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Terça-feira, 21-04-2015
Edição às 08h30
Directora
Graça Franco
Editor
Raul Santos
Naufrágio pode ter sido
causado por cargueiro de
bandeira portuguesa
Portugal reduz para metade taxa de abandono
escolar precoce
Requalificação do mercado do
Bolhão custa 20 milhões
CHAMPIONS
A viagem do impossível até ao
extraordinário
Teste de
amamentação no
Hospital de Santo
António passa a
ser feito por
prolactina
António Costa:
"Sim", é possível
acabar com a
austeridade
Empresas aderem
pouco a programa
para
desempregados de
longa duração da
Cáritas
Aumenta a
Vinhos do Alentejo
Reportagem da
diferença de preço exportam mais 5%
Renascença recebe entre
em 2014
menção honrosa
combustíveis
simples e
aditivados
PRÉMIO DIGNITAS
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Terça-feira, 21-04-2015
CHAMPIONS
A viagem do
impossível até ao
extraordinário
Depois do 3-1, no Dragão, o FC Porto discute
com o Bayern, em Munique, o acesso às
meias-finais. Jogo às 19h45, com relato na
Renascença e acompanhamento em
rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.
Esta é a bola que Lopetegui quer continuar a contemplar em 2014/15
"Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe
por provar o contrário". A frase pertence a Albert
Einstein e espelha tudo o que a eliminatória entre
Bayern Munique e FC Porto representou e representa.
Falta conhecer a conclusão dos quartos-de-final da
Liga dos Campeões.
Os dragões, contra a esmagadora maioria das opiniões
e das expectativas das casas de apostas, entrou a todo o
gás na eliminatória, batendo os bávaros por claros 3-1,
com "bis" de Quaresma e um golo do regressado
Jackson Martínez.
A vantagem é inequívoca na corrida pelas meias-finais
e permite à equipa de Julen Lopetegui gerir o arranque
de uma segunda parte da ronda que testará a
concentração e resiliência do dragão.
Se o FC Porto procura o regresso a uma meia-final da
Champions, depois de 2003/04, época do título
europeu, sob o comando de José Mourinho, o Bayern
tenta alcançar a quarta presença nesta fase da Liga
Milionária.
Defesa a 50% para atacar regresso às "meias" da
Champions Apesar da vantagem na eliminatória, o FC
Porto apresenta-se na Baviera "amputado" dos laterais
habitualmente titulares.
Danilo e Alex Sandro viram um proibido amarelo na
primeira mão, cumprem castigo e cederão lugar a
Ricardo Pereira e Iván Marcano, com Martins Indi a
assumir o posto de lateral-esquerdo, enquanto o
espanhol formará dupla com Maicon no centro da
defesa.
Do meio-campo para a frente, o técnico basco repete a
fórmula de sucesso do 3-1 aplicado ao Bayern, há
menos de uma semana.
Lá se fazem, cá se pagam? Guardiola pode ter trufos na
manga Lopetegui brindou o "amigo" Pep Guardiola
com a inesperada titularidade de Jackson Martínez, na
primeira mão. O catalão pode responder na mesma
moeda.
Mesmo no meio de uma tempestuosa folha clínica,
com vários elementos preponderantes de "baixa",
Guardiola poderá ter conseguido recuperar Bernat para
o desafio frente aos azuis e brancos. O mesmo sucede
com Schweinsteiger, que será titular no meio-campo.
Mesmo assim, deverão ser seis os ausentes no Bayern
Munique frente aos dragões: Arjen Robben, Javi
Martínez, Benatia, Alaba, Starke e Ribéry.
A agravante de um Allianz Arena lotado com 70 mil
espectadores é atenuada, por outro lado, pela
perspectiva da presença de quatro mil portugueses, que
por certo tornarão bem mais "calorosa" a viagem
portista a Munique.
O Bayern Munique-FC Porto arranca às 19h45 de terçafeira, no Allianz Arena, com arbitragem do inglês
Martin Atkinson. Jogo com relato na antena da
Renascença e acompanhamento ao minuto em
rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.
Liga dos Campeões: 2ª Mão - Quartos de final Allianz
Arena, Munique (Alemanha) Árbitro: Martin Atkinson
(Inglaterra)
Equipas prováveis
Bayern Munique Manuel Neuer; Rafinha, Badstuber,
Dante e Bernat; Xabi Alonso, Schweinsteiger e Lahm;
Gotze, Lewandowski e Muller. Treinador: Pep Guardiola.
FC Porto Fabiano Freitas; Ricardo, Maicon, Marcano e
Martins Indi; Casemiro, Herrera e Óliver Torres;
Brahimi, Jackson Martínez e Quaresma. Treinador:
Julen Lopetegui.
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Terça-feira, 21-04-2015
Naufrágio pode ter
sido causado por
cargueiro de
bandeira portuguesa
Foi a primeira embarcação a chegar ao local
do naufrágio, mas a ondulação que provocou
é uma das causas apontadas para a tragédia.
A hipótese é levantada pelos sobreviventes.
reduzida quando chegou à área e não podia ter
provocado grandes ondas”.
“O que nos relataram foi que as pessoas a bordo da
pequena embarcação, com cerca de 20 metros,
passaram para um dos lados e ela virou-se”, acrescenta.
Na verdade, as primeiras indicações para a causa do
naufrágio foram a movimentação dos passageiros para
um lado do barco, para chamarem a atenção de um
navio mercante se aproximava.
O naufrágio ocorreu a cerca de 27 milhas da costa líbia
e a 120 milhas da ilha italiana de Lampedusa.
Desde o início do ano, e até domingo, morreram em
naufrágios no Mediterrâneo 1.600 imigrantes que
tentavam chegar à Europa.
Tudo sobre a tragédia no Mediterrâneo
NOTA DE ABERTURA
Mediterrâneo. Os
lamentos não
chegam
O cargueiro de bandeira portuguesa resgatou 22 vítimas do naufrágio.
Foto: arquivo
Os sobreviventes que chegaram na segunda-feira à
noite à Catânia, na Sicília, admitem que o naufrágio de
domingo, no Mediterrâneo, pode ter sido causado pelo
cargueiro de bandeira portuguesa que foi em seu
auxílio.
A informação foi avançada à televisão norteamericana CNN por Carlotta Assami, porta-voz do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
“Quando estavam próximos, os dois barcos – o
pequeno e o grande – chocaram. E foi tudo pelos ares.
O que eles nos dizem também é que houve um ponto
em que estavam muito próximos e, provavelmente, o
que aconteceu foi que um navio grande provocou uma
grande onda e o pequeno perdeu estabilidade. Eles
disseram-nos também que as pessoas estavam em três
níveis diferentes, dentro do navio”, relata Carlotta
Assami.
O cargueiro com bandeira portuguesa foi o primeiro a
chegar ao local, na sequência de um pedido de ajuda
da Guarda Costeira italiana. De acordo com o relato do
comandante Paulo Vicente, porta-voz da Marinha
Portuguesa, à Renascença, o “King Jacob” desviou-se
da rota para auxiliar a embarcação em apuros.
“Um dos navios que está envolvido neste processo de
busca e salvamento marítimo tem bandeira
portuguesa. O navio é chamado ‘King Jacob’, é um tipo
de cargueiro com quase 10 mil toneladas de
carregamento”, descreveu no domingo.
O comandante não confirmou, contudo, se a tripulação
era portuguesa, mas tudo indica que não. Apenas a
bandeira era portuguesa, estando o cargueiro registado
na Madeira. Ao chegar ao local, resgatou 22 vítimas.
Em declarações à Renascença, esta terça-feira, o portavoz da empresa proprietária do “King Jacob”, Mark
Clark, indica que “o cargueiro ia a velocidade muito
Continuar apenas nesse registo configura
uma espécie de racismo mitigado – que não
suportaríamos se os afectados fossem de
países ricos abatidos numa tragédia.
Por Nota de Abertura
Sucedem-se os naufrágios no Mediterrâneo,
dizimando milhares de vidas.
As vítimas são pessoas que, vivendo no desespero de
um continente de guerras e doenças ignoradas,
procuram a esperança. Disse-o, com clareza, o Papa
Francisco: "São homens e mulheres como nós, irmãos
que procuram uma vida melhor; famintos,
perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras".
Além do socorro que dificilmente chega a horas, este
drama reivindica prevenção - mediante uma atitude
concertada e firme da comunidade internacional. De
facto, os lamentos não chegam. E continuar apenas
nesse registo configura uma espécie de racismo
mitigado - que não suportaríamos se os afectados
fossem de países ricos abatidos numa tragédia.
A alta representante da Política Externa da União
Europeia já disse que os 28 têm "o dever político e
moral" de dar resposta a esta crise. E explicou: "A União
Europeia foi construída e é construída à volta da
protecção dos direitos humanos, da dignidade humana
e da vida da pessoa humana. Temos de ser
consistentes com isto".
A estas palavras podemos acrescentar: Cada dia
perdido é um dia de vergonha!
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Terça-feira, 21-04-2015
O mundo a olhar o
mar da morte
Os episódios trágicos à volta do fluxo de
migrantes no Mediterrâneo multiplicam-se.
Lampedusa, Líbia, Rhodes – tudo pontos de
uma teia que não pára de crescer. Do Papa à
União Europeia, as vozes levantam-se a
pedir soluções para um fenómeno que já
provocou a morte de 40 mil pessoas nos
últimos 15 anos.
OIM dá como certos 700 mortos na tragédia de domingo. Gráficos:
Rodrigo Machado
Por Matilde Torres Pereira
Uma sucessão de naufrágios nos últimos dias voltaram
a pôr os olhos do mundo no mar Mediterrâneo. No
domingo, entre 700 a mil migrantes foram dados como
desaparecidos ao tentarem chegar às praias de Itália.
Horas depois, as notícias de mais dois naufrágios: um
ao largo da ilha grega de Rhodes, com dezenas de
migrantes, e ainda um mais recente, também no
Mediterrâneo, com mais de 300 pessoas a bordo.
Em 2014, registaram-se 3.279 mortes no Mediterrâneo,
segundo dados da Organização Internacional para as
Migrações (OIM). Foi o ano mais mortífero desde 2000.
Mas 2015 pode ser ainda pior. A OIM regista já cerca de
1.600 mortes, ressalvando que já dá como mortos 700
migrantes que naufragaram no domingo ao largo da
Líbia. Relatos de um sobrevivente deram conta que a
embarcação transportaria perto de mil pessoas a bordo.
Outro factor a ter em conta é que a OIM só contempla
os dados reportados, ou seja, a contabilidade pode
pecar por defeito por não incluir dados de possíveis
naufrágios que tenham ocorrido sem serem noticiados
ou registados.
Com a chegada da Primavera e do tempo ameno,
teme-se que o fluxo migratório proveniente do Norte
de África e do Médio Oriente se acentue. Calcula-se
que o número de migrantes desembarcados no ano
passado em Itália (170 mil) seja ultrapassado em 2015.
Com a conta a ultrapassar as 40 mil vítimas desde
2000, a OIM apela aos governos de todo o mundo para
que enfrentem aquilo que descrevem como "uma
epidemia de crime e vitimização". "Está na altura de
fazer mais do que apenas contar o número de mortes",
declarou o director da OIM, William Lacy Swing.
Mais de um ano e meio depois do início da operação
"Mare Nostrum", em Outubro de 2013, já foram salvos
mais de 100 mil migrantes que naufragaram ao tentar
atravessar o Mediterrâneo para a Europa a partir de
África à procura de melhores condições de vida.
A operação foi lançada depois da tragédia ao largo da
ilha italiana de Lampedusa, que matou 366 migrantes.
Preocupação global
Ao longo das últimas semanas, as vozes que se têm
levantado a alertar para este gigante problema têm-se
multiplicado. Entre elas, a do Alto Comissariado para os
Refugiados das Nações Unidas, que declara que, sem
uma operação de larga escala, "muito mais pessoas"
vão morrer no Mediterrâneo.
O Papa Francisco, que tem feito deste tema um ponto
forte do seu pontificado, reconheceu o esforço de Itália
no acolhimento destes migrantes e lamentou a
tragédia de domingo.
O eurodeputado português Paulo Rangel defende a
criação de uma guarda fronteiriça para acautelar o
fluxo de migrantes. Já o presidente da AMI, Fernando
Nobre, alerta que "o que está a acontecer no
Mediterrâneo é apenas a ponta de um icebergue".
A alta representante da Política Externa da União
Europeia, Federica Mogherini, admite que a União
Europeia já está "sem desculpas" e tem "o dever político
e moral" de dar resposta à crise no Mediterrâneo. Esta
sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da
UE reúnem-se no Luxemburgo para avaliar a situação.
A jornalista da Renascença Catarina Santos tem
acompanhado o tema e assina o especial multimédia
"A Sul da Sorte". Deu também conta de uma entrevista a
dois gémeos sírios que descrevem os horrores da
travessia, mesmo quando acaba bem.
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Terça-feira, 21-04-2015
ONU aponta para
800 mortos no
naufrágio no
Mediterrâneo
Alto comissário das Nações Unidas lamenta
que a operação “Mare Nostrum” nunca tenha
sido substituída. A bordo da embarcação
seguiam 950 pessoas. Sobreviveram 28.
interceptam os barcos que transportam requerentes de
asilo e fazem-nos regressar ao ponto de trânsito. Quem
alcança a costa é enviado para centros de detenção.
Tudo sobre a tragédia no Mediterrâneo
Política de imigração
da UE deve ser "mais
ampla" para evitar
tragédias
Entrevistado pela Renascença, o director
para a Europa da Organização Internacional
das Migrações afirma que são necessárias
decisões para evitar mais tragédias com os
migrantes de África.
27 sobreviventes chegaram esta terça-feira à Catânia. Foto: Alessandro
Di Meo/EPA
Por João Cunha
O naufrágio de domingo no Mar Mediterrâneo
provocou 800 mortos. Os números são do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
(ACNUR) e surgem depois de interrogados os
sobreviventes, à chegada ao porto de Catânia, no sul da
Sicília.
As indicações dos 27 sobreviventes que
desembarcaram em Catânia na segunda-feira (um
outro, do Bangladesh, já tinha sido transportado e
indicou que seguiam 950 pessoas a bordo) levaram o
ACNUR a concluir que, pelo menos, 800 pessoas
perderam a vida no Mediterrâneo.
O alto comissário, António Guterres, diz que tragédias
destas só provam a importância de ter um mecanismo
robusto de salvamento naquele mar.
“Infelizmente, a operação "Mare Nostrum" nunca foi
substituída por uma capacidade equivalente de salvar
pessoas”, lamenta. “Por outro lado, demonstra que é
necessário aumentar as vias legais, sobretudo para os
que precisam de protecção, para que possam vir para a
Europa”, acrescenta, na sua mensagem no site do
organismo das Nações Unidas.
Os relatos dos que chegaram à Catânia permitiram
também à polícia italiana deter dois dos sobreviventes,
um tunisino e um sírio, que estariam aos comandos da
embarcação.
Desde o início do ano, e até domingo, morreram em
naufrágios no Mediterrâneo 1.600 imigrantes que
tentavam chegar à Europa. O ano passado foi o mais
mortífero: quase 3.300 mortos reportados.
Esta terça-feira, o primeiro-ministro australiano
defendeu que a União Europeia deveria seguir o
exemplo da Austrália para acabar com as mortes no
mar. Actualmente, navios da Marinha australiana
Por Vasco Gandra, em Bruxelas. Infografias: Rodrigo Machado
O director para a Europa da Organização Internacional
das Migrações (OIM) considera que a Europa tem de
agir de imediato perante a sucessão de tragédias no
mar Mediterrâneo.
Eugenio Ambrosi diz, em entrevista à Renascença, que
a União Europeia (UE) deve criar, rapidamente,
operações de busca e salvamento no Mediterrâneo
para evitar novas tragédias.
A prioridade é salvar vidas, mas a UE tem mais trabalho
de casa para fazer, diz Ambrosi.
"A Europa tem de fazer uma luta importante contra o
tráfico de pessoas, contra grupos criminais
organizados que lucram muito deste tráfico, e creio que
temos que fazer uma política de abertura à migração
laboral legal um pouco mais ampla”, defende.
Para Eugenio Ambrosi, é tempo de tomar decisões:
alguma coisa tem que mudar na política de imigração
europeia.
Uma sucessão de naufrágios nos últimos dias voltaram
a pôr os olhos do mundo no Mediterrâneo.
No domingo, entre 700 a mil migrantes foram dados
como desaparecidos ao tentarem chegar às praias de
Itália.
Horas depois, surgiram notícias de mais dois
naufrágios: um ao largo da ilha grega de Rhodes, com
dezenas de migrantes, e ainda um mais recente,
também no Mediterrâneo, com mais de 300 pessoas a
bordo.
Tudo sobre a tragédia no Mediterrâneo
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Terça-feira, 21-04-2015
Dez medidas da UE
para evitar novas
tragédias no
Mediterrâneo
Plano surge depois de dois grandes
naufrágios em poucos dias nas águas do
Mediterrâneo, que provocaram a morte a
cerca de 1.500 imigrantes vindos da Líbia.
os países da UE acolherem refugiados que necessitem
de protecção.
8 - Criação de um programa de repatriamento rápido
dos migrantes em situação ilegal, que será coordenado
pela Frontex, a partir dos Estados-membros
mediterrânicos.
9 - A União Europeia vai aumentar o nível de
cooperação com os países vizinhos da Líbia, que neste
momento é o principal ponto de partida dos migrantes
para a Europa.
10 - A UE vai destacar agentes de ligação da imigração
no exterior para reunir informações sobre os fluxos
migratórios e fortalecer o papel das delegações
europeias.
Tudo sobre a tragédia no Mediterrâneo
Morais Sarmento
defende intervenção
no ponto de partida
da imigração
Foto: Massimo Sestini
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União
Europeia chegaram esta segunda-feira a acordo sobre
um plano de dez pontos para tentar evitar mais
tragédias com migrantes nas águas do Mediterrâneo.
O pacote de medidas, elaborado pela Comissão
Europeia e apoiado pelos chefes da diplomacia dos 28
Estados-membros, ainda terá de ser aprovado pelos
líderes europeus, que se reúnem na quinta-feira.
O plano surge depois de dois grandes naufrágios em
poucos dias nas águas do Mediterrâneo, que poderão
ter provacaram a morte a cerca de 1.500 imigrantes
vindos da Líbia.
As dez medidas da União Europeia
1 - Reforço das operações conjuntas no Mediterrâneo, a
Triton e a Poseidon, com o aumento dos recursos
financeiros e dos meios envolvidos. A União Europeia
pretende vai alargar a área de patrulhamento.
2 - Capturar e destruir os navios utilizados para o tráfico
de pessoas, à semelhança da operação contra a
pirataria ao largo da Somália. Será uma operação civil e
militar.
3 - As agências europeias de imposição da lei, de
magistratura, controlo de fronteiras e asilo vão reunirse, com regularidade, e trabalhar em conjunto para
recolher informação sobre o modo de operação dos
traficantes, com o objectivo de localizar os seus fundos
e ajudar nas investigações criminais.
4 - Envio de equipas do gabinete da União Europeia de
apoio ao refugiado (EASO, na sigla inglesa) para a Itália
e Grécia para o tratamento conjunto de pedidos de
asilo.
5 - Recolha de impressões digitais de todos os
migrantes.
6 - A União Europeia vai estudar um “mecanismo de
internamento de emergência” para migrantes.
7 - Lançamento de um projecto-piloto voluntário para
No programa “Falar Claro” da Renascença,
Morais Sarmento fala num "problema de
consciência europeia". Vera Jardim
considera que "inacção e falta de
solidariedade" da UE contribuem para
tragédia no Mediterrâneo.
A União Europeia deve intervir nos pontos de origem
da vaga de imigração que chega através do
Mediterrâneo, defende o social-democrata Nuno
Morais Sarmento no programa “Falar Claro” da
Renascença.
Cerca de 1.600 pessoas morreram nos últimos dias em
naufrágios no Mediterrâneo com embarcações
sobrelotadas de imigrantes oriundos da Líbia.
Numa altura em que a UE ultima um plano para tentar
evitar novas tragédias, Nuno Morais Sarmento
considera que, por muito que “isto incomode algumas
consciências”, a Europa tem que “transferir a
intervenção que faz à chegada para o ponto de partida”
dos migrantes.
Para o antigo ministro da Presidência, a situação no
Mediterrâneo é um “problema de consciência europeia”
que requer uma solução política, mas os cidadãos
europeus também podem “pressionar os seus
governos” a agir.
“Os países do Norte da Europa não têm olhado para
este tema como sendo prioritário para discussão, não
houve uma grande coincidência europeia sobre esta
matéria, até agora. Esperemos que, à custa de mais esta
tragédia, mais vale tarde do que nunca, ela aconteça.
Em termos europeus só pode haver uma intervenção
quando os governos coincidirem numa posição no
conjunto alargado da União Europeia”, afirma o
comentador social-democrata.
Para o socialista Vera Jardim, a “inacção” e a “falta de
solidariedade europeia” estão a contribuir para a
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Terça-feira, 21-04-2015
tragédia dos imigrantes que morrem ao tentar
atravessar o Mediterrâneo.
O antigo ministro da Justiça defende uma “política
solidária e unida da Europa para enfrentar este
problema”, que também está a ser agravado pela
“situação em certas zonas da África subsaariana e do
Médio Oriente”, sublinha.
“Pressa na privatização é por causa da TAP”
O antigo ministro Nuno Morais Sarmento argumenta
que a privatização da TAP não ficar para depois das
eleições legislativas de Setembro ou Outubro, porque a
companhia aérea precisa de dinheiro para fazer face
aos seus compromissos.
“A pressa na privatização é por causa da TAP. A TAP
tem a chegar aviões que tem de pagar, tem obrigações
em termos de pagamento de dívida que têm
calendários e o Governo não pode, mesmo que queira,
meter dinheiro dos portugueses na TAP.”
O comentador social-democrata afirma que “a TAP
precisa de dinheiro que o Estado não pode colocar,
sem o qual poderá estar em causa a sua sobrevivência
na realidade que hoje conhecemos da TAP, num
calendário relativamente curto.”
O socialista Vera Jardim mostra-se contra a greve de
dez dias convocada pelos pilotos, mas também contra
a privatização da transportadora aérea nacional.
“Não estou a favor desta privatização, sobretudo agora.
É incompreensível para mim uma greve destas. Uma
greve destas não vai colocar apenas em causa a
privatização, começa a colocar em causa o equilíbrio
da própria empresa, nos milhões que vai perder, mas
sobretudo o prejuízo reputacional, que é muitíssimo
superior”, adverte o provedor do Cliente das Agências
de Viagem e Turismo.
FORA DA CAIXA
Santana Lopes.
Tragédias no
Mediterrâneo são “o
grande desafio
humanitário da UE”
Numa altura em que Bruxelas está a rever a
Política Europeia de Vizinhança, ganha
urgência uma acção decisiva nas fronteiras a
sul, no Mediterrâneo. Santana Lopes e
António Vitorino pedem uma atenção
renovada da Europa para uma faixa de países
mergulhados em profunda instabilidade.
Por José Pedro Frazão
Mais 400 mortos esta semana, 900 desde o início do
ano. A tragédia das travessias do Mediterrâneo por
imigrantes que procuram chegar à Europa parece não
acabar, com 2015 a caminho de números tão ou mais
trágicos que os de 2014.
“É o grande desafio humanitário da União Europeia,
para este tempo e para os próximos tempos”, defende
Pedro Santana Lopes no programa “Fora da Caixa”.
“Politicamente isso tem que ser assumido aos mais
variados níveis, nomeadamente nos dispositivos que
temos nas águas que ligam os países de origem e os da
União Europeia onde eles acostam. É o grande desafio
em sede de direitos fundamentais da União Europeia:
respeitar, proteger as pessoas envolvidas nestes
processos, salvar as suas vidas e tentar resolver o mais
possível, através da cooperação, o problema a
montante. Sabendo que é um problema
profundíssimo”, acrescenta o antigo primeiro-ministro.
Tal como em programas anteriores, António Vitorino
insiste na culpa dos europeus. “ A missão italiana que
actuou no Mediterrâneo durante dois anos tinha uma
dimensão humanitária que não está na missão
FRONTEX, que a substituiu. As suas regras de
empenhamento não prevêem que caiba aos navios de
patrulha e controlo das águas territoriais europeias a
obrigação de salvar as pessoas que se estão a afogar.
Isto é inadmissível. É a negação dos nossos valores”,
diz, indignado, o antigo comissário europeu.
As tragédias dos vizinhos
Entre todos os países da orla mediterrânica, é difícil
escolher o país vizinho mais instável para cooperação
europeia. “Diria que a necessidade de dar prioridade à
Líbia é evidente. A possibilidade de ter resultados com
essa prioridade é muito baixa. Está transformada num
estado feudal, dividida entre senhores da guerra, com
dois governos e dois parlamentos, sem autoridade
central e capacidade de contratualização”, sustenta o
antigo ministro da Defesa.
Já Pedro Santana Lopes “simpatiza” com uma
aproximação que considera “fundamental “para tratar
destes “movimentos migratórios complicadíssimos”.
Como exemplo, Santana elenca áreas estratégicas
como a questão energética e o desenvolvimento
económico, para a “solidificação da ‘primavera’ nestes
diversos países, sem corrermos o risco de tombarmos
para ‘verões quentes’ como tem acontecido de quando
em vez”.
O antigo chefe de Governo diz que “aquilo que parece
óbvio, uma política comum a vários níveis incluindo o
desenvolvimento económico, com os países da orla sul
do Mediterrâneo, nunca mais se efectiva. De vez em
quando temos estas grandes iniciativas. Lembro da
União para o Mediterrâneo com o protagonismo que o
Presidente Sarkozy quis assumir. Depois, de facto,
emperra. Até do ponto de vista energético, esta
aproximação politica, esta consciência destes laços é
fulcral para o nosso futuro”.
O problema está na desconfiança em relação aos
europeus, observa António Vitorino. “Visitei esses
países a seguir à Primavera Árabe. Em muitos deles, os
sectores democráticos que podiam beneficiar com a
Primavera Árabe acusavam a União Europeia de ter
sido conivente com os regimes ditatoriais que existiam
antes. Há um segundo factor de desconfiança.
Continuam a considerar que temos uma política
discriminatória de imigração, muito negativa, em
relação a pessoas oriundas desses países”.
O antigo comissário europeu admite ainda que talvez
os europeus não tenham estado à altura de acorrer aos
países em transição pós-autoritária nessa zona para
estabilizar as suas economias. “Quando o regime
tunisino caiu, o desemprego aumentou para 40%. Não é
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um bom cartão-de-visita para a democracia. Mesmo
assim, a Europa não esteve presente para garantir o
financiamento necessário para minorar os custos
dessa transição”, exemplifica Vitorino.
Terrorismo sem tribunais especiais
Na cimeira euromediterrânica desta semana em
Barcelona, Espanha levantou a ideia de um tribunal
especial para crimes de terrorismo. Uma proposta que
não colhe entusiamo nos comentadores do “Fora da
Caixa”.
“Espanha tem aqui uma sensibilidade especial, por
razões várias, que tem que ser compreendida. Da
minha parte, não vou dizer que simpatizo com a ideia
porque não é um facto”, assume Pedro Santana Lopes.
Já António Vitorino diz que a “ proliferação de tribunais
internacionais para crimes específicos não é
exactamente o que fará a diferença na luta contra o
Estudo Islâmico. A ideia espanhola é isso, uma ideia e
um rótulo lançado para o ar. Não tem ainda a
consistência suficiente para nos pronunciarmos sobre
a substância”.
O antigo comissário europeu sugere em alternativa
mais cooperação entre os países empenhados na luta
anti-terrorista. “O que é preciso é que os países que têm
legislação antiterrorista garantam a sua aplicação
efectiva e que cooperem entre si para garantirem que
aquele que tem competência para julgar os terroristas
tem todos os instrumentos necessários para o fazer.
Isso nem sempre acontece. Muitas vezes alguns países
recusam-se a cooperar com outros, por exemplo, com
os meios de prova necessários para condenar os
terroristas”, conclui o antigo ministro da Defesa.
O programa Fora da Caixa é uma parceria
Renascença/Euranet, para ouvir às sextas-feiras,
depois das 23h00.
RAQUEL ABECASIS
"Homens e mulheres
como nós"
A solução para a tragédia do Mediterrâneo
não é fácil, mas torna-se impossível
enquanto não entrar nas nossas cabeças que
os homens são todos iguais vivam onde
viverem.
Por Raquel Abecasis
A solução para a tragédia do Mediterrâneo não é fácil,
mas torna-se impossível enquanto não entrar nas
nossas cabeças que os homens são todos iguais vivam
onde viverem.
Quantos mortos são precisos no Mediterrâneo para o
mundo ocidental perceber que não pode ficar parado?
Esta é a pergunta que mais uma vez fazemos depois de
este fim-de-semana termos sido abanados com o
naufrágio de mais uma embarcação ao largo da Líbia
cheia com cerca de 900 pessoas a bordo, ao que se
sabe, algumas delas presas no convés sem
possibilidade de sequer se tentarem salvar no mar.
Foi preciso mais este barco para o Mediterrâneo voltar a
ser notícia, porque só ao longo da semana que passou
outras tantas embarcações tentaram atravessar este
mar e, sem contas exactas, estima-se que cerca de 300
pessoas tenham perdido a vida.
As Nações Unidas vêm agora pedir medidas urgentes à
União Europeia e eu pergunto: independentemente do
que é necessário fazer na Europa, afinal para que são
precisas as Nações Unidas senão para agirem em
situações como esta?
E, já agora, os Estados Unidos não terão também nada
a ver com isto, sendo certo que muita desta gente foge
ao caos e à guerra que a diplomacia norte americana
plantou no Médio Oriente depois do 11 de Setembro?
A comparação é triste, mas verdadeira. Cento e
cinquenta mortos numa tragédia de avião na Europa
são o suficiente para pôr o Ocidente em choque e a
tomar medidas imediatas para evitar situações
semelhantes. Milhares de mortos no Mediterrâneo
continuam apenas a ser motivo para notícias esparsas
na comunicação social e declarações de preocupação.
A Europa, como sempre, assobia para o lado e continua
a agir tarde e a más horas com a desculpa de que este
não é o nosso problema. A Europa das liberdades
passou a ser a Europa dos egoísmos, que diz ao seu
parceiro italiano: o problema é teu, amanha-te.
Há dois anos, quando o Papa Francisco foi a
Lampedusa, parecia que o gesto tinha sido suficiente
para acordar as consciências para o cemitério em que
o Mediterrâneo se estava a transformar. Já nessa altura,
como no domingo, Francisco falava de "homens e
mulheres como nós".
Mas este alerta não chegou. A tragédia aumenta todos
os dias – já hoje mais duas embarcações naufragaram
– e a Europa, as Nações Unidas e os Estados Unidos,
no fundo, continuam a agir como se estas pessoas não
fossem homens e mulheres como nós.
A solução para a tragédia do Mediterrâneo não é fácil,
mas torna-se impossível enquanto não entrar nas
nossas cabeças que os homens são todos iguais vivam
onde viverem.
Se realmente percebermos que do norte de África vêm
"homens e mulheres como nós à procura da
felicidade", como repetiu no domingo o Papa
Francisco, todos os esforços internacionais se hão-de
reunir para encontrar soluções.
9
Terça-feira, 21-04-2015
António Costa: "Sim",
é possível acabar
com a austeridade
"A última coisa que poderíamos desejar era
que voltasse a acontecer o que aconteceu no
passado, como o actual primeiro-ministro,
de prometer uma coisa na campanha e fazer
outra no Governo", afirma o líder socialista.
macroeconómico dos socialistas é liderada por Mário
Centeno, doutorado em Harvard e quadro superior do
Banco de Portugal, e tem-se reunido regularmente
desde que António Costa foi eleito secretário-geral do
PS, em Novembro do ano passado.
Além de Mário Centeno, a equipa é composta por um
conjunto de professores universitários e de
especialistas em finanças públicas e em economia,
casos de Manuel Caldeira Cabral, Francisca Guedes de
Oliveira, João Leão, João Nuno Mendes, Paulo Trigo
Pereira, Vítor Escária (ex-assessor do primeiro-ministro
José Sócrates) e Sérgio Ávila.
A este grupo juntam-se ainda os dirigentes socialistas
Vieira da Silva, João Galamba, Fernando Rocha
Andrade e a eurodeputada socialista Elisa Ferreira.
Colaboraram ainda com este grupo de trabalho os
economistas Cláudia Joaquim e Hugo Mendes.
Câmara de Lisboa
reduz 224,5 milhões
ao passivo
António Costa na conferência "Mais inovação, melhor economia".
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
O cenário macroeconómico que o PS vai apresentar
demonstra que é possível acabar com a austeridade em
Portugal, garante o líder socialista, António Costa.
O candidato a primeiro-ministro falava esta segundafeira à saída da conferência "Mais inovação, melhor
economia", promovida pelo PS, no Instituto Superior de
Economia e Gestão, em Lisboa.
Questionado se o cenário macroeconómico que vai ser
apresentado na terça-feira lhe permite manter o
discurso de que é possível acabar com a austeridade,
António Costa respondeu que “sim”, embora sem
avançar detalhes.
"Acho que é essencial para este diálogo democrático os
cidadãos poderem ter confiança nas propostas que
lhes são apresentadas. A última coisa que poderíamos
desejar era que voltasse a acontecer o que aconteceu
no passado, como o actual primeiro-ministro, de
prometer uma coisa na campanha e fazer outra no
Governo", sublinhou.
Aos jornalistas, António Costa recusou avançar os
detalhes do documento "Uma década para Portugal",
que tem vindo a ser preparado por vários economistas.
O líder socialista falou de "um documento técnico" e
remeteu várias vezes para a sessão marcada para terçafeira.
"Sobre isso [o cenário macroeconómico] falaremos
amanhã, ao meio-dia verificará o documento que tem
estado a ser preparado e na altura falarei com gosto
sobre a matéria", disse.
De acordo com o que tem sido afirmado por António
Costa, o cenário macroeconómico que o PS
apresentará pretende ser a base para "credibilizar as
principais medidas do programa eleitoral e evitar, a
prazo, situações de bloqueio entre as promessas e a
realidade do país".
A equipa que está a preparar o cenário
Autarca Fernando Medina destaca também o
"mínimo histórico de dívida a fornecedores",
que passou de 57 dias, em Dezembro de
2013, para quatro dias, em Dezembro de
2014.
A Câmara de Lisboa terminou o ano passado com um
passivo de 1.195,6 milhões euros, menos 224,5 milhões
em relação ao exercício de 2013, anunciou esta
segunda-feira o presidente da autarquia, Fernando
Medina.
De acordo com Fernando Medina, a redução foi
possível devido à "conjugação de múltiplos aspectos"
como a "forte contenção de custos" com a rubrica de
pessoal (menos 20,6 milhões de euros) - na sequência
das transferências para as freguesias, e com os
fornecimentos e serviços externos (diminuíram 10,3
milhões, através do controlo das despesas de
electricidade, água, conservação e reparação, trabalhos
especializados, comunicação, contencioso e
notariado).
No entanto, segundo o resumo das contas distribuído
na conferência de imprensa, as transferências
correntes aumentaram 16,7 milhões (27,6%) devido às
transferências financeiras para as 24 juntas da cidade.
Contribuíram ainda para a redução do passivo as
receitas ao nível dos impostos e taxas, que geraram
proveitos de mais 55,9 milhões de euros em relação a
2013 (mais 18,7%).
As receitas do Imposto Municipal sobre a Transmissão
Onerosa de Imóveis (IMT) tiveram um acréscimo de 51
milhões, enquanto as do Imposto Municipal sobre
Imóveis (IMI) subiram 7,6 milhões.
Os proveitos ao nível da Derrama aumentaram 4,4
milhões e os do Imposto Único de Circulação
diminuíram 2,7 milhões.
Fernando Medina justificou que os resultados
superaram a expectativa do município para 2014,
nomeadamente no caso do IMI, cujo acréscimo se
10
Terça-feira, 21-04-2015
deve ao perdão fiscal dado pelo Governo aos
contribuintes portugueses em 2013 (com repercussões
no ano seguinte) e ao facto de o concelho ter crescido
para uma área que era de Loures, com a criação da
freguesia do Parque das Nações.
Sem considerar os efeitos da extinção da Empresa
Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) e do processo
Bragaparques (permuta dos terrenos do Parque Mayer
por parte da antiga feira Popular), o passivo da Câmara
diminuiria para 1.015,8 milhões em 2014.
Quanto à dívida legal, que delimita o endividamento
dos municípios (de acordo com o regime financeiro
das autarquias locais), foi de 618,3 milhões no ano
passado, menos 24,8 milhões do que os 643,1 milhões
de 2013. Excluindo o caso Bragaparques, a dívida legal
seria de 521,6 milhões.
Fernando Medina assinalou também o "mínimo
histórico de dívida a fornecedores", que passou de 57
dias em Dezembro de 2013 para quatro dias em
Dezembro de 2014, o correspondente a 5,9 milhões de
euros.
No que toca às empresas municipais, a Empresa de
Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL)
terminou o ano com um resultado líquido de 953 mil
euros, após rendimentos de 27,901 milhões e gastos de
26,465 milhões.
Os resultados líquidos foram de 694 mil euros na
Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação
Cultural (EGEAC), de 392 mil euros na empresa de
Gestão de Bairros Municipais de Lisboa (GEBALIS) e de
um milhar de euros na Sociedade de Reabilitação
Urbana (SRU).
Quanto às hastas públicas de património feitas pela
Câmara durante o ano passado, representaram vendas
efectivas de 90 milhões, adiantou Fernando Medina.
Requalificação do
mercado do Bolhão
custa 20 milhões
Obras financiadas pela autarquia vão
demorar ano e meio. Comerciantes poderão
ser transferidos para o quarteirão da Casa
Forte ou para o Silo-Auto. Câmara do Porto
anuncia, esta quarta-feira, o seu projecto em
detalhe e a data para o início das obras.
O Bolhão continuará a ser um mercado público de frescos. Foto: DR
Por Henrique Cunha
O projecto de requalificação do Mercado do Bolhão, no
Porto, vai custar cerca de 20 milhões de euros. O
montante já inclui os custos decorrentes da
necessidade de se criar um mercado transitório
enquanto decorrem as obras, que se devem prolongar
por cerca de ano e meio.
Segundo apurou a Renascença, o chamado quarteirão
da Casa Forte, na Rua Sá da Bandeira, e o Silo-Auto, nas
proximidades, são as possibilidades ponderadas pelo
município para acolher os comerciantes no período da
requalificação do Bolhão.
Fonte da autarquia garantiu à Renascença que a obra
avança com verbas do município, estando em estudo
uma candidatura a fundos europeus, e que o Bolhão
continuará a ser um mercado público de frescos.
"Mercado e comerciantes não aguentam mais"
O presidente da Associação dos Comerciantes do
Bolhão, Alcino Sousa, aplaude o facto de o mercado
manter a sua matriz pública.
“Espero bem que sim. O mercado não aguenta mais,
nem os seus comerciantes. Desde a primeira hora que
defendi sempre que o mercado devia ser gerido pela
Câmara e pela Associação dos Comerciantes do
Mercado do Bolhão”, afirma Alcino Sousa.
Desde 1994, ano da última intervenção no mercado, o
Bolhão perdeu mais de metade dos seus comerciantes
- nessa altura eram 440 e actualmente não passam de
180.
Alcino Sousa espera que a requalificação atraia turistas,
consumidores e comerciantes: “A requalificação deste
espaço dá outra vida a este centro desta nossa querida
cidade do Porto. Isto esteve desde 94 sem obras. Oxalá
que esta quarta-feira se dê um salto positivo para os
comerciantes, para a cidade, para
11
Terça-feira, 21-04-2015
os turistas que nos visitam.”
A Câmara do Porto anuncia, esta quarta-feira, o seu
projecto em detalhe e a data para o início das obras no
Bolhão. Os resultados financeiros de 2014 da autarquia
vão permitir que a requalificação do emblemático
mercado avance sem depender de investidores
privados ou de fundos comunitários.
Polícias “motards”
vão dar "resposta
ágil" ao crime
violento no Porto
As novas Equipas de Prevenção e Reacção
Imediata (EPRI) vão trabalhar em toda a área
de jurisdição da PSP. Os roubos por esticão
ou os assaltos na via pública são alguns dos
crimes a que vão estar mais atentas.
alguns dos crimes a que as novas equipas de polícias
“motard” vão estar mais atentas, por implicar uma
maior rapidez de actuação, explicou a mesma fonte
policial.
As EPRI são "mais uma valência operacional" e vão
actuar de "modo preventivo, complementar e em
reforço da intervenção dos restantes meios e valências
policiais", como por exemplo no "patrulhamento
apeado e auto".
Segundo a PSP, as EPRI contribuirão de "forma
significativa para garantir a segurança, ordem e
tranquilidade públicas e de reforço de sentimento de
segurança dos cidadãos".
Empresas aderem
pouco a programa
para desempregados
de longa duração da
Cáritas
Resultados de plataforma para
desempregados de longa duração com mais
de 45 anos estão aquém dos esperados.
Foto: RR
O Comando Metropolitano do Porto da PSP conta, partir
desta segunda-feira, com 22 operacionais auxiliados
por motos de alta cilindrada. Fazem parte de uma
estratégia para combater a criminalidade violenta e
grave na área metropolitana.
As novas Equipas de Prevenção e Reacção Imediata
(EPRI) vão trabalhar em toda a área de jurisdição da PSP
do Porto, que envolve os concelhos do Porto, Gaia,
Matosinhos, Gondomar, Valongo, Maia, Vila do Conde,
Póvoa de Varzim e Santo Tirso e abarca cerca de um
milhão de pessoas, anunciou o comissário Marco
Almeida, em conferência de imprensa no Comando
Metropolitano do Porto da PSP.
As EPRI da PSP do Porto contam com 22 elementos
policiais que terminaram a formação com sucesso e
que vão ter como prioridade "combater a criminalidade
violenta e grave" através de uma "resposta ágil" e
"rápida" através de motociclos de "alta cilindrada", da
marca BMW, explicou o comissário Marco Almeida.
"As equipas vão trabalhar por turnos, todos os dias da
semana e durante 24 horas por dia", adiantou Marco
Almeida, referindo que o intuito da reorganização do
dispositivo foi adaptar os recursos humanos e
materiais na senda de uma estratégia de segurança
pública nacional.
Os roubos por esticão ou os assaltos na via pública são
O programa da Cáritas Portuguesa para recolocar no
mercado de trabalho desempregados de longa duração
com mais de 45 anos está aquém das expectativas por
falta de adesão do mundo empresarial.
"O balanço que fazemos desta plataforma 'online' não é
aquele que tínhamos a esperança que fosse, porque a
adesão do mundo empresarial não foi tão activa como
esperávamos", diz à Renascença Maria do Rosário
Carneiro, coordenadora do "IN SPIRA".
"Não terá havido uma capacidade total da Cáritas em
chegar ao tecido empresarial e de os sensibilizar",
admite.
"Existe um factor inultrapassável, que tem a ver com a
postura que as pessoas têm, normalmente, perante a
população de maior idade. Isto é, há todo um
entendimento de uma menos-valia desta população e
uma percepção de menor urgência de colocação de
postos de trabalho para estas pessoas", aponta.
Para combater este quadro, a Cáritas já começou "a
fazer uma abordagem mais directa, através das
câmaras municipais, para serem parceiros na
mediação do diálogo com o tecido empresarial", uma
nova estratégia que já correspondeu a "um aumento
das ofertas de postos de trabalho na plataforma".
"Este programa, mais do que colocar, quer facilitar o
encontro entre as pessoas que procuram trabalho e as
empresas que necessitam do trabalho destas pessoas",
sublinha Maria do Rosário Carneiro, sublinhando que
"estas pessoas mais velhas têm capacidades e
competências que nenhuma sociedade pode
desperdiçar".
"Nenhuma sociedade pode pensar no seu
desenvolvimento com a exclusão destas pessoas que
têm competências que são inultrapassáveis, são
indispensáveis. Além da sua experiência, têm o saber,
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Terça-feira, 21-04-2015
têm a fiabilidade no seu comportamento profissional e
têm responsabilidades tremendas para as enfrentar
porque, muitas vezes, são pessoas que têm famílias a
seu cargo", remata Maria do Rosário Carneiro.
Sindicatos da RTP
pedem
esclarecimento sobre
salários da
administração
Representantes dos trabalhadores não
encontram "explicação racional" para a
"excepção remuneratória" dos
administradores. Novo presidente vai ganhar
10 mil euros por mês.
administração "só pode ser extensível aos
trabalhadores da empresa e urge isentá-los dos cortes
salariais da função pública".
Para os sindicatos que subscrevem a carta aberta - FE,
FETESE/SITESE; SICOMP; SINTTAV, SITIC, SJ, SMAV e
STT -, esta é a "questão fundamental" que pretendem
ver esclarecida "a bem da paz da RTP enquanto serviço
público".
O presidente do conselho de administração da RTP,
Gonçalo Reis, vai ganhar 10 mil euros por mês, um
valor superior ao do seu antecessor no cargo, Alberto
da Ponte, de acordo com um diploma publicado em
Diário da República na passada sexta-feira.
O Governo informou o Conselho Geral Independente
(CGI) do tecto salarial para a nova administração da
RTP, esclareceu esta segunda-feira fonte do gabinete
do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional,
Poiares Maduro.
Em declarações esta segunda-feira à televisão pública,
Gonçalo Reis disse que o seu vencimento tinha sido
definido pelo Estado.
Aumenta a diferença
de preço entre
combustíveis
simples e aditivados
Revendedores acreditam que oferta de
combustíveis simples é um avanço no
mercado.
Os sindicatos da RTP pediram esclarecimentos ao
Conselho Geral Independente (CGI) sobre a "excepção
remuneratória" do conselho de administração,
afirmando que a mesma também deve ser extensível
aos trabalhadores da empresa.
Numa carta aberta ao CGI, "os sindicatos
representativos dos trabalhadores da RTP" adiantam
que "gostariam de ver esclarecida a contradição, para
qual não encontram explicação racional" que passa
pela "excepção remuneratória" da administração da
empresa.
Segundo as estruturas sindicais, o CGI nomeou um
conselho de administração "com base num plano
estratégico que afirma a exclusão da RTP da lógica
concorrencial, pautando o exercício da empresa pela
diversidade e independência relativamente aos canais
privados".
"A esfera pública da RTP, consubstanciada na sua
missão estratégica, indicada e apoiada por V. Exas, e
assumida na assinatura do contrato de concessão,
limita os vencimentos dos seus gestores, bem como os
dos seus trabalhadores", apontam.
Por isso, se o CGI considera que "a diversidade é uma
complementaridade e que a RTP está dependente, por
oposição, dos privados numa lógica de mercado
alternativo, acabando por estar em concorrência
exactamente por essa posição oponente, então a
justificação para a excepção remuneratória" da
Foto: DR
Aumentou para cerca de cinco cêntimos a diferença de
preço por litro entre os combustíveis simples e os
aditivados, confirmou à Renascença o vice-presidente
da Associação Nacional de Revendedores de
Combustíveis (Anarec), José Reis.
A subida generalizada de preços verificada esta
segunda-feira fez disparar a diferença do custo dos
dois produtos. "Hoje a diferença entre os combustíveis
simples e aditivados é já de cinco cêntimos", garante.
A discussão em torno da recente legislação que obriga
a que as bombas disponibilizem combustíveis simples
ganhou novo fôlego esta segunda-feira devido às
renovadas críticas da Associação Portuguesa de
Empresas Petrolíferas. A Apetro considera que esta
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Terça-feira, 21-04-2015
decisão significa um passo atrás para os
consumidores.
José Reis não concorda. "Pelo contrário, estamos a dar
um passo em frente na medida em que estamos a dar
maior oferta de produto ao cliente num só lugar",
remata.
Teste de
amamentação no
Hospital de Santo
António passa a ser
feito por prolactina
Na sequência do "escândalo social", o Centro
Hospitalar do Porto deu ordens para que, a
partir desta segunda-feira, passasse a ser
utilizada apenas a análise à prolactina "às que
aceitarem fazê-lo".
O presidente do conselho de administração do Centro
Hospitalar do Porto, Sollari Allegro, disse esta segundafeira que, em função do "escândalo" motivado por uma
notícia do jornal "Público", decidiu-se alterar os testes
para comprovar a amamentação, que serão feitos por
análises à prolactina.
"Para verificação se estavam em aleitamento [fazia-se]
a expressão da mama, a retirada com bomba ou a
[análise à] prolactina e as senhoras faziam a escolha do
método que pretendiam. É evidente que, se não
quisessem fazer, não faziam e não havia qualquer
consequência", disse à Lusa o presidente do conselho
de administração do Centro Hospitalar do Porto, que
inclui o Hospital de Santo António.
O jornal "Público" noticiou no domingo que duas
enfermeiras, uma do Hospital de Santo António e outra
do São João, ambos no Porto, se queixam de terem tido
que comprovar às entidades laborais que estavam a
amamentar "espremendo leite das mamas à frente a
médicos de saúde ocupacional".
Na sequência da notícia e do "escândalo social", o
conselho de administração do Centro Hospitalar do
Porto deu ordens para que, a partir desta segunda-feira,
passasse a ser utilizada apenas a análise à prolactina
"às que aceitarem fazê-lo".
Sollari Allegro justificou a prova por terem verificado
que "havia muita gente em aleitamentos prolongados,
muito além daquilo que é imaginável", pelo que foi
pedido ao departamento de Qualidade que
implementasse um sistema de controlo.
"Eles decidiram que havia um chamamento das
pessoas que estavam em aleitamento há mais de dois
anos e depois punham três hipóteses", disse.
Sobre as eventuais consequências de quem se
recusasse a fazer o teste, Sollari Allegro afirmou que
"legalmente não pode haver consequências, é uma
tentativa de esclarecer as situações".
Esquerda quer esclarecimentos
No domingo, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse
não conhecer a metodologia aplicada pelos dois
hospitais do Porto que pediram provas de evidência de
leite às funcionárias que recorrem à possibilidade de
redução do horário de serviço por amamentarem.
No mesmo dia, a porta-voz do Bloco de Esquerda,
Catarina Martins, defendeu alterações legislativas para
acabar com os atentados contra a dignidade das
mulheres e pediu esclarecimentos ao ministro da
Saúde sobre as enfermeiras que tiveram de espremer
leite para provarem estar a amamentar.
No mesmo sentido foram as declarações do deputado
do PCP Jorge Machado, que disse à Lusa que o partido
vai questionar o Governo na sequência da denúncia de
que há trabalhadoras em hospitais no Porto a serem
forçadas a espremer leite para provar que estão a
amamentar.
ENSINO SUPERIOR
Governo quer mais
vagas em cursos de
ciência, matemática
e informática
Ministério da Educação mantém proibição
de abertura de cursos que, em anos
anteriores, tenham tido menos de 10 alunos
inscritos.
Ministro Nuno Crato também defende critérios de empregabilidade.
Foto: Lusa
Por Fátima Casanova
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) quer uma
maior aposta em cursos relacionados com as Ciências
da Vida, Matemática e Informática.
No despacho de vagas no ensino superior, publicado
esta segunda-feira, em Diário da República, mantémse a proibição de abertura de cursos que em anos
anteriores tenham tido menos de 10 alunos inscritos.
As orientações do Ministério da Educação e Ciência
são claras: Para o concurso nacional de 2015 as
instituições de ensino superior não devem duplicar
cursos, mas sim apostar na diferenciação e também na
especialização da sua oferta.
Tal como no ano passado, as instituições de ensino
superior devem ter em conta o índice de
empregabilidade dos seus diplomados e também as
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Terça-feira, 21-04-2015
necessidades da região em que se integram.
O número de vagas para cada ciclo de estudos em cada
universidade ou politécnico não pode ser inferior a 20.
Já os cursos que tiveram menos de 10 alunos inscritos,
nos dois últimos anos lectivos, não podem abrir vagas.
Também não podem ser fixadas vagas para ciclos de
estudos que não tenham aberto lugares para este ano
lectivo e que dupliquem a oferta já existente na região.
Relativamente aos cursos de Medicina, o Ministério da
Educação recomenda que as universidades assegurem
o mesmo número de vagas deste ano lectivo. A mesma
orientação é dada para as licenciaturas em Educação
Básica.
Por outro lado, a tutela recomenda às instituições de
ensino superior que aumentem a oferta nas áreas das
ciências da vida e também de ciências físicas, de
Matemática e Estatística, de Informática e Engenharias.
Portugal reduz para
metade taxa de
abandono escolar
precoce
O objectivo nacional português é de ter um
máximo de 10% de abandono escolar
precoce, o mesmo que o da União Europeia.
Portugal tinha em 2014 a quarta maior taxa de
abandono escolar precoce da União Europeia (UE),
mas com a maior redução face a 2006. São dados
divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat.
Segundo o gabinete de estatística da União Europeia,
Portugal foi o país que mais reduziu o indicador, sendo
que os 17,4% do ano passado são menos de metade dos
38,5% de 2006. Espanha (21,9%) é o Estado-membro
com piores resultados no que se refere à taxa de
abandono escolar precoce, seguindo-se Malta (20,4%),
Roménia (18,1%), Portugal (17,4%) e Itália (15%).
O objectivo nacional português é de ter um máximo de
10% de abandono escolar precoce, o mesmo que o da
UE.
No extremo oposto – com as menores percentagens de
estudantes que abandonam prematuramente os
estudos – estão a Croácia (2,7%), a Eslovénia (4,4%), a
Polónia (5,4%), a República Checa (5,5,%) e a Lituânia
(5,9%).
A média da UE era, também no ano passado, de 11,1%,
que compara com os 15,3% de 2006.
Em geral, são mais os rapazes que as raparigas que
abandonam precocemente os estudos, tendo, no ano
passado, a proporção em Portugal sido de 20,7% face a
14,1% (12,7% de homens e 9,5% de mulheres, na média
europeia).
A única excepção a esta tendência verifica-se na
Bulgária por uma décima: 12,8% de homens contra
12,9% de mulheres que em 2014 abandonaram
precocemente os estudos.
Quinze Estados-membros atingiram já os objectivos
nacionais para 2020 neste indicador: a República
Checa, a Dinamarca, a Alemanha, a Grécia, a França, a
Croácia, a Itália, Chipre, a Letónia, a Lituânia, o
Luxemburgo, a Áustria, a Eslovénia e a Suécia.
Aumento de licenciados
Outro objectivo definido no âmbito da estratégia da UE
para o emprego e crescimento Europa 2020 é a do
aumento do número de licenciados.
Portugal teve, no ano passado, 31,1% de pessoas entre
os 30 e os 34 anos que terminaram com sucesso o
ensino superior, que compara com 12,9% de 2002 e 30%
de 2013.
A média da UE para este indicador é de 37,9%, face aos
23,6% de 2002 e aos 37,1% de 2103.
O objectivo nacional para 2020 é de 40%, o mesmo que
o da média da UE.
Em 2014, mais de metade da população entre os 30 e os
34 anos concluiu o ensino superior na Lituânia (53,3%),
no Luxemburgo (52,7%), em Chipre (52,5% e na Irlanda
(52,2%).
No outro extremo da tabela estão a Itália (23,9%), a
Roménia (25%), Malta (26,6%), a Eslováquia (26,9%) e a
República Checa (28,2%).
Doze Estados-membros já atingiram os seus objectivos
nacionais para este indicador: Dinamarca, Estónia,
Grécia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Holanda,
Áustria, Eslovénia, Finlândia e Suécia.
Barco de migrantes
abalroado por
cargueiro português?
Neste noticiário: a aproximação do cargueiro
português pode ter influenciado o naufrágio
do barco com 800 migrantes no
Mediterrâneo; Morais Sarmento defende que
Europa tem de intervir nos países de origem
da imigração ilegal; escolas vão ter iniciação
à programação a partir dos oito anos;
Ministério da Educação quer mais cursos de
ciências da vida, matemática e informática;
Citius continua a dar problemas na Justiça.
Por Teresa Abecasis
15
Terça-feira, 21-04-2015
Jornalistas querem
Ordem da Liberdade
para Tolentino da
Nóbrega
Subscritores destacam "nobre e distinto
exemplo" dado pelo jornalista madeirense
falecido a 7 de Abril.
Um grupo de jornalistas e outras pessoas ligadas à
comunicação social defende a atribuição da Ordem da
Liberdade, a título póstumo, ao jornalista Tolentino da
Nóbrega, falecido no dia 7 de Abril, no Funchal.
Entre os subscritores do pedido, divulgado num
comunicado intitulado "Tolentino da Nóbrega: um
cidadão livre e um jornalista independente", estão
Adelino Gomes, Joaquim Furtado, José Alberto Lemos,
Manuel Pinto, Clara Ferreira Alves e Diana Andringa.
O texto sublinha o "nobre e distinto exemplo" dado por
Tolentino da Nóbrega no exercício do jornalismo, ao
longo de 43 anos de actividade, destacando, ainda, o
seu "sentido de responsabilidade" e a defesa que
sempre fez da "liberdade de expressão".
Os subscritores sublinham que "são os exemplos dados
em vida por profissionais e cidadãos como Tolentino
da Nóbrega que devem ser exaltados e comemorados,
pelo que a atribuição da Ordem da Liberdade ao
jornalista madeirense "cumpriria esse dever, que cabe
ao Estado".
PRÉMIO DIGNITAS
Reportagem da
Renascença recebe
menção honrosa
Trabalho da jornalista Liliana Carona,
emitido em Junho do ano passado, dá a
conhecer o Parque Biológico da Serra da
Lousã, onde 95% dos funcionários são
portadores de deficiência.
A edição deste ano do Prémio Dignitas distinguiu com
uma menção honrosa um trabalho da Renascença
sobre empreendedorismo social.
A reportagem da jornalista Liliana Carona, emitida em
Junho do ano passado, deu a conhecer o Parque
Biológico da Serra da Lousã, onde 95% dos
trabalhadores são portadores de deficiência.
Tratadores de animais, guias de museus, oficinas de
vime e tecelagem, sapataria, olaria e vidro, são algumas
das actividades a que se dedicam estes homens e
mulheres.
O Prémio Dignitas é atribuído pela Associação
Portuguesa de Deficientes (APD), com o alto patrocínio
da Assembleia da República.
O vencedor na categoria rádio é a reportagem “O
Telhadinho”, da jornalista Cristina Lai Men, da TSF.
A cerimónia de entrega dos prémios Dignitas está
marcada para 5 de Maio, no auditório do edifício novo
da Assembleia da República.
PARCERIA RENASCENÇA/VER
Avaliação do Retorno
sobre o Carácter
Por Helena Oliveira
Uma investigação ao longo de sete anos, agora
publicada em livro, demonstra que os líderes com força
de carácter atingem um ROA médio de 9,35% ao longo
de um período de dois anos, um valor cinco vezes
superior ao produzido pelo seus pares com um estilo de
liderança egocêntrico os quais, em média, apresentam
uma ROA de apenas 1,93%. E só esta diferença abissal
seria suficiente para despertar a vontade de se ler este
livro.
Será que o carácter de um CEO tem influência nos
resultados financeiros da organização que lidera? A
pergunta, quase tão velha quanto a história da própria
liderança, há muito que acolhe vários tipos de resposta.
Se, por um lado, é politicamente correcto afirmar que
uma liderança de excelência exige um líder íntegro, por
outro, o estilo de liderança “à Gordon Gekko”, a
memorável personagem dos filmes que retratam a vida
em Wall Street e cujo hino “greed is good” inspirou toda
uma geração de dirigentes ambiciosos e pouco dados a
“boas acções”, é também tido por muitos como a
melhor forma de gerar verdadeiro retorno para as
organizações e, consequentemente, para os
accionistas. Adicionalmente, existem também muitos
registos que comprovam que os líderes, mesmo que
consigam resultados chorudos ao longo de alguns
anos, acabam por cair em desgraça, exactamente
devido à sua falta de carácter. Em Portugal e
recentemente, os exemplos não têm sido poucos.
Contudo, a verdade é que a maior parte dos executivos
permanecem cépticos e/ou indiferentes no que
respeita ao verdadeiro valor do carácter, considerandoo apenas como a “cereja no cimo do bolo”, bolo esse
cuja massa é feita, essencialmente, de uma boa
estratégia e recheada por um sólido modelo de
negócio. A verdade é que nunca existiram dados
suficientes – e consubstanciados – que
comprovassem a existência de uma ligação directa
entre o carácter de um CEO e os bons (ou maus)
resultados da organização que lidera. Até agora.
Leia mais no portal VER.
16
Terça-feira, 21-04-2015
Barcelona. Aluno de
13 anos usa besta
para matar professor
Adidas quer usar lixo
oceânico nos seus
produtos
Há registo de quatro feridos. A vítima mortal
tentou salvar uma colega e a filha.
São várias as marcas que agora se mostram
adeptas da consciencialização ambiental,
fruto da pressão que grupos como o
Greenpeace têm exercido.
Um aluno matou um professor e feriu pelo menos
quatro pessoas, numa escola em Barcelona. O jovem
tem 13 anos, pelo que é inimputável, foi levado para
uma unidade de psiquiatria de um hospital da cidade,
informou um porta-voz da polícia autonómica da
Catalunha.
De acordo com o jornal "El País", um jovem entrou
armado com uma besta, cerca das 9h20, no no Instituto
Joan Fuster, no bairro de La Sagrera, a norte da Sagrada
Família. O menor já foi detido.
Os serviços de emergência médica enviaram várias
equipas para o centro escolar. A imprensa espanhola
avança que os feridos ligeiros são três alunos e uma
professora.
Segundo testemunhas, o menor chegou às 9h00, uma
hora depois do previsto, dirigiu-se directamente à sua
sala e disparou a besta contra a professora de
castelhano e a filha desta, aluna daquela turma.
Ao ouvir os gritos um professor de uma sala próximo
acorreu ao local e o jovem disparou-lhe contra o peito.
O professor, que seria um substituto [há poucas
semanas na escola], morreu pouco depois.
O jovem terá entrado então noutra sala de aula e
agredido um outro aluno com uma faca que também
levou para a escola.
Entretanto, o liceu foi evacuado e os alunos
concentraram-se na praça Ferran Reyes, no bairro de
La Sagrera de Barcelona. Alguns deles, companheiros
de sala do jovem que atacou a escola, afirmaram que
este teria repetido várias vezes na semana passada que
iria matar todos os professores da escola e que se
suicidaria em seguida.
O jovem estava armado com um punhal, uma besta e
uma pistola de chumbos, segundo as autoridades.
[notícia actualizada às 14h10]
13 mil milhões de dólares é quanto custa a poluição oceânica. Foto:
epSos.de/Flickr
A marca alemã de vestuário desportivo Adidas está a
participar numa acção de limpeza dos oceanos com o
objectivo de desenvolver materiais a partir de resíduos
de plástico para utilizar nos seus produtos.
Esta participação resulta da parceria com a iniciativa
"Parley for the Oceans", e, de acordo com o anúncio
feito esta segunda-feira pela Adidas, a marca vai retirar
os sacos de plástico, de modo gradual, das suas quase
três mil lojas.
"Parley" é um grupo de artistas, designers, músicos e
cientistas que quer retirar os plásticos dos oceanos. A
Adidas quer produzir roupas e sapatos a partir de
plástico reciclado já a partir do próximo ano.
No ano passado, foi a holandesa G-Star Raw que
trabalhou com o "Parley" para lançar uma linha de
ganga feita a partir de resíduos plásticos do oceano.
São várias as grandes marcas que, neste momento,
erguem as suas bandeiras éticas em reacção à pressão
que grupos como o Greenpeace lhes têm colocado,
com vista a diminuírem o seu impacto ambiental e
para que melhorem as condições nas suas fábricas.
A sueca H&M, por exemplo, comprometeu-se a triplicar
a quantidade de produtos produzidos a partir de fibras
recicladas até ao final de 2015.
O plástico utilizado nos bens de consumo está na
origem da poluição marítima e tem um “custo de
capital natural” (medida utilizada para calcular os danos
ambientais) de, pelo menos, 13 mil milhões de dólares
por ano – segundo estimativa do Programa das Nações
Unidas para o Ambiente (PNUA, na sigla em
português).
17
Terça-feira, 21-04-2015
JORNALISMO
"New York Times"
conquista três
prémios Pulitzer
Epidemia de ébola, a influência dos grupos
de pressão e as práticas das seguradoras na
saúde foram alguns dos temas em destaque.
Papa chocado com
execução de cristãos
etíopes
Numa mensagem ao Patriarca da Igreja
Ortodoxa da Etiópia, Francisco manifesta
profunda tristeza e preocupação com a
“violência chocante perpetrada contra
cristãos inocentes na Líbia”.
Reportagem fotográfica sobre o ébola foi distinguida. Foto: Daniel
Berehulak/EPA
O jornal norte-americano “The New York Times”
venceu três prémios Pulitzer, dois dos quais pela
cobertura da epidemia do vírus ébola na África
Ocidental.
O jornal conquistou o Pulitzer de "melhor cobertura
internacional" com o noticiário sobre o vírus ébola e o
de "melhor reportagem fotográfica" para o repórter
Daniel Berehulak, precisamente sobre o mesmo
assunto.
O galardão de "melhor reportagem de investigação" foi
para o jornalista Eric Lipton, daquele jornal, sobre a
influência de grupos de pressão junto de decisores
políticos e judiciais.
Além de Eric Lipton, o Pulitzer foi atribuído também ao
jornal “The Wall Street Journal”, pelo trabalho "Medicare
Unmasked" que revelou práticas e condutas das
seguradoras de saúde norte-americanas.
O Pulitzer de "Serviço Público" foi atribuído ao jornal
“The Post and Courier”, de Cahrleston, na Carolina do
Sul.
A equipa de fotojornalistas do jornal “St Louis Dispatch”
recebeu o Pulitzer "Breaking News" pela cobertura dos
eventos que se seguiram à morte de um homem afroamericano, por disparos de um polícia, em Ferguson,
no Verão passado.
A par dos prémios de excelência para a imprensa, os
prestigiados Pulitzer são ainda atribuídos nas áreas da
literatura e música. Entre eles contam-se o de poesia
para Gregory Pardlo ("Digest), o de drama para Stephen
Adly Guirgis ("Between Riverside and Crazy"), e
biografia, para David I. Kertzer ("The Pope and
Mussolini"). Julia Wolfe venceu o Pulitzer na música
com "Anthracite Fields".
Em 2016, a organização do Pulitzer inicia as
celebrações do centenário destes prémios, criados no
início do século XX por Joseph Pulitzer juntamente
com uma escola de jornalismo na Columbia University.
O Papa Francisco mostra-se chocado com a execução
de 30 cristãos etíopes às mãos do autodenominado
Estado Islâmico na Líbia.
Numa mensagem de condolências endereçada ao
Patriarca da Igreja Ortodoxa da Etiópia, Abuna Matthias,
o Papa manifesta profunda tristeza e preocupação com
a “violência chocante perpetrada contra cristãos
inocentes na Líbia”.
“O sangue dos nossos irmãos e irmãs cristãos é um
testemunho que grita para ser ouvido por todos os que
ainda conseguem distinguir entre o bem e o mal. Este
grito tem de ser ouvido por aqueles que têm o destino
dos povos nas mãos”, afirma Francisco.
O Papa expressa solidariedade para com todas as
vítimas de perseguições religiosas e garante a sua
proximidade através da oração.
O autoproclamado Estado Islâmico divulgou, no
domingo, um vídeo que mostra a execução de vários
homens, apresentados como cristãos etíopes
capturados na Líbia.
O vídeo de 29 minutos, divulgado em sites jihadistas,
mostra um grupo de pelo menos 12 homens a serem
degolados numa praia e outro grupo de 16 homens
mortos a tiro numa zona desértica.
A Etiópia confirmou, esta segunda-feira, que os 30
cristãos assassinados por militantes do
autodenominado Estado Islâmico na Líbia eram seus
cidadãos.
18
Terça-feira, 21-04-2015
Não sabe onde está o
seu Android?
Pergunte ao Google
O Google tem uma nova função: um
localizador de telefone. Basta fazer-lhe uma
pergunta.
Imagem: Google
Por Teresa Abecasis
É uma nova função do Google para facilitar a vida a
quem perde o seu telemóvel equipado com sistema
operativo Android. Agora, o motor de busca consegue
informar o utilizador onde deixou o aparelho.
"Já todos passámos por isso – procurámos por baixo
do banco do carro, vasculhámos sob as almofadas do
sofá, sem encontrar o nosso telefone", anunciou a
empresa norte-americana na rede social Google+. "Se
souber onde está o seu computador, agora pode pedir
ao Google para localizar o aparelho".
A fórmula é simples. Basta ter a sessão iniciada na sua
conta Google (a mesma que utiliza no telefone), abrir
uma página do motor de busca e escrever "Find my
phone" ("encontra o meu telefone", em inglês).
Aparece-lhe então um mapa com a localização do
telefone e a possibilidade de o pôr a tocar, caso ele
esteja ao seu lado mas não o consiga ver.
Esta função está em fase de teste e só funciona se tiver
instalada a última versão da aplicação "Google". Para
que o motor de busca lhe diga onde está o aparelho, ele
tem de ter as funções de localização activadas.
Imagem: Google
Caso venha a descobrir que o telefone foi roubado ou
não está num lugar seguro, pode tentar controlar a
situação também através do computador. Tem de abrir
o "Gestor de Dispositivos Android", que pode ser
encontrado através do motor de busca.
Através deste gestor remoto, consegue bloquear o
acesso ao telemóvel, definindo no momento uma
palavra-passe para o desbloquear, escrever uma
mensagem que aparecerá no ecrã bloqueado e
escolher um número de telefone para quem tiver o
telefone na mão poder entrar em contacto.
Pode ainda fazer um "reset" ao seu Android e apagar os
seus dados e fotografias, mas, a partir do momento em
que o fizer, deixa de conseguir controlar remotamente
o aparelho.
"Giselle" regressa ao
Teatro Camões
Bailado clássico, concebido no século XIX,
opõe um universo realista, terrestre, a um
mundo onírico, povoado de espíritos
femininos.
O clássico "Giselle", com coreografia de Georges Garcia
interpretado pela Companhia Nacional de Bailado
(CNB), regressa ao Teatro Camões, em Lisboa, entre 29
de Abril, Dia Mundial da Dança, e 10 de Maio.
De acordo com a CNB, a peça coreográfica - também
com recriação e encenação de Georges Garcia,
segundo Jean Coralli, Jules Perrot, Marius Petipa e
Théophile Gautier - terá interpretação musical da
Orquestra de Câmara Portuguesa, sob a direcção do
maestro Pedro Carneiro.
No ano passado, a CNB apresentou esta mesma
produção, prestando homenagem a duas figuras
ligadas à companhia: a bailarina Barbora Hruskova e a
mestra de bailado Maria Palmeirim.
A música é de Adolphe Adam e os cenários de
Ferruccio Villagrossi, com os figurinos tradicionais
cedidos pela Fundação Calouste Gulbenkian, e o
desenho de luz de Cristina Piedade.
Este bailado clássico foi concebido no século XIX,
numa época pós-revolucionária, respondendo ao
gosto pelo fantástico, o irreal e as emoções fortes
provocadas por uma narrativa em que as mulheres se
transformam em seres alados misteriosos.
Na peça, há uma oposição entre o universo realista,
terrestre, e um mundo onírico, povoado de espíritos
femininos, depois das mulheres sofrerem a
metamorfose em seres alados e misteriosos, portadores
de um magnetismo que percorre toda a narrativa.
A peça estreia às 21h00 de 29 de Abril, assinalando o
Dia Mundial da Dança, e o ensaio geral solidário
realiza-se no dia anterior, à mesma hora, com as
receitas a reverter para a Associação Novamente Associação de Apoio aos Traumatizados Crânio
Encefálicos e Suas Famílias, a ACA - Associação
Conversa Amiga, a Aidglobal - Acção e Integração para
o Desenvolvimento Global e a Fundação São João de
Deus.
Carviçais Rock com
Amor Electro no
cartaz
O festival está marcado para Agosto e tem
como público-alvo os jovens e os
emigrantes.
Por Olímpia Mairos
Os Amor Electro são uma das bandas cabeça de cartaz
da edição deste ano do festival de música Carviçais
19
Terça-feira, 21-04-2015
Rock, que acontece de 6 a 8 de Agosto, na aldeia de
Carviçais, no concelho de Torre de Moncorvo.
O programa do festival ainda não está fechado, já que,
segundo a organização, "são muitas as bandas
interessadas em participar" no Carviçais Rock,
orientado para "um público jovem e para os emigrantes
da região, mas sempre de portas abertas para outros
entusiastas".
"O nosso público vem essencialmente dos distritos de
Bragança e Vila Real. Só uma pequena fatia dos
festivaleiros são oriundos de outros pontos do país. Por
este motivo, justifica-se a realização do Carviçais nos
primeiros dias da semana", explica Francisco Brás, um
dos promotores da iniciativa.
A organização do Carviçais Rock está a cargo da Junta
de Freguesia, da Câmara de Torre de Moncorvo e de
diversas associações culturais e desportivas do
concelho.
se aceitam euforias excessivas.
Mesmo forçada a fazer alterações de monta que
descaracterizam o onze habitual, mas transportando
consigo uma vantagem confortável, eis um aspecto
que deverá ser prioritariamente resguardado.
Esta é uma oportunidade que não deve ser desbaratada.
Para isso, pede-se uma equipa com alma. Alma até à
Alemanha.
REVISTA DA IMPRENSA DESPORT
Porto, Porto, Porto
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Alma até a Alemanha
O momento é favorável ao FC Porto, mas
não se aceitam euforias excessivas no
confronto com o Bayern. O jogo vai exigir
não apenas um esforço sobre humano como
total concentração. É uma oportunidade que
não deve ser desbaratada.
Por Ribeiro Cristóvão
Face aos dados disponíveis nesta altura, o jogo que esta
noite vai colocar frente a frente, no Alianz Arena, em
Munique, o Bayern e o Futebol Clube do Porto é, para já,
o mais importante do ano. Por todas as razões
desportivas que se conhecem, e também pelo facto de
a situação com que hoje estamos confrontados
contrariar a generalidade das previsões, inclusive de
muitos elementos afectos à família portista.
A verdade é que o Porto está na frente e em excelentes
condições de assim se manter após a dura prova a que
vai ser submetido pela equipa germânica e que vai
exigir aos escolhidos de Lopetegui não apenas um
esforço sobre humano como ainda total concentração.
Para além disso, a equipa já provou há oito dias do que
é capaz, subjugando a mais que favorita equipa bávara
que entrou nesta edição da Champions
exclusivamente focada na vitória final, mas que saiu do
Dragão vergada ao peso de uma derrota humilhante e
sem qualquer hipótese de discussão.
O momento é favorável à equipa portuguesa, mas não
Os três diários desportivos antecipam o jogo de
Munique, entre Bayern e FC Porto.
"O Grande desafio" é o título de O Jogo, enquadrado por
uma imagem do treino de ontem.
A Bola recupera Quaresma e Jackson, no jogo do
Dragão, e escreve: "Um dragão não treme".
Por sua vez, o Record, na sua edição Norte, mostra
Lopetegui num gesto de malabarismo com a bola da
Champions e titula: "Nas mãos do Dragão". Na edução
Sul, o jornal da Cofina garante: "Salvio pronto para o
clássico".
Ainda no Record, sobre o Sporting, lê-se: "Leões tentam
segurar Slimani". Em O Jogo, outro destaque
sportinguista: "Kapino acessível ao leão".
20
Terça-feira, 21-04-2015
Árbitros passam a
gerir contratos de
publicidade
Notícia Bola Branca. Decisão saída da
reunião entre Liga e APAF, que pôs fim ao
"braço de ferro" que ameaçou parar os
campeonatos profissionais de futebol. Até
agora, era à Liga que competia angariar e
gerir patrocínios das camisolas dos juízes.
Árbitros com independência na gestão de patrocínios nas camisolas
Os árbitros vão passar a gerir a publicidade que exibem
nas camisolas, a partir da próxima temporada. Até à
presente época, era à Liga Portugal que competia
angariar e assumir a gestão deste tipo de patrocínios,
ficando ainda com o ónus do pagamento aos juízes.
Ao que Bola Branca apurou, a Liga deixará de intervir
directamente no processo, que passará a ser tutelado
pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol
(APAF), em conjunto com os próprios juízes.
Esta foi uma das decisões saídas da importante reunião
entre a Liga e a APAF, esta segunda-feira, que colocou
um ponto final no "braço de ferro" que chegou a
colocar em causa a realização das últimas cinco
jornadas das Primeira e Segunda Ligas.
O organismo presidido por Luís Duque saldou por
inteiro a quantia em dívida exigida pelos juízes
relativamente aos patrocínios das camisolas – cerca de
350 mil euros – e, no final desta temporada, cessará a
participação na gestão da publicidade dos árbitros.
A partir de 2015/16, então, será a associação
representativa da classe, em conjunto com os árbitros,
a angariar publicidade, a gerir direitos de imagem e
tratar do pagamento aos juízes.
PRIMEIRA LIGA
Dérbi intenso acaba
com igualdade
Marítimo 1-1 Nacional. Golos de Bruno Gallo
e Soares.
Marítimo e Nacional assinalaram o encerramento da
jornada 29 da Primeira Liga, esta segunda-feira, com
um empate (1-1).
Os golos do dérbi madeirense foram apontados por
Bruno Gallo (grande penalidade, aos 33'), para os verderubros e Soares (81'), para os alvi-negros.
A partida fica ainda marcada pela expulsão de Éber
Bessa, do Marítimo, no final da primeira metade.
Com este resultado, o Nacional isola-se no nono posto,
com 37 pontos, distanciando-se do Moreirense. O
Marítimo iguala precisamente os cónegos, no 10º posto
(36 pontos).
Recorde as principais incidências do dérbi, em baixo.
________________________________________________________
21h52 - Final da partida.
93' - Amarelo para Raúl Silva e Freire.
91' - Que confusão para a cobrança de um livre directo.
Os ânimos estão exaltados e Olegário Benquerença
sem "unhas" para esta "guitarra". Controlo péssimo dos
incidentes da parte do experiente juiz leiriense.
90' - 3' de compensação.
84' - Substituição no Marítimo: entrada de Fransérgio,
saída de Xavier.
84' - Grande penalidade que fica por assinalar a favor
do Marítimo: falta de Christian sobre Marega. Erro
grave de Olegário Benquerença.
82' - O que falha Wagner!!! Isolado perante Salin,
permite a defesa ao francês. Manuel Machado nem
quer acreditar...
82' - A aposta de Manuel Machado a dar frutos! Soares
saltou do banco, ao intervalo e assina o empate há
muito perseguido pelos nacionalistas!
81' - GOLO DO NACIONAL!!!
GOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLOOOOOOOOOOOOOOOOOO
SOARES!!! O avançado entra na grande-área e, perante
a saída de Salin dos postes, coloca a bola no fundo da
baliza do Marítimo.
79' - O Marítimo está a fazer uma gestão muito
inteligente da vantagem. Salin não tem sido muito
incomodado...
68' - Apesar de estar com menos um jogador em
21
Terça-feira, 21-04-2015
CHAMPIONS LEAGUE
campo, o Marítimo faz das tripas coração e vai
sustendo a pressão ofensiva do Nacional.
63' - Amarelo para Bruno Gallo.
57' - Substituição no Nacional: sai Tiago Rodrigues,
entra Wagner.
55' - Substituição no Marítimo: sai Alex Soares, entra
Edgar Costa.
<DIV>Treinador francês assume que a
50' - Com naturalidade e com mais uma unidade em
eliminatória diante do Barcelona está muito
campo, o Nacional está agora por cima na partida...
complicada para a sua equipa.</DIV>
46' - Dupla substituição no Nacional: saídas de Rui
Correia e Luís Aurélio, entradas de Gomaa e Soares.
21h03 - Reinício do dérbi. Sai o Nacional.
____________________________________________________________
O problema do PSG.
"Ter de marcar"
20h46 - Final da primeira parte.
45' - 1' de compensação.
43' - Amarelo para Marçal.
41' - Segundo amarelo para Éber Bessa! O Marítimo fica
reduzido a 10 unidades!!!
35' - Resultado ajusta-se à história desta primeira
metade, até agora. O Marítimo tem sido dominador e
tem a partida controlada.
33' - GOLO DO MARÍTIMO!!!
GOOOOOOOOOOOOOOLLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!
Vencer um jogo de futebol sem marcar golos, parece
BRUNO GALLO!!! Que classe do médio brasileiro, que
uma equação de impossível resolução. De forma
iludiu o compatriota Gottardi e cobrou com grande
pragmática, Laurent Blanc, treinador do PSG, assumiu
categoria.
que essa será a maior dificuldade da sua equipa na
32' - Grande penalidade para o Marítimo! Bruno Gallo
partida diante do Barcelona.
cai na área do Nacional, após lance dividido com
Depois de derrotado no jogo da primeira mão, em casa
Marco Matias. Sem dúvidas.
(1-3), o treinador francês abordou o jogo de forma
31' - Amarelo para Rui Correia.
descontraída. "O nosso problema é ter de marcar, mas
20' - Reage o Nacional! Remate cruzado do extremo
acredito que vamos ter muitas ocasiões para o fazer.
goleador... a bola sai por cima da baliza de Salin, que
Não temos nada a perder e espero provar que estamos
aparentava ter o lance controlado.
melhor do que fomos na primeira mão", destacou.
20' - Amarelo para Luís Aurélio.
Ainda sobre essa partida, Blanc não se escudou na
17' - Uiiiiii!!! Que remate de Bruno Gallo!!! Bola na trave
ausência de alguns jogadores importantes: "O resultado
da baliza de Gottardi! Que ocasião de golo para o
teria sido o mesmo com ou sem os jogadores
Marítimo!
lesionados. Gostaria de ter tido todos os jogadores
9' - Primeiro amarelo do desafio, para Éber Bessa.
disponíveis para ambas as mãos, mas isso não
Entrada dura sobre um adversário.
aconteceu. Não nos podemos queixar pelo Barcelona
5' - Dérbi dividido e equilibrado, nestes primeiros
ter dominado a partida em Paris".
minutos.
O Barcelona - PSG tem início agendado para as 19h45
1' - Estádio dos Barreiros com moldura humana a
de terça-feira, em Camp Nou.
rondar os seis mil espectadores.
20h00 - Pontapé de saída, no dérbi da Madeira. Sai o
Marítimo.
Ficha de Jogo
Primeira Liga: 29ª JornadaEstádio dos Barreiros,
FunchalÁrbitro: Olegário Benquerença (AF Leiria)
MarítimoSalin; João Diogo, Bauer, Raúl Silva e Rúben
Ferreira; Danilo Pereira, Bruno Gallo e Alex Soares; Éber
Bessa, Marega e Xavier.Suplentes: Edgar Costa, Ebinho,
Gêgê, Briguel, Wellington, Fransérgio e Cristian
Perto de um terço da produção exportada Santos.Treinador: Ivo Vieira.
29% - teve o mercado europeu por destino.
NacionalGottardi; João Aurélio, Rui Correia, Freire e
Marçal; Aly Ghazal, Tiago Rodrigues e Christian; Luís
Os restantes 71% seguiram para fora da
Aurélio, Lucas João e Marco Matias.Suplentes: Rui Silva,
União Europeia. No mercado nacional,
Boubacar, Saleh Gomaa, Wagner, Willyan, Sequeira e
metade dos portugueses bebe vinho
Tiquinho.Treinador: Manuel Machado.
Vinhos do Alentejo
exportam mais 5%
em 2014
alentejano.
Por Rosário Silva
Os números são da Comissão Vitivinícola Regional
Alentejana (CVRA): mais de 20 milhões de litros de
vinho engarrafado e certificado vai para a exportação.
De acordo com o balanço da CVRA, do total de vendas,
22
Terça-feira, 21-04-2015
"29% foram para o mercado europeu e os restantes 71%
para fora da União Europeia”. Comparativamente a
2013, "houve um aumento de 5,10%”.
Há vários principais mercados e “representam 93% do
volume das exportações para fora da UE”. A título de
exemplo, em Angola "o crescimento foi na ordem dos
5%, o Brasil 15% e os Estados Unidos da América 6%".
De acordo com a CVRA, as exportações para países da
União Europeia aumentaram 7% quando se for feita a
comparação com o ano anterior.
São dados que “demonstram a aposta contínua dos
agentes económicos dos Vinhos do Alentejo nos
mercados de exportação”.
O Alentejo é a região líder no mercado nacional
“Os vinhos do Alentejo são a maior categoria de vinho
certificado, de qualidade, comercializado em Portugal”,
garante à Renascença a presidente da CVRA, Dora
Simões.
“Tem 47% de cota de mercado em valor e 45% em
volume”, concretiza a presidente da CVRA,
considerando que se trata de “uma posição muito boa",
tanto mais que "metade de todos os portugueses que
consomem vinho bebe vinho do Alentejo”.
Confortante é ainda ter a noção de que este “é um
percurso feito apenas nos últimos 30 anos”, embora a
região detenha uma história ancestral quando se fala
na produção de vinho.
Dora Simões realça ainda o facto do vinho alentejano
estar “nas várias categorias de preço”, fruto do trabalho
incansável dos agentes económicos.
“Consegue ter um segmento, digamos assim, mais
económico, de qualidade regular, mas consegue
também atingir muito bons valores no topo de gama”,
remata a presidente da CVRA.
Os Vinhos do Alentejo juntam 263 produtores e 97
comerciantes, numa área total de vinha de 20 670,68
hectares, sendo que a área total de vinha aprovada para
DOC (Denominação de Origem Controlada) Alentejano
é de 14 437,15 hectares.
"Há processos que
continuam
desaparecidos no
Citius"
Atrasos aumentaram na justiça por causa
dos problemas na plataforma informática,
conclui a distrital de Lisboa da Ordem dos
Advogados.
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Por Liliana Monteiro
Mais de seis meses depois do colapso do Citius, o
sistema informático da justiça ainda mostra
fragilidades. Advogados, juízes, procuradores e
funcionários judiciais dizem à Renascença que a
plataforma já está operacional, mas dão vários
exemplos do que ainda corre mal na hora de pegar em
muitos processo que andam na justiça.
Os advogados são alguns dos profissionais da justiça
que trabalham todos os dias com o programa Citius. O
presidente do conselho distrital de Lisboa da Ordem
dos Advogados, António Jaime Martins, afirma que o
“Citius está globalmente a funcionar “, mas subsistem
problemas.
Revela que muitos destes profissionais estão ainda
agora a ser chamados para confirmarem
requerimentos e peças processuais que têm mais de
meio ano e que se perderam com a paragem do
sistema.
"Alguns colegas ainda continuam a reportar que há
processos que continuam desaparecidos no sistema.
Não estão inseridos no sistema ou, se estão, não estão
localizados. Há situações de duplicação de processos, o
mesmo processo a correr em juízos diferentes do
mesmo tribunal", conta António Jaime Martins.
Também os procuradores do Ministério Público se
deparam com dificuldades, muito porque os processos
estão agora divididos em duas bases de dados, explica
António Ventinhas, do Sindicato dos Magistrados do
Ministério Público.
Maria José Costeira, da Associação Sindical dos Juízes,
fala em servidores com pouca capacidade para tanta
informação. Quanto aos processos, não há ainda
garantias de que todos estejam devidamente
introduzidos no sistema.
Terça-feira, 21-04-2015
Fernando Jorge, do Sindicato dos Funcionários
Judiciais, também não sabe todos os processos estarão
no sistema. "Só teríamos a certeza que os processos
estão todos disponíveis e funcionais se fossemos
verificar todos os processos que existem na plataforma.
Estamos a falar de milhões de processos, isso não é
possível fazer com os constrangimentos de trabalho
nas secretarias dos tribunais. Muitas vezes, quando
vamos à procura de um processo é que se verifica que
esse processo tem alguns problemas ou terá sido
transferido para outro lado."
No terreno, a justiça viu os atrasos aumentarem, explica
António Jaime Martins, da distrital de Lisboa da Ordem
dos Advogados. O número de funcionários judiciais é
"manifestamente insuficiente" para dar conta dos
processos pendentes, quanto mais para "recuperar o
atraso" provocado pelos problemas no Citius.
O Citius esteve praticamente inoperacional entre
Setembro e Novembro do ano passado. À Renascença,
a Procuradoria-Geral da República diz que "está bem
patente a necessidade de existir uma nova plataforma
informática de suporte à actividade dos tribunais, mais
eficaz, mais segura e melhor adaptada nomeadamente
aos inquéritos criminais".
Se o Citius tem sido uma dor de cabeça para muitos
agentes da justiça, para o DIAP de Lisboa a dor de
cabeça dura desde 2008. Aqui não há Citius, há um
sistema informático próprio cujos dados ainda não
foram migrados para o Citius, por incapacidade do
sistema, logo não há qualquer conexão com este. Tudo
é tramitado em papel e só em fase de julgamento é
passado para sistema.
Os sistemas de trabalho das polícias também não têm
ligação ao Ministério Público. O apoio ao Direito é
tramitado em três sistemas diferentes, nem sempre
com comunicação entre eles.
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Naufrágio pode ter sido causado por cargueiro de