que receberiam aquilo que lhes cabe. De que forma, porém, vocês escreveriam isso? Que variedade linguística vocês utilizariam? Poderiam escrever como falam? Vocês teriam de usar uma variedade da língua portuguesa comum a ambos. Quer dizer, teriam de escrever o fato (compra/venda do gado; valor da negociação, condições de pagamento) de forma clara, possível de ser lida pelos dois envolvidos na situação e por qualquer outra pessoa que pegasse esse texto. Por isso, o ideal é que ele fosse escrito em uma linguagem formal, padrão e, portanto, sem gírias, sem expressões coloquiais ou regionais. Essa linguagem formal, por ser padrão (modelo conhecido por pessoas letradas), pode superar as possíveis diversidades (diferenças) entre interlocutores (quem escreve e quem lê) de um texto. Ou seja, mesmo que os interlocutores utilizem, no seu dia a dia, variedades linguísticas diferentes da variedade culta padrão, se forem razoavelmente letrados, terão condições de entender a mensagem desse documento. Atividade adaptada de: AGUIAR, Eliane Aparecida. Das palavras ao contexto. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Linguagens, códigos e suas tecnologias: livro do estudante: Ensino Médio. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 146. 40 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 2. Diante da situação apresentada e das explicações resumidas no início desta sequência sobre variedade-padrão da língua, em grupos, redijam um acordo entre o vendedor e o comprador da Situação 1, considerando os dados de compra e venda e a variedade linguística adequada. 3. Troquem sua produção com outro grupo, a fim de que seus colegas possam avaliá-la, anotando sugestões de correção dos trechos com problemas. Vocês devem proceder do mesmo modo com o texto do outro grupo. Devolvam os textos a seus respectivos autores. 4. Reformulem seu texto a partir das sugestões apresentadas pelos colegas e entreguem a nova versão ao professor. Parte 2 1. Leia o texto a seguir. Situação 2 Um jovem vai a uma entrevista para uma vaga de balconista em uma loja de roupas masculinas, bastante tradicional em sua cidade. Essa loja costuma atender clientes economicamente abastados e de meia-idade (homens com mais de 50 anos). O gerente da loja pergunta por que o jovem deseja o emprego, quais suas qualificações para o cargo e seus objetivos. O jovem responde da seguinte maneira. Tô precisando liberar adrenalina nesse trampo! Dá uma reciclada nas ideias. Tipo assim... Sei lá. Botá um bando de coisas maneras no meu modo de pensar. Aí, cê sabe o lance das influências-cabeças? Fala sério. Tô superpreparado pro cargo. Cê pode me contratar no sossego que, tipo assim, esse cargo tem tudo a ver comigo. Fala sério! O gerente ouve o jovem e diz que ele não serve para o cargo: t A linguagem utilizada pelo garoto não estava adequada ao contexto? Por quê? t Se você estivesse no lugar dele, como responderia às questões feitas pelo gerente? t E se a proposta fosse que você escrevesse um texto expressando suas intenções, que variedade linguística utilizaria para responder à demanda do contexto? É importante que você pense sobre o que os clientes e o gerente da loja em questão esperam de um novo funcionário: clareza na fala e formalidade para atendê-los. No entanto, o jovem apresentou-se de modo “descolado”, utilizando-se de muitas gírias e expressões que tornaram difícil a compreensão de seu discurso. Afinal, o que é “botar adrenalina nesse 41 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 trampo”, “lance das influências-cabeças”? O problema da situação não está exatamente no modo “certo ou errado” de o jovem falar, mas na adequação da linguagem ao contexto, considerando seu interlocutor (o gerente) e a formalidade da situação. Atividade adaptada de: AGUIAR, Eliane Aparecida. Das palavras ao contexto. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Linguagens, códigos e suas tecnologias: livro do estudante: Ensino Médio. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 148. 2. Imagine-se no lugar do jovem da Situação 2 e redija uma carta de intenção, expondo os motivos pelos quais você deseja o emprego na loja. É importante que você convença seu interlocutor (no caso, o gerente da loja) de que, se for contratado, será um bom funcionário. Para essa produção escrita, será necessário que você: a) faça primeiro um esquema para seu texto. No esquema, você deve apontar, de forma bem geral, as informações que gostaria de colocar em sua carta de intenções. Selecione também os melhores argumentos para convencer seu interlocutor de que a vaga deve ser sua. Eles servirão de base para sua produção final; b) retome a estrutura do gênero “carta”, já estudado em séries/anos anteriores, considerando que o item “intenções” está relacionado ao contexto no qual essa produção escrita foi solicitada: seleção de funcionário para a vaga de emprego; c) organize a carta em parágrafos: t parágrafo expositivo, apresentando-se e apresentando suas qualificações para a vaga em questão; t parágrafo expositivo-argumentativo, justificando por que essas qualificações são adequadas à vaga na loja; t parágrafo conclusivo, agradecendo a atenção do interlocutor e registrando sua expectativa diante da espera de uma resposta. d) escreva a primeira versão de sua carta, considerando os itens anteriores. Nesta etapa, é muito importante que você cuide da linguagem, evitando expressões coloquiais e gírias; e) leia e revise seu texto, observando os trechos confusos e incoerentes; f ) reformule a carta e deposite-a em uma caixa preparada por seu professor. Todos os estudantes devem colocar sua produção nessa caixa (não coloque seu nome para não se identificar); g) retire da caixa outra carta (se pegar novamente a sua, devolva-a à caixa), faça a leitura do texto e sugira algumas reformulações que possam torná-lo mais adequado à situação pro42 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 posta. Não conte ao autor da carta que foi você o responsável pelas sugestões. Devolva-a novamente à caixa; h) volte à caixa, pegue seu próprio texto e leia as sugestões feitas por seu colega. Reformule o que julgar pertinente. Depois, escreva no corpo do próprio texto um pequeno bilhete, agradecendo a seu colega a colaboração; i) fixe sua carta em um mural, na sala de aula, a fim de que todos possam ver o resultado final. Deixe o bilhete em um lugar bem visível do texto e aguarde para descobrir seu leitor secreto. Estudo da língua 1. Leia a situação a seguir e responda à questão proposta. Situação 3 Fazendo um contrato Imagine que o texto a seguir seja o contrato que você fez com o comprador de seus bois, para garantir o negócio apresentado na Situação 1. Senhor comprador: estou vendendo os meus boizinhos com muita dó no coração. Mas fazer o quê? Assim é a vida, não é? Espero que você cuide bem deles: trate-os com carinho e chame-os pelos nomes. Ah! Já ia me esquecendo: tem a Joaninha, o Bartolomeu, a Cristeva, o Juquinha... Mas vamos aos negócios. Vou esperar o seu pagamento naqueles dias que combinamos. Se precisar de mais uns dias, não tenha vergonha de me falar. Um abraço. O Vendedor. Em sua opinião: a) ( ) a linguagem que o autor utilizou é apropriada para um contrato de compra e venda, pois é formal, objetiva e clara, sem palavras que indiquem afetividade. b) ( ) as informações realmente importantes foram colocadas no texto: os prazos para o pagamento, o valor de cada parcela, como efetuar o pagamento. c) ( ) o nome dos bois e vacas vendidos era uma informação fundamental para a realização do negócio. d) ( ) a linguagem afetiva e informal utilizada nesse texto não é apropriada para um contrato, pois o autor parece estar escrevendo uma carta pessoal para um amigo. Atividade adaptada de: AGUIAR, Eliane Aparecida. Das palavras ao contexto. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Linguagens, códigos e suas tecnologias: livro do estudante: Ensino Médio. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 147. 2. Discuta com seus colegas sobre as formas que a linguagem assume de acordo com a situação de uso. Deem exemplos de como vocês falariam com seus interlocutores se estivessem nas seguintes situações: 43 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 a) conversa entre amigos que assistem a um jogo de futebol. b) conversa entre um rapaz e uma garota. Ele quer convidá-la para um passeio. c) discussão, na TV, sobre um tema polêmico. d) exposição de um professor durante uma aula em que ele pretende ensinar um novo tema. e) orientação de um médico a um paciente. LIÇÃO DE CASA 1. Faça uma pesquisa, na internet ou em seu livro didático, ampliando seu conhecimento sobre o tema variedades linguísticas. 2. Copie em seu caderno, pelo menos, duas explicações para esse tema. 3. Reflita sobre como o conhecimento das variedades linguísticas contribui para seu entendimento das atividades realizadas nas seções “Produção escrita” e “Estudo da língua”. 4. Anote suas dúvidas sobre esse tema e, na próxima aula, apresente-as a seus colegas e ao professor. Nessa conversa, será necessário que, coletivamente, vocês sistematizem todas as dúvidas e explicações expostas a fim de garantir maior compreensão da importância do estudo das variedades linguísticas para sua formação como leitor e escritor de diversos textos. 5. Pesquise na internet ou em outra fonte indicada pelo professor as diferenças entre dois gêneros textuais comuns nos jornais, a notícia e os textos de opinião. Observe que ambos podem tratar do mesmo assunto, são publicados em jornais, atingem o mesmo grupo de leitores. Onde estão as diferenças? Seu professor organizará um momento para discutir com a classe as respostas encontradas. 44 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 RECAPITULANDO OS CONTEÚDOS Leitura e análise de texto As Questões de 1 a 4 baseiam-se no texto apresentado a seguir e foram retiradas do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), 2003. Leia o texto e responda às questões. Um repórter de jornal redigiu a seguinte notícia e a entregou a seu chefe: A greve dos motoristas de ônibus de São Paulo pegou a população desprevenida. Desde a madrugada, milhares de trabalhadores irritados aguardavam nos pontos os ônibus que os grevistas não permitiram que saíssem das garagens. Alguns motoristas insistiram em furar o bloqueio e foram agredidos pelos colegas. Houve casos de depredação de veículos e de instalações das empresas. Os carros do Metrô passaram a circular superlotados, o que também acabou por gerar uma série de tumultos. Os grevistas argumentam que o movimento se deve à defasagem salarial, mas o fato é que iniciativas radicais como essa merecem uma dura resposta das autoridades. Disponível em: <http://saresp.fde.sp.gov.br/2003/e_f/8a/index.htm>. Acesso em: 28 maio 2013. 1. De acordo com as informações contidas no texto, é correto afirmar que: a) os passageiros não deixaram de se solidarizar com os grevistas. b) os grevistas não se preocuparam em justificar o movimento. c) a paralisação dos ônibus não afetou outros setores de transporte. d) o movimento grevista não obteve apoio integral dos motoristas. 2. A expressão população desprevenida significa população: a) despreparada. b) desamparada. c) desesperada. d) desinteressada. 3. A notícia trata, principalmente, a) da depredação de veículos e instalações das empresas. b) do bloqueio dos grevistas e de suas agressões aos seus colegas. c) da greve dos motoristas de ônibus por maiores salários. d) de iniciativas radicais que merecem duras respostas das autoridades. 45 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 4. O chefe da redação pediu ao repórter para cortar do texto o que representa uma opinião, conservando apenas os fatos. Atendendo à recomendação, o repórter cortou de seu texto, acertadamente, a seguinte frase: a) desde a madrugada, milhares de trabalhadores aguardavam nos pontos os ônibus que os grevistas não permitiram que saíssem das garagens. b) houve casos de depredação de veículos e de instalações das empresas. c) os carros do Metrô passaram a circular superlotados. d) o fato é que movimentos radicais como esse merecem uma dura resposta das autoridades. 5. A notícia de jornal escolhida para a atividade do Saresp apresenta um problema. Que problema é esse? Qual a relação desse problema com a Questão 4? Estudo da língua 1. Individualmente, faça a leitura do relatório a seguir e observe o sentido de algumas palavras e expressões que ajudam na composição desse texto expositivo: elas indicam ao leitor que ali serão apresentadas e organizadas etapas de um experimento científico. Relatório de experimento em Ciências Na aula de Ciências, eu e meu grupo levamos uma garrafa com água, dois potinhos de tintas de cores diferentes, três cravos, uma tesoura e quatro copos. Nós colocamos um pouquinho de tinta de cor diferente em cada um dos copos. [...] Depois, juntamos um pouco de água. [...] Em seguida, cortamos ao meio o talo de uma flor. Ela ficou com duas perninhas. As outras duas ficaram do mesmo jeito. Pegamos a flor de talo cortado e colocamos metade do talo em um copo com água de uma cor e a outra metade no outro copo com a outra cor. As flores que estavam com o talo inteiro, sem cortes, nós pusemos uma em cada um dos outros copos. Deixamos os copos na escola e fomos para casa. No dia seguinte, observamos que a cor das pétalas das flores tinha ficado da mesma cor da água do copo no qual estavam. A flor que teve seu talo dividido em dois copos, com água colorida com cores diferentes, ficou com duas cores. As flores que não tiveram os talos cortados ficaram de uma cor só. É porque as flores têm veias que levam a água desde o talo até cada pedacinho das pétalas. 46 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Foi bem interessante essa experiência. [...] Esse é o meu relatório da experiência de Ciências. Rodrigo da Silva Luzia – 6a série A, no 28 – texto autêntico. Belém, 3 de junho de 2002. Atividade adaptada de: PELÁ, Cleuza. Interligando as linguagens. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística, educação física: livro do estudante: Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 19. 2. Grife essas palavras e expressões. 3. Explique o que essas palavras e expressões indicam sobre as ações do autor no experimento apresentado. Leitura e análise de texto © Acervo Iconográfico da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil 1. Observe as imagens a seguir. © Stefan Kolumban/Pulsar Imagens Almeida Júnior. O violeiro, 1899, pintura, óleo sobre tela, 141 cm x 172 cm, RM 1251. Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/ Brasil. Transferência do Museu Paulista, 1947. Favela e bairro de Ipanema vistos a partir do morro de Cantagalo. Rio de Janeiro (RJ), set. 2007. 47 © Ricardo Azoury/Pulsar Imagens Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Catástrofe da natureza provocada pelo homem. Lagoa Rodrigo de Freitas. Rio de Janeiro (RJ). 2. Coletivamente, em uma roda de apreciação, discuta com seus colegas e o professor suas primeiras impressões dessas imagens. 3. Dividam-se em grupos e sorteiem uma imagem para cada grupo. A tarefa do grupo será: t Refletir sobre a imagem: O que ela diz? A quem se dirige? Como pode ser interpretada? O que ela mobiliza? A que temas remete? Por que vocês acham isso? t Anotar o resultado dessas reflexões em forma de tópicos ou listas. 48 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Produção escrita Individualmente, escolha uma das imagens estudadas e escreva um pequeno comentário sobre suas impressões de leitura dessa imagem. É importante que, nesse texto, você exponha os motivos que o levaram a escolhê-la, justificando-os: O que chamou sua atenção? Que elementos da roda de apreciação e da discussão promovida a partir dela ajudaram na sua escolha e no seu entendimento da imagem lida? Oralidade Apresentem as anotações feitas na atividade anterior a toda a classe, explicando como chegaram a essas conclusões. No momento dessa apresentação, é importante abrir espaço para que os colegas formulem questões. Observem também se o nível de reflexão sobre as imagens foi ampliado em relação às Atividades 2 e 3. Atividade complementar em grupo Orientações para a produção escrita 1. Para garantir o caráter expositivo-argumentativo desse comentário feito na seção “Produção escrita”, retome os estudos realizados nas Situações de Aprendizagem 1, 2 e 3 sobre as tipologias “expor” e “argumentar”. 2. Faça uso das orientações sobre as etapas da produção escrita: planejar, primeira versão do texto, revisão e reformulação do texto. Seu professor apresentará à classe dois novos textos pertencentes a gêneros e tipologias diferentes. Sua tarefa será: a) ler os dois textos; b) indicar qual deles é organizado a partir das características da tipologia expositiva, justificando o porquê. LIÇÃO DE CASA 1. Retome, na Situação de Aprendizagem 1 (página 6), o texto Como o beija-flor maximiza o ganho de energia (artigo de divulgação científica escrito especialmente para o Caderno Mais!, da Folha de S.Paulo). Responda: a) esse texto pertence ao grupo dos textos expositivos. Explique por que é possível fazer essa afirmação; 49 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 b) relembrando o que aprendeu sobre textos expositivos, preencha o quadro-síntese a seguir. Informações gerais sobre o texto Título Autor Gênero de texto Onde o texto foi publicado Tema Informações que você obteve sobre o tema com a leitura do texto Estudo da língua 1. Em grupos, gravem um pequeno relato oral sobre as imagens analisadas na sequência da seção “Leitura e análise de texto” desta Situação de Aprendizagem. 2. Façam a transcrição literal desse relato, em cartolinas. 3. Depois, coletivamente, façam a leitura dessas transcrições, observando quais características do relato oral não poderiam ser mantidas no relato escrito, tais como: t expressões tipicamente orais (aí, daí, né...); t falta de pontuação entre as falas; t gírias; t ausência de elementos coesivos entre enunciados do texto oral. 4. Discutam com seus colegas e o professor as possibilidades de transposição desse relato oral para o escrito: a) O que deve ser eliminado e mantido para que o relato escrito respeite a norma-padrão? b) Como articular as falas, no relato escrito, utilizando alguns recursos coesivos? No lugar do aí, o que podem usar, por exemplo? 5. Cada grupo deve fazer essa transposição, observando se os aspectos próprios da oralidade e da escrita formal já discutidos foram, de fato, levados em conta e contribuíram para a compreensão e adequação do texto, de acordo com sua função comunicativa. 6. Apresentem a versão final do relato a toda a classe. 50 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 VOCÊ APRENDEU? 1. Para sistematizar o estudo do agrupamento tipológico “argumentar”, verificando o que e quanto aprendeu até aqui, é importante que você retome tudo o que foi feito, organizando uma lista dos conteúdos estudados. 2. Ao lado dos itens dessa lista, registre suas impressões, dúvidas e questionamentos. Essa avaliação pode ser feita na sala de aula ou em casa, de acordo com a orientação de seu professor. Lista de conteúdos estudados Impressões, dúvidas e questionamentos 3. Caso seja feita na escola, essa pesquisa dos conteúdos deve ser realizada em dupla, mas cada um anota individualmente suas questões. 4. Na sequência, apresente sua lista e anotações ao colega a fim de que cada um possa auxiliar o outro em suas dificuldades. 51 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 ? ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6 DA DISCUSSÃO COLETIVA À CARTA: CONSTRUINDO A ARGUMENTAÇÃO 1. Em dupla, façam a leitura da coletânea de textos a seguir. Após a leitura de cada um deles, anotem as opiniões dos autores sobre a adolescência. Leitura e análise de texto Texto 1 Insegurança O adolescente se olha no espelho e se acha diferente. Constata facilmente que perdeu aquela graça infantil que, em nossa cultura, parece garantir o amor incondicional dos adultos, sua proteção e solicitude imediatas. Essa segurança perdida deveria ser compensada por novo olhar dos mesmos adultos, que reconhecesse a imagem púbere como sendo a figura de outro adulto, seu par iminente. Ora, esse olhar falha: o adolescente perde (ou, para crescer, renuncia) a segurança do amor que era garantido à criança, sem ganhar em troca outra forma de reconhecimento que lhe pareceria, nessa altura, devido. Ao contrário, a maturação, que para ele é evidente, invasiva e destrutiva do que fazia sua graça de criança, é recusada, suspensa, negada. Talvez haja maturação, lhe dizem, mas ainda não é maturidade. Por consequência, ele não é mais nada, nem criança amada, nem adulto reconhecido. O que vemos no espelho não é bem nossa imagem. É uma imagem que sempre deve muito ao olhar dos outros. Ou seja, me vejo bonito ou desejável se tenho razões para acreditar que os outros gostam de mim ou me desejam. Vejo, em suma, o que imagino que os outros vejam. Por isso o espelho é ao mesmo tempo tão tentador e tão perigoso para os adolescentes: porque gostariam muito de descobrir o que os outros veem neles. Entre a criança que se foi e o adulto que ainda não chega, o espelho do adolescente é frequentemente vazio. Podemos entender então como essa época da vida possa ser campeã em fragilidade de autoestima, depressão e tentativas de suicídio. Parado na frente do espelho, caçando as espinhas, medindo as novas formas de seu corpo, desejando e ojerizando seus novos pelos ou seios, o adolescente vive a falta do olhar apaixonado que ele merecia quando criança e a falta de palavras que o admitam como par da sociedade dos adultos. A insegurança se torna assim o traço próprio da adolescência. Grande parte das dificuldades relacionais dos adolescentes, tanto com os adultos quanto com seus coetâneos, deriva dessa insegurança. Tanto uma timidez apagada quanto o 52 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 estardalhaço maníaco manifestam as mesmas questões, constantemente à flor da pele, de quem se sente não mais adorado e ainda não reconhecido: será que sou amável, desejável, bonito, agradável, visível, invisível, oportuno, inadequado etc.? CALLIGARIS, Contardo. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000. p. 24-25. 2. Complete: Contardo Calligaris pensa que a adolescência é um período... 3. O texto de Calligaris foi publicado em um: a) jornal de TV. b) jornal impresso. c) livro sobre adolescentes. d) romance para jovens. 4. Qual é o tema principal do texto lido? Leitura e análise de texto Texto 2 Atitudes que os pais devem adotar no tema das relações entre moças e rapazes adolescentes É muito conveniente o relacionamento entre moças e rapazes ao longo da adolescência. As diversas fases que descrevemos cumprem uma função necessária no desenvolvimento da amizade e na preparação do futuro amor. Por isso, os pais devem evitar preconceitos e atitudes de defesa prévia que dificultem o relacionamento normal entre moças e rapazes adolescentes. O relacionamento nos grupos mistos fomenta o desenvolvimento da virilidade e da feminilidade e ajuda a conhecer as pessoas do outro sexo. Rapazes e moças aprendem a conviver e adquirem qualidades complementares. 53 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Tudo isto não significa que a missão dos pais se reduza a permitir, sem nenhuma orientação e controle, o relacionamento do seu filho ou da sua filha com adolescentes do outro sexo. Acabamos de ver os riscos que existem nesse tipo de convivência. Esses riscos exigem um trabalho preventivo por parte da família e uma orientação dos filhos em cada situação concreta. O trabalho preventivo deve começar muitos anos antes da adolescência, por meio de uma educação sexual progressiva e correta no âmbito familiar. Esta tarefa corresponde aos pais, por serem colaboradores diretos de Deus na origem da vida e por serem os primeiros e principais educadores. Os próprios filhos esperam que sejam eles quem lhes explique o mistério da vida. É extremamente necessário que os pais não cedam à moda atual que pretende eximi-los dessa responsabilidade com o pretexto de que não estão preparados. Nos casos – poucos – em que lhes possa faltar essa preparação, a atitude sensata e útil consiste em que os seus colaboradores (professores e tutores) os ajudem a adquiri-la, não que pretendam substituí-los. Uma educação sexual correta não deve limitar-se a informar. É cada vez mais frequente que se ministre às crianças e adolescentes uma informação excessiva para a capacidade de compreensão de cada idade, e que por outro lado falte completamente o enfoque educativo. É preciso situar o biológico no contexto do amor espiritual, como algo que está a serviço da plenitude da pessoa e por isso faz parte dos planos de Deus. E ao mesmo tempo é preciso fortalecer o autodomínio, o respeito pelas pessoas do outro sexo e as virtudes do pudor e da castidade. A educação sexual é apenas um dos aspectos da educação para o amor. Os filhos aceitam-na e entendem-na melhor quando se vive na família um clima de amor, em que o amor generoso e sacrificado dos esposos é um ponto de referência chave. Se ao longo da infância os filhos receberem essa ajuda para descobrirem a função do sexo dentro da realidade global da pessoa, o risco de padecerem de curiosidades doentias e de sentimentos de culpa injustificados quando chegar a puberdade será muito menor. A educação progressiva da vontade, por meio da aquisição de todas as virtudes e especialmente, no nosso caso, das do pudor e da pureza, será um ponto de apoio muito importante para evitar as manifestações prematuras da sexualidade durante a adolescência. Durante a etapa do “amor platônico”, normalmente não surgem problemas nas relações menina-menino. Os pais, no entanto, deverão estar atentos à sua evolução, já que nunca se podem descartar dois possíveis riscos: o prolongamento dessa etapa e a sedução. Quando o amor idealizado se prolonga para além da adolescência, transforma-se numa realidade anômala. É um problema que aparece com mais frequência entre as meninas, uma vez que nelas a imaginação tem um papel mais importante do que nos rapazes: Muitas delas constroem um amante imaginário, um amante-ídolo, um amante-pretexto, com o qual se alienam numa “mitomania” amorosa que as impede de tomar conhecimento e estabelecer o contacto concreto com os rapazes. Nestes casos, é urgente facilitar um relacionamento com os rapazes, para que não acabem por fugir à realidade do amor. 54 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Há também o risco de que o adulto que é objeto da admiração romântica interprete mal essa atitude ou se aproveite dela. Neste caso, estamos diante do sério problema da sedução de uma menor. Na etapa das turmas mistas, existe o risco de que a amizade grupal se transforme em amizade íntima, flerte ou namoro prematuro, como vimos. Nesta fase, deve-se propor aos filhos que continuem a sair em turma com os seus amigos e amigas. Não devem ignorar que a amizade íntima com uma pessoa do outro sexo é, na maioria dos casos, uma “passarela” que conduz ao amor, para o qual não estão preparados. Se, apesar dos conselhos paternos, algum filho se vincula a uma pessoa do outro sexo, é preciso evitar, na minha opinião, a proibição taxativa de que saiam juntos. A experiência diz que, quando se dramatiza ou se proíbe este tipo de relação, a atração entre os dois adolescentes cresce como um incêndio avivado pelo vento. Pelo contrário, quando não há oposição frontal, o flerte ou o namoro prematuros costumam desaparecer em pouco tempo, como uma fogueira que se apaga por si. O problema mais difícil surge, como é evidente, quando essa relação prematura permanece apesar da prudência dos pais. Penso que nestes casos a única coisa que se pode fazer é rezar pelo filho, falar amigavelmente com ele e agir por vias indiretas, como a mudança de colégio. Mas se não houver amizade verdadeira entre os pais e os filhos, os conselhos e advertências serão inúteis e até contraproducentes. CASTILLO, Gerardo. Amizade e amor entre adolescentes. In: . Educar para a amizade. São Paulo: Quadrante, 1999. p. 200-204. 5. Para Gerardo Castillo, o relacionamento entre os dois sexos, na adolescência, pode ser favorável ou desfavorável ao desenvolvimento de meninos e meninas. Explique como você entendeu as duas posições do autor. a) Castillo pensa que o relacionamento entre meninos e meninas é favorável quando b) O autor acha que o relacionamento entre meninos e meninas pode ser prejudicial se 6. O texto de Castillo foi publicado em: a) jornal impresso. b) romance para jovens. 55 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 c) livro de orientação sobre adolescentes. d) folheto explicativo sobre controle de natalidade. 7. Qual é o tema principal desse texto? Leitura e análise de texto Texto 3 E foi então que aconteceu Não por acaso ou por acaso que dá no mesmo, ela, a menina que Marco César esperava sem saber se existia ou não, por coincidência ou mistério dos nomes, se chamava Clarice também. E tem mais: lia Clarice Lispector desde pequena como se essa escritora tão difícil e estranha para alguns escrevesse os livros para ela, a “menina dos olhos” de Marco César. Clarice escrevia para essa outra Clarice como quem escreve com a caligrafia do leitor para ele ler o que já era uma vaga impressão ou uma descoberta clandestina e, então, se ver fazendo da página carregada de letras um espelho todo seu. Clarice, a leitora, lia Clarice, a escritora, e se via, fazia pequenas e grandes descobertas, existia melhor. Coincidência ou mistério? Nem uma coisa nem outra, encontro do acaso, talvez. Clarice não era fanática por nada, nem mesmo por Clarice Lispector, o que era uma vantagem para Clarice que lia aquelas histórias extraordinárias sendo reveladas nas coisas mais banais. Vantagem também para Clarice que escrevia em guardanapos de papel, nos talões de cheques, nas margens brancas dos livros e dos jornais, porque escrever acontece para ela nas situações mais inesperadas e não escrever era como morrer por um instante, interrompendo o fluxo mais necessário da respiração. Provavelmente se uma das Clarices conhecesse a outra, as duas seriam amigas para sempre e iam rir e chorar juntas desvendando as coisas imaginadas, partilhando as coisas reais como duas mulheres que se descobrem morando no mesmo livro e se tornam cada vez mais íntimas aproximando a mão que escreve dos olhos de quem lê. Nunca se viram frente a frente mas não há a menor dúvida de que se encontraram nos esconderijos da imaginação. De que existe um grande amor e um livro muito especial esperando por você e por todas as outras pessoas do mundo, mesmo que esse encontro não passe de uma promessa – as duas tinham a certeza e eu também. Porém, este livro aqui está sendo escrito para salvar ou condenar um rapaz que cometeu um crime e não tem lugar para premonições. Ele, o Marco César, nunca tinha ouvido falar em Clarice Lispector e nem sentia falta de livros – lia mais do que a média dos jovens mas, se não lesse, não seria mais nem menos do 56 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 que era possível ser. Também não conhecia a outra Clarice embora estudassem na mesma escola – vai saber por quê. Mas assim como os desencontros fazem parte da vida, os encontros não deixam de existir... – e foi então que aconteceu... [...] Marco César ouviu, estava de costas para Clarice e quis permanecer só com a voz de uma garota que dizia qualquer coisa estranha e familiar. Gostou da voz dela e guardou da outra o som de “é claro, Clarice” que soou dentro dele como um aviso de que tinha estado sempre por perto e agora resolvia aparecer. [...] Ainda mais que ele sentia, mas não sabia direito quem era essa tal de Clarice, e não valia a pena se assustar ou quem sabe se decepcionar tão rápido com alguém que estava acabando de chegar. Amor também é cuidado, isso Marco César sabia. MARINHO, Jorge Miguel. Lis no peito: um livro que pede perdão. São Paulo: Biruta, 2005. p. 49-51. 8. Qual é o assunto do texto de Marinho? 9. Esse texto foi publicado em: a) jornal impresso. b) folheto de orientação sobre controle de natalidade. c) romance para jovens. d) livro sobre adolescentes. 10. Produza, individualmente, uma ficha de leitura dos Textos 1, 2 e 3, com as seguintes informações: título, nome do autor, publicação e tema. 11. No caderno, responda às questões a seguir, considerando seu entendimento do texto: a) Os Textos 1 e 2 apresentam duas visões diferentes da adolescência. Quais são elas? b) Para você, qual dos dois autores se aproxima mais de suas questões como adolescente? Por quê? c) Selecione dois argumentos utilizados pelos autores dos Textos 1 e 2 para defender seus pontos de vista sobre a adolescência. d) Você se interessou por ler os livros nos quais os Textos 1 e 2 foram publicados? Justifique sua resposta. 57 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 e) Por que, na opinião do autor do Texto 1, “Insegurança se torna assim o traço próprio da adolescência”? f ) Por que o autor do Texto 2 acredita que os pais de adolescentes têm uma missão? g) Explique por que o Texto 2 assume algumas características de um texto injuntivo. h) Como seus pais ou responsáveis lidam com a questão da adolescência? Em sua opinião, eles assumem comportamentos que se aproximam mais do Texto 1 ou do Texto 2? Por quê? i) Há personagens literários nos Textos 1 e 2? Por quê? j) O Texto 3 exerce a mesma função comunicativa dos demais? Ou seja, o autor tinha a intenção de informar e orientar o leitor sobre questões da adolescência, assim como Calligaris e Castillo? Por quê? k) É possível inferir que o Texto 3 também trata de questões da adolescência. Que indícios do texto contribuem para essa constatação? l) Quem são as personagens envolvidas na história apresentada no Texto 3? m) Você sentiu curiosidade de ler na íntegra o livro Lis no peito: um livro que pede perdão, de Jorge Miguel Marinho? Apresente três razões que justifiquem sua resposta. Oralidade Organizem uma roda para discutir a adolescência, tema abordado pelos três textos. Para essa roda, vocês devem: t t manifestar o seu ponto de vista sobre o que os autores dizem, concordando com eles ou discordando deles; argumentar para defender o seu ponto de vista com base em sua própria experiência como adolescente. Atividade em grupo 1. Divididos em grupos, façam uma análise mais aprofundada dos textos anteriores. (Atenção: haverá mais de um grupo analisando o mesmo texto.) 2. Preparem uma ficha organizativa de leitura com base nos modelos que vocês já conhecem, anotando todas as informações que julgarem relevantes. É importante acrescentar os dados técnicos do texto, anotados individualmente na seção “Leitura e análise de texto”. 3. Entreguem essa ficha ao professor, que a avaliará. 58 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 4. Caso o professor julgue necessário, poderá fazer intervenções na própria ficha, observando algumas das questões do item anterior ou outras. Em seguida, devolverá as fichas aos grupos. 5. Registrem, individualmente, uma cópia dessa ficha no caderno. 6. Observem as eventuais marcações feitas pelo professor. O grupo deve organizar oralmente uma resposta ou justificativa para a ausência de alguma informação. PARA SABER MAIS Sugestão de texto para ampliar a discussão sobre o tema adolescência O livro de Contardo Calligaris, A adolescência, é uma boa indicação de leitura sobre o tema, tanto antes quanto depois da roda de leitura. O professor, se julgar importante, poderá selecionar outros artigos desse livro, promovendo novas discussões ou o desenvolvimento de outras atividades. Ou, se o livro estiver disponível na biblioteca de sua escola, faça você mesmo uma busca desses outros artigos. PESQUISA INDIVIDUAL 1. Faça uma pesquisa, na internet ou na biblioteca da escola, sobre textos literários que tenham como tema questões relacionadas à adolescência ou tenham como protagonistas personagens adolescentes. 2. Selecione pelo menos um desses textos e faça uma leitura integral. Se preferir, você também pode ler o romance Lis no peito: um livro que pede perdão, de Jorge Miguel Marinho, cujo trecho foi trabalhado na coletânea anterior. Produção escrita 1. Escolha um dos autores dos textos lidos anteriormente e escreva uma carta para ele, falando sobre as experiências em sua atual fase de vida e explicando seu ponto de vista sobre o que é ser adolescente. Para essa tarefa, considere os seguintes dados: 59 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 t o destinatário; t as razões que o levaram a escrever a carta para esse destinatário (intenção e objetivos); t a apresentação de um tema; t a apresentação de suas opiniões e pontos de vista sobre o tema; t a seleção de argumentos que confirmem o seu ponto de vista: use exemplos, ilustrações, comparações; t a linguagem (não use gírias, a não ser entre aspas, para ilustrar alguma passagem); t o encerramento do texto, com agradecimento, pedidos ou sugestões. 2. Em grupo organizado pelo professor, iniciem uma revisão das cartas escritas. Discutam alguns trechos que pareçam confusos, com pontuação inadequada (ou sem pontuação), auxiliando-se mutuamente. Estudo da língua 1. Em grupo: a) façam uma pesquisa sobre o uso da vírgula, no livro didático ou em outras fontes, como em gramáticas ou em sites especializados; b) elaborem, coletivamente, em cartolina ou papel kraft, um quadro com as principais regras de uso da vírgula, com exemplos de cada caso. Acrescentem também alguns usos incorretos; c) fixem esse quadro em um mural (ou na própria parede), a fim de que vocês possam consultá-lo sempre que necessário; d) tenham também uma cópia desse quadro no caderno, caso precisem das informações quando estiverem escrevendo em casa. 2. Individualmente, com base nos estudos que você já realizou sobre o uso da vírgula, assinale as alternativas corretas: ( ) a vírgula é usada para isolar termos considerados sintaticamente como acessórios. ( ) a vírgula deve ser usada para separar o verbo de seus termos complementares. ( ) a vírgula, assim como alguns outros sinais de pontuação, serve para garantir pausas de respiração. ( ) a vírgula não deve ser usada para separar o sujeito do verbo. 60 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 ( ) a vírgula tem a função de separar termos que exercem a mesma função sintática, quando não vêm unidos pelas conjunções e, ou e nem. ( ) a vírgula isola o aposto ou qualquer outro elemento que exerça uma função explicativa. ( ) a vírgula isola o vocativo. ( ) a vírgula isola os elementos repetidos (palavras ou expressões que apareçam repetidas na sentença). ( ) a vírgula isola advérbios ou expressões adverbiais no início das sentenças. ( ) a vírgula separa, na datação de um texto escrito, o nome do lugar. ( ) a vírgula indica a supressão de uma palavra (ou conjunto de palavras). LIÇÃO DE CASA O professor selecionará, no livro didático, alguns exercícios sobre sinais de pontuação que devem ser resolvidos no caderno. Anote as indicações das atividades para não esquecer. 61 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 ? ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7 ESCRITA DE PARÁGRAFOS ARGUMENTATIVOS Atividade em grupo 1. Em grupo, façam a leitura das filipetas entregues pelo professor. Elas são as partes que compõem um artigo de opinião. 2. Observem se, nos parágrafos que compõem cada uma das filipetas, há argumentos e algumas expressões que os introduzem. Essas expressões vão ajudar na hora de remontar o texto. 3. Remontem o texto, considerando: a apresentação do tema e do ponto de vista do autor; a ordenação de argumentos que defendam esse ponto de vista; a conclusão a que o autor chega ao final de sua discussão. 4. Apresentem, em cartolina, a montagem do texto, justificando por que escolheram determinada ordem para organizar os parágrafos. 5. Acompanhem a leitura que o professor fará do texto original, mostrando-lhes a sequência de ideias do autor. Leitura e análise de texto Leia o texto Poder do cidadão e responda às questões a seguir no caderno. Poder do cidadão A fome é a realidade, o efeito e o sintoma da ausência de cidadania Não é por acaso que a palavra cidadania está sendo cada vez mais falada e praticada na sociedade brasileira. Uma boa onda democrática que vem rolando mundo afora chegou ao Brasil há algum tempo e tem nos ajudado a descobrir como dar conta do que acontece na vida pública. Cidadania é a consciência de direitos democráticos, é a prática de quem está ajudando a construir os valores e as práticas democráticas. No Brasil, cidadania é fundamentalmente a luta contra a exclusão social, contra a miséria, e mobilização concreta pela mudança do cotidiano e das estruturas que beneficiam uns e ignoram milhões de outros. E querer mudar a realidade a partir da ação com os outros, da elaboração de propostas, da crítica, da solidariedade e da indignação com o que ocorre entre nós. Um cidadão não pode dormir com um sol deste: milhares de crianças trabalhando em condições de escravidão, trabalhadores sobrevivendo com suas famílias num quadro de miséria e de fome, a exploração da mulher, a discriminação do negro, uma elite rica esbanjando indiferença num mundo de festas e desperdícios escandalosos, de banqueiros metendo a mão no dinheiro do depositante, da polícia batendo em preto e pobre. 62 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 A fome é a realidade, o efeito e o sintoma da ausência de cidadania. O ponto de partida e de chegada das ações cidadãs. A negação radical da miséria é um postulado de mudança radical de todas as relações e processos que geram a miséria. É passar a limpo a história, a sociedade, o Estado e a economia. Não estamos falando de coisas abstratas, de boas intenções ou desejos humanitários de alguns. Cidadania é, portanto, a condição da democracia. O poder democrático é aquele que tem gestão, controle, mas não tem domínio nem subordinação, não tem superioridade nem inferioridade. Uma sociedade democrática é uma relação entre cidadãos e cidadãs. É aquela que se constrói da sociedade para o Estado, de baixo para cima, que estimula e se fundamenta na autonomia, independência, diversidade de pontos de vista e sobretudo na ética – conjunto de valores ligados à defesa da vida e ao modo como as pessoas se relacionam, respeitando as diferenças, mas defendendo a igualdade de acesso aos bens coletivos. O cidadão é o indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente de todas as questões da sociedade. Um cidadão com sentido ético forte e consciência de cidadania não abre mão desse poder de participação. Fonte: SOUZA, Herbert de. Poder do cidadão. Rio de Janeiro: IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas. <http://www.ibase.br/betinho_especial/poder_cidadao.htm>. Acesso em: 24 set. 2010. 1. O texto do sociólogo brasileiro Herbert de Souza, o Betinho, pode ser considerado argumentativo. Por quê? 2. Qual é o tema central desse texto? 3. Qual é o ponto de vista defendido pelo autor? 4. Selecione alguns argumentos utilizados pelo autor para defender esse ponto de vista. 5. Você concorda com os argumentos apresentados por Herbert de Souza? 6. O autor do texto faleceu em 1997. Em sua obra, os temas cidadania e combate à pobreza são constantes. Em sua opinião, esses temas ainda são atuais para a realidade brasileira? Justifique sua resposta. PESQUISA INDIVIDUAL Faça uma pesquisa sobre Herbert de Souza e a campanha que ele desenvolveu, na década de 1990, para combater a fome: Ação da cidadania contra a fome, a miséria e pela vida. Essa pesquisa pode servir de base para que você, posteriormente, escreva um artigo de opinião sobre a fome, a ser publicado, por exemplo, em um blog. 63 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 PESQUISA EM GRUPO 1. Em grupo, preparem uma lista com os temas sobre os quais vocês desejam escrever e possam facilmente opinar. Ela será a fonte para que escrevam posteriormente alguns parágrafos. 2. Organizem-se em grupos, considerando o interesse comum por algum tema específico. 3. Façam uma pesquisa sobre o tema escolhido, na internet ou em livros indicados pelo professor, e selecionem alguns textos, lendo-os e organizando fichas com os principais dados. 4. Conversem sobre suas impressões e dúvidas e, se for necessário, peçam ajuda ao professor. Posicionem-se sobre o tema, selecionando alguns argumentos com os quais possam defender seu ponto de vista. Esses argumentos devem ser baseados na leitura que fizeram dos textos e nos conhecimentos que vocês já possuem sobre o tema. Oralidade Em grupo, organizem um ciclo de palestras sobre os temas estudados na “Pesquisa em grupo”. Para tanto, será necessário: 1. Retomar as pesquisas e anotações da atividade anterior. 2. Esquematizar a apresentação, a partir das leituras feitas, do tempo previsto de apresentação, pontos que serão destacados, imagens que serão apresentadas etc. 3. Se for o caso, fazer novas pesquisas sobre o tema, na internet ou em revistas e jornais, selecionando informações e fatos que os ajudarão a compor o material a ser apresentado no ciclo de palestras. 4. Organizar a apresentação oral, considerando o público-alvo (pais, professores, funcionários, alunos de outras séries/anos, além de algum especialista no assunto, como psicólogo, sociólogo, escritor etc.) e a função comunicativa do gênero “palestra” (expor ao interlocutor determinado tema, apresentando dados obtidos em leituras, pesquisas etc.). 5. Definir quem serão os palestrantes: seria interessante eleger um ou dois integrantes de cada grupo para discorrer sobre o tema. 6. Organizar o ciclo de palestras, definindo dias e horários para as apresentações; elaborar cartazes que anunciem o ciclo e convidar o público-alvo. 7. Após a palestra, permitir que a plateia faça perguntas ou dê depoimentos relacionados aos temas abordados. 64 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Produção escrita Individualmente, escreva parágrafos argumentativos sobre o tema pesquisado na seção “Pesquisa em grupo”. Eles comporão, posteriormente, um texto opinativo. Para isso, siga as orientações. 1. Antes de escrever os parágrafos, selecione os tópicos sobre os quais gostaria de discutir. 2. Organize esses tópicos do seguinte modo: a) Parágrafo introdutório: apresente o tema ao leitor; expresse sua opinião sobre o tema. b) Parágrafo de desenvolvimento: escreva um motivo ou uma razão que explique a sua opinião sobre o tema (um argumento por parágrafo). c) Parágrafo conclusivo: sintetize o que desenvolveu sobre o tema no decorrer do texto, fechando o raciocínio; mas deixe algumas possibilidades para que o leitor pense em novas questões relacionadas a ele. Estudo da língua A partir das explicações dadas pelo professor (e encontradas no livro didático), escreva, no caderno, duas sentenças para cada uma das conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas descritas a seguir: a) conjunção ou locução conjuntiva causal; b) conjunção ou locução conjuntiva temporal; c) conjunção ou locução conjuntiva concessiva; d) conjunção ou locução conjuntiva final; e) conjunção ou locução conjuntiva consecutiva; f ) conjunção ou locução conjuntiva condicional; g) conjunção ou locução conjuntiva comparativa; h) conjunção ou locução conjuntiva proporcional; i) conjunção ou locução conjuntiva conformativa. LIÇÃO DE CASA 1. O professor selecionará, no livro didático, alguns exercícios de sistematização sobre os tipos de conjunção subordinativa ou locução conjuntiva analisados na seção “Estudo da língua”. 2. Resolva-os no próprio livro. Anote suas dúvidas ao lado das atividades. 65 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 ? ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8 TEXTOS DE OPINIÃO E SEU CONTEXTO COMUNICACIONAL Leitura e análise de texto Atividade 1: Filme Para realizar esta atividade, vocês vão assistir ao filme O ano em que meus pais saíram de férias. Direção: Cao Hamburger. Brasil, 2006. 104 min. 10 anos. Ele trata de um tema bastante polêmico: a ditadura no Brasil. Se o professor julgar interessante, vocês podem escolher outros filmes para a realização desta atividade. Nesse caso, o professor adaptará as questões de interpretação textual do Item 4. 1. Em dupla, escrevam uma sinopse do filme, considerando seu enredo. 2. Apresentem o texto à classe, comparando-o com os demais. Nesse momento, vocês devem retomar o filme, relembrando cenas e discutindo seu tema central. 3. Escolham as sinopses que julgarem mais fiéis ao filme para ficarem expostas na classe. 4. No caderno, responda, individualmente, às seguintes questões: a) Quais são as personagens centrais desse filme? b) Por que a personagem Mauro pode ser considerada protagonista? c) Quais são as características dessa personagem (como é, quantos anos tem, do que gosta etc.)? d) Qual é a relação entre a história de Mauro e a História do Brasil da década de 1970? e) Qual foi a primeira e difícil surpresa que Mauro teve ao chegar a São Paulo? f ) Qual foi a solução encontrada para que Mauro pudesse continuar na cidade? g) Essa solução foi confortável para as personagens envolvidas na situação? h) Como a relação entre o menino e a personagem Shlomo se constrói? i) As amizades feitas pelo menino o ajudam a se adaptar à nova vida temporária? Em sua opinião, por que isso acontece? j) O objetivo principal do filme é narrar os acontecimentos referentes ao período histórico brasileiro (como a ditadura e a Copa do Mundo) ou tratar das situações que a personagem central é obrigada a enfrentar? Por quê? 66 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Atividade 2: Cartas do leitor 1. Com o auxílio do professor, em grupo, selecionem quatro cartas do leitor retiradas de revistas de informação (impressas ou virtuais), organizando um quadro com os temas e pontos de vista que conseguirem identificar, de acordo com as orientações a seguir: Referências de publicação/ temas/pontos de vista Carta 1 Carta 2 Identificação do remetente da revista e da seção na qual a carta foi publicada Tema da carta Opinião do autor da carta sobre o tema Argumentos utilizados pelo autor para defender sua opinião Quais das cartas apresentam conteúdo que leva o leitor a um posicionamento e à construção de argumentos? 67 Carta 3 Carta 4 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Referências de publicação/ temas/pontos de vista Carta 1 Carta 2 Carta 3 Carta 4 Algumas dessas cartas parecem mais “recadinhos”, porque não têm a pretensão de discutir determinado tema, apresentando argumentos na defesa de um ponto de vista? Sua impressão sobre o tema 2. Coletivamente, os grupos devem apresentar o quadro organizativo, refletindo sobre a função social das cartas do leitor (manifestação de defesa ou refutação de um tema) e os traços argumentativos revelados nas tomadas de posição de seus autores. 3. Sobre o gênero “carta do leitor”, é possível dizer: a) ( ) o leitor escreve para os veículos de comunicação com a intenção de manifestar sua opinião sobre determinada notícia, reportagem, tema etc., concordando ou não com o que leu. b) ( ) as cartas dos leitores não podem ser lidas separadas de seu contexto, porque esse gênero é uma resposta a um texto anterior (uma notícia, reportagem, matéria de capa, tema discutido no jornal, revista etc.). c) ( ) a carta do leitor não é uma manifestação de diálogo do leitor com o veículo de comunicação ao qual se dirige (revista, jornal, televisão, rádio) ou com o autor de um texto que tenha sido publicado nesse espaço. d) ( ) nem sempre, na carta do leitor, o destinatário está explícito, com indicação de nome, por exemplo. O interlocutor vai sendo revelado ao longo do texto, pelas 68 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 marcas linguísticas deixadas pelo autor: a própria revista, os outros leitores, o autor que escreveu o texto sobre o qual a carta comenta etc. e) ( ) na carta do leitor não pode faltar o nome do remetente. f) ( ) o gênero “carta do leitor” é sempre publicado em uma seção específica. g) ( ) a carta do leitor tem sempre a finalidade de refletir sobre um tema, emitir uma opinião e defender um ponto de vista. h) ( ) a “carta do leitor” é igual aos outros gêneros de cartas: pessoais, de reclamação etc. Localizando argumentos 1. Coletivamente, façam a leitura do quadro a seguir: Argumento de autoridade Cita palavras de pessoas consideradas autoridades no assunto que está sendo discutido como meio de prova a favor do ponto de vista defendido pelo autor. Argumento pelo exemplo Apresenta um ou vários exemplos, com a finalidade de comprovar o ponto de vista adotado. Argumento baseado em provas concretas Utiliza fatos comprovados para defender ou refutar uma ideia. Argumento baseado em causa e consequência Busca relação entre o motivo, a razão para ser como é e os seus efeitos ou consequências. Argumento com base em consenso Utiliza máximas e proposições aceitas como verdadeiras em uma certa época, e que, portanto, não precisam de comprovação. 2. Com a ajuda do professor, apresentem mais alguns exemplos que contemplem cada um dos tipos de argumento do quadro. 3. Em grupo, retomem alguns textos já lidos ou escritos até aqui (por exemplo: Atividade 1, Situação de Aprendizagem 7), fazendo um levantamento dos tipos de argumento encontrados neles. Retirem dos textos argumentos que tenham a finalidade de: 69 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 a) exemplificar; b) estabelecer uma relação de causa e consequência de um problema; c) fortalecer uma opinião pessoal a partir da autoridade de outra pessoa; d) apresentar provas concretas sobre um determinado fato. 4. Em grupo, comparem os resultados obtidos pelos grupos, acrescentando ou corrigindo alguma informação. Atividade em grupo 1. O professor dividirá a classe em grupos e distribuirá os temas para pesquisa. Vocês podem, no entanto, sugerir outros temas que também sejam de seu interesse. Tema 1: O desmatamento da Floresta Amazônica e suas consequências para o meio ambiente. Tema 2: Projetos brasileiros governamentais e não governamentais relacionados à preservação do meio ambiente. Tema 3: Projetos de inclusão social de adolescentes em situação de risco. Tema 4: A gravidez na adolescência. 2. Façam uma pesquisa sobre o tema pelo qual seu grupo ficou responsável, selecionando pelo menos dois artigos de opinião que discutam o assunto. 3. Sabendo que o artigo de opinião sempre parte de uma questão polêmica que divide a opinião de leitores (uns aceitam o ponto de vista do autor sobre ela, outros são contra), identifique a questão polêmica de cada um dos artigos selecionados. A questão polêmica é sempre uma pergunta sobre o tema geral, que é mais amplo – por exemplo, se o tema é o desmatamento da Amazônia, há diferentes questões polêmicas que podem ser feitas, como: É possível haver desenvolvimento sem desmatamento? As reservas indígenas contribuem ou não para a preservação da floresta? Empreendimentos estrangeiros são responsáveis ou não pelo desmatamento da Amazônia? 4. Analisem esses textos, observando como o tema é apresentado pelo autor, qual é a questão polêmica que ele definiu para particularizar um aspecto do grande tema, qual seu ponto de vista, quais argumentos utiliza para defender esse ponto de vista. 5. Posicionem-se em relação ao tema, às questões polêmicas e às opiniões defendidas pelos autores. 70 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 O que você aprendeu com a pesquisa? Após a pesquisa, discutam e avaliem se ela foi útil para ampliar seus conhecimentos sobre o tema pesquisado. Produção escrita 1. Escrevam, em grupo, uma carta do leitor, discorrendo sobre o que acharam do texto, concordando com o autor ou refutando suas ideias. Para essa produção escrita, levem em consideração a organização dos parágrafos: t introdução e contextualização do tema: esse parágrafo pode ser dirigido diretamente ao autor do texto, ao veículo (revista, sites) no qual o texto foi publicado, aos outros leitores desse veículo; t apresentação do ponto de vista do autor do texto, bem como de trechos com os quais vocês concordam ou dos quais discordam; t apresentação de novos argumentos que confirmem ou rejeitem a opinião do autor. Utilizem para isso os tipos de argumento estudados nesta Situação de Aprendizagem; t conclusão que justifique a escrita da carta. Neste parágrafo, vocês podem apresentar, por exemplo, novos questionamentos sobre o tema discutido para que o autor ou os outros leitores possam refletir. 2. Organizem as etapas de revisão textual com a ajuda do professor. 3. Apresentem para toda a classe o tema pelo qual ficaram responsáveis, os textos lidos e a produção escrita. PARA SABER MAIS Para ampliar seu repertório, vocês podem selecionar filmes que tratem dos temas estudados na seção “Atividade em grupo”. Sobre a gravidez na adolescência, sugerimos o filme Juno. (Direção: Jason Reitman. EUA, 2007. 92 min. 10 anos.). Juno, nome da personagem principal, é uma adolescente que engravida de seu colega de escola Bleeker, um sujeito considerado nerd e viciado em balinhas de laranja. Irreverente e decidida, ela sabe que não tem condições de desempenhar o papel de mãe nesse momento da vida (ela tem entre 15 e 16 anos) e resolve dar o filho para adoção. Daí em diante, vai em busca do casal ideal para criar o filho e vivencia muitos momentos diferentes: engraçados, irônicos, críticos, angustiantes etc. 71 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Oralidade 1. Em grupo, façam uma lista com nomes de livros literários que já leram até esta série/ano (relacionem tanto os indicados pela escola como os que vocês leram por conta própria). 2. Em seguida, elaborem uma nova lista com o título de outras obras literárias que tenham vontade de conhecer. Para auxiliá-los a organizar essa segunda lista, vocês podem fazer algumas pesquisas na internet; folhear o livro didático; ir à biblioteca da escola; ler as listas publicadas em revistas e jornais, nas seções próprias para esse tema. 3. Essa lista deve conter as seguintes informações: nome da obra; nome do autor; dados da publicação; tema; gênero a que pertence (“poema”, “conto”, “crônica”, “romance”, “fábula”). 4. Apresentem a lista à classe e troquem algumas sugestões de leitura (podem contar sobre os livros que já leram e saber mais sobre alguns que não conhecem, mas já foram lidos por seus colegas). 5. Caso seja possível, emprestem alguns desses livros na biblioteca da escola ou do bairro para que possam lê-los ao longo da semana. Estudo da língua 1. Retome o texto do sociólogo Herbert de Souza, estudado na Situação de Aprendizagem 7, e circule todas as ocorrências da palavra que. Observe o uso feito pelo autor em cada uma das sentenças e indique a função sintática que essa palavra exerce (conjunção ou pronome relativo). Anote esses exemplos em um quadro semelhante ao do modelo a seguir: Orações Função sintática Não é por acaso que a palavra cidadania está sendo cada vez mais falada [...] Conjunção Uma boa onda democrática que vem rolando mundo afora chegou ao Brasil [...] Pronome relativo 2. Retire dos textos de Contardo Calligaris e Gerardo Castillo, apresentados na Situação de Aprendizagem 6, três exemplos dos usos da partícula que semelhantes aos analisados na Atividade 1. Anote esses exemplos em um quadro. Veja o modelo a seguir: 72 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Orações Função sintática: conjunção Função sintática: pronome relativo Texto de Contardo Calligaris Texto de Gerardo Castillo LIÇÃO DE CASA 1. O professor selecionará, no livro didático, alguns exercícios de sistematização sobre o uso da palavra que como pronome relativo e como conjunção subordinativa integrante. Resolva-os, listando suas dúvidas. 2. Aproveitando os temas estudados até aqui, elabore, no caderno, seis sentenças utilizando o articulador sintático que na função de pronome relativo e conjunção integrante. 73 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 ? ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 9 PRODUZINDO UM ARTIGO DE OPINIÃO Oralidade 1. Em uma roda, o professor fará a leitura de alguns contos e poemas a fim de que vocês possam conhecer e apreciar esses textos. Contribuam com essa roda, revezando os momentos de leitura. 2. Em seguida, conversem sobre o que ouviram ou leram. Quais são os temas tratados nos textos? 3. Qual é a visão das personagens ou do eu lírico sobre esses temas? 4. Vocês se identificam com eles ou com o modo como tratam do tema? Atividade em grupo 1. Em grupo, respondam oralmente às questões: a) Em sua opinião, o Brasil é um país racista? b) O que vocês acham desse tema? c) O que sabem sobre racismo? d) Já vivenciaram situações em que o racismo estivesse em foco? e) Há alguma relação entre esse tema e os textos lidos na roda de leitura anterior? 2. Organizem em papel kraft ou cartolina um quadro como o do modelo a seguir, preenchendo as colunas com argumentos coerentes para cada uma das respostas dadas à questão: O Brasil é um país racista? O Brasil é um país racista? Sim Não 3. Apresentem o quadro preenchido e comparem as respostas. 4. Considerando os resultados do quadro, reflitam: a) Quais são as razões para considerar o Brasil um país racista? b) Quais são as razões para não considerar o Brasil um país racista? c) Qual das colunas apresentou mais argumentos em defesa de seu ponto de vista? 74 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Leitura e análise de texto Façam a leitura dos textos a seguir. Texto 1: sim O racismo como consequência Em 1998, Pierre Bourdieu e Loïc Wacquant se perguntavam, em famoso libelo contra o imperialismo cultural norte-americano: “Quando será publicado um livro intitulado O Brasil racista, segundo o modelo da obra com o título cientificamente inqualificável, La France raciste, de um sociólogo mais atento às expectativas do campo jornalístico do que às complexidades da realidade?” Igual desafio me coloca a Folha. Eu respondo sim, somos um país racista, se por racismo entendermos a disseminação no nosso cotidiano de práticas de discriminação e de atitudes preconceituosas que atingem prioritariamente os pardos, os mestiços e os pretos. Práticas que diminuem as oportunidades dos negros de competir em condições de igualdade com pessoas mais claras em quase todos os âmbitos da vida social que resultam em poder ou riqueza. Do mesmo modo, até recentemente era difícil achar uma face negra na TV brasileira, em comerciais ou em programas de entretenimento ou informação. Casos de violência policial contra negros eram comuns, como o era a detenção de negros por suspeição ou a proibição de usarem o elevador social em edifícios residenciais. A presença de negros nas universidades, como professores ou alunos, continua muito abaixo da proporção de negros em nossa população. Para culminar, o descaso dos poderes públicos para com os bairros periféricos ou as regiões mais pobres do país torna ainda mais sofríveis os indicadores sociais relativos a pretos e pardos. As desigualdades raciais, ou seja, os diferenciais de renda, saúde, emprego, educação etc. entre brancos, de um lado, e pretos e pardos, de outro, são gritantes e estão muito bem documentadas. A julgar pelos resultados, portanto, somos racistas. E esse é o modo como, no mundo atual, a sociologia e as instituições internacionais definem o racismo. Não é pelas intenções, pelas doutrinas ou pela consciência racial, mas pelo resultado de uma miríade de ações e omissões. Como funciona o nosso “racismo como consequência”? Desde os anos 1940 o sabemos. Não classificamos por raça, mas por cor. Não acreditamos em grupos de descendência chamados “raças”. Os nossos “grupos de cor” são abertos, podem se alterar de geração a geração, podem conviver com certa mobilidade individual. São classes, no sentido weberiano. Temos e cultivamos, portanto, classes de cor. 75 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Mas, apesar de fronteiras incertas para o olhar europeu, não há dúvidas de que pessoas e famílias no Brasil pertencem a classes de cor bem determinadas, se fixarmos um momento no tempo. “Cores” são tão socialmente construídas quanto as “raças” delas derivadas. Discriminamos abertamente as pessoas por classe de cor ou de renda, por local de nascimento ou aparência física etc. Todas essas discriminações são feitas em muito boa consciência porque não acreditamos em “raças”. Não creio, entretanto, que nosso racismo seja pior, como querem alguns militantes, porque mais difícil de ser combatido e revertido. Nos últimos dez anos, melhorou o respeito aos direitos individuais, e a representação de demandas coletivas se revigorou no Brasil. Reconhecemos o nosso racismo. Isso levou a uma sensível mudança de atitude, políticas novas estão sendo testadas. Como explicar de outro modo a implantação de ações afirmativas ou programas de inclusão social em tantas universidades públicas; a contratação de artistas e jornalistas negros pelos meios de comunicação; a criminalização da discriminação; a diminuição das arbitrariedades policiais contra os negros; o reconhecimento das terras quilombolas etc.? Tudo isso, porém, não podia ser feito sem que um movimento social poderoso se organizasse em torno da reivindicação de igualdade racial contando com a solidariedade internacional. Um “imperialismo cultural” de consequências republicanas e democráticas, eu diria. Alguns temem que as “classes de cor” se tornem “raças” pela força da lei, ou seja, pelas políticas de inclusão social e racial. Espero que se dê algo bem diferente: se eficientes, essas políticas podem dissolver o racismo que subsiste sob as classes de cor. GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. “O Brasil é um país racista?”. Folha de S.Paulo, 18 nov. 2006. Tendências/Debates. Texto 2: não O tempo não para A palavra “raça” surgiu nos finais do século XV para designar as famílias reinantes na Europa. Sinônimo de linhagem, demorou 200 anos para ganhar outro sentido: grupo que se diferenciava por um conjunto de caracteres hereditários. Em Portugal, no século XVIII, não constava dos dicionários, embora os descendentes de judeus, considerados gente de “raça infecta”, fossem proibidos de ter acesso a cargos públicos. Estatutos, denominados “de pureza de sangue”, foram depois estendidos a ciganos, indígenas e afrodescendentes e tinham a ver com a desigualdade assentada na religião. É no século XIX, com Gobineau, autor de Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, que a noção de raça, associada às características físicas e a um passado comum, ganhou força. Dicionarizada nos anos 1930, a palavra “racista” vai se referir à teoria da hierarquia das raças, 76 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 que pregava a necessidade de preservar a raça superior de todo cruzamento e o seu direito de dominar as outras. “Mein Kampf ” foi o evangelho do racismo. No século XIX, despontou uma disciplina encarregada de estudar o problema. A antropologia designava, então, a arte de avaliar a cor da pele, medir crânios e definir raças. Debate antigo agitava a área: a origem da espécie humana seria única ou múltipla? Foi recusando a heterogeneidade das “raças” humanas que seus fundadores se deram um problema para pensar: se a humanidade era una, como identificar, classificar e justificar a variedade dos modos de vida dos grupos humanos? Hierarquizando as culturas, justificando as invasões coloniais e valorizando o racismo, muitos pioneiros acabaram dividindo o mundo entre “civilizados e primitivos”. No Brasil, tais concepções chegaram tarde. A simples introdução da categoria “cor” nos censos do império gerou protestos, e apenas aos finais do século é que intelectuais brasileiros se interessaram pelo tema. Ante a questão da mistura étnica que marcou a nossa formação, o que fazer? Nina Rodrigues e Silvio Romero buscaram mapear as contribuições da “raça negra” à nossa formação. E muitos intelectuais inverteram as interpretações que previam a “degeneração da raça” como resultado da mestiçagem, apostando, ao contrário, que, graças à imigração europeia, o branqueamento seria a solução. Se essas conclusões fortaleceram preconceitos num momento em que os últimos escravos estavam sendo libertados, elas não estabeleceram fronteiras raciais nítidas entre as pessoas, pois valorizavam a própria miscigenação como uma forma eficiente de convívio e branqueamento. Há décadas, o debate sobre “raças” ficou para trás, substituído pelo das culturas, como conjunto de comportamentos e valores comuns. Houve um duplo movimento: a afirmação da importância do fator cultural como fonte de diferença e conflito e a desconstrução da noção de cultura como algo coerente, inalterado pelo tempo. Aparentemente contraditórias, essas afirmações introduziram questões muito distantes de “se há racismo ou não”. Elas perguntam em que medida defender minorias ajuda a perpetuar uma diferença que não está longe da ideia de raça, dando suporte ao etnocentrismo. Ou questionam se o reconhecimento de identidades culturais é compatível com os princípios de igualdade e liberdade, que são os das modernas democracias. A sociedade brasileira está em plena transformação. Não somos racistas, mas, sim, fazedores de preconceitos. Alimentamos intolerâncias. Nisso, não diferimos de congêneres de outros países. Estranhamos o “outro” diferente na cor, na religião, na condição econômica. Olhamos com desconfiança quem não é “como nós”. Ora, as ciências humanas ensinam que os indivíduos criam convenções e representações que dão sentido a sua existência. Criando-as, eles podem revisá-las e fazê-las evoluir, o que justifica a grande mudança que vivemos. 77 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 O foco nas diferenças encarnadas nas minorias ajuda a passar em silêncio uma característica das sociedades de massa: a grande uniformidade dos modos de vida. “Nós”, como os “outros”, temos, hoje, mais coisas em comum do que diferenças. Nesse contexto, falar em racismo seria voltar ao século XIX. E, como diz o poeta – e o historiador –, “o tempo não para”. PRIORE, Mary Lucy Murray Del. O tempo não para. Folha de S.Paulo, 18 nov. 2006. Caderno Tendências/Debates. Individualmente, responda no caderno: 1. Com qual dos textos você se identificou mais? Em sua opinião, qual dos autores tem mais razão? 2. Antes de ler os textos, você já tinha opinião formada sobre o tema racismo no Brasil? Qual? 3. Identifique como os autores apresentam o tema do racismo, encontre a questão polêmica de cada um deles e verifique como organizam argumentos para defender seu ponto de vista. 4. Qual dos textos apresentou argumentos mais convincentes? Que argumentos são esses? Escreva-os no caderno. 5. Você manteve a sua opinião ou a modificou, influenciado pelas leituras? 6. A leitura dos textos contribuiu para que você ampliasse seu modo de compreender o tema em questão? Responda sim ou não e justifique. 7. Em sua opinião, o quadro elaborado no Item 2 da “Atividade em grupo” fornece recursos argumentativos para fazer a defesa de seu ponto de vista? Por quê? Atividade em grupo Em grupo, analisem as características estruturadoras dos dois artigos de opinião lidos na atividade anterior, organizando as informações no quadro-síntese a seguir. Características do gênero Texto 1 O autor trata de um tema polêmico. Qual? 78 Texto 2 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Há uma questão polêmica definida. Qual? O autor expõe sua opinião sobre o tema de forma explícita. Em que trecho? Transcreva-o. Há marcas linguísticas que indicam a presença do autor no texto. Dê exemplos. O autor apresenta diversos tipos de recursos persuasivos complementares, tais como: argumento de autoridade, argumento de provas concretas, argumento com base em consenso. Indique, transcrevendo no espaço ao lado, o uso de um desses recursos. Em que meio de comunicação os dois artigos foram publicados? 79 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 O autor escreve em primeira ou terceira pessoa? Anote um trecho que confirme sua resposta. PESQUISA EM GRUPO 1. Façam uma pesquisa, na internet e/ou no livro didático, sobre o conceito de intertextualidade. 2. No caderno, anotem pelo menos duas definições sobre ele. Não se esqueçam de indicar a fonte. Leitura e análise de texto 1. Ouça a música O tempo não para, apresentada pelo professor. No caderno, responda: a) Você sabia que o título desse texto estabelece um diálogo com uma música de Cazuza? b) Você conhece esse compositor? c) E conhece essa música? Em caso negativo, procure, na internet, sua letra e anote-a. d) Por que você acha que a autora faz essa relação entre dois textos tão diferentes? e) Em sua opinião, é importante conhecer a letra da música de Cazuza para compreender a intertextualidade existente entre os dois textos? Por quê? 2. O professor colocará a música de Cazuza para você ouvir e acompanhar a letra. Reflita sobre os dois textos e observe como a intertextualidade permite o diálogo entre eles. 80 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Produção escrita 1. O professor apresentará uma lista com temas sobre os quais vocês devem escrever um texto. Para cada tema, haverá uma questão que gere polêmica (semelhante à dos artigos estudados na atividade anterior: O Brasil é um país racista?). 2. Em grupo, escolham um dos temas de seu interesse e façam uma pesquisa a fim de ampliar seu repertório sobre o assunto e organizar recursos argumentativos. 3. Para responder à questão formulada, produzam dois artigos de opinião divergentes: um defendendo e um refutando o tema proposto. Será necessário: a) preparar um quadro que apresente uma coluna com argumentos a favor e uma coluna com argumentos contrários; b) dividir o grupo em subgrupos no momento da composição escrita do artigo para que cada equipe possa se concentrar em apenas um dos lados da questão (a favor ou contra); c) cada subgrupo deve se encarregar de escrever o artigo, tomando o cuidado de planejar, textualizar, revisar, reelaborar; d) ao terminar e antes de apresentar os artigos a toda a classe, os subgrupos devem comparar os dois artigos que fizeram, observando se, de fato, conseguiram manter coerência na defesa de seu ponto de vista ao selecionar argumentos pertinentes. 4. Os grupos podem trocar os artigos a fim de ler tudo o que foi escrito, mas sem a preocupação de fazer intervenções ou correções. 5. Em seguida, entreguem os textos ao professor, que avaliará se os alunos seguiram as orientações iniciais. Ele levará em conta se: t t t selecionaram ideias e as organizaram para a produção escrita de artigos de opinião; fizeram uso das informações sobre a estrutura dos artigos de opinião; fizeram uso dos mecanismos de coesão próprios do gênero. 6. Se for necessário, o professor fará intervenções para a melhoria do texto, comentando partes confusas, trechos incoerentes, pontuação inadequada ou falta de pontuação, concordância etc. 7. Reformulem o artigo de acordo com as intervenções feitas pelo professor. 8. Se a sua escola tiver um laboratório de informática, cada um dos grupos deve montar um blog para a publicação desses primeiros artigos e dos que farão posteriormente. Caso não seja possível utilizar essa ferramenta virtual, organizem um mural que possa ser visitado por todos os alunos da escola e avisem os colegas das outras classes sempre que postarem novos textos. 81 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 VOCÊ APRENDEU? Façam, em grupo, uma avaliação oral, relatando como foi o processo de escrita do artigo de opinião. Considerem: as discussões que travaram sobre o tema; como organizaram os argumentos; as dúvidas que tiveram. LIÇÃO DE CASA Responda V (verdadeiro) ou F (falso): 1. ( ) em termos de estrutura, os dois textos lidos na seção “Leitura e análise de texto” se assemelham, uma vez que são organizados a partir de um mesmo princípio: contam histórias sobre pessoas que já sofreram preconceito racial. 2. ( ) o gênero “artigo de opinião” é escrito com a função de discutir um tema, geralmente polêmico e controverso, presente em um determinado contexto social, argumentando e convencendo o leitor de uma ideia, influenciando-o, transformando os seus valores. 3. ( ) em geral, a questão que dá origem aos artigos de opinião jornalísticos é polêmica e obriga os autores a tomarem uma posição e defendê-la. Quando a questão não é objeto de discussão, os textos podem ser opinativos, mas não artigos de opinião escritos para jornais. 4. ( ) pode-se dizer que a intenção comunicativa do artigo de opinião é persuadir, convencer ou tentar convencer o leitor de que o ponto de vista do autor sobre a questão polêmica é o correto, mediante a apresentação de justificativas relacionadas a um raciocínio coerente e consciente. 5. ( ) o “artigo de opinião” é um gênero característico do jornalismo opinativo, publicado em livros teóricos sobre o tema debatido. 6. ( ) o artigo de opinião pode ser impresso ou publicado em mídias como a internet. 7. ( ) o artigo de opinião, por caracterizar-se como um discurso argumentativo, geralmente apresenta, em sua estrutura, uma questão polêmica diante da qual o autor toma uma posição e defende-a por meio de argumentos que levam a uma conclusão. 8. ( ) o autor do artigo de opinião, por meio da construção argumentativa, assume uma posição diante de uma questão polêmica relacionada a um tema proposto para discussão, refutando possíveis opiniões divergentes. 9. ( ) quase sempre, o artigo de opinião é escrito em terceira pessoa, mas há vários artigos de opinião que são escritos em primeira pessoa. 10. ( ) nos artigos de opinião, em geral, os verbos são conjugados no Presente do Indicativo ou do Subjuntivo na apresentação da questão, dos argumentos e contra-argumentos. Mas, também, são usados verbos no Pretérito quando se quer dar uma explicação ou apresentar dados. 82 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Estudo da língua 1. Faça uma pesquisa no livro didático ou na gramática sobre as figuras de linguagem a seguir, anotando suas definições no caderno. metáfora comparação antítese metonímia 2. No caderno, faça os exercícios de sistematização, indicados pelo professor, sobre essas figuras, anotando suas dúvidas. 3. Com base no estudo das conjunções coordenadas, realizado anteriormente, e nas explicações do professor, defina: a) O que é um período composto por coordenação? b) Qual a finalidade das conjunções coordenadas para a construção desse período? c) Qual a diferença entre orações coordenadas assindéticas e sindéticas? d) Em grupo, retomem os textos que fizeram/leram para as atividades de produção escrita deste Caderno e selecionem: t duas sentenças compostas por orações coordenadas assindéticas; t duas sentenças compostas por orações coordenadas sindéticas adversativas; t duas sentenças compostas por orações coordenadas sindéticas aditivas; t duas sentenças compostas por orações coordenadas alternativas; t duas sentenças compostas por orações coordenadas explicativas; t duas sentenças compostas por orações coordenadas conclusivas. 83 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 ! SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 10 RECAPITULANDO OS CONTEÚDOS Leia os textosa a seguir para responder às questões. Considere os conteúdos que você aprendeu. Leitura e análise de texto Texto 1 Uma forma muito comum de fazer as pessoas acreditarem naquilo que dizemos é apresentar alguém que possa confirmar e/ou testemunhar a favor de nossa opinião. Trata-se de um argumento de autoridade, porque quem ouve ou lê o que a pessoa diz ou faz não costuma duvidar de sua palavra ou conduta. Texto 2 Observe a seguir a campanha de lançamento das novas lixeiras de coleta seletiva do Metrô de São Paulo. © Arquivo do Metrô de São Paulo ? a As atividades dos textos 1 e 3 desta sequência foram adaptadas de: LOUZADA, Maria Silvia Olivi. Defendendo ideais e pontos de vista. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Linguagens, códigos e suas tecnologias: livro do estudante: Ensino Médio. Brasília: MEC/ Inep, 2002. p. 127-128 e 131. 84 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Texto 3 Na hora de comprar jornais e revistas você logo pensa na banca da esquina, certo? Não necessariamente. Nos últimos anos, a modernização do negócio levou algumas bancas a trocar velhos quiosques de alumínio por outro espaço – as lojas. […] Uma das mais antigas do país, a revistaria Di Donato, fundada em 1988, na Rua Fradique Coutinho, também em Pinheiros, abriu as portas após reforma de um ponto da família. Hoje, o dono, Victor Antônio Di Donato, não tem do que reclamar. […] “Não dá para ficar rico, mas consigo pagar as minhas contas, as dos outros dois sócios e ainda manter um empregado”, afirma Di Donato. Segundo ele, numa revistaria o cliente se sente à vontade para ficar mais tempo e, assim, acaba gastando. WANDICK, Donizetti. A banca revista. Revista Exame. São Paulo: Abril, n. 6, p. 17, 20 mar. 2002. 1. Em que situação você já usou um argumento de autoridade? Qual foi sua intenção ao utilizar esse tipo de argumento? 2. Lendo o Texto 2, indique duas marcas do anúncio que reforçam a intenção do Metrô de sensibilizar seu usuário para que jogue as garrafas no local adequado. 85 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 3. No Texto 3, Victor Antônio Di Donato diz: “Não dá para ficar rico, mas consigo pagar as minhas contas, as dos outros dois sócios e ainda manter um empregado.” Em sua opinião, qual o objetivo do autor da reportagem ao colocar a fala de Donato no texto? a) Comprovar as vantagens da revistaria com um depoimento de quem entende do negócio. b) Demonstrar que quem é dono de revistaria não consegue jamais enriquecer. c) Explicar o motivo de as antigas bancas de jornais e revistas estarem falindo. d) Incentivar os leitores a comprar sempre em antigas bancas de jornais por serem mais confiáveis. Oralidade 1. Em grupo, selecionem um artigo de opinião retirado de jornal, revista ou internet, para fazer a leitura do texto, discutir seu conteúdo e observar os argumentos utilizados pelo autor para a defesa de seu ponto de vista. 2. Anotem o resultado dessa discussão em um quadro organizativo, com informações sobre título, autor, lugar de publicação, tema, ponto de vista, argumentos utilizados e conclusões. Cuidados importantes na condução da análise A leitura de um artigo de opinião permite que vocês reconheçam a crítica ou defesa que o autor faz sobre uma determinada questão polêmica. No entanto, vocês não devem compreendê-la como uma verdade absoluta. Para compreender o contexto todo e posicionar-se diante do fato discutido, tomando partido do autor ou não, é preciso ter mais informações para confrontá-las. Para obtê-las, vocês devem pesquisar e estudar o tema do artigo. 3. Recortem os parágrafos do texto, colocando-os em filipetas e misturando-as. Em seguida, os grupos devem trocar as filipetas e começar a montar o texto. É importante, nesta etapa, que vocês não contem para os colegas sobre o texto escolhido, a fim de não interferir no trabalho de identificação do tema e dos argumentos construídos pelo autor. 4. Cada grupo apresenta o texto montado em cartolina, explicando por que considera coerente a ordem escolhida. 5. Em seguida, os grupos apresentam o texto original, observando as diferenças e semelhanças entre ele e a montagem feita pelos colegas. Essa montagem permitiu que o sentido original do texto fosse preservado? Houve alteração de sentido? Quais? Em que lugares? 6. Façam uma roda de discussão sobre os temas e questões polêmicos apresentados nos textos, posicionando-se contra ou a favor dessas questões. Estudo da língua Leia a crônica a seguir, retirada do Saresp 2007: 86 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Medidas, no espaço e no tempo A medida, no espaço e no tempo, varia de acordo com as circunstâncias. E nisso vai o temperamento de cada um, o ofício, o ambiente em que vive. [...] Nossa falecida avó media na base do novelo. Pobre que era, aceitava encomendas de crochê e disso tirava o seu sustento. Muitas vezes ouvimo-la dizer: – Hoje estou um pouco cansada. Só vou trabalhar três novelos. Nós todos sabíamos que ela levava uma média de duas horas para tecer cada um dos rolos de lã. Por isso, ninguém estranhava quando dizia que queria jantar dali a meio novelo. Era só fazer a conversão em horas e botar a comida na mesa sessenta minutos depois. [...] Os índios, por sua vez, marcavam o tempo pela lua. Isso é ponto pacífico, embora, há alguns anos, por distração, eu tenha assistido a um desses terríveis filmes de Carnaval do Oscarito, em que apareciam diversos índios, alguns dos quais com relógio de pulso. [...] Sim, os índios medem o tempo pelas luas, os ricos medem o valor dos semelhantes pelo dinheiro, vovó media as horas pelos seus novelos e todos nós, em maior ou menor escala, medimos distâncias e dias com aquilo que melhor nos convier. Agora mesmo houve qualquer coisa com a Light [companhia de luz] e a luz faltou. Para a maioria, a escuridão durou duas horas; para Raul, não. Ele, que se prepara para um exame, tem que aproveitar todas as horas de folga para estudar. E acaba de vir lá de dentro, com os olhos vermelhos do esforço, a reclamar: – Puxa! Estudei uma vela inteirinha. [...] Comigo mesmo aconteceu recorrer a tais medidas, que quase sempre medem melhor ou, pelos menos, dão uma ideia mais aproximada daquilo que queremos dizer. Foi noutro dia quando certa senhora, outrora tão linda e hoje tão gorda, me deu um prolongado olhar de convite ao pecado. Fingi não perceber, mas pensei: “Há uns quinze quilos atrás, eu teria me perdido.” PONTE PRETA, Stanislaw (Sérgio Porto). Medidas, no espaço e no tempo. In: _______. Rosamundo e os outros. Rio de Janeiro: Agir, 2008. © by herdeiros de Sérgio Porto. 1. A frase “Pobre que era”, que se relaciona com “aceitava encomendas de crochê”, indica: a) tempo. b) causa. 87 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 c) modo. d) consequência. 2. Releia no texto as frases a seguir: I. “– Hoje estou um pouco cansada. Só vou trabalhar três novelos.” II. “– Puxa! Estudei uma vela inteirinha.” III. “Há uns quinze quilos atrás, eu teria me perdido.” Observe os sinais gráficos, travessões e aspas, e assinale a afirmação correta: a) o autor se utilizou de travessões e aspas simplesmente como recurso estilístico. b) os travessões (nos dois primeiros exemplos) são usados por causa de medidas diferentes. c) nos dois primeiros casos, há travessões para indicar a fala das personagens dentro da narrativa. d) o uso das aspas e do Futuro do Pretérito teria, no último exemplo, deve-se à necessidade de o autor enfatizar o tema da crônica. SARESP 2007. Prova de Língua Portuguesa. Ensino Fundamental, 8a série, manhã. Disponível em: <http://saresp.fde.sp.gov.br/ 2007/Arquivos/Provas%202007/L%C3%ADngua%20Portuguesa/8%C2%AA%20s%C3%A9rie%20EF/ 1_Manh%C3%A3/Prova-POR-8EF-Manha.pdf>. Acesso em: 28 maio 2013. 3. Retire do texto dois exemplos de metáfora, explicando seu sentido: Exemplo 1: Exemplo 2: Produção escrita Atividade 1 1. Retome os parágrafos escritos na atividade “Produção escrita” da Situação de Aprendizagem 7. 2. Organize esses parágrafos a fim de que possam compor um artigo de opinião. Para ligá-los, utilize alguns dos conectivos e das locuções conjuntivas estudados nesta Situação de Aprendizagem. 3. Com o repertório adquirido até aqui, se julgar necessário, acrescente novas ideias e argumentos. 88 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Atividade 2 Como você sabe, cada situação de comunicação que envolve polêmicas resulta em um gênero próprio para ela. Pensando nisso, leia a situação a seguir: Imagine que você foi até uma loja e comprou duas portas para serem entregues na sua casa, em trinta dias. O prazo se esgotou e as portas não chegaram. Você voltou à loja, reclamou com o vendedor, mas só conseguiu receber as portas dois meses depois do combinado. Para piorar a situação, uma das portas não é do modelo escolhido por você. Indignado com a situação, você resolveu escrever uma carta para a coluna “Advogado de defesa”, do jornal de sua cidade, denunciando a loja e pedindo uma orientação legal. Escreva essa carta. Atividade adaptada de: ABAURRE, Maria Luiza Marques. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Linguagens, códigos e suas tecnologias: livro do estudante: Ensino Médio. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 119. 1. Você considera que essa carta seja o gênero textual adequado para a situação? Por quê? 2. Individualmente, escreva a carta solicitada no texto, considerando o caráter expositivo-argumentativo dessa proposta. Se preferir, você pode substituir o tema por uma situação real que esteja vivendo na escola, no bairro ou em casa. LIÇÃO DE CASA Responda às Atividades de 1 a 3, com base na leitura da sequência de textosb. Texto 1 Santo Antônio dos Ausentes, 20 de agosto de 2002 Senhor prefeito: A ponte que liga o bairro Santo Antônio dos Ausentes ao centro da cidade precisa ser reparada urgentemente. Há duas semanas, o bairro ficou isolado por causa da enchente. Como o senhor sabe, do outro lado do rio ficam o comércio, a escola, a farmácia, o posto médico, o hospital. Aliás, até o cemitério fica daquele lado. Estamos aqui sem condução, sem escolas, sem socorro. Maria Rosa de Souza b As atividades dos Textos 1 e 2 dessa sequência foram adaptadas de: AMARAL, Suely. Na boca do povo. In: MURRIE, Zuleika de Felice (Coord.). Língua portuguesa, língua estrangeira, educação artística e educação física: livro do estudante: Ensino Médio. Brasília: MEC/Inep, 2002. p. 168-169. 89 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 Texto 2 Apostando no futuro Auto-Moto-Escola Rei da Estrada Tire a carta de carro e ganhe a de moto. Quite em três vezes sem juros. Ganhe uma aula grátis. Aulas de reforço em estradas. Aproveite para tirar carta para ônibus e carreta. Menor preço. Promoção para estudantes. Fone: 222-0000 Travessa dos Patos, 3100. 1. Com todas as informações que Maria Rosa dá ao prefeito, no Texto 1, a conclusão a que se chega é: a) de nada adiantará fazer reparos na ponte, porque na próxima chuva a população ficará isolada novamente. b) a população está indignada com o ocorrido e está preparando uma manifestação para pedir que o problema seja solucionado urgentemente. c) é necessário fazer reparos na ponte urgentemente. d) o único serviço público que ainda está disponível para a população é o do posto médico. 2. Segundo o Texto 2, você, leitor, deve matricular-se nesta autoescola, e não em outra, porque vai: a) ganhar uma carta de moto. b) poder pagar as prestações. c) aprender a dirigir em estradas. d) nenhuma das alternativas anteriores está correta. e) as alternativas a, b e c estão corretas. 3. Na propaganda da autoescola está implícita a argumentação de que o leitor: a) é jovem e precisa apostar no futuro. b) tem bastante dinheiro e, portanto, não precisa pagar a carta em três vezes sem juros. c) não precisa trabalhar e, por isso, não tem necessidade de tirar carta para ônibus e carreta. d) não tem necessidade de tirar carta de motorista. 90 Língua Portuguesa – 8a série/9o ano – Volume 1 PESQUISA EM GRUPO 1. Em grupo, façam uma pesquisa sobre o tema tratado no Texto 1 da seção “Lição de casa”. 2. De acordo com os textos pesquisados, as enchentes causam muitos transtornos e, por vezes, tragédias. Na opinião de vocês, por que as enchentes acontecem? Quem são os responsáveis por elas? O que é possível fazer para evitá-las? 3. Apresentem, oralmente, alguns relatos de pessoas que já perderam seus bens e familiares durante uma enchente. 91 CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL NOVA EDIÇÃO 2014-2017 COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escola Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato Suely Cristina de Albuquerque BomÅm EQUIPES CURRICULARES Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Ventrela. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira. Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati. História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy Fernandez. Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero. Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves. Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi. Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir. Apoio: Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE CTP, Impressão e acabamento Plural Indústria GráÅca Ltda. GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014-2017 CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira Presidente da Diretoria Executiva Antonio Rafael Namur Muscat Vice-presidente da Diretoria Executiva Alberto Wunderler Ramos GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas de Almeida. Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Micsik, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro e Vanessa Leite Rios. Edição e Produção editorial: Jairo Souza Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo, Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini coordenadora! e Ruy Berger em memória!. AUTORES Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira. Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira. LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo. LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González. Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos. Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli. Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira. Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas. História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari. Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers. Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo. Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume. Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião. Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos*deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. * Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. * Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). Validade: 2014 – 2017