Laboratório de Física Engª Telecomunicações e Informática – ISCTE 2010/2011 Estática e Atrito Nome: ____________________________________________ Nome: ____________________________________________ Nome: ____________________________________________ Nome: ____________________________________________ Nº: __________ Nº: __________ Nº: __________ Nº: __________ Leia com atenção a totalidade deste enunciado antes de começar, e responda a todas as questões colocadas. Natureza vectorial das forças Introdução A natureza da força como uma quantidade vectorial pode ser facilmente demonstrada através dum conjunto de experiências realizadas utilizando um quadro branco e um conjunto de peças magnéticas adequadas. O ponto de aplicação de todas as forças será posicionado no ponto intermédio dum transferidor colocado no quadro, e todas as forças individuais, bem como o ângulo entre elas serão medidas. • Fig. 1: Adição e decomposição de forças Nesta experiência uma dada força vertical F é compensada pela força das molas de dois dinamómetros, F1 e F2, que estão posicionados de forma a que estas forças façam ângulos α1 e α2 com a vertical, respectivamente. Para ilustrar a adição vectorial: F1 + F2 = F (1.1) O paralelogramo da adição das forças pode ser obtido graficamente. Além disso, a experiência irá confirmar a relação: F = F1 cos !1 + F2 cos ! 2 (1.2) para a componente vertical das forças e a relação: 0 = F1 sin !1 + F2 sin ! 2 (1.3) para a componente horizontal. 1/11 Procedimento Comece por colocar o transferidor no quadro. Composição de forças 1.1.Monte a base magnética com um gancho acima do ponto central do transferidor e pendure uma das molas helicoidais do gancho. 1.2.Monte os dois dinamómetros redondos no quadro e pendure os seus ganchos no olhal na ponta do mola helicoidal. 1.3.Movimente e rode os dois dinamómetros até que o olhal na ponta da mola se encontre no centro do transferidor. Verifique sempre que os fios dos dinamómetros circulares não se soltaram e continuam tangenciais às rodas do dinamómetro, tal como descrito na figura 2. • Fig. 2: Medida das forças F1 e F2. 1.4.Anote as forças F1 e F2 medidas pelos dois dinamómetros bem como os ângulos α1 e α2 que os fios dos dinamómetros fazem com a vertical. 1.5.Usando a expressão (1.2) determine qual deverá ser o valor da força resultante FR. 1.6.Remova um dos dinamómetros redondos e use o outro para deflectir a mola helicoidal na vertical de forma a que o olhal da mola helicoidal volte a estar sobre o centro do transferidor, tal como descrito na figura 3. 2/11 • Fig. 3: Medida da força resultante, FR. 1.7.Anote a força FR medida pelo dinamómetro redondo e compare com o valor calculado na alínea 1.5. 1.8.Repita a experiência para mais um conjunto de ângulos α1 e α2 e forças F1 e F2 diferentes. 3/11 Decomposição de Forças 2.1.Usando um pedaço de cordel faça um olhal em cada ponta. 2.2.Monte um dinamómetro redondo no quadro magnético, pendure uma ponta do cordel no gancho do dinamómetro e suspenda 5 pesos da outra ponta do cordel, tal como descrito na figura 4. • Fig. 4: Medida da “força da gravidade” FG. 2.3.Anote a força FG medida pelo dinamómetro redondo, que corresponde à força gravitacional que actual sobre os cinco pesos. 2.4.Monte um segundo dinamómetro redondo no quadro e prenda o gancho deste dinamómetro no olhal superior do cordel. 2.5.Mova e rode os dois dinamómetros circulares de forma a que o olhal superior do cordel esteja no centro do transferidor. Verifique sempre que os fios dos dinamómetros circulares não se soltaram e continuam tangenciais às rodas do dinamómetro, tal como descrito na figura 5. • Fig. 5: Medida das componentes da força F1 e F2. 2.6.Anote as forças forças F1 e F2 medidas pelos dois dinamómetros bem como ângulos α1 e α2 que os fios dos dinamómetros fazem com a vertical. Determine a força da gravidade FG através da adição vectorial das forças F1 e F2 e compare com o valor medido em 2.3. 4/11 2.7.Repita a experiência para mais um conjunto de ângulos α1 e α2 e forças F1 e F2 diferentes. 5/11 Plano Inclinado Introdução O movimento dum corpo num plano inclinado pode ser facilmente descrito decompondo o peso do corpo FG (a força que a gravidade faz sobre o corpo ou seja FG = m g) numa força F1 tangencial ao plano inclinado e noutra força F2 perpendicular ao plano inclinado. Para a magnitude destas forças nós podemos dizer que: F1 = FG sin ! (2.1) F2 = FG cos ! (2.2) e que: Esta experiência irá confirmar esta decomposição. Usando o equipamento disponível podemos medir as forças F1 e F2 para vários ângulos de inclinação α usando dinamómetros de precisão. Podemos variar o ângulo de inclinação α movendo o suporte com altura h = 5 cm para várias distâncias s em relação ao ponto de contacto do plano inclinado com a horizontal. • Fig. 6: Decomposição da força da gravidade FG nas forças tangencial e normal ao plano inclinado De acordo com a figura 6 teremos: h sin ! = s # h& cos ! = 1 " % ( $ s' 2 (2.3) Combinando (2.1), (2.2) e (2.3) obtemos a força tangencial ao plano inclinado: F1 = FG h s (2.4) e a força perpendicular ao plano inclinado: F2 = FG " h% 1! $ ' # s& 2 (2.5) 6/11 Procedimento Calibração dos dinamómetros 3.1.Coloque o dinamómetro que vai medir F1 na horizontal e ajuste a calibração do instrumento para que este indique 0 N. 3.2.Segure o dinamómetro que vai medir F2 na vertical e ajuste a calibração do instrumento para que este indique 0 N. Determinação da força da gravidade 4.1.Suspenda o carrinho no ar utilizando o dinamómetro F2 e o suporte metálico do carrinho e determine o peso FG do carrinho. • Peso do carrinho FG = _________________ 4.2.Usando este resultado e as expressões (2.4) e (2.5) determine analiticamente as forças F1 e F2 para valores de s de 50, 40, 30, 20, 15, e 10 cm. 4.3.Represente graficamente estes resultados, F1(s) e F2(s). Medida das forças 5.1.Monte o plano inclinado e coloque o apoio (e) na posição s = 50 cm, como descrito na figura 7. • Fig. 7: Montagem experimental para a medida das forças tangencial e normal ao plano 5.2.Coloque o carrinho (b) no plano inclinado e prenda-o ao dinamómetro F1 (c). Utilize o bloco (d) para apoiar o dinamómetro. Anote o valor da força F1 medida pelo dinamómetro. 5.3.Posicione cuidadosamente o dinamómetro F2 (a) da forma o mais perpendicular possível ao plano inclinado e levante o carrinho usando este dinamómetro de forma a que as rodas do carrinho estejam o mais perto possível do plano inclinado sem lhe tocar. Anote o valor da força F2 medida pelo dinamómetro. 5.4.Mova o apoio (e) para as posições s = 40, 30, 20, 15 e 10 cm e repita as alíneas 5.2 e 5.3 para cada uma destas posições. 5.5.Represente graficamente estes resultados, F1(s) e F2(s). 5.6.Compare com os resultados analíticos e comente. 7/11 Resultados s [cm] F1 [N] Calculado F1 [N] Medido F2 [N] Calculado F2 [N] Medido 50 40 30 20 15 10 s [cm] 50 40 30 20 15 10 F1 [N] s [cm] 8/11 F2 [N] s [cm] Atrito Estático Introdução Como vimos na secção anterior um objecto de peso FG está sujeito a uma força F1 tangencial ao plano e a uma força F2 perpendicular ao plano, descritas pelas expressões (2.1) e (2.2) respectivamente. A dependência destas forças do ângulo de inclinação a pode ser utilizada para determinar quantitativamente o coeficiente de atrito estático µs entre o corpo e o plano inclinado. O ângulo de inclinação do plano é aumentado aproximando o suporte do ponto de contacto entre o plano inclinado e a horizontal até que o corpo começa a deslizar, ou seja, até ao ponto em que F1 e a força de atrito estático máximo FS deixam de estar em equilíbrio, como descrito na figura 8. • Fig. 8: Equílibrio entre a força tangencial F1 e a força de atrito estático FS. 9/11 Nesta experiência a tangente do ângulo de inclinação α é determinada a partir da altura h = 5 cm do suporte a da sua distância s ao ponto de apoio do plano inclinado (Atenção: a distância s é medida de forma diferente da experiência anterior) ou seja: tan ! = h s (3.1) A força de atrito estático máximo será proporcional ao coeficiente de atrito estático µS e à força F2 normal à superfície de contacto: FS = µS F2 (3.2) No ponto imediatamente antes do bloco começar a deslizar teremos então: F1 = µS F2 (3.3) Combinando (2.1), (2.2) e (3.3) obtemos finalmente: µS = h s (3.4) Que como se vê pode ser calculado independentemente do peso do objecto em estudo. Procedimento 6.1.Monte o plano inclinado e mova o suporte para a posição o mais afastada possível do ponto de apoio do plano inclinado. • Fig. 9: Montagem experimental para a medida do coeficiente de atrito estático 6.2.Coloque o bloco 1 (6 cm de grossura) no plano inclinada com a face coberta de plástico virada para baixo e mova o suporte lentamente na direcção do ponto de apoio até que o bloco comece a escorregar. 6.3.Meça a distância entre o ponto de apoio e o suporte e calcule o coeficiente de atrito estático utilizando (3.4). 6.4.Coloque o bloco 1 no plano inclinado com a face de madeira virada para baixo e repita a experiência. 6.5.Coloque o bloco 2 (3 cm de grossura) no plano inclinado e repita a experiência. 6.6.Vire a superfície com área A = 12 × 6 cm2 para baixo e repita a experiência. 6.7.Vire a superfície com área A = 12 × 3 cm2 para baixo e repita a experiência. 6.8.Comente os resultados, analisando especificamente a dependência do coeficiente de atrito do peso/massa do objecto, área de contacto e material da superfície. 10/11 Resultados Bloco Material A [cm2] 1 Plástico 12 × 6 1 Madeira 12 × 6 2 Plástico 12 × 6 2 Madeira 12 × 6 2 Madeira 12 × 3 s [cm] µS 11/11